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www.santacecilia.com.br - ano 1 - Nº 1 - junho de 2007 In Revista Semestral In Interatividade EDUCAÇÃO E CIDADANIA Meio ambiente no foco dos debates OPINIÃO Entrevista com Adriana Falcão SOLIDARIEDADE Ex-alunos e os projetos sociais

Revista Interatividade

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Tudo sobre esporte, cultura e entretenimento

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InRevista Semestral

InInteratividade

EDUCAÇÃO E CIDADANIAMeio ambiente no foco dos debates

OPINIÃOEntrevista com Adriana Falcão

SOLIDARIEDADEEx-alunos e os projetos sociais

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ExpedienteColégio Santa Cecília

DireçãoIr. Eulalia Maria Wanderley de Lima

Coordenação de ComunicaçãoIvan Guimarães

Coordenação Editorial e RedaçãoJanaina de Paula

Projeto Gráfico e DiagramaçãoFrancisco Dantas Damião (Tchêsco)

RevisãoAristene de Castro

ColaboraçãoGustavo Pinheiro

Audiovisual do Colégio

Jornalista ResponsávelJanaina de Paula - Mtb: CE01218JP

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Av. Senador Virgílio Távora, 2000 - AldeotaCx. Postal 52728 - CEP 60151-970

Fortaleza/CEFone: (85) 3064.2377 - Fax: (85) 3064.2367

Site: www.santacecilia.com.br e-mail: [email protected]

Page 3: Revista Interatividade

2 Editorial

3 O mundo é o limite

4Artigo

6 Estamos por dentro

7Evangelização

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Entrevista

09 Reportagem

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13Conhecendo as profissões

14Diga lá

15Estamos no jogo

1819 Espaço Damas

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21Hora de brincar

O mundo da arte

Nos corredores

Estamos em sala

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Há alguns anos, usamos um slogan que traduzia a efervescência de atividades, projetos e ações realizadas na nossa Escola: O Santa Cecília é um mundo!

Hoje, este horizonte se ampliou, com um olhar e um comprometimento que vai além do nosso espaço, que ultrapassa as fronteiras da nossa cidade. Afinal, a consciência de que somos cidadãos do mundo só ganhou importância.

A revista Interatividade é na verdade o nosso jornal Interatividade que teve que abrir ainda mais os braços para receber todas as questões atuais como uma resposta ao cenário no qual vivemos, exigente de reflexões e do desejo de encontrar, de causar e de impulsionar a vida.

É preciso envolver-se na questão ambiental, na necessidade de viajar para perto e para longe, no universo que se descortina pela leitura, na solidariedade, nos projetos de otimização acadêmica, nas novas formas de humanizar e de evangelizar e tantos outros temas aqui abordados.

O mundo muda, nós vamos com ele. Temos valores claros, mais clareza de que não podemos parar.

Esta revista, tão bem cuidada no design e no conteúdo, é a celebração do quanto somos ricos neste nosso pequeno universo de muitas idades, muitos rostos e sonhos.

Bem-vinda a revista Interatividade, um presente a todos nós que fazemos a comunidade educativa do Colégio Santa Cecília.

Ir. Eulalia Maria W. de Lima Diretora do Colégio Santa Cecília

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Mundo mágico além das fórmulas

A 9ª série é porta de entrada para as turmas de Olimpíadas do Santa Cecília. São alunos que se aperfeiçoam e aprofundam conteúdos ligados à biologia, química e física. “Me encanto pela análise aprofundada de coisas muito simples, a que a gente não atribui uma razão, mas que, com o estudo da física, passa a compreender”, justifica a escolha pelas aulas de olimpíadas, Augusto Plácido (2º ano A), medalha de prata na Olimpíada Brasileira de Física. “Outra coisa interessante é que não há compromisso com uma grade de conteúdo, o objetivo é aprender, e isso melhora o raciocínio e traz maturidade”, completa.

Lorena Pitombeira (3º ano B) só se arrepende de não ter ficado, além da turma de química, na de biologia. “Fiz as aulas de química da 8ª série ao 2º ano e valeu muito a pena. Refletiu imensamente na minha base para o 3º ano porque você cria confiança naquele assunto. Só lamento não ter feito o mesmo com biologia, que pode vir a ser uma das minhas específicas”, avalia Lorena, que está em dúvida entre os vestibulares de medicina e engenharia química.

“Você vê além da teoria. As aulas exigem muita reflexão, não é tão objetivo”, teoriza Emanuela Bezerra (2º ano B), que começou a fazer aulas de olimpíadas (biologia e química), na 9ª série, de olho no desafio que está por vir, o vestibular para medicina. É extensa a lista de boas colocações de Emanuela nas competições, dentre as quais, 1º lugar nas olimpíadas internas do ano passado, tanto em biologia como em química. “O bom disso é que, mesmo tendo obtido bons resultados, estou sempre tentando me superar”.

Estreando no grupo, Tales Chaves (9ª série) optou pelas aulas de aprofundamento em química porque é competitivo e quer, além de aprofundar, medir seu nível de conhecimento. “As aulas são divertidas e o conteúdo é interessante. A gente passa, por exemplo, a ter mais cuidado com o que come depois de conhecer as reações químicas que os alimentos podem causar no organismo”, ensina ele que, já sabe, a química vai estar em tudo.

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Alunas do 3º ano

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Andar pela cidade onde se vive sem saber a sua história é como um passeio de olhos vendados. Por trás dos muros da Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção, d o s c a s a r õ e s q u e permanecem de pé, das grossas paredes da velha cadeia, estão guardados segredos e mistérios que, como peças de quebra- cabeças, contam a vida, os

sucessos e as batalhas do nosso povo. Em Fortaleza, principalmente no centro da cidade, as lembranças do passado ainda estão vivas para quem quiser ver. As praças, os prédios antigos, as árvores centenárias, tudo o que resiste, lutam dia a dia para falar com cada um que passa por suas calçadas. Mas a maioria segue, cego e surdo, em passos apressados e perde a chance de conhecer o próprio passado.

Sim, porque a história de cada um de nós, cearenses, de nossas famílias, também deixa marcas. Quem sabe aquele banco de praça não guarda a lembrança do primeiro olhar dos nossos bisavós? Ou se não foi da antiga ponte que desembarcou um parente estrangeiro?

Nem todos têm a oportunidade de conhecer esse passado. Os que têm são privilegiados. A história cultural de uma cidade é herança de cada um de nós. Andar às cegas pelas ruas da memória é como recusar-se a receber uma herança valiosa, talvez a mais importante que poderíamos receber.

Agradeço e parabenizo o Colégio Santa Cecília pela iniciativa de usar o livro É pra ler ou pra comer? como guia de uma viagem de afetos. Isso me gratifica e me enche de força para escrever mais e mais.

Para tirar as vendas dos olhos, basta deixar o coração aberto, abraçar os livros e seguir pela cidade, pisando nos ladrilhos de outros séculos e deixando sua marca para as gerações que estão por vir.

Socorro Acioli é jornalista e escritora de “pequeninas pérolas” infantis como É pra ler ou pra comer? e Bia que tanto lia.

Engajado no social

Andar pela cidade onde se vive sem saber a sua história é como um passeio de olhos vendados. Por trás dos muros da Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção, d o s c a s a r õ e s q u e permanecem de pé, das grossas paredes da velha cadeia, estão guardados segredos e mistérios que, como peças de quebra- cabeças, contam a vida, os

sucessos e as batalhas do nosso povo. Em Fortaleza, principalmente no centro da cidade, as lembranças do passado ainda estão vivas para quem quiser ver. As praças, os prédios antigos, as árvores centenárias, tudo o que resiste, lutam dia a dia para falar com cada um que passa por suas calçadas. Mas a maioria segue, cego e surdo, em passos apressados e perde a chance de conhecer o próprio passado.

Sim, porque a história de cada um de nós, cearenses, de nossas famílias, também deixa marcas. Quem sabe aquele banco de praça não guarda a lembrança do primeiro olhar dos nossos bisavós? Ou se não foi da antiga ponte que desembarcou um parente estrangeiro?

Nem todos têm a oportunidade de conhecer esse passado. Os que têm são privilegiados. A história cultural de uma cidade é herança de cada um de nós. Andar às cegas pelas ruas da memória é como recusar-se a receber uma herança valiosa, talvez a mais importante que poderíamos receber.

Agradeço e parabenizo o Colégio Santa Cecília pela iniciativa de usar o livro É pra ler ou pra comer? como guia de uma viagem de afetos. Isso me gratifica e me enche de força para escrever mais e mais.

Para tirar as vendas dos olhos, basta deixar o coração aberto, abraçar os livros e seguir pela cidade, pisando nos ladrilhos de outros séculos e deixando sua marca para as gerações que estão por vir.

Socorro Acioli é jornalista e escritora de “pequeninas pérolas” infantis como É pra ler ou pra comer? e Bia que tanto lia.

Envolver-se com os desafios da nossa sociedade já há muito deixou de ser uma opção e se transformou numa ação de todos.

O Colégio Santa Cecília, integrante do Instituto das Damas da Instrução Cristã, tem como missão educar crianças e jovens com qualidade e compromisso pedagógico, humano e cristão. Portanto, não relaxa nessa missão que está intimamente ligada à responsabilidade social.

