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Motoristas reclamam dos estacionamentos nos campi. Um olhar atento, porém, mostra que o problema no trânsito é mais amplo e passa pelo respeito ao direito e ao espaço do outro [5] Natália Nascimento F F a a l l t t a a d d e e V V a a g g a a s s ? ? JORNAL‐LABORATÓRIO DO CURSO DE JORNALISMO UFU ANO 02 Nº 10 JUNHO‐JULHO/2012 CIÊNCIA: Pesquisa analisa mudanças na composição da classe média [3] Educação sexual nas escolas públicas de Uberlândia é tema de estudo [3] ATUALIDADES: Sisu altera perfil do ingressante da UFU [4] Presidente do INEP avalia Reuni [6] CULTURA & LAZER: Dependência tecnológica ocasiona problemas físicos [7] Comemorações juninas movimentam Uberlândia [8]

Senso Incomum nº 10 - junho/julho 2012

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As cenas se repetem constantemente nos campi, basta uma volta pelas ruas internas e nos deparamos com automóveis estacionados em locais impróprios, motoristas que não respeitam as faixas de pedestres e pedestres que atravessam em qualquer espaço, menos naquele com a sinalização específica, além de veículos que ocupam as vagas destinadas a pessoas com mobilidade reduzida, como cadeirantes ou idosos. A UFU possui estrutura material e humana para desenvolver campanhas educativas que orientem motoristas e pedestres a transitar de modo correto pelo espaço interno dos campi, respeitando os direitos do outro. Uma ação dessa natureza traria resultados importantes, pois com ela a universidade estaria também cumprindo seu papel social de formar cidadãos mais respeitosos e responsáveis.

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Page 1: Senso Incomum nº 10 - junho/julho 2012

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JORNAL‐LABORATÓRIO DO CURSO DE JORNALISMO UFU ● ANO 02 ● Nº 10 ● JUNHO‐JULHO/2012

CIÊNCIA: Pesquisa analisa mudanças na composição da classe média [3]• Educação sexual

nas escolas públicas de Uberlândia é tema de estudo [3] ATUALIDADES: Sisu altera perfil

do ingressante da UFU [4]•Presidente do INEP avalia Reuni [6] CULTURA & LAZER:Dependência tecnológica ocasiona problemas físicos [7]•Comemorações juninas

movimentam Uberlândia [8]

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ExpedienteO jornal-laboratório Senso (in) Comum éproduzido por discentes, docentes e técnicosdo curso de Comunicação Social – habilitaçãoem Jornalismo da Universidade Federal deUberlândia, como projeto de graduação eatividade curricular.

instituiçãoReitor: Alfredo Julio Fernandes Neto/ Diretor daFACED: Marcelo Soares Pereira da Silva/Coorde-nadora do curso de Jornalismo: Adriana Omena

equipeEditora-chefe: Ana Spannenberg (MTb 9453) /Re-portagem, redação e edição: Ana Flávia Bernardes,Cindhi Belafonte, Lucas Felipe Jerônimo e NatáliaNascimento/Arte e Diagramação: Danielle Buiatti

colaboraçãoReportagem e redação: Aline de Sá, Ana BeatrizTuma, Angélica Guimarães, Brunner Macedo,Cíntia Sousa, Felipe Saldanha, Karla Fonseca,Lucas Martin, Renato Henriques de Faria e YaraDiniz / Opinião: Aline de Sá, Ana Flávia Bernardes,Karla Fonseca e Stella Vieira / Fotografia: Ana Flá-via Bernardes, Ana Gabriela Faria, AngélicaGuimarães, Felipe Saldanha, Gisllene Rodrigues,Lucas Felipe Jerônimo, Maria Tereza Borges,

Natália Nascimento e Yara Diniz

As imagens que foram utilizadas na página 8, nasseções Senso Musical, Página Aberta, SessãoPipoca e Penso, Logo Clico, são de divulgação.Tiragem: 2000 exemplaresImpressão: Imprensa Universitária/Gráfica UFUE-mail: [email protected]: sensoincomumufu.blogspot.comTwitter: @_sensoincomumTelefone: (34) 3239-4163

As cenas se repetem constantemente noscampi, basta uma volta pelas ruas internas e nosdeparamos com automóveis estacionados em lo-cais impróprios, motoristas que não respeitam asfaixas de pedestres e pedestres que atravessamem qualquer espaço, menos naquele com a sinali-zação específica, além de veículos que ocupam asvagas destinadas a pessoas com mobilidade redu-zida, como cadeirantes ou idosos. A segurança in-terna da universidade não possui autoridade parapunir as infrações cometidas, mas a instituição

tem condições de trabalhar para solucionar ascausas do problema. A conscientização é, semdúvida, o melhor modo. A UFU possui estruturamaterial e humana para desenvolver campanhaseducativas que orientem motoristas e pedestres atransitar de modo correto pelo espaço internodos campi, respeitando os direitos do outro. Umaação dessa natureza traria resultados importan-tes, pois com ela a universidade estaria tambémcumprindo seu papel social de formar cidadãosmais respeitosos e responsáveis.

Conscientizar é o caminho

Editorial

Um grande desafio que a populaçãobrasileira tem é com tratamento adequado dolixo. Devido a este problema, o governo vemlançando programas e políticas em prol daorganização e do destino apropriado dos resíduossólidos, como, por exemplo, a campanha “Separeo lixo e acerte na lata”. Criada em 2011 peloMinistério do Meio Ambiente, em parceria como Governo Federal, a campanha tem comoprincipais objetivos conscientizar e mobilizar asociedade em relação à separação adequada dolixo e aumentar o índice de reciclagem no Brasil.

De acordo com o artigo nº 54 da PolíticaNacional de Resíduos Sólidos (PNRS) , quecompleta um ano no dia 2 de agosto, estáprevisto que em meados de 2014 o Brasil nãoterá mais lixões a céu aberto e será proibidodeixar terrenos baldios sujos, como osencontrados na maioria dos cidades. A leidecretada em Brasília pelo Congresso Nacionalobjetiva ter benefícios no âmbito econômico,social e ambiental. Mas, para que isso aconteça,dependemos da boa vontade dos cidadãos

brasileiros em relação à boa manutenção domeio ambiente. Os programas propostos pelasinstituições são fáceis de realizar, porém exigemdedicação das pessoas para que haja bonsresultados.

Aqui na UFU o meio ambiente tambémpreocupa. A instituição implantou a coletaseletiva de materiais recicláveis com o intuito deque alunos, professores e servidores pudessemparticipar e auxiliar no desenvolvimento deprojetos que beneficiam a sustentabilidade. Acoleta já está acontecendo e podemos observarque as lixeiras estão colocadas em lugares commovimento. É necessário, porém, conscientizaros universitários e demais funcionários para queo resultado esperado seja alcançado. Uma dasformas para que isso aconteça é educar, informaràs pessoas que frequentam os locais em que acoleta seletiva foi introduzida, sempre pensandoem novas formas de chamar a atenção e convidá-los a participar de todo o processo de seleção dolixo e reciclagem. Somente se sentindo parte épossível colaborar.

