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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃOSUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
FACULDADE DE CIÊNCIAS E LETRAS DE CAMPO MOURÃO – FECILCAM
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
AS RELAÇÕES ENTRE O PROFESSOR E A INTERNET COMO INSTRUMENTO DE PESQUISA PARA SUA PRÁTICA DOCENTE
FÁTIMA APARECIDA GRANDI BOTTEGA
CAMPO MOURÃO2011
FÁTIMA APARECIDA GRANDI BOTTEGA
AS RELAÇÕES ENTRE O PROFESSOR E A INTERNET COMO INSTRUMENTO DE PESQUISA PARA SUA PRÄTICA DOCENTE
Produção Didático Pedagógico apresentada à Faculdade de Ciências e Letras de Campo Mourão (FECILCAM) e à Secretaria de Estado de Educação do Paraná (SEED) como exigência do programa de formação continuada intitulado Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE) sob a orientação da: Profª Me Aline Pereira Lima.
CAMPO MOURÃO
2011
SUMÁRIO
1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO................................................................................. 4
2. APRESENTAÇÃO.................................................................................................. 5
3. INTRODUÇÃO........................................................................................................ 7
4. O QUE É CONHECIMENTO CIENTIFICO? …...................................................... 94.1 Conhecimento cientifico: construção e reconstrução.......................................... 12
5. A PESQUISA COMO PROCESSO DE DESCONSTRUÇÃO E RECONSTRUÇÃO.....................................................................................................155.1 A importância da descoberta e da criação na pesquisa ..................................... 17
5.2 A importância do diálogo na pesquisa …............................................................ 19
6. A PESQUISA COMO PRINCÍPIO CIENTÍFICO E EDUCATIVO ........................ 22
7. O QUESTIONAMENTO DESCONSTRUTIVO E A PRÁTICA PEDAGÓGICA … 28
8. O QUESTIONAMENTO RECONSTRUTIVO E A PRÁTICA PEDAGÓGICA ..… 31
9. O USO DA INTERNET COMO INSTRUMENTO DE PESQUISA NA FORMAÇÃO DOCENTE.................................................................................................................. 33
10. ATIVIDADES …....................................................................................................35
CONSIDERAÇÕES .................................................................................................. 39
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 40
APÊNDICE ................................................................................................................ 42
1. IDENTIFICAÇÃO
Professor PDE: Fátima Aparecida Grandi Bottega
Área do PDE: Pedagogia
Núcleo Regional de Ensino: Campo Mourão-PR
Professor Orientador da IES: Aline Pereira Lima – FECILCAM
IES Vinculada: Universidade Estadual de Maringá – UEM/FECILCAM
Escola de Implementação: Colégio Estadual Professor Darcy José Costa –
Ensino Fundamental e Médio– Campo Mourão-PR
Público Objeto da Intervenção: Professores e Professores Pedagogo
2. APRESENTAÇÃO
O presente material constitui-se como parte do trabalho de pesquisa e
ação a ser realizada no Programa desenvolvido para a formação continuada de
professores da rede pública do Ensino Fundamental e Médio do Estado do
Paraná. Refere-se à Produção Didático-Pedagógica, aqui apresentada na
forma de Unidade Temática.
Com a pesquisa e ação pensada pretendemos contribuir com a
formação acadêmica do profissional da educação e provocar mudanças quanto
à concepção que tem do ensino e aprendizagem, para dar suporte a análise e
organização do trabalho pedagógico escolar.
A proposta de trabalho que aqui se expressa tem como objetivo
possibilitar o estudo e ações reflexivas sobre a prática pedagógica no interior
da escola de modo a estabelecer uma relação significativa entre práticas de
pesquisa e a internet na prática docente, buscando significar o conhecimento
científico no processo educacional como fio condutor à aprendizagem.
Acreditamos que a internet, enquanto objeto e instrumento de pesquisa,
possibilitará além de sua utilização a intensificação de seu uso.
Esse material, elaborado no segundo período do PDE (Programa de
Desenvolvimento Educacional) em parceria com a Universidade Estadual do
Paraná campus Campo Mourão, na Área de Pedagogia, sob a orientação da
professora Aline Pereira Lima, se constitui como uma das estratégias de ação
do Projeto de Intervenção Pedagógica a ser implementado na escola de
atuação. Organizado por meio de temas que vão possibilitar a formação de
professore/professores pedagogos, o material busca permitir a reflexão e
construção de ações coletivas que contribuam para a implementação do
Projeto Político Pedagógico da Escola, bem como, efetivar a inclusão digital,
colaborando com a melhoria na qualidade de educação ofertada aos alunos da
educação básica.
Para o desenvolvimento do material didático-pedagógico, utilizamos
como referência teórica Pedro Demo, intelectual reconhecido na área de
Metodologia do Conhecimento Científico e que defende a Pesquisa como
Princípio Científico e Educativo, sob o apelo constante da hermenêutica e da
dialética.
- 4 -
A Metodologia de trabalho proposta na ação a ser desenvolvida através
desse material é o estudo da teoria vinculada à prática desenvolvendo
concomitantemente qualidade formal e qualidade política. Leva-se ainda em
consideração na elaboração metodológica o espaço para interações entre
professor-aluno-conhecimento. Por isso, as discussões do grupo e interações
serão realizadas através de um blog, criado pelo próprio grupo de trabalho a
fim de pelo questionamento fazer surgir novos conhecimentos ocorrendo a
aprendizagem.
Nas páginas que seguem encontram-se textos elaborados que nos
fundamentarão teoricamente e guiarão as discussões junto aos professores
que participarão da ação de formação. Também apresentamos as atividades a
serem desenvolvidas, nossas considerações, referências e por fim o conjunto
de questões que compõe o questionário aplicado aos professores.
.
Fátima Aparecida Grandi Bottega
PDE – 2010/2011
- 5 -
3. INTRODUÇÃO
O atual contexto sócio-cultural que estamos inseridos coloca a
pesquisa em Educação em um patamar cercado e pressionado por imperativos
de ordem científica, profissional, política, administrativa e econômica. Portanto,
consideramos a pesquisa como elemento fundamental no processo de
profissionalização docente.
Geralmente a pesquisa é colocada como atividade exclusiva da
academia e, nos moldes que se dá, quase impossível de ser adotada por
professores da escola básica. Desta forma, a universidade é caracterizada
como detentora na produção de conhecimentos, e a escola como simples polo
prático, ocorrendo assim, cada vez mais, a hierarquização de conhecimentos e
o distanciamento entre pesquisa na formação e na prática docente. Buscando
contrariar essa lógica e entendendo a pesquisa como elemento crucial na
educação básica e na formação continuada do profissional da educação é que
propomos um projeto de pesquisa e ação, pois vemos a necessidade de se
formar profissionais reflexivos e críticos-investigadores da realidade.
Consideramos ainda como fator relevante da realização desse trabalho
o fato do aspecto formação dos professores nem sempre se fazer presente nas
preocupações dos pesquisadores, que, voltados a seus focos específicos de
estudo, deixam de refletir sobre as relações de suas concepções e resultados
analíticos com as questões formativas dos professores, não se considerando
que o conhecimento que se produz nos estudos institui formas de pensar e
representar, guiando o agir (GATTI, 2007).
Portanto, empreenderemos nossa ação na formação de professores a
fim de estabelecer uma relação significativa entre práticas de pesquisa e a
internet no trabalho docente.
A internet é aqui mencionada, pois configura-se hoje como um recurso
muito utilizado nas pesquisas sejam elas acadêmicas, pessoais ou
profissionais. Na educação escolar, não é diferente, o professor em seu fazer
cotidiano conta com a internet como ferramenta de busca seja para o preparo
de suas aulas, busca de informações, ou como forma de estudo. Por, isso,
articulamos o uso da internet à pesquisa do professor a fim de pensar um fazer
pedagógico integrado as tecnologias. Acreditamos que dessa maneira estamos
estabelecendo outras relações com o mundo e com o conhecimento.
- 6 -
Levando a questão colocada – o uso da internet como instrumento de
pesquisa pelo professor – para o âmbito de formação que se pretende,
podemos considerar que formar professores pesquisadores até mesmo de
suas próprias práticas é uma ação que aponta caminhos para atividades de
pesquisa, considerada hoje recursos indispensáveis ao trabalho do professor.
- 7 -
4. O QUE É CONHECIMENTO CIENTÍFICO?
Definir conhecimento científico exige conhecer em primeiro lugar a
postura metodológica de quem define. Adotamos a abordagem da dialética que
trata o conhecimento sob a perspectiva não linear, permitindo expandir ideias e
possibilitando explicar melhor a complexidade dos fenômenos a serem
estudados.
Considerando a realidade intrinsecamente contraditória, a dialética
supõe que todo fenômeno, por ser dinâmico sobretudo de modo complexo e
não linear não se deixa aprisionar totalmente em definições. Sob a perspectiva
dialética o sujeito interfere no fenômeno complexo para torná-lo menos
complexo, debruçando sobre suas dúvidas, questionando no coletivo,
estabelecendo consciência lógica, permitindo penetrar em algo novo para
compreender o complexo e ter condições de realizar novas generalizações. A
dialética concebe o caos da realidade como algo estruturado, possuidor de
uma certa ordem, sendo este fundamental para consistir sua dinâmica. Ela
precisa do caos, do conflito para na e pela reflexão se constituir e produzir
ideias novas, colocar-se em movimento e adquirir poder de transformação.
