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Pn¡vrrqÁo DE ActDEt'tTEs DE TRABAIHo ENTBE ADoLEscEt{rts TRABATHADORES: UM ESTUDO DE CASO EM II¡II]TRNqÁO OI OIIUNHTES1 A pr1gram f1r the preventt1n of acc¡dents an1ng ad1lescents w1rkng ¡n d¡amond mining Volney de Magalháes Cámara'?, Maria lmaculada l\4edina Lima3, Carmem lldes Rodrigues Froes Asmusa, Daniel Xavier de Brito Settas, Elizabeth Costa Dias6, Jandira l\ilaciel SilvaT Rlsu¡ro Estc cstudo tcvc como objctivo araliar c ampliar o conhccimcnto e p¡cvengáo dos acidcntcs dc trabalho cnt¡c adolcsccntcs trabalhadorcs cm árcas de mincragáo dc diamantcs da comunidadc dc Maria Nuncs, Nlunicípio dc Diamantina, B¡¿sil. Foi dcscnvolvido cm julho dc 2000 com a pa¡ticipaqáo dc 57 adolcsccntcs cunando os pcúodos lctivos entre a 5 c a B scrics. A mctodologia utilizada priülegiou a cxpcriéncie dc vida e trabalho do adolcscentc e a sua reflcxáo crítica sobre conceitos e mótodos de prevcngáo através dc cstratégias dcfinidas pclos próprios adolcsccntcs. IJm numcro clcr¡ado de acidcntes traumáticos por qucda dc ba¡rancos foi ¡elatado pclos adolescentcs c o impacto das atiüdadcs foi araliado pelo aumcnto dc rcspostas co¡retas dos estudantcs sobre a caractcrizagáo dos acidcntcs de trabalho (p=0,000), acidcntcs dc trajcto. docngas do trabalho e agrcssdcs no tmbalho h=0,000). Ficou eüdenciado o papcl da cscola no dcscnvolümento dc programas pa¡a avalial c disseminar o conhccimc¡to c a prcvcnqáo dos acidcntcs dc trabalho. P t.AV R^s -(iH Av ¡l Acidcutcs dc trabalho, adolcsccntcs, diamaotcs, docrrgas, prcvcngáo A¡!s't R^ot' TIús study had drc objcctivc of evaluating and inc¡casing thc knowlcdgc and prevcntion of accidcnts at work among adolcsccnts working on diamond mining areas i¡r thc community of Maria Nuncs, municipality of Dianantina, Brazil. The program was dcvclopcd inJuly, 2.000, with thc panicipation of 57 adolcsccnts from a localjunior high school. Thc mcthodology púvilcged thc participants' lifc and work cxpcricncc and drcir criúcal rcflcction about thc accidcnts conccpts and p¡cvcntivc mcasurcs through stratcgics dcfincd by thc adolcsccnts thcmsclvcs. Thc working conditions at the diamo¡d mi¡cs could bc associated ütl¡ thc occuncnce of traumatic accidents and thc impact of thc ¿ctiütics was evaluatcd by thc incrcasc of corrcct rcsponses from thc studc¡ts about tlrc dcfinition of accidcnts at work (p=0,000), accidcnts on routc, occupational drscascs, and aggressions at wo¡k (p=0,000). Thc rolc of school I Projet7 financiad) pela Canselha Nacianal de Desenvalvinent7 Científico e fecn1lóg¡c1 - CNPq. ' Doutar, ProÍessat f¡hlar do NESC e Faculdade de Medic¡na da Un¡ve9¡dade Fedenl do Rio de Janeh1. ' Mestrc, Pesqu¡sadon do NESC da Un¡versidade Federal da B¡o de Jane¡ro. tDautüa, Prolessjra Adjunta d0 NESC e Faculdade de Med¡c¡na da Universidade Federal d0 B¡0 de Janera ' Bals¡sta in¡c¡a1áa Científica, Univetsidade Federal do Rio de Janeuo " Meslrc. Prcfessaft Ass¡stente da Faculdade de Farnác¡a da Universidade Fedetal de Minas Ge(a¡s lt/léd¡ca da Sectetar¡a de Estad1 de Saúde de Minas Gerais. CAoEn¡os SAúDE CoLErv¡, Bro DE JaríFo, I (1):21 "33, 2001 -21

Rlsu¡ro - CADERNOS SAÚDE COLETIVA - IESC / UFRJ · .urn mlcanilado, utilizando um motor que aciona uma bomba de sucgáo, no qual trabalham jovens, macigamente do sexo masculino

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Pn¡vrrqÁo DE ActDEt'tTEs DE TRABAIHo ENTBE ADoLEscEt{rts

