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2 / 86 Relatório sobre a Solvência e a Situação Financeira 2016

CA Vida

ÍNDICE

RESUMO EXECUTIVO ............................................................................................................................................................................. 4

A. ACTIVIDADE E DESEMPENHO ................................................................................................................................................. 5

A.1. ACTIVIDADE .................................................................................................................................................... 5

A.2. DESEMPENHO DA SUBSCRIÇÃO ........................................................................................................................... 7

A.3. DESEMPENHO DOS INVESTIMENTOS .................................................................................................................... 9

A.4. DESEMPENHO DE OUTRAS ACTIVIDADES ............................................................................................................. 12

A.5. EVENTUAIS INFORMAÇÕES ADICIONAIS ............................................................................................................... 12

B. SISTEMA DE GOVERNAÇÃO ................................................................................................................................................... 13

B.1. INFORMAÇÕES GERAIS SOBRE O SISTEMA DE GOVERNAÇÃO .................................................................................... 13

B.2. REQUISITOS DE QUALIFICAÇÃO E DE IDONEIDADE .................................................................................................. 18

B.3. SISTEMA DE GESTÃO DE RISCOS ......................................................................................................................... 19

B.4. SISTEMA DE CONTROLO INTERNO ...................................................................................................................... 29

B.5. FUNÇÃO DE AUDITORIA INTERNA ...................................................................................................................... 33

B.6. FUNÇÃO ACTUARIAL ....................................................................................................................................... 34

B.7. SUBCONTRATAÇÃO ........................................................................................................................................ 34

B.8. EVENTUAIS INFORMAÇÕES ADICIONAIS ............................................................................................................... 36

C. PERFIL DE RISCO ...................................................................................................................................................................... 37

C.1. RISCO ESPECÍFICO DE SEGUROS ........................................................................................................................ 37

C.2. RISCO DE MERCADO ....................................................................................................................................... 39

C.3. RISCO DE CRÉDITO ......................................................................................................................................... 43

C.4. RISCO DE LIQUIDEZ ........................................................................................................................................ 44

C.5. RISCO OPERACIONAL ...................................................................................................................................... 44

C.6. OUTROS RISCOS MATERIAIS ............................................................................................................................. 45

C.7. EVENTUAIS INFORMAÇÕES ADICIONAIS ............................................................................................................... 45

D. AVALIAÇÃO PARA EFEITOS DE SOLVÊNCIA .................................................................................................................... 46

D.1. ACTIVOS ...................................................................................................................................................... 46

D.2. PROVISÕES TÉCNICAS...................................................................................................................................... 50

D.3. OUTRAS RESPONSABILIDADES ........................................................................................................................... 55

D.4. MÉTODOS ALTERNATIVOS DE AVALIAÇÃO ........................................................................................................... 56

D.5. EVENTUAIS INFORMAÇÕES ADICIONAIS ............................................................................................................... 56

E. GESTÃO DO CAPITAL ............................................................................................................................................................... 57

E.1. FUNDOS PRÓPRIOS ........................................................................................................................................ 57

E.2. REQUISITO DE CAPITAL DE SOLVÊNCIA E REQUISITO DE CAPITAL MÍNIMO ................................................................. 60

E.3. UTILIZAÇÃO DO SUBMÓDULO DE RISCO ACCIONISTA BASEADO NA DURAÇÃO PARA CALCULAR O REQUISITO DE CAPITAL DE

SOLVÊNCIA .................................................................................................................................................................. 61

E.4. DIFERENÇAS ENTRE A FÓRMULA-PADRÃO E QUALQUER MODELO INTERNO UTILIZADO .................................................. 61

E.5. INCUMPRIMENTO DO REQUISITO DE CAPITAL MÍNIMO E INCUMPRIMENTO DO REQUISITO DE CAPITAL DE SOLVÊNCIA .......... 61

E.6. EVENTUAIS INFORMAÇÕES ADICIONAIS ............................................................................................................... 61

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3 / 86 Relatório sobre a Solvência e a Situação Financeira 2016

CA Vida

F. ANEXO .......................................................................................................................................................................................... 62

F.1. S.02.01.02 – BALANÇO ................................................................................................................................. 63

F.2. S.05.01.02 – PRÉMIOS, SINISTROS E DESPESAS POR CLASSE DE NEGÓCIO ............................................................... 65

F.3. S.05.02.01 – PRÉMIOS, SINISTROS E DESPESAS POR PAÍS .................................................................................... 66

F.4. S.12.01.02 – PROVISÕES TÉCNICAS VIDA E ACIDENTES E DOENÇA STV .................................................................. 67

F.5. S.22.01.21 – IMPACTO DAS MEDIDAS LONGO PRAZO E DAS MEDIDAS TRANSITÓRIAS ............................................... 69

F.6. S.23.01.01 – FUNDOS PRÓPRIOS .................................................................................................................... 70

F.7. S.25.01.21 – REQUISITO DE CAPITAL DE SOLVÊNCIA – PARA AS EMPRESAS QUE UTILIZAM A FÓRMULA-PADRÃO ............. 72

F.8. S.28.01.01 – REQUISITO DE CAPITAL MÍNIMO – ACTIVIDADES DE SEGURO OU DE RESSEGURO APENAS DO RAMO VIDA OU

APENAS DO RAMO NÃO-VIDA .......................................................................................................................................... 73

F.9. RELATÓRIO DE CERTIFICAÇÃO ACTUARIAL ........................................................................................................... 74

F.10. RELATÓRIO DO REVISOR OFICIAL DE CONTAS ...................................................................................................... 78

O presente documento está escrito ao abrigo das normas estabelecidas no

anterior Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.

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4 / 86 Relatório sobre a Solvência e a Situação Financeira 2016

CA Vida

RESUMO EXECUTIVO

O presente relatório é elaborado com base no novo Regime Jurídico de Acesso e Exercício da Actividade Seguradora e Resseguradora (RJASR), que entrou em vigor a 1 de Janeiro de 2016 e cuja transposição para a ordem jurídica interna foi efectuada através da Lei nº 147/2015, de 9 de Setembro. O novo regime estabelece que seja reportada publicamente informação anual relativa à solvência e à situação financeira.

O ano da Crédito Agrícola Vida – Companhia de Seguros, S.A. (CA Vida) em números:

Prémios Brutos Emitidos

Quota de Mercado

Resultado Líquido

Activos Sob Gestão (inclui a carteira de Fundos de Pensões)

O rácio de solvência da CA Vida, a 31-12-2016, situa-se nos 156% com um excesso de fundos próprios sobre o requisito de capital de solvência de 88.470 milhares de euros. Desde 1 de Janeiro de 2016, a CA Vida calcula o requisito de capital de solvência de acordo com os parâmetros e regras estabelecidas na fórmula-padrão, de acordo com o novo regime em vigor.

Os principais riscos a que a CA Vida se encontra exposta são o Risco de Mercado e o Risco Específico de Seguros de Vida.

No sistema de gestão de riscos da CA Vida estão considerados processos de auto-avaliação dos riscos específicos da Companhia. De acordo com os resultados das auto-avaliações efectuadas, concluiu-se que os riscos a que a Companhia se encontra exposta estão devidamente reflectidos no requisito de capital de solvência determinado pela fórmula-padrão.

A integração do sistema de riscos no sistema de governação da CA Vida permite alcançar uma gestão sã e prudente, de forma a assegurar a continuidade e o cumprimento dos objectivos estratégicos da Companhia.

O nível de desenvolvimento e integração dos sistemas de gestão de riscos e de governação permitem concluir que a CA Vida cumpre com os requisitos definidos pelo regime de Solvência II de forma efectiva e contínua.

O presente relatório foi validado em sede de Comité de Gestão de Riscos e aprovado pelo Conselho de Administração Executivo (CAE) no dia 31 de Maio de 2017.

Nelson Maurício

Conselho de Administração Executivo

António Castanho

Presidente do Conselho de Administração Executivo

168,4 milhões de Euros

2,5%

4,2 milhões de Euros

2 mil milhões de Euros

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5 / 86 Relatório sobre a Solvência e a Situação Financeira 2016

CA Vida

A. ACTIVIDADE E DESEMPENHO

A.1. ACTIVIDADE

APRESENTAÇÃO DA COMPANHIA

A CA Vida foi constituída por escritura pública, celebrada em 30 de Novembro de 1998, sob a forma jurídica de Sociedade Anónima, exercendo a actividade de comercialização de seguros de vida e fundos de pensões, em Portugal. A Companhia pertence na totalidade ao Grupo Crédito Agrícola, comercializando os seus produtos exclusivamente através da sua rede comercial.

NOME E CONTACTOS DA ENTIDADE DE SUPERVISÃO

A Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) é a autoridade nacional responsável pela regulação e supervisão, quer prudencial, quer comportamental, da actividade seguradora, resseguradora, dos fundos de pensões e respectivas entidades gestoras e da mediação de seguros.

A ASF poderá ser contactada através dos seguintes contactos:

Morada: Av. da República, 76, 1600-205 Lisboa

Telefone: (+351) 217 903 100

Fax: (+351) 217 938 568

Linha Informativa: 808 787 787.

NOME E CONTACTOS DO REVISOR OFICIAL DE CONTAS

O Revisor Oficial de Contas da CA Vida é a PricewaterhouseCoopers & Associados - Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, Lda.

O Revisor Oficial de Contas poderá ser contactado através dos seguintes contactos:

Morada: Palácio Sottomayor, Rua Sousa Martins, 1 - 2º, 1069-316 Lisboa

Telefone: (+351) 213 599 000

Fax: (+351) 213 599 999.

ACCIONISTAS DA COMPANHIA COM PARTICIPAÇÕES QUALIFICADAS

A CA Vida é detida maioritariamente pela Crédito Agrícola – Seguros e Pensões, S.G.P.S., S.A., a holding de seguros do Grupo Crédito Agrícola, que detém 98,57% do seu capital social.

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CA Vida

ESTRUTURA DO GRUPO

CLASSES DE NEGÓCIO E ZONAS GEOGRÁFICAS DE ACTIVIDADE

A Companhia exerce actividade no ramo vida do sector segurador e actua em todo o território nacional.

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7 / 86 Relatório sobre a Solvência e a Situação Financeira 2016

CA Vida

ACTIVIDADES DESENVOLVIDAS DURANTE O PERÍODO DE REPORTE

O ano de 2016, tal como o ano de2015, voltou a ser um ano muito marcante para o negócio da CA Vida. A permanência de um cenário de baixas taxas de juro ao longo do ano obrigou a Companhia a suspender a oferta de produtos no segmento de capitalização. Paralelamente, face às exigências do enquadramento regulamentar e prudencial de Solvência II, o qual continuou a representar investimentos significativos em recursos humanos e sistemas de informação, a estrutura de custos da CA Vida cresceu de forma considerável. A Companhia procura um equilíbrio saudável de três vectores de negócio essenciais para a gestão: crescimento, rentabilidade e capital próprio, tendo o crescimento apresentado uma redução significativa.

Sendo o crescimento do segmento de negócio de seguros de risco o objectivo estratégico mais importante para os próximos anos, atendendo ao seu contributo para a rentabilidade, valorização da Companhia e redução da exigência de capitais regulamentares, 2016 foi um ano em que se reforçou de forma significativa a carteira destes produtos, consolidando-se assim valor para o Grupo Crédito Agrícola. De facto, o expressivo crescimento do negócio de seguros de risco face ao ano anterior, o qual supera também o incremento destes produtos verificado no Mercado confirma, uma vez mais, o rumo que a CA Vida tem vindo a preconizar para o seu futuro.

A procura sistemática pela oferta de um serviço de excelência tem sido uma prática constante da CA Vida. O ano de 2016 não foi excepção, tendo-se implementado um conjunto de melhorias no que concerne à desmaterialização e simplificação de processos, factores fundamentais num negócio e que se pretendem serem facilitadores da comercialização dos produtos.

Se 2015 foi um ano importante do ponto de vista societário, com a constituição da Crédito Agrícola – Seguros e Pensões, S.G.P.S., S.A., holding de seguros do Grupo CA, que passou a deter 98,57% do capital da CA Vida, a qual vem consolidar não só a integração de processos internos mas, acima de tudo, potenciar a estrutura de capitais do Grupo, para um futuro de desafios, 2016 foi um ano de extrema importância, dado que a CA Vida em linha com o seu plano estratégico assegurou as necessárias transformações no seu negócio para garantir a evolução da sua solidez financeira segundo as regras da Solvência II.

A informação apresentada nos pontos relativos ao desempenho foi preparada com base nas demonstrações financeiras estatutárias da Companhia.

A.2. DESEMPENHO DA SUBSCRIÇÃO

ANÁLISE DE DESEMPENHO GLOBAL DA SUBSCRIÇÃO

Atenta à evolução das condições de mercado onde se movimenta, a CA Vida sublinha o seu objectivo de conseguir rentabilidades que permitam um resultado justo e vantajoso para quem decidiu confiar-lhe as suas poupanças para o futuro, pelo que, durante o ano de 2016, optou pela suspensão da comercialização dos produtos de capitalização, salvaguardando os interesses dos Clientes, nomeadamente na valorização dos investimentos realizados.

Em linha com o objectivo estratégico de crescimento dos seguros de risco, 2016 assumiu-se como um ano de viragem no que concerne ao desenvolvimento de novas soluções e reestruturação dos produtos em carteira. Nesse sentido a oferta de produtos de risco foi reforçada ao longo do ano. Os produtos já existentes foram também renovados, com a disponibilização de novas coberturas, mais ajustadas e adaptadas à realidade e perfil de consumo do Cliente.

Em linha com a quebra de produção verificada no mercado, na ordem de 23%, também a CA Vida registou um decréscimo no seu volume de produção (51%), justificado integralmente pela suspensão dos produtos de capitalização no decorrer de 2016. Em oposição, destaca-se a performance dos produtos de risco cujos valores de crescimento superaram em muito, os verificados no mercado.

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CA Vida

INDICADORES DE DESEMPENHO DA SUBSCRIÇÃO

No ano de 2016, a CA Vida alcançou uma produção de Seguros de Vida de 168,4 milhões de Euros, tendo-se verificado uma diminuição de 51% face ao ano anterior. Para esta evolução contribuiu a diminuição dos prémios brutos emitidos de produtos de capitalização, uma vez que não houve qualquer oferta comercial neste segmento durante o segundo semestre do ano.

U: Milhares de euros

Produção 2016 2015 Var.

2016/2015

Contratos de Seguros - Produtos de risco 31.114 28.636 9% - Produtos de capitalização Não ligados a fundos de investimento 81.917 191.815 -57% - PPR Não ligados a fundos de investimento 53.792 122.496 -56% Total 166.823 342.947 -51% Contratos de Investimento - Produtos de capitalização Não ligados a fundos de investimento 1.701 -100% Ligados a fundos de investimento 1.556 Total 1.556 1.701 -9%

Total 168.379 344.648 -51%

Os custos com sinistros relativos a contratos de seguro e indemnizações em contratos de investimento ascenderam a 260,2 milhões de Euros, um incremento de 30,3 milhões de Euros (13%) em relação ao ano anterior, devido essencialmente aos reembolsos programados efectuados em produtos de capitalização, classificados como contratos de investimento, não ligados a fundos de investimento.

U: Milhares de euros

Custos com Sinistros e Passivos Financeiros 2016 2015 Var.

2016/2015

Contratos de Seguros - Produtos de risco 7.548 8.083 -7% - Produtos de capitalização Não ligados a fundos de investimento 133.729 133.208 0,4% - PPR Não ligados a fundos de investimento 83.377 75.248 11% Total 224.654 216.539 4% Contratos de Investimento - Produtos de capitalização Não ligados a fundos de investimento 35.489 13.301 167% Ligados a fundos de investimento 41 Total 35.530 13.301 167%

Total 260.184 229.840 13%

Para gerir o risco associado ao negócio, a CA Vida tem parte do capital seguro da sua carteira de produtos de risco coberto por Resseguro, com base em tratados efectuados com três resseguradores de renome internacional – a Swiss Re, a Munich Re e a RGA.

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9 / 86 Relatório sobre a Solvência e a Situação Financeira 2016

CA Vida

O saldo de resseguro cedido em 2016, à semelhança dos anos anteriores, foi favorável aos resseguradores como é expectável num negócio gerido de forma sustentada.

A.3. DESEMPENHO DOS INVESTIMENTOS

A política de investimento da CA Vida está definida de forma a permitir atingir o equilíbrio entre a geração de retorno e a prevenção de riscos. A protecção da posição de solvência da Companhia é um factor de extrema importância neste contexto.

O resultado de investimentos ascendeu a 61,8 milhões de Euros, sendo superior ao obtido no exercício anterior em 13,2 milhões de Euros, essencialmente devido à rubrica de ganhos líquidos, na qual foi registada a valorização das obrigações com derivados embutidos, classificadas no reconhecimento inicial ao justo valor através de ganhos e perdas.

Também na classe de dívida pública foram realizadas vendas para ajustar a exposição geográfica da carteira e gestão da duração, com resultados positivos que, conjuntamente com a valorização das obrigações com derivados embutidos, permitiram um resultado financeiro global significativo, não obstante o reconhecimento em 2016 das perdas por imparidade em activos da Oi, S.A., (obrigações emitidas pela Portugal Telecom Internacional Finance B.V.).

INDICADORES DE DESEMPENHO DOS INVESTIMENTOS

Resultado Financeiro 2016 2015 Var.

2016/2015

Rendimentos 65.069 72.108 -10% Gastos financeiros* -19.404 -13.945 39% Ganhos líquidos 22.593 -9.623 -335% Perdas de imparidade -6.501 Total 61.757 48.540 27% * Sem custos por natureza imputados.

