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Revista Universo UPF 2

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Universidade de Passo Fundo - RS

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  • Maro / 20132 UniversoUPF

    espao do leitorA Universidade amplia muito a comunicao com sua co-munidade em sua Universo UPF. Revista muito bem editada e elegante, apresenta assuntos relevantes de interesse varia-do e com leitura agradvel. A Universo UPF conseguiu levar a mensagem do conhecimento universal com simplicidade em dose certa, na qual a compreenso da notcia mais cient-fi ca faciltada pela redao clara, ilustrada por imagens ade-quadas. Parabns pela iniciativa e pelo trabalho fabuloso de todo o corpo editorial e funcionrios envolvidos no projeto da Universo UPF.

    Produo de textos: Carla Patrcia Vailatti (MTb/RS 14403); Caroline Simor da Silva (MTb/RS 15861); Cristiane Sossella (MTb/RS 9594); Filippe de Olivei-ra (MTb/RS 16570); Leonardo Rodrigues Andreoli (MTb/RS 14508); Maria Joana Chaise (MTb/RS 11315) e estagirios Lassa Frana Barbieri e Fiorelo Rigon Neto.Edio: Cristiane Sossella (MTb/RS 9594) e Maria Joana Chaise (MTb/RS 11315).Reviso de textos: Liana LangaroProjeto gr co: Fbio Luis Rockenbach e Luis A. Hofman Jr.Diagramao e capa: Marcus Vincius Freitas, N-cleos de Jornalismo e de Publicidade e Propaganda da Agncia de Comunicao e Marketing UPFFoto de capa: Fabiana Beltrami

    A revista Universo UPF uma publicao da Univer-sidade de Passo Fundo e tem distribuio gratuita

    Revista Universo UPF - n 02 Maro/2013

    Universidade de Passo Fundo - BR 285, Bairro So Jos - Passo Fundo/RS - CEP: 99052-900Fones (54) 3316 8100www.upf.br

    Reitor: n Jos Carlos Carles de SouzaVice-Reitora de Graduao: n Neusa Maria Henriques RochaVice-Reitor de Pesquisa e Ps-Graduao: n Leonardo Jos Gil BarcellosVice-Reitora de Extenso e Assuntos Comunitrios: n Bernadete Maria DalmolinVice-Reitor Administrativo: n Agenor Dias Meira JniorCoordenadora da Agecom:n Patrcia Veber

    nesta

    Pg 06-07n Importncia da formao

    humanstica e social abor-dada em entrevista com o Dr. Claudio Dalbosco

    Pg 15n Pesquisa resgata frutferas

    nativas para multiplicao das plantas com produo diferenciada

    Pg 17n Mais de 140 empresas so

    atendidas no primeiro ano de funcionamento do Ncleo de Extenso Produtiva

    Pg 20-21n Avaliao do MEC indica

    excelncia em 20 graduaes da UPF

    Prof. Dr. Alvaro Della Bona, coordenador do PPGOdonto

    A revista Universo UPF uma qualifi cada publica-o da Universidade de Passo Fundo. Com um olhar jornalstico de qualidade, contribui para aprofundar temas que, muitas vezes, no so de conhecimento pblico, mas que fazem parte do cotidiano da institui-o. Tambm um espao que oportuniza a expres-so da comunidade universitria. Elaborada por pro-fi ssionais da rea de comunicao, a publicao tem uma agradvel apresentao, valorizando a imagem e o contedo objetivo.

    Zulmara Colussi, editora-chefe do jornal O Nacional

    UPF emNMEROSAo comemorar 45 anos, a UPF tem nme-ros importantes para compartilhar com a comunidade, resultado da efi cincia e de-dicao de seus profi ssionais. Empenhada no desenvolvimento regional, a UPF reali-za constantemente programas de ensino, pesquisa e extenso com a comunidade acadmica. Em 1968, quando a instituio iniciou sua trajetria, congregava 208 pro-fessores, 64 funcionrios e 2.127 alunos, apenas no campus Passo Fundo. Aps, a instituio iniciou seu processo de regio-nalizao e seu crescimento. Hoje, o pro-gresso pode ser notado pelos nmeros:

    campi instalados nas cidades da regiomunicpios abrangidos em sua rea de atuao mil alunos matriculados (na graduao, ps-graduao e extenso da UPF, alm da UPF Idiomas e Integrado UPF)alunos ingressantes em 2013/1professores de ensino superior, sendo 75% mestres e doutoresfuncionrios cursos de graduao cursos de especializaocursos de mestrado institucio-nalcursos de doutorado institucio-nal e estgio ps-doutoralprofi ssionais formados nesses 45 anosbibliotecasanfi teatros e auditriossalas para ensino prtico-expe-rimentallaboratriosclnicasconvnios com instituies estrangeiras para intercmbio acadmicoexemplares de livros disponveisttulos nas bibliotecas virtuais

    O Espao do Leitor recebe comentrios, sugestes e impresses sobre a revista Universo UPF. Para participar, escreva um e-mail para [email protected]. Nossos telefones de contato so (54) 3316-8142 e 3316-8138. Boa leitura a todos!

    Equipe de produo da revista Universo UPF

    Acompanhe os eventos da Universidade nas redes sociais pela hastag #UPF45.

    edio

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    281.8345.527

  • Maro / 2013 3UniversoUPF

    Estudantes esto em universidades dos Estados Unidos, Europa e

    Austrlia realizando intercmbio

    A s experincias internacio-nais durante o curso de graduao permitem aos acadmicos ampliar as redes de relacionamento, bem como possibilitam uma formao cultural e cientfica ampliada. Na UPF essas ex-perincias so estimuladas ao mxi-mo, seja por programas institucionais, seja por programas governamentais. O Cincia sem Fronteiras (CsF) foi criado recentemente pelo governo federal e a UPF j teve 21 alunos contemplados com bolsas. Outros 3 alunos tambm j foram selecionados e aguardam as definies de instituio de destino. Os que j viajaram esto em univer-sidades da Austrlia, Canad, Espa-nha, Estados Unidos, Portugal e Reino Unido. At 2015 sero mais de 101 mil bolsas de estudo concedidas em todo o Brasil pelo programa.A acadmica de Cincia da Com-

    putao da UPF Jlia Zottis est nos Estados Unidos onde realiza uma tem-porada de estudos de um ano. Para ela, apesar das diferenas, a possibi-lidade de conhecer outras pessoas e culturas permite enxergar o mundo de novas formas. Ela estudou em duas universidades em diferentes estados. O primeiro semestre ela estudou na Oberlin College no estado de Ohio. O segundo, na University of Wisconsin, em Madison, no estado de Wisconsin. Apesar de ser difcil se acostumar s refeies calricas e pouco saud-veis, Jlia destaca muitas caracters-ticas positivas dos americanos. Eles adoram conhecer pessoas diferentes, simplesmente conversar com a pessoa

    que est do seu lado ou que passou por ti na rua algumas vezes. Eles so bem receptivos em relao a pensa-mentos e interesses diversos. quase como se conhecer pessoas novas fosse um esporte, e eles levam a srio seus esportes, explica.Tambm nos EUA, a estudante Gio-

    vana dos Santos Cover, do curso de Engenharia Eltrica, est no Rose--Hulman Institute of Technology, em Indiana. Ela acredita que o principal benefcio do programa aprimorar a educao superior no Brasil. O mais fantstico deste programa o incenti-vo do governo para aprimorar a educa-o superior, melhorando a qualidade dos profissionais em todo o Brasil. Te-nho tido experincias incrveis desde que cheguei na Rose-Hulman Institu-te of Technology em Indiana, como o acesso a diversas disciplinas da en-genharia, laboratrios, material did-tico, sem falar na lngua e do engran-decimento cultural. Tudo isso atravs da UPF, que me possibilitou ir alm, avalia.

    Cruzando o AtlnticoDo outro lado do oceano Atlntico,

    a acadmica Ana Cludia Vieira Sal-la est na Universidade de Vigo, na Espanha, tambm pelo CsF. Alm de aproveitar a temporada no exterior para aperfeioar o idioma espanhol, ela pde conhecer o idioma galego, falado na regio da Galcia. As dife-renas no ficam apenas no idioma. A diviso do ano letivo e a cultura dife-rem das do Brasil em vrias situaes. Na biblioteca as normas so realmen-te respeitadas. Uma vez estava estu-dando e meu celular tocou; estava no silencioso. Atendi baixinho pra dizer pra me ligarem depois, e nesse tem-po uma das bibliotecrias veio falar comigo para dizer que eu no podia usar o telefone, que se eu precisasse falar era para sair do local, conta. Nas aulas de espanhol ela tem cole-gas da Turquia, Dinamarca, Londres, EUA, Inglaterra, Polnia e Itlia. Se algum tiver a oportunidade de fazer um intercmbio, no pense duas ve-zes, aconselha.

    Cincia semFronteirasO programa CsF

    do governo federal tem como objetivo promover a conso-lidao, expanso e internacionalizao da cincia e tecno-logia, da inovao e da competitividade brasileira por meio do intercmbio e da mobilidade internacional. O projeto prev a disponibilizao de at 101 mil bolsas at o ano de 2015. Alm dos alunos de graduao, as bol-sas so concedidas em vrios nveis de ps-graduao.

    Para concor-rer, os alunos de graduao devem se inscrever nas chamadas pblicas, divulgadas pelo CNPq ou pela Capes, disponveis no portal do pro-grama Cincia sem Fronteiras (www.cienciasemfrontei-ras.gov.br). No site da UPF (www.upf.br) no link Intercm-bio Acadmico tambm possvel acompanhar a abertura de novos editais e informa-es sobre como realizar a inscrio, bem como esclare-cer outras dvidas.

    Cincia sem Fronteiras espalha acadmicos da UPF peloMUNDOCincia sem Fronteiras espalha acadmicos da UPF peloMUNDO

    Ana Cludia Vieira Salla (esq.) est na Universidade de Vigo, na Espanha. Jlia Zottis (dir.) est nos Estados Unidos e estuda na University of Wisconsin onde os formandos tm a tradio de subir no colo da esttua de Lincoln e murmurar um desejo no ouvido dele

    Giovana dos Santos Cover estu-da por um ano no Rose-Hulman Institute of Technology, EUA

    universidade

    Fotos: Arquivo Pessoal

  • Maro / 20134 UniversoUPF

    O ano de 2013 comea com otimismo na UPF. Queremos dar as boas-vindas co-munidade acadmica, em especial aos mais de 3.000 novos alunos matricula-dos na estrutura multicampi, os quais escolheram nossa instituio para sua formao pro ssional. A ampliao no nmero de alunos em relao ao primeiro semestre do ano passado fruto de um trabalho srio e competente que temos nos empe-nhado em desenvolver. Alm dos ingressantes pelo processo seletivo de Vestibular de Vero, o maior da histria da UPF, destacamos a ampliao de vagas pelo Prouni federal, a adeso ao Prouni RS e as no-vas 1.500 vagas pelo Fies, que oportunizamos para facilitar a permanncia no ensino superior. Na rea acadmica, comprovando que estamos no rumo certo, recebemos no nal do ano passado os resul-tados da avaliao do MEC em 2011, os quais de-monstram nossa qualidade educativa nas gradua-es em cincias exatas, licenciaturas e reas a ns.

    Para 2013, novos desa os se apresentam, seja no ensino, na pesquisa, na extenso, seja na inovao tecnolgica. Acima de tudo, este um ano de cele-brao. A histria da UPF, que se iniciou h 45 anos, fruto do sonho de abnegados pioneiros, vai ser re-lembrada com uma srie de eventos e atividades envolvendo toda a comunidade. E temos muito a comemorar, pois j formamos mais de 63 mil pro- ssionais, que, certamente, fazem a diferena em seus espaos de atuao. Hoje, 22 mil acadmicos esto inseridos nos 59 cursos de graduao que oferecemos em nossa estrutura multicampi. A ps-graduao est crescendo, temos programas em anlise e outros sendo organizados, assim como h a expectativa de encaminhamento de doutorados nos programas com mestrado consolidado.

