8
ANO 16 – Nº 171 – Fevereiro 2010 AGRICULTURA COM MAIS CRÉDITO ALERTA O PAGAMENTO DA CONTRIBUIÇÃO SINDICAL RURAL É OBRIGATÓRIO E, ENTRE AS SANÇÕES, ESTÁ A COBRANÇA JUDICIAL. SEMINÁRIO: O que esperamos do próximo Presidente da República Segmentos do agronegócio apresentam propostas à CNA Nesta edição /// Com Licença Vou à Luta Pág. 5 Útero é Vida O ano de 2010 começou di- ferente para as mulheres da co- munidade de Lagoa Grande, no município de Russas, a 37 km da capital cearense. No dia 4, elas contaram com um dia inteiro de- dicado à saúde e à beleza da mu- lher do campo. Pág. 6 A capacitação de 12 mulhe- res do ‘Programa Com licença vou à luta’ executado pelo Ser- viço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) e a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e o Instituto CNA foi encerrada no dia 18, na sede do Centec, no município de Barreira, mais 14 mulheres estão sendo capacitadas no município de Jaguaribe. O STF reconheceu e deu provimento a esse Recurso, desobrigando assim, os recorren- tes da retenção e do recolhimen- to da contribuição previdenciária ou do seu recolhimento por sub- rogação, sobre a “receita bruta proveniente da comercialização da produção rural de pessoas físi- cas, fornecedoras de bovinos para abate, do Frigorífico MATABOI. Pág. 2 Decisão do STF Seguindo orientação da Presidente da Confederação da Agricultura e Pecuá- ria do Brasil-CNA, senadora Kátia Abreu, que realizará encontros em alguns esta- dos do Brasil, a Federação da Agricultu- ra e Pecuária do Estado do Ceará ‒ Faec, promoveu, no dia 01 de março, em seu auditório, na Rua Edite Braga, o Seminá- rio “O que esperamos do Presidente”. O objetivo é elaborar a contribuição cea- rense no plano agrícola do novo Presi- dente da República. Para o evento, a Federação da Agri- cultura convidou a Diretoria Plena da entidade, representada pelos seus di- retores e presidentes de Sindicatos de Ibaretama, Independência, Morrinhos, Maranguape, Jaguaretama, técnicos do Sistema FAEC/SENAR-AR/CE, do Sebrae, Embrapa, Adece, OCB, o presi- dente da Univale, João Teixeira, o presi- dente do Grupo Itaueira, Carlos Prado, entre outros agropecuaristas. Á d d d bl Presidente da FAEC reune representantes do segmento agrícola para elaborar a contribuição cearense para o novo plano de Governo.

União Rural - 171

Embed Size (px)

DESCRIPTION

House Organ do Sistema FAEC / Senar-AR/CE

Citation preview

Page 1: União Rural - 171

ANO 16 – Nº 171 – Fevereiro 2010

AGRICULTURA COM MAIS CRÉDITO

ALERTA O PAGAMENTO DA CONTRIBUIÇÃO SINDICAL RURAL É OBRIGATÓRIO E, ENTRE AS SANÇÕES, ESTÁ A COBRANÇA JUDICIAL.

SEMINÁRIO: O que esperamos do próximo Presidente da República

Segmentos do agronegócio apresentam propostas à CNA

Nesta edição ///

Com LicençaVou à Luta

Pág. 5

Útero é Vida

O ano de 2010 começou di-ferente para as mulheres da co-munidade de Lagoa Grande, no município de Russas, a 37 km da capital cearense. No dia 4, elas contaram com um dia inteiro de-dicado à saúde e à beleza da mu-lher do campo.

Pág. 6

A capacitação de 12 mulhe-res do ‘Programa Com licença vou à luta’ executado pelo Ser-viço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) e a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e o Instituto CNA foi encerrada no dia 18, na sede do Centec, no município de Barreira,mais 14 mulheres estão sendo capacitadas no município de Jaguaribe.

O STF reconheceu e deu provimento a esse Recurso, desobrigando assim, os recorren-tes da retenção e do recolhimen-to da contribuição previdenciária ou do seu recolhimento por sub-rogação, sobre a “receita bruta proveniente da comercialização da produção rural de pessoas físi-cas, fornecedoras de bovinos para abate, do Frigorífi co MATABOI.

Pág. 2

Decisão do STF

Seguindo orientação da Presidente da Confederação da Agricultura e Pecuá-ria do Brasil-CNA, senadora Kátia Abreu, que realizará encontros em alguns esta-dos do Brasil, a Federação da Agricultu-ra e Pecuária do Estado do Ceará ‒ Faec, promoveu, no dia 01 de março, em seu auditório, na Rua Edite Braga, o Seminá-rio “O que esperamos do Presidente”. O objetivo é elaborar a contribuição cea-rense no plano agrícola do novo Presi-dente da República.

Para o evento, a Federação da Agri-cultura convidou a Diretoria Plena da entidade, representada pelos seus di-retores e presidentes de Sindicatos de Ibaretama, Independência, Morrinhos, Maranguape, Jaguaretama, técnicos do Sistema FAEC/SENAR-AR/CE, do Sebrae, Embrapa, Adece, OCB, o presi-dente da Univale, João Teixeira, o presi-dente do Grupo Itaueira, Carlos Prado, entre outros agropecuaristas.

Á d d d bl

Presidente da FAEC reune representantes do segmento agrícola para elaborar a contribuição cearense para o novo plano de Governo.

FAEC - Jornal União Rural - Fev 2010.indd 1FAEC - Jornal União Rural - Fev 2010.indd 1 03/03/2010 17:33:1103/03/2010 17:33:11

Page 2: União Rural - 171

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil ‒ CNA, preocu-pada com o futuro do setor rural se antecipa e já organiza Seminários Regionais, objetivando auscultar o que o setor agropecuário espe-ra das políticas públicas dos novos governantes.

Para tanto, está apresentando uma proposta de realização do Semi-nário “O que esperamos do próximo Presidente”, em que, além da CNA, serão executoras as Federações da Agricultura e Pecuária dos Estados da Bahia, Tocantins, Mato Grosso, Minas Gerais e Paraná, onde ocor-rerão Seminários Regionais para a elaboração de uma proposta a ser

entregue aos candidatos à Presidên-cia da República no pleito de 2010, bem como, um Seminário Nacional que se realizará em São Paulo.

Considerando que esta Federa-ção é interessada no assunto, reali-zou no dia 1 de março, uma reunião em sua sede, no horário de 8:30 ho-ras às 12:00 horas, com o objetivo de elaborar uma proposta de con-tribuição do Ceará para o Seminário acima intitulado.

O objetivo foi elaborar a con-tribuição cearense no plano de go-verno. Para o evento, a Federação da Agricultura convidou a Diretoria

Plena da entidade, representada pelos seus diretores e presidentes de Sindicatos, técnicos do Sistema FAEC/SENAR-AR/Ce, do Sebrae, Em-brapa, Adece, OCB, Univale, entre outros agropecuaristas.

A estratégia da CNA é promover Seminários Estaduais e Regionais, e mais uma a nível Nacional para a defi nição de propostas do setor considerando os temas sobre Polí-tica Agrícola, Meio Ambiente, Inse-gurança Jurídica / Leis Anacrôni-cas, Alimentos Saudáveis, Processo Tecnológico, Logística, Qualifi cação Profi ssional/ Educação, Responsabi-lidade Social, mais os temas regio-nais que poderão surgir no decorrer das discussões.

