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PANORAMICA A vida em telas Crítica dos filmes Os So- nhadores e Frida Kahlo Dimensão econômica dos festivais de cinema Eventos como ferramenta de marketing para inten- sificar o fluxo de visitantes Confira os principais fatos históricos do cinema Revista Linha do Tempo 19 de abril de 2013 Edição Especial

Revista Panirãmica

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O ano de 1895 marca o início de uma história, com o nascimento de uma arte que, aos poucos, vai ganhando emoção, som e cor. Entre comédia, romance, drama, suspense, aventura, ação e ficção há quem goste de tudo, há quem goste simplesmente de comer pipoca e há quem goste apenas de alimentar a mente com um bom filme. Mas o que realmente importa no final, é seguir os conselhos vivenciados em Amélie Poulain e curtir os pequenos prazeres da vida.

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Page 1: Revista Panirãmica

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PANORAMICA

A vida em telasCrítica dos filmes Os So-nhadores e Frida Kahlo

Dimensão econômica dos festivais de cinema

Eventos como ferramenta de marketing para inten-sificar o fluxo de visitantes

Confira os principais fatos históricos do cinema

Revista

Linha do Tempo

19 de abril de 2013Edição Especial

Page 2: Revista Panirãmica

PANORAMICA 20 de abril de 20132 3

O ano de 1895 marca o início de uma história, com o nascimento de uma arte que, aos poucos, vai gan-hando emoção, som e cor. Entre comédia, romance, drama, suspense, aventura, ação e ficção há quem goste de tudo, há quem goste simplesmente de comer pipoca e há quem goste apenas de alimentar a mente com um bom filme. Mas o que realmente impor-ta no final, é seguir os consel-hos vivenciados em Amélie Poulain e curtir os pequenos prazeres da vida.

“O que realmente importa no final, é seguir os consel-

hos vivenciados em Amélie Poulain e curtir os peque-

nos prazeres da vida.” InfográfIco - linha do tempo

EconômIa - a dimensão econômica dos eventos cinematográficos

EspEcIal - a vida em telas, crítica de ‘os sonhadores’ e frida Kahlo’

artIgo - Quanto vale a desgraça alheia?

arquItEtura - nova estética fílmica de representação do espaço urbano

ExpEdIEntE

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| editorial |

ÍndIcE

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PANORAMICA 20 de abril de 20134 5

pré-história Homens registram nas pare-

des das cavernas as primeiras ima-gens da humanidade.

5000 a.C.A sombra chinesa - teatro

de marionetes que projeta a sombra de personagens em

uma tela de linho, é difun-dida pelo Oriente.

século XVIISurge o embrião dos projetores, a

Lanterna Mágica, criada por um padre na Alemanha. Uma caixa

cilíndrica iluminada à vela que am-plia as imagens com o uso de uma

lâmina de vidro.

1879

Thomas Edson inventa a lâmpada incandes-cente.

Thomas Edison (EUA) cria o Cinetoscópio e introduz o filme de celulóide perfurado para projetar imagens no interior do invento, visto por uma única pessoa.

1890

1895 NASCE O CINEMA. A partir do aper-feiçoamento do Cinetoscópio de Edison, os irmãos Auguste e Louis Lumière ideal-izam o CINEMATÓGRAFO. A primeira ses-são pública do Cinematógrafo durou 20 minutos, e foram projetados dez filmes.

Joseph Nicéphone Niepce e Louis-Jacques Daguerre criam a fotografia, com a fixação

de imagens em uma placa metálica de iodeto de prata.

1839

Um longo caminho foi percorrido até o atual momen-to no cenário do cinema inter-nacional e nacional. A tendên-cia dos filmes em 3D só existem e são possíveis hoje devido a uma trajetória bastante extensa que envolve diversos aspectos, como o avanço tecnológico amplamente aplicado no de-senvolvimento de ferramentas que possibilitassem o surgimen-to do cinema como tal. A partir de então, fomos apresentados a Hollywood e os primeiros grandes estúdios, assim como o adimirável Charles Chaplin.

século XXPrimeira década

França e Nova York eram os grandes centros cinematográficos.