TRABATHADORES: UM ESTUDO DE CASO EM II¡II]TRNqÁO OI OIIUNHTES1

A pr1gram f1r the preventt1n of acc¡dents an1ng ad1lescents w1rkng ¡n

d¡amond mining

Volney de Magalháes Cámara'?, Maria lmaculada l\4edina Lima3,

Carmem lldes Rodrigues Froes Asmusa, Daniel Xavier de Brito Settas,

Elizabeth Costa Dias6, Jandira l\ilaciel SilvaT

Rlsu¡roEstc cstudo tcvc como objctivo araliar c ampliar o conhccimcnto e p¡cvengáo dos

acidcntcs dc trabalho cnt¡c adolcsccntcs trabalhadorcs cm árcas de mincragáo dcdiamantcs da comunidadc dc Maria Nuncs, Nlunicípio dc Diamantina, B¡¿sil. Foidcscnvolvido cm julho dc 2000 com a pa¡ticipaqáo dc 57 adolcsccntcs cunando os

pcúodos lctivos entre a 5 c a B scrics. A mctodologia utilizada priülegiou a cxpcriénciedc vida e trabalho do adolcscentc e a sua reflcxáo crítica sobre conceitos e mótodosde prevcngáo através dc cstratégias dcfinidas pclos próprios adolcsccntcs. IJm numcroclcr¡ado de acidcntes traumáticos por qucda dc ba¡rancos foi ¡elatado pclos adolescentcs

c o impacto das atiüdadcs foi araliado pelo aumcnto dc rcspostas co¡retas dos estudantcs

sobre a caractcrizagáo dos acidcntcs de trabalho (p=0,000), acidcntcs dc trajcto.docngas do trabalho e agrcssdcs no tmbalho h=0,000). Ficou eüdenciado o papcl dacscola no dcscnvolümento dc programas pa¡a avalial c disseminar o conhccimc¡to c

a prcvcnqáo dos acidcntcs dc trabalho.

P t.AV R^s -(iH Av ¡l

Acidcutcs dc trabalho, adolcsccntcs, diamaotcs, docrrgas, prcvcngáo

A¡!s't R^ot'TIús study had drc objcctivc of evaluating and inc¡casing thc knowlcdgc and prevcntionof accidcnts at work among adolcsccnts working on diamond mining areas i¡r thccommunity of Maria Nuncs, municipality of Dianantina, Brazil. The program was

dcvclopcd inJuly, 2.000, with thc panicipation of 57 adolcsccnts from a localjuniorhigh school. Thc mcthodology púvilcged thc participants' lifc and work cxpcricnccand drcir criúcal rcflcction about thc accidcnts conccpts and p¡cvcntivc mcasurcs

through stratcgics dcfincd by thc adolcsccnts thcmsclvcs. Thc working conditions atthe diamo¡d mi¡cs could bc associated ütl¡ thc occuncnce of traumatic accidents

and thc impact of thc ¿ctiütics was evaluatcd by thc incrcasc of corrcct rcsponses

from thc studc¡ts about tlrc dcfinition of accidcnts at work (p=0,000), accidcnts onroutc, occupational drscascs, and aggressions at wo¡k (p=0,000). Thc rolc of school

I Projet7 financiad) pela Canselha Nacianal de Desenvalvinent7 Científico e fecn1lóg¡c1 - CNPq.' Doutar, ProÍessat f¡hlar do NESC e Faculdade de Medic¡na da Un¡ve9¡dade Fedenl do Rio de Janeh1.

' Mestrc, Pesqu¡sadon do NESC da Un¡versidade Federal da B¡o de Jane¡ro.tDautüa, Prolessjra Adjunta d0 NESC e Faculdade de Med¡c¡na da Universidade Federal d0 B¡0 de Janera' Bals¡sta in¡c¡a1áa Científica, Univetsidade Federal do Rio de Janeuo

" Meslrc. Prcfessaft Ass¡stente da Faculdade de Farnác¡a da Universidade Fedetal de Minas Ge(a¡s

lt/léd¡ca da Sectetar¡a de Estad1 de Saúde de Minas Gerais.

CAoEn¡os SAúDE CoLErv¡, Bro DE JaríFo, I (1):21 "33, 2001 -21

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I V. CÁr|ana, M. lli¡a, C. Asüus, D. Sr¡r¡, E. Dl¡s, J. S¡rv¡

was substaDtial as a local for the dcvclopmcnt of programs thar rcnd to inc¡easc thcknowlcdgc and the prcvcntion of accidcnts at ü,orl.

