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UNIP UNIVERSIDADE PAULISTA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOLOGIA DO TRÂNSITO MARCELO HELLMANN PSICOLOGIA DO TRÂNSITO: Um estudo sobre a percepção do trânsito de Rolim de Moura/RO MACEIÓ - AL 2014

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UNIP UNIVERSIDADE PAULISTA

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOLOGIA DO TRÂNSITO

MARCELO HELLMANN

PSICOLOGIA DO TRÂNSITO: Um estudo sobre a percepção do

trânsito de Rolim de Moura/RO

MACEIÓ - AL

2014

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MARCELO HELLMANN

PSICOLOGIA DO TRÂNSITO: Um estudo sobre a percepção do trânsito de

Rolim de Moura/RO

Monografia apresentada à Universidade Paulista/UNIP, como parte dos requisitos necessários para a conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Psicologia do Trânsito. Orientador: Prof. Dr. Manoel Ferreira do Nascimento Filho

MACEIÓ - AL

2014

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MARCELO HELLMANN

PSICOLOGIA DO TRÂNSITO: Um estudo sobre a percepção do trânsito de

Rolim de Moura/RO

Monografia apresentada à Universidade Paulista/UNIP, como parte dos requisitos necessários para a conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Psicologia do Trânsito.

APROVADO EM: ___/____/____

________________________________________________________

PROF. DR. MANOEL FERREIRA DO N. FILHO

ORIENTADOR

_______________________________________________________

PROF. DR. LIÉRCIO PINHEIRO DE ARAÚJO

BANCA EXAMINADORA

________________________________________________________

PROF. ESP. FRANKLIN BARBOSA BEZERRA

BANCA EXAMINADORA

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho especialmente aos meus pais Agostinho e Marta, os

quais amo muito, pelo exemplo de vida e família e por sempre me incentivarem em

meus estudos. A meus irmãos Marinalva e André, por toda ajuda e companheirismo

a mim prestados.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, pelo dom da vida e por tudo que tem

proporcionado em minha caminhada.

À minha família, pelo apoio, dedicação e incentivo nos momentos de

dificuldade, e por ficarem ao meu lado para a conquista de mais uma etapa da

minha vida profissional.

A todos os docentes, em especial a meu orientador Prof. Dr. Manoel Ferreira

do N. Filho, que no decorrer desta especialização compartilharam seus

conhecimentos e experiências, enriquecendo meu desenvolvimento profissional e

pessoal.

Aos meus amigos, em especial às minhas companheiras de viagem Isabela,

Juliana e Paula, pela cumplicidade, companheirismo e estímulo em alcançar meus

objetivos.

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"A aprendizagem é um simples apêndice de

nós mesmos; onde quer que estejamos, está

também nossa aprendizagem."

(William Shakespeare).

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RESUMO

Na atualidade, o trânsito vem se tornando um sério problema a toda população brasileira, que em razão da estabilidade econômica tem impulsionado para o aumento de veículos que transitam pelas vias públicas, assim como congestionamentos, poluição sonora, lentidão e acidentes de trânsito, que acabam por originar distúrbios psicológicos e fisiológicos em razão do alto nível de estresse vivenciado pelos condutores em seu cotidiano, desencadeando comportamentos de risco ligados a conduta humana, sendo este fator, um dos maiores responsáveis pelas causas de acidentes de trânsito nos últimos anos. Este estudo objetivou-se a promover um levantamento de dados acerca da psicologia do trânsito e da visão perceptiva que os condutores têm do trânsito de Rolim de Moura/RO, buscando fundamentos que possam auxiliar no processo educacional. Buscou-se conhecer e retratar a percepção dos condutores de Rolim de Moura acerca do trânsito local e quais fatores impede uma maior segurança no trânsito da cidade. A pesquisa ocorreu por meio da aplicação de um questionário, em várias localidades do município de Rolim de Moura. A amostra foi constituída de 24 indivíduos habilitados, 02 psicólogos especialistas na área de trânsito e 04 jovens em processo de retirada de CNH. Os resultados revelaram que o relacionamento entre condutores é de total desrespeito, e a falta de sinalização tem sido o maior responsável pelos acidentes locais. Sendo assim, é preciso aumentar investir na melhoria da sinalização e fiscalização das vias e intervir por meio de ações de conscientização educativa a toda população. Palavras-chave: Psicologia do trânsito. Comportamento de risco. Fatores. Intervenção e Melhoria.

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ABSTRACT

At present , the traffic is becoming a serious problem throughout the Brazilian population , which according to the economic stability has driven for increased vehicles that use the public roads , as well as congestion , noise pollution , and slow traffic accidents , which end to give psychological and physiological disorders due to the high level of stress experienced by drivers in their daily lives , triggering risk behaviors linked to human behavior , factor , responsible for one of the biggest causes of traffic accidents in recent years . This study aimed to promote a survey of data on traffic psychology and perceptive vision that drivers have traffic Rolim de Moura / RO , seeking fundamentals that can assist in the educational process . We sought to understand and portray the perception of drivers Rolim de Moura about local traffic and which factors hinders greater security in city traffic . The research was performed by applying a questionnaire in several localities in the Rolim de Moura . The sample consisted of 24 individuals qualified , 02 psychologists, experts in the field of transit and 04 young people in the withdrawal process of CNH . The results revealed that the relationship between conductors is total disrespect and lack of signage has been largely responsible for local accidents . Therefore , we need to increase investment in improving signaling and supervision of roads and intervene through actions of educational awareness entire population . Keywords: Traffic psychology. Risk behavior. Factors. Intervention and improvement.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Gráfico 1 – Distribuição percentual dos participantes por sexo. ............................ 33

Gráfico 2 – Distribuição percentual do relacionamento entre condutores

e pedestres. ........................................................................................ 34

Gráfico 3 – Distribuição percentual das expectativas do condutores. ................... 34

Gráfico 4 – Distribuição percentual da visão dos entrevistados sobre o

trânsito Rolimourense. ....................................................................... 35

Gráfico 5 – Distribuição percentual da avaliação do comportamento dos

condutores.......................................................................................... 36

Gráfico 6 – Distribuição percentual das causas de acidentes. .............................. 36

Gráfico 7 – Distribuição percentual de soluções de melhoria para um

trânsito melhor. ................................................................................... 37

Gráfico 8 – Distribuição percentual dos recursos para a redução de

acidentes de Trânsito. ........................................................................ 38

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 11

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................. 13

2.1 O Trânsito .......................................................................................................... 13

2.1.1 Acidentes de Trânsito .................................................................................... 15

2.2 O Comportamento do Condutor ...................................................................... 16

2.3 A Psicologia de Trânsito: conceito e evolução .............................................. 20

2.3.1 A Atuação do Psicólogo de Trânsito na Atualidade.................................... 22

2.3.2 Avaliação Psicológica e sua Procedência ................................................... 24

2.4 Educação para o trânsito .................................................................................. 27

3 MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................... 30

3.1 Ética ................................................................................................................... 30

3.2 Tipo de Pesquisa ............................................................................................... 30

3.3 Universo ............................................................................................................. 31

3.4 Sujeito e Amostra .............................................................................................. 31

3.5 Instrumentos e Coleta de Dados ...................................................................... 31

3.6 Procedimentos da Coleta de Dados ................................................................ 32

3.7 Procedimentos da Análise dos Dados ............................................................ 32

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 33

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 39

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 41

APÊNDICE ................................................................................................................ 46

ANEXO ..................................................................................................................... 47

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1 INTRODUÇÃO

Atualmente, o trânsito vem se tornando um sério problema ao País, pois muito

tem marcado a vida da sociedade moderna. Em razão da estabilidade econômica, a

quantidade de veículos que transitam pelas vias públicas tem crescido

sucessivamente, provocando o aumento de congestionamento, poluição sonora,

lentidão e acidentes. Esse problema tem impulsionado na origem de distúrbios

psicológicos e fisiológicos devido ao nível de estresse enfrentado por estes usuários

em seu dia a dia. Além do mais, tem gerado altos custos sociais e econômicos, e

inúmeros sofrimentos para as vítimas de acidentes e seus familiares.