Os primeiros filmes são mudos, mas não são assistidos em silêncio. As ce-nas eram acompanhadas por piano

Legendas explicavam as ações e diálogos dos personagens. Também

era comum um narrador explicar a história ao público enquanto as

cenas eram projetadas.

1912Ladislaw Starewicz (Rússia) apresenta filmes com bone-cos animados por stop motion, efeito de animação com filma-gem quadro a quadro utilizado até hoje.

1913A produção de comédias intensifica-se, nos EUA, e sur-gem nomes como Max Linder, Charles Chaplin e Stan Laurel e Oliver Hardy, da dupla O Gordo e o Magro.

cinemlinha doTEMPO

| infográfico |

por Filipe Andrade

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PANORAMICA 20 de abril de 20136 7

Há algum tempo, o cinema nacional vem se destacando com produções inovadoras e impactantes e alcançando um público cada vez maior. Paralelamente a isso, há um aumento do número de mostras e festivais de cine-ma pelo país, abrindo portas para obras audiovisuais não exibidas em circuito comer-cial, além de disseminar tal categoria por todo território brasileiro saindo dos grandes centros urbanos. Mais do que fomentar a produção artís-tica nacional e internacional, esses eventos são uma ferra-menta de marketing que in-tensifica o fluxo de visitantes e consequentemente gera renda extra para a cidade, já que o turista gasta o din-heiro ganho fora do destino no mesma. A 16ª Mostra de cinema de Tiradentes, por exemplo, atraiu cerda de 35 mil visi-tantes durante seus nove dias de programação gratuita, exibindo ao todo, 131 filmes fora oficinas e debates, de acordo com a organização do evento. O total de inves-timento foi de R$1,9 milhão e

foram 200 empresas contrat-adas gerando mais de 1500 empregos diretos e indiretos. Como afirma o presidente da Associação Comercial de Tiradentes, Alan Gandra, “Recebemos muitos turistas que ficam conhecendo a ci-dade por meio da Mostra e a cidade tem ocupação de quase 100% dos hotéis e pou-sadas. A Mostra gera uma mídia nacional muito impor-tante. Muitas pessoas vem conhecer Tiradentes por sab-er que aqui acontece um im-portante festival de cinema”. Outro que abrange o tema é o Festival de cinema de Gramado, no Rio Grande do Sul, maior evento cine-matográfico da América Lati-na realizado desde 1973. Na sua 40ª edição, entre 10 e 18 de agosto do ano passado, teve um gasto total de mais de R$2,5 milhões e recebeu mais de 170 mil visitantes. A criação de estratégias para atrair produções audio-visuais é uma das tendências mais importantes do merca-do turístico mundial, e nós, apreciadores da 7ª arte, só temos a ganhar com isso!

Dimensão econômicados eventos cinematográficos

| econômia |O cinema pelo cinema

“Um apartamento vazio. Dois ou três personagens que criam suas próprias leis neste território livre. Música. Uma câmera que se move como se tivesse vida própria. Estes são os elementos necessários para o diretor Bernardo Ber-tolucci revirar nossos sentidos e usar o cinema como uma arma poderosa contra o convencionalismo”, constata Ivo di Camargo Jr. Num exercício de meta-linguagem, os personagens centrais versam sobre Cin-ema, num contexto de rev-olução cultural, frente ao turbilhão de acontecimentos históricos do final da década de 1960. Num jogo de refer-ências: cenas, falas, figurinos há uma ambientação para o estranho triângulo amoroso entre Theo, Matthew e Isa-belle. Entretanto, não é esse enlace que norteia o tema de Os Sonhadores, a obra de Bertolucci é uma home-nagem à 7ª Arte, e um elogio à cinefilia. A linguagem presente no filme se transforma numa es-pécie de formador de signifi-cados para o espectador. Assim, os diálogos são mais atos de comunicação do que a reprodução de uma narrativa fechada em históri-as com início, meio e fim. O recurso de imagem e áudio, figurino e cenografia, ajudam a compor a narrativa fílmica – polissêmica e caótica – como é também composto o cotidiano dos encontros e acontecimentos de pessoas comuns.

