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Prédios projetados nas redes sociais IPv6 está longe da realidade corporativa Petrobras terceiriza suporte ao ERP Ano 7 | nº 71 | agosto de 2011 www.tiinside.com.br Sistemas de gestão hospitalar apresentam números anêmicos, alcançando apenas 17% das instituições SAÚDE DIGITAL

Revista TI Inside - 71 - Agosto de 2011

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Revista TI Inside - 71 - Agosto de 2011

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Page 1: Revista TI Inside - 71 - Agosto de 2011

Prédios projetados nas redes sociais

IPv6 está longe da realidade corporativa

Petrobras terceiriza suporte ao ERPAno 7 | nº 71 | agosto de 2011 www.tiinside.com.br

Sistemas de gestão hospitalar apresentam números anêmicos, alcançando apenas 17% das instituições

saúde digital

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>editorial Ano 7 | nº 71 |agosto de 2011 | www.tiinside.com.br

Hospitais buscam caminhospara avançar na era da informação

>sumário

Apesar de muito aquém da média mundial, instituições de saúde no Brasil avançam no uso de sistemas de TIC para melhorar o atendimento à população, tanto no âmbito privado quanto

público. Segundo dados da SBIS - Sociedade Brasileira de Informática na Saúde, 17% dos hospitais brasileiros tem hoje algum tipo de sistema de informação de gestão hospitalar, média muito abaixo de países como Dinamarca e Noruega, com 97%, e Canadá, 50%. Mas não muito longe dos Estados Unidos, que apresentam índice de 25%. Enfim, o serviço hospitalar brasileiro avançou no uso de TIC nos últimos dois anos, mas ainda precisa acelerar nos processos sistêmicos para conquistar eficiência e reduzir custos.

Outro fato importante, ocorrido em outros segmentos, como de TIC, a consolidação de grandes grupos empresarias deve fortalecer os serviços de saúde privados, porque vem acompanhada de aportes financeiros vultosos, contemplando tecnologias de ponta como robótica para cirurgias, telediagnósticos e telemedicina.

Investimentos que se fazem necessários, tendo em vista que a população brasileira cresceu 12,3%, com um acréscimo de 20.933.524 pessoas nos últimos 10 anos (entre 2000 e 2010), segundo dados do IBGE. Junto com o crescimento populacional, o último Censo também traz alguns diagnósticos importantes para o setor de saúde brasileiro, que vive problemas acentuados pela dificuldade de acordo de remuneração entre médicos e empresas de saúde suplementar, o crescimento da população urbana, o aumento proporcional do número de mulheres e o envelhecimento da população, fatores que exigem mais tecnologia e

infraestrutura paraw atendimento e tratamento.Nessa reportagem de capa, escrita pela

editora Jackeline Carvalho e pelo repórter Ruan Segretti, não pretendemos esgotar esse vasto e complexo tema. Nela você vai encontrar relatos de hospitais que adotaram soluções de TIC para ganhar eficiência, tanto no número de atendimentos quanto na qualidade dos serviços oferecidos à população, e uma entrevista exclusiva com o presidente da SBIS, que nos dá um diagnóstico do amadurecimento da indústria de saúde no país no uso de tecnologias da informação e comunicação.

Também nessa edição abordamos a importância e a controversa lentidão das corporações na migração para o IPv6, a nova versão do protocolo da internet que, dentre várias funções, tem o objetivo de ampliar a capacidade de criação de endereços na rede mundial e, portanto, possibilitar o estabelecimento da internet das “coisas”.

Tanto nessas quanto nas demais reportagens vemos que a gestão e o planejamento pontuam o sucesso ou mesmo o fracasso dos negócios, e que a evolução das TICs sinaliza para a contribuição dessas ferramentas nessa área, tendo em vista a “inteligência” que pode ser extraída dos processos automatizados. E lembrando que a era de expansão da economia nacional pode ser abalada pelas oscilações financeiras internacionais, é sempre bom manter decisões e negócios sob controle, contando com a contribuição dos sistemas.

Boa leitura.Claudiney Santos

Diretor/[email protected]

Capa: RANGIzzz / ShUTTERSTOCk

NEWS4 Conta on-demandAES Eletropaulo automatiza emissão de fatura

5 Na miraIFS fecha negócios com utilities, petróleo, gás e saneamento

GESTÃO6 Ipv6Corporações demoram a definir projetos de migração

10 Outsourcing de ERpPetrobras terceiriza manutenção e melhoria de SAP

INFRAESTRUTURA12 Eureka!Operadoras móveis descobrem as pequenas e médias organizações

SERVIÇOS28 a prova dos noveInvestimentos em teste de qualidade de software aumentam 56%

INTERNET30 Mutirão dos projetosConstrutoras usam as redes sociais para “pescar” opinião de clientes

32 Google+As chances da rede social do Google emplacar no ambiente corporativo

Instituto Verificador de Circulação

Presidente Rubens Glasberg Diretores Editoriais André Mermelstein Claudiney Santos Samuel Possebon Diretor Comercial Manoel Fernandez Diretor Financeiro Otavio Jardanovski

EditorClaudiney Santos

RedaçãoJackeline Carvalho

(Comunicação Interativa)

ColaboradoresClaudio Ferreira Marcelo Vieira Ruan Segretti

TI Inside OnlineErivelto Tadeu (Editor)

Victor hugo Alves (Repórter) Gabriela Stripoli (Repórter)

ArteEdmur Cason (Direção de Arte); Débora harue Torigoe

(Assistente); Rubens Jardim (Produção Gráfica); Geraldo José Nogueira (Edit. Eletrônica);

Alexandre Barros e Bárbara Cason (Colaboradores)

Departamento ComercialManoel Fernandez (Diretor)

Carla Gois (Gerente de Negócios); e Ivaneti Longo (Assistente)

Gerente de Circulação Patrícia Brandão

Gerente de Inscrições Gislaine Gaspar

Marketing harumi Ishihara (Diretora)

Gisella Gimenez (Assistente)Gerente Administrativa

Vilma Pereira

TI Inside é uma publicação mensal da Converge Comunicações - Rua Sergipe, 401, Conj. 603,

CEP 01243-001. Telefone: (11) 3138-4600 e Fax: (11) 3257-5910. São Paulo, SP.

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Centro Empresarial Liberty Mall - CEP: 70712-903 - Fone/Fax: (61) 3327-3755 - Brasília, DF.

Jornalista ResponsávelRubens Glasberg (MT 8.965)

ImpressãoIpsis Gráfica e Editora S.A.

Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias publicadas nesta revista, sem autorização

da Glasberg A.C.R. S/A

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REDAÇÃO (11) 3138-4600E-mail [email protected]

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CAPA24 Saúde DigitalHospitais avançam na era da informação

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>news

A desoneração da folha de pagamento para o setor de software por meio da redução a zero da alíquota de 20% de contribuição ao INSS e a substituindo por uma taxa de 2,5%

que incide no faturamento das empresas foi analisada pelas entidades do setor como um marco para indústria nacional de software e serviços, que permitirá um aumento significativo na competitividade das companhias locais. A medida faz parte da nova política industrial, batizada de Plano Brasil Maior, anunciada pela presidente Dilma Rousseff.

O presidente da Brasscom, Antonio Gil, comemorou a decisão enfatizando que esta representa um marco para o setor de TI do Brasil. Ele salienta que a medida elevará bastante a competitividade da indústria nacional de software e serviços, principalmente porque reduzirá os gastos com funcionários - um dos principais problemas do setor no país.

“A medida atendeu totalmente a proposta feita pelas entidades do setor. A mão de obra no Brasil é uma das mais caras do mundo. Ela proporciona um novo estágio na competitividade das empresas”, apontou ele. Em geral, nas empresas de software a mão de obra representa entre 20% a 50% do faturamento da companhia, segundo Luís Mário Luchetta, presidente da Assespro Nacional (Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação). Já de acordo com Gil, no setor de serviços tal parcela pode atingir até 70%.

“A desoneração é o primeiro grande passo para elevar a nossa

competitividade. Ela pode gerar uma economia grande no faturamento da empresa, que poderá aplicar esse montante no crescimento do quadro de pessoal, expansão, ou garantir maiores margens”, aponta Luchetta. O executivo comenta, no entanto, que

outra pedida do setor ao governo é caracterizr o investimento no desenvolvimento de software como aporte em pesquisa e desenvolvimento (P&D), para garantir novos benefícios tributários.

A meta do plano do setor de TI brasileiro apresentado pelas entidades do setor de software ao governo federal - que solicitava medidas como a desoneração da folha de pagamento - citava que o segmento poderia garantir receita de cerca de US$ 20 bilhões com a exportações de software e serviços até 2020. Entretanto, com a questão do câmbio - desvalorização do dólar - e a perda de competitividade das empresas de TI do Brasil, as

exportações perderam velocidade e movimentaram apenas US$ 2,4 bilhões no ano passado, aquém da meta inicial de US$ 3,5 bilhões.

Mas com a nova medida anunciada nesta terça, Gil avalia que a tendência é que seja retomado o crescimento mais acelerado das exportações de software e serviços, e que esse valor de US$ 20 bilhões em 2020 possa até ser superado. “Acredito que com as novas medidas temos condições de até superar o objetivo inicial, mas ainda realizaremos uma análise mais minuciosa do impacto futuro das medidas anunciados para a indústria de TI”, conclui.

Com um investimento total de R$ 6 milhões, a AES Eletropaulo, em parceria com a SAP, está desenvolvendo projeto para entregar as faturas de consumo de

energia elétrica aos clientes no momento da medição. Até o fim deste ano, cerca de 200 mil clientes participarão de projeto-piloto. A previsão é de que até o segundo semestre de 2012, um total de 5,5 milhões de clientes residenciais e comerciais, atendidos em baixa tensão, façam parte da iniciativa.

“Esse novo projeto possibilitará termos maior interação entre o leiturista e o cliente, que terá a oportunidade de esclarecer dúvidas sobre a sua fatura no ato da entrega”, destaca Roberto Mário Di Nardo, diretor executivo comercial da AES Eletropaulo. Outro benefício para o cliente é conferir imediatamente o consumo de energia registrado no medidor com a descrição da fatura.

No ato da leitura do consumo de energia, o colaborador da

AES Eletropaulo utiliza um aparelho coletor de dados, que se comunica com o sistema de faturamento da concessionária. O

processo é online. No final da leitura, o profissional imprime a fatura e entrega ao cliente.

Essa ação faz parte do plano de melhorias que a distribuidora vem implementando na área de

faturamento, o que inclui a modernização dos processos de leitura e entrega. No ano passado, por exemplo, implantou sistema de registro fotográfico de medidores e, ainda, passou a utilizar coletores de dados integrados com tecnologia bluetooth,

permitindo que a leitura seja realizada com até 50 metros de distância.

Além disso, desde o início do ano, a AES Eletropaulo monitora a entrega de faturas em toda a

área de concessão por GPS (Sistema de Posicionamento Global). Com essa tecnologia, a distribuidora registra dia, hora e local em que foi entregue a conta de energia ao cliente. Foram investidos outros R$ 6 milhões especificamente nessas ações.

BRASIL MAIORentidades indicam a desoneração da folha de pagamento como “marco para a indústria nacional de software e serviço”

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PRESIdENTA dILMA

ROUSSEFF RECEBE APOIO dE ENTIdAdES dO SETOR AO

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PAGAMENTO

AES Eletropaulo investe R$ 6 milhões em novo sistema de emissão de faturaCerca de duzentos mil clientes participarão do projeto-piloto até o fim do ano

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Em painel que discutiu os custos e desafios da banda larga realizado na ABTA, o diretor geral da Boa Vista TV a Cabo, Alberto Umhof, falou em nome dos pequenos operadores de

cabo e questionou o limite de R$ 35 por pacote de 1 Mbps que foi estipulado como parâmetro para o mercado. Este foi definido depois que as concessionárias de telecomunicações celebraram o termo de compromisso para a banda larga popular com o governo.

Segundo ele, a conta pode não fechar para as pequenas e médias empresas. “É necessário repensar esse valor. O preço do link no atacado precisa viabilizar essa oferta, levando em conta um determinado número mínimo de assinantes, e hoje isso não acontece”, diz. “É preciso analisar tudo isso, senão ficaremos fora do mercado”, adverte.

O executivo também lembrou que a proposta de evolução da velocidade da banda larga, que deve atingir 5 Mbps, só faz sentido se houver oferta. “Falar em evolução da banda, de 5, 10, 15 Mbps significa evolução de rede. Será necessário investimento em infraestrutura ótica, mas temos de repensar isso, o foco tem de ser em volume, em escala. Para que essa banda? Se formos rodar vídeo, melhor estabelecer parcerias com outros provedores”, antecipa.

