94
UNIVERSIDADE BANDEIRANTE DE SÃO PAULO LIDIA CAROLINA NOGUEIRA ORIOLO MOTRICIDADE EM IDOSOS COM VESTIBULOPATIA CRÔNICA SÃO PAULO 2012

UNIVERSIDADE BANDEIRANTE DE SÃO PAULO LIDIA … · motricidade fina, a motricidade global, o equilíbrio e o esquema corporal. Palavras-chave: Equilíbrio Postural. Idoso. Doenças

Embed Size (px)

Citation preview

UNIVERSIDADE BANDEIRANTE DE SÃO PAULO LIDIA CAROLINA NOGUEIRA ORIOLO

MOTRICIDADE EM IDOSOS COM VESTIBULOPATIA CRÔNICA

SÃO PAULO 2012

LIDIA CAROLINA NOGUEIRA ORIOLO PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL

REABILITAÇÃO DO EQUILÍBRIO CORPORAL E INCLUSÃO SOCIAL

MOTRICIDADE EM IDOSOS COM VESTIBULOPATIA CRÔNICA

Dissertação apresentada à Universidade

Bandeirante de São Paulo como exigência do Programa de Mestrado em Reabilitação do Equilíbrio Corporal e Inclusão Social,

para obtenção do grau de Mestre.

Orientadora: Profa. Dra. Flávia Doná

Co-Orientadora: Profa. Dra. Cristiane Akemi Kasse

SÃO PAULO 2012

ORIOLO, LIDIA CAROLINA NOGUEIRA

Motricidade em idosos com vestibulopatia crônica / Lidia Carolina Nogueira Oriolo. -- São Paulo: [s.n.], 2012. 94 f.; il.; 30 cm.

Dissertação (Mestrado Profissional em Reabilitação do Equilíbrio Corporal e Inclusão Social) – Universidade Bandeirante de São

Paulo, Programa de Pós Graduação Stricto Sensu. Orientadora: Profa. Dra. Flávia Doná Co-orientadora: Profa. Dra. Cristiane Akemi Kasse

1. Equilíbrio Postural 2. Idoso 3. Doenças Vestibulares

A Deus,

por ter me presenteado com o dom da vida, por estar ao meu lado protegendo-me,

fortalecendo-me e capacitando-me ao longo da minha caminhada.

Ao meu amado Pai, Otávio,

presença “viva” em minha vida.

À minha amada Mãe, Ruth, e ao meu irmão, Humberto,

pelas palavras de incentivo, pelo suporte em todas as áreas e pelas orações.

Por estarem presentes em todas as etapas da minha vida. Pelo amor e apoio

incondicional que me ajudaram a alcançar mais esta vitória.

Ao meu marido, Pedro,

por toda compreensão, paciência e incentivo que muito me ajudaram e que

foram fundamentais para a conclusão deste estudo. Eu te amo.

Aos meus “Anjos”, Rita de Cássia e Juninho,

por me ensinarem a vivenciar o amor de “mãe” e a valorizar cada minuto da vida ao

lado dos que amamos. Saudades!

AGRADECIMENTOS

À Professora Dra. Flávia Doná pela orientação, dedicação e profissionalismo,

fundamentais para o desenvolvimento e finalização desta pesquisa.

Às Professoras Dra. Cristiane Akemi Kasse e Dra. Juliana Maria Gazzola pelas

orientações e colaborações na análise estatística.

Ao Professor Dr. Augusto Cesinando de Carvalho quem auxiliou quanto a

aplicabilidade da Escala Motora da Terceira Idade.

A Todos os Professores do Curso de Pós-Graduação pelos preciosos ensinamentos

compartilhados que me fizeram crescer e apreciar esta área profissional.

Ao Amigo e Irmão, Dr. Luís Henrique Sales de Oliveira, pelo apoio profissional e

companheirismo. Sem seu incentivo não teria percorrido até aqui.

Aos Professores e amigos, Jussara e Sérgio, pela correção da Língua Portuguesa e

Inglesa.

À Secretária Juliana pela colaboração na avaliação de cada idoso.

A mais recente Ft. Andréia Pádua, que se tornou, no decorrer desta pesquisa, uma

ótima companheira e amiga.

Aos idosos participantes desta pesquisa, por terem saído de suas casas e nos

dedicado um pouco de seu tempo. Pelos sorrisos e histórias que puderam

compartilhar conosco. Sem vocês este trabalho não seria possível.

RESUMO

ORIOLO, L. C. N. Motricidade em idosos com disfunção vestibular crônica.

2012. 94 f. Mestrado Profissional em Reabilitação do Equilíbrio Corporal e Inclusão

Social, Universidade Bandeirante de São Paulo, São Paulo, 2012.

A disfunção vestibular no idoso pode causar declínio da capacidade motora e

aumento do risco de quedas, que geram limitações funcionais para realizar as

atividades cotidianas, em especial àquelas dependentes do controle do equilíbrio

corporal, rotações cefálicas rápidas e boa acuidade visual. O presente estudo teve

por objetivo avaliar a motricidade de idosos com vestibulopatia crônica: comparar a

motricidade de idosos vestibulopatas aos idosos sem vestibulopatia e alteração do

equilíbrio corporal e verificar quais parâmetros da motricidade estão alterados em

idosos vestibulopatas caidores. A amostra foi constituída por idosos com idade de 60

a 79 anos (n=82), de ambos os gêneros, sendo que, quarenta e dois formaram o

grupo estudo (GE) e quarenta idosos sem vestibulopatia e alterações do equilíbrio

corporal formaram o grupo controle (GC). O protocolo usado para a avaliação da

motricidade foi a Escala Motora para Terceira Idade (ROSA NETO et al., 2009). Os

parâmetros motores avaliados foram: aptidão motora geral (AMG), motricidade fina

(AM1), motricidade global (AM2), equilíbrio (AM3), esquema corporal (AM4),

organização espacial (AM5) e temporal (AM6). Os resultados concernentes à

caracterização clínica foram: 45,20% referiram o tempo de duração da tontura em

segundos, 50,0% esporádica e 32,80% diária; e dos 33,30% que relataram quedas

nos últimos seis meses. O diagnóstico que prevaleceu foi VPPB (53,48%). Em

relação à avaliação da motricidade, verificou-se que 35,70% dos pacientes

obtiveram classificação da AMG, normal baixo, 11,90% inferior e 21,40% muito

inferior. Na comparação da motricidade entre os grupos, verificou-se que os idosos

vestibulopatas apresentaram menor desempenho motor na maioria dos aspectos

avaliados (AMG=81,92±12,85; AM1=93,71±26,89; AM2=43,85±23,57;

AM3=70,57±29,05; AM4=90,85±42,16; AM5=104,28±17,27; AM6=88,28±26,87), em

relação aos idosos do GC (AMG=104,47±13,0; AM1=118,80±15,68;

AM2=80,85±24,11; AM3=107,55±7,70; AM4=113,40±25,48; AM5=110,55±21,26;

AM6=97,80±30,44), sendo estatisticamente significante para a AMG (p<0,001), AM1

(p<0,001), AM2 (p<0,001), AM3 (p<0,001) e AM4 (p<0,015). Ao comparar a

motricidade entre os idosos vestibulopatas caidores e não caidores verificou-se que

os idosos caidores apresentam prejuízo na aptidão motora geral (p=0,021). Conclui-

se que a disfunção vestibular crônica em idosos compromete a motricidade geral, a

motricidade fina, a motricidade global, o equilíbrio e o esquema corporal.

Palavras-chave: Equilíbrio Postural. Idoso. Doenças vestibulares.

ABSTRACT

ORIOLO, L C N. Motricity in elderly people with chronic vestibular. 2012. 94 f.

Mestrado Profissional em Reabilitação do Equilíbrio Corporal e Inclusão Social,

Universidade Bandeirante de São Paulo, São Paulo, 2012.

The vestibular dysfunction in elderly can cause decline in motor skills and increased

risk of falls, which cause functional limitations to perform everyday activities,

especially those dependent on the control of body balance, rotation cephalic fast and

good visual acuity. This study aimed to evaluate the motricity in the chronic vestibular

in elderly: compare the motricity elderly with vestibular dysfunction and the elderly

without vestibular and body balance disorders, and check the motor parameters

which are altered in elderly fallers vestibular. The sample was constituted by older

patients, 60 to 79 years (n=82), of both genders, of which forty-two formed the study

group (SG) and forty elderly without vestibular and body balance disorders formed

the control group (CG). The protocol used for the motricity assessment (MA) was the

Motor Scale for Seniors (ROSA NETO et al., 2009). The motor parameters evaluated

were: general motor skills (GMS), fine motricity (MA1), global motricity (MA2),

balance (MA3), body scheme (MA4), spatial organization (MA5) and temporal

organization (MA6). The results concerning to the clinical characterization (SG) were

45.20.0% reported the duration time of dizziness in seconds, 50.0% occasional and

32.80% daily; and 33.30% reported falls in the last six months. The diagnostic that

prevailed was VPPB (53.48%). In relation to the motricity assessment, it was found

that 35.70% of the patients obtained GMS classification, low normal, 11.90% lower

and 21.40% much lower. The variables that most contributed to this result were the

global motricity and the body balance. Comparing the motricity between the groups, it

was found that elderly people with vestibular disorders showed less motor

performance in most of the evaluated aspects (GMS=81.92±12.85;

MA1=93.71±26.89; MA2=43.85±23.57; MA3=70.57±29.05; MA4=90.85±42.16;

MA5=104.28±17.27; MA6=88.28±26.87), about the elderly of GC

(GMS=104.47±13.00; MA1=118.80±15.68; MA2=80.85±24.11; MA3=107.55±7.70;

MA4=113.40±25.48; MA5=110.55±21.26; MA6=97.80±30.44), being significant

statistically for the GMS (p<0.001), MA1 (p<0.001), MA2 (p<0.001), MA3 (p<0.001)

and MA4 (p<0,015). By comparing the motricity between the elderly vestibular fall

and non-fall found that It elderly had caidores subject to the general motor skills (p =

0.021). It is concluded that chronic vestibular dysfunction in the elderly general

commitment to motricity, fine motricity, the motricity overall balance and body

schema.

.

Keywords: Postural Balance. Elderly. Vestibular Diseases.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Ilustração das estratégias do tornozelo, do quadril e do passo................20

Figura 2 - Ilustração da excursão do LE, a oscilação do corpo dentro do LE e fora do

LE indicando quedas...................................................................................21

Figura 3 - Fluxograma da delimitação do estudo.......................................................35

Figura 4 - Classificação Motora Geral de 42 idosos com Disfunção Vestibular

Periférica Crônica de acordo com a EMTI...................................................41

Figura 5- Classificação Motora Geral de 42 idosos com disfunção vestibular periférica crônica (Grupo Estudo) e 41 idosos saudáveis (Grupo

Controle) de acordo com a EMTI..................................................................42

Figura 6 - Motricidade do grupo estudo e controle: motricidade geral (AMG), motricidade fina (AM1), motricidade global (AM2), equilíbrio corporal

(AM3), esquema corporal (AM4), organização espacial (AM5) e organização temporal (AM6)........................................................................43

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Caracterização da duração e periodicidade da tontura e quedas no grupo

estudo........................................................................................................39

Tabela 2 - Valores descritivos de fatores desencadeantes de tontura do grupo

estudo........................................................................................................40

Tabela 3 - Hipótese diagnóstica de idosos com vestibulopatia..................................41

Tabela 4 - Valores descritivos dos aspectos da motricidade do grupo estudo e

controle......................................................................................................42

Tabela 5 - Valores descritivos dos aspectos da motricidade de idosos caidores e não

caidores do grupo estudo..........................................................................43

LISTA DE ABREVIATURAS

AFVD - Atividades Físicas de Vida Diária

AIVD - Atividades Instrumentais de Vida Diária

AM 2 – Motricidade Global

AM1 - Motricidade fina

AM3 – Equilíbrio

AM4 – Esquema Corporal

AM5 – Organização Espacial

AM6 – Organização Temporal

AMG – Aptidão Motora Geral

AVD – Atividades de Vida Diária

BOMFAQ - Multidimensional Functional Assessment Questionnarie

BS – Base de Suporte

COM - Centro de Massa do Corpo

CONEP - Conselho Nacional de Ensino e Pesquisa

COP - Centro de Pressão

DGI - Dynamic Gait Index

EMTI - Escala Motora para Terceira Idade

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

LE – Limite de Estabilidade

MEEM - Mini Exame do Estado Mental

OARS - Olders Americans Research and Services

OMS - Organização Mundial de Saúde

RVE – Reflexo Vestíbulo Espinhal

RVO – Reflexo Vestíbulo-Ocular

SN – Sistema Nervoso

SNC – Sistema Nervoso Central

SPSS - Statistical Package for Social Sciences

TCLE - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UNIBAN – Universidade Bandeirante de São Paulo

UNIVAS – Universidade do Vale do Sapucaí

VPPB - Vertigem Posicional Paroxística Benigna

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................13

2 REVISÃO DA LITERATURA................................................................................16

2.1 MOTRICIDADE..........................................................................................16 2.2 ENVELHECIMENTO E FUNÇÃO MOTORA ............................................22 2.3 DISFUNÇÃO VESTIBULAR NO IDOSO: FUNÇÃO MOTORA.................29 3 MATERIAL E MÉTODOS.....................................................................................33

3.1 TIPO DE ESTUDO....................................................................................33 3.2 CASUÍSTICA.............................................................................................34 3.3 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO..............................................34

3.3.1 Critério de Inclusão........................................................................34 3.3.2 Critério de Exclusão.......................................................................35

3.4 PROCEDIMENTOS ..................................................................................36 3.5 VARIÁVEIS................................................................................................36 3.5.1 Sociodemogrficas...........................................................................36

3.5.2 Dados Clínicos...............................................................................36 3.5.3 Avaliação da Função Motora.................................................... .....37 3.6 ANÁLISE ESTATÍSTICA...........................................................................38

3.7 ANÁLISE DE RISCOS E BENEFÍCIOS....................................................38 4 RESULTADOS.....................................................................................................39 5 DISCUSSÃO........................................................................................................ .44 6 CONCLUSÃO...................................................................................................... .53

REFERÊNCIAS.......................................................................................................54 APÊNDICES........................................................................................................... .64

ANEXOS..................................................................................................................72

13 1 INTRODUÇÃO

A interação das funções motoras como a motricidade fina e global, o equilíbrio

corporal, o esquema corporal e a organização espacial e temporal favorece o

desenvolvimento global do indivíduo e a consciência de si mesmo e do mundo.

Essas habilidades motrizes o auxiliam na sua independência funcional e na

adaptação social.

O equilíbrio corporal, também denominado de controle postural, é a habilidade

do sistema nervoso em detectar as alterações e promover a orientação postural e a

estabilidade corporal. Essa habilidade promove respostas reativas e proativas

coordenadas para permitir o movimento1 harmonioso e prevenir os distúrbios do

equilíbrio corporal e as quedas.

A orientação espacial do corpo para a manutenção do equilíbrio corporal e

execução do movimento é o resultado da integração de estímulos provenientes do

aparelho vestibular, visão e propriocepção.

O sistema vestibular está envolvido em um grande número de funções desde

respostas automáticas, como o reflexo vestibulo-ocular (RVO) e reflexo

vestibuloespinhal (RVE), a representação espacial, que envolve mecanismos

cognitivo e perceptivo, o qual a percepção de verticalidade e da orientação corporal

depende de múltiplas referências.

As aferências vestibular-proprioceptivas têm papel vital na criação de modelos

precisos do corpo (representação interna) para o controle motor e postural,

necessárias para a orientação corporal em relação à gravidade e ao meio.

O sistema vestibular é constituído pelo labirinto posterior e nervos

vestibulares (sistema vestibular periférico) e núcleos vestibulares, vias e conexões

no sistema nervoso central (sistema vestibular central) e é o responsável por

informar o encéfalo sobre a posição e a movimentação da cabeça, direção da

verticalidade, auxiliar na coordenação dos movimentos da cabeça e dos olhos e nos

ajustes posturais. Sua função é essencial no desenvolvimento motor2 para promover

1 Movimento: o termo movimento refere-se à alteração real na posição de qualquer parte do corpo. É o ato resultante do processamento motor (GALLAHUE; OZMUN, 2005). 2 Desenvolvimento motor: refere-se ao que ocorre, e como ocorre no organismo humano sob o ponto de vista do movimento desde a concepção, maturidade e morte (GALLAHUE; OZMUN, 2005).

14 a interação do homem com o meio e para a aquisição de aprendizagem física e

psíquica.

O idoso que vivencia essas experiências adquire bom controle motor para

movimentar-se, explorar e se adaptar ao meio e à tarefa a ser executada,

favorecendo na construção de noções básicas para a manutenção, enriquecimento

psicossocial, emocional, físico, espiritual e intelectual.

Durante o processo de envelhecimento, o sistema vestibular, a visão, os

proprioceptores e o cerebelo, responsáveis por funções como tônus muscular,

postura, equilíbrio corporal, coordenação oculomotora e orientação espacial e

temporal, sofrem deterioração acarretando em limitação funcional, dependência

física para as atividades de vida diária como, por exemplo, os cuidados pessoais

básicos e instrumentais.

A incapacidade de manter posturas, posições, atitudes e movimentar-se

comprometem as tarefas motoras que solicitam o controle do equilíbrio corporal

como, por exemplo, a motricidade global e a marcha.

O processo natural do envelhecimento acarreta modificações estruturais no

organismo culminando em declínio do desempenho sensório-motor e cognitivo e do

estilo de vida, assim como, ansiedade, apatia, depressão e exclusão social.

A tontura, com sua alta prevalência no idoso, é caracterizada como uma

perturbação do equilíbrio corporal, desvio de marcha, instabilidade, náuseas,

vômitos, zumbidos e quedas recorrentes, que pode ser ou não decorrentes de

distúrbios funcionais primários ou secundários do sistema vestibular.

Os idosos com vestibulopatias podem apresentar deterioração do aparelho

locomotor padrão como, por exemplo, diminuição da velocidade e comprimento do

passo, que acentua com a redução da acuidade visual, desvio da marcha para o

lado do labirinto comprometido, instabilidade postural, e alto risco de quedas,

exigindo, por sua vez, o envolvimento de estratégias adaptativas como as fixações

posturais e redução do movimento de cabeça para evitar deflagrar a tontura e

quedas.

Tendo em atenção à colocação do problema, a avaliação no idoso deve ser

minuciosa para identificar o impacto da vestibulopatia nos aspectos físicos,

funcionais e emocionais; deve envolver uma avaliação clínica direcionada à queixa

do paciente, doenças associadas, bem como uma avaliação integral dos sistemas

envolvidos no equilíbrio corporal e suas eventuais limitações.

15 A avaliação motora e da capacidade funcional, por exemplo, deve ser

instituída, uma vez que permite identificar os problemas estabelecidos com a idade,

diferenciar os diversos tipos de debilidade e avaliar os progressos do idoso quando

submetido a um programa de terapia motora. O exame motor inclui a avaliação da

motricidade global, motricidade fina, equilíbrio corporal, orientação temporal e

espacial, e esquema corporal.

A avaliação detalhada da capacidade funcional é um dos marcadores do

envelhecimento bem sucedido e da qualidade de vida do idoso. A redução dessa

capacidade está associada à fragilidade, dependência, institucionalização, risco

aumentado de quedas, morte e problemas de mobilidade.

Haja vista que, a disfunção vestibular está relacionada à verticalidade,

organização espacial, coordenação oculomotora e equilíbrio corporal, além de seu

impacto negativo na funcionalidade do idoso, o presente estudo tem como objetivos:

avaliar a motricidade de idosos com vestibulopatia crônica, comparar a motricidade

de idosos sem alteração do equilíbrio corporal e os idosos com diagnóstico de

disfunção vestibular e verificar quais parâmetros da motricidade estão alterados em

idosos vestibulopatas caidores. Não foram encontrados na literatura científica

estudos que investiguem o impacto da disfunção vestibular na motricidade; apenas

seu impacto em idosos da comunidade, institucionalizados e com a doença de

Parkinson, por meio da escala motora da terceira idade (EMTI) proposta por Rosa

Neto et al. (2009). A identificação desta característica pode direcionar estratégias de

avaliações específicas para melhor abordagem e atenção ao idoso com disfunção

vestibular.

16 2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1 MOTRICIDADE

A atividade motora ou motricidade é a interação de diversas funções motoras

que quando integradas resultam em constante e permanente maturação orgânica,

essencial para o desenvolvimento global do homem. A exploração motora permite

conhecer a si mesmo e o mundo que nos rodeia (ROSA NETO et al., 2009).

Dentre as habilidades motrizes3 que promovem a independência física e

adaptação social do indivíduo destacam-se:

a) Motricidade Fina: é manual e guiada pela visão; também conhecida como

coordenação visuomotora, necessita dos músculos axiais, dos ombros e membros

superiores, e fixação e perseguição oculomotora para ocorrer o ato motor, que por

sua vez depende da organização de centros nervosos motores e sensoriais para

elaboração do movimento e sensações através de receptores sensoriais,

fusomuscular, articulares e cutâneos.

b) Motricidade Global: manifestada por gestos, atitudes, deslocamentos e ritmo.

