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Esporte Recôncavo Saúde Universo Revista Mundo Feminino • Ano 2014 • Edição 01 •

Revista universo feminino

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Page 1: Revista universo feminino

A você,mulher,a nossa capae o nossoconteúdo

Conheça a Dona Lolo P. 24Cancêr de mama P. 06

A vida de uma campeã P. 12

Esporte

RecôncavoSaúde

UniversoFeminino

Revista Mundo Feminino • Ano 2014 • Edição 01 •

Page 2: Revista universo feminino

Expediente

Mundo Feminino

É com grande satisfação que desenvolvemos a pri-meira edição da Revista Mundo Feminino. Esta re-vista faz parte, até então, de uma atividade avaliativa da disciplina Oficina de Impresso 2, ministrada pelo professor Dr. J. Péricles Diniz. As matérias foram es-critas pelos integrantes da Mundo Feminino: - Janai-na Ryberg, Lídia Ramos, Marcus Vinicius e Valéria Mercês. Todas as matérias tem como intuito primor-dial, a divulgação de conteúdo direcionado ao publi-co feminino do Recôncavo da Bahia, voltados para a saúde, esporte, moda, além de outros aspectos cul-turais. Buscamos, através das informações, engrande-cer a produção jornalística de uma das regiões mais ricas do nosso estado, o Recôncavo Baiano. Também abriremos espaço para a veiculação e divulgação de assuntos relacionados a UFRB, devido a sua importân-cia como disseminadora de conhecimento na região.

Curso de Jornalismo da Universidade Federal do

Recôncavo da Bahia

Reitor da UFRBProf. Dr. Paulo Gabriel S. Nacif

Diretora do CAHLProfa. Dra. Georgina Gonçalves

Coordenação EditorialProf. Dr.Robério Marcelo Ribeiro

Prof. Dr. José Péricles DinizValéria Mercês

Diretor de RedaçãoProf. Dr. J. Péricles Diniz

Edição e diagramaçãoProf. Dr. J. Péricles Diniz

Ivisson Costa

EstudantesJanaina Ryberg

Lídia RamosMarcus ViniciusValéria Mercês

Os textos assinados são da responsabilidadede seus autores. Eles não estão autorizados a falar

pela revista.

Editorial

Equipe Universo Feminino

Este é um produto:

Jornal Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia

Anuncie :[email protected]

www.ufrb.edu.br/reversoonline

03 . Universo Feminino . Edição 01 | 2014

Page 3: Revista universo feminino

6SAÚDE

Saiba mais sobre os sintomas do câncer de mama

05 . Universo Feminino . Edição 01 | 201404 . Universo Feminino . Edição 01 | 2014

9MODA

Procurando roupas baratas?Veja o que os brechós oferecem

18 Fotojornalismo no ensino superior

16SEXUALIDADE

A gravidez cedo continua causando problemas

10ESPORTE

Ela mora no recôncavo e tem o boxe como estilo de vida

20ESTÉTICA

Versão barata de maquiagem mantém qualidade

22VIDA

Dona Lolo, a cachoeiranaguerreira

24CULINÁRIA

Muqueca de ba-calhau. Saiba a deliciosa receita

FEMINILIDADE

Sumário

Page 4: Revista universo feminino

Câncer de mamaApós os 40 anos, a mamografia começa a ser um exame importante para a detecção da doença

Por Lídia Ramos Filha

O APARECIMENTO DE UM CAROÇO É O SINTOMA MAIS CO-MUM DO CÂNCER DE MAMA. NÓDULOS INDOLORES, DUROS E IRREGULARES SÃO, NA MAIORIA DAS VEZES, TUMORES MA-LIGNOS. OUTROS SINTOMAS COMO INCHAÇO EM PARTE DO SEIO, IRRITAÇÃO OU APARECIMENTO DE IRREGULARIDADES COMO COVINHAS OU FRANZIDOS NA PELE FAZEM LEMBRAR QUE A COISA NÃO ESTÁ BOA.

do do ECM. O Inca recomen-da que o exame seja feito a cada dois anos por mulheres entre 50 e 69 anos, ou se-gundo recomendação médica

Estatísticas Globais

A ocorrência do câncer de mama aumenta a cada dia. De 641.000 casos, em 1980, passou para 1.643.000, em 2010, sendo responsável por 27% dos novos casos de câncer diagnosticados em mulheres. Desse total, cerca de dois terços ocorreram em mulheres acima de 50 anos, principalmente nos países desenvolvidos. Já nas mu-lheres abaixo dos 50 anos (entre 15 e 49 anos), a inci-dência de câncer de mama foi duas vezes maior nos pa-íses em desenvolvimento, de acordo com os dados da Comissão Nacional de Ma-mografia. O Brasil se encon-tra nesse grupo. A popula-ção abaixo dos 50 anos está ainda mais exposta ao risco.

O Inca calcula que câncer de mama é o segundo tipo de câncer mais frequente e o mais comum Se diagnostica-do e tratado precocemente, os resultados são razoavelmen-te bons. Antes dos 35 anos, a doença é relativamente rara. Acima desta faixa etária sua incidência cresce rápida e progressivamente. Em 2010, no Brasil, morreram 12.705 mulheres e 147 homens em decorrência do câncer de mama. Em 2011, foram 13.225 mortes pela doença

Rastreamento, autoexame da mama, exames clínicos

e avaliação médica

O autoexame da Mama é es-sencial para que a mulher conheça seu corpo. Durante muito tempo ele era conside-rado o único recurso para a detecção precocemente da doença. Porém, atualmente, existem outros recursos, mas isso não implica na desvalo-rização do autoexame, até porque é a partir dele que a mulher poderá notar alguma alteração. Ele pode ser feito visualmente ou por meio de palpação, porém é necessário um acompanhamento clínico.

