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TEMA EM DESTAQUE Doença Pulmonar Avançada RESUMINDO E RECORDANDO Asma de Difícil Controle

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TEMA EM DESTAQUE

Doença PulmonarAvançada

RESUMINDO E RECORDANDO

Asma de Difícil Controle

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2 Boletim Pneumologia Paulista 30, 2005

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Boletim Pneumologia Paulista 30, 2005 3

DIRETORIA - BIÊNIO 2004/2005

BOLETIM SPPTÓrgão Informativo da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia

Editor Responsável: Mauro GomesEditoração Eletrônica: Miriam Miranda• Fotolito: Nautilus Estúdio Gráfico

Impressão: Gráfica Riopedrense • Tiragem: 1200 exemplares

Presidente: Roberto StirbulovVice-Presidente: Maria Vera Cruz de OliveiraSecretária Geral: Jaquelina Sonoe Ota Arakaki1ª Secretária: Maria Inês Bueno de Andre Valery2º Secretário: Pedro GentaDiretor de Finanças: Marco Ricardo RussoDiretor de Assuntos Científicos: Mauro GomesDiretora de Divulgação: Patricia Kittler Vitório

COMISSÕESAssuntos do Interior: José Eduardo Delfini CançadoDefesa Profissional: Jorge Barros AfiuneEnsino: Rafael StelmachPromoções: José Alberto Neder SerafiniAssuntos da Grande São Paulo: Roberto Rodrigues JuniorInformática: Alexandre Marini Isola

DEPARTAMENTOS

Cirurgia Torácica: Antonio José Maria Cataneo; Vicente DorganNeto; Luiz Carlos F. LeiroEndoscopia Respiratória: Iunis Suzuki; Marcelo Gervilla Gregório;Eduardo Quintino de OliveiraPediatria: Fabíola Villac Adde; Bernardo Kiertsman; Márcia CardosoFernandes BertiFisioterapia Respiratória: Luciana Dias Chiavegato; Denise deMoraes Paisani; Fabiana Ribeiro Nogueira

CONSELHO DELIBERATIVOReinaldo Cano GarciaFrancisco Suso VargasNelson MorroneManuel Lopes dos SantosSonia Maria FaresinRicardo BeyrutiClystenes Odyr Soares da SilvaFernando Augusto Fiuza de MeloRonaldo Adib KairallaCarlos Alberto de Castro PereiraOsvaldo Shigueomi Beppu

Conselho FiscalEfetivos:Ana Luisa Godoy FernandesMário Terra FilhoEliana Sheila Pereira da Silva MendesSuplentes:Jorge NakataniMiguel BogossianAlberto Cukier

Relação de Presidentes Sub-sedes SPPTSub-sede do ABCPresidente: Adriano César GuazzelliSecretário: Alberto Arouca Monteiro Filho

Sub-sede de Araraquara / BauruPresidente: Marcos Abdo ArbexSecretário: José Eduardo Bergami Antunes

Sub-sede de CampinasPresidente: Ricardo Kalaf MussiSecretaria: Mônica Corso Pereira

Sub-sede de Ribeirão PretoPresidente: Ciro de Castro BottoSecretária: Ana Carla de Sousa Araújo

Sub-sede de São José dos CamposPresidente: Leonardo Cysneiros da Costa ReisSecretária: Gislleny Nunes Calanzani Rocha

Sub-sede de São José do Rio PretoPresidente: Carlos Marcelo Borges SantiagoSecretária: Marisa Richard P. da Costa Lima

ÍNDICE

4

21

5

7

8-9

15-16

22-33

34

18-19

EDITORIALO Crescimento e o Futuro do Boletim“Pneumologia Paulista”Mauro Gomes

GESTÃO 2003-2005Prestação de ContasRoberto Stirbulov

GESTÃO 2005-2007CARTA DO NOVO PRESIDENTERafael Stelmach

TEMA EM DESTAQUEDoença Pulmonar AvançadaMaria Christina Lombardi de Oliveira Machado

RESUMINDO E RECORDANDOAsma de Difícil ControleGustavo Gir Gomes

Mauro Gomes

RELATO DE CASOPneumonia Eosinofílica com Derrame PleuralJosé Luiz Iunes Filho

Elie Fiss

RESUMOS DE ARTIGOS

DEFESA PROFISSIONALCBHPM - Modificações Propostas à AMBJosé Alberto Neder

Roberto Rodrigues Junior

João Marcos Salge

NOTÍCIAS

HISTÓRIA DA PNEUMOLOGIAUma Noite Inesquecível

Mauro Gomes

11-13

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4 Boletim Pneumologia Paulista 30, 2005

EDITORIAL

O CRESCIMENTO E O FUTURO DO BOLETIM“PNEUMOLOGIA PAULISTA”

Há quatro anos, com a confiança depositada pelaentão presidenta da SPPT, Ana Luisa Godoy Fernandes,tive absoluta independência para coordenar um projetode reformulação do Boletim “Pneumologia Paulista”.Implantamos uma série de modificações no periódico,cujo objetivo era torná-lo mais dinâmico e atraente. Alémde contar com um conteúdo científico que retratasse edivulgasse a especialidade no nosso Estado, a idéia erade também introduzir uma linguagem jornalística com afinalidade de divulgar os diversos eventos e noticiar osprincipais fatos que envolvessem a pneumologia em SãoPaulo. A contar pelas manifestações de apoio recebidasna ocasião, acredito ter atingido grande parte desteobjetivo, tanto que a continuidade deste projeto me foiconfiada pelo presidente que no momento encerra suagestão, Roberto Stirbulov.

Nosso boletim, de periodicidade trimestral, ganhouregularidade, maior consistência editorial, maior númerode colaboradores, bom volume de informação, acessoonline, tornou-se efetivamente um órgão de divulgaçãoda SPPT e fonte também de recursos através dasinserções comerciais. O boletim possuía 14 páginaseditoriais em 2001. Hoje possui em média 32, sendo quea última edição, contendo os resumos do XI CongressoPaulista, conteve 80 páginas. Obviamente isto não étudo, mas foi um importante passo para sua afirmaçãocomo jornal e poder se cogitar sobre a indexação.Segundo a última classificação disponível no site daCAPES, com dados ainda relativos a 2003, consta o“Pneumologia Paulista” como fazendo parte dosperiódicos, classificado como qualis C.

Somente hoje, quatro anos após assumir como editore depois deste trajeto percorrido, tenho melhor noçãoda importância e da responsabilidade que me foi

conferida àquela época. Neste tempo também conhecinovas pessoas, fiz novos amigos, recebi algumas críticas,mas, principalmente, ganhei experiência. Uma experiênciaque talvez não tivesse condição de adquirir caso estaoportunidade não fosse dada. E uma oportunidade queapenas poucos tem a chance de desfrutar.

Este é a última a edição do boletim “PneumologiaPaulista” que está sob a minha responsabilidade comoeditor. Apesar do tempo e do trabalho que é dispendidopara formatar cada número, não há como negar que jásinto saudades. Fica meu agradecimento especial aossecretários da SPPT, Suzy e Wagner, prontamentedispostos a resolver as pendências quase sempreurgentes, a Miriam Miranda, pelos esforços na tentativade contentar os caprichos detalhistas do editor quantoà diagramação e impressão, e, em especial, aoscolaboradores que encaminharam seus artigos econtribuições científicas, sem os quais seria impossívela realização do trabalho.

Segue agora o boletim sob a orientação de ThaisHelena A. T. Queluz, que dispensa maiores apresentaçõessobre seu currículo. Como nova editora ela trará suagrande experiência como professora e ex-editora do atualJornal Brasileiro de Pneumologia para o “PneumologiaPaulista”, que experimentará, com absoluta certeza, umnovo salto de qualidade sob sua responsabilidade.

Encerro esta etapa e último editorial com meus sincerosagradecimentos a todos, pois me proporcionaram aaquisição desta experiência gratificante e me permitiramfazer parte deste registro histórico das atividades da SPPTao longo destes quatro anos. Muito obrigado!

Mauro GomesEditor

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GESTÃO 2003-2005

Prezado associado

Estamos chegando ao fim da gestão da Diretoria dobiênio 2004-2005. Esta foi marcada pela quebra doparadigma de 25 anos, quando havia rotatividade de trêsserviços de Pneumologia na indicação do Presidente e,portanto, na obtenção do leme de condução da entidadepelo período de dois anos. Durante aquele período,acredito que o rodízio foi importante para mantermos umaunidade necessária para a consolidação da especialidadeno Estado de São Paulo. No entanto, passamos a observarconseqüências deste processo contínuo. A nãoparticipação ativa de serviços emergentes, da capital edo interior, tornou a SPPT uma instituição limitada, ondeo processo administrativo vigente impedia a atuação depessoas com óbvias condições de representatividade epotencial de trabalho. Por outro lado, a falta deperspectiva da maioria dos associados em fazer parte diretada condução dos destinos da entidade passou a gerarprogressiva falta de interesse pela mesma. Observamosaumento da inadimplência e redução do crescimento donúmero de associados.

A visão futurista e sensata dos dois últimos presidentesque nos antecederam abriu a possibilidade de um novoimpulso para a SPPT crescer e manter sua pujançanacional, de forma mais democrática e abrangente.Promoveu-se a participação de um quarto serviço dePneumologia na diretoria e presidência. Felizmente, essasmedidas norteadoras já mostraram resultados positivos,porém, ainda não ideais e aquém do que o EspecialistaPaulista merece e necessita.

Eis algumas das conquistas e atividades quefortaleceram e ampliaram nossa SPPT, no biênio 2004-2005:

1. Compra da nova sede própria, no mesmo edifício daanterior, mais adequada às necessidades operacionais ecom condições de crescimento dos serviços prestadosaos associados.2. Aumento do patrimônio da SPPT.3. Melhora do padrão informativo e editorial do nossoboletim.4. Possibilidade de fornecimento gratuito do livro“Atualização em Pneumologia” aos associadosadimplentes.