    O processo ascendente de quali cao conquis-tado pela UPF, que tem como marcas a infraestru-tura, o potencial humano e intelectual dos pro-fessores e colaboradores, a insero comunitria, e a reestruturao econmico- nanceira, o que continua nos impulsionando para o futuro. Sejam bem-vindos e tenham um ano de atividades prof-cuas em nossa instituio.

    Palavra do

    ReitorJos Carlos Carles de Souza*

    O processo sade-doena foi sendo compreendido de forma complexa medida que a cincia foi avan-ando. Se tomarmos o Brasil do sculo XX, podemos localizar importantes evolues, passando pelo enfrentamento de grandes epidemias, produo de imunobiolgicos, desenvolvimento cientfi co-tecnolgico e seu enorme arsenal de instrumentos diag-nsticos e teraputicos, at um forte movi-mento da sociedade civil que provocou a necessidade de construo de um novo paradigma cient co sade e s prticas sanitrias.Esse processo defi niu a sade para alm de suas conotaes biomdi-

    cas, incluindo determinantes sociais, reduo da pobreza, medidas pre-ventivas no contexto mais amplo da sade como direito humano e par-ticipao da comunidade, sendo traduzido em princpios doutrinrios e operacionais na Constituio de 1988. O Sistema nico de Sade tem como funo realizar aes de promoo e vigilncia em sade, con-trole de vetores, educao sanitria, alm de assegurar a continuidade de ateno integral sade nos diferentes nveis do sistema (primrio, secundrio e tercirio).Atualmente, quase 80% das mortes ocorridas no Brasil so atribu-

    das s doenas e agravos no transmissveis (cardiovasculares, respi-ratrias, crnicas, diabetes, cncer e causas externas), sendo tambm as principais fontes de carga de doena (anos de vida perdidos). Subja-centes rpida transio epidemiolgica, ocorreram outras mudanas signifi cativas, como a transio demogrfi ca, a estrutura de ocupaes e empregos, que impactaram enormemente na gerao de renda, nos mo-dos de vida e nas demandas nutricionais. Alm desses, outros proble-mas vm ganhando propores, como o caso dos transtornos mentais e comportamentais, em especial as depresses e a dependncia de subs-tncias psicoativas. Assim, apesar dos avanos expressos nas condies de vida e sade, ainda persistem enormes desafi os a serem enfrentados. Esse cenrio impe mudanas na ateno e na gesto em sade, que,

    no lugar de cuidar, predominantemente, de condies agudas, preci-sa organizar-se para cuidar de doenas e agravos que requerem aes continuadas, ininterruptas para seu controle e preveno das compli-caes, assim como a mudana dos modos de vida para seu tratamento. Alm disso, faz-se necessria a reduo da sua incidncia por meio de medidas efetivas de promoo que obrigam o dilogo com a dinmica da vida e do territrio.O grande desafi o na formao produzir esta inovao: um conheci-

    mento capaz de dar respostas s necessidades concretas da populao construindo e fortalecendo um sistema de sade que seja nico quanto aos interesses da populao, ainda que executado de forma compar-tilhada entre os setores pblico-privado. Assim, a formao deve ser orientada por um modelo humanista, com foco nos cuidados primrios e socialmente comprometido, superando dicotomias no pensamento, na gesto, na avaliao e nas perspectivas de trabalho entre o pblico, muitas vezes designado como desqualifi cado e destinado aos pobres (uma oferta pobre para uma populao pobre no imaginrio profi ssio-nal), e o privado, designado como qualifi cado e destinado aos que po-dem pagar (uma oferta nobre para uma populao nobre no imaginrio profi ssional).

    Opinio

    A formao de pro ssionais para atuarem em sade coletiva

    Bernadete Maria Dalmolin *

    Palavra do

    ReitorJos Carlos Carles de Souza*

    Olhos voltados para o futuro

    (*) Doutora em Sade Pblica, vice-reitora de Extenso e Assuntos Comunitrios da UPF

    (*) Reitor da UPF

  • Maro / 2013 5UniversoUPF

    Trs mil livros disponveis em

    qualquerLUGARBibliotecas virtuais da UPF permi-tem acesso simultneo e ilimitado de uma mesma obra sem precisar

    sair de casa

    M ilhares de livros podem ser acessados de qualquer lugar pelos acadmicos e egressos da UPF. As bibliotecas virtuais Minha Biblioteca e Universitria 3.0 Pearson disponibili-zam mais de trs mil ttulos a qualquer horrio, sem limite de visualizaes si-multneas. H ainda possibilidades de imprimir parte de obras ou mesmo ad-quiri-las com valores inferiores aos de mercado.O professor e coordenador do curso de

    Direito, Giovani Corralo, utiliza a Minha Biblioteca com frequncia. O sistema permite a realizao de marcaes na-quilo que se l e o compartilhamento, o que muito importante em grupos de pesquisa, ressalta. Outro benefcio a atualizao constante do contedo dis-ponvel. Significa maior agilidade na obteno das necessrias atualizaes que ocorrem com as inovaes do orde-namento jurdico e no prprio pensar doutrinrio, acrescenta. A estudante Bruna Lacerda Cardoso est no quar-to nvel do curso de Direito e tambm aproveita as facilidades das bibliotecas virtuais. Como eu trabalho, a biblioteca virtual facilita a realizao de pesquisas porque no preciso me deslocar at o campus, observa.

    Minha BibliotecaA Minha Biblioteca dedicada espe-

    cialmente rea das cincias jurdicas e conta atualmente com mais de mil ttulos com textos na ntegra. Ela for-mada por um consrcio entre as quatro principais editoras de livros acadmicos

    do Brasil: Grupo A, Atlas, Grupo GEN e Saraiva. Essas editoras se uniram para oferecer s instituies de ensino supe-rior uma plataforma prtica e inovado-ra para acesso a um contedo tcnico e cientfico de qualidade.

    Biblioteca Virtual Universitria 3.0 - PearsonA Biblioteca Pearson oferece mais de

    dois mil ttulos em todas as reas do co-nhecimento e permite a realizao de consultas on-line, pesquisas, anotaes e impresso de pginas. formada pe-las editoras Contexto, Manole, Ibpex, Papirus, Casa do Psiclogo, tica e Sci-pione. O usurio pode imprimir at 50% do contedo do livro com valores infe-riores aos de uma fotocpia. Esse valor repassado aos autores, o que garante

    Entre uma aula e outra, o professor Giovani Corralo aproveita a mobi-lidade da Biblioteca Virtual para compartilhar materiais bibliogrficos com os acadmicos por meio de um tablet

    uEm outubro de 2012 a Biblioteca Virtual Pearson teve mais de 14mil pginas

    acessadas

    urea jurdica conta com mais de milobras especficas

    uAcesso pode ser feito com os mesmos usurio e senha da

    intranet

    uMinha Biblioteca teve mais de 124milpginas visualizadas no ms de

    outubro

    uLivro mais acessado das bibliotecas virtuais teve mais

    de 8milvisualizaes

    Acesso pode ser feito com os mesmos usurio e senha da intranet

    Para partici-par do Elos, o egresso dever realizar cadastro na pgina do

    programa - www.upf.br/elos. Para fazer o cadastro, necessrio ter concluido algum dos cursos de

    graduao ofere-cidos pela UPF.

    Elos

    o cumprimento da Lei de Direitos Auto-rais. Os acervos de ambas as bibliotecas

    tm atualizao permanente com novas edies e lanamentos, alm de recur-sos que permitem a realizao de ano-taes nas obras consultadas. As biblio-tecas integram-se ainda aos programas de educao a distncia da UPF, pro-porcionando flexibilidade de acesso aos estudantes. Os usurios podem comprar os livros em edies impressas com des-contos que podem chegar a 40%.

    Quem pode acessarA consulta ao acervo das bibliotecas

    virtuais disponvel aos alunos, profes-sores e funcionrios da instituio, bem como aos egressos cadastrados no Pro-grama Elos. As obras esto disponveis no site da Rede de Bibliotecas da UPF www.upf.br/biblioteca, no link Biblio-teca Virtual. Os usurios podem acessar o acervo com os mesmos login e senha utilizados na intranet. O acesso ao acer-vo da Minha Biblioteca tambm pode ser feito via sistema Pergamum.

    Foto: M

    ontagem/Rep

    roduo

    Foto: Caroline Simor

    universidade

  • Maro / 20136 UniversoUPF

    entrevista

    Sem a humanizao, o castelo desmorona!n Dispensar a formao humanstica, segundo o doutor em Filosofia, significa formar profissionais com dificuldades na produo de anlises crticas, interpretativas e contextualizadas

    Claudio Almir Dalbosco

    Q ual a importncia das dis-ciplinas de formao hu-manstica e social para a construo e formao dos

    indivduos na sociedade atual? Num primeiro momento, imagina-se que essa resposta deveria ser simples, direta e positiva. Esses ensinamentos, para alm de bsicos na formao do indivduo, de maneira geral, poderiam ser enten-didos como uma extenso da famlia, valorizando e dando espao a reflexes sobre a formao da sociedade, valores morais, condutas e princpios, alm de juntos suscitarem em debates na busca por solues de problemas globais. O professor da UPF Claudio Almir

    Dalbosco, doutor em Filosofia pela Universidade de Kassel, na Alemanha, dedica-se a estudar por que a resposta a essa indagao aparece na contra-mo da realidade educacional mundial. Conforme Dalbosco, consolida-se uma

    tendncia no sentido de reduzir cada vez mais a presena das disciplinas hu-manistas na formao dos educandos e futuros profissionais. Desde os primeiros anos de escola at

    a universidade, percebe-se um processo de capacitao calcado na maximizao do lucro e no ideal de vida bem-sucedi-da que toma o dinheiro e o poder como critrios exclusivos de sucesso. Nessa lgica, a educao mundial assume a ideia de que, para manter a competiti-vidade no mercado, precisa dispensar as humanidades, enfatizando cada vez mais a formao tecnolgica. O resultado dessa equao so pro-

    fissionais com dificuldade na produo de anlises crticas, interpretativas e contextualizadas, com especializao restrita alcanada por um tempo de for-mao cada vez mais reduzido e com baixos custos financeiros. Confira a en-trevista a seguir.