- Os Sonhadores (2002)

Aem telasvida

por Igor Oliveira

por Deborah Silva Gustavo Pavan

Eva Green, a Isabelle em ‘Os sonhadores’ como Vénus de Milo

| especial |

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PANORAMICA 20 de abril de 20138 9

Se entrasse numa tela, a vida de Frida Kahlo não seria tão superlativa como se pode imaginar. Não é questão de ser nem de ter, é só uma con-statação humana. A pintora mexicana viveu uma vida bem simples no que se pode traduzir nos dias de hoje, viveu como quis, mas apenas vivendo. Há quem pensa que o vendaval que foi Kahlo de-pende muito de uma vida insana, regada à droga e be-bida ou, até mesmo, assom-brada por amantes autoritári-os, mulheres com tendências apaixonantes e quadros de peso crucial para uma per-sonalidade desconcertante. Frida foi uma mulher em cem mil. A prova de sua humani-dade está na sua arte, na sua liberdade. Frida (EUA, 2003), filme da diretora Julie Taymor, brilha exatamente no seu propósito libertário, contar aos “tran-

cos e barrancos” a vida so-lar de uma mulher que en-frentou questões póstumas, momentos violentos e como transferiu a tragédia e a sim-plicidade para seu trabalho. Quem planta pecado não colherá Deus e Frida somente sonhou em com o viver. No papel da pintora está a tam-bém mexicana Salma Hayek, que também entrou como produtora da obra. Salma é indiscutível na sua represen-tação de Kahlo, a atriz tem em seu cerne a admiração pela artista, é algo que acon-tece em poucos encontros, talvez o mais visível a curto passado seja a performance assombrosa de Marion Cotil-lard como Edith Piaf. O fato de existir um sentimento na-cional entre uma artista viva e outra morta é palpável e quase olfativo nesses filmes biográficos. São performanc-es catastróficas dentro do

Frida Kahlo (2003)

próprio caos. Talvez entenda assim o que é sentir a liber-dade através de tela. Lá pelas tantas de sua vida, Frida Kahlo protestou vivên-cia, conquistou seus contrári-os e foi montando um sen-sacional roteiro de vida, isso torna o filme tão interessante, tornando desnecessária uma postura avaliativa. Seu princípio é conquistar sem ao menos te forçar a nada. Frida faz isso sozinha. Com a dor crescendo a olhos nus, a perseguição da essência de Kahlo é, de fato, um senso e uma di-reção tomada por todos os profissionais do filme. Alguns pensam e veem uma mistifi-cação em torno da figura da pintora, mas não, é só uma obra pronta pra declarar a relação social e humana da arte e do sofrimento, da liberdade e da lágrima. Aqui, Kahlo está onde deveria es-tar, sem estrelismos, apenas conquistando, causando reconhecimento. O relacionamento com o artista Diego Rivera também é abordado dentro da per-spectiva cinematográfica, somando mais humanidade as contradições (ainda as-sim, normais) de Frida Kahlo, entenda que seus problemas só estavam visíveis a outros olhos humanos. Movimentista, louca, con-quistadora, pataquada, ego-cêntrica, e muitas outras car-acterísticas foram aplicadas na personagem real. O que é verdade? Não sei. A per-cepção da mão hollywoodi-ana fica naquele singelíssimo bigode ostentado por Salma Hayek, quando, na reali-dade, todo mundo que con-hece Kahlo sabe que ali ex-istia um vasto bigode. Rivera (interpretado pelo ótimo Al-fred Molina) também parece mais plausível na sua arte do que na representação do cinema, alguns o acusavam de terrores com Frida. Fica parecendo, então, ou enfim, que uma vida contin-ua em cores, em saltos e aos montes.