VOZES

Ana Flávia Bernardes

Acerte na lata!

Já dizia o ditado popular que "religião, po-lítica e futebol não se discute". Não bastasse asdiscussões intermináveis que vemos mundo a fo-ra acerca dos dois últimos assuntos, agora derampara colocar em pauta as crenças dos indivíduos.Ou melhor, deram para ridicularizar aqueles que,por algum motivo, seguem um Deus, deuses, san-tos, anjos, estátuas, animais ou qualquer coisatranscendental que dê motivo a nossa existência.A moda agora é, simplesmente, não crer.

Longe de mim abordar o absurdo ou nãodo ateísmo. O que quero é reivindicar o meu di-reito de ter uma fé, de frequentar um lugar que,na minha concepção, é sagrado, sim, de carregarcomigo um pé de coelho ou um trevo de quatrofolhas, usar minha cueca da sorte durante um Co-rinthians e Palmeiras ou colocar minha galinhadepenada e velas pretas na encruzilhada mais pró-xima sem que ninguém me chame de alienada, bi-tolada e afins.

Diariamente nos deparamos com notíci-as que apresentam verdadeiras catástrofes provo-cadas por intolerância religiosa. Nesse contexto,muitos citariam John Lennon e seu “Imagine”, di-zendo que o mundo seria bem melhor se não exis-tissem essas tais religiões. Se me permitem,

discordo completamente do saudoso líder dosBeatles. O mundo seria bem melhor, e esperoque um dia seja, se as pessoas tivessem o mínimode respeito umas pelas outras.

Muitas vezes vi exércitos em cima de ummuro levantando a bandeira de que devemos res-peitar a opinião alheia. O que me surpreende é aterrível incapacidade dessas mesmas pessoas emlidarem com pontos de vista diferentes dos deles.Por outro lado, também já vi santos caminharemrumo a suas igrejas para participarem de seus ri-tos sagrados com suas vestimentas pomposas esua convicção de que são pessoas de bem, en-quanto muitos maltrapilhos passam despercebi-dos ao longo do caminho. Maltrapilhos que,muitas vezes, recebem uma ajuda de alguém quenão tem um Deus, mas tem a consciência de quetodos têm o direito à dignidade.

Pois bem. O que quero dizer, ou melhor,o que quero implorar nessas breves reflexões é omeu direito de ter a minha fé, dando a garantiaque cumprirei tudo aquilo que prego e sigo. Vo-cês me dão o direito de crer, eu lhes dou o direitode não crer e assim caminha a humanidade: cré-dulos e incrédulos que buscam, cada qual a suamaneira, um mundo melhor.

Religiões, ateísmo e respeitoVOZES

Aline de Sá

Bazinga!

Sentado sozinho no banco da pracinha on-de passara boa parte da infância, ou melhor, da vi-da, revia cada momento passando lentamenteperante seus olhos. Praça vazia, a mesma que naépoca de moleque vivia cheia de outras criançascorrendo, subindo em árvores, agora não havianem mesmo um cachorro de rua.

Se fixar bem os olhos no antigo balanço,verá sua mãe atrás da criança frágil que era, em-purrando suas costas tão levemente que ele mes-mo não percebia que era ela quem fazia obrinquedo ir alto e depois voltar. Esticava os de-dos, tentava alcançar o céu, mal sabia que suamãe estava ali o tempo todo e, por causa dela, che-gava tão perto de tocar aquele azul.

Criança superprotegida, cheia de mimos,nunca sequer pôde subir numa árvore. Percebeuque sua infância foi contemplada por uma pala-vra: nunca. E se viu arrependido por nunca terquebrado um braço, nunca ter planejado fugir decasa, mesmo que aquilo significasse só birra mes-mo. “Foi a educação que mamãe deu, sempre tãoprotetora...”, justificou em voz alta.

Mas logo voltou ao filme que estava reven-do e agora sua juventude vinha à cabeça: naquelamesma praça, mais distante do parquinho, agoraperto dos bancos brancos, perto de seu Francis-co, vendedor da melhor maçã do amor capaz deconquistar qualquer garota. A moça de cabelos

trançados e vestido florido surge, então, comoum flash em seus pensamentos nostálgicos, elarodopia no ar e seu coração se comprime ao pen-sar que nunca teve coragem de ao menos convi-da-la para um passeio.

Nunca puxou papo, nunca a deixou desco-brir o tom de sua voz, não se deu a oportunidadede mostrar que era um rapaz legal, que ouvia seusdiscos à tardinha e recitava poesia para ninguémouvir. Mais uma vez, a palavrinha chata “nunca”permeando sua vida. “Devia estar só de passagem,nunca mais a vi...”, tenta ele mesmo se consolar.

Agora o longa chega a uma cena crucial:seus filhos. A mãe os tirou da cidadezinha quan-do ainda eram pequenos, dizia que precisavamde uma cidade maior, com mais recursos, longedos desocupados que viviam naquela “vila”, co-mo ela costumava alcunhar. O velho não aguen-tou a cidade grande e abandonou lá filhos eesposa, nunca a amou e, mais uma vez, percebe apalavrinha também na fase adulta.

Ainda sentado no banco da praça quepassou grande parte da vida, o filme em preto ebranco vai chegando ao fim e ele avista, de longe,um cartaz que acabara de ser colado, as letras gar-rafais diziam: “Nunca diga nunca”. Achou estra-nho a palavra proibida ter sido repetida duasvezes, só se esqueceu de contar quantas vezes elahavia se repetido em sua própria vida.

VOZES

Karla Fonseca

Nunca diga nunca

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Pesquisa busca definir classe médiaProfessora do Instituto de Ciências Sociais explica quem faz parte dessa camada social

que define a classe média equais são as características dequem a integra? Como ela secomporta em relação às políti-

cas brasileiras? O projeto “Classe Médiae Política no Brasil Contemporâneo”,coordenado pela professora PatríciaTrópia, do Instituto de Ciências Sociaisda UFU, busca as respostas para pergun-tas como essas.

O projeto estuda os auditores fis-cais, que são funcionários públicos e fa-zem parte da alta classe média, e oscomerciários, que são os trabalhadoresdo comércio e compõem a baixa classe

média. Para conceituar essa classe, a pes-quisa não enfoca somente a renda daspessoas, mas outros aspectos que as en-volvem, considerando a visão de mundoque têm, a relação que estabelecem comoutros grupos da sociedade e a maneiracom que trabalham e dispõem do lazer.O Senso (in) comum entrevistou a coorde-nadora do projeto, que conversa sobrequestões relacionadas com o projeto e osresultados da pesquisa.

Senso (in) comum: Qual é oobjetivo do projeto? Analisar a altaclasse média e a baixa classe média dianteda política brasileira, estudando como es-

ses setores se comportam diante das polí-ticas implementadas pelo governo Lula –a industrial, a econômica, a tributária –vendo de que maneira os interesses des-sas frações da classe média são frustradosou não em relação a essas políticas.