Esse ato motor resulta da ação global de grandes músculos reguladores da atitude e

do equilíbrio corporal, pela ação diferenciada dos segmentos corporais. E mesmo

quando o movimento é simples, ele é sinestésico, tátil, labiríntico, visual, espacial e

temporal.

c) Equilíbrio Corporal: são forças distintas compensando e anulando,

mutuamente, necessárias para a ação diferenciada dos segmentos corporais para

projetar o eixo de gravidade dentro da base de suporte (BS).

d) Esquema Corporal (imagem corporal): é uma referência que constrói um

modelo postural de nós mesmos a todo o momento, sendo essencial para a

manutenção da regulação postural. Depende de experiências vividas e evolui por

toda vida.

3 Habilidade motora: é definida como um padrão de movimento realizado c om precisão, exatidão, e controles

maiores (GALLAHUE; OZMUN, 2005).

17 e) Organização Espacial: depende da estrutura do próprio corpo, do meio que o

rodeia e de suas características. É a noção de espaço destacada pela percepção

imediata do ambiente (sensório-motor) e intelectual (representação espacial).

f) Organização Temporal: é um aspecto de vivência antes mesmo de incluir

uma dimensão lógica e convencional; associa a memória e codifica a informação

contida nos fatos (ROSA NETO et al., 2009).

Essas habilidades motoras promovem o domínio do corpo em diferentes

posturas, a locomoção e a manipulação de objetos e instrumentos para novas

aquisições motoras (BARELA, 1997). Para Campos e Santos (2005) a aquisição

motora e a manutenção da postura dependem da repetição e do aprendizado.

É possível afirmar que a habilidade motora resulta da interação entre os

sistemas neurais (processamento motor e sensorial, representação interna, atenção

e motivação necessária para a adaptação e antecipação do controle postural e do

movimento) e musculoesqueléticos (amplitude de movimento, flexibilidade, músculos

e relações biomecânicas entre os segmentos) (HORAK, 2006). A interação entre os

sistemas motor e sensorial, constituído pelos sistemas visual, vestibular e

somatossensorial, resulta no controle postural4, que é a base na qual o movimento é

executado (BARELA, 2000).

Os sistemas sensoriais caracterizados pela recepção, transmissão e

processamento inicial das informações originadas no próprio organismo ou no

ambiente são os responsáveis na organização dos mais variados tipos de resposta

pelo sistema nervoso (SN) (BALDO, 2009).

Dentre os vários subsistemas sensoriais que contribuem para a motricidade

global, a que melhor representa a função motora é a sensibilidade proprioceptiva

que em conjunto com as aferências vestibulares são responsáveis por detectar

grandezas cinemáticas (posições, velocidades e acelerações) e dinâmicas (forças)

envolvidas no comportamento motor (BALDO, 2009).

A sensibilidade muscular possui duas estruturas: os fusos neuromusculares

que detectam a variação e o comprimento do músculo e os órgãos tendinosos de

Golgi que identificam a força de contração do músculo; além dos diferentes tipos de

mecanoceptores presentes nas cápsulas articulares e receptores cutâneos. Todos

4 O controle postural é definido como processo de geração de padrões de atividades do sistema nervoso central para regular o relacionamento entre o centro de massa e a base de suporte (S humway-Cook; Woollacott, 2003).

18 esses em conjunto respondem a diversos estímulos como toque, temperatura,

propriocepção e dor (MOCHIZUKI; AMADIO, 2006).

Esses receptores sensoriais, por sua vez, fornecem informações ao sistema

nervoso central (SNC) sobre a posição e a velocidade dos segmentos corporais em

relação aos outros segmentos e em relação ao ambiente, o comprimento muscular e

o contato com objetos externos, incluindo a BS (WINTER, 1995); em contrapartida, o

corpo antecipa uma resposta efetiva através do sistema efetor composto pela força,

amplitude de movimento, flexibilidade e resistência (CHANDLER, 2002;

MOCHIZUKI; AMADIO, 2006).

A visão orienta a posição e o movimento da cabeça em relação ao ambiente,

reduzindo em 50% a oscilação corporal em condições estáticas e auxilia nas

reações antecipatórias (MOCHIZUKI; AMADIO, 2006). Também, referencia os eixos

verticais e horizontais dos objetos ao nosso redor e fornece informações ao SNC

sobre a posição e os movimentos de partes do corpo em relação a outras partes e

ao ambiente externo (CHANDLER, 2002).

As informações vestibulares recebem os estímulos provenientes do sistema

vestibular, localizado na orelha interna, porção posterior do labirinto, através dos

órgãos otolíticos e dos canais semicirculares verticais e laterais (CHANDLER, 2002)

e enviam sinais ao SNC que os processam fornecendo informações sobre a

velocidade angular da cabeça, a aceleração linear em relação ao eixo gravitacional

(percepção da verticalidade) e os combina com outras informações sensoriais, para

estimar a orientação cefálica (HORAK; SHUPERT, 2002; ROBERGS; ROBERTS;

SCOTT, 2002; LACOUR, 2009).

O sistema vestibular está envolvido em um grande número de funções que

vão desde simples reflexos como o RVO e RVE a mecanismos cognitivos ainda não

completamente definidos (LACOUR, 2009). O RVO promove a visão nítida com a

cabeça em movimento e o RVE mantém a estabilidade cefálica e postural ao

movimento de compensação do corpo (HERDMACHUBERT; TUSA, 2001).

O SNC ao receber as informações provenientes dos sistemas vestibular,

proprioceptivo e visual processa-os no contexto das respostas já aprendidas e

executa uma resposta de correção postural automática. Essas respostas podem ser

protetoras ou antecipatórias (quando ocorre um deslocamento voluntário do centro

de gravidade, o SNC estabelece uma resposta postural em antecipação a este

distúrbio) ou corretivas ou reativas (quando o corpo sofre um desequilíbrio por um

19 evento externo involuntário, o SNC estabelece uma resposta postural para trazer o

centro de gravidade de volta para dentro da BS) (CHANDLER, 2002).

Além disso, as informações dos múltiplos sistemas sensoriais são integradas

pelo sistema de controle motor para orientar e alinhar a posição entre os segmentos

corpóreos e a sua localização em relação ao meio externo (HORAK; HENRY;

SHUMWAY-COOK, 1997). Sem uma fundamentação adequada dos mecanismos

básicos relacionados a estes sistemas, não seria possível compreender grande

parte da função motora, que depende estreitamente da aferência proporcionada por

diferentes subsistemas sensoriais, conforme já supracitado (BALDO, 2009).

A função motora pode ser descrita como, uma sequência de padrões de

excitações neuronais que inicia com uma motivação e planejamento do ato motor

em áreas específicas do córtex cerebral. Para este planejamento são usadas

informações sensoriais internas (posição corporal) e externas (distância de agentes

externos, topografia, luminosidade.), em seguida, o movimento é iniciado com as

contrações musculares.

Esta ação muscular é dirigida por processos de “feedback”5 e “feedforward”6.

Para obter uma ação adequada e harmoniosa, ocorrem níveis de hierarquia flexível

de comando do SNC como, o córtex associativo que é o responsável pelo plano ou

estratégia do movimento; os gânglios da base, o cerebelo e o córtex sensório-motor

os quais elaboram e organizam o plano de movimento, associando movimentos e

posturas necessários; e a medula espinhal que propicia informações sobre o

ambiente e desempenho do indivíduo na tarefa, e traduzem o plano em ações

musculares específicas (estratégias para diminuir as várias possibilidades de

execução do movimento a uma única resposta motriz) (O’ SULLIVAN; SCHIMITZ,

1993; LUNDY-EKMAN, 2004). Além de serem comparados a “padrões” aprendidos e

armazenados no cerebelo que influenciam a área motora determinando o controle

da ação motora que está sendo executada (LUNDY-EKMAN, 2004). Essa

organização hierárquica do sistema nervoso controla os diferentes aspectos da

motricidade (BALDO, 2009).

Para o processamento de uma habilidade motora como, por exemplo, levar o

alimento à boca, é preciso ocorrer vários processamentos em cada nível, sejam

5 Feedback: é a informação de resposta (retorno) que depende da concentração, da motivação, do grau de aprendizagem e da características do movimento (GODOI; BARELA, 2002). 6 Feedforward: é a representação antecipativa do movimento que depende da concentração, da motivação e

grau de aprendizagem (GODOI; BARELA, 2002).

20 moleculares, celulares, musculares e neurais; até mesmo para execução de tarefas

simples. Do ponto de vista biológico, a maioria desses processamentos não é linear,

mas ocorre de forma sincronizada, resultando em um ato motor suave e linear. Ou

seja, as unidades motoras de um músculo são recrutadas de forma não sincrônica,

acarretando em uma força muscular que aumenta gradativamente no tempo

(ALMEIDA, 1999).

A motricidade global é a sucessão desses movimentos e posturas.

Movimentos eficazes dependem de posturas adequadas, e posturas são obtidas por

movimentos prévios antecipatórios e reativos (BALDO, 2009).

As estratégias reativas como, por exemplo, de tornozelo, quadril, tronco e do

passo, mantém a postura e a estabilidade frente às perturbações externas, através

da sinergia muscular, que são padrões de atividades musculares em respostas as

perturbações e estratégias posturais, e engloba padrões de movimento, torques

musculares, força de contato e o próprio sinergismo muscular para manter o centro

de gravidade dentro da BS (HORAK, 2006).

Essas estratégias são necessárias para retornar o corpo à posição de equilíbrio

que emergem do sistema neural para promover uma resposta de acordo com o

objetivo, contexto ambiental e a necessidade de cada tarefa (HORAK;

MACPHERSON, 1996). As estratégias posturais também são descritas como

respostas posturais automáticas e coordenadas (SHUMMWAY-COOK;

WOOLLACOTT, 2003), conforme ilustra a Figura 1.

A B C

Figura 1- Ilustra as estratégias do tornozelo (A), quadril (B) e passo (C).

Fonte: Nashner (1989)

21

O controle do equilíbrio corporal também tem a função de manter a oscilação

do centro de pressão do corpo (Center of Pressure – COP)7 dentro do limite de

estabilidade (LE). O LE (Figura 2) na postura vertical estática pode ser definido

como a distância em que a pessoa está disposta e é capaz de se mover, sem perder

o equilíbrio ou alterar a BS (SHUMWAY-COOK; WOOLLACOTT, 2003). O LE é a

área onde o deslocamento do COP é seguro, uma redução significativa do LE faz

com que qualquer oscilação do COP súbito possa exceder esse limite e gerar queda

(SUAREZ et al., 2008). É o máximo da amplitude do corpo na direção ântero-

posterior e latero-lateral sem levantar os pés do solo, utilizando apenas estratégias

do tornozelo (NASHNER, 1989; SUAREZ; AROCENA, 2009).

A execução do movimento para uma determinada tarefa depende do ângulo,

velocidade e aceleração (cinemática), que é controlado pelo SN e torques

musculares (ALMEIDA, 1999). O SNC gera padrões de atividade muscular

necessários para regular a relação entre o centro de gravidade e a BS (MAKI;

MCILROY, 1996).

O controle do movimento e da postura depende também da atenção,

concentração, percepção, motivação, planejamento etc. No estudo realizado por

Ebersbach et al. (1995) analisaram o efeito entre tarefas de retenção de memória

(repetir sequência de números) e a execução de movimento fino (abrir e fechar

botão) no controle postural durante a deambulação e observaram uma piora durante

a execução da dupla tarefa. Já Lajoie et al. (1993) compararam o tempo de resposta

7 O COP é o ponto de aplicação da resultante das forças verticais que atuam na superfície de suporte, e representa um

resultado coletivo da atuação do sistema de controle postural e da força de gravidade (WINTER, 1995).

Figura 2- Ilustra a excursão do LE (A) e a oscilação do corpo dentro do LE (B), e fora do LE (C) indicando quedas.

Fonte: Nashner (1989)

A B

A

C

22 de um estímulo sonoro em diversas posições e verificaram quanto maior a

dificuldade de manutenção da postura requerida, maior era o tempo de resposta ao

estímulo sonoro. Esses achados indicam que a instabilidade postural aumenta o

tempo necessário para realização de uma tarefa cognitiva e prejudica o seu

desempenho.

2.2 ENVELHECIMENTO E FUNÇÃO MOTORA

O envelhecimento da população mundial ocorre de forma radical e bastante

acelerada, o qual resulta no maior número de doenças incapacitantes (VERAS,

2009). A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera idoso o indivíduo com

idade igual ou superior a 65 anos, nos países desenvolvidos e com 60 anos ou mais,

nos países em desenvolvimento; o que as diferem são os fatores que interferem na

qualidade de vida como fatores econômicos, políticos, culturais, sociais e ambientais

(MAZO; LOPES; BENEDETTI, 2001).

Estima-se que em 2025, a população idosa mundial chegará a 70%, ou seja,

840 milhões de idosos. O Brasil está deixando de ser um país jovem e tornando um

cenário de enfermidades complexas, crônicas e múltiplas, que necessita de

cuidados constantes, medicação contínua, de exames periódicos, projetando-o para

o sexto país do mundo em número de idosos (WORLD HEALTH ORGANIZATION,

2005).

O conceito clássico de saúde do idoso é inadequado, uma vez que, a

ausência de doenças é privilégio de poucos, e o completo bem-estar pode ser

atingido, independentemente da presença ou não de doenças. Devendo prevalecer

à autonomia em determinar e executar seus próprios anseios. Ou seja, é

considerado um idoso saudável quando chega aos oitenta anos sendo capaz de

gerenciar sua própria vida e determinar quando, onde e como se darão suas as

atividades de lazer, convívio social e trabalho (RAMOS, 2003).

O envelhecimento saudável resulta da interação multidimensional entre saúde

física, mental, independência na vida diária, integração social, suporte familiar e

independência econômica (RAMOS, 2003).

23

Um dos primeiros sinais marcadores da velhice é a diminuição do trabalho

muscular, seguido do comprometimento da capacidade laboral, da atividade motora

e a adaptabilidade ao ambiente (ROSSI, 2008).

A sarcopenia instala-se progressivamente, diminui a capacitação física por

estar relacionada à força que compromete as atividades da vida diária (AVD) e de

relacionamento, por aumentar o risco de quedas pela imobilidade e menor

estabilidade postural, levando a um estado de dependência cada vez mais grave.

Ocorre uma perda da estatura, do peso e do índice de massa corpórea (FULLE;

BELIA; TANO, 2005).

No início da sexta década de vida, manifesta-se o envelhecimento dos

sistemas sensoriais como, da visão, da propriocepção, dos receptores de pressão

plantar e da função da orelha interna (vestibular) que perdem neurônios, bem como

do cérebro e do cerebelo, e isto se acelera depois dos setenta anos de idade. O

aparelho neuronal destinado ao equilíbrio corporal e à função vestíbulo-oculomotora

sofre a perda gradual de velocidade e precisão dos estímulos (MOTA et al., 2006); e

limita a possibilidade de alterar reflexos adaptativos e a manutenção do equilíbrio

corporal, resultando em processos degenerativos responsáveis pela ocorrência de

vertigem e/ou tontura e de desequilíbrio corporal (RUWER; ROSSI; SIMON, 2005).

No sistema vesibular, a deterioração ocorre a nível central e periférico. No

periférico ocorre um processo semelhante ao que ocorre em outros sistemas, ou

seja, o sistema nervoso, epitélio sensorial e neurônios aferentes primários

degenerados e não são substituídos. Essas alterações degenerativas podem ser

responsáveis pelas tonturas e outros sintomas de disfunção vestibular em idosos

sem o perfil de doenças específicas (MARCHETTI; WHITNEY, 2005). A disfunção do

sistema vestibular pode comprometer o controle motor, diminuir a capacidade

compensatória e promover maior instabilidade postural (SILSUPADOL et al., 2006).

Vários outros fatores podem afetar o controle motor do idoso: as alterações

fisiológicas, doenças crônicas, interações medicamentosas e disfunções específicas;

além do efetor (força, amplitude de movimento, alinhamento biomecânico,

flexibilidade) e o processamento central estão comprometidos (CHANDLER, 2002;

HORAK, 2006).

Algumas doenças crônicas que podem levar a distúrbios das funções

sensoriais, da integração das informações periféricas e centrais, bem como a

senescência dos sistemas neuromusculares e da função esquelética são o diabetes,

24 aterosclerose, acidente vascular cerebral e a depressão que acarretam em limitação

de suas atividades motoras em decorrência da perda de massa muscular,

flexibilidade e integridade esquelética que afetam o equilíbrio corporal (SIMOCELI et

al., 2003). Assim como, os distúrbios metabólicos da glicemia, da glândula tireoide,

problemas relacionados ao metabolismo lipídico e as variações hormonais da mulher

são aceitos como responsáveis por vários distúrbios do equilíbrio originários no

sistema vestibular (BITTAR et al., 2003).

Dentre as doenças crônicas e progressivas do SN, há a doença de Parkinson,

caracterizado por bradicinesia, rigidez plástica, dores musculares, tremores na

região distal dos membros superiores e inferiores, deambulação lenta, escrita

alterada, instabilidade postural entre outros. Segundo Rosa Neto et al. (2004), em

um estudo de avaliação motora em 20 destes indivíduos acima de 50 anos por meio

da EMTI, verificaram maior comprometimento nas áreas da motricidade global,

equilíbrio e esquema corporal em relação aos indivíduos sem parkinsonismo.

O controle postural sofre mudanças negativas, causadas pela perda da

recepção sensorial, lentidão do processamento cognitivo, dificuldade na execução

da resposta motora exigida, além de interferir no controle antecipatório e reativo. Os

déficits nestas três funções são causados por alterações em estruturas cerebrais

como, núcleo vestibular, cerebelo e redução do tecido cerebral que se observa pelo

alargamento dos ventrículos cerebrais (ANDRADE et al., 2011).

Sabendo que, o equilíbrio corporal depende de inputs sensoriais múltiplos,

conforme já citado no capítulo anterior, qualquer falha em um dos sistemas

envolvidos pode gerar desequilíbrio postural e quedas pela incapacidade em

detectar e controlar a oscilação anteroposterior do corpo. Também há a hipótese

que durante o envelhecimento ocorra um longo período de latência na resposta de

músculos periféricos, interrupção das respostas de organização temporal e

coativação agonista/antagonista de longa duração que podem afetar o equilíbrio

corporal (SILSUPADOL et al., 2006).

Os parâmetros físicos como força muscular, resistência muscular, equilíbrio

corporal, flexibilidade, agilidade e coordenação no idoso ocasionam dependência

física e limitação nas atividades de vida diária, como por exemplo, de vestuário,

banho, levantar da cama e sentar, utilizar o banheiro, comer e caminhar interferindo

na dependência funcional e na qualidade de vida (OKUMA, 1999).

25

Em um estudo para validação da EMTI com 150 idosos, entre 60 e 94 anos,

realizado por Rosa Neto e Sakae (2009) revelou que os idosos com mais de 70 anos

apresentaram aptidão motora geral (AMG) inferior (somatória entre motricidade,

equilíbrio, esquema corporal, organização espacial, temporal, e em maior destaque

a motricidade global, por ser responsável em regular o equilíbrio e a atitude do

indivíduo para melhoria dos comandos nervosos, percepções e sensações) quando

comparadas com o grupo entre 60 e 69 anos. O mesmo resultado foi encontrado,

também por Rosa Neto et al. (2005) quanto à limitação, em dezenove instituições

asilares em 409 idosos; e ao comparar os estudos, os valores encontrados foram

maiores nos idosos não institucionalizados.

Piccoli et al. (2009) também estudaram a motricidade de 202 idosos, com

idade entre 60 e 83 anos, por meio da EMTI, e identificaram que o grupo na faixa

etária até 70 anos apresentaram AMG maior que os acima de 71 anos (p≤ 0,05).

Sabendo que a motricidade fina do idoso é um dos parâmetros motores que

pode está limitado devido ao declínio na produção e regulação da força muscular,

um estudo realizado por Cole e Rotella (2001), avaliando a força muscular manual

de 19 indivíduos entre 20 e 84 anos, mostrou que durante a realização de uma

tarefa de preensão manual em uma manivela com três níveis de carga apresentados

alternadamente, os idosos apresentaram múltiplas forças de disparo para alcançar a

força desejada quando comparado com os jovens.

A estabilidade postural ereta estática no idoso também sofre alterações com o

aumento da oscilação corporal, além de inclinações espontâneas que é um indicador

do controle do equilíbrio e que altera o alinhamento postural (SHUMWAY-COOK;

WOOLLACOTT, 2003).

O estudo de Jamet et al. (2007) revelou uma associação entre a amplitude da

oscilação postural e a visão por meio da oclusão visual. Os autores relataram que a

dependência da informação visual em idosos, provavelmente, seja uma forma de

compensar a deterioração de outras informações sensoriais envolvidas no controle

postural. Idosos apresentam uma deficiência somatossensorial que compromete a

discriminação do tipo de superfície que estão apoiados ou a detecção da disposição

dos segmentos corporais.

