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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” <> <> <> <> A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO SOBRE A LOGÍSTICA DIRECIONADA AS EMPRESAS DE MEDICAMENTO <> POR: RAFAEL GOMES DA SILVA MACHADO <> <> <> Orientador PROF.: JORGE TADEU VIEIRA LOURENÇO Rio de Janeiro 2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

<>

<>

<>

<>

A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO SOBRE A LOGÍSTICA

DIRECIONADA AS EMPRESAS DE MEDICAMENTO

<>

POR: RAFAEL GOMES DA SILVA MACHADO <>

<>

<>

Orientador

PROF.: JORGE TADEU VIEIRA LOURENÇO

Rio de Janeiro 2011

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FOLHA DE ROSTO

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

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A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO SOBRE A LOGÍSTICA

DIRECIONADA AS EMPRESAS DE MEDICAMENTO

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Monografia apresentada à Universidade Candido Mendes – Instituto a Vez do Mestre, como requisito parcial para a conclusão do curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Logística empresarial. Por: Rafael Gomes da Silva Machado

Rio de Janeiro 2011

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, pela vida, proteção diária, o privilégio do estudo, meu fiel amigo. Quero estender os meus agradecimentos aos meus amigos, que torceram pelo meu sucesso e aos meus mestres que contribuíram para que este objetivo fosse alcançado. Também quero estender meus agradecimentos ao meu grande amigo e padrinho Braz Mafran Machado, meu maior incentivador na realização deste sonho.

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DEDICATÓRIA

Dedico à minha esposa, Leiliane Nascimento de Paula, companheira em todas as horas. Ao meu filho Daniel Nascimento de Paula Machado, a alegria da minha vida. A meus pais Carlison Magno Chaves Machado e Neide Gomes da Silva Machado e, minha irmã Fabiana Gomes da Silva Machado, pelo incentivo e apoio nesta longa caminhada. Sem eles não seria possível realizar tal objetivo.

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RESUMO

Um produto ou um serviço tem pouco valor se não estiver disponível aos clientes no tempo e no lugar em que eles desejam consumi-lo. Quando uma empresa incorre em custos para movimentar os produtos em direção aos clientes ou tornar um estoque disponível de maneira oportuna, o valor que não estava lá antes foi criado para o cliente. Esse valor é tão seguro quanto aquele criado através da produção de um produto de qualidade ou através de preço baixo. As empresas dedicam muito tempo procurando meios para diferenciar seus produtos dos de seus concorrentes. Quando a gerência reconhece que a logística afeta uma parte significativa dos custos da empresa e que o resultado das decisões tomadas sobre a cadeia de suprimentos leva à diferentes níveis de serviços ao cliente, ela está em condições de usá-la de maneira eficaz para penetrar em novos mercados, para ampliar a sua participação no mercado e para elevar os lucros. A monografia será baseada em pesquisa bibliográfica, uma vez que se exigiu este tipo de pesquisa prévia, para justificar os objetivos e contribuições da própria pesquisa, não esquecendo a importância de um estudo comparativo. A monografia apresentará a seguinte estrutura na Introdução descreverá os pontos básicos como relevância, objetivos, limitações do trabalho, hipóteses, justificativa, metodologia; o capitulo 1, Definição logística e estrutura operacional da logística num sistema de produção, destacando a função e os tipos de lógicas adequados a essa produção; no capitulo 2, Sistema de logística; no capítulo 3, Estudo de caso, a exemplificação de uma empresa que desenvolve a logística direcionada para a distribuição de medicamentos.

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METODOLOGIA

Esta pesquisa apresenta uma exposição simplificada e prática,

desenvolvendo o presente trabalho através de uma amostragem textos,

legislações e de jurisprudências direcionadas, ao tema em questão para que

seja feito uma reflexão e um estudo mais aprofundado e uma futura conclusão

final. O desenvolvimento se deu através de pesquisas relacionadas sobre o

assunto escolhido, estando os recursos para a concretização deste projeto

monográfico em obras jurídicas e pesquisas como do autor Antonio Carlos

Alvarenga, Ronald H. Ballou e outros.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 8

CAPITULO 1. ORIGEM E CONCEITO DE LOGÍSTICA 14

CAPÍTULO 2. DEFINIÇÃO SISTEMA DE LOGÍSTICA 51

CAPITULO 3. ESTUDO DE CASO SOBRE A EMPRESA GIGA

TRANSPORTE: A LOGÍSTICA E A DISTRIBUIÇÃO

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CONCLUSÃO 80

BIBLIOGRAFIA 82

ÍNDICE 84

FOLHAS DE AVALIAÇÃO 86

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INTRODUÇÃO

O tema desta monografia é “A importância do estudo sobre a

logística direcionada as empresas de medicamentos”.

A logística exerce um papel fundamental para as empresas, ao

possibilitar que o produto ou serviço produzido esta disponibilizado no local

onde é necessário ou desejado pelos clientes. O gerenciamento operacional da

logística abrange a movimentação e a armazenagem de materiais e produtos

acabados. As operações logísticas têm início com a expedição inicial de

materiais ou componentes por um fornecedor, e terminam quando um produto

fabricado ou processado é entregue a um cliente.

A partir da compra inicial de materiais ou componentes, o processo

logístico agrega valor movimentando o estoque quando e onde necessário. Se

tudo ocorre normalmente, os materiais ganham valor em cada fase de sua

transformação em estoque acabado. Em outras palavras, uma peça tem maior

valor depois de ser incorporada a uma máquina.

Da mesma maneira, a máquina tem valor maior depois de ser

entregue ao comprador. Para dar apoio à manufatura, o estoque em processo

deve ser movimentado para satisfazer à montagem final. O custo de cada

componente e de sua movimentação toma-se parte do processo de agregação

de valor. O valor final agregado ocorre apenas com a última transferência de

propriedade do produto ao cliente na data e no local especificados.

Para as indústrias de grande porte, a operação logística pode

consistir de milhares de movimentos, que culminam, por fim, na entrega de

produtos ao usuário industrial, ao varejista, ao atacadista, ao revendedor ou a

outro cliente. Para os grandes varejistas, as operações logísticas podem

começar com o suprimento de produtos para revenda e, podem terminar com a

entrega ao consumidor ou com a retirada dos produtos pelo próprio. Nos

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9hospitais, a logística tem início com o suprimento de materiais e termina com o

apoio total na cirurgia e na recuperação do paciente. O ponto importante é que,

qualquer que seja o tamanho e o tipo da empresa, a logística é essencial e

requer uma atenção contínua. Para melhor compreensão, é útil dividir as

operações logísticas em três áreas: distribuição física, apoio à manufatura e

suprimento.

A logística deve se preocupar com a cadeia de abastecimento

visando atender ao nível de serviço estabelecido pela empresa, ao menor custo

total possível, maximizando a lucratividade e favorecendo a já mencionada

continuidade dos negócios.

Diante do que foi exposto questiona-se: De que maneira um estudo

sobre a logística direcionada as empresas de medicamentos pode auxiliar no

desenvolvimento de uma empresa?

A visão de globalização livre, ao contrário, se esforça no sentido de

oferecer serviço e produto excepcional, no que diz respeito a custos e a valor

agregado para o consumidor, em cada mercado do mundo. A empresa com

essa visão adota fonte de suprimento global para todos os materiais e serviços.

Dessa forma, aumenta a necessidade de gerenciamento logístico,

pois deve ser considerada uma ampla faixa de alternativas, bem como um

processo de tomada de decisões mais descentralizado. A tendência à

globalização leva uma quantidade cada vez maior de empresas a uma

abordagem desnacionalizada. O gerenciamento logístico deve adaptar-se aos

desafios de tal alteração.

Esta monografia possui como objetivo geral analisar a importância

da logística, principalmente na distribuição dentro de uma empresa brasileira. E

tem por objetivos específicos, conceituar logística; analisar a utilização da

logística na empresa; avaliar a logística como propulsor da produção nas

empresas brasileiras.

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Esta monografia limitar-se-á a abordar a logística dentro de uma

empresa. Nesta monografia procurar-se-á abordar as atividades logísticas são

importantes para os resultados das empresas, já que os efeitos de sua ação

pode se refletir no incremento da receita, como, por exemplo, na agilização de

pedidos ou na satisfação do cliente, o que resulta em maiores pedidos.

Por outro lado, na área de custos, em que a atuação logística é mais

forte, essa ação permite a redução das saídas financeiras, como ocorre, a título

de exemplo, na redução de estoques, de custos de transportes e de perdas de

produtos. O efeito do resultado é, portanto, duplo.

Na verdade, independente da metodologia de custeio aplicada, é

fundamental a percepção de um custo total. Essa concepção é ainda mais

importante ao ser considerado que, nos sistemas logísticos, a geração de

custos se reflete em quase toda a estrutura. Ou seja, a atividade pode

determinar uma relação de interação muito intensa entre todos os setores da

logística. Dessa maneira, uma ação logística de transporte pode, por exemplo,

alterar a política de estoques, que, por sua vez, relaciona-se com questões

referentes a armazéns, entre outras.

Quando ocorre serviços subcontratados, como é o caso dos

sistemas de transporte, um rigoroso gerenciamento de custos pode ser ainda

mais relevante. É comum que as empresas contem com mais de um

fornecedor de serviços de transporte em função dos custos envolvidos;

contudo, estes, muitas vezes, não são calculados da forma mais correta, seja

por problemas da metodologia empregada, seja pela qualidade dos parâmetros

considerados. Assim, é comum que exista rotas que sejam menos rentáveis, o

que dificulta a definição de qual transportador assumirá essas rotas, pois todos

querem as que são lucrativas.

É comum identificar fornecedores que, mesmo não sendo líderes em

preço, conseguem oferecer produtos a um custo mais baixo que o dos

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11concorrentes, simplesmente porque conseguem oferecer um nível de serviço

com uma maior freqüência de entregas, alta disponibilidade de produtos e

menores índices de devolução por avarias.

No caso da distribuição física, na qual os custos de transporte são

mais significativos, pode ser desenvolvido um sistema que compreende todas

as atividades, desde a saída do produto acabado da linha de produção até o

ato da entrega ao cliente. O fundamental para um sistema de custeio dessa

natureza é que ele consiga rastrear todos os custos por meio do sistema

logístico, evitando que estes sejam rateados de forma indiscriminada, pois,

com isso, os custos do sistema todo podem ser medidos.

De posse desse tipo de informação, é possível definir o nível de

serviço não apenas em função das solicitações dos clientes, mas, sobretudo,

em função da necessária rentabilidade que a empresa deve obter. Enfim, é

importante conhecer os diferentes sistemas de custeio utilizados pelos

sistemas contábeis e, principalmente, adequá-los às necessidades dos

sistemas logísticos de forma que os custos possam ser gerenciados

adequadamente a fim de os objetivos da logística serem atingidos.

A importância deste tema justifica-se na sua escolha devido a

necessidade em analisar que as necessidades logísticas determinam o

trabalho que a mão-de-obra, o equipamento e as instalações de distribuição

devem executar para o uso da capacidade. Utilizando informações oriundas

das previsões, da programação de promoções, dos pedidos de clientes e da

situação do estoque, as necessidades logísticas projetam o desempenho

esperado da cadeia de agregação de valor.

Na produção, os planos derivam de necessidades logísticas e

normalmente resultam em posicionamento de estoque, o principal instrumento

é um cronograma das necessidades de estoque que orienta o plano mestre de

produção (MPS - Master Production Scheduling) e o planejamento das

necessidades de produção (MRP - Manufacturing Requirements Planning). A

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12análise das necessidades de produção resulta em uma programação diária de

produção que pode ser utilizada para especificar as necessidades de materiais

e componentes.

A necessidade de suprimento determina as quantidades de entrada

de componentes e materiais de modo a dar apoio às necessidades de

produção. No varejo e no atacado, a função de suprimento envolve a

manutenção de um fluxo contínuo de produtos. Na produção, a função de

suprimento deve facilitar a entrada de materiais e componentes dos

fornecedores.

Qualquer que seja a situação, a função de suprimento coordena

decisões relativas à qualificação de fornecedores, à intensidade de negociação

desejada, a acordos com terceiros e à viabilidade de contratos de longo prazo.

As previsões utilizam dados históricos, níveis atuais de atividade e premissas

de planejamento para definir níveis futuros de atividade. As previsões logísticas

são feitas normalmente com base em previsões de curto prazo (isto é, menos

de 90 dias). Incluem previsões de níveis de vendas periódicas (normalmente

mensais ou semanais) para cada produto, formando a base dos planos

operacionais e das necessidades da logística.

O objetivo maior do fluxo de planejamento e coordenação de

informações é integrar atividades específicas dentro de uma empresa e facilitar

o desempenho integrado. A menos que seja alcançado um alto nível de

coordenação, provavelmente existe possibilidade de surgimento de

ineficiências operacionais e estoques excessivos.

Esta monografia apresentará a seguinte estrutura no a Introdução

descrevendo os pontos básicos como relevância, objetivos, limitações do

trabalho, hipóteses, justificativa, metodologia; o capitulo 1, Definição logística e

estrutura operacional da logística num sistema de produção, destacando a

função e os tipos de lógicas adequados a essa produção; no capitulo 2,

Sistema de logística; no capítulo 3, Estudo de caso, a empresa Giga

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13Transportes que desenvolve a logística direcionada para a distribuição e

transporte de medicamentos.

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CAPÍTULO I

ORIGEM E CONCEITO DE LOGÍSTICA

Na Antigüidade, as mercadorias que as pessoas desejavam não

eram produzidas onde elas gostariam de consumi-Ias ou não eram acessíveis

quando as desejavam. Alimentos e outros bens de consumo estavam

amplamente dispersos e disponíveis em abundância apenas em certos

períodos do ano.

As pessoas tinham que consumir as mercadorias imediatamente nos

locais onde as encontravam, ou precisavam transferi-Ias para um local de sua

preferência e armazená-las para uso posterior. Entretanto, devido à ausência

de um sistema de transporte bem desenvolvido e de sistemas de

armazenagem, o movimento de mercadorias era limitado ao que um indivíduo

podia transportar, e a armazenagem de perecíveis era possível apenas por um

curto período de tempo. Essas limitações dos sistemas de movimentação e de

armazenagem forçaram as pessoas a viverem perto das fontes de produção e

a consumirem uma estreita gama de mercadorias.

Mesmo hoje, em algumas áreas do mundo, o consumo e a produção

estão em regiões geográficas muito limitadas. Exemplos impressionantes ainda

podem ser observados em alguns países da Ásia e da África, onde grande

parte da população vive em pequenas aldeias, e a maioria do que necessitam é

produzida em uma vizinhança próxima. Algumas mercadorias são trazidas de

outras áreas. A eficiência produtiva e o padrão de vida são geralmente baixos

nesse tipo de economia. O principal motivo para isso é a falta de sistemas

logísticos bem desenvolvidos e baratos que possam encorajar uma troca de

mercadorias com outras áreas produtivas do país.

Quando o sistema logístico melhorou, o consumo e a produção

começaram a separar-se geograficamente. As regiões se especializaram nas

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15mercadorias que poderiam ser produzidas com mais eficiência. O excesso de

produção poderia ser transportado de forma econômica para outras áreas

produtivas ou consumidoras, enquanto que os produtos necessários que não

fossem produzidos no local seriam importados. Esse processo de troca segue

o princípio da vantagem comparativa.

Esse mesmo princípio, quando aplicado ao mercado mundial, ajuda

a explicar o alto nível do comércio internacional que é desenvolvido hoje.

Sistemas logísticos eficientes permitem tirar vantagem do fato que as terras e

as pessoas que as ocupam sejam igualmente produtivas. A logística é a

verdadeira essência do comércio. Ela contribui para um maior padrão de vida

para todos.

Para a empresa individual operar em uma economia de alto nível,

uma boa gestão das atividades logísticas é vital. Os mercados são

freqüentemente nacionais ou internacionais em escopo, ao passo que a

produção pode ser concentrada relativamente em poucos pontos. As atividades

logísticas fornecem a ponte entre o local de produção e os mercados que estão

separados pelo tempo e pela distância.

A logística empresarial é um campo de estudos relativamente novo

da gestão integrada, em comparação com os campos tradicionais de finanças,

marketing e produção. Suponha que consumidores, nos Estados Unidos e na

Coréia do Sul, comprem filmadoras e softwares. No ano seguinte,

aproximadamente o mesmo número de consumidores irá comprar programas

de processador de texto e televisores.

Agora, se cada economia negociasse uma com a outra aquelas

mercadorias na qual ela tem uma vantagem de custo, os consumidores e suas

economias teriam vantagens. A Coréia do Sul tem um custo de mão-de-obra

menor para produzir filmadoras, enquanto que os Estados Unidos tem uma

produção de softwares de alta qualidade e de baixo custo. Com a

disponibilidade de transportes baratos e confiáveis, há uma vantagem

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16econômica na especialização em produtos que podem ser produzidos mais

baratos e na compra do restante dos produtos de outros países.

Com custos moderados de transportes, a Coréia do Sul pode colocar

filmadoras nos Estados Unidos a um preço abaixo dos produzidos e

transportados localmente. Inversamente, os Estados Unidos têm vantagem de

custo em projeto e produção de softwares e pode incorrer em custos de

transportes moderados para colocá-los na Coréia do Sul a preços mais baixos

dos que estão disponíveis lá.

As empresas também têm se engajado continuamente em atividades

de movimentação-armazenagem (transporte-estoque). A novidade neste

campo resulta do conceito de gerenciamento coordenado das atividades

relacionadas, em vez da prática histórica de gerenciá-las separadamente, e do

conceito de que a logística adiciona valor aos produtos ou aos serviços que

são essenciais para as vendas e a satisfação dos clientes.

Embora o gerenciamento coordenado da logística não tenha sido

praticado até pouco tempo, esta idéia remonta de, pelo menos, muitos anos.

Nos escritos de Julie Dupuit, um engenheiro francês, a idéia de substituir um

custo pelo outro (custos de transportes por custos de estocagem) era evidente

na escolha entre transporte rodoviário e aquaviário.

O fato é que o transporte rodoviário, sendo mais rápido, mais

confiável e menos sujeito a perdas e danos, possui vantagem a qual os

comerciantes freqüentemente atribuem um valor considerável.

A definição de dicionário do termo logística é o ramo da ciência

militar que lida com a obtenção, a manutenção e o transporte de materiais,

pessoal e instalações? Esta definição põe a logística no contexto militar. Na

medida em que o objetivo e as atividades das empresas diferem daqueles dos

militares, essa definição não captura a essência da gestão da logística

empresarial. Uma melhor representação do campo pode ser refletida na

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17definição promulgada pelo Conselho de Administração Logística (CLM -

Council of Logistics Management), uma organização profissional de gestores

de logística, professores e práticos, formada em 1962 com o propósito de

oferecer educação continuada e fomentar o intercâmbio de idéias. Sua

definição é:

Logística é o processo de planejamento, implementação e controle

do fluxo eficiente e economicamente eficaz de matérias-primas, estoque em

processo, produtos acabados e informações relativas desde o ponto de origem

até o ponto de consumo, com o propósito de atender às exigências dos

clientes.

Essa é uma excelente definição com duas exceções. Primeira, ela

causa a impressão de os profissionais de logística de estarem apenas

preocupados com a movimentação física de mercadorias. Na realidade, muitas

empresas que produzem serviços em vez de produtos físicos têm substanciais

problemas de logística, e podem beneficiar-se de uma boa gestão logística

também. Ambas são consideradas neste texto.

Segunda, a definição do CLM implica que os profissionais de

logística estão preocupados com o fluxo de mercadorias de e para a sua

empresa. Esta responsabilidade parece estender o fluxo de produtos ao

processo de produção também. O profissional de logística provavelmente não

lida com os detalhes do processo de produção, tais como controle de estoque

em processo, programação de máquinas ou controle de qualidade das

operações, e exclui os de maiores considerações. Também está excluída a

atividade de manutenção incluída no conceito militar de logística.

A missão do profissional de logística é fornecer mercadorias e

serviços a clientes de acordo com suas necessidades e exigências da maneira

mais eficiente possível. A missão da logística é dispor a mercadoria ou o

serviço certo, no lugar certo, no tempo certo e nas condições desejadas, ao

mesmo tempo em que fornece a maior contribuição à empresa.

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A logística é um conjunto de atividades funcionais que é repetido

muitas vezes ao longo do canal de suprimentos através do qual as matérias-

primas são convertidas em produtos acabados e o valor é adicionado aos olhos

dos consumidores.

Como a fonte de matéria-prima, a fábrica e os pontos de venda não

estão localizados no mesmo ponto geográfico e o canal representa a seqüência

de fases da manufatura, as atividades logísticas muitas vezes ocorrem antes

que um produto chegue ao mercado. Mesmo aí, são repetidas uma vez mais

quando os produtos usados são reciclados e voltam ao canal logístico.

Uma simples empresa geralmente não está habilitada a controlar

seu fluxo de produto inteiro no canal, desde as fontes de matéria-prima até o

ponto final de consumo, embora esta seja uma oportunidade emergente. Para

propósitos práticos, a logística empresarial para empresas individuais tem um

escopo estreito. Normalmente, o máximo controle gerencial que pode ser

esperado está sobre o suprimento físico imediato e sobre os canais de

distribuição física.

O canal de suprimento físico refere-se ao hiato de tempo e espaço

entre as fontes de material imediato de uma empresa e seus pontos de

processamento. Da mesma maneira, o canal de distribuição física refere-se ao

hiato de tempo e espaço entre os pontos de processamento da empresa e seus

clientes. Devido às similaridades nas atividades entre os dois canais, o

suprimento físico (normalmente chamado administração de materiais) e a

distribuição física compreendem atividades que estão integradas na logística

empresarial. O gerenciamento da logística empresarial é também popularmente

chamado de gerenciamento da cadeia de suprimentos.

Embora seja fácil pensar em logística como o gerenciamento do

fluxo de produtos dos pontos de aquisição até os clientes, para muitas

empresas há um canal logístico reverso que deve ser gerenciado também. A

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19vida de um produto, do ponto de vista logístico, não termina com a sua entrega

ao cliente.

Os produtos tomam-se obsoletos, danificam-se ou estragam e são

levados aos seus pontos de origem para conserto ou descarte. O canal de

logística reverso pode utilizar todo ou apenas uma parte do canal logístico, ou

pode precisar de um projeto separado. A cadeia de suprimentos termina com o

descarte final de um produto e o canal reverso deve estar dentro do escopo do

planejamento e do controle logístico.

As atividades a serem gerenciadas que compõem a logística

empresarial (gerenciamento da cadeia de suprimentos) variam de empresa

para empresa, dependendo da estrutura organizacional da empresa em

particular, das diferenças de opinião sobre o quê constitui a logística e da

importância das atividades individuais para suas operações.

Os componentes de um sistema logístico típico são: serviços ao

cliente, previsão de vendas, comunicação de distribuição, controle de estoque,

manuseio de materiais, processamento de pedidos, peças de reposição e

serviços de suporte, seleção do local da planta e armazenagem (análise de

localização), compras, embalagem, manuseio de mercadorias devolvidas,

recuperação e descarte de sucata, tráfego e transporte, e armazenagem e

estocagem.

As atividades-chave e as de suporte são separadas porque, certas

atividades, em geral, ocorrerão em todo o canal logístico, considerando que

outras ocorrerão, dependendo das circunstâncias, dentro de uma empresa em

particular. As atividades-chave estão no circuito crítico. Também, contribuem

majoritariamente com o custo logístico total e são essenciais à coordenação

eficaz e à conclusão das tarefas logísticas.

O padrão de serviços ao cliente estabelece o nível de produção e o

grau de preparação ao qual o sistema logístico deve reagir. Os custos

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20logísticos aumentam em proporção ao nível de serviços fornecidos ao cliente,

de modo que o estabelecimento de padrões para serviços também afetam os

custos logísticos. O estabelecimento de requisitos muito altos pode elevar

excessivamente os custos logísticos.

Transporte e estoque são atividades logísticas primárias na

absorção de custos. A experiência mostra que cada uma representará metade

ou dois terços do custo logístico total. O transporte adiciona valor de lugar aos

produtos e serviços, enquanto o estoque adiciona valor de tempo.

O transporte é essencial porque nenhuma empresa moderna pode

operar sem fornecer a movimentação de suas matérias-primas e/ou de seus

produtos acabados. Essa natureza essencial é subestimada pelas funções

financeiras em muitas empresas devido aos chamado desastres nacionais, tais

como uma greve ferroviária nacional ou recusa dos caminhoneiros

independentes em movimentar mercadorias por causa da disputa de taxas de

frete.

Nessas circunstâncias, os mercados não podem ser atendidos, o

que faz com que os produtos retomem ao canal logístico, deteriorando e

tornando-se obsoletos. O estoque é essencial à gestão logística porque

geralmente é impossível ou impraticável fornecer produção instantânea e

cumprir prazos de entrega aos clientes.

O processamento de pedidos é a atividade-chave final. Seu custo

geralmente é menor comparado ao custo de transporte ou de manutenção de

estoques. Não obstante, o processamento de pedidos é um elemento

importante no tempo total que pode levar para que um cliente receba

mercadorias ou serviços. Também, é a atividade que aciona a movimentação

de produtos e a entrega de serviços.

As atividades de suporte, embora possam ser tão críticas quanto às

atividades-chave em algumas circunstâncias, são consideradas aqui como

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21contribuintes para a realização da missão logística. Além disso, nem todas as

empresas possuem todas as atividades de suporte. Por exemplo, produtos

como automóveis ou commodities, tais como carvão, ferro e brita, que não

necessitam de proteção de armazenagem contra intempéries não exigirão tal

atividade, mesmo que sejam mantidos estoques. Entretanto, a armazenagem e

o manuseio de materiais sempre acontecem, mesmo quando a movimentação

de produtos para o mercado para temporariamente.

A atividade de colocar a embalagem protetora é uma atividade de

suporte do transporte e do estoque, bem como da armazenagem e do

manuseio de materiais, porque ela contribui para a eficiência com a qual estas

outras atividades são executadas. As atividades de compras e programação de

produtos freqüentemente podem ser consideradas mais uma preocupação da

produção do que da logística.

Entretanto, elas podem afetar o esforço logístico e, obviamente, a

eficiência do transporte e do gerenciamento de estoque. Finalmente, a

manutenção de informações apóia todas as outras atividades logísticas para as

quais ela fornece a informação necessária para planejamento e controle.

A logística diz respeito à criação de valor para clientes e

fornecedores de empresa e valor para os acionistas de empresa. O valor em

logística é expresso em termos de tempo e lugar. Produtos e serviços não têm

valor a menos que estejam sob a posse do cliente quando (tempo) e onde

(lugar) eles desejam consumi-los.

A boa gestão logística vê cada atividade na cadeia de suprimentos

como contribuinte no processo de adição de valor. Se pouco valor pode ser

adicionado, pode-se questionar se a atividade deve existir. Entretanto, é

adicionado valor quando clientes estão dispostos a pagar mais por um produto

ou serviço do que o custo de sua obtenção. Para muitas empresas ao redor do

mundo, a logística tomou-se um importante processo de adicionar valor por

inúmeras razões.

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22

1.1 Objetivos operacionais no gerenciamento de sistemas logísticos

As necessidades operacionais da logística reversa variam desde

situações em que se busca o menor custo total, como a devolução de garrafas

para reciclagem, a soluções extremas, como situações críticas de retirada de

um produto do mercado. O ponto importante é que não é possível formular uma

estratégia logística satisfatória sem uma revisão criteriosa das necessidades da

logística reversa.

No caso de alguns produtos, como equipamento de reprodução (ex.:

fotocópia), a principal parcela de lucro é originada da venda de componentes

de reposição e do fornecimento de serviços pós-venda. A importância da

logística de serviço de apoio varia diretamente com o produto e o comprador.

Para empresas que comercializam produtos de consumo duráveis ou

equipamento industrial, o compromisso com o apoio ao ciclo de vida constitui

exigência operacional versátil e essencial, e também um dos maiores custos

das operações logísticas.

As capacitações necessárias ao apoio ao ciclo de vida de um

sistema logístico devem ser criteriosamente projetadas. Como foi observado

anteriormente, a logística reversa, como competência, decorrente da atenção

mundial a questões ambientais, requer a capacidade de reciclar ingredientes e

materiais de embalagem. O apoio ao ciclo de vida, em termos modernos,

significa dar apoio logístico integral.

Em termos de projeto e gerenciamento de sistemas logísticos, cada

empresa deve atingir simultaneamente pelo menos seis objetivos operacionais

diferentes. Esses objetivos operacionais, que são determinantes básicos do

desempenho logístico, incluem resposta rápida, variância mínima, estoque

mínimo, consolidação da movimentação, qualidade e apoio ao ciclo de vida.

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23Segundo Caixeta Filho e Martins (2001) cada objetivo é tratado resumidamente

a seguir:

a) Resposta Rápida

Resposta rápida decorre da habilidade das empresas de

satisfazerem as exigências de serviço ao cliente em tempo hábil. A tecnologia

de informação possibilitou o aumento de capacitação de postergação nas

operações logísticas até o último momento possível para, em seguida, efetuar

uma entrega rápida dos produtos solicitados.

O resultado é a eliminação de estoques excessivos tradicionalmente

armazenados em antecipação às necessidades de clientes. A capacidade de

resposta rápida muda à ênfase operacional de uma postura de antecipação

baseada em previsões e estoques, para outra baseada na resposta às

necessidades de clientes, pedido a pedido. Visto que, normalmente, em um

sistema baseado no tempo o estoque não é movimentado até que as

necessidades dos clientes sejam conhecidas, existe pouca tolerância com

relação a deficiências operacionais.

b) Variância Mínima

A variância é ocasionada por qualquer acontecimento inesperado

que perturbe o desempenho do sistema. Pode resultar de qualquer aspecto das

operações logísticas. Atrasos no recebimento de pedidos de clientes,

interrupções na fabricação, mercadorias que chegam ao cliente com avarias ou

entregas em um local incorreto, resultam em descontinuidades no tempo das

operações que devem ser solucionadas. Possíveis reduções de variância

podem ser tentadas em operações tanto internas quanto externas. Todas as

áreas operacionais de um sistema logístico consistem em fontes potenciais de

variância.

A solução tradicional para acomodar as variâncias sempre foi a

formação de estoques de segurança ou a utilização de transporte de alto custo.

Essas práticas, em função dos custos e do risco inerentes, têm sido

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24substituídas por meio da utilização de tecnologia de informação para obter um

efetivo controle logístico. Quando as variâncias são minimizadas, a

produtividade logística melhora em decorrência de operações economicamente

mais eficientes. Portanto, um objetivo básico do desempenho logístico é reduzir

a variância.

c) Estoque Mínimo

Para ser alcançado, o objetivo de estoque mínimo envolve o

comprometimento de ativos e a velocidade de rotação dos estoques. O

investimento total em estoques é o total de recursos financeiros distribuído por

todo o sistema logístico em estoques.

A rotação do estoque depende de sua taxa de utilização no decorrer

do tempo. Altas taxas de rotação, aliadas à disponibilidade de estoque,

significam que os ativos aplicados estão sendo utilizados eficientemente.

O objetivo é reduzir a quantidade de estoque ao nível mais baixo

possível, consistente com as metas de prestação de serviço ao cliente, de

modo a obter o menor custo logístico total. Conceitos como estoque zero estão

se tornando cada vez mais populares à medida que os executivos procuram

reduzir a quantidade de estoque parados.

O que realmente leva à reestruturação de um sistema logístico é o

fato de que as ineficiências operacionais não se tornam aparentes até que os

estoques sejam reduzidos a seu nível mais baixo. Embora, em princípio, a

meta de eliminar totalmente o estoque seja atraente, é importante lembrar que

o estoque pode possibilitar e, de fato, possibilita algumas vantagens

importantes em um sistema logístico.

Os estoques podem fornecer melhor retorno sobre o investimento

quando decorrem de economias de escala na fabricação ou no suprimento. O

objetivo é gerenciar e reduzir o estoque ao nível mais baixo possível, atingindo,

simultaneamente, os objetivos operacionais desejados. Para alcançar o

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25objetivo de estoque mínimo, o projeto do sistema logístico deve levar em conta

o controle sobre o nível de comprometimento e a velocidade de rotação do

estoque na empresa inteira, e não apenas para cada local de atividade.

d) Consolidação da Movimentação

Um dos custos logísticos mais significativos é o custo do transporte.

O custo de transporte está diretamente relacionado com o tipo de produto, o

tamanho da carga e a distância. Vários sistemas logísticos que apresentam um

serviço premium dependem de um transporte de alta velocidade e de pequenas

cargas. O transporte premium é normalmente caro. Uma forma de reduzir o

custo de transporte é a consolidação de movimentação.

