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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” O JOGO E A BRINCADEIRA NO COTIDIANO DAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL Por: Rita de Cássia da Silva Conceição Orientadora Profª. Mary Sue Pereira Rio de Janeiro 2010

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO … · e suas contribuições para as atividades lúdicas, falando sobre a evolução da brincadeira dentro do contexto histórico,

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

O JOGO E A BRINCADEIRA NO COTIDIANO DAS PRÁTICAS

PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Por: Rita de Cássia da Silva Conceição

Orientadora

Profª. Mary Sue Pereira

Rio de Janeiro

2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

O JOGO E A BRINCADEIRA NO COTIDIANO DAS PRÁTICAS

PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Apresentação de monografia à Universidade Candido

Mendes como requisito parcial para obtenção do grau

de especialista em Educação Infantil e

Desenvolvimento.

Por: Rita de Cássia da Silva Conceição

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, sempre presente em

minha vida, a todos os meus alunos e a

profª. Mary Sue Pereira, por seu carinho

durante as aulas.

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DEDICATÓRIA

Para minha mãe, grande e principal

incentivadora.

Para meu companheiro, pelo apoio.

Para meu filho Guilherme, um presente de

Deus, pequeno ser que todos os dias

brinca comigo e ilumina a minha vida com a

sua luz.

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RESUMO

O presente trabalho apresenta um estudo que tem como principal objetivo

mostrar aos professores de Educação Infantil a real importância dos jogos e

brincadeiras como subsídio eficaz para a construção do conhecimento realizado

pelas crianças.

Partindo do pressuposto que a brincadeira é a essência do universo

infantil, que é a sua cultura e que quando brinca a criança se reconhece como

sujeito pertencente a um grupo social e a um contexto cultural, comecei a

investigar os jogos e brincadeiras no cotidiano das práticas pedagógicas na

Educação Infantil.

Pensando nesse processo organizei este trabalho citando alguns teóricos

e suas contribuições para as atividades lúdicas, falando sobre a evolução da

brincadeira dentro do contexto histórico, conceituando jogo, brinquedo e

brincadeira, traçando relações entre brincadeira e cultura e ressaltando a

importância do papel do professor de Educação Infantil.

Dessa maneira acho possível compartilhar com todos a importância dos

jogos e brincadeiras dentro da Educação Infantil e contribuir de alguma forma

para as práticas pedagógicas dos professores de Educação Infantil.

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METODOLOGIA

O presente trabalho utilizou a pesquisa bibliográfica como método de

investigação científica para a fundamentação teórica, tendo como material,

revistas, artigos, sites na internet e livros com conteúdos direcionados ao

assunto proposto pela monografia. Além da pesquisa bibliográfica utilizei

conhecimentos que foram ampliados ao longo do curso de Educação Infantil e

Desenvolvimento.

Após a leitura e confronto de ideias foi possível fundamentar e perceber a

importância dos jogos e das brincadeiras na Educação Infantil.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I

As contribuições, em relação às atividades lúdicas, de alguns teóricos 10

CAPÍTULO II

A evolução da brincadeira dentro do contexto histórico 21

CAPÍTULO III

Conceituando jogo, brinquedo e brincadeira 25

CAPÍTULO IV

As relações entre brincadeira e cultura 30

CAPÍTULO V

O papel do professor de Educação Infantil 34

CONCLUSÃO 37

BIBLIOGRAFIA 39

ÍNDICE 41

FOLHA DE AVALIAÇÃO 43

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INTRODUÇÃO

Este trabalho monográfico apresenta um estudo relacionado à Educação

Infantil. Uma vez que, esse período, é a base da formação do indivíduo e

fundamental para o desenvolvimento da criança.

Toda criança desde muito pequena brinca. É possível observar o bebê

brincar com os cabelos da mãe, com os dedinhos das mãos, dos pés e em

tantas outras situações lúdicas.

As experiências que temos ao longo de nossas vidas nos trazem

riquezas para o nosso desenvolvimento. Para a criança pequena, essas riquezas

encontram-se principalmente na fantasia e na brincadeira, pois ao brincar

experimenta-se e desenvolve-se.

Independente de sua condição social ou física a criança recebe

estímulos ao brincar que promovem benefícios para seu desenvolvimento

emocional, psíquico, social e cognitivo.

Brincar é tão importante quanto dormir ou comer. Sendo, portanto, um

agente facilitador para que se estabeleçam vínculos sociais com seus

semelhantes, descubra sua personalidade, aprenda a viver em sociedade e

prepare-se para as funções que irá assumir na vida adulta.

A brincadeira é a essência do universo infantil, é a sua cultura. E, por

isso, os professores de Educação Infantil não podem esquecer que toda e

qualquer brincadeira deve ter um objetivo e que sua função é contribuir para o

desenvolvimento físico, psíquico, social e cultural da criança.

Partindo desse pressuposto, comecei a investigar os jogos e

brincadeiras no cotidiano das práticas pedagógicas na Educação Infantil.

O presente trabalho monográfico tem como objetivo geral compreender

o valor dos jogos e brincadeiras como subsídio eficaz para a construção do

conhecimento realizado pela própria criança.

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Pensando nesse processo, organizei esse trabalho monográfico da

seguinte maneira: inicialmente cito alguns teóricos e suas contribuições sobre as

atividades lúdicas, com comentários de Aranha (2006).

Dando continuidade falo sobre a evolução da brincadeira dentro do

contexto histórico, conceituo jogo, brinquedo e brincadeira, faço relações entre

brincadeira e cultura e ressalto a importância do papel do professor de Educação

Infantil.

Dessa maneira acho que é possível notar e transmitir a real importância

dos jogos e brincadeiras dentro da Educação Infantil e, com isso, provavelmente,

contribuir de alguma forma para nossas práticas pedagógicas.

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CAPÍTULO I

AS CONTRIBUIÇÕES EM RELAÇÃO ÀS ATIVIDADES LÚDICAS, DE

ALGUNS TEÓRICOS

Neste capítulo apresento a visão de alguns teóricos que contribuíram de

forma muito significativa para a Educação e cujas contribuições servem de base

para as atividades lúdicas na Educação Infantil.

