SERVIÇOS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DA SEDE MUNICIPAL DE … · 2016. 12. 1. · RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DA SEDE MUNICIPAL DE CAMBUQUIRA

RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO Nº GFO 32/2016

SERVIÇOS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DA

SEDE MUNICIPAL DE CAMBUQUIRA

PRESTADOR: COPASA-MG

Gerência de Fiscalização Operacional Coordenadoria Técnica de Regulação Operacional e de Fiscalização dos Serviços

Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água

e de Esgotamento Sanitário do Estado de Minas Gerais

Junho de 2016

RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DA SEDE MUNICIPAL DE CAMBUQUIRA – JUNHO/2016

Direção Superior:

Gustavo Gastão Corgosinho Cardoso

Hubert Brant Moraes

Gustavo Gibson

Coordenadoria Técnica de Regulação Operacional e de Fiscalização dos Serviços

(CTROFS):

Rodrigo Bicalho Polizzi

Gerência de Fiscalização Operacional (GFO):

Fábio José Bianchetti

Equipe Técnica:

Ronaldo Coelho de Freitas – GFO/CTROFS – Agente de Fiscalização

Mauricio de Faria Soares – GFO/CTROFS – Agente de Fiscalização

Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e de Abastecimento de Água

do Estado de Minas Gerais – ARSAE-MG

Cidade Administrativa – Rodovia João Paulo II, Nº 4.001, Prédio Gerais, 12º andar

Bairro Serra Verde

Belo Horizonte

Minas Gerais

CEP: 31.630-901.

Tel: (31) 3915-8119 /

Fax: (31) 3915-2060

Site: www.arsae.mg.gov.br


RESUMO INFORMATIVO

O processo de fiscalização do sistema de abastecimento de água (SAA) na sede municipal

de Cambuquira iniciou-se em virtude da programação estabelecida pela Agência

Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário do Estado de

Minas Gerais (ARSAE-MG) para o ano de 2016, tendo ocorrido a inspeção in loco entre os

dias 22 a 26 de fevereiro de 2016.

Cumpre esclarecer que é competência da ARSAE-MG regular e fiscalizar a prestação dos

serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário, nas localidades

conveniadas, verificando o cumprimento da legislação pertinente, dos direitos e obrigações

previstos em contrato e da efetiva prestação do serviço.

O serviço de abastecimento de água prestado no Município de Cambuquira, de acordo com

o Prestador de Serviços, atende a 98,03% da população residente da sede municipal, sendo

atualmente regulado por Contrato de Concessão, assinado em 24 de novembro de 2005, e

vigorará pelo prazo de 30 anos. Entretanto, devido a vários procedimentos judiciais, o

prestador só começou a operar em 04 de dezembro de 2014 e a ser tarifado (“por consumo

mínimo”, já que ainda não é hidrômetrado), em setembro de 2015.

O sistema está sendo operado de forma parcialmente satisfatória, pois está atendendo à

população com água em quantidade, com continuidade e com qualidade, porém é

importante ressaltar a necessidade de se investir na preservação e recuperação das fontes

de captações existentes.

Ressaltamos a existência de dois contratos com recursos da FUNASA e da COPASA-MG,

onde estão previstas diversas obras, a curto prazo, para implantação e ampliação do

Sistema de Abastecimento de Água, e onde, também, estão previstas obras nas captações.

Ressaltamos ainda a falta do Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB), que,

conforme informado pela Prefeitura, não tiveram recursos financeiros para sua elaboração.

Em geral, no que tange à conservação e à manutenção de infraestrutura e equipamentos, as

unidades operacionais atendem a legislação pertinente, à exceção das fontes de captação.

Com relação à qualidade da água para consumo humano, foi realizada coleta na rede de

distribuição, onde os resultados estão em conformidade com os padrões de potabilidade

determinados pela Portaria MS n.º 2.914/2011, exceto pela verificação de valores acima do


máximo permitido pela referida Portaria para o parâmetro Turbidez nas análises realizadas

na saída do tratamento.

No mesmo período, foi realizada a medição de pressão na ponta da rede de distribuição e

verificado que a mesma encontrava-se dentro dos padrões preconizados pela norma técnica

NBR 12.218/94, da ABNT.

Além disso, constatou-se que no sistema isolado do bairro Congonhal não é realizada a

fluoretação da água distribuída, contrariando as determinações do Ministério da Saúde.

Como resultado do processo fiscalizatório, a ARSAE-MG propõe a adoção de uma série de

medidas corretivas para adequar o sistema de abastecimento de água às normativas

observadas, as quais constam nos capítulos 5 e 6 deste relatório. O relatório fotográfico

encontra-se no Apêndice A.


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................... 7

2. ENTREVISTAS REALIZADAS ...................................................................................................................... 8

2.1. PREFEITURA MUNICIPAL ........................................................................................................................................ 8

3. ÁREAS, SEGMENTOS E UNIDADES FISCALIZADAS ..................................................................................... 9

4. SITUAÇÃO CONTRATUAL ........................................................................................................................10

4.1. HISTÓRICO (CONFORME O PRESTADOR) ................................................................................................................. 10

5. FATOS LEVANTADOS ..............................................................................................................................13

5.1. FATOS LEVANTADOS NO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DA SEDE DE CAMBUQUIRA ............................................. 13

5.1.1. Outorgas ......................................................................................................................... 13

5.1.2. Captação Superficial da Serra ....................................................................................... 13

5.1.3. Captação Superficial do Rio São Bento ......................................................................... 13

5.1.4. Captação Subterrânea – Poço C-02 – Congonhal ......................................................... 14

5.1.5. Estação de Tratamento de Água (ETA) ......................................................................... 14

5.1.6. Reservatórios ................................................................................................................. 14

5.1.7. Rede de Distribuição ...................................................................................................... 15

5.1.8. Perdas de Água .............................................................................................................. 15

5.1.9. Controle da Qualidade da Água ..................................................................................... 15

5.2. FATOS LEVANTADOS NO ATENDIMENTO AO PÚBLICO ................................................................................................ 18

5.2.1. Agência de Atendimento ................................................................................................ 18

5.3. OBRAS DE MELHORIAS ........................................................................................................................................ 19

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS .........................................................................................................................20

7. CONSTATAÇÕES E NÃO CONFORMIDADES .............................................................................................22

