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As transformações no mundo do trabalho na segunda metade do século XX. Profª Ms Sonia Maria Alves Paschoal Nas últimas décadas do século passado e o início deste tem-se presenciado uma verdadeira revolução no mundo do trabalho. Essas mudanças resultaram no aparecimento de novas formas de organização de produção e alterações substanciais na divisão do trabalho e qualificação do trabalhador. Logo após um período de prosperidade do acúmulo de capitais, nas décadas de 1950 e 60, inicia-se uma profunda crise do capital. Nestas condições o sistema capitalista se vê obrigado a buscar várias formas de reestabelecer o padrão de acumulação. Neste sentido, nos anos 70, via-se o nascimento da revolução tecnológica da informação e da linha divisória na evolução do capitalismo e movimento gerador da globalização e das mudanças no mundo do trabalho. Na década de 80 a difusão das tecnologias acelerou os setores de máquinas e equipamentos industriais de formas de automação programada com base na eletrônica, neste sentido, o avanço tecnológico aponta para a superação da máquina automática e rígida a um sistema de produção maleável, conversível em diversos produtos e capaz de adaptar-se a novos programas. O impacto das tecnologias de informação sobre as formas de organização de produção impulsionou grande desenvolvimento no âmbito microeletrônico e nas estratégias empresariais. Sendo assim, de um padrão de acumulação taylorista- fordista baseado na fabricação em massa de bens padronizados através do uso de máquinas especializadas não flexível e com recurso a uma massa de trabalhadores semiqualificados, passou para as formas de produção integrada e flexível. As novas modalidades de organizações e desenvolvimento industrial aparecem como o modelo de “especialização flexível” indicando um “novo conceito de produção”.

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Texto leitura de prvia aula 6

As transformaes no mundo do trabalho na segunda metade do sculo XX.

Prof Ms Sonia Maria Alves Paschoal

Nas ltimas dcadas do sculo passado e o incio deste tem-se presenciado uma verdadeira revoluo no mundo do trabalho. Essas mudanas resultaram no aparecimento de novas formas de organizao de produo e alteraes substanciais na diviso do trabalho e qualificao do trabalhador.

Logo aps um perodo de prosperidade do acmulo de capitais, nas dcadas de 1950 e 60, inicia-se uma profunda crise do capital. Nestas condies o sistema capitalista se v obrigado a buscar vrias formas de reestabelecer o padro de acumulao.

Neste sentido, nos anos 70, via-se o nascimento da revoluo tecnolgica da informao e da linha divisria na evoluo do capitalismo e movimento gerador da globalizao e das mudanas no mundo do trabalho.

Na dcada de 80 a difuso das tecnologias acelerou os setores de mquinas e equipamentos industriais de formas de automao programada com base na eletrnica, neste sentido, o avano tecnolgico aponta para a superao da mquina automtica e rgida a um sistema de produo malevel, conversvel em diversos produtos e capaz de adaptar-se a novos programas.

O impacto das tecnologias de informao sobre as formas de organizao de produo impulsionou grande desenvolvimento no mbito microeletrnico e nas estratgias empresariais.

Sendo assim, de um padro de acumulao taylorista-fordista baseado na fabricao em massa de bens padronizados atravs do uso de mquinas especializadas no flexvel e com recurso a uma massa de trabalhadores semiqualificados, passou para as formas de produo integrada e flexvel.

As novas modalidades de organizaes e desenvolvimento industrial aparecem como o modelo de especializao flexvel indicando um novo conceito de produo.

Esse modelo de especializao flexvel se caracterizou no incremento das inovaes organizacionais e tecnolgicas, nas descentralizaes e na abertura ao mercado internacional.

O novo conceito de produo aparece como uma ruptura com o taylorismo e o fordismo. A diviso do trabalho seria menos rgida do que no taylorismo, sendo que uma maior integrao de funes estaria sendo percebida. A automao da produo aparece como tendncia para formao e para a reprofissionalizao da mo-de-obra direta.

O novo paradigma de produo industrial representado pelo modelo empresarial japons toyotismo. As principais caractersticas da organizao do trabalho da empresa japonesa so: o trabalho cooperativo em equipe, a falta de demarcao das tarefas prescritas a indivduos, o que implica num funcionamento fundado sobre a polmica e a rotao das tarefas (de fabricao, de manuteno, de controle de qualidade e de gesto da produo). O trabalhador passa a ser polivalente e multifuncional, no tem uma viso parcial e fragmentada, mas uma viso de conjunto do processo de trabalho em que se insere. Essa viso de conjunto essencial para avaliar, escolher, intervir e resolver problemas, propor solues a problemas concretos que surgem no cotidiano do processo de trabalho.

As qualificaes exigidas pelo novo modelo produtivo representado pelo modelo empresarial japons so contrastantes quelas relacionadas com a lgica taylorista de remunerao, de definio de postos de trabalho e de competncias, pois exigem a capacidade de pensar, de decidir, de ter iniciativa e responsabilidade de fabricar e consertar, de administrar a produo e a qualidade a partir da linha, o que significa ser ao mesmo tempo operrio de produo e de manuteno, inspetor de qualidade e engenheiro.