Cito os seguintes teóricos: Comênio, Dewey, Freinet, Froebel, Montessori,

Piaget, Rousseau, Vygostsky e Wallon.

1.1 – Comênio

“João Amós Comênio (1592 – 1670), nascido na Morávia.

O maior educador e pedagogo do século XVII, conhecido

com justiça como o Pai da Didática Moderna, produziu uma

obra fecunda e sistemática, cujo principal livro é Didática

magna.” (ARANHA, 2006, p. 156)

Comênio pretendia tornar a aprendizagem, de um modo geral, mais eficaz

e atraente. Elaborou diversos livros onde dizia que a cuidadosa organização das

tarefas, o detalhamento dos métodos a adequação das dificuldades e o ritmo

adequado à capacidade de assimilação dos alunos seriam a base para que o

ensino ocorresse com rapidez e economia de tempo e fadiga.

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Comênio defendia a escola como o eixo principal da educação do

homem, “ensinar tudo a todos”, o que para o educador permitiria ao homem se

colocar no mundo não apenas como espectador, mas, acima de tudo, como ator.

Ele dizia que o ponto de partida da aprendizagem deveria sempre ser do

conhecido, partindo do simples para o mais complexo, do concreto para o

abstrato.

O educador abordava a importância de uma escola aberta para todos e

preparada para oferecer um trabalho pedagógico voltado para a especificidade

de cada um. Achava que o ensino deveria ser feito da ação e estar voltado para

a ação, pois: “Só fazendo, aprendemos a fazer”.

Comênio considerava também o lúdico, as artes, as relações afetivas

como pontos chaves para introduzir as crianças no mundo do conhecimento.

1.2 – Dewey

“John Dewey (1859 – 1952), tornou-se um dos maiores

pedagogos americanos, contribuindo de forma marcante

para a divulgação dos princípios da Escola Nova.”

(ARANHA, 2006, p. 261)

Para o filósofo Dewey, o conhecimento era uma atividade dirigida que não

tinha um fim em si mesmo, mas que estava voltado para a experiência.

Dewey dizia que as idéias eram hipóteses de ação e, que como tal, eram

verdadeiras à medida que funcionavam como orientadoras da ação.

Dewey acreditou que ao estimular as atividades dos alunos eles

aprenderiam fazendo e enfatizou o trabalho, dando um valor especial às

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atividades manuais, porque além de tudo, o trabalho favorecia o espírito de

comunidade, e a divisão natural das tarefas estimularia a cooperação e o espírito

social.

Para Dewey, a verdadeira educação era aquela que criava na criança o

melhor comportamento para satisfazer suas múltiplas necessidades orgânicas e

intelectuais, a escola deveria ter a criança como centro e, portanto, deveria

oferecer espaço para o desenvolvimento de seus principais interesses e

necessidades: conversas, pesquisas, jogos, observações, descobertas e

construções das coisas além de expressão artística e, desse modo a educação

não teria outro caminho senão organizar seus conhecimentos, partindo

exatamente das necessidades e dos interesses de onde é o eixo central da

escola: a criança.

1.3– Freinet

“Célestin Freinet (1896 – 1966) escreveu A educação

pelo trabalho. Na longa atividade como professor primário,

lutou contra as práticas tradicionais do ensino público

francês. Pela preocupação com a educação popular, bem

poderia ser colocado ao lado dos pedagogos socialistas. O

fato de não ter conseguido melhores resultados com seu

método deve-se sobretudo às limitações do ambiente em

que suas experiências eram levadas a efeito.” (ARANHA,

2006, p. 265)

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Freinet ficou conhecido como um mestre-escola revolucionário. Ele

próprio se apresentava como o inventor da “imprensa na escola”, que nada mais

era do que uma reação contra o ensino livresco.

Freinet colocou-se contra a cotidiana lição de moral, artificial e dogmática,

por fim a eliminou. Criticou a cartilha, pois a considerava “escolástica” e

“dogmática”. A partir daí condenou também toda a “cultura livresca”.

Para Freinet a educação deveria proporcionar ao aluno a realização de

um trabalho real e afirmava que o conteúdo estudado no meio escolar deveria

estar relacionado às condições reais de seus alunos.

Suas propostas de ensino eram baseadas em investigações a respeito da

maneira de pensar da criança e do modo como ela construía seu conhecimento.

De acordo com Freinet, a aprendizagem através da experiência seria

muito mais eficaz, porque se o aluno, ao realizar uma experiência, tivesse

sucesso, ele avançaria. Mas não iria sozinho, precisaria da cooperação do

professor. E essa interação entre o professor e o aluno, para Freinet, era muito

importante para a aprendizagem.

O jornal escolar, a troca de correspondências, trabalhos em grupo, aulas-

passeio, o livro da vida, eram ideias defendidas e aplicadas por Freinet e até

hoje a maioria dessas ideias são usadas com grande entusiasmo por muitos

professores de Educação Infantil.

1.4 – Froebel

“Friedrich Froebel (1782 – 1852) nasceu na Turíngia,

região da Alemanha. Sua principal contribuição pedagógica

resulta da atenção para com as crianças na fase anterior

ao ensino elementar, ou seja, a educação da primeira

infância. Pioneiro, fundou os Kindergarden (jardins de

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infância), em alusão ao jardineiro que cuida da planta

desde pequenina para que cresça bem, pressupondo que

os primeiros anos são básicos para a formação humana.”

(ARANHA, 2006, p. 210)

O pedagogo Froebel privilegiou a atividade lúdica porque percebeu o

significado funcional que o brinquedo e o jogo exerciam sobre o

desenvolvimento sensório-motor das crianças, além de ser uma diversão e um

modo de criar representações do mundo concreto para entendê-lo. Ele inventou

métodos que aperfeiçoaram as habilidades. Estava convencido que a criança

estando feliz com o jogo aceitaria o trabalho de forma muito mais tranquila.

Froebel foi considerado por muitos como o psicólogo da infância, quando

introduziu o brincar para educar e desenvolver a criança.