O comportamento de risco é um fator ligado a conduta humana, sendo um

dos maiores responsáveis pelas causas de acidentes de trânsito nos últimos anos. E

diante destes fatores, torna-se necessário produzir conhecimentos acerca desta

questão que tanto tem causado problemas a população, principalmente por parte

dos psicólogos especializados na área de Trânsito, já que este espaço físico, tem se

tornado um campo de disputa entre pedestres e condutores e com isso, tem refletido

no tempo e espaço urbano.

O trânsito é “o conjunto de deslocamentos de pessoas e veículos nas vias

públicas, dentro de um sistema convencional de normas, que tem por fim assegurar

a integridade de seus participantes” (ROZESTRATEN, 1988, p.4), no entanto, os

condutores deixam a desejar quando se trata de seguir as normas dispostas pelo

Código de Trânsito Brasileiro que visam sua própria segurança.

Deste modo, verificou-se a importância de elevar o conhecimento acerca

deste tema, uma vez que o município de Rolim de Moura encontra-se em fase de

desenvolvimento e crescimento e é notável o aumento de veículos que circulam

pelas suas ruas e avenidas, além do mais, o índice de acidentes registrados no

município tem se tornado uma grande preocupação as autoridades públicas e

órgãos do CIRETRAN local. E a partir deste estudo, foi possível conhecer a visão

dos condutores de Rolim de Moura sobre o trânsito da cidade, e quais fatores

impedem uma maior segurança no trânsito local, buscando assim, deixar algumas

sugestões de intervenção para um trânsito mais seguro.

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Sendo assim, este estudo teve como objetivo geral, promover um

levantamento de dados acerca da psicologia do trânsito e da visão perceptiva que os

condutores têm do trânsito de Rolim de Moura/RO, buscando fundamentos que

possam auxiliar no processo educacional.

Por meio dos objetivos específicos buscou-se: elevar os conhecimentos sobre

conceito de trânsito, relacionando-o com a psicologia; ressaltar a atuação do

psicólogo na atualidade; conhecer a percepção de 30 pessoas acerca do

comportamento dos usuários do trânsito, demonstrar a quais fatores os condutores

de Rolim de Moura creditam à falta de organização no trânsito rolimourense; apontar

as diversas situações que podem gerar consequências de sério risco no trânsito.

A metodologia aplicada neste trabalho foi o levantamento bibliográfico em

obras literárias com foco na Psicologia de trânsito. A coleta de dados se deu por

meio de questionário de pesquisa semi estruturado, tendo como sujeitos 30

indivíduos, sendo 24 condutores portando carteira nacional de habilitação - CNH, 02

psicólogos de trânsito e 4 jovens em processo de retirada de habilitação.

Os resultados do estudo demonstraram que a percepção dos condutores de

Rolim de Moura quanto ao trânsito local é de desorganização. A sinalização e a

fiscalização apresentarão papel essencial no que diz respeito à prevenção de

acidentes e, por consequência, maior segurança no trânsito;

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 O Trânsito

Após meados da década de 50, o governo de Juscelino Kubitschek em busca

de modernidade e interiorização do Brasil, impulsionou para o desenvolvimento da

indústria automobilística e a construção de rodovias que interligavam os diversos

estados do País (NETO, 2001). Foi a partir deste momento que o automóvel passou

a ser utilizado como o principal meio de condução das pessoas.

O trânsito é uma disputa pelo espaço físico, que reflete uma alteração pelo tempo e pelo acesso aos equipamentos urbanos, é uma negociação, dadas às características de nossa sociedade, não se dá entre pessoas iguais: a disputa pelo espaço tem uma base ideológica e política; depende de como as pessoas se vêem na sociedade e de seu acesso real ao poder. (VASCONCELOS, 1988, p. 34)

Quando referido ao trânsito, para que se gerem comportamentos

convenientes, algumas condições sao fundamentais, como por exemplo: a presença

de estímulos, um organismo saudável que tenha condições de receber e reagir aos

estímulos e, assim como uma noção prévia dos sinais e das normas que devem ser

seguidas. Pois, “o trânsito é “o conjunto de deslocamentos de pessoas e veículos

nas vias públicas, dentro de um sistema convencional de normas, que tem por fim

assegurar a integridade de seus participantes”. (ROZESTRATEN, 1988, p.4).

Segundo Ferreira (1988, p. 645), “o termo trânsito tem origem no latim

transitu: ato ou efeito de caminhar, marchar, movimento, circulação de pessoas ou

de veículo, tráfego”

Para o Código Brasileiro de Trânsito – CTB, o trânsito é “a utilização das vias

por pessoas, veículos e animais, isolados ou em grupos, conduzidos ou não, para

fins de circulação, parada, estacionamento e operação de carga e descarga”. No

âmbito jurídico, morfológico e/ou social, o trânsito é definido como o ato ou efeito

das pessoas e veículos caminhar, passar, marchar, movimentar, circular.

Pelo exposto no CTB todo cidadão tem direito de usufruir de um trânsito

seguro, por isso, compete às órgãos do Sistema Nacional de Trânsito, adotar

medidas cabíveis no âmbito das respectivas competências, que destinem e

assegurem este direito (BRASIL, 2008). Este direito que o CTB dispõe, não está

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ligado apenas à forma em que o motorista age enquanto está conduzindo, se ele

respeita a sinalização, os limites de velocidade, a preferencial, mas assegura todos

os ângulos que envolvem esse campo de circulação de pessoas, principalmente a

quem permitir ou não estar habilitado a conduzir veículos motorizados, pois quando

não se encontra em condições seguras psiquicamente para tal ação, torna-se um

perigo assegurar uma pessoa ao exercício desta atividade.

De todos os países do mundo, o trânsito brasileiro tem sido considerado um

dos piores e mais perigosos, pois é altíssimo o número de ocorrência acidentes de

trânsito registradas pelas unidades de saúde e primeiros socorros (DENATRAN,

1997).

Na atualidade, o trânsito vem se tornando um problema que cada vez mais

tem marcado a vida da sociedade, que em razão do desenvolvimento global e a

entrada da mulher ao mercado de trabalho o cotidiano de vida tem se tornado mais

agitado, e o uso do veículo deixou de ser uma questão de luxo tornando-se uma

necessidade.

O trânsito é considerado atualmente uma problemática das mais importantes do século XXI em função dos altos custos sociais e econômicos que geram, além dos sofrimentos incontáveis para vítimas e familiares decorrentes, principalmente, dos acidentes. (SILVA; ALCHIERI, 2010, p. 695).

Em razão da estabilidade econômica, a quantidade de veículos que transitam

pelas vias públicas do País tem aumentado consecutivamente, assim, é notório que

juntamente com este aumento de veículos também ocorra o aumento de

congestionamento, poluição sonora, lentidão, acidentes, assim como

consecutivamente a geração de distúrbios psicológicos e fisiológicos em decorrer do

alto nível de estresse que os condutores passam a vivenciar cotidianamente em

suas vidas. E diante destes fatores, se faz necessário produzir conhecimentos

voltados a esta questão, principalmente por psicólogos, visto que o trânsito é o

ambiente onde se expressam múltiplos estilos do comportamento humano.

Segundo o autor Macedo (2004, p. 16) no trânsito da modernidade: “A

concepção dos espaços fica, assim, condicionada à locomoção. Isso se faz presente

no ambiente do trânsito, através da construção de espaços para mais veículos

particulares e menos estrutura para o crescimento do transporte coletivo”, o que

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acaba desencadeando congestionamentos nas vias de tráfego, gerando estresse,

brigas, ansiedade e causando acidentes.

No entendimento de diversos profissionais da saúde, a falha humana devido a

questões psicológicas tem sido um dos principais causadores de acidentes de

trânsito no País, nas últimas décadas, que devido a questões psicológicas tem feito

com que os condutores e pedestres andem mais estressados, fazendo com que

percam o foco e se distraiam enquanto circulam pelas vias (ABRAMET1, 2002).

Além do mais, segundo publicação feita pela Revista do Conselho Federal de

Psicologia (1986), especialistas da área consideram que os acidentes fatais de

trânsito tem se intensificado numa magnitude que já está sendo visto como um

problema epidemiológico ao país. Por este motivo, os Psicólogos consideram que é

necessário intensificar os exames psicológicos para seleção de candidatos a

Carteira Nacional de Habilitação – CNH.