José Ramos Torres de Melo Fi-lho ‒ presidente da Federação da agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (FAEC) e vice-presidente dire-tor de Infraestrutura e Logística da Confederação da Agricultura e Pecu-ária do Brasil

O Supremo Tribunal Federal ‒ STF declarou a incons-titucionalidade do artigo 1º da Lei 8.540/92, ao julgar no dia 03 de fevereiro de 2010, o Recurso Extraordinário - RE nº 363.852, interposto pelo Frigorífi co Mataboi S.A, por entender que a contribuição previdenciária de 2,1% (leia-se Seguridade Social 2,0% e Riscos Ambientais do Trabalho 0,1%), sobre a receita proveniente da comercialização da produção rural, de produtor pessoa física foi instituída por lei ordinária, quando o instrumento legal deveria ter sido lei complementar.

O STF reconheceu e deu provimento a esse Recurso, desobrigando assim, os recorrentes da retenção e do reco-lhimento da contribuição previdenciária ou do seu recolhi-mento por sub-rogação, sobre a “receita bruta proveniente da comercialização da produção rural de pessoas físicas, for-necedoras de bovinos para abate, do Frigorífi co MATABOI.

A decisão do STF, somente atinge o Frigorífi co MATA-BOI S.A. e só fi ca desobrigado de efetuar o desconto dos pe-cuaristas que são seus fornecedores.

A decisão não atinge outros produtores, embora, abra um caminho jurisprudencial aos produtores, e as empresas sujeitas a sub-rogação de contribuição de produtor rural pessoa física, que não queiram efetuar retenções e nem reco-lhimentos, possam impetrar ações próprias contra a União.

Esclarecemos que, os produtores ao ingressarem com ações judiciais, somente após o trânsito em julgado e, com decisão favorável, poderão deixar de recolher sobre a co-mercialização da produção rural, mas voltará a contribuir sobre a folha de pagamento de seus empregados, o que, em

muitos casos, supera os valores pagos sobre a comercializa-ção da produção.

Quanto à restituição de valores recolhidos nos últimos 05 anos, o pedido somente poderá ocorrer após o trânsito em julgado da ação, com sentença favorável ao produtor.

As empresas sub-rogadoras da contribuição para Segu-ridade Social 2,0% e o RAT 0,1%, sobre a comercialização da produção rural de produtor, pessoa física, não poderão querelar sobre restituição, mas tão somente, sobre ser deso-brigada de fazer tal retenção, visto que, os valores recolhidos são do produtor, posto ser, a sub-rogante apenas substituta tributária.

A decisão do STF não atingiu a contribuição destinada ao SENAR, permanecendo, portanto, a obrigação do produ-tor de fazer o recolhimento sobre a sua comercialização, a uma alíquota de 0,2%, quando esta situação competir-lhe diretamente e, a retenção e o recolhimento por sub-rogação, pelas empresas que são adquirentes de produção de produ-tor, pessoa física, nesta mesma alíquota.

O recolhimento da contribuição destinada ao SENAR continuará sendo através da Guia da Previdência Social ‒ GPS, no campo 09, da referida Guia ‒ Terceiros ‒ no código de pagamento 2704 ‒ quando o próprio produtor, pessoa física, fi zer seu recolhimento ou 2712, quando este tiver que fazer recolhimento, exclusivamente, ao SENAR.

Quanto às empresas adquirentes, o código de pagamen-to a ser utilizado é 2607, para recolher o que foi retido do produtor, pessoa física e, quando houver contribuição desti-nada, exclusivamente, ao SENAR, utilizar 2615.

PresidenteJosé Ramos Torres de Melo Filho

1º Vice‒PresidenteFlávio Viriato de Saboya Neto

Vice‒Presidente de Administração e Finanças Sebastião Almeida Araújo

Vice‒PresidentesCarlos Bezerra Filho, Expedito Diógenes Filho, Francisco de Assis Vieira Filho, João Ossian Dias, Moacir Gomes de Sousa.

Conselho Fiscal ‒ EfetivosInácio de Carvalho Parente, Normando da Silva Soares, Paulo Helder de Alencar Braga.

SuplentesExpedito José do Nascimento, Francisco Francivaldo Cruz, José Beroaldo Dutra de Oliveira

Chefe de Gabinete Gerardo Angelim de Albuquerque

Editora e Redatora Silvana Frota / MTB 432

EstagiárioJailson Silva

RevisãoGerardo Angelim de Albuquerque

Editoração Eletrônica e Impressão Expressão Gráfi ca

Tiragem 1.000 exemplares

União Rural ‒ Informativo FAEC/SENARAno 16 ‒ Nº 171 ‒ Fevereiro de 2010Publicação Mensal da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (FAEC) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR‒CE)

Endereço Rua Edite Braga, 50Jardim América ‒ Fortaleza ‒ CE CEP 60425‒100Fone: (85) 3535 8000Fax: (85) 3535 8001E‒mail: [email protected] Site: www.faec.org.br

Composição da Diretoria

Expediente

“O que esperamos do próximo Presidente da República”

Decisão do STF e a contribução do SENAR

objetivando auscultar o que o setor agropecuário espera das políticas

públicas

a elaboração de uma

proposta a ser entregue aos candidatos à Presidência da República no pleito de 2010

Carta do Presidente

2FAEC - Jornal União Rural - Fev 2010.indd 2FAEC - Jornal União Rural - Fev 2010.indd 2 03/03/2010 17:33:1603/03/2010 17:33:16

Page 3: União Rural - 171

O direcionamento de políticas públicas para o setor agropecuá-rio enfraqueceu após a abertura econômica ao fi nal da década de 1990. Atualmente as principais políticas agrícolas utilizadas são o crédito rural e a sustentação de preços quando estes atingem pa-tamares inferiores aos preços fi xa-dos pelo Governo federal. Em am-bas as situações, a política agrícola tem se mostrado inefi ciente, em especial em períodos de mudanças da política econômica ou de in-tercoerências climáticas. Baseado neste e em outros pressupostos é que a Confederação da Agricultu-ra e Pecuária do Brasil-CNA, está promovendo em alguns estados da Federação, encontros regionais dentro da proposta de um semi-nário Regional envolvendo federa-ções da Agricultura e Pecuária dos Estados da Bahia, Tocantins, Mato Grosso, Minas Gerais e Paraná, com o tema: “O que esperamos do Próximo Presidente“ para, no fi nal, discutir as sugestões a níveis re-gional e nível nacional. No Ceará, a Federação da

Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará-Faec, realizou durante toda a manhã de hoje,1, encontro com a participação dos diversos segmentos ligados ao agronegócio cearense, como Embrapa/CNPAT, Agência de Desenvolvimento Eco-nômico do Estado-Adece, Secreta-ria de Desenvolvimento Agrário-Sda, Sebrae, Senar, Fiec, Cocepat, OCB/CE, Univale, Grupo Itaueira, Sindicatos Rurais de Ibaretama, Maranguape, Jaguaretama, Mor-rinhos e Independência, oportu-nidade em que debateu os nove temas recomendados pela CNA: Política Agrícola, Meio Ambiente, Insegurança Jurídica, Alimentos Saudáveis, Processo Tecnológico, Logística, Qualifi cação Profi ssio-nal/Educação, Responsabilidade Social, e Questões Regionais. O Presidente da FAEC, José

Ramos Torres de Melo Filho que é também vice-presidente de Infra-estrutura e Logística da CNA, disse que a orientação da Confederação é para que sejam discutidos temas macroeconômicos que interferem diretamente na vida do produtor .“Estamos pensando num progra-ma, sem pensar na pessoa, intei-ramente isento do problema de natureza ideológica, mas naquilo que prejudica a atividade, disse Torres de Melo. Ele adiantou que os temas da Região Nordeste serão apresentados posteriormente em um grande Seminário no Estado da Bahia.O consultor Jack Schuaumann

Junior, da empresa Quatrocon,

atuou como facilitador na forma-ção dos quatro grupos e na ela-boração das propostas. Os grupos debateram nove temas, mas sobre as “Questões Regionais” foi deba-tido por todos os grupos. No fi nal, foi determinado um relator para cada grupo e apresentada as se-guintes sugestões.

