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SÃO PAULO, 03 DE OUTUBRO DE 2014

SÃO PAULO, 21 DE MARÇO DE 2013 - prefeitura.sp.gov.br · troca de um abatimento na dívida do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano). Inicialmente, a proposta feita na Justiça

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SÃO PAULO, 03 DE OUTUBRO DE 2014

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Prefeitura de SP e administração do Jokey não chegaram ao valor a ser

pago pelo terreno

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Prefeitura recebe posse da Chácara do Jockey

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Chácara do Jockey em SP vira parque de 169 mil m²

São Paulo ganhou nesta quinta-feira (2) um parque municipal de 169 mil m² em

área nobre da cidade, perto da Marginal do Pinheiros. Após três meses de

negociação com o Jockey Club e de uma ação judicial de desapropriação, a

Prefeitura da capital anunciou a transformação da Chácara do Jockey em

espaço público.

Em evento oficial, o prefeito Fernando Hadad (PT) informou que a

desapropriação foi autorizada pela Justiça na semana passada. Agora, o local

passará por reformas para ser aberto à população. A Chácara do Jockey é

usada atualmente como escolinha de futebol e palco para shows. A área

passará a abrigar projetos culturais e de entretenimento.

- Vamos quebrar aqueles 200 metros de muro da (Avenida) Francisco Morato e

colocar portão. Já reservei as cocheiras para um programa cultural, porque

acho que podem ser ateliês, estúdios.

Abatimento

Pela desapropriação, a administração municipal informou que pagará cerca de

R$ 100 milhões. Dono do espaço, o Jockey Club aceitou negociar o valor em

troca de um abatimento na dívida do IPTU (Imposto Predial e Territorial

Urbano). Inicialmente, a proposta feita na Justiça era de R$ 63,9 milhões, mas

o clube havia afirmado que o valor venal do terreno era quase três vezes maior,

de R$ 177 milhões. A dívida total era estimada pelo governo em R$ 133

milhões. Procurado, o Jockey disse que se pronunciará.

O futuro parque tem área superior ao da Aclimação, na zona sul da capital.

Localizado na avenida Francisco Morato, já serviu como apoio no treinamento

de cavalos e jóqueis quando o turfe na capital atingiu seu ápice, nos anos

1970.

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Desde 2005, no entanto, somente o clube de futebol Pequeninos do Jockey

funciona oficialmente no espaço. Em 2010, um projeto para construir um

condomínio vertical no terreno chegou a ser apresentado, mas acabou barrado

pela Justiça.

Pressão nas redes sociais

A decisão de transformar a área em espaço público também corresponde ao

desejo da população, que já promoveu manifestações e um abaixo-assinado

pela instalação do parque.

Até um perfil no Facebook foi criado pelos vizinhos da Chácara do Jockey com

o objetivo de pressionar a Prefeitura e a Câmara Municipal para destinarem o

espaço para a população em geral.

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BANDA PUBLIC ENEMY VAI INAUGURAR PALCO NO CLUBE TIETÊ

O grupo de rap norte-americano Public Enemy será o primeiro a usar o palco

sobre os 20 mil metros quadrados de grama sintética do Centro Esportivo e de

Lazer Tietê, segundo o prefeito Fernando Haddad (PT), que esteve na tarde

desta quinta-feira, 02, na cerimônia de posse da Chácara do Jockey. "Vamos

fazer uma homenagem ao hip hop. Não entendo muito, meu negócio é MPB

[Música Popular Brasileira] e rock and roll, mas eu chego lá. Andando de

bicicleta eu chego no hip hop", disse Haddad durante o evento.

O Centro Esportivo e de Lazer Tietê, na zona norte, foi entregue no final de

setembro após ser reformado e revitalizado pela Prefeitura para ser

transformado em parque. A apresentação da banda estrangeira está marcada

para o dia 18 de outubro.

Jockey

Nesta quinta-feira, a administração municipal recebeu no Jockey Club de São

Paulo uma área de 140 mil metros quadrados, que irá virar um parque. O

processo de posse faz parte de um acordo entre a Prefeitura e a entidade que

deve cerca de R$ 140 milhões em Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU)

para os cofres públicos.