Este tipo de recurso pode vir a contribuir para um trânsito mais seguro, pois a

psicologia entende que não se deve ficar focada apenas no trânsito, mais ir mais

além com suas investigações, para que assim, se consiga descobrir o que realmente

tem contribuído para este descaso e assim, buscar intervir de forma a reduzir o

numero de vítimas de acidentes no trânsito do país.

2.1.1 Acidentes de Trânsito

Os acidentes de trânsito são fatos que ocorrem nas vias públicas de tráfego

de veículos, ciclistas e pedestres e quase sempre deixam pessoas feridas ou

mesmo levam a óbito, é “um evento não intencional, envolvendo pelo menos um

veículo, motorizado ou não, que circula por uma via para trânsito de veículos”

(NUNES e NASCIMENTO, 2010, p. 684).

Questões psicológicas são grandes responsáveis por parte dos acidentes que

acontecem no País, que são originados pela negligencia, imprudência, estresse,

distração, entre outros motivos, fazendo com que o condutor perda o reflexo por

alguns segundos ou mesmo deixando de cumprir com as normas de circulação

instituídas pelo CTB, colocando a vida de uma ou mais pessoas em perigo.

1 ABRAMET: Associação Brasileira de Medicina de Tráfego

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Autores que se preocupam com uma abordagem psicanalítica do problema têm apontado a vulnerabilidade de adolescentes e adultos com personalidade imatura na condução perigosa de veículos motorizados. O carro constitui uma compensação para o ego angustiado e apático e torna-se uma segunda pele do indivíduo (MARIN e QUEIROZ, 2000, p. 14).

Em específico, o trânsito pode causar um grande choque na vida das

pessoas, pois podem prejudicar de forma física e psíquica a saúde do indivíduo,

desencadeando sérios problemas como estresse, ansiedade, fadiga, dores

musculares, etc, que acabam prejudicando o estado físico e emocional do condutor,

trazendo sérias conseqüências.

Questões mentais podem fazer com que o condutor confunda seus reflexos,

perdendo a concentração e atrasando o tempo de atuação do motorista (MENEZES,

2010), por isto, é importante a avaliação psicológica para investigar o nível de

tolerância psicológica do motorista, pois muitas pessoas têm um comportamento

desestruturado que pode gerar atitudes indevidas e perigosas.

2.2 O Comportamento do Condutor

Todo ser humano é um ser social que vive em meio a uma analogia ativa com

o ambiente onde está inserido, sendo mais um ser ambiental do que social, que age

e constitui de acordo com sua cultura e cresças.

O ambiente é tudo para nós. Funcionamos em um ambiente onde recebemos os estímulos para nossos órgãos de sentidos, as imagens visuais, sonoras e táteis. O ambiente se reflete nos pensamentos e são expressos por meio do comportamento (LÉVY-LEBOYER, 1980, p. 18).

O trânsito é um sistema coletivo funcional complexo, que além de seu

funcionamento estrutural também é físico, pois se deve levar em consideração as

pessoas que trafegam em suas vias, suas personalidades, seus interesses e

atitudes perante o mundo, pois atende uma diversidade de normas e instruções.

“O sistema funciona através de uma série bastante extensa de normas e construções e é constituído de vários subsistemas, dentre os quais os três principais são: o homem, a via e o veículo. O homem aqui é o subsistema mais complexo e, portanto, tem maior probabilidade de desorganizar o sistema como um todo” (ROZESTRATEN, 1988, p.5).

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Tais normas e instruções traçadas aos condutores de trânsito são

extremamente necessárias, pois o homem é o maior responsável pelos acidentes de

trânsito, independente de serem condutores ou pedestres, ambas as partes tende a

falhar, tornando-se maioria das vezes vítimas da negligência e própria falha humana

que esta relacionada a questões sensoriais, motivacionais, emocionais e até mesmo

da própria personalidade.

“O homem, além de ter que agir como mediador do referido sistema,

necessita do domínio de seu sistema interno, ou seja, precisa responder

adequadamente aos estímulos” (MÂNICA, 2004, p. 05).

Como o trânsito é um local que sempre espelha muita movimentação e

agitação das pessoas que por ele trafegam. Independente do horário, sempre existe

a ocorrência de algum acidente que marca aquele dia, mas, se uma pessoa sair às

ruas em um momento de pico, que geralmente se refere ao horário em que as

pessoas se deslocam para ir ao trabalho, ir para o almoço ou sair do trabalho no fim

da tarde, com certeza é fácil visualizar a grande movimentação de condutores e

pedestres que disputam a preferência das vias, mesmo quando não é sua vez de

passar.

A pressa de chegar logo ao destino final é resultado da própria personalidade

humana, que acaba agindo por impulso ocasionando acidentes, principalmente nos

horários de pico, o trânsito se torna um verdadeiro caos, um perigo para a

sociedade.

A mobilidade humana existe desde as origens, na pré-história, quando os indivíduos deslocavam de um território a outro para suprir suas necessidades básicas; é uma questão tão antiga quanto à existência humana. O trânsito é composto por homens. (AUER, et al, 2009, p. 77)

Alguns motoristas têm a personalidade mais forte que outros, gritam,

chingam, outros mais pacientes conseguem controlar a tensão do momento, além do

mais, esta espera faz parte da circulação para que tudo ocorra de forma normal.

O Brasil é um país onde o estresse no trânsito está em alta, principalmente

nas grandes cidades onde a rota se torna totalmente lenta e as pessoas levam horas

para chegar ao local de destino. Se gasta muito combustível, aumenta a poluição

devido aos veículos ficarem ligados por muito tempo em pouca movimentação,

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muitos acabam até desligando a atenção e perdendo a cabeça devido ao estresse

que é obrigado a conviver todos os dias da casa ao trabalho, e vice versa.

A desordem que se encontra cotidianamente no trânsito é um dos maiores

responsáveis pela origem de acidentes, e isto ocorre devido ao mal comportamento

por parte dos homens que agem em um espaço público e coletivo como se fosse de

sua propriedade particular. “Uma das condições para a resolução do conflito no

trânsito seriam a mudança no comportamento e a conscientização de que o espaço

público, como o nome já diz, é de direito de todos e deve ser utilizado de maneira

igualitária” (PIATZCHAKI, 1994, p. 32).

Muitas pessoas costumam se comportar de forma inadequada no trânsito, uns

não respeitam a preferencial, outros excedem a velocidade permitida, estacionam

onde é proibido parar, não respeitam faixas de pedestres, semáforos, deixam de

utilizar os acessórios de segurança como o cinto, a cadeirinha para crianças, entre

muitas outras negligências que tornam o trânsito caótico e perigoso. E tudo isso

consiste na falta de responsabilidade do próprio condutor, que mesmo conhecendo

os riscos de suas atitudes, ainda insiste em fazê-la.

Segundo Vasconcelos e Lima (1998), no Brasil, os casos de acidentes em

vias de tráfego são vistos como uma fatalidade, devido ser considerado como um

fato não previsto, pois as pessoas não saem de suas casas com a intenção de ferir

ou matar ninguém com seus veículos, mesmo que estes condutores pratiquem a

violência de trânsito de forma decidida, pois seus atos contribuem para isto.

A educação para o trânsito é um meio de prevenção e mudança de comportamento do condutor para reduzir o número de acidentes de trânsito, uma vez que, através da mudança de comportamento de risco desenvolve- se a consciência da responsabilidade individual e do respeito aos direitos comunitários. (RODRIGUES e VASCONCELOS, 2011, p. 01)

Por meio da conscientização é possível formar cidadãos capacitados e

conscientes, preparados para viver com responsabilidade, sabendo a forma mais

viável e correta de agir no cotidiano de vida e trânsito.

A educação é uma técnica que objetiva-se a levar o homem a alcançar um

estado de amadurecimento que o capacite a ir ao encontro com a realidade em que

vive de modo consciente tornando-o apto a agir de forma eficiente, como um

cidadão participante e responsável (SOARES, 2005), pois o homem ser humano é

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capaz de agir conforme o ambiente onde está inserido, adaptando-se facilmente a

mudanças.

