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SAÚDE DO TRABALHADOR NO BRASIL FUNDACENTRO José Carlos do Carmo 03 de outubro de 2011

SAÚDE DO TRABALHADOR NO BRASIL - fundacentro.gov.br · morosidade das redes de saúde e da Previdência Social, ou mesmo ... Melhoria das condições e dos ambientes de trabalho

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SAÚDE DO TRABALHADOR NO BRASIL

FUNDACENTRO

José Carlos do Carmo

03 de outubro de 2011

José Carlos do Carmo (Kal)

TRIPALIUM

ou

TREPALIUM

Um instrumento romano de tortura:

espécie de tripé formado por três estacas cravadas

no chão, onde eram supliciados os escravos.

José Carlos do Carmo (Kal)

José Carlos do Carmo (Kal)

17 E ao homem disse: ...

maldita é a terra

por tua causa; em

fadiga comerás

dela todos os

dias da tua vida.

José Carlos do Carmo (Kal)

16 E à mulher disse:

multiplicarei grande-

mente a dor da tua

conceição; em dor

darás à luz filhos ...TRABALHO

DE

PARTO

“Um homem se humilha/ Se

castram seu sonho/ Seu sonho

é sua vida/ E a vida é o

trabalho/ Sem o seu trabalho/

Um homem não tem honra/

Sem a sua honra/ Se morre, se

mata/ Não dá pra ser feliz.”

José Carlos do Carmo (Kal)

SAÚDE

A definição de saúde possui implicações legais, sociais e econômicas dos estados de saúde e doença.

A definição mais difundida é a encontrada no preâmbulo da Constituição da Organização Mundial da Saúde.

Saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doenças.

... A medida em que um indivíduo ou grupo é capaz, por um lado, de realizar aspirações e satisfazer necessidades e, por outro, de lidar com o meio ambiente. A saúde é, portanto, vista como um recurso para a vida diária, não o objetivo dela; abranger os recursos sociais e pessoais, bem como as capacidades físicas, é um conceito positivo.

Estudada desde o Antigo Egito e no mundo greco-romano.

Ganha maior ênfase com o impacto da Revolução Industrial ocorrida no século XVIII.

MEDICINA DO TRABALHO

SAÚDE OCUPACIONAL

SAÚDE DO TRABALHADOR

MEDICINA DO TRABALHO

Robert Dernham (empresário do ramo têxtil) ao Dr. Robert Baker – O que faço nesta situação?

Mendes e Costa Dias.

Da medicina do trabalho à saúde

do trabalhador.

Revista Saúde Pública, 1991- 25(5) – 341-9

“Coloque no interior de sua fábrica o seu

próprio médico, que servirá de

intermediário entre você, os seus

trabalhadores e o público. Deixe-o visitar a

fábrica, sala por sala, sempre que existam

pessoas trabalhando, de maneira que ele

possa verificar o efeito do trabalho sobre

as pessoas. E se ele verificar que qualquer

dos trabalhadores está sofrendo a

influência de causas que possam ser

prevenidas, a ele competirá fazer tal

prevenção.

Dessa forma você poderá dizer: meu

médico é a minha defesa, pois a ele dei

toda a minha autoridade no que respeito à

proteção da saúde e das condições físicas

dos meus operários; se algum deles vier a

sofrer qualquer alteração da saúde, o

médico unicamente é que deve ser

responsabilizado.”

Atribuições:

Assegurar a proteção e a saúde aos

trabalhadores.

Contribuir para a adaptação física e mental dos trabalhadores, particularmente no

tocante a posto/ atividade/ aptidão.

Fundamentação da contribuição médica nosserviços de medicina do trabalho

- onipotência médica

- seleção de trabalhadores

- saúde/ controle/ disciplina

- trabalhador saudável para aumento da produtividade e saúde da empresa

Mendes e Costa Dias. Da medicina do trabalho à saúde do trabalhador. Revista Saúde Pública, 1991- 25(5) – 341-9

“O corpo médico é a seção de minha fábrica que me dá mais lucro”.

(Henry Ford)

- Seleção de pessoal menos geradores de problemas futuros, como absenteísmo.

- Controle do absenteísmo análise de casos de doenças, faltas, licenças.

- Retorno mais rápido da força de trabalho à produção morosidade das redes de saúde e da Previdência Social, ou mesmo da prática liberal sem articulação com a empresa.”

Oliveira e Teixeira – In: Previdência Social : 60 anos de história da

previdência no Brasil. Petrópolis, Vozes, 1986 apud Mendes e Costa Dias.

Da medicina do trabalho à saúde do trabalhador. Revista Saúde Pública,

1991- 25(5) – 341-9

SAÚDE OCUPACIONAL

Pós- II Guerra Mundial – 1939 –1945

Avanço da tecnologia

Rearranjo da divisão internacional do trabalho

Intensificação do trabalho

Interesses das companhias de seguro em controlar a situação

Insatisfação dos trabalhadores

Saúde ocupacional: racionalidade “científica” de atuação multiprofissional intervenção nos ambientes de trabalho e controle de riscos.

