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Revista TAXICULTURA EDIÇÃO 4
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www.taxicultura.com.br
RE
VIS
TALeitura de Bordo
Edição 04
Tradicionais restaurantes da cidade trazem um cardápio de dar água na boca
O prazer dasopa no frio
O Festival desce a serra e oferece atrações para o público da Capital e cidades da Grande São Paulo e interior
Camposdo Jordão
A arte de criar um Brasildemocrático e justoatravés da cultura
EmanoelAraújo
Foto
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2 REVISTA TÁXI CULTURA|Julho
Julho | REVISTA TÁXI CULTURA 3
4 REVISTA TÁXI CULTURA|Julho
DiretoriaAdilson Souza de AraújoDavi Francisco da SilvaFábio Martucci FornerónIsabella Basto Poernbacher([email protected])
Redação
EditorWaldir MartinsMTB 19.069
Edição de ArteCarolina Samora da GraçaMauro Bufano
Projeto Editorial Editora Porto das Letras
Reportagem Fernanda Grandino, Carolina Mendes, Miro Gonçalves e Valéria Calixto
Colaboradores Fernanda Monteforte, Fernando Lemos, Ana Castro e Camila Silva
FotografiaDavi Francisco da Silva
Fotografia de CapaAna Paula Hirama
RevisãoNaira Uehara
Publicidade
DiretorFábio Martucci Fornerón
Assessoria jurídicaPaulo Henrique Ribeiro Floriano
ComercialSuporte AdministrativoAna Maria S. Araújo SilvaMayara da Silva DiasBruna Donaire Bissi
Assinaturas e mailling([email protected])
ImpressãoWgráfica
Tiragem25.000 exemplaresDistribuição Gratuita
TÁXI CULTURA é uma publicação da Editora Porto das Letras Ltda.
Redação, publicidade, administração e correspondência: Rua do
Bosque, 896, casa 24, CEP 01136-000. Barra Funda, São Paulo
(SP). Telefone (11) 3392-1524, Fax (11) 3392-5208. E-mail editora@
portodasletras.com.br. Proibida a reprodução parcial ou total dos textos
e das imagens desta publicação, exceto as imagens sob a licença do
Creative Commons. As opiniões dos entrevistados publicadas nesta edi-
ção não expressam a opinião da revista. Os anúncios veiculados nessa
revista são de inteira responsabilidade dos anunciantes.
Este é um dos maiores desafios para um país que se pretende cosmopolita e inserido em uma nova geopolítica mundial: para atingir o objetivo de construir uma sociedade sem miséria, pre-cisamos de um povo culto e bem formado. Sem investir de maneira continuada nesses elemen-tos, acreditar que iremos dar esse salto rumo ao futuro torna-se uma perspectiva bastante vaga e sem capacidade real de se viabilizar.
Desse modo, o Festival Internacional de Cam-pos do Jordão, ao expandir suas atividades e le-var apresentações para o público paulistano e de outras cidades do interior e Grande São Paulo - com um número expressivo de espetáculos grátis ou a preços bem acessíveis - mostra na prática que é possível expandir o universo da cultura. A criação de espaços para a realização de ativi-dades pedagógicas e de inclusão social por meio da música foram outras importantes e bem vin-das inovações do Festival.
Nesse mesmo sentido, trazemos nessa edição uma entrevista com Emanoel Araújo, um artista completo que, como curador do Museu Afro Bra-
EditorialDemocratizar a arte e a cultura
sil, vem realizando um trabalho inédito, tornando o espaço uma das referências na divulgação da cul-tura Afro no Brasil e no mundo.
Outro relevante evento da cultura desta edição é a realização da Casa Cor que, ao chegar à sua 25ª edição, consolida por completo seu status como o espaço da decoração na cidade. Para que os leitores possam ter uma breve ideia das atrações, apresentamos quatro ambientes desenvolvidos pelos designers Saulo Szabó e Fernando Oliveira, Daniella e Priscila de Barros, Clélia Regina Ângelo e Carla Dichy.
A chegada do inverno não poderia ser comemo-rada de modo mais saboroso: sopas. Do tradicional restaurante do CEAGESP e sua já histórica sopa de cebola aos descolados Zeffiro, são mais de dez op-ções, com destaque para a de mandioquinha, bró-colis, feijão e muita outras em receitas surpreen-dentes; e ainda o Weinstube, com a sua particular receita de sopa Goulasch, de origem húngara, mas adaptada para a gastronomia alemã.
No mais, o melhor da cidade para que você possa desfrutar.
Boa viagem e boa leitura!Os Editores
EXPEDIENTE
Centro do Capivari - Campos do Jordão
Julho | REVISTA TÁXI CULTURA 5
6 REVISTA TÁXI CULTURA|Julho
Qualidade de Vida
16
Mundo&Cia36
Morar Bem32
Tecnologia30
48
Capa38
Bandeira LIvre
18
44
Agenda22
Charme e Beleza
28
SUMÁRIO | TÁXI CULTURA
Especial20
Morar bem
36
São Paulo: um mundo todo
16
Beleza34
Qualidade de vida
32
Tecnologia14
Mundo Cão
38
Agenda2208
Onde fica?
Trilha urbana40
São Paulo Têm26
Paulistanos10
42
Bandeira Livre28
Horizonte vertical
Virada CulturalIncrível que as viradas culturais comecem a acontecer em outras ci-dades além de São Paulo. Mas fazer apenas uma vez por ano acaba tor-nando muitos dos eventos inaces-síveis pelo número gigantesco de pessoas que comparecem e que terminam até provocando tumul-tos. O ideal seria que esses eventos acontecem diversas vezes por ano, mesmo que com menos atrações.
Vanessa Bastos
Redação:Prezada Vanessa,
Partilhamos com sua sugestão de ampliar o número de eventos culturais gratuitos na cidade. Contudo, vale lembrar que as Viradas Culturais têm também um inovador caráter de formar novos públicos. Talvez, por isso, os eventos ainda aconteçam de forma tão concentrada em apenas um dia.
Atenciosamente,A redaçãoPara nós sua participação é fundamental. Para enviar
suas críticas, elogios, sugestões ou comentários basta enviar um email para: Assim que recebermos sua mensagem entraremos em contato para atender a sua solicitação.
ESPAÇO LEITOR
Julho | REVISTA TÁXI CULTURA 7
224638Nunc sollicitudin, nisl id cur-
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sem sit amet quam. Suspend-isse quam mauris
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venenatis ligula.
36
28
O conceito Casa Cor Ao completar 25 anos, a
mostra Casa Cor se perso-nifica como uma referência
nacional e internacional para quem busca o máximo
em originalidade, ousadia, requinte e bom gosto.
Festival Internacional de Campos do JordãoRoteiro obrigatório para quem quer saborear as delícias da Serra, a Estância Turística de Campos de Jordão se converte na capital da música durante o mês de julho.
10Democratizar a arte e a cultura
Emanoel Araújo Mais do que um escultor, desenhista, gravador,
cenógrafo, pintor, curador e museólogo, Emanoel Araújo é um homem em permanente diálogo com
o espaço, com a cultura, com o universo.
TecnologiaMuito legal a página de tecnologia da revista, mas vocês não poderiam apresentar também lançamento de produtos e jogos de internet?
Ricardo Tosseto
Redação:Prezado Ricardo,
A ideia da editoria de tecnolo-gia é tornar acessível a todas as pessoas informações que facilitem o acesso e o uso do mundo da tecnologia. Contudo, estaremos levando sua sugestão para o nosso conselho editorial.
Atenciosamente,A redação
O grafiteNão é possível que ainda existam pessoas que não considerem o grafi- te uma arte. Os painéis que exis-tem pela cidade tornam São Paulo mais bonita, além de preservar a sua história.
Nilton Cândido
Redação:Prezado Nilton,
Concordamos com você. O que não se pode admitir são vândalos que vivem a depredar e destruir o patrimônio público e a história da cidade.
Atenciosamente,A redação
16Sopas
Práticas, versáteis e quentinhas,elas são as melhores opções
para afastar o frio.
8 REVISTA TÁXI CULTURA|Julho
GANHADORES
Monumento do povo armênio
Mural Rua DireitaLocalizado na Avenida Tiradentes, 820, junto ao prédio do Senac, o painel artístico Rua Direita foi realizado em homenagem ao 457º aniversário da cidade de São Paulo, comemorado em 25 de janeiro deste ano. A obra criada por Eduardo Kobra e uma equipe de dez artistas plásti-cos, representa a Rua Direita – datada em 1905 – e inte-gra o projeto Muro das Memórias, desenvolvido com in-tuito de transformar a paisagem urbana através da arte e resgatar a memória de uma cidade que não existe mais.
Produzido pelo escultor José Jerez Recalde, o Monu-mento Armênio foi inaugurado no ano de 1966. Alvo da ação do tempo e constantes depredações de vân-
dalos, a obra foi restaurada e novamente entregue à popu-lação no dia 25 de abril de 2010.
Construída em granito e bronze, o monumento é uma homenagem às vítimas do genocídio ocorrido durante a Primeira Guerra Mundial, no qual foram vitimados mais de 1 milhão de armênios que na época viviam no Império Otomano. A imagem em relevo de tamanho natural repre-senta a mulher armênia, enquanto o restante da obra ilus-
Por Carolina Mendes
Os primeiros 10 leitores que identificarem a localização da foto acima ganharão um par de ingressos para o teatro.
Sua resposta deverá ser enviada para o e-mail: [email protected] resultado sairá na próxima edição junto com os nomes dos ganhadores.
Inaugurado em 1966,o Monumento Armênio
é uma homenagem àsvítimas do genocídio
ocorrido durante aSegunda Guerra Mundial
Viviani Alves
Wendell Gonçalves da Silva
Gabrielli Steflon
Marcus Camargo
Lindalva Silva
Stefanni Rosa
Lucas Marachinn
Gláucia Araújo
Rita Nogueira
Caio Acheco
ONDEFICA?
tra os milhares de armênios obrigados a se retirar e sendo deportados de suas terras.