Senso: Qual é o conceito declasse média? A gente parte de umadefinição que difere da concepção domi-nante. Na nossa pesquisa, classe médianão pode ser identificada apenas do pon-to de vista econômico. Não é apenas arenda, o montante de salário ou o pa-drão de consumo que a definem. Classemédia é um conceito mais complexo,que diz respeito à forma como os traba-lhadores se pensam em relação à divisãodo trabalho, à sociedade, ao consumo eà política.

Senso: Qual é a diferença en-tre burguesia, proletariado e classemédia? Essa questão é bem complexa.Fundamentalmente, a classe trabalhado-ra se diferencia da burguesia em funçãoda propriedade dos meios de produção.Agora, entre os trabalhadores assalaria-dos – ou seja, entre o proletariado e aclasse média – a grande diferença diz res-peito à posição na divisão do trabalho.Ou seja, os trabalhadores manuais – quenão têm autonomia no local de trabalho– e os trabalhadores não manuais – quesão os de escritório, comércio, bancos, se-tor de serviços, que trabalham na burocra-cia e que fazem um trabalho muito maisde gestão, de organização, do que propri-amente de produção.

Senso: Quais são os resulta-dos atuais do projeto? A gente temuma pesquisa grande com auditores fis-cais, por um lado, e com comerciários,por outro. Os comerciários têm geral-mente salários baixos, precárias condi-ções de trabalho, mas, apesar disto, têmuma atuação política, uma atuação sindi-cal bastante de retaguarda. Ou seja, nãoé um setor que tem uma organização ati-va, que realiza greves. Por sua vez, no ca-so dos auditores fiscais, que constituemuma das carreiras mais importantes doestado, que são responsáveis pela fiscali-zação dos tributos e que têm um dosmaiores salários, têm uma organizaçãosindical extremamente consistente. Qua-se 90% dos auditores são filiados a suaentidade. Diante destas grandes diferen-ças, a nossa pesquisa mostrou que é pos-sível identificar, entre os comerciários eos auditores fiscais, indicadores de queeles fazem parte da classe média. A nossapesquisa tem respondido que sim. Porparte dos auditores, porque eles são ex-tremamente apegados à ideologia da me-ritocracia. E, no caso dos comerciários,embora esse apego à visão meritocráticanão seja tão forte, ela também está pre-sente, porque os comerciários tendem aver o trabalho deles como um trabalhoespecial, de quem precisa de um dom pa-ra venda, e que, por isso, devido a certascaracterísticas especiais, precisa ser reco-nhecido socialmente como diferente dostrabalhadores manuais e do proletariadopropriamente dito.

""CCllaassssee mmééddiiaaéé uumm ccoonncceeiittooccoommpplleexxoo,, qquueeddiizz rreessppeeiittoo àà

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Ana Beatriz Tuma e Felipe Saldanha

Felipe Saldanha

ENTREVISTA

Sexualidade ainda é tabu nas escolas de ensino básicoEstudo da Pedagogia mostra como alguns temas do cotidiano são ignorados em sala de aula

O livro didático é considerado por muitospesquisadores como a principal ferramenta de es-tudo nas escolas. O projeto “Corpo e Sexualidadeno ensino de Ciências: experiências de sala de au-la”, coordenado pela professora Elenita Pinheirode Queiroz, do curso de Pedagogia da UFU, deba-te um pouco sobre isso, e tem como objetivoidentificar de que forma as questões ligadas aocorpo humano e à sexualidade são abordadas nasescolas de Ensino Fundamental.

O projeto foi criado a partir da associaçãoda pesquisa de doutorado da coordenadora, queaborda os discursos que a biologia produz sobrecorpo, com o contato dos professores em exercí-cio da rede pública de Uberlândia e com as alunasdo curso de Pedagogia que já ministram aulas. Deacordo com Elenita, a questão da sexualidade équase sempre relatada como um problema na es-cola. “As professoras levantam como problemajustamente as discussões sobre a relação social, asrelações como os alunos apresentam as experiên-cias que eles vivem com o próprio corpo e com adimensão da sexualidade”, afirma.

Jacqueline Nascimento Gonçalves, alunado 4º ano de pedagogia, é bolsista do projeto eafirma que os professores realmente têm dificul-dade em tratar de temas como sexo, gravidez naadolescência, homossexualismo, entre outros, nasescolas. “Nós não vimos isso ao longo do cursode graduação. Vimos sempre o corpo somente pe-lo lado biológico, e não por esse lado cultural,que também faz parte do organismo”, declara.

Segundo a coordenadora da pesquisa, aprimeira etapa feita pelos participantes do proje-to e pelos professores da escola é um debate teóri-co, para compreender qual é o conceito desexualidade. “A sexualidade e o corpo são concei-tos que estão no intermédio da dimensão biológi-ca e da dimensão cultural, histórica, social”,argumenta.

O Ministério da Educação, em parceriacom a Secretaria de Educação e Diversidade, temfinanciado cursos de especialização e pesquisassobre o tema e também sobre as relações de gêne-ro no CEMEPE (Centro Municipal de Estudos eProjetos Educacionais Julieta Diniz) . Além disso,

diversas universidades dopaís, por meio de projetosde extensão, têm elaboradomateriais de apoio para osprofessores das escolas denível básico.

Em Uberlândia, asreuniões para debater o as-sunto acontecem no CE-MEPE. Elenita conta que,para os professores partici-pantes, são disponibilizadosmateriais midiáticos quediscutem as questões cultu-rais da sexualidade como,por exemplo, filmes, músi-cas, propagandas e progra-mas televisivos, queapresentam como as mídiastratam o conteúdo que en-volve o corpo humano. “Eu acho importante issoser tratado em sala de aula, pois é o que os alunosvivenciam em seu dia a dia. É o que eles vêem na

rua. O que eles vivem no cotidiano parece ser ig-norado em sala de aula”, comenta a bolsista Jac-queline.

Elenita e Jacqueline explicam que as escolas abordam o assunto apenas do pontode vista biológico e não cultural

Ana Flávia Bernardes, Cindhi Belafonte e Natália Nascimento

Ana Flávia Bernardes

Page 4: Senso Incomum nº 10 - junho/julho 2012

Escolher uma profissão é, para muitos jo-vens, um grande desafio. Mas essa não é a únicaescolha que os alunos, ao saírem do Ensino Mé-dio, precisam fazer. Além de saber o curso é preci-so decidir a universidade. Alguns optam porestudar onde moram os pais, outros preferem mu-

dar de cidade. A adesão da UFU ao Siste-ma de Seleção Unificada (Sisu) noprocesso seletivo do primeiro semestrede 2012 possibilitou que alunos de diver-sas partes do país pudessem optar pelauniversidade mineira, o que trouxe inqui-etação a população de Uberlândia e re-gião.

O Sisu seleciona os alunos com ba-se nas notas obtidas no Exame Nacionaldo Ensino Médio (Enem), por isso o alu-no pode escolher duas opções de cursosoferecidos pelas instituições participantesdo processo. O estudante, Pedro Paulo deCarvalho Brito, veio de Palmas/TO paraestudar Engenharia Aeronáutica na UFU.Ele conta que a adesão da universidade aoSisu facilitou a vinda para a Uberlândia.“O fato de você não ter que vir para cá[Uberlândia] para fazer a prova facilitoubastante”, conta Brito.