Cena do filmeimagem utilizada para acapa do filme

por Gustavo Pavan

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É cada vez mais notório a presença de objetos tec-nológicos de produção, reprodução e difusão de informação no intuito de at-ingir as massas motivado por uma relação de consumo, favorecendo um padrão ho-mogêneo e globalizado em detrimento à outras culturas locais. Na Indústria Cultural, tudo é negócio, pois, o que passa a imperar na sociedade são as leis do mercado, sendo, o homem, apenas objeto des-ignado para o trabalho e o consumo. O mundo como tal, ag-ora passa a ser fundado no pensamento do lucro. Vive-mos hoje no cenário que

| artigo |

Mondo Cane, filme docu-mental italiano, produziu - O mundo dos valores inversos, fora da norma habitual. O próprio cotidiano torna-se o entretenimento, e em espe-cial, a desgraça alheia é que vira um produto que pode ser vendido livre e amplamente aceito. O escárnio é utilizado nessa indústria para ressaltar a “superioridade” política e econômica de um grupo so-bre o outro. Essa ideologia do mundo cão é abordada de maneira um tanto ácida e exempli-fica abertamente como a mídia se estabelece por meio desse pensamento quando cita a forma de entreteni-mento que mais cresce na in-

ternet ou o esporte que mais cresce no mundo – a por-nografia e a luta livre (hoje, MMA- Mixed Martial Arts), respectivamente. “É gente de verdade, ganhando en-tre pouco e nada, para lucro dos donos do circo”, escreve André Forestieri, jornalista e atual blogueiro no R7 - “Re-ality show não é mais uma febre: é a forma dominante de programação de tevê no mundo. Reality show é auto-maticamente Mundo-Cão, assumido ou não. As cirurgias plásticas do Dr. Rey, as comi-das nojentas de Man x Food, os gordos chorosos de The Biggest Loser, as crianças in-suportáveis de Super Nanny, o desafio de continuar can-

desgraça alheiaQuanto vale a ?

tando coberto de baratas em Cante se Puder... a lista vai em-bora. Uma categoria extrema é a da violência de animais contra ani-mais, em canais natureba, verdes. Frequentemente humanizam os bichos, para depois abatê-los. O pequeno impala não é só mais um. É batizado de Billy, e acom-panhamos seus primeiros passos e pulinhos sapecas, o amor da mamãe impala – para depois Billy ser devorado por uma leoa mal-vada. Em câmera lenta.” É importante ressaltar que a industria cinematográfica, assim como a industria cultural como um todo, extrapola o aspecto econômico atingindo uma di-mensão intangível no que se diz respeito à formação de símbolos, criando modelos, atitudes e pa-drões sociais e morais - tal como o ‘American Dream’; a vida perfeita das mocinas de Hollywood ou as novelas de Manoel Carlos e suas heroínas de classe média alta - as inesquecíveis Helenas.

Angela Bismarchi fantasiada de churros no programa Cante se Puder.

anos 20

É construído o lendário letreiro Hollywood, no alto das colinas de Los Angeles.

1923

Acontece a primeira exibição de um filme falado, O Cantor de Jazz, de Alan Crosland, com um total de 354 palavras.1927

Mickey Mouse aparece nas telas pela primeira vez, em Steam-boat Willie, com a voz de seu criador, Walt Disney.1928

Os anos 20 testemunham o ápice e o declínio do cinema mudo. O som é adotado por todas as produtoras, pois o públi-co não queria filmes mudos. Atores, roteiristas e diretores têm de reformular os fundamentos da linguagem cinematográfica. Em Hollywood, astros de vozes feias ou de sotaque estrangeiro vêem suas carreiras desabar. As salas de exibição e estúdios têm de ser reconstruídos repensando o isolamento acústico. As tomadas externas ficam momentaneamente impossibilitadas, pois não há um sistema portátil de captação de som. Os filmes passam a apresentar 24 fotogramas por segundo, em vez dos 16 fotogramas adotados du-rante a era do cinema mudo. Diversos sistemas de sonorização

disputam o mercado. O Vitaphone, utiliza-do no primeiro filme falado, grava o áudio em discos que têm de ser sincronizados com o projetor do filme. Porém, o Vitaphone acaba dando lugar ao sistema Movietone, em que o áudio é registrado diretamente na película do filme e não corre o risco de perder o sincronismo.