O diretor comercial da Telebrás, Rogério Boros, disse que a estatal está se preparando para ser uma opção na oferta de rede aos pequenos e médios provedores, devendo chegar a 4.283 municípios até 2014. Ele lembrou que a Telebrás pede como contrapartida aos provedores um padrão mínimo de qualidade, de 20% da velocidade comercializada, o que dá cinco usuários por link de 2 Mbps. Ele pontuou, entretanto, que a Telebrás já estuda como ajudar os provedores a cumprirem as novas metas de qualidade que estão sendo discutidas pela Anatel.

Com o objetivo de conhecer de perto seus principais clientes, Alastair Sorbie, presidente mundial da IFS, empresa sueca de gestão

empresarial, esteve no Brasil no final de julho, quando aproveitou para comemorar também o crescimento de 23% em suas vendas, motivado principalmente pelo fechamento de negócios globais com construtoras e empresas de engenharia ligadas a infraestrutura, gás e petróleo e de utilities. Mundialmente a empresa faturou, em 2010, 2,5 milhões de coroas suecas (cerca de 405 milhões de dólares)

A carteira da operação brasileira, dirigida por Lavio Falcão, já conta com empresas de saneamento como a Corsan (Companhia Riograndense de Saneamento), a Compesa (Companhia Pernambucana de Saneamento) e Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos) do Rio de Janeiro, setor onde a empresa tem foco.

Apesar de poder ser aplicado em quase todas as indústrias, o ERP IFS tem grande vocação em áreas que envolvam projetos complexos, como os desenvolvidos por construtoras e empresas de engenharia e de infraestrutura, algo que justifica a empresa ter em sua carteira de clientes organizações como a kTY, BWO, a Wellstream, entre outras.

A operação latinoamericana da IFS, coordenada pelo escritório brasileiro, vem conquistando novos negócios, como os fechados com o Grupo Causer, maior fabricante de componentes de borracha da Argentina, e a Transeletric, empresa de energia do Equador.

Ponto fracotermo de compromisso das teles para banda larga popular assusta pequenos provedores

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Foco em infraestruturaIFs fecha negócios com utilities, petróleo, gás e saneamento

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VIdEOCHAMAdA POPULARUsuários de dispositivos móveis fazendo conexões por imagem chegarão a 130 mi em 2016

O número de usuários de videochamada por dispositivos móveis deve exceder a casa de 130 milhões em 2016, segundo estimativa da Juniper Research, segunda a qual houve uma melhora

significativa do cenário deste mercado ao longo dos últimos 18 meses. De acordo com a consultoria, os novos serviços criados pelas

principais empresas desta indústria, o aumento da presença de câmeras frontais nos smartphones e as melhorias das tecnologias são os principais impulsionadores do crescimento do segmento.

O aumento da penetração de smartphones em países desenvolvidos e a simplicidade do modelo de download de aplicativos móveis melhoraram o cenário do mercado de chamadas de vídeo por dispositivos móveis, apesar de ainda existir poucas alianças entre as operadoras e os provedores de serviços de mVoIP, pontuou a Juniper Research.

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telebrás estuda como ajudar os provedores a cumprirem as metas de qualidade

ALASTAIR SORBIE, dA IFS: VISITA AO BRASIL PARA COMEMORAR ALTA dAS VENdAS

Mova-se.

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As corporações ainda reagem de forma fria frente à migração da infraestrutura de comunicação para o padrão IPv6, a nova

versão do protocolo de internet que, entre outras coisas, amplia o número de endereços de sites possíveis, além de trazer avanços em segurança, eficiência de rota e qualidade de serviços. É certo, no entanto, que os provedores de conteúdo e de acesso já estão preparados para o novo momento. Porém ainda há barreiras culturais, econômicas e mesmo de profissionais para atingir um grau de

atualização interessante ao novo protocolo.

“O mercado, no todo, realmente está atrasado, porém quem está ligado diretamente à web já realizou a migração ou está com ela em curso. Nos últimos anos, os provedores de conteúdo pediram “blocos” de endereços IPv6 e algo como 1/3 deles já o tem. Assim como boa parte dos provedores de acesso. Mas é no âmbito corporativo em que reside o problema, pois ninguém ainda pensa no IPv6”, aponta Antonio M. Moreiras, coordenador do projeto IPv6.br, do NIC.br, ligado ao CGI (Comitê Gestor da Internet). Para ele, antes

CLAUdIO FERREIRA

Até que ponto o País está atrasado na migração para o IPv6, padrão IP que vai ampliar o número de endereços na internet

dilema tecnológico

>gestão

ipv4 versus ipv6Número de endereços possíveisn IPv4 = 4 bilhõesn IPv6 = 340 trilhões

Na comparação com o IPv4, o IPv6 pode garantir:n melhoria na qualidade de serviçon ampliação de aplicações como jogos

interativosn melhoria da infraestrutura para a

mobilidade,n simplificação no roteamenton segurança ampliada

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de investir, os brasileiros esperam mais informações e a consolidação da migração para o novo protocolo.

O IPv6, até anos atrás, era visto pela gestão de TI e mesmo pelos acionistas em geral como um risco de segurança para seus sites. Resultado, ninguém no Brasil quis ser pioneiro. “A visão começa a mudar, o esgotamento dos endereços do IPv4 está muito próximo no mundo”, garante Moreiras.

Mas o atraso na migração feita no Brasil é minimizado. “Pelo visto, a migração ainda não é urgente para nós. Porém os provedores estão se preparando e o Nic.br tem trabalhado bastante para que tanto provedores como corporações possam fazer essa migração”, argumenta Alex Silva, diretor para a América Latina da A10 Networks - empresa que fornece a tecnologia de Application Delivery Controllers (ADCs) e que disponibiliza soluções tanto para gerenciar a preservação do IPv4 como migração para IPv6 e tradução de IPv4/IPv6.

Victor Maeda, gerente de produto switched data e internet da Global Crossing Brasil, concorda com a lentidão da migração e diz que “a adoção do IPv6 é realizada por meio de demandas específicas, a partir de novas aplicações ou upgrade na infraestrutura. O pior é que o PNBL (Plano Nacional de Banda Larga) vai trazer um grande número de usuários novos e as operadoras precisam estar preparadas”, projeta. Ele pondera que o Governo poderia fazer mais, como grande “usuário”, até mesmo na possibilidade de diminuir os impostos setoriais.

No mundo e aquiNa comparação com outros

países, a situação do Brasil é realmente confortável, o que pode servir como atenuante. Nos países asiáticos, por exemplo, como Japão e China, a possibilidade de requisitar endereços IPv4 já acabou. Por aqui, o relativo atraso – ainda existe a oferta de IPv4 – advém em boa parte da oferta de serviços e endereços, ainda tímida. Os provedores não estão colocando o IPv6 na pauta de serviços oferecidos, até porque eles dependem das poucas operadoras de telecomunicações existentes no país.

Somado a isso há o fato de que ainda é difícil estimar até quando haverá endereços IPv4 disponíveis, porque este cálculo tem como variantes a velocidade de entrada dos usuários na internet e mesmo de adoção de dispositivos móveis, aponta Silva, da A10 Networks. No entanto, ele credita aos eventos

esportivos de 2014 e 2016, agregados à situação favorável da economia, que acelera a entrada de mais usuários, a expansão da demanda por endereços de internet.

Mas existe quem fale em 12 ou

18 meses para o fim do IPv4. Pior, com a escassez, se fala até em um mercado negro de IPs. “Não existe um deadline único, as corporações deveriam ter na cabeça que é mais urgente a questão dos sites e dos serviços expostos”, assegura Maeda.

É interessante que, ao contrário do mundo de aplicativos, a versão 6 não permitirá que os usuários vejam websites com o IPv4, a não ser que os provedores promovam alguma forma de “gambiarra” técnica. Mas, claro, ninguém, muito menos os grandes sites querem ficar isolados. O ideal, aponta Maeda, é deixar as duas regras de protocolos funcionando e desabilitar o IPv4 quando o número de usuários deste protocolo for mínimo. Priorizar pode ser uma saída. Os serviços internos das redes corporativas não precisam correr tanto, mais o lado externo é que precisa de maior rapidez.

O papel de cada umQuem poderia liderar o

movimento de migração então, as operadoras de telecomunicações ou os provedores de conteúdo? “As

telcos estão atrasadas no processo, elas estão cientes e entendem a situação dos serviços, porém, muitas prometeram para esse ano ou no início de 2012 uma oferta mais consistente”, aponta Moreiras,

“não existe um deadline único, as corporações deveriam ter na cabeça que é mais urgente a questão dos sites e dos serviços expostos”VICTOR MAEdA, dA GLOBAL CROSSING BRASIL

Outra barreira que pode estar emperrando a evolução do IPv6 no Brasil é a falta de mão de obra especializada – reflexo do que acontece em amplos setores de TI. Pior, o custo de um técnico habilitado é alto e crítico. O irônico

é que a capacitação é considerada fácil.Algumas empresas sentem o problema na pele, como a A10 NETWORKS. “Temos

dificuldade de aumentar nossa equipe, acabamos ocupando muito tempo nessa busca. Pode parecer que o IPv6 tem pouca diferença para o IPv4, mas em tarefas como “tunelamento” ou “encapsulamento” gera um desafio. As operadoras e os provedores, e mesmo as corporações, deveriam se antecipar ao problema. Quanto mais tarde pior para investir em pessoas. No nosso caso, oferecemos treinamento, até mesmo no exterior”, argumenta Silva.

Para ele, a carência de quantidade é gerada em parte pelo olhar secundário que as universidades dedicaram à formação desse profissional. Ou seja, o Governo e o setor de educação estão dissociados do mercado.

o fator humano

o ipv6, até anos atrás, era visto pela gestão de ti e mesmo pelos acionistas em geral como um risco de segurança para seus sites

Atualize-se.

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>gestãodo Nic.Br. O caminho ou a

pressão, aponta Maeda, pode vir do outro lado do balcão, da parte dos usuários.

O problema é que existe um componente cultural, o famoso: “fazer na última hora”, que também pode ser visto como uma barreira. “Algumas empresas acreditam até mesmo que o IPv6 ainda não vai afetá-las. Outras veem como uma árvore que vai florescer naturalmente, dizendo que a empresa possui endereços velhos guardados. As corporações que pensarem assim não vão falar com o resto do mundo”, condena Moreiras.

A demora na adoção, no entanto, pode levar a uma explosão. Algo semelhante ao acontecido com o mercado de celulares, quando a oferta ganhou velocidade para atender à demanda reprimida.

O certo é que essa demora trouxe fatores positivos, como o maior desenvolvimento de componentes de segurança no IPv6. “Mesmo com o risco inicial, de implementar algo que ainda não se conhece totalmente, no médio e longo prazo veremos uma melhor segurança nos websites. Ele pode identificar ataques mais facilmente e atuar com protocolos, como o IPsec, em outras camadas da rede”, aponta Moreiras.

No rumo da migraçãoA preparação para o IPv6 passa

por um bom planejamento, como apontam os especialistas. Algo que se inicia por fazer um inventário das redes e por entender quais recursos de IPv6 são interessantes para a empresa em questão. Com a resposta a perguntas como: se é necessária a

substituição de equipamentos ou software, por exemplo. “Quem tem um inventário pronto está mais propenso a uma migração mais rápida”, pondera Maeda.

Já Moreiras, do Nic.Br, recomenda que o primeiro passo é que a empresa busque treinamento para seus funcionários de TI. “Temos oferecido para os provedores, mas não chegamos às corporações. No entanto, existe e-learning, tutorais e muito material espalhado na web, de boa qualidade, para que o profissional possa buscar esse conhecimento, apesar de não existirem opções de consultoria nesta área”, explica o especialista.

Na comparação entre protocolos

é possível que vejamos no futuro próximo e na prática a ideia concreta da internet em todas as coisas. Da geladeira à televisão, passando por “N” objetos, como roupas e prédios. “O IPv6 pode trazer a infraestrutura ideal para isto”, finaliza Moreiras, do Nic.br.

a versão 6 não permitirá que os usuários vejam websites com o ipv4, a não ser que os provedores promovam alguma forma de “gambiarra” técnica

O 8 de junho último, o “Dia Mundial do IPv6”, foi estabelecido para incentivar as organizações de diversos setores da economia a preparar seus serviços

para o IPv6 e garantir uma transição de sucesso a partir do protocolo IPv4. E os resultados foram considerados excelentes por todos os participantes, mesmo que os números mostrem a baixa aderência dos websites brasileiros.

