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SUMÁRIO - bvsms.saude.gov.brbvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cartilha_pccs_sus.pdf · VI - Comissão de elaboração do Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS), previsto o

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DIRETRIZES NACIONAIS PARA A INSTITUIÇÃO DE PLANOS DE CARREIRAS, CARGOS E SALÁRIOSNO ÂMBITO DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE

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SUMÁRIO

Apresentação ................................................................ 3Apresentação da proposta elaborada pela comissão......... 7Capítulo I - das disposições gerais .................................. 19

Art 1 ........................................................................ 19Art 2 ........................................................................ 19Art 3 ........................................................................ 19Art 4 ........................................................................ 21Art 5 ........................................................................ 24Art 6 ........................................................................ 25

Capítulo II - da organização das carreiras ....................... 25Art 7 ........................................................................ 25Art 8 ........................................................................ 25Art 9 ........................................................................ 27Art 10 ...................................................................... 29Art 11 ...................................................................... 30Art 12 ...................................................................... 30Art 13 ...................................................................... 30Art 14 ...................................................................... 31

Capítulo III - do desenvolvimento na carreira ................. 31Art 15 ...................................................................... 31Art 16 ...................................................................... 31Art 17 ...................................................................... 32Art 18 ...................................................................... 32Art 19 ...................................................................... 32Art 20 ...................................................................... 32Art 21 ...................................................................... 33Art 22 ...................................................................... 33

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Capítulo IV - do plano de desenvolvimento de pessoal ... 36Art 23 ...................................................................... 36Art 24 ...................................................................... 36Art 25 ...................................................................... 36Art 26 ...................................................................... 37Art 27 ...................................................................... 37Art 28 ...................................................................... 38Art 29 ...................................................................... 38Art 30 ...................................................................... 39

Capítulo V - do enquadramento .................................... 39Art 31 ...................................................................... 39Art 32 ...................................................................... 40Art 33 ...................................................................... 41Art 34 ...................................................................... 41Art 35 ...................................................................... 41

Capítulo VI - Disposições finais ..................................... 41Art 36 ...................................................................... 41Art 37 ...................................................................... 42Art 38 ...................................................................... 42

Texto de apoio.............................................................. 43Princípios e conceitos................................................ 45Estrutura e desenvolvimento ..................................... 46Concurso em duas etapas .......................................... 55Gratificações adicionais ............................................. 55Plano de desemvolvimento de pessoal ........................ 56Enquadramento........................................................ 56

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APRESENTAÇÃO

As Diretrizes do PCCS-SUS, elaboradas com o apoio degestores e trabalhadores, foram concebidas de maneira a oferecerao trabalhador oportunidades de desenvolvimento profissionale dotar o SUS de um instrumento de gestão de pessoal,instituindo uma política de ingresso, evolução, desenvolvimentoe avaliação de desempenho.

O Departamento de Gestão e Regulação do Trabalho emSaúde (Degerts), órgão integrante da Secretaria de Gestão doTrabalho e da Educação na Saúde, do Ministério da Saúdeapresenta ao público a presente Cartilha das Diretrizes do PCCS-SUS que tem como objetivo divulgar a Proposta Preliminar dasDiretrizes Nacionais para a instituição de Planos de Carreiras,Cargos e Salários no âmbito do Sistema Único de Saúde (PCCS-SUS), elaborada pela Comissão Especial criada pela Portaria nº626/GM (em 08/04/2004) e, sobretudo, anunciar que odocumento está em consulta pública, permitindo que todos osinteressados possam contribuir para o seu aperfeiçoamento.

As contribuições para o aprimoramento do anteprojetode lei do PCCS-SUS deverão ser encaminhadas até 20 de maiode 2005, por um dos seguintes meios:

I - por e-mail, para [email protected];

II - pelo correio, para o seguinte endereço: PCCS-SUS;Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educaçãona Saúde; Ministério da Saúde; Esplanada dosMinistérios, Bloco G, sala 705, CEP 70058-900,Brasília/DF;

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III - pela internet, no seguinte endereço:www.saude.gov.br

Para apresentar a contribuição utilizando o Portal doMinistério da Saúde, deve-se observar o seguinte procedimento:

1) procurar o link CONSULTA PÚBLICA/PCCS-SUS, que permitirá o acesso à Proposta Preliminarde Diretrizes do Plano de Carreiras, Cargos eSalários do âmbito do SUS (PCCS-SUS) ;

2) para acessar o documento em consulta e emitirsua opinião, o primeiro passo é se cadastrar,clicando em cadastre-se, em seguida forneça asinformações solicitadas, escolha uma senha edepois clique em logar no sistema. Nas próximasvezes em que desejar entrar na página da consultapública clique no ícone logar no sistema;

3) para ler a Proposta Preliminar de Diretrizes naíntegra, sem opinar, clique em texto. Para opinar,clique em contribuir. Você poderá comentar sobretodos os artigos ou escolher apenas os de seuinteresse. As contribuições devem ser registradasnas caixas de comentário;

4) o documento é composto por diversos artigos,que podem conter incisos (identificados pelosalgarismos romanos) ou parágrafos (indicadospelo símbolo §). Ao opinar em um artigo com maisde um inciso e/ou parágrafo, solicitamos que oidentifique para posterior sistematização dascontribuições;

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5) nas situações onde o seu comentário tem aspectosgerais ou é referente a um tópico não contempladono texto, registre a sua contribuição no campoSugestões à Proposta Preliminar de Diretrizes doPlano de Carreiras, Cargos e Salários do âmbitodo SUS (PCCS-SUS).

Em caso de dúvida, entre em contato com o Departamen-to de Gestão e da Regulação do Trabalho em Saúde (Degerts),pelo e-mail [email protected].

É importante ressaltar que, ao término do prazo fixadopara a coleta de sugestões a proposta de anteprojeto de lei, ascontribuições recebidas serão encaminhadas para entendimentona Mesa Nacional de Negociação Permanente do SUS.

O Ministério da Saúde acredita que o PCCS-SUSrepresenta avanços, tanto no sentido de regular as relações detrabalho, como também no desenvolvimento do trabalhador,através de progressão por capacitação e por mérito, estabele-cendo as possibilidades concretas de consolidação da carreiracomo instrumento estratégico para o fortalecimento e aconsolidação do SUS, reivindicação histórica dos trabalhadoresda saúde.

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APRESENTAÇÃO DA PROPOSTA ELABORADA PELA COMISSÃO

Neste Governo, a gestão do trabalho e da educação nasaúde adquiriu importância e relevância nacionais com a criaçãoda Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde.Ao reconhecer que a saúde se faz com gente (gestores,trabalhadores e profissionais de saúde), o Governo Federalimpulsionou a adoção de políticas de formação, desenvolvimentoe valorização profissional. Em consonância com essasprioridades, com a luta em defesa da saúde e com a legislaçãodo SUS, o Ministério da Saúde assumiu a necessidade deconstruir carreiras para os trabalhadores do SUS, questão jápautada pela Comissão Nacional da Reforma Sanitária, em 1987.