8. RECOMENDAÇÕES ..................................................................................................................................24

9. AGENTES DE FISCALIZAÇÃO DA ARSAE-MG ............................................................................................24

APÊNDICE A. REGISTROS FOTOGRÁFICOS .......................................................................................................25

ANEXO I. CROQUIS DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DE CAMBUQUIRA. .......................................30

ANEXO II. DESCRIÇÃO TÉCNICO-OPERACIONAL DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA .........................31

ANEXO III. IBO DO MUNICÍPIO DE CAMBUQUIRA ...........................................................................................33

ANEXO IV. IBG DO MUNICÍPIO DE CAMBUQUIRA ...........................................................................................34

ANEXO V. NOTIFICAÇÃO À PRESTADORA. ....................................................................................................35

ANEXO VI. TERMO DE COMPROMISSO ENTRE O MUNICÍPIO DE CAMBUQUIRA E COPASA-MG ......................36


ANEXO VII. EDITAL PARA A EXECUÇÃO DAS OBRAS DO SAA DO MUNICÍPIO DE CAMBUQUIRA ......................38

ANEXO VIII. PRAZOS PARA EXECUÇÃO DOS SERVIÇOS ....................................................................................39

ANEXO IX. MÉDIA DE CONSERTOS DE VAZAMENTOS .....................................................................................39

ANEXO X. REGISTROS DE QUALIDADE DA ÁGUA NA SAÍDA DO TRATAMENTO ...............................................40

ANEXO XI. REGISTROS DE QUALIDADE DA ÁGUA NA REDE DE DISTRIBUIÇÃO. ................................................41


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1. INTRODUÇÃO

A ARSAE-MG, em observância a Lei Estadual nº 18.309, de 03 de agosto de 2009, Lei

Federal nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007, Lei Federal nº 8.987, de 13 de fevereiro de

1995, suas regulamentações e demais legislações pertinentes, atua na regulação e

fiscalização dos serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário nos

municípios conveniados com a Agência.

A ação de fiscalização visa determinar o grau de conformidade do sistema auditado em

consonância com as legislações e normas técnicas pertinentes, especialmente as

Resoluções Normativas expedidas pela ARSAE-MG, bem como a adequação da prestação

dos serviços, no que tange à regularidade, continuidade, eficiência, segurança, generalidade

e atualidade.

Dessa forma, foi realizada a fiscalização dos serviços de abastecimento de água para

consumo humano na sede urbana do município de Cambuquira, concedidos à COPASA-

MG, conforme características sintetizadas no Quadro 1. As características gerais do referido

sistema constam nos Anexos I e II. Os procedimentos de fiscalização compreenderam

análise documental, entrevistas com o Prefeito Municipal, além de inspeção técnica em

campo. Assim, é objetivo deste relatório descrever os resultados obtidos a partir da

fiscalização.

Quadro 1. Características da fiscalização

Tipo de Fiscalização Fiscalização direta e indireta

Período da Inspeção de Campo 22 a 26 de fevereiro de 2016

Localidade Fiscalizada Sede municipal de Cambuquira e bairro Congonhal

Serviço Fiscalizado Sistema de Abastecimento de Água

Prestador de Serviços Companhia de Saneamento de Minas Gerais – COPASA MG

Endereço da Sede do Prestador Rua Mar de Espanha, 525, bairro Santo Antônio. Belo Horizonte. CEP 30.330-900

Endereço Local do Prestador Av. Floriano Peixoto, 110, bairro Centro - Cambuquira – CEP: 38.175-000.Telefone: (35) 3251-3484

Representante(s) designado(s) pelo Prestador para acompanhamento

Antônio Carlos Valim – Encarregado do Sistema

Ofícios Encaminhados Prestador: Ofício ARSAE-MG/DG/ N° 0093/2016

Prefeitura: Ofício ARSAE-MG/DG/ N° 0092/2016


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2. ENTREVISTAS REALIZADAS

As entrevistas realizadas com a Prefeitura Municipal, que é o Concedente dos serviços de

saneamento básico, servem de base para a execução da fiscalização.

2.1. Prefeitura Municipal

Os agentes de fiscalização da ARSAE-MG estiveram na Prefeitura Municipal de

Cambuquira, onde foram recebidos pelo Sr. Evanderson Xavier, Prefeito Municipal, Sr.

Edivaldo Ramos da Silva, Secretário de Governo e pelo Sr. Gustavo Furtado Borges,

Gerente do Meio Ambiente.

Inicialmente, os técnicos da ARSAE-MG explicaram a razão e os objetivos da fiscalização

técnico-operacional a ser realizada no município. Em seguida, os representantes municipais

proferiram seus comentários acerca do serviço de abastecimento de água prestado pela

COPASA-MG, considerando os mesmos parcialmente satisfatórios, já que proferiram

reclamações de impurezas na água fornecida pelo prestador em época de chuvas.

O Sr. Edivaldo fez um breve relato do período da assinatura do Contrato até a data

presente: em novembro/2005 o Prefeito (da época) assinou o Contrato para operação do

sistema de tratamento de água e esgoto com a COPASA-MG, porém, devido a recursos

judiciais (item 4.1), a operação do sistema voltou para o SAAE – Serviço Autônomo de Água

e Esgoto de Cambuquira. Entretanto, em novembro de 2014, a COPASA-MG é notificada

pelo Ministério Público (Anexo V) a assumir a operação do sistema. Mas, conforme o Sr.

Edivaldo, aguardam a decisão judicial e esperam assumir novamente estes serviços.

O Sr. Gustavo informou que, devido à falta de recursos, ainda não possuem Plano Municipal

de Saneamento Básico – PMSB.


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3. ÁREAS, SEGMENTOS E UNIDADES FISCALIZADAS

As unidades operacionais que constam no Quadro 2, a seguir, foram fiscalizadas durante o

procedimento descrito neste relatório.