    Qual a importncia das discipli-nas de formao humanstica e so-cial para a formao do aluno, num momento em que a sociedade se en-contra to carente de tica e valores morais?Gostaria de iniciar com duas obser-

    vaes prvias. A primeira refere-se ao prprio entendimento de formao humanstica: no se est postulando aqui pura e simplesmente o retorno ao sentido clssico de humanismo da Pai-deia grega ou da Humanitas latina. Num contexto social complexo e plural como o nosso, marcado pela globalizao, pela tecnologia digital e pela urbaniza-o, seria no mnimo ingnuo desejar modelos ideais de vida que foram pen-sados em contextos histricos, sociais e culturais muito distantes e distintos do nosso. Contudo, medida que as novas geraes tiverem a oportunidade de dialogar criticamente com a tradio cultural passada, conhecendo suas ex-perincias de vida, suas produes ar-tsticas, literrias e seus prprios ideais, certamente tero mais condies de co-nhecer seu prprio momento histrico, os problemas que as afligem e, tambm, de pensar no seu prprio futuro. A segunda observao diz respeito

    relao entre a formao humanstica e a carncia de tica e de valores mo-rais em nossa sociedade. Neste aspec-to, um possvel mal-entendido precisa ser evitado: no existe um automatis-mo entre formao humanstica e agir moral, pois, se este fosse o caso, ento as pessoas bem formadas deveriam servir de exemplo de moralidade; mas, infelizmente, constatamos que muitas vezes este no o caso. H algo a mais a que se deve levar em conta e que se refere importncia de se proporcionar, por meio da formao humanstica, ex-perincias concretas de se colocar no lugar do outro, do respeito recproco e do aprendizado em dialogar com pontos de vista diferentes. Isso denota o fato de que o agir moral no depende to so-mente da fundamentao do ponto de vista moral e do esclarecimento acerca da problemtica moral, mas sim e antes Fo

    to: F

    abiana

    Beltram

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    Dalbosco, doutor em Filosofia pela Universidade de Kassel, na Alema-nha, dedica-se a estudar a funda-mental importn-cia das disciplinas de formao humanstica e social para a cons-truo e formao dos indivduos na atualidade

  • Maro / 2013 7UniversoUPF

    No existe um auto-matismo entre forma-o humanstica e agir moral, pois, se este fosse o caso, ento as pessoas bem formadas deve-

    riam servir de exemplo de moralidade; mas,

    infelizmente, constata-mos que muitas vezes

    este no o caso.

    de tudo de uma postura e, portanto, de uma for-ma de vida e de agir que no ocorre s no m-bito do discurso (da fala e da fundamentao moral), mas est diretamente relacionada com a prxis da vida cotidiana. Portanto, em ques-tes de moralidade, a conduta to ou mais importante quanto o discurso acerca da moral.

    possvel equilibrar a insero de uma instituio educativa na economia de mer-cado com a formao humana? Ou, a partir do momento em que ela mercantiliza a edu-cao, se descuida da formao humana?Penso que a situao ideal seria uma educa-

    o pblica de qualidade e com acesso univer-sal, financiada no s pelo Estado, mas tambm por fundaes privadas. Contudo, isso difcil, no momento, por vrias razes. Primeiramente e mais importante que vivemos uma socieda-de global de mercado, que estabelece uma rela-o extremamente ambgua e conflituosa com o Estado, procurando manter-se em muitas situa-es independente dele, mas usando-o quando lhe conveniente. Isso nos ajuda a compreen-der, por exemplo, por que samos num curto espao de tempo de uma defesa intransigente do Estado mnimo para uma interveno pater-nalista direta do Estado na economia, tendo de socorrer o prprio sistema financeiro. A segunda razo deriva da complexidade que

    a relao entre sociedade e Estado assume na economia global de mercado, tornando obso-leta a defesa cega e intransigente da universi-dade pblica. Parece haver um descompasso entre a complexificao social e a moderniza-o do Estado brasileiro com o corporativismo estreito e oneroso aos cofres pblicos que ain-da caracteriza setores da universidade pblica brasileira. Nesse sentido, uma das alternativas certamente o modelo misto, pblico no esta-tal, como o modelo de fundaes comunitrias e regionais. Tal modelo vantajoso, inclusive aos cofres pblicos, por vrios motivos: possi-bilita que nem todo o investimento seja estatal; pode criar laos mais estreitos com a comuni-dade, fortalecendo experincias democrticas diretas e no s representativas; romper com o corporativismo do funcionalismo pblico, que corri o funcionamento orgnico e qualitativo da prpria universidade, entre outros.

    O senhor segue a linha da pesquisadora norte-americana Martha Nussbaum, para quem o processo educativo que submete a educao ao lucro ameaa o sentido mais precioso da ideia de educao, a que valo-riza a vida democrtica. Por que a democra-cia precisa das humanidades?Essa filsofa americana apresenta em seus

    estudos, sobretudo, em um de seus ltimos li-vros Not for profit (Sem fins de lucro, 2010), um diagnstico atual e preocupante sobre a ten-dncia exageradamente tecnicista e mercanti-lizante que as universidades americanas esto assumindo, principalmente nas duas ltimas dcadas. Mas penso que a situao no muito diferente tambm com as universidades euro-peias, incluindo, entre elas,a prpria universi-dade alem, depois do Acordo de Bolonha. Veja

    agora, por exemplo, as greves que assolam as universidades portuguesas e espanholas. Dito de uma maneira simples, a democracia precisa das humanidades porque, antes de tudo, ela uma forma de vida, ou seja, algo que est in-trinsecamente vinculado ao comportamento e atitude das pessoas e, enquanto tal, precisa do dilogo, do convencimento e, portanto, precisa ser formada, ou seja, a democracia tambm resultado de um processo formativo-educacio-nal humano. Nesse sentido, determinados con-tedos e determinados temas podem provocar e mobilizar mais do que outros as novas gera-es para formar uma conscincia democrtica e adotar uma forma de vida democrtica. Penso que numa sociedade plural, descentrada, na qual a legitimao do poder e da autoridade encontra-se pulverizada, o grande desafio a formao para a convivncia com pontos de vista diferentes. As humanidades, embora isso no seja monoplio somente delas, tm o papel de provocar esse tipo de formao. A leitura e a anlise de um bom romance, por exemplo, podem ensinar a colocar-se no lugar do perso-nagem, despertando a aptido humana de ir ao encontro do outro e colocar-se criticamente no seu lugar.

    E como podemos compreender o que o se-nhor chama de educao cosmopolita?Expressando de modo negativo, o cosmopoli-

    tismo tem a ver com uma concepo de mundo no provinciana. Positivamente, significa uma mente alargada, que tem a capacidade moral e poltica de sair de seu centro, de seu eu e pen-sar o mundo e as relaes a partir do ponto de vista dos outros, nem egosta, nem corporativis-ta. Isso tem a ver com uma formao cultural ampla aquilo que os alemes, na boa tradio clssica de Immanuel Kant e Wilhelm von Hum-boldt, denominavam de Bildung -relacionada autoformao e ao cultivo de si. Sobre esta ideia de Bildung repousa uma premissa fundamen-

    tal que mais antiga, pertencente ao mundo grego-romano, a saber, de que somente pode governar bem os outros o indivduo que tem a temperana e o equilbrio de governar bem a si mesmo. Portanto, o bom governo dos outros depende antes, neste sentido, do governo de si mesmo. Na base de uma educao cosmopoli-ta, devem se encontrar pelo menos trs pilares: pensamento crtico, mente alargada e imagina-o criativa. Sua formao ocorre tambm pelo estudo sistemtico da histria, do direito, da filosofia, das artes e da literatura, entre outros.

    Avaliaes como o Exame Nacional do Ensino Mdio, Enem, e o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes, Enade, ambos aplicados pelo governo federal, tm apre-sentado uma ampliao dos contedos clssicos humanistas. Essa cobrana pode ser entendida como um embrio de uma mudana cultural?Embora nem tudo se decida neste mbito,

    sabemos que a formulao e a execuo de polticas educacionais governamentais em to-das as instncias so decisivas referida mu-dana cultural. O primeiro passo importante o Estado cumprir com o oramento destinado educao. Se compararmos os ndices de in-vestimento financeiro por aluno na educao bsica que ocorre no Brasil com outros pases, a diferena desfavorvel a ns brutal. Sem in-vestimento financeiro na educao e sem uma reorganizao da escola que possa estreitar os laos com a sociedade, rearticulando, por exemplo, sua relao com a famlia e outras instituies sociais, no h como mudar esse quadro. Com isso, no quero eximir o professor de suas responsabilidades, pois, quando se tra-ta de educao formal, o que ocorre dentro da sala de aula decisivo e justamente a o profes-sor desempenha e deve desempenhar um papel fundamental. No entanto, sem remunerao adequada e condies dignas de trabalho, fica impossvel debater com seriedade a questo da qualidade educacional.

    E, nesse contexto, qual o papel das univer-sidades?O vnculo entre educao bsica e educao

    superior umbilical, se pensarmos, sobretudo, na questo da formao de professores. O go-verno federal tem um diagnstico razovel so-bre a situao, indicando para o dficit prtico--didtico na formao do professor. Deveramos avanar, como em outros pases, na criao de laboratrios didticos dentro das prprias uni-versidades. Mas este apenas um aspecto da questo. Junta-se a ele a importncia da forma-o terica e, como j se disse, do investimento financeiro. De outra parte, numa perspectiva mais ampla e como diretriz acadmico-pedag-gica geral da universidade, deveria estar o seu compromisso com a elaborao de currculos mais amplos e flexveis, que oportunizassem aos seus alunos uma formao profissional alargada. S uma mente alargada tem melhores condies de ver e resolver problemas postos pela sociedade plural e complexa, dominada pelo mercado global e competitivo.

  • Maro / 20138 UniversoUPF

    O ano era 1961. Grandes transformaes estavam em curso em todo o mun-do. No Brasil, poltica e economia tambm passavam por mudanas, e a sade do povo seria reconhecida como importante funo do governo, j que, quanto melhores as condies de sade da populao, maiores seriam as possibilidades eco-nmicas do pas. A regio de Passo Fundo acom-

    panhava essa trajetria lanando o

    Uma das responsveis por tornar Passo Fundo um polo de sade, a UPF segue aprimorando suas contribuies na rea, tanto na formao de profi ssionais, quanto nos servios disponibilizados comunidade

    primeiro curso de ensino superior na rea da sade, Odontologia, pelo Con-srcio Universitrio Catlico, uma das instituies que deu origem UPF. No demoraria muito, viriam outros, totalizando 14 atualmente. Precursora e protagonista da transformao de Passo Fundo em um polo de sade, coube UPF uma grande responsabi-lidade: formar expressiva parcela dos profi ssionais que cuidam da sade da populao de Passo Fundo e dos mais de 100 municpios de abrangncia direta da UPF na regio com signi-fi cativa presena tambm alm desses limites. Visionria, a instituio segue aprimorando metodologias, projetos e servios.A qualifi cao da sade regional

    uma das marcas dos cursos da rea da sade da UPF Odontologia, Educa-o Fsica (licenciatura e bacharela-do), Cincias Biolgicas (licenciatura e bacharelado), Medicina, Enferma-gem, Psicologia, Medicina Veterin-ria, Farmcia, Fisioterapia, Nutrio, Servio Social e Fonoaudiologia, os quais historicamente desenvolvem atividades de extenso junto comu-

    nidade. Tal metodologia permite aos alunos reforar o aprendizado e ad-quirir um preparo efetivo para a atua-o profi ssional, ao mesmo tempo em que prestam servios, com direciona-mento especial quelas pessoas que no teriam outras formas de acesso a determinados tratamentos.Na opinio do presidente do bairro

    Jos Alexandre Zachia, Nilson da Sil-va, as aes da UPF contribuem para a melhor qualidade de vida da comuni-dade. A atuao de alunos e profes-sores contribui muito com a melho-ria da nossa sade, pois vai desde a preveno at o acompanhamento de problemas. J fui paciente de acad-micos e recebi o atendimento que pre-cisava. Somos muito gratos, relata. O aposentado Adilnio Clcio Kempf, morador do bairro Victor Issler, sofre de hipertenso e monitora sua sade na Unidade Bsica de Sade Adirbal Corralo. Os estudantes acompanham os atendimentos. Sempre venho veri-fi car a presso e fazer consultas, sou bem atendido sem precisar me des-locar muito, observa. Na famlia da dona de casa Rosngela de Souza, a

    especialespecialespecial Precursora e visionria:UPF qualifi ca a realidade na rea da

    sadesade

    Fotos: Fabiana Beltrami

    Com a qualifi cao do trabalho, Adilnio Kempf se sente tranquilo em fazer o acompanhamento da presso arterial perto de casa

    Clnica de Fisioterapia atende pacientes de mais de 60 municpios

  • Maro / 2013 9UniversoUPF

    insero da UPF faz a diferena. So-mos estimulados a no esperar que os problemas de sade apaream ou se agravem, explica.

