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mar/abr 2014 - Revista Correios 1 Edição n°1 mar/abr 2014 Publicação produzida por Que peça você é? A importância de reconhecer seu papel na empresa e como melhorar o que entregamos ao cliente Horizontes Correios 2020: os caminhos de uma nova era Diversificação Caminhos da negociação Parcerias inéditas ampliam serviços e diminuem riscos Mesa reforça diálogo permanente

Revista Correios 1ª edição

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mar/abr 2014 - Revista Correios 1

Edição n°1 mar/abr 2014

Publicação produzida por

Que peça você é?A importância de reconhecer seu papel

na empresa e como melhorar o que entregamos ao cliente

HorizontesCorreios 2020: os caminhos de uma nova era

Diversificação

Caminhos da negociação

Parcerias inéditas ampliam serviços e diminuem riscos

Mesa reforça diálogo permanente

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2 Revista Correios - mar/abr 2014

NEGÓCIOSoluções que aproximam.

MISSÃOFornecer soluções acessíveis e confiáveispara conectar pessoas, instituições enegócios, no Brasil e no mundo.

VISÃOSer uma empresa de classe mundial.

VALORESÉticaMeritocraciaRespeito às pessoasCompromisso com o clienteSustentabilidade

Identidade Corporativa

Fale com os Correioscorreios.com.br/ouvidoria • correios.com.br/acessoainformacao3003 0100 (capitais e regiões metropolitanas) • 0800 725 7282 (demais localidades) • Sugestões: 0800 725 0100

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mar/abr 2014 - Revista Correios 3

Índice

10 Correios 2020Em um ciclo de grandes mudanças, Correios avança para se tornar uma empresa de classe mundial

13 Entregas do NandoCantor surpreende fãs e homenageia os maiores representantes dos Correios

20 O quebra-cabeça da excelênciaEntenda como a gestão por processos ajuda a gerar melhores resultados

28 Gente que fazOs multitalentos de Nena, a analista de sistemas dos Correios

30 A vez de Bruno SoaresA trajetória do mineiro que se tornou o melhor tenista de duplas da ATP

34 O sertão das águasDesvende os encantos do Jalapão, uma das mais inusitadas paisagens do País

Seções04 Editorial 05 Panorama 04 Entre aspas 07 Eu, Correios 12 Nosso negócio

16 Sustentabilidade 24 Correios por você 30 Viver bem 36 Almanaque

Empregado

Negócio

Temas por cores

Patrocínio

Institucional

Capa e Entrevista

20

30

34

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4 Revista Correios - mar/abr 2014

Editorial

Revista Correios - Ano I - nº 1 - mar/abr 2014

Diretoria ExecutivaPresidente: Wagner Pinheiro de Oliveira • Vice-presidente de Administração: Célia Corrêa • Vice-presidente de Negócios: Morgana Cristina Santos • Vice-presidente de Clientes e Operações: Glória Guimarães • Vice-presidente de Tecnologia e Infraestrutura: Antônio Luiz Fuschino • Vice-presidente Econômico Financeiro: Luís Mário Lepka • Vice-presidente de Gestão de Pessoas: Nelson Luiz Oliveira de Freitas • Vice-presidente de Logística e Encomendas: José Furian Filho • Vice-presidente Jurídico: Cleucio Santos Nunes • Chefe de gabinete da Presidência: Adeílson Telles

Expediente Revista Coordenação geral: Alexandre Case • Edição: Waldenice Preusse Reis • Textos: Alessandro Pignata, Amanda Madureira, Caio Nantes, Fernanda Lobo, Flávia Drummond, Marcos Nunes e Natasha Flor • Revisão: Moisés Selva • Projeto Gráfico: Manoela Marcuzzo • Diagramação: Hisla Sena e Manoela Marcuzzo • Ilustrações: César Bulcão e Manoela Marcuzzo • Capa: Hisla Sena, Manoela Marcuzzo e Marcos Nunes • Tiragem: 150.000 exemplares

É com grande satisfação que entregamos a primeira edição da Revista Correios. O obje-

tivo desta publicação é aproximar cada vez mais os Correios daqueles que os fazem existir: seus mais de 124 mil trabalhadores. Por meio de artigos e reportagens especiais, re-forçaremos nossa missão e valores, sem esquecer a ótica de interesse do leitor - não só na condição de em-pregado, mas também como indiví-duo e cidadão. Assim, serão publi-cados tanto assuntos corporativos como também de cultura, saúde e comportamento.

Com a ajuda do Tangram, que-bra-cabeça chinês que ilustra a capa desta revista, procuramos demonstrar a importância de cada empregado se enxergar como uma peça-chave para a empresa e, ao mesmo tempo, ter uma visão am-pla de todos os processos. Em Ho-rizontes, apresentamos um balanço dos resultados de 2013, as novas parcerias realizadas e como e onde queremos chegar nos próximos

anos. Na seção Nosso negócio, fa-lamos mais sobre movimentos im-portantes para o fortalecimento dos Correios: as novas parcerias firmadas com o Banco do Brasil e com a empresa Valid, líder no ramo de serviços de identificação e se-gurança em meios de pagamento.

Temos ainda uma reportagem sobre o carteiro Jorge que, por meio de suas cartas, leva amor e carinho a idosos de um asilo em Ituiutaba (MG). Na editoria Gente que faz, a analista de sistemas Nena mostra como tem encantado muita gente com seus contos e poesias.

Como já foi dito, esta revista é fei-ta por e para você. Portanto, espera-mos receber suas sugestões, elogios, críticas e comentários.

Boa leitura,

Feita para você

Quer enviar sugestões de matérias, críticas ou elogios para a Revista Correios? É só escrever um e-mail [email protected]

Endereço para correspondência: Edifício-sede dos Correios, SBN Quadra 1, Bloco A, DERIN – 10º andar Ala Norte, Brasília/DF, CEP: 70.002-900

Fale com a gente

Expediente

Wagner Pinheiro

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mar/abr 2014 - Revista Correios 5

Panorama

O atendimento médico da rede credenciada com o novo cartão de atendimento já foi iniciado em to-dos os estados. No primeiro mês de operação do Postal Saúde, foram contabilizadas 45 mil autorizações. Considerando toda a rede de bene-ficiários, cerca de 10% já começou a utilizar o plano, que passou a funcionar com sistema totalmente informatizado, confirmando assim a credibilidade e solidez da Caixa de Assistência.

Para atendimento nas redes cre-denciadas que ainda não estiverem

Correios vai implantar terminais para entrega de encomendasOs Correios irão implantar oito termi-nais automatizados para postagem e entrega de encomendas no Rio de Ja-neiro até o final de abril. A empresa é a primeira a oferecer este novo canal no Brasil, que já são usados por ope-radores postais nos Estados Unidos, Chile, Europa e Ásia.

A iniciativa é um piloto que contará com 21 máquinas, no RJ SP, PR, MG e DF. O objetivo é ofe-recer mais comodidade ao cliente, que poderá escolher horário e local para postar e receber encomendas.

Os terminais funcionam 24 horas, e serão instalados em estações de metrô, shopping centers e supermer-cados. Como são abastecidos regular-mente pelos carteiros, não irão substi-tuir mão de obra dos Correios.

Telefonia móvel virtual: início das operações em outubroOs Correios irão iniciar a atuação no segmento de telefonia móvel virtual (MVNO), em parceria com o Grupo Poste Italiane, ainda este ano. A primeira etapa, prevista para ser implantada em outubro, terá a comercialização de chips e recarga de créditos. A segunda etapa inclui-rá venda de aparelhos e está previs-ta para o primeiro semestre de 2015. A previsão é levar o novo serviço a 8 milhões de pessoas em cinco anos — tanto nos grandes centros, como em localidades menores e mais remotas.

Que é uma MVNO?A Agência Nacional de Telecomu-nicações (Anatel) regulamentou em 2011 esse novo modelo de negó-cios das chamadas Operadoras de Redes Móveis Virtuais ou MVNOs (sigla em inglês de Mobile Virtual Network Operators). Pela regula-mentação há dois tipos de ope-radoras virtuais. Um deles são as credenciadas, que revendem servi-ços como representantes de outras empresas de celular. Outro tipo são as autorizadas que podem operar redes de terceiros ou de outras em-presas de celular.

Não recebeu seu cartão de atendimento ou de seu dependente?

Solicite-o pelo [email protected]

utilizando o cartão, o beneficiário deverá solicitar a emissão das guias nos ambulatórios dos Correios. Por isso, no momento da marcação de consulta/exame, o beneficiário deve perguntar se o credenciado já está ou não utilizando o novo sistema, evitando assim transtornos.

Postal Saúde: atendimento com novo cartão tem início em todo País

Divulgação - Postal Saúde

Divulgação - Correios

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6 Revista Correios - mar/abr 2014

Correios de FuturoEmpresa se moderniza e está preparada para os novos desafios

A Lei 12.490 de 2011 abriu várias possibilidades de cresci-mento do campo de atuação dos Correios. O presidente Wagner Pinheiro de Oliveira fala das principais ações que estão em an-damento para trazer novos negócios para a empresa

Caio Nantes - Correios

Entre aspas

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mar/abr 2014 - Revista Correios 7

Como foi o ano de 2013 para a

empresa?

E como estão os novos negócios

da empresa?

Durante todo o ano passado demos passos concretos na construção dos Correios do futuro. Ao mesmo tempo em que comemoramos os 350 anos dos serviços postais no Brasil, avan-çamos no processo de modernização da empresa e diversificação das nossas atividades, iniciado em 2011 com a sanção da Lei 12.490.

Várias parcerias foram firmadas, para expandir ainda mais o nosso campo de atuação. Uma delas é com a empresa VALID, para oferecer serviços de comunicação multicanal e certificação digital. Possibilitare-mos às empresas e aos cidadãos brasileiros optar, dentre uma gama mais variada de serviços de comu-nicação, por aqueles que melhor os atenderem. Para isso, contaremos com a confiança e a credibilidade da nossa marca, além da nossa capi-laridade, e a VALID contribuirá com sua tecnologia e experiência nesse segmento de mercado. Também firmamos parcerias importantes com a Telebrás, no Programa Nacional de

Banda Larga (PNBL); com a Empresa de Planejamento e Logística (EPL), para atuarmos conjuntamente na modernização da logística no País; e com a Apex-Brasil, a fim de realizar a internacionalização dos Correios, com a abertura de nossa primeira unidade no exterior: um escritório

de prospecção de negócios que irá funcionar em Miami (EUA).

Nós aumentamos nossa sinergia e levamos o Banco Postal para 5.236 municípios. Ressaltamos que hoje o Banco Postal é a única opção de atendimento bancário em mais de 1,6 mil cidades, o que reforça sua importância social. No ano passado firmamos um novo acordo com o Banco do Brasil, para ampliar esta parceria de sucesso e oferecer uma carta de serviços mais variada, com linhas de crédito, seguros, capitaliza-

ção, cartões pré-pagos, consórcios, entre outros. O objetivo é chegar-mos a uma parcela significativa da população brasileira que hoje não tem acesso ao sistema financeiro e é estimada em 55 milhões de pessoas, responsáveis por movimentar mais de R$ 600 bilhões por ano.