Branca de Neve e os Sete Anões, de Walt Disney, é o primeiro longa-metragem de animação.1937

No inicio da década, Hollywood enfrenta reivindica-ções de roteiristas e atores, por maior participação nos lucros. Os grandes estúdios são adquiridos por multinacionais de diversos ramos alheios ao cinema.As grandes salas de cinema dão lugar aos Cinemas Multiplex, complexos com várias salas menores, exib-indo uma grande diversidade de títulos.

anos 60

Carmem Miranda faz sua pri-meira atuação em Hollywood, no filme Serenata Tropical, de Irving Cummings.

1940

por Filipe Andrade e Igor Oliveira

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PANORAMICA 20 de abril de 201312 13

Entendendo tanto o Cin-ema quanto a Arquitetura como linguagem, tendo em vista o conceito de Cidade-Cenário, percebe-se a in-fluência da composição fíl-mica na criação de uma percepção de mundo, espetacularizado e condi-cionado à sua construção imagética da Arquitetura Contemporânea inserida num contexto urbano/artís-tico plural.

“No cinema, apesar da imagem acontecer dentro dos

limites do seu espaço próp-rio (a tela) e em oposição ao espaço (sala de exibição) de quem observa (o espectador) — semelhante ao teatro —, a experiência do espectador se

dá de forma diversa.”

O cinema amplia a visão do mundo já que o aparato cinematográ-fico detém o poder do visível mostrando objetos da forma que não é

possível a olho nu — um close-up nos coloca em um íntimo face a face com um personagem, e a câmera rápida nos permite visualizar o ato

de desabrochar de uma flor, por exemplo. Música e som, somados aos processos de corte e de montagem,

jogam o espectador em ritmos perceptivos evocados e manipulados que o posicionam como voyeur — sentindo-se seguro em seu posto

privilegiado de observação, ainda que inteiramente exposto à surpresa e ao susto. Resumindo: no cinema a noção de “espetáculo” se baseia numa construção imagética, ilusória (técno-estético-visual) e de “sub-

mersão” por parte do espectador.

Quanto trata a percep-ção do espaço através do Cinema, experimentando-o a partir de “ambientes im-aginários” insere-se, nessa problemática, a questão da interatividade, pauta comum em debates da Arquitetura Contemporânea. Projetos como a e-Motive House, do holandês Kas Oosterhuis ilus-tram essa questão. A E-motive House é um es-tudo para o que o arquiteto chama de realidade esten-dida. A construção da casa assim como seu mobiliário passa a ser programável, e tudo pode se transformar. A forma da E-motive House é um longo espaço que pode se movimentar. Assim, a mate-rialidade e a fixidez expostas acima ganham um caráter relativo, aproximando-se da lógica cinematográfica pelo fato de conferir uma ilusão de movimento, mas em tem-po e espaços reais. Cinema e Arquitetura são extensões do cotidiano e/ou formas de transformá-lo, introduzindo o extraordinário como ponto de vista. Como exposto por Maria Helena e Vaz da Costa, em seu artigo A Cena Espetacular - Cine-ma e Arquitetura Urbana na Contemporaneidade: “O cinema, enquanto meio de produção do espaço, sempre definiu a si mesmo tanto como uma prática ar-quitetônica, quanto como uma prática urbana — uma arte das ruas, um agente no processo de construção de vistas urbanas, constante-mente re-inventando o es-paço.”