    Parceria gerou desenvolvimentoO diretor da Faculdade de Medicina

    (FM), Adroaldo Mallmann, foi aluno da segunda turma do curso e acom-panhou o crescimento tanto da gra-duao quanto do setor da sade em Passo Fundo, fatos que, para ele, pos-suem estreita relao. A FM trouxe para o municpio muitos profi ssionais qualifi cados. No incio, pessoas daqui que haviam sado para estudar fora voltavam como professores. Aps, os

    prprios ex-alunos se aperfeioaram para dar aulas. Junto com a qualifi ca-o mdica, chegou a tecnologia ao Hospital So Vicente de Paulo, que at hoje o hospital-escola do curso, resume. Para Mallmann, a continuida-de desse processo fez o setor de sade se desenvolver muito, o que tornou o municpio o terceiro polo em sade do sul do Brasil. Como consequncia de seu desen-

    volvimento, o setor se tornou uma das bases da economia local. De acordo com pesquisa do IBGE realizada em 2009, o setor de servios, no qual as atividades de sade se inserem, repre-senta 68,24% do PIB de Passo Fundo. Em pesquisa de 2011, o IBGE registrou 127 estabelecimentos de sade, entre pblicos e privados, considerando apenas ambulatrios, hospitais, ser-vios de apoio diagnose e terapia e ateno bsica, com atendimento a pacientes de todo o Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paran e estados do centro-oeste.

    Formao qualifi cadaDe acordo com o diretor mdico do

    Hospital So Vicente de Paulo, Jlio Stobbe, a UPF, como centro forma-dor na rea, faz concentrarem-se na cidade bons profi ssionais, fator que, aliado ao trabalho dos hospitais e da sade pblica, transformou o mu-nicpio em um importante centro de sade. Todos os anos, ao realizarmos selees para residncia mdica, no-tamos que os acadmicos da UPF tm um diferencial muito grande em re-lao aos de outras universidades no que se refere habilidade prtica. O nosso aluno, em funo da integrao entre teoria e prtica, que muito s-lida, demonstra habilidade inclusive no manejo dos doentes graves, o que posso afi rmar que um dos maiores diferenciais da nossa universidade, considera o mdico, que tambm atua como professor no curso de Medicina.Caroline Beirith acadmica do se-

    gundo ano de Medicina e destaca o

    diferencial do aprendizado. Quando se pensa no curso de Medicina, logo se imaginam aulas em hospitais e la-boratrios, mas estamos aprendendo que cuidar da sade vai muito alm, afi rma ela, que participou, juntamen-te com os acadmicos do Mdulo de Sade Coletiva II, de uma atividade de educao ambiental no bairro Victor Issler. Nesse local comum encon-trarmos lixo espalhado pelas ruas, o que possui ligao direta com a ocor-rncia de algumas doenas. Trabalha-mos na conscientizao da popula-o, complementa.

    Pr-Sade: a unio entre ensino e servioDesde 2005, as aes de insero da

    comunidade nas aulas prticas pas-saram a ser estimuladas, integradas e reformuladas pelos ministrios da Sade e Educao, por meio do Pro-grama Nacional de Reorientao da Formao Profi ssional em Sade, o Pr-Sade. A iniciativa foi criada para viabilizar a implementao das dire-trizes curriculares nacionais s dire-trizes do Sistema nico de Sade, que passaram a cobrar das IES a formao de profi ssionais da rea da sade em sintonia com as mltiplas realidades da populao brasileira.

    Futuros mdicos conhecem a realidade da sade local desde o primeiro semestre

    Foto: Fab

    iana Beltram

    i

    Foto: Carla Vailatti

    MedicinaOferece atendimentos gratuitos

    h mais de 15 anos no Ambulatrio Central da UPF, junto ao Hospital So Vicente de Paulo, com consultas nas especialidades de clnica mdica, ginecologia e obstetrcia, pediatria, cirurgia geral, dermatologia, cirurgia de cabea e pescoo, neurocirurgia, pneumologia, reumatologia, cirurgia

    vascular, gastroenterologia, urologia, cardiologia, otorrinolaringologia, psi-quiatria, endocrinologia, nefrologia e hematologia. Atendimentos tambm so oferecidos no Hospital da Cidade. Os futuros mdicos ainda participam de feiras de sade e ligas acadmicas.

    EnfermagemDesenvolve atividades multidis-

    ciplinares e integra diferentes proje-tos de extenso, entre eles, as feiras de sade, a UPF Solidria e o Projeto Rondon. As aes so consolidadas junto ao Ceusc, que agrega outros pro-jetos, como SOS Cavalos de Carroa e Sade na Escola. Desde 1994, o curso oferece o Servio de Estomaterapia no Ambulatrio Central da UPF, que

    consiste em assistncia especializada aos pacientes com estomas intestinais e urinrios.

    OdontologiaA insero dos acadmicos na rede

    pblica de sade efetiva desde a dcada de 1990 por meio de estgios. Em 2012, eles atuaram nas Unidades de Sade Nen Grae , Nossa Senhora Aparecida, So Cristvo, Zachia, Mat-tos e Ricci e Cais Dr. Luiz Fragomeni. Desde 1984, o curso presta assistn-cia odontolgica na Escola Estadual Monteiro Lobato, tendo expandido os seus servios comunidade do bair-ro Planaltina em 2005. H mais de 20 anos, atende os assistidos pela Leo XIII. Tambm oferece atendimento

    Alm das atividades realizadas via Pr, Pet-Sade e Ceusc, cada curso tem suas pr-prias formas de benefi ciar a comunidade. Confi ra as principais:

    Sade atendida em TODAS AS REAS

    com custo reduzido em suas clnicas, alm do Pronto Socorro Odontolgico gratuito no Ambulatrio Central da UPF. Os acadmicos atendem ainda os participantes do projeto Atleta do Futuro e pacientes com necessidades especiais.

    NutrioOs pacientes da Clnica de Nutrio

    so avaliados quanto sua alimenta-o e composio corporal e recebem um plano alimentar. Tambm so reunidas pessoas com patologias cr-nicas, como hipertenso e diabetes, para orientaes. A Empresa Jnior atende desde 2009 e realiza consulto-rias, elaborao de rtulos, orientao nutricional e palestras. Os acadmicos

    Aproveitamento integral de alimentos, ma-nipulao e hi-giene so temas abordados em ofi cinas do curso de Nutrio para quem atua em instituies assistenciais

    Foto: Arquivo UPF

    A enfermeira Angineri considera a aproxima-o entre estudantes e profi ssionais benfi ca para ambos

  • Maro / 201310 UniversoUPF

    A UPF, juntamente com a Secretaria de Sade de Passo Fundo e a 6 Co-ordenadoria Regional de Sade, ins-creveu projetos ao Pr-Sade desde o primeiro edital, lanado em 2005. Na primeira edio, o curso de Medicina teve seu projeto aprovado, conquis-tando a liberao de R$ 1,8 milho, utilizados, por exemplo, em adequa-es de infraestrutura fsica, aqui-sio de equipamentos e materiais, cursos, visitas tcnicas, seminrios, palestras e ofi cinas.Em 2007, foi lanado o Pr-Sade

    II e a UPF teve novamente aprovado seu projeto, que inclua nove cursos, com recurso de R$ 2,67 milhes, ten-do cerca de R$ 2 milhes investidos na compra de equipamentos para quatro

    Centros de Ateno Integral Sade e trs unidades de Sade da Famlia municipais, viabilizando aes de en-sino, pesquisa e extenso.

    Conhecimentos compartilhados No andamento do Pr-Sade, per-

    Integra-o entre acadmi-cos e profi s-sionais um dos diferenciais da forma-o

    Ceusc amplia os limites da universidade

    Para integrar as atividades de ensino, pes-quisa e extenso voltadas sade coletiva, a UPF tambm mantm, desde 2000, o Cen-tro Universitrio de Sade Coletiva, o Ceusc. Entre os projetos, destacam-se as feiras de sade, o Projeto de Ateno Famlia de Proprietrios de Cavalos de Carroa, o Pro-grama de Apoio Institucional a Discentes de Extenso e de Assuntos Comunitrios, alm

    Foto: Fabiana Beltrami

    participam ainda de feiras de sade e projetos de extenso como o Paidex, por meio do qual desenvolvem ofi -cinas sobre aproveitamento integral, manipulao e higiene dos alimentos em instituies assistenciais como C-ritas, Apae e Leo XIII.

    FarmciaO curso de Farmcia possui dife-

    rentes formas de orientar, esclarecer dvidas e prestar servios. Alm de estar presente em feiras de sade e outras iniciativas que aproximam os acadmicos da populao, o curso possui, desde 2007, o Laboratrio Es-cola de Anlises Clnicas (Labe). Apro-ximadamente 700 exames so reali-zados mensalmente pelo Labe, que

    presta o servio gratuitamente s pes-soas oriundas de atendimentos do Ambulatrio da UPF e com diversas formas de desconto comunidade acadmica ou por meio de convnios.

    PsicologiaO curso mantm atendimento no

    Centro de Psicologia Aplicada, Cen-tro Comunitrio de Sade Mental e na Clnica Psicolgica do Hospital da Cidade, onde so disponibilizados atendimento ambulatorial gratuito e servios de avaliao e de interven-o psicolgica de forma individual, familiar e em grupos. O curso atua ainda em sete projetos de extenso envolvendo preveno e atendimen-to violncia, avaliao psicolgica,

    drogadio, proteo da criana e do adolescente, terapia familiar e eco-nomia solidria. So mais de 2.400 atendimentos anuais prestados co-munidade de forma gratuita nas trs clnicas-escola.

    FisioterapiaPessoas de mais de 60 municpios

    recebem atendimento dos acadmi-cos e professores. Elas so encami-nhadas pelas secretarias da Sade e so atendidas gratuitamente via SUS. Alm das prticas nas clnicas do curso, h o atendimento no ambien-te hospitalar, em locais conveniados com a Prefeitura de Passo Fundo, em empresas e em outros locais dentro da prpria UPF, na rea de sade do

    trabalhador. Em torno de 1.000 aten-dimentos so prestados mensalmen-te pelo curso.

