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Atletas do Centro de Treinamento de Halterofilismo Paralímpico da UFU são destaque em Londres [6] Natália Nascimento R R e e f f e e r r ê ê n n c c i i a a JORNAL‐LABORATÓRIO DO CURSO DE JORNALISMO UFU ANO 03 Nº 12 OUTUBRO‐NOVEMBRO/2012 ATUALIDADES: XYZ: entenda como as diferentes gerações se relacionam com a tecnologia [3] O saldo das greves docente, estudantil e técnico‐administrativa [5] CIÊNCIA: Pesquisador da UFU nomeia nova espécie de abelha [4] Produção científica popularizada através da mídia [4] CULTURA E LAZER: Concurseiros contam suas experiências [7] Conheça o mundo através da culinária em Uberlândia [8]

Senso Incomum 12

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O destaque nacional da UFU, através do Centro de Treinamento de Halterofilismo Paralímpico, localizado no Campus Educa, foi reforçado com as Paralimpíadas de Londres. O Senso (in)comum já havia noticiado sobre a inauguração do centro, em 2010, no seu segundo número, destacando que a UFU foi a primeira instituição a receber uma estrutura desse tipo no país, com incentivo do Comitê Parlímpico Brasileiro. Hoje, após a maior competição internacional de para-desporto, o centro pode orgulhar-se de treinar o sexto melhor atleta do mundo, Rodrigo Marques. Voltamos ao local para conhecer um pouco mais desse para-atleta e sua rotina de treinamento. Também conversamos com a equipe do centro para descobrir suas dificuldades e conquistas.

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RReeffeerrêênncciiaaJORNAL‐LABORATÓRIO DO CURSO DE JORNALISMO UFU ● ANO 03 ● Nº 12 ● OUTUBRO‐NOVEMBRO/2012

ATUALIDADES: XYZ: entenda como as diferentes gerações se relacionam com a tecnologia

[3]•O saldo das greves docente, estudantil e técnico‐administrativa [5] CIÊNCIA:Pesquisador da UFU nomeia nova espécie de abelha [4]•Produção científica popularizada

através da mídia [4] CULTURA E LAZER: Concurseiros contam suas experiências

[7]•Conheça o mundo através da culinária em Uberlândia [8]

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ExpedienteO jornal-laboratório Senso (in) Comum éproduzido por discentes, docentes e técnicosdo curso de Comunicação Social – habilitaçãoem Jornalismo da Universidade Federal deUberlândia, como projeto de graduação eatividade curricular.

instituiçãoReitor: Alfredo Julio Fernandes Neto/ Diretor daFACED: Marcelo Soares Pereira da Silva/Coorde-nadora do curso de Jornalismo: Adriana Omena

equipeEditora-chefe: Ana Spannenberg (MTb 9453) /Re-portagem, redação e edição: Ana Flávia Bernardes,Cindhi Belafonte, Lucas Felipe Jerônimo e Natália

Nascimento/Arte e Diagramação: Danielle Buiatti

colaboraçãoReportagem e redação: Aline de Sá, Ana BeatrizTuma e André Víctor Moura / Opinião: AnaFlávia Bernardes, Isley Borges, Lucas FelipeJerônimo e Stella Vieira / Fotografia: CindhiBelafonte, Lucas Felipe Jerônimo e NatáliaNascimento / Revisão: Mônica Rodrigues Nunes

As imagens que foram utilizadas na página 8, nasseções Senso Musical, Página Aberta, Sessão Pi-poca e Penso, Logo Clico, são de divulgação.Tiragem: 2000 exemplaresImpressão: Imprensa Universitária/Gráfica UFUE-mail: [email protected]: sensoincomumufu.blogspot.comTwitter: @_sensoincomumTelefone: (34) 3239-4163

O destaque nacional da UFU, através doCentro de Treinamento de HalterofilismoParalímpico, localizado no Campus Educa, foireforçado com as Paralimpíadas de Londres. OSenso (in)comum já havia noticiado sobre ainauguração do centro, em 2010, no seu segundonúmero, destacando que a UFU foi a primeirainstituição a receber uma estrutura desse tipo nopaís, com incentivo do Comitê ParlímpicoBrasileiro. Hoje, após a maior competiçãointernacional de para-desporto, o centro podeorgulhar-se de treinar o sexto melhor atleta domundo, Rodrigo Marques. Voltamos ao localpara conhecer um pouco mais desse para-atleta esua rotina de treinamento. Tambémconversamos com a equipe do centro paradescobrir suas dificuldades e conquistas.

Infelizmente, as dificuldades parecem soarrepetitivas, mas é sempre bom reforçar que o paísque sediará as próximas paralimpíadas precisaincentivar e patrocinar mais seus atletas. Muitoalém do simples apoio, é preciso dar o devidoreconhecimento aqueles homens e mulheres que,inclusive, conseguiram atingir um desempenhomelhor, no quadro geral de medalhas, que asequipes brasileiras participantes das Olimpíadasde Londres em 2012. O apelo excede à UFU e asinstâncias governamentais, recai, na verdade,sobre toda a sociedade brasileira, vinculadavisceralmente ao esporte, que se enche deorgulho para falar das conquistas das suasseleções. Eis aqui um motivo para orgulhoverdadeiro, basta querer apoiar. Boa leitura e boareflexão a todos!

Referência nacional ainda precisa de ajudaEditorial

A (ainda) garota que diz ter aprendido acantar com João Gilberto, em parceria com a líri-ca-poética simplista e suficiente de Caetano Velo-so, apresentou ao mundo no último ano uma dasobras primas da música popular brasileira. O ál-bum é uma miscelânea de sentimentos, todos in-tensos, dignos de se ouvir. Cada rangidoeletrônico me incomodou de uma forma e todoseles trouxeram-me a vontade de mais onze músi-cas todas de igual beleza e complexidade.

Gal diz que vem de um recanto escuro,de sol (que é luz perpendicular) . Neste recanto,ela é carregada por asas que não tem. Sua vidasempre foi este recanto e só Deus sabe o duroque ela deu, já que se guardou a muitos prazeres.O recanto abriga alguém que é a verdadeira carado mundo: máscara de carvão, rosto de multidão,hálito de maçã e amargor de alumã. Tom Zé afir-ma que a mãe de Gal, dona Mariah Costa Pena,colocava o rádio colado em sua barriga – quandográvida – e mentalizava que Maria das Graças te-ria uma bela voz e seria uma grande cantora.

O álbum parece um tesouro a ser desco-berto, mas não permite enquadramentos. Nãopermite ser considerado feliz se quem o analisa sedeixa quedar por Miami Maculelê, um funk alter-

nativo, alegre e apaixonante que coloca para bai-lar São Dimas, Robin Hood e o Anjo 45. Emcontraponto, não permite ser considerado tristese quem o analisa se deixa quedar por Tudo Dói,onde viver é um desastre que sucede alguns e quenada temos sobre os não nenhuns. Neguinho tal-vez seja a canção que nos dê mais pistas para sa-bermos do que se trata o tal recanto, escuro. Amúsica é um espetáculo de crítica social.

O Menino, bem diferente daquele doRio, cantado por Caetano nos anos 80, que cau-sava arrepio, desde sempre se perdeu. O meninode Gal é nada, é homem, é ela. Ele salva as ma-drugadas, nada contra a força da maré, ele agüen-ta. A guitarra, já no final da música e mais intensaainda em Madre Deus, penso que deve perturbaro menino. Mas não me perturbou.

Recanto me ensinou que Gal é imortal, évaca profana e coloca os seus cornos para fora e aci-ma da manada, é seda, linho, lã, cetim. É ousada, éguiada pela estrela Dalva, é Bahia onipresentemen-te, é Rio e Belíssimo Horizonte. Ensinou-me, tam-bém, que Caetano com os seus setenta não seatrasou com o seu dom de costurar palavras e melo-dias. Maria das Graças é símbolo sexual, é símbolode amor e meche com o juízo de todos nós.

Ouço Gal em meu recantoVOZES

Isley Borges

Bazinga!