Nós assinamos um acordo com o Grupo Poste Italiane para o lança-mento de operador de telefonia móvel por meio de rede virtual (MVNO) no Brasil. Este acordo é o resultado de uma análise sobre o tema e a Poste Italiane foi escolhida pela experiência que possui na área. Sua subsidiária, a Poste Móbile, atualmente é líder do segmento na Itália, com três milhões de clientes. Queremos repetir e ampliar esse sucesso aqui. Com a nossa rede de atendimento, presente em 100% do território brasileiro, e o conheci-mento do grupo italiano, teremos uma base sólida para disponibilizar

E quanto à parceria com

o Banco do Brasil?

Também há previsão de

atuarmos no mercado

de telefonia. Como

funciona essa parceria?

“Várias parcerias foram firmadas, para expandir ainda mais o nosso campo de atuação”

“Todos os trabalhadores dos Correios se esforçaram com afinco para melhorar os indicadores de qualidade da empresa”

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8 Revista Correios - mar/abr 2014

E as perspectivas

futuras?

aos nossos clientes uma gama de serviços de comunicações móveis completa e acessível. A previsão é de que comecemos a operar já no segundo semestre de 2014.

Registramos significativo avanço em nosso indicador de qualidade operacional, que ultrapassou o patamar dos 93% — o que significa um aumento de 5% desde 2011. Em uma ação para a modernização dos nossos processos, realizamos a implantação do uso de smartphones pelos carteiros para a entrega de encomendas, o que permite a atua-lização em tempo real das informa-ções. A primeira fase deste trabalho contemplou 2,5 mil carteiros em 13 Estados e no DF. A próxima etapa, que se inicia neste ano, estende o uso dos smartphones aos mais de 60 mil carteiros do Brasil, para todos os serviços de entrega sob registro. Todos os trabalhadores dos Correios se esforçaram com afinco para me-lhorar os indicadores de qualidade da empresa, de forma que a empresa se mantenha à altura da confiança que a população brasileira sempre depositou nos serviços postais.

Os Correios sempre tiveram mui-ta credibilidade com a população brasileira. No ano passado fomos premiados várias vezes, dentre os quais destacamos: uma das 10 melhores empresas de serviço postal do mundo pela consultoria mun-dial Accenture; foi o serviço público mais bem avaliado pela população brasileira, de acordo com pesquisa CNI/Ibope; obteve o reconhecimen-to como uma das 30 marcas mais valiosas do Brasil, segundo estudo da Brand Finance – líder mundial de consultoria de marcas, além de ser a empresa de logística mais admirada do País, conforme o Prêmio DCI.

Neste ano, continuaremos focando no desenvolvimento do quadro de empregados e no aprimoramento de

nossos produtos e serviços, visando atingir uma gestão de classe mun-dial. Teremos o início da implantação de 12 novos centros logísticos no

Brasil, além do investimento de R$ 800 milhões em condições de traba-lho e infraestrutura e da realização de mais um concurso público. Todas essas ações vão beneficiar o princi-pal capital dos Correios, que são os seus trabalhadores.

Entre aspas

A empresa sempre

ganhou muitos prêmios.

Quais foram os principais?

“Continuaremos focando no desenvolvimento do quadro de empregados e no aprimoramento de nossos produtos e serviços”

Como anda nossa

qualidade operacional?

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mar/abr 2014 - Revista Correios 9

Eu, Correios

Se o personagem itabirano de Drummond é “tris-te, orgulhoso e de ferro”, o carteiro Jorge Silva Araújo, de Ituiutaba (MG), representa bem a co-

nhecida simpatia de Minas Gerais. Enquanto a maior parte das pessoas reclama da falta de tempo, o minei-ro encontrou uma forma curiosa de realizar um tra-balho social, mesmo com toda a correria do dia a dia.

A ideia de escrever cartas aos idosos do Asilo Be-zerra de Menezes surgiu quando, durante uma folga, resolveu fazer uma visita à instituição. “Imaginei que quase ninguém falava com eles e, até mesmo eu, só levava contas. Como eu não podia estar sempre com eles, achei uma maneira de dar atenção sem a minha presença”, recorda Jorge.

No começo eram 33 cartas. Hoje, o número de pes-soas no asilo aumentou e, como ninguém pode ficar de fora, o carteiro escreve e entrega 39 cartas por mês, uma para cada idoso. “Entrego aos poucos. Do primeiro ao quarto dia do mês eu vou lá, deixo cinco, deixo dez cartas, e assim por diante”.

Nos textos, o tom é de uma conversa acolhedora entre amigos. Assinando apenas como Jorge Silva, ele conta as dores e delícias do seu dia a dia: a gravidez de sua esposa os planos para o carnaval, a recuperação da filha que estava doente.

O rosto do autor das doces palavras só foi revelado aos idosos quando a história virou notícia no programa da Fátima Bernardes. Foi aí que puderam, então, retribuir o carinho ao carteiro. “Todos fizeram desenhos pra mim, foi legal demais.“ O sucesso foi tanto que logo outras ins-tituições da cidade se interessaram pelo apoio do carteiro.

Trinta e nove provas de amor ao próximoDe carteiro a remetente, o ituiutabano Jorge leva solidariedade para idosos do interior de Minas Gerais

“Tem outro lar com mais de 50 idosos que quer que eu escreva pra eles. Teve um senhor de Portugal, da Ilha da Madeira, que viu o programa e escreveu uma carta pra mim dizendo: ‘você escreve pra tanta gente, que eu resolvi escrever pra você, gostei muito do seu trabalho, pena que aqui não é assim’. Já estou estudando um jeito de começar a escrever pro pessoal de lá”.

Agora o mineiro, reconhecido no asilo, é incenti-vado a dar continuidade ao seu trabalho. “Um dia fui lá e uma senhora me abraçou, disse para mim que a vida tinha sorrido pra ela de novo e que eu não me es-quecesse de escrever pra ela. Respondi que só pararia de escrever no dia em que eu não conseguisse segurar uma caneta”, diz Jorge.

A rotina do asilo também mudou. Os idosos pas-saram a receber mais visitas e instituições de ensino a indicar que os seus alunos façam estágio no local. “As doações agora não são só materiais, mas afetivas também”, conta.

Segundo Jorge, o impulso para o trabalho social nas-ce da vontade genuína de ajudar o próximo e dar o exem-plo para que outros façam o mesmo. “Se o mundo está ruim eu vou fazer alguma coisa pra melhorar, eu queria representar as pessoas, chamar a população pra fazer coisas boas. Nós mesmos temos o poder de ir lá e fazer, pra que ficar esperando?”.

Conhece ou tem uma boa história sobre o dia a dia de trabalho? Conte para a gente no e-mail [email protected]

O carteiro que manda cartas para idosos em Ituiutaba

Márcia Zoet - Illumina

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10 Revista Correios - mar/abr 2014

Horizontes

Em vias de encerrar o prazo estipulado para o primeiro ci-clo de mudanças (2011-2014),

a empresa já colhe os frutos dos esforços empreendidos para se transformar em um conglomera-do empresarial moderno, flexível e estar entre os melhores correios do mundo, aumentando sua participa-ção na geração de riqueza do País.

Para isso, os Correios vêm tra-balhando para diversificar os negó-cios, implementar uma nova cultura de gestão e aumentar os investi-mentos em infraestrutura, pessoal e tecnologia. Nos últimos três anos, a

ECT criou 16,5 mil novos postos de trabalho, adquiriu 14 mil veículos, construiu e reformou cerca de 700 unidades, além de renovar o parque de informática da empresa.

Todas essas ações, somadas à credibilidade conferida aos Correios pela população brasileira, garanti-ram à empresa várias premiações em 2013, entre as quais destacam--se: uma das 10 melhores empresas de serviço postal do mundo pela consultoria mundial Accenture; foi

o serviço público mais bem avaliado pela população brasileira, de acordo com pesquisa CNI/Ibope; além de ser a empresa de logística mais admira-da do País, conforme o Prêmio DCI.

Fazendo mais com menos Um dos principais resultados do ano de 2013 foi o avanço no pa-tamar do nível de execução orça-mentária dos investimentos: neste ano, a empresa executou R$ 574,9 milhões, em 2012, a realização or-çamentária foi de R$ 404,5 milhões.

Ao mesmo tempo em que in-vestiu em novas tecnologias, na contratação e capacitação de fun-cionários, os Correios alcançaram melhoria dos indicadores de quali-dade da empresa em 2013. Foi re-gistrado um significativo avanço no indicador de qualidade operacional, que ultrapassou o patamar dos 93% — o que significa um aumento de 5% desde 2011.

Outros destaques foram a re-tomada do crescimento da receita de vendas que, conforme estima-tivas, avançou 7,7% em relação a 2012 (retirado efeito do reajuste de

Correios 2020: os caminhos de uma nova eraEm um ciclo de grandes transformações, a ECT avança para se tornar uma empresa de classe mundial. Confira os principais resultados e destaques do ano de 2013

“Temos cada vez mais entendido porque não alcançamos alguns resultados e agido rápido para corrigir as falhas”Presidente Wagner Pinheiro

Diante de um mercado postal cada vez mais competitivo e dinâmico, apenas empresas com uma visão de futuro estabelecida poderão garantir sua sustentabilidade. Com o objetivo de criar novos caminhos estratégicos, viabilizados pela lei 12.490 de 2011, e elevar os Correios a uma posição de liderança no mercado, foi aprovado o Plano Estratégico Correios 2020, que contou com a participação de empre-gados de todo o Brasil

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mar/abr 2014 - Revista Correios 11

Mensagem) e a redução de R$ 194,5 milhões nas despesas, consideran-do-se os oito pacotes da frente de despesas acompanhados pelo Gru-po de Melhoria da Gestão: trans-portes, serviço médico, terceiros e aluguéis, horas extras e adicionais, tecnologia e infraestrutura, deslo-camento, matérias de consumo e indenizações e multas.

A estimativa da receita total acumulada em 2013 foi de R$ 16,6 bilhões, ante uma despesa acumu-lada de R$ 16,5 bilhões.

Segundo o presidente dos Cor-reios, Wagner Pinheiro, esses avan-ços só foram possíveis pelo empe-nho de cada empregado motivado por uma nova cultura de gestão focada em resultados e pelas ações de revitalização da empresa, a par-tir da lei 12.490.

“Temos nos esforçado e colocado metas desafiadoras. Em um período em que a economia do País cres-ceu pouco, não foi possível alcançar todos os resultados que esperáva-mos. Mas temos cada vez mais en-tendido porque não alcançamos e agido rápido para corrigir as falhas

no percurso. Tenho convicção de que temos condição de ir mais lon-ge”, declarou o presidente durante a apresentação do balanço dos resul-tados do Plano Estratégico Correios 2020, em 5 de dezembro de 2013.

Valorização do empregadoValorizar o quadro funcional e melhorar as condições de traba-lho também são prioridades para os Correios. Por isso, foi instituí-da em 27 de novembro de 2013, a Mesa Nacional de Negociação Per-manente. Desde então, a empresa e as representações dos trabalha-dores realizam encontros quinze-nais para tratar dos assuntos per-tinentes às relações do trabalho nos Correios, e também ocorrerão reuniões nas DRs para discutir as questões regionais.