No evento, o prefeito de São Paulo tirou "selfies" com centenas de pessoas e

subiu em um trator para derrubar o muro da Chácara do Jockey, que separa o

espaço da Avenida Francisco Morato, na zona oeste da capital paulista.

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São Paulo vai ganhar um novo parque

São Paulo vai ganhar mais um parque localizado no antigo Jockey Club de São

Paulo. A área com as de 140 mil metros m² foi cedido a prefeitura em troca do

abatimento da dívida da IPTU. O prefeito diz que já está tomando as

providências para a manutenção da segurança do lugar chamando a guarda

civil metropolitana.

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Outubro Rosa: Parque do Ibirapuera ganha roda gigante cor de rosa na

campanha contra o câncer de mama

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882&IdEmpresaMesa=&TipoClipping=V&Commodities=0

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Política de igualdade social que desconsidere o meio ambiente será

capenga ou retórica

Qualquer política acenada aos pobres, sob a bandeira da igualdade, que

desconsidere as questões ambientais será capenga ou meramente retórica. O

relatório Planeta Vivo, versão 2014, que acaba de ser publicado pela

organização não governamental WWF, mostra como os elevados níveis de

desenvolvimento humano em países de renda alta foram alcançados às custas

de grandes pegadas ecológicas, reforçando as desigualdades.

Medida em hectares, a pegada ecológica indica a área de terra necessária para

fornecer os serviços de que a humanidade precisa para sobreviver, como oferta

de água, de alimentos e capacidade de absorver resíduos e carbono a fim de

evitar o desequilíbrio climático.

O mesmo raciocínio serve ao nível individual: em modelos de desenvolvimento

nos quais são se busca sustentabilidade ambiental, a riqueza dos ricos é

construída com base na dilapidação da base natural, ou seja, dos recursos da

natureza. Recursos estes que pertencem a todos.

Assim, os mais pobres – sejam países, sejam pessoas – bancam o

enriquecimento de uma minoria, ao ceder espaço ecológico a quem já é mais

privilegiado. Fora isso, os mais pobres são mais vulneráveis a mudanças

ambientais globais, pois têm menos recursos disponíveis para enfrentar, por

exemplo, efeitos do aquecimento global, como secas, inundações,

deslizamentos de terra, furacões e maior incidência de doenças tropicais.

Há mais de meio século, a pegada ecológica per capita dos países de renda

alta é maior do que a biocapacidade (quantidade de terra biologicamente

produtiva) per capita do planeta. Os ricos dependem em grande parte da

biocapacidade de outros países para sustentar seu estilo de vida. Enquanto

isso, a pegada ecológica per capita de países de renda média e renda baixa,

que já era pequena, aumentou muito pouco durante o mesmo período.

Segundo o relatório, há mais de 40 anos a demanda da humanidade sobre a

natureza ultrapassa a capacidade de reposição do planeta. Seria necessária a

capacidade regenerativa de 1,5 Terra para fornecer os serviços ecológicos que

usamos anualmente. O aumento da produtividade por meio de técnicas mais

eficientes de plantio e de geração de energia mais limpa não foi suficiente para

compensar as demandas da população crescente.

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Atender aos anseios sociais da população por meio de uma economia

ambientalmente insustentável pode até render votos, pois é uma estratégia

populista muito eficaz. Mas é extremamente injusta e demagógica, ainda que

mais difícil de ser percebida.

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Outubro Rosa: roda-gigante é instalada no Parque Ibirapuera

Brinquedo faz parte da programação cultural e educativa promovida pelo Instituto Avon

em prol do combate ao câncer de mama

Um dos mais importantes cartões-postais da cidade de São Paulo, o Parque

Ibirapuera torna-se palco de um evento em prol do combate ao câncer de

mama: o Outubro Rosa. A programação, promovida pelo Instituto Avon, conta

com diversas atrações voltadas à causa, incluindo uma roda-gigante cor-de-

rosa instalada no parque, espetáculo multimídia na fonte do Ibira e

mamografias para mulheres com 40 anos ou mais. Tudo com entrada

totalmente Catraca Livre.

