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DOCENTE: PAULA AZEVEDO DE MEDEIROSDISCIPL INA : PSICOLOGIA JURÍDICA
2° SEMESTRE DE DIREITO
Psicologia
Psicologia
Psico = mente, alma logos = estudo, trabalho
Psicologia científica x Psicologia popular/senso comum
Ideias, crenças e convicções transmitidas culturalmente e que cada indivíduo possui a respeito de como as pessoas funcionam, se comportam, sentem e pensam.
Termos como “personalidade” ou “depressão” têm significados diferentes nessas duas linguagens.
A própria palavra “psicologia” pode ser vista muitas vezes como sinônimo de psicoterapia que é muitas vezes confundida com psicanálise ou mesmo com a análise do comportamento.
O termo parapsicologia, por exemplo, não se refere a nehum conceito e não tem nenhum tipo de relação com a Psicologia.
Psicologia
Psicologia: Estudo científico do comportamento e dos processos mentais.
Dizer que a psicologia é uma ciência significa que ela é regida pelas mesmas leis do método científico as quais regem as outras ciências: ela busca um conhecimento objetivo, baseado em fatos empíricos.
Comportamento é a atividade observável (de forma interna ou externa) dos organismos na sua busca de adaptação ao meio em que vivem.
Dizer que o indivíduo é a unidade básica de estudo da psicologia significa dizer que, mesmo ao estudar grupos, o indivíduo permanece o centro de atenção.
Os processos mentais são a maneira como a mente humana funciona - pensar, planejar, tirar conclusões, fantasiar e sonhar.
Objetivos da Psicologia
Descrever – observar e análisar os comportamentos de forma mais objetiva possível para o levantamento de dados confiáveis.Explicar – procurar explicações lógicas para o acontecimento descrito (por que ocorre).Prever – identificar as condições nas quais determinado comportamento ocorre para poder fazer previsões de sua ocorrência futura (onde ocorre? O que mantêm?)Controlar – capacidade de influenciá-lo, com base no conhecimento adquirido; procurar controlar a ocorrência futura de comportamentos através de manipulação de variáveis.
Perspectivas Históricas
“A psicologia possui um longo passado, mas uma história curta” (Hermann Ebbinghaus).
• Século XIX – Psicologia se separa da filosofia se tornando uma ciência independente com o primeiro laboratório psicológico fundado pelo fisiologista Wilhelm Wundt em 1879 na Alemanha.
• Formou a primeira geração de psicólogos que propagaram a nova ciência e fundaram vários laboratórios similares pela Europa e Estados Unidos.
Perspectivas Históricas
Estruturalismo – Wilhelm Wundt
Propôs criar uma base verdadeiramente científica para a nova ciência com dados sistemáticos e objetivos para replicação.
Procurou investigar os fenômenos da consciência, seus elementos e estrutura.
Objeto de estudo: a estrutura consciente da mente e do comportamento, sobretudo as sensações (elementos mais simples da mente) através da introspecção.
Foi criticado por ser: • reducionista (reduzir a complexidade humana a simples sensações); • elementarista (dedicar-se ao estudo de partes ou elementos ao invés
de estudar estruturas mais complexas); • mentalista (levar em consideração apenas relatórios verbais,
excluindo indivíduos incapazes de introspecção – crianças, animais – além de não ser um método cinetífico objetivo).
Perspectivas Históricas
Funcionalismo – Willianm James
Concordava com Wundt que o objeto da psicologia seriam os processos conscientes, porém, acreditava que esses processos não se limitavam a uma descrição de elementos, conteúdos e estruturas.
Os funcionalistas estudavam a mente não do ponto de vista da sua composição (uma estrutura de elementos mentais), mas como um aglomerado de funções ou processos que levam a consequências práticas no mundo real.
Na psicologia, a seu entender, deveria haver espaço para as emoções, a vontade, os valores, as experiências religiosas, enfim, tudo o que faz cada ser humano único.
O legado dos Primórdios
Apesar de serem perspectivas já ultrapassadas, tanto o estruturalismo como o funcionalismo ajudaram a determinar o rumo que a psicologia posterior viria a tomar.
Hoje em dia os psicólogos procuram compreender tanto as estruturas como a função do comportamento e dos processos mentais absolutos.
Perspectivas Atuais
Por estar, durante o século XIX, vinculada a outras áreas do conhecimento, a Psicologia
moderna sofreu influência de algumas correntes de pensamento.
Biológica
Busca as causas do comportamento no funcionamento dos genes, do cérebro e dos sistemas nervoso e endócrino.
Perspectivas Atuais
Psicodinâmica
O comportamento é movido por uma série de forças internas, que buscam dissolver a tensão existente entre os instintos, as pulsões e as necessidades internas de um lado e as exigências sociais de outro.
Enfatiza que a natureza humana não é sempre racional e que as ações podem ser motivadas por fatores não acessíveis a consciência.
Considerava a infância como uma fase importantíssima para a formação da personalidade.
Perspectivas Atuais
Comportamentalista
Modelo de pensamento monista.Seu principal objetivo é a observação do comportamento
e os efeitos que os estímulos antecedentes e as consequências podem causar sobre ele.
A atenção do pesquisador está voltada para as condições ambientais em que determinado organismo se encontra, para o comportamento desse organismo, e para as consequências que esse comportamento lhe traz e os efeitos que produzem.
Há uma relação mútua entre organismo e ambiente.
