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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE O MARKETING NO MUSEU NACIONAL DOS CORREIOS Por: Marco Antonio de Sousa Orientador Prof. Cleber Moreira Gonzaga Brasília 2009

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

O MARKETING NO MUSEU NACIONAL DOS CORREIOS

Por: Marco Antonio de Sousa

Orientador

Prof. Cleber Moreira Gonzaga

Brasília

2009

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

O MARKETING NO MUSEU NACIONAL DOS CORREIOS

Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do

Mestre – Universidade Candido Mendes como

requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em Marketing.

Por: Marco Antonio de Sousa

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, em primeiro lugar,

pelas muitas bênçãos recebidas,

principalmente a dádiva da vida.

Agradeço à minha esposa e filhos pela

compreensão e pelo apoio em todos os

momentos.

Agradeço ainda aos Professores e

funcionários da UCAM, que sempre me

atenderam de maneira profissional e

correta.

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DEDICATÓRIA

Dedico esta monografia primeiramente a

Deus, à minha família que sempre me

apoiou em todos os momentos e a todos

aqueles que me ajudaram.

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RESUMO

O tema desta monografia são as estratégias de Marketing em Museus

e, principalmente, no Museu Nacional dos Correios. Essas estratégias tem

funcionado de maneira interessante em vários museus do mundo. Tendo em

vista que a questão central deste trabalho será definir quais estratégias de

Marketing podem ser aplicadas no Museu Nacional dos Correios, serão

abordados fatos marcantes de nossa História e até do dia-a-dia para realizar

ações de Marketing que possam promover o referido Museu.

São, portanto, objetivos desta pesquisa identificar e definir quais

estratégias de Marketing serão mais eficientes para divulgação dos serviços

oferecidos pelo Museu Nacional dos Correios e dos futuros Museus Regionais

que serão abertos pela ECT em diversas Unidades da Federação.

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METODOLOGIA

A metodologia utilizada neste trabalho foi a da pesquisa bibliográfica,

utilizando-se como fontes de consulta livros, artigos, periódicos, bem como

publicações eletrônicas referentes ao tema.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

A ORIGEM DOS MUSEUS – CONCEITO E DEFINIÇÃO 10

1.1 – As Musas 10

1.2 – Definições de Museu 11

1.3 – Museografia 12

CAPÍTULO I I

POR QUE MARKETING EM MUSEUS? 13

2.1 – As Funções do Museu 13

2.2 – Popularização dos Museus 15

2.3 – Os Museus e a Globalização 16

CAPÍTULO I I I

HISTÓRIA DOS CORREIOS E A ORIGEM DO MUSEU NACIONAL DOS

CORREIOS 19

3.1 – História e Evolução dos Correios 19

3.2 – História dos Correios no Brasil 22

3.3 – História do Museu Nacional dos Correios 27

CAPÍTULO I V

MARKETING EM MUSEUS: A PROPOSTA PARA O MUSEU NACIONAL DOS

CORREIOS 29

4.1 – O Marketing nos Museus 29

4.2 – As Estratégias de Marketing nos Museus 31

4.3 – As Estratégias de Marketing no Museu Nacional dos Correios 37

BIBLIOGRAFIA 55

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INTRODUÇÃO

Marketing vem de mercare, palavra em latim que definia o ato de

comercializar produtos na antiga Roma. Enfim, Marketing é tudo o que se faz

para conquistar, manter e fazer crescer clientes.

Segundo a American Marketing Association (AMA):

“Marketing é o desempenho das atividades de negócios

que dirigem o fluxo de bens e serviços do produtor ao

consumidor. É o processo de planejamento e execução

da criação, estabelecimento de preço, promoção e

distribuição de idéias, produtos e/ou serviços, com vistas

a criar os intercâmbios que irão satisfazer as

necessidades dos indivíduos e organizações.”

Drucker prefere definir o marketing de um modo mais direto, embora

bem mais amplo e pouco claro:

“Marketing é todo empreendimento considerado do ponto

de vista do consumidor.”

Já para McCarthy:

“Marketing é um processo social que dirige o fluxo dos

bens e serviços dos produtores para os consumidores, de

maneira a equilibrar efetivamente a oferta e a procura, a

fim de alcançar os objetivos da sociedade.”

Na definição apresentada por Kotler – com certeza um dos mais

brilhantes e conceituados teóricos do Marketing nos EUA:

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“Marketing é a análise, o planejamento, a implementação

e o controle de programas e projetos formulados com o

objetivo explícito de propiciar trocas voluntárias de valores

com o mercado-alvo, com o propósito de atingir objetivos

operacionais concretos."

