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Ano 6 | nº 56 | abril de 2010 www.tiinside.com.br SaaS e Cloud Computing arrancam na competição das ofertas TIC DUPLA EFICIENTE Executiva da SAP explica planos da companhia Setor de cartões se prepara para competição E-commerce atrai pequenos varejistas

Revista TI Inside - 56 - Abril de 2010

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Revista TI Inside - 56 - Abril de 2010

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Ano 6 | nº 56 | abril de 2010 www.tiinside.com.br

SaaS e Cloud Computing arrancam na competição das ofertas TIC

duplaefICIenTe

executiva da Sap explica planos da companhia

Setor de cartões se prepara para competição

e-commerce atrai pequenos varejistas

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A b r i l d e 2 0 1 0 | T i i n s i d e 3

>editorial

Instituto Verificador de Circulação

Presidente Rubens Glasberg Diretores Editoriais André Mermelstein Claudiney Santos Samuel Possebon Diretor Comercial Manoel Fernandez Diretor Financeiro Otavio Jardanovski

EditorClaudiney Santos

RedaçãoJackeline Carvalho

(Comunicação Interativa)

ColaboradoresAlexandro Cruz, Claudio Ferreira e Fausto Fernandes

TI Inside OnlineErivelto Tadeu (Editor)

Pedro Canário (Repórter) Victor Hugo Alves (Repórter)

ArteEdmur Cason (Direção de Arte); Débora Harue Torigoe

(Assistente); Rubens Jardim (Produção Gráfica); Geraldo José Nogueira (Edit. Eletrônica);

Alexandre Barros e Bárbara Cason (colaboradores)

Departamento ComercialManoel Fernandez (Diretor)

e Francisco Cesar Jannuzzi (Gerente de Negócios); Marco Godoi (Gerente de Negócios Online)

e Ivaneti Longo (Assistente)

Gerente de Circulação Gislaine Gaspar

Gerente de Marketing Patricia Soderi

Gerente AdministrativaVilma Pereira

TI Inside é uma publicação mensal da Converge Comunicações - Rua Sergipe, 401, Conj. 603,

CEP 01243-001. Telefone: (11) 3138-4600 e Fax: (11) 3257-5910. São Paulo, SP.

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Centro Empresarial Liberty Mall - CEP: 70712-903 - Fone/Fax: (61) 3327-3755 - Brasília, DF.

Jornalista ResponsávelRubens Glasberg (MT 8.965)

ImpressãoIpsis Gráfica e Editora S.A.

Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias publicadas nesta revista, sem autorização

da Glasberg A.C.R. S/A

CENTRAL DE ASSINATURAS 0800 014 5022 das 9 às 19 horas de segunda a sexta-feira

Internet www.tiinside.com.brE-mail [email protected]

REDAÇÃO (11) 3138-4600E-mail [email protected]

PUBLICIDADE (11) 3214-3747E-mail [email protected]

Ano 6 | nº 56 |abr de 2010 | www.tiinside.com.br

uma dobradinha imbatível

>sumário

A dobradinha Software como Serviço (SaaS) e Cloud Computing (computação em nuvem) forma um mercado promissor que ainda tem um longo

caminho até a maturidade. Mas isso não é necessariamente uma má notícia, se observarmos a velocidade de tráfego neste setor, movido pelo grande argumento do “pague pelo que usar”.

Mesmo ainda suscitando muitas dúvidas dos usuários corporativos, leia-se CIOs, e resistências de grandes fornecedores que terão de mudar seu modo de auferir receitas, o Gartner estima que as vendas de aplicativos em nuvem crescerão 46% este ano. Só no segmento de ofertas de soluções de atendimento a clientes (CRM) a previsão é de receitas da ordem de U$ 3,2 bilhões entre 2009 e 2010, quase o dobro do que foi auferido em 2008 (US$ 1,7 bilhão).

As grandes empresas de software resistiram, mas aos poucos estão oferecendo partes de suas soluções como serviço, como a IBM-Lotus, Microsoft e até mesmo a SAP, que repudiou o modelo no começo. Além de ser um modo de atender à demanda latente, a oferta de SaaS tem se mostrado um movimento para as empresas se protegerem contra novos players como SalesForce.Com e Google, que já nasceram no modelo internet, sem qualquer legado.

Por outro lado, a mega oferta de processamento e armazenagem de

dados em “cloud data centers”, possibilitam preços baixo sem qualquer necessidade de investimentos em infraestutura e custosas equipes técnicas. O que inibe adesão das corporações em colocar suas aplicações nesse novo modelo é segurança e a comunicação banda larga. Mas essas são questões que devem ser resolvidas em breve, pois todas as aplicações caminham para as nuvens.

O modelo encontra, no Brasil, o cenário ideal para expansão. Basta observar a Microsoft, que anunciou aqui, depois de testes com várias empresas, a venda ou o aluguel do Windows e de sistemas de colaboração utilizando a sua própria nuvem. Especialmente as pequena e médias empresas, que contam com escassos recursos financeiros e de mão de obra, devem ser atraídas pela oferta do software como serviço. Principalmente, se levadas pelo estímulo dos grandes players tecnológicos que precisam apresentar desenvoltura neste ambiente.

Também nesta edição, apresentamos os vencedores do Prêmio Converge de Inovação Digital, um reconhecimento aos casos de sucesso, campanhas publicitárias e iniciativas relevantes dentro do conceito Web 2.0.

Boa leitura!

Claudiney SantosDiretor/editor

[email protected]

Capa: EDITORIA DE ARTE/CONVERGE

newS 4 OportunidadeBrasil pode se tornar polo de cloud computing, segundo o Gartner

6 ReinvençãoIntel quer crescer no segmento corporativo

InfRaeSTRuTuRa 8 Cidade administrativaGoverno de Minas revoluciona serviços TIC

10 EntrevistaExecutivo da HDS tece elogios ao Brasil e aponta rumos do storage

GeSTÃO fISCal26 RestituiçãoProjeto prevê devolução de imposto pago na compra de bens e serviços

MeRCadO30 ExpansãoSetor de cartões de crédito se abre para a concorrência

34 O que será da Sap?Vice-presidente da operação Brasil fala sobre as mudanças globais e diz que projeto para o país está mantido

36 MigraçãoEmpresas que retardaram investimentos no Vista partem para o Windows 7

web 2.038 DesafioApesar de reconhecerem os benefícios da web 2.0, empresas no Brasil demoram a aderir

41 prêmio InovaçãoCasos de sucesso e campanhas bem-sucedidas na internet do relacionamento

InTeRneT44 Novos playersPequenos e médios varejistas se dão bem no e-commerce

TeCnOlOGIa12 CapaCloud computing alavanca oferta e demanda por software como serviço

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>news

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Gartner: brasil pode se tornar polo de cloud computingestabilidade da economia brasileira, que na visão da consultoria, se recuperou da crise mais rapidamente que os eUA e a europa, deve despertar o interesse na oferta de serviços em nuvem específicos

CeO e presidente da empresa, david deWalt, reforça que País conta com grandes oportunidades para crescer, principalmente pela rápida adoção das novidades tecnológicas e a consolidação da infraestrutura de serviços em banda larga

alvo da Mcafee

O bom momento da economia, o nível de qualificação e o baixo custo da mão de obra devem atrair

fornecedores de serviços de cloud computing para o Brasil e transformá-lo num polo regional e até mesmo mundial. A avaliação é do vice-presidente administrativo do Gartner, Daryl Plummer, ao dizer que o desempenho do país durante a crise financeira mundial e a maneira como emergiu desse cenário podem credenciá-lo a ser o destino dos investimentos dos provedores mundiais de serviços de computação em nuvem.

De acordo com o analista, a estabilidade da economia brasileira, que, ao seu ver, se recuperou da crise mais rapidamente que os Estados Unidos e a Europa, deve despertar o interesse na oferta de serviços em nuvem específicos. Além disso, ele observa que é

um país com mão de obra emergente. “Temos verificado um interesse crescente por cloud computing na região. Se você é um provedor de TI, o Brasil é bastante atrativo e poderá vir a se posicionar como um ponto de entrega de recursos computacionais”, avalia Plummer.

Não é à toa, segundo ele, que gigantes desse setor, como a Salesforce, Amazon e Google, têm olhado com atenção para o País como próximo destino de seus data centers. Essas companhias, segundo o analista, já têm suas infraestruturas na América do Norte, Europa e Ásia, e o mais provável é que agora direcionem seus investimentos para a América do Sul, o que certamente incluirá o Brasil. Na opinião de Plummer, as oportunidades não devem se limitar aos provedores estrangeiros, mas também é um bom momento para empresas nacionais que queiram explorar esse mercado.

Ao ser questionado se não haveria uma preferência das companhias americanas e européias pela contratação de provedores de serviços de TI indianos, Plummer admite que essa ainda é a realidade, mas prevê que isso não deve perdurar por muito tempo. “As empresas podem não querer ter seus dados ou serviços em outros países. Além disso, a Índia está em posição de declínio no mercado, em razão do aumento dos custos da mão de obra”, observa ele.

“desempenho do país durante a

crise financeira mundial e a

maneira como emergiu desse cenário podem credenciá-lo a

ser o destino dos investimentos

dos provedores mundiais de serviços de

computação em nuvem”

daRyl pluMMeR, dO GaRTneR

O Brasil é um dos principais mercados da McAfee, juntamente com os demais países do

chamado Bric (que além do Brasil engloba Rússia, Índia e China), e portanto deve receber uma boa parcela dos investimentos

que a empresa pretende realizar neste ano, conforme informou o CEO e presidente da empresa, David DeWalt, que recentemente visitou o país.

O executivo destacou que a McAfee conta com grandes oportunidades para crescer, geradas pela expansão do uso de tecnologia no mercado brasileiro e outros países emergentes. “O Brasil é um dos países mais importantes para nós, principalmente pela rápida

adoção das novidades tecnológicas e a consolidação da infraestrutura de serviços em banda larga”, afirmou DeWalt.

A avaliação do executivo é que segurança é fundamental para qualquer segmento que dependa de tecnologia como, por exemplo, eletrônicos com acesso à internet, dispositivos móveis, carros, aviões, enfim, tudo que envolve o cotidiano das pessoas.

A fabricante de software de segurança considera o Brasil um mercado relevante também em razão de ter a maior taxa mundial de computadores infectados (zumbis) e estar em primeiro lugar em número de ataques a contas bancárias na web. “A popularização das redes sociais se configura em outro mercado em potencial”, analisou DeWalt.

De acordo com o executivo, a meta da McAfee é dobrar de tamanho no prazo de três anos. “Entre nossas principais estratégias estão a aquisição de mais empresas para nos expandirmos organicamente – ou seja, ampliar o patrimônio físico e humano – e para crescer em volume de negócios, além de aumentar nossas parcerias com provedores de telecomunicações, provedores de internet e canais de distribuição”, salientou DeWalt.

No período de 2006 a 2009, a McAfee incorporou 11 empresas, todas dedicadas a soluções de segurança. “Entre 2008 e 2009, foram gastos mais de US$ 2 bilhões destinados a desenvolvimento de tecnologia e às aquisições”, completou.

Na América Latina, a receita da McAfee cresceu 20% em 2009. O Brasil foi o país no qual ela obteve a maior taxa de crescimento global. A receita global da companhia totalizou US$ 1,9 bilhão no ano fiscal de 2009.

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MaIOR Taxa de CReSCIMenTO

GlObal

eRIvelTO Tadeu

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2010 American Power Conversion Corporation. Todas as marcas são de propriedade da Schneider Electric Industries S.A.S, American Power Conversion Corporation ou de suas empresas afiliadas. E-mail: [email protected] - Al. Xingu, 850 - Barueri - São Paulo/SP – 06455-030 - www.apc.com/br

Ah claro, eles querem um outro servidor…

O Efficient Enterprise permite uma refrigeração previsível e reduz as despesas operacionais considerando:

Refrigeração acoplada à fonte de calorNossa inovadora arquitetura InRow permite uma refrigeração mais eficiente e precisa porque reduz a distância entre o pontode geração e remoção de calor.

Contenção de calorO sistema de contenção de calor da APC reduz os pontos decalor evitando a mistura de ar quente da carga com o ar frioda sala.

Gerenciamento da capacidadeO software de gerenciamento da capacidade inteligente eintegrado fornece dados em tempo real em suas demandas de energia e refrigeração.

Componentes eficientes e dimensionados corretamenteBeneficie-se da eficiência energética dimen-sionando corretamente sua infraestrutura,investindo somente no que você precisa. Os no-breaks Symmetra PX da APC oferecemalta disponibilidade para sistemas de diversas potências, são modulares, ocupam uma área compacta, e são fáceis e rápidos de instalar.Graças à baixa distorção de corrente deentrada, os cabos elétricos não precisam ser super dimensionados, resultando emeconomias consideráveis.

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...instalado amanhã,

...em um rack sem espaço,

...sem saber se há capacidade de energia e refrigeração.

Distribuição de energia em CA ou CC? Qual método é mais eficiente? Qual o mais indicado para os data centers atuais? O White Paper # 127 da APC “Comparação quantitativa de sistemas de distribuição de energia CA vs CC de alta eficiência para data centers” traz um comparativo entre esses dois métodos de distribuição, além de uma análise dos efeitos da eficiência da distribuição de energia para data centers.Faça já o download acessando www.apc.com/promo e digitando o código 41184B.

Quando se gerencia uma instalação por inteiro, há muito com o que se preocupar: segurança, iluminação, refrigeração, HVAC (Heating, Ventilating, and Air Conditioning). E todos esses itens são dinâmicos e necessitam de energia – especialmente o data center. Todos sabemos que o alto consumo da energia elétrica de um data center pode limitar o crescimento das empresas não apenas no que se refere aos ativos de TI, mas também ao seu fornecimento para outras dependências da instalação. Como implementar data centers de maneira rápida e fácil? Como garantir a total disponibilidade do ambiente? Existe uma formade reduzir seu atual consumo de energia?

Com o Efficient Enterprise™ da APC, você consegue tudo isso com resultados imediatos e mensuráveis.

A solução da APC oferece modularidade e escalabilidade para que você pague apenas o que utiliza; gerenciamento da capacidade para que você saiba onde colocar seu próximo servidor e sistemas dedicados de contenção de calor e dispostos em racks que melhoram a previsibilidade térmica e de refrigeração. O Efficient Enterprise™ permite que você economize recursos através da eliminação previamente planejada do desperdício. Por exemplo, apenas pelo fato de trocar o sistema de refrigeração (de sala para racks), você economizará, em média, 35% do seu custo de eletricidade.

Use sua energia de maneira inteligente.

Com o Efficient Enterprise™, você efetivamente irá eliminar incidentes de energia e pontos de calor, sendo mais ágil em atender às demandas de TI. Melhor ainda, você poderá evitar (ou pelo menos adiar) a construção de um novo data center porque suas instalações ocuparão um espaço mínimo. No final, tudo se resume a isso: você precisa ser o mais inteligente possível com sua energia. O que você precisa é do Efficient Enterprise™.

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Relaxe, você pode fazer tudo isso com o Efficient Enterprise™.

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>news

Intel quer crescer no segmento corporativo

Apoiada na projeção de crescimento de 30% nos investimentos das empresas em infraestrutura de TI

neste ano no Brasil, a Intel renovou todo o seu portfólio de produtos, principalmente de processadores para servidores, apostando num forte aumento das vendas. A estratégia da empresa é aproveitar o avanço do cloud computing, que culminará na expansão de data centers e de servidores e, por consequência, da demanda por chips.

O diretor de marketing da Intel do Brasil, Cassio Tiete, conta que os gastos das empresas com infraestrutura de TI foram reduzidos em decorrência da crise e recuaram cerca de 23% no ano passado, em razão principalmente dos projetos postergados.

A avaliação do executivo, entretanto, é que entre este ano e 2011 os projetos

Fabricante renova portifólio principalmente de processadores para servidores, apostando num forte aumento das vendas

serão retomados, envolvendo tanto a renovação do parques de PCs quanto de servidores. “Essa demanda exponencial de dados, puxada pelo cloud computing, representa um grande potencial para o mercado de servidores. Nossa estratégia será baseada nessa tendência”, disse.

Para ilustrar, Tiete diz que enquanto no mundo a proporção de servidores é de um para cada 20 PCs, no Brasil esta relação é de apenas de um para cada cem PCs.

O diretor para o segmento corporativo da Intel do Brasil, Mauricio Ruiz, diz, com base em dados da IDC, que o mercado de servidores deve retomar o crescimento neste ano, após dois anos consecutivos de queda, e registrar crescimento de 15% a 20% na comparação com 2009.

“Em geral, as empresas trocam de servidor a cada cinco anos e diversas

Profissional com mais de 40 anos de experiência nos mercados financeiros e de tecnologia passa a liderar consultoria especializada em Governança de TI, Elio Boccia,

que já atuou como CIO do Unibanco e como Diretor de Desenvolvimento de Negócios da IBM, pretende reforçar as alianças e parcerias da empresa, além de ampliar a presença da Kalendae nas regiões Sul e Nordeste.

A Kalendae, consultoria brasileira especializada em gerenciamento de serviços de TI, é a representante exclusiva, no Brasil, da Fox IT, uma das maiores empresas européias na área de Best Practices de TI. A Fox IT tem sede na Inglaterra e é a maior empresa européia na área de serviços de consultoria em Governança de TI.

elio boccia assume Kalendae

delas ainda contam com servidores em seus data centers com tecnologia de 2005. Essa troca de parque poderia ter começado a ocorrer no ano passado, mas esse movimento foi postergado por causa da crise e tem tudo para ser retomado neste ano”, acredita Ruiz.

Os chips lançados pela Intel para esse segmento são os da família Xeon, das séries 5600, 6500 e 7500. Ele cita como diferencial dos produtos em relação a linha anterior, o aumento de desempenho e a redução no consumo de energia elétrica. Os chips são fornecidos também com várias funcionalidades de virtualização, sendo que a Intel já firmou parcerias com integradoras como VMware e Citrix.

Já para o segmento de PCs para o mercado corporativo, a empresa lançou os chips iCore 5 vPro e o iCore 7 vPro. A estimativa da Intel é que as vendas de PCs corporativos cresçam 30% neste ano.

De acordo com Ruiz, este primeiro trimestre tem registrado um bom volume de vendas para o segmento corporativo. “O mercado esteve bastante aquecido e as vendas foram muito superiores às obtidas no mesmo período do ano passado”, conclui.