Quadro 2. Segmentos operacionais e unidades fiscalizadas

Área Segmento Operacional Unidade Fiscalizada

Abastecimento de Água

Captação

Captação Subterrânea: Poço C-02- B. Congonhal

Captação Superficial: Rio São Bento

Captação Superficial: Córrego Roladouro

EEAB EEAB -01

EEAB-02

ETA (Convencional)

Floculador

Decantador

Filtros

Casa de Química

Laboratório

Sala dosadora

Tanque de Contato

Reservatórios

- RSE - 01

- RAP - 02

- RSE - 03

- REL - 07

- RSE - 08

- RAP - 09

- RAP - 10

Rede de distribuição

Registros de Manobra:

- Rodovia MG 167 – Entrada do Bairro Jardim MarImbeiro

- Rua Nossa Senhora Aparecida/Rua Álvaro Ribeiro Costa

Registros de Descarga:

- Rua João de Brito Pimenta/Av. José Bacha

- Rua João Tomaz de Liz/Córrego Joaozinho Cardoso

- Rodovia MG 167 – Parque MarImbeiro

Medição Manométrica:

- Rua José Chagas da Fonseca nº 290 – Bairro Tiro ao Pombo

Controle da Qualidade da Água

Coleta e Análise da Água:

- Saída dos filtros

- Saída Tratamento da ETA de Cambuquira

- Rua Zumbi dos Palmares 100 – Congonhal

- Saída do reservatório do Poço 02 – Congonhal

- Fórum – Pça do Fórum, 46 – Centro

Registros de qualidade da água


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Área Segmento Operacional Unidade Fiscalizada

Atendimento ao Usuário

Agência de Atendimento

Condições de atendimento

Disponibilidade de documentos previstos no artigo 20 da Resolução nº 40/2013 da ARSAE-MG.

Prazo para execução de serviços.

Situação Contratual

Contrato de Concessão Responsabilidades do Prestador de Serviços

4. SITUAÇÃO CONTRATUAL

O Contrato de Concessão firmado entre a Prefeitura de Cambuquira e o Prestador de

Serviços, COPASA-MG, foi assinado em 24 de novembro de 2005 e vigorará pelo prazo de

30 anos, ou seja, até 2035.

Entretanto, devido a vários procedimentos judiciais, somente em 03 de novembro de 2014 a

COPASA-MG foi notificada pelo Ministério Público do Estado de Minas Gerais a ser

responsável pelo serviço público, objeto do contrato celebrado em 2005, (Processo nº

0107.07.002695-3). Em 26 de novembro de 2014 a Prefeitura e o Prestador assinam o

Termo de Compromisso para definição de suas responsabilidades e o início do cumprimento

do respectivo Contrato (Anexo VI).

4.1. Histórico (Conforme o Prestador)

Ano Descrição Documentos

2005 Liminar obrigando o município assinar o contrato de concessão

com a COPASA MG

Ação de Suprimento

Judicial de

Autorização

Legislativa nº

0107.06.900007-6

2005 Em 24/11/2005 – contrato de concessão assinado entre

Município e COPASA MG

CT 873660

2005 Município entra com Ação Direta de Inconstitucionalidade, com

pedido de cautelar suspensiva não permitindo a COPASA operar

o sistema.

Ação

nº 0107.06.900007-6


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2006 Pedido de cautelar deferido em 23/08/2006 para suspender a

eficácia do art. 105 e parágrafo 1º daquela Lei Orgânica.

COPASA não inicia operação.

Ação

nº 0107.06.900007-6

2007 O Ministério Público do Estado de Minas Gerais entrou com o

processo nº 0026953-90.2007.8.13.0107/0107.07.002695-3,

executando o município de Cambuquira para providências com

relação ao serviço de abastecimento de água.

Processo nº 0026953-

90.2007.8.13.0107/

0107.07.002695-3

2008 O Tribunal de Justiça, em 28/03/2008, julgou procedente a

presente ADIN, declarando a inconstitucionalidade do art. 105 da

Lei Orgânica do Município de Cambuquira, que vincula a

concessão dos serviços publicados à previa autorização

legislativa. COPASA continua sem operar o sistema.

Ação

nº 0107.06.900007-6

2009 O Supremo Tribunal Federal julgou em 18/11/2009, o

Recurso Extraordinário interposto pelo Ministério Público

Estadual, o posterior Agravo de Instrumento, mantendo assim,

intacta a decisão de inconstitucionalidade prolatada pelo TJMG.

Ação

nº 0107.06.900007-6

2010 Novembro de 2010 o Município de Cambuquira é intimado

para providências com relação ao serviço de abastecimento de

água.

O município apresentou ao Ministério Público proposta de

tratar a água, através de financiamento conseguido com a

FUNASA.


90.2007.8.13.0107/

0107.07.002695-3

2010 Em novembro de 2010, representantes da COPASA MG

realizaram várias apresentações/palestras no município

abrangendo diversos segmentos: prefeito, secretariado,

vereadores, presidentes de associações de bairros e população

em geral, presidente e empregados do hospital, juiz e promotor,

visando assumir a concessão dos serviços.


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2011 Em janeiro de 2011 o juiz da comarca de Cambuquira, Dr.

Márcio Vani Benfica, validou o contrato de concessão celebrado

entre o município e a COPASA MG, porém, fixou ao embargante

(prefeitura) o prazo de 1 ano (janeiro/2012) para colocar o

serviço de abastecimento de água à população.

Município iniciou as obras com recursos federais.


90.2007.8.13.0107/

0107.07.002695-3

2014 Em 27/01/2014 o Ministério Público do Estado de Minas

Gerais determinou intimação pessoal do prefeito municipal para

dar comprimento ao convênio existente entre o município de

Cambuquira e a COPASA MG, no prazo de 30 dias, sob pena de

crime de desobediência, exigibilidade da multa não paga e de

outras medidas alternativas.


90.2007.8.13.0107/

0107.07.002695-3

2014 Em 10/03/2014 se deu término do prazo requerido pelo

prefeito para fornecer água à população.


90.2007.8.13.0107/

0107.07.002695-3

2014 Em 03/11/2014 a COPASA MG foi notificada pelo Ministério

Público do Estado de Minas Gerais, passando ser responsável

pelo serviço público, objeto do contrato de concessão celebrado

em 2005 entre a COPASA e o Município de Cambuquira.

Notificação referente

ao processo nº

0107.07.002695-3

2014 Em 26/11/2014 a COPASA MG e Município assinam um

Termo de Compromisso eximindo a COPASA MG de toda e

qualquer ocorrência relativa à prestação dos serviços de

abastecimento de água e esgotamento sanitário, anterior à data

de assinatura do presente instrumento.