Froebel inventou um cuidadoso equipamento, chamado por ele de “dons”,

de acordo com a fase de desenvolvimento em que cada criança se encontrava,

para estimular os impulsos criadores na atividade lúdica.

O pedagogo destacou também as “ocupações”, como por exemplo: a

tecelagem, a dobradura, o recorte, o canto, a poesia como instrumentos

importantíssimos para a facilitação da educação.

1.5 – Maria Montessori

“Maria Montessori (1870 – 1952) italiana, foi a primeira

mulher formada em medicina pela Universidade de Roma.

Nesta mesma universidade tornou-se assistente na clínica

neuropsiquiátrica, experiência que resultou em um

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interesse pela educação de crianças excepcionais e

deficientes mentais, o que lhe permitiu fazer observações

importantes sobre a psicologia infantil. Em 1907 abriu em

Roma a primeira Casa dei Bambini (Casa das crianças),

para atender filhos de operários.” (ARANHA, 2006, p. 263)

Maria Montessori não valorizava a natureza como um ambiente

totalmente apropriado para o desenvolvimento infantil. Criou um método no qual

dava muito destaque ao ambiente, que deveria ser adequado ao tamanho das

crianças, por isso diminuiu o tamanho do mobiliário e de objetos domésticos

cotidianos que eram utilizados pelas crianças para brincar na casinha de boneca

e também desenvolveu brinquedos e materiais didáticos para a criança explorar,

trabalhar a coordenação motora, despertar os sentidos e a inteligência.

O material criado por Montessori teve papel muito importante em seu

trabalho educativo, pois era voltado para a estimulação sensório-motora e

tinham como função estimular e desenvolver na criança um impulso interior que

se manifestava no trabalho espontâneo do intelecto.

O objetivo de seu método era a educação da vontade e da atenção, com

o qual a criança tinha a liberdade de escolher o material que seria utilizado e

utilizá-lo na ordem que quisesse, cabendo ao professor apenas dirigir as

atividades e não necessariamente ensinar.

1.6 – Jean Piaget

“Jean Piaget (1896 – 1980), nascido na Suíça, embora

não fosse propriamente pedagogo, exerceu significativa

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influência na pedagogia do século XX. Suas primeiras

obras surgiram na década de 1920 e logo tiveram grande

repercussão, sobretudo as que abordam a psicologia

genética, que investiga o desenvolvimento cognitivo da

criança desde o nascimento até a adolescência.”

(ARANHA, 2006, p. 276)

Piaget citou em diversas obras que para ele, os jogos não eram apenas

uma forma de entretenimento para gastar as energias das crianças, mas sim

meios que enriqueciam seu desenvolvimento intelectual. Podemos, por exemplo,

dizer que os jogos pré-operatórios não serviam apenas para desenvolver o

instinto natural, mas também representar simbolicamente o conjunto de

realidades que eram vividas pelas crianças.

Piaget descrevia a construção do real da criança nas fases de

desenvolvimento mental e dizia que as mudanças mais significativas ocorriam na

mudança de um estágio para outro. Essa passagem é possível graças ao

mecanismo de organização e adaptação. A adaptação possuía dois processos

interligados: a assimilação e a acomodação. A realidade externa seria

interpretada por meio de algum significado que já existia na organização

cognitiva do indivíduo, ao mesmo tempo em que a acomodação realizaria a

alteração desses significados.

As mudanças mais significativas ocorrem no exato momento em que o

equilíbrio instável é desfeito e busca-se novo equilíbrio.

Jean Piaget representava o desenvolvimento da inteligência (da lógica),

da afetividade, da consciência moral através de quatro estágios importantes

(sensório-motor, intuitivo, das operações concretas e das operações abstratas).

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1.7 – Rousseau

“O filósofo Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), natural

de Genebra, na Suíça, abandonou sua terra natal aos 16

anos. Levou uma vida conturbada, andando por diversos

lugares, ora por espírito de aventura, ora devido a

perseguições religiosas. Rousseau ocupa lugar de

destaque na filosofia política – suas obras antecipam o

ideário da Revolução Francesa –, além de produzir uma

teoria da educação que não ficou restrita apenas ao século

XVIII: seu pensamento constitui um marco na pedagogia

contemporânea.” (ARANHA, 2006, p.177)

Rousseau criticou o absolutismo e elaborou os fundamentos da doutrina

liberal. Porém seu pensamento pedagógico não se separou de sua concepção

política. Para o filósofo, o indivíduo em estado de natureza é bom, mas se

corrompe na sociedade, que acaba destruindo sua liberdade.

Rousseau causou uma revolução quando centralizou os interesses

pedagógicos no aluno e não mais no professor. Mais ainda, ressaltou a

especificidade da criança, que não devia ser encarada como um “adulto em

miniatura”.

O filósofo preconizou uma educação afastada do artificialismo das

convenções sociais. A educação deveria buscar a espontaneidade original, livre

da escravidão aos hábitos exteriores, onde os indivíduos sejam donos de si

mesmos, agindo por interesses naturais e não por constrangimentos exteriores e

artificiais, ou seja, uma educação natural.

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Rousseau não dava muito valor ao conhecimento transmitido e queria que

a criança aprendesse a pensar não como um processo que vem de fora para

dentro, ao contrário, como desenvolvimento interno e natural. Para ele, a

educação começa com a vida, com o desenvolvimento natural, de dentro para

fora, com a aprendizagem encaixando-se em cada fase da criança, do

adolescente, do adulto.

1.8 – Vygotsky

“Lev Semenovich Vygotsky (1896 – 1934) nasceu na

Rússia czarista e com Luria e Leontiev desenvolveu uma

teoria original e fecunda. Foi um intelectual de ampla

formação: além do curso de direito, estudou filosofia,

filologia, literatura, pedagogia e psicologia, o que o levou a

se dedicar ao ensino, à pesquisa e a organizar o

Laboratório de Psicologia para Crianças Deficientes.

Sempre preocupado com o estudo das anomalias físicas e

mentais Vygotsky cursou também medicina. Apesar de ter

morrido muito jovem, aos 37 anos, produziu volumosa obra

escrita, além de ter se aplicado em múltiplas atividades.”