Conforme documento da Comissão Nacional da ReformaSanitária, de maio de 1987, “a lei do Sistema Nacional de Saúdedeveria fixar alguns elementos que sirvam de ‘matriz’ quegaranta a compatibilidade dos planos de carreira dasinstituições federais, estaduais e municipais. Deverão estar aíconsagrados pisos salariais para as diferentes categoriasprofissionais e outras normas genéricas que garantam omínimo de uniformidade na carreira dos trabalhadores desaúde, sem prejuízo dos acréscimos que possam ser feitos porconta das particularidades regionais. Devem estar contem-plados, neste caso, o incentivo ao exercício em condiçõesadversas (interior, periferias urbanas, áreas de fronteiras,horário noturno, entre outros) de forma a tornar atrativo odeslocamento dos profissionais para estas situações. [...] A

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progressão na carreira deverá ocorrer sempre pela avaliaçãodo mérito, experiência e do compromisso com o serviço”.

A Lei Federal nº 8080, de 19 de setembro de 1990, “Dispõesobre as condições para a promoção, proteção e recuperaçãoda saúde, a organização e o funcionamento dos serviçoscorrespondentes e dá outras providências”. Nos termos em quefoi aprovado pelo Congresso Nacional, em 23 de agosto de1990, o seu Art. 27 estabelecia “que a política de recursoshumanos na área da saúde será formalizada e executada,articuladamente, pelas diferentes esferas de governo, emcumprimento dos seguintes objetivos:

II - instituição, em cada esfera de governo, de planosde cargos e salários e de carreira para o pessoaldo Sistema Único de Saúde (SUS), da administra-ção direta e indireta, baseados em critériosdefinidos nacionalmente;

III - fixação de pisos nacionais de salários para cadacategoria profissional, sem prejuízo da adoção,pelos estados e municípios, de remuneraçãocomplementar para atender às peculiaridadesregionais”;

Estes dois incisos, contidos no texto encaminhado parasanção, foram vetados pelo Presidente Collor, em 19 de setembrode 1990.

Após muita luta do movimento popular e sindical, dosgestores do SUS e do Movimento Sanitário, em 13 de dezembrodo citado ano foi encaminhado ao Congresso Nacional, peloexecutivo, outro projeto de lei que, depois de aprovado,originou a Lei Federal nº 8142, de 19 de dezembro de 1990,

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que “Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão doSistema Único de Saúde (SUS) e sobre as transferênciasintergovernamentais de recursos financeiros na área da saúdee dá outras providências”, onde ficou estabelecido que (art. 4º):

“Para receberem os recursos, de que trata o art. 3° destalei, os Municípios, os Estados e o Distrito Federal deverãocontar com:

VI - Comissão de elaboração do Plano de Carreira,Cargos e Salários (PCCS), previsto o prazo dedois anos para sua implantação.

Parágrafo único. O não atendimento pelos Municípios,ou pelos Estados, ou pelo Distrito Federal, dos requisitosestabelecidos neste artigo, implicará em que os recursosconcernentes sejam administrados, respectivamente, pelosEstados ou pela União”.

A necessidade de PCCS foi aprovada em todas asConferências Nacionais de Saúde, mas, até o ano de 2002, oGoverno Federal não havia assumido a atribuição de discutir eelaborar suas diretrizes.

Com a reinstalação dos trabalhos da Mesa Nacional deNegociação Permanente do SUS (Resolução nº 331/CNS, de 4de novembro de 2003), foram criados, no seu âmbito, gruposde trabalho para discutir questões pertinentes à sua competência,dentre estes, o GT Plano de Carreiras que, a partir de debaterealizado internamente, foi posteriormente incorporado àComissão Especial criada para elaborar as Diretrizes do Planode Carreira, Cargos e Salários do âmbito do SUS (Portaria nº626/GM, em 8 de abril de 2004), o que contribuiu para o diálogoe um efetivo trabalho cooperativo envolvendo os integrantesda Comissão.

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O Ministro da Saúde constituiu a referida comissão porentender a importância de estabelecer diretrizes norteadoras quegarantam a valorização dos trabalhadores através da equidadede oportunidade e do desenvolvimento profissional emcarreiras.

Com prazo de 180 dias para a conclusão dos trabalhos, aComissão trabalhou de forma democrática e participativa,compartilhando entre gestores e trabalhadores a coordenação ea relatoria dos trabalhos. A Comissão incorporou, ainda,especialistas, consultores e assessores jurídicos, tanto da bancadado governo como da bancada dos trabalhadores, o quepossibilitou o melhor desenvolvimento das atividades. Asreuniões, num total de dez, tiveram periodicidade inicial mensale, posteriormente, quinzenal, com duração de dois dias. Foramcriados três Grupos de Trabalho:

GT Conceituação, responsável pela elaboração dosconceitos gerais e fundamentais para a elaboração dos planosde carreiras;

GT Desenvolvimento na Carreira, encarregado de traçara trajetória profissional do trabalhador, no que diz respeito àprogressão e promoção funcional; e

GT Salários e Vencimentos, que respondeu pela definiçãode critérios de remuneração e de evolução salarial.

Estas Diretrizes destinam-se a todos os trabalhadores doSUS e têm como objetivos:

I - orientar a organização dos trabalhadores do SUSem estrutura de carreira, observando os requisitosde valorização e alocação profissional, conformenecessidade do Sistema para atender aos municí-

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pios e regiões especialmente carentes, de forma acontemplar as demandas de trabalhadores egestores por carreira na área de saúde;

II - valorizar os trabalhadores através da equidade deoportunidades de desenvolvimento profissional,como forma de também ampliar e qualificar oscuidados progressivos à saúde e garantir osprincípios da universalidade de acesso, daintegralidade de atenção à saúde, da equidade, daparticipação popular e do controle social, daautonomia das pessoas e da descentralização dosistema;

III - estimular a elaboração de Planos de Carreiras comestruturas e formas de desenvolvimento seme-lhantes em todos os órgãos e instituições quecompõem o Sistema Único de Saúde na União,nos Estados, no Distrito Federal, nos Municípiose na rede complementar;

IV - incentivar ações permanentes de qualificação dostrabalhadores; e

V - buscar o estabelecimento de compromisso solidárioentre gestores e trabalhadores do SUS com aqualidade e profissionalismo na prestação dosserviços públicos de saúde.

Registre-se que o trabalho de elaboração das Diretrizes doPCCS-SUS tomou como referência: a Resolução nº 12, de 03de outubro de 1991, do Conselho Nacional de Saúde; asResoluções das Conferências Nacionais de Saúde e de RecursosHumanos; os Princípios e Diretrizes para a Norma Operacional

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Básica de Recursos Humanos para o SUS (NOB/RH-SUS); oestudo realizado pelo CONASS, “Estruturação da Área deRecursos Humanos nas Secretarias dos Estados e do DistritoFederal”; as Resoluções do CONASEMS; o Diagnóstico eMapeamento dos Planos de Carreiras hoje existentes nos estadose municípios, realizados pela equipe do DEGERTS; e ascontribuições das entidades sindicais integrantes da MesaNacional de Negociação Permanente do SUS, através de textosde apoio, modelos de planos de carreira, bem como a própriadiscussão acumulada por estas entidades sobre o tema.

Para concluir os trabalhos de forma satisfatória, a Comissãosolicitou a prorrogação do prazo por mais 60 dias (Portaria nº2198/GM, de 14 de outubro de 2004), finalizando a propostaem novembro de 2004.