Para investigar a oscilação corporal em uma plataforma de força com registro

do deslocamento do COP, Stelmach et al. (1990) avaliaram a resposta postural entre

idosos e jovens, em seis condições sensoriais: olhos abertos, superfície fixa e com

26 anteparo visual; olhos fechados, superfície fixa e sem o anteparo visual, olhos

abertos, superfície fixa e com movimentação do anteparo visual; olhos fechados,

oscilação da superfície e com anteparo visual fixo; olhos fechados, oscilação da

superfície e sem o anteparo visual; e olhos abertos, oscilação da superfície e com

movimentação do anteparo visual. Esses autores não constataram diferenças

significativas na oscilação entre idosos e jovens nas condições de olhos abertos.

Nas condições de olhos fechados e alteração proprioceptiva, ficou demonstrado um

pequeno aumento de latência em sujeitos idosos: as diferenças aumentaram entre

os idosos e os jovens quando a superfície se movimentou porque ocorre um

aumento de conflitos sensoriais.

Peterka (2002) verificou aumento de oscilação na postura ereta estática dos

idosos. Segundo o autor, ele ocorre por dois motivos: diminuição dos torques

corretivos gerados para controlar as oscilações e diminuição para processar e ativar

a musculatura. Estas alterações estariam relacionadas à diminuição de força

muscular e de velocidade de condução nervosa associados aos declínios fisiológicos

do envelhecimento.

No estudo de Gill et al. (2001) foram avaliados 48 sujeitos jovens (15-25

anos), 50 sujeitos com idade média (45-55 anos) e 49 idosos (65-75 anos), sendo

que todos alegaram não terem conhecimento de alguma patologia que pudesse

influenciar o controle do equilíbrio, como problemas musculoesqueléticos,

vestibulares ou distúrbios somatossensoriais. O teste completo foi realizado em 14

diferentes tarefas por 20 segundos em cada posição. As tarefas foram realizadas

nas seguintes posições: em pé com olhos abertos, com olhos abertos e sobre uma

espuma, com olhos fechados em pé, com olhos fechados sobre uma espuma, em

uma perna só com olhos abertos, com uma perna só com olhos abertos sobre uma

espuma, com uma perna só com olhos fechados, em uma perna só com olhos

fechados sobre uma espuma, andando oito passos, andando oito passos com olhos

fechados sobre uma espuma etc. A variedade de tarefas nesse estudo incluiu

diferentes situações de controle de equilíbrio corporal e a avalia o desempenho dos

idosos. Em todos os testes que foram realizados observou-se um aumento na

oscilação corporal dos idosos quando mudava a informação sensorial.

Além da oscilação corporal evidenciada na postura estática, na postura

dinâmica ocorrem alterações significativas com o envelhecimento, ou seja, com a

deambulação há diminuição na velocidade da marcha, na mobilidade do tornozelo,

27 na força muscular; que na presença de demência reduz a velocidade de execução

das tarefas; e com a fadiga diminui a capacidade de equilíbrio no apoio unipodal, a

musculatura passa a não suportar o peso corporal, comprometendo o equilíbrio

corporal, a mobilidade e as funções físicas (APOVIAN, et al., 2002). A mudança do

ambiente pode associar ou não as exigências da tarefa e ao estilo de vida

prejudicando as tarefas motoras (GALLAHUE; OZMUN, 2005).

O envelhecimento acarreta na deficiência funcional e, a morte pela

incapacidade de suportar os fatores de estresse, físicos ou ambientais e não pela

idade (LAMBERTUCCI; PITHON-CURI, 2005).

A perda funcional é progressiva, gradual, crescente e irreversível (BARBANTI,

1994; NAHAS, 2001).

Matejic et al. (2008) investigaram 182 idosos de quatro comunidades locais

(duas urbanas e duas rurais) da região da Sérvia e avaliaram o nível de capacidade

funcional, como também, determinaram as variáveis a elas associadas. A avaliação

foi por um questionário que continha questões sociodemográficas, perguntas sobre

AVD, necessidades sociais e de saúde. Observou-se que três quartos da amostra

não praticavam atividades físicas regularmente; entretanto, um grupo de idosos

praticava caminhada e exercícios físicos. Os índices apontaram para um declínio da

capacidade funcional devido ao envelhecimento e uma variabilidade maior nas

idades de 70 a 79 anos de idade. No grupo com a faixa etária de 65 a 69 anos, os

valores foram mais homogêneos. Assim, concluiu-se que, à medida que aumentava

a idade dos participantes do estudo, diminuía a capacidade funcional dos mesmos.

Quanto ao declínio cognitivo, observa-se que é um forte fator de risco para

quedas e leva à deterioração das funções executivas, desorientação espacial,

respostas protetoras comprometidas, alteração da marcha, desequilíbrio e

instabilidade postural (GRAAFMANS et al., 1996).

Em uma revisão sistemática realizada por Andrade et al. (2011) com oito

artigos, os autores mostraram que o controle postural tende a ser influenciado por

tarefas cognitivas do tipo atenção e que, em idosos, este fenômeno pode estar

associado ao aumento no risco de quedas. E sugerem que essa tendência é devido

à execução simultânea de controle motor e processamento cognitivo que aumenta o

grau de complexidade da tarefa.

A queda associada ao envelhecimento pode acentuar o declínio da função

física e funcional, pela diminuição ou perda da habilidade de desempenhar ou

28 cumprir as demandas da vida diária perante os desafios ambientais. Estudo

populacional realizado na cidade de São Paulo mostrou que idosos com histórico de

quedas recorrentes têm a chance de cair 2,37 vezes a mais do que os que

apresentam comprometimento leve nas atividades de vida diária (PERRACINI;

RAMOS, 2002).

A queda pode ser decorrente de queixas de dores, distúrbios

musculoesqueléticos, doenças reumatológicas (osteoporose, osteoartrose) que

tendem a aumentar com o avanço da idade (SADER; ROSSI, 2002).

Diferenças entre idosos caidores e não caidores têm sido relatadas. Achados

mostraram que em base de sustentação diminuída, indivíduos que relataram quedas

recorrentes apresentaram um aumento da oscilação médio-lateral em testes

laboratoriais, mostrando um aumento da oscilação estática (MELZER; BNEJUYA;

KAPLANSKI, 2004).

Vários autores investigam os fatores de risco associados às quedas em idosos.

Tinetti et al. (1988) conduziram uma investigação por um ano, com 336 sujeitos com

75 anos ou mais da comunidade, com o objetivo de identificar os fatores de risco

para quedas e suas consequências. Concluíram que o risco de queda aumenta com

o aumento no número de fatores de risco presentes. A prevalência de quedas foi de

32% e quedas recorrentes de 29%, e o modelo final apontou uso de sedativos,

déficit cognitivo, incapacidade de membros inferiores, reflexo palmo-mental

diminuído, problemas nos pés e anormalidades de equilíbrio e marcha como fatores

de risco.

Berg et al. (1997) realizaram um levantamento das circunstâncias e

consequências das quedas em 96 idosos independentes e obtiveram como

resultados que, 50 sujeitos (52%) caíram no período de um ano, totalizando 91

quedas. Tropeços e escorregões causaram 59% das quedas, a maioria durante à

tarde enquanto caminhavam, tanto em superfícies planas como irregulares. Apenas

5% das quedas resultaram em fraturas e 9%, em lesões do tecido mole. Não houve

diferenças entre aqueles indivíduos que caíram uma vez e aqueles que tiveram

quedas recorrentes.

Outro preditor para ocorrência de quedas em idosos é o alcance funcional8

diminuído. Weiczorek (2003) verificou a relação entre a ocorrência de queda e o

8 Alcance funcional é a distância máxima que um indivíduo pode alcançar anteriormente, além do comprimento de seu braço,

com flexão de ombro a 90 graus, enquanto se mantém em pé sobre uma base f ixa de apoio (DUNCAN et al., 1990).

29 equilíbrio estático em idosos ativos e concluiu que há uma tendência de idosos sem

histórico de quedas apresentarem melhores resultados ao teste de alcance

funcional.

Fabrício et al. (2004) identificaram a perda de independência para as AVD após

queda. Fato este, que pode ocorrer pela diminuição das atividades, tanto pelo medo

de cair como por atitude protetoras de familiares e cuidadores.

2.3 DISFUNÇÃO VESTIBULAR NO IDOSO: FUNÇÃO MOTORA

As vestibulopatias são afecções do sistema vestibular de origem primária ou

secundária a manifestações clínicas em outra região do corpo. São divididas em

periféricas, que compreendem as afecções da orelha interna (labirinto posterior) e do

ramo vestibular do oitavo nervo craniano; e as centrais que afetam estruturas,

núcleos, vias e interrelações vestibulares no SNC; e as mistas, que são

combinações de lesões centrais e periféricas (GANANÇA et al., 2008).

As síndromes otoneurológicas frequentes em idosos são Labirintopatias

Vasculares, Vertigem Posicional Paroxística Benigna (VPPB), Labirintopatias

Metabólicas, Neurite Vestibular, Trauma Labiríntico, Ototoxicoses, Síndrome

Cervical, Migrânea Vestibular, Surdez Súbita, Schwannoma Vestibular e

Insuficiência Vertebrobasilar (GANANÇA et al., 1999).

A tontura é o sintoma mais prevalente após os 65 anos, em torno de 85%

têm um distúrbio do sistema vestibular periférico, o qual é acompanhado por

cefaléia, nistagmo, falta de coordenação na posição ortostática, desequilíbrio

durante a marcha, zumbido e transtornos neurovegetativos (náusea, vômito ou

sudorese) (DOUGLAS, 2002).

Conceituada como uma sensação de perturbação do equilíbrio corporal, a

tontura pode ser classificada em rotatória (vertigem), o paciente está girando em

relação ao meio (vertigem subjetiva), o meio e os objetos giram em torno dele

(vertigem objetiva); não rotatória quando há presença de instabilidade corporal,

flutuação, atordoamento e oscilação; e desequilíbrio e distorção visual (oscilopsia)

(ZUCCO; LEITE; PRZYSIEZNY, 2004).

30

A disfunção vestibular no idoso apresenta a somatização de sintomas

otoneurológicos, como vertigem e outras tonturas, perda auditiva, zumbido,

hipersensibilidade a sons, plenitude aural, alterações do equilíbrio corporal,

distúrbios da marcha e quedas, entre outros (GAZZOLA et al., 2006; GANANÇA et

al., 2006).

Os distúrbios locomotores podem ser provenientes dos distúrbios dos RVO e

RVE levando, por exemplo, os pacientes com hipofunção vestibular periférica

unilateral a instabilidade na marcha, quando associado ao movimento de cabeça,

rotação do corpo ou parada repentina; desvio da marcha para o lado do labirinto

comprometido; aumento da base de apoio; redução na velocidade da marcha, no

comprimento dos passos e na oscilação dos membros superiores, em executar

tarefas múltiplas durante a marcha; inclinação da cabeça ou do tronco; ou redução

nos movimentos cefálicos e do tronco (PETERKA, 2002).

Dentre as alterações das vestibulopatias, há o declínio da capacidade

funcional como, por exemplo, limitação nas atividades complexas que incluem

habilidades na mobilidade (atividades instrumentais de vida diária - AIVD) ao

realizarem tarefas que exigem equilíbrio, rotação cefálica e dinamismo na acuidade

visual, afetando o convívio social e atividade de vida diária física (HERDMAN, 2002).

As atividades de reajuste postural e o autocuidado (atividades físicas de vida

diária - AFVD) são mais difíceis, pois ao calçar meia e/ou calçado e andar em região

plana exigem equilíbrio corporal, flexões do tronco e da cabeça; no banho há

alteração somatossensorial devido o piso molhado e há a necessidade de fechar os

olhos; e dificuldade em deitar e levantar da cama em consequência da mudança de

posição da cabeça no espaço (ARATANI et al., 2006).

Estudo transversal realizado por Aratani et al (2006) com 43 idosos acima de

65 anos, evidenciou que os idosos apresentaram incapacidades para realizar as

AFVD, em especial, para cortar as unhas do pé, andar no plano, vestir-se, e deitar e

levantar da cama; e nas AIVD, sobretudo ao subir escada (um lance), utilizar algum

meio de transporte para deslocar, fazer compras e fazer limpeza de casa.

Em relação às alterações da orientação espacial, alguns pacientes relatam

dificuldades em projetar distância, e quando não apresentam tais déficits pode ser

devido ao fato de que a propriocepção muscular é capaz de compensar a perda de

pistas vestibulares (LACOUR, 2009).

31

Na falha de uma das vias de informação seja visual, proprioceptiva ou do

aparelho vestibular as outras devem compensar; e na falha de dois sistemas

diferentes é difícil manter o equilíbrio corporal. O que é observado no paciente com

lesão vestibular unilateral que quando perde a referência visual desequilibra (cabeça

e tronco) na direção do lado afetado com perda de estabilização cefálica. E a

alteração e o desvio de locomoção podem levar à queda independente de qual seja

a origem (GUYTON; HALL, 2006).

A perda da capacidade de compensações posturais, perda de equilíbrio e

limitação funcional são fatores predisponentes de sinais e sintomas de disfunção

vestibular que acarreta em possíveis fraturas, ferimentos e queda (CURTHOYS,

2000).

No estudo realizado por Ganança et al. (2006), a restrição das atividades de

idosos com vestibulopatia que sofreram duas e mais quedas foi maior dos que

sofreram apenas uma queda. A restrição das atividades pode ser por traumas, medo

de cair, ordem médica e/ou doenças coexistentes. Até mesmo pelo fato da tontura

ser desencadeada por atividades funcionais que exijam a movimentação cefálica e o

controle do equilíbrio corporal.

Whitney et al. (2005) estudaram as características do desequilíbrio corporal em

quatro grupos de participantes, jovens controle, jovens com prejuízo do equilíbrio

corporal, idoso controle e idosos com prejuízo do equilíbrio corporal. Na avaliação do

equilíbrio corporal entre os participantes, observaram que 25% dos idosos com

vestibulopatia periférica caíram quando submetidos a um teste de equilíbrio

dinâmico na posturografia computadorizada.

A relação entre instabilidade postural e as alterações vestibulares acarretam

em compensações neurológicas em regiões intactas do SNC e comportamentais

que podem ocorrer. A compensação neurológica reduz a severidade da vertigem,

assimetria postural, instabilidade e incapacidade de se manter em pé. Essas

compensações dependem do equilíbrio, de outros sistemas de controle postural e

estratégias disponíveis, desde que, não comprometidas pelo envelhecimento e

doença de comorbidade (MARCHETTI; WHITNEY, 2005).

O exame de locomoção em diferentes superfícies de apoio e nas diversidades

de tarefas não é específico para distúrbios vestibulares, mas envolve estratégias

adaptativas (comportamentais, alteração da marcha e corrida) importantes que

32 devem ser avaliadas para evitar a queda em pacientes com vestibuopatias

(PETERKA, 2002).

Não se observou na literatura estudos em relação à motricidade de idosos

com disfunção vestibular. A maioria dos estudos tem se dedicado a compreender as

alterações relacionadas ao equilíbrio corporal estático e dinâmico e à capacidade

funcional conforme descrito no presente capítulo.

33 3 MATERIAL E MÉTODOS

Este trabalho segue as normas éticas do Conselho Nacional de Ensino e

Pesquisa (CONEP) e teve início após aprovação pelo Conselho de Ensino e

Pesquisa (CEP) em 12 de abril de 2011, sob protocolo nº 156/11(Anexo I).

Os participantes da pesquisa foram respeitados quanto aos valores culturais,

sociais, morais, religiosos e éticos, como o anonimato das informações, a

privacidade e a proteção da imagem, garantindo-lhes que as informações obtidas

não seriam utilizadas em prejuízo de qualquer natureza e que poderiam retirar sua

participação a qualquer momento sem interrupção do acompanhamento.

Os idosos convidados e que aceitaram a participar do estudo fizeram a leitura

da carta de informação e assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido

(TCLE) (Apêndice I), que contém informações quanto ao objetivo do estudo,

procedimentos e eventuais dúvidas sobre a pesquisa.

No presente estudo, foram coletados os dados sociodemográficos, clínicos

por meio da avaliação fisioterapêutica utilizada no laboratório de Reabilitação do

Equilíbrio Corporal e Inclusão Social da UNIBAN - Brasil, Campus Maria Cândida

(Anexo II) e a avaliação da função motora por meio da Escala Motora para Terceira

Idade – EMTI (Anexo IV). Os dados foram coletados no momento da avaliação

fisioterapêutica.

3.1 TIPO DE ESTUDO

Estudo transversal, cego realizado no Laboratório de Reabilitação do

Equilíbrio Corporal e Inclusão Social, da Universidade Bandeirante de São Paulo

(UNIBAN-Brasil), Campus Maria Cândida.

34 3.2 CASUÍSTICA

Participaram da pesquisa idosos com idade entre 60 e 79 anos, de ambos os

gêneros. Divididos em dois grupos:

Grupo I: idosos com vestibulopatia de origem periférica ou central, atendidos no

Laboratório de Reabilitação do Equilíbrio Corporal e Inclusão Social.

Grupo II: idosos sem queixa de tontura e desequilíbrio corporal, convidados a

participar do estudo por meio de palestras realizadas nos centros de convivência

para idosos assistenciados pela Universidade do Vale do Sapucaí (UNIVAS) da

cidade de Pouso Alegre, MG e/ou em centros de convivência para idosos da cidade

de São Paulo.

3.3 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO

3.3.1Critérios de Inclusão:

Grupo I: Experimental – Idosos com diagnóstico médico (otorrinolaringologista) de

vestibulopatia periférico ou central, caracterizada pela queixa de tontura e/ou

desequilíbrio corporal e/ou quedas de caráter súbito ou progressivo, há pelo menos

três (3) meses.

Grupo 2: Controle – Idosos com ausência de sintomas vestibulares e/ou

desequilíbrio corporal, sem queixas auditivas moderada à severa, sem queixas

otoneurológicas (zumbido, vertigem, sensação de pressão no ouvido, perda de

audição intensa, oscilopsia), sem antecedentes pessoais de doenças vestibulares,

sem histórico de quedas com lesão grave nos últimos seis meses.

Ausência de alterações cognitivas no Mini Exame do Estado Mental – MEEM

(BERTOLUCCI et al.,1994) (Anexo III).

35

3.3.2 Critérios de Exclusão para ambos os Grupos:

Idosos com alterações oculares que prejudicassem a realização dos exames ou que

fossem incapacitantes.

Idosos com perda auditiva que comprometesse entender o assunto.

Idosos com alterações neurológicas ou psiquiátricas que impedissem a

compreensão e a realização dos testes.

Idosos com alterações locomotoras que impedissem a realização dos exames ou

que estivessem impossibilitados de permanecer de forma independente na posição

ortostática.

Idosos diabéticos e/ou hipertensos descompensados.

Idosos com distúrbios ortopédicos, afecções de coluna, osteoartrose de quadril e/ou

joelho e próteses em membros superiores e inferiores.

Uso de medicamentos (benzodiazepínicos) com ação sobre o sistema nervoso

central ou sobre o sistema vestibular.

A figura 3 mostra o número de idosos que foi incluído no estudo e a perda

amostral.

GRUPO CONTROLE N=51

Figura 3 - Fluxograma da delimitação do estudo

AVALIAÇÃO MÉDICA N=48

DIAGNÓSTICO DE

VESTIBULOPATIA N=45

CRITÉRIOS DE INCLUSÃO N=42

RECUSARAM PARTICIPAR DO ESTUDO

N= 1

AUSÊNCIA DE VESTIBULOPATIA

N=3

IDADE SUPERIOR A 79 ANOS

N=2

RECUSARAM PARTICIPAR DO ESTUDO N=1

CRITÉRIOS DE INCLUSÃO

N=42

ALTERAÇÕES ORTOPÉDICAS

N=4

ALTERAÇÕES COGNITIVAS AO MEEM

N= 2

IDADE SUPERIOR A 79 ANOS

N=2

36 3.4 Procedimentos

O MEEM foi adaptado para língua portuguesa por Bertolucci et al. (1994). É

um dos instrumentos mais utilizados na prática clínica e científica, permite a

avaliação da função cognitiva e rastreamento de quadros demenciais. Os sujeitos de

ambos os grupos foram questionados quanto à orientação temporal e espacial,

registro, atenção e cálculo, memória de evocação e linguagem. Os pontos de corte,

analfabetos pontuam 13 pontos, escolaridade de 1 a 8 anos incompleta pontuam 18

pontos, escolaridade de 8 anos ou mais pontuam 26 pontos. A pontuação máxima é

de 30 pontos. O valor de corte padrão é de 24 pontos; abaixo desse valor

considera-se indício de déficit cognitivo.

3.5 VARIÁVEIS

3.5.1 Sociodemográficas

Foram descritos a idade (anos completos), faixa etária, grau de escolaridade

e prática de atividade física (frequência e periodicidade).

3.5.2 Dados clínicos

Foram classificados o histórico de quedas, diagnóstico e hipótese diagnóstica

da disfunção vestibular e caracterização da tontura (duração e periodicidade da

tontura) (Anexo II).

37 3.5.3 Avaliação da Função Motora

A avaliação motora foi realizada por meio da Escala Motora para Terceira

Idade - EMTI.