Segmentos do agronegócio apresentam propostas à CNA SEMINÁRIO: O que esperamos do próximo Presidente da República

O que pensam os seg-mentos representativos do agronegócio

Victor Hugo, o chefe geral da Embrapa/CNPAT-CE “ Acho de extrema importância na me-dida em que nós sa-

bemos que o Brasil é uma república federativa que como tal, as coisas acontecem nas federações. Então, é muito importante que esta cons-trução esteja se dando a partir das Unidades federativas e, mais impor-tante ainda, é a heterogeneidade dos que estão participando desta cons-trução Eu acredito que essa iniciati-va é importante, e com certeza vai refl etir muito bem as demandas e expectativas do agronegócio cearen-se em relação ao próximo presidente da República.

Alci Porto Gurgel, diretor Técnico do Sebrae-CE “Esse trabalho é um exercício da demo-cracia, que é as en-

tidades ligadas ao setor produtivo opinarem sobre diversos temas que estão embasando as diversas po-líticas estabelecidas pelo governo federal para o setor produtivo . No caso, aqui nos estamos trabalhando porque nós temos interesse no agro-negócio brasileiro., e as opiniões dos diversos segmentos, serão fruto de uma reunião regional na Bahia, para compor o documento nacional”.

Carlos Prado, dire-tor da Itaueira e pre-sidente da Comissão Nacional da Fruticul-turura da CNA“Considero o debate

oportunuo e importante para o seg-mento que pensa em oferecer um programa mínimo ao novo presiden-te, baseado naquilo que os produto-res acham que deva ser feito para o setor. Se o Presidente adotar todas as sugestões que vamos sugerir, fará um ótimo governo”.

Francisco Zuza de Oliveira, diretor de Agronegócio da Adece“É importante para um governo que

chegue, encontrar sugestões de cunho prático, debatidos de forma participativa pelos diversos seg-mentos do agronegócio. Entre elas destaco:como fundamental para o Ceará, a duplicação da BR-116, a construção da Transnordestina, o acriação de entidade de pesquisa estadual dirigida para o Ceará, au-mentar a capacidade de doutores para gerar mais tecnologia para o campo”

Francisco de Assis Vieira Filho, presi-dente Sindicato Ru-ral de Maranguape“Chega em boa hora, pois precisamos fa-

zer com que os órgãos funcionem com objetividade. De modo, que esses temas, aqui, debatidos serão levados para uma reunião nacional e com certeza contribuirá como um vetor/indicador de encontrar um Presidente da República ideal que possa atender as necessidades do campo”.

João Ossian Dias, presidente do Sin-dicato Rural de Morrinhos“Acredito que um debate desta natu-

reza irá contribuir para melhorar a situação dos produtores de alimen-tos. Isso por que, o futuro presiden-te do Brasil vai ter esse material em mãos para destinar as políticas pú-blicas a favor dos produtores. Hoje o segmento é penalizado pela ausên-cia de políticas agrícolas defi nidas. E com um debate desses, acredito que o futuro presidente vai se sensibili-zar e com isso dar um suporte me-lhor para os produtores rurais”.

João Teixeira, presi-dente da Univale “É um momento ím-par, principalmente

para nós que somos do Nordeste pela carência de debates a nível na-cional. Nós não encontramos isso na política nordestina. Esta opor-tunidade que a CNA esta dando ao setor privado, para que possamos levar ao futuro candidato à Presi-dência da República os nossos plei-tos do setor do agronegócio. Para que, tenhamos políticas dirigidas, principalmente, às áreas que neces-sitam de desenvolvimento no nosso setor”.

Expedito Diógenes Filho, presidente do Sindicato Rural de Jaguaretama

“Antes não tínhamos a oportunidade de

expressar e de dizer o que cada Re-gião estava precisando e sentindo. Hoje, com esse debate percebemos a preocupação com o setor”.

Moacir Gomes de Sousa, presidente Sindicato Rural de Independência“O debate chega em um momento

bastante preciso, pois o setor agro-pecuário está vivendo uma das piores oscilações dos últimos 20 anos. A visão da sendora Kátia ten-ta realmente mudar esta realidade e acredito que o seu trabalho vai fazer acontecer. Acreditamos nes-te trabalho e por isso que estamos empenhados. E pode acreditar que vai dar certo”.

Carlos Bezerra Fi-lho, presidente do Sindicato Rural de Ibaretama “É muito importan-te a execução de

um seminário como este para que possamos somar os nossos ideais e proposições que defendem a nossa Região”.

As propostas foram elaboradas por quatro grupos

3FAEC - Jornal União Rural - Fev 2010.indd 3FAEC - Jornal União Rural - Fev 2010.indd 3 03/03/2010 17:48:2403/03/2010 17:48:24

Page 4: União Rural - 171

Política Agrícola

Crédito, seguro rural, deso-neração tributária e manutenção dos preços aos produtores devem ser tratados de forma adequada, quando se destinarem às regiões típicas como o Norte e Nordeste, onde a geração de renda, pelas condições de solo e clima será sempre inferior.

Inseguranças Jurídicas e Leis Anacrônicas

Aquisição do imóvel rural pela união, através do que dispõe o decreto 433, de 24 de janeiro de 1992.

Alterar a legislação no sentido que sejam cumpridas as ordens judiciais de reintegração de posse

Manter os índices de produ-tividade estabelecidos na Carta de 88.

Defi nir, legalmente, a fi gura do remanescente dos quilombos.

Meio Ambiente

Legislação Ambiental com em-basamento técnico-científi co (EM-BRAPA), com foco regional;

Considerar o impacto do em-prego nas áreas produtivas;

Criar o simples ambiental;Compartilhamento do seg-

mento produtivo nas propostas ambientais;

Incluir nas reservas legais as áreas de preservação permanente;

Criar meios para pagamentos de serviços ambientais;

Políticas de recuperação de áreas degradadas para produção de alimentos.

Alimentos Saudáveis ‒ Segurança Alimentar

Mudança de tema, de alimen-tos saudáveis para segurança alimentar;

Defi nição de políticas públi-cas voltadas a produção desses alimentos;

Fazer o produtor acessar es-sas novas tecnologias, através de capacitações, com a participação direta do SENAR.

Qualifi cação Profi ssional / Educação

Defi nir uma política de ensino fundamental para o meio rural que contribua para a formação integral das crianças e jovens, observando:

Valorizar a atividade agrícola e o homem do campo;

Defi nir um calendário escolar adequado a atividade rural;

Incluir no currículo escolar disciplinas voltadas para o setor rural;

Elaborar material didático que contemplen a vida rural, pois hoje é dissociado da realidade rural;

Defi nir uma política pública de erradicação do analfabetismo da população rural, considerando que ele é expressivamente maior quando comparado com a área urbana;

Aumentar investimentos na melhoria da qualidade do ensino rural;

Instituir um módulo escolar mínimo, que atenda as necessida-des básicas para o desenvolvimen-to da prática pedagógica.