Roda-gigante - Outubro

Cartão-postal da cidade, o Parque Ibirapuera recebe a programação do Outubro Rosa

Os visitantes do parque poderão girar na roda gratuitamente, desde que

dediquem alguns minutos para receber informações sobre a doença e os

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exames preventivos. A ação recebe o nome de "Giro pela Vida" e simboliza os

altos e baixos da mulher que enfrenta o câncer de mama. A roda-gigante fica

no Parque Ibirapuera entre 3 e 12 de outubro e funciona de segunda a sexta,

das 14h às 20h, e aos sábados e domingos, das 10h às 22h.

As mulheres com 40 anos ou mais podem realizar o exame de mamografia

gratuito no mesmo período dentro de uma carreta do Hospital Câncer de

Barretos, por meio do Sistema Único de Saúde - SUS. O exame é fundamental

para descobrir com antecedência possíveis sintomas do câncer e, assim,

encaminhar a mulher a um tratamento adequado.

Além disso, em todos os sábados e domingos de outubro, às 20h e às 20h30, o

Parque Ibirapuera promove o tradicional espetáculo das águas em sua fonte,

mas com enfoque no Outubro Rosa.

Isso e muito mais tem presença garantida nessa grande luta cor-de-rosa contra

o câncer de mama. Vale a pena participar!

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Ação em SP promove testes de memória gratuitos no parque do Ibirapuera

Objetivo é avaliar saúde mental de cerca de 300 pessoas por meio de testes clínicos

Uma ação no parque do Ibirapuera, em São Paulo, neste sábado (4), fará

testes de memória e darão informações sobre o Alzheimer. O evento faz parte

da Campanha De Bem Com a Memória que irá avaliar a saúde mental de cerca

de 300 pessoas por meio de testes clínicos.

Durante a ação, o neurologista Paulo Bertolucci realizará uma palestra sobre a

importância de cuidar da memória a fim de manter seu bom desempenho

durante toda a vida e que a perda desta não faz parte do processo natural de

envelhecimento.

― Quanto mais cedo for feito o diagnóstico da Doença de Alzheimer e iniciado

o tratamento, melhores serão os resultados. Os sintomas não deixam de existir,

mas é possível estabilizá-los.

Serviço

Campanha De Bem Com a Memória

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Local: Parque do Ibirapuera ― No Bosque das Figueiras, próximo ao Pavilhão

das Culturas Brasileiras (Entrada mais próxima: acesso pelo portão 3 ― av.

Pedro Álvares Cabral s/nº)

Data: 4 de outubro

Horário: Das 7h as 14h

Público-alvo: Adultos acima de 50 anos

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Enterrados vivos: a saga dos rios de Pinheiros

Foto: Este é um trecho do Rio Pinheiros antes de ser retificado, em dezembro de 1930. Hoje, os meandros do curso d'água não existem mais, e o que restou agora

corre para o lado oposto.

São Paulo remete ao caos. Por trás desta realidade urbana, existe uma

natureza, doente, mas viva. Ou melhor, por baixo desta realidade, já que a

metrópole é uma verdadeira laje construída sobre uma imensa bacia

hidrográfica. Em 1554, São Paulo era de Piratininga, antigo nome do rio

Tamanduateí. Foi na junção deste com o Anhangabaú que foi fundada, e sua

urbanização aconteceu de forma desenfreada. Os rios Tietê e Pinheiros eram

as marcas dos limites da cidade, que precisava de energia e ocupação. O

bairro de Pinheiros, rota para tropeiros que bebiam água nas bicas do rio Verde

antes de subir o espigão da Paulista, não possuía infraestrutura, e as cheias

castigavam a região, que fica em uma parte mais baixa da cidade. São Paulo é,

na verdade, uma riquíssima bacia hidrográfica.

"Ninguém pensa que São Paulo está lotada de rios, porque rio não morre. Eles

ficam doentes, arrebentados, totalmente enterrados. Enterrados vivos",

dramatiza Luiz Campos Jr., que organiza expedições com o grupo Rios e Ruas

pela cidade. "Não tem jeito de estar em qualquer lugar da área central da

metrópole sem estar a menos de 200 metros de um curso d'água. As pessoas

dizem que estou louco, mas ainda não me desmentiram", completa o

especialista.

Laje sobre os rios

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As cidades são construídas de acordo com os cursos d'água que possuem.