“Participamos e identificamos uma pequena percentagem de IPv6 nativo, algo como apenas 0,1% do tráfego de nossa rede. Temos muitos clientes demandando IPv6, porém muitos que o habilitaram ainda estão usando mecanismos de emulação, ou seja, ainda estão com o IPv4 ativo. Mesmo as grandes empresas de conteúdo e provedores tiveram uma base baixa de adoção, em torno de 0,2%”, revela Victor Maeda, gerente de produto switched data e Internet da Global Crossing Brasil. Mas ele aponta que o teste mostrou que a transmissão foi segura e consolidada, “sem traumas”, completa.

Para os clientes da A10 Networks, como admite Alex Silva, diretor para a América Latina da empresa, o teste teve

componentes positivos e ninguém reportou problemas. “Tivemos zero de suporte pedido. Preparamos muito os nossos clientes para o teste e tanto provedores como sites de conteúdo nos deram feedback positivo”, conclui.

Coordenador do projeto IPv6.br, do NIC.br, ligado ao CGI (Comitê Gestor da Internet), Antonio M. Moreiras relembra que o objetivo da data era a observação de problemas de suporte, mais do que de testes do protocolo em si. “Muitos sites de conteúdo acharam que os usuários teriam problemas, eles colocaram suporte ao IPv6 e procuraram medir se o usuário com IPv4 reclamaria. O resultado foram problemas quase nulos. Algo como 0,02% de erros, mas a partir de instruções simples era possível resolver’, enumera.

Para Moreiras, o único lado negativo foi que muitos outros sites de conteúdo relevante não conseguiram participar do teste. “Talvez porque não tinham de quem contratar o IPv6”, ponderou. Ele revelou ainda que o Nic.br está planejando um teste brasileiro, de uma semana, no início de 2012. “Talvez no início de fevereiro”, completou.

como foi o “dia mundial do ipv6”?

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“A migração ainda não é

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provedores estão se preparando e

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provedores como corporações

possam fazer essa migração”

ALEx SILVA, dA A10 NETWORkS

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2011 Schneider Electric. Todos os direitos reservados. Schneider Electric, APC, InRow, InfraStruxure são marcas pertencentes à Schneider Electric Industries SAS ou suas companhias afiliadas. E-mail: [email protected] - Al. Xingu, 850 - Alphaville, Barueri, São Paulo - CEP: 06455-030 - Telefone: 0800 555 272 (opção 5)

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A Petrobras é uma empresa de dimensões globais: estatal de capital aberto, está presente em 28 países. É a maior empresa do Brasil e oitava maior do mundo

em valor de mercado, segundo a Ernst & Young. A PFC Energy a coloca como terceira maior empresa global de energia.

Seu plano de negócios, que abarca o período entre 2010 e 2014, prevê investimentos de US$ 224 bilhões. São aproximadamente 150 mil colaboradores em todo o globo, sendo que 36% deles (ou 55 mil) acessam o sistema de gestão SAP da estatal. É o maior e mais complexo projeto de implantação de ERP com tecnologia SAP desenvolvido no Brasil.

As dimensões fizeram com que a estatal decidisse terceirizar não só a manutenção do sistema de gestão empresarial SAP como também as suas melhorias. A escolhida foi a Sonda IT. “A Petrobras, de fato, é um mundo”, diz Carlos henrique Testolini, presidente da Sonda IT, empresa responsável pelo suporte e processos de manutenção corretiva e preventiva do ERP da Petrobras.

A Sonda também faz desenvolvimentos e melhorias, bem como roll outs e reestruturação do ERP. O contrato de três anos engloba a operação da Petrobras no Brasil e em todos os países em que a companhia atua. Também podem receber a solução empresas adquiridas pela estatal.

“Na prática, passamos a dar sustentação a todas as operações de negócios da Petrobras”, diz Testolini. “Este contrato, somado à prestação de serviço que já realizamos, contabiliza 1,7 mil profissionais da Sonda apoiando a gestão e o crescimento da oitava maior empresa do mundo.” Parceiras há 12 anos, a Petrobras mantém 16 contratos com a Sonda IT.

Segundo Testolini, a empresa de TI está inserida no novo plano de negócios da Petrobras de duas formas. Primeiramente, através da contribuição de seus profissionais, inseridos na estrutura da estatal, e que participam de levantamentos

nossas competências acabam sendo exploradas também para a Petrobras”.

parceriaQuando a SAP iniciou suas

atividades comerciais no Brasil, a Petrobras adquiriu a solução para uso da Transpetro, subsidiária que realiza transporte de petróleo e derivados. À época, a Procwork (empresa adquirida pelo grupo Sonda em 2007) era um dos canais de vendas SAP no Rio de Janeiro. Em 2002, a estatal adotou a solução em toda a empresa.

“A SAP vendeu a solução e nós fizemos parte da implantação”, diz Testolini. Algum tempo depois, a Sonda ganhou um contrato para fornecimento de Service Desk níveis 1, 2 e 3 para usuários das regiões Sul e Sudeste, além de manutenção corretiva e evolutiva e o desenvolvimento de novos projetos no ambiente SAP ECC 6.0. “Isso fez com que nosso escritório do Rio de Janeiro ganhasse força e tamanho bastante importante”, diz o executivo.

A Sonda também fornece aplicações proprietárias para a área fiscal e de comércio exterior da Petrobras. Os softwares utilizados são o pw.SATI e o pw.CE, respectivamente, sendo que este último opera como parte integrante do ERP da SAP.

Apesar do elevado número de contratos entre a Sonda e a Petrobras, o destaque fica com o suporte SAP. Mensalmente, são atendidos cerca de 90 mil chamados, que deslocam profissionais especialistas em desenvolvimento, assim como analistas funcionais, seniores e arquitetos de TI, onde quer que sejam necessários.

Para o gerente geral de administração e desenvolvimento de soluções de TI da Petrobras, Alvaro Adriano Rocha Martins, a parceria entre as duas empresas é bastante positiva. “Como esses contratos suportam processos estratégicos para a Petrobras, essa atividade contribui fortemente para nosso resultado”, diz.

e definições. “O plano da Petrobras é de expansão, inclusive já considerando o pré-sal, e os assuntos de TI que devem suportar todo o crescimento esperado pela empresa. Então, nossos profissionais espalhados nessas áreas atuam e fornecem subsídios para isso”, diz o CEO.

A segunda forma é a antecipação de possíveis demandas da estatal, aumentando o nível de relacionamento entre as empresas. “Quando olhamos para a Petrobras como potencial de negócio, temos tentado nos antecipar e oferecer soluções de tecnologia que podem atender a essa expansão”, diz Testolini. “Temos um portfólio diversificado, então todas as

MARCELO VIEIRA

Petrobras terceiriza manutenção e melhoria de sAP

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inseridos na estrutura da estatal e que participam de levantamentos e definições

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Nas mãos de especialistas

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Nas mãos de especialistas

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operadoras móveis descobrem as pequenas e médias organizações

Ainda tímidas no trato com o segmento corporativo, as operadoras celulares querem sair do trivial e básico “plano empresas” e oferecer não apenas

mais valor agregado como também serviços personalizados. E um dos focos principais passa a ser o das PMEs (pequenas e médias empresas), a partir de estratégias específicas e empacotamento de voz e dados que exploram as plataformas de smartphones e de tablets.

“Existe uma tríade – planos, serviços e dispositivos – que compõe a oferta de serviços, mas é necessário agregar valor ao segmento corporativo. Buscamos entender o que o cliente utiliza, se ele possui ou quer migrar para smartphones, até oferecermos aplicações”, diz Gilberto Miyahara, gerente de marketing corporativo da Vivo.

O foco na direção das PMEs, por exemplo, é enfatizado em uma estratégia de marketing massificada, que passa por investimento em mídias como revistas de grande circulação, chegando a displays em aeroportos, além do reforço do canal web. “A internet, nesse segmento, já responde por 50% dos contatos”, completa.

A oferta para o segmento das PMEs passa, claro, pela oferta de pacotes, como de aparelhos no segmento de smartphones. “É inevitável, esse cliente

ele traz. Existem nichos de mercado que demandam mais esse serviço, porém a ideia é oferecer para todos. há uma tendência, claro, para a formação de grupos, sejam eles profissionais ou não”, aponta Miyahara.

Como estratégia de mercado, o VD combate o avanço da Nextel, que atua com a plataforma de rádios, e que tem como garoto-propaganda o craque Neymar. Para os clientes, o VD possibilita o uso do mesmo número de telefones celulares nas chamadas PTT.

Franquia como canalOutra forma para atrair as PMEs,

dessa vez adotada pela TIM, foi a participação na ABF Franchising Expo 2011, maior feira de franquias da América Latina, para mostrar aos empreendedores que a telefonia móvel é uma boa opção para a geração de oportunidades de negócios. No total, a TIM já possui um canal com 500 parceiros em todo o país, membros do Canal Business, voltado para a comercialização nos segmentos das micro, pequenas, médias e grandes empresas.

“Temos centenas de histórias de sucesso de parceiros em todo o Brasil e queremos mostrar aos investidores e empreendedores que fazer parte desse time significa explorar um mercado com grandes oportunidades e que proporciona rentabilidade a curto e médio prazo”, afirma Denis Ferreira,

demanda equipamentos e preços baixos. O diferencial é a oferta de serviços específicos”, completa Miyahara. O executivo aponta ainda a existência das Top PMEs, empresas médias com faturamento compatível, porém com demanda e número de colaboradores alto.

Outra vertente de contato com as PMEs, recente inclusive, é a criação do serviço Vivo Direto, baseado na tecnologia PTT (Push To Talk), similar ao rádio na forma de comunicação, com conexão ilimitada entre os assinantes. “O Vivo Direto é interessante pelo valor adicionado que

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grandes oportunidades e que proporciona

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diretor comercial da área Business da TIM em São Paulo.

O parceiro da TIM nesse segmento ganha inúmeras vantagens ao negociar os produtos e os serviços da operadora. Parte significativa dos processos é feita pela própria operadora, incluindo publicidade, logística, processamento de pedidos e disponibilização de softwares para a operação, tudo gratuitamente. À essas vantagens, a operadora soma ainda incentivos, premiações, campanhas de vendas e ações direcionadas à divulgação de novos planos.

Flexível, trivial ou moderno?“Nosso modelo de atendimento às

PMEs é totalmente flexível. Atendemos às demandas de uma empresa não apenas com um produto. Oferecemos diferentes soluções para cada área ou usuário, de acordo com o perfil de uso dos serviços de dados e voz”, destaca Ferreira. “Essa abordagem comercial facilita muito a venda e é algo que nossos parceiros elogiam”, finaliza o executivo.

A Claro, por sua vez, não foge muito do trivial. O seu Plano Sob Medida para

empresas oferece franquias compartilhadas e flexibilidade, com o “empacotamento” de módulos. Da “Tarifa zero Intra-Grupo”, que permite chamadas locais (dentro do mesmo DDD) gratuitas para outros celulares da mesma empresa (mesmo CNPJ), limitado a 2.000 minutos por mês, ao chamado Módulo Gestor Online, uma ferramenta que permite o gerenciamento do uso das linhas da empresa. Associado ainda a módulos de internet, e-mail e SMS e chegando

até a banda larga, com planos e bandas para dispositivos móveis que evoluem de 40MB até 5GB.

A mais nova fronteira, para todos, é incorporar os tablets na sua oferta, já que os smartphones se tornaram padrão para o segmento corporativo. “O primeiro passo está sendo dado, que é o uso, como aconteceu há anos com a disseminação dos notebooks. A demanda tem sido crescente e com a recente desoneração tende a ser ainda maior”, garante Miyahara, da Vivo. (CF)

www.tiinside.com.br

As operadoras enfatizam a possibilidade de segmentação interna nos pacotes corporativos. “É possível, hoje, descer mais nos colaboradores internos na pirâmide. Os executivos tem um uso e necessidades diferentes, claro, mas

estamos construindo um mercado para ampliar a base de usuários nas corporações”, aponta Gilberto Miyahara, gerente de marketing corporativo da Vivo.

Já a TIM aposta no Liberty Web, que completa o portifólio de dados da empresa e prega a diminuição dos preços dos smartphones para atender à demanda dos executivos por equipamentos mais avançados. O “empacotamento” de serviços de navegação ilimitada, sem a necessidade de controle do tempo de conexão dos funcionários, com aparelhos modernos e baratos, é o mote do “pacote”.

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>especial

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pelo órgão traz algumas leituras importantes para o setor de saúde brasileiro, que viveu no último mês problemas acentuados pela dificuldade de acordo entre médicos e empresas de saúde suplementar, popularmente conhecidos como planos de saúde, pela baixa remuneração que este grupo de empresas oferece.

