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Curso: Arteterapia na Educação Inclusiva Submódulo 2 Sonia Branco GPEC Educação a Distância www.gpeconline.com.br Arteterapia na Educação Inclusiva Submódulo 2 Técnicas Expressivas

Técnicas Expressivas

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Curso Arteterapia na Educação Inclusiva GPEC - Edição do Texto Janaína Corrêa Martino Bernaola - Autora do Texto: Sonia Branco

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Page 1: Técnicas Expressivas

Curso: Arteterapia na Educação

Inclusiva

Submódulo 2

Sonia Branco

GPEC – Educação a Distância

www.gpeconline.com.br

Arteterapia na Educação

Inclusiva – Submódulo 2

Técnicas Expressivas

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TECNICAS EXPRESSIVAS As técnicas expressivas são as diversas técnicas artísticas não plásticas utilizadas pela arteterapia como canal de apropriação dos conteúdos imagéticos inconscientes. São elas:

Biblioterapia

Fototerapia

Videoterapia

Teatroterapia

Musicoterapia

Dançaterapia

1. Biblioterapia:

São os contos de fada, os contos populares, contos autorais, mitos, lendas, dentre outros que tem origem nas camadas mais profundas do inconsciente, comuns à psique de todos os humanos. Representam padrões mentais de comportamento, os arquétipos, assim definidos por Jung. Segundo Marie-Louise von Franz, “Nos mitos, lendas ou qualquer outro material mitológico mais elaborado, atingimos as estruturas básicas da psique humana através de uma exposição do material cultural. Mas nos contos de fada existe um material cultural consciente muito menos específico e, consequentemente, eles espelham mais claramente as estruturas básicas da psique”. A estrutura básica do Conto de fada refere-se ao processo de individuação, processo de se tornar consciente da sua identidade individual, única e verdadeira. Ser e realizar plenamente si-mesmo ou Self (cuja função transcende nosso aspecto material como seres humanos). São apresentados os obstaculos a serem vencidos, para que emerja nosso verdadeiro EU, em busca da harmonização na alteridade (com o outro). A trama e os personagens das histórias, refletindo nosso inconsciente podem ajudar-nos a nos localizar em nossa teia de relações, transformando e harmonizando a energia psiquica de quem ouve. Desde a Antiguidade, em todas as culturas, os contadores de historias transmitiam oralmente, muitas vezes por meio de danças e cantos, ajudando na integração das comunidades. Pontos a serem observados na estrutura dos contos de fada:

· “Era uma vez...”, significa um rito de entrada na magia, levando a um lugar fora do tempo e do espaço. O mito é atemporal, mas localizado.

· Personagens (dramatis persones) - mulheres e homens, traduzindo as energias feminina (ânima, presente no homem) e masculina (ânimus, presente na mulher).

· O elemento que falta ao herói ou heroína para se individuar. · Apresentação do problema do conto: crise. · Simbolos do Self.

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· Final. · Rito de saída: tirar do mundo da fantasia e trazer para a realidade.

2. VIDEOTERAPIA

A importância da imagem filmada e integração dos sentidos despertada, ajuda na organização cognitiva e emocional. Objetiva-se a estruturação dos nossos conteúdos psíquicos, até então, inconscientes, revelando personagens com os quais podemos nos identificar, em ação. A cena nos atinge através da seleção dos primeiros planos selecionados em uma trama. Nossos personagens internos vão ao seu encontro. Os diversos elementos de montagem envolvem todos os sentidos, integrando nossas percepções. Elementos de montagem:

· Sentido do tato: dorsos suados, mãos que se tocam. · Sentido do olfato: suor com cheiro de animal selvagem; · Sentido da visão: incluindo luz e cor; · Sentido da audição: mãos golpeando a carne, corte de cana; · Sentido do movimento: avançando de cócoras, caminhando normalmente, dançando); · Sentido da pura emoção ou drama (realce de um gesto)

3. TEATROTERAPIA Augusto Boal diz que quando o homem se vê em ação, ele se reconhece. Pela associação de imagens (gestos, palavras) acontece a construção de

nossas várias personagens e através delas, de forma lúdica, podemos ampliar nossa consciência a nosso próprio respeito, delineando-se a nossa auto-imagem, gradativamente, sem violências desnecessárias. Permite-se trabalhar, com harmonia, a alteridade. Busca-se o “desatar de nós” em situações que estavam cristalizadas em nosso inconsciente.

4. MUSICOTERAPIA A musica pode criar reações emocionais como respostas a problemas

especificos; ativa tendencias e as inibe ao mesmo tempo. Cabe ao musicoterapeuta pesquisar a natureza da emoção ou reações

afetivas encontradas em determinada música. Deve-se procurar integrá-las ao processo de individuação.

5. DANÇATERAPIA A dança é uma linguagem corporal que traduz a dialética Inércia X

Movimento. Ao se expressarem gestos livres por uma música específica, conteúdos até

então aprisionados no inconsciente apresentam-se a nós mesmos e nos vemos em ação, desatando nós, antecipando resultados, soluções, ações libertadoras para determinados conflitos. Esses evoluem de acordo com a natureza do problema que surge então, evocado pela melodia e pela

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poesia de nosso corpo em movimento. Trata-se simplesmente de permitir-se pela música.