Hoje são diversas comunidades apoiadas pela Escola nestes quase noventa anos de fundação. São parcerias que valorizam instituições realmente engajadas com o social, como a Casa do Menor São Miguel Arcanjo, que acolhe crianças e adolescentes em situação de risco pessoal e que promove a educação social, profissional e religiosa; a Associação Pestalozzi do Ceará, que há mais de 50 anos presta serviços marcantes a um considerável número de crianças, jovens e adultos deficientes; o Lar da Criança Santa Maria, que atende crianças da periferia de Garanhuns, no estado de Pernambuco; o Fundo de Apoio Comunitário (FAC), que trabalha com crianças, adolescentes e jovens carentes no bairro do Jangurussu, em Fortaleza, através da creche-escola para os menores e nas atividades de catequese para os maiores; a Associação dos Moradores de São Vicente, a qual coordena uma creche que recebe crianças filhas dos moradores da comunidade e também através de outros projetos como o de proteção ambiental.

Outra ação desenvolvida pelo Santa Cecília são as bolsas para jovens e crianças que estejam com grande dificuldade de concluir seus estudos. Para tanto, a Escola, através de sua equipe de assistentes sociais, faz um trabalho sério, humano e criterioso de análise e acompanhamento dos possíveis e atuais bolsistas. Esse projeto é realizado com alguns estudantes atuais do Colégio, estudantes filhos de funcionários e também alunos carentes que estudam no Colégio Santa Cristina, em Nazaré da Mata, Pernambuco, escola irmã do Santa Cecília.

Toda essa realização é uma parcela mínima em um universo tão necessitado, mas, embora limitado, é gratificante saber que é possível fazer algo realmente de concreto diante de tantos desafios.

Com criatividade e dedicação, muito mais pode ser realizado pela sociedade. Que todos juntos possamos responder com sensibilidade e rapidez ao tempo presente.

Ir. Ana MargaridaDiretora Administrativa do Santa Cecília

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igosO QUE SIGNIFICA PARTICIPAR

DA VIDA DE NOSSOS FILHOS?Maria Aparecida Montenegro (Mãe de Heitor Montenegro de Carvalho)

(...) Participamos quando contribuímos para aquilo que não necessariamente aparece

no boletim, mas que marca muito mais a alma daqueles a

quem tanto amamos.

Não é preciso recorrer a nenhum tratado de educação para chamar a atenção para a importância da participação dos pais nas atividades de seus filhos. Há anos essa temática já atingia o canal mais difundido do senso comum: a televisão. Muitos devem lembrar do antigo comercial que dizia: “Não basta ser pai, tem que participar”. Curiosamente, esse comercial talvez tenha sido emblemático, sinalizador de uma nova geração de pais guiados por uma nova forma de pensar a relação com os filhos, pois coincidentemente assistiu-se ao crescimento de uma legião de pais engajados e atentos a aspectos da vida de seus filhos que muito provavelmente não povoavam as preocupações de seus próprios pais. Estes, por sua vez, passaram a responder por todas as acusações de rigidez, autoritarismo, falta de diálogo, repressão exacerbada, desatenção à individualidade de cada filho e inobservância à dimensão psicológica do desenvolvimento da criança e do adolescente. Julgada pelo tribunal da nova psicologia e pedagogia, a educação que nos foi legada parece ter sido condenada por formar adultos cerceados, intimidados, inseguros, traumatizados, ou com baixa auto-estima.

Com efeito, a mudança que se seguiu foi abrupta: passamos a ser pais preocupadíssimos em participar da vida dos nossos filhos, e é justamente aí que eu lanço a mim mesma e aos pais de minha geração a seguinte pergunta: O que realmente significa participar da vida de nossos filhos? Será acomodá-los em um quarto decorado por arquitetos, com papéis de parede e pinturas de sonho, brinquedos antialérgicos, babás uniformizadas, ao som de Mozart for babies? Será fotografá-los e filmá-los ainda no ventre e depois em todas as ocasiões possíveis, antes tão corriqueiras para nossos pais? Será preparando-lhes festas caríssimas em bufês cinematográficos, com cenários e animadores mágicos, palhaços, clones da XUXA, boates e DJs, sem falar nas “lembrancinhas” para os convidados, inimagináveis para nossos “negligentes” pais? Será matriculando-os em todas as atividades extracurriculares possíveis: natação, futebol, balé, capoeira, caratê, inglês, informática, educação musical, acompanhamento de tarefa, reforço escolar, além, é claro, dos mais sofisticados tratamentos com psicólogos, psicopedagogos, neuropediatras, fonoaudiólogos, ortodontistas? Enfim, será superalimentando a auto-estima de nossos filhos, fazendo com que eles acreditem que são nossos (e por que não dos outros?) verdadeiros heróis ou celebridades, acompanhados a todo instante pelas câmeras digitais (em alguns casos, pelo monitoramento on-line da vida escolar) e pelos telefones celulares recebidos de seus amorosíssimos e vigilantes pais? Afinal, o que cabe efetivamente a nós, pais, tirante toda essa parafernália que tanto glorificamos em nome de uma maior participação na vida de nossos filhos?

O filósofo francês Michel Foucault já alertara para a exacerbação da vigilância e do controle em nossa sociedade, promovida justamente pelas práticas que julgamos redentoras ou libertárias da educação tradicional: a medicalização, a psicologização de nossas atividades mais cotidianas e a conseqüente produção em massa de corpos dóceis e manipuláveis, formatados por uma concepção ortopédica - e não formadora - de educação. Se passamos a chamar tudo isso de participar, talvez então seja a hora de fazermos uma autocrítica da contemporaneidade e resgatarmos um pouco da boa tradição pedagógica, como por exemplo, a que foi pensada por Platão, muitos e muitos séculos antes de nossos pais.

Segundo o filósofo, a educação deve conduzir à autonomia, palavra grega cujo significado é a capacidade de reger-se a si mesmo livremente, sem a coerção externa. Tal autonomia é alcançada quando se educa para amar desde cedo aquilo que realmente importa: o Bom, o Belo e o Verdadeiro. Nessa perspectiva da boa tradição, participar talvez seja tomar parte na educação de nossos filhos para guiá-los na direção da autonomia (o que não combina com o controle excessivo ou simplesmente com o preenchimento de seu tempo com atividades extras). Implica em termos e sermos parceiros de outros agentes de educação, cabendo a nós julgar quais os que são realmente imprescindíveis. Em plena era da

supervalorização do indivíduo e do esvaziamento do espaço p ú b l i c o p r o v o c a d o p e l a descrença em relação ao que é coletivo (sobretudo a política), talvez a escola seja um dos últimos espaços em que a coletividade é preservada, com a grande vantagem de não

ameaçar a individualidade de seus membros. Assim, cabe a nós fazermo-nos presentes na escola, mas não apenas para fotografarmos nossos filhos no primeiro dia de aula, à chegada do piquenique, na festa de fim-de-ano, ou para exigirmos alguma coisa simplesmente porque pagamos. Precisamos levar a sério o significado de participar como parceria e assim tomarmos parte - aquela que cabe a nós pais, e não aos psicólogos, psicopedagogos e cia. - em ocasiões que rea lmente impor tam, como por exemplo , acompanhando a escola na busca do efetivo atingimento desses elementos indissociáveis: a Ética (por uma vida justa), a Estética (por uma vida admirável) e o Conhecimento (por uma vida dedicada ao Amor à Sabedoria). Ditos assim, parecem ideais por demais etéreos e intangíveis, mas talvez estejam ao alcance de nosso dia-a-dia, como quando fazemos sugestões e críticas construtivas ao planejamento de aulas, à programação das tarefas, à prática docente, à seleção do conteúdo a ser transmitido não apenas em Matemática, Português e Ciências, mas em História e Geografia, em Religião e Filosofia, em Inglês e Educação Física. Enfim, participamos quando contribuímos para aquilo que não necessariamente aparece no boletim, mas que marca muito mais a alma daqueles a quem tanto amamos. Espelhemo-nos então em Platão, que, apesar de provir da mais alta aristocracia ateniense, dedicou sua vida ao cultivo de outra nobreza: a nobreza da alma, algo muito distinto do culto às celebridades.