A população brasileira cresceu 12,3%, com um acréscimo de 20.933.524 pessoas nos últimos 10 anos (entre 2000 e 2010),

segundo dados do último Censo, feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento feito

O primeiro diagnóstico é que a população cresceu na última década menos do que nos 10 anos anteriores (15,6% entre 1991 e 2000); depois que a população está mais urbanizada: em 2000, 81% dos brasileiros viviam em áreas urbanas, agora são 84%; apresentamos uma estrutura etária mais envelhecida; e proporcionalmente

Apesar de muito aquém da média mundial, instituições de saúde no Brasil avançam no uso de sistemas de tIC para melhorar o atendimento à população. Hoje 17% dos hospitais brasileiros tem algum tipo de sistema de gestão hospitalar, frente a 97% na dinamarca ou na noruega, 50% no Canadá e 25% nos estados Unidos. enfim, o serviço hospitalar brasileiro avançou no uso de tIC nos últimos dois anos, mas ainda deve acelerar nos processos sistêmicos para conquistar eficiência e reduzir custos, diz a sBIs - sociedade Brasileira de Informática na saúde

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freqüentes destes dados, se quiserem migrar os atuais contratos junto a prestadores de serviços para a modalidade de pagamentos por desempenho, podendo também alterar o jeito de realizar compras para uma modalidade baseada no valor da cadeia.

A prevenção também é apontada no estudo como uma tendência para reduzir custos operacionais. Consolidando este modelo, a

prevenção, as instituições passam a atuar proativamente e a criar novas ofertas de assistência, reduzindo custos internos e podendo prover um serviço a preços mais econômicos.

No item qualidade e segurança, o estudo feito pela SAP indica que as leis estão sendo criadas para garantir o atendimento integral ao cidadão e que há um aumento da pressão por melhor qualidade do atendimento, além do controle maior da saúde, ou seja, o custo somado à pressão para eliminar erros.

Outra tendência apontada nesta área são as cirurgias não invasivas e a melhoria de processos de atenção com foco na solução de problemas e não no tratamento. Tudo com o objetivo de reduzir perdas e fazer

há mais mulheres, ou seja, para cada grupo de 100 mulheres, existem apenas 96 homens - um excedente de 3.941.819 mulheres.

Nas próximas páginas publicamos relatos de hospitais que adotaram soluções de tecnologia da informação e comunicação para ganhar eficiência, tanto no número de atendimentos quanto na qualidade dos serviços oferecidos à população, e a própria gestão de dados internos para conquistar a competitividade requerida pela setor privado. Em entrevista exclusiva para este especial, o presidente da SBIS - Sociedade Brasileira de Informática na Saúde, Cláudio Giuliano, faz um balanço do estágio atual da automação da saúde brasileira e revela: “os índices estão melhores do que há dois anos, por exemplo, porque temos bons sistemas nacionais e também algumas empresas estrangeiras estão investindo nesse mercado aqui no Brasil. Mas quando comparados com países mais avançados, apresentamos um uso mediano de TIC na saúde”.

TendênciasEstudo baseado na publicação

Futurescan, do laboratório AChE, feito pela SAP, indica as tendências e os desafios a serem enfrentados pela indústria da saúde nos próximos cinco anos. Os dados foram compilados no tripé “qualidade”; “pressão de custos”; e “mudanças legais – governos”.

Segundo a SAP, as instituições de saúde precisarão desenvolver estratégias e táticas para vencer desafios. No primeiro, melhorando qualidade, aumentando a eficiência e adotando padrões de mercado. No segundo, aplicando uma gestão de custos, baseada em infraestrutura tecnológica e revendo processos e sistemas.

Os dados apontam como exemplos de mudanças legislatórias a reforma da saúde nos Estados Unidos, a maior atuação da Agência Nacional de Saúde (ANS) no Brasil, e o uso de telemedicina, no Panamá, ações que obrigam as instituições a reverem processos, criarem planos de contingência, investirem em inovação e desenvolverem parcerias.

O levantamento também revela que as empresas de saúde terão que trabalhar melhor suas informações financeiras e de atendimento aos pacientes e realizar medições

mais com menos.Os impactos nessa categoria são a

implementação de suporte a decisão em tempo real, o controle de processo por protocolos clínicos, além do compartilhamento de recursos, o uso de sistemas para definir o fluxo de trabalho e o treinamento e capacitação com foco em processos e protocolos.

Todos estes movimentos, segundo o estudo da SAP, levam a um significativo uso da tecnologia da

informação em saúde, em especial porque as instituições vão precisar cada vez mais de informação em tempo real para a tomada de decisões clínicas e administrativas. Também vão precisar compartilhar recursos e informações e aumentar o controle de um grande número de pessoas em grupo para identificar problemas em comunidades.

O estudo conclui que os próximos cinco anos exigirão um alto investimento em RES – Registro Eletrônico de Saúde, e em sistemas de plataforma única ou integrada, juntamente com mudanças nas formas de concentração de recursos. “Não há saúde sem gestão e não há gestão sem informação”, finaliza Cláudio Giuliano, da SBIS.

próximos anos exigirão da indústria de saúde maior empenho na gestão de processos para oferecer serviços de qualidade a custos reduzidos

raio-xatendimentos feitos pela rede de saúde brasileira

Número de consultas médicas (SUS) por habitante 2,59 Número de procedimentos diagnósticos de patologia 0,91 clínica (SUS) por consulta médica Número de procedimentos diagnósticos de imagenologia 0,18 (SUS) por consulta médica Número de internações hospitalares (SUS) por habitante 5,64 Número de internações em hospital-dia 0,025 (SUS) por habitante Cobertura de planos de saúde 25,9 Cobertura de planos privados de saúde 21,24 Fonte: datasus (2008)

Conecte-se.

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>especial

“o processo de informatização é importante para

todos os pacientes, ainda mais os do sUs que não podem contar com as

tecnologias que um hospital de

ponta pode oferecer”

MARCO ANTôNIO FISCH, dO GRUPO

HOSPITALAR CONCEIÇÃO

Considerado pelo Ministério da Saúde a maior rede de hospitais do Sul do País, com atendimento 100% pelo SUS, o Grupo

hospitalar Conceição (GhC) já possui prontuário eletrônico; automatizou o processo de controle de remédios; recebe e gerencia toda as solicitações de exames por um sistema online interno. Essas e outras mudanças foram desenvolvidas internamente, pela equipe de TI do hospital, para otimizar recursos, que em finanças equivale a aproximadamente 5% do orçamento da instituição.

O gerente de TI do GhC, Marco Antônio Fisch, explica que a decisão de desenvolvimento dos sistemas internamente recai também na complexidade dos sistemas de gestão hospitalar. “Não são aplicativos simples. Temos que pensar em vários aspectos, desde quem pode acessar cada arquivo, por que um médico pode e outro não, até questões de contabilidade do hospital”, pontua, dizendo que influenciaram também as questões de segurança e o treinamento dos profissionais. “Por isso decidimos fazer um sistema nosso, personalizado, e com o qual os usuários tivessem intimidade para utilizar”.

Desde 2000, a frequência anual dos investimentos melhorou o acesso da população à rede de atendimento. “Com a prescrição eletrônica, por exemplo, conseguimos identificar e qualificar o

profissional que fez o atendimento. Outra mudança que gerou melhoria até ecológica é que raramente usamos filme radiológico, o que reduz a agressão ao meio ambiente e os custos, além de simplificar o acesso dos médicos aos exames dos 3000 mil pacientes oncológicos”, diz Fisch. Ele acrescenta que a automação na farmácia gera um melhor controle e agiliza a distribuição dos medicamentos. O controle dos medicamentos ministrados ainda é manual, mas torná-lo eletrônico é o próximo passo definido pelo GhC.

“O processo de informatização é importante para todos os pacientes, ainda mais os do SUS que não podem contar com as tecnologias que um hospital de ponta oferece, mas isso, aos poucos, está mudando porque a rede pública está fazendo investimentos para melhor atender aos pacientes do Sistema Único de Saúde”, pontua.

Um desses aportes foi feito pelo GhC ocorreu no datacenter, hoje composto por equipamentos redundantes e virtualizados com o sistema VMWare, para suportar cerca de 2500 PCs.

O complexo hospitalar é formado pelos hospitais Conceição, Criança Conceição, Cristo Redentor e Fêmina, 12 postos de saúde do Serviço de Saúde Comunitária e três centros de Atenção Psicossocial. Os quatro hospitais dedicam-se a atender a diversas necessidades de cuidados das pessoas, sendo responsáveis por 35% de todas as internações pelo SUS em 2009, em Porto Alegre. Quase 16% de todos os atendimentos ambulatoriais em hospitais, pelo SUS, na capital gaúcha são feitos pelo Grupo.

Com uma equipe de 7.913 profissionais, o GhC é responsável por cerca de 2,2 milhões de consultas e outras 36,1 mil cirurgias anuais. Em exames, o Grupo contabiliza cerca de 3,3 milhões por ano e é responsável por 25% dos atendimentos de emergência da Capital.

Rede de hospitais gHC usa mão de obra interna e recursos próprios para desenvolver sistemas

Hospital são Lucas da PUC-Rs, em Porto Alegre (Rs), troca versão dos por ambiente gráfico e tempo de faturamento de convênios cai de 4 horas para 5 minutos

Sotaque do sul

Usuários e mercadoimpõem troca de sistema

Com uma receita de R$ 197 milhões, em 2010, originada basicamente dos atendimentos do SUS e de convênios, o

hospital São Lucas PUC-RS, de Porto Alegre (RS), migrou o antigo sistema de gestão hospitalar da JME, baseado em DOS, para uma versão gráfica e baseada

em internet da mesma fabricante.O ambiente anterior, segundo

Carlos Alexandre Polanczyk, supervisor de informática do hospital, obrigava a equipe a realizar muitos trabalhos manuais e gerava retrabalhos. Além disso, apresentava limitações no tempo de acesso online

a informações de pacientes pelos médicos e não permitia integração direta entre os serviços (RX, laboratório, bloco cirúrgico, etc). “Era uma solução em ambiente DOS, com muita restrição tecnológica. Embora fosse adequada há 10 anos, a pressão por novas tecnologias forçou

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Page 19: Revista TI Inside - 71 - Agosto de 2011

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O novo perfil dos profissionais de saúde, a evolução tecnológica, principalmente com o uso de recursos gráficos, e a explosão da internet juntamente com a necessidade de integração completa das áreas de negócios da instituição levaram à troca da versão para o SIShOS.

Um bom exemplo do retrabalho, de acordo com Polanczyk, era o fechamento do faturamento de convênios. O cálculo que demandava 4 horas passou a ser feito em menos de cinco minutos no novo ambiente.

“Mantivemos o mesmo fornecedor (JME), uma vez que eles tinham a solução, mas, pelo porte do hospital, alguns ajustes e melhorias foram necessários”, diz o supervisor de informática. Ele conta que a decisão de troca foi tomada em dois meses e que o primeiro módulo do projeto entrou em operação quatro meses após a decisão, incluindo o tempo de compra dos servidores, banco de dados e conversão das informações para Oracle.

Segundo o executivo, o SIShOS não atendia o quesito de banco de dados, o que exigiu a criação de uma equipe mista de profissionais do hospital e da JME. “Os fontes nos eram passados, fazíamos a conversão e então implantávamos. Esta solução foi ótima para ambas as empresas”, revela.

e a intranet; e a frente Laboratorial, gerenciadas por soluções especializadas, como as de armazenamento de imagens, conhecidas como PACs.

Osmar Antonio dos Santos, gerente executivo de TI do complexo hospitalar, aponta entre as melhorias recentes a aquisição da solução WWhealth, um sistema para armazenamento organizado da história clínica de pacientes e ferramenta de auxílio às atividades assistenciais.

A solução foi desenvolvida pela

mapa hospitalara produção de 2010 do hospital são lucas

Leitos 594Funcionários 2.537Atendimentos Emergência 159.461Consultas Ambulatório 218.404Cirurgias 23.225Internações 29.651Exames 2.489.738

Para absorver a nova plataforma, também foi necessária uma reestruturação completa de servidores. Do orçamento de 2010, R$ 282 mil foram investidos na nova solução, incluindo licenças de uso. E desde o início do projeto foram aportados aproximadamente R$ 1,1 milhão, com uma previsão final de R$ 1,5 milhão.

O SIShOS é utilizado por todos 5.273 profissionais do hospital, o que leva a uma maior integridade da informação e velocidade de acesso aos dados, principalmente pelo médico, segundo Polanczyk “Um ponto negativo foi o tempo do projeto, o que o tornou suscetível às mudanças do mercado, como as alterações das regras do SUS e dos convênios”, diz Polanczyk.