MARKETING CULTURAL

A popularização e a disseminação da expressão “Marketing” em nosso

país veio acompanhada de um específico deslocamento de sentido. No Brasil

Marketing quase passou a significar “promover visibilidade”. Neste trabalho de

nova significação, deu-se especial ênfase ao mix de comunicação do

marketing (GRACIOSO, 1992, p.32).

Mais recentemente, outra expressão, Marketing Cultural, entrou na

moda. A utilização do neologismo entre especialistas e, de modo crescente por

um público mais amplo, também fez emergir uma larga margem de

ambigüidades e indefinições.

A utilização da expressão “ marketing cultural” não tem sido

acompanhada, mesmo entre os especialistas, de uma preocupação com o

sentido impregnado na noção. A bibliografia brasileira acerca do tema,

composta em sua quase totalidade por relatos de casos (cases), não tem

enfrentado o problema do significado atribuído ao termo. Isto acontece, por

exemplo, com o interessante Dicionário Crítico de Política Cultural (COELHO,

1997), que sequer possui um verbete sobre marketing cultural.

O marketing cultural é atualmente uma das ferramentas mais eficazes

e responsáveis na divulgação de produtos e empresas. Atuar na difusão

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cultural com responsabilidade social, atingindo e beneficiando centenas de

pessoas, é a estratégia mais arrojada deste novo mercado.

CAPÍTULO I

A ORIGEM DOS MUSEUS

CONCEITO E DEFINIÇÃO

O que é um museu? A imagem das musas como inspiradoras das

artes mostra a força do legado helênico à cultura ocidental. A palavra Museu

vem do grego mouseion, o templo das musas que, na mitologia grega, eram as

deusas da inspiração, da aprendizagem e protetoras das artes.

A origem dos museus começou na antiga Grécia, muito antes da era

cristã, onde eram centros religiosos, espirituais, criativos e com um número

reduzido de participantes e totalmente distanciados da realidade quotidiana.

Um dos primeiros museus foi construído em Alexandria, no Egito no século III

a.C por Ptolomeo II Filadelfo, o mais culto dos reis da dinastia ptolemaica.

Alexandria transformou-se, desta forma, na cidade símbolo do conhecimento

na área mediterrânea e o museu ptolemaico desempenhou funções de

biblioteca acadêmica, centro de investigação e retiro contemplativo.

1.1 – AS MUSAS

Conta-se que depois da vitória dos deuses do Olimpo sobre os seis

filhos de Urano, conhecidos como os Titãs, foi solicitado a Zeus que se criasse

divindades capazes de cantar as vitórias dos deuses olímpicos. Zeus então

partilhou o leito com Mnemosine, a deusa da memória, durante nove noites

consecutivas e, um ano depois, Mnemosine deu à luz nove filhas em um lugar

próximo do Monte Olimpo.

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Suas moradas, que segundo a mitologia seriam normalmente situadas

próximas à fontes e riachos, ficavam na Pieria, leste do monte Olimpo (Musas

Pierias), no Monte Helicon, na Beócia (Musas Beócias) e no Monte Parnasso

em Delfos (Musas Délficas). Nesses locais elas dançavam e cantavam.

Musa Significado Arte Representação Calíope A de Bela Voz Poesia Épica Tabuleta ou pergaminho e uma

pena para escrita Clio A Proclamadora História Pergaminho parcialmente aberto Erato Amável Poesia de Amor Pequena Lira Euterpe A Doadora de

Prazeres Música Flauta

Melpômene A Poetisa Tragédia Uma máscara trágica, uma grinalda e uma clava

Polímnia A de Muitos Hinos Música Cerimonial (sacra) Figura velada

Tália A que faz Brotar Flores Comédia Máscara cômica e coroa de hera

ou um bastão Terpsícore A Rodopiante Dança Lira e plectro Urânia A Celestial Astronomia Globo celestial e compasso

As Musas eram representadas como jovens de fisionomia sorridente,

grave e pensativa, de acordo com a função de cada uma. Eram consideradas

como deusas e recebiam todas as honras da divindade. Não raro faziam-se

sacrifícios em muitas cidades da Grécia e da Macedônia em louvor delas.

