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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE EDUCAÇÃO - FACED FACULDADE DE INFORMÁTICA - FACIN CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO - MODALIDADE A DISTÂNCIA EDUARDA BONORA KERN O DESAFIO DA APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA NO ENSINO DE SOCIOLOGIA NA EDUCAÇÃO BÁSICA: UM ESTUDO DE CASO SOBRE USO DE COMUNIDADES VIRTUAIS DE APRENDIZAGENS ATRAVÉS DA METODOLOGIA DE PROJETOS Porto Alegre 2012

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL

FACULDADE DE EDUCAÇÃO - FACED

FACULDADE DE INFORMÁTICA - FACIN

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO -

MODALIDADE A DISTÂNCIA

EDUARDA BONORA KERN

O DESAFIO DA APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA NO ENSINO DE SOCIOLOGIA NA EDUCAÇÃO BÁSICA: UM ESTUDO DE CASO SOBRE USO DE

COMUNIDADES VIRTUAIS DE APRENDIZAGENS ATRAVÉS DA METODOLOGIA DE PROJETOS

Porto Alegre

2012

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EDUARDA BONORA KERN

O DESAFIO DA APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA NO ENSINO DE SOCIOLOGIA NA EDUCAÇÃO BÁSICA: UM ESTUDO DE CASO SOBRE USO DE

COMUNIDADES VIRTUAIS DE APRENDIZAGENS ATRAVÉS DA METODOLOGIA DE PROJETOS

Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de Especialista em Informática na Educação pela Faculdade de Informática e Faculdade de Educação da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande

do Sul.

Orientador: Me. Carla Netto

Porto Alegre

2012

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EDUARDA BONORA KERN

O DESAFIO DA APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA NO ENSINO DE SOCIOLOGIA NA EDUCAÇÃO BÁSICA: UM ESTUDO DE CASO SOBRE USO DE

COMUNIDADES VIRTUAIS DE APRENDIZAGENS ATRAVÉS DA METODOLOGIA DE PROJETOS

Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de Especialista em Informática na Educação pela Faculdade de Informática e Faculdade de Educação da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande

do Sul.

Aprovada em _____ de ___________________ de ________.

BANCA EXAMINADORA:

Nome do Professor

__________________________________

Nome do Professor

__________________________________

Nome do Professor

__________________________________

Porto Alegre

2012

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transgredir a visão da educação escolar baseada nos

"conteúdos", apresentados como "objetos" estáveis e

universais e não como realidades socialmente construídas que, por

sua vez, reconstroem-se nos intercâmbios de culturas e biografias

que têm lugar na sala de aula. transgredir a visão do currículo escolar centrada nas disciplinas,

entendidas como fragmentos empacotados em compartimentos

fechados, que oferecem ao aluno algumas formas de

conhecimento que pouco têm a ver com os problemas dos saberes fora da Escola transgredir essa visão da Escola que impede que os alunos se

construam como sujeitos em cada época de sua vida. a transgressão se dirige à perda de autonomia no discurso dos docentes transgredir a incapacidade da Escola para repensar-se de

maneira permanente, dialogar com as transformações que acontecem na sociedade, nos alunos e na própria educação. transgressão das amarras que impeçam de pensar por si mesmo,

construir uma nova relação educativa baseada na colaboração na sala de aula, na Escola e com a comunidade. soltar a imaginação, a paixão e o risco por explorar novos

caminhos que permitam que as escolas deixem de ser formadas

por compartimentos fechados, faixas horárias fragmentadas,

arquipélagos de docentes e passe a converter- se em uma

comunidade de aprendizagem, onde a paixão pelo conhecimento

seja a divisa e a educação de melhores cidadãos o horizonte ao

qual se dirigir.

Fernando Hernandez

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a todos aqueles que de alguma forma colaboraram com ideias,

incentivo e apoio para a realização e conclusão desse trabalho. Especialmente a

minha família que em diferentes momentos suportou minha atucanação, aos amigos

que me ouviram e ao Bruno que acompanhou (aguentou) todo o processo. E a

sinceridade dos educandos participantes da pesquisa que muitas vezes me auxiliou a

repensar o próprio trabalho.

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RESUMO

A pesquisa intitulada "O Desafio da Aprendizagem Significativa no Ensino de

Sociologia na Educação Básica: Um Estudo de Caso sobre Uso de Comunidades

Virtuais de Aprendizagens através da Metodologia De Projetos" foi um estudo de

caso em uma Escola Municipal de São Leopoldo. O trabalho organizou um projeto

de inovação a partir do uso conjunto das Comunidades Virtuais de Aprendizagem e a

Metodologia de Projetos com uma turma concluinte das Séries Finais do Ensino

Fundamental durante um trimestre nas aulas de Sociologia. O objetivo com o

trabalho foi analisar as contribuições de um recurso pedagógico dentro de uma

metodologia específica no ensino e aprendizagem das aulas de Sociologia, de forma a

analisar a possibilidade de alcançar a aprendizagem significativa através dessa

ação. A experiência se organizou a partir do envolvimento dos alunos em uma

pesquisa definida por eles, utilizando uma comunidade do Orkut como espaço de

trocas para a construção do seu Dossiê. A coleta de dados foi realizada através de

Observação Participante e Questionários Fechados, a análise das informações

procedeu pela Análise de Conteúdos. O projeto conseguiu auxiliar a turma em foco a

ampliar seus conhecimentos sobre diferentes ferramentas virtuais e a se organizar

na rotina de estudos. Palavras-chave: Ensino de Sociologia, Comunidades Virtuais de Aprendizagem,

Metodologia de Projetos, Inovação

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ABSTRACT

The research was a study of case in a municipal school in São Leopoldo. The work

organized an innovation project about the association of Virtual Learning

Communities and Project Methodology with a conclusive class of Elementary School

during a quarter in Sociology classes. The goal of the study was to analyze the

contributions of a resource within a specific methodology in the teaching and learning

of Sociology classes, in order to analyze the possibility of achieving meaningful

learning through this action. The experiment was organized from the involvement of

students in a survey defined by them, using the Orkut community as a space of

exchange for the construction of their Dossiê. Data collection was conducted through

Participant Observation and Closed Questionnaires, analyzing the information held

by the Content Analysis. The project could help the class focus to broaden their

knowledge on different virtual tools and organize in routine studies.

Keywords: Teach of Sociology, Virtual Learning Communities, Project Methodology, Innovation

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO........................................................................................................8

2. EDUCAÇÃO EM TEMPOS DE MUDANÇA.........................................................12

3. METODOLOGIA...................................................................................................20

3.1 PLANO DE AÇÃO: "ARTICULANDO SOCIOLOGIA, COMUNIDADES

VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM E METODOLOGIA DE

PROJETOS".......................................................................................................21

3.2 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS......................................................28

4. DESENVOLVIMENTO..........................................................................................32

4.1 CONTEXTO DE PESQUISA..............................................................................32

4.2 O DESAFIO DE SER PROFESSORA E PESQUISADORA..............................36

4.3 A SOCIOLOGIA NA EDUCAÇÃO BÁSICA.......................................................38

5. O DESAFIO DA APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA: CAMINHOS, DESVIOS E

ENCONTROS NO PROCESSO DE INOVAÇÃO.................................................41

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................56

REFERÊNCIAS....................................................................................................68

ANEXOS...............................................................................................................73

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1. INTRODUÇÃO

A presente pesquisa situa-se na área de conhecimentos de Informática da

Educação, mais especificamente sobre as questões que envolvem as Comunidades

Virtuais de Aprendizagem (CVA) e os estudos sobre o Ensino de Sociologia,

especialmente os que tangem a metodologias de ensino dessa disciplina; ou seja,

esse trabalho tentará fazer aproximações teórico-práticas sobre o uso de

Comunidades Virtuais de Aprendizagem no Ensino de Sociologia.

O mundo globalizado e o avanço tecnológico decorrente dessa transformação

proporciona uma presença cada vez mais intensa de ferramentas da Tecnologia da

Informação e Comunicação (TIC) no cotidiano das pessoas. Seja na realização de

atividades pessoais ou profissionais, há uma constante utilização desses meios nas

atividades diárias dos indivíduos.

Ao mesmo tempo em que ocorrem inovações constantes no campo

tecnológico, e consequentemente transformações nas maneiras de se relacionar e

interagir, é perceptível a dificuldade do espaço escolar acompanhar o ritmo dessas

mudanças.

As crianças e adolescentes que se inserem nas instituições escolares, cada

vez menos tem interesse por modelos tradicionais de aula que exigem memorização e

reprodução de conteúdos, uma vez que fora da escola estão, em grande parte,

acostumados com uma dinâmica interativa, colaborativa, hipermidiática e fluída. A

escola parece cada vez mais distante dos estudantes, o que dificulta o

desenvolvimento e consolidação de uma aprendizagem significativa.

A inserção e utilização de tecnologias da comunicação e informação na

escola se torna reflexo da dinâmica social que vivemos, e tende estar cada vez mais

presente nas práticas educativas em virtude do constante avanço tecnológico. Além

de ser uma das atuais possibilidades existentes para tornar o ambiente escolar mais

estimulante e acessível para a construção de aprendizagens mais sólidas com os

alunos.

Nesse sentido, apropriar-se tanto dos recursos quanto da dinâmica existente

nas TICs em sala de aula pode ser uma forma de preparar cidadãos mais reflexivos,

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críticos e conscientes das novas configurações e constantes transformações do

mundo atual.

As aulas de Sociologia tem um papel muito importante para a compreensão

do mundo contemporâneo, as mudanças, os conflitos e incertezas que o atual

período traz para os indivíduos e sociedade como um todo. Entretanto, é um

importante questionamento entre professores e acadêmicos da área do Ensino de

Sociologia as metodologias e estratégias pedagógicas pertinentes para alcançar o

estranhamento e a desnaturalização (BRASIL, 2006) dos fenômenos sociais.

Dessa maneira, é preciso refletir sobre o desenvolvimento de aprendizagens

cada vez mais globalizadas e relacionais, que consigam elaborar respostas para os

anseios de um mundo em constante mudança, bem como as contribuições que as

interfaces entre a Informática e Ensino de Sociologia na Educação Básica podem

gerar nesse sentido.

A volta da Sociologia, enquanto matéria escolar aos currículos (BRASIL,

2008), traz para o debate acadêmico as preocupações sobre "como" desenvolver a

prática pedagógica de maneira significativa aos educandos nessa disciplina, que ao

contrário de outras disciplinas presentes nas instituições escolares, possuiu pouca

tradição pedagógica fruto de sua intermitência nas grades curriculares (SILVA, 2010).

Portanto, faz parte das discussões acadêmicas a metodologia e a didática em

Sociologia. Ainda são poucas as produções que fazem a aproximação entre a

Informática nas aulas de Sociologia. Dessa forma, esta pesquisa busca fazer uma

contribuição nesse sentido, ampliando tanto o debate desses assuntos quanto às

possibilidades pedagógicas nas práticas docentes dos professores de Sociologia.

Assim, mediar uma proposta de trabalho com as Comunidades Virtuais de

Aprendizagem em uma Metodologia de trabalho específica (Projetos) pode mostrar-

se uma combinação profícua para a produção de outras formas de ensinar-aprender

que questionem a atual estrutura bancária das instituições escolares e a

fragmentação do conhecimento.

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Diante desse contexto, a problemática estabelecida para a pesquisa é: O

desenvolvimento de propostas pedagógicas com Comunidades Virtuais de

Aprendizagem pode gerar aprendizagem significativa nas aulas de Sociologia?

A partir dessa problemática, emergem as questões de pesquisa:

- O que torna uma aprendizagem significativa para os/as educandos/as?

- As Comunidades Virtuais de Aprendizagem conseguem ser um "facilitador" no

processo de aprendizagem?

- A Metodologia de Projeto auxilia a compreensão da "totalidade" da aprendizagem

por parte dos/as estudantes?

- A utilização das Comunidades Virtuais de Aprendizagem na Metodologia de

Projetos colabora na construção de conhecimento pelos discentes?

Assim, o objetivo principal desta produção é investigar as contribuições e

possibilidades que as Comunidades Virtuais de Aprendizagem em conjunto com

a Metodologia de Projetos podem criar no processo de ensino e aprendizagem

das aulas de Sociologia.

E em decorrência disso, constituem-se como os objetivos específicos do

trabalho:

- Analisar o processo ensino e aprendizagem em Sociologia;

- Investigar as contribuições das Comunidades Virtuais de Aprendizagem na

produção de aprendizagem dos discentes;

- Compreender o desenvolvimento de uma proposta de trabalho em uma

metodologia específica;

- Relacionar o uso de Comunidades Virtuais de Aprendizagem com a Metodologia de

Projetos a partir da construção de conhecimento pelos estudantes;

Em virtude desses questionamentos e objetivos, as seguintes hipóteses

formulam-se para a análise da pesquisa:

- A capacidade que os alunos desenvolvem em relacionar e se apropriar da

informação proporciona uma aprendizagem significativa;

- As Comunidades Virtuais de Aprendizagem estimulam o envolvimento dos

estudantes com as atividades de sala de aula;

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- A organização das atividades em Projetos de Trabalho favorece a constituição de

uma aprendizagem significativa;

- A organização de uma proposta de trabalho com recursos que colaboram com seu

desenvolvimento auxilia a construção do conhecimento por parte dos educandos/as;

O tema dessa pesquisa foi escolhido principalmente pela inserção da

pesquisadora enquanto docente de Sociologia na Educação Básica e o interesse no

campo da tecnologia da informação e da comunicação.

A prática em sala de aula trás alguns (ou muitos) questionamentos, dúvidas e

reflexões, que se transformam em algumas considerações sobre o trabalho

pedagógico; por isso a realização da pesquisa também é uma forma de

complexificar essas opiniões, tentando responder parte das angústias e qualificar a

prática docente; dessa forma compartilhar a experiência também é promover a

discussão em torno dos assuntos nos quais são tratados nesse trabalho.

A motivação pelas TICs no espaço escolar decorre desde o uso pessoal e

diário dos recursos, a percepção do receio de muitos professores em usar as

ferramentas (ou uso totalmente "recreativo" do laboratório de informática), e ao

interesse visível dos discentes por esses instrumentos. Portanto relacionar essas

esferas é uma forma de compreender melhor as questões didáticas do ensino e

aprendizagem (especialmente de Sociologia).

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2. EDUCAÇÃO EM TEMPOS DE MUDANÇA

É impossível analisar a sociedade atual, por consequência também a

instituição escolar existente e os sujeitos que nela convivem e circulam, sem pensar

nos impactos e nas transformações gerados pelo processo de Globalização e

difusão das Tecnologias Informacionais e Comunicativas.

Essa conjuntura complexa e dinâmica vem sendo foco de discussão por

diferentes autores que elaboraram interpretações visando explicar esses fenômenos.

Utilizarei alguns desses nessa pesquisa com o intuito de configurar a conjuntura

social que se inserem os indivíduos, as instituições e suas práticas de modo a

pontuar o processo que se encontra a instituição escolar, docentes e discentes.

Bauman e Giddens (2001) realizam análises sobre a sociedade

contemporânea a partir da questão da Modernidade (aumento do ritmo, intensidade

e alcance das mudanças), ambos concordam que a vivenciada nos dias de hoje é

diferente da Modernidade do século XIX quando ascendeu e se propagou; a

compreensão dessa configuração trás elementos que ajudam a compreender os

fenômenos sociais que estamos envolvidos. Castells (2006) tem foco nos processos

desencadeados pelo desenvolvimento e disseminação das tecnologias

informacionais associado a dinâmica da Globalização.

Giddens (2001) afirma que a Modernidade que vivemos está radicalizando e

universalizando suas consequencias principalmente pela força dinâmica da

separação espaço-tempo, que geram complexas relações sociais de coexistência

entre a ausência e a presença; bem como do aumento na reflexividade dos

indivíduos - capacidade de elaborarem significados e interpretações sobre suas

ações - fruto da presença e utilização das novas ferramentas de comunicação; e do

desencaixe: o deslocamento das relações sociais de interação de seu contexto e

sua reestruturação em novas estruturas sociais com indefinições (e diferentes

conexões) de espaço-tempo.

A Modernidade é globalizante, e globalização "como a intensificação das

relações sociais em escala mundial, que ligam localidades distantes de tal maneira

que acontecimentos locais são modelados a muitas milhas de distância e vice-versa"

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(GIDDENS, 1991, p.76), faz suas transformações serem de grande escala - o local e

o global se entrelaçam, os riscos e possibilidades das ações humanas alcançam a

todos. Isso gera um contexto de descontinuidade, instabilidade e imprevisibilidade,

vive-se o presente, pois o futuro se torna frágil para definições fechadas e definitivas.

Essas consequencias estão de acordo com a analogia utilizada por Bauman

(2001) sobre os fluidos e a modernidade que está em curso. Essa Modernidade é

Líquida por possuir mobilidade, rapidez, plasticidade, leveza, não ter forma definida

e pode mudar a qualquer momento. Um dos principais motivos para essa "fluidez" é

a separação do estável e aparente imutável binômio tempo-espaço: "Os fluidos não

fixam o espaço nem prendem o tempo" (BAUMAN, 2001, p.8).

Assim na sociedade, as instituições sociais - espaços de durabilidade e

estabilidade (características "sólidas") - parecem perder sua "força", pois suas

capacidades centralizadoras e totalizadores não são percebidas nesse ambiente

social fragmentado; as sociabilidades se tornam mais vagas, imediatas, móveis e

instáveis como consequência.

O crescente individualismo também é reflexo dessa falta de capacidade em

compreender as estruturas sociais existentes e os movimentos que estão além da

esfera individual da vida, sendo mais um fator que estimula a sensação de incerteza

e insegurança da vivência em sociedade.

A organização social deixa de ser gerenciada (aparentemente) a partir das

instituições políticas, religiosas e econômicas, e se reorganiza a partir das

características descentralizadas desse período.

É o que Castells (2006) nomeou como a "Sociedade em Rede", um resultado

da propagação das tecnologias da informação e comunicação em diversas partes do

mundo e nas diferentes esferas da vida coletiva e individual. O que gera uma

organização reticular a partir da integração (mesmo que desiguais e diferenciadas)

dos indivíduos a centros dinâmicos e globais, configurando um "conjunto de nós

interconectados" (CASTELLS, 2006, p. 566).

As redes são

estruturas abertas capazes de expandir de forma ilimitada, integrando novos nós

desde que consigam comunicar-se dentro da rede, ou seja, desde que compartilhem

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os mesmos códigos de comunicação (por exemplo, valores ou objetivos de

desempenho). Uma estrutura social com base em redes é um sistema aberto

altamente dinâmico suscetível de inovação sem ameaças ao seu equilíbrio

(CASTELLS, 2006, p. 566)

Uma Sociedade em Rede redefine muitas estruturas (Estado, Trabalho,

Sociabilidades), mas não as destroi; por mais que a reestruturação pela lógica da

rede possa aparentar um a dissolução, as instituições sociais continuam

influenciando a forma como os indivíduos se comportam; porém, muitas vezes o que

os indivíduos percebem são os nós que os envolvem e ao invés de a rede que se

forma a partir dessas conexões em sua vivência.

A sociedade organizada em torno das redes é uma sociedade baseada no

conhecimento, na informação e na circulação de saberes (Sociedade do Conheci-

mento ou da Informação). Esse intercâmbio constante de informações é fundamental

para o funcionamento de esferas como a de Serviços e do Trabalho, a qual só é

possível com o progresso contínuo das Tecnologias Informacionais e de Comunica-

ção, que possibilitam diferentes sistemas e ambientes para o desenvolvimento de

tais trocas.

As TIC propagaram processos centrados na flexibilidade, na descentralização,

na multiplicidade, na simultaneidade e na integração em rede, sendo grandes res-

ponsáveis pela significativa modificação das relações temporais e espaciais. Castells

(2006) comenta que há uma confusão na ordem sequencial (muitas vezes biológica)

dos fenômenos e que os lugares são absorvidos pela lógica da rede. Tais mudanças

não ocorrem se modificar a organização da vida nos indivíduos.

Percebemos que as mudanças em curso devido às novas relações tempo-

espaço estimuladas pelo avanço tecnológico possuem dimensões globais e

promovem diferentes percepções, comportamentos e valores nas pessoas, estas por

sua vez também influenciarão a construção do pensamento e do conhecimento.