(ARANHA, 2006, p. 277)

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Vygotsky foi um dos representantes do construtivismo, corrente que

realçava a capacidade de adaptação da inteligência e da afetividade, dando

condições para que o processo de amadurecimento não fosse meramente

ilusório.

Vygotsky estudou as operações superiores, como por exemplo, o

pensamento abstrato, a memorização ativa e as ações intencionais.

Segundo o psicólogo o nível superior da reflexão, do conhecimento

abstrato do mundo, tem início com as interações sociais cotidianas, desde as

atividades práticas da criança até que ela se torne capaz de formular conceitos.

E, para que os conceitos fossem construídos e sofressem constantes

transformações Vygotsky afirmava que “era fundamental a interferência do outro,

como por exemplo, a mãe, os companheiros de brincadeira, o estudo, os

professores”.

A fase de colaboração traz a enorme vantagem de estimular o trabalho

coletivo, que é necessário para transformar uma ação interpessoal (social) em

um processo intrapessoal (internalizado).

Essa passagem é muito importante, pois através dela é alcançada a

independência intelectual e afetiva, pois a discussão constitui uma etapa para o

desenvolvimento da reflexão.

As crianças geralmente são avaliadas pelo seu desenvolvimento real.

Porém, além desse nível, existe um estágio anterior, que Vygotsky chamou de

“zona de desenvolvimento proximal” que é caracterizado pela capacidade que a

criança tem de resolver problemas sob a estimulação de um adulto ou em

colaboração com os colegas. A ênfase nesse estágio de desenvolvimento, onde

uma função ainda não amadurecida, mas em processo, é de grande ajuda para

os educadores porque os auxilia a enfrentar com mais eficiência os desafios da

aprendizagem.

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1.9 – Wallon

“O médico neurologista e psicólogo francês Henri Wallon

(1879 – 1962), com base na concepção dialética marxista,

orienta suas observações sobre as anomalias psicomotoras

de crianças doentes. Desenvolve então uma teoria para

explicar o processo que se faz desde os movimentos mais

simples até o ato mental, desde o mais automático reflexo,

passando pelos gestos de apelo dirigidos às pessoas, pela

mímese, até chegar à ideia.” (ARANHA, 2006, p. 278)

Wallon desenvolveu trabalhos na área de Psicologia Genética e se

interessou pelo jogo infantil. Ele fez inúmeros comentários onde evidenciava o

caráter emocional em que os jogos se desenvolviam e seus aspectos

relacionados à socialização, disse também que “a criança concebe o grupo em

função das tarefas que o grupo pode realizar, dos jogos a que pode entregar-se

com seus camaradas de grupo, e também das contestações, dos conflitos que

podem surgir nos jogos onde existem duas equipes antagônicas”.

Com isso podemos perceber o grande valor das brincadeiras e dos jogos

em grupo. Porém, Wallon preconizava que a família e os educadores às vezes

não permitem que a criança desenvolva todo seu potencial, não deixando que

realizem tarefas das quais elas são capazes, como por exemplo, comer sozinha,

vestir-se, tomar banho, escovar os dentes. E, com isso o adulto, mesmo sem

perceber, acaba imobilizando e silenciando as crianças, não deixando que o

lúdico e a motricidade infantil sejam reconhecidos, valorizados e respeitados.

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CAPÍTULO II

A EVOLUÇÃO DA BRINCADEIRA DENTRO DO CONTEXTO

HISTÓRICO

Desde os primórdios da civilização, o brincar é uma atividade que agrada

tanto as crianças quanto aos adultos.

Alguns estudos arqueológicos em várias tumbas funerárias já revelaram a

existência de algumas miniaturas de barcos feitos em madeiras e também de

bonecos representando operários de algumas profissões, essas miniaturas eram

utilizadas possivelmente como brinquedos há 2000 a.C.

Um milênio antes de Cristo, no antigo Egito, também foram encontrados

vestígios de objetos que possivelmente eram brinquedos.

Na antiguidade era muito comum que as crianças participassem das

festas, das atividades de lazer e dos jogos dos adultos, mas ainda assim, tinham

um ambiente separado para os jogos.

Os jogos geralmente aconteciam em espaços livres, como por exemplo,

em praças públicas, não havia a supervisão de adultos e as crianças brincavam

em grupos com idades diferentes e de ambos os sexos.

Nesse tempo a brincadeira era considerada um elemento da cultura, da

felicidade. A brincadeira era, e acredito que continua sendo até hoje, uma

representação da vida.

A brincadeira nessa época, como diz Velasco (1996) “era o fenômeno

social do qual todos participavam e foi só bem mais tarde que ela perdeu seus

vínculos comunitários, tornando-se e individual”. (p. 41)

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Com o natural progresso das grandes cidades e também com as

mudanças de hábitos que essa evolução impôs a toda civilização, o brincar

também começou a sofrer com várias mudanças no decorrer dos séculos. E,

segundo Mello (1989): “A meticulosa observação dos jogos infantis permite

inferir que na sua maioria refletem momentos importantes das relações sociais

pertinentes às civilizações.” (p. 71)

Nas grandes cidades os espaços físicos foram reduzidos, pois a

crescente valorização da área urbana estimulou a pressão e a especulação

imobiliária e, as cidades passaram a crescer no plano vertical, a falta de

segurança impede que as crianças brinquem livremente. O ritmo imposto pela

correria da “vida moderna” fez diminuir em muito o tempo destinado às

atividades lúdicas.

A nova tecnologia reduziu muito o estímulo à brincadeira, pura e simples,

e a industrialização modificou profundamente a relação das crianças com os

brinquedos.

O avanço tecnológico nos meios de comunicação de massa,

principalmente a televisão, levou a população infantil a modificar drasticamente

suas formas lúdicas.

O leque de movimentos foi muito reduzido e a criança passou a

desempenhar um papel passivo diante de uma tela de televisão ou de um

monitor de computador e, ainda nos deixa em dúvida quanto ao valor educativo

de alguns programas que são exibidos.