Termo de

Compromisso

nº 14.3182

2014 Em 04/12/2014 a COPASA MG inicia operação do sistema de

abastecimento de água e esgotamento sanitário.


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5. FATOS LEVANTADOS

São listados neste capítulo os fatos apurados na inspeção de campo sobre o sistema de

abastecimento de água da sede do município de Cambuquira e as informações coletadas

junto ao Prestador de Serviços, no sentido de verificar as condições operacionais e o

cumprimento da regulamentação expedida pela ARSAE-MG.

Cabe destacar que todos os fatos levantados, que geraram não conformidades, constam no

capítulo 7. O croqui do sistema de abastecimento de água da sede municipal consta no

Anexo I e a descrição técnico-operacional do sistema de abastecimento de água no Anexo

II.

5.1. Fatos levantados no Sistema de Abastecimento de Água da sede de

Cambuquira

A seguir são apresentados os principais aspectos de interesse relacionados ao sistema de

abastecimento de água, considerando suas principais partes constituintes.

5.1.1. Outorgas

As outorgas referentes à captação no Bairro Parque São João, captação do Rio São Bento,

nascente do Córrego Roladouro (captação da Serra) e do bairro Congonhal (Poço C-02)

estão com suas renovações em trâmite no órgão ambiental, cujos processos são de

números 36950/2015, 28500/2015 e 28498/2015, respectivamente.

5.1.2. Captação Superficial da Serra

As condições operacionais da Captação da Serra foram consideradas parcialmente

satisfatórias. Os seguintes pontos foram levantados durante a inspeção da unidade:

Vulnerabilidade da unidade operacional;

Não há cercamento adequado na unidade (Foto 1– Apêndice A), comprometendo a

segurança da unidade;

As caixas dos desarenadores encontravam-se sem conservação e manutenção, além

de estarem parcialmente assoreadas (Fotos 2 a 4 – Apêndice A).

5.1.3. Captação Superficial do Rio São Bento

As condições operacionais da Captação do Rio São Bento foram consideradas parcialmente

satisfatórias. Conforme o Prestador, após forte chuva, a adutora entupiu (Foto 5 – Apêndice


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A) e houve necessidade de medidas emergenciais (paliativas- Foto 6 – Apêndice A) para

não interromper o abastecimento. Conforme o item 5.3 deste Relatório, verifica-se que as

obras na adutora estão previstas para iniciarem em abril de 2016.

5.1.4. Captação Subterrânea – Poço C-02 – Congonhal

As condições operacionais do Poço C-02 foram consideradas parcialmente satisfatórias. Os

seguintes pontos foram levantados durante a inspeção da unidade:

A área da unidade é sujeita à inundação e a laje do poço encontrava-se soterrada pelo

barro (Foto 7– Apêndice A);

Vulnerabilidade da unidade operacional. O cercamento não é adequado (Foto 8 –

Apêndice A), facilitando acesso de pessoas não autorizadas;

A fiação encontrava-se exposta (Foto 8 e 9 – Apêndice A).

5.1.5. Estação de Tratamento de Água (ETA)

As condições operacionais da ETA foram consideradas parcialmente satisfatórias. Os

seguintes pontos foram levantados durante a inspeção da unidade:

Falta a conclusão das obras das caixas de registro que se localizam no pátio da ETA

(Foto 10 e 11 – Apêndice A);

A sala de dosagem apresentava paredes molhadas, proveniente de infiltração no

telhado (Foto 12 – Apêndice A).

5.1.6. Reservatórios

O sistema de abastecimento de água de Cambuquira possui reservação total de 1.455 m³,

sendo três reservatórios semienterrados, três reservatórios apoiados e um reservatório

elevado.

As condições operacionais das unidades de reservação foram consideradas satisfatórias,

entretanto recomendamos a pintura do RAP-10 (Foto 13 – Apêndice A), e instalação de

guarda corpo (Foto 14 – Apêndice A).

O Prestador de Serviços apresentou também os relatórios de Inspeção Sanitária realizadas

em setembro e dezembro/2015 e o cronograma de lavagem do ano de 2015 de acordo com

os prazos estabelecidos pela Resolução nº 40/2013 da ARSAE-MG.


15/43

5.1.7. Rede de Distribuição

Durante a fiscalização da rede de distribuição de água, foram vistoriados três registros de

descarga de rede e dois registros de manobra, foi possível verificar que os registros de

descargas encontravam-se funcionando adequadamente e não houve presença significativa

de sedimentos na rede de distribuição, além disso, os registros de manobras fiscalizados

não apresentaram vazamentos. Constata-se também, que a rede de distribuição possui

cadastro e é setorizada em 6 zonas de abastecimento.

5.1.8. Perdas de Água

O índice de perdas estimado do sistema chegou a 58% para o mês de março de 2016. É

válido esclarecer que o sistema não é hidrometrado e o faturamento é calculado pelo

consumo mínimo, evidenciando a urgência da implantação dos hidrômetros no sistema de

abastecimento de Cambuquira.

5.1.9. Controle da Qualidade da Água

Laboratório

O laboratório de análise da água para consumo humano apresenta instalações e condições

ambientais adequadas, estando compatível com a demanda local. Possui os equipamentos

necessários para a realização das análises dos parâmetros físico-químicos (cloro residual

livre, cor, flúor, pH e turbidez) e bacteriológicos (Coliformes Totais e Escherichia coli),

estando estes, identificados e munidos de etiqueta com informações referentes à calibração,

conforme determina o artigo 17 da Resolução ARSAE-MG nº 44/2014. Constatou-se

também, a existência do equipamento de “Jar-Test”, necessário à determinação da

dosagem ótima de coagulante a ser adicionado ao tratamento.

Em relação aos reagentes e vidrarias, verificou-se que os mesmos não se encontravam

devidamente armazenados e acondicionados, o que pode vir a comprometer a qualidade e a

confiabilidade das análises laboratoriais. Recomenda-se o acondicionamento adequado dos

materiais e a individualização das tomadas de energia elétrica, para garantia da integridade

dos equipamentos utilizados.


