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5 Ano 27 • nº 246| Janeiro • 2014 • R$ 12,00 PAZ é possível! A Espiritualidade A descoberta da Alegria Especial Fé e Misericórdia: “Acreditem no amor misericordioso de Deus” Testemunho Fidelidade à oração: a beleza de estar diante de Deus

Shalom Maná - janeiro 2014

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Confira a nova Shalom Maná: novo projeto gráfico, mais contéudo, novas seções.

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Ano 27 • nº 246| Janeiro • 2014 • R$ 12,00

pazé possível!

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Espiritualidade

A descoberta da Alegria

Especial

Fé e Misericórdia: “Acreditem no amor misericordioso de Deus”

Testemunho

Fidelidade à oração: a beleza de estar diante de Deus

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Revista Shalom Maná | Sumário

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Entrelinhas Feliz ano novo? Mas, qual vai ser a diferença?44

EspecialCampanha Vocacional Shalom 201420

11Orando com a PalavraBendito seja o Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo

A Palavra do Papa“Eis a Serva do Senhor”8

EspecialUm ano novo cheio de Deus!19

EspiritualidadeA descoberta da Alegria16

14 EspecialA igreja da minha vida!

Assunto do MêsA paz é possível24

TestemunhoFidelidade à oração: a beleza de estar diante de Deus 21

42 Peregrinação a RomaJoão Paulo II. Um homem. Um santo!

40Vida e SaúdeAlimentação saudável: que cuidados tomar após as festas de final de ano?

37EspecialUm upgrade no planejamento da vida para 2014

30EspecialFé e Misericórdia: “Acreditem no amor misericordioso de Deus”

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Revista Shalom Maná | Fé em Verso

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Um ano cheio de paz!

Filipe CabralCoordenador Geral das Edições Shalom

Mais um ano se inicia. Louvamos a Deus por todas as graças derramadas sobre nós em 2013 e, gratos pela Sua providência, entregamos a Ele este novo ano. Desejamos a você, caro leitor, um 2014 repleto da verdadeira paz, que é Cristo Jesus, o Shalom do Pai. E para meditarmos mais sobre este tema, apresentamos no Assunto do Mês uma profunda reflexão da missionária Elena Arreguy, que nos fala que a verdadeira paz é possível e dela temos duas cer-tezas: vem de Deus e passa por nós. “Somos discípulos e ministros da paz. Jesus é a nossa Paz”.

Ainda nesta edição, trazemos para você muitas novi-dades. Confira o novo projeto gráfico da Revista Shalom Maná, criado a partir do desejo de proporcionar uma leitu-ra mais fácil e de realçar a beleza das fotos. Um layout mo-tivado pela busca da simplicidade, pois acreditamos que são nas coisas mais simples que Deus se manifesta. Com o objetivo de trazer para você um conteúdo cada vez mais rico, também investimos na criação de novas seções. Uma delas é a Vida e Saúde, que apresentará artigos de diver-sos profissionais com importantes dicas de cuidados com a saúde e com o corpo.

Veja ainda neste mês texto de Moysés Azevedo sobre “Fé e misericórdia”; artigo de Emmir Nogueira, que nos leva a refletir sobre as nossas ações para este novo ano e a necessidade de entregarmos todas as coisas nas mãos de Deus. Confira também o testemunho do missionário Pedro Henrique Holanda sobre a graça da fidelidade à oração. Es-tes e muitos outros artigos estão presentes nesta primeira edição do ano.

Que o Senhor nos abençoe ao longo de 2014 e nos faça sempre abertos à Sua vontade. Toda a equipe das Edições Shalom deseja a você e à sua família um ano cheio de Deus.

Boa leitura!

Shalom!

Expediente

Fundador e moderador geral da Comunidade Católica ShalomMoysés AzevedoCoordenação Geral das Edições ShalomFilipe CabralCoordenação EditorialCarolina FernandesEquipe de RedaçãoCarolina FernandesIrlanda AguiarJosé Ricardo F. BezerraProjeto Gráfico e DiagramaçãoKelly CristinaGerente ComercialEliana Gomes LimaAssinaturasMeiriane Silvério da CunhaJornalista ResponsávelCarolina Fernandes JP 2140/CE

Serviço de Apoio ao AssinanteEstrada de Aquiraz - Lagoa do JuncoAquiraz /CE CEP: 61.700-000Para assinar ou renovar (85) 3308.7403 3308.7415Para anunciar (85) 3308.7464

Para sugestões, dúvidas, reclamações e [email protected]@comshalom.orgwww.edicoesshalom.com.brwww.comshalom.org

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Ano 27 • nº 246| Janeiro • 2014 • R$ 12,00Ano 27 • nº 246| Janeiro • 2014 • R$ 12,00

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Espiritualidade

A descoberta da Alegria

Especial

Fé e Misericórdia: “Acreditemno amor misericordioso de Deus”

Testemunho

Fidelidade à oração: a belezade estar diante de Deus

Carta ao Leitor

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Revista Shalom Maná | Fala Leitor

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“Projeto José do Egito: resgate da dignidade de crianças e adolescentes”

Camila Pio de SousaSecretária da Assessoria de Promoção Humana da Comunidade Shalom

“As ações do Projeto partem da visão do homem como um ser integral, que não tem somente seu corpo para ser atendido, mas todas as suas realidades.”

A matéria sobre o Projeto José do Egito me fez louvar e agradecer a Deus pela inspiração da necessidade do resgate da dignidade de crian-ças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social e espiritual. Mas também gerou em mim o seguinte questionamento: será que fa-zemos todo o possível para melhorar a vida dessas crianças e adoles-centes? Infelizmente, a resposta foi: não! Como não se inquietar com tal situação? Parece que tudo o que dizemos fazer é uma gota no oceano, ou seja, quase nada! Não podemos mais viver no comodismo, fingir que nada vemos e que esta situação de vulnerabilidade não nos atinge! Que Deus nos dê a graça de sairmos deste estado de inércia e nos ensine a amar verdadeiramente os pequeninos! Deus nos abençoe! Shalom!

Prom

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Na Revista Shalom Maná de dezembro, Padre Rômulo dos Anjos nos levou a refletir, por meio do Assunto do Mês, sobre a grande graça do Natal, que é preparado pelo tempo do Advento. Na seção A Pala-vra do Papa, Francisco exortou às famílias a viverem sempre com fé e simplicidade, como a Sagrada Família de Nazaré. Na seção Só Fa-mília, Laura Martins nos falou sobre as etapas da preparação para o casamento. Na Shalom em Missão, a cidade do mês foi Curitiba. Na edição passada, conhecemos também um pouco mais sobre o Proje-to José do Egito. Emmir Nogueira, na seção Entrelinhas, explicou-nos o significado da palavra epulão, alertando-nos para os riscos de uma vida movida pela ganância e pela cobiça. Estes e muitos outros arti-gos estiveram na Shalom Maná de dezembro. Para nós ajudar a fazer a próxima edição, envie sua mensagem para nós. O nosso e-mail é: [email protected].

“Venha o teu Reino!”

FORMAÇÃO HUMANA | A vida do homem não depende de coisas materiaisTESTEMUNHO| Partir em missão: alegria de servir e crescer na fé

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Ano 26 • nº 245| Dezembro • 2013 • R$ 12,00

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Shalom Maná?

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Escolha algum artigo dessa edição1

Caso seu comentário seja escolhido, além de sair na próxima edição, você receberá um exemplar em sua casa.

3*Por favor, não esqueça de colocar no assunto: Fala Leitor

2 Escreva sua opinião e envie para [email protected]

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Ano 27 • nº 246| Janeiro • 2014 • R$ 12,00Ano 27 • nº 246| Janeiro • 2014 • R$ 12,00

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Espiritualidade

A descoberta da Alegria

Especial

Fé e Misericórdia: “Acreditemno amor misericordioso de Deus”

Testemunho

Fidelidade à oração: a belezade estar diante de Deus

inFormações(85) 3308.7442

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Revista Shalom Maná | Fé em Verso

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João Paulo Lucena Lira*

MãeHumilde

Ó Maria, quão grande é a vossa humildade,Reflexo do amor, Mãe da humanidade.Se quem se humilha será exaltado,Só Deus Uno e Trino, mais que vós elevado.

Minha Mãe, Santíssima Maria,Sede sempre o meu modelo, meu amparo e minha guia.Sede sempre meu consolo, me conduza para o Senhor,Sede sempre Mãe e Mestra da minha vida interior.

Vós que sois cheia de graça e de suma caridade,Impetrai em vossos servos a virtude da humildade.Para assim servir a Deus, com amor e paciência,Louvaremos vosso nome, ó Rainha de Clemência.

Revista Shalom Maná | Fé em Versos

*Membro da Obra Shalom em João Pessoa (PB)

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Revista Shalom Maná | A Palavra do Papa

ecitamos no salmo: “Cantai ao Senhor um cântico novo, porque Ele fez ma-ravilhas” (Sl 97,1). Encontramo-nos hoje diante duma das maravilhas do Senhor: Maria! Uma criatura humilde e frágil como nós, escolhida para ser Mãe de Deus, Mãe do seu Criador. Pre-cisamente olhando Maria à luz das Lei-turas que acabamos de escutar, queria

“Maria disse o seu ‘sim’ a Deus, um ‘sim’ que transtornou a sua vida humilde de Nazaré, mas não foi o único; antes, foi apenas o primeiro de muitos ‘sins’ pronunciados no seu coração.”

refletir convosco sobre três realidades: a primeira, Deus nos surpreende; a se-gunda, Deus nos pede fidelidade; a ter-ceira, Deus é a nossa força.

Deus nos surpreendeO caso de Naamã, comandante do

exército do rei da Síria, é notável: para se curar da lepra, vai ter com o profe-

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surpreender por Deus, como fez Maria, ou me fecho nas minhas seguranças, seguranças materiais, seguranças inte-lectuais, seguranças ideológicas, segu-ranças dos meus projetos? Deixo verda-deiramente Deus entrar na minha vida? Como lhe respondo?

Pede-nos fidelidadeNa passagem lida de São Paulo,

ouvimos o apóstolo dizer ao seu discí-pulo Timóteo: lembra-te de Jesus Cris-to; se perseverarmos com Ele, também com Ele reinaremos (cf. 2Tm 2,8-13). Aqui está o segundo ponto: lembrar-se sempre de Cristo, a memória de Jesus Cristo, e isto significa perseverar na fé. Deus surpreende-nos com o Seu amor, mas pede fidelidade em segui-lo. Pode-mos nos tornar “não fiéis”, mas Ele não pode; Ele é “o fiel” e pede-nos a mesma fidelidade. Pensemos quantas vezes já nos entusiasmamos por qualquer coisa, por uma iniciativa, por um com-promisso, mas, depois, ao surgirem os primeiros problemas, abandonamos. E, infelizmente, isto acontece também com as opções fundamentais, como a do matrimônio. É a dificuldade de ser constantes, de ser fiéis às decisões to-madas, aos compromissos assumidos. Muitas vezes é fácil dizer “sim”, mas de-pois não se consegue repetir este “sim” todos os dias. Não se consegue ser fiéis.

Maria disse o seu “sim” a Deus, um “sim” que transtornou a sua vida humil-de de Nazaré, mas não foi o único; antes, foi apenas o primeiro de muitos “sins” pronunciados no seu coração tanto nos seus momentos felizes, como nos dolo-rosos… muitos “sins” que culminaram no “sim” ao pé da cruz. Estão aqui hoje muitas mães. Pensai até onde chegou a fidelidade de Maria a Deus: ver o seu único Filho na cruz. A mulher fiel, de pé,

ta de Deus, Eliseu, que não realiza ritos mágicos, nem lhe pede nada de extra-ordinário. Pede-lhe apenas para confiar em Deus e mergulhar na água do rio; e não dos grandes rios de Damasco, mas de um rio pequeno como o Jordão. É uma exigência que deixa Naamã per-plexo e também surpreendido: que Deus poderá ser este que pede uma coisa tão simples? A vontade primeira dele é retornar ao país, mas depois de-cide-se a fazê-lo, mergulha no Jordão e imediatamente fica curado (cf. 2Re 5,1-14). Vedes!? Deus surpreende-nos; é precisamente na pobreza, na fraqueza, na humildade que Ele se manifesta e nos dá o Seu amor que nos salva, cura, dá força. Pede somente que sigamos a Sua palavra e tenhamos confiança nele.

Esta é a experiência da Virgem Ma-ria: perante o anúncio do anjo, não es-conde a sua admiração. Fica admirada ao ver que Deus, para se fazer homem, escolheu precisamente ela, jovem sim-ples de Nazaré, que não viveu nos pa-lácios do poder e da riqueza, que não realizou feitos extraordinários, mas que está disponível a Deus, sabe confiar nele, mesmo não entendendo tudo: “Eis a serva do Senhor, faça-se em mim se-gundo a tua palavra” (Lc 1,38). É a sua resposta. Deus surpreende-nos sempre, rompe os nossos esquemas, põe em cri-se os nossos projetos e nos diz: confia em mim, não tenhas medo, deixa-te sur-preender, sai de ti mesmo e me segue!

Hoje, nos perguntemos, todos, se temos medo daquilo que Deus nos po-derá pedir ou está pedindo. Deixo-me

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“destruída por dentro, mas fiel e forte.