5. Adequação do estatuto ao novo código civil.6. Legalização dos programas de informática e colocaçãode antivírus mais potentes.7. Criação do sistema de newsletters, com elevação dopotencial e velocidade de informações.8. Reformulação do site com elevação do número devisitas diárias e crescimento da prestação de serviçosvirtuais.9. Compra de material audiovisual para todos os eventosperiódicos da SPPT.10. Compra de novos computadores para melhor prestaçãode serviços.11. Valorização do Interior do Estado com a realização de24 jornadas nas diversas cidades.12. Realização de 32 sessões de discussão de casos(pizzas clínicas e cirúrgicas) com gratuidade pararesidentes de pneumologia e associados adimplentes.Nas pizzas clínicas foram sorteados livros especializados.13. Realização de três jornadas interativas na Capital, asfamosas feijoadas da SPPT, com equipamentosinformatizados e participação de um número significativode associados. Promovemos a vinda de um convidadoestrangeiro para conferências em uma delas.14. Pagamento de um valor monetário aos palestrantesconvidados para as jornadas.15. Entrega aos participantes de CD com as aulasministradas e oficina prática de espirometria em 12jornadas do interior.16. Realização de seis eventos em locais públicos emdatas comemorativas.17. Criação da comissão de defesa profissional.18. Manutenção do sistema de “milhagem” de participação,com fornecimento de descontos proporcionais naanuidade.19. Criação da assessoria de imprensa, aumentando aincursão da SPPT na mídia leiga, na Capital e Interior.20. Melhora na relação com a indústria farmacêutica e deequipamentos, trazendo inclusive a possibilidade dedescontos na compra de espirômetros pelos associados.21. Criação de solenidade de “formatura dos residentesde pneumologia”, onde ganharão um ano de gratuidadena SPPT, aumentando o potencial associativo.22. Aumento do número de associados adimplentes.23. O XI Congresso Paulista de Pneumologia e Tisiologia,em Novembro de 2005, foi rico em inovações. Dentre

PRESTAÇÃO DE CONTAS

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elas destacamos a apresentação de temas-livres na grade,dentro de um sistema parcial de imersão temática,valorizando a produção científica paulista. Nosso númerode inscritos foi recorde histórico.24. O processo de eleição da nova diretoria da SPPT foiinédito. Duas chapas concorreram democraticamente,quebrando o círculo vicioso da obtenção do poderautomático. O associado participou ativamente na escolhados destinos da SPPT, legitimando o futuro presidente eaumentado sua responsabilidade junto aos que nele vãoconfiar através do voto. Conseqüentemente, foipromovida a união dos associados em torno de um sóobjetivo: Crescimento e Fortalecimento dasEspecialidades Envolvidas (Pneumologia, Cirurgia deTórax, Endoscopia, Pneumopediatria e FisioterapiaRespiratória) e da própria SPPT.

Convido a todos a participarem mais ativamente danossa SPPT, pois só com o efetivo engajamento dosassociados poderemos ter condições paraimplementarmos as inovações que acarretarão noaumento da força dos especialistas envolvidos. Dessaforma, elevaremos o poder de negociação com as diversasentidades públicas e privadas, melhorando as condiçõesde trabalho, hoje tão comprometidas e prejudicadas pelasforças de poder dos interessados na exploração baratada prática médica.

Atenciosamente,

Roberto StirbulovPresidente da SPPT biênio 2004-2005

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GESTÃO 2005/2007

CARTA DO NOVO PRESIDENTE

Caros Sócios da SPPT

Gostaria de iniciar este primeiro comunicado em nomeda Diretoria da SPPT eleita para o biênio 2005-2007,transmitindo-lhes uma enorme sensação de alegria. Sinto-me feliz por poder continuar a participar do órgãorepresentativo dos pneumologistas, cirurgiões de tórax,fisioterapeutas e demais profissionais que compõem oquadro associativo da SPPT. Mais feliz ainda por ter vividoum grande processo democrático que agitou a SPPT emostrou que somos muitos.

De fato, nos últimos anos, como diretor, senti um certotemor pelo destino da SPPT. O número de sócios pagantesmantendo-se em 40% do total, a pouca renovação doquadro de sócios e a dificuldade em arregimentar novosquadros para compor a Diretoria e os Departamentos daSPPT foram problemas correntes. É fato conhecido que asituação de aperto econômico a que foram submetidostodos os profissionais de saúde não poupou os sóciosda SPPT. Entretanto, enquanto os órgãos maiores querepresentam os médicos paulistas (APM e CRM, porexemplo) sofreram profundas transformações e algumassociedades de especialidades expandiram suas ações paramuito além do campo da educação continuada, vimosflorescer um movimento nacional de tentativa de extinçãodas sociedades estaduais, de extinção da SPPT. E pior,este movimento contou com a participação (por ação ouomissão) de sócios da SPPT!

Estava na hora de mudar. Quatro anos atrás fuifavorável e apoiei a entrada da Faculdade de CiênciasMédicas da Santa Casa de S. Paulo no tradicional rodíziodiretivo da SPPT. Foi uma gestão muito boa. Mas não foisuficiente para renovar. Há anos as escolas e ospneumologistas do interior do Estado reivindicam maiorparticipação. Mais: é evidente a necessidade de a SPPTavançar na direção da defesa profissional. Somos nósque compreendemos as necessidades de nossas

especialidades. E mais ainda: é certo que não vamosavançar se não caminharmos ao lado dos pacientes emdefesa dos direitos, deles e nossos. Precisávamos de umprocesso de mobilização e participação que envolvesseo maior número possível de sócios. Uma pneumologia dee para todos nós.

Uma eleição, especialmente a primeira, é sempre umprocesso difícil. Trata-se de uma quebra de paradigma.Porém, o envolvimento de colegas de várias escolas,muitas cidades, diversas regiões da Grande São Paulo e aclarificação de propostas de ambas as chapas realmenteacordou a SPPT. Exceto por certos exageros naturais emalguns, a eleição foi um grande processo de mobilizaçãoem respeito ao direito de vez, voz e voto dos sócios.Alguns sequer sabiam que tinham direito a escolher aDiretoria da SPPT! E todo o processo transcorreu semnenhum prejuízo ao nosso Congresso. Pelo contrário, pelaprimeira vez ultrapassamos a barreira dos 1200congressistas, mantendo seu tradicional nível científico.Um sucesso.

Assumo a condução da nova Diretoria da SPPT com aresponsabilidade e a legitimidade emanada do processoeleitoral, em nome dos quase 300 sócios que votaram eem respeito a outros tantos que não votaram, masmanifestaram livremente sua opinião. A força da SPPTestá em seu associados. O maior desafio desta Diretoriaserá representar cada um e o todo. A unidade se tornarárealidade através da participação efetiva. Esperamossugestões e crít icas. Também aguardamos comexpectativa ações práticas que confirmem a grandeza e aimportância dos muitos sócios que compõem a nossaSPPT.

Bom final de ano a todos. Boas festas!

Rafael StelmachPresidente eleito da SPPT 2005-2007

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DOENÇA PULMONAR AVANÇADA

AUTORA: Maria Christina Lombardi de Oliveira Machado,Doutora em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo

SERVIÇO: Ambulatórios de Doença Pulmonar Avançada da Disciplina de Pneumologia daUnifesp e do Hospital do Servidor Publico Estadual de São Paulo

Doença pulmonar avançada (DPA) é o termo utilizadopara designar toda doença pulmonar não neoplásica quecronicamente limita a realização rotineira das tarefas devida diária. Estatísticas apontam para a existência demilhões de indivíduos com estas doenças no mundo. NoBrasil, estima-se que existam aproximadamente um milhãode indivíduos com DPA, sendo as mais freqüentesdecorrentes de doença pulmonar obstrutiva crônica(DPOC), asma brônquica persistente, fibrose cística,fibrose pulmonar, sarcoidose e outras.

Estes pacientes costumam apresentar freqüentes elongas internações hospitalares, dispendiosas e sembenefício médico duradouro. Isto se deve ao fato de nãoexistirem centros médicos especializados para umdirecionamento destes pacientes após a alta hospitalar, enem suporte medicamentoso ou oxigenoterápico noSistema Único de Saúde (SUS) no Brasil, como um todopara o tratamento das DPAs. A existência de centros dereferência para tratamento especializado destes pacientes,por certo, propiciaria maiores chances destes indivíduosrealizarem o correto tratamento domiciliar, com o qualpossivelmente obtivessem adequada estabilidade clinica.

As DPAs são as doenças mais prevalentes nasunidades particulares de saúde publica ou privada querealizam cuidados domiciliares, totalizando quase doisterços dos casos atendidos. As novas modalidadesterapêuticas, como a cirurgia redutora de volume para oenfisema e o transplante pulmonar, não são soluçõesterapêuticas universais para todos os portadores de DPA.Como a maioria destes pacientes é tratada clinicamente, oadequado manejo destas doenças tende a ser estimulado,o qual se torna bastante similar nas fases mais avançadas,independentemente de qual tenha sido sua causa básica.

Dados epidemiológicos recentes do Centro Nacionalde Estatística de Saúde americana apontam que milhõesde indivíduos sofrem desta doença anualmente nos

Estados Unidos da América (EUA). Este órgão oficialconstatou que a utilização dos Serviços de Saúde e amortalidade prematura decorrente de DPA têm aumentadoconstantemente nas últimas décadas nos EUA. Seu custoeconômico atual é extremamente alto e estima-se que eleaumente ainda mais nos próximos anos, principalmentepelo aumento da população e pelas novas opçõesterapêuticas que surgiram.

Algumas especialidades médicas, particularmente aoncologia, possuem à sua disposição sistemas formaisde estadiamento para nortear a terapêutica e ajudar ospacientes a tomarem decisões de vida. Apesar dosavanços no diagnóstico e na terapêutica daspneumopatias crônicas, a nossa habilidade como médicosem predizer corretamente o curso de uma doença pulmonaravançada permanece ainda muito evasiva. Por este motivo,os preditores de prognóstico estão sendo maisvalorizados na realização de um melhor estadiamento dasDPAs. Como exemplo de preditores clássicos demortalidade na DPOC, doença mais prevalente entre asDPAs, temos o volume expiratório forçado no primeirosegundo, o tabagismo persistente, a hipoxemia crônica ea idade acima de 65 anos.

Um aspecto importante no manejo destas doenças é ahabilidade de se medir e documentar as variáveisrelacionadas à saúde. Tanto a dispnéia quanto osquestionários de qualidade de vida nas DPAs sãoessenciais para se avaliar quais indivíduos têm melhor oupior qualidade de vida, assim como o grau de dispnéia, ese obtiveram ou não melhora destes parâmetros apósintervenções terapêuticas. A dispnéia e a qualidade devida podem ser medidas por instrumentos clínicos, emgeral questionários específicos.