Buscando preservar os preceitos constitucionais e, aomesmo tempo, atender a complexidade do SUS, foi acordadoque a proposta deveria ser ampla, oferecendo margem paramudanças futuras, a partir dos debates e dos entendimentosnacionais.

Dois pontos polêmicos foram destacados: a jornada detrabalho e o número de cargos. Em relação à jornada de trabalho,a Comissão definiu que a discussão fosse remetida à MesaNacional de Negociação Permanente do SUS (MNNP-SUS), dadaa complexidade do tema e ao fato desta questão já se constituirponto de pauta dessa instância. Em relação ao número de cargos,a Comissão acordou indicar as seguintes alternativas: dois cargos(Assistente em Saúde e Especialista em Saúde) e três cargos(Auxiliar em Saúde, Assistente Técnico em Saúde e Especialistaem Saúde).

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Cabe ressaltar que o movimento sindical, em sua maioria,é favorável à proposta de cargo único e, conseqüentemente, àascensão funcional. Apesar disso, concordou com a elaboraçãoda proposta de 2 e 3 cargos, desde que não ficasse inviabilizadana MNNP-SUS a discussão da proposta de cargo único e aascensão funcional.

A Comissão optou por cargos genéricos, segmentados pornível de escolaridade, mas tendo como fundamento as funçõesestruturantes do SUS em suas diversas áreas de atuação, quaissejam: Atenção à Saúde; Gestão; Auditoria; Fiscalização eRegulação; Vigilância à Saúde; Perícia; Apoio Administrativo eInfra-estrutura; Ensino e Pesquisa.

Outra questão surgida na Comissão, e sobre a qual nãohouve acordo, foi à implementação de uma Gratificação deUrgência e Emergência.

As argumentações contrárias à implementação dessagratificação foram as seguintes:

1ª) a especificidade da natureza do trabalho dosprofissionais que atuam nos serviços de urgênciae emergência já está contemplada em quesitoscomo salário e jornada de trabalho diferenciada;

2ª) O favorecimento, pela gratificação, aos serviçosde urgência e emergência poderia induzir ao“socorrismo”, em detrimento do fortalecimentodo modelo assistencial baseado na atenção básica,preconizado pelas diretrizes do SUS.

Como argumentação favorável à gratificação, foidefendido que esse tipo de trabalho é mais complexo e, portanto,deve ser mais bem remunerado.

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Um dos aspectos essenciais contemplados nas Diretrizesdiz respeito ao desenvolvimento e avaliação de desempenho,considerados requisitos indispensáveis para a eficiência e eficáciado trabalho. Nesse sentido, apontam para a perspectiva dequalificação e evolução permanente dos trabalhadores, bemcomo para a participação do usuário como ator importante naavaliação institucional de desempenho.

As discussões evidenciaram, ainda, a urgente necessidadede aprofundamento e sistematização de proposta de criação edesenvolvimento de Carreira Nacional com Base Local. Taliniciativa objetivaria responder à fração importante demunicípios que, hoje, enfrentam dificuldades severas na inserçãoe fixação de profissionais.

Os princípios que norteiam as Diretrizes são os seguintes:

I - universalidade, os planos de todos os órgãos einstituições públicas do SUS deverão abarcar todosos trabalhadores;

II - equivalência, os cargos terão correspondência entreos planos de carreira dos entes federados;

III - concurso público, o acesso à carreira estarácondicionado à aprovação em concurso público;

IV - mobilidade, assegura o trânsito do trabalhadordo SUS, sem perda de seus direitos e progressãona carreira;

V - flexibilidade, garantia permanente da adequaçãodos planos às necessidades e à dinâmica do SUS;

VI - gestão partilhada, que estabelece a participaçãodos trabalhadores na formulação e gestão do planode carreira;

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VII - carreira como instrumento de gestão;

VIII - educação permanente;

IX - avaliação de desempenho, processo focado emcritérios técnicos, a serem definidos com oaprofundamento da discussão;

X - compromisso solidário.

Finalizados os trabalhos, a Comissão propôs umcronograma de atividades com vistas à ampliação dos debates,permitindo a crítica e alteração desta sugestão de anteprojeto delei, assegurando assim seu aperfeiçoamento enquanto uminstrumento norteador de políticas de valorização dotrabalhador do SUS.

Por fim, a Coordenação da Comissão expressou seureconhecimento e agradecimento a todos que contribuíram, deforma solidária, respeitosa e fraterna, para a elaboração desteimportante documento.

COORDENAÇÃO DA COMISSÃO ESPECIAL

IRINEU MESSIASBancada dos Trabalhadores

MARIA HELENA MACHADOBancada de Governo

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COMPOSIÇÃO DA COMISSÃO ESPECIAL

Gabinete do MinistroÂngela Maria Meira de Vasconcelos

e Reneide Muniz

Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde Jorge Paiva

Departamento de Gestão da Educação na SaúdeEuzi Adriana B. Rodrigues

e Liliana Santos

Departamento de Gestão e da Regulação do Trabalho em SaúdeMaria Helena Machado

João MilitãoHenrique Antunes Vitalino

Secretaria de Atenção à SaúdeRegina Pimenta de Melo

e Archimedes Guimarães de Castro

Secretaria de Vigilância em SaúdeSilvana Solange Rossi

Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos EstratégicosInísio R. Saggioro

Coordenação-Geral de Recursos Humanos do MSSábado Nicolau Girardi, Lídia Tonon

e Therezinha Duarte

Fundação Nacional de SaúdeWilmar Alves Martins, Carlos Sena

e Raimunda Rodrigues

Agência Nacional de Vigilância SanitáriaLúcia de Fátima Masson

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e Arthur Melo de AbreuAgência Nacional de Saúde Suplementar

Não indicado

Fundação Oswaldo CruzMárcia Teixeirae Leila Nogueira

Ministério do Planejamento, Orçamento e GestãoLuiz Alberto

Ministério da Ciência e TecnologiaBeatriz Gregory

Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (CONASS)Neuza Maria Nogueira Moysés

e Rita Catanelli

Conselho Nacional dos Secretários Municipais de Saúde (CONASEMS)Roberto Piccini

Representações de trabalhadores que integram a MNNP-SUSIrineu Messias de Araújo (CNTSS)José Caetano Rodrigues (CNTS)

Francisco de Assis Teixeira (FENAM)Sanny Lima Braga (CONFETAM)

Hélio de Jesus (FENASPS) Étila Ramos (FENAPSI)

Silvana Maria Pereira (FASUBRA)

Empregador PrivadoJairo Francisco Tessari (CMB)

Coordenação GeralMaria Helena Machado

e Irineu Messias

RelatoriaLídice Araújo

e Sanny Lima BragaSecretaria Executiva

Wagner Ferraz de Lacerda

Consultor especialLuiz Osório Santos

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Capítulo IDisposições Gerais

Art. 1º

Ficam instituídas as Diretrizes Nacionais para orientara elaboração de Planos de Carreiras, Cargos e Saláriosno âmbito do SUS – PCCS-SUS.

Parágrafo único. Os gestores do SUS deverãoimplementar políticas que motivem as instituiçõesintegrantes da rede complementar a elaboraremplanos de carreiras em consonância com as diretrizesora instituídas.

