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Revista Hebraica ANO LIV | Nº 617 | JULHO 2013 | TAMUZ/AV 5773

Revista Hebraica - Julho 2013

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ano liv | nº 617 | julho 2013 | Tamuz/av 5773

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palavra do presidente

A Hebraica na Macabíada em Jerusalém A Macabíada Mundial, que será aberta dia 18 de julho, em Jerusalém, é um acontecimento marcante na vida do povo judeu, desde a primeira, em 1932, depois de catorze anos de prepa-rativos a partir da ideia original de Yosef Yekutieli, um garoto de 15 anos que se inspirou nos Jo-gos Olímpicos de Estocolmo, em 1912. Desde então, foram dezoito Macabíadas, cada uma sig-nifi cativa e importante no contexto histórico do momento da sua realização e pelo papel decisi-vo dos atletas judeus participantes em suas respectivas comunidades. Tanto quanto isso, uma marca dos jogos macabeus foi a sua tarefa de somar e de juntar os ju-deus de todo o mundo. Pois para realizar a primeira, coincidindo com os 1.800 anos da revolta de Bar Kochba, foram despachados, de Tel Aviv, dois grupos de motociclistas, de maio a julho de 1931: um, percorreu Síria, Turquia, Polônia, Alemanha, França e Bélgica; outro cruzou o de-serto do Sinai, em direção a Alexandria, no Egito, depois, de barco, a Salônica, na Grécia, Bul-gária, Iugoslávia, Tchecoslováquia, Áustria, França e Grã-Bretanha.Assim foram as demais, interrompidas apenas pela tragédia do Holocausto, e assim é também nos dias de hoje, porque a Macabíada Mundial é isso mesmo: um congraçamento de judeus de todo o mundo que o esporte tem a virtude de juntar, ainda que por quinze dias, mas em Israel e, desta vez, em Jerusalém, de modo a deixar bem claro e evidente para os dirigentes dos paí-ses de onde vieram milhares de atletas, que esta cidade é a capital do Estado judeu. Do Brasil são cerca de quinhentos atletas, dos quais 180 da Hebraica formados nas nossas qua-dras e piscinas, além de técnicos e acompanhantes, num total de quase seiscentas pessoas de vários pontos do país. Eles foram preparados para competir, vencer e trazer medalhas, mas também para se encontrar com milhares dos seus irmãos, entre eles os integrantes da noviça delegação do Cazaquistão, pela primeira vez participando dos jogos e mostrando a vitalidade do judaísmo.Uma delegação brasileira tão grande, e a segunda maior estrangeira atrás apenas da dos Esta-dos Unidos, é a expressão de um trabalho que vem sendo realizado há décadas por dedicados companheiros que presidiram e participaram da Hebraica e também a organização Macabi em seus vários níveis como Marcos Arbaitman, Jack Terpins, Guiora Esrubilsky, eu próprio, Sami Sztokfi sz e, atualmente, Avi Gelberg.Desejo todo êxito à delegação brasileira, e tenho certeza de que proporcionaremos a todos uma experiência única que fi cará em suas lembranças para o resto da vida.

DO BRASIL SÃO CERCA DE QUINHENTOS ATLETAS, DOS QUAIS 180 DA HEBRAICA FORMADOS NAS NOSSAS QUADRAS E PISCINAS, ALÉM DE TÉCNICOS E ACOMPANHANTES, NUM TOTAL DE QUASE SEISCENTAS PESSOAS DE VÁRIOS PONTOS DO PAÍS

Shalom e Chazak VeematzAbramo Douek

HEBRAICA | JUL | 2013

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HEBRAICA | JUL | 2013

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6Carta da Redação

8Destaques

do Guia

A programação de

julho e agosto

12Capa/ Macabíadas

Israel se prepara

receber atletas do

mundo todo na

XIX Macabíada

19cultural + social 20In concert

Astor Piazzolla

foi homenageado

por orquestra,

dançarinos e coral

22Noite dos

namorados

O Departamento

Social recebeu

convidados em

clima romântico

24Espaço gourmet

Chef ensinou a

preparar uma

mesa para dois

26Festival de

cinema judaico

Reserve espaço

na agenda para os

primeiros dias de

agosto

28VI mostra

audiovisual

israelense

Hebraica exibiu

três produções

num fi m de

semana

30Hebraica

meio-dia

Jovens músicos

de Indiana (EUA)

no Teatro Arthur

Rubinstein

34Coluna um /

comunidade

Os eventos mais

signifi cativos na

cidade

40Fotos e fatos

Os destaques do

mês na Hebraica e

na comunidade

47juventude

48Jovens sem

fronteiras

Sambatata

lembrou Novos

Baianos e Los

Hermanos

50Visita

Gilad Shalit no

Centro Cívico

Itzhak Rabin

51Teatro

Ofi cina especial

prepara atores

para musicais

52Ateliê

Veja o que muda

na grade de cursos

e horários

55esportes

56Ginástica

Nossos atletas

se aproximam

do Mundial na

Bulgária

57Natação

Noite de sábado

recebeu animada

competição do

master

58Polo

Equipe recebeu

reforço da Croácia

na Taça Brasil

60Curtas

Destaque para

o xadrez, águas

abertas e futsal

63magazine

64Golã

Uma trilha

homenageia o

espião Eli Cohen

66Violência

Quando Israel

testemunhou

um dia de fúria

em Beer Sheva

68Israel 65 anos I

Os eventos no

Oriente que

ajudaram na

independência

72Israel

65 anos II

Afi nal de

contas, a quem

pertence o Muro

Ocidental?

74Mistério

O Sherlock

Holmes judeu

que desvendou

o caso Dreyfus

76Kissinger,

90 anos

As polêmicas

que envolvem o

ex-secretário de

Estado

82Cinema

Margareth von

Trotta fi lmou o

caso Arendt e

Eichmann

88Lançamento

Judeus em Nova

York, de 1654

aos dias de hoje

92A palavra

Porque não

devemos

pronunciar o

Santo Nome

em vão?

9410 notícias

As notícias

mais quentes

da sociedade

israelense

96Ditadura

argentina

O triste

balanço dos

desaparecidos

judeus

100Leituras

Os destaques do

mês no mercado

das ideias

102Música

Onze

lançamentos

imperdíveis,

do popular ao

erudito

104Com a língua e

com os dentes

Conheça melhor

os vinhos

produzidos

em Israel

108Ensaio

Entenda o porquê

da abundância

energética em

Israel

110Memória I

Um retrato breve

da passagem de

Jacob Gorender

111Memória II

Os amigos

lamentam a

ausência de

Tatiana Belinky

113diretoria

114Concessões

A Hebraica

oferece um novo

point para relaxar

115Lista da Diretoria

Saiba quem

são os seus

representantes no

Executivo

128Lista de

conselheiros

Confi ra a

lista dos seus

representantes no

Executivo

130Conselho

Porque os jovens

devem concorrer

às próximas

eleições

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sum

ário

114

56

HEBRAICA | JUL | 2013

ESPAÇO PRANA SELECIONOU E TREINOU PROFISSIONAIS PARA A NOVA UNIDADE NA HEBRAICA

ATLETAS NA ESTREIA DO OLÍMPIA, EM MONTEVIDEU

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HEBRAICA | JUL | 2013

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OS CONCEITOS EMITIDOS NOS ARTIGOS ASSINADOS SÃO DE INTEIRA RESPONSABILIDADE DOS SEUS AUTORES, NÃO RE-PRESENTADO, NECESSARIAMENTE, A OPINIÃO DE DIRETORIA DA HEBRAICA OU DE SEUS ASSOCIADOS.A HEBRAICA É UMA PUBLICAÇÃO MENSAL DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA “A HEBRAICA” DE SÃO PAULO RUA HUNGRIA, 1.000, PABX: 3818.8800

EX-PRESIDENTES LEON FEFFER (Z’l) - 1953 - 1959 | ISAAC FIS-CHER (Z’l) - 1960 - 1963 | MAURÍCIO GRINBERG (Z’l) - 1964 - 1967 | JACOB KAUFFMAN (Z’l) - 1968 - 1969 | NAUM ROTEN-BERG - 1970 - 1972 | 1976 - 1978 | BEIREL ZUKERMAN - 1973 - 1975 | HENRIQUE BOBROW - 1979 - 1981 | MARCOS ARBAITMAN - 1982 - 1984 | 1988 - 1990 | 1994 - 1996 | IRION JAKO-BOWICZ (Z’l) - 1985 - 1987 | JACK LEON TERPINS - 1991 - 1993 | SAMSÃO WOILER - 1997 - 1999 | HÉLIO BOBROW - 2000 - 2002 | ARTHUR ROTENBERG - 2003 - 2005 | 2009 - 2011 | PETER T. G. WEISS - 2006 - 2008 | PRESIDENTE ABRAMO DOUEK

DIRETOR-FUNDADORPUBLISHER

DIRETOR DE REDAÇÃOEDITOR-ASSISTENTE

SECRETÁRIA DE REDAÇÃOREPORTAGEM

TRADUÇÃO

FOTOGRAFIA

DIREÇÃO DE ARTE

DESIGNER GRÁFICO

EDITORA DUVALE

DIRETORADMINISTRAÇÃO

ARTE PUBLICITÁRIADEPTO. COMERCIAL

PRODUÇÃOIMPRESSÃO E ACABAMENTO

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JORNALISTA RESPONSÁVEL

SAUL SHNAIDER (Z’l)FLAVIO MENDES BITELMAN

BERNARDO LERERJULIO NOBREMAGALI BOGUCHWALTANIA PLAPLER TARANDACHELLEN CORDEIRO DE REZENDE

BENJAMIN STEINER (EDITOR)CLAUDIA MIFANO (COLABORAÇÃO)FLÁVIO M. SANTOS

JOSÉ VALTER LOPES

HÉLEN MESSIAS LOPES ALEX SANDRO M. LOPES

RUA JERICÓ, 255, 9º - CONJ. 95 E-MAIL [email protected] CEP: 05435-040 - SÃO PAULO - SP

PAULO SOARES DO VALLECARMELA SORRENTINORODRIGO SOARES DO VALLESÔNIA LÉA SHNAIDERPREVAL PRODUÇÕESIBEP GRÁFICA AV. ALEXANDRE MACKENZIE, 619JAGUARÉ – SPTEL./FAX: 3814.4629 [email protected]

BERNARDO LERER MTB 7700

ANO LIV | Nº 616 | JUNHO 2013 | TAMUZ/ AV 5773

calendário judaico :: festas

dom seg ter qua qui sex sábdom seg ter qua qui sex sáb

AGOSTO 2013Av/ Elul 5773

JULHO 2013Tamuz / Av 5773

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carta da redação

Uma Macabíada para todos A cada quatro anos o povo judeu realiza uma Macabíada, ou Jogos Maca-beus, como alguns preferem, em Israel. Mas, infelizmente, o povo judeu não se dá conta da importância deste evento que junta esportistas judeus de todo o mundo, até para, no desfi le das delegações, ver apenas um úni-co judeu, segurando a bandeira do seu país. É o que vai acontecer dia 18, em Jerusalém, e o único judeu será do Cazaquistão e algumas pessoas po-derão perguntar: “Mas os há ainda lá?” Esta, certamente, é uma das his-tórias que a repórter Magali Boguchwal, autora do texto de capa, contará como enviada da revista Hebraica à XIX Macabíada, graças ao apoio da Confederação Brasileira Macabi.O correspondente Ariel Finguerman fala de uma nova trilha turística, no cobiçado altiplano do Golã, sob domínio israelense, e que conta o roteiro cumprido pelo espião Eli Cohen, a serviço do Mossad, no início dos anos 1960, até ser descoberto, julgado e condenado à morte por enforcamen-to, e o seu corpo exposto à execração pública em Damasco. É de Ariel a reportagem acerca do dia de fúria em um banco de Beer Sheva. E histó-rias do agora nonagenário Henry Kissinger, a polêmica em torno de um fi lme a respeito de Hannah Arendt no julgamento de Eichmann; o livro do jornalista Hernan Dobry sobre os judeus mortos pela ditadura Argenti-na; os necrológios de Tatiana Belinky e Jacob Gorender, zichronam levra-chá, e muito mais.

Boa leitura – Bernardo Lerer – Diretor de Redação

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Fale com a Hebraica

16/ 07 – Tishá Be’Av

ERRATA:

• NA EDIÇÃO DE MAIO, PÁGINA 33, NA SEÇÃO “FOTOS E FATOS”, O NOME CORRETO É MARCELO CHAPOCH-

NIK (CHAPÔ), E NÃO MARCELO SZLOCHEVSKY COMO SAIU GRAFADO.

• NA EDIÇÃO DE JUNHO, NA PÁGINA 26, NO ARTIGO, “A ARTE DE QUEM PINTA, CANTA E INTERPRETA”, O

NOME CORRETO DA ARTISTA É STELA COSTIN SERBAN E NÃO ESTELA CUTIN SERBAN COMO FOI PUBLICADO.

• NA MESMA EDIÇÃO, NA PÁGINA 44, NO ARTIGO, “UM HERÓI NA HEBRAICA”, O NOME CORRETO DA VICE-

PRESIDENTE DA DIVISÃO FEMININA DO FUNDO COMUNITÁRIO É VIVIANE RAWET E DO JORNALISTA DO ISRA-

EL HAIOM E DO CANAL 2 DE TV É YOAV LIMOR.

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por Raquel MachadoHEBRAICA | JUL | 2013

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gdestaques do guia

VENHA CURTIR AS FÉRIAS NA HEBRAICA COM ATIVIDADES PARA TODAS AS IDADES. AS COLÔNIAS DE FÉRIAS DA ESCOLA DE ESPORTES E HEBRAIKEINU JÁ ABRIRAM AS INSCRIÇÕES. TEM MACHANÉ DE INVERNO, OPERAÇÃO INVERNO, COZINHA PARA CRIANÇAS, MEU PRIMEIRO ATELIÊ COM NOVOS DIAS E HORÁRIOS. ALÉM DA NOVA EXPOSIÇÃO “PERSONIFICAÇÃO”, CINEMA E MUITO MAIS. CONFIRA A PROGRAMAÇÃO COMPLETA NO WWW.FACEBOOK.COM/CLUBEHEBRAICASP E APROVEITE.

cultura + social juventude

8 a 14/7Colônia de Férias HebraikeinuConsulte a programação

De 2ª a 6ª (horários fl exíveis pela manhã)“Meu Primeiro Ateliê “45 minutos, com a possibilidade de

participação de adulto

2 a 31/7Operação InvernoConsulte programação

esportes

Horários do ônibus• Terça a sexta-feiraSaídas Hebraica

11h15 , 14h15, 16h45, 17h, 18h20 e 18h30

Saída Avenida Angélica

9h, 12h, 15h, 17h30 e 17h45

• Sábados, domingos e feriados Saídas Hebraica –10h30, 11h30, 14h30,

16h45, 17h, 18h20 e 18h30

Saídas Avenida Angélica

9h, 11h, 12h, 15h , 16h15, 17h30 e 17h45

• Linha Bom Retiro/Hebraica Saída Bom Retiro – 9h, 10h

Saída Hebraica – 13h45, 18h30

1 a 12/7Colônia de férias da Escola de EsportesConsulte programação

6 a 27/8Exposição Personifi caçãoGaleria de Artes Hebraica

Inscrições até 31/78º Concurso Literário Ben GurionDas 9 as 18h na Biblioteca

CURTA AS FÉRIAS NA HEBRAICA.

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capa | XIX macabíada mundial | por Magali BoguchwalHEBRAICA | JUL | 2013

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Chegou a hora de torcer pelo Brasil

A VISITA DA DELEGAÇÃO BRASILEIRA AO MURO OCIDENTAL É UM DOS MOMENTOS MAIS IMPORTANTES DA VIAGEM PARA A MAIORIA DOS PARTICIPANTES

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HEBRAICA | JUL | 2013

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MILHARES DE JUDEUS DE TODO O MUNDO ESTARÃO REUNIDOS NO ESTÁDIO TEDDY KOLLEK EM JERUSALÉM PARA A ABERTURA DA XIX MACABÍADA MUNDIAL. NO DESFILE E NAS ARQUIBANCADAS, ESTARÃO QUINHENTOS REPRESENTANTES DA COMUNIDADE JUDAICA BRASILEIRA PARA DEFENDER AS CORES VERDE E AMARELA E FAZER AMIGOS DE TODAS AS NACIONALIDADES

E m meio à Copa das Confederações e às vésperas da Copa do Mundo de Fu-tebol, o título desta matéria soa até re-

dundante, exceto para os 488 atletas que estão de malas prontas para embarcar para Israel e participar da XIX Macabíada Mundial, em Isra-el. São nadadores, jogadores de basquete, han-debol, vôlei, judocas, tenistas e atletas amado-res de outras modalidades entre 15 e 80 anos, mais técnicos, acompanhantes ofi ciais, todos in-tegrantes da delegação brasileira que se dividirá em três polos principais em Israel onde serão re-alizados os jogos: Natânia, Jerusalém e Tel Aviv.

Em Natânia, os atletas da categoria júnior (15 a 19 anos) disputarão as modalidades no Institu-to Wingate que também vai centralizar as ativi-dades dos jovens entre competições. Os atletas do open (20 a 40 anos) fi carão em Tel Aviv.

Os nadadores e jogadores de futebol de cam-po brasileiros serão os primeiros a embarcar para Israel, pois os aguarda um pré-camp, nome dado à pré-temporada no kibutz Dafna, na re-gião de Kiriat Shmona, na Galileia. Segundo o supervisor de esportes da delegação brasileira Carlos Inglez, essa é a primeira vez que se dá a oportunidade aos atletas das duas modalidades de adaptação ao clima, fuso horário e hábitos lo-cais. “Em 2005, somente o futebol foi para Da-fna, que possui instalações muito boas para a preparação dos garotos. Este ano, ampliamos a pré-temporada para os nadadores”, comenta o profi ssional.

A sede dos jogadores de futebol e de todas as modalidades masters (acima dos 40 anos) será em Jerusalém. “As competições de águas aber-tas e triathlon serão no Lago Kineret, e por isso os atletas fi carão naquela região”, acrescenta Inglez.

Tudo o que diz respeito à Macabíada exige ex-plicações mais detalhadas. Na maioria dos que-sitos, e até certo ponto, o evento reproduz o mo-delo da Olimpíada. Um comitê central do Movi-mento Macabeu organiza as modalidades e se responsabiliza pela hospedagem, coordenar os locais de treino, a alimentação, ou seja, toda a logística envolvida que um evento deste porte determina. O Movimento Macabi possui confe-derações e núcleos locais encarregadas de reu-nir cada delegação, defi nir as modalidades dis-putadas por cada país e garantir as melhores instalações para a sua delegação.

Mas a formação de uma delegação é respon-sabilidade e tarefa da comunidade, reunindo

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capa | XIX macabíada mundialHEBRAICA | JUL | 2013

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melhores atletas disponíveis e aqueles que podem interromper as atividades co-tidianas por um período de quinze dias. Na delegação brasileira há equipes for-madas a partir de uma espécie de “pe-neira” e outras modalidades nas quais os atletas se inscreveram para o evento. Dos 488 atletas, cerca de duzentos integram os quadros da Hebraica São Paulo, vinte são gaúchos, cem cariocas e outros cem representam o futebol do Macabi São Paulo. Alguns times como o de basquete e o futebol de campo terão uma mescla de sotaques, enquanto o do polo aquáti-co masculino e feminino, judô e vôlei fe-minino júnior serão basicamente forma-dos por paulistas que atuam na Hebraica.

Às próprias custasDurante os preparativos para a Macabí-ada, a preocupação com os aspectos es-portivos caminha paralelamente com as questões fi nanceiras, pois as verbas para o apoio aos atletas são parcas. No passa-do, algumas categorias eram subsidiadas. Hoje, no entanto, todos os participantes pagam para estar nas quadras, piscinas ou tatames defendendo as cores do seu país. Essa também é a razão porque as equipes são defi nidas às vésperas do em-barque e porque as reuniões dos comitês organizadores tratam ora de questões es-portivas ou de planilhas de custos.

Para alguns atletas, disputar a Macabí-ada justifi ca sacrifícios inusitados. O per-sonal trainer Richard M. Bragarbyk, 37 anos, vendeu a motocicleta para custe-ar a viagem a Israel para jogar futebol. “É minha décima Macabíada. Comecei como atleta, depois fui como preparador físico. Este ano será minha estreia na ca-tegoria master. O que consegui na venda da moto deve compensar essas três se-manas sem trabalhar. O que vale é sentir uma vez mais a emoção de ouvir o Hati-kva, o hino de Israel, diante de milhares de pessoas na abertura. Também é difí-

cil explicar a confraternização que acon-tece durante os jogos. Só estando lá mes-mo”, comenta o atleta.

Para reduzir o custo da viagem, cada modalidade organizou-se para angariar verbas, promovendo eventos ou venden-do camisetas e bonés com o logo da mo-dalidade. Na camiseta do polo aquáti-co, os garotos imprimiram algo que dará aos israelenses uma dica do espírito do grupo. Eles se autodenominam Kzavá (“equipe”) Hebraica. Para os fãs mais pró-ximos, confeccionaram bonés específi -cos para o evento. O judô também criou uma camiseta para vender aos sócios e amigos e viabilizar a viagem de alguns atletas com mais difi culdades.

A empresa de artigos esportivos Lotto desenhou os uniformes da delegação e a coleção está dividida em trajes especiais para o desfi le, para as competições e de passeio e foi apresentada no evento “Jan-tar dos Chefs”, parceria entre o Confede-ração Brasileira Macabi e a Na´amat Pio-neiras, com apoio da Hebraica, que ce-deu o Salão Marc Chagall para a ocasião. Os convidados assistiram a vídeos do trabalho realizado pelas Confederação Brasileira Macabi e pela Na´amat Pionei-

ras mostrando como as pessoas podem colaborar mesmo a milhares de quilô-metros de distância.

Os ativistas do Movimento Macabeu tra-balham no Rio de Janeiro, Porto Alegre e São Paulo, onde é a sede da Confederação Brasileira Macabi, para divulgar os even-tos locais e regionais da entidade. Este ano, o Rio de Janeiro promoveu uma Ma-cabíada Escolar e na virada de 2011 para 2012 a Hebraica São Paulo foi sede da Ma-cabíada Pan-Americana, mencionada até hoje como modelo para outros eventos nos encontros do Macabi. “O Brasil é mui-to elogiado nas reuniões, especialmente depois do sucesso da nossa Pan-America-na”, afi rma o presidente do Confederação Brasileira Macabi, Avi Gelberg.

Nas reuniões preparatórias da via-gem das equipes brasileiras para Isra-el, ele foi um dos grandes defensores da ampliação do grupo, com as mesmas di-fi culdades dos seus colegas dirigentes da Espanha, Peru ou Guiné Bissau: ma-ximizar os poucos recursos para levar a maior delegação possível. “Além do es-porte, há todo o ambiente olímpico e a oportunidade de conhecer Israel que pode ser a única”, afi rma Gelberg.

ABRAMO DOUEK, PRESIDENTE DA HEBRAICA, HOMENAGEOU O DIRIGENTE MACABEU AVI GELBERG E ELOGIOU O RADIALISTA MILTON NEVES, MESTRE DE

CERIMÔNIAS NA JANTAR DOS CHEFS

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HEBRAICA | JUL | 2013

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A delegação terá atletas, técnicos, fi -sioterapeutas, auxiliares, médicos e todo o apoio para garantir o rendimento dos atletas sem causar problemas futuros. “A Macabíada acontece no auge do verão e sempre insistimos nos cuidados com a hidratação”, informa o médico Sidney Schapiro, vice-presidente Social e Cul-tural da Hebraica e membro da equipe médica da delegação brasileira, e cujo ir-mão é técnico de futebol, o pai Naum, 79 anos, jogará tênis na categoria master e os dois fi lhos disputam diferentes moda-lidades na categoria junior. “Somos uma família tradicional no Movimento Maca-beu”, orgulha-se o médico.

Quem puder, joga O grande objetivo do Macabi Mundial é ampliar cada vez mais o alcance da Ma-cabíada. Na década de 1990, os países da ex-União Soviética tiveram pequena participação no evento e agora os parti-cipantes europeus representam a maior diversidade de nacionalidades. “Este ano, enfrentaremos os jogadores da Ca-zaquistão pela primeira vez. Os outros já são nossos conhecidos”, informa Carlos Inglez, profi ssional com experiência em

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ATLETAS EXIBIRAM OS MODELOS DE UNIFORMES CRIADOS ESPECIALMENTE PARA A DELEGAÇÃO BRASILEIRA NESTA EDIÇÃO DA MACABÍADA; AO LADO, FÁBIO FISCHMAN E STEVEN STIFELMAN DURANTE O SORTEIO DAS RIFAS VENDIDAS EM PROL DOS ATLETAS DA DELEGAÇÃO BRASILEIRA

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capa | XIX macabíada mundialHEBRAICA | JUL | 2013

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Macabíadas. Ele foi o técnico de futebol em 2001 e 2005 e em 2009 foi o gerente da modalidade. “É incrível como Israel se desenvolve em pouco tempo. A cada viagem minha conheci uma nova estra-da, e na XVIII Macabíada percorri o país de carro para estar o maior tempo possí-vel com as equipes em todas as cidades onde jogavam”, lembra.

Das muitas modalidades da Macabía-da, cada país se inscreve naqueles para os quais tem atletas disponíveis. Este ano, o Brasil participa pela primeira vez em handebol e polo aquático mas-culinos, karatê, meia maratona e águas abertas. Também disputa os tradicionais basquete, futebol de campo, futsal, judô e xadrez. O grande mestre André Dia-mant vai dos Estados Unidos, onde vive e treina, para representar o Brasil jun-tando-se à equipe com o mestre Davy D’Israel.

Para Adriano Geraldes, do basque-te, esta será a sua primeira Macabíada Mundial. “Estou ansioso para conhecer o país. Já trabalhei no Líbano e agora que-ro ver de perto tudo o que as pessoas di-zem a respeito de Israel. Estamos traba-lhando duro porque uma competição in-ternacional exige táticas e preparação

“Mais alto, mais rápido e mais forte. Mentes judaicas saudáveis em corpos saudáveis.” Esta seria a tradução para o portu-guês do lema da XIX Macabíada Mundial, que celebra o 80º aniversário do surgimento desta competição que, ao ser realiza-da pela primeira vez, em 1932, reuniu atletas judeus de 29 nacionalidades na antiga Palestina, hoje Estado de Israel. A Maca-bíada acontece a cada quatro anos, exatamente dois anos depois da Olimpíada. Este ano, a cerimônia de abertura, anunciada como o grande acontecimento em Israel, será no Estádio Teddy Kollek, em Jeru-salém, com a presença de personalidades do universo político, cultural e esportivo das nações representadas nos Jogos Ma-cabeus Mundiais. As semelhanças da Macabíada com a Olimpíada terminam na grande cerimônia de encerramento, no mesmo estádio, dia 28.O Dia em Solidariedade aos Soldados das Forças Armadas tem destaque especial no evento deste ano, e quando a Macabía-da terminar as delegações serão levadas a bases militares, onde conhecerão as instalações.

Este ano em Jerusalém

>>

diferentes daquelas para os jogos dispu-tados em casa”, comenta.

A equipe de polo feminina foi uma das últimas a se integrar à delegação brasi-leira e terá atletas quase novatas na mo-dalidade, mas com atuação em outros esportes. Para participar da Macabíada, nove sócias com alguma prática de nata-ção formaram um time feminino de polo aquático. Nas semanas anteriores à via-gem, algumas delas, que atuam também na equipe adulta de handebol do clube alternaram os treinos dos dois esportes.

Esforço pelo esporteUma das ações mais bem-sucedidas no esforço de angariar fundos para ajudar

os atletas na XIX Macabíada foi a ven-da de rifas com sorteio de prêmios sig-nifi cativos como um carro, uma motoci-cleta, rádios e outros equipamentos ele-trônicos.

O garoto Steven Stifelman, 9 anos ga-nhou a admiração dos sócios do clube pelo esforço para ajudar a viagem das ir-mãs a Israel como parte da equipe de gi-nástica artística. “Vendi 314 rifas em três meses”, anunciou o garoto.

Já o Macabi Rio comemorou quatro mil rifas vendidas para ajudar os cem atletas, entre os quais um carateca e os corredores inscritos na meia maratona e nas provas de triathlon. Os gaúchos inte-grarão os times de futebol.

JOGADORES DE POLO AQUÁTICO USARAM COM ORGULHO A CAMISETA COM A

INSCRIÇÃO “TZAVÁ HEBRAICA”

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HEBRAICA | JUL | 2013

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cultural+ social

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cultural + social > in concertHEBRAICA | JUL | 2013

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O maestro Leon Halegua escolheu a peça Las Cuatro Estaciones Por-

teñas para a Orquestra Sinfonietta abrir o programa e, na segunda parte, tangos de Astor Piazzolla, compositor home-nageado. No palco do Teatro Arthur Ru-binstein, apresentou-se também o Coral da Hebraica. O espetáculo abriu a tem-porada 2013 da série In Concert.

Os cantores Alberto Cabaña e Már-cia Regina Soldi, o pianista Rodrigo Vaz-quez, o bandoneon de Cesar Canteiro e os dançarinos Angela Toñanez e Maximilia-no Martino Avila foram destaques. Exce-to duas ou três as peças escolhidas pelo maestro Halegua não fazem parte do re-pertório mais conhecido do compositor, e isso deu um toque especial ao programa.

Após a apresentação, entre os artistas convidados pelo maestro para se apre-sentarem na Hebraica, o pianista porte-nho Rodrigo Vazquez atualmente radica-do em São Paulo comentava: “Vim fazer música no Brasil, sou compositor e te-nho um quarteto, esta foi a primeira vez que trabalhei sob a batuta de um regen-te. Seguir o tempo do maestro foi uma experiência única”. O coralista Carlos Oliveira lembrou que esta foi a primei-ra homenagem feita a Piazzolla reunin-do coral, orquestra e dança.

O casal de bailarinos caprichou nos movimentos e no fi gurino, formando um visual de efeito. Angela Toñanez vive e se apresenta em Buenos Aires, esteve na Hebraica em 2007, como diretora artísti-ca e coreógrafa de um espetáculo. “Esta noite, mostramos vários estilos para en-cantar os olhos e o coração de quem veio, por isso foi maravilhoso”, disse ain-da ofegante, saindo do palco.

Desde 2002, Maximiliano Ávila per-corre a América, Europa e Ásia ensinan-do tango por biomecânica, método de sua autoria que já lhe valeu prêmios e o aplauso de várias platéias, como a obra Picaresque, que recebeu o prêmio de co-reografi a no Festival de Tango em Bogotá.

A série In Concert faz parte do projeto Hebraica para Todos, realização do Mi-nistério da Cultura, Lei Rouanet, com o apoio do Banco Itaú e Hospital Israelita Albert Einstein. (T. P. T.)

Piazzolla teria aplaudido essa noite

O “IN CONCERT BUENOS AIRES” FOI UMA NOITE PERFEITA E QUE FECHOU O PRIMEIRO SEMESTRE DE 2013 COM UMA LINDA

HOMENAGEM AO COMPOSITOR ASTOR PIZZZOLLA REUNINDO ORQUESTRA, CORAL E DANÇARINOS

DANÇA, ORQUESTRA E CANTO NA SÉRIE IN CONCERT PARA HOMENAGEAR PIAZZOLLA

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cultural + social > noite dos namoradosHEBRAICA | JUL | 2013

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No mezzanino do Salão Marc Chagall, o lounge com visual romântico convi-dava os pares a alguns minutos de con-templação antes de provar os coquetéis e descer ao salão principal, ocupando as mesas ao redor da pista de danças.

A Banda Big Up caprichou no rotei-ro musical, sempre acertando pelo me-nos uma das canções que fi zeram parte da história amorosa dos casais. Alguns pares deslizavam pela pista, olhos nos olhos, indiferentes ao movimento. Para muitos, a diversão foi acompanhar os passos dos personal dancers escalados especialmente para a noite.

O jantar servido pelo Casual Mil agra-dou pelas variações: arroz tricolor ao purê de batatas com wassabi e mousse de chocolate com molho de pimenta.

Detalhes valorizaram a companhiaAS ROSAS VERMELHAS ERAM O DESTAQUE NA DECORAÇÃO DO SALÃO MARC CHAGALL PARA

A NOITE DOS NAMORADOS. CASAIS E AMIGOS

ENCONTRARAM UM AMBIENTE ROMÂNTICO, ONDE AS TOALHAS

VERMELHAS CONTRASTAVAM COM O FUNDO BRANCO

A cantora Larissa Cavalcanti come-çou o tributo a Elis Regina depois que o presidente Abramo Douek, o vice-pre-sidente Sidney Schapiro e a diretora so-cial Sônia Rochweger sortearam relógios Vecchio e fi nais de semana do Spa Soro-caba. Larissa foi acompanhada pelo pú-blico, enquanto apresentava as canções que marcaram a carreira de Elis. Ao in-terpretar Madalena, foi muito aplaudida.

Assim que a cantora deixou o palco, outros sorteios incluíram relógios Vec-chio, mais um fi nal de semana no Spa Sorocaba e uma noite no Motel Mikonos. Na terceira parte do evento, a Banda Big Up embalou por mais algumas horas o romance dos convidados que resolve-ram adiar mais um pouquinho a volta para casa. (M. B.)

AS CANÇÕES APRESENTADAS PELA BANDA BIG UP FORMARAM UM PANORAMA DA PRODUÇÃO MUSICAL ROMÂNTICA DAS ÚLTIMAS DÉCADAS

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cultural + social > espaço gourmetHEBRAICA | JUL | 2013

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A noite era para casais. Homens com taças de vinho andavam pelo Es-

paço seguindo o chef Roberto Perchia-valli, responsável pelo cardápio dedica-do aos namorados. Não só mulheres es-tavam interessadas nas dicas do chef. Os homens também tinham dúvidas: como saber a temperatura e o tempo exatos para o peixe no forno ou qual o uso do conhecido trevo, uma gramínea que só servia, até então, como enfeite.

A sugestão do chef foi simples: ovo perfeito, creme de leite queimado e to-mate de entrada; peixe da estação, vi-nagrete de rabanete e ervas como prato principal; e de sobremesa, brownie ca-seiro, mel brasileiro e espuma de avelã.

Roberto Perchiavalli vive em Santos, passou muito tempo na Europa. Aban-donou o curso de direito e foi estudar gastronomia, impulsionado pela lembra-ça do avô e seu barco de pesca e as histó-

Um jantar romântico para doisO DIA DOS NAMORADOS

TAMBÉM FEZ PARTE DO CARDÁPIO DO ESPAÇO GOURMET EM

JUNHO, COM UMA NOITE ROMÂNTICA PARA CASAIS COMANDADA PELO CHEF ROBERTO PERCHIAVALLI

rias das bisavós, italiana e portuguesa – excelentes cozinheiras.

Formado, Perchiavalli passou seis me-ses no Chile, quatro anos e meio na Eu-ropa. Em Paris, estudou na Grégoire et Ferrandi, fundada em 1920, e que for-mou grandes nomes da culinária mun-dial. Trabalhou no restaurante do Hotel Le Meurice, nos restaurantes espanhóis Mugaritz, um dos cinquenta melhores do mundo, e El Celler de Can Roca, o me-lhor de todos, com reservas completas até abril de 2014.