A reabilitação pulmonar (RP) vem gradativamente seconsolidando como a pedra angular no tratamento depacientes com DPA. O seu principio básico e suas

TEMA EM DESTAQUE

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Boletim Pneumologia Paulista 30, 2005 9

ferramentas são aplicáveis a pacientes com doençascrônicas do sistema respiratório. Define-se RP como “umserviço contínuo multidisciplinar direcionado a pessoascom doenças pulmonares e seus familiares, geralmenteconstituído por um time multidisciplinar de especialistas,com o objetivo de se conseguir e manter o máximo deindependência de um individuo, inclusive de suasatividades na comunidade.”

Estudos científicos apontam para benefícios reais coma RP nestes pacientes, como a melhora na capacidade deexercício, diminuição da dispnéia, melhora da qualidadede vida e diminuição da freqüência de re-internações. Oprograma abrange cessação do tabagismo,oxigenoterapia, modalidades de exercícios que aumentama força e a performance do exercício, técnicas derelaxamento e de conservação de energia, avaliaçãonutricional e suporte psicológico.

A oxigenoterapia domiciliar prolongada (ODP) temdemonstrado ser de extremo valor no tratamento depacientes com DPOC e hipoxemia crônica. Sabe-se hojeem dia que nenhum medicamento, além do oxigênio,aumenta a sobrevida destes pacientes. Isto se estende apacientes com outras doenças pulmonares que cursamcom hipoxemia crônica além da DPOC. A oxigenoterapiasuplementar estabiliza as complicações sistêmicas dahipoxemia e diminui as internações hospitalares, revertea policitemia secundária à hipóxia crônica, aumenta o pesocorporal, previne e melhora a insuficiência cardíacadireita, o desempenho em testes neuropsicológicos e acapacidade de realizar as atividades da vida diária.

As indicações clássicas da oxigenoterapia são: PaO2 <55mmHg ou saturação <88% em repouso, ou PaO2 entre56 e 59mmHg com evidências de cor pulmonale oupolicitemia. A gasometria arterial é necessária paraindicação da oxigenoterapia domiciliar e deve ser refeitaduas vezes ao ano durante doença estável. O fluxo idealde oxigênio é obtido por titulação individual, usando-seo oxímetro de pulso até obter-se a saturação de pulso daoxihemoglobina maior ou igual a 90% (SpO2>90%).Recomenda-se que à prescrição de oxigênio utilizadadurante o dia em repouso adicione-se mais 1L/min durantea noite. Após uma internação por exacerbação, novaavaliação deverá ser realizada após 60 a 90 dias, vistoque a hipoxemia pode ser transitória nessascircunstâncias.

A ventilação mecânica é utilizada para reduzir o trabalhorespiratório, melhorar as trocas gasosas e os volumespulmonares, além de aliviar a sensação de dispnéia empacientes com falência muscular respiratória. Duranteexacerbação, o portador de DPOC apresenta-se compadrão respiratório rápido e superficial que aumenta oespaço morto e o gasto energético, propiciando ao

aparecimento da fadiga dos músculos respiratórios.O usoda VNIPP nesta situação pode prevenir a insuficiênciaventilatória e evitar a intubação traqueal. Dentre assituações clínicas mais comuns nas quais o suporteventilatório está indicado estão a DPOC grave exacerbada,as doenças neuromusculares crônicas e agudas, durantecirurgias em pacientes de alto risco e nos traumastorácicos.

Pacientes com DPA apresentam alterações na suacomposição corpórea que caracteristicamente semanifestam por perda de peso progressiva, a qual predizmaior mortalidade e costuma estar associada a umadeteriorização geral do organismo. Os mecanismosfisiopatológicos desta síndrome pulmonar de caquexiasão multifatoriais e estão relacionados a um grandenumero de variáveis como: idade, exercício, metabolismo,inflamação sistêmica e uso de drogas (corticóide oral).

BIBLIOGRAFIA

1 - Kotloff RM, Hansen-Flaschen JH. Advanced LungDisease . Clin Chest Med. 1997; 18 : 421-655.2 - Pauwels RA, Buist AS, Calverly PM, Jenkins, Hurd SS.Global strategy for the diagnosis, management andprevention of chronic obstructive pulmonary disease.NHLBI/WHO Global Initiative for Chronic Obstructive LungDisease (GOLD) Workshop summary. Am J Resp CritCare Med 2001;163:1256-1276. 3- Jardim JR, Oliveira JÁ, Nascimento O . II ConsensoBrasileiro de DPOC / SBPT. J Bras Pneumol 2004; 30:S1-S42.4- Viegas CAA , Adde FV, Paschoal IA, Godoy I, MachadoMCLO. I Consenso Brasileiro de Oxigenoterapia DomiciliarProlongada / SBPT- J Pneumol , 2000; 26: 341-350.5- Medical Research Council Working Party. Report of long-term domiciliary oxygen therapy in chronic hypoxic corpulmonale complicating chronic bronchitis and emphysema.Lancet 1981; 1: 681-685.6- Nocturnal Oxygen Therapy Trial Group. Continuos ornocturnal oxygen therapy in hypoxemic chronic obstructivelung diseases. Ann Intern Med 1980; 93: 391-398.7- Luce JM, Luce JA. Management of dyspnea in patientswith far-advanced lung disease. JAMA. 2001; 285: 1331-1337.

CORRESPONDÊNCIAMaria Christina Lombardi de O. MachadoRua Borges Lagoa 1450 – Hospital ProfessorEdmundo Vasconcelos SP/SP CEP: [email protected]

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RESUMINDO E RECORDANDO

ASMA DE DIFÍCIL CONTROLE

AUTORES: Gustavo Gir Gomes 1, Mauro Gomes 2

SERVIÇO: Clínica de Pneumologia da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo

1Residente de Clínica Médica, 2Médico assistente e Professor da Disciplina de Pneumologia.

1. DEFINIÇÃOAsma de difícil controle pode ser definida quando da

existência de um paciente com diagnóstico confirmado deasma e com sintomas e/ou anormalidades da função pulmonarfracamente controlados com tratamento cuja experiênciamostra grande eficácia.1,2

Deve-se atentar, nesta definição, para a diferenciaçãoentre asma de difícil controle e asma grave. Esta última,segundo o III Consenso Brasileiro, é a que apresentasintomas diários, contínuos; limitação diária a exercíciosleves; faltas freqüentes ao trabalho ou escola; exacerbaçõesfreqüentes e/ou graves ; necessidade de uso frequente decorticoterapia sistêmica; internações; risco de vida;necessidade de broncodilatadores de alívio > 2 vezes aodia; VEF1 ou PFE nas consultas < 60% do previsto.16 Já aBritish Thoracic Society define a asma grave como sendoaquela onde são necessárias altas doses de corticóideinalatório (2000mcg de beclometasona ou equivalente,diariamente), associado com beta-2-agonista de longaduração e, freqüentemente, antagonistas de receptores deleucotrienos, teofilinas e/ou beta-2-agonista de curtaduração; ou, ainda, uso contínuo ou freqüente de corticóidesistêmico.7

O conceito de asma de difícil controle engloba ospacientes com doença leve, moderada ou grave, sendo queas conseqüências são piores neste último grupo.Aproximadamente 5% dos asmáticos são de difícil controle,mas estes representam gastos desproporcionalmenteelevados em relação aos demais 95% de asmáticos.3

2. ETIOLOGIA E DIAGNÓSTICODiante de um paciente com diagnóstico estabelecido de

asma de difícil controle, torna-se necessário buscar a origemdesta dificuldade. Hetzel et al. descrevem como os principaisfatores associados a tal diagnóstico:4

· Erro diagnóstico ou doenças associadas;· Má adesão;· Disfunção de prega vocal;· Fatores desencadeantes não-identificados;

· Refluxo gastroesofágico;· Doença em via aérea superior: rinite, sinusite, polipose

nasal, síndrome das apnéias obstrutivas do sono;· Doenças sistêmicas: tireotoxicose, vasculites (síndrome

de Churg-Strauss, poliarterite nodosa), síndrome daimunodeficiência adquirida (SIDA);

· Fatores psicológicos;· Asma instável: asma noturna, asma pré-menstrual, asma

súbita tipos I e II;· Asma córtico-resistente ou córtico-dependente;· Asma com componente irreversível associado.

2.a - Erro diagnóstico ou doenças associadasO erro diagnóstico mais comum é a confusão de asma

com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).4 Robinsonet al (5), em amostra de 100 pacientes, identificou que 12%não apresentavam asma, de fato; nesta série, DPOCrepresentou o mais prevalente diagnóstico alternativo(50%).5 A distinção entre asma de início tardio e DPOC pareceser um importante fator de confusão disgnóstica.4

No que se refere a doenças associadas que podemdificultar o controle da asma, Heaney et al, em uma amostracom 73 pacientes, encontraram 25(34%) com algum outrodiagnóstico: bronquiectasias (9), dispnéia psicogênica(7), disfunção de corda vocal (3), DPOC grave (3),bronquite crônica (2) e deficiência de IgA (1).3 Outrasdoenças que podem estar associadas inclueminsuficiência cardíaca, fibrose cística, corpo estranho emvia aérea, bronquiolopatia pós-viral, asma fictícia etraqueomalácia.4

2.b - Má adesão ao tratamento.Trata-se do mais importante fator associado à asma de

difícil controle e é bastante alta sua prevalência. De acordocom Harrison, são preditores de baixa aderência aotratamento: classe social mais baixa, ansiedade, idade menore problemas familiares.1 O mesmo autor afirma que entre ospróprios médicos há dificuldades em se reconhecer ospaciente com baixa adesão ao tratamento.

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2.c - Disfunção de prega vocalÉ definida como obstrução de via aérea superior causada

pela adução dos dois terços anteriores das pregas vocaisdurante a expiração. Acomete, principalmente, mulheresjovens.

O diagnóstico é feito pelo quadro clínico de sibilânciaassociada a dois dos seguintes pontos: fluxos inspiratóriosreduzidos, intubação prévia com pressões normais deinsuflação, ou movimento anormal de cordas vocais àvisualização direta.3 O tratamento é à base de psicoterapia efonoaudiologia.3,4.