Segundo as Diretrizes Curriculares de Geografia do Estado do Paraná, é

preciso “estimular o cidadão a pensar e a analisar de forma crítica os fatos que estão

à sua volta, ou seja, a relação das sociedades com os espaços que ocupam”

(SEED2, 2008, p. 68).

Educar o homem para o trânsito não é mais uma questão de elevar o

conhecimento, mas sim, uma necessidade, é preciso conscientizar a população de

que ela é a grande responsável por tudo que vem vivendo. São seus

comportamentos e atitudes que causam tantos acidentes mortes, tristezas, e se não

houver mudanças de conduta a tendência é piorar cada vez mais.

A educação para o trânsito não deve ser vista apenas como uma disciplina

complementar, ela é um processo de renovação de conhecimentos, valores, conduta

humana e social, que precisa de pessoas de respeito e com comportamento

adequado, pois a realidade das necessidades vivenciadas nesta atualidade, são

reflexo das próprias atitudes do homem.

“O educando, futuro cidadão, precisa conhecer a realidade física, social e cultural em que tem que viver. Desta necessidade de inspiração e articulação das atividades educacionais com os fatos e motivos da realidade, a fim de o educando chegar a melhor conhecer e compreender o meio em que tem de viver e atuar.” (ALMEIDA,2002).

No Brasil, a fragilidade e ordem educacional ainda sofrem muitas limitações,

onde muitas vezes são deixadas em segundo plano pelas grandes autoridades do

País devido às questões políticas terem sentido diferenciado da realidade vivida pela

população nacional que é bem diferente de outros países.

Atualmente, o trânsito brasileiro é regido pelo Código de Trânsito Brasileiro -

CTB, que é uma legislação amplamente rígida e que é se faz valer a todos os

membros da sociedade que trafegam pelas vias nacionais, desde condutores,

ciclistas, pedestres, todos têm direitos e deveres quanto ao trânsito, no entanto, nem

sempre tais determinações são respeitadas, fazendo com que muitos acidentes

venham acontecer.

“A Organização Mundial de Saúde – OMS e as pesquisas comprovam que o

trânsito é uma das maiores causas de mortes no mundo e no Brasil. Isso acontece

2 SEED: Secretaria de Estado de Educação.

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principalmente por causa da imprudência e distração das pessoas” (CARNEIRO e

MALYSZ, 2011, p. 14), que fingem esquecer que existem regras a serem

respeitadas, visando um trânsito mais seguro.

2.3 A Psicologia de Trânsito: conceito e evolução

Há muitas décadas atrás, a psicologia era uma área baseada apenas em

identificar problemas, patologias e aspectos terapêuticos das síndromes e doenças

específicas sobre determinado indivíduo.

O estudioso Freud entendia a psicanálise como uma ferramenta que permitia

ressaltar a investigação de artifícios psicológicos amparando-se em técnicas de

associação livre, onde o paciente expressava seus pensamentos ao psicólogo como

se fosse uma sessão de terapia, sem emitir sua vontade, independente de grau de

sentimento ou constrangimento que eventual situação poderia lhe causar. Com o

passar dos anos a área de psicologia trouxe mudanças para as técnicas de análise

Associativa com Deutsch e Murphy desenvolvidas na psicanálise, a partir daí, a

investigação deixou de focar apenas registros do comportamento psicopatológico,

passando a abranger informações do comportamento (SILVA, 2007).

A Psicologia do Trânsito é uma disciplina da Psicologia que tem como

finalidade estudar por meio de artifícios científicos adequados, a conduta do ser

humano e os fatores que envolvem seu comportamento, atentando-se a questões

internas e externas, de consciência e inconsciência que impulsionam para

determinadas reações atitudes, ou seja, “é o estudo dos comportamentos-

deslocamentos no trânsito e de suas causas”, (ROZESTRATEN, 2003, p. 39). Este

ramo da Psicologia age de forma completa, focando todas as pessoas,

independente de serem pedestre, ciclistas, condutores de veículos motorizados ou

não motorizados.

A psicologia, também conhecida como a ciência que se preocupa a conduta

comportamental do ser humano, como individuo e suas relações, tem como objetivo

fornecer maneiras de interpretar tais fenômenos por meio de diversas abordagens

psicológicas provenientes de filosofias distintas, dentre as quais, dispõe-se o

comportamento humano, abordagem de investigação conceitual, empírica e aplicar

sobreposta da conduta comportamental, mais exatamente, a ciência do

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comportamento, cuja origem filosófica está vinculada ao Behaviorismo Radical do

americano B.F. Skinner no ano de 1953 (SILVA, 2007).

Para o autor, no ano de 1913, John Watson desencadeou nos Estados

Unidos uma revolução na psicologia experimental tendo como objeto o

comportamento, o metódo, a extrospecção ou a observação científica desta conduta,

fundando assim, o Behaviorismo/Comportamentalismo.

Em meados da década de 40, eram vistas as primeiras expressões das

políticas nacionais de segurança no trânsito, que eram asseguradas por meio de

decretos-lei que causaram impactos que influenciaram na atual profissão dos

psicólogos, que é regulamentada. No final da década de 40 e início da década de 50

os primeiros cursos voltados à especialização na área de Psicologia começaram a

surgir no Brasil (SILVA, 2012), a primeira faculdade de psicologia teve início em

1954 na USP (BAPTISTA, 2010).

A partir deste período, a permissão do documento Carteira Nacional de

Habilitação, passou a ser considerada pelas grandes autoridades como um privilégio

no qual o candidato comprovaria por meio de vários testes e exames a sua aptidão

para conduzir com segurança. Nesta mesma fase, as autoridades discutiam o tempo

de validade da habilitação, para acompanhar a aptidão física e psicológica dos

motoristas, que ocorreria por meio de avaliação psicológica de acordo com o tipo de

habilitação (SILVA e GUNTHER, 2005, p.164).

Diante disto, considera-se que desde o surgimento da Psicologia de trânsito,

esta teve por contrapartida delinear um perfil psicológico dos condutores. E só

passou a ser considerada “uma área da Psicologia que investiga os comportamentos

humanos no trânsito, os fatores e processos externos e internos, conscientes e

inconscientes que os provocam ou os alteram” a partir da década de 50 (CFP3,

2000, p. 10).

Pode-se dizer que a Psicologia passou por diversas mudanças e reflexões

acerca de sua aplicabilidade e viabilidade na redução de acidentes de trânsito, até

chegar ao consenso atual. Segundo Silva e Alchieri (2008), muitos testes aplicados

na avaliação psicológica dos condutores durante o curso de habilitação foram

realizados para ver qual o tempo era necessário durante a avaliação do aluno, quais

critérios definiam sua aptidão ou inaptidão, de que forma avaliar (VIEIRA; PEREIRA

3 CFP: Conselho Federal de Psicologia.

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e CARVALHO, 1953), estes e outros dilemas contribuíram para a estruturação de

um pefil psicofisiológico entre a atuação da área de Psicologia e o trânsito do País.

A Psicologia do Trânsito trilhou um longo caminho até conseguir ser

regulamentada no País.

Em 1962, a profissão de psicólogo foi regulamentada no Brasil, dando início ao movimento de criação do Conselho Federal (CFP) e dos Conselhos Regionais de Psicologia (CRPs). A Psicologia do trânsito configurou-se como uma das primeiras áreas de atuação do psicólogo desde o início do reconhecimento da Psicologia no País. (SILVA, 2012, p. 181).

A década de 80 marcou presença na evolução da psicologia, tendo em vista

que em um evento nacional que tinha por foco a recuperação da segurança do

trânsito proporcionou para que a psicologia de trânsito buscasse uma forma de se

expandir. Já na década de 90, a Associação Brasileira de Psicologia do Trânsito foi

convidada “pelas instâncias superiores do trânsito para discutir e avaliar o Sistema

Nacional de Trânsito” para juntos formularem políticas públicas direcionadas a

segurança do trânsito (SILVA, 2012, p. 182).

Mais tarda, no ano de 1997, a atual Código de Transito Brasileiro – CTB foi

instituído, legislação esta que trouxe um amplo avanço na conduta de trânsito

brasileiro e redução de acidentes (BRASIL, 2007), uma vez que incorporou a

educação do condutor como uma forma de aptidão a CNH.

