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Judeus que amaram a Revolução ANO LIV | Nº 616 | JUNHO 2013 | SIVAN/TAMUZ 5773

Revista Hebraica - Junho 2013

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Page 1: Revista Hebraica - Junho 2013

Judeus que amaram a Revolução

jun

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2013

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Rev

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Heb

raic

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ANO LIV | Nº 616 | JUNHO 2013 | SIVAN/TAMUZ 5773

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palavra do presidente

Contra o antissemitismoHá dois anos, o Congresso Mundial Judaico (CMJ) realizou seu encontro anual em Caracas e dele participaram representantes de dezenas de países, além dos presidentes das confederações continentais. A reunião na Venezuela tinha uma explicação: havia cada vez mais, e fortes, ma-nifestações antissemitas em parte de alguns setores do governo do então presidente Hugo Chá-vez, e a presença de lideranças judaicas de todo o mundo poderia servir como elemento ini-bidor de algum possível surto antissemita. Hugo Chávez recebeu os dirigentes judaicos e qua-se não se ouviu mais falar de antissemitismo naquele país, além de um sentimento residual de ódio aos judeus que sempre permanece latente.Em maio, a fórmula se repetiu, desta vez na Hungria, onde atualmente vivem cerca de 120.000 judeus em uma comunidade que se recompôs depois dos massacres da Segunda Guerra, e por-que eram cada vez mais insistentes as manifestações antissemitas que passaram a se abrigar sob a aparente capa de legalidade de partidos de extrema-direita.A realização do encontro em Budapeste, durante quase uma semana, obrigou a que o primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán, convidado à abertura do evento, declarasse publicamente que o “antissemitismo é inaceitável na Hungria e nossa tolerância com isso é zero”. Apesar disso, a extrema-direita se exibiu por Budapeste com slogans discriminatórios, logo no primeiro dia da reunião do Congresso.Isso mostra, mais uma vez, que, portanto, agiu bem o Congresso Mundial Judaico ao tomar a iniciativa de cortar pela raiz qualquer tentativa de a velha cantilena de racismo, discriminação e intolerância em relação a minorias e aos outros ressurgir naquela região da Europa – onde a perseguição aos judeus sempre fez parte dos usos e costumes da população.No Brasil, sim, a tolerância institucional com o antissemitismo é, de fato, zero. O país tem, há mais de uma década, uma das legislações mais duras contra quem quer que avance o sinal nes-te quesito, e todos os níveis de governo têm demonstrado isso quando celebram anualmente, em janeiro, o Dia Mundial em Memória das Vítimas do Holocausto.Ainda em Budapeste: participaram ativamente dos debates o presidente do Congresso Judaico Latino-Americano Jack Terpins; o presidente da Confederação Israelita do Brasil Cláudio Lot-tenberg e Guiora Esrubilsky atual presidente da União Mundial Macabi, que foi eleito vice-pre-sidente do Congresso Mundial Judaico.Uma linha une Jack, Cláudio e Guiora: os três foram muito atuantes e praticamente se forma-ram dirigentes comunitários na Hebraica, e Jack foi seu presidente (1990-1993), o que é revela-dor da importância da Hebraica como uma espécie de escola de líderes, ao mesmo tempo em que se mantém vigilante e atuante na intolerância à discriminação e ao racismo. Aliás, há dois meses, a Hebraica recebeu a visita do embaixador da Hungria no Brasil, Csaba Szíjjártó, e as-sessores, que reafi rmou seu apreço à comunidade judaica.

UMA LINHA UNE JACK TERPINS, CLÁUDIO LOTTENBERG E GUIORA ESRUBILSKY: OS TRÊS PRATICAMENTE SE FORMARAM DIRIGENTES COMUNITÁRIOS NA HEBRAICA, E JACK FOI SEU PRESIDENTE (1990-1993), O QUE É REVELADOR DA NOSSA IMPORTÂNCIA COMO UMA ESPÉCIE DE ESCOLA DE LÍDERES

Shalom Abramo Douek

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HEBRAICA | JUN | 2013

5

6Carta da Redação

8Destaques

do Guia

A programação de

junho e julho

13cultural + social 14Let’s Dance

Noite de revival no

Espaço Adolpho

Bloch

16Dança

Aprenda a dançar

todos os ritmos no

novo curso

18Dia das mães

Ofi cina de

cupcakes reuniu

duas gerações

19Hebraica

Meio-Dia

Música gratuita

para todos os

gostos

20Gourmet

Mais uma viagem

ao país das

lembranças

22Galeria de arte

Lana Ascer e as

cores vibrantes de

Parati

24Biblioteca

Clube da Leitura já

reúne três grupos

de associados

26Maratona Acesc

Oportunidades

para quem quer

mostrar o talento

28Coluna um /

comunidade

Os eventos mais

signifi cativos na

cidade

36Fotos e fatos

Os destaques do

mês na Hebraica e

na comunidade

43juventude

44Visita

O soldado

israelense Gilad

Shalit foi recebido

no Centro Cívico

46Centro juvenil

hebraikeinu

Ofi cinas iniciam

as crianças na arte

teatral

47Jovens sem

fronteiras

Vice-presidente do

Corinthians falou

no Teatro

Anne Frank

48Fotos e fatos

Os destaques das

ultimas semanas

51esportes

52Handebol

Modalidade

exporta talentos

para a seleção

brasileira

54Judô

Parceria com

a Unibes

recebe apoios

entusiásticos

56Curtas

Ginástica, polo

aquático e

basquete nos

destaques do mês

59magazine

60Capa | Judeus

revolucionários

Os judeus que

mudaram a face do

mundo

70Polêmica

Afi nal de contas,

quem merece

aparecer nas

cédulas de

shekalim

72Ecologia

Israel mostra

como lidar com

o descarte de

resíduos

76Ideias

O que a esquerda

anglo-americana

tem a ver com o

Islã?

80História

Para derrubar

os mitos sobre o

antológico “êxito

judaico”

86Costumes e

tradições

O folclore do

imaginário dos

shtetls

88Cinema

A incursão dos

irmãos Coen no

mundo da

folk music

89Medicina

Angelina Jolie e

a mastectomia

preventiva

90A palavra

Palestina ou Eretz

Israel? Entenda a

diferença...

9210 notícias

As notícias

mais quentes

da sociedade

israelense

94Leituras

Os destaques do

mês no mercado

das ideias

96Música

Onze lançamentos

imperdíveis, do

popular ao erudito

98Com a língua e

com os dentes

Entenda porque

São Paulo tornou-

se o templo da

gastronomia

100Ensaio

Quais os próximos

cenários da guerra

civil na Síria?

103diretoria

104Acesc

Jantar reuniu

representantes de

clubes paulistanos

106Lista da Diretoria

Saiba quem são os

seus representantes

no Executivo

120Lista de

conselheiros

Confi ra a lista dos

seus representantes

no Executivo

122Conselho

A importância da

comunicação no

nosso dia-a-dia

52

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4

sum

ário

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14

HEBRAICA | JUN | 2013

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HEBRAICA | JUN | 2013

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OS CONCEITOS EMITIDOS NOS ARTIGOS ASSINADOS SÃO DE INTEIRA RESPONSABILIDADE DOS SEUS AUTORES, NÃO RE-PRESENTADO, NECESSARIAMENTE, A OPINIÃO DE DIRETORIA DA HEBRAICA OU DE SEUS ASSOCIADOS.A HEBRAICA É UMA PUBLICAÇÃO MENSAL DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA “A HEBRAICA” DE SÃO PAULO RUA HUNGRIA, 1.000, PABX: 3818.8800

EX-PRESIDENTES LEON FEFFER (Z’l) - 1953 - 1959 | ISAAC FIS-CHER (Z’l) - 1960 - 1963 | MAURÍCIO GRINBERG (Z’l) - 1964 - 1967 | JACOB KAUFFMAN (Z’l) - 1968 - 1969 | NAUM ROTEN-BERG - 1970 - 1972 | 1976 - 1978 | BEIREL ZUKERMAN - 1973 - 1975 | HENRIQUE BOBROW - 1979 - 1981 | MARCOS ARBAITMAN - 1982 - 1984 | 1988 - 1990 | 1994 - 1996 | IRION JAKO-BOWICZ (Z’l) - 1985 - 1987 | JACK LEON TERPINS - 1991 - 1993 | SAMSÃO WOILER - 1997 - 1999 | HÉLIO BOBROW - 2000 - 2002 | ARTHUR ROTENBERG - 2003 - 2005 | 2009 - 2011 | PETER T. G. WEISS - 2006 - 2008 | PRESIDENTE ABRAMO DOUEK

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BENJAMIN STEINER (EDITOR)CLAUDIA MIFANO (COLABORAÇÃO)FLÁVIO M. SANTOS

JOSÉ VALTER LOPES

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PAULO SOARES DO VALLECARMELA SORRENTINORODRIGO SOARES DO VALLESÔNIA LÉA SHNAIDERPREVAL PRODUÇÕESIBEP GRÁFICA AV. ALEXANDRE MACKENZIE, 619JAGUARÉ – SPTEL./FAX: 3814.4629 [email protected]

BERNARDO LERER MTB 7700

ANO LIV | Nº 616 | JUNHO 2013 | TAMUZ/ AV 5773

calendário judaico :: festas

dom seg ter qua qui sex sábdom seg ter qua qui sex sáb

JULHO 2013Tamuz / Av 5773

JUNHO 2013Sivan / Tamuz 5773

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carta da redação

Os judeus e as revoluções

O artista gráfi co Marcelo Cipis, que tem assinado as capas da revista He-braica, acertou em cheio mais uma vez ao ilustrar a ligação dos judeus com as revoluções e os movimentos sociais a partir de 1848, principal-mente na Europa, e de que trata uma ampla reportagem a respeito, no “Magazine”. Pena que os autores só atravessaram o Atlântico para falar dos judeus que lideraram manifestações nos Estados Unidos a partir dos anos 1960, mas não dos que, ao sul, se envolveram intensamente em ten-tativas de revoluções no Brasil, como Salomão Malina, Jacob Gorender, Maurício Grabois, além de muitos outros, e na Argentina também. O mesmo “Magazine”, em reportagem do correspondente Ariel Finguer-man, mostra as soluções que Israel encontrou para tratar as montanhas de lixo produzidas diariamente e o que vai fazer com o fantástico lixão ironicamente chamado de Har Hazevel, o “morro do lixo”, já desativado. É de Ariel também o texto a respeito das novas cédulas do sistema mone-tário israelense e, claro, mais um motivo de discórdia e debate.Leiam a respeito das alternativas para Israel no caso do levante sírio e uma teoria que dá racionalidade ao êxito judeu: desde a destruição do Se-gundo Templo, no ano 70 da era comum, as lideranças comunitárias e re-ligiosas, mais estas do que aquelas, insistiam na necessidade do estudo e na obrigatoriedade de as crianças saberem principalmente ler e escrever, os textos em hebraico e a língua dos países onde viviam. A alfabetização possibilita o conhecimento e estimula e facilita a comunicação. E a sobre-vivência. Aí estava o segredo, simples assim.

Boa leitura – Bernardo Lerer – Diretor de Redação

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Fale com a Hebraica

16/ 07 – Tishá Be’Av

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por Raquel MachadoHEBRAICA | JUN | 2013

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gdestaques do guia

NESSE MÊS DE JUNHO, A HEBRAICA ENTRA NO CLIMA DO DIA DOS NAMORADOS COM UM ROMÂNTICO JANTAR DO TRADICIONAL BUFFET CASUAL MIL, AO SOM DA CANTORA LARISSA CAVALCANTI NUM TRIBUTO A ELIS REGINA. O PRIMEIRO HEBRAICA IN CON-CERT DO ANO VEM NO CLIMA PORTENHO COM NOSSO MAESTRO LEÓN HALEGUA, OR-QUESTRA, CORAL E SHOW DE TANGO. PARA OS ESPORTISTAS TEREMOS O 11º FESTIVAL DE JUDÔ E O VI SIMPÓSIO DE ESPORTES E MUI-TO MAIS. CONSULTE A PROGRAMAÇÃO COM-PLETA PARA NÃO PERDER NENHUM EVENTO.

cultura + social juventude

Início 4/6Interpretação para Musicais, com Marcelo Klabin e Daniel Rocha Terças das 20h30 às 23h

8/6Churrasco SambatataSábado, às 13h30 na “Casa”

16/611º Festival de Judodomingo, às 8h, no Centro Cívico

esportes

Horários do ônibus• Terça a sexta-feiraSaídas Hebraica

11h15 , 14h15, 16h45, 17h, 18h20 e 18h30

Saída Avenida Angélica

9h, 12h, 15h, 17h30 e 17h45

• Sábados, domingos e feriados Saídas Hebraica –10h30, 11h30, 14h30,

16h45, 17h, 18h20 e 18h30

Saídas Avenida Angélica

9h, 11h, 12h, 15h , 16h15, 17h30 e 17h45

• Linha Bom Retiro/Hebraica Saída Bom Retiro – 9h, 10h

Saída Hebraica – 13h45, 18h30

22 e 23/6VI Simpósio de EsportesConsulte programação

12/6Dia Dos Namorados12/06, as 21h no Salão Marc Chagall

8/6In Concert Buenos Airesno Teatro Arthur Rubinstein, às 20h30

VENHA COMEMORAR O DIA DOS NAMORADOS NA HEBRAICA

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HEBRAICA | JUN | 2013

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cultural+ social

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cultural + social > let’s danceHEBRAICA | JUN | 2013

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Nos embalos das décadas passadas

O ambiente da festa “Let’s Dance” lembrou muito os “bailinhos”,

aquelas noites dançantes que precede-ram a discoteca e as atuais baladas. Só-cios entre 35 e 60 anos reservaram com antecedência ingressos do evento ou dei-xaram para comprar os seus na porta.

Era grande a curiosidade em torno da decoração, logo desfeita. Assim que en-travam, os convidados chegavam a um lounge e uma ampla pista de dança bem próxima de onde estavam os deejays Henri Schipper e Kid Vinil. Além da mú-sica, bar com refrigerante, cerveja e ou-

EM MAIS UMA NOITADA PROMOVIDA PELA VICE-PRESIDÊNCIA SOCIAL E CULTURAL, O ESPAÇO ADOLPHO BLOCH RECEBEU DECORAÇÃO TEMÁTICA E DUZENTOS FÃS DA MÚSICA DAS DÉCADAS DE 1960, 1970, 1980, 1990

KID VINIL ESTIMULOU OS CONVIDADOS A SE DIVERTIREM NA PISTA DE DANÇAS

tros drinques, e mesas com sanduíches e salgadinhos.

Sucessos da era disco se misturavam às ingênuas canções da carreira de Ro-berto Carlos nos anos 1960. Alguns ca-sais reviviam a época do namoro ao som dos Bee Gees e outros grupos que lidera-vam as paradas de sucesso da época.

O deejay Kid Vinil começou rememo-rando os anos 80, quando todos os jovens da época sabiam de cor a canção Eu Sou Boy”. Em seguida, manteve a pista cheia animando os dançarinos ao som das ban-das de rock brasileiras dos anos 80.

O presidente Abramo Douek e o vi-ce-presidente Social e Cultural Sidney Schapiro, adolescentes nos anos 70 e 80, prestigiaram o evento. Antes de co-meçar, o presidente deu as boas-vindas aos convidados e apresentou o professor de dança de salão Eduardo, que fez uma apresentação especial ao som de uma balada romântica de Rita Lee.

Em seguida, o deejay Henri Schipper assumiu o comando da noite e desafi ou a memória visual e auditiva de todos ao projetar um vídeo com imagens de co-merciais e fi lmes de sucesso nas últimas quatro décadas. Em coro, os dançarinos relembraram o jingle de uma marca de café, do Big Mac e citaram personagens e fi lmes ao som da trilha sonora do fi lme E.T, o Extra Terrestre, de Steven Spielberg.

Depois do intervalo, as atenções se voltaram para a pista de danças, en-quanto grupinhos relembravam o passa-do junto ao open bar e aos sanduíches. Afi nal, em todos os bailinhos sempre havia aqueles que preferiam assistir às danças a se expor na pista. (M. B.)

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cultural + social > dança de salãoHEBRAICA | JUN | 2013

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N a maioria das festas, o público prefere um ou outro ritmo, então

a pista de danças se enche quando a mú-sica é romântica e alguns casais voltam às mesas quando os músicos começam uma seleção de forró ou samba de gafi ei-ra. Por este motivo, muitos casais inte-ressados em se aperfeiçoar em diferen-tes ritmos de danças se inscreveram no curso de dança de salão promovido pela vice-presidência Social e Cultural.

Nada como entrar no ritmo PARA ALGUNS CASAIS, AS NOITES DE QUARTA-FEIRA SÃO SEMPRE

DIVERTIDAS. ELES AGORA ENCARAM NATURALMENTE OS CONVITES PARA DANÇAR FORRÓ, SAMBA, GAFIEIRA EM QUALQUER OCASIÃO

“A turma que aderiu às aulas semanais é maravilhosa. Recentemente, minha es-cola de dança promoveu um evento be-nefi cente e estendi o convite aos alunos da Hebraica, que aceitaram, vieram e se divertiram muito”, comenta o professor Eduardo La Luna, que há um ano ajuda os alunos a dominar as técnicas de dan-ça de salão. “Neste primeiro semestre, dançamos quatro ritmos principais, o samba de gafi eira, o forró, o bolero e o

CASAIS SE FAMILIARIZAM COM DIVERSOS RITMOS MUSICAIS

soltinho, também conhecido como suín-gue carioca”, informa Eduardo.

Ele percebe um grande potencial na atividade e torce pela adesão de mais alu-nos. “Os casais que acompanham as aulas desde o primeiro módulo são muito re-ceptivos, o que ajuda a adaptação dos ca-sais nos primeiros passos”, argumenta o professor. “O espaço no Centro de Juven-tude é amplo e ideal para as aulas e, além disso, existem novos horários. O maior trabalho que os sócios interessados terão será na inscrição. Depois é só entrar no ritmo”, explica. Informações sobre novas turmas, fone 3818-8898. (M. B.)

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cultural + social > dia das mãesHEBRAICA | JUN | 2013

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A o entrar no salão, as meninas recebiam avental e bandana,

indispensáveis a uma chef de verda-de. Longas mesas, na altura dos pe-quenos, serviram para as mães se ajeitarem com as fi lhas, aguardan-do a explicação da chef Cristina Pau-lo, da S.O.S. Cupcakes, especialista nos bolinhos.

Cristina trouxe uma fornada pronta para confeitar e montou um esquema para elaborar cremes para o recheio, de vários sabores, bisnagas de confei-teiro com coberturas coloridas, cho-colate granulado, estrelinhas, tábu-as, rolinhos, tudo que pode contribuir para alegrar a tarde.

Algumas crianças nem espera-vam a explicação, pegavam os con-feitos dos potinhos e, satisfeitas, comiam. Mamães caprichosas al-ternavam os cremes e pareciam es-pecialistas, tal a facilidade como manejavam as várias opções para enfeitar os cupcakes. De repente, um pai fotografava e saía rápido, pois o evento era para o lado femi-nino da família. No fi nal, era difícil descobrir quem se divertira mais: as crianças ou as mães, com as em-balagens especiais da S.O.S. Cup-cakes para servir as delícias em casa. (T.P.T.)

Aula de cupcakes e torneio de tênis

O ESPAÇO GOURMET FOI TOMADO POR QUASE CINQUENTA CRIANÇAS ENTRE 2 E 8 ANOS E AS MÃES, INSCRITAS PARA A OFICINA DE DECORAÇÃO DE

CUPCAKES. O BOLINHO FOI A ATRAÇÃO DA TARDE

Vinte e duas tenistas se inscreveram no Torneio Interno em Ho-menagem ao Dia das Mães. Algumas equipes madrugaram no clube e se encontraram na quadra às seis horas, praticando até a chegada das adversárias. Antes das partidas fi nais, as mães par-tilharam um lanche e posaram para fotos. Em seguida, volta-ram às quadras para conhecer as vencedoras. Foram distribuídos brindes da Rubinela, Woolline, Tristil, Paula Benbassat e Skinlaser.A vencedora foi a equipe Maria Ester Bueno, composta por Lucila Leventhal, Miriam Schuartz, Sandra Libman e Steffany Stern. As vices foram Suzana Mentone, Andrea Eberhardt, Clariza Chapa-val e Marly Mifano.

Saques vencedores

TAL MÃE, TAL FILHA: BOM GOSTO DE GERAÇÃO EM GERAÇÃO

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cultural + social > hebraica meio-diaHEBRAICA | JUN | 2013

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Música de todos os temposEM TRÊS ESPETÁCULOS, O TALENTO DE CLÁUDIO, GABRIEL E SARA GOLDMAN, JERÔNIMO FEITOSA E MÁRIO TIROLLI. AS MÃES FORAM PRESENTEADAS NO SEU DIA COM UMA APRESENTAÇÃO DO DUO DE DAMAS

2/6 – DVD9/6 – Muller’s Band, música judaica16/6 – String Academy de Bloomington, Indiana, EUA23/6 – “Shirá Betsibur”, com Nicole Borger e Sima Halpern30/6 – Leonardo Jeszensky e Gabriel Levy, música klezmer e dos Bálcãs

PROGRAMAÇÃO

F oram três domingos de boa mú-sica, o primeiro com o espetáculo

“Pura Emoção” com o cantor, composi-tor e pianista Cláudio Goldman, acom-panhado pelo irmão Gabriel Goldman na clarineta e canja da mamãe Sara Goldman Belz.

Tocando piano, cantando e conversan-do com as pessoas da plateia, o showman estava à vontade no palco onde já foi chazan nas Grandes Festas de vários anos e protagonizou Porgy and Bess com o Coral da Hebraica regido por Leon Halegua. Cantou em hebraico, la-dino e ídiche, interpretou versões de canções eruditas e clássicos do repertó-rio brasileiro, judaico e internacional. As palmas o trouxeram de volta à cena várias vezes.

A música de todos os tempos foi ou-vida na apresentação de Jerônimo Fei-tosa, acompanhado pelo maestro Mário

Tirolli. O programa tinha compositores que são referências da música universal e contemporânea, do erudito ao popu-lar, de J. S. Bach a Edith Piaf, passando por Naomi Shemer, Simon & Garfi nkel, Paul Anka, e outros. Nas músicas mais conhecidas, Feitosa (voz) e Tirolli (pia-no) foram acompanhados pela plateia.

No Dia das Mães muitas delas foram assistir ao vocal Duo de Damas, criado

por Denise Matta e Heloisa Araújo, am-bas formadas na USP, uma em história, outra em arquitetura. Apesar disso, pre-ferem cantar porque o timbre de voz das duas é muito próximo. Na Hebraica, teve de Ary Barroso a Tom Zé. O Duo de Da-mas foi acompanhado por Fábio Lopes (guitarra acústica), Adriano Busko (bate-ria e percussão) e Maurício Biazzi (con-trabaixo acústico). (T. P. T.)

CLAUDIO GOLDMAN CONVERSOU COM O PÚBLICO, CONTOU PIADAS E CANTOU

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cultural + social > espaço gourmetHEBRAICA | JUN | 2013

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Lembranças do netinho mestre-cucaGABRIEL ZITUNE TINHA 5 ANOS E JÁ ANDAVA ATRÁS DA MÃE, ESTHER, VENDO COMO ELA FAZIA AS DELÍCIAS DA COZINHA SEFARADITA. O ENCONTRO NO ESPAÇO GOURMET FOI REPLETO DESTA E OUTRAS RECORDAÇÕES DE INFÂNCIA

A s avós também infl uenciaram Ga-briel Zitune. “Minha avó materna

Virginia tinha uma mão fantástica para colocar os temperos certos nos pratos que preparava. E minha avó paterna Badria fazia maravilhosos doces folha-dos”, contou Gaby, após ser aplaudido pelos fãs da cozinha sefaradita na sua

as massas muito fi ninhas abertas e se-cando para compor os doces árabes”. Quando começou a ajudar a mãe nos pratos diários, Zitune nem alcançava o fogão e a pia. “Meu pai mandou fazer um banquinho de madeira para facilitar.”

Na década de 1950, era pouco comum homem na cozinha, principalmente nas casas. Zitune era uma das exceções e apesar dos cursos de que participou, as aulas particulares com as amigas das avós foram mais produtivas, observando como tratavam os alimentos e os segre-dos da preparação das comidas típicas. Desde então, os caminhos se abriram ao mestre-cuca, hoje professor convidado do curso profi ssionalizante de gastrono-mia da Unibes em parceria com a Uni-versidade São Judas e que atende com muita alegria os pedidos para fazer al-moços benefi centes.

A aula de Zitune no clube começou com pletzel acompanhado de vários ti-pos de queijo Tirolez, patrocinador do en-contro. Em seguida, saladas de lentilha e aliche e a de couscous, sopa de massa e hortelã, os varenikes (asquenazitas) e os calzones (sefaraditas) de queijo, risoto de peixe e canela. Para fi nalizar, ensinou a fazer latkes de banana e os sons de apro-vação ecoaram pelo ambiente.

Em maio, o Gourmet também rece-beu os chefs Hamilton Mellão, da Tratto-ria Mello Mellão, Gustavo Brusca do Hor-ta Café e Bistrô, o expert em comidas do Oriente Thompson Lee, e Carlos Siffert, com dicas para preparar excelentes recei-tas de peixes. (T. P. T.)

4/6, 19h30 – “Um Passeio pelo Mediterrâneo” – O chef André Castro, do restaurante D’Olivino, traz a rica e saudável culiná-ria mediterrânea. R$65/pessoa ou R$120,00 por casal11/6, 19h30 – “Dia dos Namorados” – Menu regado a romantismo e uma taça de vinho por pessoa. Com chef Roberto Per-chiavalli, que trabalhou nos melhores restaurantes da Europa. R$ 65,00 por pessoa ou R$ 120,00 por casal18/6, 19h30 – “Sopas, Caldos e Cremes” – Dicas deliciosas do chef Carlos Siffert. R$50,00 por pessoa ou R$90,00 por casal25/6, 19h30 – “Vegetarianismo e Saúde” – A jovem chef Carina Muller trabalhou em Nova York e San Sebastián, na Espanha, até encontrar o seu caminho na área de alimentação vegetariana. R$50,00 por pessoa ou R$90,00 por casalAcréscimo de 50% no valor para não sócios. Informações e inscrições na Central de Atendimento ou no [email protected] 3818-8773 / 3818-8888

PROGRAMAÇÃO

aula no Espaço Gourmet.Ele morava no Ipiranga e recorda que,

nos fi nais de semana no sítio da famí-lia, a mãe fazia bolos com ovos de gali-nha caipira, “muito amarelinhos”. Outra lembrança da infância é de quando vol-tava da escola e encontrava “a casa toda revestida de lençóis brancos e sobre eles

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cultural + social > galeria de arteHEBRAICA | JUN | 2013

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A o falar da sua obra, Lana Ascer lembra a trajetória da família des-

de o Egito, anos dourados logo trocados pela procura de um lugar onde os ju-deus não fossem perseguidos. Em Lon-dres, o pai lecionou história da arte no Victoria College, e depois viveram na França. Era a época da construção de Brasília e a arquitetura de Oscar Nie-meyer e Lúcio Costa inspirou e motivou Alexandre Goldstein que imigrou com a família para o Brasil, projetou os móveis de vários prédios públicos da capital fe-deral e sobrou tempo para pintar. Ao se aposentar, levou mulher e fi lhos para vi-ver em Parati, no Rio de Janeiro.

Desde então, a pequena cidade do lito-ral sul fl uminense virou lar, refúgio e ate-

Tons e cores de ParatiDESDE CEDO, O PAI ALEXANDRE GOLDSTEIN (Z’L), INCENTIVOU A FILHA LANA ASCER A PINTAR. O RESULTADO É A MOSTRA “ÓLEO E TEREBENTINA”, NA GALERIA DE ARTE, INSPIRADA PELA CIDADE FLUMINENSE

lier de Lana. “Tive aulas de piano e balé, mas a pintura me atraía e até hoje é o complemento da minha vida”, diz a ar-tista. “Meu pai me dizia: ‘Quero que você pinte’ e isso eu faço, sentindo o cheiro do óleo e da terebentina que ele usava e im-pregnava nossa casa”, conta, emocionada.

Formada pelo Instituto de Decoração e Arte (IAD), fez licenciatura em artes plás-ticas na Faap, aprimorando-se em pintu-ra, escultura e gravura.

A pintura é abstrata e o mar – infl uên-cia de Parati – a inspira, e os quadros,

sempre grandes, trazem traços fortes e muitas cores. “Às vezes, levo um ano para pintar uma tela. Vou, volto, aí per-cebo que uma cor interferiu na outra, crio novos tons e efeitos que só se con-segue com o tempo”, explica Lana dian-te de “L’Oeil”, a pintura escolhida pela curadora Juliana Lucki para destaque da mostra no clube.

Parte das vendas dessa exposição Lana doou para o grupo Chaverim, que atua na inclusão social de quase cem jovens e adultos com defi ciência. (T. P. T.)

O MAR DE PARATI SERVE DE INSPIRAÇÃO PARA LANA ASCER

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cultural + social > bibliotecaHEBRAICA | JUN | 2013

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D e acordo com a tradição judaica, o sábado (Shabat) deve ser reser-

vado ao descanso físico. Mas o estudo, a leitura e os debates são atividades per-mitidas e até recomendadas para esse dia. Pois as reuniões mensais do Clube da Leitura são realizadas nas tardes de sábado, durante as quais os participan-tes mergulham no universo literário cria-do por um determinado autor e trocam impressões a respeito do livro e a refe-rência a qualquer aspecto judaico está mais ligada à trama da história do que ao fato de a reunião acontecer na Hebraica.

Lançado no segundo semestre de 2012 pelo Sindi-Clube em uma parceria com a Academia Paulista de Letras e a Cia. das Letras, o primeiro grupo do Clube da Lei-tura foi criado na Biblioteca da Hebraica, e já funcionam três. Hoje o Sindi-Clube comemora a existência de grupos em ou-tros clubes.

“São no mínimo 45 pessoas envolvi-das, pois quinze pessoas participam da reunião no círculo principal e outras fi -cam na plateia, como ouvintes”, expli-

A leitura é fator de integração NAS REUNIÕES MENSAIS DOS TRÊS GRUPOS DO CLUBE DA LEITURA, O

DEBATE EM TORNO DAS OBRAS APROXIMA SÓCIOS COM OS MAIS DIFERENTES INTERESSES, IDEIAS E GOSTOS LITERÁRIOS

ca a chefe da Biblioteca Eunice Lopes. “O interesse demonstrado pelos sócios foi surpreendente. Quando o Sindi-Clu-be nos convidou a participar do projeto, imaginei um grupo, mas três é um resul-tado muito bom”, acrescenta.

Os três grupos tem a mediação da escri-tora e pesquisadora Vivian Schlesinger, que se relaciona com os participantes por e-mail e mensalmente propõe, a cada gru-po escolher entre duas sugestões para ler e debater na reunião seguinte.

“O Clube da Leitura tem sido um de-safi o, porque antes de cada reunião re-colho informações a respeito do autor, personagens e o contexto de cada um dos enredos. Com a evolução dos gru-pos, as escolhas têm sido diferentes, e por isso, às vezes, pesquiso acerca de temas completamente diferentes e o melhor de tudo é ver que, diante das co-locações dos participantes de cada gru-po, às vezes não chego nem ao quarto slide da minha apresentação”, comenta a mediadora.