As incertezas que permeiam a sociedade globalizada são interpretadas por

Morin (2001) a partir do termo complexidade "Complexidade é um tecido (complexus:

o que é tecido em conjunto) de constituintes heterogêneos inseparavelmente

associados: coloca o paradoxo do uno e do múltiplo" (MORIN, 2001, p.20), que por

sua vez origina a expressão "pensamento complexo". É possível compreender o que

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Morin quer explicar com o "paradigma da complexidade" a partir de ideias caras a

globalização: nós-redes e local-global conforme a problemática da ordem e

desordem:

Num Universo de ordem pura não haveria inovação, criação, evolução. Não haveria

existência viva nem humana. Do mesmo modo nenhuma existência seria possível na

desordem pura, por que não haveria nenhum elemento de estabilidade para aí

basear uma organização (MORIN, 2001, p.129).

Um dos aspectos centrais da complexidade é evitar a produção de análises e

percepções simplificadoras, redutoras, lineares, mutiladoras e únicas; portanto para

que se ultrapasse a visão simples dos fenômenos sociais (e naturais) é necessário

retomar para as reflexões tudo aquilo que foi banido pela ciência moderna (e está

cada vez mais presente no atual contexto social): desordem, confusão, incerteza,

dúvida, contradição.

Portanto os binôminos anteriores (nós-redes) só podem ser compreendidos se

percebermos as relações do todo na parte e da parte no todo, evitando a

constituição de uma reflexão simples, ignorando a interação entre pontos de um

mesmo sistema: uma rede só existe por ser um conjunto de nós, os nós só fazem

sentido em uma rede; não existe global sem local, o global está no local.

O conhecimento complexo é aberto, dialógico, autocrítico e solidário, pois são

justamente essas características que produz continuamente o pensamento e o

conhecimento.

A complexidade do conhecimento faz jus à complexidade da vida social, a

busca por saberes amplos, relacionais e plurais reflete a organização múltipla em

rede que estamos inseridos.

Em um contexto como esse em que a dinamicidade e interação das relações

sociais são predominantes, a estrutura tradicional que predomina nas escolas se

torna cada vez mais anacrônicas. A passividade, a hierarquia e a linearidade dos

processos educacionais hegemônicos também são exemplos das disparidades com

as mudanças globais.

A Escola se encontra em um momento crucial onde precisa ressignificar sua

importância na sociedade, em virtude da perda de sua centralidade na formação dos

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cidadãos, que é recorrentemente disputada com os meios de comunicação e

ferramentas informacionais. Rever sua estrutura, suas práticas são fundamentais

para que possa voltar a ser valorizada e considerada indispensável. Entretanto, seria

ingênuo imaginar que sem nenhum tipo de ação, essa instituição conseguirá se

adaptar a essa conjuntura social.

Por isso é fundamental para atualização da instituição escolar, o

desenvolvimento de práticas dialógicas que enfraqueçam a educação bancária

(FREIRE, 1987) que formam um processo de ensino e aprendizagem que não

corresponde às formas de ser, agir e saber atual; tornando, novamente, a

experiência educacional proveitosa e prazerosa, contudo, isso ainda é exceção

quando as mudanças do entorno não estão em consonância com a velocidade do

tempo escolar que é rígido e ordenado.

Contudo, isso não implica dizer que não haja possibilidades no campo escolar.

A contribuição de Hernandez (1998) sinaliza que é viável organizar um trabalho em

sala de aula e na escola capaz de romper com a pedagogia tradicional. Uma

Pedagogia de Projetos visa uma aprendizagem significativa, que será alcançada

pelo real envolvimento do estudante com assuntos que lhes interessa, e

consequentemente tenham curiosidade para pesquisar e refletir sobre essa

determinada temática. A busca de entendimento de um fenômeno estimula a análise

do contexto desse objeto, e suas diferentes perspectivas, colaboram para a

construção de um conhecimento mais globalizado e contextualizado.

Os Projetos de Trabalho surgem a partir de alguns obstáculos que são

encontrados na realidade escolar: a incapacidade de aprender tudo em um mundo

em constante mudança (consequentemente a necessidade em aprender a relacionar

o que se sabe com novas informações), o fato de a aprendizagem não ocorrer de

maneira linear, a falta de significatividade dos conhecimentos escolares em relação a

vida dos estudantes (que muitas vezes reforça ao "esquecimento" e a falta de

desenvolvimento de competências e habilidades desejadas).

Dessa forma os Projetos podem ser definidos (HERNANDEZ, 1998) como um

conjunto de atividades que permitem abordar uma nova informação, ou seja, uma

forma de ensinar o aluno a aprender e a tratar/organizar as diferentes fontes de

dados que explicam um tema, um problema ou uma hipótese (definidas e

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organizadas pelos mesmos) a fim de encontrar suas relações e significados; os

conhecimentos elaborados nesse processo é o ponto de partida para novas

aprendizagens.

A aprendizagem significativa (HERNANDEZ, 1998) seria a capacidade que os

educandos possuiriam de relacionar os temas estudados com novas informações e

conferir significado nessas relações, formando uma rede de saberes, demonstrando a

compreensão efetiva de determinados conteúdos. Poderia também ser identificada

como o resultado do trabalho com os Projetos e o exercício de aprender a aprender.

Para desenvolver um Projeto de Trabalho e uma aprendizagem significativa é

necessário propiciar um processo de ensino-aprendizado, desafio que é encarado

diariamente pelos docentes em seus locais de trabalho a fim de responder situações

como: "por quê os alunos não aprendem?" "como fazer para que aprendam?" "o que

precisa mudar para que haja aprendizado?". São perguntas que ilustram a

centralidade, se não uma das razões de ser dos espaços escolares e do trabalho

dos professores.

Entretanto, a aprendizagem é diretamente ligada ao ensino, a forma que se

elabora a prática pedagógica também influiu em como a aprendizagem se

desenvolve. Repensar a aprendizagem é repensar o ensino, educadores e

educandos devem estar envolvidos para modificar o formato pedagógico das aulas.

Essa relação intrínseca entre esses dois pólos foi conceituada por Anastasiou

e Alves (2006) como "processos de ensinagem" essa construção relacional do

conhecimento:

(...) uma prática social complexa efetivada entre os sujeitos, professor e aluno,

englobando tanto a ação de ensinar quanto a de apreender, em um processo

contratual, de parceria deliberada e consciente para o enfrentamento na construção

do conhecimento escolar, resultante de ações derivadas na, e fora da, sala de aula

(p. 3 e 4)

Pela proposta atual, o processo de ensinagem, a ação de ensinar está diretamente

relacionada à ação de apreender, tendo como meta a apropriação tanto do conteúdo

quando do processo (p.7)

A ensinagem busca ambientes e situações dinâmicas e criativas propícias

para a mobilização, (re)elaboração e socialização dos conhecimentos, possibilitando

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a formação de relações, contextualizações e problematizações dos conteúdos

formando uma síntese do aprendizado a partir dessas interações.

As dificuldades em ensinar e aprender também é um dos reflexos de uma

concepção de escola e ensino e aprendizagem estáticos e repetitivos que não

corresponde a uma sociedade globalizada e complexa.

Apesar de as Tecnologias da Informação e Comunicação, sozinhas, não

serem a solução dos problemas educacionais, muito podem contribuir para uma

aprendizagem significativa, desde que sejam organizadas de forma intencional,

visando um objetivo através de uma proposta pedagógica.

Nesse sentido, dentre as inúmeras possibilidades nas TIC, as Comunidades

Virtuais de Aprendizagem podem ser um importante instrumento que estimule novas

formas de aprender e ensinar. As CVA podem ser caracterizadas conforme Bassani

(2010, p.3, grifos meus):

a) interação ativa, em relação ao conteúdo do curso e à comunicação interpessoal,

ou seja, para que um aluno seja considerado "presente" em aula, não basta acessar

a aula, é preciso participar enviando suas reflexões/ideias;

b) aprendizagem colaborativa, percebida por meio das trocas de mensagens e/ou

comentários entre os alunos e entre estes e o professor;

c) significado construído socialmente, evidenciado a partir de discussões,

envolvendo acordos ou questionamentos, à medida que a aula/curso vai se

desenvolvendo;

d) compartilhamento de recursos (livros, artigos encontrados na Internet, fontes de

pesquisa) entre alunos, possibilitando ampliar a bibliografia para além dos textos

selecionados pelo professor;

e) troca de expressões de estímulo entre alunos e vontade de avaliar criticamente

os trabalhos dos colegas.

Essas particularidades das Comunidades Virtuais de Aprendizagem (interação

ativa, participação, colaboração, construção conjunta, compartilhamento e troca) por

si só já questionam as relações de transferência e depósito de conhecimento, por

isso, podem ser aproveitadas de maneira que coloquem os estudantes na

construção do conhecimento coletivamente e significativamente.

A associação entre Comunidades Virtuais de Aprendizagem e Metodologia de

Projetos é uma tentativa de gerar espaços e condições para a aprendizagem

significativa, maior horizontalidade e diálogo no processo de construção do

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conhecimento (e novos papeis no espaço escolar), da mesma forma que um

aprendizado relacional e contínuo que situe o espaço escolar na dinamicidade da

atualidade.

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3. METODOLOGIA

O presente trabalho buscou investigar as contribuições e possibilidades que

as Comunidades Virtuais de Aprendizagem em conjunto com a Metodologia de

Projetos podem criar no processo de ensino e aprendizagem das aulas de

Sociologia.

A pesquisa é um estudo de caso, e por isso, confere maior peso a

metodologia qualitativa, pois há "contato direto e prolongado do pesquisador com o

ambiente e a situação que está sendo investigada" (LUDCKE, 1986, p.11), contudo

se utiliza dados quantitativos para complementar o trabalho.

A investigação a partir do estudo de caso é empírica e possibilita a exploração

intensa e profunda de uma unidade de análise, demonstrando a complexidade e

pluralidade de esferas envolvidas em um fenômeno particular, ou seja, é um "marco

de referência de complexas condições socioculturais que envolve uma situação e

tanto retrata uma realidade quanto revela a multiplicidade de aspectos globais

presentes em uma dada situação" (CHIZZOTTI, p.102).

O estudo de caso averigua um fenômeno em um contexto que é sociocultural

e historicamente condicionado, isto quer dizer que a forma como o campo se

apresenta em uma pesquisa se transforma com o tempo e essas mudanças

influenciam a forma como ele se constitui no tempo atual; portanto é uma unidade

complexa de se apreender ocasionando a utilização de diferentes técnicas de

pesquisa para abranger essa amplitude.

A unidade de análise desse trabalho é uma turma de 8º série das Séries

Finais que passou pela experiência planejada na pesquisa, o fenômeno está

delimitado temporalmente e espacialmente (um trimestre das aulas de Sociologia),

porém, dentro dessa especificação é possível perceber a complexidade de relações

que extrapolam essa delimitação e influenciam a proposta de trabalho, e

consequentemente, a elaboração do estudo de caso.

A turma em foco reflete a dinâmica escolar, que por sua vez responde a uma

comunidade escolar que possuiu suas especificidades (e também é envolvida por

marcas da conjuntura social vivida); somando-se a esses fatores, cada sujeito é

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atravessado por diversas experiências e construções que expressam uma classe

social. Todas essas interações aparecem de alguma forma em sala de aula por

atitudes e posturas, demonstrando o quanto uma unidade específica de análise pode

se mostrar rica e expressiva.

Assim, a dificuldade de generalização do estudo de caso é contraposta pela

densidade de informações que pode conter, além do mais, essa proposta de

pesquisa não tem como objetivo prescrever orientações, e sim explorar uma

experiência em todos os seus sentidos a fim de promover reflexões e debates,

portanto, portanto esse fator "limitador" da metodologia não é problemático aos

resultados do trabalho.

Para organizar a inserção da Comunidade Virtual de Aprendizagem nas aulas

de Sociologia se elaborou um plano de ação embasado na Metodologia de Projetos.

A partir dessa experiência em sala de aula, se realizou a reflexão sobre a

prática pedagógica da dinâmica que originou o estudo de caso.

A proposta de trabalho organizará o conteúdo a ser trabalhado nesse período

(eixo temático é "Direitos Sociais") em projetos definidos pela turma. Tanto o

conteúdo quanto os projetos serão auxiliados pela realização de atividades em um

espaço criado no Orkut.

3.1 Plano de Ação: "Articulando Sociologia, Comunidades Virtuais de

Aprendizagem e Metodologia de Projetos"

O Plano de Ação faz parte do Trabalho de Conclusão em Informática na

Educação intitulado "O Desafio da Aprendizagem Significativa no Ensino de

Sociologia na Educação Básica: Um estudo de caso sobre uso de Comunidades

Virtuais de Aprendizagens através da Metodologia de Projetos" que visa

operacionalizar a inserção das Comunidades Virtuais de Aprendizagem e a

Metodologia de Projetos nas aulas de Sociologia de uma escola municipal de São

Leopoldo durante o um trimestre de 2012 em uma turma concluinte das Séries

Finais.

A organização do Plano de Ação se faz necessária em virtude da proposta

que o referido TCC possui em inserir um elemento inovador (nesse caso a utilização

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22

de CVAs e a Metodologia de Projetos) em sala de aula e avaliar seus efeitos e

resultados na prática pedagógica.

Sendo que considero inovação conforme Hernandez (2000): "qualquer

aspecto novo para um indivíduo dentro de um sistema" (p.19), ou seja, a inovação

escolar poderia ser considerada qualquer tentativa de mudança (uma organização

diferente do trabalho) que visa a melhoria da qualidade de ensino e aprendizagem.

Nesse caso a inovação é tecnológica e organizacional (OLIVEIRA, 2003), pois se faz

pela introdução de uma Tecnologia da Informação e da Comunicação (Comunidade

Virtual de Aprendizagem) em uma metodologia específica de trabalho (Projetos);

porém essa é uma experiência em nível de disciplina, não se propondo, até esse

momento, a ser um movimento institucional e coletivo.

Portanto, para se organizar a inovação e realizar a previsão de suas

atividades, um planejamento dessas ações se faz necessário para efetivar sua

"implementação".

Para auxiliar esse processo de planejamento, recorreu-se a técnica de análise

SWOT (Intelimap, 2012), que em português forma a sigla FOFA (Forças,

Oportunidades, Fraquezas e Ameaças), pois ela possibilita a percepção das

dimensões com maiores necessidades da escola bem como quais são as

potencialidades que a própria instituição pode oferecer. Dessa forma, a partir da

reflexão do contexto escolar, realiza-se um planejamento considerando as

especificidades do local em que se insere, buscando uma melhor inserção da

inovação.

Análise SWOT

A Escola Municipal de Ensino Fundamental que recebeu a pesquisa está

localizada em um bairro de periferia de São Leopoldo. Esta é uma instituição pública

da rede municipal com cerca de 900 estudantes atendidos nas séries iniciais e finais

do Ensino Fundamental, bem como nas modalidades de Educação de Jovens e

Adultos e participação no programa Mais Educação e Escola Aberta.

Percebeu-se que a inserção da escola e a origem de seu corpo discente de

um contexto social vulnerável se desdobram em alguns problemas como indisciplina,

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violência escolar, falta de motivação com os estudos e a presença de educandos

multi-repetentes em sala. Ao mesmo tempo a escola é uma grande referência para a

comunidade escolar, apesar de todas as deficiências, o que faz com que os

estudantes apreciem estar nesse espaço - mas não necessariamente cumprindo

com suas "obrigações" tradicionais de discentes - e se interessem e engajem nas

atividades extra-curriculares que a escola pode proporcionar (passeios, eventos

escolares - gincanas e torneios, laboratório, quadra esportiva...); somado-se a isso a

escola é atendida por programas governamentais e possuiu relação com o terceiro

setor, o que reforça a importância da instituição nessa comunidade.

A estrutura organizacional da escola é complexa, a gestão tende mais a um

modelo técnico-científico (LIBANEO, 2001), o que muitas vezes é retroalimentado

por questões internas entre diferentes grupos que se formam entre os docentes,

ocasionando algumas barreiras, inclusive nas atividades pedagógicas.

Portanto, buscou-se organizar o Plano de Ação na medida que estimulasse e

aproveitasse a participação dos alunos (e se possível da comunidade escolar),

considerados como um ponto positivo; que tratasse de questões que os envolvesse

e gerasse interesse para maior conhecimento; e ainda que fosse possível de ser

aplicado na atual estrutura da instituição escolar.

Objetivo

- Propiciar condições para o desenvolvimento de uma aprendizagem significativa em

Sociologia

Objetivos Específicos

- Estimular a autonomia e protagonismo dos/as educandos/as no processo de ensino

e aprendizagem

- Desenvolver a construção do conhecimento a partir do diálogo e da cooperação

- Promover reflexão e análise dos problemas e situações do cotidianos dos

estudantes

- Aprimorar as habilidades de pesquisa e interpretação dos/as estudantes

Metas

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- Auxiliar a criação de rotina/organização de estudos pelos/as estudantes

- Ampliar os usos da internet (efetivá-la como uma ferramenta de estudo)

- Aumentar a participação e interesse nas aulas

- Melhorar o pensamento crítico dos/as alunos/as (interpretação e relação entre

conteúdos)

Desenvolvimento

O trabalho foi elaborado nos meses de junho a agosto de 2012, durante as 2h

horas semanais destinadas aos períodos de Sociologia, tanto em sala de aula,

quanto no laboratório, predominantemente presencial, mas prevendo momentos

totalmente à distância.

Os conteúdos destinados ao 2º trimestre foram organizados a partir da

Metodologia de Projetos, ou seja, conforme Hernandez (1998), um projeto é um

conjunto de atividades que permitem abordar uma nova informação. Sendo assim, a

partir da temática proposta ao período, os alunos definirem um problema, um tema

de interesse ou um fenômeno a se investigar e consequentemente organizarão uma

sequencia de tarefas a fim de responder as dúvidas e hipóteses iniciais.

Os Projetos favorecem a criação de estratégias para se organizar o

conhecimento e tratar as informações recebidas a fim de fazer relações com saberes

já existentes e relações com o que se pesquisa. Essa é uma perspectiva relacional e

globalizada que se apresenta como uma possibilidade educativa em uma sociedade

da informação em que as transformações são constantes e contínuas.

A Metodologia de Projetos fornece o fio condutor do trabalho e as

Comunidades Virtuais de Aprendizagem oferecem mais um espaço e recursos para

sua realização. Conforme Beltrán Llera (2007, p. 56) é possível ter uma definição

abrangente de comunidades virtuais de aprendizagem: "a la organización social

creada por personas que comparten metas, valores y prácticas comunes en su

experienciade aprendizaje".

Ou seja, as CVAs são espaços na rede (o vínculo geográfico e/ou institucional

é substituído pela mediação das TIC) em que as pessoas se encontram e além de

compartilhar interesses e afinidades, possuem o objetivo de interagir a fim de

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aprender determinado assunto e trabalhar colaborativamente na construção do

conhecimento. Dessa forma, as pessoas envolvidas nesse processo são ativas no

processo de busca e tratamento da informação, retirando o centro da aprendizagem

do professor, o tornando-o um parceiro e facilitador na proposta a ser desenvolvida.

As características presentes nas CVAs estão de acordo com a proposta da

Metodologia de Projetos, portanto, se pressupõem que possam auxiliar no

envolvimento dos/as estudantes com seus projetos, no processo de aprendizagem e

na organização da informação.

A partir disso, a turma foi dividida em grupos, os quais gerenciaram seus

espaços e informações de seus projetos na CVA construída no Orkut, no laboratório

da escola prioritariamente, mas também em casa sempre que possível; a sala de

aula e os conteúdos esperados para o trimestre visam fornecer embasamento para

os grupos resolverem suas questões norteadoras sobre a temática escolhida, além

de auxiliar o trabalho de pesquisa e orientação dos grupos.

Segue abaixo o cronograma e planejamento do plano de ação desenvolvido.