Para Demo (2000) antes de definir conhecimento científico vale a pena
destacar o que não é conhecimento científico. Assim, aponta primeiramente
que conhecimento científico não é senso comum, pois este, em condições
normais, não é colocado em questão e, por isso, faz parte da aceitação
comum. O senso comum refere-se àquele com o qual organizamos nossa vida
diária, que em termos genéricos seria a bagagem cultural e evolucionária que
trazemos conosco.
Da mesma forma, conhecimento científico não é sabedoria ou bom-
senso, pois estes não possuem espírito crítico e, se assenta na experiência
vivida na convivência social e comunitária, de maneira sábia. Bom-senso traz a
serenidade no olhar e possui grande intuição para encontrar soluções mais
apropriadas, nem sempre brilhante, mas que cabe e resolve. Sua tendência é a
de manter o conservadorismo, pelas próprias experiências vividas e/ou pela
natureza conformista.
Conhecimento científico também não é ideologia, porque esta não trata
da realidade em si, está implícita nos discursos que produz para justificar
posição políticas. Faz parte do conhecimento científico, porque todo o ser
- 8 -
humano, gesta-se em história concreta, politicamente marcada, sendo
impossível perceber a realidade de modo neutro. Como é componente
intrínseco de todo discurso humano, ideologia sempre está presente, mormente
de modo implícito, escondido, e aí reside o perigo.
Conhecimento científico não é paradigma específico, pelo contrário, se
caracteriza pela disputa dinâmica e interminável que tenta explicar a realidade.
Dessa forma, depois de afirmar o que não é conhecimento científico
Demo (2000) o coloca, do ponto de vista dialético, como produto que se faz
pelo questionamento, alimentado pela dúvida metódica.
Os resultados obtidos pela via do questionamento, permanecem
questionáveis, por simples coerência de origem. Questionar, entretanto, é
articular discurso com consciência lógica e capaz de convencer, formalizando
nesta dinâmica a interconexão da formalização lógica e da prática. Dito de
outra forma, conhecimento científico precisa satisfazer os critérios de
demarcação formais e políticos.
Sobre os critérios formais de demarcação científica temos:
a- Coerência – critério mais propriamente lógico e formal,
significando a ausência de contradição no texto, conseguem desenvolvê-lo
amarrando bem as ideias chegando às conclusões sem dificuldades, tal
procedimento da coerência parece relativamente vazio, mas é de muita
importância pelo exercício que realiza de lógica formal, com habilidade de uso
sistemático de conceitos e de teorias;
b- Sistematização – caminha junto com a coerência, significa o
esforço de dar conta do tema em sua amplitude sem que se esgote, porque
nenhum tema é esgotável;
c- Consistência – o texto tem que ser sólido na ideia que veicula,
com capacidade de resistir a contra-argumentação, ou seja, permita opiniões
contrárias, pois fazer ciência é saber argumentar, não só como técnica de
domínio lógico, mas sobretudo como arte reconstrutiva. Saber argumentar é
saber pesquisar, juntando tudo que está sendo estudado para elaboração
própria, explicando não apenas o como das coisas, mas suas razões, seus
porquês.
Para afirmar algo precisa ter base, primeiro, no conhecimento existente
e considerado válido e só depois, na formulação própria do autor;
- 9 -
d- Originalidade – refere-se a expectativa de encontrar inovação no
discurso científico, algo novo, no sentido de reconstrutivo, com formulação
própria que será possível pelo esforço de se empenhar em leituras teóricas
conhecendo autores e suas obras, no que discurso apenas reprodutivo, não é
aceito, já que a lógica do conhecimento questionador é desconstruir o que
existe para reconstruí-lo em outro nível.
e- Objetivação – refere-se ao esforço sempre incompleto de tratar a
realidade assim como ela é, não se trata de objetividade, porque impossível,
mas do compromisso metodológico de dar conta da realidade da maneira mais
próxima possível, o que tem instigado o conhecimento a “ser experimental”,
dentro da lógica do experimento. Vale a regra: tudo que fazemos em ciência
deve poder ser refeito por quem dela duvide, daí assegura que não é somente
o que tem base empírica é que tem validade, mas as teorias necessitam ser
referenciadas a realidades que permitem relativo controle do que se diz;
f- Discutibilidade – questionamento com coerência, dentro do
princípio metodológico de que a coerência da crítica está na autocrítica.
Conhecimento científico busca fundamentar-se de todos os modos possíveis,
mas tem consciência crítica de que alcança este objetivo apenas parcialmente
pela tessitura própria do discurso científico. E isso que parece uma falha, no
fundo, sua grande virtude, retira daí sua formidável capacidade de aprender,
inovar-se; as fundamentações precisam ser bem feitas que permitam ser
desmontadas e superadas.
Tais critérios podem ser sistematizados de outras formas, mas sempre
têm em comum o propósito de formalização. Dentro de nossa tradição
científica, cabe em ciência apenas o que admite suficiente formalização, quer
dizer, pode ser analisado em suas partes recorrentes. Entretanto temos
também, ao definir conhecimento científico, que considerar os critérios de
demarcação política, já que o conhecimento científico é um fenômeno político
naturalmente pela sua produção que se dá no processo histórico-cultural por
sujeitos concretos que fazem sua história, e não guiados externamente por
ela. Além disso, sabemos que a relação essencial da ciência não é com a
verdade, mas com as relações de poder, que tendem sempre a acomodar sem
serem percebidas.
- 10 -
A convergência dos critérios formais com os critérios políticos busca
relações para além dos rigores metodológicos científicos. Por isso, alem da
qualidade formal é exigido do conhecimento científico:
a) Intersubjetividade- referência ao consenso dominante entre os
cientistas, pesquisadores e professores, que acabam avaliando e decidindo o
que é válido ou não;
b) Autoridade por mérito: reconhecimento de quem conquistou posição
respeitada em determinado meio científico;
c) Relevância social: refere-se a temas de interesse comum, a
problemas sociais preocupantes;
ci) Ética: procura responder a pergunta- a quem serve a ciência?
Dedica-se sobretudo a direcionar a potencialidade da ciência para o bem
comum da sociedade.
O conhecimento científico, sob esse prisma, exige o fazer analítico
para desenvolver o raciocínio reversível, ao tomar o todo e aprofundar em
análises. Dessa forma, a capacidade de aprender é desafiada constantemente
diante de fenômenos que surgem no dia a dia e que necessitam ser
explorados.
4.1 O Conhecimento Científico: construção e reconstrução
O conhecimento científico produzido socialmente é conhecimento
sempre passível de reconstrução. Gestá-lo, desde a mais remota antiguidade,
constituiu um processo de descobertas, esforços, e questionamentos.
Assentados no argumento da dúvida e pela dinâmica de investigação surgem
conceitos e definições, resultando em novas ideias que se materializam no
conhecimento a serviço da sociedade de uma época e permanece como
produção científica a serviço das novas gerações.
Dessa forma, o conhecimento científico à disposição permite e exige
para sua perpetuação, renovação e a criação de novas maneiras e arranjos de
articulação para que seja transformado. Ver o conhecimento científico como
constituído e acabado, é dissecá-lo, levando a humanidade a atrasos, pois
exigiria das gerações futuras estar sempre recomeçando, tendo que dispor de
esforços e percursos repetitivos. A característica de continuidade que o
- 11 -
movimento do conhecimento científico estabelece em sua interação é que
estabelece a multiplicação e perpetuação do saber.
Ao questionar o por quê, para quê, como, e onde determinado
fenômeno se dá, percorre-se caminhos históricos e de relações, pelos quais o
fizeram surgir e através de sua socialização e uso prático se estabeleceu e,
uma vez estabelecido, passa a fazer parte da prática social e põe em
movimento à compreensão de toda uma sociedade. Demo (2000) afirma que
nas "certezas" o conhecimento aquieta-se, porque já não questiona adiante,
enquanto na dúvida vive de questionar.
O conhecimento novo surge ao questionar os desafios propostos e não
pelo que já foi comprovado. Na tentativa de conhecer e questionar a realidade,
produzimos conhecimento pela reconstrução, colocando-o novamente à
disposição para seu uso constituindo um movimento dialético.
A preocupação a qual vive a sociedade atual é justamente a falta de
vitalidade nas ações com o conhecimento, concebendo-o como pronto e
acabado, servindo a modernidade apenas como reprodução. Desprovido de
argumentos
questionadores, da dúvida, o conhecimento não encontra meios para se
desenvolver, fica aprisionado e concebido como privilégios de seus criadores,
ou seja, de uma minoria.
De acordo com Tomanik (1994, p. 74-75)Muito embora a ciência oficial tenha sempre laços muito fortes com os mecanismos de poder e possa até ser um instrumento de controle, isto não significa que ela não possa ser utilizada a favor das classes menos favorecidas, ou que seus conhecimentos interessem apenas aos grupos dominantes. Quebrar o monopólio do saber e tornar a ciência acessível as populações menos favorecidas e o primeiro passo para sua reconstrução e para uma nova utilização da mesma.