Mesmo as tribos indígenas já se instalavam na convergência entre um canal

mais caudaloso, para navegação e comunicação com outras tribos; e um rio

mais manso, onde lavavam e banhavam-se. Remos, inclusive, eram

personalizados para cada tribo, que talhava artesanalmente símbolos de seus

povos. A região de Pinheiros passou por um processo de urbanização

totalmente fundado no curso e na cheia do rio Pinheiros. Além do rio, limitando

ao sul, Pinheiros é delimitada ao norte pelo espigão do Caaguaçú, um grande

divisor de águas (extensa e estreita faixa alta de terra de onde brota água para

os dois lados). Lá nascem milhares de minas d'água que correm em direção

aos rios Pinheiros e Tietê, e é onde estão construídas as ruas Domingos de

Moraes, Bernardino de Campos, Paulista, Dr. Arnaldo (antiga avenida

Municipal), Afonso Bovero e Cerro Corá. Assim que acaba o divisor, o Tietê e o

Pinheiros se encontram e rumam juntos em direção ao rio Paraná.

"Nada mais importante na história da humanidade que os rios", emociona-se o

professor Alexandre Delijaikov, que coordena o Departamento de Projetos da

Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU -

USP). "Nós conseguimos modular tempo e espaço por conta das cheias e

vazantes", continua o docente, "nós percebemos o território por conta da água.

Todas as cidades do planeta na história da humanidade foram fundadas por

conta dos cursos d'água", finaliza.

O homem que inverteu o curso do Rio Pinheiros

Na década de 20, o engenheiro norte-americano Asa White Kenney Billings,

que mais tarde batizaria uma represa aonde nasce o rio Pinheiros, foi chamado

para ajudar na urbanização das várzeas do deste mesmo rio. No entanto, para

aumentar a cidade, ele precisava pensar na energia que seria necessária gerar

para isso.

Billings resolveu aproveitar a abundância de água da região e decidiu fazer um

projeto ousado para a época. Fez uma barragem que manteria a água que

nascia do Pinheiros na Serra do Mar, mais tarde nomeada Represa Billings, e

construiu duas usinas elevatórias no rio Pinheiros e uma comporta no rio Tietê.

Dessa forma, ao fechar a comporta e ligar as usinas, ele conseguiria fazer com

que a água do Tietê entrasse no Pinheiros e ajudasse a correr para o sentido

oposto, ultrapassasse a represa e despencasse por canos a 800 metros de

altura, do topo da Serra do Mar, para ser aproveitada em uma terceira usina,

em Cubatão, que gerava energia hidrelétrica. O projeto foi um sucesso, e assim

as empresas que geriam a energia e a urbanização de São Paulo, a City e a

Light, abasteciam Cubatão, São Paulo e Santos com folga. Após alguns anos,

uma segunda usina, subterrânea, foi construída e a capacidade aumentou

muito, trazendo reconhecimento mundial para o engenheiro. Billings chegou a

palestrar sobre sua conquista em todo o mundo.

E com o advento do capitalismo...

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...Agora era preciso definir a área a ser estruturada e dividida em lotes. Para

isso, ficou decidido, no final na década de 20, que a cheia do rio Pinheiros

determinaria a área a ser urbanizada. Em 1929, especulações não confirmadas

defenderam que as comportas do Tietê fossem fechadas, as da Billings abertas

e as usinas desligadas para que o rio alagasse mais, a água ocupasse uma

área maior. Assim, as empresas teriam um negócio mais lucrativo. Fora essas

obras, o Tietê chegou a perder 17 quilômetros de extensão com sua retificação

e as águas do Pinheiros agora corriam para o lado oposto.

Hoje em dia, devido à poluição dos rios de São Paulo, as usinas funcionam

com capacidade muito reduzida, pois a água não flui com a mesma velocidade

que antes. "A poluição é problema habitacional, social, urbanístico. O problema

ambiental é a conseqüência", explica Luiz Campos Jr."O foco é que está

errado, assim como o problema das enchentes é tratado como um problema

técnico de engenharia, mas vai muito além disso", completa.

O professor Delijaikov concorda e complementa: "O problema, quando se fala

de infraestrutura regional, não adianta falar do rio maior. Para despoluir o Tietê,

tem que despoluir o afluente do rio Tietê, e o afluente deste rio menor. Se não

controlar essa unidade hidrográfica de gerenciamento, sistemicamente falando,

de maneira capilar, não é possível resolver nada", afirma.