Quadro 1 - Cronograma das Atividades

Cronograma

11/jun

18/jun

25/jun

02/jul

09/jul

30/jul

06/ago

13/ago

20/ago

Introdução aos Direitos Sociais Escolha do tema, objetivos e justificativa e Reconhecimento do Ambiente

Direitos Sociais Índice, e o Roteiro de Trabalho Objetivos, Justificativa (Revisão)

Desigualdade Social

Pesquisa

Pobreza e Concentração de Renda

Pesquisa e Hipótese

Mobilidade e Estratificação Social

Pesquisa

Políticas Sociais e Redistribuição de Renda

Pesquisa

Direitos Sociais frente a Desigualdade Social

Organização dos Dados e Dossiê

Direitos Sociais frente a Desigualdade Social

Atividade sobre o Projeto

Cooperativismo

Avaliação do/sobre o Projeto

Fonte: A Autora (2012)

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Quadro 2 - Planejamento das Atividades

11/jun: Introdução aos Direitos Sociais

Apresentar a ideia do projeto do II Trimestre. Relacionar problemas sociais a falta de um direito a partir das respostas do tema de casa sobre o filme "Show de Bola". Distribuir trechos da Declaração e da Constituição para exemplificar os Direitos Sociais existentes (Anexo 1.1). Formar grupos e solicitar que vejam um problema social que tenham interesse de entender melhor. Cada grupo deve escolher um tema e uma questão me motive a pesquisa.

- No Laboratório: Auxiliar os que não possuem e-mail, criar uma conta. Adicionar a

turma na plataforma virtual e solicitar que sigam o roteiro do dia.

18/jun: Direitos Sociais

Iniciar com exercício no quadro sobre desenvolvimento (quem é mais ou menos em educação, meio ambiente e economia), com as respostas relacionar as questões de desenvolvimento e direitos sociais através dos eventos Rio+20 e Cúpula dos Povos. Texto no quadro seguido do exercício que diferencia os Direitos Sociais de outros Direitos (Anexo 1.2). Montagem do Índice e Roteiro de Pesquisa. - No Laboratório: Digitar roteiro de pesquisa, apropriação dos alunos do espaço.

25/jun: Desigualdade Social

Iniciar com exercício que demonstre os problemas e direitos sociais escolhidos entre os grupos "Como seria minha vida se..." (Anexo 1.3). Utilizar das respostas para relacionar com a questão da desigualdade e violação de direitos. Sistematização no quadro. Tempo dos alunos para analisar informações (ler e anotar pontos importantes no caderno).

- Atividade Offline: Recursos para auxiliar pesquisa de cada grupo. 1) Salário

Mínimo (http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/censo-o_censo_e_voce.shtml e http://www.custodevida.com.br/); 2) Diferença Salarial (http://economia.estadao.com.br/especiais/voce-pode-ser-mais-rico-do-que- imaginava,161035.htm); 3) Alimentação (http://boaforma.uol.com.br/infograficos/2012/04/19/calculadora-de-calorias.htm); 4) Qualidade da Saúde (http://www.idadeinterior.com.br/); 5) Drogas (http://www.estadao.com.br/especiais/os-efeitos-do-alcool-e-os-limites-da-lei- seca,21702.htm).

02/jul: Pobreza e Concentração de renda

Interpretação e discussão sobre o quadrinho "Sacou?" (Anexo 1.4). Leitura sobre o texto para a aula. Criação das Hipóteses.

- No laboratório: Recursos para auxiliar a pesquisa de todos os grupos:

http://www.indexmundi.com/g/r.aspx?v=69&l=pt e http://www.ibge.gov.br/paisesat/main.php;

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09/jul: Estratificação e Mobilidade social

Cada aluno deve responder no caderno a profissão e a escolaridade dos pais e dos avós para analisarem como situação familiar se manteve ou mudou, a partir disso se interpreta a imagem da pirâmide capitalista (Anexo 1.5) e se explica a questão da mobilidade social. Se visualiza o vídeo "Vida Maria" e uma pequena síntese é passada no quadro. (Devido problemas no agendamento do laboratório, a turma assiste o vídeo "A história das coisas" e escreve uma redação sobre o que é necessário para alcançar os objetivos que cada um deseja, de forma auxiliar na elaboração de informações e reflexões sobre os temas de pesquisa).

16/jul à 27/jul: Recesso Escolar

30/jul: Políticas Sociais e Redistribuição de Renda

Exercício sobre as charges de consumo e desigualdade (Anexo 1.6). Esquema e Texto no quadro. Explicação sobre a finalização do trabalho e entrega do organizador de dados (Anexo 3 e 3.1) como tema de casa.

- No Laboratório: Jogar "Jogo da Cidadania" (http://jogodacidadania.inesc.org.br)

06/ago: Direitos Sociais frente à Desigualdade Social

Montagem do organizador em aula. Sistematização dos conteúdos através da cruzadinha (Anexo 1.7) e apresentação no Prezi (http://prezi.com/vnzkw48zv2x2/projeto-direitos/).

- No Laboratório: Escrita Colaborativa do Trabalho no Etherpad

13/ago: Direitos Sociais frente à Desigualdade Social

Preenchimento do caminho realizado no Projeto através da relação entre os conteúdos e trabalhos (Anexo 1.8), momento de síntese da turma. Preparação para o trabalho no laboratório com o Voki "O que eu aprendi nesse trimestre?" (Disponível em <http://projetodireitos.blogspot.com.br/>), síntese individual.

20/ago: Cooperativismo

Avaliação do e sobre o projeto (Anexo 1.9 e 5.2)

Resolução do seguinte problema: 1 pessoa produz 12 camisetas em 1 hora, cada

camiseta vale 20 reais. Em uma hora essa pessoa produz 240 reais, desse total apenas 10 ficam com ela e o resto com o dono da fábrica. Explique como é possível que a mesma pessoa com o mesmo trabalho ganhe a totalidade dos 240 reais? Após a resolução, explicação e discussão sobre a questão da exploração/igualdade econômica, finalizando com o texto.

Fonte: A Autora (2012)

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3.2 Instrumentos de Coleta de Dados

O acesso às informações da pesquisa é diretamente influenciado por seus

objetivos, as questões norteadoras e o campo de pesquisa. Algumas técnicas de

pesquisa se mostraram pouco eficientes para a proposta do trabalho, da mesma

forma que a "dupla" posição ocupada na pesquisa (de pesquisadora e de professora)

geraram algumas especificidades que eliminam alguns instrumentos de pesquisa por

serem inviáveis nesse contexto.

Portanto, os procedimentos de pesquisa precisam se adequar as

particularidades do campo, que possuiu um limite de tempo e espaço bastante

significativos. A coleta de dados foi feita no espaço de sala de aula, pois outros

locais e horários demandariam mudanças na rotina escolar, seja de outros

professores, seja dos próprios alunos; por isso se decidiu por estratégias que não

demandassem alterações do cotidiano escolar, para evitar transtornos, e

conseguissem gerar levantamento similar de informações.

Dessa forma, a escolha dos procedimentos de coletas de dados (Observação

Participante, Questionário Aberto e Fechado e Análise Documental) guiaram-se

tanto por sua viabilidade e pertinência quanto a diversificação das fontes de

pesquisa.

O acompanhamento sistemático das atividades (em conjunto com anotações

sobre esse processo) se realizou ao longo do trabalho foi através da Observação

Participante e do registro periódico do campo. Esta técnica se caracteriza pela

investigação detalhada, intensiva e direta com o campo, ou como Flick (2009)

denomina é um "mergulhar de cabeça no campo" (p.207), que visa analisar os

significados e ações da realidade social de um grupo específico.

A inserção na dinâmica escolar favorece esse tipo de trabalho, buscando

elementos do contexto e dos envolvidos, apesar de o constante esforço para

relativizar as práticas do espaço, que também envolvem a presença e atitude da

pesquisadora. O mesmo foi válido no ambiente virtual, pois no momento que

entendemos a "internet como lugar e um modo de ser" (FLICK, 2009, p. 242), este

também é um ambiente social que pode ser observado pelos pressupostos da

Observação Participante.

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Entretanto, mesmo que a imersão e o envolvimento sejam inevitáveis,

principalmente pela posição da pesquisadora, o problema de se identificar e

relacionar com o grupo ao ponto de se tornar "nativo" é impossível, seja pela posição

funcional na estrutura escolar, seja pelas origens sociais distintas entre pesquisados

e pesquisadora que auxilia no processo de estranhar o cotidiano.

Em conjunto a isso, a eventual falta de "afastamento" pode ser contornada por

outros procedimentos de pesquisa que proporcionaram acesso as visões dos

participantes sobre os assuntos do trabalho.

Além da diversificação das fontes de dados, é importante que as estratégias

sejam realizadas em diferentes momentos da pesquisa, para captar diferentes

momentos. A Observação Participante acompanha todo o processo, todavia, outras

técnicas são usadas mais pontualmente.

No início do processo se sondou sobre a relação com a internet e com o

computador afim de mediar as atividades e expectativas em relação com o trabalho,

esses questionamentos se realizaram a partir de um questionário fechado e virtual.

Ao final da pesquisa, como forma de avaliação da experiência realizada, se

realizou um questionário fechado e aberto tanto com um conjunto de perguntas e

respostas previamente formuladas - proporcionando dados empíricos passíveis de

serem quantificados - como uma resposta livre o que contribuiu com uma forma de

"sondagem" da opinião do grupo. As conclusões e constatações se tornam possível

com esses dados, pois há a formação de relações entre as informações e a

visualização da "versão" dos entrevistados sobre os fatos, ou seja, as percepções e

visões dos próprios sujeitos sobre a situação em que estão inseridos. O questionário

foi anônimo a fim de prezar por uma maior sinceridade dos participantes.

Com o fechamento do Plano de Ação também foram produzidos materiais por

parte do grupo discente que serve como evidências a serem analisadas, tendo em

vista que refletem o envolvimento e a aprendizagem por parte da turma, e se

configuram como elementos importantes para uma Análise Documental.

A combinação dessas diferentes estratégias (triangulação da coleta de dados)

produzem informações diversas, justamente por serem complementares em suas

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limitações. A interatividade e espontaneidade existentes na Observação Participante

são contrapostas com a formação de dados estatísticos dos questionários fechados,

mediadas pelos dados provindos pela questão aberta e da análise documental.

3.3 Metodologia de Análise de Dados

Em virtude da natureza dos dados coletados, em sua grande maioria, escritos,

se optou pela utilização de técnicas oriundas da análise de conteúdo a fim de

possibilitar um aprofundamento da compreensão dos significados dessas

informações de forma a elaborar uma interpretação mais consistente do fenômeno

analisado.

Conforme Moraes (1999, p.3),

A matéria-prima da análise de conteúdo pode constituir-se de qualquer material oriundo de comunicação verbal ou não-verbal, como cartas, cartazes,

jornais, revistas, informes, livros, relatos auto-biográficos, discos, gravações,

entrevistas, diários pessoais, filmes, fotografias, vídeos, etc. Contudo os dados

advindos dessas diversificadas fontes chegam ao investigador em estado

bruto, necessitando, então ser processados para, dessa maneira, facilitar o

trabalho de compreensão, interpretação e inferência a que aspira a análise de

conteúdo.

Os dados passam por um processo de transformação em sua análise que os

modifica com o objetivo de sintetizá-los e enquadrar teoricamente em uma

explicação sobre determinado tópico. Um mesmo assunto pode ser interpretado de

diversas maneiras devido aos olhares que os pesquisadores utilizam para organizá-

lo. A abordagem indutiva-construtiva (MORAES, 1999), na qual se produz categorias

a partir das inferências dos dados e uma tese sobre essas categorias, é o que guiou

o processo de análise de dados desse trabalho.

Para realizar a Análise de Conteúdo buscou acompanhar as fases indicadas

por Bardin (1977): Pré-Análise - Organizar material, sistematizar ideias iniciais e

categorização; Explorar o material: Análise dos dados, codificação e montar

esquemas de explicação; Tratamento dos resultados obtidos e interpretação:

estabelecimento de relações, comparações, inferências que originam a síntese final;

São especialmente importantes para o desenvolvimento das evidências a

categorização e a codificação, pois é a partir desses processos que se significam os

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dados fragmentados originando o encadeamento das ideias que explicam o

problema de pesquisa.

Ambas técnicas tem a intenção de reduzir o volume de informação coletado

em blocos de dados que possuam algum tipo de relação. A codificação busca

agrupar dados considerando similaridades (temáticas, semânticas, sintáticas,

léxicas), já a categorização é montagem de um esquema explicativo a partir das

relações entre códigos.

Portanto o processamento dos dados é um esforço para identificar um certo

padrão de comportamento de um fenômeno em relação ao contexto específico que o

forma, segundo (MINAYO, 2001): "A análise qualitativa não é uma mera classificação

de opinião dos informantes, é muito mais. É a descoberta de seus códigos sociais a

partir de falas, símbolos, observações" (p.27).

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4. DESENVOLVIMENTO

O Plano de Ação foi realizado como previsto no segundo trimestre (junho a

agosto) com uma turma de 8º série de uma Escola Municipal de São Leopoldo.

De forma a descrever e refletir sobre a experiência realizada, utilizarei alguns

dados contextuais e considerações iniciais que serão úteis para esclarecer algumas

das dificuldades vivenciadas nesse processo da mesma forma que o entendimento

das possibilidades e do alcance que a proposta de inovação propiciou.

Desde já explicito que a prática desse projeto de pesquisa e do plano de ação

estão intimamente ligadas a minha posição, crenças e objetivos como professora

(pesquisadora). A opção por uma Educação problematizadora e crítica influenciaram

várias escolhas e formas de agir em sala de aula, que nem sempre estiveram de

acordo com as expectativas da instituição escolar ou dos próprios educandos,

acostumados a anos de Educação tradicional que limita a criação e a reflexão de seu

pensamento.

Busquei trabalhar no sentido de estimular uma horizontalidade e dialogicidade

nas relações professor-aluno bem como tentar formar momentos que levassem a

construção do conhecimento e motivasse a atuação dos estudantes enquanto

sujeitos históricos.

Esse posicionamento considera que "o diálogo assume o papel de mediador

entre a teoria (representada pelos conteúdos) e a prática (entendida como a

realidade e ação no mundo das vivências materiais e subjetivas), transformando-se

em práxis, síntese entre a teoria e a prática" (PEREIRA, 2009, p.7).

Portanto, essas escolham além de influenciar a forma como esse trabalho se

desenvolveu em sala de aula também moldaram o olhar sobre as informações

geradas no processo.

4.1 Contexto da Pesquisa

O município da referida rede de ensino se localiza na região metropolitana da

capital e está entre as 10 maiores cidades do Estado em termos populacionais

(IBGE, 2010). São 35 escolas municipais com 914 docentes e 20.710 discentes

matriculados (INEP, 2009).

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A escola pesquisada está inserida em um bairro de periferia marcado pela

vulnerabilidade e exclusão social, sendo o mesmo foco do programa federal

"Territórios da Paz" em virtude as situações de violência e criminalidade decorrentes

de tal situação social. São cerca de 600 alunos atendidos no Ensino Fundamental

nos turnos matutino e vespertino (SEDUC, 2011).

Utilizando como referência na qualidade de ensino os índices da Prova Brasil

e do IDEB, a escola do estudo de caso está abaixo das médias nacionais, estaduais

e municipais de português e matemática, mas com as médias do IDEB em crescente.

Em relação à Informática Educativa, o município possuiu atuação na

formação de docentes através do Núcleo de Tecnologia Educacional - sendo 306

professores com presença em cursos de formação em 2011 (NMT, 2012) e o Pólo

EAD, assim como o apoio técnico e a presença dos Espaços Virtuais de

Aprendizagem e Multimídia (EVAM) nas escolas.

Na instituição, o EVAM possuiu 13 computadores com acesso a internet (8 de

uso individual e 5 de uso coletivo), sendo um docente responsável por sua

manutenção e atividades; profissional que recorrentemente participa de formações e

atua no sentido de auxiliar os demais docentes com recursos tecnológicos.

A turma participante da pesquisa é composta por 17 alunos regularmente

assíduos. O tamanho relativamente reduzido do grupo é fruto da presença de um

estudante de Inclusão, conforme a política da Resolução nº4 CNE/CEB de 2009, e o

processo de evasão escolar visível no último ano do Ensino Fundamental (64,7%

dos jovens de 16 anos concluem o Ensino Fundamental segundo dados do Todos

pela Educação).

As informações sobre a turma foram coletadas através de dois questionários,

principalmente através do primeiro que busca informações mais de "perfil", ao

contrário do segundo que busca as opiniões sobre o processo de pesquisa. Como

ambos os questionários não foram respondidos por todos (devido a falta de acesso

ao primeiro por ser virtual e as faltas em sala dos estudantes no segundo), os dados

foram mediados pelas informações da Observação Participante.

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Dos 17 educandos são 8 meninas e 9 meninos com média de 14 e 15 anos,

sendo a minoria repetente. São um grupo dedicado, mas bastante fragmentado: há

quatro grupos bastante delimitados na turma e alguns alunos que circulam entre eles;

nos grupos femininos existe grande rivalidade; um dos grupos masculinos é bastante

reservado; e o outro grupo de meninos é bastante interativo, e são os que muitas

vezes fazem a mediação entre todos. Essa configuração dividida dificulta muitas

vezes a interação e envolvimento em atividades na turma, justamente por que não

possuem uma união coletiva entre todos os estudantes (mas uma um

companheirismo muito grande dentro de cada parte).

O cenário local do estudo de caso é complexo, fruto das situações precárias

de condições de vida da comunidade escolar, que muitas vezes se reflete na

dificuldade/desinteresse de aprendizagem (e nos baixos índices educacionais),

sendo mais um motivo para própria desmotivação docente de ensinar, gerando um

ciclo vicioso de reprodução de tais obstáculos. Esse quadro estimula ações dentro e

fora da escola que objetivam a alteração dessas dificuldades.

Tal contexto proporcionará algumas condicionantes para o desenvolvimento

do trabalho, entre elas, a familiaridade com o mundo virtual.

Apesar de a cidade de São Leopoldo possuir um contingente populacional

razoável, quando analisamos a presença de microcomputador com internet nos

domicílios da população acima de 15 anos (FGV, 2012) a cidade demonstra grandes

diferenças em relação a capital, mesmo sendo uma das maiores cidades da região

metropolitana. São 38,80% dessa população nesse quadro, o que coloca o

município na 41º colocação do ranking estadudal e 381º nacional em oposição a

Porto Alegre que tem 58,47%, é a dianteira estadual e a 15º no país.

Esses números demonstram que 62,20% da população municipal não

convivem com uma das principais ferramentas de tecnologia de comunicação e

informação (situação que se acentua nos bairros pobres), o que não corresponde

dizer que são pessoas que não acessam a internet, pois o uso frequente de Lan

Houses é cada vez mais comum.

Os educandos pesquisados correspondem tais expectativas, pois a totalidade

tem acesso à internet, entretanto, isso não implica que tenham computadores e

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35

sejam usuários frequentes, pois a maioria afirma usar a Internet fora de casa. A

frequencia do acesso está relacionada ao local de onde vem, a maior quantidade de

vezes na semana corresponde ao número de usuários domiciliares e a menor de

utilizações em espaços como a Escola e as Lan Houses.

Assim, a presença diária da Internet nos domicílios proporcionaria uma mais

tempo (e probabilidade) para usufruir e conhecer as ferramentas nela presentes, ao

contrário de usuários mais esporádicos que utilizam em grande parte para o lazer e

a comunicação.

O público pesquisado também demonstrou seguir essa tendência, a maioria

utiliza as ferramentas de comunicação e socialização presentes na web como as

redes sociais e ferramentas de conversa instantânea, mas demonstra bastante

estranheza com outros tipos de usos dos instrumentos virtuais.

Tais elementos são importantes para se pensar a Inclusão Digital, afinal,

acesso a tecnologia está cada vez mais facilitado, entretanto isso não trás como

consequencia direta sua apropriação.

Concordando com Demo (2005) e Passerino e Montardo (2007)

Inclusão Digital é um processo muito maior que apenas conhecer e saber usar as

ferramentas digitais. Afinal, Inclusão Digital faz parte da Inclusão Social na

Sociedade da Informação, não é possível mais pensar esses pólos separados pois,

do contrário, os indivíduos se transformam em meros receptores e consumidores de

tecnologia.