A iniciativa de restauro surgiu através de denún-cias do site São Paulo Abandonada & Antiga - http://www.saopauloantiga.com.br - e da comu-nidade armênia, que já participava do trabalho de preservação do local, através de iniciativas volun-tárias. Posteriormente, o Banco Induscred de In-vestimento S/A decidiu patrocinar a restauração através do programa “Adote uma Obra Artística”, oferecido pela Prefeitura do Município de São Paulo.
Através do programa “Adote uma Obra Artística”, o monumento foi restaurado e novamente entregue à população no dia 25 de Abril de 2010
10 REVISTA TÁXI CULTURA|Julho
Democratizar a arte e a cultura
PAULISTANOS
Por Waldir Martins
EmanoelAraújoMais do que um escultor, de-
senhista, gravador, cenógrafo, pintor, curador e museólogo,
Emanoel Araújo é um homem em perma-nente diálogo com o espaço, com a cultu-ra, com o universo. Nascido no recôncavo baiano, na cidade de Santo Amaro da Pu-rificação, terminou por ganhar o Brasil e o mundo, e ganhamos nós com uma obra uni-versal, rica e fascinante.
Hoje, à frente do Museu Afro Brasil, abre espaço e dá continuidade a um de seus maiores talentos: democratizar a arte e a cultura. E, desse ponto de vista, conversou com a Táxi Cultura trazendo um pouco de suas origens, sua trajetória como artista, seu processo criativo, além de sua fundamental atuação como cura-dor, onde cultiva a ousadia de acreditar que a arte é para todos.
Julho | REVISTA TÁXI CULTURA 11
Táxi Cultura: Dizem que as nossas origens definem a nossa
trajetória. Fale um pouco sobre ter saído de Santo Amaro da Purificação e construído essa carreira tão brilhante.
Emanoel Araújo: Pois é, vivi em Santo Amaro até os 18 anos, onde
estudei o primário e o ginásio. Meu pai era ourives, minha mãe era uma mulher que cuidava dos afa- zeres domésticos, criou os filhos. Meu pai, os irmãos dele e o pai dele eram ourives também. Foram três gerações de ourives, e por isso ele não queria que os filhos se envolvessem com a questão do ofício dele. Porque nessa época não se consi-derava um ourives como um ofício, um artista. Era ainda uma coisa do século XIX e ele não queria que os filhos seguissem porque tinha tido uma vida muito sacrificada, numa cidade do interior, uma cidade que tinha sido rica e que aos pouquinhos foi ficando mais pobre por causa da decadência dos engenhos de açúcar.Táxi Cultura:
E como se envolveu com a arte e o trabalho criativo?
Emanoel Araújo: Fui para Salvador estudar o curso científico, onde
pretendia cursar arquitetura, mas me envolvi com um pessoal de música, que na época estudava comigo no científico à noite e resolvi estudar música. Depois per-cebi que essa não era minha questão maior e então re-solvi estudar belas artes. Prestei vestibular para Belas Artes e passei em segundo lugar.
De certa forma, já tinha começado a fazer arte em Santo Amaro. Fiz uma exposição com o Caetano Veloso, que também era pintor naquela época e foi meu colega de ginásio. Fizemos uma exposição juntos no colégio e depois fiz uma exposição na biblioteca pública de Santo Amaro e outra no Colégio Central da Bahia, onde eu estudava à noite. Desse modo, quando entrei na escola de Belas Artes, eu já tinha noção do que queria fazer.
Táxi Cultura:
Nessa época já estava em Salvador. Como sobrevivia?
Emanoel Araújo:
Na verdade fui trabalhar no turismo. Eu tinha noção de gráfica e tinha noção de marcenaria e, quando comecei a fazer gravura, juntei as duas coi-sas: a grafia e a marcenaria com seus recortes e en-talhes. E comecei a usar isso pra sobreviver; fazia car-
tazes para o turismo, congressos, seminários, para quem encomendasse.
E foi num desses congressos que fiz um cartaz, em 1962, eu acho, para o Congresso Nacional de Turis- mo, organizado pelo senador Nelson Carneiro. Ele me encomendou esse e um diretor do jornal, que era o Rodrigo Tavares, viu o cartaz e fez uma crônica so-bre ele, sem me conhecer, e disse coisas como “a ci-dade hoje amanheceu iluminada por um belo cartaz de um jovem artista”, na coluna que ele mantinha, chamada “Rosa dos Ventos”. A primeira vez que tive visibilidade foi através desse cartaz encomendado, que era uma paisagem de Salvador.
Táxi Cultura:
Quando a arte virou profissão?
Emanoel Araújo:
Sempre a encarei como profissão. Eu trabalho muito, desde muito cedo aprendi que essa coisa de trabalho é fundamental. Você só realmente alcança alguma coisa com muito trabalho, e tra-balho sistemático, porque a disciplina de trabalho é fundamental para um artista. O artista tem que ter uma disciplina e saber que cada coisa que ele faz tem que ir avante; arriscar. Essas palavras: tei-mosia e arriscar são duas palavras mágicas para as artes. Eu sempre fiz isso.
PAULISTANOS
Emanoel Exposição Cesare Pergola – Lutadores do Mundo realizada no Museu Afro Brasil
Táxi Cultura:
E como a cultura negra e seus símbolos se inse-riram na sua obra?
Emanoel Araújo:
Eu vivi numa cidade praticamente negra. Santo Amaro era uma cidade que teve muitos escravos e meus pais eram daí. Meu pai era do sertão e minha mãe era de outra região da Bahia, mas a cidade toda tinha, aliás tem até hoje, uma popula-ção negra muito grande, porque vinha da questão dos engenhos de açúcar, e essa população era muito grande, e as festividades, as festas, as ir-mandades, aquilo sempre andou um pouco pela minha cabeça, no meu imaginário.
No começo do meu trabalho essa influência aparece de uma maneira muito visível. Mas fui evo-luindo, passei por várias fases, depois cheguei à abs-tração. Foi em 1977 que retomei a questão com a África, porque fui à África. Fui a um festival de arte negra na Nigéria e aí realmente minha cabeça se abriu. Até porque, intuitivamente, eu já estava fa-zendo um trabalho - que eram umas esculturas - que tinham certa relação com o que acontecia na Nigéria e com outros artistas contemporâneos de lá. E de-pois, toda aquela coisa da Bahia, toda a questão mís-tica da Bahia, dos deuses africanos, estava tudo ali na Nigéria. Então isso foi aparecendo.
12 REVISTA TÁXI CULTURA|Julho
Táxi Cultura:
Você falou de disciplina, como é o seu proces-so de criação? Como você escolhe começar uma peça? De onde nasce a obra?
Emanoel Araújo:
Acho que a gente nunca sabe. Acho que o artista nunca saberá como é que nasce. Porque é sempre uma questão difícil quando você tem na sua frente um nada. Primeiro você tem que ter coragem e tem que romper esse medo do nada. Então, toda vez que você tem um nada na frente, você tem que deixar que venha na sua cabeça esse enfrentamen-to do nada. Se você não deixar que ele venha, ele não vem. E isso é muito interessante porque, algum tempo atrás, nos anos 1980, fui trabalhar na me- talúrgica e eliminei toda possibilidade de levar ma-quete. Eu ia pra metalúrgica e fazia exatamente isso: trabalhava com o espaço e com a forma, mas inventava na hora. Podia até desmanchar tudo, porque podia não dar certo. Mas dava certo. Às vezes dava e às vezes não dava. Quando não dava, naturalmente desmanchava e dizia: “bem, hoje não deu mesmo. Até logo, vou para casa”.
Essas coisas são intuitivas, o espaço existe e a forma tem que dialogar com ele, a forma tem que abusar dele, porque ela é um objeto que está se in-trometendo no espaço. E por isso a escultura é difí-cil, as pessoas não conseguem conviver com aqui-lo, elas acham que uma escultura em uma casa ou em algum lugar é sempre um ser vivo, porque é realmente um ser vivo, porque ela tá ali, ela muda com a luz do dia, ela muda com a luz da parede, ela muda com a forma de olhar a obra. Então, a escul-tura é um bicho difícil, porque ela é um ser vivo.
Táxi Cultura:
Escultor, desenhista, gravador, cenógrafo, pintor, curador e museólogo. Você consegue se definir?
Emanoel Araújo:
Parece muita coisa, porque fiz muita coisa, en-tão isso é muito complicado, porque sou de uma geração, dos anos 1940; nos anos 1960, o Bra-
sil era um outro país. Eu tinha só 20 anos, então eu tinha tempo, havia um aprendizado, havia uma escola de arte que ensinava as coisas, você tinha meios. E por outro lado, sou uma pessoa extremamente cu-riosa e a minha curiosidade foi me levando para cami- nhos. Sempre digo que deixo que a vida me leve, e ela sempre me leva. Fiz teatro, fiz figurino, fiz cenogra-fia, fiz coisas que parecem ser coisas muito díspares, mas não são. No fundo, você armar uma escultura é como armar um cenário. Armar uma exposição é como armar uma escultura. Por que você dialoga com o espaço, com as pessoas, propõe uma forma de ver e juntar coisas que as pessoas possam associar, então tudo tem uma certa correlação.
Táxi Cultura:
Onde termina o artista e onde começa o museólogo?
Emanoel Araújo:
Eu acho que é uma coisa só. Porque eu não sou um teórico da museologia. Eu sou um artesão, um sujeito que aprendeu coisas. Eu aprendi porque estudei o barroco, porque estudei a prataria, a tapeçaria, mas não teorizo, eu prefiro fazer. Além do mais, acho que quando você quer de fato fazer, o Universo contribui. Quando eu peguei a Pinacoteca, por exemplo: quando eu cheguei lá, era um museu totalmente em decadên-cia e achei que a solução era mudar aquilo. E então mudei. Mas, mudei como? Mudei por quê? Pelo fato de você querer mudar, já o universo te ajuda. Então apareceu o Covas e todo mundo dizia: “mas como? Ele é um engenheirão, ele não gosta de arte”. Pelo
PAULISTANOS
O Brasil é um país muito estranho, porque é um país cuja elite é muito indiferente, uma elite que não gosta do Brasil, então não se fomenta, através da educação, o hábito de frequentar arte.