Agora, em junho, o primeiro grupo dis-

cutirá o livro Barba Ensopada de Sangue, do brasileiro Daniel Galera. Curiosamen-te, o primeiro texto sugerido para o Clu-be da Leitura na Hebraica foi Dois Irmãos, romance do amazonense Milton Hatoum. Pelas cabeceiras dos integrantes do Clube do Livro já passaram Desonra, de J. M. Co-etzee, Homem em Queda, de Don DeLillo, Nemesis, de Philip Roth, Versos Satâni-cos, de Salman Rushdie, e outros.

Cada grupo formado na Hebraica reú-ne sócios de profi ssões variadas e prefe-rências literárias. Para Rebeca Scherer, o Clube de Leitura revelou-se uma ati-vidade muito interessante. “Quando me inscrevi no segundo grupo, o livro a ser discutido era Desonra e depois lemos A Confi ssão da Leoa e nas reuniões as pes-soas trouxeram as visões as mais diver-sas. Está sendo uma experiência muito rica”, elogia Rebeca.

A curiosidade em torno do Clube da Leitura tem aumentado o número de in-teressados. “Até agora incluímos os no-vos leitores no grupo três, mas, se neces-sário, vamos encontrar uma brecha na agenda da mediadora. Afi nal, a burocra-cia para abrir um novo grupo é pequena e o apoio do Sindi-Clube é total”, come-mora Eunice. (M. B.)

VIVIAN SCHLESINGER É A MEDIADORA DOS TRÊS GRUPOS DA HEBRAICA

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cultural + social > maratona culturalHEBRAICA | JUN | 2013

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P odem participar da Maratona Cul-tural 2013 sócios que se dedicam

às artes plásticas, literatura, música, te-atro e dança em eventos de competição saudável, integração e divulgação do tra-balho individual e coletivo.

A Acesc convidou associados de to-dos os clubes fi liados para os concursos de troféu, literatura e mostra de dança, os primeiros eventos da Maratona Cultu-ral 2013. Há anos, o concurso de troféu desafi a dezenas de escultores que dese-

A arte de quem pinta, canta e interpreta

A ASSOCIAÇÃO DOS CLUBES ESPORTIVOS E SÓCIO CULTURAIS DE SÃO PAULO (ACESC) DIVULGOU O CALENDÁRIO DOS EVENTOS DA

MARATONA CULTURAL 2013, DESTINADA A AMADORES, QUE SERÁ ENCERRADA NO FINAL DO ANO

nham e executam o modelo do troféu que será distribuído aos primeiros colo-cados em concursos de literatura, MPB vocal, mostra de arte e festival de teatro.

Os concursos de troféu e literatura são os primeiros a ter os resultados anunciados, mesmo que parcialmente. O concurso de literatura recebe dezenas de inscrições nas categorias conto, crônica e poesia.

A mostra de dança é uma espécie de vitrine para o trabalho realizado nos clu-bes. Por tradição, a Hebraica inscreve o

grupo Shalom, e outros grupos trazem coreografi as folclóricas ou danças popu-lares. O resultado é um espetáculo varia-do e colorido.

O encontro de corais será dia 29 de junho no Teatro Arthur Rubinstein. Em noite especial, os grupos musicais de cada clube apresentam um número, e em seguida todos os participantes se unem em um grande coral para inter-pretar um número ensaiado às vésperas do evento.

No segundo semestre, os clubes ins-crevem obras de arte, fotografi as e peças de teatro. As exposições das obras nas diversas categorias da mostra de artes ou do concurso de fotografi as, além do intercâmbio entre os elencos das peças do Festival de Teatro é um orgulho para a diretoria cultural da Acesc, que encer-ra a Maratona em um evento no qual são divulgados os vencedores, entregues os prêmios e prestadas homenagens aos melhores de 2013.

Estela Cutin Serban foi a única associada a representar a Hebraica no concurso de artes plásticas em 2012. “Todos os anos inscrevo um quadro pois é uma forma de divulgar o meu trabalho. Em geral, as obras selecionadas pela Hebraica são exibidas na Praça Carmel e de-pois integram uma exposição com todos os outros clubes no Clube Paineiras do Morumbi. Há alguns anos, recebi uma medalha de bronze e tenho quase todos os certifi cados de par-ticipação dos eventos da Acesc”, afi rma ela. Além da pintura, Estela é voluntária e organiza festas e palestras na sinagoga do Beit Chabad da Vila Mariana. “Sou muito ativa e gosto de saber que minha colaboração é valorizada”, afi rma Estela que já prepara a obra que inscre-verá no concurso de artes no segundo semestre.

Talento premiado

ENCONTRO DE CORAIS DESTE ANO SERÁ NO TEATRO ARTHUR RUBINSTEIN

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HEBRAICA | JUN | 2013

28

coluna comunidade

por Tania Plapler Tarandach | [email protected]

C M édicos, pro-fessores e

autoridades da área da saúde estavam entre os 29 partici-pantes da Missão Médica a Israel, che-fi ada pelo ministro da Saúde Alexandre Padilha. Promovida pela Câmara Brasil-Israel de Comércio e Indústria (Cambi-ci) e o apoio do Hos-pital Israelita Albert Einstein, a viagem aproximou os brasi-leiros do sistema de saúde israelense e avaliou parcerias e transferência de tec-nologia entre os dois países.

Padilha encontrou os ministros da In-dústria, Comércio e Trabalho Nafta-li Bennett e da Saúde Yael German, reu-niu-se com dirigentes da Teva, maior fa-bricante mundial de genéricos, e da Pro-talix, especializada em biológicos com base vegetal.

“Essa parceria signifi ca transferência de tecnologia que possibilitará produzir remé-dio para doenças infl amatórias e câncer. Vai gerar tecnologia e conhecimento na área farmacêutica, e, assim, reduzir o pre-ço desses medicamentos”, disse Padilha.

É o caso da Política de Desenvolvimen-to Produtivo (PDP) entre Fiocruz e Prota-lix/Pfi zer para o tratamento da doença de Gaucher. Em cinco anos de produção do remédio, o Ministério da Saúde esti-ma economizar cerca de R$ 64 milhões. As parcerias terão como contrapartes os hospitais Albert Einstein e Sírio-Libanês.

Padilha também visitou o Centro de Simulação de Israel, no Hospital Tel Hashomer, que treina profi ssionais para atuar em situações de alto risco, como atentados terroristas e grandes aciden-tes. O ministro acredita que esta metodo-logia de ensino poderá ser aplicada à for-mação dos profi ssionais do Samu e nas emergências de cidades onde haverá jo-gos da Copa de 2014.

“Israel é um dos melhores do mun-do em serviços públicos no atendimen-to de emergências. Fizemos simula-ções com nosso pessoal e equipamen-to no Carnaval do Recife, Salvador e Rio de Janeiro. Mas Israel pode nos ensinar muito”, disse Padilha.

A comitiva também visitou o Hospital Hadassa em Jerusalém, os institutos Tech-nion e Weizmann de Ciências, a Univer-sidade Hebraica de Jerusalém e a segura-dora de saúde Macabi e depois todos fo-ram recepcionados na residência da em-baixadora do Brasil em Israel Maria Elisa Berenguer.

E m Ramallah, o ministro Alexandre Padilha reuniu-se com o ministro da Saú-de da Autoridade Palestina Hani Abdeen, e inaugurou um centro médico em

Dura, sul da Cisjordânia, ao custo de US$ 10 milhões doados pelo governo brasi-leiro, e visitou o Laboratório Central de Saúde Pública, que também teve dinheiro brasileiro. “Os palestinos em Dura agradeceram a ajuda que faz parte da colabora-ção do Brasil na construção do Estado Palestino. A contribuição à saúde também é esforço pela paz na região”, afi rmou.

Inaugurado centro médico doado pelo Brasil

Ministro da Saúde visita Israel

Simpósio pediátricoMédicos do Cincinnati Children’s Hos-pital Medical Center, participarão do I Simpósio de Especialidades Pediátri-cas, nos dias 14 e 15 deste mês, a res-peito de nefrologia, infectologia, gas-troenterologia e emergências. Será no Hospital Israelita Albert Einstein. Infor-mações, www.einstein.br/Ensino/even-tos/Paginas/simposio-internacional-de-especialidades-pediatricas.aspx.

Diálogo Interreligioso no QatarO rabino da Congregação Israelita Paulista (CIP) Michel Schlesinger, par-ticipou da 10ª. Conferência sobre Di-álogo Interreligioso, em Doha, no Qa-tar, com a presença de outros qui-nhentos líderes cristãos, judeus e mu-çulmanos de mais de setenta países. Schlesinger, representante da Conib para o diálogo interreligioso, foi com o presidente do CJL Jack Terpins e o diretor-executivo da entidade Cláudio Epelman.

Durante o encontro, o ministro da Justiça do Qatar Hassan Bin Abdulla Al Gahanen afi rmou que “devemos re-viver a cultura do diálogo e do respei-to mútuo e proteger a histórica base da convivência, fundamentada no respei-to dos valores religiosos”.

MINISTRO PADILHA CONHECEU UNIVERSIDADES E CENTROS DE PESQUISA ISRAELENSES

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U m decreto do governo espanhol possibilita a todos os sefaraditas

– descendentes de judeus expulsos da Espanha em 1492 –, adquirir automa-ticamente a nacionalidade espanhola, independentemente de onde residam atualmente.

Até novembro de 2012 a redação do artigo 22 do Código Civil espanhol era esta: “Para a concessão da nacionalida-de por residência, requere-se que esta seja de dez anos. Serão sufi cientes cinco anos para os que tenham obtido a condi-ção de refugiados e dois anos quando se trata daqueles originários de países ibe-ro-americanos, Andorra, Filipinas, Guia-na Equatorial ou Portugal ou sefardis”.

Mas uma nova instrução do governo espanhol apresentada pelos ministros da Justiça, Alberto Ruiz-Gallardón, e de Re-lações Exteriores e Cooperação, José Ma-nuel García-Margallo, acaba com a ne-cessidade de o outorgante residir na Es-panha, referindo-se expressamente aos sefaraditas, morando em qualquer país do mundo.

A concessão da nacionalidade espa-nhola é uma prerrogativa do Conselho de Ministros, que tramita quando ocor-rem circunstâncias excepcionais, confor-me o artigo 21.2 do Código Civil: “A na-cionalidade espanhola é adquirida por carta de natureza outorgada criteriosa-mente, mediante Decreto Real, quando ocorram circunstâncias excepcionais ao interessado”, diz o texto.

A nova determinação foi comunicada durante evento na Casa Sefarad-Israel, criada no fi nal de 2006 pelo Ministério dos Assuntos Exteriores e pela Prefeitura de Madri para melhor estudar o legado da cultura sefaradita na cultura espanho-la, e do qual participaram os ministros espanhóis e o presidente da Federação das Comunidades Judaicas Isaac Querub.

Há alguns anos uma pesquisa desco-briu que existem 250.000 judeus de fala espanhola pelo mundo. Para o ministro García-Margallo, esse ato pretende reco-brar a memória do país, silenciada du-rante muito tempo e o vínculo históri-co dos povos judeu e muçulmano com o seu país: “Nossas relações não foram in-

Decreto concede cidadania espanhola

terrompidas nem esquecidas. Elas têm sido mais intensas quanto mais tolerante e democrática se apresenta a Espanha”. Para o ministro Gallardón, esta instru-ção representa o “reencontro” e é dirigi-da a todos os injustamente privados da sua nacionalidade. “Deste dia em diante, este direito faz com que o país seja tão seu quanto nosso”, ressaltou ao dirigir-se aos judeus presentes.

“Assim como 31 de março de 1492, data da assinatura do édito de expul-são dos judeus de Castela e Aragão, foi um dia de névoas e obscuridade, a dis-posição legal ‘de retorno’ aqui assinada fará esta jornada passar para a história como um dia de céu azul claro e inten-sa luminosidade para a Espanha”, disse Isaac Querub.

Quem pode e comoPodem requerer a cidadania os solici-tantes maiores de 18 anos, cônjuges e fi lhos. No documento de solicitação, a ser entregue no Consulado da Espanha

da cidade onde o interessado vive, de-vem constar identidade, lugar de nas-cimento e nacionalidade atual e, se ca-sado, os dados do cônjuge e dos fi lhos menores de idade; endereço da residên-cia para ser notifi cado. Os nascidos em países ibero-americanos, Andorra, Fili-pinas, Guiana Equatorial e Portugal não necessitam mais renunciar à nacionali-dade presente.

Para iniciar a tramitação, são neces-sários vários documentos: certidão de nascimento; certidão negativa de ante-cedentes penais do país de origem; cer-tidão original de casamento e outros documentos que o solicitante conside-re oportunos, todos autenticados e tra-duzidos, acompanhados de uma docu-mentação específi ca que comprove as condições excepcionais do pedido. No caso concreto dos sefaraditas, será re-querido também o Certifi cado da Fede-ração das Comunidades Judaicas da Es-panha, que comprove a condição de se-faradita.

MAIMÔNIDES EM ESCULTURA NA FRENTE DA SUA CASA RUAS DAS JUDERÍAS ESTÃO PRESERVADAS

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Page 16: Revista Hebraica - Junho 2013

cultural + social > comunidade+coluna1HEBRAICA | JUN | 2013

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Fryda e Sérgio

Megrich incluíram

Berlim num giro

europeu e foram

conhecer o memorial

do Holocausto.

Moré Vavá, ou

melhor, o músico

e professor Luís

Sérgio Prist foi a

fi gura do workshop

de música, unindo

Iom Haatzmaut e

Lag Baômer, no

Centro da Cultura

Judaica, manuseio

de instrumentos

musicais e seleção

de canções alusivas

às duas datas.

Noah fez pose no

brit-milá. Ele é fi lho

de Renata Hecht e

Kleber Freitas Naves,

neto de Leia e Jacob

Hecht, Eunice Frei-

tas e Luís Naves.

Saul Bekin leva

o conceito do

endomarketing®

ao Rio de Janeiro,

onde lançou o livro

Comprometimento

e Produtividade

Alinhados à

Estratégia do

Negócio, mostrando

a evolução do mar-

keting tradicional

na competitividade

entre empresas.

Um formato de gale-

ria de arte com joias

assinadas por gente

renomada, assim é

a recém-inaugurada

Central de Desig-

ners, na alameda

Lorena, que vende

obras de Patricia

Gothilff, Miriam

Mamber, e do Atelier

Dezoito (Ana Passos,

Cláudia Kopelman,

Eliane Roemer, Elka

Freller, José Terra e

Yone Panella).

No capítulo 21 de

Amor à Vida, a nova

novela da Globo, o

personagem

Mouhamed Har-

fouch se apaixonará

por Rebeca (Paula

Braun). O autor da

trama é Walcyr Car-

rasco, que conheceu

Israel em 2011 a

convite da Conib.

Como uma das

sete convidadas

masters mundiais,

Norma Grinberg

deu uma semana de

workshops durante a

Clay Push 2013, em

Gulgong, Austrália,

com quatrocentos

participantes de

todos os continentes.

Aos 20 anos, Marcus

Abraham formou-

se em direito. Aos

42, é o mais jovem

desembargador do

Tribunal Federal

da Segunda Região

(RJ e ES) e um

apaixonado pela

magistratura, na qual

nota a grande ligação

entre judaísmo

e justiça, pois é

“inegável a infl uência

do Talmud, das

leis judaicas, no

direito como um

todo, inclusive no

brasileiro”.

Espaço Gourmet

do clube “exporta”

porque a sua chef

coordenadora

Anna Recchia foi

convidada para dar

uma das aulas do

Ciclo Gastronômico

do Bait.

Petra Costa e

Carolina Ziskind

são as roteiristas

de Elena, que trata

do que sobrou da

ditadura militar, a

geração dos anos

1980, a chamada

“década perdida”

no Brasil. O fi lme

foi premiado

pelo júri popular

como o de melhor

direção, montagem,

direção de arte e

melhor fi lme entre

os documentários

exibidos no

45º. Festival de

Brasília do Cinema

Brasileiro.

Rachel Davidovich

preparou o evento

“Uma Recebe” em

seus endereços da

Vila Madalena e

Jardins, nos sábados

de maio, onde foram

vendidos produtos

de moda, beleza e as

comidinhas da Neka

Gastronomia.

No Espaço Cênico

do Sesc Pompeia,

Paula Cohen e Joca

Andreazza vivem Os

Invasores. Um grupo

de fazendeiros,

um acampamento

e personagens

que revelam

suas histórias na

iminência de uma

inundação.

Dose dupla de

Mônica Guttman:

curso “O Outro

como Espelho de

quem Sou. Diálogos

Arteterapêuticos

e Literários com

nossas Personas” e

lançamento do livro

Dóris e o Universo,

editado pela

Paulus, na Livraria

da Vila/Fradique,

com contação das

histórias por Andi

Rubinstein.

COLUNA 1Congresso Judaico reunido em BudapesteA 14ª. Assembleia Plenária do Con-gresso Judaico Mundial (CJM), realiza-da em Budapeste, condenou o antis-semitismo em geral e na Europa em particular. Participaram o ministro das Relações Exteriores da Alemanha Guido Westerwelle e o primeiro-minis-tro húngaro Viktor Orbán, que decla-rou: “Hoje, o antissemitismo é inacei-tável na Hungria e vamos mostrar to-lerância zero a respeito”. Mas Orbán não falou da ameaça dos antissemitas à Hungria, principalmente, pelo parti-do Jobbik, de extrema-direita. O presi-dente do CJM Ronald Lauder pediu ao governo húngaro para reprimir mani-festações, como aquela dos primeiros dias do encontro.

Ronald Lauder foi reeleito para mais um mandato de quatro anos. Chella Safra foi escolhida tesoureira da Junta Diretiva; entre os vice-presidentes lati-no-americanos eleitos, Cláudio Lotten-berg representa o Brasil, Guiora Esru-bilsky e Sara Winkowski, o Uruguai. Da delegação brasileira participaram o presidente do Congresso Judaico La-tino-Americano Jack Terpins, o presi-dente da Conib Cláudio Lottenberg, mais Fernando Lottenberg, Eduardo Wurzmann, Eduardo Alcalay, Chella Safra, Dov Biggio e a jornalista Sílvia Perlov, assessora de imprensa do CJL para o Brasil.

Espaço de eventos no Bom RetiroUma sinagoga, um auditório para até duzentas pessoas e um salão para tre-zentas pessoas sentadas compõem o novo espaço Orá Vessimchá (“luz e ale-gria”, em hebraico), no Bom Retiro. O chef Marcelo Schomer cria menus con-temporâneos de acordo com as regras da kashrut. Todos os espaços têm tec-nologia moderna para bem atender casamentos, bar-mitzvot, reuniões e apresentações corporativas, etc. Rua Newton Prado, 76, e e-mail [email protected].

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HEBRAICA | JUN | 2013

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Com o patrocínio

da Vivo, o musical

Pour Elise estreou

no Teatro Folha/

Shopping

Higienópolis.

Cláudio Goldman é

um pianista judeu

que se apaixona

por uma cantora

casada com um líder

da Resistência, às

vésperas da

Segunda Guerra

Mundial. Texto de

Flávio de Souza,

interpretado por

Gabriela Alves e

Lui Strassburger e

mais cinco músicos.

Goldman toca, canta,

dança e atua.

Um ano de

preparativos para

Rachel e Leonardo

Spencer pegarem

a estrada, que é

o projeto Viajo

Logo Existo

(viajologoexisto.com.

br). O roteiro inclui

as Américas, Europa,

África do Sul, Ásia,

Austrália e chegada

à Nova Zelândia

prevista para

setembro de 2016.

Todas as terças-feiras

de junho, na

Casa das Rosas, o

poeta e tradutor

Nelson Ascher

ministra um curso a

respeito dos diversos

aspectos e o alcance

do trabalho de

tradução de

Haroldo de

Campos.

As massas e sobre-

mesas do chef

Arnon levam o selo

chalav Israel e a

supervisão do rabino

Horowitz Shlita.

É a Linha Gourmet

à venda em vários

endereços.

Em seu Sítio das

Hortências, Rosa

Kupferman recebeu

as companheiras do

Lehaim da Wizo,

em comemoração

ao primeiro ano de

atividades do grupo

e presentes para o

projeto Sponsor a

Child, ao qual se

dedicam.

É a terceira vez que

se realiza a Avant

Gabriel Chandon,

para alegria dos

que apreciam a

arte, o design, a

gastronomia e as

compras charmosas

na alameda Gabriel

Monteiro da Silva.

É promovido pelo

Grupo Doria, SP

Turismo e Prefeitura

de São Paulo.

Brentwood, Breton,

Grifes & Design,

Ornare e Spicy

aderiram à grande

festa de rua.

Enveredando no

mundo da moda, Ro-

sália Lerner aplicou

sua criatividade em

batas, lenços e muito

mais na mostra

Têxteis e Aquarelas,

na Fibra Galeria.

A moda criada por

Alexandre Her-

chcovitch brilhou

na Fashion-Rio. Seus

modelos desfi laram

roupas feitas com

GGT de seda da

TexPrima, parceira

do estilista.

A trajetória dos ju-

deus, desde o século

de ouro na Península

Ibérica até a inde-

pendência do Estado

de Israel em 1948,

é o curso de história

judaica ministrado

por Mauro David

Cukierkorn, uma

parceria do Centro

da Cultura Judaica

com a PUC-SP.

Foi uma noite única

no Sesc São José

dos Campos: Ari

Borger, nome de

destaque do piano

blues no Brasil e

Linwood Slim, um

dos maiores gaitistas

e cantores de blues

do mundo.

O especialista

em gastronomia

e bebidas e

doutor na área de

ciência humana

Davi Goldmann,

foi o mediador

nos encontros

“Champanhe:

uma História

Borbulhante”, no

Shopping Ibirapuera,

que mostram

as facetas desse

vinho complexo e

interessante.

Os irmãos Laja e

David Zilberman são

a segunda geração

da marca Sara, com

mais de 35 anos no

mercado de joias

e lojas no Rio de

Janeiro, Porto Alegre

e São Paulo. Com-

pletam a família,

Rafael Zilberman e

Alessandra Bernstein

que inauguraram

o primeiro Espaço

Rolex Sara Fashion

Mall, no shopping

carioca.

A MKT Services

– Ações de

Marketing, criada

por Marcos Farber,

é uma empresa

especializada

na avaliação da

satisfação dos

clientes e na

medição dos serviços

oferecidos pelas

empresas por meio

da ferramenta de

marketing “Cliente

Oculto” (mistery

shopping).

Recordações da Imigração JudaicaHá pouco mais de um ano, depois de o Chabad ter assumido a sinagoga Kehilat Israel, na esquina das ruas da Graça e Correia dos Santos, o rabino David Weitman comunicou a intenção de transformar o subsolo da sinagoga em um Memorial da Imigração Judai-ca. Afi nal, aquela foi a primeira sina-goga de São Paulo e cujo centenário se comemorou o ano passado.

Mas como apenas um Memorial era pouco, o rabino sugeriu que este mes-mo grupo de colaboradores, coorde-nados pela professora e historiadora Maria Luíza Tucci Carneiro, escreves-se as Recordações dos Primórdios da Imigração Judaica em São Paulo, lan-çado em um evento simples, em mea-dos de maio, no recinto do Memorial. O livro faz parte da série “Brasil Judai-co” da Editora Maayanot, tem 227 pá-ginas e custa R$ 40,00.

A primorosa introdução, verdadei-ra aula, “O Signifi cado mais Profun-do da Dispersão e das Migrações do Povo Judeu” é do rabino Weitman, e seguem-se “Judeus nos Tempos da Guerra do Paraguai”, de Reuven Fain-gold; “Kehilat Israel, a Primeira Sina-goga Paulistana”, de Paulo Valadares e Guilherme Faiguenboim; “Diversi-dade Cultural dos Imigrantes Judeus Sefaraditas e Judeus Orientais de São Paulo”, de Rachel Mizrahi; “Acultura-ção, sim; Assimilação, não”, de Ber-nardo Lerer; “Cumplicidade Secreta – Brasil Diante dos Judeus Refugia-dos do Nazifascismo”, de Maria Luí-za Tucci Carneiro; “Infância e Juven-tude no Bom Retiro: Fragmentos de Memórias”, de José Neistein.

Formula I em JerusalémNos dias 13 e 14 deste mês haverá corrida de automóveis pelas ruas da Cidade Velha. O Formula One Jerusa-lem Peace Road Show será uma ex-periência única para espectadores e para os astros do automobilismo in-ternacional.

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Parada de Lag BaômerA Praça Charles Miller foi escolhida para a grande parada de Lag Baômer, de que participaram alunos das esco-las judaicas ortodoxas e representan-tes de sinagogas Chabad. Houve des-fi le de carros alegóricos e o sucesso foi o fusca falante pilotado pelo rabi-no Noach, da Novo Horizonte. Alber-to Danon ao microfone movimentou a manhã festiva.

Vice-presidente do Facebook na Hebraica O Teatro Arthur Rubinstein fi cou lota-do na noite promovida pelo Colégio I. L. Peretz e a Hebraica para receber o vice-presidente do Facebook para a América Latina Alexandre Hohagen. O presidente da escola Eduardo Al-calay o conheceu há treze anos. Ho-hagen discorreu sobre a evolução da comunicação e da internet para uma plateia de estudantes e jovens casais. Após a palestra, ouve debate e sorteio de ipods touch.

A sobrevivente da Shoá Gina Freund editou o livro Um Tango para So-

breviver, a partir do emocionante relato para a jornalista Valéria Martins. Duran-te a Segunda Guerra Mundial, Gina vivia em Lwow, hoje Lviv, na Ucrânia, frontei-ra com a Polônia, onde morreu a famí-lia, incluindo o marido e a fi lha. Imigrou para o Brasil, reconstruiu a vida, casou-se, teve dois fi lhos e, aos 95 anos, vive só e independente em Copacabana. Como não pôde viajar para o lançamento no Centro de Cultura Judaica, enviou um vídeo no qual se desculpa pela ausên-cia. Foi representada pelo fi lho José Nor-berto Freund, que convidou os jornalis-

Como fomentar o comércio bilateral A Federação das Indústrias do Esta-do de São Paulo (Fiesp) realizou mais uma rodada de negócios internacio-nais para promover contatos e fo-mentar o comércio entre países. A Cambici participou da rodada e rece-beu cerca de trinta executivos de di-versas áreas, que receberam material informativo e pediram informações para o intercâmbio comercial entre Brasil e Israel. A Cambici tem um ser-viço de informações e pesquisa, para fomentar o comércio bilateral em âmbito internacional. E-mail [email protected].

tas Carlos Brickman e Fernando Portela, também escritor, para debaterem a res-peito da importância dos relatos da épo-ca nazista e o antissemitismo na atuali-dade. O livro de Gina Freund também foi lançado em e-book.

“Um Tango para Sobreviver”

S abina Kustin lan-çou na Sala da

Plenária da Hebraica a segunda edição do seu livro de memó-rias A Vida e a Luta de uma Sobreviven-te do Holocausto. O li-vro tem apoio da Co-nib e da B’nai B’rith e integra a coleção “Tes-temunhos”, editada pela Humanitas e ide-alizada pelo Instituto Shoah e pelo Labo-ratório de Estudos da Etnicidade, Racis-mo e Discriminação (Leer) da USP, coor-denado por Maria Luíza Tucci Carneiro.

Ao lado do presidente da B’nai B’rith do Brasil Abraham Goldstein, Tucci co-ordenou o debate que teve o relato de Rosane Meiches, autora do livro Nos Campos da Memória, e da coordenado-ra das Ofi cinas Interativas de Teatro do Arqshoah Leslie Marko, que leu trechos de Primaveras Perdidas, que conta a his-tória da mãe. Dorothea Rosenthal falou do livro que escreve da vida da mãe, a fotógrafa Hildegard Rosenthal. Professo-res do Colégio Cristão Rhema estavam acompanhados de Gilberto Cury, da Co-missão de Liberdade Religiosa da Ordem

Sobrevivente estava no Exodus

dos Advogados do Brasil que ressaltou a importância do ensino do Holocausto nas escolas como no colégio Rhema, de Franco da Rocha, onde existe um museu com pinturas e esculturas dos alunos so-bre o tema.

Sabina Kustin tem 85 anos. A famí-lia foi dizimada, mas ela sobreviveu à Shoá escondida por um padre no po-rão da igreja. Depois da guerra, sozinha, embarcou no navio Exodus, com mais 3.500 pessoas para a Palestina. No porto de Haifa, Sabina levou um tiro no ouvi-do direito ao tentar erguer uma bandei-ra azul e branca. Ficou surda. O navio foi forçado a voltar para a Europa, e ela só imigrou para Israel após a independên-cia. Em 1957, chegou ao Brasil.

A AUTORA, GILBERTO CURY E PROFESSORES DO COLÉGIO RHEMA

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Rafael Spigel é o

tradutor do livro da

escritora holandesa

Pauline Oud, O Diário

da Minha Gravidez,

lançado pela V & R

Editora, com conse-

lhos e dicas para o

dia-a-dia da gestante.

A cinebiografi a de

Renato Russo, Somos

tão Jovens, dirigida

por Antonio Carlos

da Fontoura, teve

pré-estreia inédita

em várias cidades e

foi transmitida via

satélite para salas da

Rede Cinemark. O

roteiro do fi lme é de

Marcos Bernstein.

Roberto Wagner,

Renato Stockler e

Andrea Matarazzo

estão entre os treze

fotógrafos que parti-

cipam da 4ª Mostra

SP de Fotografi a

no novo Espaço

Cultural INFI, ligado

à Febraban.

A repórter Leila

Sterenberg foi para

a Alemanha visitar o

Museu da Mercedes

Benz e seu Classic

Center, para o

primeiro episódio

que a Globo News

mostra no Ano da

Alemanha no Brasil.

O premiado chef

Alex Atala, do Dom,

juntou-se a Alberto

Landgraf, do Epice,

e André Mifano, do

Vito, para mostrar

o que fazem com as

panelas durante o 7º.

Paladar Cozinha do

Brasil.

No Teatro Geo, Vera

Lafer integrou o gru-

po do Studio3 Cia.

de Dança, na estreia

de Permeados.

No palco estavam

também a Cia. Socie-

dade Masculina e a

participação especial

de Cauby Peixoto.

Convidado por

Na’amat Pioneiras,

o diretor do Fundo

Comunitário Shay

Mor participou da

comemoração de

Iom Ierushalaim (Dia

de Jerusalém). Shay

deixou a Argentina

aos 16 anos e fez aliá.

Para ele, Jerusalém

representa a concreti-

zação da convivência

de diversos grupos

étnicos e religiosos.

Desta vez, o roteiro

Tour D & D foi em

Milão, Itália, onde

Joia Bérgamo, Esther

Schattan e Ales-

sandra Friedmann

integraram o grupo

que fez o Circuito

Lambrate.

Ana Teresa Bouqvar,

vice-diretora do

Centro Wizo de São

Paulo, participa da

recém-eleita Comis-

são do Conselho de

Ética da Wizo Brasil,

presidido por Helena

Kelner.