Com o natural progresso social da civilização pudemos verificar o

surgimento da sociedade industrial moderna e também o surgimento da

sociedade burguesa, esses fatos fizeram com que dois fatores importantes

surgissem: a separação das crianças em grupos distintos da vida dos adultos e a

institucionalização das atividades lúdicas, ou seja, as crianças usavam as

atividades lúdicas somente como instrumentos de aprendizagem.

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Cabe a todos nós, mães, educadores e adultos de modo geral, estarmos

preocupados com o resgate da naturalidade do brincar infantil, dos espaços

destinados às brincadeiras e principalmente do tempo para brincar. Se não nos

preocuparmos e nada fizermos em prol do resgate dos jogos, brinquedos,

brincadeiras e das atividades lúdicas, de um modo geral, nossas crianças serão

precocemente adultas e provavelmente, muito provavelmente, infelizes.

2.1 – A origem dos jogos no Brasil

É muito difícil precisar a origem dos jogos no Brasil. Mello (1989) nos

chama a atenção para o seguinte:

“[...] parecem ter chegado com os colonizadores

portugueses, muito embora, fosse rico o ludismo infantil

indígena observado quando da chegada dos primeiros

navegantes às costas brasileiras.” (p. 72)

Houve também uma enorme e marcante influência da cultura negra na

formação da cultura brasileira.

Em diferentes áreas do Brasil, existem diferentes influências que advêm

de outras colonizações mais recentes.

Conforme disse Mello (1989):

“O conjunto de influências dessas diversas culturas parece

ser a causa das diferentes denominações que um mesmo

jogo recebe, dependendo da área geográfica onde é

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praticado. São os mesmos jogos, por exemplo: a)

amarelinha, academia, casa de boneca, macaca ou avião;

b) chicote queimado, chicotinho queimado, peia quente,

caça ao tesouro etc.” (p. 72)

E em todos os tempos, para todos os povos, os brinquedos sempre

trazem as melhores lembranças.

Alguns brinquedos passam de geração a geração, encantando crianças e

adultos.

E como disse Velasco (1996):

“Brinquedo é tudo o que a criança utiliza como passaporte

para o reino mágico da brincadeira. Pode ser uma folha

caída da árvore, pedrinhas achadas no chão, um pedaço

de barbante, sementinhas que o vento esparrama pelos

campos, papéis usados, um pano qualquer, latas velhas,

tampinhas de garrafas, etc.” (p. 49)

É nossa função preservar e valorizar a espontaneidade da atividade

lúdica infantil, pois da autenticidade do brincar resulta-se o crescimento saudável

e é também uma forma de perpetrarmos a nossa história e a nossa cultura.

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CAPÍTULO III

CONCEITUANDO JOGO, BRINQUEDO E BRINCADEIRA

A realidade da infância se constitui a partir da magia. Para os

adultos o jogo é uma recreação, um sonho e, para as crianças, o jogo, o faz de

conta, o brinquedo e as brincadeiras são coisas sérias.

A partir das brincadeiras a criança irá construir sua identidade e o

mundo que a rodeia.

A criança que brinca será um adulto muito mais equilibrado (física e

emocionalmente) e terá maior criatividade para lidar com os problemas que

certamente surgirão.

No que se refere à conceituação de jogo, brinquedo e brincadeira,

Kishimoto (2009), nos diz: “No Brasil, termos como jogo, brinquedo e brincadeira

ainda são empregados de forma indistinta, demonstrando um nível baixo de

conceituação deste campo.” (p. 17)

E, segundo a autora, a definição fica ainda mais complexa quando

tentamos definir os materiais lúdicos, alguns usualmente chamados jogos e

outros de brinquedos, ou quando se procura estabelecer uma comparação entre

brincar e jogar.

Nesse capítulo cito os significados de jogo, brinquedo e brincadeira

recolhidos dos seguintes dicionários: Aurélio, Houaiss e Academia Brasileira de

Letras.

O Dicionário Aurélio (1999) conceitua jogo, brinquedo e

brincadeira assim:

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“Jogo (ô). [Do lat. jocu, ‘gracejo’, ‘zombaria’, que

tardiamente tomou o lugar de ludus.] S. m. 1. Atividade

física ou mental organizada por um sistema de regras que

definem a perda ou ganho: jogo de damas; jogo de futebol.

2. Brinquedo, passatempo, divertimento: jogo de armar;

jogos de salão. 3. Passatempo ou loteria sujeito a regras e

no qual, às vezes, se arrisca dinheiro: jogo de cartas; jogo

do bicho. [...]” (p. 1163)

“Brinquedo (ê). [De brincar.] S. m. 1. Objeto que serve

para as crianças brincarem: brinquedo mecânico; loja de

brinquedos. 2. Jogo (1) de crianças; brincadeira: brinquedo

de amarelinha; brinquedo de pegar. [...]” (p. 333)

“Brincadeira. [De brincar + deira.] S. f. 1. Ato ou efeito de

brincar; brinco. 2. Divertimento, sobretudo entre crianças;

brinquedo, jogo. 3. Passatempo, entretimento,

entretenimento, divertimento: Passaram a noite em alegres

brincadeiras. 4. Gracejo, pilhéria. 5. Caçoada, galhofa,

zombaria. [...]” (p. 332)

O Dicionário Hauaiss (2001) conceitua jogo, brinquedo e brincadeira da

seguinte maneira:

“Jogo /ô/ s. m. (sXIII cf. FichIVPM) 1 designação genérica

de certas atividades cuja natureza ou finalidade é

recreativa; diversão, entretenimento 1.1 atividade

espontânea das crianças; brincadeira <os divertimentos

infantis são j. de aprendizagem> <o chicote queimado e a

cabra cega são j. infantis> 2 (sXIV) essa atividade,

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submetida a regras que estabelecem quem vence e quem

perde; competição física ou mental sujeita a uma regra,

com participantes que disputam entre si por uma premiação

ou por simples prazer <j. de cartas> <j. de xadrez> <j. de

tênis> 2.1 competição desse gênero que implica sorte e

azar, e envolve apostas em dinheiro, bens <arruinar-se no

j.> [...]” (p. 1685)

“Brinquedo /ê/ s. m.(1836 cf. SC) 1 objeto com que as

crianças brincam <ganhou um b. de montar> 2 brincadeira

ou jogo; passatempo, distração <b. de pique> <b. de roda>

[...]” (p. 514)

“Brincadeira s. f. (1836 cf. SC) ato ou efeito de brincar 1

jogo, divertimento, esp. de criança; passatempo; distração

2 ato praticado ou dito proferido como gracejo, zombaria ou

ludíbrio, <pus-lhe um apelido e ele não gostou da b.> [...]”