KDY \!() R l)sAccidents at work, adolcsccnts, diamonds, discascs. prcvcntior¡

IN |RoDUq^o

A adolesc€ncia constitui um per.iodo muito lavorável para odesenvolümento de programas de prevengáo e controle dos acidentes e

das doengas relacionadas com o trabalho, pois, estando já inseridos oupróximos da insergáo no mercado de trabalho, os jovens apresentam umavulnerabilidade diferenciada ás situaqóes de úsco para a saúde decorrentesdos processos e das relagóes de trabalho. Além disso, o adolescenre e

considerado um excelente multiplicador, ampliando, assim, a abrangénciadeste tipo de programa.

Embora os ambientes e condiqóes de trabalho sejam reconhecidoscomo potencialmente peligosos e arriscados para a saúde de todos os

trabalhadores (Mendes & Dias, 1999), os adolescentes que trabalhamnecessitam de uma atengáo especial, dada a sua maior susceptibilidadeaos fatores de risco para a saúde presentes nos ambientes de trabalho.

Quando expostos ás substáncias químicas, por exemplo, podem ser maisrapidamente e/ou gravemente afetados do que os adultos submetidos ás

mesmas condiqóes, em conseqüéncia da maior absorgáo por peso corporale do desenvolvimento incompleto dos mecanismos de proteqáo e

desintoxicagáo (Asmus & Ruzany, 1996; WHO, l ggT). Esrudos t€mmostrado que criangas expostas ao chumbo, no ambiente geral ouocupacional, tendem a absorver maiores quantidades desse metal,desenvolvendo complicagóes neurológicas mais precocemente. Entre os

possiveis fatores causais estáo uma absorgáo elevada por unidade de peso(gástrointestinal, dérmica e respiratória) e a imaturidade da barreirahematoencefálica, favorecendo a lesáo do Sistema Nervoso Central(Hersztan, 1994). Os acidentes do trabalho também contribuemsignificativamente para a morbi-mortalidade de trabalhadores jovens, fatobem documentado nas unidades de atendimentos de emergéncia, resultandogeralmente em laceragóes, contusóes, fraturas, amputagóes, queimaduras,choques ou eletrocuqáo (Navarro Dias et al, 1990; Altagracia et al, lg1g).

22 - C¡o¡nros S¡úor CoLElva, Rto 0E J¡xoho,9 (l):2.| -33,2001

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PnEvfli0¡o DE ¡qDfxIEs 0c rM¡¡¡i0 fl{fÍt ¡D0t¡gc€tilEs ¡t¡lauoofrEs: UI tsruoo ¡¡¡ c¡so 6, il|¡{m¡{¡0 0¡ ü¡r¡xlÉs I

As estatísticas oficiais no Brasil divergem quanto ao número de

adolescentes que trabalham. Pouco se conhece, por exemplo, sobre os

trabalhadores informais, que desenvolvem suas atividades em domicilios,

no cnmpo e na rua. Segundo a Organizagáo Internacional do Trabalho(OIT, 1997) existem cerca de 250 milhóes de crianqas menores de 15

anos trabalhando no mundo. Na América Latina este número atingiriaaproximadamente de 15 milhóes, representando quase 5olo da populagáo

economicamente ativa da regiáo (OIT, 1997).

A recente Portaria n" 6, de 5 de fevereiro de 2001, publicada no

Diário Oficial da Uniáo em 7 de fevereiro de 2001, da Secretaria de

Inspegáo do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego, relaciona

os Bl locais ou servigos proibidos para menores de lB anos, entre os quais

estáo incluídos os trabalhos na extragáo ou beneficiamento de pedras

preciosas, semipreciosas ou outros bens minerais. Entretanto, a realidade

mostra ser muito freqüente a presenEa de adolescentes e adultos jovens,

nessas atividades, nos paises pobres e de industrializaEáo tardia. O Brasil

é uma das nove regióes geográficas do mundo com excepcional volume

de pedras e gemas, distinguindo-se pela sua extensáo territorial, pela

variedade de pedras preciosas e pelo volume de produgáo, com destaque

para os diamantes, sendo o estado de Minas Gerais o maior exportador

brasileiro de gemas brutas e lapidadas, e também o que tem a maror

quantidade e diversidade de gemas (Asmus, 2001).

Todos esses fatores apontam para a necessidade de serem realizadas

pesquisas para prevengáo e controle de acidentes de trabalho em atividades

de mineragáo de diamantes voltadas para a populagáo adolescente. Este é

o objetivo deste estudo.