Ele quer abrir um restaurante em San-tos, “onde me sinto bem e tem o padrão que eu quero, onde posso comprar o que existe na região mesmo, dos pequenos produtores, como na Europa”, argumen-ta. Enquanto isso não acontece, atende a jantares de degustação, recepções e even-tos, e leciona no Instituto Gastronômico em Santos e Santo André. (T. P. T.)

ATENTOS, CASAIS OUVEM AS DICAS DO CHEF PERCHIAVALLI

Gourmet.indd 24 20/6/2013 14:45:36 chevra.indd 4 19/2/2013 18:41:25

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cultural + social > festival de cinema judaicoHEBRAICA | JUL | 2013

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O Festival será aberto com A Sor-te em Suas Mãos (La Suerte en tus

Manos), o mais novo trabalho do diretor argentino Daniel Burman e como pro-tagonista o cantor e compositor Jorge Drexler, responsável pela trilha sono-ra de Diários de Motocicleta. Segundo a curadora do Festival Daniela Wassers-tein, o fi lme ainda não foi lançado no circuito comercial e será exibido ao pú-blico do FCJ em primeira mão. “Como promotora do Festival, a vice-presidên-cia Social e Cultural pretende convidar Daniel e Jorge”, anuncia Daniela.

Além dos teatros Arthur Rubinstein e Anne Frank, na Hebraica, o Festival terá sessões no Cinemark Higienópolis, Tea-tro Eva Herz da Livraria Cultura, Museu da Imagem e do Som, Cinesesc e Cen-

Reserve os primeiros dias de agosto

DE 5 A 11 DE AGOSTO, A HEBRAICA PROMOVE O XVII FESTIVAL DE CINEMA JUDAICO (FCJ) COM AS MAIS RECENTES PRODUÇÕES DA

ARGENTINA, ISRAEL, ESTADOS UNIDOS, SUÉCIA E SÉRVIA, ENTRE OUTROS tro da Cultura Judaica, “parcerias anti-gas que oferecem opções para os ciné-fi los acompanharem mais de um fi lme por dia, hábito de muitos frequentado-res desde as primeiras edições”, avalia a curadora.

Para os fãs de documentários, O Reló-gio do meu Avô, do brasileiro Alex Hel-ler, Hava Nagila, e Os Guardiões, ob-jeto de extensa reportagem da revista Hebraica a respeito de ex-diretores do Mossad, o premiado Lore e o israelen-se Preenchendo o Vazio. Da produção cinematográfi ca internacional, a cura-dora destaca o sueco Simon e os Carva-lhos e Quando o Dia Amanhece, produ-zido na Sérvia, acerca das reações de um homem já adulto ao descobrir sua origem judaica quando foi entregue a

uma família cristã durante a Segunda Guerra Mundial.

Alguns dos fi lmes israelenses inscri-tos no XVII FCJ tratam de questões atu-ais como é o caso de Vizinhos de Deus, que mostra as reações de um grupo de jovens ortodoxos diante de comporta-mentos que supostamente vão contra os seus costumes. “Também teremos fi lmes estrelados por atores famosos, como Me-lanie Laurent que brilhou em Bastardos Inglórios e atua no fi lme O Dia em que Vi seu Coração”, avisa Daniela.

A votação dos melhores fi lmes do FCJ será feita no site do evento, substituindo as cédulas em papel. “Em casa ou quando acessarem a internet, as pessoas já terão debatido e refl etido o sufi ciente para ava-liar os fi lmes a que assistiram e nos ajuda-rem a defi nir as melhores obras exibidas na edição de 2013”, informa Daniela.

A mostra especial, já tradicional no Fes-tival de Cinema Judaico, terá como foco as cinebiografi as dedicadas a judeus que se destacaram no meio artístico e literá-rio. Este ano, os destaques serão fi lmes a respeito do ator Tony Curtis, o cantor e guitarrista Lou Reed, o escritor Sholem Aleichem, o cineasta Mel Brooks, e outras personalidades. (M. B.)

CENA DO FILME A SORTE EM

SUAS MÃOS, QUE ABRE O PRÓXIMO FCJ

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cultural + social > VI mostra audiovisual israelenseHEBRAICA | JUL | 2013

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Elogio à diversidade e à diferença

ORGANIZADA PELO CENTRO DA CULTURA JUDAICA, A MOSTRA AUDIOVISUAL ISRAELENSE TROUXE PARA SÃO PAULO ONZE

PRODUÇÕES INÉDITAS, COM TRÊS EXIBIÇÕES NUM FIM DE SEMANA NOS TEATROS DA HEBRAICA

A VI Mostra de Audiovisual Israelen-se foi aberta na primeira semana

de junho, no Centro da Cultura Judaica (CCJ), com a exibição de Yossi, dirigido por Eytan Fox. A cidade ainda se recupe-rava do frisson da Parada Gay realizada no dia anterior quando uma plateia bas-tante diversifi cada se reuniu para ver a continuação de Yossi & Jagger, do mes-mo diretor.

Lançado em 2002, Yossi & Jagger cau-sou polêmica ao mostrar um caso de amor entre dois soldados israelenses, com fi nal trágico.

Na Hebraica, foram exibidos três fi l-mes da Mostra Audiovisual Israelense: O Mundo É uma Comédia, drama fami-liar dirigido por Shemi Zarhin, Dr. Pome-rantz, comédia macabra de Assi Dayan, e o inusitado road movie A Balada de uma Primavera, de Beni Torati.

Assi Dayan protagoniza o próprio fi l-me no papel de um psicanalista amar-go, derrotado, solitário e em plena crise de meia-idade. Ele parte da premissa de que “a vida é uma doença com cem por cento de fatalidade” para alugar, por dois mil shekalim, a varanda do seu aparta-

mento no décimo segundo andar para os seus pacientes. Tão desesperançados quanto o terapeuta, eles passam a se jo-gar lá de cima numa sequência macabra.

Do lado oposto na escala, fi ca o fi lme dirigido por Beni Torati com sua aposta na amizade, no bom humor e na músi-ca de qualidade para narrar uma histó-ria com características de conto orien-tal das Mil e uma Noites. O músico Yos-sef Tawilla, célebre por ter integrado o igualmente famoso conjunto Turquoi-se Ensemble, é procurado pelo jovem Amram, fi lho de Avraham Mufredi, anti-go membro da banda. O fato é que Mu-fredi está muito doente e antes de mor-rer quer ouvir uma composição que os dois criaram há mais de vinte anos, an-tes da dissolução do grupo.

Tawilla e Amram partem, então, numa verdadeira jornada espiritual em busca de músicos que possam integrar a ban-da e realizar o último desejo de Mufredi. Causa espécie que um país tão minúscu-lo quanto Israel possa abrigar um road movie. Mas não, se pensarmos que aque-la pequena faixa de terra conserva todos os sons do mundo, de todos os lugares

por onde os judeus passaram durante o longo exílio.

Outro aspecto que chama a atenção deste fi lme, com sua estética despu-dorada e deliciosamente cafona e sen-timental, é o clima mediterrâneo que permeia cada uma das cenas. Não fos-se pelo hebraico, de sonoridades incon-fundíveis, o espectador desatento diria que a história se passa em alguma al-deia siciliana, andaluz, grega ou marro-quina. Para ilustrar esta impressão, um dos pontos altos do fi lme é a cantora e atriz Dikla Dori, que incendeia a cena com uma voz rouca e abrasadora como

À DIREITA, ELENCO DE A BALADA DE

UMA PRIMAVERA; ABAIXO, CENA DE YOSSI, DE EYTAN FOX

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o vento do deserto, no papel da taver-neira Bruria. Mesmo kitsch e escapis-ta como a maioria dos fi lmes do gêne-ro, A Balada de uma Primavera agrada por colocar a música no lugar que lhe é devido, como a arte que não conhece fronteiras e paira acima das diferenças políticas, religiosas e étnicas que dila-ceram o mundo.

Além da Hebraica, a Mostra Audiovi-sual Israelense teve como parceiros a Li-vraria Cultura e o Cinemark Shopping Pátio Higienópolis, com sessões com en-trada franca de 3 a 9 de junho em quatro endereços da cidade. (J. N.)

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cultural + social > hebraica meio-diaHEBRAICA | JUL | 2013

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O s jovens alunos da Academia de Música de Cordas Jacobs já se apre-

sentaram na Dinamarca, França, Itália, Espanha, Suécia e Japão. Em março des-te ano, subiu ao palco do Carnegie Hall de Nova York e, nesta excursão, antes de chegar ao Brasil, tocou em Córdoba, San Juan, Mendoza, Neuquén e Buenos Aires, e aqui, no Instituto Fukuda, Igreja São Luiz, Hebraica e em residências. Os mú-sicos foram acompanhados pelo pianista Ilya Friedberg, ex- aluno de Arnaldo Co-hen e assistente de Menachem Pressler, integrante do Trio Beaux Arts, considera-

Jovens, talentosos e viajados

ELES TÊM ENTRE 12 E 18 ANOS, ESTUDAM NA ACADEMIA DE MÚSICA DE CORDA JACOBS DA UNIVERSIDADE DE INDIANA, ESTADOS UNIDOS, E

AGRADARAM A QUEM FOI PRESTIGIAR O HEBRAICA MEIO-DIA

DIRETO DE INDIANA, O VIRTUOSISMO DOS JOVENS DA ACADEMIA DE MÚSICA DE CORDAS JACOBS

do padrão entre os trios com piano.Com eles veio Daniel Stein, produ-

tor associado da Academia de Música da América Latina, brasileiro radicado nos EUA, ex-aluno da diretora do Cen-tro Mimi Zweig. Ele conta que dois mú-sicos têm pais no Brasil, Ariel Horowitz acaba de entrar para a famosa Julliard School e Rose Braun estuda com a dire-tora Mimi Zweig na Universidade de In-diana, mantenedora do grupo. Os alu-nos viajaram durante três semanas, no período de férias. No concerto do Tea-tro Arthur Rubinstein tocaram Garota

de Ipanema e peças de Aaron Copland, Antonio Vivaldi, Fritz Kreisler e compo-sições de Ariel Horowitz e Nathan Melt-zer, membros da orquestra.

A Academia de Música de Cordas Ja-cobs foi fundada em 1961 pelo composi-tor e musicólogo Juan Orrego-Salas e é a mais antiga do gênero nos EUA. Os 1.600 alunos estudam e pesquisam a músi-ca latino-americana com a ajuda de 180 professores e músicos de várias partes do mundo que todos os anos ministram master classes. A escola promove inter-câmbio com alunos dos mais diferentes países. (T. P. T.)

PROGRAMAÇÃO MEIO-DIA7/7 – Grupo Azdi apresenta música judaica14/7 – “Piaf – Amores e Canções”, com Sônia Andrade e Tadeu Romano21/7 – Fábio Jorge canta Dolores Duran28/7 – “Tributo a Elis Regina”, com Rosa Esteves

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cultural + social > feliz idadeHEBRAICA | JUL | 2013

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O presidente Abramo Douek discur-sou dando parabéns ao grupo da

terceira idade criado na gestão de Mar-cos Arbaitman e que realiza muitas ativi-dades semanais no clube, como ginástica, dança, teatro, culinária, artes musicais, coral, excursões, fi lmes, palestras e visi-tas a entidades culturais. “O comprometi-mento com o que fazem é maravilhoso e um aprendizado para mim”, elogiou.

A atual diretora Anita Nisenbaum que mudou o nome do grupo para Feliz Ida-de, após a incorporação de um grupo mais jovem, agradeceu às funcionárias Paulina Spiewak e Ellen Boussidan por “formarem uma equipe comprometida” e a Tea Zylberman e Val Menezes pelo evento no Teatro Arthur Rubinstein com a Banda Sinfônica do Corpo de Fuzilei-ros Navais, regida pelo titular capitão Nerias Morel e o adjunto tenente Thiago Santos, que executou números clássicos e populares, e Yerushalaim Shel Zahav.

Três integrantes da Banda estiveram em Israel nos festejos dos sessenta anos da independência, participando de apre-sentações pelo país como representan-

Emoção e muita música no aniversário NASCIDO CLUBE DA IDADE DE OURO, HOJE FELIZ IDADE, O GRUPO COMPLETOU TRINTA ANOS DE ATIVIDADES ININTERRUPTAS E COMEMOROU COM A APRESENTAÇÃO DA BANDA DOS FUZILEIROS NAVAIS DO RIO DE JANEIRO tes do Brasil entre bandas de outros pa-íses. Para o subofi cial Dener Bastos e os sargentos Pablo Generoso e Eliabe Oli-veira foi uma oportunidade única. To-caram em Haifa e Beer Sheva, conhece-ram os pontos turísticos mais importan-tes e “lá a gente sente a presença do Cria-dor, é uma maravilha e a receptividade foi extraordinária”, na opinião dos três. Eliabe há anos sonhava conhecer Israel porque “sou evangélico e a Marinha me deu essa oportunidade de passar doze dias vivendo a história, o mundo dos pa-triarcas, dos profetas, do rei David. Jeru-salém é uma cidade que acolhe a todos e

se o mundo soubesse como é estar lá, o entendimento seria diferente”.

Chamaram a atenção dos visitan-tes “a praticidade no dia-a-dia, o respei-to com a criança, o jovem e o ancião e, mais ainda, a segurança e a honestidade do povo, além do amor pelo Brasil”. Ou-tro momento marcante foi a visita a Yad Vashem, o Museu do Holocausto e à Ala-meda dos Justos entre as Nações, que sensibilizou os três brasileiros.

Pablo Generoso conta que a viagem a Israel o transformou: “Agora, toda famí-lia estuda hebraico, o judaísmo está den-tro de mim”. (T. P. T.)

A BANDA DOS FUZILEIROS NAVAIS DO RIO DE JANEIRO SE APRESENTOU PARA O GRUPO DA FELIZ IDADE

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coluna comunidade

por Tania Plapler Tarandach | [email protected]

CD entro das comemorações do ano

Alemanha-Brasil, o Consulado Ale-mão convidou dirigentes de empresas para conhecer o projeto do Museu Judai-co de São Paulo (Mjsp).

“Apoiar esse projeto tem uma razão importante para nós, alemães. Muitos judeus tiveram de fugir do Holocausto, o maior crime jamais cometido. É nos-so dever fazer de tudo para esse episó-dio nunca ser esquecido e apoiar o Mu-seu por esta iniciativa maravilhosa”, dis-se o cônsul-geral adjunto Rainer Muller, após a apresentação da obra pelo presi-dente do Mjsp, Sérgio Simon.

A diretora da Divisão Cultural e de Relações da Mídia para a Ásia, África,

América Latina, Caribe e Austrália, Irm-gard Maria Fellner afi rmou que “o Brasil merece um museu internacional, como este, porque os sobreviventes merecem. Temos a responsabilidade de que o Ho-locausto nunca mais aconteça. Os artis-tas judeus não são um grupo separado, são uma parte de nós mesmos. Hitler cortou um braço, uma perna do povo alemão e é muito importante um lugar para discutir isso, principalmente com jovens. É importante deixar essa expli-cação para o futuro, pois não haverá so-breviventes para nossos fi lhos aprende-rem e entenderem o que aconteceu. O Brasil merece, e São Paulo merece ter o Museu Judaico”.

Museu Judaico no ano Alemanha-Brasil Corrida do Amor em IsraelO Hospital Alyn, de Jerusalém, recebe crianças com defi ciências físicas, sem distinção de origem, e é reconhecido pela excelência do atendimento. Anu-almente, a instituição promove o Whe-els of Love, evento que leva ciclistas de diferentes categorias, do mundo todo para um passeio de cinco dias por Is-rael e infraestrutura durante o percur-so. Este ano será de 27 a 31 de outubro, pela costa mediterrânea, de belas pai-sagens. Em 2012 participaram oito bra-sileiros, três deles já veteranos no pas-seio. E para saber mais sobre o evento: [email protected].

Palestras e lazer no Jewish RetreatEm agosto, o grupo de estudos do Jewish Learning Institute (JLI) promoverá a oita-va edição do Jewish Retreat, um encon-tro anual nos Estados Unidos com pales-tras e workshops em inglês por rabinos, políticos, médicos e acadêmicos. Dura cinco dias e participam cerca de oitocen-tos homens e mulheres de várias par-tes do mundo. Durante o dia, estudo e aprendizagem; à noite, cantores e artistas e refeições durante 24 horas, no Luxu-rious Hilton a apenas quinze minutos de Washington D.C. Será de 6 a 11 de agosto. Informações, 3087-0319 e 983-158-770.

SERGIO SIMON MOSTROU O PROJETO DO MUSEU JUDAICO A EMPRESÁRIOS ALEMÃES

Heróis da Pátria

O deputado federal Walter Feldman apresentou dois projetos ao Congresso Na-cional, propondo a inclusão dos nomes de Aracy Guimarães Rosa e Souza

Dantas no Livro dos Heróis da Pátria, que faz o registro perpétuo dos cidadãos brasi-leiros que tiveram excepcional dedicação e heroísmo em defesa da nação, e deposi-tado no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, em Brasília.

A atuação de Aracy Guimarães Rosa como funcionária do consulado brasileiro em Hamburgo e de Luís de Souza Dantas como embaixador brasileiro na França salvou centenas de judeus europeus de morrer no Holocausto ao lhes conceder vistos para o Brasil, mesmo contra ordens superiores.

Em janeiro, a presidente Dilma Rousseff os homenageou durante a solenidade do Dia Internacional do Holocausto, promovida pela Conib em Brasília.

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HEBRAICA | JUL | 2013

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da da Associação

de Assistência à

Criança Defi ciente

a Márcio Pitliuk,

que convocou as

escritoras Lygia Fa-

gundes Telles, Ruth

Guimarães e artistas

da TV para os textos

do livro Que Amor

É Este? São mais

de cem fotos de

Sérgio Chvaicer. E foi

lançado na Livraria

Cultura/Conjunto

Nacional.

Durante um

almoço no

Restaurante Bibi,

as chaverot do

Departamento

Aviv de Na’amat

Pioneiras reuniram

jovens ativas e

comprometidas

com o voluntariado.

Nava Shalev Politi

dirige o Aviv e

Juliana Tanenbaum

coordena os novos

grupos.

Fazer a unha tam-

bém pode ser uma

novidade e Nails &

Co. é o point, na rua

da Mata, onde Thaís

Mucher inaugurou

um novo conceito de

manicure.

O Jewish IN elegeu

Sasson Saad vice-pre-

sidente e o fundador

Charles E. Tawil para

mais um mandato

como presidente. No

segundo semestre o

objetivo é incremen-

tar o conteúdo dos

programas, como

política, desenvolvi-

mento e outras áreas

de interesse para os

jovens executivos e

profi ssionais.

Antigua e Barbado,

Argentina, Brasil,

Costa Rica, Equador

e Uruguai foram os

primeiros países a

subscrever a Conven-

ção Interamericana

contra o Racismo, a

Discriminação Ra-

cial e a Intolerância,

aprovada em reunião

da Assembleia Geral

da Organização dos

Estados Americanos

(OEA). O Congresso

Judaico Latino-Ameri-

cano participou dessa

reunião.

Em parceria com o

Ibope Inteligência,

a consultoria

espanhola Monitor

Empresarial

de Reputação

Corporativa (Merco)

divulgou na edição

1.043 da revista

Exame e no seu

site os nomes

de reputação

empresarial em

2013. Cláudio

Lottenberg é o

28º entre os cem

líderes com melhor

reputação no Brasil.

Priscila Abondanza

escreveu o livro O

Segredo da Armadu-

ra e o lançamento foi

na Livraria da Vila/

Shopping Higienó-

polis e a renda com

a venda do livro será

destinada às crianças

do Hospital Alyn, de

Jerusalém.

Isser Korik assina o

espetáculo Finalmen-

te Juntos, no Teatro

Amil. É stand-up,

improviso e esque-

tes, tudo para fazer o

público rir.

Com direção de

Clarice Niskier e

supervisão de Amir

Haddad, as atrizes

Maitê Proença e

Clarisse Derzié

Luz apresentam

no Teatro Faap o

texto poético e bem

humorado À Beira

do Caminho me

Crescem Asas.

Cláudia Shapira

vestiu Flávia

(Xaxá) Melman,

atriz e responsável

pela concepção

do espetáculo solo

Azirilhante na

cidade.

Um novo cargo na

carreira de Eugênia

(Guita) Zaren-

czanski: concilia-

dora e mediadora

na Braga & Balaban

Advogados.

Ilan Sztulman nas-

ceu em São Paulo e

fez aliá ainda jovem

com a família. De

volta como cônsul-

geral de Israel,

ganhou a Medalha

Anchieta, em sessão

solene na Câmara de

Vereadores.

Documentar o amor

entre mãe e fi lho de-

fi ciente por meio de

fotos foi a encomen-

COLUNA 1

Foi grande a movimentação no Buffet Meno-

rah durante os dois dias da Boutique Bazar

Benefi cente da Na’amat Pioneiras. Miriam

Bromberg e Dorinha Wolak coordenaram os

cinquenta expositores e seus artigos para pre-

sentes e decoração, roupas femininas e infan-

tis, bolsas, acessórios e bijuterias, com renda

destinada aos projetos sociais da entidade.

SARA WULKAN, EDITE ZAJAK, BERTHA SCHUCMAN E CLARICE S. JOSZEF

Instituto Gal Einai no Brasil O Instituto Gal Einai, em São Paulo, é coordenado pelo rabino Yacov Gerens-tadt e seu objetivo é difundir os valores éticos ao público, transmitindo felicida-de, bem-estar e qualidade de vida por meio de preceitos espirituais. Segundo o rabino, “a doutrina cabalista englo-ba orientações espirituais para todos os povos e procuramos mostrar como é possível controlar preocupações, ansie-dade e frustrações de dentro para fora”. www.galeinai.com.br.

Mostra do teatro ídiche no MIS De 17 de julho a 15 de setembro, o Museu da Ima-gem e do Som (MIS) abrigará a exposição “Estre-las Errantes: Me-mória do Teatro Ídiche no Brasil”. A curadoria é do historiador Nachman Falbel e da professora e pesquisadora Anat Falbel, que fi zeram longa pesquisa e reuniram 40 cartazes e fotografi as ori-ginais, muitas inéditas.A mostra inclui elementos iconográfi -cos, como cenários e fi gurinos de Lasar Segall e a peça “A Sorte Grande”, escri-ta por Sholem Aleichem em 1916 e diri-gida por Zygmunt Turkow, do grupo Os Comediantes do Rio de Janeiro. Os itens da mostra são parte do acervo do Arqui-vo Histórico Judaico Brasileiro e das co-leções particulares de Jaime Serebrenic e Marcos Chusid. Para ser vista no MIS, Avenida Europa 158, de terça a sexta-feira das 12h às 21h, sábados, domin-gos e feriados das 11h às 20h.

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Page 19: Revista Hebraica - Julho 2013

HEBRAICA | JUL | 2013

37

Ruth Klotzel e

Giovanni Vannucchi,

representantes do

Brasil no Comitê

Assessor da Bienal

Ibero-Americana

de Design, foram os

curadores da BID

8/10/12 com traba-

lhos representativos

das edições de 2008,

2010 e 2012 de

design de 23 países

ibero-americanos e

expostos no Museu

da Casa Brasileira.

Sandra Lia

Simon, vice-

procuradora chefe

da Procuradoria

Regional do

Trabalho da II

Região, participou

da abertura do I

Congresso de

Defesa da

Dignidade da

Pessoa Humana

em Face do Meio

Ambiente do

Trabalho, junto

com o presidente

da Ordem dos

Advogados de São

Paulo, Marcos da

Costa.

André Tal trabalha

no Japão e a

coleção de prêmios

aumenta cada

vez mais. Desta

vez, o programa

“Câmera Record”,

de que participou,

foi premiado pelo

Conselho Regional

de Odontologia

de São Paulo, em

cerimônia no

Palácio do Governo.

A presidente da

Midiativa –

Centro Brasileiro

de Midia para

Crianças e

Adolescentes Beth

Carmona participou

em Florianópolis,

do IX Encontro

Nacional de Cinema

Infantil, um dos

poucos eventos no

Brasil direcionados

para o cinema feito

para crianças.

A Confederação Brasileira Macabi e a Na’amat Pioneiras promove-

ram na Hebraica o Yachad – Jantar dos Chefs, apresentado pelo jornalista Mil-ton Neves, entusiasta do Estado de Is-rael e da Macabíada, desde a primeira vez que lá esteve em 1985, em uma das suas edições. Entre as quase quinhen-tas pessoas, o vereador Floriano Pesa-ro, os presidentes executivo da Federa-ção Israelita de São Paulo (Fiesp) Ricardo Berkiensztat, da Hebraica Abramo Dou-ek e a presidente de Na’amat Pioneiras Brasil Ceres Maltz Bin, que veio de Por-to Alegre, e da Confederação Brasileira Macabi Avi Gelberg. Milton Neves cha-mou o presidente do Congresso Judaico Latino-Americano Jack Terpins, para re-ceber o prêmio Yakir Macabi, a mais alta honraria da entidade concedida a pou-cos. “Jack Terpins é um grande articula-

dor da defesa do povo judeu no mundo e essa é uma justa premiação”, disse o ve-reador ao saudar o homenageado.

Ao lado da mulher Denise, Terpins re-lembrou o tempo de esportista, que co-meçou no clube: “Aqui me sinto em casa, em meio aos atletas, junto com Milton Neves, pois joguei basquete por alguns anos. Muito obrigado às meninas da Na’amat e à CBM, estou muito honrado”.

Foram exibidos vídeos das duas entida-des organizadoras, jovens desfi laram os uniformes da delegação brasileira aos jo-gos da XIX Macabíada, em Israel. “Será a maior delegação brasileira, com mais de quinhentos atletas, muitos deles pisando pela primeira vez o solo israelense”, dis-se Douek. Os jovens chefs Ricardo Mura-oka, Pedro Roxo e Fernanda Timerman, do projeto Manja Gastronomia, prepara-ram o jantar ao som da Banda Mr. Moses.

Yachad (Juntos) na Hebraica

AGENDA• 18 a 31/7 – Programa “Shalom Brasil” na Macabíada. Duas newsletters diárias e

entradas ao vivo. Cadastre-se nos sites www.hebraica.org.br ou www.shalombrasil.

com.br

• 12 a 18/8 – Arte no Salão Marc Chagall da Hebraica. Obras de artistas renomados,

antiguidades e uma sala especial dedicada ao graffi ti

JACK TERPINS, O HOMENAGEADO DA NOITE

Luís Cushnir

discorreu

para os

cardiologistas

do Instituto

do Coração

(Incor) a res-

peito do trabalho que realiza através do

Gender Group® do Instituto de Psiquiatria

do Hospital das Clínicas. Também introduziu

o Eye Movement Disensitization Reprocessing

e o Brainspoting, recurso que utiliza a psi-

codinâmica aliada ao acesso neurobiológico

do cérebro. Na foto, Cushnir com o terapeuta

norte-americano David Grand, criador do

Brainspoting.

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cultural + social > comunidade+coluna 1HEBRAICA | JUL | 2013

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Novo lançamento de

Maria Luíza Tucci

Carneiro: Brasil

Judaico, Mosaico de

Nacionalidades, uma

homenagem, como

destaca a historia-

dora, aos imigrantes

judeus que ajudaram

a construir “este

mosaico judaico-

brasileiro”.

“Mobilidade urbana”

foi o tema de Jaime

Lerner na abertu-

ra do Xperience

Effi ciency 2013,

evento global da

Schneider Electric,

pela primeira vez

no Brasil. Três vezes

prefeito de Curitiba e

duas governador do

Paraná, Lerner foi re-

conhecido, em 2010

e 2011, pela revista

Time como um dos

25 pensadores mais

infl uentes do mundo

pela visão e contri-

buição no campo da

mobilidade urbana

sustentável.

A integração total

durante a excursão

da Wizo para Israel

fez a viajante Yaffa

Zipora Assayag reu-

nir os novos amigos

em um almoço em

casa.

Sueli Feldman Bas-

si e Vitor Octavio

Lucato formaram a

mesa da palestra a

respeito de Biomas

do Brasil durante

a Semana do Meio

COLUNA 1Ambiente, promovi-

da pela Uma Paz e

Núcleos Descentrali-

zados.

Anita Kon partici-

pou do XI Ciclo de

Debates em Eco-

nomia Industrial,

Trabalho e Tecnolo-

gia, realizado pelo

Programa de Estudos

Pós-Graduados em

Economia Política

da PUC-SP, com o

tema “O Desemprego

ou Desocupação? A

Interpretação dos

Indicadores”.

A Faap criou a

mostra “O Exercício

da Arte” reunindo

quem passou pela

instituição, como

professores ou

alunos, e entre eles

tiveram trabalhos

expostos Gregório

Gruber, Jac Leirner e

Carmela Gross.

Os Israelenses –

Pessoas Comuns

em uma Terra

Extraordinária é o

novo lançamento

da Editora Évora.

São 470 páginas

com o cotidiano

em Israel, escritas

pela jornalista

Donna Rosenthal,

mestre em relações

internacionais pela

Escola de Economia

de Londres.

Cada capítulo

conta histórias

que revelam a

diversidade no país.

“Destaque 2012” pela

Associação Brasileira

de Críticos de Arte,

Jacob Klintowitz

continua as ações

artísticas no Espaço

Cultural Citi. Dessa

vez, a exposição é de

Guyer Salles.

O estilista Alexandre

Herchcovitch leva

a moda nacional

para a Argentina, no

estande da Embratur

que divulga a marca

Brasil, como convi-

dado de honra do

desfi le na Six O’Clock

Tea, evento realizado

duas vezes ao ano em

Buenos Aires.

Lançamento e bate-

papo com a autora na

Livraria da Vila/Pátio

Higienópolis, assim

a estilista Dora Ope-

nheim autografou

o primeiro livro de

fi cção Cartas Lacra-

das, que reconstitui

o século 19 pela his-

tória da judia italiana

Michaela Varsano, fi -

lha de uma costureira

siciliana cujo destino

está entrelaçado ao

da família do barão

Maurice de Hirsch.

Reconhecido pelos

seus estudos a

respeito de metabo-

lismo e por muitos

livros, o endocri-

nologista Alfredo

Halpern autografou,

na Livraria da Vila/

Lorena, Emagreça e

Saiba Como.

A atriz Andi

Rubinstein e o

músico Renato

Epstein, a narradora

de histórias e

educadora Dinah

Feldman e o músico

Túlio Crepaldi foram

responsáveis pelo

“Vivendo Histórias”,

no Espaço de

Leitura, na forma de

narração de mitos

europeus e africanos

e muita “contação”

para as crianças.

Até 18 de agosto na

Fundação Nemi-

rovsky, no prédio

da Pinacoteca, fi ca

a exposição “Walter

Lewy: Mestre do

Surrealismo no Bra-

sil”. São 111 obras,

produzidas entre

1943 e 1995, ano da

morte do artista, um

dos mais importan-

tes do movimento

surrealista no país.

A mostra, concebida

por Claude Martin-

Vaskou e Márcia

Feldon Borger, tem

curadoria de Daisy

Peccinini e faz parte

da programação

cultural do ano

“Alemanha + Brasil

2013-3014”.

∂Um show sem fronteirasNa Virada Cultural, o Centro da Cultu-ra Judaica fez uma “virada” geográfi ca colocando no palco o percussionista/cantor e compositor carioca Joca Per-pignan, o violonista marroquino Marc Kakon e a cantora e fl autista palestina Mira Awad, em um show com compo-sições de Joca e Mira, arranjos de mú-sicas internacionais e sucessos brasi-leiros vertidos para o hebraico. Quem aplaudiu percebeu a paz e harmo-nia desse trio que vive em Israel e faz da música elo da sua amizade. Depois, a Virada prosseguiu com Breno Ler-ner, suas memórias e dicas de botecos como o Reuben de Nova York, a Mu-ffulleta de Nova Orleãs, o Sabich de Tel Aviv e o Bauru paulistano. Tudo regado a rabo de galo.

De Belo Horizontepara AmsterdãA Confederação Israelita do Brasil (Co-nib), a Fisesp, com o apoio do Arqui-vo Histórico Judaico Brasileiro (Ajhb)e do Instituto Plataforma Brasil cria-ram o Concurso Nacional de Redações da Rede de Escolas Anne Frank Brasil que, este ano, teve como tema “Anne Frank e a Cultura de Paz”.

Foi da escola de Minas Gerais que saiu o trabalho vencedor, elaborado por Lívia Fernanda de Souza Mendes, aluna da oitava série. Como prêmio, ela viajará para Amsterdã, acompanhada do seu professor orientador, da direto-ra executiva da Conib Karen Didio Sas-son e do diretor institucional da Fisesp Alberto Milkewitz. Visitarão a Casa de Anne Frank e a Amsterdã judaica, além dos pontos turísticos tradicionais.

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Organizado por

Simone Wasser-

mann, o Your Day

reuniu profi ssionais

do ramo de festas e

casamentos em um

grande evento no

Tivoli São Paulo-Mo-

farrej para propor-

cionar às noivas uma

experiência única na

atmosfera de uma

grande celebração.

No ambiente de

palestras, a estilista

Sheila Kracochansky

desenvolveu o tema

“Mulheres, Vestidos e

Dúvidas”; a maquia-

dora Dani Zaccai deu

dicas de beleza e a

blogueira Fernanda

Floret respondeu às

dúvidas das jovens

visitantes.

Aos 94 anos vividos

entre muitos contos

e prêmios, mem-

bro da Academia

Paulista de Letras,

Tatiana Belinky

lançou o livro His-

tórias de um Nome,

inspirado no conto

Rumpelstilzchen,

dos irmãos Grimm.

No fechamento desta

edição, veio a triste

notícia do falecimen-

to desta escritora

que encantou tantas

crianças.

Durante a Semana

de Psicologia e Edu-

cação no Instituto de

Psicologia da USP,

André Camargo, Criz

Cruz e Helena Singer

participaram da

mesa-debate sobre

“Desinstitucionali-

zação do Saber e

Construção de Prá-

ticas Educacionais

Alternativas”.

A Cia. Truks levou

ao CCJ o seu “Teatro

de Bonecos Cidade

Azul”, espetáculo

que deu ao grupo

oito diferentes

prêmios. A concep-

ção geral, direção e

iluminação são de

Henrique Sitchin.

A diretora da Asso-

ciação dos Amigos

da Universidade de

Haifa em São Paulo

Carol Birenbaum

voltou de rápida

viagem a Israel.

Hebraica e Hospital

Israelita Albert

Einstein tiveram

seus estandes muito

movimentados

durante a Evento

Business Show –

XI Feira de Destinos,

Espaços e Fornece-

dores para Eventos

Corporativos, Espor-

tivos,

Shows e Gastrono-

mia, realizado no

Espaço de Eventos

Frei Caneca.

Para quem desejar

aprender as delícias

tradicionais húnga-

ras que Dorothea

Hidas Piratininga

conhece bem é só se

inscrever em

dpiratininga@uol.

com.br e assistir às

aulas semanais na

Doural da alameda

Gabriel Monteiro da

Silva.