Outra iniciativa importante foi o acordo de cooperação técni-ca firmado com a Polícia Federal para implantar ações integradas de prevenção e repressão de rou-bos a carteiros e assaltos a agên-cias em todo Brasil. “A segurança é uma questão institucional que

temos que cuidar muito, pois envol-ve vidas. Estamos trabalhando com muita dedicação e, a partir dessa parceria com a PF, vamos avançar ainda mais”, frisou o presidente Wagner Pinheiro. As iniciativas já resultaram na redução de 36% no número de roubos a carteiros e na prisão de diversas quadrilhas espe-cializadas. No biênio 2013/2014, os Correios estão investindo cerca de R$ 240 milhões, em recursos de se-gurança como contratações de ser-viço de escolta armada e vigilantes, uso de rastreadores para veículos e para encomendas e aquisição de sistemas de alarme para agências.

Participações acionárias Um dos objetivos estratégicos do ciclo 2011/2014 é transformar os Correios em uma empresa multis-serviços para inclusão social, di-gital e bancária. Nesse sentido, a empresa iniciou duas parcerias im-portantes com o Banco do Brasil e com a empresa Valid, que atua no ramo de serviços de segurança em meios de pagamento e identifica-ção em quase todo o País.

Por meio de participações acio-nárias, serão aliadas sinergias e expertises de empresas líderes em seus segmentos para reduzir riscos e ganhar agilidade. Isto só é pos-sível com a promulgação da Lei 12.490/2011, que ampliou o campo de atuação da empresa. “São mo-vimentos como esse que nos pre-param para enfrentar o mercado concorrencial, que é dificílimo e é o que vai garantir a existência da nossa empresa no longo prazo”, re-força Pinheiro.

Uma gestão de excelência Para alcançar o nível de maturi-dade de uma empresa de classe mundial, os Correios institucio-nalizaram, em 2012, o Modelo de Excelência da Gestão (MEG). A partir de uma avaliação da gestão

Critérios de excelência do MEG

Pessoas

Processos

Liderança Resultados

Sociedade

Clientes

Estratégia e Planos

I

nformações e conhecimento

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12 Revista Correios - mar/abr 2014

organizacional, realizada com o apoio da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ), instituição de referência no assunto no Brasil, a empresa vem implementando uma série de ações para o aperfeiçoa-mento permanente da gestão orga-nizacional, em âmbito corporativo.

Desde então, a empresa desen-volve ações de educação, em par-ceria com a UniCorreios, voltadas a transmitir aos empregados os prin-cipais conceitos, fundamentos e critérios de excelência. Atualmente, mais de 10 mil empregados da AC e Regionais foram treinados nos con-teúdos temáticos do modelo.

Para o presidente dos Correios, Wagner Pinheiro, “a lógica de apri-moramento de processos é funda-mental para os Correios alcançarem a visão do Plano Estratégico de ser uma empresa de classe mundial”. De acordo com os critérios de pon-tuação do MEG, os Correios preci-sam atingir, pelo menos, 651 pontos até 2020 para ser considerada uma empresa de classe mundial. Na últi-ma avaliação, em 2012, os Correios atingiram 374 pontos.

Foco na sustentabilidadeAlinhado ao Plano Estratégico Correios 2020, que coloca a sus-tentabilidade como um dos va-lores empresariais para ser uma organização de classe mundial, foi lançado em 4 de dezembro de 2013 o Sistema de Gestão Ambien-tal dos Correios (SGAC). O objetivo é controlar e reduzir os impactos ambientais significativos causados pela empresa por meio de três fren-tes de atuação: gestão de resíduos sólidos, proteção de recursos natu-rais e redução da emissão de gás carbônico.Leia mais na página 16.

2014 e o futuro O ano que encerra o primeiro ciclo estratégico será de grandes desafios para os Correios. Entre os focos es-tratégicos de 2014, estão os segmen-tos de encomendas e logística inte-grada - com a seleção dos Correios como operador logístico dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos 2016 - a infraestrutura, a internacionaliza-ção, a mobilidade, serviços postais eletrônicos, sustentabilidade am-biental e melhorias das condições de

trabalho. Para isso, serão investidos mais de R$ 800 milhões.

Também serão implantados 12 novos complexos operacionais logísticos — entre os quais o de Cajamar, em São Paulo, que deve-rá entrar em operação no primeiro semestre de 2014. Outros grandes projetos são o novo modelo de lici-tação para agências franqueadas e a revisão do portfólio de produtos e serviços, focada cada vez mais no que os clientes precisam. O mode-lo de importação de encomendas também será aperfeiçoado para oferecer maior rapidez e confiabi-lidade a essas operações, além da ampliação das operações do co-mércio eletrônico, onde os Correios são um dos maiores operadores.

“Tudo isso faz parte do que será o futuro da nossa empresa. Uma empresa revitalizada, que entende as necessidades da sociedade e que contribui com o desenvolvimento so-cial e econômico do Brasil, ajudando a diminuir desigualdades de toda a natureza. Essa foi e continuará sen-do a vocação dos Correios”, conclui o presidente Wagner Pinheiro.

2010 113 pontos

374 pontos

445 pontos

mínimo de 651 pontos

2012

meta para 2014

meta para 2020para ser uma empresa de classe mundial

Pontuação dos Correios no MEG

R$ 194,7*

R$ 404,5*

R$ 574,9*

2011 2012 2013* Resultado em R$ milhões

Crescimento de investimentos na empresa

Horizontes

Page 13: Revista Correios 1ª edição

mar/abr 2014 - Revista Correios 13

Cultura e sociedade

O ano de 2013 foi marcado por grandes ações em comemoração aos 350 anos de serviços postais no Brasil. Uma das mais originais, promovida

pelo Departamento de Comunicação Estratégica dos Correios (DECOE), foi a “Entregas do Nando”, em que o cantor Nando Reis presta uma bela homenagem para um dos maiores representantes da empresa: os carteiros.

Para surpreender os fãs que compraram o último álbum do cantor pela internet, Nando se vestiu com o uniforme de carteiro e fez questão de realizar as en-tregas das encomendas pessoalmente. Imbuído des-sa missão, o cantor já passou por onze cidades: São Paulo, Volta Redonda, Santo André, Barueri, Manda-qui, Tucuruvi, Jundiaí, Araçatuba, Higienópolis, Rio de Janeiro e Recife.

Por meio dos vídeos da ação, publicados na página “Vá mais longe” no Youtube e no Facebook e replica-dos na página oficial do cantor, a ação teve excelente resultado de alcance. A aba do Facebook teve quase 30 mil participações e o filme que mostra a primeira entrega realizada conta com mais de 347 mil acessos.

Bem humorado, em um dos vídeos o cantor declara que também se emocionou durante a ação. “Até eu fi-quei surpreso. Gostei da vestimenta e da função”. Segun-do a gerente de patrocínio do DECOE, Luciana Ramos, um dos objetivos é fortalecer a imagem dos Correios como uma empresa que aproxima a população da cul-tura, associando a imagem da empresa à de um artista consagrado no cenário musical nacional e internacional.

“É por meio de ações como essa, que os Correios fortalecem ainda mais a missão da empresa e de-monstram a importância da cultura, do rejuvenesci-mento da marca, da sustentabilidade e a importância da relação cliente e empresa”, analisa a gerente.

Quer pagar quanto?“Entregas do Nando” é uma ação do patrocínio da turnê de lançamento do álbum “Sei” que já realizou mais de 100 shows do cantor em todo País. Para a divulgação do novo trabalho, Nando Reis liberou as 15 músicas em seu site oficial. Após a audição, os fãs, através do crowd-pricing (determinação do preço feita por consumidores) dizem quanto acham que o CD vale. A cada semana é possível saber qual a “cotação” do disco.

Entregas do Nando

Cantor homenageia carteiros e surpreende os fãs ao entregar, pessoalmente, encomendas do seu novo CD

Elizabeth, de Jundiaí (SP), foi uma

das fãs surpreendidas por Nando Reis

Fotos: Bruno Trindade

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14 Revista Correios - mar/abr 2014

Nosso negócio

Quando 1+1=3Entenda a importância das novas parcerias para a expansão dos negócios

e fortalecimento dos Correios

Em um mundo com cada vez menos correspondências em papel, em que o uso da internet se propaga, reinventar--se é uma questão de sustentabilidade para empresas de serviços postais. Por isso, a exemplo do que tem sido feito em outros correios pelo mundo, a ECT pretende utilizar as participações acionárias para expandir os seus negócios

César Bulcão - Correios

Page 15: Revista Correios 1ª edição

mar/abr 2014 - Revista Correios 15

N o último bimestre de 2013, os Correios anunciaram o início de parcerias inéditas

com o Banco do Brasil e a Valid para participação societária da ECT nas empresas que serão cria-das por essas empresas parceiras. O intuito é aliar sinergias da ECT como a marca, os funcionários e a extensão e capilaridade da rede de agências dos Correios com a exper-tise de empresas líderes em seus segmentos de negócio.

Segundo o presidente dos Cor-reios, Wagner Pinheiro, a estraté-gia alinha a atuação da ECT aos grandes correios do mundo, por meio da diversificação e amplia-ção de negócios com menor risco, garantindo a sustentabilidade da empresa. “São movimentos em que todos irão ganhar: os Correios, que poderão suprir a demanda cres-cente por recursos necessários à universalização dos serviços pos-tais, e o mercado, com impactos positivos para acionistas, clientes, funcionários e a sociedade em ge-ral”, ressalta.

Novo Banco PostalDe um lado, o serviço público de maior credibilidade e capilaridade do país com 350 anos de história. Do outro lado, a maior instituição financeira da América Latina, líder em diversos segmentos do mer-cado. A parceria com o Banco do Brasil, cujo memorando de enten-dimentos foi assinado em 25 de novembro, pretende unir as forças dessas grandes empresas para im-plantar um novo modelo de negó-cios para o Banco Postal.

O BB venceu o leilão pelo Banco Postal em 2011 e começou a operá-lo em janeiro de 2012. Atualmente, a gestão de produtos e serviços é realizada pelo Banco do Brasil e a gestão da rede (pontos físicos) pela

ECT. Além disso, o atual contrato é de apenas 5 anos. A nova parceria tem visão de longo prazo, oportu-nizando o potencial dos negócios advindos com a promulgação da Lei 12.490/2011, que ampliou o campo de atuação dos Correios.

Com a nova parceria, além de continuarem a atuar como corres-pondentes bancários, os Correios terão 50% de participação na em-presa criada. “Vamos ganhar duas vezes, como correspondentes ban-cários da nova instituição e como acionistas, já que receberemos parte dos dividendos da nova em-presa”, destaca o vice-presidente financeiro, Luiz Mário Lepka.

O propósito da parceria é criar uma instituição financeira, com administração realizada pela ECT e Banco do Brasil de forma con-junta, ampliando a oferta de pro-dutos e serviços aos clientes, como cartão de crédito, seguros, linhas de crédito, investimentos, capitali-zação, cartões pré-pagos, consór-cios e outros. O público-alvo são os clientes que ainda têm conta em banco, que hoje são cerca de 55 milhões de pessoas, que movi-mentam mais de R$ 600 bilhões.

Serão também alvo da ofer-ta do novo Banco, clientes atuais dos segmentos do varejo bancá-rio massificado, que encontrem na proposta de valor do novo Ban-co que contemplará simplicidade, confiança, custo e capilaridade.

