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UNIPAC – Universidade Presidente Antônio Carlos Barão de Cocais Behaviorismo e Gestalt Professora: Tatiana Del Caro Vanessa Coelho Uiara Oliveira Barão de Cocais

Trabalho de Psicologia -

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UNIPAC – Universidade Presidente Antônio Carlos Barão de Cocais

Behaviorismo e GestaltProfessora: Tatiana Del Caro

Vanessa CoelhoUiara Oliveira

Barão de Cocais28/02/2011

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Sumário

Behaviorismo............................................................................................................................ 3

John Broadus Watson...............................................................................................................4

Burrhus Frederic Skinner...........................................................................................................5

Behaviorismo Metodológico.....................................................................................................6

Behaviorismo Radical..............................................................................................................10

Gestalt.....................................................................................................................................11

Psicologia da Forma..........................................................................................................................12

A Percepção......................................................................................................................................12

A Boa-forma.....................................................................................................................................13

Campo Psicológico............................................................................................................................15

Behaviorismo no Ambiente de Trabalho.................................................................................17

Gestalt no Ambiente de Trabalho...........................................................................................21

Referências Bibliográficas.......................................................................................................23

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Behaviorismo

O termo Behaviorismo foi utilizado inicialmente em 1913 em um artigo denominado

“Psicologia: como os behavioristas a vêem” por John B. Watson. "Behavior" significa

"comportamento" e ele definiu como: "Um ramo experimental e puramente objetivo da ciência

natural. A sua meta é a previsão e controle do comportamento...". Watson postulava o

comportamento como objeto da Psicologia.

O Behaviorismo nasceu como uma reação à introspecção e à Psicanálise que tentavam

lidar com o funcionamento interior e não observável da mente.

Esta teoria psicológica também é chamada de comportamentalismo ou condutismo. A

postulação de Watson decorreu em função dos estudos experimentais sobre o comportamento

reflexo efetuados por I. Pavlov e dava à psicologia a consistência que os psicólogos da época vinham

buscando, ou seja, a Psicologia tinha um objeto mensurável e observável para estudar e os

experimentos poderiam ser reproduzidos em diferentes sujeitos e condições. Tais possibilidades

foram importantes para que a Psicologia alcançasse o status de ciência. Watson defendia uma

perspectiva funcionalista para a Psicologia onde o comportamento é estudado em função de

variáveis do meio e os estímulos levando o organismo a darem determinadas respostas e isso em

razão do ajuste do organismo ao seu meio por meio de equipamentos hereditários e formação de

hábitos.

J. B. Watson (1878-1958) é considerado o autor do behaviorismo, mas é necessário que se

diga que Watson foi, na verdade, o porta-voz dessa abordagem, devendo ser lembrado que antes de

Watson, dois pesquisadores deram os primeiros passos dessa abordagem: o americano E. L.

Thorndike (1874-1949) e o russo Ivan Pavlov (1849-1936).

O sentido de "Behaviorismo" foi sendo modificado com o correr do tempo e hoje já não se

entende o comportamento como uma ação isolada do sujeito, mas uma interação entre o ambiente

(onde o "fazer" acontece) e o sujeito (aquele que "faz"), passando o "Behaviorismo" a se dedicar ao

estudo das interações entre o sujeito e o ambiente, e as ações desse sujeito (suas respostas) e o

ambiente (os estímulos).

Ao mesmo tempo em que os psicólogos tentavam fazer da psicologia uma ciência

objetiva, a teoria da evolução estava tendo um efeito profundo sobre a psicologia ao definir os seres

humanos não mais como entes separados das outras coisas vivas, dando a todas as espécies a

mesma história evolutiva e presumia-se assim que poderia também se ver a origem de nossos traços

mentais em outras espécies, mesmo que de forma mais simples e rudimentar e assim, no final do

século XIX e início do século XX, alguns psicólogos passaram a conduzir experimentos com animais.

Após Watson, o mais importante behaviorista foi B. F. Skinner.

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A linha de estudo de Skinner ficou conhecida como Behaviorismo radical e, a oposta à sua,

de “behaviorismo metodológico”, e, enquanto a principal preocupação dos outros eram os métodos

das ciências naturais, a de Skinner era a explicação científica definindo como prioridade para a

ciência do comportamento o desenvolvimento de termos e conceitos que permitissem explicações

verdadeiramente científicas. A expressão utilizada pelo próprio Skinner em 1945 tem como linha de

estudo a formulação do "comportamento operante".

John Broadus Watson

(Greenville, 9 de janeiro de 1878 — Nova Iorque, 25 de setembro de 1958) foi um psicólogo estadunidense, considerado o fundador do comportamentismo ou comportamentalismo (ou simplesmente behaviorismo).

Foi um aluno médio, durante o seu percurso

escolar, até chegar à Universidade de Chicago. Frequentou

o curso de Filosofia, mas desiludido com a orientação,

muda para Psicologia.

Para suportar as suas despesas pessoais, aceita

como trabalho a limpeza dos gabinetes da Universidade,

bem como a vigilância dos ratos brancos dos laboratórios

de Neurologia. Doutorou-se depois em Neuropsicologia,

defendendo uma tese sobre a relação entre o

comportamento dos ratos de laboratório e o sistema

nervoso central.

Como professor de psicologia animal, desenvolveu investigações, fundamentalmente sobre o

comportamento de ratos e macacos. São as suas experiências com animais, controladas de forma

rigorosa e objetiva, que lhe vão inspirar o modelo de psicologia. Os mesmos procedimentos poderão

ser aplicados pelos psicólogos se eles se debruçarem sobre o estudo do comportamento humano.

Daí que Watson assumisse claramente a abolição da barreira entre a psicologia humana e a

psicologia animal.

Com 29 anos, foi lecionar na Universidade de Baltimore, onde desenvolveu, durante 13 anos,

o fundamental da sua pesquisa, instalando um laboratório de psicologia animal. Em 1913 publicou o

artigo "A Psicologia como um comportamentista a vê", onde apresenta os fundamentos da sua

teoria.