Daniel Strum

venceu o Prêmio

Odebrecht de

Pesquisa Histórica

– Clarival do Prado

Valladares com o

livro de arte

O Comércio do

Açúcar – Brasil,

Portugal e Países

Baixos (1595-1630)

que mostra como a

produção do açúcar

transformou com-

pletamente o espaço

brasileiro da época.

Tem 510 imagens,

muitas originárias

de instituições

estrangeiras e outras

inéditas no Brasil.

O bistrô La Casserole

foi o ambiente para

Paul Goldschmidt

mostrar os vinhos

Barone Guichard,

nome da sua peque-

na propriedade de

oito hectares entre

Saint Emilion e Po-

merol, em Bordeaux,

França.

Na Sala

Marlborough, um

dos espaços da Feira

de Londres, o editor

Eduardo Blucher

falou a respeito do

mercado nacional

no segmento CTP

(científi co, técnico

e profi ssional).

Blucher integrou a

missão brasileira

que foi recebida

pelo British Council

e a The Publishers

Association no

Victoria and Albert

Museum.

Paulo Markun e

Sérgio Roizenblit

dirigem a série

“Arquiteturas” para a

Sesc TV.

COLUNA 1

Dia da Vitória dos AliadosOito de maio de 1945, o V-E Day, Dia da Vitória dos Aliados con-tra o nazifascismo, foi relembrado na Câmara Municipal de São Pau-lo durante sessão solene em home-nagem aos heróis e mártires da Se-gunda Guerra Mundial, proposta pelo vereador Gilberto Natalini, a partir da Lei 11.844/95.

À mesa o comandante militar do Sudeste, general de Exército Adhe-mar da Costa Machado Filho, coro-nel Zavatti, representando o IV Co-mar da Aeronáutica, vereador Na-talini, o vice-presidente Executi-vo da Fisesp Ricardo Berkiensztat, presidentes da B’nai B’rith do Brasil Abraham Goldstein e da Sherit Ha-pleitá do Brasil Ben Abraham, e Jai-me Gawendo, do Fórum 18.

“Saio desta solenidade uma pes-soa melhor do que quando entrei, fi z questão de participar e trazer di-versos coronéis, ciente da importân-cia desta homenagem. Muitos não sabem quem foram os pracinhas, é preciso resgatar esta memória, como está sendo feito aqui”, disse o gene-ral Adhemar da Costa Machado Fi-lho. Durante o ato apresentaram-se a Orquestra Laetare, regida por Mu-riel Waldman, o Coral de Jovens da Emef Joaquim Nabuco e a atriz Gisel-le Marques.

AGENDA9/6 – Feijoada Gourmet Benefi cente assinada pelo chef Gabriel Zitune. Na Sinagoga Mish-

can Menachem, à rua Madre Teodora, 45, Jardim Paulista

11/6 – Uma Inesquecível História de Amor, musical com Cláudio Goldman e elenco. Tea-

tro Folha, Shopping Páteo Higienópolis

23 e 24/6 – Tradicional Bazar da Wizo no Clube Piratininga, com um andar só para a

Praça de Alimentação

26 a 30/6 – Viaje com a B’nai B’rith ao Grande Hotel São Pedro, com Kabalat Shabat,

campos de esportes, piscinas aquecidas, banhos térmicos. Saída da porta do clube. Infor-

mações, fone 3082-5844 com Cris ou Pedro

18 a 31/7 – Programa “Shalom Brasil” na Macabíada, com duas newsletters diárias e

entradas ao vivo. Cadastre-se nos sites www.hebraica.org.br ou www.shalombrasil.com.br.

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O restaurante Paris 6, de Isaac Azar, promoveu a

Semana Mediterrânea em par-ceria com o Ministério do Tu-rismo de Israel, que importou o chef Michael Katz, para ela-borar um cardápio especial atendendo os seiscentos pedi-dos diários na casa.

Michael é executivo do Gru-po Adom, dos restaurantes Colônia, Adom e Lavan em Jerusalém, onde 50% dos cozinheiros são árabes “e com o mesmo salário dos israelenses”. Katz passou por cozinhas como Le Cor-don Bleu de Londres (onde deu aulas por três anos), Chez Bruno e La Villa Lor-raine, na Bélgica, além de casas no México, Japão, Suécia, França, Itália, Irlan-da, Canadá, Estados Unidos e Austrália.

Baterista, seu hobby é construir maquetes de barcos, aviões, etc. “Nunca vi antes um local que funciona 24 horas. Essa organização me atraiu e, também, a forma como o chef Marinho de Souza atua no Paris 6. Por meio da comida, con-sigo reunir pessoas, que podem se entender ao redor de uma mesa”, diz o chef.

Ministro palestino no HadassaO ministro da Saúde da Autoridade Pa-lestina Hani Abdeen e funcionários do governo visitaram o Hospital Hadassa, em Jerusalém, onde foram recebidos pelo diretor-geral Yuval Weiss. Ele in-formou que sessenta médicos palesti-nos fazem residência no hospital e dis-se que “a medicina é uma ponte para a paz. Não há fronteiras no momento de tratar um paciente”.

“Mérito Juvenil” para escola mineiraEm razão da intensa atividade volun-tária em Contagem, Minas Gerais, a Escola Municipal Anne Frank de Belo Horizonte recebeu o Certifi cado Mé-rito Juvenil do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime. Conib, Fisesp e o Arquivo Histórico Judaico Brasileiro, parceiros da escola, tam-bém receberam o certifi cado emitido pelo órgão da ONU.

Mulheres e o Holocausto O Bait Centro Judaico convidou Ro-chelle G. Saidel para uma palestra e noite de autógrafos do livro As Mulhe-res e o Holocausto: o mesmo Inferno, Horrores Diferentes. O evento é par-te de um ciclo de entrevistas realizado pelo Bait coordenadas pelo jornalista Alberto Danon.

A missão gaúcha, liderada pelo go-vernador Tarso Genro e com 74

pessoas, retornou de visita a Israel com resultados concretos. Tecnologia de ir-rigação e a criação de um polo aeroes-pacial no Rio Grande do Sul constavam do programa do qual também participa-ram 25 empresários e nove representan-tes da sociedade civil, e a diretoria da Fe-deração Israelita do Rio Grande do Sul, representada pelo presidente e vice Má-rio Cardoni e Sebastian Wattenberg, que preside a Câmara Brasil-Israel no estado, e os diretores Flávio Kanter e Albert Po-ziomyck, mais o vice-presidente da Co-nib Henry Chmelnitzky.

“Demos um passo gigantesco rumo à concretização da ideia de um polo aero-espacial no estado. Se nada mais acon-tecer nesta missão, e vai acontecer, este protocolo já terá justifi cado a viagem”, disse Tarso Genro no Centro de Tecnolo-gia Avançada de Haifa, durante a assina-

Governador Tarso Genro em Israel

tura do acordo entre o governo gaúcho e a AEL Sistemas de Porto Alegre, subsidi-ária da israelense Elbit Systems para de-senvolver tecnologia destinada à fabrica-ção de satélites no Brasil.

Na área de irrigação, o governo adqui-riu equipamento para pequenas proprie-dades, elogiado pelo secretário de De-senvolvimento e Promoção do Investi-mento Mauro Knijnik: “Eles descobriram a roda”, disse Genro, que assinou acordo operacional entre o estado e a empresa Netafi m, de irrigação.

Estímulo ao empreendedorismo O Núcleo de Geração de Renda da Na’amat Pioneiras São Paulo, com o apoio da Fisesp e da Hebraica, reali-zou a 29ª. Feira da Comunidade, no Salão Marc Chagall. O evento foi um sucesso e cada edição é melhor para os expositores. À venda havia roupas, acessórios, artesanato, bijuterias e ar-tigos judaicos e infantis, e alimentos.

Fabiana Koren, da Almofafá de brindes infantis personalizados, disse: “A Feira abriu muitas portas e meus produtos são vendidos em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e até no Uruguai e nos Estados Unidos”.

GOVERNADOR NO YAD VASHEM

Chef israelense cozinha em São Paulo

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1, 4 e 5. Sucessão de excelentes chefs no Espa-ço Gourmet no mês de maio; 2 e 3. Noite de jo-alheiros na Oscar Freire reuniu Elaine Roemer, Elka Freller e Patrícia Gotthillf mais Arlete Schi-nazi; 6. A loja da Spicy entrou no espírito da Vi-rada Gabriel com as delícias de Monica Dajcz; 7, 8 e 9. No Hebraica-Meio-Dia, apresentações de jazz, música nacional e internacional e a canja de Sara Goldman Belz

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1. Na XIV Assembleia Plenária do CJM, Chella Safra, o primeiro-minis-tro húngaro Viktor Orbán e Jack Terpins; 2. Abramo Douek, Guita Zaren-chanski e Rose Moscovici; 3. Gaby Milevsky e Abramo Douek receberam Irina Kogan, diretora do Museu da Diáspora de Israel; 4. Fabiana Sverner, Ricardo Guimarães e Simone Borgas no novo Badebec; 5. Ronald Lau-der, presidente do CJM, recebe Eduardo Alcalay, presidente da Acrelbi, na Lauder Iavne School, em Budapest; 6. Sessão Solene, na Câmara Mu-nicipal, homenageia os heróis da Segunda Guerra Mundial; 7 e 8. Feira da Comunidade: diversidade na escolha de artigos judaicos, bijuterias e muito mais...

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1. Hebraica prepara em casa os recipientes para reciclar; 2. Horácio e Rebeca Lewinsky aderiram ao grupo de Perla Mosseri com Deise Susli-ck na viagem a Poços de Caldas; 3. Rabino Michel Schlesinger foi ao Qa-tar para a X Conferência para o Diálogo Interreligioso; 4. Mauro David Cukierkorn ministra curso de história judaica, parceria CCJ e PUC; 5. Des-sa vez, a saída cultural dos sócios foi para o Instituto Tomie Ohtake; 6 e 7. Noite de Lag Baômer reuniu gente de todas as idades na Praça Jerusa-lém; 8. Israel representado na Braztoa: Priscila Golchevsky, Susan Klages-brun e Cleo Ickowicz

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1. Em Israel, ministro da Saúde Alexandre Padilha visitou o Hospital Tel Hashomer, entre outros locais; 2. Chef Cristina Paulo agradou em cheio com a sua S.O.S. Cupcakes; 3. O possante fusca do rabino Noach na Praça Charles Miller, desfi lou em Lag Baômer; 4. Para comemorar Iom Ierushalaim, a presidente de Naamat Clari-ce Jozsef recebeu Shay Maor, sheliach do Fundo Comunitário; 5. Em giro europeu, Fryda e Sérgio Megrich co-nheceram o Memorial do Holocausto, em Berlim; 6. Novidade no Bom Retiro: espaço para festas e eventos Orá Vessimchá

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Hebraica recebe diretores da Acesc 1. Anita Rappaport e Célia Burd; 2. Presidente do Conselho da Hebrai-ca Peter Weiss e os presidentes Luís Eduardo Dutra Rodrigues (Pinhei-ros) e Carlos Alberto Idoeta (Alphaville Tênis Clube); 3. Arthur Rotenberg, Avi Meizler e Célia Gross; 4, 5, 6 e 7. Abramo Douek homenageou os ex-presidentes Beirel Zukerman, Arthur Rotenberg, Peter Weiss e Samsão Woiler; 8. Alexandre Bossolani também recebeu escultura símbolo da Hebraica

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Na Noite Italiana, a alegria contagiou os sócios 1. Berta Douek, Guita Zarenchansky, Sônia Ro-chwerger e Ana Iosif; 2. Denise e Avi Gelber; 3. Lúcia e Jaques Rechter; 4 e 5. Bailarinas típicas e orquestra deram o tom da noite; 6 e 9. Yudah Benadiba em uma roda animada de amigos; 7. Cardápio também típico e variado; 8. Vice-presidente Social e Cultural Sidney Shapiro co-mandou o sorteio de vários brindes

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44juventude > visita

G rande parte da plateia era de jo-vens pertencentes a movimentos

juvenis, que se identifi cam com Gilad. O ambiente era de expectativa e a emoção tomou conta de todos quando foi mos-trado, num telão, o fi lme que seus cap-tores fi zeram e enviaram ao governo is-raelense como prova de vida após três anos sem qualquer notícia do paradeiro do soldado.

Um herói na Hebraica MAIS DE 1.500 PESSOAS FORAM AO CENTRO CÍVICO DA HEBRAICA

PARA RECEBER O SOLDADO ISRAELENSE GILAD SHALIT, MANTIDO PRESO PELO HAMAS DURANTE MAIS DE CINCO ANOS

Tímido, Shalit entrou no Centro Cívi-co muito aplaudido, olhando para os la-dos como se toda essa recepção não fos-se para ele. No palco estavam o presiden-te do Fundo Comunitário (FC) de São Pau-lo Rafi Nasser, o presidente da Hebraica Abramo Douek e a vice-presidente da Di-visão Feminina do Fundo, Aviva Rawet.

Além dos discursos dos presidentes, falaram o jornalista israelense do Israel

Haiom e da TV Canal 2 Toav Limor, que acompanhou Shalit na viagem, o rabi-no David Weitman e a presidente da Di-visão Feminina do Fundo Comunitário, Evelise Ochman Hamaoui.

Douek ressaltou que, “ao ser libertado, Shalit tornou-se símbolo da aspiração coletiva dos judeus de todo o mundo, como se todos fossem ao mesmo tem-po o irmão, a irmã, ou seus pais Noam e Aviva Shalit. Foi essa manifestação de solidariedade e de cumplicidade de mi-lhões de pessoas em todo o mundo – e não apenas de judeus –, que o mante-ve vivo, como que advertindo aos seus carcereiros: ‘Não atentem contra a vida dele, pois há uma vigília da civilização contra a barbárie’”.

Nasser destacou a parceria do Fundo com a Hebraica em muitos eventos e re-alizações. “Durante os anos de cativei-ro, os judeus de Israel e de todo mundo rezaram por Gilad Shalit e esta é a es-sência do Fundo Comunitário, pois sal-var uma vida é salvar todo o povo. Que possamos estar sempre do lado daque-les que dão e nunca do lado de quem pede”, disse Nasser.

O herói da noite, Gilad Shalit, que redige uma coluna de esportes na imprensa israe-lense, pronunciou apenas três frases para agradecer a acolhida. “Estou muito feliz em frente a todos os amigos e agradeço a todos que atuaram de todas as formas para me libertar. Todos se uniram, somos todos responsáveis uns pelos outros. Estou retor-nando à vida normal.” (T.P.T.)

EVELISE OCHMAN HAMOUI, TOAV LIMOR, MOISES GORDON, ABRAMO DOUEK, SHAY MAOR, GILAD SHALIT E RAFI NASSER

CENTRO CÍVICO RECEBEU O GRANDE NÚMERO DE PESSOAS QUE HOMENAGEARAM O SOLDADO ISRAELENSE

RAFI NASSER, PRESIDENTE DO FC, E O HOMENAGEADO GILAD SHALIT

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46juventude > centro juvenil hebraikeinu

D esde que foi criado, há 22 anos, o Centro Juvenil Hebraikeinu conso-

lidou atividades diferenciadas em cada fase do movimento. Os Hebraikeinus I (7 a 9 anos) e II (10 e 11 anos) oferecem os chugim (ofi cinas específi cas) no início das tardes de sábado.

No início de cada ano, os orientan-dos escolhem entre as ofi cinas de espor-

tes, artes e teatro. A primeira é dirigida por uma dupla de monitores, enquanto a de artes é coordenada pelo cenógrafo Edson Expedito. Já a ofi cina de teatro é orientada pela professora Ozani Violin. “Este ano, temos treze participantes no horário do Hebraikeinu I e dezessete do Hebraikeinu II. Muitos deles também frequentam os cursos do Departamento

de Teatro durante a semana. Aliás, mui-tos dos integrantes dos grupos Ques-tão e Prumo tiveram o primeiro contato com o teatro no Hebraikeinu”, informa a professora.

Logo depois do almoço, os integrantes do Hebraikeinu I sobem à Sala de Yoga para o chug de teatro. Durante quarenta minutos se esforçam para seguir as ins-truções de Ozani. “Nessa idade, eles são mais espontâneos. Levam tudo como uma brincadeira”, explica Ozani.

O que pensam as crianças“Escolhi o teatro para poder me apre-sentar no fi nal do ano”, destaca Chan-tal, de 8 anos. “Eu venho porque minha mãe diz que já faço muito teatro em casa e posso fazer um pouco mais no Hebrai-keinu também”, revela outra menina. Já o pequeno Felipe gosta mesmo da roda de despedidas ritual que as crianças do I realizam segundos antes da chegada da turminha do II.

O ritmo da ofi cina dos Hebraikeinu II é mais acelerado. “A maioria faz teatro desde o Hebraikeinu I. Muitos já atua-ram nos espetáculos de fi nal de ano, en-tão chegam ao ensaio cheios de expecta-tivas”, explica Ozani.

Para Liz e Naomi, de 9 anos, a diver-são é fator que motiva a frequência à ofi -cina. Já Stephanie viu a irmã Vitória em um espetáculo de fi nal de ano e se en-cantou com o que a outra fazia. “Vitória já trocou de atividade e eu gosto cada vez mais”, afi rma a caçula.

Camila teve algum incentivo para ade-rir ao teatro. “Eu tentei os outros chu-gim mas os monitores me disseram para vir para o teatro. Aceitei e gostei.” Para Mahine, 10 anos, o chug de teatro “é o primeiro passo para o futuro. Quero ser atriz, quando crescer”, declara.

Nicole e Sofi a insistem em ter as suas histórias registradas nesta entrevista. Elas se decidiram pelo chug de teatro depois de um processo de exclusão e se expressam da mesma forma: “Não gos-to de esportes, nem de artes, que são atividades obrigatórias na escola. Aqui, no Hebraikeinu, faço teatro”, afi rmam. (M. B.)

Gente que gosta de plateia

NA OFICINA DE TEATRO DO CENTRO JUVENIL HEBRAIKEINU, AS CRIANÇAS SE DIVERTEM ENQUANTO DESENVOLVEM OU DESCOBREM NOVAS HABILIDADES.

OS CURSOS DE BASE REÚNEM CERCA DE TINTA CRIANÇAS

JOGOS TEATRAIS DESPERTAM O INTERESSE DOS CHANICHIM DOS HEBRAIKEINUS I E II

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47juventude > jovens sem fronteiras

E m plena campanha pela permanên-cia do Corinthians na Copa Liberta-

dores Santander e às vésperas da fi nal do Campeonato Paulista, o vice-presi-dente do Corinthians Luís Paulo Rosen-berg foi recepcionado no Teatro Anne Frank por ativistas da vice-presidência de Juventude da Hebraica, especialmen-te os que atuam no grupo Jovens Sem Fronteiras e no Hebraica Adventure, além de corintianos de todas as idades.

Antes da palestra, Rosenberg rece-beu uma camiseta do Bando de Meshi-genes (“loucos”, em ídiche) obcecados pelo timão, grupo formado a partir do Facebook, e que reúne milhares de tor-

Muito além de um time O VICE-PRESIDENTE DO CORINTHIANS LUÍS PAULO ROSENBERG FALOU AOS CONVIDADOS DO GRUPO JOVENS SEM FRONTEIRAS SOBRE MARKETING, ESPORTE E CIDADANIA NO TEATRO ANNE FRANK

cedores do Corinthians.A palestra de Rosenberg teve como ob-

jetivo atrair para a campanha a favor da arrecadação de livros para a Ong Biciclo-teca. Quem chegava, depositava uma do-ação na bicicloteca estacionada no sa-guão do teatro. As dez biciclotecas hoje em atividade circulam pelo centro de São Paulo distribuindo livros aos mora-dores de rua que por não terem endere-ço fi xo, não podem utilizar as bibliotecas circulantes da cidade.

Depois de elogiar os vídeos a respeito da atividade do Jovens Sem Fronteiras e das ações de sustentabilidade realiza-das no clube, Rosenberg explicou como

reverteu uma imagem desgastada do Co-rinthians, transformando-a em símbo-lo de sucesso e solidariedade. “É o que chamo de rebranding, ou seja, o reposi-cionamento e valorização de uma marca que, no caso, diz respeito a milhares de brasileiros no mundo inteiro”, explicou.

Descontraído, Rosenberg estabeleceu um vínculo com a plateia ao mencionar as ações sociais do Jovens Sem Frontei-ras e criticar o São Paulo Futebol Clube em comentários que no dia seguinte re-percutiram na página de esportes do UOL, na Internet.

Ainda sob o impacto da presença de Rosenberg, os ativistas do Jovens Sem Fronteiras promovem, dia 8 de junho, às 18 horas, mais uma edição do Samba-tata, cujo tema será o trabalho do grupo musical Los Hermanos. (M. B.)

ROSENBERG ELOGIOU AS AÇÕES SOCIAIS PROMOVIDAS PELO GRUPO JOVENS SEM FRONTEIRAS

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1. 2.

4.

3.

5.

6.

8.7.

1. Durante o Dia de Israel, a Agência Judaica divulgou os programas de estudos e vivências de jovens em Israel; 2. Na programação, uma ofi cina de cupcakes inspirada em símbolos e sabores israelenses; 3. Alberto Milkewitz, da Federação Israelita de São Paulo (Fisesp), Gaby Milevsky e Abramo Douek e no debate sobre o futuro de Israel; 4. Os jovens, com apoio da Fisesp e da Hebraica, organizaram a programação do Dia de Israel; 5. Grupo Nefesh, da CIP, na apresentação de dança que encerrou o Dia de Israel; 6. Monitores dos movimentos juvenis se uniram para orientar uma ofi cina para decoração de bandeiras azuis e brancas; 7. O Centro de Música Naomi Shemer apresentou um pocket show com músicas em hebraico; 8. Líderes de movimentos juvenis debateram suas teses sobre o futuro de Israel na Sala Plenária

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2.1.

3.

4.

5.

1. Um touro mecânico fez a alegria das crianças duran-te o Iom Israel; 2. Grupo Parparim foi muito aplaudido na apresentação de danças; 3. Monitores da Chazit Hanoar enfeitaram os rostos com a estrela de David; 4. A comemo-ração de Lag Baômer atraiu sócios de todas as idades; 5. O grupo de teatro Questão passou pela arquibancada do Gi-násio dos Macabeus durante ensaio itinerante;

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52esportes > handebol

T odos os dias há treino ou jogo de handebol, desde os peque-

nos alunos da Escola de Esportes, que aprendem os fundamentos da moda-lidade, à preparação dos atletas que atuam nas equipes de base do compe-titivo. As equipes masculinas infantil e cadete disputam a primeira fase do Campeonato Paulista, equilibrando o intenso trabalho físico com a dedica-ção à escola.

“A equipe técnica orienta os atle-tas a se organizarem para não preci-sar faltar aos treinos na semana de provas e nem prejudiquem os estu-dos em razão do handebol”, afi rma o coordenador da modalidade Álvaro Herdeiro. Ele é o responsável por um grupo de profi ssionais apaixonados pelo esporte e que partilham o gosto pelo handebol com os sócios inicia-dos na modalidade ainda na Escola de Esportes.

“O contato dos alunos com o jogo é por intermédio de atividades lúdi-cas. Quando demonstram talento, a transição para o competitivo é mui-to tranquila. Hoje a maior parte das nossas equipes é formada por só-cios que jogam muito bem”, declara o técnico do infantil masculino Gui-lherme Borin.

“Minha história no clube é antiga. Comecei como atleta, me formei e en-trei para a equipe da Escola de Espor-tes. Em 2009, fi z um curso na Dina-marca. Aliás, um dos diferenciais do handebol no clube é a excursão anual dos atletas à Europa para disputar tor-neios ofi ciais. A maioria volta mais ex-periente e com mais vontade de mos-trar o que aprendeu no exterior”, ex-plica Guilherme.

Além dos garotos, as equipes femi-ninas também têm sido bem-sucedi-das. A juvenil fi cou em terceiro lugar no Campeonato Paulista de 2012. “O time adulto foi campeão da Liga Pau-lista”, diz Herdeiro. (M.B.)

Mais craques na comunidade

O HANDEBOL É MUITO POPULAR ENTRE OS SÓCIOS, QUE DISPUTAM TORNEIOS ESTADUAIS EM VÁRIAS CATEGORIAS. RECENTEMENTE, A

MODALIDADE CEDEU DOIS DOS SEUS ATLETAS PARA A SELEÇÃO BRASILEIRA

Dois atletas do handebol da Hebraica integraram a seleção brasileira juvenil vice-campeã no Pan-Americano: Pedro Salvini da Fonseca, (goleiro) e Daniel Sawaya, (armador central). Além deles, outro atleta vem se destacando: Cauê Herrera de Oliveira, que voltou de Mar del Plata, na Argentina, como campeão Pan-Americano júnior pela seleção brasileira, que deve disputar o mundial na Bósnia, em julho. Mas até lá, ele atua na equipe da Hebraica disputando o Campeonato Paulista.

Atletas na seleção

ATLETAS DO INFANTIL COMEMORAM OS BONS RESULTADOS NA PRIMEIRA FASE DO CAMPEONATO PAULISTA

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54esportes > judô

Treinos para várias gerações TODO SÁBADO, OS

COORDENADORES DO DEPARTAMENTO DE JUDÔ

EDISON E MIRIAM MINAKAWA CONVOCAM JUDOCAS DE

TODAS AS CORES DE FAIXAS PARA PARTICIPAR DO GRUPO DA

UNIBES QUE INTEGRA O PROJETO CAMPEÃO/ JUDÔ CIDADÃO

À primeira vista, o grupo que é pos-sível ver através das janelas da

Sala de Judô, no Centro Cívico, parece incoerente, pois frente à frente fi cam ju-docas faixa roxa e preta com o dobro de tamanho e o triplo da idade dos meni-nos e meninas da outra fi la. Atentos, to-dos seguem as instruções do sensei Edi-son, que orienta os mais velhos a se conduzir para os mais novos aprende-rem os golpes.

As manhãs de sábado são reservadas para os treinos dos meninos e meni-nas da Unibes inscritos no Projeto Cam-peão/ Judô Cidadão , parceria que se propõe descobrir talentos para a equipe competitiva do clube. “É um prazer par-ticipar desses treinos. Os garotos têm

muita energia e vontade de aprender”, afi rma Arthur Liberman, 54 anos, um dos veteranos que se revezam na tarefa de monitor no treino.

Para Edison Minakawa, a integra-ção entre os judocas é uma das mis-sões da modalidade e “o convite para os treinos no sábado é dirigido aos ju-docas mais experientes e para os que estão começando. Todos se benefi-ciam, especialmente os menores, que ficam felizes em aplicar os golpes nos adultos, algo pouco comum no cotidia-no deles”, explica. “Minha alegria é ver que a cada treino, a maioria dos alunos que convoco aceita e ainda agradece a oportunidade de ajudar num treino tão democrático.” (M. B.)

JUDOCAS MAIS EXPERIENTES ENSINAM MOVIMENTOS E GOLPES AOS GAROTOS DO PROJETO PROJETO CAMPEÃO / JUDÔ CIDADÃO

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57esportes > fotos e fatos

1. Equipe da Hebraica na área de concentração durante o Campeonato Regional Juvenil e Junior de Natação; 2. Aula aberta de natação promovida pela Escola de Esportes para pais e fi lhos; 3. Torneio infantil de xadrez reuniu quarenta participantes; 4. Hebike vem crescendo em número de adeptos; 5. Deborah Kabani fi cou em décimo terceiro lugar no o placar geral do Campeonato de Águas Abertas Rei e Rainha do Mar, no Rio de Janeiro; 6. Atletas do time de polo aquático feminino criado especialmente para disputar a XIX Macabíada; 7. Mamães e vovós homenageadas em torneio de tênis

2.1.

3.

5.

6.

4.

7.

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56esportes > curtas

Acesc no basquete As categorias sub-11 e sub-13 de basquete realizaram a primei-ra etapa da Copa Acesc em atividades recreativas na quadra do Centro Cívico da Hebraica. No sábado, os alunos da Escola de Esportes formaram times mistos com pequenos atletas do Paulistano, Monte Líbano e Alphaville Tênis Clube, represen-tando a categoria sub-11. No domingo, foi a vez dos atletas do sub-13, já federados, misturarem os times e jogarem partidas amistosas no maior ginásio da Hebraica. A Copa tem mais três etapas previstas para o Paulistano, Monte Líbano e Alphaville Tênis Clube. (M. B.)

Bronze no Rio No fi nal de abril, a Hebraica fi cou em terceiro lugar no Campe-onato Brasileiro de Polo Aquático Sub-17. Leonardo K. Bueno, Vítor Lowenthal Kignel, Eduardo Wainberg, Willian Psanquevi-ch, Kevin e Ilan Daybna, Ariel Levi, André Dzik (capitão), Patri-ck Wainer Licht, André Lisak, Tomer Schmoisman, Felipe Al-terthum e Rafael e Pedro Vergara, segundo artilheiro com 23 gols, trouxeram a medalha de bronze.

Esporte de base A equipe infantil de polo aquático conquistou o título da Copa Sesi, realizada em São Caetano. Além de superar os times de outras cinco entidades esportivas, dois atletas se destacaram como artilheiro (Nicholas Fichman) e melhor goleiro (Theo Fleider). Além da pontuação, o time comandado pelo técnico Eduardo Bruno recebeu cumprimentos pela boa conduta den-tro e fora da piscina.

Festival enxuto O Festival de Ginástica Rítmica da Esco-la de Esportes reuniu no Ginásio dos Ma-cabeus as alunas do clube e dos colégios São Luiz, Albert Sabin, da Academia Competition. As 27 apresentações fei-tas por atletas com menos de 13 anos en-cantaram pais e irmãos que lotaram as arquibancadas.

“A redução na faixa etária das partici-pantes foi muito positiva, pois muitas das alunas são iniciantes e adoraram ser o centro das atenções no evento. Outro destaque foi o projeto mantido pela pre-feitura de Cotia, cujas coreografi as foram a atração principal do evento”, explica Regina Falcade, coordenadora da Escola de Esportes

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magazine

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espaço saúdeHEBRAICA | JUN | 2013

D iabetes é uma condição crônica associada

com níveis de glicose elevados no sangue.

Atualmente o diabetes pode ser caracterizado

como uma epidemia. Em 1985 havia trinta mi-

lhões de adultos com diabetes no mundo; a pro-

jeção para 2030 é de mais de trezentos milhões.

Cerca de 2/3 destes indivíduos vivem em paí-

ses em desenvolvimento, envolvendo cada vêz

mais indivíduos jovens. Este aumento ocorre de-

vido ao crescimento e envelhecimento popula-

cional, a maior urbanização e o aumento da obe-

sidade e sedentarismo, tendo implicação impor-

tante no aumento taxa da mortalidade e dos cus-

tos com a saúde. Os dois tipos mais comuns são

o diabetes tipo 1 e o tipo 2, os sintomas incluem

aumento da fome, sede, aumento da freqüência

e volume urinário, fadiga e perda de peso.

O diagnóstico da diabetes é feito pela elevação

dos valores de glicose no sangue. As complica-

ções relacionadas ao diabetes podem ser agudas

ou crônicas. Dentre as complicações agudas te-

mos a hiperglicemia ou hipoglicemia. As com-

plicações crônicas estão relacionadas com alte-

rações dos vasos sanguineos que podem com-

prometer os pés, olhos, rins, nervos e coração.