Art. 2º

As presentes Diretrizes são propostas para orientar aelaboração de planos de carreiras com estruturas eformas de desenvolvimento semelhantes que garan-tam a valorização dos trabalhadores através daequidade de oportunidades de desenvolvimentoprofissional em carreiras que associem a evoluçãofuncional a um sistema permanente de qualificação,como forma de melhorar a qualidade da prestaçãodos serviços de saúde.

Art. 3º

A instituição ou reforma de planos de carreiras no âmbitodo Sistema Único de Saúde deverá observar os seguintesprincípios:

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I - da universalidade dos planos de carreiras,entendendo-se por este que os planos deverãoabarcar todos os trabalhadores dos diferentesórgãos e instituições integrantes do Sistema Únicode Saúde;

II - da equivalência dos cargos ou empregos,compreendendo isto a correspondência deles emtodas as esferas de governo. Observando-se, nosseus agrupamentos, a complexidade e a formaçãoprofissional exigida para o seu exercício;

III - do concurso público de provas ou de provas etítulos, significando este a única forma de acessoà carreira;

IV - da mobilidade, entendida esta como garantia detrânsito do trabalhador do SUS pelas diversasesferas de governo, sem perda de direitos ou dapossibilidade de desenvolvimento na carreira;

V - da flexibilidade, importando esta na garantia depermanente adequação do plano de carreiras àsnecessidades e à dinâmica do Sistema Único deSaúde;

VI - da gestão partilhada das carreiras, entendida comogarantia da participação dos trabalhadores, atravésde mecanismos legitimamente constituídos, naformulação e gestão do seu respectivo plano decarreiras;

VII - das carreiras como instrumento de gestão,entendendo-se por isto que o plano de carreirasdeverá se constituir num instrumento gerencial

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de política de pessoal integrado ao planejamentoe ao desenvolvimento organizacional;

VIII - da educação permanente, importando este oatendimento da necessidade permanente de ofertade educação aos trabalhadores do SUS;

IX - da avaliação de desempenho, entendida comoum processo focado no desenvolvimento profis-sional e institucional;

X - do compromisso solidário, compreendendo istoque o plano de carreiras é um ajuste firmado entregestores e trabalhadores em prol da qualidade dosserviços, do profissionalismo e da adequaçãotécnica do profissional as necessidades dosserviços de saúde.

Art. 4º

Para efeito da aplicação desta Lei, consideram-sefundamentais os seguintes conceitos:

I - Sistema Único de Saúde (SUS) é o conjunto de açõese serviços de saúde prestados por órgãos einstituições públicas federais, estaduais e munici-pais, da Administração direta e indireta e dasfundações mantidas pelo Poder Público. Inclusasneste conceito estão as instituições de controle dequalidade, pesquisa e produção de insumos,medicamentos, sangue, hemoderivados e equipa-mentos para a saúde;

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II - profissionais de saúde são todos aqueles que,estando ou não ocupados no setor saúde, detémformação profissional específica ou qualificaçãoprática ou acadêmica para o desempenho deatividades ligadas direta ou indiretamente aocuidado ou ações de saúde;

III - trabalhadores de saúde são todos aqueles que seinserem direta ou indiretamente na atenção àsaúde nos estabelecimentos de saúde ou atividadesde saúde, podendo deter ou não formaçãoespecífica para o desempenho de funções atinentesao setor;

IV - trabalhadores do SUS são todos aqueles que seinserem direta ou indiretamente na atenção àsaúde nas instituições que compõem o SUSpodendo deter ou não formação específica parao desempenho de funções atinentes ao setor. Omais importante para esta definição é a inserçãodo trabalhador no SUS;

V - carreiras unificadas do SUS é o conjunto de planosde carreiras dos órgãos e instituições integrantesdo SUS, elaborados com observância das diretrizesfixadas nesta Lei;

VI - plano de carreira é o conjunto de normas quedisciplinam o ingresso e instituem oportunidadese estímulos ao desenvolvimento pessoal eprofissional dos trabalhadores de forma acontribuir com a qualificação dos serviçosprestados pelos órgãos e instituições, constituin-

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do-se em instrumento de gestão da política depessoal;

VII - carreira é a trajetória do trabalhador desde o seuingresso no cargo ou emprego até o seu desli-gamento, regida por regras específicas de ingresso,desenvolvimento profissional, remuneração eavaliação de desempenho;

VIII - cargo é o conjunto de atribuições assemelhadasquanto à natureza das ações e às qualificaçõesexigidas de seus ocupantes, com responsabilidadesprevistas na estrutura organizacional e vínculo detrabalho estatutário;

IX - emprego público é o conjunto de atribuiçõesassemelhadas quanto à natureza das ações e àsqualificações exigidas de seus ocupantes, comresponsabilidades previstas na estrutura organiza-cional e vínculo de trabalho regido pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943;

X - enquadramento é o ato pelo qual se estabelece aposição do trabalhador em um determinado cargoou emprego, classe e padrão de vencimento oude salário, em face da análise de sua situaçãojurídico-funcional;

XI - vencimento é a retribuição pecuniária peloexercício de um cargo, com valor fixado em lei;

XII - salário é a retribuição pecuniária pelo exercíciode um emprego, com valor fixado em lei;

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XIII - remuneração é o vencimento do cargo ou osalário do emprego, acrescido das vantagenspecuniárias estabelecidas em lei;

XIV - padrão de vencimento ou de salário é oconjunto formado pela referência numérica e oseu respectivo grau.

Art. 5º

Para garantir a efetivação das diretrizes estabelecidasnesta Lei, a gestão partilhada e o permanenteaperfeiçoamento das carreiras unificadas do SUS, osgestores instituirão comissões paritárias de carreirascompostas por representantes de gestores e detrabalhadores da esfera governamental de contratação.

§ 1º A indicação dos representantes dos trabalhadoresdeverá incumbir, em seus correspondentes âmbitosde atuação, aos trabalhadores integrantes da MesaNacional de Negociação Permanente do SUS (MNNP-SUS), das Mesas Estaduais de Negociação Permanentedo SUS e das Mesas Municipais de NegociaçãoPermanente do SUS.

§ 2º Não existindo Mesa de Negociação Permanentedo SUS, os representantes dos trabalhadores serãoindicados pelas entidades sindicais que representemos trabalhadores da esfera governamental de constata-ção.

§ 3o A participação dos trabalhadores nas comissõesparitárias de carreiras será considerada como umserviço público relevante.

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Art. 6º

Compete a Comissão Paritária de Carreiras:

I - propor o anteprojeto de lei do plano de carreiras;

II - acompanhar e avaliar, periodicamente, a implan-tação dos planos de carreiras;

III - propor ações para o aperfeiçoamento dos planosde carreiras ou para adequá-los à dinâmica própriado SUS.

Capítulo 2Da organização das carreiras

Art. 7o

As carreiras resultantes da aplicação das diretrizesestabelecidas nesta Lei serão estruturadas em cargosou empregos, classes e padrões de vencimentos oude salários.

Parágrafo único. Os interstícios para o desenvolvi-mento na carreira e o número dos padrões devencimentos ou de salários deverão ser estabelecidosde forma que seja possível ao trabalhador que nelaingresse alcançar o último padrão de vencimento daclasse ou de salário do seu cargo ou emprego.