Criação de um Programa Na-cional de Formação Profi ssional Rural envolvendo diversas enti-dades que já atuam na área, com foco na gestão, na liderança e no empreendedorismo rural.

Processo Tecnológico

As propostas contidas na pá-gina 10 serão apoiadas, as que seguem:

fortalecimento da Lei da Bios-segurança da CTNBio, validando a comercialização de transgênicos;

elaboração de estudos, criticas e propostas para a reestruturação e fortalecimento do sistema de de-fesa sanitária no Brasil;

realização de estudos e cons-trução de posição a respeito das negociações relacionadas ao Pro-tocolo de Cartagena sobre Biosse-gurança, norma que regulamen-ta o comércio internacional de transgênicos;

Elaboração de estudos e pro-postas de alternativas para me-lhorar o processo de registro de agroquímicos genéricos e de no-vas moléculas;

trabalho de forma coordenada para construir uma regulamenta-ção para o mercado de prestação de serviço de clonagem de animais

e vegetais; realização de estudos prospec-

tivos sobre o desenvolvimento da nanotecnologia e seus impactos na agricultura e na pecuária; e

acompanhamento do processo de revisão da Lei de Proteção de Cultivares, procurando garantir o equilíbrio entre os interesses dos obtentores e dos agricultores.

Logística

Tornar operacional o acesso de todos os modais rodoviários, ferroviários e

hidroviários aos Portos Porto Velho, Santarém, Vila do Conde e Belém e Itaqui viabilizando o es-coamento da crescente produção de grãos no Norte, Centro Oeste e Cerrado do Nordeste;

Dá ênfase especial ao mo-dal hidroviário com a melhoria e construção das hidrovias do To-cantis, do Teles ‒ Pires ‒ Juruena/Tapajós e na Região Sudeste, Tiête ‒ Paraná;

Na região Nordeste, duplica-ção da BR116 no trecho Fortaleza ‒ Feira de Santana;

Construção das Hidrovias Par-naiba e São Francisco

Conclusão da Transnordestina; Viabilizar o Sistema de Ca-

botagem no Brasil, tornando-o competitivo;

Responsabilidade Social

Criar o Índice de Desenvolvi-mento Humano-IDH rural separa-do do urbano;

Aperfeiçoar o Programa bolsa família, criando uma política al-ternativa de produção no campo para as pessoas envolvidas, com mecanismos que defi nam a entra-da, a permanência e a saída dos benefi ciários;

Criar um programa de acom-panhamento e implantação das

políticas sociais no campo;Criar um índice de desprote-

ções sociais no campo;Modernizar e ajustar a legis-

lação trabalhista à realidade rural;Promover as relações solidá-

rias entre o setor produtivo e o setor laboral, visto que as classes têm objetivos comuns;

Criar um Programa de Bem Estar Social no campo (saúde, edu-cação, habitação, cultura, etc).

Fortalecer o apoio ao agrone-gócio através de diversos mecanis-mos governamentais, com vistas a assegurar a produção de alimen-tos para o abastecimento interno e a geração de excedentes, de modo a contribuir para o atendimento da demanda mundial.

Questões Regionais

• Defi nir uma política de desenvol-vimento regional que assegure investimentos governamentais proporcionais às necessida-des (pobreza) de cada região.

• Dar cumprimento ao artigo 218 da Constituição Federal, em sua totalidade, reestabelecendo o Sistema Nacional de Pesquisa e ainda a obrigatoriedade por parte dos estados a criação de Organização Estadual de Pes-quisa Agropecuária ‒ OEPA;

• Estruturação e funcionamento dos Institutos de Ensino e Serviço Tecnológicos no interior do Brasil, em consonância com os estados;

• Fortalecer os sistemas esta-duais de assistência técnica e extensão rural, de pequenos e medios produtores, com o ob-jetivo de viabilizar a transfe-rência das tecnologias geradas;

• Nas pesquisas voltadas para organismos geneticamen-te modifi cados, priorizar para o Nordeste os com maior to-lerância ao estresse hídrico;

• Direcionar os editais, obrigato-riamente, para a realização de pesquisas e inovações tecnoló-gicas, nas regiões Norte, Nor-deste e Centro Oeste, os 30% dos recursos previsto em lei;

• Aumentar a quantidade de instituições de ensino e pes-quisa no Nordeste do Brasil;

• Fortalecer as instituições publi-cas federais existentes na região Nordeste, dando efetividade a criação da SUDENE.

Confira as sugestões debatidas e encaminhadas pelos gruposSEMINÁRIO: O que esperamos do próximo Presidente da República

4FAEC - Jornal União Rural - Fev 2010.indd 4FAEC - Jornal União Rural - Fev 2010.indd 4 03/03/2010 17:33:2403/03/2010 17:33:24

Page 5: União Rural - 171

Programa Útero é Vida atendeu mais de 230 mulheres no município de Russas

O ano de 2010 começou dife-rente para as mulheres da comuni-dade de Lagoa Grande, no município de Russas, a 37 km da capital cea-rense. No dia 4, elas contaram com um dia inteiro dedicado à saúde e à beleza da mulher do campo. O sorri-so foi o meio pelo qual as mulheres demonstraram a satisfação de re-ceber o Programa Útero é Vida que atua de forma preventiva contra o câncer de colo do útero, e diagnosti-cado através do exame ‘papanicolau’. O Programa realizado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural ‒ Administração Regional do Ceará (SENAR-AR/CE), em parceria com a Prefeitura de Russas, atendeu mais de 230 mulheres da zona rural.

Pela manhã, as mulheres aguar-davam ansiosamente pelo ônibus da Prefeitura Municipal que passou o dia todo fazendo o transporte de-las até o posto de saúde de Lagoa Grande, onde receberam o atendi-mento ginecológico. Uma novidade foi a Rua do Lazer, local dedicado especialmente para as crianças que na companhia das monitoras de sala aguardavam enquanto às mães realizavam o exame no posto de saú-de. O resultado será entregue em até 20 dias e, a partir disso, serão orientadas pela Secretaria Municipal de Saúde, com o monitoramento do Senar.

O evento contou ainda com as palestras sobre higiene antes e depois do sexo e orientações para a limpeza pessoal e de roupas ínti-mas, foram outras novidades. “Hoje, aprendi que devemos sempre estar atentas a nossa higiene e também

com a limpeza pessoal do parceiro”, acrescenta Ana Cíntia Nascimento, 18 anos que, em seguida, foi cuidar do cabelo, fazer as unhas e receber o seu kit beleza (sabonete, shampoo, condicionador e desodorante) no Sa-lão de Beleza do Útero é Vida.

“Até agora mais de 11 mil mu-lheres foram atendidas, em 74 mu-nicípios de 12 estados brasileiros e com isso foi possível a detecção de 22 casos de NIC ‒ III [Neoplasia Intra-Epitelial Cervical]”, afi rma a coordenadora do Programa Útero é Vida junto ao Senar Nacional, Janine Geesdorf. No Nordeste, os estados do Maranhão, Piauí, Alagoas, Rio Gran-de do Norte e Ceará já foram bene-fi ciados. No próximo mês será a vez dos estados da Bahia e Paraíba.