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Segundo o filósofo, a educação deve conduzir à autonomia, palavra grega cujo significado é a capacidade de reger-se a si mesmo livremente, sem a coerção externa. Tal autonomia é alcançada quando se educa para amar desde cedo aquilo que realmente importa: o Bom, o Belo e o Verdadeiro. Nessa perspectiva da boa tradição, participar talvez seja tomar parte na educação de nossos filhos para guiá-los na direção da autonomia (o que não combina com o controle excessivo ou simplesmente com o preenchimento de seu tempo com atividades extras). Implica em termos e sermos parceiros de outros agentes de educação, cabendo a nós julgar quais os que são realmente imprescindíveis. Em plena era da

supervalorização do indivíduo e do esvaziamento do espaço p ú b l i c o p r o v o c a d o p e l a descrença em relação ao que é coletivo (sobretudo a política), talvez a escola seja um dos últimos espaços em que a coletividade é preservada, com a grande vantagem de não

ameaçar a individualidade de seus membros. Assim, cabe a nós fazermo-nos presentes na escola, mas não apenas para fotografarmos nossos filhos no primeiro dia de aula, à chegada do piquenique, na festa de fim-de-ano, ou para exigirmos alguma coisa simplesmente porque pagamos. Precisamos levar a sério o significado de participar como parceria e assim tomarmos parte - aquela que cabe a nós pais, e não aos psicólogos, psicopedagogos e cia. - em ocasiões que rea lmente impor tam, como por exemplo , acompanhando a escola na busca do efetivo atingimento desses elementos indissociáveis: a Ética (por uma vida justa), a Estética (por uma vida admirável) e o Conhecimento (por uma vida dedicada ao Amor à Sabedoria). Ditos assim, parecem ideais por demais etéreos e intangíveis, mas talvez estejam ao alcance de nosso dia-a-dia, como quando fazemos sugestões e críticas construtivas ao planejamento de aulas, à programação das tarefas, à prática docente, à seleção do conteúdo a ser transmitido não apenas em Matemática, Português e Ciências, mas em História e Geografia, em Religião e Filosofia, em Inglês e Educação Física. Enfim, participamos quando contribuímos para aquilo que não necessariamente aparece no boletim, mas que marca muito mais a alma daqueles a quem tanto amamos. Espelhemo-nos então em Platão, que, apesar de provir da mais alta aristocracia ateniense, dedicou sua vida ao cultivo de outra nobreza: a nobreza da alma, algo muito distinto do culto às celebridades.

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O educador tem a desafiadora tarefa de se reinventar diariamente. Novos métodos, novas formas de abordagens, tudo para prender a atenção e envolver aprendizes tantas vezes dispersos. A professora de História, Marília Serra, “saca da manga” artigos de jornal, charges, crônicas e obras de arte para fazer com que os alunos entendam que a história não é algo aprisionado ao passado, está em permanente movimento.

“O objetivo é fazer com que eles compreendam que o elemento desencadeador do pensar histórico é o cotidiano. Para que reflitam acerca do tempo histórico, por exemplo, eles se debruçam sobre o poema de Carlos Drummond que fala do tempo”, explica Marília. Ao abordar a violência da Revolução Mexicana, a professora recorre ao escritor Eduardo Galeano para ir além, desafiando a turma a pensar sobre a violência nos dias de hoje, exaustivamente contida nos brinquedos de guerra, video games e afins.

A interdisciplinaridade é outro recurso permanentemente utilizado na busca pelo saber. Julia Venâncio, de Redação, e Suetônio Ferreira, Biologia, uniram-se para que os conteúdos de

biologia do 1º ano do Ensino Médio ganhassem abordagens mais críticas

nas dissertações de redação. Nada de recorrer ao velho “eu acho” no

desenvolvimento do texto. A pesquisa é fundamental e, antes de pôr no papel, eles apresentam seminários para se afiar em

questões ligadas, por exemplo, às doenças, sintomas, tratamentos etc.

“Os alunos só serão capazes de desenvolver a redação se estudarem o tema. Gostei muito do resultado dessa parceria com a biologia porque, apesar do impacto inicial, eles entenderam que o conhecimento não é estratificado. Além disso, descobriram novos conteúdos dos quais não conheciam quase nada. E isso só foi possível através dapesquisa”, relata Julia.

No Tempo Integral, troca-se o material didático convencional pelo fogão, panela e livro de receitas. Nas aulas de culinária, as crianças vão aprimorando os conteúdos de matemática e português e ampliando o repertório, enquanto mexem panelas e se deliciam com as próprias guloseimas. “Nas atividades de culinária, eles também desenvolvem a concentração, a organização, a autonomia e vão absorvendo os conteúdos de forma lúdica”, explica Ray, coordenadora do TISC. Sem falar que a culinária é uma

forma deliciosa de passear por outras culturas.

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Marília Serra costuma pregar pequenas “peças” nos alunos, publicando nas provas reflexões que eles próprios fizeram em sala de aula. Na primeira avaliação global de História, a questão que abre a prova é uma cruzadinha elaborada com perguntas do Robisson Callore, Mariana Nobre, Thais Frota, José Vinicius e Caio Lemos (9ª série).

Na última questão, Marília propõe uma reflexão sobre “as grades que queremos arrancar”. Surpresa! As frases são de alunos:

“Arrancar as grades que distanciam o amor para tocar as coisas belas da vida.” Saulo Baquit (9ª série D)

“Arrancar as grades do racismo, guerra e preconceito e tocar na igualdade e paz.” Lucas Almeida (9ª série C)

“Arrancar a grade da mentira, falsidade, inveja, egoísmo e poder tocar na sinceridade, honestidade, verdade, esperança e amor.” Maria Eduarda, Ivna Lacerda e Karol Andrade (9ª série E)

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Voluntário, na definição do Dicionário A u r é l i o , é a q u e l e “ q u e a g e espontaneamente”. Em se tratando dos ex-alunos - voluntários nos projetos de evangelização do Colégio Santa Cecília e de outras escolas que fazem a Congregação Damas - é muito mais que seguir a própria vontade. “É o desejo de sensibilizar outros jovens, levar a experiência do encontro com Deus para que eles possam se apropriar dessas vivências e se encantar com as palavras de Jesus”, define Rodrigo Cavalcante, aluno de Medicina na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e ex-aluno do Colégio Damas. Ele fala com a propriedade de quem fez parte da primeira equipe do Fórmula 1 no Nordeste e esteve à frente das primeiras edições de projetos como Máscara, Entre Amigos e Acampamento.

Ser voluntário é também um modo de não se desvencilhar da relação com a escola de origem. “Como voluntários já conhecemos todas as escolas da Congregação Damas no Nordeste. Isso é um grande privilégio porque fazemos novos amigos, t rocamos experiências e temos contato com as outras culturas mesmo já tendo saído do Colégio”, comemora o também pernambucano Davi Gomes, mais um no time de veteranos dos projetos, estudante de Medicina Veterinária na Universidade Federal de Pernambuco. A cearense Mariana Barbosa ressalta os ganhos pessoais nessa experiência de se doar. “Os projetos de evangelização do Colégio unem muito e é emocionante falar para outros jovens. Além disso, nós começamos a não achar normal o que a sociedade banaliza, como tratar as mulheres como se fossem objetos”, teoriza a ex-aluna do Santa Cecília, estudante de Direito na Faculdade 7 de Setembro.

Estratégia certeira. O Santa Cecília, assim como as outras escolas da Congregação, privilegia a linguagem própria da juventude para evangelizar. E nada como deixar que o diálogo se estabeleça entre os pares. “Depois dessa longa caminhada, nós entendemos que jovem consegue evangelizar jovem com muito mais facilidade porque somos semelhantes, gostamos das mesmas coisas e fazemos escolhas parecidas. O exemplo vale muito mais, as pessoas se sensibilizam pelas atitudes. A diferença é que estamos no mundo sem ter que levar uma vida mundana”, observa Bruno Barreto, ex-aluno do Damas e estudante de Engenharia de Produção na UFPE.

SOU VOLUNTÁRIO

SOR Projetos de evangelização do Santa Cecília: Mochilinha, Semear, Olaria, 24 Horas, Entre Amigos, Geração, Acampamento, Fórmula 1 e Máscara.

“O Máscara foi necessário para acalmar nossos ânimos em um ano tão difícil. Parece que entramos em um mundo diferente, que nos fez pensar no que podemos fazer para sermos pessoas melhores.” Projeto Máscara - Luana Gurgel(3º ano)

“Precisamos nos esforçar para que o nosso coração seja sempre uma terra boa. E o coração vira uma terra boa quando somos bons, temos respeito e carinho e fazemos novas amizades.” Projeto Semear - Lara Cunha (3ª B) e Beatriz Bezerra (3ª C)

“O carisma fundado por Madre Agathe Verhelle é bem vivo no Brasil e se desenvolve cada vez mais. No mundo de hoje, é fundamental desenvolver o carisma da educação cristã, para mostrar os valores essenciais.”Mère Marie Bénédicte, Superiora Geral do Instituto Damas, em visita ao Santa Cecília.

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Alunos e educadores em atividades do SOR

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As viagens pedagógicas do Santa Cecília, que acontecem no meio do ano, trazem, para além do conhecimento formal, o contato com o universo cultural de cada lugar. Passaporte pessoal e intransferível para muitas histórias de vida que vão marcar a existência de cada um dos viajantes. “Quando você vê outras culturas, pega um pouco para você e vai ficando mais rico. Fico vendo o jeito diferente como as pessoas falam, o sotaque, as lendas de cada lugar”, observa Daniel Barrêto, um perspicaz viajante,

que este ano parte para São Luís do Maranhão. Fernando de Noronha chamou a

atenção de Nathália Fonseca (2º ano C), não só pela beleza natural em estado bruto, mas também pelo comportamento de seus moradores. “As pessoas vivem de forma muito simples, não há muita diferença social, e por isso os turistas interagem muito com os nativos”, diz Nathália, que se prepara para conhecer a Chapada Diamantina e, ano que vem, embarca para a Europa. Inserida no mesmo roteiro, Rafaella Thomáz não vê a hora de conhecer o Pelourinho e ouvir a batida dos tambores baianos. “Acho que a Bahia tem um astral diferente. Adoro axé, a música do Olodum e a idéia de viajar entre amigos”, afirma.