A Inclusão (Digital e Social) deve proporcionar a oportunidades aos usuários

de "ler a realidade () no sentido de compreender, interpretar e reconstruir" (DEMO, 2005,

p.3), ou seja, "alfabetização digital" deve possibilitar as pessoas aprender como

desenvolver a produção e socialização de conhecimentos nesses ambientes,

compreender os espaços de encontro e trocas, e gerar condições de participação e

ação em sua comunidade e sociedade por esse meio, culminando na formação de

um cidadão autônomo.

E esse desenvolvimento deve alcançar a todos, e como diria Werneck

(2001), é para todos mesmo, incluindo as Pessoas com Necessidades Especiais

(PNE). Pois é por meio das tecnologias informacionais e comunicacionais que

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36

muitos desses indivíduos conseguem superar barreiras colocadas por suas

condições, podendo acessar diferentes formas de socialização, expressão e

conhecimento.

Portanto, a ação inovadora gerada pela pesquisa buscou proporcionar uma

vivência das TICs que ampliasse a visão dos estudantes sobre as possibilidades

existentes nesses recursos, justamente por mostrar novos horizontes em

ferramentas que possuem interesse. Contudo, a prática pedagógica mostrará que

todos os fatores anteriores, de alguma forma, funcionaram como limitadores do

trabalho.

Em conjunto com tais elementos, é importante explicar outras duas questões

que auxiliaram a formatar a pesquisa, a posição da pesquisadora e o as

especificidades da disciplina que será foco do trabalho.

4.2 O desafio de ser professora e pesquisadora

Ser docente no Brasil é reconhecidamente uma escolha e uma tarefa difícil,

principalmente na escola pública. Buscar ser professor e pesquisador na Educação

Básica é aumentar as adversidades.

Se a valorização e reconhecimento enquanto professores já é pouco

expressiva, basicamente é inexistente (bem como o incentivo) por profissionais que

sejam educadores e pesquisadores; além do mais, exercer dois tipos de atuação

reflete e mais trabalho, menos tempo e igual remuneração, uma equação que não é

convidativa aos docentes.

Um professor-pesquisador seria aquele "que assume sua própria realidade

escolar como um objeto de pesquisa, como um objeto de reflexão, com objeto de

análise" (NOVOA, 2012, p.3). É um profissional atento aos problemas, às demandas e

as dificuldades presentes na sala de aula, na escola e na comunidade escolar; ou

seja, isso o faz capaz de melhor interpretar e intervir no contexto social que está

imerso.

Ser professor-pesquisador pressupõem uma postura ativa e reflexiva frente o

espaço que se insere, é conseguir analisar sua prática - desenvolvendo a

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37

interconexão entre teoria e prática, a práxis (FREIRE, 1987). Um educador capaz de

ser protagonista de sua ação docente através da construção de conhecimento a

partir da diversidade de saberes e experiências encontradas no espaço escolar. Isto

é, esse professor é produtor de conhecimentos sobre a prática docente, não um

mero reprodutor de teorias científicas e/ou da engrenagem escolar.

A busca por compreender melhor o processo de aprendizagem, organização

escolar e social, por exemplo, favorece uma visão mais complexa desse educador

sobre os diferentes envolvimentos e interesses dos educandos na atividade escolar.

O professor-pesquisador se torna um elemento importantíssimo para propor

inovações e novas experiências afim de enfrentar as problemáticas detectadas no

cotidiano escolar.

Pois o fato de ter a realidade escolar como objeto de estudo o faz estar aberto

para as interações que estão além dos muros da escola, reconstruíndo a estratégia

programática e metodologias de aula de forma a dialogar com esses movimentos.

Assim, essa constante avaliação e reformulação da prática docente, obviamente

aperfeiçoa o trabalho pedagógico e é fator de melhoria da educação.

Entretanto, apesar de fundamental para a construção de uma educação de

qualidade cada vez mais integrada com as vontades e necessidades do público

atendido pelas Escolas, vivemos um período onde as condições materiais dos

profissionais da educação e da instituição educacional são pouco propícias para tal

desenvolvimento docente.

Como esperar que professores sejam pesquisadores sem infra-instratura,

remuneração, plano de carreira, formação decente e tendo que assumir quantidades

excessivas de turmas? Sem essas condições como esperar que os educadores

sejam elementos transformadores da realidade escolar? E isso também reforça o

que NOVOA (2012) pontua sobre a dificuldade da formação de coletivos de

educadores que possam se posicionar propositivamente frente aos problemas das

suas próprias condições de trabalho, pois práticas associativas, mesmo com tantas

dificuldades, não se tornam prioridade em um quadro de muito trabalho, pouco

tempo livre e pouca motivação.

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Dessa forma, se fortalece um quadro bastante engessado para a busca de

alternativas para a educação. Muitas das tentativas serão pontuais e isoladas,

provocadas por indivíduos, não por um grupo de educadores, no entanto, isso não

implica dizer que nas ações individuais não se possa desencadear processos

coletivos.

O professor pesquisa "se reconhece que isso é importante para seu

desenvolvimento profissional e componente de sua docência ética" (CUNHA e

PRADO, 2007, p. 258). Sendo assim, esse comprometimento, no atual contexto, é

mais uma busca e uma crença particular sobre a relevância da reflexão e da re-

construção contínua tanto das práticas quanto dos saberes docentes, que um reflexo

da generalidade do trabalho dos professores.

Realizar esse trabalho foi um demonstrativo de o quão adverso é se propor a

uma atividade sistemática de pesquisa e análise do contexto escolar, e como o

exercício de ser professor-pesquisador pode ser facilmente ignorado frente a tantas

demandas pelas quais os educadores precisam corresponder, mas que é tão

necessário para a constituição de uma educação mais qualificada e cada vez mais

contextualizada.

4.3 A Sociologia na Educação Básica

Somando ao contexto periférico em que se encontra a instituição (e as

características que isso traz a comunidade escolar) bem como as complexas

relações para a realização de pesquisa e inovação na Educação Básica, o trabalho

também trás as marcas relativas à disciplina de Sociologia, foco do plano de ação.

Quando falamos em Sociologia na Educação Básica, estamos fazendo a

referência à disciplina no Ensino Fundamental e no Ensino Médio. Todavia, ainda há

um caminho a ser traçado para que a Sociologia na Educação Básica seja de fato

uma realidade.

A Lei nº 11.684 de 2008 é a referência da última inserção dessa disciplina

com histórico de idas e vindas no currículo escolar, entretanto, essa legislação diz

respeito ao Ensino Médio. As experiências no Ensino Fundamental são tentativas e

apostas de alguns municípios e instituições (São Leopoldo/RS, Rio de Janeiro/RJ -

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39

Colégio Dom Pedro II -, Cariacica/ES e Belém/PA); as quais podem influenciar a

expansão da obrigatoriedade e da legitimidade da Sociologia na Educação Básica.

Dessa forma, pensando que as próprias referências curriculares, materiais

didáticos e formação de professores (inicial e continuada) começam a se estruturar

melhor em relação ao Ensino Médio, ainda existe um grande espaço a ser

preenchido em relação às reflexões e contribuições ao Ensino Fundamental.

Nesse sentido, os educadores das redes de ensino que possuem essa

particularidade são potencialmente indicados para realizar esse tipo de tarefa, tendo

em vista que a discussão do Ensino Fundamental ainda é incipiente dentro da

própria Universidade (sendo os Programas PIBID os que mais se deparam com

essas situações), justamente pela baixa incidência desse tipo de situação

(chamando menos a atenção acadêmica), portanto desta vez o movimento Escola-

Universidade pode começar na Escola, com os educadores-pesquisadores

proporcionando o debate e constituindo questionamentos sobre uma realidade

pouco explorada.

Ao contrário de outras matérias escolares que possuem tradição e discussões

mais ou menos sedimentadas, a Sociologia na Educação Básica está começando

sua trajetória, o Ensino Médio já indica alguns acúmulos e pontos de partida, ao

contrário do Ensino Fundamental.

A Sociologia no Ensino Fundamental ainda é um reflexo da base criada no

Ensino Médio, pois é preciso se situar em algum lugar para que se comece. Mas, a

prática docente demonstra que é preciso fazer minimamente adaptações nesse

movimento, e essas adaptações apontam algumas especificidades do Ensino

Fundamental.

O nível de complexidade é um importante elemento, afinal a exigência sobre

um estudante de 11-14 (no plano ideal, sem repetências) e outro de 15-17

(novamente, na seriação correta) tem que ser diferente. São desenvolvimentos

físicos, mentais e psicológicos diferentes, são fases da adolescência diferentes. Isso

pode e deve levar a novas metodologias e recursos a serem explorados.

Assim, quem ensina Sociologia no Ensino Fundamental tem bem menos

certezas e pontos de apoio que quem leciona no Médio, inclusive na quantidade de

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profissionais com quem pode compartilhar experiências. Isso faz com que o

cotidiano de planejamento e preparação de aulas seja trabalhoso, ainda mais para

quem inicia na carreia docente.

Fazer uma Sociologia capaz de ser entendida, considerada interessante e

significativamente importante nas vivências de jovens de periferia em instituições

escolares cada vez rígidas e tradicionais trás um grande problema (ou desafio para

os mais otimistas) para esses educadores.

A instituição foco do estudo de caso também possuiu uma "particularidade

dentro da particularidade". Se a carga horária usual da disciplina de Sociologia é de 1

período semanal de 45-50 minutos (o que determina um tipo de inserção e prática) a

referida escola possuiu uma especificidade dentro da própria rede de ensino: 2

períodos semanais de 1 hora (fruto da isonomia de carga horária entre as disciplinas,

salvo Matemática - 3h/semanais - e Ensino Religioso - 1h/semanal).

É essa especificidade da disciplina que faz com que o projeto da pesquisa

seja elaborado, é uma tentativa de resposta a tantas questões que emergem da

prática docente: Como constituir um currículo que corresponda às especificidades do

Ensino Fundamental e prepare para o Ensino Médio? Qual tipo de processos de

ensino e aprendizagem deve ser desenvolvido para esse público? Como significar os

conteúdos? Como lidar com uma realidade social permeada de problemas que cada

vez mais sobrecarrega os objetivos da instituição escolar e esvai a importância do

estudo? É possível "fazer a diferença" a partir de uma disciplina?

Todas essas dúvidas também são um indicativo da posição peculiar que um

professor-pesquisador em/de Sociologia no contexto escolar: dificilmente o fato de

sermos educadores excluiu a reflexão dos processos sociais que ocorrem além da

nossa sala de aula. Se optamos por esse posição reflexiva, tendemos a nos

relacionar com a nossa prática profissional conforme Pereira (2009, p.18) aponta

"fazer da escola um local de pesquisa e produção do conhecimento em diálogo

direto com a prática pedagógica cotidiana que dá vida a nossa tarefa de criar um

'conhecimento sociológico para questionar o mundo'".

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5 O DESAFIO DA APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA: CAMINHOS, DESVIOS E

ENCONTROS NO PROCESSO DE INOVAÇÃO

É a partir desse conjunto de singularidades que se constituiu a multiplicidade

e complexidade de um caso único. A descrição, a explicação e a análise a seguir

espera contribuir com informações que possibilitem novas explorações e

considerações, de forma que seja possível extrapolar o próprio contexto dessa

pesquisa a partir desse estudo aprofundado. Essa produção tentou aproveitar ao

máximo os dados formados na análise, dentro das possibilidades e limites que o

contexto social da pesquisa configuraram.

A Análise de Dados foi organizada através da Análise de Conteúdo das

informações elaboradas na pesquisa. Assim, através dos códigos elaborados - Infra-

Estrutura; Uso da Internet e Acessibilidade; Pesquisa; Alunos; Professora; - se

originou as categorias: Contexto de Trabalho; Inclusão Digital e Social; Metodologia

de Trabalho; Sujeitos de Pesquisa; Professora-pesquisadora; respectivamente.

Compreendendo conforme GIBBS (2009) que código é a identificação de

"uma ou mais passagens do texto que exemplifiquem alguma ideia temática" (p.77), e

que ao contrário da característica descritiva do código, a formação de categorias é

"mais categórico, anatítico e teórico" (p.64). Através do desenvolvimento de algumas

relações entre as categorias, expressas no esquema abaixo, foi possível elaborar a

teorização sequente sobre a experiência explicada nas partes anteriores desse

trabalho.

Contexto de Trabalho

Inclusão Inclusão

SujeitoIs de Pesquisa Metodologia de Trabalho Professora-Pesquisadora

(A Autora, 2012)

As categorias formadas possuem conexões entre si as quais expressam

alguns dos significados presentes no desenvolvimento do estudo; por isso a

organização acima indica que o contexto de trabalho, a instituição (seu contexto

social e sua infraestrutura) influencia tanto aqueles que participaram da pesquisa,

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42

quanto o trabalho que foi desenvolvido com eles, e ainda a própria organização do

planejamento e replanejamentos frutos dessa dinâmica; a questão da Inclusão

Digital e Social perpassa todas essas esferas, o contexto social molda uma forma de

relação dos estudantes com a tecnologia informacional e comunicacional, assim

como as especificidades de uma acessibilidade formatam o prosseguimento da

pesquisa em campo.

Ao contrário de Hernandez (1998, 2000) que desenvolveu a inserção da

Metodologia de Projetos em uma escola inteira, atuando como assessor pedagógico

na instituição, desencadeando processos de planejamento coletivo, contato e

intercâmbio com os pais e tempo prolongado de desenvolvimento do trabalho; essa

pesquisa atuou ao nível de disciplina, como uma atividade pontual em meio à

dinâmica escolar que possui apenas o limite temporal dos períodos da matéria em

destaque, além de depender totalmente do planejamento individual da pesquisadora,

assim todos os fatores somados ocasionaram um envolvimento dos discentes bem

mais descontínuos e menos "imersivos" que a experiência de referência.

O desenvolvimento das atividades não correspondeu inteiramente ao

planejado, entretanto, com os ajustes realizados durante o processo, foi possível

finalizar o projeto mantendo o cerne da ideia inicial. É essencial compreender as

modificações que ocorreram ao longo do trabalho, pois são elas que indicam as

dificuldades enfrentadas bem como os alcances conquistados.

O uso de uma Comunidade Virtual de Aprendizagem, os processos da

Metodologia de Projetos e o desenvolvimento dos conteúdos do trimestre se

interligam no planejamento do mesmo, ora uma recebendo mais enfoque que outro,

mas todos compondo a proposta de inovação.

Ao iniciar o 2º trimestre com a turma foco do estudo, se explicou a eles que

durante esse período de tempo iríamos fazer uma pesquisa, por causa dela

usaríamos mais o laboratório, e essas atividades seriam avaliadas; por fim também

foi mencionado o fato de essas ações fazerem parte de uma pesquisa que estava

fazendo para a "faculdade".

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Já no primeiro encontro foi possível visualizar uma série de dificuldades que

iriam acompanhar toda a pesquisa, envolvendo tanto a Comunidade Virtual de

Aprendizagem quanto a questão da Metodologia de Projetos.

A delimitação de um assunto para pesquisar que fosse do interesse dos

grupos e que fosse definido por eles era para ser algo motivador e interessante, não

foi recebido exatamente dessa forma, afinal, para os estudantes isso era apenas

mais uma atividade de aula, além de expressarem certa dificuldade em elaborar algo

"por si mesmo", tendo em vista que quando pesquisam para a escola, já possuem o

objeto e o objetivos prontos, não precisam os construir.

A Comunidade Virtual de Aprendizagem utilizada primeiramente com eles foi o

NING. Optou-se por essa plataforma, pois é possível criar uma rede social própria,

exclusiva, contento vários recursos presentes em outras redes (simulador de twitter,

blog, aplicativos, fórum...). Entretanto, no momento do planejamento, foi ignorado

completamente a capacidade do Laboratório de Informática frente aos recursos que

desejava utilizar (ou o conhecimentos prévio delas dos educandos), o que gerou um

"atraso" considerável, até compreender o caminho a ser seguido.

O NING era "pesado" para as máquinas da escola do estudo de caso,

demorava a entrar (gerando impaciência na turma). Então, além de ser necessário

inserir os estudantes por e-mail na rede criada para a turma, eles precisavam

esperar para acessar esse espaço.

Obviamente eles não esperavam, afinal, o grupo também espera uma

instantaneidade da Internet, o que não cabe demora. Assim entravam no Orkut, em

sites de jogos e nas ferramentas de conversa instantânea, já que se a rede é tão

acessível, não tem porque perder tempo com algo demorado que provavelmente

será "chato" se não corresponde à velocidade esperada (é o que demonstravam

frente esses empecilhos); enquanto tentava sem grande sucesso, em grande parte

das vezes resolver os problemas técnicos resultantes dessa distância entre o que o

Laboratório oferecia e o que queria, em 1h de atividade.

Foram necessários 3 encontros no laboratório para ter certeza que a CVA que

queria usar era inviável para trabalho. Mesmo quando já tinha todos os alunos

incluídos no NING, alguns bem envolvidos (explorando ambiente, postando em

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casa...), o Laboratório e a Internet da instituição não conferiam o apoio necessário

para a realização das atividades. O ponto decisivo foi em uma aula que em nenhum

computador foi possível acessar o NING e foi preciso fazer rodízio no meu

computador pessoal para os grupos realizarem as tarefas.

Portanto, era fundamental mudar o ambiente de trabalho, pois seria

impossível continuar a pesquisa se não alterasse a CVA, nesse momento fiz a

escolha de fazer a transição dos materiais e do trabalho para uma comunidade do

Orkut. Uma comunidade do Orkut não possui tantos recursos quanto o NING

possuía, mas o acesso era garantido, uma porque os computadores nunca

"travavam" no Orkut e outra por que os alunos sempre acessavam a rede ao

estarem no EVAM.

Apesar de ter realizado essa troca no meio do processo, essa ação garantiu a

continuidade da proposta de inovação. Infelizmente foram necessários alguns

encontros para perceber essa necessidade, fazendo com que a transição coincidisse

com o período de recesso escolar de julho, provocando uma "quebra" na dinâmica

pretendida.

Durante as férias tentei incluir a turma na comunidade criada e manter a CVA

ativa (com postagens, criação de enquetes, inserção de comunidades

relacionadas...), mas obviamente o alcance foi limitado. Utilizei esse tempo para

acompanhar os acessos dos alunos que concentravam no fim de semana (apesar de

alguns entrarem quase diariamente) com atualização de vídeos, fotos e mensagens.

A mudança para o Orkut melhorou bastante a dinâmica de trabalho, pois

conseguíamos ter um mesmo "ritmo" no Laboratório. Porém as dificuldades que os

estudantes tinham de compreender a interface e funcionamentos do NING não eram

excluídas no Orkut.

Ficou bastante visível a limitação dos discentes na apropriação das

ferramentas tecnológicas (o que também precisou ser considerado no planejamento),

diversas vezes foi ensinado "como" fazer certos movimentos no próprio Orkut como

adicionar imagens no perfil, inserir mensagens animadas em recados, entrar em

comunidades ou responder um tópico dos fóruns. Nesses momentos fica bastante

explícito como a Inclusão Digital precisa romper com as barreiras do acesso a

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Internet para a utilização dessas ferramentas de forma a facilitar a compreensão

deles sobre realidade que vivem e ser canal que facilite as descobertas dessa fase

tão intensa que é a adolescência.

Assim, durante metade do período planejado o uso da CVA foi bastante

restrito, e até conseguir fazer os ajustes necessários para a usabilidade dela,

reforcei a atenção na pesquisa dos grupos e na Metodologia de Projetos. Entretanto,

nesse enfoque também não eliminou os obstáculos, já que a pesquisa não gerou o

envolvimento esperado.

A turma realizou todos os momentos propostos pela Metodologia de Projetos

mais por "obrigação" que por vontade e envolvimento. Isso se deve tanto ao fato que

a Sociologia é mais uma das matérias que precisam "dar conta" e realizar atividades,

quanto ao fato de a disciplina não ser considerada a mais difícil da grade curricular.

Portanto, no imaginário da turma, eles podem ter um esforço "médio" e

"passar de ano". Essa lógica instrumental é bastante difícil de romper, não apenas

em Sociologia, tendo em vista que outras matérias consideradas mais difíceis

passam por similar movimento fruto de outro senso comum enraizado entre eles que

"a 8º série não roda". Mais um fator que dificultou um maior comprometimento foram

as faltas dos alunos que estimulava ainda mais os níveis díspares de

acompanhamento.