E eu me pergunto: sou um cristão “soluçante” ou sou cristão sempre? In-felizmente, a cultura do provisório, do relativo penetra também na vivência da fé. Deus nos pede para lhe sermos fi-éis, todos os dias, nas ações cotidianas; e acrescenta: mesmo se às vezes não lhe somos fiéis, Ele é sempre fiel e, com a Sua misericórdia, não se cansa de nos estender a mão para nos erguer e enco-rajar a retomar o caminho, a voltar para Ele e confessar-lhe a nossa fraqueza a fim de que nos dê a Sua força. E este é o caminho definitivo: sempre com o Se-nhor, mesmo com as nossas fraquezas, mesmo com os nossos pecados. Nunca podemos ir pela estrada do provisório. Isto nos destrói. A fé é a fidelidade defi-nitiva, como a de Maria.

É a nossa forçaO último ponto: Deus é a nossa

força. Penso nos dez leprosos do Evan-gelho curados por Jesus: vão ao Seu encontro, param à distância e gritam: “Jesus, Mestre, tem compaixão de nós” (Lc 17,13). Estão doentes, necessita-dos de serem amados, de terem força, e procuram alguém que os cure. E Je-sus responde, libertando-os a todos da sua doença. Causa estranheza, porém, o fato de ver que só regressa um para lhe agradecer, louvando a Deus em alta voz. O próprio Jesus o sublinha: eram dez que gritaram para obter a cura, mas só um voltou para gritar em voz alta o seu obrigado a Deus e reconhecer que Ele é a nossa força. É preciso saber agradecer, saber louvar o Senhor pelo que faz por nós.

Vejamos Maria: depois da Anuncia-ção, o primeiro gesto que ela realiza é um ato de caridade para com a sua parente

idosa Isabel; e as primeiras palavras que profere são: “A minha alma enaltece o Senhor”, ou seja, um cântico de louvor e agradecimento a Deus, não só pelo que fez nela, mas também pela sua ação em toda a história da salvação. Tudo é dom dele. Se conseguimos entender que tudo é dom de Deus, então quanta felicidade teremos no nosso coração! Tudo é dom dele. Ele é a nossa força! Dizer obrigado parece tão fácil e, todavia, é tão difícil! Quantas vezes dizemos obrigado em família? Esta é uma das palavras-chave da convivência. “Com licença”, “perdão”, “obrigado”, se numa família se dizem es-tas três palavras, a família segue adian-te. “Com licença”, “perdão”, “obrigado”. Quantas vezes dizemos “obrigado” jun-to da família? Quantas vezes dizemos “obrigado” a quem nos ajuda, vive perto de nós e nos acompanha na vida? Muitas vezes damos tudo isso como suposto! E o mesmo acontece com Deus. É fácil ir até ao Senhor para pedir alguma coisa, mas ir agradecê-lo… “Ah, isso é difícil”.

Continuando a Eucaristia, invoca-mos a intercessão de Maria, para que nos ajude a deixarmo-nos surpreender por Deus sem resistências, a sermos--lhe fiéis todos os dias, a louvá-lo e agradecer-lhe porque Ele é a nossa for-ça. Amém.

Homilia do Papa Francisco na Santa Missa da Jornada Mariana por ocasião do Ano da Fé, em outubro de 2013.

Este é o caminho definitivo: sempre com o Senhor, mesmo com as nossas fraquezas, mesmo com os nossos pecados. Nunca podemos ir pela estrada do provisório. Isto nos destrói. A fé é a fidelidade definitiva, como a de Maria”

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Revista Shalom Maná | Orando com a Palavra

Bendito seja o Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus CristoVocê tem conseguido louvar e bendizer a Deus? Reconhece “toda a sorte de bênçãos espirituais” que o Senhor tem derramado em sua vida? Meditemos por meio desta lectio divina. Por José Ricardo Ferreira Bezerra

omo sempre fazemos, antes de iniciar a leitura, peçamos o auxílio do Espírito Santo. Oremos: “Ó vinde, Espírito San-to, enchei os corações dos vossos fiéis, acendei neles o fogo do vosso amor. Enviai, Senhor, o vosso Espírito e tudo será criado e renovareis a face da ter-ra”. Oremos: “Ó Deus que instruístes os corações dos vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas, segundo o mesmo Espírito, e gozemos sempre de sua consolação. Por Cristo, Senhor nos-so. Amém”.

Você que é leitor antigo da Revista Shalom Maná sabe que o objetivo desta

seção é levá-lo a ler, meditar e orar com a Palavra de Deus por meio do antigo e comprovado método da lectio divina, que consiste em quatro passos: leitura, meditação, oração e contemplação.

Tomemos hoje uma passagem da primeira Carta de São Paulo aos Efé-sios, capítulo 1, versículos de 1 a 10 (Ef 1,1-10) sobre o plano divino da nossa salvação e façamos a nossa lectio deste dia. Leia, devagar, à meia voz, os versí-culos indicados.

Deus: fonte de todo bemSão Paulo inicia sua Carta com

uma saudação aos santos e fiéis, isto é,

C

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aos cristãos da sua época, mas também ela se estende até nós, do século XXI, desejando-nos “graça e paz da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cris-to”. Ponha agora o nome do seu grupo ou comunidade e releia este versículo. Escute Paulo dirigindo-se a vocês como destinatários desta Carta.

A partir do versículo 3, o apóstolo começa um grande louvor à Trindade, dizendo: “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos abençoou com toda a sorte de bênçãos espirituais, nos céus em Cristo”. O que significa proclamar que Deus é bendito? É reconhecer que Ele é a fonte de todo o bem, que é generoso, bom, benfazejo. Quando reconhecemos esses atributos de Deus Sua glória não aumenta e nem diminui, mas isto faz uma grande dife-rença para nós. Colocamo-nos numa atitude de humildade, de aceitação da verdade de quem Deus é e de quem so-mos nós. Você tem conseguido louvar e bendizer a Deus? Medite sobre isso. Você reconhece “toda a sorte de bên-çãos espirituais” que o Senhor tem der-ramado em sua vida?

“Nele, ele nos escolheu antes da fundação do mundo, para sermos san-tos e irrepreensíveis diante dele no amor” (v.4). Que graça sabermos ama-dos e queridos por Deus desde sempre! Que maravilha saber que Ele nos criou para si, para sermos santos, e um dia po-der gozar da Sua presença na eternida-de. Você tinha (tem) consciência disso?

Filhos no Filho“Ele nos predestinou para sermos

seus filhos adotivos por Jesus Cristo, conforme o beneplácito da sua vonta-de...” (v.5). Por um desígnio insondável, Deus quis nos adotar como filhos(as)

por meio do Seu Filho Jesus que se fez homem, tornando-se nosso irmão. Que bênção imerecida esta! O apósto-lo João diz: “Desde já somos filhos de Deus, mas o que seremos ainda não se manifestou” (1Jo 3,2a). Você vive como um(a) filho(a) de Deus?

“... para louvor e glória da sua gra-ça com a qual ele nos agraciou no Ama-do” (v.6). Fomos feitos filhos(as) para louvá-lo e glorificá-lo, por Cristo, com Cristo e em Cristo. Você tem dado todo o louvor que Ele merece?

Salvos da morte eterna“E é pelo sangue deste que temos

a redenção, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça...” (v.7). O sangue de Cristo nos lava e nos redi-me de todo o pecado. Pela Sua paixão e morte na cruz Jesus venceu todo o mal. Mas muitos ainda não o reconhecem como Senhor e Salvador. A quem você tem dado a vitória em sua vida?

“... que ele derramou profusamen-te sobre nós, infundindo-nos toda a sabedoria e prudência...” (v.8). A gene-rosidade e abundância são próprias de Deus. “... o amor de Deus foi derramado sobre nós pelo Espírito Santo que nos foi dado...” (Rm 5,5). Você tem usado os dons do Espírito recebidos no Batismo?

“Bendito sejas tu, Senhor meu Deus! Bendito sejas pela tua santidade e por me quereres santo como somente Tu és. Dá-me coragem, renúncia e disposição para abraçar a santidade em todos os meus pensamentos, palavras e atos”

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“... dando-nos a conhecer o mistério da sua vontade, conforme decisão prévia que lhe aprouve tomar...” (v.9). Deus quis nos revelar Sua vontade. Se não fosse as-sim, nós nunca a teríamos conhecido. E Deus “quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade” (1Tm 2,4). A vontade de Deus é a nossa salvação. Você já o agradeceu por tê-lo salvo da morte eterna?

“... para levar o tempo à sua pleni-tude: a de em Cristo encabeçar todas as coisas, as que estão nos céus e as que estão na terra” (v.10). Toda a história da humanidade está centralizada em Je-sus Cristo. No início, Deus criou o céu e a terra por Ele. Na plenitude dos tempos, enviou o seu Filho Único. E, no final dos tempos, Jesus voltará para julgar os vi-vos e os mortos. Assim, tudo veio dele, existe por Ele e voltará para Ele. Você o tem louvado pela criação inteira?

OraçãoMesmo que o Senhor já o(a) tenha

inspirado(a), retome cada versículo e vá fazendo uma oração, conforme suges-tões abaixo. Não se deixe levar apenas por elas, mas deixe que o Espírito Santo o(a) mova.

“Bendito sejas tu, Senhor, meu Deus! Bendito sejas pela tua santidade e por me quereres santo como somente tu és. Dá-me coragem, renúncia e disposi-ção para abraçar a santidade em todos os meus pensamentos, palavras e atos”.

“Obrigado, Senhor, por teres me escolhido desde sempre, desde antes da fundação do mundo. Obrigado por me quereres para ti. Ensina-me a amar--te com todo o meu coração, com toda a minha alma, com todas as minhas for-ças e com todo o meu entendimento”.

“Obrigado, Senhor, por me teres tornado teu filho adotivo por meio de Jesus Cristo, o teu Único Filho. Dá--me viver, de fato, como um(a) filho(a) teu(tua). Que eu nunca me esqueça que tu és o meu Pai e que cuidas de mim”.

“Bendito sejas, Senhor, pelo teu sangue precioso derramado na cruz por mim. Obrigado pelo perdão de meus pecados”.

“Obrigado, Senhor, pelo Espírito Santo e todos os Seus dons, dom da sa-bedoria, da inteligência, da fé...”

“Obrigado, Senhor, por me livrares da morte e me teres salvado...”

“Obrigado pela tua santa vontade, por teus desígnios de amor para mim. Obrigado por teres vindo no tempo cer-to que estabelecestes. Obrigado por que somos teus, pertencemos a ti...”

Ao final da lectio, lembre-se de to-mar o seu caderno de oração e anotar as graças que o Senhor o(a) fez experimen-tar. Se puder, escreva-nos dando o seu testemunho. É uma alegria tê-lo(a) como leitor(a). Veja os endereços no expediente da revista ou envie ainda para este meu e-mail: [email protected].

Concedei-nos, ó Senhor, conhecer profundamente o mistério da salvação, para que, sem temor e livres dos ini-migos, vos sirvamos na justiça e santi-dade, todos os dias de nossa vida. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Ó Maria, Rainha dos Pecadores e Consoladora dos Aflitos, rogai por nós!

Até o próximo mês! Shalom!

José Ricardo Ferreira Bezerra é missionário da Comunidade Católica Shalom em Fortaleza/CE

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Revista Shalom Maná | Especial

Igreja:lugar dereconciliação com Deus

stamos construindo uma igreja. Lem-bro-me de que no ano passado (Jantar Beneficente 2012) nós conversamos so-bre todas as igrejas que fizeram parte da nossa vida. Agora a igreja da nossa vida é esta aqui. Quando construímos uma igreja estamos proclamando ao mundo que, primeiro, Deus existe. Se-gundo, nós acreditamos nele; terceiro, nós damos testemunho através dela. Este ano, queremos ressaltar a questão da reconciliação. Uma igreja é o lugar onde o homem se reconcilia com Deus.

Moysés Azevedo disse que a mise-ricórdia de Deus seria encontrada nessa igreja – como é encontrada em qualquer igreja – mas aqui tem o sentido do Res-suscitado que passou pela cruz, que en-tende o sofrimento, a dor, a solidão do homem. Este que, às vezes, está sem sa-ber para onde ir, dividido em si mesmo, nas suas paixões, nos seus sentimen-

tos, naquilo em que foi educado, enfim, em todas as coisas que existem dentro dele. Essa igreja quer ser o símbolo do Ressuscitado, que conhece o sofrimen-to do homem. Uma igreja que fala de esperança, porque Jesus passou pelos seus sofrimentos e ressuscitou para que você ressuscite. Jesus Cristo, como dizia João Paulo II, tem sempre a última pala-vra. E o nosso Papa Francisco tem dito tantas vezes: não tenha medo de pedir perdão a Deus, não tenha medo de se reconciliar. Ele está lhe esperando de braços abertos.

Aliança com Deus e com o irmão

Quando eu quebro a aliança com o meu irmão, quando eu quebro a aliança com minha irmã, meu marido, meu pai, com alguém que eu conheço, eu que-bro a aliança com Deus imediatamente,

EEm jantar beneficente, Emmir Nogueira fala sobre a importância da reconciliação e a construção da igreja da Diaconia Shalom. Por Maria Emmir O. Nogueira

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Seja você também um construtor

da igreja da Diaconia!

Faça sua doação:

Associação Shalom

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Agência 1292-0

Conta Corrente 20408-0

CNPJ 07.044.456/0001-00

Telefone: (85)3308-7407 / 8174-6466

E-mail: [email protected]

porque aquele que diz que ama a Deus, mas não ama o seu irmão, não está fa-lando a verdade. Para refazer a aliança com Deus, eu preciso refazer a aliança com o meu irmão. Daí vêm as bênçãos, as graças, a alegria, a felicidade. O or-gulho morre, a raiva morre, o desejo de vingança morre, o desejo de morte morre, acaba tudo. Começa um tempo novo, um tempo de aliança que você faz com Deus.