Todas as águas de Pinheiros - ou algumas delas

São três os rios mais expressivos da região de Pinheiros, e todos nascem no

espigão entre as ruas Cerro Corá e Paulista e já estão canalizados. A

canalização é outro fator que aumenta as enchentes. Faz parte do ciclo de um

rio o período de cheia e de vazante, é uma forma de respiração do rio, que leva

sedimentos e está constantemente modificando a paisagem. Ao canalizar um

curso d'água, a água deixa de carregar galhos, sedimentos, deixa de fazer

curvas e meandros e acelera, contribuindo com o aumento da geração de

energia e com as inundações. Mas isso traz problemas, pois com uma

velocidade maior, os gargalos naturais da cidade são obstáculos fáceis de

serem transpostos com uma chuva forte.

O menor dos córregos, Belini, nasce pouco acima da praça Panamericana, no

Alto de Pinheiros. É um rio relativamente curto, que corta por Alto de Pinheiros,

avenida Pedroso de Moraes e passa rente ao Parque Villa-Lobos para então

desaguar no Pinheiros. Totalmente encoberto, tudo o que se vê dele é uma

boca de cano no rio Pinheiros. Observando um pouco mais à direita do mapa, o

rio das Corujas, mais caudaloso, nasce na travessa Raul Seixas, na Vila

Madalena, em uma região com muitas minas d'água. Ainda pode ser percebido

na praça de mesmo nome, onde corre a céu aberto por um curto espaço para

logo correr por galerias e canos direto para o rio Pinheiros. "Do lado da

escadaria da Raul Seixas tem um escorredor de água que não para. É ali a

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nascente. O vigia da rua nunca viu parar de correr água ali, pode perguntar",

afirma Luiz Campos Jr.

Cerca de 90% dos rios da cidade estão sob o asfalto, portanto o Corujas é um

caso raro. "Muita gente sabe que ele existe porque tem a avenida das Corujas

e ele está aberto na praça. As pessoas vêem e é possível se integrar a ele de

alguma forma", conta Luiz.

O rio Verde

Mais à direita no mapa, o maior rio da região, o Verde, nasce em múltiplos

focos de nascentes, numa formação geológica chamada anfiteatro - pois

parece com a arquibancada de um anfiteatro, alta e em curva -, em milhares de

pontos diferentes do bairro. As minas d'água do Verde formam dois córregos

que se juntam na Rebouças, que chamaremos de braço leste e braço oeste.

O braço oeste do Verde nasce principalmente na rua sem saída Beatriz

Galvão, que atravessa a Heitor Penteado e no primeiro quarteirão da rua Oscar

Freire, quase na esquina com o início da avenida Dr. Arnaldo. Ele passa pela

rua Abegoárias, Medeiros de Albuquerque, Beco do Batman, uma viela entre

as ruas Harmonia e Girassol e pelo Beco do Aprendiz, de onde segue em linha

reta pela avenida Paes Leme até o rio Pinheiros. O outro braço nasce parte

dentro do Grêmio da Faculdade de Medicina da USP, parte na rua Gabriel

Monteiro da Silva, e desce próximo ao curso da avenida Rebouças até

desaguar também no Pinheiros. Antigamente, os dois braços se encontravam

na altura da rua dos Pinheiros. É próximo à antiga junção dos braços do Verde

que se pode perceber a falha de engenharia no projeto de canalização do

córrego. Ao canalizá-lo, foi decidido separar os dois braços, e o oeste faz uma

curva de quase 90 graus na altura da Rua dos Pinheiros, desviando o braço

direto para o rio Pinheiros pelo Largo da Batata. O outro braço sofreu apenas

pequenas alterações e continua seu curso por entre os canos até desaguar

próximo à sua foz original, por baixo dos clubes A Hebraica e Pinheiros.

Se notarmos, a região de alagamento mais tensa do bairro é exatamente onde

os canos fazem a curva acentuada. "Fizeram um túnel na gestão da Marta

Suplicy onde, na primeira semana de inauguração, morreu uma senhora

afogada. Já imaginou a água fazendo um ângulo reto? Descendo os morros da

Vila Madalena, a água não tá nem aí pra nada. Se tem um ponto de

estrangulamento, dá enchente", explica Luiz Campos Jr. Realmente, é fácil

assimilar que trechos onde se reduz drasticamente a velocidade da água

fatalmente se tornam estatística nas prefeituras e subprefeituras de toda São

Paulo.