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Com a Primeira Guerra Mundial, interrompeu a sua atividade profissional para ingressar no

exército, participando numa campanha militar em França.

Em 1918, retomou a investigação, estudando a primeira infância, mas um divórcio

tumultuoso devido à sua paixão por sua assistente, para quem escreveu tórridas cartas de amor, que

vieram a público, desmoralizando seu trabalho como pesquisador acadêmico, obrigando-o a

abandonar a Universidade. Ingressou numa agência de publicidade e dedicou-se paralelamente à

divulgação das suas teorias junto de um público mais amplo. Depois de aposentado, retomou as suas

investigações em psicologia.

Para Watson, a psicologia não devia ter em conta nenhum tipo de preocupações

introspectivas, filosóficas ou motivacionais, mas apenas e simplesmente os comportamentos

objetivos, concretos e observáveis.

Burrhus Frederic Skinner

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Burrhus Frederic Skinner (Susquehanna, Pensilvânia,

20 de

Março de 1904 — Cambridge, 18 de Agosto de 1990) foi um

autor e psicólogo estadunidense. Conduziu trabalhos

pioneiros em psicologia experimental e foi o propositor do

Behaviorismo Radical, abordagem que busca entender o

comportamento em função das inter-relações entre a

filogenética, o ambiente (cultura) e a história de vida do

indivíduo.

A base do trabalho de Skinner refere-se a compreensão do comportamento humano

através do comportamento operante (Skinner dizia que o seu interesse era em compreender o

comportamento humano e não manipulá-lo).

O trabalho de skinner é o complemento, e o coroamento de uma escola psicológica.

Skinner adotava práticas experimentais derivadas de física e outras ciências.

Outros importantes estudos do autor referem-se ao comportamento verbal humano e a

aprendizagem.

Behaviorismo Metodológico

Proposto como uma alternativa às psicologias estruturalistas e funcionalistas, o

behaviorismo metodológico tem como principal precursor John B. Watson (1878-1958). O intento da

Psicologia, segundo Watson, é prever e controlar seu objeto de estudo, isto é, o comportamento.

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O comportamento a nada mais equivaleria, numa primeira aproximação, do que

respostas, reações, ou ajustamentos a certos eventos antecedentes (estímulos). Fisiologicamente, as

respostas são mudanças observáveis do organismo referentes aos seus músculos e glândulas. Elas

são causadas pela ação de estímulos, antecedentes imediatos às respostas, localizados no ambiente.

A delimitação do objeto de estudo da Psicologia feita de tal maneira deixa transparecer muito a

respeito da filosofia de ciência e metodologia que sustentam o behaviorismo metodológico. Watson

se apoiava num determinismo materialista. Ou seja, apenas fenômenos físicos causariam fenômenos

físicos, não havendo espaço para ontologia diferente.

Outra característica do behaviorismo metodológico é a defesa da verdade por consenso.

Trata-se da idéia de que o objeto de estudo tem que ser observável por mais de uma pessoa e que a

verdade a seu respeito é fruto de pesquisas e experimentos cujos resultados são consensuais entre

os pesquisadores. É por essa razão, pelo menos, que Watson nega veementemente a introspecção

como método da Psicologia. O uso da introspecção seria o maior obstáculo ao progresso da

Psicologia enquanto ciência. A mente, a consciência, as emoções, etc., por serem inobserváveis,

foram ignoradas – ou, ao menos, evitadas - por Watson em seus estudos. Nada poderia ser dito a

respeito desses fenômenos sem ferir os pressupostos metodológicos de seu behaviorismo. É

importante notar, todavia, que Watson em momento algum nega a existência de tais fenômenos;

apenas os exclui de uma análise científica.

A definição de conceitos em termos observáveis também é de extrema importância para

o behaviorismo metodológico. O pensar, por exemplo, para Watson, seria uma resposta não-

observável, produto da linguagem, verbal ou não, do organismo e, em decorrência disso, não passível

de experimentação científica. O método de Watson para estudar tal comportamento verbal é

semelhante, na prática, ao da introspecção. Muda-se, todavia, a interpretação do fenômeno

estudado. Ao passo em que no experimento introspeccionista há um experimentador e um

observador que relata suas experiências internas, no experimento behaviorista metodológico, o

experimentador é o observador: ele observa o comportamento do sujeito experimental quando este

relata suas experiências internas. Nesse sentido, para o behaviorismo metodológico, descrever o

comportamento observável do sujeito é explicar tal comportamento (ainda que não,

necessariamente, no sentido machiano). Portanto, para o behaviorismo metodológico, definir um

fenômeno, um comportamento, um objeto, um fato da natureza, é descrevê-lo em termos objetivos.

Watson, adepto do evolucionismo, realizou pesquisas tanto com seres humanos quanto com outros

animais. Suas pesquisas com crianças foram as mais célebres. Levado pela discussão a respeito da

questão do inato versus aprendido na psicologia do desenvolvimento, Watson resolveu aplicar sua

metodologia em crianças recém-nascidas para, assim, levantar dados que delimitassem o que seria

aprendido e o que seria herdado por elas. Ele traçou, passo a passo, o desenvolvimento de reações

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dessas crianças a diversos estímulos. Descobriu um grande repertório de atividades reflexas (chorar,

piscar, fechar o punho, espirrar, etc.) que apareciam em uma seqüência bem definida em todas as

crianças participantes dos experimentos. Localizou, também, três tipos de respostas emocionais (que

foram definidas operacionalmente): medo, raiva e amor.

A partir desses experimentos com crianças Watson desenvolveu parte de seu arcabouço

conceitual. Pesquisou a respeito do reflexo condicionado (aprendido) e observou fenômenos como a

transferência e o descondicionamento. O primeiro diz respeito à capacidade dos organismos para

generalizar as funções dos estímulos para estímulos semelhantes. Um caso célebre, resultado de um

experimento feito pelo próprio Watson, mostra, de forma clara, o que isso significa. Watson

condicionou uma criança a ter medo (definido operacionalmente como prender a respiração,

semicerrar as pálpebras e chorar) de um rato branco. Toda vez que o rato era colocado no mesmo

ambiente que a criança, um som alto era produzido. O comportamento inicial da criança para com o

rato era amistoso e exploratório, condição que se modificou após o pareamento do rato com o som

alto. Toda vez que o rato era colocado no mesmo ambiente, depois do condicionamento, a criança

apresentava comportamento de medo. Entretanto, o condicionamento não parou por aí. Sem a

manipulação direta de Watson, a criança passou a ter medo, também, de qualquer objeto branco

que fosse apresentado a ela. Incluem-se chumaços de algodão, coelhos, casaco de pele, e até uma

máscara do Papai Noel com sua barba branca. A esse fenômeno Watson deu o nome de

transferência.

Outra preocupação de Watson diz respeito à possibilidade de descondicionamento. Ou

seja, seria possível à criança antes citada desaprender a ter medo do rato branco e de objetos

semelhantes a ele? Segundo Watson, sim. Em situações experimentais ele fez com que crianças

desaprendessem a ter medo dos mais diversos objetos.

Watson, tomado pelo sucesso de seus experimentos, chegou a negar a existência de

qualquer influência hereditária nos comportamentos complexos dos adultos. Segundo ele, esses

comportamentos seriam resultantes da aprendizagem (condicionamento) a partir das respostas

básicas, como as localizadas nas crianças recém-nascidas de seus experimentos, não aprendidas

(reflexos). Note-se que Watson não afirma que o organismo é uma tabula rasa, mas sim que o

pequeno repertório de reflexos das crianças já é o bastante para possibilitar o surgimento de

comportamentos complexos. Ele é contra, portanto, às idéias de “capacidades”, “dons”,

“predisposições”, “talentos”, comumente presentes nos discursos de sua época.

A questão é que a característica minimalista do reflexo não possibilita a ele ser chamado

de “dom” ou “talento”. Por outro lado, o repertório de reflexos de uma criança recém-nascida,

segundo Watson, possibilita o desenvolvimento de comportamentos complexos que, por sua vez,

geram a ilusão da existência desses construtos. Por conseqüência, ocorre a falsa interpretação

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inatista do comportamento. Daí a frase célebre e controversa de Watson segundo a qual ele poderia

transformar qualquer criança recém-nascida sadia no que ele bem quisesse, desde um artista até um

ladrão.

Watson foi uma figura polêmica da psicologia norte-americana. Seus textos são

constantemente recheados de frases de caráter duvidoso e polêmico. Suas atitudes públicas, por sua

vez, não perdem em teor polêmico para os seus textos. Entretanto, não podemos deixar de negar

sua importância para o desenvolvimento de um programa de pesquisa dentro da Psicologia

denominado behaviorismo. Watson mostrou uma possibilidade de caminho com sua ciência da

Psicologia que resultou no surgimento de muitos outros teóricos e seus respectivos behaviorismos.

Um dos teóricos que, apoiado parcialmente nas idéias de Watson, construiu um neobehaviorismo foi

E. C. Tolman (1886-1959). Todavia, mesmo tendo partido do behaviorismo de Watson, Tolman não o

aceitou por completo. O arcabouço teórico de Watson, em que os estímulos e respostas seriam

passíveis de definição em termos físicos (contrações musculares e percepções glandulares) foi

veementemente negado por Tolman, pois não dariam conta de todo o fenômeno que envolve o

comportamento. Dessa negação surge o seu, comumente denominado, behaviorismo cognitivo.

Como o nome já evidencia, Tolman, ao mesmo tempo em que atribuía grande importância aos

métodos experimentais propostos pelo behaviorismo, servia-se de explicações cognitivistas. Seria

possível afirmar que, em grande medida, Tolman seguiu a lógica metodológica behaviorista em seus

experimentos. Todavia, as explicações dadas por ele a respeito dos fenômenos estudados mesclavam

características de uma abordagem cognitiva.

É possível afirmar, portanto, que Tolman parte da negação do behaviorismo fisiológico de

Watson. Sua alternativa, por sua vez, culminou no behaviorismo cognitivo. Isso se deu graças a sua

aceitação das explicações intencionais e, por conseqüência, teleológicas do comportamento. Tolman

acreditava que comportamentos complexos podiam ser explicados pela intenção-objetivo dos

organismos. Trata-se, em poucas palavras, de atribuir a causa de um comportamento ao propósito

ou intenção do organismo que se comporta. Um rato em privação de água pressiona uma barra. O

comportamento de pressionar a barra é reforçado porque segue-se a ele uma gota de água. O rato

em questão passa a se comportar dessa maneira continuamente. Tolman explicaria tal

comportamento afirmando que o rato pressiona a barra porque tem a intenção ou propósito de

beber água; e como ele sabe que, se a barrar for pressionada, ele obterá água, conseqüentemente,

ele a pressionará quando esse for seu desejo. Trata-se de uma explicação cognitivista (pois utiliza

termos mentalista) que, por ser intencional, aceita uma causalidade teleológica.

Para sustentar a possibilidade de que um organismo seja intencional e possua seus

propósitos, Tolman sugeriu a existência de mapas cognitivos. Esses mapas seriam estados de

prontidão do organismo cuja função seria orientá-lo em direção aos seus objetivos. Esses mapas

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cognitivos estariam bem próximos, em definição, de construtos cognitivos como “memória”,

“atenção”, “consciência”, “processamento de informação”, etc. Ou seja, são processos cognitivos

que possibilitariam ao organismo agir intencionalmente.

Ao incluir termos cognitivistas em seu vocabulário também behaviorista, Tolman postula

as chamadas variáveis intervenientes. Essas variáveis estariam no meio da cadeia causal do

comportamento: entre os estímulos antecedentes e as respostas (o comportamento propriamente

dito). Seriam variáveis intervenientes disposições do organismo (fome, sede, raiva, etc.), os mapas

cognitivos, os pensamentos; enfim, os processos mentais de forma geral.

Pode-se dizer que Tolman também foi influenciado pela psicologia da Gestalt. Essa

influência é evidente em sua divisão do comportamento em duas esferas: molecular e molar. A

primeira delas diz respeito aos estudos fisiológicos que envolvem o comportamento. Já a segunda

seria a esfera própria da psicologia, pois trataria do comportamento como um fenômeno que

emerge do mundo físico, mas que, ao mesmo tempo, é irredutível a ele. Em poucas palavras, embora

possa ser particionado pela física e química, o comportamento como um todo é maior que a soma

dessas partes.

Outro teórico que também seguiu a linha behaviorista, mas que, assim como Tolman,

discordou de Watson, foi C. L. Hull (1894-1952). Seu behaviorismo se fundamentou sobre a idéia do

reflexo condicionado. Entretanto não se trata do reflexo condicionado tal qual Pavlov o concebia:

para Hull tal reflexo seria uma situação de aprendizagem simplificada de grande importância às

análises experimentais behavioristas. Para Hull, embora simples, os resultados e constatações

adquiridas nas análises de tais situações de aprendizagem por meio do reflexo condicionado

poderiam ser transferidas para situações mais complexas.

Hull deu grande ênfase à lógica dedutiva e matemática em suas explicações. Essas dariam

sustentação – ao menos argumentativa – para suas generalizações, em que leis situacionais que

envolviam o reflexo condicionado eram utilizadas para explicar comportamentos mais complexos.

Hull também acatou a idéia de variável interveniente de Tolman e, por conseqüência, acabou por

admitir a existência de fenômenos mentais. Por essa razão, seu behaviorismo é comumente

chamado de metafísico. Entretanto, as variáveis intervenientes de Hull se referiam às condições

antecedentes do organismo como, por exemplo, o número de ensaios de reforço, a intensidade do

estímulo e o tempo de duração dos experimentos. É possível afirmar, portanto, que Hull sempre

prezou por uma definição objetiva das variáveis intervenientes. Por esse motivo, e devido à sua

grande ênfase em uma metodologia objetiva, seu behaviorismo também é denominado fisicalista.

Foi no campo das teorias da aprendizagem que as idéias de Hull surtiram mais efeito. Isso

se dá, justamente, por sua definição de reflexo condicionado como sendo um processo de

aprendizagem cujos resultados e constatações são transferíveis aos processos mais complexos. É,

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inclusive, por essa razão que o método de Hull pode ser denominado hipotético-dedutivo. Ou seja,

ele generaliza seus postulados – construídos com base em situações experimentais simples – a

situações complexas que dificilmente os sustentariam empiricamente. Todavia, em sua

argumentação lógico-dedutiva e matemática, não havia incoerências em tais generalizações. Por essa

razão, é comumente afirmado que o sistema teórico de Hull tinha aparência, mas não realidade.

Depois de Hull vieram outros behavioristas e, conseqüentemente, outros behaviorismos.

Entretanto, nenhum promoveu tanto impacto quanto o behaviorismo radical de B.F. Skinner.

Behaviorismo Radical

Em 1945, Burrhus Skinner publicou o livro “The Operational Analysis of Psychological Terms”,

como uma tentativa de responder às correntes internalistas do comportamentalismo e também

influenciado pelo behaviorismo filosófico. Com a publicação desse livro foi marcada a origem da

corrente comportamentalista denominada de behavorismo radical, que foi desenvolvido não como

uma área de pesquisa experimental, mas como uma proposta de reflexão sobre o comportamento

humano. A realização de pesquisas empíricas constitui o campo da análise experimental do

comportamento, enquanto a implementação prática faz parte da análise aplicada do

comportamento. Nesse sentido, o behaviorismo radical é uma filosofia da ciência do

comportamento.

Skinner era radicalmente anti-mentalista, uma vez que considerava não pragmáticas as

noções internalistas (elementos mentais como origem do comportamento) que compõem as

variadas teorias psicológicas existentes. Apesar disso, Skinner nunca negou em sua teoria a existência

dos processos mentais, apenas defendeu que é improdutivo procurar nessas variáveis a motivação

das atitudes humanas.

Segundo o pensamento de Skinner ao se analisar um comportamento (cognitivo, emocional

ou motor) é preciso considerar o contexto em que ele ocorre e os acontecimentos envolvidos nessa

conduta. O behaviorismo skinneriano nega a importância científica de indicadores mediacionais, uma

vez que para Skinner o ser humano é uma entidade única e uniforme, opondo-se à idéia de homem

como ser composto de corpo e mente, pois para ele não é possível dissociar ou distingruir elementos

humanos.

Os princípios do condicionamento operante foram elaborados por Skinner, além de ter

sistematizado o modelo de seleção por consequências a fim de se explicar um comportamento. A

teoria do condicionamento operante segue o princípio de que a ocorrência de um estímulo chamado

de estímulo discriminativo aumenta a probabilidade de ocorrência de uma resposta, e após a

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resposta segue-se um estímulo reforçador, podendo ser um reforço (positivo ou negativo) que

estimule o comportamento (aumentando sua probabilidade de ocorrência), ou uma punição que

iniba a ocorrência do comportamento posteriormente em situações semelhantes.

Além do exposto sobre o comportamento humano, o behaviorismo radical propõe-se a

explicar o comportamento animal por meio do paradigma de seleção por consequências. O

behaviorismo radical propõe, dessa forma, um paradigma de condicionamento não-linear e

estatístico, em oposição ao paradigma linear e reflexo das linhas teóricas precedentes do

comportamentalismo. Em suma, Skinner defende que a maioria dos comportamentos humanos são

condicionados de modo operante.

Gestalt

Considera-se que Von Ehrenfels, filósofo vienense de fins do séc. XIX foi o precursor da

psicologia da gestalt. O movimento gestáltico surgiu no período compreendido entre 1930 e 1940, e

tem como expoentes máximos: Max Wertheimer (1880-1943), Wolfgang Kôhler (1887-1967), Kurt

Koffka (1886- 1.941) e Kurt Goldstein (1.878-1.965). A Psicologia da gestalt afirma que as partes

nunca podem proporcionar uma real compreensão do todo. O todo é diferente da soma das partes,

mas a psicologia acadêmica da gestalt ocupou-se predominantemente com as forças externas.

De acordo com a gestalt, a arte se funda no princípio da pregnância da forma. O importante é

perceber a forma por ela mesma; vê-la como "todos" estruturados, resultados de relações.

A gestalt após sistemáticas pesquisas, apresenta uma teoria nova sobre o fenômeno da

Percepção. Segundo esta teoria o que acontece no cérebro não é idêntico ao que acontece na retina.

A excitação cerebral não se dá por pontos isolados, mas por extensão. A primeira sensação já é de

forma, já é global e unificada.

O postulado da gestalt no que se refere às relações psicofisiológicas pode ser definido como:

todo processo consciente, toda forma psicológicamente percebida, está estreitamente relacionada

com as forças integradoras do processo fisiológico cerebral. A hipótese da gestalt para explicar a

origem dessas forças integradoras, é atribuir ao sistema nervoso central, um dinamismo auto-

regulador que, à procura de sua própria estabilidade, tende a organizar as formas em todos

coerentes e unificados.

Essas organizações, originárias da estrutura cerebral, são espontâneas, independente da

nossa vontade. Na realidade a Psicologia da Gestalt não tentou integrar os fatos da motivação com

os fatos da percepção e esta foi a grande contribuição de Frederick Perls e que deu origem a Gestalt-

terapia.

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Psicologia da Forma

A Psicologia da Gestalt é uma das tendências teóricas mais coerentes e coesas da história da

Psicologia. Seus articuladores se preocuparam em construir não só uma teoria consistente, mas

também uma base metodológica forte, que garantisse a consistência teórica.

Gestalt é um termo alemão de difícil tradução. O termo mais próximo em português seria

forma ou configuração, que não é muito utilizado por não corresponder exatamente ao seu real

significado em Psicologia.

Desenvolvida por Chrinstiam von Ehrenfels, filósofo e psicólogo, a Psicologia da Gestalt

estuda as sensações (dado psicológico) de espaço-forma e tempo-forma (o dado físico).

As bases dessa teoria psicológica foram estruturadas a partir desses estudos que estabeleciam a

forma e sua percepção por Max Wertheimer, Wolfgang Köhler e Kurt Koffka.

A Teoria da Gestalt estuda a percepção e a sensação do movimento, os processos

psicológicos envolvidos diante de um estímulo e como este é percebido pelo sujeito.

É o caso do cinema. Uma fita cinematográfica é composta de fotogramas com imagens

estáticas. O movimento que vemos na tela é uma ilusão de ótica causada pelo fenômeno da pós-

imagem retiniana (qualquer imagem que vemos demora um pouco para se 'apagar' em nossa retina).

As imagens vão se sobrepondo em nossa retina e o que percebemos é um movimento. Mas o que de

fato é projetado na tela é uma fotografia estática, tal como uma sequência de slides.

A Percepção

A percepção é o ponto de partida e um dos temas centrais dessa teoria. Os experimentos

com a percepção levaram os gestaltistas ao questionamento da psicologia associacionista.

O Behaviorismo, dentro de sua preocupação com a objetividade, estuda o comportamento

através da relação estímulo-resposta, procurando isolar um estímulo unitário que corresponderia à

uma dada resposta e desprezando os conteúdos da consciência, pela impossibilidade de controlar

cientificamente essas variáveis.

A Gestalt entende que é de suma importância a disposição em que são apresentados à

percepção os elementos unitários que compõem o todo. Uma de suas formulações bastante

conhecidas é a de que "o todo é diferente da soma das partes". Ou seja, a percepção que temos de

um todo não é o resultado de um processo de simples adição das partes que o compõem.

Percebemos a abaixo como um quadrado e não como uma figura inclinada ou um perfil (fig.

2) apesar dessas últimas também conterem os quatro pontos. Se forem acrescentados mais quatro

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pontos à figura 1, o padrão mudará e então perceberemos um círculo (fig. 3). Na figura 4 é possível

ver círculos ou quadrados brancos no centros dos traços em forma de cruz, mesmo não havendo

vestígios de seus contornos.

A Boa-forma

A partir desses fenômenos da percepção a Gestalt procura explicar como chegamos a

compreender aquilo que percebemos. Se os elementos percebidos não apresentam equilíbrio,

simetria, estabilidade, simplicidade e regularidade, não será possível alcançar a boa-forma.

O elemento que objetivamos compreender deve ser apresentado em seus aspectos básicos,

de tal maneira que a tendência à boa-forma conduza ao entendimento. Essa formulação representa

uma das consequências pedagógicas da psicologia da Gestalt.

O exemplo da figura acima ilustra a noção de boa-forma. Temos a convicção de que o

segmento de reta a é maior que o segmento de reta b, mas a realidade é que ambos têm o mesmo

comprimento, e portanto estamos diante de uma ilusão de ótica provocada por um efeito de campo.

A maneira como estão distribuídos os elementos que compõem as duas figuras não resultam

em uma configuração com equilíbrio, simetria, estabilidade, regularidade e simplicidade suficientes

para garantir a boa-forma. Ou seja, nesse caso as leis que comandam o funcionamento da percepção

Page 15: Trabalho de Psicologia -

nos impedem de perceber a realidade tal qual ela é. Em outros casos, mais favoráveis, são essas

mesmas leis perceptivas que nos permitem compreender a realidade. A tendência da percepção em

buscar a boa-forma permitirá a relação figura-fundo. Quanto mais clara estiver a forma (boaforma),

mais clara será a separação entre figura e fundo.

Quando isso não ocorre, torna-se difícil distinguir o que é figura e o que é fundo, como é o

caso da abaixo.

Nessa figura ambígua o que é figura em um momento torna-se fundo quando logo a seguir

centramos o foco da percepção no outro aspecto. É importante destacar que não é possível ver a

taça e os perfis ao mesmo tempo

Campo Psicológico

O campo psicológico é entendido como um campo de forças que atua na percepção, nos

levando a procurar a boa-forma. Figurativamente podemos relacioná-lo a um campo magnético

criado por um imã (a força de atração e repulsão). Esse campo de força psicológico tem uma

tendência que garante a busca da melhor forma possível em situações que não estão muito

estruturadas. Esse processo ocorre de acordo com os seguintes princípios:

Proximidade: Partes mais próximas umas das outras, em um certo local, inclinam-se a ser vistas

como um grupo.

Page 16: Trabalho de Psicologia -

Semelhança: Objetos semelhantes tendem a permanecer juntos, seja nas cores, nas texturas ou nas

impressões de massa destes elementos. Esta característica pode ser usada como fator de harmonia

ou de desarmonia visual

Insight

A psicologia da Gestalt entende a aprendizagem como uma decorrência da forma como as

partes estão organizadas no todo.

As teorias associacionistas entendem que a aprendizagem ocorre através da associação de

elementos que anteriormente estavam isolados e assim, por um processo aditivo, passa-se de um

conhecimento simples a um complexo.

Os métodos de alfabetização podem nos auxiliar a pensar algumas questões relativas a

diferentes maneiras de conceber a aprendizagem. Os chamados métodos sintéticos entendem que

deve-se inicialmente ensinar a criança a nomear, grafar e reproduzir o valor sonoro de todas as letras

(elementos mais simples) e, depois disso, ela estará apta a associar as letras entre si para formar

sílabas. Na seqüência ela associará sílabas entre si para formar palavras e finalmente formará

orações. Os chamados métodos analíticos seguem um caminho exatamente oposto pois

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primeiramente é apresentado o todo (palavra, frase ou texto), enquanto unidade de significação, e

somente após partem para o exame das partes e das relações que elas mantém entre si para

formarem esse todo.

Quanto à questão do insight, podemos dizer que nem sempre as situações vividas por nós

apresentam-se de forma clara que permitam uma compreensão imediata. Essas situações dificultam

a aprendizagem porque não permitem uma definição da figurafundo, impedindo a relação parte-

todo.

Acontece, às vezes, de estarmos olhando uma figura ou estarmos pensando em algo que nos

parece bastante obscuro e, de repente, sem que tenhamos tido qualquer processo de compreensão

aditivo (somando as partes mais simples), a relação figura-fundo elucida-se.

A esse fenômeno é dado o nome de insight. O termo designa uma compreensão imediata e

súbita.

Behaviorismo no Ambiente de Trabalho

Segundo Bock, Furtado e Teixeira (2001), o termo behaviorismo foi inaugurado por John B.

Watson, publicado em artigo em 1913, que apresentava o título: "A psicologia como os behavioristas

a vêem". O termo inglês "Behavior" significa comportamento, por isso, para denominar esta

tendência teórica, usamos o behaviorismo, e também, comportamentalismo, análise aplicada do

comportamento, análise experimental do comportamento, análise do comportamento, análise

cognitiva do comportamento, etc.

Watson negligenciava fenômenos como a consciência, pois acreditava que a psicologia

deveria ser uma ciência natural, empírica e, portanto, tomar como seu objeto de estudo, apenas os

comportamentos observáveis. Esforços de Watson em tornar a psicologia uma ciência de “renome”

no campo científico incentivaram o surgimento de outros behaviorismos.

O mais importante dos behavioristas que sucederam Watson foi B.F. Skinner (1904 - 1990). O

Behaviorismo de Skinner influenciado por muitos psicólogos norte-americanos e de vários países

onde a psicologia norte-americana tem grande penetração, como o Brasil. Esta linha de estudo ficou

conhecida por Behaviorismo Radical, termo cunhado pelo próprio Skinner em 1945, para designar

uma filosofia da ciência do comportamento (que ele se propôs a defender) por meio da análise

experimental do comportamento.

A base desta corrente está na formulação do "comportamento operante". Este Behaviorismo

é radical à medida que nega qualquer status “mentalista” como determinante de condutas.

Page 18: Trabalho de Psicologia -

Sentimentos, pensamentos e afins são tão comportamentos como qualquer outra conduta e,

portanto, são analisados sob os mesmos conceitos e determinantes do comportamento.

O condicionamento operante, que Skinner acrescentou à noção de reflexo condicionado,

formulada pelo cientista russo Ivan Pavlov, deu origem ao conceito de “comportamento operante”.

Os dois conceitos (Skinner e Pavlov) estão essencialmente ligados à fisiologia do organismo,

seja animal ou humano. O reflexo condicionado, segundo Skinner (2001), é uma reação a um

estímulo casual, já o condicionamento operante é um mecanismo que premia uma determinada

resposta de um indivíduo até ele ficar condicionado a associar a necessidade à ação.

É o caso do rato faminto que, numa experiência de laboratório, percebe que o acionar de

uma alavanca levará ao recebimento de comida. Ele tenderá (probabilidade) a repetir o movimento

cada vez que quiser saciar sua fome.

A diferença entre o reflexo condicionado e o condicionamento operante é que o primeiro é

uma resposta a um estímulo puramente externo; e o segundo, o hábito gerado por uma ação do

indivíduo. No comportamento respondente (de Pavlov), a um estímulo segue-se uma resposta. No

comportamento operante (de Skinner), o ambiente é modificado e produz conseqüências que agem

de novo sobre ele, alterando a probabilidade de ocorrência futura semelhante.

O condicionamento operante é um mecanismo de aprendizagem de novo comportamento -

um processo que Skinner chamou de modelagem. O instrumento fundamental de modelagem é o

reforço - a conseqüência de uma ação quando percebida por quem a pratica.

Para o behaviorismo em geral, o reforço pode ser positivo (uma recompensa) ou negativo

(ação que evita uma conseqüência indesejada). “No condicionamento operante, um mecanismo é

fortalecido no sentido de tornar uma resposta mais provável, ou melhor, mais freqüente”.

Avançando ao condicionamento operante, Skinner (2001) estruturou inúmeros conceitos

que fazem hoje, parte do arcabouço teórico da Análise do Comportamento. Psicólogos com afinidade

à Análise Aplicada do Comportamento estão trazendo ao campo das organizações tais conceitos

behavioristas, a fim de proporcionar a classe dos administradores de empresas olhares diferenciados

sob comportamento humano.

Alguns exemplos destes conceitos podem ser descritos como:

- Condicionamento de Seres Humanos: Embora tal abordagem seja injustamente rotulada como

mecanicista, temos observado nossa prática, enquanto psicólogas e Analistas do Comportamento

imersas em organizações que a noção de condicionamento proposta pelo Behaviorismo Radical, ao

qual tivemos contato na graduação está longe de usufruir deste adjetivo uma vez que remete a

relação “sujeito - ambiente”.

Page 19: Trabalho de Psicologia -

Psicólogos adeptos de outras vertentes teóricas que se apoderam de alguns conceitos

behavioristas descolados dos pressupostos filosóficos adotados por Skinner, certamente estão

propensos a uma prática mecanicista e, portanto, a contribuir com a errônea imagem da abordagem

comportamental.

O condicionamento adotado por analistas do comportamento está como qualquer outra

intervenção psicológica, embasada em aspectos éticos, metodológicos, filosóficos, conceituais e

afins.

“Condicionar” seres – humanos, pode ser traduzido como: Modelar o repertório

comportamental de uma ou mais pessoas para que obtenham os reforçadores necessários para si

mesmos e para organização.

- Estímulos Reforçadores: Todo tipo de estímulo ou situação que ocorre posteriormente

(contingente) a reposta que aumenta a probabilidade futura de ocorrência da resposta. Há dois tipos

de estímulos reforçadores:

A) Positivos, não no sentido de bom ou mau, mas no sentido de adição, teremos um

reforçador positivo quando a resposta for seguida pela adição de alguma coisa, por exemplo: eu abro

a torneira (resposta), cai água (estímulo reforçador positivo), eu conto uma piada (resposta) os meus

amigos riem (estímulo reforçador positivo), eu vou bem na prova (resposta) e recebo um elogio

(estímulo reforçador positivo)...é sempre que há a adição de alguma coisa, conseqüente a resposta.

B) Negativos, também, não no sentido de bom ou mau, mas significante a retirada de um

evento após a resposta, por exemplo: desligo o ventilador (resposta) o vento para (estímulo

reforçador negativo), ponho dedo na tomada (resposta) e tiro rapidinho ao levar choque (estímulo

reforçador negativo), etc. Compreender o conceito de estímulos reforçadores é essencial para

compreensão de que conseqüências mantêm a determinado comportamento em alta ou baixa

freqüência.

- Extinção: Aqui, vamos usar a descrição de Millenson (1970), onde podemos entender como

“extinção”, quando a conexão entre uma resposta operante e seu reforçador é abruptamente

interrompida, um processo comportamental característico é produzido.

As características deste processo, que é chamado extinção, desempenham uma parte importante na

construção e manutenção de padrões complexos de comportamento.

Em empresas, um funcionário que era reforçado em uma contingência X e tem

abruptamente a quebra nesta relação, perpassa pelo processo dito como extinção.

Page 20: Trabalho de Psicologia -

Sentimentos (comportamento encoberto) como raiva, cólera e frustração são previstos em

sujeitos que vivenciaram o processo de extinção.

- Motivação: Para o behaviorismo radical processos motivacionais estão vinculados ao conceito de

operação estabelecedora, que por sua vez é definido como um evento ambiental ou condição de

estímulo que afeta um organismo alterando momentaneamente a efetividade de outros eventos

reforçadores e, a freqüência de ocorrência respostas de um comportamento.

Eventos reforçadores são conseqüências que tendo sido produzida pelo comportamento,

aumentarão a probabilidade e a freqüência do mesmo ocorrer novamente, sob determinadas

condições.

Operação ou condição de estímulo, também nos remete a “privação”, ou o não acesso do

individuo ao evento reforçador, que por sua vez, alterará momentaneamente o valor reforçador do

mesmo, ou seja, se o individuo não pode ter acesso ao evento reforçador dizemos que ele está

privado deste, e consequentemente, o valor deste reforçador será momentaneamente maior para o

individuo evocando os comportamentos que produzam tal reforçador.

Em uma organização, o individuo está trabalhando porque necessita prover a si próprio, e

talvez à sua família, água, alimento, calor, reforçadores primários, secundários, generalizados e afins,

ou ainda, seguir a filosofia da empresa, que no mundo corporativo é conhecido como “Cultura

Organizacional”, que define o que a empresa valoriza, motivo pelo qual a empresa foi criada, o que

significa dizer, aquilo que ela produz, e também a maneira como deverá produzir.

Temos aí reforçadores culturais selecionando comportamentos individuais e/ou de grupos.

Uma organização interessada em motivação de pessoal, deve manejar intervenções em todos os

níveis de determinantes do comportamento (ontogenético, filogenético e cultural), de modo a

promover e manter comportamentos de seus funcionários.

Com relação a como aplicar o behaviorismo radical na prática motivacional em empresas, vemos que

não poderíamos dispensar a compreensão anterior dos conceitos de “operação estabelecedora” e

“privação”.

- Estudo de psicopatologias do Trabalho: Um exemplo clássico é o burnout, um padrão de

comportamento e de sentimentos (comportamento encoberto) que ocorre quando a pessoa está

sujeita a fontes crônicas e intensas de stress que ultrapassam sua habilidade de enfrentamento.

Uma das conseqüências mais acentuadas de um estado de burnout crônico é o da barreira

que ele impõe entre o profissional e o seu trabalho. Ressalvando que nesta ciência (Behaviorismo

Radical), onde o comportamento é multideterminado e transforma-se conforme a relação entre o

sujeito – ambiente, a conduta humana é tida como mutável e adaptativa às contingências (Controle

Page 21: Trabalho de Psicologia -

de estímulos, esquemas de reforçamento, situações antecedentes, contextos e conseqüências, etc.),

e que, portanto, pensar em um comportamento patológico em análise do comportamento é

sinônimo de pensar em um comportamento que é NORMAL / NATURAL, pois foi adaptado pelo

organismo a uma gama de contingências X, mas que é socialmente inadequado e que pode causar

sofrimento ao organismo que se comporta, sendo aqui, o hall de entrada para o psicólogo.