M¡r'¡nt,us u t\.tf;l oDos

Este estudo foi realizado no povoado de Maria Nunes, Município de

Diamantina, principal produtor de diamantes do Brasil. Nesse local, ogarimpo é a principal atividade económica da maioria da populagáo

residente e as criangas e adolescentes inserem-se precocemente no trabalho.

A populagáo alvo definida incluiu todos os adolescentes entre 12 e 20

anos, cursando os períodos letivos entre a 5 e a B" séries, por abranger

CaDEnros Sa0DE Colcflva, Bro DE JaxÉrn0, I (l): 21-33, 200f - 23

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I

I V. CÁ ana, M. LrÍa, C. AsMUs, D. Srrra, E, D¡as, J. SrLv¡

com maior freqüéncia os quejá estáo inseridos ou próximos de sua inserqáono mercado de ¡abalho.

Segundo levantamento r.ealizado a partir das fichas dos moradorescadastrados no Programa de Saúde da Família, o povoado tem um totalde 581 habitantes, dos quais 223 li.eqüentam a escola e 53,3% dostrabalhadores estáo envolvidos diretamente na produgáo de diamantes(Asmus, 2001). O grupo é ainda maior, quando se consideram as crianqase adolescentes inseridos na atividade, como contratados temporários pelos

donos dos garimpos ou em trabalho conjunto com pessoas da familia. Arenda familiar é de até um salário mínimo para 79,5o/o das famílias. Ascondigóes de saneamento sáo bastante insatisfatórias, pois, apenas 61,47olo

dos domicílios encontram-se ligados á rede de água, índice abaixo damédia brasileira de 72,7o/o (Asmus, 2001).

A metodologia utilizada neste estudo foi desenvolvida, a partir de1986, por uma equipe interdisciplinar que hoje integra o Núcleo de Estudos

de Sairde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro, comoparte de um projeto de Integraqáo Docente-Assistencial para a XX RegiáoAdministrativa do Município do Rio de Janeiro (Cámara et at, 2000).Tem como característica básica a possibilidade de ser reproduzida emqualquer local que oferega condiqóes para a reuniáo de adolescentes, tais

como, escolas, grupos religiosos, grémios, etc.

Esta proposta dilere dos programas governamentais comumenteexistentes, que se limitam á colocagáo de cartazes nas escolas e enfatizama culpa dos trabalhadores pela ocorr€ncia dos acidentes, ignorando ouminimizando as exigéncias e condigóes impostas pelo processo de trabalhoem si. No presente estudo, também se utiliza a conceituaqáo legal deacidente de trabalho e sáo valorizadas a importáncia social do trabalho; a

experi€ncia de vida e trabalho do adolescente para o entendimento dosacidentes de trabalho; e a discussáo dos seus conceitos e métodos deprevengáo e controle em níveis individual e coletivo. Além disso,proporciona condigóes para que c¡ adolescente defina estratégias própriaspara discutir o tema, tornando-se assim um agente multiplicador dainformagáo (Freire & Nogueira, l9B9).

A Tabela I sumariza as principais etapas e fases do desenvolvimentodo programa segundo os seus objetivos e procedimentos metodológicos.

24 - C¡o¡¡xos S¡uor Corerrvr, Rro or JÁt¡¡o, g (l):21 -33,2001

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IPREvEtioao Dc aoDÍt¡¡Es Dt rMBAuo EtttBE ¡ol)(¡gc[|lf[s lx¡s¡ut¡t¡0nEg: utl Es¡uoo Dt c¡so Ex xltEMQ¡o D€ ohÍ¡xrEs I

Na etapa anterior utilizou-se uma metodologia descritiva, através da

observagáo, da realizagáo de entrevistas e da busca de dados de arquivo,

de acordo com os tipos de informagáo analisados. Entre as variáveis

relativas aos ambientes de trabalho analisadas destacaram-se os

equipamentos utilizados; as matér'ias primas; o fluxograma de produgáo;

os produtos em processo e acabados; os resíduos; o laltout das unidades

produtivas; e, os equipamentos de protegáo existentes.

O desenvolvimento do programa foi subdiüdido em 5 fases, que

também estáo descritas na Tabela l. A avaliagáo do impacto do programa

foi realizada através de um questionário aplicado antes e depois das

atiüdades, constituido de poucas perguntas para que a sua aplicagáo fosse

rápida e náo ocupasse muito o tempo disponível. Incluiu inforrnagóes

gerais sobre o adolescente, sem identificaqáo, para evitar constrangimentos

do aluno que náo soubesse responder ás perguntas. Outras perguntas

abrangeram a percepgáo do adolescente quanto ás situagóes de risco

relacionadas ao trabalho (acidente ou doenga causada pelo trabalho,

profissáo quejulga mais perigosa e especificagáo das doengas ou acidentes

relacionados com esta ocupagáo); a ocorr€ncia prévia de acidentes; e, a

caracterizaEáo do acidente de trabalho através de quatro situagóes que

abrangeram a definigáo de acidente tipico e as situagóes equiparadas pela

legislagáo brasileira como acidente de trabalho, ou sejam, os acidente de

trajeto, as doengas do trabalho e as agressóes fisicas dentro da empresa.