Eu sou um artesão, umsujeito que aprendeu
coisas
Julho | REVISTA TÁXI CULTURA 13
contrário, ele sempre prestigiou a Pinacoteca, sempre ia às exposições, sempre deu dinheiro para a reforma do prédio.
Depois apareceu o Rodin, no momento in-termediário, 1995, quando já estava havia dois anos no museu, e todos os museus da ci-dade se ofereceram para receber a exposição. O MASP ofereceu, o MAM ofereceu, e o cara chegou na Pinacoteca e disse: “esse é o espaço que o Rodin escolheria”. Então eu disse que o Rodin escolheria um espaço dirigido por outro escultor, não é? E fiz a exposição.
Táxi Cultura:
O que explica que a arte e a cultura sejam tão pouco vistas pela população em geral?
Emanoel Araújo:
Educação. O Brasil é um país muito estranho, porque é um país cuja elite é muito indiferente, uma elite que não gosta do Brasil, então não se fomenta, através da educação, o hábito de frequentar arte. Não é nem falta de dinheiro, porque, por exemplo, o Museu Afro Brasil é gratuito, a gente faz força para que ele seja gratui-to, continue gratuito, porque é a forma de ter o público que vem aqui.
Acho que a minha grande obra é esse mu-seu, verdadeiramente, porque ele corresponde a um lado político meu e um lado de reverên-cia a meus antepassados que contribuíram de alguma forma com o país com seu trabalho. Possivelmente meus bisavôs foram escravos, então eu tenho um compromisso moral com eles. Ético, de devolver o que o universo me deu. Então, esse museu para mim é uma obra importante e gostaria que todas as pessoas af-ro-descendentes ou não, mas sobretudo para os afro-descendentes, que pudessem ver aqui dentro a sua trajetória de vida, a sua mudança, o seu espelho de autoestima.
Quando a Pinacoteca recebia 100 mil pes-soas por ano e passou a receber 1 milhão, já foi uma grande mudança. Quando tinha as filas para as pessoas irem ver a exposição do Rodin, e depois do Maiol e do Bordelli, nós mudamos aquilo.
PAULISTANOS
Táxi Cultura:
Você acha que ser negro é mais difícil?
Emanoel Araújo:
É muito difícil, são muitas pedras no cami-nho, um país realmente preconceituoso, racista, e que não consegue resolver essas questões. Agora, você sabe, na humanidade, nada foi tão terrível quanto ser negro. Nada foi tão perver-samente desumano. Quando você pensa os lin-chamentos no sul dos EUA, quando você pensa a própria escravidão, é quando você pensa como essa questão é desumana. É uma coisa terrível, ser negro no Brasil.
No Brasil não resolvem certas questões. Você tem uma universidade gratuita para os ricos. Você tem uma escola péssima para pobres. E pobres e pretos e índios. Você realmente não corresponde à verdadeira evolução do país. E não adianta eles quererem que fique a quinta economia do mundo, não adianta, para quê?!
Com miséria, favela, drogados, gente na rua abandonada, então não pode ser a quinta economia do mundo desse jeito.
Realmente faltam políticas públicas, veja a discussão das cotas. “Ah, não pode ter cota por que vai criar raças”. Mas existe racismo, logo, existe raça.
A escultura é difícil, as pessoas não conseguem conviver com aquilo, elas acham que uma escultura em uma casa ou em algum lugar é sempre um ser vivo, porque é realmente um ser vivo, porque ela tá ali, ela muda com a luz do dia, ela muda com a luz da parede, ela muda com a forma de olhar a obra. Então, a escultura é um bicho difícil, porque ela é um ser vivo.
O desafio da arte
Dono de inúmeras habilidades, Emanoel teve seu primeiro reconhecimento público graças à criação de um cartaz
14 REVISTA TÁXI CULTURA|Julho
Zook-talkTecnologias para comunicação unificada
Trilha sonoraSuas músicas na nuvem
EcofonteTecnologia e sustentabilidade
A tecnologia da informação tem sido uma fer-ramenta fundamental para a preservação da natureza. Exemplo disso é a economia gi-
gantesca de papel, resultante da troca de e-mails e arquivos de textos através do meio digital. Contudo, a impressão ainda continua muito presente no nosso dia a dia, com seus cartuchos de tintas caros e que podem contaminar o meio ambiente com seus com-postos químicos.
Para minimizar esse problema, foi desenvolvida uma nova fonte ecológica, isto é, uma família de caracteres que, ao ser instalada em seu sistema, promove uma significativa economia de tinta na
TECNOLOGIA
Você começa a ouvir e
o restante da músicavem por
download
Por Fernando Lemos
O Facebook está se transformando em fenômeno também no Brasil. A famosa Rede Social, agora, além de compartilha-
mento de fotos, textos e vídeos, inovou com games online e aplicações. A mais nova delas, gratuita e muito útil, é a Zook-Talk. Uma forma de interagir com os seus contatos no Facebook além do chat: usando áudio e vídeo para as suas conversas. Essa nova investida do Facebook acontece em uma área que está se difundindo muito nas empresas e tam-bém entre os consumidores finais.
Após acessar o facebook com as suas credenci-ais, o usuário precisa apenas acessar o aplicativo e permitir que ele use as suas informações. E depois é só convidar os seus amigos e contatos no Face-book para usar o Zook-Talk. Existem produtos com qualidade superior na comunicação como o Lync e mesmo o Skype. Mas considerando-se o tipo de uso, o Zook-Talk é excelente.
Seguindo a febre da computação em nuvem, as empresas que comercializam músicas digi-tais também começam a criar novos serviços.
Com isso, a Apple está iniciando neste mês um novo serviço de armazenamento de músicas em nuvem.
Através dele, os usuários do iTunes podem guar-dar suas músicas nos servidores da própria Apple.
Além disso, diferente do que acontece hoje, não é mais necessário ter as músicas no seu PC ou
MAC. É um sistema onde apenas parte dos arquivos de música é guardada localmente. Você começa a ouvir e o restante da música vem por download. Assim, elimina-se também um grande problema dos usuários de músicas
digitais: a necessidade de espaço de armazena-mento.Com essa iniciativa, a Apple garante também a
legalização na comercialização de músicas junto às editoras. Amazon e o Google têm serviços pareci-dos, mas que não implicam no licenciamento cor-reto das músicas.
Fernando Lemos é estrategista de Tecnologia e idealizador do Projeto Tecnologia Para Todospalestras@tecnologiaparatodos.tcwww.tecnologiaparatodos.tcwww.facebook.com/tecnoparatodos
impressão. O nome é ECOFONT. Diferente das outras fontes de traço sólido, esta apresenta pequenos buracos no traço, quase impercep-tiveis ao olho humano, mas que economizam até 20 % de tinta nas impressões. Pode ser obtida gratuitamente nos sites de download na web. Para mais informações vale consultar o site www.ecofont.com.
Julho | REVISTA TÁXI CULTURA 15
16 REVISTA TÁXI CULTURA|Julho
Práticas, versáteis e quentinhas, elas são as melhores opções para afastar o frioSopas
Considerada por alguns historiadores como a primei-ra refeição elaborada pelos homens, antecedendo até mesmo as carnes assadas, a sopa é uma das formas mais práticas e versáteis de se consumir excelente quantidade de nutrientes de uma só vez. A quantidade de misturas que se pode fazer na realização de uma sopa é realmente incrível, sendo difícil imaginar algum ingrediente que não renda uma boa sopa, se combi-nado com os acompanhamentos certos.
Para o chef Espedito Pereira, do restaurante alemão Weinstube, a sopa “é um prato muito apreciado, pois lembra, em alguns momentos, nossos jantares quenti-nhos na casa da avó”. Essa ideia de aconchego e de afa-go, somada ao fato de se tratar de uma refeição leve, mas que sustenta, é o que faz com que associemos a sopa com algo que não só combate o frio do inverno, mas aquece também o espírito.
Para todos os gostos
Todas as culinárias do mundo têm ao menos uma receita de sopa. Pode-se dizer que é a refeição mais democrática de todas, pois sua fórmula pode contem-plar desde as mesas mais simples até as mais sofisti-cadas. No caso do Weinstube, a sopa mais requisitada pelos clientes, a Goulasch, é de origem húngara, mas sofreu algumas alterações para combinar com a linha do restaurante, especializado em culinária alemã.
O resultado da mistura de cubos de carne bovina, batatas e páprica picante e doce é uma sopa de sabor
rústico, servida em um bowl com uma porção de creme azedo, que conversa com o apimentado da páprica. Como bom comandante de restaurante alemão, Es-pedito sugere que a sopa seja acompanhada de um bom chopp Pilsen, ou então um vinho tinto leve, comoum Merlot.
SÃO PAULOUM MUNDO TODO Por Fernanda Grandino
De origem húngara, a sopa goulash éum sucesso no Weinstube
Agência Idearia
Daniel Cancini
Com um cardápio variado, o Zeffiro segue receitas de origem caseira
Julho | REVISTA TÁXI CULTURA 17
Responsável pela cozinha do Ceagesp, o chef Ivan Felix destaca a importância dos ingredientes no preparo de uma boa sopa
A tradicional sopa de cebola
Boa sugestão para quem aprecia a refeição e tem cu-riosidade de experimentar suas mais diversas receitas é o Festival de Sopas da Companhia de Entrepostos e Ar-mazéns Gerais de São Paulo - CEAGESP. Tradicional da ci-dade de São Paulo, o Festival acontece anualmente desde o final da década de 1960, quando havia um restaurante na CEAGESP que vendia muita sopa de cebola. Essa sopa é hoje em dia a protagonista do Festival e sua receita conta com a utilização de caldo de carne, algo que, segundo o chef Ivair Félix, responsável pela elaboração das receitas, a torna diferenciada das outras sopas.