Geralmente o templo das Musas era também o das Graças, visto que os cultos

eram comuns e raramente separados. Nas festividades eram sempre

invocadas e saudadas com uma taça em punho. Entretanto, ninguém as

honrou mais do que os poetas, que jamais deixam de invocá-las, no começo

de seus poemas, daí o surgimento do termo “musa inspiradora”.

1.2 – DEFINIÇÕES DE MUSEU

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A palavra museu é usualmente utilizada para nomear instituições

estáveis criadas para conservar, estudar e divulgar acervos. Ou, de forma mais

detalhada, usando a definição da UNESCO:

“Museu é uma instituição permanente, sem fins lucrativos,

a serviço da sociedade e de seu desenvolvimento, aberta

ao público, que adquire, conserva, pesquisa, comunica e

principalmente expõe os testemunhos materiais do homem

e do seu meio ambiente, com propostas de estudo,

educação e deleite.”

Segundo o DEMU / IPHAN, em uma definição formulada em 2004:

“As instituições museológicas são compreendidas como

práticas sociais colocadas ao serviço da sociedade e de

seu desenvolvimento e comprometidas com a gestão

democrática e participativa.”

Museu é um espaço/cenário, institucionalizado ou não, onde se

desenvolve a relação especifica do homem/sujeito com o objeto/bem cultural.

Em uma definição de caráter operacional, de 1974, o Conselho Internacional

de Museus (ICOM) conceituou museu como:

“estabelecimento permanente, sem fins lucrativos, a

serviço da sociedade e de seu desenvolvimento, aberto

ao público, que coleciona, conserva, pesquisa comunica e

exibe, para o estudo, a educação e o entretenimento, a

evidência material do homem e seu meio ambiente”.

1.3 – MUSEOGRAFIA

Campo do conhecimento responsável pela execução dos projetos

museológicos. Através de diferentes recursos – planejamento da disposição de

objetos, vitrines ou outros suportes expositivos, legendas e sistemas de

iluminação, segurança, conservação e circulação – a Museografia viabiliza a

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apresentação do acervo, com o objetivo de transmitir, através da linguagem

visual, a proposta de uma exposição.

CAPÍTULO I I

POR QUE MARKETING EM MUSEUS?

2.1 – AS FUNÇÕES DO MUSEU

As várias funções do Museu seriam, em princípio, preservar, catalogar,

restaurar, pesquisar e classificar os objetos de seu acervo.

Mas existe também a Função Educativa do Museu, que se preocupa

em traduzir o significado das exposições do mesmo e como comunicar seu

valor ao público. Museus têm muito que comunicar, não podendo ser negado o

seu potencial para isso. Comunicar valores, interesses e informações é a

função essencial na Educação. Os Museus estão intimamente ligados à

Educação e é neste ponto que eles dão a sua colaboração mostrando os seus

acervos, mostrando a relação de determinada peça com a História.

Os Sistemas Educacionais não podem se esquecer dos Museus e do

que estes podem oferecer àqueles. O Museu pode dar uma educação

extracurricular ao educando, podendo utilizar a biblioteca, salas de

conferências, salas de exposições, ambientes onde poderiam ser feitas

pesquisas, estudos e exposições com a orientação dos Professores e

Monitores que auxiliariam o educando nessas atividades. Muitas vezes a

Educação Formal não fornece um aprendizado dinâmico, o que pode ser

oferecido no ambiente do Museu.

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O bom processo educativo é aquele que ensina a pensar e não a

repetir valores do educador; é aquele que se baseia no respeito à diferença e

valorização da diversidade e que, desta forma, resiste aos processos de

homogeneização do saber e sua transmissão, assim como de globalização

indiscriminada e esmagamento dos valores culturais. É aquele que transmite

os valores culturais “da moda” e os tradicionais; é aquele que constrói com

segurança e bom fundamento a ponte necessária entre o passado e o futuro; é

aquele que relativiza o tempo e intensifica a responsabilidade do papel de cada

um perante sua cultura e a dos outros. A boa educação tempera o sujeito

tornando-o apto a ser crítico em relação a propostas educativas que

contribuam para a submissão e sujeição do educando e da sociedade a qual

pertence.

Dessa forma, a Educação assumirá seu papel de agente no processo

social, produtora de saber e não apenas consumidora e reprodutora de

conhecimentos dados. Dessa forma as ações educativas voltadas para a

preservação devem contribuir para a formação de sujeitos ativos e livres na

construção de sua própria vida e da dimensão coletiva a ela inerente. É essa

dimensão coletiva, conquistada e reafirmada, que permite ao indivíduo ter a

compreensão correta de termos como cidadania, participação,

responsabilidade e pertencimento. A Educação pode ser um dos meios por

meio dos quais se possa desvendar a diversidade brasileira.