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Coleta e análise da água distribuída

Durante a fiscalização, foi solicitado à COPASA MG a realização de coletas e análises da

qualidade da água para consumo humano em pontos específicos do sistema. Foram

coletadas amostras de água, em consonância com a Portaria MS nº 2.914/2011, nos

seguintes pontos:

ETA - saída dos filtros (para avaliação de turbidez remanescente, conforme

determina o Artigo 30 da Portaria MS nº 2.914/2011);

Saída do tratamento - tanque de contato (para avaliação dos parâmetros cloro

residual livre, cor, flúor, pH e turbidez);

Ponta de rede de distribuição (para avaliação dos parâmetros cloro residual livre, cor,

flúor, pH, turbidez e análise bacteriológica). Ocorreu coleta no Fórum, localizado na

Praça do Forum, nº 46.

As análises microbiológicas foram realizadas pelo método do substrato enzimático,

conforme descrito pelo Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater, de

autoria das instituições American Public Health Association (APHA), American Water Works

Association (AWWA) e Water Environment Federation (WEF). Para esta metodologia é

necessária a utilização de uma estufa bacteriológica a 35,5 ± 0,5°C. Observou-se que o

insumo (meio de cultura) encontrava-se dentro do prazo de validade (Colilert® Lote nº DL

410 B, validade 18 de junho de 2016).

Os resultados das análises para os parâmetros físico-químicos e bacteriológicos das

amostras coletadas durante a fiscalização estão em conformidade com os padrões de

potabilidade estabelecidos pela Portaria MS n.º 2.914/2011, como pode ser observado na

Tabela 1.


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Tabela 1 - Análises físico-químicas e bacteriológicas da qualidade da água para abastecimento humano do

município de Cambuquira.

Resultado das análises do Município de Cambuquira

Local da Coleta Endereço Físico - químicas Microbiológicas

Cloro 1 Cor Flúor pH Turbidez Col. Total 2 E. coli 3

Pós-filtração ETA - - - - 0,33 - -

Saída do

tratamento ETA 0,8 ≤ 2,5 0,82 6,68 0,80 - -

Rede de

distribuição Pç Fórum nº 46 1,0 ≤ 2,5 0,80 6,78 0,33 A A

Bairro Congonhal

Saída PTP

C 02 0,4 ≤ 2,5

Não

realizado 6,10 0,28 - -

R. Zumbi dos

Palmares 100 0,6 ≤ 2,5

Não

realizado 6,6 0,51 A A

Unidade mg/L uH mg/L - uT -

Valores

permitidos*

0,2 a

5,0 ≤ 15 ≤ 1,5 -

Filtração -

****

Tratamento ≤ 1,0

Distribuição ≤ 5,0

Valores

recomendados* ≤ 2,0 - **

6,0 a

9,5 - -

Unidades: mg/L – miligrama por litro; uH – Unidade Hazen; uT – Unidade de turbidez 1 Cloro Residual Livre 2 Coliformes totais 3 Escherichia coli * Valores estipulados pela Portaria MS n° 2.914/2011 ** Conforme Quadro I da Portaria MS Nº 635/1976 *** 0,5 uT em 95% das amostras, sendo 1,0 uT o limite máximo para qualquer amostra pontual (Anexo II da Portaria MS Nº 2.914/2011)

**** Conforme Anexo I da Portaria MS Nº 2.914/2011

No sistema de Congonhal que possui captação subterrânea e é independente do sistema

que abastece o restante da sede municipal, foi constatado que não é realizada a fluoretação

da água para consumo humano, conforme determina a Portaria nº 2.914/2011, do Ministério

da Saúde.

Plano de amostragem

Foi solicitado ao Prestador de Serviços documentação referente à qualidade da água para

consumo humano, distribuída no Município de Cambuquira entre os meses de dezembro de

2015 e fevereiro de 2016. Após análises da documentação apresentada (Anexo XI), foi

verificado que o Plano de Amostragem mensal é cumprido quanto ao número mínimo de

amostras realizadas, conforme determinado pelos “Anexos XII e XIII” da Portaria MS nº

2.914/2011. No entanto, nos meses de janeiro e fevereiro de 2016, observou-se valores


18/43

acima do máximo permito pela referida Portaria para o parâmetro Turbidez nas análises

realizadas na saída do tratamento (Anexo X).

Ressalta-se a importância do cumprimento do plano de amostragem e do atendimento tanto

dos valores permitidos quanto dos valores recomendados pela Portaria MS nº 2.914/2011,

para garantir a potabilidade e a qualidade da água para consumo humano distribuída.

Medição Manométrica (instantânea)

Para registrar as condições da pressão manométrica do abastecimento de água, foram

realizadas medições instantâneas da pressão na rede de distribuição na parte mais alta do

bairro Tiro ao Pombo.

Rua José Chagas da Fonseca nº 290 – Bairro Tiro ao Pombo - Pressão 1,1 kgf/cm²

(11 mca).

Constatou-se que, no momento da vistoria, não havia falta de água e que a pressão no

padrão de ligação da residência visitada estava dentro da faixa recomendada pela norma

técnica NBR 12.218/94 da ABNT, que é de 10 a 50 mca.

5.2. Fatos levantados no Atendimento ao Público

A seguir são apresentados os principais aspectos de interesse relacionados ao atendimento

ao público.

5.2.1. Agência de Atendimento

A Agência de Atendimento apresenta identificação com o nome do Prestador de Serviços,

com o horário de atendimento aos usuários (08:00 às12:00 / 13:00 às17:00 horas) e

localiza-se em via de fácil acesso (Foto 15 – Apêndice A). Entretanto, não possui rampa

para acesso de pessoas com necessidades especiais (Foto 16 – Apêndice A). Está

localizada na Av. Floriano Peixoto nº 10 – Centro.

Ressaltamos que estão dispostos em local visível ao público a Resolução Normativa n.º

40/2013 da ARSAE-MG, o Código de Proteção do Consumidor; a tabela de preços e prazos

de execução de serviços; a tabela de tarifas e o formulário para reclamações/sugestões e o

Relatório Anual sobre a qualidade da água do respectivo município, de acordo com o

Decreto Presidencial nº 5.440/2005.


19/43

Cabe informar também que, a partir da amostra de ordens de serviços emitida no SICOM, foi

possível examinar os pedidos de vistoria e ligação de água solicitados pelos usuários nos

meses de outubro/2015 a janeiro/2016. Constatou-se que não há ocorrência de pedidos

atendidos fora dos prazos estabelecidos pela Resolução n.º 40/2013 da ARSAE-MG (Anexo

VIII).