A dieta é fundamental para atingir um bom con-

trole glicêmico, ela deve ser balanceada, pobre

em gorduras, colesterol e açúcares simples. De

preferência o total de calorias consumido duran-

te o dia deve ser fracionado nas refeições.

O tratamento do diabetes depende do tipo e se-

veridade da doença. O diabetes tipo 1 é tratado

com insulina, exercício e dieta. O diabetes tipo

2 deve ser tratado no início através da perda de

peso com dieta e exercício. Se estas medidas

não controlarem os níveis de glicose no sangue,

medicações orais serão necessárias. Se as medi-

cações orais forem insufi cientes para atingir o

controle, insulinas ou outras medicações injetá-

veis podem ser utilizadas.

A insulina é um hormônio produzido no pân-

creas que reduz os níveis de glicose no sangue

e sempre deverá ser utilizada para o tratamento

do diabetes tipo 1, ou quando os medicamentos

para o DM 2 não possibilitam um controle ade-

quado. O objetivo do tratamento com insulina é

imitar a secreção natural deste hormônio produ-

zido pelo pâncreas.

O tratamento com insulina evoluiu muito nas úl-

timas décadas, atualmente dispomos de insu-

linas mais puras, com tempo de ação mais pró-

ximo do fi siológico, podendo ser utilizada atra-

vés de canetas e agulhas mais fi nas, facilitando

e reduzindo o desconforto da aplicação. Dispo-

sitivos modernos conhecidos como “bombas de

infusão de insulina” podem ser utilizados em pa-

cientes diabéticos tipo 1 de difícil controle ou

em certas situações, como durante a gestação.

A glicemia pode ser monitorada em casa através

de aparelhos chamados glicosímetros, que atra-

vés de tiras reagentes analisam o sangue coleta-

do pelo próprio paciente através de uma “pica-

da” no dedo. Uma importante meta no diabetes é

manter a glicemia de jejum entre 70 e 130 mg/dl

e entre 140mg/dl e 180mg/dl após a alimentação.

Atualmente dispomos de novos medicamentos

orais para o tratamento do DM 2, e muitos estão

em desenvolvimento. A tendência atual é da in-

dividualização do tratamento, escolhendo o me-

dicamento conforme cada caso, analisando cus-

to, doenças associadas, benefícios e menos efei-

tos colaterais.

Diabetes

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DR. PAULO ROSENBAUM, ENDOCRINOLOGISTA DO HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN

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magazine > capa | judeus revolucionários | por Shuki Sadeh e Ido Efrati

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Da Bastilha ao Boulevard

RotschildINFLAMADOS PELA IDEOLOGIA E AGINDO POR MEIO DE

PROTESTOS, MANIFESTOS E ATÉ VIOLÊNCIA, OS JUDEUS TÊM HISTORICAMENTE DESEMPENHADO UM PAPEL IMPORTANTE

PARA MUDAR A ORDEM ECONÔMICA, POLÍTICA E SOCIAL DAS SOCIEDADES EM QUE VIVEM. OS AUTORES DO ARTIGO

PARTEM DOS EVENTOS OCORRIDOS NO BOULEVARD ROTSCHILD, TEL AVIV, EM 14 DE JULHO DE 2011. UMA

CENTENA DE PESSOAS – A MAIORIA ADOLESCENTES DE CLASSE MÉDIA – ATENDEU AO APELO DA JOVEM DAPHNE

LEEF, ENTÃO COM 25 ANOS, QUE ABRIRA UMA PÁGINA NO FACEBOOK CONCLAMANDO TODOS A ACAMPAREM NO

LOCAL EM PROTESTO CONTRA OS AUMENTOS ABUSIVOS DOS ALUGUÉIS – 11% NO ESPAÇO DE UM ANO –

OBRIGANDO MUITOS A ABANDONAREM OS APARTAMENTOS NO CENTRO DE TEL AVIV. A MANIFESTAÇÃO DOS JOVENS

ISRAELENSES ACABOU INSPIRANDO O MOVIMENTO “OCUPE WALL STREET” >>

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FAMÍLIAS INTEIRAS OCUPARAM O BOULEVARD ROTSCHILD

EM JULHO DE 2011, E QUE SE REPETIU SEMANAS DEPOIS, EM

WALL STREET

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de libertação, a saber: Ludwig Bamberger, em Mainz; Ferdinand Lassalle, em Breslau; Gabriel Riesser, em Hamburgo, e outros. Em Viena se destacaram dois jovens médicos húngaros, Adolf Fischhof e Joseph Goldmark, irmão do compositor Karl Goldma-rk; em Veneza, um judeu, Daniele Manin, liderou a revolução.”

Jornalistas, escritores e poetas judeus, como Siegfried Ka-pper, Heinrich Heine, Ludwig Borne e Leopold Zunz, tiveram papel importante na formação da imagem do revolucionário judeu. Os judeus que defendiam valores republicanos e socia-listas e que se juntaram à revolução naturalmente despertaram a ira de grupos conservadores. “Os conservadores rotularam os judeus como inimigos, e aqueles que queriam combater o mo-vimento revolucionário usaram o antissemitismo para isso”, explica Zimmermann.

“Os judeus participaram pouco da Revolução Francesa”, ob-serva o reitor do Instituto Schechter de Estudos Judaicos, pro-fessor Guy Miron. “Os judeus precisaram reescrever o passa-do para torná-lo adequado ao presente. Identifi caram-se com a Revolução Francesa e, portanto, tentavam fazer parecer como se tivessem participado dela. Na época constituíam um grupo pequeno e marginal e, portanto, esta não é uma história judai-ca. Mas as ramifi cações da Revolução Francesa foram muito importantes para os judeus.”

Na segunda metade do século 18, havia apenas cerca de quarenta mil judeus na França, a maioria fora de Paris. Se-

gundo o professor Israel Bartal, da Uni-versidade Hebraica, que faz palestras a respeito de judeus e revoluções, as ra-zões pelas quais a comunidade desem-penhou um papel insignifi cante na Re-volução Francesa tem a ver com o fato de que “nesse período os judeus passa-vam por um processo de integração e se juntavam a grupos culturais e sociais não judeus”, diz. “Eles estavam tentan-do se assimilar e não se destacar. Além disso, essa foi uma revolução da burgue-sia acompanhada por manifestações ex-plosivas de multidões – em muitos casos sem liderança.”

Bartal cita como exemplo que “seto-res da pequena burguesia, sem nenhu-ma infl uência econômica, participaram da Queda da Bastilha, mas surgiu a ques-tão a respeito de quem liderava e fazia a revolução”. “Nesse sentido, é semelhante ao que vemos hoje com o protesto social: há algo que lembra um evento espontâ-neo que ninguém parece estar contro-lando”, explica Bartal.

“Os judeus precisaram reescrever o passado para torná-

lo adequado ao presente.

Identifi caram-se com a

Revolução Francesa e, portanto,

tentavam fazer parecer como

se tivessem participado

dela. Na época constituíam um grupo pequeno e

marginal e, portanto, esta não é

uma história judaica.”(Guy Miron,

reitor do Instituto

Schechter de

Estudos Judaicos)

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magazine > capa | judeus revolucionários

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Em um dia quente do verão de 1967, Abbie Hoffman, um jo-vem de cabelos crespos, tentou passar pela entrada dos visi-tantes do prédio da Bolsa de Nova York. Quando o guarda o pa-rou, Hoffman disse: “Nós somos judeus e você é um antissemi-ta que não nos deixa entrar”. Meio sem graça, o guarda deixou Hoffman e os amigos hippies subirem à galeria dos visitantes e o grupo começou a protestar com provocações: cada um abriu sacolas e jogou notas de dólar sobre o pregão e fi lmaram a luta dos corretores para apanhar as notas que caíam das galerias.

“Se há uma imagem que tem ridicularizado o capitalismo é a desse incidente. Quando se tratava de fazer algo no gênero provocativo Abbie Hoffman era um gênio. Ele fi cava parado numa esquina queimando notas de dólar, por exemplo”, rela-ta o historiador Gadi Taub, especialista na década de 1960 nos Estados Unidos.

O protesto popular que começou no Boulevard Rothschild, em Tel Aviv, em 14 de julho de 2011 – aniversário da tomada da Bastilha, marco do início da Revolução Francesa – foi ime-diatamente apresentado como uma “revolução”, mesmo antes que pudesse começar a mudar a ordem social em Israel. Os jo-vens líderes que se inspiravam na longa história de revolta ju-daica visavam alcançar uma nova ordem e direitos iguais para todas as classes.

Tradicionalmente os judeus têm um interesse especial no êxito de seu povo a cada geração e em todos os campos de ação. Esta “contabilidade” judaica é mais tendenciosa e geral-mente ignora as circunstâncias e as condições que possibilita-ram o sucesso dessas histórias. De fato, na maioria dos casos, esse balanço prefere atribuir as conquistas à composição gené-tica do povo eleito.

“A lista de judeus que se envolveram nas revoluções mais im-portantes (desde a metade do século 19) é muito longa”, expli-ca o professor do Departamento de História da Universidade Hebraica de Jerusalém Moshé Zimmermann. “Um grupo social está insatisfeito com a situação, e sente que não pode mudá-la, apoiará uma revolução. Os judeus não estavam satisfeitos por-que não tinham os mesmos privilégios concedidos a outros se-tores da sociedade e, portanto, a ideia de revolução – comunis-ta ou liberal – era atraente para eles.”

De acordo com o professor Moshé Zuckermann, um dos historiadores da Universidade de Tel Aviv, a revolução não era a única opção para os judeus. Eles tiveram pelo menos duas alternativas. “Uma era a assimilação, como aconteceu na Alemanha no século 19, e a outra apontava para o sionis-mo, possibilidade que surgiu no fi nal do mesmo século. Se um judeu não escolhesse um desses dois caminhos, o que lhe restava era mudar a sociedade em geral – e, portanto, tornar-se um revolucionário.”

Primavera das NaçõesO estopim da onda de revoltas que var-reu o continente europeu, em 1848, foi aceso quando as massas francesas depu-seram o rei Luís Felipe em fevereiro da-quele ano. Os acontecimentos que se to-naram conhecidos como a “Primavera das Nações” começaram em Paris e Vie-na, e logo se espalharam por toda a Eu-ropa. Foi a primeira vez em que houve uma presença marcante de revolucioná-rios judeus nos movimentos de protesto e libertação. Em alguns casos, até mes-mo rabinos participaram desses movi-mentos, como no caso de Adolf Jellinek, rabino-chefe de Viena, e irmão do revo-lucionário Hermann Jellinek.

“De repente, era possível ver nomes ju-deus em todos os tipos de lugares”, diz Michael Silber, do Departamento de His-tória da Universidade Hebraica, que pes-quisou o período. “Na Alemanha, na épo-ca dividida em dezenas de Estados, os ju-deus assumiram papéis importantes na fundação e na liderança de movimentos

ACIMA, ABBIE HOFFMAN ERA UM GÊNIO DA PROVOCAÇÃO E TAMBÉM ISSO AJUDOU A FAZER DELE UM LÍDER; ACIMA, À DIREITA, EMMA GOLDMAN LUTOU PELOS DIREITOS DAS MULHERES E NESSA FOTO PARECE QUERER DEMONSTRAR ISSO EM MEIO A TANTOS HOMENS

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magazine > capa | judeus revolucionários

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Socialismo e comunismo “A atividade revolucionária dos judeus atingiu o ápice em 1917-1919, nas revoluções na Rússia, na Alemanha e na Hun-gria”, disse Guy Miron. “Isso ocorreu apesar de a maioria dos judeus na Hungria, Alemanha e Rússia ser conservadora, tradi-cionalista e desinteressada em uma revolução.” O revolucioná-rio de maior destaque foi Leon Trotsky, cujo nome original de família era Bronstein, destinado a se tornar o sucessor de Lê-nin, mas foi deposto por Stálin.

Como muitos revolucionários depois dele, Trotsky cresceu em uma casa relativamente rica e em um determinado mo-mento largou os estudos para combater o regime czarista. Pas-sou um período na prisão, foi exilado na Sibéria, fugiu para Londres, voltou à Rússia para aderir à fracassada revolução de 1905, voltou para Londres, vagou pela Europa. E em 1917 re-tornou a Moscou para aderir à revolução. Ele foi nomeado mi-nistro das Relações Exteriores no primeiro governo bolchevi-que, e como ministro da Defesa o responsável pelo exército vermelho na guerra civil que eclodiu em seguida.

Trotsky estava cercado por um grande número de judeus, entre os quais o cunhado, Lev Kamenev, além de Grigory Zi-noviev. “Diz-se, de brincadeira, que quando Lênin saía da sala, Trotsky era capaz de organizar um minian (quorum mínimo para oração)”, comenta Miron. Mais tarde, Stálin, grande ini-migo de Trotsky, juntou-se a este e a Lênin. No fi nal da década de 1920, Stálin deportou Trotsky que passou por muitos países até se fi xar na Cidade do México, em meados dos anos 1930. Em 1940, Ramón Mercader, assassino a mando de Stálin, ma-tou-o com um picador de gelo.

“Trotsky era um homem brilhante com grandes ideias e uma impressionante capacidade de realização. Ele tinha muitos ad-miradores, mas também conseguiu outro tanto de inimigos. Estava bastante isolado no seio da liderança e, portanto, foi de-posto em um estágio relativamente inicial da revolução”, expli-ca a professora Ziva Galili, palestrante de história da Universi-dade Rutgers, em Nova Jersey.

Um conceito bem conhecido associado a Trotsky é o da “re-volução permanente”, que signifi ca ativismo contínuo, para fa-zer uma revolução mundial, ideia que infl uenciou grande nú-mero de jovens, incluindo judeus. No período entre guerras os comunistas judeus participavam desses grupos: “É possível en-contrá-los entre os revolucionários que iam de país em país, como na Guerra Civil Espanhola”, explica Bartal.

Outro exemplo é Bela Kun, na Hungria. Kun era um jovem de 30 anos e um dos fundadores da República Soviética na Hun-gria, em 1919, que durou exatos 133 dias. Kun foi para o exílio na Rússia, e acabou assassinado em um dos expurgos de Stálin, no fi nal dos anos 1930. “A atuação de Kun ocorria no contexto

de uma realidade em efervescência: qua-se metade dos jornalistas húngaros era ju-dia, bem como os advogados e médicos – apesar de constituírem apenas 5% da população”, explica Silber. “Kun tomou o poder na Hungria no fi nal da Primeira Guerra Mundial e chefi ou um governo de 35 comissários, quase todos judeus, e a impressão era de que tinha sido criado re-almente um governo judaico. Isso provo-cou uma onda de antissemitismo e terror contra os judeus.”

A Primeira Guerra Mundial deixou em seu rastro uma Alemanha que lidava com as difíceis condições de paz estabe-lecidas pelo Tratado de Versalhes, com a frustração pública e as difi culdades eco-nômicas. “Na Alemanha, havia vários ‘pontos focais’ revolucionários domina-dos por judeus”, diz Miron. “Kurt Eisner liderou a ‘República Soviética da Bavie-ra’, que governou brevemente aquela re-gião. Em Munique, houve três tentativas de revolução, todas fracassadas, todas conduzidas por judeus.”

Rosa Luxemburgo, judia nascida na Po-lônia, foi uma das fundadoras do Partido Comunista na Alemanha. Teórica marxis-ta e fi gura inspiradora em áreas como hu-manismo e feminismo, criou um jornal e fundou uma organização antibelicista a Liga Espartaquista e teve um casamen-to fi ctício com um socialista alemão – só para participar nas atividades do Partido Social-Democrata na Alemanha.

No entanto, após a vitória do partido, ela recusou-se a fazer parte do governo, sob a alegação de que seria uma traição à fi losofi a de Marx e que prejudicaria a luta dos trabalhadores. Como outros re-volucionários, Luxemburgo pagou com a vida a atuação política e as opiniões – em 1919, foi assassinada por uma orga-nização de extrema-direita. Depois da Segunda Guerra, Luxemburgo foi consi-derada heroína nacional na Alemanha Oriental e deu nome a uma das princi-pais praças da antiga Berlim Oriental.

“Grande parte da presença judaica em revoluções socialistas tem a ver com imi-grantes judeus do Leste Europeu que se espalharam pelas grandes cidades da Europa, e mais tarde pelos Estados Uni-

Rosa Luxemburgo, judia nascida na Polônia, foi uma das fundadoras do Partido

Comunista na Alemanha.

Teórica marxista e fi gura

inspiradora em áreas como

humanismo e feminismo,

criou um jornal e fundou uma organização antibelicista:

a Liga Espartaquista

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dos e pela Terra de Israel”, explica Bartal. “Rosa Luxemburgo foi uma judia da Polônia, era assim identifi cada na Alemanha, mas estava mais interessada no destino dos mineiros da Silé-sia do que no destino dos judeus.”

Revoluções no Ocidente“A revolução é um fenômeno que sempre envolveu os judeus nos Estados Unidos e que se manifesta em cada período”, diz Michael Zakim, historiador da Universidade de Tel Aviv. “Os ju-deus americanos foram capazes de escolher entre a assimila-ção, ou a melhoria de suas condições pessoais e ‘consertar’ a sociedade. A maioria dos judeus escolheu a segunda opção. Os judeus chegaram aos Estados Unidos com uma visão de mun-do coletivista e acrescentaram essa bagagem que trouxeram com eles ao liberalismo americano, individualista por nature-za. Eles se integraram nos partidos radicais socialistas, no Par-tido Comunista e na política extra-partidária, incluindo a dos direitos civis negros.”

Um imigrante judeu que se tornou revolucionário nos Esta-dos Unidos foi Emma Goldman, conhecida como “Emma Ver-melha”. Em contraste com Rosa Luxemburgo, que foi motiva-da pelo espírito do comunismo, Goldman teve um papel im-portante como um dos arquitetos da fi losofi a anarquista e da primeira onda do feminismo nos anos 1920. Goldman nasceu em 1869, em Kovno (Rússia), e tinha 25 anos quando imigrou para Nova York. Durante a vida inteira envolveu-se em lutas sociais e políticas. Emma Goldman escreveu a respeito de ate-ísmo, liberdade de expressão, militarismo, capitalismo e mui-tos outros assuntos, mas a contribuição mais notável dela foi a ligação que estabeleceu entre a política dos gêneros e a teoria

anarquista – com ênfase na liberdade se-xual. Ela morreu em 1940 e junto com o corpo também enterraram o legado dela. Emma foi redescoberta e recebeu reco-nhecimento apenas na década de 1960, com o renascimento do movimento anarquista, e na década de 1970, com o fortalecimento do movimento de mulhe-res naquilo que fi cou conhecido como “a segunda onda do feminismo”.

A Guerra Fria, o fechamento de países do Leste Europeu por trás da Cortina de Ferro, e a caça às bruxas aos comunistas nos Estados Unidos, iniciada em 1948, suprimiram movimentos de orientação socialista e comunista. “Os judeus não agiam movidos por um sentimento de discriminação ou de opressão. Se foram vítimas do macarthismo, foi mais por-que eram comunistas e menos por se-rem judeus”, explica Zakim.

Na década de 1960, a Guerra do Viet-nã e a discriminação contra negros acen-deu o fogo da revolução, e os judeus dos Estados Unidos participaram de ações contra o governo relacionadas a essas questões. A onda de protestos foi nitida-mente de natureza diferente da que ti-nha acontecido na Europa meio século antes: os líderes eram os fi lhos do baby

MONUMENTO EM AÇO EM HOMENAGEM A BELLA KUN EM BUDAPESTE

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boomers da Segunda Guerra Mundial e que se tornaram os fi -lhos das fl ores do movimento hippie. Eles espalham mensa-gens de paz, pregam o afastamento do materialismo e da pros-peridade, misturando-as com o misticismo, a necessidade do “retorno à natureza” – e do uso da maconha e alucinógenos.

O especialista norte-americano Taub diz, no entanto, que “os hippies foram inefi cazes. Eles expressaram o espírito da re-volução e irritaram a classe média – mas eles manobraram às margens da sociedade”. Mas a tentativa de transmitir mensa-gens subversivas por meio de provocação nunca se solidifi cou

na forma de uma verdadeira revolução.“Em determinado momento, os yippies

(hippies politicamente ativos) criaram um partido político em 1968e tentaram apre-sentar um candidato à presidência: um porco chamado Pigasus”, relata Taub. “Naquele ano, Hoffman também fez uma declaração intencionalmente provocati-va, ao afi rmar que ele e os amigos tinham colocado LSD no reservatório de água de Chicago, e isso causou um confron-to espetacular com as forças de seguran-ça que, pelo menos do ponto de vista dos meios de comunicação da época, traba-lhou a favor dos hippies, pois a violência foi considerada ‘um ataque da polícia’”.

Outro judeu que participou dos exóti-cos protestos dos anos 1960 foi Jerry Ru-bin, membro dos Sete de Chicago – o grupo de ativistas que invadiu a conven-ção do Partido Democrata em Chicago, em 1968. Os Sete de Chicago foram de-nunciados por acusações de incitamen-to, mais tarde retiradas. Diz Taub: “Rubin apareceu na convenção completamen-te drogado, de uniforme da Revolução Americana, segurando uma bandeira norte-americana e ironizando as pessoas presentes. Ele tentou expressar a ideia de que para trazer a mudança não é ne-cessário participar do discurso público, mas é melhor subvertê-la e criar um dis-curso fora desse contexto. Mas, no fi nal, em um país democrático, o que determi-na as coisas é o grande interesse da clas-se média – e se ela não for atingida, nada muda. A exibição radical do movimen-to hippie conseguiu fazer a classe média voltar-se contra ele.” E Rubin, por sinal, virou homem de negócios e um dos pri-meiros investidores na Apple.

Judeus e feminismoDe acordo com Taub, os movimentos emergentes mais efi cazes da década de 1960 foram os dos direitos civis e do femi-nismo. Entre os líderes mais destacados do feminismo estavam judias como Bet-ty Friedan, cujo livro The Feminine Mys-tique (“A Mística Feminina”) pela primeira vez chamou a atenção para o desespero e para a falta de perspectiva sentida por muitas mulheres no mundo. Friedan fun-

KARL MARX COM A MULHER JENNY,

A COMPANHEIRA DE LUTAS E DE APOIO

FAMILIAR

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dou a National Organization of Women (Organização Nacional de Mulheres), que usou a particularmente bem-sucedida sigla NOW, que visava transformar as mulheres em parceiros iguais e plenos na sociedade norte-americana.

E enquanto esses movimentos criaram raízes e os hippies cho-cavam a América, na França a terra tremeu na esteira da revol-ta estudantil. Em março de 1968, estudantes e intelectuais ocu-param o prédio da administração da Universidade de Nanterre, nos arredores de Paris, liderados por Daniel Cohn-Bendit, um estudante judeu de 23 anos de sociologia, apelidado de “Danny, o Vermelho”, em parte porque era ruivo.

Estava em causa a discriminação racial e de classe em ins-tituições acadêmicas e na sociedade francesa em geral, bem como a exigência de liberdade de expressão e de movimen-to, e um protesto contra a proibição de visitar estudantes do sexo oposto nos alojamentos da universidade. Estas questões provocaram greves nas universidades parisienses, que em dois meses degeneraram em grandes confl itos de rua e na paralisa-ção da economia francesa.

O fracasso em controlar os tumultos generalizados ameaçou derrubar o governo e forçou o presidente Charles de Gaulle a se refugiar temporariamente numa base militar na Alemanha. Na esteira desses acontecimentos, a Assembleia Nacional da França foi dissolvida e foram realizadas eleições nacionais em junho, e a direita francesa voltou ao poder.

Quanto a Cohn-Bendit – o fi lho de judeus alemães que ha-viam se refugiado dos nazistas em Paris –, não durou muito tempo como líder da revolução estudantil: em maio de 1968 estava em Berlim quando foi emitida uma ordem proibindo-o de retornar à França porque era um “subversivo estrangei-ro”. Cohn-Bendit fi cou na Alemanha, onde fundou um gru-po chamado Luta Revolucionária Marxista na Alemanha, do qual também era membro ativo. No fi nal da década de 1980, foi nomeado vice-prefeito de Frankfurt. Em 1994, elegeu-se para o Parlamento Europeu, e em 1999, voltou à França para liderar o Partido Verde do país. Atualmente, Cohn-Bendit é copresidente da coligação Verdes-Aliança Livre Europeia no Parlamento Europeu.

“Basicamente, o judaísmo não aceita os pressupostos cultu-rais e sociais que o cercam – e, portanto, tem uma posição re-volucionária inerente”, afi rma o rabino Yehuda Brandes, que dirige o Beit Morashá de Jerusalém – Centro Avançado de Es-tudos Judaicos e Liderança, e é pesquisador do Instituto de De-mocracia de Israel. “Abraão lutou na guerra do monoteísmo, Moisés batalhou contra a escravidão e os hasmoneus se revol-taram contra os romanos. Há algo próprio do judaísmo segun-do o qual ‘não trabalhamos com todo o mundo; ao contrário, somos contra o mundo inteiro’”.

De acordo com Brandes, o mais importante elemento cultu-ral compartilhado que liga os mundos é a linguagem: “No con-texto do protesto do Boulevard Rotschild em Israel e no discur-so público, as pessoas, religiosos ou não, se valem de concei-tos que derivam da tradição e da cultura judaicas. Quando fa-

lamos em justiça social, todo mundo se volta para a linguagem das nossas fontes – como ‘amarás o teu próximo como a ti mesmo’, a proibição de infl igir castigos a um escravo, a obrigação de pagar salá-rios justos e assim por diante”.

“Em sua maioria, os revolucionários judeus vivem à margem da sociedade ju-daica e, às vezes, cortam os laços com a comunidade”, observa o chefe do pro-grama de hermenêutica e professor de fi -losofi a na Universidade Bar-Ilan, Avi Sa-guy. Segundo ele, tikun olam (“conser-tar o mundo”) é um ethos judeu profun-do – mas um ethos conservador, em vez de revolucionário. “O tikun olam é alcan-çado por meio de movimentos pequenos e normativos que não causam mudanças radicais da realidade, como queriam os revolucionários. Na cultura judaica, não há uma percepção (da necessidade) de uma mudança total na realidade por par-te dos seres humanos. No ethos judeu, Moisés não é percebido como um revo-lucionário, mas sim como uma fi gura mediadora entre Deus e os fi lhos de Isra-el, mediação que é, de fato, a construção da nação.”

“Dizer que nos genes judeus há um elemento revolucionário é um absurdo total”, diz o professor Zimmermann. “Por constituírem uma minoria e por ser um grupo religioso, os judeus adotaram vá-rios tipos de comportamento, e isso tam-bém explica o apoio às revoluções. A ori-gem do anseio por justiça social está re-almente enraizada na tradição judaica, mas, nos tempos modernos se pode di-zer que se encontra nas tendências revo-lucionárias.”

Para Zuckermann, tampouco há cone-xão entre a condição judaica dos revolu-cionários e as escolhas políticas que fa-zem: “O discurso não gira em torno do judaísmo religioso ultra-ortodoxo, mas sim em torno do judaísmo que surgiu no período do Iluminismo. A partir do mo-mento em que os judeus se integraram à sociedade civil do século 19 – que, ape-sar de declarar que foram emancipados, de fato não os aceitava – tinham um in-teresse comum em mudar a sociedade. A sociedade civil burguesa viu os judeus

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Durante a vida inteira Emma

Goldman envolveu-se em

lutas sociais e políticas. Escreveu a respeito

de ateísmo, liberdade de expressão,

militarismo, capitalismo e muitos outros assuntos, mas a contribuição mais notável

dela foi a ligação que estabeleceu

entre a política dos gêneros

e a teoria anarquista – com ênfase

na liberdade sexual

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sob uma nova luz que iluminava um contexto religioso, e tam-bém socioeconômico”.

Emancipação da sociedadeA expressão mais signifi cativa da separação entre o status so-cial do judeu e sua tradição é encontrada nos textos de Karl Marx, cuja fi losofi a exerceu infl uência fundamental sobre os revolucionários dos séculos 19 e 20. Marx nasceu em 1818, na Alemanha, de uma família de rabinos, mas o pai se con-verteu ao luteranismo. O Manifesto Comunista, que Marx es-creveu com Friedrich Engels, defi niu os principais elementos de uma escola de pensamento, que viria a ser a base ideoló-gica do comunismo. Marx identifi cou o eterno confl ito entre a burguesia, como proprietários dos meios de produção, e a classe trabalhadora, oprimida porque dependente dos meios de produção. O Estado, segundo a fi losofi a de Marx, é uma ferramenta nas mãos da burguesia que ajuda a manter essa relação de poder e explora o trabalhador como meio para uti-lizar os meios de produção e gerar lucro.

Marx considerava que é da natureza do homem produzir o necessário para a subsistência, e não para o lucro. Marx argu-mentava que é o refl exo da relação entre os meios de produção e seus proprietários que impulsiona a realidade; religião, mo-ral e fi losofi a são apenas resultados disso.

No ensaio Sobre a Questão Judaica, de 1844, um dos seus primeiros textos, Marx descrevia a condição secular dos judeus na sociedade e os caracterizava como um povo identifi cado com o comércio e a acumulação de riqueza. “Não vamos pro-curar o segredo do judeu em sua religião”, escreveu ele, “mas vamos procurar o segredo da sua religião no judeu real. Qual é a base secular do judaísmo? A necessidade prática, o interes-se próprio. Qual é a religião secular do judeu? Barganhar. Qual é o seu Deus secular? Dinheiro. Muito bem, então! A emanci-pação da barganha e do dinheiro, consequentemente, do juda-ísmo prático, real, seria a auto-emancipação do nosso tempo. Uma organização da sociedade que acabasse com as pré-condi-

ções para a barganha, e, portanto, a pos-sibilidade de barganha, tornaria o judeu impossível. Sua consciência religiosa se-ria dissipada como uma névoa fi na no ar real e vital da sociedade...”

“Portanto, reconhecemos no judaís-mo um elemento antissocial geral do tempo presente, um elemento que por meio do seu desenvolvimento histórico – e que os judeus têm contribuído zelo-samente para este aspecto prejudicial – foi levado ao seu elevado atual nível, em que necessariamente, deve come-çar a se desintegrar. Em última análise, a emancipação dos judeus é a emanci-pação da humanidade do judaísmo.” Há quem identifi que nessas palavras cor-tantes de Marx uma expressão de antis-semitismo e a negação do seu passado judaico. De um modo geral, no entanto, Marx é visto como um teórico social sé-rio, que defendia a eliminação de qual-quer religião, bem como a abolição do comércio econômico, como meio de criar uma sociedade igualitária, civil e sem classes.

“A maioria dos grandes revolucioná-rios”, diz Zuckermann, “não se relaciona com o seu judaísmo. Pessoas como Karl Marx, Leon Trotsky e Rosa Luxemburgo não tratam da emancipação dos judeus do seu judaísmo, mas sim da emancipa-ção humana, de modo a que as pessoas se libertem das estruturas sociais que ge-ram a opressão de vários grupos da so-ciedade, entre eles os judeus”.