U: Milhares de euros

2016 2015

Prémios 6.653 6.241

Comissões e participação nos resultados -2.662 -2.259

Custos com sinistros -2.843 -3.062

Saldo de resseguro cedido 1.148 920

U: Milhares de euros

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10 / 86 Relatório sobre a Solvência e a Situação Financeira 2016

CA Vida

Os rendimentos por categoria de activos financeiros decompõem-se da seguinte forma:

U: Milhares de euros 2016 2015

De juros de activos financeiros não valorizados ao justo valor por via de ganhos e perdas

55.020 59.996

Activos disponíveis para venda 54.861 59.721 Juros 50.969 55.251 Amortização segundo a taxa efectiva de títulos de dívida 3.892 4.470

Empréstimos concedidos e contas a receber 70 Juros 70

Caixa e seus equivalentes e depósitos à ordem 158 205 Juros 158 205

Outros 10.049 12.112 Activos financeiros detidos para negociação 5.867 7.116

Juros - swaps 5.867 7.116 Activos financeiros classificados no reconhecimento inicial ao justo valor através de ganhos e perdas

4.044 4.186

Juros 4.044 4.186 Activos disponíveis para venda 138 809

Dividendos 138 809 Total 65.069 72.108

Os gastos financeiros por categoria de activos financeiros decompõem-se da seguinte forma:

2016 2015

De juros de activos financeiros não valorizados ao justo valor por via de ganhos e perdas

13.716 7.762

Activos disponíveis para venda 13.716 7.762 Custo amortizado pela taxa efectiva 13.716 7.762

Activos financeiros detidos para negociação 5.688 6.183 Juros decorridos - swaps 5.017 5.356 Upfront payment - swaps 660 827 Comissões-futuros 11

Total 19.404 13.945

Os ganhos líquidos de activos disponíveis para venda são analisados como se segue:

Ganhos líquidos de activos e passivos financeiros não valorizados ao justo valor através de ganhos e perdas

2016 2015

Ganhos Perdas Total Ganhos Perdas Total

Activos disponíveis para venda 21.778 12.673 9.105 46.132 40.742 5.390

Obrigações e outros títulos de rendimento fixo 20.114 8.461 11.653 39.105 40.308 -1.203

De emissores públicos 18.485 5.084 13.401 29.472 30.977 -1.505

De outros emissores 1.629 3.377 -1.748 9.633 9.331 302

Acções 484 2.049 -1.565 2.463 365 2.098

Outros títulos de rendimento variável 1.180 2.162 -982 4.564 70 4.494

Total 21.778 12.672 9.106 46.132 40.742 5.390

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11 / 86 Relatório sobre a Solvência e a Situação Financeira 2016

CA Vida

Os ganhos líquidos de activos e passivos financeiros detidos para negociação e classificados no reconhecimento inicial ao justo valor através de ganhos e perdas são analisados como se segue:

Ganhos líquidos de activos e passivos financeiros valorizados ao justo valor através de ganhos e perdas

2016 2015

Ganhos Perdas Total Ganhos Perdas Total

Activos financeiros ao justo valor por via de ganhos e perdas classificados como detidos para negociação

4.744 -2.792 1.952 136 -706 -570

Derivados detidos para negociação 4.744 -2.792 1.952 136 -706 -570

Futuros 4.268 -2.579 1.689

Swaps 476 -213 263 136 -706 -570

Activos financeiros classificados no reconhecimento inicial ao justo valor através de ganhos e perdas

18.146 -6.611 11.535 1.149 -15.592 -14.443

Ganhos e perdas realizados 12 -5.937 -5.925 2 -1 1

Obrigações e outros títulos rendimento fixo 12 -5.937 -5.925 2 -1 1

De emissores públicos 0 0

De outros emissores 12 -5.937 -5.925 2 -1 1

Ganhos e perdas pela alteração justo valor 18.134 -673 17.460 1.147 -15.592 -14.444

Obrigações e outros títulos rendimento fixo 18.134 -673 17.460 1.147 -15.592 -14.444

De emissores públicos -79 -79

De outros emissores 18.134 -594 17.540 1.147 -15.592 -14.444 Passivos financeiros classificados no reconhecimento inicial ao justo valor através de ganhos e perdas

90 -53 37

Variações de justo valor de passivos financeiros de contratos de seguros considerados para efeitos contabilísticos como contratos de investimento

90 -53 37

Total 22.980 -9.456 13.524 1.285 -16.298 -15.013

A estrutura da Carteira de Investimentos é a apresentada no seguinte gráfico:

93,40% 93,40%

4,10% 5,10%0,70% 0,20%

1,90% 1,30%

2015 2016

Estrutura da Carteira de Investimentos

Derivados detidos para negociação

Depósitos em Instituições de Crédito

Instrumentos de capital e unidades de participação

Títulos de dívida

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12 / 86 Relatório sobre a Solvência e a Situação Financeira 2016

CA Vida

A.4. DESEMPENHO DE OUTRAS ACTIVIDADES

Em 2016 os custos e gastos por natureza a imputar ascenderam a 13,5 milhões de Euros, apresentando um crescimento de 18% face ao período homólogo. O incremento verificado ocorreu essencialmente na rubrica juros suportados, relacionada com o empréstimo subordinado obrigacionista emitido pela Companhia em 2015, com o objectivo de garantir níveis de solvabilidade adequados.

Adicionalmente, verificou-se um crescimento dos custos com depreciações, relacionado com o investimento em soluções informáticas de suporte à gestão.

U: Milhares de euros

Custos e Gastos por Natureza a Imputar 2016 2015 Var.

2016/2015

Gastos com o pessoal 2.920 2.638 11% Fornecimentos e serviços externos 4.648 4.188 11% Impostos e taxas 86 170 -50% Depreciações e amortizações do exercício 883 543 63% Juros suportados 1.220 33 3.560% Comissões 3.789 3.867 -2%

Total 13.545 11.440 18%

A.5. EVENTUAIS INFORMAÇÕES ADICIONAIS

A CA Vida e o Grupo Crédito Agrícola fecharam 2016 com chave de ouro, com a Seguradora Vida a ser distinguida com o 1º lugar no Ranking de Lealdade do Cliente e com o 1º lugar no Ranking de Imagem – classificações obtidas no Índice Nacional de Satisfação do Cliente do ECSI Portugal 2016 (European Customer Satisfaction Index), comparativamente com os Clientes das restantes seguradoras do ramo Vida analisadas neste estudo.

A Companhia foi também agraciada com o Prémio de Melhor Grande Seguradora do ramo Vida, desta feita pela StarCompany da revista Dinheiro Vivo num estudo realizado em parceria com a EY e a Ignios. O Ranking de Banca&Seguros avalia fundamentalmente o desempenho das empresas alvo neste estudo, destacando-se a CA Vida positivamente pela variação de prémios e pelo crescimento da sua quota de mercado.

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13 / 86 Relatório sobre a Solvência e a Situação Financeira 2016

CA Vida

B. SISTEMA DE GOVERNAÇÃO

B.1. INFORMAÇÕES GERAIS SOBRE O SISTEMA DE GOVERNAÇÃO

Ao nível do sistema de Governação, a CA Vida apresenta um Conselho Geral e de Supervisão, um Conselho de Administração Executivo e uma Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, à qual compete a fiscalização dos actos do Conselho de Administração Executivo. A CA Vida dispõe também de uma Comissão de Remunerações e de uma estrutura de quatro comités, aos quais são endereçados diferentes temas e riscos.

A estrutura organizativa da CA Vida foi concebida com base em princípios de flexibilidade, abertura e de fácil comunicação garantindo deste modo uma maior adequação à estratégia da Companhia e à constante necessidade de adaptação às necessidades e exigências do mercado e Accionistas. A estrutura organizativa é de desenho claro, consistente no perfil da Função das Áreas de Responsabilidade. A estrutura definida privilegia a horizontalidade, como veículo facilitador da comunicação ascendente e descendente e assenta na criação de processos de decisão fáceis e de reacção rápida. A estrutura contém ainda as funções chave estabelecidas pelo regime de Solvência II.

Conselho Geral e de Supervisão

SROC Conselho de Administração Executivo

Controlo e Gestão

Comercial

CRM

Marketing Fundos de Pensões

Gestão de Produtos

Direcção Clínica

Gestão de Carteiras

Produtos de Risco

Financeira Gestão de Riscos Gestão Actuarial Compliance Sistemas de Informação

Logística

Gestão Documental

Auditoria Interna

Comité de Gestão de Riscos

Gabinete Jurídico

Comité Estratégico

Secretariado / Recursos Humanos

Comité de Investimentos

Comité de Produtos

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14 / 86 Relatório sobre a Solvência e a Situação Financeira 2016

CA Vida

CONSELHO GERAL E DE SUPERVISÃO

Trata-se de um órgão que tem por principal função assegurar a correcta execução das políticas gerais da CA Vida, de acordo com os interesses do Grupo Crédito Agrícola, para além de integrar uma comissão para as Matérias Financeiras constituída por três Membros.

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO EXECUTIVO

O Conselho de Administração Executivo tem como principal função a definição e implementação da estratégia segundo princípios que assegurem uma criação sustentável de valor, não só para a Companhia, mas para todo o Grupo Crédito Agrícola. O Conselho de Administração Executivo é assessorado por uma estrutura interna de Quadros altamente qualificados cujas competências específicas garantem os objectivos a alcançar.

Principais responsabilidades

• Promover uma gestão sã e prudente; • Definir os objectivos, estratégia, políticas, planos e orçamentos e investimentos; • Dinamizar a “qualidade” como valor estratégico, estabelecendo os seus níveis e controlando as respectivas

ocorrências; • Definir, aprovar e rever a estrutura da Companhia e os poderes a delegar; • Fixar o nível de Outsourcing das componentes integradoras do Serviço e respectivas condições; • Definir, aprovar e rever as políticas, procedimentos e controlos que integram a gestão de riscos e o controlo

interno; • Elaborar e emitir instruções ou circulares de serviço que visem à organização interna da Companhia, que se

poderão consubstanciar em manuais; • Definir, aprovar e rever as políticas de recursos humanos, o seu desenvolvimento e a política remuneratória; • Assegurar que os Directores de topo implementam as orientações e políticas aprovadas e as orientações dadas; • Dinamizar e controlar a gestão operacional no âmbito dos planos e orçamentos; • Desenvolver e assegurar relações internacionais; • Conceptualizar um quadro de comunicação interna e externa compatível com a estratégia da Companhia e a sua

implementação, assumindo como da sua responsabilidade: A comunicação interna aos Colaboradores e as relações com os media de âmbito nacional, nomeadamente com os meios de informação financeira;

• A Imagem corporativa e as acções de divulgação a desenvolver neste contexto; • A liquidação de Sinistros Ex-Gratia; • Manter uma relação de natureza institucional com os Accionistas, com a Autoridade de Supervisão de Seguros e

Fundos de Pensões (ASF); com a Associação Portuguesa de Seguradores (APS) e outras entidades públicas e privadas, nomeadamente congéneres.

COMISSÃO DE REMUNERAÇÕES

A Comissão de Remunerações tem por incumbência fixar as remunerações e a política remuneratória dos Membros do Conselho Geral e de Supervisão.

A Comissão de Remunerações é igualmente constituída por três Membros, designados por mandatos de três anos pela Assembleia Geral. O presente Comité de Remunerações foi nomeado em 2016.

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CA Vida

REVISOR OFICIAL DE CONTAS

A Companhia dispõe ainda de uma Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, a PriceWaterhouseCoopers & Associados - Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, Lda..

COMITÉS

Os Comités criados dentro da estrutura orgânica da CA Vida constituem um nível intermédio de análise que faculta uma abordagem técnica adequada relativamente a alguns temas relevantes para a actividade da Companhia, com o intuito de emitir pareceres técnicos e assessoria no processo de tomada de decisão do Conselho de Administração Executivo.

COMITÉ DE GESTÃO DE RISCOS

Este Comité visa apoiar o Conselho de Administração Executivo em todos os temas relacionados com a gestão de riscos e que não são devidamente endereçados por outros comités, como por exemplo, o Risco de Mercado que é analisado no âmbito do Comité de Investimentos.

O Comité de Gestão de Riscos tem as seguintes responsabilidades:

• Validação de novas políticas e respectivos planos de implementação; • Validação das revisões e alterações às políticas existentes na Companhia; • Validação da matriz de riscos identificados e dos respectivos planos de mitigação; • Análise dos reportes internos relativos ao tema de Gestão de Riscos; • Validação de reportes a enviar para a ASF; • Validação de decisões no âmbito da Gestão de Riscos; • Validação de planos de implementação ou de acção no âmbito da Gestão de Riscos; • Dinamização do tema de Gestão de Riscos na Companhia; • Monitorização do apetite ao risco e da evolução do capital regulamentar; • Apoio na execução do exercício de Auto-Avaliação do Risco e da Solvência (ORSA).

COMITÉ DE PRODUTOS

Trata-se de um comité que visa a análise dos principais temas relacionados com produtos, tanto no desenvolvimento de novos produtos como para no acompanhamento dos produtos existentes, da sua performance e dos seus riscos.

O Comité de Produtos tem as seguintes responsabilidades:

• Definição das condições de novos produtos a comercializar; • Identificação de potenciais riscos derivados do início da comercialização de novos produtos ou de alterações aos

existentes; • Validação dos resultados da análise de rentabilidade de novos produtos ou de alterações aos existentes; • Garantir a correcta operacionalização da comercialização de novos produtos, mitigando desta forma os riscos

operacionais associados à introdução ou alteração de procedimentos relativos à comercialização dos mesmos; • Garantir a correcta disseminação da informação na organização.

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CA Vida

COMITÉ DE INVESTIMENTOS

Sendo o Risco de Mercado o risco que representa o maior consumo de capital para a Companhia, trata-se de um importante comité no qual são endereçados, monitorizados e discutidos os principais temas relacionados com os investimentos da Companhia.

O Comité de Investimentos tem as seguintes responsabilidades:

• Discussão e validação da estratégia de investimentos da Companhia; • Discussão e validação dos mandatos de investimento para os diferentes portfólios/pools de activos existentes; • Validação da Política de Investimentos e promoção das subsequentes revisões; • Monitorização dos mandatos de investimento para os diferentes portfólios/pools de activos existentes; • Monitorização, análise e reporte mensal do cumprimento dos limites estabelecidos na estratégia de

investimentos da Companhia; • Validação e avaliação da realização de investimentos não habituais, garantindo que todos os requisitos

associados aos mesmos são cumpridos; • Análise e avaliação dos riscos inerentes à utilização de derivados. • Realização de reuniões no máximo em base mensal para a discussão da temática dos investimentos da

Companhia; • Apreciação e decisão quanto ao não cumprimento de limites definidos nos mandatos de gestão, designadamente

limites sectoriais, de rating, concentração por emitente, etc..

COMITÉ ESTRATÉGICO

Este comité tem apenas responsabilidades ao nível do Grupo Crédito Agrícola, como por exemplo definição da estratégia global do Grupo.

A Companhia assegura também a existência das funções-chave na sua estrutura, nomeadamente, as Funções de Gestão de Riscos, Verificação do Cumprimento (Compliance), Auditoria Interna e Actuarial.

A Função de Gestão de Riscos assegura o acompanhamento periódico dos riscos a que a CA Vida se encontra exposta e é responsável pelo reporte regulamentar regular ao Supervisor. A Função de Verificação do Cumprimento garante o cumprimento de toda a regulamentação existente e é responsável pela assessoria nesse âmbito a toda a Companhia. Já a Função de Auditoria Interna tem um papel fiscalizador e é responsável por avaliar independentemente os processos e procedimentos da Companhia. A Função Actuarial assume o papel mais técnico ao nível dos produtos que a Companhia comercializa e é responsável pelos cálculos necessários, por exemplo, à determinação do preço dos produtos.

ALTERAÇÕES MATERIAIS NO SISTEMA DE GOVERNAÇÃO QUE TENHAM OCORRIDO DURANTE O PERÍODO

Importa mencionar a segregação de responsabilidades entre as Funções de Auditoria Interna e Verificação do Cumprimento que ocorreu no segundo semestre de 2016, com a contratação de um quadro para garantir a independência de ambas as funções.

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CA Vida

POLÍTICA DE REMUNERAÇÕES

Os Membros do Órgão de Administração devem desempenhar as suas funções de forma diligente e criteriosa, no interesse da CA Vida, tendo em conta a sua actividade e os interesses dos seus Accionistas e Colaboradores, sendo para isso importante que sejam estabelecidos parâmetros de remuneração adequados que motivem o elevado desempenho individual e colectivo e que permitam estabelecer, e serem atingidas, elevadas metas de crescimento da Companhia, com bons resultados para os seus Accionistas no quadro de uma cuidada gestão de risco, atentos aos diferentes interesses que a Seguradora deve respeitar.

A remuneração dos Membros do Conselho de Administração Executivo, fixada pelo Conselho Geral e de Supervisão, consiste na atribuição de um valor fixo mensal, pago catorze vezes por ano e actualizável, anualmente, nos mesmos termos e percentagens em que o forem os salários dos trabalhadores da CA Vida.

A componente fixa mensal deve visar, fundamentalmente, a remuneração do esforço desenvolvido ao longo de cada exercício do respectivo mandato, devendo ter em linha de conta, designadamente, a relevância das áreas de gestão executiva de cada um dos Membros, a sua experiência curricular e o nível de remunerações praticado noutras empresas congéneres.

É entendido não atribuir qualquer remuneração variável aos Membros do Conselho de Administração Executivo, sem prejuízo de, anualmente, poder ser atribuído pelo Conselho Geral e de Supervisão, de acordo com a avaliação de desempenho global do Conselho de Administração Executivo, um montante único, pago a título de prémio pelo desempenho, devendo ter-se, nomeadamente, em conta, para além dos principais indicadores financeiros e de ser considerada a sustentabilidade dos mesmos, o seu contributo para os resultados obtidos, o trabalho desenvolvido durante o exercício e os critérios aplicados me cada ano na atribuição dos prémios aos restantes Quadros da Sociedade, devendo, no entender da Comissão de Remunerações, ser pago aquando do pagamento dos prémios aos restantes Quadros, se tal se vier a verificar.

Em qualquer dos casos, deverá caber ao Conselho Geral e de Supervisão a definição do peso específico e de ponderação relativa de cada um dos critérios acima enunciados que, só no plano da sua consideração deve esta comissão ter por vinculativos.

Tendo em atenção a natureza e a estrutura do Grupo Crédito Agrícola, de que a CA Vida faz parte, não existe qualquer tipo de plano de atribuição de acções ou opções de aquisição de acções aos Membros do Conselho de Administração Executivo.

Relativamente às remunerações dos Membros do Conselho Geral e de Supervisão, tendo em conta a natureza da composição desse Órgão Social (composto por representantes indicados pelas Caixas de Crédito Agrícola Mútuo eleitas em Assembleia Geral para esse Órgão), os mesmos têm sido remunerados apenas através da atribuição de “senhas de presença” pela participação que têm nas reuniões em que participam, cujo valor tem essencialmente em linha de conta os custos e as despesas com as deslocações e com as participações nas respectivas reuniões.

TRANSACÇÕES COM PARTES RELACIONADAS

A CA Vida comercializa seguros de vida e fundos de pensões exclusivamente através das Agências da Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo e das Caixas de Crédito Agrícola Mútuo, seguindo uma estratégia de aproveitamento de sinergias de distribuição das actividades bancária e seguradora.

A Companhia adquire alguns serviços a empresas do Grupo, designadamente serviços bancários de cobranças e de gestão de carteiras de investimento. Comercializa também produtos do Ramo Vida com outras empresas do Grupo, sendo o peso desta transacção no volume de negócios da CA Vida muito reduzido.

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CA Vida

A Companhia efectuou pagamento de dividendos aos accionistas. A informação detalhada sobre as transacções com partes relacionadas encontra-se divulgada nas Notas Integrantes às Demonstrações Financeiras (Nota 36) do Relatório e Contas da Companhia.

PLANO DE BENEFÍCIOS PÓS-EMPREGO

De acordo com o n.º 1 da cláusula 50ª do Acordo colectivo entre as seguradoras signatárias e o Sindicato dos Trabalhadores da Actividade Seguradora (STAS) e outro (adiante também designado por ACT), ao qual a CA Vida aderiu, publicado no BTE nº4 de 29 de Janeiro de 2016, “todos os trabalhadores no activo em efectividade de funções, com contratos de trabalho por tempo indeterminado, beneficiarão de um plano individual de reforma, em caso de reforma por velhice ou por invalidez concedida pela Segurança Social o qual integrará e substituirá quaisquer outros sistemas de atribuição de pensões de reforma previstos em anteriores instrumentos de regulamentação colectiva de trabalho aplicáveis à Companhia.

O plano de pensões é financiado através de uma adesão colectiva ao fundo de pensões aberto CA Reforma Garantida.

B.2. REQUISITOS DE QUALIFICAÇÃO E DE IDONEIDADE

Estão sujeitas na CA Vida a avaliação da adequação ao exercício as seguintes funções ou cargos (em conjunto designado por “Colectivo Identificado”):

• Membros do Conselho de Administração Executivo (CAE) e demais pessoas que possam vir a dirigir efectivamente a Companhia;

• Membros do Conselho Geral e de Supervisão (CGS); • Revisor Oficial de Contas (ROC), a quem compete emitir a certificação legal de contas; • Directores de Topo; • Responsáveis por Funções-chave; • Pessoas que exercem Funções-chave.

A avaliação da adequação ao exercício da função ocorre:

• Previamente ao exercício da função (avaliação inicial); • No decurso do exercício da função (reavaliação, ordinária ou por facto superveniente).

A adequação prende-se com a capacidade de assegurar a gestão sã e prudente da CA Vida, com vista a salvaguardar os interesses dos tomadores de seguro, segurados e beneficiários.

A avaliação do Colectivo Identificado obedece ao princípio da proporcionalidade, considerando entre outros factores, a natureza, a dimensão e a complexidade da actividade da CA Vida e as exigências e responsabilidades associadas às funções concretas a desempenhar.

O requisito de qualificação profissional pressupõe a posse de qualificação profissional adequada para garantir uma gestão sã e prudente da CA Vida.

Na avaliação da qualificação profissional, presume-se que esta é adequada quando a pessoa em causa demonstre deter as competências e qualificações necessárias ao exercício das suas funções, adquiridas através de:

• Habilitação académica ou de formação especializada apropriadas ao cargo a exercer; • Experiência profissional cuja duração, bem como a natureza e grau de responsabilidade das funções exercidas,

esteja em consonância com as características e seja proporcional à natureza, dimensão e complexidade da actividade da CA Vida.