R¡sur.¡ nnos

O estudo confirmou a importáncia da atividade do garimpo na regiáo,

ocupando direta e indiretamente a quase totalidade dos trabalhadores dopovoado. Permitiu, também, entender a organizaqáo da atividade de

garimpo na regiáo. Foram observados dois tipos principais de garimpo:.urn mlcanilado, utilizando um motor que aciona uma bomba de sucgáo,

no qual trabalham jovens, macigamente do sexo masculino com faixa

etária geralmente acima de 17 anos, e ottro manual, denominado faísca,mais rudimentar e que utiliza o trabalho com peneiras. Este último, porenvolver trabalhadores mais jovens e adolescentes foi prioritário para este

estudo.

Cao¡Rxo$ Saúot Corrrva, Rro oE J^[ErRo, S {1):21-33,2001 - 25

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I V, CÁI|¡RA, M, lrr¡¡, C. As us, D. Srrra, E. Dras, J. Srrv¡

O garimpo do tipo faísca caracteriza-se como uma atividade manualde extragáo de diamantes. Consiste na lavagem manual do cascalhoutilizando peneiras furadas ou de latáo. E realizado por adultos, adolescentes

ou crianEas, sistematicamente ou informalmente, nos horários livres dotrabalho ou da escola. Obseruaram-se dilerentes processos de trabalhopara realizar a atiüdade faisqueira: a) Baco: n:'ontagem de uma espécie decaixAo na beira do rio (baco) onde se joga água com um prato de latáo(carunbé). A água do rio lava a areia e ficam as flrmas que sáo lavadasnovamente com peneiras furadas de diferentes tamanhos. b) Cloiaa: comum instrumento tipo enxada Qoüa) puxa-se a areia do fundo do rio (áoia)

e ela é levada para peneirar (lntar) na margem. c) Rabo de bica: penetar omaterial restante após o corte e recorte do garimpo de bomba. d) Grupiara:

retirar com ferramentas (enxada, etc.) o material das encostas e peneirá-lo. e) Feruura: passar na peneira a areia do fundo de uma área de

t urbilhonamenro das águas do rio.A análise dos processos e das relaqóes de trabalho forneceu subsídios

lmportantes para a execuqáo das etapas posteriores do programa e para aconstatagáo do elevado risco de ocorréncia de acidentes e docngas porqueda de barrancos e esforEo fisico excessivo, além de outros riscos

relacionados com manipulagóes de equipamentos, trabalho a céu aberto,exposiqáo a substancias químicas e intempéries e contato commicroorganismos. Quanto aos esforEos fisicos, a atividade de encher deentulho e transportar os carr"inhos, cujo consumo médio pode ser arbitradoem 5BB Kcal/h, é comumente rcalizada por adolescentes nos garimposvisitados (Asmus, 2001). O trabalho de peneirar areia no garimpo do tipofaísca tem um consumo energético médio de 240 Kcal,/h (Couto, 1995) e

pode ser compalado á atividade de peneirar o cascalho para a cata dodiamante, aumentando esse dispéndio energético com a temperaturaambiente. Assim, pode-se supor que o adolescente garimpeiro, com umamódia de l0 horas diárias de trabalho, tem um gasto energético quer:ltrapassa 4.000 Kcal/dia. O adolescente faisqueiro, trabalhando umamédia de 5 horas diárias na peneiragem do cascalho na beira do rio e

transporte dos rejeitos no carrinho de máo tem um gasto médio de 2.000Kcal/dia. É importante lembrar que além da reposigáo desre gasroenergetico, o rápido crescimento durante a adolescéncia impóe necessidades

26 - C¡oen¡os S¡riDE C0trr|va, Rro or Jllrrno, g (1)t 21 -33,200i

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I

I.

Pnm¡qlo DE ¡cnExrEs oE n¡MLlto tilnt Ao0tr$cE¡lEs TMMIHA|X)RES: 0fl tslt ¡,0 oE c¡so Et¡ ütt¡EMcÁo 0E ¡M¡|a||l¡s I

nutricionais suplementares, dificeis de serem atingidas por uma populagáo

em que quase a totalidade dos trabalhadores possui uma renda inferior a

um salário mínimo.