HOJE, DANIEL COHN-BENDIT É UM ATIVISTA DO MOVIMENTO VERDE PELO QUAL FOI ELEITO PARA O PARLAMENTO EUROPEU; ROSA LUXEMBURGO FUNDOU A LIGA ESPARTAQUISTA, CONTRA A GUERRA, E FOI ASSASSINADA

Em março de 1968,

estudantes e intelectuais ocuparam o prédio da

administração da

Universidade de Nanterre,

nos arredores de Paris,

liderados por Daniel Cohn-Bendit, um estudante judeu de

23 anos de sociologia, apelidado

de “Danny, o Vermelho”

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magazine > polêmica | por Ariel Finguerman

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A ideia até que foi boa: para evitar política, ideolo-gia e partidos, as novas cédulas de shekalim que começam a circular a partir do segundo semestre ostentariam imagens de poetas famosos do país –

e não de políticos.Para evitar o diz-que-diz-que entre os próprios literatos, tam-

bém fi cou decidido que os homenageados fossem todos faleci-dos. Apesar dos muitos cuidados nada conseguiu evitar um de-bate ensurdecedor, que avançou e foi ouvido muito além dos portões bem vigiados do Banco Central israelense.

A polêmica começou há dois anos, quando foi anunciada a substituição das cédulas atuais, e a ideia era homenagear po-líticos – claro, todos já falecidos. Todavia, antes mesmo de se falar qual valor de face seria atribuído a determinado políti-co, a família de Menachem Begin recusou publicamente qual-quer homenagem ao ex-premiê, conhecido por levar uma vida discreta e pela antipatia à cultura de celebridade. Em seguida, protestaram feministas, porque não havia mulheres candida-tas à homenagem monetária.

Quando parecia, afi nal, ter sido tudo resolvido, no fi nal de abril o Banco Central fez um ritual cheio de pompa para a in-formalidade dos padrões israelenses para apresentar ao públi-co as novas cédulas, até então um segredo. As portas da ins-tituição em Jerusalém se abriram e um carro blindado levou amostras de duas cédulas para a aprovação dos ministros reu-nidos no gabinete.

A nota mais valiosa, de duzentos shekalim (cerca de R$ 100,00) traz a imagem de Natan Alterman (1910-1970), poeta querido pelo grande público. A nota de cem shekalim trará o

Em Israel discute-se até novas cédulas

AS NOVAS CÉDULAS DE DINHEIRO ISRAELENSE – QUE OSTENTARIAM AS IMAGENS DE POETAS EM LÍNGUA HEBRAICA – CONSEGUIRAM ATRAIR A FÚRIA DE FEMINISTAS, SEFARADIM E ATÉ DOS ÁRABES

retrato da poetisa Lea Goldberg (1911-1970), autora de hits da cultura musical israelense, como a sensual Selichot. A nota de cinquenta shekalim homenage-ará o médico e poeta Shaul Tchernicho-vsky (1875-1943), também tradutor de grandes clássicos europeus para o he-braico. E a nota de vinte shekalim es-tampará a poetisa Rachel (1890-1931), que morreu jovem, de tuberculose, e foi sepultada em frente ao lago da Galileia, grande fonte de inspiração em poemas como Oy Kineret Sheli.

Mas uma falha do Banco Central logo foi percebida, pois homenagear apenas ashkenazim em uma socieda-de multicultural como a israelense é procurar confusão, a ponto de na pró-pria reunião ministerial em que as no-tas foram apresentadas – e aprovadas – o primeiro-ministro Biniamin Ne-taniahu comprometeu-se a que a pró-xima nota a ser emitida homenagea-rá um sefaradi. Detalhe: não está pre-visto o lançamento de nenhuma nota nova nos próximos dez anos. Aliás, o último – e único – sefaradi homenage-ado numa cédula israelense foi o rabi-no Moshé Ben-Maimon, o Maimônides,

A NOVA NOTA DE CINQUENTA SHEKALIM, QUE HOMENAGEARÁ O POETA SHAUL TCHERNICHOVSKY

MAIMÔNIDES O UNICO SEFARDI NUMA NOTA ISRAELENSE

O POETA NATAN ALTERMAN, NA NOTA CÉDULA DE DUZENTOS SHEKALIM

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que figurou numa nota de mil shekalim antigos. Circulou até há trinta anos, quando uma reforma monetária transformou seu valor em um shekel novo.

A ex-deputada do Knesset Dalia Itzik, que lutou pela inclu-são das mulheres nas cédulas, resolveu se aliar aos sefaradim e fez das autoridades do Banco Central seu alvo preferido: “Tra-ta-se de gente desconectada da realidade israelense. É um co-mitê que trabalha numa caixa fechada e opaca, de onde não se consegue ver o que acontece do lado de fora, nem se ouve os murmúrios do público”.

TiroteioLogo o juiz aposentado e chefe do comitê de cédulas do Banco Central, Yakov Turkel, explicou publicamente a ausência dos sefaradim. “Tocar em origens étnicas nestes assuntos não tem sentido e é uma tolice. Não avaliamos nem analisamos a ori-gem dos homenageados, porque atualmente, nessa nossa épo-ca, é uma questão que não interessa”, disparou.

Apesar disso – e talvez por causa disso –, o líder político do partido religioso sefaradi, Arieh Deri, falou para todo mundo ouvir. “Ouvem-se muitos discursos a favor da integração, mas em vez de escolher personalidades variadas para as cédulas, preferem somente pessoas de origem asquenazita. Sem des-merecer os escolhidos, mas será que nos últimos duzentos anos não apareceu nenhum sefaradi digno de fi gurar em uma nota?”. Deri aproveitou para propor o nome de Shoshana Da-mari, a cantora de origem iemenita morta em 2006, conheci-da como a “rainha da música israelense”, por suas apresenta-ções para soldados nos fronts. É dela o sucesso Kalaniot, can-tada no hebraico gutural, considerado por alguns como a mais pura entonação da língua.

Outra personalidade que opinou com estridência a respei-to das novas cédulas foi o escritor A. B. Yehoshua, ele mes-mo descendente de sefaradim. Lembrou o nome do poeta se-faradi do século 12 Yehuda Halevi, autor do célebre Kuzari. “Com todo o respeito por Rachel [que ilustrará a futura cédu-

la de 20 shekalim], ela não está no mes-mo nível de Halevi.” Mas só há um pro-blema: não se conhece nenhum retrato do poeta medieval Halevi e, portanto, seria impossível homenageá-lo em uma cédula.

Já que é para protestar, eis que sur-giu o deputado do Knesset Ahmed Tibi, a fi gura de maior destaque entre os po-líticos árabes-israelenses. Ele propôs como candidatos a estampar as novas cédulas israelenses os poetas Mahmoud Darwish e Samih al-Qasim. Bem, o pri-meiro é considerado o poeta nacional palestino, apesar de ter vivido em Hai-fa. Já o segundo, um druso da Galileia, foi preso várias vezes por causa do seu nacionalismo árabe. “Pensando bem, acho que nenhum deles realmente gos-taria de fi gurar numa cédula do Estado de Israel”, diz Tibi.

O último – e único – sefaradi

homenageado numa cédula

israelense foi o rabino Moshé Ben-Maimon,

o Maimônides, que fi gurou

numa nota de mil shekalim

antigos. Circulou até

há trinta anos, quando uma reforma

monetária transformou seu valor em um shekel

novo

Curiosidades a respeito das novas cédulas de Israel:* Serão impressas fora do país, num local da Europa mantido em segredo por razões de segurança* As notas serão de tamanhos diferentes na largura, e a de maior valor (duzentos shekalim) a mais comprida, para facilitar a identifi cação pelos cegos * Com a mudança de tamanho das notas, será preciso reprogramar os caixas 24 horas, os postos auto-máticos de estacionamento e de cinemas, por exemplo, entre outros* Será abandonada a técnica de introduzir plástico nas cédulas. Ficou provado que o material tam-bém se decompõe e rasga, além de ser mais caro* As cédulas atuais continuarão valendo até por mais três anos após a introdução das novas notas – isto é, do fi nal de 2016 até meados de 2017 – e mesmo depois poderão ser trocadas em locais credenciados

Muda o tamanho, muda tudo

A POETISA RACHEL, HOMENAGEADA NA NOVA CÉDULA ISRAELENSE

LEA GOLDBERG, QUE IRÁ FIGURAR NA NOTA DE CEM SHEKALIM

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anos pararam de despejar lixo cru no Har Hazevel. Os caminhões foram des-viados principalmente para o Negev, onde não há lençol freático com risco de contaminação. Mas restou o problema: o que fazer com o Monte do Lixo que ago-ra está localizado na região mais densa-mente povoada do Estado de Israel? Re-tirar toda a sujeira? Impossível, pois o custo da operação é gigantesco. Fazer uma grande queimada? Tarde demais, e causaria uma catástrofe ecológica. Os es-pecialistas decidiram que diante da im-possibilidade de derrotar o inimigo, me-lhor se aliar a ele.

Começou então um dos principais pro-jetos ecológicos de Israel, que tem o ob-jetivo de transformar o Har Hazevel em algo bom. “Começamos a pensar em maneiras de evitar que o lixão fosse um problema e, melhor ainda, tentar tirar proveito positivo de sua existência”, diz o responsável pelo projeto Doron Sapir, em entrevista à revista Hebraica.

Sapir foi escolhido para dirigir o pro-jeto porque ele foi o líder do movimen-to que fez a Unesco, o braço cultural da ONU, a conceder a Tel Aviv o título de Pa-trimônio da Humanidade, em razão da quantidade de edifícios Bauhaus na cida-de. Logo organizou uma equipe enxuta de dez auxiliares para pesquisar quais são as técnicas mais avançadas de tratamento de lixo em todo o mundo, ao mesmo tem-po em que desafi avam os técnicos e cien-tistas israelenses a encontrar soluções inéditas e inovadoras para o problema.

Daí surgiu o projeto Chetz (“fl echa”, em hebraico) no Har Hazevel, desenvol-vido com tecnologia israelense, e já refe-rência mundial. Trata-se de uma gigan-tesca plataforma para separar diferentes tipos de lixo. As duzentas toneladas de detritos que chegam diariamente ao lo-cal são despejadas em um piscinão onde o peso naturalmente diferente dos detri-tos começa a separá-los. Ainda no pis-cinão, imãs gigantes separam o ferro, e enormes ventiladores desgrudam o plás-tico do restante. O que sobra na água é uma mistura de material orgânico, que se transforma em fertilizante ou gás me-tano que é queimado ou gera eletricida-

As duzentas toneladas de detritos

que chegam diariamente ao local são

despejadas em um piscinão onde o peso

naturalmente diferente

dos detritos começa a separá-los

>>PENTE DE BALAS DE FUZIL ENTRE O PLÁSTICO A SER RECICLADO EM ISRAEL

VISTA AÉREA DO MONTE DO LIXO

CENTRAL DE OPERAÇÕES DA LIXEIRA DE ISRAEL

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magazine > ecologia | por Ariel Finguerman, em Har Hazevel

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Q uem desembarca no aeroporto Ben-Gurion e viaja para Tel Aviv, percebe logo à direita uma grande elevação, parecendo um monte, algo fora de lugar na planície costeira israelense.

Não se trata de um tel, aqueles montes escavados por arque-ólogos, nem de alguma formação natural. É, na verdade, o maior lixão do país, conhecido como Har Hazevel (“Monte

Israel ensina o que fazer com lixão

COMO ISRAEL TRANSFORMOU O MAIOR LIXÃO DO PAÍS EM UM MODELO MUNDIAL DE RECICLAGEM E CENTRO DE EDUCAÇÃO ECOLÓGICA. EM FUTURO

NÃO MUITO DISTANTE, O LOCAL ABRIGARÁ O PARQUE ARIEL SHARON

do Lixo”), que durante cinquenta anos acumulou uma quantidade enorme de dejetos.

Na época em que foi projetado e cons-truído este lixão era considerado distan-te de Tel Aviv, mas nos últimos anos a metrópole de dois milhões de habitan-tes se expandiu o sufi ciente para chegou até os seus limites e, com isso, causando um enorme mal-estar do ponto de vista ambiental. Até há pouco tempo, um ter-ço de todos os resíduos produzidos no país eram despejados aqui, com alto ris-co de contaminação dos lençóis freáticos e de incêndios provocados pelo gás me-tano liberado naturalmente em depósi-tos de lixo.

Para evitar uma catástrofe, há alguns

EQUIPAMENTO QUE FAZ SEPARAÇÃO DE TIPOS DE LIXO

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magazine > ecologia

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de para ser usada no próprio parque de reciclagem.“Lixo faz parte da nossa vida”, fi losofa o diretor Doron Sa-

pir. “Partimos do princípio que o ser humano cria coisas boas, por isso também com os detritos precisamos de um ca-minho para transformá-los em algo positivo, como produto ou energia. Ou então simplesmente descartá-los da melhor maneira possível.” Outra boa solução encontrada por Har Ha-zevel foi separar as 1.500 toneladas de material de entulho e material de construção descartado que chegam diariamente ao local: o concreto é colocado de lado, triturado e reutilizado no próprio Har Hazevel, para conter as encostas e evitar de-sabamentos.

No topo do Har Hazevel foram ainda perfurados mais de cinquenta poços cujas sondas vão até o fundo no interior do monte onde o gás metano vem sendo produzido há mais de meio século pelo lixo lá depositado. Isto é pura energia, não poluente, transferida para uma fábrica têxtil privada localiza-da perto dali, que paga pela utilização do combustível à ad-ministração do lixão.

Lixo é dinheiroEm razão das inovações que introduziu na indústria do tra-tamento do lixo, o Har Hazevel foi escolhido para constar da “bolsa de valores” do Acordo de Kyoto, patrocinado pela ONU. Pelo documento fi rmado em Kyoto qualquer empresa poluido-ra que não consegue diminuir suas emanações tóxicas, deve pagar uma compensação pelos danos causados ao ambiente a instituições selecionadas, como o Har Hazevel, por exemplo. É o caso da Companhia de Eletricidade da França que compensa investindo no parque ecológico de Tel Aviv.

Apesar dos êxitos do Har Hazevel, ainda falta resolver a questão mais importante em qualquer política de reciclagem – as residências – e que em Israel é sofrível, porque segundo dados do governo, somente cem mil famílias no país se dão ao trabalho de separar lixo. “Isto é muito pouco, e o resulta-

do a gente vê pelos detritos que são des-pejados aqui, tudo misturado”, diz o di-retor Sapir.

Por isso, Har Hazevel é também um Centro de Educação Ecológica, volta-do especialmente para estudantes de todo o país que visitam o local e apren-dem a respeito da problemática do lixo. Do programa já participaram mais de 120 mil jovens e “queremos que eles en-sinem princípios ecológicos aos pais – é um investimento na próxima geração”, diz o diretor.

O Har Hazevel está fi cando tão boni-to que até já ganhou um nome mais atra-ente: Centro de Reciclagem Hiriya. No seu topo, daqui a alguns anos, está planejada a inauguração de um centro de lazer, que se chamará Parque Ariel Sharon. O projeto é apresentado, sem falsa modéstia, como “maior que o Central Park de Nova York”.

Quando era primeiro-ministro, Ariel Sharon passou três horas no então re-cém-lançado projeto de reciclagem do Har Hazevel. Ouviu acerca dos trabalhos e deu o apoio político necessário para os trabalhos seguirem adiante. Depois, quando entrou em estado vegetativo por conta de um derrame, resolveram home-nageá-lo no nome do futuro parque. Per-gunto ao diretor Sapir se o ex-premiê te-ria aprovado ver seu nome associado a um local que todos ainda teimam em chamar de Har Hazevel. “Claro, ele teria gostado”, diz o diretor.

ACIMA, À ESQUERDA, CAMINHÕES CHEGAM CARREGADOS DE LIXO NA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO; ACIMA, À DIREITA, DORON SAPIR NO APARELHO QUE MONITORA O TRATAMENTO DE LIXO

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N o fi nal do ano passado Meredith Tax foi a Lon-dres para o lançamento do seu livro Double Bind: the Muslim Right, the Anglo-American Left, and Universal Human Rights (“Contradição: a Direita

Muçulmana, a Esquerda Anglo-Americana e os Direitos Hu-manos Universais”) publicado por um novo instituto de pes-quisa transnacional, o Centre for Secular Space. Em Nova York estava programado para o início de março.

O evento ocorreu no bairro londrino de Tower Hamlets, an-tigo centro de imigração judaica onde agora vive uma maioria

A possível improvável aliançaSERÁ UMA QUESTÃO DE CONVENIÊNCIA QUANDO A DIREITA MUÇULMANA

E A ESQUERDA DA GRÃ-BRETANHA E ESTADOS UNIDOS SE JUNTAM? NOS ÚLTIMOS DEZ ANOS, ALGUNS GRUPOS DA EXTREMA-ESQUERDA SE ALIARAM

A ORGANIZAÇÕES MUÇULMANAS CONSERVADORAS QUE DEFENDEM A DISCRIMINAÇÃO RELIGIOSA E SEXUAL

muçulmana e é o cenário de intensa luta entre seculares e fundamentalistas origi-nários do sul da Ásia. Um grupo planeja-ra uma manifestação em um parque per-to da mesquita de East London em soli-dariedade ao protesto que, em feverei-ro, abalou Bangladesh, em Shahbagh, bairro de Daca, a capital, exigindo penas maiores para criminosos de guerra, in-cluindo um líder do partido islâmico Ja-maat. Mas ao chegarem, o parque esta-va tomado de salafi stas que haviam saí-do da mesquita para impedir a manifes-tação. Os confrontos duraram horas.

Atualmente, uma das lutas mais fero-zes da política mundial é entre funda-

NA STOP THE WAR COALITION (COALIZÃO CONTRA A GUERRA) CABEM TODAS AS GUERRAS E CONFLITOS, DO AFEGANISTÃO À PALESTINA

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mentalistas islâmicos e os seculares que pretendem separar a religião do Estado. Entre os acadêmicos e os movimentos fe-ministas nos Estados Unidos há um grande esforço para tirar visibilidade dessa luta e considerar os seculares como ultra-passados. Antes de lançar o livro, Meredith recebeu uma men-sagem cujo autor, mesmo sem o ter lido, e talvez a partir do tí-tulo, sugere ser o trabalho de “uma autora americana islamofó-bica, defensora do sionismo e que se opõe ao movimento con-tra a guerra, mencionando muçulmanos ou ex-muçulmanos para dar um verniz de legitimidade aos argumentos”.

Caracterizar qualquer muçulmano que se atreva a criticar outro muçulmano é um insulto ridículo às feministas asiáticas. Para Meredith “ao deslegitimar a discussão, o autor da men-sagem adota a posição da direita muçulmana e, assim, fi ca ao lado daqueles salafi stas de East London que tentaram impedir a manifestação no parque”.

Double Bind trata desses confl itos entre os muçulmanos e do que acontece quando a esquerda assume a linguagem e os conceitos da direita muçulmana que, para Meredith, se agru-pa nos vários movimentos políticos transnacionais interessa-dos em explorar a questão da identidade, cuja meta é estabele-cer um Estado teocrático e que os meios de comunicação cha-mam de “islamitas moderados”. Eles pretendem alcançar esse objetivo pela via eleitoral e educacional. São partidos salafi s-tas radicais e grupos que disputam eleições, mas que também tentam impor alguma versão da lei islâmica (Sharia) por meio da violência.

Além destes, uma pequena ala militante de salafi stas jiha-distas é a favor da militarização da luta política e, portanto, da violência contra os civis. De todo modo, o objetivo fi nal dos is-lamitas políticos – seja qual for o meio preferido – é um estado fundado em alguma versão da Sharia, que discrimina sistema-ticamente as mulheres e as minorias sexuais e religiosas.

Esquerda, direita – volverAo menos em princípio – e historicamente –, a esquerda defen-de valores muito diferentes: a separação entre religião e Esta-do, igualdade social, o fi m da discriminação contra mulheres e minorias; justiça econômica e contra as guerras imperialistas e racistas. No entanto, nos últimos dez anos, alguns grupos da extrema-esquerda se aliaram a organizações muçulmanas con-servadoras que defendem a discriminação religiosa, advogam a morte aos que consideram apóstatas, se opõem aos direitos dos homossexuais, submetem as mulheres e se valem da vio-lência para impor opiniões. O apoio à direita muçulmana mi-nou as lutas pela democracia secular no hemisfério sul, espa-lhando-se da extrema-esquerda às feministas, ao movimento dos direitos humanos e a milionários progressistas.

Neste momento em que na Europa e Estados Unidos cres-cem a xenofobia, a discriminação e os ataques violentos, exis-te um impulso natural em querer defender os muçulmanos. Muitas vezes o Islã é criticado e mal interpretado no hemisfé-rio norte. Afi nal, os jihadistas têm direito aos mesmos proce-

dimentos legais que qualquer pessoa, e devem ser defendidos da extradição e da tortura, por exemplo. Mas defender os muçulmanos contra a discriminação não signifi ca apoiar politicamente os concei-tos da direita muçulmana, como fez a Anistia Internacional, em 2010, ao apro-var a “jihad defensiva”, ou aquela coali-zão antiguerra, de Londres, que em suas reuniões decidiu pela segregação sexual.

Um exemplo desta tendência tem sido o apoio da esquerda à “insurgência ira-quiana”, que inclui grupos aliados à Al-caida e é composta por militantes suni-tas que agridem xiitas e plantam bom-bas em mercados de bairros exatamente para atingir civis. Embora os esquerdis-tas iraquianos e as feministas sejam con-trários à insurgência iraquiana, tanto a coalizão A.N.S.W.E.R., nos Estados Uni-dos, como a Stop the War, no Reino Uni-do, têm apoiado esse movimento ale-gando que os insurgentes lutam contra a invasão estrangeira e o imperialismo. O objetivo da violência da insurgência visa menos os Estados Unidos e mais a impo-sição de um Estado islâmico ao próprio povo, de preferência as mulheres.

Ironicamente, o apoio de alguns es-querdistas ao fundamentalismo islâmi-co espelha as distorções a respeito do Islã e são disseminadas por conservado-res contrários aos imigrantes. Para a ex-trema-direita, todos os muçulmanos são terroristas em potencial e para a extre-ma-esquerda os salafi stas jihadistas re-presentam todos os muçulmanos. Am-bos ignoram que a grande maioria dos muçulmanos quer sobreviver e viver em paz. De acordo com o Pew Research Cen-ter, pouquíssimos muçulmanos apóiam a forma como os salafi stas jihadistas in-terpretam o Alcorão e as ações que pra-ticam, e não representam todos os mu-çulmanos mais do que o Partido Nazista Americano ou a English Defence League representam todos os cristãos.

Em nome do multiculturalismo, al-guns países como o Reino Unido, por exemplo, aceitaram organizações lide-radas pela direita muçulmana para re-presentar a população como um todo, fi -nanciando grupos com base na identida-

Defender os muçulmanos

contra a discriminação não signifi ca

apoiar politicamente os conceitos

da direita muçulmana,

como fez a Anistia

Internacional, em 2010,

ao aprovar a “jihad

defensiva”

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de associados à Irmandade Muçulmana e ao partido Jamaat el Islaami. No Canadá também, segundo o professor da Universi-dade York, de Toronto, o sociólogo Haideh Moghissi:

“Os governos ocidentais e os meios de comunicação pare-cem determinados a promover as vozes punitivas, implacáveis e violentas do Islã. Pior, tomando-as como as vozes autênticas e representativas dos muçulmanos em todo o mundo, essas vozes tornam-se as associadas legítimas nas mesas de nego-ciação sempre que houver a necessidade de atender aos inte-resses e reivindicações das populações muçulmanas. Ao fazer da religião o princípio orientador da sua política externa e do seu modo de lidar com as próprias minorias étnicas, em certo sentido esses governos seguem a agenda de muçulmanos con-servadores, em vez de valorizar e proteger os valores políticos e práticas seculares duramente conquistados no interior das suas sociedades. É difícil não se preocupar com certas políti-cas governamentais imprudentes, como permitir as orações da sexta-feira em escolas de ensino médio de Toronto com fi nan-ciamento público, o que inclui a contratação de um imã para celebrar as orações para estudantes de 13 e 14 anos.”

Ensaio sobre a cegueiraIgualmente cegos, setores da esquerda internacional continua-ram apoiando a teocracia iraniana, apesar da violenta repressão à “Revolução Verde” de 2009-2010, dos ataques a estudantes e a organizações feministas, e ao fechamento dos sindicatos.

Em setembro de 2010, por exemplo, 150 auto-intitulados “ativistas progressistas” nos Estados Unidos, liderados pelo ex-procurador geral dos EUA Ramsey Clark e a ex-membro

da Câmara dos Representantes Cynthia McKinney, jantaram com o presidente iraniano Ahmadinejad, em visita à ONU, como demonstração de apoio à posição supostamente anti-imperialista dele. Es-tes esquerdistas partidários de Ahmadi-nejad parecem ignorar que ele é ditador e fundamentalista e nega o Holocausto.

Não criticar a teocracia iraniana le-vou a não se solidarizar com o povo do Irã – uma questão importante em um momento de sanções e debates a respei-to de guerra. Em março de 2012, a Uni-ted National Antiwar Coalition reuniu-se em Hartford (Connecticut) para se opôr à possibilidade de guerra contra o Irã, às guerras dos EUA e à interferência ame-ricana em outros lugares e condenar as sanções econômicas àquele país. No en-tanto, a esmagadora maioria presen-te à reunião se recusou a apoiar os di-reitos humanos do povo iraniano ao vo-tar contra uma resolução que dizia: “So-mos contra a guerra e as sanções contra o povo iraniano, e solidários com a sua luta contra a repressão do Estado e to-das as formas de intervenção externa”. Como disse Manijeh Nasrabadi, porta-voz do Raha Iranian Feminists Group,

ACIMA, MFE É DE MARCH FOR ENGLAND, QUE O ENGLISH DEFENCE LEAGUE, DE EXTREMA-DIREITA, PROMOVE. EM CONFLITO DE MINORIAS A DIREITA MOSTRA SUAS GARRAS; ACIMA, À DIREITA, EM 2010, O EX-PROCURADOR DOS EUA RAMSEY CLARK FOI AO IRÃ COM MAIS 150 ATIVISTAS E SE REUNIU COM AHMADINEJAD

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com sede em Nova York, que apoiou a resolução derrotada:“Se não apoiarmos os iranianos que lutam no Irã pelas mes-

mas coisas pelas quais lutamos aqui, como direitos trabalhis-tas, abolição da pena de morte e liberdade para presos políti-cos, corremos o risco de praticar uma forma politicamente de-bilitante do relativismo cultural. Na melhor das hipóteses so-mos hipócritas; na pior, vamos mostrar uma incapacidade de imaginar os iranianos senão como vítimas passivas das potên-cias ocidentais. Ironicamente, isso ecoa estereótipos racistas e orientalistas do tipo que a maioria dos ativistas contra a guerra se apressa em condenar publicamente.”

No Reino Unido, o namoro do movimento contra a guerra com a direita muçulmana foi ainda mais longe. Lá, em 2001, o Partido dos Trabalhadores Socialistas iniciou a Stop the War Coalition (SWP), que dois anos depois organizou a maior manifestação contra a guerra no Iraque já realizada na Ingla-terra, em parceria com a Campanha para o Desarmamento Nuclear e a Associação Muçulmana da Grã-Bretanha, asso-ciada à Irmandade Muçulmana. A Stop the War Coalition de-senvolvia a política proposta por um dos seus líderes, Chris Harman, para quem, ainda em 1994, a esquerda não deve considerar os islamitas como o inimigo, porque “eles não são responsáveis pelo sistema capitalista internacional”. Ao contrário, o seu “sentimento de revolta” deve ser “aproveita-do para fi ns progressistas”, o que signifi ca que a SWP deve tentar manipular a direita muçulmana em favor dos objeti-vos da esquerda. Para materializar esse plano, a SWP fez con-cessões notáveis para uma organização marxista que, teori-camente, representa a igualdade entre homens e mulheres,

chegando a permitir a discriminação por gênero (supostamente apenas para mulheres asiáticas) em reuniões contra a guerra. Um alto dirigente da Stop the War Coalition descreveu os direitos das mulheres e dos homossexuais como um “lema” que não poderia ser obstáculo à unidade com grupos muçulmanos. (Não surpreende, aliás, que a SWP desmoro-na em razão de um escândalo de estu-pro nas suas fi leiras.)

A aliança com a Stop the War Coali-tion deu mais e nova força e visibilidade à Irmandade Muçulmana no Reino Uni-do. Segundo um artigo de 2008 na revis-ta Race and Class, essa campanha fez a Associação Muçulmana da Grã-Breta-nha avançar “de um grupo relativamen-te obscuro para uma organização com perfi l nacional e considerável infl uência, bem acima do peso que seu número li-mitado de membros sugere e pouca re-presentatividade eleitoral...” Enquanto os trotskistas ingleses aplaudiam o êxito dessa aliança, um esquerdista iraquiano que em 2003 participou de uma confe-rência da Stop the War Coalition, deses-perou-se com a loucura de a SWP refor-çar a direita muçulmana: “Ironicamen-te, o Islã político é aplaudido e saudado pela SWP, enquanto os muçulmanos co-muns no Oriente Médio e na sociedade ocidental a rejeitam”.

Alianças de esquerda com grupos fun-damentalistas – sejam cristãos, hindus, judeus ou muçulmanos – traem a maio-ria dos seus correligionários, que não de-sejam ser representados por extremistas e também são desleais ao princípio bási-co do socialismo e ao senso de autopre-servação, pois os esquerdistas são sem-pre as primeiras vítimas onde e quando os fundamentalistas chegaram ao poder. É simples: basta perguntar a qualquer iraniano.

* O novo livro de Meredith Tax, DoubleBind: the Muslim Right, the Anglo-American Left, and Universal Human Rights (“Contradição: a Direita Muçul-mana, a Esquerda Anglo-Americana e os Direitos Humanos Universais”) está disponível on line no lulu.com

Em nome do multicultu-

ralismo, alguns países como o Reino Unido, por exemplo,

aceitaram organizações

lideradas pela direita muçulmana

para representar a população

como um todo, fi nanciando

grupos associados à Irmandade Muçulmana e ao partido

Jamaat el Islaami

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magazine > história | por Maristella Botticini e Zvi Eckstein *

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A Reforma Protestante é uma história similar por-que, ao contrário do que pregava o clero católico e a liturgia latina, propôs que as Escrituras fos-sem lidas nas respectivas línguas nativas, para,

com isso, obter conhecimento. Isso explica porque o norte da Europa – Alemanha, Holanda, Inglaterra e Suécia entre ou-tros – é muito mais próspero do que o sul – Portugal, Itália, Grécia e Espanha, por exemplo. Por que estes países são de-vedores daqueles. Isto é, existe uma relação do legado protes-tante do norte com a herança católica do sul.

Os pesquisadores Maristella Botticini e Zvi Eckstein dedica-ram a carreira a estudar o judaísmo, e não o cristianismo, o que os habilitou a escrever Os Poucos Escolhidos:como a Edu-cação Modelou a História Judaica, de 70 a 1492, publicado pela editora da Universidade de Princeton. Os dois imaginam a cena de um restaurante de Nova York, Milão ou Tel Aviv, no qual três pessoas – um israelense, um americano e um euro-peu – se perguntam: “Por que tantos judeus moram nas cida-des e tão poucos nos campos? Por que os judeus se dedicam fundamentalmente ao comércio, atividades empresariais, fi -nanças, direito, medicina e erudição? E por que o povo judeu experimentou uma das diásporas mais longas e mais disper-sas da história, simultaneamente a um acentuado declínio de-mográfi co?”

