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Universidade Anhanguera-Uniderp Rede de Ensino Luiz Flávio Gomes ANÁLISE DO IMPACTO NO BALANÇO E INDICADORES FUNDAMENTALISTAS DA PETROBRÁS NA CRISE FINANCEIRA DE 2008 RAFAEL ALCESTE BERRI

TCC - Segunda Versão - 2012-07-02

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Universidade Anhanguera-UniderpRede de Ensino Luiz Flávio Gomes

ANÁLISE DO IMPACTO NO BALANÇO E INDICADORES FUNDAMENTALISTAS DA PETROBRÁS NA CRISE FINANCEIRA DE

2008

RAFAEL ALCESTE BERRI

JARAGUÁ DO SUL/SC

2012

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RAFAEL ALCESTE BERRI

ANÁLISE DO IMPACTO NO BALANÇO E INDICADORES FUNDAMENTALISTAS DA

PETROBRÁS NA CRISE FINANCEIRA DE 2008

Monografia apresentada ao Curso de Pós-

Graduação Lato Sensu TeleVirtual como

requisito parcial à obtenção do grau de

especialista em [inserir nome do curso].

Universidade Anhanguera-Uniderp

Rede de Ensino Luiz Flávio Gomes

Orientador: Prof. Jureni Paiva Gonçalves Bisp

JARAGUÁ DO SUL – (SC)

2012

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DEDICATÓRIA

A Deus, por todo sustento e graça concedidos.A minha família, pelo apoio e compreensão,amo vocês!

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EPÍGRAFE

“Nós somos o quê repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito”.(Aristóteles)

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RESUMO

A crise financeira de 2008 foi um marco para todos os acionistas. Alguns até cogitam comparar esta crise com a grande depressão ocorrida nos Estados Unidos em 1929. Todas as empresas listadas na bolsa foram muito afetas e os mercados financeiros do mundo foram abalados. Esta pesquisa apresenta quais foram às decisões do conselho da Petrobras para tentar minimizar a crise. Os objetivos que foram atingidos. As principais mudanças ocorridas na empresa nesse período. Foi feito ainda um breve estudo dos indicadores fundamentalistas para estimar eventuais mudanças. Objeto de pesquisa para comparação levaram em conta os meses de Janeiro e Dezembro de 2008, tanto se tratando de indicadores ou balanço.

Palavras-chave: Crise, Petrobras, Investimento, Risco.

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ABSTRACT

The financial crisis of 2008 was a mark for all shareholders. Some even set their minds to compare this crisis with the big depression in the United States in 1929. All companies listed on the stock exchange were greatly affected by leprosy and the world's financial markets have been shaken. This research shows what were the decisions of the Petrobras’ directors for attempting to minimize the crisis. Show the goals have been achieved and the main changes in the company during this period. It was made even a brief study of fundamentalist indicators to estimate possible changes. Search object for comparison took into account the months of January and December 2008, both when it comes to indicators or balance.

Keywords: Crisis, Petrobras, Investment, Risk.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Demonstração do Fluxo de Caixa...........................................................21

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Demonstração do Resultado do Exercício..............................................23

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LISTAS DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CF – Custos Fixos

CIDE – Contribuição sobre Combustíveis (Imposto)

CT – Custo Total

CV – Custo Variável

DF – Despesas Fixas

DRE – Demostração de Resultados

DT – Despesa Total

DV – Despesa Variável

ISE – Índice de Sustentabilidade Empresarial

PEC – Ponto de Equilíbrio Contábil

PIW – Petroleum Intelligence Weekly

RT – Receita Total

SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

TIR – Taxa Interna de Retorno

VPL – Valor Presente Líquido

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SUMÁRIO

DEDICATÓRIA................................................................................................................ 3

EPÍGRAFE ..................................................................................................................4

RESUMO ..................................................................................................................5

ABSTRACT ..................................................................................................................6

LISTA DE FIGURAS........................................................................................................7

LISTA DE TABELAS.......................................................................................................8

LISTAS DE ABREVIATURAS E SIGLAS.......................................................................9

INTRODUÇÃO...............................................................................................................12

1. PROBLEMA DE PESQUISA.................................................................................13

2. OBJETIVO............................................................................................................14

3. METODOLOGIA...................................................................................................15

4. REFERENCIAL TEÓRICO....................................................................................16

4.1. ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA........................................................................16

4.2. INVESTIMENTOS...............................................................................................17

4.3. RISCOS...............................................................................................................17

4.4. PONTO DE EQUILÍBRIO....................................................................................18

4.5. LUCRATIVIDADE................................................................................................19

4.6. RENTABILIDADE................................................................................................20

4.7. PRAZO DE RETORNO.......................................................................................20

4.8. FLUXO DE CAIXA...............................................................................................21

4.9. DRE (DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS)...................................................22

4.10. VALOR PRESENTE LÍQUIDO (VPL)..............................................................24

4.11. TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR).............................................................24

4.12. ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA DE INVESTIMENTO.........................25

5. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO...............................................................26

5.1. PETROBRAS DE 2008.......................................................................................26

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5.2. MUDANÇAS NA VISÃO DOS GESTORES DA EMPRESA................................29

5.3. INDICADORES...................................................................................................31

5.4. ALTERAÇÕES NO MERCADO PETROBRAS...................................................33

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................39

7. REFERÊNCIAS.....................................................................................................40

TERMO DE ISENÇÃO DE RESPONSABILIDADE........................................................42

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INTRODUÇÃO

Desde a estabilização econômica de 1994 o mercado brasileiro de capitais

mostrou um rápido crescimento. Certamente, este aumento, deve-se também a ações

governamentais de incentivo, como por exemplo, a possibilidade de usar o FGTS-

Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, na aquisição de ações da Vale do Rio Doce

ou Petrobrás, por pessoas físicas. Com essas iniciativas facilitou-se o acesso ao

crédito das companhias.

Com a Crise Financeira de 2008 mudou-se este cenário. Investimentos mais

rentáveis com alto grau de risco foram deixados de lado. O pânico assombrou a bolsa

de valores de todo o mundo. De microempresas até mesmo grandes empresas como

Petrobrás e Vale do Rio Doce fizeram-se mudanças internas para se adaptar ao novo

ambiente mais hostil.

Dentro do que se propõem o problema desta pesquisa procurou-se conhecer

“Quais as principais alterações visualizadas na análise fundamentalista da Petrobrás

antes e depois da crise econômica de 2008 estar instalada?”. Para que esta questão

pudesse ser respondida estabeleceu-se como objetivos de pesquisa examinar o

primeiro e o último balanço da PETROBRAS de 2008; bem como refletir sobre as

mudanças que a crise causou na visão dos gestores da empresa, também se verificou

alguns indicadores de 2008 para buscar as principais alterações que a crise causou na

PETROBRAS. Levantando-se ainda as principais decisões tomadas pela Petrobrás

para contornar a crise no balanço de 2008.

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1. PROBLEMA DE PESQUISA

As perguntas específicas que serão abordadas na presente investigação são

as seguintes:

Qual o impacto em uma organização global de uma crise econômica

mundial?

Como uma grande empresa reage a uma piora significativa na conjuntura

mundial?

Quais as principais alterações visualizadas na análise fundamentalista da

Petrobrás antes e depois da crise econômica de 2008 estar instalada?