Os resultados referentes ás principais características dos 57 adolescentes

participantes do programa estáo apresentados na Tabela 2. Vale destacar

que entre os adolescentes que tiveram pelo menos um caso de acidente

nas suas vidas, cerca de 45oó dos homens citaram acidentes traumáticos

por quedas de banancos no garimpo, sendo cinco com lesóes de membros

inferiores, cinco nos membros superiores e dois com lesóes generalizadas.

Nas mulheres, os acidentes foram predominantemente no lar, causando

lesóes traumáticas principalmente nos membros inferiores.

As cinco fases do programa foram desenvolvidas nas manhás de trés

dias corridos e seguiram todos os passos listados na metodologia. Na fase

d,e Discussdo foi constatado que os adolescentes descreviam bastante

satisfatoriamente as ocupagóes apresentadas, bem como sua conelagáo

com efeitos para a saúde. Foram relatados acidentes e doengas por calor

excessivo, quedas, postura inadequada, picada de cobra, etc, que foram

relacionados com grupos ocupacionais como garimpeiros, motorista de

6nibus, professor, agricultor e trabalho doméstico. Também loramapresentados exemplos de medidas de prevenqáo dos acidentes e das

possíveis doengas a que poderiam estar acometidos os trabalhadores. Este

mesmo comentário vale para a fase de Consoüdttgdo. Nas fases de Planjammn

e Exuugdn foram produzidas quase duas dezenas de cartazes, elaborados

roteiros de duas entreüstas e planejadas duas pegas de teatro. Na fase de

Aualiagdo foram apresentadas todas as atividades planejadas, das quais vale

realgar que todos os cartazes continham textos e figuras representando

situaqóes de acidentes de trabalho com a quase totalidade relacionada

com o trabalho no garimpo de diamantes e possíveis medidas para

prevengáo. Uma das pegas de teatro abordou um acidente sofrido por um

faisqueiro causado por queda de barranco em um garimpo, a outra discutiu

o adoecimento de um menino que era obrigado pelo pai a trabalhar no

garimpo. Das entrevistas, a primeira foi feita com o servente da escola,

abordando acidentes por exposigáo á eletricidade ou ferramentas

inadequadas. A segunda ocorreu em um garimpo, onde além do

C¡o¡nxos S¡uoe CorrÍv¡, Rro 0r J^¡ErRo,9 (1):2f-33,2001 - 27

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I

I V. Ctra^¡^, M. Lt{a, C. As us, 0. SErr¡, E. D¡as, J. StLva

encarregado, outros dois garimpeiros relataram as principais situag6es derisco, com énfase para os traumatismos causados por quedas de barranco.

Como uma tentativa de avaliagáo do impacto do programa utilizou-se a proporgáo de respostas corretas sobre acidentes de trabalho antes edepois do desenvolvimento das atiüdades. O primeiro evento analisadofoi o acidente típico, onde se perguntou ao adolescente: ,,O que é acidentede trabalho?" Considerou-se como resposta correta aquela que aponrassealgum tipo de lesáo, sendo indispensável alguma associagáo aos ambientesde trabalho. Houve um aumento estatisticamente significante, pelo teste

do Qui-Quadrado (Yates Correcred = 50,67 e I valor = 0,0000), donúmero de respostas corretas, ou seja, de 9 (15,8%) para 48 (81,2./0),

demonstrando uma produEáo elevada de conhecimento por parte dosadolescentes. O segundo evento analisado foi o acidente de trajeto,equiparado na legislaqáo brasileira aos acidentes de trabalho. Foiapresentada uma situaqáo em que oconeu um acidente de tránsito nocaminho de um operário para o trabalho. Ao contrário da pergunta anrerior,como resposta foi pedido que o adolescente assinalasse se este fatocaractelizava um acidente de trabalho através de uma das opgóes: srm ounáo. Nfesmo levanto em consideragáo que a probabilidade de respostasao acaso era de 500/0, um elevado número de adolescentes acertou jáinicialmente (48 ou 84,2%), aumentando para a quase totalidade (54 ou94,7o/o) no término das atividades.