A primeira experiência da UFUcom o Sisu foi no semestre 2011/1, nocampus do Pontal. Antes da adesão ao sis-tema, havia dificuldade para preencher as

vagas no Pontal. “Nós tínhamos em torno de 50 a60% da ocupação das vagas e, com a experiência2011/1, preenchemos 99% das vagas”, explica opró-reitor de graduação, Waldenor de Moraes. Noprocesso seletivo 2012/1, a UFU aderiu o sistemaem todas as unidades. O total de ocupação das va-

gas foi de 96%.A cearense, Adna Vieira Soares Correia,

deixou a cidade natal Caruaru para estudar Enge-nharia Biomédica na UFU. A estudante tambémpassou na Universidade Federal de Alagoas parao curso de Farmácia, mas quando foi aprovada naUFU, optou por estudar em Uberlândia. “Com oSisu eu tive a oportunidade de escolher o cursoque eu queria, sempre quis morar longe e eu vi naUFU essa oportunidade”, revela Adna.

Uberlandenses e regiãoA adesão da UFU ao Sisu fez com que os

estudantes de Uberlândia e região concorreres-sem com alunos de todo o país. Os dados finais re-velam que 25% das vagas foram ocupadas porestudantes com naturalidade de Uberlândia e 42%com alunos de outras cidades de Minas Gerais.

A estudante de Matemática, Laura Mayo-ral, nasceu e mora em Uberlândia, e optou por fi-car na cidade para permanecer perto da família.Ao saber que a UFU iria aderir ao Sisu, Laura con-ta que pensou que seria mais difícil conseguiruma vaga. “No começo achei que ia ser mais difí-cil que o vestibular, porque era o Brasil inteiroque podia se inscrever na UFU, mas acabou sen-do mais fácil”, conta.

Leonardo Hamawaki França mora em Ara-guari e chegou a realizar matricula na UniversidadeFederal de Goiás para o curso de Administração,mas quando passou na UFU para Comunicação

Social optou por ficar em Uberlândia. França acre-dita que a adesão da UFU ao Sisu, de certo modo,prejudicou os alunos de Uberlândia e região.“Com o sistema do Sisu você tem opção de passarem qualquer universidade do Brasil. Por exemplo,alguém do Rio Grande do Sul, que não pode semudar para Uberlândia, pode colocar a UFU co-mo opção apenas para dizer que passou em algumlugar”, comenta o graduando.

O aluno de engenharia mecatrônica,Adam Krisller dos Reis Guimarães, acredita queadesão da UFU ao Sisu fez aumentar a concor-rência, principalmente para os cursos mais pro-curados. Por outro lado, Guimarães argumentaque o Sistema possibilitou aos estudantes deUberlândia procurar outras universidades. Eleacrescenta que “o prejuízo é apenas para quemquer ingressar exclusivamente na UFU”.

Para o próximo ingresso (2012/2) , aUFU vai realizar um processo seletivo próprio,no formato dos vestibulares tradicionais. Já paraos processos seletivos de 2013, Waldenor de Mo-raes revela que ainda não há uma decisão, mascomenta que levará ao Conselho de Graduação(Congrad) uma proposta para a adesão ao Sisunos dois semestres do próximo ano.

Angélica Guimarães, Cíntia Sousa e Gisllene Rodrigues

Pedro só escolheu a UFU por causa do Sisu

Gisllene Rodrigues

Calouros avaliam processo seletivoCom adesão ao Sisu, UFU passa a atrair estudantes de várias regiões do país

INGRESSO

Lixeiras passaram dois meses em teste e a separação dos resíduos começa em junhoColeta seletiva é efetivada na universidade

Lucas Felipe Jerônimo

Milhares de pessoas circulam diariamentepelos campi da UFU. O público, composto de es-tudantes, professores, técnicos e a comunidade,produz quilos de lixo. A preocupação ambientalcom os resíduos já está em discussão há algumtempo e, a partir de junho, um novo sistema decoleta seletiva começa a ser executado. Os testesdas novas lixeiras implantadas no mês de abril jávem sendo realizados nos campi Umuarama, San-ta Mônica, Educação Física e Pontal.

A decisão por alterar o tipo de coletoresdos campi partiu da Diretoria de Sustentabilida-de Ambiental, com os órgãos administrativos dauniversidade, unidades acadêmicas e, ainda, emsintonia com cooperativas de reciclagem da cida-de. Um desafio para a Universidade, em prol do

meio-ambiente, será reduzir a quantidade de lixoque está no campus em benefício da cidade. Ou-tra meta é gerar renda para as cooperativas da re-gião, segundo o diretor de SustentabilidadeAmbiental, Élisson César Pietro.

No que diz respeito ao descarte corretode cada material, Pietro explica que toda lixeirapossui um adesivo no topo explicando que tipode resíduo deve ser colocado “Lixo molhado, res-to de comida, guardanapo ou embalagens metali-zadas que não podem ser recicladas vão para olixo úmido, coletor cinza. Aquelas embalagens oumateriais como papel, plástico, vidro, metal, queestão secos, que estão limpos, podem ser descar-tados no lixo de coletor verde que é o lixo seco”,esclarece.

Lixeiras e resíduos- O objetivo é implantar 400 lixeiras aolongo do ano- No segundo semestre devem ser colocadaslixeiras nas áreas internas dos prédios- Em breve a Diretoria pretende estender oprojeto aos campi Patos de Minas e MonteCarmelo.- O lixo úmido vai continuar a ser destinadoao aterro sanitário de Uberlândia- Três cooperativas serão contratadas pelaUniversidade para tratar os resíduosrecicláveis

Laura optou pela UFU porque sempre morou emUberlândia

Angélica Guimarães

A UFU no SisuNo primeiro semestre de 2012, a UFU aderiu ao Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e, segundo dados preliminares da Andifes (Associação

Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior) os cursos que não tiveram todas as vagas ocupadas foram*:

O que você achou da implantação das no-vas lixeiras?

“É legal, a partir do respeito por parte dos alu-nos”. Jessé Block, 5º período de Geografia

“Pra falar a verdade ainda não reparei, tem queandar muito para encontrar lixeira no campus”.Hellen Miranda, 1º período de Letras

“Notei apenas as que estão no 3Q, de lixo seco elixo úmido, nos demais lugares é balde ou caçam-ba”. Augusto Hubaide, 1º período de EngenhariaQuímica

Fala, UFU!

Page 5: Senso Incomum nº 10 - junho/julho 2012

A UFU implementou, no segundo semes-tre de 2011 , travessias elevadas no campus SantaMônica. Esta medida, que pretende ser adotadatambém no Umuarama, tem o objetivo de melho-rar a circulação de motoristas e pedestres dentroda universidade. De acordo com dados da Prefei-tura Universitária (PREFE) , antes de instalar aspassarelas, ocorreram cinco acidentes envolven-do pedestres, sendo um grave e os outros de me-nor expressão.