2.d - Fatores desencadeantes não-identificadosA história ocupacional e os alérgenos aos quais o

paciente asmático de difícil controle está exposto devemfazer parte obrigatoriamente da investigação. Também,deve-se inquirir sobre medicações em uso, tais como: beta-bloqueadores (incluindo os colírios), antiinflamatórios não-hormonais e inibidores de enzima de conversão deangiotensina. Testes alérgicos cutâneos podem ser úteis ea busca por infecções fúngicas também deve fazer parteda investigação.1,4

2.e - Doença do refluxo gastroesofágico (DRGE)Legget et al. demonstraram recentemente que 75% dos

pacientes com asma de difícil controle apresentavam DRGE(39 de 52 pacientes).6 Na amostra de Heaney et al, 57% (51de 73 pacientes) apresentavam DRGE.3 Em ambos os estudoso diagnóstico da DRGE foi firmado através de pHmetriaesofágica de 24 horas. No entanto, revisão recentedemonstrou que não há melhora sintomática oufisiopatológica da asma após tratamento farmacológico paraDRGE.1. A melhora pode ocorrer quando há correçãocirúrgica do problema.4.

2.f - Doença de via aérea superiorHeaney et al. observaram que 68% dos asmáticos de

difícil controle (50 de 73 pacientes) apresentavam sintomasde via aérea superior. Aqui incluem-se rinossinusopatia epolipose nasal.3 O uso de corticóide tópico pode serempregado concomitante ao tratamento da asma, combenefício.

2.g - Doenças sistêmicasA síndrome de Churg-Strauss pode ter manifestação

do tipo asmática, sendo um diagnóstico diferencial comasma de difícil controle. Cabe ao médico, então, suspeitá-la para que seja implementado tratamento específico.4

2.h - Fatores psicológicos e psiquiátricos 1,3,4,5,9,10,11,12,13

No estudo de Heaney et al, 47% dos asmáticos de difícilcontrole (34 de 73 pacientes) apresentavam algum distúrbiopsiquiátrico.3 Na amostra de Robinson et al (5), este achadocorrespondeu a 63% (56 de 88 pacientes).5 O uso dequestionários, como a escala de ansiedade e depressão

hospitalar (“Hospital Anxiety and Depression Scale”) e oquestionário de saúde geral (“General HealthQuestionnaire”) ajudam os profissionais de saúde adescobrir quais os pacientes com maiores chances dedistúrbios psiquiátricos, já que neste grupo existe maiorprobabilidade de não aderência ao tratamento.

Dentre os fatores psicológicos que podem ser atribuídosà asma de difícil controle está a discordância entre a medidaobjetiva da função pulmonar e os sintomas do paciente.Neste grupo estão os pacientes com baixa percepção e oscom alta percepção da doença.

Os mau-perceptores costumam apresentar poucasintomatologia diante de um grau de estreitamento de viasaéreas em que a maioria dos asmáticos apresentariamsintomas evidentes. Isto pode acontecer por distúrbiospsicológicos ou fisiológicos e estes pacientes acabamtornando-se mais propensos a exacerbações graves oumesmo fatais.

Por outro lado, os com alta percepção (“over-reactors”)acabam por fazer tratamentos mais agressivos do quenecessitariam pela medida objetiva de função pulmonar. Istoos predispõem a apresentar maior probabilidade de efeitoscolaterais das medicações.

2.i - Asma instável 4

Neste grupo de asmáticos de difícil controle, encontram-se a asma pré-menstrual e a asma súbita.

Asma pré-menstrual cursa com exacerbações que podemser leves ou graves, por vezes resistentes ao corticóideinalatório. Normalmente acontece de 2 a 5 dias antes damenstruação, com melhora dos sintomas com o início desta.

Asma súbita (brittle) refere-se a crises de asma,imprevisíveis, sem fatores desencadeantes identificáveis,que podem ser classificadas em 2 subtipos: tipo I, queenvolve variações persistentes e irregulares do pico de fluxo(> 40%), mesmo diante de tratamento agressivo da asma;tipo II, relacionado aos mau-perceptores da doença, queacabam não desenvolvendo resposta compensatóriaadequada à obstrução da via aérea, o que implica em maioresriscos para o doente.

2.j - Asma córtico-resistente e córtico-dependenteAsma córtico-resistente é evento raro e está associado

provavelmente a uma diminuição da atividade dosreceptores celulares de corticosteróides, o que resulta emmenor ação destes. Asma córtico-dependente pode serdefinida como asma de difícil controle que respondeadequadamente apenas a grandes doses de corticóidessistêmicos; provavelmente por mecanismo parecido com oda córtiço-resistência.4

2.k - Asma com componente irreversível associado.Diante de uma via aérea já remodelada, com obstrução

tendendo a tornar-se permanente, o tratamento clínico doasmático fica cada vez menos efetivo.

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Boletim Pneumologia Paulista 30, 2005 13

3. MANEJO DO ASMÁTICO DE DIFÍCILCONTROLE 1,3,12,13,14,15

Baseando-se nas principais causas que possam contribuirpara a dificuldade do controle da asma, Harrison propõe umroteiro para a abordagem destes doentes:

3.1 - História:• Descrição detalhada da evolução clínica da asma;• História ocupacional; medicações em uso; exposição a

alérgenos;• História de possíveis doenças de via aérea superior,

DRGE e atopias;• História familiar;• Antecedentes psiquiátricos/ psicológicos;• Questionários:• Auto-questionários sobre controle da asma (ex.:

“Asthma Control Questionnaire”);• Avaliação psicológica (ex. “Hospital Anxiety and

Depression Scale” e “General Health Questionnaire” );3.2 - Exame físico completo;3.3 - Investigação respiratória:• Pico de fluxo;• Espirometria e pré e pós-prova com broncodilatador;• Testes com histamina/metacolina;• Testes cutâneos de alergia; RAST; sorologia para

Aspergillus;3.4 - Avaliação multiprofissional:• Otorrinolaringologia; fonoaudiologia;• Psicologia; psiquiatria;• Fisioterapia;3.5 - Outras investigações:• Raio-X de tórax e tomografia computadorizada de alta

resolução;• Hemograma e bioquímica;• Pesquisa anticorpos anti-citoplasma de neutrófilos;• Dosagem sérica de cortisol, prednisolona e teofilina;• pHmetria esofágica de 24 horas;• Broncoscopia;• Pesquisa de células inflamatórias e mediadores

inflamatórios no escarro induzido;• Avaliação do óxido nítrico exalado;• Biópsia brônquica;• Estudo genético.

4. CONCLUSÃOMuitas são as variáveis que podem contribuir para que

ocorra asma de difícil controle. Ao médico, cabe identificar eagir sobre elas, o que tornaria o tratamento desta doençamuito mais efetivo.

CORRESPONDÊNCIA

DATAS COMEMORATIVAS

BIBLIOGRAFIA

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16. SBPT. III Consenso Brasileiro no Manejo da Asma. JPneumol 2002; 28(Supl.1): S1-S51.

17 DE NOVEMBRODia Nacional de Combate à Tuberculose

Dia Mundial da DPOC

27 DE NOVEMBRODia Nacional de Combate ao Câncer

Gustavo Gir GomesRua Martinico Prado, 241- aptº 44CEP 01224-010São Paulo/SP

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14 Boletim Pneumologia Paulista 30, 2005

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Boletim Pneumologia Paulista 30, 2005 15

RELATO DE CASO

PNEUMONIA EOSINOFÍLICA COMDERRAME PLEURAL

AUTORES: José Luiz Iunes Filho1; Elie Fiss2

SERVIÇO: Faculdade de Medicina do ABC.1Residente de Pneumologia; 2 Professor Titular de Pneumologia da FMABC; Doutor emPneumologia pela FMUSP

Paciente de 40 anos, sexo feminino, portadora de asmapersistente moderada com diagnóstico há 5 anos, emtratamento regular há 15 meses, em uso contínuo de Formoterol24 mcg/dia e Budesonida 800 mcg/dia com controle clínico.Há 10 dias com tosse produtiva com expectoração esverdeadaem quantidade moderada, acompanhada de febre não aferida.Apresentava-se lúcida, em BEG, com estertores crepitantesno terço superior do hemitórax esquerdo. PA: 120X70 mmHg eSaturação de oxigênio de 97% em ar ambiente.

Os exames complementares mostraram leucocitose de17900 com eosinofília de 59% (10571) e VHS de 47 mm. Semoutras alterações nos exames laboratoriais (eritrograma, urinaI, eletrólitos e glicemia). Pesquisas negativas para p-ANCAe c-ANCA e gasometria normal.

A radiografia de tórax inicial mostrava opacidade em lobosuperior esquerdo (figura 1) e tomografia de tórax mostrando

condensação e aerobroncogramas de permeio,principalmente em lobo superior esquerdo (figuras 2 e 3).

Realizada broncoscopia que identificou rigidez brônquica emlíngula e lobo superior esquerdo, presença de secreção espessae viscosa atapetando toda mucosa e formação de rolhas.Realizado lavado broncoalveolar (LBA) e biópsia transbrônquica(BxT) do lobo superior esquerdo, sendo identificada presençade quantidade moderada de eosinófilos no LBA, com ausênciade crescimento bacteriano, fúngico e de BAAR.

A paciente evolui após cinco dias com derrame pleuralesquerdo de aspecto anecogênico, com 247 mlidedntificados à ultra-sonografia de tórax. Sem mudança doquadro clínico. Na toracocentese foi identificado líquidopleural exsudativo com pH de 7,27, DHL de 529 (sérico de177 u/l), proteína total de 4,7 (sérica de 7 g/dl), glicose < 10(sérica de 103 mg/dl) e ADA de 13. A citologia do líquido

Fig. 1: Radiografia de tórax em PA com opacidade no lobo superioresquerdo

Fig. 2: Tomografia de tórax com opacidade no lobo superioresquerdo

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pleural identificou 16168 leucócitos com 78% de eosinófilos(12611 células).

A análise histopatológica do material coletado pelabroncoscopia mostrou: “Pneumonia eosinofílica emorganização e hemorragia intra-alveolar. Aspectohistopatológico compatível com Churg-Strauss” (figura 4).