Quanto á doenga e á a¡Jr.essáo no trabalho, o procedimento foi omesmo. Para a doenga do trabalho, descreveu-se um caso erl quc umtrabalhador adoece por causa do trabalho e foi perguntado se tinha ocorridoum acidente de trabalho. Novamente um grande número de adolescentesrespondeu corretamente na fase inicial (51 ou 89,5%), aumentando onúmero de respostas corretas para a quase totalidade ao final (56 ou98,2o/o). Para a agressáo no trabalho, também equiparada pela legislagáocomo acidente de trabalho, o caso de um trabalhador agredido por outrocolega dentro da empresa foi utilizado e enquanto um pequeno númerode adolescentes assinalou corretamente antes do desenvolvimento doprograma (10 ou 17,5%), ocorreu um aumento expressivo e tambémestatisticamente significativo do conhecimento posteriormente (eui_

28 - C¡¡¡nros S¡uo¡ CoLEl|va, Rto DE J¡{Erno, g {.1):21 -33.2001

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P¡Evtlq¡o oc AqDErrEs oe rMMt to EffRE aoot¡scttrfÉs tÍ/rs¡utaooet$: u Ésü¡0 o! caso a¡ r [R¡CÁo or ü¡rrrrns I

Quadrado Yates Corrected = 53,52 e p valor = 0,0000), alcangando umtotal de 50 respostas corretas (87,70á).

Estes resultados serviram de tema para discussáo em um Semináriocom representantes das Secretarias de Saúde e EducaEáo do Municípiopara a avaliagáo do impacto do programa. Como desdobramentos, foram

marcadas novas reunióes com equipes do governo e da próptia Escola

Maria Nunes para a definigáo de estratégias para discussáo nas escolas

das questóes sobre a relagáo entre saúde e trabalho, mais precisamente

sobre seus eleitos mais dramáticos para os seres humanos, ou sejam, os

acidentes de trabalho.

CoNcr-usórs

Os objetivos deste programa foram alcangados. A etapa anteriorpermitiu descrever o perdl ocupacional e os processos e relaqóes de trabalho

em que os adolescentes estáo inseridos, bem como algumas características

sociais e económicas da populagáo adolescente e da regiáo estudada.

Foram também obtidos dados de morbidade por acidentes de trabalho.

Na etapa de desenvolvimento do programa foi priorizada a infonnagáo

e a reflexáo crítica sobre as relaqóes entre saúde e trabalho, notadamente

a possibilidade de ocorréncia de acidentes. Foram privilegiados o saber

dos adolescentes, a troca mútua e a possibilidade de que esse saber pudesse

gerar uma "praxis" traduzida por vivéncias, dramatizagóes, produgáo de

video, enfim, algo que envolvesse moümento, dinamismo, participagáo e

reflexáo. Foi possível também orientar os adolescentes sobre as possibilidades

de prevenqáo e controle dos acidentes, de forma a contribuir na

disseminagáo do conhecimento adquirido. Os resultados da avaliagáo

realizada demonstraram o impacto positivo do programa através do

aumento da proporgáo de respostas corretas sobre a definigáo dos acidentes

depois do desenvolvimento das atiüdades e constataEáo que a escola é

um local apropriado para a realizagáo deste tipo de programa.

Por fim, a realizagáo do Seminário e das reunióes específicas que

sucedelam este evento, podem ter contribuído náo somente para adequaros procedimentos metodológicos utilizados aos recursos humanos e materiais

existentes no Municipio de Maria Nunes, mas também para assegurar a

continuidade dos esforqos na identificagáo e prevengáo dos acidentes de

trabalho em um grupo etário táo especial, os adolescentes.

CADEFI0S SAúoG Cor.rya, Rro DE JalíRo, 9 (1): 2t"33, 2001 - 29

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I

I V, C¡r¡¡¡¡, M. Iru¡, C. Asr¡us.0. Srlla, E. Dras, J, SrLva

Tabela IEtapas, objetivos c proccdimcntos mctodológicos para a drscussáo do tema acidcntcs de

t¡¿balho com adolescentcs

PROCEDIMENTOS METODOLÓGrcOS

1 . EIAPA ANTERIOR

(Prepüatória)

'Aval¡aeáo de dados de reg¡sto' Realiza$áo de entrevisl6' hspeqáo de amb¡entes de trabalho' Consol¡daeáo dffi ¡nforma!óes

sobre os processos e relaQóes detrabalho e condieóes de v¡da

Aval¡aqáo dos processos erel46es de trabalho para subs¡d¡üa etapa2.1.

2, ETAPA DE DESEWOLVIME¡¡TO DO PROGBAMA

2.1. Fase de discussáo Conhec¡mento das ¡nformaeóesprév¡as dos adolescentes sobre o$acklentes de trabalho eapresentaeáo e d¡scussáo dadef¡n¡0áo destes eventos pelaleg¡slaqáo v¡gente no Bras¡|.