Hospital edmundo Vasconcelos, de são Paulo, investe em sistema de gestão de pacientes e no desenvolvimento interno de melhorias, mas acredita que há muitos incrementos inexplorados e que o treinamento pode ser um dos entraves no uso de ferramentas tIC na saúde

Muito por fazer

Localizado na Rua Borges Lagoa, entre as Avenidas Ibirapuera e Rubem Berta, junto ao Parque do Ibirapuera, em São Paulo, o

Complexo hospitalar Edmundo Vasconcelos é um dos maiores complexos médico-hospitalares do País. Conta com 1485 funcionários (entre efetivos e terceirizados) e um espaço de 25 mil metros quadrados onde funcionam serviços de internação, consultas médicas de especialidades e de pronto-socorro, centro cirúrgico e estrutura de medicina diagnóstica.

Ao longo dos últimos anos, o hospital vem passando por um progressivo processo de melhorias, que contempla modernizações físicas e tecnológicas com o objetivo de oferecer um atendimento de alto padrão para seus pacientes. Segundo o gerente de TI do hospital, o hospital tem três frentes no setor de informática: o BackOffice, que é gerenciado com soluções SAP; Assistencial, nessa frente os técnicos do hospital produzem um sistema próprio, como o prontuário eletrônico

Page 21: Revista TI Inside - 71 - Agosto de 2011

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>especial

tempo e torna o atendimento muito mais ágil e preciso” pontua.

Santos diz que o Complexo Edmundo Vasconcelos investe por

ano entre R$ 5 milhões e R$ 6 milhões na área de TI, sendo que em 2011 o aporte será maior devido a atualizações feitas no parque de informática da instituição. O executivo acredita que ainda existam algumas questões de regulamentação para a informatização da gestão hospitalar crescer. “Existe muito espaço não explorado nessa área. há muitas questões a serem estudadas, principalmente sobre controle de informações hospitalares”, afirma.

Um aspecto que preocupa o gerente é a capacitação dos colaboradores. “Temos que investir muito na educação e capacitação dos funcionários porque, se não tivermos usuários capacitados, teremos uma subutilização das tecnologias que estão vindo por aí. Essa área de TI é pouco explorada na construção do profissional de saúde, e isso deve ser trabalhado”, finaliza.

“temos que investir muito

na educação e capacitação dos funcionários. se

não tivermos usuários

capacitados teremos uma subutilização

das tecnologias que estão

vindo por aí”OSMAR ANTONIO

dOS SANTOS, dO HOSPITAL

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beneficiários e, a partir de regras de leitura do banco de

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acompanhados mais de perto”

CLAUdIO TAFLA, dA AMILPAR

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(para identificação precoce de gestantes), alto risco e alta complexidade (beneficiários identificados com alto custo ou alta complexidade), VIPs (formadoras de opinião ou beneficiários com planos de maior valor), UCP (unidade de correção postural) e e-Setor, para acompanhar à distância os beneficiários residentes em regiões sem monitoria.

“hoje temos mais de 428.195 beneficiários identificados pelo programa e desses mais de 70% são monitorados e acompanhados, ou seja, 261.840 clientes estão em monitoramento”, calcula Tafla.

Os resultados positivos para a operadora, segundo ele, são claros. “Temos um dos menores índices de sinistralidade, de acordo com a ANS (Agência Nacional de Saúde)”, alega, ao revelar que os programas identificaram, por exemplo, usuários que fatalmente iriam para a cirurgia de coluna e evitaram re-hospitalização, porque passaram a ser monitorados pela ferramenta.

Após registrar crescimento acentuado da base de clientes, Amil adota mecanismos de tI para monitorar pacientes de alto risco

Risco monitorado e calculado

Nos últimos dois anos a Amil registrou crescimento acentuado da sua base de clientes, a partir de fusões e aquisições de outras empresas. Só para a

carteira premium do Rio de Janeiro, a companhia estima um potencial de 18 mil clientes, cálculo feito com base na carteira de clientes dos três principais concorrentes da empresa, Omint, Bradesco e Sulamérica.

Claudio Tafla, médico responsável pela gerência médica da diretoria técnica da AmilPar, diz que esta expansão tornou complexa na identificação de casos de risco, agravada pela distância entre a empresa e o beneficiário. “A opção da operadora foi desenvolver ferramentas de TI que vasculhassem o comportamento dos beneficiários e, a partir de regras de leitura do banco de dados legado, identificassem aqueles que preenchessem os pré-requisitos de risco, para que eles passassem a ser acompanhados mais de perto”, detalha.

Em agosto de 2008 foi dada a

largada para o projeto Bem Viver, com um grupo de beneficiários com idade acima de 60 anos prospectados pela ferramenta. Esses clientes passaram por testes para indicar disfunções que pudessem gerar futuras doenças.

Já em fevereiro do ano seguinte, o Bem Viver foi desdobrado em oito outros programas – diabete, cardiovascular, mamografia, gestantes

empresa WW8 que, em 2010, firmou parceria com a Vikam Corporation para comercializar o produto e prestar serviços de consultoria e implantação. O gerente executivo de TI, explica que com o sistema clínico/assistencial os colaboradores ganharam mais autonomia. “Um exemplo é que agora os médicos não precisam ligar para a recepção para saber se o paciente já chegou ou então esperar a recepção enviar o prontuário para começar a consulta.”

Outra mudança considerada importante pelo gerente é que os médicos conseguem interpretar o que foi escrito no atendimento anterior. Ele informa que havia uma dificuldade muito grande em interpretar o que foi escrito por outro médico. O que é comum na profissão. Agora, a informação chega de forma organizada, clara e padronizada. “Isso acaba com o problema da perda de

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“não basta escolher apenas

um bom sistema, o Hospital deve ter ambiente e

equipe totalmente

preparados para explorar ao

máximo os seus recursos,

tornando-se assim uma só

solução (sistema + infraestrutura

+ equipe)”káTIA PINHEIRO,

dO HOSPITAL ESPANHOL

agilidade, controle e confiabilidade”, afirma Taboada. O hospital também instalou o pedido eletrônico e passou a proibir o atendimento de prescrições sem pedido médico, um processo que reduz perdas. Além disso, o hospital Espanhol utiliza código de barras para controlar os medicamentos por lote e validade.

A área de compras foi beneficiada com a implantação do controle de cotas, para gerenciar a reposição de produtos nas farmácias-satélites. Somado a isso, o gerenciamento das compras pelo ponto de pedido reduziu o nível de estoque geral.

Com o controle de auditoria operacional do Saúde MV, que aponta as glosas apuradas internamente, tem sido possível corrigir processos assistenciais, utilizando protocolos, assim como a revisão de contratos em alguns casos.

O controle financeiro está sendo otimizado através da automação. Com o sistema de gestão, o hospital passou a saber exatamente a posição do que tem a receber, o que foi recebido, glosado ou não identificado. O sistema gerencia todo o processo, desde a conciliação bancária até a identificação das notas e contas vinculadas a cada crédito bancário.

kátia informa que o investimento na solução da MV foi próximo a

em salvador (BA), Hospital espanhol integra processos e cresce 250% em oito anos. Controle da medicação oferecida a pacientes e mobilidade são os próximos passos

Produtividade e eficiência apoiadas em gestão

Desde 2002, o hospital Espanhol, em Salvador (BA) vem modernizando os seus processos com um trabalho de co-gestão

administrativa com a empresa Perfil Gestão Empresarial. A partir desse trabalho, foram implantados o planejamento estratégico, os recursos humanos, a qualidade e as melhores práticas de gestão financeira.

A MV Sistemas foi a escolhida para participar do projeto de integração das áreas hospitalar, clínico-assistencial e financeira. A implantação da solução de gestão hospitalar Saúde MV foi concluída em oito meses – entre julho de 2003 e fevereiro de 2004 – por quatro consultores da MV Sistemas. O pacote de aplicativos entrou em operação no primeiro dia útil do quinto mês dos trabalhos, abrangendo todos os módulos.

Após seis meses da implantação do sistema, o hospital Espanhol começou a contar resultados importantes. “Com o sistema de gestão aumentamos a produtividade e conseguimos, hoje, ter informações com maior velocidade e transparência”, afirma Nestor Taboada Rivas, superintendente administrativo da Instituição.

Ele conta que antes da implantação, o hospital possuía diversos sistemas, o que dificultava a consolidação de dados confiáveis para tomar decisões. “hoje, integramos todo o hospital e dispomos de uma ferramenta para crescer”, afirma.

A coordenadora da TI do hospital Espanhol, kátia Pinheiro, acrescenta que ao final do primeiro ano de implantação, a instituição registrou crescimento de 50% no faturamento, índice que dobrou no ano seguinte. “hoje faturamento 250% mais do que em 2003”, compara.

planejamentoCom o painel de leitos e os

mecanismos de rastreabilidade do Sistema de Gestão de Saúde MV, é possível, por exemplo, verificar rapidamente os leitos ocupados ou vagos; os que estão em limpeza, interditados ou em manutenção;

além dos saldos parciais das contas.Outro ganho foi registrado com a

aplicação de agendamento cirúrgico eletrônico, com a qual o hospital ganhou eficiência no preparo dos procedimentos. A partir do sistema, são registradas e comunicadas todas as necessidades de kits, materiais, medicamentos, equipamentos e sangue. E assim se consegue reduzir as glosas e o cancelamento de procedimentos, já que as autorizações são emitidas antes da cirurgia, assim como melhorou a programação de disponibilidade dos insumos.

“Na farmácia, conseguimos ganhar

Já em fase de implementação no Hospital Espanhol, o Mobilecare, aplicação móvel de acesso a sistemas de gestão de saúde, criado pela empresa MTM, permite aos médicos acessarem diretamente de seus aparelhos celulares e tablets informações

como prontuários eletrônicos de seus pacientes, prescrições e resultados de exames clínicos e laboratoriais, dentre outros.

Utilizando o aplicativo, os médicos também podem fazer pesquisas por doenças e códigos com base no Cadastro Internacional de Doenças (CID), acesso às tabelas AMB 92 e 96, CBHM, CBHPM e TUSS, informações de outros médicos cadastrados no hospital, facilitando a comunicação entre o corpo clínico, visualização de agenda cirúrgica, dentre outros. “O Mobilecare vai agilizar o atendimento e facilitar a tomada de decisões. Com esta ferramenta nós médicos teremos acesso às informações dos pacientes, como o prontuário e os resultados de exames, com rapidez, segurança e em qualquer lugar”, destaca a endocrinologista Cristianne Ferrari.

para esse ano

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R$ 5 milhões entre software, hardware, recursos humanos, serviços e qualificações desde dezembro de 2003. De 2002 até aqui o hospital Espanhol aportou R$ 93 milhões em infraestrutura (Centro-Clínico, UTI, CDI, hemodinâmica, Centro Cirúrgico, Laboratório e etc.), sendo algo entre R$ 15 a R$ 20 milhões destinados a TI.

A gerente conclui afirmando que a escolha por um Sistema de Gestão hospitalar tem que ser muito criteriosa e levar diversos fatores em consideração, desde a qualidade do suporte e a atualização tecnológica seguindo as tendências e necessidades do mercado com inovação e qualidade, até a

infraestrutura necessária para suportar o ambiente implementado, a capacitação contínua dos usuários e da equipe de TI.

“Não basta escolher um bom sistema, se o hospital não tiver infraestrutura e equipe preparados para explorar ao máximo os seus recursos” finaliza.

O INCA atende a mais de 30 mil pacientes – base de pessoas que buscam atendimento e aqueles que já estão em tratamento – e armazena a história de cada um deles por um período mais longo devido às características da oncologia.

Um dos resultados do investimento no sistema de gestão de filas é o dimensionamento do intervalo entre a matrícula e o início do tratamento, que também pode ser avaliado entre a matricula e o início do diagnóstico. “Quando transformamos os dados em informação e começamos a analisar os intervalos de atendimento e tratamento, identificamos os índices de qualidade”, aponta Gonçalves.

Ele vê como natural a implantação de sistemas de gestão pelos hospitais, mas pondera que a criação de indicadores de desempenhos, a partir da implantação de sistemas de BI (no caso do INCA a plataforma é Microstrategy), é algo essencial para a evolução de uma instituição de saúde.

Outra inovação empreendida pelo INCA é a gestão do conhecimento para criar repositório de conhecimento em oncologia. “Estamos empenhados em criar redes e repositórios nessa área. Este é um sistema que está em evolução”, diz, ao completar que a diretoria do Instituto considera TI estratégico e, por isso, reserva algo entre 2% a 4% do orçamento total, algo que chega a R$ 6 milhões (apenas pessoal).