Iniciado tratamento com prednisona (1mg/Kg/dia) até aremissão do quadro clínico. Apresentando respostadramática à corticoterapia já na primeira semana detratamento, como mostra as imagens da tomografia de tóraxrealizada 10 dias após o inicio do tratamento (figuras 5 e 6).

DISCUSSÃOA Síndrome de Churg-Strauss, ou angiíte alérgica e

granulomatosa, é uma doença sistêmica caracterizada pelapresença de vasculite de origem granulomatosa e eosinofílica.Acomete igualmente homens e mulheres. Pacientes comhistória de asma (5 a 10 anos antes da angiíte) quedesenvolvem eosinofilia periférica importante (superior a10000) e vasculite eosinofílica em vários tecidos, após mesesou anos ocorre o aparecimento de uma vasculite sistêmica.Pode apresentar sintomas como tosse produtiva, hemoptisee dispnéia persistente e, mais raramente, hemorragia pulmonardifusa e derrame pleural. A pele é envolvida em 70% dos casos

com nódulos, púrpuras e urticárias. Podem ocorrer aindamononeurites, sintomas gastrointestinais, cardíacos e renais.

Na maioria dos casos a radiografia de tórax apresentainfiltrado alveolar. Pode ser observado padrão intersticial,derrame pleural em 1/3 dos casos e adenomegalia hilar. Podetambém apresentar pequenos nódulos não cavitados.

O diagnóstico definitivo é obtido pela análise histopatológicacom vasculite necrotizante de células gigantes, especialmenteem arteríolas e vênulas. Granulomas intersticiais e perivascularessão comuns além do acúmulo de eosinófilos nos vasossanguíneos, tecido intersticial e estruturas alveolares.

O tratamento deve ser com corticosteróide pois este alteradramaticamente a história natural desta doença. Semtratamento, 50% dos pacientes morrem dentro de 3 mesesdevido à vasculite. Em contraste, a média de sobrevida é de9 anos após o tratamento com esta medicação. Deve seradministrado prednisona de 40 a 60 mg/dia por váriassemanas até a resolução da vasculite.

CORRESPONDÊNCIAJosé Luiz Iunes FilhoRua Osvaldo Orica, nº 10, apto 44 Bloco 2, CEP:09132-190, Santo André – [email protected]

Fig. 3: Tomografia de tórax com opacidade no lobo superioresquerdo.

Fig. 4: Antomopatológico (aumento 1000X) com presença depneumonia eosinofílica em organização.

Fig. 5: Tomografia de tórax após 7 dias de tratamento comcorticoterapia (diferença de 10 dias em relação à anterior).

Fig. 6: Tomografia de tórax evidenciando a melhora da lesão nolobo superior esquerdo após 7 dias do inicio do tratamento.

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18 Boletim Pneumologia Paulista 30, 2005

Os consensos sobre pneumonia recomendam o uso de umbeta-lactâmico associado a um macrolídeo, ou o uso de umaquinolona respiratória isoladamente como antibioticoterapiapara os pacientes internados por pneumonia adquirida nacomunidade (PAC). A intenção é cobrir o agente etiológicomais comum, o Streptococcus pneumoniae, juntamente com osclassicamente chamados “atípicos”: Chlamydia pneumoniae,Mycoplasma pneumoniae, Legionella pneumophila.

Apesar de estudos epidemiológicos e trabalhosmicrobiológicos justificarem a cobertura dos atípicos notratamento da PAC, no corrente ano foram publicadas duasmetanálises questionando esta terapia antimicrobiana.

A primeira foi publicada na British Medical Journal (BMJ)em 31 de janeiro de 2005 (“Effectiveness of b-lactam antibioticscompared with antibiotics active against atypical pathogensin non-severe community acquired pneumonia: meta-analysis”), sendo analisados 18 estudos, todos randomizados,duplo-cegos e controlados, comparando os antibióticos comcobertura contra agentes atípicos (fluoroquinolonas,macrolídeos ou quetolídeos) com os b-lactâmicos, com oobjetivo primário de avaliar a falha terapêutica. Foram analisados6749 pacientes, de trinta diferentes paises, entre 1980 e 2000,hospitalizados com PAC. A conclusão foi que a cobertura contragermes atípicos, nas pneumonias comunitárias de moderadagravidade, não traz qualquer beneficio sobre a terapia isoladacom b-lactâmicos.

Entretanto, esta análise possui algumas falhas. Incluía doisensaios que se iniciavam com terapia endovenosa e era seguidade complemento oral. Um grande número de pacientes analisadofaziam parte de protocolos financiados pela industriafarmacêutica (sendo com freqüência hiper-selecionados).Quatro desses foram obtidos diretamente das mesmas. Nãoforam determinados os escores de gravidades dos pacientesno início do tratamento (contendo na mesma análise pacientesde classe de gravidade de Fine diferentes). Ainda mais o fato deos estudos não terem como desfecho primário a redução namortalidade devem ter prejudicado o resultado influenciando aconclusão.

A segunda metanálise foi publicada no Archives of InternalMedicine em 26 de setembro deste ano, intitulada “Empiricalatypical coverage for inpatients with community-acquiredpneumonia - Systematic review of randomized controlledtrials” de Daphna Shefet et al., com 5.015 pacientes envolvidosem ensaios clínicos sobre tratamento de PAC. O objetivo foianalisar a necessidade da cobertura antibiótica para agentes

Cobertura antibiótica para agentes atípicos nos pacientes internadoscom pneumonia comunitária

atípicos. A metanálise, que incluiu 24 ensaios controlados erandomizados entre 1984 e 2004, teve como desfecho primárioa mortalidade global em 30 dias e, como secundários: falha notratamento clínico, erradicação bacteriana, desenvolvimentode superinfecções e reações adversas. O método utilizado naelaboração do estudo foi excelente, respeitando as premissasfundamentais de uma boa metanálise. Os 24 estudos avaliadoscompararam um beta-lactâmico com um macrolídeo oufluoroquinolona ou ambos. Fato interessante na análise dosensaios é que 18 tinham vínculo importante com algumaempresa farmacêutica e a grande maioria dos estudosapresentava falha no método. A mortalidade global nãoapresentou alteração significativa com o uso de macrolídeo,fluoroquinolona ou ambos quando comparados com o beta-lactâmico. Da mesma forma, os desfechos secundários nãoapresentaram benefício na utilização da cobertura para agentesatípicos. Os autores concluem que a antibioticoterapia paraatípicos não traz benefício na sobrevida e na eficácia dotratamento clínico.

Uma grande metanálise, bem estruturada, é aceita como nívelde evidência 1. Conseqüentemente, após esses estudos,devemos modificar nosso raciocínio terapêutico nos pacientesinternados por PAC? Devemos ser críticos na análise dessestrabalhos.

Sabemos que a sobrevida na PAC envolve fatores comoidade, condição clínica prévia, tempo de início daantibioticoterapia e apresentação clínica do paciente. O agenteetiológico não é fundamental na análise inicial desses doentes.Outro fato relevante é que numa metanálise tentamos homogeneizaros estudos para tentar um resultado comum. Nos estudosabordados, não houve uma característica clínica ou gravidadecomum dentre os pacientes, podendo envolver desde jovenssadios com PAC até idosos em choque séptico; com certeza oimpacto destes pacientes na mortalidade é extremamente diferente.

As presentes metanálises não podem ser consideradas comoverdades absolutas, visto as falhas metodológicas apontadas.Entretanto, estas críticas não tiram o seu mérito pois apontaramaspectos interessantes dos ensaios clínicos com PAC. Estesestudos devem servir de alerta para a necessidade de novosestudos bem elaborados para a confirmar o real valor dacobertura contra patógenos atípicos nas PAC.

(Ivan Aprahamian e João Maria Corrêa Filho, Residentes doDepartamento de Clínica Médica da Santa Casa deMisericórdia de São Paulo, Clínica de Pneumologia)

RESUMOS DE ARTIGOS

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A maior causa de Síndrome de Veia Cava Superior (SVCS)são os carcinomas pulmonares avançados e linfomas. Otratamento de escolha é a radioterapia acompanhada dequimioterapia e, quando possível, cirurgia. As endoprótesessão consideradas quando o tratamento convencional falha.Este artigo relata 17 casos de SVCS onde a colocação dasendopróteses foi realizada antes da radioterapia ouquimioterapia, como primeira linha de tratamento da SVCS.

A SVCS foi confirmada através de flebografia combinadacom tomografia e todos eram de origem neoplásica. Aobstrução era maior que 50% (classificação de Stanford)nos 17 casos. Em quinze a implantação foi realizada semintercorrências. Destes, dois após 2 anos de seguimentoencontram-se bem, um apresentou remissão completa após

Endovascular stenting in neoplastic superior vena cava syndromeprior to chemotherapy or radiotherapy.Bierdrager E et al.The Netherlands Journal of Medicine 2004; 63(1): 20-3.

tratamento complementar e o outro remissão parcial, semrecidiva da SVCS. Os outros pacientes morreram devido àprogressão da doença, mas mesmo nestas circunstânciasnão houve recidiva da SVCS.

Os autores acreditam que mais estudos são necessários,mas as endopróteses parecem efetivas em tirar o paciente daurgência imposta pela SVCS, enquanto procedimentosintervencionistas eletivos são realizados para diagnóstico.

(Patrícia Kittler Vitório, médica assistente; AnderleiDegering, residente de 3º. ano em pneumologia. Serviçode Doenças do Aparelho Respiratório do Hospital doServidor Público Estadual de São Paulo)

Estudo retrospectivo de 120 casos comprovados deembolia pulmonar (EP) onde os autores buscam identificar apresença de disfunção ventricular direita (DVD) através deachados tomográficos.

Após realização de angio-TC, aferiu-se o maior diâmetrodo ventrículo direito (VD) e do ventrículo esquerdo (VE),excluindo a imagem negativa do septo interventricular Comisto foi possível o cálculo da razão entre diâmetro do VD e odiâmetro do VE. Os índices adotados foram: razão entre 1,0 e1,5 - DVD moderada e razão acima de 1,5 - DVD acentuada,como recomendado na literatura. Alterações no septointerventricular e razão entre o maior diâmetro do tronco daartéria pulmonar e maior diâmetro da aorta ascendentetambém foram considerados.