    Medicina Veterinria Alm de estar disposio da

    comunidade por meio do Hospital Veterinrio, o curso contribui com o projeto SOS Cavalo de Carroa, pelo qual alunos e professores realizam, a cada 15 dias, atendimento gratuito aos cavalos e orientao aos carroceiros. Acadmicos integram ainda outros projetos de extenso, como feiras de sade e a Feira Adote um Focinho, que promove, alm da adoo de ani-mais, o esclarecimento de dvidas e orientaes sobre a posse respons-vel, controle de zoonoses e cuidados

    de apoio ao Pr e Pet-Sade e atividades jun-to com o Ministrio da Sade, municpios ou empresas. Para a coordenadora do Centro, professora Cristiane Barelli, o Ceusc busca seu fortalecimento por meio da integrao dos cursos da rea da sade e do desenvolvi-mento de projetos de extenso, entre outras iniciativas. Nossa inteno dar respostas s necessidades das comunidades, enfatiza.

    cebeu-se necessria uma estratgia para implementao das aes que envolvessem mais diretamente pro-fi ssionais da sade pblica. Com esse objetivo, surgiu, em 2009, o Progra-ma Educao Para o Trabalho, o Pet--Sade. A iniciativa prope atuao em grupos tutoriais, em que so iden-tifi cadas demandas e implementadas aes que atendam s necessidades de uma determinada regio. Cada grupo PET-Sade formado por tu-tor acadmico, ou seja, um professor, preceptores, que so profi ssionais da rede municipal e/ou estadual de sa-de, e estudantes.A atuao dos grupos visa melho-

    ria da qualidade de vida da popula-o, qualifi ca a atuao dos profi ssio-nais por meio de aes de formao e atualizao e integra os alunos, pro-porcionando um aprendizado slido e embasado nas reais necessidades de sade da populao. A conformao de cada grupo tutorial varia conforme a temtica proposta pelo Ministrio da Sade, que pode ser em Sade da Famlia, Vigilncia em Sade e Sade Mental. Conforme a coordenadora do Pr/

    Pet-Sade na UPF, professora Carla Beatrice Crivellaro Gonalves, os gru-pos da instituio tm suas aes fo-cadas na pesquisa em ateno bsica, tendo em vista que a falta de informa-es cientfi cas sobre as populaes atendidas representa uma fragilidade do servio pblico de sade. Esses

  • Maro / 2013 11UniversoUPF

    Rosngela encontra na UBS Adirbal Corralo atendimento para toda a famlia

    dados norteiam as decises do Minis-trio da Sade, que, com base nessas e em outras informaes, defi ne, por exemplo, a destinao de recursos para cada municpio, explica.De acordo com a enfermeira Mara

    Dill, coordenadora adjunta do Pr/Pet-Sade pela Secretaria de Munici-pal de Sade de Passo Fundo, a con-vivncia entre profi ssionais e estu-dantes benefi cia todos os envolvidos. Mara tambm salienta a importncia da contribuio da universidade na elaborao de estatsticas que reve-lam as fragilidades e potencialidades do setor em Passo Fundo. Angineri Teixeira Ossani enfermeira especia-lista em sade da famlia, atua como preceptora na Unidade de Sade Adirbal Corralo e explica que os estu-dantes interagem com toda a equipe, independentemente de seus cursos. Dessa forma, possvel ter uma no-o de como funciona uma unidade de sade em sua totalidade, o que faz muita diferena na hora em que esses estudantes chegarem ao mercado de trabalho, ressalta.

    Recursos investidos localmenteAt o momento, a UPF teve aprova-

    dos todos os projetos que submeteu aos editais dos ministrios da Sade e Educao desde 2005, sendo trs edi-tais do Pr-Sade e cinco do Pet-Sa-de. Os projetos trouxeram um aporte de cerca de R$ 6 milhes, que foram aplicados basicamente na rede pblica de sade, sendo tambm investidos na estrutura da universidade. Nos grupos PET foram distribudas, at o momen-to, 17 bolsas para docentes, 96 para profi ssionais da rede e 216 para estu-dantes. O ltimo edital aprovado foi o do Pr-Pet-Sade, com o montante de R$ 1,9 milho para investimentos.Recentemente foi aprovado pelos

    ministrios da Educao e Sade mais um importante projeto alinhado com as polticas de reorientao da for-mao profi ssional em sade, a Resi-dncia Multiprofi ssional em Sade, parceria da UPF, Hospital So Vicen-te de Paulo e Secretaria de Sade de

    Para Jlio Stobbe, diretor mdico do HSVP, a UPF uma das responsveis por tornar Passo Fundo um importante centro de sade

    Foto: Carla Vailatti

    Foto: Fab

    iana Beltram

    i

    com ces, gatos e animais exticos/silvestres.

    Servio SocialEntre os projetos de extenso do

    curso, est o Educao e Cidadania, realizado em parceria com a UPFTV desde 2005, com o objetivo de imple-mentar aes socioeducativas nas comunidades dos bairros de Passo Fundo, visando construo de co-nhecimentos sobre a realidade, suas problemticas e enfrentamento. J o projeto Insero Produtiva, Eco-nomia Solidria e Trabalho Decente busca desenvolver o aspecto profi s-sional de comunidades. Os servios de sade so constantemente objeto de estudo dos acadmicos, tanto que,

    no segundo semestre de 2012, todos os hospitais de Passo Fundo conta-ram com estagirios do curso de Ser-vio Social.

    FonoaudiologiaO curso realiza atividades de aten-

    o sade de forma gratuita para a populao na Clnica de Fonoaudio-logia. Em sua estrutura, a clnica conta com tecnologia moderna para terapia dos distrbios da comunicao oral e escrita, voz e audio. Dispe de equipamentos e profi ssionais capaci-tados para realizao de um conjunto completo de exames. Os alunos contri-buem em feiras de sade e campanhas nacionais de conscientizao de pato-logias que envolvem a fonoaudiologia.

    Educao FsicaRealiza no Laboratrio de Ensino e

    Pesquisa do Exerccio (Lepex) e no La-boratrio de Biomecnica avaliaes f sicas e musculares com custo reduzi-do, trabalho tambm disponibilizado a equipes esportivas da regio. Outras iniciativas benefi ciam a comunidade, como o projeto Recreao e Lazer. Como incentivo ao esporte, os cursos desenvolvem o projeto Atleta do Fu-turo, que atende mais de 800 crianas e adolescentes. Para potencializar a qualidade de vida de pessoas com ne-cessidades especiais, foi criado o Pro-jeto de Equoterapia. A terceira idade participa de aulas de hidroginstica com custo reduzido, benef cio esten-dido aos praticantes de natao.

    Cincias BiolgicasOs cursos de licenciatura e ba-

    charelado em Cincias Biolgicas buscam transmitir informaes e conscientizar a comunidade acerca das diversas formas de vida. Entre suas aes, destacam-se trabalhos de conservao de reas de preserva-o, projetos de ecologia em escolas e apoio ao ensino por meio de elabo-rao e utilizao de materiais did-ticos e de orientao e identifi cao de artrpodes. H ainda uma estreita relao com o Museu Zoobotnico Augusto Ruschi, que s em 2011 reali-zou 48.448 atendimentos. Os futuros bilogos tambm auxiliam em feiras de sade e na Hora Biolgica.

    FonoaudiologiaO curso realiza atividades de aten-

    e apoio ao ensino por meio de elabo-rao e utilizao de materiais did-ticos e de orientao e identifi cao de artrpodes. H ainda uma estreita relao com o Museu Zoobotnico Augusto Ruschi, que s em 2011 reali-zou 48.448 atendimentos. Os futuros bilogos tambm auxiliam em feiras de sade e na Hora Biolgica.

    a equipes esportivas da regio. Outras iniciativas benefi ciam a comunidade, como o projeto Recreao e Lazer. Como incentivo ao esporte, os cursos desenvolvem o projeto Atleta do Fu-turo, que atende mais de 800 crianas e adolescentes. Para potencializar a qualidade de vida de pessoas com ne-

    suas aes, destacam-se trabalhos de conservao de reas de preserva-o, projetos de ecologia em escolas e apoio ao ensino por meio de elabo-rao e utilizao de materiais did-ticos e de orientao e identifi cao de artrpodes. H ainda uma estreita relao com o Museu Zoobotnico

    e apoio ao ensino por meio de elabo-rao e utilizao de materiais did-ticos e de orientao e identifi cao de artrpodes. H ainda uma estreita relao com o Museu Zoobotnico

    Pesquisa do Exerccio (Lepex) e no La-boratrio de Biomecnica avaliaes f sicas e musculares com custo reduzi-do, trabalho tambm disponibilizado a equipes esportivas da regio. Outras

    Passo Fundo. O projeto coordenado pela professora Siomara Regina Hahn e oferece 10 bolsas para profi ssionais de enfermagem, nutrio, farmcia e fi sioterapia, divididas em duas reas de formao: sade do idoso e aten-o a pessoas com cncer. A formao prtica, que totalizar 80% da carga horria, ser realizada no Hospital So Vicente de Paulo e nas Unidades de Sade da Famlia Luiz Alexandre Za-chia e Adirbal Corralo.A UPF est inserida em todos os

    grandes programas dos ministrios da Sade e Educao que visam fomentar a formao de profi ssionais da sade com base nas reais necessidades de nosso sistema de sade e da popu-lao. Para a coordenadora do Pr/Pet-Sade, a aprovao dos projetos demonstra o reconhecimento da UPF como instituio comprometida com a qualidade do ensino pelos rgos que defi nem as polticas de sade e educa-o no Brasil.

  • Maro / 201312 UniversoUPF

    Antiga clnica de aulas prticas da Faculdade de Odontologia

    especialcomo referncia no ENSINO SUPERIORe DESENVOLVIMENT O REGIONAL45

    O ensino superior foi uma rea-lidade distante, porm muito sonhada, dos moradores do interior do estado durante um longo perodo. Enquanto na capital ainda no fi nal do sculo XIX foram cria-das as escolas de Farmcia, Qumica e Engenharia, apenas na dcada de 1930 os primeiros cursos chegaram ao inte-rior do Rio Grande do Sul, iniciando-se por Pelotas e Santa Maria. Em Passo

    Fundo, o processo foi um pouco mais tardio, mas nem por isso menos exito-so. Na metade do sculo XX, o munic-pio passava por um intenso processo de migrao das comunidades rurais para a cidade. O movimento era acompanha-do pelo aumento dos cursos ginasiais, que se preocupavam com a formao de professores para atender expanso do ensino. Foi nesse perodo que a comuni-dade comeou a se mobilizar para per-mitir aos jovens prosseguir os estudos e contribuir de forma determinante no de-senvolvimento da regio. Na dcada de 1950, foram dados os primeiros passos rumo consolidao de uma das mais importantes instituies do norte do Rio Grande do Sul: a Universidade de Passo Fundo.Ao longo dessa trajetria, mais de 63

    mil profi ssionais foram formados. Essa e outras conquistas dos 45 anos de his-tria da UPF sero celebradas durante todo este ano, com uma programao especial que envolver a comunidade regional. A revista Universo UPF tam-

    Esforo coletivo iniciado na dcada de 1950 foi determinante para a consolidao da instituio que transformou a regio norte do Rio Grande do Sul

    Foto: A

    rquivo Histrico

    Reg

    ional UPF

    Foto: A

    rquivo Histrico

    Reg

    ional UPF

    rea adquirida para a construo da cidade universitria, atual campus I da UPF

    ANOS

    bm rende homenagens instituio com uma srie de reportagens. Nesta edio confi ra um pouco mais sobre o esforo de pessoas que fi zeram surgir e acompanharam a evoluo da Universi-dade da nossa comunidade. A ousadia daqueles pioneiros rendeu

    frutos. No livro Universidade Comunit-ria Uma experincia inovadora, Darcy Ribeiro resume: A UPF foi e continua sendo uma experincia fascinante. Ela no foi ato da generosidade de algum governante. No caiu de paraquedas num determinado lugar. Ela foi pensada e desejada. Nasceu do sonho e da vonta-de de visionrios.A criao da Sociedade Pr-Universi-

    dade de Passo Fundo (SPU) em 1950 e do Consrcio Universitrio Catlico (CUC), em 1956, permitiu regio iniciar a ca-minhada rumo ao ensino superior.

    PioneiraA SPU teve como primeiro presidente

    Csar Santos e foi a responsvel, ainda em 1953, pela compra do prdio da fa-

  • Maro / 2013 13UniversoUPF

    Uma Universidade necessriaIntegrante do grupo responsvel pela criao da

    Universidade, o professor Elydo Alcides Guareschi foi vice-reitor Acadmico e reitor entre 1982 e 1998. Passados 50 anos dos primrdios do ensino superior em Passo Fundo, ele acredita que a UPF rendeu frutos positivos. Considerando-se as condies socioeco-

    nmicas e polticas da regio, as difi culdades enfrentadas princi-palmente nos anos iniciais, bem como as contribuies oferecidas ao desenvolvimento da regio podemos afi rmar: sim, a UPF deu certo, opina. Ele pondera que, apesar de ser uma experincia bem-sucedida, a UPF ainda tem

    muitos desafi os pela frente. Nasceu do sonho e da vontade de visionrios. Foi pensada, desejada, plane-jada. Construiu razes na regio. Por tudo isso, ela a Universidade necessria. Agora, de novo, tempo de semear e construir. No horizonte j se delineiam no-vas necessidades e expectativas, diz. Entre elas, des-taca o crescimento da ps-graduao e da pesquisa, a nfase na qualidade acadmica; a utilizao do ensino a distncia, ou semipresencial, a internacionalizao da Universidade e a qualifi cao dos professores, como preocupao permanente.