São em média 60 litros de sopa, cozidos por aproximada-mente 12 horas, o que garante a mistura completa dos sa-bores e a harmonia perfeita entre eles. De quarta a domingo os visitantes podem provar até cinco variedades de sopas diferentes. Há as sopas de cebola nas variações normal e gratinada, que são fixas - servidas todos os dias - e mais três opções que variam todos os dias. Além do buffet, o visitante que quiser provar alguma receita que não está no menu do dia, pode pedir para que ela seja preparada na hora.
Agora é só pegar a colher e espantar o frio com o cal-dinho de sua preferência!
O segredo de quem entende
Mas, o que garante uma boa sopa? Apesar de sua pratici-dade e versatilidade, é preciso tomar uma série de cuidados para que o sabor seja harmonioso e que traga satisfação a quem prove.
Lucimario de Sousa, chef do Zeffiro Restaurante, aposta no caráter democrático da sopa, no qual os mais diver-sos ingredientes são aceitos. Contudo, chama atenção para o cuidado com as misturas e a preparação de uma boa base. “O sucesso da sopa está na preparação de uma base bem feita: caldo de frango, de legumes ou de carne, seguindo os padrões caseiros. Os ingredientes adi-cionados devem ser harmoniosos entre si e o sabor valo-rizado”. Além disso, atenção à qualidade dos produtos utilizados na medida adequada e o tempo de cozimento são fundamentais para a constituição de um bom prato.
No Zeffiro, essa versatilidade das sopas é demonstrada nas mais de dez receitas que servem. Mandioquinha, bró-colis, feijão e muitos outros são protagonistas de receitas surpreendentes, mas a de maior destaque na casa é a de cenoura com laranja. De preparo simples, o chef explica que o diferencial da receita está na utilização do suco de laranja, cujo sabor cítrico “quebra” os tons mais adocicados da cenoura, e o creme de leite que lhe garante a textura aveludada. Na hora de servir, estão sempre presentes o cui-dado com a temperatura e o zelo na apresentação em uma cumbuca que garanta a manutenção do calor do prato, e uma travessa retangular para acomodar as torradas. Para o chef, o pão, em suas diferentes formas e tipos, é o acom-panhamento ideal para qualquer sopa.
SÃO PAULOUM MUNDO TODO
Onde comer:Zeffiro Restaurante RotisseriaRua Frei Caneca, 66911 3259-0932WeinstubeRua José Guerra, 13011 5181-8600Restaurante CEAGESPRua Dr. Gastão Vidigal, 1946 - Portão 0311 3643-3945
Além da sua tradicional sopa de cebola, o restaurante do Ceagesp oferece diversas outras opções de sopas e caldos
18 REVISTA TÁXI CULTURA|Julho
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Por Waldir MartinsBatizado pelo próprio Oscar Niemeyer como “um espetáculo da arquitetura” o Memorial conta com um projeto imponente e grandioso, formado por sete edifícios interligados por uma passarela de pedestres
Memorial da América
Latina A ideia da integração e solidariedade entre
os povos latino-americanos foi a principal inspiração do antropólogo
Darcy Ribeiro na criação do Memorial da América Latina
e ainda a instalação América Latina, de Marianne Peretti, além de muitas outras.
Um exemplo da enorme diversidade do Memorial é o Pavilhão da Criatividade, com um acervo perma-nente de cerca de 4 mil peças de arte popular do Brasil, México, Peru, Equador, Guatemala, Bolívia, Paraguai, Chile e Uruguai, que é único no país. São trajes típicos, máscaras, estandartes, instrumentos musicais, objetos de adorno e de uso cotidiano, obras em argila, madeira, esculturas em ferro, brinquedos, adereços religiosos e profanos, entre muitas outras peças, recolhidos pelo casal de fotógrafos e especia-listas em arte popular Jacques e Maureen Bisilliat, em 1988, a pedido do próprio Darcy Ribeiro.
Incentivar a participação popular
Frequentador assíduo do Memorial, o educador Messias Maciel, 56 anos, prestigia duas exposições que ocorrem ao mesmo tempo, em ambientes diferentes: na biblioteca, o “Encontro da Imagem com a Palavra”, e na galeria Marta Traba, “A Arte Lusófona”. Mas lamenta que, apesar da grandi-osidade do espaço e de suas inúmeras atrações, o Memorial ainda permanece desconhecido da grande maioria dos paulistanos.
“O espaço é incrível e o Niemeyer é um gênio. Toda estrutura do projeto explicita com clareza o ideal in-tegracionista. Contudo, apesar de serem promovidas diversas atividades culturais, o fluxo de pessoas é pequeno. Deveria ser feito um trabalho forte para in-centivar a vinda de visitantes e turistas, para valorizar tudo o que é oferecido por aqui”, declara.
O Pavilhão da Criatividade é único noBrasil com mais de 4 mil peças de artepopular dos povos da América Latina
Inaugurado no ano de 1989, no bairro da Barra Funda, zona oeste da capital paulista, o Memorial da América Latina conta com um
arrojado complexo arquitetônico de 84.480m2 que, por si só, já se caracteriza como uma atra-ção para os visitantes.
Idealizado conceitualmente por Darcy Ribeiro e criado por Oscar Niemeyer e batizado pelo próprio arquiteto como “um espetáculo da ar-quitetura”, o espaço conta com um complexo imponente e grandioso, formado por sete pré-dios divididos em duas áreas e interligados por uma passarela de pedestres.
A arte e a cultura ao alcance de todosAo percorrer a imensidão dos 84 mil metros
quadrados do Memorial, o visitante experimenta uma viagem única pelo universo da cultura latino-americana. Além de apreciar as linhas curvas e inovadoras presentes em todas as construções, é possível entrar em contato com um grupo seleto de obras produzidas por artistas consagrados, que ficam expostas ao longo da esplanada ou dentro dos espaços culturais.
Escolhidas pelo próprio Oscar Niemeyer, que indicou ainda em quais locais os trabalhos deles deveriam ficar expostos, dentre as principais obras merecem destaque especial a escultura da Mão, de autoria do próprio Niemeyer e que se tornou uma verdadeira assinatura do Memorial; a Inte-gração, escultura em mármore de Carrara, de autoria de Bruno Giorgi; o Painel Tiradentes, de Cândido Portinari; a tapeçaria de Tomie Othake,
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Batizado pelo próprio Oscar Niemeyer como “um espetáculo da arquitetura” o Memorial conta com um projeto imponente e grandioso, formado por sete edifícios interligados por uma passarela de pedestres
ESPECIAL
A América no Brasil
Para a jornalista francesa Loan Nguyen, 24 anos, que, em férias no Brasil, decidiu conhecer o espaço, o projeto de integração das culturas latino-americanas proposto é um desafio muito interessante e que não encontra precedentes em outras partes do mundo. “A América Latina não é só uma região geográfica; há muitos aspectos políticos e culturais, que são expressos de forma bastante humanista no projeto do memorial. Na Europa não é assim, não há homogeneidade en-tre as culturas dos países, cada uma se formou em si, não há muito diálogo entre elas”, avalia.
O artista em exposição
Autor da peça “Retenção dois”, que está par-ticipando da exposição “A Arte Lusófana”, a con-vite da Galeria Traba, o artista plástico Eduardo Malé, 37 anos, natural de São Tomé e Príncipe, e que atualmente vive em Portugal, apontou a importância do projeto de integração para os países de toda região.
“Estamos em um mundo globalizado onde já não pode haver fronteiras que impeçam o de-senvolvimento de programas culturais. Nesse sentido, o projeto funciona como ponto de con-fluência entre várias culturas que fazem parte de um espaço geográfico comum e compartilham diversos traços históricos, e esse intercâmbio en-tre as culturas é bastante interessante”, finalizou o artista de São Tomé e Príncipe.
Destaques do Memorial
Auditório Simón Bolivar - Com capacidade para 1600 expectadores, conta com duas plateias que se unem ao meio por uma bela tapeçaria de Tomie Ohtake. É o principal palco da programação fixa de shows, concertos e festivais.
Salão de Atos - Concebido como uma espécie de cadetral profana, destinado para eventos e visi-tas oficiais. O ambiente, com 30 metros de altura, conta com uma das mais importantes obras de Cândido Portinari: o Painel Tiradentes, de 1948, que mede 18,00 x 3,00 m. Nas paredes laterais, mais seis painéis em baixo-relevo, construídos em concreto aparente pelos artistas plásticos Caribé e Poty, e que medem cada um 4 x 15 m.
Galeria Marta Traba - Único espaço museológico existente no Brasil, inteiramente dedicado às artes e à cultura latino-americanas, conta com duas salas expositivas em uma área de mil m².
Biblioteca latino-americana Victor Civita - A con-quista tecnológica mais expressiva do Memorial
nesses 22 anos de vida é a Biblioteca Virtual da América Latina (BV@AL ), que entrou em atividade há dois anos e que atende uma média de quase 13 mil usuários ao mês.
Centro Brasileiro de Estudos da América Latina (CBEAL) – Concebido por Darcy Ribeiro, é o braço cultural que faz a interface do Memorial com as universidades públicas de São Paulo (USP, Unicamp e Unesp) e instituições acadêmicas nacionais e in-ternacionais, como fomentadora de pesquisas pio-neiras e convergente de estudos e debates sobre os diversos cenários políticos, econômicos e soci-ais da América Latina.