Perdoar é uma graça. Perdoar não é difícil, não. Perdoar é impossível. Per-doar não é um ato humano, é um ato divino. Este Deus que está dentro de você é quem tem a graça. É Ele quem dá a graça para perdoarmos. Podemos ser muito francos com Ele e dizer: “Je-sus, eu não tenho coragem, não tenho coragem nem de chegar perto daquela pessoa, mas eu conto com a tua graça, e, por isso, coloco na fundação dessa igreja a nossa reconciliação!”.

Eu termino com uma palavrinha para as famílias. Muitas vezes, vemos famílias com gerações e gerações de mágoas, de ressentimentos, de brigas, de vinganças. E quando rezamos pelas pessoas, percebemos muito essa reali-dade. Agora, você também pode pedir que essa reconciliação, esse refazer a aliança com Deus, seja uma graça que lhe seja dada.

Vamos todos rezar e pedir um só coração ao Senhor. O coração de Je-sus é o meu coração. O meu coração é o Teu coração. E é verdade, porque Je-sus comprou isso com a Sua cruz, Jesus comprou isso com a Sua ressurreição. Porém, se o meu coração não é o cora-ção do irmão, tudo precisa ser corrigi-do. Vamos pedir ao Senhor esta graça.

“Senhor Jesus, nós estamos diante de ti e queremos refazer a nossa alian-ça contigo através da construção des-te templo, através da nossa oração, da nossa esmola e, quando possível, Jesus, através da tua igreja. Tu conheces no nosso coração aquilo que precisa ser re-conciliado, reconciliado contigo, recon-ciliado com o nosso irmão, reconciliado com nossos parentes, amigos, filhos, só-cios, patrões, empregados, vizinhos. Se-nhor, tu és o Deus de misericórdia, nós acreditamos na tua misericórdia, tanto acreditamos que queremos fazer um ato de coragem. Derrama teu Espírito Santo sobre nós, para que nos lembremos cla-ramente das pessoas que tu desejas que coloquemos na estrutura dessa igreja, no alicerce dessa igreja, como uma in-tercessão constante para que haja paz, para que haja reconciliação. Queremos, Senhor, refazer a nossa aliança com o nosso irmão, para refazer a aliança con-tigo através da construção desta igreja. Meu coração é o teu coração”.

Trecho de mensagem proferida durante Jantar Anual Beneficente 2013. Mantido o tom coloquial.

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Visto que a alegria, como a felicidade, representa uma meta da nossa existência e do nosso agir, uma das buscas fundamentais do nosso ser, queremos iniciar este novo ano meditando sobre ela, que está entre as necessidades essenciais da nossa vida. Por Pe. Rômulo dos Anjos

antropologia cristã afirma que Deus criou o homem com um profundo desejo de fe-licidade e com a capacidade de buscar e sentir alegria. Este sentimento é tão pre-sente e forte na existência humana que Santo Agostinho afirmava que basta ou-vir falar deste termo que o homem sai à sua procura. Nos tempos atuais é preciso que se questione acerca do que seja a fe-licidade autêntica e sobre a possibilidade de chegar a uma alegria plena.

Uma busca contínuaAo mesmo tempo em que é evi-

dente no coração humano esta sede de alegria e felicidade, constatamos que não é tão fácil definir o seu verdadeiro significado. Frequentemente, tende-se

Revista Shalom Maná | Espiritualidade

A descoberta daA descoberta da

AlegriaAlegria

a reduzir a alegria a um simples senti-mento de satisfação, de harmonia. Mui-tos a identificam como um equilíbrio entre as várias dimensões interiores do ser humano ou até mesmo a realidades exteriores ligadas à realização dos pró-prios desejos. Todavia, notamos que não podemos reduzir a alegria a nenhu-ma destas realidades indicadas porque, no fundo, a alegria supera estas expe-riências parciais, vai além de uma sim-ples conquista do homem. Em que con-siste então a verdadeira alegria? Visto que ela não se limita ao plano simples-mente natural, esta busca, então, deve coincidir-se com a busca de Deus, como afirmava Santo Agostinho: “A busca de Deus é a busca da alegria e o encontro

A

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com Deus é a própria alegria”. Podemos buscá-la no mundo ou em Deus, veja-mos as diversas perspectivas.

Mentalidade mundanaO mundo nos oferece uma possibi-

lidade de resposta que frequentemente se confunde felicidade com facilidade. Propõe ao homem sempre um caminho no qual a alegria é apresentada de ma-neira superficial e não duradoura, vista como a ausência de qualquer tipo de di-ficuldades, exigências, sacrifícios, sofri-mentos, etc. A sociedade pós-moderna é profundamente marcada por um indivi-dualismo que gera um estilo de vida em que cada um tende a considerar-se como centro e fundamento da própria existên-cia. A consequência disso, que vemos claramente presente no meio de nós, é encontrar pessoas comprometidas no seu desenvolvimento, sem sentido de al-teridade e com suas relações profunda-mente fragilizadas. O individualismo se apresenta como uma espécie de porta larga (cf. Mt 7,13-14) que conduz a perdi-ção, pois quando o homem se fecha em si mesmo ele se perde, e o fruto amargo é solidão, tristeza, falta de sentido de vida, depressão, constantes conflitos en-tre indivíduos e nações, corações feridos e sem perspectiva de vida. É uma porta larga, mas somente no início, pois vai se tornando cada vez mais estreita até colo-car o indivíduo numa via sem saída, que o torna escravo de tudo o que é provisó-rio e incapaz de trazer a verdadeira ale-gria ao coração.

Proposta evangélicaPor outro lado, temos a proposta

que nos é apresentada no Evangelho. Tanto a alegria bem como todas as ou-tras realidades essências da vida do homem estão relacionadas a Deus. A alegria é sempre dom de Deus e fruto da relação com Ele. Portanto, a verdadeira alegria nasce do encontro pessoal e co-munitário com Deus. Este encontro é o que permite ao homem experimentar a fruitio Dei (alegria de Deus) não como uma proposta para um futuro distante, mas já agora, pois também nesta vida posso começar a gozar da alegria divina. Tanto o Antigo como o Novo Testamen-to nos revelam, em etapas e momentos distintos da história da Salvação, que a alegria encontra seu fundamento na ação amorosa e redentora de Deus. En-tretanto, de modo particular no Novo Testamento, a alegria encontra sua plena realização no evento Cristo, que manifesta a plenitude da revelação e da manifestação da Misericórdia do Pai.

Jesus Cristo se apresenta como a origem e a causa suprema da alegria do homem, e os Seus discípulos, mesmos em meios às preocupações, persegui-ções e sofrimentos próprios desta vida, são chamados a sempre alegrar-se no Se-nhor (cf. Fil 4,4-7). Desta forma, a alegria passa a ser caracterizada pelo fato de a sua vida estar conformada a vida do Mes-tre e nada poderá roubar esta alegria do coração do discípulo. São Paulo identifi-cará a alegria como uma das caracterís-ticas fundamentais do homem espiritual: aquele que nasceu de Deus por meio da força do Espírito Santo (cf. Gal 5,22-26). Nesta perspectiva, compreendemos que a porta do Evangelho é estreita somente no início, pois depois se alarga levando o homem às grandes experiências da vida,

“A alegria é sempre dom de Deus e fruto da relação com Ele. Portanto, a verdadeira alegria nasce do encontro pessoal e comunitário com Deus”

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que a torna plena e feliz. Na realidade, como afirma Bento XVI, todas as alegrias, pequenas ou grandes que podemos vi-ver, têm sua origem em Deus.

As testemunhas da alegriaPartimos do pressuposto de que

não é fácil definir um conceito único para alegria e felicidade, resta-nos en-tão indicar caminhos seguros que nos apontam a meta: o Evangelho e a vida dos santos. Esta boa-nova se encontra encarnado na vida dos santos que, com suas vidas, tornam-se modelos seguros de felicidade e verdadeira alegria para todos nós. Cada um, de várias maneiras, nos indica sempre o mesmo segredo da alegria e da felicidade: Deus e Sua men-sagem. Basta-nos pensar na experiência de Santo Agostinho, para o qual a alegria é fruto da experiência da Salvação e da renúncia do mundo; para São Francisco de Assis, ela é expressão da simplicidade e da fraternidade; Santa Teresa de Ávila revela-nos como disposição da alma à graça de Deus. Notavelmente, em Santa Teresinha, vemos que a alegria é experi-ência da ternura divina que transforma a existência e infunde no coração o aban-dono total nas mãos paternais de Deus. Cada santo é uma testemunha fiel da alegria que nasce do amor de Deus. To-dos eles nos revelam que a mensagem cristã é um anúncio de esperança e de alegria e que esta não se identifica com uma fuga da realidade, mas é uma força sobrenatural. A alegria do Ressuscitado que passou pela cruz é a nossa força. Es-tou persuadido de que na vida dos san-tos encontramos os melhores “livros” de teologia porque se tornam fonte de ver-dadeiros ensinamentos para todos.

Um presente de DeusRecentemente o Papa Francisco

nos presenteou com sua Exortação

Lexicon, Dizionario Teologico Enciclopedico. Ideazione, direzione editoriale a cura di Luciano Pacomio e Vito Mancuso. Casale Monteferrato (AL): Edizioni Piemme Spa, 1993.BIBLIA DO PEREGRINO. Edição de Estudo. São Paulo: Edições Paulus, 2002.PAPA FRANCISCO. Exortação Apostólica EVANGELII GAUDIUM, 2013.

Apostólica Evangelii Gaudium (A ale-gria do Evangelho). Por meio desta exortação, convidou-nos a renovar a experiência pessoal com Jesus Cris-to e a redescobrir a alegria que nos é transmitida pelo santo Evangelho e de transmiti-lo ao mundo. É um convite a recuperar o frescor original do Evange-lho que sempre – com a sua força – é capaz de encher de alegria o coração e a vida daqueles que se encontram com Jesus Cristo.

Enfim, acolhamos o que nos diz o Papa Francisco: “Convido todo o cris-tão, em qualquer lugar e situação que se encontre, a renovar hoje mesmo o seu encontro pessoal com Jesus Cristo ou, pelo menos, a tomar a decisão de se deixar encontrar por Ele, de o procurar dia a dia sem cessar. Não há motivo para alguém poder pensar que este convite não lhe diz respeito, já que ‘da alegria trazida pelo Senhor ninguém é excluído’. Quem arrisca, o Senhor não o desilude; e, quando alguém dá um pequeno passo em direção a Jesus, descobre que Ele já aguardava de braços abertos a sua che-gada”. É neste contexto que queremos nos abrir para acolher o Senhor que vem ao nosso encontro sempre e desejamos evangelizar aqueles que desconhecem a alegria do Evangelho. Na medida em que anunciamos a mensagem do Evangelho, com palavras e atos, tornamo-nos ma-duros na fé. O Evangelho de Cristo é a nossa alegria.

Pe. Rômulo dos Anjos é missionário daComunidade Católica Shalom em Pacajus/CE

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Revista Shalom Maná | Especial

m novo ano, um novo tempo se inicia. O primeiro dia do ano já começa diferen-te. É meio preguiçoso, parece que o sol amanhece mais tarde – não tão tarde quanto as pessoas, é verdade. As ruas desertas revelam que muitos passaram a noite, ou boa parte dela, acordados, em vigília, todos querendo acolher ale-gres, com um sorriso, o novo ano. Na “vi-rada”, a multidão se abraça, as pessoas se felicitam. Não importa se você não co-nhece aquele que está ao seu lado, pois nesse dia, parece que nós estamos mais abertos para o outro e mais conscientes de que somos todos irmãos. Coisas que só um tempo, em que o Filho de Deus se coloca no meio de nós, é capaz de fazer.

Como dizia, a multidão se felicita. Escuto e recebo alguns votos: “Feliz ano novo! Tenha um 2014 cheio de paz”, diz um. “Cheio de amor”, diz outro. “Com muita prosperidade”, deseja um terceiro. “Com muita saúde!”, responde mais um. Eu também desejo feliz ano novo, mas fico me perguntando, pensativo: será que é isso que vai fazer realmente feliz o ano novo dessas pessoas? Será que é isso que eu também desejo para elas?

Hoje em dia, são muitos os que põem sua confiança em coisas peque-

nas, em detalhes da vida, e acabam des-cuidando do essencial. Buscam suces-so financeiro, crescimento intelectual, gozar de uma boa saúde, encontrar um par perfeito ou até paz em suas famílias. Colocam-se quase que desesperada-mente à procura dessas coisas e, quan-do as encontram, não descobrem nelas a felicidade. Inquietam-se com muitas coisas, quando, na verdade, uma só é necessária: Deus (cf. Lc 10,41b). É Ele que faz a diferença em nossas vidas. Somen-te com Ele somos capazes de dizer como o salmista: podem cair muitos milhares ao meu lado, podem cair até dez mil a minha direita, não temerei, não me aba-larei (cf. Sl 91,7). É Ele que nos faz ter paz, qualquer que seja a circunstância, acon-teça o que acontecer, paz inabalável e comprovada.

Por isso, neste novo ano, eu até que desejo a vocês realizações, saúde e prosperidade. Mas, sobretudo, desejo Deus, pois estou certo de que somente Ele é capaz de fazer feliz o seu ano novo. Um 2014 cheio de Deus para todos! Fe-liz Ano Novo!

U

Um ano novo cheio de...

deUs!deUs!Em 2014, antes de tudo, desejamos Deus a todos vocês, pois estamos certos de que somente Ele é capaz de fazer feliz o seu ano novo. Por Edinardo de Oliveira Júnior

Edinardo de Oliveira é missionário da Comuni-dade Católica Shalom em Lugano (Suíça)

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Revista Shalom Maná | Especial

tade de Deus é a única capaz de saciar o nosso coração e, por isso, queremos buscar esta vontade e nela encontrar nossa felicidade.

“Sim, eu desejo, eu quero, eu vou!”. É este o tema do Vocacional 2014 que nos acompanhará neste ano. Este tema foi discernido por ser uma frase presente nos escritos do fundador da Comunidade Ca-tólica Shalom, no Escrito chamado “Obra Nova”. Nele se expressa o sentimento e a decisão de um coração que foi alcançado por Deus e que descobre e redescobre a cada dia que a verdadeira vida, a verda-deira felicidade está em aderirmos ao projeto de Deus para nossas vidas. Esco-lhemos este tema porque nele podemos cantar o anseio mais profundo do nosso coração em contrapartida a tudo o que o mundo oferece como falsa felicidade, por meio da mídia, da propaganda enganosa. E nós, como vocacionados à vontade de Deus, vocacionados à felicidade que não passa, vocacionados à santidade, voca-cionados à vida eterna, queremos cantar para que os homens possam ouvir que nós desejamos, nós queremos e nos de-cidimos pela vontade de Deus.

A Assessoria Vocacional lança esta proposta a todos aqueles que sentem o apelo de Deus a algo mais, que sentem em seu coração esta inquietação e que desejam trilhar um caminho de des-coberta acerca do que Deus quer para cada um de nós. Este é o Vocacional Shalom 2014. “Sim, eu desejo, eu quero eu vou. Amém!”

iajar, conhecer outros lugares, outros países, outros povos. Ser jogador de fu-tebol, ganhar muito dinheiro, ter uma casa própria, assistir um filme, ter a roupa da moda ou fazer uma faculda-de, um mestrado, um doutorado. Ter um bom emprego ou morar na praia e trabalhar na cidade, ter renda própria, estudar na Europa, ir para a copa do mundo. O que nós realmente deseja-mos, o que realmente desperta o nosso olhar e o nosso coração? Pelo que es-tamos dispostos a empenhar a nossa vida? Qual projeto de vida nos atrai? Todos precisamos ter um projeto de vida, alguma coisa para amar, que dê razão a nossa existência.

Nós, missionários da Comunidade Católica Shalom, descobrimos que, ape-sar de todos esses planos serem bons e lícitos, apesar destas esperanças serem boas e até louváveis, não são capazes de completar o homem naquilo que ele mais deseja, de dar a saciedade, a paz, a felicidade que todos procuram.

“Sim, eu desejo, eu quero, eu vou.Amém!”. Esta é a expressão de um co-ração que foi conquistado por Deus, de muitos corações que descobriram e aspiraram junto ao santos, mártires e pessoas de todos os tempos que a von-

VPor Victor Frota

Campanha Vocacional Shalom 2014

Victor Frota é missionário da Comunidade de Vida Shalom em Aquiraz/CE

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Revista Shalom Maná | Testemunho

Fidelidade à oração:a beleza de estar diante de deus

“O meu único trabalho era rezar e estar com Deus. A partir daí, fui descobrindo grandes coisas, fui descobrindo a beleza da vida de oração, a beleza do que é estar diante de Deus”Por Pedro Henrique Holanda Pascoal

Texto produzido a partir de entrevista concedida à Revista Shalom Maná e ao Portal Shalom. Mantido o tom coloquial.

ou Pedro Henrique Holanda Pascoal, nasci em Fortaleza, tenho 34 anos. Co-nheci a Comunidade Católica Shalom em 1994. Participava do Projeto Juven-tude para Jesus. Em 1996 fiz vocacional e, em 1997, ingressei na Comunidade.

Sou formado em Direito, com mes-trado em direito tributário e doutorado em processo penal. Em 2006, passei em um concurso para juiz no estado do Ma-ranhão e fui para lá. Em 2009, fui pro-movido para a Comarca de Tuntum – a 365 km da capital maranhense – onde existiam muitos conflitos de terras, crimes de pistolagem. Ao longo do tra-balho, conseguimos acabar com esses tipos de conflitos na região. Pelo meu dever cristão, eu não colocava nenhum empecilho para deixar os processos em

ordem. Em um ano, marquei 35 júris, coisa que não acontecia na Comarca. Os bandidos, então, começaram a se sentir incomodados. Cheguei a sofrer um atentado, metralharam toda a mi-nha casa. Depois disso, eu andei total-mente escoltado durante um ano, o que foi a gota d’água.

De repente, o meu trabalho – que era a coisa que eu mais gostava na vida, pois eu fazia dele um deus – foi-me ti-rado. Deus me tirou tudo, o trabalho, a saúde. Caí numa depressão, fiquei com síndrome do pânico por causa da ten-são que eu vivia lá.

Caminho de retorno Nesta época, eu já estava voltan-

do para a Comunidade Shalom. Acredi-

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Foto

: Wal

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itas

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“to, até, que tudo isso foi Providência de Deus para que eu pudesse retornar para a Comunidade, porque fui consagrado durante 10 anos e tive que deixar tudo porque fui para o Maranhão, e lá não ti-nha missão Shalom – hoje, depois do tra-balho que fizemos, Tuntum é um campo de evangelização da Obra Shalom.

Eu voltei para Fortaleza e, nessa caminhada de retorno, senti o desejo de todos os dias fazer minha oração pes-soal não em casa, não em determina-dos lugares, mas na capela do Shalom da Paz, em adoração ao Santíssimo. Uma das coisas que eu pedia, todos os dias, era que Deus interviesse na minha vida profissional e a resolvesse.

Quando as pessoas me pergunta-vam o que eu iria fazer amanhã, quais os meus planos, eu respondia que es-tava abandonado nas mãos de Deus, porque, realmente, eu não tinha a di-mensão do que poderia acontecer na minha vida. Eu apenas sabia que estava rezando e pedindo a Sua intervenção.

Esse tempo foi muito difícil. Eu tive de me deparar com minha total impo-tência, porque eu era aquele tipo de pessoa que resolvia tudo. Acreditava que tinha total controle sobre a minha vida. Na Comunidade, estava sempre à frente dos grandes eventos de evangeli-zação. Então, de repente, senti-me total-mente impotente. O meu único trabalho era rezar e estar com Deus. E, a partir daí, fui descobrindo grandes coisas, fui descobrindo a beleza da vida de oração, a beleza do que é estar diante de Deus. Uma das descobertas que fiz é que, para nós, que somos Shalom, a nossa vida só vai ser resolvida quando tivermos vida de oração. Com ela, deixamos Deus re-solver tudo, conforme Ele quer.

Frutos da oraçãoEm setembro de 2013, o Tribunal

começou a me chamar para retornar a Tuntum. Eu estava de licença médica e o Senhor me falava: “Não volte, não volte, não volte”. Fui pedir uma inter-venção a Deus: “Senhor, estão queren-do que eu volte, só tu podes fazer algo, porque eu não posso fazer nada”. Eu rezei pela manhã na capela e, à tarde, recebi uma ligação de um juiz queren-do permutar comigo, e houve a permu-ta. Fiquei no juizado especial de Balsas, a 800 km de São Luís (MA). Mas quando Deus me falou que eu iria para Balsas, falou-me que eu passaria pouquíssi-mo tempo. Eu não entendia o que seria este pouquíssimo tempo. A minha visão

O único desejo no meu coração é agradecer a Deus pelas intervenções que Ele fez na minha vida, sem eu fazer o menor esforço. A única forma que tenho de agradecer a Ele é ser santo”

Pedro durante entrevista e em oração na capela da Diaconia Geral, em Aquiraz/CE.

Fotos: Wallace Freitas

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humana não conseguia compreender. Então, fui para Balsas, fiquei lá 40 dias e requisitei minhas férias para passar novembro e dezembro em Fortaleza e só voltar no dia 20 de janeiro.

Eu comecei a estudar tudo de novo para passar em outro concurso, porque assim Deus ia me revelando. Ele me queria em outro lugar, queria que eu abrisse outra frente de evangelização, aonde a Comunidade ainda não havia chegado. Eu não entendia a dimensão da Sua vontade e sempre questionava: “Senhor, nós temos tantas frentes de evangelização, temos tantas coisas, a Comunidade já está em tantos lugares, então você não precisa de mim”. De repente, quando eu estava de férias, estudando no centro de estudos da Co-munidade Opus Dei – a capela fica ao lado da sala de estudos – deu-me uma ânsia de olhar os meus e-mails. Quando vi, estava lá uma mensagem da presi-dência do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) me nomeando para participar do Comitê Nacional da Conciliação.

Naquele momento, eu entendi aonde Deus queria me colocar e a gran-de intervenção dele na minha vida por meio da oração, porque eu não fiz ne-

nhum esforço humano, não falei com ninguém, não fui atrás, não mandei e-mail, não requisitei a ninguém. Ou seja, foi somente fruto da fidelidade à oração. Todos os dias eu começava a oração assim: “Senhor, cumpre as tuas promessas, eu estou aqui para dizer que tu prometeste e agora tu cumpres”. De repente, Deus me tirou do Mara-nhão, me colocou em outro lugar, em uma nova dimensão.

Novo trabalho: vontade de Deus

Fui nomeado pelo Ministro Joa-quim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal, para trabalhar no Co-mitê Nacional da Conciliação do CNJ, em Brasília. O Comitê visa organizar toda a conciliação dos processos. Ou seja, ao invés das partes estarem liti-gando, brigando por uma determina-da causa, vamos promover um acordo entre eles. E isso é bem típico da nossa missão, como Shalom, promover a paz.

Eu não sei o que me espera, não sei aonde tudo isso vai chegar, apenas sei que gerou uma grande alegria ao meu coração. Deus escuta as nossas preces e Ele intervém no momento cer-to. A única coisa que precisamos fazer é ser fiéis no pouco, que é a nossa oração pessoal e estudo bíblico.

O que eu espero disso tudo é so-mente Deus, porque eu não sei, huma-namente falando, o que me aguarda. O único desejo no meu coração é agrade-cer a Deus pelas Suas intervenções na minha vida, sem eu fazer o menor es-forço. A única forma que tenho de agra-decer a Ele é ser santo.

Pedro Henrique é missionário da Comunidadede Aliança Shalom.

Quando as pessoas me perguntavam o que eu iria fazer amanhã, quais os meus planos, eu respondia que estava abandonado nas mãos de Deus, porque, realmente, eu não tinha a dimensão do que poderia acontecer na minha vida. Eu apenas sabia que estava rezando e pedindo a Sua intervenção”

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A Pazé possível!

Revista Shalom Maná | Assunto do Mês

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A verdadeira Paz é possível e dela temos duas certezas: vem de Deus e passa por nós. Somos discípulos e ministros da paz. Jesus é a nossa Paz.

iver em paz é uma necessidade real das pessoas. De todas as pessoas. Há os que a suplicam constantemente a Deus. Outros a querem alcançar e construir com as próprias mãos. Será a paz uma tarefa mais divina ou mais humana? Paz: fácil de ser desejada, difícil de ser descrita. É possível, de fato, alcançá-la? Se pararmos para pensar as pergun-tas se multiplicam. A paz é um estado de alma ou é um acorde entre partes? É fruto do bem-estar exterior unido à estabilidade interior? É uma meta a ser alcançada ou um dom a ser recebido? É algo que nos precede ou é realização do trabalho humano?

Quem pode nos ajudar a ter um parâmetro justo para responder a estas perguntas é o Papa emérito Bento XVI que, com sua incontestável sabedoria, nos falou no Dia Mundial da Paz, cele-brado a cada 1 de janeiro. Coinciden-temente, para não dizer providencial-mente e simbolicamente, o Vaticano escolheu como capa da mensagem de paz para 2013 uma belíssima foto com o nome S-H-A-L-O-M formado por cinco painéis com as letras. Era a Comunida-de Shalom que tinha sido fotografada na Praça de São Pedro, em Roma, ao celebrar os 30 anos de vida, em julho de 2012. Vejamos, então, o que Bento XVI nos ensina sobre a paz, enquanto aguardamos a carta que nos chegará do Papa Francisco.

Necessitados de paz Não precisamos ligar a TV para sa-

bermos que o mundo que nos cerca ca-rece de paz. Também a cidade em que habitamos e ambientes que frequen-tamos. O Papa Bento XVI nos descreve o mundo dessa forma: “Vivemos num mundo globalizado, marcado por confli-tos sangrentos, por ameaças de guerra, por problemas graves de tensão social, o que requer um contínuo empenho de todos pelo bem comum, em busca do desenvolvimento de todo o homem e do homem todo”. Vemos o fanatismo dis-torcer a verdadeira natureza da religião, que é chamada a favorecer a comu-nhão e a reconciliação entre os homens. Quem não se sente – ou já se sentiu – muitas vezes enganado e manipulado pelas mais variadas formas de terroris-mo e criminalidade internacional, pe-los fundamentalismos ideológicos que regem governos, inclusive o nosso, no Brasil, pela corrupção e pela mentira? Essas pragas parecem atingir a todos, e quantas vezes nos sentimos impoten-tes como se fôssemos minoria, nadando contra a maré? Talvez seja por isso que o Papa Francisco repete dia após dia, homilia após homilia, que é urgente e vital manter acesa e espalhar a chama da esperança. E que é preciso levá-la às periferias da existência, onde menos se encontra vida, esperança, amor e paz, enfim, Deus. Não porque Ele não este-

V

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Por Elena Arreguy Sala

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ja presente, mas, porque foi negado ou passou a ser um grande desconhecido.

Porém, sociedade é um conceito abstrato: lugares, cidades, países e co-munidades não são entidades com vida própria. São os indivíduos que lhes dão vida e voz. São pessoas que formam so-ciedades. Portanto, são pessoas que for-mam todas as realidades da sociedade e são elas que fazem as guerras que care-cem de paz. E é o coração de cada um, de pessoa a pessoa, que precisa passar por uma metamorfose para poder ter e dar a paz. Que metamorfose é essa?

Paz: dom de DeusNão estaríamos sendo muito sim-

plistas e subjetivos achando que indi-víduos podem fazer a diferença? Creio que não, pois, foi Deus mesmo quem falou pela boca dos profetas que o ho-mem precisa receber dele um coração de carne no lugar do coração de pedra para poder ser feliz. E mais, a revela-ção plena da Verdade manifestada na pessoa do Filho de Deus, Jesus, o Se-nhor, nos diz que é do coração do ho-mem que nascem todos os males que o contaminam (Mc 7, 20-23) e não o que está fora. Sendo assim, é na rendição dos corações e das vidas a Jesus Cris-to – um a um, pessoa a pessoa, repito – que a única e verdadeira revolução ou metamorfose pode acontecer. E essa revolução repercute, a seguir, paula-tinamente, em todas as dimensões da vida humana e não se restringe à esfera religiosa espiritual, mas a tudo. Jesus veio salvar o homem todo e todos os homens e, por mais boa vontade que as pessoas tenham, – e há muitas pessoas de boa vontade no mundo, todas cria-das à imagem e semelhança do Deus vivo e verdadeiro, o Deus de Israel, o

Deus de Jesus Cristo – a metamorfose do novo coração e a salvação eterna só se encontram em Jesus. Daí a urgência da evangelização e o testemunho contí-nuo em palavras e em vida.

Mas mesmo com todos os proble-mas e conflitos, Bento XVI vai nos apon-tar a esperança presente nas inúmeras obras de paz que enriquecem o mundo e que testemunham a vocação natural da humanidade à paz. É mais uma vez a lembrança evangélica que nos fala do joio e do trigo convivendo num mesmo terreno. E o papa nos diz, com grande poesia sobre o desejo de paz que existe na essência de cada ser humano: “Em cada pessoa, o desejo de paz é uma aspiração essencial e coincide, de cer-to modo, com o anelo por uma vida humana plena, feliz e bem sucedida. Por outras palavras, o desejo de paz corresponde a um princípio moral fun-damental, ou seja, ao dever-direito de um desenvolvimento integral, social, comunitário, e isto faz parte dos desíg-nios que Deus tem para o homem. Na verdade, o homem é feito para a paz, que é dom de Deus”.

Deus tem desígnios de paz para seus filhos e, por isso, ela é tão essen-cial. Mas a paz é dom de Deus, é um atributo divino que nos é comunicado e

“Deus, que é a eterna novidade, é aquele que pode fazer nova a Vocação Shalom, fazendo novos os corações dos que são Shalom, levando-os mais perfeitamente a viver o amor e a violência de coração que caracteriza seus bem-aventurados filhos”

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deve ser acolhido. De modo particular, Jesus Cristo é o único que pode nos dar a verdadeira paz. Ela nasce do encontro confiante do homem com o seu Deus. A partir desse encontro, que pode ser vivido como amizade e filiação, como abraço de salvação, como rendição ao amor, que é abrir-se à ação do Espírito Santo, o homem passa a ser um bem--aventurado e um construtor da paz. Ele é receptor da paz e instrumento de paz. Ele leva outros a essa mesma experi-ência de bem-aventurança. Ele passa a contribuir para a construção de uma cultura de paz que privilegia o bem do homem, defende a vida humana e sua integridade a partir do relacionamento do homem com seu Criador. Vejamos como o papa descreve a bem-aventu-rança da paz: “A bem-aventurança de Jesus diz que a paz é, simultaneamen-te, dom messiânico e obra humana. Na

verdade, a paz pressupõe um humanis-mo aberto à transcendência; é fruto do dom recíproco, de um mútuo enrique-cimento, graças ao dom que provém de Deus e nos permite viver com os outros e para os outros. A ética da paz é uma ética de comunhão e partilha”.

Discípulos da pazA seguir, Bento XVI toca em um

ponto importantíssimo para quem é consagrado e vive um maior compro-misso de santidade e de evangelização explícita: “Condição preliminar para a paz é o desmantelamento da ditadura do relativismo e da apologia duma mo-ral totalmente autônoma, que impede o reconhecimento de quão imprescindível seja a lei moral natural inscrita por Deus na consciência de cada homem. A paz é construção em termos racionais e mo-rais da convivência, fundando-a sobre

Comunidade Shalom na Praça de São Pedro, em Roma, durante a celebração dos seus 30 anos.

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um alicerce cuja medida não é criada pelo homem, mas por Deus. Como lem-bra o Salmo 29,11: ‘O Senhor dá força ao seu povo, e abençoa seu povo com paz’”.

Cabe agora uma palavra especial para nós, da grande família Shalom. Somos discípulos e ministros da paz. Jesus é a nossa Paz. Ele é o Shalom do Pai. Ele é o Ressuscitado que passou pela cruz e na cruz nos ressuscita. Nele recebemos a paz e nele, a partir de Seu coração transpassado, a ministramos, como um transbordamento da obra do Seu Espírito em nós. Mas somos discí-pulos e ministros da paz porque em Je-sus fomos feitos, primeiramente, filhos e filhas de Deus Pai. Na filiação, uma bem-aventurança que fundamenta a nossa vocação de construtores da paz. É Jesus quem nos chama de bem-aven-turados filhos de Deus quando constru-ímos a paz (cf. Mt 5, 9).

E o que é ser um bem-aventurado discípulo e ministro da paz? Como cons-truir a paz? Como receber e dar a paz? Como ser shalom para dar shalom? Aco-lhamos a sabedoria que nos vem do co-ração do Santo Padre que ilumina nossa inteligência e dá sentido ao nosso agir evangelizador e vida de consagrados e vocacionados em tão magnífica voca-ção: “As bem-aventuranças proclama-das por Jesus (cf. Mt 5,3-12; Lc 6, 20-23) são promessas (...). Assim, as bem-aven-turanças não são meras recomendações morais, cuja observância prevê no tem-po devido – um tempo localizado geral-mente na outra vida – uma recompen-sa, ou seja, uma situação de felicidade futura; mas consistem, sobretudo, no cumprimento duma promessa feita a quantos se deixam guiar pelas exigên-cias da verdade, da justiça e do amor. Frequentemente, aos olhos do mundo,

aqueles que confiam em Deus e nas suas promessas aparecem como ingênuos ou fora da realidade; ao passo que Jesus lhes declara que já nesta vida – e não só na outra – se darão conta de serem fi-lhos de Deus e que, desde o início e para sempre, Deus está totalmente solidário com eles. Compreenderão que não se encontram sozinhos, porque Deus está do lado daqueles que se comprometem com a verdade, a justiça e o amor. Jesus, revelação do amor do Pai, não hesita em oferecer-se a Si mesmo em sacrifício. Quando se acolhe Jesus Cristo, Homem--Deus, vive-se a jubilosa experiência de um dom imenso: a participação na pró-pria vida de Deus, isto é, a vida da graça, penhor duma vida plenamente feliz”.

Para nos tornarmos autênticos obreiros da paz, é fundamental a aten-ção à dimensão transcendente e o diá-logo constante com Deus, Pai misericor-dioso. Para quem é eleito e chamado por Deus para ser ministro e discípulo da paz, como consagrado ou vocacionado Shalom, conhecer a paz nunca será tare-fa esgotada ou árida. Só vai depender da sede de cada um. O Shalom do Pai, que é Jesus e que Jesus nos comunica no

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“Para nos tornarmos autênticos obreiros da paz é fundamental a atenção à dimensão transcendente e o diálogo constante com Deus, Pai misericordioso. Para quem é eleito e chamado por Deus para ser ministro e discípulo da Paz, como consagrado ou vocacionado Shalom, conhecer a Paz nunca será tarefa esgotada ou árida”

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Seu Espírito, é inesgotável. Cabe a nós desejar e viver, viver e desejar, deixando a alma esposa expandir-se pela ação da graça, sem medidas, sem receios, sem li-mites. Em plena liberdade e consciência da própria dignidade, em pleno uso da inteligência e da vontade. Como meno-res, os mais miseráveis. Como diletíssi-mas almas esposas, muito amadas, que o Pai escolheu para o Seu divino Filho.

Mas não é verdade que os extre-mos se tocam? Os menores. Almas es-posas diletas. Na Vocação Shalom esta realidade se comprova e, por isso, em mais esse ano que Deus nos dá, temos a oportunidade de viver um trecho do Evangelho que, junto ao da bem--aventurança, ilumina a experiência de acolhida e de doação do dom da paz. Refiro-me ao texto de Mt 13, 52, em que Jesus convida o que acolhe o Reino a tirar do “seu tesouro coisas novas e ve-lhas”. Se a Vocação Shalom é o nosso tesouro, é o meio e o caminho onde co-nhecemos e partilhamos o convite para uma vida na paz, construindo a paz,

que em 2014 coisas novas desse gran-de tesouro possam ser descobertas e coisas velhas possam ser revisitadas. Pois Deus, que é a eterna novidade, é aquele que pode fazer nova a Vocação Shalom, fazendo novos os corações dos que são Shalom, levando-os mais per-feitamente a viver o amor e a violência de coração que caracteriza seus bem--aventurados filhos.

E que venham as surpresas e as belezas que só o Esposo pode dar e pode pedir à Esposa neste ano que se inicia. Eis-nos aqui, Pai, para fazer a tua vontade como indivíduos e como corpo comunitário, espalhados na face da ter-ra. Eis-nos aqui, Senhor, dispostos a co-laborar com a tua Obra Nova na Igreja e no mundo! Eis-nos aqui, Deus mise-ricordioso, recebe o nosso amor e nos-so louvor. Eis-nos aqui, Rainha da Paz, guia-nos no Caminho da Paz!

Elena Arreguy Sala é missionária da Comuni-dade de Aliança Shalom no Rio de Janeiro/RJ

“Se a Vocação Shalom é o nosso tesouro, é o meio e o caminho onde conhecemos e partilhamos o convite para uma vida na paz, construindo a paz, que em 2014 coisas novas desse grande tesouro possam ser descobertas e coisas velhas possam ser revisitadas”

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Revista Shalom Maná | Especial

“Acreditem no amor misericordioso de Deus”

Fé eMisericórDiA

a Carta Encíclica Lumen Fidei, o Papa Francisco, que a escreveu com o Papa emérito Bento XVI, nos convida a ter um olhar de fé sobre a nossa existência, sobre a Igreja, sobre a história, sobre a humanidade. E em que consiste este olhar de fé? No fundo, esta Encíclica é um chamado, é um clamor, um apelo da Igreja para que acolhamos o dom da fé, não simplesmente para dizer que o te-mos, mas para olharmos todas as coisas a partir da ótica da fé e para encarnar-mos esta fé na nossa vida e a testemu-nharmos no coração do mundo. Este é o grande objetivo desta carta do papa.

A fé é uma luz que faz com que seja iluminada toda a escuridão que existe

dentro de nós e fora de nós, e que nos capacita a ver todas as coisas não ape-nas de uma forma natural, pois a re-alidade e a verdade não são somente aquelas que podemos tocar e ver, estão muito além. A verdade e a realidade são aquelas que a fé nos proporciona, que nos fazem ver além do que o nosso olhar alcança, além do que os nossos sentidos podem alcançar.

É muito racional crer? Sim! Não é uma coisa irracional. A fé e a razão es-tão em uma comunhão profunda, por-que a nossa razão nos faz crer em Deus. Ele nos fez à Sua imagem e semelhança e, ao contemplarmos a criação e o mis-tério da salvação, ao contemplarmos

Em pregação proferida durante o Fórum Carismático Shalom 2013, Moysés Azevedo nos levou a meditar sobre a fé e a importância de nos reconhecer necessitados da divina misericórdia. Por Moysés Azevedo

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Cristo, o Verbo encarnado, ao contem-plarmos Sua cruz e ressurreição, pelo Seu Espírito, Ele nos dá o dom da fé, que ilumina a nossa inteligência e nos faz ver a verdade, a realidade. Deus nos dá em Cristo Jesus a luz da fé para que possamos olhar o mundo, olhar as es-curidões da nossa vida e enxergar a ver-dade, a realidade.

É este o grande convite que Jesus Cristo nos faz: nós não podemos mais viver de uma forma apenas natural. Em Cristo, somos uma nova criatura, nos tornamos filhos de Deus, recebemos o Espírito Santo e recebemos a vida divi-na. Já não vivemos mais com a medida simplesmente dos nossos sentidos. Já não vivemos mais com a medida sim-plesmente do nosso olhar, mas vive-mos toda a nossa vida iluminados pelo dom da fé de uma forma sobrenatural, para além dos nossos sentidos, para além dos nossos entendimentos.

De uma forma sobrenatural vou vivendo a minha vida, as minhas es-colhas. A partir daí, nós nos sentimos impelidos a transmitir esse dom da fé para que todos possam ver e conhecer a verdade, o amor, para que todos pos-sam ver e viver esta vida sobrenatural que Cristo Jesus nos conquistou na Sua cruz e na Sua ressurreição. Por isso, Deus convida a todos nós, pelo dom da fé, a ver todas as coisas sob a luz da fé, dissipando a escuridão da nossa vida, da nossa história e do mundo. Assim, vivendo esta vida nova, essa vida divi-na, vida plena que nos é dada pela fé

em Jesus Cristo, somos impelidos a dar de graça o que de graça recebemos, e, portanto, transmitir a fé.

Confiar no amor misericordioso Para vivermos da e na fé e para

transmiti-la é importante compreen-dermos o seu sentido profundo. Eu que-ro apresentar mais uma definição que o Papa Francisco nos dá sobre a fé, na Lumen Fidei. Ele diz: “Acreditar significa confiar-se a um amor misericordioso que sempre acolhe e perdoa, que sus-tenta e guia a existência, que se mostra poderoso na sua capacidade de endi-reitar os desvios da nossa história. A fé consiste na disponibilidade a deixar-se incessantemente transformar pela cha-mada de Deus. Paradoxalmente, neste voltar-se continuamente para o Senhor, o homem encontra uma estrada segura que o liberta do movimento dispersivo a que o sujeitam os ídolos”.

Acreditar significa confiar-se a um amor misericordioso que sempre aco-lhe e perdoa. O que é o dom da fé, na sua última instância? É acreditar que existe um olhar sobre mim, um olhar sobre a minha existência, um olhar so-bre a humanidade e que este olhar é de um Deus que é amor e misericórdia, e que eu posso confiar nele. Esta é a fé, esta é a resposta a esse olhar que me acompanha. Esta é a Por Moysés Azeve-do resposta a este Deus que me alcan-ça e que tem um olhar misericordioso, um amor misericordioso.

Nas palavras do papa: confiar-se, entregar-se, abandonar-se a um amor misericordioso que sempre acolhe, in-dependente da situação e da circuns-tância da vida em que nos encontre-mos. Ele sempre, sempre acolhe, e isto talvez seja uma das maiores dimensões

Você, meu querido irmão, não se conforme! Em nome de Jesus Cristo, não se conforme com os desvios e com as feridas da sua vida”

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da nossa fé. Acreditar e me confiar a um Deus que sempre me acolhe, não obs-tante a circunstância em que eu esteja vivendo. Este amor misericordioso me acolhe, me perdoa, me sustenta.

Meus queridos, este é o grande con-vite da fé: abandonar-me, confiar neste Deus que é misericórdia. Que sempre, sempre poderá me acolher e me per-doar! E me acolhendo e me perdoando, Ele é suficientemente poderoso para endireitar os desvios da minha história. Duas coisas importantíssimas: se acon-tecem desvios na nossa história, se nos desviamos da estrada do Senhor, se caí-mos, ferimos ou se nos confundimos, eu creio e nós cremos em quem é o nosso Deus! Um Deus capaz de nos perdoar, de nos acolher sempre e de endireitar esses desvios. Nós temos que ter a confiança de que Nosso Senhor é capaz de entrar na nossa vida, se deixarmos, e é capaz de corrigir os desvios da nossa estrada para a verdade, para a paz, para a vida, para a plenitude. Ele é poderoso o sufi-ciente para isso. Por isso, nenhum pe-cado, nenhuma fraqueza, nenhum erro é maior do que a misericórdia de Deus, porque se lançamos o nosso olhar sobre Ele, se jogamos o nosso coração nele, se cremos, se nos abandonamos, Ele é poderoso o suficiente para corrigir os desvios da nossa história e levar a nossa história à plenitude da Sua vontade. Crer é confiar-se neste amor misericordioso.

Não conformar-se com nossos desvios

Meu querido irmão, este é o nosso Deus, o Deus que, poderosamente, pode endireitar os desvios da nossa história. Você encontra desvios na sua história? Pois recorde-se: a fé consiste em não se conformar com estes desvios. A maior mentira que o diabo pode dizer consiste

naquele ditado popular “pau que nasce torto, não tem jeito, morre torto, e até a cinza é torta”. Isso é um ditado do diabo. Pau que nasce torto tem jeito, sim, se confiar na misericórdia de Deus.

Todo mundo aqui é “pau que nas-ceu torto”, porque nasceu com a man-cha do pecado original. Mas nós temos um Deus que é amor e misericórdia, que se compadeceu dos nossos desvios, que se compadeceu do nosso deformar, veio ao nosso encontro e morreu por nós na cruz. Tomou sobre si toda a nossa defor-mação para que, ao lançarmos nosso olhar sobre Ele, pela força da misericór-dia dele, possamos nos endireitar e não só morrer nele, mas viver eternamente e retamente nele, porque essa é a nossa esperança. A esperança não decepcio-na. O nosso Deus é um Deus de miseri-córdia e esta é a fé que nos salva.

Você, meu querido irmão, não se conforme! Em nome de Jesus Cristo, não se conforme com os desvios e as feridas da sua vida. E não se iluda de que é você quem vai curá-las e con-sertá-las. Não se iluda que é a força do seu braço que tem esse poder, mas é a força daquele que derramou o Seu sangue. É a força daquele que tomou as suas feridas sobre o Seu corpo. É a força daquele que ressuscitou e venceu as nossas feridas. Por isso, em nome de Jesus Cristo, não se conformem com os desvios da sua e da nossa história.

Acreditem no Deus misericordioso. Ele é poderoso para endireitar os desvios da nossa história e esta é a estrada se-gura da salvação. Não nos acomodar na dispersão dos ídolos, mas fixar os nossos olhos Nele, voltar-se para Ele e permitir que a potência da Sua graça e da Sua misericórdia nos regenere, nos recrie e nos faça novas criaturas. Crer é confiar

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neste poderoso, infinito e salvífico amor misericordioso de Deus que se manifesta em Jesus Cristo, Nosso Senhor. Nesta di-mensão, como anda a sua fé?

Reconhecer-se pecador Para ser testemunha da misericór-

dia e para transmiti-la, a primeira coisa que tenho de fazer é reconhecer-me ne-cessitado dela, reconhecer-me pecador e libertar-me das teias da corrupção. O Papa Francisco apresenta uma diferen-ça muito bonita entre ser pecador e ser corrupto. Pecador, diz o Papa Francisco, todos nós somos, e é nesse voltar-se continuamente para Deus que Ele vai nos santificando. Mas corrupto, não! O corrupto faz um mal tremendo à Igre-ja, diz ele, porque o corrupto é aquele que não reconhece a sua debilidade – e quando reconhece, é simplesmente por rótulo intelectual. Ele não apresenta a sua verdade diante de Deus, não reco-nhece e não confia nesse amor miseri-cordioso. Esconde e vive uma vida dupla que leva ao endurecimento do coração.

Diz o Papa Francisco a este res-peito: nós temos que nos reconhecer pecador com nome e sobrenome, e quando um cristão não consegue fazer isso diante da Igreja, na sua confissão, não reconhecendo a verdade sobre si mesmo, dando desculpas e justificati-vas, algo está errado. Por isso ele não poderá entender a beleza da salvação que nos traz Jesus Cristo, o tesouro da misericórdia. Para nos deixar atingir pela misericórdia a primeira coisa é se reconhecer pecador.

A consciência de ser pecador e a experiência da misericórdia divina vão nos dar um olhar diferente quando en-contrarmos alguém que está sob o peso dos pecados. Não haverá um olhar de

julgamento, um olhar de condenação, mas um olhar de misericórdia, de com-paixão, porque ele é igual a mim. Eu sou tão ou pior pecador do que ele, e se não estou fazendo o que ele faz, simples-mente é por misericórdia de Deus. Por isso, homem, diz São Paulo, não conde-ne nenhum outro, porque ao condenar o outro, você condena a si mesmo. Dessa forma, objetos da misericórdia de Deus, nós vamos ter um olhar diferente sobre os outros, sobre a humanidade. Vamos ter um olhar compassivo e vamos querer dar a eles o que nós temos, o que salvou a nossa vida, o que nos libertou, o que nos curou, nos perdoou, o que nos re-criou: a misericórdia de Deus. Por isso, você não poderá ser instrumento alegre da misericórdia se você, na sua carne, não experimentou esta misericórdia. Quando nos deixamos contagiar por ela, nós atraímos a muitos e, junto com eles, com os jovens que desconhecem a Deus, com os dependentes químicos, com as famílias feridas e chagadas, unidos a Cristo, esquecidos de nós mesmos e abraçados com eles, quando chegarmos no Céu, nas portas da eternidade, Deus olhará para nós e dirá: “A ti eu reconhe-ço, porque tu és como o meu Filho. Tu recebestes a misericórdia do meu Filho, e tu, cheio dessa misericórdia, não que-res entrar só. Tu trazes contigo uma mul-tidão, e assim é o meu Filho. Pela Sua vida ofertada, resgatou uma multidão. Na oferta do meu Filho, tu também vem. Vem! E entra no gozo do teu Senhor!”. É isto que nos espera, irmãos, e é esta a nossa alegria, é esta a alegria de Deus.

Moysés Azevedo é fundador e moderador geral da Comunidade Católica Shalom.Trecho de pregação proferida no Fórum Carismático Shalom, em novembro de 2013. Mantido o tom coloquial.

Moysés Azevedo durante pregação no Fórum Carismático

Papa Francisco: olhar misericordioso de Deus

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Acontece no mundo

Alegria do Evangelho é tema central da primeira exortação apostólica do Papa Francisco

Um convite a todos os cristãos à “alegria do Evangelho que enche o co-ração e a vida daqueles que se encon-tram com Jesus”. É este o tema central da primeira exortação apostólica do Papa Francisco, “Evangelii Gaudium”, apresentada no dia 26 de novembro, na sala de imprensa do Vaticano. O documento, que trata do anúncio do Evangelho no mundo atual, foi escrito pelo pontífice em agosto, após a Jor-nada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro, e nasce das propostas da 13° Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos.

Os sete pontos principais da Exortação são: a reforma da Igreja, os agentes pastorais, a Igreja como totali-dade do povo de Deus que evangeliza, a homilia e a sua preparação, a inclu-

são social dos pobres, a paz e o diálogo social.

O papa convida os cristãos a recuperar o frescor do Evangelho, encontrando novas estradas, novos métodos criativos para anunciar a Boa-Nova, “não deixando roubarem a alegria da evangelização”. A palavra alegria aparece muitas vezes no docu-mento, repetida ao menos 59 vezes. Isso demonstra o desejo do Santo Pa-dre de ver renovado na Igreja um cami-nho de simplicidade.

A Igreja, como afirma o Papa Francisco, deve sair de si mesma, ser audaz e criativa para enfrentar os de-safios do mundo contemporâneo e superar as tentações que ameaçam a nova evangelização.

Fonte: www.comshalom.org

Papa escolhe o tema da fraternidade para o Dia Mundial da Paz 2014

“Fraternidade, fundamento e caminho para a paz”: este é o tema do 47º Dia Mundial para a Paz, celebrado em 1º de janeiro de 2014, o primeiro do Papa Francisco. De acor-do com um comunicado do Pontifício Conse-lho da Justiça e da Paz, o Pontífice escolheu a fraternidade como tema já que “desde o início do seu ministério como Bispo de Roma, destacou a importância de superar a ‘cultura do descartável” e de promover a ‘cultura do encontro’, para caminhar rumo à realização de um mundo mais justo e pacífico”.

Diante dos inúmeros dramas que atin-gem a família humana, como pobreza, con-flitos, criminalidade organizada e funda-mentalismos, a fraternidade é fundamento e caminho para a paz. Esses mesmos dramas e

a cultura do bem-estar fazem perder o senti-do da responsabilidade e da relação fraterna. Os outros, ao invés de nossos ‘semelhantes’, aparecem como antagonistas ou inimigos e, muitas vezes, como objetos. Não raramente, os pobres e os necessitados são considerados como um “fardo”, que impede o desenvol-vimento. Ou seja, não são mais vistos como irmãos, chamados a compartilhar os dons da criação, os bens do progresso e da cultura.

Como afirmou em várias ocasiões o Santo Padre, é a fraternidade que pode ven-cer o difundir-se da globalização da indife-rença e enraizar-se em todos os aspectos da vida, inclusive na economia, nas finanças, na pesquisa científica e na política.

Fonte: Rádio Vaticana

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Acontece na comunidadeMéxico: Shalom participa de encontro sobre nova evangelização

O assistente local da Comunidade Sha-lom em Fortaleza, padre Sílvio Scopel, e o assistente internacional, Cristiano Pinheiro, participaram do encontro “Nossa Senhora de Guadalupe, Estrela da Nova Evangelização no Continente Americano”, promovido pela Pon-tifícia Comissão para a América Latina (CAL). O encontro, que aconteceu de 16 a 19 de no-vembro, no Santuário de Nossa Senhora de Guadalupe, na cidade do México, reuniu 300 participantes convidados, entre bispos, pres-bíteros, religiosos e leigos, e mais de 300 con-gressistas da arquidiocese mexicana.

O congresso-peregrinação teve como objetivo envolver cada vez mais a Igreja na América no dinamismo de uma missão con-tinental, segundo o legado da Exortação Apostólica Pós-Sinodal “Ecclesia in America”, do documento conclusivo da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano, em Aparecida, e dos apelos pontifícios a uma “nova evangelização”.

“Que todo o continente americano seja essa ‘tilma’, uma tilma eclesial de discípulos, missionários, carismas, unidos nessa tilma

da Virgem Maria de Guadalupe”, afirmou o cardeal Marc Ouellet, presidente da Pontifícia Comis-são para a América Latina.

Os participantes trabalha-ram em diferentes comissões abordando questões concernen-tes ao apelo da nova evangeli-zação na América e da América para o mundo. Padre Sílvio e Cristiano colaboraram nas co-missões do encontro.

“Estamos vivendo um tempo de graça, um tempo profético para a Igreja na América. As palavras e testemunhos de tantos carde-ais, bispos, consagrados e leigos nos impul-sionam a continuar firmes na nossa grande missão de evangelizar, a avançar na amizade com Deus e no amor à Virgem Maria. Assim, seremos cada vez mais amigos uns dos ou-tros e, impulsionados por este amor, iremos até as periferias existenciais”, destacou Cris-tiano Pinheiro.

Fonte. www.comshalom.org e Rádio Vaticano

Comunidade Shalom lança romance policial na Livraria Cultura

No dia 25 de novembro, as Edições Shalom promoveram o lançamento do romance policial Tomas Rocha e os Filhos de Odin, de José Edil-son Filho, na Livraria Cultura, em Fortaleza.

O livro do escritor cearense traz em sua trama mistério, investigação, suspense e aven-tura. Primeiro de uma trilogia, o livro Tomas Rocha e os Filhos de Odin tem um enredo que envolve corrupção no governo, exploração de diamantes e uma rede internacional de intrigas. Ambientada em Salvador, a história mescla o melhor da literatura policial com valores como amizade e lealdade. Segundo o autor, que con-cedeu entrevista durante o evento, a inspiração surgiu do desejo de dar aos outros uma experi-ência bem pessoal. Já o impulso para escrevê-

-la veio com a escuta da pergunta feita pelo “homem de hoje”, fim e personagem de quem a saga Tomas Rocha busca ir ao encontro.

“O livro nasce do desejo de criar um per-sonagem com quem o leitor pudesse se identi-ficar, tê-lo como referência de vivência de vir-tude, alguém que está descobrindo o caminho da fé. A indicação é livre para todas as faixas etárias”, afirma Edilson.

No meio de muitos best sellers contempo-râneos cujos enredos se desenvolvem no mundo imaginário ou fora do Brasil, Tomas Rocha e os filhos de Odin apresenta as ladeiras e as paisa-gens naturais e urbanas da capital baiana como espaço da narrativa. O lugar é bastante conheci-do pelo autor, que morou durante dois anos em Salvador. Em 230 páginas, a obra traz, ao final de cada capítulo, um desfecho repleto de suspense e expectativa do desvendamento do crime.

Fonte: www.comshalom.org

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Blood Money

O documentário, escrito e dirigido por David Kyle, examina a trajetória do aborto nos Estados Unidos, a invenção da Planned Parenthood, o caso Roe ver-sus Wade, a negação de quando começa a vida pelo movimento pró-aborto e histórias de mulheres que passaram pelo aborto. Expõe a verdadeira agenda por detrás da indústria que terminou com a vida de mais de 50 milhões de bebês em todos os estágios de gestação. O depoimento de várias mulheres que abortaram revelam sequelas físicas, psicológicas e espirituais que estas carregam pela vida toda; experiências que frontalmente contradizem os argumentos (enganosos) em que se apoiam a propaganda abortista. Documentário, 1h 20 min, 2013.

Divirta-seSignificado de nomes bíblicosJosé Ricardo Ferreira Bezerra

HORIZONTAIS1- "Filho da consolação" (At 4,36)2- "Que Deus proteja" (Gn 25,26)3- "Que felicidade" (Gn 30,13)4- "Que Deus se mostre forte" (Gn 32,29)5- "Minha doçura" (Rt 1,19)6- "Mãe de nações" (Gn 17,16)7- "Mãe de todos os viventes (Gn 3,20) 8- "Eu o tirei das águas" (Ex 2,10)9- "Iahweh viu minha aflição" (Gn 29,32)10- "Eu o pedi a Iahweh" (1Sm 1,20)11- "Quem como Deus" (Ap 12,7)12- "Eu darei glória a Iahweh" (Gn 29,35)13- "Iahweh é favorável" (Lc 1,13)14- "Meu marido se unirá a mim" (Gn 29,34)15- "Que sorte" (Gn 30,11)16- "Deus me deu meu salário" (Gn 30,18) VERTICAIS1- "Iahweh salva" (Mt 1,21)2- "Iahweh ouviu" (Gn 29,33) 3- "Pai de multidão" (Gn 17,5)4- "A amiga" (Rt 1,4)5- "Que Deus ouça" (Gn 16,11)6- "Filhos do trovão" (Mc 3,17)7- "Amado de Iahweh" (2Sm 12,25)8- "Rocha" (Mt 16,18)9- "Deus semeia" (Os 1,4)10- "Que Deus me dê outro" (Gn 30,24)11- "Que Deus sorria" (Gn 17,17)12- "Iahweh fez-me justiça" (Gn 30,6)13- "Deus conosco" (Mt 1,23)14- "Eu lutei as lutas de Deus" (Gn 30,8)15- "Filho de bom augúrio" (Gn 35,18)

6 131 1 15

2 93 11 3

4 5

6 75

148 8

2 94\10

1011 7 12

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Horizontais: 1. Barnabé, 2.Jacó, 3.Aser, 4.Israel, 5.Noemi, 6.Sara, 7.Eva, 8.Moisés, 9.Ruben, 10.Samuel, 11.Miguel, 12. Juda, 13.João, 14.Levi, 15.Gad, 16.Issacar.Verticais: 1.Jesus, 2.Simeão, 3.Abraão, 4.Rute, 5.Ismael, 6. Boanerges, 7.Jededias, 8.Pedro, 9.Jezrael, 10.José, 11.Isaac, 12.Dã, 13.Emanuel, 14.Isaac, 15.Ismael.

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Um upgrade no planejamento

da vida para 2014

É preciso mudar. E essa atitude nem sempre é tranquila. Gerenciar sua vida é uma questão de escolha. Você precisa estar disposto a assumir uma nova postura, e não adianta achar que vai ser fácil. Pode ser paralisante sair da sua comodidade.

ais um ano se inicia e é comum afirma-mos ou até ouvirmos colocações de pessoas que, se tivessem uma chan-ce de voltar no tempo, mudariam por completo e fariam tudo diferente para ter uma vida melhor, mais feliz, mais equilibrada e com menos ansiedade e estresse. Diante disso, uma certeza pre-cisa vir à nossa mente: não temos como voltar ao passado, mas o futuro está ao nosso alcance, para recomeçarmos e

fazermos tudo diferente. Muitas pesso-as passam a vida inteira esperando “o momento certo” para mudar, mas, infe-lizmente, ele nunca chega, e elas termi-nam por viver o dissabor da sensação de ter perdido tempo.

Caso você seja uma dessas pesso-as, será que não seria interessante pa-rar de viver no passado, que não pode mais ser alterado, e começar a viver o presente e pensar no seu futuro? Que tal

Revista Shalom Maná | Especial

Por Raphael Moura

M

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aproveitar esse começo de ano e colocar diante de você o que precisa ser mudado e escolhido, para uma nova etapa? Que tal criar um planejamento para sua vida?

Planejar: um ato de féTer uma vida planejada significa

crescer na qualidade de vida. Planejar é estar atualizado e pronto para viver diante de tantas novidades e exigências do mundo. Muitas pessoas pensam que o ato de planejar quer dizer somente organizar a vida segundo as próprias expectativas. Essa afirmativa pode até possuir um fundo de verdade, porém, quando esse “planejar” situa-se no Rei-no de Deus, tudo muda de perspectiva. Planejar, para quem deseja ser santo, é um ato de fé. É uma descoberta da von-tade de Deus. É um verdadeiro caminho “do estar nas mãos do Senhor”. Ato que não chega a ser sinônimo de descuido ou de uma vida sem sentido. Pelo con-trário, trata-se de uma experiência de escuta da voz de Deus, de uma compre-ensão do que Ele falou e da incorpora-ção de atitudes diferentes.

Para muitos santos, o ato de pla-nejar poderia parecer uma presunção ou uma independência arriscada por tomar a vida nas próprias mãos. Mas pensar em um ato humano sem uma boa preparação é realizar uma ativi-dade sem foco e sem sentido. Pensar dessa forma pode conduzir muitas pessoas a destinos inesperados com fortes probabilidades de experiências emocionais rodeadas de tensões. São Francisco de Assis afirmava que, dian-te de uma ação, toda pessoa precisava começar o que era necessário, depois o que era possível e, de repente, ela já estaria executando o impossível. Se-guir essa direção é compreender que

o santo pode ter trilhado um caminho segundo uma lógica organizada e pla-nejada na sua vida. Ele sabia para onde queria ir, como, quando e através de que meios deveria alcançar seus objeti-vos. São Francisco de Assis tinha metas, em sua evangelização. Faça isso!

Mudar a forma de encarar as situações

A falta de foco e de organização da vida, unida à má organização do tem-po, parecem estar enraizadas no nosso hoje, e temos sempre a sensação de que não conseguimos encontrar uma solu-ção para tantos problemas. Isso pode ser resolvido. Basta apenas você mudar a forma de encarar as situações que te impedem de seguir em frente. Não fique mais parado. Aproveite e transforme o hoje no “momento certo” para mudar e refletir, e dê a si mesmo uma nova oportunidade para repensar nas coisas que realmente são importantes para sua vida. Pergunte a Deus o que Ele quer para sua vida, nesse novo ano. Pense em novas metas. Metas realizáveis. Crie novas estratégias, para alcançar seus objetivos e comece a dar passos. Não esqueça que uma das coisas mais difí-ceis, na nossa vida, é saber qual ponte precisamos atravessar ou queimar. Isso é uma realidade que todos nós vivemos,

Aproveite e transforme o hoje no ‘momento certo’ para mudar e refletir, e dê a si mesmo uma nova oportunidade para repensar nas coisas que realmente são importantes para sua vida. Pergunte a Deus o que Ele quer para sua vida, nesse novo ano”

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mas ela não deve nos paralisar. A meta indica o ponto que você pretende alcan-çar. Os caminhos que te conduzirá até a realização dos seus objetivos são defini-dos pelo planejamento.

Não fazer nada de qualquer jeito

É importante saber o que você al-meja para esse ano de 2014. Se não sabe o que deseja ou o que e quem é impor-tante na sua vida, de que adianta ter meta, planejamento, organização ou ca-pacidade de execução? Fazer as coisas por fazer, de forma mecânica, não traz benefício algum a você. Viver as circuns-tâncias pode ser muito doloroso. Muita gente só se dá conta disso quando, já com uma idade avançada, olha para trás e se pergunta: o que eu fiz da mi-nha vida? Talvez, nessa hora, já não haja mais tempo para construir uma respos-ta agradável a essa pergunta.

“Teus ouvidos ouvirão uma palavra atrás de ti: este é o caminho, segui-o,

quer andeis à direita quer à esquerda” (Isaías 30,21). É preciso mudar. E essa atitude nem sempre é tranquila. Geren-ciar sua vida é uma questão de escolha. Você precisa estar disposto a assumir uma nova postura, e não adianta achar que vai ser fácil. Pode ser paralisante sair da sua comodidade.

O que pode acontecer com quem não tem uma vida planejada

A verdade precisa ser dita e alerta-da. As consequências na saúde são gra-ves. Doenças como gastrite, pressão alta e infarto passaram a ser consideradas questões comuns da vida cotidiana. O estresse é visto como algo tão corriquei-ro que muitos o consideram até mesmo algo comum. Nossa cultura aceita como normal esse ritmo desenfreado, mas es-quece que a possibilidade de mudança para uma vida melhor está bem a nossa frente. O número de pessoas com pres-são alta, diabetes e obesidade está dras-ticamente aumentando em todo o mun-do, de acordo com a última “Estatística da Saúde Mundial“ lançada pela Organi-zação Mundial de Saúde (OMS) em uma pesquisa realizada em 194 países.

Diante desse quadro, precisamos ter uma atitude para não entrarmos nesses números. Mudar de vida e fazer uma boa gestão do nosso tempo é uma questão até de conversão. Então, apro-veite o início desse novo ano para dar um novo sentido para sua história. Co-mece sempre com a oração, pois a uni-dade com Deus te levará a dar o melhor upgrade no seu planejamento.

“Planejar, para quem deseja ser santo, é um ato de fé. É uma descoberta da vontade de Deus. É um verdadeiro caminho ‘do estar nas mãos do Senhor’”

Raphael Moura é seminarista e missionário da Comunidade de Vida Shalom em Aquiraz/CE

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Revista Shalom Maná | Vida e Saúde

alimentação é um dos fatores compor-tamentais que mais influencia a nossa qualidade de vida. O corpo humano é formado por aproximadamente 100 tri-lhões de células, destas, 50 bilhões se renovam a cada dia, e, para que isso aconteça de forma adequada, é ne-cessário a presença de inúmeros nu-trientes. Portanto, uma alimentação saudável é fundamental para garantir o funcionamento das células.

Após as festas de final de ano, é normal que as pessoas sintam aquela “culpa” por ter exagerado na alimenta-ção, afinal, é uma época de comemora-

É com muita alegria que trazemos uma nova seção para você. A cada mês, diversos profissionais apresentarão importantes dicas de cuidados com a saúde. Confira a seguir sugestões de uma alimentação saudável para começar 2014 de bem com o nosso corpo, que é templo do Espírito Santo. Por Thaís Gonçalves

que cuidados tomar após as festas de final de ano?Alimentação saudável

ção, quando há muita fartura de comi-das e de bebidas. O excesso da ingestão desses alimentos e bebidas (refrigeran-tes e bebidas alcoólicas) faz com que haja um acúmulo de substâncias tóxi-cas, desequilibrando o organismo.

Se você exagerou, é hora de des-toxificar e reequilibrar as células e as funções do seu corpo. O processo des-toxificação (detox) tem como objetivo a eliminação de substâncias estranhas ao organismo – o que chamamos de xenobióticos – que causam danos nas células, levando ao desenvolvimento de inúmeras doenças. Este processo deve

A

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ser feito com acompanhamento de um profissional nutricionista, que fará uma dieta individualizada, sendo necessário, neste período, o uso de suplementação de vitaminas e minerais que são essen-ciais neste processo. Após o detox, é importante continuar se alimentando de maneira adequada, garantindo uma

alimentação saudável e balanceada, prevenindo o aparecimento de doenças e melhorando a qualidade de vida.

Vale lembrar que as festas de fim de ano duram poucos dias, ou seja, se tiver-mos frequentemente uma alimentação equilibrada, o organismo não sofrerá tanto com a exposição a esses alimentos.

Opção de suco detoxBata no liquidificador:

• 1 folha de couve manteiga• 1 pedacinho (moedinha) de gen-

gibre• 1 laranja• 1 kiwi (ou outra fruta, banana fica

um sabor super agradável)• 1 copo (200ml) de água de coco• 1 colher (sopa) de semente de chia

ou linhaça.

Importante: Não coar, não adi-cionar açúcar, tomar todos os dias, de preferência de manhã, em jejum.

Para facilitar no preparo diário do suco, faça cubinhos de gelo de couve.

Gelo de couve Bata no liquidificador, aos poucos:

• 5 folhas de couve manteiga• 100ml de água• 5 rodelinhas de gengibre.

Após a mistura no liquidificador, coloque em forminhas de gelo (de sili-cone) e leve ao freezer. Quando conge-lar, desenforme os gelinhos de couve e coloque em um recipiente de vidro com tampa. Leve ao freezer. Todos os dias é só bater 2 a 3 gelinhos com os outros in-gredientes. Está pronto seu suco!

Para que você comece a mudar seus hábitos alimentares, seguem algumas dicas importantes:

• Procure alimentar-se de 3 em 3 horas, realizando de 5 a 6 refeições/dia. É importante considerar

o horário da alimentação não como uma perda de tempo, mas como um investimento na saúde.

• Evite alimentos industrializados e embutidos, pois contém grandes quantidades de conservan-

tes e baixas quantidades de vitaminas e minerais;

• Inclua frutas, legumes, verduras e cereais ricos em fibras nas refeições;

• Garanta a ingestão de pelo menos uma fruta em cada lanche e na sobremesa;

• Troque refrigerantes por sucos naturais (sem adição de açúcar, de preferência) e água de coco;

• Prefira cereais integrais;

• Aumente a ingestão de água;

• Antes de ir para uma festa, faça sua refeição em casa, evitando o consumo excessivo de alimen-

tos ricos em gorduras e açúcares;

• Procure um profissional nutricionista para que o processo de destoxificação e reeducação alimen-

tar seja realizado de maneira correta e segura.

Thaís Gonçalves é nutricionista, pós-graduanda em Nutrição Clínica Funcional e membro da Comunidade de Aliança Shalom em Fortaleza/CE

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Revista Shalom Maná | Peregrinação a Roma

João Paulo IIUm homem.Um santo!

Um santo dos nossos tempos. Um santo fascinado pelo homem, por suas dores, por seus desafios, por seus questionamentos. Conheça um pouco mais sobre a vida e a obra deste grande homem de fé.

Por Luciana Peres

oão Paulo II, um homem que se deixou envolver pela graça de Deus. Completa-mente alcançado por Sua misericórdia, por ela tornou-se canal da experiência do amor para tantos homens e mulheres sedentos de esperança, de presença, de acolhimento. Testemunhou a tantos a razão da sua fé, muitas vezes somente pelo sorriso, pelo olhar. Para outros tan-tos, foi um intrépido anunciador da ver-dade do Evangelho, sem medos ou adap-tações, pois compreendia, com sua vida, que o mistério de Cristo não poderia ser adaptado às nossas conveniências. Um homem que entendia profundamente a via da santidade como um caminho de configuração a Cristo e buscava isso com fidelidade, por meio de sua oração cons-tante e profunda.

VidaKarol Wojtyla nasceu em 18 de

maio de 1920, em Wadowice, perto de

Cracóvia, no sul da Polônia. Ele era o mais novo de três irmãos. Sua mãe, Emilia Kaczorowska, morreu pouco tempo depois, em 1929. Seu irmão mais velho, Edmund, morreu em 1932, e seu pai, em 1941. Após terminar a es-cola, Wojtyla foi estudar teatro na Uni-versidade Jagiellonian, em Cracóvia, em 1938. Em sua juventude, nutria tam-bém um grande desejo de ser ator. A ocupação nazista forçou a universidade a ser fechada em 1939. Wojtyla foi en-tão trabalhar em uma pedreira, depois em uma indústria química, onde per-maneceu entre 1940 e 1944 para evitar a sua deportação para Alemanha. Em 1942, entrou em um seminário clan-destino na Cracóvia, onde iniciou seus estudos eclesiásticos. Na mesma épo-ca, também atuava em um teatro clan-destino. Após o fim da Segunda Guerra, retomou seus estudos na Universidade Jagiellonian, onde passou a estudar te-

J

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ologia. Sua ordenação sacerdotal acon-teceu em 1946.

Pouco depois, Wojtyla foi enviado a Roma para trabalhar com dominica-nos franceses. Continuou seus estudos, finalizando o doutorado de teologia em 1948. No mesmo ano retornou à Polô-nia, onde passou a atuar como vigário em diversas paróquias de Cracóvia até 1951. Mais tarde, passou a lecionar teo-logia e ética social no seminário e na Fa-culdade de Teologia de Lublin. Tornou--se bispo auxiliar de Cracóvia em 1958. Em 1964, foi nomeado arcebispo de Cra-cóvia e, três anos depois, apontado pelo Papa Paulo VI, foi criado cardeal. Pouco antes, o então arcebispo Wojtyla partici-pou do Concílio Vaticano II, em que fez uma importante contribuição na autoria da Constituição Gaudium et Spes.

PontificadoWojtyla foi eleito papa em 16 de

outubro de 1978 no conclave que suce-deu a morte do Papa João Paulo I, cujo pontificado durou apenas um mês. Ele foi o primeiro papa não italiano desde 1523. Enquanto foi papa, João Paulo II esteve em 129 países e realizou 146 vi-sitas pastorais dentro da Itália. Apenas em Roma, ele visitou 317 das 333 paró-quias, mostrando, com isso, seu gran-de desejo de estar próximo do rebanho que lhe foi confiado. Em sua primeira visita à Polônia, em 1979, milhões de pessoas foram às ruas para recebê-lo – foi também um momento crucial na política do país. Além disso, a influência de João Paulo II é tida como fundamen-tal para a queda do regime comunista em boa parte da Europa. Foi o papa que teve mais encontros com líderes religio-sos e políticos do que qualquer um de seus antecessores. Também encorajou o diálogo com outras religiões, princi-

palmente com os judeus, convidados diversas vezes a encontros para cele-brar a paz. Era um homem que deseja-va vivenciar a unidade, lutava por ela e contra tudo que pudesse ameaçar o ser humano e sua dignidade.

Durante seu pontificado – um dos três mais longos da história – João Pau-lo II escreveu 14 encíclicas, organizou 15 assembleias do Sínodo dos Bispos e nomeou 231 cardeais, além de ter pu-blicado cinco livros. Também teve um grande ímpeto nas canonizações e be-atificações, com foco nos exemplos que poderiam incentivar a todos os homens a buscar igualmente este caminho se-guro e de felicidade plena. Durante seu pontificado, 1.338 pessoas foram bea-tificadas e 482 declaradas santas. Este grande homem foi incansável no convite a todos os cristãos a lutarem por uma vida de comunhão com Cristo. Diz-nos João Paulo II: “A vocação do cristão é a santidade, em todo momento da vida. Na primavera da juventude, na plenitu-de do verão da idade madura e depois também no outono e no inverno da ve-lhice e, por último, na hora da morte”.

João Paulo II, um santo dos nossos tempos. Um santo fascinado pelo ho-mem, por suas dores, por seus desafios, por seus questionamentos. Um santo que foi e continua sendo capaz de arras-tar milhões por seu testemunho coeren-te de vida. Um santo que está junto ao Pai a interceder por nós e de forma par-ticular pelos jovens, esperança da Igreja e da humanidade. É com muita alegria que em poucos dias poderemos erguer a prece que já grita em nossos corações: “São João Paulo II, rogai por nós!”.

Venha em uma peregrinação a Roma, junto com a Comunidade Shalom, e participe da cerimônia de canonização de João Paulo II e João XXIII. Mais informações pelo e-mail: [email protected]. Luciana Peres é missionária da Comunidade

Católica Shalom em Aquiraz/CE

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Revista Shalom Maná | Entrelinhas

Será diferente se fizermos diferente. Diferente, se colocarmos nossa vida nas mãos do Deus que tem todo o mundo e todo o universo em suas mãos. Diferente se procurarmos ver os acontecimentos sob a perspectiva dele, com os pensamentos dele, com os Seus sentimentos. Por Maria Emmir O. Nogueira

eliz ano novo! Um ano cheio de paz, alegria, felicidade! Um ano cheio de re-alizações! Um ano de sucesso!” Essas são algumas das frases mais ouvidas nesses primeiros dias do ano. É muito belo ver que, nos marcos que ele mes-mo estabeleceu no tempo, o homem abre-se ao amor, à reconciliação, ao de-sejo sincero de felicidade. Parece haver uma graça universal de boa vontade e sede de alegria e paz, nova disposição de deixar para trás tudo o que é velho e buscar o novo de todo o coração.

A boa e sincera disposição, porém, logo passa. Até os bons propósitos fei-tos entre as últimas horas do ano que se vai e as primeiras do que chega tendem

a desvanecer-se com o apaziguamento das emoções, o apagar dos fogos, o si-lenciar da música, o fim dos efeitos do champanhe e... a implacável constata-ção de que... tudo continua igual!

É como um curioso “deixar-se ilu-dir coletivo” que desemboca em si-lenciosa e inconfessável desilusão já prevista. Será mesmo que tudo será igual? Virão insucessos, certamente. Haverá catástrofes, dores, desilusões, decepções. Virão também surpresas, sucessos, alegrias, superações, boas surpresas. Sucessos e insucessos, boas e más surpresas, alegrias e tristezas, nascimentos e mortes. Então será tudo igual? O mesmo do mesmo?

Feliz ano novo?Mas, qual vai ser a diferença?

F“

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Depende! Depende de em que mãos você decidir colocar o ano novo. Depende de quem vamos esperar a real novidade deste ano. Gosto de fechar os olhos e imaginar um coral imenso de vozes negras descendo ruas molhadas pela neve derretida estalando os dedos e cantando o soul:

He’s got the world in his hands, He’s got the whole world in his hands. He’s got the whole wide world in his hands. He’s got the whole world in his hands.

He’s gotten you in his hands. He’s gotten me in his hand. He’s gotten you and me in his hands. He’s got the whole world in his hands.

Para os tropicalistas saudosos vale também lembrar a versão brasileira dos tempos antigos:

Ele tem o mundo em suas mãos. Ele tem o mundo em suas mãos. Ele é meu Deus e nosso Deus, ele é meu pai e nosso pai.

Einstein oferece-nos frase genial:

Loucura é esperar resultado dife-rente e fazer tudo igual.

Vai ser tudo igual se fizermos tudo igual. Tudo igual se quisermos controlar nossa vida com nossas mãos. Tudo igual se quisermos que nossa vontade preva-leça. Tudo igual se fixarmos os olhos em nós mesmos. Vai ser o mesmo do mesmo.

Porém, será diferente se fizermos diferente. Diferente, se colocarmos nossa vida nas mãos do Deus que tem todo o mundo e todo o universo em Suas mãos. Será diferente se fixarmos os olhos no olhar dele. Diferente se pro-curarmos ver os acontecimentos sob a perspectiva dele, com os pensamentos dele, com os Seus sentimentos.

Então, as catástrofes certamente nos atingirão, mas não nos desesta-

bilizarão. A dor e a morte baterão em nossa porta, mas já estarão vencidas. A desilusão e decepção saberão tornar-se esperança. Isso tudo porque teremos adquirido um novo olhar, o olhar evan-gélico que centraliza a vida em Deus e no outro. Que coloca Deus acima de tudo e no centro de tudo. Que busca o interesse do outro antes do próprio interesse. Sim-plesmente por crer que Ele tem o mundo inteiro em suas mãos, que Ele é meu Deus, nosso Deus, é meu pai e nosso pai e, por direito, fé e respeito damos a Ele a última palavra. Sim! Ele tem o mundo inteiro em Suas mãos e, por isso, tem sempre a últi-ma palavra! Não eu, não os outros, não as contingências, mas Ele, o Deus em que cremos, o Pai que cuida de nós, Ele tem sempre a última palavra de amor!

Feliz ano realmente novo, naquele que tem o mundo inteiro em Suas amo-rosas mãos.

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Maria Emmir O. Nogueira é cofundadora da Comunidade Católica Shalom

“Sim! Ele tem o mundo inteiro em Suas mãos e, por isso, tem sempre a última palavra! Não eu, não os outros, não as contingências, mas Ele, o Deus em que cremos, o Pai que cuida de nós, Ele tem sempre a última palavra de amor!”

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Altíssimo, onipotente, bom Senhor, Teus são o louvor, a glória, a honraE toda a bênção. Só a ti, Altíssimo, são devidos; E homem algum é dignoDe te mencionar. Louvado sejas, meu Senhor, Com todas as tuas criaturas, Especialmente o senhor irmão Sol, Que clareia o dia E com sua luz nos alumia. E ele é belo e radiante Com grande esplendor: De ti, Altíssimo, é a imagem. Louvado sejas, meu Senhor, Pela irmã Lua e as Estrelas, Que no céu formaste claras E preciosas e be-las. Louvado sejas, meu Senhor, Pelo irmão Vento, Pelo ar, ou nublado Ou sereno, e todo o tempo, Pelo qual às tuas criaturas dás sustento. Louvado sejas, meu Senhor Pela irmã Água, Que é mui útil e humilde E preciosa e casta. Louvado sejas, meu Senhor, Pelo irmão Fogo Pelo qual ilumi-nas a noite. Ele é belo e jovial E vig

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