Quais ações poderiam ter sido tomadas para minimizar a baixa nas ações da

empresa?

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2. OBJETIVO

Os objetivos deste trabalho de conclusão são:

Examinar o primeiro e o último balanço da PETROBRAS de 2008.

Refletir nas mudanças que a crise causou na visão dos gestores da

empresa.

Levantar os indicadores Preço/Lucro, Preço VPA, Pay-out, Dividendo Yield e

Valor de Mercado e compará-los no início de 2008 com o final de 2008.

Refletir/concluir as principais alterações que a crise causou na

PETROBRAS.

Levantar as principais decisões tomadas pela Petrobrás para contornar a

crise no balanço de 2008.

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3. METODOLOGIA

O presente estudo está delimitado aos seguintes aspectos:

Realizar uma revisão da bibliografia existente sobre a crise de 2008 e os

impactos sobre as empresas brasileiras, especialmente as listadas em bolsa

de valores.

Elencar ações tomadas pela Petrobrás na crise, através de:

o Verificação nos balanços de 2008 divulgados aos investidores;

o Pesquisar em revistas e corretoras especializadas

o Buscar em artigos científicos

Posteriormente, as principais decisões tomadas pela cúpula da Petrobrás

serão levantadas e comparar seus efeitos sobre os balanços de 2009.

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4. REFERENCIAL TEÓRICO

4.1. ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

Três de cada dez micros ou pequenas empresas fecham as portas antes de

completar um ano de vida, em cinco anos seis em cada dez estão fora do negócio.

Pode-se ver por aí que é muito arriscado montar um negócio sem bases financeiras

consistentes, pois, no geral a oferta de dinheiro é escassa no Brasil. O empreendedor

brasileiro encontra muitas dificuldades para conseguir empréstimos de instituições

financeiras, pois sempre acaba esbarrando na burocracia e no excesso de tributos, ou

seja, a maior parte dos pequenos negócios já nasce para falir.

Para Chiavenato (2005, p. 214) “o gerenciamento financeiro á a área da

empresa que cuida dos recursos financeiros”. Para o autor, este gerenciamento

preocupa-se com rentabilidade e liquidez, ou seja, fazer com que os recursos

financeiros sejam lucrativos e líquidos ao mesmo tempo.

A administração financeira não pode ter uma metodologia fixa, pois é

possível encontrar diferentes respostas para cada situação. Sendo uma expansão de

capacidade a resposta, pode ser o retorno do investimento incremental. Se for um

projeto associado a um produto novo, a resposta pode ser o preço mínimo obtível para

esse novo produto.

Wernke (2008, p. 4) “... considera a administração financeira como um

conjunto de métodos e técnicas utilizados para gerenciar os recursos financeiros da

entidade, objetivando a maximização do retorno do capital investido pelos acionistas.”

Isto é, o gestor das finanças da organização tem a tarefa de utilizar seu conhecimento

técnico e as ferramentas disponíveis com a finalidade de aumentar a riqueza dos

investidores.

Na visão de Chiavenato (2005) a maioria dos pequenos e médios

empresários costuma administrar custos e finanças de maneira intuitiva, isto porque

não tem formação nestas áreas. A intuição pode proporcionar bons resultados, mas,

quando a empresa começa a crescer é necessário buscar novos conhecimentos e

contratar profissionais especializados para fazer a administração financeira.

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4.2. INVESTIMENTOS

Na visão Bernardi (2004), investimentos são gastos necessários às

atividades produtivas, de administração e de vendas, que irão beneficiar períodos

futuros; portanto, ativos de caráter permanente e de longo prazo, que, por meio de

depreciação ou amortização, irão tornar-se custos ou despesas, dependendo de sua

origem e natureza.

4.3. RISCOS

As decisões empresariais de qualquer natureza carregam elementos de

risco, certeza e incerteza. Essas decisões voltam-se invariavelmente para o futuro, as

interpretações que os tomadores de decisão realizam dos cenários futuros fazem a

diferença entre o sucesso e o fracasso.

Brom e Balian (2007) comentam que no mercado financeiro, muitos são os

exemplos de operações consideradas de baixíssimo risco que acarretam graves

prejuízos. O risco é aferido naquela situação em que, diante de vários resultados dos

possíveis e consequentes de uma decisão financeira, as probabilidades de cada um

acontecer são conhecidas. Define-se o risco quando as probabilidades de fracasso ou

possibilidades de perdas podem ser previamente determinadas.

Os autores acima ainda afirmam que o risco é normalmente estabelecido

pela medida estatística do desvio padrão. Assim, em uma decisão de investimento, por

exemplo, o risco é calculado pela dispersão dos diversos resultados possíveis em

relação ao resultado esperado pelo investidor. Quanto mais elevado o desvio padrão

maior será o risco.

A relação dos investidores perante o risco é variável, alguns aceitam maior

risco e outros não. O variado grau de aversão ao risco dos investidores é que distingue

os mais conservadores (que rejeitam riscos elevados) dos mais agressivos (que

aceitam riscos mais elevados).

Para Brom e Balian (2007, p.32), o risco assumido na tomada de decisão

empresarial pode ser dividido em dois:

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1. Risco não sistemático ou diversificável – trata-se do risco específico ou

próprio de um projeto de investimentos, de uma empresa ou de um

indivíduo, fruto de suas deficiências ou fraquezas. Esse tipo de risco é

passível de redução pela diversificação desses investimentos.

2. Risco sistemático – trata-se do risco trazido por eventos macroeconômicos,

sociais e políticos, ao qual se sujeitam, indistintamente, todas as pessoas

físicas e jurídicas. São eventos que podem representar grandes ameaças,

mas cujas ocorrências independem da vontade ou ação de uma pessoa ou

de uma empresa.

Assim, o risco total de um investimento é composto do risco sistemático

acrescido do risco não sistemático. O risco sistemático incide sobre todo e qualquer

tipo de investimento: de um título financeiro qualquer a uma empresa de qualquer

natureza. O risco não sistemático é dependente das características e do contexto de

cada investimento específico. Assim quanto mais elevado esse risco, maior tende a ser

a exigência de retorno que compense a exposição mais elevada.

4.4. PONTO DE EQUILÍBRIO

Para Dolabela (2006, p. 225) “o ponto de equilíbrio corresponde ao nível de

faturamento para que a empresa possa cobrir, exatamente, seus custos, ou seja, atingir

o lucro operacional igual a zero. Acima do ponto de equilíbrio a empresa terá lucro e,

abaixo dele, incorrerá em prejuízo”.

Ponto de equilíbrio é o valor ou a quantidade que a empresa precisa vender

para cobrir o custo das mercadorias vendidas, as despesas variáveis e as despesas

fixas. No ponto de equilíbrio, a empresa não terá lucro nem prejuízo. (SEBRAE-SP,

2009).