Escala Motora para Terceira Idade – EMTI

É um instrumento que avalia o desempenho motor dos idosos em seis

diferentes áreas que englobam a motricidade (ROSA NETO; SAKAE, 2009; ROSA

NETO et al., 2009)

Motricidade fina (oculomanual) (AM1)

Motricidade global (AM 2)

Equilíbrio (postura estática) (AM 3)

Esquema corporal (imitação de postura, rapidez) (AM 4)

Organização espacial (percepção do espaço) (AM 5)

Organização temporal (linguagem, estruturas temporais) (AM 6)

Cada um dos itens acima foram classificados com os níveis de dificuldade (do

nível 02 ao 11) e cada nível com sua pontuação, ou seja:

Nível 2: 24 pontos; nível 3: 36 pontos; nível 4: 48 pontos; nível 5: 60 pontos;

nível 6: 72 pontos; nível 7: 84 pontos; nível 8: 96 pontos; nível 9: 108 pontos; nível

10: 120 pontos e nível 11: 132 pontos. Para simbolizar cada prova, registrava-se um

(1) ponto para resultados positivos, meio (1/2) ponto quando a prova exigisse

habilidades com os dois membros e o resultado fosse positivo apenas para um

membro e zero (0) quando a prova tivesse resultado negativo.

As provas das áreas específicas foram interrompidas quando o resultado

fosse igual a zero (0).

A soma dos resultados determinou a classificação da aptidão motora geral

(AMG) na qual 130 pontos ou mais correspondeu Muito superior; 120-129 pontos:

Superior; 110-119 pontos: Normal alto; 90-109 pontos: Normal médio; 80-89

pontos: Normal baixo; 70-79 pontos: Inferior e 69 ou menos pontos: Muito inferior.

Além da classificação categórica no qual ≥ 120 pontos foram considerados

Superior; 80-119 pontos: Normal e ≤ 79 pontos: Inferior.

Sua aplicação era de fácil manejo e foram respeitadas as ordens das

diferentes áreas. O tempo de aplicação variou de 30 a 60 minutos. Os materiais

38 utilizados para sua aplicação foram ordenados evitando confusão e atraso das

provas e ficaram fora do alcance visual do idoso. O idoso foi incentivado a colaborar

o tempo todo do exame (ROSA NETO; SAKAE, 2009; ROSA NETO et al., 2009).

3.6 ANÁLISE ESTATÍSTICA

Inicialmente, realizou-se análise descritiva simples dos resultados com uso de

frequências relativas e absolutas para variáveis categóricas, e média, desvio-padrão,

valores mínimos e máximos para as variáveis numéricas.

Para a análise comparativa das medidas dos parâmetros da motricidade

AMG, AMG1-6 em relação aos grupos estudo e controle e entre os grupos de idosos

vestibulopatas caidores e não caidores utilizou-se o teste T, paramétrico, devido à

distribuição normal ao teste de normalidade de Kolmogorov–Smirnov.

Para a análise de associação entre as frequências da classificação geral

categórica da EMTI (superior, normal e inferior) entre os grupos estudo e controle

utilizou-se o teste Qui-Quadrado. O nível de significância para os testes estatísticos

foi fixado em 5% (α=0,05). As análises foram realizadas pelo programa

computacional do SPSS 10.0 for Windows (Statistical Package for Social Sciences,

versão 10.0, 1999).

3.7 ANÁLISE DE RISCOS E BENEFÍCIOS

O risco de quedas aos sujeitos do estudo foi minimizado com a presença de

dois avaliadores e seus benefícios implicam em novos conhecimentos à comunidade

científica e à população estudada, por meio da divulgação dos resultados na forma

de dissertação, artigos científicos e apresentação em congressos.

39

4 RESULTADOS

A amostra foi composta por 82 idosos, 42 do grupo estudo e 40 do grupo

controle, 63 (76,80%) do gênero feminino e 19 (23,20%) do masculino, com média

etária de 70,07 anos (DP= 6,09) para o grupo estudo, e 67,65 anos para o grupo

controle. Não houve diferença estatística entre os grupos referente ao gênero e

idade (p > 0,05).

Em relação à caracterização clínica dos idosos com vestibulopatia, observou-

se que 100,00% dos pacientes referiram tontura, sendo que 19 (45,24%) referiram o

tempo de duração da tontura em segundos; 21 (50,00%) casos afirmaram que a

tontura era esporádica; e 14 (33,30%) relataram histórico de quedas nos últimos seis

meses. Com relação a variável instabilidade postural, 41(97,40%) apresentaram

esse sintoma (Tabela 1).

Tabela 1: Caracterização da duração e periodicidade da tontura e quedas no grupo estudo (n=42).

Tontura Categorias n %

Duração da tontura Dias 07 16,67 Horas 06 14,28

Minutos 10 23,81 Segundos 19 45,24

Periodicidade da tontura Esporádica

Mensal

Semanal Diária

21 05

05 11

50,00 11,90

11,90 26,20

Queda

Sim Não

14 28

33,30 67,70

Instabilidade postural

Sim Não

41 01

97,40 2,60

Observou-se que a tontura era desencadeada, principalmente, nas seguintes

posições e movimentos: 34 (81,00%) pacientes referiam tontura ao levantar da

posição deitada, 26 (61,90%) virando a cabeça, 21 (50,00%) mudança de posição

na cama (Tabela 2).

40 Tabela 2: Valores descritivos de fatores desencadeantes de tontura do grupo estudo (n= 42).

Tontura Categorias n %

Levantando da posição deitada Sim 34 81,00

Não 08 19,00

Virando a cabeça

Sim

26

61,90

Não 16 38,10

Virando o corpo

Sim

20

47,60

Não 22 52,40

Levantando de sentado

Sim

16

38,10

Não 26 61,90

Andando

Sim Não

14 28

33,33 66,70

Ansioso Sim Não

15 27

35,70 64,30

Cabeça em posição específica Sim 16 38,10

Não 26 61,90

Sentado

Sim

02

4,80

Não 40 95,20

Mudança posição na cama

Sim

21

50,00

Não 21 50,00

Exercício

Sim Não

12 30

28,60 71,40

Deitado de um lado específico Sim Não

09 33

21,40 78,60

Dentre as vestibulopatias mais comuns nos idosos, verificou-se que 23

(53,48%) apresentaram diagnósticos de Vertigem Posicional Paroxística Benigna

(VPPB) e dez (23,25%) apresentaram Síndrome Cócleo Vestibular Idiopática

(Tabela 3).

41 Tabela 3: Hipótese diagnóstica de idosos com vestibulopatia (n=42).

Diagnóstico n %

Vertigem Posicional Paroxística Benigna 23 53,48

Síndrome Cócleo Vestibular idiopática 10 23,25

Labirintopatia Vascular (central e periférica) 04 9,30

Presbivertigem 01 2,32

Labirintopatia Metabólica 02 4,65

Doença de Ménière 03 7,00

A avaliação da motricidade global nos idosos com vestibulopatia revelou que

de acordo com a Escala de Aptidão Motora Geral (AMG), 13 (31,00%) pontuaram

normal médio, 15 (35,70%) pontuaram normal baixo e cinco (11,90%) pontuaram

inferior e nove (21,40%) muito inferior (Figura 4).

Ao comparar a aptidão motora geral na variável categórica superior, normal e

inferior do grupo de idosos com disfunção vestibular (Grupo Estudo) com o grupo de

idosos com ausência de sintomas vestibulares e/ou desequilíbrio corporal (Grupo

Controle), observou-se que no grupo estudo 28 pacientes pontuaram normal e 14

pontuaram inferior e no grupo controle seis idosos pontuaram superior e 34

pontuaram normal, apresentando a motricidade dentro dos padrões de normalidade

da EMTI. A análise estatística revelou diferença significante entre os grupos

referente à classificação normal (Figura 5).

Figura 4 – Mostra a Classif icação Motora Geral de 42 idosos com Disfunção vestibular periférica crônica de acordo com a EMTI.

(n)

42

Em relação a cada elemento da motricidade e a motricidade geral entre os

grupos, observou-se que os idosos com vestibulopatia apresentaram pontuações

menores em todos os parâmetros em relação aos do grupo controle, sendo

estatisticamente significante nas variáveis AMG, AMG1, AMG2, AMG3 e AMG4

(Tabela 4 e Figura 6).

Tabela 4: Valores descritivos e estatísticos dos aspectos da motricidade do grupo estudo (n=42) e controle (n=40)

Variáveis Grupo Média (DP) Mediana Variação p- Valor

AMG Estudo Controle

81,92 (12,85) 104,47 (13,00)

84,00 104,47

52 – 106 80 – 132

0,001

AMG1 Estudo Controle

93,71 (26,89) 118,80 (15,68)

96,00 126,00

36 – 126 72 – 132

0,001

AMG2

Estudo Controle

43,85 (23,57) 80,85 (24,11)

23,57 24,11

24 – 96 24 – 132

0,001

AMG3

AMG4

Estudo Controle

Estudo Controle

70,57 (29,05) 107,55 (7,70)

90,85 (42,16) 113,40 (25,48)

66,00 108,00

108,00 132,00

24 – 132 36 – 132

00 – 132 48 - 132

0,001

0,015

AMG5

Estudo Controle

104,28 (17,27) 110,55 (21,26)

102,00 108,00

60 – 132 48 – 132

0,052

AMG6 Estudo Controle

88,28 (26,87) 97,80 (30,44)

72,00 108,00

60 – 132 48 – 132

0,474

Figura 5 – Mostra a Classif icação Motora Geral de 42 idosos com disfunção vestibular

periférica crônica (Grupo Estudo) e 40 idosos sem sintomas vestibulares e/ou desequilíbrio corporal (Grupo Controle) de acordo com a EMTI. Teste estatístico: Qui-Quadrado

Legenda: DP – Desvio Padrão; AMG= Aptidão motora geral; AMG1= Motricidade f ina; AMG2= Motricidade global; AMG3= Equilíbrio; AMG4= Esquema corporal; AMG5= Organização espacial; AMG6= Organização temporal. Teste estatístico: Teste T – para amostras independentes.

28

14

34 *

*

6

(n)

43

Ao comparar a motricidade de idosos vestibulopatas com histórico de quedas

nos últimos seis meses (n= 14), denominado de caidores, àqueles sem histórico de

quedas, não caidores (n= 28), podemos observar que os idosos caidores obtiveram

menor desempenho, sendo estatisticamente significante na aptidão motora geral p<

0,021(Tabela 5).

Tabela 5: Valores descritivos e estatísticos dos aspectos da motricidade de idosos caidores (n=14) e não caidores (n=28) do grupo estudo.

Tarefas Categorias Média (DP) Mediana Variação p- Valor

AMG Não caidor

Caidor

84,85 (12,83)

76,07 (11,12)

87,50

81,50

52 – 106

58 – 91

0,021

AMG1 Não caidor

Caidor

91,92 (21,72)

97,28 (21,46)

96,00

99,00

36 – 126

60 – 126

0,405

AMG2

Não caidor

Caidor

48,64 (25,83)

34,28 (14,77)

48,00

24,00

24 – 96

24 – 72

0,096

AMG3

AMG4

Não caidor

Caidor Não caidor

Caidor

76,28 (30,19)

59,14 (23,63) 98,57 (40,31)

75,42 (42,99)

72,00

60,00 120,00

60,00

24 – 132

24 -108 00 – 132

00 – 132

0,107

0,126

AMG5

Não caidor

Caidor

102,42 (17,73)

108,00 (16,30)

102,00

102,00

60 – 132

84 - 132

0,535

AMG6 Não caidor

Caidor

91,28 (28,90)

82,28 (22,00)

72,00

72,00

60 – 132

60 – 132

0,722

4 DISCUSSÃODISCUSSÃO

Figura 6: Ilustra a motricidade do grupo estudo e controle: motricidade geral (AMG), motricidade f ina (AM1), motricidade global (AM2), equilíbrio corporal (AM3), esquema corporal (AM4), organização espacial (AM5) e

organização temporal (AM6).

Legenda: DP – Desvio Padrão; AMG= Aptidão motora geral; AMG1= Motricidade f ina; AMG2= Motricidade global; AMG3= Equilíbrio; AMG4= Esquema corporal; AMG5= Organização espacial; AMG6= Organização temporal. Teste estatístico: Teste T

para amostras independentes.

44 5 DISCUSSÃO

A amostra deste estudo foi constituída por 76,80% idosos do gênero feminino e

23,20% masculino, destacando a prevalência de mulheres idosas em relação aos

homens. E a idade média entre o grupo estudo foi 70,07 anos e 67,65 anos do grupo

controle.

Bittar et al. (2003) apontaram que o gênero feminino é suscetível às alterações

otoneurológicas do que o masculino. Essa "sensibilidade" poderia ser atribuída em

parte à variação hormonal natural que a mulher apresenta. E também, associado à

osteopenia e osteoporose comum em mulheres acima de 50 anos. Vibert, Kompis e

Kausler (2003), observaram que 75% (n=24) de mulheres com VPPB apresentaram

diagnóstico de osteopenia e osteoporose mensurado por densitometria óssea. Os

autores sugerem que a desmineralização óssea pode estar relacionada à

degeneração das otocônias nos órgãos otolíticos.

Outra explicação para esta prevalência é a maior preocupação e procura

feminina por orientação médica ao Laboratório de Estudo e Pesquisa em

Reabilitação do Equilíbrio Corporal e Inclusão Social da UNIBAN.

Neste estudo todos os idosos vestibulopatas apresentavam queixa de tontura,

sendo 45,20% de curta duração, referidos em segundos e 23,80% em minutos.

Enquanto à periodicidade, 50,00% dos casos relataram tonturas esporádicas e

23,80% diárias.

Há alta prevalência estimada pelos estudos sobre a tontura na população idosa

(SIMOCELI, 2003; RUWER; ROSSI; SIMON, 2005; GAZZOLA et al., 2006;

ZEIGELBOIM, 2008). Segundo Ganança et al. (1999) ocorre em 47% dos homens e

61% das mulheres com mais de 70 anos; é a queixa mais comum após os 75 anos

de idade; o segundo sintoma mais comum até os 65 anos e o mais comum após os

65 anos; presente em 65% dos indivíduos com 65 anos ou mais, 50% a 60% dos

idosos da comunidade ou em 81 a 91% dos idosos atendidos nos ambulatórios. A

estimativa é que uma em cada dez pessoas no mundo tem ou teve tontura de

origem vestibular (RUWER; ROSSI; SIMON, 2005).

A queixa engloba uma série de experiências subjetivas incluindo vertigens,

definida como uma falsa percepção de movimento rotatório, e sensações não

específicas, tais como delírio (KAMMERLIND et al. 2005), que acarreta em

45 insegurança, e provoca medo de cair e machucar-se, o que limita e deprecia a

qualidade de vida do idoso vertiginoso (MOTA et al., 2006; ARATANI et al., 2006;

GAZZOLA et al., 2006).

As atividades e posições desencadeantes da tontura de maior relevância neste

estudo foram: 81,00% dos casos referiram tontura ao levantar da posição deitada,

61,90% virando a cabeça e 50,00% ao mudar de posição na cama corroborando aos

achados de Gazzola et al. (2006).

A mudança de decúbito dorsal para vertical, ou de virar para os lados

desencadeiam mudança brusca de posição da cabeça, de instalação súbita,

acarretando em surtos curtos e intensos, cujo sintoma é a sensação de tontura

giratória. Estes movimentos e/ou posições estimulam o sistema vestibular e,

frequentemente, provocam vertigem e outras tonturas como nos casos de VPPB,

que foram prevalentes neste estudo (54,80%) e serão abordados posteriormente.

A ocorrência de queda observada no presente estudo foi de 33,30% nos

últimos seis meses.

Para os estudiosos, a causa provável da queda em idosos vestibulopatas é a

alteração entre informação sensorial e ação motora, representada pela dificuldade

em integrar as informações sensoriais, identificar as informações mais relevantes,

dando pesos adequados a cada uma das informações de acordo com o contexto, e

selecionar a resposta postural mais adequada para manter o corpo equilibrado e na

posição desejada (NEVITT, 1997; BARELA, 2000; CURTHOYS, 2000; POTHULA,

2004; WHITNEY et al., 2005).

Os estímulos provenientes do aparato vestibular fornecem informações ao

sistema de controle postural sobre a orientação da cabeça em relação à atuação da

força gravitacional, por meio das informações de aceleração linear e angular da

cabeça. E como resposta automática, o RVO, o RVE e a representação espacial

devem promover a verticalidade, a orientação corporal e a estabilização da imagem

na retina ao movimento de cabeça (GANANÇA et al., 2008).

A VPPB destacou-se com maior prevalência entre os idosos com 53,48%

(n=23), e destes 22 eram do gênero feminino. Este achado clínico otoneurológico,

presente nos idosos com disfunção vestibular, corrobora aos estudos de Zucco,

Leite, Przysiezny (2004), Aratani et al. (2006) e Ganança et al. (2008). A VPPB é

caracterizada por crises vertiginosas súbitas, de curta duração, precipitadas pela

mudança de posição da cabeça, ao deitar e levantar da cama, acompanhadas ou

46 não de sintomas neurovegetativos. O quadro sintomático pode permanecer por dias,

semanas, meses ou anos (GANANÇA et al., 2008).

Além disso, neste estudo, dez pacientes foram diagnosticados com Síndrome

Cócleo Vestibular Idiopática, quatro Labirintopatia Vascular, dois Doença de

Ménière, dois Labirintopatia Metabólica, um Presbivertigem; e destes, apenas um

paciente apresentou dois diagnósticos otoneurológicos de VPPB e Doença de

Ménière.

Quanto à avaliação motora, observou-se que os idosos com vestibulopatias

apresentaram maiores dificuldades quando comparados ao grupo controle nas

atividades que exigiam movimentos bruscos da cabeça e do corpo, redução da base

de sustentação e apoio unipodal. Tarefas como, de pular obstáculos de 20 cm a 40

cm de altura sem impulso; percorrer uma distância com um pé frente ao outro; e

lançar uma bola sobre um alvo e agarrar a bola com uma das mãos desencadeavam

tonturas ou instabilidades.

Fato observado pelas alterações posturais apresentadas, a não execução da

tarefa pela dificuldade de manter a oscilação do COP dentro do limite de LE e

mudança da base de sustentação. Tais alterações no controle postural foram

identificadas em idosos com VPPB por Kasse et al. (2010; 2011). O conflito da

informação vestibular decorrente dos desprendimentos e movimentos dos debris

otolíticos à rotação cefálica pode ter refletido no baixo desempenho dos idosos com

VPPB à avaliação motora no presente estudo.

Não se observou na literatura científica, pesquisas que tenham investigado a

motricidade em idosos com disfunção vestibular, por meio de escalas de avaliação

motora específicas para a terceira idade como, por exemplo, a EMTI. Há estudos

voltados para os idosos da comunidade, idosos asilar e outras morbidades como o

Parkinson (ROSA NETO et al., 2004; ROSA NETO et al., 2005; ROSA NETO;

SAKAE, 2009).

Esse estudo comparou o desempenho motor em diferentes aspectos da

motricidade entre os grupos controle e experimental (Tabela 4, figura 6), e na

avaliação categórica da aptidão motricidade geral (Figura 5) da EMTI. Observou-se

que o grupo controle (34 idosos) apresentaram desempenho motor dentro dos

padrões de normalidade, segundo Rosa Neto e Sakae (2009), e os idosos

vestibulopatas classificaram em normal (n=28) e inferior (n=14), conforme mostra a

Figura 5. E ao compará-los nos diferentes aspectos da motricidade verificou-se que

47 os idosos vestibulopatas apresentaram pontuações inferiores ao grupo controle em

relação à aptidão motora geral (p<0,001), motricidade fina (p=0,001), motricidade

global (p<0,001), equilíbrio corporal (p<0,001) e esquema corporal (p<0,015).

A redução do desempenho motor em idosos com disfunção vestibular pode ter

sido atribuída em 53,48% ao desprendimento dos cristais de carbonato de cálcio na

VPPB, conforme supracitado. Todavia, outra justificativa para esse prejuízo motor

pode ser decorrente não somente ao desprendimento dos cristais, ou alterações

funcionais dos canais semicirculares, mas como também a disfunção dos órgãos

otolíticos.

Os órgãos otolíticos são responsáveis propriamente dito, pela manutenção do

controle postural estático e dinâmico (RVE) como, por exemplo, realizar tarefas

como pular obstáculos, percorrer uma distância com apoio unipodal, e permanecer

em posição estática com os olhos fechados; considerada a atividade de maior

dificuldade entre os pacientes vestibulopatas devido à necessidade de compensação

por meio da visão.

Estímulos labirínticos por meio dos órgãos otolíticos ativam os músculos

cervicais e dos membros superiores e inferiores, com o objetivo de manter o

equilíbrio corporal. O RVE através do trato vestíbulo-espinhal medial atua

diretamente na ação de estabilização e equilíbrio corporal (HERDMAN, 2002). Os

núcleos vestibulares envolvidos são núcleo vestibular inferior, medial e lateral

(FELIPE; SANTOS; GONÇALVES, 2008). A função dos órgãos otolíticos em idosos

com vestibulopatia crônica escassa na literatura e pode ser avaliada por meio do

Potencial Evocado Miogênico Vestibular - Vestibular Evoked Myogenic Potential

(DORIGUETO et al., 2010).