Dos 120 casos analisados, 18 pacientes morreram e em 7casos o óbito foi relacionado com o processotromboembólico. Nestes 7 casos, em especial, a razão entre

Right ventricular dysfunction and pulmonary obstruction index athelicoidal CT: prediction of clinical outcome during 3-month follow-up in patients with acute pulmonary embolism.van der Meer RW et al.Radiology; 235(3): 798-803.

o maior diâmetro VD/VE à angio-TC foi significantementeelevada (média=1,54±0,18). Septo interventricular desviadopara esquerda foi observado nos casos de DVD acentuadade acordo com o índice estabelecido e em 54% dos casoscom razão VD/VE compatível com DVD moderada. Os outrosíndices aferidos não demonstraram alterações tãosignificantes.

Este estudo demonstrou uma boa correlação entre sinaisde DVD à angio-TC e pior prognóstico em pacientes com EPcomprovada inicialmente estáveis. Com isto, a angio-TC alémde diagnosticar EP, parece ser útil em predizer o prognósticoda mesma.

(Patrícia Kittler Vitório, médica assistente do Serviço deDoenças do Aparelho Respiratório do Hospital do ServidorPúblico Estadual de São Paulo)

RESUMOS DE ARTIGOS

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DEFESA PROFISSIONAL

CBHPM - MODIFICAÇÕES PROPOSTAS À AMB

Autores: José Alberto Neder ¹; Roberto Rodrigues Junior ²; João Marcos Salge³

¹Presidente do Departamento de Função Pulmonar da Sociedade Brasileira de Pneumologia eTisiologia; Diretor da SPPT; ² Vice-Presidente do Departamento de Função Pulmonar da SociedadeBrasileira de Pneumologia e Tisiologia; Diretor da SPPT; ³ Secretário do Departamento de FunçãoPulmonar da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia.

O Departamento de Função Pulmonar da SociedadeBrasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) solicitou àAssociação Médica Brasileira (AMB), no mês de agosto,algumas modificações e adendos à Classificação BrasileiraHierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM).

Inicialmente, gostaríamos de salientar que o nome docampo ESPIROMETRIA (4.01.05.00-8), foi alterado paraFUNÇÃO RESPIRATÓRIA, visto que neste campo estãocolocados diversos testes funcionais respiratórios empneumologia. Sumarizando, as adequações que forampropostas são as seguintes:

1. Aumento da valoração do procedimento PROVA DEFUNÇÃO PULMONAR. Adição do termo ESPIROMETRIAao item com título PROVA DE FUNÇÃO PULMONAR, vistoque é neste procedimento que é realizada a espirometria.

Logo, o procedimento será denominado PROVA DEFUNÇÃO PULMONAR OU ESPIROMETRIA.

2. Aumento da valoração do procedimento ERGOES-PIROMETRIA OU TESTE DE EXERCÍCIO CARDIO-PULMONAR.

3. Retirada da CBHPM dos procedimentos superponíveise/ou equivalentes à ERGOESPIROMETRIA OU TESTE DEEXERCÍCIO CARDIOPULMONAR.

Salientamos que não se propõe nenhuma mudança nosdemais procedimentos de função respiratória constantes nalista. As propostas foram fundamentadas com base noscustos de aparelhagem e qualificação dos profissionaisenvolvidos na realização dos exames.

PROVA DE FUNÇÃO PULMONAR OUESPIROMETRIA

4.01.05.07-5 Prova de Função Pulmonarou Espirometria

PROVA DE FUNÇÃO PULMONAR – PROPOSTA DA SBPT

VERSÃO PRÉVIA VERSÃO PROPOSTA

PORTE 2A (R$ 32,00) 2C (R$ 50,00)

CUSTO (UCOs) 4,00 4,00

TOTAL 78,00 96,00

ESPIROMETRIAVALOR APROVADO (CBHPM 4a edição)*: R$ 88,00

ERGOESPIROMETRIA OU TESTECARDIOPULMONAR DE EXERCÍCIO

4.01.01.06-1 Ergoespirometria ou testecardiopulmonar de exercício completo

(espirometria forçada, consumo de 02,produção deC02 e derivados ECG, oximetria)

ERGOESPIROMETRIA - PROPOSTA DA SBPT

ERGOESPIROMETRIA -VALOR APROVADO (CBHPM 4a edição)*: R$ 214,50* setembro de 2005. Fonte: www.amb.org.br

VERSÃO PRÉVIA VERSÃO PROPOSTA

PORTE

CUSTO (UCOs)

TOTAL

3B (R$ 88)

10,00

R$ 203,00

3C (R$ 100)

12,00

238,00

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22 Boletim Pneumologia Paulista 30, 2005

JORNADAS DE ATUALIZAÇÃO NO INTERIOR

ABC

A Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia, pormeio de sua subsede em Barretos, também realizou suaJornada de Atualização em Pneumologia no último dia 20 deagosto. Trinta e quatro profissionais de saúde participaramdo encontro coordenado por Carlos Marcelo BorgesSantiago e Marisa Richard P. da Costa Lima. Os palestrantesforam Ilma Aparecida Paschoal, Carlos Alberto de CastroPereira e Artur Soares de Sousa Jr., que apresentaram ostemas Asma e DPOC. A jornada aconteceu na sede da UnimedBarretos.

A sub-sede do ABC realizou, em 4 de agosto, mais umaJornada de Atualização em Pneumologia. O evento,coordenado por Adriano César Guazzelli, reuniu 32participantes na sede da APM de Santo André. Diagnósticoe Tratamento da Asma foi o tema abordado pelospalestrantes Roberto Rodrigues Júnior, Tatiana Rozov eRafael Stelmach.

BARRETOS

SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

Roberto Rodrigues, Rafael Stelmach, Mônica S. Lapa, AdrianoGuazelli e Tatiana Rozov

Ilma Paschoal, Carlos Marcelo B. Santiago, Artur Soares de Sousa Jr

Em São José dos Campos, a última Jornada deAtualização em Pneumologia deste ano foi realizada no dia16 de setembro, com a participação de 21 profissionais dacidade e municípios vizinhos. O evento aconteceu noCarlton Plaza Hotel. Patrícia Kittler Vitório e Luiz VicenteFerreira da Silva Filho discorreram sobre os temas TEPDiagnóstico, TEP Tratamento e Bebê Chiador.Coordenaram a Jornada Leonardo Cysneiros da Costa Reise Gislleny Nunes Calazani Rocha, responsáveis pela sub-sede local.

Gislleny Nunes Calanzani Rocha, Leonardo Cysneiros da CostaReis, Patricia Kittler Vitório, Luiz Vicente F. da Silva Filho

NOTÍCIAS

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Boletim Pneumologia Paulista 30, 2005 23

NOTÍCIAS

CAMPANHA RESPIRE E VIVAA Campanha Respire e Viva, destinado ao diagnóstico da

Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) na populaçãode risco, ocorreu no período de 24 a 26 de junho de 2005, emdiversas regiões da Grande São Paulo.

Como é sabido, um grande contingente de indivíduosexpostos ao tabaco podem desenvolver a doença, sendoque na maioria dos casos o início dos sintomas pode serpouco percebido. Recentemente a comunidade médica, emespecial os pneumologistas, têm participado de campanhasde conscientização e esclarecimento desta doença tãoincidente e prevalente, levando ao maior conhecimento dapopulação geral.

A Campanha Respire e Viva contou com a participação demédicos e profissionais de saúde dos diversos Serviços deSão Paulo (FMUSP, Unifesp, HSPE, Santa Casa e FMABC).Os mesmos foram dispostos em equipes e distribuídos emgrande rede de supermercados e shopping-centers da cidadede São Paulo, por onde circulavam pessoas interessadas emrealizar gratuitamente exames de triagem e diagnóstico dadoença. Cada unidade de atendimento, contava com osseguintes profissionais: 1 Coordenador Operacional Geral,3 Médicos Especialistas em Pneumologia, 8 MédicosResidentes, 10 Técnicas em Espirometria , 8 Recepcionistas,1 Auxiliar de Limpeza, 1 Segurança.

O evento foi amplamente divulgado nas principais rádiosda Grande São Paulo e obteve o apoio das SociedadesPaulista e Brasileira de Pneumologia e Tisiologia.

Os indivíduos foram submetidos a um breve questionárioonde identificavam-se os de maior risco, que eramencaminhados para a realização de uma espirometriaconvencional. Logo após o exame, os voluntários recebiamexplicações quanto aos resultados, orientações pertinentesà doença e encaminhamento dos acometidos aos serviçosde referência para seguimento especializado.

Foram entrevistados nos 3 dias da campanha 5860

pessoas, sendo 3232 do sexo masculino e 2628 do sexofeminino. Das 5860 pessoas entrevistadas, foramselecionadas para a realização das espirometrias 5274,obtendo o diagnóstico de DPOC em 1650 indivíduoscorrespondendo a 31% do total. A tabela 1 ilustra osresultados obtidos.

Esta campanha identificou uma alta prevalência da DPOCnesta amostra estudada (31%), superior à da populaçãogeral, visto que a aplicação inicial do questionário aosindivíduos promoveu melhor seleção dos pacientes de risco.Boa parte destas pessoas desconheciam ser portadoresdesta enfermidade, enaltecendo o valor assistencial destacampanha.

Posto de atendimento do Carrefour Pinheiros

Técnicos de Função Pulmonar no Shopping Anália Franco

Técnica realiza espirometria.

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UNIFESP/EPM3ªs feiras, das 8 às 10hPr. Octávio de Carvalho - Anf. Nylceu Marquesde Castro - Rua Botucatu, 740

HC-USP4ªs feiras, das 8 às 10hInstituto Central – Anfiteatro da Patologia -10º andar - Av. Enéas de Carvalho Aguiar, 255

HSPE4ªs feiras às 8hBiblioteca – 14º andarRua Pedro de Toledo, 1800.

No dia 28 de agosto a Sociedade Paulista de Pneumologiae Tisiologia realizou evento aberto à comunidade emcomemoração ao Dia Nacional de Combate ao Fumo.Contamos com o apoio do Grupo Pão de Açúcar, que cedeuas dependências da loja Jabaquara para realização de examesgratuitos, distribuição de material com orientações sobre oTabagismo e exibição de vídeos. Durante o evento, 84pessoas se submeteram à medição da concentração demonóxido de carbono no organismo e centenas deinteressados esclareceram suas dúvidas e se informaramsobre os programas de apoio disponíveis aos fumantes quedesejam abandonar o vício.