    Prdio adquirido da famlia Barbieux em 1953 onde foi instalada a Faculdade de Direito

    mlia Barbieux, onde foi instalada a Fa-culdade de Direito. A SPU tambm criou as faculdades de Odontologia, Agrono-mia, Cincias Polticas e Economia e o Instituto de Belas Artes. Ainda em 1960, a SPU comprou uma rea de terra de Antnio Bittencourt de Azambuja para a construo da Cidade Universitria, onde hoje est instalado o Campus I. O CUC tinha entre as preocupaes

    auxiliar na formao dos professores que atuariam na regio. Quando o con-srcio foi criado, o idealizador Dom Claudio Colling anunciou ao conselho da SPU o surgimento da entidade e da Faculdade de Filosofi a. Na oportunida-de j se discutia a possibilidade de inte-grao Universidade de Passo Fundo, cuja fundao j estava sendo pensada. A Faculdade de Filosofi a oferecia trs cursos: Filosofi a, Pedagogia e Letras Anglo-Germnicas.

    FUPFA integrao entre o SPU e o CUC deu

    origem Fundao Universidade de Passo Fundo (FUPF) no ano de 1967. A criao da FUPF foi um passo determi-nante para o surgimento da UPF, o que de fato aconteceu no ano de 1968. O ex--reitor da UPF e um dos articuladores deste processo, professor Elydo Alcides Guareschi, destaca em sua coleo O Processo de Construo da Universida-de de Passo Fundo que a Fundao foi vista como um novo impulso para a ex-panso e melhoria do ensino superior e

    Memrias

    Fotos: Arquivo Histrico Regional UPF

    Inaugurao dos equipamentos do curso de Computao

    Algumas pessoas acompanharam mais de perto a trajetria da UPF. Os ex-reitores Elydo Alcides Guareschi, Ilmo Santos e Rui Getlio Soares destacam algumas impresses sobre o tempo em que estiveram frente da representao da Universidade.

    Atenta s demandas da sociedadeO professor Rui Getlio Soares foi reitor durante dois

    mandatos entre os anos de 2002 e 2010, mas presen-ciou o incio da instituio e revela o orgulho de ter par-ticipado dessa histria. Lembro o dia em que houve a passeata histrica na Avenida Brasil em comemorao criao da Universidade. Eu estava na frente do cam-

    pus III. Foi um dia extraordin-rio. Naquela poca era muito dif cil a criao de uma univer-sidade ou faculdade, lembra fazendo referncia ao momento de ditadura militar pelo qual o Brasil passava. Quem conhe-ceu Passo Fundo na poca sabe o que representou a criao da

    UPF, destaca. Para Soares, a instituio precisa manter--se moderna, acompanhando a evoluo tecnolgica e mesmo da sociedade. A modernizao da instituio passa por uma poltica que contemple a qualifi cao e titulao docente, o que permite o surgimento de no-vos projetos na rea tecnolgica e cientfi ca, bem como a qualifi cao da extenso, sem esquecer as questes administrativas. Precisa buscar tambm alternativas na oferta de cursos. Hoje o mercado est saturado em algumas reas e h urgncia de se pensar em alterna-tivas que contemplem a atualizao do mercado de trabalho, fi naliza.

    Incentivo qualifi caoAo longo de 11 anos como vice-reitor Administrativo

    e quatro como reitor, de 1998 a 2002, o professor Ilmo Santos participou de grandes mudanas na Univer-sidade. Um dos avanos mais signifi cativos foi o do processo democrtico dentro da instituio. Primeiro eram poucos professores que participavam do proces-

    so eleitoral. Terminamos com isso e conseguimos que todos os professores tivessem direito de votar, bem como os alunos e os funcionrios, ressalta. O in-centivo qualifi cao docente foi outra mudana fundamental para melhorar a qualidade do ensino, alm de investimentos

    em laboratrios e compra de equipamentos. Santos lembra ainda de momentos marcantes vivenciados na trajetria acadmica, como as formaturas. Vamos os pais de alunos, principalmente os que vinham do interior, que vibravam pela felicidade de ter um fi lho com formao. Eles apostavam tudo e faziam sacrif -cio para manter o aluno fazendo a faculdade, lembra. Sobre o futuro, acredita que a instituio deve se man-ter no compromisso com um ensino de qualidade, com contnuo incentivo qualifi cao docente.

    para o progresso de Passo Fundo. Nes-te perodo foi decidido que a Fundao seria administrada pelos prprios pro-fessores, independemente das presses e interferncias poltico-partidrias.

    UPFO decreto de reconhecimento da UPF

    foi assinado pelo presidente Arthur Cos-ta e Silva e pelo ministro da Educao Tarso Dutra no dia 2 de abril de 1968, o ato aconteceu no Palcio Piratini em Porto Alegre. Dom Cludio Colling falou em nome da comunidade regional. Em seu discurso, disse: talvez, no entanto, nenhum outro ato tenha repercusso maior e to histrica do que este de assi-natura do decreto de criao da Univer-sidade de Passo Fundo, disse fazendo referncia aos outros atos realizados na oportunidade. O decreto foi publicado no Dirio Ofi cial da Unio no dia 6 de ju-nho de 1968, data em que se comemora o aniversrio da instituio.

    culdade de Direito. A SPU tambm criou as faculdades de Odontologia, Agrono-

  • Maro / 201314 UniversoUPF

    universidade

    UPF assegura filantropia e garante a oferta de benefcios comunidade

    Luiz Fernando Fritz Filho, presidente da FUPF

    um marco histrico que possibilita defi-nir novos investimentos.

    Esforo conjuntoAs primeiras Aes Declaratrias bus-

    cando a obteno de reconhecimento, junto Justia Federal, do gozo da imu-nidade tributria, foram propostas em 2001, sendo uma relativa a ICMS, outra relativa a impostos federais e a mais importante relativa s contribuies previdencirias junto ao INSS. No incio de maro de 2003, foi proferida senten-a de procedncia do pedido, porm a Unio recorreu. Aps a apresentao de inmeros documentos e a realizao de vrias diligncias, por ambas as partes, foi proferido acordo que confirmou a sentena, em 2007. Novos recursos fo-ram interpostos e, em agosto de 2012, o seguimento do processo foi negado, de modo que a ao transitou em julgado em setembro de 2012.Conscientes da importncia que teve a

    extino do passivo tributrio da FUPF com a Unio, atuais e ex-dirigentes co-memoram a conquista. Na avaliao do reitor da UPF, Jos Carlos Carles de Sou-za, a deciso de reconhecimento defini-tivo do carter filantrpico da UPF um marco histrico para a Universidade. Essa certificao possibilita que conti-nuemos mantendo os servios de quali-dade oferecidos comunidade e possa-mos seguir investindo na qualificao das atividades educacionais. Dividimos essa conquista com a comunidade de Passo Fundo e regio, destacou. Con-forme o presidente da FUPF, professor Luiz Fernando Fritz Filho, o resultado desse esforo consagra um objetivo da mxima relevncia, inclusive junto ao MEC, que desde 2009 o rgo governa-mental que controla e expede a certifica-o relativa imunidade tributria para instituies com carter filantrpico. Para o ex-reitor Rui Getlio Soares, a

    cidade e a regio tm dois momentos: um anterior e outro posterior UPF. Em razo do que a Universidade faz em prol da comunidade, a Fundao UPF no tinha outro caminho seno buscar, por meio do Judicirio, essa iseno,

    provando que suas mantidas, e em espe-cial a Universidade, mantm programas que provam essa filantropia, garante lembrando que este o diferencial da instituio.Presidente da FUPF no perodo de

    2001 a 2003, o professor Paulo Adil Fe-renci lembra que o benefcio da filan-tropia foi garantido FUPF desde a sua criao. Conforme ele, na metade dos anos 1970, todavia, houve a primeira autuao questionando essa garantia. Quando assumi a presidncia, nos em-penhamos em reverter essa situao. O trabalho iniciado poca culminou com esse reconhecimento definitivo. O pro-fessor Elydo Alcides Guareschi, reitor da UPF por 16 anos, destaca que a ao ju-dicial que teve resultado positivo Fun-dao UPF data de 11 anos. Entretanto, h mais de 30 anos lutamos para garan-tir esse direito, que legtimo. O desafio mantermos a certificao, pois a legis-lao muito rgida, pontua.Como representante da sociedade

    civil no Conselho Diretor da FUPF por longo perodo, o presidente da Acisa de Passo Fundo, Marco Antnio Silva, acre-dita que essa deciso oferece Funda-o UPF a possibilidade de fazer diver-sos investimentos. Pelo fato de ter mais recursos, a instituio poder qualificar seus servios, relata.Em espao provvel de dois anos,

    sero extintas as notas de balano que noticiaram a existncia de passivo tribu-trio da FUPF com a Unio.

    O desfecho de um processo de mais de 11 anos de tratati-vas judiciais propiciou uma conquista histrica para a UPF. No final de 2012, a instituio con-quistou o gozo da imunidade tributria frente s contribuies sociais (quota patronal) junto Unio por parte de sua mantenedora, a Fundao UPF. Esse re-sultado atesta a instituio como entida-de filantrpica, o que garante que siga ofertando diversos benefcios a toda a comunidade.As instituies aptas iseno de tri-

    butos oferecidos pelo certificado de fi-lantropia devem comprovar pelo menos 20% dos valores gerados na atividade dedicados a contribuies sociais. No caso da UPF, esses valores so direcio-nados manuteno de gratuidades a alunos em maior vulnerabilidade social e econmica e, ainda, na prestao de servios que beneficiam mais de 100 mil pessoas por ano. Para se ter uma ideia, em bolsas de estudo, a UPF contempla mais de 4,6 mil estudantes com o Prouni federal e, a partir deste semestre, tam-bm oferta bolsas integrais pelo Prouni RS. Igualmente, disponibiliza neste in-cio de 2013 novas 1,5 mil vagas pelo Fies. A deciso de reconhecimento definitivo do carter filantrpico da UPF, 11 anos aps as primeiras tratativas judiciais,

    Fotos: Arquivo/UPF

    HISTRICA

    Jos Carlos Carles de Souza, reitor da UPF

    Conquista

  • Maro / 2013 15UniversoUPF

    A s frutferas nativas do sul do Brasil possuem grande po-tencial de explorao, seja para o consumo in natura ou processamento industrial. Entretanto, so raros os pomares comerciais de es-pcies como jabuticabeira, pitangueira, cerejeira, uvaieira e araazeiro, sendo a coleta dos frutos realizada quase que ex-clusivamente por extrativismo em matas nativas ou em pomares domsticos, e a comercializao feita especialmente nas beiras de estrada. Nesse contexto, um projeto est sendo desenvolvido na Fa-culdade de Agronomia e Medicina Vete-rinria com o foco de localizar e resgatar exemplares dessas frutferas que produ-zam frutos com caractersticas destaca-das, como tamanho acima da mdia e bom sabor, para posterior multiplicao das plantas por processos vegetativos e constituio de uma coleo de acessos ou gentipos. Os primeiros resultados do trabalho j esto sendo obtidos. O estudo Resgate de gentipos su-

    periores de frutferas nativas nas reas de Mata Atlntica do noroeste do RS

    Em busca de frutosmaiores, mais bonitos e

    Pesquisa objetiva o resgate e propagao de frutferas nativas

    SABOROSOS

    Frutos passam por diferentes anlises, como nmero e tamanho das sementes, massa, teor de acar e pH da polpa

    iniciou em 2010 e coordenado pelo Dr. Alexandre Augusto Nienow. De acordo com o professor, para o uso em escala comercial, h a necessidade de que plantas com produtividade e qua-lidade satisfatrias sejam identifi cadas e avaliadas em seus locais de ocorrn-cia. Aps, necessitam ser multiplicadas e reunidas em colees para pesquisa mais detalhada. Os resultados permiti-ro oferecer matrizes de melhores carac-tersticas e o estabelecimento de poma-res comerciais, explica.