A maioria das pesquisas realizadas em idosos com vestibulopatias crônica tem

abordado a caracterização clínica, avaliação do equilíbrio corporal e da capacidade

funcional (POTHULA, 2004; WHITNEY et al., 2005; ARATANI et al., 2006;

GAZZOLA et al., 2006; KASSE et al., 2010, 2011). Por exemplo: alguns autores

avaliaram o equilíbrio corporal em idosos com vestibulopatias e observaram que a

velocidade de oscilação aumenta nas condições sensoriais em que a visão ou

somatossensação são alteradas, ou quando é necessário ficar em apoio unipodal,

indicando dependência da informação visual para o equilíbrio corporal

(SUNDERMIER et al., 1996; EL-KAHKY et al., 2000; KASSE et al., 2010, 2011).

48 Segundo Herdman, Schubert e Tusa (2001), o desequilíbrio corporal

decorrente do comprometimento do RVE, torna-se intenso, em ambientes escuros,

abertos e/ou superfícies irregulares, uma vez, que são necessários pelo menos dois

sistemas de informação para que o equilíbrio corporal seja mantido, e na ausência

da informação vestibular, as informações visuais e proprioceptivas são utilizadas em

conjunto. Kasse et al. (2010) observaram aumento da oscilação corporal em idosos

com os olhos fechados avaliados na postura vertical imóvel e verificaram que após a

manobra de Epley apresentaram redução da área do COP, sugerindo que o

tratamento possibilitou um maior controle postural e menor dependência das pistas

visuais para a manutenção do equilíbrio corporal.

Giacomini et al. (2002) avaliaram a velocidade de oscilação por meio de

posturografia estática, em adultos com VPPB e grupo controle, e perceberam que os

pacientes apresentavam alteração da oscilação no plano sagital após manobra de

Epley. Demonstrando que a manobra foi efetiva para a melhora da oscilação no

plano frontal, provavelmente, relacionado à disfunção canalicular, porém a manobra

não apresentou influência no plano de oscilação sagital. Os autores atribuem este

achado a uma alteração do reflexo vestíbulo-espinhal de origem desconhecida, que

reforça os achados do presente estudo que o equilíbrio corporal e a coordenação

global estão prejudicados em idosos com vestibulopatia crônica.

Pedalini et al. (2009) compararam o desempenho dos sistemas vestibulares,

visuais e somatossensoriais entre idosos com e sem queixa de tontura e/ou

desequilíbrio corporal na posturografia dinâmica. Os autores observaram que os

idosos com queixa de tontura e/ou desequilíbrio mostraram maior dificuldade no

controle postural, nas condições de oclusão visual e conflito vestibular, resultando no

baixo desempenho à marcha, enquanto, os idosos assintomáticos foram piores do

que os adultos sem queixas de tontura.

Na EMTI, por exemplo, a motricidade global (AM2) avaliou a capacidade do

idoso em executar tarefas que exijam estratégias para manutenção do controle

postural, como, subir em um banco, saltar sobre uma corda, saltar no mesmo lugar,

saltar de uma altura de 20 cm e depois 40 cm, caminhar em linha reta, fazer o pé

manco, saltar no ar e saltar sobre uma cadeira (ANEXO IV). Essas atividades

requerem à harmonia dos movimentos voluntários de grandes segmentos corporais

que estão intimamente ligadas ao equilíbrio corporal (AM3) como, equilibra-se sobre

um banco; equilibrar-se sobre um joelho; com o tronco flexionado; nas pontas dos

49 pés com olhos abertos e fechados; de cócoras; fazer o pé manco com olhos abertos

e fechados e fazer o quatro, utilizando-se do mesmo mecanismo.

O exame da motricidade fina avaliou a construção de uma torre e uma ponte,

enfiar a linha na agulha, fazer um nó, traçar um labirinto, fazer bolinhas de papel,

tocar com a ponta do polegar, lançar uma bola, fazer um círculo com o polegar e

agarrar uma bola. Estas tarefas exigiram destreza, atenção e coordenação

visuomotora. Estas habilidades motoras foram relatadas por alguns idosos como

oscilação das imagens e que os objetos à distância estavam turvos e distorcidos,

situação que provavelmente tenha reduzido a capacidade de aproveitamento das

referências visuais para manutenção o equilíbrio corporal, provavelmente por

comprometimento do RVO, uma vez que pacientes com baixa acuidade visual não

compensada por lentes foram excluídos do presente estudo. O que pode ter

contribuído para a diferença entre os grupos.

De acordo com Cole e Rotella (2001), a motricidade fina refere-se à produção e

regulação da força para controlar o movimento, assim, uma resposta precisa à tarefa

depende da visão e do RVO.

O RVO ajuda na fixação do olhar em sinergia aos músculos oculomotores

durante o movimento de cabeça. Assim sendo, a involução da motricidade fina

(AM1) nos idosos do presente estudo pode estar associada à disfunção vestibular

crônica e alteração funcional dos canais semicirculares. Além disso, não podemos

desconsiderar possível disfunção dos órgãos otolíticos em relação à verticalidade da

cabeça, que poderá ser investigada em estudos futuros, por meio do VEMP, a

redução gradativa da força muscular; redução da acuidade visual; sensações

proprioceptivas; ao declínio do processamento central; e a orientação espacial

observada nas tarefas de reconhecimento de si mesmo e do outro e na reprodução

de movimentos e de figuras esquematizadas.

No presente estudo, não houve diferença significante entre os grupos estudo e

controle quanto à organização espaço-temporal. Embora, os idosos vestibulopatas

obtiveram pior desempenho em relação ao grupo controle. Uma possível explicação

para esses achados pode ser atribuída a uma limitação da EMTI, uma vez que,

avalia a organização espaço-temporal somente na posição sentada. Em sedestação,

os pacientes vestibulopatas têm mais segurança e autoconfiança para a realização

da tarefa, pois apresentam base de sustentação aumentada em relação à postura

bípede e, portanto, menor risco de instabilidades e quedas ao movimento de cabeça

50 e tronco. Além disso, os idosos com vestibulopatia crônica possuem informações

proprioceptivas e visuais para a orientação postural e o equilíbrio corporal, as quais

podem substituir as informações vestibulares deficientes, não interferindo, assim,

significativamente na orientação espacial, temporal e na coordenação motora em

sedestação (HERDMAN; SCHUBERT; TUSA, 2001).

Funções especializadas como, coordenação visuomotora, leitura e escrita,

dependem de organização espacial e temporal que, por sua vez dependem da

representação do espaço centrada no eixo sagital do corpo, a qual é gerenciada

pelo cérebro por meio da integração sensorial – visual, vestibular e proprioceptiva.

Portanto, distúrbios vestibulares podem afetar a representação espacial e a

referência de verticalidade, prejudicando, assim, a organização espaço-temporal que

é necessária para a aprendizagem de leitura e escrita (FONSECA, 1995;

CAPOVILLA et al., 2003).

O grupo controle deste estudo apresentou padrões motores dentro da

normalidade segundo os critérios da EMTI. Já Rosa Neto et al. (2009) avaliaram 142

idosos saudáveis com faixa etária entre 70 a 79 anos, participantes do grupo de

terceira idade de Santa Catarina; e Piccoli et al. (2009) avaliaram 202 idosos da

comunidade entre 60 a 83 anos, cujos resultados identificaram padrões motores

abaixo da normalidade tanto na motricidade global quanto no equilíbrio corporal,

considerando que não houve critérios de inclusão e exclusão para inserção destes

idosos no estudo, que diferiu dos resultados obtidos no atual estudo em relação ao

grupo de idosos sem vestibulopatias e alterações do equilíbrio corporal.

A mudança mais significativa ao avançar da idade é o declínio da capacidade

de movimentar-se que é essencial para sobrevivência. Piccoli et al. (2009) citaram

que com o envelhecimento de vários sistemas, inclusive os relacionados ao controle

do equilíbrio corporal promove redução na função vestibular, da acuidade auditiva e

da visão e da sensibilidade vibratória e proprioceptiva, das alterações no sistema

osteoarticular (osteopenia fisiológica, envelhecimento cartilaginoso, sarcopenia e

diminuição da velocidade de condução nervosa), diminuição da força muscular e das

alterações posturais, que podem afetar diretamente a motricidade global e o

equilíbrio corporal.

Outro aspecto da motricidade também abordado no presente estudo foi a

organização temporal que tem dois componentes importantes, a ordem e a duração,

definida pela variação do intervalo que separa o princípio e o fim de um

51 acontecimento. Os testes para organização temporal envolvem a linguagem,

reprodução por meio de golpes (estruturas temporais), simbolização (desenho) de

estruturas espaciais, simbolização (leitura) de estruturas temporais-reprodução por

meio de golpes e transcrição de estruturas temporais - ditado. Também está

relacionada à passagem do tempo que pode ser rápido ou lento, curto ou longo,

podendo ocorrer através de décadas, semanas, horas ou até sobre intervalos

musicais como, a duração de uma nota ou uma pausa entre duas notas,

compactuando com o cognitivo.

O baixo desempenho nesse aspecto indica perdas neuronais do cérebro e

cerebelo cuja função é comparar os movimentos efetivos trazidos por feedback

sensorial aos movimentos pretendidos pelo sistema motor, além do prejuízo da

função vestibular, uma vez que podem afetar a representação-espaço-temporal

(GUYTON; HALL, 2006).

Esses achados também são observados em estudos com crianças com

disfunção vestibular, os quais revelam que as perturbações funcionais do sistema

vestibular podem causar atrasos motores, distúrbio do equilíbrio corporal e da

linguagem falada e escrita, falta de organização espacial, alteração no

comportamento psicológico e baixo rendimento escolar em crianças de idade escolar

(ZEIGELBOIM, 2008).

Ao analisar os aspectos da EMTI individualmente e comparar os idosos

vestibulopatas sem (67,70%) e com histórico de quedas nos últimos seis meses

(verificou-se que 33,30% da amostra apresentaram queda nos últimos seis meses),

verificou-se que os idosos caidores obtiveram menor desempenho na aptidão

motora geral (p<0,001).

Os distúrbios locomotores em pacientes com vestibulopatias são geralmente

provenientes dos distúrbios dos RVO e RVE (HERDMAN; SCHUBERT; TUSA,

2001). Pode-se observar neste estudo, que os idosos caidores apresentaram baixo

desempenho nas atividades que exigiam manter-se em uma base de apoio reduzida

ou apoio unipodal; desvio da marcha; instabilidade na marcha ao movimento de

cabeça e rotação do corpo ou parada repentina, exigência da maioria das tarefas

realizadas em ortostatismo (EMTI); como também, dificuldade no aumento da

velocidade da marcha, no comprimento dos passos; e na inclinação da cabeça e do

tronco com base de apoio reduzida e na ponta dos pés, embora estas tarefas não

tenham sido estatisticamente significantes (Tabela 5). Pacientes com histórico de

52 quedas apresentam, em geral, maior restrição ao movimento, redução da

capacidade funcional, medo, insegurança, evitam alturas e maior exposição ao

movimento e tarefa (HERDMAN, 2002; ARATANI et al., 2006).

A literatura é consistente ao dizer que o equilíbrio corporal é dependente dos

sistemas vestibular, visual, somatossensitivo, coordenação central e ajuste postural

(HORAK, 2006; SHUMWAY-COOK, WOOLLACOTT, 2003; GANANÇA et al., 2008),

e que o equilíbrio corporal está alterado, conforme já discutido no presente trabalho,

em idosos com disfunção vestibular crônica (POTHULA, 2004; WHITNEY et al.,

2005; ARATANI et al., 2006; GAZZOLA et al., 2006; KASSE et al., 2010, 2011).

O presente estudo corrobora aos autores acima por demonstrar que o

equilíbrio corporal está alterado em idosos com vestibulopatia, além de outros

aspectos da motricidade. Segundo Shumway-Cook e Woollacott (2003) o equilíbrio

corporal ou controle postural é a base do movimento.

Os resultados obtidos nessa pesquisa reforçam a importância da avaliação

detalhada da motricidade no idoso, pois, a perda dessa capacidade, está associada

à predição de fragilidade, dependência, institucionalização, risco aumentado de

quedas, morte e problemas de mobilidade.

Desta forma, para que uma tarefa motora ou um ato motor seja funcional,

depende de uma sequência adequada de estímulos neuronais (como iniciar o

movimento e planejar ato motor) que utilizam de informações sensoriais internas e

externas, para posteriormente gerar as contrações musculares (movimento). Ou

seja, movimento funcional depende de um bom desempenho da motricidade

(SHUMWAY-COOK; WOOLLACOTT, 2003).

Com este estudo foi possível investigar que as aptidões motoras podem estar

comprometidas nos idosos com vestibulopatia de forma geral. Baseado neste

princípio, o fisioterapeuta poderá identificar todos os aspectos motrizes

influenciáveis no controle motor, elaborando planos de prevenção e/ou reabilitação,

de acordo com as necessidades específicas do idoso proporcionando melhor

qualidade de vida.

53 6 CONCLUSÃO

Os idosos com disfunção vestibular crônica apresentam prejuízo da

motricidade global.

Ao comparar cada elemento da motricidade, os idosos com vestibulopatia

crônica podem apresentar desempenhos inferiores em relação aos idosos sem

vestibulopatias e sem alteração do equilíbrio corporal na aptidão motora geral,

motricidade fina, motricidade global, equilíbrio corporal e esquema corporal.

Os idosos com vestibulopatia crônica com histórico de quedas nos últimos seis

meses apresentam declínio motor na aptidão motora geral quando comparados aos

idosos vestibulopatas sem histórico de quedas.

54

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, G.L. Biomecânica e controle motor aplicado no estudo de disfunções motoras. Motriz, v. 5, n.2, p.178-182, dez, 1999.

ANDRADE, L.P.; STELLA, F.; BARBIERI, F.A.; RINALDI, N.M.; HAMANAKA, A.Y.Y.;

GOBBI, L.T.B. Efeitos de tarefas cognitivas no controle postural de idosos: Uma revisão sistemática. Motricidade © FTCD/CIDESD, v. 7, n. 3, p. 19-28, 2011.

APOVIAN, C. M.; FREY, C. M.; WOOD, G. C.; ROGERS, J. Z.; STILL, C. D.; JENSEN, G. L. Body mass index and physical function in older women. Rev. Obes.,

v. 8, n. 10, p. 740-747, 2002.

ARATANI, M. C.; GAZZOLA, J. M.; PERRACINI, M. R.; GANANÇA, F. F. Quais

atividades diárias provocam maior dificuldade para idosos vestibulopatas crônicos? Acta Otolaryngol., v. 24, n. 18, 2006.

BALDO, M. V. C. Fisiologia do movimento humano. In: Joaquim Procópio de ARAÚJO FILHO, J. P.; CURI, R.. (Org. ). Fisiologia Básica. 1 ed. Rio de Janeiro:

Guanabara-Koogan, 2009, v. , p. 343-352.

BARBANTI, V. J. Dicionário de educação física e do esporte. São Paulo: Manole,

1994.

BARELA, J. A. Development of postural control: the coupling between

somatosensory information and body sway. 1997. Tese (Doctor of Philosophy) -

College Park, University of Maryland, Maryland, 1997.

BARELA, J. A. Estratégias de controle em movimentos complexos: Ciclo percepção-ação no controle postural. Rev. Paul. Educ. Fís., v. 13, p. 79-88, 2000.

BERG, W. P.; ALESSIO, H. M.; MILLS, E. M.; TONG, C. Circumstances and consequences of falls in independent community-dwelling older adults. Age and Ageing, v.26, p. 261-268, 1997.

BERTOLUCCI, P. H. I. et al. Mini Exame do Estado Mental em uma População Geral. Impacto da Escolaridade. Arquivos Neuropsiqiatria, São Paulo, v. 12, p. 1-7,

mar. 1994.

55 BITTAR, R. S. M. et al. Prevalência das alterações metabólicas em pacientes portadores de queixas vestibulares. Rev. Bras. Otorrinolaringol., v.69, n.1,

p.64-8, jan./fev. 2003.

CAMPOS, D.; SANTOS, D. C. C. Controle postural e motricidade apendicular nos primeiros anos de vida. Fisioterapia em Movimento, Curitiba, v.18, n.3, p. 71-77,

jul./set., 2005.

CAPOVILLA, A.; MIYAMOTO, N.; CAPOVILLA, F. Alterações do equilíbrio e nistagmo pós-rotatório em crianças com dificuldade de leitura. Rev. Fisiot. Univ. São Paulo, v.10, n.2, p. 61-69, jul/dez., 2003.

CASTRO, S. M.; PERRACINI, M. R.; GANANÇA, F. F. Versão brasileira do Dynamic Gait Index. Rev. Bras. Otorrinolaringol., São Paulo, v. 72, n. 6, p. 817-825,

nov./dez. 2006.

CHANDLER, J. M. Equilíbrio e quedas no idoso: Questões sobre a avaliação e o tratamento. In: GUCCIONE, A. A. Fisioterapia Geriátrica. 2ª ed. São Paulo:

Guanabara-Koogan, 2002. p. 265-277.

COLE, K.; ROTELLA, D.. Old age aVects Wngertip forces when restraining an unpredictably loaded object. Exp. Brain. Res., n. 136, p. 535–542, 2001.

COQUEREL, P. R.; ROSA NETO, F. Perfil motor e psicossocial de idoso tri-atleta.

2005. Dissertação (Mestrado)- Centro de Educação Física, Fisioterapia e Desportos (CEFID) da Universidade do Estado de Santa Catarina, 2005.

CURTHOYS, I. S. Vestibular compensation and substitution. Curr. Opin. Neurol., v.

13, p. 27-30, 2000. DOUGLAS, C. R. Tratado de Fisiologia aplicada a saúde. 5. ed. São Paulo: Robe

Editorial, 2002.

DORIGUETO, R. S.; CYPRESTE, K. R.; ALMEIDA, R. R.; MUNHOZ, M. S. L..

Estudo do potencial evocado miogênico vestibular na vertigem posicional paroxística benigna recorrente e não recorrente. In: Congresso Brasileiro de

Otorrinolaringologia, 2010, Natal. Anais do Congresso, 2010. v. 76. p. 207.

56 DUNCAN, P. W.; WEINER, D. K.; CHANDLER, J.; STUDENSKI, S. Functional reach: a new clinical measure of balance. J. Gerontol. Biol. Sci. Med. Sc., v. 45, p. 192-

197, 1990.

EBERSBACH, G.; DIMITRIJEVIC, M. R.; POEWE, W. Influence of concurrent tasks on gait: a dual task approach. Percept. Mot. Skills, v. 81, p. 107- 113, 1995.

EL-KAHKY, A.M. et al. Balance control near the limit of stability in various sensory

conditions in healthy subjects and patients suffering from vertigo or balance disorders: impact of sensory input on balance control. Acta Otolaryngol., v.120, p.

508-516, 2000.

FABRÍCIO, S. C. C.; RODRIGUES, R. A. P.; COSTA JR, M. L. Causas e consequências de quedas de idosos atendidos em hospital public. Rev. Saúde Pública, v.38, n.1, p. 93-99, 2004.

FELIPE, L.; SANTOS, M. A.; GONÇALVES, D. U. Vestibular evoked myogenic potential (Vemp): evaluation of responses in normal subjects. Pro Fono., n.20,

p.249-254, 2008.

FONSECA, V. Manual de observação psicomotora: significação psiconeurológica

dos fatores psicomotores. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.

FULLE, S; BELIA, S; DI TANO, G. Sarcopenia is more than a muscular deficit. Arch

Ital. Biol., v.3, n. 143, p. 229-234, 2005.

GALLAHUE, D. L.; OZMUN, J. C. Compreendendo o Desenvolvimento Motor:

Bebês, Crianças, Adolescentes e Adultos. 3. ed. São Paulo: Phorte, 2005. p. 641.

GANANÇA, M. M.; CAOVILLA, H. H.; MUNHOZ, M. L. G.; FRAZZA, M. M. As etapas

da equilibriometria. In: GANANÇA, M. M.; CAOVILLA, H. H.; MUNHOZ, M. S. L.; SILVA, M. L. G. Equilibriometria Clínica. Série Otoneurologia. São Paulo: Editora

Atheneu; 1999. p. 41-114.

GANANÇA, F. F. et al. Circunstâncias e consequências de quedas em idosos com vestibulopatia crônica. Rev. Bras. Otorrinolaringol., São Paulo, v. 72, n. 3, p. 388-

93, maio/ jun. 2006.

57 GANANÇA, M. M.; CAOVILLA, H. H.; GANANÇA, F.F.; DONÁ, F.; BRANCO-ARREIRO, F.; PAULINO, C. A.; GAZZOLA, J. M.; GANANÇA, C. F. Como diagnosticar e tratar vertigem. RBM, v. 54, n. 1, p. 6-14, 2008.

GAZZOLA, J. M.; PERRACINI, M. R.; GANANÇA, M. M.; GANANÇA, F. F. Fatores associados ao equilíbrio funcional em idosos com disfunção vestibular crônica. Rev. Bras. Otorrinolaringol., v. 72, n. 5, p. 683-690, set/out. 2006.