O INCA também adotou um sistema de planejamento e acompanhamento de projetos, o MS Project, da Microsoft, para orientar as aquisições feitas pelas diferentes áreas, o que mudou o modelo de compras da instituição. hoje todos os projetos são planejados anualmente, considerando o conteúdo e não a forma de apresentação.

InCA importa modelo de engenharia de produção para monitorar pacientes em fila de tratamento

Prevenção e controle do câncer

A arquitetura de informação do INCA (Instituto Nacional de Câncer) está dividida em três áreas. O sistema de administração hospitalar,

responsável pelo controle interno, com dados como número de matrícula, internação, etc., e o front-end, baseado na intranet do instituto, que faz o controle dos tratamentos, registrando informações como prescrição, solicitação de exame e o prontuário eletrônico, ambiente no qual os médicos trocam informações sobre os pacientes. há também o ERP Totvs, no qual são processadas as informações administrativas das cinco unidades assistenciais e dos 18 endereços do instituto, incluindo a parte de pesquisas e a pós-graduação, e vários aplicativos desenvolvidos pelos 80 colaboradores da equipe de TI, sendo 40 dedicados à criação de aplicativos específicos para a área oncológica.

O INCA é o órgão auxiliar do Ministério da Saúde no desenvolvimento e coordenação das ações integradas para a prevenção e o controle do câncer no Brasil. Essas ações compreendem a assistência médico-hospitalar, prestada direta e gratuitamente aos pacientes com câncer como parte dos serviços oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), e a atuação em áreas estratégicas, como prevenção e detecção precoce, formação de profissionais especializados, desenvolvimento da pesquisa e geração de informação epidemiológica. O instituto coordena vários programas nacionais para o controle do câncer e está equipado com o mais moderno parque público de diagnóstico por imagem da América Latina, o Centro de Pesquisa em Imagem Molecular, inaugurado em outubro de 2009. O modelo de gestão participativa e compartilhada e está em vigor desde 2004

Antonio Augusto Gonçalves, chefe de

“Um dos grandes problemas é ter paciente na fila e não ter atendimento para ele, e câncer é uma doença que exige acompanhamento”ANTONIO AUGUSTO GONÇALVES, dO INCA

divisão de tecnologia da informação do instituto, explica que o ambiente de TI importou o conceito da engenharia de produção para gerenciar a fila de pacientes. “Um dos grandes problemas é ter paciente na fila e não ter atendimento para ele, e câncer é uma doença que exige acompanhamento”, pondera o gestor. Assim, foi desenvolvido um sistema que consegue controlar os prazos entre matrícula e o atendimento, aplicando o conceito de chão de fábrica - fila de operação de manufatura.

Ordem de chegadaGonçalves explica que, para iniciar

um tratamento, o paciente primeiro é identificado a partir de um diagnóstico (são feitos exames e entrevistas), para então ser matriculado e ser considerado em tratamento. A partir daí ele entra na fila e o sistema começa a rastrear os eventos para monitorar o tempo demandado em cada fase do diagnóstico final e do tratamento. “O sistema consegue analisar o comportamento do paciente e ver onde está o gargalo, se na patologia clínica, no diagnóstico por imagem ou outro serviço”, diz.

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>especial

Presidente da Sociedade Brasileira de Informática na Saúde (SBIS), Cláudio Giuliano, comenta as

tendências de aplicação das ferramentas TIC na saúde e analisa os desafios a serem vencidos por hospitais e clínicas locais. Para ele, houve melhorias nos últimos dois anos, mas as unidades de saúde ainda precisam avançar nas aplicações para ganhar eficiência interna e ganhar qualidade no atendimento aos pacientes. Acompanhe os principais trechos da nossa entrevista.

Quais são os principais impactos da TI na área da saúde?

Ao informatizar um consultório, um hospital ou qualquer instituição de saúde, os impactos são muito significativos. Eles ocorrem, principalmente, na melhoria da eficiência e da qualidade do atendimento. Outro impacto positivo ocorre na redução dos custos. Se você tem um controle mais efetivo, consegue gerenciar melhor sua instituição e ver os gastos se reduzirem.

Qual é o estágio atual de informatização da saúde brasileira?

hoje está bem melhor que antes. Desde 2002 estamos trabalhando aqui na SBIS para criar uma norma nacional de registro eletrônico em saúde e de lá até aqui os sistemas melhoraram muito em qualidade e na penetração de mercado. hoje 17% dos hospitais brasileiros tem algum tipo de sistema de informação de gestão hospitalar, mas ainda há muito que expandir. Em resumo: estamos melhores do que antes, temos bons sistemas nacionais, e algumas empresas estrangeiras estão investindo nesse mercado aqui no Brasil, o que gera um movimento interessante no setor.

O senhor vê a rede privada muito à frente da rede pública no uso da TI?

Sim, eu não diria que a rede privada está em um padrão ouro, porque ainda

falta muito, por exemplo, citando os hospitais de ponta de São Paulo como o Albert Einstein e o Sírio Libanês, eles não estão totalmente informatizados, eles não usam 100% de seu prontuário eletrônico, mas é muito melhor que a rede pública, que ainda está numa fase de embrião na utilização dos sistemas de gestão. Temos algumas exceções na rede pública que são os hospitais gerenciados por organizações sociais, ou algum outro tipo de gestão.

Quais cuidados um hospital deve tomar antes de aderir a um sistema de gestão?

A primeira coisa é entender as necessidades. Não adianta analisar fornecedores sem saber exatamente o que se quer. Deve-se saber quem vai utilizá-lo, por que vai utilizá-lo, se a equipe de TI está preparada para treinar os usuários para a correta utilização dos sistemas. É preciso que seja feito um planejamento completo da direção do hospital com o responsável pela TI, porque o entendimento dos dois setores antes de se aderir a qualquer sistema é crucial. O hospital pode comprar uma solução no mercado, pode desenvolvê-la internamente ou desenvolver com uma empresa, mas é preciso pensar nesses detalhes, principalmente se for um

sistema de grande porte.A escolha tem que ser muito bem

feita, pois trocar um sistema de informação é muito mais caro do que adquirir um pela primeira vez, os diretores precisam estar cientes do que querem para que o investimento não tenha sido feito de forma errada.

Como o senhor vê o Brasil em comparação a países mais desenvolvidos?

Bom, países europeus, como a Dinamarca ou a Noruega, estão muito avançados nesse sentido. Noventa e sete porcento dos hospitais naquela região utilizam plenamente seus sistema de gestão. No Canadá 50% dos hospitais contam com sistemas de TI e os utilizam em sua plenitude, e nos EUA 25% dos hospitais contam com prontuário eletrônico e, se somarmos outras plataformas, chegamos a uma penetração de 50%.

O Brasil tem um mercado de cerca de 7 mil hospitais, mas em um nível bem inicial de utilização de sistemas de gestão. Por outro lado, isso é uma grande oportunidade para as empresas desse ramo. O crescimento do Brasil nesse campo será inevitável, pois existe um crescente interesse dos profissionais de saúde na área da informática. É crescente a profissionalização dos hospitais, de seus colaboradores e do corpo diretivo. Não há saúde sem gestão e não há gestão sem informação, e essa não é só a minha visão, grandes empresas internacionais, como a Microsoft, Cisco, Dell, Oracle e tantas outras, estão criando estratégias focadas na área de saúde, porque entendem que essa área é a bola da vez em termos de adoção de TI.

Eu diria que não estamos tão ruins, mas em posição mediana se comparado a países mais avançados. Temos também a participação muito ativa de profissionais de informática em saúde em diversos fóruns mundiais. A própria ISO, que define algumas normas, tem o Brasil como participante.

“estamos melhores do que

antes, temos bons sistemas

nacionais, e algumas

empresas estrangeiras

estão investindo nesse mercado aqui no Brasil, e

isso gera um movimento

interessante no setor”

CLáUdIO GIULIANO, dA SBIS

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>serviço

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O terceiro estudo World Quality Report 2011-2012, realizado pela Sogeti, divisão de serviços do Grupo Capgemini, em parceria com a hP,

examinou o estado da qualidade das aplicações e práticas de testes em diversas indústrias e regiões. E o resultado foi favorável ao Brasil. Por exemplo: 56% das empresas aumentaram de forma substancial seus investimentos em QA (Quality Assurance) ou, em tradução para o português, garantia de qualidade dos softwares. Mas quais os motores para isto? Investigamos e podemos dizer que entramos em um jogo no qual nunca fomos tão “familiares” assim.

“O Brasil vive um momento de transição. Antes, os testes realizados nas companhias não eram estruturados e, geralmente, estavam atrelados às áreas de desenvolvimento. hoje, com o aumento da complexidade dos ambientes e a necessidade de imprimir mais agilidade e efetividade à implementação das novas aplicações, a demanda por profissionais capacitados, ferramentas e processos vêm crescendo de forma rápida”, explica o head da prática de testes da CPM Braxis Capgemini, Sérgio Pagani Carvalho.

O executivo lembra que os mercados mais desenvolvidos já passaram por esse processo – de aumento de recursos –, e agora estão mais estáveis. O timing do Brasil e mesmo de outros emergentes como a China é diferente.

Concretamente, a área de QA ganhou mais foco de investimentos na medida em que é mais racional e econômico antecipar o erro, quando o aplicativo estiver em fase de produção, por

exemplo. “Acho que é uma mudança cultural mesmo”, admite Carvalho.

Porém, claro, alguns mercados verticais estão muito mais evoluídos que outros, gerando um ambiente de grande disparidade. O setor financeiro e o de telecom, até pelo caráter de desenvolvimento massificado dentro de casa, lideram em maturidade. Por outro lado, verticais como manufatura, bens de consumo e retail ainda são incipientes em QA – o que não é de todo alarmante. “É bem parecido com o que vemos em outros países”, garante Carvalho.

E, como enfatiza o estudo da Capgemini, as tendências atuais do mercado de TI, como Cloud Computing e mobilidade, estão elevando a complexidade das aplicações. O que pode “empurrar” as práticas de QA no Brasil e no mundo. Porém, a adoção da plataforma da “nuvem” por aqui ainda segue em passos mais lentos que em outros países.

“A intenção de colocar aplicações críticas em Cloud, que aparece em nossa pesquisa, me surpreendeu. Ainda vemos aqui no Brasil a plataforma como sinônimo de redução de custo, não existe essa visão de ser uma forma de alavancar a qualidade do software desenvolvido internamente. Isso muda o foco dos testes pela característica de Cloud”, assegura Carvalho.

Cenário localPablo Cavalcanti, presidente da

Inmetrics, empresa multinacional especializada em serviços de eficiência em TI, também acredita em um cenário de demandas crescentes no País, porém aponta uma característica de nosso mercado que pode ser um “driver” deste momento. “Existem diferentes explicações. Acredito, por exemplo, que a reestruturação das áreas de tecnologia do passado, com a consequente redução de investimentos, se refletiu na diminuição dos recursos para a qualidade do aplicativos. Mesmo as fábricas de software

os investimentos na qualidade dos aplicativos no Brasil sofreram aumento em 56% no ano passado e devem seguir altos

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CLAUdIO FERREIRA

LUIS CURIOSO, dA INFORMATICA CORP: ALGUMAS

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BRASIL REPETEM qUESTõES

GLOBAIS, E O INVESTIMENTO AINdA é FEITO

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COMPPLIANCE

A prova dos nove

cloud computing e mobilidade, estão elevando a complexidade das aplicações. o que pode “empurrar” as práticas de quality assurance no brasil e no mundo

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A g o s t o d e 2 0 1 1 | t I I n s I d e 2 9

empregaram muitos juniores. O momento é mais uma reação ao cenário antigo do que qualquer outra coisa”, alerta.

As barreiras em QA de software tem o seu componente local, por assim dizer. “Não podemos nos iludir, ainda temos deficiências graves, algumas que repetem questões globais, como o uso de dados reais em testes (veja mais no BOX: Quem usou a minha informação?). E quem investe faz muito pela pressão de ser multinacional, mesmo que seja brasileira, ou por comppliance”, explica Luis Curioso, diretor técnico da Informatica Corp para América Latina.

O executivo indica que ainda é muito comum realizar testes deficientes no Brasil, daqueles que levam a aplicativos que entram em operação com problemas, e que geram um efeito dominó de custos crescentes. Porém, a necessidade de investimento, mesmo em alta, como concorda Cavalcanti, ainda é muito heterogênea. “Deveria ser uma decisão de negócios, da aplicação estar pronta para atender à empresa. E essa necessidade pode ser muito relativa”, comenta.

O desenvolvimento de aplicativos locais, como alerta Cavalcanti, sofre ainda com o famoso “jeitinho” brasileiro, para o bem e para o mal. “Um CIO norteamericano já me disse que quando quer um software bem especificado manda para a Índia, e quando quer algo cujos requisitos são menos concretos envia para o Brasil”, revela. Seria algo como: o formal versus o informal, ou a mecanização versus a criatividade.