Essa dedicação em relação à pesquisa provavelmente poderia ser diferente

se fosse feita em paralelo com outras disciplinas e houvesse um movimento conjunto

de professores e instituição escolar para caminhar em um processo de revisão

metodológica institucional. Contudo, esse contexto na instituição estudada ainda

precisaria ser construído como objetivo a longo prazo fruto da sensibilização de

outros docentes sobre a necessidade de transformar o jeito de fazer escola,

educação e ensino e aprendizagem.

Paradoxalmente, a produção limitada das pesquisas em termos de

envolvimento e profundidade de reflexão, não corresponde às respostas dadas ao

questionário final no qual a maior parte da turma demandou uma nova pesquisa no

3º trimestre (processo em que tento organizar em paralelo a conclusão desse estudo

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de caso), provavelmente por considerarem que foi um elemento que tornou as aulas

"diferentes" ou no mínimo menos "maçantes".

Esse "diferente" pode ser interpretado pelo fato de eles criarem o próprio

caminho de estudo e concordarem que isso facilitava sua tanto para organização

para as aulas quanto o ato de estudar; ou ainda pelo fato de estimular outras

posturas e exigências enquanto aluno, que apesar de terem dificuldade de

corresponder, preferem a atual; mesmo que fizessem isso de maneira restrita, ou

pela falta de interesse na escola de maneira geral, ou pela ideia de que não

precisavam "se esforçar muito" em Sociologia.

É importante ressaltar também que mesmo que a reflexão e análise dos

estudantes frente a seu objeto de estudo não tenham complexificado da maneira

esperada, seja pela dificuldade de envolvimento e dedicação deles com a pesquisa,

seja todo o aprendizado escolar que desestimula a criatividade e a criticidade dos

educandos, é bastante significativo o fato de nenhum trabalho ter apresentado cópia

da integral internet, o que pode ser considerado um pequeno avanço no sentido de

estimular uma tímida posição produtora e propositiva dos alunos.

Na segunda metade do trabalho, após o recesso, a redefinição do CVA

também coincidiu com atividades menos "teóricas" no Laboratório - atividades

anteriores visavam colaboram com informações na pesquisa - e mais "lúdicas" ou

"interativas", o que conjuntamente melhorou o interesse e a participação dos

estudantes no Laboratório, ao ponto de ouvir de um aluno uma frase bastante

representativa: "sora, da onde tu tira tudo isso?".

O segundo bloco de atividades na CVA se construíram em torno dos recursos:

"Jogo da Cidadania", a Escrita Colaborativa e a construção de um personagem no

Voki. A utilização de um jogo virtual foi extremamente positiva, tendo em vista que a

acessibilidade ao conteúdo através dessa linguagem que proporciona tanto

aprendizado quanto divertimento. O Voki também gerou bastante envolvimento e

interesse, pois a possibilidade de criar um personagem que verbalize aquilo que se

escreveu com diferentes vozes e sotaques foi considerado também muito "divertido".

No momento da escrita colaborativa é que ficou expressa muitas das

contradições do trabalho. Tive o cuidado de buscar uma plataforma bastante simples

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para essa tarefa, que não necessitasse de cadastros e tivesse interface acessível

(portanto escolhi o Etherpad), por imaginar que essa era a primeira experiência da

turma nesse sentido; fiz um roteiro para escrever o trabalho (atividade destinada a

escrita colaborativa) para facilitar mais ainda o processo, e por fim disponibilizei os

links dos arquivos de cada grupo no Orkut para poderem começar o trabalho em

casa.

Mesmo com tantos cuidados, inevitavelmente, muitos estranhamentos

ocorreram e os grupos sinalizaram comportamentos totalmente diferentes. Alguns se

irritaram (um grupo inclusive brigou entre si), pois "todo mundo tá escrevendo junto"

e isso era "bagunçado"; outros inclusive se divertiram através dessa possibilidade de

escrever junto e conversar pelo chat ao mesmo tempo que podiam interagir

presencialmente; ainda teve aqueles que se esforçaram para entender essa nova

perspectiva e constantemente pediam ajuda; e por fim um grupo decidiu sentar junto

em frente a um computador e escrever.

São posturas bastante significativas, pois expressam desde a disparidade no

conhecimento de internet, quanto o individualismo presente no ambiente escolar,

bem como a dificuldade de se construir um conhecimento colaborativamente. São

reflexos de uma herança escolar que não se descontroi em um trimestre de aulas

em uma disciplina. No máximo foi possível deixar alguns questionamentos e

algumas "pulgas atrás da orelha" que podem ser resgatadas no Ensino Médio

sequente.

Essas diferenças também se expressam na conexão da Comunidade Virtual

de Aprendizagem com a Metodologia de Projetos. Poucos alunos se dispuseram a

participar dessa ação conjunta, pois inevitavelmente, para que a CVA pudesse

contribuir para as pesquisas, era necessário acesso off-line, logo os que mais se

envolveram foram aqueles que não tinham dificuldade no acesso a internet, e não

precisavam pagar Lan House para desenvolver as atividades.

Com esse grupo de estudantes foi possível aumentar o grau de diálogo, pois

frequentemente comentavam as "postagens" e os "lembretes" que estavam na

comunidade do Orkut em sala de aula, inclusive conseguiram fazer relações

presenciais sobre assuntos inseridos no fórum. Demonstrando que apesar de

alcance pequeno, as Comunidades Virtuais de Aprendizagem podem se tornar

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parceiros das atividades pedagógicas no sentido de ampliar os tempos e espaços

escolares, auxiliando na motivação estudantil para as tarefas escolares.

Paralelamente a todos esses processos estavam a questão da Inclusão das

Necessidades Especiais. Mesmo no período anterior a pesquisa, sempre tive

bastante dificuldades em trabalhar com essa demanda, que exige planejamento e

materiais específicos - nem sempre são possíveis frente a rotina de tarefas das

diferentes turmas. Contudo, foi durante o tempo de pesquisa que passei por uma

formação no NAPPI (Núcleo de Apoio e Pesquisa ao Processo de Inclusão) com o

qual percebi a possibilidade de usar a Sala de Recursos Multifuncionais da

Instituição estudada (espaço de desenvolvimento de ações específicas aos PNEE),

com a docente especializada para reforço e apoio na disciplina.

Então, foi fundamental para o acompanhamento do estudante de Inclusão a

parceria feita com a Sala de Recursos. Com este educando se focou a questão da

pesquisa, pois seriam muitas demandas para o contra-turno. Se utilizou em alguns

momentos atendimento individual para o uso da CVA e dos recursos virtuais em sala

de aula, mas a preferência foi dar ênfase com esse estudante no processo de

pesquisa.

Em uma conversa informal com a colega que me auxiliou nesse momento, ela

relatou o quanto o assunto de pesquisa (também definido pelo próprio aluno) estava

sendo propício para discutir situações que estavam ocorrendo na comunidade

escolar e possuía certa proximidade com esse educando.

É possível perceber que esse trabalho focalizado possibilitou a construção de

um Dossiê (o Trabalho Final) bem mais completo e complexo em comparação com

os outros colegas de turma, e que portanto, o apoio da Sala de Recursos foi

fundamental para possibilitar a inserção da Inclusão de Necessidade Especial na

ação de inovação.

A necessidade de lidar com vários processos simultâneos, não apenas os da

pesquisa (teóricos e práticos), como o acompanhamento das demais turmas na qual

atendo. Portanto, a quantidade de trabalho (e estudo) aumento sensivelmente, o que

também pode indicar o porque é tão difícil fazer mudanças mais profundas nas

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instituições, pois demandam mais envolvimento, comprometimento e

desenvolvimento de ações.

Para a pesquisa, não estava em uma situação tão adversa de tempo - a

carga horária como docente era de 20h - além do dia da turma foco do estudo

coincidia com os períodos de planejamento, o que possibilitava tempo para escrever

e deixar os apontamentos para replanejamentos prontos. Mesmo assim, o tempo

que dispunha para planejar as atividades em si dessa turma foi igual a todas as

demais que possui, logo, mais de uma vez, foi necessário desistir de alguma ideia

que necessitasse de mais atenção que o tempo compatível para sua execução ou

precisasse de um planejamento muito antecipado.

Essa experiência foi essencial para compreender as dificuldades de existirem

professores-pesquisadores na Educação Básica, que frequentemente atendem até

32 turmas semanais sem qualquer reconhecimento ou valorização, bem como o

quanto é fundamental o estímulo (seja financeiro, seja com orientação e formação)

para que a Escola também seja também local de produção de conhecimento; afinal,

esses saberes retornariam para a mesma prática pedagógica aprimorando-a,

melhorando-a, e trazendo novos questionamentos para se refletir e atuar no próprio

ambiente escolar; pois sem esse movimento dinâmico da práxis pedagógica,

facilmente somos engessados pela instituição escolar e reproduzimos sua lógica

como mais uma engrenagem desse sistema.

Portanto, o estímulo a uma escola reflexiva (que ainda falta) colaboraria

inclusive para que o trabalho do professor-pesquisador possa ser multiplicado em

seus resultados (gerando uma educação mais contextualizada, estimulante,

emancipadora e de qualidade) e atenuado em sua quantidade de trabalho. Pois se

uma instituição está atuando em conjunto com um perfil mais ou menos similar (no

caso, pesquisador), os problemas são pensados por todos e as intervenções

também, dificultando a sobrecarrega de poucos colegas dispostos analisar

obstáculos compartilhados por todos, de maneira isolada.

Da mesma forma que é necessária a reivindicação de uma Escola Reflexiva

com Professores-Pesquisadores, faz parte de um projeto de educação de qualidade,

instituições preparadas para a Sociedade da Informação. Ou seja, mais que

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simplesmente escolas equipadas tecnologicamente, que haja formação docente para

a compreensão das potencialidade dessas ferramentas.

Não é difícil imaginar a diferença dessa mesma pesquisa em uma escola

particular, tendo em vista que essas, ao menos, dispõem bem mais intensivamente

de recursos de tecnologia da informação e comunicação. Dispor de salas multimídia

com laboratórios com acesso rápido a internet faz toda a diferença na experiência

pedagógica.

Além de compreender que a Educação para as TIC deve ser um elemento

curricular tão transversal (PCN, 1997) nas Escolas quanto uma Educação que

trabalhe, por exemplo, as questões da Diversidade, dos Direitos Humanos e do Meio

Ambiente, é imperativo que isso aconteça a partir do financiamento para tal objetivo

bem como formação do quadro escolar. Pois além da desvantagem existente na

escola pública em relação à aparelhagem, existe a distância de oportunidades e

experiências disponíveis nesses espaços, afinal o Laboratório de Informática

também pode ser utilizado de forma meramente recreativa e reprodutora, não sendo

um elemento que potencialize as mudanças que lhe são frequentemente atribuídas.

Ao final desse projeto, me deparei com algumas dúvidas que estimulam novos

apontamento e ações que fazem a prática pedagógica não ficar estática. Depois de

todo esse trabalho, como continuar? É possível voltar a dar as "aulas normais"

ignorando a experiência anterior? (ao menos com essa turma, nessa série) Devo dar

continuidade à Pedagogia de Projetos? Essas foram algumas perguntas que me

fizeram buscar novos horizontes para o término do ano letivo e o planejamento do

sequente.

Percebi que fiz uma ação que demanda mais trabalho anterior para poder

desenhar resultados mais consistentes (pois os alcances conquistados demonstram a

capacidade de ampliá-los), ainda pensando em nível de disciplina. Enquanto o

contexto de trabalho não se mostra favorável para uma ação conjunta mais

institucional, analisei o que poderia melhor a partir dessa experiência e quais seriam

as perspectivas que se criariam com o término da pesquisa.

Primeiramente, a questão da Comunidade Virtual de Aprendizagem para ser

melhorar aproveitada e explorada merece uma atenção específica com um tempo de

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trabalho apenas para essa ambientação. Os estudantes precisam se sentir

vinculados a esse espaço, necessitam se sentir parte do ambiente para que

acessem mais frequentemente e o utilizem mais propositivamente, é fundamental

uma maior identidade com o ambiente virtual para esperar acessos offline e

contribuições discentes.

Na experiência realizada a CVA foi usada muito limitadamente, funcionou

basicamente como um repositório de materiais e mural de avisos. Alguns educandos

chegavam na aula sabendo o que tinha que fazer "porque tava no Orkut", justamente

porque tinham acessado o espaço, entretanto o ambiente ainda ficou restrito ao

acesso, sendo pouco usado pela turma.

Ao mesmo tempo, além de buscar um maior envolvimento com o ambiente

virtual, é fundamental uma familiarização com diferentes ferramentas existentes na

internet, inclusive as das redes sociais, pois ficou evidente que o uso da internet é

muito limitado, e sem nenhum tipo de informação, dificilmente será utilizado mais

conscientemente e para outros fins além do lazer, diversão e comunicação. Esse

conhecimento prévio eliminaria alguns estranhamentos e bloqueios que se criam a

partir do desconhecimento frente a certas funções.

Em relação à Metodologia de Projetos, alguns obstáculos serão bastante

complicados de se eliminar a partir de apenas um professor e disciplina, pois isso

envolve todo um aprendizado de o que é ser estudante e como se comportar frente

aos estudos.

Entretanto, uma possível tentativa de auxiliar um maior compromisso com

essa atividade seria a formação de lideranças por grupo em que ficariam

responsáveis por demandar dos colegas a continuidade do trabalho através da

realização de suas tarefas. Pois em cada um dos grupos da pesquisa alguém se

envolveu mais e estava "por dentro" de todas as atividades, então seria possível

aproveitar esses educandos que se destacam para estimular a colaboração entre

todas, evitando que uma pessoa só "carregue o grupo nas costas".

O interesse relatado pela pesquisa e a falta de envolvimento também podem

expressar a necessidade de organizar um caminho metodológico com os educandos

que tenha uma exigência na estruturação da pesquisa um pouco mais flexível em

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relação ao modelo acadêmico de produção do conhecimento, que estamos

acostumados e esperaramos que sigam. Já que para alcançar esse patamar de

complexidade também há a demanda de uma base de habilidades mais

consolidadas como a capacidade de ler e interpretar, escrever e argumentar, abstrair

e teorizar, potencialidades bastante restritas ainda no final do Fundamental.

Então tanto um formato mais acessível de pesquisa pode a fazer parecer mais

fácil, auxiliando na compreensão e no comprometimento com trabalho; quanto

trabalhar habilidades cognitivas necessárias para a realização de uma pesquisa

podem auxiliar a construção de uma pesquisa em um formato metodológico mais

"rigoroso".

Por fim, a continuidade da Metodologia de Projetos a partir de um novo

Projeto demandado pela turma com assuntos que tenham ficado incompreensíveis

na pesquisa anterior, conforme Hernandez (1998, 2000) sugere, nesse caso, ainda

está sendo considerado. Fazer um novo projeto nos moldes da metodologia poderia

ser cansativo, pois apesar de o tema ser diferente, a sequência poderia se tornar

repetitiva para alunos que já se envolveram parcialmente em uma atividade anterior.

Esse apontamento também levou a pesquisar novamente sobre metodologias

pedagógicas. No momento de conclusão da pesquisa e prosseguimento do último

trimestre, tento caminhar para um encadeamento metodológico mais próximo a

Metodologia da Problematização (BERBEL, 1999), para tentar dar certa continuidade

ao trabalho feito, mas com um enfoque mais propositivo, sem eliminar a pesquisa.

Ainda é bastante inicial e incipiente esse planejamento, portanto não há

condições de fazer muitas considerações sobre isso. Reflexões mais aprofundadas

podem ocorrer com o fim do ano letivo, contudo esse é uma possibilidade de

prosseguimento dessa pesquisa.

Posto as possibilidades desencadeadas nesse processo, também é

fundamental apontar os alcances conquistados e que colocam a necessidade de se

dar prosseguimento, ainda que não seja imediato, as contribuições positivas da

pesquisa.

Me insiro como docente na rede municipal de ensino a partir de 2011, portanto,

durante todo o tempo anterior a pesquisa a maior preocupação e demanda de

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53

trabalho foram tanto na questão curricular quanto na preparação de materiais, uma

especificidade bastante significativa no cotidiano da Sociologia do Ensino

Fundamental (questões que ainda estão em construção), o que direcionava boa

parte das atenções profissionais. Portanto, o trabalho proporcionou pela primeira vez

o uso sistematicamente o Laboratório de Informática e realizasse um intenso

trabalho de reflexão da prática pedagógica. Essa experiência foi fundamental para

repensar minha atuação docente e ver o enriquecimento dela a partir de ambos

movimentos.

O uso do Laboratório melhorou qualitativamente as aulas, é possível ter essa

percepção principalmente pelo fato de essa utilização ser intercalada com as aulas

estritamente em sala (auxiliando a comparação). O ambiente virtual por si só é

estimulador os estudantes, pois segundo os próprios discentes, faz a aula "passar

mais rápido" e a torna mais "legal", além de poderem acessar a internet, situação

que nem sempre é possível a maioria (ao menos de maneira gratuita). Também foi

feito um acordo com o grupo no qual poderiam acessar o que lhes interessasse ao

término das atividades propostas (acordo respeitado pela maioria).

Portanto estar no Laboratório já abre um caminho de interesse e disposição

para a aula bem maior. O fato de saberem do uso mais ou menos sistemático do

espaço, gerando expectativas e constantes perguntas sobre o agendamento,

inclusive, as outras turmas em que lecionava (e não faziam parte da pesquisa)

diversas vezes reclamaram que "levava sempre a 8º no laboratório" e que deixava

eles acessarem as redes sociais. Indicando a demanda e receptividade em relação

as TIC.

Tanto as dificuldades demonstradas pelos estudantes quantos os interesses

demonstrados por elas na web são indicativos para melhor aproveitar aquilo que os

interessa e proporcionar situações que contribua para o conhecimento das

ferramentas virtuais. Compreender a lógica daquilo que mobiliza as atenções dos

adolescentes é essencial para poder extrapolar esses próprios interesses e objetivos

no uso da internet.

As redes sociais e as ferramentas de comunicação são espaços de

socialização, canais de comunicação, ambientes em que eles podem se perceber

enquanto indivíduos pertencentes a certos grupos, estilos e comportamentos. A partir

desses ambientes e desse tipo de utilização, o docente pode conseguir buscar

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estratégias para o uso das ferramentas virtuais que complexifique as noções já

existente, não o contrário - executar tarefas que não estão no universo de

compreensão e muito menos de captar a atenção.

Essas mesmas características das redes sociais também são indicativos

sobre uma falta situações de ensino e aprendizagem que estimulem a capacidade

de expressar as angústias, dilemas e mudanças desses jovens; a necessidade de

afirmar-se enquanto sujeito social e construir sua identidade; ou ainda que

promovam conhecimentos que signifiquem as experiências de vida, a partir dos

saberes escolares. Afinal, as relações desenvolvidas em uma rede virtual são um

reflexo das trocas e demandas das redes estabelecidas presencialmente, mesmo

com intensidades e formas diferentes, é essencial (tentar) compreender essa

dinâmica auxilia para intervenção pedagógica em ambos os planos.

A Metodologia de Projetos deu um sentido à organização dos conteúdos

muito maior, justamente por inserir esses saberes escolares em uma perspectiva

intencional. Assim, essa Metodologia foi também minha primeira experiência com

esse trabalho mais sistemático e a longo prazo. Essa organização é percebida pelo

grupo de alunos. É totalmente diferente iniciar um trimestre, um ano letivo, afirmando

quais serão os caminhos percorridos e qual o objetivos que se pretende chegar, que

uma sequencia de aulas sem qualquer encadeamento explícito aos discentes.

Obviamente que essa explicação e compreensão inicial também se torna mais

possível com o último ano das Séries Finais, já existe mais abertura para posturas

mais autônomas e compromissadas. O mesmo entendimento poderia não ser tão

claro para o primeiro ano das Séries Finais (6º ano), por exemplo. Contudo,

especificamente com esse grupo nota-se que a Metodologia de Projetos conseguiu

contribui nas habilidades procedimentais dos educandos: como estudar, como

organizar uma pesquisa e como pesquisar.