O grande volume de informações transmitido pelos variados meios de

comunicação e, principalmente pela novíssima Internet, tem influenciado de

maneira considerável a Educação e as relações humanas e sociais. Nesse

contexto, o Museu tem um papel informativo e educativo relevante, com a

diferença de ser uma fonte de percepção sensorial, pois ao mesmo tempo em

que exibe uma peça de uma determinada época da História, também deve

informar visual e auditivamente a respeito da mesma. Cada objeto, peça ou

documento de um Museu tem sua própria história e também faz parte de um

passado, de um contexto histórico, o que torna indispensável que o Museu seja

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dinâmico com a informação. O Museu tem que ser vivo e ativo, um local onde

a História apenas não é contada, mas que pode ser vista e vivida.

O Museu atrai públicos diversos e também precisa saber lidar com

esses públicos. Para o jovem, por exemplo, o Museu pode ser enigmático e

misterioso. O Museu pode contribuir para a Educação pelo fato de se poder ver

os objetos que pertenceram aos personagens ou fatos da História. Dessa

maneira, o jovem ou o adolescente podem compreender melhor e dar maior

valor à História. A participação do adolescente e do jovem em atividades

lúdicas proporcionam ampliar o seu horizonte intelectual, adquirir maiores e

sólidos conhecimentos bem como também despertar vocações em futuros

pesquisadores. Dentro de um mundo que se transforma de forma intensa, o

Museu tem um papel importante por ser o local onde essas transformações

podem ser vistas e até tocadas como testemunhas da nossa História. A

Educação vai além de ser simplesmente memorização de fatos ou

treinamento. Ela deve visar, principalmente, o desenvolvimento da imaginação

e da sensibilidade, bem como o completo desenvolvimento do ser humano.

2.2 – A POPULARIZAÇÃO DOS MUSEUS

Segundo pensamento corrente um museu sintonizado com os novos

tempos precisa atrair o público em cinco vertentes específicas: grandes e

atraentes coleções permanentes, grandes exposições especiais, grande

arquitetura, um eficiente espaço para alimentação e oportunidades para fazer

compras. Essas plataformas de atuação demonstram uma total subordinação à

lógica do mercado e do lazer. Aparentemente esse modelo, em maior ou em

menor escala, está sendo seguido no Brasil e, em especial, pelo Museu

Nacional dos Correios, que foi recentemente reformado.

No processo de popularização dos museus deve-se considerar que

essas instituições deixaram de ser espaços dedicados somente às elites e que

tem um objetivo na sociedade muito mais amplo do que ser meramente

espaços refinados, onde essas mesmas elites se encontrariam para questionar

obras de arte. Os museus hoje são elementos de aproximação de parcelas

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menos favorecidas da sociedade, na qual a arte pode exercer um mecanismo

de diminuição dos problemas sociais. Nesse sentido, é importante destacar a

importância dos museus como centros de educação.

Desenvolvendo um dos princípios de que uma das funções do museu é

criar uma situação tal em que o público não se sinta oprimido ou tiranizado,

podemos concluir que o mesmo deve ser um ambiente em que as pessoas

fiquem completamente à vontade, um local onde elas possam ir para relaxar,

para absorver idéias, conceitos e que não se sintam tensas ou obrigadas a um

ambiente na qual não estão acostumadas.

2.3 – OS MUSEUS E A GLOBALIZAÇÃO

Atualmente concluímos que somente pela via da cultura é que

poderemos resistir à mesmice, à homogeneização e à pasteurização

generalizadas que caracterizam o fenômeno da globalização.

As diferentes culturas deixaram de ter fronteiras e o mundo virtual

tornou possível o acesso rápido ao diálogo à distância. A globalização, na sua

vertente virtual, permite visitas de fora e isso abre um grande leque de

possibilidades para divulgação dos museus como, por exemplo, a visita virtual,

que já é largamente utilizada pelos grandes museus do planeta.

A importância passa pelas possibilidades de conhecer o outro ou seja,

aquele ou aquilo que é diferente de nós, como alternativa às deslocações fora

de casa ou até do país, muitas vezes proibitivas face ao custo elevado para a

maioria das pessoas.