Via do orçamentoO problema é que os ambientes

corporativos são extremamente complexos e o caminho ou a distância entre quem requisitou o aplicativo e o programador ou desenvolvedor passa por várias mãos. Ainda mais quando a construção do aplicativo é externa. “Isso gera especificações por vezes ambíguas ou confusas”, alerta Cavalcanti.

No Brasil, o montante do orçamento para desenvolvimento de aplicativos que é gasto em qualidade e testes está entre 10% a 15%. Porém, não basta aumentar o valor nominal e sim saber o que se está gastando. O mais comum, como aponta Carvalho, da Capgemini, são os testes funcionais, algo que em muitos casos visa a utilização de sistemas, o que pode automatizar os processos. E existe ainda a demanda não funcional.

No entanto, o cenário ainda gera

críticas. “A forma atual como desenvolvemos e testamos está errada. Os incidentes de não conformidade dos aplicativos ainda são altos. Não basta ter um grande orçamento, é preciso ser eficiente, e entender se o software atende ao business da companhia. Eu prefiro que uma corporação gaste menos conosco e seja mais aderente e realize testes mais eficazes que tem recursos e gastos altos”, explica Cavalcanti, da Inmetrics. Em resumo, ele contabiliza, é preferível gastar 5% em testes que funcionem do que ter que retrabalhar continuamente. “O pior é que esse retrabalho, muitas vezes,

acaba na “linha” de desenvolvimento mesmo”, critica.

Os elementosCarvalho, da Capgemini, preconiza

que o ideal é que os testes sejam feitos de forma independente. Outra premissa levantada pelos especialistas é que projetos de transformação e inovação não devem automatizar os seus processos – procedimento que deveria ser comum naquilo que é rotineiro ou menos importante apenas.

Todos apontam que em termos de ferramentas o mercado está bem evoluído, porém o mesmo não se pode dizer em termos de processos ou mão de obra especializada. Uma questão fundamental é saber qual o processo que vai reduzir ou mesmo antecipar problemas, descobrindo antes os erros. “Assim como ainda se discute muito os aspetos técnicos dos processos e se fala pouco em como resolver os defeitos”, compara Cavalcanti. Já as pessoas... se o mercado sofre de um “apagão” de profissionais especializados em geral, imagine em QA?

Para os especialistas, mesmo com esses problemas, o crescimento do orçamento para a prática de QA aponta para 2 ou 3 anos de grande velocidade de investimentos. E a própria competitividade de vários setores da economia pode acelerar essa busca pela qualidade.

“Antes, os testes realizados nas companhias não eram estruturados e, geralmente, estavam atrelados às áreas de desenvolvimento, mas hoje, ao contrário, a demanda por profissionais capacitados, ferramentas e processos vêm crescendo de forma rápida”SéRGIO PAGANI CARVALHO, dA CPM BRAxIS CAPGEMINI

Não é apenas a qualidade do software que é afetada quando não são feitos os testes para garantir que o desenvolvimento foi correto. Como a Informatica Corporation, fornecedora independente de soluções de software de integração

de dados, demonstra em seu relatório “Financial Data at Risk in Development: A Call for Data Masking”, os riscos de sigilo e como consequência de perdas de dados no processo também são altos.

A pesquisa, realizada em parceria com o Ponemon Institute e que tem como base entrevistas feitas com mais de 430 profissionais do segmento financeiro, revela o uso indiscriminado de dados reais pelas instituições financeiras nas suas atividades de desenvolvimento e teste de aplicações. Dos ouvidos, 5% eram da América Latina.

Os números chegam a ser quase surreais. Algo como 84% das empresas utilizam informações reais de seus clientes durante o desenvolvimento e teste de software, sendo que 70% utilizam dados de consumidores e 51% usam informações de crédito, débito e outros dados de pagamentos. “É alarmante. As empresas primeiro usam dados ficticios e depois começam a usar informações representativas e reais. A grande maioria das empresas faz uma cópia dos dados de produção para o ambiente de testes”, admite Luis Curioso, diretor técnico da Informatica Corp. para América Latina.

Pior, cerca de 75% dos entrevistados não têm certeza se suas empresas seriam capazes de detectar roubo ou perda acidental de informações usadas nestes desenvolvimentos ou testes. “É grave porque não existe uma política ou um processo formal de geração de bases de dados para testes. Criar endereços parecidos ou números próximos dos dados reais deveria ser normal e não é”, conclui Luis Curioso.

quem usou a minha informação?

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>internet

As construtoras já tem uma história representativa de uso da web e das redes sociais para “atingir” seus consumidores. Mas agora a Gafisa criou para o

Facebook uma ação conceitual na qual seus “seguidores” podem auxiliar na montagem de um de seus empreendimentos, dentro do que ela chama de “edifício colaborativo”. No entanto, a colaboração parece ser mais um mote de marketing.

“O que tanto a Gafisa como a Tecnisa fazem é uma pesquisa com os consumidores. O pessoal de marketing é muito criativo ao usar o conceito de ‘edifício inteligente’ ou ‘edifício colaborativo’. Eles estão fazendo apenas uma forma de interação pelas redes sociais, algo que pode até ser chamado de colaborativo, embora também não o seja no aspecto da construção. O que eles querem mesmo é identificar tendências de mercado e personalizar empreendimentos para seus compradores”, garante Leonardo Manzione, diretor da Coordenar, consultoria de gerenciamento de design e de projetos em BIM (Building Information Modeling), engenheiro civil e professor de MBA do Mackenzie.

Recentemente Manzione trouxe ao Brasil dois dos “papas” de BIM, modelo digital que se baseia em linguagem de

objetos para a montagem realmente inteligente de uma construção (veja mais no Box: BIM em detalhes). E, como ele apontou, nem mesmo o aspecto de colaboração é efetivo, já que os internautas presentes no Facebook apenas sugerem e não influem em um empreendimento que está montado por eles. “Seria colaboração real se envolvesse diferentes especialistas no processo do projeto. Eles estão vendendo um conceito e podem querer que seus produtos fiquem melhores, e esse pode ser um aspecto positivo, mas não é colaborativo nem mesmo inteligente”, sinaliza.

Todo poder ao FacebookPosto isto, resta entender não

apenas a missão dos projetos das construtoras nas redes sociais, suas abordagens e investimentos. Antes mesmo da Gafisa, a Tecnisa investiu, em fevereiro, em uma página de relacionamento no Facebook, na qual o comprador pode fazer consultas, tirar dúvidas, enviar sugestões e, sobretudo, comprar um empreendimento.

“Definitivamente o Facebook é uma tendência cada vez mais presente no dia a dia das empresas, que perceberam que os usuários utilizam o canal para muito mais do que, apenas, se relacionar. A partir de agora, ele também poderá até adquirir um imóvel. Tal ferramenta vai ao encontro da nossa estratégia, que nos últimos anos focou nas mídias sociais como forma de gerar novos negócios”, explica o diretor de ambientes digitais e relacionamento com o cliente da Tecnisa, Romeo Busarello.

Em desenvolvimento desde o final do ano passado, em parceria com a empresa Célula Ideias, especializada na criação de ações via Facebook, o perfil da Tecnisa no site de relacionamento começa a se transformar em um canal independente de vendas. Através dele, o cliente da incorporadora poderá ter acesso a todas as informações dos empreendimentos, receber atualizações e obter notícias de lançamento. Com a possibilidade do cliente

A estratégia de grandes construtoras de condomínios residenciais reside nas redes sociais e chega a criar algumas confusões, especialmente conceituais, quando se pensa em edifícios ou prédios colaborativos

CLAUdIO FERREIRA

Construção a várias mãos

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filtrar as informações que quer receber através da ferramenta “curtir” e “curtir (desfazer)” do Facebook.

No lançamento da nova ferramenta, dois empreendimentos ficaram disponíveis para consultas, ambos na capital paulista. E logo depois todo o portifólio de produtos foi colocado a disposição dos internautas-prospects. No Facebook, a empresa pretende desenvolver não apenas ações comerciais, mas fazer da ferramenta um canal principal de sua estratégia social e de relacionamento. Tanto é verdade que todos os canais online da empresa, como blog, Tecnisa Ideias e mesmo o site institucional, ganharam páginas na rede social por meio da ferramenta Facebook Connect. “Definitivamente, 2011 será o ano do Facebook, e para a Tecnisa não será diferente”, complementa Romeo Busarello.

Colaborativo ou não?Os resultados da primeira fase do

projeto “Edifício Colaborativo”, da Gafisa, apontou para mais de mil sugestões dos seguidores da página da empresa no Facebook, para aquele que é, de acordo com a construtora, o primeiro empreendimento imobiliário do Brasil que terá a participação do consumidor.

Seria divulgado ainda o nome do consumidor que enviou a sugestão do nome do prédio que será construído pela Gafisa, bem como o shortlist com as 10 sugestões mais votadas. Para a segunda fase da campanha, a agência digital responsável pelo projeto, a Giovanni+Draftfcb, pretende estimular ainda mais a participação do consumidor

com várias ações: anúncios em revistas de circulação nacional, campanha on-line e ação exclusiva com blogueiros. Além de 24 programetes veiculados no Discovery Channel.

As ideias serão avaliadas a partir de setembro para que se transformem em possibilidades do projeto, como formato da piscina, atividades para a área de lazer, tipos de planta para o jardim e sugestões sustentáveis, como o reaproveitamento da água da chuva.

A surpresa é que a motivação para a participação dos internautas participassem não partiu da promessa de prêmios e sim da possibilidade de que suas ideias entrassem em prática.

“O conceito é voltado para trazer ao prédio o que for relevante para os

consumidores. Estamos presentes a um bom tempo no Facebook e é uma tendência utilizar o canal digital para avançar em ideias colaborativas”, garante Débora Rapoport, gerente de marketing institucional da Gafisa. A gênese do investimento, como ela lembra, partiu da equipe da Giovanni+Draftfcb. “Somos um dos primeiros a pensar a marca nas redes sociais já há 4 anos e, quando fizemos o planejamento para este ano surgiu a ideia”, relembra.

Exemplos e possibilidadesComo pesquisa de mercado ela cita o

estudo de caso do Starbucks, conhecida rede de cafeterias, que buscou personalizar blends e sabores de seus cafés em ações pelas redes sociais. E ainda o do Fiat 1000. “Essa troca leva a respostas que podem até ser simples, mas são eficientes e levam a marca ou o produto a outros níveis”, garante.

O desdobramento do projeto é por meio da sua construção. No entanto, o prazo para que ele termine de ser construído ainda é uma incógnita. “Isso vai depender das ideias e do impacto de tempo e custo da construção. Queremos de fato implementar o que será gerado”, pondera Débora.

Colaborativo na melhor tradução da palavra ou como experiência de marketing, o certo é que o projeto pode abrir novos caminhos para o uso das redes sociais e para a interação entre marcas e produtos com internautas-consumidores, aproximando a criação e concepção de produtos daquilo que o mercado deseja.

O BIM ou Building Information Modeling, como aponta Leonardo Manzione, diretor da consultoria Coordenar, é uma forma de modeling ou

modelagem digital de um edifício, que permite, por exemplo, o uso de 3D na sua visualização, porém, mais que isto. Ao se basear na linguagem voltada para objetos, no qual cada um deles representa uma entidade passível de alteração, cada item tem uma espécie de RG, permitindo que se localize e saiba exatamente o que e aonde vai cada peça de uma construção.

“O BIM não é uma ferramenta de projeto mas uma ferramenta de ciclo de vida, desde a hora que o projeto é desenhado até o final, passando pela diversas fases. É um modelo digital que cria um banco de dados”, garante Manzione. Criado há 40 anos por Charles Eastman, hoje professor e pesquisador das áreas de BIM, modelagem sólida e paramétrica, bases de dados para engenharia e interoperabilidade no Instituto de Tecnologia da Georgia, em Atlanta, Estados Unidos, o modelo

ainda não “pegou” no Brasil.Segundo Manzione, apenas duas empresas estão

usando o BIM, a Gafisa e a Matec. “A Gafisa faz um uso intenso e profissional, mesmo que no estágio inicial. Já a Matec, em São Paulo, faz de shoppings a supermercados com o modelo. É algo bem mais crítico no uso. E a forma de atuação deles é fazer a construção como um todo e entregar a chave na mão do cliente”, aponta.