Então, o papel das CVAs na experiência foi pequeno, o mais significativo

foram às relações desenvolvidas a partir do laboratório, bem como a Metodologia de

Projetos que mais que desenvolver uma aprendizagem significativa ofereceu a

aprendizagem das ferramentas necessárias para alcançá-la; Portanto, a relação a

ser analisada entre um recurso em uma metodologia pedagógica geraram outras

relações desconsideradas no início da pesquisa. Todavia são fundamentais para

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compreender a quantidade de contribuições que um processo de inovação pode

proporcionar na prática pedagógica.

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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A experiência realizada é resultado de um conjunto de processos, as

dificuldades e os alcances, não são apenas frutos da ação de pesquisa e de

docência - obviamente sem a intervenção não haveria o que ser analisado. Pois a

forma como se desenvolveu insere elementos na dinâmica que foge ao controle do

trabalho, por serem reflexos de uma dinâmica social maior e formarem variáveis que

moldam o prosseguimento das atividades. Portanto, retomar algumas questões

possibilita o entendimento de quais brechas a inovação conseguiu se inserir, e o que

foi possível fazer dentro desse espaço.

Em um espaço como a sala de aula ocorre a confluência de diferentes

condicionantes sociais. A forma como a sociedade se organiza, influencia a forma

como a escola se estrutura, e dentro da instituição, há as condicionantes do contexto

social que está inserida - conferindo a especificidade do espaço através de seu

público-alvo. Os educandos por sua vez se comportam a partir dessas relações, o

que irá influenciar, por fim, a forma de os educadores atuarem pedagogicamente.

A modernidade e a sociedade em rede transformaram as sociabilidades,

relações de trabalho e política, a importância das instituições sociais e a formação

dos indivíduos a esse tempo de constantes mudanças.

As transformações na dinâmica social trazem novos dilemas e conflitos frente

às relações que estão naturalizadas e estabelecidas, algumas dessas relações

enfrentam diferentes tensões para conseguir se adequar as permanentes mudanças,

algumas no plano dos valores e significados, outras na esfera de estruturas sociais.

No caso da instituição escolar, são contradições que envolvem essa estrutura

social que está cada vez mais demonstrando a urgência em se redefinir para ter

significado para a atual (e próximas) gerações, bem como ser valorizada como um

importante espaço de desenvolvimento social dos indivíduos.

As dificuldades de ensinar e aprender vão muito além das dificuldades

cognitivas e/ou materiais, por mais que sejam fatores fundamentais, ignorar a

posição da escola na sociedade é promover uma interpretação simplificadora das

relações que envolvem o ensino e aprendizagem.

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É inegável que há um abismo entre a velocidade e a intensidade das

mudanças na sociedade e as que ocorrem na escola, é nítido a ruptura entre a

flexibilidade, instantaneidade e a simultaneidade presentes na dinâmica social e a

rigidez, linearidade e hierarquização presentes no ambiente escolar.

Essa distância provoca uma crise de sentidos e significados na instituição

escolar, pois não consegue corresponder às necessidades desses jovens nem

dialogar com a realidade deles; portanto, não mobiliza o interesse e disposição para o

estudo e o conhecimento, tornando a presença na escola uma tarefa sofrível,

dificultando o acompanhamento das exigências e cobranças desse espaço.

Apesar disso, ao mesmo tempo em que há essas contradições, a posição da

escola contínua a mesma na sociedade "coube a instituição escolar a guarda e a

responsabilidade social da transmissão do conhecimento." (MENDONÇA, 2011, p.

347), logo, as crises pelo qual a educação passa, demonstra a dificuldade de

promover aquilo que é considerada como sua função social.

Produzir significado na aprendizagem é central para que a escola tenha uma

importância sensível aos educandos, não meramente racional (ter um diploma para

conseguir um trabalho ou acessar a Universidade), e assim se torne um espaço

criativo e estimulante.

Conforme Mendonça (2011): "O grande desafio é como fazer a mediação

entre sentidos individuais e significado, entre esses conteúdos e as necessidades

dos estudantes, que permita a transformação dessas necessidades em motivos de

aprendizagem" (p. 352), ou seja, há a urgência de conferir significado a escola e a

aprendizagem. Esse não é um objetivo fácil de ser alcançado, tendo em vista que a

reprodução da lógica tradicional da educação se retroalimenta e favorece a

perpetuação de um mesmo modelo de educação em crise.

A busca por possibilidades dentro desse intricado de relações pode existir,

mas encontrará obstáculos que precisam ser trabalhados para não desaparecerem.

Se a disposição em construir outros formatos de processo educativo, mesmo frente

as mais diferentes adversidades dos contextos escolares e de trabalho docente, não

for maior que as dificuldades encontradas no caminho, essas tentativas são

facilmente abafadas e colaboram para que a engrenagem da educação bancária não

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se rompa e os mesmos problemas continuem existindo.

Apesar de poder parecer ingênuo e utópico, se os docentes não acreditarem

que possuem potencial e capacidade para intervir (ou reivindicar) dentro das

instituições, ou das possibilidades que podem criar em equipe - de docentes e

discentes - se torna mais difícil a tarefa de re-ssignificar o ambiente escolar, pois são

os sujeitos que vivem esse cotidianos os mais propensos a saber o que mais está

falhando e precisa ser modificado.

De acordo com Ferreira e Lima (2011) "Os jovens que estão hoje na

escola básica brasileira, ao vivenciarem um processo de socialização permeado pela

cultura digital, experimentam mudanças radicais nas concepções de tempo e espaço

e em suas dinâmicas de interação social" (p.272)

Assim, refletir sobre a conjuntura social e o contexto escolar auxiliam na

constatação dos significados e relações em jogo. As penetrabilidades das

Tecnologias de Informação e Comunicação indica uma das modificações importantes

nas relações sociais (em diferentes escalas), as quais podem contribuir para a

ressignificação do espaço escolar.

A própria apropriação da lógica presente nas TIC é um fator questionador da

instituição escolar, por considerar a colaboração e a horizontalidade entre

educadores e educandos (pressupondo então a dialogicidade no processo); bem

como sua utilização de maneira intencional possibilita a integração da escola no

fluxo das redes e nas simultâneas interações que possibilitam o estabelecimento de

descobertas, estímulo a curiosidade e a atitude propositiva dos discentes com fins

pedagógicos.

Propor uma inovação no ambiente escolar esbarra na contradição entre a

conservação e a transformação dos significados e relações dentro da escola. Sendo

que nem sempre o elemento conservador de um processo inovador será a

instituição escolar ou os professores, os próprios educandos podem estar tão

acomodados em uma zona de conforto conhecida, que elementos novos geram

insegurança e desconfiança.

A pesquisa realizada demonstrou esse movimento: apesar de não se

reconhecerem na instituição escolar, a lógica de seu funcionamento está tão bem

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sedimentada e internalizada nos alunos que em diversas vezes eles se mostram

pouco receptivos a novas propostas. A forma de se comportar dos estudantes está

muito bem sedimentada na Educação Bancária, pois têm no mínimo 9 anos de

socialização por essa perspectiva estática e passiva de aprendizagem, estão

cercados por diversas influências que buscam cristalizar tais posturas.

A passividade e acumulação estimulada pela educação tradicional, também é

reforçada por uma sociedade consumidora e receptora de informações, portanto,

novas posturas discentes possuem bases bem difíceis de serem descontruídas, e se

mostraram extremamente presentes no trabalho realizado.

A pesquisa apresentou as tensões entre a educação que se quer construir,

emancipadora e problematizadora, e a educação que se tem, tradicional e bancária,

como fatores que interferem diretamente a relação estudantil com a Metodologia de

Projetos e as Comunidades Virtuais de Aprendizagem.

Em relação à CVA, ao Laboratório de Informática e a Internet, as atitudes e

comportamentos do grupo demonstram a grande dificuldade de utilizarem as

ferramentas de forma produtora e reflexiva. A lógica "Curtir e Compartilhar" foi um

grande obstáculo para a realização das atividades; são posturas receptoras e

reprodutoras, que é reforçada na escola, e também se reflete em outros ambientes

fora da Internet, como nas atividades de Lazer afirmadas pela maioria como sendo a

Televisão (o que contrasta pela totalidade que expressa não ter o hábito da Leitura).

Com isso, um comportamento tão arraigado e valorizado em diferentes

espaços de inserção desses alunos, também se apresentou no processo de

pesquisa. Ter uma postura propositiva e reflexiva não faz parte do cotidiano desses

educandos, logo todos os movimentos nesse sentido, se apresentaram como um

difícil exercício, gerando sensação de incapacidade e limitação, desestimulando o

envolvimento.

O desenvolvimento de auxílio mútuo e parcerias entre os educando seja na

Comunidade Virtual de Aprendizagem seja na pesquisa também foram bastante

limitadas, resultado de um individualismo e competição cada vez mais presentes na

atual dinâmica social.

Por isso, propor uma experiência de ensino e aprendizagem que vai de

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encontro a toda essa vivência gerou muitas vezes o sentimento de estranheza e

incompreensão na turma.

As mudanças na sociedade; a falta de sentido na própria escola; as

dificuldades do contexto sociais que influencia as formas de sociabilidade, uso das

TIC e a inserção na sociedade; são elementos em que o Ensino de Sociologia tem

condições de trabalhar, explorar e contribuir para a formação dos jovens.

Pois se a fluidez e fragmentação são marcas contemporâneas, fazendo os

indivíduos não perceberem a conexão entre sua vida pessoal e as estruturas sociais,

a imaginação sociológica (MILLS, 1982) é fundamental para realizar essa integração

individual ao coletivo.

Assim, em conjunto com as ferramentas de estranhamento e desnaturalização,

a Sociologia pode proporcionar um incentivo dentro das relações escolares à

educação crítica e problematizadora, além de provocar maior capacidade reflexiva e

o desenvolvimento da autonomia, contribuindo em última instância a uma formação

mais humana.

Apesar de ainda inicial essa contribuição no Ensino Fundamental, tendo em

vista a necessidade de consolidar outras habilidades (ler, escrever, interpretar,

imaginar, questionar, argumentar, justificar, dialogar e conviver, por exemplo) para

alcançar níveis mais complexos de teorização e abstração (criados pela

problematização, desnaturalização, estranhamento e reflexão) - destinados mais

centralmente ao Ensino Médio; a Sociologia na Educação Básica deve promover a

compreensão das estruturas e redes que os jovens estão inseridos para incentivar

comportamentos e valores que coloquem o coletivo, a colaboração e a solidariedade

mais presente nas suas relações para auxiliar a construção de uma sociedade mais

igualitária e com justiça social.

O fato da obrigatoriedade da Sociologia no ensino médio só ter sido conquistada recentemente

torna a tarefa de docência muito mais complexa, dadas as contradições e tensões

permanentes vivenciadas em uma sociedade profundamente marcada por mudanças de

valores sociais e éticos (Lopes, Camargo et al., 2011, p.430)

Obviamente, o processo de ensino e aprendizagem em Sociologia é

complexo, nossos conteúdos e objetos de estudos mesmo quando não possuem

uma proximidade de significados com o grupo, não são totalmente distantes de sua

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compreensão. O fato de os fenômenos sociais serem múltiplos e possibilitarem

diferentes olhares, auxiliam que a nossa disciplina escolar seja bastante flexível,

podendo ser direcionada a partir de situações do cotidiano dos educandos ou ainda

por movimentos da estrutura social.

Assim, devemos aproveitar enquanto docentes de Sociologia essa

especificidade, tanto para estimular maior comunicação entre as outras disciplinas

escolares - pois todas podem contribuir com perspectivas para analisar diferentes

fenômenos sociais e naturais - quanto para estabelecer processos de ensinagem

que alcancem uma aprendizagem significativa.

Concordando com Moura e Guimarães (2009), que mesmo possuindo

sua especificidade, conteúdos e ferramentas próprias da Sociologia, sua re-entrada

nos currículos pode "contribuir com novos olhares para os conteúdos escolares,

relacionando-os, por exemplo ao contexto global e local dos estudantes" (p. 217),

"estar ligada à vivência do valor da igualdade e de atitudes de cooperação e

solidariedade" (p. 217) e "contribuir para uma prática pedagógica integrada" (p.233),

sendo assim, ter um papel integrador que demonstre como todos os saberes

escolares fazem parte do conhecimentos necessários para compreender e intervir

criticamente na realidade.

A legitimidade da disciplina se constrói na capacidade de se mostrar

fundamental dentro das instituições escolares, portanto, dentro do contexto de

mudanças, os professores de Sociologia que também são cientistas sociais, podem

colaborar com ideias e ações que auxiliem (ou inspirem) ressignificações na prática

pedagógica.

Na experiência de pesquisa, as tentativas de propor diferentes posturas

discentes e outras formas de ensinar-aprender, no mínimo provocaram os alunos

para algumas alternativas e possibilidades dentro da escola.

Através do planejamento da inovação, buscou-se intervir no processo de

ensinagem para torná-lo mais contextualizado, que oferecesse condições para

alcançar os objetivos da disciplina e da aprendizagem significativa.

A opção pelas Comunidades Virtuais de Aprendizagem ocorre pela certeza de

que é necessário integrar em sala de aula as TIC, pois sua proibição, como

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Ferreira e Lima (2011) comentam "só incentiva o uso escondido e a desatenção

da dinâmica da aula" (p.274), e sua utilização pode colaborar com diferentes

instrumentos que criem um caminho pedagógico para interligação das questões

vividas pelos jovens com saberes escolares/sociológicos.

Essas tecnologias podem ser apropriadas de maneira criativa, propositiva e

reflexiva, desenvolvendo uma verdadeira Inclusão Digital. Contudo, ainda existem

limites para o alcance, tanto das dificuldades de um contexto de periferia e de uma

escola tradicional, quanto de outras dimensões como,

A predominância de uma perspectiva centrada nas próprias questões e interesses particulares

tem sido a atitude predominante e não o interesse coletivo. Percebemos a repetição das redes

on line de uma característica presente nos espaços não virtuais, o predomínio da lógica

individual sobre a coletiva (FERREIRA e LIMA, 2011, p. 270)

Sendo papel do professor incitar a ampliação sobre a visão das Tecnologias

da Informação e da Comunicação, de forma que elas também possam ser meios de

compreender as interdependências em que estão envolvidos e se inserir de forma

mais consciente em suas relações.

A Metodologia de Projetos e a produção da pesquisa também se inserem na

esfera de proposição de postura produtora e ativa do conhecimento, que

complexifique os interesses dos jovens a partir dos saberes disciplinares,

consolidando a aprendizagem e as condições para aprender continuamente, e

procure opções para redefinir a instituição escolar.

A pesquisa como recurso pedagógico "(...) constitui elemento fundamental

para o ensino de sociologia [e a educação de uma maneira geral], pois coloca o

aluno diante de desafios, o faz buscar informações, preparando-o para a autonomia

intelectual" (SILVA, 2007, p.7) bem como "(...) dar materialidade ao conhecimento

sociológico [escolar] e demonstrar que a educação não é lugar apenas para a

transmissão de conhecimentos, mas também para a produção." (FRAGA e LAGE,

2011, p. 6)

Portanto, a pesquisa busca inserir o educando numa postura investigativa e

que o leve a elaborar as próprias explicações, conquistando o pensamento crítico

que é "(...) pensar por si mesmo" (SILVA, 2007, p. 10).

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Todavia, da mesma forma como ocorre com as CVAs, a pesquisa não é

aproveitada em toda sua potencialidade por causa de um ambiente social que, do

contrário, estimula o consumo e a reprodução do conhecimento. E igualmente, cabe

ao professor e o grupo de docentes, mediar situações que tencione esse

comportamento de passividade naturalizada através de trabalho pedagógico

contínuo nas aberturas que os discentes demonstram, seja assuntos que os

envolvem, experiências e práticas atrativas ou metodologias que organizem esses

interesses.

Mesmo não tendo sido aproveitada ao máximo, isso não implica em afirmar

que não teve algum proveito, que não teve impacto e nem foi importante, e sim que

é preciso saber com quais fatores estamos sendo afetados para não individualizar

"fracassos" e "culpas", gerando frustação e acomodação comum entre os docentes.

É importante visualizar que para ampliar os resultados, é necessário ampliar e

melhorar a ação, e caso tenha se esbarrado em limites que fogem da nossa

capacidade de gerência, pode ser necessário atuar por outras vias que não sejam a

sala de aula.

O trabalho de investigação da experiência pedagógica de um recurso dentro

de uma metodologia específica mostrou-se extremamente rico; organizar uma ação

sobre a prática pedagógica foi fundamental para perceber as diferenças que isso

causou na dinâmica de sala de aula e na qualidade do trabalho, e assim, as

contribuições que conseguiram se elaborar através dessa práxis.

O envolvimento e um canal de abertura com os discentes a partir das

Comunidades Virtuais de Aprendizagem não foi completo por que o próprio uso

desse espaço teve suas dificuldades, contudo o fato de os alunos concordarem que a

CVA auxiliou-os na organização da pesquisa indica que ao menos como repositório de

materiais e mural de recados o espaço funcionou.

Basicamente os resultados mais expressivos, nesse sentido, ficaram ligados

ao acesso a Internet e ao uso do Laboratório. A turma compartilhou da mesma

percepção que tive sobre a maior dinamicidade das aulas, o que os levou a

considerar que esse tipo de experiência deixou as aulas mais interessantes e que

deve ser repetida sempre que for possível. A participação do grupo no laboratório,

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inclusive era maior que na sala, provavelmente por que nesse ambiente a

curiosidade consegue ser mais estimulada.

Entretanto, um retorno importante com o uso sistemático das TIC foi o fato de

a totalidade dos educandos concordarem que aprenderam a usar novos recursos e

instrumentos na internet, a forma como se é utilizado pode não ter sido ampliada

para alguns, mas colaborar para esse conhecimento já torna os próximos

envolvimentos desses educandos mais fáceis nesse universo, abrindo caminhos

para o desenvolvimento de uma apropriação mais reflexiva posteriormente.

A Metodologia de Projetos também teve uma expressão incipiente no sentido

de globalizar o conhecimento através do estabelecimento de diferentes relações

sobre um mesmo assunto, todavia, a experiência nesse percurso metodológico

também demonstrou outras consequências significativas.

Mesmo com dificuldades para compreender e acompanhar o processo de

pesquisa, o grupo de educandos também concordou que o fato de a pesquisa

percorrer o trimestre, sendo algo presente nas aulas auxiliou o entendimento do

conteúdo (a formação de um fio condutor perceptível a todos).

As estratégias utilizadas para facilitar a organização da pesquisa - roteiros

para serem preenchidos - também colaboraram a explicitação no caminho que

estavam trilhando; o que pode ter sido encarado como uma organização

interessante para as aulas e aos estudos, pois a maioria da turma considerou

importante continuar desenvolvendo algum tipo de atividade de pesquisa.

Fundamental é sinalizar que mesmo com um envolvimento relativo no

processo de investigação realizado por eles, os Dossiês produzidos não foram

meros resultados de "Copiar e Colar", movimento extremamente rotineiro em

atividades similares, e sim a tentativa deles expressarem aquilo que formularam.

Apenas o fato de evitarem a repetição daquilo que estão acostumados indica que a

forma como a pesquisa se organizou pode ter auxiliado a perceber, que pelo menos

nesse caso, o importante era demonstrar o resultado de um processo definido por

eles mesmos.

Assim, o objetivo principal dessa produção era analisar o desenvolvimento da

aprendizagem significativa através da associação das Comunidades Virtuais de

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Aprendizagem através da Metodologia de Projetos mostrou-se realmente como um

desafio.

Desafio por que entre tantas determinações que fogem o âmbito do docente,

esse profissional precisa fazer vários exercícios de mediação entre conjuntura social,

contexto social, instituição escolar e o grupo com que trabalha para conseguir

alcançar seus objetivos.

A aprendizagem significativa se mostrou bastante complicada de ser

desenvolvida no período de tempo pretendido, frente a todas as limitações e

necessidades em apenas uma disciplina. Portanto, ela ainda é um horizonte;

conseguiu-se promover algumas habilidades que auxiliam seu desenvolvimento,

mas para alcançar esse nível de complexidade várias questões precisam ser re-

elaboradas, preferencialmente com a ampliação do tempo do plano de trabalho.