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À medida que os CiOs se concentram na redução de custos com Ti, virtualização deve se tornar o principal investimento de rede nos próximos cinco anos

eficiência energética é ogrande atrativo de TI verde

As empresas cada vez mais estão adotando a virtualização como medida para economizar energia, espaço e

custos, de acordo com pesquisa encomendada à empresa de estudos estratégicos Illuminas pela Cisco. O estudo celebra mais de 15 anos da certificação CCIE (Cisco Certified Internetwork Expert) e teve como propósito entender melhor como serão as infraestruturas digitais ao longo dos próximos cinco anos.

Segundo o levantamento, mais de dois terços dos profissionais com CCIE disseram que a virtualização será o principal investimento de rede nos próximos cinco anos, à medida que os CIOs se concentram na redução de custos com TI. Esses profissionais acreditam que a eficiência energética nos data centers

será a principal iniciativa de rede “verde” nos próximos cinco anos.

Além disso, avaliam que conforme as organizações implementam tecnologias de colaboração integrando fronteiras geográficas e de negócio, a segurança de rede continuará a ser componente crítico da estratégia de TI. Por isso, dizem que é crítico que profissionais de rede permaneçam atentos para evitar um volume crescente de violações internas e externas de segurança que ameaçam as redes atualmente. Ao longo dos próximos três a cinco anos, a gestão de risco e segurança serão as qualificações de rede mais requisitadas, de acordo com 64% dos participantes do estudo. Um em cada três entrevistados acredita que violações de segurança da informação e rede

permanecerão como principal preocupação de CIOs nos próximos cinco anos.

Outra constatação do estudo é que as comunicações unificadas produzirão colaboração ampliada entre a força de trabalho, de acordo com 47% dos profissionais com CCIE. Trinta por cento dos entrevistados acreditam que lidar com as necessidades de uma força de trabalho global e altamente colaborativa será a principal preocupação de CIOs nos próximos cinco anos. Eles apontam também que as soluções de colaboração e conferência por web terão papel essencial, conforme as empresas se preparam para lidar com as complexidades desse ambiente global de negócios altamente móvel e colaborativo.

Cinquenta e dois por cento dos entrevistados acreditam que soluções de vídeo em tempo real, tais como a telepresença, serão uma das principais iniciativas “verdes” com impacto em redes e engenheiros de rede. Profissionais com CCIE concordam que o uso de vídeo para colaboração está crescendo, com 25% dos entrevistados declarando que vídeo será a principal tendência de rede nos próximos cinco anos.

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>gestão>gestão

TerceirizaçãoVisto como um projeto ousado,

o consórcio Minas Gerais será responsável pelo fornecimento, instalação, configuração e operação de toda a rede do empreendimento. Além disso, o modelo de gerenciamento após a implementação será através do conceito IaaS (Infraestrutura como serviço), ou seja, como pagamento mensal, uma tendência na oferta de serviços de TI.

A arquitetura definida para o projeto se diferencia por prever a implementação de uma rede multiserviços convergente que envolve dados, voz, imagem, sistema de monitoramento e segurança, inclusive de terceiros, não havendo informação que trafegue fora da rede desenhada pela Cimcorp.

Todos os prédios da Cidade Administrativa serão atendidos com rede cabeada e wireless, esta última contemplando 333 pontos de acesso. Na rede local serão aproximadamente 26 mil pontos de acesso Gigabite Ethernet, segmentação por grupos de usuários e por serviço, segregação das diversas entidades instaladas na Cidade Administrativa, bem como dos diferentes serviços suportados pela solução, priorização de serviços e switches para balanceamento de carga entre servidores.

O sistema de telefonia adotado será puramente IP em toda a planta, com 11 mil ramais e aparelhos telefônicos com avançados recursos tecnológicos como display colorido de alta resolução, suporte a aplicações XML e implementação de criptografia. O ambiente de segurança será composto de sistemas IPS, firewall e solução de correlação de eventos, com sistemas de controle de acesso à rede baseados em NAC – Network Access Control.

O Governo de Minas Gerais economizou R$ 58 milhões na contratação dos primeiros serviços para sede inaugurada

em março, e batizada de Cidade Administrativa de Belo Horizonte. Segundo a secretária de planejamento e gestão do Estado, Renata Vilhena, na primeira etapa dos pregões para a aquisição de mobiliário e divisórias, link de voz e de dados, fretamento, sala de atendimentos de emergência, lixeiras e equipamentos, foram selados contratos no valor de R$ 110 milhões, montante que representa redução de R$ 58 milhões (35%) se comparado aos preços identificados no mercado e usados como referência nas licitações.

A economia na contratação dos serviços varia de 7% a 63%. Em todos os casos, tínhamos um custo de referência, mas conseguimos preços mais baixos nos pregões, de acordo com a secretária de Planejamento e Gestão, Renata Vilhena. No caso da infraestrutura de comunicação – dados e voz – a estratégia do governo mineiro foi avaliada pelos fornecedores como “revolucionária”.

Amos Maidantchik, diretor do setor público da Cisco, diz que os técnicos do governo foram especialmente perspicazes ao adotar o modelo de serviço com a opção de compra dos equipamentos ao final do contrato.

Batizada de Consórcio Minas Gerais, a parceria entre duas integradoras de soluções Cisco, a Cimcorp e a NetService, fez da fabricante a grande vencedora da licitação promovida pelo governo mineiro. A Cisco fornecerá dispositivos para LAN (redes locais), segurança, wireless LAN

no melhor estilo mineiro, governo do estado terceiriza infraestrutura de rede da Cidade Administrativa, em contrato de serviços de r$ 104,8 milhões

Governo de MG prestação de serviços de TICs

(redes sem fio), e toda a infraestrutura de comunicações unificadas, inclusive os 11 mil terminais telefônicos.

A Cidade Administrativa de BH é um projeto inédito do governo mineiro que reunirá todas as secretarias do estado em uma área de 804 mil m². No valor de R$ 104.8 milhões e previsão de entrega da primeira fase para dezembro deste ano.

Com arquitetura de Oscar Niemeyer, a Cidade Administrativa terá 270 mil m² de área construída, e abrigará 17 mil servidores públicos e 10 mil visitantes. A estrutura contará com: Palácio do Governo, que possui sete pavimentos, auditório em três níveis com capacidade para 540 lugares e Secretarias e Centro de Convivência a Apoio, com 15 andares e dois prédios.

Perfil do Projeton rede cabeada e wireless, esta

última contemplando 333 pontos de acesso

n 26 mil pontos de acesso GiGabit ethernet

n seGmentação por Grupos de usuários e por serviço

n seGreGação das diversas entidades instaladas na cidade administrativa

n priorização de serviços n switches para balanceamento

de carGa entre servidoresn 11 mil ramais e aparelhos

telefônicos ip n ambiente de seGurança

composto de sistemas de prevenção de intrusão (ips), firewall e solução de correlação de eventos

n sistemas de controle de acesso à rede baseados em nac – network access control

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Saiba como a Kaizen pode ajudar a sua empresa a ter o seu próprio Data Center Virtual.

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Page 10: Revista TI Inside - 56 - Abril de 2010

>infraestrutura

Em visita ao Brasil, Hubert Yoshida, vice-presidente e Chief Technology Officer (CTO) da Hitachi Data Systems, conversou

com a Revista TI INSIDE sobre tendências do storage, virtualização, o planejamento da HDS e o momento atual do mercado.

Mais conhecido como Hu, o executivo está entre os dez blogueiros mais influentes no mercado de storage, segundo publicação norte-americana Network World. Em 2006, foi eleito o CTO do ano por Jon Toigo e em outubro do mesmo ano, a Byte e Switch o definiu como um dos maiores colaboradores das mídias sobre armazenamento, como o “Storage Networking’s Heaviest Hitters”. A seguir detalhes do nosso encontro com Hu.

TI INSIDE: Segundo o Gartner, a virtualização do armazenamento corporativo está entre as 10 tecnologias estratégicas para 2010. O que isso significa?

Hu Yoshida: A virtualização, nada mais é do que a criação de computadores virtuais dentro de máquinas reais. A força do processo se deve à crescente quantidade de dados nas corporações, a dificuldade de armazenamento nos meios físicos só aumenta e ao custo poupado pelas empresas, item fundamental no período de recessão econômica. Com a substituição das ‘ilhas’ de armazenamento, torna-se possível o reaproveitamento do espaço físico, uma melhor utilização agregada,

Cada vez mais, as empresas adotam a virtualização do armazenamento de dados não só pela economia, mas pela otimização do trabalho

fauSTO feRnandeS

melhor gerenciamento do parque e das informações, economia do tempo e custos com migração baseada em matrizes e redução do valor de TCO.

TI INSIDE: Como é o processo para armazenamento em nuvem?

HY: Storage frames são muito largos e os dados armazenados tem que ser atualizados constantemente. O trabalho é mover todos os dados do espaço físico para o novo meio. Esse processo leva uns seis meses para fazer a transição. Temos que ter um programa de calendário para não interferir no trabalho do colaborador . Aí que entra a virtualização, pois com o hardware virtualizado você pode mudar sem interferir no trabalho. E fazer isso, somente nos arquivos que tem maior utilização.

TI INSIDE: Quais outras tendências são identificadas para armazenamento corporativo?

HY: Tem também a “Criação Dinâmica de Camadas” para arquivo, que permite às empresas definir políticas e regras para movimentação de dados nas camadas de armazenamento, facilidade de criação de cópias, arquivamento de dados estruturados e não estruturados. A Hitachi classifica os dados de algumas maneiras e prevê um crescimento significativo daqueles considerados não estruturados – como e-mails, informações de redes sociais, PDFs, dentre outros. Isso é uma tendência particularmente forte em países como o Brasil, que tem um uso intensivo de internet e histórico de uso de redes sociais expressivo. Outro ponto relevante é o “Provisionamento Dinâmico” (thin provisioning), que consiste no uso racionalizado do espaço alocado num servidor de storage remoto, oferecendo ao cliente acesso escalonado ao volume de espaço; permite o reaproveitamento do espaço, ampla distribuição de dados e um provisionamento rapidíssimo; elimina desperdício alocado mas sem uso, alocando somente as páginas que são usadas; otimiza o desempenho do armazenamento distribuindo o I/O através de mais braços de disco. Percebo que nas empresas a utilização do espaço alocado é de 20% a 30%.

TI INSIDE: Como fazer para que os custos com energias sejam reduzidos e que a compra

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O avanço da virtualização do storage

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de frames e drives desnecessários sejam evitadas?

HY: A questão do storage tem que estar nas preocupações dos responsáveis, não pode simplesmente jogar os dados lá. Exemplo: foram compradas quatro portas e só se utilizavam duas. Com o tempo, o sistema parou porque as outras duas não eram usadas. Os clientes viam armazenamento como assistência técnica e não como provedor de ajuda. Para resolver isso, a HDS abriu um centro de treinamento aqui no Brasil para formar profissionais agnósticos que conhecem e podem comprar melhor. Custos sustentáveis de TI podem ser alcançados através de uma virtualização de arquivos e do armazenamento para a movimentação de dados, consolidação, migração e armazenamento em camadas, automatizar o gerenciamento e reduzir dados através da deduplicação e cópia. Verificamos que clientes usam 40% da capacidade comprada. Há dados que podem variar a disponibilidade, que não precisam ter um alto grau de criticidade. Exemplo, a bolsa de valores não pode parar um segundo e tem que ter um sistema de armazenamento muito forte. Informações que depois de um mês não são tão importantes, podem ser descartadas. O importante é saber entregar o necessário no momento certo, nem mais nem menos. A maioria dos dados não precisa do armazenamento, por exemplo o e-mail, que usa o IP. Mas isso não quer dizer que essas informações não precisam de segurança.

TI INSIDE: Como está a adoção no Brasil? Como fica em comparação com outros países?

HY: A tendência do Brasil é mudar para virtualização, para trazer mais eficiência. Como o País não sofreu tanto com a crise, como a Europa e os EUA, que usaram muito a virtualização por causa da economia, essa adoção foi mais lenta, mas as corporações brasileiras estão começando a reconhecer o valor da virtualização do armazenamento de dados. Como o País é um mercado em crescimento, essa prática será uma constante.

TI INSIDE: pequenas e médias empresas também podem se beneficiar com a virtualização do armazenamento corporativo?

HY: Vejo que pequenas companhias ainda têm receio de implementar a virtualização. É claro que pequenas e médias empresas (PMEs), as que armazenam aproximadamente 100 Terabytes, também podem conseguir um retorno de virtualização. Podem comprar desde quatro discos e realizar virtualização. Para se ter uma idéia, entre as soluções que oferecemos no País, a maior parte do crescimento previsto para 2010 virá do aumento de vendas de soluções modulares para empresas de médio porte.

TI INSIDE: Comente sobre o aumento de volume de dados gerado pela internet

HY: No ano passado, o total de dados que circularam nas empresas por correio eletrônico, redes sociais e acesso a arquivos na internet cresceu 121%. O volume desses dados, também conhecidos como não-estruturados, é cinco vezes maior do que há dez anos e já representa 75% do total de informações armazenadas. Como exemplo, posso citar a Casa Branca, que processa e grava todas as informações que passam por seus computadores. No governo Clinton, foram armazenados 8 Terabytes em dados, já no governo de George W. Bush, o volume cresceu para 146 Terabytes, isso que ele nunca usou e-mail, nem laptop, por causa da segurança. Com Barack Obama, esse volume deverá ser de centenas de milhões de Terabytes, podendo ocorrer uma explosão de dados, já que o presidente está presente nas mais diversas ferramentas online.

TI INSIDE: Quais são as métricas de redução de custo e de retorno sobre investimento (ROI) do armazenamento virtualizado?

HY: Virtualização de storage

tem que ser independente, para trazer comodidade e preço. O serviço de armazenamento virtualizado é mais otimizado, com certeza. Temos que aplicar princípios financeiros e econômicos aos armazenamento. Primeiro identificamos o custo, conversamos com o cliente e analisamos quais são os objetivos, quais os processos.

Temos alguns serviços remotos, baseados no crescimento, no qual as pessoas podem usar o tempo para estudar outras tecnologias. Para simplificar, a melhor maneira de

analisar a redução do custo é analisar o ambiente do cliente profundamente e fazer uma entrega baseada em sua realidade e com um planejamento de médio e longo prazo.

TI INSIDE: a Hitachi tem intenção de formar parcerias com outros players?

HY: Estamos olhando para esta tendência através do que os clientes querem, e depois veremos se essa é uma boa estratégia. Não costumamos comprar empresas, mas estamos estudando algumas. Fora as parcerias que já possuímos, com a Oracle, IBM e VMWare, por exemplo.

TI INSIDE: Quais são as perspectivas do mercado da Hitachi para este ano?

HY: Em 2009, o Brasil cresceu muito mais que 7% (com dois dígitos muito expressivos ano a ano), respondeu no ano fiscal passado por 27% do faturamento total do grupo, de US$ 102 bilhões. Para este ano, a operação local deve expandir entre 20% e 25% e será nosso principal foco nos próximos anos. Também estamos estudando a possibilidade de abrir uma fábrica de armazenamento de dados por aqui. Já a nível global, esperamos fechar o ano fiscal de 2010 com crescimento de 7% na receita mundial. No trimestre concluído em dezembro, crescemos 15% em receita, variação recorde influenciada pelas vendas para China e América Latina.

em 2009, o brasil resPondeu Por 27%

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JaCKelIne CaRvalhO*

software como serviço aproveita o bom momento e a construção de novas nuvens, no modelo cloud computing, para provar eficiência e viabilidade. A resistência ainda é grande, mas as perspectivas seguem a proporção de aumento dos resultados, como redução de custo e uma maior flexibilidade dentro das empresas

saas e cloud computing: a dobradinha do momento

Em janeiro último, a Panasonic selou com a IBM um contrato para executar, na web, um sistema de email para os seus 380 mil usuários. O

contrato foi considerado por analistas uma importante vitória da Big Blue, que disputa mercado com a Amazon.com, Google, Microsoft e Salesforce.com, na área de produtos de computação em nuvem. E ilustra a capacidade de rápida expansão deste segmento de mercado, principalmente no fornecimento de software e outros serviços através de centros de dados remotos, acessados pela internet.

O Gartner estima que as vendas de aplicativos em nuvem, ou cloud computing, incluindo programas de email como o contratado pela Panasonic, crescerão 46% este ano, chegando a US$ 9,6 bilhões. Um cenário que tem explicação: segundo o professor da FIAP, Celso Poderoso, o ambiente atual é mais propício à oferta de SaaS pela própria maturidade do mercado. É maior a disponibilidade de banda para transmissão de dados, as máquinas virtuais possibilitam a existência de ambientes pré-moldados e é maior a segurança, apesar de ainda suscitar desconfiança (veja na reportagem “Nuvem sujeita a chuvas e trovoadas?”), devido ao receio de muitas empresas em portar informações confidenciais em nuvens (servidores interligados os quais não se sabem onde estão nem com quem são compartilhados).

“SaaS (software as a service ou

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software como serviço) é um modelo pelo qual as empresas optam para ter um grupo de aplicativos commodities ou para testar em projeto piloto. Há também o fato de que, com SaaS, as empresas médias, cujos recursos para investimentos são menores, conseguem ter acesso a tecnologias de ponta, porque não precisam investir em ambientes tecnológicos complexos como ocorre em outros modelos”, destaca Sérgio Magacho, sócio-diretor da Insight Consulting, empresa especializada em análise de viabilidade econômica, técnica, segurança e acordos de níveis de serviço, para organizações que pretendem terceirizar o ambiente de TI.

A Accesstage, empresa de TI do grupo Mitsubishi focada na utilização de recursos da internet para a integração de parceiros de negócios, adotou o modelo para a solução de CRM (gestão de relacionamento com o cliente) da Salesforce.com, a fim de fortalecer o relacionamento com a base de 15 mil clientes ativos. Com a nova solução, conseguirá visualizar todas as informações e atividades relacionadas a cada um de seus clientes, analisar o desempenho das equipes comerciais, canais de vendas e ter uma visão analítica das oportunidades de negócios em andamento. “Além disso, com a ferramenta da Salesforce.com, manteremos as áreas de vendas e marketing concentradas em cumprir as metas estabelecidas”, diz Gleison Telles, gerente de marketing da companhia.