Art. 8o

Os cargos ou empregos estruturantes das carreiras dostrabalhadores do Sistema Único de Saúde, comcompetência para atuar nas áreas de auditoria, gestão,

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atenção à saúde, ensino e pesquisa, fiscalização eregulação, vigilância à saúde, produção, perícia, apoioe infra-estrutura, são os seguintes:

I - Auxiliar em Saúde – compreende as categoriasprofissionais que realizam atividades que exigem,para o seu exercício, nível de escolaridade deensino fundamental (completo ou incompleto),profissionalizante ou não;

II - Assistente Técnico em Saúde – compreende ascategorias profissionais que realizam atividadesque exigem, para o seu exercício, nível de ensinomédio, profissionalizante ou não;

III - Especialista em Saúde – compreende as categoriasprofissionais que exigem, para o seu exercício,nível de escolaridade mínimo correspondente aoensino superior.

Parágrafo único. Os cargos ou empregos relacionadosneste artigo terão suas respectivas atividadesrelacionadas em cada plano de carreiras.

Redação do art. 8o para 2 CARGOS:

Art. 8o

Os cargos ou empregos estruturantes das carreirasdos trabalhadores do Sistema Único de Saúde, comcompetência para atuar nas áreas de auditoria,gestão, atenção à saúde, ensino e pesquisa,fiscalização e regulação, vigilância à saúde, produção,

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perícia, apoio e infra-estrutura, são os seguintes:I -Assistente em Saúde – compreende as categoriasprofissionais que realizam atividades que exigem,para o seu exercício, nível de educação básica,completo ou incompleto, profissionalizante ou não;II- Especialista em Saúde – compreende as categoriasprofissionais que exigem, para o seu exercício, nívelde escolaridade mínimo correspondente ao ensinosuperior.Parágrafo único. Os cargos ou empregosrelacionados neste artigo terão suas respectivasatividades relacionadas em cada plano de carreiras.

Art. 9o

As classes são divisões que agrupam, dentro dedetermi-nado cargo ou emprego, as atividades comníveis similares de complexidade.

§ 1º O cargo ou emprego de Auxiliar em Saúde deveráser estruturado em 2 (duas) classes, definidas a partirdas seguintes exigências:

I - para a Classe A: ensino fundamental incompleto;

II - para a Classe B: ensino fundamental completo ouqualificação ou experiência profissional fixadas peloplano de carreiras.

§ 2º O cargo ou emprego de Assistente Técnico emSaúde deverá ser estruturado em 2 (duas) classes,definidas a partir das seguintes exigências:

I - para a Classe C: ensino médio completo;

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II - para a Classe D: ensino técnico completo ouqualificação ou experiência profissional fixadaspelo plano de carreiras.

§ 3º O cargo ou emprego de Especialista em Saúdedeverá ser estruturado em 4 (quatro) classes, definidasa partir das seguintes exigências:

I - para a Classe E: ensino superior completo;

II - para a Classe F: ensino superior completo eespecialização ou qualificação ou experiênciaprofissional fixadas pelo plano de carreiras;

III - para a Classe G: ensino superior completo emestrado ou qualificação ou experiência profis-sional fixadas pelo plano de carreiras;

IV - para a Classe H: ensino superior completo edoutorado ou qualificação ou experiênciaprofissional fixadas pelo plano de carreiras.

Redação do art. 9o para 2 CARGOS:

Art. 9o

As classes são divisões que agrupam, dentro dedetermina-do cargo ou emprego, as atividades comníveis similares de complexidade.

§ 1º O cargo ou emprego de Assistente em Saúdedeverá ser estruturado em 4 (quatro) classes,definidas a partir das seguintes exigências:

I - para a Classe A: ensino fundamental incompleto;

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II - para a Classe B: ensino fundamental completoou qualificação ou experiência profissionalfixadas pelo plano de carreiras.

III - para a Classe C: ensino médio completo;

IV - para a Classe D: ensino técnico completo ouqualificação ou experiência profissional fixadaspelo plano de carreiras.

§ 2º O cargo ou emprego de Especialista em Saúdedeverá ser estruturado em 4 (quatro) classes,definidas a partir das seguintes exigências:

I - para a Classe E: ensino superior completo;

II - para a Classe F: ensino superior completo eespecialização ou qualificação ou experiênciaprofissional fixadas pelo plano de carreiras;

III - para a Classe G: ensino superior completo emestrado ou qualificação ou experiência profis-sional fixadas pelo plano de carreiras;

IV - para a Classe H: ensino superior completo edoutorado ou qualificação ou experiênciaprofissional fixadas pelo plano de carreiras.

Art. 10.

O padrão de vencimento ou de salário identifica aposição do trabalhador na escala de vencimentos oude salários da carreira, em função do seu cargo ouemprego, classe e nível de progressão.

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Art. 11.

O edital de convocação do concurso público deprovas ou de provas e títulos poderá prever arealização deste em duas etapas.

Art. 12.

O ingresso na carreira deverá ocorrer na classe iniciale no primeiro padrão de vencimento ou de salário docargo ou emprego.

§ 1º Para atender necessidade institucional, o editaldo concurso poderá prever o ingresso em classediferente da inicial quando não houver no quadro depessoal do órgão ou instituição servidor habilitadopara o exercício em cargo ou emprego em determina-da classe.

§ 2º O tempo de efetivo exercício em cargo ouemprego no mesmo órgão ou instituição poderá serconsiderado para efeito do posicionamento dotrabalhador no padrão de vencimento ou de saláriodo seu novo cargo ou emprego.

Art. 13.

No âmbito do SUS o trabalhador poderá ser cedidopara outro órgão ou instituição do sistema emqualquer esfera de governo, nas seguintes hipóteses:

I - para exercer cargo em comissão ou função deconfiança;

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II - para exercer o cargo ou emprego no qual foiinvestido no órgão ou instituição cedente.

§ 1º Em qualquer hipótese, o ônus de sua remunera-ção será assumido pelo órgão ou instituição cessioná-ria.

§ 2º Caso o trabalhador opte por perceber do cedentea remuneração do cargo ou emprego no qual foi porele investido, o órgão ou entidade cessionária efetuaráo reembolso das despesas.

Art. 14.

Para o cedente, o período da cessão do trabalhador serácomputado como tempo de serviço para todos os efeitos legais.

Parágrafo Único: As atividades desenvolvidas no órgãoou instituição cessionária deverão ser consideradas para efeitosde desenvolvimento na carreira da instituição cedente

Capítulo 3Do desenvolvimento na carreira

Art. 15.

O desenvolvimento do trabalhador na carreira dar-se-áatravés da promoção e progressão.

Art. 16.

Promoção é a passagem do trabalhador de uma classe paraoutra, no mesmo cargo ou emprego, mediante o cumprimento

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de interstício e atendimento de requisitos de formação,qualificação ou experiência profissional.

Art. 17.

A promoção será conferida em época determinada,podendo sua concretização ser diferida para exercíciosubseqüente em respeito ao prescrito no art. 19 daLei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000.

Art. 18.

As licenças remuneradas e as concedidas para oexercício de mandato eletivo ou de dirigente deentidade sindical serão consideradas como de efetivoexercício do cargo ou emprego e não poderão servirde critério para a suspensão do pagamento deadicionais salariais permanentes ou para a nãoconcessão da progressão ou promoção.