O câncer de mama é a mais frequente e principal causa de morte por câncer em mu-lheres no mundo, e a mamo-grafia é o principal exame para detectá-lo precocemen-te. O Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima que 57 mil novos casos sejam diagnosticados no Brasil em 2014. De forma geral, a Or-ganização Mundial de Saúde (OMS) tem ressaltado a ne-cessidade de prevenção dos tumores, doença que deve atingir 24 milhões de pessoas em todo o mundo até 2035.

De acordo com o Instituto do Câncer (Inca), a mamo-grafia e o exame clínico das mamas (ECM) são os mé-todos preconizados para o rastreamento na rotina da atenção integral à saúde da mulher. Para as mulheres de 40 a 49 anos, a recomenda-ção é o exame clínico anual e a mamografia diagnóstica em caso de resultado altera-

Expansão da assistência

O investimento do Ministério da Saúde na assistência aos pacientes com câncer foi de R$ 2,1 bilhões no ano pas-sado, crescimento de 26% em relação a 2010. A previ-são é que, até 2014, o valor alocado no fortalecimento do atendimento em oncolo-gia chegue a R$ 4,5 bilhões.Com o aumento dos recur-sos, foi possível ampliar a rede de assistência à doença no Sistema Único de Saúde (SUS). Atualmente, 277 hos-pitais realizam diagnóstico e tratamento de câncer em todo o Brasil, sendo que 11 deles foram habilitados nes-te ano e outros seis estão em análise. Em dois anos, o número de sessões de ra-dioterapia realizada na rede pública aumentou 17%, ul-trapassando nove milhões de procedimentos em 2012.

Ainda segundo o Inca, na de-tecção precoce do câncer de mama, houve um aumento de 30% no número de exames realizados por mulheres que estão na faixa etária priori-tária (50 a 69 anos). Foram mais de 2,3 milhões de ma-mografias em 2012. Con-siderando todas as idades, o crescimento foi de 25%.

Alguns sinais e sintomas

- Nódulo único endurecido - Edema (inchaço) da pele - Eritema (vermelhidão) na pele - Inversão do mamilo - Sensação de massa em uma das mamas - Inchaço do braço - Dor na mama ou mamilo

06 . Universo Feminino . Edição 01 | 2014 07 . Universo Feminino . Edição 01 | 2014

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Por Valéria Mercês

Muitas mulheres adoram moda e principalmente estar na moda. Se você se encaixa nesse grupo você está lendo o texto certo. Analisaremos como as roupas de brechó estão sendo aceitas e como estão fazendo o maior sucesso com a mulherada. Mas, como surgiu o brechó?

A sua origem foi na Europa no “mercado de pulgas” em Sain-t-Ouen no subúrbio de Paris, que é um lugar que vende todo tipo de coisas. No Brasil, no sé-culo XIX, mais precisamente no Rio de Janeiro, surgiu uma loja de artigos usados que tinha o nome de Casa do Belchior. O lugar ficou muito conhecido e muito frequentado. Isso fez com que o nome Belchior fosse asso-ciado a estabelecimentos que vendiam produtos antigos e usa-dos. O tempo passou e o nome sofreu um processo de mudan-ça, se adaptando a “brechó”, e dando origem a um novo termo.

Muitas pessoas tinham pre-conceito em relação ao brechó. Roupas usadas, e velhas não eram uma coisa que agradava

muito. Mas isso mudou. Hoje a moda conhecida como vintage está no auge e no corpo de mui-tas mulheres. As peças antigas estão em alta e muita gente já adotou o novo estilo. “Eu sem-pre gostei de roupas antigas, sou extremamente apaixonada pelo estilo dos anos 70 e 80. Eu com-pro em brechó há muito tempo, primeiro pelas roupas lindas e com o meu estilo, segundo pelo preço que é muito mais barato. Então eu acabei unindo o útil ao agradável.” Conta a profes-sora Luciana Santos, 24 anos.

Atualmente, os brechós evoluí-ram muito. Os cuidados com as roupas (a qualidade e a limpe-za das peças) agora são pontos principais. Surgiram os brechós online, passou a se vender tam-bém roupas novas, a aceitação é maior e até os preços mudaram. Adriana Menezes, 42 anos, an-tes apenas dona de casa, hoje é dona de brechó e tem uma renda extra. “Meu trabalho é o meu bazar. Recebo doações de todos, mas também faço as es-colhas porque nem tudo vai pra loja. As peças passam por vá-

rias etapas de seleção e higie-nização para serem colocadas à venda. Cada dia tenho um novo cliente, todos estão satisfeitos e sempre voltam. Eu realizo meu trabalho com amor”, pontua.

Hoje os brechós fazem tanto sucesso que temos até brechó virtual pra quem quer comprar suas roupas mais baratas e se-minovas com um clique e sem precisar sair de casa. Fazer com-pras pela internet já é uma gran-de parceira de todos, principal-mente por causa da praticidade e dos preços que são mais jus-tos. Exatamente por isso muitos brechós saíram das lojas físicas e agora também estão no meio virtual. “O brechó virtual é uma maneira simples de ter a moda nas mãos e eu nem preciso ir na rua pra isso. Mas também te-mos que levar em consideração alguns pontos. Nas compras na internet temos frete, não pode-mos experimentar e algumas ve-zes os preços são bem salgados. Conheço um site de peças semi-novas que os preços são abusi-vos.” diz a estudante de enfer-magem Mariana Sales, 21 anos.