GIACOMINI, P. G.; ALESSANDRINI, M.; MAGRINI, A. Long-term postural abnormalities in benign paroxysmal positional vertigo. ORL., v.4, p.237-241, 2002.

GILL, J.; ALLUM, J. H. J.; CARPENTER, M. G.; HELD-ZiOLKOWSKA, M.; ADKIN, L.

A.; HONEGGER, F.; PIERCHALA, K. Trunk sway Measures of Postural Stability during Clinical Balance Tests: Effects of Age. Journal of Gerontology, v. 56, n. 7, p.

438-447, 2001.

GODOI, D.; BARELA, J. A. Mecanismo de ajustes posturais feedback e feedforward em idosos. Revista Brasileira de Ciência do Esporte. v. 23 n.3, mai, 2002.

GRAAFMANS, W. C.; OOMS, M. E.; HOFSTEE, H. M. A.; BEZEME, P. D.; BOUTER,

L. M.; LIPS, P. Falls i the elderly: a prospective study of risk factors and risk profiles. Am. J. Epidemol, v. 143, n. 11. p. 1129- 1136. 1996.

GUYTON, A. C.; HALL, J. E. Tratado de fisiologia médica. 11. ed. Rio de janeiro:

Elsevier, 2006. HERDMAN, S. J. Reabilitação Vestibular. São Paulo: Editora Manole, 2002. 591p.

HERDMAN, S. J.; SCHUBERT, M. C.; TUSA, R. J. Strategies for balance rehabilitation – fall risk and treatment. Ann New York Acad Sci, v. 942. p. 394-412.

2001.

HORAK, F. B.; MACPHERSON, J. M. Postural orientation and equilibrium. In ROWELL, L. B.; SHERPHERD, J.T. (ed.). Handbook of physiology: a critical,

comprehensive presentation of physiological knowledge and concepts. New York: Oxford American Physiological Society, p. 255-292, 1996.

HORAK, F. B. Postural orientation and equilibrium: what do we need to know about neural control of balance to prevent falls?. Rev. Age and Ageing., v. 35, suppl 2, p.

ii7-ii11, sep. 2006.

58 HORAK, F. B.; HENRY, S. M.; SHUMWAY-COOK, A. Postural perturbations: new insights for treatment of balance disorders. Phys. Ther., v. 77, suppl. 5, p. 517-

533, 1997.

HORAK, F. B.; SHUPERT, C. Função do sistema vestibular no controle postural. In: HERDMAN, S. J. Reabilitação vestibular. São Paulo: Editora Manole; 2002. p.25-

51.

JAMET, M. et al. Age-related part taken by attentional cognitive processes in standing postural control in a dual-task context. Gait Posture, v.25, n.2, p.179-

84, Feb. 2007.

KAMMERLIND, ANN-SOFI; LARSSON, P. B.; LEDIN, T. R. N.; SKARGREN, E. Reliability of clinical balance tests and subjective ratings in dizziness and disequilibrium. Advances in Physiotherapy, v. 7, p. 96- 107, 2005.

KASSE, C. A.; DONA, F.; BRANCO, F. Postural control in benign paroxysmal positional vertigo (BPPV). Otolarngol Head Neck Surg, v.3, n. 141, p. 192, 2009.

KASSE, C. A.; SANTANA, G.; DONÁ, F.; SCHARLACH, R. C.; BRANCO, F. C. A.;

GAZZOLA, J. M. Resultados do balance rehabilitation unit na vertigem posicional paroxística benigna. Brazilian Journal Otorhinolaryngoly, v. 76, sup. 5, p. 623-

629, 2010.

KASSE, C. A.; TESTA, J. R. Ototoxicidade e otoproteção. In: GANANÇA, F. F.; PONTES, P. A. L. Manual de otorrinolaringologia da UNIFESP. 1. ed. São Paulo:

Manole, p. 377-390, 2011.

LACOUR, M. Locomotion and spatial navigation in vestibular pathology. Ann

Gérontol., v. 2, n. 2e, p. e38-e45, 2009.

LAJOIE, Y.; TEASDALE, N.; BARD, C.; FLEURY, M. Attentional demands for static and dynamic equilibrium. Exp. Brain. Rev., v. 97, p. 139-44, 1993.

LAMBERTUCCI, R. H.; PITHON-CURI, T. C. Alterações do sistema neuromuscular com o envelhecimento e a atividade física. Saúde em Revista, Piracicaba, v. 7, n.

17, p. 53-56; 2005. Disponível em:

<http://www.unimep.br/phpg/editora/revistaspdf/saude17art07.pdf>. Acesso em: 19 jul. 2011.

59 LUNDY-EKMAN, L. Neurociência fundamentos para a reabilitação. 2 ed.

Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2004.

MAKI, B. E.; MCILROY, W. E. Postural control in the older adult. Clin. Geriatr. Med.,

v. 12, p. 635-658, 1996.

MANOEL, E. J. Desenvolvimento motor: padrões em mudança, complexidade crescente. Rev Paul Educ Fís., supl. 3, p. 35-54, 2000.

MARCHETTI, G. F.; WHITNEY, S. L. Older Adults and Balance Dysfunction. Neurol.

Clin., v. 23, p. 785–805, 2005.

MATEJIC, B.; BJEGOVIC, V.; MILIC, N.; MILICEVIC, M. Š.; TERZIC, Z. Functional ability of elderly in Serbia: na example of assessment. The Internacional. Journal of

Geriatrics and Gerontology, v. 4, n. 1, 2008. Disponível em:

<http://www.ispub.com/journal/the_internet_journal_of_geriatrics_and_gerontology/v

olume_4_number_1_54/article/functional_ability_of_elderly_in_serbia_an_example_of_assessment.html>. Acesso em: 14 out. 2011.

MAZO, G. Z.; LOPES, M. A.; BENEDETTI, T. B. Atividade física e o idoso:

concepção gerontológica. Porto Alegre: Sulina, 2001.

MELZER, I.; BNEJUYA, N.; KAPLANSKI, J. Postural stability in the elderly: a comparison between fallers and non-fallers. Age and Ageing, v.33, n.6, p.602-607,

2004.

MOCHIZUKI, L.; AMADIO, A.C. As informações sensoriais para o controle postural. Fisioter. Mov., v. 19, p. 11-18, 2006.

MOTA, P. H. M.; FRANCO, E. S.; MONTEIRO PINTO, E. S.; ARIETA, A. M. Estudo de equilíbrio no idoso por meio da eletronistagmografia. ACTA ORL/Técnicas em

Otorrinolaringologia, v. 24, n. 3, p. 163-169, 2006.

NAHAS, M. Atividade física, saúde e qualidade de vida. Londrina: Midograf, 2001.

NASHNER, L. M . Sensory neuromuscular and biomechanical contributions to huamn balance. In: DUCAN, P. W. Balance: Proccedings of the APTA Forum.

Nashvvile, 1989. p. 5 – 12.

60 NEVITT, M.C. Falls in the elderly risk factors and prevention. In: MASDEU, J. C.; SUDARSKY, L.; WOLFSON, L. Gait Disorders of Aging. [S.l.]: Lippincott-Rauen,

1997. p.13-36.

O’SULLIVAN, S. B.; SCHIMITZ, T. J. Fisioterapia: avaliação e tratamento. 2. ed.

São Paulo, 1993.

OKUMA, S. S. O idoso e a atividade física. Campinas: Papiros, 1999.

PEDALINI, M.E.B. et al. Sensory organization test in elderly patients with and without vestibular dysfunction. Acta Otolaryngol., v.13, p.1-4, May 2009.

PERRACINI, M. R.; RAMOS, L. R. Fatores associados a quedas em um coorte de idosos residentes na comunidade. Rev. Saúde Pública, v. 36, n.6, p.709-716, 2002.

PETERKA, R. J. Sensorimotor Integration in Human Postural Control. J. Neurophysiol., v. 88, p. 1097-1118, 2002.

PICCOLI, J. C. J.; SANTOS, G. A.; FERRAREZE, M. E.; HAAS JR, W. Parâmetros

motores e envelhecimento: um estudo de idosos de 60 a 83 anos de Ivoti, RS. Revista Textos & Contextos Porto Alegre, v. 8 n.2 p. 306-318.

jul./dez. 2009.

POTHULA, V. B.; CHEW, F.; LESSER, T. H.; SHARMA, A. K. Falls and vestibular impairment. Clin. Otolaryngol., v. 29, p.179–182. 2004.

RAMOS, L. R. et al. Perfil do idoso em área metropolitana na região sudeste do Brasil: resultados de inquérito domiciliar. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v.

27, n. 2, p. 87-94, 1993.

RAMOS, L. R. Fatores determinantes do envelhecimento saudável em idosos residentes em centro urbano: Projeto Epidoso, São Paulo. Cad. Saúde Pública, v.

3, n.19, p. 793-797, mai/jun, 2003.

ROBERGS, A. R.; ROBERTS; SCOTT, O. Princípios fundamentais de fisiologia

do exercício: para aptidão, desempenho e saúde. Phorte, 2002.

61 ROSA NETO et al. Escala motora para a terceira idade. In: ______. Manual de avaliação motora para a terceira idade. Porto Alegre: Artmed, 2009. cap. 7, p.

120-161.

ROSA NETO, F.; COQUEREL, P. R. S.; GUIMARÃES, A. C. A.; POETA, L. S. Parâmetros motores dos parkinsonianos da região conturbada de Florianópolis. Rev. Bras. Ciência e Movimento, v. 2, n. 1, p. 13-18, 2004.

ROSA NETO, F.; SAKAE, T. Validação dos parâmetros motores na terceira idade. In: ROSA NETO, F. et al. Manual de avaliação motora para terceira idade. Porto

Alegre: Artmed, 2009. cap. 8, p. 164-170.

ROSSI, E. Envelhecimento do sistema osteoarticular. Einstein, v. 6. Supl., p. s7-s12,

2008.

RUWER, S. L.; ROSSI, A. G.; SIMON, L. F. Equilíbrio no idoso. Rev. Bras.

Otorrinolaringol., v.71, n.3, p. 298-303, mai./jun. 2005.

SADER, C. S.; ROSSI, E. O envelhecimento do sistema osteoarticular. In: FREITAS, E. V.; PY, L.; NERI, A. L.; CANÇADO, F. A. X.; GORZONI, M.L.; ROCHA, S. M. Tratado de geriatria e gerontologia. Rio de janeiro: Ed. Guanabara-Koogan, 2002,

p. 508-514.

SHUMWAY-COOK, A.; BALDWIN, M.; POLISSAR, N.L.; GRUBER, W. Predicting the probability for falls in community-dwelling older adults. Physical Therapy, v.77, n.8,

p.812-819, 1997.

SHUMWAY-COOK, A.; WOOLLACOTT, M. H. Controle postural normal. In: Shumway-Cook, A.; Woollacott, M. H. Controle motor: teoria e aplicações práticas.

2. ed.; Barueri: Manole; 2003. p.153-78.

SILSUPADOL, P.; SIU, K.; SHUMWAY-COOK, A.; WOOLLACOTT, M. H. Training of

balance under single and dual-task conditions in older adults with balance impairment. Phys. Ther., v. 2, n. 86, p. 269-281, 2006.

SIMOCELI, L.; BITTAR, R. M. S.; BOTTINO, M. A.; BENTO, R. F. Perfil diagnóstico do idoso portador de desequilíbrio corporal: resultados preliminares. Rev. Bras. Otorrinolaringol. v.69, n.6, p. 772-777, nov./dez. 2003.

62 STELMACH, G. E.; ZELAZNIK, H. N.; LOWE, D. The influence of aging and attentional demands on recovery from postural instability. Ageing., v. 2, p. 155-161,

1990.

SUNDERMIER, L. et al. Postural sensitivity to visual flow in aging adults with and without balance problems. J. Gerontol. A Biol. Sci. Med. Sci., v. 51, p.

M45-52, 1996.

The SPSS Statistical package for the social sciences: base user's guide

[computer program]. Version 10.0. Chicago: SPSS; 1999.

TINETTI, M. E.; SPEECHLEY, M.; GINTER, S. F. Risk factors for falls among elderly persons living in the community. The New England Journal of Medicine, v.319,

n.26, p.1701-1706, 1988.

VERAS, R. Envelhecimento populacional contemporâneo: demandas, desafios e inovações. Rev. Saúde Pública, v. 3, n. 43, p. 548-54, 2009.

VILBERT, D.; KOMPIS, M.; KAUSLER, R. Benign paroxysmal positional vertigo in

older womem may be related to osteoporosis and osteopenia. The Annals of Otology, Rhynology & Laryngology., v.10, n.112, p. 885, 2003.

WADE, M.G. et al. Optical flow, spatial orientation, and the control of posture in the elderly. J. Gerontol. B. Psychol. Sci. Soc. Sci., v.50, n.1, p.51-p.58, Jan.

1995. WEICZOREK, S. A. Equilíbrio em adultos e idosos: Relação entre o tempo de

movimento e a acurácia durante movimentos voluntários na postura em pé. 2003. Dissertação (Mestrado)- Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo, 2003.

WHITNEY, S.L. et al. Clinical measurement of sit-to-stand performance in people with balance disorders: validity of data for the five-times-sit-to-stand test. Phys. Ther., v.85, n.10, p.1034-45, 2005.

WINTER, D. A. Human balance and posture control during standing and walking. Gait Posture, v. 3, p. 193-214, 1995.

63 WORLD HEALTH ORGANIZATION (OMS). Envelhecimento ativo: uma política de

saúde. Trad. de S Gontijo. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde; 2005.

ZEIGELBOIM, B. S. Reabilitação vestibular no tratamento da tontura e do zumbido. Rev. Soc. Brás. Fonoaudiologia, v.13, n.3, p. 226-23, jul./set. 2008.

ZUCCO, F.; LEITE, J.; PRZYSIEZNY, W. Verificação do Efeito dos Exercícios de Reabilitação Vestibular no Tratamento da Vertigem: um estudo de caso. Rev.Fisio &

Terapia. Ano VII, n. 42, dez/jan, 2004.

64

APÊNDICE I

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

GRUPO DE PACIENTES COM VESTIBULOPATIA CRÔNICA

Pesquisa: Motricidade em idosos com vestibulopatia crônica.

Essas informações estão sendo fornecidas para sua participação voluntária

nessa pesquisa, que tem como objetivo avaliar a motricidade por meio de testes

funcionais que identifica os problemas estabelecidos pela idade, diferencia os

diversos tipos de dificuldades e avalia os progressos do idoso, em pacientes com

Vestibulopatia Crônica e em indivíduos Saudáveis.

Após obtenção do diagnóstico de Disfunção vestibular, no Laboratório de

Reabilitação do Equilíbrio Corporal e Inclusão Social da UNIBAN, o(a) senhor(a)

será encaminhado(a) para investigação terapêutica por meio do exame motor, a

qual será composto por:

- análise dos dados clínicos nos prontuários dos pacientes e os dados físicos

através da ficha de avaliação fisioterapêutica do setor, que compreende perguntas

relacionadas à disfunção vestibular, alteração do equilíbrio corporal, dificuldade para

realizar atividades do dia-a-dia, medicamentos em uso, histórico de queda, e rastreio

da função motora por meio de testes sobre a motricidade fina e global, equilíbrio,

imitação de posturas e rapidez e orientação de tempo e espaço. (vide o protocolo de

pesquisa em anexo).

- avaliação da função motora terá a duração de aproximadamente 45 minutos.

O(a) senhor(a) poderá determinar quantos intervalos serão necessários para

descanso entre cada teste. E os testes não são invasivos e não oferecem riscos à

sua integridade física.

O risco de uma eventual queda durante os exames é mínimo, uma vez que

sua segurança estará sendo garantida pela presença de dois fisioterapeutas no

momento dos testes.

A principal investigadora é LIDIA CAROLINA NOGUEIRA ORIOLO,

(Fisioterapeuta - CREFITO 4/39555-F), que pode ser encontrada no Laboratório

de Reabilitação do Equilíbrio Corporal e Inclusão Social da UNIBAN, na Rua

65 Maria Cândida, 1813, Vila Guilherme, telefone (11) 2967 9015. Se o(a) senhor(a)

tiver alguma consideração ou dúvida sobre a ética da pesquisa, entre em contato

com o Comitê de Ética em Pesquisa (Av. Braz Leme, 3029 – Santana, São Paulo;

tel.: (11) 2972-9000).

É garantida a liberdade da retirada do consentimento a qualquer momento,

deixando de participar do estudo, sem qualquer prejuízo à continuidade de seu

tratamento rotineiro na instituição.

A participação à pesquisa trará como benefício à possibilidade de ser

incluído(a), gratuitamente, para tratamento de possíveis distúrbios de equilíbrio

no Setor de Reabilitação do Equilíbrio Corporal e Inclusão Social da UNIBAN,

caso tenha interesse e disponibilidade.

Despesas e compensações: não há despesas pessoais para o participante,

incluindo exames e consultas. Também não há compensação financeira

relacionada à sua participação. As despesas com transporte são de

responsabilidade do paciente. Se existir qualquer despesa adicional, ela será

absorvida pelo orçamento da pesquisa.

Direito de Confidencialidade: as informações obtidas serão analisadas em

conjunto com outros pacientes, não sendo divulgada a identificação de nenhum

paciente. O nome do(a) senhor(a) será mantido em sigilo.

Direito de ser mantido atualizado sobre os resultados parciais da pesquisa,

quando em estudos abertos ou de resultados que sejam do conhecimento dos

pesquisadores.

Em caso de dano pessoal, diretamente causado pelos procedimentos neste

estudo (nexo causal comprovado), o participante tem direito a tratamento médico

na instituição, bem como às indenizações legalmente estabelecidas.

A pesquisadora compromete-se a utilizar os dados e o material coletado

somente para pesquisa.

Acredito ter sido suficientemente esclarecido(a) a respeito das informações

que li ou foram lidas e apresentadas para mim, descrevendo o estudo intitulado “

Motricidade em idosos com Vestibulopatia Crônica”.

Eu discuti com a Fisioterapeuta LIDIA CAROLINA NOGUEIRA ORIOLO

sobre a minha decisão em participar nesse estudo. O protocolo de pesquisa e os

exames que serão aplicados nesse estudo foram lidos e esclarecidos para mim.

66 Ficaram claros para mim quais são os propósitos do estudo, os procedimentos a

serem realizados, seus desconfortos e riscos, as garantias de confidencialidade e

de esclarecimentos permanentes. Ficou claro também que minha participação é

isenta de despesas e que tenho garantia de acesso a tratamento hospitalar

quando necessário.

Concordo voluntariamente em participar desse estudo e poderei retirar o

meu consentimento a qualquer momento, antes ou durante o mesmo, sem

penalidades ou prejuízo ou perda de qualquer benefício que eu possa ter

adquirido, ou no meu atendimento nesse serviço.

______________________________________

assinatura do participante / representante legal

Data ____/____/____

RG nº:

_______________________________________

assinatura da testemunha

Data ___/____/____

RG nº:

SOMENTE PARA O RESPONSÁVEL PELO PROJETO

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntária o Consentimento Livre

e Esclarecido deste paciente ou seu representante legal como condição para a

participação nesse estudo.

______________________________________

Data ____ / ____ / ____

Lidia Carolina Nogueira Oriolo

RG nº 6.557.588 SSP/MG

67

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

GRUPO DE INDIVÍDUOS SAUDÁVEIS (GRUPO CONTROLE)

Pesquisa: Motricidade em idosos com Vestibulopatia Crônica.

Essas informações estão sendo fornecidas para sua participação voluntária

nessa pesquisa, que tem como objetivo avaliar a motricidade por meio de testes

funcionais que identifica os problemas estabelecidos pela idade, diferencia os

diversos tipos de dificuldades e avalia os progressos do idoso, em pacientes com

Disfunção Vestibular e em indivíduos Saudáveis.

Os idosos convidados para essa pesquisa serão idosos com ausência de

sintomas vestibulares e/ou desequilíbrio corporal, sem queixas auditivas moderada a

severa, sem queixas otoneurológicas (zumbido, vertigem, sensação de pressão no

ouvido, perda de audição intensa, oscilopsia), sem antecedentes pessoais de

doenças vestibulares, sem histórico de quedas com lesão grave nos últimos seis

meses e que apresentarem dificuldade em no máximo três (3) atividades de vida

diária e sem alterações cognitivas, através de palestras no centro de convivência

para idosos da cidade de São Paulo e de Pouso Alegre, MG.

A avaliação da função motora será realizada no Ambulatório de

Fisioterapia da UNIVAS, MG e será composta por:

- entrevista direta com perguntas relacionadas ao equilíbrio corporal, histórico

de queda, rastreio das dificuldades de vida diária composta por 15 atividades do dia-

a-dia como levantar e deitar, tomar banho, tomar banho, vestir e subir escadas, e

rastreio da função cognitiva por meio de um teste que compreende 30 questões

sobre orientação de tempo e espaço, memória, cálculo e linguagem (vide o protocolo

de pesquisa em anexo).

- avaliação da função motora por meio de testes sobre a motricidade fina

(construir uma torre, enfiar a linha na agulha) e motricidade global (saltar no mesmo

lugar, no ar, caminhar em linha reta), imitação de posturas e rapidez, equilíbrio e

orientação de tempo e espaço (vide o protocolo de pesquisa em anexo).