No mundo, ele cita Israel, país no qual garotos de 18 anos entram na faculdade e já começam a aprender BIM. “Aqui no Brasil ainda se discute a sua aplicação nas faculdades, e quando é ensinado em cursos é algo incipiente ainda”, critica. Mesmo assim ele é otimista. “Estamos no príncipio da curva de evolução. Temos que seguir os Estados Unidos, que definiram que até 2015 todos os projetos utilizem o BIM”, aponta. Até o ano que vem ele projeta a edição de um livro com a sua tese de doutorado sobre o tema no país.

bim em detalhes

10 anos de açõesNa Tecnisa, a internet é

ferramenta importante desde 2001, quando foi iniciada uma estratégia focada em vendas

Em 2006, a construtora lançou o primeiro blog corporativo do

mercado imobiliário

dois anos depois, a construtora se tornou a primeira empresa a

concluir a venda de um apartamento pelo Twitter e a realizar vendas de um

empreendimento com contato iniciado pelo aplicativo

para iPhone

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Com o lançamento do Google+, projeto que, de acordo com a gigante da web, seria uma nova proposição de rede social, as

corporações e agências digitais começam a avaliar suas estratégias de atuação nas redes sociais, utilizando a nova ferramenta. Segundo o gerente de produto de Google+, Christian Oestlien: “a plataforma no momento não é construída para business, mas queremos ajudar as empresas a construir relacionamentos de longo prazo com os clientes”, comenta o executivo.

Segundo ele, a versão inicial do Google+ para empresas é esperada para os próximos meses, com perfis de empresas e marcas. Esse será o resultado de testes feitos com empresas que já se inscreveram e

enviaram e-mails ao Google pedindo para testar a criação de seus perfis de negócios na rede. “São tantos os candidatos qualificados que manifestaram interesse em ter perfis de negócios que encaramos isso como prioridade”, revela, ao dizer que, enquanto a empresa não disponibiliza a versão para empresas, a equipe pede para as organizações não criarem perfis de negócios na rede Google+ usando perfis regulares.

E qual a expectativa do mercado? “Tenho sentimentos paradoxais. Acho que é uma baita iniciativa, que traz boas perspectivas. Tivemos o Orkut, que é deles e é uma plataforma de experimentação que tem muito sucesso no Brasil. O Google+ vai além do Facebook ao oferecer novas abordagens. Mas sou um pouco cético porque o Google investiu em melhorias no Orkut e não sei se eles

o lançamento do projeto do gigante google, que se propõe a ser algo mais que uma mera rede social, pode ser um divisor de águas para a utilização da web e das mídias sociais, inclusive no ambiente empresarial

ferramenta corporativagoogle+ e a rede social como

“As formas de utilização das

redes sociais são complementares atualmente, seja orkut, Facebook

ou mesmo twitter. Pode ser que ele mude a forma de relacionamento e

mesmo compra de mídias”

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vão e como vão migrar a grande base de brasileiros do Orkut para o Google+”, aponta Paulo Sanna, vice-presidente de criação da Wunderman, braço digital do Grupo Newconn.

O executivo lembra ainda que a discussão sobre o trabalho das corporações e suas marcas, já presente no Orkut e no Facebook, ainda não faz parte do Google+, apesar dos avanços junto aos internautas como a grande segmentação de relacionamentos proposta pelo projeto. E faz um alerta: “não sei se o mercado brasileiro comporta três redes sociais de peso”. Vide o fracasso recente do MySpace, sepultado no mundo pelo Facebook.

Mais otimista, Max Petrucci, sócio fundador da agência digital Garage Interactive Marketing, acredita que o Google+ pode mudar a dinâmica das redes sociais no mundo e mesmo no Brasil. “As formas de utilização das redes sociais são complementares atualmente, seja Orkut, Facebook ou mesmo Twitter. Pode ser que ele mude a forma de relacionamento e mesmo compra de mídias”, projeta.

O desafio no Brasil, como Sanna colocou e Petrucci enfatiza, é mesmo o da migração que a gigante precisa fazer em algum momento dos usuários do Orkut para o Google+. “Não será um processo fácil. Nosso país é muito suscetível ao uso das redes sociais e o Orkut, por acaso, criou um padrão para muita gente. É certo que hoje ele é para iniciantes enquanto o Facebook é para quem tem mais experiência com a ferramenta de redes sociais, mas ele ainda tem uma penetração muito alta por aqui. E o próprio Google+ é para os “heavy users””, argumenta o executivo da Garage.

Impacto no mercadoDiretamente na relação de

investimento em mídia e propaganda, o Google+ pode ser um aríete a “quebrar” algumas barreiras que ainda existem. Em especial o ainda baixo investimento em canais digitais com os anunciantes privilegiando a publicidade televisiva, por exemplo. “Usamos ainda muito pouco os sites e mesmo os blogs. A compra de espaço e a montagem de campanhas ainda são orientadas a anúncios tradicionais”, admite Petrucci.

Vivemos uma espécie de “efeito Rede Globo”, no qual a mesma concentração de anunciantes e verbas na “gigante do Jardim Botânico” atua como um muro para que a mídia digital avance. E isso inclui a publicidade virtual, onde os investimentos estão concentrados nos grandes portais. E as agências tradicionais parecem acomodadas com a situação. A Globo coloca metas e rebates e todos ficam contentes em ter esse retorno. O anúncio tradicional vira banner e

pronto, em muitos casos.A estimativa para o Brasil, de acordo

com a IAB, é que ao final de 2011 o investimento em mídia digital será de R$ 3,04 bilhões, ou 10% do bolo publicitário local. E praticamente metade desse total é em displays (banners, vídeos, selos de patrocínio, entre outros formatos), com um crescimento de 25% em relação a 2010. Já o restante é em links patrocinados e outros formatos. No entanto, a fatia ainda é pequena. Nos Estados Unidos 30% do bolo já é digital.

As redes sociais e o Google+ podem ser um caminho para explorar o potencial e mesmo o gap entre o Brasil e os países mais desenvolvidos quando se fala em propaganda e em marketing digital. “A capacidade do Google gerar tráfego para qualquer

coisa é algo que deve ser ressaltado. O potencial é maior que o do Facebook”, compara Sanna.

A capacidade de “agregação” do Google é, como lembra Petrucci, semelhante a da Microsoft, empresa na qual ele trabalhou no projeto do MSN. “Essa “colagem” traz muito sucesso. É algo como o Office, a Microsoft não tinha o melhor processador de texto, por exemplo, mas o conjunto faz com que a empresa ganhe espaço. O Google tem potencial para fazer algo grande agora com o Google+”, argumenta.

Para Sanna, outro componente que não pode ser esquecido nessa análise é a capacidade de investimento em inovação do Google. “Eles vão evoluir muito com o “plus”, como produto e integração com as demais ferramentas. Acredito que ele pode ultrapassar o Facebook. O que ainda causa dúvidas é realmente como migrar a base do Orkut”, insiste o executivo da Wunderman.

Corps e as redesA abordagem das redes sociais

pré Google+ pode mudar. Afinal, como aponta Sanna, apenas três em cada dez empresas possuem uma visão

estratégica da utilização do canal das mídias digitais. “As corporações mais evoluídas sãos as que possuem marcas de prestação de serviços e que tem o controle de sua transação. São as que tem mais exposição negativa nas redes sociais. As marcas mais dependentes de tevê ainda estão utilizando o canal de forma tática e no curto prazo”, analisa.

O certo é que as empresas locais estão muito mais devagar do que os usuários. O baixo investimento é visto como puro desconhecimento das redes sociais e mesmo falta de prioridade ou ainda em vício nas mídias de massa. “Quem pode mudar isso é o Google, o Facebook e mesmo a Microsoft”, enumera Petrucci.

“A capacidade do google gerar tráfego para qualquer coisa é algo que deve ser ressaltado. o potencial é maior que o do Facebook”PAULO SANNA, dA WUNdERMAN

as redes sociais e o google+ podem ser um caminho para explorar o potencial e mesmo o gap entre o brasil e os países mais desenvolvidos quando se fala em propaganda e em marketing digital

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3 4 t I I n s I d e | A g o s t o d e 2 0 1 1

>internetO executivo da Garage aponta

que muitos contemporâneos dele o perguntam sobre como usar as redes sociais. “De um ano para cá esse contato e o questionamento aumentou muito. O problema é que ainda é algo superficial, se acaba contratando alguém “super jr” ou diretamente uma agência externa, sem montar uma estratégia ou mesmo arriscar um pouco. O componente de inovação praticamente inexiste, apesar de as grandes audiências já estejam nas redes sociais”, resume.

Cenário em evoluçãoO mercado brasileiro é

considerado conservador na forma como visualiza as redes sociais. Apesar das dezenas de casos interessantes de uso das redes sociais, o número ainda é considerado baixo. E quando surge algo inovador é preciso ressaltar a iniciativa, como no caso da campanha “Para Doar é só Falar”, da Novartis e a ABTO (Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos). Nela, a empresa

farmacêutica fortalece sua marca de forma subliminar. (Veja mais no Box: Rede social mesmo).

“Não existem fórmulas prontas e é complicado fazer ações relevantes, mas é preciso inovar e buscar algo que mexa com o DNA do produto ou da marca. Temos que fortalecer as “verdades”, como falamos”, garante

Petrucci, que a frente da Garage fez a campanha da Novartis e também do Skol Beats, entre outras.

Sanna, da Wunderman, aponta que existem clientes que investem de forma mais estratégica, com diferentes abordagens de acordo com o canal, seja ele tradicional ou mesmo digital. Evoluindo na web do display-banner a search e passando por sites – da marca, institucional, para parceiros etc – até as redes sociais.

“As redes abriram uma perspectiva de diálogo muito maior entre corporações e consumidores que vai evoluir com a presença de smartphones. Buscamos explorar todas essas possibilidades. O consumidor continua com os mesmos desejos de anos atrás, o que mudou é a forma como ele

exterioriza”, completa.O executivo da Wunderman é

otimista quanto aos próximos anos, assim como Petrucci. “A dinâmica do mercado brasileiro vai mudar. Acho que em 3 ou 5 anos, no máximo, apenas o add-works deve chegar aos 25% do mercado publicitário e a mídia digital pode bater os 40% e ser o maior canal. As ações digitais passarão a ser prioritárias e iniciais”, finaliza Sanna.

ClauDIO FERREIRa

Com a campanha “Para Doar é só Falar”, a Novartis e a ABTO (Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos) tinham como meta comunicar a

população doadora (principalmente os jovens) que doar órgãos é simples e não tem burocracia, partindo do princípio que para ser um doador basta avisar amigos e familiares e não mais, como era necessário antes, que a inscrição estivesse no RG.

A solução encontrada, com o apoio da agência digital Garage Interactive Marketing, foi buscar as redes sociais para atingir o público-alvo. Para envolvê-los se investiu em um concurso cultural interativo chamado “Para Doar é só Falar”. O mecanismo utilizado, tendo como âncora uma página no Facebook, foi incentivar a montagem de vídeos sobre o tema que concorreram a prêmios através de uma votação popular e de um comitê especializado.

Na página do Facebook foram criados ainda diversos mecanismos para que as pessoas pudessem se

declarar doadoras para toda sua lista de amigos da rede social. Com conteúdo sobre

o tema: informações completas sobre doação no site, falando do concurso de vídeos e ainda com a

possibilidade de ver os vídeos postados.

Interatividade: promovendo a participação desta “corrente do bem” enviando meu vídeo. Sociabilização: compartilhando com os amigos a produção do vídeo sobre o tema. E incentivos: concorrendo a prêmios e recebendo reconhecimento.

Desta forma, a ação buscou contornar o desconforto que existe ao falar sobre o tema doação de órgãos por meio de uma abordagem que alcançou receptividade entre os mais diversos públicos. E, ao trazer o tema para um concurso cultural e tornar o assunto lúdico e acessível a todos, fez com que as pessoas se envolvessem com a ação, absorvendo e replicando a informação.

Na web, foram engajados ainda 50 blogueiros e vlogueiros – com 600 mil pessoas impactadas – em conjunto com ações no chamado “mundo real”, como 12 palestras sobre a campanha em diversas faculdades pelo Brasil, com mais de 750 alunos impactados. Envio de material gráfico (pen drive, informativo, cartaz, mica e caderno) para 40 faculdades pelo Brasil. Distribuição de material gráfico em 9 lojas Fnac e e-commerce. E ainda uma campanha mista, de mídia online no MSN e Jovem Pan associada a spots na rádio Jovem FM.

No total, foram criados 153 vídeos, com mais de 300 mil votos computados e 195 mil visitas no site, sendo 88% visitantes únicos. Resultando em mais de 320 mil participações na ação e 2,3 milhões de views nos vídeos, com mais de 127 milhões de impressões e 269 mil cliques das peças de mídia.

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o baixo investimento é visto como puro desconhecimento das redes sociais e mesmo falta de prioridade ou como em vício nas mídias de massa

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