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CA Vida

Na avaliação da idoneidade é tido em conta o modo como a pessoa gere habitualmente os negócios, profissionais ou pessoais, ou exerce a profissão, em especial nos aspectos que revelem a sua capacidade para decidir de forma ponderada e criteriosa, ou a sua tendência para cumprir pontualmente as suas obrigações ou para ter comportamentos compatíveis com a preservação da confiança do mercado, tomando em consideração todas as circunstâncias que permitam avaliar o comportamento profissional para as funções em causa.

Na apreciação individual da idoneidade do candidato tem-se em conta, pelo menos, as seguintes circunstâncias que permitem avaliar o comportamento profissional para as funções em causa:

• Indícios de que a pessoa não agiu de forma transparente ou cooperante nas suas relações com quaisquer autoridades de supervisão ou regulação nacionais ou estrangeiras;

• Recusa, revogação, cancelamento ou cessação de registo, autorização, admissão ou licença para o exercício de uma actividade comercial, empresarial ou profissional, por autoridade de supervisão, ordem profissional ou organismo com funções com funções análogas, ou destruição do exercício de um cargo por entidade pública;

• As razões que motivaram um despedimento, a cessação de registo de um vínculo ou a destituição de um cargo que exija uma especial relação de confiança;

• Proibição, por autoridade judicial, autoridade de supervisão, ordem profissional ou organismo com funções análogas, de agir na qualidade de administrador ou gerente de uma sociedade civil ou comercial ou de nela desempenhar funções;

• Inclusão de menções de incumprimento na central de responsabilidades de crédito ou em quaisquer outros registos de natureza análoga, por pate da autoridade competente para o efeito;

• Resultados obtidos, do ponto de vista financeiro ou empresarial, por entidades geridas pela pessoa em causa ou em que esta tenha sido ou seja titular de uma participação qualificada, tendo especialmente em conta quaisquer processos de recuperação, insolvência ou liquidação, e a forma como contribuiu para a situação que conduziu a tais processos;

• Declaração de insolvência pessoal, independentemente da respectiva qualificação; • Acções cíveis, processos administrativos ou processos criminais, bem como quaisquer outras circunstâncias

que, atento o caso concreto, possam ter um impacto significativo sobre a solidez financeira da pessoa em causa.

Considera-se verificada a idoneidade das pessoas que se encontrem registadas junto do Banco de Portugal ou da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, quando esse registo esteja sujeito a condições de idoneidade, a menos que factos supervenientes à data do referido registo conduzam a ASF a pronunciar-se em sentido contrário.

B.3. SISTEMA DE GESTÃO DE RISCOS

A Companhia entende que o risco é parte integrante do seu modelo de negócio e, como tal, desempenha um papel determinante na sua capacidade de gerar lucros mas também perdas, por via da materialização dos riscos existentes. Neste sentido, procura incutir em todos os Colaboradores uma forte cultura e consciência dos riscos inerentes à actividade da Companhia, definindo, em cada uma das suas unidades orgânicas, responsabilidades claras neste âmbito.

Tendo em conta a importância que o risco e a sua gestão desempenham no modelo de negócio da CA Vida, esta dispõe de um Sistema de Gestão de Riscos composto por estratégias, processos e procedimentos de prestação de informação que permitem, de forma constante, identificar, mensurar, monitorizar, gerir e comunicar os riscos (individual e globalmente) a que a Companhia está, ou possa vir a estar exposta, e as respectivas interdependências.

De facto, este Sistema de Gestão de Riscos acrescenta valor à Companhia através da identificação dos riscos que afectam os objectivos estratégicos e das respectivas acções de mitigação, da definição do perfil de risco e do apetite ao risco, assim como do apoio no processo de tomada de decisão e da criação de uma cultura organizacional consciente do importante papel que a gestão do risco desempenha na CA Vida.

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O Sistema de Gestão de Riscos tem por base o Processo de Gestão dos Riscos da Companhia, o qual é apresentado em seguida:

Adicionalmente, importa referir que o Sistema de Gestão de Riscos é objecto de análise por parte da Auditoria Interna, sendo efectuadas acções de auditoria que visam atestar a sua robustez a dois níveis: efectividade e pertinência da metodologia adoptada ao nível do processo.

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CA Vida

ESTRATÉGIA DE GESTÃO DE RISCO

A Estratégia de Gestão de Risco da CA Vida foi definida pelo Conselho de Administração Executivo e encontra-se alinhada com a estratégia de negócio da Companhia. A análise do perfil de risco e a definição do apetite ao risco visam compreender e definir os limites de risco dentro do qual a Companhia deve operar para alcançar os seus objectivos estratégicos.

Estes elementos são igualmente importantes para uma adequada gestão de capital, havendo também aqui importantes progressos na Companhia através da definição de uma política de gestão de capital, que irá permitir, entre outros, a criação de um plano de gestão de capital de médio prazo e dos respectivos processos de emissão ou distribuição de fundos.

A definição e implementação da estratégia de gestão de risco é uma componente fundamental do sistema de gestão de risco da CA Vida e uma área sobre a qual estão a ser desenvolvidos esforços no sentido da sua progressiva implementação e incorporação no processo de tomada de decisão.

Este processo é realizado através da definição de um conjunto de políticas (por exemplo, Apetite ao Risco, ORSA e Gestão de Capital) cujo desenvolvimento e implementação está a ser realizado envolvendo os diferentes níveis e funções da organização contribuindo assim igualmente para uma maior disseminação do tema e o reforço da cultura e dos limites de apetite ao risco da Companhia.

IDENTIFICAÇÃO

Para se assegurar a eficácia e eficiência do Sistema de Gestão de Riscos, está definido um processo que permite identificar os principais riscos, actuais e emergentes, a que a Companhia está, ou pode vir a estar, exposta, bem como as causas e efeitos que lhes estão associados.

Esta identificação pode ser efectuada por qualquer uma das unidades orgânicas da CA Vida, podendo decorrer da actividade diária de cada uma destas unidades orgânicas, de exercícios de auto-avaliação, da realização de reuniões de trabalho sobre os processos ou de análises qualitativas e quantitativas acerca de eventos efectivos ou potenciais.

Uma vez que existe uma grande variedade de riscos, o processo de identificação dos mesmos é robusto e detalhado, permitindo identificar e agregar os principais riscos por tipo e área de cobertura. Neste sentido, depois de identificar os principais riscos e analisar as suas causas e efeitos, a CA Vida cataloga-os de acordo com as categorias e subcategorias de risco definidas na sua taxonomia de riscos. Posteriormente, toda a informação relativa aos referidos riscos é registada na base de dados de riscos.

Relativamente à sua taxonomia de riscos, a Companhia seguiu as orientações da ASF nesta matéria, podendo os riscos ser classificados de acordo com as categorias e subcategorias de risco expostas na figura seguinte.

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AVALIAÇÃO

Probabilidade e Impacto do Risco

Estando os riscos identificados e catalogados, procede-se de seguida à sua avaliação. Neste sentido, a unidade orgânica que identificou um determinado risco é responsável por avaliar a sua probabilidade de ocorrência, bem como o impacto potencial que o mesmo poderá provocar com base na definição de um cenário e da sua avaliação em termos do scoring estabelecido nas matrizes de risco.

Análise de Cenários

Para que seja possível avaliar a probabilidade de um determinado risco acontecer e medir o seu impacto, é necessário definir um cenário de ocorrência de risco. Estes cenários são definidos sempre que uma determinada unidade orgânica procede à avaliação dos riscos por si identificados. Os cenários de ocorrência de risco são cenários plausíveis, por forma a identificar qual o ponto de perda máxima potencial (em termos de impacto) e qual a probabilidade de ocorrência desse cenário.

Assim, a avaliação dos riscos é executada com base em cenários concretos e utilizando critérios objectivos que permitam a prioritização e a comparação destes riscos. Na verdade, tal é fundamental, uma vez que a análise destes cenários gera recomendações, podendo as mesmas passar pela definição de novos controlos, definição de novos indicadores ou implementação de acções de melhoria.

Risco Estratégico

• Desenho de produtos e tarifação;• Subscrição;• Provisionamento das responsabilidades;• Gestão de processos de sinistros; • Resseguro e formas alternativas de transferência de risco.

Risco Específico de Seguros

• Riscos de variação de preços no mercado de capitais, cambial, de taxa de juro, imobiliário e de spread;• Risco do uso de produtos derivados e similares;• Risco de desadequação entre activos e passivos.

Risco de Mercado

Risco de Crédito

Risco de Concentração

Risco de Liquidez

• Má conduta profissional intencional (fraude interna);• Actividades ilícitas efectuadas por terceiros (fraude externa);• Práticas relacionadas com os recursos humanos e com a segurança no trabalho;• Clientes, produtos e práticas comerciais;• Eventos externos que causem danos nos activos físicos;• Interrupção de actividade e falha nos sistemas;• Riscos relacionados com os processos de negócio;• Legal.

Risco Operacional

Risco de Reputação

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CA Vida

Classificação do Risco (Scoring)

Após definir o cenário é essencial que a unidade orgânica responsável pela identificação do referido risco proceda à classificação destas duas variáveis (probabilidade e impacto) de acordo com o scoring utilizado pela Companhia.

Neste sentido, e procurando abranger a generalidade dos riscos a que a CA Vida está, ou possa vir a estar, exposta, foram definidas duas matrizes-tipo de riscos:

• Avaliação Top-Down:

Avaliação de Grandes Riscos, cujo objectivo é o de auxiliar na quantificação e qualificação dos riscos de alto nível associados à actividade da Companhia. São avaliados os riscos inerentes (risco total, anterior à aplicação dos controlos) e residual (risco após a aplicação dos controlos), devendo esta avaliação considerar a probabilidade e o impacto, de forma independente.

• Avaliação Bottom-Up:

Avaliação de Riscos Granulares, através da qual se avaliam os riscos ao nível dos diversos processos da Companhia. Esta avaliação granular utiliza as principais actividades realizadas em cada processo como base de referência para a identificação e avaliação de risco. Neste tipo de avaliação é avaliado apenas o risco residual (risco após a aplicação dos controlos). Tal como no caso da Avaliação Top-Down, esta avaliação é feita considerando a probabilidade e o impacto, de forma independente.

As matrizes de risco e as tabelas de scoring são definidas pelo Departamento de Gestão de Riscos, validadas pelo Comité de Gestão de Risco e aprovadas pelo Conselho de Administração Executivo.

Assim, as matrizes de risco e as tabelas de scoring são actualizadas sempre que ocorram alterações que possam vir a ter impacto nas mesmas.

Definição e Classificação de Controlos

Um controlo é definido como uma actividade ou procedimento que é efectuado para reduzir o impacto ou a probabilidade da ocorrência de um evento de risco, podendo ser classificado como preventivo (que visa reduzir a probabilidade de ocorrência), ou detectivo (que visa mitigar o impacto da ocorrência). Os controlos preventivos são os que alteram a distribuição da frequência, ao passo que os controlos detectivos irão alterar a distribuição do impacto, o que por sua vez irá afectar a distribuição do aglomerado de perdas.

Assim, é essencial garantir que os principais riscos a que a CA Vida está exposta tenham associados determinados controlos. Como tal, as unidades orgânicas que identificaram riscos são responsáveis por proceder à definição de controlos que permitam a sua mitigação.

Após definir esses controlos, é essencial que as unidades orgânicas efectuem a respectiva classificação.

Aquando da classificação de um controlo são tidos em consideração dois aspectos fundamentais: o seu desenho e a sua performance.

O desenho avalia o desempenho teórico do controlo e se este é sempre aplicado da forma que está preconizado para funcionar. Caso o controlo não mitigue por completo o risco, é dada uma justificação para tal. Dentro das possíveis razões pode-se incluir:

• Existência de controlos alternativos que mitiguem o risco por inteiro; • O negócio está preparado para aceitar o nível de risco; • Economicamente não é vantajoso mitigar o risco por inteiro; • Desenho fraco e é necessário a redefinição do controlo.

Por sua vez, a performance analisa de que forma é que o controlo é efectuado na prática, se é aplicado quando deve e da maneira para o qual foi preconizado. Caso a performance não seja classificada como “aceitável”, é dada uma

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CA Vida

justificação, sendo o respectivo controlo aceite (aceitando o nível de risco) ou redefinido de forma a melhorar a sua performance.

Indicadores de Risco

Para garantir a efectividade do processo de Gestão do Risco, a CA Vida monitoriza regularmente os riscos a que se encontra exposta. Para tal, todas as unidades orgânicas que identificam riscos, estabelecem um conjunto de indicadores (Key Risk Indicators – KRI’s) que se encontrem associados a esses mesmos riscos e que sirvam de alerta para a eventual alteração da probabilidade e impacto de determinado evento de risco ocorrer.

Na verdade, os KRI’s têm como objectivo medir os diferentes eventos de risco registados e catalogá-los, atribuindo-lhes características que permitam a identificação do risco e a sua monitorização através da análise da evolução das perdas que deles decorrem. A utilização dos KRI’s permite ainda, numa fase posterior, prever eventos de risco e evitar eventuais perdas relativas a determinado evento ou tomada de decisão.

Os indicadores são monitorizados e controlados através de um sistema de alerta, sendo para tal estabelecidos níveis de tolerância dos indicadores, acções de reporte e planos de acção.

MITIGAÇÃO

Estando os riscos devidamente identificados e avaliados, são conhecidas as suas causas (agentes) e efeitos (consequências), o que permite definir acções e medidas de prevenção ou correcção das possíveis falhas detectadas. A prioritização destas acções e medidas é determinada pela caracterização dos riscos, ou seja, quanto mais prejudicial ou maior o risco, mais rapidamente a situação deve ser corrigida (mitigada).

Estas acções/medidas são definidas sempre que as unidades orgânicas da Companhia detectam a existência de um determinado risco, sendo posteriormente executadas no decorrer da sua actividade.

O acompanhamento das acções e medidas de mitigação em curso é crucial para que a CA Vida analise a sua eficácia. Para tal, são estabelecidos indicadores que permitem avaliar os resultados alcançados após a implementação das acções/medidas de mitigação em curso. Este acompanhamento é uma responsabilidade final do Conselho de Administração Executivo.

Em seguida apresentam-se os riscos considerados no sistema de Gestão de Riscos bem como um breve resumo das medidas/acções de mitigação realizadas:

Risco Estratégico

O risco estratégico compreende o risco resultante de decisões de negócio inadequadas, implementação imprópria de decisões ou falta de capacidade de resposta às alterações ocorridas no mercado.

Como medida de gestão do risco estratégico da CA Vida, são efectuadas reuniões regulares de acompanhamento do negócio onde é analisado o desempenho da Companhia em diversas vertentes. Entre as vertentes analisadas incluem-se normalmente as vertentes Comercial, Técnica, Financeira e Marketing. As reuniões de acompanhamento têm como objectivo dar a conhecer a todos os Colaboradores qual a estratégia da Companhia e envolver todos nos processos de negócio da mesma. Nestas reuniões são também abordadas todas as situações que possam ser fontes de risco e são discutidas quais as soluções a seguir.

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CA Vida

Risco Específico de Seguro

Risco inerente à comercialização de contratos de seguros, associado ao desenho de produtos e respectiva tarifação, ao processo de subscrição e de provisionamento das responsabilidades e à gestão dos sinistros e do resseguro.

Neste campo, a Companhia tem-se pautado por uma política criteriosa de aceitação do risco assente em tarifas construídas actuarialmente e revistas regularmente.

Nos casos de risco de aceitação condicionada, a subscrição é efectuada centralmente, havendo evidência das condições e do responsável pela decisão.

O provisionamento é acompanhado mensalmente, com principal enfoque nas provisões para sinistros.

O resseguro é uma operação importante de cobertura de riscos, sendo que a Companhia possui contratos com as principais resseguradoras a nível internacional.

Anualmente são elaborados estudos de taxas de mortalidade, de taxas de anulações de apólices e de despesas onde é possível analisar se existem variações significativas relativamente aos pressupostos considerados no desenho dos produtos. No lançamento de cada produto, são realizados estudos de análise de rentabilidade de forma a garantir que os mesmos se encontram correctamente desenhados e que irão criar valor para a Companhia.

Risco de Mercado

Os riscos de mercado englobam vários riscos que reflectem a perda potencial em resultado de alterações de taxas (juro e de câmbio) e/ou preços (correlacionando quer entre eles quer com a respectiva volatilidade).

A carteira de títulos é gerida na sua totalidade pela CA Gest, estando definido um benchmark de investimento de acordo com o risco que se pretende assumir e a rentabilidade desejada.

A referida carteira é valorizada diariamente.

No que respeita à gestão do Risco de Mercado da carteira de títulos, a CA Vida efectua os seguintes controlos:

• São feitos contactos permanentes com a Entidade Gestora, no sentido de avaliar a evolução da carteira; • São elaborados relatórios de análise de risco pela Entidade Gestora com a periodicidade mensal, sendo

efectuada a respectiva análise; • O Comité de Investimentos reúne mensalmente e, sempre que necessário, redefine-se o perfil de risco associado,

embora sempre numa óptica conservadora.

Relativamente ao Risco de Mercado, são ainda realizados estudos anuais que permitem quantificar o valor em risco dos lucros futuros associado às variações nas taxas de juro e nos preços das acções, considerando os activos em carteira.

Com base nos resultados apurados relativamente à posição de solvência em cada período e no limite de tolerância definido, a Companhia pode decidir alterar a estratégia de investimento.

Risco de Crédito

A Companhia encontra-se exposta ao Risco de Crédito, que consiste na probabilidade da contraparte entrar em incumprimento. As principais áreas nas quais a Companhia está exposta ao Risco de Crédito são:

• Montantes devidos de resseguradoras devido a indemnizações que já foram pagas; • Montantes devidos de clientes; • Risco de crédito de títulos de dívida em carteira; • Risco de contraparte devido a transacções com derivados.

A Companhia define os níveis de Risco de Crédito aceitáveis estabelecendo limites à sua exposição a uma única contraparte ou à contraparte no todo, e a segmentos geográficos e de sector de actividade. Estes riscos estão sujeitos a

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uma revisão anual ou a uma supervisão mais frequente. Os limites dos níveis de Risco de Crédito por categoria e território são aprovados anualmente pelo Conselho de Administração Executivo.

O resseguro é um meio de gerir o Risco Específico de Seguro. No entanto, como primeiro intermediário, a Companhia continua exposta a este risco. No caso de incumprimento por parte do ressegurador, a Companhia continua obrigada a pagar ao cliente. A qualidade de crédito do ressegurador é observada numa base anual, sendo a sua condição financeira analisada antes da finalização dos contratos.

Exposições a entidades de forma individual e a entidades do mesmo sector de actividade ou geográfico são anexadas à monitorização contínua dos controlos associados aos investimentos, existindo limites de diversificação definidos na política de investimentos da Companhia. A análise financeira das entidades a que a Companhia se encontra exposta através dos títulos de dívida emitidos por estas é efectuada através de ratings de entidades externas independentes.

Risco de Concentração

O Risco de Concentração representa o risco da Companhia, na ocorrência de um único evento, sofrer perdas significativas pelo facto de ter uma exposição muito elevada a um determinado factor de risco. A Companhia encontra-se exposta aos seguintes factores de risco:

• Clientes • Classes de activos • Contrapartes e Prestadores de serviços

Relativamente ao Risco de Concentração de clientes, a Companhia tem definido em sistema o cálculo de cúmulos de capital que permitem a identificação do valor do capital total em risco para cada cliente.

A política de investimentos da Companhia tem definidos limites por repartição sectorial, repartição geográfica, por emitente ou grupo de emitentes ligados entre si por relações de domínio ou de grupo, assim como exposição a uma única contraparte.

Risco de Liquidez

O Risco de Liquidez é o risco de uma instituição não dispor de fundos necessários para fazer face, em cada momento, às suas obrigações de pagamento.

A tesouraria da CA Vida é acompanhada numa base diária pelo Departamento Financeiro. Para o efeito, são elaborados controlos diários dos saldos existentes e dada a orientação necessária para que sejam cumpridas as necessidades de liquidez junto das várias Instituições.