A avaliação da função motora terá a duração de aproximadamente 45

minutos. O(a) senhor(a) poderá determinar quantos intervalos serão necessários

68 para descanso entre cada teste. E os testes não são invasivos e não oferecem

riscos à sua integridade física.

O risco de uma eventual queda durante os exames é mínimo, uma vez que

sua segurança estará sendo garantida pela presença de dois fisioterapeutas no

momento dos testes.

A principal investigadora é LIDIA CAROLINA NOGUEIRA ORIOLO,

(Fisioterapeuta - CREFITO 4/39555-F), que pode ser encontrada no Laboratório

de Fisioterapia da UNIVAS, na Avenida Coronel Alfredo Custódio de Paula, 320,

medicina, telefone (35) 3449-2321. Se o(a) senhor(a) tiver alguma consideração

ou dúvida sobre a ética da pesquisa, entre em contato com o Comitê de Ética em

Pesquisa (Av. Braz Leme, 3029 – Santana, São Paulo; tel.: (11) 2972-9000).

É garantida a liberdade da retirada do consentimento a qualquer momento,

deixando de participar do estudo, sem qualquer prejuízo à continuidade de seu

tratamento rotineiro na instituição.

A participação à pesquisa trará como benefício à possibilidade de ser

incluído(a), gratuitamente, para tratamento de possíveis distúrbios de equilíbrio

no Setor de Reabilitação do Equilíbrio Corporal e Inclusão Social da UNIBAN,

caso tenha interesse e disponibilidade.

Despesas e compensações: não há despesas pessoais para o participante,

incluindo exames e consultas. Também não há compensação financeira

relacionada à sua participação. As despesas com transporte são de

responsabilidade do paciente. Se existir qualquer despesa adicional, ela será

absorvida pelo orçamento da pesquisa.

Direito de Confidencialidade: as informações obtidas serão analisadas em

conjunto com outros pacientes, não sendo divulgada a identificação de nenhum

paciente. O nome do(a) senhor(a) será mantido em sigilo.

Direito de ser mantido atualizado sobre os resultados parciais da pesquisa,

quando em estudos abertos ou de resultados que sejam do conhecimento dos

pesquisadores.

Em caso de dano pessoal, diretamente causado pelos procedimentos neste

estudo (nexo causal comprovado), o participante tem direito a tratamento médico

na instituição, bem como às indenizações legalmente estabelecidas.

A pesquisadora compromete-se a utilizar os dados e o material coletado

somente para pesquisa.

69

Acredito ter sido suficientemente esclarecido(a) a respeito das informações

que li ou foram lidas e apresentadas para mim, descrevendo o estudo intitulado

“Motricidade em idosos com Vestibulopatia Crônica”.

Eu discuti com a Fisioterapeuta LIDIA CAROLINA NOGUEIRA ORIOLO

sobre a minha decisão em participar nesse estudo. O protocolo de pesquisa e os

exames que serão aplicados nesse estudo foram lidos e esclarecidos para mim.

Ficaram claros para mim quais são os propósitos do estudo, os procedimentos a

serem realizados, seus desconfortos e riscos, as garantias de confidencialidade e

de esclarecimentos permanentes. Ficou claro também que minha participação é

isenta de despesas e que tenho garantia de acesso a tratamento hospitalar

quando necessário.

Concordo voluntariamente em participar desse estudo e poderei retirar o

meu consentimento a qualquer momento, antes ou durante o mesmo, sem

penalidades ou prejuízo ou perda de qualquer benefício que eu possa ter

adquirido, ou no meu atendimento nesse serviço.

______________________________________

assinatura do participante / representante legal

Data ____/____/____

RG nº:

_______________________________________

assinatura da testemunha

Data ____/____/____

RG nº:

SOMENTE PARA O RESPONSÁVEL PELO PROJETO

70

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntária o Consentimento Livre

e Esclarecido deste paciente ou seu representante legal como condição para a

participação nesse estudo.

______________________________________

Data ____ / ____ / ____

Lidia Carolina Nogueira Oriolo

RG nº 6.557.588 SSP/MG

71

ANEXO I

PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA E PESQUISA DA UNIBAN

72

ANEXO II

FICHA DE AVALIAÇÃO DA FISIOTERAPIA

Avaliação Fisioterapêutica do Equilíbrio Corporal

Protocolo de Pesquisa

Identificação:

Nome:

Data de Nascimento: Idade:

Pesquisador responsável:

Docente responsável:

Telefone:

Data de avaliação:

ANAMNESE E EXAME FÍSICO

1. Condição Sóciodemográfica

a. Gênero: ( ) Masculino ( ) Feminino

b. Faixa Etária:

( ) 60-64 anos ( ) 65-69 anos ( ) 70 a 74 ( ) 75-79 ( ) 80 ou mais

c. Escolaridade:

( ) Ensino Fundamental ( ) Ensino Médio ( ) Ensino Superior ( ) Analfabeto

2. Queixa Principal

3. Aspectos Clínicos

a. IMC: Peso: ______kg Altura: _____cm

b. PA: Decúbito Dorsal: Ortostatismo:

c. ( ) Uso de Lentes Corretivas

d. ( ) Audição Normal ( ) Hipoacusia ( ) Uso de Aparelho Auditivo

e. ( ) Alterações Metabólicas

73 f. ( ) Hipertensão () Hipotensão Postural

g. ( ) Doença Osteomuscular

h. ( ) Doença do Aparelho Circulatório

i. ( ) Doença do Aparelho Respiratório

j. ( ) Doença do Aparelho Digestivo

k. ( ) Doença do Sistema Nervoso

l. ( ) Doença do Olho e anexos

m. ( ) Transtornos Mentais

n. ( ) Neoplasias

o. ( ) Uso de órtese

p. ( ) Deambulação Independente

q. Outros dados:

r. Percepção Subjetiva da Visão: Péssima ou Ruim ( ) b. Boa ( ) c. Excelente ( )

4. Medicamentos

4.1 Medicamentos em uso

5. Disfunção vestibular

5.1 Diagnóstico / Ano

5.2 Sintomas relacionados À disfunção vestibular (presente ou ausente e Fator desencadeante)

a. ( ) Tontura:

b. ( ) Cinetose:

c. ( ) Cefaléia:

d. ( ) Sensação de desmaio iminente:

e. ( ) Instabilidade postural:

f. ( ) Ansiedade:

g. ( ) Náusea:

h. ( ) Vômito:

74 i. ( ) Escurecimento da visão:

j. ( ) Distúrbio do sono:

k. ( ) Zumbido:

l. ( ) Perda auditiva:

m. ( ) Sensação de pressão no ouvido:

n. ( ) Quedas:

o. ( ) Distúrbio da memória e da concentração:

p. ( ) Hipersensibilidade a sons

q. ( ) Sudorese / palidez / taquicardia

r. ( ) Oscilopsia

5.3 Caracterização da tontura

a. Tempo de início da tontura:

( ) de 3 a 6 meses ( ) de 7 a 11 meses

( ) de 1 a 2 anos ( ) de 3 a 4 anos ( ) mais de 5 anos

b. Tipo de Tontura:

( ) Tontura rotatória

( ) Tontura não rotatória ( ) Ambas

c. Tipo da tontura rotatória:

( ) Subjetiva ( ) Objetiva

( ) Ambas ( ) Não afere

d. Duração da tontura:

( ) Dias ( ) Horas ( ) Minutos ( ) Segundos

e. Periodicidade da tontura:

( ) Esporádica ( ) Mensal

( ) Semanal ( ) Diária

75 f. Escala Visual Analógica:

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

g. Posições ou Atividades relacionadas à Tontura

( ) Levantando da posição deitada ( ) Virando a cabeça ( ) Virando o corpo a partir da posição sentada ou em pé ( ) Levantando da posição sentada

( ) Andando ( ) Quando ansioso ( ) Cabeça em posição específica

( ) Sentado parado ( ) Mudando de posição na cama ( ) Durante exercício ( ) Deitado de um lado

5.4 Caracterização da Queda

a. Queda nos últimos seis meses: ( ) Nenhuma ( ) uma ( ) duas ou mais

b. Medo de queda: ( ) Sim ( ) Não

c. Se queda houve restrição das atividades: ( ) Sim ( ) Não

d. Quais atividades? ( ) Atividade Física ( ) Atividade Instrumental ( ) Ambas

e. Direção da Queda:

( ) Anterior

( ) Lateral esquerda

( ) Não sabe relatar

( ) Lateral direita

( ) Retropulsão

6. Atividade Física

f. Realiza alguma modalidade esportiva: ( ) Não ( ) Sim

g. Freqüência / Semana:

h. Modalidade:

i. Dificuldade:

7. Marcha (velocidade, desvio, base de sustentação, Time up go test)

8. Teste de MMII / Teste de Fukuda

76

Teste Clínico de Interação Sensorial

Clinical Test of Sensory Interation and Balance (Shumway-Cook & Horak, 1986)

Condição 1 Condição 2 Condição 3 Condição 4 Condição 5 Condição 6

OA/SF OF/SF CV/SF OA/SI OF/SI CV/SI

Descalço/

Pés unidos

30 segundos

T= T= T= T= T= T=

N ( ) N ( ) N ( ) N ( ) N ( ) N ( )

A ( ) A ( ) A ( ) A ( ) A ( ) A ( )

Observações:

Escala de Equilíbrio Berg

Berg Balance Scale – BBS (Berg et al, 1989; Miyamoto et al, 2004)

DESCRIÇÃO DOS ITENS Pontuação (0-4) Total:

1. Sentado para em pé ________

2. Em pé sem apoio ________

3. Sentado sem apoio ________

4. Em pé para sentado ________

5. Transferências ________

6. Em pé com os olhos fechados ________

7. Em pé com os pés juntos ________

8. Reclinar à frente com os braços estendidos ________

9. Apanhar objeto do chão ________

10. Virando-se para olhar para trás ________

11. Girando 360 graus ________

12. Colocar os pés alternadamente sobre um banco ________

13. Em pé com um pé em frente ao outro ________

14. Em pé apoiado em um dos pés ________

1. SENTADO PARA EM PÉ INSTRUÇÕES: Por favor, fique de pé. Tente não usar suas mãos como suporte. ( ) 4 capaz de permanecer em pé sem o auxílio das mãos e estabilizar de maneira independente

( ) 3 capaz de permanecer em pé independentemente usando as mãos

77 ( ) 2 capaz de permanecer em pé usando as mão após várias tentativas ( ) 1 necessidade de ajuda mínima para ficar em pé ou estabilizar ( ) 0 necessidade de moderada ou máxima assistência para permanecer em pé

2. EM PÉ SEM APOIO INSTRUÇÕES: Por favor, fique de pé por dois minutos sem se segurar em nada. Se o sujeito é capaz de permanecer em pé por 2 minutos sem apoio, marque pontuação máxima na situação sentada sem suporte.

Siga diretamente para o item 4. ( ) 4 capaz de permanecer em pé com segurança por 2 minutos ( ) 3 capaz de permanecer em pé durante 2 minutos com supervisão ( ) 2 capaz de permanecer em pé durante 30 segundos sem suporte

( ) 1 necessidade de várias tentativas para permanecer 30 segundos sem suporte ( ) 0 incapaz de permanecer em pé por 30 segundos sem assistência

3. SENTADO SEM SUPORTE PARA AS COSTAS, MAS COM OS PÉS APOIADOS SOBRE O CHÃO OU SOBRE UM BANCO INSTRUÇÕES: Por favor, sente-se com os braços cruzados durante 2 minutos. ( ) 4 capaz de sentar com segurança por 2 minutos

( ) 3 capaz de sentar com por 2 minutos sob supervisão ( ) 2 capaz de sentar durante 30 segundos ( ) 1 capaz de sentar durante 10 segundos ( ) 0 incapaz de sentar sem suporte durante 10 segundos

4. EM PÉ PARA SENTADO INSTRUÇÕES: Por favor, sente-se.

( ) 4 senta com segurança com o mínimo uso das mão ( ) 3 controla descida util izando as mãos ( ) 2 apóia a parte posterior das pernas na cadeira para controlar a descida ( ) 1 senta independentemente mas apresenta descida descontrolada

( ) 0 necessita de ajuda para sentar 5. TRANSFERÊNCIAS INSTRUÇÕES: Pedir ao sujeito para passar de uma cadeira com descanso de braços para outra sem descanso de

braços (ou uma cama) ( ) 4 capaz de passar com segurança com o mínimo uso das mãos ( ) 3 capaz de passar com segurança com uso das mãos evidente

( ) 2 capaz de passar com pistas verbais e/ou supervisão ( ) 1 necessidade de assistência de uma pessoa ( ) 0 necessidade de assistência de duas pessoas ou supervisão para segurança

6. EM PÉ SEM SUPORTE COM OLHOS FECHADOS INSTRUÇÕES: Por favor, feche os olhos e permaneça parado por 10 segundos ( ) 4 capaz de permanecer em pé com segurança por 10 segundos

( ) 3 capaz de permanecer em pé com segurança por 10 segundos com supervisão ( ) 2 capaz de permanecer em pé durante 3 segundos ( ) 1 incapaz de manter os olhos fechados por 3 segundos mas permanecer em pé ( ) 0 necessidade de ajuda para evitar queda

7. EM PÉ SEM SUPORTE COM OS PÉS JUNTOS INSTRUÇÕES: Por favor, mantenha os pés juntos e permaneça em pé sem se segurar ( ) 4 capaz de permanecer em pé com os pés juntos independentemente com segurança por 1 minuto

( ) 3 capaz de permanecer em pé com os pés juntos independentemente com segurança por 1 minuto, com supervisão ( ) 2 capaz de permanecer em pé com os pés juntos independentemente e se manter por 30 segundos

( ) 1 necessidade de ajuda para manter a posição mas capaz de ficar em pé por 15 segundos com os pés juntos ( ) 0 necessidade de ajuda para manter a posição mas incapaz de se manter por 15 segundos

78

8. ALCANCE A FRENTE COM OS BRAÇOS EXTENDIDOS PERMANECENDO EM PÉ

INSTRUÇÕES: Mantenha os braços estendidos a 90 graus. Estenda os dedos e tente alcançar a maior di stância

possível. (o examinador coloca uma régua no final dos dedos quando os braços estão a 90 graus. Os dedos não devem tocar a régua enquanto executam a tarefa. A medida registrada é a distância que os dedos conseguem alcançar enquanto o sujeito está na máxima inclinação para frente possível. Se possível, pedir ao sujeito que

execute a tarefa com os dois braços para evitar rotação do tronco.) ( ) 4 capaz de alcançar com confiabilidade acima de 25cm (10 polegadas) ( ) 3 capaz de alcançar acima de 12,5cm (5 polegadas) ( ) 2 capaz de alcançar acima de 5cm (2 polegadas)

( ) 1 capaz de alcançar mas com necessidade de supervisão ( ) 0 perda de equilíbrio durante as tentativas / necessidade de suporte externo

9. APANHAR UM OBJETO DO CHÃO A PARTIR DA POSIÇÃO EM PÉ INSTRUÇÕES: Pegar um sapato/chinelo localizado a frente de seus pés ( ) 4 capaz de apanhar o chinelo facilmente e com segurança ( ) 3 capaz de apanhar o chinelo mas necessita supervisão

( ) 2 incapaz de apanhar o chinelo mas alcança 2-5cm (1-2 polegadas) do chinelo e manter o equilíbrio de maneira independente ( ) 1 incapaz de apanhar e necessita supervisão enquanto tenta ( ) 0 incapaz de tentar / necessita assistência para evitar perda de equilíbrio ou queda

10. EM PÉ, VIRAR E OLHAR PARA TRÁS SOBRE OS OMBROS DIREITO E ESQUERDO INSTRUÇÕES: Virar e olhar para trás sobre o ombro esquerdo. Repetir para o direito. O examinador pode pegar

um objeto para olhar e colocá-lo atrás do sujeito para encorajá-lo a realizar o giro. ( ) 4 olha para trás por ambos os lados com mudança de peso adequada ( ) 3 olha para trás por ambos por apenas um dos lados, o outro lado mostra menor mudança de peso ( ) 2 apenas vira para os dois lados mas mantém o equilíbrio

( ) 1 necessita de supervisão ao virar ( ) 0 necessita assistência para evitar perda de equilíbrio ou queda 11. VIRAR EM 360 GRAUS

INSTRUÇÕES: Virar completamente fazendo um círculo completo. Pausa. Fazer o mesmo na outra direção ( ) 4 capaz de virar 360 graus com segurança em 4 s egundos ou menos ( ) 3 capaz de virar 360 graus com segurança para apenas um lado em 4 segundos ou menos

( ) 2 capaz de virar 360 graus com segurança mas lentamente ( ) 1 necessita de supervisão ou orientação verbal ( ) 0 necessita de assistência enquanto vira

12. COLOCAR PÉS ALTERNADOS SOBRE DEDGRAU OU BANCO PERMANECENDO EM PÉ E SEM APOIO INSTRUÇÕES: Colocar cada pé alternadamente sobre o degrau/banco. Continuar até cada pé ter tocado o degrau/banco quatro vezes.

( ) 4 capaz de ficar em pé independentemente e com segurança e completar 8 passos em 20 segundos ( ) 3 capaz de ficar em pé independentemente e completar 8 passos em mais de 20 segundos ( ) 2 capaz de completar 4 passos sem ajuda mas com supervisão ( ) 1 capaz de completar mais de 2 passos necessitando de mínima assistência

( ) 0 necessita de assistência para prevenir queda / incapaz de tentar 13. PERMANECER EM PÉ SEM APOIO COM OUTRO PÉ A FRENTE INSTRUÇÕES: (DEMOSTRAR PARA O SUJEITO) Colocar um pé diretamente em frente do outr o. Se você perceber

que não pode colocar o pé diretamente na frente, tente dar um passo largo o suficiente para que o calcanhar de seu pé permaneça a frente do dedo de seu outro pé. (Para obter 3 pontos, o comprimento do passo poderá exceder o comprimento do outro pé e a largura da base de apoio pode se aproximar da posição normal de

passo do sujeito). ( ) 4 capaz de posicionar o pé independentemente e manter por 30 segundos ( ) 3 capaz de posicionar o pé para frente do outro independentemente e manter por 30 segundos

79 ( ) 2 capaz de dar um pequeno passo independentemente e manter por 30 segundos ( ) 1 necessidade de ajuda para dar o passo mas pode manter por 15 segundos ( ) 0 perda de equilíbrio enquanto dá o passo ou enquanto fica de pé

14. PERMANECER EM PÉ APOIADO EM UMA PERNA INSTRUÇÕES: Permaneça apoiado em uma perna o quanto você puder sem se apoiar ( ) 4 capaz de levantar a perna independentemente e manter por mais de 10 segundos

( ) 3 capaz de levantar a perna independentemente e manter entre 5 e 10 segundos ( ) 2 capaz de levantar a perna independentemente e manter por 3 segundos ou mais ( ) 1 tenta levantar a perna e é incapaz de manter 3 segundos, mas permanece em pé independentemente ( ) 0 incapaz de tentar ou precisa de assistência para evitar queda

80

ANEXO III

Mini-Exame do Estado Mental – MEEM (BERTOLUCCI et al., 1994)

ORIENTAÇÃO NO TEMPO

Em que ano nós estamos? Em que estação do ano nós estamos? Em que mês nós estamos? Em que dia da semana nós

estamos? Em que dia do mês nós estamos?

ORIENTAÇÃO NO ESPAÇO

Em que Estado nós estamos? Em que cidade nós estamos? Em que bairro nós estamos? O que é este prédio em que

estamos?

Em que andar nós estamos?

REGISTRO

Agora, preste atenção. Eu vou dizer três palavras e o(a) Sr(a) vai repeti-las quando eu terminar. Certo? As palavras são:

CARRO [pausa], VASO [pausa], BOLA [pausa]. Agora, repita as palavras para mim. [Permita cinco tentativas, mas pontue

apenas a primeira]

ATENÇÃO E CÁLCULO [Série de 7]

Agora eu gostaria que o(a) Sr(a) subtraísse 7 de 100 e do resultado subtraísse 7. Então, continue subtraindo 7 de cada

resposta até eu mandar parar. Entendeu? [pausa] Vamos começar: quanto é 100 menos 7? [Dê um ponto para cada acerto]

Se não atingir o escore máximo, peça: Soletre a palavra MUNDO. Corrija os erros de soletração e então peça: Agora,

soletre a palavra MUNDO de trás para frente. [Dê um ponto para cada letra na posição correta. Considere o maior

resultado]

MEMÓRIA DE EVOCAÇÃO

Peça: Quais são as três palavras que eu pedi que o Sr(a) memorizasse? [Não forneça pistas]

LINGUAGEM

[Aponte o lápis e o relógio e pergunte]: O que é isto? (lápis) O que é isto? (relógio)

Agora eu vou pedir para o Sr(a) repetir o que eu vou dizer. Certo? Então repita: “NEM AQUI, NEM ALI, NEM LÁ”.