Roberto Macedo,

Gilberto Mautner e

Cláudia Politanski

falaram aos alunos

do I. L. Peretz

durante a Jornada

Profi ssional com o

objetivo de “ajudar

os jovens a reunir as

peças certas e tomar

a melhor decisão”

em seu momento

de pensar na futura

profi ssão.

A Chevra Kadisha

de São Paulo

comemora noventa

anos. Ela cuida de

quatro cemitérios

(Butantã, Cubatão,

Embu e Vila

Mariana) e emprega

duzentos funcioná-

rios diretos e indi-

retos. O presidente

é o engenheiro José

Meiches.

O Loft One do desig-

ner Léo Shehtman

inspirou-se nos

palacetes clássicos

imperiais e nas

expressões artísticas

deste século e pode

ser visto até o dia 21,

na Casa Cor São

Paulo 2013, no

Jóquei Club.

Emoção traduz a

reunião dos Wains-

tein. Berta e Ben-

jamin juntaram os

fi lhos, genros, nora

e netos, e os amigos,

para testemunharem

a renovação dos

votos do seu casa-

mento em grande

festa no Salão Ama-

zônia do Renaissance

São Paulo Hotel. Com

a alegria baiana e o

amor que inspira o

casal nesses cinquen-

ta anos de convívio.

COLUNA 1Professores do Peretz no MéxicoO tema do II Congresso Internacional de Educação Judaica, na Cidade do Mé-xico foi “O Educador e a Escola Judai-ca num Mundo de Mudanças: Transfor-mando Vidas – Decifrando Contextos”. A diretora da área judaica do Colégio I. L. Peretz Marli Ben Moshe represen-tou o Brasil entre os 550 congressistas de várias partes do mundo. Marli visi-tou cinco escolas judaicas e disse que “foi uma oportunidade de crescimento, de refl exão, de fortalecer minha relação com a educação judaica, de análise e de reconstrução”.

Fapesp e Matimop na inovaçãoA Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e o Cen-tro de Pesquisa & Desenvolvimen-to da Indústria Israelense (Matimop, em hebraico) anunciaram a primei-ra chamada de propostas de pesqui-sa como parte do acordo de coope-ração entre as instituições para pro-mover pesquisas em projetos de ino-vação entre empresas de São Paulo e de Israel. Mais informações, www.fa-pesp.br/en/7809.

GRI Checked para o EinsteinO Relatório de Sustentabilidade de 2012 da Sociedade Benefi cente Israeli-ta Brasileira Albert Einstein recebeu a certifi cação do Global Report Initiative (GRI) segundo a qual a instituição aten-de aos requisitos de nível de aplicação A+. Também o Programa de Transplan-tes Einstein ganhou reconhecimento mundial, em razão da quantidade de procedimentos realizados e pela cur-va de sobrevida de acordo com os me-lhores resultados na literatura médi-ca mundial. O Einstein recebeu o selo de Organização Parceira do Transplan-te do Ministério da Saúde, entregue às instituições em favor da divulgação do processo doação/transplante.

Ninguém Nasce

Sabendo é o novo

livro da psicanalista

Anna Verônica

Mautner, destinado

a pais e professores

e que responde às

questões de como

estamos educando os

nossos fi lhos e que

tipo de ser humano

desejamos formar.

Com curadoria de Bel Lacaz e

Olívio Guedes, Miriam Nigri

Shreier mostrou seus quadros

na galeria do Clube Paulistano.

As “Vidas em Construção” são

quadros em óleo, desde o p &

b até a sutileza de cores que

caracteriza a obra da artista.

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HEBRAICA | JUL | 2013

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O advogado especializado em direito eletrônico e perito na regulamentação da lavagem de dinheiro Roberto Be-

drikow fez palestra para a Câmara Brasil-Israel de Comércio e Indústria no auditório do Banco Daycoval. “Hoje, talvez 99% das empresas não querem se envolver com lavagem de dinhei-ro, mas podem ser envolvidas sem o saber. Por isso, a impor-tância dos programas de compliance e informação a respeito do que precisam fazer para se defender administrativamente e em juízo”, informou o palestrante, que integra a Suchodolski Advogados Associados. “As novas leis internacionais ampliam as entidades obrigadas a manter informações sobre os clientes e comunicar operações suspeitas aos órgãos fi scalizadores”, fi -nalizou.

Cuidados para evitar a lavagem de dinheiro

Sucesso na Campanha do Agasalho

C erca de trezentos jovens participaram da XIII Mega-Campanha do Agasalho em Higienópo-

lis, realizada pela Área de Juventude da Fisesp. Fo-ram arrecadadas quase vinte mil unidades, muitas delas peças novas e em excelente estado, e cober-tores, tênis e sapatos. Como todos os anos, a presi-dente do Fundo Social de Solidariedade do Estado de São Paulo Lu Alckmin participou da coleta com o ator Dan Stulbach. A arrecadação lotou os seis ca-minhões, cedidos pela Unibes, que percorreram as ruas do bairro em carros de som. Na Praça Vilaboim havia o “drive thru da solidariedade”, e as pessoas que passavam jogavam as peças nas caixas de cole-ta. O fruto dessa ação, com o envolvimento de qua-renta instituições judaicas e estabelecimentos co-merciais, será entregue ao Fundo de Solidariedade. O encerramento foi no Espaço K.

Bibi fala sobre o trabalho Wizo

E m recente evento, o primeiro-ministro de Israel Biniamin Netaniahu destacou a importância da Wizo na sociedade israelense: “Vocês têm um exército de volun-

tárias em Israel e em mais quarenta países, servindo como grande exemplo e inspi-ração para outras organizações ao redor do mundo. Um dos grandes desafi os de Is-rael é assegurar que tenhamos uma economia forte e uma sociedade sensível às ne-cessidades dos seus cidadãos. Enquanto enfrentarmos esses desafi os, não tenho dú-vidas de que vocês continuarão sendo um dos mais importantes parceiros de Israel. Obrigado por seu fi rme compromisso com Israel. Obrigado por sua incansável dedi-cação e paixão. Obrigado por tudo que fi zeram e continuam a fazer para o único esta-do judeu. Obrigado Wizo!”.

Israel Beshirá 4 viaja em setembroAs reuniões do grupo que se prepara para ir a Israel com Ana Iosif vão bem, obrigado. São pessoas que foram a Israel há muitos anos ou que ainda não foram e se preparam para a viagem. Até o em-barque, em setembro, preparam as mú-sicas que fazem parte da história de Isra-el e que cantarão nos passeios. Mais in-formações, www.israelbeshira.com.br ou 3223-8388, Marcos ou Renato.

O PALESTRANTE ROBERTO BEDRIKOW, SEMY DAYAN E JAYME BLAY

LU ALCKMIN, RICARDO BERKIENSZTAT, ATOR DAN STULBACH, VEREADOR FLORIANO PESARO E RABINO RUBEN STERSCHEIN

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1. Vivian Schlesinger recebe Michel Laub no Clube da Leitura; 2. Charmosas na Noite dos Namorados; 3. Simone e Bernardo Segal mais a escritora Priscila e Caio Abondanza; 4. Flá-via Melman fez peça solo Azirilhante, no Teatro Eva Herz; 5. Produção da Editora PitCult para a Aacd, o livro Que Amor É Esse?; 6. Kolman Go-tlib escolheu Miami Beach para comemorar os 82 anos, com Rachel e as fi lhas Laís e Liane; 7. Mônica Shapiro fez sucesso com as camisetas estilizadas na Feira da Comunidade; 8 e 9.. Saí-da Cultural levou sócios para a Estação Pinaco-teca: visita ao acervo de José e Paulina Nemiro-vski e à exposição de Walter Lewy

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1, 2 e 3. Happy hour na Mostra Black: Marília Klein, Anette Rivkind e Vânia Ceccoto; Janaína Leibovitch; Lúcia Rosset e Sueli Adorni; 4. O ovo bem aproveitado pelo chef Roberto Perchiavalli; 5 e 7. Home-nagem na Câmara Municipal ao cônsul Ilan Sztulman; 6. Fuzilei-ros navais Dener Bastos, Pablo Generoso e Eliabe Oliveira conhece-ram e elogiaram Israel; 8. Viajantes da Wizo reunidos em almoço na casa de Yaffa Zipora Assayag; 9 e 10. Na Missão Médica que visi-tou Israel, o ministro da Saúde Alexandre Padilha e grupo de auto-ridades formado por Avi Meizler

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1, 2 e 3. Na noite portenha, o sucesso do pianista Rodri-go Vazquez; dos bailarinos Angela Toñanez e Maximilia-no Martino Ávila; maestro Leon Halegua e o cantor Al-berto Cabaña; 4. Carla, Isac e Rubem de Castro esticaram depois do concerto no Casual Mil; 5 e 6.. Eternos namo-rados, Mauro Goldbach e Maristela Lopes; Eve Pekelman e Moacyr Strzygowski comemoraram na Hebraica; 7 e 8. Presidentes da OAB/SP Marcos da Costa e de Santo Ama-ro Cláudio Schefer, a diretora Lisandra Gonçalves rece-bidos pelo presidente Abramo Douek e diretores; 9. No Clube Paulistano, Norma e Nissim Nigri apreciaram as obras de Miriam Nigri Schreier; 10. Thaís e Juliana Mu-cher na inauguração da Nails & Co.

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1 e 2. Em noite da Deca na Casa Cor, Sandra e Hélio Bork; Gianfranco Vannuchi e Salo David Seibel; 3 e 4. Participação dos netos nas Bodas do Jubileu de Berta e Benjamin Wainstein, no Renaissance; 5. Autógrafos de Maria Luíza Tucci Carneiro na I Feira do Livro Judaico em Português, na Sinago-ga Beit Yaacov; 6. Presença do cônsul-geral adjunto Rainer Muller e a diretora da Divisão Cultural da Alemanha Irmgard Maria Fellner em noite do Museu Judaico de São Paulo; 7. Prêmio de “Hotel Mais Confortável da Cidade de São Paulo” para o Meliá Jardim Europa. Rui Manuel Oliveira, Denise Meyer e Johannes Bayer receberam o trofeu; 8. A aniversariante Siomara Tauil , Adriana Kus Mo-retti e Alexandre Moretti no topo do Burj Al Arab em Dubai, Emirados Arabes

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44cultural + social > fotos e fatos

DESFILE AMALFI PARA A FELIZ IDADE 1. Amalfi recebeu agradecimentos efusivos da diretora da Feliz Idade, Anita Nisembaum; 2. O corte reto nas calças desenhadas por Amalfi valoriza a silhueta feminina; 3. O estilista Amalfi pre-senteou as sócias no mês dedicado às mães, exibindo em primei-ra mão a coleção outono/inverno no Espaço Adolpho Bloch; 4. O público elogiou as roupas e os acessórios, especialmente os ves-tidos que assentam bem em mulheres de todas as idades; 5. A mesa de queijos foi patrocinada pela marca Tirolez

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48juventude > jovens sem fronteiras

E m meio à diversidade dos trajes dos convidados da quarta edição do

Sambatata, a caneca transparente pen-durada em todos os pescoços e usada para matar a sede – com água, cerveja ou refrigerante – era o sinal comum de uma geração preocupada em não des-perdiçar e descartar copos de plástico.

A festa começou na hora do almoço e mostrou como um churrasco pode ser consumido dentro das regras do movi-mento slow food. Os convidados fi caram

Uma banda ao cair A QUARTA EDIÇÃO DO SAMBATATA JUNTOU PASSADO E PRESENTE COM

HOMENAGEM AOS GRUPOS MUSICAIS NOVOS BAIANOS E LOS HERMANOS, BEM AO ESTILO DOS JOVENS QUE INTEGRAM AS AÇÕES DO GRUPO

A Banda Fuleragem gostou do ambien-te descontraído e começou o show lem-brando os principais sucessos dos No-vos Baianos. No gramado, a plateia fazia coro e estimulava os músicos a repetir cada refrão. No intervalo, os músicos in-teragiram com os convidados, especial-mente os integrantes do grupo Chave-rim, objeto de uma das ações do Jovens sem Fronteiras. “Eles são muito bem-vin-dos às nossas festas, porque, afi nal, fa-zem parte do projeto”, informou Daniel Jaca Balog Goldstein.

Ao retomar o microfone, o líder da Banda Fuleragem Pedro Keiner, agrade-ceu a oportunidade de tocar e animar um

horas ao redor das mesas, trocando in-formações a respeito de estágios profi s-sionais, perspectivas de trabalho ou es-tudo no exterior ou relatos das ações do Jovens sem Fronteiras enquanto sabore-avam o peixe, frango, carne grelhada e batata frita. O esquema menos rígido dos eventos do grupo Jovens sem Frontei-ras fez o horário de almoço se estender e tornou possível matar a fome indepen-dentemente do horário de chegada ao lo-cal da festa.

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49

da tarde

Uma característica comum aos jovens que passam a parti-cipar do JSF é a predileção pela música brasileira e o respei-to por todos os gêneros musicais. Também levam a sério as ações sociais e gostam de divulgá-las para dar a outros uni-versitários ou profi ssionais recém-formados o gostinho de participar delas.

Durante o Sambatata era possível manifestar o interesse por uma das dez ações mantidas pelo JSF e deixar o telefone para os ativistas entrarem em contato com os candidatos a vo-luntários. No momento há duas ações agendadas para as se-gundas-feiras: uma voltada para atividades lúdicas com crian-ças carentes da Associação de Assistência à Criança Cardíaca (Actc), e outra que trabalha diferentes tipos de dança com os adolescentes assistidos pela Unibes.

Às terças-feiras, há uma ofi cina de reciclagem na qual os adultos da Associação de Pais e Amigos de Excepcionais (Apae) aprendem a montar objetos com material reciclado. Às quar-tas-feiras, o grupo Chaverim partilha com os voluntários do Jo-vens sem Fronteiras uma sessão de músicas com instrumen-tos de percussão. Às quintas-feiras, as crianças do Lar do Alvo-recer Cristão (LAC) desenvolvem seus dons teatrais inspirados pelos jogos propostos pelos voluntários do JSF.

Os integrantes da comunidade Jardim Panorama se dedi-cam ao teatro aos sábados, mesmo dia em que as crianças da Casa Hope participam de aulas de violão e as do Abrigo Marly Cury recebem aulas de reforço escolar. Os voluntários do gru-po Jovens sem Fronteiras também ministram ofi cinas para melhoria da educação ambiental em escolas públicas. Domin-go é dia de brincar e agitar nos abrigos Semeia e Odila.

“Basta escolher a ação ou o dia disponível, e o resto fi ca por conta da simpatia e da alegria no rosto dos garotos que nos es-peram todas as semanas”, informa Bruno Kibrit, do JSF.

Escolha a sua ação

evento do grupo Jovens sem Fronteiras. “Foi bom saber das ações sociais que vo-cês promovem”, anunciou o músico ao iniciar a sequência de canções de Los Hermanos. Os convidados aplaudiram a apresentação do grupo e torceram para ganhar os três brindes oferecidos pela John Lemmon, empresa parceira do Jo-vens sem Fronteiras.

Ainda durante o evento, a página do JSF no Facebook recebeu muitos comen-tários sobre a festa. Em nome da Ban-da Fuleragem, Pedro Keiner agradeceu, pelo Facebook, ao convite: “Moçada, muito agradecido pela recepção e pelas boas energias”. (M. B.)

BANDA FULERAGEM COMEÇOU A TARDE INTERPRETANDO CANÇÕES DOS NOVOS BAIANOS E AO CAIR DA NOITE HOMENAGEOU LOS HERMANOS

JOVENS SE INSCREVERAM COMO VOLUNTÁRIOS NAS AÇÕES SOCIAIS REALIZADAS PELO JOVENS SEM FRONTEIRAS

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juventude > visitaHEBRAICA | JUL | 2013

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O ex-soldado e atual comentarista esportivo do jornal Israel Hayom

Gilad Shalit passou alguns dias em São Paulo, em maio, assistiu a dois jogos de futebol, visitou o Museu do Futebol, no Pacaembu, concedeu entrevista ao Esta-dão, e foi alvo de toda sorte de homena-gens na cidade.

Afi nal, esta é a primeira vez que a ci-dade recebe um jovem que passou mais de cinco dos seus poucos anos mantido vivo em uma cela do inimigo, para ser usado como moeda de troca com prisio-neiros em Israel, instrumento de nego-ciação política e reafi rmação de um prin-cípio caro às Forças de Defesa de Israel: nunca abandonar seus mortos, feridos e detidos, pois há pais, irmãos e uma co-munidade inteira à espera deles.

Mas a maior e mais signifi cativa home-nagem ocorreu na Hebraica, onde cerca de 1.300 pessoas ocuparam o Centro Cívi-co Itzhak Rabin em um começo de noite de um dia de semana normal. A Hebrai-ca reuniu a extração média da comuni-dade judaica de São Paulo, ansiosa para conhecer o jovem que resistiu aos qua-

O encontro de Shalit com a comunidadeCOM APOIO DO FUNDO COMUNITÁRIO, CERCA DE 1.300 PESSOAS SE REUNIRAM NA HEBRAICA PARA RECEBER O EX-SOLDADO ISRAELENSE GILAD SHALIT, MANTIDO EM CATIVEIRO DURANTE CINCO ANOS

se dois mil dias de detenção e provocou uma mobilização mundial por sua liber-tação, pois, afi nal, ele podia ser o fi lho de qualquer família judaica do mundo.

Ao responder aos discursos e aplau-sos, Gilad resumiu em poucas palavras os agradecimentos “por me guardarem no coração durante estes longos e difí-ceis anos no cativeiro e por partilharem minha alegria e a da minha família na li-bertação”.

O evento na Hebraica, em apoio ao Fundo Comunitário, foi público e aberto a toda a comunidade em mais uma de-monstração, como outras, em um passa-

do recente, da capacidade de mobiliza-ção e de interesse dos judeus pelas coi-sas e causas que dizem respeito à vida e à continuidade do povo judeu e ao Esta-do de Israel.

A presença de centenas de pesso-as dava razão às palavras do presidente da Hebraica Abramo Douek, lembrando que, na época do cativeiro de Shalit, for-mou-se uma “corrente de solidariedade e fraternidade cercando o mundo, cujos elos eram pessoas encharcadas de fé e de esperança repetindo: “Não atentem contra a vida dele pois há uma vigília ci-vilizada contra a barbárie”.

O EX-SOLDADO GILAD SHALIT É RECEBIDO NO CENTRO CÍVICO ITZHAK RABIN

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51juventude > teatro

O curso de preparação de atores para musicais começou na data

prevista com o número de alunos neces-sário para motivar os professores Marce-lo Klabin, Daniel Rocha, Cláudio Erlich-man e Lucas V. Vargas a dar os primeiros passos no que será um futuro projeto de produção de um espetáculo musical no estilo de Os Miseráveis, Xanadu e outros.

Uma sala no Centro de Juventude foi usada para a aula inaugural com os nove alunos, durante a qual foi apresentado o programa e a equipe profi ssional. Marce-lo dará aulas de interpretação, Cláudio cuidará do conteúdo teórico que inclui a história dos musicais, e Daniel e Lucas terão a responsabilidade das aulas de dança e canto. A Hebraica é o denomina-dor comum dos quatro que tomaram ru-mos diferentes.

“Um dos meus primeiros trabalhos foi aqui, com a coreografia da monta-gem de O Mágico de Oz, em 2007. De-pois, trabalhei em José e seu Manto Te-chnicolor, outra produção da comu-nidade, Xanadu e mais recentemen-te Hello Dolly”, contou Daniel. Lucas é professor no Centro de Música Naomi Shemer e acompanha ao vivo, no pia-

Não basta atuar, tem de dançar e cantarA PRIMEIRA TURMA DO CURSO DE PREPARAÇÃO PARA MUSICAIS DO DEPARTAMENTO DE TEATRO TEM PROFESSORES QUE JÁ INTEGRAM O QUADRO FUNCIONAL DO CLUBE E TAMBÉM ATUAM EM PRODUÇÕES EM CARTAZ NA CIDADE

no, A Gaiola das Loucas.Foi o interesse pelo trabalho no pal-

co que atraiu os nove alunos para esta proposta inédita. Vítor Froiman, Be-atriz Algranti e Dália Halegua inte-gram grupos de teatro na Hebraica. Leon Fish começou na Hebraica e de-pois realizou um curso técnico no Tea-tro Célia Helena. “Quero ampliar a mi-nha bagagem profissional”, informou o jovem. Formada em economia, Ila-na quer reencontrar seu lugar no pal-co, a primeira paixão. “Estou no elenco da próxima montagem infantil dirigi-da por Luciane Strul e quero me prepa-rar para atuar em musicais, que adoro desde menina”, contou.

Aos 76 anos, Boris Ciocler contou aos

colegas de classe a trajetória no teatro desde os 18 anos, dirigido por Tatiana Belinky, na TV Tupi. “Depois de assistir, meus pais foram contrários à minha op-ção pelo teatro. Completei os cinco epi-sódios contratados e parei. Depois só voltei ao palco em 1992 quando Henri-que Schafer abriu um curso de teatro na Hebraica e a partir daí participei de vá-rias montagens. Parei há alguns anos e agora retomo a atividade”, contou.

Dois outros alunos são parentes dele: a fi lha Priscila Ciocler Froiman, que in-tegrou o Coral de Belas Artes, e o neto Vitor, 16 anos, membro do grupo Ques-tão. “Dá para ver que teatro e Hebraica estão no nosso DNA”, brincou o patriar-ca da família. (M.B.)

A PRIMEIRA TURMA DA OFICINA DE MUSICAIS REUNIDA PARA OS PRIMEIROS ENCONTROS

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53juventude > fotos e fatos

1. 4.

1. Bruno Kibrit e Doris Aeckerle ajudaram a decorar a Casa da Juventude para a quarta edição do Sambatata; 2. Gabriel Bursztein e Pedro Keiner, da Banda Fuleragem, bateram papo durante o Sambatata; 3. Daniel Jaca Balog Goldstein atua no projeto sustentabilidade da Hebraica e nas horas vagas dá uma canjinha musical; 4. No Yom Israel, Marina J. Nossig aderiu à proposta de criar um visual combinando com o tema do evento; 5. Alunas do curso de bat-mitzvá participaram de um Kabalat Shabat especial na Sinagoga; 6. Pais dos alunos da turma Curso de Líderes Meidá se encontraram com o diretor superintendente Gaby Milevsky para saber sobre a viagem de formatura dos fi lhos a Israel

;

2.

5.

3.

6.

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52juventude > ateliê hebraica

A partir de agosto, o Ateliê Hebraica oferece aulas a crianças para pos-

sibilitar o “encaixe” do aprendizado das técnicas artísticas na complicada agen-da diária de mães e fi lhos. O Ateliê esta-rá aberto de segunda a sexta-feira, das 9 às 11h30, oferecendo o programa “Meu Primeiro Ateliê”, de aulas avulsas ou que podem ser contratadas em pacotes men-sais e utilizadas de acordo com o ritmo dos pais ou da criança.

“A partir de 1 ano, a criança já está apta a vivenciar técnicas e conhecer materiais e poderá fazer isso no Ateliê, acompanhada ou não por um adulto res-ponsável”, explica a coordenadora do Ateliê Bety Lindenbojm.

A equipe técnica do Ateliê é quem vai determinar uma atividade por dia, de cuja aula, com duração de 45 mi-nutos, a criança participará sem ho-rário fixo para entrar. “Essa flexibili-dade permitirá a algumas mães ofere-cer essa oportunidade de expressão à criança sem se sentir presas a compro-

Criatividade na medida certa NO SEGUNDO SEMESTRE, O ATELIÊ HEBRAICA INICIA UM NOVO PROGRAMA PARA ATENDER O PÚBLICO INFANTIL NO PERÍODO DA MANHÃ

missos de horário ou frequência míni-ma”, observa Bety.

A nova modalidade deverá provocar a reformulação do espaço da sala de aula, em busca de um lay out mais dinâmico. “Digamos que a mãe atrase uns minutos. Nesse caso, a criança fi cará entretida com livrinhos ou brinquedos reservados para isso, depois de ter se divertido com a pro-posta da atividade do dia”, lembra Bety.

As atividades diárias de “Meu Primei-ro Ateliê” são destinadas e adaptadas às crianças de todas as idades. “Em alguns

momentos do dia de pintura, serão apre-sentados outros materiais e técnicas, res-peitando a necessidade múltipla de estí-mulos em cada fase da infância”, enfati-za a coordenadora.

Outro aspecto inovador do “Meu Pri-meiro Ateliê” é que será opcional a pre-sença do adulto acompanhando a aula. “Quando a frequência de um bebê for muito espaçada, ele precisará do adulto. Mas assim que se acostumar às professo-ras poderá fi car sozinho na classe”, ex-plica a coordenadora. (M. B.)

Aproveitando a temporada de renovação, o Ateliê Hebraica amplia as opções para adultos com a proposta do curso de cerâmica com aulas semanais às quar-tas-feiras, das 14 às 16 horas. “O curso foi criado a pedido dos alunos e sócios. Conseguimos viabilizar o projeto por um valor muito abaixo do cobrado na ci-dade, e inclui noções de escultura, pintura, torno e fundição e o material. Para re-servar a vaga, basta ligar para o Ateliê”, informa Bety.

Cerâmica para iniciantes

NOVO PROGRAMA ATENDE SÓCIOS DE

TODAS AS IDADES

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57esportes > natação

Masters competiram à noite DEZENAS DE NADADORES

MASTER PARTICIPARAM DO TROFÉU AMIZADE, EVENTO QUE JUNTOU FAMILIARES E

AMIGOS DOS PARTICIPANTES NA ARQUIBANCADA DA

PISCINA OLÍMPICA EM UMA NOITE DE SÁBADO

A Associação de Clubes Esportivo e Socio-Culturais (Acesc) organizou

na piscina olímpica da Hebraica a pri-meira edição do Troféu Amizade, com as equipes do Esporte Clube Sírio, da Bar-di Swimming Team, do Clube Atlético Paulistano, da Companhia Atlética e do TNT Master, além dos atletas da Hebrai-ca: cinco equipes, cada uma represen-tando uma cidade de Israel. “Cada grupo inscreveu dez atletas que se revezarão na água para, no menor tempo possível, totalizar os cinco quilômetros da prova”, explicou a coordenadora do master da Hebraica, Adriana Silva.

No fi nal da tarde daquele sábado, en-quanto a cidade se preparava para a Vira-da Cultural, a piscina olímpica da Hebrai-ca foi fechada para os atletas darem algu-

mas braçadas preparando-se para a prova.Junto às balizas, juízes aferiam cronô-

metros e confi rmavam a ordem em que cada nadador mergulharia para cumprir sua parte na prova. “É uma competição entre amigos. Torcemos uns pelos outros e depois partilhamos o chocolate quen-te e o lanche com animação”, descreveu Adriana.

No resultado fi nal, o Bardi Swiming Team foi o campeão, os atletas do Paulis-tano fi caram com o vice-campeonato e a equipe Hebraica Tel Aviv terminou em ter-ceiro. “É preciso valorizar os tempos em que cada um dos vencedores terminou a prova: os atletas da Bardi totalizaram 1h9 e 20 segundos, o Paulistano 1h10 e 8 segun-dos e a Hebraica em 1h10 e 36 segundos”, relatou a coordenadora. (M. B.)

TORNEIO MOBILIZOU NADADORES E FAMILIARES EM PLENA NOITE DE SÁBADO

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56esportes > ginástica artística

N o fi nal de maio, a Hebraica dis-putou o Campeonato Paulista de

Ginástica de Trampolim, em Indaiatu-ba. Oito ginastas – Ana Clara Diceza-

EM INDAIATUBA (SP), GINASTAS QUE TREINAM NA HEBRAICA LEVARAM MEDALHAS DE OURO EM VÁRIAS CATEGORIAS E APARELHOS, E NO BRASILEIRO,

EM ITABIRA, (MG), VÁRIOS ATLETAS FICARAM PRÓXIMOS DA CONVOCAÇÃO PARA O MUNDIAL NA BULGÁRIA

No início de junho, a Hebraica estreou na Copa Olímpia Internacional de Gi-nástica Artística de Montevidéu. Nove atletas das categorias infantil A e B e juvenil embarcaram acompanhados pelos técnicos Roseli Lamarca, Renata Guerra e Danilo D. Gattei.A XIV edição do Olímpia teve 947 competidores da Itália, Argentina, Colômbia e Uruguai. Segundo o relatório da técnica Rose Lamarca, “esse campeonato foi uma grande experiência para nossos ginastas e técnicos. Tivemos a oportuni-dade de observar equipes de outros países e os da Hebraica realizaram as séries com muita qualidade, confi ança e beleza, resultando em uma boa classifi cação, dado o número de participantes”. As atletas do clube se classifi caram entre o décimo quinto e o trigésimo lugares em suas categorias e Gabriel Cerqueira fi -cou em terceiro lugar no infantil.

Torneio internacional

re, João Serra, Diego Birenbaum, Gus-tavo Menasce, Luíza Zeitune, Taly Blin-der, Miguel Dutra e Karen Schepselevitz – representaram o clube nas categorias

GINASTAS VITORIOSOS NO TRAMPOLIM NA EXPECTATIVA DO MUNDIAL

pré-infantil, infantil, infantojuvenil e adulto perante as equipes do Clube Atlé-tico Paulistano, Prefeitura Municipal de Campinas, Faculdade Uni-Ítalo e Prefei-tura Municipal de Indaiatuba.

“A Hebraica acompanha a elevação do nível técnico do Campeonato Paulis-ta como resultado do trabalho de atuali-zação e intercâmbio. Pela primeira vez, participamos da categoria pré-infantil (9 e 10 anos) e a atleta Luíza Zeitune obte-ve a terceira colocação, o que indica que a formação de uma equipe pré-competi-tiva pode ser a conexão entre os atletas do competitivo e a Escola de Esportes”, constatou o técnico Fábio Ferreira Zuin.

Ana Clara Dicezare (juvenil) foi mais uma vez campeã paulista no aparelho du-plo minitrampolim e fi cou em terceiro lu-gar no minitrampolim. Diego Birenbaum (juvenil) e Miguel Dutra (infantojuvenil) ganharam a medalha de ouro no duplo mini e trampolim individual, respectiva-mente. Gustavo Menasce (adulto) foi vice no duplo minitrampolim, assim como João Serra no trampolim individual e mi-nitrampolim. Taly Blinder (infantil) fi cou em quarto no trampolim individual.

Vinte dias depois, Ana Clara Dicezare, João Serra e Miguel Dutra seguiram com o técnico Fábio para Itabira, Minas Gerais, para disputar o campeonato brasileiro no ginásio municipal da cidade. O torneio reuniu 250 atletas de clubes de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Gran-de do Sul, interessados em garantir vaga para o Mundial de Trampolim, em Sófi a, Bulgária, no segundo semestre.

João Serra voltou para São Paulo com o título de campeão juvenil de tumbling, com notas 9,5 na série obrigatória e 9,2 na série livre. Miguel migrou recente-mente da ginástica artística para o tram-polim e estreou numa competição na-cional e fi cou em primeiro lugar no tum-bling e em quinto no duplo mini. Ana Clara manteve a boa atuação já demons-trada em anos anteriores e fi cou em ter-ceiro lugar no duplo minitrampolim e foi a sexta colocada no tumbling numa dis-puta acirrada em que a diferença na nota foi de poucos décimos de diferença da terceira colocada. (M. B.)

Cada vez mais próximos da Bulgária

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58esportes > polo aquático

O s croatas Nikola Samodol e Jure Marelja passaram quinze dias em

São Paulo em companhia dos atletas do polo aquático da Hebraica. Intercalaram alguns passeios pela cidade com muitos treinos, ora com os garotos menores, ora com os colegas de time sub-19.

“Eles estão acostumados a jogar uma partida por dia e em alguns dias a He-braica disputou dois jogos consecutivos e os rapazes ajudaram a Hebraica a difi -cultar os jogos para os adversários”, con-ta Manoel Psanquevitch, pai de dois atle-tas e que acompanhou a atuação da He-braica no torneio.

A exemplo de outros visitantes convi-dados pelo técnico Léo Vergara, os croa-tas demonstraram passes e movimentos na piscina e fi zeram uma palestra formal para os garotos do sub-13.

“O futebol é o esporte preferido na Croácia, mas como o inverno restringe a temporada de polo aquático a apenas alguns meses, muitos garotos praticam mais de uma modalidade e depois op-tam por uma. O importante é que a de-dicação aos treinos exige muito do atle-ta e é preciso muita organização para se manter em dia com a escola. E depois, no meu caso e no do Nikola, foi o espor-te que nos teu a chance de cursar uma fa-culdade e conseguir uma formação aca-dêmica, mesmo atuando como profi ssio-nais em nossos clubes”, explicou Nikola, em inglês fl uente. (M.B.)

Bons exemplos para a vida

NIKOLA SAMODOL E JURE MARELJA VIERAM DA CROÁCIA PARA REFORÇAR O TIME DE POLO AQUÁTICO NO DISPUTA DA TAÇA BRASIL E

PARTILHARAM COM ATLETAS DE TODAS AS CATEGORIAS SUAS TÉCNICAS DE JOGO E EXPERIÊNCIAS DE VIDA

Esta não é a primeira vez que o time da Hebraica disputa a Taça Brasil com reforço do exterior. No ano passado, o craque espanhol Daniel Ballart jogou e transmitiu conhecimentos aos atletas do clube.

Os croatas foram alertados antes de embarcarem sobre o fato de o time da Hebraica não ter uma tradição de vitórias na Taça Brasil, um dos torneios mais difíceis da agenda do polo no Brasil. “Ganhar ou não é irrelevante. Esse intercâmbio com os atletas da Hebraica é muito bom para nós. As condi-ções de trabalho de vocês são ótimas e o clube é lindo. Isso e o talento de alguns atletas são sufi cientes para fazer a viagem valer muito a pena!”, elogiaram os dois visitantes.

O reforço que veio de fora

JOGADORES DE TODAS AS CATEGORIAS TIVERAM A OPORTUNIDADE DE TREINAR COM OS DOIS VISITANTES CROATAS

NIKOLA SAMODOL E JURE MARELJA AJUDARAM A EQUIPE ADULTA DA HEBRAICA A CHEGAR EM SEXTO LUGAR NA TAÇA BRASIL, DISPUTADA NO ESPORTE CLUBE PINHEIROS

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60esportes > curtas

Águas abertas no Guarujá Os nadadores do clube começam a se destacar no Circuito Pau-lista de Travessias Aquáticas 2013. Na quinta etapa, disputada no Guarujá, os resultados individuais nos três mil metros coloca-ram a Hebraica em quarto lugar entre as quarenta entidades par-ticipantes. Deby Kabani e Rubens Krausz se destacaram chegan-do em primeiro lugar cada um em sua categoria. Ele também ga-nhou a medalha de ouro nos quinhentos metros.