Curiosamente, o rio Verde esconde muitas histórias, e por seu tamanho mais

avantajado somado às vielas e becos pelos quais passa, a Secretaria do Verde

e do Meio Ambiente, juntamente com o Aprendiz e o escritório Aedas

Arquitetura fizeram um projeto que pode revolucionar a paisagem do bairro - e

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para melhor. O projeto é chamado Parque Linear Córrego Verde, e consiste em

três projetos: uma reforma das galerias do córrego, a implementação de um

reservatório subterrâneo para auxiliar na contenção de cheias e um parque

com equipamentos para os cidadãos praticarem esportes, se locomoverem e

ainda conhecerem a história do rio Verde.

Parque Linear Córrego Verde

O projeto arquitetônico é encabeçado pela profissional Anna Dietzsch, que

entrou nessa por acaso. Tudo começou com um convite do jornalista Gilberto

Dimenstein para que Anna fizesse um projeto para abrir uma porta nos fundos

de uma das casas da ONG Aprendiz, que daria para o Beco do Aprendiz,

conhecido mundialmente pelos grafites ao longo de toda sua extensão. Anna

fez algumas visitas ao local e descobriu que não poderia abrir a passagem

porque o beco se trata de uma viela sanitária, e é proibido abrir a viela para a

rua. Desta descoberta, outras ideias surgiram, e começaram a pensar em

ocupar de forma positiva o beco que até então encontrava-se abandonado.

Nesta fase, a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, que tem como meta a

inauguração de 100 parques até abril de 2012, viu neste projeto a possibilidade

de construir a existência do rio Verde com uma ocupação que melhoraria a

infra-estrutura urbana: era o início do projeto do Parque Linear Córrego Verde.

A praça Victor Civita, de autoria da arquiteta, também faz parte do plano dos

100 parques da secretaria. Para Luiz Campos Jr., "tudo o que vai em direção

ao rio, que chama a atenção para o rio, é um avanço. O parque é, na verdade,

um memorial, mas se só nas ruas colocassem umas placas 'aqui passa o rio

tal' para mim já era legal", defende o ativista. "O que deve mudar é a cabeça

das pessoas, não acho que essa realidade vai mudar com grandes projetos de

despoluição do Tietê", complementa.

Com a ideia na cabeça, a ONG se mobilizou com o escritório de Anna, o

Aedas, e todos os equipamentos interessados da região se reuniram para

discutir como poderia ser esse tal parque. "Eu não tinha noção de que a gente

vivia sobre água. A gente só vê a água quando ela vem agredir", conta a

arquiteta Anna Dietzsch. A Secretaria do Verde e do Meio Ambiente possuía

em seu caixa um dinheiro oriundo de termos de compensação ambiental que

era destinado justamente a construir seus parques, e isso era outro ponto a

favor para Anna. "Era um dinheiro resultante da construção do metrô. Quando

tem uma obra que derruba árvore, por exemplo, essa empresa tem que pagar

para a cidade de volta", explica a arquiteta. O Parque Linear Córrego Verde faz

o traçado do braço oeste do Rio Verde. Na rua sem saída chamada Beatriz

Galvão ficou decidido o marco zero do parque, pois é onde foram identificadas

várias nascentes. O projeto vai acompanhando a rua Abegoárias, onde

pretende instalar equipamentos para passeio, ginástica, ciclismo e caminhadas,

inclusive uma pista de skate. Seguindo pela rua Medeiros de Albuquerque, um

piso drenante com biotrincheiras - canteiros muito drenantes com plantas

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flexíveis para sobreviver em charcos - acompanha a ciclovia até ocupar todo o

Beco do Batman.

Enquanto a ciclovia continua, no beco será construído um palco para shows e

uma galeria a céu aberto para grafites, mantendo a fama do lugar. Na viela

entre a Harmonia e a Girassol uma ponte pretende abrir o rio por um quarteirão

para que ele seja percebido, com banners com poesias sobre a água pelas

paredes. Por fim, o parque encampa o Beco do Aprendiz, com jogos de chão

como amarelinha, brinquedos de muro e uma área com plantas nativas da

região. "A ideia é criar um grande eixo de pedestre e bicicletas, um grande

calçadão. É um grande plano drenante que utiliza métodos passivos de

drenagem que complementem esses métodos tradicionais de grandes obras de

infraestrutura que mostrarão para a população que isso pode ser feito em

grande escala e que pode acabar com muitos problemas", defende Anna

Dietzsch. "O parque em si é uma área pequena, mas se conseguíssemos que

80% da bacia tivesse esse tipo de impermeabilidade, conseguiríamos diminuir

a enchente em 30%.