De acordo com o titular da Se-cretaria de Saúde do Estado do Cea-rá, João Ananias, o câncer de colo do útero ainda é o segundo mais preva-lente entre as mulheres. Segundo ele, o problema está em diagnosticar a doença e alerta que as mulheres não estão sensibilizadas quanto à impor-

tância do exame, “é preciso que as mulheres continuem a fazer o exame e que os serviços melhorem para agi-lizar o diagnóstico”, afi rma.

Para o superintendente do SE-NAR-AR/CE, Flávio Saboya, o dife-rencial deste programa está no aten-

dimento que é levado até a c omun i d a d e rural. Desta maneira, chega à cidade para cuidar da saú-de e também da vaidade femini-na. “O mais im-portante é que essas mulheres saiam daqui satisfeitas e realizadas”.

“É uma oportunidade que todas estão tendo, além disso, as mulheres estão mais estimuladas para compa-recer ao posto de saúde nesta ma-nhã. Isso por conta de todos os servi-ços que foram oferecidos em um dia só”, concorda a Secretária de Saúde Municipal, Neliana Loureiro Maia Silva. “Sempre tivemos a boa vonta-de de que elas nos procurassem, mas hoje nós vamos buscá-las em casa” completa.

O Superintendente do Senar do Ceará ressalta, ainda, que, o Útero é Vida iniciou em Russas pelo empe-nho do Sindicato dos Produtores Ru-rais do município que vem demons-trado no seu dia-a-dia através das ações do Senar e o comprometimen-to com o homem do campo. “Foi o Sinrural que mais realizou cursos em

2009, voltados para a capacitação do produtor”, destaca Saboya.

Foram cerca de 100 cursos realizados e mais de 1.500 pessoas capacitadas por meio do Sinrural de Russas, o que fez com que o municí-pio se adequasse às exigências para a execução do Programa - a existên-cia de um Sindicato local.

Para o presidente do Sindicato Rural de Russas, Pedro Maia Júnior, o Ceará está de “parabéns” por rece-ber este programa que vem em boa hora. “Estou muito feliz que tenha sido o distrito de Lagoa Grande es-colhido para a execução do Progra-ma” disse. “Agora, vamos aguardar a presença da senadora Kátia Abreu no Estado”, adianta Maia Junior, se referindo ao lançamento ofi cial do Programa Útero é Vida no Ceará, que será no distrito de Flores, tam-bém em Russas. A data ainda não foi defi nida, mas provavelmente ainda no fi m deste mês.

As mulheres ainda tiveram a chance de aferir a pressão arterial, medir a taxa de açúcar no sangue e receberem informações sobre o mosquito aedes aegypti (dengue). O evento contou, ainda, com as presen-ças do prefeito de Russas, Raimundo Cordeiro de Freitas; da coordena-dora estadual do Programa Útero é Vida, Anna Kelly Cláudio, e da equipe do SENAR-AR/CE.

Inscrição das mulheres no Programa Útero é Vida

OpiniãoS o l a n g e Mendes da Silva, 33 anos“Estas ações p r e c i s a m r e p e t i r - s e para tirar as mulheres de perto do fogão, não só por isso, mas principal-mente pela prevenção de doenças”.

Maria Eudacir Sousa, 35 anos“É importante porque estamos nos prevenindo e não dá para detectar a doença de outra maneira. E ainda tem mulheres que aqui não comparecem”.

Aureniza Moreira da Silva, 51 anos e seu fi lho Rian Moreira da Silva, 8 anos“Na pales-tra, ensina-ram muitas coisas de que eu não sabia”.

Após o exame, Ana Cíntia foi cuidar da beleza

Mais de 230 mulheres foram atendidas pelo Programa

Solange Mendes e Eudacir Sousa

Aureniza Moreira e seu fi lho Rian

5FAEC - Jornal União Rural - Fev 2010.indd 5FAEC - Jornal União Rural - Fev 2010.indd 5 03/03/2010 17:33:2603/03/2010 17:33:26

Page 6: União Rural - 171

Com Licença Vou à Luta capacita mulheres de Barreira e Jaguaribe

Com um investimento de ape-nas R$ 50, Maria das Graças Alves da Silva, passou à condição de dona de casa para dona do seu próprio negócio. Desde da segunda me-tade da década de 90, ela confec-ciona bolsas e peças íntimas, no município de Barreira, a 75 km de Fortaleza, e disse que as “técnicas de gestão fi caram muito mais claras após a realização do Programa Com licença vou à luta”. Para ela, “subir é fácil, permanecer no alto que é difí-cil”, ensina.

A capacitação de 12 mulheres do ‘Programa Com licença vou à luta’ executado pelo Serviço Na-cional de Apren-dizagem Rural (SENAR) e a Con-federação da Agri-cultura e Pecuária do Brasil (CNA) e o Instituto CNA foi encerrada no dia 18, na sede do Centec, no município de Barreira. A idéia é capacitar as mulheres com noções de gestão, transformando a participação feminina em fator decisivo para o sucesso da empresa rural, contribuindo para o aumen-to da renda familiar com melhorias na efi ciência da gestão. O curso é composto por cinco módulos, com conteúdo de desenvolvimento hu-mano e técnico, e com duração de 40 horas/aula.

“Me identifi quei muito com o Programa, por que gosto de conhe-cimento e por isso as coisas fi ca-ram mais claras quanto à gestão do meu negócio”, completou Maria das Graças, durante o encerramento da primeira turma capacitada pelo Programa, em Barreira.

A instrutora do Senar, Jucileide Nogueira, garante que após o cur-so as mulheres estarão mais aptas para contribuir com o desenvolvi-mento do município. “Elas foram estimuladas a desenvolver compe-tências de gestão para aplicação no seu próprio negócio, considerando as oportunidades que estão em volta. A partir disso, foi possível aumentar os horizontes dessas mu-lheres” disse. “E elas podem muito mais”, afi rma Jucileide. Além disso, a instrutora ressalta que todas as

participantes já possuem empre-endimentos, independente de estar formalizados ou não.

“Como líder comunitária iden-tifi quei algumas mulheres que pre-cisavam de apoio e a capacitação através do Com Licença Vou à Luta, foi esse incentivo” disse a presiden-

te do Sindicato Rural de Barreira, Eleneide Torres Brilhante, que par-ticipou ativamente do processo de mobilização dessas mulheres, com ênfase nas mulheres que têm os seus negócios.

Simultaneamente, está acon-tecendo a capacitação do “Com li-cença vou à luta”, de 16 mulheres no município de Jaguaribe, a cargo da instrutora do Senar, Ivonisa Ho-landa, inclusive com a participação da primeira mulher a dirigir um Sindicato de Produtores Rurais no

Ceará, Maria Zimar Diógenes., que integrou a equipe que fez parte da formatação do programa junto à CNA.

“As mulheres têm o direito de assumir posições fortes em nosso Sistema, cada mulher que produz pode pedir licença e ir à luta, disse

Kátia Abreu, pre-sidente da CNA, que criou tam-bém o programa Útero é Vida, voltado para o atendimento em saúde à mulher do campo.

O coorde-nador técnico do Senar, engº agrônomo Paulo Remígio, esteve presente repre-sentando o su-perintendente do Senar, Flávio Viriato de Sabóia Neto. Já a co-ordenadora do Programa Útero

é Vida, Anna Kelly Cláudio, apro-veitou o encerramento do curso para fazer a exposição do Progra-ma, para o chefe de gabinete, Pedro Paulo, que representou o Prefeito e para a secretaria de Saúde de Bar-reira, Mirian Soares.

Após a avaliação dos dois pro-jetos ‒piloto no Ceará (Barreira e Jaguaribe) , a coordenação Nacio-nal vai defi nir novas turmas a se-rem capacitadas.

Você sabia que...

... o mel de abelha foi a primeira substância adoçante conhecida na anti-guidade e, segundo a Bíblia, era uma das dádivas da Terra Prometida (a outra era o leite)?

... Alexandre Magno, “O Grande”, morreu em batalha na Babilônia e foi levado de volta à Grécia em um caixão cheio de mel, para evitar a decomposição de seu corpo?

... a frutose do mel é o melhor açúcar retirado pelos diabéticos. Mas atenção! O consumo deve ser supervisionado por orientação médica?

... conhecida desde a mais remota an-tiguidade, a cera de abelha era usada den-tre outras inúmeras aplicações como pa-gamento de tributos, taxas e multas. Em 181 d.C, a Córsega pagava a Roma um tributo anual de 38 toneladas de cera?

... a apicultura é a criação de abelhas com função, as melíferas do Brasil, e me-liponicultor é o criador de abelhas sem ferrão, as nativas ou indígenas?

... o mel de abelhas jataí, assim como de outras abelhas nativas, tem como principal características a elevada taxa de água. Sua unidade gera em torno de 27%, enquanto o de Apis fi ca entre 17% e 20%. Também é considerado um de-licioso licor e alcança altos preços no mercado?

... os agrotóxicos são produtos de natureza biológica, física ou química com a fi nalidade de exterminar pragas ou do-enças que atacam as culturas agrícolas e podem ser: pestecidas ou praguicidas (combatem insetos em geral), fungicidas (atingem os fungos) e herbecidas (ma-tam as plantas invasoras ou daninhas)?

... os agrotóxicos classifi cam-se quanto à fi nalidade ‒ ovicidas (atingem os ovos dos insetos), larvicidas (atingem as larvas): acaricidas (específi cos para ácaros) e formicidas (atacam as formi-gas). Quanto à maneira de agir ‒ atra-vés de ingestão (quando a praga ingere a planta com o produto); microbiano (o produto contém microorganismos que atacam a praga ou o agente causador da doença) e por contato (toca o corpo da praga) e quinto à origem - inorgânicos representam 10% do total de pesticidas em uso e orgânicos (a de origem vegetal e os organo-sintéticos) os primeiros usa-dos na agricultura orgânica, enquanto os organo-sintéticos, além de persistirem muitos anos nos ecossistemas, trazem uma serie de problemas de saúde aos seres humanos?

... o Brasil já demarcou 107 milhões de hectares ‒ 13% do território nacional ‒ destinados com reserva exclusiva para os cerca de 400 mil índios que aqui vi-vem. Se compararmos com a Região Su-deste, com mais de 75 milhões de habi-tantes, a sua área não atinge 93 milhões de hectares?

... o Brasil tem uma previsão de sa-fra de 141 milhões de toneladas, que já está estacionada nos 140 milhões há seis anos. Refl exo das difi culdades que o se-tor vem passando?

... pesquisas da Embrapa apontam que, no Brasil, existem cerca de 40 mi-lhões de hectares de pastagens degrada-das, ocupadas com pecuária extensiva e de baixa produtividade. Isso também ocorre na Amazônia?

As informações sobre gestão ajudarão a melhorar a renda familiar

6FAEC - Jornal União Rural - Fev 2010.indd 6FAEC - Jornal União Rural - Fev 2010.indd 6 03/03/2010 17:33:3403/03/2010 17:33:34

Page 7: União Rural - 171

Se por um lado, a pecuária cea-rense comemorou com a transição do Estado da ‘área de risco desco-nhecido de febre afotsa’ para a ‘área de risco médio’, ainda no fi nal de 2009. De outro, bem antes disso, os pecuaristas de leite do Ceará já amargavam o baixo preço comercial do produto. Atualmente, de acordo com o presidente do Sindicato dos Produtores de Leite do Estado do Ceará, José dos Santos Sobrinho, a indústria paga cerca de R$ 0,47 por cada litro do produto pago aos pro-dutores de leite no Ceará.

Abordando esta temática, José Sobrinho conversou com a equipe do Jornal União Rural, e falou dos moti-vos que possibilitou esse decréscimo do preço pago pelo produto. Falou ainda sobre as conseqüências que esta redução vem causando na pecu-ária de leite. Confi ra a entrevista!União Rural. De

acordo com você as usinas estão pagan-do pelo produto em média R$ 0,47, por cada litro de leite “in natura”, no entanto a comercialização do produto no mercado varejista não baixou para o consumidor fi nal? Como o senhor avalia essa relação?José Sobrinho.

Isso já vem acontecendo de cinco a seis anos e, foi logo após, quando, o governo permitiu que a produção leiteira fi casse a livre negociação, a indústria começou a pagar me-nos por cada litro do produto para os produtores. Outro problema é o período de entressafra do Ceará, geralmente nos meses de setembro e outubro, quando entra nova safra do Centro-Sul e as industrias de lá comercializam os produtos abaixo do preço. Com isso, a indústria vai reduzindo o preço do leite pago ao produtor. U. R. Qual o posicionamento do

Sindleite diante o problema?J. S. Levamos o problema para

ser discutido na Câmara Setorial do Leite. Temos uma comissão tratando desse assunto, além disso, o segmen-to industrial também nos procurou sugerindo uma desoneração tributá-

ria, junto ao Governo do Estado, para taxar o leite que entra no Ceará. Des-ta maneira, as industrias cearenses irão fi car protegidas, pois queremos estabelecer um preço mínimo de referência. Por que fi ca muito fácil, eles fazem os custos e o que sobra colocam para o produtor e isso não queremos. Além disso, estamos nos empenhando para conseguir fazer com que funcione o Conseleite, pois há seis anos essa ferramenta não sai do papel.U. R. Que ferramenta é essa?J. S. O Conseleite é um grupo

paritário, formado de produtores e industriais, responsável por estabe-lecer um preço de referência às duas classes. E essa missão foi atribuída a UFC, que fi cou responsável de criar um modelo para apurar esse preço comum. O Conseleite já está pronto, faltando apenas sair do papel. U. R. O baixo preço do leite

pode infl uenciar diretamente na qualidade do produto?J. S. Em todo o Ceará, 75% da

produção leiteira vem de produto-res que produzem até 100 litros. Esse produtor não pode trabalhar a questão da qualidade porque ele não é remunerado para isso. Até porque ele é carente de equipamen-tos básicos para uma ordenha higi-

ênica. Além disso, há também as medidas econô-micas como a re-dução da quanti-dade de ração do rebanho. Então, em conseqüência, a qualidade tam-bém cai. U. R. Qual a

produção diária em todo o Estado do Ceará?

J. S. De acordo com, as últimas projeções que nós fi zemos era da ordem de 1 milhão/litros/dia. Mas acredito que o refl exo da crise tenha sido responsável pela redução de cerca de 20% do consumo, fi cando algo em torno de 800 mil/litros/dia. U. R. E quantos litros são consu-

midos diariamente? J. S. Cerca de 1,5 milhão de litros/

dia, sendo que 1 milhão é produzido aqui e o restante, da ordem 500 mil entram no Estado na forma de leite em pó, já que não temos indústrias dessa natureza, além de outros produ-tos lácteos e o queijo mussarela.U. R. Este é o momento para

trazer novas experiências e tecno-logias a favor da pecuária de leite do Ceará?J. S. Sim claro, pois o produtor

cearense terá que tecnifi car a pro-dução, buscando novas alternativas

de alimentação e ordenha. Antiga-mente, os produtores tinham mais de 200 hectares de terreno, hoje no Ceará as propriedades estão menores, cerca de 30ha. Por isso, terá que usar a tecnologia para re-duzir os custos de produção.