Pois é, a greve acabou! É hora de começara organizar os horários, rever os trabalhos nãoconcluídos, estudar matérias já não vistas há me-ses, preparar para as provas finais e reencontrar aturma da faculdade. Durante o período da greve,os estudantes tiveram a oportunidade de aprovei-tar o tempo livre para fazer qualquer coisa que de-sejassem. Muitos encontraram trabalhos,estágios, cursos e atividades extras. Outros ape-nas aproveitaram para descansar e voltar para a ca-sa de seus pais. Agora a situação mudou, ouapenas voltou ao normal. Ao voltar para a UFUme deparei com casais sentados nos bancos espa-lhados pelo campus, amigos conversando no cen-tro de convivência, grupos de estudos espalhadospelos pátios e salas de aula, festas sendo organiza-das e alunos vendendo ingressos, fila nas cantinase papelarias, professores correndo de um lado pa-ra o outro para não atrasarem, laboratórios fervi-lhando de pessoas, carros procurando vagas noestacionamento, alunos preocupados com traba-

lhos finais, outros apenas aproveitando a folga dodia... Enfim, a greve pode ter afetado as pessoascom suas atividades extras curriculares, mas o rit-mo e a rotina na universidade continua a mesma,independente da época. O que os estudantes pre-cisam neste momento é muita organização e pa-ciência para se acostumar com vida acadêmicaque foi perdida durante três meses. O semestreestá acabando e a diferença é que os universitári-os não estão preparando para as férias, nem pro-gramando viagens e descansos. O que se espera éa entrada de novos calouros na UFU. A prepara-ção agora é para a recepção destes “bixos” e “bi-xetes” em pleno mês de novembro. E emdezembro? Uma pequena folga para o Natal e oAno Novo será feita por toda a universidade, maso ritmo continua depois disso. Salas de aula chei-as, laboratórios lotados, a movimentação noscorredores e em todo o campus: assim será nossofinal de ano!

VOZES

Ana Flávia Bernardes

Voltando ao ritmo

Stella Vieira

Do “bom dia” ao “boa noite”, passamosquase 24h conectados. Repare, sempre tem al-guém online, pronto para bater um papo. Usa-mos as redes para socializar, para contar a nossahistória, para despejar nossas queixas e até mes-mo para conseguir uma vaga no mercado de tra-balho. Dos antigos blogs aos recentes tumblrs,temos uma vasta história de ferramentas que sur-giram tímidas, fizeram grande sucesso e depois su-cumbiram ao abandono. Quem não se lembra dotempo do Orkut, em que muitos disputavam a po-pularidade com base no número de scraps, ou re-cados, recebidos?! Hoje quase ninguém teminteresse em saber de qual comunidade você fazparte, mas sim quais páginas você curte no Face-book ou quem você segue no Twitter.

Antes de vivenciar uma experiência, a pre-ocupação dos internautas tem sido em registrartudo primeiro para, assim que possível, postar noseu mural virtual. Daí surgem as fotos de comidaque, antes de ser apreciada com o paladar, tem afunção de atrair “curtidas” visuais com um bomfiltro fotográfico que deixa tudo com uma cara de

passado feliz. As pessoas são capazes de ir além:marcar um encontro com amigos numa mesa debar e passar metade do tempo utilizando o celu-lar, checando as suas atualizações, em vez de con-versar olhando nos olhos.

Como se fosse um emprego, batemos oponto pela manhã com as mais variadas formasde desejar um dia agradável, e encerramos criati-vamente almejando bons sonhos àqueles que nosacompanham. Assim, prestamos conta de nossasações diariamente nas redes sociais. O que ofere-cemos é quase um roteiro jornalístico: onde esta-mos, com quem estamos, o que fazemos e oporquê daquilo tudo. Isso sem sequer pensar nosriscos da exposição exagerada de informaçõespessoais. Alguns perdem o bom senso, divulgamassuntos íntimos e acabam fazendo parte das pé-rolas da internet. Sabemos que quando um fatonão está na mídia surge o sentimento de queaquilo sequer aconteceu. Entretanto, faltam estu-dos que investiguem a necessidade de publicaçãodos indivíduos, sobretudo das gerações mais no-vas.

Uma geração conectadaVOZES

Lucas Felipe Jerônimo

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PESSOAS

XYZ: Um catálogo de geraçõesEles são diferentes, mas a adaptação à tecnologia é fundamental para todos. Confira comose comportam indivíduos nascidos em períodos diversos

Você tem ouvido falar em geração X, Y eZ? Mas não consegue identificar ao certo o que di-ferencia cada uma e como essas características po-dem ajudar ou atrapalhar no mercado de trabalho?Não se preocupe, você não está sozinho. Recente-mente, especialistas em Recursos Humanos e Mar-keting têm utilizado essa terminologia paradistinguir grupos de pessoas nascidos em épocasespecíficas, principalmente em função da sua rela-ção com a tecnologia. Essa é a grande diferençaapontada.

O psicólogo e professor do Instituto dePsicologia da UFU, Luiz Avelino, afirma que o ho-mem possui como característica a propensão a seadaptar a novas situações e que a transição de tec-nologias ocorre de forma natural. Para o psicólo-go, a tecnologia não traz prejuízos para aformação do indivíduo. “Se o brinquedo tecnoló-gico ocupar o lugar de uma relação que se dá como adulto ou com outras crianças, ele é problemáti-co, agora se ele está se dando como elemento quefaz parte dessas relações eu penso que ele pode fa-

zer como qualquer brinquedo”, diz.Segundo Avelino, cada geração possui di-

ficuldades, desejos e também bons momentos. Pa-ra exemplificar a questão da adaptação opsicólogo recorre a um fato passado. “As mães eavós brasileiras tiveram que se adaptar ao frangocongelado, por que o frango, comida nobre de fi-nal de semana saía do galinheiro. Quando come-çou a se comer o frango congelado falavam queele era aguado, molengo, era uma comparaçãomuito direta com o frango caipira. E hoje nin-guém mais questiona isso”, afirma.

Y: a geração do momento“É um comportamento um pouco diferen-

te do que tínhamos anteriormente, eles são maisvoltados à rapidez. Troca-se muito facilmente deum trabalho para o outro. E essa vontade de mu-dança, faz com que as empresas estejam com me-do de contratar esses jovens”. É assim que osprofissionais de Recursos Humanos caracterizamo comportamento da chamada geração Y, de acor-do com Flávia de Souza, Gerente de Relaciona-mento e Negócios de uma empresa do ramo.

Pedro Lacerda, Presidente da RegionalVale do Paranaíba da Federação das Indústrias deMinas Gerais, concorda com Flávia e ainda com-plementa: “eles vivem o momento, e o plano devida deles é à curto prazo. Não se planejam e nempensam em criar uma carreira sólida e crescentena empresa”.

Por ordem natural, a geração Y daqui aalguns anos será a geração do mercado de traba-lho e as mudanças que ela irá trazer já começa-ram, de acordo com Flávia. Igor EmmanuelMendonça, 24 anos, administrador, consegue en-xergar o começo dessas mudanças em sua relaçãocom o seu líder. Segundo Igor, “ele teve que se re-estruturar para poder liderar nossa geração”.

Lacerda também lista algumas mudan-ças que precisou fazer para se adaptar a essa gera-ção: diminuiu exigências, burocracias, e mudouvalores culturais “no quesito de aceitar que elesparticipem e tenham acesso, o tempo todo, à re-des sociais”. Para Aurélio Carlos Santos Junior,21 anos, estudante de Relações Internacionais edono do próprio negócio, o mercado precisa ace-

lerar para acompanhar essa geração, pois de acor-do com ele “a geração Y é a que, atualmente,empurra o mercado”.

Já para Flávia de Souza, as mudanças sãooutras. “Hoje nós temos muitas vagas em aberto etemos poucas pessoas qualificadas para ocuparemesses trabalhos”, relata. A gerente afirma que issoestá acontecendo pela falta de conscientização dosjovens. Mas nem Aurélio, nem Igor concordam.Ambos atribuem tal fator à necessidade de mudan-ças que os jovens da geração têm. “Sou bastante in-quieto em meus empregos, pois gosto de sair darotina e inovar sempre”, conta Aurélio.