2.3.1 A Atuação do Psicólogo de Trânsito na Atualidade

A Psicologia de trânsito como visto anteriormente, é uma área da Psicologia

que se preocupa com o comportamento humano do condutor, que muitas vezes age

de forma incorreta, cometendo infrações que colocam sua própria vida e de outras

pessoas em perigo.

Em síntese, as infrações de trânsito são as consequência causadas em razão

do mau comportamento de uma pessoa no trânsito que acaba expondo-o a uma

situação de risco, que por sua vez pode acarretar algum acidente. Este tipo de

conduta está relacionada a fatores humanos, por isso, é uma questão que precisa

de atenção por parte dos psicólogos do trânsito (LAMOUNIER e RUEDA, 2005).

O estresse vivido atualmente pelos condutores, e o alto índice de acidentes

que tem marcado forte presença nas vias de tráfego, contribui para fortalecer a

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atuação da psicologia, com intuito de contribuir de forma consciente para o alcance

de mobilidade humana mais segura, onde a percepção dos condutores fornece

elementos importantes que permitem por meio de avaliação psicológica identificar a

atitude do motorista tanto no ângulo interno como externo, assim como a

predominância do nível de estresse (CONTRAN - RESOLUÇÃO 267/2008). Pois

algumas doenças relacionadas a questões emocionais impulsionam o homem a agir

de maneira perigosa, colocando muitas vidas em risco.

A função da avaliação psicológica tem como objetivo:

Verificar as condições psicológicas mínimas dos indivíduos para dirigir (p.ex., atenção, inteligência, personalidade) a fim de identificar se eles são capazes ou não de dirigir sem perigo para a própria segurança e de terceiros (CÔRTES, 1952, p. 45; LAMOUNIER e RUEDA, 2005, p. 25).

Tanto a Psicologia de Trânsito como a Avaliação Psicológica são áreas afins,

visto que a Avaliação Psicológica é entendida como um procedimento técnico e

científico utilizado na coleta de informações, análise e interpretação dos dados

referentes ao universo em estudo (LAMOUNIR e RUEDA, 2005), tais fenômenos

psicológicos permitem que o Psicólogo conheça os fatores humanos psicológicos do

motorista e sua aptidão ou inaptidão para a obtenção da Carteira Nacional de

Habilitação.

A personalidade, os fatores sociais, econômicos, culturais e o processamento de informações, todos estes aspectos se conjugam para formar as respostas individuais e sociais aos riscos. Deve-se então considerar todos estes aspectos para entender os motivos de um comportamento de risco. (SLOVIC, 1999, p. 689).

De acordo com os autores acima citados, estes fatores psicológicos afetam a

capacidade cognitiva, sensorial e motora do homem, pois são reflexos de situações

que envolvem seu lado emocional, afetivo e motivacional, os quais só podem ser

identificados por meio de uma avaliação psicológica. Tais “causas estão

relacionadas à influência de um contexto complexo de variáveis individuais,

comportamentais, sócio cognitivas, ambientais e sociais” (PANICHI e WAGNER,

2006, p. 35).

Desta forma, passa a existir a curiosidade de investigar quais são os fatores

que influenciam na habilitação de aptidão e não aptidão do motorista, tendo em vista

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que muitos condutores passam a maior parte de seu dia no volante indo e vindo

pelas vias municipais, estaduais e federais.

2.3.2 Avaliação Psicológica e sua Procedência

A avaliação psicológica integra diversos elementos que são fundamentais

para sua procedência. No entendimento do estudioso Cansian (2002), dentre tais

procedimentos aplicados, podem ser citados como exemplo: os testes, entrevistas,

observações e análise de dados.

Os testes são instrumentos que permitem o psicólogo traçar um perfil mais

sucinto do motorista.

As entrevistas permitem conhecer mais a fundo as condições internas e

externas vividas pelo paciente, e traçar artifícios onde se possa avaliar seu nível de

comportamento, se este é valioso ou penoso.

Por meio da observação é possível o psicólogo tirar algumas conclusões a

respeito do paciente apenas observando seu comportamento.

Há também a testagem psicológica, que é uma ação complementar da

avaliação psicológica, este por sua vez “implica a utilização de teste(s) psicológico(s)

de diferentes tipos” (CFP, 2007, p. 09). Ambos os testes acima citados, são

elementos essenciais para que o psicólogo alcance respostas específicas, e um

complementa o outro.

Explica o Conselho Federal de Psicologia (2007) que qualquer profissional

psicólogo está apto a realizar a avaliação psicológica, no entanto deve:

Ter amplos conhecimentos dos fundamentos básicos da Psicologia como:

desenvolvimento, inteligência, memória, atenção, emoção, etc;

Dominar a área de psicopatologia, para poder identificar problemas graves de

saúde mental na realização dos diagnósticos;

Possuir embasamento nas teorias psicológicas (psicanálise, Psicologia analítica,

fenomenologia, Psicologia sócio histórica, cognitiva, comportamental, etc.), para

que haja coerência dos instrumentos de avaliação com as referências;

Ter noção do campo de psicometria, para poder avaliar as normas e saber

escolher a forma mais adequada ao propósito de cada um;

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Dominar os procedimentos para aplicação, levantamento e interpretação dos

instrumentos empregados na avaliação psicológica.

A escolha do procedimento correto a ser realizado na avaliação é

fundamental aos resultados, tendo em vista que cada pessoa tem uma

personalidade, assim, é interessante que o profissional busque se amparar no

manual de testes referente à determinada avaliação, buscando auxílio de como

deve proceder e em quais embasamentos se amparar.

Geralmente, “os índices de eliminações nas avaliações psicológicas em geral

são de 20% a 40%, dependendo do concurso” (ZULLIGER, 2013, p. 01), são estas

informações que demonstram se estas pessoas estão aptas a desempenhar

determinada atividade, no caso da habilitação, a CNH só é permitida se o motorista

demonstrar que está apto para conduzir e circular pelas vias de trânsito, caso

contrário, não é aprovado sua habilidade.

A também a possibilidade do profissional também poder optar pela

“substituição gradativa dos testes psicológicos por instrumentos subjetivos de

avaliação, como as dinâmicas de grupo ou as entrevistas, ferramentas”, trabalhando

em seleção de recursos humanos (CFP, 2007).

No Brasil, a legislação de trânsito determina em seu Art. 147 que o candidato

à habilitação deverá passar por alguns exames que comprovem sua aptidão, estes

testes vão desde provas teóricas, práticas, assim como avaliação psicológica, onde

avalia seus conhecimentos físicos, mentais, de direção defensiva, primeiros

socorros, entre outros. Tais exigências do Código de Trânsito Brasileiro são

necessárias para evitar acidentes e tornar o tráfego mais seguro.

Investigar o comportamento humano mental relacionado à direção de veículos

tem sido um grande desafio enfrentado pelos profissionais da área de psicologia de

trânsito, uma vez que esta capacidade liga o envolvimento entre o homem e uma

máquina.

“Os testes psicotécnicos geralmente são compostos de testes de

personalidade, testes de raciocínio e testes de habilidades específicas” (ZULLIGER,

2013), tais procedimentos podem ser realizados de forma individual ou coletiva, com

tempo determinado.

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Resolução n° 267 de 15 de Fevereiro de 20084, assim define:

Art. 6º Na avaliação psicológica serão utilizados as seguintes técnicas e instrumentos: I - entrevistas diretas e individuais (Anexo XIV); II - testes psicológicos, que deverão estar de acordo com resoluções vigentes do Conselho Federal de Psicologia - CFP, que definam e regulamentem o uso de testes psicológicos; III - dinâmicas de grupo; IV - escuta e intervenções verbais. Parágrafo único. A avaliação psicológica deverá atender as diretrizes do Manual de Elaboração de Documentos Escritos instituído pelo CFP

A Resolução ainda esclarece em seu Art. 7º que em casos de candidatos

portadores de deficiência física, a avaliação psicológica deverá levar em

consideração este detalhe.

Em síntese, vale salientar que o processo de avaliação psicológica deverá

seguir e atender as normas determinadas pelo Conselho Federal de Psicologia

(ALVES, 2013). E caso o psicólogo verifique que existe a necessidade de realizar

mais etapas de avaliação com determinado candidato, ele poderá reaplicar os

testes, devendo sempre manter transparente o motivo deste evento.