Serão implementados os recursos de gerenciamento de atividades que possibilitarão a visualização de todas as interações realizadas pelos clientes junto à empresa, gerenciadas as suas tarefas e realizadas ações de acompanhamento. “Conseguiremos obter informações importantes sobre as características de cada cliente, possibilitando ofertas customizadas com alto valor agregado e com baixo custo de implantação”, projeta Telles

As vantagens do software em nuvem atraíram inicialmente usuários individuais, profissionais liberais, microempresas, departamentos e filiais de grandes corporações, categoria crescente e mais aberta a inovações tecnológicas, porém menos abastada para altos investimentos financeiros e, portanto, mais flexível à aceitação do novo modelo comercial.

Um termômetro desse comportamento no Brasil é o data center Alog que, da sua base de clientes, 12% é formado por empresas relacionadas a software. “Desde o ano passado, percebemos que estas

empresas estão passando por mudança no modelo comercial”, pontua Victor Arnaud, diretor de Produtos e Processos da companhia.

Entre os conceitos alinhados à proposta SaaS estão a redução do esforço e de responsabilidades de TI, menor tempo de implementação do aplicativo, redução de custo e escalabilidade. O Gartner espera que, mundialmente, este mercado cresça 10% até 2012, sendo 9% do total de vendas de software, com destaque para Google Apps, Adobe Buzzword, Think Free e a plataforma Zoho.

alavancas O crescimento mais acentuado

deve ocorrer nos pacotes de aplicativos para escritório e sistemas voltados à geração e gerenciamento de conteúdo, este último originado da sigla DCC (Digital Content Creaction). Aliás, conteúdo e produtos para comunicação e colaboração (CCR) são as aplicações mais populares em SaaS, com um movimento US$ 2,1 bilhões e expectativa de atingir US$ 4,7

bilhões em 2012, segundo as grandes consultorias internacionais.

Na categoria CCR, o Gartner enquadra softwares para email, e-learning, instant messaging, search, team collaboration, conferências pela web e gerenciadores de conteúdos corporativos. Alinhada com esta tendência, a Panasonic incluiu no seu contrato com a IBM o serviço de email Lotus, além de novos programas para calendários, agenda, compartilhamento de arquivos, redes sociais e ferramentas de colaboração.

As aplicações de CRM, como as adquiridas pela Accesstage, formam a segunda grande categoria em receita, com vendas de US$ 1,7 bilhões em 2008 e perspectiva de chegar a US$ 3,2 bilhões em dois anos. Em receita, as maiores aplicações nesta área são Salesforce.com, SugarCRM e NetSuite.

Alinhadas a esta tendência as experiências nacionais se voltam ou às aplicações de comunicação e gestão

de conteúdo, nomeadas pelo Gartner e pela IDC como tendências, ou para nichos e grupos restritos de profissionais.

Alguns exemplos: A TecSaas, empresa com sede em Uberlândia, Minas Gerais, criada a partir da operação da GoVoip e cujo foco de

CezaR TauRIOn, da IbM bRaSIl: eMpReSa vendeu SISTeMa de eMaIl paRa a panaSOnIC e vê COM OTIMISMO a expanSÃO dO MOdelO, apeSaR de apOnTaR a baIxa CapIlaRIdade da banda laRGa COMO ObSTáCulO

CaRlOS MazOn, da TIvIT: InveSTIMenTO de R$ 2 MIlhõeS nO deSenvOlvIMenTO da OfeRTa ClOud COMpuTInG – fRaMewORK

o gartner esPera que, mundialmente, o mercado de saas cresça 10% até 2012, sendo 9% do total de vendas de software, com destaque Para google aPPs, adobe buzzword, think free e a Plataforma zoho

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atuação é o mercado de telefonia IP para pequenas e médias empresas, criou, entre outros produtos, o TecMarketing. O sistema é focado na fidelização de clientes, e permite a criação e a gestão de campanhas telefônicas, com pesquisas e questionários respondidos através do teclado do telefone, com tabulação automática dos resultados.

Vencedora do Prêmio Dell de Excelência em Tecnologia, a New Soft Intelligence (NSI), especializada em desenvolvimento de software para comércio exterior, conta com o aplicativo Ecomex PME, voltado a um universo de 32.156 empresas que fazem comércio internacional a um limite de US$ 1 milhão. “Estas empresas não têm condições de fazer a compra do software, porque o valor é alto, mas é um mercado grande para ser desprezado. Assim, customizamos a solução e-commerce PME, para atacar justamente esta gama de empresas exportadoras e importadoras”, detalha Valquíria Coelho, gerente de marketing e análise de negócios da NSI.

Já a DirectTalk criou, em 2000, uma plataforma de atendimento online, por meio de chat, com a qual se diferenciou no mercado ao ofertar também a infraestrutura para a operação do sistema. “Desde aquela época as empresas contratam somente o licenciamento do chat”, conta Ronaldo Garcia, gerente da unidade de negócios da Direct Talk, ao dizer que, na seqüência, a empresa lançou uma solução para gerenciamento de email, posteriormente entrou em canais convencionais – telefones receptivos e ativos - e por fim canais de atendimento e workflow.

Casos e estratégiasAinda na frente CRM, a Diveo

também lançou, no final de 2009, o serviço Microsoft Dynamic CRM, para a distribuição dos aplicativos voltados à gestão do relacionamento entre empre-sas e clientes. “Do lado da Diveo, SaaS é uma aposta de algum tempo. Lançamos a oferta em 2008, inicial-men te com a Microsoft Exchange e agora, no final do ano, outras as ofertas com Navita e RIM (Blackbery)”, revela Marcos Rodrigo, diretor de produtos.

O Diveo CRM segue a estratégia da companhia em cloud computing, que inclui investimentos na

reestruturação do portifólio com novas soluções e ampliação do data center. Outra solução comercializada pela empresa resulta da parceria com a

NEC Brasil, uma oferta de telefonia IP sobre o modelo CaaS (Communication as a Service), e com a qual são disponibilizados três tipos de ramais, com uma série de recursos flexíveis e disponíveis de acordo com o grau de necessidade de cada empresa, com foco principal nas médias. “Este é um caminho sem volta, justamente porque as soluções são utilizadas por empresas que não o fariam no modelo convencional, e não precisam

contratar profissional, servidor, etc.”, acentua Rodrigo.

A empresa lançou recentemente o Virtual Hosting, primeiro serviço da parceria com a VMware, com o qual as organizações podem utilizar virtualizadores VMware em projetos de hosting em nuvens públicas ou privadas. A aliança, conforme afirma a desenvolvedora, trouxe também melhorias para a linha Diveo CRM e Diveo Exchange, que passaram a contar com as ferramentas VMWare em suas plataformas de serviços dedicados de CRM e e-mail corporativo.

Outro exemplo de CRM como serviço vem da Cigam, empresa nacional fundada em 1986. Luís Rogério Dupont, diretor de desenvolvimento da companhia, conta que o diferencial no negócio da Cigam é o acordo que a empresa possui com a Procergs (Cia de Processamento de Dados do Governo do Rio Grande do Sul), junto a qual hospeda alguns

clientes operando em um cenário similar ao que seria a nuvem. “Toda nossa computação roda na Procergs desde 2002, época em que o serviço era chamado de ASP (Application Service Provider). O princípio é o mesmo, mas agora a virtualização mudou o poder de processamento, o que vai empurrar a computação em nuvem”, diz Dupont, ao creditar ao Google a alavancagem do conceito e dos negócios feitos dentro da computação em nuvem.

Um dos clientes da Cigam é a Companhia Riograndense de Mineração, que roda o CRM, o maior deles, diga-se de passagem. Mas há também a Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul e a AGRGS (Agência Reguladora do Governo do Estado na área de fiscalização de obras), ficando apenas em alguns exemplos. Para crescer em 2010, a Cigam selou parceria recente com o data center Corpflex – o qual irá hospedar os aplicativos em uma oferta de serviço financeiramente mais acessível – e migrou o seu sistema para a plataforma as a service Unipass, que permite ao usuário fazer medições de fluxo de trabalho não por valor mensal, mas por

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Belo Horizonte | Brasília | Curitiba | Porto Alegre | Rio de JaneiroSão Paulo | Salvador | Vitória | Canais | Serviços

[email protected] | www.cimcorp.com.br

Imagine

Ilustração da Cidade Administrativo - MG

A CIMCORP, empresa com mais de 20 anos de atuação, especializada em serviços de alta complexidade, otimização de performance e gestão de infraestrutura de TI, juntamente com a NetService, ganhou a concorrência para fornecer, instalar, configurar e gerenciar toda a infraestrutura de rede da Cidade Administrativa de Minas Gerais.

Isto é o que a CIMCORP forneceu à Cidade Administrativa.

270 mil m² de área construída que abrigará 17 mil servidores, sendo atendida com rede cabeada e wireless.

11 mil ramais e aparelhos telefônicos com avançados recursos tecnológicos, como display colorido de alta resolução. O sistema é puramente IP em toda a planta.

rede local com aproximadamente 26 mil pontos de acesso Gigabit Ethernet.

ambiente de segurança composto de sistemas de prevenção de intrusão (IPS), firewall e solução de correlação de eventos, com controle de acesso à rede baseado em NAC – Network Access Control.

tudo com alta disponibilidade e vendido como um Serviço.C

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software e redução da complexidade da TI com a segurança que o ambiente exige. A solução da companhia monitora o tráfego da informação da origem ao destino e o seu retorno, sendo orientada a software houses interessadas em explorar SaaS.

Ao abordar o termo TaaS (Technology as a Service), ambiente no qual a Informática Corp se posiciona, Delmar Assis, diretor técnico da companhia, lembra o início do debate em torno do conceito SaaS, há sete anos, e diz que as soluções da companhia se sustentam em três pilares: integração de dados; backup

volume de uso. “A Corpflex vai somar com a Procergs. Ganhamos fôlego de processamento e conseguimos oferecer a solução a um custo bem competitivo”, afirma o executivo da Cigam.

Gestão do ambienteBaseado em cloud computing, o

conceito SaaS cria oportunidades para diferentes perfis de fornecedores e indústrias. Há os consumidores de soluções diretas e aqueles que desenvolveram plataformas para gerenciamento da nuvem, tanto de seu desempenho quanto da segurança. A estratégia da Dell, por exemplo, é explorar o conceito de nuvem como um redutor da complexidade do ambiente de tecnologia da informação. “Não se trata apenas de entregar o hardware, mas oferecer uma solução completa, e a nuvem é muito importante nisso. No Total IT Spending, da Fortune, fala-se que o gasto mundial de TI é de US$ 1,5 trilhão e destes US$ 800 bilhões é relativo a serviço, sendo predominante a mão de obra”, explica Diego Puerta, diretor de serviços e soluções da Dell Brasil.

A empresa lançou, em 29 de janeiro, as aplicações Dell SaaS que acrescentam serviços de TI - baseados em computação em nuvem - à capacidade existente de consultoria, suporte e serviços gerenciados providos pela Dell Services, organização recentemente formada com a aquisição da Perot Systems. Na América Latina, incluindo o Brasil, o portifólio de aplicações é voltado a empresas de todos os tamanhos, bem como para o setor público e parceiros de canal, e acrescentam serviços de TI - baseados em computação em nuvem - à capacidade existente de consultoria, suporte e serviços gerenciados providos pela Dell Service.

A nova plataforma automatiza a gestão rotineira do sistema, a monitoração remota e as funções de continuidade de negócios. “Estamos fazendo um projeto envolvendo a gestão de 20 mil desktops. Parte deste serviço seguirá no modelo convencional, mas algumas outras utilizarão o portifólio de software as a service. Não é o fim, mas um meio eficiente de reduzir a complexidade da solução como um todo”, declara Puerta.

Também a Informatica Corporation vê o cloud computing como caminho para uma oferta mais acessível de

do servidor local ou da nuvem; e tratamento diferenciado de eventos (segurança). “O TaaS tira da TI o dispêndio de atualizar plataforma de hardware e software”, sintetiza.

Na área de segurança, a McAfee informa que dois dos seus parceiros, a D-SaaS e a Web Project, já oferecem a modalidade de segurança como serviço no Brasil e que está preparando uma expansão do modelo. A oferta anterior ainda era muito focada em antivírus, e agora tem web, email e análise de vulnerabilidade.

Além disso, a companhia focada no desenvolvimento de soluções de segurança da informação, mantém uma área totalmente dedicada à pesquisa e análise de vulnerabilidade – grupo de inteligência de rede, cuja origem advém das aquisições feitas pela McAfee no passado. O princípio é o seguinte: se a empresa está “escutando” o tempo todo o que passa pela internet, consegue identificar um novo evento com maior rapidez e agir preventivamente.

Fellipe Canale, diretor de canais, informa que a aposta da companhia segue os números do Gartner, e acredita que nos próximos cinco anos 27% da base global de clientes da empresa estará utilizando algum tipo de solução no modelo SaaS. “A adoção tem sido gradativa. Segundo

valquíRIa COelhO, GeRenTe de

MaRKeTInG e análISe de neGóCIOS da nSI:

eMpReSaS que IMpORTaM e

expORTaM MenOS que uS$ 1 MIlhÃO

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SOfTwaRe, MaS fORMaM uM

MeRCadO GRande paRa SaaS

microsoft se rende

No início de abril, a Microsoft passou a comercializar, no Brasil, o Windows Azure, plataforma de serviços na nuvem, projetada para hospedar serviços e aplicações Web, e do BPOS - Business Productivity Online Suite, um conjunto

de soluções de colaboração e mensagens na nuvem oferecido como serviço. As duas soluções, hospedadas nos data centers da companhia, complementam a estratégia de computação na nuvem.O BPOS é formado pelo Exchange Online, SharePoint Online, Office Live Meeting e Office Communications Online. Estes serviços foram projetados para fornecer às empresas de todos os tamanhos comunicação com alta disponibilidade, segurança e gerenciamento simplificado de TI. A solução estava em fase de testes no mercado brasileiro desde novembro de 2009.Os clientes podem escolher a partir de uma gama de soluções do Microsoft Online Service, com a disponibilidade da suíte completa a partir de US$ 10 por usuário mês. O pagamento do serviço será cobrado de acordo com o número de usuários.O Microsoft Windows Azure é uma plataforma para serviços utilizada para o desenvolvimento, armazenamento e gerenciamento dos serviços dentro do ambiente da plataforma. O produto é baseado na medição do consumo de serviços usados conforme o crescimento. O consumo é calculado por quatro medidores: de computação (por hora de serviço); de armazenamento (por GB/DB armazenados); de largura de banda (por GB transferidos) e de transações (por usuários/transações).

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Enquanto a Diveo alinhava a sua oferta de comunicação unificada como serviço, a Siemens Enterprise já testa o conceito e a Tellfree, em parceria com a Microsoft, lança a

oferta para pequenas e médias empresas. A Siemens, inclusive, apresenta como diferencial os seus mais de 1,5 milhão de clientes no mundo todo e a expectativa de crescer ao menos 10% no mercado local ao longo de 2010. Em 2009, a empresa vendeu 500 mil licenças de UC no mundo, sendo 50 mil no Brasil.

Já a brasileira Tellfree, operadora de telefonia IP, é a primeira no País a oferecer uma suíte que permite a integração de redes fixa, móvel, de voz e dados, juntamente com terminais (PC, telefones, celulares, fax, etc) e sistemas de e-mail, mensagens instantâneas e agenda eletrônica.

Como resultado de uma parceria com a Microsoft, a operadora de telefonia IP Tellfree lançou as plataformas que reúnem a oferta de software como serviço (SaaS) e o processamento em nuvem (cloud computing). Para a oferta dos novos serviços, além da parceria com a Microsoft, a Tellfree também fechou um acordo com a Teles, que fornecerá a

plataforma de IP Centrex, que integra as funcionalidades de PBX, telefonia IP e os sistemas de comunicação unificada da Microsoft.

Segundo Daniel Duarte, presidente da Tellfree, a implementação de tecnologias de comunicação unificadas proporcionará novas formas de comunicação para as empresas, permitindo-lhes aumentar a colaboração e fomentar a produtividade. A sinalização de disponibilidade dos contatos (conceito de “presença”), visível no desktop, laptop ou celular, além da funcionalidade de “clicar” para ligar (chamada telefônica IP) ou enviar uma mensagem (instant messaging) ou e-mail ou convite para um áudio ou vídeo conferência significam uma nova experiência de comunicação, e são apenas alguns dos recursos oferecidos.

“Na prática, estamos unificando formas usuais de comunicação com novas ferramentas de colaboração para facilitar, agilizar e simplificar a vida das pessoas nas empresas. Estas ganham em produtividade e flexibilidade, e os colaboradores também são beneficiados, porque podem se comunicar melhor, colaborar mais em ações “wikis” (de grupos) e, ainda, terem mais tempo para eles mesmos”, conclui o presidente da Tellfree.

telefonia como serviço

estatísticas, 38% das empresas já utilizam alguma coisa na nuvem e 32% daquelas que não têm qualquer tipo de solução considera adotar algo em nuvem no futuro”, exemplifica.

Também pensando em aliviar as dores-de-cabeça da TI, a Tivit investiu R$ 2 milhões no desenvolvimento da oferta Cloud Computing – Framework. A solução reúne os grandes fornecedores de virtualização, infraestrutura de rede, storage e sistemas operacionais virtualizados. “O foco é transportar para este novo modelo de processamento toda a governança, qualidade, segurança e conhecimento que a Tivit adquiriu no provimento de serviços de tecnologia”, explica Carlos Mazon, vice-presidente de ITO da companhia.

Segundo ele, a ideia é que o serviço seja complementar ao modelo tradicional de processamento de dados e até mesmo de data centers próprio ou terceirizado, e ativado quando a empresa precisar de ambientes de transição.

Resultados A mesma IBM que vendeu os

sistemas de email para a Panasonic vê com grande expectativa as oportunidades criadas pelas ofertas cloud computing e SaaS, apesar de identificar obstáculos, como a restrição do acesso à internet em alta velocidade em países como o Brasil, algo que acredita ser resolvido em

médio a longo prazo, segundo avaliação de Cezar Taurion, gerente de novas tecnologias da IBM Brasil. “O

bolo ainda está começando e parece que será grande”, diz.