O Prefeito Universitário, Renato Alves,comenta que há um conflito entre pedestres e veí-culos no interior do campus. Segundo ele, no San-ta Mônica, a legislação determina que avelocidade máxima é de 20km/h, mas muitos nãorespeitam essa determinação. “Nós não consegui-mos conter estes motoristas nessa velocidade má-xima. Então tivemos que instalar as passarelaselevadas”, comenta o prefeito.

A aluna Larissa Gomes, do curso de Ciên-cias Contábeis, acredita que “como pedestre, astravessias elevadas ajudaram bastante. Os moto-ristas realmente param antes e o trânsito fica bemlento”. Mas, em compensação, a estudante de Fi-sioterapia, Mariana Sivieri Lambertucci, que nãoutiliza veículos automotivos para andar no interi-or da universidade, declara que as travessias eleva-das também devem ser implantadas no CampusUmuarama para diminuir a velocidade dos carros

e os riscos de acidente.De acordo com o Prefeito, a proposta é

concluir a sinalização horizontal no Santa Môni-ca e, em seguida, instalar as passarelas elevadasno Umuarama. Além disso, a PREFE prevê umacampanha educativa ainda neste primeiro semes-tre, que diz respeito ao estacionamento, visandoalertar os motoristas que estacionam em locaisproibidos ou reservados para portadores de neces-sidades especiais.

EstacionamentoO número de vagas disponíveis para esta-

cionar os veículos no interior dos campi divideopiniões. Segundo dados da PREFE, aproximada-mente 25 mil pessoas circulam diariamente só nocampus Santa Mônica, nos três turnos do dia. Emrelação ao número de veículos, estima-se que ha-ja cerca de dois mil automóveis.

Para Alves, o estacionamento no campusatende às necessidades dos motoristas. “Ele nãosatisfaz no que diz respeito ao local onde as pesso-as querem estacionar”, comenta. Segundo ele,por uma questão de comodidade, os motoristasdesobedecem às leis de trânsito e param em lo-cais inadequados.

A estudante Ana Luiza dos Santos, do cur-so de Veterinária, diz que faz o possível para con-seguir estacionar o carro próximo ao local de suas

aulas. “Tento sem-pre sair mais cedode casa para arru-mar uma vaga pertodo meu bloco. Tempessoas que recla-mam, mas tambémnão fazem esforçospara pegar a vaga de-sejada”, opina aaluna.

A falta deeducação é aponta-da como problemapela estudanteCristhiane Nery. Aaluna do curso deNutrição acreditaque muitos motoris-tas não respeitam ospedestres e paramem lugares imprópri-os obstruindo a pas-

sagem. “Esses dias eu tive que ajudar umacadeirante a descer em um lugar sem rampa por-que alguém tinha estacionado em cima da rampae ela não conseguia passar ali”, conta.

Segundo o prefeito universitário, o cam-pus Santa Monica não tem espaço suficiente paraaumentar o estacionamento interior. “Não justifi-ca um investimento grande pra você ter estaciona-mento vertical tendo em vista a carência deinvestimento em outros segmentos que nós en-tendemos mais prioritários, como laboratórios, sa-la de aula, biblioteca e tudo mais”, acrescenta. Emrelação aos ciclistas, a prefeitura quer incentivar ouso da bicicleta, como forma de exercício físico,construindo um bicicletário.

Vagas especiaisPara identificar facilmente quem pode

estacionar o automóvel em vagas destinadas apessoas com deficiência física, com dificuldadesde locomoção ou idosos, o Conselho Nacional deTrânsito (CONTRAN) providenciou umacredencial que deve ser colocada no painel doveículo e ficar visível a todos. Na UFU, estasvagas são sinalizadas com símbolos no pavimentoe placas de sinalização de acordo com oestabelecido na resolução 304 do CONTRAN.Mas, mesmo com os regimentos, muitosmotoristas que não se enquadram na condiçãoespecial, utilizam as vagas reservadas.

Carlos Henrique de Carvalho, professore coordenador do Programa de Pós-Graduaçãoem Educação da UFU, é cadeirante e relata que,no espaço universitário, o que costumaacontecer e vem trazendo algumas dificuldadesé a questão da educação. “Logicamente quequando você dá o acesso para uns, você acabarestringindo o espaço para outros”, afirma oprofessor, mas ressalta também que odesrespeito a esse acesso causa transtornos. “Aspessoas têm que se conscientizar de que oespaço para idoso, o espaço para deficiente, elenão tem que ser ocupado, mesmo que não tenhaninguém”, enfatiza.

Carvalho acrescenta, ainda, que a campa-nha educativa prevista pela prefeitura tem quecontemplar toda a comunidade acadêmica: pro-fessores, alunos e funcionários. “Só assim uma cir-culação mais humanizada, vai ser garantida e nósvamos garantir o respeito da locomoção dessaspessoas que têm problemas ao transitar no cam-pus Santa Mônica”, disse.

Ana Flávia Bernardes, Cindhi Belafonte e Natália Nascimento

Acidentes com pedestres motivaram a instalação de passarelas no Campus Santa Mônica

Fotos: Natália Nascimento

VIDA UNIVERSITÁRIA

Trânsito, questão de educaçãoVelocidade nas vias e desrespeito às vagas preferenciais são alguns dos problemas apontados

Conscientize‐seNo Plano Diretor do cam-

pus Glória está definido queveículos não terão acesso ao in-terior do campus .

As passarelas foram feitaspara educar os motoristas quan-to à preferência do pedestre e,também, à acessibilidade do ca-deirante.

O trânsito da UFU estáadequado ao Código de Trânsi-to Brasileiro:

A Lei Federal nº 10.098,de 19 de dezembro de 2000, es-tabelece a obrigatoriedade dereservar 2% (dois por cento)das vagas em estacionamentoregulamentado de uso públicopara serem utilizadas exclusiva-mente por veículos que trans-portem pessoas portadoras dedeficiência ou com dificuldadede locomoção;

Já a Lei Federal nº 10.741 ,de 1º de outubro de 2003, quedispõe sobre o Estatuto do Ido-so, em seu artigo 41 estabelecea obrigatoriedade de se destinar5% (cinco por cento) das vagasem estacionamento regulamen-tado de uso público para seremutilizadas exclusivamente poridosos.

Vagas preferenciais nem sempre são respeitadas pelos motoristas

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ENTREVISTA

Reuni permite inclusão social nunca vistaPresidente do INEP, em visita à UFU, avalia o plano de expansão universitária

om a posse de Aluízio Mercadan-te como ministro da educação,em fevereiro de 2012, os cargosinternos ao MEC passaram por

mudanças. Entre elas está a nomeação deLuiz Claudio Costa para a presidência doInstituto Nacional de Estudos e Pesqui-sas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) .Costa já foi reitor da Universidade Fede-ral de Viçosa (UFV), em Minas Gerais, eocupava, antes de assumir o Inep, a Secre-

taria de Educação Superior do Ministérioda Educação (SESU). Ele se formou emmatemática, fez mestrado em agronomiapela UFV e tem doutorado em agromete-orologia pela Universidade de Reading,da Inglaterra.