Flávia e Lacerda concordamquanto à in-quietude desta geração. Trocam de emprego porpequena diferença salarial, afirmam os dois, e ain-da ressaltam que alguns não planejam construiruma carreira sólida dentro da empresa em que es-tão. Conscientizá-los quanto ao mercado, quantoaos pontos que precisam ser trabalhados, é umasolução apontada por Flávia. “Acreditamos queeles precisam ter conhecimento do que querempara o futuro”, diz.

Junto com todas as mudanças, essa gera-ção traz consigo alguns desafios. A gerente de Re-cursos Humanos afirma que a maioria precisa detreinamento para entrar no mercado de trabalho.“O treinamento que buscamos dar é o de mudan-ça de hábitos, de comportamento e de atitude.Buscamos influenciar a ler mais livros que moti-vem mudanças, que passem a agregar novos valo-res, fazer outros cursos, trocar idéias, trabalharmuito em conjunto, ter uma rede de relaciona-mentos bem interessante”, explica.

Entenda as diferençasDo outro lado, encontramos os nascidos

nas décadas de 1940 e 1950, aqueles que hoje pas-sam por um momento de transição. Muitos tro-cam a vida em empresas por trabalhos voluntáriosou passam a dedicar mais tempo para si mesmos epara a família. É a geração que nasceu após a era deouro do rádio, durante o surgimento da televisão eantes da criação da internet. Aqueles que têm entre50 e 60 anos puderam vivenciar a revolução tecno-lógica na sua essência. Com o auge da sua produ-ção no mercado de trabalho entre os anos 1980 e2000, essa faixa da população viu a troca das máqui-nas de escrever pelo computador, as cartas pelos e-mails, o surgimento e a popularização dos apare-lhos de telefone celular. Os especialistas chamamessa de “Geração X”.

Marisa da Silva Neiva Ferreira tem 55anos e cursa o quinto período de Pedagogia nu-ma faculdade privada. A estudante, que começoua trabalhar como manicure e cabeleireira aos 13anos, atuou também como auxiliar de serviços ge-rais na Superintendência Regional de Ensino. Du-rante essa função, Marisa decidiu que não ficariaali durante toda a vida. “Eu comecei a estudar, es-condida nas escadas, nos momentos de folga, ti-nha uma biblioteca e eu pegava os livros”, conta.Foi através de cursos supletivos que Marisa con-cluiu o ensino médio. Em agosto de 2010, aestudante recebeu bolsa de estudos para cursarPedagogia e, hoje, a estudante inicialmente foca-da apenas na graduação, pensa diferente. “Voutentar uma pós: quero terminar a graduação, ten-tar o mestrado e até o doutorado”.

Marisa também atua na Escola EstadualRio das Pedras em um projeto voluntário com cri-anças. Uma vez por semana, em horário extraesco-

lar, são desenvolvidas diversas atividades: dança,cultura e artesanato, capoeira e cultivo de plantasna horta da escola. No que diz respeito ao uso detecnologias, Marisa conta que se aperfeiçoou comum curso de informática e hoje já não tem proble-mas com o computador. “Eu ainda tenho algumadificuldade, algumas ferramentas que ele propor-ciona eu tenho dificuldade de lidar, mas tambémnão me aperreio não, eu vou atrás”, conclui.

Os filhos dessa geração são as criançasnascidas, geralmente, entre os anos 1980 e 2000,que cresceram em contato com os computadorese as novas tecnologias da informação e comuni-cação. Tais pessoas estão constantemente atuali-zadas com as novidades tecnológicas e buscamsempre novidades, em termos de trabalho, proje-tos pessoais e profissionais. Embora não hajaconsenso sobre as datas, os especialistas chamamesta de “Geração Y”.

Flávio Cortez é jornalista e atua numaemissora de televisão de Uberlândia, hoje com 27anos, conta que a sua infância foi diferente. “Hojese fala mais em cuidado, em precaução. As brinca-deiras eram mais sociais, as pessoas jogavam bola,pique-esconde, juntavam várias pessoas numa casapara jogar videogame”, diz. Para o editor, outra di-ferença é que a sua geração começou a ter acessomais fácil à educação, o que estimulou a competi-tividade. Sobre sua atuação no mercado de traba-lho, Flávio conta o que espera: “um trabalho queeu goste de fazer, seja lá onde for, que eu seja bemremunerado, que eu consiga conciliar lazer e cargahorária e consiga juntar patrimônio”.

No quesito tecnologia, Flávio afirma quegosta de se manter atualizado, mas não é um afi-cionado pelas constantes atualizações. Além dis-so, o jornalista observou a popularização esubstituição de diversas ferramentas. “Quandocriança eu acompanhei a febre do vídeo cassete, apopularização do CD, depois, a popularização doDVD, e também a evolução dos dispositivos so-noros”, relembra.

Os especialistas ainda classificam um ou-tro grupo: “a geração Z”, também conhecida co-mo geração touchscreen. Em geral, esse grupo écomposto pelas crianças nascidas após os anos2000, que dentro de alguns anos vão estar chegan-do ao mercado de trabalho. A relação delas com atecnologia vai ser de integração total, buscando aconectividade constante e estabelecendo um novomodo de se relacionar com as pessoas.

Para o psicólogo Luiz Avelino, as gerações tendem a se adaptar às tecnologias

Lucas Felipe Jerônimo e Natália Nascimento

Fotos: Lucas Felipe Jerônimo

A universitária Marisa fez curso de computação e hojesabe usar suas ferramentas básicas

O jornalista Flávio Cortez considera que o acesso maisfácil à educação estimulou a competitividade na suageração

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O conhecimento científico realizado naUFU é, há cerca de dois anos, divulgado para apopulação de Uberlândia e Região por meio doprojeto conhecido como Pop Ciência, mantidopelo Curso de Jornalismo, com apoio da Funda-ção de Amparo à Pesquisa do Estado de MinasGerais. A atividade vem sendo realizada desde

agosto de 2010 por professores, alunos e técni-cos, e deverá ser concluída no final de 2012.

Segundo a coordenadora do projeto,Adriana Omena, é importante popularizar ostemas científicos, pois “a ciência está presenteno nosso cotidiano desde as atividades e coi-sas mais simples até as propostas mais comple-xas: dos brinquedos, das brincadeiras, dosalimentos e dos produtos de limpeza até dananotecnologia, por exemplo”.

Para produzir os conteúdos de ciência,os alunos envolvidos no Pop Ciência tiveramcontato com o jornalismo científico. Assim,aprenderam que para que os fatos cheguem aopúblico e este compreenda de modo mais fácil asespecificidades da ciência, alguns recursos de-vem ser usados, como comparações e a utiliza-ção de exemplos reais vividos pelas pessoas nocotidiano.

O projeto Pop Ciência conta com jornalimpresso “Ciência em Pauta” e com a veiculaçãode programas de um minuto na Rádio “CiênciaUFU no Ar” e na TV Universitária “Minuto Ci-ência UFU”. Omena lembra que “a equipe traba-lha agora na produção de dois livros, um sobreJornalismo Especializado e outro sobre a experi-ência de popularização da Ciência”.