Nesse relativo início de mercado reina o otimismo. A Direct Talk atua com dois modelos comerciais – SaaS e convencional – e relata que as empresas que optaram pelo segundo viram que o processo de implementação é longo, de um ano ou mais, além de terem que considerar,

pelo menos, a atualização do software em curto prazo. “Aquelas que optam por SaaS pensam primeiro no custo menor e depois na escalabilidade e na possibilidade de downgrade, com o custo variando de acordo com o tamanho do parque”, diz Ronaldo Garcia, gerente da unidade de negócios da empresa. Da sua base instalada de aproximadamente 200 clientes, o executivo diz que algo entre 85% e 90% da base de 200 clientes utiliza o conceito SaaS.

Número relevante também é apresentado pela Diveo, cuja base de SaaS já atinge 75 mil usuários no Exchange, em quase 130 clientes, e já trabalha em projetos complementares, como o Archiving para Exchange, email marketing para CRM, features de segurança, criptografia, autenticação

randômica via token, entre outros. Como grande parceira Microsoft, a empresa prepara o lançamento das ofertas Sharepoint e o OCS, ambos voltados à colaboração, possivelmente para 2011, o que comporia uma solução de comunicação unificada (UC) no modelo SaaS. Por fim, Luís Rogério Dupont, diretor de desenvolvimento da Cigam, estima que em número de

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Recentemente, o ex-diretor técnico da Agência de Segurança Nacional (da sigla NSA, em inglês) dos Estados Unidos disse com todas as letras que a tecnologia de

cloud computing é extremamente problemática no quesito segurança. Uma declaração que traz dúvidas quanto à utilização da plataforma e corrobora com o que críticos mais cáusticos apontam como fragilidade da arquitetura.

Mas, afinal, as nuvens são mais inseguras que os modelos de dados vigentes? “Ela é problemática em vários sentidos, especialmente porque quebra todas as barreiras da arquitetura tradicional, que era a de ter um ponto único de hospedagem da informação, ao contrário do que cloud prega. E as ferramentas de segurança ainda não estão preparadas suficientemente para isto. A declaração do executivo da NSA é até bem sensata”, avalia Ghassan Dreibi Junior, gerente de desenvolvimento de negócios de segurança da Cisco para a América Latina. No entanto, ele avalia que é possível até garantir um bom nível de segurança de acordo com algumas políticas e parâmetros que podem ser utilizados.

A questão passa pela ideia de ter ou não um ambiente controlado, já que de acordo com a própria filosofia da cloud, os dados estão nas nuvens, ou seja, em qualquer lugar. “Na prática, a plataforma traz problemas como qualquer outra. A questão é que os dados não estão alocados na empresa, o que causa dois inconvenientes: pode gerar um descontrole maior de quem tem acesso aos dados e as informações estão dispersas pelo mundo, o que pode ocasionar questões legais de

salvaguarda”, garante Alexandre Correia Pinto, diretor de projetos da Cipher, empresa especializada em segurança da informação e que tem entre seus clientes Petrobrás, Banco Itaú, Oi-Brasil Telecom, Cielo, Redecard e Gol Linhas Aéreas.

Alexandre aponta que o ideal é a corporação ter um contrato de salvaguarda com o provedor, mas mesmo isto pode não resolver totalmente a questão. “O problema é que existem muitas nuances legais que ainda estão nebulosas. As leis sobre a questão são problemáticas até mesmo nos Estados Unidos, país cuja legislação é de 1986. Porém as empresas deveriam trabalhar a questão da salvaguarda de forma mais concreta até porque o país no qual o dado pode estar, quem sabe, será ainda menos evoluído que os Estados Unidos?”, indaga.

Nuvem defendidaDo outro lado do balcão, a

Salesforce, um dos fornecedores

globais mais dedicados a difusão da plataforma de cloud computing, tem, claro, uma visão diferente sobre a questão. E começa pela relativização da declaração do ex-executivo da NSA. “A Agência de Segurança Nacional tem desempenhado um papel importante e construtivo ao deslocar o foco da segurança da informação da tecnologia (computação, armazenamento e conectividade) para os tipos e usos dos ativos de informação. Quando as empresas adotam a perspectiva da Metodologia de Garantia de Segurança da Informação da NSA, elas percebem rapidamente que a computação na nuvem não é mais perigosa, em essência, do que os outros modelos de TI”, garante Peter Coffee, diretor de pesquisa de plataforma da Salesforce (veja mais da entrevista exclusiva no Box: Em defesa da plataforma).

Ele cita e compara como exemplo o modelo tradicional. “O armazenamento de dados em servidor local, com administradores de sistemas capazes de analisar ou até mesmo alterar qualquer registro a qualquer momento, tem sido reconhecido como um modelo perigosamente frágil. Para não mencionar os riscos de roubo ou perda de dados em sistemas de armazenamento no terminal do usuário, como laptops”, compara.

Para Coffee, a (in)segurança dos dados pode ser resolvida se o serviço de computação em nuvem for bem arquitetado. “A partir de uma rigorosa e detalhada atribuição de privilégios, baseada em tipos de dados e funções de usuário, se atende aos mais exigentes padrões de qualidade para o gerenciamento de dados responsável – e excederá o padrão predominante praticado na maioria dos data centers

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ClaudIO feRReIRa

A plataforma de cloud computing ainda suscita dúvidas quanto à segurança. Mas será que reúne problemas mais graves que as arquiteturas tradicionais de alocação de dados? Com a palavra especialistas de segurança e um dos fornecedores mais identificados com a tecnologia

nuvem sujeita a chuvas e trovoadas SaaS e Cloud Computing:

criando valor com novos negócios.CONHEÇA AS VANTAGENS COMPETITIVAS QUE ESSAS TECNOLOGIAS PROPORCIONAM ÀS EMPRESAS USUÁRIAS.PAINÉIS, PALESTRAS E CASES APRESENTADOS PELOS MELHORES PROFISSIONAIS DA ÁREA.

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AUTOMAÇÃO DE VENDA APLICADA COM PRECISÃO - USANDO A TECNOLOGIA PARA SE TORNAR MAIS COMPETITIVO”Enio Klein, diretor da K&G Sistemas

QUAIS OS DESAFIOS DA ADOÇÃO DE SAAS PELA EMPRESA?Fabrício Vendichetis Martins, vice-presidente de operação da NetCallCenterOrbium

A ESTRATÉGIA DE TI COMO SERVIÇOJoão Alfredo Andrade Pimentel, diretor da Corpfl ex

SAAS NO MERCADO DE TURISMOCharles Cruz Silva, gerente comercial da SkyTeamAoron Beyer, gerente de produtos de turismo da Benner

ECM ON DEMANDEnio Jorge Salu, sócio-diretor da Escepti Serviços Empresariais

SAAS EM FINANÇAS E GESTÃO EMPRESARIALRodrigo Zerlotti, sócio da SuitePlus Tecnologia

CLOUD COMPUTING: TENDÊNCIAS E UTILIZAÇÃO PRÁTICAPedro Bicudo Maschio, consultor da TGT

PAINEL MITOS E REALIDADE DO CLOUD COMPUTINGAlexandre Sieira, diretor técnico da CipherOtto Ineomer Pohlmann, presidente da Centric System BrazilThoran Rodrigues, diretor de pesquisa e desenvolvimento na Stone Age

Page 21: Revista TI Inside - 56 - Abril de 2010

SaaS e Cloud Computing: criando valor com novos negócios.CONHEÇA AS VANTAGENS COMPETITIVAS QUE ESSAS TECNOLOGIAS PROPORCIONAM ÀS EMPRESAS USUÁRIAS.PAINÉIS, PALESTRAS E CASES APRESENTADOS PELOS MELHORES PROFISSIONAIS DA ÁREA.

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QUAIS OS DESAFIOS DA ADOÇÃO DE SAAS PELA EMPRESA?Fabrício Vendichetis Martins, vice-presidente de operação da NetCallCenterOrbium

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PAINEL MITOS E REALIDADE DO CLOUD COMPUTINGAlexandre Sieira, diretor técnico da CipherOtto Ineomer Pohlmann, presidente da Centric System BrazilThoran Rodrigues, diretor de pesquisa e desenvolvimento na Stone Age

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2 2 T i i n s i d e | A b r i l d e 2 0 1 0

>tecnologialocais. É possível, e comum,

praticar a computação de forma não segura em sistemas locais; assim como é possível, mas menos comum, a prática de computação não segura em sistemas de computação nas nuvens”, assegura.

Outras visõesVendo a questão por um prisma

mais crítico, quais os maiores problemas que a plataforma pode criar na seguridade dos dados? “O ponto mais problemático da segurança é que ela ainda não acompanha o nível de Cloud. Acredito que até mesmo os fornecedores da tecnologia tem dúvidas na questão e não existe nada empacotado, é tudo uma questão de política e de processos de segurança. De como compartilhar as nuvens de informação”, garante Dreibi Junior, da Cisco.

Supondo que as barreiras nas leis, levantadas anteriormente por Alexandre, da Cipher, estejam resolvidas, o que resta? “Quando se terceiriza em casa ou mesmo fora se sabe quem são as pessoas e como os dados são manipulados, e lá fora, nas nuvens? Está tudo criptografado de forma que nem mesmo quem terceiriza, o prestador de serviço, consiga ler? O fator humano segue sendo o mais problemático, mesmo que ele não tenha rosto”, compara.

Fizemos uma pergunta espinhosa para os analistas de segurança: até que ponto o mercado e os defensores da tecnologia, que falam incessantemente em Cloud, não falam sobre a questão de segurança por falta de informação ou para não levantar dúvidas sobre a utilização da plataforma? “Não sei se o pecado é pelo imediatismo de “vender” a solução, mas é óbvio que existe o time-to-market. Alguns serviços já são muito bons, como o anti-spam em Cloud, que varre o e-mail antes dele chegar ao usuário. Porém ainda existe muito a evoluir na questão”, garante Alexandre, da Cipher.

O coelho e a tartarugaComo acontece com uma

tecnologia que ganha um vulto em relativo pouco tempo, a tecnologia avança em passos largos e rápidos enquanto a segurança vai “andando” atrás. “Isso é a pura verdade, mas o que me deixa mais assustado é a ideia de terceirizar o “sangue” da empresa, a

informação”, alerta Alexandre.Uma visão, o gap entre plataforma e

resolução de segurança, que também é enfatizada por Dreibi Junior, da Cisco. “Para o que ela se propõe, a tecnologia é eficiente e traz muita coisa boa, assim como foi com a telefonia IP e a mobilidade. No entanto, como aconteceu com essas tecnologias, os fornecedores de segurança não estavam preparados para a evolução acelerada do Cloud. Nós e outros nomes da indústria precisamos remodelar a forma como vemos a questão e quem fornece a tecnologia deve nos ajudar com a questão”, admite.

Mas quais as políticas de

segurança mais eficientes que podem ser adotadas em Cloud? “É preciso olhar a gestão do usuário, baseada na política de acesso. A empresa não deve olhar mais como uma rede e sim como o usuário acessa e o seu perfil. No sentido mais técnico, fazer com que a segurança acompanhe a locomoção do tráfego. E existem soluções como firewall virtualizados ou sistemas que podem estar agregados ao sistema operacional, com níveis de segmentação das redes do data center”, explica o executivo da Cisco.

Para Alexandre, da Cipher, os riscos podem ser minimizados com a montagem de uma “nuvem” corporativa. “Claro, se ela também segue uma política bem montada. Os

maiores desafios são a criptografia dos dados e o controle de acesso. As empresas precisam montar processos e definir como os documentos trafegam e isso não se consegue se integrar na nuvem com facilidade. Alguns fornecedores pesquisam a oferta de produtos para facilitar o gerenciamento de identidade na nuvem, o que pode minimizar alguns problemas. Porém, como qualquer novidade, é necessário avaliar se o investimento é realmente necessário”, garante.

De 0 a 100Voltamos então a ideia de como se

certificar que o parceiro ou provedor da “nuvem” está atuando de forma correta ou garantindo a seguridade dos dados. Tudo, neste caso, passa por controle e contratos bem redigidos. “É preciso trabalhar muito bem não apenas o SLA como os adendos necessários. Temos uma solução de Cloud para segurança de e-mail que garante 100% de “limpeza” na chegada deles para o usuário, posso vender isso em contrato, assim como nosso anti-spam é de 99,5%. Eu posso colocar isso em contrato e é a tendência que deve reger a prática”, garante Dreibi Junior, da Cisco.

O foco, como aponta Alexandre da Cipher, passa a ser na valoração dos dados, que é complexa. “A melhor analogia é com o banco, a pessoa não

GhaSSan dReIbI JunIOR, da CISCO:

plaTafORMa pRObleMáTICa eM váRIOS SenTIdOS,

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COnTRáRIO dO que ClOud pReGa

quando as emPresas adotam a PersPectiva da metodologia de garantia de segurança da informação da nsa, elas Percebem raPidamente que a comPutação na nuvem não é mais Perigosa

Page 23: Revista TI Inside - 56 - Abril de 2010

A b r i l d e 2 0 1 0 | T i i n s i d e 2 3

>tecnologia

E m entrevista exclusiva, por e-mail, o executivo da Salesforce, Peter Coffee, diretor de pesquisa de plataforma da

empresa, respondeu as nossas questões sobre Cloud Computing. Veja abaixo o extrato da conversa, editado por motivos de adequação ao espaço, de suas respostas.

TI Inside: Quais as diferenças de

abordagem no quesito segurança entre as plataformas tradicionais e Cloud Computing?

Peter Coffee: As preocupações do mercado sobre a segurança na nuvem exigem que os fornecedores de serviços enderecem fatores de segurança que muitos operadores de sistemas locais são passiveis de ignorar – e que limitações de orçamento recentes podem até tê-los forçado a negligenciar. O padrão mínimo de cuidado na nuvem é melhor do que a maioria das pessoas possui em sistemas locais comumente usados hoje em dia, e os fornecedores de nuvem mais maduros e com forte foco nas necessidades da empresa, como a Salesforce, estão definindo o padrão para a próxima geração de práticas de segurança da informação no ambiente de negócios.

TI Inside: A ascensão da plataforma Cloud

Computing parece ser inevitável, como garantir que as empresas terão suas informações seguras na nuvem hoje e mesmo no futuro?

Peter Coffee: As partes difíceis da segurança da informação são a correta atribuição de privilégios e a auditabilidade rigorosa do “quem/o que/quando” para qualquer alteração no estado dos dados ou dos processos. As empresas que se movem para adotar a computação nas nuvens vão descobrir que seus ambientes de TI tornam-se uma rede muito mais compreensível de serviços interoperantes. Quando cada interação com dados ou processo torna-se uma invocação de um serviço, a auditoria e a fiscalização de políticas tornam-se tarefas muito mais viáveis.

TI Inside: Os analistas apontam que existem grandes

diferenças quanto a securitização das informações em uma “nuvem” pública e uma “nuvem” privada por conta do

controle e acesso exercidos em uma e na outra, é mais indicada a montagem de nuvens privadas?

Peter Coffee: Nuvens privadas são, por definição, sistemas instalados localmente, exigindo que o time de TI da organização do usuário realize sua própria instalação e testes de um fluxo contínuo de atualizações de segurança. Uma forma cara e difusa de afastar os recursos das tarefas mais importantes da gestão de segurança da informação, que dizem respeito especificamente aos ativos e processos vitais de negócios. A segurança de uma nuvem privada terá a vantagem ilusória de estar mais à mão para uma inspeção próxima; a segurança de uma nuvem pública terá a mais importante e substancial vantagem de estar sob o escrutínio constante de toda a comunidade de clientes e suas equipes de profissionais de segurança.

TI Inside: As críticas que são feitas à segurança em

Cloud Computing se devem ao gap entre a evolução da plataforma e as soluções de segurança disponíveis para ela?

Peter Coffee: Isso requer uma abordagem mais rigorosa para a gestão de privilégios e para os modos e práticas de proteção de dados. A questão nunca deve ser “a nuvem é segura?”, mas deve sempre ser: “qual a segurança que esses tipos específicos de informação e processos de negócio exigem e como assegurar essa segurança da forma mais rentável?”

TI Inside: A maior barreira para uma adoção em massa

de Cloud Computing se deve a insegurança que as pessoas tem com a plataforma ou é relacionado com aspectos culturais de desconhecimento do que ela pode propiciar?

Peter Coffee: A tecnologia ainda é um ambiente estranho para muitos que têm uma longa experiência com outros modelos de TI. A segurança relativa da nuvem deve ser avaliada, não em relação a um ideal teórico, mas à realidade angustiante de que a maioria dos ativos de informação e processos de uso comum atualmente é, de fato, muito pouco segura: sujeito a erros, perda, desvio ou alteração não autorizada. Os serviços nas nuvens representam, em geral, um aperfeiçoamento substancial e oferecem um caminho para uma segurança muito maior com menos complexidade a um custo muito inferior.

em defesa da Plataforma

peTeR COffee

precisa guardar o dinheiro em casa. A diferença é que o valor do dinheiro é claro, mas o dos dados é um valor intangível. Como criar uma cláusula de confidencialidade de acordo? Em alguns casos é impossível mensurar o valor da informação”, admite.

Levantadas todas as questões, afinal, Cloud Computing é ou não uma tecnologia amadurecida quando falamos em seu aspecto de segurança? “Para mim é a indústria de

segurança que não está amadurecida, a tecnologia de Cloud evoluiu muito rápido. O Brasil hoje é o líder em spams, porém as nossas máquinas não estão infectadas, o mercado pensa muito em perímetro”, compara o executivo da Cisco.

Mais crítico, Alexandre, da Cipher, admite que para alguns serviços a tecnologia já está amadurecida, mas coloca um “porém”. “O que me incomo-da é quando se fala em terceirizar a

gestão da informação. Será que os prove dores vão zelar pela informação como eles deveriam? Criptografar e contro lar o acesso a uma solução não é impossível, mas ainda é complicado implementar e cuidar. Acredito que a forma como a tecnologia se propõe torna ainda mais difícil fazer algumas coisas. Não é que não dê para se fazer, porém em determinados ambientes e condições se torna algo difícil de se resolver. É preciso ter confiança no

Page 24: Revista TI Inside - 56 - Abril de 2010

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Page 25: Revista TI Inside - 56 - Abril de 2010

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Page 26: Revista TI Inside - 56 - Abril de 2010

>especial

As Assinaturas Digitais devem constar em um Certificado Digital, uma credencial que identifica uma entidade, seja

ela empresa, pessoa física, ou um site na web, que permite aos seus usuários se comunicar e efetuar transações via Internet, de forma rápida, sigilosa e com validade jurídica.