Agora ouça com atenção porque eu vou pedir para o Sr(a) fazer uma tarefa: [pausa] Pegue este papel com a mão direita

[pausa], com as duas mãos dobre-o ao meio uma vez [pausa] e em seguida jogue-o no chão.

Por favor, leia isto e faça o que está escrito no papel. Mostre ao examinado a folha com o comando: FECHE OS OLHOS

Peça: Por favor, escreva uma sentença. Se o paciente não responder, peça: Escreva sobre o tempo. [Coloque na frente do

paciente um pedaço de papel em branco e lápis ou caneta]

Peça: Por favor, copie este desenho. [Apresente a folha com os pentágonos que se intersecionam]

81

ANEXO IV

Escala Motora para Terceira Idade – EMTI

Motricidade Fina Nível 2 : Construir uma torre

Com 12 cubos desordenados, o examinador forma uma torre com quatro deles

e solicita ao idoso que faça o mesmo, que deverá utilizar quatro ou mais cubos

conforme solicitado.

Comando: “Faça uma ponte igual” (não desmontar o modelo)

Nível 3: Construir uma ponte

Com 12 cubos desordenados, o examinador forma uma ponte com três deles e

solicita ao idoso que faça igual mesmo que não esteja bem equilibrado.

Comando: “Faça algo semelhante” (não desmontar o modelo)

Nível 4: Colocar a linha na agulha

Com uma linha nº 60 (15 cm) e agulha de costura (1 cm x 1 cm)

inicialmente mantenha as mãos separadas a 10 cm e a linha a 2 cm dos

dedos e após passe a linha na agulha. O tempo total de 9 segundos e pode ser

realizado por até 2 vezes.

Nível 5: Fazer um nó

Com um cordão de sapato de 45 cm o examinador faz um nó simples em um

lápis comum e solicita que o idoso faça sobre seu dedo e que não deva

desmanchar.

Comando: “Presta atenção no que faço” – “Com este cordão, faça um nó em meu

dedo como fiz no lápis”.

Nível 6: Traçar o labirinto

Sentado e sobre a mesa um lápis e uma folha contendo dois labirintos. O idoso

deve traçar uma linha da entrada até a saída do labirinto e imediatamente iniciar o

próximo. Após 30 segundos de repouso, repetir o exercício com a outra mão.

Tentativas: Duas vezes para cada mão.

Erros: Ultrapassar o labirinto mais de duas vezes com a mão dominante;

Ultrapassar o labirinto mais de três vezes com a mão não-dominante;

Ultrapassar o tempo máximo;

Levantar mais de uma vez o lápis do papel.

82

Duração: Um (1) minuto e vinte (20) segundos com mão dominante;

Um (1) minuto e vinte e cinco (25) segundos com a mão não-dominante.

Nível 7: Fazer bolinhas de papel

Com um papel de seda (5 cm x 5 cm) o idoso deve fazer uma bolinha

compacta com uma das mãos em pronação e após 15 segundos deve fazer o

mesmo com a outra mão. O examinador deve observar movimentos involuntários.

Tentativas: Duas vezes cada mão

Erros: Ultrapassar 15 segundos com a mão dominante;

Ultrapassar 20 segundos com a mão não-dominante;

Bolinha pouco compacta.

Nível 8: Tocar a ponta dos dedos com o polegar

Com a ponta do polegar tocar os dedos da mão com a máxima velocidade.

Tocar um a um, iniciando pelo dedo mínimo até o polegar e retornar respeitando a

sequência. Realizar com a outra mão.

Tentativas: Duas vezes cada mão

Erros: Tocar varias vezes o mesmo dedo;

Tocar dois dedos ao mesmo tempo;

Esquecer de um dedo;

Ultrapassar o tempo máximo.

Nível 9: Lançar uma bola

Acertar o alvo (20x20cm) posicionado na altura do peito na distância de 1,50m

com uma bola (6cm diâmetro). O braço deve estar flexionado, mão próxima do

ombro e pés juntos.

Tentativas: três vezes cada mão

Erros: Deslocar bruscamente o braço;

Não fixar cotovelo no corpo;

Acertar menos de duas vezes com a mão dominante;

Acertar menos de uma vez com a mão não-dominante.

Nível 10: Fazer círculo com o polegar

O polegar esquerdo sobre o índice direito e o contrário. Desenhar uma

circunferência sem perder o contato. Realizar dez movimentos sucessivos com a

máxima velocidade em dez (10) segundos. Após realizar com os olhos fechados.

Tentativas: Três vezes.

83 Erros: Mal executado;

Menos de dez círculos;

Executado apenas com os olhos abertos.

Nível 11: Agarrar uma bola

Pegar uma bola (6cm de diâmetro) lançar a 3 metros de distância com uma

mão. O idoso deve manter o braço relaxado ao longo do corpo até ser solicitado

“agarre”. Repetir com a outra mão após trinta (30) segundos.

Tentativas: Cinco vezes cada mão.

Erros: Menos de três vezes com a mão dominante;

Menos de duas vezes com a mão não-dominante.

Coordenação Global

Nível 2: Subir sobre um banco

Subir, com apoio sobre um banco (15cm altura) posicionado próximo da parede

e descer.

Nível 3: Saltar sobre uma corda

Saltar por cima de uma corda sobre o solo com os pés unidos, pernas

flexionadas e sem impulso.

Tentativas: Três vezes

Erros: Menos de dois acertos;

Pés separados;

Perder equilíbrio e cair.

Nível 4: Saltar no mesmo lugar

Saltar sete ou oito vezes seguidas no mesmo lugar com as pernas levemente

fletidas.

Tentativas: Duas vezes.

Erros: Movimentos não simultâneos das pernas;

Cair sobre os calcanhares.

Nível 5: Saltar uma altura de 20cm

Saltar com os pés unidos e sem impulso sobre uma fita elástica fixada à 20cm

de altura pelas extremidades.

Tentativas: Três vezes.

Erros: Menos de dois acertos;

Tocar no elástico;

84 Cair mesmo não tocando no elástico;

Tocar as mãos no chão.

Nível 6: Caminhar em linha reta

Caminhar com os olhos abertos sobre uma linha reta alternando os pés.

Tentativas: Três vezes.

Erros: Afastar-se das linhas;

Balancear;

Afastar os pés.

Nível 7: “Pé manco”

Com apoio unipodal e olhos abertos saltar por um percurso de cinco (5) metros

traçados no chão. A perna sem apoio deve manter-se flexionada à 90º (graus) e os

braços relaxados ao longo do corpo. Após trinta (30) segundos de descanso repeti r

com o outro membro.

Tentativas: Duas vezes cada perna.

Erros: Distanciar mais de 50cm da linha;

Tocar o chão com a perna suspensa;

Balançar os braços.

Nível 8: Saltar uma altura de 40cm

Saltar com os pés unidos e sem impulso sobre uma fita elástica fixada à 40cm

de altura pelas extremidades.

Tentativas: Três vezes.

Erros: Menos de dois acertos;

Tocar no elástico;

Cair mesmo não tocando no elástico;

Tocar as mãos no chão.

Nível 9: Saltar no ar

Saltar flexionando os joelhos para alcançar os calcanhares com as mãos

Tentativas: Três vezes.

Erros: Não tocar calcanhares.

Nível 10: “Pé manco” com uma caixa de fósforo

Com apoio unipodal e olhos abertos saltar por um percurso de cinco (5) metros

traçados no chão impulsionando uma caixa de fósforo situado a 25cm do pé. A

perna sem apoio deve manter-se flexionada à 90º (graus) e os braços relaxados ao

longo do corpo.

85 Tentativas: Três vezes.

Erros: Tocar com outro pé no chão;

Movimentos bruscos com as mãos;

Falhar no deslocamento da caixa.

Nível 11: Saltar sobre uma cadeira

Saltar sobre uma cadeira de 45 a 50cm sobre uma distancia de 10cm. A

cadeira deve estar sustentada pelo examinador.

Tentativas: Três vezes.

Erros: Perder equilíbrio e cair;

Agarrar na cadeira.

Equilíbrio

Nível 2: Equilíbrio estático- Equilibrar sobre um banco

Permanecer imóvel com os pés unidos e braços ao longo do corpo sobre um

banco (15cm altura) por dez (10) segundos.

Erros: Deslocar os pés;

Mover os braços.

Nível 3: Equilibrar sobre um joelho

Pés unidos, apoiar com um dos pés no joelho oposto com os braços ao longo

do corpo enquanto o outro pé permanece imóvel. O idoso deve manter-se nesta

posição com o tronco ereto e após vinte (20) segundos de descanso repetir com o

outro membro.

Tentativas: Duas vezes cada membro.

Erros: Tempo inferior a dez (10) segundos;

Deslizar braços, pé ou joelho;

Sentar-se sobre calcanhar.

Nível 4: Equilibrar com o tronco flexionado

Olhos abertos, pés unidos e mãos para trás, o idoso deve flexionar o tronco e

manter-se nesta posição.

Tentativas: Duas vezes.

Erros: Tempo inferior a dez (10) segundos;

Mover os pés;

Flexionar as pernas.

Nível 5: Equilibrar nas pontas do pé

86 Olhos abertos, braços ao longo do corpo, pés e pernas unidas, permanecer nas

pontas dos pés por dez (10) segundos.

Tentativas: Três vezes.

Nível 6: “Pé manco” estático

Manter apoio unipodal com os olhos abertos por dez (10) segundos. A perna

sem apoio deve manter-se flexionada à 90º (graus) e levemente abduzida e os

braços relaxados ao longo do corpo. Após trinta (30) segundos de descanso repetir

com o outro membro.

Tentativas: Três vezes cada perna.

Erros: Saltar e/ou elevar-se na ponta dos pés;

Tocar o chão com a perna suspensa;

baixar mais de três vezes a perna suspensa;

Balancear.

Nível 7: Fazer o quatro

Apoio unipodal por quinze (15) segundos com apoio do membro suspenso

sobre o joelho oposto e mãos fixadas nas coxas. Após trinta (30) segundos de

descanso realizar com o outro membro.

Tentativas: Duas vezes cada membro.

Erros: Deixar cair uma perna;

Perder o equilíbrio;

Elevar na ponta dos pés.

Nível 8: Equilibrar de cócoras

Permanecer por dez (10) segundos de cócoras com os olhos abertos, braços

abduzidos e estendidos e calcanhares e pés unidos.

Tentativas: Três vezes

Erros: Cair e/ou sentar-se sobre os calcanhares;

Tocar no chão com as mãos;

Deslizar-se e/ou abaixar os braços três vezes.

Nível 9: Equilibrar com o tronco fletido

Olhos abertos e mãos para trás, o idoso deve elevar-se nas pontas dos pés e

flexionar o tronco com as pernas eretas e manter-se nesta posição por dez (10)

segundos.

Tentativas: Duas vezes.

Erros: Mover os pés;

87 Flexionar as pernas mais de duas vezes;

Encostar os calcanhares no chão.

Nível 10: Equilibrar nas pontas dos pés com olhos fechados

Olhos fechados, braços ao longo do corpo, pés e pernas unidas, permanecer

nas pontas dos pés por quinze (15) segundos.

Tentativas: Três vezes.

Erros: Sair do lugar;

Encostar os calcanhares no chão;

Balançar o corpo.

Nível 11: “Pé manco” estático com os olhos fechados

Manter apoio unipodal com os olhos fechados por dez (10) segundos. A perna

sem apoio deve manter-se flexionada à 90º (graus) e levemente abduzida e os

braços relaxados ao longo do corpo. Após trinta (30) segundos de descanso repetir

com o outro membro.

Tentativas: Duas vezes cada membro.

Erros: Saltar e/ou mover;

Tocar o chão com a perna suspensa;

Baixar mais de três vezes a perna suspensa.

Esquema Corporal

Parte I – Imitação de Postura

1ª Etapa: Controle do próprio corpo (nível 2-5)

O idoso deve ficar de pé em frente com examinador para imitar seus

movimentos com as mãos e seu comando verbal. Antes de cada gesto as mãos são

colocadas em posição neutra.

Comando: “Faça como eu, com as mãos; olhe bem e repita o movimento”- “Vamos,

ânimo, faça como eu; preste atenção”.

Material: Quadro com itens e símbolos

Prova de imitação de gestos simples (movimentos das mãos) figura

Prova de imitação de gestos simples (movimentos dos braços) figura

Para pontuação destas duas provas relaciona-se a idade cronológica de acordo

com o número de acertos:

Idade cronológica Pontos

88

Nível 3 7-12 acertos

Nível 4 13-16 acertos

Nível 5 17-20 acertos

Parte II

2ª Etapa: Prova de Rapidez (nível 6-11)

Com uma folha de papel com 25 x 18 quadrados de 1 cm no sentido

longitudinal, lápis preto nº2 e cronometro mostre ao idoso e solicite que faça apenas

um risco em cada quadrado sem pular e o mais rápido possível, porque não pode

retornar. O idoso deve ser estimulado todo tempo e realizará a prova em um (1)

minuto.

Regras: Em casos de traços lentos e precisos ou geométricos, a prova deve ser

repetida explicando seus critérios;

Observar se o idoso apresenta dificuldades na coordenação motora,

instabilidade, ansiedade e sincinesias.

Comando: “Pegue o lápis. Vê estes qudrados? Vai fazer um risco em cada um, o

mais rápido que puder. Faça os riscos como desejar, mas apenas um risco em cada

quadrado. Preste muita atenção e não pule nenhum quadrado, porque não poderá

voltar atrás”.

Para pontuação desta prova relaciona-se o nível de acordo com o número de

traços:

Nível Nº de traços

6 57-73

7 74-90

8 91-99

9 100-106

10 107-114

11 115 ou mais

Organização Espacial

Para pontuação desta área será positivo os bons resultados, devendo ser

progredido e negativo os malsucedidos e deverá ser encerrado.

Nível 2: Tabuleiro / posição normal

89 Coloque o tabuleiro de frente para o idoso com as figuras geométricas de

posicionadas ao lado das perfurações e solicite ao idoso colocá-las nos seus

respectivos lugares.

Comando: “Agora coloque as peças nos buracos”.

Tentativas: Duas vezes

Nível 3: Tabuleiro / posição invertida

Coloque o tabuleiro de frente para o idoso com as figuras geométricas

desordenadas ao lado das perfurações, movimente o tabuleiro e o coloque sobre a

mesa, solicite ao idoso colocá-las nos seus respectivos lugares. Não há limite de

tempo para realização da prova.

Tentativas: Duas vezes

Nível 4: Prova dos palitos

Com dois palitos de diferentes comprimentos, com cinco (5) e seis (6) cm,

coloque-os paralelos sobre a mesa com uma distância de 2,5 cm. Peça ao idoso

identificar o maior e os posicione em três diferentes posições. Caso erre em uma das

tentativas, repita mais três posições. O resultado da prova é positivo quando acerta

três de três tentativas ou cinco de seis tentativas.

Comando: “Qual o palito mais longo? Coloque o dedo em cima do palito mais longo”.

Nível 5: Jogo de paciência

Coloque um retângulo de cartolina (14x10cm) no sentido longitudinal na frente

do idoso e mais próximo a ele duas metades de outro retângulo cortado na diagonal

e posicionado com suas hipotenusas para fora e separadas. Em seguida, solicite ao

idoso que una estes triângulos por três (3) vezes para formar o retângulo. A prova

deve ser realizada em um (1) minuto.

Comando: “Pegue estes triângulos e junte-os para formar algo parecido a este

retângulo”.

Tentativas: Duas vezes e cada tentativa não pode ultrapassar um (1) minuto.

Nível 6: Direita/ Esquerda – Reconhecimento de si mesmo

O examinador solicitará ao idoso três tarefas de identificação como, mostre sua

mão direita, seguida da esquerda e identifique seu olho direito. A prova é positiva

quando não há erros. O examinador não executa nenhum movimento, só o idoso.

Comando: “Mostre-me sua mão direita”...

Nível 7: Execução de movimentos

90 O examinador solicitará ao idoso que execute os movimentos na sequência

solicitada:

1- Mão direita na orelha esquerda- “Coloque a mão direita na orelha esquerda”...

2- Mão esquerda no olho direito

3- Mão direita no olho esquerdo

4- Mão esquerda na orelha direita

5- Mão direita no olho direito

6- Mão esquerda na orelha esquerda

A prova terá êxito em cinco acertos de seis movimentos.

Nível 8: Direita/ Esquerda – Reconhecimento sobre o outro

O examinador e o idoso em pé de frente um para o outro. O examinador

solicita para o idoso que identifique tocando sua mão direita, após a esquerda,

identifique em que mão está a bola. A prova terá êxito em três (3) acertos de três (3)

comandos.

Comando: “Toque minha mão direita”; “Toque minha mão esquerda”; “Em que mão

está a bola?”.

Nível 9: Reprodução de movimentos – representação humana

O examinador e o idoso de frente um para o outro. Será solicitado que imite o

movimento realizado sem movimentos de espelho. Quando o exercício não for

entendido deverá ser novamente explicado. A prova terá êxito em seis (6) acertos de

oito (8) comandos.

- Mão esquerda no olho direito

- Mão direita na orelha direita

- Mão direita no olho esquerdo

- Mão esquerda na orelha esquerda

- Mão direita o olho direito

- Mão esquerda na orelha direita

- Mão direita na orelha esquerda

- Mão esquerda no olho esquerdo

91 Comando: “Vou fazer alguns movimentos como levar a mão (direita ou esquerda)

até o olho ou orelha (direita ou esquerda) desta maneira” (demonstração rápida).

“Veja o que estou fazendo e faça o mesmo, e não realize movimentos de espelho”.

Nível 10: Reprodução de movimentos – figura esquematizada

O examinador e o idoso de frente um para o outro. Serão mostradas

algumas figuras e o idoso prestará atenção para depois representá-los. Os gestos

devem ser realizados com a mesma mão do boneco esquematizado. A prova terá

êxito em seis (6) acertos de oito (8) comandos.

- Mão esquerda no olho direito

- Mão direita na orelha direita

- Mão direita no olho esquerdo

- Mão esquerda na orelha esquerda

- Mão direita o olho direito

- Mão esquerda na orelha direita

- Mão direita na orelha esquerda

- Mão esquerda no olho esquerdo

Comando: “Você fará os mesmos gestos e com a mesma mão do boneco

esquematizado”.

Nível 11: Reconhecimento da posição relativa de três objetos

Sentados, frente a frente, o examinador fará algumas perguntas que deverão

ser respondidas rapidamente e com os braços cruzados. Sobre a mesa três cubos

na sequência azul, amarelo e vermelho. Sendo o ponto de referência o examinador.

A prova terá êxito em cinco (5) acertos de seis (6) comandos.

Organização Temporal

Parte I

Linguagem (nível 2-5)

Estruturas temporais de expressão de linguagem e a observação da

linguagem espontânea. Êxito em repetir ao menos uma frase sem erro.

Nível 2: Frases de duas palavras.

Nível 3: “Eu tenho um cachorro pequeno.”

“ Meu irmão é professor.”

Nível 4: “Vamos comprar pastéis para a Maria.”

92 “O João gosta de caminhar.”

Nível 5: “Paulo vai construir um castelo de areia.”

“Luis se diverte jogando futebol com seu amigo.”

Parte II

Estrutura Espaçotemporal (nível 6-11)

Para pontuação destas provas relaciona-se o nível de acordo com o número

de acertos (um ponto para cada golpe ou desenho):

Nível Pontos

6 6-13 acertos

7 14-18 acertos

8 19-23 aceertos

9 24-26 acertos

10 27-31 acertos

11 32-40 acertos

Deve-se anotar a mão utilizada, o sentido da circunferência e a compreensão

do simbolismo (com ou sem explicação).

Reprodução por meio de golpes – estruturas temporais

Sentados, frente a frente, ambos com um lápis na mão. O examinador irá

realizar alguns sons com golpes sem a visualização do idoso que deverá repeti-los.

Terão tempos longos e curtos. Os tempos são difíceis, portanto, o que importa é a

sequência correta.

Comando: “Você irá escutar diferentes sons, e com o lápis irá repeti-los. Escute com

atenção”.

Simbolização (desenho) de estruturas espaciais

Os círculos (3cm diâmetro) em um cartão representam as estruturas espaciais.

Solicitar ao idoso desenhar esferas sobre um papel conforme as figuras que serão

mostradas. Primeiro exemplifique e depois se inicia a prova. Deve ser desenhado o

mais rápido possível. Interromper quando o idoso falhar duas estruturas sucessivas.

Comando: “Agora você vai desenhar com um lápis no papel umas esferas, de

acordo com as figuras que irei mostrar. O mais rápido possível”.

Simbolização de estruturas temporais

93 - Leitura: Reprodução por meio de golpes

As estruturas temporais estão simbolizadas em círculos no cartão. Mostre-os

e solicite ao idoso que os represente em forma de golpes com o lápis. Parar quando

houver erro em duas estruturas sucessivas.

Comando: “Vamos fazer melhor. Vou mostrar novamente as figuras e você agora

dará pequenos golpes com o lápis”.

- Ditado: Transcrição de estruturas temporais

O examinador dará golpes com o lápis e o idoso ira desenhá-los. Parar após

dois erros sucessivos.

Comando: “Para finalizar as provas, eu darei os golpes com o lápis e você irá

desenhá-los”.