(p. 513)

O Dicionário da Academia Brasileira de Letras (2008) conceitua jogo,

brinquedo e brincadeira da seguinte forma:

“Jogo [ô] (jô.go) s. m. 1. Atividade que se pratica para

divertimento: Nos dias de chuva, passávamos o recreio em

jogos e passatempos. 2. Atividade mental ou física sujeita a

regras e em que, por vezes, se arrisca dinheiro: Às vezes,

organizavam um jogo de canastra a dinheiro; Você perdeu

de mim no jogo de queda de braço. 3. Conjunto do material

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(tabuleiro, pedras, dados, etc.) usado para determinados

jogos: O menino ganhou um jogo de damas. 4.

Combinação e números ou resultados variáveis em que se

aposta, em sistema de previsão de jogos ou sorteio:

Semanalmente fazia seu jogo de loteria esportiva. [...]” (p.

758)

“Brinquedo [ê] (brin.que.do) s. m. 1. Objeto com que as

crianças brincam. 2. Brincadeira, divertimento, folguedo.”

(p. 233)

“Brincadeira (brin.ca.dei.ra) s. f. 1. Ato ou efeito de brincar.

2. Divertimento, sobretudo infantil; brinquedo, jogo. 3.

Gracejo, zombaria, galhofa: Certas brincadeiras muitas

vezes se confundem com preconceitos. 4. coloq. Reunião

social informal: Sábado vai haver uma brincadeira lá em

casa. || De brincadeira: que não deve ser levado a sério:

Não tive intenção de irritar ninguém, falei de brincadeira.”

(p. 232)

Como é possível verificar, através das conceituações retiradas dos três

dicionários citados no início deste capítulo, os termos jogo, brinquedo e

brincadeira estão sendo, quase sempre, utilizados com o mesmo significado.

E, segundo Kishimoto (2009):

“Tentar definir o jogo não é tarefa fácil. Quando se

pronuncia a palavra jogo cada um pode entendê-la de

modo diferente. Pode-se estar falando de jogos políticos,

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de adultos, crianças, animais ou amarelinha, xadrez,

adivinhas, contar estórias, brincar de “mamãe e filhinha”,

futebol, dominó, quebra-cabeça, construir barquinho,

brincar na areia e uma infinidade de outros. Tais jogos,

embora recebam a mesma denominação, têm suas

especificidades. Por exemplo, no faz de conta, há forte

presença da situação imaginária; no jogo de xadrez, regras

padronizadas permitem a movimentação das peças.

Brincar na areia, sentir o prazer de fazê-la escorrer pelas

mãos, encher e esvaziar copinhos com areia requer a

satisfação da manipulação do objeto. Já a construção de

um barquinho exige não só a representação mental do

objeto a se construído, mas também a habilidade manual

para operacionalizá-lo.” (p. 13)

Como vimos, através das conceituações, os termos jogo, brinquedo e

brincadeira praticamente são sinônimos, mas são modificados de acordo com o

contexto histórico, cultural e social no qual está inserido.

Com as classificações à parte, podemos verificar que é possível entender

jogo, brinquedo e brincadeira como objetos sociais, visto que não são isolados

da sociedade, que o que mudará seus significados será um conjunto de fatos,

atitudes, seus usos cotidianos e a linguagem utilizada em cada contexto social,

histórico e cultural.

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CAPÍTULO IV

AS RELAÇÕES ENTRE BRINCADEIRA E CULTURA

A brincadeira é uma palavra que está intimamente relacionada à criança e

à infância.

Quando a criança está brincando ela, além de comunicar suas

experiências e de se expressar ela está se reorganizando e se reconhecendo

como sujeito que pertence a um grupo social, que tem um contexto cultural e

está aprendendo também sobre si mesma, sobre os outros homens e sobre suas

relações com o mundo que a cerca. Através da brincadeira, a criança aprende

também sobre os significados culturais de onde vive.

Além disso, quando a criança brinca, ela está criando cultura. Ela faz

história. A criança possui grande interesse por contos de fada, brinquedos e

diversas brincadeiras. Ela está sempre querendo aprender e também criar, ou

seja: a criança brinca com a cultura.

As crianças são cidadãs, as crianças possuem direitos, as crianças

produzem cultura, vivem na cultura e são produzidas na cultura na qual estão

inseridas.

E, segundo Sônia Kramer (2006):

“As crianças não formam uma comunidade isolada: elas

são parte de um grupo e suas brincadeiras expressam esse

pertencimento. As crianças não são filhotes, mas sujeitos

sociais; nascem no interior de uma classe, de uma etnia, de

um grupo social. Os costumes, valores, hábitos, as práticas

sociais, as experiências interferem em suas ações e nos

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significados que atribuem às pessoas, às coisas e às

relações. No entanto, apesar do seu direito de brincar, para

muitas o trabalho é imposto como meio de sobrevivência.

Considerar, simultaneamente, a singularidade da criança e

as determinações sociais e econômicas que interferem na

sua condição, exige reconhecer a diversidade cultural e

combate a desigualdade de condições e a pobreza da

maioria de nossas populações com políticas e práticas

capazes de assegurar a igualdade e justiça social. Isso

implica garantir o direito a condições dignas de vida, à

brincadeira, ao conhecimento, ao afeto e a interações

saudáveis.” (p. 17)

Todos nós sabemos de todos os problemas que afligem nossa sociedade.

Sabemos que, de um modo geral, todos esses problemas não são de fácil

solução.

Também sabemos que ao discutir sobre os impactos causados sobre a

população infantil é de suma importância que não nos esqueçamos de fazer uma

reflexão sobre os impasses que ocorrem nas relações entre crianças e adultos e

tentarmos achar um caminho que nos traga de volta a humanização dessa

relação.

