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  • 8/19/2019 TRABALHO ALCALÓIDES.doc

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    FACULDADE ASSIS GURGACZ

    BRUNA BRASIL RODRIGUES FURTADO

    ALCALÓIDES

    CASCAVEL2008

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    1. INTRODUÇÃO

    A compreensão de moléculas de origem natural vem se tornando cada vez mais

    importante na indústria farmacêutica já que os problemas originários do uso de moléculas

    sintéticas no tratamento das mais diversas doenças humanas não tem sido eficiente, e em

    muitos casos observado recentemente, acabam gerando um problema pior pelo seu uso ou

    aumentando o risco de outra doença !"#$%#&A et al , '(()*+

    Apesar das moléculas de origem natural não estarem completamente isentas de efeitos

    adversos e, até mesmo, potencial de causar doenças e morte, esses efeitos quando utilizados

    de forma correta são intensamente diminudos e até mesmo anulados+ -as para isso é

    necessário compreender qual é a sua atividade biol.gica, quais são seus benefcios reais e

    quais são seus potenciais problemas para poder produzir medicamentos fitoterápicos e até

    mesmo medicamentos elaborados com as subst/ncias ativas isoladas que tenham qualidade,

    eficácia e segurança, contribuindo realmente para a saúde do usuário 0#-1%0, 2334*+

    ! presente trabalho terá como foco o estudo de alcal.ides, metab.litos secundários de

    grande interesse da indústria farmacêutica e qumica de produtos naturais, devido 5

    heterogeneidade do grupo, 5 distribuição restrita na natureza e ao grande potencial bioativo

    0#"$A, 2336*+

    2. DEFINIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO

    A definição atualmente aceite para alcal.ide deve7se a 8elletier que considera

    alcal.ides as moléculas cclicas que contêm nitrogênio e que são verdadeiros metabolitos

    secundários '()2*+ %sta definição e9clui as aminas simples e os derivados de am:nia

    acclicos e ainda os compostos nitro e nitrosos uma vez que nos alcal.ides o átomo de

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    nitrogênio tem de possuir estado de o9idação negativo*+ !s alcal.ides formam um grupo

    muito vasto de metab.litos que podem ocorrer tanto em microorganismos, como plantas

    superiores e inferiores e ainda em animais, apesar de nestes últimos ocorrerem com muito

    menor freq;ência 0#-1%0, 2334*+

    0ão classificados de acordo com o aminoácido precursor e a sua forma estrutural, pois

    sua biossntese inclui sempre pelo menos um aminoácido, como ornitina, lisina, fenilalanina,

    tirosina e triptofano+ Ainda e9istem subst/ncias denominadas pseudo-alcalóides cuja origem

     provém de poliacetato ou terpen.ide que contém um átomo de < oriundo da am:nia como a

    subst/ncia proveniente da cicuta, a coniina*= há aqueles provenientes de bases nitrogenadas,

    como a cafena que provém da 9antina, que deriva de uma base purnica, que provém de

    aminoácidos como glicina, ácido aspártico e ácido glut/mico, aminoácidos diferentes dos

     principais+ >om precursores de origem biossintética tão distinta é fácil entender a

    comple9idade e diversidade estrutural que se encontra nestes metabolitos, sendo hoje

    conhecidos mais de ? 333 alcal.ides+ !s aminoácidos precursores de alcal.ides ornitina,

    lisina, fenilalanina, tirosina, triptofano e ácido antranlico* são restritos comparativamente

    com o número que e9iste na natureza !"#$%#&A et al , '(()*+

    A razão pelas quais os organismos sintetizam alcal.ides não está completamente

    esclarecida, uma vez que a grande maioria dos aminoácidos é utilizada na sntese de

     peptdeos+ 8ara a formação dos alcal.ides os organismos têm de adotar vias biossintéticascompletamente diferentes+  0abe7se, no entanto que a formação de alcal.ides pode estar 

    associada 5 defesa que estes desenvolvem frente ao ataque por parte do meio e9terior, como

     por e9emplo, conferindo sabor amargo 5s espécies que os sintetizam podendo eventualmente

    afastar predadores+ -uitos são conhecidos pelas suas propriedades venenosas estriquinina*,

    alucinogénicas mescalina* ou terapêuticas atropina* 8%&%0, 23'3*

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    A partir dos aminoácidos mencionados e em função da estrutura do metabolito final,

     podem sistematizar7se os alcal.ides como derivados de@

    7 !rnitina e lisina@ %stes aminoácidos são os precursores das unidades estruturais >  <

    e >? < que se incluem nos alcal.ides deste grupo+

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    Cigura 2@ Giversos e9emplos de alcal.ides derivados dos amioácidos ornitina e lisina retirada de

    http@EEFFF+dq+fct+unl+ptE*

    7Cenilalanina e Hirosina@ %stes alcal.ides incluem uma unidade Ar>2 < proveniente da

    fenilalanina ou tirosina+ 8odem ser ordenados segundo quatro grupos estruturais@

    7 >ompostos -onocclicos 0imples Arc2n*

    ! aminoácido precursor pode sofrer alteração da cadeia lateral >I, para formar 

    estruturas monocclicas simples Ar>2 2 < 7 & alquilo*+

    !corre condensação do precursor proveniente do aminoácido com unidades alifáticas

     para formar isoquinolinas tetra7hidro7isoquinolinas*, Ar>2 < 7 & alquilo*+

    7 Denzilisoquinolinas Ar>2 < 7 >2Ar*

    Ga condensação do precursor proveniente do aminoácido com outra unidade

    estrutural, Ar>2  ou Ar>'  proveniente da degradação da cadeia lateral dos aminoácidos