Geralmente, quanto maior o carregamento e maior à distância

percorrida, menor será o custo unitário de transporte. Para se obter tais

vantagens, são necessárias à adoção de programas inovadores que

possibilitem o agrupamento de cargas pequenas e, conseqüentemente, uma

movimentação consolidada. Esses programas são facilitados por providências

que transcendem toda a cadeia de suprimento.

e) Qualidade

O quinto objetivo logístico é o aperfeiçoamento contínuo da

qualidade. O gerenciamento da qualidade total (TQM - Total Quality

Management) tornou-se um compromisso importante em todos os ramos

industriais (ZENONE, 2003).

O comprometimento com a qualidade total é uma das forças

importantes que contribuem para o renascimento da logística. Se um produto

apresenta defeitos ou se as promessas de serviço não se concretizam, pouco

ou nenhum valor será agregado pela logística. Os custos logísticos, uma vez

despendidos, não podem ser recuperados.

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26Na verdade, quando ocorre uma falha na qualidade, o trabalho

logístico normalmente precisa ser desfeito e, em seguida, repetido. A própria

logística deve ser executada segundo padrões de qualidade rígidos.

O desafio gerencial de alcançar um desempenho logístico com

defeito zero se torna ainda maior devido ao fato de que as operações logísticas

são normalmente executadas em uma vasta área geográfica, a qualquer hora

do dia e da noite. O desafio da qualidade se torna ainda maior devido ao fato

de que grande parte do esforço logístico é executado longe de supervisão

direta.

O retrabalho, em função de carga incorreta ou de avarias em

trânsito, acarreta um atendimento de um pedido de cliente muito mais caro, se

comparado com um pedido atendido da maneira correta, logo da primeira vez.

A logística é um fator importante no desenvolvimento e na manutenção de um

aperfeiçoamento contínuo da qualidade total.

f) Apoio ao Ciclo de Vida

O último objetivo do projeto logístico deve ser o apoio ao ciclo de

vida. Poucos produtos e serviços são vendidos sem alguma garantia de

desempenho no decorrer de um período específico. Em algumas situações, o

fluxo normal de trânsito de estoque em direção aos clientes tem que ser

invertido.

A capacidade de retirada de produto de circulação (product recall)

depende da competência crítica resultante da imposição de padrões cada vez

mais rígidos relativos à qualidade, ao prazo de validade do produto e à

responsabilidade por conseqüências negativas. As necessidades da logística

reversa também decorrem do crescente número de leis que proíbem o descarte

indiscriminado e incentivam a reciclagem de recipientes de bebidas e materiais

de embalagem.

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27O aspecto mais significativo da logística reversa é a necessidade de

um máximo controle quando existe uma possível responsabilidade por danos à

saúde, por exemplo, um produto contaminado (ZENONE, 2003). Nesse

sentido, um programa de retirada do mercado é semelhante a uma estratégia

de serviço máximo ao cliente que deve ser executado independentemente do

custo.

1.2 Duração do ciclo de atividades

A duração do ciclo de atividades é a principal diferença entre

operações nacionais e operações globalizadas, em vez de três a cinco dias de

trânsito e uma duração total dos ciclos de atividades de quatro a dez dias, as

operações globalizadas atingem ciclos que freqüentemente se medem em

semanas ou meses. É comum, por exemplo, que fornecedores de peças para

automóveis da Orla do Pacífico gastem de 60 a 90 dias entre a emissão de um

pedido de ressuprimento de estoque e a entrega da mercadoria na fábrica nos

Estados Unidos.

A razão deste ciclo de atividades mais demorado está em atrasos de

comunicação, necessidades de financiamento e de embalagens especiais,

programação de linhas marítimas e longos tempos de transporte e de

desembaraço aduaneiro. As comunicações atrasam por causa de diferenças de

fuso horário e de idiomas.

Os financiamentos causam atrasos porque a maioria das transações

internacionais exige cartas de crédito. Embalagens especiais são necessárias

para proteger os produtos de danos por manuseio e infiltração de água, já que

os contêineres freqüentemente apresentam altos níveis de umidade, em virtude

de condições adversas de clima e temperatura. Uma vez colocado um produto

num contêiner, este deve ser programado num navio com o equipamento

correto para embarque e para desembarque no porto de destino.

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28Este processo, por si só, pode exigir até 30 dias se os portos de

origem e de destino não estiverem localizados em rotas de grande volume de

tráfego, ou se os navios que se destinam ao porto desejado não tiverem o

equipamento necessário. O tempo de viagem, uma vez o navio em alto-mar,

varia de 10 a 21 dias (NOVAES, 2004).

O desembaraço alfandegário demora, pelo menos, um dia,

geralmente mais. Embora seja cada vez mais comum a utilização de

intercâmbio eletrônico de dados para preparar antecipadamente o

desembaraço de mercadorias antes da chegada dos navios aos portos, a

duração do ciclo de atividades continua muito longa.

A combinação e a complexidade dessas atividades tomam os ciclos

de atividades relativos às operações internacionais mais longos, menos

consistentes e menos flexíveis do que as mesmas atividades para as

operações normais dentro do país. A reduzida consistência, principalmente,

aumenta a dificuldade de planejamento logístico.

O ciclo de atividades mais longo provoca também a necessidade de

estoques maiores, pois existem quantidades substanciais de produtos durante

todo o período de trânsito. Tal situação acarreta contínuas avaliações nos

níveis de estoque e nas necessidades de espaço enquanto se aguarda a

chegada e o desembaraço de cargas internacionais.

Há diferenças que devem ser consideradas quando se opera num

ambiente globalizado. Em primeiro lugar, as operações internacionais

requerem o uso de vários idiomas, tanto para os produtos como para a

documentação. Produtos relativamente sofisticados, como computadores ou

calculadoras, devem ter pormenores locais, como caracteres no teclado e

idioma diferente nas embalagens e nos manuais.

Do ponto de vista logístico, as diferenças de idioma aumentam

dramaticamente a complexidade das operações, porque os produtos ficam

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29limitados a um país específico após serem customizados no idioma do país.

Por exemplo, mesmo sendo a Europa Ocidental geograficamente muito menor

do que os Estados Unidos, ela necessita estoques relativamente maiores para

atender o mercado, já que são necessários estoques diferentes em virtude de

diferenças de idioma.

Apesar da proliferação de produtos por imposições lingüísticas ter

sido reduzida com a adoção de embalagens multilingües, essa estratégia nem

sempre é aceitável. Além destas implicações, as operações internacionais

exigem documentação também multilingüe para os países pelos quais a carga

transita.

Embora o inglês seja o idioma de uso generalizado no comércio

internacional, alguns países exigem que a documentação de transporte e de

alfândega seja emitida em seu idioma. Isso aumenta o tempo e o esforço das

operações internacionais, pois complexos documentos devem ser traduzidos

antes dos embarques. As dificuldades de comunicação e de documentação

podem, no entanto, ser amenizadas por meio do uso de transações

padronizadas via intercâmbio eletrônico de dados (BALLOU, 2006).

A segunda diferença é a maior quantidade de produtos necessária

para atender a operações globalizadas, particularmente devido às diferenças

lingüísticas já comentadas. Por outro lado, podem existir ainda diferenças

intrínsecas de produtos, como características de funcionamento, de

alimentação de energia elétrica e de requisitos de segurança. Embora possam

não ser substanciais, pequenas diferenças de requisitos entre países podem

aumentar significativamente' o número de itens mantidos em estoque (SKUs),

bem como os próprios níveis dos estoques.

A terceira diferença é a quantidade de documentação exigida nas

operações internacionais. Enquanto para as operações dentro do país a

documentação inclui geralmente uma só fatura e um só conhecimento de

embarque ou romaneio, as operações internacionais exigem documentação

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30substancial a respeito do conteúdo dos pedidos, de transporte, de

financiamento e do controle governamental.

O exemplo de conhecimento de embarque inclui os dados do

exportador e do consignatário, do agente embarcador, instruções sobre rotas

(portos de carga e descarga), modalidade de transporte e descrição da carga.

A fatura alfandegária informa os dados do vendedor, do consignatário,

endereço para entrega da mercadoria, condições de venda e de pagamento,

número(s) does) pedido(s), informações sobre o preço, o peso e o número da

fatura.

Dentre os dados do vendedor e do consignatário, o critério de

origem, o conteúdo do embarque, a classificação tarifária, o peso ou a

quantidade, o(s) número(s) e a(s) data(s) da(s) fatura(s) (ZENONE, 2003).

a) Carta de crédito irrevogável. Contrato entre o importador e um

banco, que transfere a responsabilidade de pagamento do importador para um

banco presumivelmente detentor de maior credibilidade.

b) Saque de letra de câmbio. Modalidade de pagamento que tem

dois tipos: pagamento a vista do saque cambial contra entrega da

documentação do embarque e entrega da documentação contra aceite do

saque cambial, para pagamento em data posterior. Os dois tipos de saques

cambiais costumam ser acompanhados de instruções precisas para a

execução da operação.

c) Conhecimento de embarque. Emitido pela empresa de transporte

marítimo, ou por seu agente, corno prova do contrato de transporte da

mercadoria, e corno documento válido para levantamento da mercadoria no

destino por seu proprietário legal.

d) Documento combinado de transporte. Pode substituir o

conhecimento de embarque se as mercadorias são transportadas por via aérea

(Conhecimento de embarque aéreo) ou por meio de mais de um modal de

transporte.

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31

e) Fatura comercial. Documento emitido pelo exportador, que

descreve com precisão a mercadoria e as condições de venda (similar à fatura

usada nas vendas no mercado nacional).

f) Certificado de seguro. Emitido pela companhia seguradora,

declara o tipo de cobertura efetuada (fogo, roubo, água), os nomes da

companhia seguradora e do exportador cuja mercadoria foi segurada.

g) Certificado de origem. Declara o país onde a mercadoria foi

produzida, a fim de permitir a identificação das tarifas aplicáveis e de possíveis

restrições governamentais.

A quarta diferença operacional é o fato de que o efetivo

gerenciamento de estoque globalizado não pode preocupar-se com a

propriedade do estoque e com sua localização física. A prática normal em

muitas empresas é espalhar a responsabilidade de gerenciamento de estoque

por numerosos locais, cada qual tentando justificar seus níveis de estoque em

conformidade com os níveis de serviços prestados.

Esta abordagem individualista acarreta a existência de quantidade

de estoque substancialmente maior do que aquela necessária para atender a

demanda, no caso de laboratório de produtos médicos, por exemplo, precisou

montar três estágios de estoque independentes na fábrica nos EUA, no país de

entrada na Europa e no país servido, para atender à Europa a partir dos

Estados Unidos. O resultado foi uma quantidade de estoque maior que a

necessária.

A quinta diferença operacional é a complexidade do transporte

internacional. Serviços e competências considerados normais num mercado

nacional como os Estados Unidos freqüentemente não estão disponíveis

internacionalmente. Isto é particularmente notado em países em

desenvolvimento. Se, por um lado, é normal a contratação de um número

limitado de transportadoras dentro do mercado nacional, as melhores práticas

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32internacionais sugerem a utilização de vários prestadores de serviços, com

segmentação por modalidade de transporte.

No mercado de transporte internacional, a contratação de uma única

transportadora, para efetivamente gerenciar os serviços de outras

transportadoras, não é uma opção viável. Atualmente, não há transportadoras

com alcance e porte para executar serviços dessa forma, embora a United

Parcel Service e a TNT estejam despontando como possibilidades confiáveis.

A complexidade da logística globalizada é particularmente notada no

transporte marítimo oceânico. O transporte transoceânico tem papel crítico

para o atendimento das atuais exigências de competitividade, quanto à

sensibilidade em termos de prazo de entrega às fábricas e a exposições de

produtos, bem como quanto ao atendimento de variações sazonais e

campanhas promocionais de vendas.

A maior parte das movimentações logísticas globais é feita por

transporte marítimo. O aumento de confiabilidade derivado do intercâmbio

eletrônico de dados e da possibilidade de esquemas de transporte intermodal

tomou o transporte marítimo uma opção cada vez mais atraente de serviço ao

cliente para compatibilidade de prazos e por seu custo. No entanto, há

pormenores no transporte marítimo que têm implicações atuais e futuras na

logística globalizada.

Em primeiro lugar, a noção atual de eficiência logística na cadeia de

suprimento implica normalmente a seleção de poucos parceiros chaves e a

negociação de estreitas alianças com eles. No transporte marítimo, isto é

quase impossível, se os parceiros de transporte marítimo pertencerem a

conferências diferentes, como acontece com as principais empresas marítimas.

Uma conferência é uma associação de empresas de transporte marítimo que

adota taxas comuns a fim de estabilizar volumes de cargas, entre outros

fatores.

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33Há várias conferências internacionais de empresas marítimas. Essas

conferências permitem freqüentemente que um embarcador possa discutir

condições com uma empresa de sua preferência e depois designar o membro

ou membros da conferência para transportar sua carga. Nesse caso, não

aparece o nome da empresa marítima no acordo, já que o embarcador faz

contrato com a conferência e não com uma empresa individual.

Com a crescente atenção dada à logística no ambiente de negócios

atual, muitas associações de embarcadores ou grupos de indústrias acreditam

que as conferências estão impedindo o desenvolvimento de parcerias

extraordinariamente importantes. Os embarcadores alegam que, sem a

possibilidade de escolher um parceiro para transporte, não podem implementar

soluções logísticas eficazes. O sistema de conferências toma também difícil,

para os embarcadores, firmar contratos globalizados.

Em segundo lugar, as taxas de transportes marítimos diminuíram em

função da capacidade ociosa e do lento processo de substituição de velhas

embarcações. O problema da capacidade ociosa é similar ao dos transportes

rodoviários de cargas fracionadas logo após a desregulamentação. Embora as

conferências marítimas tenham tentado fixar taxas em níveis suficientemente

altos para permitir lucratividade, empresas marítimas independentes estão

reduzindo essas taxas para atrair maior volume de cargas e continuar

operando.

Portanto, as principais empresas estão sob pressão financeira. Além

disso, à medida que os membros das conferências adquirem novos navios com

maior capacidade, num esforço para reduzir custos, investindo também em

tecnologia mais sofisticada, criam maior capacidade ociosa, pois os velhos

navios são vendidos a empresas independentes em vez de serem desativados

definitivamente.

Em terceiro lugar, os transportes marítimos continuam a lutar contra

o desequilíbrio do comércio globalizado do eixo Leste-Oeste. Enquanto as

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34economias da Orla do Pacífico continuarem crescendo e exportando muito

mais mercadorias do que importam, os períodos de escassez temporária de

contêineres e os desequilíbrios entre oferta e procura continuarão complicando

os esforços de planejamento logístico das transportadoras marítimas e de seus

parceiros intermodais.

Em quarto lugar, o crescimento do transporte de contêineres tem

reduzido a flexibilidade de muitas empresas marítimas para transportar cargas

de características inesperadas, como maquinaria pesada ou chassi de

automóveis. Na validade, os esforços para aumentar a rapidez do manuseio e

reduzir os danos por meio do uso de contêineres são um pouco limitados pela

impossibilidade de transportar maior variedade de cargas. Essas circunstâncias

podem criar períodos de escassez de equipamentos em lugares e em épocas

específicos.

Finalmente, um dilema comum experimentado pelos usuários de

transporte, tanto nos Estados Unidos como na Ásia, é a escassez de

equipamento para atender ao crescente volume de mercadorias transportado

de maneira intermodal, como resultado da contínua expansão do comércio na

Orla do Pacífico. Apesar de a recessão dos últimos anos no Japão ter atrasado

os aperfeiçoamentos da infra-estrutura do país, o desenvolvimento em outros

importantes países da Ásia continua.

O programa de expansão das ferrovias da Coréia, a introdução de

vagões com o dobro da capacidade na Índia e a atenção crescente da China

para a infra-estrutura em seu interior, tudo isso ajuda a disseminar a

intermodalidade por toda a Ásia. A solução do dilema deverá permitir que o

transporte marítimo se tome uma parte mais eficiente e eficaz do esforço

estratégico da logística global.

Os ciclos de atividades tornam-se dinâmicos à medida que atendem

às necessidades de entrada e saída. A entrada de um ciclo de atividades é

consubstanciada por um pedido que especifica as necessidades de produto ou

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35materiais. Um sistema com alto volume de transações exige, geralmente,

diversas combinações diferentes de ciclos de atividades para atender a todas

as necessidades de um pedido. Quando as necessidades são altamente

previsíveis ou relativamente poucas, os ciclos de atividades necessários para

fornecer apoio logístico podem ser simplificados (ZENONE, 2003).