Perspectivas Atuais
Humanismo
O ser humano possui em si uma força de autorrealização, que conduz o indivíduo ao desenvolvimento de uma personalidade criativa e saudável. Essa força inerente a todo ser humano é muitas vezes, no entanto, impedida por fatores externos de se desenvolver plenamente.
Considera o homem como um processo em construção, detentor de liberdade e poder de escolha.
O estudo biográfico se torna, nesta perspectiva, uma fonte de conhecimento importante por descobrir como a pessoa vivencia sua existência.
Perspectiva Biopsicossocial
Vimo que o ser humano pode e deve ser estudado, observado e compreendido sob diferentes aspectos. Essa realidade toma forma no modelo biopsicossocial que serve de base para todo o trabalho psicológico, desde a pesquisa mais básica até a prática terapêutica.
Esse modelo afirma que o comportamento e os processos mentais humanos são gerados e influenciados por três grupos de fatores:
Perspectiva Biopsicossocial
Biológicos: predisposição genética e os processos de mutação que determinam o desenvolvimento corporal em geral e do sistema nervoso em particular.
Psicológicos: preferências, expectativas e medos, reações emocionais, processos cognitivos e interpretação das percepções, etc.
Culturais: como a presença de outras pessoas, expectativas da sociedade e do meio cultural, influência do círculo familiar, de amigos, etc., modelos de papéis sociais, etc.
Críticas à Psicologia
• Criticada pelo seu caráter “confuso” ou “impalpável”.
• Falta de uma teoria de base unanimamente aceita.• Pesquisas baseadas em questionários e entrevistas -
não ser científica.• Muitos fenômenos estudados pela Psicologia, como
personalidade, pensamento e emoção, não podem ser medidos diretamente e devem ser estudados com o auxílio de relatórios subjetivos, o que pode ser um problema do ponto de vista metodológico.
• “Briga” dentro da própria psicologia entre psicólogos experimentais e psicoterapeutas.
Áreas Práticas e de Pesquisa
A Psicologia possui uma riqueza nas áreas práticas e de pesquisa que permite a inserção do profissional psicólogo nos mais diversos campos de atuação:
Ψ ClínicaΨ EducacionalΨ da SaúdeΨ EconômicaΨ do ConsumidorΨ Oranizacional/IndústriaΨ SocialΨ HospitalarΨ AmbientalΨ EsportivaΨ Jurídica
Direito e Psicologia
A junção desses dois campos do saber ainda é muito recente e tem muito por construir.
O direito com sua impermeabilidade à outras áreas do conhecimento e a psicologia experimental e científica com sua recenticidade avançam, quando juntos, formando uma complementariedade em busca de um destino comum: o comportamento humano.
Relações interdisciplinares só têm a contribuir e engrandecer essas áreas de conhecimento, na medida em que a ciência contemporânea é forçosamente plural.
Da Psicologia e do Direito à Psicologia Jurídica
Psicologia Jurídica:
“É o estudo do comportamento das pessoas e dos grupos enquanto têm a necessidade de desenvolver-se dentro de ambientes regulados juridicamente, assim como da evolução dessas regulamentações jurídicas ou leis enquanto os grupos sociais se desenvolvem neles” (Trindade, 1998).
Da Psicologia e do Direito à Psicologia Jurídica
Psicologia do Direito: explica a essência do direito, a sua fundamentação psicológica. Seria semelhante à Filosofia do Direito.
Psicologia no Direito: estuda a estrutura das normas Jurídicas enquanto estímulos dos vetores das condutas humanas: produz ou evita certos comportamentos.
Psicologia para o Direito: disciplina auxiliar do direito, convocada a iluminar os fins do próprio direito. Aplicada ao seu melhor exercício.
Da Psicologia e do Direito à Psicologia Jurídica
Definição de Mira y López (2000):
“Psicologia jurídica é definida como a psicologia aplicada ao melhor exercício do Direito”.
Com essa definição, a Psicologia Jurídica restringiu-se à psicologia para o direito, permanecendo longe de qualquer interferência no processo dos fundamentos do direito, ou seja, da psicologia do direito, bem como afastada das questões psicológicas que intrinsecamente compõem o mundo normativo, ou seja, da psicologia no direito.
Da Psicologia e do Direito à Psicologia Jurídica
Psicologia jurídica x Psicologia judicial, forense ou legal
Judicial: aplicação dos processos psicológicos à prática do jurista.
Forense: tudo aquilo que é relativo ao foro, cortes ou tribunais
Legal: aquilo que está contido apenas na lei, na norma formulada, e não no direito.
Psicologia Jurídica: Inclui tanto aquilo que acontece no espaço dos fóruns e dos tribunais, como no âmbito da lei.
Da Psicologia e do Direito à Psicologia Jurídica
Dentro da própria Psicologia Jurídica podemos ter várias ramificações de atuação em função da organização jurídica
que abordam:
psicologia criminal (júri, depoimento, interrogatório) psicologia da vítima psicologia penitenciária psicologia judicial (acusado, testemunhas, réu) psicologia do trânsito psicologia a serviço da criança e do adolescente psicologia da família (SAP) psicologia das decisões judiciais psicologia do testemunho psicologia investigativa
Da Psicologia e do Direito à Psicologia Jurídica
Direito e Psicologia são duas disciplinas co-irmãs que nascem com o mesmo fim.
Direito e Psicologia compartem o mesmo objeto de estudo: o homem e seu comportamento.
Direito e Psicologia estão ambos destinados a servir o homem e a promover um mundo melhor.
Podemos dizer, figurativa e expressivamente, que Direito e Psicologia estão “condenados” a dar as mãos.