Por isso, é de extrema importância que as empresas obrigadas a emitirem notas fiscais eletronicamente e outros documentos digitais, saibam como manter o total controle deste certificado, garantindo, somente por meio de sua posse e guarda, que apenas os seus documentos serão assinados por meio do Certificado Digital e que as informações enviadas às Secretarias de Fazenda e outros órgãos do governo, não sofram nenhuma adulteração, interceptação ou outros tipos de fraude, através do uso do seu Certificado Digital por terceiros ou fraudadores.

Para que o envio desses dados seja feito de forma segura, primeiramente, o certificado digital utilizado deverá ser adquirido junto a uma das Autoridades Certificadoras credenciada pela Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira – ICP-Brasil. Só assim é possível transmitir o documento e recuperar a resposta com a autorização de uso, rejeição ou denegação da NF-e e outros documentos digitais.

O segundo passo, considerado fundamental para garantir a segurança do envio das notas fiscais eletrônicas é verificar as opções oferecidas pelas fornecedoras de soluções de NF-e em relação à proteção das informações contidas no certificado digital do cliente

A grande maioria delas não oferece modelos que mantenham o Certificado Digital internamente na empresa, seguindo apenas os padrões já existentes: Tipo A3, em que os dados são gerados, armazenados e processados em um cartão inteligente ou token, com senhas de acesso e o Tipo

A1, no qual as informações são geradas e armazenadas em um computador pessoal.

Quando a fornecedora propõe a possibilidade de o certificado digital ficar na posse do cliente é muito mais vantajoso e seguro. Neste caso, apenas pessoas autorizadas, de dentro da empresa do cliente, poderão ter acesso ao uso deste certificado digital. Para que isso seja viável, a empresa fornecedora da solução deve estar apta tecnologicamente com aplicativos executáveis, capazes de armazenar o certificado de forma segura, sem que ele saia da “casa” do cliente.

Acredito que o mercado de tecnologia e soluções de NF-e TI ainda tem muito a amadurecer neste sentido. Até pela obrigatoriedade de

uso de NF-e ser um tema relativamente novo, muitas fornecedoras de soluções de nota fiscal eletrônica não chegaram a pensar neste nível de detalhe e não se prepararam para os problemas que poderiam surgir no pós-venda, entre eles o de manter o certificado digital na

posse do cliente, manter os documentos eletrônicos armazenadis em infraestrutura segura e durante período decadencial, ou ainda, os mais básicos como

garantir que documentos emitidos no modelo de emissão em contingência sejam assinados eletronicamente antes da impressão dos DANFE correspondentes e posterior envio às SEFAZ.

É preciso um investimento maciço em tecnologia e inovação para acompanhar o crescimento e as mudanças deste setor, impostas pelo mercado ou pelo governo.

Alberto Freitas é diretor geral da Signature South Consulting no Brasil

a importância do certificadodigital na emissão de nfeUma nota fiscal eletrônica só é válida juridicamente quando está garantida pela Assinatura digital - processo que verifica a integridade e autoria de um arquivo eletrônico, comprovando a sua autenticidade. Ou seja, somente por meio deste tipo de assinatura é possível provar quem é o autor de um arquivo eletrônico e se o mesmo não foi modificado.

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somente pessoas autorizadas, de dentro da empresa, podem ter acesso ao certificado digital

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Page 27: Revista TI Inside - 56 - Abril de 2010

radar fiscal

fisco paulista implanta sistema eletrônico de gerenciamento Operação dispensa a presença do contribuinte ao posto fiscal

Em São Paulo, entrou em funcionando no início do mês o Sistema Eletrônico de Gerenciamento do Crédito Acumulado (e-CredAc), para administrar o crédito acumulado do ICMS no Estado. Com essa ferramenta os pedidos relativos ao crédito acumulado do imposto e sua

análise pelo Fisco paulista passam a ser feitos por meio digital. A operação dispensa a presença do contribuinte ao posto fiscal.

O acesso ao serviço é feito mediante certificação digital, o que garante a segurança quanto à autoria e à autenticidade dos atos executados. O meio digital substitui os formulários em papel e seus respectivos anexos e comprovantes até então utilizados para efetuar operações do gênero.

A partir deste mês, o e-CredAc será a única maneira de o contribuinte formular o pedido. Isso porque todos os papéis serão substituídos por arquivos digitais com formato padronização. Com o novo sistema, basta o contribuinte enviar o formulário digital através do sistema de Transferência Eletrônica de Dados (TED), como é feito com os arquivos do Sintegra. Entretanto, antes do envio o arquivo deve ser verificado por um programa pré-validador, para assegurar o atendimento ao formato padrão.

Na transferência de crédito foi abolida a emissão da nota fiscal e o comparecimento do remetente e do destinatário nos respectivos postos fiscais, para obtenção do crédito mediante carimbo – um requisito essencial para lançar o crédito na GIA. No e-CredAc, todas as etapas do pedido de transferência serão realizadas por meio do sistema. Caso o parecer do posto fiscal seja positivo, será registrado um pré-deferimento e o sistema aguardará o aceite do destinatário para gerar o visto eletrônico, com um código específico para cada transação.

As movimentações referentes ao crédito acumulado são registradas em uma espécie de conta-corrente eletrônica do contribuinte. Com sua implantação, o controle do crédito acumulado será único para o Fisco e

para o contribuinte, além de permitir sua visualização em tempo real. Em um funcionamento similar ao internet banking das instituições

financeiras, o e-CredAc permite a emissão de extratos de movimentação e o contribuinte pode solicitar o registro de reincorporação, devolução, compensação e pedido de liquidação de crédito acumulado.

Outra vantagem é que o contribuinte pode delegar a terceiros a autorização para realizar essas operações em seu nome, empregando a funcionalidade denominada “procuração eletrônica”. Para tanto, o procurador indicado deverá possuir também uma certificação digital.

Está previsto, também, a incorporação no sistema de um módulo de verificação fiscal sumária, para cruzamento das informações do arquivo com os banco de dados da Secretaria de Fazendo. O objetivo é confirmar as ocorrências e a autenticidade das operações declaradas.

O dinheiro pago em impostos que incide sobre a compra de bens e serviços poderá ser devolvido ao contribuinte caso seja aprovado o Projeto de Lei 6.998/10, de autoria do deputado Paulo Bornhausen (DEM-SC), que tramita na Câmara.

A proposta determina o reembolso para as pessoas consideradas pobres na forma da lei, ou seja, aquelas que não possuem renda suficiente para garantir um sustento mínimo da própria família. Isso sem a necessidade de pedido do interessado.

Dessa forma, o valor a ser ressarcido será calculado com base no total dos tributos federais, estaduais, municipais de distritais incidentes na compra de bens e serviços – descontados os valores pagos aos contribuintes inscritos em programas de estímulo à nota fiscal.

De acordo com o parlamentar, a iniciativa vai custar R$ 3 bilhões aos cofres públicos. O objetivo do programa, que será chamado de Justiça Fiscal para o Pobre, é combater a pobreza e a marginalização resultantes do tratamento desigual entre os contribuintes pobres e os demais.

O projeto tramita em caráter conclusivo – que não precisa ser votado pelo Plenário, apenas pelas comissões designadas para analisá-lo.

projeto restitui imposto pago na compra de bens e serviçosProposta determina o reembolso para as pessoas consideradas pobres na forma da lei, ou seja, aquelas que não possuem renda suficiente para garantir um sustento mínimo da própria família

Page 28: Revista TI Inside - 56 - Abril de 2010

Prepare-se para o maior evento de multisserviços da América Latina.Negócios, tecnologia, mercado. Congresso internacional, exposição de serviços e tecnologias, seminários, paineis. O ponto focal do mercado, no momento de maior crescimento da história da indústria. Este programa você não vai querer perder por nada.

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Page 29: Revista TI Inside - 56 - Abril de 2010

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Page 30: Revista TI Inside - 56 - Abril de 2010

O mercado local e a segurança de meios de pagamento por cartões nunca mais serão os mesmos depois de 2010. O primeiro fator é a

abertura do mercado de adquirentes, como são chamados os credenciadores de lojistas para as bandeiras de cartões de crédito, em junho deste ano. Um movimento que, de acordo com algumas previsões, pode determinar a entrada de 20 empresas até 2015 contra as duas atuais – Redecard e Cielo (antiga VisaNet) – que dominam 90% deste mercado. Outra novidade é a determinação para setembro da adoção do padrão de segurança PCI DSS (Payment Card Industry Data Security Standards) pelo mercado.

Neste último caso, quem não estiver em conformidade com o que a Payment Card Industry Council determina terá que pagar multas de alto valor e até mesmo correr o risco da perda do direito de processar transações de cartões de pagamento. O PCI se constitui de normas e exigências para que empresas e prestadores de serviços que armazenam, processam e transmitem dados de cartões de pagamento atendam aos controles de processos e segurança da informação. Seus procedimentos evoluem da mera adequação de firewalls até mudanças em processos de negócios (veja mais no Box: Reflexos do PCI).

Tudo para protejer um mercado que, mesmo em um ano de crise e retração da economia mundial, segundo dados da ABECS – Associação Brasileira de Empresas de Cartões de

Com a abertura do mercado de cartões e o surgimento de novas redes e bandeiras, os riscos das transações podem ficar mais evidentes e frequentes. Mas o setor está se preparando para barrar fraudes e violações com a conformidade prevista no padrão PCI DSS, que entra em vigor em setembro deste ano, e uma série de estratégias

Claudio Ferreira

Crédito e Serviços –, emitiu em dezembro de 2009 mais de 560 milhões cartões, tanto de crédito como de débito no País, 10% a mais que em 2008. Com um volume de crescimento para 2010 projetado em 11%.

“Acredito que a abertura é um movimento oportuno para a indústria. Com uma competição em outro grau de maturidade o serviço será o diferencial para quem quer participar ou ter relevância neste mercado. Estamos prontos e já trabalhando com outras empresas”, argumenta Paulo Guzzo, vice-presidente de soluções em negócios da Cielo. Ele revela que o modelo para trabalhar com os novos labels ainda está sendo estabelecido e que elas trabalharão com a disponibilidade da rede da Cielo. “Alguns detalhes precisam ser sanados, uma empresa com ação regionalizada poderá

ter a captura permitida em todo o país, por exemplo?”, pondera.

A mesma visão quanto a abertura tem Edson Ortega, diretor de segurança da Visa do Brasil, “enxergamos de forma positiva o processo, estimulamos a concorrência, é um modelo no qual trabalhamos e adotamos em outros paises, ao nosso ver será algo positivo”, garante.

E a segurançaA concorrência é que fica ainda mais

animada. “Com a abertura do mercado, o peso deles (Cielo e Redecard) vai cair”, afirma Marcos Ribeiro Leite, presidente da CSU CardSystem. No entanto, como a tendência é o mercado como um todo crescer, essa possível perda percentual terá como compensação um maior volume de negócios. A CSU, por sinal, entrou no mercado de processamento para os adquirentes em novembro do ano passado.

“O que tínhamos no mercado era um oligopólio – quando um grupo restrito de empresas dita o mercado – de duas empresas. No entanto, alguns players estão fazendo planos para iniciar operações, e já temos a GetNet, que é parceira do Santander, uma empresa forte em pré-pago de celular”, garante Eduardo Sato, gerente de serviços profissionais da Sybase e especialista no tema de segurança em meios de pagamentos. A mesma visão crítica é a tônica da fala de Eduardo Daghum, sócio-diretor da Horus, especializada em controle e prevenção a fraudes para segmentos que atuam com meios de pagamento.

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“acredito que a abertura seja um

movimento oportuno para a

indústria. Com uma competição

em outro grau de maturidade, o serviço será o

diferencial para quem quer

participar ou ter relevância”,

Paulo Guzzo, da Cielo

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a b r I l D e 2 0 1 0 | T I I n S I D e 3 1

Daghum, ex-executivo da Redecard e da CSU, vê benefícios na ponta para o cliente final, mas também enxerga que será preciso fazer a lição de casa, principalmente para quem pretende montar uma nova rede de captura. “As redes atuais têm um bom nível, esse foi um fator positivo da concentração do mercado. O modelo anterior trouxe um novo prisma de segurança e hoje é interessante que todos estejam alinhados para que a fraude não migre para os entrantes. Cada bandeira tem seus cadastros, mas eles são unificados. O novo adquirente tem que entrar nesse sistema e é uma regra, mas não uma obrigatoriedade. Assim como o comportamento de quem era adquirente e passa a ser emissor de cartões no quesito segurança é totalmente diferente”, argumenta o executivo da Horus.

Neste processo, Ortega, da Visa, assegura que a empresa já está alinhada com o que o Banco Central pede. “faremos o que fazemos em outros países e a exigência é a mesma em todo o mundo para quem trabalhar conosco, seja parceiro local ou global. Vamos atender ao padrão PCI e também a outros regulamentos internos que blindam a nossa rede”, explica.

Já a Cielo trabalha há sete meses em conjunto com uma entidade certificadora e sua área de controles internos para a revisão da adequação ao padrão PCI. “A certificação é uma prioridade para nós. Temos ainda um time focado na gestão das demandas de integração de atendimento com os estabelecimentos”, garante Guzzo.

Visão calibradaEstrategicamente, Guzzo observa

que a aceitação do cartão com chip é uma bandeira importante para a Cielo. “Utilizamos há anos e a tecnologia é complementada por outras funcionalidades na infraestrutura de redes e no backoffice, toda a senha trafegada pela rede e em nossos terminais é encriptada, somos os únicos em todo o mundo com a criptografia por senha”, garante. A empresa ainda possui controle de equipamentos, ou seja, se tiver alguma movimentação física da máquina ela não vê mais a rede. E um sistema neural, o Lynx, que aprende por base histórica, com rating online e neartime, qualificando as transações e informando a instituição financeira da transação, que analisa o alarme.

Questionado sobre a frase que alguns analistas tem utilizado – mais players menos segurança – Guzzo confirma a preocupação e explica: “para trabalhar é preciso responder a uma condição de mercado. Existe um grupo na Abex trabalhando para que possamos ter um equipamento único na ponta no futuro, com a comunicação com diferentes redes e independente de crédito ou débito”, projeta.

Essa facilidade, que se acontecer será única no mundo, é reflexo da bem-sucedida experiência do SPB (Sistema de Pagamentos Brasileiro) que facilitaria a prática e simplifica a interconexão entre as instituições com uma sólida infraestrutura e padrões de segurança.

“O Banco Central consegue visualizar todas as operações. É uma interdependência benéfica e que fortalece a cadeia de operação. Independente disto, temos uma grande maturidade de oferta e diversidade de produtos, mesmo em comparação com outros países”, qualifica Guzzo, da Cielo.

Para Ortega, da Visa, voltando ao questionamento da equação mais players e menos segurança, ele afirma que vai existir um questionamento nessa linha, mas na maioria das vezes será mitigado. “O importante é saber que para o parceiro entrar como adquirente ele precisa seguir critérios e regulamentações. Podem surgir práticas novas de fraudes, talvez, mas será sanado se eles seguirem as normas”, assegura.

Entraram, e agora?Mas e para os clientes,

principalmente os novos, que devem entrar no mercado como as pessoas das classes C e D, qual será a percepção quanto à segurança? “Ele vai entender que passar o cartão dele em um terminal a, b ou c será seguro. Acho que pode acontecer a dúvida se a tal máquina aceita ou não o cartão. No primeiro momento, provavelmente, o lojista fique até mais confuso, mas tem todo um tratamento para mitigar as dúvidas e teremos uma comunicação correta com o mercado”, aponta Ortega.

“O que tínhamos no mercado era um oligopólio – quando um grupo restrito de empresas dita o mercado – de duas empresas. no entanto, alguns players estão fazendo planos para iniciar operações, e já temos a Getnet, que é parceira do Santander, uma empresa forte em pré-pago de celular”,eduardo Sato, da SybaSe

A partir de setembro, quem não estiver em consonância com o padrão PCI terá que arcar com

multas e problemas que podem levar até ao descredenciamento pelas entidades reguladoras do mercado. Mas o que ele significa nas práticas do setor? “É possível enxergar esse aspecto como algo que mexe na governança de TI do setor. O PCI, em muitos casos, não quer dizer a adoção de novas tecnologias, mas sim de processos”, garante Sato, da Sybase.

O PCI, no entendimento do analista, se fundamenta nos princípios de criar e manter uma rede segura a partir de 6 itens: proteger as informações do cartão, manter um programa de vulnerabilidade, saber quais medidas serão tomadas, qual o controle de

acesso as informações, monitorar as redes regularmente e manter uma política de segurança. Temas que ganham subdivisões. Mesmo com tal complexidade, Sato está tranqüilo. “Acredito que as empresas já atendem ao padrão na Brasil”, garante.

Mas, claro, o modo de atender ao padrão pode ser diferente de empresa para empresa. “Quando ele fala em proteger as informações armazenadas, elas podem estar criptografadas ou não permitir o acesso. O padrão diz o que deve ser feito, mas não como. O padrão fala em criptografia dos dados quando em redes públicas ou abertas, mas não diz qual o algoritmo utilizado. A implementação pode variar e ser feita de acordo com o que a empresa ache mais interessante”, completa o analista da Sybase.

Reflexos do PCI

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Daghum, ex-executivo da Redecard e da CSU, vê benefícios na ponta para o cliente final, mas também enxerga que será preciso fazer a lição de casa, principalmente para quem pretende montar uma nova rede de captura. “As redes atuais têm um bom nível, esse foi um fator positivo da concentração do mercado. O modelo anterior trouxe um novo prisma de segurança e hoje é interessante que todos estejam alinhados para que a fraude não migre para os entrantes. Cada bandeira tem seus cadastros, mas eles são unificados. O novo adquirente tem que entrar nesse sistema e é uma regra, mas não uma obrigatoriedade. Assim como o comportamento de quem era adquirente e passa a ser emissor de cartões no quesito segurança é totalmente diferente”, argumenta o executivo da Horus.

Neste processo, Ortega, da Visa, assegura que a empresa já está alinhada com o que o Banco Central pede. “faremos o que fazemos em outros países e a exigência é a mesma em todo o mundo para quem trabalhar conosco, seja parceiro local ou global. Vamos atender ao padrão PCI e também a outros regulamentos internos que blindam a nossa rede”, explica.

Já a Cielo trabalha há sete meses em conjunto com uma entidade certificadora e sua área de controles internos para a revisão da adequação ao padrão PCI. “A certificação é uma prioridade para nós. Temos ainda um time focado na gestão das demandas de integração de atendimento com os estabelecimentos”, garante Guzzo.