Futsal recebe convidadosA cidade de Ribeirão Pires enviou quatro das suas equipes de futsal a São Paulo para enfrentar a Hebraica. A animação da torcida festejando gols ou lamentando bolas na trave podia ser ouvida de fora da quadra do Ginásio dos Macabeus. “Começa-mos com o jogo do sub-15, sub-13 e sub-11 e os garotos do sub-9 serão os últimos a entrar em quadra”, afi rmou o técnico do sub-13 da Hebraica Celso Passos.

A Hebraica inscreveu dois alunos do cur-so de xadrez no VIII Interescolar da mo-dalidade promovido pelo Externato Ca-tamarâ. Os irmãos Gabriel e Bruno Gil-din representaram o clube no torneio.

Semanas depois, foi a vez de o Depar-tamento de Xadrez da Hebraica recep-cionar 28 pequenos enxadristas no II Torneio Infantil que proporcionou aos pais dos participantes a oportunidade de jogar um campeonato paralelo. De acordo com o coordenador da modalida-de, Davy D’Israel, “os torneios infantis se destinam a estimular a prática e o estudo do jogo por crianças na faixa dos 8 aos 12 anos”. ( M. B.)

Intercâmbio de xadrez

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61esportes > fotos e fatos

1. Eduardo Wainberg estreou na seleção brasileira e, junto com Felipe A. Alterthum e Pedro Vergara, trouxe o ouro do Campeonato Sul-Americano sub-17 disputado em Buenos Aireso; 2. A equipe mirim de ginástica artística se apresentou no festival da modalidade organizado pela Escola de Esportes; 3. Rose Moscovici recepcionou o campeão Carlos Alberto Kirmayr, para um dia de treinos e palestras para os tenistas do clube ; 4 e 5. Alunos das escolas de Esportes e Maternal e Infantil participaram do evento mundial “A Maior Aula de Natação do Mundo”, fazendo da Hebraica um parceiro ofi cial para a obtenção de mais um recorde mundial durante uma aula padrão simultânea em outros quinze países. O slogan do dia foi “Aulas de Natação Salvam Vidas”; 6. Aron Waissmann participou da segunda rodada do Torneio

1. 2.

3.

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5.

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magazine

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espaço saúdeHEBRAICA | JUL | 2013

Q uem já realizou exames de colesterol sabe

que os resultados costumam vir acompa-

nhados de algumas siglas que indicam frações es-

pecífi cas do colesterol total e para as quais corres-

pondem metas igualmente específi cas. Estamos

falando do LDL e do HDL.

Interrogado sobre o signifi cado destas siglas, o

médico do leitor deve já ter explicado que o LDL

se refere ao “colesterol ruim” enquanto o HDL re-

presenta o “colesterol bom”. Mas, o que isso quer

dizer? Existem mesmo vários tipos de coleste-

rol, um “bom” e outro “ruim”? Comecemos dizen-

do que o colesterol desempenha funções fi sioló-

gicas vitais para nosso organismo, desde a sínte-

se de hormônios até a estruturação das membra-

nas celulares.

Neste sentido, portanto, a princípio, o coles-

terol é bom por defi nição. Por outro lado, en-

quanto níveis elevados de colesterol LDL no san-

gue aumentam signifi cativamente o risco de in-

farto e AVC, para o colesterol HDL o problema

é o oposto: quanto mais baixo, maior o risco

de problemas cardiovasculares. Como é possí-

vel que o colesterol seja bom e ruim ao mesmo

tempo? Curiosamente, a resposta para esta per-

gunta não reside no colesterol, mas nas partí-

culas transportadoras que o carregam na circu-

lação sanguínea. Sendo uma gordura, o coleste-

rol é insolúvel no sangue. Pensem em uma gota

de azeite em um copo de agua. Por este motivo

seu transporte no organismo não seria possível

se não existissem partículas transportadoras es-

pecifi camente projetadas para tal função.

Estas partículas literalmente empacotam o co-

lesterol para transportá-lo de um lugar para ou-

tro dentro do nosso corpo. Existem vários tipos

destas partículas, mas as que nos interessam

aqui são duas: a LDL e a HDL. Isso mesmo: LDL e

HDL são, na verdade, as partículas que transpor-

tam o colesterol no sangue.

Não existem, portanto, diferentes tipos de coles-

terol, mas diferentes tipos de “carrinhos” trans-

portadores. O colesterol é um só, sempre a mes-

ma molécula. O que determina o fato dele ser

“bom” ou “ruim” é o lugar para onde está sen-

do transportado. A LDL transporta o colesterol

do fígado para os diferentes órgãos e, portan-

to, para as artérias onde ele tende a se deposi-

tar. Por este motivo, quanto maior o colesterol

LDL, maior a chance deste se depositar nas arté-

rias provocando entupimentos indesejáveis. Daí

o apelido “colesterol ruim”.

Já a HDL transporta o colesterol no sentido opos-

to: o remove das artérias e o leva para o fígado.

Em outras palavras: faz faxina de colesterol das

artérias. Por isso, quanto mais alto o colesterol

HDL, menor a chance de se ter depósitos de gor-

duras nas artérias. Daí o apelido “colesterol bom”.

Embora exista um tratamento medicamento-

so para aumentar o colesterol HDL, raramen-

te é indicado, pois atividade física e adequação

da dieta resolvem o problema na maioria dos ca-

sos. No caso dos diabéticos, que frequentemente

apresentam HDL baixo, tratar adequadamente o

próprio diabetes é a forma mais efetiva de nor-

malizar o HDL. Existem alimentos específi cos

com a propriedade de aumentar o HDL.

Entre estes merecem destaque as oleaginosas

(nozes, amêndoas e castanhas), o azeite de oliva

e o vinho. Embora, de fato, estes alimentos ten-

dam a aumentar o colesterol HDL (e seu consu-

mo seja certamente um prazer adicional!), é pre-

ciso lembrar que a melhor forma aumentar o

HDL é controlar a dieta e manter um plano de ati-

vidade física regular. Cumpridas estas premissas,

até uma taça de um bom vinho é bem-vinda!

Existe colesterol “bom”?

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DR. ANTÔNIO LAURINAVICIUS, CARDIOLOGISTA DO HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN

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magazine > colinas de golã | por Ariel Finguerman, em Tel Aviv

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P ontualmente, às 8h12 da manhã de 18 de janeiro de 1965, agentes da contra-espionagem síria entra-ram no apartamento de Eli Cohen, em Damasco, e o prenderam transmitindo informações secretas

ao comando-geral em Tel Aviv. Exatamente neste mesmo ho-rário, em janeiro, foi inaugurada nas Colinas do Golã uma tri-lha que acompanha os passos de um dos maiores espiões da história do Mossad.

A trilha foi criada apenas com contribuições de amigos e ad-miradores, sem verbas públicas, cruza os oitenta quilômetros do altiplano do Golã e assinala por meio de textos em alto rele-vo, os diferentes pontos por onde passou Cohen acompanhado de altos ofi ciais do exército sírio, disfarçado de empresário ára-be que enriqueceu na Argentina.

Gil Brenner teve a ideia do projeto por acaso, durante um passeio de turistas do qual era guia pelo Golã. Quando o gru-po passou pelo vilarejo druso de Majdal Shams, o guia notou um comerciante local, já idoso, afi xando na parede da loja uma foto sua da época em que ainda era um jovem ofi cial sírio. Curioso, ao conversar com o lojista, soube que ele assistiu ao enforcamento de Cohen numa praça pública de Damasco, em maio de 1965, aos 40 anos de idade.

Passeio conta aventuras de espião

UMA NOVA TRILHA NO GOLÃ ACOMPANHA OS PASSOS DO ESPIÃO ISRAELENSE ELI COHEN, QUE HÁ CINQUENTA ANOS INFILTROU-SE NO ALTO

ESCALÃO DO EXÉRCITO SÍRIO, E REVERENCIA A SUA MEMÓRIA

Atualmente, a trilha Eli Cohen inclui uma parada nesta mesma loja para ou-vir do comerciante de 78 anos, identifi -cado apenas como A., revelações surpre-endentes a respeito dos momentos fi nais de Cohen. O druso conta que na épo-ca servia o exército sírio e, como estava em Damasco naquele dia, foi presenciar o enforcamento. A imagem que circulou por todo o mundo mostra o corpo inerte do espião exposto em praça pública, en-rolado e com dizeres acusando-o de trai-ção. Mas a história não terminou ali.

Diz o guia Brenner: “O comerciante conta que quando se preparavam para enforcá-lo, colocaram um cartaz acu-sando-o de traidor. Mas quando o carras-co perguntou se tinha um último pedido a fazer, Cohen pediu para tirar o cartaz e gritou para a multidão que não traíra ninguém, e, sim, que era judeu e atuou em favor do seu povo. O pedido foi aten-dido e somente depois de morto recolo-caram o cartaz”.

Cohen tinha três fi lhos quando esteve infi ltrado durante três anos em Damas-co. Um dos pontos percorridos na trilha do Golã é o refeitório de ofi ciais sírios onde Cohen, disfarçado do comercian-te Kamel Thaabet, em 7 de outubro de 1962, almoçou com os seus anfi triões, o chefe dos comandos especiais sírios, Sa-lim Hatum, e o comandante de combus-tíveis do exército, Halil Asfur.

Como espião, Cohen visitou diversas vezes o Golã, na época o front sírio con-tra Israel. A trilha começa em Hamat Gader, ao lado de um hotel onde Cohen passou uma noite na companhia de altos ofi ciais sírios. Ali foi inaugurada uma es-cultura inspirada na passagem da Torá em que Moisés envia espiões para inves-tigar a Terra Prometida. “Esta é uma tri-lha para o povo judeu, e pode ser feita sozinho”, diz o seu criador.

Um dos méritos da nova trilha é aca-bar com alguns mitos que cercam aquele espião. Brenner leva os visitantes a uma fazenda fundada no Golã, ainda durante o Mandato Francês na Síria, para provar que Cohen não foi o responsável pelo plantio de eucaliptos ao redor das ba-ses sírias e que teriam ajudado os jatos

NESSE CARTAZ, NO CANTO, A IMAGEM DE ELI COHEN ENFORCADO E EXPOSTO À EXECRAÇÃO PÚBLICA

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israelenses a bombardeá-las na Guerra dos Seis Dias, dois anos após ele ser enforcado. (Leia entrevista abaixo com Brenner).

Um mentschA trilha, que teve o apoio e a colaboração da viúva de Cohen, Nadia, e do irmão, Avraham, também serve para penetrar na personalidade do espião. Algo pouco conhecido foi a atitude de Cohen durante o julgamento em Damasco. Junto com ele foram presas quinze pessoas e mais outras quinhentas aca-baram implicadas no caso. Cohen se esforçou para livrar to-dos de qualquer envolvimento. E quando o julgamento ter-minou, apenas três outras pessoas foram condenadas, entre cinco e quinze anos de prisão. “Ele foi um mentsch [‘gente’, em ídiche] até o fi m, e os árabes o respeitaram por isso”, reve-la Brenner.

Outro traço da personalidade de Cohen surgiu por acaso,

Trilha é túmulo simbólicoA ideia mais difundida a respeito do espião Eli Cohen é a de que teria convencido os sírios a plantar eucaliptos nas proximidades das bases militares, e mais tarde usado pela aviação israelense como ponto de referência para bombardeá-los, na Guerra dos Seis Dias. Mas Gil Brenner (foto ao lado), o criador da nova trilha no Golã em homenagem à atuação de Cohen, diz que isso é uma “besteira”. Leia a entrevista.

Hebraica – O senhor vai contra a ideia generalizada de que Eli

Cohen sugeriu aos sírios plantarem eucaliptos ao lado das bases

no Golã, tornando-as alvo para a aviação israelense em 1967. Até a Wikipedia afi rma isto.

Brenner – É uma besteira. Já durante o período francês, antes da independência da Síria, foram plantados eucaliptos em todo o país. Também os ingleses plantaram essas árvores na Palestina durante o Mandato Britânico. De fato, o objetivo era criar sombra para os soldados, mas não foi de Eli Cohen. Qualquer acampamento militar sírio, também fora do Golã, tem eucalipto.

Então não há nenhuma relação entre Cohen e os eucaliptos?

Brenner – Ele esteve quatro vezes em Israel durante o período em que espionava os sírios. Talvez tenha relatado aos superio-res acerca de eucaliptos perto dos acampamentos, e isto foi levado em conta. Mas a ideia não foi dele. Cohen atuou como es-pião três anos antes da Guerra dos Seis Dias, e é sabido que eucaliptos não crescem em tão curto período como este.

Então qual foi realmente a importância das informações que ele passou?

Brenner – Cohen nunca foi um conselheiro do alto comando sírio. Ele era como um mosquito na parede, a que tudo ouvia. Por exemplo, reportava se havia agitação nos quartéis sírios. Ele percorreu o Golã com o chefe dos comandos especiais sírios Sa-lim Hatum, e o comandante de combustíveis do exército Halil Asfur, e ouviu comentários a respeito de tudo que havia ali. Ele se infi ltrou profundamente entre os sírios.

Qual a possibilidade de um dia trazer seus restos mortais a Israel?

Brenner – Esta é uma questão difícil e triste. As possibilidades são mínimas. Ainda existe somente uma pessoa em Damasco en-volvida com o sepultamento, e trata-se de um importante assessor do presidente sírio. Cohen se transformou num Ron Arad [aviador israelense que desapareceu no Líbano], não se sabe seu paradeiro. Esta trilha tem o sentido de um túmulo para ele.

E N T R E V I S T A

quando Brenner percorreu a trilha no Golã com um grupo do qual participa-vam judeus sírios. Eles contaram que no Pessach de 1963, Cohen visitou a comu-nidade de Damasco sem dizer que era judeu, apresentando-se como um sim-ples comerciante de joias. A certa altura, disse que estava com fome e lhe oferece-ram matzá. Foi a maneira de comparti-lhar aquele chag em meio a judeus, mes-mo sob disfarce. “Cohen não foi um ra-bino, mas é o tipo de personalidade ju-dia que aparece a cada cem ou duzentos anos”, diz Brenner. Contato com o guia Gil Brenner: [email protected]

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magazine > violência | por Ariel Finguerman

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N um país como Israel, em que boa parte da popu-lação circula armada, as pessoas de certa forma se orgulham da boa educação e do autocontrole. Muito raramente brigas de rua ou discussões de

trânsito acabam em tragédias. Mas o terrível caso da agência do Banco Hapoalim, em Beer Sheva, recentemente, traduziu-se em imagens que se acreditava apenas aconteciam em cida-des norte-americanas.

Vinte de maio amanheceu quente em Beer-Sheva, um dia típico de primavera nesta cidade à beira do deserto. Itamar Alon, 40 anos, acordou perturbado. Ex-capitão do Tzahal, con-decorado há onze anos porque matou um terrorista palestino numa escola da cidade [ver box na página ao lado], nos últi-mos tempos Itamar era uma outra pessoa.

Quieto, solteiro, vivia no apartamento dos pais aposentados. Depois de ter perdido o emprego, tornou-se ainda mais retraí-do. E violento. Gritava com os vizinhos, ameaçava-os e chegou a quebrar um ar-condicionado do apartamento ao lado sob ale-gação que pingava água. “Ele não falava com ninguém”, diria mais tarde um vizinho.

Uma tragédia israelenseEX-MILITAR ENDIVIDADO COM O BANCO ENTRA NA AGÊNCIA E DISPARA

CONTRA CLIENTES E GERENTES. TEXAS? OKLAHOMA? NÃO. BEER SHEVA, ISRAEL. ACOMPANHE A EVOLUÇÃO DESSE EVENTO, PASSO A PASSO

Às nove horas da manhã daquele dia, Itamar percorreu os 350 metros que se-param seu apartamento da agência do Banco Hapoalim, situada na mesma rua. Apesar de já acumular uma dívida de seis mil shekalim (cerca de três mil reais) com o banco, tentou sacar dinheiro do caixa 24 horas. Surpreso, viu a máqui-na engolir o cartão e a mensagem para se dirigir à agência.

Furioso, Itamar entrou no banco gri-tando com a gerência e outros funcioná-rios. “Quero meu cartão de volta”, ber-rava, segundo testemunhas. Não havia guarda na entrada do banco, daí ele ter conseguido fi car cerca de meia hora no local sem ter sido expulso. No fi nal, de-cidiu sair. Mas retornou uma hora e meia depois, armado.

Itamar entrou na agência e sentou no sofá destinado aos clientes. Ficou ali du-rante mais de uma hora, sem ser impor-tunado ou notado. Por volta das onze ho-ras, levantou-se, sacou a arma e começou

POLICIAIS E SOCORRISTAS ATENDEM FUNCIONÁRIA TRAUMATIZADA DO BANCO

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a gritar. Aproximou-se do subgerente e conselheiro de investi-mentos Meir Zeitun, e atirou à queima roupa. Zeitun, 40 anos, três fi lhos entre 2 e 9 anos, morreu na hora.

Em seguida, foi ao gerente Avner Cohen, 40 anos, morador de Omer, cidade ao lado, 40 anos de idade, três fi lhos entre 7 e 18 anos. Avner assumira a gerência há apenas duas semanas. Estava no último ano de direito e tinha muitos planos para o futuro que terminaram com um disparo de Itamar a centíme-tros do seu corpo.

Em seguida, Itamar apontou contra Anat Even-Haim, 34 anos, divorciada, mãe de uma menina de 8 anos e gêmeos de 3 anos de idade, que naquela manhã, fora ao banco depositar um cheque. À mãe, que a acompanhava, disse para fi car no carro pois voltaria “em alguns minutos”. Não voltou.

Em seguida, foi a vez de Idan Sabri, 22 anos que estava na agência para consultar a conta bancária. Idan dera baixa no exército há seis meses, planejava estudar e começar uma nova fase da vida. Um tiro acabou com os seus sonhos porque “es-tava no local errado, na hora errada”, disse um familiar. Sabri deixa um irmão, a mãe e o pai, residentes na Argentina.

Mais tarde, estarrecido e indignado, todo o país acompa-nharia pelo noticiário as imagens da câmara interna do ban-co mostrando a insanidade de Itamar. Ele passou pelos corpos atingidos e tomou os pulsos de cada um para se certifi car de que estavam de fato mortos. Enquanto a matança acontecia, a funcionária da agência Miriam Cohen resolveu agir.

“Escutei [o subgerente] Zeitun dizer ‘não, não, não atire’, mas o assassino o matou. Três clientes se esconderam embaixo da minha mesa. Liguei do celular para a polícia: ‘Estou ligando do Banco Hapoalim, há tiros aqui’. De repente, vi um homem se aproximar de mim com um revólver. Entendi que era o atira-dor e olhava para mim.”

Miriam implorou para o assassino, dizendo “por favor, não atire

em mim”. Ele segurou a pistola na mão direi-ta e com a outra mão agarrou seu ombro, er-gueu-a e informou: “Venha comigo, você ago-ra é minha refém”. Ela o reconheceu como cliente, mas preferiu não dizer nada. Foi ar-rastada para o banheiro dos defi cientes, sem-pre maior que os demais, e ali se trancaram.

Do lado de fora, policiais tentavam se co-municar com o assassino. “Saia, não fare-mos nada contra você”. Desesperada, Mi-riam gritou: “Estou aqui, estou aqui”. Então os policiais entenderam que ele estava no banheiro com mais alguém. E voltou a im-plorar ao atirador: “Por favor, não me ma-chuque, tenho família”. Ele colocou a mão na boca dela e a arma na têmpora e amea-çou: “Cale-se ou atiro em você”.

Miriam pensou que este seria o seu fi m e começou a recitar passagens dos Salmos que sabia de cor. Foram cinquenta minutos de an-gústia. De repente, o atirador largou-a, apon-tou a arma para a própria boca, mandou Mi-riam fi car com o rosto contra a parede, e em seguida, ela ouviu um disparo. Virou-se para ver o rosto de Itamar ensanguentado.

Miriam abriu a porta e encontrou policiais apontando contra ela. Explicou: “Estou bem, Baruch HaShem (Graças a Deus). Ele suicidou-se”. Paramédicos a colocaram numa cadeira de rodas para tratá-la do choque. Mais tarde, em casa e abraçando as duas fi lhas, declarou: “Aconteceu um milagre comigo, não sei por que o assassino se compadeceu de mim”.

Há onze anos em um evento comemorativo em homenagem ao capitão do Tzahal Itamar Alon, ninguém poderia imaginá-lo um futuro assassino. Na presença do então comandante da polícia do distrito sul, hoje ministro da Segurança Interna, Itzhak Aharonovich, Itamar foi condecorado por bravura.

Egresso de uma unidade de elite de engenheiros de combate do Tzahal, estava agora na reserva, como comandante de companhia, responsável por entre 80 e 250 soldados. Desde 2001, trabalhava na chefi a da segurança de uma escola de Beer Sheva. Fervia a segunda intifada e dois terroristas palestinos armados de rifl es Kalashnikov (AK-47), atacaram um restauran-te próximo da cidade e mataram dois soldados que almoçavam. Israelenses armados atiraram e mataram um. O outro, feri-do, fugiu e entrou na escola, próxima do local, da qual Itamar era segurança. Ele saiu rapidamente da sua sala, identifi cou o terrorista e o único tiro matou-o. Foi saudado como herói.

No entanto, apesar da condecoração, Itamar foi demitido um ano depois, em razão de seguidas reclamações por compor-tamento impróprio. Ao perder o emprego, mudou completamente de atitude. Isolou-se e fi cou violento, principalmente con-tra vizinhos, o que levou a chefatura da polícia de Beer Sheva a cassar o seu direito de andar armado. Itamar recorreu da deci-são, sob a alegação de que a atividade antiterrorista poderia torná-lo alvo de uma vingança. Ganhou a arma de volta e, com ela, provocou em maio, uma tragédia na agência do Banco Hapoalim.

Retrato de um assassino sabra

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magazine > israel 65 anos | por Yuval Noah Harari *

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O Japão, a Índia e a independência

A LUTA DO ISHUV CONTRA O IMPÉRIO BRITÂNICO FOI UMA DAS RAZÕES DO TÉRMINO DA OCUPAÇÃO E DA INSTITUIÇÃO DO ESTADO JUDEU,

MAS HAVIA O CONTEXTO HISTÓRICO DO COLAPSO DO COLONIALISMO EUROPEU E O ENVOLVIMENTO JAPONÊS

U m dos capítulos da narrativa nacional israelen-se trata da luta contra o Império Britânico; dos barcos em péssimo estado carregados de imi-grantes e cercados de navios da marinha ingle-

sa; dos escombros do Hotel King David, em Jerusalém, em ra-zão do atentado praticado pelo grupo Etzel; da “noite das pon-tes”, isto é, a destruição das onze pontes entre Israel e terri-tórios vizinhos; do “sábado negro”, a operação britânica que declarou estado de sitio em várias cidades, kibutzim e mosha-vim, e a busca e prisão domiciliar de líderes dos movimentos clandestinos; do resgate de prisioneiros ligados ao Etzel, Ir-gun, e árabes, por combatentes do Etzel que entraram na pri-são de Acco e dos jovens do chassamba, os contos fi ctícios em que judeus audazes escapavam às patrulhas escocesas ves-

ACIMA, À ESQUERDA, UMA DAS MAIS FAMOSAS FOTOS DE NEHRU E GANDHI JUNTOS, EM 1946, SORRINDO COM O FIM DO DOMÍNIO BRITÂNICO; ACIMA, À DIREITA, O ADVOGADO E POLÍTICO MUHAMMAD ALI JINNAH QUE DECLAROU A INDEPENDÊNCIA DO PAQUISTÃO EM 14 DE AGOSTO DE 1947

tidos com aquelas saias tradicionais de xadrez tartan.

Por essas narrativas sugere que Haga-ná, Etzel e o Irgun, mais David Ben-Gu-rion, Menachem Begin e Itzhak Shamir, entre outros, expulsaram os britânicos e criaram as condições para formar o Es-tado de Israel. A luta da pequena comu-nidade judaica contra o poderoso Impé-rio Britânico é, de fato, uma extraordiná-ria história de bravura e autossacrifício de que é personagem uma geração de gi-gantes, o que difi culta imaginar os obs-táculos que enfrentaram e a coragem de que estavam imbuídos.

Se a devoção e a coragem dos mem-bros dos movimentos sionistas clandes-tinos foram essenciais para expulsar os britânicos, isoladamente eram insufi -

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cientes. A luta da comunidade judaica foi apenas mais um epi-sódio da longa história do colapso do colonialismo europeu, e da passagem do mundo para uma era pós-colonial. As bata-lhas decisivas que libertaram Israel dos britânicos não ocor-reram no Hotel King David, nem na prisão de Acco, mas em Amritsar, no Havaí e em Cingapura.

Até a metade do século passado, Israel fazia parte daquele um quarto do planeta dominado pelos britânicos, mas a joia da coroa britânica era a Índia e com centenas de milhões de habitantes; a vizinha Malásia, com plantações de borracha, minas de estanho e indústrias; o porto de Cingapura, porta de entrada para o sudeste asiático e o petróleo do Golfo Pérsico. A importância de Israel era apenas parte da estratégia de de-fesa do canal de Suez, melhor e principal via de acesso da Grã-Bretanha ao império asiático. Enquanto dominassem a Índia, os britânicos não abririam mão daquela estreita faixa de terra entre o Mediterrâneo e o rio Jordão, apesar dos judeus e pales-tinos, principalmente porque enfrentavam o movimento na-cionalista hindu pela independência, liderado pelo Mahatma Gandhi (1869-1948) e Jawaharial Nehru (1887-1964).

Em abril de 1919, forças britânicas atiraram contra uma ma-nifestação pacífi ca na cidade de Amritsar. Este massacre com centenas de mortes incendiou os movimentos nacionalistas asiáticos, chocou a opinião pública inglesa e anunciou o início do fi m do colonialismo britânico na Índia. Enquanto os movi-mentos nacionalistas hindus se tornavam cada vez mais agres-sivos, os britânicos, que ainda insistiam em permanecer na re-gião, sentiam-se mais fracos.

Mergulhados até o pescoço na Segunda Guerra e na luta con-tra Hitler, mantinham seu império asiático cujos soldados (sú-ditos), aliás, integravam as tropas britânicas e dos EUA contra os projetos expansionistas japoneses na Ásia.

Pearl HarbourEm 7 de dezembro de 1941, o almirante Isoroku Yamamo-to (1884-1943) atacou de surpresa a frota americana em Pearl Harbour, no Havaí, paralisando a capacidade de os Estados Unidos agirem no Pacífi co. Em janeiro e fevereiro de 1942 os japoneses conquistaram as Filipinas e a Indonésia e tropas do general Tomoyuki Yamashita (1885-1946) desembarcaram na Malásia britânica, derrotaram as forças de Sua Majestade e de-cretaram o bloqueio de Cingapura que durou apenas uma se-mana, pois os britânicos desistiram de lutar: em 15 de feverei-ro de 1942 o general Arthur Percival (1897-1966) rendeu-se a Yamashita, que fi cou conhecido como o “tigre da Malásia”, e aprisionou cerca de cem mil soldados, na que é considerada a derrota mais humilhante da história militar britânica. De Cin-gapura em direção ao Ocidente, os japoneses conquistaram a Birmânia, bombardearam o Sri Lanka e chegaram aos portões da Índia.

O Império Britânico estava quebrado e a sobrevivência de-pendia da ajuda americana e da paz na Índia. De fato, ameri-canos e indianos ajudariam a Grã-Bretanha, desde que se des-

A renúncia britânica à Índia foi o ponto de

ruptura psicológica do colonialismo europeu. Era a admissão

tácita de que num mundo

no qual pululavam

movimentos de libertação

nacional, os impérios decadentes da Europa

não poderiam manter a situação

fi zesse do império. E Hitler, por sua vez, estava disposto a um acordo de paz com a Grã-Bretanha nesta base: “Deixem-me promover a ordem na Europa, e vocês poderão continuar a promover a ordem na Ásia e a colocar as raças de cor em seu devido lugar”.

A hora crucial e grandiosa do Impé-rio Britânico foi quando o gabinete de Churchill decidiu ser mais importan-te derrotar Hitler do que salvar o impé-rio. Por um acordo não escrito, ao termi-nar a guerra os britânicos se retirariam – como se retiraram – da Índia. Com mui-to dinheiro americano e sangue e suor indianos os britânicos interromperam a marcha japonesa e a fi zeram recuar. A guerra terminou, os britânicos beberam a ultima xícara de chá e deixaram o sub-continente indiano.

Dormir e despertarEm 14 de agosto de 1947, o advogado e político Muhammad Ali Jinnah decla-rou a independência do Paquistão. Ho-ras depois, à meia-noite de 14 para 15 de agosto, Nehru apresentou-se à As-sembleia Constituinte: “Fomos chama-dos a um encontro com o destino. Ao soar meia-noite, enquanto o resto do mundo dorme, a Índia despertará para a vida e a liberdade. Chegou o momen-to, tão raro na história, em que nós dei-xamos atrás o antigo e marchamos para um mundo novo. O momento no qual termina uma era”.

Enquanto Nehru discursava, bandei-ras britânicas baixavam os mastros, milhões dançavam nas ruas de Délhi, Mumbai e Calcutá. Na manhã seguin-te, hindus e muçulmanos lutavam entre si. Pouco mais de três meses depois, os judeus dançavam nas ruas de Tel Aviv, Haifa e Jerusalém, quando a ONU de-cidiu encerrar o Mandato Britânico, e criar, em Israel, um Estado judeu ao lado de um Estado palestino. E lá tam-bém, em vez de danças, tiros e artilha-ria. Essa proximidade de acontecimen-tos, na Índia e na então Palestina, não foi casual. O Mandato Britânico em Is-rael fazia parte daquela mesma “era an-tiga”, citada por Nehru, e quando o re-

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magazine > israel 65 anos

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lógio bateu zero hora em Délhi, começava a contagem regres-siva em Jerusalém.

A renúncia britânica à Índia foi o ponto de ruptura psicológi-ca do colonialismo europeu. Era a admissão tácita de que num mundo no qual sob qualquer árvore frondosa, pululavam mo-vimentos de libertação nacional e no qual Stalin, o bigodudo “Sol dos Povos”, fl orescia em Moscou, os impérios decadentes e decrépitos da Europa não poderiam manter a situação.

Perdidos os anéis, tratavam de salvar os dedos dos seus in-teresses, e a única alternativa para interromper a onda comu-nista era um acordo duplo: com os norte-americanos e com parte dos movimentos de libertação nacional. Por esta razão, depois de Délhi e Karachi, a bandeira britânica foi sendo bai-xada em Omã (1946), Bagdá (1947), Rangum (capital da an-tiga Birmânia, atual Mianmar – 1948) e em Colombo, no Sri Lanka, (1948).

Com o fi m do império na Índia e no resto da Ásia, os britâni-cos já não precisavam mais defender rotas para a Índia. Israel perdeu importância, os britânicos fi caram felizes de abando-ná-lo à própria sorte, enquanto davam a judeus e palestinos a possibilidade de um acordo. Mas a história heroica confere aos judeus todo o crédito pela expulsão dos britânicos.

Apesar de Ben-Gurion, Begin, Shamir, da Haganá, Etzel, Irgun

e das organizações sionistas, é importan-te conhecer os contextos históricos para entender que os judeus e o Estado de Is-rael não vivem isolados, o destino deles está interligado ao do resto do mundo e muitas vezes é determinado a milhares de quilômetros. O que os judeus fazem é importante, como também é importante o que os não judeus fazem e dizem.

Talvez fosse o caso de erigir no jardim da Independência, em Jerusalém, está-tuas para Gandhi, Nehru e também para Jinnah, ou dar os nomes deles a ruas de Israel? Claro, nenhuma rua terá o nome do almirante Yamamoto ou do general Yamashita, mas convém lembrar, que a mitológica bandeja de prata na qual nos deram o Estado judeu, continha – ao menos em parte – sushi e dal chapati.

* O autor é professor do Departamen-to de História da Universidade He-braica de Jerusalém

>>ESTUDANTES COMEMORAM A INDEPENDÊNCIA DE ISRAEL EM 1948 E CARTAZES SUGEREM FRATERNIDADE EM RELAÇÃO AOS ÁRABES, MAS DEU TUDO ERRADO

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cos funcionários e aduladores à disposição de quem quer que seja. É um muro que serve de moldura à política – “a base da nossa existência”, como Biniamin Netaniahu o denominou –, cenário das campanhas para as primárias nos partidos e nas disputas eleitorais, e destino obrigatório dos chefes de Estado em visita a Israel.

Os que se consideram israelenses “normais” há muito tem-po se convenceram de que, para eles, o muro nada signifi ca. Parcelas esclarecidas da sociedade o tratam como um grande monte de pedras e não conseguem entender por que razão um grupo de feministas liberais insiste em frequentá-lo envoltas em xales de oração (talitot), alvo de cadeiras e de bombas de efeito moral arremessadas por haredim (ultrarreligiosos), deti-das porque insistem no direito de orar no Muro, em iguais con-dições que os homens.

A desculpa – ou pretexto – mais cômoda é que são america-nas e quando tudo termina voltam para Nova York ou se veem engolidas pela apatia israelense. A obstinação delas em ofi ciar um ritual arcaico e primitivo frustra os israelenses seculares. É verdade que temos questões mais urgentes para tratar, e re-solver. O problema é que simplesmente expor essa frustração ofusca o fato de que a luta das Mulheres do Muro serve para nos lembrar sempre de que não podemos nos dar ao luxo de desistir do núcleo da soberania de Israel em favor dos ultra-or-todoxos e dos crentes na vinda de um Messias.

Recentemente o juiz regional de Jerusalém, Moshé Sobel, decidiu que o “costume local”, observado no muro deve “ser

interpretado de forma pluralista, secular e nacional”. Sobel, ele próprio religioso, foi além de conceder o prêmio de uma vitória simbólica a setores da opinião pública sobre parcelas segregacionistas de haredim: determinou a que se chegue a uma interpretação pluralista, secular e nacional deste símbolo do qual as insti-tuições religiosas se apossaram há muito tempo. O desafi o das Mulheres do Muro precisa ser elogiado e devemos continu-ar articulando a narrativa israelense mo-derna de modo a que não chegue ao fi m o último Estado soberano judaico na an-tiga Terra de Israel.

Imaginou-se, como é normal, que os religiosos de um modo geral fariam as orações ao lado do Kotel em silêncio, como convém. No entanto, de uns tem-pos para cá, um número cada vez maior de pessoas não se contenta em ver o Muro somente como o limite de suas am-bições, mas quer usá-lo como trampolim e andaime para a reconstrução do Ter-ceiro Templo. E esse é um fato que não podemos ignorar.

Tradução de Yosi Turel

IMAGEM DE DEVOÇÃO COLETIVA DIANTE DO KOTEL DURANTE O PESSACH

Tal como está administrado, o muro impede

qualquer investigação arqueológica

e mais parece um

monumento movido ao dinheiro de orçamentos, a doações e esmolas que vicejam nos bastidores

e do qual se benefi ciam

alguns poucos funcionários e

aduladores

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magazine > israel 65 anos II | por Anshel Pfeffer

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P or um breve momento, o Muro das Lamentações foi um lugar de moderação e bom senso. Um jovem ra-bino de Tzahal, Yisrael Ariel – que viria a se tornar dirigente do partido racista Kach, fundado pelo ra-

bino Meir Kahana e um dos mentores do Instituto do Templo – foi incumbido de guardar a entrada do Monte do Templo ao ser conquistado pelo exército israelense na manhã de 7 de ju-nho de 1967. Ariel estava convencido de que pouco depois, talvez em questão de horas, especialistas em demolição des-truiriam o Domo da Rocha com explosivos e limpariam o ter-reno para a construção do Terceiro Templo.