A intenção é que a nova insti-tuição seja uma empresa de eco-nomia mista em que os Correios e BB tenham participações societá-rias iguais. Os estudos de viabili-dade estão em andamento e só se-rão concluídos após autorizações internas das partes e aprovações regulatórias. A conclusão dos es-tudos deverá ocorrer no segundo semestre de 2014.

Comunicação digitalOutro segmento em que a ECT pre-tende crescer neste ano é o de ser-viços postais eletrônicos. Em parce-ria com a Valid, empresa que atua no ramo de serviços de segurança

Uma pesquisa do Banco Mundial mostrou, em outubro de 2013, a importância dos bancos postais no aumento da autonomia financeira de pessoas de baixa renda. O Banco Postal está presente em mais de 5 mil municípios em todo o País e já abriu 13 milhões de contas, a maior parte das pessoas com rendi-mento até 1 salário mínimo. Em mais de 1,5 mil cidades brasileiras, é a única opção para a realização de serviços financeiros.

Inclusão social

“São movimentos em que todos irão ganhar: os Correios, que poderão suprir a demanda crescente por recursos e o mercado, com impactos positivos para clientes e funcionários .”

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16 Revista Correios - mar/abr 2014

1 Como surgiu a ideia de estabelecer esta parceria?Com a edição da Lei 12.490/11, os Correios passaram a ter em seu ob-jeto a exploração dos serviços postais eletrônicos e foram autorizados a adquirir participações em outras empresas. A busca de uma empresa sólida que pude se associar aos Correios no desenvolvimento desses negócios veio como uma alternativa para a materialização do que foi estabelecido em lei.

2 Houve licitação para selecionar a Valid?Não. Como se trata de um processo de formação de parceria estratégica, em que a capacitação do parceiro é particularmente importante, e não de uma contratação administrativa, houve um processo interno de es-colha. A Valid foi selecionada entre mais de 350 empresas em que foram avaliadas as competências técnicas, comerciais e financeiras. O processo foi feito com a participação da assessoria do Banco do Brasil Banco de Investimentos BB BI, banco especializado em fusões e aquisições.

3 A nova empresa concorrerá com os Correios ou com a Valid?Não, pois a ideia é concentrar na nova empresa o desenvolvimento de novos serviços de comunicação multicanal a serem oferecidos no mercado. A nova empresa atuará, portanto, nesses novos serviços ou na oferta de serviços complementares aos já oferecidos pela Valid e pelos Correios.

1 Existe alguma estimativa de resultado para o novo banco?Sim, existe. Os estudos preliminares realizados apontam viabilidade, atratividade econômica e aderência estratégica para o BB e Correios. Contudo, considerando o sigilo comercial envolvido e os novos estudos aprofundados que serão realizados durante o ano, é prematuro divulgar as estimativas de resultado.

2 A criação de uma sociedade não elevaria os custos do negócio para as partes?O propósito da parceria é desenvolver negócios com públicos que, hoje, não são plenamente atingidos. Trata-se, portanto, de novos clientes e novos negócios sendo realizados. Tendo isso em consideração, os custos inerentes à constituição de uma nova sociedade se justificam à medida que proporcionam retornos condizentes para os acionistas.

3 O BB precisará realizar a cada 5 anos desembolso para a utilização da rede dos Correios?Não. A nova instituição financeira a ser constituída por BB e Correios é quem contrataria os pontos de atendimentos dos Correios.

perguntas sobre o novo Banco Postal

perguntas sobre a parceria com a Valid

em meios de pagamento e identi-ficação em quase todo o País, os Correios pretendem participar, ain-da em 2014, de uma nova empre-sa para atuar nesse mercado, com indicativo de 49% de participação acionária.

De acordo com a vice-presidente de Negócios dos Correios, Morgana Santos, observa-se a estagnação do volume de comunicação impressa no Brasil e uma queda mundial em torno de 4%, de acordo com estudos da União Postal Universal (UPU).

“Esse é um indicador bastante importante para definição de estra-tégias para manutenção dos negó-cios. O objetivo é estarmos prontos para acompanhar esse movimento mundial, com oferta de plataformas de comunicação – físicas e digitais – para os clientes, que sempre terão a opção de escolha sobre a solução que mais lhes atenda. E tudo isso com a credibilidade da marca Cor-reios para as pessoas e empresas que já atuam no ambiente digital, assim como já fazem os grandes players postais do mundo”, sinaliza.

A estratégia da parceria é apro-veitar a experiência da Valid e sua tecnologia para desenvolver servi-ços como e-mail certificado com a marca Correios, além de e-FAC; e-Marketing Direto e outras formas de certificação digital e multicanal. O objetivo é aumentar o nível de se-gurança e gerar um alto valor agre-gado às comunicações eletrônicas para os clientes que as utilizam.

O memorando de entendimento com a Valid, escolhida em processo de seleção, foi firmado em novem-bro de 2013. O acordo encontra-se em fase de avaliações e depende da finalização das negociações entre as partes e de providências adminis-trativas, entre elas a aprovação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). O processo está sendo supervisionado pelo Ministé-rio das Comunicações.

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Nosso negócio

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mar/abr 2014 - Revista Correios 17

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18 Revista Correios - mar/abr 2014

Sustentabilidade

Diz o provérbio indígena que “Somente quando for corta-da a última árvore, pescado o

último peixe, poluído o último rio, as pessoas vão perceber que não podem comer dinheiro”. Conscien-tes da urgência dessa questão, os Correios reafirmaram o compro-misso com a sustentabilidade e lançaram, em dezembro de 2013, o Sistema de Gestão Ambiental dos Correios (SGAC).

O sistema pretende reduzir e/ou mitigar os impactos ambientais mais significativos causados pelas atividades da empresa, buscando atingir um desempenho ambiental correto e a contínua melhoria de seus processos, serviços e produtos.

Além disso, empresas que se preocupam com a sustentabilida-de ganham diferencial competitivo. Atitudes sustentáveis fortalecem a imagem corporativa da empresa e impactam positivamente nas recei-tas. Análise do instituto MDA Pes-quisa, de 2010, constatou que 70% dos clientes dos Correios pagariam mais por serviços “ecoeficientes”, ou seja, serviços qualificados a preços

Sinal Verde para a Sustentabilidade

Sistema de Gestão Ambiental dos Correios pretende conciliar desenvolvimento e

preservação do meio ambiente

O SGAC surge em um contexto em que as mudanças climáticas e os hábitos de consumo da sociedade exigem que as organizações deem o exemplo e assumam o com-promisso com o meio ambiente, por meio de produtos que agridam menos a natureza, veículos com menos poluentes e construções que sejam sustentáveis

competitivos que utilizem menos re-cursos e produzam menos resíduo.

“Com o SGAC, estaremos mais sintonizados com a demanda cres-cente da sociedade, dos nossos clientes atuais e potenciais, de consumir produtos ecologicamen-te corretos”, destacou o presidente Wagner Pinheiro de Oliveira, no evento de lançamento do sistema. Na ocasião, Wagner também lem-brou que o SGAC está alinhado ao Plano Estratégico Correios 2020, que coloca a sustentabilidade como um dos valores empresariais para os Correios serem uma orga-nização de classe mundial.

No setor postal, os Correios são pioneiros em relação à responsabi-lidade ambiental. Na América Lati-na, foi a primeira empresa a aderir ao Programa Global de Redução de Emissão de Carbono no Setor Pos-tal, coordenado pela International Post Corporation (IPC). Com essa atitude, a empresa se comprometeu, durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, Rio + 20, a contribuir com a meta de redução de 20% das

Nos últimos três anos...

A reciclagem de papel e papelão nos Correios

economizou:

77 milhões de litros de água

= ao volume de

31 piscinas olímpicas

e evitou a derrubada de

155 mil árvores

= o equivalente a

124 campos de futebol

Ilustrações: Manoela Marcuzzo - Correios

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mar/abr 2014 - Revista Correios 19

emissões globais de carbono do se-tor postal até 2020.

“Sustentabilidade e negócio não são uma contradição”, disse o presidente do IPC, Herbert-Michael Zapf, que lembrou que atitudes sustentáveis aumentam a credibili-dade da organização, incrementam as receitas e diminuem os custos.

Compromisso de todosSegundo a gerente Corporativa de Responsabilidade Social dos Cor-reios (GRES/DERIN), Fátima Pi-nheiro, é preciso o envolvimento de cada empregado para que o SGAC alcance suas metas. “É necessário

inserirmos sistematicamente a pauta ambiental na cultura da or-ganização para que os empregados consigam perceber a importância da sustentabilidade como diferen-cial competitivo e entender como a empresa trata os impactos ambien-tais advindos de suas atividades postais, de modo a contribuir para um planeta melhor”, afirma .

Integram o SGAC 13 aspectos ambientais definidos como sig-nificativos pela empresa. Esses pontos, que devem ser observados por toda a organização, são os im-pactos que os Correios pretendem controlar ou reduzir e ajudam a nortear as ações para minimizar os danos de suas atividades ao meio ambiente.

Plano de Ações AmbientaisPara compensar os aspectos am-bientais, os Correios lançaram jun-to com o SGAC, o Plano de Ações Ambientais Corporativas. Conheci-do pela sigla PAAC, o conjunto de 33 ações estabelece metas e me-canismos de acompanhamento e gestão propostos pela presidência

1. Consumo de energia elétrica

2. Consumo de água

3. Consumo de papel branco

4. Emissão de CO2

5. Descarte de resíduos sólidos recicláveis

6. Descarte de lâmpadas fluorescentes

7. Descarte de pneus da frota própria

Aspectos priorizados pelo SGAC

8. Descarte de óleos lubrificantes da frota própria

9. Descarte de baterias da frota própria

10. Descarte de resíduos ambulatoriais

11. Descarte de uniformes, malotes e malas postais

12. Descarte de equipamentos de tecnologia da informação

13. Desmonte de postos de combustível internos desativados

e vice-presidências. O Plano priori-za os objetivos e metas ambientais a serem implantados na empresa durante o 1º ciclo. São os compro-missos ambientais firmados pela Diretoria Executiva.

As ações estão organizadas em três frentes - gestão de resíduos sólidos, proteção de recursos natu-rais renováveis e não renováveis e redução de emissão de gás carbô-nico – e são planejadas em ciclos de dois anos, com metas, orçamen-to e formas de monitoramento. O 1º Ciclo compreende o período de 2014 a 2015.

A gestão de resíduos sólidos é uma exigência da Política Na-cional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010) e nos Correios é feita por meio da coleta seletiva de resí-duos sólidos recicláveis, do descar-te adequado de resíduos especiais (pneus, resíduos de serviço de saúde, descarte de lâmpadas fluorescentes, de óleo lubrificante e de baterias de veículos) e dos programas EcoPostal e Coleta Seletiva Solidária.

O incentivo ao consumo cons-ciente de recursos naturais reno-váveis, especialmente de água, energia elétrica e papel, é outra preocupação da empresa. Para isso, os Correios promovem ações de educação ambiental por meio, por exemplo, de selos filatélicos temáti-cos e inclusão de critérios ambien-tais para aquisição de produtos e oferta de serviços ecoeficientes.

Já para reduzir a emissão de gás carbônico, a empresa adota o plantio de mudas, uso de etanol, o uso de veículos elétricos e de vide-oconferências corporativas

O PAAC tem como base diretri-zes nacionais e internacionais de sustentabilidade, como os “Obje-tivos do Milênio”, da Organização das Nações Unidas (ONU), o Guia Operacional da União Postal Uni-versal (UPU), a Norma Brasileira ABNT ISO 14001:2004 e a Política Ambiental dos Correios.