'Apresentacáo da equipe e dosad0lescentes

'Apl¡caeáo d0 questionárioanterior' Descrieáo da metodologia a ser

ut¡l¡zada' D¡scussáo dos conceitG de

Ac¡denles de Trabalho' Apresentagáo de situa@es de

tfabaiho e discussáo sobre suasrelaeo€s com a saúde daspesso6

2.2. Fase de consolidaeáo C,onsolida0áo do conhec¡mentodos adolescentes sobre osac¡dentes de trabalho.

' Relato dos adolescentes sobre$as ocupaQóes atua¡s ou futuras,assim como dG pab o{.r parcntespróx¡m0s

' D¡scussáo dos possiveis ac¡denlesrelac¡madc a estes üpos de

0cupagáo

2.3. Fase de planejame¡lo Def¡niqáo e planeiamenlo dosadolescentes de atividades paradiscutir 0lema ac¡dente detrabalho.

' Defin¡!áo de estraiégias (produGáo

de um üdeo, cartazes,dramalizaeóes, etc.)

' Planejamento das atiüdades

2.4. Fase de execuqáo Des€nvolv¡mento das aliv¡dadespropostas na etapa 2.3. pelos

ad0lescentes.

' Execu0áo das atividades

2.5. Fase de avaliaqáo Avaliacáo dos adolescentes e daequ¡pe sobre a importanc¡a dosacidentes de trabalho para asaúde.

' Apresefitaeáo das at¡v¡dades

real¡zadas' Apl¡caoáo do questionár¡o poster¡or' Apresentaqáo de yideo inclu¡ndo

todas as etapas dedesenvolv¡mento da metodolog¡a

'Avaliaeáo dos adolescentes e daequipe sohe 6 ac¡dentes d€babalho e da metodoloqiautil¡zada

3, ETAPA POSTERIOR

(Segu¡mento)oiscussáo com autor¡dades loca¡sde educaqáo e saúde para

al¡v¡dades de seguimento.

' Planejamenlo e real¡zaqáo de

S€m¡nário

30 - C¡o¡n¡os S¡¡o¡ Col'€rtva, Rro DE JariEt¡o, g {1):21 -33,2001

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P¡tvE¡(¡Áo DE mDE|{IE$ OE tfwAt¡o EITnt t¡'Ot!$Ct¡tES TRÁU[i|AD0BESi 0[¡ ESll'DO 0E C S0 E[ ft|fMo¡o $ q¡rX|IES I

'Iabela 2

Características da populagáo adolcsccnte estudada. Maria Nuncs, Diamantina - MG,B¡asil - 2000

NÚIiIERO PERCEMTI,AL

sEx0

Masq͡no

Fem¡n¡no

TOIAL

28

29

57

49,1%

50,9%

100,096

FAIXA EIABIA

'11-15anos

16 - 19 anos

39

't8

68,4%

31,6%

SÉBIE ESCOL¡R

5'Sér¡e

6 " Sér¡e

7'Sér¡e

8 " Série

24

12

1l

10

42,1oto

21,1%

19,3%

17,5%

OCUPAúO FBEOüEXIE OU EVEMTAI

HOMENS (n =28)

Garimpo

0utras

Nenhuma

18

0€

01

64,3%

32,10t0

3,6%

MULfiERES (n =29)

Ativilades no lar

Bordado

Nenhuma

24

02

03

82,8%

6,9%

10,3%

¡OIDEI.ITES DE TBABAI.}IO MVIOA

Homens (n =28) 12 42,9%

Mulheres (n =29) 13 44,8%

C^DER{os S¡ú0r CorÉ¡rv¡, Br0 Dr J¡[Etno, I (1)t 21-33, 2001 - 31

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II V. C¡üÁna, M. Lrra, C. As ús, 0. Srrra, E. D|As, J. Srrvr

Figura IProporgdcs de rcspostas corrctas por tipos de acidentcs dc trabalho. Maria Nur(s,Municipio dc Diama¡ti¡a - MG, Brasil 2000

lmpo%

1()lt¡0%

80¡ott

@o096

10,00%

mpúx

0,00%

Acidenb dohabalho

Ac¡denbdet-ajeb Doen9a do babalho Aor€ssáo no

habalhoBanG6 @

R¡¡eRErcns BrBLtocRÁFtcAs

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32 - C¡or¡¡os SattDE Corr'lv^, Bto DE JaÍÉr¡0,9 (1):21 .33,2001

91,n% S,20%

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P¡wlxGt0 E t¡o¡tttr ü nlauo ¡xnt rDorÉatrrui n ütttt00¡r6: w €6nln ¡¡É c¡80 fl ff¡r¿¡o DE mrsrEs I

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