PEÇAS DE BRECHÓ FORMAM A MODA SUSTENTÁVEL E INOVAM O GUARDA-ROUPA SEM GASTAR MUITO

Do LiXo aoOLUXO

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Page 6: Revista universo feminino

Emanuelle Macêdo aproveita o lazer durante o dia com suas roupas de brechó

A saidinha a noite fica ainda mais bonita

Peças descoladas, carregadas de informação

Peças confortáveis e práticas são essenciais paraEmanuelle

Cineminha, Happy Hour... Aqui você pode abusar de um guarda-roupa diversificado

Peças clássicas para usar durante várias horas por dia

* Fotos por Alanna Oliveira

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OS TREINOS DE BOXE É UMA FORMA EFICAZ DE MANTER A BOA FORMA

NOMULHERRINGUE

O boxe está tomando conta do universo feminino. Muitos fa-mosos estão aderindo a prática do esporte, entre elas, Sasha Meneghel, Debora Seco, Sabri-na Sato, Estefani Brito, Giova-na Ewbank do dançando com os artistas, Fernanda Souza, Sofie Cahrlote, entre outras.

A campeã do reality show Big Brother Brasil 11 Maria Melilo, treina boxe e iniciou também os treinamentos de jiu-jitsu, com o namorado Serginho Moraes, lutador do UFC. Ela relatou que pratica o esporte como ferramen-ta para mexer o corpo, a men-te, e até como defesa pessoal.

Por Janaina Ryberg

* Marilia Santos

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A série de televisão, Malhação, também veio retratar as dificuldades encontradas pelas mulheres no esporte. O Filme me-nina de ouro, que retratou a historia ve-rídica de uma garota que vai em busca do sonho de ser campeã, ganhou o Oscar Melhor Filme, Melhor Diretor (Clint Eas-twood), Melhor Atriz (Hilary Swank) e Me-lhor Ator Coadjuvante (Morgan Freeman) foi ainda Indicado nas categorias de Me-lhor Montagem, Melhor Roteiro Adaptado.

No nosso estado muitos projetos sociais auxiliam na retirada de meninas da vulne-rabilidade social e ajudam a ter grandes campeãs nesse esporte. Recentemente a Federação Baiana de Boxe agradeceu a SETRE - Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte - pelo apoio do Governo do Estado que por meio do Bolsa Esporte, 23 atletas foram beneficiados. A SUDESB - Superintendência dos Desportos do Esta-do da Bahia - também arca com as pas-sagens dos atletas para as competições.

O secretário da SETRE, Nilton Vasconce-los, prometeu um maior apoio à catego-ria. “O boxe e o judô são modalidades apoiadas pelo Governo da Bahia que mais dão resultados positivos, e de for-ma rápida”, disse em site do Governo.

Apesar de ser um espor-te retratado como violento, o boxe auxilia na concentra-ção e no controle emocional e também ajuda a ter um cor-po ótimo em poucos meses.

O boxe tailandês ou Muay Thai vem tomando conta das acade-mias, pois é uma disciplina físi-ca e mental que inclui golpes de combate em pé, conhecida como “a arte das oito armas”. Caracte-riza-se pelo uso combinado de punhos, cotovelos, joelhos, ca-nelas e pés, associada a uma boa preparação física que a tor-na uma luta de contato eficiente.

Mulheres nos jogos olímpicos

Segundo o pesquisador Berta L. C. Cardoso, da Faculdade Gua-nambi, na Bahia, “concernente aos Jogos Olímpicos, a inserção das mulheres foi somente em 1990” Percebe-se, assim, que a mulher vem ganhando espa-ço no meio esportivo, mesmo com as restrições, preconcei-tos, obstáculos e imposições da sua participação no esporte. A condição do esporte como um lócus de masculinidade se alte-ra na proporção do aumento da autoconfiança e da independên-cia das mulheres no âmbito de

seu hábito e de seu poder. Em termos organizacionais, à me-dida que elas ingressam no es-porte, tais experiências concor-rem para questionar as ideias e instituições tradicionais de preponderância masculina. (...).

Na história que estão escreven-do mostram-se vencedoras não apenas de suas adversárias, mas, também, vencedoras de uma luta sem luvas e fora dos ringues, onde, embora os ad-versários ‘estereótipo’, ‘precon-ceito’ e ‘discriminação’ sejam fortes, “round por round” elas os têm colocados à “nocaute”.

“Elas mostram-se vencedoras não apenas de suas adversá-rias, mas, também, vencedo-ras de uma luta sem luvas e fora dos ringues, onde, embo-ra os adversários ‘estereótipo’, ‘preconceito’ e ‘discriminação

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Entrevistamos a campeã de boxe e Muay Thai, Marilia Santos, 21, na academia onde ela treina e dá aulas, que fica em cima do chamado Iguatemi, um ponto de restaurantes ao lado da rodoviária de São Felix

Universo Feminino: Desde que idade você prati-ca o boxe?

Marilia Santos: Pratico o boxe desde os 12 anos. Comecei com capoeira aos 8 anos de idade e depois passei para o boxe e com 14 anos passei para o Muay Thai e comecei a lutar mais sé-rio com 17 anos. Agora faz um ano que participo do MMA, mi-nha sexta luta foi no ano pas-sado e graças a Deus estou in-victa, buscando meu espaço.

UF: O que seus pais acha-ram quando você entrou no boxe?

M.S - Minha mãe no início não queria, pois achava violento, mas teve um dia que ela disse que se eu gosto ela apoiaria e iria me assistir nas lutas. Eu fui criada pelo meu padrasto que também sempre me apoiou.

UF: Em que aspecto o espor-te melhorou a sua vida?

M.S - O esporte me salvou. Quando eu não treinava boxe era muito indisciplinada, quan-do eu chegava na esquina da rua diziam “ai vem o cão”. O

esporte é que me salvou e me disciplinou em relação a saúde, ao condicionamento físico... me-lhora tudo. Eu faço um treino e fico o dia todo com disposição.

UF: Você é natural de São Felix?

M.S - Eu nasci em São Felix e fui morar em Muritiba com 5 anos de idade, agora voltei a morar aqui no começo des-te ano. Já morei em São Paulo com uma tia, mas voltei a mo-rar aqui, pois todo dia eu subia e descia de Muritiba e assim eu economizo a passagem. Para dar aula aqui, no inicio eu e Pa-trick dormíamos na academia.