Segundo Borba (2006):

“A experiência do brincar cruza diferentes tempos e

lugares, passados, presentes e futuros, sendo marcada ao

mesmo tempo pela continuidade e pela mudança. A criança

pelo fato de se situar em um contexto histórico e social, ou

seja, em um ambiente estruturado a partir de valores,

significados, atividades e artefatos construídos e

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partilhados pelos sujeitos que ali vivem, incorpora a

experiência social e cultural do brincar por meio das

relações que estabelece com os outros – adultos e

crianças. Mas essa experiência não é simplesmente

reproduzida, e sim recriada a partir do que a criança traz de

novo, com o seu poder de imaginar, criar, reinventar e

produzir cultura.” (p. 33 - 34)

A criança quando brinca, aprende a viver. E, através das brincadeiras a

criança é capaz de achar várias possibilidades de mudanças que nós, adultos

com nosso olhar, às vezes embaçado pelas mazelas da vida, somos incapazes

de perceber.

Borba (2006), quando refletiu sobre as relações entre o brincar, a cultura

e o conhecimento na existência humana, e mais particularmente, na experiência

da infância, disse:

“[...] brincadeira é um fenômeno da cultura, uma vez que se

configura como um conjunto de práticas, conhecimentos e

artefatos construídos e acumulados pelos sujeitos nos

contextos históricos e sociais em que se inserem.

Representa, dessa forma, um acervo comum sobre o qual

os sujeitos desenvolvem atividades conjuntas. Por outro

lado, o brincar é um dos pilares da constituição de culturas

da infância, compreendidas como significações e formas de

ação social específicas que estruturam as relações das

crianças entre si, bem como os modos pelos quais

interpretam, representam e agem sobre o mundo. Essas

duas perspectivas configuram o brincar ao mesmo tempo

como produto e prática cultural, ou seja, como patrimônio

cultural, fruto das ações humanas transmitidas de modo

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inter e intrageracional, e como forma de ação que cria e

transforma significados sobre o mundo.” (p. 39)

Em conclusão ao que Borba afirma podemos dizer que brincar é algo tão

singular, tão valioso que a criança, através de suas relações com o outro e com

o grupo, além de se desenvolver, de se manifestar plenamente, de constituir o

seu saber, de incorporar as experiências históricas e culturais da sociedade na

qual está inserida, vai também transmitir para a próxima geração novas

aquisições culturais, novas interpretações sobre o mundo e levar novas

esperanças para a posteridade.

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CAPÍTULO V

O PAPEL DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO INFANTIL

Felizmente, agora sabemos que as crianças não são adultos que ainda

não cresceram, que é importante ensinar e que é mais importante ainda darmos

condições para que essa aprendizagem de fato aconteça e que aconteça de

forma prazerosa para todas as partes envolvidas no processo ensino-

aprendizagem, ou seja: alunos e professores.

Conforme o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil

(1998):

“Responder como e quando o professor deve intervir nas

brincadeiras de faz de conta é, aparentemente,

contraditório com o caráter imaginativo e de linguagem

independente que o brincar compreende. Porém, há alguns

meios a que o professor pode recorrer para promover e

enriquecer as condições oferecidas para as crianças

brincarem que podem ser observadas." (v. 2, p. 49)

Como já verificamos o brincar é de uma importância ímpar para as

crianças, pois a brincadeira possibilita os meios e as condições essenciais para

que as crianças se conheçam e descubram que podem interagir com os objetos

e também por meio deles, com o mundo e com as pessoas que as cercam, e

assim criar e formar relações.

E, principalmente porque ao brincar a criança está nutrindo sua vida

interior, descobrindo suas habilidades e buscando um sentido para a vida.

Independente de sua raça, credo, condição social, se portadora de alguma

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necessidade especial ou não, é imprescindível que a criança brinque, pois só

assim a criança irá desenvolver-se afetiva e cognitivamente, além disso, terá no

futuro mais autonomia para lidar com as alegrias ou tristezas da vida.

E, para que as práticas cotidianas ocorram sem problemas é necessário

que os professores de Educação Infantil organizem em sua sala de aula um

espaço para que as brincadeiras possam acontecer (principalmente para as

brincadeiras de faz de conta).

Nesse espaço, onde os professores deverão disponibilizar acessórios

úteis e necessários às brincadeiras infantis, como por exemplo: cabideiros com

fantasias ou roupas usadas de adultos, sapatos velhos, espelhos, objetos do

mundo do trabalho como telefones, computadores sem uso, máquinas

fotográficas, cordas, diversos brinquedos, móveis domésticos do tamanho das

crianças, utensílios de uma cozinha real, bonecas, etc., as crianças poderão ficar

à vontade para brincar sozinhas ou em grupos, construir carros, casas, castelos,

se fantasiar, esconder-se em caixas de papelão e assim liberar toda sua

imaginação criativa, energia e elaboração do pensamento abstrato, por

intermédio do processo simbólico.

Outro aspecto importantíssimo que devemos observar é o dever do

professor em participar das brincadeiras quando for convidado pelas crianças.

Ao ser convidado o professor deverá incorporar o papel que lhe for

destinado pelas crianças e não impor as suas vontades e seus desejos durante

o jogo ou brincadeira, deverá “literalmente” entrar na brincadeira.

E, como as ferramentas de trabalho dos professores de Educação Infantil

são a observação e o registro das crianças durante suas brincadeiras. É

essencial que os professores intervenham nas brincadeiras com

questionamentos, sugestões, desafios e com atividades que possam

proporcionar às crianças os avanços necessários para sua aprendizagem e

desenvolvimento.

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Enfim, estar ao lado da criança, acompanhando seu desenvolvimento,

levantando problemas, para levá-las à formulação de hipóteses que irão

propiciar seu desenvolvimento e a aquisição de conhecimentos.

O professor de Educação Infantil perceberá, com sua experiência e

também com seus saberes acadêmicos, qual será o momento certo para intervir

e certamente saberá qual a atitude mais correta a tomar, dependendo do

momento e da situação que se apresente.

