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PROGRAMA EQ-ANP Processamento, Gestão e Meio Ambiente na Indústria do Petróleo e Gás Natural Simulação de um Sistema Industrial de Fracionamento de Gasolina de Pirólise Carina Oliveira Machado dos Santos Monografia em Engenharia Química Orientadores Prof. Luiz Fernando Lopes Rodrigues Silva, DSc. Prof. Argimiro Resende Secchi, DSc. Abril de 2013

Simulação de um Sistema Industrial de Fracionamento de Gasolina de …sicbolsas.anp.gov.br/sicbolsas/Uploads/TrabalhosFinais/2010.3536-0/... · ii Santos, Carina Oliveira Machado

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PROGRAMA EQ-ANP

Processamento, Gestão e Meio Ambiente na Indústria do

Petróleo e Gás Natural

Simulação de um Sistema Industrial de

Fracionamento de Gasolina de Pirólise

Carina Oliveira Machado dos Santos

Monografia em Engenharia Química

Orientadores

Prof. Luiz Fernando Lopes Rodrigues Silva, DSc.

Prof. Argimiro Resende Secchi, DSc.

Abril de 2013

i

SIMULAÇÃO DE UM SISTEMA INDUSTRIAL DE

FRACIONAMENTO DE GASOLINA DE PIRÓLISE

Carina Oliveira Machado dos Santos

Monografia em Engenharia Química submetida ao Corpo Docente do Programa Escola

de Química/Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis –

Processamento, Gestão e Meio Ambiente na Indústria de Petróleo e Gás Natural, como

parte dos requisitos necessários à obtenção do grau de Engenheiro Químico com ênfase

na área de Petróleo e Gás Natural – Refino e Processamento.

Aprovado por:

_____________________________________________

Diego José Trica, Eng.

_____________________________________________

Flávio Pavan Matos, Eng.

_____________________________________________

Príamo Albuquerque de Melo Junior, D.Sc.

Orientado por:

_____________________________________________

Luiz Fernando Lopes Rodrigues Silva, D.Sc.

_____________________________________________

Argimiro Resende Secchi, D.Sc.

Rio de Janeiro, RJ – Brasil

Abril de 2013

ii

Santos, Carina Oliveira Machado.

Simulação de um sistema industrial de fracionamento de gasolina de pirólise/ Carina

Oliveira Machado dos Santos. Rio de Janeiro: UFRJ/EQ, 2013.

(Monografia) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Escola de Química, 2013

Orientadores: Luiz Fernando Lopes Rodrigues Silva e Argimiro Resende Secchi

1. Gasolina. 2. Destilação. 3. Simulação. 4. Monografia (Graduação – UFRJ/EQ). 5.

Luiz Fernando Lopes Rodrigues Silva Argimiro Resende Secchi. I. Simulação de um

Sistema Industrial de Fracionamento de Gasolina de Pirólise.

iii

Aos meus pais, Celso e Lucia, à minha irmã Carolina e ao meu amado Guilherme,

pessoas essenciais na minha vida e pelas quais tenho muito amor.

iv

“Para fazer coisas boas no mundo, primeiro você precisa saber quem é você e o que dá

sentido à sua vida.”

Robert Browning

v

AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, Celso e Lucia, por todo amor, carinho e apoio. Devo a eles tudo que sou

e todas as minhas conquistas.

À minha irmã Carol pela amizade e motivação e por ser meu exemplo de dedicação

desde pequena.

Ao meu amado Guilherme pelo apoio, paciência, carinho e amor. Companheiro em

todos os momentos, sem ele este trabalho não seria possível.

Aos meus orientadores Argimiro Secchi e Luiz Fernando por toda paciência, dedicação

e ensinamentos. Professores especiais, com os quais aprendi bastante e que contribuíram

muito para meu amadurecimento profissional e pessoal. Espero sinceramente ter a

oportunidade de trabalhar novamente com eles.

Ao engenheiro e amigo Flávio Pavan, com quem venho aprendendo cada vez mais.

Agradeço pela oportunidade, pela paciência e pelas conversas sempre agradáveis.

Aos amigos do LADES, Diego Trica e Simone Miyoshi pelo apoio desde o início.

À Braskem e seus integrantes pela contribuição e troca de informações.

Ao apoio financeiro da Agência Nacional do Petróleo – ANP – e da Financiadora de

Estudos e Projetos – FINEP – por meio do Programa de Recursos Humanos da ANP

para o Setor de Petróleo e Gás – PRH-ANP/MCT, em particular ao PRH 13, da Escola

de Química - Processamento, Gestão e Meio Ambiente na Indústria do Petróleo e Gás

Natural.

vi

Resumo da Monografia apresentada à Escola de Química como parte dos requisitos

necessários para obtenção do grau de Engenheiro Química com ênfase na área de

Petróleo e Gás Natural – Refino e Processamento.

SIMULAÇÃO DE UM SISTEMA INDUSTRIAL DE FRACIONAMENTO DE

GASOLINA DE PIRÓLISE

Carina Oliveira Machado dos Santos

Abril, 2013

Orientadores: Prof. Luiz Fernando Lopes Rodrigues Silva, DSc

Prof. Argimiro Resende Secchi, DSc

A destilação é uma operação unitária largamente empregada na indústria química, pois é

responsável por especificar os produtos gerados. A planta industrial de eteno da

empresa química Braskem S.A em Duque de Caxias - RJ possui uma unidade de

fracionamento de gasolina de pirólise. Este subproduto corresponde aos compostos mais

pesados provenientes do craqueamento térmico da carga composta por etano e propano.

O sistema opera atualmente fora das condições de projeto e apresenta baixo

desempenho operacional. Dentro deste contexto, o presente trabalho tem como objetivo

realizar simulações do sistema, buscando analisar tanto as configurações das linhas de

processo quanto as condições operacionais dos equipamentos envolvidos para propor

melhorias no processo. A priori foi identificado um período de operação estacionária do

sistema para ser tomado como base para as simulações. A posteriori, realizado o

tratamento dos dados de operação para a modelagem da unidade, sendo realizadas

simulações tanto com base nas condições de projeto quanto nos valores reais de

operação e os resultados comparados. Almejando propor melhorias no processo,

realizaram-se simulações variando a razão de refluxo de topo e a composição de

alimentação da fracionadora. Observou-se que o aumento da razão de refluxo permite

que se obtenha um produto de topo mais especificado, no entanto o consumo de vapor

no refervedor aumenta. A utilização de gasolina não hidrogenada como alimentação

permite que se anule a participação do reator de hidrogenação no processo e diminui o

consumo de vapor no refervedor, o que reduz o custo energético da unidade em,

aproximadamente, R$ 17.000.000,00 por ano. Entretanto, o destilado resultante

apresenta maior quantidade de compostos pesados e olefinas.

Palavras-chave: Destilação, Simulação Estacionária, Gasolina de Pirólise.

vii

Abstract of a Final Project presented to Escola de Química/UFRJ as partial fulfillment

of the requirements for the degree of Chemical Engineer with emphasis on Petroleum

and Natural Gas – Refining and Processing.

SIMULATION OF A PYROLYSIS GASOLINE FRACTIONER INDUSTRIAL

SYSTEM

Carina Oliveira Machado dos Santos

April, 2013

Supervisors: Prof. Luiz Fernando Lopes Rodrigues Silva, DSc

Prof. Argimiro Resende Secchi, DSc

Distillation is a largely used unitary operation in chemical industry for products

specification. Braskem S.A. ethene industrial plant in Duque de Caxias – RJ has a

fractioning unit for pyrolysis gasoline. This product contains the heaviest components

from the thermal cracking of an ethane and propane stream. Nowadays, the system

operates in a way different than the project specifications and has low operating

performance. In this context, this work aims the simulation of the pyrolysis gasoline

system, analyzing the process streams and equipment operational conditions in order to

propose process enhancements. Firstly, the steady state period was identified to be the

base for simulations. Then, the data treatment was performed in a way to generate de

inputs for simulation of the project and operational conditions. The results for both the

cases were compared. Simulations using different overhead reflux ratios and feed

compositions were performed. It was observed that increasing the reflux ratio allows to

obtain a top product further specified, however steam consumption in the reboiler rises.

The use of non-hydrogenated gasoline supply allows to cancel the involvement of

hydrogenation reactor in the process and the steam consumption in the reboiler

decreases, which reduces the energy cost of the unit by approximately R$ 17.000000,00

per year. However, the resulting distillate has a higher quantity of heavy compounds

and olefins.

Key-words: Distillation, Steady-state Simulation, Pyrolysis Gasoline

viii

ÍNDICE 1. Introdução 1

2. Revisão Bibliográfica 3

2.1. Destilação 3

2.1.1. Descrição do Processo 4

2.1.2. Dispositivos de Contato e Eficiência de Separação 5

2.1.3. Razão de Refluxo 10

2.2. Equilíbrio Líquido-Vapor 11

2.2.1. Comportamento Termodinâmico 11

2.2.2. Volatilidade Relativa 15

2.3. Modelos Termodinâmicos 18

2.3.1. Equações de Estado Cúbicas 18

2.3.2. Braun K10 20

2.4. Simulação Computacional 21

2.4.1. Etapas de uma Simulação 22

2.4.2. Estratégias Computacionais 23

3. Metodologia 24

3.1. Conhecimento do Processo 24

3.2. Determinação do Estado Estacionário 26

3.3. Escolha do Modelo Termodinâmico 30

3.4. Simulação Caso de Projeto 35

3.4.1. Parâmetros Operacionais 35

3.4.2. Ajuste da Eficiência de Murphree 37

3.4.3. Definição da Hidráulica 38

3.5. Simulação com Gasolina Hidrogenada 39

3.5.1. Parâmetros Operacionais 39

3.5.2. Tratamento de Dados 43

3.6. Simulações com Distintas Razões de Refluxo 50

3.7. Simulações com Gasolina Bruta 50

4. Resultados e Discussão 56

4.1. Determinação do Modelo Termodinâmico 56

4.2. Simulação Caso de Projeto 63

4.3. Simulações com Dados Reais 65

4.3.1. Simulação com Gasolina Hidrogenada 65

ix

4.3.2. Simulação com Diferentes Razões de Refluxo 69

4.3.3. Simulação com Gasolina Bruta 71

5. Conclusões 77

6. Propostas de Trabalhos Futuros 79

7. Bibliografia 80

1

1. Introdução

A unidade industrial de Insumos Básicos da Braskem em Duque de Caxias-RJ é

responsável pela conversão de etano e propano em eteno e propeno,

respectivamente, os quais são os monômeros para a produção de polietileno e

polipropileno. O processo consiste, basicamente, no craqueamento térmico da carga

em fornos de pirólise, seguido de etapas de separação em colunas de destilação

visando especificar os produtos e subprodutos. Primeiro, separa-se o metano e

outros leves do efluente dos fornos em uma coluna desmetanizadora. Em seguida,

recupera-se o eteno produto na coluna fracionadora de eteno. Depois, recuperam-se

propeno e uma corrente rica em C4s também a partir de colunas de destilação,

restando uma fração chamada de gasolina bruta.

A gasolina bruta é compreende a uma mistura de hidrocarbonetos C5+ rica em

benzeno. Esta gasolina passa por um Sistema de Tratamento de Gasolina de Pirólise,

o qual é composto por um reator de hidrogenação e duas colunas de destilação, uma

de recheio e outra de pratos. O reator é responsável pela estabilização da gasolina,

de modo a impedir que ocorra polimerização durante o seu transporte. A coluna de

recheio remove o hidrogênio remanescente e demais componentes leves. A coluna

de pratos fraciona a gasolina em duas correntes, uma de gasolina de pirólise, leve, e

outra de uma mistura de pesados, ou seja, hidrocarbonetos C9+. A gasolina de

pirólise tem valor comercial para a empresa, pois apresenta elevado teor de benzeno

e o C9+ é utilizado como combustível na própria unidade industrial.

Devido a gargalos operacionais, o sistema não opera como o previsto pelo

projeto da unidade, uma vez que a razão de refluxo atual é menor que a do projeto

da coluna. Dessa forma, o produto de topo frequentemente apresenta composição de

pesados maior do que a desejada. Visto a importância deste produto, realizaram-se

simulações computacionais da coluna de pratos do sistema de fracionamento, de

modo a identificar pontos de melhoria de desempenho do processo. Assim,

variando-se a razão de refluxo de topo em relação ao caso de projeto, é possível

avaliar a alteração causada na composição da corrente de topo e nas demais

variáveis de processo.

2

Este trabalho está organizado em 7 capítulos. O Capítulo 1 apresenta uma breve

descrição da unidade, além da motivação e objetivos do trabalho. O Capítulo 2

consiste na revisão bibliográfica utilizada como base, apresentando a teoria

relacionada aos modelos termodinâmicos, os princípios de destilação

multicomponente e de simulação de processos. Em seguida, o Capítulo 3 demonstra

e explica os métodos utilizados para escolha do modelo termodinâmico, do período

de estado estacionário e de parâmetros operacionais empregados no trabalho. O

Capítulo 4 é composto pela apresentação e discussão dos resultados obtidos nas

simulações dos casos de estudo propostos e o Capítulo 5 explicita as conclusões a

partir dos resultados. Por fim, o Capítulo 6 propõe trabalhos futuros atrelados ao

tema estudado e o Capítulo 7 apresenta a bibliografia utilizada.

3

2. Revisão Bibliográfica

2.1. Destilação

A destilação é uma operação unitária antiga e largamente empregada desde o

século XIX. A primeira coluna vertical de destilação contínua foi desenvolvida por

Cellier-Blumenthal na França em 1813 e sua principal aplicação consistia na

concentração de álcool em bebidas. (KISTER,1992) A expansão do emprego deste

processo se deu na primeira metade do século XX, momento no qual a destilação foi

reconhecida como um meio efetivo de fracionar petróleo em diversos produtos.

Desde então, esta se tornou a principal técnica de separação na indústria química e

petroquímica.

Segundo KISTER (1992) o processo de destilação é considerado o método de

separação mais rentável quando se trata de uma mistura, exceto quando:

A diferença de volatilidade entre os componentes for pequena;

O componente de interesse estiver em pequena quantidade e apresentar

alto ponto de ebulição. Neste caso, a destilação demandaria que toda a

carga fosse vaporizada para recuperar uma pequena quantidade de

produto;

Determinado componente for termicamente instável mesmo quando

submetido a vácuo;

A mistura for extremamente corrosiva ou proporcionar incrustações.

Mesmo na presença dessas limitações, a destilação é o método mais utilizado em

indústrias de grande porte. Este processo permite separar uma mistura em várias

frações em uma mesma coluna, já que temperaturas, vazões e composições são

constantes em um dado ponto da torre.

Os próximos itens pontuam os principais conceitos relacionados à destilação,

destacando o funcionamento básico do sistema e os fatores operacionais relevantes.

4

2.1.1. Descrição do Processo

A destilação é um processo de separação física de misturas compostas por dois

ou mais componentes com diferentes pontos de ebulição. A configuração básica de

um sistema de destilação é representada na Figura 1a, o qual é composto por uma

coluna de pratos, alimentada por uma corrente F, e por dois trocadores de calor, um

condensador e um refervedor.

Figura 1 - (a) Esquema básico de um sistema de destilação (b) Seção superior em destaque.

O condensador tem a função de tornar líquido o vapor de topo, sendo este

líquido dividido em duas correntes: uma que retorna à coluna e percorre os pratos no

sentido descendente e outra que é recuperada como produto de topo (destilado D).

Existem sistemas que empregam condensadores parciais, nos quais somente parte do

vapor de topo é condensada e o destilado é composto por uma fase vapor em

equilíbrio com uma fase líquida.

O refervedor é responsável por vaporizar parte da corrente líquida de fundo,

sendo que este vapor retorna à coluna e ascende até o topo. A fração de líquido não

vaporizada é recuperada como produto de fundo (corrente B).

BxB

V1

QReb

DxD

QCond

LN

F, zF

L, xF

V, yF

N

F

1

a) b)

5

No exemplo ilustrado pela Figura 1b, a corrente líquida proveniente do prato j+1

encontra com o vapor vindo do prato j-1 no prato j. Como essas correntes não estão

em equilíbrio, o encontro delas permite que transferências de calor e massa ocorram.

Desse modo, uma fração dos componentes leves da corrente líquida seguem para a

fase vapor, assim como uma fração dos componentes pesados do vapor são

adicionados à fase líquida (PETLYUK, 2004). Assim, os estágios mais próximos ao

topo da coluna apresentam vapores ricos nos componentes mais leves da mistura,

enquanto os estágios do fundo possuem líquidos ricos nos componentes pesados.

Desse modo, é conveniente dividir a coluna nas seguintes seções:

Seção de absorção ou retificação: parte da coluna compreendida entre o

prato de entrada da carga e o topo. É a região na qual a corrente de vapor

concentra os componentes mais voláteis. As substâncias menos voláteis são

condensadas do vapor ascendente através do contato com o refluxo líquido

de topo;

Seção de esgotamento: parte da coluna compreendida entre o prato de

entrada e o fundo. Ocorre a concentração dos componentes mais pesados

na corrente líquida, sendo os mais leves vaporizados pelo refluxo de vapor.

2.1.2. Dispositivos de Contato e Eficiência de Separação

Os dispositivos de contato são estruturas que compõem a parte interna da coluna

e têm o objetivo de proporcionar o contato entre as fases líquida e vapor, permitindo

a difusão dos componentes entre as mesmas.

Há duas classes de dispositivos, os de contato estagiado e os de contato

contínuo. A Figura 2 ilustra um dispositivo de contato estagiado, no qual cada prato

corresponde a um estágio distinto e as fases ficam livres do dispositivo após o

contato. A fase líquida entra pela parte superior do prato e escoa por gravidade

através de vertedouros, chamados downcomers, até o prato inferior seguinte. O

anteparo é responsável por manter o nível de líquido no prato. A fase vapor passa

em contracorrente através de aberturas ao longo da seção útil da base do prato e

segue até o prato superior. O contato líquido-vapor ocorre pelo “borbulhamento” do

vapor no líquido.

6

Figura 2 - Exemplo de dispositivo estagiado.

Os tipos de pratos comumente usados são perfurados, valvulados ou com

borbulhadores, conforme ilustrado na Figura 3. As válvulas e os borbulhadores têm

a função de manter o líquido no prato e de direcionar o fluxo de gás (HENLEY e

SEADER, 1981).

Figura 3 - Tipos de pratos. (a) Perfurado (b) Valvulado (c) Com borbulhadores, adaptado de HENLEY e

SEADER (2005).

No caso dos dispositivos de contato contínuo, não há estágios distintos e as fases

somente se desprendem do recheio nas extremidades da coluna. O recheio tem o

objetivo de promover maior contato entre as fases por meio de uma trajetória

tortuosa do fluxo de gás através do líquido. O tipo de recheio varia quanto à sua

disposição na coluna, podendo ser randômica ou estruturada e quanto ao material

empregado (metal, cerâmica ou plástico).

É comum que, nos sistemas de destilação, o número de estágios de equilíbrio

não seja equivalente ao número de estágios reais, por isso, é de grande importância a

Vertedouro

Anteparo

7

compreensão do conceito de estágio ideal. Os critérios que determinam um estágio

ideal são os apresentados abaixo (KISTER 1992):

O estágio deve operar em estado estacionário e apresentar um produto

líquido e outro vapor;

O contato entre as fases líquida e vapor no estágio deve promover uma

mistura perfeita entre os fluidos;

Todo o vapor e líquido que deixam o estágio devem estar em equilíbrio

termodinâmico.

No entanto, o primeiro critério estabelecido por KISTER (1992) não precisa ser

atendido na íntegra para caracterizar um estágio de ideal, pois tal estágio não precisa

estar em estado estacionário para ser considerado ideal.

O comportamento dos fluidos em um estágio não ideal é apresentado por

ELGUE et al (2004) e ilustrado pela Figura 4. Considera-se que o vapor é dividido

em duas partes: uma correspondente à vazão e.Vj+1 que efetivamente contribui para

o equilíbrio no estágio e outra que segue diretamente para o prato j-1, não

interagindo com o líquido. A constante e, que particiona o vapor, representa a

Eficiência de Murphree. Este parâmetro é usado para o ajuste da não idealidade

como uma medida do desvio entre a condição de equilíbrio termodinâmico e a

condição real dos pratos da coluna.

Figura 4 - Representação de um prato não ideal.

A eficiência de Murphree é apresentada por KISTER (1992) segundo a Equação

(2.1):

Prato j-1

Prato j

Prato j+1

Vj

Hj

yj

(1-e)Vj+1

(1-e)Hj+1

(1-e)yj+1

Vj+1

Hj+1

yj+1

Lj-1

hj-1

xj-1

Lj

hj

xj

yj, Tj, Hj

xj, Tj, hj

8

(

)

(2.1)

sendo a composição do vapor em equilíbrio com o líquido que deixa o prato n,

a composição real do vapor que deixa o prato e a composição do vapor

advinda do prato inferior. Ou seja, a eficiência de Murphree corresponde à razão

entre a mudança real que ocorre com a composição do vapor e a teórica que

ocorreria caso o estágio fosse ideal.

Outra forma de expressar o desvio da idealidade é através da eficiência global da

coluna, a qual consiste na razão entre o número de estágios teóricos, previamente

calculado, e o número real de estágios do sistema.

(2.2)

Existem diversas correlações empíricas para estimar a eficiência da coluna, uma

das mais empregadas pela indústria é a correlação de O’Connell (1946). Esta

correlação é baseada em dados experimentais de 31 colunas industriais, incluindo

separação de hidrocarbonetos, compostos clorados e álcoois. É um complemento

aos dados de 54 colunas de refinarias coletados por Drickamer e Bradford (1943)

(KISTER ,1992).

Lockett (1986) traduziu a curva de O’Connell para colunas de pratos com

borbulhadores da seguinte maneira:

(2.3)

considerando α a volatilidade entre os componentes chaves da alimentação e a

viscosidade, em centipoise, da fase líquida, sendo ambos esses parâmetros

determinados com base na temperatura média da coluna (média aritmética entre as

temperaturas de topo e de fundo).

O método prediz 90% dos dados de eficiência com 10% de erro para pratos com

borbulhadores. No caso de pratos perfurados e valvulados, as predições são

levemente conservativas, segundo KISTER (1992). Apesar disso, o mesmo autor

9

recomenda este método, pois possui precisão razoável, boa confiabilidade e

simplicidade (DOMINGUES, 2005).

A eficiência global (Eglobal) da coluna pode ser determinada através da eficiência

de prato de Murphree (EMV) por meio da relação de Lewis, apresentada pela

Equação (2.4):

[ ]

(2.4)

sendo λ definido como:

(

) (2.5)

em que m corresponde à inclinação da curva de equilíbrio entre os componentes

chaves da mistura e e são as vazões molares das fases vapor e líquido,

respectivamente, de cada prato.

Chan e Fair (1984) propuseram um método para aproximar o valor da inclinação

da curva de equilíbrio m em sistemas multicomponentes. Primeiramente, deve-se

definir os componentes chave-leve e chave-pesado e, em seguida calcula-se o teor

do chave leve nas fases líquida e vapor de cada prato:

(2.6)

(2.7)

Assim, o método pseudobinário define a inclinação da curva de equilíbrio por

prato da seguinte forma:

(2.8)

sendo n o estágio no qual se calcula a eficiência e n+1 o estágio superior e ele.

10

2.1.3. Razão de Refluxo

O funcionamento de sistemas industriais de destilação depende de diversos

fatores operacionais. No entanto, algumas variáveis de processo são determinantes

para se alcançar o grau de separação que se deseja, dentre elas, destaca-se a razão de

refluxo.

Há dois tipos de refluxo, o externo e o interno, que definem, portanto, as razões

de refluxo externa e interna.

(2.9)

(2.10)

(2.11)

em que L é a corrente líquida que retorna ao topo da coluna, D corresponde à vazão

molar do produto de topo recuperado, Lm e Ln são as vazões molares de líquido na

seção de absorção e esgotamento, respectivamente e Vm e Vn são as vazões molares

de vapor, também nas seções de absorção e esgotamento, respectivamente. Segundo

KISTER (1992), o grau de fracionamento de uma coluna é tão melhor quanto maior

for a razão de refluxo interna.

O valor da razão de refluxo externa deve estar entre as condições limites de

refluxo mínimo e total. A razão de refluxo mínima corresponde à condição de pinch,

na qual infinitos estágios seriam necessários para realizar a separação da mistura.

Em contrapartida, o número mínimo de estágios para a mesma separação determina

a condição de refluxo total. Nenhuma dessas condições é satisfatória, visto que uma

torre com infinitos pratos seria economicamente inviável, bem como uma coluna

que não gere produto de topo.

Geralmente, o valor da razão de refluxo externo operacional toma como base a

razão de refluxo mínima multiplicada por uma constante C>1, assim como mostrado

pela Equação (2.12).:

11

(2.12)

2.2. Equilíbrio Líquido-Vapor

O estudo termodinâmico do equilíbrio líquido-vapor é importante para a

compreensão deste trabalho, visto que a separação de uma mistura em um sistema

de destilação está diretamente relacionada à presença de estágios de equilíbrio.

O equilíbrio é uma condição estática na qual não ocorrem mudanças nas

propriedades macroscópicas de um sistema com o tempo. Um sistema composto por

líquido e vapor em contato alcança o equilíbrio quando os valores de temperatura,

pressão e composições das fases de seu estado final se mantêm fixos.

Entretanto, ao nível microscópico, as condições desse sistema não são estáticas.

As moléculas que compreendem uma fase em determinado instante não são as

mesmas que a ocupam no momento seguinte. Moléculas de uma determinada fase

com velocidades suficientemente altas e perto da interface são capazes de superar as

forças interfaciais e se transferirem para a outra fase. Contudo, a média da taxa de

passagem das moléculas é a mesma em ambas as direções, o que leva a uma taxa de

transferência material, na média, entre as fases nula (SMITH et al., 2001).

2.2.1. Comportamento Termodinâmico

Pode-se dizer que o equilíbrio termodinâmico é alcançado quando as condições

de equilíbrio térmico, mecânico e químico entre as fases forem estabelecidas.

(2.13)

(2.14)

(2.15)

12

em que e são as temperaturas nas fases líquida e vapor, respectivamente.

Assim como e são as pressões nas fases líquida e vapor e e

são os

potenciais químicos do componente i nas fases líquida e vapor.

Sabe-se que:

(

) ̅ (2.16)

sendo ̅ o volume molar parcial. Para uma substância pura com comportamento de

gás ideal, ̅

, assim, ao se integrar a Equação (2.16) obtém-se:

(2.17)

em que é dependente da temperatura.

Infelizmente, a equação (2.17) não é capaz de representar o comportamento real

de um líquido ou gás multicomponente. No entanto, em 1901 G. N. Lewis propôs o

parâmetro fugacidade o qual, quando usado para substituir a pressão na Equação

(2.17), preserva a forma funcional da equação (HENLEY e SEADER, 1981).

Assim, para um componente em uma mistura, têm-se:

(

) (2.18)

assim, para um gás ideal puro a fugacidade é equivalente à pressão. Para um

componente em uma mistura ideal a fugacidade é igual à pressão parcial, dada ou

pela Lei de Dalton para o caso de misturas gasosas, ; ou pela Lei de Raoult

quando se trata de uma solução líquida, , sendo

a pressão de vapor do

componente puro.

Seja o coeficiente de fugacidade para uma substância pura definido como:

(2.19)

em que é a fugacidade de uma substância pura. Lewis e Randall estenderam este

conceito para misturas:

13

(2.20)

(2.21)

O desvio da idealidade pode ser representado pelos coeficientes de fugacidade

de mistura definido como:

(2.22)

(2.23)

Quanto mais próximo do comportamento ideal, tende para 1 e

tende para

, sendo

a pressão de saturação.

Para uma dada temperatura, a razão entre a fugacidade de um componente na

mistura e sua fugacidade em um determinado estado padrão é chamada de atividade.

Caso o estado padrão seja definido como o de substância pura nas mesmas

condições da mistura, então:

(2.24)

Para uma mistura ideal, têm-se: e . Analogamente às

Equações (2.22) e (2.23), definiram-se os coeficientes de atividade para representar

o desvio da idealidade da mistura:

(2.25)

(2.26)

Voltando às condições de equilíbrio, foi demonstrado por PRAUSNITZ (1969)

que o equilíbrio físico representado pela Equação (2.15) pode ser substituído por:

(2.27)

14

Como o valor de é o mesmo para ambas as fases, a substituição da Equação

(2.24) na (2.27) resulta em:

(2.28)

Rearranjando a Equação (2.22):

(2.29)

Substituindo a Equação (2.24) na (2.26):

(2.30)

Na condição de equilíbrio:

(2.31)

Seja a fugacidade do componente puro apresentada por SMITH et al. (2001)

como:

(

(

)

) (2.32)

Assim:

(2.33)

Com:

(

(

)

) (2.34)

A Equação (2.33) é chamada de formulação gamma/phi do equilíbrio líquido-

vapor. Esta equação se reduz à Lei de Raoult quando e são iguais a 1, ou seja,

quando tanto a fase vapor quanto a líquida comportarem-se idealmente. Porém,

quando somente , considera-se que só a fase vapor tem comportamento ideal

e a equação (2.33) se reduz à Lei de Raoult modificada.

15

Caso o sistema estudado esteja sendo submetido a pressões moderadas ou

baixas, o fator de Poyting (representado pelo termo exponencial) pode ser omitido e

a Equação (2.34) simplificada para a Equação (2.35) (SMITH et al., 2001).

(2.35)

O uso da formulação gamma/phi depende da disponibilidade de correlações que

possam determinar os valores de , e

. A pressão de saturação de um

componente puro geralmente é dada pela equação de Antoine:

(2.36)

Em que e são constantes tabeladas para cada substância.

O cálculo dos coeficientes de fugacidade e de atividade será discutido mais

adiante.

2.2.2. Volatilidade Relativa

Sejam a fração molar de um determinado componente i de uma mistura na

fase líquida e a fração molar do mesmo na fase vapor, sendo que ambas as fases

estão em equilíbrio, determina-se , uma razão definida por:

(2.37)

O valor de depende da composição da mistura e dos valores de temperatura e

pressão do sistema. Este parâmetro representa uma medida da tendência da espécie i

se vaporizar. Assim, se o valor de for alto, o componente i tende a se concentrar

na fase vapor, caso contrário, a concentração se dará na fase líquida. (KISTER,

1992).

Sejam i e j dois componentes de uma mistura, a volatilidade relativa é definida

pela razão entre os valores de .

16

(2.38)

Este índice está relacionado com a facilidade de separação entre dois

componentes. Quando este valor for alto, uma das espécies é muito mais volátil que

a outra, o que facilita a separação da mistura por destilação. Por outro lado, quando

as volatilidades de ambos os componentes forem semelhantes (valor de próximo

de 1) a separação por destilação torna-se difícil.

Por convenção, a volatilidade relativa é definida pela razão entre os valores de

do componente mais volátil pelo menos volátil e, portanto, seu valor será sempre

igual ou maior que 1 (KISTER, 1992).

O número de estágios teóricos requeridos para separar duas espécies a um

determinado grau é fortemente dependente do valor deste índice. Quanto mais

distante de 1 for o valor da volatilidade relativa, menor será o número de estágios

necessários para realizar a separação desejada (HENLEY e SEADER, 1981).

A Figura 5 mostra o efeito da volatilidade relativa na concentração do

componente mais volátil na fase vapor. Quando α é alto, a distância entre os valores

de x e de y em equilíbrio é maior, logo, mais fácil será para converter a mistura

líquida em componente puro.

Figura 5 - Diagrama x-y para diversos valores de α.

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

0,9

1

0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1

y, f

raçã

o m

ola

r n

a fa

se v

apo

r

x, fração molar na fase líquida

α=1

α=1,5

α=2

α=5

α=2,5

17

Para um sistema binário, as Equações (2.37) e (2.38) combinadas resultam em:

(2.39)

Rearranjando a Equação (2.39) têm-se:

( )

(2.40)

Caso a mistura tenha comportamento ideal e seus componentes tiverem pontos

de ebulição próximos, pode-se assumir que α é uma constante independente da

temperatura.

A associação do conceito dos valores de K com o de fugacidade contribui para o

equacionamento de um sistema de destilação.

Substituindo as Equações (2.25) e (2.26) na Equação (2.24):

(2.41)

(2.42)

Como, no equilíbrio,

, o valor de com base nas equações (2.29) e

(2.30) corresponde a:

(2.43)

Substituindo a pressão pela definição:

têm-se:

(2.44)

A equação (2.44) é a forma do valor de K dependente de um coeficiente de

atividade e, segundo HENLEY e SEADER (2005), é recomendada para todas as

misturas submetidas desde a temperatura ambiente até perto da temperatura crítica.

18

Outra forma de expor é através da combinação das Equações (2.22) e (2.23):

(

) (2.45)

A equação (2.45) é a chamada equação de estado do valor de Ki e é recomendada,

também por HENLEY e SEADER (2005), para mistura de hidrocarbonetos leves em

sistemas submetidos a temperaturas criogênicas até a região crítica.

2.3. Modelos Termodinâmicos

Estimar precisamente propriedades físicas e termodinâmicas é essencial para a

simulação de processos. Desse modo, a seleção adequada do método de predição

dessas propriedades é fundamental para reproduzir as fases em equilíbrio nos

estágios de um sistema de destilação.

Para escolher a metodologia de predição deve-se levar em conta fatores como a

natureza dos compostos da mistura, a natureza do processo analisado e a

disponibilidade de dados experimentais.

Ao empregar a metodologia de escolha, que será apresentada no Capítulo 4,

foram escolhidos três modelos termodinâmicos para serem discutidos neste trabalho.

Peng-Robinson (PR), Soave-Redlich-Kwong (SRK) e Braun K-10. Tanto PR quanto

SRK são modelos de equação de estado e Braun K10 é um modelo de pressão de

vapor. A seguir será apresentada uma breve descrição para cada um desses modelos.

2.3.1. Equações de Estado Cúbicas

Uma equação de estado procura relacionar variáveis de estado, tais como:

volume molar, temperatura e pressão. Os modelos de Soave Redlich Kwong (SRK)

e Peng-Robinson (PR) são baseados em equações de estado cúbicas. A Equação

(2.46) é referente ao modelo SRK e a Equação (2.47) descreve o modelo PR. Ambas

as equações apresentam termos de volume elevados à terceira potência, quando

rearranjadas.

(2.46)

19

{

[ ( )]

{

[ ( )]

(2.47)

Em que v corresponde ao volume molar, ω é o fator acêntrico, o índice c

caracteriza propriedade crítica e o índice r indica propriedade reduzida.

O fator de compressibilidade e parâmetros de mistura para cada um dos modelos

são apresentados na Tabela 1.

Tabela 1 - Comparação entre os modelos SRK e PR, adaptado de ASPEN Technoogy, 2008.

Parâmetro SRK PR

b ∑

bi

a ∑∑ ( )

∑∑ ( )

ai

aci

αi0,5

A

20

Tabela 1 - Comparação entre os modelos SRK e PR, adaptado de ASPEN Technoogy ,2008 (continuação).

Parâmetro SRK PR

B

:

O modelo SRK fornece resultados confiáveis para os valores de Ki e de entalpia

em uma ampla gama de valores de temperatura e pressão. Entretanto, o modelo

falha na previsão da massa específica de líquidos com precisão, sendo o PR bem

sucedido nesse aspecto (HENLEY e SEADER, 1981).

ELLIOT e DAUBERT (1985) comprovaram que a equação SRK representa com

acurácia o equilíbrio líquido-vapor para diversos sistemas binários contendo

hidrocarbonetos, hidrogênio, nitrogênio, sulfito de hidrogênio, monóxido de

carbono e dióxido de carbono. Eles também mostraram que a equação de SRK é

recomendada para o cálculo de propriedades críticas dessas misturas. A equação de

PR apresenta um desempenho tão bom quanto ou melhor que a equação de SRK.

HANT et al (1988) reportaram que o modelo de PR apresentou resultados

superiores na previsão do equilíbrio líquido-vapor de misturas contendo hidrogênio

e nitrogênio.

Os modelos SRK e PR são largamente utilizados nas indústrias, pois a relação

entre temperatura, pressão e as composições entre as fases de um sistema binário ou

multicomponente é facilmente representada por eles. Os modelos necessitam apenas

das propriedades críticas e do fator acêntrico para o cálculo dos parâmetros gerais.

Entretanto, o cálculo do volume de líquidos saturados é limitado e invariavelmente

retorna valores maiores que os valores experimentais.

2.3.2. Braun K10

O modelo de Braun K10 é aplicável a sistemas com hidrocarbonetos pesados

submetidos a baixas pressões. Ele é baseado no método de Braun de convergência

de pressão, no qual dado o ponto de ebulição de determinado componente, o valor

de Ki é calculado na temperatura original do sistema e a 10 psia. O valor de K10 é,

então, corrigido para a pressão do sistema, utilizando gráficos de correção de

pressão.

21

O modelo de Braun não é recomendado para misturas com grandes quantidades

de gases ácidos ou de hidrocarbonetos leves.

2.4. Simulação Computacional

A simulação de processos é a ferramenta principal deste trabalho e, por isso, este

item tem o objetivo de apresentar as principais características da simulação e as

vantagens e desvantagens de seu uso.

Segundo THOMÉ (1993), a simulação é um processo de desenvolvimento de um

modelo de operação para um determinado sistema e de condução de experimentos

com esse modelo com o objetivo de entender o comportamento do sistema e avaliar

estratégias alternativas para sua operação. O modelo deve ser capaz de reproduzir

aspectos selecionados do sistema com um grau de precisão aceitável.

Validado o modelo, é possível testar várias ideias e opções e, assim,

compreender como o sistema se comportaria em situações diferentes da operação

original. Desse modo, a simulação pode ser utilizada para dimensionar uma nova

unidade ou equipamento, para testar novas estratégias de controle e para analisar

como o sistema se comporta quando submetido a distintas condições operacionais.

Entretanto, antes de escolher a simulação como uma ferramenta, deve-se

determinar o objetivo-chave da mesma e certificar-se da confiabilidade dos dados

disponíveis para a simulação. Esses dois pontos são de grande importância para a

modelagem do sistema (SMITH, 2005).

O emprego da simulação de processos permite que se evitem custos durante o

desenvolvimento de um projeto, visto que ela possibilita testar o sistema e otimizá-

lo antes que o projeto seja finalizado e implementado. Outra vantagem é a

diversidade de aspectos que podem ser analisados através de uma simulação

computacional. Conforme citado por SMITH (2005), as seguintes questões podem

ser estudadas:

Rendimento de uma unidade;

Existência de gargalos operacionais;

Filosofia de controle da unidade;

22

Suprimento de materiais envolvendo processos contínuos;

Otimização de processos.

A principal atividade da simulação na engenharia de processos é chamada de

flowsheeting. Segundo DIMIAN (2003), flowsheeting corresponde à descrição

sistemática de correntes materiais e energéticas de um processo através de

simulação computacional, com o objetivo de projetar uma nova planta industrial ou

de melhorar o desempenho de uma já existente.

Basicamente dois tipos de simulação podem ser citadas: a estacionária e a

dinâmica. Os modelos estacionários representam a situação na qual as condições

operacionais alcançam o ponto estacionário, ou seja, não variam mais com o tempo,

normalmente o momento no qual o sistema alcança o equilíbrio. Já a simulação

dinâmica considera como o processo evolui com o tempo.

2.4.1. Etapas de uma Simulação

O processo de simulação computacional varia dependendo do sistema estudado,

entretanto, algumas etapas básicas são essenciais para estruturar cada problema.

Segundo DIMIAN (2003), o conjunto de etapas se resume em:

1. Definição: etapa que compreende definições prévias à simulação, ou seja,

ainda não há manipulação direta do simulador. Devem ser definidos os

componentes químicos envolvidos, o modelo termodinâmico, as

unidades que compõem o sistema, o modelo de simulação e o critério de

convergência;

2. Input: etapa na qual as definições da etapa anterior são concretizadas.

Desenha-se a flowsheet, selecionam-se os componentes do banco de

dados do simulador – caso um componente original do problema não

esteja presente no banco do simulador, deve-se inseri-lo – e especificam-

se as condições das correntes do sistema e o modelo termodinâmico;

3. Execução: momento no qual confere-se se o critério de convergência pré-

determinado foi alcançado. Caso ocorram erros na simulação, deve-se

observar o histórico de convergência com o objetivo de identificá-los;

23

4. Resultados: as simulações geralmente retornam diversos tipos de

resultados, porém nem todos são relevantes para a análise que se deseja

realizar. Normalmente os mais importantes são: balanço material e de

energia e configuração das correntes e unidades envolvidas;

5. Análise: consiste na etapa final do processo e visa à análise crítica dos

resultados obtidos, estando esta baseada principalmente nos conceitos de

engenharia e na experiência da pessoa que está realizando a simulação.

2.4.2. Estratégias Computacionais

As principais estratégias de cálculo em uma simulação computacional são:

Modular sequencial (SM em inglês): nessa estratégia a sequência de

cálculo ocorre em cada unidade por vez, por isso, um processo com

correntes-reciclo deve ser decomposto em diversas sequências de cálculo

(DIMIAN, 2003). As correntes compartilhadas do sistema são

modificadas através de um processo iterativo até que tanto as unidades

que as compartilham quanto essas correntes satisfaçam determinado

critério de convergência, o qual geralmente corresponde ao fechamento

dos balanços de massa e de energia;

Orientado por equações (EO em inglês): estratégia na qual todas as

equações do modelo são resolvidas simultaneamente. O modelo

estacionário é composto por equações Algébricas Não Lineares (NLA,

em inglês) e o dinâmico apresenta Equações Algébrico-Diferenciais

(DAE, em inglês). Apesar de exigir maior esforço computacional por

iteração que o modelo sequencial, essa opção de cálculo tem uma maior

taxa de convergência e torna mais flexível o ambiente de especificações,

as quais podem ser entradas, saídas ou variáveis internas das unidades;

Modular simultânea: consiste em uma combinação dos modelos EO e

SM..

DIMIAN (2003) defende que a estratégia sequencial é dominante nas simulações

estacionárias, da mesma forma que a estratégia orientada por equações apresenta

maior potencial em resolver simulações dinâmicas e otimizações em tempo real.

24

Neste trabalho, utilizou-se o simulador Aspen Plus 2006®, o qual é baseado no

modelo sequencial.

3. Metodologia

3.1. Conhecimento do Processo

O entendimento completo do processo é fundamental para identificar gargalos

operacionais e buscar oportunidades de melhoria. Assim, o estudo dos equipamentos

e das correntes que compõem o sistema deve ser o primeiro passo quando se deseja

propor modificações no mesmo. Além disso, consegue-se observar quais variáveis

do processo são as mais relevantes, facilitando a confecção de simulações. Devido à

importância da conceituação do processo, este item é dedicado a um breve resumo

do seu funcionamento, destacando as principais questões relacionadas à sua

operação. As informações sobre o sistema estudado foram obtidas através de

documentações de projeto referentes à unidade.

O sistema de tratamento de gasolina de pirólise, ilustrado na Figura 6 é

composto por um reator de hidrogenação (1-DC-851) e duas colunas de destilação,

uma de recheio (1-DA-851) e outra de pratos (1-DA-852). O reator é responsável

por hidrogenar parte dos compostos insaturados da gasolina bruta, de modo a

estabilizá-la e evitar sua polimerização no decorrer do processo e em seu transporte.

A coluna de recheio tem o papel de separar o hidrogênio remanescente e demais

leves da gasolina hidrogenada, seguindo esta para a coluna de pratos, que

efetivamente realiza a separação, recuperando como destilado a gasolina de pirólise

e como produto de fundo uma corrente rica em compostos hidrocarbonetos C9+. Os

condensadores de ambas as colunas utilizam água de resfriamento como fluido

refrigerante, da mesma forma que os dois refervedores são providos de vapor de

média pressão para a vaporização do refluxo de fundo.

25

Figura 6 - Sistema de tratamento de gasolina simplificado.

Como citado anteriormente, a gasolina de pirólise é comercializada e a corrente

de C9+ é utilizada como combustível nas caldeiras da unidade.

Através do acompanhamento e análise das variáveis críticas do processo, as

engenharias de produção e de processo foram capazes de identificar problemas

operacionais no sistema. O reator 1-DC-851 apresenta campanhas de operação

muito curtas, visto que não consegue operar 6 meses ininterruptos, o qual

corresponde ao período típico para catalisadores com a função de hidrogenar

compostos insaturados compreendidos na faixa de C4 a C14 (caso da gasolina

bruta). Esse problema está relacionado principalmente à gasolina bruta que o

alimenta, pois a mesma apresenta um percentual elevado de compostos pesados,

somado a um alto teor de sólidos dissolvidos. Assim, a natureza da alimentação do

reator agride o catalisador, prejudicando suas campanhas. Além disso, o vapor

utilizado no processo de regeneração do reator apresenta temperatura inadequada, o

que também prejudica o desempenho da reação.

Devido à necessidade de diversas regenerações do catalisador do 1-DC-851, o

sistema é constantemente paralisado, o que torna o estoque de gasolina bruta

elevado. Dessa forma, o sistema de fracionamento é obrigado a operar com vazões

de carga acima da capacidade de projeto, chegando a valores 24% maiores. Assim, a

coluna 1-DA-852 não opera nas condições previstas pelo projeto, principalmente

com relação à razão de refluxo, 79% inferior à projetada. Ademais, as composições

das correntes envolvidas diferem significativamente daquelas estimadas pelo

projeto, o que também influencia no distanciamento entre o comportamento real e o

projetado.

1-DC-851 1-DA-851 1-DA-852

H2

Gasolina Bruta

1-EA-857

1-EA-858

1-EA-859

1-EA-860

Off-gas

14

33

C9+

Gasolina de Pirólise

26

3.2. Determinação do Estado Estacionário

As simulações apresentadas neste trabalho têm o objetivo de reproduzir estados

estacionários da coluna de fracionamento. Desse modo, o primeiro passo foi

identificar o período no qual o sistema operou submetido a condições estáveis. Com

base no trabalho de DOMINGUES (2005), a escolha do estado estacionário foi

fundamentada no período em que as vazões de carga, refluxo e retiradas

apresentaram baixa variabilidade.

Há pontos de coleta de amostra nas correntes de alimentação, de destilado e de

produto de fundo da coluna. No entanto, a rotina de análise do ponto de amostragem

da carga cessou no ano de 2011, permanecendo somente as rotinas referentes aos

produtos. Como a disponibilidade das análises da composição da alimentação era

limitada ao ano de 2011, foram reunidos valores das vazões do sistema

correspondentes somente a este ano. Pode-se observar pela Figura 7 que a coluna 1-

DA-852 operou com considerável instabilidade devido às frequentes variações dos

valores das vazões. No entanto, é possível identificar o período de novembro a

dezembro como o de maior estabilidade de operação. Vale ressaltar que no mês de

julho ocorreu a parada geral de manutenção da unidade, o que justifica as vazões

nulas neste período.

Figura 7 - Vazões do sistema ao longo de 2011.

0

1.000

2.000

3.000

4.000

5.000

6.000

7.000

Vaz

ão (

kg/h

)

Data

Alimentação Destilado Produto de Fundo Refluxo

27

A Figura 8 apresenta o acompanhamento mais detalhado das vazões para o

período de novembro a dezembro, através da qual se observou variações

significativas na vazão de destilado.

Figura 8 -Vazões do sistema de novembro a dezembro de 2011.

Com o objetivo de avaliar o período de maneira quantitativa, levantaram-se

alguns parâmetros estatísticos das vazões registradas nesse intervalo, apresentados

na Tabela 2.

Tabela 2- Avaliação quantitativa das vazões do período de novembro a dezembro de 2011.

Período 07/11 a 23/12 Entrada Refluxo Prod. Fundo Destilado

Média 6105,67 573,33 1966,46 4095,47

Desvio padrão 62,48 75,26 76,34 187,73

% (Desvio padrão/média) 1,02% 13,13% 3,88% 4,58%

Mediana 6090,70 590,64 2006,13 4109,05

Diferença (média-mediana) 14,97 -17,31 -39,67 -13,57

A fim de reduzir o desvio padrão das vazões, o período entre 11 e 22/dezembro

foi selecionado. A Tabela 3 mostra que os valores de desvio padrão das vazões são

significativamente inferiores àqueles observados no período de 07/novembro a

23/dezembro (Tabela 2), além das diferenças entre as médias e as medianas serem

menores.

0

1.000

2.000

3.000

4.000

5.000

6.000

7.000

Vaz

ão (

kg/h

)

Data

Vazão de Entrada Destilado Produto de Fundo Vazão de refluxo

28

Tabela 3 – Avaliação quantitativa das vazões referentes ao mês de dezembro.

Período 11/12 a 22/12 Entrada Refluxo Prod. Fundo Destilado

Média 6083,19 581,04 2008,22 3982,21

Desvio padrão 18,63 26,89 1,95 44,77

% (Desvio padrão/média) 0,31% 4,63% 0,10% 1,12%

Mediana 6083,35 586,93 2007,36 3978,51

Diferença (média-mediana) -0,16 -5,88 0,86 3,71

A Figura 9, comparada à Figura 8, indica maior estabilidade operacional, devido

ao fato de apresentar menos oscilações nos valores das vazões.

Figura 9 - Vazões do sistema de dezembro de 2011.

Antes de definir o segundo período como representativo para o estado

estacionário, realizou-se uma análise quanto à variação das composições de

alimentação e de destilado durante esse período. A Tabela 4 contém os valores de

média, mediana e de desvio padrão das composições da alimentação e do destilado

no período de 11 a 22/dezembro. A partir dela foi possível verificar que os valores

das médias e das medianas são próximos e os valores de desvio padrão são baixos.

Isso indica que a composição também apresentou estabilidade durante o período

selecionado.

Dessa forma, definiu-se que os dados de entrada da simulação referente ao caso

real de operação fossem correspondentes ao período de 11 a 22/dezembro/2011.

0

1.000

2.000

3.000

4.000

5.000

6.000

7.000

Vaz

ão (

kg/h

)

Data

Vazão de Entrada Destilado Produto de Fundo Vazão de refluxo

29

Tabela 4 - Análise da variação das composições da alimentação e destilado.

Componente

Alimentação Destilado

Média

(%m.m)

Mediana

(%m.m)

Desvio

padrão

Média

(%m.m)

Mediana

(%m.m)

Desvio

padrão

Aromáticos C10s 1,4448 1,5292 0,2495 0,1636 0,1703 0,0391

Aromáticos C11s 1,6041 1,5201 0,2521 0,1093 0,1082 0,0100

Aromáticos C9s 2,1798 2,2017 0,1885 0,4992 0,4726 0,0542

Benzeno 35,7870 35,6217 1,6348 56,2697 56,1528 1,6712

Butadienos 0,0001 0,0000 0,0004 0,0057 0,0066 0,0029

Butino-2 0,0176 0,0189 0,0046 0,0283 0,0300 0,0067

Ciclopentano 0,6172 0,6017 0,1131 0,9225 0,8694 0,1421

Ciclopenteno 2,5447 2,5746 0,1312 3,9890 4,0180 0,1708

Compostos

P.E.>195,5ºC 12,5204 12,0790 3,3893 3,1137 2,8376 1,9701

CPD + cis-Pentadieno-

1,3 0,3119 0,3401 0,0571 1,3631 1,3957 0,2569

Diolefinas C7s 0,1153 0,1208 0,0134 0,6111 0,5923 0,1125

endo-DCPD 0,2041 0,2118 0,0339 0,0421 0,0416 0,0050

Estirênicos C9H10 0,3518 0,3524 0,0876 0,0403 0,0366 0,0154

Estireno 1,0880 1,1559 0,2294 0,4453 0,4408 0,0721

Etano 0,0001 0,0000 0,0004 0,0017 0,0000 0,0024

Eteno 0,0006 0,0000 0,0014 0,0028 0,0040 0,0023

Etilacetileno 0,0001 0,0000 0,0004 0,0000 0,0000 0,0000

Etilbenzeno 3,1804 3,1713 0,1517 1,7600 1,7080 0,2757

Hexadienos 0,1051 0,1017 0,0119 0,1779 0,1679 0,0252

Indano 0,7293 0,7245 0,0852 0,0960 0,0892 0,0175

Indeno 1,1600 1,1638 0,1556 0,1477 0,1468 0,0173

Isoparafinas C10s 0,1369 0,1396 0,0138 0,0310 0,0281 0,0088

Isoparafinas C5s 0,0766 0,0780 0,0059 0,1146 0,1154 0,0068

Isoparafinas C6s 0,1331 0,1308 0,0103 0,2043 0,2023 0,0101

Isoparafinas C7s 0,0470 0,0358 0,0329 0,0551 0,0547 0,0024

Isoparafinas C8s 0,1773 0,1822 0,0186 0,2817 0,2738 0,0377

Isoparafinas C9s 0,0393 0,0387 0,0058 0,0313 0,0300 0,0121

Isopreno 0,1676 0,1857 0,0463 0,2837 0,3040 0,0688

Naftaleno 2,3194 2,2760 0,1929 0,1053 0,0990 0,0200

Naftênicos C10H16 0,7391 0,7707 0,1224 0,0816 0,0820 0,0097

Naftênicos C10s 0,5664 0,5731 0,0731 0,0805 0,0802 0,0087

Naftênicos C11H16 2,4456 2,4646 0,1728 0,1285 0,1258 0,0137

Naftênicos C6s 0,0907 0,0890 0,0134 0,1371 0,1305 0,0201

Naftênicos C7s 0,0001 0,0000 0,0004 0,0007 0,0000 0,0023

30

Tabela 4 - Análise da variação das composições da alimentação e destilado (continuação).

Componente

Alimentação Destilado

Média

(%m.m)

Mediana

(%m.m)

Desvio

padrão

Média

(%m.m)

Mediana

(%m.m)

Desvio

padrão

Naftênicos C8s 0,1103 0,1118 0,0111 0,1324 0,1267 0,0323

Naftênicos C9H12 0,0603 0,0636 0,0249 0,0011 0,0000 0,0035

Naftênicos C9s 0,0887 0,0889 0,0058 0,0344 0,0345 0,0032

n-Butano 0,1345 0,1337 0,0697 0,2094 0,2005 0,0708

n-Hexano 0,0512 0,0521 0,0077 0,0766 0,0742 0,0093

n-Pentano 0,4371 0,4529 0,0470 0,6648 0,6507 0,0521

Olefinas C10s 0,0121 0,0158 0,0075 0,0000 0,0000 0,0000

Olefinas C4s 1,1372 1,1052 0,2198 1,7143 1,7106 0,3235

Olefinas C5s 5,7297 5,7279 0,4212 8,9278 8,9055 0,4247

Olefinas C6s 2,2480 2,2514 0,1948 3,5470 3,5698 0,1578

Olefinas C7s 0,6511 0,6517 0,0777 1,0881 1,0881 0,1118

Olefinas C8s 0,0001 0,0000 0,0004 0,0011 0,0000 0,0036

Olefinas C9s 0,0001 0,0000 0,0004 0,0000 0,0000 0,0000

orto-Xileno 0,3523 0,3584 0,0272 0,1484 0,1437 0,0177

p+m-Xileno 0,5633 0,5575 0,0316 0,2840 0,2859 0,0445

Pentadienos 0,2755 0,3021 0,0681 0,4571 0,4895 0,0969

Pentino-1 0,0001 0,0000 0,0004 0,0000 0,0000 0,0000

Propano+Propeno 0,0224 0,0236 0,0046 0,0325 0,0314 0,0071

tetra-hidro-DCPD 10,1052 10,1433 0,8374 1,3686 1,3294 0,1392

Tolueno 7,1090 7,0950 0,3109 9,9878 9,8233 0,9392

Total C9s e maiores 36,7073 36,4824 2,5775 6,0742 5,6678 1,8498

Vinilacetileno 0,0113 0,0000 0,0316 100,0001 100,0001 0,0002

3.3. Escolha do Modelo Termodinâmico

Para a escolha do modelo termodinâmico a ser empregado nas simulações

tomou-se como base a árvore de decisão apresentada na Figura 10, a qual indica

quais são os modelos recomendados dependendo de características dos componentes

da mistura e de condições de pressão do sistema. A mistura estudada é composta

basicamente por hidrocarbonetos apolares de C5 a C14. Como os componentes são

apolares e reais, os modelos Peng-Robinson, Soave-Redlich-Kwong e Braun K-10

foram pré-selecionados.

31

Figura 10 - Árvore de decisão adaptada de ASPENTECH ®(2006).

Com o objetivo de definir efetivamente qual modelo, dentre os três, seria

utilizado nas simulações, foram estudadas as composições das principais correntes

do processo, a fim de definir os componentes chaves da mistura.

Segundo apresentado por LIMA et al (2006), o componente de interesse do

destilado é chamado de chave-leve e o componente de interesse no produto de fundo

é chamado de chave-pesada. Considera-se inicialmente que o fracionamento de uma

mistura multicomponente pode se basear na separação desses dois componentes,

chave-leve e chave-pesado. Outra consideração é que componentes mais voláteis

que o chave-leve devem estar mais presentes no destilado e os componentes menos

voláteis que o chave-pesado devem aparecer mais significativamente no produto de

fundo. No entanto, ambos os componentes chaves devem estar presentes tanto na

corrente de topo quanto na de fundo.

A Tabela 5 mostra as composições da alimentação, do destilado e do produto de

fundo estimadas pelo projeto da coluna, sendo os componentes organizados do

menos para o mais volátil. Apesar de o benzeno ser o principal componente da

corrente destilada, o projeto não previu seu aparecimento no produto de fundo.

Devido a isso, escolheu-se como componente chave leve o etilbenzeno, visto que

componentes mais voláteis que ele não se encontram no produto de fundo. O

Polaridade

Eletrólito

Tipo de

Componente

Pressão

OLI

Coeficientes

de Interação

PR

PR

SRK

Braun-K10

Pressão

Chao-Seader

Braun-K10

Braun-K10

Ideal

Tipo de

Equilíbrio

Tipo de

Equilíbrio

NRTL

UNIQUAC

Wilson

NRTL

UNIQUAC

UNIFAC

VLE

UNIFAC

LLE

Polar

Não-Polar

Real

Pseudo/Real

Não

Sim

P<10bar

P>10bar

Sim

Não

Líquido-Líquido

Líquido-Vapor

Líquido-Vapor

Líquido-Líquido

Vácuo

32

ciclooctano, um dos componentes escolhidos parar representar o grupo de

hidrocarbonetos C8, foi selecionado como chave pesado, pois compostos mais

pesados que ele apresentam composição nula no destilado.

Tabela 5 - Composições de projeto.

Componentes

Frações mássicas

Alimentação Destilado Produto

de fundo

C4's 0,0021 0,0025 0,0000

C5's 0,2449 0,2988 0,0000

C6's 0,0828 0,1011 0,0000

Benzeno 0,3607 0,4402 0,0000

Tolueno 0,0757 0,0924 0,0000

C7's 0,0155 0,0189 0,0000

Etilbenzeno 0,0532 0,0420 0,1020

Xileno 0,0016 0,0007 0,0074

Estireno 0,0013 0,0001 0,0069

C8's 0,0052 0,0033 0,0137

C9's 0,1557 0,0000 0,8636

C10's 0,0007 0,0000 0,0035

C11's 0,0006 0,0000 0,0028

A Tabela 6 apresenta as medianas das composições de 2011 das correntes de

alimentação, de destilado e de produto de fundo da coluna de destilação estudada (1-

DA-852). Os valores utilizados para a confecção das medianas correspondem ao

período de maior estabilidade de operação do sistema, definido no item 3.2 e foram

obtidos através de análises realizadas no Laboratório de Controle de Qualidade da

Braskem-RJ.

Tabela 6- Composições medianas de 2011.

Componente

Frações Mássicas

Alimentação Destilado Produto

de fundo

Etano 0,0000 0,0000 0,0000

Eteno 0,0000 0,0000 0,0000

Propeno 0,0002 0,0003 0,0001

Butadienos 0,0000 0,0000 0,0000

Butano 0,0013 0,0020 0,0000

Olefinas C4 0,0111 0,0166 0,0000

33

Tabela 6- Composições medianas de 2011 (continuação).

Componente

Frações Mássicas

Alimentação Destilado Produto

de fundo

Vinilacetileno 0,0000 0,0000 0,0000

Etilacetileno 0,0000 0,0000 0,0000

Pentadieno 0,0030 0,0045 0,0000

Butino 0,0002 0,0003 0,0000

Isoparafinas C5 0,0008 0,0012 0,0000

Olefinas C5 0,0573 0,0862 0,0000

Isopreno 0,0019 0,0028 0,0000

Pentano 0,0045 0,0065 0,0006

Pentino 0,0000 0,0000 0,0000

Cis-pentadieno 0,0034 0,0051 0,0000

Ciclopenteno 0,0257 0,0387 0,0000

Ciclopentano 0,0060 0,0087 0,0007

Hexadienos 0,0010 0,0015 0,0000

Isoparafinas C6 0,0013 0,0020 0,0000

Olefinas C6 0,0225 0,0339 0,0000

Hexano 0,0005 0,0007 0,0001

Naftênicos C6 0,0009 0,0013 0,0001

Olefinas C7+ Diolefinas

C7 0,0077 0,0116 0,0000

Benzeno 0,3738 0,5615 0,0016

Isoparafinas C7 0,0004 0,0005 0,0000

Isoparafinas C8 0,0018 0,0027 0,0000

Olefinas C8 0,0000 0,0000 0,0000

Naftênicos C7 0,0000 0,0000 0,0000

Tolueno 0,0710 0,0982 0,0169

Naftênicos C8 0,0011 0,0013 0,0008

Isoparafinas C9 0,0004 0,0003 0,0006

Etilbenzeno 0,0286 0,0171 0,0513

meta-Xileno 0,0056 0,0029 0,0110

orto-Xileno 0,0036 0,0014 0,0078

Estireno 0,0116 0,0132 0,0083

Naftênicos C9 0,0015 0,0003 0,0039

Olefinas C9 0,0000 0,0000 0,0000

Estirênico C9H10 0,0035 0,0004 0,0098

Olefinas C10 0,0002 0,0000 0,0005

Aromáticos C9 0,0220 0,0047 0,0563

Isoparafinas C10 0,0014 0,0003 0,0036

Naftênicos C10 0,1170 0,0153 0,3185

34

Tabela 6- Composições medianas de 2011 (continuação).

Componente

Frações Mássicas

Alimentação Destilado Produto

de fundo

Indano 0,0072 0,0009 0,0198

Indeno 0,0116 0,0015 0,0318

Aromáticos C10 0,0153 0,0017 0,0422

Aromáticos C11 0,0152 0,0011 0,0432

Demais C9+ com

PE<195,5°C 0,0372 0,0222 0,0667

Naftênicos C11 0,0246 0,0013 0,0710

Demais C10 com

PE>195,5°C 0,0734 0,0261 0,1670

Naftaleno 0,0228 0,0010 0,0659

Diferente do caso de projeto, o benzeno é detectado no produto de fundo, o que

permitiu selecioná-lo como chave leve. O sec-butil-ciclohexano, representante do

grupo Naftênicos C10, é o componente em maior quantidade no produto de fundo e

os componentes mais pesados que participam significativamente desta corrente,

assim, ele foi escolhido como chave pesado.

Como não foram encontrados dados experimentais de equilíbrio líquido-vapor

dos dois binários selecionados, etilbenzeno/ciclooctano e benzeno/sec-butil-

ciclohexano, estudaram-se binários de demais componentes presentes na gasolina.

Os dados encontrados na literatura correspondem a pontos de equilíbrio dos

binários n-pentano/n-octano, n-pentano/n-decano e benzeno/tolueno. A partir do

software Aspen Plus Properties 2006® foram construídos diagramas de equilíbrio

líquido-vapor para cada um dos modelos estudados, nas mesmas condições dos

dados experimentais. Os pontos simulados e reais foram, então, comparados com o

objetivo de nortear a escolha final do modelo termodinâmico, como está apresentado

no subitem 4.1.

Apesar de a seleção dos componentes chaves não ter sido utilizada para o estudo

do modelo termodinâmico, ela foi importante na determinação da eficiência de

separação de Murphree, descrita no subitem 3.4.2.

35

3.4. Simulação Caso de Projeto

3.4.1. Parâmetros Operacionais

Após a determinação do modelo termodinâmico a ser empregado nas

simulações, o próximo passo foi modelar o sistema no simulador Aspen Plus 2006®

com o objetivo de reproduzir o projeto original da coluna. Empregou-se o modelo

de destilação rigoroso RadFrac, já existente no programa. Da Tabela 7 a Tabela 9

são apresentadas as variáveis de entrada estabelecidas na simulação.

Tabela 7 - Características das Correntes.

Correntes

Variável Alimentação Destilado

Vazão (kg/h) 4955,40 4061,90

T (°C) 78,67 39,58

P (kgf/cm²) 1,21 1,04

Tabela 8 - Perfil de Pressão na Coluna.

Pressões (kgf/cm²)

1º estágio 1,14

∆P da coluna 0,21

Tabela 9 - Trocadores de Calor.

Equipamentos Térmicos

Variável Condensador Refervedor

T (°C) 39,58 188,80

P (kgf/cm²) 1,04 1,35

Apesar de a coluna apresentar 33 estágios reais de equilíbrio, o número de

estágios foi definido como 35 na simulação, pois o programa exige que seja inserido

o número de estágios incluindo o condensador e o refervedor. Devido a isso, definiu

-se o estágio 15 como o prato de alimentação. Com relação aos equipamentos

térmicos, escolheram-se as opções condensador total e termossifão, de acordo com a

forma de operação da coluna real.

A Tabela 10 mostra as informações de projeto disponíveis para a composição da

corrente de entrada. Como se pode perceber, algumas frações consistem em grupos

de componentes, ou seja, não se tem informação de quais componentes efetivamente

foram empregados na confecção do projeto. Devido a isso, escolheram-se

36

determinados componentes para representar cada um desses grupos, os quais são

apresentados na Tabela 11.

Tabela 10 - Composição da corrente de alimentação.

Componente Fração

mássica

Butenos 0,0015

Butanos 0,0005

C5's 0,2449

C6's 0,0828

C7's 0,0155

C8's 0,0052

Benzeno 0,3608

Tolueno 0,0757

Xileno +

EtilBenzeno 0,0547

Estireno 0,0013

C9+ 0,1570

Tabela 11 - Componentes representantes.

Grupo Componente

representante

Butenos 1-Buteno

Butanos n-Butano

C5's n-Pentano

C6's n-Hexano

C7's n-Heptano

C8's 2,2,4-Trimetilpentano

Ciclooctano

C9+

cis-1-Propenilbenzeno

1,2,4,5-

Tetrametilbenzeno

n-Undecano

A escolha se baseou na composição real da alimentação da coluna. Por exemplo,

dentre os componentes do grupo C5, a maior parte é composta por parafinas, por

isso foi escolhido o n-pentano como representante. O grupo C8 foi dividido em uma

fração leve (2,2,4-trimetilpentano) e outra pesada (ciclooctano), visto que a

alimentação real apresenta componentes C8 em uma faixa extensa de pontos de

ebulição. No caso do C9+, os componentes C9’s e C10’s são basicamente

aromáticos e os C11’s parafínicos.

37

3.4.2. Ajuste da Eficiência de Murphree

Como não se tinham informações quanto à eficiência de projeto da coluna, foi

necessário desenvolver uma metodologia para estimá-la, de modo a atender as

composições das correntes produto. A determinação da eficiência da coluna foi

realizada através das correlações apresentadas no Capítulo 2.

Primeiro, estima-se um valor para a eficiência de Murphree, este valor é inserido

no simulador e, através do resultado da simulação, obtêm-se os perfis de

temperatura, pressão, vazão e composição da coluna. Em seguida, calcula-se a

inclinação da curva de equilíbrio (m) por meio do método pseudobinário e, com as

vazões molares das fases líquida e vapor, calcula-se o valor de λ. Desse modo, é

possível determinar a eficiência global através da correlação de Lewis.

Como se deseja obter de maneira independente as eficiências das seções de

absorção e esgotamento, calculam-se dois valores de eficiência global por Lewis,

utilizando os valores de m e λ de cada seção. Posteriormente, obtém-se a eficiência

global efetiva através da média entre as eficiências globais por seção.

A partir das temperaturas de topo e fundo resultantes da simulação, determina-se

a temperatura média do sistema. Observa-se qual prato trabalha com esse valor

médio e qual a viscosidade do líquido que escoa por este. O simulador também

fornece como resultado, os valores da constante de equilíbrio líquido-vapor para

cada componente em cada prato. Isso permite calcular a volatilidade relativa entre

os componentes chaves da mistura na temperatura média, visto que se utiliza o

mesmo prato através do qual se determina a viscosidade. Com a viscosidade de

líquido e a volatilidade dos componentes chaves calcula-se a eficiência global por

meio da correlação de O’Connell.

Os valores calculados para a eficiência global são comparados e, caso o erro

relativo entre eles seja inferior a 10%, erro estimado para a correlação de O’Connell

(KISTER, 1992), considera-se que o método convergiu, caso contrário, estima-se

um novo valor para a eficiência de Murphree. A Figura 11 resume o funcionamento

do método.

38

3.4.3. Definição da Hidráulica

O simulador Aspen Plus permite que sejam definidos parâmetros referentes à

parte interna da coluna através da opção Tray Rating (avaliação de pratos). A

especificação da hidráulica permite que se avalie em cada prato:

As temperaturas das fases líquida e vapor;

As vazões volumétricas de cada fase;

As massas específicas e viscosidades das fases;

A tensão superficial do líquido.

As entradas requeridas pelo simulador no Tray Rating consistem basicamente

em parâmetros geométricos dos pratos. Assim, os resultados relacionados à

hidráulica também foram úteis para comparar a simulação com o projeto. A Tabela

12 apresenta os dados estruturais dos pratos da coluna.

Tabela 12 - Especificações de projeto dos pratos da coluna.

Propriedade Entrada na

simulação

Tipo de prato Koch Flexitray

Número de passes 1

Diâmetro do prato 0,756 m

Espaçamento entre os

pratos

0,449 m (1)

0,598 m (2)

Figura 11 - Método para determinação da eficiência de Murphree.

Estimativa

de EMV

Simulador

Aspen Plus

2006

Cálculo de

m e λ

Cálculo de

Eglobal

Viscosidade e

volatilidade nas

T e P médias

[ ]

Lewis

Cálculo de

Eglobal

O’Connell

Convergiu?

NÃO

SIM

FIM

39

Tabela 12 - Especificações de projeto dos pratos da coluna (continuação).

Propriedade Entrada na

simulação

Altura do anteparo

Número de válvulas

por área ativa

0,050 m

110,65

Largura do

vertedouro 0,135 m

Espaço entre o

vertedouro e o prato

abaixo

0,035 m

(1) Referente aos pratos da seção de absorção, de 1 a 13.

(2) Referente aos pratos da seção de esgotamento, de 14 a 33.

3.5. Simulação com Gasolina Hidrogenada

A modelagem do caso real de planta foi semelhante à realizada para o caso de

projeto, pois foi utilizado o mesmo método de ajuste da eficiência e a mesma

definição da hidráulica da coluna. No entanto, os valores das variáveis de entrada e

as composições das correntes diferem-se do projeto, visto que correspondem aos

dados reais de operação.

3.5.1. Parâmetros Operacionais

Para a modelagem do caso real de planta, as variáveis de entrada são as mesmas

que as referentes à simulação de projeto, porém com valores reais de operação

obtidos através do programa de coleta e armazenamento de dados de processo PI

ProcessBook. Os valores utilizados correspondem ao período determinado pelo

estudo de estado estacionário do sistema citado anteriormente.

Para a definição das variáveis de processo, foram utilizados os valores das

medianas correspondentes ao período selecionado. No caso das vazões das

principais correntes, observou-se que a alimentação registrada pelo medidor é

superior à correspondente à soma das vazões de destilado e do produto de fundo.

Com isso, foi necessário definir qual das variáveis seria modificada a fim de fechar

o balanço de massa da coluna. O critério de escolha foi o erro inerente a cada tipo de

medidor.

40

A vazão de alimentação é medida através de placa de orifício, sem compensação

de temperatura e pressão, ou seja, o cálculo de vazão considera a densidade do

fluido constante. O destilado é medido por meio de um sensor vortex e o produto de

fundo por um coriolis. Como o erro de medição da placa de orifício é

consideravelmente maior que o dos demais medidores, considerou-se a soma das

medianas do destilado e do produto de fundo como valor para a vazão de

alimentação.

Tabela 13 – Medições das vazões das correntes principais.

Medianas das

vazões pelos

medidores (kg/h)

Alimentação 6083,35

Destilado 3978,51

Refluxo 581,03

Produto de

fundo 2007,36

Vazão pela soma

destilado+produto

de fundo (kg/h)

Alimentação 5985,86

Erro relativo (%) 1,60%

Da Tabela 14 a Tabela 16 seguir estão listadas as entradas especificadas na

simulação, os quais correspondem a valores reais de operação.

Tabela 14 - Características das correntes.

Correntes

Variável Alimentação Destilado

Vazão (kg/h) 5985,86 3978,51

T (°C) 93,60 31,85

P (kgf/cm²) 1,30 1,11

Tabela 15 - Perfil de pressão da coluna.

Pressões (kgf/cm²)

1º estágio 1,21

∆P da coluna 0,18

41

Tabela 16 - Especificações dos trocadores de calor.

Equipamentos Térmicos

Variável Condensador Refervedor

T (°C) 31,85 187,56

P (kgf/cm²) 1,11 1,32

A pressão nos trocadores e a temperatura de alimentação não apresentam

medição online, assim, alguns valores referentes ao projeto foram utilizados na

simulação. Considerou-se perda de carga de carga dos trocadores de calor igual ao

valor de projeto de 0,1 kgf/cm² e, como se tem a medição da pressão da corrente que

entra no condensador e da perda de carga da coluna, foi possível determinar as

pressões referentes aos equipamentos térmicos.

kgf/cm2 (3.1)

(3.2)

sendo , e as pressões do condensador, da corrente de topo e do

reverfedor, e corresponde à perda de carga da coluna.

Como não há medição online da temperatura e pressão da corrente de

alimentação, estimaram-se os valores dessas variáveis com base na abertura da

válvula que regula a entrada da coluna. Foi realizada a simulação da válvula,

utilizando dados de projeto da mesma, a porcentagem média de abertura e a

composição real de alimentação.

Como as análises fornecidas pelo Laboratório de Qualidade da Braskem são

compostas por grupos de componentes, sem determinar as espécies que os

compõem, foi necessário definir representantes para esses grupos. A escolha se

baseou tanto na classificação do grupo quanto na disponibilidade de componentes

do banco de dados do simulador.

Tabela 17 - Componentes utilizados na simulação.

Grupo/Componente das análises em

laboratório Representante na simulação

Aromáticos C10s 1-Metil-3n-Propilbenzeno

Aromáticos C11s 1-Etil-2-isopropilbenzeno

42

Tabela 17 - Componentes utilizados na simulação (continuação).

Grupo/Componente das análises

em laboratório Representante na simulação

Aromáticos C9s 1,2,4-Trimetilbenzeno

Benzeno Benzeno

Butadienos 1,3-Butadieno

2-Butino 2-Butino

Ciclopentano Ciclopentano

Ciclopenteno Ciclopenteno

Ciclopentadieno + cis-Pentadieno-1,3 cis-1,3-Pentadieno

Estirênicos C9H10 α-metil-estireno

Estireno Estireno

Etano Etano

Eteno Eteno

Etilacetileno Etilacetileno

Etilbenzeno Etilbenzeno

Hexadienos 1,5-Hexadieno

Indano Indano

Indeno Indeno

Isoparafinas C10s n-Decano

Isoparafinas C5s Isopentano (2-metil-butano)

Isoparafinas C6s Isohexano (2-metil-pentano)

Isoparafinas C7s Isoheptano (2-metilhexano

Isoparafinas C8s Isooctano (2,2,4-trimetilpentano)

Isoparafinas C9s 3,3-Dietilpentano

Isopreno Isopreno (2-metil-1,3-butadieno)

Naftaleno Naftaleno

Naftênicos C10H16

sec-butil-ciclohexano Naftênicos C10s

Tetra-hidro-diciclopentadieno

Naftênicos C11H16 n-Undecano

Naftênicos C6s Ciclohexano

Naftênicos C7s Etilciclopentano

Naftênicos C8s Etilciclohexano

Naftênicos C9H12 n-Propenilciclohexano

Naftênicos C9s

n-Butano n-Butano

n-Hexano n-Hexano

n-Pentano n-Pentano

Olefinas C10s 2-Metil-1-nonano

Olefinas C4s trans-2-buteno

Olefinas C5s 3-metil-1-buteno

43

Tabela 17 - Componentes utilizados na simulação (continuação).

Grupo/Componente das análises

em laboratório Representante na simulação

Olefinas C6s 1-Hexeno

Olefinas C7s +Diolefinas C7 2,2,3-Trimetil-1-buteno

Olefinas C8s 2,4,4-Trimetil-1-penteno

Olefinas C9s 1-Noneno

orto-Xileno orto-Xileno

p+m-Xileno meta-Xileno

Pentadienos 1,4-Pentadieno

1-Pentino 1-Pentino

Propano+Propeno Propeno

Tolueno Tolueno

Vinilacetileno Vinilacetileno

Demais C9+ com PE<195,5°C Propenil-ciclohexeno

Demais compostos P.E.>195,5ºC cis-Decahidronaftaleno

Com relação à escolha das espécies representantes, vale ressaltar algumas

considerações. O simulador não possuía todas as propriedades para o componente

isobutilciclohexano, o qual correspondia ao único isoparafínico C10 presente no

banco de dados. Assim, o n-decano foi escolhido, pois é o parafínico com o ponto

de ebulição mais próximo do isobutilciclohexano. O mesmo ocorreu com o

componente n-hexilciclopentano, único cicloalcano C11 do banco de dados. Desse

modo foi escolhido como substituto o n-undecano, o parafínico com ponto de

ebulição mais próximo do cicloalcano.

Visto que o banco de dados do simulador não apresentava o componente tetra-

hidro-diciclopentadieno nem espécies do tipo diolefinas C7, naftênicas C9H16 e

naftênicas C10H16, foi necessário acoplar esses grupos a outros semelhantes. Os

grupos naftênicos C9 e naftênicos C9H10 possuem propenilciclohexano como

representante em comum. Sendo o tetra-hidro-dicilopentadieno a forma hidrogenada

do diciclopentadieno, ele foi incorporado no grupo de cicloalcanos C10, juntamente

com os naftênicos C10 e os naftênicos C10H16.

3.5.2. Tratamento de Dados

Com o objetivo de observar a consistência dos dados reais de composição

levantados, estudou-se o balanço de massa por componente. Como a composição do

44

produto de fundo é mais simplificada quanto aos componentes, tomou-se como base

para a análise os dados referentes à alimentação e ao destilado. As células

destacadas, presentes na Tabela 18, indicam inconsistências evidentes do balanço

para determinados componentes, visto que suas vazões de entrada são inferiores às

de saída no topo.

Tabela 18 - Análise do balanço de massa por componente.

Componentes

Alimentação Destilado Diferença

(alimentação

- destilado)

Composição

(mediana)1

Vazão

(kg/h)

Composição

(mediana)1

Vazão

(kg/h)

Aromáticos C10 0,0153 91,54 0,0017 6,78 84,76

Aromáticos C11 0,0152 90,99 0,0011 4,30 86,68

Aromáticos C9 0,0220 131,79 0,0052 18,80 112,99

Benzeno 0,3562 2132,27 0,5808 2234,04 -101,78

Butadienos 0,0000 0,00 0,0001 0,26 -0,26

Butino 0,0002 1,13 0,0003 1,19 -0,07

Ciclopentano 0,0060 36,02 0,0095 34,59 1,43

Ciclopenteno 0,0257 154,11 0,0412 159,86 -5,74

Cis-pentadieno 0,0034 20,35 0,0141 55,53 -35,17

Estirênico C9H10 0,0035 21,09 0,0004 1,46 19,64

Estireno 0,0116 69,19 0,0046 17,54 51,65

Etano 0,0000 0,00 0,0000 0,00 0,00

Eteno 0,0000 0,00 0,0000 0,16 -0,16

Etilacetileno 0,0000 0,00 0,0000 0,00 0,00

Etilbenzeno 0,0317 189,83 0,0182 67,95 121,87

Hexadienos 0,0010 6,09 0,0018 6,68 -0,59

Indano 0,0072 43,37 0,0010 3,55 39,82

Indeno 0,0116 69,66 0,0015 5,84 63,82

Isoparafinas C10 0,0014 8,36 0,0003 1,12 7,24

Isoparafinas C5 0,0008 4,67 0,0012 4,59 0,07

Isoparafinas C6 0,0013 7,83 0,0021 8,05 -0,22

Isoparafinas C7 0,0004 2,14 0,0006 2,18 -0,04

Isoparafinas C8 0,0018 10,90 0,0029 10,89 0,01

Isoparafinas C9 0,0004 2,32 0,0003 1,19 1,12

Isopreno 0,0019 11,11 0,0029 12,09 -0,98

Naftaleno 0,0228 136,24 0,0011 3,94 132,30

Naftênicos C10 0,1170 700,27 0,0153 61,00 639,28

Naftênicos C11 0,0246 147,52 0,0013 5,00 142,52

Naftênicos C6 0,0009 5,32 0,0014 5,19 0,13

45

Tabela 18 - Análise do balanço de massa por componente (continuação).

Componentes

Alimentação Destilado Diferença

(alimentação

- destilado)

Composição

(mediana)1

Vazão

(kg/h)

Composição

(mediana)1

Vazão

(kg/h)

Naftênicos C7 0,0000 0,00 0,0000 0,00 0,00

Naftênicos C8 0,0011 6,69 0,0014 5,04 1,65

Naftênicos C9 0,0015 9,13 0,0004 1,37 7,75

Butano 0,0013 8,00 0,0022 7,98 0,02

Hexano 0,0005 3,12 0,0008 2,95 0,16

Pentano 0,0045 27,11 0,0069 25,89 1,22

Olefinas C10 0,0002 0,94 0,0000 0,00 0,94

Olefinas C4 0,0111 66,16 0,0177 68,06 -1,90

Olefinas C5 0,0573 342,86 0,0921 354,31 -11,44

Olefinas C6 0,0225 134,76 0,0366 142,02 -7,26

Olefinas C7 +Diolefinas C7 0,0077 46,24 0,0175 66,85 -20,61

Olefinas C8 0,0000 0,00 0,0000 0,00 0,00

Olefinas C9 0,0000 0,00 0,0000 0,00 0,00

orto-Xileno 0,0036 21,45 0,0015 5,72 15,73

meta-Xileno 0,0056 33,37 0,0029 11,37 21,99

Pentadieno 0,0030 18,08 0,0047 19,47 -1,39

Pentino 0,0000 0,00 0,0000 0,00 0,00

Propeno 0,0002 1,41 0,0003 1,25 0,16

Tolueno 0,0710 424,70 0,1031 390,82 33,88

Vinilacetileno 0,0000 0,00 0,0000 0,00 0,00

C9+ com 193<PE<195,5°C 0,0515 308,48 0,0000 37,67 270,81

Demais compostos

P.E.>195,5°C 0,0734 439,27 0,0000 103,95 335,32

(1) Os valores das frações mássicas são apresentados até a 4ª casa decimal, pois a incerteza do método de

análise do Laboratório está presente na 5ª casa.

Com o objetivo de eliminar as diferenças negativas entre as vazões de cada

componente na alimentação e no destilado, realizou-se a distribuição desses desvios.

A diferença negativa relacionada ao balanço de benzeno corresponde a 54% do total

das diferenças. Visando partilhar as inconsistências de maneira semelhante,

considerou-se que a vazão de destilado era equivalente à alimentada para todos os

componentes assinalados, exceto o benzeno.

O reajuste das frações mássicas no destilado é traduzido pela Equação (3.3). A

inconsistência correspondente ao benzeno foi eliminada alterando sua fração

mássica na alimentação. A composição de benzeno na alimentação foi reajustada a

46

partir das suas vazões no destilado e no produto de fundo, assim como mostrado

pela equação (3.4).

(3.3)

(3.4)

sendo:

a fração mássica do componente i no destilado;

a vazão do componente i no destilado;

a vazão total de destilado;

a fração mássica de benzeno na alimentação;

e

as vazões de benzeno no destilado e no produto de fundo,

respectivamente;

a vazão total de alimentação.

Após a realização dos ajustes mencionados, o somatório das frações mássicas da

alimentação se apresentou superior à unidade enquanto o somatório referente ao

destilado se apresentou inferior. Com o objetivo corrigir os somatórios, algumas

composições foram reajustadas levando em conta a composição do produtos de

fundo.

Antes de executar o reajuste, foi necessário fazer uma avaliação integral do

balanço de massa para aqueles componentes presentes nas análises das três correntes

(alimentação, destilado e produto de fundo). As vazões por componente de entrada e

de destilado, presentes na Tabela 19, correspondem às composições originais, ou

seja, sem ajustes.

O erro relativo do balanço para cada componente foi calculado da seguinte

forma:

[ ( )]

(3.5)

47

em que Vali, Vdes, Vfun são as vazões de alimentação, de destilado e de fundo,

respectivamente. Vale ressaltar que a composição da análise em laboratório da

corrente de fundo não informa o teor de componentes mais leves que o benzeno, o

que implica no somatório das frações mássicas apresentadas na Tabela 19 ser

inferior à unidade.

Tabela 19 - Análise do balanço de massa utilizando a composição do produto de fundo.

Componente

Alimentação Destilado Produto de Fundo %Erro

(balanço de

massa)

Vazão

(kg/h)

Vazão

(kg/h)

Composição

(mediana)

Vazão

(kg/h)

Benzeno 2132,2668 2234,0437 0,0016 3,23 -4,92%

Estirenos 90,2818 18,9934 0,8734 23,68 52,73%

Etilbenzeno 189,8267 67,9529 0,0116 102,95 9,97%

Tolueno 424,6971 390,8208 0,0505 56,25 -5,27%

Xilenos 54,8185 17,0917 0,0276 40,57 -5,19%

Pelo balanço, as quantidades estireno e etilbenzeno na alimentação são

superiores àquelas que saem da coluna. Como se deseja reduzir o somatório da

alimentação e aumentar o referente ao destilado, esses foram os componentes

escolhidos para serem reajustados considerando o produto de fundo.

A composição modificada do etilbenzeno na alimentação foi calculada segundo

a Equação (3.6).

(3.6)

A composição do estireno também foi alterada no destilado. Como o valor

informado pela seguindo a equação (3.8)

(3.8)

A composição do produto de fundo foi determinada por diferença no balanço de

massa, assim como mostrado na equação (3.9).

48

(3.9)

As frações mássicas ajustadas são apresentadas na Tabela 20.

Tabela 20 - Composições modificadas.

Componentes

Composições ajustadas Composição

do produto

de fundo

(balanço) Alimentação Destilado

Aromáticos C10 0,0153 0,0017 0,0422

Aromáticos C11 0,0152 0,0011 0,0432

Aromáticos C9 0,0220 0,0047 0,0563

Benzeno 0,3738 0,5615 0,0016

Butadienos 0,0000 0,0000 0,0000

Butino 0,0002 0,0003 0,0000

Ciclopentano 0,0060 0,0087 0,0007

Ciclopenteno 0,0257 0,0387 0,0000

Cis-pentadieno 0,0034 0,0051 0,0000

Estirênico C9H10 0,0035 0,0004 0,0098

Estireno 0,0116 0,0132 0,0083

Etano 0,0000 0,0000 0,0000

Eteno 0,0000 0,0000 0,0000

Etilacetileno 0,0000 0,0000 0,0000

Etilbenzeno 0,0286 0,0171 0,0513

Hexadienos 0,0010 0,0015 0,0000

Indano 0,0072 0,0009 0,0198

Indeno 0,0116 0,0015 0,0318

Isoparafinas C10 0,0014 0,0003 0,0036

Isoparafinas C5 0,0008 0,0012 0,0000

Isoparafinas C6 0,0013 0,0020 0,0000

Isoparafinas C7 0,0004 0,0005 0,0000

Isoparafinas C8 0,0018 0,0027 0,0000

Isoparafinas C9 0,0004 0,0003 0,0006

Isopreno 0,0019 0,0028 0,0000

Naftaleno 0,0228 0,0010 0,0659

Naftênicos C10 0,0134 0,0016 0,0369

Naftênicos C11 0,0246 0,0013 0,0710

Naftênicos C6 0,0009 0,0013 0,0001

Naftênicos C7 0,0000 0,0000 0,0000

Naftênicos C8 0,0011 0,0013 0,0008

49

Tabela 20 - Composições modificadas (continuação).

Componentes

Composições ajustadas Composição

do produto

de fundo

(balanço) Alimentação Destilado

Naftênicos C9 0,0015 0,0003 0,0039

Butano 0,0013 0,0020 0,0000

Hexano 0,0005 0,0007 0,0001

Pentano 0,0045 0,0065 0,0006

Olefinas C10 0,0002 0,0000 0,0005

Olefinas C4 0,0111 0,0166 0,0000

Olefinas C5 0,0573 0,0862 0,0000

Olefinas C6 0,0225 0,0339 0,0000

Olefinas C7 + Diolefinas

C7 0,0077 0,0116 0,0000

Olefinas C8 0,0000 0,0000 0,0000

Olefinas C9 0,0000 0,0000 0,0000

orto-Xileno 0,0036 0,0014 0,0078

meta-Xileno 0,0056 0,0029 0,0110

Pentadieno 0,0030 0,0045 0,0000

Pentino 0,0000 0,0000 0,0000

Propeno 0,0002 0,0003 0,0001

tetra-hidro-DCPD + endo-

DCPD

0,1036 0,0137 0,2816

Tolueno 0,0710 0,0982 0,0169

Vinilacetileno 0,0000 0,0000 0,0000

Demais C9+ com

P.E.<195,5°C

0,0372 0,0222 0,0667

Demais compostos

P.E.>195,5°C

0,0734 0,0261 0,1670

As células marcadas em cinza escuro indicam as composições modificadas

considerando somente a alimentação e o destilado no balanço de massa e as em

cinza claro correspondem às composições modificadas levando em conta, também, o

produto de fundo no balanço.

Para a simulação do caso de planta, foi utilizada a composição ajustada da

alimentação como entrada.

50

3.6. Simulações com Distintas Razões de Refluxo

Como o valor da razão de refluxo real é muito inferior ao de projeto, uma das

modificações propostas neste trabalho é aumentar este parâmetro operacional.

Assim, realizaram-se simulações com diversos valores de razão de refluxo para

observar as implicações no comportamento da coluna e nas características das

correntes de produto. A Tabela 21 apresenta os casos de simulação com diferentes

valores de razão de refluxo (Rr), sendo o Caso 1 correspondente à situação real de

operação da unidade e o Caso 8 referente ao projeto.

Tabela 21 - Casos simulados variando a razão de refluxo

Caso 1 -

Operação Caso2 Caso 3 Caso 4 Caso 5 Caso 6 Caso 7

Caso 8 -

Projeto

Rr 0,15 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8

3.7. Simulações com Gasolina Bruta

Em agosto de 2012 foi realizado um teste operacional, no qual se realizou o

bypass do reator, deixando de hidrogenar a gasolina bruta e enviando-a direto para

as colunas do sistema. Como uma das propostas do trabalho é manter a operação da

coluna estudada na mesma condição empregada no teste, buscaram-se os valores das

variáveis de processo e de composição referente a esse período para realizar a

simulação.

Novamente observou-se diferença entre o valor medido da alimentação e o valor

correspondente à soma das vazões de destilado e produto de fundo, conforme mostra

a Tabela 22. Devido aos motivos já apresentados com relação aos instrumentos de

medição, escolheu-se utilizar a soma da vazão de alimentação como passível de

ajuste.

Tabela 22 - Medições das vazões das correntes principais.

Medianas das

vazões

(medidores)

(kg/h)

Alimentação 6078,10

Destilado 4679,51

Refluxo 726,75

Produto de

fundo 1454,58

51

Tabela 22 - Medições das vazões das correntes principais (continuação).

Vazão pela soma

destilado+produto

de fundo (kg/h)

Alimentação 6134,09

Erro relativo (%) -0,92%

As Tabelas 26 a 28 apresentam as variáveis utilizadas como entrada para a

simulação.

Tabela 23 - Características das correntes.

Correntes

Variável Alimentação Destilado

Vazão (kg/h) 6134,09 4679,51

T (°C) 93,60 28,47

P (kgf/cm²) 1,30 1,01

Tabela 24 - Perfil de pressão da coluna.

Pressões (kgf/cm²)

1º estágio 1,01

∆P da coluna 0,18

Tabela 25 - Especificações dos trocadores de calor.

Equipamentos Térmicos

Variável Condensador Refervedor

T (°C) 28,47 179,40

P (kgf/cm²) 1,01 1,29

Assim, como foi feito para a simulação base do caso real, utilizou-se o valor de

projeto da perda de carga nos trocadores de calor para o cálculo das pressões nesses

equipamentos. Estimaram-se os valores de temperatura e pressão na alimentação

semelhante ao apresentado no item 3.5.1

Com relação às composições das correntes, tomou-se como base o tratamento de

dados descrito no item 3.5.2. A Tabela 26 apresenta as inconsistências no balanço

de massa por componente e a Tabela 27 mostra as composições ajustadas, sendo as

células em cinza claro os valores ajustados considerando as três correntes

52

(alimentação, destilado e produto de fundo) e as células em cinza escuro

correspondem aos ajustes que levaram em conta somente a alimentação e o

destilado.

Tabela 26 – Análise do balanço de massa por componente

Componentes

Alimentação Destilado Diferença

(alimentação-

destilado) Composição

(mediana)

Vazão

(kg/h)

Composição

(mediana)

Vazão

(kg/h)

Aromáticos C10 0,1015 622,78 0,0214 100,28 522,50

Aromáticos C11 0,0068 41,44 0,0007 3,49 37,95

Aromáticos C9 0,0204 125,19 0,0055 25,81 99,38

Benzeno 0,3605 2211,13 0,4422 2069,35 141,78

Butadienos 0,0100 61,50 0,0127 59,25 2,26

Butino 0,0024 14,92 0,0030 13,84 1,07

Ciclopentano 0,0005 2,99 0,0007 3,16 -0,17

Ciclopenteno 0,0138 84,50 0,0178 83,42 1,08

Cis-pentadieno 0,0365 224,04 0,1098 513,90 -289,86

Estirênico C9H10 0,0062 38,22 0,0007 3,46 34,76

Estireno 0,0358 219,30 0,0260 121,55 97,74

Etano 0,0000 0,00 0,0000 0,00 0,00

Eteno 0,0001 0,38 0,0001 0,60 -0,22

Etilacetileno 0,0002 1,44 0,0004 1,65 -0,21

Etilbenzeno 0,0056 34,19 0,0087 40,88 -6,68

Hexadienos 0,0072 44,06 0,0094 43,94 0,12

Indano 0,0012 7,38 0,0000 0,00 7,38

Indeno 0,0136 83,21 0,0017 8,06 75,15

Isoparafinas C10 0,0009 5,24 0,0000 0,00 5,24

Isoparafinas C5 0,0003 2,07 0,0005 2,12 -0,05

Isoparafinas C6 0,0011 6,68 0,0014 6,50 0,18

Isoparafinas C7 0,0003 1,68 0,0004 1,70 -0,01

Isoparafinas C8 0,0017 10,12 0,0028 12,92 -2,80

Isoparafinas C9 0,0016 9,60 0,0021 10,00 -0,40

Isopreno 0,0179 109,67 0,0218 102,00 7,67

Naftaleno 0,0166 101,55 0,0007 3,22 98,32

Naftênicos C10 0,0275 168,86 0,0039 18,20 150,66

Naftênicos C11 0,0106 65,21 0,0000 0,00 65,21

Naftênicos C6 0,0001 0,65 0,0001 0,63 0,02

Naftênicos C7 0,0002 1,29 0,0003 1,22 0,07

53

Tabela 26 – Análise do balanço de massa por componente (continuação).

Componentes

Alimentação Destilado Diferença

(alimentação-

destilado) Composição

(mediana)

Vazão

(kg/h)

Composição

(mediana)

Vazão

(kg/h)

Naftênicos C8 0,0024 14,45 0,0025 11,56 2,89

Naftênicos C9 0,0031 19,05 0,0011 4,93 14,12

Butano 0,0003 1,65 0,0008 3,80 -2,15

Hexano 0,0001 0,71 0,0002 0,73 -0,02

Pentano 0,0003 2,01 0,0005 2,19 -0,18

Olefinas C10 0,0009 5,64 0,0000 0,00 5,64

Olefinas C4 0,0060 37,07 0,0081 37,90 -0,83

Olefinas C5 0,0228 140,04 0,0304 142,17 -2,13

Olefinas C6 0,0217 133,36 0,0277 129,60 3,76

Olefinas C7 +Diolefinas C7 0,0230 141,03 0,0368 172,04 -31,01

Olefinas C8 0,0006 3,37 0,0006 3,02 0,35

Olefinas C9 0,0000 0,00 0,0000 0,00 0,00

orto-Xileno 0,0026 16,16 0,0024 11,06 5,10

meta-Xileno 0,0049 30,02 0,0066 30,94 -0,92

Pentadieno 0,0220 134,69 0,0273 127,68 7,01

Pentino 0,0002 1,15 0,0002 1,04 0,10

Propeno 0,0002 1,07 0,0002 1,15 -0,07

DCPD + tetra-hidro-DCPD 0,0009 5,68 0,0167 78,13 -72,45

Tolueno 0,0678 416,02 0,0833 389,74 26,28

Vinilacetileno 0,0010 6,19 0,0010 4,87 1,32

C9+ com 193<PE<195 0,0310 190,21 0,0000 0,00 190,21

Demais compostos com

PE>195°C 0,0873 535,20 0,0616 288,30 246,90

Tabela 27 - Composições das correntes principais ajustadas.

Componentes

Composições ajustadas Composição

do produto

de fundo

(balanço) Alimentação Destilado

Aromáticos C10 0,1015 0,0214 0,3592

Aromáticos C11 0,0068 0,0007 0,0261

Aromáticos C9 0,0204 0,0055 0,0683

Benzeno 0,3605 0,4725 0,0000

Butadienos 0,0100 0,0131 0,0000

Butino 0,0024 0,0032 0,0000

Ciclopentano 0,0005 0,0007 0,0000

Ciclopenteno 0,0138 0,0181 0,0000

54

Tabela 27- Composições das correntes principais ajustadas (continuação).

Componentes

Composições ajustadas Composição

do produto

de fundo

(balanço) Alimentação Destilado

Cis-pentadieno 0,0365 0,0479 0,0000

Estirênico C9H10 0,0062 0,0007 0,0064

Estireno 0,0358 0,0389 0,0255

Etano 0,0000 0,0000 0,0000

Eteno 0,0001 0,0001 0,0000

Etilacetileno 0,0003 0,0004 0,0000

Etilbenzeno 0,0067 0,0087 0,0000

Hexadienos 0,0072 0,0094 0,0000

Indano 0,0012 0,0000 0,0051

Indeno 0,0136 0,0017 0,0517

Isoparafinas C10 0,0009 0,0000 0,0036

Isoparafinas C5 0,0003 0,0005 0,0000

Isoparafinas C6 0,0011 0,0014 0,0001

Isoparafinas C7 0,0003 0,0004 0,0000

Isoparafinas C8 0,0021 0,0028 0,0000

Isoparafinas C9 0,0016 0,0021 0,0000

Isopreno 0,0179 0,0234 0,0000

Naftaleno 0,0166 0,0007 0,0676

Naftênicos C10 0,0403 0,0206 0,1036

Naftênicos C11 0,0106 0,0000 0,0448

Naftênicos C6 0,0001 0,0001 0,0000

Naftênicos C7 0,0002 0,0003 0,0000

Naftênicos C8 0,0024 0,0025 0,0020

Naftênicos C9 0,0031 0,0011 0,0097

Butano 0,0006 0,0008 0,0000

Hexano 0,0001 0,0002 0,0000

Pentano 0,0004 0,0005 0,0000

Olefinas C10 0,0009 0,0000 0,0039

Olefinas C4 0,0062 0,0081 0,0000

Olefinas C5 0,0232 0,0304 0,0000

Olefinas C6 0,0211 0,0277 0,0000

Olefinas C7 0,0280 0,0368 0,0000

Olefinas C8 0,0006 0,0006 0,0002

Olefinas C9 0,0000 0,0000 0,0000

orto-Xileno 0,0026 0,0024 0,0035

meta-Xileno 0,0050 0,0066 0,0000

Pentadieno 0,0220 0,0288 0,0000

55

Tabela 27 - Composições das correntes principais ajustadas (continuação).

Componente

Composições ajustadas Composição

do produto

de fundo

(balanço) Alimentação Destilado

Pentino 0,0002 0,0002 0,0000

Propeno 0,0002 0,0002 0,0000

Tolueno 0,0678 0,0889 0,0000

Vinilacetileno 0,0010 0,0010 0,0009

Demais C9+ com PE<195°C 0,0120 0,0063 0,0480

Demais compostos com

PE>195°C 0,0873 0,0616 0,1697

Os valores de composição ajustados para a corrente de alimentação foram

utilizados como entrada para a simulação com gasolina bruta.

56

4. Resultados e Discussão

4.1. Determinação do Modelo Termodinâmico

Através da ferramenta Binary Analysis do Aspen Plus Propeties 2006®,

diagramas de equilíbrio dos binários selecionados foram confeccionados para os três

modelos em estudo, Peng-Robinson, Soave Redlich-Kwong e Braun K10.

Na Tabela 28 são apresentados os dados experimentais do binário n-pentano/n-

octano à temperatura constante de 313,7 K (dados de RICE e NIKHELI,1995).

Tabela 28 - Dados experimentais do equilíbrio líquido-vapor do binário n-pentano/n-octano a 313,7 K.

P(kPa) Composições

de n-pentano

x1 y1

4,29 0,000 0,000

19 0,115 0,801

30,2 0,221 0,883

41,72 0,314 0,927

45,9 0,361 0,933

53,4 0,425 0,949

55,4 0,438 0,959

62,2 0,490 0,965

70,8 0,571 0,976

79,7 0,635 0,984

85,7 0,692 0,991

97 0,777 0,995

118 1,000 1,000

Da Figura 12 a Figura 14 são apresentados os gráficos comparativos com os

resultados simulados.

57

Figura 12 - Comparação com dados experimentais utilizando o modelo Peng-Robinson.

Figura 13 - Comparação com dados experimentais utilizando o modelo Soave Redlich Kwong.

0

25

50

75

100

125

0,000 0,200 0,400 0,600 0,800 1,000

P (

kPa)

Composição de n-pentano

x1 exp x1 y1 exp y1

0

25

50

75

100

125

0,000 0,200 0,400 0,600 0,800 1,000

P (

kPa)

Composição de n-pentano

x1 exp x1 y1 exp y1

58

Figura 14 - Comparação com dados experimentais utilizando o modelo Braun K10.

O binário seguinte a ser estudado corresponde ao n-pentano/n-decano à

temperatura constante de 333,7 K (dados experimentais de RICE e NIKHELI,1995).

Tabela 29 - Dados experimentais do equilíbrio líquido-vapor do binário n-pentano/n-decano a 333,7 K.

P(kPa)

Composições

de n-pentano

x1 y1

1,57 0,0000 0,0000

49,60 0,2283 0,9591

61,17 0,2790 0,9695

75,50 0,3501 0,9842

88,53 0,3993 0,9874

103,35 0,4669 0,9885

114,06 0,5205 0,9900

124,10 0,5691 0,9935

127,73 0,5855 0,9941

135,70 0,6240 0,9950

146,41 0,6722 0,9965

218,27 1,0000 1,0000

As comparações entre os resultados das simulações e os dados experimentais são

apresentados da Figura 15 a Figura 17.

0

25

50

75

100

125

0,000 0,200 0,400 0,600 0,800 1,000

P (

kPa)

Composição de n-pentano

x1 exp x1 y1 exp y1

59

Figura 15 - Comparação com dados experimentais utilizando o modelo Peng-Robinson.

Figura 16 - Comparação com dados experimentais utilizando o modelo Soave Redlich-Kwong.

0

25

50

75

100

125

150

175

200

225

250

0,000 0,200 0,400 0,600 0,800 1,000

P (

kPa)

Composição de n-pentano

x1 exp x1 y1 exp y1

0

25

50

75

100

125

150

175

200

225

250

0,000 0,200 0,400 0,600 0,800 1,000

P (

kPa)

Composição de n-pentano

x1 exp x1 y1 exp y1

60

Figura 17 - Comparação com dados experimentais utilizando o modelo Braun K10.

Por último, analisou-se o binário tolueno/benzeno à pressão constante de

101,3kPa (dados de LEE, DUDUKOVIC, 1998).

Tabela 30 - Dados experimentais do equilíbrio líquido-vapor do binário tolueno/benzeno a 101,3 kPa.

T (K)

Composições de

tolueno

x y

353,3 0,000 0,000

355,8 0,099 0,043

358,5 0,217 0,107

358,5 0,222 0,107

362,1 0,367 0,202

362,9 0,402 0,208

366,3 0,517 0,31

366,3 0,511 0,31

369,8 0,638 0,432

373,5 0,735 0,538

378,4 0,869 0,758

380,2 0,913 0,825

383,8 1,000 1,000

Na Figura 18 a Figura 20 são mostrados os resultados obtidos pela simulação

comparados com os dados experimentais.

0

25

50

75

100

125

150

175

200

225

250

0,000 0,200 0,400 0,600 0,800 1,000

P (

kPa)

Composição de n-pentano

x1 exp x1 y1 exp y1

61

Figura 18 – Comparação com dados experimentais utilizando o modelo Peng-Robinson

Figura 19 - Comparação com dados experimentais utilizando o modelo Soave Redlich-Kwong.

350

355

360

365

370

375

380

385

390

0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1

T(K

)

Composição de tolueno

x1 exp x1 y1 exp y1

350

355

360

365

370

375

380

385

390

0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1

T(K

)

Composição de tolueno

x1 exp x1 y1 exp y1

62

Figura 20 - Comparação com dados experimentais utilizando o modelo Braun K10

A partir da análise qualitativa dos gráficos apresentados, observou-se que os três

modelos apresentaram comportamento semelhante no caso dos binários n-pentano/n-

octano e n-pentano/n-decano. Entretanto, notaram-se diferenças entre os resultados

referentes ao binário benzeno/tolueno. Observou-se que a simulação com Peng-

Robinson representou melhor o equilíbrio líquido-vapor deste binário, pois os desvios

aos dados experimentais referentes aos demais modelos são relativamente maiores.

Portanto, o modelo de Peng-Robinson foi o escolhido para ser empregado nas

simulações.

É importante ressaltar que a equação cúbica do modelo de Peng-Robinson é

utilizada para obter todas as propriedades termodinâmicas das fases, exceto o volume

molar da fase líquida. Desse modo, o simulador utiliza a equação de RACKETT (1970)

para prever essa propriedade; sendo que esta equação se baseia em propriedades críticas

e, segundo a literatura, é bastante representativa na previsão do volume molar de

líquidos saturados.

(

)

(4.1)

Ocorre o mesmo com o modelo de SRK, sendo o método de Peneloux-Rauzy (1982)

utilizado pelo simulador para prever o volume da fase líquida. Este método consiste em

350

355

360

365

370

375

380

385

390

0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1

T(K

)

Composição de tolueno

x1 exp x1 y1 exp y1

63

subtrair determinado parâmetro do volume de líquido obtido através da equação de

SRK. Este parâmetro é calculado para cada substância da mistura e é definido por:

(4.2)

sendo o fator de compressibilidade de Rackett, o qual é obtido através da Equação

(4.3), podendo o termo do volume líquido dessa equação ser definido sem a correção de

Peneloux.

[ ]

(4.03)

4.2. Simulação Caso de Projeto

A simulação do caso de projeto convergiu em 8 iterações, com uma tolerância de

1e-5.

Os resultados referentes à simulação da fracionadora de gasolina nas condições de

projeto estão apresentados da Tabela 31 a Tabela 34. As tabelas são compostas pelo

valor estimado de projeto de cada variável, pelo valor obtido na simulação e pelo erro

relativo entre os dois. O erro relativo é calculado da seguinte forma:

(4.4)

Tabela 31 - Composições das correntes de produto.

Componente

Frações Mássicas

Destilado Produto de Fundo

Projeto Simulação Erro

relativo Projeto Simulação

Erro

relativo

Butenos 0,0019 0,0019 0,04% 0,0000 0,0000 0,00%

Butanos 0,0006 0,0006 0,15% 0,0000 0,0000 0,00%

C5's 0,2988 0,2988 0,00% 0,0000 0,0000 0,00%

C6's 0,1011 0,1010 0,10% 0,0000 0,0000 0,00%

C7's 0,0189 0,0189 0,18% 0,0000 0,0000 0,00%

C8's 0,0033 0,0033 -1,55% 0,0137 0,0135 1,70%

Benzeno 0,4401 0,4402 -0,02% 0,0000 0,0000 0,00%

64

Tabela 30 - Composições das correntes de produto (continuação).

Componente

Frações Mássicas

Destilado Produto de Fundo

Projeto Simulação Erro

relativo Projeto Simulação

Erro

relativo

Tolueno 0,0924 0,0924 -0,02% 0,0000 0,0000 -0,15%

Xileno + Etilbenzeno 0,0427 0,0427 0,05% 0,1094 0,1092 0,25%

Estireno 0,0001 0,0001 -14,73% 0,0069 0,0069 0,88%

C9+ 0,0000 0,0000 10,98% 0,8699 0,8705 -0,07%

Tabela 32 - Cargas térmicas dos trocadores de calor.

Equipamento

Cargas Térmicas (GJ/h)

Projeto Simulação Erro

relativo

Condensador -3,27 -2,87 12,25%

Refervedor 2,50 2,35 5,88%

Tabela 33 - Temperaturas de topo e fundo.

Temperaturas (°C)

Corrente Projeto Simulação Diferença

Saída de topo 81,90 72,54 11,43%

Saída de fundo 180,38 170,53 5,46%

Tabela 34 – Variáveis relacionadas com a hidráulica da coluna.

Variável de Processo Pratos de 1 a 13 (seção de absorção) Pratos de 14 a 33 (seção de esgotamento)

Projeto Simulação Erro

relativo Projeto Simulação

Erro

relativo

Vazão de vapor (kg/h) 6181,5 7284,03 -17,84% 5762,7375 6745,44 -17,05%

Densidade do vapor (kg/m³) 3,1575375 3,2175 -1,90% 3,863925 3,9295 -1,70%

Vazão de líquido (kg/h) 2902,0875 3281,65 -13,08% 6391,6125 7625,87 -19,31%

Densidade do líquido (kg/m³) 754,87425 750,42 0,59% 743,21325 738,85 0,59%

Tensão superficial (dina/cm) 18,88575 18,70 1,00% 16,60425 16,53 0,43%

Viscosidade do líquido (cP) 0,2769 0,260 6,03% 0,234 0,211 9,91%

Observa-se que os resultados da simulação referentes à composição das correntes

pouco diferem dos previstos pelo projeto, no entanto, as cargas térmicas do condensador

e do refervedor e as temperaturas das correntes de topo e fundo apresentaram desvios

maiores. Como não se tem informações mais específicas quanto à modelagem do

65

projeto, não se pode afirmar que o modelo termodinâmico escolhido foi o mesmo

empregado no desenvolvimento do projeto.

A eficiência de Murphree dos pratos da coluna foi ajustada através do método

descrito no item 3.4.2 e convergiu para 54% nas seções de absorção e esgotamento. No

entanto, não se tem informações sobre o valor de eficiência utilizado na modelagem do

projeto, o que também pode ter contribuído para as distinções entre os resultados da

simulação e os valores esperados.

Os documentos de projeto relacionados com a hidráulica da coluna fornecem

somente os valores mínimos e máximos das variáveis apresentadas na Tabela 34. Com o

intuito de comparar esses valores com os resultados da simulação, fez-se uma média

aritmética dos valores mínimo e máximo de cada variável. Já os resultados da simulação

correspondem à média aritmética envolvendo os pratos constituintes de cada seção. A

comparação entre o projeto e o simulado permite observar que os desvios são pequenos,

porém a diferenciação do cálculo das médias pode ter cooperado para o incremento dos

mesmos.

4.3. Simulações com Dados Reais

4.3.1. Simulação com Gasolina Hidrogenada

Assim como na simulação de projeto, a tolerância de convergência utilizada na

simulação do caso real foi de 1e-5, porém a mesma convergiu em 4 iterações. A seguir

serão apresentados os resultados referentes à simulação com gasolina hidrogenada,

comparados com os valores reais de operação Os erros relativos presentes nas tabelas

abaixo são calculados através da equação (4.5).

(4.5)

A Tabela 35 apresenta os resultados referentes à composição das correntes de

processo. As células em cinza destacam os erros relativos maiores que 50%.

66

Tabela 35- Comparações entre os resultados da simulação e os dados reais de composição.

Componentes

Destilado Produto de Fundo

Dado

Real Simulado

Diferença

Absoluta

Erro

Relativo

Dado

Real Simulado

Diferença

Absoluta

Erro

Relativo

Aromáticos C10 0,0017 0,0019 0,0002 -13,78% 0,0422 0,0418 0,0004 1,04%

Aromáticos C11 0,0011 0,0006 0,0005 43,57% 0,0432 0,0441 0,0009 -2,16%

Aromáticos C9 0,0047 0,0066 0,0018 -38,97% 0,0563 0,0526 0,0037 6,57%

Benzeno 0,5615 0,5618 0,0003 -0,05% 0,0016 0,0012 0,0004 25,18%

Butadienos 0,0000 0,0000 0,0000 - 0,0000 0,0000 0,0000 -

Butino 0,0003 0,0003 0,0000 0,00% 0,0000 0,0000

0,0000 -

Ciclopentano 0,0087 0,0090 0,0003 -3,83% 0,0007 0,0000 0,0007 99,98%

Ciclopenteno 0,0387 0,0387 0,0001 0,00% 0,0000 0,0000 0,0000 -

Cis-pentadieno 0,0051 0,0051 0,0000 0,00% 0,0000 0,0000 0,0000 -

Estirênico C9H10 0,0004 0,0006 0,0002 -67,08% 0,0098 0,0092 0,0006 5,71%

Estireno 0,0132 0,0098 0,0034 25,98% 0,0083 0,0152 0,0069 -83,93%

Etano 0,0000 0,0000 0,0000 - 0,0000 0,0000 0,0000 -

Eteno 0,0000 0,0000 0,0000 - 0,0000 0,0000 0,0000 -

Etilacetileno 0,0000 0,0000 0,0000 - 0,0000 0,0000 0,0000 -

Etilbenzeno 0,0171 0,0300 0,0130 -75,89% 0,0513 0,0257 0,0255 49,81%

Hexadienos 0,0015 0,0015 0,0000 0,00% 0,0000 0,0000 0,0000 -

Indano 0,0009 0,0016 0,0007 -78,37% 0,0198 0,0183 0,0015 7,66%

Indeno 0,0015 0,0016 0,0002 -10,80% 0,0318 0,0314 0,0004 1,34%

Isoparafinas C10 0,0003 0,0005 0,0002 -75,70% 0,0036 0,0032 0,0004 11,36%

Isoparafinas C5 0,0012 0,0012 0,0000 0,00% 0,0000 0,0000 0,0000 -

Isoparafinas C6 0,0020 0,0020 0,0000 0,00% 0,0000 0,0000 0,0000 -

Isoparafinas C7 0,0005 0,0006 0,0001 -11,66% 0,0000 0,0000 0,0000 -

Isoparafinas C8 0,0027 0,0027 0,0000 0,00% 0,0000 0,0000 0,0000 -

Isoparafinas C9 0,0003 0,0003 0,0000 0,00% 0,0006 0,0005 0,0001 9,99%

Isopreno 0,0028 0,0029 0,0001 -2,34% 0,0000 0,0000 0,0000 -

Naftaleno 0,0010 0,0001 0,0009 93,51% 0,0659 0,0679 0,0020 -2,96%

Naftênicos C10 0,0153 0,0199 0,0046 -29,75% 0,3185 0,3095 0,0090 2,83%

Naftênicos C11 0,0013 0,0021 0,0009 -69,99% 0,0710 0,0691 0,0019 2,65%

Naftênicos C6 0,0013 0,0014 0,0001 -3,57% 0,0001 0,0000 0,0001 92,45%

Naftênicos C7 0,0000 0,0000 0,0000 - 0,0000 0,0000 0,0000 -

Naftênicos C8 0,0013 0,0013 0,0001 -0,69% 0,0008 0,0008 0,0001 8,65%

Naftênicos C9 0,0003 0,0009 0,0006 -172,66% 0,0039 0,0026 0,0013 32,46%

Butano 0,0020 0,0020 0,0000 0,00% 0,0000 0,0000 0,0000 -

Hexano 0,0007 0,0008 0,0001 -1,38% 0,0001 0,0000 0,0001 99,87%

Pentano 0,0065 0,0068 0,0003 -4,05% 0,0006 0,0000 0,0006 100,00%

Olefinas C10 0,0000 0,0001 0,0001 - 0,0005 0,0004 0,0001 10,93%

Olefinas C4 0,0166 0,0167 0,0001 -0,43% 0,0000 0,0000 0,0000 -

67

Tabela 34- Comparações entre os resultados da simulação e os dados reais de composição (continuação).

Componentes

Destilado Produto de Fundo

Dado

Real Simulado

Diferença

Absoluta

Erro

Relativo

Dado

Real Simulado

Diferença

Absoluta

Erro

Relativo

Olefinas C5 0,0862 0,0862 0,0000 0,00% 0,0000 0,0000 0,0000 -

Olefinas C6 0,0339 0,0339 0,0000 0,06% 0,0000 0,0000 0,0000 -

Olefinas C7 0,0116 0,0116 0,0000 0,39% 0,0000 0,0000 0,0000 -

Olefinas C8 0,0000 0,0000 0,0000 - 0,0000 0,0000 0,0000 -

Olefinas C9 0,0000 0,0000 0,0000 - 0,0000 0,0000 0,0000 -

orto-Xileno 0,0014 0,0031 0,0017 -117,32% 0,0078 0,0045 0,0033 42,00%

meta-Xileno 0,0029 0,0055 0,0027 -92,97% 0,0110 0,0058 0,0052 47,39%

Pentadieno 0,0045 0,0045 0,0000 0,00% 0,0000 0,0000 0,0000 -

Pentino 0,0000 0,0000 0,0000 - 0,0000 0,0000 0,0000 -

Propeno 0,0003 0,0003 0,0000 0,00% 0,0001 0,0000 0,0001 100,00%

Tolueno 0,0982 0,1009 0,0026 -2,67% 0,0169 0,0118 0,0050 29,88%

Vinilacetileno 0,0000 0,0000 0,0000 - 0,0000 0,0000 0,0000 -

Demais Compostos

C9+ com P.E.<195,5 0,0222 0,0195 0,0027 12,23% 0,0667 0,0723 0,0055 -8,29%

Demais compostos

C9+ com P.E.>195,5

°C

0,0261 0,0033 0,0229 87,46% 0,1670 0,2121 0,0450 -26,96%

A partir da comparação entre os valores reais e os resultados da simulação, observa-

se que alguns componentes apresentam erros relativos elevados. No entanto, deve-se

ressaltar que os maiores erros relativos estão relacionados aos componentes com

concentrações muito baixas, fato que contribui para a elevação dos erros, visto que a

divisão por um número muito pequeno retorna um valor alto. Além disso, dos 51

componentes envolvidos, somente 10 apresentaram erro maior que 50% no destilado e 6

no produto de fundo.

Os erros podem estar associados ao fato de não se saber exatamente quais os

representantes dos grupos de componentes envolvidos, uma vez que eles foram

escolhidos apenas pela descrição do grupo, o que pode ter contribuído para a ocorrência

de erros elevados. Deve-se, também, ressaltar que a gasolina alimentada à coluna

comumente apresenta sólidos suspensos, o que influencia na eficiência de separação.

Como o método de convergência da eficiência leva em conta apenas fatores referentes à

mistura e às condições operacionais da coluna, a eficiência real pode se distinguir da

estimada, o que também contribui para a ocorrência de erros.

68

O maior erro relativo obtido com os resultados da simulação é referente ao grupo de

componentes. naftênicos C9, o qual tem o componente n-propilciclohexano como

representante. O erro pode estar relacionado com a volatilidade deste componente, visto

que ele é o segundo menos volátil no grupo dos C9s, o que lhe permite se concentrar no

topo além do esperado.

Ao analisar os componentes chaves (benzeno e naftênicos C10s), verifica-se que o

erro relativo associado a eles é baixo, o que é um ponto positivo para a simulação.

As eficiências de separação ajustada são apresentadas na Tabela 36. O erro entre a

eficiência calculada pela correlação de O’Connell e a calculada por Lewis foi de 3,42%.

Tabela 36 - Eficiências de separação.

Eficiência %

Murphree seção de

absorção 55

Murphree seção de

esgotamento 14

Global de O'connell 36,5

Nota-se que a eficiência de fundo é significativamente inferior à de topo, o que pode

ser devido ao fato de as vazões molares de líquido na seção de esgotamento serem

maiores no fundo, o que torna o valor de λ menor que o referente à seção de absorção.

Dessa forma, quanto menor o valor de λ, menor é a eficiência calculada por Lewis.

O perfil de temperatura da coluna é mostrado na Tabela 37. Não são observados

erros muito elevados entre a simulação e o real, porém as diferenças de temperatura

entre os pratos se distanciam consideravelmente. O fato de tanto a temperatura quanto a

pressão da corrente de alimentação serem estimativas e a existência de discrepâncias

entre as composições real e simulada contribuíram para o distanciamento observado.

Tabela 37 - Perfil de temperatura.

Prato Temperaturas (°C) Erro

relativo

∆T entre pratos

(°C)

Simulada Real Simulado Real

1 94,35 93,73 -0,66% - -

4 111,94 95,16 -17,63% 17,59 1,43

16 107,80 116,38 7,37% -4,14 21,22

31 166,31 175,22 5,08% 58,51 58,84

69

A Tabela 38 apresenta as cargas térmicas dos permutadores de calor obtidas através

da simulação. Como não se têm as medições das temperaturas de entrada da corrente de

fundo no refervedor e do vapor de média, não foi possível estimar a troca de calor real.

Assim, os valores foram comparados com o caso de projeto.

Tabela 38 - Equipamentos térmicos.

Equipamento

Carga térmica

(GJ/h)

Erro

relativo

Simulada Projeto

Condensador -1,95 -3,27 40,46%

Refervedor 1,58 2,50 36,87%

A diferença entre os valores projetados e simulados é elevada., o que já era esperado

visto que as condições operacionais de projeto se diferem das reais. As condições de

temperatura de saída das correntes de processo são significativamente diferentes. A

temperatura de refluxo de topo real é de 31,2°C, enquanto a de projeto é de 39,58 °C,

assim como a temperatura operacional para o refluxo de fundo é igual a 187,2°C

enquanto o caso de projeto estima um valor de 188,8°C.

4.3.2. Simulação com Diferentes Razões de Refluxo

Após a validação do caso real de operação, foram realizadas as simulações com

distintos valores de razão de refluxo, sendo as demais condições operacionais mantidas

constantes.

A Tabela 39 apresenta as frações mássicas de componentes relevantes do destilado

para cada razão de refluxo testada. Para fins de comparação realizou-se o cálculo da

razão entre o valor de composição referente ao Caso 1 e o valor relacionado ao Caso 8,

assim como mostrado na equação (4.6).

(4.6)

Tabela 39 - Composição de componentes relevantes no destilado para diversas razões de refluxo.

Componentes Frações mássicas

Razão

comparativa Caso 1

Rr=0,15

Caso 2

Rr=0,2

Caso 3

Rr=0,3

Caso 4

Rr=0,4

Caso 5

Rr=0,5

Caso 6

Rr=0,6

Caso 7

Rr=0,7

Caso 8

Rr=0,8

Isopreno 0,0029 0,0029 0,0029 0,0029 0,0029 0,0029 0,0029 0,0029 1,000

Benzeno 0,5618 0,5621 0,5623 0,5624 0,5624 0,5624 0,5624 0,5624 1,001

70

Tabela 38 - Composição de componentes relevantes no destilado para diversas razões de refluxo (continuação).

Componentes

Frações mássicas Razão

comparativa Caso 1

Rr=0,15

Caso 2

Rr=0,2

Caso 3

Rr=0,3

Caso 4

Rr=0,4

Caso 5

Rr=0,5

Caso 6

Rr=0,6

Caso 7

Rr=0,7

Caso 8

Rr=0,8

Hexadienos 0,0015 0,0015 0,0015 0,0015 0,0015 0,0015 0,0015 0,0015 1,000

Olefinas C7 0,0116 0,0116 0,0116 0,0116 0,0116 0,0116 0,0116 0,0116 1,001

Estireno 0,0098 0,0106 0,0122 0,0134 0,0142 0,0148 0,0152 0,0154 1,577

Naftênicos C10 0,0199 0,0160 0,0089 0,0053 0,0037 0,0028 0,0025 0,0023 0,115

C9+ 0,0695 0,0645 0,0570 0,0529 0,0505 0,0487 0,0478 0,0472 0,679

A partir da análise dos resultados, é possível observar que as composições referentes

aos componentes mais leves praticamente não se alteraram. No entanto, a fração do

Estireno aumenta em 58% no Caso 8 de simulação, o que está vinculado à redução em

32% dos compostos C9+ no destilado.

O nível de especificação da gasolina de pirólise é medido através da composição de

tetra-hidro-diciclopentadieno, ou seja, quanto menor for a participação deste composto

na gasolina, maior a qualidade do produto. Observou-se que há a redução em 88% de

compostos Naftênicos C10, grupo no qual o tetra-hidro-diciclopentadieno está inserido.

Apesar de o teor de estireno aumentar à medida que se aumenta a razão de refluxo, a

composição de espécies mais pesadas reduz, dessa forma, pode-se dizer que se obtém

gasolina mais especificada com o aumento do refluxo de topo.

Com relação ao consumo energético para os diversos casos, pode-se observar

através da Tabela 40 que há o aumento das cargas térmicas referentes ao condensador e

ao refeverdor. Quanto maior é a vazão da corrente de refluxo, maior deve ser a taxa de

calor retirada da mesma pelo condensador, para uma mesma temperatura de

subresfriamento. Como foram mantidas as vazões de destilado e de produto de fundo

em todos os casos, a vazão do refluxo de fundo também aumenta com o aumento da

razão de refluxo de topo, já que mais líquido é retornado à coluna. Consequentemente,

maior é a carga térmica demandada pelo refervedor.

Tabela 40 - Comparação entre as cargas térmicas obtidas variando a razão de refluxo

Equipamento Cargas térmicas (GJ/h)

Razão

comparativa Caso 1

Rr=0,15

Caso 2

Rr=0,2

Caso 3

Rr=0,3

Caso 4

Rr=0,4

Caso 5

Rr=0,5

Caso 6

Rr=0,6

Caso 7

Rr=0,7

Caso 8

Rr=0,8

Condensador -1,947 -2,005 -2,154 -2,306 -2,463 -2,639 -2,799 -2,959 1,520

Refervedor 1,578 1,707 1,891 2,086 2,271 2,403 2,585 2,767 1,753

71

Visto que o aumento da demanda energética do refervedor é o fator mais impactante

no custo de produção da gasolina de pirólise, estimou-se o aumento do custo energético

de cada caso, em relação ao caso 1. Para tal, primeiro calculou-se a diferença entre a

carga térmica do refervedor no caso 1 e nos demais. Foram, então, estimados os

aumentos do consumo de gás natural nas caldeiras a fim de suprir as demandas de vapor

em cada caso. Essas diferenças foram convertidas em acréscimo de consumo de gás

natural nas caldeiras. Em seguida, calcularam-se os incrementos dos custos com o

aumento da demanda por gás natural. Para os cálculos considerou-se o valor do PCI

(poder calorífico inferior) do gás natural igual a 0,049 GJ/kg e o preço do mesmo

equivalente a 1200 R$/kg. A Tabela 41 apresenta os resultados dos cálculos.

Tabela 41 - Estimativa do aumento de custo energético com relação ao caso 1 de operação.

Razão de

refluxo Rr=0,2 Rr=0,3 Rr=0,4 Rr=0,5 Rr=0,6 Rr=0,7 Rr=0,8

Diferença de

carga

térmica

(GJ/h)

0,129 0,313 0,508 0,693 0,825 1,007 1,189

Elevação do

consumo de

gás natural

(kg/h)

2,636 6,421 10,421 14,198 16,906 20,636 24,368

Elevação no

custo com gás

natural

(mil R$/h)

3,163 7,704 12,505 17,037 20,287 24,763 29,241

Elevação no

custo com gás

natural

(milhões

R$/ano)

27,710 67,494 109,544 149,250 177,716 216,929 256,156

Pode-se observar que o aumento da razão de refluxo implica no aumento do custo

energético da unidade. Como o preço da gasolina de pirólise não varia com grau de

especificação, o aumento da razão de refluxo traria benefícios somente quanto à

qualidade do produto, porém aumentaria seu custo de produção.

4.3.3. Simulação com Gasolina Bruta

Encontrou-se dificuldade para convergir a simulação com gasolina bruta, pois a

estimativa inicial utilizada pelo simulador não foi adequada. Devido a isso, reduziu-se a

72

tolerância de convergência para 1e-4 e a simulação convergiu em 11 iterações, este

resultado foi, então, utilizado como estimativa inicial para a simulação com tolerância

de 1e-5. Esta última simulação também convergiu com 11 iterações.

Realizou-se a simulação da coluna alimentada com gasolina bruta, de modo a

analisar o comportamento da mesma durante o período no qual se realizou o by-pass do

reator. A Tabela 42 apresenta as composições das correntes da coluna resultantes da

simulação comparadas com os dados reais. O erro relativo foi calculado também

utilizando a equação (4.5). As células assinaladas destacam os erros relativos acima de

50%.

Tabela 42 – Comparação entre os resultados da simulação e os dados reais de composição

Componentes

Destilado Produto de Fundo

Dado

Real Simulado

Diferença

Absoluta

Erro

Relativo

Dado

Real Simulado

Diferença

Absoluta

Erro

Relativo

Aromáticos C10 0,0214 0,0344 0,0130 -60,52% 0,3592 0,3174 0,0418 11,65%

Aromáticos C11 0,0007 0,0010 0,0003 -36,13% 0,0261 0,0254 0,0007 2,62%

Aromáticos C9 0,0055 0,0143 0,0088 -159,84% 0,0683 0,0399 0,0284 41,57%

Benzeno 0,4725 0,4726 0,0001 -0,01% 0,0000 0,0000 0,0000 -

Butadienos 0,0131 0,0131 0,0000 0,00% 0,0000 0,0000 0,0000 -

Butino 0,0032 0,0031 0,0001 1,30% 0,0000 0,0000 0,0000 -

Ciclopentano 0,0007 0,0007 0,0000 0,00% 0,0000 0,0000 0,0000 -

Ciclopenteno 0,0181 0,0181 0,0000 0,00% 0,0000 0,0000 0,0000 -

Cis-pentadieno 0,0479 0,0478 0,0001 0,06% 0,0000 0,0000 0,0000 -

Estirênico C9H10 0,0007 0,0018 0,0010 -139,09% 0,0064 0,0032 0,0032 50,36%

Estireno 0,0389 0,0452 0,0063 -16,10% 0,0255 0,0055 0,0200 78,28%

Etano 0,0000 0,0000 0,0000 - 0,0000 0,0000 0,0000 -

Eteno 0,0001 0,0001 0,0000 0,00% 0,0000 0,0000 0,0000 -

Etilacetileno 0,0004 0,0004 0,0000 0,00% 0,0000 0,0000 0,0000 -

Etilbenzeno 0,0087 0,0087 0,0000 0,00% 0,0000 0,0003 0,0003 -

Hexadienos 0,0094 0,0094 0,0000 0,00% 0,0000 0,0000 0,0000 -

Indano 0,0000 0,0006 0,0006 - 0,0051 0,0030 0,0020 40,14%

Indeno 0,0017 0,0049 0,0032 -183,12% 0,0517 0,0417 0,0100 19,36%

Isoparafinas C10 0,0000 0,0007 0,0007 - 0,0036 0,0014 0,0022 60,33%

Isoparafinas C5 0,0005 0,0004 0,0001 13,19% 0,0000 0,0000 0,0000 -

73

Tabela 41 – Comparação entre os resultados da simulação e os dados reais de composição (continuação).

Componentes

Destilado Produto de Fundo

Dado

Real Simulado

Diferença

Absoluta

Erro

Relativo

Dado

Real Simulado

Diferença

Absoluta

Erro

Relativo

Isoparafinas C6 0,0014 0,0014 0,0000 0,00% 0,0001 0,0000 0,0001 100,00%

Isoparafinas C7 0,0004 0,0004 0,0000 0,00% 0,0000 0,0000 0,0000 -

Isoparafinas C8 0,0028 0,0028 0,0000 0,00% 0,0000 0,0000 0,0000 -

Isoparafinas C9 0,0021 0,0020 0,0001 5,15% 0,0000 0,0002 0,0002 -

Isopreno 0,0234 0,0235 0,0001 -0,11% 0,0000 0,0000 0,0000 -

Naftaleno 0,0007 0,0004 0,0003 40,34% 0,0676 0,0687 0,0011 -1,61%

Naftênicos C10 0,0206 0,0172 0,0033 16,26% 0,1036 0,1145 0,0109 -10,53%

Naftênicos C11 0,0000 0,0028 0,0028 - 0,0448 0,0358 0,0090 20,09%

Naftênicos C6 0,0001 0,0001 0,0000 0,00% 0,0000 0,0000 0,0000 -

Naftênicos C7 0,0003 0,0003 0,0000 0,00% 0,0000 0,0000 0,0000 -

Naftênicos C8 0,0025 0,0031 0,0007 -26,79% 0,0020 0,0001 0,0019 94,97%

Naftênicos C9 0,0011 0,0035 0,0024 -231,19% 0,0097 0,0019 0,0079 80,91%

Butano 0,0008 0,0008 0,0000 0,00% 0,0000 0,0000 0,0000 -

Hexano 0,0002 0,0001 0,0001 15,97% 0,0000 0,0000 0,0000 -

Pentano 0,0005 0,0005 0,0000 0,00% 0,0000 0,0000 0,0000 -

Olefinas C10 0,0000 0,0009 0,0009 - 0,0039 0,0010 0,0029 74,34%

Olefinas C4 0,0081 0,0081 0,0000 0,00% 0,0000 0,0000 0,0000 -

Olefinas C5 0,0304 0,0304 0,0000 0,00% 0,0000 0,0000 0,0000 -

Olefinas C6 0,0277 0,0284 0,0008 -2,71% 0,0000 0,0000 0,0000 -

Olefinas C7 0,0368 0,0367 0,0001 0,17% 0,0000 0,0000 0,0000 -

Olefinas C8 0,0006 0,0008 0,0002 -21,75% 0,0002 0,0000 0,0002 100,00%

Olefinas C9 0,0000 0,0000 0,0000 - 0,0000 0,0000 0,0000 -

orto-Xileno 0,0024 0,0033 0,0009 -39,72% 0,0035 0,0003 0,0032 90,22%

meta-Xileno 0,0066 0,0065 0,0001 2,27% 0,0000 0,0003 0,0003 -

Pentadieno 0,0288 0,0288 0,0001 -0,20% 0,0000 0,0000 0,0000 -

Pentino 0,0002 0,0003 0,0001 -6,95% 0,0000 0,0000 0,0000 -

Propeno 0,0002 0,0003 0,0001 -7,00% 0,0000 0,0000 0,0000 -

Tolueno 0,0889 0,0889 0,0000 0,00% 0,0000 0,0000 0,0000 -146,43%

Vinilacetileno 0,0010 0,0013 0,0003 -26,04% 0,0009 0,0000 0,0009 100,00%

Demais

Compostos C9+

com P.E.<195,5

0,0063 0,0162 0,0100 -158,62% 0,0480 0,0127 0,0353 73,47%

Demais

compostos C9+

com P.E.>195,5

°C

0,0616 0,0128 0,0489 79,30% 0,1697 0,3267 0,1570 -92,47%

74

Apesar de a maioria dos componentes possuírem erros relativos baixos no destilado,

algumas espécies apresentam erros muito elevados. A existência de composições reais

muito pequenas contribui para a ocorrência de erros relativos muito altos. Mesmo que o

distanciamento entre o valor simulado e o real seja pequeno, a divisão por um valor

muito menor retorna um valor muito alto. Nesses casos, deve-se analisar principalmente

a diferença absoluta entre o valor simulado e o real. Outro fator relevante é fato de a

convergência da simulação ter sido alcançada com dificuldade.

As eficiências de pratos de Murphree são mostradas na Tabela 43. Ao comparar

esses valores com os apresentados pela Tabela 36, observa-se que a eficiência global

não se diferencia muito nos dois casos de simulação. Entretanto, a seção de absorção

trabalha com uma eficiência inferior na simulação com gasolina bruta, enquanto

eficiência associada à seção de esgotamento é maior.

Tabela 43 - Eficiências de Murphree ajustadas.

Eficiência %

Murphree seção de

absorção 40

Murphree seção de

esgotamento 25

Global de O'connell 36,9

O método de ajuste da eficiência convergiu com um erro de 3,74%.

A Tabela 44 compara os valores de temperatura obtidos pela simulação e as

medianas das medições de temperatura. Observa-se que as temperaturas se distanciam

significativamente, apesar de os erros relativos não serem muito elevados. O fato de a

simulação prever uma quantidade de componentes C9 no destilado maior que a

realidade contribui para a elevação do perfil de temperatura na coluna, visto que são

espécies com pontos de ebulição relativamente altos. A distinção entre os perfis se

reflete nas diferenças de temperatura entre pratos, pois os valores obtidos se diferem dos

reais.

Tabela 44 - Comparação do perfil de temperatura.

Prato Temperaturas (°C) Erro

relativo

∆T entre pratos

(°C) Simulada Real

1 93,83 88,19 -6,40% - -

4 115,32 89,80 -28,42% 21,48 1,61

75

Tabela 43 - Comparação do perfil de temperatura (continuação).

Prato Temperaturas (°C) Erro

relativo

∆T entre pratos

(°C) Simulada Real

16 124,50 120,67 -3,18% 9,19 30,87

31 181,74 152,23 -19,39% 57,24 31,56

A Tabela 45 mostra a comparação entre as cargas térmicas dos casos de simulação

com gasolina hidrogenada e gasolina bruta. A razão comparativa apresentada consiste

na razão entre o valor referente à simulação com gasolina bruta e o valor obtido na

simulação com gasolina hidrogenada. Sabe-se que a temperatura de saída do

condensador é menor na simulação com gasolina hidrogenada, o que explica uma carga

térmica mais elevada no condensador para a simulação com gasolina bruta.

Tabela 45 - Comparação com a simulação utilizando gasolina hidrogenada.

Equipamento

Carga térmica (GJ/h)

Razão

comparativa Simulação com

gasolina

hidrogenada

Simlação com

gasolina bruta

Condensador -1,95 -2,43 1,25

Refervedor 1,58 1,54 0,98

Como a gasolina bruta apresenta maior teor de olefinas, a temperatura de saída do

refervedor deve ser inferior àquela referente à operação com gasolina hidrogenada, de

modo a evitar ocorrência de polimerização. Assim, a demanda térmica do refeverdor é

menor quando se trabalha com gasolina bruta.

A fim de estimar o ganho econômico com a redução da carga térmica do refervedor

quando se opera com gasolina bruta, realizaram-se cálculos semelhantes aos referentes à

Tabela 41. Foram utilizados os mesmo valores para o PCI e para o preço por kg de gás

natural. Os resultados são estão presentes na Tabela 46.

Tabela 46 - Ganho econômico com a redução da demanda energética do refervedor.

Diferença de carga térmica

(GJ/h) 0,04

Redução do consumo de

gás natural (kg/h) 1,62

Redução do custo com gás

natural (mil R$/h) 1,949

Redução do custo com gás

natural (milhões R$/ano) 17,077

76

Pela Tabela 46 pode-se observar que o ganho com a redução do consumo de gás

natural é consideravelmente elevado, o que torna vantajoso operar a coluna estudada

com gasolina bruta, em substituição à gasolina hidrogenada.

A Tabela 47 compara as frações mássicas dos componentes mais importantes da

corrente de destilado e apresenta a razão entre a composição referente à simulação com

gasolina bruta e a resultante da simulação com gasolina hidrogenada.

Tabela 47 - Comparação das composições dos componentes relevantes do destilado.

Componentes

Frações mássicas

Razão

comparativa Simulação com

gasolina

hidrogenada

Simlação com

gasolina bruta

Isopreno 0,0029 0,0235 8,2081

Benzeno 0,5618 0,4726 0,8412

Hexadienos 0,0015 0,0094 6,2732

Olefinas C7 0,0116 0,0367 3,1704

Estireno 0,0098 0,0452 4,6184

Isoparafinas C9 0,0003 0,0020 5,8313

Naftênicos C10 0,0199 0,0172 0,8666

C9+ 0,0695 0,1587 2,2845

A partir de sua análise, pode-se observar que a participação de compostos mais

pesados é maior no destilado de gasolina bruta, no entanto, a composição de naftênicos

C10 é inferior àquela referente à gasolina hidrogenada. Como a gasolina bruta apresenta

maior quantidade de olefinas, a fração mássica de hexadienos e de olefinas C7 é

superior.

77

5. Conclusões

A modelagem para o caso de projeto da coluna estudada se mostrou satisfatória,

pois foi capaz de reproduzir o comportamento da mesma de maneira equivalente ao

estimado pelo projeto. A existência de erros entre os resultados da simulação e os

valores de projeto está associada à falta de informações quanto à eficiência de separação

e quanto à identificação dos componentes que compõem a mistura de alimentação.

Com relação às simulações com dados reais de operação, pode-se dizer que foi

possível validar o modelo de coluna proposto, visto que a maioria dos valores das

variáveis de processo ficaram próximos aos valores esperados. No entanto, a simulação

com gasolina bruta apresentou alguns erros relativos elevados, os quais podem estar

associados com as estimativas de temperatura e pressão da corrente de alimentação,

com a escolha dos componentes representantes dos grupos que compõem a mistura e

com o fato de existirem componentes com composições muito baixas.

O aumento da razão de refluxo de topo permite que se obtenha uma gasolina mais

especificada quanto aos componentes mais pesados. Entretanto, implica no aumento da

demanda de carga térmica do refervedor, o que eleva o custo energético, visto que se

necessita de mais vapor de média pressão à medida que se aumenta a razão de refluxo.

Como o preço de venda da gasolina de pirólise não depende de seu grau de

especificação, aumentar o refluxo de topo não reflete em ganhos econômicos, por outro

lado, acaba por tornar o processo mais custoso. No entanto, caso seja necessário reduzir

a quantidade de compostos C9+ no produto de topo, o aumento da razão de refluxo é

uma opção efetiva.

A utilização de gasolina bruta como alimentação reduz o consumo de vapor no

refervedor, pois a temperatura do refluxo de fundo deve ser menor que a referente à

operação com gasolina hidrogenada. A redução do consumo de vapor implica na

diminuição do consumo de gás natural nas caldeiras, o que remete a um ganho de mais

de R$ 17.000.000 por ano. Este modo de operação também permite que se reduza o

custo com consumo de hidrogênio, uma vez que o reator não participa do processo.

Além disso, reduz-se o consumo de vapor para regeneração, visto que não é necessário

regenerar o reator. Contudo, o destilado associado à gasolina bruta apresenta mais

78

olefinas e compostos pesados, o que poderia prejudicar seu transporte e utilização e

demandaria maior consumo de produtos químicos que evitam a polimerização.

Em vista a tudo que foi apresentado, conclui-se que a opção mais favorável para o

sistema seria operar com gasolina bruta. Dessa forma, extinguem-se os problemas com

o reator de hidrogenação e reduz-se o custo energético com o vapor utilizado no

refervedor. Entretanto, deve-se ressaltar que este modo de operação aumenta a

participação de compostos pesados no destilado, sendo necessários estudos mais

detalhados quanto às limitações que este produto pode apresentar com relação ao seu

transporte e utilização pelo cliente.

79

6. Propostas de Trabalhos Futuros

Este trabalho serve como primeiro passo de uma série de estudos que podem ser

realizados no sistema de fracionamento de gasolina de pirólise. A seguir são

apresentadas algumas propostas.

Como a redução da temperatura do refervedor impacta significativamente no custo

energético da unidade, propõe-se simular a coluna 1-DA-852 alimentada com gasolina

hidrogenada, empregando uma temperatura menor no refervedor àquela utilizada

atualmente. Com isso, conseguir-se-ia reduzir o custo energético mantendo a

especificação do destilado.

A corrente de alimentação do sistema estudado é composta pela mistura de dois

tipos de gasolinas, recolhidas em diferentes pontos do processo. Sendo uma mais rica

em compostos pesados e sólidos suspensos e a outra com menor teor de compostos

pesados. Assim, destaca-se a simulação da mesma coluna utilizando como carga

somente a gasolina de pirólise mais “limpa”, de modo a observar os benefícios de

modificar sua alimentação.

Visto que o reator de hidrogenação (DC-851) é fonte da maioria das limitações

operacionais do sistema, sugere-se realizar o estudo cinético do mesmo, de maneira a

verificar parâmetros ótimos de operação.

Outra sugestão é realizar a simulação do reator (DC-851) e da coluna de recheio

(DA-851) do sistema, a fim de obter toda a unidade de tratamento de gasolina simulada,

tanto para o caso de projeto quanto para o caso de planta.

Como este trabalho se baseou em simulações estacionárias, um ponto relevante de

estudo seria a simulação dinâmica em conjunto da otimização de variáveis operacionais

o sistema.

80

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