A saída do sistema é o desempenho esperado da operação

logística. A estrutura dos ciclos de atividades é considerada eficaz quanto às

exigências operacionais são satisfeitas, na realização de sua missão. A

eficiência está relacionada com dispêndios de recursos necessários para a

obtenção de eficácia logística. A eficácia e a eficiência dos ciclos de atividades

são questões chaves no gerenciamento da logística.

Dependendo da missão operacional de um ciclo de atividades

específico, as atividades necessárias podem estar sob controle total de uma

única empresa ou podem envolver várias empresas. Ciclos de apoio à

manufatura, por exemplo, estão normalmente sob controle total de uma única

empresa. Já os ciclos de atividades relacionados com a distribuição física e

com o suprimento envolvem normalmente a participação de clientes e de

fornecedores. Os ciclos de atividades envolvem a cadeia de suprimento inteira

e vinculam as empresas participantes.

É importante saber que a freqüência das transações varia de um

ciclo de atividades para outro. Alguns ciclos de atividades são estabelecidos

para uma única compra ou venda. Nesse caso, o ciclo é projetado,

implementado e, em seguida, desfeito, uma vez concluída a transação. Outros

ciclos de atividades representam arranjos a longo prazo (MAXIMIANO, 2004).

Algo que complica os processo é o fato de que qualquer operação

ou instalação em um arranjo logístico também pode participar de vários ciclos

de atividades diferentes. O depósito de um atacadista de hardware, por

exemplo, pode receber regularmente mercadoria de várias centenas de

fabricantes. Da mesma maneira, uma transportadora de aluguel participa

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36normalmente de inúmeros ciclos de atividades diferentes, envolvendo uma

ampla variedade de indústrias.

Se considerar uma empresa de âmbito nacional ou multinacional

envolvida na comercialização de ampla linha de produtos para diversos clientes

operando estes na fabricação de itens básicos e montagem, e na aquisição de

materiais e componentes em âmbito mundial, a noção de ciclos de atividades

individuais vinculando todas as operações fica difícil de ser compreendida.

Independentemente do número e dos tipos diferentes de ciclos de atividades

utilizados por uma empresa para satisfazer a suas necessidades logísticas,

cada um dos tipos deve ser projetado individualmente e gerenciado

operacionalmente.

A importância fundamental do projeto e da operação dos ciclos de

atividades não pode ser subestimada. O ciclo de atividades é a unidade básica

do projeto e do controle operacional. Uma perspectiva do ciclo de atividades é

importante para satisfazer às necessidades logísticas. Em essência, a estrutura

dos ciclos de atividades é a base para a implementação da logística integrada

(NOVAES, 2004).

Três pontos são importantes para a compreensão da arquitetura de

sistemas logísticos integrados. Em primeiro lugar, o ciclo de atividades é a

unidade fundamental para a análise de funções logísticas. Em segundo lugar, a

estrutura de ciclos de atividades, em termos de organização de nós e vínculos,

é basicamente a mesma, quer na distribuição física, quer no apoio à

manufatura, quer ainda no suprimento.

No entanto, existem diferenças consideráveis no controle que uma

empresa detém sobre um tipo específico de ciclo de atividades. E, em terceiro

lugar, independentemente do quão ampla e complexa seja a estrutura do

sistema logístico completo, interfaces e processos de controle essenciais

devem ser identificados e avaliados como combinações de ciclos de atividades

individuais ao se buscar a integração dos processos.

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37

A principal unidade de análise da logística integrada é o ciclo de

atividades. A análise da integração logística, em termos de ciclos de atividades,

fornece uma perspectiva básica da dinâmica, das interfaces e das decisões

que devem ser combinadas para a criação de um sistema operacional. Em um

nível básico, os fornecedores, a empresa e seus clientes são vinculados pelos

canais dos meios de comunicação e de transporte. As localizações das

instalações vinculadas pelos ciclos de atividades são chamadas nós.

Além dos nós e vínculos, um ciclo de atividades logístico requer

estoque. Este é avaliado segundo os recursos nele investidos para dar apoio

às operações. O estoque comprometido num sistema consiste no estoque

básico e no estoque de segurança, cujo objetivo é fornecer proteção contra

variância. É nos nós das instalações que as atividades logísticas ocorrem

(SLACK, 2002). Dentro dos nós, o estoque é armazenado ou flui, exigindo

vários tipos diferentes de manuseio de materiais e, pelo menos, um mínimo de

armazenagem.

Embora um certo trabalho de manuseio e armazenagem em trânsito

aconteça no transporte, ele é mínimo se comparado com o que acontece

normalmente em uma instalação logística, como um depósito (SLACK, 2002).

1.3 Gerenciamento, distribuição e estoque de um planejamento logístico

O gerenciamento operacional da logística abrange a movimentação

e a armazenagem de materiais e produtos acabados. As operações logísticas

têm início com a expedição inicial de materiais ou componentes por um

fornecedor, e terminam quando um produto fabricado ou processado é

entregue a um cliente.

A partir da compra inicial de materiais ou componentes, o processo

logístico agrega valor movimentando o estoque quando e onde necessário. Se

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38tudo ocorre normalmente, os materiais ganham valor em cada fase de sua

transformação em estoque acabado (BALLOU, 2006). Em outras palavras, uma

peça tem maior valor depois de ser incorporada a uma máquina. Da mesma

maneira, a máquina tem valor maior depois de ser entregue ao comprador.

Para dar apoio à manufatura, o estoque em processo deve ser

movimentado para satisfazer à montagem final. O custo de cada componente e

de sua movimentação toma-se parte do processo de agregação de valor. O

valor final agregado ocorre apenas com a última transferência de propriedade

dos produtos aos clientes na data e no local especificados.

Para as indústrias de.grande porte, as operações logísticas podem

consistir de milhares de movimentos, que culminam, por fim, na entrega de

produtos ao usuário industrial, ao varejista, ao atacadista, ao revendedor ou a

outro cliente. Para os grandes varejistas, as operações logísticas podem

começar com o suprimento de produtos para revenda e, podem terminar com a

entrega ao consumidor ou com a retirada dos produtos pelo próprio. Nos

hospitais, a logística tem início com o suprimento de materiais e termina com o

apoio total na cirurgia e na recuperação do paciente (OLIVEIRA NETTO ;

TAVARES, 2006).

A área da distribuição física trata da movimentação de produtos

acabados para entrega aos clientes. Na distribuição física, o cliente é o destino

final dos canais de marketing. A disponibilidade do produto é parte vital do

trabalho de marketing de cada participante do canal. Mesmo o agente de

vendas, que normalmente não possui estoque, depende da disponibilidade de

estoque para cumprir suas responsabilidades comerciais.

A menos que a variedade adequada de produtos seja entregue de

maneira eficiente quando e onde necessário, grande parte do esforço de

marketing, poderá ser colocada em risco. É pelo processo de distribuição física

que o tempo e o espaço do serviço ao cliente se tornam parte integrante de

marketing. Assim, a distribuição física vincula um canal de marketing a seus

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39clientes. São utilizados vários sistemas diferentes de distribuição física para dar

apoio à ampla variedade de sistemas de marketing existente em uma nação

com altos níveis de atividades comerciais.

Todos os sistemas de distribuição física têm uma característica

comum: vinculam fabricantes, atacadistas e varejistas em canais de marketing

que fornecem a disponibilidade de produtos como aspecto integrante de todo o

processo de marketing. De acordo com Nasajon et al:

A área de apoio à manufatura concentra-se no gerenciamento de estoque em processo à medida que este flui entre as fases de fabricação. A principal responsabilidade logística na manufatura é participar da formulação de uma programação-mestre de produção e providenciar a disponibilidade em tempo hábil de materiais, componentes e estoque em processo. Portanto, a preocupação maior do apoio à manufatura não está em como a produção ocorre, mas em o que é fabricado e quando e onde os produtos são fabricados. O apoio à manufatura tem diferença significativa em relação à distribuição física. A distribuição física tenta satisfazer os desejos dos clientes e, portanto, deve conciliar incertezas originadas do consumidor e incertezas da demanda industrial. O apoio à manufatura abrange as necessidades de movimentação que estão sob o controle da empresa fabricante. As incertezas contornadas pela distribuição física, decorrentes da natureza aleatória dos pedidos de clientes e pela demanda industrial irregular, não estão presentes na maioria das operações de produção (NASAJON ET AL, 2004, p. 146).

Do ponto de vista do planejamento geral, a separação do apoio à

manufatura das atividades de saída (distribuição física) e de entrada

(suprimento) proporciona oportunidades de especialização e de

aperfeiçoamento da eficiência.

O suprimento abrange a compra e a organização da movimentação

de entrada de materiais, de peças e de produtos acabados dos fornecedores,

para as fábricas ou montadoras, depósitos ou lojas de varejo. Dependendo da

situação, o processo de suprimento é comumente identificado por nomes

diferentes.

Embora existam realmente diferenças com relação a situações de

suprimento, o termo suprimento é utilizado aqui para incluir todos os tipos de

compras. O termo materiais é empregado para identificar o estoque que está

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40sendo movimentado para dentro da empresa, independentemente de seu

estágio com relação à revenda (MAXIMIANO, 2004).

O termo produto é usado para identificar o estoque disponível para

compra por parte do consumidor. Em outras palavras, os materiais estão

vinculados ao processo de agregação de valor por meio da produção, ao passo

que os produtos estão prontos para consumo. A distinção fundamental é que

os produtos resultam do valor agregado ao material durante a produção, a

separação ou a montagem.

O suprimento engloba a disponibilidade de sortimento desejado de

materiais onde e quando necessários. Da mesma forma que a distribuição

física trata da saída de produtos, o suprimento engloba as operações de

entrada tanto no recebimento de materiais, quanto nas operações de

separação ou montagem. Na maioria das atividades do segmento de produtos

de consumo, como, por exemplo, a produção de gêneros alimentícios, as

entregas para cadeias de varejo obedecem ao mesmo processo das operações

de suprimento de um varejista (FARIA ; COSTA, 2005).

Embora as necessidades de transporte possam ser semelhantes ou

mesmo idênticas, o nível de controle gerencial e o risco relacionado à falha de

desempenho varia substancialmente entre distribuição física e suprimento.

Nas empresas comuns, as três áreas da logística se sobrepõem. A

consideração de cada área em separado, como parte integrante do processo

de agregação de valor, cria a oportunidade de identificação dos atributos

específicos de cada uma, fato que, por conseguinte, facilita o processo logístico

como um todo. O ponto central do processo logístico integrado é a

coordenação geral da movimentação de estoque de valor agregado.

A combinação das três áreas propicia o gerenciamento integrado da

movimentação de materiais, de componentes semi-acabados e de produtos

entre instalações, a partir de fontes de suprimento, para atendimento final aos

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41clientes da empresa. Nesse sentido, a logística abrange o gerenciamento

estratégico de toda a movimentação e de toda a armazenagem.

Segundo Dornelles: O fluxo de informações identifica locais específicos dentro de um sistema logístico em que é preciso atender a algum tipo de necessidade. As informações abrangem as três áreas operacionais. O principal objetivo na especificação de necessidades é planejar e executar operações logísticas integradas. Em cada área da logística, existem necessidades diferentes de movimentação segundo o porte dos pedidos, a disponibilidade de estoque e a urgência de atendimento (DORNELLES,2005, p. 210).

O objetivo de compartilhamento de informação é resolver essas

diferenças. Como será notado a seguir, é importante enfatizar quê as

necessidades de informações seguem caminhos paralelos ao trabalho real

executado na distribuição física, no apoio à produção e no suprimento. Embora

essas áreas executem o trabalho real da logística, a informação facilita a

coordenação do planejamento e o controle das operações de rotina. Sem

informação precisa, o esforço despendido pelo sistema logístico pode ser em

vão.

A informação logística abrange dois tipos principais de fluxos: fluxos

de coordenação e fluxos operacionais. Uma abordagem aprofundada, relativa à

informação, no qual a arquitetura de sistemas de informações logísticas é

explicada com mais pormenores. O objetivo neste momento é fornecer uma

visão geral introdutória das necessidades de informações indispensáveis para

orientar um sistema logístico integrado.

Um objetivo importante do gerenciamento da logística é reduzir a

incerteza dos ciclos de atividades. O dilema é que a estrutura do próprio ciclo

de atividades, as condições operacionais e a qualidade das operações

logísticas são combinadas de maneira aleatória, criando variância.

Para tarefas específicas, a variância resulta da natureza do trabalho

envolvido. A transmissão de pedidos é altamente confiável quando a troca

eletrônica (EDI) é utilizada, e bastante irregular quando usado o correio normal.

Independentemente da tecnologia instalada, a variância operacional ocorrerá

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42corno resultado de mudanças diárias na carga de trabalho e da resolução de

contratempos inesperados (OLIVEIRA NETTO ; TAVARES, 2006).

O prazo e a variância no processamento de pedidos dependem da

carga de trabalho, do nível de automação e de políticas relativas à aprovação

de crédito. A separação de pedidos, a velocidade e o atraso estão diretamente

ligados à capacidade, à sofisticação do manuseio de materiais e à

disponibilidade de recursos humanos.

Quando um produto não existe em estoque, o prazo para fazer a

separação deve incluir o tempo de fabricação para ressuprir o produto ao

estoque. O prazo de transporte é uma função da distância, do tamanho da

carga, do tipo ou composição modal do transporte e de condições

operacionais.

A entrega final aos clientes pode variar, dependendo dos horários

autorizados para recebimento, dos horários marcados para entrega, da

disponibilidade de mão-de-obra e de necessidades de equipamento e de

descarga especializados.

O objetivo do gerenciamento dos ciclos de atividades é manter

conformidade com.o prazo esperado ou prazo-padrão. Atrasos no desempenho

resultam em possíveis falhas nas operações. Se esses atrasos ocorrem

regularmente, é necessário estabelecer estoques de segurança para cobrir

variâncias. Quando o suprimento ocorre com maior rapidez do que a esperada,

deve-se fazer ajustes para manusear e armazenar o estoque que chega antes

do tempo previsto.

Em face da inconveniência e das despesas de uma entrega

antecipada ou com atraso, não é de surpreender que os executivos de logística

dêem uma enorme ênfase à consistência operacional. Uma vez alcançada a

consistência operacional, todo o esforço deve ser feito no sentido de reduzir ao

mínimo a duração planejada do ciclo de atividades.

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43

1.4 Logística e as operações globalizadas

O aspecto de pontos de vista referente ao comércio globalizado

oscila desde a ótica de exportações e importações até o conceito de

empreendimento desnacionalizado. Embora certamente existam posições

intermediárias, as diferentes perspectivas podem ser evidenciadas analisando-

se as situações extremas.

A seguir, são comparadas as implicações conceituais e gerenciais

considerando os aspectos relacionados com o foco da empresa, a orientação

por processo e os relacionamentos comerciais em cada situação extrema. Esta

seção termina com um exame das diferenças logísticas entre a perspectiva

nacional e a perspectiva de uma empresa desnacionalizada (NOVAES, 2004).

A perspectiva dos Estados Unidos considera importação e

exportação toda a atividade internacional. No país, a empresa dá ênfase às

operações internas e considera cada transação uma operação local, dentro de

uma perspectiva nacional. Geralmente, quando a empresa adota essa filosofia,

suas operações em cada país são administradas como numa unidade

autônoma, com avaliação de desempenho centrada na demonstração de lucros

e perdas da unidade, incluindo a acumulação autônoma de ativos.

A perspectiva nacional afeta as decisões logísticas de três maneiras.

Em primeiro lugar, a seleção de fontes e recursos é baseada em limitações

artificiais. As limitações podem ter a forma de restrições ao uso, ou sobretaxas

nos preços. Uma restrição ao uso é uma limitação, geralmente por imposição

governamental, às vendas de artigos importados ou a seu uso. A empresa

pode, por exemplo, ser obrigada a operar com fontes de suprimento locais,

mesmo que os preços e a qualidade não sejam competitivos.

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44Sobretaxas são aumentos artificiais dos preços de produtos

estrangeiros, impostos por governos ou países, para manter a viabilidade de

fornecedores locais. Combinadas, restrições ao uso e sobretaxas nos preços

limitam a possibilidade de seleção de fornecedores, impedindo, muitas vezes, a

escolha de fornecedores mais qualificados.