2.3.3 A Relevância da Avaliação Psicológica para o Trânsito

A avaliação psicológica é uma ferramenta de grande valia aplicada pela

psicologia de trânsito, por meio dela é possível efetuar um embasamento

psicológico/técnico que permite identificar possíveis sintomas e doenças específicas

que possibilitam a realização de um diagnóstico e tratamentos terapêuticos.

Segundo Tavares, a entrevista psicológica com o motorista permite que o

psicólogo tenha:

[...] Acesso amplo e profundo ao outro, a seu modo de se estruturar e de se relacionar, mais do que qualquer outro método de coleta de informações. Por exemplo, a entrevista é a técnica de avaliação que pode mais facilmente se adaptar às variações individuais e de contexto, para atender às necessidades colocadas por uma grande diversidade de situações clínicas e para tornar explícitas particularidades que escapam a outros procedimentos. Por meio dela, pode-se testar limites, confrontar, contrapor e buscar esclarecimentos, exemplos e contextos para as respostas do

4 Resolução n° 267/2008, dispõe sobre o exame de aptidão física e mental, a avaliação psicológica e o credenciamento das entidades públicas e privadas de que tratam o art. 147, I e §§ 1º a 4º e o art. 148 do Código de Trânsito Brasileiro.

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sujeito. Esta adaptabilidade coloca a entrevista clínica em um lugar de destaque inigualável entre as técnicas de avaliação (TAVARES, 2002, p. 75).

Diante desta colocação feita por Tavares, nota-se que a entrevista psicológica

busca através de subsídios psicológicos fazer uma analise completa do motorista.

A avaliação psicológica é uma ferramenta muito importante a psicologia de trânsito,

pois em uma situação onde há a comunicação vocal entre psicólogo e motorista,

como se fosse um procedimento terapêutico, permite que sejam esclarecidas

algumas peculiaridades vivenciadas na vida da pessoa e sua forma de agir diante de

determinadas situações, e se tais condutas expressam características penosas ou

valiosas.

Não é de prática do psicólogo durante uma avaliação, seguir apenas uma

perspectiva de análise, geralmente seguem diversos enfoques quantitativos e

qualitativos que dão consistência a investigação para que a avaliação obtenha

resultados verídicos e assim, se consiga chegar o mais próximo da realidade das

condições do paciente (CUNHA, 2000), e são estes resultados que irão definir se o

condutor tem ou não aptidão de ser habilitado.

2.4 Educação para o trânsito

Observa-se que ao longo da história humana a Psicologia vem trilhando

caminhos em busca de melhor conhecer a conduta humana. A Psicologia de

Trânsito deixou de focar apenas testes psicológicos que traziam pouca

fundamentação de validade fidedignidade do motorista, ganhou uma nova dimensão

que vai muito além de uma avaliação psicológica e que pode contribuir não apenas

na investigação de comportamentos, mas servir de instrumento de conscientização

por meio da adoção de medidas educativas.

As medidas educativas possuem caráter legal e normativo, todavia, observa-

se que os motoristas do País não aderem com eficácia tais medidas de

responsabilidade que servem para evitar que fatos danosos ocorram nas vias. De tal

modo, a educação de trânsito passar a existir com o intuito de tentar suavizar a

violência do trânsito, proporcionar maior segurança ao motorista, ciclista e pedestre,

por causa do alto número de acidentes de tráfego.

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Mesmo com várias mudanças e melhorias trilhadas pelo Código de Trânsito

Brasileiro em busca de maior qualidade e segurança no trânsito do País, o Brasil

ainda tem muito que investir em ações educativas voltadas para o trânsito do País.

O Governo Federal não instituiu projetos que pudessem induzir a população a novos conceitos estabelecidos para o trânsito. A lei foi sancionada um ano antes de entrar em vigor, e essa deveria ter afetado a vida cotidiana de proprietários e condutores de veículos, mas especial a vida de 160 milhões de pedestres (SILVA JR., 2008, p. 7).

A sociedade tem enfrentado grande descaso e desrespeito por parte dos

próprios membros sociais, visto que o trânsito é feito pelos próprios usuários, e estes

mesmo sabendo dos problemas enfrentados por este campo na atualidade não

buscam atualizar seus conhecimentos quanto as regras impostas pelo CTB, seja

como forma de desenvolver comportamentos mais seguros no trânsito, ou mesmo

como ato de reivindicação, sobre a segurança do tráfego dos condutores e

pedestres na atenção básica da aplicação da fiscalização e sinalização do país e

maior fiscalização dos usuários.

No Brasil ainda é notório observar que a questão mais executável por parte

dos departamentos de transito é a fiscalização, pois a falta de conscientização por

parte da sociedade quanto seus deveres como cidadão ainda é de desrespeito, no

entanto, se for colocada em prática com maior rigorosidade, e em caráter educativo

para o trânsito pode vir a trazer resultados positivos. Pois se é notória que existe a

necessidade de maior fiscalização em determinado local, pois o mesmo tem sido um

ambiente onde muitos acidentes tem sido registrados, é preciso aumentar as

atividades de fiscalização por parte dos órgãos fiscalizadores (SILVA JUNIOR,

2008), pois a falta de sinalização e fiscalização contribuem para que condutores

desrespeitosos deixem de cumprir com seus deveres.

Na “Psicologia do Trânsito”, aplicada pelos órgãos de Trânsito á uma

necessidade de intervir por meio de ações estratégicas de conscientização que

favoreçam para um trânsito mais eficaz e seguro, no entanto, muitos indivíduos

ainda ignoram tais aspectos e não tem ciência de como agir.

Lemes (2003) entende que para que se possa definir planos estratégicos e

ações, fundamentados em sugestões oriundas da sociedade e com a finalidade de

minimizar os índices de acidentes, é essencial voltar-se a questões relacionadas a

necessidade da população e assim, agir preventivamente, por mediação do próprio

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sistema de escolarização formal. Pois a educação para o trânsito é um elemento

fundamental para a vida de qualquer indivíduo, independente de sua faixa etária.

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3 MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 Ética

Esta pesquisa atendeu as determinações do nº 93.933 de 14 de janeiro de

1987 do Conselho Nacional de Saúde (CNS) em observância as diretrizes e normas

regulamentadoras de pesquisas com seres humanos, atendendo aos princípios do:

saber, a autonomia, a beneficência, prezando pela não maleficência e justiça, onde

todos os participantes foram conscientizados do objetivo da pesquisa e de que a

mesma não incorria nenhum tipo de riscos a sua saúde.

A identidade dos participantes da pesquisa foi preservada, como forma de

resguardar sua identidade e opinião própria, uma vez que não foi necessário se

identificar para responder o questionário de pesquisa, apenas foram colhidas

informações sobre o trânsito, conforme rege o Comitê de Ética em Pesquisa -

Resolução 196/96. Todos os participantes leram e assinaram o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). A coleta de dados colheu apenas

informações acerca de questões relacionadas ao trânsito.

3.2 Tipo de Pesquisa

Este estudo trata-se de um estudo de campo e pesquisa do tipo bibliográfica

fundamentado em: livros, legislações vigentes, artigos periódicos, artigos científicos

em páginas virtuais e bases de dados da scielo, todas literaturas já elaboradas

anteriormente, onde seus autores já chegaram a determinada conclusão sobre o

assunto.

A pesquisa adotou a abordagem quantitativa com natureza descritiva, através

do levantamento bibliográfico e instrumentos de coleta de dados obtidos por meio da

aplicação de questionários semi estruturados. Tendo em vista que o trânsito vem se

tornando um sério problema a toda população brasileira, esta pesquisa de Coleta de

Dados abrangeu o caráter exploratório, buscando identificar fatores relacionados ao

problema, trazendo respostas favoráveis, as quais contribuíram para ampliar o

conhecimento acerca da temática abordada e possíveis soluções. Segundo Gil

(1999, p. 43) a pesquisa exploratória visa “proporcionar uma visão geral de um

determinado fato, do tipo aproximativo”, elevando o nível de informação.

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3.3 Universo

A pesquisa abrangeu o Município de Rolim de Moura – Rondônia, que tem

uma extensão territorial de 1.458 km², com uma média aproximada de 55.357

habitantes no ano de 2013, sendo a 7ª cidade mais populosa de Rondônia.