Nem tudo são flores e rios

A construção do parque está atualmente embargada pelos próprios moradores

do Jardim das Bandeiras, a região da praça do Maracatu próxima da rua

Abegoárias. Como o projeto requer a instalação de um reservatório

subterrâneo abaixo de uma das praças que será reformada, uma vistoria

contratada por um perito em drenagem foi argumento suficiente para que o

projeto fosse parado na Justiça.

O piscinão é um instrumento para aliviar as enchentes, e Anna garante que é o

melhor a ser feito. "É uma bacia muito estreita e profunda. As enchentes são

rápidas, as chamadas enchentes relâmpago. Acontecem porque a água

aumenta em volume muito rápido. O reservatório absorve parte dessa água e

solta aos poucos", defende a arquiteta. "A gente não pode ser responsável por

fazer tudo isso e correr o risco de ser inundado. Por isso que a população tem

que concordar com o piscinão. A gente precisa dessa infraestrutura", completa.

Anna acredita que o grande problema foi que o piscinão foi planejado antes,

sem um projeto paisagístico, e por isso assustou os moradores. A comunidade

se defende alegando que se existisse uma galeria maior do que a que existe

atualmente, não seria necessário um piscinão. O problema é que essa galeria

precisaria ser um verdadeiro túnel, respondeu a arquiteta, que vem da Paulista

até a Vila Madalena. "É uma obra mais cara, ideal, não factível. A maior razão

para o projeto ficar parado foi esse embargo", argumenta.

Até mesmo a Secretaria do Verde não gosta do piscinão, pois acha que tem

que fazer as coisas de forma menos agressiva, mas nesse caso, uma

consultoria de drenagem fez uma análise e um relatório constatando a

necessidade da obra com um cálculo de retorno de 100 anos. "Significa que a

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probabilidade de dar uma enchente segundo o ciclo de chuvas analisado nos

últimos 50 anos, é de 100 anos", explica Anna. "Esse negócio de falar que a

chuva fica mais forte bobagem. O que acontece é que a cidade se torna mais

impermeável. É só uma medida para dar condições que essa infraestrutura

seja planejada", justifica mais uma vez.

E o chove não molha?

Agora o próximo passo é marcar uma apresentação do projeto para os

possíveis clientes - a iniciativa privada - e também para os moradores

descontentes, para tentar fazê-los acreditar nos benefícios do projeto. "As

coisas tem uma morosidade no poder público. A gente tem que ter interferência

de várias secretarias e entidades. O projeto base está todo feito", alega Anna.

Mesmo com boas expectativas, uma próxima data para dar andamento ainda

não existe. Para o professor Alexandre Delijaikov, "não adianta ter tudo na

cabeça se não houver uma construção coletiva no âmbito das mentalidades e

da visão de mundo, e do que seria a idéia das pessoas poderem viver juntas,

com confiança e convivência". Basicamente, a esperança de uma sociedade

que possa voltar a usar os rios para o lazer e o transporte ainda é distante, mas

ganha força a cada dia. Para que a sociedade se dê conta da importância dos

rios que por ela passam, é preciso muito mais que um projeto de despoluição.

O professor Delijaikov defende que a mudança deve acontecer na mentalidade

das pessoas. Mas como mudar a mentalidade de toda uma sociedade?

"Esclarecendo. Construindo um quadro, aguçando o olhar crítico em cada

cidadão, através do diálogo de fato, confronto de idéias e debates, para então

chegar a uma conclusão", responde o professor. "Ao longo do século 20, vários

educadores defendiam a pedagogia da autonomia, como o Aloísio Teixeira e o

Paulo Freire. Falavam que era importante ter filosofia e arte em todos os anos

do ensino fundamental. O que quer dizer isso? É tomada de consciência.

Essas coisas são muito importantes", conclui.

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