Em segundo lugar, o confronto da logística com a perspectiva de

cada nação envolvida aumenta a complexidade de planejamento. Um dos

objetivos fundamentais da logística é racionalizar o fluxo de produtos, de

maneira a facilitar a utilização eficiente de capacidade. As barreiras resultantes

de intervenção estatal tomam difícil atingir esse objetivo. O exemplo do atum,

citado anteriormente, demonstra como a política governamental provoca

alterações no fluxo de produtos.

Em terceiro lugar, a perspectiva nacional tende a extrapolar sistemas

logísticos e práticas operacionais, tipicamente domésticas, para o mundo

inteiro. Essa filosofia traz simplificações no nível de políticas, mas também

aumenta a complexidade das operações, pois as exceções tendem a ser

numerosas.

Os executivos locais têm de sobrepujar tais exceções, para

permanecer dentro das políticas e dos procedimentos da matriz. Com isso, os

executivos de logística devem harmonizar ambientes políticos, lingüísticos,

culturais e de seus próprios empregos, sem o apoio irrestrito e a compreensão

de suas matrizes.

A perspectiva nacional tanto reduz como aumenta a complexidade

das decisões de logística. Essa complexidade diminui quando a empresa limita

as alternativas, eliminando a necessidade de seleção de fontes de suprimento

global e dominando fornecedores locais. Por outro lado, a complexidade das

decisões logísticas aumenta com limitações de cunho não econômico, como

decisões políticas e mudanças intempestivas de propriedade de subsidiárias.

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45Tais eventos resultam freqüentemente em qualidade e preços menos

competitivos.

Desde a Segunda Guerra Mundial, uma das principais prioridades

econômicas do Japão tem sido manter essa rede de pequenas lojas, por

razões culturais. Cresceu, assim, uma vasta rede de atacadistas interligada e

escalonada em níveis, para suprimento das lojas, proporcionando

freqüentemente entregas diárias com pagamento a vista. A rede está ligada a

fabricantes ou a gigantescas trading companies japonesas na forma de uma

pirâmide. Com tal situação, 20% de toda a força de trabalho japonesa está

empregada na distribuição.

Esse sistema de distribuição é protegido de muitas formas. A

legislação sobre distribuição, como a Lei de Grandes Lojas Varejistas de 1974

em particular, regula a abertura de novas lojas com área superior a 500 metros

quadrados. Tal abertura requer tratativas com funcionários do governo e

varejistas, que freqüentemente tomam mais de oito anos (BALLOU, 2006).

Como era esperado, a lei limitou severamente a entrada do estilo ocidental de

vendas a varejo no Japão. Forças socioculturais contribuem para a existência

de ineficiências de distribuição, e a sociedade japonesa tradicional tem rígido

código de obrigações interpessoais que mantém a harmonia social, o bem-

estar grupal e as relações hierárquicas.

Essas características promovem estreitos laços entre os atacadistas

e entre estes e os varejistas, Indústrias estrangeiras, especialmente as norte-

americanas, sentem dificuldade para penetrar nestes complexos laços sócio-

comerciais. As indústrias norte-americanas tentaram várias estratégias para

melhorar o acesso ao mercado japonês.

Uma delas foi à tentativa de construir uma consciência de marca

entre os consumidores japoneses que já são altamente ligados a marcas,

confiando em que uma abordagem "puxada" iria criar as condições para o

desenvolvimento de canais de distribuição.

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46

Se, por um lado, essa estratégia tem dado resultado para marcas de

muita evidência no mercado globalizado, indústrias com marcas de menor

expressão são forçadas a confiar nas grandes trading companies japonesas

para ter acesso ao mercado. Nos últimos anos, a maioria, ou mesmo a

totalidade, das empresas deu ênfase à qualidade como fator determinante, na

oferta de produtos de grande consumo.

Outra estratégia, adotada por grandes empresas, como a Toys "R"

Us, foi estabelecer distribuição direta e evitar as numerosas camadas de

atacadistas, que são comuns entre o produtor norte-americano e os

consumidores japoneses (NASAJON et al., 2004). Exceto as empresas que

tinham experiência e habilidade para usar distribuição direta, a maioria das

empresas estrangeiras teve pouco ou limitado sucesso de penetração no

sistema de distribuição japonês.

Atualmente, contudo, o sistema de distribuição tradicional japonês

está começando a desintegrar-se, em virtude de uma variedade de pressões

econômicas internas e externas. Em primeiro lugar, o consumidor tomou-se

mais consciente do preço, como resultado de uma recessão de três anos. A

queda do dólar em relação ao iene, a níveis nunca atingidos desde a Segunda

Guerra Mundial, baixou o custo das importações. Uma recente pesquisa

mostrou que o preço, não a qualidade, influencia atualmente as compras.

Em segundo lugar, a fidelidade à marca está perdendo força à

medida que os grandes varejistas oferecem mais marcas próprias de baixo

preço ao consumidor, Como televisores e bebidas não alcoólicas. Em terceiro

lugar, pequenas firmas criativas estão evitando canais tradicionais de

suprimento e de distribuição e vendendo produtos a preços menores.

Finalmente, varejistas estrangeiros, como a Toys "R" Us, levaram práticas de

comercialização em massa ao Japão, beneficiando-se de aberturas na Lei de

Grandes Lojas Varejistas que permitem o aumento de horas de expediente e

de dias de trabalho semanais (NASAJON et al., 2004).

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47

Essas mudanças na estrutura de distribuição japonesa mostram que

horas extras e condições econômicas globalizadas têm potencial para alterar

drasticamente a perspectiva tradicional do comércio japonês.

A visão globalizada da empresa determina a forma como o

gerenciamento da logística trata as operações internacionais. A visão

tradicional considera normalmente a logística internacional como uma exceção.

Isso implica uma visão centrada no país da matriz, o uso de procedimentos da

matriz e limitada consideração de alternativas de meios de distribuição e de

fornecedores.

Embora tradicional, tal perspectiva não mais é aceitável por

empresas com propriedades, bases de clientes e ativos espalhados pelo

mundo, ou por aquelas empresas guiadas pela competitividade e pelo

crescimento sustentado. Ao enfrentar mais e mais exigências de seus clientes

globais, dos governos e dos fornecedores, uma quantidade crescente de

empresas vem adotando a perspectiva das empresas globais. A mudança de

filosofia exige que os executivos de logística aperfeiçoem procedimentos,

práticas e sua própria capacitação profissional.

Dentre os estágios de evolução das empresas, a partir de operações

logísticas nacionais, deve-se descrever cada estágio que é mais um reflexo da

filosofia gerencial do que uma questão de decurso de prazo. Os cinco estágios

são: relacionamento distante, atividade interna de exportação, operações em

país estrangeiro, operações com conhecimento genuinamente local e

operações globais (BALLOU, 2006, p. 413).

a) Relacionamento Distante

O primeiro estágio caracteriza-se por um relacionamento distante

entre a empresa e um distribuidor internacional que serve um país ou uma

região. A empresa, que provavelmente tem limitada experiência internacional,

vende ou consigna seus produtos a um especialista internacional, que aceita a

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48responsabilidade de receber pedidos, prover transporte internacional,

completar documentação, assim como coordenar a comercialização,

administrar estoques, faturamento e dar suporte aos produtos.

Pelo lado positivo, o relacionamento distante reduz

significativamente o risco da empresa, ao dispor, em conjunto com distribuidor

internacional, de pessoal e experiência para implementar e gerenciar as

operações e os relacionamentos comerciais necessários. Pelo lado negativo, o

relacionamento distante reduz a margem de contribuição da empresa e diminui

tanto o controle logístico quanto o controle sobre a comercialização dos

produtos.

b) Atividade Interna de Exportação

No segundo estágio, as empresas desenvolvem habilidade para

coordenar e gerenciar o transporte e a documentação internacionais. No

entanto, o agente ou o distribuidor local providencia a comercialização, o

gerenciamento de estoques, o faturamento e o suporte de produto. Dessa

forma, a empresa pode conseguir um aumento de margem de contribuição,

para o lucro, ocupando-se de algumas das atividades de exportação, mas

usando ainda assistência especializada em atividades de marketing, vendas e

serviços ao cliente, uma vez exportado o produto.

Nesse estágio, assumir certas atividades logísticas pode implicar

aumento de custo, em decorrência da menor especialização da empresa. A

falta de presença no exterior, de força própria de vendas, de marketing e de

apoio à distribuição no mercado internacional reduz também a sensibilidade da

empresa no discernimento de necessidades locais, particulares de cada país

onde opera.

c) Operações em País Estrangeiro

O terceiro estágio é caracterizado pelo desenvolvimento de

operações locais em país estrangeiro. As operações em país estrangeiro

incluem marketing, vendas, produção e distribuição. O estabelecimento de

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49instalações e operações locais aumenta o discernimento e a sensibilidade de

mercado, pormenor conhecido como presença no mercado local. No entanto,

nesse estágio de operações em país estrangeiro, as empresas valem-se

freqüentemente de práticas da matriz, tais como pessoal e normas de

gerenciamento, em vez de usarem talento local.

A razão do uso de pessoal do país da matriz é a confiança da

empresa de que as operações internacionais serão mais bem executadas

segundo suas políticas se estiverem a cargo de seus experimentados

executivos. Com os executivos designados pela matriz, os primeiros passos

das operações refletem fortemente as características das operações no país de

origem. O estágio de operações em país estrangeiro aumenta o controle e a

sensibilidade do empreendimento, em comparação com os dois estágios

iniciais, mas ainda se apóia fortemente nos valores, procedimentos e

operações da matriz.

d) Operações com Conhecimento Genuinamente Local

No quarto estágio, as operações internacionais são ainda mais

desnacionalizadas, e são instituídas práticas comerciais locais. Esse estágio

requer geralmente a contratação de executivos locais, para serviços de

marketing e de vendas, e pode incluir o uso de sistemas comerciais locais.

Exige que a administração da matriz apóie as decisões dos executivos locais

relativas a práticas e procedimentos.

À medida que se desenvolvem as operações com conhecimento

genuinamente local, acentua-se uma filosofia diferenciada do país de origem,

embora a filosofia da matriz ainda seja claramente dominante. As operações

internacionais com conhecimento genuinamente ainda são avaliadas com

relação às expectativas e aos padrões do país de origem.

e) Operações Desnacionalizadas

No estágio de operações desnacionalizadas, são mantidas as

operações no país estrangeiro e é criada uma matriz regional para

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50supervisionar a coordenação das operações na área. Nesse estágio, a

empresa não tem nacionalidade, no sentido de que nenhuma das unidades nos

diferentes países domina a política da empresa. A alta direção é composta,

muitas vezes, de um conjunto de nacionalidades.

As operações desnacionalizadas funcionam alicerçadas em

organizações locais de marketing e de vendas e são apoiadas normalmente

por operações globalizadas de produção e de logística. As fontes de

suprimento e as decisões de marketing podem ter amplas alternativas

globalizadas. São elaborados sistemas e procedimentos para atender às

necessidades específicas de cada país, cujas informações podem ser

consolidadas quando necessário para o compartilhamento de conhecimento e

para a elaboração de relatórios financeiros.

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51

CAPITULO II

DEFINIÇÃO SISTEMA DE LOGÍSTICA

O desenho do sistema logístico deverá refletir os diferentes padrões

de uso do produto. A classificação ampla de produtos é valiosa por sugerir

estratégias logísticas e, em muitos casos, para entender por que os produtos

são fornecidos e distribuídos da maneira como o são. Uma classificação

tradicional é dividir mercadorias e serviços em produtos de consumo e produtos

industriais.

Produtos de consumo são aqueles dirigidos aos consumidores finais.

Os profissionais de marketing reconheceram as diferenças básicas na maneira

como os consumidores selecionam mercadorias e serviços e onde eles as

compram. Uma tripla classificação de produtos de consumo foi sugerida:

produtos de conveniência, de comparação e de especialidade.

Produtos de conveniência são aqueles bens e serviços que os

consumidores compram com freqüência, de imediato, e com pouca

comparação. Os produtos típicos são serviços bancários, cigarros e alimentos

em geral. Esses produtos geralmente exigem ampla distribuição através de

muitas lojas. Os custos da distribuição geralmente são altos, mas são mais que

justificados pelo aumento potencial das vendas gerado pela sua ampla e

extensiva distribuição. Os níveis de serviço ao cliente, quando expressos em

termos de disponibilidade e acessibilidade de produtos, devem ser altos para

encorajar um grau razoável de fidelidade de clientes para os produtos.

Produtos de comparação são aqueles pelas quais os clientes estão

dispostos a pesquisar e a comparar: pesquisar em vários locais, comparar

preços, qualidade e desempenho e realizar a compra somente após cuidadosa

deliberação. Produtos típicos dessa categoria são roupas da moda,

automóveis, mobília doméstica e assistência médica. Devido à disposição dos

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52clientes para comparar, o número de pontos de estocagem é substancialmente

menor se comparado ao de bens e serviços de conveniência. Um fornecedor

individual pode estocar produtos e oferecer serviços somente para algumas

poucas lojas de uma determinada área de mercado. Os custos de distribuição

de tais fornecedores são um pouco menores do que os de produtos de

conveniência e a necessidade da distribuição de produtos não é tão dispersa.

Produtos de especialidade são aqueles pelos quais os compradores

estão dispostos a despender um esforço substancial e, freqüentem ente, a

esperar um período significativo de tempo para adquiri-los. Os compradores

buscam tipos e marcas particulares de produtos e de serviços. Podem ser

qualquer tipo de produto, desde mercadorias finas até automóveis feitos sob

encomenda, ou de serviço, tal como recomendações de empresas de

consultoria.

Devido aos compradores insistirem em marcas particulares, a

distribuição é centralizada e os níveis de serviço ao cliente não são tão altos

quanto aqueles para produtos de conveniência e de comparação. Os custos de

distribuição física podem ser os mais baixos que qualquer categoria. Por causa

disso, muitas empresas tentarão criar preferência de marca para suas linhas de

produtos.

Bens e serviços industriais são aqueles dirigidos a indivíduos ou

organizações e que são usados para produzir outros bens e serviços. Sua

classificação é completamente diferente da dos bens de consumo. Devido aos

vendedores buscarem os compradores, uma classificação baseada em

padrões de comparação não será relevante.

Tradicionalmente, bens e serviços industriais vêm sendo

classificados de acordo com a extensão pela qual entram no processo de

produção. Por exemplo, há bens que são parte do produto acabado, tais como

matéria-prima e componentes; há bens que são usados no processo de

manufatura, tais como edifícios e equipamentos; e há bens que não entram no

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53processo diretamente, tais como insumos são suprimentos que não compõem

o produto final e serviços administrativos. Embora essa classificação seja

valiosa na preparação da estratégia de venda, não está claro que seja útil no

planejamento da estratégia de distribuição física.

Compradores industriais não parecem mostrar preferência por níveis

de serviços diferentes para classes de produtos diferentes. Isso significa

simplesmente que a classificação tradicional de produtos para produtos

industriais pode não ser tão útil para identificar canais logísticos típicos quanto

o é para os produtos de consumo.

Outro conceito tradicional e familiar aos profissionais de marketing é

o ciclo de vida do produto. Os produtos não geram seus volumes de vendas

máximos imediatamente após serem introduzidos no mercado nem mantêm

seu pico de volume de vendas indefinidamente. Os produtos seguem

caracteristicamente um padrão de volume de vendas ao longo do tempo,

passando por quatro estágios: introdução, crescimento, maturidade e declínio.

A estratégia da distribuição física difere em cada estágio.

O estágio introdutório ocorre logo após o lançamento de um novo

produto no mercado. As vendas não atingem o nível mais alto porque não há

ainda uma larga aceitação do produto. A estratégia de distribuição física típica

é uma estratégia cautelosa, com estocagem restrita a poucos locais. A

disponibilidade de produtos é limitada.

Se o produto receber a aceitação do mercado, provavelmente as

vendas crescerão rapidamente. O planejamento da distribuição física é

particularmente difícil nesse estágio. Freqüentemente não há histórico de

vendas para auxiliar no estabelecimento dos níveis de estoque nos pontos de

estocagem ou mesmo do número de pontos de estocagem a ser utilizados. A

distribuição está, com freqüência, sob o julgamento e o controle gerencial

durante esse estágio de expansão. Entretanto, a disponibilidade dos produtos

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54também aumenta rapidamente sobre uma área geográfica ampla em suporte

ao crescimento do interesse de clientes no produto.