A gestão prudente do Risco de Liquidez implica a manutenção de dinheiro ou instrumentos financeiros líquidos suficientes e a possibilidade de fechar posições de mercado. São monitorizadas previsões actualizadas da reserva de liquidez com base nos fluxos de caixa esperados, tendo em consideração a maturidade contratual remanescente dos passivos financeiros e das obrigações com contratos de seguro.

Especificamente no que respeita às carteiras de investimento, a Entidade Gestora faz a gestão diária da sua tesouraria, tendo em consideração os fluxos de entrada e saída de dinheiro, por um lado, e as liquidações das transacções realizadas sobre valores mobiliários, por outro. Adicionalmente, faz parte da política de investimentos a aquisição privilegiada de valores mobiliários transaccionados em mercados regulamentados.

Risco Operacional

O Risco Operacional representa o impacto gerado por eventuais perdas originadas por falhas na prossecução de procedimentos internos, pelos comportamentos das pessoas ou dos sistemas informáticos, ou ainda, por eventos externos à organização. Quando os controlos falham, os riscos operacionais podem causar problemas reputacionais, legais, implicações com o regulador e, por vezes, conduzir mesmo a perdas financeiras.

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CA Vida

A Companhia tem definidos procedimentos de controlo, reporte e registo de riscos operacionais. Quando são detectadas insuficiências nos controlos existentes, são apresentadas sugestões de melhorias.

A mitigação do risco operacional é efectuada através do Sistema de Controlo Interno da Companhia, detalhado no próximo capítulo.

Risco Reputacional

O Risco Reputacional significa as perdas resultantes da deterioração ou posição no mercado devido a uma percepção negativa da sua imagem entre os Clientes, Contrapartes, Accionistas ou Autoridades de Supervisão, assim como do público em geral.

Para contrariar este risco, a Companhia envida esforços no sentido de garantir a satisfação permanente de todos os seus stakeholders.

MONITORIZAÇÃO E REPORTE

A monitorização e reporte fecham o ciclo da gestão de risco e são o garante de que todos os riscos materiais a que a Companhia se encontra exposta se mantêm monitorizados e reportados.

Monitorização

Com o objectivo de assegurar o cumprimento dos níveis de tolerância ao risco e das políticas e procedimentos de gestão de riscos estabelecidos (bem como garantir a sua eficácia e adequação face à actividade desenvolvida na Companhia), a CA Vida definiu mecanismos para a monitorização da sua actividade de gestão do risco. Na verdade, para além de identificar falhas e/ou fragilidades do processo de gestão do risco, os referidos mecanismos permitem a obtenção de uma perspectiva abrangente da situação da Companhia e proporcionam ao órgão de administração e aos Directores de Topo informação relevante para os diferentes processos de tomada de decisão.

Um dos mecanismos utilizados pela CA Vida para monitorizar a exposição ao risco consiste na monitorização dos KRI’s definidos. Estes funcionam como indicadores de alerta que permitem uma detecção atempada dos riscos potencialmente adversos a que a Companhia se encontra exposta.

Para além da monitorização dos KRI’s, a CA Vida monitoriza também os controlos associados aos principais riscos a que está exposta. Não obstante, esta monitorização é realizada no âmbito da monitorização do Sistema de Controlo Interno da Companhia.

O cumprimento das medidas e planos de mitigação estabelecidos no decurso da avaliação dos riscos materiais a que a Companhia se encontra exposta é também alvo de monitorização contínua.

Reporte

Existem vários tipos de reporte, sendo que o reporte interno se encontra altamente relacionado com o nível de implementação das políticas de risco. Em linha com os princípios de Solvência II todas as políticas de risco dispõem de uma componente de reporte, sendo estes relevantes para o sistema de reporte interno.

AUTO-AVALIAÇÃO DO RISCO E DA SOLVÊNCIA

A CA Vida realiza anualmente a Auto-Avaliação do Risco e da Solvência, de significativa relevância para a Companhia, que tem em conta a estratégia definida para os próximos três anos e permite projectar o Requisito de Capital de Solvência calculado de acordo com a fórmula-padrão, com base em risk drivers. Desta forma, é possível avaliar e concluir se a estratégia, materializada no orçamento definido, é adequada com base nas decisões estratégicas implícitas. A metodologia usada conta ainda com a identificação e implementação de um conjunto de stress tests que

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procuram traduzir os impactos no capital provenientes da materialização de riscos identificados pela Companhia e não captados, ou não suficientemente captados, pela fórmula-padrão.

O Conselho de Administração Executivo está envolvido, e acompanha o processo, não apenas ao nível da estratégia e tradução no orçamento plurianual mas também ao nível do acompanhamento, discussão e desafio das metodologias e resultados obtidos. Este exercício contribui significativamente para a integração da Gestão de Riscos nos processos da Companhia.

O processo de Auto-Avaliação do Risco e da Solvência segue os seguintes passos:

1) O Conselho de Administração Executivo efectua a primeira análise, que engloba: o Definição dos objectivos do negócio e uma primeira versão do plano de negócios a considerar; o Identificação dos riscos de não conseguir alcançar os objectivos do negócio; o Revisão do perfil de risco em relação ao grau de tolerância de apetite ao risco; o Consideração de cenários de stress apropriados a serem aplicados; o Identificação de áreas onde o risco pode ser mitigado através da diversificação.

2) O processo de elaboração do plano de negócios inicia-se e é apresentada uma primeira versão; 3) O exercício de Auto-Avaliação do Risco e da Solvência é realizado considerando os parâmetros definidos no ponto

1); 4) Os resultados são analisados pelo Conselho de Administração Executivo, nomeadamente se a Companhia tem

capital suficiente para mitigar os riscos a que se encontra exposta, se é necessário capital adicional ou se é necessário alterar o plano de negócio.

5) Caso seja necessário alterar o plano de negócio, o processo retorna ao ponto 2); 6) Caso não seja necessário alterar o plano de negócio, o Conselho de Administração Executivo aprova os

resultados do exercício, com as eventuais medidas de mitigação; 7) Nesta fase é elaborado o relatório final do exercício de Auto-Avaliação do Risco e da Solvência, com as

respectivas conclusões, que deverá ser aprovado pelo Conselho de Administração Executivo para distribuição interna e respectiva submissão à ASF.

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B.4. SISTEMA DE CONTROLO INTERNO

A metodologia seguida pela CA Vida em matéria de controlo interno assenta em 5 fases distintas:

PLANEAMENTO

Nesta primeira fase, é elaborada e comunicada ao Comité de Gestão de Riscos uma listagem que contenha a identificação dos processos mais relevantes para a Companhia. Um processo é considerado relevante sempre que seja regular e crítico para o correcto funcionamento do sistema de controlo interno da CA Vida.

Para uma eficaz identificação deste tipo de processos, a Companhia consulta a sua cadeia de valor, uma vez que se encontram aí definidos os seus principais processos. Não obstante, podem existir dimensões que não se encontrem aí formalizadas, mas que pela sua importância também devem ser contempladas no âmbito do sistema de controlo interno.

Adicionalmente, esta identificação deve ainda considerar os processos de gestão dos sistemas de informação, uma vez que estes desempenham um papel crucial no suporte aos processos de negócio da CA Vida.

Identificados os processos mais revelantes para a Companhia, é efectuado o planeamento da avaliação/revisão do sistema de controlo interno, o qual considera os seguintes aspectos:

• Criticidade e impacto dos processos e consequente periodicidade de revisão; • Recursos disponíveis para desenvolver as actividades; • Responsáveis pela execução de cada actividade; • Objectivos da avaliação.

No final desta fase, deve ser elaborado um plano – Plano de Avaliação – que identifique claramente os processos que serão objecto de avaliação, os responsáveis pela avaliação, os prazos e os objectivos a alcançar.

Para além desta fase de planeamento regular, podem ocorrer eventos que obriguem à revisão pontual do sistema de controlo interno da CA Vida.

1. PlaneamentoPlanear e definir o âmbito de avaliação do sistema de controlo interno

2. Revisão e DocumentaçãoRever e documentar os processos e controlos existentes

3. AvaliaçãoAvaliar o desenho dos processos e controlos existentes e identificar oportunidades de melhoria

4. TestesRealizar testes ao desenho e efectividade dos controlos e detecção de deficiências

5. ReportingElaborar os relatórios de controlo interno

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REVISÃO E DOCUMENTAÇÃO

O sistema de controlo interno da CA Vida está assente no princípio de que cada processo considerado relevante tem a si associados riscos e controlos. Assim, nesta segunda fase procede-se não só à documentação de novos processos, mas também à revisão e documentação dos processos e controlos já existentes, de modo a garantir que os mesmos se encontram actualizados.

Para tal, devem seguir-se 4 etapas distintas:

Processos

A primeira etapa visa detalhar os novos processos seleccionados (i.e. processos identificados como sendo relevantes), com a documentação dos fluxos de actividades, incluindo as ligações e interdependências que possam existir.

Objectivos

Nesta etapa são identificados/actualizados os objectivos inerentes a cada um dos novos processos seleccionados como sendo relevantes. Ou seja, é identificada/actualizada a razão de ser de cada um dos processos, podendo esta estar relacionada com as operações da Companhia, o compliance ou o reporting financeiro.

Riscos

A terceira etapa consiste na identificação e avaliação do impacto e da severidade dos riscos associados às actividades dos novos processos seleccionados. São identificados e avaliados todos os riscos que possam comprometer os objectivos estabelecidos por cada um dos processos em questão.

Controlos

Por último, são definidos/actualizados os controlos que permitem mitigar os riscos identificados, com o objectivo de assegurar que os objectivos estabelecidos serão alcançados.

Os controlos a implementar ao longo do fluxo do processo podem ser classificados como:

• Preventivos: procuram diminuir a frequência de ocorrência de eventos adversos. Como tal, devem ser implementados em fases do processo que consigam prevenir a ocorrência desses mesmos eventos. Na maioria dos casos, estas técnicas preventivas são mais eficazes quando existe um ambiente de controlo forte e quando os critérios de autorização e delegação de poderes estão bem definidos, são claros e apropriadamente divulgados. Estes controlos podem ser manuais ou automáticos (integrados nos sistemas informáticos da Companhia), como por exemplo: o Segregação de funções autonomizadas em sistema (automático); o Acessos a sistemas informáticos através de password individual (automático); o Validação da introdução de dados através do cálculo do check digit (automático); o Processo de planeamento e orçamentação eficaz (manual).

• Detectivos: visam fornecer uma segurança razoável de que os erros e irregularidades são descobertos e corrigidos a tempo e procuram mitigar a severidade dos eventos ocorridos. Costumam ser aplicados após uma actividade ou processamento ter ocorrido e são especialmente importantes num ambiente em que os controlos preventivos são fracos ou ineficientes. Estes controlos também podem ser manuais ou automáticos, como por exemplo: o Reconciliação dos registos contabilísticos com os registos das transacções efectuadas nos sistemas

informáticos de origem (manual); o Comparação dos dados introduzidos na emissão de uma apólice, com o conteúdo da proposta de seguro

(manual, ou automático, se suportado por uma aplicação informática).

Em suma, nesta última etapa, para além de se estabelecer/actualizar os controlos sobre os riscos identificados, classificam-se também os diferentes controlos estabelecidos, define-se uma frequência para a realização dos mesmos e identificam-se os seus responsáveis.

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AVALIAÇÃO

Nesta fase, procede-se à avaliação do desenho dos processos e dos controlos existentes, bem como à identificação de oportunidades de melhoria.

A avaliação do desenho dos processos e dos controlos visa verificar se os mesmos estão bem construídos e são efectivos, ou se, porventura, há lugar para melhorias. Existem várias técnicas para realizar esta avaliação, das quais se salientam as seguintes:

• Observação: consiste na análise dos processos, aplicação de julgamento crítico e observação do desempenho do controlo com vista à identificação de possíveis gaps;

• Verificação: compreende a verificação dos registos e restantes evidências que suportem a efectividade operacional do controlo em análise;

• Entrevistas/Questionários: consiste em questionar um conjunto de Colaboradores sobre a efectividade do controlo em análise, procurando detectar eventuais incoerências.

Os resultados da avaliação do desenho devem ser classificados em diferentes categorias que, por sua vez, podem dar lugar à identificação e implementação de oportunidades de melhoria. Caso existam oportunidades de melhoria, o seu estado de implementação deve ser regularmente monitorizado.

TESTES

A quarta fase, executada pelo Departamento de Auditoria Interna, procura testar o desenho e a efectividade dos controlos estabelecidos e detectar a existência de eventuais deficiências.

Caso sejam detectadas deficiências nos controlos testados, as mesmas devem ser objecto de acções de melhoria (com os respectivos planos de implementação). O estado de implementação destas acções deve ser monitorizado e relatado no âmbito do Reporte Interno.

MONITORIZAÇÃO E REPORTING

Com o objectivo de assegurar o cumprimento das políticas e dos procedimentos estabelecidos, bem como garantir a sua eficácia e adequação face à actividade desenvolvida, a CA Vida definiu mecanismos para a monitorização do seu sistema de controlo interno. Para além de serem identificadas falhas e/ou fragilidades do sistema, os referidos mecanismos permitem a obtenção de uma perspectiva abrangente da situação da Companhia e proporcionam ao órgão de administração e aos Directores de Topo informação relevante para os diferentes processos de tomada de decisão.

O processo de monitorização do sistema de controlo interno é efectuado de forma contínua e no decurso das operações normais da Companhia. Não obstante, este pode ser complementado por avaliações periódicas e/ou extraordinárias realizadas pela função de Auditoria Interna.

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CA Vida

De forma a garantir um efectivo acompanhamento do seu sistema de controlo interno, a CA Vida dispõe de um conjunto de reportes que a seguir se indicam:

Os relatórios elaborados no âmbito da função de Auditoria Interna visam, entre outros aspectos, emitir um parecer acerca do desempenho do sistema de controlo interno da Companhia. A informação que deverá constar nestes relatórios encontra-se definida na Política de Auditoria Interna da CA Vida.

Por último, o Reporte Externo é anual, de cariz regulamentar, a tornar público e a enviar à ASF no âmbito da Lei 147/2015. De facto, e em linha com o que já foi explicado na monitorização e reporte referente à Política de Risco Operacional ao longo deste documento, este relatório deve conter informação sobre a estrutura organizacional e sobre os sistemas de gestão de riscos e de controlo interno da Companhia.

FUNÇÃO DE VERIFICAÇÃO DO CUMPRIMENTO (COMPLIANCE)

O principal objectivo da Função de Verificação do Cumprimento é o de proporcionar uma razoável garantia de que a Companhia e os seus Colaboradores cumprem as leis, regulamentos internos e externos, assim como padrões éticos e de conduta.

São quatro os vectores fundamentais em que assenta a metodologia e o processo seguidos pela Função de Verificação do Cumprimento da CA Vida, a saber:

• Governo e Cultura; • Políticas, Processos e Procedimentos; • Pessoas; • Monitorização, Teste e Reporte.

O vector Governo e Cultura pressupõe a definição clara das responsabilidades da Função de Verificação do Cumprimento no Modelo de Governo da Companhia, bem como a existência de uma estratégia e cultura de cumprimento positiva e efectiva. Para além disso, deve ser claramente evidenciado o compromisso e envolvimento dos Órgãos de Gestão na monitorização do Risco de Cumprimento e no cumprimento dos requisitos a que a que a Companhia se encontra exposta nesta matéria.

No que respeita ao vector Políticas, Processos e Procedimentos, este envolve a documentação dos principais processos associados à área de intervenção da Função de Verificação do Cumprimento, incluindo o desenvolvimento e manutenção da Política de Compliance. É também assegurado que nos diversos processos e procedimentos existentes na Companhia se encontram reflectidos todos os aspectos com impacto ao nível do Risco de Cumprimento.

A definição de Políticas, Processos e Procedimentos tem como objectivo definir e clarificar todas as actividades, atribuições, responsabilidades e obrigações aplicáveis em termos de gestão de Risco de Cumprimento, assim como promover um adequado ambiente de controlo.

Mecanismos de Reporte

Reporte InternoRelatórios do âmbito da

função de Auditoria Interna

Relatórios decorrentes das actividades da função de

Auditoria Interna

Reporte ExternoRelatório de cariz

regulamentar a enviarà ASF

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CA Vida

Quanto ao vector Pessoas, constitui um factor crítico o facto da Função de Verificação do Cumprimento estar dotada dos recursos humanos com as competências adequadas, e em número suficiente, para poder responder às diferentes exigências e desafios que se colocam à função.

Constitui também uma preocupação que os restantes Colaboradores da Companhia tenham também os conhecimentos necessários e adequados ao desempenho das suas funções considerando os diversos requisitos de cumprimento aplicáveis. Definir um plano de formação adequado e que considere os requisitos de cumprimento em vigor e aplicáveis às diferentes áreas e processos é um instrumento relevante para assegurar a divulgação de conhecimento nesta matéria e o reforço de uma cultura de cumprimento.

Por último, o vector Monitorização, Teste e Reporte engloba os procedimentos de monitorização implementados pela Função de Verificação do Cumprimento com vista a detectar possíveis situações de incumprimento das obrigações legais e dos normativos da Companhia. Os procedimentos de monitorização incluem a inspecção pontual às actividades/ controlos implementados na Companhia para fazer face ao Risco de Cumprimento. O objectivo será sempre o de corrigir situações anómalas identificadas, apoiando na definição de planos de acção para colmatar as referidas deficiências.

A componente de Reporte reveste-se também de particular importância. A Função de Verificação do Cumprimento, sempre que necessário, deve elaborar relatórios para o órgão de administração sobre assuntos que considere serem relevantes nesta matéria, designadamente, indícios ou situações concretas de incumprimento de legislação, normativos internos, regras de conduta no relacionamento com os clientes e sobre as situações em que a Companhia possa ser alvo de processos transgressionais ou coimas.

Assim, através desta abordagem integrada, os quatro vectores acima mencionados facilitam a implementação e as mudanças internas e externas em matéria de cumprimento na Companhia.

B.5. FUNÇÃO DE AUDITORIA INTERNA

A função de Auditoria Interna na CA Vida é desempenhada por uma pessoa independente. A função de Auditoria Interna tem como objectivo avaliar a eficiência e eficácia do Sistema de Gestão de Risco e Controlo Interno. Desta forma, podem-se dividir os principais serviços prestados por esta Função em Assurance (garantia), Consultoria e Investigação.

O serviço de Assurance (garantia) é composto pelo conjunto de acções de auditoria interna realizadas pela função de Auditoria Interna com o objectivo de emitir uma opinião relativa a um sistema de negócio, processo, operação, função, actividade ou outro assunto.

As acções de auditoria realizadas no âmbito dos trabalhos de Assurance podem ser programadas, ou seja, incluídas no Plano Anual de Actividade ou não programadas, tendo resultado de uma necessidade específica identificada (pela própria função de Auditoria Interna ou pelo Conselho de Administração Executivo). Na definição e prioritização das acções de auditoria a realizar neste âmbito são utilizados critérios objectivos de análise de risco.

O serviço de Consultoria consiste, essencialmente, no aconselhamento prestado pela função de Auditoria Interna à Companhia no âmbito dos trabalhos realizados no decorrer das acções de auditoria ou de investigação. Não obstante, poderão existir situações em que o aconselhamento da função de Auditoria Interna é necessário em situações fora do contexto das acções de Assurance ou de Investigação. Quaisquer trabalhos de Consultoria propostos à função de Auditoria Interna deverão ser ponderados tendo em consideração os seus objectivos e âmbito, de modo a assegurar que a integridade da função é mantida. Não obstante, só deverão ser efectuados trabalhos de Consultoria quando os objectivos e âmbito dos mesmos visem, de forma clara, acrescentar valor e melhorar a gestão de risco da Companhia.

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CA Vida

A actividade de Investigação é também parte integrante da função de Auditoria Interna e tem como objectivo proceder ao apuramento dos factos e das causas que estiveram na base de determinada falha no sistema de controlo interno.

Assim, os trabalhos de Auditoria Interna na vertente de Investigação devem seguir, com as necessárias adaptações, os princípios, procedimentos gerais e orientações profissionais estabelecidos para os trabalhos da actividade de Assurance.