Os museus, que são também guardiães e repositórios de arte,

constituem-se perante a globalização, num provável ajustamento cultural, vindo

a tornar-se referência para decifração de variadas culturas. A globalização

permite maior decodificação das outras culturas, o que leva a inquirir sobre o

que será o futuro dos museus e repensar o conceito tradicional da arte.

Os museus não devem e nem podem ser apenas espaços de memória,

por intermédio da preservação e disposição das coleções guardadas e

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classificadas para estudo e compreensão de valores culturais. Os museus, nos

países do Primeiro Mundo, ocupam cada vez mais o lugar dos espaços

públicos que foram gradativamente extintos da vida das grandes cidades em

função da industrialização, do crescimento populacional e de ocupação

desordenada.

Os museus, nas grandes cidades brasileiras, tem envidado esforços

cada vez maiores objetivando atrair o público, quer seja mediante exposições

bem montadas bem como por intermédio de uma programação cultural variada

e de qualidade, transformando-se em lugares agradáveis, acessíveis e

emocionantes, ao contrário do que ocorria em passado relativamente recente.

Os museus vem participando de uma mudança das mentalidades, aonde o seu

papel de agente cultural e comunicacional vem sendo cada vez mais

enfatizado, não apenas com os recursos de programação visual elaborada para

um grande público, mas também com o auxílio das técnicas de comunicação e

de marketing.

O museu do século XXI tem atuado como uma organização que tenta

atrair o maior número de pessoas para obter a sua autonomia financeira.

Grandes exposições como a das esculturas de Rodin e pinturas de Monet no

Museu Nacional de Belas Artes receberam em média 300 mil visitantes, que

contribuíram com recursos de ingressos, compras de cartões postais,

“pôsteres” e de produtos culturais alusivos ao tema da exposição. Estes

recursos financiaram a manutenção do museu, a instalação de sistemas de ar

condicionado ou de informatização, além de custearem a conservação e

recuperação do seu acervo.

Para a realização de eventos deste porte, os museus tem utilizado a

colaboração, em seus quadros, de competentes profissionais de comunicação,

que tem atuado no planejamento e execução de programas de manutenção de

imagem institucional desses espaços, de assessoria de imprensa, de

relacionamento com seus diversos segmentos de público com atividades

específicas para patrocinadores, sociedades de amigos, formadores de opinião

e público escolar. A resposta do público tem tido tanta importância que os

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museus vêm realizando pesquisas de opinião para conhecer melhor os

segmentos que os freqüentam, quais seus anseios e necessidades, para

melhor adequar a linguagem de suas exposições, publicações e folheteria,

assim como para tentar atrair aqueles segmentos que não os visitam. Assim

criam uma via de mão dupla, de diálogo com o público, utilizando uma

ferramenta clássica da comunicação social como as pesquisas. Isso é de

fundamental importância para a sobrevivência de um museu.

Muitas e variadas ferramentas também podem ser utilizadas nesta

relação das instituições culturais com os seus variados públicos, abrindo-se um

enorme campo de atuação para os profissionais de Relações Públicas, entre

outros. Nem todos os órgãos da área cultural, seja da esfera federal, estadual

ou municipal tem profissionais de Comunicação Social em suas equipes, para

desenvolver as atividades básicas de identificação de seus públicos e

direcionamento de atividades para eles.

Muitos destes órgãos realizam projetos de atividades culturais, que se

somam à sua programação habitual, enriquecendo-a e diversificando-a,

trazidos por promotores e agentes culturais. Estes promotores e agentes

culturais autônomos também poderiam ser agências independentes de

Relações Públicas, ouvindo as necessidades de programação destas

instituições e ocupar seus espaços livres com projetos criativos que poderiam

atingir, com certeza, todos os variados públicos alvo.

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CAPÍTULO I I I

HISTÓRIA DOS CORREIOS E A ORIGEM DO MUSEU

NACIONAL DOS CORREIOS

3.1 – HISTÓRIA E EVOLUÇÃO DOS CORREIOS NO MUNDO

Um dos fatores mais importantes no progresso das civilizações foi,

com certeza, o desenvolvimento dos meios de comunicações. A existência dos

Correios é, nos dias atuais, ignorada somente nas pequeníssimas

coletividades.

Absorvendo expressiva parcela do tráfego de mensagens, no intenso

intercâmbio de idéias e informações da moderna sociedade industrial, os

Correios ocupam importante posição no mercado das comunicações. Seu

papel é normalmente negligenciado, porém só é sentido seu alcance, se seus

serviços não são satisfatórios. Qualquer atraso em qualquer compromisso gera

como desculpa o mau funcionamento dos Correios.