“Atitudes sustentáveis fortalecem a imagem corporativa e impactam positivamente nas receitas.”

Ilustrações: Manoela Marcuzzo - Correios

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20 Revista Correios - mar/abr 2014

A importância de entender o que se faz, por que se faz e para quem se faz

O quebra-cabeça da excelência

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Montagem fotográfica: Hisla, Manoela e Marcos - Correios

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mar/abr 2014 - Revista Correios 21

Até pouco tempo, a maior parte da comunicação escrita trocada entre os bra-sileiros foi realizada por meio das cartas. Quase tudo o que precisava ser contado para alguém que não estava perto che-gava com a ajuda de papel e selos. Em 2002, 7,6 bilhões de mensagens – car-tas, telegramas, não incluídos boletos de cobrança, faturas ou propaganda – ainda eram enviadas por esse meio

D esde então, esse volume caiu. Em 2013, foram 6,9 bi-lhões de mensagens, que no

fim foram somadas a boletos, fatu-ras e propagandas e influenciam na receita da empresa.

Ao mesmo tempo, a empresa cresceu em outros nichos. No mer-cado de livre concorrência, os Cor-reios entregam 40% de tudo que é vendido pela internet no Brasil – e o volume de encomendas do e-commerce cresce a taxas entre 25% e 30% por ano.

Devido às mudanças ocorridas na última década, os Correios vêm trabalhando por uma gestão com qualidade máxima. Por trás disto está uma meta: ser uma empresa de classe mundial. Esse termo, comum no universo empresarial, classifica empresas que estão prontas para competir em qualquer ambiente de negócios. Objetivo traduzido pela necessidade incessante de aperfei-çoamento. Seja para atender me-lhor a sociedade, quer pela neces-sidade de encontrar novos negócios ou para enfrentar os desafios da concorrência.

Para os mais de 124 mil traba-lhadores da empresa, é essencial ver-se como uma parte das ações que transformam as necessidades dos clientes nos resultados que es-tes esperam. Mas também é uma forma de fazer cada empregado enxergar o seu trabalho com um olhar diferente.

Para isso, os Correios têm trata-do a melhoria da gestão – incluída no Plano Estratégico 2020 – como crucial e entre suas finalidades prin-cipais está aumentar a receita, dar uso mais eficaz à despesa e melho-rar a qualidade das suas operações. Como estratégia a empresa adotou o Modelo de Excelência da Gestão (MEG) recomendado pela Fundação Nacional da Qualidade (FNQ), ins-tituição de referência sobre o tema no Brasil, criada por um grupo de

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22 Revista Correios - mar/abr 2014

grandes empresas, preocupadas com a competitividade do País.

Paulo Belém, chefe do Departa-mento de Planejamento Estratégico dos Correios (DPLAN), explica que o plano estratégico da empresa tem como lógica permitir chegar a 2020 melhor do que nunca. E, para esse fim, a implantação do Modelo de Ex-celência da Gestão é entendida como fundamental. “O MEG ajuda a nos prepararmos para as mudanças”.

Baseado nos fundamentos e critérios desse modelo foi criado o Plano de Excelência de Gestão dos Correios (PEG) para incorporar e consolidar por toda a empresa as ações para melhorias propostas pelos órgãos dos Correios e apre-sentado pela FNQ no segundo se-mestre de 2012.

Encontrar o que precisa ser me-lhorado é a outra ponta desse desa-fio. É buscar um olhar mais amplo e sistêmico da empresa, capaz de identificar os processos mais rele-vantes e desconstruir a tradicional divisão por áreas. Para isso, um conceito chamado cadeia de valor está sendo implantado na empresa.

Em geral o dia a dia das pessoas é cheio de tarefas. Cada sequência de tarefas transforma e melhora o que se faz para um objetivo maior que define um processo. O cartei-ro, no momento em que separa as cartas nos Centros de Distribuição Domiciliar (CDDs) ou quando faz as entregas na rua, por exemplo, também segue um processo.

O encadeamento desses e dos outros processos que fazem parte da rotina da empresa formam um “quebra-cabeça” que ajuda a definir

uma cadeia de valor. Ela demonstra como estas partes se ligam no con-junto desses processos e recaem sobre o produto. Mas que se iniciam antes mesmo da venda e vão até depois da entrega ao consumidor (pós-venda), explica José Osvaldo Sobrinho, chefe do Departamento de Inovação Empresarial, Gestão de Projetos e Processos (DINPP).

Por meio dela, além de ver a em-presa como um todo, é possível di-recionar esse progresso. “A cadeia de valor nos ajuda a estabelecer quais são os processos prioritários e onde podem ser melhorados”, completa Paulo Belém.

Segundo Maurício Chaves, con-sultor líder da frente de processos da Falconi Consultores de Resultado, contratada para trazer uma visão ex-terna a esse projeto e propor outras ideias à tarefa de aperfeiçoamento da gestão dos Correios, o desafio é, em cima da necessidade do cliente, entender como valorizar os produ-tos ou serviços da empresa por meio das ações realizadas em cada etapa. Dessa forma, ela ganha vantagem competitiva quando desenvolve suas

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“A cadeia de valor nos ajuda a estabelecer quais são os processos prioritários e onde podem ser melhorados”

Para o chefe do Departa-mento de Planejamento Estratégico dos Correios (DPLAN), Paulo Belém, o plano estratégico permitirá aos Correios chegar a 2020 melhor do que nunca. “O MEG ajuda a nos prepararmos para as mudanças”

Marcos Nunes - Correios

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atividades com melhor desempenho que seus competidores.

Envolvida nessa tarefa, Mônica Luzia Alves Venancio, gerente de processos do DINPP, acrescenta que com a cadeia de valor e o planeja-mento estratégico, os macroproces-sos são desdobrados e descritos até a menor tarefa executada por cada um. Também permite ao empregado entender os motivos pelos quais as realiza, bem como permite a visão de onde ele próprio se encaixa nos pro-cessos da empresa. “As atividades, processos e ações que não possuem vínculos com a cadeia de valor, nem com o planejamento estratégico, pre-cisam ser reavaliados”, diz.

Com isso é possível aumentar a atenção e o cuidado com cada pro-cesso do início ao fim. Das áreas

ligadas diretamente ao negócio – o relacionamento com o cliente, o tratamento das correspondências e das encomendas, os prazos de entrega, por exemplo – às ativida-des de apoio – como financeiras e administrativas.

Conectando ideiasNo entanto, essa visão do conjun-to é o que costuma faltar dentro das empresas. A maioria das pes-soas restringe seu campo de visão à sua área de atuação. Mas com a cadeia de valor, as áreas tendem a

se perceber menos como departa-mentos e mais como partes de um processo, tendo em mente as ati-vidades que agregarão valor para a organização, sem se restringir a quem as executa. Fica mais simples entender que a área administrati-va não atua isoladamente, ou que quando o atendente no balcão da agência recebe uma correspondên-cia, vários processos se encadeiam para que a entrega dela aconteça.

Ao mesmo tempo, um dos ob-jetivos da cadeia de valor é fazer cada um se enxergar nesse contex-to. “É preciso que todos sejam ca-pazes de ver as peças encaixadas e entendam o que precisam entre-gar às outras áreas para garantir o

foco no cliente e o resultado como um todo”, diz Maurício Chaves.

Nessa tarefa de desconstrução dessa visão departamentalizada, os Correios e a consultoria Falconi vêm trabalhando desde o início de 2013, na remodelagem de 25 dos processos de maior impacto dentro dos resultados da empresa. A nova modelagem foi concluída e está em fase de implantação.

Um emprego, vários papéisOs processos seguem fluxos. E a cadeia de valor ajuda a entender que esses fluxos às vezes são re-dundantes, passam por gargalos ou contêm ineficiências. Dessa forma, é possível introduzir ou suprimir

“As atividades, processos e ações que não possuem vínculos com a cadeia de valor, nem com o planejamento estratégico, precisam ser reavaliados”

Segundo Mônica Alves, por meio da cadeia de valor, macroprocessos são desdobrados até as menores tarefas, o que permite ao empregado entender onde se encaixa nos processos

Marcos Nunes - Correios

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um negócio ou um procedimento operacional, caso se perceba que um determinado processo não re-presenta mais ganho competitivo para a empresa.

Nesse contexto, cada emprega-do, seja ele atendente ou analista, executa diversos papéis dentro da empresa. Se uma atividade hoje não faz mais sentido, é possível treinar o empregado para atuar dentro de no-vas atividades que surgirem. “Pode ser que com a melhoria dos pro-cessos, alguns papéis mudem. Mas se a empresa tem eles modelados, torna-se bem mais fácil gerenciar as competências de quem trabalha nela e encontrar novos papéis para eles”, diz Mônica Alves.

Minutos que valem horasUm exemplo concreto de um dos 25 processos críticos cuja cadeia de va-lor foi mapeada trata da distribuição de objetos pelos CDDs e CEEs. Após levantamento dos pontos possíveis

de melhora, foi desenvolvido um projeto que automatiza a geração da Lista de Objetos Entregues ao Cartei-ro (LOEC), um procedimento interno que integra a rotina dos carteiros.

O novo sistema diminuiu o tempo gasto com o tratamento dos objetos registrados nas agências e sua pres-tação de contas. Em resumo, a alte-ração dispensa dos carteiros a tare-fa de escrever o endereço completo de entrega na lista de objetos, além de permitir a impressão dessa lista antes do processo de ordenamento físico da carga. Como no sistema estão cadastrados os endereços que compõem cada local de entrega e a ordem percorrida pelo carteiro, a emissão da lista não depende mais do processo físico de triagem dos ob-jetos, eliminando o gargalo que exis-te no processo atual.

A estimativa é que a LOEC Au-tomática permita que cada carteiro saia de 10 a 20 minutos antes para o serviço de entrega, um impacto significativo quando se amplia es-tes ganhos a todo o País. O projeto piloto está em teste na metade dos CEEs e em oito dos CDDs mais crí-ticos, com previsão de implantação nos demais até agosto de 2015.

O valor da inovaçãoNos últimos anos, a capacidade de inserir criatividade nos processos se tornou um elemento central da estra-tégia de negócio de qualquer empre-sa e o grande desafio dos Correios. Segundo uma pesquisa internacional apresentada em agosto, pela Federa-ção das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), 95% dos executi-vos brasileiros entrevistados estão-convencidos de que inovar é o mais importante para garantir o cresci-mento das empresas. Para 85% deles, é preciso avançar em produtos ou serviços e 71% apostam em criar pro-dutos ou serviços mais sustentáveis.

No entanto, hoje, esse desafio não está restrito aos departamen-tos de pesquisas. O que se percebe

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“Para gerar resultados é preciso liderança. Líderes definindo metas ousadas e puxando o grupo”

Maurício diz que muitas das soluções das quais os Correios precisam já estão dentro da empresa, mas falta execução

Marcos Nunes - Correios

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com facilidade é que quanto maior o número de pessoas pensando criativamente em uma empresa, maior a chance de se colher ideias realmente inovadoras.