UF: Quem te orientou a prati-car boxe?

M.S - Eu sempre gostei de espor-te. Tudo que falavam de esporte eu estava fazendo. Ninguém me incentivou, a início eu fui atrás. Eu fui num projeto em Muritiba com um professor que se cha-ma Cal, mas acabou por falta de apoio. Então eu vim buscar outro local pra treinar em São Felix. Encontrei esse que é também um projeto social, mas tem pouco apoio. O foco é ensinar Muay Thai

nas comunidades e nas escolas.

A gente dá aulas para crianças carentes com o professor Gil Pe-dreira. Foi com ele que comecei a treinar. Me lembro que Gil me perguntou se eu tinha interesse de lutar e eu disse que sim, tan-to que eu fiz minha primeira luta de Muay Thai foi com 17 anos, no campeonato baiano. Fui até o campeonato brasileiro, fui vice campeã e tive a oportunidade de disputar o campeonato mun-dial na Rússia, mas não fomos por falta de apoio eu e mais dois atletas aqui da academia.

Hoje eu tenho um apoio melhor de patrocínio mas ainda encontro algumas dificuldades. Tenho vá-rias lutas importantes fechadas, que passam em canal fechado. Essas duas é um pulo para o UFC que é um evento que todo atle-ta sonha em chegar e eu sonho também e sinto que está perto pois o evento que eu vou parti-cipar é grande, a gente encontra dificuldades pelo caminho mas estamos aqui para ultrapassar.

UF: O que você acha sobre estar abrindo caminho no campo do boxe?

UF: Onde você se especializou?

M.S - Eu faço Licenciatura em Educação Física na Famam - Fa-culdade Maria Milza – Eu quero é levar as artes marciais para as escolas porque hoje ela é uma modalidade muito caren-te nas escolas. A arte marcial me disciplinou, eu creio que vai disciplinar outras pessoas e eu acho que isso vai ajudar dentro da escola. Minha vida é academia e faculdade. Tam-bém acompanho minha mãe.

UF: Fale sobre seus títulos

M.S - Eu sou tricampeã baiana de Muay Thai, campeã baiana de Jiu-Jitsu, campeã brasileira de Kung Fu, campeã baiana de Kung Fu.

Eu só queria ter apoio mais do pessoal daqui. Tenho mais apoio de Feira de Santana do que da-qui. Quando eu luto eu represen-to Feira porque tenho apoio de lá. Em Muritiba eu tinha apoio total da prefeitura quando morava lá.

MF: Você acha que o fato de você ter aprendido a lutar os homens te respeitam mais?

M.S - Eu sofria discriminação por ser homossexual, mas agora me respeitam e também para defesa pessoal. As mulheres que sofrem

M.S - Hoje já está sendo um pou-co mais reconhecido, pois como a UFC colocou categorias femini-nas, os outros eventos também resolveram colocar, até mais para divulgar e também quan-do tem luta feminina no evento, atrai maior público masculino. Antigamente tinha somente uma luta feminina. Agora são duas a três lutas, então está sendo mais visto do que antes. Porém, ainda assim existe muito preconceito no sentido de que as mulheres não devem fazer esse tipo de esporte “que é muito violento”. Mas a gente sabe que a gente está praticando um esporte, que o corpo da gente está apto a isso.

UF: Você dá aulas no projeto para meninas?

M.S - Eu dou aulas de Muay Thai há três anos. O projeto tem pou-cas meninas porque as mães insistem no preconceito de que arte marcial não é para mulher, mas na verdade, não tem nada disso. Acho que elas deveriam se abrir mais, trazer as meninas para conhecer o esporte, qual-quer esporte é para mulheres e homens. A gente teve uma dis-cussão outro dia que nós pró-prios colocamos isso na cabeça de que “menino tem de brincar de bola e menina de boneca”. O preconceito está dentro da gen-te mesmo, da própria pessoa.

No nosso projeto tem muitos me-ninos a partir de 5 anos. Ao todo são 15 a 16 crianças atendidas e isso porque os pais insistem em dizer que o esporte é violento e também por falta de material. As luvas são poucas, a gente que comprou e tem de renovar. Mas a gente não tem apoio para reno-var esse material e a prefeitura paga somente o aluguel do local. Todo conserto aqui é com uma va-quinha dos alunos. O pessoal faz mutirão e ajuda nas reformas e a gente só temos oito meses aqui.

violência, estão mais preparadas para reagir a alguém que está desarmado. Porém, hoje eu pen-so duas vezes antes de brigar, pois depois da luta eu fiquei uma pessoa mais calma. Minha mãe costuma dizer que hoje fiquei muito mais passiva e eu procuro conversar primeiro e não brigar. Quando criança eu era dana-da. Hoje extravaso é no tatame.

UF: O que você fala sobre os anabolizantes?

M.S - Eu não uso porque não é legal. Algumas pessoas ficam agressivas. Perdi um amigo meu com anabolizante aos 18 anos, ele tinha acabado de usar e des-maiou na porta de casa. Antes das lutas tem exame antidoping.

Terminamos a reportagem na sa-cada da academia visualizando a bela paisagem do Rio Paraguaçu

“Quando criança eu era danada. Hoje extravaso é no tatameMariliasobre sua disciplina no boxe

16 . Universo Feminino . Edição 01 | 2014

Page 10: Revista universo feminino

A adolescência é a fase que in-termeia a infância e a idade adulta. Um período onde as pes-soas fazem muitas descobertas sobre elas mesmas e sobre o mundo que as rodeia. Mudanças no corpo e na mente são espera-das. É nessa época da vida que geralmente a sexualidade come-ça a aflorar e com isso as dúvi-das e perguntas são frequentes. A divisão, que muitas vezes de forma inconsciente acontece, entre meninos de um lado e me-ninas de outro vai se desfazen-do. Aquele velho papo que os pais contam que uma cegonha traz os bebês não funciona mais. Com filmes, novelas, séries, pro-gramas, internet, músicas, entre tantas outras coisas cada vez mais desenvolvendo o tema do amor e da transa, é só questão de tempo para os jovens irem desenvolvendo uma curiosidade sobre e isso.Aliado ao tabu que persiste em várias famílias, em que sexo é um assunto proibido, faz com que esses adolescentes busquem suas respostas nas ruas com amigos ou conhecidos..