Cumpre destacar que foi solicitado o registro dos vazamentos ocorridos na rede de

distribuição do município e os prazos em que estes estão sendo reparados. Verificou-se que

os reparos dos vazamentos nos meses solicitados (outubro/2015 a janeiro/2016) geraram

uma média de 1,0 dias para adequação. Entretanto, não foi possível estimar o índice de

perdas do sistema devido à falta de hidrometração do sistema.

5.3. Obras de melhorias

O Prestador de Serviços informou das seguintes obras previstas a curto prazo:

Obras para ampliação do Sistema de Abastecimento de Água previstas para

iniciarem em abril de 2016. O Contrato entre o Prestador e a Empresa Projeções

– Projetos e Construções Ltda. foi assinado em 30/10/2015 cujo valor total é de

R$556.737,02. Conforme Planilha Contratual, as obras serão na Adutora de

Agua Bruta, na Estação Elevatória de Água Bruta e na Estação de Tratamento

de Água.

Ainda conforme o Prestador, serão gastos R$900.000,00 para compra de

materiais para as obras citadas acima.

Concorrência Pública da Prefeitura Municipal de Cambuquira para execução das

obras de implantação do sistema de abastecimento de água no município, com

recursos da FUNASA, cujo valor total e de R$2.950.000,00. A abertura dos

envelopes contendo a documentação será analisada no dia 03/03/2015, o prazo

estimativo para execução dos serviços será de 12 (doze) meses. As obras serão

nos seguintes sistemas: Captação, Adução de Água Bruta, Estação de

Tratamento de Água, Adução de Água Tratada, Rede de Distribuição de Água,

ligações prediais de água (montagem e instalação de 4.250 unidades) e

crescimento vegetativo – Sede.


20/43

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Constatamos pela documentação apresentada que, embora o Contrato de Concessão

firmado entre a Prefeitura de Cambuquira e o Prestador de Serviços tenha sido assinado em

24 de novembro de 2005, este só passou efetivamente a operar em junho de 2015 e a ser

tarifado (por consumo mínimo) em setembro de 2015 já que ainda não é hidrômetrado,

conforme informações operacionais (IBO/IBG - Anexos III e IV) fornecido pelo Prestador.

Segundo informações fornecidas pelas partes, o contrato foi formalizado em decorrência de

liminar concedida em ação de “suprimento judicial de autorização legislativa” e o município

já tinha criado seu Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE), por meio da Lei nº

1.966/2004. Após vários imbróglios jurídicos no período de 9 anos e em especial a ação de

Execução nº 0107.07.002695-3, foi assinado entre as partes em 26 de novembro de 2014 o

“Termo de Compromisso” afim de que se inicie o cumprimento do contrato de concessão

para a prestação de abastecimento de água e esgotamento sanitário contados a partir da

assinatura do “Termo de Compromisso”. (Anexo VI)

Entretanto, deve-se observar a Cláusula Terceira do “Termo de Compromisso”, o prazo de

90 dias a contar da assinatura (26 de novembro de 2014) para que o Prestador apresente

novo planejamento para as ações a serem implementadas para complementação do

sistema de abastecimento de água e a implantação do sistema de esgotamento sanitário.

Sob a ótica dos agentes de fiscalização, o sistema de abastecimento de água da sede do

município de Cambuquira é operado de forma parcialmente satisfatória, pois está atendendo

à população com água em quantidade, com continuidade e com qualidade adequada,

apesar das não-conformidades retro citadas.

No entanto, nos meses de janeiro e fevereiro de 2016, observou-se valores acima do

máximo permito pela referida Portaria para o parâmetro Turbidez nas análises realizadas na

saída do tratamento. Além disso, constatou-se que no sistema do bairro Congonhal não é

realizada a fluoretação da água distribuída, contrariando as determinações do Ministério da

Saúde.

Ressaltamos a existência de dois contratos com recursos da FUNASA e da COPASA-MG,

para os quais estão previstas, a curto prazo, diversas obras para implantação e ampliação

do Sistema de Abastecimento de Água, com obras nas unidades de captação,

hidrometração, dentre outras. (Anexo VII)


21/43

Em geral, as unidades operacionais estão bem conservadas no que tange à manutenção de

infraestrutura e equipamentos, à exceção das fontes de captação, onde se verifica a

necessidade de se investir na preservação e recuperação das fontes de captação.

A pressão observada em ponta de rede estava dentro dos padrões preconizado pela norma

técnica NBR 12.218/94, da ABNT.

Após análise da documentação de registros de inspeção sanitária dos reservatórios, não

foram constatadas irregularidades. Verificou-se que o Prestador de Serviços mantém

adequadas condições de limpeza e reservação de forma a garantir a qualidade da água

distribuída.

O sistema de abastecimento de água da sede municipal de Cambuquira é dotado de Plano

de Emergência e Contingência local, macromedidores da água captada, cadastro da rede de

distribuição de água e das adutoras de água bruta e tratada. Estes instrumentos são

considerados fundamentais para uma adequada gestão operacional do sistema.

Ressalta-se que a Prefeitura Municipal, como titular dos serviços de saneamento, informou

que, por falta de recursos financeiros, ainda não possui o Plano Municipal de Saneamento

Básico (PMSB).

Vale ressaltar que o Plano Municipal de Saneamento Básico é uma exigência da Lei Federal

nº 11.445/2007, marco regulatório do setor de saneamento. O PMSB é o resultado de

estudos que objetivam planejar as ações e alternativas para a universalização dos serviços

públicos, resultando na promoção do saneamento, da saúde pública e do meio ambiente.

Com o Plano elaborado e devidamente aprovado, o município poderá firmar com o

Prestador de Serviços o Contrato de Programa, definindo investimentos, metas e prazos, de

modo que possa ter serviços de melhor qualidade e adaptados às suas reais necessidades.

No capítulo a seguir, são apresentadas todas as constatações relativas à prestação do

serviço de abastecimento de água na sede municipal, seguidas do relatório fotográfico.


22/43

7. CONSTATAÇÕES E NÃO CONFORMIDADES

CONSTATAÇÕES NÃO CONFORMIDADES

C1: Captação da Serra

Falta cercamento adequado. (Foto 1)

Falta manutenção nos desarenadores (Fotos 2 a 4)

Captação São Bento

Falta finalizar as obras na adutora de água bruta. (Fotos 5 e 6)

Poço C-02 – Congonhal

A laje do poço encontrava-se soterrada pelo barro. (Foto 7)

Vulnerabilidade da unidade operacional. O cercamento não é adequado,

facilitando acesso de pessoas não autorizadas (Foto 8).