A Psicologia não determina o que é normal ou patológico, isso está muito vinculado a

sociedade e momento histórico em que vivemos. Quando nos referimos a “psicopatologia” que

merece tratamento psicológico, nos referimos a um organismo que possivelmente está sofrendo e

merece intervenções para melhor qualidade de vida.

- Organizational Behavior Management: A Análise do Comportamento quando propôs a ferramenta

de OBM (Organizational Behavior Management), estava visualizando intervenções no

comportamento dos colaboradores e suas relações de maneira a gerenciá-los a obtenção de

objetivos organizacionais de forma humanizada, contextualizada e funcionalizada, fazendo, portanto,

uma crítica à psicologia organizacional tradicional que realiza suas análises e conseqüentemente suas

intervenções separadamente no que se refere a:

A) O que podemos, e,

B) O que queremos, ou seja, se eu quero o “nível de energia de um colaborador” eu não analiso o

que eu posso fazer por isso, se eu quero um colaborador “Motivado”, eu não analiso

funcionalmente o colaborador e suas relações com o ambiente, e assim por diante.

- Práticas em Subsistemas de RH:

A prática de seleção por competência no subsistema de recrutamento e seleção de pessoal

certamente marca, a técnica mais conhecida da abordagem comportamental imersa no campo das

organizações, seguidas de conceitos em subsistemas de treinamento, onde o condicionamento,

reforçadores e modelos de aprendizagem são facilmente empregados desde as pequenas, médias ou

grandes corporações.

Em cargos e salários e gestão de benefícios, os conceitos de “esquemas de reforçamento”,

“privação”, “operação estabelecedora”, “motivação” dão origem a ações estratégicas como

“remuneração fixa, variável, por competência”, dentre outras.

Em segurança e Medicina do Trabalho, a disposição de ambiente, estímulos, percepção, controle de

estímulos, perpassam os planos de prevenção de acidente e qualidade de vida. Enfim, desde o

departamento de pessoal até o nível estratégico do RH, o Behaviorismo Radical promete trazer

mudanças a administradores sobre como compreender o homem, o mundo e suas relações.

Page 22: Trabalho de Psicologia -

Gestalt no Ambiente de Trabalho

A Gestalt pode ser aplicada para se estudar o clima organizacional, por exemplo, baseando-

se em tendências percebidas nas experiências e comportamentos específicos das pessoas dentro da

organização.

Os psicólogos Lewin, Lippitt e White introduziram o conceito de clima no vocabulário da

psicologia social; para ddefinir as condições psicológicas criadas pelos líderes de um grupo de rapazes

num ambiente controlado.

Os psicólogos Lewin, Lippitt e White estavam interessados nas conseqüências dos

comportamentos dos líderes. Em consequência de treinamentos de vários líderes que se

comportaram em estilos e maneiras diferentes, conceituaram estilos de lidereança como:

democrático, autoritário e laissez-faire, isso se deu a partir da observação os efeitos nos

subordinados em relação aos líderes.

O psicólogo Lewin fez a seguinte observação sobre o líder autocrático: “tive poucas

experiências que foram tão impressionantes ao ver as expressões nos rostos dos rapazes no primeiro

dia sob o domínio do líder autoritário. O grupo, que antes de entrar no grupo autoritário estava

amigável, aberto, participativo, cooperativo e cheio de vida e alegria, logo, dentro de 30 minutos,

tornou-se apático e sem iniciativa.” (The Climate for Service, Schneider, Bowen, Ehrhart & Holcombe

– 1995)

Após a segunda guerra mundial, vários acadêmicos seguiram o trabalho pioneiro de Kurt

Lewin. Particularmente na Universidade de Michigan, onde Lewin ajudou a fundar o Centro de

Dinâmica em Grupos (Center of Group Dynamics).

Desde os estudos pioneiros de Lewin o estudo de clima organizacional evoluiu para um foco

mais estratégico, vinculando percepções de clima com uma variável de interesse específico, como

resultados financeiros, inovação, serviço ou produtividade. O foco estratégico é necessário nos

processos organizacionais, e é este foco estratégico das práticas e normas organizacionais que

determinam o clima de uma organização. O líder da organização tem a responsabilidade sobre o

planejamento estratégico da empresa e, por conseqüência, é responsável pelo clima, ou gestalt,

dentro da organização.

Rensis Likert (1961) e Katz & Kahn (1966), da Universidade de Michigan, produziram

trabalhos acadêmicos enfatizando o contexto humano de organizações de trabalho para

desempenho e eficiência organizacional com ênfase nos resultados de produção e de recursos

humanos. Todos esses acadêmicos e psicólogos, Morse, Reimer, Likert, Katz e Kahn, colocaram em

perspectiva a questão de que a performance organizacional não só deve ser vista em função de

produtividade a curto prazo, mas em função do clima organizacional.

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McGregor (1960), autor da “Teoria X e Teoria Y”, enfatizou o gerente como líder na criação

de um “clima gerencial” na organização, ou seja, o clima do relacionamento entre o líder e o

subordinado: de confiança, participativo, apoiador entre outros, se fosse o estilo Teoria Y. Gerentes

implementam suas crenças e valores nas pessoas subordinadas a eles através de seus

comportamentos, e é este comportamento que reflete suas atitudes com as pessoas e cria um clima

de relacionamento.

Além de dinâmicas de grupo estudo de clima, testes de origem gestáltica são

utilizados, avaliando-se os resultados a partir da percepção das pessoas projetadas em desenhos ou

descrições do percebido por disparadores como gravuras ou textos, isso devido a base

epistemologica da fenomenologia.

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