B.6. FUNÇÃO ACTUARIAL

A Função Actuarial tem como principais responsabilidades o desenvolvimento das seguintes tarefas:

• Recomendar políticas de Resseguro no contexto da estratégia definida; • Avaliar a adaptabilidade dos sistemas, dos métodos operativos e da infra-estrutura tecnológica, dentro do

contexto das estratégias definidas; • Analisar de forma periódica e à luz da informação disponível, a situação da Companhia face à concorrência e

recomendar as medidas a adoptar ou as inflexões nos objectivos, estratégias e políticas; • Coordenar tecnicamente o cálculo das provisões técnicas; • Elaborar estudos técnicos no âmbito da Função Actuarial como por exemplo estudos de ALM, análise de

mortalidade, análise de taxas de resgate e anulações de contratos, etc.; • Proceder à gestão técnica dos contratos de resseguro, elaborando para o efeito estudos técnicos necessários ao

acompanhamento dos contratos de resseguro; • Participação na definição dos produtos comercializados pela Companhia, de modo a garantir o alinhamento com

a estratégia definida e a respectiva política de apetite ao risco; • Implementação das políticas de gestão de risco definidas no âmbito da sua actividade, como por exemplo,

política de subscrição e provisionamento.

De acordo com as responsabilidades acima definidas, a Função Actuarial é relevante para a implementação efectiva do sistema de gestão de riscos através dos seus contributos na definição dos produtos a comercializar, ou em comercialização pela Companhia, na definição e implementação da política de subscrição e provisionamento da Companhia, a qual prevê a existência de tratados de resseguro como instrumentos de mitigação de riscos de subscrição.

A Função Actuarial é desempenhada por uma pessoa com conhecimentos sólidos e profundos de matemática financeira e actuarial, proporcionais à natureza, escala e complexidade dos riscos existentes no negócio da CA Vida.

A Função Actuarial está presente no Comité de Produtos e no Comité de Gestão de Riscos.

A independência da Função Actuarial é assegurada através do acesso directo e sem restrições a toda a informação relevante no âmbito do exercício das suas competências. Esta função reporta directamente ao Conselho de Administração Executivo.

B.7. SUBCONTRATAÇÃO

Entende-se como subcontratação o acordo entre uma empresa de seguros e um prestador de serviços, nos termos do qual o prestador de serviços realiza, directamente ou por subcontratação, um processo, serviço ou actividade que de outra forma seria realizada pela própria empresa de seguros.

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CA Vida

A subcontratação ocorre sempre que a CA Vida encarrega outra entidade do fornecimento de uma base estrutural de bens, serviços ou instalações, que são parte do negócio ou processos auxiliares destinados a suportar a prestação de serviços de seguros ou outros serviços financeiros. Neste sentido, não são considerados subcontratações:

• As actividades que normalmente não são levadas a cabo por uma instituição financeira; • As actividades que normalmente são realizadas fora do âmbito do negócio principal da Companhia; • Os contratos de compra de serviços, bens e instalações que não envolvem a disponibilização ao prestador de

serviços de qualquer informação relativa à CA Vida ou aos seus clientes; • A contratação de serviços para a resolução de um problema específico (Ex.: uma disputa legal); • O uso de intermediários independentes desde que estas entidades actuem segundo as regras e procedimentos

definidos pela Companhia, em seu nome e cedendo-lhe responsabilidade e controlo. A distribuição através do modelo de bancassurance também não é considerado subcontratação.

A CA Vida subcontrata um conjunto de actividades. A subcontratação destas actividades em nada diminuem a responsabilidade da Companhia perante as entidades de supervisão ou perante os clientes. Para mitigar os riscos associados à subcontratação, a CA Vida dispõe de uma política que define os procedimentos a seguir nos casos de subcontratação.

A Política de Subcontratação da CA Vida tem como principais objectivos:

• Estabelecer o âmbito das funções ou actividades abrangidas pela política; • Definir os princípios gerais que devem ser observados sempre que a Companhia contrate ou operacionalize

funções ou actividades em regime de subcontratação; • Definir os critérios para determinar se a função ou actividade subcontratada é fundamental; • Descrever a forma de selecção de um prestador de serviços de qualidade adequada e as modalidades e

frequência com que se avalia o seu desempenho e os seus resultados; • Definir os elementos que devem constar nos contratos de subcontratação; • Definir planos de contingência incluindo estratégias de saída para as funções ou actividades a funcionar em

regime de subcontratação; • Definir um modelo de monitorização e reporte que permita o acompanhamento das funções ou actividades a

funcionar em regime de subcontratação; • Definir as responsabilidades inerentes a cada uma das áreas intervenientes na gestão dos temas relacionados

com a contratação de funções ou actividades em regime de subcontratação.

Desta forma a política de subcontratação da CA Vida obedece aos seguintes princípios gerais:

i. A Companhia deve realizar uma análise cuidada e detalhada das funções ou actividades a subcontratar; ii. A Companhia deve dispor de uma metodologia e de um processo de subcontratação;

iii. A selecção do prestador de serviços deve ser realizada com base na análise de um conjunto de critérios previamente definidos;

iv. Deve existir um acordo escrito entre a Companhia e o prestador de serviços; v. As funções ou actividades em regime de subcontratação devem ser monitorizados de forma regular;

vi. A Companhia, o seu auditor externo e as autoridades de supervisão devem ter acesso a todas as informações relacionadas com as funções ou actividades subcontratadas, bem como o direito de realizar inspecções nas instalações do prestador de serviços;

vii. A Companhia e o prestador de serviços dispõem de um plano de contingência que assegura a continuidade das funções ou actividades desenvolvidas em regime de subcontratação.

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CA Vida

B.8. EVENTUAIS INFORMAÇÕES ADICIONAIS

Não existem informações adicionais a mencionar.

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CA Vida

C. PERFIL DE RISCO

A gestão de riscos é parte integrante das principais actividades da CA Vida. A Companhia aplica uma metodologia de gestão de riscos integrada, assegurando desta forma que os objectivos estratégicos são alcançados. Os principais objectivos estratégicos são os interesses dos clientes, a solidez financeira da Companhia e a eficiência e eficácia dos processos. A metodologia aplicada permite atingir o equilíbrio entre retorno e risco e, ao mesmo tempo garante que são cumpridos os compromissos assumidos com os Accionistas.

C.1. RISCO ESPECÍFICO DE SEGUROS

É o risco inerente à comercialização de contratos de seguro, associado ao desenho de produtos e respectiva tarifação, ao processo de subscrição e de provisionamento das responsabilidades e à gestão dos sinistros e do resseguro.

O Risco Específico de Seguros reflecte a impossibilidade de, no momento da subscrição da apólice, se estimar o custo real efectivo de sinistros futuros, sendo este composto pelos riscos de longevidade, mortalidade, invalidez, descontinuidade e despesas.

A CA Vida gere o Risco de Seguro através duma combinação de políticas de subscrição, de provisionamento e de resseguro.

Relativamente à política de subscrição, são definidas as tarifas adequadas, que proporcionem à Companhia resultados positivos, depois de cobertas todas as suas responsabilidades associadas aos contratos, que incluem sinistros a pagar, custos administrativos, custo do capital, entre outros.

No quadro seguinte apresentam-se os resultados obtidos nas análises de sensibilidade ao valor dos lucros futuros da Companhia:

U: Milhares de euros

2016

Despesas Aumento de 10% nas despesas -3.025

Diminuição de 10% nas despesas 3.028

Mortalidade Aumento de 5% da taxa de mortalidade -848

Diminuição de 5% na taxa de mortalidade 852

Anulações Aumento de 10% na taxa de anulações -3.725

Diminuição de 10% na taxa de anulações 3.947

Risco de mortalidade

O Risco de Mortalidade encontra-se relacionado com o aumento da taxa de mortalidade e o aumento do custo efectivo dos sinistros futuros dele decorrente. O aumento da taxa de mortalidade esperada é aplicado a todas as responsabilidades da Companhia em caso de morte das pessoas seguras. O requisito de capital para este risco é calculado como sendo a variação nos capitais próprios da Companhia derivados de um aumento permanente de 15% nas taxas de mortalidade consideradas no cálculo das melhores estimativas.

Risco de longevidade

O Risco de Longevidade está relacionado o possível decréscimo nas taxas de mortalidade das pessoas seguras. O requisito de capital associado a este risco é calculado através da aplicação de uma diminuição permanente de 20% nas taxas de mortalidade consideradas no cálculo das melhores estimativas. A diminuição das taxas de mortalidade é aplicada nas apólices onde esta diminuição represente um aumento do valor das melhores estimativas.

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CA Vida

Risco de invalidez/morbilidade

O Risco de Invalidez-Morbilidade representa o risco associado ao aumento das taxas de invalidez/morbilidade. No caso de apólices que garantem o pagamento de capitais em caso de invalidez/morbilidade da pessoa segura, um aumento das taxas de invalidez/morbilidade futuras implicam um aumento do valor das melhores estimativas. O requisito de capital associado a este risco é calculado através da aplicação de um aumento de 35% nas taxas de invalidez/morbilidade estimadas para o próximo ano, seguido de um aumento de 25% nos anos seguintes. É ainda aplicada uma diminuição de 20% nas taxas de recuperação estimadas.

Risco de descontinuidade

O Risco de Descontinuidade representa o risco associado à anulação de apólices. A anulação de apólices pode ocorrer por cessação de pagamento de prémios, por extinção da apólice ou por transferência da apólice para outra Companhia.

O requisito de capital relativo ao Risco de Descontinuidade equivale à maior das variações nos capitais próprios da Companhia derivadas de um aumento permanente de 50% nas taxas de anulação de apólices, uma diminuição permanente de 50% nas taxas de anulação de apólices ou de um evento de anulação em massa (40% de todas as apólices individuais ou 70% das apólices associadas a fundos de pensões colectivos). O evento de anulação em massa só é aplicado a apólices onde esta situação represente um aumento do valor da melhor estimativa.

Risco de despesas

O Risco de Despesas encontra-se associado a variações nas despesas da Companhia. A CA Vida tem definida uma estrutura de custos que é utilizada na tarifação dos produtos. A estrutura de custos é acompanhada regularmente, sendo realizadas análises de sensibilidade à variação das despesas.

O requisito de capital associado a este risco é calculado aplicando um aumento permanente nos pressupostos de despesas consideradas no cálculo das melhores estimativas. O aumento permanente consiste na aplicação de um aumento de 10% nas despesas futuras da Companhia e é considerado também um aumento na taxa de inflação de 1% por ano.

Risco de catástrofe

O Risco de Catástrofe está associado a eventos extremos que não estão incluídos nos restantes riscos específicos de seguros, como por exemplo, as pandemias. O requisito de capital associado a este risco é calculado aplicando um aumento 1,5‰ às taxas de mortalidade estimadas. Este requisito de capital é calculado para as apólices onde um aumento nas taxas de mortalidade originem um aumento no valor das melhores estimativas.

GESTÃO DO RISCO ESPECÍFICO DE SEGUROS

De forma a reduzir a exposição da CA Vida a este tipo de risco, são celebrados tratados de resseguro. O resseguro pode ser feito apólice a apólice (resseguro facultativo), nomeadamente quando o nível de cobertura exigido pelo segurado excede os limites internos de subscrição, ou com base na carteira (resseguro por tratado), em que as exposições individuais dos segurados estão dentro dos limites internos, mas em que existe um risco de acumulação de sinistros.

O principal objectivo do resseguro é mitigar grandes sinistros individuais em que os limites das indemnizações são elevados, bem como o impacto de múltiplos sinistros desencadeados por uma única ocorrência.

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CA Vida

Para mitigar este risco, a CA Vida recorre a critérios de selecção e políticas de subscrição baseadas na experiência histórica de perdas, refinados pelo conhecimento ou expectativas da evolução futura da frequência e gravidade dos sinistros.

Os eventuais ajustamentos resultantes de alterações nas estimativas das provisões são reflectidos nos resultados correntes de exploração.

O requisito de capital de solvência relativo ao Risco Específico de Seguros de Vida é constituído da seguinte forma:

U: Milhares de euros

31-12-2016 Risco de Mortalidade 18.048 Risco de Longevidade 194 Risco de Invalidez/Morbilidade 12.687 Risco de Descontinuidade 75.784 Risco de Despesas 7.154 Risco de Catastrófico 165 Efeitos de diversificação -29.718

Risco Específico de Seguros de Vida 84.313

C.2. RISCO DE MERCADO

O Risco de Mercado é aquele que deriva do nível ou da volatilidade dos preços de mercado dos activos e da exposição a movimentos em variáveis financeiras como o preço das acções, taxas de juro, taxas de câmbio ou preços de commodities (por exemplo, petróleo). Inclui ainda a exposição de produtos derivados a variações do preço do activo subjacente, encontrando-se também fortemente relacionado com o risco de disparidade entre activos e passivos.

Os vários tipos de Risco de Mercado apresentados nesta secção são os seguintes:

• Risco de Taxa de Juro • Risco de Imobiliário • Risco Accionista • Risco Cambial • Risco de Spread • Risco de Concentração

A carteira de títulos é gerida na sua totalidade pela CA Gest, estando definido um benchmark de investimento de acordo com o risco que se pretende assumir e a rentabilidade desejada.

A referida carteira é valorizada diariamente com base em inputs da Entidade Gestora.

No que respeita à gestão do Risco de Crédito e de mercado da carteira de títulos, a CA Vida efectua os seguintes controlos:

• São efectuados contactos permanentes com a Entidade Gestora, no sentido de se avaliar a evolução da carteira; • Mensalmente são elaborados relatórios de análise de risco pela Entidade Gestora, sendo efectuada a respectiva

análise; • São realizadas reuniões regulares com a mesma, com periodicidade mensal e sempre que as condições e

perspectivas de evolução do mercado o recomendem, redefinindo-se os perfis de risco das carteiras caso seja necessário.

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CA Vida

De acordo com a IFRS 13, os activos financeiros podem encontrar-se valorizados ao justo valor de acordo com um dos seguintes níveis:

Nível 1 – Justo valor determinado directamente com referência a um mercado oficial activo.

Nível 2 – Justo valor determinado utilizando técnicas de valorização suportadas em preços observáveis em mercados correntes transaccionáveis para o mesmo instrumento financeiro.

No caso de obrigações com derivados embutidos são utilizados modelos de avaliação geralmente aceites para determinação do valor do tipo de instrumento financeiro em causa, que avalia separadamente o valor de cada componente da estrutura do instrumento financeiro e incorpora nos seus pressupostos e metodologia toda a informação relevante sobre o emitente, os activos subjacentes e o mercado. No caso dos swaps de taxa de juro, o justo valor é determinado com base em técnicas de fluxos de caixa descontados.

Nível 3 – Justo valor determinado utilizando técnicas de valorização não suportadas em preços observáveis em mercados correntes transaccionáveis para o mesmo instrumento financeiro.

A valorização dos activos financeiros por níveis, a 31 de Dezembro de 2016 é analisada como se segue:

U: Milhares de euros

2016 Nível 1 Nível 2 Total

Disponibilidades em Instituições de Crédito 3.550 3.550 Activos financeiros detidos para negociação 23.900 23.900 Activos financeiros classificados no reconhecimento inicial ao justo valor através de ganhos e perdas

7.466 77.952 85.418

Activos disponíveis para venda 1.714.345 1.714.345

Total 1.721.810 105.402 1.827.213

RISCO DE TAXA DE JURO E DE SPREAD DE CRÉDITO

Resulta da possibilidade de flutuação do valor dos fluxos de caixa de um instrumento financeiro, originada por alterações nas taxas de juro incluindo alterações nas curvas de rendimento ou de alteração da qualidade creditícia (rating) dos emitentes de valores mobiliários. As aplicações e disponibilidades em instituições financeiras, obrigações e outros títulos de rendimento fixo e derivados de taxa de juro estão sujeitos a esta natureza de risco.

Na CA Vida este risco é monitorizado diariamente, sendo observado o diferencial entre o montante de activos e de passivos que irão estar sujeitos a refixação de taxa de juro com base em intervalos temporais pré-definidos.

A Companhia transacciona swaps de taxa de juro, over-the-counter, destinados a garantir uma adequada modelização dos fluxos financeiros gerados pelas carteiras fechadas, negociados e contratualizados com instituições financeiras cuja notação de rating seja preferencialmente investment grade, de forma a minimizar o Risco de Crédito e/ou de Contraparte das carteiras.

A exposição ao risco de taxa de juro da CA Vida resume-se da seguinte forma:

U: Milhares de euros ACTIVOS Investimentos (que não activos detidos no quadro de contratos ligados a índices e a unidades de participação) Obrigações 1.699.516 Obrigações de dívida pública 872.492 Obrigações de empresas 754.575 Títulos de dívida estruturados 72.449 Derivados 23.900 Activos detidos no quadro de contratos ligados a índices e a unidades de participação 1.489 Total 1.724.905

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CA Vida

A exposição ao risco de spread de crédito da CA Vida resume-se da seguinte forma:

U: Milhares de euros ACTIVOS Investimentos (que não activos detidos no quadro de contratos ligados a índices e a unidades de participação) Obrigações 827.024 Obrigações de empresas 754.575 Títulos de dívida estruturados 72.449 Total 827.024

RISCO ACCIONISTA E IMOBILIÁRIO

O risco de preço das acções, imóveis e unidades de participação deriva das flutuações de preço deste tipo de activos, podendo estas afectar um emitente específico ou um conjunto de activos semelhantes transaccionados no mercado.

A exposição da CA Vida ao risco de acções, imobiliário e das unidades de participação em fundos de investimento detidas em carteira, classificadas como activos disponíveis para venda, com excepção das unidades de participação do Fundo de Compensação do Trabalho, classificadas no reconhecimento inicial ao justo valor através de ganhos e perdas.

A CA Vida gere estes riscos através da aplicação dos limites definidos nas respectivas políticas de investimentos.

A exposição ao risco accionista e imobiliário da CA Vida resume-se da seguinte forma:

U: Milhares de euros Risco Accionista 88.787 Risco Imobiliário 9.970

RISCO CAMBIAL

Decorre da variação do valor de activos e passivos detidos pela Companhia resultante de oscilações nas taxas de câmbio das moedas em que esses activos e passivos se encontram expressos.

A Companhia não se encontra exposta a risco cambial a 31 de Dezembro de 2016, uma vez que todos os activos e passivos se encontram denominados em Euros.

RISCO DE CONCENTRAÇÃO

O risco de concentração tem origem no excesso de exposição a um emissor a um grupo de emissores ligados entre si. A CA Vida gere o risco de concentração através da aplicação de limites definidos nas respectivas políticas de investimento. Ao nível do risco de concentração, estão definidos limites máximos de exposição por entidade, país, sector de actividade e classes de activos. O comité de investimentos da CA Vida analisa e monitoriza regularmente o cumprimento dos limites definidos nas políticas de investimentos.

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CA Vida

O requisito de capital de solvência relativo aos riscos de mercado desagrega-se da seguinte forma:

U: Milhares de euros

31-12-2016 Risco de Taxa de Juro 54.713 Risco de Spread 67.852 Risco de Acções 38.897 Risco Cambial

Risco Imobiliário 2.304 Risco de Concentração 20.885 Diversificação do Risco de Mercado -67.171

Risco de Mercado 117.480

No quadro seguinte apresentam-se as sensibilidades aos principais riscos de mercado:

U: Milhares de euros

Impacto no activo Impacto no passivo Aumento de taxa juro +100 bps -70,424 -46,025 Alargamento de spreads +100bps -72,167 -3,151 Variação preço das acções -20% -17,757 0

APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DO “GESTOR PRUDENTE”

A política de investimentos da CA Vida, enquanto instrumento baseado em princípios que orientam a gestão de investimentos da Companhia, inclui os princípios de Solvência II, designadamente o do gestor prudente. Isto significa que a gestão de investimentos deve ser realizada por entidades que exercem a sua actividade com prudência e discernimento, integrando no seu processo de tomada de decisão o equilíbrio entre gerar retorno e risco e o capital associado a determinada estratégia. A Companhia deve igualmente garantir que a sua carteira é composta apenas por títulos cujo risco é passível de ser identificado, quantificado, monitorizado e gerido adequadamente, devendo quaisquer investimentos ser avaliados previamente e de forma clara pelo gestor de activos.