Mas eis que o então ministro da Defesa Moshé Dayan, tantas vezes acusado de arrogância, naquele dia de triunfalismo teve um acesso de bom senso, e quatro horas depois de a tropa de paraquedistas chegar ao Monte do Templo mandou os soldados debandarem e arriar a bandeira de Israel. Ao contrário do que se pode pensar, essa decisão enfatizou ainda mais a soberania israelense e as restrições que um Estado, senhor de suas pos-sibilidades, pode impor às próprias ações. Desde aquele dia, e mesmo depois de morto, a direita messiânica ainda o acusa de medroso e de complexo de inferioridade em relação ao Islã. Nada mais enganoso, no entanto, pois o ministro simplesmen-te cumpria o destino sionista de construir uma nova socieda-de judaica conectada às suas antigas raízes – e não o de recons-truir um antigo templo e tampouco uma nação sacerdotal.

Naquele mesmo dia, mesmo com as fronteiras de Israel ao mesmo tempo desprotegidas e pouco nítidas, as linhas da sua identidade foram estabelecidas. O gigantesco muro de arri-mo projetado por Herodes ao redor do complexo do templo tornou-se uma espécie de barreira de contenção contra um possível furor fundamentalista. Assim – e voluntariamen-te –, o Estado abriu mão do Monte do Templo e fez do Muro das Lamentações ao mesmo tempo ponto de partida e objeti-vo fi nal. Todavia a sabedoria e a humildade duraram somente três dias, pois Teddy Kollek, o prefeito de Jerusalém de então, mandou expulsar as 650 pessoas e destruir os casebres onde viviam, no bairro dos mugrabim. E em poucas horas surgiu a

O sonho do Terceiro TemploDESDE QUE FOI CAPTURADO PELOS PARAQUEDISTAS DO EXÉRCITO DE

DEFESA DE ISRAEL (TZAHAL), EM 1967, TODOS QUEREM UM PEDAÇO DO MURO DAS LAMENTAÇÕES. MAS A QUEM ELE REALMENTE PERTENCE?

área na qual foi construída a grande pra-ça em frente ao Kotel.

Mesmo antes de ser transferido para o organograma do Ministério de Assuntos Religiosos e integrar a jurisdição ortodo-xa, a apressada expulsão de 135 famílias acrescenta outro signifi cado, quase es-quecido, ao Muro das Lamentações. Esse local, ao qual nunca se atribuiu ou consi-derou possuir a menor santidade, no pe-ríodo bizantino e no início do muçulma-no foi área de despejo municipal de Je-rusalém durante séculos. E com a Guerra dos Seis Dias viu-se transformado em re-positório de paixões políticas, fi nancei-ras, nacionalistas e religiosas.

Todos queriam o seu Kotel. Ele tornou-se o muro das cerimônias militares e da mitologia, especialmente para os para-quedistas, embora a brigada da reserva do coronel Motta Gur tenha chegado tar-de à luta por Jerusalém porque se envol-vera desnecessariamente na sangrenta batalha pela Colina da Munição (em he-braico, Givat Hatachmoshet), e alcança-ram a glória na chegada à Cidade Velha sem ter a quem combater. Em função do muro e do seu perfi l mítico foram institu-ídas ieshivot, construídos apartamentos de luxo, instalados escritórios pretensio-sos e erguidos monumentos. É um muro de hegemonia ortodoxa que confi nou as mulheres a menos de 20% da área total e forçou outras correntes religiosas a se contentarem com um kotel de segunda categoria, depois da esquina.

Tal como está administrado, o muro impede qualquer investigação arqueoló-gica e mais parece um monumento mo-vido ao dinheiro de orçamentos, a doa-ções e esmolas que vicejam nos bastido-res e do qual se benefi ciam alguns pou-

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como as perguntas ingênuas dela faziam o pai provar e justifi car as descobertas.

Menos o Caso Dreyfus. Para David e Claire começou em Ma-nhattan, onde faziam compras. Em um restaurante, viram um exemplar do jornal francês Le Matin com a reprodução do do-cumento que serviu de prova para condenar Dreyfus. “Se meu pai nunca tivesse visto aquele jornal, tenho certeza de que o capitão Dreyfus terminaria seus dias na colônia penal onde es-tava encarcerado como traidor da França”, escreveu ela.

David escreveu para a mulher de Dreyfus e meses depois duas pessoas foram à sua casa, em Bayswater, Long Island, e lhe entregaram amostras da caligrafi a de Dreyfus, a partir das quais preparou um laudo entregue aos defensores de Dreyfus, entre eles Emile Zola.

São as lembranças de Claire, mais do que qualquer outra de-claração, que revelam como Carvalho concluiu que o docu-mento usado para processar Dreyfus fora falsifi cado por Ferdi-nand Walsin Esterhazy, o verdadeiro espião.

“Todos os textos de autoria do capitão Dreyfus têm uma ca-racterística particular: as letras iniciais partem da base da linha,

mas curiosamente a segunda letra da mesma palavra começa abaixo da linha”, contou David à fi lha. “Depois de tantos anos de experiência, aprendi que se uma pessoa tenta disfarçar a própria caligrafi a ela também tenta evitar as características aparentes e dominantes dela… e se ela se esforça em imitar a caligrafi a de outrem vai se fi xar nessas características domi-nantes e aparentes e torná-las ainda mais intensas. E foi o que Esterhazy fez.”

A maioria dos casos de David descri-tos em Crimes com Tinta trata de infi de-lidade conjugal e testamentos duvido-sos. Segundo Claire, o pai interferiu em decisões de tribunais quanto à proprie-dades e à posse delas num total de cer-ca de US$ 200.000.000. Isto é, a preços de hoje e cem anos de infl ação depois, equivale a mais de US$ 4,5 bilhões, o que explica a razão de David ter sido tão requisitado.

E da mesma forma que qualquer gran-de detetive, David também tinha o seu próprio Moriarty, um verdadeiro artis-ta da falsifi cação chamado Charles Be-cker. Os dois se encontraram pessoal-mente quando David visitou-o na prisão de San Quentin, curioso para saber por-que era considerado um grande falsifi ca-dor. Talvez a história de David Carvalho tivesse sido esquecida porque a era digi-tal tornou irrelevante a ciência que prati-cava. De todo modo, Claire viveu para ver a evolução e análise de impressões digi-tais e de documentos datilografados, para citar apenas dois.

Da mesma forma que o sapateiro cujos fi lhos viviam descalços, David deixou o próprio mistério da sua morte. Segundo Claire conta, no leito de morte e com os fi lhos ao redor, David pronunciou as últi-mas palavras: “Caixa”. Depois do enter-ro, eles se perguntaram se a intenção era dizer que o testamento estava guardado em uma caixa de depósito (bancário) se-creta. No entanto, por ironia, nunca foi encontrado qualquer testamento.

* Harold Heft é diretor de pesquisa e inovação no North York General Hos-pital e autor de livros e artigos sobre cultura judaica

UMA DAS AMOSTRAS DA CALIGRAFIA DE FERDINAND ESTERHAZY USADAS POR DAVID NUNES CARVALHO PARA PROVAR QUE ELE ERA O TRAIDOR, E NÃO DREYFUS

Segundo Claire Carvalho, o

pai interferiu em decisões de tribunais

quanto à propriedades

e à posse delas num total de cerca de US$ 200.000.000.

Isto é, a preços de hoje e cem anos

de infl ação depois,

equivale a mais de US$ 4,5 bilhões

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magazine > mistério | por Harold Heft

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H á pouco mais de um século, o especialista em tintas, caligrafi a e impressão David Nunes Car-valho virou fi gura central em uma das mais sen-sacionais investigações do mundo envolvendo

o ofi cial judeu do exército francês Alfred Dreyfus. As conclu-sões de David Carvalho foram fundamentais para inocentar e conceder perdão defi nitivo a Dreyfus.

Carvalho, que nasceu na Filadélfi a, em 1845, fazia parte de uma das mais extraordinárias e, ao mesmo tempo, esqueci-das famílias judias. Era o primogênito do fotógrafo Solomon Nunes Carvalho, que em 1853 integrou a quinta e última ex-pedição exploratória das Montanhas Rochosas, chefi ada por John Charles Frémont. Solomon talvez tenha sido o primei-ro fotógrafo a acompanhar uma exploração histórica. O fi lho mais novo, Solomon Solis Carvalho, foi um dos mais impor-tantes executivos do império de mídia de William Randol-ph Hearst, e que, acredita-se, tenha inspirado a personagem Bernstein em O Cidadão Kane.

Muito do que se sabe a respeito da vida e obra de David Car-valho tem origem no trabalho acadêmico Forty Centuries of Ink (“Quarenta Séculos de Tinta”), de 1904, e Crime in Ink (“Crime com Tinta”), de autoria da fi lha Claire Carvalho, em 1929, qua-tro anos depois da morte do nosso detetive.

David parece ter herdado do pai o espírito pioneiro e inova-dor. Na expedição Frémont, Solomon conseguiu usar produ-tos químicos para produzir imagens externas em temperatu-ras abaixo de zero, e quase no fi nal da vida patenteou um novo processo para aquecer a água. Como Solomon, David primei-ro foi fotógrafo, e depois, curioso e determinado, dedicou-se às tintas e à impressão.

David publicou Quarenta Séculos de Tinta em 1904, enquan-to cuidava dos cinco fi lhos órfãos da sua mulher Annie, morta em 1903. Embora o livro seja um profundo – e quase obsessi-vo – estudo acadêmico, ele não tinha formação universitária, mas trata de como e quando a tinta começou a ser produzida, sua composição, como interage com diferentes tipos de papel e de que maneira foi empregada pelas mais diversas culturas ao longo da história.

O detetive que seguia pistas de tinta

ELEMENTAR, MEU CARO CARVALHO, O INVESTIGADOR JUDEU QUE CONTRIBUIU, DE MANEIRA SENSACIONAL, PARA INOCENTAR O OFICIAL

FRANCO-JUDEU ALFRED DREYFUS – ACUSADO DE TRAIÇÃO E ESPIONAGEM

O livro é do período em que crescia a fama de David como o grande detetive que se valia da caligrafi a como elemento de investigação e isso valorizava ainda mais o seu negócio e reputação. No iní-cio do livro, David já indica que conhe-cer a história (da tinta e da impressão) é um meio de se proteger da fraude: “O abuso criminoso da tinta é de certa for-ma comum de parte de pessoas mal-in-tencionadas que tentam, por meio de processos secretos, reproduzir fenôme-nos de tinta em documentos antigos e modernos”.

Enquanto o livro de David é todo erudi-ção, o da fi lha Claire, Crime com Tinta, de-monstra como aplicou este conhecimen-to. Cada capítulo parece o trecho de algu-ma série de histórias de detetive, ao ana-lisar o papel e a participação do pai em alguns dos mais sensacionais casos crimi-nais na virada do século 19 para o 20.

A inocência de DreyfusO livro começa com a investigação da morte do milionário William Marshal Rice, em setembro de 1900 em seu apar-tamento na Madison Avenue, Nova York. Pistas para esclarecer as circunstâncias da morte de Rice podiam estar nos mui-tos cheques e no testamento que fazia do advogado dele principal benefi ciário. Ao investigar a autenticidade das assinatu-ras de Rice no testamento e nos cheques, David disse que eram falsifi cadas. “As as-sinaturas estavam muito certinhas. É im-possível a qualquer ser humano – e prin-cipalmente um frágil homem de idade – apor sua assinatura de modo exatamen-te igual, e estas quatro assinaturas têm o mesmo padrão das outras.” O advogado de Rice e o mordomo da casa foram pre-sos, e a imensa fortuna deixada de he-rança instituiu a Universidade Rice, em Houston, Texas.

Assim como o próprio Sherlock Hol-mes, Claire mostra o pai em atividades de lazer intelectual, até que a polícia o con-vocar para colaborar nas investigações. Claire tinha 41 anos quando escreveu o li-vro, mas guardou as lembranças dos diá-logos de infância com o pai, acompanha-va os casos para os quais era chamado, e

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S e na década de 1970 Woo-dy Allen achava que se deve-ria valer da esperteza judaica para esgrimir as ofensas e as

mágoas do mundo, Henry Kissinger de-fendia usar a esperteza judaica para ge-rir o mundo.

Este brilhante refugiado da Alemanha nazista de voz rouca, sotaque carregado e óculos pesados encarna o auge de um certo tipo de aspiração e realização ju-daica na América do século 20: professor de Harvard, em 1954; arquiteto da políti-ca exterior de Richard Nixon, em 1969, e o primeiro judeu secretário de Estado (Ministro das Relações Exteriores), em 1973, e o símbolo sexual mais surpreen-dente da época.

Durante as últimas quatro décadas, Kissinger foi o decano do sistema go-vernante da política externa dos Esta-dos Unidos, assessorando presidentes e governos estrangeiros. Em recente reu-nião do Conselho Atlântico (organização que promove a liderança construtiva dos EUA em assuntos internacionais), Hilla-ry Clinton disse: “Onde quer que eu vá, as pessoas falam comigo a respeito de Henry”. Mas ao mesmo tempo que não admite meio termo e nos últimos anos, por exemplo, em alguns blogs era cha-mado de kapo (guarda judeu de campo

Um judeu em confl ito consigo mesmo

HENRY KISSINGER ANIVERSARIOU EM MAIO. COMPLETOU 90 ANOS. É UM DOS JUDEUS MAIS INFLUENTES DA HISTÓRIA AMERICANA E UM DOS MAIS CONTROVERSOS QUANDO O ASSUNTO É ISRAEL E JUDAÍSMO

KISSINGER FAZIA O SEU TRABALHO COMO AQUI, COM NIXON, EM VISITA A MOSCOU

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de concentração) que deveria ter sido assassinado em uma câ-mara de gás e o falecido Christopher Hitchens o considerava uma “criatura vil”.

Os judeus também têm sentimentos ambivalentes a respeito dele como pessoa. Em gravações do período Richard Nixon, li-beradas em 2010, é possível ouvir Kissinger assessorando o pre-sidente dizer que “se na União Soviética colocarem os judeus em câmaras de gás, essa não deve ser uma preocupação ameri-cana”. Essa afi rmação desencadeou um novo ciclo de acusações, revelando que, de fato, assim como Kissinger tem uma relação confl ituosa com sua identidade judaica, os judeus têm lutado com ele por muitos anos.

As críticas dos judeus contra Henry Kissinger alinham qua-tro aspectos: como um “judeu não judeu” e manifesta vergo-nha de ser judeu; as manipulações maquiavélicas durante a Guerra de Iom Kipur, em 1973, que os críticos acreditam ter sido responsável pela morte muito além do necessário de is-raelenses; a insensibilidade ao sofrimento dos judeus sovié-ticos, e a fragilização da heroica luta do embaixador ameri-cano na ONU, Daniel Patrick Moynihan, contra a infame de-cisão da Assembleia Geral de que “sionismo é racismo”, por uma temerosa covardia de ser “muito judeu”. Cada acusação se sustenta por declarações vivas, auto-incriminatórias e por ele próprio pronunciadas com a retórica exaltada dos seus tempos de triunfo.

No entanto, cada situação era muito mais complexa do que sugerem suas devastadoras tiradas, e devem ser entendidas no contexto da própria jornada judaica de Kissinger, carac-terizada pelo trágico, traumático, em surpreendentes longas nove décadas, desde Fürth, na Alemanha, à Quinta Avenida, em Nova York.

O poder, este afrodisíacoNa década de 1970, muitos judeus tradicionais consideravam Henry Kissinger como o último e desprezível hofjude (“ju-deu da corte”) germano-americano, isto é, o judeu da corte que fez história por trair o próprio povo e a si mesmo. Nes-sa narrativa popular judaica, ele parecia imaginar que negar a identidade judaica foi o preço que pagou pela própria his-tória, de judeu adolescente perseguido na Baviera e que em 1938 fugiu dos nazistas direto para Washington Heights (bair-ro nova-iorquino para onde, entre 1930 e 1940, se mudaram levas de imigrantes, muitos deles judeus) como um imigrante id (“judeu”, em ídiche), para ser o garoto-prodígio de Harvard, e depois da Casa Branca. A isso os críticos juntaram três “S”: casou-se com uma shikse (não judia), em um Shabat e com shrimp (“camarão” em inglês) na festa de casamento, com a alta, loira e bem-educada Nancy Maginnes, uma WASP (sigla em inglês para branco, anglo-saxão e protestante).

Como convém a um intelectual fanfarrão e autor de frases memoráveis como “o poder é o melhor afrodisíaco”, Kissin-ger afastou-se das raízes judaicas com ironias de mau gosto. “Se não fosse pelo acidente do meu nascimento, eu seria an-

>>

tissemita”; “qualquer pessoa que tenha sido perseguido por dois mil anos deve estar fazendo algo errado” e “nasci ju-deu, mas a verdade é que isso não tem nenhum signifi cado para mim. A Amé-rica me deu tudo”.

Em certo sentido, Kissinger estava cer-to pois ele precisou negar a identidade para subir tão alto no governo Nixon. As gravações feitas da Casa Branca regis-tram o desprezo de Nixon para com os judeus em geral, e particularmente para o seu “moleque judeu” (jew boy). Prin-cipalmente na época em que integra-va o Conselho de Segurança Nacional, e Nixon tentou demitir todos os judeus membros do Conselho envolvidos em questões do Oriente Médio porque duvi-dava da objetividade deles.

Certa vez, depois de Kissinger analisar uma questão relacionada a Israel, Nixon usou todo seu lado grosseiro para per-guntar se “agora podemos ter um ponto de vista americano?” Um dos assessores mais próximos do presidente, John Ehr-lichman, lembra que “para Kissinger, ser judeu, representava uma vulnerabilida-de, e ele não gostava de ser vulnerável. Mas Nixon gostava, sim, de que ele se sentisse assim, vulnerável”.

Apesar de desprezá-lo, Nixon tam-bém precisava de Kissinger, a estrela diplomática que ajudou na détente com a União Soviética e a China comunis-tas, encerrando décadas de isolamento. Talvez o secretário de Estado mais in-fl uente, famoso e talentoso desde Tho-mas Jefferson, nos círculos da políti-ca externa era uma fi gura pop e a mais poderosa. Meses depois quando a ad-ministração Nixon desapareceu sob os escombros de escândalos como Water-gate, por exemplo, Kissinger tornou-se ainda mais importante no papel de fi a-dor da normalidade do governo, mes-mo quando todos sabiam que não era bem assim.

Essa rivalidade entre Nixon e Kissin-ger e a crise provocada pelo episódio Watergate fornece o contexto essencial para a Guerra de Iom Kipur. Depois que o Egito e a Síria surpreenderam a Isra-el no dia mais sagrado, é possível ouvir

Na década de 1970,

muitos judeus tradicionais

consideravam Henry

Kissinger como o último e desprezível

hofjude (“judeu da corte”) germano-

americano, isto é, o judeu da corte que

fez história por trair o próprio

povo e a si mesmo

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Kissinger na gravação dizendo que o “melhor resultado seria se Israel atacasse, mas que fi casse sangrando no processo”. Para ele, o impasse egípcio-israelense poderia produzir um “acordo de paz viável”. Essas observações e mais as duas ho-ras e meia que demorou de propósito para informar Nixon, de férias em Key Biscayne, na Flórida, a respeito dos “peri-gos de guerra”, atribuem a Kissinger uma onipotência que ele nunca teve. Afi nal, Israel já estava bastante sangrado até qua-se sucumbir, depois de contar 2.656 soldados mortos. Kissin-ger pode ter impulsionado o processo de paz no Médio Orien-te e reforçando a lenda a seu respeito, e fi rmou as bases para o tratado de paz Israel-Egito, em 1979.

Todas essas informações podem ser manipuladas para que Kissinger seja acusado de atrasar o fornecimento de equipa-mento militar – uma questão de vida ou morte para Israel – para, desta forma, prevalecer seu ponto de vista maquiavélico. No entanto, essa interpretação não considera o caos da guerra, a preocupação de Nixon com Watergate, a letargia burocrática de Washington e o histórico e generoso esforço americano em fornecer armas a Israel, tudo isso em uma semana. O funcioná-rio que realmente resistiu até onde pôde ao reequipamento de Israel, era um marrano neurótico, com sobrenome que soava germânico, James R. Schlesinger, secretário da Defesa de Ni-xon, e principal rival de Kissinger no governo.

Schlesinger nasceu em uma família judia de classe média de origem litua-na, converteu-se ao luteranismo e ini-cialmente duvidava que Israel precisas-se de ajuda, tão confi ante estava, como, aliás, a maioria, de que Israel venceria a guerra facilmente. Kissinger e Sch-lesinger tinham opiniões divergentes a respeito do momento certo da quan-tidade de armas a fornecer e do envol-vimento direto dos Estados Unidos na guerra de 1973. No livro Nixon and Kis-singer: Partners in Power (“Nixon e Kis-singer, Associados no Poder”), o his-toriador Robert Dallek conta que Kis-singer “convenceu Nixon a ignorar o conselho de Schlesinger e iniciar o rea-bastecimento em larga escala de Israel, o que ajudaria a alcançar um resultado equilibrado da guerra”.

O papel de Kissinger no caso dos ju-deus soviéticos e na resolução que equi-para o sionismo ao racismo é moralmen-te problemático e historicamente mais

>>EM 1973, POUCO DEPOIS DA GUERRRA DE IOM KIPUR, COM A ENTÃO PRIMEIRO-MINISTRO GOLDA MEIR

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complexo. Na tese de doutorado em Harvard sob o tema “O Príncipe Austríaco Metternich, o Século 19 e o Equilíbrio do Poder”, Kissinger procurou ensinar doutrinas realistas de po-lítica exterior para a elite americana. Para esse ativista da re-alpolitik, países não têm amigos, apenas interesses, e a Amé-rica devia resistir a cruzadas sentimentalistas, a emigração era uma questão interna da União Soviética e menos urgente do que a ameaça da destruição nuclear, apesar de se orgulhar de que “a diplomacia silenciosa” aumentara a imigração de ju-deus soviéticos, de setecentas pessoas, em 1969 para quase quarenta mil, em 1972.

Kissinger foi agressivo ao se opor à emenda Henry Jack-son-Charles Vanik, que condicionava a concessão do status comercial de “nação mais favorecida” da América à política de imigração do país. Ele abominava o que considerava uma arrogância legislativa inoportuna e exibicionista, e que pro-vocou uma “conversa de surdos” com Nixon: “A imigração dos judeus da União Soviética não é um objetivo da política externa americana. E se eles colocarem os judeus em câma-ras de gás na União Soviética, essa não deve ser uma preo-cupação americana. Talvez uma preocupação humanitária”. Resposta de Nixon: “Eu sei. Não podemos explodir o mundo por causa disso”.

Robert Dallek também registra em seu livro afi rmações que se referem a Daniel Patrick Moynihan, embaixador na ONU, e Kissinger faz piada com a defesa apaixonada de Moynihan do sionismo: “Estamos conduzindo a política exterior. Isto não é uma sinagoga”, ironizando se Moynihan, irlandês e católico, desejava se converter ao judaísmo, e menosprezando mem-bros do governo de Israel durante negociações acaloradas, como “os piores merdas do mundo”.

Comichões com IsraelComo um judeu em confl ito, americano orgulhoso e carrei-rista impulsionado pelo perfeccionismo, Kissinger sentia “co-michões contraditórios” quando lhe chegavam ao gabinete questões envolvendo Israel, isto é, antes de tomar uma deci-são como americano ele se sentia judeu, e vice-versa. Ele cons-truiu a carreira como um intelectual alemão, não como o ju-deu esforçado. A condição de refugiado do nazismo e sargen-to do Exército dos Estados Unidos durante a guerra em territó-rio alemão, e fez ao seu modo germânico, prova do seu brilho e não marca de Caim. Era o intruso mesmo sendo uma pessoa que estava por dentro, sofreu ataques antissemitas de Nixon, e carregava o desprezo de “moleque judeu” e de que se valiam os seus críticos em Israel.

Tanto na condição de cortesão e carreirista, como o de um traumatizado sobrevivente do Holocausto e ao mesmo tempo astuto, Kissinger absorveu – e estimulou – o antissemitismo que o cercava, talvez para provar uma certa independência em relação aos irmãos de religião. No fi nal de 1974, com Nixon no avião presidencial, fez-lhe um comentário a respeito dos ju-deus americanos: “O poder deles nos Estados Unidos deriva do

fi nanciamento de campanhas eleitorais. Não é fácil explicar ao povo americano por que devemos nos opor permanente-mente a 115 milhões de árabes, deten-tores de todo o petróleo do mundo, em nome de um país de três milhões”. De forma inconsciente e patética, Kissinger ecoava declarações do chefe do Estado Maior Conjunto, general George S. Bro-wn: a razão “da infl uência judaica neste país” e do apoio americano a Israel, se descobrirá olhando para “onde está o di-nheiro judeu”.

Mas o que geralmente mais o frustra-va era o próprio comportamento de Is-rael. Ele acusou os líderes do país de ser “um bando doentio” devido às ma-nobras contra ele nos bastidores com jornalistas e membros do Congres-so. Como um ambicioso líder america-no tentando salvar o mundo, ele conde-nava o desdém israelense quanto à po-lítica global dos EUA. Em um dos seus muitos acessos de fúria anotados pelos estenógrafos do presidente Gerald Ford, no Salão Oval, o secretário de Estado denunciou os israelenses como “tolos”, “bandidos comuns”, e “a causa básica do problema”. “Isto é terrivelmente do-loroso para mim”, confessou o sempre melodramático Kissinger. “Sou judeu. Como posso querer isso? Nunca vi nin-guém jogar com tanto sangue frio com o interesse nacional americano”. Quan-do era acusado de intimidar Israel, dava a cartada da Shoá, perguntando: “Como posso, enquanto judeu que perdeu tre-ze parentes no Holocausto, fazer qual-quer coisa que pudesse trair Israel?”

Depois de deixar o governo e atuar como consultor, escritor e estadista, foi pessoalmente muito mais seguro e mais interessado em garantir a segurança de Israel. No que alguns consideram como uma própria forma de penitência, Kis-singer tem usado “sua posição especial’” para defender as relações entre Estados Unidos e Israel como boas para Israel e também para a América.

Em novembro de 1977, pouco depois de deixar o cargo de secretário de Esta-do, Kissinger declarou que “a segurança de Israel é um imperativo moral para to-

Meses depois, quando a

administração Nixon

desapareceu sob os

escombros de escândalos

como Watergate,

por exemplo, Kissinger tornou-se

ainda mais importante no papel de

fi ador da normalidade do governo

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dos os povos livres”. Trinta e cinco anos depois, ao receber do amigo Shimon Peres, uma das mais altas honrarias civis do Es-tado judeu, referiu-se a Israel como sendo “em muitos aspec-tos, uma ilha de estabilidade e de coesão nacional em um mo-mento de turbulência em qualquer outro lugar, embora não se possa necessariamente provar a partir dos debates que às ve-zes acontecem na Knesset”.

Embora represente a odisseia insegura da maioria dos ju-deus nos Estados Unidos, Henry Kissinger encarna o sonho americano. Não é necessário um jovem fugir da Alemanha na-zista para se reajustar, agir como um ser “normal”, abandonar a herança religiosa e étnica, e desfrutar da recompensa ameri-cana, ou se regozijar com os avanços que conseguiu nos cam-pos social, econômico, e da cultura. “Você pode acreditar que ela é membro do Colony Club e quer se casar comigo?”, conta o escritor Walter Isaacson na biografi a de 893 páginas de Henry Kissinger, falando da segunda mulher, Nancy.

A vida judaica americana está repleta de homens e mulhe-

SHIMON PERES E HENRY KISSINGER, DOIS NONAGENÁRIOS

Como um judeu em confl ito, americano orgulhoso e carreirista

impulsionado pelo

perfeccionismo, Kissinger sentia

“comichões contraditórios”

quando lhe chegavam

ao gabinete questões

envolvendo Israel

res maduros, que, ao envelhecer e bem-sucedidos, recalibraram as identidades internas e refi zeram as imagens exterio-res de modo a incorporar mais elemen-tos judaicos.

Na pior das hipóteses, o muito euro-peu Kissinger teve de sacrifi car a digni-dade e a consciência que trouxe de um berço alemão, para propor e executar políticas amorais. E na melhor usou a re-alpolitik para promover os ideais ame-ricanos, capazes de fazer do mundo, in-cluindo a América e Israel, um lugar me-lhor e mais seguro – enquanto que a uto-pia subjacente a esses ideais tem sido a chave para o êxito judeu americano.

Tradução de Yosi Turel

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magazine > cinema | por Beate Sissenich *

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O s fi lmes feitos a partir de biografi as de fi lósofos são raros e tendem a privilegiar as fi guras que provocam maior impacto na sociedade em detri-mento daqueles pensadores que se colocam no

topo das torres de marfi m. É difícil capturar a vida da mente, a menos que infl ua diretamente na ação social.

Exemplo disso é Gandhi, de Richard Attenborough, que trata das ideias de não violência do líder da independência indiana por meio do ativismo político, e não pelos textos que produziu. Da mesma forma, a cinebiografi a da escritora marxista dissi-dente Rosa Luxemburgo, também dirigida por Margarethe von Trotta, não perdeu muito tempo com a considerável produção escrita da biografada, preferindo explorar o papel dela na fun-dação da democracia social organizada na Polônia, e, depois, do Partido Comunista na Alemanha, em oposição aos bolche-viques russos e aos social-democratas alemães.

Desafi ado a traduzir a fi losofi a em drama, é compreensível que o último fi lme de von Trotta, a respeito da escritora judia alemã Hannah Arendt, pouco trata da extensa obra da teórica política sobre a natureza da ação política ou a análise do tota-litarismo. Em vez disso, a fi ta se concentra em um período tur-bulento da vida de Arendt, aquele em que se viu atacada e cri-ticada pelas reportagens que escreveu do julgamento de Adolf Eichmann, em 1961. Publicado inicialmente na forma de uma série de ensaios na revista The New Yorker, o relato foi depois revisto, ampliado e transformado no livro Eichmann em Jeru-salém: um Relato sobre a Banalidade do Mal.

O fi lme retrata a mulher que enfrentou a hostilidade provo-cada por suas ideias. A forma como Arendt interpretou o com-portamento e as motivações dos perpetradores do Holocaus-to criou um abismo entre ela e os intelectuais judeus de Nova

York, muitos dos quais também eram exilados alemães.

Hannah Arendt é a continuação lógi-ca dos primeiros fi lmes de von Trotta so-bre mulheres que se opõem à ideologia dominante. Além do já citado Rosa Lu-xemburgo, dirigiu Vision, sobre a mís-tica, compositora e escritora medieval Hildegard von Bingen, e Rosenstrasse, a respeito do êxito do protesto de mulhe-res não judias contra a prisão dos mari-dos judeus em Berlim, em 1943.

Sempre o MossadA primeira cena de Hannah Arendt é a da captura de Eichmann em uma es-trada escura e isolada nos arredores de Buenos Aires. Muitas cenas depois Aren-dt é abordada da mesma maneira por agentes do Mossad enquanto caminha-va, pensativa, em um bosque longe do tumulto que sua interpretação do julga-mento causara.

Esse estranho paralelo sugere que os críticos de Arendt a acusavam de em-patia com os perpetradores nazistas en-quanto condenava as vítimas. Ela cho-cou os contemporâneos ao afi rmar que o Holocausto não foi um ato de brutais an-tissemitas, desprovidos de noções bási-cas de civilização, mas de burocratas ir-racionais desligados do próprio raciocí-nio moral em favor da obediência abso-luta ao Führer. Nesse sentido, Eichmann era um carreirista possuidor de intelecto

Arendt vai às telase fala de Eichmann

O NOVO FILME DE MARGARETHE VON TROTTA MOSTRA A FILÓSOFA HANNAH ARENDT A PARTIR DO JULGAMENTO DO CARRASCO NAZISTA E APRESENTA UM

RETRATO DOS IMIGRANTES JUDEUS ALEMÃES EM NOVA YORK

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de segunda categoria que organizou a deportação e o massa-cre dos judeus da Europa porque esse era o seu trabalho e ele o queria bem feito.

Para Arendt, o Holocausto não foi uma decisão coletiva que teve a participação de Eichmann: Hitler sozinho ordenara o extermínio total dos judeus da Europa, mas a execução da or-dem dependia da participação voluntária de muitos alemães e de outros funcionários em toda a Europa que pensavam de acordo ao da lei suprema do país. Por esta interpretação, Aren-dt questionava o conceito legal de culpabilidade

Segundo a fi lósofa, o entendimento tradicional de culpa não cabia, no caso de Eichmann, para condená-lo por crimes con-tra os judeus ou contra a humanidade que, de fato, organizou a deportação e o massacre de centenas de milhares, se não mi-lhões, mas pessoalmente nunca matou um único indivíduo.

Contrariamente ao que diziam os seus críticos, a avaliação que Arendt fazia das defi ciências da teoria legal não justifi ca-va os atos de Eichmann, a quem considerava essencialmente mau e merecedor da pena de morte. No entanto, explicitava o desprezo de Arendt pela Promotoria que, em sua opinião, in-terpretou de forma errada a natureza do crime e o papel de Ei-

chmann no Holocausto.Sem negar o papel dos nazistas, Aren-

dt certamente não considerava o Holo-causto inevitável. Seu livro se esforça em relatar o alcance da resistência e da não colaboração com as deportações em al-guns países ocupados, principalmente na Dinamarca, onde, escreveu, até mes-mo nazistas de carreira, por questão de princípios, “mudaram de ideia” a respei-to do “extermínio de todo um povo como uma coisa natural”.

No entanto, mesmo se as pessoas esti-vessem dispostas a concordar com a opi-nião de Arendt – o mal na pessoa de Ei-chmann parecia ser bastante comum – a insistência dela em que os líderes da co-munidade judaica podiam escolher en-tre cooperar ou não com o regime nazis-ta, e que aproveitaram a oportunidade para o auto-engrandecimento, indicava colocar as noções de responsabilidade moral de cabeça para baixo.

“Sem a ajuda judaica no trabalho ad-ministrativo e policial... haveria o caos completo ou a grande escassez da mão de obra alemã”, escreveu. O historia-dor Raul Hilberg se ocupou bastante dis-so em A Destruição dos Judeus Europeus (1961), ao qual o relato de Arendt se refe-re muito.

Mas em vez de analisar a coopera-ção como resposta racional para dimi-nuir o impacto do mal insondável, Aren-dt diz que os líderes da comunidade ju-daica “gostavam do seu novo poder” com a elaboração de listas, extorsão das víti-mas para cobrir custos do transporte de-las próprias, vigilância das deportações e transferências das riquezas dos judeus para os nazistas.