Trabalho de prevenção no recôncavo baiano

Na cidade baiana de Muritiba, lo-calizada a 125 km de Salvador, o CRAS (Centro de Referência da Assistência Social) vem in-tensificando o trabalho de cons-cientização e aconselhamento das adolescentes do município. Segundo a assistente social Ana Paula, vêm sendo realizados grupos de debate aonde se é discutido não só a questão da gravidez, mas também combate às drogas, importância dos estu-dos, entre outros assuntos. Po-rém, mesmo sendo um grupo o qual ela considera muito produ-tivo, ainda poderia ter mais pes-soas participando. Grande parte das garotas só se interessam após já estarem de fato grávidas.

“Geralmente elas procuram o CRAES quando precisam de al-gum auxílio ou a atualização de algum benefício, como o Bolsa Família, ou um enxoval, ou uma cesta básica ou um aluguel social. Caso contrário, dificilmente elas comparecem. Tanto que o grupo que iniciamos para jovens que estão grávidas, que pretendía-mos no final dar um enxoval para banheira, roupinhas... só com-pareceu uma menina... disse.

Muitas dessas garotas, após en-gravidarem, acabam tendo de lidar sozinhas com a situação. “Perguntei a situação última menina que chegou aqui, com 14 anos ela como estava a fa-mília dela e me respondeu que a família tinha a abandonado, o companheiro tinha deixado e a única pessoa que estava dando auxilio é a ex-sogra. Tan-to que ela não estava fazendo pré-natal, aí a encaminhamos ao posto de saúde para come-çar, porque com 3 meses de gestação, ela não tinha feito nada ainda.”, pontua Ana Paula.

Mistura de medo e amor de mãe

A jovem L.A, hoje com 20 anos, se viu grávida aos 17. Ela relata que os familiares não aceitaram mui-to bem e alguns parentes e ami-gos até deixaram de falar com ela. Chegou a cogitar até o aborto.“Nossa, minha família não ficou nada feliz com a notícia. Quando soube que estava grávida, pen-sei em tirar no início, na verdade ninguém iria nem saber que um dia eu estive grávida. Mas mi-nhas irmãs souberam o resulta-do antes de mim e não deixaram eu fazer. Falaram que já estava formado e eu teria que aceitar”.

Ela relata muitas vezes o medo de ser mãe tão cedo e o fato de saber que bem provavel-

mente o pai do futuro bebê não iria assumir, só aumentava seu receio de seguir em frente.“Eu pensei muitas vezes em to-mar algo, pois eu pensava em mim. Era muito nova e tinha mui-to pela frente ainda e um filho sem pai seria a pior coisa que poderia me acontecer. Até meus cinco meses eu ainda cogitava o aborto”.

“Quando o Arthur começou se a mexer, meu pensamento mudou muito...L.A

sobre o inicio de sua gravidez

L.A conta que a partir do momen-to que ela começou a sentir a criança dentro dela tudo mudou. Ela viu que as coisas poderiam não ser tão ruins assim. Hoje ela afirma que ter continuado com sua gravidez foi um grande acerto e que seu filho é o gran-de amor da sua vida e ressalva a importância de ter o apoio do seu pai e avó. “Quando o Arthur começou a mexer, meu pensa-mento mudou muito. Comecei a imaginar a carinha dele e como seria minha reação. Hoje, ele tem quase dois anos. Não con-sigo imaginar minha vida sem meu filhote. Parentes que não falam comigo desde que fiquei grávida, não dou a mínima. O im-portante é que hoje minha vó e meu pai aceitaram meu bebê e me ajudam ao criá-lo”, conclui. L.A alegre.

Bebês ou bonecas?O primeiro contato com o sexo seja na pra-tica, de forma não adequada e resultando na

gravidez indesejada na adolescência

Por Marcos Vinicius

L.A, hoje, com 20 anos, percebe o quanto a sua gravidez foi precoce

18. Universo Feminino . Edição 01 | 2014 19. Universo Feminino . Edição 01 | 2014

Page 11: Revista universo feminino

UMA PEQUENA TRAJETÓRIA DA FOTÓGRAFA APAIXONADA POR SUA PROFISSÃO E FUNÇÃO ACADÊMICA, QUE COM SUA SINGULARIDADE INSPIRA MUITOS A PROSSEGUIR.

Por Lídia Ramos Filha

Natural de Itabuna -Ba, mãe de um menino de 11 anos, profes-sora de Fotografia da Universida-de Federal do Recôncavo (UFRB), desde 2006. Alene Lins se desco-briu na área da fotografia na Uni-versidade Federal do Mato Grosso (UFMT), na cidade de Cuiabá, em 1992, quando participou da primeira aula de fotojornalismo, no curso de Comunicação Social. Ela lembra que a professora, de uma forma prática e dinâmica, deixava que os estudantes ma-nuseassem filmes e químicas, negativos e ampliadores, “brin-cando” com as diferentes funções da fotografia.

Economizando, comprou uma câmera fotográfica, uma Nikon FM10 e posteriormente uma Ca-non EOS 50, preferindo chamá--las carinhosamente de “velhas amigas analógicas” que lhe renderam bons trabalhos como fotojornalista enquanto presta-va assessoria para empresas e políticos.