Assim o ponto de equilíbrio equivale ao lucro variável. É a diferença entre o

preço de venda unitário do produto e os custos e despesas variáveis por unidade do

produto. Isto significa que, em cada unidade vendida, a empresa terá o lucro de

um determinado valor. Multiplicado pelo total das vendas, tem-se a contribuição

marginal total do produto para a empresa. Em outras palavras, Ponto de Equilíbrio

significa o faturamento mínimo que a empresa tem que atingir, para que não amargue

um prejuízo, como também não estará conquistando lucro.18

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Segundo Bornia (2002, p.75), “o ponto de equilíbrio, ou ponto de ruptura, é o

nível de vendas em que o lucro é nulo.” O ponto de equilíbrio é encontrado através da

fórmula:

Receita Total = Custos e Despesas Totais RT = CT + DT

CF + DF Q = __________________ PVu – (CVu + DVu)

Onde:

RT= Receita= Volume (Q) multiplicado por um preço unitário (PVU)

CT= Custo Total = Custos Vaiáveis (CV) + Custos Fixos (CF)

DT = Despesa Total= Despesas Variáveis (DV) + Despesas Fixas (DF)

CV = Volume (Q) Multiplicado por um custo Variável

DV= Volume multiplicado por uma Despesa Variável Unitária

CF= Custos Fixos de um período

DF = Despesas Fixas de um período.

Q = Volume Físico de Vendas

O ponto de equilíbrio demonstrado acima é o ponto de equilíbrio

contábil (PEC), ou seja, demonstração contábil das Receitas Totais iguais às

Despesas e Custos Totais.

4.5. LUCRATIVIDADE

É um indicador que demonstra, em percentual, qual é o ganho que sua

empresa consegue gerar sobre o trabalho que desenvolve.

Lucratividade = Lucro Líquido x 100

Receita Mensal

19

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4.6. RENTABILIDADE

Apresenta a velocidade com que o capital por você investido retornará. É um

dos indicadores de atratividade do negócio.

É obtida sob a forma de valor percentual por unidade de tempo (por

exemplo, mês ou ano).

Rentabilidade = Lucro Líquido x 100

Investimento Total

Bruni (2008) argumenta que: na análise financeira do negócio, muito mais

importante que a análise da lucratividade é a análise da rentabilidade, que busca

apresentar os ganhos não em função dos lucros sobre as vendas, mas em função dos

lucros sobre os investimentos feitos no negócio.

4.7. PRAZO DE RETORNO

Os investidores aplicam dinheiro em uma empresa ou em um determinado

projeto com a expectativa de obter retornos também na forma de dinheiro. Antes de

aplicar em qualquer negócio é necessário fazer uma análise de quanto tempo vai levar

para obter retorno sobre o investimento feito.

Segundo Brom e Balian (2007) o Payback refere-se ao tempo necessário

para que um determinado investimento seja recuperado, ou para que retorne ao

investidor.

Motta e Caloba (2002, p. 97) afirmam que, “o Payback é utilizado como

referencia para julgar a atratividade relativa das opções de investimento. Deve ser

encarado com reservas, apenas como um indicador, não servindo para seleção entre

alternativas de investimento.”

Os autores citados acima dizem que o Payback pode ser calculado de forma

simples, pela razão entre investimentos e receitas, por exemplo: se for feito um

investimento de R$20 milhões que gere retornos líquidos anuais de R$5 milhões, a

20

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partir do final do primeiro ano, durante 10 anos. O período de repagamento (Payback)

será calculado pela razão entre investimento e receitas anuais.

Payback = R$20 milhões / (R$5 milhões/ano) = 4 anos

Pode-se analisar que neste exemplo o Payback é de 4 anos, isto é, se

durante 4 anos este investimento tiver um retorno liquido anual de R$ 5 milhões.

4.8. FLUXO DE CAIXA

Na visão de Motta e Caloba (2002) o Fluxo de Caixa do corresponde a todas

as entradas ou disponibilidades de caixas com as saídas. Subtraindo-se as saídas das

entradas, encontra-se o Fluxo de Caixa anual. Sobre este conjunto de valores,

calculados ano a ano, serão calculados indicadores do projeto, tais como a taxa interna

de retorno, o custo anual equivalente e o valor líquido descontando a uma dada taxa de

juros. Pode ser calculado também o Payback do investimento.

Abaixo se tem uma demonstração do fluxo de caixa, que nada mais é que os

recebimentos e pagamentos da empresa:

Figura 1 - Demonstração do Fluxo de Caixa

Fonte: Negócio Certo SEBRAE (2009)

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De acordo com o Negócio Certo SEBRAE de 2009 os objetivos do Fluxo de

Caixa são:

a) Proporcionar o levantamento de recursos financeiros necessários às

operações econômico-financeiras da empresa;

b) Utilizar, da melhor forma possível, os recursos financeiros disponíveis na

empresa para que não fiquem ociosos, estudando antecipadamente a

melhor aplicação, o tempo e a segurança dos mesmos;

c) Saldar as obrigações da empresa nas datas de vencimento;

d) Analisar as fontes de crédito que proporcionam empréstimos menos

onerosos, em caso de a empresa necessitar de recursos;

e) Desenvolver, na empresa, o controle dos saldos de caixa e dos créditos a

receber;

f) Buscar o perfeito equilíbrio entre ingressos e desembolsos de caixa da

empresa;

g) Manter a empresa em permanente situação de solvência.

As informações sobre os movimentos ocorridos no dinheiro da empresa –

entradas/saídas/saldos – oferecem uma visão dos volumes de dinheiro disponíveis e

que são gerados e dispendidos mensalmente por sua empresa.

4.9. DRE (DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS)

Na visão de Ribeiro (1996, p.54) “a Demonstração do Resultado do

Exercício é um relatório contábil que evidencia a situação econômica da entidade.”

Através dessa demonstração, pode-se verificar se a entidade teve lucro ou prejuízo no

desenvolvimento de suas atividades, durante um determinado período, este geralmente

é um ano.

Segundo Iudícibus et al (1998), na demonstração do Resultado do Exercício

aparecerão , detalhadamente e dentro dos critérios de classificação, as contas de

receita, despesa e o lucro ou prejuízo acumulado. Desta forma pode-se analisar o

exemplo de Guerra (2006, p.213):

22

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Demonstração do Resultado 31.12.01 31.12.00

Receita Bruta 570.000,00 340.000,00

(-) Deduções 190.000,00 107.521,37

Descontos Incondicionais

Concedidos114.000,00 51.000,00

Devolução de Mercadorias 11.400,00 17.000,00

Impostos sobre Vendas 64.600,00 39.521,37

= Receita Liquida 380.000,00 232.478,63

(-) Custo das Mercadorias

Vendidas(240.000,00) (180.000,00)

= Lucro Bruto 140.000,00 52.478,63

(-) Despesas Operacionais (129.400,00) (61.700,00)

Despesas com Vendas (39.900,00) (10.200,00)

Despesas Administrativas (50.000,00) (36.000,00)

Despesas Financeiras (25.500,00) (3.000,00)

Despesas de Depreciação (12.000,00) (10.500,00)

Despesas de Amortização (2.000,00) (2.000,00)

=Lucro/Prejuízo Operacional 10.600,00 (9.221,37)

Tabela 1 - Demonstração do Resultado do ExercícioFonte: Guerra (2006, p.213)

Mais importante do que simplesmente saber se a empresa teve ou não lucro

no exercício é saber quais operações da empresa deram certo e quais não deram.

Neste exemplo que Guerra traz, pode-se analisar que o período da

demonstração considerada é um ano, e esta DRE explica tudo o que aconteceu na

empresa neste período.

Para Dolabela (2006, p. 226) “o período de payback, ou de recuperação do

investimento, é o tempo necessário para o futuro empreendedor recuperar o dinheiro

que será aplicado no novo negócio”.