Em visita à Universidade Federalde Uberlândia, em abril, para participardo 14º Encontro de Professores de Jorna-lismo (ENPJ) , Costa falou ao Senso (in)comum sobre temas polêmicos, como o

plano de expansãodas universidades pú-blicas, os mecanis-mos de avaliação doscursos superiores e apolítica de cotas.

Senso (in) Co-mum: Neste anode 2012, qual seubalanço do progra-ma de expansãodas universidades,o REUNI? Positivo,eu acho que as univer-sidades duplicaram onúmero de vagas, a in-teriorização aumen-tou bastante, e comisso o acesso, aumen-tou a permanênciacom as verbas de as-sistência estudantil,as construções estãoavançando bastante ealgumas questões

que existem são pontuais e estão sendocorrigidas pelos reitores. O recurso nãoesta faltando. Então, o balanço é extrema-mente positivo, há uma inclusão socialnunca vista nesse país, com a presença denovos estudantes e principalmente declasses sociais menos favorecidas na uni-versidade.

Senso: Os processos de avaliaçãodo ensino superior, na opinião do

senhor, têm funcionado, eles têmtrazido os resultados esperados?Têm. Eu acho que é um processo, tem oque corrigir, mas o Brasil fez uma expan-são, que duplicou o numero de institui-ções de ensino superior, praticamentetriplicou o número de estudantes no en-sino superior, e fez isso com qualidade.Se não fosse os mecanismos de avalia-ção, você não estaria parando para aferirisso. Agora, como é um processo de me-canismos, os instrumentos têm que seravaliados, mas o Brasil esta caminhandobem nesse sentido.

Senso: Recentemente, o Supremoconsiderou constitucional a políti-ca de cotas nas universidades pú-blicas. Qual sua opinião sobre isso?Eu, particularmente, sou favorável. Euacho que o Brasil tem dívidas que preci-sam ser resgatadas. Nós temos algumaspessoas, principalmente temos questõesde gênero, de raças, que ficaram excluí-das do ensino superior e da educação emgeral, e eu acho que nós precisamos ca-minhar para isso. Eu, pessoalmente, en-tendo como fundamental no país justoque nós queremos, que tenhamos meca-nismos, evidentemente transitórios, nãosão permanentes, mas que façam resgatedessa dívida social que temos. E a ques-tão do negro, para mim, é muito clara.Nós tivemos, por muitos anos nesse país,por questões históricas, uma exclusãogrande, eu acho que agora as medidasafirmativas são positivas.

““OO BBrraassiill tteemmddiivviiddaass qquuee

pprreecciissaamm sseerrrreessggaattaaddaass””

Brunner Macedo

Ana Gabriela Faria

Estudos apontam que os jovens brasilei-ros recém formados têm dificuldades de arrumaro primeiro emprego. A última pesquisa relevantesobre o assunto, feita pela Fundação Perseu Abra-mo, em 2002, aponta que apenas 36% dos jovensentre 15 e 24 anos têm emprego e mais de 60%deles procuraram no mínimo seis meses até con-seguirem um trabalho.

Em Uberlândia essa realidade não é dife-rente. Os próprios alunos universitários optamem continuar os estudos após a graduação pornão acharem de imediato um trabalho. Outrosacabam exercendo uma tarefa diferente da suaárea, só para terem algum serviço remunerado.

Os psicólogos Pâmela Tavarez e Guilher-me Rende, que atuam em uma assessoria de recur-sos humanos, classificam em dois tipos osestudantes universitários. Primeiro há aquelesque, de fato, buscam conhecimento e aproveitamo tempo na faculdade para se prepararem profissi-onalmente, e, depois, os que só querem o diplo-ma.

Ter simplesmente o diploma na mão épouco para as exigências dos processos seletivos

de hoje. Pâmela e Guilherme deixam a dica: umaboa estratégia para o estudante é procurar um es-tágio já nos primeiros anos da faculdade. As em-presas têm preferência em contratar alguém“treinado por eles” e que já conheça o funciona-mento interno do empreendimento. Os psicólo-gos afirmam, ainda, que caso o estudante não sejacontratado após o estágio, a experiência adquiri-da não é em vão, pois um dos diferenciais paraconcorrer a qualquer emprego é ter esta noçãoprática.

Além da experiência prévia, Guilhermeexplica que outra característica do jovem empre-gado deve ser ter uma aptidão a mais no currícu-lo. Ser fluente em inglês, por exemplo, é umatributo valorizado no mercado de trabalho. Oscursos na área de informática também são rele-vantes.

Mas, por que não contratar um profissio-nal com anos de carreira? De acordo com os psi-cólogos, a principal vantagem de quem estáiniciando é o entusiasmo, a vontade de aprender.O problema é que muitos jovens querem progre-dir rápido demais dentro da empresa, e quando is-

so não acontece pedem demissão logo nosprimeiros meses. Por essa impaciência, são perdi-das várias oportunidades.

A professora Suélem Marques, formadaem Geografia da UFU, considera-se sortuda porjá estar trabalhando. Ela conclui seu curso em ba-charelado e licenciatura em 2011 e, aproximada-mente, dois meses depois já estava atuandocomo professora. Segundo Suélem, a análise decurrículo é bem criteriosa, e sai na frente quemtem uma carga de conhecimento mais vasta. “Sevocê não tem especialização e afins, acaba compouco número de aulas por semana e em locaismais precários”, explica.

Para a professora, é necessário ultrapassara fronteira acadêmica buscando informações ex-tras e se manter sempre atualizado para desem-penhar um bom trabalho. “Faltam parceriasentre as Companhias Privadas e as Universida-des. É uma maneira de inserir o jovem no merca-do e valorizar a formação universitária”, diz.Suélem afirma que no curso de Geografia exis-tem essas parcerias, mas, na opinião dela, são in-suficientes diante da quantidade de alunos.

Yara Diniz

Experiência prática e diferenciais são avaliados durantea entrevista

Yara Diniz

Mercado de trabalho: desafio do jovem recém formadoMesmo após concluir curso superior, conseguir emprego é uma tarefa difícil

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COTIDIANO

Dependência tecnológica causa problemas de saúdeUso exagerado de computador e aparelhos eletrônicos pode prejudicar músculos e a visão

A internet é uma ferramenta fundamentalpara a inserção do indivíduo no mercado de traba-lho. Essa realidade já começa na universidade, am-biente em que o estudante precisa se conectar.Seja nos grupos de discussão, para fazer pesquisasou para digitar os trabalhos, os estudantes passamhoras em frente ao computador. Por outro lado, ainternet também é fonte de diversão. Além douso das redes sociais, os estudantes possuem afini-dade com os jogos, o que exige mais tempo e con-centração diante da máquina.

Filipe Fagundes é aluno do 6º período docurso de Administração e utiliza notebook e celu-lar para acessar a internet. Entre redes sociais, tra-balhos da faculdade e leitura, o estudante chega a

ficar 12 horas conec-tado. O aluno pos-sui miopia e utilizaóculos desde os 11anos, de lá pra cá ograu aumentou de1 ,5 para 6,5. Alémdisso, Filipe tem umdesvio na coluna de-vido à postura tortaao ficar sentado. Co-mo já perdeu notapor não ter visto tra-balhos online, ele es-tá sempre de olhono fórum e afirma:“Por dia chegam de50 a 100 e-mails nacaixa de entrada daturma”, diz.