O estágio de crescimento pode ser muito curto, seguido de um

estágio mais longo chamado de maturidade. O crescimento das vendas é

vagaroso ou estabilizado no nível de pico. O volume de produtos não está mais

sofrendo mudanças rápidas e, portanto, pode ser assimilado dentro dos

padrões de distribuição de produtos similares existentes. Nesse momento, o

produto tem sua distribuição mais ampla. Muitos pontos de estocagem são

usados com um bom controle sobre a disponibilidade de produtos através do

mercado.

Eventualmente, o volume de vendas declina para maioria dos

produtos como resultado de mudanças tecnológicas, competição ou diminuição

do interesses do consumidor. Para manter a eficiência da distribuição, os

padrões de movimentação de produtos e de desdobramento de estoque podem

precisar de ajustes. O número de pontos de estocagem está sujeito a

decrescer e a estocagem do produto a ser reduzida a poucas localizações mais

centralizadas.

O fenômeno do ciclo de vida do produto tem uma influência na

estratégia de distribuição. O profissional de logística precisa estar

continuamente atento ao estágio do ciclo de vida em que os produtos estão

para que os padrões de distribuição possam ser ajustados com a máxima

eficiência. Esse fenômeno permite ao profissional de logística antecipar as

necessidades de distribuição e planejá-la bem previamente. Como os produtos

de uma empresa estão normalmente em estágios diferentes de seus cicIos de

vida, o ciclo de vida do produto serve como base para a curva 80-20.

Esse conceito 80-20 surgiu após a observação de modelos de

produtos em muitas empresas, do fato de que o volume das vendas é gerado

por poucos produtos na linha de produtos e do princípio conhecido como lei de

Pareto. Isto é, 80% das vendas da empresa são gerados por 20% dos itens da

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55linha de produtos. Uma taxa de 80-20 exata raramente é observada, mas a

desproporcionalidade entre as vendas e o número de itens geralmente é

verdadeira.

O conceito 80-20 é particularmente útil no planejamento de

distribuição quando os produtos são agrupados ou classificados por suas

atividades de vendas. Os 20% mais importantes podem ser chamados de itens

A, os próximos 30%, de itens B e os restantes, de itens C. Cada categoria de

itens pode ser distribuída diferentemente. Por exemplo, os itens A podem

receber ampla distribuição geográfica por muitos armazéns com altos níveis de

disponibilidade de estoque, enquanto os itens C podem ser distribuídos de um

único ponto central de estocagem (por exemplo, uma planta) com níveis de

estocagem total mais baixos que dos itens A. Os itens B teriam uma estratégia

de distribuição intermediária em que alguns armazéns regionais seriam usados.

Outro uso freqüente do conceito 80-20 e da classificação ABC é

para agrupar os produtos em um armazém, ou em outro ponto de estocagem,

em um número limitado de categorias nos quais são, então, geridos com níveis

diferentes de disponibilidade de estoque. As classificações dos produtos são

arbitrárias. O ponto é que nem todos os itens recebem igual tratamento

logístico. O conceito 8020 com uma classificação de produtos fornece um

esquema, baseado nas atividades de vendas, para determinar quais produtos

receberão vários níveis de tratamento logístico.

As características mais importantes do produto que influenciam a

estratégica logística são os atributos do produto em si peso, volume, valor,

perecibilidade, inflamabilidade e substituibilidade. Quando observados em

várias combinações, eles são indicativos da necessidade de armazenagem,

estocagem, transportes, manuseio de materiais e processamento de pedidos.

Estes atributos podem ser melhor discutidos em quatro categorias: quociente

peso-volume, quociente peso-valor, substituibilidade e características de risco.

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56Um eficiente sistema logístico, tão importante para as operações

dentro de um país, é absolutamente crítico nas atividades de produção e de

marketing em nível global. A logística dentro do país concentra-se em serviços

de valor agregado num ambiente relativamente controlado. A logística

globalizada deve atender a todos os requisitos do país, e ainda fazer face a

crescentes incertezas ligadas à distância, à demanda, à diversidade e à

documentação das operações.

Os desafios enfrentados pelos sistemas logísticos globalizados

variam muito de região para região. A logística na América do Norte conta com

uma geografia aberta, com forte demanda de transporte terrestre e limitada

necessidade de documentação além fronteiras (BALLOU, 2006). O especialista

europeu em logística, ao contrário, opera com uma perspectiva caracterizada

por uma geografia relativamente compacta, envolvendo numerosas barreiras

políticas, culturais, lingüísticas e de regulamentos.

O mesmo especialista de logística da área do Pacífico tem um

ambiente insular que exige ênfase em transportes marítimos e aéreos para

vencer grandes distâncias. Essas diferentes perspectivas requerem executivos

de logística que operem no ambiente globalizado e desenvolvam grande

variedade de novos conhecimentos.

No passado, uma empresa podia existir com uma única perspectiva

logística, norte-americana, européia ou insular, neste último caso no Oceano

Pacífico. Poderia alcançar um grande sucesso com capacidade logística

regional. Embora isso ainda seja verdadeiro para algumas empresas,

empresas desejosas de desenvolver-se estão verificando que a estratégia

regional já não é mais adequada.

A fim de obter economias de escala de produção e de

comercialização que sustentem o crescimento do mercado, essas empresas

estão procurando desenvolver capacidade logística globalizada. A capacidade

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57globalizada inclui transportes internacionais, diversidade cultural, habilidade

multilingüística e operações com cadeias de suprimento mais amplas.

Operações globalizadas aumentam os custos e a complexidade da

logística. Quanto aos custos, as despesas com logística nas nações

industrializadas, estimadas para o ano de 1991, excedem $ 2 trilhões, ou

11,7% do produto interno bruto total desses países (ALVARENGA ; NOVAES,

2002). Quanto à complexidade, as operações globalizadas aumentam a

incerteza e diminuem a capacidade de controle. A incerteza decorre de

distâncias maiores, de ciclos mais longos e de menor conhecimento do

mercado. Os problemas de controle resultam da utilização constante de

intermediários, além da regulamentação governamental na forma de exigências

alfandegárias e de restrições comerciais (ALVARENGA ; NOVAES, 2002).

Esses desafios, que são típicos da logística globalizada, complicam

o desenvolvimento de sistemas eficientes e eficazes. Não obstante, a

globalização não pode ser evitada no mundo atual. Portanto, a logística deve

enfrentar e resolver esses desafios e suas complexidades. Por outro lado, há

fatores que motivam e facilitam a globalização e acarretam operações

logísticas sem fronteiras. Esta primeira seção trata dos fatores que motivam a

globalização, identifica as principais barreiras que se opõem à logística sem

fronteiras e resume os desafios logísticos delas resultantes.

2.1 Estratégia logística e planejamento

A criação de estratégia corporativa começa com uma expressão

clara dos objetivos da empresa. Se a empresa está buscando lucros,

sobrevivência, aspectos sociais, retomo sobre o investimento, participação no

mercado ou metas de crescimento, isso deve estar bem definido.

O próximo passo é o estabelecimento da visão que provavelmente

ocorrerá quando estratégias não-convencionais, desconhecidas e mesmo

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58contra-intuitivas forem consideradas. Isso exige atentar para os quatro

componentes da boa estratégia: clientes, fornecedores, concorrentes e a

empresa em si. Avaliar necessidades, forças, fraquezas, orientações e

perspectivas de cada um desses componentes é um começo. Então, um

brainstorming sobre o que pode ser possível como estratégia de nicho é o

resultado desse processo da visão.

Com um entendimento mais claro dos custos da empresa, das

forças e fraquezas financeiras, da posição no mercado, dos ativos básicos e

desdobramentos, do ambiente externo, das forças competitivas e habilidades

dos empregados é feita uma seleção das estratégicas alternativas que

envolvem as ameaças e oportunidades que desafiam a empresa. Essas

estratégias tomam-se diretrizes mais específicas de como a visão será

alcançada.

A estratégia corporativa direciona as estratégias funcionais uma vez

que estão contidas na primeira. A estratégia corporativa é obtida quando as

funções de manufatura, marketing, finanças e logística formulam planos para

atingi-Ia. Quando a StarKist Foods optou por uma estratégia de suprimento

pleno, o marketing e a logística responderam com seus planos para controlar o

excesso potencial de estoques que resultaria. O plano era colocar atum em

promoção para reduzir estoques quando necessário. O plano funciona porque

o atum é um produto valorizado pelos consumidores que freqüentemente o

estocam quando está em promoção.

A seleção de uma boa estratégia logística exige muitos dos mesmos

processos criativos que o desenvolvimento de uma boa estratégia corporativa.

Abordagens inovadoras para a estratégia logística podem oferecer uma

vantagem competitiva. Tem sido sugerido que uma estratégia logística tem três

objetivos: redução de custo, redução de capital e melhorias no serviço.

Redução de custo é a estratégia dirigida para minimizar os custos

variáveis associados à movimentação e à estocagem. A melhor estratégia é

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59geralmente formulada pela avaliação dos cursos alternativos de ação, como a

escolha entre diferentes localizações de armazéns ou a seleção entre modais

alternativos de transportes. Os níveis de serviço se mantêm constantes,

enquanto alternativas de custo mínimo estão sendo estabelecidas. A

maximização do lucro é a primeira meta.

Redução do capital é a estratégia direcionada para minimização do

nível de investimento no sistema logístico. Maximizar o retomo sobre o

investimento é a motivação para essa estratégia. Embarcar diretamente para

clientes a fim de evitar despesas de armazenagem, escolher armazéns

públicos em vez de privados, selecionar uma empresa.

As melhorias no serviço são estratégias que normalmente

reconhecem que as receitas dependem do nível do serviço logístico fornecido.

Embora os custos aumentem rapidamente com elevados níveis de serviços

logísticos aos clientes, o aumento nas receitas pode mais que compensar

custos mais altos. Para ser eficaz, a estratégia de serviços é desenvolvida em

contraste com os fornecidos pela concorrência.

Uma estratégia logística pró-ativa freqüentemente começa com

objetivos de negócio e com requisitos de serviço aos clientes. Vem sendo

chamados de estratégias de "ataque" para enfrentar a concorrência. O projeto

do sistema logístico remanescente pode, então, derivar dessas estratégias de

ataque.

Cada elo no sistema logístico é planejado e balanceado com todos

os outros em um processo integrado de planejamento logístico. O projeto do

sistema de gestão e controle completa o ciclo de planejamento. A articulação

de estratégias logísticas de serviço ao cliente não exige programa ou técnica

específicas. Ela é simplesmente produto de uma mente aguçada. Entretanto,

uma vez formulada a estratégia de serviços logísticos, a tarefa é alcançá-la.

Isso envolve selecionar entre cursos alternativos de ação. Tal seleção é

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60amenizada pelos vários conceitos e técnicas de análise. A próxima seção

estabelece os passos para tal avaliação.

O planejamento logístico tenta responder aos questionamentos de: o

quê? quando? como? nos níveis estratégico, tático e operacional. A maior

diferença entre eles é o horizonte de tempo para o planejamento. O

planejamento estratégico é considerado como sendo de longo alcance, no qual

o horizonte de tempo é maior do que um ano. O planejamento tático envolve

um horizonte de tempo intermediário, geralmente menos de um ano. O

planejamento operacional é a tomada de decisão de curto prazo,

freqüentemente feita em base por hora ou diárias. A preocupação é como

movimentar produtos de maneira eficaz e eficiente através do canal logístico

planejado.

Cada nível de planejamento exige uma perspectiva diferente. Por

causa do seu horizonte temporal longo, o planejamento estratégico opera com

dados que são freqüentemente imprecisos e incompletos. Os dados podem ser

estimados pela média, e os planos são, normalmente, considerados bons se

estiverem razoavelmente próximos do ótimo.

Na outra ponta do espectro, o planejamento operacional opera com

dados muito acurados, e os seus métodos devem ser capazes de manipular

um grande volume desses dados e ainda obter planos razoáveis. Por outro

lado, um plano operacional para estoque exige que cada item seja gerenciado

individualmente. O giro de estoque é definido como a divisão das vendas

anuais pelo nível médio de estoque para o mesmo período anual, geralmente

em unidades monetárias.

O planejamento logístico tenta resolver quatro das maiores áreas-

problema: níveis do serviço ao cliente, localização das instalações, decisões de

estoques e decisões de transportes. Com exceção do estabelecimento do nível

desejado do serviço ao cliente - serviço ao cliente é resultado da estratégia

formulada nas outras três áreas, o planejamento logístico pode ser comparado

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61a um triângulo de tomada de decisões logísticas. Essas áreas-problema são

inter-relacionadas e devem ser planejadas como uma unidade, embora não

seja incomum planejá-las separadamente. Cada uma tem um impacto

importante no projeto do sistema.

O nível do serviço logístico a ser fornecido ao cliente, mais do que

qualquer outro fator afeta drasticamente o projeto do sistema. Baixos níveis de

serviços permitem o uso de poucos locais de estoque e transportes menos

dispendiosos. Um alto nível de serviços, geralmente, exige exatamente o

oposto. No entanto, quando o nível de serviços estiver pressionado pelo seu

limite superior, os custos logísticos aumentarão a uma taxa desproporcional ao

nível de serviço. Por esse motivo, o primeiro interesse do planejamento

logístico deve ser o estabelecimento apropriado do nível do serviço ao cliente.

2.2 Estratégia de localização de instalações

A localização geográfica dos pontos de estocagem e suas fontes de

fornecimento criam um esboço para o plano logístico. A fixação do número, dos

locais e do tamanho saIas instalações e a determinação da demanda do

mercado para elas determinam os meios através dos quais os produtos

chegam ao mercado.

O escopo apropriado para problemas de localização das instalações

é incluir todos os movimentos de produtos e os custos associados desde a

planta, passando pelo fornecedor ou até chegar no porto, através dos pontos

de estocagem intermediários até chegar no cliente. Atribuir a demanda dos

clientes a ser atendida diretamente de plantas, fornecedores ou portos, ou

direcioná-la isto através dos pontos de estocagem selecionados, afeta os

custos totais de distribuição. Encontrar a distribuição de mais baixo custo ou,

alternativamente, a de máximo lucro é a essência da estratégia de localização.

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62As decisões de estoque referem-se à maneira através da qual os

estoques são gerenciados. Alocar (empurrar) estoques para os pontos de

estocagem versus puxá-los para o ponto de estocagem através de regras de

reabastecimento representam duas estratégias. Outras são localizar

seletivamente vários itens na linha de produção da planta, no armazém

regional ou no campo, ou gerenciar níveis de estoques por vários métodos de

revisão contínua de estoque. A política singular que a empresa usa afetará as

decisões de localização de instalações e, por isso, deve ser considerada na

estratégia logística.

Decisões de transporte podem envolver seleção de modal, tamanho

de carregamento, e roteirização e programação. Essas decisões são

influenciadas pela distância do armazém até os clientes e as plantas, os quais

influenciam na localização do armazém. Os níveis de estoque também reagem

a decisões de transporte através do tamanho do carregamento.

Os níveis de serviço ao cliente, a localização, os estoques e o

transporte são as principais áreas de planejamento por causa do impacto que

as decisões nessas áreas causam na lucratividade, no fluxo de caixa e no

retomo sobre o investimento da empresa. Cada área de decisão está inter-

relacionada com as outras e não deve ser planejada sem ao menos considerar

os efeitos das compensações (trade-offs)·

Outra maneira de examinar o problema de planejamento logístico é

vê-Io sob a abstração de uma rede de ligações. As ligações da rede

representam o movimento das mercadorias entre vários pontos de estocagem.

Esses pontos de estocagem lojas varejistas, armazéns, fábricas e

fornecedores.

Pode haver ligação entre quaisquer pares de nós para representar

formas alternativas de serviços de transporte, rotas diferentes e produtos

diferentes. Os nós representam pontos nos quais o fluxo de estoque faz uma

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63parada temporária, por exemplo, no armazém, antes de ser movimentado para

a loja varejista e para o consumidor final.

Essas atividades de mover-estocar para o fluxo de estoques são

apenas uma parte do sistema logístico total. Além disso, há um fluxo na rede

de informações. A informação é derivada das receitas de vendas, dos custos

dos produtos, dos níveis de estoque, da utilização de armazéns, das previsões,

das taxas de transportes e similares.