Pela dialética questionadora o diálogo com o Conhecimento liberta
para o conhecimento crítico, dinâmico, permitindo surgir novo conhecimento.
Quanto mais o conhecimento é colocado a dialogar entre as pessoas, no
coletivo, com
crítica e autocrítica na reconstrução pela via do questionamento sistemático,
mais vivo, dinâmico se impõe.
O conhecimento pronto, não dispende esforços nem exercita o
pensamento, e em nossa escolas essa relação Professor-conhecimento-aluno,
precisa avançar em seu entendimento dando-lhe tratamento e exigências que
perpassem os mecanismos viso-motor-ausência da reflexão, onde o
- 12 -
conhecimento não passa pelo cérebro e as ações acabam sendo executadas
por simples treino mecânico, que muitas vezes o aluno nem sabe dizer o que
acabou de copiar.
Na reconstrução do conhecimento os textos produzidos ganham
caráter de produções inéditas e o professor o diferencial nesta relação entre o
conhecimento e o aluno. Em síntese, é pertinente concluir com a análise que
somente o questionável pode ser científico.
Significar o conhecimento científico pela aprendizagem que permita
reconstruir o conhecimento, com base no conhecimento já existente, a é
fundamental praticar a pesquisa distinguindo conhecimento científico de
instrucionismo, que apenas transmite e reproduz, reconstruir o conhecimento
significa, portanto, pesquisar e elaborar, construindo conhecimento.
Reafirmando o conhecimento científico como processo em constante
evolução recordamos as teorias do geocentrismo e do heliocentrismo, que
mostra a transitoriedade e, principalmente, que uma verdade dada como
científica só é científica até que se prove o contrário, pois aceita superação e
que outra verdade venha a ocupar o seu lugar. O conhecimento é, portanto,
provisório. Desse enfoque, não existem verdades absolutas e acabadas e o
conhecimento está sempre superando crenças e realizando novas descobertas
e criação. Podemos afirmar então, que o conhecimento científico é um
processo em permanente desconstrução e reconstrução, para isso, utilizamos
a pesquisa, ou seja, para desconstruir e reconstruir conhecimentos.
- 13 -
5. A PESQUISA COMO PROCESSO DE DESCONSTRUÇÃO E RECONSTRUÇÃO
Cerceia a ideia de pesquisa certos ritos especiais, cujo acesso é
reservado a poucos iluminados. Logo, ensino e pesquisa são concebidos
separadamente, onde somente alguns pesquisam, enquanto a maioria dão
aulas, atendem alunos, ensinam.
O pesquisador estuda metodologia, em particular técnicas de pesquisa,
onde ensinam como lidar com os dados em contato com a realidade, tornando-
se competente em sofisticações técnicas, ao mesmo tempo, em que se
constitui num pequeno grupo exclusivo, formando a nata acadêmica. O
professor da educação básica acaba acreditando que apenas ensina e que a
pesquisa é exclusiva de cursos de pós-graduação, mestrado, doutorado. Essa
imagem também acaba sendo parte constitutiva predominante, mesmo
avassaladora, da universidade: a grande maioria dos professores só ensina,
seja porque não domina sofisticações técnicas de pesquisa, mas sobretudo
porque admite a cisão como algo dado.
É preciso reconhecer que a formação sofisticada do pesquisador não é
um mal em si, é sempre necessária, porém, aprisiona a pesquisa. Por outro
lado, libertá-la desse exclusivismo sofisticado não pode levá-la ao exclusivismo
oposto da banalização cotidiana.
Temos também, o oposto disso tudo, que é o pesquisador exclusivo,
que prioriza por excelência a pesquisa considerando o ensino como atividade
menor. Esse procedimento provoca facilmente cisão entre teoria e prática: o
pesquisador descobre, pensa, sistematiza, conhece. Cabe a outro assumir a
intervenção na realidade. Aqui fica evidente a dificuldade de assumir o domínio,
pelas condições de não participar, apenas transmitir. E lembramos o que afirma
demo ( 2006, p.14): “quem ensina carece pesquisar, quem pesquisa carece
ensinar. Professor que apenas ensina jamais o foi. Pesquisador que só
pesquisa é elitista explorador, privilegiado e acomodado”.
É preciso desmitificar a pesquisa como dicotomizada do ensino, é
preciso reconhecê-la como prática presente na prática de socialização do
conhecimento. E professor, é aquele que tendo conquistado espaço acadêmico
próprio com capacidade de criação científica própria, tem condição e bagagem
para transmitir via ensino.
- 14 -
A pesquisa evidenciada aqui, é a pesquisa pela busca do
conhecimento concomitantemente com atitude política, num todo dialético.
Assim, pode contar com a sofisticação técnica, com a formação acadêmica,
mas sem que se dissocie o ensino da prática de pesquisa.
Pesquisa não é ato isolado, mas se constitui em atitude processual de
investigação diante do desconhecido e dos limites que a natureza e a
sociedade nos impõem. Há sempre o que conhecer e conhecer faz parte do
conceito de vida criativa. Para criar, em especial para se emancipar, é mister
informação competente. Assim, é processo que deve aparecer em todo trajeto
educativo, fundamentando qualquer proposta emancipatória. Se educar é
sobretudo motivar a criatividade do próprio educando, para que surja o novo
mestre, então a atitude de pesquisa é parte intrínseca e leva a superar-se.
Desmitificar a pesquisa há de significar, então, a superação de
condições atuais da reprodução sob um processo que coloca a relação do
saber em condições de domesticado: ouvir, copiar, fazer provas (colar). O que
suscita nesta aclamação é uma superação deste quadro de domesticação para
um novo professor que atue na construção de sua emancipação
cotidianamente, pois a emancipação é o projeto próprio de ser sujeito na
história.
A pesquisa é fenômeno de busca do conhecimento o que se dá por
aproximações contínuas e nunca esgotadas, dado que não é uma situação
definitiva, onde não há mais o que descobrir. Criar não é retirar do nada,
envolve desconstrução, mas é essencialmente reconstrução.
O processo de desconstrução e re construção, aqui denominado
pesquisa, não se dá de uma única forma, ou seja, existem diferentes tipos de
pesquisa. Dentre muitas Demo (2000) destaca quarto, tipos distintos de
pesquisa:
a) pesquisa teórica - reconstruir teorias, conceitos, idéias, estudando
fundamentos teóricos para obter condições mais adequadas em contrapôr,
mediante a alguma situação, adquirindo segurança em inferir criticamente
conceitos e suas práticas, num processo de desconstruir teorias para
reconstruí-las em outros momento.
b) pesquisa metodológica - preocupação em instituir um método a ser
utilizado, inferindo-lhe caráter científico, que lhe confere poder de decisão e
- 15 -
argumentação na construção do conhecimento ou servindo apenas para sua
reprodução.
c) pesquisa empírica - através dessa metodologia é possível estudar
determinado fenômeno da realidade resultando numa produção quase sempre
mensurável, sobressaindo o método quantitativo, possibilitando realizar leituras
e análises que podem ir muito além de seus resultados. Em análises de
gráficos estatísticos, onde os dados analisados são compilados a compreensão
do aprendizado e das interpretações, mantendo significativa importância
metodológica.
d) pesquisa prática - é aquela que é realizada pela práxis, ou seja, à
prática histórica em seu processo de construção, pelo próprio movimento da
sociedade em que se vive, nesta dinâmica, reconstrói o conhecimento a serviço
de certa ideologia, sempre mantendo o rigor metodológico. No entanto é
preciso tomar cuidado com alguns métodos dito qualitativos, os de pesquisa
participante, até certo ponto, e a pesquisa-ação, como regra, pedem apenas
que o pesquisador devolva os dados à comunidade estudada com algumas
intervenções, não necessitando sua participação.
Resulta desta compreensão sobre a pesquisa que nenhum tipo é auto-
suficiente, mas que todas as pesquisas tem em comum a fundamentação
teórica/a metodologia/ a ideologia. Afirmando mais uma vez, que não há teoria
sem a prática, uma necessita da outra para se constituir pesquisa científica.
5.1 A importância da descoberta e da criação na pesquisa
Em metodologia científica, descobrir e criar não são a mesma coisa. Na
descoberta cria-se conhecimento novo, não realidade nova. Exemplo: descobrir
a gramática de uma língua, é uso do potencial criativo na linha do
conhecimento sistematizado não na linha da intervenção histórica na realidade.
Quando se fala de criar, há várias propostas de ciência, desde os
extremos hegelianos e similares que priorizam as condições subjetivas
(descontentamentos), até o equilíbrio da dialética histórico-estrutural. A
verdade é que nunca se cria do nada, porque a história tem sempre
antecedentes e consequentes, mas na fase nova pode predominar o novo, ao
que se dá o nome de revolução. Caracteriza dinâmica criativa pelo movimento
- 16 -
que mostra a realidade histórica de sustentar regularidade condicionada ainda
que não- determinada, não é criada ao léu.