Mantém o 7º maior PIB do Estado e possui o 18º melhor IDH da região

Norte, sendo a capital da Zona da Mata Rondoniense e localiza-se a uma latitude

11º48'13" Sul e a uma longitude 61º48'12" Oeste, e fica a uma altitude de 290

metros.

É cortado por vários riachos e igarapés, e sua vegetação influente é a

Floresta Equatorial Amazônica, campos e cerrada. (IBGE5, 2013).

3.4 Sujeito e Amostra

Os sujeitos da pesquisa foram 30 pessoas residentes no Município de Rolim

de Moura – RO, com faixa etária entre 18 a 50 anos de idade, de ambos os sexos,

sendo: 2 psicólogos especialistas na área de Trânsito; 4 jovens em processo para

retirada da Carteira Nacional de Habilitação – CNH e 24 condutores devidamente

habilitados com CNH que foram selecionados transitando na Rua Guaporé esquina

com a Avenida 25 de Agosto – Centro e na Rua Barão de Melgaço esquina com a

Avenida 25 de Agosto - Centro; e entregadores/motoboys que exercem atividade em

Comércios de Medicamentos situados na Avenida 25 de Agosto - Centro da Cidade.

3.5 Instrumentos e Coleta de Dados

A coleta de dados ocorreu por meio de questionário de pesquisa semi

estruturado, composto por oito perguntas, sendo três de respostas de múltipla

escolha e cinco de respostas abertas, todas relacionadas ao trânsito de Rolim de

Moura, as quais foram elaboradas com o auxílio do CIRETRAN do município, com o

intuito de empregar como subsídio, as principais demandas que contribuem para o

bom andamento do trânsito local na atualidade. A opção por perguntas com

5 IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas.

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respostas mistas deu-se pelo fato de buscar conhecer com maior exatidão a opinião

dos participantes sobre o Trânsito do município.

3.6 Procedimentos da Coleta de Dados

O instrumento aplicado na Coleta de Dados se deu por meio de questionário

de pesquisa semi estruturado, composto por 7 perguntas com respostas abertas e

fechadas, as quais possibilitaram abranger com maior exatidão a opinião dos

participantes, todas relacionadas as questões do trânsito local. Todos os

participantes concordaram em assinar o Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido.

3.7 Procedimentos da Análise dos Dados

As informações coletadas na pesquisa passaram por leitura e em seguida

foram elaborados em forma gráfica no Excel, recebendo formatação em percentual

de valores, para facilitar o entendimento. Após findar todas as etapas, foi possível

fazer uma breve conclusão a respeito dos resultados alcançados e deixar algumas

sugestões de melhoria, tendo em vista, elevar a segurança do Trânsito do município.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Todos os resultados obtidos na coleta de dados foram apresentados neste

trabalho em forma de texto descritivo seguido de ilustrações gráficas com valores

expressos em percentual, baseado na quantidade de participantes que colaboraram

com a pesquisa. Optou-se pela apresentação gráfica tendo em vista fornecer mais

clareza e objetividade quanto aos resultados obtidos, facilitando assim, a análise e

entendimento dos leitores.

Após a aplicação dos questionários, notou-se que a pesquisa registrou a

participação de 30 (trinta pessoas) de ambos os sexos, sendo 60% do sexo

masculino e 40% do sexo feminino, conforme apresentado no gráfico 1.

Gráfico 1 – Distribuição percentual dos participantes por sexo.

60%

40%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

Mas

culin

o

Feminin

o

Fonte: Dados da Pesquisa. Rolim de Moura – RO. 2014.

De acordo com gráfico 2, percebe-se que a maioria dos entrevistados, ou

seja, 50% consideram que o relacionamento entre condutores e pedestres é de total

desrespeito, o que mostra a falta de desrespeito com as Leis do Pais e pela vida;

15% acreditam que essa relação é desorganizada; 10% acham que falta mais

educação entre eles; outros 7% relata que falta maior responsabilidade, 7%

perigoso, 7% que falta maior conscientização, e apenas 4% acha que este convívio

é organizado.

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Gráfico 2 – Distribuição percentual do relacionamento entre condutores e pedestres.

50%

7% 7%

15%

7%4%

10%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

Des

resp

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niza

ção

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igos

o

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anizad

o

Falta

de

educ

ação

Fonte: Dados da Pesquisa. Rolim de Moura – RO. 2014.

Pelo exposto no gráfico 3, as expectativas dos participantes quanto ao

trânsito foram: entende-se que 27% dos entrevistados anseiam por um trânsito onde

haja mais respeito entre as pessoas e motoristas, 25% acham que há necessidade

de maior sinalização, 17% almejam por um trânsito mais seguro, 10% esperam que

os demais condutores tenham mais consciência, 6% desejam que haja mais

educação de pedestres e motoristas, 6% esperam mais cuidado nas vias, 3%

relataram que as expectativa são as piores possíveis, 3% querem mais atenção e

3% acham que as leis deveriam ser cumpridas.

Gráfico 3 – Distribuição percentual das expectativas do condutores.

17%

27%

3%

25%

3%

6% 6%

10%

3%

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

Trâns

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Fonte: Dados da Pesquisa. Rolim de Moura – RO. 2014.

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Quanto a visão do entrevistado sobre o trânsito Rolimourense, verifica-se de

acordo com gráfico que a maioria dos entrevistados 24% vêem o trânsito como um

ambiente excesso de sinalização, 16% acham que é desorganizado, 14% é

desrespeitoso ao homem, 10% consideram que existe falta de consciência, 6%

acham que tem crescido, 6% diz que o trânsito está péssimo, 6% vêem como

caótico, 6% que ainda está em situação tolerável, 3% desrespeitoso às leis, 3%

imprudente, 3% perigoso e 3% consideram que o trânsito tem pouca fiscalização.

Gráfico 4 – Distribuição percentual da visão dos entrevistados sobre o trânsito Rolimourense.

6%

16%

24%

3% 3%

14%

6%

10%

3%

6%

3%

6%

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

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cia

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scalizaç

ão

Caó

tico

Fonte: Dados da Pesquisa. Rolim de Moura – RO. 2014.

Entre a população estudada, o gráfico 5 evidencia que 18% dos participantes

julgam como desrespeitoso o comportamento dos condutores no trânsito

rolimourense, pois não respeitam a sinalização e a vez dos outros usuários das vias,

16% consideram que os motoristas do município são desatenciosos, 13% que falta

mais educação por parte dos condutores e pedestres uns com os outros, 10%

acham que os motoristas são apressados, 7% que falta consciência, 7% que os

condutores agem de forma inapropriada, 7% ruim, 7% imprudentes, 3% autoritário,

3% péssimo e 3% narcisista.

Estes dados deixam claro que o trânsito do município tem sido alvo de várias

situações desagradáveis que podem colocar em perigo a vida da população local e

de outras pessoas que trafegam pela cidade.

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Gráfico 5 – Distribuição percentual da avaliação do comportamento dos condutores.

3%

10%

18%

7%

13%

16%

7%

3%

7%6%

7%

3%

0%

2%

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10%

12%

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16%

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uden

te

Nar

cisista

Fonte: Dados da Pesquisa. Rolim de Moura – RO. 2014.

Quanto às causas de acidente, verificou-se que 23% pela falta de sinalização,

17% é resultado da falta de atenção, 13% por imprudência, 10% desrespeito, 10%

pela velocidade, 6% descumprimento das leis, 6% devido as condições de

asfaltamento estarem ruim, 6% devido ao consumo de álcool, 3% pela própria falta

de educação dos condutores, 3% devido a pressa e 3% por causa da inconsciência

das pessoas, conforme gráfico 6.

Gráfico 6 – Distribuição percentual das causas de acidentes.

10%

6%

17%

13%

23%

10%

6%

3% 3%

6%

3%

0%

5%

10%

15%

20%

25%

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Fonte: Dados da Pesquisa. Rolim de Moura – RO. 2014.