CuriosidadesCindhi Belafonte

Tratamento para câncer de laringeUm estudo realizado recentemente

pela Universidade Estadual Paulista (Unesp)em Ribeirão Preto apresentou uma nova alter-nativa de tratamento para o câncer de larin-ge. A pesquisa aponta que uma proteínaanti-inflamatória, produzida pelo próprio or-ganismo é capaz de conter o avanço dos tu-mores. A implantação da técnica comoterapia para o combate ao câncer ainda estáem fase de testes, mas as pesquisadoras ThaísGastardelo e Sônia Oliani acreditam que o es-tudo possa auxiliar no tratamento de outrostumores.Fonte: http://migre.me/b4mtA

Em alto e bom somA Secretaria de Educação Continua-

da, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Seca-di) , em parceria com a Universidade Federalde São Carlos (UFSCar) e com a Universidadede São Paulo (USP) , desenvolveu um equipa-mento eletrônico para auxiliar a aprendizagem

de surdos. O dispositivo, que consiste em umchip emissor e um receptor, utiliza a frequên-cia modulada para filtrar a voz do professor emsala e permitir acesso acústico aos estudantesque utilizam aparelhos de amplificação sonorae implante coclear. O projeto está em fase deteste e será implantado em 80 escolas públicasdo país.Fonte: http://migre.me/b4lXM

De cana a carbonoUm grupo de cientistas da Universi-

dade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) de-senvolveu técnicas para transformar osresíduos da cana-de-açúcar em fibra de car-bono. O método consiste em extrair de umdas moléculas estruturais da planta e trans-formá-la em fibra. O trabalho ainda está emfase de testes, mas a coordenadora do estudoacredita que a técnica seja uma alternativapara minimizar os custos na produção docombustível.Fonte: http://migre.me/b4mul

Projeto populariza ciênciafeita na UFUProdução de jornais, programas de rádio eTV ajudam a divulgar pesquisas

Ana Beatriz Tuma e André Víctor Moura

Astro do futebol é inspiração para cientistasNova espécie de abelha homenageia Ronaldinho Gaúcho

Ana Flávia Bernardes dos Santos

A paixão dos brasileiros pelo futebol étanta que o esporte é envolvido até em pesquisascientíficas. Uma nova espécie de abelha,descoberta pelo professor de zoologia AndréNemésio, do Curso de Ciências Biológicas daUniversidade Federal de Uberlândia (UFU), epelo estudante Rafael Ferrari, da UniversidadeFederal de Minas Gerais (UFMG), foi nomeadaa partir do número da camisa do astro do futebolRonaldinho Gaúcho, jogador do Clube AtléticoMineiro.

O pesquisador recebeu um material depesquisa de Michelle Guimarães, uma estudantedo Ceará, para ser identificado. Neste material,havia uma diversidade de abelhas e, dentre elas,foi encontrada a nova espécie. Entre 2011 e oprimeiro semestre de 2012, a equipe dolaboratório de Ecologia e Sistemática de Abelhasda UFMG esteve no Ceará e coletou outroexemplar da espécie. De acordo com o professorda UFU, essa identificação é feita através dacomparação com outras abelhas já conhecidas,depositadas em algum museu ou coleçãoentomológia.

O nome da espécie é “Eulaemaquadragintanovem”. De acordo com Nemésio,“Quadragintanovem, em latim, significa onúmero quarenta e nove, o número da camisado Ronaldinho no Galo”. Ele aindaacrescentou que esta espécie foi encontradaem áreas de mata atlântica em topos de

montanhas e é aparentemente restrita aoestado do Ceará.

Nemésio destaca a necessidade dedivulgar para as pessoas que muitas espécies deanimais ainda são desconhecidas pois vivem emáreas que vem sendo desmatadas e sofrem comessas mudanças ambientais como conseqüênciado desmatamento. “É importante proteger osremanescentes florestais e se destinar maisrecursos à pesquisa básica, para que possamosinventariar a nossa fauna e flora”, conclui.

Este pensamento também écompartilhado por outros professores da área dezoologia e ecologia. Kléber Del Claro, tambémprofessor do curso de Ciências Biológicas daUFU, comenta que toda descoberta de uma novaespécie é um passo à frente na diminuição denossa ignorância com relação à natureza que noscerca. “O trabalho dos taxonomistas é de enormeimportância, pois eles nos permitem identificar enomear novos ‘pacotes gênicos’, evoluídos à luzda seleção natural que ainda não conhecíamos”,disse.

Ainda em relação à importância destesestudos, Del Claro acredita que eles trazeminformações de história natural que não sãoconhecidas. De acordo com o pesquisador, “ahomenagem feita pelo professor à uma pessoapública e notória colabora para popularizar nossaciência, ela pula os muros da universidade e correde encontro ao nosso povo”.A espécie Eulaema quadragintanovem destaca o atacante que veste a camisa 49 do Clube Atlético Mineiro

Foto divulgação

DESCOBERTA

Publicação impressa é destinada a alunos do ensino médio

Amostras de tumor de laringe com atividade de células inflamatórias (apontada pelas setas). A incidência deinflamação está associada a processos tumorais.

Foto divulgação / Fonte: http://migre.me/b4mtA

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O professor Elmiro Santos Resende ven-ceu, em segundo turno, as eleições para reitoriada UFU, nos dias 26 e 27 de setembro. O proces-so, que tem caráter de consulta à comunidade aca-dêmica, visa definir o gestor da Universidadepelos próximos quatro anos.

Ao todo, quatro candidatos participaramda disputa: Alfredo Júlio Fernandes Neto, da cha-pa UFU sem Fronteiras – A Mudança Continua;

Elmiro Santos Resende, da chapa Ética, Autono-mia e Compromisso Democrático; Guimes Rodri-gues Filho, da chapa ParticipAção e RosuítaFratari, da chapa Todas as Vozes: Democracia,Qualidade Acadêmica e Compromisso Social. Aconsulta eleitoral foi realizada em todos os campida Universidade e aconteceu em dois turnos, jáque nenhum dos candidatos alcançou a maioriados votos no primeiro turno.

Os candidatos mais votados, Alfredo JúlioFernandes Neto e Elmiro Santos Resende, segui-ram na disputa. De acordo com dados oficiais daDiretoria de Comunicação Social (Dirco) daUFU, na segunda etapa, o processo eleitoral rece-beu 13.664 votos válidos, dos quais 1 .504 de pro-fessores, 2.724 de técnicos administrativos e9.436 de estudantes. Resende foi eleito com55,14% dos votos válidos, enquanto o atual reitor

recebeu 44,86% de aprovação.O professor eleito pela comunidade aca-

dêmica terá seu nome encaminhado ao Ministé-rio da Educação (MEC) em uma lista tríplice, edeverá tomar posse em dezembro. O Senso InComum entrou em contato com a assessoria docandidato, mas até o fechamento dessa edição,Elmiro Santos Resende não se pronunciou sobrea eleição.

Cindhi Belafonte

Elmiro Santos Resende é eleito novo reitor da UFUConsulta Eleitoral mobilizou comunidade acadêmica de todos os campi

UNIVERSIDADE

Categorias avaliam saldo da greveApós quatro meses de paralisação, docentes e estudantes retomam suas atividades na UFU

Cindhi Belafonte

AUFU retomou as atividades acadêmicasem 17 de setembro, após 123 dias de greve. A pa-ralisação, que ocorreu em âmbito nacional e tevea maior duração entre todas as já realizadas pelacategoria, contou com o apoio de discentes e téc-nico-administrativos. O movimento grevista teveinício com as reivindicações dos docentes para re-estruturação da carreira e aumento do piso salari-al. A iniciativa foi acompanhada pelas duas outrascategorias, que aderiram à paralisação em buscade pautas específicas.

Durante o período de suspensão das ativi-dades foram promovidas diversas ações, como as-sembleias, mesas de discussões e atos públicos deprotesto. As negociações com o governo segui-ram separadamente, conforme as reivindicaçõesde cada movimento, e o retorno às atividades fi-cou a critério de cada categoria. Na UFU, o reiní-cio do semestre letivo foi estabelecido em umaAssembleia Geral de Docentes, que deliberou pe-lo fim da greve.

De acordo com o professor Aurelino JoséFerreira Filho, membro do Comando Local deGreve, a decisão de retomar as aulas foi motivada,principalmente, pela ausência de um acordo satis-fatório com o governo. “Nós avaliamos que a con-juntura já não nos possibilitava mais continuarem greve. No tocante à nossa pauta de negocia-ção, avaliamos que não houve ganhos. O governonão atendeu a nossa pauta em nenhum item e in-felizmente, houve até um aprofundamento de pro-blemas antigos existentes na carreira”, explica.