No processo histórico tem-se a condição de condicionamento por
estruturas dadas, naturais e sociais, que não podemos jamais ignorá-las, mas
temos também o condicionamento que é possível pela intervenção humana,
que não precisa submeter-se passivamente às circunstâncias dadas ou
encontradas.
A ciência soube separar muito bem objeto do sujeito e assim, nada
deveria ser colocado no objeto, que adviesse do sujeito como intervenção
política. Modelo copiado das ciências naturais, onde a ideologia tem a
liberdade de aparecer apenas no sujeito. Há então a necessidade de adentrar
na ciência através de metodologias científicas, trazer a realidade que nos é
dado, para a teoria, e desvendar a estrutura via análise.
É preciso esforço para compreender a concepção de realidade, e
utilizar método eficaz, pois fazer distinção entre ciência pura e aplicada, entre
teoria e prática, depende exclusivamente de método.
Partindo deste ponto ao qual chegamos é possível compreender a
distinção entre saber e mudar. Somente saber, estudar, analisar, não intervir,
mudar, questionar, não alcança a ciência, ficando o apelo à neutralidade
científica pela fuga de não ter que enfrentar a questão ideológica. Embora
sintam a presença de ideologia, não há esforço, talvez por desconhecer seu
poder e que clama por travar uma perseguição, encontrá-la, mas não se supera
essa questão, apenas se ignora.
De um lado, temos que assumir que as ciências sociais, não são
apenas questão de conhecimento, mas igualmente questão histórico-social.
Ciência não se faz isoladamente, e sem ter o objeto a captar, é componente da
própria sociedade em que se faz. E, quem a faz é sujeito e, portanto político
sempre, não é desencarnado da pesquisa, mesmo que mascare assumindo
postura neutra. Em síntese a ciência tem sempre a marca do seu construtor,
não há neutralidade, toda ação nas relações conduz para reprodução ou para a
transformação.
De outro lado, aponta-se para a característica de uma realidade
histórica dinâmica e complexa, impossível alcançar o todo. A ciência recorta a
realidade, avança por meio de estratégia por aproximações do que é relevante
o que determina ato construtivo, pelas condições de sempre interpretar e
- 17 -
intervir. Esta discussão evidencia o quanto a pesquisa é fundamental para
descobrir e criar.
Pesquisa se define aqui, sobretudo pela capacidade de
questionamento para descobrir conhecimento novo e novas relações de criar e
fazer surgir alternativas. Não admite resultados definitivos, estabelecendo
processo metódico como fonte da renovação científica. Define-se assim a
figura do pesquisador para o domínio da realidade que para a ordem vigente
tem permissão para adquirir competência técnica e domínio das tecnologias
seja quais forem desde que não seja crítico, em termos políticos. Então ser
competente em termos formais, mas alienado politicamente. Essa brecha tem
que ser mais bem aproveitada e colocar o saber a serviço de melhores
condições de vida a todos.
Fica claro que o que tem ocorrido nas instituições de ensino em relação
a aprendizagem dos alunos, que a cada dia se mostram mais desmotivados e
chegam a dizer, para que estudar isso? Eu não vou usar nunca e etc. É que a
ciência está encerrada na ação e estudos de descoberta, aprisionando a
criatividade ficando apenas para o nível do conhecimento, que sem o
questionamento não se faz ciência e esta fica à mercê da ideologia que vai
contaminando a ciência sob a capa da neutralidade metódica, servindo apenas
para atender e manter a ideologia dominante.
Por isso, a lógica que mais nos interessa não é a “lógica da
descoberta”, mas a lógica da criação, da alternativa, da transformação, da
esperança infinita.
5.2 A importância do diálogo na pesquisa
Diálogo é fala contrária que na relação se encontra e se defronta. O
diálogo maduro e inteligente supera o simples escutar e seguir o que lhes
determinam, compreende o ponto de vista do outro e com ele pode se compor
ou se defrontar.
Este exercício coloca a hermenêutica a funcionar, pela necessidade
que se depara em aferir interpretação, caso contrario seria apenas reprodução
É de tal modo comunicação dialética que traz em si a característica do mistério,
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lidamos sempre com as incertezas, com a dúvida se o que comunicamos foi
compreendido.
E, também, a comunicação com característica de ardil, porque é
sempre mais fácil confundir, desentender, enganar. A comunicação traz em si
antagonismos intrínsecos em seu processo que, ao mesmo tempo pode gerar e
abafar a crítica, favorecer e suprimir o questionamento, motivar e desmotivar o
encontro. Essa marca histórico-cultural da comunicação é reflexa da própria
realidade social, que é impregnada com a característica do mistério e do ardil.
Como diálogo, é necessária comunicação e a socialização do saber faz
parte integrante da sua produção, sem falar na ligação estrutural e histórica
entre teoria e prática. Assim, pesquisar para produzir conhecimento do outro
para si, e de si para o outro, dentro de contexto comunicativo faz do diálogo ser
pesquisa. Quem pesquisa tem o que comunicar. Quem não pesquisa acaba
sempre repetindo o que leu, o que aprendeu com os outros, apenas
reproduzindo ou escutando sem opinar.
Um dos pontos fundamentais desta discussão, é a visão da pesquisa
no contexto dos interesses sociais, onde o confronto histórico-cultural de
interesses se faz pela comunicação e pelo diálogo, não para viver em harmonia
funcional, mas por sobrevivência e convivência suportável.
Isto se faz pela simples dialética do conflito, onde é de fundamental
importância a pesquisa, no sentido de desenvolver conhecimento estratégico
para se colocar em defesa dos interesses de suas classes. Para ultrapassar a
insegurança social diante de interesses, é preciso saber, conhecer, informar-
se, tanto para manter posições, quanto para conquistar outras.
Não basta ler para estar bem informado, é preciso se munir da
pesquisa que vá em busca da raiz política da realidade histórico-estrutural. A
informação garante poder, mas para se chegar a raiz do problema, só mesmo
pela pesquisa. Exemplo disso é quando a pesquisa está a serviço do poder,
toma dimensões incômodas, pois pode informar para desinformar, inventar
“dados” para denegrir e inclusive conhecer para matar.
Outro exemplo é a pesquisa tecnológica como estratégia de
acumulação de capital, superando até mesmo a mais-valia. Investem-se,
fortunas, mas não está a serviço do conhecimento cientifico, serve aos
interesses dominantes.
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Nesse sentido ciência é também fenômeno social, não só
epistemológico, pois são marcados por interesses sociais. O conhecimento não
é transformador em si, mas conquista política sempre.
A peculiaridade que estamos refletindo sobre o conhecimento é que
dependendo do processo em que o colocamos, pode dirigir-se à
transformação, como pode ser estratégia para não transformar. Valorizar a
pesquisa é em primeiro lugar, questioná-la para que na aproximação com o
conhecimento o sujeito possa apropriá-lo de maneira significativa. Cabe afirmar
que, como princípio científico a pesquisa instrumenta qualquer interesse
político, mesmo quando se mascara de neutra.
Assim, podemos valorizar a vontade pesquisa como diálogo, sempre
com a esperança social de através dela, se possa motivar o surgimento de
alternativas sociais mais aceitáveis, à medida que compreendamos sua força e
poder na construção do processo histórico-cultural.
Pesquisa como diálogo é processo cotidiano, integrante do ritma da
vida, produto e motivo de interesses sociais em confronto, base da
aprendizagem que não se restrinja a mera reprodução; na acepção mais
simples, pode significar conhecer, saber, informar-se para sobreviver, para
enfrentar a vida de modo consciente.
O que o educador precisa ter claro é que ser sujeito histórico social
competente, deve ter competência formal (domínio científico-tecnológico) e
competência política (construção da cidadania), onde dialogar crítica e
produtivamente com a sociedade e com a realidade é a própria demonstração
da competência e da cidadania. Através da pesquisa a aprendizagem assume
característica de ato criativo, pelo questionamento, diálogo e conflitos
desfazendo a imitação, a reprodução apenas.
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6. A PESQUISA COMO PRINCIPIO CIENTÍFICO E EDUCATIVO
A concepção estereotipada do que é ensinar, ao lado do que é
aprender, pode trazer contribuições e respostas a muitos questionamentos
sobre o fracasso escolar ao qual temos presenciado. A pesquisa como
princípio científico e educativo, ao contrário, pode nos ajudar a visualizar
diferentes propostas de ensino e aprendizagem.
Há de se considerar, antes de adentrarmos a discussão sobre pesquisa
propriamente dita que professor que só ensina nunca o foi. Quando
empenhado só ao ensino, passa uma visão empobrecida do ministrador de
aulas, acentuando cada vez mais a indisciplina e recusa pelos alunos em
realizar as atividades, principalmente alunos do ensino médio noturno, além da
falta de qualidade, compromisso e organização. Desta forma, o professor está
e exercendo a função de “instrutor”.