    Indicadores de avaliaoO desenvolvimento da pesquisa de-

    pende da participao da comunida-de. Pessoas que conheam plantas que produzam frutos com caractersticas diferenciadas podem contribuir com o trabalho contatando pelo e-mail [email protected]. Na fase atual, alm de estarmos selecionando e caracterizando as plantas, coletamos as amostras de frutos e, nos laboratrios, realizamos anlises como: tamanho e peso dos fru-tos, nmero e tamanho das sementes,

    SABOROSOSUm dos participantes da pesquisa, o mestrando do Programa de

    Ps-Graduao em Agronomia Lucas Zerbielli pontua que o crescente interesse da sociedade por alimentos mais nutritivos e saudveis abre espao para as frutas nativas. Essas espcies tm merecido ateno crescente, tanto do ponto de vista de sua conservao, como de seu melhoramento, para ocupar novos espaos de mercado, principalmente em pequenas propriedades rurais, argumenta. Alm de Zerbielli, in-tegram a pesquisa os bolsistas de iniciao cientfi ca Luana Dalacorte (CNPq) e Tlissom Daronch (Pivic/UPF).

    Nienow lembra, igualmente, que as mudas das plantas seleciona-das podero ser utilizadas em sistemas agrofl orestais, onde na mesma rea so cultivadas diferentes espcies. Com a vigncia do novo Cdigo Florestal, tambm podero ser empregadas na recuperao e enriqueci-mento de matas ciliares e reas degradadas, em reas de Preservao Permanente (APPs) e de Reserva Legal.

    Novos espaos de mercado

    cinciaeinovao

    rendimento de polpa, teor de acar, acidez e pH da polpa. Para a multipli-cao das matrizes selecionadas, esto sendo estudados os mtodos de propa-gao por enxertia e estaquia, explica o professor. Nienow pontua que, at o momento,

    a jabuticabeira tem sido a espcie mais estudada. Em uma populao de plan-tas de ocorrncia em Passo Fundo, foi constatada a existncia de frutos com 2,5 cm a 2,8 cm de dimetro, peso m-dio de 11,2g e teores de acidez e acar variveis. Porm, frutos maiores, com mais de 3,3 cm, foram produzidos por plantas identifi cadas por informao de moradores em Passo Fundo, Carazi-nho e Coxilha, apresentando perodos de fl orao e colheita variando entre si, lembra. Essa variao entre plan-tas de uma mesma espcie, conforme o pesquisador, reafi rma a necessidade de selecionar matrizes com caractersticas superiores para posterior multiplicao vegetativa. As aes desenvolvidas na UPF inte-

    gram um projeto maior, denominado Potencial de frutferas nativas do sul do Brasil: estudos de bioprospeco para fi ns fi totcnicos, nutracuticos e ecolgicos em ambientes riprios, coordenado pela UFRGS, tendo como parceiros Fepagro, UFPEL e Fundao Zoobotnica do RS.

    Foto: Cristiane Sossella

  • Maro / 201316 UniversoUPF

    N o de hoje que a micro-alga Spirulina platensis tema de pesquisas no meio cientfico. De colo-rao verde-azulada, encontrada em solos, pntanos, lagos alcalinos e guas salobras, marinhas e doces. definida como complemento nu-tricional pela Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria, apresentando alto contedo de protenas, fibras, vitaminas e minerais. Na UPF, v-rios estudos esto em andamento, apresentando tambm os efeitos te-raputicos da cianobactria. Os re-sultados so promissores. A cincia j comprovou que a re-

    duo de calorias e o uso de substn-cias funcionais prolongam a vida de diferentes organismos. Um dos en-foques dos trabalhos conduzidos na UPF justamente comparar a restri-o calrica e o uso da Spirulina em modelos experimentais, tais como o homem, ratos, camundongos e le-veduras. Mas os estudos, que tm frente a Dra. Telma Elita Bertolin e acadmicos do curso de Engenha-ria de Alimentos e do Programa de Ps-Graduao em Envelhecimento Humano, buscam respostas, igual-mente, para outras questes.

    A Spirulina platensis, pesquisada na UPF, promessa para fins teraputicos Aumento da longevidade, da qualidade de vida

    e formulao de nutricosmticos esto entre os objetivos das pesquisas

    longaesaudvelUma aliada na busca da vida

    Poder anti-inflamatrio e cica-trizanteOs benefcios do uso da Spirulina

    como anti-inflamatrio e cicatrizante foram comprovados recentemente em duas dissertaes. A primeira avaliou o efeito da microalga nos sintomas disppticos, relacionados ao apare-lho digestrio alto, aps suspenso de inibidores de bomba protnica (IBPs), medicamentos que dificultam a secre-o do cido clordrico pelo estmago. Alm da dependncia, o uso crnico desses frmacos pode aumentar o ris-co de fraturas sseas, especialmente na velhice. Os resultados do estudo demonstraram que dois teros dos pa-cientes pesquisados, em uso crnico de IBPs, foram capazes de interromper a medicao por dois meses, indepen-dentemente da terapia com Spirulina ou placebo. No entanto, um nmero significativamente maior de pacientes tratados com Spirulina obteve controle dos sintomas disppticos, resume Tel-ma, que orientou o estudo conduzido pela mestranda Andria Gronevalt, jun-tamente com o Dr. Fernando Fornari. Para testar a ao da ficocianina, o

    pigmento da Spirulina, na teraputica de leses cutneas, a mestre pelo PP-GEH, Cleide Toniollo, orientada por Telma, induziu feridas em ratos enve-lhecidos. A pomada com ficocianina 30% mostrou resultados semelhantes quanto cicatrizao quando compa-rada com a pomada-padro para esse tipo de leso.

    Restrio calrica x Spirulina platensisO processo de envelhecimento

    acompanhado por mudanas na ativi-dade das clulas, tecidos e rgos. O acmulo progressivo dessas alteraes associado suscetibilidade a doen-as. Nesse contexto, uma pesquisa bus-cou avaliar o papel da ficocianina e da

    restrio calrica no envelhecimento cronolgico celular de uma levedura. De acordo com a professora Telma, o uso das duas terapias mostrou um be-nefcio importante, em torno de 30% de aumento no percentual de sobrevivn-cia celular e retardo do envelhecimento dessas clulas de levedura. Os acha-

    As investigaes no param e, alm de respostas ao aumento da longevidade, buscam colaborar com a qualidade de vida, com a formulao de nutricosmticos e no tratamento da infertilidade masculina. A Fapergs e o CNPq apostam nas pesquisas: a professora Telma aprovou, recentemen-te, dois projetos junto s instituies onde vai estudar o efeito dessas terapias, da protena sirtuna e alfa-sinuclena, associadas doena de Parkinson, tema que a professora pretende desenvolver em seu estgio ps-doutoral em uma instituio europeia.

    NOVOS DESAFIOS

    dos corroboram com outras pesquisas internacionais que fazem referncia a essas terapias no aumento do tempo de vida em distintos modelos experimen-tais, justifica. A pesquisa foi desenvol-vida pela mestre em Envelhecimento Humano, Marta Santolin. Outro trabalho que vem sendo exe-

    cutado pela mestranda em Envelhe-cimento Humano, Fbia Benetti, faz referncia ligao entre o excesso de ferro em reas do crebro humano e o desenvolvimento de doenas neurode-generativas, como Parkinson e Alzhei-mer. A pesquisadora objetiva avaliar o potencial antioxidante da ficocianina e da restrio calrica em clulas de uma levedura submetidas ao estressor ferro. Os resultados j obtidos mostram que ficocianina e restrio calrica eviden-ciam benefcios ao modelo em estudo, afirma Fbia, orientada pela professora Telma.

    Fotos: Cristiane Sossella

    cinciaeinovao

  • Maro / 2013 17UniversoUPF

    comunidadeApoio para inovar e desenvolver a

    economiaregionalNcleo de Extenso Produtiva e Inovao j atendeu mais de 140 empresas no primeiro ano de funcionamento

    O empreendedorismo e a criati-vidade fazem multiplicar in-dstrias de diversos setores no norte do estado, porm a falta de profissionalizao dificulta a muitas delas explorar todas as suas potencialidades. O Ncleo de Exten-so Produtiva e Inovao da UPF e a Agncia Gacha de Desenvolvimento e Promoo do Investimento (AGDI), do governo do estado, esto mudando essa realidade. Em um ano, mais de 140 em-presas integraram as aes e puderam ver os custos diminurem e o rendimen-to e a segurana dos trabalhadores au-mentarem.As indstrias atendidas nesse perodo

    se encontram distribudas em 16 cida-des da regio de abrangncia do Corede Produo, mais Soledade por meio do Arranjo Produtivo Local (APL) de Gemas e Joias. Conforme o coordenador do n-cleo pela UPF e coordenador da UPFTec Giezi Schneider, todos os atendimentos realizados so gratuitos. A contraparti-da da empresa o investimento nas me-lhorias propostas pelos extensionistas. A equipe multidisciplinar, e os empre-srios tm a possibilidade de identificar vulnerabilidades em diversos aspectos.

    Principais demandasMuitas demandas so comuns entre

    as indstrias, principalmente relativas

    Empresrio de Marau (esquerda) apostou no projeto e nas sugestes dos extensionistas do ncleo e obteve resultados na diminuio de custos de produo e na organizao da empresa

    gesto. H muito esprito empreende-dor, mas muitas vezes as empresas no esto profissionalizadas. Frequente-mente o empresrio no dispe de infor-maes gerenciais, fundamentais para a tomada de deciso, nem sequer tem sua produo devidamente planejada, ob-serva Schneider. Na regio tambm foi encontrada uma grande demanda com relao adequao ambiental das em-presas.Em Soledade, alm do atendimen-

    to individualizado a 48 empresas, foi realizado um curso de capacitao em segurana do trabalho. A demanda era comum a vrias indstrias que traba-lham com o beneficiamento de pedras e a produo de joias.

    Mudana na empresaEm Marau, o empresrio Ismael Za-

    nella, 33 anos, da Ordegel Ordenhadei-ras do Brasil, conheceu o projeto aps uma visita dos extensionistas. A partir disso, viu custos e tempo de produo diminurem, margens de lucros aumen-tarem e a empresa se organizar. Come-amos a mudar aos poucos para ganhar tempo na produo, reduzindo mo de obra e economizando matria-prima, relata.Mudanas tambm foram realizadas

    na parte administrativa, diviso de esto-ques, regularizao de licenas, esttica

    da empresa e terceirizao de alguns processos. Hoje, alm de preo mais acessvel, ele consegue melhor acaba-mento e se dedica ao desenvolvimento de novos produtos. O portflio conta com mais de 350 peas e equipamentos. A atuao se d no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paran e Minas Gerais, principalmente com projetos personali-zados para pequenas e mdias proprie-dades.