Amplia-se o leque de instrumentos e

campos de conhecimento.

- Conceito de limites de tolerância e de níveis seguros.

- Intensificação dos estudos e pesquisas sobre saúde

ocupacional nas escolas de saúde pública, com forte

matriz ambiental.

- Trabalhador suporta mais substâncias químicas que o

não trabalhador?

Mendes e Costa Dias. Da medicina do trabalho à saúde do trabalhador. Revista Saúde Pública, 1991- 25(5) – 341-9.

Maeno e Carmo. Saúde do Trabalhador no SUS. Aprender com o passado, trabalhar o presente, construir o futuro. Editora Hucitec. 2005. 23-58.

- Faculdade de Saúde Pública da USP – mestrados e doutorados. Criação da área de Saúde Ocupacional no Departamento de Saúde Ambiental.

- Repercussões nas legislações trabalhista (Capítulo V da CLT de 01/05/43 – atualizações) e previdenciária do Brasil.

- Instituições de pesquisas em Saúde Ocupacional em vários países. Fundacentro no Brasil – 1966.

Mendes e Costa Dias. Da medicina do trabalho à saúde do trabalhador. Revista Saúde Pública, 1991- 25(5) – 341-9

Maeno e Carmo. Saúde do Trabalhador no SUS. Aprender com o passado, trabalhar o presente, construir o futuro. Editora Hucitec. 2005. 23-58.

- O modelo mantinha o referencial da medicina do trabalho –mecanicismo.

- Não se obteve a multidisciplinaridade e tampouco a interdisciplinaridade.

- Capacitação de recursos humanos não acompanhou o ritmo de transformação dos processos de trabalho.

- O modelo continuava abordando o trabalhador como objeto.

- O modelo mantinha a saúde ocupacional no âmbito do trabalho, sem articulação com a saúde.

Mendes e Costa Dias. Da medicina do trabalho à saúde do trabalhador.

Revista Saúde Pública, 1991- 25(5) – 341-9

SAÚDE

DO TRABALHADOR

- Década 1960: mudanças no mundo, questionamentos sobre

valores da vida, liberdades, uso do corpo, efervescência

político-cultural.

- Década 1970: mudanças no processo de trabalho.

Transnacionalização. Transferência das indústrias e da

poluição ambiental ou risco para a saúde para o terceiro

mundo.

- Décadas 1970/1980: Automação/ informatização/ eficiência /

taylorismo-fordismo travestido/ controle do trabalho.

- Fortalecimento dos movimentos sociais e sindical.

Itália: Estatuto dos Trabalhadores – 20/05/1970 – Lei 300

“Não delegação”

Não monetização dos riscos

Validação do saber dos trabalhadores

Melhoria das condições e dos ambientes de trabalho

Direito à informação

Direito à recusa ao trabalho em condições de risco grave

Direito à discussão de mudanças tecnológicas pelos trabalhadores

Mecanismos de participação dos trabalhadores nas empresas e nos órgãos do Estado

Saúde é direito de TODOS e dever do ESTADO.

Políticas sociais, econômicas e ambientais que visem o bem estar físico, mental e social do indivíduo e da

coletividade e a redução do risco de doenças e outros agravos.

Acesso universal e igualitário às ações e ao serviço de saúde.

Direito à informação.

Atendimento integral do indivíduo: promoção, prevenção de danos e recuperação da saúde.

Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei:

...

III - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador.

...

VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.

Art. 6º

3º Entende-se por saúde do trabalhador, para fins

desta lei, um conjunto de atividades que se destina,

através das ações de vigilância epidemiológica e

vigilância sanitária, à promoção e proteção da saúde

dos trabalhadores, assim como visa à recuperação e

reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos aos

riscos e agravos advindos das condições de trabalho,

abrangendo:

Art. 6º 3º

I - assistência ao trabalhador vítima de acidentes de

trabalho ou portador de doença profissional e do

trabalho;

II - participação, no âmbito de competência do Sistema

Único de Saúde (SUS), em estudos, pesquisas,

avaliação e controle dos riscos e agravos potenciais à

saúde existentes no processo de trabalho;

Art. 6º 3º

III - participação, no âmbito de competência do Sistema

Único de Saúde (SUS), da normatização, fiscalização e

controle das condições de produção, extração,

armazenamento, transporte, distribuição e manuseio de

substâncias, de produtos, de máquinas e de

equipamentos que apresentam riscos à saúde do

trabalhador;

IV - avaliação do impacto que as tecnologias provocam

à saúde;

Art. 6º 3º

V - informação ao trabalhador e à sua respectiva

entidade sindical e às empresas sobre os riscos de

acidentes de trabalho, doença profissional e do

trabalho, bem como os resultados de fiscalizações,

avaliações ambientais e exames de saúde, de

admissão, periódicos e de demissão, respeitados os

preceitos da ética profissional;

VI - participação na normatização, fiscalização e

controle dos serviços de saúde do trabalhador nas

instituições e empresas públicas e privadas;

Art. 6º 3º

VII - revisão periódica da listagem oficial de doenças

originadas no processo de trabalho, tendo na sua

elaboração a colaboração das entidades sindicais; e

VIII - a garantia ao sindicato dos trabalhadores de

requerer ao órgão competente a interdição de máquina,

de setor de serviço ou de todo ambiente de trabalho,

quando houver exposição a risco iminente para a vida

ou saúde dos trabalhadores.