É como se nesse quebra-cabeça que interliga a cadeia de valor, o formato tradicional, com apenas uma solução, fosse trocado por um tangram. O quebra-cabeça chi-nês de sete peças geométricas que pode ter diversas soluções.

Mas não é só isso. Maurício acres-centa que para fazer pensar “fora da caixa” é fundamental ter metas desa-fiadoras. “São elas que nos levam a mudar o que se faz no dia a dia e que leva sempre ao mesmo resultado”.

Maurício ainda reforça a neces-sidade de conhecimento técnico – pessoas que dominem o trabalho – e metodológico – formas estruturadas de conduzir o raciocínio em direção à solução. E ressalva que nem sem-pre as melhores ideias ocorrem em um momento mágico de inspiração e podem ser preteridas pelas mais fáceis e rápidas de implementação. “Ideias valiosas também nascem da reorganização de um serviço que simplifica e acelera o atendimento ou da combinação de objetos e con-ceitos já existentes”.

Efeitos X CausasQuando uma pessoa está com febre, toma antitérmico. O antitérmico, to-dos sugerem. Mas a causa da febre muitas vezes é uma inflamação que requer outro remédio. Por meio do método se pretende o mesmo efeito no ambiente corporativo: partir para cima da causa para impedir a reinci-dência do problema e evitar aquela repetição de reuniões para discutir, de novo, o mesmo problema.

Entendidas as causas funda-mentais do problema, o trabalho da equipe deve ser discutir como atacá-lo como um todo por meio dos processos. As soluções podem vir dando sugestões, mas também de dinâmicas de grupo, reuniões de

sensibilização ou ao tentar entender a motivação de cada ação até a cau-sa do problema. Para isso ser possí-vel, o conhecimento é fundamental.

Dito e...?A compreensão de Maurício, da Consultoria Falconi, é de que mui-tas das soluções que podem aten-der à empresa, já estão na própria empresa. O problema é que, muitas vezes, elas não estão implantadas, pois falta execução. “Para gerar resultados é preciso liderança. Lí-deres definindo metas ousadas e puxando o grupo”, diz.

É ela que verifica quem são os que têm perfil mais adequado, os que querem contribuir, sugerir ações mais criativas e executar as ações definidas. Eles são os can-didatos a participar dos grupos de trabalho. Devem ser valorizados e reconhecidos. “As pessoas só não podem ter medo de dar uma ideia. O papel da liderança é criar o am-biente favorável às mudanças”, diz.

E essa concorrência no merca-do de encomendas já impõe novos parâmetros. A Fedex Express, por exemplo, conhecida por seus aviões, também vem incorporando veículos elétricos que servirão para coleta e

entrega urbana nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro.

Essa diferença entre os resulta-dos que se têm hoje, nos Correios, e aqueles que se precisa ter diante do acirramento da concorrência e de uma sociedade que cobra mais resultados, cria a tensão necessá-ria para tirar todos da empresa da zona de conforto.

Maurício lembra que o líder não bate meta sozinho. Ele faz isso por meio da equipe. Mas é ele quem vai direcionar, alinhar, inspirar e esti-mular as pessoas para canalizar esse conhecimento em ações. “O papel do líder é também de execu-ção. É onde se ganha o jogo”.

“As pessoas só não podem ter medo de dar uma ideia. O papel da liderança é criar o ambiente favorável às mudanças”

Relacionamento com o cliente

Logística integrada

Tratamento

TransporteNegócio

Distribuição

Cadeia de valor *

* Funções finalísticas da empresa

A cadeia de valor identifica as ativi-dades da empresa, desde funções de apoio até finalísti-cas, considerando os elos entre processos

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26 Revista Correios - mar/abr 2014

Correios por você

A s negociações entre uma instituição e as representa-ções sindicais dos emprega-

dos não se fazem apenas na data--base da categoria. Elas ocorrem o tempo todo, e representam o bom andamento nas relações entre em-pregado e empregador.

Com este intuito, os Correios implantaram a Mesa Nacional de

Negociação Permanente dos Cor-reios. Os estudos da empresa culmi-naram em um modelo de protocolo para a instituição do processo.

A proposta para instituição da Mesa Nacional de Negociação foi apresentada pelo vice-presidente de Gestão de Pessoas, Nelson Luiz Oliveira de Freitas, no dia 12 de no-vembro, em reunião em Brasília.

O caminho da negociaçãoMesa Nacional de Negociação Permanente representa grande avanço nas relações sindicais da empresa e aponta um novo

rumo nas negociações entre empregados e empresa

Reuniões têm como objetivo co-nhecer as reivindicações pertinentes às relações de trabalho e instituir me-todologias de tratamento de conflitos, buscando alcançar soluções para os empregados e para a empresa

Francisco de Assis - Correios

Nas reuniões, as pautas são discutidas em conjunto, formando um panorama dos assuntos que atingem o empregado

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mar/abr 2014 - Revista Correios 27

Todos os sindicatos e a federação foram convidados a participar para conhecer o modelo.

No segundo encontro, realizado no dia 27 de novembro, todas as cláusulas do documento foram dis-cutidas e o protocolo de criação da Mesa Nacional de Negociação Per-manente foi assinado, na ocasião, por 17 sindicatos e a Fentect.

Foi definida a realização de en-contros nacionais, a cada 15 dias, entre a empresa e as representações dos trabalhadores. Nestas reuniões são tratados os assuntos nacionais pertinentes às relações do trabalho nos Correios.

Também são realizadas, por vi-deoconferência, reuniões para tra-tar dos assuntos regionais, sempre com a presença dos técnicos da Administração Central. Esta é uma reivindicação antiga dos sindicatos.

Essa iniciativa possibilita uma maior proximidade entre a empre-sa e as representações sindicais, melhorando o diálogo e propor-cionando mais transparência. As entidades sindicais também são mais reconhecidas, o que fortalece o Estado Brasileiro e proporciona a melhoria nos serviços prestados pelos Correios.

Debate democráticoNas reuniões são tratados os temas de interesse dos trabalhadores, e a pauta é discutida em conjunto, pos-sibilitando a ambas as partes te-rerem um panorama dos assuntos que atingem diretamente o dia a dia do empregado. Dessa forma, além das contribuições do movimento sindical, podem participar das reu-niões representantes das diversas áreas técnicas da empresa e convi-dados de órgãos externos.

Já foram discutidos temas como a saúde do trabalhador, compen-sação de dias parados pelos em-pregados na campanha salarial, entre outros. Através da assinatura

de acordos, vários avanços foram conquistados como: compensação de dias de greve, anistia e acidente de trânsito

Para se ter ideia, nas reuniões realizadas até o fechamento desta edição, 10 acordos foram assinados, incluindo o protocolo de instituição.

Os sindicatos que ainda não as-sinaram o protocolo podem fazê-lo a qualquer momento, garantindo que os acordos assinados sejam es-tendidos aos empregados de suas bases sindicais.

As novidades sobre a negociação permanente e os acordos assinados estão disponíveis no Blog dos Cor-reios, seção Negociação Permanente.

Acordos assinados

Data Acordo

27.11.2013

• Protocolo de Instituição da Mesa Nacional de Negociação Permanente dos Correios

• Acordo para compensação de horas não trabalhadas, em razão de greves ocorridas na ECT durante as negociações do Acordo Coletivo de Trabalho 2013/2014

11.12.2013

• Termo Aditivo ao Acordo de compensação de horas não trabalhadas, em razão de greves ocorridas na ECT durante as negociações do Acordo Coletivo de Trabalho 2013/2014

• Acordo para compensação de horas não trabalhadas, no ano de 2013

• Acordo para manutenção da Assistência Médica para Dirigentes Sindicais liberados sem ônus para ECT

• Acordo sobre responsabilidade civil em acidentes de trânsito

12.12.2013 • Acordo referente à Anistia com base nas Leis 8.632/93, 8.878/94 e 11.282/2006

15.01.2014• Acordo sobre a concessão do Vale Cesta Extra para os em-

pregados afastados sem ônus para a ECT, como Dirigente Sindical integrante da Diretoria do Sindicato

28.01.2014

• Acordo para o fornecimento de manuais aos sindicatos signa-tários e à federação legalmente constituída que assinaram o protocolo da Mesa Nacional de Negociação Permanente dos Correios

29.01.2014 • Acordo para a manutenção do AADC para a empregada ges-tante na atividade de Carteiro

Dissídio ColetivoDissídio coletivo é o processo no qual o poder judiciário recebe a missão de solucionar um conflito coletivo de trabalho. No caso dos Correios e seus trabalhadores, a ação é ajuizada no Tribunal Su-perior do Trabalho, e compete aos ministros do tribunal decidir as questões que não foram soluciona-das por meio de Acordo Coletivo de Trabalho.

A empresa e as representações dos trabalhadores não fecham um Acordo Coletivo desde 2011. A ex-pectativa é de que a Mesa, entre outros avanços, facilite o fecha-mento do acordo.

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28 Revista Correios - mar/abr 2014

Gente que faz

F ormada em Tecnologia da Informação, a fluminense de Marechal Hermes, que veio

para Brasília aos três anos, encon-trou na literatura uma de suas pai-xões. O encanto pelas letras, mais precisamente pela prosa, surgiu na adolescência, e, provavelmente, vem do seu DNA.

O pai, que também escrevia po-esias, estimulava brincadeiras com o dicionário.”Meu pai gostava mui-to de ler. Em 2012, quando fui em-possada na Academia de Letras do Brasil,ele foi meu patrono”.

Mais conhecida como Nena, a analista de sistemas também atribui o apelido que ganhou na infância ao pai. “Ele sempre teve essa alma de artista e sentia que eu também iria seguir esse caminho”, lembra.

A intuição do pai estava certa. Nena já publicou três obras desde 2008. A última, “Ô, Coisa Boa!”,

Todas juntas em um só serEscritora premiada, atleta e protetora dos animais, conheça Nena, analista de sistemas dos Correios

Vinte e quatro horas parecem poucas para as várias mulheres que encarna. Não por acaso, seu nome é sinô-nimo de luz. Ana Lúcia de Medeiros, analista de sistemas dos Correios há 15 anos, é mesmo uma iluminada e em diferentes áreas

lançada em junho deste ano, reú-ne contos inspirados no cotidiano. O texto que dá origem ao título da obra surgiu a partir de um episódio compartilhado pelas amigas.

A escritora já arrebata prêmios literários. Em 2010, conquistou o 1º Lugar na Categoria Humor do 6º Desafio Literário da Câmara dos Deputados. No ano seguinte, ficou em 1º Lugar nas Categorias Contos e Conto Infantil e 2º lugar nas cate-gorias Cartas e Poesia. O sucesso, no entanto, não surpreende a ana-lista. “Todos nós somos escritores, porque temos necessidade de con-tar algo. A diferença é que faço isso no papel”, diz com modéstia.

Além de crônicas, contos e poe-sias, Ana também é compositora de músicas e ainda escreve para o jor-nal Alô, Brasília há quase dois anos.

No periódico, a escritora assi-na crônicas onde costuma refletir

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“Todos nós somos escritores, porque temos necessidade de contar algo. A diferença é que faço isso no papel”

sobre política, mulheres e animais. Os bichos, aliás, são outra devoção. “Comecei a adotar há quatro anos. Hoje já são dezoito cachorros lá em casa”, diz a escritora que tem um grupo chamado “Ação Animal DF”, cujo objetivo é arrecadar fundo para ajudar outros protetores de animais.