Muito provavelmente, o padrão das respostas seria o seguin-te: os judeus não são agricultores porque aos seus ancestrais, na Idade Média, era proibido ser proprietários de terras. Eles se tornaram agiotas, banqueiros e fi nancistas porque durante o período medieval, os cristãos não podiam emprestar dinhei-ro a juros, e coube aos judeus este papel. Além disso, dispersa pelo mundo, a população judaica vinha diminuindo em con-

Uma nova explicação para o êxito judaico

O ÊXITO JUDAICO SE DEVE AOS ESFORÇOS NA ALFABETIZAÇÃO EM MASSA DEPOIS DA DESTRUIÇÃO DO TEMPLO PELOS ROMANOS NO ANO 70

DA ERA COMUM, À DISPERSÃO PELO IMPÉRIO ROMANO E À CONFIANÇA NOS RABINOS E SINAGOGAS QUE SUBSTITUÍRAM OS SACERDOTES

sequência de massacres e perseguições.Nessa história fi ctícia, os dois econo-

mistas, sentados a uma mesa próxima, ouvem a conversa, perguntam aos pro-tagonistas do animado debate se, de fato, as informações são corretas, su-gerem a leitura do livro e dizem que as respostas do parágrafo acima não cor-respondem aos fatos históricos deste período de quinze séculos, de 70 depois da Era Comum a 1492. Para eles, é pos-sível explicar porque os judeus consti-tuem uma população relativamente pe-

JUDEUS REZAM JUNTO AOS VESTÍGIOS DO SEGUNDO TEMPLO CUJA DESTRUIÇÃO MARCA

O INÍCIO E UMA JORNADA DE ÊXITOS

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quena de indivíduos economicamente bem-sucedidos e inte-lectualmente proeminentes.

Lupa e telescópioA historiografi a a respeito do povo judeu é muito vasta, trata de muitos aspectos e, para entender o espírito do estudo que realizaram, os economistas recomendam o uso de uma lupa e de um telescópio. Com a lupa, o leitor será como um historia-dor que mantém o foco em um determinado lugar e período de tempo, e garimpa as fontes enquanto documenta cuidadosa-mente a trajetória dos judeus de que faz parte o registro histó-rico, em detalhes, da vida judaica em centenas de localidades.

E, com o telescópio, o leitor atua como um economista, que

monta e compara as informações ofe-recidas pelas pesquisas históricas, cria uma imagem completa da história eco-nômica e demográfi ca do povo judeu ao longo dos quinze séculos e, depois, usa o raciocínio econômico e a lógica para resolver uma das questões mais funda-mentais da história judaica: por que os judeus, uma população relativamente pequena, se especializou nas ocupações mais qualifi cadas e nas empreitadas eco-nomicamente rentáveis?

Trabalhando desta forma, a “alian-

Alguns judeus vão educar os fi lhos e manter

o apego à religião. Outros

preferirão o bem-estar

material e não educarão os fi lhos. Uma

fração desse último grupo

certamente vai se converter

a outras religiões menos

exigentes. Ao longo do tempo, esse processo de conversões

vai diminuir o tamanho da população

judaica

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ça” de historiadores e economistas oferece uma interpretação completamente nova da trajetória histórica dos judeus entre os anos 70 e 1492. E isso também pode ajudar a compreender vários aspectos da história do povo judeu, de 1500 até os dias atuais, incluído o bom desempenho da economia israelense, apesar da recente crise econômica.

Essa jornada começa em Jerusalém, após a destruição do Se-gundo Templo, no ano 70, continua na Galiléia durante o pri-meiro e segundo séculos, vai para a Babilônia, na Mesopotâmia, durante os séculos 4 e 5, e em seguida para Bagdá, na segun-da metade do primeiro milênio, quando o império muçulmano Abássida alcançou o ápice econômico e intelectual. Na virada do milênio, a viagem histórica chega ao Cairo, Constantinopla e Córdoba, e, logo depois, todo o oeste e o sul da Europa, volta-se para Bagdá na década de 1250 durante a conquista mongol do Oriente Médio, antes de terminar em Sevilha, em 1492.

Durante esses quinze séculos, o judaísmo passou por uma profunda transformação, simultaneamente a três eventos his-tóricos para os judeus – Roma, Islã e a conquista mongol – que moldaram a história econômica e demográfi ca do povo judeu em um único caminho e que perdura até agora.

As grandes mudanças no judaísmo, no início do primeiro milênio, foram amplamente documentadas por trabalhos aca-dêmicos. Nos séculos anteriores a 70, o núcleo do judaísmo se centrava em torno de dois pilares: o Templo de Jerusalém, no qual eram realizados sacrifícios por uma elite de sacerdotes, e a leitura e o estudo da Torá, também restrito a uma pequena fração de rabinos e estudiosos cujo poder o judeu Yoshua Ben-Yosef [Salvador fi lho de José], mais tarde conhecido como Jesus Cristo, denunciou tantas vezes.

A destruição do Templo em 70, no fi nal da primeira guerra judaico-romana, foi o primeiro dos três eventos externos que moldaram permanentemente a história do povo judeu. Por um momento, um dos dois pilares do judaísmo desaparece, e a liderança religiosa se transfere para o interior da comunida-de judaica, isto é, do pequeno grupo de sacerdotes em Jerusa-lém para uma comunidade muito maior e mais espalhada de rabinos e estudiosos. Isso transformou o judaísmo em uma religião cujo princípio fundamental é a exigência de cada ju-deu ler e estudar a Torá na própria língua hebraica e, numa atitude radical, enviar os fi lhos, a partir dos 6 ou 7 anos, para a escola primária ou sinagoga, para aprender a ler e, claro, a escrever.

Em um universo de analfabetismo defi nitivo como era o mundo no início do primeiro milênio, foi uma transforma-ção absolutamente revolucionária. Naquela época, nenhuma outra religião, Estado ou império tinha uma determinação como essa de impor aos cidadãos, não importa de que forma, a escolaridade obrigatória ou a alfabetização universal. Os sé-culos posteriores revelariam as consequências dessa mudan-ça no judaísmo.

Para entender o que aconteceu com o povo judeu nos oito séculos seguintes ao ano 70, o livro pede ao leitor uma via-

gem de volta no tempo, para uma aldeia na Galiléia por volta do ano 200. O lei-tor veria agricultores judeus ricos e po-bres que devem decidir se enviam os fi -lhos à escola primária, como determina-vam os rabinos. Alguns agricultores mui-to ligados ao judaísmo estão dispostos a obedecer as recomendações da religião, e outros, não tão devotos, consideram a possibilidade de se converter a outra re-ligião. Numa economia rural como aque-

MARISTELLA BOTTICINI E ZVI ECKSTEIN, HISTORIADORA

E ECONOMISTA, SE JUNTARAM PARA EXPLICAR RACIONALMENTE POR QUE AS COISAS SÃO DO JEITO QUE SÃO

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la, educar as crianças no judaísmo tem um custo que não traz benefícios econômicos porque a alfabetização não faz um agri-cultor mais produtivo ou mais rico.

Diante dessa situação, como funciona a lógica econômica? O que provavelmente acontecerá com o judaísmo e o povo ju-deu? Em razão da grande preferência pela afi liação religio-sa, alguns judeus vão educar os fi lhos e manter o apego à reli-gião. Outros, no entanto, preferirão o bem-estar material e não educarão os fi lhos. Além disso, uma fração desse último grupo certamente vai se converter a outras religiões menos exigen-tes. Desta forma, ao longo do tempo, mesmo sem guerras ou outros choques demográfi cos, esse processo de conversões vai diminuir o tamanho da população judaica.

Três encontrosMas estas previsões da teoria econômica são consistentes com o que realmente ocorreu aos judeus durante o primeiro milê-nio? As evidências históricas reunidas no livro dizem que sim. A existência dessa nova norma religiosa no judaísmo, na épo-ca do Talmud (terceiro a sexto séculos) determinou dois pa-drões principais do ano 70 depois da Era Comum ao século 7.

O primeiro é o crescimento e a propagação da alfabetização entre a população judaica então predominantemente rural. O segundo foi um lento mas signifi cativo processo de conversão de judeus (principalmente ao cristianismo), que provocou uma queda signifi cativa na população judaica – de 5 a 5,5 milhões entre os anos 60 e 70, para aproximadamente 1,2 milhão em 650. Massacres e epidemias relacionadas às guerras contribu-íram para essa queda drástica, mas que, por si só, não podem explicá-la.

O segundo grande encontro histórico dos judeus, desta vez com o Islã, ocorreu no início do século 7. Nos dois séculos após a morte de Maomé, em 632, os muçulmanos omíadas e, posteriormente, os califas abássidas, criaram um vasto impé-rio que se estendia desde a Península Ibérica até a Índia e a China, com uma língua comum (o árabe), uma religião (o Islã), leis e instituições. Simultaneamente à ascensão desse império, a produtividade agrícola cresceu, desenvolveram-se indús-trias, o comércio se expandiu e novas cidades e vilarejos surgi-ram e cresceram. Essas mudanças determinaram um aumen-to substancial da demanda por profi ssões e, portanto, mão-de-obra qualifi cada, e por mais pessoas alfabetizadas naquele im-pério urbano que se foi formando.

Como isso afetou os judeus do mundo? Entre os anos 750 e 900, quase todos os judeus da Mesopotâmia e da Pérsia, isto é, quase 75% dos restantes 1,2 milhão de judeus do mundo, dei-xaram a agricultura, mudaram-se para as cidades e vilarejos do recém-criado Império Abássida, e passaram a fazer parte daquele universo de profi ssões que exigiam mão-de-obra qua-lifi cada, e desta forma remuneravam mais e melhor do que a agricultura, atividade típica dos judeus nos tempos de Flavius Josefus (historiador do primeiro século) sete a oito séculos de-pois, já não era mais ocupação normal.

Esta transição na forma de trabalho dos judeus ocorreu em um momento em que não se faziam mais restrições legais a que possuíssem terras onde quer que fosse do vasto império abássida muçul-mano. Apesar disso, no entanto, os ju-deus se afastavam cada vez mais da ativi-dade agrícola.

Explicações modernas de por que os judeus se converteram em artesãos, co-merciantes, banqueiros, acadêmicos e profi ssionais liberais – principalmente médicos – tomam por base supostas res-trições econômicas ou legais, que não re-sistem à menor evidência histórica.

O que parece fundamental foi a dedi-cação em busca do conhecimento por-que, antes de mais nada, cobrou-se das crianças ler e escrever. Isso possibili-tou aos judeus abandonar a agricultura como ocupação principal e os incenti-vou a migrar para regiões como o Iêmen, Síria, Egito e o Magreb (noroeste da Áfri-ca – Marrocos, Saara Ocidental, Argélia e Tunísia, mais Mauritânia e Líbia).

Essa onda migratória de judeus em busca de oportunidades de negócios, também atingiu a Europa cristã, e as mi-grações internas de judeus, e das terras do Império Bizantino, o sul da Itália in-cluído, podem ter defi nido as bases, via Itália, de muitas das comunidades judai-cas europeias. Da mesma forma, os ju-deus do Egito e do Magreb se estabelece-ram na Península Ibérica e mais tarde na Sicília e partes do sul da Itália.

A alfabetização quase compulsória do povo judeu, somada à instituição de formas de contratos e sua execução du-rante os cinco séculos após a destruição do Segundo Templo e mais uma fantás-tica rede de comunicações, deram aos judeus uma vantagem comparativa em ocupações como artesanato, comércio e agiotagem e outras, que possibilitaram altos lucros.

Como os judeus trabalhavam nestas ocupações, já não havia pressão econô-mica para convertê-los, e isso é consis-tente com o fato de que a população ju-daica, que diminuíra de forma tão dra-mática em épocas anteriores, crescesse ligeiramente do século 7 ao 12.

Entre os anos 750 e 900,

quase todos os judeus da

Mesopotâmia e da Pérsia deixaram a agricultura, mudaram-se para as cidades e

vilarejos do recém-criado

Império Abássida, e passaram a fazer parte

daquele universo de profi ssões

que exigiam mão-de-obra qualifi cada,

e desta forma remuneravam mais e melhor

do que a agricultura

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Além disso, essa vantagem promoveu a diáspora voluntá-ria dos judeus durante o início da Idade Média, em busca de oportunidades pelo resto do mundo na produção de objetos, comércio, agiotagem, serviços bancários, fi nanças e medicina. O que explicaria por que os judeus, neste período da história, foram tão bem-sucedidos em atividades relacionadas ao mer-cado fi nanceiro e ao crédito. Durante os séculos 12 e 13 a agio-tagem era a ocupação preferida dos judeus na Inglaterra, Fran-ça e Alemanha, e uma das principais profi ssões dos judeus na Península Ibérica, Itália e outras regiões da Europa ocidental.

Ler e fazer contasDe acordo com a visão popular, os judeus estavam excluídos dos grupos corporativos (guildas) de profi ssões e comércio, a usura era proibida aos muçulmanos e aos cristãos, e, duran-te a Idade Média, aos judeus europeus se entregava a tare-fa da agiotagem. Mas segundo Maristella Botticini e Zvi Ecks-tein, isso não se sustenta. Para eles, existe uma outra explica-ção: os judeus na Europa medieval entraram voluntariamente e se especializaram nos empréstimos a juros (agiotagem) e ser-viços bancários porque detinham todas as vantagens necessá-rias e essenciais para serem bem-sucedidos nos mercados de crédito: 1-) capital já acumulado como artesãos e comercian-tes; 2-) capacidades de comunicação por meio de redes, por-que viviam em muitas localidades, podiam se comunicar facil-mente pelos meios disponíveis na época e alertar uns aos ou-tros a respeito das melhores oportunidades de compra e ven-da, e 3-) eram alfabetizados, tinham talentos matemáticos e se valiam da instituição do contrato – todos estes “presentes” que receberam da religião – o que lhes deu grande vantagem sobre os concorrentes.

Por isso, não surpreende a especialização e o êxito de mui-tos judeus nas fi nanças, atividade altamente rentável mas que dependia de serem alfabetizados e daí terem capacidade ma-temática. Trabalharam durante séculos em fi nanças. E como Adam Smith previra, eles se especializaram e aperfeiçoaram o ofício, o que lhes deu vantagem competitiva até o presente.

Mas e se a economia e a sociedade na qual os judeus viviam de repente deixavam de ser urbanas e comerciais, e viravam agrárias e rurais, retornando ao ambiente do judaísmo de mui-tos séculos antes?

Surge então o terceiro encontro histórico dos judeus – des-ta vez com a conquista mongol do Oriente Médio – e que res-ponde a esta pergunta. A invasão da Pérsia e da Mesopotâmia pelos mongóis começou em 1219, e terminou em 1258 com a destruição de Bagdá. O evento da invasão contribuiu decisiva-mente para o fi m da economia urbana e comercial do império abássida, e levou as economias da Mesopotâmia e da Pérsia de volta a um estágio agrário e pastoril, que se manteve por um longo período.

Em razão disso, judeus persas, da Mesopotâmia, do Egito e da Síria abandonaram o judaísmo e se converteram ao islamismo porque as determinações religiosas, principalmente a exigên-

cia de os pais educarem os fi lhos, revela-ram-se novamente um dispendioso sacri-fício religioso, sem qualquer retorno eco-nômico.

Além disso, novas perseguições, massacres e pragas (a Peste Negra de 1348, por exemplo) cobraram um alto preço das populações judaicas nessas regiões, e na Europa Ocidental. Mas as conversões voluntárias de judeus no Oriente Médio e norte da África ajuda-riam a explicar por que o número dos judeus no mundo chegou ao nível mais baixo no fi nal do século 15. O mesmo mecanismo explica o declínio da po-pulação judaica nos seis séculos após a destruição do Segundo Templo e o de-clínio das comunidades judaicas do Oriente Médio nos dois séculos seguin-tes à invasão mongol.

Nada disso foi planejado. Os rabinos e estudiosos que transformaram o judaís-mo em uma religião que pregava a alfa-betização durante os primeiros séculos do primeiro milênio, não poderiam ter previsto o profundo impacto da decisão de fazer cada judeu capaz de ler e estu-dar a Torá (e mais tarde, a Mishná, o Tal-mud e outros textos religiosos).

No entanto, a opção aparentemente estranha de aplicar o princípio religioso da alfabetização em um mundo agrário e de maioria analfabeta era potencialmen-te arriscado porque os custos poderiam levar à conversão e ao desaparecimento do judaísmo, acabou por se transformar na alavanca do êxito econômico judaico e do destaque intelectual até hoje.

* Maristella Botticini é professora de economia, diretora e membro do Ins-tituto Innocenzo Gasparini de Pes-quisas Econômicas (Igier), da Univer-sidade Bocconi de Milão. Zvi Eckstein é o chefe da cadeira Mário Henrique Simonsen, de Economia do Trabalho, da Universidade de Tel Aviv, e profes-sor e diretor da Escola de Economia da IDC (Faculdade Interdisciplinar), em Hertzlia, Israel. O próximo livro deles é The Chosen Many (“Os Muitos Esco-lhidos”) que trata dos enigmas da his-tória judaica de 1492 até hoje

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Segundo Maristella Botticini e

Zvi Eckstein, os judeus

na Europa medieval entraram volunta-

riamente e se especiali-zaram nos

empréstimos a juros e serviços

bancários porque

detinham todas as

vantagens necessárias e

essenciais para serem bem-

sucedidos nos mercados de

crédito

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O schlimazelEsta designação nada tem de cômica, embora, por índo-le, os judeus tivessem o hábito de fazer troça das próprias desgraças. Schlimazel é o azarado, o desprezado pela sorte, para quem tudo dá errado. Era uma figura comum em qual-quer shtetl. A formação profissional e econômica dos judeus era precária, e as pessoas eram mais versadas na Gemará do que em contabilidade ou finanças. Ninguém tinha acesso a faculdades, muito menos a estágios em empresas, apren-diam sozinhas e eram autodidatas. As gerações que imigra-ram para o Brasil e outras partes do mundo sentiam a fal-ta de capacitação, e por isso, ao desembarcar, enfrentavam tempos duros apesar de inteligentes, honestos e da capaci-dade de trabalho.

Não surpreendia que em meio aos acertos e progressos tam-bém cometessem frequentes deslizes, adquirindo fama de schlimazel. Nestes casos a alternativa era respirar fundo, desa-bafar com os amigos e a seguir trabalhar mais duro ainda, para cobrir o prejuízo.

Um comerciante do velho Bom Retiro resolveu certa vez fa-bricar calças masculinas, apesar da falta de experiência. Mas valendo-se de entusiasmo e boas conversas arranjou uns mol-des aqui, outros tecidos acolá, combinou com costureiras ex-ternas para montar tudo, e aguardou ansioso a chegada do pri-meiro lote. Ao examinar a mercadoria, percebeu que a abertu-ra com botões fi cara nas costas, e as calças hermeticamente fe-chadas na frente. Duzentas calças perdidas.

O schvitserA palavra “schveis” refere-se a suor, e schvitser obviamente é quem sua muito, está sempre com a testa molhada. Nada a ver com calor, porque no shtetl europeu os verões de dias muito quentes duravam pouco. Os pingos aqui eram alego-ria para o comerciante que corria muito de um canto para o outro, elaborando planos grandiosos, propondo negócios mirabolantes e, principalmente, contando vantagem. Sim o schvitser era o indivíduo exagerado, megalomaníaco, que anunciava a construção de lojas, edifícios e fábricas quando não possuía dinheiro nem para alimentar a família. Convém notar que o schvitser não era bandido nem estelionatário, e nem o objetivo das fanfarronices era cometer fraudes ou fu-gir com os investimentos das pessoas. Ele simplesmente de-sejava parecer importante e conquistar a admiração e a inve-ja dos conhecidos. Apesar disso, no entanto, podiam ocorrer escorregões e maus passos.

Ainda no antigo Bom Retiro, o proprietário de minúscula manufatura gastava grande parte do dia conversando com os

vizinhos e narrando grandes feitos pes-soais e comerciais. Para maior credibili-dade, quando ocorria um bar-mitzvá ou outra festa na família contratava do bom e do melhor – salão, buffet e orquestra – para impressionar os convidados, ainda que, para isso, se endividasse além da conta da prudência. Terminou sem cré-dito na praça, com a fi rma fechada e dí-vidas penduradas entre os credores. Não se tratava de falência fraudulenta: os úl-timos centavos simplesmente acabaram. Nem todos os schvitsers terminavam mal. Graças ao alpinismo social alguns conquistavam casamentos vantajosos para os fi lhos, ou até mesmo parcerias comerciais que lhes proporcionavam confortável sustento econômico.

O espontâneoNas praças de touros na Espanha é bem conhecido o espontâneo. Ele busca um assento bem próximo da arena, e quan-do o animal aparece, salta a mureta e tenta enfrentá-lo, mesmo sem capa, es-pada ou qualquer acessório. Não é ten-tativa de suicídio nem golpe publicitá-rio. Ele realmente se julga apto para a tarefa, e tenta à força demonstrar habi-lidade.

Não há expressão em ídiche para este comportamento, uma variante do schvitser. Alguns chamariam de “am ha-aretz”, ou ignorante a respeito de temas religiosos. Em vez de exibicionismo so-cial e profi ssional, havia os schvitsers mais intelectualizados que aspiravam a causar boa impressão em razão dos co-nhecimentos da Torá e das leis judai-cas, embora mal soubessem abrir o si-dur (livro de orações). O palco natural-mente eram as sinagogas repletas nos dias de grandes festas, onde tais pesso-as, de repente, começavam debates ou faziam discursos grandiloquentes na frente de rabinos e de toda a congrega-ção, sem rumo ou coerência.

Esta designação nada tem

de cômica, embora,

por índole, os judeus tivessem o hábito de

fazer troça das próprias desgraças.

Schlimazel é o azarado, o desprezado pela sorte, para quem

tudo dá errado. Era uma fi gura comum em

qualquer shtetl

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magazine > costumes e tradições | por Joel Faintuch

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A vida no shtetl (vilarejo) europeu era muito pacata, interiorana e inocente, ao menos para os padrões do século 21. No entanto, a violência e a cruel-dade, infelizmente, eram comuns e em razão de

fatores externos: pogroms e massacres, incêndios crimino-sos, leis punitivas, sequestros e prisões arbitrárias, além de toda sorte de restrições e humilhações educacionais, pesso-ais e profi ssionais. Os autores, provocadores ou instigado-res eram conhecidos e se materializavam em autoridades nacionais ou locais, policiais e militares racistas, e em al-gumas circunstâncias apoiadas por fi guras retrógradas da igreja.

Até se poderia pensar que este clima opressivo e limitado do gueto seria capaz de esmagar qualquer criatividade inte-lectual ou avanço social. Ao contrário, ao longo de milênios os judeus desenvolveram uma capacidade de rir das próprias desgraças e de construir um clima politicamente incorreto, alegre e descontraído, embora também pleno de persona-gens tristes e patéticos, em que alguns modernos só vislum-brariam obscurantismo e decadência.

Os gênios de ChelmChelm era uma cidadezinha digna e tradicional da Polônia, nem melhor nem pior que qualquer outra. O folclore a as-sociou à fama de gerar falsos gênios e bobos autênticos. Um exemplo conhecido é o do rebe e o discípulo viajando juntos e que passaram a noite numa hospedaria. Como o aluno precisa-va sair mais cedo e pegar o primeiro trem, pediu ao hoteleiro para despertá-lo de madrugada. Como combinado, ao escutar as batidas na porta o discípulo se vestiu, pegou os pertences

Personagens do cotidiano judaico

AO LONGO DE MILÊNIOS OS JUDEUS DESENVOLVERAM UMA CAPACIDADE DE RIR DAS PRÓPRIAS DESGRAÇAS E DE CONSTRUIR UM CLIMA POLITICAMENTE INCORRETO, ALEGRE E DESCONTRAÍDO.

ALGUNS TIPOS POVOARAM O IMAGINÁRIO CRIADO NOS SHTETLS

e saiu correndo para a estação. Mas so-mente no trem percebeu que na escuri-dão do quarto pegara por engano o cha-péu preto do rebe, e não o seu. Olhando-se no espelho comentou:

– Mas que hoteleiro bobo, pedi que me chamasse, e ele acordou o rebe.

O schnorrerA expressão tem várias interpretações e conotações. A mais difundida é a do mendigo atrevido que participa das fes-tas como penetra e se aproveita da ge-nerosidade e boa fé das pessoas. Pode designar também o falso mendigo, isto é, aquele que nunca necessitaria de ca-ridade, mas abusa da gentileza dos ou-tros em proveito próprio. É uma expres-são raramente usada para designar pe-dintes grosseiros ou mal-agradecidos, que xingam e ofendem quando se consi-deram mal gratifi cados. Conta-se de um judeu que se compadeceu de um pobre e o chamou para o jantar de Shabat. Na noite da sexta-feira abriu a porta e viu o convidado acompanhado de mais três desconhecidos.

– São meus genros, explicou o pobre-tão. Eu prometi ajudá-los e não posso de-sapontá-los.

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magazine > festival de cannes | por Julio Nobre

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A nova produção dos irmãos Ethan e Joel Coen, In-side Llewyn Davis, foi muito bem recebida no Fes-tival de Cannes. Treze anos depois de fazer uma incursão no universo do blues com E aí meu Ir-

mão, cadê Você?, paródia da Odisseia de Homero estrelada por John Goodman e George Clooney, eles resolveram investi-gar o mundo da folk music antes do advento do fenômeno cul-tural chamado Bob Dylan.

O fi lme é também pretexto para tratar de um tema caro ao cinema americano: a dicotomia sucesso/fracasso. Desde a es-treia no cinema com Gosto de Sangue (Blood Simple, 1984), co-média macabra em que os criminosos são levados à perdição por uma série de erros banais, os dois irmãos são fascinados

Irmãos Coen apostam na folk music

COM TOQUES DE SÁTIRA, INSIDE LLEWYN DAVIS É MAIS NOVA AVENTURA DOS IRMÃOS COEN NO MUNDO DA MÚSICA. O FILME É PROTAGONIZADO

POR ALGUMAS DAS GRANDES ESTRELAS DE HOLLYWOOD, TEVE UM ATOR COADJUVANTE INUSITADO E ACABOU LEVANDO O GRAND PRIX, UMA

ESPÉCIE DE PRÊMIO CONSOLAÇÃO

pela rica biodiversidade do mundo dos perdedores.

Inside Llewyn Davis inspirou-se nas memórias do cantor folk David Van Ronk, contemporâneo obscuro de as-tros como Joan Baez e do próprio Bob Dylan, que canta Farewell no trailer. O fi lme usa tons de azul e cinza para re-tratar uma semana da vida de um jo-vem cantor em início de carreira du-rante o implacável inverno de Nova York em 1961. Llewyn Davis, inter-pretado pelo ator/músico Oscar Isaac, sente-se rejeitado, não consegue em-placar a carreira em parte porque as circunstâncias não lhe são favoráveis, em parte porque ele mesmo a sabota com suas tendências autodestrutivas.

Como o fi lme não tinha um enre-do no sentido convencional, o deta-lhista Ethan Coen – que geralmente é o responsável pelo roteiro enquanto Joel acompanha a produção nos estú-dios – resolveu adicionar um elemen-to à trama. É neste ponto que entra o tal coadjuvante inusitado, Ulysses, o gato ruivo que Llewyn carrega para todo lado durante a história. No fi nal das contas, foram necessários seis ou-tros bichanos com as mesmas carac-terísticas de Ulysses para realizar as fi lmagens.

A ironia de tudo isso é que o ruivi-nho Ulysses acaba roubando as cenas em que aparece, sonho de todo ator que se preza. Trata-se de uma proeza e tanto se considerarmos que, além do elogiado protagonista guatemal-teco Oscar Isaac, Inside Llewyn Davis tem no elenco a britânica Carey Mulli-gan, o cantor/ator Justin Timberlake, o veteraníssimo F. Murray Abraham e o peso-pesado John Goodman. O fi l-me deve ser lançado mundialmente até o fi nal do ano.

A CELEBRIDADE INSTANTÂNEA ULYSSES E O ATOR/MÚSICO OSCAR ISAAC EM INSIDE LLEWYN

DAVIS, DOS IRMÃOS COEN

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89magazine > medicina | por Auro del Giglio *

Câncer de mama, genes e cirurgiaA ATRIZ ANGELINA JOLIE, 37 ANOS, SUBMETEU-SE À RETIRADA DE AMBOS OS SEIOS PORQUE HERDOU DA MÃE, QUE FALECEU DE CÂNCER DE MAMA AOS 56 ANOS DE IDADE, UM GENE DENOMINADO BRCA1 DOTADO DE UMA ANORMALIDADE

E sta mutação, presente neste gene, inibe sua ação usual que consiste em participar do processo de correção de erros que ocorrem de o DNA se dupli-car quando uma célula dá origem a duas outras cé-

lulas-fi lhas. Neste processo, milhões de genes são duplica-dos, e erros que porventura ocorram são corrigidos por um sistema de reparo do DNA do qual o gene BRCA1 faz parte. Se este processo for prejudicado pela inativação do BRCA1, er-ros no DNA são passados de uma geração celular à próxima e, cumulativamente, isto pode provocar tumores que atingi-rão de preferência as mamas e os ovários das pacientes que os herdaram.

Um outro gene, o BRCA2, que da mesma forma que o BRCA1 participa do processo de reparo do DNA, pode ser alvo de mu-tações e ser transmitido de geração a outra levando a situações em que há aumento do risco de câncer de mama e ovários. Em pacientes que herdam uma cópia mutada do gene BRCA1 ou BRCA2 é de até 80 % a chance de desenvolver câncer de mama se viverem até os 90 anos, e cerca de 30 a 40% de chance de câncer de ovário durantes a vida. Curiosamente, é em mulhe-res de origem asquenazita a maior possibilidade de ocorrer mutações específi cas nestes genes. Provavelmente, pela se-gregação social de grupos de judeus asquenazitas em peque-nas comunidades da Europa Oriental, com muitos casamentos ocorrendo entre pessoas com algum grau de parentesco, estas mutações surgiram e se transmitiram por diversas gerações.

Somente cerca de 5% dos cânceres de mama têm origem fa-miliar, isto é, são causados pela herança de um gene alterado. Geralmente, o câncer de mama familiar é causado por muta-ções do BRCA1 ou BRCA2. O cenário típico nestas famílias é a presença de vários parentes de primeiro grau afetados em ida-de jovem por tumores de mama e/ou de ovário, muitas vezes ambos simultaneamente. Nestas situações convém suspeitar da possibilidade de existir uma mutação em um desses genes e buscar aconselhamento medico.

Atualmente é possível pesquisar a presença de mutações es-

pecífi cas comuns, em mulheres asque-nazitas, por exemplo, ou sequenciar completamente os genes BRCA1 e 2 em busca de mutações. Estes testes devem ser feitos em mulheres que tiveram cân-cer de mama ou ovário com alto risco de serem portadoras de mutações quando ocorreram vários casos na família, como descrito acima.