Ferreira Filho esclarece que a contrapro-

posta oferecida pelo governo em 1º de agostonão foi aceita pelo movimento sindical dos docen-tes. No entanto, segundo ele, mesmo assim oacordo tem validade. “O acordo vale porque foiassinado pela PROIFES [Federação de Sindica-tos de Professores de Instituições Federais de En-sino Superior] , que é outro sindicato, que nãorepresenta nem 10% da categoria, mas tem statuslegal, portanto, uma vez ele assinando, o governoentende que o acordo está validado para toda a ca-tegoria docente”, completa.

Mesmo com o encerramento da greve, oprofessor declara que os docentes continuam uni-dos e mantém suas reivindicações. “Continuar-mos a luta em outras frentes, como por exemplo,a que estamos fazendo junto aos congressistas, na-cional e localmente, no sentido de pressioná-lospara derrubar pontos muito complicados, muitoruins e muito prejudiciais da carreira”, defende.

Amilton Rosa de Lima, aluno do Curso deCiências Sociais, apoia a iniciativa do movimentoem fazer greve para conseguir que suas reivindica-ções sejam atendidas. No entanto, ele argumentaque a paralisação tem impactos negativos na vidaacadêmica. “Atrasa um semestre da nossa vida”,afirma. Ele revela que esperava que o primeiro se-mestre de 2012 fosse concluído para que ele procu-rasse um estágio, já que a partir do períodoseguinte teria menos matérias. “Com a greve, essesplanos foram por água abaixo”, esclarece.

Técnicos administrativosO movimento grevista iniciado pelos pro-

fessores foi acompanhado pelos técnicos adminis-trativos em educação de diversas instituiçõesfederais. Na UFU, as negociações do Sindicatodos Trabalhadores Técnico-Administrativos emInstituições Federais de Ensino Superior (Sintet-UFU) duraram 79 dias. Em 29 de agosto, a cate-goria anunciou o encerramento da greve e a reto-mada das atividades.

Luiz Carlos Leite, técnico no Instituto deArtes e coordenador de comunicação do Sindica-to, explicou que o reinício às atividades ocorreuporque os técnicos aceitaram as propostas do go-verno. “A categoria entendeu que, dentro do mo-mento e dentro do contexto, não havia comoavançar mais e parte da pauta foi atendida”, relata.

De acordo com o técnico, as principaisconquistas do movimento foram a derrubada daMedida Provisória 568, que dobrava a carga horá-ria sem ajuste de salário e reduzia os percentuaisde periculosidade e insalubridade dos trabalhado-res, e a reestruturação da tabela remuneratória.

Os técnicos também exigiram uma audi-

ência pública para se avaliar sobre a contrataçãoda Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares(EBSERH) para administrar o Hospital de Clíni-cas e conseguiram avanços nos anexos 3 e 4, quetratam da progressão por capacitação profissio-nal, e evitar a implantação, pelo menos imediata,da EBSERH. “É claro que não há uma satisfaçãototal, principalmente dos valores econômicos.Nós entendemos que poderíamos ter avançadoum pouco mais, mas o sentimento geral é que, senão foi satisfatório, pelo menos ela [a greve] foimuito melhor que a do ano passado”, esclarece.

EstudantesA paralisação coordenada pelo movimen-

to estudantil ocorreu em apoio aos docentes, apartir da formação de umComando Local de Gre-ve Estudantil (CLGE). O Comando era compos-to por membros do DCE, diretórios e centrosacadêmicos e demais discentes não vinculados àsentidades, que buscavam conquistas em reivindi-cações específicas.

Na pauta de discussões, além de exigênci-as em contexto nacional, direcionadas ao Gover-no Federal, estavam elencados assuntosespecíficos a serem debatidos com a Administra-ção Superior da Universidade. Em âmbito nacio-nal, as principais requisições eram aplicação de10% do PIB em educação pública, revisão do Pla-no Nacional de Educação e a garantia de parida-des em conselhos universitários.

Na esfera local, os discentes reivindica-ram políticas de assistência estudantil, como a ex-tensão do horário de funcionamento dosRestaurantes Universitários e criação de transpor-te gratuito entre os campi, reestruturação de espa-ços físicos e autonomia de entidades estudantisno uso de serviços da universidade e transmissãodas reuniões de conselho pela TV universitária.

Raíssa Dantas, membro do CLGE avaliaque a greve estudantil foi uma experiência provei-tosa para a categoria. “Foi um momento em que agente conseguiu unificar, aqui na UFU, os estu-dantes independentes, que talvez nem conheces-sem o movimento estudantil, junto com aesquerda já organizada da universidade em defesada educação que a gente acredita que seja um me-lhor modelo”, pondera.

Durante o período, o Comando realizoudiversas ações de mobilização, como assembleias,reuniões de discussão e, no fim de agosto, a ocu-pação do prédio da Reitoria durante cinco dias.De acordo com Raíssa, a ocupação foi uma açãodireta do movimento na tentativa de avançar nasnegociações com a Administração da Universida-

de. A aluna conta que a iniciativa rendeu con-quistas, como a implantação, em caráterexperimental, da extensão do horário de funcio-namento no RU do Santa Mônica. “O saldo quea gente avalia, ao final da greve estudantil, é posi-tivo pra reorganização do movimento estudantildentro da UFU e um salto qualitativo na mobili-zação”, completa.

Max Ziller, estudante do quarto períodode Ciência da Computação, é militante do movi-mento estudantil na instituição e considera quehouve falta de informação sobre a greve estudan-til. Segundo ele, muitos universitários não sabi-am da existência do CLGE, o que comprometeua mobilização.

O estudante avalia que um dos principaisproblemas da greve foi a reorganização do calen-dário acadêmico, que levará alguns semestres pa-ra voltar à regularidade. No entanto, ele ponderaque a greve trouxe impactos positivos para a co-munidade. “A longo prazo, os impactos são maispositivos, porque houve para os professores etécnicos alguns avanços, principalmente na ques-tão salarial”, conclui.

Em relação aos impactos da paralisação, aavaliação geral entre as categorias é de que a grevefoi positiva enquanto instrumento de mobilizaçãosindical. “No que tange a uma avaliação política parao movimento docente e sindical, tivemos vitóriasimportantes. A principal delas é o fortalecimento dacategoria a partir de uma greve que durou quatromeses, que demonstrou uma força muito grande dacategoria”, declara Ferreira Filho.

Amilton Rosa de Lima apoiou a iniciativa, mas considera quea paralisação tem impactos negativos na vida acadêmica

Fotos: Cindhi Belafonte

Max Ziller avalia que a greve trouxe impactos positivos para acomunidade pelo avanço na questão salarial de professores etécnicos

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Rodrigo Marques é atleta paralímpicoprofissional há nove anos. Em 2005, enquantoassistia a uma partida de basquete no campusda Educação Física, conheceu Weverton San-tos, treinador da equipe paralímpica de Uber-lândia. Durante a conversa, veio o convite paraRodrigo integrar a equipe de halterofilismo. O

jovem, à época com 18 anos, aceitou pronta-mente e, desde então, se dedica exclusivamenteao esporte. Rodrigo participou de diversos cam-peonatos e, recentemente, representou a equi-pe de Uberlândia nas Paralimpíadas deLondres 2012, na competição de halterofilis-mo para atletas de 90 quilos. O para-atleta trei-

na, em média,quatro horas pordia, de segunda à sá-bado.

Senso(in)co-mum: Há quantotempo você praticaesporte?Rodrigo: Noveanos

Senso: O que temotivou a ingressarna carreira de atleta?Rodrigo: Bom eusempre ia na Educa-ção Física ver os me-ninos jogarbasquete. Aí quandoeu fui na academiamesmo de lá, eu en-contrei o Wevertone o Marcelo. Elesme convidaram paratreinar com eles, pa-ra ver se eu ia gostarou não. Aí eu come-cei a treinar, gostei e

estou com eles até hoje.