Visão calibradaEstrategicamente, Guzzo observa

que a aceitação do cartão com chip é uma bandeira importante para a Cielo. “Utilizamos há anos e a tecnologia é complementada por outras funcionalidades na infraestrutura de redes e no backoffice, toda a senha trafegada pela rede e em nossos terminais é encriptada, somos os únicos em todo o mundo com a criptografia por senha”, garante. A empresa ainda possui controle de equipamentos, ou seja, se tiver alguma movimentação física da máquina ela não vê mais a rede. E um sistema neural, o Lynx, que aprende por base histórica, com rating online e neartime, qualificando as transações e informando a instituição financeira da transação, que analisa o alarme.

Questionado sobre a frase que alguns analistas tem utilizado – mais players menos segurança – Guzzo confirma a preocupação e explica: “para trabalhar é preciso responder a uma condição de mercado. Existe um grupo na Abex trabalhando para que possamos ter um equipamento único na ponta no futuro, com a comunicação com diferentes redes e independente de crédito ou débito”, projeta.

Essa facilidade, que se acontecer será única no mundo, é reflexo da bem-sucedida experiência do SPB (Sistema de Pagamentos Brasileiro) que facilitaria a prática e simplifica a interconexão entre as instituições com uma sólida infraestrutura e padrões de segurança.

“O Banco Central consegue visualizar todas as operações. É uma interdependência benéfica e que fortalece a cadeia de operação. Independente disto, temos uma grande maturidade de oferta e diversidade de produtos, mesmo em comparação com outros países”, qualifica Guzzo, da Cielo.

Para Ortega, da Visa, voltando ao questionamento da equação mais players e menos segurança, ele afirma que vai existir um questionamento nessa linha, mas na maioria das vezes será mitigado. “O importante é saber que para o parceiro entrar como adquirente ele precisa seguir critérios e regulamentações. Podem surgir práticas novas de fraudes, talvez, mas será sanado se eles seguirem as normas”, assegura.

Entraram, e agora?Mas e para os clientes,

principalmente os novos, que devem entrar no mercado como as pessoas das classes C e D, qual será a percepção quanto à segurança? “Ele vai entender que passar o cartão dele em um terminal a, b ou c será seguro. Acho que pode acontecer a dúvida se a tal máquina aceita ou não o cartão. No primeiro momento, provavelmente, o lojista fique até mais confuso, mas tem todo um tratamento para mitigar as dúvidas e teremos uma comunicação correta com o mercado”, aponta Ortega.

“O que tínhamos no mercado era um oligopólio – quando um grupo restrito de empresas dita o mercado – de duas empresas. no entanto, alguns players estão fazendo planos para iniciar operações, e já temos a Getnet, que é parceira do Santander, uma empresa forte em pré-pago de celular”,eduardo Sato, da SybaSe

A partir de setembro, quem não estiver em consonância com o padrão PCI terá que arcar com

multas e problemas que podem levar até ao descredenciamento pelas entidades reguladoras do mercado. Mas o que ele significa nas práticas do setor? “É possível enxergar esse aspecto como algo que mexe na governança de TI do setor. O PCI, em muitos casos, não quer dizer a adoção de novas tecnologias, mas sim de processos”, garante Sato, da Sybase.

O PCI, no entendimento do analista, se fundamenta nos princípios de criar e manter uma rede segura a partir de 6 itens: proteger as informações do cartão, manter um programa de vulnerabilidade, saber quais medidas serão tomadas, qual o controle de

acesso as informações, monitorar as redes regularmente e manter uma política de segurança. Temas que ganham subdivisões. Mesmo com tal complexidade, Sato está tranqüilo. “Acredito que as empresas já atendem ao padrão na Brasil”, garante.

Mas, claro, o modo de atender ao padrão pode ser diferente de empresa para empresa. “Quando ele fala em proteger as informações armazenadas, elas podem estar criptografadas ou não permitir o acesso. O padrão diz o que deve ser feito, mas não como. O padrão fala em criptografia dos dados quando em redes públicas ou abertas, mas não diz qual o algoritmo utilizado. A implementação pode variar e ser feita de acordo com o que a empresa ache mais interessante”, completa o analista da Sybase.

Reflexos do PCI

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A comunicação, talvez com uma campanha de utilização dos cartões deve ser feita em um momento de grandes mudanças. “Tenho quase certeza que isso será feito, falando sobre o novo padrão de segurança e mesmo a abertura do mercado. É algo necessário nesse momento. A confiança do usuário com os cartões é semelhante a de quem compra pela web, a pessoa se sente mais confortável em trabalhar com quem conhece, é igual no mundo real”, compara Sato, da Sybase.

Ainda sobre a questão do “conhecimento”, Daghum, da Horus, admite que pela concentração do mercado existe uma carência de especialistas (veja mais no Box: A corrida pelos profissionais). “Montei a Horus porque existe uma escassez de recursos humanos no setor. Pouca gente trabalha com prevenção a fraudes e agora, com a abertura, será ainda mais complicado ter pessoas preparadas”, admite.

A palavra fraude, aliás, é a mais utilizada quando se fala em problemas de segurança. E o desafio, lembra Ortega, da Visa, é tornar as informações sensíveis e não estáticas, o que dificulta a sua captura por fraudadores. “A informação deve ser dinâmica. A compra é feita por meio de um registro

momentâneo e ele não mais aparece. Hoje, o grande desafio é tratar o risco, principalmente nos “cartões não presentes”. Diminuímos muito as fraudes com cartões presentes com o investimento no chip”, relembra.

Meu querido chipO advento do chip é considerado

por todo o mercado como um braço importante na luta contra as fraudes. Mas ainda existe resistência no mundo. O mercado norte-americano, que resiste ao que não é criado por eles, é um deles. “A fraude por lá ainda é alta, mas o faturamento é altíssimo e acaba gerando um baixo impacto no negócio. Porém, quando o consumidor norte-americano vai à Europa não consegue comprar com cartão porque o chip já está padronizado. Além disso, os terminais são caros, no Brasil a Cielo e a Redecard fizeram um investimento pesado na troca”, explica Daghum, da Horus.

Segundo a Horus, de janeiro a dezembro do ano passado foram registrados no Brasil um total de 13.718 cartões clonados e 158 máquinas apreendidas por estarem adulteradas pelo equipamento de captura ilegal de dados (chupa cabras). O prejuízo causado ao sistema por todos estes

casos juntos chegou a pelo menos R$ 39.153.899,00. Evidentemente que esses cartões em questão ainda são os que ainda mantém o conjunto chip com a tarja magnética.

O fenômeno da disseminação do uso do chip trouxe um efeito colateral, as fraudes migraram para o que o mercado chama de transações com “cartões não presentes”, ou seja, compras feitas por telefone e, principalmente, pela web. “As fraudes aumentaram bastante sim. Como temos menos instrumento de autenticidade, isso ocorre. A saída que encontramos foi a implementação de ferramentas como o Verify by Visa, mas nem todos os portadores o possuem e as formas de autenticar o portador tem ficado mais complexas com o uso do CPf, por exemplo, para garantir a venda de sucesso na web”, garante Ortega.

O executivo explica como o Verify by Visa funciona: “trabalhamos com três pontas de autenticação – a loja, o banco e o cliente – e tanto o comerciante como a instituição financeira devem autenticar a transação. Temos alguns anos de estrada e é um processo evolutivo, ainda estamos buscando uma maior capilaridade da ferramenta tanto no Brasil como no mundo”.

Algo como 70% das fraudes, lembra Daghum, da Horus, são

A abertura do mercado evidencia um problema: a falta de mão-de-obra experiente e mesmo a educação e especialização de profissionais nas questões de segurança de cartões e na análise de riscos. O fato é que as empresas

estabelecidas viraram o único celeiro para quem deseja contratar.Porém existem algumas alternativas, mesmo que não tão rápidas. “O interessante

seria formar esse know-how, até mesmo fora do país. Nós treinamos os gestores e eles deveriam buscar quem faz a transferência de conhecimento. Temos alguns treinamentos e a transferência é feita na prática, diariamente, mostrando e implementando novos processos. Normalmente o processo demora 90 dias”, aponta Daghum, da Horus.

Na Cielo, a empresa tenta se prevenir do assédio. “Sabemos que a retenção é a saída. O que fazemos aqui e aprovamos com o conselho é uma mudança no modelo de remuneração, com bônus de curto e longo prazo, chegando até o nível gerencial e atrelado ao desempenho no longo prazo. São formas de reter e ter um diferencial competitivo”, revela Guzzo. Ele deixa evidente que é complicado contratar e que as exigências não podem diminuir por conta disto. O mínimo, como perfil do profissional, é que ele tenha uma vivência no mundo financeiro. “Nossa indústria trabalha com muitas particularidades e temos que trabalhar mais a gestão e calibrar o balanceamento da equipe, sempre”, conclui.

Os profissionais são valorizados e quanto maior a atribuição do cargo mais raros. “É preciso um profissional testado e que tenha experiência até mesmo em outros lugares do mundo. Oferecemos uma série de pacotes de benefícios quando encontramos alguém e precisamos reter quem está em casa”, garante Ortega, da Visa.

A CoRRIdA Pelos PRofIssIonAIs

>mercado

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ocasionados pela web. “Aconteceu essa migração, e a prevenção contra as fraudes não acompanhou a prática. As campanhas e iniciativas de educação devem ser feitas pelo mercado e pelo Governo. É preciso ainda ter uma lei específica contra crimes nos meios eletrônicos, hoje a pessoa é enquadrada como estelionatário”, resume. Pior, com a entrada das classes C e D na web, a questão cultural ganha ainda mais relevância.

Uma soluçãoAinda não existem mecanismos para

ler o cartão na casa do portador, e isso deve demorar como forma de diminuir as fraudes pela web. No entanto, o chip continua evoluindo. A True Access Consulting aproveitou seu know-how em tecnologias de segurança e criou uma solução de personalização de cartões. A ferramenta consiste na personalização completa, incluindo preparação de dados, sistema de gerenciamento por chaves de segurança e criptografia e hardware dedicado para hospedagem segura dos dados.

Com investimento em mais de um ano de pesquisa e desenvolvimento para oferecer uma solução que realiza diversas operações criptográficas de forma integrada por meio do Dínamo – HSM (Hardware Security Module) dedicado à função de repositório seguro de chaves de segurança com plataforma para serviços de criptografia, como assinatura digital e encriptação. “Por se tratar de um mercado maduro e em crescente ascensão, apostamos em uma solução de personalização que atenda às normas e padrões de segurança da European Mastercard Visa Association (EMV)”, comenta Pedro Goyn, presidente da True Access Consulting. Para garantir a integridade

das informações dos usuários, a solução funciona como um “cofre digital”, na qual são armazenadas as chaves de segurança, protegendo o conteúdo contra acessos não autorizados e tentativas de violação.

Como lembra Ortega, da Visa, os processos são cada vez mais globais, dentro das normas e regulamentações da PCI, o que garante um status de segurança no setor, em tese e talvez na prática, diferenciado e bem fundamentado. “Qualquer emissor aqui e no mundo tem acesso a ferramentas de score de risco e aos procedimentos e melhores práticas que envolvem o setor, a área tem standards bem equacionados”, completa.

segundo A HoRus, de jAneIRo A dezembRo do Ano PAssAdo foRAm RegIstRAdos no bRAsIl um totAl de 13.718 CARtões ClonAdos e 158 máquInAs APReendIdAs PoR estARem AdulteRAdAs Pelo equIPAmento de CAPtuRA IlegAl de dAdos (CHuPA CAbRAs)

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>mercado

ClaudIO feRReIRa

receita e lucro globais em queda, junto com a saída do CeO, são alguns dos problemas que a sAP enfrenta no mercado internacional. no brasil, avanço da Totvs com lucros reluzentes, domínio nas médias empresas e ritmo frenético de aquisições. Tudo parece estar contra a gigante dos erPs

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Os números falam ou quase gritam contra, mesmo que o mercado avalie como atenuantes os efeitos da crise econômica mundial.

Afinal, mesmo com lucro de 727 milhões de euros no 4º trimestre de 2009, a SAP registrou queda de 9% na receita obtida e aquele lucro é 12% menor que o mesmo período em 2008, o que gerou críticas de muitos acionistas e analistas.

Mesmo que a empresa projete crescimento entre 4% e 8% para 2010, a saída do CEO Leo Apotheker em fevereiro jogou mais lenha na fogueira da companhia alemã e resultou na volta do sistema de co-presidentes – abandonado há um ano com a ascensão de Apotheker. Os nomeados foram Bill McDermott e Jim Hagemann Snabe, que já ocupavam cargos executivos na empresa.

Pior, no mercado brasileiro os analistas continuam desconfiando da capacidade da empresa conseguir furar o bloqueio de descida da pirâmide, algo tentado há anos e fortificado continuamente, para acessar o rico e ainda repleto de oportunidades segmento das pequenas e médias empresas (PMEs). Uma área dominada pela Totvs e sua plêiade de marcas e sistemas.

Para falar sobre as questões de concorrência, estratégias e sobre as perspectivas da SAP conversamos com exclusividade com Cristina Palmaka, vice-

presidente de vendas de PME da SAP Brasil. A executiva tratou de acalmar os críticos, falou na manutenção do ousado plano de investimentos e crescimento da empresa no Brasil – algo como triplicar de tamanho em cinco anos – e ressaltou que a mudança pode ter sido benéfica. Veja a seguir a nossa conversa.

TI Inside: O que muda com a

co-gestão Bill McDermott e Jim Hagemann Snabe e a saída de Leo apotheker do comando na Sap mundo e mesmo no Brasil?

Cristina palmaka: A SAP tem um histórico de trabalhar com co-gestão, com essa divisão de poderes. Era assim antes do Apotheker. É um processo

Turbulências e saídas no mundo Sap

normal para a empresa, cada um tem sua responsabilidade prevista, sem maiores impactos. A ideia é beneficiar e trazer mais agilidade para os clientes. Para o Brasil, tivemos uma redução de um layer no processo interno, o que faz com que a nossa voz e a dos clientes fique mais próxima do comando.

TI Inside: Os investimentos

previstos para o Brasil seguem inalterados?

Cristina: Não mudou nada com a mudança de comando, o McDermott é o padrinho do nosso investimento no Brasil, e o plano foi aprovado pós-crise, em agosto ou setembro. Será melhor ainda, com menos um layer o plano de investimento anunciado permitirá que a SAP e o mercado local cresçam mais rápido que em outros países. Até por conta do momento econômico e do movimento de vivermos no futuro próximo a Copa e a Olimpíada. Além disso, o mercado tem amadurecido muito.

TI Inside: as metas de

crescimento para a Sap local seguem inalteradas?

Cristina: Sim, a SAP mundial quer duplicar seu tamanho em cinco anos, e no Brasil o objetivo é triplicar o faturamento. Só em infraestrutura estamos crescendo em 20% os investimentos.

TI Inside: Como o mercado está

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Turbulências e saídas no mundo Sap

trabalhando o novo momento em 2010, depois de passados os efeitos mais graves da crise econômica?

Cristina: Para a SAP, o 2009 foi muito complexo, principalmente o primeiro semestre, quando muitos investimentos foram adiados. Já o segundo semestre foi muito bom, especialmente o último trimestre. Um dos clientes disse que se soubesse que a crise seria tão branda teria investido ainda mais cedo. No geral, foi espetacular a força da reação e nos mostrou que 2010 iria começar muito bem.

TI Inside: Onde estão as

oportunidades de negócios em 2010?

Cristina: Nossos atuais clientes seguem investindo e outros novos, que tinham soluções caseiras ou limitadas, começam a investir em sistemas mais robustos. Alguns clientes que estavam em processo de maturação e que estavam em nosso radar há, talvez, três anos, estão prontos agora. Um setor muito interessante e que tem dado um grande avanço é o setor de varejo. Por algum tempo o ERP não era prioridade para eles. Agora, alguns grandes e médios varejistas começam a investir. E outros segmentos como agronegócios também tem evoluído, assim como as companhias de médio porte do setor farmacêutico.

TI Inside: a crise pode até ter

influenciado positivamente nesse processo de amadurecimento?

Cristina: Talvez...pode ser que sim. Talvez a crise tenha forçado a isto.

TI Inside: No segmento das

pMEs, como está se dando o embate pelo mercado? Se fala em uma concentração muito grande da Totvs que tem domínio em diversos segmentos. Como a Sap vê essa concorrência local e como sair do, mais que falado, mercado do high end que estaria saturado há anos?

Cristina: Não são coisas excludentes, as grandes empresas ainda tem muitas oportunidades em outras soluções como BI, e existem oportunidades no high end naqueles que ainda não trabalham conosco, até mesmo em Governo e saúde.

TI Inside: E nas pMEs, como

está sendo travado o embate com a Totvs?

Cristina: Continuamos avançando no segmento e a descida foi facilitada ao tornar o produto R/3 dentro da oferta Business All-in-One, mais parametrizada, com best practices, o que reduz o custo e a implementação. Esse é o grande diferencial da SAP. O importante para o cliente é ter uma base manipulável de dados, com dados que não serão corrompidos. O custo é mais acessível, e evoluímos em SaaS para outras empresas. Também temos melhorado a nossa oferta de financiamento e fechamos uma parceria local com a IBM Brasil (veja mais no Box: Big Blue com SAP). A oferta é mais do que o produto ou solução e chegamos ao mercado com canais, com nossa capilaridade.

TI Inside: Mas como os clientes

locais podem ficar tranqüilizados quando a continuidade da política da empresa, de licenciamento e de desenvolvimento de produtos, depois de um ano não muito bom e com as mudanças recentes?

Cristina: Estamos muito bem e

fortes no mundo e temos ainda mais força na nossa realidade local, as perspectivas são muito fortes por aqui. Temos um grande direcionamento para o Brasil.

TI Inside: alguns analistas de

mercado comentam que a performance da empresa em 2009 pode ser um sintoma de esgotamento ou decadência, qual a sua avaliação?

Cristina: Não vejo assim, muito pelo contrário, estamos em um momento de renovação. Com o crescimento de ofertas em SaaS, por exemplo, e o resultado foi até bom considerando o ano de crise econômica global que vivemos. A grande mudança é continuar próximo do cliente e se antecipar ao mercado. O nosso foco é no cliente, já trabalhei em várias indústrias e sei que a SAP toca o centro nervoso dos clientes e os auxilia. Acho que o Board acreditou que a melhor saída para o momento era voltar a co-gestão.