Essas marcas expressam a impropriedade flagrante da função de
professor, que está mais para repassador do conhecimento, ensinando pelo
que traz na bagagem, imitando o que aprendeu de outrem. Isso tudo, muitas
vezes, aprendeu na universidade, faculdade em que fez a formação, que
reserva a pesquisa somente para conclusão de curso e cursos de pós-
graduação, e com metodologia que não consegue mostrar intelecção
satisfatória dos textos que se está lendo e repassando. Tem concepção de
ciência., como algo que não faz parte do seu mundo profissional e cotidiano.
Devendo ser revista esta noção deve-se primar pelo processo de
constantes estudos, que hoje tem nos recursos tecnológicos oportunidades
reais de realização. Ser Professor então é ser em primeiro lugar pesquisador, a
seguir socializar conhecimentos e por fim, partir de proposta de emancipação
que a concebe e realiza em si mesmo, tornando-se capaz de motivar o novo
pesquisador no aluno. Assumir atitude de cotidianização da pesquisa é atitude
fundamental de participação construtiva, com capacidade de elaboração
pessoal.
Esta postura permite afirmar que somente tem algo a ensinar quem
pesquisa. Os alunos precisam de professores que tem o que dizer a partir da
elaboração própria. O que coloca um chamamento para um professor
competente de educação a permissão de aceitar o desafio de dar aula do que
se acha mais competente, refletindo sobre sua prática, recolhendo materiais
- 21 -
sobre o assunto, trazendo aos alunos um discurso competente e síntese
própria, pela crítica dos autores.
Simplificando, pode-se dizer que, no plano da teoria, é mister exigir
capacidade própria de elaboração, e, no plano da prática, capacidade de
recriar teoria e de unir saber e mudar.
Importante também é a necessidade de atualização constante sobre a
pesquisa como questionamento cotidiano, para evitar dizer sempre a mesma
coisa, senão o professor se torna professor-papagaio, que de tanto dizer as
mesmas coisas já nem sabe mais o que diz.
Mesmo para o ensino noturno, que são trabalhadores, não deixar
acomodadas as exigências às condições concretas, pois sem pesquisa não há
ensino. Para estes alunos é fundamental a noção cotidianizada de pesquisa,
pois permite dispor de espaço para formação do diálogo crítico com a
realidade, do questionamento processual com atitude científica básica, da
insistência de ser produtor. Sem a pesquisa o ensino fica vulnerável e quem dá
conta de explicar ciência é a reprodução imitativa.
Essa relação de pesquisa e ensino é recíproca. Pesquisa é a razão do
ensino, ensino é a razão da pesquisa. Transmitir conhecimento e fazer
pesquisa tem que fazer parte do mesmo ato, seja para dar aulas, seja como
socialização do saber, seja como divulgação socialmente relevante.
O ideal seria que o professor velasse por exigências tais como: exigir
pesquisa, possuir domínio teórico, ter habilidades de manuseio de dados
empíricos, possuir versatilidade metodológica construindo versão própria,
possuir experiência prática e situar como sujeito social, ter capacidade de
descobrir relações dadas na realidade e criar espaços alternativos, estabelecer
atitude de diálogo com a realidade fortalecendo processos emancipatórios,
precisa ser também construtor de conhecimento novo e agente de mudança na
sociedade.
Diante do processo existente e da prática de ensino ficar no ensinar
destituído da pesquisa temos alunos em sua grande maioria acostumados à
decoreba, à prova e à cola. De tanto escutar, copiar, reproduzir e fazer prova,
assume posição de domesticado, passivo diante do instrutor.
É preciso fazer a crítica e autocrítica do papel do professor quanto
como está sendo a aula, porque se for para transmitir conhecimento alheio, já
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não é o instrumento mais produtivo, há muito tempo, pelo menos desde a
invenção dos modernos meios de comunicação.
Quando o ensino fica reduzido à aula, a aprendizagem fica reduzida ao
escutar passivamente. É preciso trazer à aula a motivação da pesquisa, torná-
la espaço de discussão, em busca de novas alternativas, para se tratar
qualquer tema, com possibilidades de cada um apresentar a sua maneira
própria de compreender a questão, e chegar à elaboração própria.
Muitas vezes a pesquisa é confundida com seminário, que coloca
discussão coletiva em questão, é uma tentativa e já é bem melhor do que a
monotonia das aulas discursivas e repetitivas. Mas é preciso realmente
elaborar ciência. Se isso não acontecer, a ideia de pesquisa ficará apenas no
papel, mas não efetivada.
É preciso delinear caminhos para motivarmos o pesquisador, pelo
menos a nível teórico e assim condições didáticas, tais como: a de colocar o
aluno em contato pessoal com as teorias levando-o a interpretação própria,
manusear livros e navegar na internet para aproximar de produções cientificas,
estruturar trabalhos científicos seguindo os ritos formais, destacar metodologia
para que para que o aluno formule posição própria e a partir disso, cobrança de
elaboração própria que aos poucos, se torna capacidade de criar.
No fundo o que se quer é instrumentar o professor para mudar a
relação do aluno diante deste quadro que apenas escuta e investir em tal
competência de que o aluno tem que produzir.
Muitas vezes a elaboração pelo aluno aparece, mas como desafio de
fazer em casa algumas leituras que exige reflexão, isso tudo é importante, mas
a pesquisa aí não se assume, implicando em permanecer no senso comum e
continua aparecendo conjunturalmente, a pesquisa deveria ser a própria
estrutura curricular. O aluno precisa elaborar por mãos próprias, o aluno leva
para a vida não o que decora, mas o que cria por si mesmo. Assusta ver a
pesquisa tomando conta do espaço escolar, pela inépcia do professor, então,
de inicio tem que ser exercício de construção coletiva e aos poucos tanto
professor como aluno passarão de sínteses reprodutivas para produção
própria. Se apostar no tempo, jamais a pesquisa terá força no processo de
ensino e aprendizagem, mas se acreditar que através da pesquisa o ensino
poderá mudar o saber, com o professor motivador, alguém a serviço da
emancipação do aluno.
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É preciso instrumentação teórica e prática para colocar o aluno em
processo de aprendizagem que se efetive.
Em ciências sociais, parece-nos claro que a prática deve ser
estritamente curricular, não somente a teoria. O que vemos em cursos de
formação é um distanciamento entre teoria e prática, tornando desqualificadas
as ciências sociais ridículos que permite acontecer, é a teoria sem prática ou a
teoria como prática.
O que se espera das ciências sociais é que se fazem para a
construção de sociedades pelo menos mais toleráveis, na academia,
universidade a questão é outra, pois se encerram em estudar, analisar,
sistematizar e discursar.
Prática, como teoria, é um todo só, e está na teoria, antes e depois. Em
termos de qualidade formal (conhecimento) e política (cidadania), uma não
pode ser isolada da outra, esvazia-se.
As questões do conhecimento, são tão complexas e de difícil
entendimento justamente para nos tornar únicos, não há explicação melhor e
mais natural quando você se explica, age, faz. Não se estuda só para saber;
estuda-se também para atuar. E o curioso é, como somos de qualquer maneira
atores sociais – no ambiente político abster-se também é atuar – a prática pode
ser camuflada, escondida, mais jamais suprimida.
Podemos afirmar que mais fundamental que a aplicabilidade científica
é a conjugação necessária entre teoria e prática, que aparece com força no
reconhecimento de que fazer ciências sociais é prática histórica socialmente
marcada.
O que está faltando é assumi-la conscientemente.
Parece claro que a aula vai perdendo importância a medida que a
pesquisa vai tomando lugar. Surge o novo mestre, já é possível que o aprender
aconteça por elaboração própria, não por imitação. Seria um processo de
construção da cidadania.
Alcançaríamos dois resultados relevantes: redefinimos o papel do
professor como orientador, com propósitos claros e indica o caminho da
biblioteca, da internet ou parceiro crítico, consciência vigilante: redefinimos o
papel do aluno, motivando a capacidade de escolha e produção própria de
temas.
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Embora a pesquisa seja conquista lenta e progressiva é de suma
importância, introduzi-la desde o início das atividades escolares. É normal que
os alunos se sintam perdidos, diante do desafio de liberdade acadêmica e pelo
comportamento de acomodação que durante anos e anos, o moldou. Este
processo é bem declarado uma construção com o professor orientando leituras,
podendo neste primeiro momento demarcar quantas páginas precisa ler, e
outros. Mas o que a organização curricular quer mesmo é aprender a aprender,
elaboração própria, deixando para traz o imitar, copiar, reproduzir. Estarmos
convictos de que a verdadeira aprendizagem é aquela construída com esforço
próprio através de elaboração pessoal. Para tanto, o caminho é a biblioteca, a
internet, onde é preciso munir-se de leitura farta.
O professor é aquele que assume postura de pesquisador e orientador,
motivando no aluno o surgimento do novo mestre. A postura de mero ensino e
de mera aprendizagem é mais cômoda, menos problemática, evita o confronto
produtivo entre professor – aluno – conhecimento, mas contribui para
predominar o que temos presenciado nas escolas, falta de interesse e até
mesmo sem uma definição pessoal sobre o que fazem na escola.
É preciso compreender o que está acontecendo no processo de ensino
e aprendizagem e se envolver, envolver outras pessoas para torná-lo pelo
menos mais significativo. O processo de ensino e aprendizagem pela relação
de pesquisa científica e educativa avança e dá significado, pelo simples lastro
da emancipação que mesmo implícito, pela pesquisa, é possível senti-la.