Ligações na rede de informações geralmente consistem em correio

ou métodos eletrônicos para transmissão de informações de um ponto

geográfico para outro. Os nós são os vários pontos de coleta e processamento

de dados, tais como um funcionário que manuseia o processamento de

pedidos e prepara os conhecimentos de embarque; ou um computador que

atualiza os registros de inventário.

Conceitualmente, a rede de informações é muito parecida com a

rede de fluxo de produtos, na qual ambas podem ser vistas como um conjunto

de ligações e nós. Entretanto, uma diferença importante nas redes é que o

produto principal desce pelo canal de distribuição (em direção ao consumidor),

enquanto que a informação principal, mas não totalmente, sobe o canal (em

direção às fontes de matéria-prima).

A rede de fluxo de produtos e a rede de informações combinam-se

para formar o sistema logístico, porque projetá-las separadamente pode levar a

um projeto subótimo para o sistema inteiro. Assim, as redes não são

independentes. Por exemplo, o projeto da rede de informações influencia o

tempo do ciclo dos pedidos para o sistema.

Os tempos de ciclo de pedido, por sua vez, afetam o nível de

estoque que deve ser mantido nos nós, na rede de produtos. A disponibilidade

de estoques afeta os níveis de serviços ao cliente e este, por sua vez, afeta os

tempos de ciclo de pedido e o projeto da rede de informações. Também outras

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64interdependências exigem que o sistema logístico seja visto como um todo em

vez de apenas suas partes.

O planejamento logístico é um problema de projeto.

A rede está para ser construída como uma configuração de

armazéns, lojas de varejo, fábricas, desdobramento de inventários, serviços de

transportes e sistema de processamento de informações, que alcançará um

equilíbrio ótimo entre as receitas resultantes do nível de serviço ao cliente

estabelecido pelo projeto da rede e os custos associados com a criação e

operação da rede.

A primeira questão sobre o processo de planejamento é: quando a

rede deveria ser planejada ou replanejada? Se nenhum sistema logístico existe

atualmente, como no caso de uma empresa nova ou de novos itens dentro de

uma linha de produtos existentes, a necessidade para planejamento de uma

rede logística é óbvia.

No entanto, na maioria dos casos em que uma rede logística já

existe, uma decisão deve ser tomada sobre modificar a rede existente ou

permitir que continue operando mesmo que não possua ser um projeto ótimo.

Uma resposta definitiva para esta questão não pode ser dada sem que seja

abordado um plano real. Entretanto, orientações genéricas para avaliação e

auditoria da rede podem ser oferecidas nas cinco áreas-chave: demanda,

serviços ao cliente, características dos produtos, custos logísticos e política de

precificação.

Os níveis da demanda e sua dispersão geográfica influenciam

fortemente a configuração da rede logística. As empresas freqüentemente

apresentam um crescimento ou um declínio desproporcional em uma região do

país comparado com outras. Embora apenas a redução ou a expansão das

instalações atuais possa ser suficiente, uma elevação substancial dos padrões

da demanda pode exigir que sejam localizados novos armazéns ou novas

plantas em áreas de rápido crescimento, enquanto que instalações em

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65mercados com crescimento lento ou em declínio precisem ser fechadas. Tais

crescimentos desproporcionais de apenas alguns pontos percentuais por ano

são, freqüentemente, suficientes para justificar o replanejamento da rede.

2.3 Estratégia logística e estratégia combinada

O conceito de estratégia combinada é parecido com o da distribuição

diferenciada: uma estratégia de distribuição combinada terá custos menores do

que uma estratégia pura e única. Embora estratégias únicas possam produzir

benefícios a partir da economia de escala e da simplicidade administrativa, elas

estão em desvantagem econômica quando a linha de produtos varia

substancialmente em termos de cubagem, peso, tamanho do pedido, volume

de vendas e exigências do serviço aos clientes.

Uma estratégia combinada permite que uma estratégia ótima seja

estabelecida para separar grupos de produtos. Ela, freqüentemente, tem custos

menores que uma única estratégia global que deva ser a média entre todos os

grupos de produtos.

A estratégia logística é formada basicamente por metas de redução

de custo, redução de capital ou melhoria do serviço. Dependendo do tipo do

problema, a estratégia pode variar de longos a curtos períodos de tempo. Há

quatro áreas-chave em tomo da qual o planejamento geralmente ocorre:

serviço ao cliente, localização, estoques e transportes. A rede de ligações e

nós serve como uma representação abstrata do problema de planejamento.

O produto logístico é um conjunto de características que pode ser

manipulado pelos profissionais de logística. Pode ser criada uma vantagem

competitiva, uma vez que as características do produto logístico podem ser

arranjadas e rearranjadas para melhor posicioná-lo no mercado. Os clientes

respondem com a sua fidelidade.

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66O produto é o centro do foco no projeto do sistema logístico porque

ele é o objeto do fluxo no canal logístico e, em sua forma econômica, gera a

receita da empresa. Um entendimento claro desse elemento básico é essencial

para a formulação de bons projetos de sistemas logísticos. Essa é a razão para

que se explore as dimensões básicas dos produtos representado pelas suas

características, embalagem e preço como um elemento do serviço ao cliente no

desenho dos sistemas logísticos.

Segundo Juran, um produto é a saída ou o resultado de qualquer

atividade ou processo. O produto é formado de uma parte física e de uma parte

intangível, compondo a chamada oferta total de produto da empresa. A porção

física da oferta de produto é composta de características, tais como peso,

volume e forma, bem como de aspectos de desempenho e de durabilidade.

A parte intangível da oferta de produto pode ser o suporte pós-

venda, a reputação da empresa, a comunicação para oferecer informações

corretas e oportunas (por exemplo, rastreamento do embarque), a flexibilidade

para alcançar as necessidades de um cliente individual, a recuperação e a

retificação de eventuais enganos. Qualquer oferta total de produto da empresa

será uma combinação de características físicas e de serviços.

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67

CAPITULO III

ESTUDO DE CASO SOBRE A EMPRESA GIGA TRANSPORTES: A LOGÍSTICA E A DISTRIBUIÇÃO

A empresa Giga Transportes conta diariamente com mais de 400

pessoas envolvidas em operações, direta e indiretamente, e tem sua principal

base, em Nova Iguaçu - RJ, uma área exclusiva de aproximadamente 4.000m²

em um total de 15.000m². No início funcionava em uma sala na Avenida

Presidente Vargas, no centro do Rio de Janeiro, com área de 30m², com três

funcionários e sem um local adequado para guarda de veículos (GIGA, 2011).

Por volta de 1999, conquistar como cliente o líder nacional no

segmento de distribuição farmacêutica e o líder no Rio de Janeiro. Pouco

tempo depois, após uma rápida passada pela Zona Sul carioca, nos instalamos

no bairro de Benfica (Zona Norte do Rio), em um galpão de 1000m²

aproximadamente, e já tinham em na frota, além de alguns utilitários leves, dois

caminhões. As boas parcerias sempre impulsionaram a empresa. Em 2002

celebramos um contrato com uma grande distribuidora do Espírito Santo, no

segmento generalista alimentar, que desafiou especialização em mais um tipo

de distribuição (GIGA, 2011).

A GIGA passa definitivamente a operar com caminhões nesse canal

de varejo. Atualmente temos contrato com vários clientes neste segmento,

utilizando veículos tipo 3x4, toco e truck. Com uma movimentação maior de

carga, a GIGA teve que transferir suas instalações para o endereço onde ela se

encontra atualmente a fim de colocar num só lugar os segmentos

farmacêuticos e alimentar e amplia sua atuação no mercado do Estado do Rio

de Janeiro, com galpões em: Volta Redonda, Friburgo, Campos dos

Goitacazes e em Vitória do Espírito Santo (GIGA, 2011).

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68A Diretoria é formada por profissionais com larga experiência no

mercado em gestão empresarial nos ramos de locação, rent a car, logística em

geral, serviços de transporte terrestre e aéreo. Toda essa experiência torna a

GIGA uma empresa capacitada para enfrentar novos desafios.

A mencionada empresa possui os seguintes serviços para oferecer

ao público (GIGA, 2011):

a) transporte de cargas em geral: com sua frota moderna e

diversificada. A empresa Giga possui amplos galpões com rampas em pontos

estratégicos de transbordo, desembaraço em aeroporto e portos para entrega

imediata.

b) transporte e distribuição de medicamentos e similares: com a

rapidez que é peculiar a esse segmento, com veículos rastreados, uma central

de comunicação 24 horas e sua larga experiência no mercado, criou um

processo de segurança funcional e de rápida solução, para entregar seus

produtos com qualidade.

c) transporte e distribuição de alimentos generalistas: com novos

caminhões mercedes benz 710 baú, kombis e vans, a giga entrega a sua carga

com extrema agilidade mesmo no centro das grandes cidades.

d) locação de veículos com motorista: com profissionais treinados,

focados na qualidade e segurança para o atendimento ao cliente, é uma

empresa completa para atender com alto padrão de exigência o seu executivo.

e) locação de vans de luxo: para deslocamento de grupos, a

empresa Giga tem as melhores vans e os profissionais mais atenciosos do

mercado.

f) serviço de malote em geral: com rapidez e competência, entrega o

malote com agilidade em qualquer ponto do estado do rio de janeiro.

g) serviço de motoboy: com agilidade e presteza, colocando o time à

sua disposição para realizar as mais diversas tarefas.

h) transporte terrestre em eventos: a sua empresa pode contratar a

empresa Giga para transporte em eventos de grupo ou individual de seus

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69funcionários ou executivos, com serviço exclusivo realizado com segurança de

um ponto a outro, ou mesmo entre cidades, sempre com profissionais

altamente treinados (GIGA, 2011).

No caso da empresa Giga transportes não existe uma política de

cargos e salários: normalmente, em empresas de pequeno porte. O que se

procura é reconhecer os melhores valores e promovê-los. Promovê-los a

cargos mais valorizados e de mais confiança da direção da empresa. Na

empresa Giga não é diferente.

Existe um organograma definido, com a definição de cargos

obedecendo um certo padrão. Ex: diretor, presidente, gerentes, coordenadores,

auxiliares, motoristas, conferentes e ajudantes. Já os salários não obedecem

nenhum padrão, sendo definido caso a caso, contrato a contrato e de acordo

com a experiência do colaborador.

- Visão da GIGA: “ser referência na logística de distribuição,

consolidando sua atuação no mercado de transportes e prestação de serviços”;

- Missão: “Promover o aprimoramento dos processos para a busca

da excelência na relação com os clientes” (GIGA, 2011)

- Política da Qualidade: “compromisso com a busca constante de

inovações, aprimoramento de serviços e a plena satisfação de todos os seus

clientes”;

- Processos da GIGA: Atuamos em toda a cadeia da logística, ou

seja, coleta, recebimento, armazenagem, separação, conferência e distribuição

(GIGA, 2009).

Se o cliente precisar a GIGA dispõe de uma estrutura de segurança

com escolta confiável, constituída com profissionais treinados. Temos contrato

com as melhores empresas do mercado de rastreamento do país, com uma

central de comunicação disponível 24 horas interligada conosco e pronta para

entrar em ação (GIGA, 2011).

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70O mapeamento das melhores rotas é feito por profissionais

experientes, visando atingir os pontos de entrega com o máximo de segurança

e rapidez. Os pontos de recebimento de cargas são equipados com câmeras

de tv e com segurança armada 24 horas por dia.

Caso o cliente necessite de seguro da carga, o processo poderá ser

conduzido pela GIGA, mediante adendo de contrato com custo previsto para

esse fim. A empresa também está preocupada em contribuir com a qualidade

de vida na sociedade, a GIGA faz parte como sócia contribuinte do REPARTIR,

que é uma Associação de Apoio às Crianças do Hospital Municipal Jesus

(GIGA, 2011).

3.1 A logística: abastecimento e distribuição

A logística de abastecimento é um ramo da logística que administra

o transporte dos bens, abrangendo desde os fornecedores da empresa até o

seu cliente final. Isso significa "abastecer" a cadeia logística. Não basta que as

empresas produzam ótimos produtos se eles não forem disponibilizados

rapidamente aos clientes finais (consumidores), pois, caso os produtos não

sejam comercializados, as empresas não obterão um resultado financeiro que

lhes permitirá a continuidade dos negócios. Assim, é necessário compreender

o significado mais amplo da logística de abastecimento.

As empresas industriais devem preocupar-se em compreender o

impacto dos sistemas de transporte sobre o resultado da distribuição física. No

momento atual, gastam-se fortunas com pesquisa e desenvolvimento de novos

produtos, instalam-se sistemas produtivos caríssimos para produção e

implantam-se sistemas gerenciais e de controle para garantia que os produtos

estejam conforme o desejo e as necessidades dos clientes, para que, a

despeito disso, ao saírem do armazém de expedição da indústria, os produtos

sejam manuseados e transportados de maneira inepta e ineficiente.

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71A logística deve preocupar-se com a cadeia de abastecimento

visando atender ao nível de serviço estabelecido pela empresa, ao menor custo

total possível, maximizando a lucratividade e favorecendo a já mencionada

continuidade dos negócios. Segundo Pereira Filho (2000):

Deverão ter impactos logísticos às operações de seleção e aliança com fornecedores, escolha de roteirizadores, software de gestão, administração de custos de transportes, métodos e custos de armazenagens, manuseio de produtos, dimensionamento de estoques, análise dos ativos, localização e layout dos armazéns, dimensionamento do quadro de funcionários, turnos e organograma funcional, análise dos gargalos, bem como estudo das causas das devoluções, customização de alguns processos, pesquisas de satisfação dos clientes e possibilidade de terceirizações (PEREIRA FILHO, p. 123).

Logística é definida pelo Council of Supply Chain Management

Professionals (CSCMP) como a parte do processo da cadeia de suprimentos

que planeja, implementa e controla o fluxo e armazenamento, a jusante' e

reverso, eficientes e eficazes dos bens e serviços, bem como as informações

relacionadas, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o

propósito de atender às exigências dos clientes (RAZZOLINI FILHO, 2000).

Assim, a logística exerce um papel fundamental para as empresas,

ao possibilitar que os produtos ou os serviços produzidos sejam

disponibilizados nos locais onde são necessários ou desejados pelos clientes.

Ainda pela análise desse conceito, segundo Razzolini Filho (2000), pode-se

entender que os sistemas logísticos somente satisfazem as necessidades dos

clientes e da empresa, em termos de lucratividade e rentabilidade, caso

consigam entregar os bens ou serviços: na forma desejada pelo cliente em

condições de uso imediato.

A logística de distribuição também chamada de outbound logístics,

compreende todas as atividades desenvolvidas pelo sistema logístico a partir

dos seus armazéns de produtos acabados, isto é, desde o momento em que a

empresa fornecedora (em qualquer ponto da cadeia logística) recebe um

pedido, processa-o e despacha o produto para o cliente.

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72Dessa forma, a logística de distribuição incorpora as atividades de:

gerenciamento dos sistemas de armazenagem; gerenciamento dos centros de

distribuição (CDs) em todas as suas diferentes configurações; localização de

unidades de movimentação nos seus respectivos endereços (sistemas de

endereçamento); abastecimento da área de picking; controle de expedição;

transporte de cargas entre as diferentes unidades produtivas e os centros de

distribuição (entre outros modelos); coordenação dos roteiros de transportes

(roteirização).

Diante disso, fica claro que a atividade de transporte é fundamental

para que a logística de distribuição cumpra com sua função essencial, que é

distribuir os produtos e serviços da empresa para o mercado consumidor; sem

tal atividade, a distribuição física não existe.

Dentre os fluxos logísticos, o principal é o fluxo físico, aquele que

efetivamente disponibiliza produtos e serviços aos clientes. Sem o fluxo físico,

não existiria a necessidade da logística, e, sem transporte, não haveria o fluxo

físico. É exatamente Por essa razão que as pessoas em geral confundem

logística com transporte, como fazem com marketing e propaganda, numa

simplificação exagerada dessas duas importantes funções organizacionais.

O problema dos custos nos sistemas logísticos e seu impacto sobre

os sistemas de transporte. Lidar com custos sempre foi um desafio para o

gerenciamento em qualquer empresa. Porém, no Brasil, os custos nunca

representaram um problema mais sério durante o período de inflação elevada.

Os procedimentos contábeis tradicionais eram suficientes para fornecer as

planilhas de custos ao elo seguinte da cadeia de valor.

Contudo, a partir da abertura de mercado e com a manutenção do

poder de compra do real, percebeu-se que não bastava distribuir os custos

como era feito tradicionalmente pela contabilidade de custos (a partir de bases

de rateio). Numa visão clássica de economia, o mercado tornou-se elástico e,

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73com isso, as empresas precisam reduzir custos permanentemente se quiserem

continuar competitivas.