Wender Rezende está no primeiro ano domestrado em Agronomia e passa em médiaquatro horas por dia conectado à internet. “Faço,sim, muitos trabalhos usando o computador, pri-meiro pela necessidade do uso de softwares, co-mo Word e Excel, e também pela facilidade naobtenção das mais diversas informações, propor-cionada pela internet”, relata. O computador tam-bém é uma ferramenta de lazer para o estudanteque acompanha notícias atualizadas e se divertecom jogos. “É possível se comunicar com pessoasdos mais diversos locais, aumentando, de certaforma, o convívio social”, diz.

O uso excessivo do computador podeacarretar problemas para a saúde, como o olho se-

co funcional. O prejuízo para a visão é notado apartir de sintomas como dor de cabeça, cansaçovisual, ardência e ressecamento nos olhos. É oque diz o oftalmologista e professor na UFU, Flá-vio Rocha. “Quando a gente não pisca, a lágrimaevapora, o olho resseca e aí começa a arder. Por is-so ele arde, fica vermelho, arranha, ele tá seco porque as pessoas não piscam em frente ao computa-dor”, explica.

De acordo com o oftalmologista, o indiví-duo pode utilizar o computador de seis a oito ho-ras por dia, entretanto, é preciso fazer intervalosperiodicamente. “O ideal é que a cada 50 minu-tos em frente ao computador você saia de cinco adez minutos”, afirma. Em média as pessoas pis-cam de dez a vinte vezes por minuto, quando es-tão na frente do computador esse número podecair para quatro vezes no mesmo tempo, segundoFlávio. Além das dicas, um recurso para quem so-fre de olho seco funcional é o uso de produtos co-mo a lágrima artificial, que deve ser utilizadaapenas com recomendação médica.

Acerte na posturaAlém do cuidado com os olhos, a postura

diante do computador pode influenciar na saúdefísica e motora. É o que informa o médico ortope-dista e também professor da UFU, Oscar Bertino.A má postura diante do trabalho pode levar a do-res musculares, em especial, dores na região dalombar, nas costas e no pescoço. Segundo ele, apostura adequada compreende os pés apoiadosno chão durante todo o tempo, a posição ereta,os membros superiores apoiados na mesa.

A digitação rápida e em período acima de

uma hora pode levar ao prejuízo do aparelhomusculoesquelético dos membros superiores.Para minimizar os impactos o estudante deveprocurar fazer atividades físicas que fortaleçamos braços e as mãos, como a musculação, o alon-gamento, e também aquelas que envolvam todoo corpo como a natação. “Durante os dez minu-tos de intervalo ele deve procurar ficar relaxado,sair de frente do aparelho, fazer alongamentosdos membros superiores, dos punhos, fazer a fle-xão palmar a extensão do cotovelo, a elevaçãodos ombros”, aconselha Oscar.

No blog do Senso (In)Comum, você con-fere um vídeo com o ortopedista Oscar Bertinoque demonstra como são os exercícios citados nareportagem.

Depois de perder nota por não ver trabalho enviado pela internet, o estudante está sempreconectado

Lucas Felipe Jerônimo

O oftalmologista Flávio Rocha sugere um descanso de 10minutos a cada hora passada em frente ao computador

Em uma lona de circo montada ao ladodo Sabiázinho se vê, as vezes crianças, que ficamlá debaixo fazendo estripulias, e outras vezes adul-tos, subindo no trapézio, descendo de tecidos.Uberlândia tem uma escola de arte circense, a Es-cola de Circo Social, e esse é o cenário dela.

Um dosfundadores e ho-j e coordenadordo projeto, Dani-el Vieira, explicacomo o grupo seformou, em2007. “Iniciamoso trabalho comum grupo de jo-vens interessadosna arte circenseque ensaiavam eapresentavamperformances emescolas, e em2009, devido àgrande procura,

iniciamos o Projeto Escola de Circo”. Esseano, o grupo completa cinco anos e a Escolade Circo, três.

Primeiramente, as reuniões da trupe acon-teciam em um salão emprestado por uma IgrejaPresbiteriana, logo depois, a partir de uma parce-

ria com a Fundação Uberlandense de Turismo,Esporte e Lazer (FUTEL), o projeto foi instaladono Parque do Sabiá. Somente este ano, 2012, quea lona foi transferida para onde se encontra hoje,“por ser um local mais propício ao funcionamen-to do Projeto Circo da Vida”, explica o coordena-dor.

AEscola de Circo Social nasceu com o ob-jetivo de disseminar a arte do circense e ser aplica-da como uma eficiente ação no combate aosproblemas da sociedade, revela Daniel. “Com nos-so projeto pedagógico, visamos retirar crianças,adolescentes e jovens do espaço da rua, dando-lhes a oportunidade de desenvolver as habilida-des artísticas e culturais através da arte”, reafirma.

Com o desenvolvimento, o projeto mos-trou que a magia das artes circenses conseguetransformar vidas. “Os alunos têm aprendido mui-to aqui, principalmente a se pensar em grupo”,contou a professora e artista da trupe, Gisele Flo-res. Daniel observa melhoria, também, no aspec-to social e psíquico de seus alunos. “Temos atépesquisas sendo desenvolvidas sobre a qualidadede vida dos participantes do projeto”, relata.

Karla Fonseca, Lucas Martin, Natália Nascimento e Renato Faria

Natália Nascimento

Escola de Circo melhora qualidade de vidaProjeto apresenta arte circense como opção no cotidiano das pessoas

Há três anos as aulas são ofertadas gratuitamente

Participe!Aulas de malabares, acrobacias de gru-po, solo de circo, tecido acrobático, tra-pézio, lira, entre outras. As oficinas sãogratuitas e para participar o interessadodeve procurar o escritório da escola, noParque do Sabiá, e realizar a inscrição.

Idade: a partir de 7 anos.Horários Adultos:- Segunda das 16h às 18h ou das 19h às21h- Terça das 15h às 18h ou das 18:30h às21h- Quarta das 16h às 18h ou das 19h às21h- Sexta das 9h às 11hAtenção: Para ser aceito o aluno devecomprovar que está apto para realizaratividades físicas.Para saber mais e ficar atento às inscri-ções, acesse www.circodavida.com.br

Fotos: Lucas Felipe Jerônimo

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Sessão PipocaNatália Nascimento

Sombras da NoiteO filme começa no ano de 1752,quando os Collins e seu filho Barna-bas, foram embora da Inglaterra pa-ra começar uma nova vida naAmérica. Duas décadas se passa-ram e Barnabas (Johnny Depp) co-mete o erro grave de quebrar o

coração de Angelique (Eva Green), uma bruxa.Estreia prevista para 12 de junho.

E aí, Comeu?O novo longa, que estreia em 22 dejunho, é uma adaptação da peça deMarcelo Rubens Paiva, que acom-panha situações do cotidiano pelaótica masculina. Conta a história deFernando, Honório e Fonsinho,três amigos de infância que juntos

procuram entender no mundo atual o papel do ho-mem diante da nova mulher.