A pesquisa demonstra que o que foi possível criar foi uma experiência

significativa, pois foram diferentes trabalhos que provocaram novas posturas,

envolvimentos e conhecimentos nos educando, e a experiência que viveram nesse

projeto de inovação marca de alguma forma sua relação com a escola, com o estudo

e com as Tecnologias da Informação e Comunicação. Experiências posteriores,

principalmente com pesquisa e TIC, já terão uma referência a esses educandos,

possibilitando construções mais consolidadas e profundas a partir da

complexificação da experiência anterior.

A falta de correspondência entre significatividade esperada pela conjunção

das Comunidades Virtuais de Aprendizagem e a Metodologia de Projetos foi contra-

posta a todas as potencialidades que a pesquisa trouxe a partir dos fenômenos que

não tinham sido considerados como tão relevantes no início da pesquisa e a todas

as perspectivas que se abrem a partir da reflexão sobre a experiência.

Entretanto, mesmo de maneira restrita, foi possível observar que a inserção

das Comunidades Virtuais de Aprendizagem apoiou o trabalho com a Metodologia

de Projeto bem como essa última pode ser explorada pela primeira. Há um reforço

entre a metodologia e o recurso pedagógico de apoio, fazendo que, ao menos, o

caminho trilhado pelos alunos fosse bastante consciente e presente em sua rotina na

disciplina de Sociologia.

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A produção dessa pesquisa contemplou a investigação das contribuições das

Comunidades Virtuais de Aprendizagem e da Metodologia de Projetos no processo

de ensino e aprendizagem de Sociologia.

A maioria das hipóteses iniciais foi posta em cheque pelo transcorrer do

processo e a apresentação de novas relações, principalmente as que envolviam a

construção da aprendizagem significativa. No início do trabalho, não havia a

dimensão da quantidade de trabalho prévio e a formação de um contexto favorável

para se alcançar essa proposta.

Contudo, as perspectivas acertadas foram o fato de que as Comunidades

Virtuais de Aprendizagem (em grande parte a Internet, nesse caso) estimulam o

interesse e a participação dos estudantes, bem como a Metodologia de Projetos

serem um recorte metodológico favorável a sua organização para os estudos.

Ambas favoreceram maior proximidade das atividades de sala de aula e os

conteúdos a rotina do grupo analisado, provocando a possibilidade de formação de

novas relações a outros saberes e a formação de uma "totalidade" do processo.

A significatividade da aprendizagem e da construção do conhecimento que

levam a autonomia, criticidade e protagonismo continuam como desafio, um desafio

que deve ser motivador e estimulante ao docente buscar seus caminhos e

alternativas para conseguir conquistá-lo.

Alcançar esse objetivo não deve ser deslocado de outros anseios, Bauman

(2011) relaciona a necessidade da Sociologia no mundo atual, que também deveria

ser a da própria escola: "A Sociologia é mais necessária que nunca" (p. 241), pois

"se endereça a indivíduos que escolhem livremente e têm por seu objetivo

aperfeiçoar e reforçar a liberdade de escolha" (p. 242) e, portanto "Fazer e escrever

sociologia têm por objetivo revelar a possibilidade de viver em conjunto de modo

diferente com menos miséria ou sem miséria (...)" (p. 246)

Devemos fazer da nossa sala de aula um constante "laboratório de

experiências pedagógicas" (PEREIRA, 2009, p.13) ao ponto que os estudantes

compreendam "(...) que os cheiros, os gestos, as gírias, as tensões e conflitos, as

lágrimas e alegrias, enfim, o drama concreto de seus pares é em grande medida

resultante de uma configuração específica de seu mundo (...)" (SARANDY, 2004,

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p.130) e possam utilizar esse entendimento e discernimento de maneira a intervir em

seu contexto/sociedade, tomando para si a posição de sujeitos históricos e

construtores do mundo que desejam viver.

Finalizo esse trabalho com um conjunto de experiência que também me torna

uma professora e pesquisadora mais consciente dos meus próprios objetivos com a

Sociologia e a Escola, sem a práxis desenvolvida, não seria possível aprofundar e

embasar tantas questões.

Entre tantas limitações e dificuldades, abrem-se paradoxalmente (ou não)

possibilidades futuras nesse processo, justamente por haver a chance de melhorar,

ajustar e corrigir aquilo que está ao alcance, fruto da reflexão do período anterior.

Por isso, por mais trabalhoso e angustiante que um processo de inovação possa ser,

é apenas com a capacidade de ousar e criar que uma educação de qualidade pode

existir, sem o movimento de reflexão e ação no espaço escolar dificilmente se rompe

com a reprodução da educação tradicional.

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REFERÊNCIAS

ANASTASIOU, L. G. C.; ALVES, L. P. Processos de ensinagem na universidade: pressupostos para as estratégias de trabalho em aula. UNIVILLE, 2006. ISBN 9788587977151. Disponível em : < http://books.google.com.br/books?id=oYhtMQAACAAJ >. BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1977. BASSANI, Patrícia. Análise do processo de formação de comunidades virtuais

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Iberoamericana de Educación / Revista Ibero-americana de Educação, n.º 53/4 -

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Page 74: Tcc final revisado

ANEXOS

ANEXO 1 - MATERIAIS DAS AULAS

Anexo 1.1 - Aula 11/06

São direitos sociais...

Segundo a Constituição Brasileira: "Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a

moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e

à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição."

Segundo a Declaração Universal dos Direitos Humanos:

Artigo XXII

Toda pessoa, como membro da sociedade, tem direito à segurança social e à

realização, pelo esforço nacional, pela cooperação internacional e de acordo com a

organização e recursos de cada Estado, dos direitos econômicos, sociais e culturais

indispensáveis à sua dignidade e ao livre desenvolvimento da sua personalidade.

Artigo XXIII

1.Toda pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições

justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego.

2. Toda pessoa, sem qualquer distinção, tem direito a igual remuneração por igual

trabalho.

3. Toda pessoa que trabalhe tem direito a uma remuneração justa e satisfatória

(Segundo DIEESE, salário mínimo deveria ser 2.383,28 para alcançar todas as

necessidades dos trabalhadores), que lhe assegure, assim como à sua família, uma

existência compatível com a dignidade humana, e a que se acrescentarão, se

necessário, outros meios de proteção social.

4. Toda pessoa tem direito a organizar sindicatos e neles ingressar para proteção de

seus interesses.

Artigo XXIV

Page 75: Tcc final revisado

Toda pessoa tem direito a repouso e lazer, inclusive a limitação razoável das horas

de trabalho e férias periódicas remuneradas.

Artigo XXV

1. Toda pessoa tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua

família saúde e bem estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados

médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito à segurança em caso de

desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios

de subsistência fora de seu controle.

2. A maternidade e a infância têm direito a cuidados e assistência especiais. Todas

as crianças nascidas dentro ou fora do matrimônio, gozarão da mesma proteção

social.

Artigo XXVI

1. Toda pessoa tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos graus elementares e fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A

instrução técnico-profissional será acessível a todos, bem como a instrução superior,

esta baseada no mérito.

2. A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade

humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades

fundamentais. A instrução promoverá a compreensão, a tolerância e a amizade entre

todas as nações e grupos raciais ou religiosos, e coadjuvará as atividades das

Nações Unidas em prol da manutenção da paz.

3. Os pais têm prioridade de direito n escolha do gênero de instrução que será

ministrada a seus filhos.

Artigo XXVII

1. Toda pessoa tem o direito de participar livremente da vida cultural da

comunidade, de fruir as artes e de participar do processo científico e de seus

benefícios.

2. Toda pessoa tem direito à proteção dos interesses morais e materiais decorrentes

de qualquer produção científica, literária ou artística da qual seja autor.

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Anexo 1.2 - Materiais Aula 18/06

Figura 1 - Diferenciando Direitos Sociais

Fonte: A autora (2012)

Direitos Sociais fazem parte dos Direitos Humanos, podemos dizer que o conjunto dos direitos são

compostos por diferentes partes, de diferentes objetivos, apesar de todos terem o foco comum de

assegurar um patamar mínimo e digno de vida.

Se os Direitos Civis protegem as liberdades e igualdades individuais, os Sociais prezam pelas esferas

coletivas dos indivíduos que diz respeito a qualidade de vida da sociedade.

Os Direitos Sociais são fruto das lutas por condições dignas de trabalho e salário justo do século XIX. Muito

se conquistou e ainda precisa ser feitos. Direitos são constantes conquistas dos indivíduos. Em geral essas conquistas seguiram o caminho dos indivíduos (civil), para a sociedade (social) e para

a organização (político) mas todos são complementares e exigem-se mutuamente.

Page 77: Tcc final revisado

Anexo 1.3 - Aula 25/06

A desigualdade originada pela falta de Direitos Humanos é reforçada pela

desigualdade econômica, pois sem uma renda justa, um conjunto de situações se

desenvolve, em geral a falta ou a dificuldade de algo (saúde, educação, moradia). A

desigualdade é fruto de pobreza, e também a reproduz. A concentração de renda,

por sua vez estimula a defesa de direitos de quem já é beneficiado.

Figura 2 - Relacionando Direitos

Fonte: A Autora (2012)

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Anexo 1.4 - Aula 02/07

Figura 3 - Sacou

Fonte: Disponível em <http://antisocialpact.files.wordpress.com/2011/05/sacou_capitalismo21.gif>.

Acesso em ago, 2012.

Page 79: Tcc final revisado

De onde vêm a Pobreza?

A pobreza é um conjunto de deficiências que faz com que os indivíduos não tenham

condições plenas de viver pois há a falta de algum tipo de recurso (alimentação, saúde, educação, cultura,

trabalho...).

A concentração de renda é um dos fatores principais para a continuidade das desigualdades e

consequentemente da pobreza. No momento em que há uma parcela da população que corresponde no

máximo a 5% do total, e controla cerca de 80% da riqueza do país, ela consegue controlar facilmente

outras esferas como a política e a cultural, reproduzindo uma situação injusta. É nessa injustiça que está o

lucro que mantém a ordem das coisas.

Um país em crescimento e desenvolvimento, não quer dizer que é um país justo e igualitário,

o que o Brasil representa muito bem. Convivemos com realidades extremas lado a lado. A falta de um lado é

a abundância do outro.

O sistema econômico existente também valoriza e estimula a concorrência e a acumulação de

riquezas entre os competidores (em geral, os 5%), portanto, por mais que consideremos a pobreza e as

situações precárias de vida condenáveis, a própria economia não pressupõem seu

desaparecimento, o máximo são tentativas para não as torná-las tão visíveis e/ou gritantes.

Page 80: Tcc final revisado

Anexo 1.5 - 09/07

Figura 4 - Pirâmide Capitalista

Fonte: Disponível em <http://www.poracaso.com/wp-content/uploads/2012/05/diplo-como-as-coisas-

funcionam1.jpg >. Acesso em ago, 2012.

Concentração de renda produz P__________ que gera D______________.

Situações Desiguais violam os D___________ H______________ colaborando para I______________. O C________________ organiza isso em um S____________ econômico, político e cultural.

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Anexo 1.6 - Aula 30/07

Fonte: A autora (2012)

Políticas Sociais e Distribuição de Renda

Se o sistema social que vivemos concentra renda, direitos e privilégios, criam-se mecanismos que o

tornem menos desiguais.

Políticas Sociais são alternativas de pequenas melhoras nas condições de vida das pessoas que se

originam no Estado. Em geral se configuram em programas e benefícios com o objetivo de garantir

maior justiça na distribuição dos direitos sociais.

O Bolsa Família é o programa mais importante nesse sentido que existe atualmente. Através do

cadastramento único se identifica as condições e necessidades da família, podendo chegar a

transferência direta de até 240 reais para famílias que ganhem um salário mínimo por pessoa.

É uma política social imediata e a curto prazo para evitar a reprodução do ciclo de pobreza

garantindo o básico por família. O Bolsa Família é responsável pelo aumento do poder de consumo

dos mais empobrecidos, sendo um dos motivos para a manutenção do crescimento do país.

Políticas Sociais não mudam a estrutura social, apenas atenua os efeitos da desigualdade.

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Anexo 1.7 - Aula 06/08

Figura 5 - Cruzadinha de Revisão

Fonte: A Autora (2012) com EclipseCrossword

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Anexo 1.8 - Aula 13/08

Problemas sociais são violações dos ______________________. Esses problemas não são isolados, ___________________________ produz Pobreza, que é geradora de ___________________________.

Quanto maior a Concentração de Renda, menor é o

_____________________ e maior é a ___________________________. Serviços públicos precários (educação, _________________, segurança), uso de ____________ e situações de _____________ são consequencias da pobreza.

___________________________ produz oportunidades diferentes entre os grupos sociais, o que muitas vezes nem o estudo e o trabalho compensam. Por isso diferentes ____________________ tentam corrigir tais distorções.

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Anexo 1.9 - Aula 20/08 EMEF PAULO BECK

AVALIAÇÃO DE SOCIOLOGIA PROFA. EDUARDA

II TRIMESTRE

1) Marque V para Verdadeiro e F para falso.

( ) Direitos Sociais são as garantias mínimas da qualidade de vida em sociedade ( ) O sistema capitalista produz desigualdades ( ) A mobilidade social é sempre conquistada por trabalho e estudo ( ) Os problemas sociais existem por que as pessoas não se esforçam para superá-los ( ) Combater a concentração de renda excessiva é um dos objetivos das Políticas Sociais

2) O Brasil é o 6º país em PIB (produção de riqueza) e o 76º no IDH (qualidade de vida).

Explique por que possuímos uma desigualdade social tão grande em nosso país. _________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

3) Vivemos um período de greves em diferentes profissões, são 28 categorias em paralisação reivindicando salários e condições de trabalho melhores. O que pode acontecer quando os indivíduos não recebem uma remuneração digna por seu trabalho?_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________ ________ 4) A moradia é um dos direitos sociais mostrados na figura abaixo.

a) Qual o problema social existente nela?

_______________________________________

_______________________________________

_______________________________________ b) Esse problema pode gerar outros

problemas? Exemplifique. _______________________________________ _______________________________________

_______________________________________

_______________________________________

5) Qual a importância de políticas sociais como o Bolsa Família?

____________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________

6) Na sua opinião, qual das duas afirmações está mais correta: "A pobreza gera pobres"

ou "Os pobres é que fazem a pobreza existir?" Por quê?

7) A partir das questões que envolvem a desigualdade e a concentração de renda, podemos entender por que Direitos Sociais (e Humanos de forma geral), muitas vezes estão na lei mas não estão na prática?

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Cooperativismo e Justiça Social

Em um mundo com tantas Desigualdades e Injustiças, seria improvável que as pessoas

não buscassem alternativas por si próprias - sem depender do Estado ou dos patrões - que

busquem o bem comum, o respeito a vida (social e ambiental), menos exploração e mais

igualdade entre todos, respeitado as diferenças regionais e locais.

Um desses movimentos, que também vem se

recebendo maior incentivo estatal, é o

Cooperativismo. Uma cooperativa é uma

organização de pessoas que trabalham juntas,

produz determinado bem, possuem os mesmos

ganhos e todas são responsáveis pela garantia

do processo produtivo. Muitas empresas falidas

já foram "recuperadas" a partir da organização

cooperada.

As cooperativas, em conjunto com outras iniciativas que tem como princípio a Solidariedade ao

invés da Competição, tem potencial de organizar a economia de uma maneira diferente, mais

justa e igualitária. Através do Consumo Consciente - comprar aquilo que precisa de

empreendimento que não produzem injustiças - essas organizações buscam chamar atenção para a

sua maneira de produzir e distribuir.

Atualmente, é consenso a preocupação com os problemas sociais, contudo, o enfrentamento deles

ainda é visto como responsabilidade individual, ignorando que as causas dessas questões são estruturais e

necessitam e organização coletiva.

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ANEXO 2 - MODELO DE ROTEIRO DE PESQUISA

Roteiro de Pesquisa

Tema: Importância do tema:

O que estudar desse tema (Problema de Estudo): Qual a pergunta que motivou o grupo a pesquisar?

Por que é importante pesquisar esse problema? Quais são os assuntos que o grupo poderia pesquisar que auxiliaria o entendimento desse problema?

1. 2.

3. 4.

5. 6.

Cronograma do Grupo

Datas O que/Onde precisamos Quem faz o que

pesquisar

25/06

02/07 09/07

Page 87: Tcc final revisado

Anexo 2.1 - Exemplo de Roteiro de Pesquisa

Roteiro de Pesquisa

Tema: Educação

Importância do tema: Auxilia as pessoas a alcançarem seus objetivos

O que estudar desse tema (Problema de Estudo): Estrutura da Escola

Qual a pergunta que motiva o grupo a pesquisar? Por que as aulas são chatas? Por que é importante pesquisar esse problema? Melhorar a qualidade das aulas e da educação.

Quais são os assuntos que o grupo poderia pesquisar que auxiliaria o entendimento desse problema? 1. Origem da escola

2. Estrutura escolar segundo a legislação 3. Funcionamento da escola que estudo

4. Formação dos professores

Cronograma do Grupo

Datas

25/06 02/07

O que/Onde precisamos

pesquisar

Origem da escola livros,

revistas, internet

Estrutura da escola

documentos e legislação

Quem faz o que

A: pesquisa em livros de

história

B: pesquisa em livros de

educação

C: pesquisa em revistas de

educação

D: pesquisa na internet

Todos lêem a LDB e procuram

informações no site do MEC e

SMED/SL

07 Funcionamento da escola que A e B: lêem e resumem o PPP

estudo C e D: Entrevistam professores

Formação dos professores

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Anexo 2.2 - Roteiro de pesquisa (Grupo sobre a Fome)

Roteiro de Pesquisa

Tema: Alimentação Importância do tema: Ajudar a se alimentar-se bem O que estudar desse tema (Problema de Estudo): Fome Qual a pergunta que motivou o grupo a pesquisar? Por que as pessoas passam fome?

Por que é importante pesquisar esse problema? Por que muitas vezes as pessoas não tem o que

comer

Quais são os assuntos que o grupo poderia pesquisar que auxiliaria o entendimento desse

problema?

1. Desnutrição 2. Salário Mínimo 3. Cesta Básica 4. Bolsa Família 5. Concentração de Renda

Cronograma do Grupo

Datas

25/06

02/07

O que/Onde precisamos

pesquisar

Desnutrição

Salário Mínimo e

Concentração de Renda

09/07 Bolsa Família e Cesta Básica

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Anexo 2.3 - Roteiro de pesquisa (Grupo sobre o Salário Mínimo)

Roteiro de Pesquisa

Tema: Trabalho

Importância do tema: o trabalho é importante para você conquistar o que quiser, ter seu próprio dinheiro

ser independente.

O que estudar desse tema (Problema de Estudo): Salário Mínimo

Qual a pergunta que motivou o grupo a pesquisar? Por que o salário mínimo não é de 1.000 reais? Por que é importante pesquisar esse problema? Por que as pessoas trabalham muito e ganham pouco Quais são os assuntos que o grupo poderia pesquisar que auxiliaria o entendimento desse problema?

1. Legislação Trabalhista 2. Seguro Desemprego

3. Salário Mínimo

4. Trabalho Informal

Cronograma do Grupo

Datas

25/06

02/07

O que/Onde precisamos

pesquisar

Legislação Trabalhista - CLT

Seguro Desemprego e Salário

Mínimo - Internet

09/07 Trabalho Informal - Livros

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Anexo 2.3 - Roteiro de Pesquisa do sobre a Diferença Salarial

Roteiro de Pesquisa

Tema: Desigualdade

Importância do tema: Por causa da diferença salarial, uns ganhando salarios altos, e outros

ganhando salarios baixos

O que estudar desse tema (Problema de Estudo): a diferença salarial Qual a pergunta que motivou o grupo a pesquisar? por que tem diferença de salario? Por que é importante pesquisar esse problema? para saber o por que das diferenças salariais.

Quais são os assuntos que o grupo poderia pesquisar que auxiliaria o entendimento desse

problema?