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AGENDAJulhoFestival Internacional de Campos do Jordão
São Paulo
1º de julho, sexta 20h30
NÚCLEO DE MÚSICA ANTIGA EMESP
LUIS OTAVIO SANTOS regência Bach Local: Igreja São Luís Gonzaga GRÁTIS
15 de julho, sexta 20h30 QUARTETO ARDITTI
IRVINE ARDITTI e - ASHOT SARKISSJAN violino RALF EHLERS viola - LUCAS FELS violoncelo Janacek | Manoury | Silvio Ferraz | Ferneyhough | Ligeti Local: Grande Auditório do MaspR$ 30
24 de julho, domingo 17h
CONCERTO DE ENCERRAMENTO: ORQUESTRA DO FESTIVAL
CLÁUDIO CRUZ regênciaJOSÉ FEGHALI piano
Almeida Prado Beethoven | Villa-Lobos Local: Sala São PauloR$ 20 a R$ 60
8 de julho, sexta 20h30
IMANI WINDS
VALERIE COLEMAN flautaTOYIN SPELLMAN-DIAZ oboéMARIAM ADAM clarineteJEFF SCOTT trompaMONICA ELLIS fagote
Coleman | Moran | Paquito D’RiveraVilla-Lobos | Stravinsky Local: Grande Auditório do MaspR$ 30
5 de julho, terça 20h30
MOZART PIANO QUARTET
HARTMUT ROHDE violaMARK GOTHONI violino
PAUL RIVINIUS pianoPETER HÖRR violoncelo
Mozart | Martinu | BrahmsLocal: Grande Auditório do Masp
R$ 30
12 de julho, terça 20h30
HET COLLECTIEF
HROBERT DE LEEUW regênciaJACQUELINE JANSSEN mezzo-soprano
Schönberg | MessiaenLocal: Grande Auditório do Masp
R$ 30
ITINERÂNCIA DAORQUESTRA DO FESTIVAL
A Orquestra do Festivalrealizará concertos em quatrocidades paulistas antes do Concertode Encerramento.
ORQUESTRA DO FESTIVAL
CLÁUDIO CRUZ regênciaJOSÉ FEGHALI piano
Almeida Prado | Beethoven | Villa-Lobos
19 de julho, terça, 20h Piracicaba:Teatro Municipal Dr. Losso Netto
20 de julho, quarta, 20h Jundiaí:Teatro Polytheama
22 de julho, sexta, 20h Santos:Teatro do SESC Santos
23 de julho, sábado, 20h Santo André:Teatro Municipal
A música desce a serra em uma série especial de concertos na Capital
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AGENDAJULHO
São Paulo
Vânia Bastos eOswaldinho do AcordeonO lançamento do CD “Na boca do lobo”é totalmente dedicado à Edu Lobo, umdos maiores compositores brasileiros.Teremos a apresentação de Vânia Bastos e a participação especial de Oswaldinho do Acordeon.
CAIXA CULTURAL SPPraça da Sé, 111 - Centro - São PauloEntrada franca Fone: (11) 3121-4400 De Sexta a domingo De 22 a 24 de Julho
Clube de leitura de poesiaGlaugo MattosoO poeta Glauco Mattosoconversará com o públicosobre sua carreira literária e fará uma leitura de seus poemas. Em seguida, o público será convidado para um bate-papo informal.
Centro Cultural São PauloRestaurante GrafittiRua Vergueiro, 1000Das 19h30 às 21h Entrada Franca Fone: (11) 3397-400228 de julho
Exposição “São Paulo Século XXI”O fotógrafo Fausto Chermont em parceria com a Caixa Cultural São Paulo convida os visitantes a enxergar a capital paulista com outros olhos. A mostra apresenta a cidade de diferentes aspectos, com o olhar voltado á evolução dos equipamentos utilizados na captura de imagens desde o século XIV - de analógicos á digital - ressaltando tanto a arquitetura, quanto outros aspectos visuais e urbanísticos.
CAIXA Cultural São PauloPraça da Sé, 111 - Centro - São PauloTerça a domingo - das 9h às 21hEntrada FrancaAté 17 de julho Fone: (11) 3321-4400Informações:www.caixa.gov.br/caixacultural
Fotografias de Sérgio Guerra destacam o modo de vida e as tradições do mítico povo africano. A projeção de mulher herero recebe visitantes da exposição.
Museu Afro BrasilAv. Pedro Alvares Cabral, s/n°Parque IbirapueraPortão 10 Terça a domingo, das 10h às 17hEntrada Franca Fone: (11) 3320-8900Até 24 de julho
Exposição “Herreros Angola”de Sérgio Guerra
Sem MedidaComédia romântica que fala de amor, desejos
incontroláveis, sonhos e compulsões. Tudo um pouco sem medida, recheada de ironia e sar-casmo. A história de Vivi, Fábio e Marlete não é um tratado sobre comida, sexo e bebida, mas um olhar bem humorado à nossa necessidade do prazer e do bem viver.
De autoria de Wagner Silvestrin e direção de Victor Garcia Peralta, o espetáculo se propõe a discutir, de maneira leve e divertida os transtor-nos alimentares cada vez mais presentes no co-tidiano de um número cada vez maior de pessoas.
EVENTOS
Teatro Nair Belo Shopping Frei Caneca Rua Frei Caneca, 569 - 3° andar Até 31 de julho Sextas 21h30, sábados 21h, domingos 19hPreço: Sexta e Domingo R$ 50Sábado R$ 60Fone: 3472-2414
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Foram dois anos de muito trabalho e um investimento que superou a casa dos R$ 26 milhões, mas valeu à pena. O Theatro
Municipal de São Paulo está novamente inte-grado à vida cultural da cidade, pronto para comemorar o seu centenário de existência, com todo estilo e sofisticação.
A festa de reinauguração - a terceira realizada desde 1911, quando o arquiteto Ramos de Azevedo entregou pela primeira vez a casa de espetáculos para os paulistanos - aconteceu no último dia 12 de junho, dia dos namorados, com uma apresentação da Orquestra Sinfônica Municipal que, ao lado do Coral Lírico e do Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo, interpretaram peças de Radamés Gnat-tali, Ronaldo Miranda e Ralph Vaughan-Williams. Uma programação de fôlego
Na verdade, a programação para esta temporada que se inicia promete ser inesquecível e idealizada para compensar o tempo que a cidade não pode contar com o Theatro. Serão mais de 90 espetácu-los, onde se destacam a apresentação de cinco óperas, 25 concertos sinfônicos, seis concertos de câmara e 39 espetáculos de dança.
Para o Secretário Municipal de Cultura, Carlos Augusto Calil, a reinauguração representou um importante marco na administração da cultura na cidade. “Essa foi uma obra bastante difícil e com-plexa, pois restaurou um bem tombado e uma das jóias da arquitetura da cidade. O público sempre viu o Theatro Municipal como uma extraordinária
manifestação do poder simbólico da Cultura, asso-ciando sua arquitetura à música”, destacou. Uma reforma rumo às origens
Conduzidas pelas arquitetas Lilian Jaha e Rafaela Bernardes, as obras de restauro buscaram resgatar todas as características originais do edifício. Duran-te o trabalho, mais de cem técnicos se revezaram nesse intenso esforço de revitalização; especialistas que direcionaram esforços no restauro de paredes, vitrais, limpeza de bronze e metais, entre outros. Esse apuro permitiu que os visitantes pudessem voltar a interagir com diversas obras, como bustos, colunas neoclássicas, cristais e paredes decoradas, dispostas, como no projeto original, por todo es-paço do Municipal.
Nesse trabalho rumo às origens, o palco foi o úni-co espaço que recebeu inovação tecnológica, para poder se ajustar às novas exigências e se capacitar para abrigar com total excelência espetáculos de dança e orquestras . O Café do Theatro
Baseada em crônicas e fotos da época de inaugu-ração do Municipal em 1911, a equipe responsável pelo restauro preparou uma outra agradável sur-presa para os visitantes, com a construção do Café do Theatro. O espaço, que inicialmente irá atender as demandas e solicitações do público, conta com um cardápio de almoço, doces, salgados, lanches, sucos e refrigerantes. A ideia é resgatar o glamour do café existente no Theatro, quando da sua inau-guração no início do século XX.
Theatro Municipal de São Paulo
Programação para o mês de Julho
Dia 1º - Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo
Dia 2 – Ballet StagiumDia 7 – Balé da Cidade
de São PauloDia 12 – Companhia Teatro/Dança
Ivaldo BertazzoDias 15 e 16 – Compagnie
Philippe GentyDias 20 e 21 - São Paulo
Companhia de Dança Dias 23 e 24 – Cisne Negro
Dias 25 e 26 – Golden Stars XXX Enda
Dia 31 – Orquestra Experimental de Repertório
A principal casa de cultura da cidade e referência arquitetônica dos paulistanos novamente abre suas portas para receber grandes espetáculos
SPTEMPor Camila Silva
Serviço
Theatro Municipal de São PauloOnde: Praça Ramos de Azevedo, s/nº
Tel.: (11) 3397-0300Bilheteria: (11) 3397-0327
Informações: www.prefeitura.sp.gov.br/ cidade/secretarias/cultura/teatromunicipal
Sylvia Masini
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Roteiro obrigatório para quem quer sabo-rear as delícias da Serra, a Estância Turís-tica de Campos de Jordão se converte na capital da música, durante o mês de julho
Campos do Jordão
A alegria de subir a Serra da Mantiqueira e desfrutar do melhor da cultura, gastronomia e bem viver, assume um aspecto especial em Campos do Jordão, onde um
simples passeio pelas ruas e alamedas da cidade já coloca o visi-tante em contato com um cenário de cinema, marcado por uma arquitetura de estilo predominantemente europeu, com muitos bares, pubs, cafés, restaurantes e, principalmente, uma natureza exuberante e muito bem cuidada.
Diversão para o ano inteiroSua localização privilegiada, a 1.700 metros de altitude, e a
poucas horas de importantes metrópoles como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, permite a afluência de um público diferenciado, que pode contar com um parque hoteleiro inve-jável, com mais de oito mil leitos, distribuídos entre hotéis e pousadas de diferentes tipos e categorias.
Como estratégia para fortalecer ainda mais a sua pujante in-dústria do turismo, a cidade vem aprimorando uma programa-ção com atrações diferenciadas, capaz de garantir aos visitantes, mesmo em período de baixa temporada, a certeza de muita di-versão. Durante todo o ano é possível participar de eventos como a Festa da Cerejeira, a Festa do Pinhão, Festa da Hortênsia, Natal na Montanha, Festival Gastronômico da Cozinha na Montanha, além de diferentes espetáculos artísticos e culturais.
Por Waldir Martins
Festival de Inverno
CAPA
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Um simples passeio pelas ruas e alamedas da cidade já coloca o visitante em contato com um cenário de cinema,
marcado por uma arquitetura de estilo predominan-temente europeu, com muitos bares, pubs, cafés, restau-
rantes e, principalmente, uma natureza exuberante
Um parque hoteleiro invejável
oferece mais de 8 mil leitos
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Gastronomia com charme e prazerA gastronomia local é outro ponto de destaque
e que exerce particular fascínio entre os visitantes. Nos seus diferentes restaurantes, é possível sa-borear uma incrível variedade de pratos e estilos, com opções de massas, carnes, peixes, com repre-sentantes das mais diversas etnias.
Essa impressionante proliferação de tendências também contribui para o espírito de experimenta-ção e inovação dos chefs, bem como pelo esmero no atendimento ao público. Essas características per-mitem formar um circuito gastronômico bastante amplo e capaz de atender ao mais exigente paladar, muitas vezes, sem ter que pagar mais por isso.
A arte de uma boa e tradicional cerveja
Em nenhuma outra cidade do Brasil o cliente terá à sua disposição uma variedade tão grande de cervejas. Cervejas escuras, claras, amargas, doces, turvas, límpidas podem ser encontradas nos bares e restaurantes da cidade em diferentes marcas como Erdinger, que fortaleceu o consumo desse tipo de cerveja no Brasil ou a Weihenstephan, pro-duzida pela cervejaria mais antiga do mundo (desde 1040), além das nacionais Celebration de inverno e a Christmas Beer, da tradicional Cervejaria Baden-Baden. Vale à pena conferir.
O maior Festival de música da América Latina
Evento de maior visibilidade da cidade, o Festi-val Internacional de Inverno de Campos do Jordão “Dr. Luís Arrobas Martins”, chega esse ano à sua 42ª edição. Sempre inovador, além dos 55 concertos que levará ao público entre os dias 1º e 24 de julho, o Festival desenvolverá um inédito programa pe-dagógico, conduzido por alguns dos maiores nomes do cenário musical mundial, além de promover ati-vidades de inclusão social por meio da música.
Dando continuidade à proposta lançada em 2010, o tema desse ano - Contrastes - irá mostrar as contraposições entre diferentes estilos musi-
cais de uma mesma época ou diferentes fases musicais de um mesmo compositor. Também sintonizado com contraste social, a gestão do festival estará investindo fortemente em um trabalho de formação de platéia, realizando um grande número de concertos gratuitos ou a preços populares.
O Festival desce a serra
O público que não vai a Campos do Jordão também receberá uma atenção especial da organização do Fes-tival. A capital paulista, como em 2010, também rece-berá parte da programação. Serão seis concertos em São Paulo, quatro no Grande Auditório do MASP, um na Igreja São Luiz Gonzaga (Av. Paulista) e o último na Sala São Paulo, onde ocorre o encerramento oficial do evento com a apresentação da Orquestra do Festival, no dia 24 de julho, às 17 horas (veja na agenda dessa edição - na página 22 - a programação completa das atrações que acontecerão na cidade de São Paulo).
Outra inovação dessa edição será a semana de iti-nerância que a orquestra dos bolsistas do Festival irá realizar pelo Estado de São Paulo, com apresentações em importantes cidades do interior, Baixada Santista e Grande São Paulo. O grupo se apresentará em Piracica-ba (dia 19), Jundiaí (dia 20), Santos (dia 22) e Santo An-dré (dia 23). “Os jovens músicos terão a oportunidade de vivenciar a experiência única de viajar com o grupo em turnê, como acontece com as formações profissio- nais e em grupos jovens de alguns dos mais importantes festivais do mundo”, explicou o Secretário de Estado da Cultura, Andrea Matarazzo.
“Além de promover uma experiência de formação pessoal e artística ainda mais completa para nossos bol-sistas, vamos levar o Festival a um público mais diverso no Estado de São Paulo, com a possibilidade de mostrar um repertório muito bem preparado e assim contribuir também para a formação de platéia”, finalizou Irmã Ro-sane Ghedin, Diretora-Presidente da Santa Marcelina Cultura, Organização responsável pela EMESP Tom Jo-bim, à frente da produção do evento.
CAPA
A gastronomia é outra atração, com uma in-crível variedade de opções para os visitantes
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2 de julho, sábado 12h30, Praça do Capivari CORAL DE ALUNOS DA FUND. BRADESCO GRÁTIS 21h, Auditório Claudio Santoro CONCERTO DE ABERTURA: OSESP PINCHAS ZUKERMAN regência e violino R$ 100
3 de julho, domingo 11h, Auditório Claudio Santoro ORQUESTRA JOVEM DO ESTADO FRANK SHIPWAY regência GRÁTIS 12h30, Praça do Capivari ORQUESTRA DE METAIS LYRA TATUÍ ADALTO SOARES regência GRÁTIS 15h30, Igreja Matriz Santa Terezinha NÚCLEO DE MÚSICA ANTIGA EMESP LUIS OTAVIO SANTOS regência GRÁTIS 18h, Auditório Claudio Santoro ORQUESTRA EXP. DE REPERTÓRIO JAMIL MALUF regência GRÁTIS
4 de julho, segunda 15h30, Igreja Nossa Senhora da Saúde 21h, Auditório Claudio Santoro PRO ART QUARTET E CONVIDADOS R$ 30
6 de julho, quarta 15h30, Igreja Matriz Santa Terezinha QUARTETO BOSÍSIO GRÁTIS
8 de julho, sexta 15h30, Igreja Nossa Senhora da Saúde MÚSICA DE CÂMARA GRÁTIS 21h, Auditório Claudio Santoro MOZART PIANO QUARTET R$ 60
9 de julho, sábado 12h30, Praça do Capivari ORQUESTRA JAZZ SINFÔNICA JOÃO MAURÍCIO GALINDO regência GRÁTIS 21h, Auditório Claudio Santoro ZUKERMAN CHAMBER PLAYERS R$ 100
CAPA
10 de julho, domingo 12h30, Praça do Capivari BANDA SINFÔNICA JOVEM DO ESTADO MÔNICA GIARDINI regência GRÁTIS 16h30, Praça do Capivari ORQUESTRA SINFÔNICA DO CONSERVATÓRIO DE TATUÍ JOÃO MAURÍCIO GALINDO regência GRÁTIS 18h, Auditório Claudio Santoro ORQUESTRA SINFÔNICA MUNICIPAL CORAL PAULISTANO ABEL ROCHA regência R$ 30
15 de julho, sexta 15h30, Igreja Nossa Senhora da Saúde MÚSICA DE CÂMARA GRÁTIS 21h, Auditório Claudio Santoro ORQUESTRA PETROBRAS SINFÔNICA ISAAC KARABTCHEVSKY regência R$ 100
16 de julho, sábado 12h30, Praça do Capivari CAMERATA ANTIQUA DE CURITIBA GRÁTIS
16h30, Praça do Capivari ORQUESTRA DO FESTIVAL CLÁUDIO CRUZ regência JOSÉ FEGHALI piano GRÁTIS 21h, Auditório Claudio Santoro ORQUESTRA FILARMÔNICA DE MG FABIO MECHETTI regência R$ 100
17 de julho, domingo 12h30, Praça do Capivari ÓPERA ESTÚDIO EMESP MAURO WRONA direção EMILIANO PATARRA regência Mozart: A Flauta Mágica GRÁTIS 16h30, Praça do Capivari BANDA SINFÔNICA DO ESTADO DE SP MARCOS SADAO regência KID VINIL narração DR. SIN banda convidada Rock SinfônicoGRÁTIS
22 de julho, sexta 21h, Auditório Claudio Santoro THE UNIVERSITY OF FLORIDA CHAMBER PLAYERS DAVID WAYBRIGHT regência R$ 40
Acompanhe a programação
23 de julho, sábado 21h, Auditório Claudio Santoro ORQUESTRA SINFÔNICA DO PORTO CASA DA MÚSICA CHRISTOPH KÖNIG regência R$ 100
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Por Fernanda Monteforte
QUALIDADEDE VIDA
Trabalho: força motriz para a realização pessoalMergulhados na teia da vida, somos os responsáveis tanto pela nossa rea-lização pessoal, quanto pelo amargo sentimento de fracasso e frustração: assuma suas rédeas
Crescemos em um contexto sócio-cultural aves-so às mudanças. Quantas não são as famílias que educam seus filhos a seguirem pela vida
de olhos vendados, como se estivessem participan-do de um cansativo e enfadonho roteiro de novela.
A previsibilidade e falta de criatividade nos fazem perceber que muitos jovens optam pelas carreiras profissionais não pelo brio e pela paixão de realizar seus sonhos e desejos, mas, simplesmente, pela aco-modação de seguir o óbvio, almejando uma suposta estabilidade financeira.
Estabilidade X RealizaçãoPior do que nutrir uma postura servil é a futura
constatação de que a sonhada estabilidade, pela qual se abre mão da verdadeira realização pessoal, nem sempre ocorre. Não se trata de uma conta simples de matemática, a vida é muito mais do que isso. E os próprios números demonstram uma realidade muitís-simo diferente.
Quantos dos médicos, advogados, engenheiros ou dentistas estão realmente satisfeitos com o retorno alcançado após anos de expressivo investimento em sua formação? Será que esse resultado depende uni-camente de uma fria análise do mercado de trabalho? Talvez seja preciso considerar muitos outros aspectos quando se fala em alcançar a realização naquilo que se faz para sobreviver.
Também é fácil constatar que a maior parte dos
profissionais que alcançam a realização nas ativi-dades que desenvolvem é constituída daqueles que não tiveram medo de seguir suas aptidões e sonhos pessoais. E aí encontramos o prazer do vendedor em vender, do jornalista em informar, do ator em repre-sentar. Estamos falando de pessoas que são capazes e contam com as condições básicas para realizar a sua escolha e não ficam soterradas por uma reali-dade absolutamente massacrante.
Responsabilizar-se pela vidaArticulados dessa forma, os conceitos de trabalho e
bem-estar jamais serão antagônicos. Restringir-se de sonhar ofusca o colorido da vida. E aí, inclusive, não importa onde você esteja inserido dentro da estrutura social, o poder da escolha define os seus resultados e sua capacidade de realização: você se responsabiliza pela sua vida.
Muitas pessoas trabalham para viver e, ironicamente, perdem suas vidas assim, obstadas pelos condiciona-mentos do medo e receio de empreender mudanças. Trabalhar por um ideal é uma força motriz capaz de muitas realizações.
Faça um mergulho na sua intimidade. Estamos o tem-po todo a tecer nosso destino, que ao invés de tirano e cruel pode ser tão maleável quanto desejarmos. A cada minuto, nossos pensamentos, palavras e ações moldam a nossa história e mudam a nossa vida.
Mude o mundo, comece por você.
sonhar ofusca o colorido da vida
Restringir-se de
O poder da escolha define os seus resultados e sua capacidade de realização:
você se responsabiliza pela sua vida
Fernanda Monteforte é consultora de qualidade de vida e ministra
aulas do Método DeRose. [email protected]
Divulgação
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34 REVISTA TÁXI CULTURA|Julho
Dicas inspiradoras de especialistas indicam como a mulher brasileira pode ousar mais a cada estação na hora de se maquiar
Experimente usar uma cor nova, dan-do mais feminilidade aos seus lábios
A vaidade na cor da estação
A temporada mais fria do ano está chegando e nada melhor do que estar preparada para o inverno com uma pele impecavelmente linda, com uma cobertura suave, deixando o brilho apenas para locais estratégicos.
Liberar a região T, formada pelo nariz, testa e queixo - que nessa época fica com efeito de pele seca - e abusar dos olhos e da boca vai ajudar neste trabalho. E prepare-se, pois a tendência para o inverno este ano vem bem democrática, atendendo os mais diferentes estilos e gostos.
Olhos
Para Marcos Costa, maquiador da Natura e autor do livro “Eu amo maquiagem” (Editora Jaboticaba), os olhos devem ser elaborados com cores frias como azul, preto, grafite e rosa.“Os tons frios se misturam às cores cítricas para combinar com o nosso inverno tropical”. Entre as cores cítricas vale abusar do verde limão, azul, pink e o laranja.
Outra dica que o especialista da Natura apre-senta é utilizar iluminador acima da maçã do rosto para ressaltar a delicadeza feminina,enquanto o blush vai conferir um ar saudávelao look, contrapondo com o poder de sensua-lidade que os olhos ou a boca demarcados po-dem transmitir.
Lábios hidratados
Para essa temporada os olhos deixaram de ser o único foco na hora de se maquiar e abrem es-
paço para que a boca também seja beneficiada com intensidade.
Ninho Marchini, maquiador da agência Mo-linos&Trein, explica que a saúde dos lábios faz toda a diferença no efeito final do batom: “Para que ele dure a noite toda é preciso estar atenta aos batons de longa duração, que são mais se-quinhos e fixam mais a cor dos lábios; mas lem-bre-se de levar também o seu batom preferido para retocar de vez em quando, principalmente depois do beijo”.
Os lábios seguem com diversas cores, sen-do eles vibrantes, nudes, vermelhos, vinhos, alaranjados ou rosas, variando de acordo com a personalidade de cada uma. “A tendência está aí para mostrar alternativas de moda; cabe à mu-lher escolher o que a deixa mais bonita e con-fiante. A maquiagem deve combinar antes de tudo com quem a está usando”, afirma Ninho.
O poderoso batom
O batom é um cosmético que tem o poder de renovar a energia psicológica da mulher, pois, além de sua finalidade primordial de realçar a aparência feminina, pode transformar o humor da usuária.
Mas atenção para o uso do batom vermelho, pois ele traz certa responsabilidade. É uma cor que exige vigilância e manutenção constante; nada pior do que um batom vermelho desbota-do ou borrado, afinal de contas ele sempre será o centro das atenções!
BELEZA Por Carolina Mendes
Divu
lgaç
ão
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36 REVISTA TÁXI CULTURA|Julho
MORAR
Por Waldir Martins e Dani Gasparini
Ao completar 25 anos, a mostra Casa Cor se personifica como uma referência nacional e internacional para quem busca o máximo em originalidade, ousadia, requinte e bom gosto
BEM
Desde sua primeira edição, realizada no ano de 1987, a CASA COR deixou de ser uma mostra de designers, para se consolidar como um
conceito, onde consumidores, especialistas e até pes-quisadores podem acompanhar o desenvolvimento da arquitetura e do design de interiores do Brasil.
Maior evento de arquitetura e decoração das Américas e segundo maior do mundo, e realizada pelo sexto ano consecutivo nas dependências doJockey Club de São Paulo, a CASA COR 2011 brindouos visitantes com quatro mostras simultâneas: CASA COR, com tendências em arquitetura, decoração e pai-sagismo, voltadas para o morar bem; CASA KIDS, com ambientes projetados para crianças até 12 anos; CASA HOTEL, destinada aos profissionais do setor de hotelaria e turismo; e CASA TALENTO, es-paço para novos talentos da arte e do design brasileiro.
Para ilustrar um pouco dessa aventura, a Táxi Cultura trouxe quatro exemplos de consagrados criadores para ilustrar essa edição do nosso Morar Bem.
Daniella e Priscilla de Barros - A suíte do conquistador
Projetar um ambiente envolvente que despertasse curiosidade através dos sentidos, sons, aromas eimagens inesquecíveis foi o principal desafio dasarquitetas Daniella e Priscilla de Barros na Suítedo Conquistador.
Em busca de um ambiente que aten-desse às expectativas femininas, as ar-quitetas ousaram e apuraram com as próprias mulheres quais seriam as prin-cipais características de um verdadeiro conquistador. “Depois de ouvir muitas opiniões, ampliamos a esfera de homem conquistador para um homem sedutor, culto, inteligente, moderno e bem sucedido”, explica Pricilla. Baseando-se nessas particulari-dades masculinas, as arquitetas projetaram em um espaço de 47m² com linhas retas e limpas, um ambiente intimista, despojado e arrojado que abusa de tons mais sóbrios como cinza e bege.
CASA CORMaior evento de
arquitetura e deco-ração das Américas e
segundo maior do mundo
O conceito Casa Cor Daniella e Priscilla de Barros - A suíte do conquistador
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Julho | REVISTA TÁXI CULTURA 37
MORAR
BEMCarla Dichy - Sala Multiuso
Com 60m² de espaço totalmente amplo e sem divisórias, a ar-quiteta Carla Dichy criou uma sala multiuso, com elementos arqui-tetônicos para delimitar home theater, espaço gourmet e área das crianças. Os azulejos decorados na parede e teto abrigam a área gourmet e reforçam a unidade e separação visual. Para facilitar a circulação e a visualização dos visitantes, Carla deixou um corredor ao longo de seu ambiente, onde uma estante de 5m de compri-mento dá charme e funcionalidade ao local na parede oposta.
A circulação é marcada por um rasgo de iluminação no gesso acompanhando os três espaços: na área gourmet, os pendentes dão mais luminosidade; no espaço das crianças, Carla lança mão de uma sanca com luz indireta; e no home theater ela recorre a luzes pontuais para não ofuscar, sobretudo, a tela da TV e itens em vi-dro. Pontos focais de iluminação valorizam a estante e os quadros. Completam os ambientes os equipamentos de som, DVD, adega e um minibar.
Clélia Regina Ângelo - A suíte de menina vaidosa
A menina do século XXI já não é a mesma dos tempos de nossas mães e avós. A tecnologia evoluiu e a feminilidade e a vaidade se modificaram com as novas tendências, os ícones e os padrões de vida. A suíte da menina vaidosa, ambiente assinado pela arquiteta Clélia Regina Ângelo, exibe exatamente essa nova realidade: um espaço descolado, ao mesmo tempo sofisticado e feminino, onde os recursos tecnológicos são os pontos fortes, oferecendo lazer e entretenimento para a garotada em um canto confortável para re-ceber amigos, estudar e se divertir.
Com 80m², a suíte integra dormitório, canto para estudos, uma espécie de camarim para make-up, banheiro e closet, além do lugar para receber amigos. Logo na entrada, o closet exibe armários dos dois lados do ambiente que interliga o espaço do entretenimento à direita e o dormitório à esquerda.
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Carla Dichy - Sala Multiuso
Saulo Szabó e Fernando Oliveira - Bar funcionale Bistrô
Com o tema Diversão e Jogos, a dupla de arquitetos Saulo Szabó e Fernando Oliveira criaram uma atmosfera de cabaré e cassino no espaço Bar Funcional e Bistrô, transformando o local em um espaço de degustação e jogos de cartas.
O espaço de 45m² convida o visitante para desfrutar um clima de sensualidade e glamour com os tons vermelhos e materiais sofisti-cados, como o veludo presente nas cortinas. O aspecto lúdico é explorado pela participação especial da artista plástica Lívia Paola Gorresio que traz ao ambiente uma instalação de desenho em uma das paredes do espaço gourmet.
Clélia Regina Ângelo - A suíte de menina vaidosa
Saulo Szabó e Fernando Oliveira - Bar funcional e Bistrô
38 REVISTA TÁXI CULTURA|Julho
MUNDOCÃO&CIA
Cuidado com a mordidaAssim como nos humanos, os cuidados com a higiene bucal são muito importantes para os animais
Restos de alimentos presos nos dentes servem de pasto para bactérias que formam a placa bacteri-ana. Aos poucos essa placa vai se intensificando e quando mineraliza origina o cálculo dentário, conhecido por tártaro. Esse problema é bastante frequente e pode atingir tanto hu-manos quanto animais.
Aliás, estima-se que ele esteja presente na dentição de cerca de 80% dos animais adultos e, ne-gligenciados, podem dar origem a diversos problemas, trazendo inclusive risco à saúde do animal.
Apesar de não provocar dor, o tártaro proporciona um ambiente que favorece a proliferação de bactérias e substâncias tóxicas provenientes de seu metabolismo. A partir dele, o animal pode desenvolver gengivite - comprometi-mento das gengivas, que passam a ficar averme-lhadas, inchadas e até apresentar sangramentos ao serem tocadas.
Cuidado com as infecçõesCaso o animal passe por processos de limpeza, a
situação é reversível e as gengivas voltam ao nor-mal. Contudo, se o quadro caminhar para uma peri-odontite (infecções nas gengivas que provocam a desmineralização do osso que sustenta o dente e deixa a sua raiz exposta, causando a retração ou crescimento desordenado da gengiva), a situação pode se tornar irreversível.
Além disso, a partir das infecções locais promovi-das pela periodontite e gengivite, as bactérias que se desenvolveram na boca podem entrar na cor-
rente sanguínea do animal, ser transportadas por todo o organismo e contaminar coração, rins, fíga-do e articulações, e dar origem a outras patologias mais sérias.
Mesmo com alto índice de ocor-rência entre os animais, o tártaro pode ser removido com um pro-cedimento de limpeza chamado tartarectomia. Segundo Amanda Carvalho, 28 anos, veterinária do departamento técnico da Vetnil, é bastante importante que os donos se certifiquem que “o profissional que fará a limpeza possui o mate-
rial odontológico necessário. O animal deve estar anestesiado e a melhor opção é a anestesia volátil.”
Cuidados no dia a diaPara que o tártaro não se desenvolva, o ideal é que
o dono realize escovação dos dentes do animal todos os dias, ou ao menos quatro vezes por semana depois que o animal complete um ano de vida: a gengiva dos filhotes é muito sensível e pode se machucar com fa-cilidade.
Contudo, é importante que o animal não se estresse e se relacione com o momento da escovação de forma positiva, o que pode ser propiciado através de alguns petiscos funcionais que, além de cumprirem muito bem com esse papel, ainda contribuem com a saúde bucal ao provocarem atrito e combaterem a formação de mais tártaro. Nos casos de animais muito grandes ou muito ariscos, Amanda sugere que seja aplicada a mesma anestesia volátil utilizada por veterinários no procedimento de eliminação do tártaro.
as infecções bucais podem originar outras
doenças
Contribuem com a saúde bucal do animal ao ajudar na prevenção do
aparecimento do tártaro
Guloseimas para a hora da escovação
Petiscos funcionais:
Por Fernanda Grandino
Julho | REVISTA TÁXI CULTURA 39
40 REVISTA TÁXI CULTURA|Julho
Um carro a menos nas ruasExperimente fugir do trânsito de São Paulo com uma sensação de liberdade que só a bike pode te proporcionar
Pode parecer irreal, excêntrico ou coisa de atleta, mas está se tornando cada vez mais comum utilizar a “magrela” – forma como a
bicicleta é conhecida entre os ciclistas - como uma efetiva alternativa de transporte para se locomo-ver de casa para o trabalho ou até mesmo para se divertir nos finais de semana.
Espalhados por todas as regiões da cidade, há di-versos grupos de ciclistas com propostas que partem do desejo de fortalecer e divulgar o hábito de peda-lar, além de proporcionar mais segurança para quem está se iniciando na aventura de transitar de bicicleta no caótico trânsito paulistano.
Grupos de Ciclistas“Sempre haverá alguém mais experiente para ajudá-
lo caso você tenha um problema mecânico ou acon-teça algum acidente. Pedalar em grupo pode ajudar o ciclista iniciante a perder o receio de circular sozinho nas ruas e a descobrir como resolver pequenos pro- blemas que podem ocorrer pelo caminho”, indica Willian Cruz, analista de sistemas e idealizador do site Vá de Bike, especializado em informações para quem faz da bicicleta seu principal meio de transporte.
Solidariedade sobre duas rodas
Absolutamente inovador, o projeto Bike Anjo é um exemplo dessa solidariedade que une ciclistas expe-rientes e iniciantes. Organizado inicialmente na ci-dade de São Paulo, o grupo conta hoje com mais de 200 voluntários espalhados por 17 cidades do Brasil, prontos para auxiliar quem está começando a peda-lar. “Quando marcamos um acompanhamento com iniciantes, aconselhamos realizar o trajeto do tra-balho durante o fim de semana, assim, conseguimos tempo para descansar, sinalizar e adquirir confiança”, afirma João Paulo Amaral, consultor de empresas e um dos fundadores e organizadores do projeto.
Uso diário exige cuidados básicosVerônica Mambrini, jornalista do portal IG, há
três anos utiliza a bike e, progressivamente, foi perdendo o hábito de dirigir para aderir somente à praticidade da bicicleta. “De carro num dia caóti-co de trânsito e chuva levo até uma hora e meia para chegar ao trabalho. De bike são 25 minutos, pedalando num ritmo tranquilo, até porque já vou maquiada e com roupa de trabalho - vestidos, meia calça, salto, e assim chego sem suar, pronta para ir para minha mesa começar o dia”.
Há mais de 10 anos utilizando a bike como principal meio de transporte, Willian Cruz ensina que garantir o máximo de visibilidade é um dos principais quesitos da segurança para quem pedala. “Ver e ser visto, si-nalizar suas intenções, ocupar a faixa para impor seu direito de circulação, evitar grandes avenidas e man-ter atenção nos veículos ao seu redor são ações que podem evitar situações de risco”, previne. O ciclista recomenda ainda o uso do capacete e de luvas, prin-cipalmente para iniciantes, já que no inicio, a possibili-dade de cair é bem maior.Os ciclistas e os táxis
João Paulo Amaral destaca ainda a importância dos táxis na rotina de quem utiliza a bicicleta nas diversas atividades do dia a dia. “Muitos ciclistas, quando não estão de bike, vão de táxi! Eu mesmo não tenho carro e, amanhã, terei que transportar muita bagagem. Pe-garei um táxi para isso”.
Opinião semelhante é partilhada pela jornalista Verônica Mambrini, que aposta na crescente aceita-ção dos taxistas em relação às bikes. “Sempre que um taxista permite que eu leve a bicicleta no porta-malas, viro fã e cliente fiel. Desmontando as rodas, ela cabe no porta-malas e, em situações de emergência, facilita muito poder contar com táxis para voltar para casa”, finaliza Verônica.
TRILHAURBANA
Willian Cruz é o idealizador do site Vá de Bike
Por Carolina Mendes
Cristiane Brosso, tem 23 anos e é Gestora Ambiental e foi uma das primeiras a ser atendida por um Bike Anjo
Alguns sites relacionados
WDE - http://wde.com.br/bike/passeios.htmmBike anjo - http://bikeanjo.wordpress.comVá de Bike - www.vadebike.orgStarbikers - www.starbikers.pre.nom.brNight Biker’s Club - www.nightbikers.com
Julho | REVISTA TÁXI CULTURA 41
42 REVISTA TÁXI CULTURA|Julho
Os reflexos possuem uma identidade própria
A IDENTIDADEDOS REFLEXOS
Crônicas de uma São Paulo que ninguém vê
A rotina dos dias tem por hábito nos colocar indiferentes aos caminhos e paisagens que supomos conhecer integralmente, e seja pela
pressa que nos coloca vendas nos olhos ou pelo nosso pensamento de foco único, deixamos de enxergar cer-tos ângulos que a cidade nos impõe, perdendo, assim, a chance de contemplar por outros meios a geografia paulistana e seus mosaicos indefiníveis. No entanto, basta um único desvio da nossa atenção, seja num trânsito lento, num semáforo fechado ou nas imagens projetadas nas janelas dos ônibus e do metrô pra que pessoas e objetos refletidos ganhem um outro aspecto, revelando, dessa forma, que os reflexos possuem uma identidade própria, e às vezes (não quero parecer fan-tasmagórico), parecem mesmo pertencer a um mundo independente do nosso.
O reflexo se movimenta enquanto estamos imóveis a observá-lo. O reflexo dança, exibe-se pra nós; são uma mistura de projeção de imagens e de aparição, ou mes-mo de espectros, que nos dão de presente a imagemoculta do real. E isso se aplica a tudo o que tem forma e que a nossa visão pode alcançar. Você pode ver prédios refletidos nas janelas laminadas de outros prédios,crianças e sacolas de compras espelhadas nas janelas dos carros, desenhos de nuvens moventes em poças d’água e, também, a sua própria cara de susto pega de surpre-sa frente ao granito preto de antigos prédios públicos.
Pois bem, o que quero dizer com essas coisas? Simples: há dias - e não são poucos - que essa cidade paralela, a dos reflexos, pela surpresa com que nos toma, nos injeta a dose necessária de consciência de nós mesmos e de todo esse cenário que construimos; é como se fôssemos duplos - ou múltiplos - e isso nos con-forta no tanto que anima e também diverte. Isso sem falar que demonstram que tudo muda, se por acaso o nosso pessimismo apostar no imutável. A primeira identidade do reflexo é a reflexão, e a reflexão, além de identidade, é a tradução da nossa impressão digital. O reflexo nos ajuda naquilo que sempre falta: conheci-mento de nós e de tudo o que passeia por aí.
HORIZONTEVERTICAL
Por Ivan ForneronIlustração: Gabriel Stippe
Julho | REVISTA TÁXI CULTURA 43
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