O período de payback é definido como sendo aqueles números de anos ou

meses, dependendo da escala utilizada, necessários para que o desembolso

correspondente ao investimento inicial seja recuperado, ou ainda, igualado e superado

pelas entradas líquidas acumuladas. (SANVICENTE, 1987, p. 44).

23

Page 24: TCC - Segunda Versão - 2012-07-02

Para Bron e Balian (2007, p.21) payback refere-se ao tempo necessário para

que o investidor recupere seu capital inicial investido. Para eles existe ainda o payback

descontado que se refere ao tempo necessário para que o projeto recupere o

investimento realizado mais o retorno mínimo exigido pelo investidor.

Motta e Calôba (2002, p.96) definem payback como o prazo em que o

projeto se paga, mas deve ser encarado com reservas, apenas como um indicador, não

servindo para a seleção entre alternativas de investimento. Segundo esses autores o

payback se calcula pela razão entre o valor investido e retornos líquidos anuais.

PayBack = Investimento/Lucro Líquido (anual ou mensal)

4.10. VALOR PRESENTE LÍQUIDO (VPL)

Para Dolabela (2006, p. 227) “o cálculo do VPL é considerado uma técnica

sofisticada de análise de investimentos, pelo fato de considerar o valor do dinheiro ao

longo do tempo.”

Para Dolabela (2006, p. 227) “é a taxa de retorno que, se utilizada para o

cáculo do VPL, atribuirá a este um valor exatamente igual ao valor do investimento

inicial feito pelo empresário”.

Segundo Bron e Balian (2007, p.14) o vpl proporciona uma comparação

entre o valor do investimento e o valor dos retornos esperados com todos os valores

considerados no momento atual.

De acordo com Souza e Clemente (2001, p.67) “o método do valor presente

líquido (VPL), com certeza, é a técnica robusta de análise de investimento mais

conhecida e mais utilizada.” Para eles o VPL nada mais é que a concentração de todos

os valores esperados de um fluxo de caixa na data zero, mesmo assim não é suficiente

para saber se um projeto é atrativo ou não, mas o fluxo de caixa esperado deve

superar os investimentos.

Motta e Calôba (2002, p.106) definem que “o valor presente líquido

descontado (VPL) é a soma algébrica de todos os fluxos de caixa descontados para o

instante presente (t = 0), a uma data taxa de juros i”.

4.11. TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR)

24

Page 25: TCC - Segunda Versão - 2012-07-02

Para saber se um projeto de investimento é realmente viável é necessário

descobrir quanto será sua rentabilidade num prazo determinado. Uma das técnicas

mais usadas é a Taxa Interna de Retorno (TIR).

Para Motta e Calôba (2002, p. 116) “a Taxa Interna de Retorno (TIR) é um

índice relativo que mede a rentabilidade do investimento por unidade de tempo.” Para

os autores a TIR de um determinado projeto deverá ser maior que a taxa mínima de

atratividade, caso contrário o mesmo deverá ser rejeitado.

Souza e Clemente (2001, p. 74) definem “a Taxa Interna de Retorno (TIR),

por definição, é a taxa que torna o Valor Presente Líquido (VPL) de um fluxo de caixa

igual a zero.”

Segundo Dolabela (2006, p. 227) “ a Taxa Interna de Retorno (TIR) é uma

das técnicas mais usadas para a avaliação das alternativas de investimentos”.

4.12. ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA DE INVESTIMENTO

Santos e Pereira (1995, p. 179) enfatizam que em todo e qualquer novo

negócio pressupõe a quantificação do volume de capital que será necessário investir

para desenvolver a atividade pretendida. Segundo esses autores, cabe ao próprio

empreendedor determinar o investimento que considera mais importante para o seu

negócio específico, escolhendo o instrumento mais adequado para análise da

respectiva proposta de investimento de capital:

1) Payback: Período de recuperação (PRC) - para análise de Iiquidez - em

quanto tempo o investimento será recuperado;

2) Valor Atual Líquido (VPL): Para análise de segurança de autofinanciamento

possibilidade de o empreendimento gerar um fluxo de caixa suficiente para

pagar o investimento inicial;

3) Taxa Interna de retorno (TIR): Para análise de rentabilidade do negócio -

taxa de retorno que o empreendimento deverá oferecer.

25

Page 26: TCC - Segunda Versão - 2012-07-02

5. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO

5.1. PETROBRAS DE 2008

O mercado financeiro mundial é movido por oscilações cujos acontecimentos

econômicos ressoam nos ambientes corporativos (NASCIMENTO, 2011). As principais

crises ocorridas desde 1995 são: a mexicana em 1995; a asiática em 1997; a russa em

1998; brasileira em 1999 e 2002; a argentina em 2002; chinesa em 2007 e; mais

recentemente, a crise financeira de 2008 (SOROS, 2008).

Já em 2007, eclodiu uma grande crise financeira nos Estados Unidos, quase

todos os analistas no Brasil argumentava que o país havia reduzido significativamente

sua vulnerabilidade externo comparado a outros países e, portanto, haveria conseguido

uma blindagem em relação aos choques externos (GONÇALVES, 2008). E por causa

da interligação dos mercados, o estudo dos impactos revela-se importante para que

futuras gerações compreendam-na e saibam lidar com situações semelhantes

(ESPEJO, 2011).

Primeiro

Assim, uma reversão da conjuntura de 2007, caracterizada por grande

liquidez internacional e por uma fase ascendente do comércio, teve um enorme nas

exportações de todos os países da periferia, inclusive o Brasil (GONÇALVES, 2008).

Enquanto o resultado de 2008 apresenta, em determinado momento, de um

lado (passivo) a origem dos recursos utilizados pela empresa e de outro, as aplicações

(ativo), a Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos mostra as novas

origens e aplicações verificadas durante o exercício. Outra diferença é que a

Demonstração das Origens e Aplicações de recursos - DOAR - não mostra a totalidade

das novas origens e aplicações, mas apenas aquelas ocorridas nos itens não

circulantes do balanço, ou seja, no Exigível a Longo Prazo, Patrimônio Líquido, Ativo

Permanente e Realizável a Longo Prazo.

A diferença entre as novas origens não circulantes e as novas aplicações

não circulantes será igual ao Capital Circulante Líquido.

Os resultados apresentados pela Petrobras em 2008 são uma demonstração

que evidência a variação do Capital Circulante Líquido. Talvez por isso essa

26

Page 27: TCC - Segunda Versão - 2012-07-02

demonstração seja ainda pouco conhecida pelo grande público e mesmo por parte de

muitos analistas de balanços, é que o Capital Circulante Líquido é um elemento de

difícil interpretação.

Entre o resultado de 2008 e a Demonstração de Origens e Aplicações de

Recursos, pode-se dizer que o resultado de 2008 mostra a posição dos investimentos e

financiamentos da empresa em determinado momento. Entre dois balanços, inúmeras

alterações podem ocorrer. A empresa pode, por exemplo, ter vendido parte dos seus

bens imobilizados e adquirido outros. Pode ter vendido à vista e feito aquisições de

financiamentos ou mediante aumentos de capital. Essas transações que afetam

consideravelmente a situação financeira da empresa, não são evidenciadas no

balanço, o qual mostrará apenas globalmente o efeito delas.