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    aromáticos* resultam estruturas de benzilisoquinolinas tetra7hidro7benzilisoquinolinas*,

    Ar>2 < 7 >2Ar*+ 2 < 7 >'Ar*

    %stes alcal.ides ocorrem essencialmente na famlia das AmarJllidaceae+ Gerivam de

    fenilalanina e tirosina via formação de I,7di7hidro9ibenzaldedo e tiramina, respectivamente+

    %stas duas unidades condensam e, de metilação subsequente, resulta a !7metilnorbeladina que

    é o intermediário a partir do qual se formam os alcal.ides de amarJllidaceae Ar>2 < 7 >'Ar*,

    segundo I acoplamentos diferentes como indicado no esquema+ Hambém nestes grupo de

    alcal.ides estão envolvidas reaçBes de acoplamento fen.lico eEou rearranjos do tipo dienona7

    fenol+

    Cigura I@ %struturas básicas dos quatro grupos de aminoácidos provenientes de fenilalanina e tirosina retirada de

    http@EEFFF+dq+fct+unl+ptE*

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    7 Hriptofano@ !s alcal.ides que se formam possuem uma unidade estrutural de indol7

    >2 < proveniente do triptofano+ 8odem considerar7se dois tipos estruturais@ a* alcal.ides de

    estrutura semelhante ao triptofano ou ainda condensada com outra unidade >2 proveniente de

     piruvato e b* alcal.ides derivados de biossntese mista triptofanoEmevalonato, onde os mais

    representativos são os alcal.ides de vinca e os alcal.ides de ergot+ Gestes metabolitos são

    e9emplos@ a harmina, ajmalicina e ácido lisérgico+ Hambém de biossntese

    triptofanoEmevalonato são os alcal.ides de estrutura comple9a quinina e estriquinina+ A

     biossntese dos alcal.ides deste grupo estrutural é na maior parte das vezes comple9a e s.

     para alguns compostos se conhecem todos os passos envolvidos+

    3. CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS

    !s alcal.ides são compostos org/nicos cclicos que possuem pelo menos um átomo de

    nitrogênio no seu anel+

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    endoplasmático, sendo concentrado em vacúolos, e com isso, não são identificados em células

     jovens 8%&%0,23'3*+Keralmente são s.lidos brancos e9ceto a nicotina* de sabor amargo, apresentando7se

    nas plantas no estado livre como sais ou .9idos+ 8ossuem diversas açBes terapêuticas com

    ação@ anestésica, analgésica, psico7estimulante, neuro7depressor, etc 0#-1%0, 2334*+

    . ALCALÓIDES DE IM!ORT"NCIA FARMAC#UTICA

    • Alcal.ides da vinca Vinca rosea* 7 $imblastina, $incristina e $inorelbina

    !s alcal.ides da vinca são compostos eficientes nas terapias quimioterápicas para

    algumas neoplasias leucemias agudas, linfomas e alguns tumores s.lidos, como o c/ncer de

    mama e o de pulmão*, porque atuam no metabolismo celular das células neoplásicas

     bloqueando a mitose, por meio da ação nos microtúbulos, que determinam a forma e o

    tamanho celular e desempenham papéis importantes na divisão celular, na motilidade e na

    migração celular, no transporte celular e na transdução de sinais A"$%0 et al , 2334*+A ação dos alcal.ides da vinca nos microtúbulos consiste na despolimerização dos

    mesmos, aumentando a concentração da tubulina subst/ncia que forma os microtúbulos*,

    causando o desaparecimento rápido do fuso mit.tico A"$%0 et al , 2334*+

    • -orfina  Papaver somniferum*

    A morfina é um alcal.ide derivado do .pio, subst/ncia resinosa e9trada da cápsula

    imatura de flores de papoula do gênero Papaver , sendo considerado um narc.tico, primeira

    escolha no tratamento sintomático da dor, no caso, dor cr:nica e dor aguda forte, não sendo

    utilizada na dor inflamat.ria+ 8elo seu alto potencial de dependência fsica, além de efeitos

    fisiol.gicos que podem culminar na morte do indivduo, seu uso é bastante restrito ao setor 

    hospitalar, sendo utilizada principalmente no alvio da dor de pacientes terminais de c/ncer 

    8%&%0, 23'3*+

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    • Atropina  Atropa belladonna*

    A atropina é um alcal.ide que tem ação de inibir a ação da acetilcolina por meio do

     bloqueio competitivo dos receptores muscarnicos do sistema parassimpático, diminuindo

    espasmos e dor decorrente de contração da musculatura lisa+ L utilizada também como pré7

    anestésico, diminuindo secreçBes de nariz, boca, faringe e br:nquios= como midriático, na

    dilatação da pupila e como antdoto de diversas subst/ncias@ morfina, eserina, pilocarpina,

    carbamato, organofosforados, clorof.rmio, adubos qumicos, etc+ 0#-1%0, 2334*+

    $. REFER#NCIA

    A"$%0, %+ 8+= 0#"$A, M+ &+ -+= A+ $+ A++'( =(%9)>(%%&6'?%') ( )5&6) 4(&=+'&) ) 5+( ( >65&) ( Zanthoxylum tingoassuiba S&. :'+. Gissertação de mestrado do 8rograma de 8.s7Kraduaçãoem Wumica !rg/nica da Qniversidade Cederal da Dahia, 2334, '2 p+ Gisponvel emThttp@EEFFF+bibliotecadigital+ufba+brEtdeXbuscaEarquivo+phpYcodArquivoZ(I2U+

    0#-1%0, >+ -+ !+ F64), 8orto Alegre e Clorian.polis, 2334+