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Os Correios podem fazer com que se beneficiem com seus serviços,

sem qualquer restrição, toda pessoa, toda a coletividade, todo o grupo, a fim

de que todos possam participar, à sua maneira e segundo suas necessidades,

do movimento geral de comunicação e de intercâmbio, que é uma das tônicas

da nossa época e a prova concreta do desenvolvimento social, político, cultural

e econômico das sociedades humanas. No Brasil, os Correios exercem um

papel social de extrema relevância.

Historicamente, a primeira função confiada ao Correio foi a de

assegurar a troca de correspondência, com caráter político e administrativo,

garantindo aos governantes a autoridade política em seu território e facilitando

a administração das populações.

Os primeiros traços de um serviço postal organizado foram instituídos

nos grandes Estados centralizados, como o Império Persa e o Império

Romano, o que prova ser ele um fator de coesão indispensável para as

nações.

Posteriormente, foi o povo autorizado a utilizar o serviço postal,

mediante pagamento com a criação do selo postal em 1840, transformando-o

em um instrumento de troca de notícias familiares e um meio essencial de

responder a necessidades elementares de conhecimento e informação,

ajudando no desenvolvimento dos indivíduos, dando-lhes acesso a uma vida

social e cultural mais ampla.

Como elemento de integração, ao facilitar a troca de correspondências

entre territórios tão diversos, os Correios constituem um instrumento de

progresso econômico, que permite o transporte de objetos elaborados, o

exercício de novos métodos comerciais que responde, enfim, à necessidade

crescente da permuta de correspondências e de material das empresas

modernas entre elas e com seus clientes.

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Se os Correios valorizam as outras infra-estruturas existentes, à

medida que sua atividade o leva a utilizá-las, ele participa ainda mais

diretamente do desenvolvimento econômico e social, valorizando igualmente

os objetos que lhe são confiados.

A palavra “Correio” deriva de “correr” e se refere à pessoa que

antigamente levava, correndo, as mensagens, notícias ou comunicações. A

origem da palavra Correio vem do termo egípcio “kor” que significa vento, e “ré”

que significa rei. “Vento do Rei” era o nome do atleta que levava as suas

mensagens. A evolução do vocábulo originou, depois, o termo “correio”.

O Correio existe desde tempos imemoriais. Podemos afirmar que ele

nasceu com o homem, pois desde que aprendeu a transmitir suas idéias e

sentiu a necessidade de comunicá-las a seus semelhantes, que ele procurou

os meios mais acessíveis para conseguir esse objetivo. Assim, a sua história

está intimamente ligada à civilização, e a seguir enunciaremos alguns

acontecimentos importantes.

O primeiro sistema utilizado para transmitir notícias foi a voz humana.

Homens de poderosos pulmões a emitiam e ela era ouvida por outros que a

lançavam novamente ao espaço. Também se usavam desenhos traçados na

pedra das cavernas, a mímica, sinais sonoros, tambores, setas e ainda a

fumaça.

Foram os seguintes os acontecimentos mais relevantes relacionados

com os Correios na Idade Antiga:

490 A C. – Melquíades, general ateniense, depois de vencer os

Persas, em Maratona, anunciou a Atenas suas vitórias por um soldado que

correu até cair morto às portas da cidade. Conta a tradição que o escolhido

fora Pheidippides, famoso por sua velocidade em corridas. Tratava-se de

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percorrer uma distância de mais de 42 km. Ele o fez, porém só lhe coube dizer

uma palavra, antes de morrer: “vencemos.”

548 A. C. – Ciro, Rei Persa, já se utilizava de um serviço de correios a

cavalo, para uso do IMPÉRIO.

63 A. C. – Augustus, Imperador Romano, construiu estações de posta

nos caminhos militares, cuja palavra além de duas outras, positas e positionis,

todas de origem latina, originaram o termo “postal”. Significavam: estação de

cavalos colocados de distância a distância, casa em que está essa estação, ou

ainda estação de muda das diligências.

E, finalmente, na Índia o transporte se fazia por via aérea por

intermédio de andorinhas treinadas, em cujas patas se atavam mensagens.

Depois, com o correr dos tempos, surgiram os pombos correios.