O resultado de 2008 não torna claro, portanto, como a empresa passou de

determinada posição de investimento e financiamentos para outra posição, ou seja,

quais os recursos adicionais de que a empresa se utilizou e onde os aplicou.

“Em 2007, a Petrobrás foi classificada como a 7ª maior empresa de petróleo

do mundo com ações negociadas em bolsas de valores, de acordo com a Petroleum

Intelligence Weekly (PIW)” segundo Lindner (2008).

Último

A Petrobrás é um ícone industrial brasileiro (LINDNER, 2008). É uma das

empresas mais representativas do Brasil e por isso merece ser estudada/acompanhada

mais de perto.

A Petrobras omitiu de seus balanços a alteração contábil que lhe permitiu compensar pelo menos R$ 1,4 bilhão em tributos no final de 2008. A mudança também não foi alertada ao mercado pela KPMG - consultoria que audita os balanços da companhia. A Petrobras mudou, no terceiro trimestre de 2008, a forma de recolher tributos federais sobre ganhos decorrentes da variação cambial. Até a mudança, a estatal recolhia os tributos sobre ganhos cambiais pelo regime de competência. Por ele, a empresa apropria receitas e despesas em um prazo formal, independentemente do efetivo recebimento das receitas ou do pagamento das despesas. Com a mudança, a empresa adotou o regime de caixa no segundo semestre, aplicando o novo sistema sobre todo o exercício de 2008, de forma retroativa. O regime de caixa prevê o pagamento na data do fato gerador dos tributos. (AITH, 2009)

Em um estudo, Nascimento (2011), verificou que uma queda nos níveis de

liquidez das empresas a partir do quarto trimestre de 2008. Esta pesquisa mostra ainda

27

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que há uma tendência de aumento do risco de insolvência em 76% das empresas

analisadas. Portanto, o estudo revelou que a crise financeira de 2008 causou redução

na disponibilidade de recursos utilizados na gestão do capital de giro das empresas

estudadas. Uma importante evidencia de que a Petrobrás precisou, como a maioria das

empresas brasileiras, adaptar-se a uma situação financeira global menos favorável.

A estratégia resultou, para a Petrobrás, em créditos de IR da pessoa jurídica e da CSLL. Esses créditos foram usados para compensar o pagamento de PIS/COFINS e da Cide (contribuição sobre combustíveis). O artifício, que afetou o caixa de União, Estados e municípios desde dezembro de 2008, foi condenado pela Receita Federal. Segundo o fisco, a alteração não poderia ter sido feita no meio do exercício fiscal, mas apenas no começo do ano. Enquanto a Petrobras se municia de pareceres de tributaristas, um segundo desafio aparece: explicar por que a mudança, assim como seus riscos, não foi comunicada ao mercado. (AITH, 2009)

Analisando teoricamente as mesmas contas do Ativo Circulante (com

exceção das Disponibilidades), cujo prazo de realização seja superior a um ano

ou ao ciclo operacional se este for superior a um ano.

Em consequência de suas operações a Petrobras em 2008 teve

normalmente dois tipos de investimentos. Um para atingir a produção, vendas e

administração, representado pelo Imobilizado e outro de suas atividades

comerciais, representado pelo Ativo Circulante.

A mudança foi excluída de todos os instrumentos contábeis divulgados pela companhia - o balanço patrimonial, a demonstração de resultado, a demonstração de fluxo de caixa e a demonstração de mutação do patrimônio líquido. A Petrobras também achou desnecessário divulgar qualquer comunicado extraordinário ao mercado, tanto no Brasil como nos Estados Unidos, onde mantém ações. O único indício de que houve uma mudança de contabilidade tributária está na queda abrupta dos tributos pagos pela companhia. Essa mudança, no entanto, não gerou nenhum alerta ou observação da KPMG ao auditar o balanço da empresa. (AITH, 2009)

O Ciclo operacional foi um prazo decorrido entre a compra e o recebimento

da quantia faturada nas vendas externas.

Os componentes do Realizável em Longo Prazo foram as Duplicatas a

Receber, Provisão para Créditos de Liquidação duvidosa, Estoques, Aplicações

Financeiras, Títulos da Dívida Pública, Debêntures, Cauções, Depósitos Compulsórios,

Importação em Andamento, Impostos a Recuperar, Construções em Andamento, Obras

em Andamento, Outros créditos.28

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No primeiro balanço fechado da Petrobras após a alteração tributária, a consultoria anotou: "Em nossa opinião, as demonstrações contábeis (...) representam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira da Petrobras e a posição patrimonial e financeira consolidada dessa companhia e suas controladas em 31 de dezembro de 2008". (AITH, 2009)

As Contas correntes com empresas ligadas a acionistas e diretores,

provenientes de créditos não decorrentes de transações comerciais, figuraram

no Realizável em Longo Prazo.

Sendo as receitas de exercícios futuros deduzidas das despesas incorridas

ou a incorrer. São receitas faturadas antecipadamente em relação ao momento de sua

efetiva realização. São componentes do Resultado de Exercícios o Resultado Diferido

de Incorporação de Imóveis, Resultado Diferido de Venda de Terrenos, Resultado na

Venda de Imobilizado, Aluguel Recebido antecipadamente.

Representando os recursos dos acionistas formados por Capital – nos

resultados da Petrobras em 2008 o dinheiro ou bens entregues pelos acionistas à

empresa ou por lucros gerados pela empresa e retidos em diversas contas de reservas

ou lucros acumulados.

A Reserva de Lucros deram-se pelos lucros acumulados; Reserva Legal do

lucro acumulado, por determinação da Lei das S. A.Reserva Estatutária - foi o lucro

acumulado por determinação dos estatutos conforme a Lei nº.6.404/76, são integrantes

do grupo Patrimônio Líquido os seguintes elementos.

5.2. MUDANÇAS NA VISÃO DOS GESTORES DA EMPRESA.

Desde o advento do plano de estabilização da moeda em 1994, as

instituições financeiras vem buscando aperfeiçoar o processo de avaliação de risco de

crédito. Atualmente os modelos mais utilizados são aqueles que adotam o chamado

risk rating – classificação de risco, que já se encontra difundido internacionalmente.

As áreas de fragilidade e vulnerabilidade envolvem questões econômicas, financeiras e políticas. Cada uma delas pode ser analisada com conjuntos específicos de indicadores. A área econômica refere-se principalmente aos fundamentos e aos indicadores macroeconômicos (crescimento econômico, inflação, finanças públicas e contas externas). A área financeira envolve o ingresso líquido de capital externo, o descompasso (entre ativos e passivos correlatos) em montantes, prazos e moedas, a existência de bolhas de preços de ativos ou de volume de crédito, volume excessivo de investimentos em ativos imobiliários, nível de endividamento externo e serviço da dívida externa,

29

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valor líquido das reservas internacionais e desalinhamento da taxa de câmbio. A área política incorpora a questão da governabilidade (estabilidade do governo) e das condições sociais. Neste texto tratamos exclusivamente das questões relativas às áreas econômica e financeira. (GONÇALVES, 2008, p. 2)

Neste modelo, a cada variável de risco anteriormente abordada é atribuída

uma pontuação, que é obtida através da comparação de índices extraídos dos dados

da empresa em exame com tabelas de índices padrão. Estas tabelas são construídas a

partir de uma amostra representativa de diversos índices de empresas de setor e

região similares com o da empresa em análise. Para um sistema de pontuação decimal

estes índices são classificados em ordem crescente e posteriormente divididos em

decis. A cada decil corresponde uma nota. A nota a ser atribuída à variável da empresa

em avaliação será aquela coincidente com o decil da tabela padrão.

A nota final é obtida através do somatório da pontuação de cada uma destas

variáveis. Esta nota é submetida ao risk rating, de onde se extrai a conceituação do

risco.

Os fundamentos macroeconômicos também dependem da situação das finanças públicas. Mais uma vez, o processo de ajuste encontra padrões diferenciados na América do Sul. Frente aos desafios associados ao processo de ajuste à crise internacional, alguns países ainda se encontram com desequilíbrios nas contas públicas. Em 2007 observaram-se déficits globais no Brasil, Colômbia, Equador e Uruguai, como mostra o Quadro 5. Portanto, estes países têm, ceteris paribus, menor grau de liberdade para realizar políticas fiscais expansionistas com o intuito de compensar a desaceleração do crescimento da demanda externa. Ao caminharem nesta direção, estes países se defrontarão com desequilíbrios fiscais ainda mais sérios que poderão afetar as expectativas e, portanto, a qualidade do ambiente de negócios. (GONÇALVES, 2008, p. 8)

Ao gestor interessa ter em mãos um instrumental que lhe permita conduzir a

empresa com relativa segurança, ou pelo menos ter condições de avaliar os riscos a

que está suscetível para tomar a tempo as medidas corretivas que se fizerem

necessárias.

A entrada de capitais externos pode estar vinculada diretamente à existência de bolhas de preços de ativos ou de volume de crédito, bem como volume excessivo de investimentos em ativos imobiliários. Estes fenômenos são indicadores de risco na esfera financeira como mostrou a experiência dos países asiáticos na crise de 1997 (Akyuz, 2008). Na América do Sul não há evidência sistemática a respeito, por exemplo, dos preços dos ativos imobiliários. No entanto, dados sobre índices de preços de ações são indicadores relevantes a respeito de bolhas de preços de ativos. (GONÇALVES, 2008, p. 11)

30

Page 31: TCC - Segunda Versão - 2012-07-02

Para não ficar restrita a uma função de simples registro e se transformar em

um instrumento de gestão da empresa, a Contabilidade deve sofrer certas adaptações.

O custo do enfrentamento da crise internacional nos países da região depende da situação das finanças públicas. Situações fiscais relativamente confortáveis são as da Bolívia, Chile, Peru e, em menor medida, Argentina e Venezuela. Entretanto, a fragilidade de muitos dos países da região está na forte dependência da receita fiscal em relação à exportação e aos preços das commodities internacionais (com destaque para Equador, Venezuela e Bolívia). (GONÇALVES, 2008, p. 28)

Para ser funcional, tem que deixar transparecer, na estrutura dos seus vários

demonstrativos, a imagem da empresa nos níveis operacional, tático e estratégico, ou

seja, temos que reclassificar as contas na linha dessa funcionalidade, agrupando as

várias rubricas, não só pelo critério de tempo, mas levando em consideração

principalmente sua relação com as operações da empresa.

No que se refere às contas externas, de modo geral, o processo de deterioração deve se agravar. Este processo implica maior risco econômico. Na ausência de maiores turbulências no sistema financeiro internacional, a expectativa é de manutenção de significativos ingressos líquidos de capital externo privado. Portanto, a percepção otimista é que haja menor risco financeiro. Entretanto, vale destacar que crises financeiras internacionais restringem a oferta de crédito e encarecem a captação de recursos externos. Estes fatos provocam tensão nos sistemas financeiros dos países da América Latina. Vale notar que o agravamento da crise financeira nos Estados Unidos provocou significativa contração de créditos internacionais, principalmente, no início do segundo semestre de 2008. (GONÇALVES, 2008, p. 28)

A resposta, neste caso, conforme os resultados da Petrobras 2008, com

ênfase nos aspectos financeiros de liquidez, privilegiando-se, em função disso, mais a

análise de gerenciamento do Capital de Giro (tendência).

5.3. INDICADORES

A análise financeira da Petrobras 2008 está baseada muitas vezes numa

simples comparação de índices estáticos. Por exemplo, é comum analisarem a

capacidade de uma empresa honrar suas dívidas de curto prazo a partir da utilização

do conhecido índice de liquidez corrente, que relaciona Ativo Circulante com o Passivo

Circulante. Assim, se este índice é igual a 1,95 se conclui que para cada R$ 1,00 de

dívidas no curto prazo a empresa possui R$ 1,95 a receber no curto prazo, o que

demonstraria uma certa folga financeira. Na realidade, trata-se de um índice estático,

31

Page 32: TCC - Segunda Versão - 2012-07-02

isto é, pressupõe a liquidação dos seus ativos circulantes, com a conversão de

estoques e duplicatas em dinheiro para que a empresa possa saldar suas obrigações.

Esta ideia de realização somente seria possível (não sendo o caso da

Petrobras). Mas analisando de maneira geral com o “fechamento” da empresa, pois aí

sim a empresa estaria liquidando seus ativos para poder saldar suas dívidas. Uma

empresa em funcionamento normal ao dar baixa de um item de seu estoque deve

substituí-lo por um novo, sendo sua reposição automática, no ritmo do negócio.

As dívidas atuais da suposta empresa não serão saldadas pela realização

de seus ativos aos seus respectivos custos, mas sim pela capacidade da empresa

gerar fluxo de recursos a partir de suas operações. A análise financeira correta deve

considerar a empresa funcionando normalmente, e a sua capacidade financeira é

função de diversos fatores de caráter operacional e das decisões estratégicas tomadas

pela direção. Em relação a isso se pode considerar que Petrobras 2008 teve seu valor

de mercado em ascendência no mercado financeiro.

Ao se comparar os indicadores gerenciais/dinâmicos da Petrobras 2008 nos

permitem a análise do giro dos valores, sendo importantes na análise de liquidez, pois

estão relacionados com a velocidade do giro dos Ativos e Passivos Circulantes.

Para apuração das variáveis gerenciais/dinâmicas de uma empresa de

menor porte (comparada a Petrobras), reclassificam-se os dados do balanço

apresentado para empresa por meio da seguinte planilha (resumida):

ATIVO PASSIVO

Circulante

Financeiro

Operacional

Circulante

Financeiro

Operacional

Realizável a Longo Prazo Exigível a Longo Prazo

Despesas do Exercício Seguinte Resultados de Exercícios Futuros

Permanente Patrimônio Líquido

Dentro dos grupos do Ativo e Passivo Circulante, a separação entre

“financeiro” e “operacional” é realizada observados os seguintes critérios:

Operacional

32

Page 33: TCC - Segunda Versão - 2012-07-02

contas que expressam os efeitos financeiros decorrentes das atividades

operacionais;

contas que estão relacionadas com o nível de atividades; e

seus valores são decorrentes de políticas praticadas pela empresa (política

de crédito, política de estocagem, etc...).

Financeiro

contas de natureza errática (seus saldos não estão relacionados com as

atividades operacionais da empresa) na composição do balanço, tais como

disponibilidades, aplicações financeiras, empréstimos, provisão para Imposto

de Renda, etc.

5.4. ALTERAÇÕES NO MERCADO PETROBRAS

Ao analisar que as principais alterações basearam-se na sustentabilidade os

índices de necessidade financeira da Petrobras 2008 partiram da premissa de que as

dívidas atuais da empresa não eram saldadas pela realização de seus ativos aos seus

respectivos custos, mas sim pela capacidade da empresa gerar fluxo de recursos a

partir de suas operações. A análise financeira considerou a Petrobras 2008

funcionando normalmente, e a sua capacidade financeira é função de diversos fatores

de caráter operacional e das decisões estratégicas tomadas pela direção.

Analisando o Índice de Sustentabilidade Empresarial, observa-se que as empresas sem ISE apresentaram menos tendência ao risco antes da crise, com um desvio padrão de 1,380, se comparadas com as empresas que estavam participando do ISE que apresentaram um pouco mais de risco, equivalente a 1,515. Pode-se inferir que, no período antes da crise o ISE não pode ser considerado como um fator redutor do risco das ações que compõem a BM&FBOVESPA. (ESPEJO, 2011, p. 74)

Para apuração dos índices de necessidade financeira da Petrobras 2008, os

dados do balanço apresentado pela empresa são reclassificados obedecendo-se ao

agrupamento dentro dos seguintes tópicos principais dentro do ativo e passivo:

ATIVO PASSIVO

Circulante Circulante

Financeiro Financeiro

Operacional Operacional33

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Realizável a Longo Prazo Exigível a Longo Prazo

Despesas do Exercício Seguinte Resultados de Exercícios Futuros

Permanente Patrimônio Líquido

Quanto ao nível de governança corporativa, não representa um diferencial no tangente ao risco no período. As empresas pertencentes aos níveis de governança corporativa apresentaram desvio padrão superior (Novo Mercado: 1,326, Nível 1: 1,920 e Nível 2: 1,845), enquanto que as não pertencentes aos níveis diferenciados de governança corporativa apresentaram menor risco (0,888). (ESPEJO, 2011, p. 74)

Dentro dos grupos do Ativo e Passivo Circulante, a reclassificação entre

“financeiro” e “operacional” é realizada observados os seguintes critérios:

Operacional

Contas que expressam os efeitos financeiros decorrentes das

atividades operacionais;

Contas que estão relacionadas com o nível de atividades; e

Seus valores são decorrentes de políticas praticadas pela empresa

(política de crédito, política de estocagem, etc...).

Financeiro

Contas cujos saldos não estejam relacionados com as atividades

operacionais da empresa na composição do balanço, tais como disponibilidades,

aplicações financeiras, empréstimos, provisão para Imposto de Renda, etc.

Ao considerar os fatores Índice de Sustentabilidade Empresarial e governança corporativa, se analisados conjuntamente, percebe-se que houve diferença significativa nos níveis de risco, apresentados pelo desvio padrão. As empresas com ISE e com governança corporativa apresentaram desvio padrão baixo (NM com ISE: 0,837, N1 com ISE: 1,297; e N2 com ISE: 1,249), e as empresas sem governança corporativa, mas com ISE apresentavam um maior risco e superior às demais, equivalente a 3,558. (ESPEJO, 2011, p. 76)

O conceito de necessidade líquida de capital de giro dentro da Petrobras

2008 diferiu dos demais por trabalhar com itens do ativo e do passivo circulantes que

estavam diretamente relacionados com as atividades da empresa. Portanto, o que se

pretendeu efetivamente foi a necessidade líquida de recursos que a empresa tem em

nível de seus itens de natureza operacional.

Considerando o período durante a crise, ao analisar o Índice de Sustentabilidade Empresarial (Tabela 11), verifica-se que as empresas sem ISE apresentaram menos tendência ao risco, com um desvio padrão de 1,188,

34

Page 35: TCC - Segunda Versão - 2012-07-02

se comparadas com as empresas que estavam participando do ISE que apresentaram maior risco, equivalente a 3,258. Observa-se que, no período durante a crise, o ISE não pode ser considerado como um fator redutor do risco das ações que compõem a BM&FBOVESPA. (ESPEJO, 2011, p. 78)

Quanto as principais alterações que foram efetivamente financiadas com

recursos de terceiros de natureza operacional, pois deduz a parcela de capital próprio

que porventura esteja financiando o ativo circulante operacional da empresa.

Quanto aos mecanismos de governança corporativa, as empresas não apresentaram um diferencial no tangente ao risco no período. As empresas pertencentes aos níveis de governança corporativa apresentaram desvio padrão superior (Novo Mercado: 2,008, Nível 1: 3,073 e Nível 2: 2,666), enquanto que as não pertencentes aos níveis diferenciados de governança corporativa apresentaram menor risco (1,032). (ESPEJO, 2011, p. 78)

Dentro do conceito de sustentabilidade baseia-se na diferença entre os

ativos e passivos circulantes, mais despesas do exercício seguinte. Embora quanto

maior for o CCL, melhor será a condição de liquidez da empresa, é preciso destacar

que depende muito do setor em que a empresa atua. Nos supermercados, por

exemplo, é possível encontrarmos CCL negativo com boa liquidez, pois os mesmos

compram a prazo e vendem à vista. Por outro lado, uma empresa pode Ter CCL

positivo e apresentar dificuldades financeiras, dependendo apenas da

incompatibilidade dos prazos de realização dos ativos circulantes, em face dos

vencimentos de suas obrigações de curto prazo.

Ao considerar os fatores Índice de Sustentabilidade Empresarial e governança corporativa, constatou-se que conjuntamente houve diferença significativa nos níveis risco apresentados pelo desvio padrão. As empresas com ISE e com governança corporativa apresentaram desvio padrão baixo (NM com ISE: 2,199, N1 com ISE: 2,806; e N2 com ISE: 1,259), e as empresas sem governança corporativa mas com ISE apresentavam um maior risco e superior às demais, equivalente a 4,558. (ESPEJO, 2011, p. 78)

Os cálculos dos investimentos na sustentabilidade dos ciclos da empresa

possuem uma importância especial dentro da análise, pois o balanço patrimonial

apresenta a situação patrimonial em determinado momento, sem refletir sua

mobilidade. A Petrobras 2008, no entanto, manteve em suas operações, compra,

fabrica, estoca, vende e recebe num processo dinâmico e contínuo.

Levantar as principais decisões tomadas pela Petrobrás para contornar

a crise no balanço de 2008.

35

Page 36: TCC - Segunda Versão - 2012-07-02

Foram concebidos para mensurar o desempenho econômico das empresas.

Assim, procuram fornecer indicativos sobre a capacidade das organizações de garantir

a sua própria continuidade e de atender as expectativas de proprietários e investidores.

Em geral, procura-se relacionar o lucro, com outros parâmetros que guardam alguma

relação com o mesmo.

Prates e Fahri (2009) identificaram duas fases distintas da crise financeira de 2008. A primeira fase compreende o período de julho de 2007 a junho de 2008, cujos elementos indicadores de crise eram desvalorização do dólar em relação às demais moedas, e o aumento de preços das commodities no mercado internacional. A segunda fase iniciou-se após o período de agosto de 2008, assinalando um momento de recessão mundial com perspectivas futuras de continuidade. Observou-se que a relação dólar e commodities apresentada na segunda fase foi contrária à primeira, ou seja, houve a valorização do dólar e desvalorização dos preços das commodities. (ESPEJO, 2011, p. 54)

Como variou o patrimônio líquido no período: lucros, prejuízos, aportes de

capital, cisões, fusões e incorporações.

Ocorrência de reavaliações de ativos no período: nos casos de reavaliações,

há aumento no ativo permanente e no patrimônio líquido pelo mesmo valor, porém em

nível de índice pode gerar variações.

As mesmas autoras afirmaram que: A partir de agosto, no entanto, o acirramento da crise financeira, que assumiu dimensões sistêmicas após a falência do Lehman Brothers, provocou forte aumento da aversão aos riscos. Nesse contexto, os ativos e a moeda brasileira tornaram-se importantes alvos do movimento de desalavancagem global e de fuga para a qualidade dos investidores. De agosto a fim de outubro de 2008, a desvalorização dos ativos e da taxa de câmbio do real foi tão rápida e intensa que se tornou comparável à sofrida pelas outras economias emergentes em dezesseis meses, ou seja, desde o início da crise. (PRATES; FAHRI, 2009, p.1-2). (ESPEJO, 2011, p. 55)

A participação de cada um dos blocos (investimento, imobilizados e diferido)

no ativo permanente.

O diferido normalmente é intangível e sem possibilidade de conversão em

dinheiro; pode contribuir para a geração de receitas futuras. Foi expressivo, sendo bem

analisado, quando se pode realizar a padronização das demonstrações financeiras.

Os investimentos em coligadas e controladas foram especificados e as

empresas pertencentes a Petrobras analisadas. Conhecendo a razão estratégica de

tais investimentos.

36

Page 37: TCC - Segunda Versão - 2012-07-02

Os outros investimentos, como obrigações da Petrobrás e incentivos fiscais,

se relevantes, devem mereceram muito cuidado.

Quanto ao imobilizado, foi necessário conhecer a idade dos equipamentos, o

grau de modernização, a localização das unidades fabris e os critérios de depreciação.

Sobre o potencial preditivo dos acadêmicos e profissionais a respeito da crise, Bezemer (2010, p. 686) realizou uma investigação explicitando visões opostas, manifestadas por análises macroeconômicas e modelos contábeis. Explorou a estrutura dos modelos contábeis, contrastando-a com os modelos usados nos bancos centrais e na economia americana. O autor finaliza suas reflexões fazendo alusão a uma nova área de investigação, que deve ser pauta de pesquisas cada vez mais freqüentes, em que “o campo da macroeconomia e o acesso e previsão da estabilidade macrofinanceira, parece ser o escopo de uma contabilidade da economia”. (ESPEJO, 2011, p. 55)

A interpretação deste índice no processo da Petrobras 2008 não foi um

processo fácil. Para a empresa, internamente, foi importante o uso de capitais de

terceiros à medida que o lucro gerado pelos ativos for superior ao custo da dívida.

Desse modo, se a empresa usou recursos de terceiros pagando x% ao mês, será

preciso que ela aplique tais recursos de modo a obter um ganho acima de x%. Para o

analista externo, este índice mostra o nível de risco da empresa no sentido de quanto

maior, pior, mantidos constantes os demais fatores.

É importante analisar também alguns aspectos qualitativos no índice de

participação de capitais:

Os prazos de vencimento das dívidas a longo prazo.

A participação das dívidas financeiras, no passivo circulante.

O tipo e a origem dos empréstimos:

debêntures – condições e épocas de repactuações das taxas de juros,

prazos, garantias, montantes de cada série e demais características;

empréstimos e financiamentos bancários – quanto aos prazos, às taxas

(se de mercado ou subsidiadas), à origem (nacional ou moeda

estrangeira);

empréstimos junto à matriz no exterior ou à controladora, ou mesmo

conta-corrente dos acionistas para futuro aumento de capital.

Os passivos ou obrigações não registrados, que deveriam aparecer em notas

explicativas e que muitas vezes não são mencionados, como, por exemplo:

contratos de leasing, que são obrigações, mas não aparecem no passivo;

contingências fiscais, trabalhistas e judiciais;37

Page 38: TCC - Segunda Versão - 2012-07-02

garantias, avais e fianças, que tenham sido fornecidas pela empresa;

os bens vinculados como garantias de empréstimos.

As reavaliações de ativos, que se tornam “invisíveis” após serem

incorporadas ao capital.

Ocorrências de cisão, fusão ou incorporação.

São estes os pontos que o analista deve examinar para formar uma

conclusão sobre a evolução da dívida da empresa que está sendo analisada.

38

Page 39: TCC - Segunda Versão - 2012-07-02

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Realmente a crise financeira de 2008 influenciou a economia como um todo.

O modo de agir da diretoria da Petrobrás foi afetado por esta mudança de cenário. Por

ser uma estatal e sua grande representatividade, pediu-se até algumas “regalias

fiscais” para o governo brasileiro. Levando-se em conta a grande demanda de

investimentos que a Petrobrás faz no mercado de petróleo brasileiro, este tipo de

medida, tornou-se mais importante mediante a maior dificuldade de obtenção de

financiamentos.

Analisando as contas do Ativo Circulante (com exceção das

Disponibilidades), notou-se que as operações da Petrobras em 2008 ocorreram

normalmente em dois tipos de investimentos. Um para atingir a produção, vendas e

administração, representado pelo imobilizado e outro de suas atividades comerciais,

representado pelo Ativo Circulante.

A Petrobras foi uma das principais atuantes neste período, pois seus

gestores conseguiram interpretar e estar à frente da crise, mesmo com um mercado

ruim, a empresa alterou sua postura de atuação e conseguiu desdobrar-se e destacar-

se perante a crise estabelecida.

Portanto, mesmo com todas as dificuldades, não houve problema para se

manter operante.

39

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7. REFERÊNCIAS

AITH Marcio 2009. Petrobras deixou fora de balanço alteração fiscal de R$ 1,4 bilhão. 15 de Maio de 2009 Disponível em http://direito-do-estado.jusbrasil.com.br/noticias/1063108/petrobras-deixou-fora-de-balanco-alteracao-fiscal-de-r-1-4-bilhao. Acesso em 10 de abril de 2012.

BERNARDI, Luiz Antonio, Manual de formação de preços: políticas, estratégias e fundamentos. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2004.

BORNIA, Antonio Cezar. Análise gerencial de custos: aplicação em empresas modernas. Porto Alegre: Bookman, 2002.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. 8. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2003. RT Legislação.

BRASIL. Supremo Tribunal Federal do Brasil. Recurso extraordinário nº 123.321 proferido pela 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal do Brasil. Ministro Relator: Eros Grau. Partes: Recorrente: União Federal; Recorrido: Fulano de Tal. Data do julgado: 22 mai. 2009. Data da publicação: 25 mai. 2009. Disponível em: <> Acesso em: 25 mai. 2009.

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TERMO DE ISENÇÃO DE RESPONSABILIDADE

Declaro, para todos os fins de direito e que se fizerem necessários, que isento

completamente a Universidade Anhanguera-Uniderp, a Rede de Ensino Luiz Flávio

Gomes e o professor orientador de toda e qualquer responsabilidade pelo conteúdo e

idéias expressas no presente Trabalho de Conclusão de Curso.

Estou ciente de que poderei responder administrativa, civil e criminalmente em caso de

plágio comprovado.

Jaraguá do Sul, Primeiro de Agosto de 2012

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