Art. 19.

As atividades de qualificação poderão ser promovidaspelo próprio órgão ou instituição ou por instituiçãodiversa, inclusive entidade sindical, desde quepreviamente validadas pela respectiva comissãoparitária de carreira.

Art. 20.

Progressão é a passagem do trabalhador de um padrãode vencimento ou de salário para outro, na mesmaclasse, por mérito, mediante resultado satisfatório

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1 A gratificação por urgência e emergência não obteve consenso na Comissão.

obtido em avaliação de desempenho periódica,segundo o disposto no programa de avaliaçãoinstituído e vinculado ao plano de carreiras, e portempo de serviço, mediante o cumprimento derequisito de tempo de efetivo exercício no cargo.

Art. 21.

A concessão de gratificações ou adicionais salariaisdar-se-á no interesse da administração e será conferidaao trabalhador pelo exercício em condições especiaisnas seguintes situações:

I - dedicação exclusiva ao SUS;

II - atuação na atenção básica;

III - localização geográfica do posto de trabalhoconfigurando áreas carentes, longínquas e dedifícil acesso;

IV - alto risco de atividade;

V - exercício profissional em urgência ou emergência1.

Parágrafo Único: A critério do dirigente do órgão ouinstituição outras condições especiais poderão serobjeto de gratificação ou adicional.

Art. 22.

A fixação dos valores dos padrões de vencimentosou de salários deverá obedecer aos seguintes critérios:

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I - a diferença percentual entre um padrão devencimento ou salário e o seguinte será constanteem toda a tabela;

II - a relação entre o primeiro e o último padrão devencimento ou salário da carreira será fixadavisando assegurar a valorização social do trabalhoe o fortalecimento das equipes;

III - correspondência mínima do menor padrão devencimento ou salário ao valor do salário mínimo;

IV - composição do conjunto de padrões devencimentos ou de salários, com observância doseguinte:

a) o primeiro padrão das classes B, D, F, G e H deverácorresponder, no mínimo, ao segundo padrão dasclasses imediatamente anteriores;

b) o primeiro padrão das classes C e E deverácorresponder, no mínimo, ao terceiro padrão dasclasses imediatamente anteriores.

Redação do art. 22o para 2 CARGOS:

Art. 22.

A fixação dos valores dos padrões de vencimentosou de salários deverá obedecer aos seguintes critérios:

I - a diferença percentual entre um padrão devencimento ou salário e o seguinte será constanteem toda a tabela;

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II - a relação entre o primeiro e o último padrão devencimento ou salário da carreira será fixadavisando assegurar a valorização social dotrabalho e o fortalecimento das equipes;

III - correspondência mínima do menor padrão devencimento ou salário ao valor do saláriomínimo;

IV - composição do conjunto de padrões devencimentos ou de salários, com observância doseguinte:

a) o primeiro padrão das classes B, C, D, F, G e Hdeverá corresponder, no mínimo, ao segundopadrão das classes imediatamente anteriores;

b) o primeiro padrão da classe E deverá corresponder,no mínimo, ao terceiro padrão da classe ime-diatamente anterior.

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Capítulo IVDo Plano de Desenvolvimento de Pessoal

Art. 23.

No âmbito dos planos de carreiras serão inseridosPlanos Institucionais de Desenvolvimento de Pessoal,contendo:

I - Programa Institucional de Qualificação;

II - Programa Institucional de Avaliação de Desem-penho.

Parágrafo Único. O Plano Institucional de Desenvolvi-mento de Pessoal deverá ser constituído como umconjunto gerencial articulado e vinculado aoplanejamento das ações institucionais.

Art. 24.

O financiamento do Plano de Desenvolvimento dePessoal deverá ser pactuado entre os entes federadose correrá à conta de dotação orçamentária específica,correspondente a percentual incidente sobre o valorbruto mensal da folha de pagamento de pessoal.

Art. 25.

O Plano Institucional de Desenvolvimento de Pessoaldeverá garantir:

I - as condições institucionais para uma qualificação eavaliação que propiciem a realização profissional

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e o pleno desenvolvimento das potencialidadesdos trabalhadores do SUS;

II - a qualificação dos trabalhadores para o imple-mento do desenvolvimento organizacional doórgão ou instituição e de sua correspondentefunção social;

III - a criação de mecanismos que estimulem ocrescimento funcional e favoreçam a motivaçãodos trabalhadores.

Art. 26.

O Programa Institucional de Qualificação conterá osinstrumentos necessários a consecução dos seguintesobjetivos:

I - a conscientização do trabalhador, visando suaatuação no âmbito da função social do SUS e oexercício pleno de sua cidadania, para propiciarao usuário um serviço de qualidade;

II - o desenvolvimento integral do cidadão traba-lhador.

Art. 27.

O órgão ou instituição poderá autorizar o afastamentototal ou parcial, com ou sem ônus para a instituiçãodo trabalhador que deseje se matricular em curso deeducação básica, graduação, pós-graduação, especiali-zação ou extensão, no País ou no exterior.

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§ 1º Caso o afastamento seja deferido como licençaremunerada, além da percepção integral de suaremuneração, o trabalhador preservará todos os seusdireitos.

§ 2º Na hipótese do parágrafo anterior, ao retornar,o trabalhador ficará obrigado a manter sua relação detrabalho e o exercício de seu cargo ou emprego aomenos por um período igual ao do afastamento quelhe foi concedido.

Art. 28.

O Programa Institucional de Avaliação de Desempe-nho deverá constituir-se em um processo pedagógicoe participativo, abrangendo, de forma integrada, aavaliação:

I - das atividades dos trabalhadores;

II - das atividades dos coletivos de trabalho;

III - das atividades do órgão ou instituição.

Art. 29.

O processo de avaliação de desempenho deverá gerarelementos que subsidiem a avaliação sistemática dapolítica de pessoal e a formulação ou adequação doplanejamento das ações institucionais, visando ocumprimento da função social do SUS.

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Art. 30.

Os instrumentos utilizados para avaliar o desempenhodeverão ser estruturados com objetividade, precisão, validade,legitimidade, publicidade e adequação aos objetivos, métodos eresultados definidos no plano de carreiras.

Capítulo VDo Enquadramento

Art. 31.

Os cargos ou empregos preexistentes, ocupados evagos, serão transpostos para o plano de carreiras emconformidade com o que segue:

I - os cargos ou empregos com exigência deescolaridade até o nível de ensino fundamentalcompleto, em cargos ou empregos de Auxiliar emSaúde;

II - os cargos ou empregos com exigência deescolaridade de ensino médio completo, emcargos ou empregos de Assistente Técnico emSaúde;

III - os cargos ou empregos com exigência deescolaridade de ensino superior completo, emcargos ou empregos de Especialista em Saúde.

Parágrafo único. A transposição dos aposentados epensionistas deverá ser realizada considerando-se ocargo ou emprego que o trabalhador exercia antes daconcessão de sua aposentadoria.

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Redação do art. 31o para 2 CARGOS:

Art. 31.

Os cargos ou empregos preexistentes, ocupados evagos, serão transpostos para o plano de carreirasem conformidade com o que segue:

I - os cargos ou empregos com exigência deescolaridade de educação básica completa ouincompleta, em cargos ou empregos de Assistenteem Saúde;

II - os cargos ou empregos com exigência deescolaridade de ensino superior completo, emcargos ou empregos de Especialista em Saúde.