O Cinema trata do es-paço como “impressão da realidade”, enquanto a Ar-quitetura ainda é vinculada a uma ideia de materiali-dade e uma certa fixidez, a qual mantém as construções historicamente presentes em tempos diversos. A com-preensão do tempo pelo Cin-ema é também diversa, visto que não há uma obrigato-riedade de enredos lineares. Pode-se começar a contar uma história pelo seu fim, e a sequência de aconteci-mentos pode nem ter a in-tencionalidade de se relacio-nar a uma história – como no caso de Os Sonhadores, em oposição ao relato biográ-fico de Frida – enquanto na Arquitetura Contemporânea há uma série de condicion-antes que dizem sobre um projeto: a inserção a um lu-gar (topografia), limitações econômicas (escolha de ma-teriais), questões culturais...

de representação

Nova estéticafílmicado espaço

| arquitetura |

por Deborah SIlva

e- Motive House

Maria Helena Vaz

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PANORAMICA 20 de abril de 201314 15

O filme Laranja Mecânica, de Stanley Kubrick, é banido da Inglaterra por causar distúrbios sociais.

1971

Sob controle do governo, a Embrafilme garante espaço para os filmes nacionais, em meio ao domínio dos filmes estrangeiros, com financia-mento público e salas de exibição garantidas em lei.

Em São Paulo, o movimento da Boca do Lixo produz filmes de baixo orçamento, com forte apelo erótico, conhecidos por Pornochan-chadas.

1972

O cinema completa um século de existência e vê uma transformação radical. Os sistemas analógi-cos de áudio e imagem dão lugar aos novos sistemas informatizados.O filme de celulóide é substituído pela filmagem digital. As antigas moviolas, onde os filmes eram tradicionalmente montados, são substituídas pelo computador. Atores passam a contracenar com imagens geradas em computadores.

anos 90

Titanic, de James Cameron, atinge o custo de 200 milhões de dólares e torna-se o

primeiro filme a arrecadar mais de 1 bilhão de dólares em bilheteria

1997

O novo milênio apresenta as séries O Senhor dos Anéis e

Harry Potter, que arrecadam bilhões de dólares em todo

o mundo.século XXI

As salas de cinema se adaptam para a exibição

dos novos títulos 3D que chegam ao mercado, com

um público crescente. Televisores, filmadoras e até

celulares também oferecem o recurso, e grandes even-

tos passam a ser transmitidos em 3D.

2010

2009Avatar, de James Camer-on, ultrapassa a cifra de US$2,75 bilhões de ar-recadação, a maior bilheteria alcançada por filme, e impul-siona o uso das tecnologias 3D.

O Artista é um filme mudo com produção fran-cesa, uma comédia romântica que conta a história de um ator em declínio e uma atriz em ascensão enquanto o cinema mudo sai de moda, sendo substituído pelo cinema falado e se passa em Hollywood entre os anos 1927 e 1932.

2011

PANORAMICARevista:

Projeto Gráfico de capa:Filipe Andrade e Igor Oliveira

Projeto Gráfico:Filipe Andrade e Igor Oliveira

Redação:Deborah Silva, Filipe Andrade,

Igor Oliveira e Luís Gustavo Pavan.

Diagramadores:Filipe Andrade e Igor Oliveira

Conceito: Deborah Silva, Endiara Cruz,

Filipe Andrade, Igor Oliveira e Luís Gustavo Pavan.

Fotografia:Uso de imagens de divul-

gação

Revisão:Filipe Andrade e Igor Oliveira

Coordenação:Alessandra de Falco e Marcius

Barcelos

Edição Especial - 19 de abril de 2013, São João del-Rei

| expediente |

Page 9: Revista Panirãmica

PANORAMICA 20 de abril de 201316

“ - Que tipo de filme vai ser?Comédia romântica com aventura. Tem um mocinho namorador

que nunca se apaixonou por ninguém até conhecer a mocinha. Tem uma mocinha que vai sofrer bem muito porque o amor do mocinho é cheio de problemas. Tem um bandido que só quer saber de matar o

mocinho ou de ficar com a mocinha ou as duas coisas. Tem uma mul-her que também quer o mocinho, mas ele não quer nada com ela. E tem também mais uma ruma de personagens que vão ficar fazendo

graça para animar a história. Uns vão terminar quase tão bem quanto o mocinho e a mocinha e outros quase tão mal quanto o bandido con-

forme eles ajudem ou atrapalhem o romance.”

Lisbela e o Prisioneiro