Senso: Por que a escolha por essa modalida-de?Rodrigo: Eu tinha gosto de jogar o basquete.Mas, como aqui em Uberlândia o basquete ébem fraco, eu escolhi essa modalidade, e gosteidela e estou até hoje.

Senso: Há dificuldades em ser um atleta parao-límpico? Se sim, quais?Rodrigo: Dificuldade assim todo mundo vaiter, mas se batalhar, consegue, com certeza.

Senso: Além da rotina de treinos, há algum ou-tro tipo de preparação específica para as compe-tições?Rodrigo: Bom, minha rotina de treino é de se-gunda a sábado. De segunda a sexta eu treinodas 14 às 18 e, no sábado, das 14h30 às 16h. Agente treina aqui no Sabiazinho, mas quando évéspera de competição, a gente vai para o Cen-tro de Treinamento Paralímpico, que é na Edu-cação Física. Aí muda totalmente, porque lá osequipamentos são todos oficiais.

Senso: E, em relação à alimentação, você rece-be orientação e acompanhamento médico?Rodrigo: Tudo pelo nutricionista do CPB.

Senso: As Paralimpíadas são competições olím-picas destinadas exclusivamente a atletas com al-gum tipo de deficiência. Em Uberlândia, oinvestimento no treinamento de atletas paralím-picos tem aumentado. Você, como atleta há tan-to tempo, sente falta de algum tipo de apoio?

Rodrigo: Patrocínio. Uberlândia é uma cida-de que patrocina bastante o futebol. E agoraque eles estão vendo que o paralímpico estárendendo. Aqui, o patrocínio seria ideal paraos paralímpicos.

Senso: Você disputou pela primeira vez as Pa-ralimpíadas de Londres 2012. Como foi parti-cipar de uma das competições olímpicas maisvalorizadas no mundo?Rodrigo: Pra mim foi gratificante ver outrospaíses. Eu já tinha disputado mundiais, opens,e é muito gratificante ver os melhores do mun-do. Eu gostei pra caramba, e quero estar em2016 no Rio, buscando a medalha pra nós.

Senso: Além das Paralimpíadas de Londres2012, de quais outras competições você parti-cipa ou já participou?Rodrigo: Eu já participei na Malásia, na Jor-dânia, no México, no Rio, em 2007. Sou hexabrasileiro, tenho muitos títulos. Brasileiro, re-gional e os opens.

Senso: Você recebe patrocínio?Rodrigo: Eu recebo bolsa-atleta do Governo.E essa bolsa me ajuda bastante, ajuda a comprarmeus suplementos, ajuda em casa a comprarminhas roupas, minha cadeira. Ajuda bastante.

Senso: Para finalizar, quais são seus planos,enquanto atleta, para o futuro?Rodrigo: Me dedicar cada vez mais ao es-porte, treinar bastante, e ser o melhor domundo. Estou entre os seis, né? Quero ficarem primeiro.

Entre os melhores

SUPERAÇÃO

UFU é centro de excelência para atletas paralímpicosO campus Educação Física recebe competidores de halterofilismo de todo o país

Aline de Sá, Cindhi Belafonte e Natália Nascimento

Uma delegação com mais de 180 atletas,43 pódios e o 7º lugar no quadro geral demedalhas. Esses foram os números que marcarama participação brasileira nas Paralimpíadas deLondres em setembro desse ano.

Com atletas competindo em 20modalidades, o Brasil conquistou 20 medalhas deouro, 14 de prata e oito de bronze, além damelhor colocação paralímpica dos últimos anos.No cenário desportivo, Uberlândia figurou comdestaque, com a maior participação histórica.Joana dos Santos Silva, Daniele Martins eRodrigo Marques integraram a delegaçãonacional nas modalidades de atletismo, bocha ehalterofilismo.

A cidade é referência nacional naformação de profissionais do esporte paralímpicohá mais de três décadas, é o que afirma oprofessor Alberto Martins da Costa, pró-reitor deExtensão, Cultura e Assuntos Estudantis daUFU. Segundo ele, além de infraestruturaadequada, Uberlândia dispõe de centrosespecializados em treinamento de atletasparalímpicos: Sesi Gravatás, com sua pista deatletismo, e o Centro de Treinamento deHalterofilismo Paralímpico no campus daEducação Física da UFU.

DificuldadesApesar do bom desempenho nas

competições e do crescente investimento noesporte paralímpico, a cidade ainda enfrenta

alguns desafios. Weverton Santos, treinador epreparador físico dos atletas paralímpicos deUberlândia, argumenta que falta de incentivo aotrabalho técnico é um dos principais entravespara a consolidação do esporte na região.

O educador físico também aponta aquestão da ausência de patrocínios como umadificuldade para o desenvolvimento dos atletas.“Eu acho que a gente precisa caminhar em duasvertentes. O Brasil tem que deixar de ser amadorpara ser profissional e incentivar, dar mais espaçoe mais oportunidade para esses atletas. Não só debolsa, mas de patrocínio”, defende.

Em relação às dificuldades, Costa avaliaque o desenvolvimento tecnológico de baixocusto é o grande desafio para um atletaparalímpico. Segundo ele, os equipamentosutilizados pelos atletas são individuais e todospossuem alto custo, o que restringe o público quepretende iniciar nas modalidades paralímpicas.“Uma prótese para corrida custa hoje em tornode 30 mil reais. Uma cadeira de rodas paracorrida, [custa] de 20 a 25 mil reais. Não équalquer atleta que pode ter isso”, reforça.

O professor também aponta que umadas barreiras consiste na formação específica detécnicos, dirigentes e arbitragem. Outro desafio,para ele, é o reconhecimento, por parte doatleta, de suas habilidades. “É ele ter ainformação de que, apesar de ele ser deficiente,ele tem potencialidade e capacidade para ser umatleta”, pontua.

Centro de TreinamentoEm sua segunda edição, o Senso

(in)Comum noticiou a implantação do primeiroCentro de Treinamento de HalterofilismoParalímpico no campus da Educação Física daUFU. O espaço, inaugurado em outubro de 2010,faz parte de um projeto do Comitê ParalímpicoBrasileiro (CPB) que visa implantar centros detreinamento em todo território nacional.

Costa, que também é coordenador daAcademia Paralímpica Brasileira, explica que acidade foi escolhida para sediar o primeiro centrode treinamento por oferecer condiçõesadequadas, tanto de infraestrutura como deprofissionais. “O CPB escolheu a UFU para ser o

primeiro Centro, inclusive para balizar os demaiscentros pelo Brasil. Então foi feita uma academiade musculação, com todos os equipamentosnecessários para o halterofilismo em específico”,esclarece.

Atualmente, a cidade recebe atletas detodo o país, inclusive os da equipe permanentedo Brasil. Para treinar, as delegações solicitamagendamento de horários e têm o espaço àdisposição. Além dos equipamentos, o centrodisponibiliza serviços de avaliação dos atletas.“Nós temos aqui profissionais comofisiologistas, biomecânicos, psicólogos quefazem todo acompanhamento dos atletas”,explica Costa.

Apesar da infra‐estrutura de qualidade competidores reclamam da falta de patrocínio

Fotos: Natália Nascimento

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Page 7: Senso Incomum 12

Sessão PipocaNatália Nascimento

SelvagensO drama traz dois amigos, Ben(Aaron Johnson) e Chon (Tay-lor Kitsch) , que dividem a mes-ma namorada, Ophelia (BlakeLively) , e um bem-sucedido ne-gócio de plantio e distribuiçãode maconha. Quando resistem a

um cartel do narcotráfico mexicano, a namoradaé seqüestrada. Estreiou no início de outubro.

007 – Operação SkyfallO 23º longa-metragem do agen-te James Bond teve sua estréiaadiantada no Brasil pela SonyPictures e chega às telas em 26de outubro. Em Skyfall, a lealda-de de Bond a M (Judi Dench) étestada. Com o MI6 sob ataque,

007 (Daniel Craig) deve rastrear e destruir aameaça. Javier Bardem interpreta o vilão.