    DesenvolvimentoPara o diretor adjunto de Produo e

    Inovao da AGDI Natanael Mucke, a experincia do projeto piloto na regio serve para aperfeioar a metodologia de trabalho. Na primeira fase esto sendo atendidas 420 empresas em todo o esta-do. J 2013 ser o ano da consolidao com a entrada em funcionamento, em duas fases, de todos os vinte grupos de trabalho.A meta atender cerca de sete mil em-

    presas em quatro anos. No Brasil, con-forme Mucke, boa parte das indstrias no busca os profissionais dos centros tecnolgicos e universidades. Fazer essa aproximao e fomentar a cultura de inovao uma grande contribui-o do projeto para o desenvolvimento regional, completa. Atualmente, trs ncleos da fase piloto do projeto funcio-nam nas regies dos Coredes Produo, Serra e Noroeste Colonial.

    Foto: Marilde Franceschi

    Para este ano, os seis extensionistas do ncleo tm como meta atender 20 empresas cada. Ao longo do projeto, pelo menos 600 empresas de-vero ser atendidas pelo ncleo da UPF, coordenado pela UPFTec. Os setores devero ser defini-dos em um frum regional. As empre-sas interessadas em ser atendidas j podem se cadastrar na UPFTec, pelo email [email protected], ou pelo telefone (54) 3316-8283.

    2013

    Equipe do Ncleo de Extenso Produtiva e Inovao da UPF

    Foto: Caroline Simor

  • Maro / 201318 UniversoUPF

    polmica

    Por mais que a inteno dos integrantes da comisso tenha sido a melhor possvel,- e neste aspecto indis-cutvel a qualidade de seus membros -, infelizmente o produto do projeto 236/2012 demonstrou pssima

    qualidade cientfi ca, o que de plano o torna inaplicvel pelos inmeros equvocos cometidos. Cada membro sendo responsvel por uma parte resultou na falta de coerncia sistmica ao todo, o que, somado escas-sez de discusses profundas, principalmente com a academia, resultou num diploma frgil em suas bases.

    Alm disso, por mais que em alguns pontos se tenha partido de uma ideia liberal, na essncia se adotou o critrio da mxima punio, vi-sando atender aos anseios de um direito penal punitivo e expansivo, que respondesse aos apelos miditicos, tanto no aumento de condutas antes no consideradas criminosas, quanto no aumento de suas penas. No entanto, o que h de mais grave a conexo entre o projeto e a cati-ca situao carcerria brasileira, que, se for aprovado nestas condies, maximizar a superlotao, se que isso possvel. O Brasil atualmente possui 520.000 presos ocupando 300.000 vagas e um dfi cit de outras 220.000. Em uma realidade dessa, possvel se pensar em extinguir o livramento condicional, como fi zeram os reformadores? Como diz o pro-fessor Ren Ariel Dotti, membro que deixou a Comisso pelas notrias divergncias relacionadas forma de trabalho, se assim for, teremos um verdadeiro apago carcerrio. Nunca prendemos tanto, nunca con-denamos tanto, contudo sem conseguir reduzir ndices de criminalida-de urbana.

    O projeto deveria acreditar menos na priso (como se ela fosse a so-luo para todos os males sociais) e mais em outras formas de punio, como caso das penas restritivas de direitos e a multa, cumuladas ou autnomas priso. evidente que a melhor norma no pode ser concebida s pressas, sem maturada dis-cusso e calcada em matrizes repressivis-tas; pensar assim no compreender que o simples encarceramento abundante apenas gera mais violncia atravs da reincidncia. A soluo s pode passar pelo bvio, mas de-pendente de investimentos: polticas p-blicas de incluso social e racional defi nio de poltica criminal.

    No so poucos os que defendem o velho Cdigo Penal de 1940, sob o argumento de que ele tinha uma qua-lidade jurdica incomparvel, pois era o resultado de uma rica legislao, metodicamente organizada, fruto

    dos cdigos que sedimentaram os legisladores das naes emergentes. O projeto ora submetido avaliao no tem essa qualidade tcnico-jurdica e no atende aos anseios da atual sociedade.

    Na minha tica, o nosso Cdigo Penal, ainda que datado dos anos 1940, muito bom e deveria ser revisado, colocando, por exemplo, o aumento de penas, maior diversidade de sanes penais e novos tipos penais decorrentes do avano social. Um dos problemas a Lei de Exe-cuo Penal e algumas leis extravagantes no sentido tcnico-jurdico, e, por vezes, na prpria semntica. Outra questo a prpria Constituio Federal, que, quando trata do criminoso e do preso, eleva-os condi-o de destinatrios do mais alto apreo estatal. Natural para uma Carta construda para combater os resqucios da terrvel ditadura.

    Quanto ao Cdigo Penal, em si, a tragdia que tivemos se deu com a malfadada reforma de 1984. Com a participao dos doutos notveis de ento, o cdigo foi desfi gurado para benefi ciar o delinquente, visto demagogicamente como vtima da sociedade, do capitalismo, da falta de estrutura estatal, do abuso de autoridade e do sistema. O criminoso foi o grande protegido da reforma de 1984.

    No presente, com a nova reforma, o que se v so os doutos notveis de hoje reclamando da excessiva severidade do cdigo. Prender al-gum virou algo execrvel, politicamente incorreto. O correto insistir no discurso poltico e sem compromisso com a sociedade, mas, na es-sncia, ordinrio, da reeducao, proferido de boa-f por quem s co-nhece bandido por documentrio dirigido por socilogo e exibido no Canal Brasil. O direito penal deve ser repressivo, porm deve ter iden-tidade com o momento social vivido, sob pena de no ser aplicado e muito menos aceito pelos meios jurdicos.

    O projeto mostra-se insufi ciente para conter a criminalidade. O ju-rista Reale Jnior diz, sem titubear, que o novo Cdigo Penal tem fa-lhas insuperveis e alerta para erros graves do anteprojeto, que prev mudanas como a liberao da eutansia, o perdo a crimes cometi-dos pelo MST e a perseguio a jornalistas. O texto, segundo a grande maioria dos juristas de renome do direito penal, muito pobre do pon-to de vista da tcnica jurdica, e de tal ordem que s se pode rejeitar globalmente o projeto.

    H no atual cdigo todas as condies para moderniz-lo, melho-rando a defi nio de dolo, de culpa, mas o que no pode piorar, como fi zeram. Todos os institutos importantes foram piorados. preciso fa-zer uma consolidao das leis penais, trazer os tipos penais que esto em outras leis para dentro do cdigo, com muito cuidado, consertar o que a jurisprudncia tem feito de crtica a esses tipos penais e refazer todo o sistema com proporcionalidade e razoabilidade.

    OsmarTeixeiraMestre em Direito,

    professor da Faculdade de Direito

    R eformular a legislao pe-nal, editada em 1940, e in-cluir assuntos polmicos e contemporneos como drogas, aborto, eutansia e crimes con-tra animais. Esse pressuposto baseou a atuao de juristas brasileiros que trabalharam durante sete meses para analisar a proposta de um novo Cdi-

    LuizFernandoPereiraNetoMestre em Cincias Criminais, professor da Faculdade de Direito

    go Penal. O anteprojeto foi entregue em junho do ano passado ao Senado e, desde ento, j recebeu em torno de 500 emendas. Diante de tantas alteraes, busca-

    mos a opinio dos professores da Fa-culdade de Direito sobre quais so os pontos mais polmicos e importantes a serem alterados.

    Um novo Cdigo Penal para uma nova realidade

    como caso das penas restritivas de direitos e a multa, cumuladas ou autnomas priso. evidente que a melhor norma no pode ser concebida s pressas, sem maturada dis-cusso e calcada em matrizes repressivis-tas; pensar assim no compreender que o simples encarceramento abundante apenas gera mais violncia atravs da reincidncia. A soluo s pode passar pelo bvio, mas de-pendente de investimentos: polticas p-blicas de incluso social e racional defi nio de poltica criminal.

  • Maro / 2013 19UniversoUPF

    cinciaeinovaoCasa inteligente controlada

    O s fi lmes e desenhos ani-mados nunca foram mo-destos ao apresentar casas inteligentes. Cozinhas que preparam alimentos sozinhas ou em-pregados robs esto entre as extra-vagncias. Na vida real, a automao residencial est longe disso. No en-tanto, uma soluo desenvolvida em um trabalho de concluso do curso de Cincia da Computao pode ajudar a popularizar esses sistemas e permitir s pessoas acenderem ou apagarem luzes mesmo a quilmetros de distn-cia de casa, bem como observar tudo o que se passa dentro dela por meio do smartphone.A pesquisa demorou pouco mais de

    um ano para ser concluda e se pre-ocupou em desenvolver um software que permitisse integrar o controle de

    a distncia

    diversos equipamentos. O acadmi-co Vincius Andrei Cerbaro o criador do projeto, orientado pelo professor Willinghton Pavan. Um dos focos foi criar uma soluo sem a necessidade de modifi caes na residncia. De forma simplifi cada, o sistema precisa apenas de energia eltrica e internet.

    InovaoA principal inovao est no softwa-

    re que permite integrar o controle da maioria dos equipamentos por meio de um smartphone, tablet ou computa-dor. Ele multiusurio e possibilita a criao de perfi s com acesso a itens es-pecfi cos para cada usurio. A grande maioria dos produtos existentes exige modifi caes em fi ao e no ambien-te. A soluo pesquisada por Cerbaro visou justamente no precisar modifi -

    car a casa e permitir a instalao por pessoas leigas. Quem entende como instalar uma luminria ou um eletri-cista pode implement-lo, explica o professor Pavan.

    MdulosO sistema no precisa ser instalado

    em toda a casa simultaneamente. A partir da instalao da central, os m-dulos de controle podem ser agrega-dos. Eles so aparelhos ligados entre o equipamento a ser controlado e a rede eltrica. Todas as funes podem ser alteradas a distncia por meio do sof-tware, desde que haja acesso internet. Da mesma forma, possvel identifi car pelo sistema o status de cada equipa-mento integrado e se ele foi alterado por outro usurio.

    O que o usurio imaginarO sistema no limita o nmero de

    dispositivos a serem controlados. A experincia do usurio permite que ele personalize o aplicativo para suas necessidades. O uso pode ser iniciado com o controle de tarefas mais simples, como iluminao ou portes eletrni-cos, passando para outras, como regu-lar a temperatura ou mesmo agendar tarefas como ligar o ar condicionado ou o horrio para iniciar a rega do jardim. O sistema pode ainda simular a presen-a de pessoas acendendo ou apagando as luzes de cmodos especfi cos como se algum estivesse em casa.

    O trabalho de concluso se tornou um

    empreendimento para o recm-

    graduado. Atualmente,

    Cerbaro organiza um plano de

    negcios e tambm prepara as patentes necessrias. Uma

    casa em Passo Fundo preparada

    para ser o show room do sistema e em breve uma loja no centro da cidade tambm o ter disposio para as pessoas

    conhecerem.

    Projeto de concluso de curso de acadmico de Cincia da Computao ofe-rece uma nova soluo para quem quer ter uma casa inteligente sem precisar de obras ou grandes investimentos

    Empreendimento

    Controle de todas

    as funes integradas ao sistema feito por meio da internet com o aplicativo criado pelo egresso da

    UPF

    Fotos: Leonardo Andreoli

  • Maro / 201320 UniversoUPF

    A UPF teve mais uma vez sua qualidade educativa reco-nhecida pelo Ministrio da Educao (MEC). Os resulta-dos e indicadores referentes aos cursos avaliados em 2011 foram divulgados no final do ltimo ano pelo Instituto Nacio-nal de Pesquisas Educacionais Ansio Teixeira (Inep), vinculado ao MEC. Dos cursos avaliados, 19 obtiveram conceito 4, e um, conceito 5, numa escala de 1 a 5.Os ndices so relativos ao Conceito

    Preliminar de Curso (CPC), um indica-dor que resulta das avaliaes de de-sempenho dos estudantes, infraestru-tura para realizao das atividades de ensino, titulao e carga horria do cor-po docente, alm da organizao di