O papel do professor de Educação Infantil é na realidade ser o mediador

entre as crianças e seu conhecimento.

Conhecimento este que requer planejamento, organização, seleção de

conteúdos e principalmente muito estudo.

Estudo esse que é imprescindível para que os professores de Educação

Infantil, que são as peças fundamentais e os elementos essenciais no processo

educacional, possam rever seus posicionamentos, questionamentos, ampliar

seus conhecimentos, se conhecer, alimentar sua imaginação e entender melhor

as nossas crianças, compreender socialmente e culturalmente o mundo onde

essas crianças vivem e produzem sua cultura.

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CONCLUSÃO

O presente trabalho monográfico foi direcionado à Educação Infantil, que

é uma fase importantíssima no desenvolvimento das crianças.

Após várias pesquisas bibliográficas observei que as experiências que

temos ao longo de nossas vidas trazem muitas riquezas para o nosso

desenvolvimento.

Para a criança pequena essas riquezas encontram-se principalmente na

fantasia e nas brincadeiras, pois ao brincar a criança comunica suas

experiências, se expressa, se reorganiza, se reconhece como sujeito

pertencente a um grupo social, que possui um contexto cultural, aprende sobre

si mesma, aprende sobre os outros homens e sobre suas relações com o mundo

que a cerca.

Existe grande produção teórica afirmando a importância dos jogos e das

brincadeiras na constituição dos processos de desenvolvimento e de

aprendizagem das crianças, porém essas produções, às vezes, não são

capazes de modificar algumas ideias e práticas que continuam a reduzi-los a

atividades de mero passatempo, de tempo perdido, de atividades opostas ao

trabalho.

O que é verdadeiramente uma visão errônea, tanto do ponto de vista

escolar como do ponto de vista familiar.

É essa visão, totalmente equivocada, que provoca uma enorme

diminuição dos espaços e dos tempos para brincar, deixando os jogos e as

brincadeiras restritos a atividades de relaxamento para reabastecer as “baterias

para o trabalho”, para esperar “a hora da saída”. O que não faz jus às

verdadeiras funções dos jogos e das brincadeiras.

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Sabemos que através dos jogos e das brincadeiras a criança aprende a

viver e também aprende sobre os significados culturais de onde vive, de onde

podemos concluir que brincar é sim uma experiência de cultura.

O processo de brincar tem profunda referência naquilo que os sujeitos

vivenciam e que conhecem, com base nessas experiências, as crianças

reelaboram e criam novas situações que irão transmitir às gerações futuras.

Portanto podemos afirmar que brincadeira é cultura, pura cultura.

Os professores de Educação Infantil têm conseguido incorporar os jogos e

as brincadeiras como experiências de cultura em seu cotidiano pedagógico na

medida em que refletem sobre a singularidade das crianças, em suas formas

peculiares de ser, estar e de se relacionar com esse nosso mundo que é repleto

de cultura, quando organizam seu trabalho, quando estruturam o ambiente

escolar como um espaço privilegiado no qual as crianças irão aprender e

vivenciar a experiência de ser um sujeito cultural e histórico.

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BIBLIOGRAFIA

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documento: Jeanete Beauchamp, Sandra Denise Pagel, Aricélia Ribeiro do

Nascimento.- Brasília: FNDE, Estação Gráfica, 2006.

BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação

Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil / Ministério

da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. Brasília:

MEC/SEF, 1998. 3v.:Il.

Dicionário escolar da língua portuguesa / Academia Brasileira de Letras. – 2. ed.

- São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2008.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda, 1910-1989. Novo Aurélio Século XXI:

o dicionário da língua portuguesa / Aurélio Buarque de Holanda Ferreira.- 3. ed.

Totalmente revista e ampliada.- Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999.

HOUAISS, Antônio (1915-1999) e Villar, Mauro de Salles (1939- ). Dicionário

Houaiss da Língua Portuguesa / Antônio Houaiss e Mauro de Salles Villar,

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elaborado no Instituto Antônio Houaiss de Lexicografia e Banco de Dados da

Língua Portuguesa S/C Ltda.- Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.

KISHIMOTO, Tizuko Morchida (Org.). Jogo, brinquedo, brincadeira e a

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KRAMER, Sônia. A infância e sua singularidade. In: BRASIL. Ministério da

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Beauchamp, Sandra Denise Pagel, Aricélia Ribeiro do Nascimento. - Brasília:

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MELLO, Alexandre Moraes de. Psicomotricidade, educação física e jogos

infantis./ edição orientada por Manoel José Gomes Tubino, Cláudio de Macedo

Reis. - São Paulo: Ibrasa, 1989.

VELASCO, Cacilda Gonçalves. Brincar: O despertar psicomotor. Rio de Janeiro:

Sprint, 1996.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 02

AGRADECIMENTO 03

DEDICATÓRIA 04

RESUMO 05

METODOLOGIA 06

SUMÁRIO 07

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I

As contribuições em relação às atividades lúdicas, de alguns teóricos 10

1.1 – Comênio 10

1.2 – Dewey 11

1.3 – Freinet 12

1.4 – Froebel 13

1.5 – Maria Montessori 14

1.6 – Jean Piaget 15

1.7 – Rousseau 17

1.8 – Vygotsky 18

1.9 – Wallon 20

CAPÍTULO II

A evolução da brincadeira dentro contexto histórico 21

2.1 – A origem no Brasil 23

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CAPÍTULO III

Conceituando jogo, brinquedo e brincadeira 25

CAPÍTULO IV

As relações entre brincadeira e cultura 30

CAPÍTULO V

O papel do professor de Educação Infantil 34

CONCLUSÃO 37

BIBLIOGRAFIA 39

ÍNDICE 41

FOLHA DE AVALIAÇÃO 43

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição:

Universidade Candido Mendes – Instituto a Vez do Mestre – Pós-Graduação

¨Latu Sensu”

Título da Monografia:

O Jogo e a Brincadeira no Cotidiano das Práticas Pedagógicas na

Educação Infantil

Autora:

Rita de Cássia da Silva Conceição

Data da entrega:

Avaliado por: Profª Mary Sue Pereira Conceito: