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Revista Reserva - #4

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Língua Brasileira

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Page 1: Revista Reserva - #4
Page 2: Revista Reserva - #4
Page 3: Revista Reserva - #4

DEITADO EMBERÇO ESPLÊNDIDO

Page 4: Revista Reserva - #4

ANO 3 mArçO 2014

FACEBOOK.COM/USERESERVA

CONTATOS COmErCIAIS

[email protected] + [55] 21 2397.0118 | 2397.0119

[email protected] + [55] 21 2397.0116 | 2397.0216

ImPrENSA

MULTIFATO | RENATA REIS E EQUIPEmultifato.com + [55] 21 2397.0214 [email protected]

Tiragem 20.000 EXEmPLArES

Periodicidade SEmESTrAL

Jornalista responsável KArEN ArmAN mTB 21894

LOJAS rESErvA

rIO DE JANEIrO

Ipanema - Rua Maria Quitéria, 77 - loja F | Shopping Leblon - 1º piso

rio Sul - 2º piso | Fashion mall - 2º piso | village mall - 2º piso

BarraShopping - nível Lagoa | rio Design Barra - 2º piso

Downtown - bloco 5 loja 101D | Shopping Tijuca - 2º piso

NITErÓI

Icaraí - Rua Cel. Moreira César, 228 - loja 109 | Plaza Shopping Niterói - 3º piso

SÃO PAULO

Jardins - Bela Cintra, 2149 | Iguatemi - 1º piso

Shopping JK Iguatemi - 2º piso | market Place - 2º piso

morumbi Shopping - piso Lazer | Pátio Higienópolis - piso Veiga Filho

Alphaville Iguatemi - piso Xingú

rIBEIrÃO PrETO

Iguatemi ribeirão Preto - 2º piso | ribeirão Shopping - nível Califórnia

BELO HOrIZONTE

Pátio Savassi - 2º piso | BH Shopping - piso Nova Lima

Só marcas - piso Térreo

BrASÍLIA

Park Shopping - 1º piso | Iguatemi Brasília - piso Térreo

SALvADOr

Salvador Shopping - 2º piso | Iguatemi Salvador - 3º piso [em breve]

rECIFE

Shopping recife - 5ª etapa - 1º piso | Shopping Plaza Casa Forte - 1º piso [em breve]

GOIÂNIA

Flamboyant Shopping - 3º piso

BELÉm

Boulevard Belém - 3º piso

LOJAS EvA

Ipanema - Rua Visconde de Pirajá, 430 | rio Design Barra - 2º piso

LOJAS rESErvA mINI

Shopping Leblon - 1º piso [RJ] | Shopping Tijuca - 2º piso [RJ]

Jardins - Bela Cintra, 2149 [SP] | E nas lojas reserva.

EDIçÃO

ÉVANS QUEIRÓZ [diretor criativo]

KAREN ARMAN [editora-chefe]

ADRIANA OMENA [coordenadora de criação]

SOrrIDENTE

RONY MEISLER

PrOJETO GrÁFICO

AGÊNCIA RESERVA

ArTE

CARLOS DENISIESKI [coordenador de design]

CAIO JUNGER [designer]

IULI VIEIRA [designer]

LUIZ GOMES [designer]

MARCELA PETERSEN [designer]

PEDRO POLO [designer]

RODRIGO CURI [designer]

PrODUçÃO EXECUTIvA

PALOMA TERRA [coordenadora de produção]

GABRIELLA ADLER [produtora]

ESTILO

LISANDRO LANDELL [coordenador de estilo Reserva]

PRISCILA BARCELOS [coordenadora de estilo Eva]

MARIA CECÍLIA SAAD [coordenadora de estilo Mini]

AGrADECImENTOS

BIBLIOTECA NACIONAL | TUCUM | LITTLE LAND SUPERMERCADOS ZONA SUL | EDITORA ZAHAR

COmPrE ONLINE: USErESErvA.COm

Page 5: Revista Reserva - #4

CONTATOS COmErCIAIS

[email protected] + [55] 21 2397.0118 | 2397.0119

[email protected] + [55] 21 2397.0116 | 2397.0216

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Page 6: Revista Reserva - #4

LÍNGUA BRASILEIRA E se nós não tivéssemos sido colonizados? Como diria Baby do Brasil, todo dia seria dia de índio... Pra Reserva a nossa língua é brasileira, com muito orgulho e com muito amor.

GENTE DE PESO Há 32 anos no ar, Amaury Jr., o primeiro colunista eletrônico do país, fala sobre “celebutantes”, como a violência tem acabado com as festas glamurosas e confessa que já confundiu empresários importantes com maître.

ENSAIO RESERVA Direto da Biblioteca Nacional, nossas sugestões de looks pra temporada inverno 2014 falam a língua da elegância.

FORA DA CASINHA O narrador esportivo Silvio Luiz fala sobre Copa, desafetos e até faz elogio a Galvão Bueno. Tudo no seu melhor estilo: curto e em caixa alta.

PAPO SUSTENTáVEL Há 10 anos à frente do Instituto Reação, o judoca Flávio Canto prepara a expansão do seu projeto contra o “apartheid educacional” no Brasil.

PEQUENO GRANDE MINI Aos 13 anos, Natan Gorin já tem 2 aplicativos na Apple Store e alguns outros protótipos a caminho.

ENSAIO MINI Nossos pequenos grandes homens mais uma vez dão uma aula de estilo e provam que mini é simplesmente o máximo.

FAZENDO ARTE Cartiê Bressão, que começou com um simples perfil no instagram, já virou livro e, agora, tema de camisetas da Use Huck.

RODA E AVISA Rafael Dragaud observa personagens que reinventam a língua diariamente nas ruas, nas redes sociais, nas pichações de porta de banheiro...

iRONY Apaixonada pela essência do chocolate, família Aquim aposta num produto 100% brasileiro. Rony Meisler conta os detalhes do negócio cheio de “storytelling” pra suíço ver e temer.

SOM NA CAIXA Pilar da onda pagodeira dos anos 90, o grupo Molejo vira símbolo cult na internet e conta porque manter-se 25 anos no showbizz não é brincadeira de criança.

PARTIU?! Casal descobre o mapa da mina das viagens e mostra que é possível conhecer o mundo sem ganhar na Sena ou ter que abrir mão da vida profissional.

SOLTA O VERBO Em bate-papo permeado por muitas risadas, a atriz Nathália Rodrigues fala sobre corpo, pudor e religião.

ENSAIO EVA Primeiro Deus criou o homem, depois teve uma ideia melhor. Lá vem Eva com tudo e mais um pouco pra esquentar o inverno 2014.

NOSTALGIA Dono de um humor que hoje seria politicamente incorreto, o trapalhão Mussum virou fenômeno na web, ganhou novos fãs 2 décadas após sua morte e estrela uma marca oficial de camisetas.

QUER QUE DESENHE? Memes nas redes sociais, placas de comércio e de caminhões pintadas à mão com erros de português ganham tese de mestrado e viram a fonte oficial da coleção Língua Brasileira.

SALA ESCURA Após assistir um filme produzido no Quirguistão sem legendas e sem dublagem, nosso colunista André Miranda discorre sobre o idioma único do cinema.

ANTISSOCIAL Hermés Galvão investiga o que se passa no momento atual do Brasil e fala da nossa gente e da nossa origem: uma confusão que vai de Commedia del’Arte a candomblé.

RáDIO CORREDOR Um pouco do que rola ou já rolou nas internas da Família Reserva.

FANFARRONICES A nossa língua é o bom humor. O idioma das estradas em bom português, ou melhor, brasileiro.

DILMA BOLADA Em furo de sacanagem exclusivo para a Revista Reserva, Dilma Bolada revela que não vai ter copa: vai ter a copa das copas.

FACE A FACE Arte de rua de primeira e música de qualidade. E tudo com selo nacional! Mergulhamos no nosso Facebook e fomos atrás dos destaques brazucas pra ver e pra ouvir.

QUANTO + GENTE MELHOR Gente fina, elegante e sincera flagrada nas lojas do Grupo Reserva.

INSPIRAGRAM Direto do nosso instagram, São Paulo é a nossa inspiração numa imagem que vale sim, mais do que mil palavras.

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Page 7: Revista Reserva - #4

MARCAS QUE ADMIRAMOS NÃO PRECISAM DE CONVITE PRA NOSSA FESTA. VANS, FRED PERRY, NEW BALANCE, JANSPORT E OUTRAS ESTRELAS EM BREVE ESTARÃO NAS LOJAS DA RESERVAE EM USERESERVA.COM

OS PRODUTOS DA LINHA PENETRAS ESTARÃO DISPONÍVEIS NAS LOJAS IPANEMA, LEBLON, RIO SUL, BARRA SHOPPING, RIO DESIGN BARRA, ICARAÍ (NITERÓI) E JARDINS (SP).

Page 8: Revista Reserva - #4

“STATUS NO BRASIL é NãO SER BRASILEIRO. STATUS NO BRASIL é SER PSEUDO-INTELECTUAL NAS MÍDIAS SOCIAIS E UM PARASITA SOCIAL NO MUNDO REAL.”

“MC GUIMê: DESCULPE-ME. DE CORAçãO. SINTO-ME PROFUNDAMENTE ENVERGONHADO...”

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Fiquei muito impressionado e numa reunião com meus sócios comentei que, pela primeira vez em muito tempo, gostando ou não daquele estilo musical, estávamos observando um movimento de formação de opinião vindo da base da pirâmide do país com força o suficiente para mudar a porra toda comportalmentalmente. E falei para eles sobre o MC Guimê, o menino sobre o qual havia lido na Veja e que tinha me impressionado muito.

E eis que um dos meus sócios vira para mim com um tablet na mão, aperta o play e lá estava aquele menino, ainda mais franzino, há 3 anos, cantando com um sorrisão no rosto o tal funk “Polo do Pica-pau”. Meu sócio me pergunta em tom debochado: “Ué, você não lembra dele?”. Me senti um insensível, um preconceituoso de bosta! Há exatos 3 anos aquele moleque de quem eu acabara de me tornar fã era meu fã! E eu pura e simplesmente tentei tirar dele esse direito, como se fosse o dono do mundo e de suas coisas.

Enfim, MC Guimê: desculpe-me. De coração. Sinto-me profundamente envergonhado e jamais falaria isso para me aproveitar do seu sucesso, muito pelo contrário, exponho o caso aqui como um mau exemplo do que deveria ser a postura social de um empreendedor e lhe deixo com a certeza de que isso, pelo menos comigo, jamais voltará a acontecer.

Uso o meu exemplo pessoal para falar do país. País com vergonha e preconceito do que é genuinamente brasileiro. Aqui as marcas nacionais falam inglês, aqui as marcas não gostam que o mundo saiba que elas vestem também quem não tem dinheiro ou prestígio social, aqui o pop nacional quase sempre é brega e o pop americano cultuado, aqui a professora da PUC-Rio posta a foto de um gordinho no aeroporto com o comentário “aeroporto ou rodoviária?”, aqui a Luiza (a do Magazine), que se arrebenta todos os dias para gerar renda e emprego no país, é achacada pelo jornalista brasileiro que mora em Veneza, aqui o povo come sardinha com cerveja amarradão

Eu sou preconceituoso. A verdade é que todos somos e que este mundo seria muito melhor se todos fôssemos capazes de assumir. Isso porque, que Freud me corrija se eu estiver errado, quando conseguimos assumir nossos medos e dificuldades também começamos a resolvê-los.

E cito um exemplo relativamente recente e inédito do meu preconceito: há aproximadamente 3 anos, quando a Reserva passava por um problema sério de pirataria, fui surpreendido por um link de YouTube que me enviaram por e-mail. Nele, um ainda iniciante MC Guimê, líder de um novo movimento musical da periferia paulistana chamado “funk ostentação”, cantava a letra de sua nova música: “Polo do Pica-pau.”

Com medo de que aquele verdadeiro hino estimulasse ainda mais a venda de produtos piratas fora do meu mundinho preconceituoso, pedimos que nossos advogados entrassem em contato com ele para que tirasse a música do ar. Na ocasião a resposta foi: “Ué, mas era uma homenagem!”. Claro que era e nós éramos uns estúpidos preconceituosos.

Enfim, o tempo passou e eu me esqueci completamente do nome do cantor daquela música. Há uns dias um rapper franzino e tatuado me chamou atenção ao cantar junto com o Emicida no programa Altas Horas. Logo em seguida compro a revista Veja e lá estava ele de novo, como o grande líder de um novo movimento cultural: o funk ostentação. Dentre suas dezenas de feitos estava o fato de que uma de suas músicas havia atingido 33 milhões de visualizações no YouTube.

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Page 9: Revista Reserva - #4

“UMA MARCA TEM QUE TER OSSOS, SANGUE E PELE. NUMA MARCA TEM QUE BATER UM CORAçãO.”

O FELIPE HITSPOwEr COm A POLO DO PICA-PAU

DE NIKE SHOX NO PÉ, NO rOSTO UmA JULIET SEmPrE BEm CHEIrOSO, SE PErFUmA COm FErrArI BLACK SEmPrE BEm ACOmPANHADO, CAmArOTE JÁ TÁ FECHADO BLUE LABEL TÁ NA mESA E O BAZUCA TÁ BOLADO

O BONDE CHEGOU ASSIm, COmO NÃO qUErIA NADA Em qUESTÃO DE SEGUNDOS DISPENSANDO NAmOrADA LOIrA, rUIvA, mOrENA, qUANDO ELAS vê, ELAS PASSA mAL SABE O qUE qUE NÓIS TAmO POrTANDO? É A POLO DO PICA-PAU É A POLO DO PICA-PAU É A POLO DO PICA-PAU

SEJA NA PrAIA GrANDE, NA BAIXADA OU NA CAPITAL AS NOvINHA vEm qUE PASSA mAL SABE O qUE qUE NÓIS TÁ POrTANDO? É A POLO DO PICA-PAU É A POLO DO PICA-PAU É A POLO DO PICA-PAU

LUCIANO HUCK É PATrOCINADO mArCA IGUAL NUNCA NINGUÉm vIU É A POLO DO PICA-PAU SE EXPANDINDO POr TODO O BrASIL ESSA É A mArCA DA rESErvA ABALANDO PODE CrEr TEm A CAmISA Em POLO E A CAmISA GOLA Em v ENTÃO CHEGA DE mESmICE SÓ POrTANDO LANçAmENTO É A POLO DO PICA-PAU DOmINANDO NO mOmENTO

BAILE FUNK NÃO vOU LEvAr BAILE FUNK NO CABrAL AS NOvINHA vEm E PASSA mAL SABE O qUE qUE NÓIS TAmO POrTANDO? É A POLO DO PICA-PAU É A POLO DO PICA-PAU É A POLO DO PICA-PAU

Ó O BONZA COmO É qUE ELE TÁ AS NOvINHA PASSOU mAL O FELIPE HITSPOwEr COm A POLO DO PICA-PAU Ó O mASCOTE, COmO É qUE ELE TÁ NO BAILE FUNK, CHEIO DE mOrAL Ó O ANDrEZINHO TrAJADO DE OAKLEY COm A POLO DO PICA-PAU Ó O rENATINHO COmO É qUE ELE TÁ AS NOvINHA PASSOU mAL A EqUIPE HITSPOwEr COm A POLO DO PICA-PAU ESSA EqUIPE qUE ESCULACHA É O FUNK DA CAPITAL vIvA A HITSPOwEr.COm NEGUINHO É A POLO DO PICA-PAU É A POLO DO PICA-PAU É A POLO DO PICA-PAU

POLO DO PICA-PAU [MC GUIMê]na praia, mas chega em casa e arrota caviar nas mídias sociais, aqui estamos nas ruas bebendo cerveja no bico, mas queremos ser aqueles que estão nas coberturas bebendo dry martinis, aqui vendemos cacau para o mundo todo, mas idolatramos o chocolate suíço.

Status no Brasil é não ser brasileiro. Status no Brasil é ser pseudo-intelectual nas mídias sociais e um parasita social no mundo real.

MC Guimê foi para mim um exemplo de que as coisas estão mudando neste país e de que a periferia cada vez mais tem auto-estima. Uma marca tem que ter ossos, sangue e pele. Numa marca tem que bater um coração. O ser humano não deveria escolher seus amigos pela raça, cor ou credo e sim por suas afinidades e por amor. Não há mais espaço para marcas que vendem coisas e sim apenas para aquelas que fazem coisas.

Nesta edição, a Revista Reserva dedica-se a falar da língua brasileira (que fique claro, no dicionário não há língua brasileira e sim língua portuguesa). Para ela, nós poderíamos convidar modelos internacionais, galãs, artistas ou músicos do momento, mas resolvemos escolher um grupo de pessoas que, ao nosso ver, representa o que de fato é o Brasil, sem julgamento de valor, preconceitos ou rótulos.

O Brasil é muito mais legal, divertido e verdadeiro quando é popular! Assim como tudo e todos, somos muito mais legais quando somos nós mesmos.

wE ArE FODA.

Page 10: Revista Reserva - #4

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FOTOS\ FErNANDO YOUNG MODELOS\ mÁrCIO DIEGO rOCHA DA SILvA | mONAH PrESSATO | TOm LANDELL STYLING\ LEE LANDELL MAKE\ mAX BITTENCOUrT (BLISS mE)

E se o Brasil não tivesse sido colonizado? E se os índios tivessem tomado conta do pedaço? Língua portuguesa uma ova, nossa língua é brasileira, com muito orgulho e com muito amor. Por isso, resolvemos imaginar como seria o nosso futuro se ele fosse do pretérito. Todo dia seria dia de índio...

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SErIA mUITO CACIqUE PrA mUITO ÍNDIO

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SErIA Um PrOGrAmA DE ÍNDIO

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O DIA SErIA DA CAçA, NÃO DO CAçADOr

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E TODO DIA SErIA DIA DE ÍNDIO

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TEXTO\ LEONArDO FILIPO FOTOS\ SErGIO CADDAH

“COMO ASSIM PROIBIR BIOGRAFIA? (...) EU POSSO FAZER A SUA BIOGRAFIA E QUERO QUE VOCê SE FODA!”

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Você se considera workaholic? O que faz longe do trabalho?

Estou tentando me livrar dessa pecha, mas não consigo. Isso é consequência do meu entusiasmo pelo programa. Tenho três netos que preencheram a minha vida. Acho que sou um bom pesquisador musical porque quero fazer as trilhas dos programas. Já coloquei sete CDs no mercado que venderam bem. Sou um bom leitor. Nestas férias li cinco livros e estou com a leitura atrasada. Meu pai era um filólogo. Eu odiava leitura e hoje sou apaixonado. E gosto de tomar um bom vinho ou champanhe.

Como você avalia o jornalismo de celebridades?

A palavra celebridade está muito vulgarizada. Celebridade tem uma história para contar, como o Ivo Pitanguy, o Pelé, a Hebe Camargo. Tem a subcelebridade e uma expressão que criei, “celebutante”, a debutante de celebridade. Não deixamos essas pessoas de lado. Mas não concordamos com essa invasão exacerbada de pessoas fazendo qualquer coisa para aparecer, tirando a roupa. Chegou ao ponto máximo. É tão vulgar que nós queremos a volta do recato para adivinhar o que está sob as roupas! Não sou contra os aspirantes, já que a fila anda. Temos que identificar as “celebutantes”,

Amaury chega com a macaca pra sessão de fotos: “Hoje eu tô que tô.”

Não tem erro. Basta ouvir os primeiros acordes de “Keep it Comin’Love”, do KC and the Sunshine Band, para um mundo de festas e glamour vir à mente, exibido, é claro, por Amaury Jr. Atualmente na rede Tv e há 32 anos no ar ininterruptos, o primeiro colunista eletrônico do país bateu um papo sobre jornalismo de celebridades e sobre como a violência vem diminuindo o número de festas e afetando o seu trabalho. Abriu o jogo sobre cobrir eventos empresariais, lembrou da anti-entrevista com João Gilberto e disse com quem ainda falta conversar.

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separar o joio do trigo. A indústria de celebridades é um mercado que cresce cada vez mais não só no Brasil. Mas acho que está sendo vulgarizada no país com notícias que não interessam a ninguém. Mas o Brasil é o país que mais gosta de fofoca. A fofoca é um instrumento importante até para se defender no trabalho.

E os paparazzi?

Não sou contra. Acho que eles estão na deles. Existem desde que o mundo começou. É um trabalho que as revistas adoram. Quem quer ser celebridade tem que aguentar. Faço uma analogia com as biografias. Como assim proibir biografia? As pessoas são públicas na medida em que se expõem. Eu posso fazer a sua biografia e quero que você se foda! Mas se eu falar uma inverdade sobre você, tem que resolver isso na justiça.

Qual foi a maior saia justa pela qual você passou?

Cometo várias gafes como trocar nomes, falar com o presidente da Embraer ou o bailarino Julio Bocca sem saber quem eles eram. Já confundi empresários importantes com maîtres em festa black tie: “Traz um uísque pra mim!”.

Como foi aquele episódio da Narcisa Tamborindeguy no baile de carnaval do Copacabana Palace?

A Narcisa é daquele jeito. Eram 3 da manhã. Ela estava com a condição etílica exagerada e estereotipou o jeito dela. Mas antes disso ela estava dançando na mesa, caiu o vestido dela e o seio ficou para fora. Ela com o microfone na mão fez uma coisa divertidíssima. Aquilo foi uma puta loucura! Ela e a mãe ficaram chateadas. Eu não tinha percebido o jeito que foi para o ar. Tentei tirar da reprise, mas aí já tinha ido para o YouTube.

Quem é melhor entrevistar? Bêbado ou sóbrio?

Não gosto muito de entrevistar gente bêbada porque aí vira tudo uma loucura só. Gosto de entrevistar pessoas “lubrificadas”. Elas se abrem mais. Grandes políticos e pessoas me anteciparam notícias que foram para as capas de jornais porque estavam descontraídas. Desconfie de toda pessoa

“Já CONFUNDI EMPRESáRIOS IMPORTANTES COM MAÎTRES EM FESTA BLACK TIE: TRAZ UM UÍSQUE PRA MIM!”

que não bebe. Os grandes vilões da história eram abstêmios: Mussolini, Hitler, Idi Amin Dada... Um amigo falou que o Lula nunca vai ser um ditador porque é bom de copo (risos).

Seu grande furo foi a entrevista com o João Gilberto, em 1991, um sujeito reconhecidamente tímido. Como é estar diante de um ícone com dificuldades para se expressar?

A entrevista é importante para mim e para o meio musical, não para o público. Fazia dez anos que ele não falava. E depois daquela entrevista não falou até hoje. É uma exclusividade longeva que me orgulha muito. Fui convidado para conhecer o João Gilberto, entrei no camarim timidamente e o João falou: “Amauryyyy!”. Ele me conhece, é notívago e o meu programa era mais tarde. Ele foi de uma simplicidade e de um carinho comigo! Pedi uma entrevista e ele não queria falar. Uma tia dele sentada no sofá bateu com a sombrinha na perna dele: “Fala com o menino, ele é bom!”. Foi como se fosse uma ordem. Corri para buscar a equipe e quando cheguei ele estava no banheiro. Nelsinho Motta disse que ele estava arrependido. Aí ele saiu do banheiro, se agarrou no Nelsinho e deu a entrevista. Contabilizei 73 palavras. Foi o suficiente para sair nas primeiras páginas dos jornais porque ele falou na entrevista que não havia sido ele quem inventou a batida da bossa nova, mas Roberto Silva.

Você disse que a noite de hoje é perigosa. Que perigos são esses que não haviam no passado?

A violência está acabando com todo mundo. As pessoas ficando mais em casa. Ir às festas, jantar fora, tem sido uma tarefa hercúlea. A movimentação nos clubes sociais está aumentando, uma coisa de cidade do interior, que é uma forma de proteção. E a droga... Fica todo mundo louco. Antes não tinha isso.

Não tinha droga antes?

Na época áurea do Gallery (boate em São Paulo) era tudo muito mais leve. Não tinha essa violência de hoje, crime organizado. Aumentou tudo. Roubo de carro, arrastão em restaurante...

Isso reflete no seu trabalho?

Claro. As pessoas não gostam mais de ostentar. Diminuem também as festas bonitas. Não só pelo glamour.

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Dentro das festas eu encontro as minhas notícias. É o truque do meu programa. Você tem mais festas empresariais do que espontâneas. Hoje há mais trabalho para prospectar, mas temos que ir em frente.

Você não esconde que cobra para ir às festas e eventos e recebe muitas críticas por isso. Acha que às vezes seu trabalho é desvalorizado por esse motivo?

Eu não escondo mesmo porque é verdadeiro. O programa roda com gasolina. Temos uma tabela que prevê eventos comerciais. Isso é um detalhe. Acho que as pessoas sentem falta que eu declare que as festas são comerciais. Na Bandeirantes eu colocava tarjas informando, mas não deu certo. Se eu encontro o Roberto Carlos nesse tipo de festa, aí vira editorial. Tenho 60 pessoas na equipe. Televisão tem que ter dinheiro, senão não roda.

Quando você entrevista o Maluf não fica com vontade de colocá-lo contra a parede?

De jeito nenhum. Eu falo o que tem que falar, mas não em tom inquisitivo: “Paulo Maluf, você é um ladrão!”. Não deixo de tocar nos assuntos, mas dou oportunidade de defesa. Quando ele saiu da prisão da Polícia Federal, o primeiro cara com quem ele falou fui eu. Só falei disso. Mas tem outro lado. O Maluf é considerado um bom jogador de tranca. Aí depois de toda aquela conversa pesada, jogamos uma tranca. Eu ganhei dele e ficou chato pra burro. Eu posso ser gentil, mas não quer dizer que serei pouco contundente. Ninguém pode me acusar disso.

“NãO TENHO VONTADE ME CANDIDATAR. MAS NãO VOU DIZER QUE DESSA áGUA NãO BEBEREI...”

Você fez muitos amigos. E desafetos?

Não sei. Devo ter. Mas manifestos, que eu saiba não. Muita gente deve odiar um programa que consagra o que está acontecendo de bom no Brasil perto do que está nos jornais. Acho que estarei cumprindo a minha missão se todo mundo que assiste puder usufruir o que eu tenho o privilégio de cobrir. Tenho uma audiência muito grande nas classes B, C e D. As pessoas falam: “Um dia eu vou estar nesse lugar, nesse hotel, comendo isso aí”. Me sinto querido.

Já foi convidado para se candidatar a algum cargo político?

Umas 20 vezes, por diversos partidos, e não aceitei. Não tenho a menor vontade de me candidatar. Se o meu setor já é complicado, imagina esse. Mas não vou dizer que dessa água não beberei...

Quem falta entrevistar?

Marisa Monte. Não consigo. De repente ela não quer. Sou muito fã dela. O dia que entrevistá-la vou fazer uma festa.

Para fechar, uma pergunta que você sempre faz para os seus entrevistados: quais os próximos projetos?

O programa é cheio de firulas. Meu telespectador gosta de tudo. Quando eu faço muita entrevista na bancada, eles pedem mais viagem. Queremos ir aos lugares e mostrar coisas novas. Outros querem mais festa. Então, vou tentar fazer tudo. Vamos tentar humanizar mais o programa, conhecer as pessoas mais nos detalhes. Queremos fazer pelo menos um bom debate. E um quadro inspirado em um filme chamado “Adivinhe quem vem para jantar?”. Formar uma rede de correspondentes em Nova York, Paris e Flórida, que é o 27º estado brasileiro.

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VERDE-LOURODESTA FLÂMULA

LINHA COPA DE RESERVA: SÓ PRA APAIXONADOS PELO BRASIL

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11448 BLASER LATVIA COTELÊ 11028 CAMISA REGULAR LIBERTY GREEN

11277 CALÇA JEANS +5511 COLOR PRETA

FOTOS\ FErNANDO YOUNG MODELO\ FrANCISCO GASSEN STYLING\ LEE LANDELL MAKE\ CArOL BICUDO (BLISS mE)

Tínhamos um sonho até então impossível: fotografar um lookbook na Biblioteca Nacional. Até então. Tivemos a honra de registrar a nossa coleção de Inverno 2014 no lugar mais emblemático e definitivo pra nossa Língua Brasileira. menos um sonho impossível na nossa lista.

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11071 CARDIGÃ TRICÔ BOLSOS CINZA

10822 CAMISA REGULAR PLAID STONE CINZA

11277 CALÇA JEANS +5511 COLOR PRETA

11352 TÊNIS ÍNDIGO AZUL

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11381 CASACO MILITAR CAPUZ GARRAFA

11071 CARDIGÃ TRICÔ BOLSOS PRETO

10821 CAMISA REGULAR FUTURO DO

SUBJUNTIVO VERMELHO UFC

11424 CALÇA JEANS +5521 BLUE RAW ÍNDIGO

11339 TOP SIDER USED MARROM CAFÉ

11341 GORRO TRICÔ GARRAFA

8047 CAMISA AE OXFORD DENIM

11213 CAMISETA PAJÉ NAVY OFF WHITE

11302 CALÇA CASUAL IRON LISA CARAMELO

11339 TOP SIDER USED MARINHO

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11198 CAMISA REGULAR WESTERN COTELÊ CARAMELO

11008 CAMISA ENXUTO PREMIUM VICHY PRETO

11425 CALÇA JEANS +5521 PRETO RAW

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11203 SUÉTER LISTRAS CAKE MARINHO

11302 CALÇA CASUAL IRON LISA CARAMELO

11352 TÊNIS ÍNDIGO AZUL

11384 JAQUETA BLACK JEANS PRETA

10813 SUÉTER V DUPLA FACE PRETO

11144 CAMISA REGULAR BOLSOS FLAMÊ PRETA

11425 CALÇA JEANS +5521 PRETO RAW

11332 TÊNIS OXFORD CINZA RATO

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11456 JAQUETA COURO CAPUZ PRETA

11150 CAMISA REGULAR WESTERN TRITONGO OCRE

11175 CAMISETA KISS ME PRETA

11302 CALÇA CASUAL IRON LISA PRETA

11352 TÊNIS ÍNDIGO AZUL

10809 SUÉTER PREMIUM TRANÇAS

STONE AZUL MARINHO

11404 BERMUDA PRAIA ESTAMPA TUPI VERDE

11339 TOP SIDER USED MARROM

10790 JAQUETA P.U. PRETA

3574 CAMISA CONT. SPORT OXFORD ML BRANCA

11277 CALÇA JEANS +5511 COLOR PRETA

11324 TÊNIS FLEX COLOR MARROM

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11138 CASACO COM CAPUZ TRICÔ LISTRAS RUGBY PRETO 11148 CAMISA REGULAR DENIM DARK ÍNDIGO

11297 CALÇA CASUAL AE LATVIA MARINHO

11339 TOP SIDER USED MARINHO

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11102 CASACO COM CAPUZ TRICÔ BÁSICO VERMELHO UFC

11008 CAMISA ENXUTO PREMIUM VICHY AZUL MARINHO

11295 CALÇA CASUAL ARMA SECRETA

11344 SAPATO OXFORD LONA

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11381 CASACO MILITAR CAPUZ CARAMELO

11034 CAMISA REGULAR PREMIUM TUPI

11297 CALÇA CASUAL AE LATVIA GRAFITE

11339 TOP SIDER USED MARROM CAFÉ

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No dia seguinte ao apito final da Copa do Mundo do Brasil, o narrador Silvio Luiz vai completar 80 anos de vida. Oito ou oitenta. Assim é possível definir seu jeito fanfarrão e sem papas na língua de “legendar” uma partida de futebol. Na vida também é assim. Cresceu nos corredores de uma rádio e na televisão foi um dos primeiros repórteres de campo. Jurado do polêmico programa “Quem tem medo da verdade?”, travava homéricos bate-bocas com Aracy de Almeida.

Já chegou a narrar um jogo de cuecas de tanto calor que fazia em Itu-SP. Lançou uma candidatura de protesto para presidente da Federação Paulista de Futebol contra o atual mandatário da CBF, José Maria Marin, mas hoje não se considera mais seu desafeto. Em entrevista para a Revista Reserva por e-mail, Silvio detonou a Copa e o jornalismo esportivo, disse que há suborno no futebol e elogiou Galvão Bueno. As respostas, algumas ranzinzas, vieram como ele escreve para seus 500 mil seguidores no twitter: em caixa alta. “É mais fácil de ler”, justificou certa vez à Folha de S. Paulo. Olho no lance!

Você não se considera um narrador, mas um legendador de imagens. Sempre narrou assim ou foi criando os bordões aos poucos? Eles saíam espontaneamente na hora dos jogos?

SIM, PROCURO OS DETALHES NAS IMAGENS PARA ILUSTRAR PARA O TELESPECTADOR. ELES VIERAM AOS POUCOS, MUITOS ATÉ JÁ FORAM ESQUECIDOS.

Tom Zé escreveu o prefácio da sua biografia. Você se considera um “narrador tropicalista”?

NÃO ME CONSIDERO NEM MELHOR NEM PIOR, SOU APENAS DIFERENTE.

Você está na Rede TV e já passou por todas as emissoras abertas, menos a Globo. Chegou a receber algum convite ou o seu jeito de narrar não casava com a emissora? Gostaria de trabalhar lá?

EM 81 RECEBI CONVITE DA GLOBO, MAS NÃO DEU CERTO.

O que acha do Galvão Bueno?

GRANDE AMIGO, GRANDE PESSOA, GRANDE PROFISSIONAL. NÃO DEIXA OS AMIGOS NO MEIO DO CAMINHO. TEM TAMBÉM O SEU ESTILO.

Tem alguém atualmente com o estilo parecido contigo? O Milton Leite, do SporTV, seria assim?

NÃO SEI PORQUE NÃO O OUÇO.

Boa parte dos narradores se prepara para as partidas estudando os times, seus jogadores, as campanhas e se intera do noticiário. Sua preparação é parecida?

É UM DEVER, É UMA OBRIGAÇÃO PARA NÃO FALAR MUITA BESTEIRA.

O que te incomoda no jornalismo esportivo? Jogadores respondendo as mesmas coisas? Jornalistas perguntando as mesmas coisas? Falta mais investigação e fiscalização?

O JORNALISMO ESPORTIVO HOJE ESTÁ INFESTADO DE PENETRAS, POR ISSO SOU A FAVOR DO DIPLOMA E CURSO DE 4 ANOS EM FACULDADES. AS DUAS COISAS.

Que tal a CBF nas mãos do seu desafeto José Maria Marin? A violência nos estádios e o rebaixamento da Portuguesa são reflexos da entidade?

MARIN NÃO É MEU DESAFETO E ESTÁ DANDO AO FUTEBOL MUITO MAIS ATENÇÃO DO QUE O ANTIGO PRESIDENTE. SÃO REFLEXOS DA NOSSA SOCIEDADE, MAL ORIENTADA, MAL PRESIDIDA E ROUBADA PELA POLITICALHADA QUE ANDA POR AI.

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“O JORNALISMO ESPORTIVO HOJE ESTá INFESTADO DE PENETRAS.”

Já esperava que a Copa do Mundo no Brasil enfrentasse problemas como uso do dinheiro público para construir estádios superfaturados, atraso nas obras, falta de infraestrutura nas cidades?

JÁ, MAS NÃO TANTO, PORQUE DISSERAM QUE O DINHEIRO PÚBLICO NÃO SERIA USADO.

Teme manifestações durante a Copa? O que acha dos Black Blocks?

NÃO TEMO, ACHO QUE VÃO ACONTECER. SÃO OS REPRESENTANTES DE UMA SOCIEDADE, COMO DISSE, MAL PRESIDIDA.

Você, como ex-árbitro, pode dizer se existe suborno no futebol?

SIM, MAS INFELIZMENTE NÃO PROVAM.

Dentro de campo, está animado com o Brasil? Quem ganha a Copa?

NÃO. NÃO SOU A MÃE DINÁ.

Em 2010 você estava na BandSports e postou em seu twitter uma foto de uma cadeira quebrada da emissora. Acabou cortado do que seria a sua 10ª Copa do Mundo. Ainda sente mágoa deste episódio?

SE FOSSE COM VOCÊ, AINDA TERIA MÁGOA?

Você vai fazer 80 anos no dia seguinte à final da Copa do Mundo. Isso tem algum significado especial para você?

TEM, ESPERO PODER VIVER MAIS 4 PARA VER A OUTRA COPA.

TEXTO\ ArmANDO PINTO ILUSTRA\ rODrIGO CUrI

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TEXTO\ BErNArDO TABAK FOTO\ PHILIPPE mACHADO

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Flávio em ação no reação: 10 anos dedicados ao esporte, educação e cultura em

4 polos no rio e agora, rumo à Angola.

“TINHA 25 ANOS. FOI A PRIMEIRA VEZ QUE FREQUENTEI UMA FAVELA, UM MUNDO QUE NUNCA FUI E QUE ESTAVA DO MEU LADO.”

E se não foi como advogado que Flávio buscou fazer justiça, foi graças ao judô que surgiu o Instituto Reação. “Por ter nascido fora do Brasil e competido em vários lugares do mundo mais desenvolvido, eu percebia que isso aqui não fazia sentido. Esse apartheid educacional que a gente tem no país é muito ruim”, critica. “Eu tive sorte de fazer judô. Treinava na Universidade Gama Filho, em Piedade, no subúrbio. Tive acesso a um mundo mais amplo, que muita gente aqui não vive. O problema é essa falta de mistura, que é onde nasce o preconceito e a indiferença”, ressalta.

Na Rocinha, Flávio enfrentou problemas quando a prefeitura abandonou o projeto. Mas o lutador não desistiu e reagiu. “Perdi o espaço na associação de moradores, mas continuei a dar aulas. Chegamos a treinar numa laje em obras em cima de uma academia, na calçada e até na Praia de São Conrado”, recorda. Até que, Flávio e seus amigos, a maioria judocas, muitos que já participavam das ações de doação no Natal, fundaram o Reação, em abril de 2003. Inclusive, bancavam os custos do próprio bolso. “Só paramos de botar dinheiro de quatro anos pra cá”, conta.

Hoje, o Instituto Reação oferece aulas de judô para mais de mil crianças e jovens, de comunidades pobres, em quatro polos espalhados pelo Rio. Convênios com escolas particulares propiciam bolsas para cerca de 60 alunos, e o Reação ainda realiza ações complementares de educação e cultura. “Até o fim de 2014 pretendemos abrir as primeiras filiais em outros estados: Espírito Santo e Pará. E como a Vale, uma das patrocinadoras, tem atuação na África, quem sabe não conseguimos exportar o projeto até para Angola”, conta Flávio, sobre o tamanho do seu sonho.

Flávio Canto pendurou o quimono há dois anos e tornou-se apresentador e comentarista de televisão. Mas, em 2013, chorou ao vivo, durante uma transmissão, ao comemorar mais uma medalha de ouro. Não dele, mas de Rafaela Silva, uma das pupilas do Reação, criada na Cidade de Deus, favela que ficou conhecida em todo o mundo pela violência do tráfico retratada no filme homônimo de Fernando Meirelles. Rafaela foi a primeira mulher brasileira a conquistar o ouro em um Mundial de Judô.

“O mais difícil em um trabalho voluntário, de responsabilidade social, é começar. Depois você entra numa inércia que não tem volta. Só não pode esperar nada em troca. Tem que ser de coração, com pureza. Se faz pensando em outra coisa, está no lugar errado e perde o foco”, conclui o lutador.

Flávio Canto é um dos principais nomes do esporte brasileiro. Medalha de bronze nas Olimpíadas de Atenas, em 2004, ganhou sete vezes o Pan-Americano de Judô e, por um ano e meio, figurou como primeiro do ranking mundial, na categoria meio-médio. Mas ele não titubeia ao afirmar qual a maior de todas as suas conquistas: “O Instituto Reação, sem dúvidas. E não chamo de conquista, mas de uma construção em andamento. É a melhor parte da minha vida.”

Na chegada à sede do instituto, no Complexo Esportivo da Rocinha, desenhos em papéis colados na parede, de autoria dos jovens assistidos pelo Reação, com temas sobre reciclagem e meio ambiente, circundam uma frase do Dalai Lama: “A responsabilidade de todos é o único caminho para a sobrevivência humana.” No enorme dojô (palavra japonesa que designa o local de treinamento de artes marciais), há uma citação de Fernando Pessoa: “O homem é do tamanho do seu sonho.”

O sonho de Flávio começou aos 17 anos. “Visitava asilos e orfanatos com um amigo. Outros se juntaram e, no Natal, saíamos em uns oito carros para distribuir alimentos e roupas a moradores de rua”, recorda. “Mas não era suficiente. Não estava mudando a vida de ninguém. Era apenas uma ‘massagem’ no sentimento de querer fazer alguma coisa.”

O começo no judô, em 1989, com 14 anos, a rápida ascensão à seleção brasileira, em 95, e as medalhas em diversos torneios já eram o reconhecimento ao talento de Flávio Canto. Mas em 2000, com a derrota nas seletivas para as Olimpíadas de Sidney, o atleta viveu uma das maiores frustrações, que, entretanto, seria decisiva para engrandecer o sonho. “Acho que é preciso transformar um grande susto em algo positivo. Resolvi experimentar dar aulas de judô na Rocinha, na associação de moradores”, conta. “Tinha 25 anos. Foi a primeira vez que frequentei uma favela, um mundo que nunca fui, e que estava do meu lado”, recorda ele, que era morador da Barra da Tijuca, bairro próximo à favela.

Mais ainda, subir uma das mais violentas favelas cariocas, em uma época onde nem se sonhava com pacificação, era um marco na vida do menino que nasceu em Oxford, na Inglaterra, e passou parte da infância na Califórnia, onde o pai concluiu o PhD em Física Nuclear. A mãe de Flávio é formada em Letras e parte da família é dona da Ulhôa Canto Advogados, um dos maiores escritórios do país. “Eu sou formado em Direito. Quando fiz vestibular, já pensava muito naquela coisa de fazer justiça”, explica. E o judô? “Meu pai era superatlético. A minha família é enorme e eles organizavam uma olimpíada na casa de Teresópolis (Região Serrana do Rio). Quando o Aurélio Miguel ganhou o ouro olímpico em Seul, eu comecei a praticar”, conta.

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O BRADO RETUMBANTE

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TEXTO\JOSY FISCHBErG ILUSTRA\ mArCELA PETErSEN

Puxe aí da sua memória: o que você gostava de fazer quando tinha seus 11 ou 12 anos? Natan Gorin, hoje com 13, aluno do 8º ano do Colégio Eliezer-Max, certamente tem uma história diferente da sua para contar. Foi com essa idade que ele começou a desenvolver aplicativos para celular e a tomar gosto pela coisa. O menino aprendeu tudo por conta própria – e hoje já tem dois apps seus disponíveis na Apple Store, e protótipos de outros em andamento. Achou incrível? Nós também.

“Natan, quanto eu preciso tirar na prova de hoje para passar de ano?”. Ele perdeu a conta de quantas vezes ouviu essa pergunta dos amigos da escola. Foi assim que surgiu o iBoletim, um gerenciador de pontuações em provas, testes e avaliações. O aplicativo faz cálculos para que o usuário veja se vai passar de ano – ou quanto ainda precisa para não ser reprovado – e ainda avalia as médias em cada uma das matérias.

“O iBoletim me ajuda também, sabia? Antes eu ficava com pilhas de provas e trabalhos na minha mesa, sem nenhum tipo de organização. Agora está tudo lá, registrado e documentado”, explica Natan. Registrado e documentado não só para ele, mas também para quase 80 mil pessoas que já baixaram o app, disponível em IOS, desde abril do ano passado. Depois disso, não demorou muito para o menino lançar outro aplicativo. Em novembro de 2013, nasceu o MathYou, pensado também a partir da observação de Natan sobre o que ele e os amigos da escola precisavam. Esse novo app gera milhões de exercícios de matemática.

“É um número quase infinito de exercícios! Você coloca lá que expressões quer, soma, subtração e por aí vai, e ele cria. O mais legal é que o MathYou atende não só o aluno que quer estudar em casa, mas também o professor que busca material para usar em sala de aula”, diz.

Com tanta história para contar, com tão pouca idade, é até estranho perguntar para o Natan o que ele quer ser quando crescer. Afinal de contas, ele já é programador e designer, né? E isso sem ter nenhum profissional dessas áreas em casa, pois o pai é advogado e a mãe é dentista. Ainda assim, ele tem (muitos) planos para o futuro. “Penso em talvez estudar Ciência da Computação na faculdade. Mas até lá penso também em lançar muitos outros aplicativos, além de aprender a desenvolver para Android. Tenho até um projeto de um app exclusivo para a Reserva, que ainda é um protótipo. Tenho certeza de que os clientes vão gostar”.

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FACEBOOK.COM/RESERVATTBURGER | INSTAGRAM: @RESERVATTBURGER

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Onde e como o Cartiê Bressão nasceu?

Eu passei oito anos fora do Rio, morando em Londres, São Paulo e Buenos Aires a trabalho. Voltei no fim de 2011 e logo no carnaval seguinte saí fantasiado de Jorge Tadeu, aquele personagem do Fábio Junior, da novela Pedra Sobre Pedra, que era um fotógrafo. Fui com a câmera analógica e registrei muitas cenas. Entre elas umas crianças tomando picolé, o que deu início a tudo. Acho que começou mesmo com ela. Gostei tanto que comecei a fotografar desconhecidos por aí com o celular e fui subindo os registros no meu perfil no instagram. O material tinha uma unidade, achei que valia fazer um tumblr. E aí nasceu o Cartiê Bressão, em agosto de 2012.

E as legendinhas naquele francês hilário?

No início, só colocava lugar e data. O próprio nome do site, Cartiê Bressão, fazia com que o tumblr fosse muito visitado. Logo no começo tinha gente da ONU acessando, recebi e-mail de embaixada do Brasil no exterior para fazer exposição… Como se eu já fizesse esse trabalho há muito tempo (risos). De repente veio a ideia de legendar uma foto com um francês bem simples. Achei bom e em poucos minutos fiz legenda em francês para tudo que já estava no site. Aí o negócio saiu de controle.

Como está a contagem de fãs hoje?

No Facebook a página tem agora mais de 30 mil fãs. São 12 mil seguidores no Instagram. O perfil do próprio instagram começou a me seguir e a sugerir o meu perfil para os usuários. Isso fez com que gente de outros países começasse a se interessar também.

Por que você acha que as pessoas gostam?

Eu tenho uma teoria que as coisas que fazem sucesso não são necessariamente porque têm um denominador comum. Se você assistir aos filmes da Pixar, por exemplo, vai perceber que eles falam com crianças, adolescentes, adultos, gente mais velha, com aqueles que gostam de animação, de humor… É o tipo de coisa que tem abragência, que possui várias camadas de significado e, assim, tocam muita gente. Eu vejo cada foto do Cartiê Bressão como uma espécie de tirinha: ela tem uma representação visual, mas tem uma história, por mais que seja só numa foto. É com essa história que as pessoas se identificam.

Cartier-Bresson, considerado por muitos o pai do fotojornalismo, registrava como ninguém cenas do cotidiano. Por isso, quando Pedro Garcia criou um tumblr para reunir imagens que fazia de cenas curiosas do Rio, não conseguiu pensar em outra pessoa. E assim surgiu Cartiê Bressão. Aliás, tem nome melhor do que esse? O que começou com um perfil no instagram já virou livro e, agora, estampas de camisetas da Use Huck. O próprio explica tudo em entrevista à Revista Reserva.

TEXTO\ JOSY FISCHBErG FOTOS\ PEDrO GArCIA

“EU VEJO CADA FOTO DO CARTIê BRESSãO COMO UMA TIRINHA: TEM UMA REPRESENTAçãO VISUAL E TEM UMA HISTÓRIA.”

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A primeira foto do Bressão: crianças no carnaval carioca

A identificação foi tanta que as imagens viraram um livro, certo?

Isso. Foi muito trabalhoso. Nunca imaginei que ia virar livro e aí tive que fazer um trabalho de detetive porque precisava da autorização das pessoas que estavam nas imagens. Colei cartaz na rua, voltei aos lugares onde tinha feito as fotos… Teve gente que recusou, mas, de maneira geral, quase todos gostaram. Acabei virando conhecido de dar “oi” para várias pessoas, teve gente que me adicionou no Facebook… (risos) Tem uma galera de um açougue na Cobal do Humaitá muito bacana, voltei lá até para deixar uma foto de presente.

Tem alguma imagem preferida?

A das crianças tomando picolé. Sem ela, o Cartiê não existiria.

Qual é a melhor área do Rio para fazer esses flagrantes?

A praia tem um potencial absurdo. A interação das pessoas na areia, a maneira com que o brasileiro se relaciona com aquele espaço… Brasileiros tratam o espaço público como a própria casa. E a praia tem sempre situações inusitadas, é como se eu estivesse entrando na casa das pessoas.

A primeira foto do Bressão: crianças no carnaval carioca

Se liga: as camisetas Cartiê Bressão estão à venda em usehuck.com

Além de livro, suas imagens também estampam camisetas da Use Huck. Conta mais sobre isso?

Fui procurado para fazer essa parceria e algumas fotos já viraram camiseta. Agora, no site, tem umas seis imagens diferentes minhas como estampas. O alcance é incrível, tem o potencial de tocar muita gente.

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lÍnguaVICI

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Dragaud Fala! Tava querendo falar contigo.

João Pedro Fantástico Pô estou te procurando também. Conhecidência.

D Você inventou uma palavra bonita agora...

J KKKKKK

D Sério. Gostei. O que ela significa? Não vale ser o mesmo que coincidência!

J Significa esse imprevisto entre pessoas conhecidas, pessoas que estão sempre juntas. Você gosta que eu me inspire nas palavras, pode bater palmas pra mim!

D Cara, me pediram um texto sobre língua portuguesa, esse papo aqui tem a ver. Você se sente à vontade com a nossa língua? Ela mais te liberta ou mais te aprisiona? Ou nada a ver?

J Depende, às vezes me sinto aprisionado, outras libertado, me jogo nela sem pensar na forma certa de se escrever, saio escrevendo o que me vem em mente.

D Você escreve bem então. O certo é um troço muito pequeno pra explicar a beleza de certos erros.

J Sou um gênio, sou o futuro, quem fará diferença amanhã será eu. Mudarei todas as palavras, deixando-as do meu geitoh! kkkk!!

D Você ja ouviu falar de Guimarães Rosa? Manoel de Barros?

J Claro! Esse Rosa foi um dos mais importantes escritores brasileiros de todos os tempos. A sua obra destaca-se pelas inovações de linguagem, sendo marcada pela influência de falas populares, invenções e intervenções semânticas e sintáticas.

D KKKK!! Viva o Google!

J Vou ser sincero com você, tem muito tempo que eu não leio um livro, o último que li foi por trabalho escolar. Tenho 15 anos, estou no primeiro ano agora, repeti o oitavo. Mas sou bem atencioso a histórias, vejo filmes interessantes, pesquisas. E você? Se sente à vontade com a nossa língua? Ela mais te liberta ou mais te aprisiona?

D KKKKK! BOA! Cara, pra mim, a língua é como uma caneta. É apenas um instrumento; não tenho amor nem ódio especiais por uma caneta. Tenho é interesse e afeto pelo que ela é capaz de escrever/criar, provocar, assinar, fazer acontecer. Entende? Tendo a achar que ela é o que fizermos dela. O que fizermos COM ela. A língua pra mim é a própria realidade brasileira que seremos ou não capazes de reinventar, através da linguagem.

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TEXTO\ rAFAEL DrAGAUD ILUSTRA\ mArCELA PETErSEN

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Saindo do pilates, orgulhoso pelo feito heróico, entro numa padaria ao lado da academia e peço um cappuccino pequeno. Me oferecem o grande, e com toda minha firmeza de caráter, aceito. Me oferecem o pão de queijo sem glúten e sem caráter. Eu aceito. Como, bebo e peço mais três daqueles pãezinhos pra viagem. Quanto deu? A menina calcula na máquina e me informa sem constrangimento algum: cinquenta e seis reais. Eu quase tenho um AVC! Não é possível! Quanto é esse pão de queijo? Ela: seis reais. Eu: Então! São vinte quatro reais de pão de queijo... Quanto é esse cappuccino?! Em milésimos de segundos, eu já estou pré-escrevendo mentalmente mais um manifesto facebookeano sobre o surreal (a moeda carioca pré-copa), quando a moça percebe que errou a conta. Ela diz que apertou algo errado na máquina calculadora e pede desculpas. Eu me viro pra ela e digo: eu acho que se você tivesse feito de cabeça, não teria errado. Ela diz, do alto de seu sotaque pernambucano: É, mas esse troço aviceia a gente. Eu não pego o verbo de primeira e pergunto: o quê? Ela: a máquina aviceia a gente. Eu concordo, de coração, e saio dali com meu troco, com três pães de queijo quentinhos e aquela sensação gostosa de conhecimento recém-adquirido. No caminho de volta pra casa, reflito que tem coisa que vicia, mas tem coisa que aviceia mesmo. Droga vicia. Calcuradora aviceia. Facebook também aviceia. Ansiolítico vicia. Me parece claríssimo.

Tanto quanto a minha enorme admiração pela forma doce e alegre com que pessoas como a pernambucana do pão de queijo e João Pedro Fantástico, primos distantes de Guimarães Rosa e Manoel de Barros, reinventam a língua diariamente, nas ruas, nas redes sociais, nas pichações de porta de banheiro, nos funks do rádio, nas conversas dentro do táxi, em sussurros ao pé do ouvido, em juras de amor ou de morte. São romances e poemas reais que não foram e talvez nunca sejam escritos. Mas nem por isso são menos bonitos. Estão soltos por aí pra quem quiser ler.

rAFAEL DrAGAUD DIrETOr E rOTEIrISTA DE Tv

E CINEmA

Walking dead: estou esperando a nova temporada com risco de não conseguir viver sem isso.

Homeland: queria que a próxima temporada voltasse a ser boa como a segunda.

Breaking Bad: tenho que ver pra ter assunto com meus amigos.

ESTEvÃO CIAvATTA DIrETOr DE CINEmA E Tv

PSi: série da hbo escrita por contardo calligaris e com direção de marcus baldini. estrelada por emilio de mello, a série trata dos distúrbios psicológicos dos personagens sem ter que nos trancar dentro de um consultório. a cada episódio, uma nova história nos mostra como muito do que parece distante da nossa realidade, mora bem aqui ao lado.

2ª temPorada de HouSe of cardS: lançada em fevereiro de 2013, a primeira temporada recebeu nove indicações ao emmy e quatro ao globo de ouro. as atuações de Kevin spacey e robin Wright (vencedora do globo de ouro) revelam o que há de mais sórdido na vida política da maior democracia do globo terrestre. podemos ver a segunda temporada certos de que teremos a terceira, já anunciada pelo netflix.

rODrIGO LAGES rOTEIrISTA DE Tv

leS revenantS: série francesa em 8 episódios que levou o emmy ano passado. esqueça tudo o que você conhece sobre essa onda de mortos vivos. em “les revenants”, eles voltam, mas trazem os dramas de quem está mais vivo do que morto. a segunda temporada já está em desenvolvimento.

SHerlock: série inglesa que novamente vem num formato enxuto com poucos episódios (3 por temporada), o que mostra que aqui ninguém quer encher linguiça. nessa releitura da vida do detetive, que realmente vale a pena, vemos um sherlocK dos dias atuais com problemas atuais e ganchos absurdamente bem trabalhados.

Black mirror: série inglesa com apenas 3 episódios por temporada e cada um com arco que se fecha no próprio episódio. excelente pra quem não quer se dedicar mil anos a uma série, mas quer ficar envolvido enquanto assiste. a série mostra até onde podemos chegar com a imersão da tecnologia nos dias de hoje e os desdobramentos inesperados trazidos pelos temas polêmicos presentes na sociedade atual. resumindo, seriam os efeitos colaterais da tecnologia.

ah, e claro que eu recomendo aSSunto de família que estreia dia 9 de abril no gnt.

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Steve Jobs ainda menino pensou o computador para uso pessoal e foi além. Já que era para uso pessoal, que fosse esteticamente pensado de maneira que as pessoas pudessem utilizá-lo melhor. Nascia ali uma revolução. Lançou, bombou, foi demitido e recontratado. Em seu retorno à Apple, reza a lenda, perdido em meio a centenas de modelos que a cia. vendia na época, Jobs desenhou uma matriz simples.

Verticalmente: profissionais e amadores. Horizontalmente: desktops e laptops. Simples assim: para atender a todos não precisamos de 100 máquinas, precisamos apenas de 4 delas. O resto é história.

Corta!

A família Aquim amava chocolates. Montaram uma lojinha em Ipanema (RJ) para vendê-los, nos moldes suíços, com muita baunilha e açúcar. A lojinha não pagava suas contas então eles começaram a completá-la com outras guloseimas como tortas e macarrons e a conta passou a fechar, mas a consciência... Não dormiam bem pelo fato de que não realizavam sua arte através daquela loja: a vontade de reinventar o mundo dos chocolates.

E um dia, numa das fazendas fornecedoras de cacau, Rodrigo, CEO da cia. e um dos irmãos, teve uma visão: quase 100% do chocolate do mundo é feito com cacau brasileiro, matéria-prima mundialmente reconhecida como base para a guloseima. Entretanto, também mundialmente, o chocolate é reconhecido como um produto suíço.

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TEXTO\rONY mEISLEr ILUSTRA\ PEDrO POLO

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E então Rodrigo resolveu que o seu produto não teria sabor pautado pela baunilha e pelo açúcar, e sim pelo cacau. Seu produto possuiria apenas 3 ingredientes: licor de cacau, manteiga de cacau e açúcar. Ele contou seus planos para a família e para a irmã, Samantha, chef do grupo carioca que inventou a matriz de produtos Aquim através do Chocolate Q: Q0, Q30, Q50, Q70. Os mesmos 4 produtos da Apple, só que em chocolate e com os numerais informativos da porcentagem de ingredientes diferentes do cacau.

O Q0 é o mais “puro” e, por isso, na ocasião de seu lançamento, Rodrigo me contou que pensaram em convidar um arquiteto de renome nacional para pensar sua forma. Já que pensar grande não é problema para a família Aquim, Rodrigo convidou nada mais nada menos que Oscar Niemeyer, na ocasião com 100 anos.

Foram lá na cara dura e o fizeram experimentar o produto. Ele gostou tanto que não apenas desenhou a forma do chocolate como pediu para que o seu neto a fizesse em acrílico na oficina da família Niemeyer.

O Aquim ainda é pequeno em faturamento, mas é um baita negócio. Enorme em potencial por um fato tão simples quanto difícil de se encontrar por aí: não é um negócio e sim um grupo de pessoas apaixonadas pela sua visão de mundo. O Aquim, estou certo disso, é um produto 100% brasileiro que de tão brasileiro já nasceu internacional.

E o Steve Jobs?! O que tem com isso?! Ambos, Jobs e Rodrigo, não entraram na fila de nada porque sabem que se há fila já há muita gente nela. Eles optaram por montar suas próprias filas. A Lindt que se cuide.

“JOBS E RODRIGO AQUIM NãO ENTRARAM NA FILA DE NADA PORQUE SABEM QUE SE Há, FILA Já Há MUITA GENTE NELA.”

SmiirlWWW.Smiirl.com

um contador, online e mecânico, daquilo que acontece no facebooK. quero comprar um para cada vitrine de loja.

marBleS marBleStHeBrainStore.com

todos os brinquedos daquela que se auto intitulou “a loja do cérebro”. brinquedos incríveis de madeira e plástico e totalmente offline.

lockitronlockitron.com/Preorder

para quem tem a cabeça na lua e esquece a chave de casa dentro dela sempre, enfim uma solução: o locKitron tranca e destranca a sua casa através do seu celular. está em pre-order, já comprei o meu!

BartendroPartYroBoticS.com

já pensou em ter um barman robô em casa? jetsons? que nada! realidade. basta encaixar as garrafas e os ingredientes extras que a máquina faz o resto.

BaYcYcleBaYcYcleProject.com

tem uma biKe, mas gostaria de ter uma canoa? quem disse que não se pode ter os 2 em 1? já me imagino na lagoa aqui no rio: vou até lá de biKe e atravesso remando. minto, pedalando!

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ENTRE OUTRAS MIL

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Eles foram pilares da onda pagodeira dos anos 90 com suas músicas bem humoradas, roupas coloridas e um vocalista carismático. Em 25 anos de carreira, venderam 8 milhões de discos. Na década passada, porém, veio a cilada do ostracismo. Sem músicas novas, sobreviveram tocando fora do Rio. Um de seus principais integrantes (Andrezeeeeenho) saiu e muita gente achou que a banda tinha terminado. Mas a nostalgia de uma galera que há duas décadas era criança, e que não costuma ouvir samba, os fizeram ressurgir. E uma brincadeira na internet alçou a nossa banda em questão a patamares inimagináveis: “Molejo é melhor que Beatles”.

Na agenda de Anderson Leonardo & Cia estão cerca de 20 shows mensais com cachê de R$ 30 mil (Latino recebe R$ 80 mil). Um novo DVD sairá em breve. Justamente a música “Voltei”, de 2010, é considerada pelo líder do grupo como marco desse ressurgimento. “Essa palavra volta... A gente nunca parou. É normal a entressafra. Nenhum artista consegue ficar por cima o tempo todo, nem o nosso Rei. E também muita gente enfraqueceu um pouco o nosso movimento saindo das bandas. Não ter música nova não quer dizer que você está parado. O Brasil é gigante. Você deixa de tocar em um grande centro e vai trabalhando, vai sobrevivendo”, disse Anderson.

TEXTO\ LEONArDO FILIPO FOTOS\ PHILIPPE mACHADO

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SE MOLEJO é MELHOR DO QUE BEATLES, ANDERSON LEONARDO SERIA MELHOR DO QUE PAUL MCCARTNEY?

A volta dos que não foram. “A gente nunca parou”, conta Anderson.

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Lúcio, Claumirzinho, robson, Jimmy, Anderson e marquinhos Pato pousam na beca pra revista reserva.

“NãO TER MúSICA NOVA NãO QUER DIZER QUE VOCê ESTá PARADO. VOCê DEIXA DE TOCAR EM UM GRANDE CENTRO E VAI SOBREVIVENDO.”

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ArTHUr DAPIEvE JOrNALISTA

vento no litoral, da legiÃo urBana: na minha cabeça, é uma bela música para todas as estações. aliás, hoje ela é a minha favorita da banda, junto com “giz”. mas que na descrição da praia e no clima emocional ela tem uma certa cara de inverno, tem, sim. parece-me adequada para ouvir num final de tarde, friozinho, de fones, no arpoador...

PEDrO SALOmÃO DIr. EXECUTIvO rÁDIO IBIZA

Simonal: são as trilhas que embalam meu filho bento e tem um sWing mais loW profile como o rio no inverno. uma maneira mais leve de dançar nesse rio menos cheio.

fino coletivo: o trabalho novo tá mais orgânico e menos eletrônico, numa vibe mais outono, tô amando.

rei roBerto carloS: vai chegando o inverno e vou ficando mais romântico, mais apaixonado pela cidade, pela vida e pela marilia, é claro!

meuS SamBaS maiS lentoS: são a cara da estação. acho que desacelero, já que o rio fica mais calmo. então roberto ribeiro, dorival caymmi, dona ivone lara, martinho da vila e luiz melodia vão ganhando espaço no ipod!

SErGIO mArTINS DIrETOr DO SELO LAB 344

i Wanna Be Your lover, do diSco de 1979: prince é o cara. fiquei fã mesmo na década de 90. um dos grandes artistas pra mim, ever! existem vários genéricos por aí, mas ele tá em outro nível. curiosidade: ouça “birthday” de Katy perry e tire suas conclusões. quase “plágio”.

SeXual Healing de marvin gaYe: trilha sonora da minha infância. quem fica idolatrando pharrell e robin thicKe precisa ouvir marvin gaye.

electric ladY de janelle monÁe (feat. Solange): pra mim uma das melhores artistas que surgiu nos últimos cinco anos.

O molejão toca o seu coração? Então acompanhe o perfil da banda em facebook.com/molejooficial

A redescoberta da banda veio com universitários e o meme “Molejo > Beatles”, cunhado pelo site de humor “Não Salvo”. A frase aparece em faixas nos shows para futuros bacharéis e foi rabiscada por um gaiato no muro dos estúdios de Abbey Road, em Londres. Ano passado, um sujeito teria apanhado dos headbangers quando apareceu no Rock in Rio com a faixa “Molejo melhor que Iron Maiden”. O Molejo também caiu nas graças da galera do indie rock. A manifestação mais recente foi a versão acústica de “Cilada”, gravada pelo Vanguart, com direito a violino. Se Molejo é melhor do que Beatles, Anderson Leonardo seria melhor do que Paul McCartney?

“Eu sou canhoto igual a ele. Queria ter só uma musiquinha dele... Isso é demais, mas sabemos que nunca vamos nos comparar aos Beatles. São os jovens que fazem essa brincadeira sadia na internet. Quando um garoto me fala “eu cresci ouvindo Molejo” é maravilhoso”.

A característica da banda acaba encobrindo a formação musical de Lúcio, Claumirzinho, Robson, Jimmy e Marquinhos Pato.

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Paulinho da Viola chegou a considerá-los novos expoentes do samba e da MPB. O jornalista musical Pedro Só lembra o pedigree nobre de seus integrantes, como Anderson, filho do produtor Bira Hawaii, fundador do Molejo e um dos mentores daquela onda do pagode. “As composições bem humoradas e o carisma de Anderson logo deram um diferencial para o grupo no meio daquela geração romântica dos anos 90. Boas bases, produção caprichada, sem os timbres bregas de outros companheiros de geração, ritmo impecável, abertura para misturas...”, enumera Pedro Só.

Anderson se surpreende com a curiosidade sobre o lado mais sério do Molejão. “É uma pergunta que eu queria responder faz tempo. Muita gente nos rotula por causa de uma ou duas músicas. Nossos CDs também falam de amor e questões sociais. Mas a característica da banda é a alegria e a irreverência. Mesmo assim, o jeito que a gente toca é muito sério. Tem gente que diz que o Molejo é um gênero musical. Todo mundo aqui estuda o seu instrumento e tem influências musicais. Mas um dia a gente chega lá”.

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instagram: @useeva facebook.com/useeva

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“TRABALHO E LAZER PODEM ANDAR JUNTOS. ENTRE UM VINHO E OUTRO CHECAMOS E-MAILS...”

Sentido horário: mergulho com golfinhos em Curaçao, no Caribe; vitórias-régias na Floresta Amazônica; El Calafate, na Patagônia Argentina; machu Picchu, Peru e Safari no Deserto de Dubai.

O casal homônimo Claudio Lemos (32) e Claudia Omena (34), junto há 8 anos, já sobrevoou o Deserto de Dubai de balão, fez safari aquático sob as cataratas do Iguaçu, nadou com golfinhos no Caribe, percorreu Machu Picchu e todo o vale sagrado Inca, fez trekking nas montanhas de gelo de El Calafate, na Patagônia e não para por aí. Não, eles não são jetsetters nem ciganos. Eles simplesmente planejaram e optaram por uma vida onde viagens são prioridade e coexistem com a carreira. Tudo sem neura e sem perder a qualidade. Só em 2013 foram 12 saídas e quase 30 cidades. O profissional continua indo bem, obrigado, e, a cada aventura, os macetes aumentam e as milhas rendem novos destinos. “Algumas pessoas que acompanham meu instagram acham que eu ganhei na Mega-Sena, quando na verdade tudo na vida tem a ver com escolhas. Tem gente que prefere investir no carro do ano. Eu prefiro viajar. Simples assim.” Como então ela e o marido fizeram para conhecer 19 países de 4 continentes?! Resposta: eles criaram um plano de negócios e executaram.

Deixaram a vida de produtores de evento freelancers e montaram a própria agência de eventos há 4 anos pra ter filosofia própria, condição financeira e autonomia de tempo. Captaram clientes, montaram equipe e, tão importante quanto, aprenderam a trabalhar à distância. Isso nos leva ao primeiro mandamento dos Claudios: não importa em que lugar do mundo você esteja, mantenha-se conectado e pronto para dar uma trabalhada, se preciso for. “Já chegamos a contratar uma estagiária em Bruxelas. Quando entende-se que trabalho e lazer podem andar juntos, marcar um café de negócios no meio de uma viagem passa a ser normal. A gente não tem mais a preocupação de andar 12 horas por dia pra aproveitar tudo até o limite. Hoje a gente tem uma leveza maior pra lidar com lazer, trabalho e com a vida de forma geral. Entre um vinho e outro checamos e-mails e garantimos que está tudo andando”, explica Claudia.

TEXTO\ KArEN ArmAN FOTOS\ OS CLAUDIOS

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DONO DO SEU TEmPO: home office já é uma realidade. O hotel office também pode ser. Certifique-se de que o hotel tem wi-fi! Além de e-mails, reuniões

por skype ou facetime podem ser necessárias. Ir pra selva amazônica só no recesso de fim de ano!

mILHAGEm = DINHEIrO: concentre tudo no cartão de crédito e tenha um bom plano de fidelidade. Vale pagar até o cafezinho no crédito! Inscreva-se

em programas de milhagem e fique de olho nas promoções pra acumular mais milhas. “Nossas últimas viagens foram mais pelo Brasil pois o programa de fidelidade da Azul estava rendendo mais milhas. Fomos pro Jalapão por R$77,04 de aéreo, o casal”, conta Claudio.

FUNDO DE vIAGEm: reserve uma grana todo mês pra viagens. “A gente tem o FFV, o nosso fundo feliz de viagens. Separamos sempre uma verba

com esse fim, mas também guardamos dinheiro para outras necessidades. Se estouramos o nosso fundo de viagem num mês, compensamos no mês seguinte guardando um dinheiro a mais”, conta o casal. Pague aéreo e hospedagem antecipados para evitar que todos os gastos da viagem venham na mesma fatura. E fique de olho nos valores de hospedagem. As opções dos Claudios são os planos de fidelidade como o do hoteis.com e também locação de apartamentos via AIRBNB.

COLOqUE O ALGOrÍTmO PrA TrABALHAr: quando se navega muito sobre um assunto, o seu feed do Facebook vai priorizando esse tipo de conteúdo.

Assim fica fácil saber que a Gol está dobrando as milhagens ou que a Tam tem uma oferta de R$400,00 para Fernando de Noronha (e isso não é um exemplo hipotético).

OK, AÍ VOCê QUER SABER COMO ELES “ESTICAM” O DINHEIRO PRA VIAJAR TANTO.

#OSCLAUDIOSNOMUNDO LISTARAM PRA REVISTA RESERVA OS PONTOS FUNDAMENTAIS PRA OTIMIZAR AS

OPORTUNIDADES DE VIAGEM. AGORA VAI Lá E FAZ!

DESCUBrA A SUA mELHOr EqUAçÃO DE vIAGEm: em vez de tirar 30 dias, por que não fatiar em 3 férias de 10? “Pra gente funciona melhor ficar

fora até uns 15 dias. É um tempo que não interfere no negócio. Descobrimos que vale a pena quebrar as férias em 2 ou 3 vezes. Conseguimos fazer mais viagens e conhecer mais lugares. Não fechamos pacote porque não é necessariamente mais barato e também porque gostamos de customizar. Não fazemos mais roteiros que incluam muitos lugares em poucos dias, não passeamos mais 12 horas por dia. Intercalamos uma viagem mais longa com uma menor. É tudo uma questão de focar nos interesses reais e ir com calma, sem pressa de completar o mapa mundi. E quando voltamos pra casa, não precisamos “tirar férias das férias”, pois não ficamos exaustos.”

AGENDA DE ACOrDO COm A OPOrTUNIDADE: compre passagens na baixa temporada. Se pipocou uma oferta no seu feed, não demore pra tomar a

decisão. Se ir pro Pará está mais vantajoso do que ir pro México que você sempre quis conhecer, espere mais um pouco. Ofertas imperdíveis são excelentes oportunidades.

DUPLA DE DOIS: viajar em dupla ajuda muito a economizar dinheiro e tempo. Enquanto um fecha as passagens o outro toca a hospedagem. Usar as

aptidões de cada um ajuda. O Claudio, por exemplo, entende tudo de mapas e direções. Já a Claudia é boa em negociações e sempre garante um early check-in ou um late check-out.

Curtiu? Então fica de olho no blog osclaudiosnomundo.com e nas próximas edições da Revista Reserva porque os Claudios serão nossos colunistas e contarão o que eles já viram nesse mundão.

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Você tem riso frouxo?

Tenho! Rio demais e de tudo: da desgraça alheia à minha desgraça. Dou risada de tudo, inclusive quando estou nervosa, mas aí é uma risada escandalosa!

Você se sente segura nua?

Claro! Musa do verão, meu amor! (muitas risadas)

Você não gosta de seu umbigo, certo?

Não, já fui muito gorda, pesei 84kg. Tive que engordar para fazer um personagem em 2005. Venho de uma família de italianos que são bem rechonchudos. Em 2005 tive que fazer um personagem que tinha 15 anos. Era uma menina virgem e gorda. Me pediram para engordar e fui para 84kg, cheguei a 85kg. Depois acabou a novela e falei: “Caraca, tô uma obesa, o que que eu faço comigo? Eu tô sem namorado, tô gorda, nada cabe em mim... (muitas risadas). E aí procurei um personal de corrida e comecei a treinar. No começo foi muito difícil!

E você vive correndo?

Vivo! Desde 2005 eu corro todos os dias. Hoje às 6 da manhã fui correr...

Ouvi dizer que você tem uma tática para levantar o umbigo que é maravilhosa. Como você levanta o umbigo em foto de biquíni?

Me sinto Gisele! Hoje eu tô sequinha, graças a Deus, mas o meu umbigo ficou chorando, (faz cara de choro) para baixo. Quando tenho que mostrar a barriga eu colo um esparadrapo aqui em cima e puxo ele. Eu acho linda a minha barriga com umbigo caído (muitas risadas). Eu posei nua ano passado, né? Daí recebi uma proposta, era mega fudida, vivia de teatro, não tinha casa, morava numa quitinete na Rua Augusta, falei: “Ah quer saber? Foda-se, vou fazer! Ih! Posso falar palavrão?”

Claro, aqui pode tudo!

(Mais risos...) Aí quando posei nua falaram “Vamos retocar, a gente escolhe as fotos e vamos ter que retocar”. Mas eu não quero retocar! E foi uma briga, porque eles queriam retocar o meu umbigo. Falei: “Eu não quero, eu sou assim, eu aceitei fazer realmente do jeito que eu sou”. Na época virou até uma pauta de reunião porque eles queriam e eu não. Insisti, falei: “Não assino embaixo, não deixo vocês fazerem Photoshop, essa não sou eu”.

Filha de ex-padre, a paulistana Nathália Rodrigues (33) já foi assistente de palco, fez filme,  ama teatro, foi e voltou pra Globo, já teve 85kg, pousou pra Playboy, usa transporte público e é casada com um músico. Dona de um humor descontrolado e sem falsa modéstia, foi entrevista por Lela Gomes pro programa “Mulheres Bonitas...depende para quem” da TV Reserva, em breve no ar.

“EU NãO CRIO PROBLEMA. ACHO QUE AS PESSOAS DIFICULTAM MUITO A VIDA E ACABAM TENDO PROBLEMAS PSIQUIáTRICOS, DEPRESSãO.”

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Fez bem pro seu ego ser chamada pra posar nua?

Eu já tinha sido chamada 3 vezes antes de aceitar. Não tinha aceitado porque realmente não era o momento, não estava preparada psicologicamente. Meu pai era padre, tem toda essa questão religiosa na minha casa, não me sentia preparada. Não era nem questão do meu corpo, porque eu nunca tive problema em expor o meu corpo. Meu corpo nada mais é do que um objeto da minha arte, então ano passado eles me chamaram e falei: “Olha, meu valor é tanto. Se vocês quiserem é isso”. Porque realmente pra fazer isso, tem que mudar a sua vida.

Você acredita que em algum momento a sociedade vai encarar isso melhor? Acha que as pessoas veem muito externo hoje em dia?

As pessoas vivem no externo, né? Hoje se dá valor para uma bolsa de R$8 mil, para um sapato Louboutin que custa R$15, R$20 mil! Meu amor, eu não posso me dar o luxo de pagar R$8 mil numa bolsa. Tenho uma pessoa na minha casa, que trabalha pra mim, que eu tenho como uma irmã, que tem 3 filhos para sustentar, tem aluguel para pagar, não tem marido e ganha R$1.500 por mês. Eu acho que cada um tem a sua forma de viver, a minha é essa. Sou uma pessoa que anda de ônibus, de metrô e as pessoas olham pra mim e falam: “Ai, você vai andar de metrô?!”

Mas as pessoas estranham um pouco?

Ninguém me reconhece. Eu fui reconhecida uma única vez, na época que posei nua e um senhor (muitas risadas) chegou pra mim e falou: “Me dá licença, você...” Aí pensei: puta que pariu, ele vai falar que me viu pelada! Mais 14 sessões de terapia, meu Deus! E ele fala: “Você não faz a novela, a menina do Bataclan?” Eu fazia Gabriela. E continuou: “Menina, a Globo paga tão mal assim para você ter que andar de metrô a essa hora?!”

Para cuidar do seu espírito, você faz o quê?

Eu pratico a cabala, eu venho de uma família muito religiosa. Meu pai foi padre, então eu cresci com crenças.

Onde ele conheceu a sua mãe?

Na igreja. Se apaixonou, largou a batina, casaram virgens e na primeira foda me fizeram!  E a pessoa nasceu atormentada! O que ela vai fazer da vida? Vai ser atriz... (muitas risadas)

Aonde você vê a sua beleza?

Acho que nessa forma leve que eu vivo a vida. Eu não crio problema. Eu acho que as pessoas dificultam muito a vida e acabam tendo vários problemas psiquiátricos, depressão. Cara, você é isso, você veio ao mundo assim! Com a sua forma de viver, com a sua inteligência, ou não! Acho que a parada de você ser alguém grande é saber que você não é nada. Então, uma forma de achar a minha beleza em mim é saber que eu não sou nada, não sou mesmo, e também nem tenho pretensão de ser. Eu vou vivendo conforme a minha vida vai me levando.

TEXTO\ LELA GOmES FOTOS\ Tv rESErvA

“UM SENHOR CHEGOU PRA MIM NO METRô E FALOU: (...) MENINA, A GLOBO PAGA TãO MAL ASSIM PARA VOCê TER QUE ANDAR DE METRô A ESSA HORA?!”

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TEXTO\ LEONArDO FILIPO ILUSTRAS\ USE mUSSUm

Faz 20 anos que ele foi tomar um mé no céu, mas continua entre nós. Seja na memória afetiva, nos vídeos compartilhados na internet – em especial o da “pindureta” –, na cerveja artesanal e em breve em forma de biografia. E também nas camisetas. O Grupo Reserva acaba de laçar a usemussum.com, única com direito de uso da imagem do trapalhão. Procuramos um quarteto para analisar o fenômeno: seu companheiro de Trapalhões, Dedé Santana, o filho mais velho Augusto,o biógrafo Juliano Barreto e o crítico de cinema André Miranda.

“Eu não sei explicar direito. O Mussum era uma figura muito forte”, diz Dedé. “Acho que a internet tem muito a ver com isso. Ele falava do mesmo jeito com o Presidente da República e o faxineiro. Ele chegava nos restaurantes e não ia embora sem falar com todo mundo na cozinha. Peguei esse costume e quando faço isso o pessoal só falta chorar. Aprendi a ser mais humilde com ele”. Para Augusto, o boom do culto ao seu pai aconteceu em 2009, quando um movimento na web, o “Mussum Day”, marcou os 15 anos de sua morte. O advogado de 48 anos também cita o twitter Mussum Alive, com mais de 100 mil seguidores. “Não tem explicação lógica. É uma figura carismática que caiu no gosto da galera mais jovem com o YouTube. Eu mesmo me divirto revendo e redescobrindo vídeos dele”.

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“ELE ERA UM HOMEM SOFISTICADO, QUE SE VESTIA BEM, OUVIA JAZZ E SALSA E BEBIA UÍSQUE.”

“O HUMOR DAQUELA éPOCA ERA MAIS DESENCANADO E SACANA, NãO EXISTE MAIS.”

Esses e outros modelis incrívis em usemussum.com

Tinha o mesmo humor sacana e popular dessa turma responsável pelo revival do Mussum”. Em seu mergulho na vida do Mumu da Mangueira, Juliano descobriu um homem sofisticado, que se vestia bem, ouvia jazz e salsa e bebia uísque: “O humor daquela época era mais desencanado e sacana, não existe mais. Hoje há uma geração envelhecida e outra muito nova de humoristas. Não há ninguém no auge da forma como eram os Trapalhões”.

Todos são unânimes em afirmar que o humor daquela época não seria possível hoje em dia. Dedé lembra que Mussum não ligava para o racismo. “Em um filme perguntavam se ele era faixa preta. ‘Não, sou preto inteiro’. Ele inventava essas coisas, não tinha essas restrições”. André Miranda acredita que piadas bem colocadas vão ser sempre aceitas, em qualquer tempo: “O problema hoje é que alguns poucos humoristas confundem graça com agressão. O Mussum era melhor do que esses”.

Antes da popularização da banda larga da internet houve pelo menos três fatores para a idolatria ao comediante, de acordo com o jornalista Juliano Barreto, autor de “Mussum: Samba, Mé e Trapalhões”, que sai este ano pela editora Leya. Começou com a popularidade dele, Didi, Dedé e Zacarias na televisão, líderes da audiência por anos no horário nobre das noites de domingo. Seguiu com sua morte, aos 53 anos, deixando um gosto de quero mais no público. E as reprises dos Trapalhões na hora do almoço, na década de 90, que saíram do ar após uma lei restringindo o horário de exibição de cenas de consumo de bebida alcoólica, conotação sexual e uso de armas na televisão. “Quando colocaram as fitas VHS no YouTube, quem não tinha visto descobriu algo muito foda e quem conhecia voltou a ver. Os Trapalhões foram o Chaves brasileiro”.

Crítico de cinema do jornal “O Globo”, e claro, fã dos Trapalhões, André Miranda relaciona a idolatria a Mussum ao seu jeito debochado: “Ele fazia graça sobre qualquer assunto, sem medo de parecer indelicado. Se exagerasse, bastava abrir aquele sorrisão largo para ser perdoado.

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GIGANTE PELA PRÓPRIA NATUREZA

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TEXTO\ LEONArDO FILIPO IMAGENS\ vINÍCIUS GUImArÃES

Placas de comércio, de beira de estrada e de caminhões pintadas manualmente com erros de português circulam bastante na internet. Os erros involuntários acabam encobrindo a importância das mensagens escritas de maneira correta para uma cidade ou região. Mensagens dos pintores manuais que do mesmo jeito involuntário representam um lugar, uma língua. Baseado nisso e em trabalhos de outros designers, Vinícius Guimarães pesquisou os pintores de placas de São Gonçalo e do Rio de Janeiro para os trabalhos finais dos cursos de graduação e do mestrado em desenho industrial. A pesquisa de campo também incluiu a criação de quatro fontes inspiradas na tipografia artesanal popular, ou vernacular, batizadas de Cabeça, Contexto, Filezin e X-tudo.

“Quando a gente fala em vernáculo não é por acaso. A origem é a mesma. Esse tipo de trabalho é uma expressão visual da cultura local. Assim como a língua portuguesa, esse trabalho tem uma ligação com o lugar. Quando falamos de tipografia, estamos falando de algo sem tradição no Brasil, por isso, esse trabalho é visto como a busca de uma língua local. Quando você procura uma letra com sabor brasileiro e carioca, esses pintores de placas são referência. No Rio, a gente tem como maior exemplo o profeta Gentileza. Os motivos dele eram religiosos, ele não era um pintor profissional, mas pintou tanto que acabou desenvolvendo um trabalho que hoje se espalha em camisas, placas em bares...” diz Vinícius, de 32 anos.

O contato com os pintores o surpreendeu. No meio do caos, o designer precisava encontrar uma lógica. Viu semelhanças entre profissionais que nunca tiveram contato entre si. Esperava se deparar com uma turma das antigas, defendendo com valentia uma atividade que, de acordo com os designers, estava condenada pela tecnologia desde os anos 1970. Viu algo bem diferente. “Achei que fosse encontrar só um bando de velhinhos que trabalhavam aqui e ali. Tem gente de 30 anos que sempre arruma trabalho. Um dos motivos é que em algumas superfícies que não são lisas, como muros e portas de loja, não cabem no formato digital. Os mais jovens usam mais fontes de computador, os mais antigos aprenderam em cursos por correspondência e também recebendo o conhecimento dos antecessores”.

Vinícius percebeu que quanto mais a área é popular, mais este tipo de linguagem predomina. Mesmo nas áreas mais nobres das cidades, os cartazistas seguem firme trabalhando nos supermercados. O fato de as placas de rua chamarem atenção pelos erros de português incomoda o designer. “É pitoresco, porque às vezes você percebe que a pessoa nem sabe usar direito o pincel. O que eu vi com os especialistas foi o contrário, uma preocupação com a língua. Tem quem trabalhe com o dicionário ao lado”.

O trabalho de Vinícius, batizado de “Tipografia Artesanal Urbana”, virou o seu cartão de visitas. Até agora, seu maior motivo de orgulho foi ter uma de suas fontes na capa do CD do Paralamas do Sucesso, “Brasil Afora”, de 2009. “Esse foi o maior prêmio que recebi. Na discografia do Paralamas, você vai ver a minha fonte na capa de um dos discos. É o melhor exemplo de como buscar uma linguagem local através da tipografia vernacular, já que a banda buscava um clima de volta à estrada”.

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As tipografias criadas por vinícius: inspiração popular. Conheça mais o trabalho dele aqui: viniguimaraes.com

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Há alguns anos, num festival de cinema, eu assisti a um filme produzido no Quirguistão sem legendas. E, não, o filme não havia sido dublado. Ele realmente era falado em quirguiz, ou algo parecido – sinceramente não tenho como precisar a natureza daqueles sons. Eram frases que ora pareciam russo, ora chinês, mas podiam não ser nada disso, até porque não sei patavina de russo e de chinês. A única coisa que eu sei é que guardei na lembrança que o filme, cujo título não me recordo, era falado em quirguiz. Então não duvidem.

O que aconteceu foi que, no horário marcado para a exibição, houve um problema técnico no arquivo da legenda. O povo responsável pelo cinema, aí, apareceu na sala e avisou – em inglês – que o único jeito de exibir o filme era sem o raio da legenda. Quem quisesse poderia ter seu dinheiro de volta. Mas quem ousasse poderia continuar ali, porque o filme estava marcado para aquele horário e seria exibido de qualquer maneira.

Havia sete pessoas na sala, um número que indica o pouco interesse das pessoas pelo cinema do Quirguistão. Eu e mais dois sujeitos que não tinham cara de quirguistaneses resolvemos permanecer. Os outros quatro espectadores foram embora. “Onde já se viu assistir a um filme sem entender o que estava sendo dito?”, devem ter pensado.

Só que é aí que o cinema pode ser surpreendente.

Há uma linguagem cinematográfica comum a qualquer país,

independentemente do idioma que é falado. Se, numa cena,

o diretor mostra uma criança pequena olhando para um prato

de comida numa vitrine de padaria, ele quer passar a mensagem

de que o guri está com fome. Já se no plano seguinte o diretor

mostra uma pedra na mão da criança, ele nos faz acreditar que

o guri vai quebrar o vidro para roubar a comida. E por aí se

segue, com imagens da correria dos funcionários, da cara de

reprovação de alguns clientes e de pena de outros, e do close

no rosto de desespero da criança tentando fugir.

À esta altura, quando você escuta alguém gritando palavras

fortes num idioma estranho, a compreensão é imediata:

“Pega ladrão”. Se não era isso o que o personagem queria dizer,

passa a ser. No cinema e em todas as artes, a interpretação

do espectador é mais importante do que a intenção do artista.

Então foi assim que acompanhei cada detalhe do tal filme do

Quirguistão cujo título não me recordo. Ele contava a história

de um homem que voltava para a casa em que nasceu, numa

vila bem pequena no meio das montanhas em que todos se

sustentavam com o que conseguissem cultivar no solo.

O ambiente era frio, sei disso porque os personagens usavam

casacões de lã, e o protagonista se envolvia com uma mulher

da vila: o conflito estava na dificuldade dos outros aceitarem

aquele romance.

O que dizer mais? Eu adorei o filme. Talvez tenha gostado

mais dele daquele jeito do que se houvesse as tais legendas

para atrapalhar minha imaginação. Não importa o que

alguém diga, o cinema tem um idioma único.

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lÍnguaunIVERsal

Page 89: Revista Reserva - #4

ANDrÉ mIrANDA CrÍTICO DE CINEmA

12 anoS de eScravidÃo: ganhou o oscar de melhor filme pela maneira séria que trata a temática racial, partindo de um contexto histórico desconhecido das maioria das pessoas, e trazendo para o público um assunto por décadas ignorado ou visto de forma superficial pelas artes americanas.

ela: levou o oscar de roteiro original por conseguir fazer a gente se emocionar com a paixão entre um homem e um sistema operacional. é sério, dá até para chorar.

neBraSka: é o filme mais sensível e bonito entre os indicados ao oscar deste ano. mas saiu da cerimônia sem nenhum. uma pena.

ADrIANA OmENA COOrD. DE CrIAçÃO rESErvA

o loBo de Wall Street: corretor em Wall street, belfort (leonardo de caprio) perde o emprego depois da blacK monday e monta uma empresa pra fazer transações financeiras com papéis de baixo valor. belfort junta um bando de malucos pra tocar o negócio, que cresce rápido. e aí é só loucura, loucura, loucura. sexo, drogas e dinheiro elevados à potência máxima. valeu, scorsese.

cluBe de comPraS dallaS: história real do caubói ron Woodroof, dallas é um filmaço com atuação esculachante de mattheW mcconaughey e jared leto. mattheW (que levou como melhor ator) encara um loucão que fuma, cheira e trepa adoidado como se não houvesse amanhã. descobre que tem aids e começa uma luta contra o monopólio do azt, montando um clube de fornecimento de remédios contra o hiv. jared leto (melhor coadjuvante)também arrasa no papel de um travesti soropositivo.

ALBErTO PErEIrA Jr. EDITOr DO F5 (FOLHA DE SP)

Blue jaSmine: cate blanchett constrói uma personagem, ao mesmo tempo, pedante, desesperada e passional. toma as rédeas desse filme de Woody allen e brilha na tela. mereceu o oscar de melhor atriz.

gravidade: alfonso cuarón levou o oscar na categoria direção por ter filmado uma ficção científica que extrapola o espetáculo da imagem. ao lado do 3d cheio de profundidade e elementos, emplacou na tela um drama que evolui para um monólogo de tirar o fôlego.

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alaBama monroe: história de amor, tristeza e superação rasgada. esse longa belga encanta pelas belas músicas, montagem que foge da cronologia e por seus inúmeros momentos de arrebatamento e bom sentimentalismo.

ela: joaquim phoenix destrói (no bom sentido) num filme que é a cara do spiKe jonze: diversão comedida e melancolia constante. o filme se passa numa los angeles bem futurista. phoenix faz um recém-separado cheio de zique-ziras que escreve cartas para clientes que contratam esse “serviço”. ele compra um sistema operacional e acaba se apaixonando pela voz da máquina, da diva johansson. oscar de melhor roteiro original, o filme é uma relexão delicada sobre os relacionamentos de hoje e do próximo século.

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TEXTO\ HErmÉS GALvÃO ILUSTRA\ PEDrO POLO

O problema é um só. Gente. A gente. Que vive de frente para o mar e de costas para o mundo, a encher o peito e soltar um orgulho de ser o que não vem a ser, assim, qualquer coisa que se entenda muito boa. Não sei os outros, mas nós aqui, que vivemos à margem, estamos à beira de um colapso existencial – se já não éramos lá grande coisa, agora que nos atemos às miudezas caminhamos, enfim, para o fim; vamos desaparecer do mapa antes mesmo de dizer ao mundo a que viemos. E antes tivéssemos vindo a passeio, talvez assim nos divertiríamos mais e melhor, não apenas duas, três vezes por ano em viagens eternamente parceladas e compras estratosféricas a encher malas e malas, inclusive as da babá, que foi junto e não adquiriu nada, com o peso de uma criança. Quem somos nós no atlas? Para onde vamos com todo o nosso descompromisso e falta de assunto?

E, sim, todos aqui, longe da vida, perto do nada, onde um sair não se trata apenas de uma viagem, mas de uma conquista. Vejo “amigos” subindo fotos de rotina no Facebook, “tuitando” passo a passo para seguidores firmes no compasso alheio. Vejo, assim, que somos, e não tenho como me excluir dessa, jecas-tatus (há plural para tal?) no estrangeiro, endêmicos de nós mesmos, querendo provar para os outros, e depois para nós, que somos maiores e melhores que alguém – embora ninguém tenha ideia de quem somos e de onde viemos.

Vou dizer: viemos de longe, sim, mas apenas somos distantes de tudo porque, bem no fundo, vivemos uma rotina autorreferencial sem sentido universal. Eu sei lá, viu, são tantas emoções que às vezes confundo com certas sensações. Como, por exemplo, a de sentir vergonha pelos que vieram do mesmo lugar que o nosso e que, para vossa informação, sentem plena liberdade de ignorar a dor da verdade. É, amigos, vi ontem e vejo agora gente como a gente, outrora emergente, bancando a fina excludente. Que repele o semelhante, da forma mais ignorante.

Estrangeiro de um mundo que não me pertence, e que não gostaria de me incluir - e nem estar contido, matematicamente falando. Estamos isolados, neste instante, de pessoas agradabilíssimas e talentosíssimas. De todos os cantos, de todos os lados, de todas as direções. Mas por que mesmo, me pergunto a toda hora, insistimos em tratarmos uns aos outros, nós, brasileiros, como se o inimigo falasse a mesma língua? Estamos tão longe de tudo que nos voltamos para dentro e passamos a construir, baseados em referências de revistas amenas e programas de auditório, uma identidade própria e nem por isso peculiar. Seguimos os piores exemplos, imitamos os melhores momentos quando o mundo inteiro já está a seguir cenas do próximo capítulo.

Tenho um mórbido hábito de visitar blogs e sites alheios, sempre à procura de algo que me choque, que me sorria, que me faça virar o rosto e olhar para o lado em busca de alguém que entenda o tamanho da porcaria na qual fomos metidos. Contos diários do vigário, truques de informação, jogos de palavras sem sentido que confundem o leitor comum, um semianalfabeto de entrelinhas. Ignorância assistida esta, a minha. Por pouco, quando muito, não caio no absurdo de procurar entender o que se passa por aqui. Passa nada, a loucura é esta. E já que é assim, sigo a me divertir, bastante, destacando as barbaridades que delinquentes do factual apresentam para o irrespeitável público. Ando confuso, como a cabeça de quem lê. Como diz a fraude, uma mistura de clown, Commedia del’Arte, butô, candomblé, samba, genderbending, clubbing, crossdressing e dança-teatro. Isso que dá sobreviver à distância dos bons olhos. Deixaram-nos para trás e ficamos à frente de nós mesmos por falta de opção – cara a cara com uma miserável existência.

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DOS FILHOS DESTE SOLO ÉS MÃE GENTIL

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#BEIJONABOCArESErvA

Durante o brainstorm do tema “Língua Brasileira”, um dos gaiatos do time criativo disse que a verdadeira língua brasileira é o beijo na boca. Essa nossa coisa sensualizada sem medo de demonstrar afeto por aí, sabe? Resolvemos então ir pra rua com um Caminhão-Beijaço durante o Fashion Rio pra apresentar o inverno 2014 para imprensa e compradores no melhor estilo Reserva. Enquanto rolavam os desfiles no Pier Mauá, fizemos o nosso, itinerante e democrático, com passagem pelas ruas da Zona Sul e Barra. Seis casais de modelos se beijaram durante oito horas em um percurso de 50 km com direito a pitstop pra oferecer “beijo grátis”. Foram 3.000 balas Menthos. Isso é que é gastar saliva.

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Page 95: Revista Reserva - #4

#COISASDArESErvA

Recebemos um cliente austríaco na Reserva Rio Sul que

entrou completamente mudo e apenas sinalizava o que queria.

Quando vi o que estava acontecendo me aproximei e perguntei

em inglês qual era o nome dele. Então ele me respondeu com

a cara fechada: “eu fala português”. Era o que eu precisava para

quebrar o gelo. Perguntei se ele morou ou mora aqui… Então

ele abriu um pequeno sorriso e disse: “eu ter uma filha aqui”.

Começamos a conversar... Na ocasião estávamos sem cerveja na

loja e pedi pelo telefone um chope, pois sondei se ele gostava

de cerveja brasileira e ele me disse que adorava.

Quando o garçom entrou na loja com o chope na bandeja,

conseguimos arrancar de vez um sorriso verdadeiro do nosso

amigo austríaco! Ele ficou maravilhado. Contou as aventuras

que vivera aqui e como foi ter uma filha no Brasil. No final do

atendimento ele me perguntou onde havíamos pedido o chope

e saiu. Logo depois, o garçom entrou novamente com um chope

para cada um da loja. Quando perguntei do que se tratava ele

me disse “um gringo mandou entregar”. Por Beto Braga,

Gerente da Reserva Rio Sul.

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Tio

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#PICAPAUNOCOrAçÃO Esse semestre lançamos nosso programa Fidelidade Reserva. Um presente mais do que merecido pros nossos clientes: em toda compra nas lojas Reserva, você ganha 10% do valor para a próxima compra. E pros nossos “faixas pretas”, que toda coleção prestigiam a marca, teremos um cartão Reserva VIP. As vantagens? Acesso em primeira mão aos lançamentos da coleção, drinks, sobremesas e outras cortesias em parceiros prá lá de especiais que são a nossa cara, como os restaurantes CTs, Venga, Irajá Gastrô, Pirajá, Braz, Astor, Koni, Informal, Sara Jóias e outros! Reserva: mimando você desde 2007!

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E já que o assunto é língua brasileira, fomos buscar no nosso Facebook o melhor da sabedoria popular do país. Com vocês os gigantes das estradas! Apresentamos o humor impagável dos para-choques de caminhão.

SaBEdORIa TuPInIQuIM

Sempre rir, sempre rir. Pra viver é melhor… ah, clicaê: facebook.com/usereserva96

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manifestar pacificamente. O cidadão tem o direito de ser feliz, seja torcendo, festejando, sambando, reivindicando, seja lá o que for... E cabe ao Poder Público garantir o equilíbrio dessa equação. A Copa está longe de ser o símbolo dos nossos principais problemas. Sabemos que temos problemas e que nós podemos falar mal de nós mesmos, mas não admitimos que argentino nenhum coloque defeito no nosso samba. Sabemos ser felizes como ninguém. Sabemos que no fundo tudo vai dar certo. Sabemos que no fim, estaremos xingando muito o Neymar sempre que ele cair, mas comemorando muito a cada gol. Sabemos que o grande evento que acontece de 4 em 4 anos e tem o poder de mudar o país, não se chama Copa, se chama Eleições. E por fim sabemos que com o jeitinho brasileiro e graças a nossa gente, faremos uma Copa única, a Copa vida loka, a Copa do samba, a Copa dos manos, dos brothers, dos guris, dos cabras, dos piás, dos morenas, das brancas, das negras, a Copa do Brasil, a Copa das Copas!

Olha, eu vou contar uma coisa pra vocês: nunca imaginei que uma Copa do Mundo pudesse dar tanta dor de cabeça. Quase 7 anos se passaram desde aquele 30 de outubro de 2007… tanta coisa aconteceu… eu me lembro como se fosse ontem, todos comemorando a escolha do Brasil como sede do Mundial em 2014. Mas as coisas mudaram. Hoje parecemos estar mergulhados num mar de incertezas que mescla insatisfação e vontade de mudanças. Mas eu me pergunto: insatisfeitos com o quê? Querem mudar como?

Todos nós lembramos bem das manifestações de junho do ano passado: muita gente na rua, um desejo a flor da pele de mudanças e uma enorme mobilização. No entanto vimos muito entusiasmo e pouca maturidade. Gente, eu vou contar pra vocês que fiquei maluca com aquele povo todo na rua, gritando, quebrando tudo, fazendo e acontecendo. Pensei: tô ferrada! Aliás, eu só não. Eu, o Congresso, os Governadores, os Prefeitos: todo mundo ferrado. Ainda hoje procuro encontrar uma solução mágica para atender a tudo aquilo que foi reivindicado. Até porque quem esperava a solução de todos os problemas da nação de uma hora pra outra, lamento informar que eu sou Presidenta e não o Harry Potter.

Passado o oba oba, vemos surgir, um estranho desejo coletivo de que dê tudo errado na Copa. Eu, sinceramente, não consigo entender: afinal de que lado estamos? A Copa do Mundo não é minha, não é do Governo. A Copa do Mundo é nossa! É como se fosse uma grande festa, onde nós somos os anfitriões e todo o restante do mundo nossos convidados. Sabemos que depois que a festa acaba, cabe aos donos da casa limparem a bagunça e decidirem o que fazer com o lucro. Se o evento for bom, é muito provável que os convidados queiram voltar e estreitar relações, agora se for ruim, quem perde são os anfitriões.

É óbvio que isso não quer dizer que as pessoas não podem se manifestar e demonstrarem sua indignação. Claro que podem! Afinal, é por isso que vivemos em uma democracia. Por isso temos que ser sensatos: a polícia serve para defender o cidadão, seja o cidadão que esteja indo para o estádio ver o jogo ou o cidadão que esteja indo para a rua

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Reconhecido inicialmente em Sampa, o gRafite bRaSileiRo eStabeleceu-Se como foRte manifeStação aRtíStica poR aqui e pelo mundo afoRa. RevelamoS veRdadeiRoS giganteS com eStilo e aSSinatuRa únicoS. confiRa aS feRaS que expReSSam com maeStRia SuaS cauSaS, doReS e amoReS peloS muRoS daS cidadeS.

ALEX SENNACom um estilo lúdico e super poético, o grafite do Alex tem uma pegada de ilustração e quadrinhos que é só dele. Além das ruas de São Paulo e da gringa, sua arte está nas maiores galerias de arte do mundo.

alexsenna.com.br

CRANIOFabio Oliveira, o Cranio, cresceu na zona norte de São Paulo e começou a cobrir os muros da cidade em 98. Seus grafites expressam muito bem a cultura brasileira, com mensagens inteligentes e bem sacanas.

cranioartes.com

BINHO:Um dos principais nomes da arte de rua mundial e um dos pioneiros no Brasil e América Latina, Fabio Luiz, o Binho, está na ativa desde 84. Já coloriu um bocado de muros por aí, de Tóquio a Cidade do Cabo.

flickr.com/people/binhone

OS GÊMEOSGustavo e Otávio são um patrimônio nacional e começaram a explorar seu mundo fantástico aos 12 anos. Artistas consagrados e com uma imaginação sem limites, eles materializam suas ideias, sonhos e críticas sociais e políticas por aqui e na gringa.

osgemeos.com.br

veRpRa

TIKKA:O que começou como brincadeira aos 15 anos, tornou-se causa de vida pra Ana Carolina, a Tikka, artista paulistana que adotou o grafite não como profissão, mas, segundo ela mesma, como estilo de vida.

sampagraffiti.com

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MARCELO JENECI: De GraçaArranjos bacanérrimos e baladas pra ouvir sozinho, dançar colado ao melhor estilo romance ou se jogar na pista.

de Rap a mpb, em 2013 a múSica bRaSileiRa botou a boca no tRombone maiS uma vez. elegemoS oS 5 álbunS maiS bacanaS que deRam aS caRaS no noSSo facebook e foRam Só SuceSSo. tudo na faixa pRa você.ouviR

pRa

ARNALDO ANTUNES: DiscoO gigante Arnaldo tá no pedaço há décadas, sempre produzindo música relevante. Dessa vez não é diferente: 15 inéditas de tirar o chapéu.

CLARICE FALCÃO: Monomania

A musa do nosso amado Porta dos Fundos virou queridinha do Brasil não foi à toa. A menina tem talento de sobra e seu álbum de estreia é a prova disso. Um disco pra rir e pra cantar junto.

TOM ZÉ: Tribunal do FeicebuquiDepois de estrelar como garoto propaganda de uma marca de refrigerante, Tom foi “chicoteado” nas redes sociais. Resposta do mestre: um álbum inteirinho sobre o episódio.

EMICIDA: O Glorioso Retorno de Quem Nunca Esteve AquiUm álbum porrada, cheio de energia. Batidas cheias de personalidade, letras polêmicas e carregadas de críticas. Ainda rola levada de samba e muito amor.

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1 BONITA qUE DÓI! Fiorella mattheis faz selfie no provador da Eva Ipanema. 2 BOTAFOGUENSE FANÁTICO. Adriano

Silva Lugon, médico, veio de Vitória pro Rio pra assistir ao jogo do Fogão na Libertadores. 3 BENDITO É O FrUTO!

mumuzinho entre a estilista da Eva Priscila Barcelos e Anny meisler na inauguração da Eva Ipanema. 4 “AGrADECEmOS

A PrEFErêNCIA”. willian Florenciano, auxiliar administrativo, não tem uma Reserva preferida, mas garante que em todas

as lojas que já passou foi muito bem atendido. 5 STrIKE A POSE. Nossa top Eva michelli Provensi divando. 6 CASAL HUCK.

Nossos queridos Luciano e Angélica de Grupo Reserva. 7 AmIGO, PArçA, BrOTHEr. Gabriel Gouvêa, internacionalista,

disse que a Reserva é uma das poucas lojas do Rio que tem personalidade. Pô Gabriel, assim a gente chora. 8 PArABÉNS

rAFA! rafael rampelotto, universitário, é natural de Mato Grosso e estava na Reserva Jardins comemorando a

aprovação no curso de administração da FGV São Paulo. 9 NEm vEm qUENTE qUE JÁ TÁ FErvENDO. Allan Luiz da Costa,

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advogado, passou na Reserva do Shopping Leblon pra comprar um kit-enfrenta-calor-senegalês-Rio-2014. 10 PAPITO.

rodrigo Araujo, engenheiro, voltou pra Vitória cheio de presentes pros filhos e pra ele, porque pai também merece.

11 O POrTUGA É NOSSO. ricardo Ferreira, diretor de marketing, é português e pai de 3 meninos. Apaixonou-se por

corrida, tênis e pela simpatia da Reserva Jardins desde que chegou ao país. 12 TAL mÃE... A bonitona Luiza Brunet

com óculos Thierry Lasry, na Eva Ipanema. 13 TAL FILHA. A modelo Yasmin Brunet faz pose no provador. 14 vIvA A

PrOGrESSIvA. Carlos reis, cabelereiro, aproveitou a liquidação pra trocar o guarda-roupa todo na Reserva Ipanema.

15 TrATO NO vISUAL. Thiago machado parou na Reseva Ipanema para aproveitar a liqui. Comprou camisetas, camisas e

saiu satisfeito. A namorada agradece. 16 TITULAr DE rESErvA. Bruna Gadea, arquiteta, é gaúcha, mas mora no Rio onde

tem um namorado que faturou um presente de aniversário da Reserva Leblon.

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Foto Alexandre Urch | 36 anos“Pra mim São Paulo é uma caótica babilônia de concreto onde, entre o preto e o branco, chovem cores.”

quem curte seus males espanta. Segue a gente no Instagram: @usereserva

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