3.2 – HISTÓRIA DOS CORREIOS NO BRASIL

Embora a carta de Pero Vaz de Caminha, datada de 1º de maio de

1500, seja considerada o marco de nossa história postal, somente no século

XVII foram inaugurados no Brasil os serviços postais, ainda de maneira irregular

e muito precária.

Entre as causas que retardaram o desenvolvimento do Correio no Brasil,

podemos citar sua imensa extensão territorial, sua geografia que dificultava a

penetração para o interior e o desinteresse de Portugal em que os colonos se

comunicassem entre si e, mais ainda, com o mundo exterior. Por sua vez, a

população utilizava a mão-de-obra escrava para transportar a correspondência

e, de imediato, não lhes interessava pagar por algo que nada lhes custava, além

de terem de entregar suas cartas a mensageiros em que não confiavam. Junte-

se a esses elementos a deficiência de transportes e as poucas e mal

conservadas estradas.

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Foi com o objetivo de obter contatos melhores e mais regulares com os

seus domínios, que Portugal aprovou, em 1663, um Regimento, no qual criava o

cargo de correio-mor e correio-mor da terra, cuja qualificação era receber e

expedir toda correspondência do reino. Mas parece que nenhum sistema

eficiente de correio foi organizado e Portugal voltaria a insistir no assunto em

1796 quando D. João VI, Príncipe Regente, reivindicou para a coroa real a

administração do correio das cartas, mediante indenização ao correio-mor do

reino.

Em 1798, um alvará criou os serviços de correios marítimos para o

Brasil. Esses serviços eram executados por navios, com viagens bimestrais. Em

número de dois, um deles atendia o nordeste e o norte do Brasil, enquanto o

outro servia ao sul, parando na Bahia e no Rio de Janeiro.

Em 1799, foi baixado um regulamento provisório para o novo serviço de

correio. Em 1801, várias medidas foram tomadas, no sentido de melhorar o

serviço postal interno, tais como a criação de caixas postais, o serviço de

registrados para o interior e a fixação de taxas, calculadas de acordo com as

distâncias. Nesta primeira fase do Correio, ou seja, antes da vinda da família

real para o Brasil, alguns governos provinciais tomaram a iniciativa de

estabelecerem seu próprio correio. Em 1712, na cidade de Vila Rica, Minas

Gerais, os vereadores organizaram seu próprio serviço postal. Por sua vez,

cabia aos contratadores de diamantes do Tijuco manter este Distrito ligado à Vila

Rica e ao Rio por estafetas periódicos. Também em São Paulo foi inaugurado,

em 1773, um serviço de correio regular com o Rio, com estações de muda de

propriedade e cavaleiros que galopavam entre as duas cidades em 7 dias.

No início do século XIX, a figura de Napoleão Bonaparte, Imperador dos

franceses, dominava no cenário europeu. Por não conseguir vencer a Inglaterra

militarmente, decretou o Bloqueio Continental, ou seja, a proibição de qualquer

país comerciar com os ingleses. Portugal, antigo aliado da Inglaterra, não aderiu

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ao Bloqueio. Frente à ameaça de uma invasão francesa, D. João VI foi obrigado

a deixar Portugal, transferindo para o Brasil a sede da monarquia portuguesa.

A chegada da família real ao Brasil, em 1808, forçou, entre outras

providências, uma ampla reorganização do Correio, medida esta tão importante

quanto a criação de escolas, academias e da Biblioteca Nacional. O

desenvolvimento do comércio devido à abertura dos portos brasileiros às nações

amigas e os assuntos da coroa necessitavam de um eficiente serviço para uma

boa comunicação.

Ainda no ano de 1808, D. João VI criou o primeiro regulamento postal do

Brasil. Este documento tratava de normas de trabalho, horários nas seções e

procedimentos quanto ao recebimento e expedição de correspondência nas

cidades e províncias. Durante a estadia de D. João VI no Brasil, foram ainda

tomadas diversas medidas no sentido de um melhor desempenho do serviço de

Correio, como a criação de novas linhas postais terrestres para São Paulo,

Campos dos Goitacazes e para o norte do país. Em 1817 foi, de fato, instituído

um correio regular entre São Paulo e a província de Rio Grande e, em 1820, um

correio regular com as Minas Gerais e o Mato Grosso. Neste período, a

proibição de particulares transportarem a correspondência estava longe de ser

integralmente respeitada pela população.