O diário de bordo de Victória Miná (7ª série D) volta sempre carregado de novas sensações. Depois de conhecer Pernambuco e Natal pelas Viagens Pedagógicas, ela se prepara para ir a São Luís. “Espero aprender sobre

a cultura popular, ver o artesanato, as apresentações do bumba-meu-boi...”, enumera. Bruno Alexandre e Natália Alves embarcam no Viva Nordeste rumo a Pernambuco. “Estamos ansiosos para ver o Espaço Ciência, os bonecos de Olinda e ouvir o frevo”, dizem os viajantes foliões. Karisia Santos (8ª série A) tem suas preferências. “Este ano, vou a Fernando de Noronha porque gosto muito de estar em relação com a natureza. Em cidade grande eu já vivo, prefiro viver uma nova experiência”.

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Percorrer corredores na companhia dos escritos de Clarice Lispector é o que propõe a mostra no Museu de Língua Portuguesa, em São Paulo. No sertão cearense, um bate-papo com adolescentes da Ong Fundação Casa Grande, em Nova Olinda, pode ser uma experiência das mais grandiosas.O encontro com o que a natureza nos oferta de mais paradisíaco, Fernando de Noronha e Chapada Diamantina, é também uma forma de alimentar o espírito e a percepção de mundo.Muitos quilômetros a mais e podemos nos deparar com a riqueza cultural da Europa. Encontro de muitas línguas, muitos costumes.

Destaque nas viagens

?Cariri (6ª série)Memorial do Poeta Patativa do Assaré e Fundação Casa Grande, em Nova Olinda.?Viva Nordeste (5ª série)Instituto Ricardo Brennand, com sua pinacoteca reunindo obras do pintor Franz Post e o acervo de armas brancas.?São Luís (7ª série)Centro Histórico de São Luís e sua cultura viva, com as apresentações dos grupos de danças folclóricas. ?Fernando de Noronha (8ª série)O patrimônio natural é a grande riqueza do arquipélago. ?Chapada Diamantina e Salvador (9ª série)Centro Histórico de Salvador, o Pelourinho e algumas das igrejas barrocas com mais ouro no Brasil . Sem falar, é claro, em toda a beleza natural da Chapada. ?Região Sul (8ª série e Ensino Médio)Museu da Língua Portuguesa, que apresenta, no momento, uma mostra sobre Clarice Lispector, e o Masp, em São Paulo. ?Europa (Ensino Médio)Os principais museus do mundo como Prado, em Madri; Louvre, em Paris; D´Uffizzi, na Itália.

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Arte de correr o mundo

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Sensíveis à causa ambiental

A imagem do ecologista como aquele sujeito meio outsider, desplugado, um tanto aéreo, que só come folhas foi-se por terra. Em tempos em que o termo “refugiados ambientais” passa a fazer parte do nosso linguajar, todos nós devemos vestir a capa de heróis, uma liga superpoderosa de defensores da natureza. Na verdade, defensores da nossa própria existência e da vida no planeta. E nada de achar que só tem lugar nesse time os super-imbatíveis-alguma-coisa. É muito fácil fazer a nossa parte: rever hábitos de consumo, produzir menos lixo e até ressignificá-lo, apagar a luz, fechar a torneira, comer menos carne, desligar o computador, andar a pé... Em uma dimensão maior, virarmos ativistas ambientais, acompanhando as votações no Parlamento e nos mobilizando para pressionar o poder público pela preservação de parques, lagoas, mangues etc.

Claro que as grandes mudanças devem ser tomadas pelas potências mundiais, no combate ao aquecimento global. Mas, se fizermos nossa parte, coletivamente, fará toda a diferença para o planeta. Como as formigas que se unem num pequeno e numeroso batalhão para garantir comida nos dias frios de inverno, sabe? Pois é. Se nós quisermos viver bem nas próximas décadas, vamos ter que nos tornar, também, um pequeno exército que defende o meio ambiente e todas as formas de vida deste planeta.

O papel da escola neste novo contexto de alerta ambiental é preponderante. Por essa razão, mapeamos no Santa Cecília algumas iniciativas que representam a introdução no universo da educação desses novos dilemas. São iniciativas recentes, outras nem tanto, mas que no geral podem fazer toda a diferença no que se refere a formar novas consciências, mais sensíveis à causa ambiental. A disciplina de Educação Ambiental é um passo para lá de importante. O Santa Cecília foi uma das primeiras escolas cearenses a introduzir a matéria no currículo da 8ª série.

Mas as ações não se restringem a uma única série. Todo ano, a Semana do Meio Ambiente põe os Ensinos Fundamental e Médio em alerta para as questões do lixo, da poluição, do desmatamento. Este ano, a Semana traz como tema Preservar para os que vão chegar. No Ensino Médio, pausa no conteúdo complexo para vivenciar na prática o que dizem os livros, esse é o propósito da Trilha Ecológica que vai possibilitar o aprofundamento do conhecimento sobre os diferentes espaços geográficos. São incontáveis as abordagens em sala de aula que levam à reflexão sobre os aspectos ambientais, história, geografia, redação, química, biologia. Da Educação Infantil ao Ensino Médio.

Um passeio pelos corredores do Santa Cecília também pode dizer muito de nossos hábitos. As plantas habitam todos os espaços, estão na área central. E, mais recentemente, os recipientes coloridos da coleta seletiva foram inseridos na paisagem. O ano começou bem. Por todos os lados o tema da Campanha da Fraternidade que, este ano, vem defender a preservação da Amazônia. Loas à CNBB. Não é pouco defender a maior floresta tropical do mundo. Você sabe por que o Brasil está em quarto lugar entre os vilões que contribuem para o aquecimento global? Desmatando a Amazônia. Quase 75% do gás carbônico emitido pelo País vem do desmatamento, queimadas e mudanças no uso do solo, a maioria na Amazônia. Inconcebível!

“Se nós quisermos viver bem nas próximas décadas, vamos ter que nos tornar, também, um pequeno exército que defende o meio ambiente e todas as formas de vida deste planeta.”

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Está lá, no currículo, para os que chegam na 8ª série. A disciplina de Educação Ambiental, ministrada pela professora Irani do Nascimento, tem despertado um interesse enorme nos alunos pelo tema da preservação. Eles começam a entrar no assunto pela fase de sensibilização, conhecendo os problemas ambientais, inserindo-se nos contextos, tomando pé de questões envolvendo o lixo, a poluição, o desmatamento.

“Diante do que está posto, é hora de problematizar. Daí eles entram na fase das pesquisas, levantando hipóteses, dados, fazendo análises e buscando soluções. É aí onde cada um terá que pensar no que pode fazer e como levar os problemas ambientais e as soluções para além da nossa comunidade”, destrincha a professora Irani.

Por fim, a turma parte para a ação, ou seja, vão levar, em forma de projetos, questões relativas à educação ambiental para outras comunidades, fora dos muros da Escola. “A Educação Ambiental é vista de forma processual no Santa Cecília. O objetivo dessa disciplina na 8ª série é trabalhar o conteúdo mais formalmente, gerando uma idéia conscientizadora, crítica e de mudança de postura”, esclarece a professora.

Preservar

para os que vão chegar A Semana do Meio Ambiente, que acontece em junho, chega

com uma preocupação contundente: a preservação para as novas gerações. Os organizadores da atividade elegeram a música como elemento de sensibilização e os temas da água e da coleta seletiva de lixo vão estar no centro dos debates. É bom ressaltar que o projeto volta-se também para os educadores e envolve as áreas de Ciências e Biologia, Química e Física do Ensino Fundamental e Ensino Médio. Ou seja, ninguém deve passar “imune” a esses dias de discussão sobre meio ambiente.

“O tema da Semana do Meio Ambiente, Preservar para os que vão chegar, tem como meta comprometer a atual geração com as futuras gerações, fazendo com que todos reflitam sobre suas responsabilidades individuais e coletivas com o futuro do planeta”, explica o coordenador da área de Química e Física, Aluísio Cavalcante. Ele ressalta a importância da interdisciplinaridade das áreas de Química e Biologia para que se avance nesse tema. É mais um pequeno exército em formação.

Imagens do cotidiano da Escola

Mudança de postura Projeto Vida - Brincando em Família

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Glossário

O que é aquecimento global?O aquecimento global é resultado do lançamento excessivo de gases de efeito estufa, sobretudo o dióxido de carbono (CO2), na atmosfera. Esses gases formam uma espécie de cobertor, cada dia mais espesso, que torna o planeta cada vez mais quente e não permite a saída de radiação solar.

Como são lançados os gases de efeito estufa e quais as soluções?Isso acontece de diversas maneiras. As principais são: queima de combustíveis fósseis (como petróleo, carvão e gás natural) e o desmatamento (no Brasil, o principal responsável pelas nossas emissões). Existem muitas maneiras de reduzir a emissão de gases: diminuir o desmatamento, incentivar o uso de energias renováveis, eficiência energética e a reciclagem de materiais, melhorar o transporte público são algumas das possibilidades.

Saiba mais nos sites do Greenpeace: www.greenpeace.org.br e www.wwf.org.br

OpiniãoCom toda essa problemática ambiental, devemos procurar maneiras de, no nosso dia-a-dia, minimizar a situação

da camada de ozônio, que já está mais do que acabada por conta dos poluentes que sempre jogamos na atmosfera. Por mais que pensemos que não nos cabe fazer nada para reduzir a questão dos poluentes emitidos, pois as maiores responsáveis são as grandes empresas dos países superdesenvolvidos, algo de pequeno, mas que numa ação conjunta seria grande, nós poderíamos fazer. Chama-se transporte coletivo.

Há muito preconceito em torno do uso de transporte coletivo. Tem gente que pensa que andar de ônibus é sinônimo de ser assaltado; o que não é bem assim. Quem disse que estar dentro de um ônibus é menos seguro que parar nos carros diante dos semáforos? Além disso, será que um assaltante vai querer mostrar a sua cara duas vezes na mesma linha? Mas o preconceito não pára por aí. Além da questão da segurança, acham que só quem anda de coletivo são pessoas muito pobres ou miseráveis. Há muitas pessoas com certo poder aquisitivo, como alunos do Santa Cecília, andando de ônibus. E não há nenhum problema em ser como os mais humildes e conviver com eles.

Devemos usar o transporte coletivo como forma de diminuir os problemas ambientais e até mesmo os congestionamentos, porém, temos que cobrar melhorias dos meios de transportes públicos: expansão das linhas, fim da superlotação, mais assentos para idosos e deficientes, ar-condicionado, entre outras coisas que nos trariam conforto e mais cidadãos interessados em andar de ônibus. Assim, a poluição seria menor e nos deixariam fazer a nossa parte.

Maria Eugênia e Camila Pessoa (alunas do 1º ano)

Acreditamos, na Educação Infantil, que a preservação do nosso PLANETA depende basicamente da ação dos seres humanos, de sua capacidade de gerir o mundo que está ao seu redor, de evitar as perdas e desperdícios, e que as crianças aprendem a partir dos nossos exemplos e das suas próprias experiências sobre o respeito por si próprio, pelo próximo e pelo ambiente.

Nossa intenção é proporcionar às crianças vivenciarem, através das atividades propostas, seja através dos projetos, aulas-passeio, seja através da vida diária (prática), possibilidades de conhecer e conviver com a natureza, com o “outro” e aprender a cuidar da VIDA sentindo os seus sabores (alimentação saudável: do corpo, da mente e da alma), perfumes (cheiro de chuva, terra molhada, fruta madura...), cores (fauna, flora, raças...), sons (música, histórias, pássaros, voz...), movimentos (do corpo, do universo, das relações...). Porque é necessário conhecer, sentir e amar para aprender a cuidar!

Mara Godinho (Supervisora da Educação Infantil)

Aprendendo a cuidar

A ordem é reciclar!Porta-lápis, origami, carros em miniatura. Matéria-prima:

cacarecos guardados em casa e uma intensa dose de criatividade. Eram os presentes que alunos da 5ª série produziram para a festinha de amigo secreto, uma atividade resultante do projeto Consumo Consciente. “Estamos aprendendo a valorizar a qualidade dos produtos, conferindo datas de fabricação, validade e preço. O Projeto ajuda também a pensar que nem tudo precisa ser comprado, nós podemos fazer, até porque, quando compramos, ajudamos as indústrias a destruírem o meio ambiente”, ensina Pedro Kasprzykowskc (5ª F).

Bruno Alexandre (5ª F) faz coro: “Podemos poluir menos reaproveitando as coisas que sobram em casa. Às vezes, queremos aquilo só porque o nosso amigo tem, mas nem é necessário”. O projeto Consumo Consciente tem como objetivo maior promover uma consciência planetária. “Acreditamos que a criança, ao incorporar a idéia de consumir de forma responsável, estará contribuindo para a preservação ambiental, bem como para uma valorização maior do ‘ser’ em oposição ao ‘ter’”, justifica Regiana Nepomuceno, da Coordenação do Ensino Fundamental (2ª a 5ª série). 11

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DIMINUA O CONSUMO DE CARNE VERMELHA!

COMPRE MENOS!

RECICLE O LIXO!

Faça a sua parte

Os pecuaristas desmataram uma área equivalente ao estado de Minas Gerais na Amazônia. Em números: 78% do desmatamento na floresta é realizado para abrir áreas de pastagem. Produzir 1kg de carne gasta mais água que 365 duchas. Pode?

Uma árvore remove cerca de 22 quilogramas de gás carbônico da atmosfera ao ano.

TV, computador e rádio ligados a toda hora? Nem pensar. A economia de energia é fundamental e é facilmente conseguida apagando-se as luzes, os eletroeletrônicos e substituindo as lâmpadas pelas de baixo consumo de energia. Evite ferro, ar-condicionado e máquina de lavar (ou, quando tiver que usar, utilize a sua carga máxima).Ah, não esqueça que o banho de água fria é muito mais saudável.

Será que você precisa mesmo de tantos pares de sapatos e uma variedade tão grande de roupas e brinquedos? Pois saiba que o consumismo é também um grande responsável pela produção de gás carbônico na atmosfera. Aproveite as lições de reciclagem e adote-as no seu visual. Pode-se dar uma cara nova ao visual sem precisar sair comprando loucamente.

É só botar na cabeça que a água é um bem esgotável para nunca mais ter coragem de deixar a torneira aberta enquanto escova os dentes ou deixar o chuveiro ligado enquanto passa o sabonete. É muito fácil, é só estar atento, economizar água quando estamos lavando louça, no banho, aguando as plantas. Lembre-se que aquele pinga-pinga pode causar um vazamento de até 46 litros de água em um único dia.

Você sabia que mais da metade da produção industrial é reciclável? Nós também podemos separar os materiais e deixar nos postos de coleta. Certamente há algum perto de casa. E aquela história de jogar lixo no chão ou pela janela do carro está terminantemente proibida. Pense que isso ocasiona o entupimento dos bueiros entre outros transtornos.

Utilize todo o papel, inclusive o verso, e imprima só o que for necessário. Uma boa opção é utilizar papel reciclado (com isso, economizamos árvores), também reaproveitar embalagens e caixas. Rejeite produtos descartáveis, ou seja, de um só uso.

NÃO DESPERDICE ÁGUA!

PLANTE ÁRVORES!

ECONOMIZE ENERGIA!

PLANTE ÁRVORES!

REDUZA O CONSUMO DE PAPEL!

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Projeto Vida

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Desafios da vida profissional

Formação Fiz Direito na Unifor e cursos de especialização em Direito Público e Privado, além de Processo Penal. Atualmente faço mestrado na UFC. Principal atividadeFui Guarda Municipal de Fortaleza, técnico do Tesouro Nacional em Belém e Juiz de Direito do Pará. Como Juiz do Ceará, assumi em 1995, sendo seis

anos como titular do Juizado Especial Cível e Criminal de Tauá. Realização profissionalA possibilidade de ouvir atentamente as pessoas e a satisfação de resolver seus problemas. Há casos em que necessitam da atenção para um simples desabafo. Mas nem todos saem satisfeitos, pois muitas vezes o juiz tem que dar razão a uma das partes.O que diria às novas geraçõesProcure saber como os profissionais da área jurídica atuam e quais as dificuldades das profissões. Depois, escolha uma delas e siga em frente. A sociedade necessita de profissionais compromissados com os valores éticos.

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Escolher a profissão é um dos grandes desafios que a vida nos impõe. É preciso estar atento aos dilemas que os alunos vivem neste ano de escolhas. Nesse sentido, o Santa Cecília realiza todo ano um ciclo de palestras com profissionais, para que os estudantes possam conhecer o cotidiano do mundo do trabalho. Vai além: com o projeto Vínculos Afetivos, abre espaço para que os pais também possam dividir suas apreensões e se preparar para o ano de vestibular.

O Interatividade conta, nesta edição, com o auxílio luxuoso dos pais para traçar o perfil das profissões a partir de suas próprias experiências. Reúne-se, aqui, uma pequena amostra das saborosas entrevistas com quatro pais/profissionais, que poderão ser conferidas integralmente no site do Colégio.

Formação Nunca me imaginei sem ser médica. Fiz o curso na Universidade Federal da Paraíba e a residência médica em Anestesiologia no Rio de Janeiro. Especializei-me em Terapia da Dor, na UERJ, e, em Londres, fiz

formação em medicina paliativa. Principal atividadeFaço anestesia e me dedico à clínica de dor, avaliaçãopré-anestésica e medicina paliativa. Coordeno o Serviço de Dor e Cuidados Paliativos do Hospital do Câncer e, na Casa Vida, realizamos trabalho voluntário, onde sonhamos implantar um grande "HOSPICES".Realização profissionalPoder ver nossos pacientes sem dor, sem sofrimento, oferecer-lhes tratamento humanizado proporcionando uma boa qualidade de vida. Nada mais gratificante do que ver um sorriso estampado no rosto após o alívio da dor.O que diria às novas geraçõesDiria aos jovens que escolham para profissão aquilo que vão fazer com muito amor, paixão e competência e que jamais coloquem à frente o financeiro, porque isso não traz realização pessoal, e que não desistam nunca de buscar o sonho, tornando-o realidade.

Formação Cursei Engenharia Civil na UFC, fiz o mestrado na mesma área, com ênfase em Produção Civil. Fiz o Doutorado em Administração pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, no qual aprofundei meus conhecimentos em gestão aplicados à construção civil.Principal atividadeSou professor da UFC desde 1992. Hoje, sou Diretor do Centro de

Tecnologia, unidade acadêmica que concentra os cursos de Engenharia Civil, Mecânica, Elétrica, Química, de Produção Mecânica, Engenharia de Teleinformática, Engenharia Metalúrgica e Arquitetura.Realização profissional O mais gratificante como Diretor do Centro de Tecnologia é contribuir para o engrandecimento da área, através da busca por uma melhor formação para alunos. Assim, teremos profissionais mais capacitados para a resolução dos problemas da sociedade.O que diria às novas geraçõesO aluno para se destacar na área tecnológica tem de demonstrar um bom raciocínio lógico, a partir do estudo, principalmente, da matemática e da física; capacidade analítica para resolver problemas; capacidade para trabalhar em equipe e habilidade para liderar equipes.

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Formação Ganhei experiência participando das reuniões da

Empresa J. Macêdo, fundada pelo meu pai, quando estava cursando a faculdade de Economia da UFC.

Principal atividadeHoje estou intensamente dedicado à gestão do dia-a-dia

da Empresa J. Macêdo, com foco na redução de despesas, lançamentos de produtos, modificações de

modelos de gestão etc.Realização profissional

Dirigir uma empresa ética, socialmente comprometida e ambientalmente responsável, de sucesso, competindo

com empresas estrangeiras de grande porte. O que diria às novas gerações

Primeiro é preciso identificar em si mesmo o que lhe é prazeroso e capaz de assegurar o auto-sustento. É fundamental gostar do que faz! (...) Não

existe momento mágico: o aprendizado está no exercício de todo dia.

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!DIGA LÁ E A MÍDIA INDEPENDENTE

14 O Diga Lá (grupo de alunos que discute comunicação desde 2004) está de cara nova: Camila Pessoa e Camilla Angelim, Julliana, Luana, Beatriz, Maria Eugênia e Pietro. Saiba tudo sobre eles no site do Colégio.

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O Diga Lá (conselho editorial formado por alunos do Colégio) conversou com a jornalista Beatriz Gurgel, voluntária, em Fortaleza, do CMI - Centro de Mídia Independente. O CMI surgiu a partir das manifestações que ocorreram em Seattle, nos EUA, contra o encontro entre grandes potências econômicas lá realizado. Depois, organizou-se um site (www.midiaindependente.org) onde qualquer pessoa pode apresentar suas produções, sejam elas textos, programas de rádio, sejam vídeos. Isso torna o movimento descentralizado, pois todos podem compartilhar suas criações e dar sua opinião. Um dos objetivos do grupo é dar voz a quem não tem, já que a grande mídia é controlada por quem tem poder e manipula a informação do modo que deseja. Você pode conferir a entrevista na íntegra no site do Colégio.

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Diga Lá - Como você conheceu o Centro de Mídia Independente e se tornou voluntária?Beatriz Gurgel - Em 2002, Fortaleza sediou o Encontro do Banco Interamericano de Desenvolvimento. Foi aí que aconteceu o primeiro contato com o CMI, que é uma rede de produtores independentes de mídia onde todos são voluntários. A base é a publicação aberta, ou seja, qualquer pessoa pode publicar seus textos, enviar fotos, MP3, vídeos, desde que respeite o propósito do CMI, que é, em linhas gerais, dar voz à luta dos movimentos sociais. Então, foi a

partir desse primeiro contato, durante as manifestações antiBID, que decidimos formar um coletivo em Fortaleza.

DL - Com qual objetivo?BG - Nosso foco tem sido a cobertura das manifestações dos movimentos sociais que geralmente não têm espaço na grande mídia. Assumimos, por exemplo, a bandeira em defesa da “meia intermunicipal rumo ao passe livre” e produzimos muita informação sobre a luta dos estudantes. Também privilegiamos a defesa do meio ambiente, denunciando os impactos da carcinicultura (cultura dos crustáceos). Mas nós incentivamos muito para que outras pessoas publiquem. É muito importante que a sociedade compreenda que aquilo é um espaço coletivo.

DL - Outra coisa interessante é poder romper os canais instituídos de circulação de informação, não é? Ou seja, dar voz a quem não tem.BG - O CMI tem uma coisa muito interessante. Temos um lado, e isso é muito evidente. Nós não estamos ali para fazer papel de mediador, não. Defendemos causas coletivas de forma clara. Porque muitas vezes você vê nos grandes meios uma cobertura camuflada. Achamos mais honesto com as pessoas que estão lendo porque elas vão ali buscar algo sabendo que tem uma linha, não aquela coisa em cima do muro.

DL - Até onde vai o envolvimento político? Vocês são ligados a algum partido?BG - O CMI é independente, como o próprio nome diz. Ele não tem vínculo partidário e, ao contrário dos partidos, é um movimento horizontal, ou seja, não tem hierarquia, não tem coordenação, não tem direção, todo mundo tem direito à voz.

DL - O que, dessa experiência de mídia radical e alternativa, você conseguiu agregar para sua própria existência?BG - Ah, mudou o meu olhar. Passamos a ter acesso a diversos pensamentos, a formas de olhar que até então não tínhamos. Vou dar um exemplo: uma coisa é você compreender o MST (Movimento Sem Terra) lendo a Veja, outra é entender o movimento passando dez dias com eles. Então, são as experiências que acumulamos na vida que vão mudando nossa forma de enxergar.

DL - O que acha de grupos como esse do Colégio, que discute comunicação?BG - Ai, eu acho o máximo! Eu não tive essa oportunidade na escola. Então, tenho certeza que vocês vão entrar na universidade e serão adultos com um olhar mais sensível. O que eu posso dizer a vocês é que não fiquem em casa, vão para a rua porque uma coisa é o que vocês lêem, outra coisa é o que é de fato.

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goTIME DE CRAQUES

A prática de esportes anda sempre acompanhada de alguns mitos, do tipo: tempo gasto com brincadeiras; vida de atleta atrapalha vida de aluno; jogo aumenta a dispersão. Ledo engano. Praticar uma atividade esportiva é antes de tudo sinônimo de saúde. Sem falar no fato de que o raciocínio fica mais rápido, aumenta a concentração, a disciplina e a socialização.

Melhor dar voz a quem vive na pele essa experiência. Ingrid Bezerra (7ª série), atleta da seleção de basquete do Colégio, trocou as horas diante da televisão, do computador e de sono excessivo pelos treinos. Ela, que já foi atleta de futsal e tênis e coleciona alguns prêmios no caratê, optou pelo basquete na hora de escolher entre as modalidades. “O basquete é um esporte interessante porque exige muita agilidade e habilidade e puxa pelo raciocínio”, simplifica a atleta, campeã da Copa Católica.

Aluno do 3º ano, Davi Benevides tem se superado para conciliar as horas de treino na Seleção Cearense de Vôlei e no time do Santa Cecília e o tempo que precisa dedicar à preparação para o vestibular. “Compenso estudando mais no final de semana. Não há incompatibilidade porque o esporte até ajuda dando mais disciplina e determinação”, argumenta. A equipe de Davi voltou para casa, ano passado, com um honroso 3º lugar no Campeonato Brasileiro, em Goiás.

Há seis anos no judô, Armando Dauer (2º ano) é um dos destaques da equipe do Colégio. “Vejo o judô como uma arte. E, apesar de ser um esporte individual, há muito companheirismo no grupo, os mais experientes estão sempre orientando os mais novos”, ensina Armando, que, além dos treinos, dedica-se à pesquisa acompanhando pelo vídeo mestres do judô, como o japonês Toshihiko Koga. “Eu diria a um novo atleta que não se limite aos horários de treino, pesquise, acompanhe as lutas e tenha persistência.”

Persistência, aliás, é o que não falta no atacante do time de futsal do Colégio, Epitácio Quezado (7ª série). “Para ser um bom atleta você tem que se esforçar, buscar aquilo que quer, não se achar demais e acreditar”, teoriza o jogador que costuma traçar suas estratégias e ficou com o 2º lugar no Campeonato Cearense Pré-Mirim. Saber ganhar e saber perder. Essa é a filosofia de Larisse Campos (6ª série), jogadora de vôlei, para não se abater e manter sempre o prazer de jogar. “É preciso ter dedicação, ser pontual, mas também fazer com gosto porque senão você acaba desistindo.”

Mesmo sem pretensões de seguir uma carreira profissional, Victor Silveira (2º ano) leva a preparação no basquete super a sério. Fora dos treinos, ele faz exercícios para aumentar a massa muscular e a pulsão. “Acho um esporte bonito porque é de time, todo mundo participa, no entanto, há espaço para as jogadas individuais. O que me chama mais a atenção no esporte é que faz com que sejamos mais solidários.”

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“Alegria é um bloco de carnaval que não liga se não é fevereiro.” Assim, a escritora e roteirista Adriana Falcão define esse sentimento que nos leva às alturas, no seu livro infantil Mania de Explicação. Pois o bloco carnavalesco pediu passagem nesta entrevista deliciosa que Adriana deu a nós, do Santa Cecília, por e-mail. Foi alegria do começo ao fim! Ela, que escreve para crianças de todas as idades, respondeu às questões de adolescentes do Ensino Médio e das crianças da 1ª série do Ensino Fundamental. Na conversa, a escritora fala do novo livro, Sonho de uma Noite de Verão, do amor pela literatura, de cinema e TV. Impagável a conversa que Adriana trava com os pequeninos. Uma troca de fazer rir e ao mesmo tempo emocionar.

Interatividade - Vamos começar pelo seu novo livro, uma adaptação de Sonho de uma Noite de Verão, de Shakespeare. Como foi recontar esse clássico da literatura mundial? (Janaina de Paula, jornalista)Adriana - Foi um grande desafio. A gente tem muito respeito por Shakespeare e no começo eu me sentia como se estivesse profanando o seu texto. Então fui descobrindo como a peça Sonho de uma Noite de Verão é leve e bem-humorada, e resolvi ir pelo caminho do bom humor. Que, aliás, é o caminho que (penso eu) sempre ajuda a resolver os problemas da gente.

I - Em Sonho de uma Noite de Verão de onde veio a idéia de misturar o carnaval, que é tão concreto, com algo tão abstrato como o espiritismo? (Daniel Mamede, 2º ano do Ensino Médio) A - Aqueles personagens fantásticos - as fadas e duendes - já existiam na peça. Eu apenas comecei colocando-os no seu habitat - o Olimpo. E a história se passa em quatro dias tão loucos que é como se fossem um só. Como no carnaval. Então, eu trouxe os personagens fantásticos para o carnaval da Bahia, onde se passa a ação da história (que no original era numa cidade da época, perto de um matagal). I - Você é uma escritora que brinca muito com as palavras e com as imagens. A gente vê muito isso em A Máquina, por exemplo. Como é o seu trânsito entre as linguagens? (Janaina )A - Eu adoro literatura. Como, infelizmente, no Brasil não dá para viver de literatura, a gente tem que trabalhar na TV, no cinema, onde der para ganhar a vida. Assim me tornei redatora de TV e roteirista, e penso que a roteirista e a escritora se misturam sempre, tanto nos roteiros como nos livros.

I - Adorei Luna Clara e Apolo Onze. Você, que também é roteirista, não pensa em ver esse livro na tela? (Camilla Angelim, 1º ano do Ensino Médio)A - Eu adoraria ver Luna Clara e Apolo Onze na tela. Seria uma produção difícil para o cinema brasileiro, que é mais naturalista e pobre de recursos. Mas não custa sonhar. E eu sonho sempre com isso.

I - Falando em roteiros, você adaptou Comédia da Vida Privada para TV, e eu adoro Luis Fernando Verissimo. O que você acha dos livros dele? (Maria Eugenia, 1º ano do Ensino Médio)A - Eu amo o Luis Fernando Verissimo. Leio tudo dele. E o que é bacana, ele é uma pessoa simples, gentil, generosa. Grande escritor e grande pessoa também. Essa "humildade" dele me emociona.

I - Você também faz TV, é roteirista da Globo. O que acha da programação infantil na televisão, que só passa desenhos estrangeiros, esse “etnocídio” infantil? (Pedro Martins, 3º ano do Ensino Médio)A - Eu acho a programação infantil da televisão péssima. Aliás, eu acho a programação da televisão, em geral, péssima.

I - Tenho usado muito Mania de Explicação nos cursos de formação para professores. É um livro que mexe com a sensibilidade em todas as idades. De onde veio sua inspiração para esses questionamentos? (Kelma Peres, supervisora da Educação Infantil)A - Tudo começou com as minhas filhas quando eram crianças. Elas diziam coisas tão interessantes, numa linguagem diferente! Eu resolvi brincar de ser criança. Olhar para uma coisa como se não a conhecesse e inventar uma definição para ela.

I - Esse tipo de livro com ilustração e linguagem fácil é um bom atrativo para formar pequenos leitores? (Camila Pessoa, 1º ano do Ensino Médio)A - Tomara que seja. Que os leitores tomem gosto pelas palavras e queiram cada vez mais palavras para se divertir e se emocionar com elas.

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Adriana, aqui, começa o bombardeio dos pequenos. A maioria deles tem cinco anos e faz a 1ª série do Ensino Fundamental, conforme a mudança de nomenclatura, o ano em que estão sendo alfabetizados.

I - Quem é Isabel? (Esther Meireles)A - Isabel é a minha filha mais nova, que é muito perguntadeira. Quando eu escrevi Mania de Explicação, ela tinha 6 ou 7 anos e era curiosa feito a menina do livro.

I - Por que você escreve livros de crianças? (Luisa Posses)A - Porque eu adoro criança. E você acredita que eu me sinto criança até hoje?

I - Por que você escolheu fazer livros? (Lívia Dias) A - Eu não escolhi fazer livros. Eu nem sonhava com isso, quando era pequena. Era bom demais para mim. Cursei arquitetura, mas a vida foi me levando para outro caminho. Você vai ver, Lívia, que a vida vai ensinando, levando e trazendo coisas para a gente. A vida me deu este presente: chegar a ser escritora. Por isso eu faço isso com tanta vontade e dedicação. Para devolver o presente que ganhei aos meus leitores.

I - E por que você fez um livro todo diferente? (Gabriela Quariguasi)A - Porque eu sempre penso assim: se já fizeram desse jeito, deixa eu tentar fazer de outro. E depois que eu faço daquele jeito, já quero fazer de outro ainda. Aí dá vontade de não parar mais.

I - Por que Mania de Explicação é sobre perguntas? (Marina Schuler)A - Por causa da Isabel, minha filha perguntadeira. E porque toda criança é feito ela. Curiosa. Quer saber de tudo. Essa é uma das graças das crianças. E dos adultos que sabem que não sabem de tudo ainda, e querem sempre saber mais.

I - Com quantos anos você aprendeu a escrever? (João Pedro Nogueira)A - Contam que eu aprendi a ler e escrever com 4 anos. Minhas 3 filhas também. Que sorte que a gente tinha livro em casa!

I - E com quantos anos você começou a escrever livros de crianças? (João Pedro Cavalcante)A - Com mais de 40. Mania de Explicação foi o primeiro livro que eu escrevi.

I - Quantos anos você tem e onde você mora? (Luiza Queiroz)A - Eu tenho 47 anos, mas penso que tenho 17. Moro no Rio de Janeiro, onde nasci. Mas morei muitos anos no Recife e fui várias vezes a Fortaleza.

I - Você tem filhos? (Demontie Mendes)A - Tenho 3 meninas. Agora que a mais velha já está adulta e casou, eu quero

netos!

I - Por que no livro tem uma menina de costas para a televisão? (Ivna Cavalcante)

A - Foi a ilustradora que desenhou. Acho que ela queria mostrar que existe muito mais coisa do que a televisão para divertir a

gente.

I - Por que você escolheu a lagarta e a borboleta para ser o antes? (Jorge Veras)A - Porque eu sempre achei lindo isso de lagarta virar borboleta. Parece que é mágica, mas é a vida. Daí a vida fica mágica.

I - Você se esqueceu de dizer no seu livro o que é mania. Eu sei: é uma coisa que a gente faz muitas vezes todos os dias.A - Daqui a pouco você já pode escrever o seu livro!

I - Ela não sabe dizer o que é o amor porque é uma coisa muito forte. É porque tem que ser uma coisa de verdade. (Teses de Luisa e Marina para a falta de definição de amor)A - Foi isso mesmo que eu pensei. Que amor é tão forte e

tão de verdade, que não tem palavra que explique.

I - Sugestões de pequenos e grandes para um novo livro. Definir mar, abençoar, chocolate, paz, carinho, violência,

ciúme, matemática, horas na frente do computador...A - Prometo que ainda faço o Mania de Explicação 2. Ah, se eu

pudesse viver só de escrever livro... Fotos: Thiago GasparCria

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A literatura é um caminho aberto - dos mais prazerosos - para conhecermos e percebermos nossa própria história. Um pulinho nas bem contadas histórias da “Padaria Espiritual”; Iracema, a famosa índia de José de Alencar, em novo contexto; nossos ilustres patrícios que vão emprestando seus nomes a tantas ruas; escritores e pinturas que se misturam num diálogo entre linguagens artísticas para lá de agradável.

É nessa miscelânea de novos escritores e histórias que a Área de Língua Portuguesa do Santa Cecília lançou, sob a coordenação da professora Sâmia Araújo, o projeto que casa obras literárias adotadas em sala e as aulas de campo. O Ensino Fundamental (6ª a 9ª série) adotou o projeto que possibilita aos alunos partirem pela cidade entrecruzando o que leram nos livros com a própria história, a da cidade em que vivem. Conheça cada projeto.

Passeio pelas ruas da memória

Ruas de Fortaleza O livro do escritor e jornalista Rogaciano Leite, A história do Ceará passa por essa rua, é um passeio delicioso pela biografia de ilustres cearenses que dão nome às nossas ruas. O Santa Cecília adotou o livro, que serve de roteiro para as aulas de campo da 8ª série, conduzidas pelas professoras Inês, Júlia e Suelene. Na rota dos alunos estão inseridas algumas ruas que vão da Aldeota ao Centro, como Leonardo Mota e Padre Mororó. O passeio desemboca no Museu do Ceará, com uma visita guiada, e no Museu do Centro Dragão do Mar. O projeto é coordenado pelas professoras Maga, Marília e Sâmia.

Leitura e Arte Organizado por Marisa Lajolo, Histórias de quadros e leitores amplia nossa percepção da leitura para outras linguagens artísticas, no caso, as artes plásticas. O livro encontra sua expressão no melhor da produção de arte brasileira e no diálogo que se desenrola com o texto. Nele, nove artistas plásticos e nove escritores, representando o mundo dos livros em diferentes linguagens, contam-nos histórias. Histórias de quadros e leitores inspirou a visita virtual pelas obras dos artistas, feita por alunos da 9ª série, e as aulas de campo acontecerão no Museu de Arte da UFC (MauC) e Museus Dragão do Mar, no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura.

Padaria Espiritual O livro da escritora cearense Socorro Acioli É pra ler ou pra comer serviu de mote para que alunos percorressem pontos históricos da cidade na rota dos “padeiros” da Padaria Espiritual. O livro reconstitui este que foi um dos mais importantes movimentos literários do Ceará, revolucionando a cidade de Fortaleza no final do século XIX. Para respirar os ares desse tempo de muita efervescência cultural, os meninos visitam - orientados pelas professoras Valda, Claudiana e Sâmia - a Academia Cearense de Letras, a Praça do Ferreira, detêm-se na história da Coluna da Hora e do Café Java e terminam no tradicional lanche pastel com caldo de cana, do Leão do Sul.

José de AlencarO livro de Rosana Rios, O Enigma de Iracema, faz parte de uma coleção na qual diversos autores foram convidados a escrever sobre as capitais brasileiras, recontando seus clássicos. Nessa publicação, a famosa índia Iracema, personagem do escritor José de Alencar, envolve-se em um suspense. Para saber mais sobre o personagem e o autor, os alunos participam de uma visita guiada pelo teatro que recebeu o nome do nosso mais ilustre literato, o Theatro José de Alencar, e seguem para a Casa de José de Alencar, onde podem se aprofundar na produção, vida e obra do escritor cearense, seguindo o roteiro preparado pelas professoras Claudiana e Sâmia.

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Pernambuco é o primeiro estado brasileiro a receber o mais novo e ousado projeto de educação da Associação das Religiosas da Instrução Cristã, a Faculdade Damas. Com os cursos de graduação em Arquitetura e Urbanismo, Direito e Relações Internacionais, o grupo Educacional Damas - do qual o Santa Cecília faz parte e atua no Brasil há mais de um século - inaugura uma nova fase voltada à formação superior.

O aluno da Faculdade Damas tem a seu dispor um campus cheirando a novo, com instalações bem equipadas, biblioteca, laboratórios e salas de aula e o que é seu maior atributo: uma equipe de professores selecionados por suas qualidades técnicas e titulações. Nesse sentido, os cursos foram montados com uma grade curricular supercriteriosa que rendeu avaliações entusiasmadas de algumas instituições como é o caso da OAB. “Supera as exigências qualitativas”, diz o documento da Ordem dos Advogados do Brasil.

Ciências Penais, Intervenções em Áreas Históricas e Engenharia de Software formam a grade das pós-graduações. Na extensão, destaque para os cursos oferecidos na área de preservação. São três: A Trajetória da Preservação Patrimonial no Brasil, Legislação para Preservação Urbana e Ambiental e Intervenções Paradigmáticas em Áreas e Edificações Históricas. A Faculdade acaba de fechar um intercâmbio com a Espanha que possibilitará aos alunos, ano que vem, a ida a Salamanca para um curso de Língua e Cultura Espanhola.

Educação que não pode estar deslocada da realidade. Com a preocupação de abrir canais de interlocução com a sociedade, a Faculdade Damas vem fazendo alguns convênios. Com o Banco do Brasil, está sendo oferecido um Curso de Extensão em Negócios Internacionais e, com o Tribunal de Justiça de Pernambuco e a Associação Beneficente Criança Cidadã, as Damas fecharam um convênio para a implantação do I Projeto Universitário de Liberdade Assistida. Trata-se de um projeto em que os alunos de Direito serão capacitados para prestar serviço voluntário no acompanhamento e orientação de adolescentes submetidos a medidas sócio-educativas.

Responder de uma forma contundente, atualizada e com valores éticos diferencia a Faculdade Damas, preparando profissionais numa sociedade em constantes transformações.

Damas e a formação universitária

Tome nota da programação do Seminário Damas, que acontece em setembro, em Maceió, e envolve educadores de todas as Escolas Damas.

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PROGRAMAÇÃO

6 de setembro20h - Solenidade da Abertura - Apresentação do Coro Infanto-Juvenil do Colégio Santa Madalena Sofia e Orquestra Sinfônica da UFAL - Apresentação da 2ª Edição da Revista Tecer Conhecimentos

7 de setembro8h - Acolhida8h30min - Conferência Educação Moral: Ensinando e

Aprendendo - Dr. Yves de La Tailler

14h - Acolhida e oração14h30min - Palestra Dificuldade de Ensinagem Dra. Elizabeth Camargo Viana Polity16h30min - Palestra TDAH Dra. Sophie Helena Eickmann

8 de setembro8h - Minicurso14h - Palestra Realidade Escolar: Contribuições da Psicologia - Profª. Dra. Beatriz Scoz16h30min - Celebração

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Nada de “relax”Quem disse que o intervalo do recreio no Santa Cecília é monótono. Os alunos aproveitam muito bem o tempo

livre que lhe é oferecido na Escola. Nos intervalos, a dinâmica do conhecimento é exercitada de muitas maneiras distintas e criativas: jogam totó, uno, trunfo, futebol ou simplesmente batem papo nos corredores com os amigos, além de aproveitar o tempo para rever os colegas de outras salas.

Muitas formas são encontradas pelos alunos para crescerem nas relaç es com o outro, construindo novas amizades, no exe cício do raciocínio e das atividades fís cas que sempre proporcionam novas sensaç es. A vedete do momento para a maioria dos alunos do Ensino Fundamental é o jogo de uno uma espécie de baralho infantil onde ganha quem atingir 500 pontos, faz ponto o jogador que primeiro se livrar de todas as cartas antes dos seus advers rios. jogo consiste em combinar as cores ou os números com os da carta no topo da pilha de carta utro que também vem emplacando nos primerios lugares é o jogo de trunfo ser explorados vário temas como carros, paises, motos animais etc. Cada jogador escolhe compara as caracterís icas d sua com do outro jogador escolha vai definir sua vitória no jogo, ganha que conseguir ar todas as cartas do outro jogador, explica Matheus Alexandre, da 4 D, que sempre joga com o amigo Augusto Andrade, colega de sala. Outro trio sempre junto no jogo de trunfo são os amigos João Guilherme, Hermisson

Fernandes e Rafael Vasconcelos, da 3 série A. á amigas Emanuela Bezerra, Gisele Sucupira, Patrícia Borges e sabela Tomé, todas do 2 ano B e Julia Morões do 2 A,

aproveitam o intervalos para colocar o papo em dia, rever as amigas, ob ervar as pessoas que estão circulando e se informar das atividades da Escola através dos

informativos colocados na paredes. Guilherme Matheus da 6 B aproveita para descansar um pouco antes da jornada seguinte de aulas.

As quadras de esporte também ficam repletas de alunos que ainda têm muita energia para um futebol com os amigos. É o que faz Pedro Henrique da 6 D, sempre que pode. Já Jonathan Rios aproveita p ra fazer o que também gosta muito, lanchar e jogar totó.

Também nos intervalos, os educadores aproveitam para dinamizar o aprendizado através de peças teatrais, shows musicais e exposiçoes dos trabalhos desenvolvidos em salas de aula.

Mesmo diante de toda essa diversidade, spaço repleto de criatividade,

amizade, esporte assim que se define os intervalos no Santa Cecília

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O professor de Artes do Santa Cecília, Marcelino Câmara, joga nas onze: ele é músico, ator, diretor e autor de peças teatrais infantis. O melhor é que manda bem em qualquer um desses papéis. Marcelino é o criador dos jogos recreativos desta sessão, especialmente pensados para o Interatividade. Os jogos infantis fazem referência ao circo. “É uma forma de resgatar a arte circense, que tem sido esquecida e, sobretudo, homenagear o palhaço, para mim, o artista mais completo”, diz Marcelino. Crianças, aproveitem!

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“Um dia, a Terra vai adoecer. Os pássaros cairão do céu, os mares vão escurecer e os peixes aparecerão mortos na correnteza dos rios. Quando esse dia chegar, os índios perderão o seu espírito. Mas vão recuperá-lo para ensinar ao homem branco a reverência pela sagrada terra. Aí, então, todas as raças vão se unir sob o símbolo do arco-íris para terminar com a destruição. Será o tempo dos Guerreiros do Arco-Íris.” Profecia feita há mais de 200 anos por Olhos de Fogo, uma velha índia Cree.

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