Arendt considerava equivocada a questão colocada muitas vezes no jul-gamento – por que não houve nenhu-ma rebelião? Em vez disso, o que pedia uma explicação era o grau de coopera-ção dos líderes das vítimas. “A verdade completa era: se o povo judeu estives-se realmente desorganizado e sem lí-deres, teria havido caos e muita misé-ria, mas o número total de vítimas difi -cilmente teria sido de entre 4,5 milhões e seis milhões de pessoas.” Em última

O fi lme retrata a mulher que enfrentou a hostilidade provocada

por suas ideias. A forma como Arendt interpretou o

comportamento e as

motivações dos perpetradores do Holocausto

criou um abismo

entre ela e os intelectuais judeus de Nova York

VON TROTTA FAZ FILMES SOBRE MULHERES QUE SE OPÕEM À IDEOLOGIA DOMINANTE

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análise, este aspecto do Holocausto ilustrou como os cálculos do nazismo substituíram completamente a consciência mo-ral tradicional.

Cooperação judaicaAs principais questões provocadas pelo relato de Arendt perma-necem insolúveis. Na década de 1990, a “Controvérsia Goldha-gen”, botou a interpretação intencionalista do Holocausto na conta funcionalista de genocídio organizado por burocratas ir-racionais. O livro de Daniel J. Goldhagen Os Carrascos Voluntá-rios de Hitler, de 1996, afi rmava que o Holocausto foi possível porque o antissemitismo alemão era diferente do antissemitis-mo em outros lugares na Europa porque objetivava a elimina-ção completa dos judeus.

Como este último argumento é um tanto tautológico [princí-pio segundo o qual a mesma palavra deve, no decurso de uma exposição teórica, ser tomada no mesmo sentido], a tese fun-cionalista não esclarece por que a modernidade engendrou o massacre em escala industrial apenas na Alemanha, e nem por que as sociedades europeias ocupadas pelos nazistas va-riassem tanto em suas respostas à expulsão, deportação e ao assassinato de judeus.

A cooperação judaica foi tratada de forma muito mais su-til pelo sociólogo Zygmunt Bauman que, em vez de acusar os líderes judaicos de auto-engrandecimento, no livro Mo-dernidade e Holocausto (1989) enfatizou a natureza parado-xal do genocídio burocraticamente organizado em que a co-operação das vítimas parecia ser uma estratégia perfeita-mente racional, ainda que autodestrutiva.

Alemães em Nova YorkComo um filme de época, Hannah Arendt presta pouca ho-menagem aos cinquenta anos de pesquisa a respeito do na-zismo que se acentuou a partir da morte de Eichmann. Mas

pinta um quadro vívido da comunida-de de imigrantes judeus alemães em Nova York que continuava falando ale-mão e mantinha hábitos alemães, e fa-zendo amigos americanos de Aren-dt, principalmente Mary McCarthy, se sentirem estranhamente deslocados.

O fi lme mostra com sensibilidade, e sem tomar partido, o rompimento en-tre Arendt e o seu antigo mentor, o sio-nista Kurt Blumenfeld. E parece menos imparcial ao tratar da relação de Aren-dt com Hans Jonas, amigo e colega da New School, uma universidade em Nova York. Mas a complexa relação de Arendt com seu ex-professor, fi lósofo e defensor do nazismo Martin Heidegger, é tratada de modo superfi cial e tolo.

O roteiro, de autoria de von Trotta e da escritora Pam Katz, é inteligente, ágil e tece o diálogo político e pessoal em vá-rias línguas. O fi lme original do julga-mento de Eichmann é intercalado com a narrativa do fi lme de von Trotta em que Arendt está na sala de imprensa do tri-bunal e conversando com colegas e ami-gos em Jerusalém e Nova York.

Barbara Sukowa não tem nenhuma se-melhança física com Arendt, e isso facilita focar na personagem e desprezar alguma fi xação sentimental baseada na aparência física. Janet McTeer é a romancista McCar-thy que fi cou ao lado de Arendt quando a maioria dos outros a abandonou.

Qualquer pessoa, mesmo com ligeiro interesse na teoria social do século 20, vai se benefi ciar com o fi lme, mas que não se espere dele uma lição de fi losofi a ou história do Holocausto. Seu maior pa-pel está na tentativa de compreender a sociologia dos intelectuais às voltas com um dos cataclismos fundamentais do sé-culo passado do qual eles próprios esca-param por pouco – o genocídio em esca-la industrial.

* Beate Sissenich é professora visi-tante no Centro de Estudos Europeus e Mediterrâneos da Universidade de Nova York e autora do livro BuildingStates Without Society (“Construin-do Estados Sem Sociedade”, Lexing-ton Books, 2007).

A PROTAGONISTA BARBARA SUKOWA TAMBÉM INTERPRETOU ROSA DE LUXEMBURGO EM OUTRO FILME DE VON TROTTA

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É possível fazer uma cinebiografi a tendo um livro como protagonista? O alcance do fi lme de Marga-rethe von Trotta, Hannah Arendt, é limitado por-que o foco é a época da publicação do livro Eich-

mann em Jerusalém, em 1963. Decididamente a obra favorece Hannah, mas os métodos expõem a heroína como santa. Sem responder às críticas ao livro, o fi lme prefere a hagiografi a de modo a garantir a vitória de Arendt, que adultera a própria natureza do confl ito em relação ao livro e ao legado do pensa-mento da fi lósofa.

O objetivo primordial de Arendt em Eichmann em Jerusalém – livro que reúne artigos publicados na revista The New Yorker – foi demonstrar “a banalização do mal”, os meios pelos quais um simples burocrata nazista pode ser instrumento para o as-sassinato em massa, sem nunca compreender ou reconhecer o horror dos seus atos. Segundo Arendt, Eichmann não tinha nenhum ódio especial pelos judeus, apenas pretendia exercer seu trabalho da melhor forma possível.

Se o livro contribui para a boa fi losofi a, também é história de má qualidade, como disseram muitos nas décadas seguintes à sua publicação. A historiadora Deborah Lipstadt, por exem-plo, ao observar Arendt, no fi lme, no julgamento de Eichmann (2011): “A única maneira de ela concluir que Eichmann não ti-nha conhecimento, era dar mais crédito ao comportamento dele e às testemunhas no julgamento do que às ações perpetra-das durante a guerra”.

De acordo com o livro de Lipstadt, o interrogador-chefe isra-elense de Eichmann declarou que o réu “mentiria até ser der-rotado por provas documentais”. Para ele, “sempre que Eich-mann protestava veementemente que algo não era verdade, provavelmente era”. E isso é uma contradição direta ao cerne da argumentação de Arendt.

No livro, a afi rmação mais polêmica de Arendt é de que os líderes judeus, membros do Judenrat, foram, em grande me-

dida, cúmplices do Holocausto pela co-operação com os nazistas, o que em sido muito contestado. E Tony Judt, em um admirável ensaio a respeito de Arendt, descreve-a “indiferente, talvez até mes-mo insensível, aos dilemas enfrentados pelos judeus na época”.

O fi lme Hannah Arendt é simpático a muitas afi rmações da fi lósofa no agora livro famoso, mas é a manipulação em torno da controvérsia acerca do Juden-rat (surgida com a publicação dos arti-gos na The New Yorker), que demonstra mais claramente a fi delidade ao mito de Arendt como destemida defensora da verdade.

Sempre cercada por montanhas de transcrições do julgamento, as opiniões dela são apresentadas como inquestio-náveis. “Mas é um fato”, insiste Arendt com um dos críticos a respeito das alega-ções quanto ao Judenrat, perplexa dian-te do fato de que alguém se ofendesse com a linha de argumentação. Seu tra-balho está a serviço da verdade, enquan-to o trabalho dos outros é apresentado como nefasto e interesseiro.

Confl ito acadêmicoNo fi lme, quem atormenta Arendt são ideólogos valentões e estridentes que valorizam a cortesia mais do que a ho-nestidade, protagonizados pelo colega acadêmico com cara de rato que fran-ze a testa e vaia a cada frase bombásti-ca de Arendt, para quem a maior parte de seus críticos é “tonta”, que provavel-mente nem leu os artigos. O fi lme apoia decididamente aquela afi rmação im-provável acerca do Judenrat, os críticos de Eichmann em Jerusalém e o vizinho idoso que envia uma mensagem ofen-siva a Arendt são passadores de trote. Ninguém está autorizado a contradizê-la ou a expressar as críticas óbvias à sua obra, isto é: um jornalismo indiferente e a sua inclinação fi losófi ca equivalia a uma defesa de Eichmann, como, ali-ás, Judt escreveu: “Os judeus pareciam se tornar os ‘responsáveis’, enquanto os alemães eram simplesmente ‘banais’”. O livro também foi criticado porque os ataques ao Judenrat derivavam menos

A perpetuação de um mito pernicioso

A OBJETIVIDADE DO FILME É ESPECIALMENTE DECEPCIONANTE, POIS VON TROTTA JÁ TRATOU ANTES DE ASSUNTOS DESAFIADORES, COMO O SUBESTIMADO ROSENSTRASSE (2003), QUE DESCREVE, DURANTE A GUERRA, A SITUAÇÃO DAS MULHERES ALEMÃS CASADAS COM JUDEUS

magazine > cinema II | por Saul Austerlitz *

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do registro histórico do que da relação confl ituosa de Arendt com o judaísmo, como acadêmica que se identifi cava e representava a alta cultura alemã.

E assim a Hannah Arendt da tela se-gue em frente, feliz e alheia aos ataques. O fi lme protege a protagonista, colocan-do as acusações de frieza, germanofi lia prolongada e desatenção ao antissemi-tismo na boca dos personagens antipáti-cos ou intelectualmente insignifi cantes. Essas críticas válidas são tratadas super-fi cialmente, e o fi lme avança célere.

A objetividade do fi lme é especial-mente decepcionante, pois von Trotta já tratou antes de assuntos desafi ado-res, como o subestimado fi lme Rosens-trasse (2003), que descreve, durante a guerra, a situação das mulheres alemãs casadas com judeus. O novo fi lme não é sutil, e tropeça no cenário e na lingua-gem. Cenas passadas na redação da The New Yorker são forçadamente cômicas, e até mesmo a normalmente confi ável Janet McTeer, que interpreta Mary Mc-Carthy, amiga e confi dente de Arendt, exagera na performance.

Hannah Arendt faz uso astuto da fi l-magem original do julgamento de Ei-chmann, em 1961, (acessível no You-Tube), no qual se vê o Eichmann real, não algum sósia de celuloide, o teste-munho angustiante de sobreviventes do Holocausto e o promotor Gideon Haus-ner, falando em nome dos mortos. Ape-sar das afi rmações de Arendt, este não é um julgamento de fachada ao esti-lo soviético. O fi lme também apresenta Arendt como uma pessoa solitária. “Eu nunca amei nenhum povo”, diria a um velho amigo. “Por que deveria amar os judeus?” Mas a calorosa amizade entre Arendt e McCarthy no fi lme enfraquece este argumento e, portanto, Arendt po-deria amar algumas pessoas, mas não o povo judeu.

Em um toque estranho e quase surrealista do fi lme, Aren-dt é parada em uma estrada deserta e solitária por um trio de agentes do Mossad. Eles procuram intimidá-la para impedir a publicação de Eichmann em Jerusalém, insistindo em seu po-tencial nocivo. “Vocês queimam livros e vem a mim com li-ções?”, ironiza Arendt. A referência é deliberadamente pro-posital – os israelenses seriam os novos nazistas, usando a força para exigir a concordância dos inimigos. Esta parte re-pete a primeira cena de Hannah Arendt, na qual Eichmann é preso da mesma forma em uma estrada nas imediações de Buenos Aires. São Arendt e Eichmann vítimas da mesma pressa em julgar? Como Arendt, o fi lme parece confundir na-zista e judeu, assassino e assassinado de modo tão comple-to que é possível confundir um lado com o outro. O que, para dizer o mínimo, é preocupante, pois o triunfo intelectual de Arendt parece exigir a imolação retórica de todos os rivais, incluindo o Estado de Israel.

“Tentar entender não é o mesmo que perdoar”, diz Aren-dt, como uma espécie de autodefesa tardia, apresentada em uma sala de aula e aplaudida pelos estudantes universitários. Mas o fi lme Hannah Arendt é mais revelador do que pretende ser. Arendt, de fato, tenta entender, mas a compreensão dela não se estende aos judeus vítimas do Holocausto. O entendi-mento ela reserva só para Eichmann.

* Saul Austerlitz escreveu Sitcom: a History in 24 Episo-des, from I Love Lucy to Community (“Sitcom: uma Histó-ria em 24 episódios, de I Love Lucy a Community”)

ARENDT LEVOU UMA VIDA CONTURBADA E VIROU UM MITO

NA HISTÓRIA DA FILOSOFIA

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O fi lme parece confundir

nazista e judeu,

assassino e assassinado de modo tão completo que

é possível confundir um

lado com o outro. O que,

para dizer o mínimo, é preocupante

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magazine > lançamento | por Jenna Weissman Joselit

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“A ‘enorme grande’ cidade é um brinquedo mara-vilhoso / feita apenas para uma menina e um menino / Vamos transformar Manhattan em uma ilha da alegria”, cantaram Richard Rod-

gers e Lorenz Hart na música Manhattan, de 1925. Cheia de referências geográfi cas ao Lower East Side (Greenwich Villa-ge, Coney Island e Flatbush), ao Bronx e também Staten Is-land, a música poderia muito bem servir de hino dos judeus de Nova York.

A lealdade deles àquelas cinco subprefeituras reforçam a Ci-dade da Promissão – a História dos Judeus de Nova York, obra ambiciosa organizada por Deborah Dash Moore em três volu-mes numa caixa, 1.108 páginas (New York University Press, US$ 125,00) que tenta capturar e dar sentido à confusa rela-ção entre a cidade e o grande número de habitantes judeus, e que deu origem a alguns dos mais emblemáticos bairros judai-cos modernos, instituições e personagens inusitados, como o Lower East Side (referência à baixa numeração) e o primeiro “grande gueto” dos Estados Unidos; a empresa fornecedora de peixes defumados Russ & Daughters, e beigels, e outras igua-rias geralmente associadas à Big Apple; Stephen S. Wise; o Lu-bavitcher Rebe, e Ed Koch, cujo necrológio exalta o “resisten-te e forte, ousado e irreverente, cheio de humor e chutzpá... o prefeito por excelência de Nova York”. O livro se ocupa crono-logicamente desde as origens da comunidade judaica, no sécu-lo 17, até a primeira década do atual, e mostra como e por que os judeus consideram Nova York “o seu lugar especial”.

Somadas, a bibliografi a e as notas de rodapé dos três volumes

ocupam mais de 150 páginas, e o proje-to envolveu o talento e a competência de gerações de historiadores judeus nor-te-americanos orientados por Deborah Dash Moore, professora da Universidade de Michigan e diretora do Centro de Estu-dos Judaicos Frankel, cujo livro At Home in America: Second Generation New York Jews (“Em Casa na América: Segunda Ge-ração de Judeus de Nova York”), de 1981, reafi rmou a importância de Nova York para a experiência judaica americana.

Tomando por base a nova história urba-na da época e a história judaica moderna, o relato de Moore transformou a etnia, de sociologia em história, e demonstrou até que ponto expressões modernas do juda-ísmo estavam ligadas a sensibilidades e comportamentos urbanos e que agora an-dam de mãos dadas.

Israel no rio Hudson

CONSIDERADA UMA ESPÉCIE DE NOVA JERUSALÉM, HÁ MUITO TEMPO NOVA YORK AGUARDAVA UM TRABALHO À ALTURA DA SUA

IMPORTÂNCIA PARA A MODERNIDADE JUDAICA. ESTA LACUNA FOI SANADA POR UM LANÇAMENTO RECENTE

OS JUDEUS SE INTEGRARAM DE TAL FORMA À NOVA YORK QUE SOMENTE OS

RELIGIOSOS SE DISTINGUEM DOS COMUNS

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Pesquisa ampliadaDepois de At Home in America, Deborah Dash Moore ampliou a pesquisa para questões como os judeus de Los Angeles e os de Miami, e a experiência dos soldados judeus na Segun-da Guerra. Cidade da Promissão é uma espécie de volta ao lar, sem o sentido de viagem sentimental. A combinação de leitu-ra atenta e profunda e extraordinária pesquisa nas fontes deu-lhe uma visão da ligação judaica com Nova York, que “em me-ados do século 20, nenhuma outra cidade oferecia aos judeus mais: visibilidade como indivíduos e como grupo, empregos e educação, inspiração e liberdade, companhia e comunidade… Mas nos anos 1960 e 1970, o caso de amor dos judeus com a cidade azedou”. Sensível às limitações e às possibilidades do encontro dos judeus com a cidade, às vezes a experiência ju-daica de Nova York vai muito além da promissão, às vezes fi ca aquém, e em outros azeda completamente.

Nas delegacias de polícia de Nova York, nada, nem mesmo o passado, manteve-se constante por muito tempo. Rapidamen-te uma espécie de judeu deu origem à outra, e da mesma forma as diversas línguas nas quais a comunidade se expressou. Os

registros dos livros de atas das sinagogas contêm detalhes irrelevantes, primeiro em português, depois em alemão, ídiche, ladino e inglês, e se editavam os jornais The American Hebrew e o Jewish Messen-ger, La Vara e Der Blatt. Enquanto isso, a vida no bairro judaico conhecido como Kleindeutschland (“pequena Alemanha”, em alemão) e em South Bronx e Harlem, Forest Hills e Borough Park desapare-cia da mesma forma que as fortunas da-queles que davam a estas áreas o nome de “meu lar”. Também surgiam e desapa-reciam aspirantes a rabinos, comercian-tes, líderes sindicais e políticos, benemé-ritos de obras assistenciais e trabalhado-res da indústria de vestuário, pintores de placas, artistas dos teatros de revista, adeptos do Bund e idichistas, amantes de Tzion, criadores de fantasias de Purim, e

Os registros dos livros

de atas das sinagogas

contêm detalhes

irrelevantes, primeiro em português, depois em

alemão, ídiche, ladino e inglês, e se editavam

os jornais The American

Hebrew e o Jewish

Messenger, La Vara e Der Blatt

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devotos do hebraico moderno. Por um tempo, a cidade império abrigou todo mundo.

Também os espaços da cidade destinados aos judeus muda-ram várias vezes de lugar. Edifícios que se imaginavam eter-nos e que davam à cidade o caráter aberto e hospitaleiro, como o exuberante Templo Emanu-El, de estilo mourisco, na esqui-na da rua 43 com a Quinta Avenida, com seus minaretes de for-mato oval e torres de detalhes sarracenos, foram derrubados para dar lugar a prédios de escritórios. Descrito pelo New York Times como “um dos poucos exemplos nitidamente orientais no panorama arquitetônico de Nova York”, a sinagoga enfren-tou a bola de aço da demolição em 1926, e o jornal comentou melancolicamente: “O sol está prestes a dourar estas torres pela última vez ... mudanças, mudanças em todos os lugares”.

Personalidades culturais que deixaram marcas na vida judai-ca de Nova York aparentemente tão indeléveis como o Templo Emanu-El são pouco ou mal conhecidas pela última – e atual – geração de judeus nova-iorquinos. Há alguns meses, em arti-go publicado no The Jewish Week de Nova York, Basia Rosen-baum observou que seus colegas do Hunter College não sa-biam quem era Woody Allen: “Aí pela metade do estágio es-colar eu citava Woody Allen (mesmo quando não entendia as piadas) para os colegas, e eles não só não tinham a menor ideia de quem era, mas riram muito do seu primeiro nome”.

DesmemóriaSe Woody Allen foi despachado para os pontos mais distan-tes da memória, qual será o destino das crônicas de Gershom Mendes Seixas, da Congregação Shearith Israel, da corajo-sa fundadora da Escola Técnica Hebraica para Meninas Min-nie Louis ou da temível Esther Jane Ruskay, autora desse ver-dadeiro hino à vida doméstica judaica, Hearth and Home Es-says (“Ensaios sobre a Lareira e o Lar”)? A história, portanto, foi incapaz de se lembrar de muitos que orgulhosamente cha-maram Nova York de “minha casa”. Talvez seja assim porque a história dos judeus de Nova York é a de uma gigantesca expan-são urbana, de um fragmento, que contém a maioria das carac-terísticas geográfi cas da cidade.

O primeiro volume da série, Céu da Liberdade: Os Judeus de Nova York no Novo Mundo, 1654-1865, dá o tom, de olho nos meios e modos como os judeus de Nova York se desenvolveram, inicialmente com a impressão de liberdade. Os judeus daquela cidade incorporaram no núcleo da vida individual e coletiva a ideologia revolucionária americana. O republicanismo formava as sementes das promessas da cidade que ajudaram a desenhar o retrato de uma comunidade aprendendo a encontrar seu ca-minho. No entanto, nem sempre as coisas davam certo e era co-mum os judeus nova-iorquinos do século 18 se revoltarem con-tra a autoridade da Shearith Israel, a única sinagoga da cidade. Se não por outras razões, por uma certa independência de espí-rito que se recusava a pagar as taxas, a sentar nos assentos que lhes eram designados, a observar o sábado e a manter a kashrut. Alguns deles, mais esquentados, tentavam resolver as dispu-

tas com uma violência que terminava em sangue, principalmente nos anos imedia-tamente anteriores e posteriores à Revo-lução Americana.

Em meados do século 19, os judeus de Nova York aprenderam a evitar ou, se possível, minimizar confl itos, formando as próprias congregações nas quais pre-valecia uma certa unidade de opiniões. Ou, então, expressavam o sentimento de comunidade e de fraternidade em insti-tuições seculares como a B’nai B’rith, ou a Associação Judaica de Ajuda aos Auxi-liares de Escritórios (Clerks Aid Society), organização fi lantrópica que não se pre-ocupava com o serviço religioso semanal e manter a kashrut não constituía “atesta-do de bom judeu”. Um mundo mais am-plo e de novas oportunidades acenava de forma sedutora e que os judeus de Nova York colheram rapidamente.

O segundo volume, Metrópole Emer-gente: Os Judeus de Nova York na Idade da Imigração, 1840-1920 (Emerging Me-tropolis: New York Jews in the Age of Im-migration, 1840-1920), é a crônica do crescimento explosivo da população de judeus nova-iorquinos durante a segun-da metade do século 19 e as duas pri-meiras décadas do século 20. O texto tra-ta da “história de como Nova York se tor-nou a maior metrópole judaica de todos os tempos”. A estatística é esclarecedora: em 1840, havia cerca de sete mil judeus na cidade. Em 1920, mais de um milhão e meio em razão da grande emigração da Europa. É difícil imaginar, mas houve um tempo em que a comunidade judaica de Nova York era tão pequena, que se po-dia medir seu tamanho a partir de quan-tas pessoas compraram matzá para Pes-sach. Como o número de residentes ju-deus cresceu e cresceu, essas contagens informais foram substituídas por méto-dos mais sofi sticados e impessoais, o que é revelador dessa mudança.

Lealdades rivaisDa mesma forma, a comunidade judaica de Nova York foi se tornando heterogê-nea e durante a segunda metade do sé-culo 19 era constituída dos “judeus trí-plex”, isto é, judeus discretos e reserva-

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dos que moravam em brownstones, as habitações de três an-dares. Na virada do século 19 para o 20, os judeus que viviam em grandes edifícios de muitos apartamentos tinham as pró-prias normas de comportamento público social, prevalecendo a fragmentação em vez da unidade.

Em um contexto de lealdades concorrentes e ferozmen-te mantidas, alguns judeus nova-iorquinos logo lamentaram as mudanças na comunidade judaica. Em 1910, em busca de con-senso como forma de controle social, formaram a Kehilá, um amplo grupo comunitário, espécie de “governo municipal”, cujas atribuições tratavam desde o que os judeus de Nova York comiam, e em que idioma oravam (ou não), à forma como os fi -lhos passavam o tempo de lazer. Daí porque, apesar das muitas tentativas, esse nobre empreendimento fracassou e os judeus de Nova York, incluídos os briguentos, os apaixonados, a massa in-controlável, enfi m, conquistaram a autodefi nição.

O terceiro e último volume da série, Os Judeus em Gotham: os Judeus Nova-Iorquinos em uma Cidade em Constante Mudança, 1920-2010 (Jews in Gotham: New York Jews in a Changing City, 1920-2010), conta a história até os dias atuais e faz da paisagem de Nova York algo cada vez mais familiar de modo a que, ao lê-lo, muitos residentes são capazes de se reconhecer e a sua cida-de. Quase todo o texto se concentra na mudança da paisagem urbana após a Segunda Guerra quando os novos bairros judeus se consolidaram. Em cada distrito cada bairro foi explorado de acordo com as oportunidades que se apresentavam e os desafi os propostos pela “cidade da promissão”.

Na década de 1960, o Queens Boulevard, em Forest Hills, vi-

rou uma “avenida judaica”, uma amos-tra de como Riverside Park e a avenida da ponte Williamsburg, por exemplo, po-deriam mudar. Enquanto isso, a comuni-dade planejada do Bronx, a Co-op City atraiu entre 25.000 a 40.000 judeus de to-das as partes.

O livro também destaca essa mistu-ra de fenômenos culturais do pós-guer-ra, que avançavam para além das fron-teiras locais, e de que faziam parte o mo-vimento judaico na União Soviética, o fe-minismo, o ressurgimento da ortodoxia, e o bom – ou mau – relacionamento en-tre negros e judeus, responsáveis por ins-tituições como o Trylon – um clube de meninos no Oeste do Bronx, o Comitê da Educação Judaica, ainda de 1943, e aque-les que habitam suas páginas, nomes conhecidos como Bella Abzug, Micha-el Bloomberg, Howard Cosell, Ed Koch, Ralph Lauren, Natan Sharansky.

* Jenna Weissman Joselit é professo-ra de estudos judaicos e de história na Universidade George Washington, e di-rige o programa de estudos judaicos e o mestrado em artes culturais judaicas

UM MERCADO DE TROCAS DE IMIGRANTES POLONESES RECÉM-CHEGADOS A NOVA YORK, NO SECÚLO 19

É difícil imaginar, mas

houve um tempo em que a comunidade

judaica de Nova York era tão pequena, que se podia

medir seu tamanho

a partir de quantas pessoas

compraram matzá para

Pessach

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magazine > a palavra | por Philologos

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A pesar de muitos terem gos-tado da minha recente co-luna a respeito da soletra-ção ortodoxa de “G-d”, ou-

tros não. Um, por exemplo, escreveu que foi “de muito mau gosto”, e que devo um pedido de desculpas aos leito-res. “Você poderia ter evitado o tom in-sultuoso pesquisando por qual razão o traço é usado por alguns para se referir à divindade. Uma ideia é a página 206 do livro de J. David Bleich Contempora-ry Halakhic Problems (“Problemas Halá-chicos Contemporâneos”).

Para outro, a coluna “errou o alvo”. E continua: “O costume de escrever ‘G-d’ não se relaciona com a palavra falada, mas à palavra escrita. ‘G-d’ é pronuncia-do da mesma forma que ‘God’. A coloca-ção de um hífen nesta palavra vem da prática hebraica de não escrever o nome verdadeiro da divindade em um texto que, por acaso, poderia ser destruído. A proibição quanto ao uso escrito do nome de Deus tornou-se um problema real nos últimos cinquenta anos com o surgimen-to da fotocópia”.

E mais um disse: “Não tenho conhe-cimento de qualquer proibição judaica em se pronunciar palavra ‘God’ em in-glês (ou Deus, em português). Ao contrá-rio, sempre me ensinaram a datilogra-far ou escrever a palavra como ‘G-d’. É

O santo nome do Senhor em vão

EMBORA O TEXTO ORIGINAL, EM INGLÊS, TRATA DE GOD OU G-D, O LEITOR BRASILEIRO PODERÁ IMAGINAR, E TROCAR, AS PALAVRAS DEUS OU

D’US. ENTENDA PORQUE A GRAFIA DESSAS PALAVRAS FOI ALTERADA

sabido que páginas datilografadas, es-critas e impressas com o nome de G-d escrito com ‘o’ são considerados docu-mentos sagrados do judaísmo e, portan-to, exigem o adequado enterro religio-so. A versão com traço pode ser amas-sada e jogada no lixo, mas a versão pia com o ‘o’, não”.

Essencialmente, todas essas três mensagens tocam o mesmo ponto. O uso ortodoxo de “G-d” refere-se estrita-mente à escrita, destinado a evitar que o nome da divindade seja destruído fi -sicamente. Uma vez que não tem nada a ver com a fala e não é para ser falada, a ironia no texto a respeito da impossi-bilidade de pronunciar o nome de “G-d” foi injustifi cada.

Embora eu não tenha pretensões de ser um halachista, esses argumentos são inconvincentes. Se a palavra inglesa “God” não é santifi cada o bastante para ser falada por um judeu ortodoxo, assim como as várias denominações hebrai-cas de Deus, por que é santa o sufi cien-te para ser destruída em sua forma escri-ta? Em hebraico, essa distinção nunca é feita. As palavras para “Deus”, proibi-das para os judeus ortodoxos na escrita comum – como o Tetragrammaton, Ado-nai, Elohim –, também são proibidas de serem faladas. Os circunlóquios utili-zados na fala, como Hashem, também

são permitidos na escrita. Ninguém di-ria que é aceitável dizer a palavra “Ha-shem”, mas não escrevê-la, porque o pa-pel em que está escrito pode ser jogado no lixo. Afi nal, não são as palavras que falamos lançadas no ar, desaparecendo rapidamente depois?

E, de modo inverso, se a palavra “God” é demasiado sagrada para ser falada, sendo substituída por “Hashem”, por que não escrever logo “Hashem”? Por que es-crever “G-d” se isso é para ser pronuncia-do como “Hashem”? Isso não estaria le-vando a pecar as pessoas que veem a pa-lavra “G-d” por escrito, mas a lê-la em voz alta como “God”,?

E o que dizer de todos os lugares onde os gentios têm escrito a palavra “God”? Os judeus também não estariam obriga-dos a resgatar, da melhor forma possí-vel, esses milhões e bilhões de páginas da destruição? Um judeu observante de-veria comprar todos os livros em uma banca de livros usados que possam con-ter a palavra “God”, visando evitar que esses livros sejam jogados no lixo? Caso contrário, ele não seria cúmplice da pro-fanação do nome de Deus, não impor-ta quantas vezes ele disser ou escrever a palavra “Hashem”? Com que lógica a pa-lavra inglesa “God” pode ser considera-da sagrada quando escrita por um judeu, mas não quando o for por um não judeu?

De fato, parece que alguns gentios es-tão deixando os ortodoxos para trás nes-se quesito. Em um boletim da igreja me-todista de um bairro de Nova York no texto da oração do Senhor a palavra ‘rei-no’, que ocorre duas vezes (como em ‘ve-nha a nós o vosso reino’), está escrita ‘kin-dom’, e não ‘kingdom’. O pastor ex-plicou que ‘kingdom’ tem um signifi cado especial, divino para os cristãos – a pala-vra é uma locução metafórica para Deus – e alguns soletram ‘kin-dom’ para refl e-tir a natureza divina da palavra”.

Existe uma infl uência judaica aqui? É provável que exista, pois o uso de um tra-ço para indicar a santidade em vez da obs-cenidade até onde se sabe não tem prece-dentes na literatura cristã. Para os judeus, “kin-dom” parece tolo. Mas “G-d” é menos bobo? Minha opinião é de que não é.

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Caim e Abel Da crônica policial israelense: tudo começou com uma discussão entre dois irmãos

etíopes, na residência deles, em Ashkelon. A certa altura, o mais velho, de 28 anos,

apanhou uma faca e apunhalou o caçula. Desesperado, o rapaz de 24 anos saiu

correndo pela área comercial da cidade perseguido pelo irmão que o alcançou e

continuou esfaqueando-o. Testemunhas seguraram o agressor e foi chamada uma

ambulância da Estrela de David Vermelha. O rapaz ainda chegou com vida no

hospital da cidade, os médicos tentaram reanimá-lo, mas ele morreu. Na delegacia,

o assassino justifi cou o ataque porque o caçula sempre o agredia e ofendia.

106

7

Ausência notável Os Correios de Israel estão lançando uma nova sé-

rie de selos homenageando os presidentes do país.

Até aí, tudo bem. Mas dois detalhes chamaram

bastante a atenção. Primeiro, a ausência apenas de

um dos chefes de Estado: Moshé Katsav, que cum-

pre pena de sete anos por estuprar uma funcioná-

ria. Segundo detalhe: o autor dos retratos, o ator

– e também pintor nas horas vagas – Haim Topol,

imortalizado no fi lme Um Violinista no Telhado,

dos anos 1970, pelo qual concorreu ao Oscar. As

pinturas originais foram vendidas em Tel Aviv e

o valor arrecadado doado à instituição rio Jordão,

para crianças com doenças graves, fundada por

Topol e Paul Newman.

Sonho acabou Chegou ao fi m um dos projetos mais ousados já imaginados para Israel. A ideia do

empresário Shai Agassi, que já foi considerado uma das vinte pessoas mais infl uen-

tes do mundo pela CNN, era transformar o Estado judeu em um modelo de país para

o automóvel elétrico. Foi investido cerca de um bilhão de dólares no projeto Better

Place, que incluiu construir 38 estações de recarregamento de bateria no país. Mas

em seis anos, foram vendidos apenas 1.500 veículos. No fi nal de maio a empresa

faliu, 350 funcionários perderam o emprego e serão fechadas as fi liais na Dinamarca,

onde foram vendidos quinhentos carros, e na Holanda, com dez veículos.

Gente especial Um jardim de infância muito especial será inaugurado até o fi nal do ano em Ramat Gan. Estará adaptado para

receber nenês e crianças até 6 anos que estão em tratamento contra o câncer ou passaram por transplante de

medula óssea. Nos dois casos, eles não podem frequentar uma escolinha normal, onde os micróbios que se

concentram naturalmente ali poderiam ser fatais. Na nova instituição, chamada de Gdolim Me-Hachaim (“Maiores

que a Vida”, em hebraico), localizada perto de grandes hospitais do país, serão instalados equipamentos de

purifi cação do ar, haverá uma enfermeira de plantão e um médico visitará o local uma vez por dia.

Cafezinho e a conta A Osem, empresa gigante de alimentos

israelense, anunciou um aumento de

53% de lucro no primeiro trimestre do

ano, e graças à generosa ajuda brasileira.

O salto nas receitas se deve especialmen-

te à participação da Osem no mercado

do café, após comprar a Três Corações,

em Minas Gerais. Os israelenses fi zeram

parceria com a família Lima, donos da

tradicional Santa Clara, e se tornaram

o segundo maior produtor de café do

Brasil, ganhando 13% do mercado, e

vendas anuais de meio bilhão de dólares.

A Osem é administrada pela família

Strauss, mas a Nestlé suíça detém 51%

das ações.

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10 notícias de Israel

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por Ariel Finguerman | ariel_fi [email protected]

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3

4

2 Oásis secular Anote na agenda: foi aberta em Jerusalém uma nova opção

de lazer, dirigida à população secular da cidade. Aberta aos

sábados, a antiga estação ferroviária da cidade foi renova-

da com bares, restaurantes e brinquedos públicos. Numa

cidade onde o Shabat baixa forte e fecha quase todas as

possibilidades de entretenimento, o complexo no bairro de

Emek Refaim deverá ser um oásis para a população não

religiosa – e também para os turistas. Os dois empresários

responsáveis pelo projeto foram espertos. Escolheram local

afastado dos bairros ortodoxos, evitando assim manifesta-

ções dos religiosos.