Madagascar 3: Os ProcuradosA animação mostrará Alex, Marty,Melman, Gloria, Rei Julien, Mauri-ce, os pinguins e os chimpanzés in-do para a Europa, comointegrantes de um circo itinerante,e trará mais aventuras na tentativado grupo de voltar à Nova York. A

cantora Katy Perry é a estrela da trilha do filmeque estreia em 07 de junho.

CosmópolisEric Packer (Robert Pattinson) éum bilionário que cruza a cidadeatrás de um corte de cabelo enesse meio tempo perde todo seuimpério. Packer vive as 24 horasmais importantes da sua vida e es-tá certo de que alguém quer a as-

sassiná-lo. O longa dirigido por DavidCronenberg, estreia em 13 de julho.

Aline de Sá

Adam Lambert ‐ TrespassingTrespassing é o segundo álbum docantor, compositor e ator AdamLambert. Em 2011 foi lançado osingle “Better Than I Know My-self”, recebido pela crítica e combons resultados nas paradas. Pelotwitter, o cantor anunciou que olançamento oficial do disco seráem maio de 2012.

Senso Musical

Nelly Furtado ‐ The Spirit IndestructibleA cantora Nelly Furtado lança seuálbum "The Spirit Indestructible”no dia 19 de junho. Nelly contacom a participação de alguns ar-tistas como os rappers Ace Primoe Nas, o coral de jovens quenia-nos The Kenyan Boys Choir, acantora e compositora portuguesaSara Tavares, o músico DylanMurray e o DJ Tiësto.

Luan Santana ‐ Quando Chega a NoiteOs apaixonados por sertanejo uni-versitário já podem curtir o novoCD de Luan Santana. “QuandoChega a Noite” traz composiçõespróprias, revelando o amadureci-mento musical e pessoal de Luan.O disco conta ainda com a colabo-ração do cantor Fernando, da du-pla Fernando e Sorocaba.

Lucas Felipe Jerônimo

A Carne e o SangueCom clareza de estilo e ritmo de ro-mance, o livro de Mary del Priore tra-ça um panorama das intrigas políticase amorosas da corte brasileira no pe-ríodo que vai da independência doBrasil às vésperas da abdicação, em1831. Surge um retrato do triânguloamoroso entre a imperatriz D. Leo-poldina, D. Pedro I e Domitila, a Mar-quesa de Santos.

Os ImperfeccionistasO livro de Tom Rachman conta ahistória de jornalistas que trabalhamem um jornal internacional que estáem decadência na cidade de Roma.Com capítulos que parecem contos,cada história independente revela aolongo do livro um pouco da vida in-comum desses profissionais e da tra-jetória do jornal.

A Estrela Mais Brilhante doCéuPor meio de um espírito que paira so-bre o edifício número 66 da Star Stre-et, em Dublin, Irlanda são contadas astramas deste livro de Marian Keyes.Os inquilinos, em quatro apartamen-tos, formam um grupo excêntrico e aproposta é contar um pouco das suashistórias de modo ágil, romântico,sensual e encantador.

Página Aberta Penso, logo clico!Lucas Felipe Jerônimo

Para os noveleiros de plantão, a dica de um site repleto de informa-ções sobre teledramaturgia. São vídeos de entrevistas sobre o assun-to, fichas técnicas completas sobre novelas e minisséries, além deum espaço sobre bastidores e trilhas sonoras das atrações.http://www.teledramaturgia.com.br

Na mesma linha de imagens animadas, traz a cantora Lana Del Rey gi-rando em uma apresentação no programa Saturday Night Live, atravésda edição, Lana é colocada em locais inusitados, gerando humor.http://lanadelreydancing.tumblr.com

Novela Avenida Brasil

Atualmente a quantidade de memes circulando pela internet ganhoutanto impulso que visitar esse site pode ser útil (ou não) para descobrir aorigemde algumdesses memes e suas variações. Comversão apenas eminglês, o site traz tópicos como origem, propagação, exemplos do uso.De uma turmaque leva a sério a brincadeira virtual.http://knowyourmeme.com/memes

Imagens de gifs, dos mais variados que demonstram de forma mui-to engraçada situações do cotidiano, em algum momento você vaise identificar.http://comoeumesintoquando.tumblr.com

POPULAR

Ainda no contexto de diversão, esse site segue a estética de gráfi-cos em estilo pizza usados em pesquisas, jornais e revistas e apre-senta perguntas e respostas a momentos comuns e, claro, a maiorparcela de votos vai para a opção mais curiosa.http://humoremgrafico.tumblr.com

Festejos juninos reúnem tradição, fé e confraternizaçãoCelebrações em casa e nas igrejas movimentam a cidade

Maria Tereza Borges estuda Jor-nalismo na UFU. Sua família celebra os ri-tos juninos de forma tradicional há cercade 20 anos. A herança do costume veiode seu bisavô que fez uma promessa paraque um dos filhos continuasse a tradição.Seu pai, Márcio Batista Borges, nasceuum dia antes do dia de São João e deusequência à tradição de comemoraçãoaos santos. “Meu pai decidiu pegar essaresponsabilidade e a gente enfeita o mas-tro, faz quentão, canjica, caldo, suco, bo-lo, essas coisas que são assim, bem típicasmesmo, faz fogueira, chama a família e osvizinhos, é bem movimentado”, comentaa estudante. Maria Tereza vê nessa práti-ca uma oportunidade de integração da fé

com as comemorações. “Eu acho que é uma for-ma dos fiéis fazerem ao seu estilo, é uma tradiçãoque vai passando de geração em geração” conclui.Já Sebastián Granja é natural do Equador e faz o5º período de Medicina na UFU por meio de in-tercâmbio. O aluno conta que no seu país não sãorealizadas comemorações juninas como no Brasil.“Eu fiquei impressionado no meu primeiro ano,adorei a comida e as músicas, mas fiquei tristeporque no meu país não tem”. A partir do conta-to com as festas brasileiras, Sebastián levou umpouco da cultura local para sua família que moraem Quito.

Olimar Rodrigues, pároco da Catedralde Santa Terezinha, conta que as festas juninasrepresentam para os católicos a manifestação dealegria e confraternização aliada ao lado religio-

so, com a presença de Santo Antônio, São Pe-dro e São João. A Catedral realiza todos os anosa Missa Sertaneja. “O objetivo é trazer todas asmanifestações populares no coração do povopara a liturgia oficial da Igreja que é a missa: oscantos são sertanejos, o ofertório, toda a missa étrabalhada em algumas partes ressaltando a cul-tura sertaneja enraizada na região do TriânguloMineiro e Alto Paranaíba”, afirma padre Oli-mar. Além dos ritos de montar fogueira, hastearbandeiras dos santos, soltar fogos e comparti-lhar comidas típicas, um santo, em especial, ga-nha bastante atenção nesse período: SantoAntônio. “Apesar da crendice de ser um santocasamenteiro, na verdade ele é aquele que nosconvida a amar profundamente a Deus”, concluio pároco.Celebrações juninas aliam tradição e cultura popular

Lucas Felipe Jerônimo

Maria Tereza Borges

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