A pesquisa levada a sério não permite desafio de leituras pela metade,
cópia fiel de autores, número prévio de páginas, mera reprodução de dados.
Prevalece a liberdade e a autonomia. É o aluno que deve saber descobrir o que
ler quanto ler como ler, para formar o seu próprio juízo. Sobretudo, deve saber
justificar quando e por que julga “ter dado conta do tema”.
A nossa realidade nos mostra quão difícil atingir esse nível de
compreensão e direcionamento ao conhecimento, o estudante conclui o curso,
a série, o ano, sem saber dar conta de um tema, não consegue escrever com
clareza e sistematização, o que revela que o professor também nunca saiu da
condição de aluno, também não sabe como fazer e, sendo um professor que
apenas ensina não contribui com a formação técnica e cidadã dos alunos.
É um desafio propor a pesquisa como princípio científico e educativo
ao professor, pelo distanciamento que o termo em si cientista ou pesquisador
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da própria concepção que o professor tem de ser professor, de tão acostumado
que está em dar aulas.
Ao significar o trabalho do professor com a pesquisa, é também uma
tentativa de buscar e primar pela sua valorização. O próprio professor
inconscientemente e numa busca incansável se debate a procura de validar os
conhecimentos cientificamente e não tem medido esforço para que isso
aconteça, mas falta-lhe algo, que justamente por não mostrarem a ele, ficou a
falta e é esta que realizaria via ensino à ciência que significaria o seu trabalho.
Da maneira que vem desenvolvendo seu trabalho, tem se desgastado
muito e os resultados tem se mostrado cada vez piores, sem contar com o
desinteresse do aluno. Outra coisa é que parece que nunca saiu da condição
de aluno, estuda sempre e muito, mas na solidão de sua literatura. Gasta horas
preciosas em elaborar cópias de produções prontas, e como imitação do seu
professor, as reproduz aos alunos.
Falta-lhe assumir uma atitude de pesquisa, junto com ela uma nova
postura, como assumir uma postura de questionário criativo, desafio de
inventar soluções próprias, descoberta e criação de relacionamentos
alternativos, sobretudo motivação emancipatória a partir de um sujeito que se
recusa ser tratado como objeto. Se assumir como sujeito histórico que é. Nós
somos seres sociais, o pesquisador, o cientista, é em sua essência ser social
que ao nascer, com seu primeiro choro, indica que é possível interpretar que
nasce como expressão de um ser que reage, indicando a busca do caminho
emancipatório , que é sempre no mesmo todo, educação e pesquisa. Pesquisa
faz parte da noção de vida criativa em qualquer tempo e em qualquer lugar, tal
qual o processo educacional que nunca termina. O espaço para aprender a
aprender cabe no percurso da vida de cada um de nós.
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7. O QUESTIONAMENTO DESCONSTRUTIVO E A PRÁTICA PEDAGÓGICA
Compreendendo o conhecimento como dinâmico, promover confronto
aberto, formal e político ao mesmo tempo exige método que possibilite captar a
realidade para compreendê-la e realizar transformações substanciais, dirigindo
as descobertas científicas em favor da civilização humana.
O simples questionamento, acessível a toda didática, é a oportunidade
com a qual se depara professor e aluno para a desconstrução, um dos
momentos fundamentais na produção do conhecimento científico. Exige do
professor bom domínio teórico e liberdade de expressão e curiosidade do aluno
para acontecer. Uma vez em processo há de significar pôr em dúvida, modificar
as coisas como se apresentam, ver defeito, ver problemas, provocar a
participação e testar ideias. É surpreendente a força que essa dinâmica tem em
aproximar o conhecimento de cada um, mesmo aos que permanecem calados.
A dialética é a força que temos para colocar o conhecimento em movimento e
produzir a aprendizagem, de maneira significativa.
O diálogo, também fundamental, fortalece o ambiente escolar
devolvendo o interesse em querer aprender. Tudo isso se assemelha a uma
fábrica em produção, pelo barulho que invade e permeia os sujeitos nesse
envolvimento, mas há os que julgam essa situação como “matar o tempo”,
“despreparo do professor”, mas para a ciência é a alma. A relação do aprendiz
diante do objeto a aprender, exige diálogo interno, diálogo coletivo, exige
participação por inteiro. Com certeza não é apenas ouvindo o discurso do
professor que a aprendizagem se efetiva. Conhecer é algo que se dá quando
se experimenta, testa, esgota dúvidas, participa ativamente.
Ao dar ao conhecimento tratamento científico, impera a ciência, e não
se faz ciência com pedagogia do elogio nem subestimando a capacidade do
outro de aprender. O professor tem que investir de domínio formal e político,
pois aí a ciência fecundará. Tem que fugir dos conceitos de “crítica positiva”
para sustentar a auto-estima do aluno, senão ele não aprende, precisa ter
sensibilidade humana sempre, mas sem perder de vista a instrumentação
científica.
Vemos que não só o conhecimento, mas o professor também tem que
sair do seu próprio eixo, experimentar zonas de desconforto, porque as coisas
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não são como se mostram e aferir crítica necessária que seja capaz de levar a
mudanças, talvez não aconteça, porque incomoda, leva ao desconforto.
A resistência diante de algo novo é fato certo a enfrentar, ainda mais
que o novo exige domínio e se adquire pelo movimento que impulsiona ao
aprender. Temos hoje os recursos tecnológicos, que não só estão postos na
sociedade, mas faz parte da realidade concreta do aluno. É preciso dominá-la
para instrumentalizar o aluno ao seu uso da forma mais científica possível.
Este simples jogo já mostra a dinâmica que a ciência precisa para
continuar viva, senão enferrujam os paradigmas, levando-os à estagnação,
pois como já afirmamos a dinâmica da ciência prove a dúvida sistemática, não
das certezas.
A complexidade da desconstrução é assegurar a discutibilidade da
ciência que exige rigor científico, argumentação competente, conhecimento
aprofundado do assunto. Não vale o achismo, mesmo aos alunos é preferível
sempre estar preparados com leituras prévias sobre o assunto a ser
trabalhado, do que descobrirem momentaneamente. Se a pretensão é torná-lo
pesquisador, os primeiros passos levam consigo todas as marcas possíveis de
ciência. Precisamos encarar processo novo, partindo de nós mesmos. Se
aceitarmos qualquer coisa, o lugar da ciência jamais será garantido e, tudo
ocupará esse lugar como vem acontecendo, menos a ciência.
O debate tem sua dimensão de processo de aprendizagem,
principalmente para abrir perspectivas, não para chegar a resultados
definitivos, isto é parte da reconstrução do conhecimento.
Constituindo espaço em que o conhecimento pode e deve ser
questionado, situação exige regras claras de participação e, mais uma vez
salientar instrumentação do professor bem preparado, o que não é difícil,
porque subentende ter domínio necessário dos conceitos de sua área
disciplinar, dirigindo a discussão para o conteúdo científico e jamais para algo
que contamine o lado pessoal. Não confundir questionamento com “ofensa”. A
humildade nestas relações é munição que não pode faltar, pois todo o diálogo
não se esgota nunca e pode ser solicitado à nova pesquisa em processo e
colocado a discussão novamente em outro momento.
Ter claro que contra argumentar, não é ir contra a “pessoa”, mas contra
o tipo de argumentação. Entende-se que esses momentos são movidos pela
exaltação dos ânimos, porque faz parte da retórica e do ambiente perpassado
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de poder, mas assegurar a argumentação serena é a arma mais eficaz para
efetivar este processo.
Temos assim um novo caminho a percorrer, com expectativas de
realizar ensino e aprendizagem que brinde o conhecimento científico ao aluno
avançando para sua formação intelectual e humana. Podemos afirmar que pela
desconstrução deixaremos muito do senso comum e de outros saberes
ingênuos, assumindo um novo olhar e aprendendo processos mais controlados
de fazer ciência.
A ciência emergiu pela recusa em aceitar o institucionalizado, como foi
o caso da virada copernicana: por mais que os sentidos afirmem que o sol gira
em torno da terra, a ciência prova que é o contrário. Não aceita outros saberes,
como religião, mitos, senso comum, e mesmo sabedoria. Mesmo assim, não se
pretende acabar com o saber institucionalizado, inventando outro, mesmo que
se chame ciência. Sendo assim, o que caracteriza a educação científica é o
saber duvidar de tudo, duvida até da própria ciência, aplicando a si mesma o
questionamento desconstrutivo. O questionamento precisa, sobretudo, saber
questionar a si mesmo e manter-se questionável.
Nessa perspectiva, acreditamos e defendemos o questionamento
desconstrutivo como fundamental no processo da politicidade emancipatória,
porque abre para o conhecimento crítico, desfazendo a pobreza política
criticamente. Advém a necessidade de participação coletiva, de organização
social.
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8. O QUESTIONAMENTO RECONSTRUTIVO E A PRÁTICA PEDAGÓGICA
A reconstrução do conhecimento pode ser considerara sequencial ao
processo de desconstrução.