Fiação do quadro de comando e do poço encontrava-se exposta. (Foto 9)

Caixas de registros - ETA

Falta conclusão das caixas de registros (Fotos 10 e 11)

Sala de dosagem - ETA

Infiltração na sala de dosagem. (Foto 12)

NC1: O Prestador de Serviços está descumprindo o Artigo 8º do Anexo I da Resolução Normativa ARSAE-MG nº 40, de 2013, o qual encontra-se transcrito abaixo:

“Art. 8°. O prestador de serviços executará, de forma constante, a conservação e a manutenção dos sistemas públicos de abastecimento de água e de esgotamento sanitário, mantendo-os em condições adequadas de operação, segurança e limpeza, obedecendo às normas e aos procedimentos técnicos pertinentes. (..)

§ 4°. O prestador deverá adotar medidas de segurança e de prevenção de acidentes, bem como medidas adequadas de proteção no sentido de restringir o acesso de pessoa não autorizada às unidades operacionais.”


23/43

C2: Qualidade da Água

Ausência de fluoretação da água para consumo humano distribuída no

sistema de Congonhal.

Resultados com valores acima dos valores máximos permitidos para o

parâmetro Turbidez nos meses de janeiro e fevereiro de 2016.

NC2: O Prestador de Serviços está descumprindo o Artigo 3° da Resolução Normativa ARSAE-MG n° 44, de 2014, o qual encontra-se transcrito abaixo:

“Art. 3° Os prestadores de serviços devem garantir que os laboratórios possuam: I – plano de amostragem estabelecido conforme legislação vigente;”

A COPASA não está cumprindo a

Portaria nº 2.914/2011 do Ministério da

Saúde, conforme exigido pelo artigo 12

da Resolução 40/2013 da ARSAE-MG;

transcritos a seguir:

“Art. 12 O prestador controlará, de acordo com Portaria n° 2.914 de 2011 do Ministério da Saúde, a qualidade e a potabilidade da água por ele distribuída para consumo humano com a finalidade de mantê-las nos padrões e níveis estabelecidos.”


24/43

8. RECOMENDAÇÕES

1 – Adotar providência quanto às constatações mencionadas no capítulo 7 deste relatório a fim de

atender as Resoluções Normativas ARSAE-MG n.º 40/2013.

2 – Providenciar a facilidade ao acesso de pessoas com necessidade especiais à Agência de

Atendimento.

3 - Apresentar novo planejamento para as ações a serem implementadas para complementação do

sistema de abastecimento de água, principalmente a hidrometração conforme a Cláusula Terceira

do Termo de Compromisso, devidamente acordado com o poder concedente.

9. AGENTES DE FISCALIZAÇÃO DA ARSAE-MG

____________________________

Ronaldo Coelho de Freitas

MASP: 361.966-5

________________________

Maurício de Faria Soares

MASP: 1.255.452-3

Belo Horizonte, junho de 2016.


25/43

APÊNDICE A. REGISTROS FOTOGRÁFICOS

Captação da Serra

Foto 1. Falta cercamento adequado na

unidade.

Foto 2. Falta conservação das caixas dos

desarenadores.

Foto 3. Falta manutenção dos desarenadores. Foto 4. Desarenadores parcialmente

assoreados.


26/43

Captação São Bento

Foto 5. Adutora entupida. Foto 6. Medidas emergenciais (paliativas).

Poço C-02 - Congonhal

Foto 7. Laje soterrada pelo barro. Foto 8. Fiação exposta e cercamento

inadequado.


27/43

Foto 9. Fiação exposta do quadro de comando.

ETA – Caixas de registros

Foto 10. Falta conclusão das caixas de registro. Foto 11. Falta conclusão das caixas de registro.


28/43

ETA – Sala de dosagem

Foto 12. Infiltração no telhado – sala de dosagem

RAP-10

Foto 13. Falta pintura do RAP -10. Foto 14. Falta de guarda-corpo.


29/43

Fotos – Agência de atendimento

Foto 15. Agência de atendimento. Foto 16. Falta acessibilidade para os usuários

portadores de necessidades especiais.


30/43

ANEXO I. Croquis do Sistema de Abastecimento de Água de Cambuquira.


31/43

ANEXO II. Descrição técnico-operacional do Sistema de Abastecimento de Água

O sistema é composto pelas seguintes unidades operacionais (Informações obtidas junto ao

Prestador de Serviços):


32/43


33/43

ANEXO III. IBO do município de Cambuquira


34/43

ANEXO IV. IBG do município de Cambuquira


35/43

ANEXO V. Notificação à Prestadora.


36/43

ANEXO VI. Termo de Compromisso entre o Município de Cambuquira e COPASA-MG


37/43


38/43

ANEXO VII. Edital para a execução das obras do SAA do município de Cambuquira


39/43

ANEXO VIII. Prazos para execução dos serviços

Tabela 03: Amostra de Ordens de Serviço – Outubro/15 a Janeiro/16

Tipo de Serviço

Número Total de Pedidos Número de pedidos

atendidos fora do prazo

Percentual de pedidos fora

do prazo Out/15 Nov/15 Dez/15 Jan/16

Vistoria para Ligação de Água

17 11 8 2 0 0%

Ligação de Água 2 8 6 1 0 0%

ANEXO IX. Média de Consertos de Vazamentos

Tabela 02: Média de Consertos de Vazamentos

Meses Número total

de Vazamentos no mês

Média de vazamentos por

dia no mês

Média de dias para o

atendimento

(Dias corridos)

Outubro/15 46 1,48 1,0

Novembro/15 51 1,7 1,0

Dezembro/15 56 1,8 1,0

Janeiro/16 59 1,97 1,0

Média Geral 11,75 1,73 1,0


40/43

ANEXO X. Registros de Qualidade da Água na saída do tratamento

CAMBUQUIRA - Monitoramento da Água Tratada - Amostras Coletadas na Saída do Tratamento