LazerSaúde

Planejamento econômico

Educação

Transporte

Trânsito

AgriculturaMeio Ambiente

Assistência social

Trabalho

Previdência Social

Cultura

Segurança

Saúde do trabalhador Proteção à infância e à

terceira idade

Proteção à mulher

Proteção ao trabalhador

Comunicação

Reforma agrária

Controleagrotóxicos

Controle de produtos químicos

Recursos energéticos

SAÚDE TRABALHO PREVIDÊNCIA SOCIAL

SAÚDE DO TRABALHADOR

PROJETOS PIONEIROS

ZONA NORTE

PROGRAMA DE COOPERAÇÃO TÉCNICA BRASIL-ITÁLIA

BRASIL-BRASIL

RENAST

PORTARIA 777 (2004)

PACTUAÇÃO

CAPACITAÇÃO

PARTICIPAÇÃO SOCIAL

PARADIGMA DA RESPONSABILIDADE SOCIAL

NOTIFICAÇÃO DOS AGRAVOS

SISTEMAS FECHADOS

SUBREGISTRO E SUBDIAGNÓSTICO

NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO

FATOR ACIDENTÁRIO DE PREVENÇÃO

PERÍCIA MÉDICA

INSPEÇÃO DO TRABALHO – AUDITORIA FISCAL DO TRABALHO

DESVALORIZAÇÃO DA ÁREA DE SAÚDE E SEGURANÇA

REDUÇÃO DO CORPO TÉCNICO

IMPORTÂNCIA DA FISCALIZAÇÃO

DIREITO TRABALHISTA

“EXCLUSIVISMO”

TRIPARTISMO

Movimento antigo de profissionais de

saúde, dos sindicatos e

outros setores sociais

III Conferência Nacional de Saúde do

Trabalhador - 2005

(Saúde, Trabalho e Previdência Social)

Política Nacional de Segurança e Saúde

do Trabalhador

Trabalhar sim. Adoecer não.

Intersetorialidade e transversalidade

Desenvolvimento sustentável

Controle social

GEISAT

COMISSÃO TRIPARTITE DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO

- Não menciona controle social.

- (iv) Estruturação de rede de informações em ST: empresas fornecerão dados?

- (v) Sistemas de gestão de SST: o que significa? Absenteísmo? Presenteísmo?

- (vi) Estímulo à capacitação e à educação continuada de trabalhadores: por quem? Para que?

15ª Reunião Ordinária da Comissão Tripartite de Saúde e Segurança no Trabalho – CT-SST

- Objetivo: Continuidade das atividades da CT-SST

- Período: 14/04/2011

- Local: Confederação Nacional da Indústria –CNI - Brasília/DF

- Endereço: Setor Bancário Norte, Quadra 01 Ed. CNI, Bloco C - 15º Andar salas 01 e 02

- Horário: 10h às 17h

P A U T A Aprovação da ata da 14ª Reunião Ordinária Aprovação do Relatório Executivo da CT-

SST Continuidade da discussão do Plano

Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho Informes dos GTS – Indústria da Construção

e Transporte Rodoviário de Cargas Apresentação do MPS – dados estatísticos

atualizados dos 30 CNAE com maiores frequências de óbitos e incapacidade permanente

Informe MS: documento técnico de Vigilância em Saúde do Trabalhador

Elaborar uma política de formação de recursos humanos voltada às necessidades dos trabalhadores e à PNSST apontada pela III Conferência Nacional de SST.

UNIVERSIDADES

SERVIÇOS (SUS)

MOVIMENTO SINDICAL – GESTORES SOCIAIS

Disseminar e aprofundar conceito de seguridade social.

Divulgar a realidade das mortes e adoecimentos.

Uso de redes de comunicação públicas, sindicais e independentes.

- Disseminar e aprofundar conceito do papel do Estado e do profissional de saúde. Dar sentido ao trabalho da ponta do sistema.

- Ações locais, regionais e nacionais integradas.

- Ações inter e intra setoriais.

- Criar redes regionais de atuação na vigilância a ambientes de trabalho (Saúde e Trabalho) para programas comuns.

- Criar redes regionais de referências de especialidades (Saúde e INSS) para integrar assistência e perícias.

SAÚDE DO TRABALHADOR

É POSSÍVEL E NECESSÁRIO QUE O MODELO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL INCORPORE A SAÚDE DO TRABALHADOR COMO QUESTÃO NUCLEAR.

http://www.peticaopublica.com.br/PeticaoVer.aspx?pi=P2010N4154