As alternativas para a possibilidade de câncer de mama familiar são: 1) Acompa-nhamento rigoroso por meio de exames como ressonância magnética das ma-mas, ultrassonografi a de pelve para ava-liar alterações ovarianas e mensuração do marcador tumoral CA125 no sangue que pode aumentar em casos de câncer dos ovários; 2) Uso de medicações com poder de prevenir o surgimento do câncer de mama como é o caso do Tamoxifeno e do Raloxifeno e 3) cirurgia para remoção do tecido das mamas e dos ovários.

A alternativa cirúrgica escolhida por Angelina Jolie é a mais efi caz pois pode reduzir o risco de câncer em até 90%. No entanto, aspectos clínicos e psicoló-gicos de cada paciente devem ser consi-derados pelo médico que a assiste para orientar a melhor conduta a ser tomada em cada caso.

* Professor titular de hematologia e oncologia da Faculdade de Medici-na do ABC, livre docente pela Fmusp e médico oncologista do HIAE e do Hos-pital Samaritano

Atualmente é possível

pesquisar a presença de mutações

específi cas comuns, em

mulheres asquenazitas, por exemplo, ou sequenciar

completamente os genes

BRCA1 e 2 em busca de

mutações

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magazine > a palavra | por Philologos

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“E le não vai desistir um centímetro de Eretz Is-rael”, é como o colunista Roger Cohen, do New York Times, cita o cientista político israelense Shlomo Avineri ao falar do primeiro-ministro

Biniamin Netaniahu. E Cohen acrescenta, a título de explica-ção, que “Eretz Israel é um termo bíblico amplamente utiliza-do para se referir à área entre o Mediterrâneo e o rio Jordão, abrangendo toda a Cisjordânia”. Tecnicamente, não há nada de errado nisso. O termo hebraico Eretz Yisra’el, “a terra de Is-rael”, é realmente encontrado na Bíblia, e muito utilizado pe-los judeus. O que, então, além do fato de Cohen estar longe de ter se mostrado amigo de Israel ao longo dos anos, torna esta frase tão irritante?

É possível pensar assim: embora os alemães chamem seu país Deutschland, a palavra em inglês para isso é Germany, e nós, no Brasil, Alemanha. Suponhamos, então, que Cohen te-nha escrito uma coluna usando a palavra Deutschland, e para melhor esclarecer os leitores acrescentou: “Deutschland é um termo medieval utilizado para se referir à área da Europa Central entre os rios Reno e Oder, incluindo toda a Alemanha Oriental”.

Mas, claro, ele nunca diria isso, mas “Deutschland é a pala-vra alemã para Alemanha”. Assim como ele deveria ter dito: “Eretz Yisra’el é a palavra hebraica para Palestina”. Isto não é um trocadilho, é uma observação a respeito de uma tendên-cia – da qual Cohen é bom exemplo – de diminuir a ligação ju-daica profunda e ininterrupta com a Palestina ao longo dos sé-

Palestina, Eretz Israel e Eretz Yisra’el

QUAL É O VALOR DOS NOMES? COMO ERETZ ISRAEL DEVERIA SER CHAMADO? COMO SEMPRE FOI CHAMADO, PELO MENOS NOS ÚLTIMOS SÉCULOS – E ATÉ MESMO PELOS PIONEIROS SIONISTAS – OU SEJA, PALESTINA

culos, atribuindo-a apenas a um passado bíblico distante – a partir do qual, depois de milhares de anos, o sionismo moder-no, por assim dizer, ressuscitou. No en-tanto ainda que essa ligação se verifi que na Bíblia, a ocorrência de Eretz Yisra’el é rara. Podemos encontrá-la uma vez em Samuel e duas vezes em Ezequiel. Toda-via, em seus primeiros livros, a Bíblia fala de eretz-k’na’an ou eretz-ha-k’na’ani , “a terra de Canaã” ou “a terra dos cana-neus”, e mais tarde, chama-a simples-mente de ha-aretz, “a Terra”.

Porém, desde os primórdios da litera-tura rabínica Eretz Yisra’el torna-se oni-presente no discurso judaico. A expres-são não é “amplamente utilizada”; é uni-versalmente utilizada, uma forma-padrão para se referir à Palestina não apenas em hebraico, mas em ídiche e em outras lín-guas judaicas também, e assim até hoje. Os judeus nunca pensaram na Palestina como outra coisa além de Eretz Yisra’el, mesmo se houvesse epítetos literários, tais como eretz ha kodesh, “Terra Santa”, ou eretz avot, “a terra dos pais”, que oca-sionalmente tomou o seu lugar.

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Isso não quer dizer que o termo “Eretz Yisrael” devesse ser utilizado em inglês. Ao contrário, acho que se deve evitá-lo. É um híbrido desajeitado – eretz não é uma palavra em in-glês, e Israel não é uma palavra hebraica – que traz conota-ção de propaganda. Escritores e jornalistas sionistas que que-riam evitar dizer “Palestina” introduziram esse termo em in-glês, na primeira metade do século 20, e que continua a ser usado, quando muito, só por sionistas e prossionistas.

Nem a expressão totalmente inglesa “Land of Israel” repre-senta uma grande melhoria. Ambos os termos são formas equi-vocadas de declarar: “A Palestina é um país judeu e deve ser chamado por seu nome judeu” – isso é equivocado, porque, embora não haja nada de errado com tal sentimento, os sen-timentos judaicos não devem ser impostos ao idioma inglês nem em qualquer idioma.

Então, como Eretz Israel deveria se chamar em inglês? Ou em português? Deveria ser chamado como sempre, pelo me-nos nos últimos cem anos – isto é, Palestina. Como argumentei antes em outros artigos, “Palestina” nunca foi tradicionalmen-te uma palavra antissemita ou antissionista e não deveria se permitir que se tornasse uma. De fato, até a declaração do Es-tado de Israel, em 1948, os sionistas usavam esse termo o tem-po todo, e os judeus palestinos orgulhosamente se chamavam de “palestinos”.

É verdade que se os tempos mudaram, as necessidades lin-guísticas, não. Ainda precisamos de um termo linguisticamen-te neutro para “a área entre o Mediterrâneo e o rio Jordão”, e

seria mais sensato insistir em restaurar a tradicional neutralidade da expressão “Palestina” do que tentar chegar a um substituto que soa artifi cial e antinatural.

É evidente que as coisas fi carão ain-da mais complicadas se houver um Es-tado árabe chamado Palestina em par-te da área geográfi ca denominada Pa-lestina. Mas não há nenhuma razão para que não se possa distinguir entre o Esta-do da Palestina da terra da Palestina, as-sim como em hebraico se distingue en-tre Medinat Yisra’el, “o Estado de Israel”, e Eretz Yisra’el , “a terra de Israel”.

Se for criado um Estado da Palesti-na, as cidades de Nablus, Ramalá, Je-ricó e Hebron não estarão em Medinat Yisra’el, mas continuarão a estar em Eretz Yisra’el; nem há qualquer manei-ra concebível na língua hebraica que pudesse ser diferente. Se Roger Cohen compreendesse isso, entenderia algo a respeito das atitudes judaicas históri-cas em relação à Palestina que lhe esca-pam: o sionismo não redescobriu a “Ter-ra de Israel”. Porque, afi nal, ela estava lá o tempo todo.

Se for criado um Estado

da Palestina, as cidades de Nablus,

Ramalá, Jericó e Hebron

não estarão em Medinat Yisra’el, mas

continuarão a estar em Eretz

Yisra’el

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Fechando as contas Finalmente chegou ao fi m a longa novela entre o Keren Kayemet LeIsrael

(KKL) e os descendentes de vítimas do Holocausto que compraram terras e

propriedades no atual território israelense, antes de serem assassinados pelos

nazistas. Pelo acordo atual, quinhentos milhões de shekalim (R$ 250 milhões)

fi carão à disposição dos descendentes, hoje vivendo ao redor do mundo. Desde

os anos 40, quando dezenas de propriedades e terrenos foram compradas na

então Palestina por pessoas que desapareceram na Shoá, esses bens foram

passados para o KKL, que registrou-os em nome da instituição. Agora é hora de

devolvê-los. A lista dos benefi ciários pode ser consultada em www.hashava.org.

il/assetList.

106

7

Beleza pura Esta só acontece mesmo em Israel: foi

lançado o concurso da mais bela mikve

(piscina de banho ritual) feminina do país.

Patrocinada pelo Ministério de Serviços

Religiosos, o encarregado da decisão fi nal

será o rabino do Muro das Lamentações,

Shmuel Rabinowitz, que receberá

relatórios de equipes femininas que

visitarão os locais. O objetivo, segundo

um porta-voz ofi cial, é “tornar atraente

o mandamento da imersão para as

mulheres de Israel e criar uma experiência

prazerosa”. Na lei judaica, a mulher deve

usar uma mikve especialmente após o

período da menstruação.

De acordo com as regras da competição,

as piscinas serão julgadas pelos critérios

de limpeza, segurança, conveniência,

qualidade do serviço, controle climático e

consumo de energia.

Se liga, mané Uma garrafa de champanhe espatifada na couraça de metal marcou o

lançamento do mais caro armamento jamais comprado pelo Tzahal. Estimado

em quinhentos milhões de dólares, o submarino da classe Dolphin já batizado

pelos israelenses de Rahav, foi ofi cialmente entregue no porto de Kiel, na

Alemanha. Este é o quinto submarino que os alemães construíram para Israel

desde a Guerra do Golfo, nos anos 1990. É considerado um dos melhores

do mundo e com capacidade para carregar mísseis nucleares. A tecnologia

avançada permite que fi que submerso durante semanas e circule em águas bem

distantes do Estado judeu.

Fazendo a América A Tnuva, cooperativa de kibutzim e moshavim que domina 70%

do mercado de laticínios de Israel, está de olho nos EUA. Para

conquistar os Estados Unidos, a principal arma será o copinho

de queijo tipo cottage, que todos os israelenses amam. Segundo

a diretoria da Tnuva, não há concorrente para esse tipo de produto nos EUA, onde entre os queijos brancos ainda predomina o

Philadelphia. Até agora o cottage israelense não conseguiu se projetar além das fronteiras porque perde a validade rapidamente,

já quatorze dias depois da fabricação. A alternativa foi uma parceria com uma indústria de laticínios local para atender o

mercado kasher americano, que movimenta trezentos milhões de dólares anuais, somente em laticínios.

Alegria amarga Lag Baômer, festa judaica estabelecida pelos rabinos,

cresce de importância a cada ano em Israel. Neste

abril foi estabelecido um novo recorde de visitantes no

túmulo de rabi Shimon Bar Yochai, o Rashbi, ao lado

de Sfat, o ponto central da festividade. Quinhentas mil

pessoas – ou 6% da população israelense – se juntaram

para comemorar com bastante música klezmer a data

de falecimento do rabino, considerada alegre por ele ter

“se juntado ao Criador”. Mas nem tudo foi felicidade. Os

rabinos pediram que o público rezasse especialmente

pelo cancelamento das novas leis que vêm aí para

alistar o público ortodoxo.

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10 notícias de Israel

1092

por Ariel Finguerman | ariel_fi [email protected]

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3

4

2Fuga de cérebros Estudo do governo israelense junto à

classe médica mostra que um em cada

dez profi ssionais vive fora do país. É

um resultado alarmante e revela que

3.580 médicos deixaram Israel. Faltam

anestesistas em Israel, porque 12,7%

deixaram o país. Segundo o estudo, um

médico israelense ganha em média R$

13 mil mensais e cerca de metade deles

nasceu em países da ex-União Soviética.

HEBRAICA | JUN | 2013

Cinema animado O diretor israelense Ari Folman, de Valsa com Bashir, participou novamente do

Festival de Cannes no mês passado e apresentou a mais nova produção. A Valsa,

de há cinco anos, ganhou reconhecimento mundial com a história de um soldado

traumatizado pela Guerra do Líbano. Virou história em quadrinhos, traduzida

também no Brasil. Agora ele volta com The Congress, um fi lme de fi cção científi ca

misturando animação e atores reais, baseado num clássico do gênero do escritor

polonês Stanislaw Lem. Estrelado por Harvey Keitel e Paul Giamatti, conta a história

de uma atriz em apuros que aceita se transformar em cópia digitalizada.

Made in Eretz Israel Em 65 anos de existência, Israel

multiplicou as exportações por quinze

mil, segundo o mais recente relatório do

governo. Em 1948, as vendas ao exterior de

produtos e serviços eram de seis milhões

de dólares, enquanto no ano passado

foram 91 bilhões de dólares. A população

cresceu bastante – hoje são dez vezes o

número de habitantes –, mas a exportação

per capita aumentou ainda mais e de forma

explosiva, de sete dólares naqueles dias

até mais de onze mil dólares atualmente.

Mesmo corrigindo estes valores pela

infl ação, ainda assim a exportação per

capita hoje é 172 vezes maior.

Malandragem sem coração Esta vem da crônica policial israelense: no último Iom Hashoá (Dia do Holocausto),

o sobrevivente Michael Gochberg estava a caminho do banco e parou por dois

minutos em posição de sentido enquanto soava a sirene marcando a data. Em

seguida, continuou em direção ao caixa eletrônico, onde sacou 1.600 euros enviados

pela Alemanha como indenização pelos sofrimentos causados na mulher, também

sobrevivente. Mas dois ladrões o renderam e levaram todo o dinheiro. “Nunca

imaginei que em Israel aconteceria uma coisa dessas”, lamentou. A polícia agiu e

em uma ação padrão dias depois voltou à cena do crime. Deu certo, pois os ladrões

também voltaram, mas para roubar outras pessoas, e foram presos.

Luxo só Para quem gosta de viajar bem, anote: este mês será inaugurado o hotel

considerado o mais luxuoso de Israel, o Isrotel Kramim, localizado na fl oresta

de Jerusalém, em uma região onde existem 32 vinhedos (“kramim”, em

hebraico). Ao lado do Spa Carmel e do Bereshit, no Negev, formará a trinca de

ouro da hotelaria sabra. As atrações são de lascar: banheira com vidro elétrico

com vista para a natureza; tv ultrafi na embutida no espelho do quarto; festa

com deejay à noite; spa com duas dezenas de quartos e tratamentos à base de

vinhos. Mas o preço é meio azedo: 540 dólares a diária.

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Pimenta Neves – uma Reportagem Luiz Octavio de Lima | Scortecci | 366 pp. | R$ 29,90

Apresentado em seu subtítulo como “os bastidores do crime que abalou a imprensa brasileira e a história do homem que a cometeu” é isso mesmo, abre para o grande público as portas das indevassáveis redações dos grandes jornais brasileiros e mostra como, apesar de tudo, todos os dias, de manhã tem um jornal pronto. E este livro pode ser lido de uma sentada só, como se fosse o brilhante enredo de um fi lme em que em um vi-lão, Pimenta, mas a mocinha e vítima, Sandra, não é tão ingênua assim.

A Invenção de CopacabanaJulia O’Donnell | Zahar | 255 pp. | R$ 49,90

É um trabalho acadêmico que trata de “culturas e estilos de vida no Rio de Janeiro entre 1890-1940” que con-ta como aquela faixa de praia de alguns poucos quilômetros tornou-se Copacabana e que, no início do século passado, era um dos ideais de modernidade de setores da elite carioca, na forma de morar em um bangalô à beira-mar, ir à praia, frequentar dancings, jantar no Copacabana Palace, etc.

Coleção Diálogos da FéBenvirá | 48 pp. cada | R$ 9,90 cada

Os autores são ninguém menos que o atual papa Francisco, então cardeal Jorge Mario Bergoglio, o rabino Abraham Skorka e o pastor Marcelo Figueroa, que durante alguns meses se reuniram na Cúria de Buenos Ai-res para debater a “Razão e Fé”, “A Solidariedade”, “A Dignidade” e “A Oração”, temas que dizem respeito a to-das as religiões e que, neste caso, marcam um ponto importante no relacionamento do então cardeal que, na época, nem sonhava ser papa, com todas as religiões.

Retrato de uma EspiãDaniel Silva | Arqueiro | 301 pp. | R$ 29,90

O personagem é Gabriel Allon, agente do serviço secreto israelense aposentado agora restaurador de qua-dros, que a passeio em Londres vê uma pessoa que imagina ser um homem-bomba misturado à multidão. Ao sacar a pistola para intimidar o suspeito é detido pela polícia e acontece a tragédia. Mas é convocado para di-rigir um esquema contra a guerra santa muçulmana.

O Professor do DesejoPhilip Roth | Companhia das Letras | 251 pp. | R$ 39,50

Philip Roth é o mais premiado escritor americano da sua geração desde que, em 1959, escreveu Goodbye, Co-lumbus e, com este livro, tornou-se um ácido crítico do modo americano de vida, dos judeus nos Estados Uni-dos e é atualmente o grande historiador do erotismo moderno de que é prova este livro por meio do persona-gem David Kepesh, seguido por Roth desde a domesticidade da infância até a selvageria da possibilidade eró-tica, de um ménage à trois à solidão.

Amor & CapitalMary Gabriel | Zahar | 956 pp. | R$ 89,90

O livro revela o círculo de Marx com os amigos próximos, como Engels, exilados, desajustados e revolucioná-rios vivendo em Londres, mas principalmente a família, e apresenta um Karl Marx mais humano e imperfei-to que o austero patriarca, gigante intelectual e teórico revolucionário de quem todos ouviram falar. É o relato magistral da vida dele com a mulher Jenny e como ele transitava entre a absoluta dedicação à vida doméstica e a entrega às tarefas políticas com todas as provações e difi culdades que esta vida intensa provocava.

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leituras magazineL

por Bernardo Lerer

Morte no ParaísoAlberto Dines | Rocco | 736 pp. | R$ 69,50

Esta é quarta edição, revista e ampliada do li-vro, lançado há trinta anos. Ampliada, sim, pois a primeira eu a li de uma sentada só, em duas noites de plantão na TV Globo. O velho mestre Dines, meu chefe de redação no Jornal do Brasil dos anos de ouro da década de 1960, escreveu o que foi possível a respeito de um dos autores de maior sucesso na primeira meta-de do século 20, com dados inéditos, farto ma-terial bibliográfi co, detalhes revistos e nova ico-nografi a com um panorama da Viena do perío-do, a ascensão de Hitler e o horror da Segunda Guerra e o drama dos refugiados na Era Vargas. Uma obra-prima, enfi m.

Do que a Gente Fala Quando Fala de Anne FrankNathan Englander | Companhia das Letras | 206 pp. | R$ 39,00

Em oito relatos, a chamada narrativa curta, o autor cria tipos que habitam um momento da psique judaica ame-ricana: é gente que se compraz em voltar às origens da forma mais evidente possível, vivendo em bairros e con-dados habitados exclusivamente por judeus ortodoxos, relacionam-se apenas com outros judeus, desconfi am do mundo gentio, permanecem fi éis ao Estado de Israel. Há alguma paranoia nas histórias, pois há o temor de um novo Holocausto e de que o vizinho seja um perigoso nazista. E isso explica o título do livro e de um dos contos.

Max e os FelinosMoacyr Scliar | L&PM Editores | 148 pp. | R$ 48,00

O livro de 1981 é relançado agora. Fábula a respeito da imigração e da liberdade, cria a cena do pequeno Max dividindo um bote no meio do oceano com um jaguar e desta forma traz para a literatura um dos mais pro-fundos confl itos do ser humano, a saber, a luta interna entre o homem e suas feras. Vinte anos depois, em 2001, o livro virou tema de polêmica, pois o canadense Yann Martel escreveu Life of Pi, baseado na ideia cen-tral do livro de Scliar que virou fi lme e ganhou o Oscar.

Amy Winehouse Conrad Editora | 48 pp. | R$ 39,90

A história em quadrinhos da cantora inglesa, de origem judaica, abre a coleção do Clube dos 27, isto é, dos ar-tistas que morreram com 27 anos: Jim Morrison, Janis Joplin, Kurt Cobain, Jimi Hendrix e Brian Jones. O pri-meiro foi Robert Johnson, em 1930, um dos bluesmen mais infl uentes da história que teria vendido a alma ao diabo em troca da virtuosidade no violão. O Clube dos 27 teve origem na França e o projeto é a cada ano re-tratar um desses artistas, concluindo antes de a década terminar. A menos, é claro, que a lista aumente.

Território da EmoçãoMoacyr Scliar | Companhia das Letras | 275 pp. | R$ 36,00

O genial escritor judeu dos pampas, morto no início de 2011, é mesmo inesgotável, e é relançado agora este livro que é uma coletânea de crônicas de medicina e saúde nas quais ele expõe, com todas as letras, a força da palavra, falando de personagens importantes e médicos sanitaristas como Oswaldo Cruz e Noel Nutels, ou de outros médicos escritores, todos atrás de “pequenas ressurreições” que redimem o homem do “aguilhão da morte”. Enfi m, na medicina como na literatura a palavra é capaz deste prodígio. E Scliar provou isso.

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Os cd’s acima estão à venda na Livraria Cultura ou pela internet www.livrariacultura.com.br. Pesquisem as promoções. Sempre as há e valem a pena

Bizet – Favourite Orchestral WorksEMI Classics | R$ 109,90

A execução de algumas das mais importantes – e conhecidas – obras de Georges Bizet não poderia estar em melhores mãos que as de Michel Plasson conduzindo a Orquestra Nacional do Capitole de Toulouse. Cla-ro, lá estão, em um dos três cd’s, trechos de Carmem, mas se ouve também a integral de L’Arlesienne, Jeux D’Enfants, Marche Funèbre para mostrar que o talento dele foi muito além da conhecidíssima Carmem.

Mozart Arias Soile Isokoski | Ondine | R$ 54,90

Soile (1957) nasceu numa aldeia da Finlândia e começou a estudar canto desde pequena e formou-se em can-to e órgão em Helsinque. Desde que conquistou o primeiro prêmio em um concurso de 1987 não parou mais. Neste cd interpreta árias importantes e pouco executadas do repertório de Mozart, como Ah, lo Previdi, do Concerto K.v 272, e Ch’io mi scordi di te? da obra KV 505.

Wind Band ClassicsVincent Persichetti | Naxos | R$ 29,90

Persichetti (1915-1987) foi compositor e, mais do que isso, um notável educador musical que lecionou na fa-mosa Juilliard School e foi professor de Phillip Glass, Leo Brouwer e Michael Shapiro. Escreveu muitas peças para as bandas sinfônicas norte-americanas como uma forma de educar os jovens para a música, nem tanto para transformá-los em profi ssionais mas para aproveitar o estudo musical para a disciplina e a organização.

Best Mozart 100EMI | R$ 169,00

Faz parte da lei dos direitos autorais que, passado algum tempo, as músicas caiam no domínio público e as gravadoras que os detêm (e as que não) montam caixas de cd’s que ouvir a todos os seis, como neste caso, sig-nifi ca fi car ao menos sete horas sem sair de perto do aparelho, ou então fazer uma longa viagem. De todo modo, aqui está o que de melhor o genial austríaco compôs na sua breve e profícua vida (1756-1791).

Clarinet ConcertosMozart-e Beethoven | Deutsche Grammophon | R$ 74,90

É um precioso cd com uma obra fundamental do repertório do instrumento que é o Concerto K. 622 de Mozart, cujo segundo movimento, adagio, é um desafi o de interpretação para qualquer clarinetista e Michael Collins se sai muito bem, da mesma forma que no Concerto op. 61 de Beethoven originalmente escrito para violino e transcrito com maestria para clarineta pelo maestro da Orquestra Nacional da Rússia Mikhail Pletnev.

Concierto de AranjuezPaco de Lucia | Phillips | R$ 54,90

Aparecem tantos instrumentistas que, por vezes, tem-se a impressão de que nos esquecemos de alguns como o violonista Paco de Lucia, um dos maiores intérpretes das obras de Isaac Albeniz, Joaquín Rodrigo, Manuel de Fala e outros importantes compositores espanhóis. Ouvir Paco é imaginá-lo sapateando as obras que exe-cuta, pois se tem a impressão de que os pés acompanham as mãos.

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músicas magazine

por Bernardo Lerer

Cantoria 2Elomar, Geraldo Azevedo, Vital Farias e Xangai |

Kuarup | Sony Music | R$ 27,90

Quem das novas gerações conhece pelo me-nos um destes acima? Poucos, certamen-te. Mas eles foram alguns dos mais impor-tantes compositores das décadas de 1960 e 1970, como se trouxessem um pouco de fres-cor para o interior das trevas da ditadura, por meio do selo Kuarup. As peças de Elomar são preciosas como se os sons das músicas da Idade Média e da Renascença tivessem, por algum momento, migrado para as barrancas do São Francisco.

The Real Ambassadors Louis Armstrong e Dave Brubeck | Poll Winners Records | R$ 59,90

Este cd com 25 faixas, provavelmente remasterizado do original de pelo menos dois lp’s, é o álbum original e com-pleto do The Real Ambassadors, contendo o primeiro e único encontro destes dois monstros do jazz, Armstrong e Brubeck, além da cantora Carmen McRae e o trio (Lambert, Hendricks & Ross). Algumas faixas são um merecido laudatório a Satchmo e muitas das músicas, com forte conteúdo antirracista, foram gravadas em 1961.

Let’s Face the Music and DanceWillie Nelson and Family | Legacy | R$ 29,90

Willie Nelson (1933) virou uma instituição nos EUA quando se trata de folk music e um gênero musical que tran-sita entre o folclore, o pop e um pouco de rock, como as gerações mais recentes vêm fazendo. Mas Willie é espe-cial e sabe-se que em 1990 a receita federal norte-americana cobrou dele atrasados de impostos no valor de 32 milhões de dólares que os contadores da Price Waterhouse sonegaram, mas ele pagou o pato sozinho.

The Commodores The Ultimate Collection | Motown | R$ 24,90

Este conjunto surgiu na década de 1970 e se tornou conhecido porque fazia a abertura dos shows do Jackson 5 cantando baladas melosas, mas depois enveredou para a música funk e no fi nal dos anos 1980 virou um dos preferidos dos dançarinos de rua. Machine Guns, que abre este álbum, caiu tanto no agrado das pessoas que serviu durante muito tempo como a música de abertura de eventos esportivos.

Duofel Plays De BeatlesFine Music | R$ 27,90

Estes dois violonistas juntaram as primeiras letras dos seus nomes – Fernando e Luiz – e mais do que ter se transformado num duo consagrado por interpretações, conseguiram mostrar a virtuosidade e o alcance do vio-lão na execução das obras universais dos geniais ingleses que ambos tocavam nas horas de folga, até o momen-to em que conhecidos arranjadores lhes propuseram executar Eleanor Rigby, Here Comes the Sun, etc.

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magazine > com a língua e com os dentes | por Breno Raigorodsky

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S er um restaurante caro qualquer um pode querer, mas o investimento é pago pelo consumidor que avalia se vale gastar assim. Afi nal, um jantar a dois completo custa mais do que um processador, mais

do que uma viagem ao Rio de Janeiro de avião, etc. Portanto, estão de parabéns os donos de restaurantes que criaram ver-dadeiros palácios gastronômicos e que se mantêm saudáveis, em todos os sentidos.

Parabéns, seja porque sabem agradar uma classe abastada de provadores inveterados de novidades, seja porque há mais de uma década São Paulo é um centro de turismo de negócios em expansão, e destino de mais de seis milhões de turistas ávi-dos por seus restaurantes. Ou porque cada vez mais se pagam as contas de restaurantes com cartões corporativos de grandes empresas que parecem fazer pouco dos gastos dos executivos.

É possível passar quase dois meses comendo todo dia em um grande e moderno restaurante de São Paulo, ao consu-mo médio de R$ 150,00, menos o vinho. Um grupo de cinco senhores de terno pode gastar mais de R$ 1.000,00 em uma churrascaria perdida na Marginal Tietê sem cometer exageros espocando champanhe francês, consumir uma garrafa de uís-que de doze anos ou desarrolhar um vinho francês.

As churrascarias, menina dos olhos dos estrangeiros curio-sos em saber como se faz para comer tanta carne, vão muito bem, obrigado. Bassi, Varanda, Rubayat, Rodeio reinam com Fogo de Chão, Jardineira e OK, e mais as casas de sotaque pla-tino: 348, Bárbaro, La Caballeriza, Cabaña, El Pobre Juan, Tranvía, etc.

Os restaurantes que pesquisam e fazem fusões de produtos regionais brasileiros ganham musculatura a partir do êxito in-ternacional do D.O.M., Mani, Brasil a Gosto, Tordesilhas, Car-lota, Mocotó e Átimo, numa saudável mistura de português

com os elementos índio, negro, caiçaras e tantas outras fórmulas de terroir e cul-tura. O olhar orgulhoso para as nossas ri-quezas prossegue em experiências me-nos radicais, em casas que sugerem ou-tras fusões como o nipo-hispânico Mia, a comida asiática sem fronteiras do Ásia e o Jacarandá, cujo faro gastronômico vai de São Paulo a Punta del Este. Menção honrosa e estrela quase solitária para o AK da Andrea Kaufmann, que navega pela Europa Oriental com cores de bra-silidade.

Os Fasanos – Gero, Parigi, etc. – se mantêm a partir da fórmula tradiciona-lista de servir comida do além-mar, bem feita e com ótimos ingredientes. Restau-rantes franceses se renovam, poucos fi -cam nas grandes fórmulas dos reis do século passado, assim como as duas dú-zias de casas da Península Ibérica, que se juntam ao famoso Don Curro; e há ainda o La Casserole, Épice, Le Vin, Brasserie Erick Jacquin, Marais, Les Jazz, Ici Bis-trô; mais o Santo Colomba, Girarosto, Pi-chi, Piselli, Tappo, Aguzzo, Così, e ainda Bela Sintra, Tasca da Esquina e o Tasca do João e da Maria.

Além dos restaurantes modernos de base clássica como o Arturito, La Fronte-ra, Ici Bistrô, além do Due Cuochi, o Tre Bicchieri, o Vito, e os japoneses caros, bons e sempre valorizados.

A maioria dos restaurantes especiali-zados em produtos do mar continua ca-ríssima. O Porto Rubayat, o tradicio-nal Amadeus e alguma coisa de comi-da baiana como o envelhecido Bargaço continuam ditando preços de três dígitos por pessoa.

Claro que a corrida pelo prato de ouro, abre espaço para os pratos de prata, bronze e latão, por que não? E o almo-ço executivo é o que tem de mais rápi-do, barato e descontraído ao contrário da maioria dos restaurantes da relação aci-ma. A Veja São Paulo publicou uma lista cujos 36 menus executivos custam a me-tade do preço de um pedido à la carte. Da lista constam o Eau, restaurante do Hotel Hyatt, tem o D.O.M. e um almoço trivial a R$ 78,00, com direito a couve e banana frita, o Gero a mais de R$ 80,00,

A balança dos preços nos pratos

SÃO PAULO AFINAL ATINGIU O CUME: É A CIDADE DOS RESTAURANTES MAIS CAROS NO MUNDO. POR MAIS QUE ME DOA NO BOLSO,

“CUSTAR CARO” SIGNIFICA ALGO BEM MAIS COMPLEXO DO QUE SIMPLESMENTE SER INACESSÍVEL

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Kinoshita, Amadeus e outros tantos, todos acima dos R$ 40,00, fora serviço, bebidas. Uma taça de vinho nestes restau-rantes custa mais de R$ 18,00, o que assusta a qualquer um. Acrescente-se a isso o café, e o sempre absurdamente caro es-tacionamento, que aumenta a conta em mais R$ 20,00.