Ocorre que os custos de produção estão com a capacidade de

redução limitada, a partir dos cortes de recursos humanos, da automação e das

duras negociações com fornecedores. Assim, resta buscar no sistema logístico

no qual os custos principais são os de armazenagem, transporte e distribuição

de produtos e serviços, representando algo em torno de dois terços dos custos

logísticos totais a oportunidade ímpar para a redução dos custos totais. Para

isso, no entanto, o gerenciamento dos custos logísticos depende de uma

revisão completa dos conceitos tradicionais de custos.

O primeiro passo implica esquecer completamente o plano de contas

(que deve continuar a ser usado para efeitos legais, porém não como

referencial para formar preços de venda, por exemplo). O segundo é mensurar

quantitativamente os custos de armazenagem e transporte (na compra e na

venda), bem como os dos serviços diretamente envolvidos com o processo

logístico (o nível de serviços estabelecido pela empresa).

Na verdade, qualquer tipo de ação administrativa em uma empresa

deve sempre ser validada pela verificação do resultado obtido, avaliando se foi

compensador em relação ao esforço realizado para se completar a mudança,

ou seja, em termos mais técnicos, é necessário verificar a relação custo-

benefício de tal ação, identificando se o valor do resultado obtido é maior do

que o valor do esforço despendido para atingi-la.

Existe uma grande dificuldade na mensuração dos resultados e dos

esforços. Tradicionalmente a contabilidade de custos é uma das formas de

aferir essas dimensões, principalmente aquelas relacionadas com os esforços

de produção de um bem ou serviço. Entretanto, por suas origens e propósitos,

essa metodologia apresenta deficiências na obtenção de algumas informações,

principalmente as que não são aferidas diretamente.

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74Determinados custos que, embora constituintes do custo total,

aparecem apenas indiretamente e quase sempre em situações agregadas,

sempre se constituíram em um problema para os gerentes; são os chamados

custos invisíveis. Normalmente, estes são agrupados na categoria custos

indiretos e caracterizam-se por sua natureza agregada, isto é, de difícil

atribuição a uma situação particularizada. "São também imprecisos, por serem

normalmente referidos a uma outra base de geração que não a do objeto do

custo em questão e são relacionados, de modo geral, com o aspecto tempo, ou

processo" (CHRISTOPHER, 1997, p. 17).

Além disso, "outro problema típico na área dos custos tradicionais

diz respeito ao fato de que as chamadas bases de rateio, que constituem a

forma de distribuir custos formados em outra base, carregam consigo

imprecisões e arbítrios que normalmente geram conflitos e insatisfações"

(BALLOU, 2006, p. 93). Uma outra deficiência nessa área diz respeito ao fato

de que quase sempre os custos tradicionais não levam em consideração

variáveis externas, de natureza sistêmica, como o custo de oportunidade, por

exemplo, que pode afetar pesadamente uma decisão gerencial calcada em

custos.

Outra situação bastante criticada pelos gerentes é a adoção, por

parte da contabilidade de custos, de critérios legais de utilização que não

refletem a realidade, como critérios de depreciação que não correspondem à

depreciação física dos equipamentos e das instalações. Veja-se, por exemplo,

o caso de um caminhão muito bem cuidado que tem sua depreciação contábil

integral ao final de cinco anos, apesar de poder ser usado ainda por muitos

anos pela empresa.

Da mesma forma, os planos de contas contábeis, e, por

conseqüência, os planos de custos, não são inteiramente adequados à busca

de informações gerenciais necessárias à administração moderna. Na área de

logística, por exemplo, custos relacionados com a área de transporte são

normalmente agregados na conta de Custo da Mercadoria (ou produto)

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75Vendida, os custos de distribuição são consolidados como Despesas Gerais de

Vendas e custos genericamente denominados como despesas gerais são

atribuídas ao titulo genérico de Administração (BRASIL, 2007).

As atividades logísticas são importantes para os resultados das

empresas, já que os efeitos de sua ação podem Se refletir no incremento da

receita, como, por exemplo, na agilização de pedidos ou na satisfação do

cliente, o que resulta em maiores pedidos. Por outro lado, na área de custos,

em que a atuação logística é mais forte, essa ação permite a redução das

saídas financeiras, como ocorre, a título de exemplo, na redução de estoques,

de custos de transportes e de perdas de produtos. O efeito do resultado é,

portanto, duplo.

Embora cada vez mais a logística venha se tornando importante, as

informações de custeio tradicional não conseguem tratar adequadamente a

questão, já que tendem a ser consideradas de maneira a moldar-se à estrutura

organizacional, ou seja, na maior parte das vezes, os custos são tratados de

forma departamentalizada. A mensuração do custeio da logística exige uma

percepção de fluxo ou processo, dado que a execução das atividades logísticas

permeia a estrutura como um todo, fazendo com que o custeio tradicional não

seja o mais conveniente para o tratamento dos custos logísticos.

Na verdade, independente da metodologia de custeio aplicada, é

fundamental a percepção de um custo total. Essa concepção é ainda mais

importante ao ser considerado que, nos sistemas logísticos, a geração de

custos se reflete em quase toda a estrutura. Ou seja, as atividades podem

determinar uma relação de interação muito intensa entre todos os setores da

logística. Dessa maneira, uma ação logística de transporte pode, por exemplo,

alterar a política de estoques, que, por sua vez, relaciona-se com questões

referentes a armazéns, entre outras.

Quando ocorrem serviços subcontratados, como é o caso dos

sistemas de transporte, um rigoroso gerenciamento de custos pode ser ainda

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76mais relevante. É comum que as empresas contem com mais de um

fornecedor de serviços de transporte em função dos custos envolvidos;

contudo, estes, muitas vezes, não são calculados da forma mais correta, seja

por problemas da metodologia empregada, seja pela qualidade dos parâmetros

considerados. Assim, é comum que existam rotas que sejam menos rentáveis,

o que dificulta a definição de qual transportador assumirá essas rotas, pois

todos querem as que são lucrativas.

É comum identificar fornecedores que, mesmo não sendo líderes em

preço, conseguem oferecer produtos a um custo mais baixo que o dos

concorrentes, simplesmente porque conseguem oferecer um nível de serviço

com uma maior freqüência de entregas, alta disponibilidade de produtos e

menores índices de devolução por avarias.

No caso da distribuição física, na qual os custos de transporte são

mais significativos, pode ser desenvolvido um sistema que compreende todas

as atividades, desde a saída do produto acabado da linha de produção até o

ato da entrega ao cliente. O fundamental para um sistema de custeio dessa

natureza é que ele consiga rastrear todos os custos por meio do sistema

logístico, evitando que estes sejam rateados de forma indiscriminada, pois,

com isso, os custos do sistema todo podem ser medidos.

3.2 Importância da logística diferenciada

Muitos dos princípios e dos conceitos que guiam o planejamento

logístico derivam da natureza única das atividades logísticas, especialmente do

transporte. Outros são o resultado de fenômenos da economia geral e de

mercado. Todas dão indícios de como a estratégia logística pode ser e

estabelecem estágios para análise detalhada.

Essencial para o escopo e para o projeto do sistema logístico é a

análise das compensações (trade-off), que, por sua vez, leva ao conceito de

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77custo total. A compensação de custos é o reconhecimento de que os padrões

de custo de várias atividades da empresa apresentam freqüentemente

características que as põe em conflito entre si. Esse conflito é gerenciado pelo

equilíbrio das atividades de forma que elas possam ser otimizadas

coletivamente.

A melhor escolha econômica é no ponto em que a soma de ambos

os custos é a mais baixa, como indicado pela linha pontilhada. Escolher um

serviço de transporte com base nas menores taxas ou nos serviços mais

rápidos pode não ser o melhor método. Por esse motivo, o problema básico em

logística refere-se ao gerenciamento do conflito de custos. Quando houver um

conflito substancial de custos entre as atividades, estes devem ser gerenciados

de maneira coordenada. A rede, previamente descrita, incorpora a maioria dos

conflitos de custos potenciais relevantes para a logística.

O conceito de custo total aplica-se a outros problemas além da

seleção de serviços de transportes. O ponto é que o conceito de custo total, ou

alternativamente o sistema total é um conceito sem fronteiras claramente

definidas. É tolice tentar avaliar todas as que possam estar relacionadas a

qualquer problema de decisão, embora alguém possa argumentar que todas as

atividades econômicas estão relacionadas aos problemas logísticos da

empresa, de alguma forma.

A decisão sobre quais fatores são relevantes para serem incluídos

na análise é deixada para a gerência. É definido se a análise de custo total

incluirá somente os fatores da função logística, como define-se, ou se deverá

incluir outros fatores sob o controle da empresa e mesmo algum além do seu

controle imediato.

Nem todos os produtos podem ser fornecidos ao mesmo nível de

serviços ao cliente. Este é um princípio fundamental para o planejamento

logístico. Diferentes exigências de serviços ao cliente, diferentes características

de produtos e diferentes níveis de vendas entre múltiplos itens que a empresa

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78distribui sugerem que múltiplas estratégias de distribuição devam ser adotadas

dentro da linha de produtos.

Os gerentes têm usado esse princípio quando dividem

genericamente seus produtos em um número limitado de grupos, tais como

alto, médio e baixo volume de vendas, e depois aplicam um nível de

estocagem diferente para cada um. Em menor extensão, o princípio também é

aplicado a localizações de estoques. Estocar todos os produtos em todas as

localizações pode simplificar a administração, mas essa estratégia nega as

diferenças inerentes entre produtos e seus custos e acarreta custos na

distribuição maiores do que os necessários.

Uma estratégia melhorada pode ser, primeiramente, a de diferenciar

aqueles produtos que devem ser movimentados através do armazém daqueles

que devem ser embarcados diretamente da fábrica para clientes, fornecedores

ou outras fontes. Como a estrutura de taxas de transporte encoraja embarques

de carga completa, os produtos podem ser divididos, primeiramente, de acordo

com o tamanho do embarque. Aqueles clientes que pedem grandes

quantidades devem ser atendidos diretamente pela fábrica, enquanto outros

podem ser atendidos pelo armazém.

Para o volume restante, os produtos deveriam ser diferenciados por

localização. Itens de rápida movimentação deveriam ser colocados em

armazéns de campo com a localização mais avançada no canal de distribuição.

Itens de volume médio deveriam ser colocados em poucos locais regionais.

Itens de baixa movimentação deveriam ser localizados apenas em pontos de

estocagem centralizados. Como conseqüência, cada ponto de estocagem pode

conter um mix de produtos diferentes.

A distribuição diferenciada pode ser aplicada a outros fatores além

do volume. Isto é, podem ser estabelecidos canais de distribuição separados

para pedidos regulares de clientes e para pedidos em aberto por falta do

produto. O canal de distribuição regular pode preencher pedidos do armazém.

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79

Quando ocorrer uma situação de falta no estoque, um sistema de

reserva pode atender o pedido de um ponto de estocagem secundário e usar

transportes diferenciados para superar a desvantagem do aumento da

distância. Da mesma forma, muitos outros exemplos podem ser oferecidos em

que múltiplos canais de distribuição permitem um custo total mais baixo do que

o projeto de canal único.

Todos os grandes pedidos de clientes, acima de 10% do volume da

companhia, também foram embarcados diretamente da planta para os clientes.

O restante da linha de produtos, com cargas de tamanhos pequenos, foi

embarcado de dois armazéns estrategicamente localizados, bem como da

planta. Essa estratégia de distribuição diferenciada economizou para a

empresa 20% de seus custos de distribuição, preservando o nível logístico

existente de serviços ao cliente.

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CONCLUSÃO

Após este assunto ter sido exposto percebe-se que as operações

globalizadas são uma fronteira em evolução que está pressionando o

gerenciamento logístico. As empresas são impelidas a implantar operações

globalizadas, para conseguir crescimento de mercado e obter acesso a mão-

de-obra de baixo custo ou de alta qualidade, ou ainda a mão-de-obra com

essas duas características, bem como a materiais e capacidade de produção.

À medida que o comércio internacional aumenta, as necessidades

logísticas também aumentam, em função de cadeias de suprimento mais

longas, de maior incerteza e de mais documentação. Os vetores de mudanças

pressionam no sentido de operações sem fronteiras. No entanto, o

gerenciamento logístico ainda enfrenta barreiras financeiras, de canais e de

mercados.

As barreiras são identifica das por quatro Ds: distância, demanda,

diversidade e documentação. O desafio logístico situa-se na possibilidade de

as empresas obterem as vantagens do mercado e da produção globalizadas,

mantendo custos adequados e prestação de serviços eficaz.

A visão que a empresa tem das operações globalizadas pode variar

do nacionalismo centrado no país a uma globalização livre. As empresas

nacionalistas consideram as operações internacionais meramente como

operações de importação e exportação entre organizações autônomas, mesmo

nos casos em que os intermediários pertençam a um mesmo grupo. A visão

nacionalista concentra-se em decisões logísticas e de produção ótimas dentro

de um país, mas que não são as melhores para uma empresa globalizada.

Executivos de logística, numa empresa com visão nacionalista, tendem a tomar

decisões limitadas a fontes de suprimento, transportadoras e alianças locais.

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81A tendência à globalização está levando uma quantidade cada vez

maior de empresas a uma abordagem desnacionalizada. O gerenciamento

logístico deve adaptar-se aos desafios de tal alteração.

Embora as alianças apresentem as vantagens de oferecer

experiência local e efetivas economias operacionais, o esforço de identificar e

gerenciar múltiplas alianças globalizadas é, no entanto, substancial. As

alianças internacionais são facilitadas pela adoção de redes integradas de

distribuição e de transporte. Esses desafios aumentam as pressões sobre o

gerenciamento logístico, pois exigem maior sensibilidade de mercado e

avaliação de alternativas mais complexas.

As empresas podem atingir um crescimento futuro, aumentar

economias de escala e aumentar a lucratividade por meio de comércio e

operações globalizadas. Estas aumentam a importância da logística e colocam

maior pressão sobre seus executivos.

Em primeiro lugar, os ciclos de atividades globalizadas são

geralmente muito mais longos, por causa das maiores distâncias, de mais

intermediários e do maior uso de vagarosas viagens oceânicas. Em segundo

lugar, as operações logísticas globalizadas são mais complexas devido ao

maior número de itens mantidos em estoque, maior quantidade de

documentos, maior quantidade de locais de estocagem e de fornecedores de

serviços menos sofisticados, como transportadoras e operadores de depósitos.

Em terceiro lugar, são mais numerosos os requisitos dos sistemas de

informação, por causa de comunicações a maiores distâncias, de idiomas

alternativos e de flexibilidade de processos. O quarto desafio é o esforço de

desenvolvimento e manutenção da produção, da logística e das alianças de

mercado em âmbito global.

Percebe-se que embora os princípios da logística globalizada sejam

similares aos princípios da cadeia de suprimento no âmbito nacional, a logística

globalizada apresenta alguns desafios especiais.

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BIBLIOGRAFIA

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83 SITE DA EMPRESA GIGA. Histórico da empresa GIGA TRANSPORTES. Disponível em: www.gigatransportes.com.br. Acesso em: 21/setembro/2011.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTOS 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I 14

ORIGEM E CONCEITO DE LOGÍSTICA 14

1.1 Objetivos operacionais no gerenciamento de sistemas logísticos 22

1.2 Duração do ciclo de atividades 27

1.3 Gerenciamento, distribuição e estoque de um planejamento

logístico

37

1.4 Logística e as operações globalizadas 43

CAPITULO II 51

DEFINIÇÃO SISTEMA DE LOGÍSTICA 51

2.1 Estratégia logística e planejamento 57

2.2 Estratégia de localização de instalações 61

2.3 Estratégia logística e estratégia combinada 65

CAPITULO III 67

ESTUDO DE CASO SOBRE A EMPRESA GIGA TRANSPORTE: A

LOGÍSTICA E A DISTRIBUIÇÃO

67

3.1 A logística de abastecimento e distribuição 70

3.2 Importância da logística diferenciada 76

CONCLUSÃO 80

BIBLIOGRAFIA 82

FOLHA DE AVALIAÇÃO 85

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Universidade Candido Mendes

Título da Monografia: A importância do estudo sobre a logística direcionada as empresas de medicamento

Autor: Rafael Gomes da Silva Machado

Data da entrega:

Avaliado por: Conceito:

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