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O gráfico 7 aponta que 70% dos entrevistados acreditam que para um trânsito

melhor é preciso orientar os jovens, 67% consideram que precisa haver maior

respeito pelas leis e pessoas que circulam nas vias de trânsito, 63% entendem que é

indispensável maior rigor no cumprimento das leis, 60% intervir por meio de blitz

educativa, 57% proporão que os pedestres e os motoqueiros sejam mais

cuidadosos, 53% entendem que deve haver maior respeito pelos pedestres e 33%

acreditam que as autoridades devem ser penalizadas.

Gráfico 7 – Distribuição percentual de soluções de melhoria para um trânsito melhor.

33%

63%67%

53%57%

70%

60%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

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tiva

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Fonte: Dados da Pesquisa. Rolim de Moura – RO. 2014.

De acordo com o gráfico 8, para que ocorra uma redução dos acidentes 84%

dos participantes acreditam que é preciso melhorar a sinalização das vias, 67%

elevar a rigorosidade na aplicação das leis, 67% disseram que é preciso haver

investir em obras de melhoria, 60% que faz-se necessário maior atenção por parte

dos motoristas, 37% que a imprensa deve levar orientação a população, 33% o

recurso seria a realização de cursos para motoristas infratores e 20% que deve ser

aplicado menos multa e mais orientação por parte dos policiais.

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Gráfico 8 – Distribuição percentual dos recursos para a redução de acidentes de Trânsito.

33%

60%

84%

20%

37%

67% 67%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

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80%

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Mel

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tráfe

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Fonte: Dados da Pesquisa. Rolim de Moura – RO. 2014.

Estes dados deixam claro que os próprios condutores do município de Rolim

de Moura, reconhecem que a sociedade precisa de buscar melhorias em seu

comportamento como usuários do trânsito. E as autoridades públicas também

necessitam assumir seu papel, reavaliando o sistema de sinalização das ruas e

avenidas do município, para que seja possível alcançar mudanças positivas no

contexto de melhoria e segurança do tráfico. E a pessoa mais indicada para intervir

pela população é o Psicólogo de Trânsito, que atua em uma área especifica este

problema.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O trânsito é um espaço físico de circulação formado por vias, onde trafegam

pessoas, veículos e animais, individualmente ou em grupos. Este meio de acesso é

um direito coletivo, sendo composto por regras de direito e deveres a todos que dele

usufruam, conforme determinações do Código de Trânsito Brasileiro – CTB.

Todas as pessoas, independente de sexo, raça ou idade dependem das vias

de circulação para se locomoverem em seu cotidiano de vida, no entanto, com o

avanço global e a modernidade os veículos passaram a fazer parte do dia a dia das

pessoas aumentando com isso o congetionamento, poluição sonora, lentidão e

acidentes, pois muitas pessoas começam a demonstrar comportamentos mais

violentos do que outras gerados pelo nível de estresse, podendo perder a noção e

reflexo e causando sérios acidentes.

Os condutores do Município de Rolim de Moura indagaram que ainda tem

perspectivas da população agir com maior respeito e atenção nas vias de circulação,

e enfatizaram também a necessidade de maior sinalização nas ruas e avenidas, pois

a precariedade deste elemento tem sido considerada pelos participantes o maior

responsável pelos registros de acidentes nos últimos anos na cidade. Outra questão

que poderia contribuir para reverter esta problemática seria maior rigorosidade da

aplicação das normas do CTB e melhoria na fiscalização local. Pois em muitas vias

as pessoas ficam em dúvida de quem é a preferência, o que pode elevar o índice de

acidentes e mortes.

Portanto, vale destacar a importância dos psicólogos de trânsito buscar

intervir por meio de ações educativas na conscientização de trânsito voltada a todos

seus usuários independente de seu meio de locomoção, tendo em vista que toda

sociedade faz uso das ruas e avenidas onde estão inseridos, e por isso, precisam

conhecer seus direitos e obrigações, bem como as conseqüências que suas

irresponsabilidades podem gerar.

Os órgãos responsáveis pelo trânsito local também precisam ampliar a

sinalização nos principais pontos da cidade, além de adotarem posturas mais

rigorosas as condutores infratores, com objetivo de reduzir os índices de acidentes e

mortes que marcam forte presença no Município de Rolim de Moura.

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Por fim, vale destacar que este assunto demonstrou ser de grande relevância

a sociedade em geral, já que o trânsito tem sido um problema enfrentado por toda

população brasileira. Sendo assim, este estudo não pode por aqui se esgotar,

ficando o mesmo como sugestão para estudos futuros mais amplos, a quem possa

interessar. Pois o País necessita urgentemente de uma solução para este problema,

pois enquanto nem uma atitude for tomada, muitas vidas continuaram expostas a

perigos. E o Psicólogo de Trânsito, no desempenhar de suas funções, pode buscar

intervir juntamente as autoridades públicas na conscientização educativa de trânsito.

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APÊNDICE

QUESTIONÁRIO DE PESQUISA

Entrevistado (a) n°: _____

Data: ____/____/_____

Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino

1. Como você considera o relacionamento dos condutores e pedestres com o trânsito de

Rolim de Moura?

______________________________________________________________________

Quais as suas expectativas como condutor?

______________________________________________________________________

Qual sua a visão quanto ao trânsito de Rolim de Moura?

______________________________________________________________________

Qual sua avaliação acerca do comportamento dos condutores rolimourense?

______________________________________________________________________

2. Em seu conceito: Quais são as principais causas de acidentes de trânsito na cidade?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

3. Em sua opinião, quais dos itens abaixo deveriam ser colocados em prática para

tornar o trânsito do município melhor e mais seguro:

( ) Autoridades devem ser penalizadas

( ) Fazer todos cumprirem as leis

( ) Haver maior respeito pelas pessoas e pelas leis

( ) Haver respeito pelos pedestres

( ) Que os pedestres e os motoqueiros sejam mais cuidadosos

( ) Orientar os jovens na escola – palestras, seminários

( ) Blitz educativa, distribuição de folhetos e treinamento

4. Assinale abaixo quais elementos você considera imprescindíveis para a redução de

acidentes de trânsito local:

( ) Cursos para motoristas infratores

( ) Exigir mais atenção dos motoristas

( ) Melhorar a sinalização

( ) Menos multas e mais orientação de trânsito pelos policiais

( ) Orientação de trânsito na imprensa

( ) Rigor na aplicação das leis

( ) Obras – asfaltamento, estacionamentos, rotatórias

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ANEXO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Pesquisador: Marcelo Hellmann

Título da Pesquisa: PSICOLOGIA DO TRÂNSITO: Um estudo sobre a percepção do

trânsito de Rolim de Moura/RO

Caro participante,

Gostaríamos de convidá-lo a participar como voluntário da pesquisa intitulada

PSICOLOGIA DO TRÂNSITO: Um estudo sobre a percepção do trânsito de Rolim de

Moura/RO, que refere-se a um projeto de Trabalho de Especialização, o qual pertence

ao curso da Universidade Paulista. Os objetivos deste estudo é promover um

levantamento de dados acerca da psicologia do trânsito e da visão perceptiva que os

condutores têm do trânsito de Rolim de Moura/RO, buscando fundamentos que possam

auxiliar no processo educacional.

Sua participação consiste apenas em responder a um questionário composto por

8 perguntas. Seu nome não será utilizado em qualquer fase da pesquisa o que garante

seu anonimato.

Não será cobrado nada; não haverá gastos nem riscos na sua participação neste

estudo; não estão previstos ressarcimentos ou indenizações; não haverá benefícios

imediatos na sua participação. Os seus resultados contribuirão para buscar melhorias na

qualidade do trânsito local.

Gostaríamos de deixar claro que sua participação é voluntária e que poderá se

recusar a participar ou retirar seu consentimento, ou ainda descontinuar sua

participação se assim, o preferir.

Desde já agradecemos sua atenção e participação e colocamo-nos à disposição

para maiores informações.

Em caso de dúvida(s) e outros esclarecimentos sobre esta pesquisa você poderá

entrar em contato com a responsável Marcelo Hellmann.

Eu confirmo que Marcelo Hellmann, explicou-me os objetivos desta pesquisa,

bem como, a forma de participação. As alternativas para minha participação também

foram discutidas. Eu li e compreendi este termo de consentimento, portanto, eu

concordo em dar meu consentimento para participar como voluntário desta pesquisa.

Rolim de Moura-RO, ____ de __________ de 2014.

___________________________________________

(Assinatura do participante)