Por exemplo, o próprio Senar vem executando um trabalho de capacitação tanto na produção de forragem como a qualidade do leite. U. R. De acordo com os espe-

cialistas no assunto, 2010 será um ano favorável a esta atividade. Quais as expectativas para o Ceará?J. S. Realmente estávamos bem

ansiosos. Porém, surgiu um outro

complicador para os produtores do Ceará, a falta de chuvas. Estamos praticamente nos dois meses que já deveriam estar chovendo e sem esse

recurso o produ-tor não vai poder avançar. Mas não devemos nos desa-nimar, pois no ano passado tivemos muita água acumu-lada, podendo con-verter isso em ca-pineira, melhorar a

ração verde que é fundamental para a produção. Acredito que diante des-se fato o produtor vai contar com um balisamento no preço do leite que ele vai receber. Por que R$ 0,47 por um litro de leite não remunera nem mesmo o custo de produção quanto mais um excedente para o produtor.

Presidente do SindLeite fala dos entraves do setor no Ceará

Sinrurais e seus presidentesMUNICÍPIO PRESIDENTE FONE

ACOPIARA FCO CHAGAS DE CARVALHO NETO (88) 9908.9299

ALCÂNTARA JOSÉ OSMAR LOPES (88) 9281.2471

ALTANEIRA RAIMUNDO NOGUEIRA SOARES (88) 9934.3543

AMONTADA HUMBERTO ALBANO DE MENEZES (88) 9955.1178

ARACATI NORMANDO DA SILVA SOARES (88) 8813.9837

ARACOIABA GERARDO ALVES DE MELO (85) 9989.4365

AURORA FRANCISCO TARCISO LEITE (88) 8897.0650

BANABUIÚ JOSÉ ERNANDO DE OLIVEIRA (88) 9965.0181

BARREIRA ELENEIDE TORRES B. DE OLIVEIRA (85) 9207-8450

BATURITÉ FRANCISCO INÁCIO DA SILVEIRA (85) 8681.1243

BEBERIBE SEBASTIÃO FILGUEIRAS BASTOS (85) 9628.8767

BOA VIAGEM FRANCISCO DE ASSIS LIMA (88) 9975.7266

BREJO SANTO FRANCISCO VALMIR DE LUCENA (88) 9964.1518

CARNAUBAL JOSÉ AUGUSTO TAVARES (88) 3650.1449

CASCAVEL PAULO HELDER DE ALENCAR BRAGA (85) 9981.4357

CATUNDA JOÃO BRANDÃO DE FARIAS (88) 9225.2691

CAUCAIA RICARDO BEZERRA NUNES (85) 3342.1512

CEDRO JOSÉ FERREIRA LIMA (88) 3564.0155

COREAÚ JOSÉ PINTO DE ALBUQUERQUE (88) 9928.0245

CRATEÚS ANTONIO NARCELIO DE O. GOMES (88) 9291.4881

CRATO FRANCISCO FERREIRA FERNANDES (88) 9969.6011

GRANJA PEDRO FONTENELE DE SOUSA (88) 9635.8512

GUAIÚBA HAROLDO MOURA SALES (85) 9904.9823

GUARACIABA DO NORTE GILBERTO BALTAZAR DE MESQUITA (88) 9952.8853

IBARETAMA CARLOS BEZERRA FILHO (88) 9968.1218

IGUATU JOSÉ BESERRA MODESTO (88) 9967.2590

INDEPENDÊNCIA MOACIR GOMES DE SOUSA (88) 9919.3654

IPU FCO DAS CHAGAS PERES MARTINS (88) 9916.0679

ITAPAJÉ JOSÉ BEROALDO DUTRA DE OLIVEIRA (85) 9188.9505

JAGUARETAMA EXPEDITO DIÓGENES FILHO (85) 8124.6940

JAGUARIBE MARIA ZIMAR PINHEIRO DIÓGENES (88) 9218.1412

LIMOEIRO DO NORTE LUIZ MENDES DE SOUSA ANDRADE (88) 9958.8000

MARANGUAPE FRANCISCO DE ASSIS VIEIRA FILHO (85) 8739.2598

MARCO ALEXANDRE MAGNUM LEORNE PONTES (88) 9928.1092

MASSAPÊ JOSÉ T. VASCONCELOS JÚNIOR (88) 9955.6915

MILAGRES FRANCISCO WILTON FURTADO ALVES (88) 9952.5760

MISSÃO VELHA FRANCISCO FRANCIVALDO CRUZ (88) 8833.4008

MONSENHOR TABOSA FCO DAS CHAGAS FROTA ALMEIDA (88) 3696.1254

MORADA NOVA FCO EDUARDO B. DE LIMA JUNIOR (88) 9921.7979

MORAÚJO MARCOS AURÉLIO ARAÚJO (88) 3642.1016

MORRINHOS JOÃO OSSIAN DIAS (88) 9910.5699

MOMBAÇA FRANCISCO DANÚBIO DE ALENCAR (88) 8806.8846

NOVA RUSSAS EUGÊNIO MENDES MARTINS (88) 3672.1231

PIQUET CARNEIRO EXPEDITO JOSÉ DO NASCIMENTO (88) 9964.3118

QUIXADÁ FCO FAUSTO NOBRE FERNANDES (88) 9969.2392

QUIXERAMOBIM JOSÉ MAURO MAIA RICARTE (88) 8818.0090

QUIXERÉ VALDIR GONÇALVES LIMA (88) 3423.6955

RUSSAS PEDRO MAIA ROCHA JUNIOR (88) 3411.0136

SANTANA DO ACARAÚ FRANCISCO HELDER LOPES (88) 9967.8554

SANTANA DO CARIRI JOSÉ CIDADE NUVENS (88) 3545.1456

SENADOR POMPEU JOSIEL BARRETO DA SILVA (85) 9986.4789

SOBRAL HIRAM ALFREDO CAVALCANTE (88) 9171.1032

TABULEIRO DO NORTE EDNARD FERNANDES DE A. FEITOSA (88) 9913.7270

TAMBORIL FRANCISCO EDMILSON SOARES (88) 3617.1160

TAUÁ JOSÉ LÚCIO DO NASCIMENTO FILHO (88) 3437.1431

TIANGUÁ FERNANDO ANTO. V. MOITA (88) 9602.9046

TRAIRI JOÃO ALVES FREIRE (85) 9646.2040

UBAJARA INÁCIO DE CARVALHO PARENTE (88) 9953.5382

VIÇOSA DO CEARÁ WILLAME REIS MAPURUNGA (88) 3632.1544

SINDICATO PRESIDENTE FONESINDICATO DOS PRODUTORES

DE LEITE - SPLJOSÉ DOS SANTOS SOBRINHO (85) 9997-3506

COORDENADOR REGIONAL

COORDENADOR REGIÃO FONE

INÁCIO DE CARVALHO PARENTE REGIÃO DA IBIAPABA (UBAJARA) (88) 9953-5382

José Sobrinho, Presidente do SINDLEITE

O Conseleite é um grupo paritário, formado de produtores

e industriais, responsável por

estabelecer um preço de referência às duas classes

R$ 0,47 por um litro de leite não remunera nem mesmo o custo de

produção.