A mulher, Alene Lins

Quando estava no penúltimo semestre do curso noturno, em 1996, já na UFMS (Mato Grosso do Sul), para onde pediu transfe-rência, para poder trabalhar du-rante o dia, ela fazia parte de lis-tas de jornalistas e fotógrafos na internet – Jornal BR e Foto BR, e diversos sites, dentre eles o Photosynt, em que participavam grandes fotógrafos. “Era um tem-po em que internet estava come-çando e eu consegui ótimos con-tatos e boas amizades através da rede”. Foi lá que ela conhe-ceu Flávio Rodrigues, editor do Jornal do Brasil que lhe apresen-tou fotógrafos importantes no cenário brasileiro, como Evandro Teixeira, Rogério Reis, Tibico Bra-sil, e até internacionais, como J.C. Volotão, Becquer Casaballe, e que, com ajuda deles, conse-guiu realizar juntamente com sua colega e amiga de profissão, Rosângela Valente, um projeto li-terário e técnico, um Guia de Fo-tojornalismo, que acabou sendo adotado pela UFMS e UCDB (Ca-tólica de Mato Grosso do Sul).

O livro, um excelente difusor de ideias

Fotojornalismo, técnica e arte - é um manual que reúne um pou-co da história e teoria do fotojor-nalismo, a técnica da fotografia analógica e um estudo sobre o mercado de trabalho, que ana-lisava e comparava a atividade dos profissionais na área em oito cidades, três delas fora do Bra-sil, através de pesquisa com os fotojornalistas que Alene conhe-cia nas listas que participava. Resultado: o livro recebeu a maior nota da bancada examina-dora do Projeto Experimental, e foi acolhido pela UFMS como o li-vro da disciplina. A Universidade bancou uma segunda edição e o livro faz parte do acervo de ou-tras universidades como livro de consulta, inclusive a UFRB, UFBA, UESC e UEFS, na Bahia. Mas Ale-

ne reconhece que não tinha ma-turidade acadêmica para assu-mir a herança de ter escrito um livro em área tão fértil. Demorou para virar professora. E mesmo depois de ingressar na Acade-mia, ela gosta mesmo é da práti-ca, da extensão e das atividades que provocam experimentações.

A trajetória

Paralelo à realização deste pro-jeto, a fotógrafa Alene também trabalhava com o telejornalismo, onde atuou como repórter duran-te onze anos em Cuiabá, Campo Grande, Bahia, Pernambuco e Rio de Janeiro, com algumas passagens nas áreas de produ-ção, edição e apresentação. Du-rante esse período participou de um intercâmbio na GloboNews, e parte desse portfólio pode ser visto na internet, no vimeo.

A descoberta da “veia” acadêmica

Em 2001 foi selecionada para lecionar na Universidade Esta-dual de Santa Cruz (UESC), em Ilhéus, onde atuou por quatro anos como docente no curso de Rádio e TV, nas áreas de Vídeo e TV. Em 2006, Alene passa a atuar na UFRB, em Cachoeira--BA. Participou da criação do primeiro Colegiado de Comuni-cação. Em 2008 ajudou a criar o curso de Cinema. Participou do grupo de trabalho que elabo-rou a criação do curso de Artes Visuais e agora integra o grupo de professores que lecionam no curso de Publicidade. “Gosto de saber que uma Universidade pública cumpre seu papel de abraçar diversas graduações, como forma de oportunizar que sonhos se realizem para quem pretende seguir uma profissão e mora no interior” declara.

Atualmente Alene está lecio-nando fotografia nos cursos de publicidade, jornalismo e artes visuais. Ela mantém uma rede de blogs, que tem o objetivo de fomentar os processos de en-sino-aprendizagem-avaliação.

“Os meus projetos envol-vem suportes tecnológi-cos, como meio de for-necer ao meu aluno um portfólio enquanto está na universidade, dan-do-lhes possibilidades de desenvolver “produtos” criativos, falar sem censu-ra e de forma alternativa

Alene Linssobre a sua metodologia de ensino

Alene realizou exposições fo-tográficas com os alunos em 2012 e 2013, em Cruz das Al-mas, Feira de Santana e Cacho-eira. Para quem ficou curioso e quer conhecer alguns trabalhos da professora e de seus alu-nos, basta acessar os links:

Portólio em telejornalismohttp://Vimeo.com/5749943

Banco de Imagens Galeria Recôncavohttp://www.ufrb.edu.br/galeriarecon-

cavo/

Teoria e Prática em Fotografia http://teorizandofotografia.

blogspot.com.br/ -

Exposição virtual em homenagem ao Dia de Consciência Negra, 2011http://www.ufrb.edu.br/galeriaconcien-

cianegra/

20. Universo Feminino . Edição 01 | 2014

Page 12: Revista universo feminino

A mulher nasce com uma beleza es-pecial. Cada uma do seu jeito. Umas têm pele escura, outras têm pele clara, umas têm o cabelo crespo, outras liso, outras cacheados, ou-tras têm o cabelo branco e algumas têm até cabelo vermelho. Todos es-ses detalhes fazem de você essa mulher maravilhosa! Essa matéria foi feita especialmente para as mu-lheres que adoram as tendências de makes e as que querem levan-tar a autoestima sem gastar muito. Muitas mulheres são bas-tante vaidosas, adoram maquia-gens, moda, tendências. Mas quem

é que não gosta de se sentir bem e bonita? O mercado está cheio de atrativos direcionado a todo público feminino, uma varieda-de de produtos e preços também. Você adora makes? Você quer ter todos os produtos lança-dos no exterior? Você que quer ter todos os produtos que estão superfamosos, mas não tem con-dições ou não quer investir tanto dinheiro em maquiagens? A Revis-ta Universo Feminino tem o prazer de apresentar o Primo Baratinho. Em todas as edições teremos dicas de produtos nacionais semelhan-

tes aos importados usados pelas celebridades e por todas que não abrem mão de uma nova tendên-cia no mundo das makes, mas com uma grande diferença, o preço. Os produtos nacionais têm um preço mais acessível, são mais fáceis para encontrar, além de alguns serem muito semelhan-tes aos produtos famosinhos em cor, brilho, textura e acabamento. A maquiadora Keylla Squivell con-ta a sua experiência com os pro-dutos importados e nacionais e dá dicas importantes para quem não quer errar na hora da make.