HEBRAICA | JUL | 2013

Política do futebol Nada como uma pelada para unir os deputados da Knesset. A nova bancada do

Parlamento, eleita em janeiro, formou um time para disputar um campeonato amador

em Eilat. Encabeçando a equipe está o rabino e ex-jogador profi ssional Eli Ben Dahan,

do partido Bait Hayehudi, ligado aos colonos. Também veste a camisa da Knesset o

deputado Tzahi Hanegbi, do Likud, Esawi Frij, do esquerdista Meretz, Eitan Cabel, do

Partido Trabalhista, e Shimon Solomon, do Yesh Hatid de Yair Lapid.

Boa jogada Visitou Israel um dos maiores jogadores

de futebol de todos os tempos, o holandês

Johan Crujiff, em missão muito especial.

Primeiro, dar um abraço no fi lho, Jordi,

diretor técnico do Maccabi Tel Aviv, que

este ano ganhou o campeonato nacional.

Depois, o esportista de 66 anos foi ao

Museu Yad Vashem, onde preencheu três

fi chas identifi cando familiares vítimas do

Holocausto. Ao contrário do que acreditam

alguns, os Cruyff não são judeus, mas tem

relações familiares com a tribo: um sobri-

nho de Johan se converteu ao judaísmo, fez

aliá, estudou numa ieshivá de Jerusalém,

formou-se rabino e foi morar numa colônia.

Boa nova Uma boa notícia para o pequeno, mas especial, rio Jordão. Devido às boas chuvas,

pela primeira vez em cinquenta anos o governo autorizou que água natural do

Kineret seja destinada ao Jordão, que nas últimas décadas recebeu apenas esgoto

tratado. Este ano afl uirão trinta milhões de metros cúbicos, bem menos que as cen-

tenas de milhões de metros cúbicos que ganhava antes da construção da represa

ao lado do kibutz Degania, em 1960. A expectativa é o Jordão recuperar um pouco

da sua rica fl ora e fauna naturais. Mas o otimismo ainda deve ser cauteloso. Esta

quantidade de água natural liberada será insufi ciente para reverter a situação do

Mar Morto, que perde um metro por ano devido ao fl uxo reduzido do Jordão.

Êta nóis Israel é o país com mais pobres entre as nações mais de-

senvolvidas do mundo, segundo o mais recente relatório da

Oecd que reúne os países desenvolvidos: 21 % da população

podem ser considerados pobres, isto é, recebem menos que

a metade da renda média nacional. México é o penúltimo,

com 20 % de pobres. Israel também está mal entre os países

desenvolvidos quanto à desigualdade interna, com o quinto

pior resultado, ganhando apenas dos EUA, México, Chile

e Turquia. Como consolação, de acordo com o relatório

em quase todos os países ricos a renda caiu no último ano,

enquanto a desigualdade interna aumentou.

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HEBRAICA | JUL | 2013

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identifi cam os mortos e desaparecidos pelo credo religioso que professavam. Além disso, mesmo o número total de trin-ta mil mortos e desaparecidos geralmente usado pelas orga-nizações de direitos humanos e o governo é uma estimativa, pois não há documentos que o sustentem, o que difi culta ain-da mais essa tarefa.

A Comissão Nacional pelo Desaparecimento de Pessoas (Co-nadep, na sigla em espanhol), criada em 1984 pelo presiden-te Raúl Alfonsín para investigar os eventos da última ditadura no país, tem o registro de 8.960 casos documentados, e que po-dem servir de base para uma investigação séria. De todo modo, a título comparativo, é possível confrontar as listas de denún-cias das instituições judaicas internacionais e aquela da entida-de central da comunidades judaica na Argentina (Daia) na épo-ca e que apresentou ao juiz espanhol Baltazar Garzón, em 1999.

De acordo com este último documento, o total seria de 794 casos e mortos e desaparecidos embora os organismos de di-reitos humanos reclamem pelo menos 1.500. A partir desses dados, portanto, o percentual de judeus desaparecidos seria de 8,86% e 5% respectivamente. De todo modo, os dois núme-ros são muito mais signifi cativas do que o 1% que a comunida-de judaica representava no total da população do país naque-le período.

Comparando a relação preparada pela Conadep com as de-núncias feitas pela Daia, o resultado revela que os dados são quase idênticos, demonstrando que os judeus mortos e desa-parecidos pertenciam aos grupos da sociedade argentina mais prejudicados pela ditadura: profi ssionais, estudantes, empre-gados e jovens entre 16 e 30 anos, muitos dos quais eram sim-patizantes dos principais grupos de esquerda do país – arma-dos, como os Montoneros e o Exército Revolucionário do Povo (ERP) – ou neles militavam fazendo parte da sua organização, ou atuando nas universidades e escolas secundárias. Essa cir-cunstância levou a que muitos deles se afastassem da vida co-munitária e, de acordo com as ideologias da época, se alinhas-sem com a Organização pela Libertação a Palestina (OLP) e contra as políticas de Israel.

A liderança judaica fi cava preocupada com este alheamen-to de parcelas da juventude judaica e de que era prova o esva-ziamento de movimentos juvenis judaicos, principalmente os de esquerda, em favor da militância e atuação nas organiza-ções, tal como já havia ocorrido em países vizinhos, como o Uruguai, por exemplo.

Daia omissa?Dias depois do golpe de estado de 24 de março de 1976, os líde-res da comunidade iam tomando conhecimento do desapareci-mento de jovens judeus por meio de denúncias feitas pelos pa-rentes à Daia, a quem pediam assistência, informações e conse-lhos. No entanto, os funcionários da entidade encarregados de atender os familiares dos desaparecidos geralmente os maltra-tavam dizendo que a detenção e consequente desaparecimento dos fi lhos eram resultado de não lhes ter dado uma educação ju-

daica e sionista. Nenhum deles retornou à Daia, seja por que motivo fosse.

O silêncio da Daia durante a ditadu-ra e o resgate do fi lho desaparecido do seu presidente Nehemías Resnizky, se-questrado em 1977, só serviu para au-mentar as suspeitas. Por esta razão, pa-rentes das vítimas, mortos e desapare-cidos, até hoje acusam a Daia de cum-plicidade com os militares porque foi contrária aos esforços dos organismos internacionais judaicos para denunciar o que acontecia na Argentina.

Até hoje o papel da Daia está mergu-lhado em controvérsias, entre outras ra-zões porque é uma das organizações que ainda está devendo uma autocrítica a respeito da sua atuação na época. De todo modo e segundo o rabino america-no Marshall Meyer, uns dos maiores luta-dores pelos direitos humanos na Argen-tina, é injusto qualifi cá-los como cúmpli-ces e é necessário considerar o pânico que se vivia na época, antes de qualquer julgamento.

Ao contrário, nas reuniões plenárias a Daia denunciou a atuação do regime e mais de uma vez apresentou ao ministro do Interior listas com os nomes de desa-parecidos na esperança de conseguir in-formações a respeito deles. Neste que-sito os resultados sempre foram negati-vos, mas conseguiram permissão para os rabinos entrarem nas prisões milita-res para dar assistência espiritual aos ju-deus presos.

A Daia sugeriu que as entidades co-munitárias – escolas, sinagogas, socie-dade cemitério, assistência fi lantrópica, etc. – continuassem funcionando como se nada estivesse acontecendo, ao mes-mo tempo em que denunciavam os ata-ques antissemitas contra as organiza-ções da comunidade e propriedades de judeus, como lojas e fábricas, muito co-muns naqueles anos. Nesse ponto tive-ram êxito, pois até os partidos políticos continuaram funcionando, não impor-tando se de direita, centro ou esquerda, diferentemente do Brasil, por exemplo, onde foi proibido.

Mas de modo geral sua postura foi de silêncio, aliás, de acordo com a estraté-

Dias depois do golpe de

estado de 24 de março de 1976,

os líderes da comunidade iam tomando conhecimento do desapare-cimento de

jovens judeus por meio de denúncias feitas pelos

parentes à Daia, a quem pediam

assistência, informações e

conselhos

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magazine > ditadura argentina

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Foram ao menos 794 os judeus mortos

UMA DAS DITADURAS MAIS FEROZES DA AMÉRICA LATINA ATINGIU PROFUNDAMENTE A COMUNIDADE JUDAICA ARGENTINA, COMO NOS RELATA O LIVRO OS JUDEUS E ADITADURA: OS DESAPARECIDOS, OANTISSEMITISMO E A RESISTÊNCIA, DE HERNAN DOBRY (FOTO), QUE TAMBÉM ASSINA O TEXTO ABAIXO

A ditadura argentina (1976-1983) foi bem diferente da-quelas dos outros países da região, tanto na duração

como no nível de violência, de quanti-dade de vítimas e do impacto que teve na comunidade judaica. Além de ter sido um dos países com maior número de pessoas de origem judaica sequestra-das e mortas, também foram os judeus os que opuseram maior resistência con-tra o regime em todos os níveis, desde os religiosos, na pessoa dos rabinos, até nos meios de comunicação, segundo revela o livro Os Judeus e a Ditadura: os Desapa-recidos, o Antissemitismo e a Resistência, que este autor acabou de publicar.

A questão dos judeus desaparecidos é ainda um tema de intenso debate na Ar-gentina em razão do alto percentual que representaram no total dos sequestrados pelos militares durante a última ditadu-ra no país vizinho e porque, salvo algu-mas exceções, não eram presos, seques-trados e mortos em razão da sua condi-ção religiosa.

No entanto, não existem números confi áveis de quantos foram exatamen-te porque as estatísticas ofi ciais não

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magazine > ditadura argentina

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gia da embaixada de Israel que clandestina-mente resgatava pessoas que corriam o risco de desaparecer. Foi dessa forma que pelo me-nos quatrocentos judeus conseguiram sair do país via Montevidéu, Assunção e São Paulo, com destino a Tel Aviv.

Além disso, os diplomatas, geralmente do serviço consular, eram os únicos estrangeiros autorizados a visitar os judeus – todos argen-tinos – nas prisões quando aproveitavam para lhes oferecer ajuda e a possibilidade e sair do país. Para isso, deveriam renunciar à cidada-nia argentina e receber um passaporte israe-lense. A ditadura estabeleceu esta condição para libertá-los de acordo, aliás, com o princí-pio do direito de opção que havia criado e re-gulamentado.

Contra a ditaduraMas a diferença do que ocorreu entre os ju-deus da Argentina em relação aos de outras di-taduras da América Latina foi a atuação de al-

guns dos seus membros na decidida resistência ao regi-me, especialmente os rabinos Marshall Meyer e Rober-to Graetz (que acabou ofi ciando na Associação Religiosa Israelita do Rio de Janeiro – ARI – quando abandonou Buenos Aires em 1980), e o jornalista Herman Schiller. A tarefa realizada pelos rabinos é muito mais conheci-da, principalmente Meyer.

No entanto, as ações de Schiller foram esquecidas até na própria Argentina e ignorada em todos os livros a res-peito da imprensa durante a ditadura. Ele fundou e di-rigiu o semanário judeu Nueva Presencia de 1977 até 1987, e usou as páginas do jornal para uma luta sem tré-gua pelos direitos humanos e foi um dos primeiros a pu-blicar na capa do jornal fotos e notícias das Mães da Pra-ça de Maio.

Os artigos, reportagens e entrevistas tratavam de te-mas que ninguém ousava relatar naqueles anos como os desaparecidos, o antissemitismo e a fi rme oposição à guerra das Malvinas, de tal modo que era mais lido por não judeus do que pelos membros da comunidade. Por isso, durante a ditadura recebia ameaças por telefo-ne, as ofi cinas do jornal sofreram dois atentados a bom-ba, mas a pressão mais forte e insistente partiu dos pró-prios dirigentes judeus que lhe pediam para moderar a linguagem, mas não conseguiram. Desta forma, Nueva Presencia continuou sendo publicado até o fi nal do go-verno militar e o diretor Herman Schiller fundou, em 1983, com o rabino Meyer o Movimento Judaico pelos Direitos Humanos (Mjdh) para combater o antissemitis-mo e pedir pelos desaparecidos.

Suas maiores vitórias foram a participação no ato contra a Lei de Autoamnistía do último ditador, Reynal-do Bignone (1982-1983), carregando um grande cartaz no qual se lia: “Que apareçam com vida, Movimento Ju-daico pelos Direitos Humanos”, e duas grandes estrelas de David nos lados. Em outubro de 1983, Schiller e o ra-bino Meyer organizaram a própria passeata no Obelisco com a presença de mais de dez mil pessoas e que foi a primeira manifestação pública da comunidade judaica na história do país. A convocação para a passeata irri-tou os dirigentes comunitários que tentaram sem êxito, e por todos os meios, até com anúncios em jornal, de-sautorizar a convocação e seus autores de modo a con-vencer as pessoas a não participar. É uma história já es-quecida e que meu novo livro resgata do olvido.

Hernan Dobry é jornalista argentino e pesquisa-dor da participação dos judeus na história recen-te do seu país. Escreveu um livro sobre os judeus na Guerra das Malvinas, a respeito do qual a revis-ta Hebraica publicou uma entrevista em maio de 2012, sob o título “Malvinas – capelães judeus con-tra o antissemitismo”

Os diplomatas, geralmente do serviço

consular, eram os únicos

estrangeiros autorizados a visitar os

judeus – todos argentinos – nas prisões

quando aproveitavam

para lhes oferecer

ajuda e a possibilidade e

sair do país

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FALTA ESCREVER UM BOM LIVRO A RESPEITO DOS JUDEUS MORTOS NO BRASIL; O QUE EXISTE CONTÉM ERROS FACTUAIS

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A Outra História do MensalãoPaulo Moreira Leite | Geração Editorial | 342 pp. | R$ 34,90

Com o subtítulo “As Contradições de um Julgamento Polêmico”, este jornalista, diretor da sucursal de Brasília da Isto É, ex-redator chefe de Veja e ex-diretor de Época, reuniu os comentários que escreveu a respeito desse julgamento que considerou “contraditório, político e injusto por ter feito condenações sem provas consisten-tes e sem obedecer à regra elementar do Direito, segundo o qual todos são inocentes até prova em contrário”. Vale a pena ler ao menos para fazer melhor juízo do assunto.

O DesertoLuís S. Krausz | Benvirá | 148 pp. | R$ 19,90

Com esta obra, o professor de letras clássicas e letras hebraicas da USP venceu o segundo Prêmio Benvirá de Literatura. Para quem o conhece é possível que o enredo reproduza parte da história dele mesmo ao falar de um jovem que aproveita férias de uma viagem de estudos a Israel e escapa para a Inglaterra e, a partir de lá, conta a história de famílias de judeus do Império Austro-Húngaro que se dispersaram entre a primeira e a se-gunda guerras. Vale a pena porque é um pouco daqueles da primeira geração pós-segunda guerra no Brasil.

Jerusalém, JerusalémJames Carroll | Cultrix | 459 pp. | R$ 58,00

Somente o Google para comportar o que já se escreveu a respeito de Jerusalém e esta é uma corajosa tentati-va de mostrar como a história da antiga cidade sagrada para três grandes religiões deu início ao mundo mo-derno. O livro gira em torno do ciclo de realimentação letal entre a cidade de Jerusalém real e a fantasia apo-calíptica que inspira, portanto, a respeito de duas Jerusaléns: a terrestre e a celeste, a concreta e a imaginada. Uma cidade cujos peregrinos, por séculos, chegam às suas portas com amor no coração, o fi m do mundo na mente e armas na mão.

Queimado, Rebecca e O InquilinoAmarilys | R$ 34,90 cada

De uma só vez, a Amarilys lança três livros que foram levados às telas e se transformaram em grandes suces-sos: Rebecca, de Daphne du Maurier, deu um Oscar de direção a Alfred Hitchcock; O Inquilino, de Roland To-por, inspirou o clássico dirigido e protagonizado por Roman Polanski e Queimado, de Thomas Enger, mais re-cente, cujo protagonista é um repórter investigativo, teve os direitos de adaptação para o cinema adquiridos pela produtora norueguesa 4 ½.

InfernoDan Brown | Arqueiro | 442 pp. | R$ 29,90

Nas livrarias há pilhas deste novo livro de Dan Brown porque há a certeza de repetir o êxito de O Código da Vinci. O simbologista americano Robert Langdon acorda num hospital de Florença, mas nem tem ideia de como foi parar lá pois não se lembra de ter saído dos Estados Unidos. Ele sofre um novo atentado, e resolve fugir com a ajuda da médica Sienna Brooks que encontrou no paletó dele um uma série de códigos criados por Dante Alighieri obcecado pelo fi m do mundo e o inferno de A Divina Comédia.

PapillonHenri Charrière | Bertrand Brasil-Saraiva | 724 pp. | R$ 39,90

Um livro polêmico e que é ainda uma das grandes aventuras narradas pelo homem. Uma preciosidade e uma das mais fantásticas odisseias contemporâneas, um dos maiores clássicos de fuga e aventura do século 20 e a maior aventura de todos os tempos. Isso resume o que se escreveu a respeito desse livro lançado em 1969, na França, país que condenou o autor a cumprir pena na Guiana Francesa, a partir de 1932, por um crime que não cometera e de onde ninguém fugiu. Menos ele, que morreu em 1973. Leitura obrigatória.

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leituras magazineL

por Bernardo Lerer

HolocaustoAngela Gluck Wood | Amarilys | 190 pp. | R$ 59,00

Steven Spielberg tem razão quando escreve, no prefácio, que se trata de um “livro único”, fei-to a partir do material pesquisado e arquivado no Instituto de História Visual e Educação da Fundação Shoá da Universidade da Carolina do Sul, cuja missão é “superar o preconceito, a in-tolerância e o extremismo – além do sofrimen-to causado por eles – por meio do uso educati-vo de vídeos de testemunhos”. O livro relata os eventos e seu impacto na vida das pessoas re-ais é impressionante e o material em sua gran-de parte, inédito. Um importante documento. Acompanha dvd.

PeladaGwendolyn Oxenham | Zahar | 315 pp. | R$ 44,90

Longe dos refl etores dos estádios pulsa a pelada, aqueles jogos espontâneos em que se reúnem pessoas anô-nimas pelo simples prazer de jogar, por qualquer um e em qualquer lugar. O livro é um relato apaixonado de uma viagem em busca da alma do jogo e das histórias sem nome que cercam o futebol nas favelas do Brasil, nas imediações das pirâmides do Egito, entre os operários que construíram os estádios da Copa de 2010. É um livro fascinante assim como a história de como foi feito.

Nada a InvejarBarbara Demick | Companhia das Letras | 412 pp. | R$ 53,00

Como diz o subtítulo o livro, trata de “vidas comuns na Coreia do Norte” que voltou à cena com o recente en-contro entre delegados das duas Coreias, depois de momentos de tensão, há alguns meses. A autora foi cor-respondente do Los Angeles Times em Seul, capital da Coreia do Sul, fez extensa pesquisa e colheu depoi-mentos de refugiados que narraram dramáticas trajetórias pessoais, as crises de escassez e o controle do coti-diano dos cidadãos e o culto à personalidade dos ditadores.

Lolly WillowesSylvia Townsend Warner | Bertrand Brasil | 194 pp. | R$ 29,00

Melhor usar a avaliação do escritor John Updike a respeito do livro que se “envereda com uma confi ança sombria pelo campo do sobrenatural, e isso se estende à sua prosa, marcada por evocações simples e abrup-tas. A fascinante história de uma inglesa de classe média que educadamente se recusa a fazer a esperada liga-ção com o sexo oposto e, em vez disso, torna-se uma bruxa, revelando um coração obscuro e visceral”. É uma história tensa e mostra como é fácil tomar um desvio rumo ao desconhecido.

A InformaçãoJames Gleick | Companhia as Letras | 520 pp. | R$ 59,50

Em maio de 1948 um grupo de engenheiros dos Laboratórios Bell deu o nome de transistor a um minúscu-lo interruptor e amplifi cador de sinais elétricos e meses depois o engenheiro Claude Shannon escreveu “Uma Teoria Matemática da Informação” e criou o bit. O transistor e o bit são capítulos deste livro que conta a histó-ria do fenômeno da informação, desdobramentos e peculiaridades, tratando de ideias e de pessoas, mas re-sume estudos e análises a respeito do tema. Uma obra fundamental para todos.

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músicas magazine

por Bernardo Lerer

Greatest HitsSaint-Saëns | Sony | R$ 49,90

A Sony tem um catálogo de grandes hits, en-tre compositores e gêneros musicais, e este, de Camille Saint-Saëns, premia o ouvin-te com gravações primorosas de sua obra como O Carnaval dos Animais, a Bacanal de Sansão e Dalila, a Marcha Militar Francesa e a Dança Macabra op. 40 com a novidade de Lorin Maazel, tocando violino, bem antes de se consagrar como um dos grandes maestros.

Concertos pour Trompete Maurice André | EMI | R$ 79,90

Morto em 2012, André foi um dos grandes trumpetistas alinhando-se aos russos, verdadeiros mestres do ins-trumento. André começou a tocar cedo, mas o pai não tinha dinheiro para pagar o conservatório. André en-trou para uma banda militar, aceitou submeter-se a um concurso e foi aprovado em primeiro lugar. Tornou-se um dos maiores divulgadores da música clássica para o trumpete.

Steven IsserlisVirgin Classics | R$ 74,90

Nascido em 1958, Steven Isserlis é um dos grandes violoncelistas contemporâneos, fi lho de Julius, judeu rus-so a quem em 1920, com outros 111 músicos, recebeu permissão para deixar a União Soviética para divulgar a música russa. Mas ele nunca mais voltou. As duas irmãs, Annet e Rachel, também são intérpretes consagra-das, e Steven venceu vários prêmios, na Grã-Bretanha e em outros países.

Sketches of SpainMiles Davis | Columbia | R$ 22,90

Nos anos 1960/1970, esse fantástico trumpetista norte-americano de jazz (1926-1991) era assunto dos afi ccio-nados de música que se viam obrigados a comprar os lp’s dele, principalmente este no qual dá uma interpre-tação especial ao Concerto de Aranjuez, de Joaquín Rodrigo, que começou a ser executado também por aque-la época e não parou mais, e Solea, uma peça escrita pelo jazzista Bill Evans.

Caribbean PlaygroundPutamayo | R$ 44,90

O selo Putumayo especializou-se em música étnica, também conhecida como world music, e este exemplar pertence à Série Kids, mas que entusiasma os adultos com interpretações de músicas de Trinidad, da Jamai-ca, Haiti, Cuba, de Guadalupe. Um ouvinte distraído pode imaginar que seja tudo a mesma coisa, não fosse o fato de serem cantadas nas línguas nativas, mas contêm sutilezas que as diferenciam.

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Os cd’s acima estão à venda na Livraria Cultura ou pela internet www.livrariacultura.com.br. Pesquisem as promoções. Sempre as há e valem a pena

Jazz Cuba Volume 3Chico O’Farril | Rhino | R$ 42,90

Compositor, arranjador, maestro e autor de peças sinfônicas, Chico O’Farril nasceu em Cuba em 1921 e mor-reu nos Estados Unidos em 2001, fi lho de um irlandês com uma alemã, como era típico dos que chegavam à ilha cubana na primeira metade do século passado. Chico, um apelido, pois se chamava Arturo, imigrou para os Estados Unidos em 1951, e lá se juntou aos bambas do jazz, como Gato Barbieri.

Friday Night in San FranciscoColumbia | R$ 22,90

Este cd reúne ninguém menos do que três dos maiores guitarristas de todos os tempos: Al di Meola, John McLaughlin e Paco de Lucia, que se conseguiu reunir para um recital em que se alternavam em solos, duos e trios, além da liberdade de improvisação a que se permitiram, por exemplo, em A Pantera Cor-de-Rosa e em Frevo Rasgado, todas executadas de ouvido. Uma obra-prima.

The Dobbie BrothersWarner | R$ 74,90

Criado em 1970 e com uma interrupção em sua biografi a, em 1982, retomando-a em 1987 até os dias de hoje, este conjunto da Califórnia, que tem o Brothers no nome mas eles são apenas amigos, já vendeu mais de qua-renta milhões de cópias e faz parte do Vocal Hall of Fame desde 2004. Este álbum, com quatro cd’s, contém Toulouse Street, The Captain and Me e What Were Once Vices are Now Habits.

The Bolero AnthologyLos Panchos | Music Brokers | R$ 49,90

É mais do que correto atribuir ao Trio Los Panchos uma antologia do bolero porque os três mexicanos foram a melhor representação deste gênero musical que encantou plateias e era um dos mais executados nas vitrolas de bailinhos pré-formatura. São três cd’s divididos em “Seus Grandes Êxitos”, “As Canções de Desamor” e “Bo-leros Inesquecíveis”, como Besame Mucho, El Reloj, La Barca, e Noche de Ronda.

The White House Sessions Live 1962CBS Music | R$ 29,90

Era comum o presidente John Kennedy abrir a Casa Branca para memoráveis noites de jazz. Diz-se que era de interesse da Máfi a. A oportunidade de assistir a esses recitais era disputadíssima e recentemente desco-briu-se a gravação original da apresentação de Tony Bennet com Dave Brubeck ao piano. Aliás, Tony Bennet, originalmente Antonio Benedetto, cantou nos funerais de Kennedy.

Pinchas Zukerman / Daniel BarenboimDeutsche Grammophon | R$ 59,90

Este concerto para violino e orquestra de Beethoven e os romances para violino e orquestra do mesmo com-positor são algumas das grandes interpretações do violinista Zukerman e regidos por Barenboim, então já um consagrado pianista que fazia as primeiras incursões como maestro. No concerto, Barenboim rege a sin-fônica de Chicago, e nos romances, a Filarmônica de Londres.

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vinho cozido, isto é, o kasher strictu sensu.No entanto, vinho kasher não é sinônimo de vinho religioso e

muito menos de vinho feito em Israel, pois mesmo em maioria, os produtores de vinho kasher estão muito longe de ser a tota-lidade dos vinhos feitos em Israel. O que é então um vinho ka-sher, que não seja o vinho religioso? Para responder, valho-me de um mestre do vinho de Israel, Israel Preker, e que se pode ler em http://www.wines-israel.co.il:

Como é feito um vinho kasher?Israel Preker – Basicamente, os responsáveis pelas vinhas no campo devem ser seguidores dos preceitos judaicos do Sha-bat e nada que seja fora dos princípios da kashrut pode inter-ferir no processo de vinifi cação. Além disso, os vinhos kasher são iguais aos outros vinhos, como tantos outros kasher mun-do afora, com importância mercadológica entre judeus e não judeus, Brasil inclusive. É cada vez maior o número de produ-tores nos Estados Unidos, Espanha, França e Itália que têm en-tre seus rótulos alguns kasher.

Com uma produção de trinta milhões de litros de vinho anu-ais e sempre crescendo, Israel exporta para mais de trinta pa-íses, principalmente os EUA. Os canteiros de produção estão

espalhados pelo país, rivalizando em qualidade e se assemelhando em carac-terísticas aos dos novos vinhos da Grécia e Líbano, provando que o Oriente Médio é muito mais mediterrâneo do que pa-rece. São vinhos variados, que nada de-vem aos espumantes, brancos e tintos do mundo.

É bom lembrar que Israel está nos pri-mórdios do vinho, pois Noé trouxe em sua Arca a preciosa vinha para terras aráveis. Ânforas dos tempos bíblicos fo-ram encontradas em bom estado de con-servação na Galileia e na região de Jeru-salém, com inscrições de procedência e safra, segundo o site do importador para o Brasil (www.vinhosdobrasil.com.br), e que a terra foi sempre generosa com as vinhas, famosas desde os tempos da do-minação romana. Ou seja, ter os vinhos de Israel não é fazer algo velho, mas é voltar para o futuro.

No entanto, vinho kasher

não é sinônimo de vinho

religioso e muito menos de vinho feito em Israel, pois

mesmo em maioria, os

produtores de vinho kasher estão muito

longe de ser a totalidade dos vinhos feitos

em Israel

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magazine > com a língua e com os dentes | por Breno Raigorodsky

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E videntemente, o vinho de festa ou de cerimônia reli-giosa kasher, tipo Carmel, traz à memória boas lem-branças para a maioria das pessoas, mais porque as-sociado ao fi m do jejum de Iom Kipur, porque está na

memória de todos como um componente de uma festa familiar e menos por ser um produto de grande qualidade, principalmente quando comparado a tantos bons vinhos de sobremesa, como os vinhos de colheita tardia (late harvest) bastante em moda. Além daqueles vinhos de excelência no quesito, a saber os Sauternes da região de Graves em Bordeaux e os Tokai húngaros, ambos mui-to valorizados pelo sabor e longevidade, podendo atingir preços de mercado comparáveis aos mais valorizados vinhos de mesa do mundo. Como, por exemplo, o mais conhecido e valorizado Sau-ternes, o Châteaux D’Yquem 1982, que custa R$1.980,00.

Quanto aos vinhos de qualidade recentes, é preciso voltar cer-ca de quarenta anos, época em que pesquisas de especialistas da Universidade de Davis, na Califórnia, comprovaram a vocação das terras de Israel para uvas europeias. Isso reforça o que era evidente no passado distante, quando vinho e azeite eram produ-tos naturalmente associados às terras e costumes de Israel, desde o Império Romano.

Atualmente, muitos dos seus vinhos fazem parte daqueles apre-

Vinhos de Israel, passado e futuro

ATUALMENTE, MUITOS DOS VINHOS ISRAELENSES FAZEM PARTE DAQUELES APRECIADOS PELOS ENTENDIDOS DO MUNDO, A SABER, ENTRE OUTROS

TANTOS, CASTEL GRAND VIN, MARGALIT CABERNET SAUVIGNON SPECIAL RESERVE, YARDEN KATZRIN E YATIR FOREST

ciados pelos entendidos do mundo, a sa-ber, entre outros tantos, Castel Grand Vin, Margalit Cabernet Sauvignon Special Re-serve, Yarden Katzrin e Yatir Forest, seus campeões, entre as 350 vinícolas espalha-das em 5.500 hectares, e em apenas cinco regiões: Galileia, nos altos do Golã, a me-nina dos olhos dos produtores pela altitu-de, vento frio, amplo gradiente térmico e solo bastante permeável; as Colinas da Ju-deia, em torno de Jerusalém; Shimshon (Samson); Negev, a região semi-árida do deserto, dependente de intensa irrigação; e a planície Sharon , próxima da costa me-diterrânea ao sul de Haifa, a maior área plantada.

Recentemente, o jornalista Luiz Hor-ta escreveu a respeito de vinhos kasher e cometeu uma confusão recorrente ao afi rmar que a vinifi cação do vinho apro-priado atual é apenas mais sofi sticada e delicada do que antes. Ele se referia ao

O CLIMA DO ALTIPLANO OFERECE TODAS AS CONDIÇÕES PARA

VINHEDOS COMO ESTE VICEJAREM

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te momento de crise das zona do euro. Mas como a Turquia não reconhece Chipre como país e trava um embate secular com os gregos da ilha é mais um desafi o que se coloca para Is-rael. Apesar disso, há esperanças com a reaproximação de An-cara com Jerusalém, e é bom lembrar que a Turquia exporta por mar muita água potável desembarcada nos portos de Hai-fa, Ashdod e Ashkelon. Entre os portos israelenses e Chipre, estão os campos de:

Leviathan, com dezoito trilhões de pés cúbicos de gás, e perspectivas de perfurações mais profundas pela Noble Ener-gy, associada à Delek Group e à Dor Gaz Explotation;

Tamar, a 56 milhas de Haifa, da qual a Noble Energy detém 36% e reservas de dez trilhões de pés cúbicos de gás;

Tanon, atenderia a 80% das necessidades de Israel por dez anos, sabendo-se que 40% da energia elétrica nacional são ge-rados pela queima de gás. E tem Dalit e Dolphin na mesma zona marítima.

Pinnacles + Marin-B, 47% pertencentes à Noble Energy, de Houston, (Texas) produzindo gás desde 2004 e dezessete mil barris diários de óleo equivalente, com reservas comprovadas de 378 milhões de barris.

Por tudo isso, a imprensa especializada já apresenta Israel como exportador de energia em potencial, presume que en-tre 52% e 62% dos impostos sobre os hidrocarbonetos serão alocados em educação e segurança e acredita na valorização do shekel.

É preciso considerar também as áreas terrestres de petróleo do antigo campo de Heletz, descoberto em 1955 e produzin-do desde 1960 (reservas de 94 milhões de barris) e Maged (1,52 milhão de barris), operando desde 2004. Pelo porto de Ashdod,

ingressam toneladas de carvão importa-do para as térmicas de Orot Rabin (2,5 GW) perto de Hadera, e Rutenberg, (2,25 GW), nas imediações de Ashkelon, am-bas sob ataques dos ambientalistas. E as insaciáveis térmicas a gás que aguardam os novos suprimentos são Dorad (840 MW), Eshkol (multicombustível) e Leitu-ra Power (750 MW).

O fato é que Israel deverá economizar cerca de US$ 300 milhões mensais com importações de combustíveis e ao expor-tá-los, melhorar suas condições geopolíti-cas porque produz óleo a um custo infe-rior a US$ 40,00 por barril, valor hoje ina-ceitável pela Opep. É que as cotações in-ternacionais do petróleo leve (o Brent) vem se mantendo ao redor de US$ 100,00 o barril com tendência de queda, seja em razão da reviravolta nos Estados Unidos, com o dólar em alta, ou porque a Opep anuncia cortes na produção para frear o excesso de oferta e manter o preço.

Uma eventual forte depreciação da co-tação mundial do petróleo ameaça a via-bilidade econômica das fontes renováveis (a solar é um domínio tecnológico de pon-ta entre os israelenses). Quanto mais não seja, há uma corrida mundial pelo desen-volvimento de tecnologias energéticas que substituam os motores de combus-tão, tal como os conhecemos. Todavia, continua fortalecido e consagrado o em-prego de combustíveis fósseis – petróleo, gás, carvão, etanol e outros.

Neste quadro, Israel está diante de um problema menor, pois se blindou de todos os lados e trabalha diplomatica-mente pelas boas relações com Turquia e Chipre, porque as zonas mediterrâne-as citadas acima em pauta poderão ser declaradas águas internacionais, e até mesmo palestinas, por que não? E uma nova fronteira militar – na forma de de-fesa dos campos de exploração no mar – exige preocupação em dobro da mari-nha israelense.