Para não gastar nem esperar em fi las, ver e ser visto nos restaurantes da moda, vai a cantinas e restaurantes de bairro que se aproveitam a onda e cobram o mais que podem. As-sim é que singelos híbridos de pizzaria e cantina como o De-gas, da rua Teodoro Sampaio e da avenida Pompeia, Giggio, da rua dos Pinheiros e da rua dos Trilhos e outros que existem há muitas décadas, não se renovaram mas não se pejam de co-brar R$ 115,00 por um fi lé à parmegiana, preço que afasta e assusta a clientela tradicional.

Para gastar essa dinheirama, a moçada recorre a bares com televisão, badalação e muito chope, gastando cerca de R$ 100,00 por pessoa em picanha na chapa e muita cerveja, como é o caso daqueles no quadrilátero formado pelas ruas Lacerda Franco, Harmonia, Wizard até a Inácio Pereira da Ro-cha, na Vila Madalena. Lá, a conta mais barata é R$ 50,00 por pessoa, mesmo que tenha sido uma porção de batata frita e um chope. Exemplos: Posto 6, São Jorge, Genésio, etc. além dos mais caros na rua Amauri, no Itaim e imediações. Há mui-ta alternativa e gente se enchendo de temaki e de sushi, pratos comuns no cardápio daqueles com menos de 40 anos.

Nunca antes houve tanta oportunidade de negócios em co-mida como agora e os espaços vão sendo ocupados em todas

as classes sociais e eis as padarias se transformando em verdadeiros restau-rantes por quilo, estendendo a vocação de fast food para o bandejão.

Se comer fora está mais caro, tam-bém está mais viável e variado. O Tatu-apé e a Vila Olímpia balançaram o eixo de algumas décadas que tinha uma ex-tremidade no centro da cidade e a outra nos arredores da avenida Faria Lima, passando pelos Jardins, avenida Paulis-ta, etc.

Os cada vez mais sofi sticados shop-pings fazem de restaurantes lojas ân-cora, sanduicherias de alto nível como apêndices, e assim surgem cada vez mais oportunidades de gastar dinheiro. Como o Ritz, por exemplo, e outros tan-tos comuns além de várias redes que servem sanduíches de nível e preços também.

Visto assim, parece que está tudo resol-vido, isto é, quem está por cima lá perma-necerá. Mas a história mostra que nada está defi nido no mundo da gastronomia paulista e tudo o que hoje parece sólido, amanhã pode se desmanchar no ar.

Visto assim, parece que está tudo

resolvido, isto é, quem está por cima lá

permanecerá. Mas a história

mostra que nada está

defi nido no mundo da

gastronomia paulista e tudo

o que hoje parece sólido, amanhã pode se desmanchar

no ar

ESSE PRATO FEITO OU MISTURA, COMO PREFEREM ALGUNS, É UMA DELÍCIA QUE NÃO SE ACHA EM LUGAR NENHUM DO MUNDO

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ricana na Síria pode causar à própria Síria, Irã, Israel e ao Oriente Médio.

Afi nal, é fácil provar que, quando se trata de Oriente Médio, a lei das consequências involuntárias reina suprema, e, geral-mente, com resultados piores do que o esperado. Por exemplo, foi Israel quem fortaleceu o Hamas na década de 1980 como contrapeso à OLP; e também foi Israel quem considerava os xiitas um aliado na Guerra do Líbano. Foram os Estados Uni-dos que impuseram a sua “agenda da liberdade” a Israel em Gaza; fortaleceram o Irã ao invadir o Iraque. E foi Israel quem manteve 47 anos de ocupação em seguida à milagrosa vitória na Guerra dos Seis Dias.

Portanto, antes de chamar a cavalaria norte-americana, tal-vez fosse melhor fazer um balanço das coisas que sabemos e não sabemos, parafraseando Donald Rumsfeld, considerando que existem inúmeras outras coisas – geralmente ruins – que ignoramos não saber. Ei-las:

1. Um ataque dos EUA às instalações de armas químicas da Síria aumentaria ou diminuiria o risco de o presidente sírio As-sad fazer um maior uso de tais armas? É verdade que uma de-monstração de força dos Estados Unidos poderia deter Assad – mas também poderia encorajá-lo. Assad pode chegar à con-clusão que, após um ataque assim, chegou a hora de mudar e usar esse armamento capaz de virar o jogo antes que os Esta-dos Unidos o resto do mundo o tirem dele.

2. Se os EUA atacarem e houver caos em terra, isso não au-mentaria o risco de algum tipo errado de rebelde – incluin-do, entre outros, fãs do Hizbolá e adeptos da Alcaida – pôr as mãos em algumas das armas químicas?

3. Um ataque norte-americano fortaleceria ou enfraquece-ria Assad? Poderia, afi nal, apresentá-lo menos como um tira-no que destrói o seu próprio povo, e mais como vítima de uma grande conspiração sionista-imperialista. Se Assad passar a ser visto como alguém que enfrenta o Grande Satã – com a aju-da do Pequeno Satã – sua estatura na Síria e no mundo muçul-mano poderia melhorar muito.

4. Um ataque dos Estados Unidos contra a Síria aumentaria ou diminuiria as chances de Israel se ver arrastado à guerra ci-vil síria? Será que tal estratagema salvaria Assad? (Não, prova-velmente. Mas ele ao menos cairia em um momento de glória.)

5. Será que um ataque norte-americano aumentaria ou di-minuiria as chances de se atingir a infraestrutura nuclear ira-niana alguns meses depois, se fosse necessário? Nada servi-ria Teerã melhor do que ver os Estados Unidos se envolverem em um confronto sírio? Atualmente, se o avanço nuclear do Irã continuar, a opinião pública dos EUA parece apoiar um ataque aéreo àquele país, mas isso pode mudar se, antes, Wa-

shington fi car atolado na questão síria.

6. Isto parece duplamente verdadeiro se os EUA forem levados a enviar tropas terrestres, na hipótese de um ataque aé-reo insufi ciente. No entanto, assim que soldados norte-americanos começarem a morrer em mais um país do Oriente Médio, os cidadãos dos Estados Unidos podem concluir – mais uma vez – que basta de guerra.

7. Alguém sabe como Irã, Rússia e Chi-na reagirão a uma ofensiva dos EUA con-tra a Síria? Certamente não fi carão satis-feitos. E podem muito bem responder por meio da resistência a quaisquer ou-tras medidas internacionais contra As-sad, e também pelo fi m de todos os em-pecilhos ao desenvolvimento e à defesa do potencial nuclear iraniano.

8. É de fato melhor para Israel e o Oci-dente uma vitória rebelde? É verdade que a situação atual é intolerável e o massacre a varejo de civis sírios é imoral e conde-nável. Mas uma vitória rebelde poderia resultar em maior derramamento de san-gue, desta vez pela maioria sunita ansio-sa pela vingança depois de uma guerra ci-vil brutal e de décadas de discriminação pela minoria alauíta. Já podemos imagi-nar as manchetes: “Massacrados pelas ar-mas fornecidas pelos EUA”.

9. Não importa se o regime que suceder ao de Assad seja tão radical e anti-israe-lense como o dele – só que sem autodisci-plina, sem controle central e sem limites.

Por isso, soa inevitável que algumas das mesmas pessoas que agora incitam Obama a fazer bom uso do seu ultima-to vão se virar contra ele quando a hora chegar e criticar a sua incapacidade de manter os Estados Unidos fora das guer-ras dos outros.

O que não signifi ca que os Estados Unidos não devam intervir. Signifi ca que a decisão de fazê-lo é muito complexa e de um perigo angustiante, ao contrá-rio do que alguns políticos possam levar o público a acreditar – mesmo que isso seja completamente justifi cável.

Quando se trata de Oriente Médio, a lei das consequências involuntárias

reina suprema, e, geralmente, com resultados piores do que o esperado.

Por exemplo, foi Israel quem

fortaleceu o Hamas na década de 1980 como

contrapeso à OLP

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magazine > ensaio | por por Chelmi Shalev

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O reconhecimento de que o regime do presidente sírio Bashar Assad aparentemente usou armas químicas contra os insurgentes a atingindo a po-pulação civil tem provocado clamores em Israel

e nos Estados Unidos para que o presidente Barack Obama intervenha na guerra civil da Síria.

Há várias propostas na mesa desde armar os rebeldes sí-rios, declarando refúgios abrigados e zonas de exclusão aé-

A leste do ÉdenA LEI DAS CONSEQUÊNCIAS INVOLUNTÁRIAS REINA SUPREMA NO ORIENTE

MÉDIO E, GERALMENTE, COM RESULTADOS RUINS. UM ATAQUE À SÍRIA PODE SER A COISA ERRADA A SER FEITA PELAS RAZÕES CERTAS

rea, bombardear instalações sírias em que se fabricam armas químicas até en-viar tropas americanas para proteger as instalações suscetíveis em terra. Pouco depois de escrever essa nota soube-se que teria sido Israel quem bombarde-ara um complexo industrial de fabrica-ção de armas químicas e um comboio militar que se dirigia ao Líbano para abastecer o Hizbolá.

É de se invejar quem têm uma visão tão certa e lúcida do que deve ou não ser feito. Mas isso deve ter o tempero da cautela. Assim como não se previu a Primavera Árabe, as revoltas no Egito e na própria Síria, ninguém pode dizer que efeito uma operação militar ame-

POR ENQUANTO REINA DESCONFIANÇA EM RELAÇÃO AOS REBELDES, COMO ESTE, EM AÇÃO NAS CERCANIAS DE DAMASCO

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diretoria > acescHEBRAICA | JUN | 2013

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A pesar da concorrência do jogo Corinthians e Boca Juniors, a reunião mensal da Acesc – As-

sociação de Clubes Esportivos e Sócio Culturais de São Paulo– foi proveitosa. “Temos 34 representantes de clubes na reunião e uma pauta repleta de temas im-portantes, então agradecemos a Hebraica por nos receber hoje”, comentou o presi-dente da Acesc Alexandre Bossolani.

Primeiro, presidentes e diretores se reuniram na Sala Plenária, enquanto as mulheres deles conversavam no Es-paço Adolpho Bloch. Foi comunicada a reeleição do presidente do Esporte Clu-be Pinheiros, Luiz Eduardo Dutra Ro-drigues, para mais um mandato de dois anos, e empossado o novo diretor ad-junto de Esportes da Acesc, João Rober-to Aguiar, que eventualmente substitui-rá o titular Moisés Gross.

Entre os itens principais da pauta es-tava o tratamento dos resíduos sólidos, uma questão cada vez mais crucial para os clubes. A maior parte da reunião foi to-

Sustentabilidade e política no cardápioA HEBRAICA RECEBEU PRESIDENTES E REPRESENTANTES DE CLUBES PARA O JANTAR MENSAL DA ACESC – ASSOCIAÇÃO DOS CLUBES ESPORTIVOS E SÓCIO CULTURAIS DE SÃO PAULO

mada por sugestões sobre compostagem do lixo orgânico dos clubes e por infor-mações a respeito de como os clubes es-tão do lixo.

Depois da reunião, os membros da Acesc assistiram no Espaço Adolpho Bloch a uma apresentação do grupo de danças Shalom. Em seguida, o presiden-te da Hebraica, Abramo Douek homena-geou alguns dos ex-presidentes do clube – Beirel Zukerman, Samsão Woiler, Peter T. G. Weiss e Arthur Rotenberg, que rece-beu do pai, Naum, uma escultura.

“A escultura que entregamos hoje foi criada pelo artista plástico Toyota Itake em homenagem aos 65 anos da Hebrai-ca e representa a menorá, um símbolo judaico. Outro dia, mostrei a peça para um aluno da nossa Escola Maternal e Infantil, e ele me disse que a escultu-ra tinha a forma de uma pessoa com os braços abertos. Essa é mais uma forma de defi nir o clube”, afi rmou Douek, ao anunciar que entregaria uma escultu-ra também para o presidente da Acesc, Alexandre Bossolani. (.M. B.)

DIRETORES DE CLUBES ESBOÇAM ESTRATÉGIAS PARA VIABILIZAR O CUMPRIMENTO DAS LEIS QUE REGULAMENTAM O DESCARTE DE RESÍDUOS SÓLIDOS

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Page 54: Revista Hebraica - Junho 2013

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diretoria HEBRAICA | JUN | 2013

106

Diretoria Executiva – Gestão 2012-2014PRESIDENTE ABRAMO DOUEK

DIRETOR SUPERINTENDENTE GABY MILEVSKY

ASSESSOR FINANCEIRO MAURO ZAITZASSISTENTE FINANCEIRO MOISES SCHNAIDERASSESSOR OUVIDORIA JULIO K. MANDELASSESSOR ESCOLA BRUNO LICHTASSESSORA FEMININO HELENA ZUKERMANASSESSOR REVISTA FLÁVIO BITELMANASSESSOR REDES SOCIAIS E COMUNICAÇÃO DIGITAL JOSÉ LUIZ GOLDFARBASSESSOR SEGURANÇA CLAUDIO FRISHER (Shachor)ASSESSOR ASSUNTOS ACESC MOYSES GROSSASSESSOR ASSUNTOS RELIGIOSOS RABINO SAMI PINTODIRETOR DE CAPTAÇÃO JOSEPH RAYMOND DIWANDIRETOR DE MARKETING CLAUDIO GEKKERCERIMONIAL E RELAÇÕES PÚBLICAS EUGÊNIA ZARENCZANSKI (Guita)RELAÇÕES PÚBLICAS ALAN BALABAN SASSON

DEBORAH MENIUKGLORINHA COHENLUCIA F. AKERMANSERGIO ROSENBERG

VICE PRESIDENTE ADMINISTRATIVO MENDEL L. SZLEJF

COMPRAS HENRI ZYLBERSTAJNRECURSOS HUMANOS CARLOS EDUARDO ALTONACONCESSÕES LIONEL SLOSBERGASADJUNTO AIRTON SISTER

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO SERGIO LOZINSKYDEPARTAMENTO MÉDICO RICARDO GOLDSTEINCULTURA JUDAICA GERSON HERSZKOWICZASSESSORES DA SINAGOGA JAQUES MENDEL RECHTER

MAURÍCIO MARCOS MINDRISZ

VICE PRESIDENTE DE ESPORTES AVI GELBERG

ASSESSORES CHARLES VASSERMANNDAVID PROCACCIAMARCELO SANOVICZSANDRO ASSAYAGYVES MIFANO

GERAL DE ESPORTES JOSÉ RICARDO M. GIANCONIGESTÃO ESPORTIVA ROBERTO SOMEKHESCOLA DE ESPORTES VICTOR LINDENBOJMMARKETING/ESPORTIVO MARCELO DOUEK

FLÁVIA CIOBOTARIUHERMAN FABIAN MOSCOVICIRAFAEL BLUVOL

MARKETING/INFORMÁTICA ESPORTIVO AMIT EISLER

RELAÇÃO ESPORTIVAS COM ESCOLAS ABRAMINO SCHINAZI

GERAL DE TÊNIS ARIEL LEONARDO SADKASOCIAL TÊNIS ROSALYN MOSCOVICI (Rose)

TÊNIS DE MESA GERSON CANER

FIT CENTER MANOEL K.PSANQUEVICHMARCELO KLEPACZ

CENTRO DE PREPARAÇÃO FISICA ANDRÉ GREGÓRIO ZUKERMAN

JUDÔ ARTHUR ZEGERJIU JITSU FÁBIO FAERMAN

FUTEBOL (CAMPO/SALÃO/SOCIETY) FABIO STEINECKE

GERAL DE BASQUETE AVNER I. MAZUZBASQUETE OPEN DAVID FELDON

WALTER ANTONIO N. DE SOUZA

BASQUETE CATEGORIA DE BASE MARCELO SCHAPOCHNIKBASQUETE CATEGORIA MASTER ATÉ 60 ANOS GABRIEL ASSLAN KALILIBASQUETE HHH MASTER LUIZ ROZENBLUM

VOLEIBOL SILVIO LEVI

HANDEBOL JOSÉ EDUARDO GOBBIADJUNTOS NICOLAS TOPOROVSKY DRYZUN

DANIEL NEWMANJULIANA GOMES SOMEKH

PARQUE AQUÁTICO MARCELO ISAAC GUETTAPOLO AQUÁTICO FABIO KEBOUDINATAÇÃO BETY CUBRIC LINDENBOJMÁGUAS ABERTAS ENRIQUE MAURICIO BERENSTEIN

RUBENS KRAUSZ

TRIATHLON JULLIAN TOLEDO SALGUEIROCORRIDA ARI HIMMELSTEIN

CICLISMO BENO MAURO SHETHMAN

GINÁSTICA ARTÍSTICA HELENA ZUKERMAN

RAQUETES (SQUASH/RAQUETEBOL) JEFFREY A.VINEYARDBADMINTON SHIRLY GABAY

TIRO AO ALVO FERNANDO FAINZILBER

GAMÃO VITOR LEVY CASIUCH

SINUCA ISAAC KOHANFABIO KARAVER

XADREZ HENRIQUE ERIC SALAMA

SAUNA HUGO CUPERSCHMIDT

VICE PRESIDENTE DE PATRIMÔNIO E OBRAS NELSON GLEZER

MANUTENÇÃO ABRAHAM GOLDBERGMANUTENÇÃO E OBRAS GILBERTO LERNERPAISAGISMO E PATRIMÔNIO MAIER GILBERTPROJETOS RENATA LIKIER S. LOBEL

VICE PRESIDENTE SOCIAL E CULTURAL SIDNEY SCHAPIRO

CULTURAL SERGIO AJZENBERGSOCIAL SONIA MITELMAN ROCHWERGERFELIZ IDADE ANITA G. NISENBAUMRECREATIVO ELIANE SIMHON (Lily)GALERIA DE ARTES MEIRI LEVINSHOW MEIO DIA AVA NICOLE D. BORGER

EDGAR DAVID BORGER

VICE PRESIDENTE DE JUVENTUDE MOISES SINGAL GORDON

ESCOLAS SARITA KREIMERGRAZIELA ZLOTNIK CHEHAIBARILANA W. GILBERT

SECRETÁRIO GERAL ABRAHAM AVI MEIZLER

SECRETÁRIO JAIRO HABERDIRETORES SECRETÁRIOS ANITA RAPOPORT

GEORGES GANCZHARRY LEON SZTAJER

JURÍDICO ANDRÉ MUSZKAT

SINDICÂNCIA E DISCIPLINA ALEXANDRE FUCSBENNY SPIEWAKCARLOS SHEHTMANGIL MEIZLERLIGIA SHEHTMANTOBIAS ERLICH

TESOUREIRO GERAL LUIZ DAVID GABOR

TESOUREIRO ALBERTO SAPOCZNIKDIRETORES SABETAI DEMAJOROVIC

MARCOS RABINOVICH

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Page 55: Revista Hebraica - Junho 2013

vitrine > informe publicitárioHEBRAICA | JUN | 2013

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ternalizar experiências nos papéis do agres-sor e da vítima. Esta experiência pode trazer um encontro com o “outro” e com o “diferen-te”. Não pode levar ao perdão ou a reconcilia-ção, mas pode curar algumas das feridas. Inscrições: www.transgenerational.com.br

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Um dos preferidos da comunidadeHOTEL ESTORIL

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Page 56: Revista Hebraica - Junho 2013

HEBRAICA | JUN | 2013

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Page 57: Revista Hebraica - Junho 2013

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Page 58: Revista Hebraica - Junho 2013

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Page 59: Revista Hebraica - Junho 2013

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compras e serviçosHEBRAICA | JUN | 2013

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roteiro gastronômicoHEBRAICA | JUN | 2013

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roteiro gastronômicoHEBRAICA | JUN | 2013

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Page 61: Revista Hebraica - Junho 2013

HEBRAICA | JUN | 2013

120conselho deliberativo

AARON BERNARDO SONDERMANABRAHAM AVI MEIZLER Secretário Geral ExecutivoABRAM BERLANDABRAMO DOUEK Presidente do ExecutivoABRAMINO ALBERTO SCHINAZIABRAO B. ZWEIMANADOLPHO FISCHMANAIRTON SISTERALAN BOUSSO JurídicaALAN CIMERMANALBERTO GOLDMANALBERTO HARARIALBERTO RACHMANALBERTO SAPOCZNIK Tesoureiro ExecutivoALEXANDRE L. S. LOBELALEXANDRE OSTROWIECKIALZIRA M. GOLDBERGANITA GOTLIB NISENBAUMANITA RAPOPORTANITA W. NOVINSKYANTONIO FLORIANO P. PESAROARI FRIEDENBACH Assessor Mesa ConselhoARIEL LEONARDO SADKAARTHUR ROTENBERG Ex-PresidenteAVRAHAM GELBERG Vice-Presidente Conselho EsportivoBEATRIZ WOILER RAICHERBEIREL ZUKERMAN Ex-PresidenteBERNARDO GOLDSZTAJN Administração e FinançasBERNARDO KRONGOLDBORIS BERBORIS CAMBURBORIS KARLIKBORIS MOISES MIROCZNIK Obras RelatorBRUNETE GILDINBRUNO JOSÉ SZLAK Obras CoordenadorCAIO MAGHIDMANCARLOS GLUCKSTERN Jurídico CoordenadorCARLOS KAUFMANNCELIA BURD Assessora Mesa ConselhoCELSO SZTOKFISZCHARLES TAWILCHARLES WASSERMANN ObrasCHYJA DAVID MUSZKATCLARA NOEMI TREIGERCLAUDIA MARIA COSTINCLAUDIA ZITRON SZTOKFISZCLAUDIO LUIZ LOTTENBERGCLAUDIO STEINERCLAUDIO STERNFELD Vice-Presidente ConselhoCLAUDIO WEINSCHENKER JurídicoDANI AJBESZYC Administração e FinançasDAVE LAFERDAVID LEDERMANDAVID PROCACCIADAYVI MIZRAHIDEYVID ARAZIDIANA CHARATZ ZIMBARGDOV BIGIOEDUARDO DE AIZENSTEINEDUARDO GRYTZ Administração e Finanças

EDUARDO ROTENBERGELCIO NEUSTEINELIE K. HAMADANIELISA RAQUEL NIGRI GRINER Administração e FinançasERNESTO MATALONERVINO SOICHERESTER R. TARANDACHEUGEN ATIAS Administração e FinançasEUGENIO VAGO JurídicoEVA ZIMERMAN JurídicoEVELYN H. GOLDBACHFABIO AJBESZYC JurídicoFABIO KEBOUDIFERNANDO ROSENTHAL 2º Secretário ConselhoFISZEL CZERESNIAFLORA GHITA TAKSERFRANCISCO AMERICO RAICHMANGABRIEL R. KUZNIETZGEORGES GANCZGILBERTO LERNERGIUSEPPE PIHAGLORINHA COHENGRAZIELA ZLOTNIK CHEHAIBARGUSTAVO CIMERMANGUSTAVO ERLICHMANHELENA NISKIERHELENA ZUKERMAN Assessora FemininoHELIO BOBROW Ex-PresidenteHENRIQUE BOBROW Ex-PresidenteHENRIQUE FISBERG Conselho FiscalHENRIQUE JOSEFHENRIQUE MELSOHNHENRY JACQUES KLEIN ObrasHORACIO LEWINSKY Vice-Presidente ConselhoHUGO CUPERSCHMIDTIDA SEMERISAAC AMARISAQUE RUBINISRAEL ISSER LEVINISY RAHMANI Adm. Finanças CoordenadorIVETTE MANDELBAUMJACKSON CIOCLER JurídicoJACOBO KOGAN Administração e FinançasJACK TERPINS Ex-PresidenteJACQUES ADONIJAIME CIMERMANJAIME SHNAIDERJAIRO HABER Secretário ExecutivoJAIRO OKRETJAIRO PEKELMANJAIRO ZYLBERSZTAJN Conselho FiscalJAQUES LERNERJAQUES MENDEL RECHTERJAYME BOBROWJAYME MELSOHNJAYME SZUSTERJAYME WIDATOR JEFFERSON JANCHIS GROSMAN Conselho FiscalJEFFREY ADONIS VINEYARD Administração e FinançasJOEL RECHTMANJONAS GORDON

Lista de Conselheiros NOME CARGO NOME CARGO

E OS INTEGRANTES DAS COMISSÕES, DO CONSELHO FISCAL E DA DIRETORIA EXECUTIVA

lista de conselheiros.indd 120 23/5/2013 18:46:18

HEBRAICA | JUN | 2013

121conselho deliberativo

JONNY CUKIERJOSÉ ABRAMOVICZJOSÉ BIRKMANJOSÉ EDUARDO GOBBIJOSÉ HENRIQUE CHAPAVALJOSÉ LUIZ GOLDFARB Assessor Redes SociaisJOSÉ RICARDO MONTEIRO GIANCONIJOSÉ WOILERJOSEPH RAYMOND DIWANJULIO KAHAN MANDEL Assessor OuvidoriaKRYSTYNA OKRENTLEONARDO CUSCHNIRLEO TOMCHINSKYLEON ALEXANDERLIONEL SLOSBERGASLORENA QUIROGALUBA GLEZER ROSEMBERGLUCIA FELMANAS AKERMANLUIZ FLAVIO LOBEL 1º Secret. Mesa Conselho 1º Secretário ConselhoLUIZ GABOR Tesoureiro Geral ExecutivoLUIZ JAYME ZABOROWSKYLUIZ KIGNELLUIZ MESTERMAIER GILBERTMANOEL KRON PSANQUEVICHMARCELO DE WEBERMARCEL HOLLENDERMARCELO KAHAN MANDELMARCELO MIROCZNIKMARCELO SCHAPOCHNIKMARCIA MELSOHNMARCOS ARBAITMAN Ex-PresidenteMARCOS BURCATOVSKY SASSONMARCOS CHUSYDMARCOS KARNIOL ObrasMARIZA DE AIZENSTEINMARLI KOTUJANSKYMAURICIO FOGELMAURICIO JOSEPH ABADI Jurídico Relator MAURICIO PAULO MATALONMAURO JOSE DE SALLES NAHAISSIMAURO ZAITZ Assessor FinanceiroMAX WAINTRAUBMENDEL L. SZLEJF Vice-Presidente AdministrativoMENDEL VAIDERGORNMICHEL STOLARMILTON RZEZAKMIREL WALDMANNMIRIAM KRUGLIANSKASMOACYR LUIZ LARGMAN Jurídico SecretárioMOISÉS SCHNAIDERMOISÉS SINGAL GORDON Vice-Presidente JuventudeMOISÉS SUSLIKMONICA R. ROSEMBERGMONICA TABACNIK Adm.Finanças RelatoraMOSZE GITELMANMOYSÉS BOBROWMOYSÉS DERVICHE Adm.Finanças SecretárioMOYSÉS GROSS Obras/Assessor AcescNAUM ROTENBERG Ex-Presidente

NAUM SCHAPIRONELSON GLEZER Vice-Presidente ObrasNELSON ZLOTNIK ObrasNESSIM HAMAOUINESSIM MIZRAHINICOLE SZTOKFISZ ObrasNILSON ABRAO SZYLITPAULO BRONSTEIN ObrasPAULO DANILAPAULO R. FELDMANPAULO ROBERTO EGEDYPEDRO MAHLER Obras SecretárioPERLA JOSETTE MOSSERIPETER T. G. WEISS Presidente do ConselhoRAMY MOSCOVICRAQUEL MIZRAHIRAUL CZARNYREBECA LISBONARENATO FEDERRENATO KASINSKYRICARDO BERKIENSZTATROBERTO GARBATI BECKER Conselho FiscalRONEY ROTENBERGRONY SZTOCKFISZROSA BRONER WORCMAN ObrasROSALYN MOSCOVICIROSITA KLAR BLAURUBENS BISKERRUBENS KRAUSZRUBENS ERNANI GIERSZTAJNRUGGERO DAVID PICCIOTTO Conselho Fiscal CoordenadorSAAD ROMANO Conselho Fiscal SecretárioSALIM KEBOUDISALO FLOHSALOMON WAHBASAMI SZTOCKFISZSAMSÃO WOILER Ex-PresidenteSANDRO ASSAYAGSARITA KREIMERSAUL ANUSIEWICZ JurídicoSERGIO CIMERMANSERGIO GARBATI GROSSSERGIO KORNSERGIO PRIPASSERGIO ROSENBERGSIDNEY SCHAPIRO Vice-Presidente Social CulturalSILVIA L. S. TABACOW HIDAL Assessora Mesa ConselhoSILVIA WAISSMAN ZLOTNIKSILVIO BRANDSILVIO CHANSIMAO A. LOTTENBERGSIMAO PRISZKULNIKSIMCHA BINEM BERENHOLC JurídicoSZLOMA ZATYRKOVANESSA KOGAN ROSENBAUM Conselho Fiscal SecretáriaVICTOR LINDENBOJM ObrasWALTER MEYER FELDMANYUDAH BENADIBAYVES MIFFANOZEEV TUCHMAJER

NOME CARGO NOME CARGO

lista de conselheiros.indd 121 23/5/2013 18:46:24

Page 62: Revista Hebraica - Junho 2013

HEBRAICA | JUN | 2013

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Reuniões Ordinárias do Conselho em 2013

Peter T. G. Weiss PresidenteHorácio Lewinski Vice-presidenteClaudio Sternfeld Vice-presidenteLuiz Flávio Lobel SecretárioFernando Rosenthal Segundo secretárioSílvia Hidal Assessora da PresidênciaCélia Burd Assessora da PresidênciaAri Friedenbach Assessor da Presidência

Mesa do Conselho

Muito além das reuniõesA comunicação efi ciente é um fator essencial para o su-cesso de qualquer empreendimento. Quando se trata de uma instituição com alto nível de complexidade como é o caso de a Hebraica, a importância de se manter aber-tos os canais de expressão se multiplica. Eis porque a Mesa Diretiva do Conselho Deliberativo se esforça dia-riamente para se aproximar dos conselheiros, ouvir suas reivindicações – independentemente das reuniões.As mensagens escritas enviadas pelos conselheiros são lidas com todo cuidado assim que chegam, bem como os telefonemas e recados transmitidos por e-mail, de forma a valorizar o trabalho do conselheiro, cuja ligação com o clube vai muito além da simples presença nas reuniões.E uma vez que a comunicação se dinamiza, entra em es-tudo o estabelecimento de novos formatos para as reuni-ões do Conselho de forma a estimular a participação de todos nos encontros.Com a proximidade das eleições que renovarão metade do Conselho, começamos a receber manifestações de só-cios interessados em formalizar as suas candidaturas e iniciar um trabalho efetivo pelo bem do clube.As comissões permanentes têm se esmerado em debater profundamente cada aspecto ligado às suas atribuições específi cas. Criada recentemente, a Comissão de Judaís-mo elaborou um calendário judaico dinâmico, que per-mite aos conselheiros, diretores e sócios o planejamen-to de atividades levando em conta os feriados, festas e datas especiais. Divulgado periodicamente, com o calen-dário será possível visualizar, por exemplo, todos os fe-riados, shabatot e outras datas importantes entre o Rosh Hashaná deste ano e o próximo.Com esta perspectiva, a Mesa do Conselho espera que os conselheiros se utilizem de todas as opções para mante-rem a comunicação e a participação em alto nível.

conselho deliberativo

LOCAL: TEATRO ANNE FRANKHORÁRIO: 19H30

12/8/2013 10/11/2013 – ASSEMBLÉIA GERAL 25/11/20139/12/2013

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