Instituída desde 1986, essa data tem por objetivoconscientizar a população sobre os malefícios do tabaco,através de ações realizadas por entidades da área de saúdeem todo país.

SPPT PROMOVE AÇÃO DE COMBATE AOTABAGISMO

NOTÍCIAS

REUNIÕES CLÍNICAS NA CAPITALSANTA CASA6ªs feiras, das 8 às 9hUnidade de Pulmão e Coração (UPCOR) - AnfiteatroRua Dr. Cesário Motta Jr, 112

ABC6ªs feiras, das 13:30 às 15hLaboratório de Função Pulmonar - Santo AndréAv. Príncipe de Gales, 821

CLEMENTE FERREIRA4ªs feiras, das 8:30 às 11:30hAuditórioRua da Consolação, 717

Marco Russo, Simone (depto. de Marketing do Pão deAçúcar) e Maria Vera Cruz de Oliveira

Enquanto aguardavam o exame, os presentes assistiramvídeos de conscientização

PERÍODO DE FÉRIASNA SPPT

No dia 20 de dezembro a secretaria da SPPT entraem recesso para festas de final de ano, retornando oatendimento aos associados no dia 2 de janeiro.

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NOTÍCIAS

CADASTRO NO SITEA SPPT continua trabalhando para a modernização de seu

site e solicita a todos os seus sócios a atualização do cadastropara inclusão correta dos dados na página da internet.

Para que o sócio tenha seu nome incluído neste cadastro,é necessário que seja enviado à secretaria da SPPT oendereço completo do consultório e o CRM.

ASSESSORIA DEIMPRENSA

A SPPT esteve presente nos mais variados veículos decomunicação esclarecendo dúvidas sobre doençasrespiratórias.

Cardiopatia e Asma foi tema de entrevista na RevistaConversair, publicação dirigida à classe médica, e noprograma Viver e Conviver da Rede Vida.

A baixa umidade do ar foi abordada em entrevista naafiliada da TV Globo de São José dos Campos, com aparticipação de representante da sub-sede local. O JornalAgora trouxe a reportagem sobre o crescente número deinternações causadas pela Pneumonia na cidade de SãoPaulo.

Durante as comemorações do Dia Nacional de Combateao Fumo, sócios da SPPT foram entrevistados pela EPTVCampinas (afiliada da Rede Globo), TV Beira Rio dePiracicaba e Jornal Jabaquara News de São Paulo que estevepresente para reportagem no local.

A TV Assembléia abordou doenças respiratórias nainfância e a Revista da Unimed de Barretos realizou coberturada Jornada de Atualização ocorrida naquela cidade.

O Dia Mundial da DPOC e o XI Congresso Paulista dePneumologia e Tisiologia foram abordados em entrevistano programa Viver e Conviver na Rede Vida, no boletimespecial do evento na TV Cultura, nos sites de notíciasMaxpress e no portal de comunicação Comunique-se.

O Tabagismo foi o tema abordado em entrevista na RedeCatólica de Rádio de Aparecida.

A pedido de telespectadores, Tuberculose Contagiosa foitema de entrevista no programa Viver e Conviver da Rede Vida.

PERDASINSUBSTITUÍVEIS

No dia 24 de novembro,faleceu em São Paulo, opneumologista e tisiolo-gista José Rosemberg, aos95 anos. Nascido em 1909,na Inglaterra, o professorRosemberg chegou aoBrasil em 1911, em SãoPaulo, com dois anos deidade. Especialista emdoenças pulmonares,

particularmente a tuberculose, era reconhecidointernacionalmente como um dos pioneiros da luta contrao tabagismo no Brasil. Editou mais de 12 livros sobre osmales do cigarro, a maioria com distribuição gratuita.Rosemberg era presidente do Comitê Coordenador doControle de Tabagismo no Brasil e membro da Comissãode Tabagismo do Conselho Federal de Medicina e daCâmara Técnica do Programa Nacional do Controle deTabagismo, ligado ao Instituto Nacional do Câncer.

No dia 1º. dedezembro, faleceudurante um congressointernacional de Radio-logia, em Chicago, oprofessor Jorge Issa-mu Kavakama. Espe-cialista em radiologiatorácica e consideradoum dos maiores radio-logistas do país, tevetrabalhos, artigos elivros publicados noBrasil e no exterior.Graduado em 1978 pela Universidade de São Paulo, eraSupervisor do Grupo de Tórax do Instituto de Radiologiado Hospital das Clinicas da FMUSP. Era membro atuantee colaborador da SPPT e tinha o reconhecimento deamigos e alunos pela dedicação e empenho profissional.

É com muito pesar e saudade que a Sociedade Paulistade Pneumologia e Tisiologia registra o passamentodestes dois ilustres profissionais e amigos.

FALE COM A SPPT -E-mail: [email protected] - Fax: 11 5080 3727Endereço: Rua Machado Bittencourt, 205 – 8o. andar – cj. 83Vila Clementino – São Paulo – CEP 04 044-000

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NOTÍCIAS

NOVA SEDE DA SPPTNo último dia 13 de outubro, foi realizada a cerimônia

de inauguração da nova sede da Sociedade Paulista dePneumologia e Tisiologia. O novo conjunto mede 88m2, oque possibilitou a adequação do espaço para melhoratendimento aos associados.

Na ocasião, o presidente da entidade, Roberto Stirbulov,ressaltou a importância da aquisição de uma sede ampla emoderna, que reflete o crescimento da SPPT, atualmentecom um quadro de 1.100 sócios.

Stirbulov enfatizou o trabalho desenvolvido pelos ex-presidentes, Mário Terra Filho e Ana Luísa Godoy

Fernandes, que cultivaram a idéia da ampliação da sede eda atuação educativa e social da Sociedade.

O presidente agradeceu pela dedicação e apoio dosmembros da atual diretoria, a participação dos parceiros epatrocinadores, o trabalho do arquiteto Alexandre SousaLobo e o empenho dos funcionários da SPPT que juntosforam responsáveis pelo sucesso da gestão 2004/2005 e arealização do sonho da nova sede.

Após o descerramento da placa, associados, diretorese convidados se confraternizaram num jantarcomemorativo.

Roberto Stirbulov com os ex-presidentes, Ana Luisa GodoyFernandes e Mário Terra Filho

Roberto Stirbulov, os secretários Suzi e Wagner e aconsultora jurídica Simone Miranda

A nova sede busca maior funcionalidade e conforto no atendimento aos associados

Fotos: Carlos Mendes

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NOTÍCIAS / CONGRESSO

XI CONGRESSO PAULISTA É SUCESSO DE PÚBLICO

Com mais de 1200 inscritos, o XI Congresso Paulista dePneumologia e Tisiologia se transformou em um marco nahistória da SPPT. Os cursos pré-congresso tiveram númeroexpressivo de participantes e a comissão científica,responsável pelos pôsteres e temas livres, registrou umnúmero recorde de inscrições de trabalhos.

Este sucesso foi resultado de um esforço da diretoria daSPPT que durante todo ano se empenhou em realizar umevento histórico.

Foram quatro dias de discussão e atualização dosprofissionais com a presença de renomados palestrantesestrangeiros e respeitados especialistas brasileiros.

No dia 11, após a realização dos cursos pré-congressos,a abertura oficial aconteceu no Clube São Paulo reunindoparticipantes, palestrantes e convidados.

O XI Congresso Paulista de Pneumologia e Tisiologia foiaberto oficialmente pelo presidente da SPPT, RobertoStirbulov, que saudou os participantes e ressaltou aimportância do trabalho médico e a busca constante de

aprimoramento do profissional para o melhor atendimento aospacientes. O presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologiae Tisiologia, Mauro Musa Zamboni, especialmenteconvidado para a abertura, comentou sobre a melhoria e oavanço nas condições de atendimento aos pacientes.

Após a abertura oficial, representantes de três ONGs(Organizações Não-governamentais) de apoio aosportadores de doenças respiratórias foram homenageados.A Associação Brasileira de Portadores de DPOC foirepresentada pelo sr. Manoel de Souza Machado Jr. PelaABRA - Associação Brasileira de Asmáticos - foihomenageado o sr. Eduardo Luis Duarte; e a APAM -Associação Paulista de Assistência à Mucoviscidose - foirepresentada por Marco Antonio de Paula. Os trêshomenageados falaram sobre a importância da união dospacientes para o fortalecimento das reivindicações e lutacontra as doenças.

Após foi servido um jantar de confraternização aospresentes.

Público recorde para o evento

O presidente do Congresso, Roberto Stirbulov, abriuoficialmente o evento

Mauro Zamboni, atual presidente da SBPT, enfatizou aimportância do Congresso Paulista para a especialidade

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PESQUISA

Stirbulov com os homenageados, Eduardo Duarte, MarcoAntonio de Paula e Manoel S. Machado Jr.

O Centro de Convenções Rebouças foi o localpreferido para sediar XII Congresso Paulista dePneumologia e Tisiologia. Este é o resultado deuma pesquisa realizada durante o evento com 459participantes. Para 182 entrevistados o Rebouças,apesar de alguns problemas de distribuição de

salas e capacidade de acomodação, é o localadequado pelo fácil acesso aos congressistas dointerior ou de outros estados. A opção de outrolocal na capital teve a preferência de 169participantes e o interior foi citado por 108entrevistados.

Marco R. Russo foi o mestre-de-cerimônia da abertura

Um dos pontos altos do XI Congresso Paulista dePneumologia e Tisiologia foi a presença dos convidadosestrangeiros, que tiveram suas aulas e conferênciasdisputadas pelos participantes. Os doutores PeterCalverley, Professor da Universidade de Liverpool, JoséAntonio Alcacer Maester, chefe do serviço de Cirurgia

CONVIDADOS ESTRANGEIROS

O inglês Peter Calverley e Alberto CukierO palestrante Richard Channick da Universidade daCalifórnia

Torácica do Hospital Valle del Hebron, Barcelona, LourenzoFernandez Fau, chefe do serviço de Cirurgia Torácica doHospital Princesa, em Madri e Richard Channick, daUniversidade da Califórnia, trouxeram suas experiências econtribuíram para o evento atingir suas metas deatualização e reciclagem dos profissionais presentes.