Com base nestes princípios, foi garantido, através de um acompanhamento regular, a actividade da gestão de investimentos, com base em relatórios de actividade e reuniões regulares, ao longo do ano.

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C.3. RISCO DE CRÉDITO

Risco de incumprimento (default) ou de alteração da qualidade creditícia (rating) dos emitentes de valores mobiliários aos quais a empresa de seguros se encontra exposta, bem como dos devedores, prestatários, mediadores, tomadores de seguro e resseguradoras que com ela se relacionam.

As principais áreas nas quais a CA Vida se encontra exposta ao Risco de Crédito são:

• Montantes devidos por resseguradores referentes a indemnizações que já foram pagas; • Risco de crédito de títulos de dívida em carteira; • Risco de contraparte devido a transacções com derivados.

A Companhia define os níveis de Risco de Crédito aceitáveis estabelecendo limites à sua exposição a uma única contraparte ou à contraparte no todo, e a segmentos geográficos e de sector. Estes riscos estão sujeitos a uma revisão anual ou a uma supervisão mais frequente. Os limites dos níveis de Risco de Crédito por categoria e território são aprovados anualmente pelo Conselho de Administração Executivo.

O resseguro constitui um meio da CA Vida gerir o Risco de Seguro, no entanto, como primeira intermediária, a Companhia continua exposta ao mesmo. Em caso de incumprimento por parte do ressegurador, a Companhia terá mesmo assim que indemnizar o Cliente. A qualidade de crédito do ressegurador é observada numa base anual, sendo a sua condição financeira analisada antes da finalização dos contratos.

Exposições a entidades de forma individual e a entidades do mesmo sector de actividade ou geográfico são anexadas à monitorização contínua dos controlos associados aos investimentos, existindo limites de diversificação definidos na política de investimentos da Companhia.

Os outros activos financeiros que compõem a classe devedores englobam maioritariamente valores a receber de Clientes e outros devedores, sendo estes saldos de curto prazo e de valor reduzido, pelo que a CA Vida não utiliza nenhum sistema de aferição de Risco de Crédito, com excepção dos montantes a receber de resseguradores, cuja análise de Risco de Crédito é efectuada conforme a política já descrita.

A CA Vida está exposta ao risco de incumprimento pela Contraparte do tipo 1 através de depósitos bancários, derivados e de montantes relativos a recuperáveis de resseguro. A CA Vida encontra-se exposta ao Risco de Incumprimento pela Contraparte do tipo 2 através de valores a receber de operações de seguro e mediadores, valores a receber a título de operações de resseguro e valores a receber (de operações comerciais, não de seguro). O requisito de capital de solvência relativo ao Risco de Incumprimento pela Contraparte apresenta-se da seguinte forma:

U: Milhares de euros

31-12-2016 Risco do tipo 1 3.724 Risco do tipo 2 44 Efeitos de diversificação -11

Risco de Incumprimento pela Contraparte 3.757

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C.4. RISCO DE LIQUIDEZ

Risco de exposição a perdas na eventualidade de existirem poucos activos com liquidez para cumprir os pagamentos das responsabilidades perante os tomadores de seguros e outros credores.

A tesouraria da CA Vida é acompanhada numa base diária, existindo controlos dos saldos bancários e dada a orientação necessária para que sejam cumpridas as necessidades de liquidez.

A gestão prudente do Risco de Liquidez implica a manutenção de dinheiro ou instrumentos financeiros líquidos suficientes e a possibilidade de fechar posições de mercado. A Gestão monitoriza previsões actualizadas da reserva de liquidez considerando os fluxos de caixa esperados, tendo por base uma análise da maturidade contratual remanescente dos passivos financeiros e das suas obrigações com contratos de seguro e a data esperada dos inflows dos activos financeiros.

Especificamente no que respeita às carteiras de investimento, a Entidade Gestora faz a gestão diária da tesouraria, tendo em consideração os fluxos de entrada e saída de dinheiro, e as liquidações das transacções realizadas sobre valores mobiliários. Adicionalmente, faz parte da política de investimentos a aquisição privilegiada de valores mobiliários transaccionados em mercados regulamentados.

Em 31 de Dezembro de 2016 o desenvolvimento dos instrumentos financeiros em função da maturidade ou data de refixação é apresentado no quadro seguinte:

U: Milhares de euros

2016 À vista Até 3 meses De 3 meses

a 1 ano De 1 a 3 anos De 3 a 5 anos

Mais de 5 anos

Total

Activo

Disponibilidades em Instituições de Crédito 3.550 3.550

Activos financeiros detidos para negociação 23.900 23.900

Activos financeiros classificados no reconhecimento inicial ao justo valor através de ganhos e perdas

5.976 3.430 49.053 26.958 85.417

Activos disponíveis para venda 106.980 141.576 378.329 287.567 706.640 1.621.092

3.550 112.955 145.006 451.283 287.567 733.599 1.733.959

Divulgação dos ganhos esperados incluídos nos prémios futuros

De acordo com o definido no nº 2 do artigo 260º. do Regulamento Delegado 2015/35 da Comissão de 10 de Outubro de 2014, a CA Vida calcula o montante dos ganhos esperados incluídos nos prémios futuros como a diferença entre as provisões técnicas sem uma margem de risco calculada em conformidade com o disposto no artigo 77º. da Directiva 2009/138/CE e um cálculo das provisões técnicas sem uma margem de risco no pressuposto de que os prémios referentes aos contratos de seguro e de resseguro existentes, que devam ser recebidos no futuro, não são recebidos por qualquer outra razão que não a ocorrência dos eventos segurados, independentemente dos direitos legais ou contratuais do tomador de seguro de cessar a apólice. O montante relativo a ganhos esperados incluídos nos prémios futuros, calculados com data referência de 31-12-2016, ascende a 183.347 milhares de euros.

C.5. RISCO OPERACIONAL

Risco de perdas resultantes da inadequação ou falha nos procedimentos internos, pessoas, sistemas ou eventos externos. Encontra-se associado a eventos como fraudes, falhas de sistemas e ao não cumprimento de normas e regras estabelecidas. Inclui ainda, por exemplo, o risco resultante de falhas na governação da sociedade, nos sistemas, nos contratos de prestação de serviços em outsourcing e no plano de continuidade do negócio.

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A mitigação do risco operacional é efectuada através do Sistema de Controlo Interno da Companhia. A metodologia de abordagem ao Sistema de Controlo Interno adoptado compreende as seguintes fases:

• Identificação das unidades de negócio e dos processos relevantes; • Documentação dos processos significativos onde se incluem os objectivos, as principais actividades, riscos e

controlos associados; • Avaliação do desenho dos controlos; • Realização de testes de efectividade sobre os controlos identificados, confirmação das deficiências existentes e

elaboração de um plano de correcções.

A Companhia procedeu ao levantamento e documentação dos processos internos mais relevantes e à identificação dos controlos que lhes estão associados.

O Sistema de Controlo Interno é suportado pela estrutura organizativa que se encontra formalmente definida e onde constam os responsáveis e as competências de cada departamento da CA Vida.

Para garantir a correcta execução das operações, a Companhia possui procedimentos formais a seguir nos diferentes processos de negócio. Neste contexto, foram definidos os responsáveis dos processos, que têm como principal função assegurar um nível de robustez suficiente que permita minimizar a ocorrência de perdas financeiras.

A Companhia tem definido um plano de continuidade de negócio e um plano de Disaster Recovery, integrados nos planos globais do Grupo Crédito Agrícola.

C.6. OUTROS RISCOS MATERIAIS

Risco de reputação

Risco da Companhia incorrer em perdas resultantes da deterioração ou posição no mercado devido a uma percepção negativa da sua imagem entre os Clientes, Contrapartes, Accionistas ou Autoridades de Supervisão, assim como do público em geral.

Risco estratégico

Pode ser definido como o risco do impacto actual e futuro nos proveitos ou capital resultante de decisões de negócio inadequadas, implementação imprópria de decisões ou falta de capacidade de resposta às alterações ocorridas no mercado.

C.7. EVENTUAIS INFORMAÇÕES ADICIONAIS

Não existem informações adicionais a mencionar.

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CA Vida

D. AVALIAÇÃO PARA EFEITOS DE SOLVÊNCIA

D.1. ACTIVOS

Apresenta-se em seguida a componente de activo do balanço da CA Vida:

U: Milhares de euros

Valor

Solvência II ACTIVOS Custos de aquisição diferidos Activos intangíveis Activos por impostos diferidos 15 Excedente de prestações de pensão Imóveis, instalações e equipamento para uso próprio 602 Investimentos (que não activos detidos no quadro de contratos ligados a índices e a unidades de participação) 1.822.173 Imóveis (que não para uso próprio) Interesses em empresas relacionadas, incluindo participações Títulos de fundos próprios Acções — cotadas em bolsa Acções — não cotadas em bolsa Obrigações 1.705.019 Obrigações de dívida pública 872.492 Obrigações de empresas 754.575 Títulos de dívida estruturados 77.952 Títulos de dívida garantidos com colateral Organismos de investimento colectivo 93.254 Derivados 23.900 Depósitos que não equivalentes a numerário Outros investimentos Activos detidos no quadro de contratos ligados a índices e a unidades de participação 1.489 Empréstimos e hipotecas Empréstimos sobre apólices de seguro Empréstimos e hipotecas a particulares Outros empréstimos e hipotecas Montantes recuperáveis de contratos de resseguro dos ramos: -829 Não-vida e acidentes e doença com bases técnicas semelhantes às do ramo não-vida Não-vida, excluindo seguros de acidentes e doença Acidentes e doença com bases técnicas semelhantes às do ramo não-vida

Vida e acidentes e doença com bases técnicas semelhantes às do ramo vida, excluindo seguros de acidentes e doença e contratos ligados a índices e a unidades de participação -829

Acidentes e doença com bases técnicas semelhantes às do ramo vida Vida, excluindo seguros de acidentes e doença e contratos ligados a índices e a unidades de participação -829 Vida, ligado a índices e a unidades de participação Depósitos em cedentes Valores a receber de operações de seguro e mediadores 30 Valores a receber a título de operações de resseguro 736 Valores a receber (de operações comerciais, não de seguro) 1.523 Acções próprias (detidas directamente)

Montantes devidos a título de elementos dos fundos próprios ou dos fundos iniciais mobilizados mas ainda não realizados

Caixa e equivalentes de caixa 3.550 Quaisquer outros activos, não incluídos noutros elementos do balanço 197 Total dos Activos 1.829.487

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CA Vida

ACTIVOS INTANGÍVEIS

Os activos intangíveis são avaliados a zero para efeitos de Solvência II. Os activos intangíveis (excepto goodwill) podem, contudo, ser reconhecidos no balanço económico com um valor diferente de zero, quando:

• Sejam identificáveis, • A Companhia possa obter os benefícios económicos futuros resultantes do activo, • Tenham um valor disponível num mercado activo.

ACTIVOS POR IMPOSTOS DIFERIDOS

Os impostos diferidos são reconhecidos e valorizados no balanço contabilístico de acordo com a IAS 12. Especificamente, impostos diferidos reconhecidos no balanço económico são o produto de:

• Diferenças temporárias (decorrentes, nomeadamente, da aplicação do justo valor) entre o valor económico e o valor do imposto de activos e passivos,

• Créditos fiscais não utilizados e prejuízos fiscais.

Um activo por impostos diferidos é reconhecido na medida em que é provável que a Companhia tenha lucros tributáveis (além dos já tidos em conta no balanço económico) disponíveis contra os quais estas diferenças temporárias, prejuízos fiscais e créditos fiscais não utilizados podem ser usados.

IMÓVEIS, INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTO PARA USO PRÓPRIO

As propriedades detidas para uso próprio são constituídas por terrenos, edifícios, equipamentos e acessórios utilizados pela Companhia no âmbito da sua actividade, ou seja, produção ou fornecimento de bens e serviços.

A CA Vida detém equipamento para uso próprio, considerando-se que o valor apresentado corresponde ao respectivo valor de realização.

INSTRUMENTOS FINANCEIROS

Os investimentos das companhias de seguros são apresentados por natureza no balanço económico (imóveis detidos para uso próprio, propriedades de investimento, acções, obrigações, fundos de investimento, empréstimos, activos alocados a contratos unit-linked, …).

No balanço IFRS, a apresentação dos investimentos reflecte a intenção da Administração quando adquire os valores mobiliários, ou seja, detidos até à maturidade (HTM), disponíveis para venda (AFS), detidos para negociação (activos ligados à actividade de trading ou designados pelo justo valor através de resultados, HFT e HFT/O) e empréstimos e recebimentos (L&R).

O justo valor dos activos financeiros cotados difere de acordo com a sua natureza. As acções, os direitos autónomos de subscrição ou de atribuição de acções e os exchange traded funds são valorizados ao preço oficial de fecho ou equiparado do mercado organizado com maior volume de transacção médio, formado e divulgado na data a que respeita a valorização ou, caso não se tenha formado nessa data, em data anterior, que não diste da data a que se refere a avaliação mais de 15 dias de calendário. Caso o preço oficial de fecho ou equiparado do mercado de referência seja formado em momento posterior ao de referência da valorização, é adoptado o último preço de transacção efectuado nesse mercado, na data a que se reporta a valorização, divulgado até ao momento de referência da valorização. Os fundos de investimento são valorizados ao respectivo valor patrimonial.

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Nas obrigações, o preço de valorização corresponde ao último preço de transacção, divulgado até ao momento de referência da valorização, correspondente ao último preço divulgado para essa data, excepto se tal preço não possa ser considerado representativo. Sempre que não exista mercado de referência ou, existindo, nas datas em que nele não se realizem transacções, bem como naquelas em que o último preço formado não possa ser considerado representativo, o preço de valorização é determinado de acordo com os critérios aplicáveis a obrigações e outros títulos de dívida não admitidos à negociação em mercado regulamentado. No caso de obrigações, certificados e instrumentos de dívida com activos subjacentes, direitos ou instrumentos derivados incorporados não admitidos à negociação em mercado regulamentado, o preço de referência é constituído pelo último valor de compra do Composite Bloomberg Bond Trader (CBBT), formado na data e divulgado até ao momento de referência da valorização, pela Bloomberg. Caso não exista um preço CBBT, o preço de valorização corresponderá à média das duas ofertas de compra firmes a melhor preço de intermediários financeiros qualificados. Na ausência de cotação, a Companhia estima o justo valor utilizando (i) metodologias de avaliação, tais como a utilização de preços de transacções recentes, semelhantes e realizadas em condições de mercado, técnicas de fluxos de caixa descontados e modelos de avaliação de opções parametrizados de modo a reflectir as particularidades e circunstâncias do instrumento, recorrendo para o efeito, caso necessário, a entidades especializadas e (ii) pressupostos de avaliação baseados em informações de mercado.

As seguintes actualizações são, assim, feitas com base na classificação dos activos financeiros utilizados para as demonstrações financeiras consolidadas em IFRS:

• Os activos detidos pelo justo valor no balanço IFRS (AFS, HFT e activos designados pelo justo valor através de resultados): esses activos, que já são mensurados ao justo valor, não são actualizados.

• Activos contabilizados pelo custo no balanço IFRS (HTM, L&R): estes investimentos contabilizados em IFRS pelo custo menos quaisquer provisões para o risco da contraparte são reavaliados ao seu valor económico.

OUTROS ACTIVOS FINANCEIROS – DERIVADOS EMBUTIDOS E INSTRUMENTOS FINANCEIROS DERIVADOS

O justo valor destes activos é baseado em preços de cotação em mercado, quando disponíveis, e na ausência de cotação, inexistência de mercado activo, é determinado com base na utilização de preços de transacções recentes, semelhantes e realizadas em condições de mercado, ou com base em metodologias de avaliação disponibilizadas por entidades especializadas, baseadas em técnicas de fluxos de caixa futuros descontados, considerando as condições de mercado, o efeito do tempo, a curva de rentabilidade e os factores de volatilidade.

ACTIVOS DETIDOS NO QUADRO DE CONTRATOS LIGADOS A ÍNDICES E A UNIDADES DE PARTICIPAÇÃO

Nesta rúbrica incluem-se todos os activos financeiros afectos a contratos de investimento em que o Risco de Investimento é do tomador de seguro (unit-linked).

MONTANTES RECUPERÁVEIS DE RESSEGURO

O montante relativo a recuperáveis de resseguro é calculado considerando a melhor estimativa dos fluxos de caixa futuros originados pelos contratos de resseguro em vigor, deduzida do Risco de Contraparte, e adicionado do montante de provisões estatutárias de resseguro cedido. O montante relativo a recuperáveis de resseguro corresponde a um valor negativo de € 828.889.

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VALORES A RECEBER

Estas rúbricas incluem valores a receber de clientes, de resseguradores no âmbito dos contratos em vigor e de operações comerciais (não de seguro), as quais incluem os activos por impostos correntes. Tratando-se de activos de curto prazo, considera-se que o seu valor de balanço à data de reporte é próximo do respectivo justo valor.

CAIXA E EQUIVALENTES DE CAIXA

No balanço económico, caixa e equivalentes de caixa são contabilizados ao justo valor.

Caixa compreende o dinheiro em caixa e depósitos à ordem. Os equivalentes de caixa consistem em investimentos de curto prazo, de alta liquidez, que são prontamente convertíveis num montante conhecido de caixa e que envolvem um risco pouco significativo de alterações de valor.

Na prática, dada a natureza de curto prazo desses instrumentos, o justo valor e o custo amortizado são geralmente considerados similares.

Não há reavaliação entre o balanço IFRS e o balanço económico.

A reconciliação entre o valor de Solvência II e as demonstrações é apresentada no quadro seguinte:

U: Milhares de euros

Valor

Solvência II IFRS Revalorização

ATIVOS Activos intangíveis 1.373 -1.373

Activos por impostos diferidos 15 15 Imóveis, instalações e equipamento para uso próprio 602 602

Investimentos (que não activos detidos no quadro de contratos ligados a índices e a unidades de participação) 1.822.173 1.822.173

Obrigações 1.705.019 1.705.019 Organismos de investimento colectivo 93.254 93.254 Derivados 23.900 23.900

Ativos detidos no quadro de contratos ligados a índices e a unidades de participação 1.489 1.489 Montantes recuperáveis de contratos de resseguro -829 3.061 -3.890

Valores a receber de operações de seguro e mediadores 30 30 Valores a receber a título de operações de resseguro 736 736 Valores a receber (de operações comerciais, não de seguro) 1.523 1.523 Ações próprias (detidas directamente)

Montantes devidos a título de elementos dos fundos próprios ou dos fundos iniciais mobilizados mas ainda não realizados

Caixa e equivalentes de caixa 3.550 3.550 Quaisquer outros ativos, não incluídos noutros elementos do balanço 197 197 ATIVOS TOTAIS 1.829.487 1.834.750 -5.263

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CA Vida

D.2. PROVISÕES TÉCNICAS

VALOR DA PROVISÕES TÉCNICAS, COM BASE EM PRINCÍPIOS ECONÓMICOS

O valor das provisões técnicas corresponde à soma do valor da melhor estimativa e da margem de risco. O valor da melhor estimativa inclui o valor intrínseco e o valor das opções e garantias. No grupo de risco homogéneo relativo a outros produtos com opções e garantias estão incluídos os produtos considerados como contratos de investimento. No grupo de risco homogéneo relativo outros produtos sem opções e garantias estão incluídos os contratos de seguros de vida em caso de morte.