Para quem cansou só de imagi-nar a rotina da analista de sistemas escritora e protetora de animais, ela não para por aí. “Comecei a jogar tênis por influência do meu marido há quinze anos”. Nena foi campeã do Campeonato de Tênis dos Correios, na fase regional, da Administração Central em 2005, 2010, 2011 e 2012, e vice-campeã na fase nacional do campeonato em 2010.

Na empresa, Ana também bata-lha pelo reconhecimento da litera-tura. Em 2013, ela e o colega Elias Daher, também analista de siste-mas dos Correios e presidente do Sindicato dos Escritores do DF (Sin-descritores) sugeriram a criação do Concurso Literário dos Correios 350 anos. A ação foi implantada e pre-miou os três primeiros lugares de cada categoria – causo ou poesia –, que receberam além de dinheiro, um troféu e publicação da obra.

E, como se não bastassem tan-tas atividades, os planos não ter-minam. “Mais um livro de contos está pronto e há material para um livro de poesias, um infantil, um de crônicas e outro de contos. Tam-bém tenho vontade de fazer uma coletânea sobre animais”. A julgar pelo talento e disposição da ana-lista, os projetos têm tudo para ser um sucesso.

Quer saber mais?www.nenamedeiros.com

A analista de sistemas, Nena Medeiros, e suas obras

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30 Revista Correios - mar/abr 2014

Esportes

O ano de 2013 foi mesmo o de Bruno. O mineiro alcançou uma marca nunca antes re-

gistrada na história de duplas do tênis brasileiro: tornou-se o melhor duplista de todos os tempos com a terceira colocação no ranking indi-vidual da ATP. Com essa posição, superou a marca que era de Cássio Motta, número 4 do mundo há 30 anos. Atualmente, a dupla de Bruno Soares é o austríaco Alexander Peya.

A paixão pelo tênis começou cedo. Brasileiro, filho do mundo, Bruno teve que aprender a lidar com mudanças desde criança. Por conta da profissão do pai, sua fa-mília costumava mudar-se de país com frequência. Mas em todos os lugares onde residiam, procuravam manter o hábito de frequentar clu-bes de tênis. Foi em uma dessas ocasiões, que o duplista teve sua primeira experiência com a mo-dalidade. Aos cinco anos, pediu ao pai para matriculá-lo na escola de tênis e não largou mais o esporte.

Claro, que nessa época o intuito era brincar e se divertir. Mas, desde o cedo, o garoto demonstrou que tinha talento. Aos oito anos, voltou a morar em Belo Horizonte, cidade onde nasceu, e começou a compe-tir em campeonatos mineiros. Já no início da adolescência, o tênis foi tornando-se coisa séria. “Com uns 14 anos, eu comecei a ver o tênis com outros olhos. Procurei enten-der melhor esse mundo e pensava:

quem sabe um dia eu não me torne um jogador profissional!”, lembra o tenista.

Com ares de nostalgia, o du-plista recorda o que, para ele, fora o torneio mais inesquecível dessa época. Aos 15 anos, perdeu vários jogos em um circuito sulamerica-no. Aborrecido, Bruno chegou em casa convicto de que deveria tentar o torneio mais um vez. Por meses, ficou treinando, focado na chance de fazer diferente. E fez. “Voltei no ano seguinte e conquistei duas eta-pas. Mas, a primeira, no Equador, foi quando provei a mim mesmo que valeu a pena toda a ralação”, conta orgulhoso.

Quando terminou o ensino mé-dio, recebeu vários convites para jogar como universitário nos Es-tados Unidos, contudo a meta era se tornar profissional em seu país. Em Novo Hamburgo (RS), começou uma parceria com Fernando Roe-se, considerado um dos melhores treinadores do Brasil. “Não ir para

A vez deBruno Soares

No país do futebol, ele escolheu ser tenista. A bola até chegou a fazer parte da sua infância, mas a vida reservava outra paixão: as raquetes. Hoje, a escolha faz todo o sen-tido. Aos 31 anos, Bruno Soares tornou-se o melhor tenista de duplas no ranking mundial da Associação de Tenistas Profissionais (ATP)

Patrocinado pelos Correios, o atleta se tornou o melhor tenista em duplas da história do Brasil

Bruno Soares: desde 1983, um brasileiro não alcançava destaque tão expressivo no ranking da ATP

Melhor atleta de 2013modalidade tênis na 15ª edição do Prêmio Brasil Olímpico.

Melhor tenista de 2013Revista Prêmio Sport Life e Prêmio Tênis 2013.

Melhor duplista masculino pelo segundo ano consecutivo - Prêmio Tênis 2013.

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Bruno Soares: desde 1983, um brasileiro não alcançava destaque tão expressivo no ranking da ATP

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os Estados Unidos, foi uma decisão muito difícil, mas minha família sempre me ajudou nessas horas e torceu muito por mim desde o iní-cio”, completa o tenista.

Bruno é profissional desde 2001, porém disputa pela ATP desde 1999. A afinidade com a di-nâmica do jogo em dupla logo se mostrou mais forte. “Mesmo fazen-do a minha programação baseada no simples, não deixei de jogar em dupla porque sempre gostei muito. Percebi que meus melhores resul-tados foram nessa categoria e pas-sei a priorizá-la”, recorda.

SuperaçãoAinda em 2005, a vida impôs um desafio a Bruno. Uma lesão no jo-elho esquerdo o afastou das qua-dras por dois anos. Pela primeira vez, o atleta se preocupou com o futuro de sua carreira. “Confesso que houve incertezas. Chegou um período do meu tratamento que eu já não sabia se teria condições de

voltar, mas nunca pensei em pa-rar”, lembra.

Quando soube pelo médico que existia uma possibilidade de voltar às quadras, ele decidiu lutar. “Essa foi a hora da superação. Quando percebi que existia uma pequena centelha de esperança de voltar, trabalhei com foco”, revela. Para Bruno, o acontecimento teve seu lado positivo, pois foi também, nes-se momento, que ele decidiu dar novo rumo à carreira e se tornar um duplista.

De volta às quadras em 2007, o mineiro subiu degraus a passos largos. Venceu diversos campeo-natos como o Aberto de São Pau-lo de Tênis, chegou à semifinal de Roland Garros e às quartas-de-fi-nal do US Open. Além disso, con-quistou seu primeiro ATP de duplas em Nottingham, torneio de grama preparatório para Wimbledon. Em 2013, o melhor da carreira do te-nista, venceu seis torneios, com destaque para o Masters 1000 do

Canadá. Também foi finalista em mais cinco competições, entre eles o Aberto dos Estados Unidos. Com essa campanha, o brasileiro alcan-çou, então, o segundo lugar na lista de duplistas da ATP.

“Bruno é muito técnico, talento-so e versátil. Joga bem em todos os setores da quadra e tem a devolução do saque como diferencial. Tam-bém é corajoso e, quando a partida aperta, faz as melhores jogadas. É querido dentro e fora dos circuitos. O sucesso não mudou seu jeito de ser”, diz o atual treinador, Roberto Moraes, que também é amigo do campeão desde a infância.

Pé no chãoBruno reconhece a dificuldade e a responsabilidade de estar entre os melhores. Por isso, um dos objeti-vos de 2014 é manter o ritmo. “O ano de 2013 foi excelente, então, a ideia é trabahar para continuar entre os melhores”, afirma. O bra-sileiro tem o sonho de ganhar um título de Grand Slam e alcançar o primeiro lugar do ranking da ATP.

“Antes de tudo, precisamos manter o trabalho, não relaxar. Por enquanto, está dando tudo certo. Pretendo jogar por muitos anos, até as Olimpíadas de 2020. Esse é meu grande objetivo”, conta o duplista.

De olho no futuro, o atleta está cursando faculdade. Quando não está em viagem para torneios, o atleta concilia 6 a 7 horas de trei-namento com provas, apostilas e leituras. “Depois que me aposentar das quadras, quero tentar uma car-reira na área de Marketing voltada ao universo do tênis”.

Mas Bruno faz questão de re-forçar que tem muita lenha para queimar nas quadras. “Ainda te-nho muitos títulos e sonhos para conquistar”.

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32 Revista Correios - mar/abr 2014

Viver bem

P ara os mais de 60 mil cartei-ros dos Correios, caminhar faz parte da rotina de trabalho.

Durante a percorrida, cada empre-gado anda cerca de sete quilômetros diariamente. Segundo o médico do trabalho dos Correios, Florencio Sin-zato, o exercício é um bom remédio para a saúde do corpo e da mente.

“O exercício melhora o sistema circulatório, auxilia no controle da obesidade e pode atuar como uma válvula de escape para as tensões e estresses do dia a dia”. Contudo, o médico ressalta que, especialmente no caso dos carteiros, o exercício exige cuidados para evitar prejuízos à saúde.

Por isso, os Correios se preocu-pam com a melhoria constante dos

A caminhada nossa de cada diaEla controla a pressão, diabetes, afasta a depressão e ainda emagrece

Um exercício barato, que pode ser feito a qualquer horá-rio e não exige habilidade. Essas são algumas das vantagens da caminhada, a atividade física democrática, indicada para crianças, idosos, obesos e gestantes pelo baixo nível de im-pacto nas articulações e baixa ocorrência de acidentes

Para entregar diariamente cerca de 35 milhões cartas e encomendas em todo o País, os mais de 60 mil carteiros dos Correios andam, por dia, em torno de 300 mil quilômetros, mais de sete voltas no planeta Terra.

Curiosidade

22ª Caminhada Para Uma Vida Saudável em Brasília: incentivar os empregados a praticarem atividade física é uma preocupação dos Correios

Thiago Santos - Correios

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mar/abr 2014 - Revista Correios 33

“A caminhada melhora o sistema circulatório, auxilia no controle da obesidade, além de aliviar tensões e estresses do dia a dia.”

itens de proteção e conforto dos carteiros. Além de fornecer protetor solar e uniforme acompanhado de boné e tênis apropriados, a empre-sa atende as recomendações rela-cionadas ao peso e à ergonomia da bolsa e ao limite de carga para as mulheres.

Dados da área de medicina do Trabalho, na Administração Central, apontam que a incidência de desgas-tes físicos, de natureza osteomuscu-lar, é frequente entre os carteiros. Por outro lado, a incidência de doen-ças mentais é muito baixa, compa-rado com as demais profissões.

“Isso pode estar relacionado ao reconhecimento desses profissio-nais nas comunidades em que atu-am. Embora seja um trabalho des-gastante, durante a caminhada eles costumam receber em troca muitos carinhos, sorrisos e palavras aco-lhedoras”, ressalta Sinzato.

Para os que, ao contrário dos carteiros, trabalham a maior parte do tempo sentado, vale a pena in-cluir a caminhada na rotina. Quanto mais regular a prática maiores os re-sultados. “Os benefícios são muitos e saber aproveitar uns minutos do dia para buscar qualidade de vida é importante para a saúde de todos. Qualquer tempo é melhor que zero”, orienta o doutor Sinzato.

Se ainda faltam motivos para começar a caminhar, a Revista Cor-reios reuniu 7 benefícios que esse há-bito pode fazer por você. Confira no quadro ao lado e movimente-se.

1. Controla a pressão arterialUm estudo feito pela USP, de Ribeirão Preto, provou que caminhar durante aproximadamente 40 minutos é capaz de reduzir a pressão arterial durante 24 horas após o término do exercício.