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NOTÍCIAS / CONGRESSO

SPPT ELEGE NOVA DIRETORIA

No dia 13 de novembro, durante a realização do XICongresso de Pneumologia e Tisiologia, os associadosadimplentes da Sociedade Paulista de Pneumologia eTisiologia elegeram, através de voto direto, a nova diretoriapara a gestão 2006/2007. Encabeçada por Rafael Stelmach, achapa “A Pneumologia de Todos Nós” venceu o pleito e foiapresentada oficialmente na Assembléia Ordinária que serealizou no dia 14 de novembro.

Conheça a nova diretoria da SPPT:

Presidente: Rafael Stelmach (FMUSP-São Paulo)Vice-Presidenta: Thais Helena Abrahão Thomaz Queluz(FMUNESP-Botucatu)Secretaria Geral: Lisete Ribeiro Teixeira (FMUSP-SãoPaulo)1a. Secretária: Regina Maria de Carvalho Pinto (S.André)2o. Secretário: Ricardo Henrique de Oliveira BragaTeixeira (FMUSP/Home Doctor-São Paulo)Diretor de Finanças: José Eduardo Delfini Cançado(Piracicaba)Diretor de Assuntos Científicos: Mauro Gomes (FCM Sta.Casa/Hospital Samaritano -São Paulo)Diretor de Divulgação: Ronaldo Perches Queiroz(FAMEMA-Lins/Marília)Assuntos do Interior: Ciro de Castro Botto (Franca)Defesa Profissional: Marcelo Gervilla Gregório (FMUSP/HCor-São Paulo/SBCampo)Ensino: Suzete Varela Mayo (Hospital Heliópolis/SUS-São Paulo)Promoções: Marco Ricardo Russo (FCM Sta. Casa/Hospital Metropolitano-São Paulo)Assuntos da Grande São Paulo: Sidney Bombarda(FMUSP/PMSP -São Paulo)Informática: Federico Enrique Garcia Cipriano(HCFMUSP-Riberão Preto)Conselho Fiscal: Efetivos:Miguel Bogossian (UNISA-São Paulo)Mário Terra Filho (FMUSP-São Paulo)Roberto Stirbulov (FCM Sta. Casa-São Paulo)Suplentes:Maria Isolina Del Tedesco Lins (FMUSP-São Paulo)Roberto Onishi (FMUSP/SEPACO - São Paulo)Alberto Cukier (FMUSP-São Paulo)

ELEIÇÃO É DECIDIDAPOR UM VOTO

Dos 467 sócios aptos a votar, 294 compareceramao local de votação para manifestar sua preferênciana primeira eleição da SPPT onde concorreram duaschapas.

Foi uma eleição democrática e disputada até oúltimo momento. A chapa 1 - “A Pneumologia de TodosNós” - venceu a chapa 2 - “Unidade e Transparência”- pela contagem de 146 a 145 votos, com um voto embranco e dois nulos. A eleição demonstra também, oamadurecimento da entidade que, em 2005, completou27 anos.

A eleição foi realizada durante o Congresso no próprioCentro de Convenções Rebouças

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TRABALHOS PREMIADOS

A comissão científica responsável pelos Pôsteres eTemas Livres do XI Congresso de Pneumologia eTisiologia formada por Fabíola Villac Adde, JaquelinaSonoe Ota Arakaki, Maria Inês Bueno de AndradeValery, Patrícia Kittler Vitório, Marcelo GervillaGregório, Vicente Dorgan Neto e Fabiana RibeiroNogueira, registrou um número recorde de inscriçõese premiou os melhores trabalhos. Os vencedoresforam:

Trabalho 150 - Análise do uso de descritores de dispnéianacionais em pacientes com doenças cardiorespiratórias eobesidadeAutora: Christiane Aires Teixeira - Hospital das Clínicas daFaculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USPPrêmio Profº Dr. Vicente Forte de melhor Poster Temático.

Trabalho 257 - Efeitos da poluição do ar proveniente da queimada plantação de cana-de-açúcar sobre o sistemacardiorespiratórioAutor: Marcos Abdo Arbex - Laboratório de PoluiçãoAtmosférica Experimental, FMUSPPrêmio Profº Dr. Nelson Morrone de melhor Tema Livre.

Trabalho 198 - Vasculite Pulmonar por Vírus SincicialRespiratórioAutora: Carla Bastos Valeri - Hospital Sírio LibanêsPrêmio Profª Dra. Tatiana Rozov de melhor Poster Relatode Caso

NOTÍCIAS / CONGRESSO

A apresentação oral dos trabalhos ocorreu no auditórioSalvador Mercurio

TORNE-SE SÓCIO DA SPPT

Fone: 011 5080 3725 (Suzy ou Wagner)

Home page: www.sppt.org.br

Email: [email protected]

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NOTÍCIAS / CONGRESSO

O esperado lançamento do sexto volume do livro“Pneumologia – Atualização e Reciclagem” aconteceu nodia 12 de novembro durante o XI Congresso Paulista dePneumologia e Tisiologia. Os editores, Mauro Gomes (SantaCasa), Rafael Stelmach (USP), José Alberto Neder (Unifesp)e Luiz Carlos Leiro (Hospital Heliópolis) comemoraram agrande procura pela publicação, cuja primeira impressão seesgotou durante o congresso.

A publicação é resultado de um trabalho conjunto dadiretoria da SPPT, dos autores convidados e principalmentedo seu corpo editorial, que se empenhou em construir umaobra que pudesse atualizar e reciclar a atuação dosprofissionais da área.

Os sócios adimplentes presentes ao lançamento járeceberam a edição impressa. Aqueles que ainda nãoreceberam o VI volume devem entrar em contato com asecretaria da SPPT. Os livros serão encaminhados assim quea editora Revinter entregar a nova remessa. Para os que não

PNEUMOLOGIA – ATUALIZAÇÃO E RECICLAGEM

são sócios ou estão inadimplentes, podem procurar seulivreiro pois a Revinter já tornou o livro disponível paravenda.

Os editores, Rafael Stelmach e Mauro Gomes, com RobertoStirbulov no estande da SPPT no momento do lançamentodo livro

O lançamento do livro “Guias de Medicina Ambulatoriale Hospitalar: Pneumologia” marcou o segundo dia do XICongresso de Pneumologia e Tisiologia. Com a presençade seus autores, os professores da Disciplina dePneumologia do Departamento de Medicina da Unifesp-EPM Luiz Eduardo Nery, Ana Luisa Godoy Fernandes eJoão Aléssio Juliano Perfeito, o evento foi prestigiadopelos participantes e palestrantes do congresso. O Guiaabrange diversos aspectos úteis não só para profissionaisda área mas também para clínicos gerais, residentes, pós-graduandos e graduandos. O lançamento foi um grandesucesso e considerado de grande contribuição para aespecialidade.

GUIAS DE MEDICINA AMBULATORIAL E HOSPITALAR: PNEUMOLOGIA

A SPPT agradece a participação das empresas patrocinadoras do XI Congresso Paulista de Pneumologia eTisiologia: Actelion Pharmaceuticals, AstraZeneca, Bayer, Boehringer-Ingelheim, Bristol-Myers Squibb, E-Tamussino,Farmalab, Glaxo SmithKline, LivroSete, Merck Sharp & Dohme, Novartis, Pfizer, Schering-Plough, Zambon.

EMPRESAS PATROCINADORAS

Ana Luisa, Luiz Eduardo Nery, Jorge Nakatani, JoãoAléssio, Roberto Stirbulov e Clystenes Soares Silva

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UMA NOITE INESQUECÍVEL

Era a noite de 24 de março de 1882. O médico alemãoiniciou sua conferência relembrando o público das terríveisestatísticas sobre a tuberculose: esta deveria serconsiderada como a mais importante das mais importantesdoenças infecciosas pelo número de mortes que provocava.Nesta época, uma em cada sete pessoas morria por causada tuberculose.

Considerada por muitos como a conferência maisimportante de toda a história da medicina, Robert Kochfoi inovador e inspirado ao levar para a tribunapraticamente seu laboratório inteiro: microscópios, tubosde ensaio com culturas, lâminas de microscópio, corantes,reagentes, amostras de tecido e tudo o mais necessário aoconvencimento da audiência. Ele queria que todoschecassem seus achados com seus próprios olhos.

Koch mostrou tecidos dissecados de cobaias infectadascom material tuberculoso extraído de pulmões de macacos,cérebro e pulmões de humanos que morreram vitimadospela doença, de massas caseosas de pulmões cronicamentedoentes e de cavidades abdominais de gado infectado. Emtodos os casos, a doença desenvolvida pelas cobaias e acultura da bactéria isolada foi a mesma. Paul Ehrlich, queem 1908 seria laureado com o Nobel de Medicina, estavapresente e confessou que “esta noite foi a mais importanteexperiência de toda minha vida científica!”

Quando Koch terminou a apresentação da suadescoberta, o Micobacterium tuberculosis, o causador datuberculose, houve um completo silêncio na platéia.Nenhuma questão, nenhuma congratulação, nenhumaplauso. Todos pareciam atordoados. Lentamente todosse levantaram e dirigiram-se aos microscópios para ver abactéria com seus próprios olhos.

Rapidamente a notícia se espalhou. Os resultados forampublicados na Alemanha em 10 de abril, no “The Times”inglês no dia 22 de abril e no “New York Times” no dia 3de maio. Robert Koch tornara-se então famoso e conhecidocomo o “Pai da Bacteriologia”. Somente após 55nomeações ao Nobel, foi reconhecido com o prêmio em1905 por “suas investigações e descobertas em relação àtuberculose”.

Mauro GomesProfessor assistente da Disciplina de Pneumologia daFaculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de SãoPaulo.

Robert Koch,(1843-1910)

BIBLIOGRAFIA

Robert Koch and Tuberculosis. http://nobelprize.org/medicine/educational/tuberculosis/readmore.html.Acessado em 25/11/2005.

HISTÓRIA DA PNEUMOLOGIA

Medalha dada aos laureadoscom o Nobel em Fisiologiaou Medicina.

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