U: Milhares de euros Melhor estimativa Margem de Risco Provisões técnicas

calculadas como um todo Total

Produtos com participação nos resultados 1.435.885 2.939 1.438.824

Unit-Linked 1.478 1.478

Outros produtos com opções e garantias 233.457 238 233.695

Outros produtos sem opções e garantias -177.871 12.947 -164.924

Total 1.491.472 16.123 1.478 1.509.074

METODOLOGIA DE CÁLCULO DAS PROVISÕES TÉCNICAS (MELHOR ESTIMATIVA)

O valor intrínseco corresponde ao valor dos fluxos de caixa descontados dos contratos em carteira, i.e. benefícios e indemnizações, responsabilidades com participações nos resultados, custos e a deduzir consideram-se o valor dos prémios futuros. Estes fluxos de caixa são estimados considerando pressupostos de mortalidade, invalidez, morbilidade, taxas de anulação dos contratos, despesas e inflação. Quando aplicável, são também projectados os fluxos de caixa relativos a eventuais direitos de participação nos resultados. Os fluxos de caixa projectados são descontados utilizando a estrutura temporal de taxas de juro sem risco (incluindo o ajustamento de volatilidade) de acordo com o definido na regulamentação relativa ao Solvência II para a valorização de provisões técnicas. O custo de opções e garantias é calculado utilizando técnicas estocásticas no que diz respeito aos cenários de estruturas temporais de taxas de juro sem risco.

METODOLOGIA DE CÁLCULO DA MELHOR ESTIMATIVA DO VALOR DAS OPÇÕES E GARANTIAS

No cálculo da melhor estimativa do valor das opções e garantias associado a contratos de produtos relativos a seguros em caso de vida com participação nos resultados, foi utilizada uma metodologia estocástica. Para este efeito, foi adquirido a uma empresa de consultoria um conjunto de 2000 cenários económicos gerados com base numa avaliação assente em probabilidades neutrais. Os cenários fornecidos incluem variáveis relativas à estrutura temporal das taxas de juro e variáveis relativas ao retorno esperado das acções.

O modelo de calibração das variáveis relativas à estrutura temporal das taxas de juro foi parametrizado de maneira a que os cenários económicos gerados sejam consistentes com a estrutura temporal de taxas de juro fornecida pela EIOPA.

Os testes realizados aos deflatores permitem concluir que os cenários são consistentes com a estrutura temporal de taxas de juro base.

Relativamente à parametrização da volatilidade implícita nas taxas de juro, foram utilizadas como input as volatilidades implícitas nos contratos de Swaption de taxas de juro existentes no mercado em 31 de Dezembro de 2016.

No processo de calibração das variáveis relativas ao retorno esperado das acções foram utilizadas como input as volatilidades implícitas nos contratos de Call e Put Options sobre o índice DJ Eurostoxx 50.

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CA Vida

Os testes efectuados permitem concluir que os cenários fornecidos são consistentes com os dados de mercado.

O cálculo da melhor estimativa do valor das opções e garantias corresponde à diferença entre a média ponderada dos 2000 resultados gerados pelos fluxos de caixa futuros considerando os cenários económicos acima descritos e os resultados gerados pelos fluxos de caixa futuros considerando o cenário “central” (estrutura temporal de taxas de juro fornecida pela EIOPA).

METODOLOGIA DE CÁLCULO DAS PROVISÕES TÉCNICAS (MARGEM DE RISCO)

A Margem de Risco é calculada o método do Custo de Capital, considerando uma taxa de custo de capital de 6%, de acordo com o definido Regulamento Delegado. A taxa de custo de capital é aplicada ao requisito de capital de uma entidade de referência, considerando também a duração modificada das responsabilidades da Companhia.

METODOLOGIA DE CÁLCULO DAS PROVISÕES TÉCNICAS (COMO UM TODO)

No caso dos produtos Unit-Linked, as provisões técnicas são calculadas como um todo, ou seja, o valor das provisões técnicas destes produtos é determinado com base no valor de mercado dos instrumentos financeiros que reproduzem com fiabilidade os fluxos de caixa associados a estes contratos.

PRESSUPOSTOS UTILIZADOS

A nível de pressupostos utilizados no cálculo da melhor estimativa das provisões técnicas foram considerados os seguintes:

• Taxa de desconto dos fluxos de caixa

A taxa de desconto utilizada no desconto dos fluxos de caixa corresponde à curva de taxas de juro derivada pela EIOPA relativamente a 31 de Dezembro de 2016, incluindo o ajustamento à volatilidade das taxas de juro sem risco.

• Mortalidade

Os pressupostos de mortalidade utilizados na projecção dos fluxos de caixa foram definidos considerando dados de mercado e dados da Companhia. Na análise das taxas de mortalidade da Companhia, foram considerados os dados de sinistralidade verificada na Companhia no período compreendido entre 2008 e 2016.

• Invalidez

Os pressupostos de invalidez foram definidos através da análise das taxas de invalidez médias verificadas nos anos de 2005 a 2016.

• Despesas

Os pressupostos de despesas utilizados nas projecções dos fluxos de caixa são definidos anualmente considerando as despesas verificadas no ano anterior.

As despesas que se encontram definidas ao nível do produto são introduzidas directamente no modelo sem ser necessário qualquer tipo de tratamento, como por exemplo:

o Comissões sobre prémios ou sobre provisões matemáticas o Taxa sobre prémios para a ASF

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CA Vida

Relativamente às despesas que não se encontram definidas ao nível dos produtos, é realizado um estudo de imputação de despesas por natureza com base numa matriz de imputação.

As despesas a imputar por natureza são as despesas incluídas nas seguintes rubricas:

o Gastos com o Pessoal o Fornecimentos e Serviços Externos o Impostos e Taxas o Depreciações e Amortizações do Exercício o Outras Provisões o Juros suportados o Comissões

Após a imputação de despesas por natureza, as despesas resultantes são agrupadas e alocadas aos respectivos produtos.

• Descontinuidade

Os pressupostos de descontinuidade são definidos através de estudos elaborados anualmente, em que se analisa o número de apólices anuladas em função do número de apólices em vigor em cada momento. Os resultados obtidos são tratados por ano de emissão do contrato, ano de duração do contrato e produto.

Relativamente aos seguros de capitalização foram considerados pressupostos de descontinuidade para as seguintes situações:

o Resgate Total o Transferência

Para os seguros em caso de morte foram considerados pressupostos de descontinuidade para todas as situações que originem a anulação do contrato.

• Prémios Futuros

Os pressupostos de prémios futuros e renovações considerados nas projecções dos fluxos de caixa foram os seguintes:

o Seguros em caso de vida com participação nos resultados – Os contratos foram projectados até ao seu termo, considerando-se os prémios periódicos contratados com o cliente.

o Seguros em caso de vida sem participação nos resultados – Os contratos foram projectados até ao seu termo, considerando-se os prémios periódicos contratados com o cliente.

o Seguros em caso de morte sem participação nos resultados – Os contratos foram projectados até ao seu termo, considerando-se os prémios periódicos contratados com o cliente.

• Inflação Futura

Na projecção dos fluxos de caixa futuros foi considerada uma taxa anual de inflação futura de acordo com o indicado na tabela abaixo indicada.

Ano 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 >=2025

Taxa de inflação 0,20% 1,30% 1,50% 1,70% 1,90% 2,00% 2,00% 2,00% 2,00% 2,00%

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CA Vida

NÍVEL DE INCERTEZA

A CA Vida identifica duas fontes de incerteza relativamente ao nível das provisões técnicas. As fontes de incerteza identificadas são o risco de modelo e o risco de processo. Os riscos identificados podem ser mitigados da seguinte forma:

Risco de Processo

Foram desenvolvidos processos de reconciliação e verificação ao longo de todo o processo de cálculo para assegurar que este risco é mitigado.

Risco de Modelo

O processo de certificação pela Actuária Responsável garante que o modelo de cálculo é revisto regularmente e que os valores apresentados não contêm desvios materiais ou omissões.

PROVISÕES TÉCNICAS

Na tabela abaixo, é apresentada uma reconciliação entre o valor das provisões técnicas para efeitos de Solvência II e IFRS.

U: Milhares de euros

Solvência II IFRS Revalorização

Produtos com participação nos resultados 1.438.824 1.442.485 -3.661

Unit-Linked 1.478 1.478

Outros produtos com opções e garantias 233.695 231.014 2.681

Outros produtos sem opções e garantias -164.924 12.546 -177.470

Total 1.509.074 1.687.524 -178.450

Para efeitos de IFRS, o valor das provisões técnicas corresponde à diferença entre os valores actuais das responsabilidades da Companhia e os valores actuais das responsabilidades dos tomadores de seguro, relativamente às apólices emitidas, sendo calculada com base em métodos actuariais reconhecidos e em conformidade com as notas técnicas aprovadas pela Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões para cada uma das modalidades.

De acordo com estas notas técnicas, a provisão é calculada com base na tábua de mortalidade GKM80 e com as taxas de juro técnicas definidas para cada modalidade.

Para efeitos de Solvência II, o valor das provisões técnicas corresponde à soma da melhor estimativa (ME) mais a margem de risco (MR), com aplicação da medida de transição sobre as provisões técnicas e do ajustamento de volatilidade.

A ME representa a estimativa mais precisa dos compromissos para com os tomadores.

A ME é calculada:

• Consistente com a informação de mercado disponível na data de avaliação; • Com base numa abordagem objectiva e fiável; • Em conformidade com o quadro regulamentar em vigor localmente.

A ME bruta de resseguro é calculada como o valor presente dos fluxos de caixa futuros ponderados decorrentes de pagamentos aos segurados e os custos de gestão incorridos na administração desses compromissos até o vencimento, e deduzindo os prémios a receber ao abrigo de contratos em carteira.

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A MR é o valor da provisão para além da melhor estimativa, calculada de tal modo que o montante total das provisões mostrado no balanço corresponde ao que uma entidade de referência exigiria para honrar as obrigações da Companhia. A MR é calculada directamente líquida de resseguro.

IMPACTO DO AJUSTAMENTO DE VOLATILIDADE

A CA Vida aplica o ajustamento de volatilidade às taxas de juro sem risco que são utilizadas no cálculo do valor descontado dos fluxos de caixa considerados na determinação do valor da melhor estimativa e na determinação do requisito de capital.

Impacto da aplicação da medida de dedução sobre as provisões técnicas

A CA Vida aplica a medida de dedução sobre as provisões técnicas.

Os impactos da utilização das medidas acima indicadas são os apresentados na seguinte tabela:

U: Milhares de euros

Montante com as garantias a longo

prazo e as medidas transitórias

Impacto das medidas

transitórias ao nível das

provisões técnicas

Impacto do ajustamento para a

volatilidade definido como zero

Provisões técnicas 1.509.074 28.882 3.941 Fundos próprios de base 260.223 -21.517 -2.919 Fundos próprios elegíveis para cumprimento do Requisito de Capital de Solvência

260.223 -21.517 -2.919

Requisito de Capital de Solvência 167.302 3.059 Fundos próprios elegíveis para cumprimento do Requisito de Capital Mínimo

260.223 -21.517 -2.919

Requisito de capital mínimo 58.701 203

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CA Vida

D.3. OUTRAS RESPONSABILIDADES

Apresenta-se em seguida a reconciliação da avaliação de outros passivos para efeitos de Solvência II com os respectivos valores considerados nas demonstrações financeiras:

U: Milhares de euros PASSIVOS Solvência II IFRS Revalorização Passivos contingentes Provisões que não provisões técnicas Obrigações a título de prestações de pensão 58 58 Depósitos de resseguradores Passivos por impostos diferidos 2.157 2.157 44.163 Derivados Dívidas a instituições de crédito Passivos financeiros que não sejam dívidas a instituições de crédito Valores a pagar de operações de seguro e mediadores 8.431 8.431 Valores a pagar a título de operações de resseguro Valores a pagar (de operações comerciais, não de seguro) 1.743 1.743 Passivos subordinados 40.033 40.033 Passivos subordinados não classificados nos fundos próprios de base (FPB) Passivos subordinados classificados nos fundos próprios de base (FPB) 40.033 40.033 Quaisquer outros passivos não incluídos noutros elementos do balanço 2.888 2.888 TOTAL 99.473 55.310 44.163

Os princípios contabilísticos aplicados a outras responsabilidades são geralmente baseados nos princípios definidos nas IFRS.

VALORES A PAGAR

Os valores a pagar devido a seguros, resseguros e acordos comerciais, tendo em conta que estes são geralmente passivos de curto prazo, considera-se como uma estimativa razoável do seu justo valor o valor de balanço.

PASSIVOS POR IMPOSTOS DIFERIDOS

A CA Vida calcula impostos diferidos sobre todos os ajustamentos efectuados no balanço de Solvência II, face ao balanço estatutário, sendo estes ajustamentos os seguintes:

• Activos intangíveis, não incluídos no balanço de Solvência II • Diferença entre as provisões técnicas de âmbito IFRS e as best estimate de Solvência II • Provisões de resseguro cedido e os recuperáveis de resseguros de Solvência II

A taxa de imposto utilizada nesse cálculo corresponde à que a Companhia utiliza nas suas demonstrações financeiras, que corresponde às taxas de imposto aprovadas ou substancialmente aprovadas à data de balanço (2016: 25,5%).

PASSIVOS SUBORDINADOS

No ano de 2015 a CA Vida contraiu um empréstimo subordinado obrigacionista junto das Caixas Agrícolas, sem prazo determinado, no montante de 40 milhões de Euros.

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CA Vida

D.4. MÉTODOS ALTERNATIVOS DE AVALIAÇÃO

Não são aplicados métodos alternativos de avaliação.

D.5. EVENTUAIS INFORMAÇÕES ADICIONAIS

De acordo com o definido nos termos do artigo 18º do Regulamento Delegado (EU) nº 2015/35 da Comissão, de 10 de Outubro de 2014, todas as responsabilidades relacionadas com o contrato, nomeadamente as responsabilidades relativas aos direitos unilaterais da empresa de seguros para renovar ou alargar o âmbito do contrato e as responsabilidades relativas aos prémios pagos, fazem parte desse mesmo contrato. Dispõe o mesmo artigo que as responsabilidades relativas a uma cobertura de seguro concedida pela Companhia após a data futura em que a Companhia tem o direito unilateral de alterar os prémios ou os benefícios a pagar ao abrigo do contrato, de modo a que os prémios reflictam integralmente os riscos, não fazem parte do contrato. Considerando o acima disposto, é entendimento da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões que as responsabilidades dos produtos Temporários Anuais Renováveis, só são parte integral do contrato até à data de renovação do mesmo, excepto quando a Companhia renuncie formalmente ao direito de rescindir, alterar tarifas ou rejeitar prémios. Assim sendo, considerando o histórico da CA Vida que nunca procedeu a nenhuma das situações anteriormente descritas, decidiu a CA Vida renunciar formalmente ao direito de rescindir, alterar tarifas ou rejeitar prémios nos contratos relativos a produtos Temporários Anuais Renováveis. Desta forma, são consideradas responsabilidades destes contratos, todas as responsabilidades até à data termo dos mesmos e não apenas até à data da próxima renovação.

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CA Vida

E. GESTÃO DO CAPITAL

E.1. FUNDOS PRÓPRIOS

A política de gestão de capital da Companhia está assente num conjunto de princípios gerais previamente estabelecidos e que foram definidos de acordo com a estrutura, estratégia e objectivos da Companhia.

A Política de Gestão de Capital obedece aos seguintes princípios gerais:

a) A Companhia deve compreender claramente o quadro legal aplicável à Gestão de Capital; b) A Companhia gere o seu capital de modo a maximizar a criação de valor para os Accionistas; c) A alocação de capital deve ser realizada com base na análise do binómio risco – retorno; d) O apetite ao risco definido pela Companhia tem em consideração o seu objectivo de capital disponível; e) A Companhia deve manter um nível de capital suficiente; f) A taxa de retorno exigida sobre o Capital Próprio deve ser sempre considerada ao longo de todo o processo de

Gestão de Capital; g) A Companhia deve cumprir os requisitos fixados referentes ao retorno do Capital garantido;

A metodologia de Gestão do Capital da Companhia é composta por três fases:

Quantificação

A primeira fase da metodologia estabelecida pela CA Vida em matéria de Gestão do Capital consiste na quantificação do capital necessário à actividade da Companhia.

O principal objectivo desta fase é o de identificar o nível de Capital que a Companhia deverá deter de modo a:

• Maximizar o valor criado para os Accionistas; • Respeitar o Capital Mínimo Regulamentar; • Alcançar a taxa de retorno exigida sobre o Capital Próprio.

Para tal, a CA Vida monitoriza e reporta o Capital Mínimo Regulamentar (que inclui o Requisito de Capital Mínimo e o Requisito de Capital de Solvência), o Capital Mínimo Aceitável, o Objectivo de Capital Disponível e o Capital Disponível.

Por sua vez, o principal objectivo do processo de Auto-avaliação Prospectiva de Riscos é proporcionar aos órgãos de administração e direcção da CA Vida uma visão abrangente acerca da sua estrutura de Capital, bem como de todos os riscos materiais a que a Companhia está exposta. Este processo é efectuado anualmente (no mínimo), sendo os seus objectivos alcançados através da realização do exercício e do respectivo relatório ORSA. O processo de Auto-avaliação Prospectiva de Riscos baseia-se numa abordagem prospectiva do risco e Capital ao longo de um horizonte temporal no mínimo de três anos. Durante a realização destas projecções, são tomados em consideração os Limites de Apetite ao Risco definidos internamente, a estratégia de investimento da Companhia e as suas perspectivas de crescimento.

3.1. Quantificação 3.2. Monitorização 3.3. Gestão

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CA Vida

Monitorização

A segunda etapa do processo a seguir pela CA Vida no âmbito da Gestão do Capital consiste na monitorização de Capital. Este é o processo através do qual o órgão de decisão da CA Vida determina como deverá ser realizada a alocação de Capital ao plano de negócio da Companhia, tendo sempre em consideração o Capital que será necessário para sustentar o crescimento do volume de negócios projectado no plano em questão, bem como o Capital que será necessário para sustentar o crescimento global da Companhia. Enquanto componente fundamental do processo de alinhamento dos objectivos estratégicos com os processos de planeamento financeiro e as decisões de gestão que são tomadas diariamente, a alocação de Capital deve procurar:

• Melhorar as medidas de desempenho da Companhia ajustando-as ao risco; • Contribuir para a definição de objectivos e procedimentos de controlo para diferentes cenários em termos de

retorno e Capital; • Definir limites de risco e proporcionar orientações acerca das acções de mitigação a serem adoptadas caso as

metas definidas em termos de risco e/ou retorno de Capital não sejam alcançadas.

Gestão

A fase de gestão do capital descreve os procedimentos que deverão ser adoptados caso exista necessidade de emitir fundos próprios ou caso se opte, na Companhia, por distribuir dividendos. No âmbito da política (e com o objectivo de assegurar o cumprimento das leis, regulamentos e normativos internos vigentes em matéria de Gestão de Capital), a CA Vida elabora um Plano de Gestão de Capital a médio prazo. O referido plano deve estar em linha com a estratégia da Companhia, bem como com o orçamento e projecções realizadas.

CLASSIFICAÇÃO DOS FUNDOS PRÓPRIOS EM NÍVEIS

De acordo com o definido no artigo 111.º da Lei n.º 147/2015, de 9 de Setembro, a CA Vida classifica os Fundos Próprios em três níveis. Os critérios de classificação dos fundos próprios em cada nível dependem verificação cumulativa das seguintes características:

Nível 1 Nível 2 Nível 3 • Subordinação • Ausência de características que causem ou

acelerem a insolvência • Disponibilidade imediata para absorver

perdas • Absorção de perdas pelo menos quando o

requisito de capital de solvência está em incumprimento

• Perpétua • A primeira oportunidade de reembolso ou

resgate deverá ser superior a 5 anos • Sem incentivos ao resgate e sem condições

de anulação • Suspensão do reembolso ou resgate em

caso de incumprimento do requisito do capital de solvência

• Anulação de pagamentos em caso de incumprimento do requisito de capital de solvência

• Flexibilidade total durante os pagamentos • Reembolsável apenas com a aprovação do

supervisor • Isento de ónus

• Subordinação • Ausência de características que causem ou

acelerem a insolvência • Disponibilidade para absorver perdas • Perpétua ou a maturidade original é de pelo

menos 10 anos • A primeira oportunidade de reembolso ou

resgate deverá ser superior a 5 anos • Incentivos limitados ao resgate e sem

condições de anulação • Suspensão do reembolso ou resgate em

caso de incumprimento do requisito do capital de solvência

• Diferimento de pagamentos em caso de incumprimento do requisito de capital de solvência

• Reembolsável apenas com a aprovação do supervisor

• Isento de ónus

• Subordinação • Ausência de características que causem ou

acelerem a insolvência • Disponibilidade para absorver perdas • Perpétua ou a maturidade original é de pelo

menos 5 anos • Não inclui call options • Incentivos limitados ao resgate e sem

condições de anulação • Suspensão do reembolso ou resgate em

caso de incumprimento do requisito do capital de solvência

• Diferimento de pagamentos em caso de incumprimento do requisito de capital mínimo

• Reembolsável apenas com a aprovação do supervisor

• Isento de ónus

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CA Vida

De acordo com o definido no artigo 69º. do Regulamento Delegado 2015/35 da Comissão de 10 de Outubro de 2014, os Fundos Próprios da CA Vida são compostos por elementos de Nível 1. Os Fundos Próprios da CA Vida são todos elegíveis para satisfazer o requisito de capital de solvência e o requisito de capital mínimo.