V isando o mercado das médias empresas, a IBM local fechou uma parceria com a SAP no final de janeiro último para a venda da solução SAP Business All-in-One, software de gestão integrada destinado ao segmento. A oferta completa, que

envolve serviços, infraestrutura e financiamento, foi batizada de IBM Express Solution e se diferencia por conter soluções pré-configuradas com as melhores práticas de negócio para diversos setores de indústria, resultantes do conhecimento adquirido pela unidade de consultoria da IBM em projetos SAP ao redor do mundo.

“O IBM Express Solution permitirá ao médio empreendedor potencializar o seu negócio, maximizar recursos, padronizar e integrar com eficiência os seus processos, obtendo assim vantagem competitiva frente aos seus concorrentes”, afirma Aurélio Rodrigues, líder de consultoria da IBM Brasil para Multi-Industry. Com a parceria, a IBM amplia a oferta de seu portifólio para o segmento de médias empresas.

Com estímulo para o mercado, o Banco IBM disponibilizará uma linha de crédito para financiamento em até 60 meses que, de acordo com alguns critérios, permitirá ao cliente iniciar os pagamentos do investimento apenas depois de ter o sistema implementado. Cabe agora as duas empresas mostrar para as médias empresas que a união de dois nomes de peso não resulta, necessariamente, em peso também no bolso, uma tarefa complicada.

big blue com saP

o mcdermott é o Padrinho do nosso investimento no brasil, e o Plano foi aProvado Pós-crise, em

agosto ou setembro. será melhor ainda, com menos um layer o Plano de investimento

anunciado Permitirá que a saP e o mercado local cresçam mais ráPido que em outros Países

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>mercado

empresas que se recusaram a trabalhar com o problemático e ruim Vista experimentam migrar do XP para o Win7, mostrando que a Microsoft pode estar voltando aos trilhos

Muita tinta e papel já foram gastos para relatar o fiasco do sistema operacional Vista. E a própria Microsoft se

apressou no lançamento do Windows 7 para reparar sua imagem, que ficou arranhada. Ao contrário de seu predecessor, o Win7 recebeu boas críticas e parece ser um possível sucesso de público. Estimativas de mercado apontam que o novo ambiente já atingiu a marca de 10% do mercado em cinco meses, enquanto o Vista levou 16 meses para obter a mesma performance comercial. Outro levantamento recente, feito por uma publicação norte-americana, apontou que 70% das empresas pretendem migrar para o novo sistema operacional.

O XP segue soberano com pouco mais de 64% e o Vista vem bem atrás com 16%, mas projeções indicam que o Win7 pode ultrapassar o Vista em junho ou julho se tornando o 2º sistema no mercado. Essa curva ascendente se deve em grande parte

a empresas que fazem um salto do XP direto para o Win7.

Aqui no Brasil, vamos conhecer duas experiências distintas em tamanho e perfil com essa característica de migração. A Alog, empresa provedora de serviços de infraestrutura de TI, portanto mais do que conhecedora de tecnologia, e a Abreu Logística e Transportes, com quase três anos de atuação no mercado de transporte rodoviário de material de construção e que possui uma equipe de entrega formada por 42 caminhoneiros.

A Alog migrou na primeira fase 101 usuários direto do XP para Windows 7 na sua base no Rio de Janeiro e deve migrar outros 90 usuários em São Paulo até junho. E mesmo sendo parceiro de negócios da Microsoft não sofreu qualquer pressão para utilizar o Vista nesse meio de caminho. “Usamos muitas licenças de servidores deles. Até recebemos alguma pressão, mas não em desktops. Nossa opção por permanecer com o XP até aqui se deve à opinião e à experiência em testes com o Vista, que não foram satisfatórias.

sai o XP e entra o windows 7

O sistema apresentava muitas falhas e a prova é que a adoção foi e é lenta”, garante Nelson Mendonça, diretor de operações da Alog.

até tu pingüim!Entre o XP e o Windows 7, a

empresa chegou a testar a opção do Linux nos desktops, mas por conta da necessidade de padronização de toda a plataforma e de aspectos de segurança o sistema operacional não decolou. “Ele não era tão automatizado e tão seguro como poderia ser. E o abandonamos”, relembra Mendonça. A primeira experiência foi considerada boa, no call center da companhia, com 60 posições. “Padronizamos a área inteira, e não tivemos problemas de uso ou compatibilidade, mas quando passamos para outros setores vimos que nossa política de segurança seria prejudicada”, completa.

Convencido de que o Windows 7 trazia uma plataforma muito mais estável, a Alog começou o processo migração fazendo dois meses de entrevistas com os usuários, para entender o impacto da mudança, antes

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do início do projeto em janeiro último. “Fizemos um piloto antes, com alguns usuários não críticos, menos de 10% da base, algo como nove máquinas, aplicamos as políticas e fizemos os ajustes para que as configurações fossem replicáveis”, relembra.

Em três semanas todas as 101 máquinas estavam prontas. “Fizemos uma experiência diferente e colocamos restrições no uso das máquinas, nossa política ficou mais dura, mais adequada ao Win 7 e atende aos pontos de segurança que planejávamos”, garante o executivo.

Mendonça aponta que nas avaliações realizadas os usuários estão gostando da experiência. “Eles viram um avanço. Em alguns casos aproveitamos a nova versão e fizemos o upgrade de equipamentos – em 30% das posições. Para eles foi totalmente diferente, impactante no trabalho. A idade média dos equipamentos é de dois anos e na última troca nós definimos que continuaríamos com o XP”, revela.

Toda a migração foi feita internamente, liderada pela equipe de segurança com ajuda de uma equipe de desktop. “Migramos totalmente no data center do Rio de Janeiro e, como a equipe de segurança, que fica no Rio e vai fazer a migração em São Paulo, estava atarefada, definimos que o processo seria feito da segunda semana de abril até junho. Mas deve ser até mais rápido por conta da experiência adquirida, acredito que em um mês faremos 80% das máquinas e o restante, por conta de usuários mais especiais, será mais lento que isto”, explica Mendonça.

Uma outra experiênciaA Abreu Logística e Transportes,

com três anos de atuação no mercado de transporte rodoviário de material de construção possui uma equipe de entrega formada por 42 caminhoneiros. Sediada em São Paulo, atua na região de Campinas, nas cidades de Sumaré, Hortolândia, Paulínia e Limeira, com filiais em Jundiaí e Campinas. Um dos desafios da empresa era o acesso às informações em tempo real, já que trabalha com uma base de 42 motoristas para realizar entregas da rede de material de construção Telha Norte.

A Abreu Logística foi uma das três selecionadas em projeto com

patrocínio do Banco Itaú e da Microsoft e recebeu a consultoria do parceiro CompuBusiness, que diagnosticou as necessidades do negócio. Uma das demandas era aumentar a produtividade. Para isso a companhia precisava de um sistema capaz de facilitar o acesso às informações e que fosse fácil de usar.

Outro tópico levantado: a segurança dos dados e o suporte das máquinas também precisavam ser aprimorados. Pior, a empresa tinha ainda vários sistemas locais e muitos computadores que não estavam em rede, o que dificultava o acesso rápido às informações. Além disso, muitas informações da empresa estavam no laptop do diretor e em dispositivos de armazenamento móveis, como pen drives.

ainda MicrosoftUsuária do Windows XP, a Abreu

buscava uma solução atual e com mais recursos, e encontrou na migração para o Windows 7. A familiaridade com a plataforma Microsoft facilitou a adaptação dos profissionais. “Qualquer funcionário conhece a plataforma. No mercado existem muitas pessoas certificadas e fica tudo mais fácil de resolver problemas”, explica Eduardo de Abreu, diretor da empresa.

Antes, quando era necessário designar uma entrega, os coordenadores precisavam ligar para toda a base de motoristas perguntando quem estava disponível para o trabalho, tarefa que consumia tempo e dinheiro com chamadas telefônicas. Com a nova infraestrutura, basta uma consulta ao sistema para saber o status de toda a base, composta de 38 motoristas autônomos e quatro contratados. “Aumentamos nosso faturamento de 20% a 30%, sem falar que posso expandir a empresa para qualquer lugar do Brasil com esta estrutura”, contabiliza o diretor.

Outro benefício da plataforma Microsoft é a possibilidade do trabalho remoto. Do smartphone ou de qualquer máquina com acesso à internet os funcionários podem acessar as informações disponíveis na rede da empresa, inclusive e-mails. Com esta facilidade, a Abreu pode dedicar-se mais à área comercial e controlar toda a empresa remotamente. Antes desta estrutura, era necessário ficar locado internamente, o que dificultava o crescimento da empresa. (C.F.)

A velocidade de quem trabalha nas redes sociais pode ser até atordoante. A meta da iProspect é se mover do perfil de empresa de search para provedor de serviços rapidamente. Patricia Maschio, diretora executiva da empresa, revela que

o novo posicionamento vai agregar inteligência ao componente de buscas.“Não queremos ser mais uma agência de search e sim de inteligência e busca.

Vamos mapear todos os caminhos que um consumidor vai fazer para achar determinada marca, seja em sites de busca como nas redes sociais”, aponta. O primeiro passo é criar uma linha nova de ferramentas para trabalhar tanto com outras agências como corporações. Um exemplo é o Radar, que mapeia tudo o que se fala nas redes sociais e na blogosfera, interpretando essas conversações – ele estará alocado com um BI e o serviço engloba pessoas que interpretam números e comportamentos, treinados pela iProspect. “Vamos criar nuvens de tags e a partir dela vemos o que está sendo falado”, explica. O serviço deve estar disponível ainda no final de março.

Procedimento tático

“nossa opção por permanecer com o XP até aqui se deve à opinião e à experiência em testes com o Vista, que não foram satisfatórias. O sistema apresentava muitas falhas e a prova é que a adoção foi e é lenta”nelSOn MendOnça, da alOG

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>web 2.0

3 8 T i i n s i d e | A b r i l d e 2 0 1 0

Embora as empresas no Brasil reconheçam que perdem visibilidade e também no relacionamento com seus clientes por não interagir em redes sociais,

o número daquelas que têm uma atuação ativa na web 2.0 ainda é bastante reduzido, conforme revela pesquisa conduzida pela Fundamento Comunicação Social, em parceria com a Converge Comunicações. Entre as razões apontadas por essas companhias para não se relacionarem on-line estão aspectos como “não ter uma estratégia definida” (20%), “receio de se expor” (20%), “não ver benefícios para o B2B” (17%), “não dispor de estrutura interna (17%), e “restrições de segurança” (12%), entre outras justificativas.

Para o estudo, a Fundamento entrevistou 50 executivos das áreas de marketing e comunicação e TI, de 31 companhias listadas entre as 500 maiores empresas brasileiras. Deste total, 19% delas disseram ter interação parcial, 29% interação total e 52% declararam não interagir na web 2.0. Entre as empresas que interagem em redes sociais, 24% estão no Twitter, 22% no Orkut, 17% no Facebook e o restante distribuídas entre LinkedIn, MySpace, Yahoo, YouTube, Second Life, Flickr e blogs.

Um dado que chama atenção na pesquisa é que entre os executivos cujas empresas já interagem em redes sociais, apenas cinco deles se lembraram de algum caso de insucesso, o que mostra que a ideia do risco é maior do que o perigo em si.

Apesar de conscientes da importância de interagir em redes sociais, as empresas no brasil ainda relutam em incorporar as tecnologias da internet ao negócio. Algumas, porém, começam a descobrir nas ferramentas da web 2.0 uma forma de facilitar a comunicação e o trabalho, além de promover e fazer negócios

Por outro lado, 18 entrevistados se recordaram de casos de sucesso. O cenário é praticamente o mesmo observado no restante do mundo. Estudo realizado no fim do ano passado pela McKinsey, com 1,9 mil executivos da área de tecnologia em todo o mundo de empresas que interagem com redes sociais, revelou que 21% deles estavam satisfeitos com os resultados obtidos e

planejavam aumentar os investimentos.A percepção dos executivos

brasileiros sobre a interação em redes sociais também é positiva. A maioria dos entrevistados citou como benefícios da web 2.0 a disseminação fácil e

rápida, a existência de um canal de fidelização e relacionamento e o alto impacto da interação com os clientes a custo menor. Além disso, mencionam o fato de poder responder rapidamente a uma reclamação e evitar danos à imagem da empresa, bem como melhorar o gerenciamento de riscos e a consolidação das marcas. Eles veem também benefícios à reputação em razão do “boca a boca” on-line e a abertura de novos canais de estimulo à venda.

Um aspecto que se sobressai nas entrevistas com os executivos, segundo a coordenadora da Fundamento Análises, Madu Troyano, é o senso comum de que estavam perdendo oportunidades de negócios. Uma frase ouvida por ela que ilustra bem isso é a de que “hoje em dia, não estar na rede é como no passado não ter um site”.

A principal conclusão do estudo é que a maioria das empresas reconhece a relevância da comunicação on-line, mas não se sente preparada para a interação web 2.0, conforme observa Adriana Panzini, diretora de planejamento da

Fundamento Comunicação Empresarial. A executiva, que participou com Madu do painel sobre comunicação 2.0, no Web Expo Forum 2010, ocorrido em março, em São Paulo, diz que esse receio se

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O desafio de ingressar na era 2.0

adRIana panzInI, da fundaMenTO

COMunICaçÃO eMpReSaRIal:

MaIORIa daS eMpReSaS

ReCOnheCe a RelevânCIa da COMunICaçÃO On-lIne, MaS nÃO Se SenTe

pRepaRada paRa a InTeRaçÃO

web 2.0

eRIvelTO Tadeu

estudo realizado Pela mckinsey revelou que 21% dos executivos de ti estão satisfeitos com os resultados obtidos com as redes sociais

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A b r i l d e 2 0 1 0 | T i i n s i d e 3 9

COMUNICaDORES INSTaNTâNEOSProgramas de mensagens de texto, como MSN Messenger e Google

Talk, cada vez mais estão fazendo parte do cotidiano das empresas. Normalmente, são usados para a troca de ideias e reuniões virtuais entre colegas de trabalho.

BLOGS As páginas pessoais são usadas para disseminar informações entre os funcionários, debater assuntos

relativos ao negócio e transmitir comunicados importantes da alta direção da empresa.

REDES SOCIaISAs redes de relacionamento da web, como Facebook, LinkedIn e MySpace, possibilitam a colaboração

entre os funcionários, bem como a interatividade e estreitamento do relacionamento da empresa com os clientes.

WIkIO software usado pela Wikipédia, que permite aos usuários criar e editar rapidamente páginas da web, é apontado como importante ferramenta para os funcionários compartilharem informações e gerir projetos em desenvolvimento de forma colaborativa.

a corPoração 2.0deve a uma conjunção de fatores e a uma série de barreiras que as empresas ainda têm de superar. As duas principais são a necessidade de uma mudança cultural e de paradigmas, já que elas têm de aceitar ser criticadas e entender isso como uma oportunidade de melhoria. Depois, ter consciência que compartilhar informações gera negócios. Adriana cita outros obstáculos como a falta de planejamento e o fato de a área de TI ainda ser pouco ou nada envolvida nos projetos de redes sociais.

Para Paulo Nassar, professor da Escola de Comunicações e Artes da USP e diretor geral da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje), mais cedo ou mais tarde as empresas terão de se adaptar à revolução da internet social. Por isso, ele alerta para que procurem olhar com mais atenção para esse fenômeno no qual cada vez mais o usuário é parte do conteúdo e cujas mensagens comerciais são transmitidas pelos próprios consumidores para suas redes de amigos nos sites de relacionamento.

Algumas empresas estão descobrindo que a web 2.0 permite a criação de um espaço aberto de trabalho, menos convencional, mas nem por isso ineficiente. E cada vez mais estão percebendo que ferramentas como blogs, redes sociais e programas de

mensagens de texto – como o Blogger, Facebook, Twitter e MSN – podem ser usadas para facilitar a comunicação e o trabalho, além de para promover e fazer negócios. Com uma vantagem: elas estão disponíveis gratuitamente na internet e podem ser acessadas de qualquer computador. Veja, a seguir, as principais ferramentas da web 2.0.

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>artigo

*GutenberG Marques Dias e Maria celeste reis lobo De vasconcelos

a troca de conhecimentos e também uma maior colaboração e participação. Já as Wikis são utilizadas, principalmente, para promover a troca de conhecimentos, estimular o processo de aprendizagem organizacional e também captar e armazenar o conhecimento organizacional.

Os recursos da Web 2.0 são utilizados no mundo do lazer e entretenimento e também começam a estar presente no mundo corporativo. A Web 2.0 apresenta elevado potencial para a gestão do conhecimento sendo a promoção da comunicação, a troca de conhecimentos e o processo de aprendizagem os principais potenciais. Atualmente, é muito simples e rápido criar um Blog pessoal ou mesmo corporativo, participar de uma Wiki, compartilhar um vídeo entre os amigos através do YouTube ou criar um perfil no Orkut ou outra Rede Social. Ou seja, hábitos do dia-a-dia pessoal e

organizacional se misturam, o que pode conferir às organizações comportamentos que estimulam o trabalho colaborativo e interativo através da Web 2.0.

Uma pesquisa realizada em 2009 em 60 empresas brasileiras de diferentes setores demonstra como elas utilizam os recursos da

Web 2.0 para apoiar a gestão do conhecimento. Neste contexto, a gestão do conhecimento pode ser entendida como um conjunto de práticas gerenciais para ampliar a competitividade das empresas através da criação, armazenamento, compartilhamento e uso do conhecimento. As contribuições de recursos como Blogs, Wikis, YouTube, Redes Sociais e outros ampliam a capacidade de criação e disseminação do conhecimento dentro das organizações bem como estimulam a formação de um ambiente mais colaborativo.

Os objetivos da pesquisa foram investigar: quais são os recursos da Web 2.0 que potencializam a gestão do conhecimento; quais são os principais recursos adotados pelas empresas brasileiras e para quais propósitos. Segundo o Gartner, a Web 2.0 está impulsionando uma revolução do ambiente de trabalho e mudando a forma com se faz negócios para sempre, pois as novas ferramentas promovem um ambiente mais colaborativo e dinâmico.