2. Combate a osteoporoseO impacto dos pés com o chão facilita a absorção de cálcio, deixando os ossos mais resistentes.

3. Afasta a depressãoQuando uma pessoa começa a praticar exercícios, o corpo libera uma quantidade maior de endorfina, hormônio produzido pela hipófise, responsável pela sensação de alegria e relaxamento.

4. Aumenta a sensação de bem-estarPesquisas mostram que aqueles que se envolvem em caminhadas ao ar livre apresentam efeitos positivos em relação ao humor e à autoestima.

5. Deixa o cérebro mais saudávelUm novo estudo da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, mostra que o efeito antienvelhecimento do exercício pode ser possível também em relação ao cérebro, ao aumentar seus circuitos e reduzir os riscos de problemas de memória e atenção.

6. Aumenta a disposiçãoA caminhada durante o dia faz com que o nosso corpo tenha um pico na produção de substâncias estimulantes, que deixa o corpo mais disposto. Somado a isso, a caminhada melhora a qualidade do sono de noite.

7. Previne a diabetesA insulina, substância que é responsável pela absorção de glicose no corpo, é produzida em maior quantidade durante a caminhada, já que a atividade do pâncreas e do fígado são estimuladas devido à maior circulação de sangue.

7 benefícios da caminhada para o corpo e a mente

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34 Revista Correios - mar/abr 2014

C onhecido como o deserto brasileiro ou deserto das águas, o Parque Estadual do Jalapão se trans-formou em um destino turístico procurado por

quem busca aventura e contato com a natureza. Os 34 mil km² de paisagem árida, envolvendo oito municípios, são cortados por uma imensa teia de rios, riachos que formam piscinas naturais de água transparente e po-tável. A região é uma das poucas paisagens nacionais que se mantém quase imune ao avanço da civilização, com menos de um habitante por quilômetro quadrado.

No coração do Brasil, pulsa um paraísoDunas, piscinas de água cristalina, capim que nasce dourado. O Jalapão, no Tocantins, é uma das mais inusitadas paisagens do País

Em uma das cenas do filme Deus é brasileiro, comédia dirigida por Cacá Diegues, o personagem Taoca (Wagner Moura) pergunta: “E onde fica esse...Jalapão?”. Ainda pouco conhecida, a região localizada ao leste de Tocantins, ganhou visibilidade ao servir de cenário para a gravação do reality show norte-americano Survivor, em que competidores são levados para um lugar inóspito e desafiados a sobreviver. Suas dunas alaranjadas também fazem parte da rota do Rally Internacional dos Sertões, a maior corrida off-road da América Latina

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Quem se aventura por lá en-contra ambientes antagônicos: du-nas de areia vermelha, rios, lagos e cachoeiras; vegetação rasteira similar às savanas, árvores retorci-das e rochas do cerrado. A maior e mais imponente cascata da região é a Cachoeira da Velha, alimentada pelo Rio Novo, também chamada de “mini-cataratas do Iguaçu” pela po-pulação local. Apesar de sua exube-rância, não é possível tomar banho nela, pois a força de suas águas é tamanha que chega a criar uma fu-maça de garoa em sua volta.

Mais 150 metros de caminhada e o visitante se depara com outro cenário encantador: águas calmas, cercadas por areia fina e matas de galeria. É a Prainha da Cachoeira da Velha. O lugar é propício para

o camping e, claro, para nadar nas águas mansas, principalmente sob os 30ºC - temperatura constante durante o ano.

Em outra margem do Rio Novo, é comum a prática de atividades como o rafting (equipes que des-cem em corredeiras utilizando bo-tes infláveis e equipamentos de segurança) e o rapel. Mas também há espaço para outros esportes ra-dicais, como a canoagem, o boia--cross (descida pelas corredeiras do rio em boia individual), e o acquari-de (no qual o esportista desce o rio de bruços em cima da boia). Quem pensa que isso é coisa de aventu-reiro experiente e que sabe nadar, se engana. Para praticar a maio-ria dos esportes basta estar mu-nido dos acessórios de segurança

disponibilizados pelas agências de turismo.

Um pouco mais adiante, está o ponto turístico que mais causa es-panto: o Fervedouro do Alecrim, a 40 km do município de Mateiros. Ele fica escondido como um oásis. Em meio à vegetação fechada, en-tre brejos e riachos e cercado por bananeiras, surge um lugar de rara beleza e caraterística intrigante. Ao centro, um poço azul transparente com águas que brotam das areias claras. Ali o banhista, por mais que se esforce, não consegue afundar. O corpo fica leve e boiando sobre a água. Esse fenômeno é chamado de ressurgência hídrica.

Cartão postal da região, a Ser-ra do Espírito Santo pode ser vis-ta de muito longe, na vastidão de

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O Éden de Tocantins: 1- Cachoeira da Velha; 2- dunas do Parque do Jalapão; 3- Cachoeira da Formiga; 4- Fervedouro

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36 Revista Correios - mar/abr 2014

Quando irÉ possível visitar o Jalapão em qualquer época do ano. Todavia, entre maio e setembro quase não chove e o céu estará mais limpo, proporcionando paisagens incríveis. Nesta época, os dias são quentes e as noites, frescas.

Como chegarA não ser que se tenha um carro com tração 4x4, a melhor opção são os pacotes que empresas de turismo da região oferecem. Da cidade de Palmas, segue-se 64 quilômetros pela rodovia até Porto Nacional, e depois 116 quilô-metros até Ponte Alta, considerada a entrada do Jalapão, onde começam as estradas de terra.

Onde dormirAlém de pousadas, existem agências de viagens que oferecem tendas para até duas pessoas com cama e banheiro individual. A ideia é manter a integração máxima com a natureza. É tudo muito simples, mas agradável.

O que levar• Lanterna média com pilhas extra• Tênis ou bota para caminhada• Camiseta de manga comprida (para

proteção solar) • Agasalho, pois a temperatura cai à

noite (período de maio a setembro)• Protetor solar e chapéu • Repelente Informação útil: celulares não funcionam e não há orelhões. Há telefonia por satélite, disponível em alguns poucos estabelecimentos.

Como enviar seus postaisEm Jalapão, há três agências dos Correios localizadas em:• Ponte Alta - Rua 6 S/Nº Setor Central• Mateiros - Av. Maranhão, quadra

23, lote 12 – Setor Central• São Félix do Tocantins - Av.

Teotônio Segurado, qd 36 lote 03, S/Nº - Setor Central

cerrado. Com 800 metros de altura e 22 quilômetros de comprimento, a superfície da chapada é plana, semelhante a uma mesa gigante. No mirante da serra, é possível se ter uma visão privilegiada de toda a região. Ali é parada quase obri-gatória para apreciar as paisagens e horizontes do Jalapão.

Aos pés da serra, ficam as du-nas, uma das locações escolhidas para o filme Deus é Brasileiro. Com mais de 30 metros de altura, é o lu-gar perfeito para apreciar o pôr-do-sol. Resultado da erosão, por milha-res de anos, das rochas da Serra do Espírito Santo, a areia das dunas é de cor laranja-avermelhada devido à presença de óxido de ferro.

O mar virou sertãoCom tanta areia e água doce, nin-guém imagina que o Jalapão foi mar. As evidências são os fósseis encon-trados na região há mais de 25 anos. Aproximadamente 300 milhões de anos atrás, a Terra começou a sofrer mudanças climáticas e atmosféri-cas, o mar passou a se afastar e aca-bou formando um rastro de riqueza biológica. Hoje, tudo que se vê é um imenso espaço moldado pelo tempo, águas e ventos. É o Jalapão pulsando vida e encantamento.

Nem tudo que reluz é ouro. Pode ser capim dourado. Abundante na região, a matéria-prima é fonte de renda da co-munidade de Mumbuca, próxima a um dos municípios de Jalapão – Mateiros. A comunidade utiliza a planta para criar peças de artesanato como pulseiras, brincos, chaveiros, bolsas, cintos, vasos, peças de decoração entre outros.

O capim dourado floresce no decorrer do ano, mas, por determinação de lei, os artesãos podem colhê-lo somente entre 20 de setembro e 20 de novembro. No es-tado do Tocantins, há regulamentos que proíbem a saída do material in natura da região, ou seja, somente saem da região as peças já produzidas pela comunidade lo-cal, preservando assim a sustentabilidade

O ouro de Jalapão

Qual destino você quer ver na próxima Revista Correios?Envie para [email protected]

ambiental, social e econômica do local.A arte de trançar o capim dourado é

herança dos índios Xerentes. Feita a co-lheita, as mãos das artesãs jalapoeiras torcem e costuram as hastes com fibra ou seda do olho do buriti. Descendente de escravos, a comunidade não chega a 200 pessoas. Lá, homens e mulheres têm funções bem definidas. Os homens plantam para o consumo da família, en-quanto as mulheres colhem a produção e preparam farinha, além, de atuarem como artesãs.

Por sua importância e beleza, os Correios farão uma homenagem ao capim dourado com o lançamento de um bloco com três selos previsto para o mês de maio deste ano.

Fotos: Wikimedia Commons

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Peças feitas em capim dourado: arte de trançar é herança dos índios Xerentes

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mar/abr 2014 - Revista Correios 37

Almanaque

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38 Revista Correios - mar/abr 2014

Almanaque

Os Correios lançaram uma série de selos comemorativos das cidades-sedes da Copa do Mundo de 2014. A arte dos selos foi desenvolvida a partir dos cartazes oficiais de divulgação de cada uma das 12 cidades. A técnica utilizada foi computação gráfica, com arte-finalização de Daniel Effi. Com tiragem de 600 mil selos, as peças podem ser adquiridas nas agências dos Correios, na loja virtual e na Central de Vendas por R$ 1,20 cada.

A Copa em selos

5 de março DIA DO FILATELISTA Há mais de um século e meio, o hábito de colecionar selos e materiais relacionados, como carimbos e blocos, atrai grande número de aficionados. No Brasil, o dia desse colecionador, denominado filatelista, celebra-se no dia 5 de Março desde 1969. Neste dia e mês de 1829, D. Pedro, decretou a organização dos Correios do Brasil, definindo tarifas e outras questões organizativas. Mas a decisão de tornar essa data comemorativa ocorreu somente em 1969, em São Paulo, durante congresso organizado pela Comissão Estadual de Filatelia.

Etimologia Filatelia – A palavra é formada pelo prefixo grego philos, que significa “amante, aquele aprecia”, e pelo sufixo atelia cujo sentido é o de “marca”, “selo”.

1.000.000Esse é o número de peças no

acervo do Museu dos Correios, em Brasília, sobre a centenária história

postal do Brasil.

Correios em números

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mar/abr 2014 - Revista Correios 39

Recorte o Tangram desenhado nesta página, embaralhe as peças e remonte o quadrado, sem as sobrepor. Mas não se limite apenas a esse formato. Um dos seus desafios é dis-tribuir e juntar as peças em posições diferentes para criar uma infinidade de figuras: há mais de 1,5 mil formas pos-síveis! Desse modo, o desafio se renova e não há respostas erradas, mas maneiras criativas de pensar as soluções.

Agora é com você!

Recorte as peças acima seguindo a linha pontilhada

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40 Revista Correios - mar/abr 2014