1. Lugar que a pessoa vive 2. Família 3. Diferença entre serviços 4. Oportunidades de trabalho

Cronograma do Grupo

Datas O que precisamos pesquisar

25/06 Estudo

02/07 Condições de trabalho

09/07 Trabalho e Estudo

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Anexo 2.6 - Roteiro de Pesquisa (Grupo sobre as Drogas)1

Roteiro de Pesquisa

Tema: Drogas

Importância do tema:

Importante estudo para

saber como alertar as

pessoas a não usarem

drogas e ter 1

Roteiro do educando de Inclusão

Page 92: Tcc final revisado

conhecimento do mal

que causam à saúde.

O que estudar desse

tema (Problema de

Estudo): Efeito das

drogas

Qual a pergunta que

motivou o grupo a

pesquisar? Quais são

os males que o craque

Page 93: Tcc final revisado

desenvolve no

organismo?

Por que é importante

pesquisar esse problema?

Entender o mal a saúde e

por que as pessoas não

podem usar.

Quais são os assuntos que o

grupo poderia pesquisar

que auxiliaria o

Page 94: Tcc final revisado

entendimento desse

problema?

1. O que são drogas

2. Crack

3.Oxi

Datas

09/06

16/06

23/07

Cronograma

O que

precisamos

pesquisar

O que são

drogas

Crack

Oxi

Onde pesquisar

Internet e livros

Internet e livros

Internet e livros

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ANEXO 3 - MODELO PARA ORGANIZAÇÃO DOS DADOS

Organizando as Informações

Para completar a tabela abaixo siga os seguintes passos:

1. Leia os materiais da aula do dia indicado (no caderno e no Orkut) 2.

Anote aquilo que achar importante desse conteúdo

3. Escreva de que forma esse conteúdo pode responder o problema definido pelo grupo

11/06 - Direitos Sociais 18/06 - Direitos Sociais 25/06 - Desigualdade Social

02/07 - Pobreza e 02/07 - Concentração de 30/07 - Consumo e

Concentração de Renda Renda e Mobilidade Social Crescimento

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Anexo 3.1 - Organizador de Informações (Inclusão)

A questão das

drogas é um

problema social

que corresponde a

alguns direitos

sociais mal

garantidos.

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Educação, Saúde e

Segurança se envolvem

na questão das Drogas?

(Para auxiliar a

responder: Onde

aprendemos sobre o

uso de Drogas?

O que acontece com os

usuários?)

Page 98: Tcc final revisado

Site para consulta:

http://eprecisomud

ar.com.br/

Ocorrem

injustiças por

causa do uso de

Drogas?

Page 99: Tcc final revisado

Cite 3 motivos

que indiquem o

por que da

presença tão

grande das

Drogas em bairros

pobres.

Page 100: Tcc final revisado

ANEXO 4 - TRABALHOS

Anexo 4.1 - Modelo para o Trabalho

Para escrever o trabalho utilize o Roteiro de Pesquisa, o Organizador de Informações, o

Caderno, as Informações Pesquisadas, e o Material de Apoio utilizado no Laboratório que está na

comunidade do Orkut.

Siga a estrutura de trabalho abaixo, completando as lacunas com as informações

referentes a pesquisa do grupo.

O nosso grupo pesquisou sobre o tema ____________________ por que considera que

seja importante estudá-lo pois ________________________________, a partir desse tema

definimos nosso problema de estudo como ____________________________ e guiamos a

pesquisa a partir da seguinte pergunta: "_____________________________________". Esse é

um problema atual por que ______________________________________________.

Nossa hipótese ao iniciar o trabalho foi a de que

___________________________________.

Com o problema definido, escolhemos os seguintes assuntos para explorarmos ele:

O assunto _____________________ foi pesquisado em/na/no

________________________ por ___________________. Nessa busca descobrimos que

___________________________________________________.

Através dos conteúdos e atividades de Direitos Sociais, Desigualdade e Pobreza

conseguimos entender que a existência do nosso problema de pesquisa é explicado pelo fato

________________________________________________________________________.

Por isso, podemos concluir que

_____________________________________________________________________________.

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Anexo 4.2 - Trabalho do Grupo sobre a Fome

O nosso grupo pesquisou sobre o tema alimentação por que considera que seja importante

estudá-lo pois pode ajudar a alimentar-se bem, e guiamos a pesquisa a partir da seguinte

pergunta: "por que as pessoas passam fome?". Esse é um problema atual por que porque

muitas vezes as pessoas não tem o que comer.

Nossa hipótese ao iniciar o trabalho foi a de haver desigualdade na concentração de renda

para comprar comida.

Com o problema definido, escolhemos os seguintes assuntos para explorarmos ele:

O assunto Desnutrição foi pesquisado na internet por A e B. Nessa busca descobrimos que

a maioria das pessoas passam fome por não ter uma renda padronizada e que tem pessoas que

esbanjam comida tendo gente que não tem o que comer.

O assunto Concentração de Renda e Salário Mínimo foi pesquisado na internet por C e D.

Nessa busca descobrimos que salario mínimo são direitos dos trabalhadores urbanos e rurais que

buscam melhorar sua condição social e a concentração de renda é o processo pelo qual a renda

vem do lucro do salário, da empresa para um grupo privilegiado de pessoas. A concentração de

renda é medida formado pelos 10% mais ricos da população recebe em comparação ao grupo dos

10% mais pobres.

O assunto bolsa família e cesta básica foi pesquisado em/ na internet por E e F. (Não foi

pesquisado)

Através dos conteúdos e atividades de Direitos Sociais, Desigualdade e Pobreza

conseguimos entender que a existência do nosso problema de pesquisa é explicado pelo fato de

má distribuição de renda que faz as pessoas passarem fome porque não conseguem um bom

emprego.

Por isso, podemos concluir que se todas as pessoas ganhasse a mesma renda não

passariam fome e teriam o mesmo padrão de vida.

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Anexo 4.3 - Trabalho do Grupo sobre a Qualidade do Sistema de Saúde Pública

O nosso grupo pesquisou sobre o tema Saúde Pública por que considera que seja importante

estudá-lo pois onde moramos o atendimento está muito precário.

A partir desse tema definimos nosso problema de estudo como Qualidade do Serviços em Saúde,

e guiamos a pesquisa a partir da seguinte pergunta: "Por que é assim, e o que deve ser feito para

mudar?". Esse é um problema atual por que o vemos diariamente, postos de saude lotados,

pessoas madrugando para conseguir atendimento médico.

Nossa hipótese ao iniciar o trabalho foi a de que tem muitos problemas e poucas soluções.

Com o problema definido, escolhemos os seguintes assuntos para explorarmos ele:

O assunto falta de pessoas qualificadas para atendimento médico foi pesquisado na internet por

pelo grupo. Nessa busca descobrimos que muitas pessoas deixam de ser atendidas por falta de

médico qualificado para o atendimento necessário.

Através dos conteúdos e atividades de Direitos Sociais, Desigualdade e Pobreza conseguimos

entender que a existência do nosso problema de pesquisa é explicado pelo fato de que Pessoas

pobres tem mais dificuldade em ter acesso a saúde.

Por isso, podemos concluir que precisamos de soluções para este problema que afeta tanto as

pessoas ,principalmente pessoas mais pobres, e que é tão importante...Afinal estamos falando de

vida humana.

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Anexo 4.4 - Trabalho do Grupo sobre a Diferença Salarial

O nosso grupo pesquisou sobre o tema da Desigualdade por que considera que seja importante

estudá-lo por causa da desigualdade, a partir desse tema definimos nosso problema de estudo

como a diferença salarial e guiamos a pesquisa a partir da seguinte pergunta: Por que muitos

trabalham pouco e ganham muito?. Esse é um problema atual por que muitos não estudam.

Nossa hipótese é que poucos ganham muito e muitos ganham pouco.

Com o problema definido, escolhemos os seguintes assuntos para explorarmos ele:

O assunto Desigualdade foi pesquisado na internet pelo grupo. Nessa busca descobrimos que

muitas pessoas são discriminadas.

Através dos conteúdos e atividades de Direitos Sociais, Desigualdade e Pobreza conseguimos

entender que a existência do nosso problema de pesquisa é explicado pelo fato de que muitas

pessoas são descriminadas e não tem estudam o suficiente para um emprego bom, mas que o

bolsa família ajuda as pessoas que não tem condições.

Por isso, podemos concluir que que as pessoas devem estudar para ter um emprego melhor.

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Anexo 4.5 - Trabalho do Grupo sobre o Salário Mínimo

O nosso grupo pesquisou sobre o tema Trabalho por que considera que seja importante estudá-lo

pois há muita desigualdade social e nos queremos que as pessoas tenham um salario melhor. A

partir desse tema definimos nosso problema de estudo como Salário Mínimo e guiamos a

pesquisa a partir da seguinte pergunta: Porque o salario mínimo não é de 1000 reais?". Esse é um

problema atual porque muitas pessoas trabalham muito e ganham pouco a doméstica é um

exemplo de trabalhador que trabalha muito e ganha pouco.

Nossa hipótese ao iniciar o trabalho foi a de que as pessoas mereciam ter um salario melhor para

criarem suas famílias e ter uma qualidade de vida melhor.

Com o problema definido, escolhemos os seguintes assuntos para explorarmos ele: Sálario

mínimo, seguro desemprego,trabalho informal e leis trabalhistas.

O assunto trabalho informal foi pesquisado por A na internet. Seguro desemprego foi pesquisado

pela B na internet. Leis Trabalhistas foi pesquisado por C na CLT e salario mínimo foi pesquisado

pela D na internet.Nessa busca descobrimos que "o salario minimo e muito baixo, e ele é um

direito social do trabalhador urbano e rural e deve ser capaz de atender ás necessidades vitais

básicas do trabalhador e de suas família, como moradia,alimentação, e previdência social".

Através dos conteúdos e atividades de Direitos Sociais, Desigualdade e Pobreza conseguimos

entender que a existência do nosso problema de pesquisa é explicado pelo fato de podemos

concluir que a desigualdade social é mais do que imaginamos, e desigualdade social é fruto da

pobreza que a reproduz.

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Anexo 4.6 - Trabalho do Grupo sobre as Drogas

1. O QUE MOTIVOU A PESQUISA?

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ANEXO 5 - QUESTIONÁRIOS

Anexo 5.1 - Questionário sobre acesso a Internet

Quantos anos você têm?

• 13

• 14 • 15

• 16 • 17

• 18

Qual seu sexo?

• Feminino

• Masculino

Você já repetiu de ano?

• Não

• Sim, repeti 1 vez

• Sim, repeti 2 vezes

• Sim, repeti 3 vezes

Você trabalha?

• Não

• Sim, auxílio serviço de algum familiar (comércio, construção...)

• Sim, faço estágio

Onde você mais acessa a Internet?

• Na escola

• Na lan house

• Em casa

• Na casa de amigos

Quantas vezes por semana você acessa a internet?

• Só fim de semana

• 1 ou 2 dias por semana

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• 3 ou 4 dias por semana

• Todos os dias

• Não costumo acessar

O que você mais faz quando entra na Internet?

• Orkut/Facebook

• Ver vídeos

• Ouvir música

• Jogar

• Sites de esportes, de notícias, de celebridades...

• Converso com os amigos

• Pesquisa para escola

Durante o seu tempo livre, quais das opções abaixo você faz?

• Ver TV

• Ouvir música

• Andar de bicicleta ou jogar bola

• Ajudar em casa (limpar, cuidar de irmãos menores...)

• Ler

• Sair com os amigos

• Ir no shopping

• Ir no cinema •

Cursos •

Internet

Anexo 5.2 - Questionário de Avaliação do Projeto

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1) Para passar de ano, considero Sociologia: ( ) Fácil ( ) Normal ( ) Difícil 2) Para entender, considero Sociologia: ( ) Fácil ( ) Normal ( ) Difícil 3) Sobre a qualidade do laboratório (velocidade da internet, estado dos computadores...) você considera: ( ) Insatisfatória (I) ( ) Satisfatória (S) ( ) Muito Satisfatória (MS) 4) Gosto de ir para o laboratório para: ( ) Orkut/Msn ( ) Jogar ( ) Olhar sites que gosto ( ) Passar o tempo da aula mais rápido

5) Você considera que é melhor aprender/entender com os trabalhos feitos no laboratório (todas disciplinas)? ( ) Sim ( ) Não 6) Devemos continuar indo ao Laboratório para fazer atividades de aula? (Sociologia) ( ) Sim ( ) Não 7) A página do NING e a comunidade do Orkut ajudaram na hora da pesquisa? ( ) Sim ( ) Não ( ) Um pouco 8) Devemos continuar usando redes sociais como um espaço da turma? ( ) Sim, apenas durante as aulas ( ) Sim, nas aulas e em casa ( ) Não

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9)Você prefere trabalho em grupo ou individual? ( ) Grupo ( ) Individual 10) Você acha que pesquisar auxilia o entendimento do conteúdo? ( ) Sim ( ) Não ( ) Um pouco 11) O trimestre foi diferente por ter uma pesquisa durante essas aulas? ( ) Sim, ficou mais interessante ( ) Sim, deixou a aula mais dinâmica ( ) Sim, foi diferente mas o motivo foi o laboratório ( ) Não, continuou a mesma coisa ( ) Não, só deu mais trabalho 12) Devemos fazer uma nova pesquisa no próximo trimestre (outros temas)? ( ) Sim ( ) Não 13) Você descobriu novos recursos na internet ou ferramentas de sites que já acessava? ( ) Sim, usamos recursos novos ( ) Sim, entendi a mexer melhor nos sites que já acessava ( ) Não, tudo o que usamos e fizemos já conhecia/sabia 14) A pesquisa e a internet auxiliaram na hora de se organizar para estudar? ( ) Sim, pois sabia o que tinha que fazer e onde procurar ( ) Sim, por que fomos nós que definimos o que tinha de fazer ( ) Não, por que não estudo fora da escola ( ) Não, por que me envolvi pouco nesse trabalho

15) Dê sua opinião sobre o uso do laboratório e da pesquisa nesse trimeste (O que achou, o que gostou, o que não gostou, o que poderia ser melhor...): _____________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________ _________________________________________

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ANEXO 6 - RESULTADOS DO QUESTIONÁRIO

6.1 Questionário de Perfil e Acesso a Internet

Quantos anos você têm?

• 13: 2 estudantes

• 14: 4 estudantes •

15: 4 estudantes

• Total: 10 estudantes

Qual seu sexo?

• Feminino: 5 estudantes

• Masculino: 5 estudantes

Você já repetiu de ano?

• Não: 5 estudantes

• Sim, repeti 1 vez: 4 estudantes

• Sim, repeti 2 vezes: 1 estudante

Você trabalha?

• Não: 7 estudantes

• Sim, auxílio serviço de algum familiar (comércio, construção...): 3

estudantes

Onde você mais acessa a Internet?

• Na escola: 3 estudantes

• Na lan house: 4 estudantes

• Em casa: 3 estudantes

Quantas vezes por semana você acessa a internet?

• Só fim de semana: 1 estudante

• 1 ou 2 dias por semana: 3 estudantes

• 3 ou 4 dias por semana: 3 estudantes

• Não costumo acessar: 2 estudantes

O que você mais faz quando entra na Internet?

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• Orkut/Facebook: 8 estudantes

• Ver vídeos: 2 estudantes

• Ouvir música: 2 estudantes

• Jogar: 4 estudantes (totalidade masculina)

• Sites de esportes, de notícias, de celebridades: 2 estudantes (totalidade

masculina)

• Converso com os amigos: 4 estudantes

• Pesquisa para escola: 3 estudantes

Durante o seu tempo livre, quais das opções abaixo você faz?

• Ver TV: 5 estudantes

• Ouvir música: 3 estudantes

• Andar de bicicleta ou jogar bola: 2 estudantes (totalidade masculina)

• Ajudar em casa (limpar, cuidar de irmãos menores...): 2 estudantes

(totalidade masculina)

• Sair com os amigos: 2 estudantes

• Ir no shopping: 1 estudantes

• Ir no cinema: 1 estudantes

• Internet: 2 estudantes

* Pergunta respondida por 8 estudantes

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6.2 Questionário de Avaliação do Projeto

1) Para passar de ano, considero Sociologia: ( ) Fácil = 2 estudantes ( ) Normal = 8 ( ) Difícil = 1 estudante 2) Para entender, considero Sociologia: ( ) Fácil = 3 estudantes ( ) Normal = 6 estudantes ( ) Difícil = 2 estudantes

3) Sobre a qualidade do laboratório (velocidade da internet, estado dos computadores...) você considera: ( ) Insatisfatória (I) = 2 estudantes ( ) Satisfatória (S) = 7 estudantes ( ) Muito Satisfatória (MS) = 2 estudantes 4) Gosto de ir para o laboratório para: ( ) Orkut/Msn = 8 estudantes ( ) Jogar = 4 estudantes ( ) Olhar sites que gosto = 2 estudantes ( ) Passar o tempo da aula mais rápido = 1 estudante

5) Você considera que é melhor aprender/entender com os trabalhos feitos no laboratório (todas disciplinas)? ( ) Sim: 10 estudantes ( ) Não: 1 estudante 6) Devemos continuar indo ao Laboratório para fazer atividades de aula? (Sociologia) ( ) Sim: 11 estudantes (totalidade) ( ) Não 7) A página do NING e a comunidade do Orkut ajudaram na hora da pesquisa?

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( ) Sim: 6 estudantes ( ) Não: 1 estudante ( ) Um pouco: 4 estudantes 8) Devemos continuar usando redes sociais como um espaço da turma? ( ) Sim, apenas durante as aulas: 10 estudantes ( ) Sim, nas aulas e em casa: 1 estudante ( ) Não 9)Você prefere trabalho em grupo ou individual? ( ) Grupo: 10 estudantes ( ) Individual: 1 estudante 10) Você acha que pesquisar auxilia o entendimento do conteúdo? ( ) Sim: 9 estudantes ( ) Não: 2 estudantes ( ) Um pouco

11) O trimestre foi diferente por ter uma pesquisa durante essas aulas? ( ) Sim, ficou mais interessante: 6 estudantes ( ) Sim, deixou a aula mais dinâmica ( ) Sim, foi diferente mas o motivo foi o laboratório: 5 estudantes ( ) Não, continuou a mesma coisa ( ) Não, só deu mais trabalho 12) Devemos fazer uma nova pesquisa no próximo trimestre (outros temas)? ( ) Sim: 11 estudantes (totalidade) ( ) Não

13) Você descobriu novos recursos na internet ou ferramentas de sites que já acessava? ( ) Sim, usamos recursos novos : 9 estudantes ( ) Sim, entendi a mexer melhor nos sites que já acessava: 1 estudante

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( ) Não, tudo o que usamos e fizemos já conhecia/sabia: 1 estudante

14) A pesquisa e a internet auxiliaram na hora de se organizar para estudar? ( ) Sim, pois sabia o que tinha que fazer e onde procurar: 7 estudantes ( ) Sim, por que fomos nós que definimos o que tinha de fazer: 2 estudantes ( ) Não, por que não estudo fora da escola: 1 estudante ( ) Não, por que me envolvi pouco nesse trabalho: 1 estudantes

15) Dê sua opinião sobre o uso do laboratório e da pesquisa nesse trimeste (O que achou, o que gostou, o que não gostou, o que poderia ser melhor...):

"Eu gostei, a aula ficou d+, bjos!" "Achei legal, gostei de mexer no computador, gostei de tudo, bjos!" "Não gostei muito, melhora o uso do laboratório com coisas interessantes que os jovens gostam" "Eu acho que o laboratório é bom para trabalho e fazer trabalhos eu gosto de fazer no laboratório. Fazer mais trabalhos no laboratório" "Acho que poderíamos continuar indo no laboratório, é melhor que ficar em sala" "Achei legal, por que conheci outros sites, que é muito pouco tempo no laboratório, ter mais tempo lá" "O laboratório é satisfatório, mas está bom, da para fazer pesquisa, e da pesquisa foi muito legal, e ajudou a entender melhor" "É bom e divertido deveríamos ter aula no laboratório todas as aulas de sociologia pesquisando temas e não só jogando" "Sobre o uso do laboratório e da pesquisa nesse trimestre eu achei legal e importante, e o que eu não gostei foi dos textos e que por mim poderia continuar assim" "Foi mais fácil aprender. Gostei de utilizar as redes sociais para fazer o trabalho. Não gostei por que a internet era muito lenta e trancava. Poderíamos ir mais vezes no laboratório." (2x - respostas repetidas/copiadas)