Parágrafo único. A transposição dos aposentados epensionistas deverá ser realizada considerando-se ocargo ou emprego que o trabalhador exercia antesda concessão de sua aposentadoria.

Art. 32.

Os trabalhadores poderão optar pelo não ingresso nacarreira resultante destas Diretrizes até o último diado prazo destinado ao processo de enquadramento.

Parágrafo Único. O trabalhador não optante poderáa qualquer tempo, optar pelo ingresso na carreira,sendo que, os efeitos financeiros decorrentes doenquadramento se darão a partir da data da opção.

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Art. 33.

O cargo ou emprego do trabalhador que optar pelo seunão enquadramento no plano de carreiras, quando vago, seráautomaticamente transposto.

Art. 34.

A lei que instituir o plano de carreiras deverá trazer emanexo tabela que indique a correlação entre os cargos ouempregos preexistentes e os novos, bem como os critérios paraposicionamento dos trabalhadores nas classes e padrões devencimento.

Art. 35.

O trabalhador terá o prazo de 120 (cento e vinte) dias,contado da data da publicação do ato, para recorrerda decisão que promoveu o seu enquadramento.

Capítulo VIDisposições Finais

Art. 36.

Fica assegurada aos gestores a possibilidade deinclusão dos trabalhadores do SUS no plano decarreiras que for instituído para o conjunto de seustrabalhadores, desde que observadas as diretrizesestabelecidas nesta Lei.

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Art. 37.

Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 38.

Fica revogado o inciso IV do art. 4º da Lei nº 8.142,de 28 de dezembro de 1990.

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TEXTO DE APOIO

A proposta de Diretrizes do PCCS-SUS é um documentoreferencial, com o objetivo de traduzir toda a riqueza dealternativas produzidas nos trabalhos da Comissão.

O texto de apoio, que ora apresentamos, ofereceelementos que facilitam a compreensão da proposta. Emcontraposição à linguagem técnica das Diretrizes, comentapontos importantes para a compreensão do documento. Aidéia foi resgatar as expectativas e pressupostos que orientaramas Diretrizes para a estruturação das carreiras no âmbito do SUS.

Ao comentar os princípios que fundamentam a proposta,o texto ressalta a idéia de que as Diretrizes foram concebidascomo um instrumento de gestão e como uma forma de valorizaro trabalhador.

Em seguida, para facilitar o entendimento da estrutura dascarreiras, apresenta exemplos de matrizes salariais que permitema visualização dos cargos, classes e padrões de vencimentos. Asmatrizes permitem, ainda, perceber o desenvolvimento dotrabalhador no caso de progressão (por mérito e tempo deserviço) ou de promoção (por formação, qualificação ouexperiência profissional).

O texto lembra, ainda que: 1) o único critério claro etransparente para o ingresso no serviço público é o concursopúblico, além de indicar as condições para sua realização; 2) norol das situações especiais apontadas para a concessão das

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gratificações ou adicionais salariais, o gestor goza de amplaliberdade para incluir aquelas que lhes são peculiares.

O Plano de Desenvolvimento de Pessoal, e os Programasque o compõem, têm o objetivo de compatibilizar expectativasde desenvolvimento profissional e de desempenho organiza-cional. Neste sentido, o texto ressalta que o Plano incentiva aconstrução de uma cultura própria para os trabalhadores doSUS e à consolidação de uma identidade profissional.

Por último, o texto ressalta os critérios para a transposiçãodos cargos e as regras para o enquadramento dos trabalhadores,inclusive dos aposentados.

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1. PRINCÍPIOS E CONCEITOS

Foram arrolados os princípios essenciais para a caracte-rização das carreiras, entre os quais destacamos: o daequivalência dos cargos e empregos em todo o Sistema comoum dos elementos que identificarão as carreiras dos trabalha-dores do SUS, facilitando o estabelecimento de políticas dequalificação, a gestão das carreiras e a mobilidade do trabalhadorentre as diferentes esferas de governo. O da flexibilidade, dadoque as Diretrizes permitem a elaboração de múltiplas alternativasde planos de carreiras e suas atualizações periódicas, em respostaà natureza dinâmica da atenção em saúde. O da gestão partilhadadas carreiras, como forma de estimular uma maior demo-cratização das relações de trabalho e o compromisso solidáriode trabalhadores e gestores com a qualidade dos serviços. E oda carreira como instrumento de gestão, com o sistema dedesenvolvimento de pessoal integrado ao planejamentoinstitucional e a educação permanente, que tem comopressuposto a aprendizagem significativa, onde o aprender e oensinar se incorporam ao cotidiano das instituições a partir daproblematização das práticas em saúde.

Entre os conceitos, o de trabalhadores do SUS foi trazidopara delimitar a abrangência das Diretrizes, isto é, para indicar ouniverso de trabalhadores contemplado pela proposta.

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2. ESTRUTURA E DESENVOLVIMENTO

O artigo 2º define que as Diretrizes são propostas para“orientar a elaboração de planos de carreiras com estruturas eformas de desenvolvimento semelhantes...” o que explicita ointento de, ao mesmo tempo, dar uniformidade às carreirasnaquilo que for essencial ao Sistema Único de Saúde e dar amplasalternativas para a construção de planos que respondam àspeculiaridades de cada órgão ou instituição integrante do SUS.

A partir desta premissa, as Diretrizes fixam que a estruturaconterá cargos, classes e padrões de vencimento.

Foram apresentadas duas propostas: uma com 3 e outracom 2 cargos. Estas propostas serão levadas ao entendimentona Mesa Nacional de Negociação Permanente do SUS.

Tanto a proposta de 3 como a de 2 cargos, de acordo como inciso II do artigo 3º, deverão ser equivalentes em todas asesferas de governo. A flexibilidade se dará nos demais elementosda estrutura da carreira.

Assim, cada órgão ou instituição definirá a estrutura e,vinculado a ela, um sistema de desenvolvimento que melhorresponda às suas necessidades e possibilidades. Entre osdiferentes órgãos ou instituições, os planos de carreirasconcebidos a partir destas Diretrizes poderão adotar: alternativasdiferentes para definir classes ou subdividi-las, para expressar eestimular estágios específicos de qualificação dos trabalhadores;o número de padrões de vencimento ou salário na tabela geral epor classe; o percentual constante entre os padrões de

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vencimento ou salários; e, a organização do conjunto de classescom maior ou menor correspondência entre os seus respectivospadrões.

A partir do fixado no Capítulo II, que trata da organizaçãodas carreiras, múltiplas alternativas de estrutura podem seradotadas em cada plano de carreiras.

Para facilitar a compreensão, a seguir são descritos doisexemplos de estrutura e hipóteses de desenvolvimento a elasvinculadas.

2.1 Exemplo 1

Para a proposta de 3 cargos (Auxiliar em Saúde, AssistenteTécnico em Saúde e Especialista em Saúde, conforme fixadonas Diretrizes):

Elementos estruturais passíveis de adequação em cadaplano de carreiras:

· Classes: 8, sendo duas nos cargos de Auxiliar, duas node Assistente e quatro no de Especialista.