Pelo questionamento reconstrutivo o conhecimento é socializado
através de uma atividade que ascende da prática problematizada, de modo a
atingir ta sistematização, compreensão e representação. Nesse contexto,
conhecimento não é repassado, reproduzido, até porque a mente humana é
incapaz de realizar tal atividade, mas reconstruir de modo sempre contextual.
No que afirma Demo (2006), conhecimento sempre implica interpretação e que
interpretação supõe o ponto de vista do sujeito culturalmente contextuado.
Precisamos aprender a captar da realidade existente, o que realmente
ela quer mostrar porque somos sujeitos que agimos sobre ela e cada um a
percebe sob sua perspectiva. O conteúdo a ser lido, interpretado é parte de
cada um de nós. Se permanecermos na condição de apenas reproduzir jamais
conseguiremos transformá-la e nos transformar.
Contrariando esse lógica, a importância que se dá ao ensino é muito
mais de “transmissão” e “aquisição” do conhecimento. O momento da aula ao
invés de favorecer a aprendizagem reconstrutiva política, segue pela
transmissão dos conteúdos dificultando efetivar a aprendizagem.
Entretanto, postulamos que o papel fundamental do professor não é
dar aula, mas fazer o aluno aprender. É preciso que o professor aprenda a
aprender de maneira reconstrutiva política, para saber fazer o aluno a
aprender.
Enquanto a relação professor/aluno/conhecimento for de professor que
dá aula e de aluno que assiste às aulas, a aprendizagem reconstrutiva não
encontra espaço para fecundar o aprender. É preciso instituir na aula,
movimento em que todos atuem como sujeito capaz de história própria, pois
conhecimento só é conhecimento quando formulado pessoalmente, elaborado
com criatividade, interpretado com autonomia. Caso contrário, tende a ser
ignorância.
Sendo assim, a característica da reconstrução do questionamento
científico é o que o aproxima mais da educação, em exigir para sua
cientificidade a combinação da qualidade formal com qualidade política. Diante
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disso reconhecemos a importância da pesquisa como princípio científico
(formal) e educativo (político).
A pesquisa como princípio científico requer atividade fundamental de
reconstruir conhecimento, pois a mera transmissão já não basta.
Com o advento dos meios modernos de comunicação, a simples
transmissão de conhecimento tem ficado a cargo das mídias, que consegue
atingir contingente bem maior e de fácil acesso. A escola que teimar em se
dedicar a apenas reproduzir, sem um diferencial científico aos conteúdos e for
resistente ao uso das novas tecnologias, tende a ficar até mesmo ser destituída
de suas funções.
Nesse sentido, entendemos que a pesquisa significa reconstruir
conhecimento, partindo do que já existe e passando para outro patamar com
maior ou menos originalidade, mas sempre com um passo à frente. Sob
habilidade metodológica científica mínima e capacidade de argumentar. Toda a
pesquisa parte do questionamento, na busca de respostas a questões não
respondidas, desconstruindo para reconstruir e assim, surgir novo
conhecimento.
Aliada a isso, a pesquisa como princípio educativo, é vista como
procedimento para desenvolver o pensamento crítico, a autocrítica do
pesquisador – como sujeito que está sempre aprendendo e capaz de proposta
própria, com condições de saber usar o conhecimento a serviço da cidadania
tanto mais competente.
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9. O USO DA INTERNET COMO INSTRUMENTO DE PESQUISA NA FORMAÇÃO DOCENTE.
A internet é hoje uma das mais importantes fontes de informação para
os mais diversos campos do conhecimento. Devido a isso, transformou-se em
uma ferramenta indispensável para a educação. Leva o status hoje de maior
acervo de dados disponíveis à disposição de todos os interessados e de fácil
acesso, graças à sofisticação das novas tecnologias no mundo inteiro.
O fenômeno da globalização traz consigo a exigência em lidar com as
informações velozmente e sempre atualizadas, embora nem sempre confiáveis,
mas mesmo assim o uso do computador se tornou essencial numa perspectiva
global. Nesse sentido, a tecnologia da informação se transformou em
ferramenta indispensável no processo ensino e aprendizagem e de inserção do
professor e alunos democratizando seu acesso.
O papel da educação deve voltar-se também para a democratização do
acesso ao conhecimento, produção e interpretação dessas novas tecnologias,
suas linguagens e consequências. Sendo que se faz necessário preparar o
professor para seu uso pedagogicamente na formação de cidadãos
desenvolvendo suas capacidades de interpretar e produzir conhecimento.
Assim, exige um novo perfil de professor, que deverá ultrapassar seu
papel autoritário e detentor do conhecimento, pois já não é mais o dono da
verdade, para se tornar investigador, pesquisador do conhecimento crítico e
reflexivo. E, ainda ser inovador, criativo, articulador, e principalmente parceiro
de seus alunos na relação com a aprendizagem. Sob esta nova visão, assume
postura de professor facilitador, onde professor-aluno-conhecimento, mudam o
foco do ensinar para reproduzir conhecimento e passa a se preocupar com o
aprender a aprender, descrevendo possibilidades de realizar pesquisa no
coletivo, efetivar busca de informações e investigação para produção de seu
próprio conhecimento e do seu aluno.
A educação deixa de ser a da memorização da informação transmitida
pelo professor e passa a ser a de produzir conhecimento com mão própria.
Pesquisar na internet é uma habilidade complexa a ser construída pelo
professor para que ele saiba como solicitá-la, conduzi-la e avaliá-la ao propor
pesquisa aos alunos. Uma boa busca se faz com boas ferramentas, ou seja,
sites confiáveis e certo domínio na área das tecnologias.
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A tarefa do professor nesse processo de introdução à pesquisa na
internet tem que ser a de se colocar a pesquisar como se fosse o aluno e
refletir sobre a atividade. Ver se há clareza onde se pretende chegar com a
pesquisa: o que pesquisar e para quê? Ter como objetivo saber buscar e
selecionar informação disponível na internet, refletindo sobre as competências
a serem desenvolvidas pelos alunos e contextualizar a pesquisa em âmbito
científico de reconstrução do conhecimento para elaboração de produção
própria de conhecimento.
É o que afirma Demo (2006, p. 8-9)O compromisso político com o aprimoramento da aprendizagem dos alunos permanece, enquanto que [...] a fundamentação teórica é essencial, mas sempre instrumental apenas. Para que o aluno aprenda bem, é imprescindível que o professor continue aprendendo bem, na posição de “eterno aprendiz. (DEMO, 2006, p.8-9).
Assim, a preocupação do professor, do mediador ou do facilitador
envolvidos com o processo de ensino e aprendizagem, deveria ser assumir a
busca pelo aprimoramento em formação contínua e significar a sua prática
docente através da prática de pesquisa científica.
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10. ATIVIDADES A partir do referencial teórico esboçado elaboramos o conjunto de
atividades que seguem a serem desenvolvidas em 8 encontros:
1° EncontroNo primeiro encontro pretendemos fazer a apresentação da proposta
de intervenção junto aos professores participantes. Iniciar os trabalhos no
coletivo, através da interpretação da obra de arte de Portinari “a roda”, (não
disponibilizada no material), para provocar a participação ao mesmo tempo
colocar em prática didática para usar em sala de aula. Cogita-se ainda fazer
uma discussão sobre o questionário que responderam previamente.
Serão promovidos momentos de leitura e reflexão para discutir a
respeito dessas novas práticas inovadoras usando o trabalho de Pedro Demo
(2000), que se fundamenta na dialética. A leitura sugerida é: “Metodologia do
Conhecimento Científico – Introdução”, obra na qual o autor procura ressaltar o
conhecimento científico, como conhecimento sempre questionável e
evidenciando a importância da pesquisa.
Em alguns encontros os participantes serão colocados a participarem
de maneira produtiva, elaborando suas próprias produções. Receberão uma
questão que será distribuída no início do encontro, individual e aleatoriamente,
mesmo as questões iguais. E ao final do encontro, será reservado momento
para leituras, onde cada um realiza a leitura sobre o que observou e avaliou.
Além de promover a participação essa estratégia contribui também para traçar
a condução das atividades do próximo encontro.
• Questões para avaliação do encontro:
1- Como você percebeu o encaminhamento do trabalho durante o
dia, tendo como foco o planejamento proposto (coerência entre a proposta e o
trabalho: as estratégias utilizadas; o processo de avaliação) ?
2- Como você avalia o movimento do grupo frente a proposta
desenvolvida nesse encontro. (inquietações; preocupações; envolvimento nas
atividades)?
3- Dos aspectos trabalhados no dia de hoje para quais precisamos
enquanto professores e profissionais da educação dar maior atenção?
4- Diante das discussões realizadas neste encontro sinalize aquelas
que para você geram inquietações ?
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5- Partindo das reflexões e discussões no coletivo qual perfil que um
professor precisa ter para garantir a aprendizagem dos alunos?
6- Analisando os aspectos discutidos no dia de hoje sobre
metodologia do conhecimento cientifico, que tratamento podem ser dado aos
conteúdos no cotidiano na sala de aula, que venham contribuir na motivação
dos alunos em aprender?