7FAEC - Jornal União Rural - Fev 2010.indd 7FAEC - Jornal União Rural - Fev 2010.indd 7 03/03/2010 17:45:2303/03/2010 17:45:23

Page 8: União Rural - 171

FAEC pede implantação imediata do Conseleite

Em dia com o Agropacto

Em dia com o Agropacto

Duplicação do anel viário e da BR-222 facilitará escoamento da produção agropecuária

ESTRADAS FEDERAIS NO CEARÁ

Crise no preço do leite

Duas importantes obras terão inicio no mês de março no Ceará, a duplicação da BR-222 e a duplicação do Anel Viário partindo da altura de Maracanaú até o Parque Tabapuá, em Caucaia, foram anunciadas no ultimo 23 de fevereiro, pelo superintenden-te do Departamento Nacional de In-fraestrutura de Transporte - Dnit, na reunião do Pacto de Cooperação da Agropecuária do Ceará - Agropacto, coordenado pela Federação da Agri-cultura e Pecuária do Estado - Faec. “A situação das estradas federais que cruzam com as estradas municipais, implica diretamente no transporte e no custo da produção agropecuá-ria, daí a nossa preocupação em to-mar conhecimento da realidade das obras em andamento e dos projetos para 2010”, disse o coordenador do Agropacto, José Ramos Torres de Melo Filho, que é também o diretor de Infraestrutura e Logística da Con-federação da Agricultura e Pecuária do Brasil - CNA

“O Ceará passa hoje por um processo de desenvolvimento que não acontecia há mais de 30 anos e, sem dúvida a duplicação do Anel Viário, virá ajudar no escoamento da nossa produção até o Porto do Pecém, principal corredor de expor-tação no Estado e para onde estão

previstos grandes investimentos”, disse Guedes Neto. Orçada em R$ 188 milhões, com recursos oriundos do PAC, a duplicação do Anel Viário será a maior obra rodoviária do Cea-rá, nos últimos 25 anos. “Serão recu-perados 32 km de asfalto e duplica-dos mais 32 quilômetros, perfazendo 64 km de extensão, todo com pista de concreto, o que signifi ca um custo de R$ 5 milhões por quilômetro”, ob-serva Guedes Neto. Nesta área, serão construídos três viadutos, canteiro central com mais de 10 metros de largura, o que permitirá, no futuro novas intervenções. A obra fará a in-terligação da CE-020 com a BR-222, CE-040, CE-060, CE-160 e CE-165 até a Lagoa do Tabapuá.

A duplicação da BR-222 até o Pecém que havia sido paralisada devido a problemas ambientais, que atingia as comunidades indígenas já está com a licença prévia (Lp) autori-zada e com recursos assegurados. A obra será iniciada na segunda quin-zena de março e deverá partir da rotatória do km 11, em Caucaia até o Porto do Pecém, também toda em pista de concreto.

O Superintendente do Dnit infor-mou, ainda, que, o órgão retomou a construção da Ponte de Aracati (Pon-te JK), que estava paralisada há sete

anos. A cidade cresceu, o turismo cresceu principalmente em função da grande demanda para a praia de Canoa Quebrada, sendo esta inter-venção necessária para melhorar o fl uxo turístico. “Naquela região, existem também muitas áreas de produção de camarão”, disse Cris-tiano Maia presidente da Câmara Setorial do Camarão. Ele sugeriu a duplicação da BR-116. O Presidente da Câmara Setorial das Flores, Gilson Gondim sugeriu que fosse feito um

projeto de paisagismo em torno da BR-116. A ponte sobre o Rio Cocó, foi reiniciada pelo Dnit em 2008. A obra tem um valor de R$ 9 milhões e 700 mil e trará como benefício o desenvolvimento da Praia do Futu-ro e de toda a região do Porto das Dunas, além de desafogar o trânsito pela Avenida Washington Soares. com uma economia de 42 km no per-curso. Serão investidos 9 milhões de reais na obra.

Durante o mês de fevereiro o AGROPACTO discutiu temas relevantes para o setor agropecuário cearense como as previsões da Funceme para o inverno de 2010 e as ações da Cogerh com foco para a agricultura e pecuária.

A entrada de empresas de ou-tros Estados comercializando lei-te no Ceará com preço abaixo do custo de produção está novamente trazendo sérios problemas entre a indústria local e produtores. Como conseqüência, houve uma queda do preço pago pela indústria ao produtor de R$ 0,68 para R$ 0,58 por litro.

A Câmara Setorial do Leite, constituída por representantes das duas categorias econômicas, do governo e da sociedade civil, reu-niu-se no dia 08 do mês de feve-reiro para estudar as providências a serem adotadas, visando solucio-nar o grave problema que põe em risco a atividade leiteira no Estado do Ceará.

Entre as providências de curto prazo fi cou acertado que a câmara proporia ao Governo do Estado a criação de uma legislação específi -ca para o Ceará com vistas a pro-teger o produtor de leite local, a

exemplo do que já foi adotado pelo Estado do Paraná. A Câma-ra Setorial criou também uma comissão para analisar o as-sunto com mais profundidade.

Para o pre-sidente da FAEC, José Ramos Tor-res de Melo Filho, a medida mais urgente a ser adotada é a criação de barreiras tributárias para coi-bir a entrada de leite de outras praças que contrariem as regras de um comércio salutar. A FAEC condiciona o seu apoio a qualquer medida que venha ser adotada, à implantação do Conseleite, objeto de acordo entre os dois segmentos desde 2004.

O Conseleite é um órgão que conta com a participação paritária

da indústria e dos produtores, que já contratou a Universidade Federal do Cea-rá, para a cria-ção de uma me-todologia para o estabelecimento de um preço de referência men-sal do leite a ser praticado no Es-

tado. Torres de Melo lamenta que, apesar de, já ter sido desenvolvida e aprovada a metodologia e acer-tada a participação fi nanceira de cada um dos seus membros, venha sua instalação sendo procrastina-da indefi nidamente.

Para o Presidente do Sindileite, José Sobrinho, estão sendo discuti-das também outras ações a curto e médio prazos, como o aumento da aquisição governamental do leite para o programa Fome Zero/PPA,

campanha institucional para au-mentar a demanda do leite no ce-ará e a implantação de um labora-tório de Análise do Leite no Ceará.

O Superintende do Senar-CE é representante do Ceará na Comis-são Nacional do Leite, junto à CNA, Flávio Viriato de Saboya Neto par-ticipou esta semana, em Brasília, de uma reunião na referida Comis-são, ocasião em que pode consta-tar que além do Ceará, outros esta-dos vem vivendo problemas seme-lhantes. Para ele, a solução é criar um modelo de contrato padroniza-do entre o produtor e a indústria, onde sejam fi xados deveres e obri-gações de cada segmento.

Ele destacou ainda, uma pes-quisa que foi apresentada na reu-nião da Comissão Nacional do Leite, destacando os benefícios do produto na alimentação humana e que será objeto de intensa campa-nha de marketing a nível nacional.

• melhoria no valor do litro de leite,• cobrança de imposto de ou-tros estados, • ampliação da distribuição do leite Fome Zero,• implantação doConseleite.

O que querem os produtores de leite

Superintendente do DNIT, Guedes Neto, mostra a maquete do Anel Viário ao coordenador do Agropacto Torres de Melo e ao deputado Hermínio Rezende

8FAEC - Jornal União Rural - Fev 2010.indd 8FAEC - Jornal União Rural - Fev 2010.indd 8 03/03/2010 17:33:3803/03/2010 17:33:38