· Número de padrões na tabela do Plano de Carreiras:25 padrões

· Diferença constante entre os padrões de vencimentos(inciso I, do artigo 22): 5%

· Número de padrões por classe: 16 padrões· Diferença, em padrões, entre as classes de um mesmocargo ou emprego: um padrão

· Diferença, em padrões, entre a classe final de um cargoou emprego e a classe inicial do cargo ou emprego dehierarquia subseqüente: dois padrões

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O Quadro 1 apresenta a matriz salarial correspondente aesta proposta.

Para a proposta de dois cargos (Assistente em Saúde eEspecialista em Saúde), conforme fixado nas Diretrizes, observa-

Quadro 1

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Quadro 2

se as seguintes mudanças: i) Classes: oito, sendo quatro em cadacargo e, ii) Diferença, em padrões, entre a classe final de umcargo ou emprego e a classe inicial do cargo ou emprego dehierarquia subseqüente: três padrões.

O Quadro 2 apresenta a matriz salarial correspondente aesta proposta.

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As diferentes estruturas adotadas irão requerer diferentessistemas de desenvolvimento para atender a prescrição contidano parágrafo único do artigo 7º, que garante ao trabalhador,considerando o tempo exigido para a sua aposentadoria, apossibilidade de alcançar, nesse tempo, o último padrão da classedo seu cargo ou emprego. Como a mudança do trabalhador deum padrão para outro se dará por progressão nas modalidadesde mérito e tempo de serviço (art. 20), o atendimento da referidaprescrição (parágrafo único do art. 7o), em cada carreira, se darápela adequação dos interstícios para progressões por mérito etempo de serviço.

Neste exemplo, duas hipóteses de interstícios sãocogitadas:

Hipótese 1: progressão por mérito a cada três anos eprogressão por tempo de serviço, a cada quatro anos.

Com estes interstícios, o trabalhador que tiver desempenhosatisfatório em todas as avaliações alcançará o último padrão daclasse a que pertencer aos 27 anos de serviço.

Hipótese 2: progressão por mérito de dois em dois anos,mantidas as demais condições cogitadas na hipótese anterior.

Neste caso, o trabalhador alcançará o último padrão aos20 anos de serviço.

Uma segunda implicação da prescrição contida noparágrafo único do art. 7o é que, ao ser promovido, o servidordeve manter, na nova classe, o mesmo padrão que ocupava naclasse de origem. Exemplificando: se o servidor estiver ocupandoo padrão nove na classe de origem, este deverá ocupar o padrãonove na classe de destino.

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Neste caso, a relação entre o teto e o piso é de 3,23, ouseja, o valor do teto é 3,23 vezes o valor do piso. Contudo, emcada plano de carreira deverá ser pactuada, entre trabalhadorese gestores, a relação entre o teto e o piso que cumpra oestabelecido no parágrafo único do art. 7o.

O inciso II do artigo 22 também prescreve que a relaçãoentre o piso e o teto da tabela de vencimentos ou salários decada plano de carreiras deve assegurar a valorização social dotrabalho e o fortalecimento das equipes.

2.2 Exemplo 2

Para a proposta de três cargos (Auxiliar em Saúde,Assistente Técnico em Saúde e Especialista em Saúde, conformefixado nas Diretrizes):

Elementos estruturais passíveis de adequação em cadaplano de carreiras:

· Classes: oito, sendo duas nos cargos de Auxiliar, duasno de Assistente e quatro no de Especialista.

· Número de padrões na tabela do Plano de Carreiras:35 padrões

· Diferença constante entre padrões de vencimentos(inciso I, do art. 22): 4%

· Número de padrões por classe: 19 padrões

· Diferença, em padrões, entre classes de um mesmo cargoou emprego: dois padrões

· Diferença, em padrões, entre a classe final de um cargoou emprego e a classe inicial do cargo ou emprego dehierarquia subseqüente: três padrões.

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Quadro 3

O Quadro 3 apresenta a matriz salarial correspondente aesta proposta.

Para a proposta de dois cargos: Assistente em Saúde eEspecialista em Saúde, conforme fixado nas Diretrizes, observa-se as seguintes mudanças: i) Classes: oito, sendo quatro em cada

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cargo; e, ii) Diferença, em padrões, entre a classe final de umcargo ou emprego e a classe inicial do cargo ou emprego dehierarquia subseqüente: quatro padrões.

O Quadro 4 apresenta a matriz salarial correspondente aesta proposta.

Quadro 4

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Neste exemplo, mantida a prescrição contida no parágrafoúnico do art. 7o, se pode cogitar as seguintes hipóteses ilustrativaspara a mudança de padrão de vencimento:

Hipótese 1 - progressão por mérito a cada dois anos e aprogressão por tempo de serviço, a cada quatro anos.

Com estes interstícios, o trabalhador que tiver desempenhosatisfatório em todas as avaliações alcançará o último padrão daclasse a que pertencer aos 24 anos de serviço.

Hipótese 2 - progressão por mérito de dois em dois anose progressão por tempo de serviço a cada cinco anos.

Neste caso, o trabalhador alcançará o último padrão aos26 anos de serviço e a relação entre o teto e o piso é 3,79, ouseja, o valor do teto é 3,79 vezes o valor do piso.

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3. CONCURSO EM DUAS ETAPAS

O Concurso Público, de que trata o artigo 11, se assim fordefinido, poderá compreender:

I - a primeira etapa, de provas ou de provas e títulos,com caráter eliminatório e seletivo para a segundaetapa; e

II - a segunda etapa, que terá caráter formativo, seletivoe eliminatório

4. GRATIFICAÇÕES E ADICIONAIS

As gratificações e adicionais salariais, de que trata o artigo21, foram cogitados como percentuais sobre o vencimento ousalário básico. Cada plano de carreiras poderá instituir outrosadicionais que respondam às necessidades especiais dainstituição.

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DIRETRIZES NACIONAIS PARA A INSTITUIÇÃO DE PLANOS DE CARREIRAS, CARGOS E SALÁRIOSNO ÂMBITO DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE

5. PLANO DE DESENVOLVIMENTO DE PESSOAL

As Diretrizes indicam a necessidade de se conceber carreirasfortemente baseadas no desempenho e na qualificação, emconexão com o planejamento institucional (artigo 23).

Um dos objetivos centrais dos Planos é o de propiciarcondições para a construção de uma cultura própria dostrabalhadores do SUS, a um só tempo, comprometida em realizardireitos de cidadania e estruturante de suas identidadesprofissionais. A qualificação e a avaliação devem ser processosque estimulem nos trabalhadores a assunção da condição desujeitos do pensar e do fazer em saúde.

Nosso entendimento é de que sem a implantação dessesinstrumentos estarão comprometidos os efeitos benéficos dascarreiras para os trabalhadores e para a qualificação dos serviçosde saúde. Assim, foi proposto, no artigo 24, uma forma degarantir recursos regulares para a implementação dos planos.

6. ENQUADRAMENTO

O enquadramento dos atuais trabalhadores nos Planos deCarreiras que resultarem das Diretrizes (art. 31) deverá considerara formação para a transposição, inclusive para os aposentados,em relação aos quais deve-se observar o cargo exercido na épocado benefício. Este capítulo ressalta também que o trabalhadorpoderá optar em qualquer tempo pelo seu enquadramento.

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