7- Para você conhecimento cientifico é? Comente.
8- Quais as relações pertinentes encontradas no trabalho
desenvolvido pelo professor PDE e sua pratica em sala de aula? Ou em suas
atividades pedagógicas? Contribua dando sugestão.
9- Sobre a interpretação da obra de Portinari, que aspecto lhe
chamou mais atenção ? E o que podemos aprender com ela ? Comente.
10- Em que momento você percebeu o grupo mais introspectivo?
2° Encontro
Colocaremos em discussão alguns assuntos pertinentes da aula
anterior, retomando o assunto para dar continuidade ao trabalho.
Para melhor entendimento sobre o conhecimento e o processo
histórico-cultural, assistiremos recortes do filme: A guerra do fogo, que
aproxima para esse entendimento.
Realizaremos também uma leitura e reflexão para discussão sobre a
obra de Pedro Demo, (2000), e o filme para produção individual (material a ser
disponibilizado no Blog). O texto para leitura é:
• Definindo Conhecimento científico- Cap. 1, é especificamente
sobre conhecimento científico e da necessidade da pesquisa e da discussão
para o conhecimento se manter vivo, dinâmico.
• Questões sobre a avaliação do encontro:
1- O filme apresentado conseguiu passar uma reflexão pertinente ao
propósito dos trabalhos desenvolvidos? Deixe sua contribuição.
2- Como você avalia o movimento do grupo frente a proposta
desenvolvida nesse encontro. ( inquietações; preocupações; envolvimento nas
atividades)?
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3- Dos aspectos trabalhados no dia de hoje para quais precisamos
enquanto professores e profissionais da educação dar maior atenção?
4- Diante das discussões realizadas neste encontro sinalize aquelas
que para você geram inquietações?
5- Partindo da reflexão e discussão no coletivo é possível trabalhar
em sala de aula provocando o conhecimento pelo questionamento? Cite
aspectos positivos e negativos que enfrentaria nesta situação.
6- Analisando os aspectos discutidos no dia de hoje sobre
metodologia do conhecimento cientifico, que tratamento pode ser dado aos
conteúdos no cotidiano de sala de aula, que venham contribuir na motivação
dos alunos em aprender?
7- Há diferença entre conhecimento cientifico e informação?
Comente.
8- Quais as relações pertinentes encontradas no trabalho
desenvolvido pelo professor PDE e sua prática em sala de aula? Ou em suas
atividades pedagógicas? Contribua dando sugestão.
9- O trabalho do dia de hoje contribuiu para repensar sua prática e
melhorar o seu trabalho? Comente.
10- Em que momento você percebeu o grupo mais introspectivo?
3° Encontro Exibiremos um Vídeo para reflexão: Mudança de paradigmas e
realizaremos uma leitura e reflexão para estabelecer um pequeno debate
sobre o texto do autor Pedro Demo (2000) da obra Metodologia do
Conhecimento Científico. O texto para leitura é:
• Capitulo 3 – Dinâmica da Desconstrução e da Reconstrução -
evidenciando a elaboração de produções próprias, saindo de um processo que
só sabe transmitir e reproduzir.
4° Encontro Estabeleceremos discussões sobre a Internet e critérios para uso de
sites de Pesquisa e como organizar a pesquisa (em pasta no computador).
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Realizaremos pesquisa na internet na sua área disciplinar elaborando
produção própria para colocar no Blog. Interagir com esta tecnologia.
Vídeo: Metodologia ou tecnologia?
Situação muito propicia para reflexão e discussão sobre o uso das
tecnologias na escola
Leitura e reflexão sobre o texto do autor Pedro Demo, (2006), sobre a
obra Pesquisa: Princípio científico e Educativo. A leitura sugerida é:
• Capitulo 1 – Pesquisar – O que é? O autor tenta desmitificar o
conceito de pesquisa colocando-a a serviço da emancipação.
• Questões sobre avaliação do encontro
1- O que aprendemos?
2- Quanto aprendemos?
3- Como nos sentimos com relação ao que aprendemos?
4- Como o professor pode orientar os trabalhos de pesquisa para
que os alunos realizem buscas produtivas?
5- Sobre o vídeo apresentado, como você vê o uso das tecnologias
em sua escola? E em sua prática? Contribua dando sugestão.
6- O ambiente de aprendizagem é uma sala de aula (informática),
como você sente a relação professor-aluno; professor-aluno-conhecimento;
aluno-aluno; aluno-professor. Não se esqueça que hoje você está no lugar de
aluno.
5° EncontroOficina de construção de Blog, com a Professora Rita de Cássia
Delconte Ferreira assessora pedagógica do CRTE- núcleo de Campo Mourão-
Pr. Objetiva instrumentar o professor ao uso das tecnologias, democratizando
o acesso e constituindo em mais uma ferramenta com possibilidades de
ampliar seu conhecimento e promover interações, especialmente com seus
alunos. Inserindo as produções já realizadas durante os encontros anteriores.
6° EncontroApresentação do filme: O Sorriso de Mona Lisa.
Retomando o texto da obra de Pedro Demo (2000), Pesquisa: Princípio
Científico e Educativo. Com a leitura:
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• Capitulo 1 – Pesquisa como princípio científico e educativo.
Leitura e discussão sobre o tema para produção individual.
7° EncontroReflexão: sobre o texto de Rubem Alves, “Entre a ciência e a
sapiência” o dilema da educação.
Leitura e discussão sobre a obra de Pedro Demo(2006), Pesquisa:
princípio científico e educativo, para refazerem o questionário diagnóstico com
o objetivo de verificar se ocorreu a aprendizagem.
• Capitulo 2 - Pesquisa como princípio científico
• Capitulo 3 - Pesquisa como princípio educativo.
8° EncontroRealizar pesquisa na internet na sua área disciplinar elaborando
produção própria para colocar no Blog. Interagir com esta tecnologia.
Dinâmica de encerramento: “Qual é a tua obra”? É o momento de
reflexão sobre seu papel na educação. Em grupo, através de discussão
pertinente ao tema, assumem o desafio de apresentar sua obra construída com
material de sucatas.
Registrar com fotos os momentos da dinâmica e produção dos
participantes para disponibilizar no blog.
Os participantes no individual serão desafiados a fazer avaliação
escrita ou on line sobre o curso, contribuindo com a composição de material
para o professor PDE.
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CONSIDERAÇÕES
O presente trabalho pretende compreender ações que constituem a
prática docente contribuindo com a formação do professor para o seu
desenvolvimento profissional exigidas pelo novo desafio do mundo globalizado,
que reflete no distanciamento em que o processo educacional tem se colocado,
com o desencantamento dos professores e desinteresse dos alunos em
aprender.
Com vista ao enfrentamento desta problemática entendemos a
necessidade de buscar suporte teórico que sirva de reflexões e apoio para a
prática docente com o objetivo de significar a educação e em instrumentar o
professor em sua função para atender a essas novas exigências, e assim
contribuir com o processo de democratização do ensino, efetivando uma
educação que atenda igualmente todos os alunos, a começar pelo professor no
domínio do conhecimento científico e do uso das novas tecnologias,
principalmente a internet.
Para tanto buscamos o estudo teórico-metodológico pela pesquisa e
inclusão digital que permita professor e aluno exercitarem uma educação que
promova a transformação de consciência à consolidação de uma sociedade
emancipatória, efetivando a participação cidadã. Da mesma forma buscamos
enfatizar ações pedagógicas no contexto escolar como principal espaço para a
socialização do conhecimento e desenvolvimento da formação humana. Para
isso se faz necessário um encaminhamento metodológico de conduzir os
trabalhos em sala de aula e mudança de postura do professor, o que justifica o
estudo do conhecimento científico pela pesquisa.
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REFERÊNCIAS
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RJ. Ed. Civilização Brasileira. 1984.
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TOMANIK, Eduardo Augusto. O olhar no espelho. “ conversar” sobre a
pesquisa em ciências sociais. – Maringá: EDUEM, 1994.
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APÊNDICE
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Questões que compuseram o questionário de investigação junto aos
professores participantes do curso.
1- O que você entende por conhecimento?
2- E por conhecimento científico?
3- O que você entende por pesquisa?
4- Em sua opinião, a quem cabe fazer pesquisa e onde se faz pesquisa?
5- A pesquisa se faz presente na escola? Se sim, como? Se não, por quê?
6- Como as Pesquisas são encaminhadas pelos professores na escola e,
quais poderiam ser as contribuições desta prática?
7- Hoje em dia quais são os instrumentos de busca mais utilizados, ou
seja, onde as pessoas que fazem pesquisa buscam informações?
8- A internet pode ser considerada uma fonte de pesquisa na escola?
Justifique.
9- Você utiliza a Internet para realizar pesquisas? Se sim, descreva uma
situação em que isso acontece ou aconteceu. Se não, justifique.
10- Cite alguns dos aspectos que você analisa em um site, quando faz
pesquisa (só responda se você utiliza esse recurso).
11- Você toma o cuidado de fazer uma avaliação do site antes de usá-lo? O
que observa? (só responda se você utiliza a internet como forma de fazer
pesquisa)
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