Data

Turbidez (1) Cloro Residual Livre (2) pH (3) Cor (4) Flúor (5)

nº amostras realizadas

nº amostras

fora padrão

Valor máximo e minimo


nº amostras

fora padrão

Valor máximo

e minimo


nº amostras

fora padrão

Valor máximo

e minimo


nº amostras

fora padrão



nº amostras

fora padrão


26/12 a 31/12/2015 60 0 0,18 a 0,99 60 0 1,2 a 1,5 60 0 6,9 a 7,2 60 0 2,5 a 2,5 60 0 0,77 a 0,83

01/01 a 25/01/2016 354 27 0,19 a 4,30 354 0 1,0 a 1,5 354 0 6,5 a 7,3 354 0 2,5 a 15,0 354 0 0,65 a 0,85

01/02 a 25/02/2016 288 33 0,19 a 2,76 358 0 1,0 a 1,5 288 0 6,1 a 7,5 288 0 2,5 a 2,5 288 0 0,65 a 0,85

Unidade (1) - uT - (Unidade de turbidez) (2) - mg/L - (miligrama por litro) (3) pH (4) uH - ( Unidade Hazen ) (5) - mg/L - (miligrama por litro )

Valores permitidos* Filtros **

0,2 a 5,0

de 6,0 a 9,6

≤ 15 ≤ 1,5 Tratamento ≤1,0

Valores recomendados*

- - ≤ 2,0 - ***

Análise: Verificou-se que a maioria significativa dos resultados das análises físico-químicas das amostras coletadas na saída do tratamento e na rede de distribuição para os parâmetros Turbidez, Cloro, pH, Cor e Flúor estão de acordo com os padrões de potabilidade estabelecidos pela Portaria MS n.º 2.914/ 2011. Foram detectadas algumas análises em desconformidade com a Portaria MS n.º 2.914/20011, entretanto, conforme descrito no parágrafo 3º do artigo 39 desta Portaria “eventuais ocorrências de resultados acima do VMP devem ser analisadas em conjunto com o histórico do controle de qualidade da água e não de forma pontual”.

* Valores determinados na Portaria MS n° 2.914/2011

** Conforme Anexos II e III da Portaria MS Nº 2.914/2011

*** Conforme Quadro I da Portaria MS Nº 635/1976

Obs.: Planilha resumo elaborada pela ARSAE-MG com base nos resultados enviados pela COPASA-MG


41/43

ANEXO XI. Registros de Qualidade da Água na rede de distribuição.

Índice de Qualidade da Água distribuída - IQAD Amostras Coletadas na rede de Distribuição do Município de Cambuquira

Mês

TURBIDEZ CLORO RL pH Cor Flúor


nº amostras

fora padrão

Valor máxim

o e minimo


nº amostras

fora padrão

Valor máxim

o e minimo


nº amostras

fora padrão

Valor máximo

e minimo


nº amostras

fora padrão



nº amostras

fora padrão


Agosto 2015 28 0 0,25 a 3,89

28 0 0,3 a 0,6

28 0 6,5 a 6,8 28 0 2,5 a 10,0 28 0 0,6 a 0,78

Setembro 2015 28 0 0,54 a 3,89

28 0 0,5 a 1,4

28 0 6,6 a 6,9 28 0 2,5 a 10,0 28 0 0,61 a 0,87

Outubro 2015 28 0 0,54 a

4,2 28 0

0,5 a 1,4

28 0 6,9 a 7,2 28 0 2,5 a 10,0 28 0 0,6 a 0,84

Novembro 2015 28 0 0,25 a 3,89

28 0 0,3 a 0,6

28 0 6,5 a 6,8 28 0 2,5 a 10,0 28 1 0,60 a 0,78

Dezembro 2015 28 0 0,68 a

4,3 28 0

0,4 a 1,3

28 0 6,9 a 7,4 28 0 2,5 a 10,0 28 0 0,63 a 0,90

Janeiro 2016 28 0

0,78 a 4,10

28 0 0,4 a 1,2

28 0 6,9 a 7,6 28 0 2,5 a 10,0 28 3 0,58 a 0,89

Unidade (1) - uT - (Unidade de turbidez ) (2) - mg/L - ( miligrama por litro ) (3) pH (4) uH - ( Unidade Hazen ) (5) - mg/L - ( miligrama por litro )

Valores permitidos* Filtros **

0,2 a 5,0

de 6,0 a 9,6

≤ 15 ≤ 1,5 Distribuição ≤5,0

Valores recomendados*

- - ≤ 2,0 - ***


42/43

Os Gráficos de 01 a 05 representam o resultado das análises na rede de distribuição

realizadas no período mencionado do quadro anterior.

0,78 0,87 0,84 0,780,90

0,89

0,60 0,61 0,60 0,60 0,63 0,58

0,00

0,50

1,00

1,50

2,00

ago/15 set/15 out/15 nov/15 dez/15 jan/16

Flú

or

(mg

/L)

Meses

Gráfico 1: Flúor na rede de distribuição

Máximo Registrado

Mínimo Registrado

Valor Máx. permitido

0,6

1,41,4

0,6

1,3 1,2

0,3 0,5 0,5 0,3 0,4 0,40,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0


Clo

ro r

esi

du

al

(mg

/L)

Meses

Gráfico 2: Cloro Residual livre na rede de distribuição Máximo

Registrado

Mínimo

Registrado

Valor Máx.

permitido

Valor Mín.

permitido

6,80 6,90 7,206,80

7,40 7,60

6,506,60

6,90 6,50 6,90 6,90

4,00

6,00

8,00

10,00


pH

Meses

Gráfico 3 : pH na rede de distribuição

Máximo Registrado

Mínimo Registrado

Valor Máx. recomendado

Valor Mín. recomendado


43/43

3,893,89

4,20

3,89

4,30 4,10

0,250,54 0,54

0,250,68 0,78

0,00

1,00

2,00

3,00

4,00

5,00

6,00


Tu

rbid

ez (

uT

)

Meses

Gráfico 4 : Turbidez na rede de distribuição

Máximo Registrado

Mínimo Registrado


10,0 10,010,0 10,0 10,0 10,0

2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

14,0

16,0


Co

r (u

H)

Meses

Gráfico 5: Cor aparente na rede de distribuição

Máximo Registrado

Mínimo Registrado


Documents

SERVIÇOS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DA SEDE MUNICIPAL DE … · 2016. 12. 1. · RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DA SEDE MUNICIPAL DE CAMBUQUIRA