Amanhecer – Parte 2Para os amantes da saga Crepús-culo, chega às telonas no dia 15de novembro o último filme ba-seado nos livros da autoraStephenie Meyer. O ator RobertPattison, além de atuar, canta etoca no piano a música traduzida

como 'Canção de Ninar de Renesmee'. Na parte2, Bella Swan (Kristen Stewart) já é uma vampira.

Os PenetrasAdois dias do réveillon, o apaixo-nado Beto (Eduardo Sterblitch)vai ao Rio de Janeiro tentar reatarcom Laura e, desprezado, tenta osuicídio. Quem o salva damorte éo vigarista Marco Polo (MarceloAdnet). Dirigido por Andrucha

Waddington, o novo longa promete boas risadas.Estréia prevista para 30 de novembro.

Penso, logo clico!Lucas Felipe Jerônimo

Pensamentos, imagens euma boa prosa. É assim quea jornalista uberlandenseMônica Cunha pretendemanter, através desse blog,mais um vínculo com aque-les que se identificam com oseu trabalho na TV e no rá-dio. É a junção da literaturacom a saúde e também mui-ta história de vida.

http://www.blogdamonicacunha.com.br

Na área da comunicação, reúne as novidades do universo criativo! O sitefeito por publicitários e jornalistas aborda conteúdos relacionados à publi-cidade, marketing, design, tecnologia, fotografia e ilustração, novas mídias,web e muito mais. Cada post traz uma ideia inusitada, clique e inspire-se.http://comunicadores.info

Jornalista pretende se aproximar do público

Você é fanático por livros e quer organizar tudo aquilo que já leu?! Aquivocê pode cadastrar gratuitamente as suas leituras concluídas, aquelasem andamento e também o que pretende ler. A interação com os seusamigos permite encontrar quem tem o interesse semelhante, o que in-centiva a troca e o empréstimo de obras.http://www.orelhadelivro.com.br

Portal para os cinéfilos de plantão! Tudo sobre o que é notícia na telona: oque está em cartaz, o que vem por aí, além de fichas técnicas de A a Z sobreos mais diversos filmes. Você encontra também uma seção de críticas, re-portagens especiais, promoções e quiz para responder e se divertir!http://cinema10.com.br

Pensando na dificuldade da procura de ingressos para determinadosshows e eventos surgiu esse site, focado em facilitar o encontro de quemprocura ingresso com quem comprou, mas não vai poder ir ao evento. Osite é simples e funciona como ummural de anúncios.http://www.compreienaovou.com.br

Natália Nascimento

Senso MusicalKylie Minogue – The Abbey Road Sessions

A cantora lança no dia 29 de outu-bro seu mais novo álbum, compos-to por 15 versões dos singles maisimportantes de sua carreira e grava-do com uma orquestra. Entre ascanções que incluem no CD, estão:Slow, All the Lovers, The Locomo-tion e Come Into My World, econtém ainda um inédito, Flower.

Pink – The Truth About LoveEm seu sexto álbum de estúdio, aestadunidense Pink declarou queo tema é o amor em todas suasformas. No CD, ela trabalhoucom Dan Wilson, co-autor do hit"Someone Like You", de Adele.Entre as canções do disco, está"Blow Me (One Last Kiss) ", quefoi Top 10 em vários países.

Thiaguinho – Ousadia & AlegriaEm fase de recomeço, o ex-voca-lista da banda Exaltasamba lançouseu primeiro álbum solo, com 16canções inéditas e seis regrava-ções. O repertório mescla pagodee samba com R&B e música pop.O cantor conta com diversas parti-cipações, entre elas do cantor ecompositor Gilberto Gil.

Cindhi Belafonte

Nós vamos invadir sua praiaAndréa AscençãoO hit que embalou o rock nacionaldos anos 80 e deu nome ao terceiroálbum do grupo Ultraje a Rigor che-ga ao terceiro milênio como obra lite-rária. O livro da jornalista resgata atrajetória de uma das bandas mais ir-reverentes do cenário musical brasi-leiro.

Sob a redomaStephen KingUm campo magnético isola, misteri-osamente, a pequena cidade deChester’s Mill, no Maine. Os mora-dores tentam entender o acontecido,enquanto lutam para sobreviver emmeio a consequências ecológicas de-sastrosas. A obra do autor norte-ame-ricano chega ao Brasil em outubro.

Nau à Deriva: o teatro emUberlândia, de 1907 a 2011Carlos Guimarães CoelhoO livro do jornalista e produtor cul-tural, “Náu à deriva” faz uma viagemno tempo e resgata os mais de cemanos de história do teatro na cidade.A obra é um lançamento da editoraAssis e conta com depoimentos depersonagens importantes na constru-ção do teatro local.

Página Aberta

Vida de concurseiro: investimento a longo prazoA rotina de quem busca uma vaga no setor público exige disciplina e paciência

Fazer uma faculdade, batalhar por um es-paço no mercado de trabalho, vivenciar as experi-ências da rotina profissional. Esse é o caminhobásico trilhado por milhares de jovens recém-gra-duados. Entretanto, para alguns, o dia a dia no

mercado pode não ser tão atraente, é quando elesresolvem procurar outras oportunidades, comoos concursos públicos.

Guilherme Augusto da Silva Rodrigues éformado em Publicidade e Propaganda, entre operíodo da graduação e depois da formatura tevea oportunidade de trabalhar em três agências. Apressão da rotina somada ao baixo salário fez comque o recém-graduado decidisse prestar um con-curso público em abril do ano passado. A suaaprovação para o cargo se deu em junho desteano e logo começou a trabalhar na UFU, na bibli-oteca do campus Umuarama. Sobre a motivaçãopara essa preferência de carreira, Guilherme afir-ma: “eu acho que o trabalho é menos estressantee dá pra conciliar com o estudo, que eu acho maispositivo ainda”. Hoje, o jovem faz o curso de Le-tras na Universidade Federal de Uberlândia(UFU) e já pensa em se envolver em grupos de

pesquisa e, para o futuro, fazer mestrado.A história de Roberto José da Cruz foi um

pouco diferente, o assistente em administraçãoda Faculdade de Educação da UFU começou aprestar concurso logo após a formatura, em 2006,buscando estabilidade. Até a aprovação, em2010, passou por outros dois concursos. Robertoestudava por conta própria através da internet, se-guindo conteúdos de testes anteriores e tambémcom livros da biblioteca. Apesar de já estar atuan-do como concursado, Roberto ainda pretende al-cançar outro cargo, com um salário superior e,para isso, continua prestando novas provas. Anopassado foi aprovado, mas não pode assumir ocargo por conta de uma limitação física. Entretan-to, o assistente em administração já tem um pla-no. “Quero trabalhar na área de perícia criminal:análise de causa mortis, toxicometria, verificaçãode acidentes”, conta.

Para quem busca uma rotina planejada deestudos que envolve disciplina e conteúdos progra-mados, uma opção é o cursinho preparatório paraconcursos. Assim como o personal trainer da acade-mia desportiva, esse tipo de curso tem o objetivo decolocar o candidato no ritmo para as provas. AndréReis é coordenador de um curso preparatório econta que paciência é fundamental para conseguirêxito nessa área. “Ter consciência, disciplina, abrirmão de muitas coisas, arrumar um horário de estu-do, contar com o apoio da família, psicológico e fi-nanceiro, esse é o grande segredo”, disse. Alémdisso, o coordenador reforça que a pressão para aaprovação no primeiro concurso é prejudicial e queo candidato deve ter a noção de que se trata de uminvestimento em longo prazo. “O aluno muito inte-ligente subestima os concursos públicos, só queexiste um edital com matérias básicas, o esforçadoestuda os itens do edital e passa”, conclui.