Os Fundos Próprios da CA Vida a 31-12-2016 são constituídos da seguinte forma:

U: Milhares de euros Fundos Próprios Nível 1 - sem restrições

Capital em acções ordinárias (sem dedução das acções próprias) 15.000 Reserva de reconciliação 205.190

Nível 1 - com restrições Passivos subordinados 40.033

Total 260.223

A reserva de reconciliação é constituída pelos seguintes elementos:

U: Milhares de euros Reserva de reconciliação

Excedente do activo sobre o passivo 220.940 Ações próprias (detidas directa e indirectamente)

Dividendos previsíveis, distribuições e encargos 750 Outros elementos dos fundos próprios de base 15.000 Ajustamentos para elementos dos fundos próprios com restrições em relação com carteiras de ajustamento de congruência e fundos circunscritos para fins específicos

Reserva de reconciliação 205.190

Apresenta-se em seguida a reconciliação do excedente dos activos sobre os passivos para efeitos de Solvência II com os respectivos valores considerados nas demonstrações financeiras:

U: Milhares de euros Solvência II IFRS Revalorização

Activos 1.829.487 1.834.750 -5.263

Provisões Técnicas 1.509.074 1.687.524 -178.450

Outras responsabilidades 99.473 55.311 44.163

Excedente do activo sobre o passivo 220.940 91.916 129.024

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CA Vida

E.2. REQUISITO DE CAPITAL DE SOLVÊNCIA E REQUISITO DE CAPITAL MÍNIMO

REQUISITO DE CAPITAL DE SOLVÊNCIA E REQUISITO DE CAPITAL MÍNIMO

O requisito de capital de solvência da CA Vida a 31-12-2016 ascende a € 167.302.169.

O requisito de capital de solvência de base da Companhia resulta da agregação dos requisitos de capital de solvência relativos aos riscos específicos de seguros de vida, de mercado, de incumprimentos de contraparte, onde se subtrai o valor relativo aos efeitos de diversificação entre as várias classes de risco. Para se obter o requisito de capital de solvência final é necessário adicionar o montante relativo ao requisito de capital de solvência associado ao risco operacional e deduzir o montante relativo à capacidade de absorção das provisões técnicas. O montante relativo à capacidade de absorção das provisões técnicas representa o efeito de mitigação do risco dos benefícios discricionários futuros dos contratos de seguro, quando uma redução de tais benefícios possa ser utilizada para cobrir perdas inesperadas. O requisito de capital de solvência da CA Vida resume-se da seguinte forma:

U: Milhares de euros

31-12-2016 Risco de Mercado 117.480 Risco Específico de Seguros de Vida 84.313 Risco de Incumprimento pela Contraparte 3.757 Efeitos de diversificação -43.513 Risco Operacional 6.708 Capacidade de absorção de perdas das provisões técnicas -1.443

Requisito de Capital de Solvência 167.302

UTILIZAÇÃO DE SIMPLIFICAÇÕES DE CÁLCULO OU PARÂMETROS ESPECÍFICOS DA EMPRESA

A CA Vida não utiliza simplificações de cálculo nem parâmetros específicos da empresa na aplicação da fórmula-padrão do requisito do capital de solvência.

CÁLCULO DO REQUISITO DE CAPITAL MÍNIMO

O requisito de capital mínimo da CA Vida a 31-12-2016 ascende a € 58.701.385.

Os elementos utilizados no cálculo do requisito de capital mínimo da CA Vida são os seguintes:

U: Milhares de euros

Valor líquido (de contratos de resseguro/EOET) da melhor

estimativa e provisões técnicas calculadas como um todo

Valor líquido (de contratos de

resseguro/EOET) do capital em risco total

Responsabilidades com participação nos lucros — benefícios garantidos 1.452.127

Responsabilidades com participação nos lucros — benefícios discricionários futuros 3.796

Responsabilidades de seguros ligados a índices e a unidades de participação 1.478 Outras responsabilidades de seguro dos ramos vida e acidentes e doença 65.260 Total do capital em risco para todas as responsabilidades de seguro do ramo vida 5.413.205

ALTERAÇÕES MATERIAIS AO REQUISITO DE CAPITAL DE SOLVÊNCIA E AO REQUISITO DE CAPITAL MÍNIMO

Considerando que o reporte do requisito de capital de solvência e do requisito de capital mínimo está a ser reportado pela primeira vez, não existem alterações materiais a mencionar.

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CA Vida

E.3. UTILIZAÇÃO DO SUBMÓDULO DE RISCO ACCIONISTA BASEADO NA DURAÇÃO PARA CALCULAR O REQUISITO DE

CAPITAL DE SOLVÊNCIA

A CA Vida não utiliza o submódulo de risco accionista baseado da duração para calcular o requisito de capital de solvência.

E.4. DIFERENÇAS ENTRE A FÓRMULA-PADRÃO E QUALQUER MODELO INTERNO UTILIZADO

A Companhia calcula o seu requisito de capital recorrendo apenas às metodologias subjacentes ao modelo da fórmula-padrão, não usando, portanto, um modelo interno para o efeito.

E.5. INCUMPRIMENTO DO REQUISITO DE CAPITAL MÍNIMO E INCUMPRIMENTO DO REQUISITO DE CAPITAL DE SOLVÊNCIA

A CA Vida cumpre integralmente com o requisito de capital mínimo e requisito de capital de solvência.

E.6. EVENTUAIS INFORMAÇÕES ADICIONAIS

Não existe qualquer tido de informação adicional a divulgar.

Page 62: SFCR 20161231 draft vf - Crédito Agrícola

62 / 86 Relatório sobre a Solvência e a Situação Financeira 2016

CA Vida

F. ANEXO

Informação quantitativa

Page 63: SFCR 20161231 draft vf - Crédito Agrícola

63 / 86 Relatório sobre a Solvência e a Situação Financeira 2016

CA Vida

F.1. S.02.01.02 – BALANÇO

U: Milhares de euros

Valor Solvência II

ACTIVOS Activos intangíveis Activos por impostos diferidos 15 Excedente de prestações de pensão Imóveis, instalações e equipamento para uso próprio 602 Investimentos (que não activos detidos no quadro de contratos ligados a índices e a unidades de participação) 1.822.173 Imóveis (que não para uso próprio) Interesses em empresas relacionadas, incluindo participações Títulos de fundos próprios Ações — cotadas em bolsa Ações — não cotadas em bolsa Obrigações 1.705.019 Obrigações de dívida pública 872.492 Obrigações de empresas 754.575 Títulos de dívida estruturados 77.952 Títulos de dívida garantidos com colateral Organismos de investimento colectivo 93.254 Derivados 23.900 Depósitos que não equivalentes a numerário Outros investimentos Activos detidos no quadro de contratos ligados a índices e a unidades de participação 1.489 Empréstimos e hipotecas Empréstimos sobre apólices de seguro Empréstimos e hipotecas a particulares Outros empréstimos e hipotecas Montantes recuperáveis de contratos de resseguro dos ramos: -829 Não-vida e acidentes e doença com bases técnicas semelhantes às do ramo não-vida Não-vida, excluindo seguros de acidentes e doença Acidentes e doença com bases técnicas semelhantes às do ramo não-vida

Vida e acidentes e doença com bases técnicas semelhantes às do ramo vida, excluindo seguros de acidentes e doença e contratos ligados a índices e a unidades de participação -829

Acidentes e doença com bases técnicas semelhantes às do ramo vida Vida, excluindo seguros de acidentes e doença e contratos ligados a índices e a unidades de participação -829 Vida, ligado a índices e a unidades de participação Depósitos em cedentes Valores a receber de operações de seguro e mediadores 30 Valores a receber a título de operações de resseguro 736 Valores a receber (de operações comerciais, não de seguro) 1.523 Ações próprias (detidas directamente) Montantes devidos a título de elementos dos fundos próprios ou dos fundos iniciais mobilizados mas ainda não realizados Caixa e equivalentes de caixa 3.550 Quaisquer outros activos, não incluídos noutros elementos do balanço 197 ACTIVOS TOTAIS 1.829.487

Page 64: SFCR 20161231 draft vf - Crédito Agrícola

64 / 86 Relatório sobre a Solvência e a Situação Financeira 2016

CA Vida

U: Milhares de euros

Valor Solvência II

PASSIVOS Provisões técnicas — não-vida Provisões técnicas — não-vida (excluindo acidentes e doença) PT calculadas no seu todo Melhor Estimativa Margem de risco Provisões técnicas — acidentes e doença (com bases técnicas semelhantes às do ramo não-vida) PT calculadas no seu todo Melhor Estimativa Margem de risco Provisões técnicas — vida (excluindo os seguros ligados a índices e a unidades de participação) 1.507.595 Provisões técnicas — acidentes e doença (com bases técnicas semelhantes às do ramo vida) PT calculadas no seu todo Melhor Estimativa Margem de risco

Provisões técnicas — vida (excluindo os seguros de acidentes e doença e contratos ligados a índices e a unidades de participação) 1.507.595

PT calculadas no seu todo

Melhor Estimativa 1.491.472 Margem de risco 16.123 Provisões técnicas — contratos ligados a índices e a unidades de participação 1.478 PT calculadas no seu todo 1.478 Melhor Estimativa

Margem de risco

Passivos contingentes Provisões que não provisões técnicas Obrigações a título de prestações de pensão 58 Depósitos de resseguradores Passivos por impostos diferidos 46.320 Derivados Dívidas a instituições de crédito Passivos financeiros que não sejam dívidas a instituições de crédito Valores a pagar de operações de seguro e mediadores 8.431 Valores a pagar a título de operações de resseguro Valores a pagar (de operações comerciais, não de seguro) 1.743 Passivos subordinados 40.033 Passivos subordinados não classificados nos fundos próprios de base (FPB) Passivos subordinados classificados nos fundos próprios de base (FPB) 40.033 Quaisquer outros passivos não incluídos noutros elementos do balanço 2.888 TOTAL DOS PASSIVOS 1.608.547 EXCEDENTE DO ACTIVO SOBRE O PASSIVO 220.940

Page 65: SFCR 20161231 draft vf - Crédito Agrícola

65

/ 86

F.2.

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Page 66: SFCR 20161231 draft vf - Crédito Agrícola

66

/ 86

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Page 67: SFCR 20161231 draft vf - Crédito Agrícola

67

/ 86

R

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Page 68: SFCR 20161231 draft vf - Crédito Agrícola

68

/ 86

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Page 69: SFCR 20161231 draft vf - Crédito Agrícola

69

/ 86

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201

6 C

A V

ida

Page 70: SFCR 20161231 draft vf - Crédito Agrícola

70 / 86

F.6. S.23.01.01 – FUNDOS PRÓPRIOS

U: Milhares de euros

S.23.01.01.01 - Fundos Próprios TOTAL

Nível 1 — sem

restrições

Nível 1 — com

restrições

Nível 2

Nível 3

Fundos próprios de base antes da dedução por participações noutros sectores financeiros como previsto no artigo 68.o do Regulamento Delegado 2015/35

Capital em acções ordinárias (sem dedução das acções próprias) 15.000 15.000 Conta de prémios de emissão relacionados com o capital em acções ordinárias Fundos iniciais, contribuições dos membros ou elemento dos fundos próprios de

base equivalente para as mútuas e sociedades sob a forma mútua

Contas subordinadas dos membros de mútuas Fundos excedentários Acções preferenciais Conta de prémios de emissão relacionados com acções preferenciais

Reserva de reconciliação 205.190 205.190 Passivos subordinados 40.033 40.033 Montante igual ao valor líquido dos activos por impostos diferidos Outros elementos dos fundos próprios aprovados pela autoridade de supervisão

como fundos próprios de base, não especificados acima

Fundos próprios das demonstrações financeiras que não devem ser consideradas na reserva de reconciliação e não cumprem os critérios para serem classificados como fundos próprios nos termos da Solvência II

Fundos próprios das demonstrações financeiras que não devem ser consideradas na reserva de reconciliação e não cumprem os critérios para serem classificados como fundos próprios nos termos da Solvência II

Deduções Deduções por participações em instituições financeiras e instituições de crédito

TOTAL DOS FUNDOS PRÓPRIOS DE BASE APÓS DEDUÇÕES 260.223 220.190 40.033

Fundos próprios complementares Capital não realizado e não mobilizado em acções ordinárias, mobilizáveis mediante

pedido

Fundos iniciais não realizados e não mobilizados, contribuições dos membros ou elemento dos fundos próprios de base equivalente para as mútuas e as sociedades sob a forma mútua, mobilizáveis mediante pedido

Ações preferenciais não realizadas e não mobilizadas, mobilizáveis mediante pedido Um compromisso juridicamente vinculativo de subscrição e pagamento dos

passivos subordinados mediante pedido

Cartas de crédito e garantias nos termos do artigo 96.º, n.º 2, da Directiva

2009/138/CE

Cartas de crédito e garantias não abrangidas pelo artigo 96.º, n.º 2, da Directiva 2009/138/CE

Reforços de quotização dos membros nos termos do artigo 96.º, n.º 3, primeiro parágrafo, da Directiva 2009/138/CE

Reforços de quotização dos membros — não abrangidos pelo artigo 96.º, n.º 3, primeiro parágrafo, da Directiva 2009/138/CE

Outros fundos próprios complementares TOTAL DOS FUNDOS PRÓPRIOS COMPLEMENTARES Fundos próprios disponíveis e elegíveis

Fundos próprios totais disponíveis para satisfazer o RCS 260.223 220.190 40.033 Fundos próprios totais disponíveis para satisfazer o RCM 260.223 220.190 40.033 Fundos próprios totais elegíveis para satisfazer o RCS 260.223 220.190 40.033 Fundos próprios totais elegíveis para satisfazer o RCM 260.223 220.190 40.033

RCS 167.302 RCM 58.701 Rácio de fundos próprios elegíveis para o RCS 156% Rácio de fundos próprios elegíveis para o RCM 443%

Relatório sobre a Solvência e a Situação Financeira 2016 CA Vida

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S.23.01.01.02 - Reserva de reconciliação TOTAL

Reserva de reconciliação

Excedente do activo sobre o passivo 220.940

Ações próprias (detidas directa e indirectamente)

Dividendos previsíveis, distribuições e encargos 750

Outros elementos dos fundos próprios de base 15.000

Ajustamentos para elementos dos fundos próprios com restrições em relação com carteiras de ajustamento de congruência e fundos circunscritos para fins específicos

Reserva de reconciliação 205.190

Lucros Esperados

Lucros Esperados incluídos nos prémios futuros (EPIFP) — Ramo vida 183.347

Lucros Esperados incluídos nos prémios futuros (EPIFP) — Ramo não-vida Total dos Lucros Esperados incluídos nos prémios futuros (EPIFP) 183.347

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F.7. S.25.01.21 – REQUISITO DE CAPITAL DE SOLVÊNCIA – PARA AS EMPRESAS QUE UTILIZAM A FÓRMULA-PADRÃO

U: Milhares de euros

Requisito de capital de solvência bruto

Parâmetro Específico da Empresa (PEE)

Simplificações

Risco de mercado 117.479

Risco de incumprimento pela contraparte 3.757 Risco específico dos seguros de vida 84.313 Risco específico dos seguros de acidentes e doença Risco específico dos seguros não-vida Diversificação -43.512 Risco de activos intangíveis Requisito de Capital de Solvência de Base 162.037

Cálculo do Requisito de Capital de Solvência

Risco operacional 6.708 Capacidade de absorção de perdas das provisões técnicas -1.443 Capacidade de absorção de perdas dos impostos diferidos Requisito de capital para actividades exercidas nos termos do artigo 4.º da Directiva

2003/41/CE

Requisito de capital de solvência excluindo acréscimos de capital 167.302 Acréscimos de capital já decididos

REQUISITO DE CAPITAL DE SOLVÊNCIA 167.302 Outras informações sobre o RCS

Requisito de capital para o submódulo de risco accionista baseado na duração Montante total do Requisito de Capital de Solvência Nocional para a parte

remanescente

Montante total do Requisito de Capital de Solvência Nocional para os fundos circunscritos para fins específicos

Montante total do Requisito de Capital de Solvência Nocional para as carteiras de ajustamento de congruência

Efeitos de diversificação devidos à agregação RCSl dos FCFE para efeitos do artigo 304.º

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F.8. S.28.01.01 – REQUISITO DE CAPITAL MÍNIMO – ACTIVIDADES DE SEGURO OU DE RESSEGURO APENAS DO RAMO

VIDA OU APENAS DO RAMO NÃO-VIDA

U: Milhares de euros

S.28.01.01.02 – Resultado de Requisito de Capital Mínimo – Não Vida

Valor líquido (de contratos de resseguro/EOET)

da melhor estimativa e PT calculadas como um todo

Valor líquido (de contratos de resseguro) dos prémios emitidos nos

últimos 12 meses

Seguro de despesas médicas e resseguro proporcional Seguro de protecção de rendimentos e resseguro proporcional Seguro de acidentes de trabalho e resseguro proporcional Seguro e resseguro proporcional de automóvel — responsabilidade civil Seguro e resseguro proporcional de automóvel — outros ramos Seguro marítimo, da aviação e dos transportes e resseguro proporcional Seguro e resseguro proporcional de incêndio e outros danos patrimoniais Seguro e resseguro proporcional de responsabilidade civil geral Seguro e resseguro proporcional de crédito e caução Seguro e resseguro proporcional de protecção jurídica Assistência e resseguro proporcional Seguro e resseguro proporcional de perdas financeiras diversas Resseguro de acidentes e doença não proporcional Resseguro de acidentes não proporcional Resseguro não proporcional marítimo, da aviação e dos transportes Resseguro de danos patrimoniais não proporcional

S.28.01.01.03 – Resultado da componente da fórmula linear relativa às responsabilidades de seguro e de resseguro de vida

Resultado de RCMV 58.701

S.28.01.01.04 – Resultado de Requisito de Capital Mínimo –Vida

Valor líquido (de contratos de

resseguro/EOET) da melhor estimativa e PT calculadas como

um todo

Valor líquido (de contratos de

resseguro/EOET) do capital em risco total

Responsabilidades com participação nos lucros — benefícios garantidos 1.452.127 Responsabilidades com participação nos lucros — benefícios discricionários futuros 3.796 Responsabilidades de seguros ligados a índices e a unidades de participação 1.478 Outras responsabilidades de (re)seguro dos ramos vida e acidentes e doença 65.260 Total do capital em risco para todas as responsabilidades de (re)seguro do ramo vida 5.413.205

S.28.01.01.05 – Requisito de Capital Mínimo Global

Requisito de Capital Mínimo linear 58.701

Requisito de Capital de Solvência 167.302

Limite superior do Requisito de Capital Mínimo 75.286

Limite inferior do Requisito de Capital Mínimo 41.826

Requisito de Capital Mínimo combinado 58.701

Limite inferior absoluto do Requisito de Capital Mínimo 3.700

REQUISITO DE CAPITAL MÍNIMO 58.701

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F.9. RELATÓRIO DE CERTIFICAÇÃO ACTUARIAL

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F.10. RELATÓRIO DO REVISOR OFICIAL DE CONTAS

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