Os serviços e aplicações que utilizam os princípios e conceitos da Web 2.0 são numerosos. Os “serviços chaves” investigados foram Blogs, Wikis, serviços de compartilhamento de multimídia, RSS, Podcasting, Tagging e as Redes Sociais. Alguns desses serviços são relativamente “maduros” (p.ex., Blogs e RSS existem desde 1997), surgiram bem antes do

Cada vez mais empresas de todo mundo, incluindo o Brasil, têm a percepção de que a comunicação visual transforma a forma como as pessoas interagem entre si

Uso da Web 2.0 como suporte à gestão do conhecimento

surgimento do termo Web 2.0, introduzido por Tim O´Reilly em 2004.

A maioria dos participantes da pesquisa concorda com os potenciais da Web 2.0 para a gestão do conhecimento. Mais de 80% dos respondentes afirmaram “Concordar” ou “Concordar totalmente”. Dentro das

organizações, o compartilhamento de multimídia é utilizado principalmente para promover a comunicação com clientes, a troca de conhecimentos e a comunicação com funcionários. A facilidade para criar e compartilhar conteúdo multimídia como vídeos ampliam o seu potencial como instrumento de comunicação e disseminação de conhecimento. Os Blogs são mais utilizados para promover a comunicação com clientes,

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Gutenberg Marques Dias é professor e Consultor, Mestre em Administração pela Fundação Pedro Leopoldo, MBA em Gestão de Negócios pelo IBMEC. Maria Celeste Reis Lobo de Vasconcelos é professora do mestrado em Administração da Fundação Pedro Leopoldo.

A Web 2.0 ApresentA elevAdo potenciAl pArA A gestão do conhecimento, sendo A promoção dA comunicAção, A trocA de conhecimentos e o processo de AprendizAgem os principAis potenciAis

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fauSTO feRnandeS

complementou, dizendo que o usuário médio do BitTotrrent trafega 25GB por mês.

Luca Messaggi, diretor da Zooppa, da Itália, mostrou um caso de sucesso de crowdsourcing advertising e inclusão social. O conteúdo produzido pelos usuários é submetido à votação dos membros da comunidade, da própria marca e do conselho Zooppa. O autor do melhor projeto é remunerado e o conteúdo é então utilizado em campanhas virais nas redes sociais ou offline, neste último caso, há negociação dos direitos. “O benefício para as empresas é que o consumidor dá a sua visão e permite o desenvolvimento de campanhas criativas. Há efeito viral e engajamento. Já o usuário ganha destaque, networking e remuneração”, observou.

Redes sociaisSegundo pesquisa da Fundamento

Comunicação Social, apresentada no painel “Comunicação 2.0: desafios e estratégias das grandes empresas”, a maioria das empresas brasileiras reconhecem que perdem visibilidade e também relacionamento com seus clientes por não interagir em redes sociais, o número daquelas que tem uma atuação ativa na web 2.0 é pequeno (veja mais na reportagem “O desafio de ingressar na Era 2.0). Entre as razões apontadas por essas companhias para não interagirem na comunicação online estão aspectos como não ter uma estratégia definida (20%), receio de se expor (20%), não ver benefícios para o B2B (17%), não dispor de estrutura interna (17%) e restrições de segurança (12%).

“As empresas devem olhar com mais atenção para esse fenômeno no qual cada vez mais o usuário é parte do conteúdo e cujas mensagens comerciais são transmitidas pelos próprios consumidores para suas redes de amigos nos sites de relacionamento”, disse Paulo Nassar, professor da Escola de Comunicações e Artes da USP e diretor geral da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje), no mesmo painel.

Entre os dias 17 e 19 de março aconteceu a 4ª edição do Web Expo Fórum, encontro sobre internet que reuniu, em São Paulo, profissionais das áreas de mídia, comunicação,

marketing, propaganda e TI. Promovido pelas revistas Teletime, TI Inside e Tela Viva, e organizado pela Converge Comunicações, o encontro de 2010 teve como tema central a web 2.0 e suas aplicações nas empresas.

Foram discussões sobre comportamento online, a nova geração das redes sociais, o futuro da banda larga, o modelo da publicidade 2.0, novos desafios e oportunidades na mídia online, comércio eletrônico 2.0, além de mais de 30 workshops voltados para as áreas de tecnologia, negócios e marketing digital.

José Félix, presidente da Net Serviços, palestrou sobre o futuro da banda larga. Já Enor Paiano, diretor de publicidade do Uol; Marcelo Lobianco, diretor de publicidade do iG; Marcelo Prais, diretor de operações e negócios da AlmapBBDO e Paolla Rodrigues, media manager da Tim Brasil, conversaram sobre publicidade 2.0 e chegaram à conclusão de que uma campanha de publicidade bem sucedida na web, utilizando recursos 2.0, necessitam, além de um conhecimento básico desse novo ambiente, de um minucioso planejamento estratégico.

Uma outra mesa redonda abordou o comércio eletrônico 2.0 e contou com a participação de Juliano Marcilio, presidente para a América Latina da Serasa Experian Marketing Services; Marcio Chleba Agência Digital; Patrícia Amaro, gerente de marketing da Surya Brasil e Marcos Paulo Corrêa, CIO da Della Via Pneus. Os especialistas discutiram a explosão do consumo online e a aceitação dos consumidores por produtos como roupas, sapatos, cama e mesa.

Dentre os keynote speakers internacionais: Sanjay Dholakya, Chief Marketing Officer da consultoria Lithium (EUA), que falou sobre metodologias de análise que

permitem avaliar o valor tangível da presença das empresas nas redes sociais e na web 2.0; e Vanessa Fox, fundadora da Nine by Blue e especialista em search engine optimization, que discutiu como as empresas podem alavancar o marketing usando as ferramentas de busca para atingir a paridade com as grandes empresas.

Eric Klinker, CEO do BitTorrent, apresentou palestra sobre os novos desafios e oportunidades na mídia online e chamou atenção para alguns números contabilizados pela companhia. “Cerca de 60% dos usuários baixam vídeos, 17% software e apenas 6% áudio. Nossa base de usuários é de 100 milhões, porém 70 milhões são ativos”,

Web expo Forum 2010 discute as contribuições e usos das redes de relacionamentos para o avanço dos negócios. evento contou participação de diversas companhias do setor, além de palestras internacionais

eu, tu, eles>web 2.0

eRIC KlInKeR, dO bITTORRenT: CeRCa de 60% dOS uSuáRIOS baIxaM vídeOS, 17% SOfTwaRe e apenaS 6% áudIO. nOSSa baSe de uSuáRIOS é de 100 MIlhõeS, pORéM 70 MIlhõeS SÃO aTIvOS

luCa MeSSaGGI, da zOOppa InT’l: COnSuMIdOR dá a Sua vISÃO e peRMITe O deSenvOlvIMenTO de CaMpanhaS CRIaTIvaS. há efeITO vIRal e enGaJaMenTO na web 2.0

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4 2 T i i n s i d e | A b r i l d e 2 0 1 0

>web 2.0

CaTeGORIa vaReJO dIGITal aRI MeneGhInI, dO Iab (1º a eSq.) enTReGa O pRêMIO paRa equIpe da bORGhIeRh/lOwe COM pROJeTO bIC hOMeM beM feITO

MúSICa – ClaudIney SanTOS, da COnveRGe COMunICaçõeS, enTReGa O pRêMIO paRa a aRTISTa danI GuRGel, COM O pROJeTO de MúSICa COMO SeRvIçO, MúSICa 2.0.

MídIa – alexandRe GIbOTTI, da abRadI

(1º à eSq.) enTReGa O pRêMIO paRa a

equIpe da InpReSS pORTeR nOvellI, COM O pROJeTO CaMaROTe

núMeRO 1 da bRahMa.

InTeRaTIvIdade - ISaT – COMunICaçÃO, eduCaçÃO e TeCnOlOGIa fOI eSCOlhIda COM O pROJeTO avG - aMbIenTe vIRTual de GeSTÃO de apRendIzaGeM.

pROJeTOS SOCIaIS pedRO CadIna, da

abRaCOM (2º à eSq.) enTReGa O pRêMIO paRa OS

dIReTOReS da pROCeMpa - eMpReSa de

TeCnOlOGIa da InfORMaçÃO e

COMunICaçÃO de pORTO aleGRe

COM O SITe pORTOweb.

GOveRnO dIGITala dIReTORIa

da pROCeMpa ReCebe MaIS uMa

pReMIaçÃO.

durante a quarta edição do Web eXPO FOrUM foram anunciados os vencedores do prêmio Converge de Inovação digital, que elegeu as melhores campanhas publicitárias, sites e iniciativas que trabalhem com o conceito web 2.0. A seleção dos três finalistas de cada categoria foi feita pelas associações Abradi, Abracom e iAb-brasil. A escolha final realizada através de votação direta dos internautas.

prêmio Converge de Inovação digital

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A b r i l d e 2 0 1 0 | T i i n s i d e 4 3

CulTuRa e eduCaçÃO O InSTITuTO TaManduá SynapSe CulTuRal, ReCebeu duaS pReMIaçõeS: pORTa CuRTaS peTRObRaS e CuRTa na eSCOla.

GaMe – aGênCIa enGenhO nOvO

ReCebeu pRêMIO COM O pROJeTO alTeRnaTe RealITy-GaMe paRa

CenTRO unIveRSITáRIO unIJORGe da bahIa.

MObIle MaRKeTInG – RubenS GlaSbeRG, pReSIdenTe da COnveRGe COMunICaçõeS (1º à eSq.) enTReGa O pRêMIO paRa

endeMOl GlObO COM a SéRIe beIJO Me lIGa!CORpORaTIvO b2C – a aGênCIa MaRKeTInG vIRTual fOI pReMIada pelO SITe InSTITuCIOnal da MaquIaGeM avOn.

eMpReendedORISMO a pReSTuS pROvedOR de COnTeúdO COM O pROJeTO de apOIO aO eMpReendedORISMO fIxO pReSTaTIvO. CORpORaTIvO b2b

aSSOCIaçÃO COMeRCIal de SÃO

paulO COM O pROJeTO web fóRuM - e-COMMeRCe

paRa pMeS.

COMunIdade/Rede SOCIal

MKT vIRTual COM CaSe CIneMenu,

uMa Rede SOCIal de fÃnS de CIneMa.

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4 4 T i i n s i d e | A b r i l d e 2 0 1 0

>internet

Em 2009, o comércio pela internet, apesar da crise financeira mundial, apresentou grande movimentação. De acordo com o último

levantamento realizado pela consultoria e-bit, só no ano passado houve um crescimento de 30% nas vendas pelo e-commerce, com a receita atingindo R$ 10,6 bilhões e o tíquete médio de R$ 335. O número de pessoas que compraram pelas lojas virtuais também evoluiu, totalizando 17,6 milhões, com um aumento de 33% em doze meses.

O índice demonstra que o consumidor brasileiro deixou para trás o receio de comprar pela internet. Tanto é verdade que, nesse ano, todos os grandes players do varejo já se enquadraram nesse mercado, como é o caso do Carrefour, que investiu R$ 50 milhões em sua loja virtual brasileira.

No meio da pirâmide Para o diretor geral da e-bit, Pedro

Guasti, a totalização da entrada dos grandes players nesse setor intensifica ainda mais a concorrência, além de atrair novos perfis de clientes. “São pessoas que confiam nas grandes redes varejistas físicas e, com isso,

Os números do e-commerce mostram que o hábito do brasileiro está mudando. Junto a isso, as pequenas e médias apresentam competência para duelar com as grandes redes de varejo, que já estão tendo dores de cabeça para manter os clientes

>internet

começam a desenvolver competência também no mundo virtual. Apesar da avalanche de investimentos dos grandes players para esse segmento, as PMEs tiveram, em 2009, um aumento de 1,62% no market share (cota de mercado), segundo o e-bit.

Outro estudo, realizado pela empresa de pagamentos online MoIP, registra um crescimento médio anual de 75% na atividade das pequenas e médias empresas no comércio eletrônico. O que levou Igor Senra, diretor da companhia, a concluir: “os grandes players estão perdendo espaço neste segmento”.

O conselho dele para essas empresas manterem a boa forma é utilizar estratégias mercadológicas com inteligência, além das ferramentas virtuais adequadas para angariar e manter clientes. Com o crescimento expressivo do mercado virtual, a disputa por clientes não está condicionada unicamente ao produto, mas sim a toda uma estrutura comercial, que se apóie o relacionamento empresa/cliente.

Segundo o diretor geral da ViajaNet, Alex Todres, loja virtual de pacotes turísticos e passagens aéreas pela internet, hoje a tecnologia é apenas commodity e muitos empresários se enganam ao pensar

começam a comprar pela internet”, diz. Essa crescente demanda também é reflexo da inclusão digital e do aumento da renda mensal das classes C e D no País (de até 60%), dados que impactam o comércio de eletroeletrônicos, como os computadores, formando uma roda viva que determina inclusive a compra de serviços de acesso à internet em alta velocidade. “Hoje, não basta essas pessoas terem um PC em suas casas, elas precisam e querem ter acesso à web”, avalia.

Com a alta de demanda, pequenos e médios comerciantes

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>internet

4 6 T i i n s i d e | A b r i l d e 2 0 1 0 W

que para fazer bons negócios a sua empresa deve apresentar um site rodeado de efeitos tecnológicos. “Ao contrário, ele tem que fazer o negócio acontecer. Entender o que é melhor para o seu cliente”, alerta.

O MoIP alerta que as companhias do setor devem reconhecer a importância de política séria e compartilhada de gestão de riscos e comunicação, e não somente a preocupação em gerar tráfego. A empresa também recomenda que o site seja leve e navegável, para facilitar a vida do usuário.

previsõesPara este ano, a e-bit prevê que,

só no primeiro semestre, o e-commerce apresente uma movimentação de até R$ 6,1 bilhões, o que representará 45% do total de vendas dos 12 meses. Além disso, até o final de 2010, a expectativa para o mercado virtual é que ocorra uma evolução nominal de 30% em relação ao período anterior. Quanto à projeção monetária, no Brasil, esse setor pode terminar o ano com R$ 13,6 bilhões de faturamento em vendas de bens de consumo pela internet (excluindo a venda de passagens aéreas, automóveis e leilões virtuais).

No calendário comercial, as quatro datas mágicas do ano ainda não aconteceram: Dia das mães, Dia dos pais, Dia das crianças e, principalmente o Natal. Ou seja, ainda há tempo para as PMEs se preparem para satisfazer o consumidor.

e-trilhaAlinhado a esse pensamento, o

diretor de marketing da empresa “O Melhor da Vida”, Jorge Nahas, também aponta o Google como a principal ferramenta de apoio aos negócios das PMEs no mundo virtual. A empresa atua no mercado de eventos corporativos, por meio do conceito de marketing de experiência, e, segundo o executivo, para manter as vendas constantes, é necessário investir em aplicativos como o Google Analytics e realizar campanhas publicitárias em canais como o Ad Words. “O Google é a entrada de tudo no mundo virtual, além de ser a internet para o negócio. Toda estratégia tem que começar com ele”, afirma.

Nahas não revela o investimento feito na criação de “O melhor da Vida”, mas informa que o faturamento cresceu 43%. “Graças ao conceito de e-commerce que está mudando no Brasil”. Já o ViajaNet recebeu aporte de R$ 4 milhões e apresenta um faturamento mensal de aproximadamente R$ 2 milhões, atendendo a cerca de cinco mil pessoas mensalmente, informa Todres.

Para os dois empresários, o crescimento expressivo do e-commerce se deve, principalmente, ao aumento da renda das classes C e

D, que passaram a gastar com produtos aos quais antes não tinham acesso. “Há alguns anos era difícil essas duas classes viajarem de avião. Hoje, com a ajuda das promoções realizadas pelas companhias aéreas, o mercado de turismo está cada vez melhor e mais lucrativo internamente”, avalia Todres.

Davi VS. GoliasUma das vantagens para

conquistar os clientes das grandes redes varejistas, exemplificado pelos executivos, é que as pequenas e médias empresas têm como diferencial o tratamento e a forma de atendimento ao consumidor. Conforme aponta Nahas, os grandes players comercializam produtos de massa (commodities) e as de menor porte devem ofertar produtos

específicos, vistos como pouco lucrativos pelas maiores.

Para o executivo de “O Melhor da Vida”, nas grandes corporações o fator preço é muito importante. Mas, segundo ele, a linha não é boa e muitos desses produtos “em sua grande maioria” são entregues com

defeito. “Minha aposta é atender bem os clientes, se preocupando principalmente com o quesito da entrega”.

As redes sociais se tornaram ótimas ferramentas de comércio. Segundo Alex Todres, do ViajaNet, antes de comprar pela internet, os consumidores já consultam os sites de relacionamento, o que faz destes ambientes ótimos veículos para a publicação

de anúncios ou campanhas promocionais.Em contrapartida, ele alerta para a dificuldade de comercializar determinados

produtos, devido à confiança que o cliente possui em relação à marca das grandes redes varejistas, fortalecidas pelo tempo de existência no mercado. “Como eu vendo algo que o consumidor já conhece das empresas aéreas (as passagens), isso acaba me ajudando. Nos outros casos, a negociação é diferente, porque o empresário tem que convencer as pessoas sobre a qualidade do produto ou serviço e isso leva tempo e dinheiro”, pondera.

Tanto Jorge Nahas, de “O Melhor da Vida”, quanto Todres, esperam grandes mudanças para as PMEs no e-commerce. Para Nahas, o mercado é promissor e deve promover a fusão de algumas empresas. “A diferença está no atendimento”, comenta. “Os players menores terão chance, mas as grandes empresas se manterão em crescimento”, diz. “Lá fora, o comércio online representa de 20% a 25% do total de lucros no mercado de viagens. Aqui no Brasil estima-se que chegue a 5% até o final de 2010”, exemplifica.

PreferÊncia

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eMpReSáRIO TeM que COnvenCeR

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pROduTO Ou SeRvIçO e ISSO

leva TeMpO e dInheIRO

estudo da moiP identifica

crescimento de 75% da atividade das Pequenas e

médias emPresas no comércio eletrônico

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( X ) RECORDANDO O TEMPO DE ADOLESCENTE.

( X ) DEFENDENDO O TIME DE FUTEBOL.

( X ) CONTANDO AS TRAVESSURAS DO FILHO.

( X ) DECIDINDO AS PRÓXIMAS DIRETRIZES DE TI.

Mais do que um parceiro de negócios, a Algar Tecnologia é uma empresa brasileira feita de pessoas. Gente que valoriza um relacionamento proativo e sabe a importância de estar ao lado de cada cliente como verdadeiros criadores de soluções.

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