Maquiagens caras, importadas, famosas. Todo mundo um dia já desejou ter alguma delas, por isso a maioria delas tem um primo

baratinho

você não precisa gastar tanto

Para ficar mais bonita

Por Valeria Mercês

Universo Feminino: Nem todo mundo tem condições financeiras para adquirir ou não quer investir em produtos impor-tados. Você como profissional da área acha que vale a pena comprar produtos semelhantes?

Keylla Squivell: Verdade, da mesma forma que são deseja-das são também muito caras, tem que ter muito amor por maquia-gem. Os produtos semelhantes são muito interessantes, algumas marcas nacionais fazem alguns produtos para serem exatamen-te o “primo baratinho” daquele famoso, desejado. Então se você quer ter aquele produtinho do mo-mento e não quer pagar tão caro, pode apostar na segunda opção.

UF: Você acha que a qualidade dos produtos é parecida ou tem muita diferença?

Keylla: Temos que primeiro lem-brar que nem todos os produtos relacionados à maquiagem do mercado tem muita qualidade. De-vemos sempre optar pelas marcas confiáveis. Sobre diferença ou não isso depende muito, por exemplo, o batom semelhante ao Runway Hit da M.A.C. é o Mirella da Tracta, só que o da Tracta não é tão matte quanto o da M.A.C. Isso varia muito.

UF: Você usa em suas clientes produtos importados e produtos nacionais?

Keylla: Claro. Eu tento oferecer a minhas clientes o que tem de mais moderno no mercado. Tento ter o máximo de lançamento que eu consigo, tanto importados como nacionais. Mas pra mim o principal é a qualidade, é o que mais conta. Minhas clientes querem que a make dure o casamento inteiro, a forma-tura inteira, o aniversário inteiro, e eu tenho que levar isso em conta.

UF: Você tem alguma dica pra dar as leitoras?

Keylla: A minha dica são as tendên-cias em makes para as mulheres arrasarem na balada, no trabalho, onde quiserem. A aposta para esse

verão são as cores terra para marcar os olhos, o marrom, o cobre, o dou-rado e o bronze fazem parte da car-tela de cores. E para os lábios, quem adora a boca tudo, já pode começar a comemorar, os tons vivos e vibran-tes de vermelho, rosa e laranja estão vindo com tudo nesse verão 2015.

Então agora é só seguir as dicas da maquiadora Keylla Squivell, adqui-rir o seu primo baratinho e arrasar.

R$ 66

R$ 19

Batom Heroine - M.A.C

Batom Plum Me - Maybelline

R$ 15R$ 66

Batom Flat out Faboulos - M.A.C

Batom Rosa Marcante - Eudora

R$ 115

R$ 24

Blush Baby - M.A.C

Blush Rosa Nude - Yes!

Curvador para Cílios - SEPHORA

R$ 25

Aplicador de maquiagem - Avon

R$ 7

R$ 20

Delineador preto - Avon

Delineador preto - Shiseido

R$ 179

Pó Facial Blot - M.A.C

R$ 129

Pó Facial Pure Makeup - Maybelline

R$ 34

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uma guerreira na cozinha e na vida

Casada com apenas 17 anos de idade, ela teve sete filhos, ficou viúva muito jovem e decidiu colocar em prática o que aprendeu com sua mãe no estabelecimento em que inicialmente vendia bebidas e licores. Sua ótima mão para a cozinha ficou muito famosa e em pouco tempo em toda Salvador já se ouvia fa-lar da comida de Dona Lolo. Seu restaurante chegou a ser citado no Guia Quatro Rodas. Ela trabalhou por muitos anos no mercado público de Cachoeira, Bahia, ao lado de seu esposo que vendia cereais. A maior injustiça que viu foi que, por uma discussão acabou perdendo seu marido vítima de um infarto. Sozinha, aos 24 anos, ela tomou coragem e decidiu também abrir um restaurante no estabelecimento, para sustentar seus filhos, que atualmente um é professor, outro é industriário, outro é formado em filo-sofia e pedagogia. “Meus filhos sempre me ajudaram na luta diária”, diz. Várias vezes sua fé foi testada, e ela sofreu as auguras das enchentes de Cachoeira, mas ela sempre se reergueu e, orgulhosa, tem todos seus filhos muito bem encaminhados na vida. Dona Lolo nos recebeu muito atenciosa em sua casa, em sua poltrona muito bem adornada com uma colcha de retalhos colorida feita por ela, seu papagaio no quintal também parecia querer acompanhar a conversa Dona Lorentina Gomes, 86 anos teve em torno de 50 anos dedicados a sua saborosa culinária. Conversamos sobre sua atividade e lição de vida

Universo Feminino: Fale sobre seu marido e a atividade no Mercado Público.

Dona Lolo: Meu esposo não sa-bia fazer um o com copo mas ele fazia muito bem as contas, era inteligente. Ele tinha uma barra-ca de cereais e eu de bebidas. Vendia bebida de folhas que eu fazia, tinha gengibre, pitanga, alumã, dandá, milhomem, eden-goso, mas eu não vendia para os bêbado por isso não tinha uma briga no meu estabelecimentoEu tinha duas barracas ai eu ven-di uma maior e fiquei com menor depois que meu marido morreu. Era no mercado no mesmo cor-redor dos cereais, ai veio a en-chente e levou tudo e eu fui para

a parte de cima que a prefeitura consertou. Eu já vendia comida em baixo, eu fazia comida pros fi-lhos e também vendia, ai foi ren-dendo foi rendendo foi renden-do, então eu já fazia comida de mais, e os próprios vendedores de comidas deixavam as deles para comprar comigo e revender”O próprio antigo dono do Gruta Azul mandava todo o sábado comprar comida para revender.