O publicitário Guilherme considera o trabalho públicomenos estressante que o mercado

Lucas Felipe Jerônimo

Lucas Felipe Jerônimo

COMPORTAMENTO

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GASTRONOMIA

Pelo mundo afora

Nossa comida nasceu de misturas. Ingredientes europeus, indígenase africanos, todos têm seu espaço na mesa. Os índios são os mais in-fluentes nas receitas, mas com a colonização do país, houve adapta-ções. Como a famosa feijoada, mistura africana e indígena. DeEstado para Estado, há grandes diferenças quanto aos pratos típicos,mas isso se deu, também, pela colonização. Pelo Brasil ser um paísenorme, cada terra tem seu tempero, influenciado pelo povo que ha-bitou um dia.

Fazendinha Sabiá:Lá você encontra comida e ambiente típicos de fazenda. Bom parapassar a tarde, pois tem até rede debaixo de uma árvore para vocêtirar aquela soneca depois de almoçar.Onde: R. Bolívia, 110 – TiberyHorários: Terça-Feira a Sexta-Feira, das 11h as 14h / Sábados,Domingos e Feriados, das 11h as 15h30

Ora Pro Nobis:Uma chácara de família que, aos finais de semana, se transformaem um restaurante. Com a refeição preparada em fogão à lenha,você tem a lembrança de comida de vó.Onde: R. Belizário Dias, 193 (fica no distrito de Cruzeiro dos Pei-xotos, à 18km do Centro da cidade)Horário: Aos domingos, das 11h às 17h

Culinária brasileiraQuando se fala em culinária italiana, muitos só pensam em pizza emacarrão. Claro que são os mais famosos, mas essa cozinha não seresume a massa em todos os pratos. Queijo e vinho também ingredi-entes ou simples acompanhamentos imprescindíveis para a culináriado país. Suas comidas têm origens diferentes, uma de cada região,sendo a mais famosa, a pizza, original da província de Napoli.

DomGiuseppe:Lá você vai se sentir em um pequeno restaurante de Roma. Comuma decoração típica e um cardápio de dar água na boca.Onde: Praça Cícero Macedo, 118 – FundinhoHorários: Terça à sexta, das 19h às 24h / Sábado, domingo e feria-dos, das 11h às 14h30 (almoço) e das 19h às 24h (jantar)

Sapataria da Pizza:Como o nome já diz, você vai encontrar milhares de sapatos nocardápio. As pizzas são assadas de uma maneira exclusiva e, em suagrande maioria, são quadradas.Onde: Av. Getúlio Vargas, 1024 – MartinsHorários: Domingo a quarta, das 18h à 0h / Quinta a sábado, das18h à 1h

Culinária italianaA exótica culinária chinesa é requisitada em todo o mundo. O fa-moso ”agridoce” encanta as pessoas, o tão pedido “Yakissoba” épreparado com uma massa exclusiva, e suas carnes avermelhadas(pelo preparo na soja) são de comer rezando. Importantes ingre-dientes dessa cozinha são o alho-poró, o gengibre e a pimenta,além de proporcionarem um aroma sem igual, são utilizados paracolorir a comida chinesa.

CheffAlan:Com o tio, Kin Lee Lam (o cheffAlan) trabalhou um ano no res-taurante de Eike Batista e resolveu trazer toda sua experiência paraa cidade. O resultado são pratos muito saborosos com combina-ções divinas.Onde: Rua Bernardo Guimarães, 709 – FundinhoHorários: Sexta, com horário marcado / Sábado das 12h às 14h(almoço) e das 19h às 23h (jantar) / Domingo, das 12h às 14h

Grand China:Lá você encontra uma grande variedade de opções para degustar acomida chinesa. Ainda pode escolher se quer comer por quilo oupreço único por pessoa.Onde: Av. João Naves de Ávila, 160 – CentroHorários: Segunda à sexta, das 11h15 às 14h15 (almoço) e das19h15 às 22h (jantar) / Sábado, domingo e feriados, das 11h15 às15h (almoço) e das 19h15 às 22h15 (jantar)

Culinária chinesaAna Flávia Bernardes e Natália Nascimento

Você já deve ter ouvido muito aquela expressão “viajar sem sair do lugar”. Pois ela é pode ser verdade quando pensamos em comida. Uma dascoisas que mais caracteriza um lugar é sua culinária, seus pratos e bebidas típicas, sabores e aromas. Em Uberlândia, encontramos váriospedacinhos do mundo através de restaurantes. O Senso (in)comum reuniu algumas dicas para você se deliciar por diversos países.

Para você que gosta de arroz, a comida japonesa é o prato certo!No Japão, o arroz praticamente domina os pratos típicos, uma vezque os outros alimentos são considerados apenas como comple-mentos, denominados “okazu”. Um dos grandes diferenciais dacomida não são seus ingredientes e nem a quantidade de cores,aromas e sabores, mas sim o talher. Os japoneses utilizam o“Hashi” – dois bastões de madeira - para seguras os alimentos.

MitsuiLocalizado no centro, o Mitsui é recomendado para toda a cidadede Uberlândia por ser acessível e ter um preço agradável. Compratos típicos, oferece culinária japonesa de alta qualidade.Onde: Rua Barão de Camargo, 654 – FundinhoHorários: Segunda à domingo, das 11h às 14h (almoço) e das 18haté 23h30 (jantar)

MirakuMiraku significa apreciar o sabor, degustar, descansar. Com traçosorientais, o Miraku conseguiu unir o jeito brasileiro com atradicional cultura japonesa, agradando todos os uberlandenses.Onde: Rua Coronel Manuel Alves, 23 – FundinhoHorários: Todos os dias, das 11h30 às 15h (almoço) e das 19h às23h30 (jantar)

Culinária japonesaRica em proteínas, minerais e vitaminas, a diversidade de pratos ede temperos da culinária mexicana chama a atenção dosbrasileiros. Alguns dos pratos mais conhecidos são enchilada,burrito, nachos, tortillas e quesadilla. Para acompanhar, uma dasbebidas mais tradicionais é a tequila, com sua variedade de saborese aromas. Além dela, uma curiosidade: o chocolate que, noMéxico, é mais conhecido como bebida, do que alimento.

MexicaliUm dos mais famosos restaurantes da cidade de Uberlândia, oMexicali tem localização acessível e fortes características doMéxico, com músicas típicas e fantasias para os clientes. O famosochapéu mexicano faz com que os uberlandenses se sintam bementrosados ao ambiente.Onde: Rua Tiradentes, 66 – FundinhoHorários: Todos os dias, das 19h às 00h30

Culinária mexicana

Conhecida por sua grande diversidade de pratos e alimentos, osingredientes da culinária árabe variam entre ervas, grãos, legu-mes, nozes, folhas verdes, carnes, molhos e laticínios. Além dis-so, os árabes têm o costume de beber bebidas quentes, como ocafé e o chá, que sempre acompanham suas refeições. Os pratosmais conhecidos e saboreados pelos brasileiros são o quibe e aesfirra.

Monte LíbanoÓtima opção para quem gosta de comida libanesa. Com pratosquentes, frios, carnes e saladas, é o espaço ideal para aproveitarmais um pouco da culinária oriental.Onde: Rua Cipriano Del Favero, 640 – CentroHorários: Todos os dias, a partir de 11h15.

SahttenFundado em 1898, como uma lanchonete, o Sahtten coloca umgostinho mineiro na comida tradicional do oriente médio. Hoje,oferece uma diversidade dos pratos típicos do oriente.Onde: Av João Pinheiro , 220 - FundinhoHorários: Segunda a sábado, das 11h às 14h30 (almoço) e das 18hàs 23h (jantar) / Domingo, das 11h às 15h30

Culinária árabe

Tudo em um só lugarPara aqueles que gostam de comodidade, ainda há a

opção da Feira Gastronômica que ocorre na praça CoronelCarneiro toda terceira quinta-feira do mês, das 19h às 22h. Oevento é promovido em parceria com a Secretaria Municipalde Cultura e com apoio da Secretaria Municipal deAgropecuária e Abastecimento. Em um pulo, você passa pelaculinária da China, França, Itália, Japão, Líbano, México,Portugal, Rússia e Suíça; e de estados e regiões brasileiras.

Fotos: Natália Nascimento