* Paulo Ludmer é jornalista, enge-nheiro, professor e autor de Sertão Elétrico (ArtLiber, 2010) e Derriça Elé-trica (ArtLiber, 2007), entre mais de vinte títulos

ESTE É O MAPA MAIS RECENTE DAS DESCOBERTAS DE ÓLEO DE XISTO EM ISRAEL E NO TERRITÓRIO PALESTINO ATÉ A JORDÂNIA

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magazine > ensaio | por Paulo Ludmer*

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A queda de Hosni Mubarak do governo do Egito, um fornecedor de gás natural, e a chamada Pri-mavera Árabe assustaram Israel. Na fronteira a sudoeste, os dutos de gás egípcios se fecharam,

tornaram-se vulneráveis a atos de terror e atormentaram a segurança econômica israelense. E também por um perío-do soçobraram as relações com a Turquia, outro parceiro co-mercial, em um evento armado que culminou com a apreen-são de um navio turco e a morte de ativistas pró-palestinos, quando a caminho de Gaza. Recentemente Israel fez um pe-dido formal de desculpas e as boas relações com a Turquia fo-ram retomadas.

Mas o Mediterrâneo, bendito, pois a cerca de cinquenta mi-lhas da costa, entre Haifa e Chipre, era o fi el depositário da so-lução armazenando o conforto da independência energética dos israelenses que ali encontraram o petróleo e o gás de que careciam. Ao mesmo tempo, foram comprovadas enormes ja-zidas de óleo de xisto no subsolo de Israel, em uma área que se estende até as proximidades da região administrada pela Au-toridade Palestina.

Comecemos por terra. Em 2009, o geólogo Yarel Bartov, per-furou e encontrou jazidas de óleo de xisto nas proximidades de Jerusalém, conhecida como a formação mineral de Kena-gen. Hoje, ele trabalha para a Israeli Energy Initiative (IEI), em-presa israelense de energia capaz de, em dez anos, injetar en-tre cinquenta mil a cem mil barris de petróleo por dia na eco-nomia do país e cuja competitividade da cadeia produtiva já celebra garantia de segurança energética, previsibilidade e melhores preços.

Essa tecnologia é a mesma do shale gaz que os Estados Uni-dos exploram e usam em seu território, tornando o país autos-sufi ciente e passando a exportador de hidrocarbonetos. Des-se modo, o shale gaz derruba cotações, divide a Opep (dos ex-portadores de petróleo), fortalece o dólar e estimula a indústria química e petroquímica no Texas e arredores. Veios de xisto

Os desafios da abundância energética de Israel

A IMPRENSA ESPECIALIZADA JÁ APRESENTA ISRAEL COMO EXPORTADOR DE ENERGIA EM POTENCIAL, PRESUME QUE ENTRE 52% E 62% DOS

IMPOSTOS SOBRE OS HIDROCARBONETOS SERÃO ALOCADOS EM EDUCAÇÃO E SEGURANÇA E ACREDITA NA VALORIZAÇÃO DO SHEKEL

idênticos existem no Brasil, Argentina e China, mas aqui o pré-sal da Petrobrás atrasa o processo de aproveitamento do gás de xisto. No entanto, nos Estados Unidos o gás de xisto custa cerca de US$ 3,00 por milhão de BTU (unidades térmi-cas britânicas), enquanto o gás mais ba-rato da Comgás custa pelo menos US$ 14,00 por milhão de BTU.

O perigo da tecnologia da fragmenta-ção de rochas betuminosas da bacia de Shefela, na região de Beit Shemesh, pes-quisada pela IEI, em uma área de 238 quilômetros quadrados e cujas reservas de xisto podem ser convertidas em qua-renta bilhões equivalentes de barris de óleo, é infl uir quimicamente no lençol freático (o aquífero da Montanha em Is-rael), além de produzir pequenos abalos sísmicos. Ainda assim, embora proibida na Europa, essa tecnologia de explora-ção se torna cada vez mais aceita a par-tir das experiências de exploração reali-zadas nos Estados Unidos.

No caso de Israel, a vantagem dessa tecnologia é que os centros de consumo do gás estão muito próximos das zonas de extração além da boa rede de gasodu-tos, considerada a parcela mais cara dos investimentos em gás natural, mesmo aquele extraído das rochas betuminosas.

No Mediterrâneo, aproximando e en-volvendo o vizinho Chipre, seriam cons-truídas plantas de criogenização e des-criogenização do gás e participação ga-rantida nos resultados das abençoadas descobertas. A Europa apoia a iniciati-va conjunta com Israel porque Chipre é membro da Comunidade Europeia e in-teressa sua recuperação econômica nes-

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A escritora Tatiana Belinky morreu em São Pau-lo aos 94 anos depois de onze dias internada no Hospital Alvorada. Tatiana nasceu em 1919 em São Petersburgo, então a Petrogrado soviéti-

ca, em uma família de judeus russos e aos 10 anos se mudou para o Brasil fugindo das atrocidades da guerra civil. Fluente em russo, alemão e letão, trabalhou como secretária bilíngue e tradutora do inglês para o português.

Em 1940, casou com o médico e educador Júlio Gouveia (1914 - 1988), com quem iniciaria uma longa parceria afetiva e profi ssional em que o foco sempre foi a criança e a literatu-

Tatiana Belinky, alegria das crianças

EM SUA VIDA LONGA E PROFÍCUA, TATIANA BELINKY (1919 – 2013) DEU IMENSA CONTRIBUIÇÃO NA FORMAÇÃO DE UMA LEGIÃO DE NOVOS

LEITORES. AO LADO DO INSEPARÁVEL COMPANHEIRO JÚLIO GOUVEIA, EM 1952, ADAPTOU O SÍTIO DO PICAPAU

AMARELO, DE MONTEIRO LOBATO, PARA A TV TUPI

ra infantojuvenil. Eles tiveram dois fi lhos, cinco netos e três bisnetos, e escreveram muitos, muitos livros. Em 1948, os dois começaram a tra-balhar juntos na adaptação de textos para o teatro: Tatiana escrevia, Júlio encenava.

Desta forma, ela contribuiu deci-sivamente na formação de uma le-gião de novos leitores, principalmen-te da obra de Monteiro Lobato, que os procurou pessoalmente para que suas histórias fossem aproveitadas na nascente televisão brasileira. As-sim, em 1952, sempre ao lado do in-separável Júlio, adaptou O Sítio do Pi-capau Amarelo, para a TV Tupi, onde o programa fi cou no ar durante mui-tos anos. O trabalho de Tatiana e Jú-lio ajudou a tornar Monteiro Lobato o autor mais popular entre as crianças brasileiras. Em 1985, passou a criar sua própria literatura infantil com a publicação de limericks, poemas ca-racterizados pelo bom humor, non-sense e contidos em cinco linhas em rimas AABBA.

Entre os mais de 250 livros que Tatiana produziu, destaque para a autobiografi a Transplante de Menina – Da Rua dos Navios à Rua Jaguari-be (Editora Moderna) e o livro de po-emas Limeriques do Bípede Apai-xonado (Editora 34), o seu favorito. Também foi fundamental o papel que desempenhou na divulgação de autores russos como Pushkin, Tols-toi e Tchekhov para leitores de lín-gua portuguesa. Exerceu a crítica li-terária em jornais como O Estado de São Paulo, Folha de S. Paulo e Jornal da Tarde.

Muito generosa, afetuosa e acessível, Tatiana Belinky sempre atendeu cari-nhosamente aos convites da Hebraica, onde participou de vários eventos artís-ticos e literários e, por isso também, vai deixar muita saudade.

magazine > memória II | por Júlio Nobre

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magazine > memória I | por Bernardo Lerer

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O historiador, jornalista e ex-dirigente do Parti-do Comunista Brasileiro Jacob Gorender, nas-ceu na Bahia, fi lho de pais judeus originários da Rússia. Estudava direito em Salvador quando o

Brasil declarou guerra à Itália e à Alemanha, apesar de os dirigentes brasileiros se mostrarem simpáticos às ideias fas-cistas mas não tinha como resistir à pressão popular depois do torpedeamento de navios brasileiros por submarinos ale-mães na costa do país. Gorender apresentou-se como volun-tário e participou da Força Expedicionária Brasileira (FEB) e foi engajado numa companhia responsável pela comuni-cação e escrevia artigos para o órgão ofi cial da FEB, o Cru-zeiro do Sul.

Na volta ao Brasil trabalhou na imprensa do PCB e criticou a condução do partido do qual se desligou depois do golpe de 1964 para fundar o Partido Comunista Brasileiro Revolucioná-rio (PCBR) de resistência à ditadura. Por isso, foi preso e tortu-rado pelo delegado Sérgio Paranhos Fleury e convalescia dos ferimentos nas celas do extinto Dops quando conheceu Dilma Rousseff que lá estava presa também.

Autor de O Escravismo Colonial, uma obra clássica a respei-to da escravidão no Brasil também escreveu O Combate nas Trevas, um dos mais sérios e importantes livros acerca da luta armada no Brasil, referência a respeito do assunto e respeita-do até pelos militares. A única fi lha, a médica Ethel Fernandes Gorender, conta que “nasceu de uma família de comunistas, e meus pais eram muito cultos e solidários”. Os pais viviam na clandestinidade durante a ditadura, mas Ethel estudava na Es-cola Scholem Aleichem.

Eu conheci Jacob Gorender nos anos 1990. Era free-lancer da revista Época, em fase de implantação, e montava um esto-que de reportagens para usar de acordo com as necessidades. Uma delas tratava dos esquerdistas que abandonaram a luta

Jacob Gorender, um judeu

AUTOR DE O ESCRAVISMO COLONIAL, OBRA CLÁSSICA A RESPEITO DA ESCRAVIDÃO NO BRASIL, JACOB GORENDER (1923-2013)

TAMBÉM ESCREVEU O COMBATE NAS TREVAS, UM DOS MAIS SÉRIOS E IMPORTANTES LIVROS ACERCA DA LUTA ARMADA NO BRASIL

armada, aderiram à ditadura e se trans-formaram em garotos-propaganda do re-gime. Entrevistei-o na casa dele, na vila de uma rua próxima à avenida Pompeia. Afi nal, era o autor de O Combate nas Tre-vas. Depois das muitas perguntas e res-postas, foi a vez dele:

– Você é judeu?– Sim, respondi. Assim como o senhor.Ele contou que sempre esteve afastado

da comunidade e os judeus com quem se relacionava eram aqueles membros dos partidos nos quais atuou, e havia muitos.

– Mas eu gostaria de me reaproximar das coisas judaicas que se relacionem à justiça social e à solidariedade, disse ele.

– O senhor gostaria de ir à Hebraica, por exemplo?, perguntei. – É um centro comunitário onde, portanto, cabe todo mundo e estes temas são recorrentes.

– Não, lá não. Acho que vão me olhar esquisito.

E cortou a conversa com uma decisão: – Veja bem: vou deixar claro que não

quero ser cremado como fazem muitos judeus indecisos a respeito da sua identi-dade judaica. Quero ser enterrado no ce-mitério israelita, junto com os meus ou-tros judeus.

Gorender morreu de complicações de-correntes de uma pneumonia. Foi enter-rado às dez horas do dia 12 de junho no Cemitério Israelita do Butantã.

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115 diretoria

Diretoria Executiva – Gestão 2012-2014PRESIDENTE ABRAMO DOUEK

DIRETOR SUPERINTENDENTE GABY MILEVSKY

ASSESSOR FINANCEIRO MAURO ZAITZASSISTENTE FINANCEIRO MOISES SCHNAIDERASSESSOR OUVIDORIA JULIO K. MANDELASSESSOR ESCOLA BRUNO LICHTASSESSORA FEMININO HELENA ZUKERMANASSESSOR REVISTA FLÁVIO BITELMANASSESSOR REDES SOCIAIS E COMUNICAÇÃO DIGITAL JOSÉ LUIZ GOLDFARBASSESSOR SEGURANÇA CLAUDIO FRISHER (Shachor)ASSESSOR ASSUNTOS ACESC MOYSES GROSSASSESSOR ASSUNTOS RELIGIOSOS RABINO SAMI PINTODIRETOR DE CAPTAÇÃO JOSEPH RAYMOND DIWANDIRETOR DE MARKETING CLAUDIO GEKKERCERIMONIAL E RELAÇÕES PÚBLICAS EUGÊNIA ZARENCZANSKI (Guita)RELAÇÕES PÚBLICAS ALAN BALABAN SASSON

DEBORAH MENIUKGLORINHA COHENLUCIA F. AKERMANSERGIO ROSENBERG

VICE PRESIDENTE ADMINISTRATIVO MENDEL L. SZLEJF

COMPRAS HENRI ZYLBERSTAJNRECURSOS HUMANOS CARLOS EDUARDO ALTONACONCESSÕES LIONEL SLOSBERGASADJUNTO AIRTON SISTER

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO SERGIO LOZINSKYDEPARTAMENTO MÉDICO RICARDO GOLDSTEINCULTURA JUDAICA GERSON HERSZKOWICZASSESSORES DA SINAGOGA JAQUES MENDEL RECHTER

MAURÍCIO MARCOS MINDRISZ

VICE PRESIDENTE DE ESPORTES AVI GELBERG

ASSESSORES CHARLES VASSERMANNDAVID PROCACCIAMARCELO SANOVICZSANDRO ASSAYAGYVES MIFANO

GERAL DE ESPORTES JOSÉ RICARDO M. GIANCONIGESTÃO ESPORTIVA ROBERTO SOMEKHESCOLA DE ESPORTES VICTOR LINDENBOJMMARKETING/ESPORTIVO MARCELO DOUEK

FLÁVIA CIOBOTARIUHERMAN FABIAN MOSCOVICIRAFAEL BLUVOL

MARKETING/INFORMÁTICA ESPORTIVO AMIT EISLER

RELAÇÃO ESPORTIVAS COM ESCOLAS ABRAMINO SCHINAZI

GERAL DE TÊNIS ARIEL LEONARDO SADKASOCIAL TÊNIS ROSALYN MOSCOVICI (Rose)

TÊNIS DE MESA GERSON CANER

FIT CENTER MANOEL K.PSANQUEVICHMARCELO KLEPACZ

CENTRO DE PREPARAÇÃO FISICA ANDRÉ GREGÓRIO ZUKERMAN

JUDÔ ARTHUR ZEGERJIU JITSU FÁBIO FAERMAN

FUTEBOL (CAMPO/SALÃO/SOCIETY) FABIO STEINECKE

GERAL DE BASQUETE AVNER I. MAZUZBASQUETE OPEN DAVID FELDON

WALTER ANTONIO N. DE SOUZA

BASQUETE CATEGORIA DE BASE MARCELO SCHAPOCHNIKBASQUETE CATEGORIA MASTER ATÉ 60 ANOS GABRIEL ASSLAN KALILIBASQUETE HHH MASTER LUIZ ROZENBLUM

VOLEIBOL SILVIO LEVI

HANDEBOL JOSÉ EDUARDO GOBBIADJUNTOS NICOLAS TOPOROVSKY DRYZUN

DANIEL NEWMANJULIANA GOMES SOMEKH

PARQUE AQUÁTICO MARCELO ISAAC GUETTAPOLO AQUÁTICO FABIO KEBOUDINATAÇÃO BETY CUBRIC LINDENBOJMÁGUAS ABERTAS ENRIQUE MAURICIO BERENSTEIN

RUBENS KRAUSZ

TRIATHLON JULLIAN TOLEDO SALGUEIROCORRIDA ARI HIMMELSTEIN

CICLISMO BENO MAURO SHETHMAN

GINÁSTICA ARTÍSTICA HELENA ZUKERMAN

RAQUETES (SQUASH/RAQUETEBOL) JEFFREY A.VINEYARDBADMINTON SHIRLY GABAY

TIRO AO ALVO FERNANDO FAINZILBER

GAMÃO VITOR LEVY CASIUCH

SINUCA ISAAC KOHANFABIO KARAVER

XADREZ HENRIQUE ERIC SALAMA

SAUNA HUGO CUPERSCHMIDT

VICE PRESIDENTE DE PATRIMÔNIO E OBRAS NELSON GLEZER

MANUTENÇÃO ABRAHAM GOLDBERGMANUTENÇÃO E OBRAS GILBERTO LERNERPAISAGISMO E PATRIMÔNIO MAIER GILBERTPROJETOS RENATA LIKIER S. LOBEL

VICE PRESIDENTE SOCIAL E CULTURAL SIDNEY SCHAPIRO

CULTURAL SERGIO AJZENBERGSOCIAL SONIA MITELMAN ROCHWERGERFELIZ IDADE ANITA G. NISENBAUMRECREATIVO ELIANE SIMHON (Lily)GALERIA DE ARTES MEIRI LEVINSHOW MEIO DIA AVA NICOLE D. BORGER

EDGAR DAVID BORGER

VICE PRESIDENTE DE JUVENTUDE MOISES SINGAL GORDON

ESCOLAS SARITA KREIMERGRAZIELA ZLOTNIK CHEHAIBARILANA W. GILBERT

SECRETÁRIO GERAL ABRAHAM AVI MEIZLER

SECRETÁRIO JAIRO HABERDIRETORES SECRETÁRIOS ANITA RAPOPORT

GEORGES GANCZHARRY LEON SZTAJER

JURÍDICO ANDRÉ MUSZKAT

SINDICÂNCIA E DISCIPLINA ALEXANDRE FUCSBENNY SPIEWAKCARLOS SHEHTMANGIL MEIZLERLIGIA SHEHTMANTOBIAS ERLICH

TESOUREIRO GERAL LUIZ DAVID GABOR

TESOUREIRO ALBERTO SAPOCZNIKDIRETORES SABETAI DEMAJOROVIC

MARCOS RABINOVICH

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diretoria > concessõesHEBRAICA | JUL | 2013

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E liane e Ricardo Emoto, do Espa-ço Prana Spa na Hebraica, espe-raram concluir a reforma em

todos os detalhes para convidar sócios e diretoria para conhecer o local. No Prana, cada sala é decorada de acordo com o tipo de tratamento: se a cliente está sendo massageada, as paredes da sala são de cenas da natureza e a mú-sica é suave e relaxante. Serão três mo-dalidades de massagem: refl exologia, quickmassage (shiatsu) e massagem nas mãos.

O Espaço Prana começou a atender

Um novo conceito de bem-estarLOGO NA NOITE DE ABERTURA

DO ESPAÇO PRANA SPA, FICOU CLARO QUE OS TRATAMENTOS

OFERECIDOS PELO NOVO CONCESSIONÁRIO DO CLUBE NA

ÁREA DE BELEZA E RELAXAMENTO TERÃO AMPLA ACEITAÇÃO ENTRE

OS ASSOCIADOS

homens e mulheres já no dia seguinte à inauguração e logo fi cou evidente a pre-ferência do público pela drenagem linfá-tica e shiatsu. Em estética facial, a gran-de procura foi pela limpeza de pele.

“Gostei do novo ambiente e a profi s-sional que fez a drenagem linfática pa-recia muito competente. Sem dúvida, a mudança de concessionário era neces-sária e chegou em boa hora”, comen-tou Clara Rappaport, ao sair do Spa com ares de quem deixou a tensão do dia-a-dia na sala da atendente. Mais informa-ções, 38188735/30845201. (M.B.)

A DIRETORIA DA HEBRAICA E CONCESSIONÁRIOS BRINDAM AO NOVO ESPAÇO PRANA

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Page 59: Revista Hebraica - Julho 2013

vitrine > informe publicitárioHEBRAICA | JUL | 2013

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As causas das dores na coluna são inúmeras: má postura, sedentarismo, traumas esporti-vos, acidentes, doenças, etc. A quiropraxia está entre as principais profi ssões na área da saú-de que mais crescem. Ela utiliza como ênfase para o tratamento desses “males da coluna”, a

manipulação ou ajuste articular. Dr. Yotio Sato, quiropraxista – ABQ 064

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O Festival Culture of Life apresenta aos bra-sileiros o médico americano Dr. Rav. Gabriel Cousens, (autor do livro A Torah como Fonte

para a Iluminação), cujo trabalho é um mar-co na medicina do século 21. De 17 a 21 de se-tembro de 2013, no Paraíso Eco Lodge, próxi-

mo ao Parque Estadual Intervales em São Pau-lo, a maior reserva de Mata Atlântica do Brasil, o Dr. Cousens realizará os cursos “Alimentação Consciente” e “Despertando seu Potencial”.E-mail maya.ofi [email protected]

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Page 60: Revista Hebraica - Julho 2013

HEBRAICA | JUL | 2013

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HEBRAICA | JUL | 2013

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Page 61: Revista Hebraica - Julho 2013

HEBRAICA | JUL | 2013

indicador profi ssionalNEUROPSICOLOGIA

ODONTOLOGIA ODONTOLOGIA

ODONTOLOGIA

NEUROLOGIA

MEDICINA PREVENTIVA

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indicador profi ssionalHEBRAICA | JUL | 2013

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Page 62: Revista Hebraica - Julho 2013

HEBRAICA | JUL | 2013

indicador profi ssional

compras e serviços

TRAUMATOLOGIA ESPORTIVASERVIÇOS ESPECIAIS PARA IDOSOSREPRODUÇÃO

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compras e serviçosHEBRAICA | JUL | 2013

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Page 63: Revista Hebraica - Julho 2013

compras e serviçosHEBRAICA | JUL | 2013

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compras e serviçosHEBRAICA | JUL | 2013

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roteiro gastronômicoHEBRAICA | JUL | 2013

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roteiro gastronômicoHEBRAICA | JUL | 2013

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HEBRAICA | JUL | 2013

128conselho deliberativo

AARON BERNARDO SONDERMANABRAHAM AVI MEIZLER Secretário Geral ExecutivoABRAM BERLANDABRAMO DOUEK Presidente do ExecutivoABRAMINO ALBERTO SCHINAZIABRAO B. ZWEIMANADOLPHO FISCHMANAIRTON SISTERALAN BOUSSO JurídicaALAN CIMERMANALBERTO GOLDMANALBERTO HARARIALBERTO RACHMANALBERTO SAPOCZNIK Tesoureiro ExecutivoALEXANDRE L. S. LOBELALEXANDRE OSTROWIECKIALZIRA M. GOLDBERGANITA GOTLIB NISENBAUMANITA RAPOPORTANITA W. NOVINSKYANTONIO FLORIANO P. PESAROARI FRIEDENBACH Assessor Mesa ConselhoARIEL LEONARDO SADKAARTHUR ROTENBERG Ex-PresidenteAVRAHAM GELBERG Vice-Presidente Conselho EsportivoBEATRIZ WOILER RAICHERBEIREL ZUKERMAN Ex-PresidenteBERNARDO GOLDSZTAJN Administração e FinançasBERNARDO KRONGOLDBORIS BERBORIS CAMBURBORIS KARLIKBORIS MOISES MIROCZNIK Obras RelatorBRUNETE GILDINBRUNO JOSÉ SZLAK Obras CoordenadorCAIO MAGHIDMANCARLOS GLUCKSTERN Jurídico CoordenadorCARLOS KAUFMANNCELIA BURD Assessora Mesa ConselhoCELSO SZTOKFISZCHARLES TAWILCHARLES WASSERMANN ObrasCHYJA DAVID MUSZKATCLARA NOEMI TREIGERCLAUDIA MARIA COSTINCLAUDIA ZITRON SZTOKFISZCLAUDIO LUIZ LOTTENBERGCLAUDIO STEINERCLAUDIO STERNFELD Vice-Presidente ConselhoCLAUDIO WEINSCHENKER JurídicoDANI AJBESZYC Administração e FinançasDAVE LAFERDAVID LEDERMANDAVID PROCACCIADAYVI MIZRAHIDEYVID ARAZIDIANA CHARATZ ZIMBARGDOV BIGIOEDUARDO DE AIZENSTEINEDUARDO GRYTZ Administração e Finanças

EDUARDO ROTENBERGELCIO NEUSTEINELIE K. HAMADANIELISA RAQUEL NIGRI GRINER Administração e FinançasERNESTO MATALONERVINO SOICHERESTER R. TARANDACHEUGEN ATIAS Administração e FinançasEUGENIO VAGO JurídicoEVA ZIMERMAN JurídicoEVELYN H. GOLDBACHFABIO AJBESZYC JurídicoFABIO KEBOUDIFERNANDO ROSENTHAL 2º Secretário ConselhoFISZEL CZERESNIAFLORA GHITA TAKSERFRANCISCO AMERICO RAICHMANGABRIEL R. KUZNIETZGEORGES GANCZGILBERTO LERNERGIUSEPPE PIHAGLORINHA COHENGRAZIELA ZLOTNIK CHEHAIBARGUSTAVO CIMERMANGUSTAVO ERLICHMANHELENA NISKIERHELENA ZUKERMAN Assessora FemininoHELIO BOBROW Ex-PresidenteHENRIQUE BOBROW Ex-PresidenteHENRIQUE FISBERG Conselho FiscalHENRIQUE JOSEFHENRIQUE MELSOHNHENRY JACQUES KLEIN ObrasHORACIO LEWINSKY Vice-Presidente ConselhoHUGO CUPERSCHMIDTIDA SEMERISAAC AMARISAQUE RUBINISRAEL ISSER LEVINISY RAHMANI Adm. Finanças CoordenadorIVETTE MANDELBAUMJACKSON CIOCLER JurídicoJACOBO KOGAN Administração e FinançasJACK TERPINS Ex-PresidenteJACQUES ADONIJAIME CIMERMANJAIME SHNAIDERJAIRO HABER Secretário ExecutivoJAIRO OKRETJAIRO PEKELMANJAIRO ZYLBERSZTAJN Conselho FiscalJAQUES LERNERJAQUES MENDEL RECHTERJAYME BOBROWJAYME MELSOHNJAYME SZUSTERJAYME WIDATOR JEFFERSON JANCHIS GROSMAN Conselho FiscalJEFFREY ADONIS VINEYARD Administração e FinançasJOEL RECHTMANJONAS GORDON

Lista de Conselheiros NOME CARGO NOME CARGO

E OS INTEGRANTES DAS COMISSÕES, DO CONSELHO FISCAL E DA DIRETORIA EXECUTIVA

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HEBRAICA | JUL | 2013

129conselho deliberativo

JONNY CUKIERJOSÉ ABRAMOVICZJOSÉ BIRKMANJOSÉ EDUARDO GOBBIJOSÉ HENRIQUE CHAPAVALJOSÉ LUIZ GOLDFARB Assessor Redes SociaisJOSÉ RICARDO MONTEIRO GIANCONIJOSÉ WOILERJOSEPH RAYMOND DIWANJULIO KAHAN MANDEL Assessor OuvidoriaKRYSTYNA OKRENTLEONARDO CUSCHNIRLEO TOMCHINSKYLEON ALEXANDERLIONEL SLOSBERGASLORENA QUIROGALUBA GLEZER ROSEMBERGLUCIA FELMANAS AKERMANLUIZ FLAVIO LOBEL 1º Secret. Mesa Conselho 1º Secretário ConselhoLUIZ GABOR Tesoureiro Geral ExecutivoLUIZ JAYME ZABOROWSKYLUIZ KIGNELLUIZ MESTERMAIER GILBERTMANOEL KRON PSANQUEVICHMARCELO DE WEBERMARCEL HOLLENDERMARCELO KAHAN MANDELMARCELO MIROCZNIKMARCELO SCHAPOCHNIKMARCIA MELSOHNMARCOS ARBAITMAN Ex-PresidenteMARCOS BURCATOVSKY SASSONMARCOS CHUSYDMARCOS KARNIOL ObrasMARIZA DE AIZENSTEINMARLI KOTUJANSKYMAURICIO FOGELMAURICIO JOSEPH ABADI Jurídico Relator MAURICIO PAULO MATALONMAURO JOSE DE SALLES NAHAISSIMAURO ZAITZ Assessor FinanceiroMAX WAINTRAUBMENDEL L. SZLEJF Vice-Presidente AdministrativoMENDEL VAIDERGORNMICHEL STOLARMILTON RZEZAKMIREL WALDMANNMIRIAM KRUGLIANSKASMOACYR LUIZ LARGMAN Jurídico SecretárioMOISÉS SCHNAIDERMOISÉS SINGAL GORDON Vice-Presidente JuventudeMOISÉS SUSLIKMONICA R. ROSEMBERGMONICA TABACNIK Adm.Finanças RelatoraMOSZE GITELMANMOYSÉS BOBROWMOYSÉS DERVICHE Adm.Finanças SecretárioMOYSÉS GROSS Obras/Assessor AcescNAUM ROTENBERG Ex-Presidente

NAUM SCHAPIRONELSON GLEZER Vice-Presidente ObrasNELSON ZLOTNIK ObrasNESSIM HAMAOUINESSIM MIZRAHINICOLE SZTOKFISZ ObrasNILSON ABRAO SZYLITPAULO BRONSTEIN ObrasPAULO DANILAPAULO R. FELDMANPAULO ROBERTO EGEDYPEDRO MAHLER Obras SecretárioPERLA JOSETTE MOSSERIPETER T. G. WEISS Presidente do ConselhoRAMY MOSCOVICRAQUEL MIZRAHIRAUL CZARNYREBECA LISBONARENATO FEDERRENATO KASINSKYRICARDO BERKIENSZTATROBERTO GARBATI BECKER Conselho FiscalRONEY ROTENBERGRONY SZTOCKFISZROSA BRONER WORCMAN ObrasROSALYN MOSCOVICIROSITA KLAR BLAURUBENS BISKERRUBENS KRAUSZRUBENS ERNANI GIERSZTAJNRUGGERO DAVID PICCIOTTO Conselho Fiscal CoordenadorSAAD ROMANO Conselho Fiscal SecretárioSALIM KEBOUDISALO FLOHSALOMON WAHBASAMI SZTOCKFISZSAMSÃO WOILER Ex-PresidenteSANDRO ASSAYAGSARITA KREIMERSAUL ANUSIEWICZ JurídicoSERGIO CIMERMANSERGIO GARBATI GROSSSERGIO KORNSERGIO PRIPASSERGIO ROSENBERGSIDNEY SCHAPIRO Vice-Presidente Social CulturalSILVIA L. S. TABACOW HIDAL Assessora Mesa ConselhoSILVIA WAISSMAN ZLOTNIKSILVIO BRANDSILVIO CHANSIMAO A. LOTTENBERGSIMAO PRISZKULNIKSIMCHA BINEM BERENHOLC JurídicoSZLOMA ZATYRKOVANESSA KOGAN ROSENBAUM Conselho Fiscal SecretáriaVICTOR LINDENBOJM ObrasWALTER MEYER FELDMANYUDAH BENADIBAYVES MIFFANOZEEV TUCHMAJER

NOME CARGO NOME CARGO

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HEBRAICA | JUL | 2013

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Reuniões Ordinárias do Conselho em 2013

Peter T. G. Weiss PresidenteHorácio Lewinski Vice-presidenteClaudio Sternfeld Vice-presidenteLuiz Flávio Lobel SecretárioFernando Rosenthal Segundo secretárioSílvia Hidal Assessora da PresidênciaCélia Burd Assessora da PresidênciaAri Friedenbach Assessor da Presidência

Mesa do Conselho

conselho deliberativo

LOCAL: TEATRO ANNE FRANKHORÁRIO: 19H30

12/8/2013 10/11/2013 – ASSEMBLÉIA GERAL 25/11/20139/12/2013

Lições do microcosmoA Hebraica é frequentemente comparada a uma cidade de porte médio. Nesse modelo de pensamento, fi cam claras e lógicas as diferenças entre grupos, faixas etárias e interesses dos sócios. Por um lado, os mais idosos requerem um tipo de estrutura e organização dos serviços, os atletas apre-sentam outras exigências, enquanto os desejos dos jovens se expressam de forma difusa e multidirecional. No caso das crianças, suas necessida-des são traduzidas por todas as outras faixas de público.O Conselho Deliberativo existe há tanto tempo que o clube em si, tendo sido criado antes mesmo que existisse um edifício para abrigar departa-mentos e atividades. É nele que devem se manifestar as reivindicações ge-rais dos diferentes públicos que utilizam o clube. Em especial, os jovens casais, responsáveis por antecipar as necessidades e interesses dos fi lhos. Eis porque é extremamente importante a candidatura de um número cres-cente de jovens profi ssionais, casais ou chefes de famílias recém-constitu-ídas. Da interação entre esses sócios, de mentes e aspirações renovadas, e os conselheiros com alguma experiência, certamente resultará um projeto com o pé na realidade. As eleições do dia 10 de novembro próximo são a ocasião perfeita para o engajamento de ativistas com outras ideias e disposição para propor no-vos projetos, movimentar as comissões e realmente se comprometer com o papel futuro da Hebraica na comunidade judaica, na cidade e no Brasil. Não por acaso foi com estas características que os fundadores do clube es-boçaram há sessenta anos as premissas que resultaram, hoje, numa insti-tuição do porte do nosso clube.

CALENDÁRIO JUDAICO ANUAL 2013

JULHO 15 2A FEIRA 17H36 INÍCIO DO JEJUM DE TISHÁ BE AV 16 3A FEIRA 18H01 FIM DO JEJUM DE TISHÁ BE AV

SETEMBRO **4 4A FEIRA VÉSPERA DE ROSH HASHANÁ **5 5A FEIRA 1O DIA DE ROSH HASHANÁ **6 6A FEIRA 2O DIA DE ROSH HASHANÁ **13 6A FEIRA 17H39 INÍCIO DO JEJUM DE IOM KIPUR **14 SÁBADO IOM KIPUR - TERMINA ÀS 18H33 18 4A FEIRA VÉSPERA DE SUCOT *19 5A FEIRA 1O DIA SUCOT *20 6A FEIRA 2O DIA SUCOT 25 4A FEIRA VÉSPERA DE HOSHANA RABA - 7O DIA DE SUCOT *26 5A FEIRA SHIMINI ATZERET - IZKOR *27 6A FEIRA SIMCHAT TORÁ OUTUBRO 16 4A FEIRA DIA EM MEMÓRIA DE ITZHAK RABIN NOVEMBRO 27 4A FEIRA 1O DIA DE CHANUCÁ DEZEMBRO 4 4A FEIRA ÚLTIMO DIA DE CHANUCÁ JANEIRO 2014 16 5A FEIRA TU B’ SHVAT 27 3A FEIRA DIA INTERNACIONAL EM MEMÓRIA DO HOLOCAUSTO (ONU) MARÇO 13 5A FEIRA JEJUM DE ESTER 16 DOMINGO PURIM 17 2A FEIRA SHUSHAN PURIM ABRIL 15 3A FEIRA EREV PESSACH - 1º SEDER **16 4A FEIRA PESSACH - 2º SEDER **17 5A FEIRA PESSACH - 2º DIA **21 2A FEIRA PESSACH - 7º DIA **22 3A FEIRA PESSACH - 8º DIA 28 2A FEIRA IOM HASHOÁ - DIA DO HOLOCAUSTO

MAIO 5 2A FEIRA IOM HAZIKARON – DIA DA LEMBRANÇA DOS CAÍDOS NAS GUERRAS DE ISRAEL 6 3A FEIRA IOM HAATZMAUT - DIA DA INDEPENDÊNCIA DO ESTADO DE ISRAEL - 66 ANOS 18 DOMINGO LAG BAÔMER 28 2A FEIRA IOM IERUSHALAIM JUNHO 3 3A FEIRA VÉSPERA DE SHAVUOT

*4 4A FEIRA 1O DIA SHAVUOT

*5 5A FEIRA 2O DIA SHAVUOT - IZKOR

* NÃO HÁ AULA NAS ESCOLAS JUDAICAS ** O CLUBE INTERROMPE SUAS ATIVIDADES, FUNCIONAM APENAS OS SERVIÇOS RELIGIOSOS

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