UF: Quais comidas você co-meçou fazendo?

D.L - Eu comecei fazendo enso-pado de galinha, boi carneiro. Então foi aumentando, ai um pedia feijoada, outro cuscuz, ou-tro pedia rabada, e eu dizia, “só na próxima semana”, e quan-

do chegava a semana eu fazia. Teve um dia um dia um senhor de Feira de Santana pediu para mim: faça um almoço que eu vou levar a 50 pessoas, e eu fiz a besteira de perguntar o que ele queria, e ele pediu dez espécies de comida. Então eu fiz! Mas fiz sozinha somente com os meninos que eu criava.Os meninos depois de grande iam sozinhos para escola e vi-nham da escola perguntando o que tinha para fazer, e eu dizia: olhem ai e vejam as panelas em cima do fogão, daí, eles me ajudavam e lhe digo que as cin-co horas, cinco e meia já tinha acabado de vender tudo! Era das seis da manhã as seis da tarde trabalhando. Eles sempre tiveram responsabilidade e de-

Por Janaina Reinberg

Dona Lolo ram mais trabalho foi depois de grande. Estudaram se formaram e eu nunca recebi uma queixa deles.

UF: Quais desafios enfrentou?D.L - Eu era muito perseguida, até por ser viúva. Um moço tinha um barraco junto de minha casa e teve uma situação que o filho dele tava no ginásio com meu menino Carlinhos, que precisou de um atlas, então eu pedi ao pai do menino, mas ele me disse: “diga a mãe dele que bota filho no colégio quem pode.” Então eu falei assim: “fica aqui Carlinhos que eu vou ali”. Cheguei numa senhora que tinha uma livraria e falei: “minha senhora você me vende um atlas fiado pra eu lhe pagar no próximo sábado?”, ela disse: “Oxente Dona Lolo”. Antes de um ano o filho dele precisou de um mesmo mapa, e ele não ti-nha e o que eu comprei era mais moderno. Pensei nisso e disse ao meu menino: “dê o seu a ele” Um sujeito chegou no mercado e foi ofender minha filhas, puxei a peixeira para ele e disse: “mi-nha filhas não tem um pai mas tem mãe, respeite elas”. Assim, todo o mercado veio me defen-der também e botou ele na rua.

U.F: A senhora era muito assediada?

D.L - Eu não queria homem, até inventavam que tinha alguém aqui e eu dormindo sozinha, fi-cavam na minha porta espiando. Alguns homens faziam serenata na janela. Teve um amigo meu que falou “gato tem sete fole-go a senhora tem 14 de tanta incomodação que já passou”.

UF: Fale um pouco sobre a Feira do Porto

D.L - A minha barraca se chama-va Heroica. Teve um ano que tra-balhei que era terminando uma panela de feijoada, e colocando outra terminando maniçoba, re-pondo e fritando carne de sol. Foi ai que conseguimos terminar a casa derrubada pela enchente. Na enchente ficamos de casa em casa pedindo abrigo, a gente se abrigava em uma casa, mas ai a água chegava e mandava a gente embora, então a gente se abrigou por último na Igreja dos Remédios, aquela do lado do mercado e tinha muita gen-te lá, nós rezamos, colocamos velas a Nossa Senhora do Re-médio. A água ficou no degrau

Dona Lolo (d)

a um palmo de chegar e depois foi abaixando. Essa foi a enchen-te de 1960. Levou dez anos para reconstruir a minha casa.

UF: Passou alguma personalida-de pela sua barraca?

D.L - Tinha muita gente fa-mosa na Feira do Porto, Luiz Gonzaga, Bule-Bule e Zé Pe-dreira entre outros famosos e artistas globais da época.DL: Tinha muita gente famo-sa na Feira do Porto, Luiz Gonzaga, Bule-Bule e Zé Pe-dreira entre outros famosos e artistas globais da época.

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Para encher de água a boca dos leitores

Ingredientes

• 2 dentes de alho grande picados• 1 cebola grande cortada • 1/2 xícara (chá) de azeite de dendê• 3 tomates cortados • 1quilodebacalhaudesfiado• 4 colheres (sopa) de camarão seco inteiro• 2 pimentas de cheiro moída• 1 xicara de chuchu ou mamão verde pre cozidos picadinho• Sal a gosto• 1 xícara (chá) de leite de coco• 1 xícara (chá) de coentro• 1 xícara (chá) de coentro da índia• 1 xícara (chá) pimentão• Suco de 1 limão e meio grande.• Uma lasca de noz moscada• 3 ovos

Made in Bahia, previsão de 12 porçõesMoqueca de bacalhau ao forno

1. Dessalgue o bacalhau: lave-o, ponha numa peneira com e mer-gulhe em uma tigela com 1 litro de água, ate o dia seguinte. De noite muda a agua, aí pela ma-nhã, cozinhe o bacalhau na última água do dessalgue por 20 minu-tos. Escorra e tire a pele e as espinhas, e dese.

2. Corte bem miúdo a cebola grande picada, o alho e o toma-te o coentro da índia o coentro a salsa junte sal nos moscada pimenta de cheiro, pimentão e machuque

3. Deixe o bacalhau de molho nessa mistura e coloque na gela-deira para o outro dia

4. Acrescente chuchu ou mamão verde

5. Acrescente o azeite de dendê, acrescente o leite de coco, o de bacalhau e cozinhe por 10 minu-tos.

6. Sirva o prato decorando com os ovos.Acompanha um feijão fradinho, arroz e farofa.

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Não se pode escrever nada com indiferença“Simone de Beauvoir

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