Com a revolução constitucionalista do Porto, D. João foi obrigado a

retornar para Portugal, aqui deixando seu filho D. Pedro, que tomaria a histórica

decisão de romper os laços políticos entre Brasil e Portugal, com o célebre Grito

do Ipiranga. Nas lutas pela independência do Brasil, o Correio desempenhou

importante papel, como valioso meio de comunicação entre aqueles que

trabalhavam para separar a colônia da metrópole. Uma prova disso é a presença

do mensageiro Paulo Bregaro no momento do Grito do Ipiranga, em que foi

instrumento, ação, mensageiro e portador das notícias que provocariam a

decisão final de D. Pedro, isto é, o rompimento com Portugal. Mesmo já havendo

o Correio oficial, as instituições utilizavam, em caso de urgência, mensageiros

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particulares. Desse modo, Bregaro fez o papel de homem do correio, pois

transportava mensagens oficiais.

Durante seu reinado, em 1829, D. Pedro I decretou a reorganização do

Correio no Brasil. Medida de caráter administrativo trouxe, entretanto, algumas

inovações, como a de conceder franquia postal a todos os jornais e periódicos

nacionais e aos estrangeiros que se destinassem à Biblioteca Nacional.

No período regencial, surgiram decretos organizando administrações

postais nas províncias.

Com a ascensão de D. Pedro II ao Trono, em 1840, importantes

medidas foram tomadas. O novo imperador autorizou melhoria no correio e

alteração das taxas. Iniciou-se a distribuição domiciliar de correspondência no

Rio de Janeiro, nas capitais e principais cidades brasileiras e, por Decreto

Imperial de 29/11/1842, era instituído o uso do selo adesivo para

correspondência e o pagamento prévio das cartas. Este foi o momento decisivo

para a história do Correio no Brasil.

Após a criação do selo postal, novos melhoramentos foram efetuados.

Em 1844, houve um novo regulamento postal que fixou taxas diferentes para as

vias marítimas e terrestres. Efetuou-se a criação do quadro de carteiros do

Correio da Coroa, sendo obrigatório aos referidos funcionários o uso de uniforme

e o percurso diário de meia légua. As cidades foram divididas em Distritos

Postais, facilitando a entrega da correspondência. Ainda na década de 40, o

número de caixas postais e o serviço urbano de distribuição foram ampliados.

Decorrente da necessidade de policiar o vasto litoral brasileiro, foram

desenvolvidos estudos para a instalação da Telegrafia no Brasil e, em 1855, foi

criada a Repartição Geral dos Telégrafos.

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Em 1861, o serviço de correio passou a pertencer ao então criado

Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas.

Ainda no II Reinado, surgiram muitas inovações entre os cartões postais

ilustrados, os bilhetes postais, serviço de vales postais internos, cartas-bilhetes

com formulário próprio. D. Pedro II estabeleceu convenções internacionais com

vários países e promulgou, em 1877, o ato diplomático de adesão do Império do

Brasil ao tratado celebrado em Berna, a 09/ 10/ 1874, que viria criar a União

Postal Universal.

Com a República, a repartição postal passou, em 1890, ao Ministério da

Instrução Publica, Correios e Telégrafos e, em 1894, passou ao Ministério da

Indústria, Viação e Obras Públicas. Nessa época, o Brasil fez-se presente na

Convenção Postal de Viena e, mais tarde, ao Congresso Postal Universal de

Roma em 1916.

Atendendo novas necessidades, outras inovações foram introduzidas,

como o serviço de encomendas postais (colis-postaux) com alguns países, os

vales postais internacionais, assinaturas postais de jornais, revistas e

publicações periódicas.

Em 1909, os Correios passaram para o Ministério da Viação e Obras

Públicas.

Foi em 1921 que ocorreu o primeiro transporte postal via aérea e a

primeira mala aérea internacional em 1923. Máquinas de franquear o serviço de

colis-postaux com valor declarado datam de 1924. O serviço postal aéreo teve

início em 1927.

Com a Revolução de 1930, ocorreram alterações na estrutura político-

administrativa e, em 1931, a Repartição Geral dos Correios fundiu-se com a

Repartição dos Telégrafos, dando origem ao Ministério dos Correios e

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Telégrafos (DCT), subordinado ao Ministério da Viação e Obras Públicas, com

sede no antigo paço da praça Quinze de Novembro, no Rio de Janeiro.

Em 1934, começou a funcionar uma escola de aperfeiçoamento dos

Correios e Telégrafos, para preparação e aprimoramento de pessoal

especializado. Ainda neste mesmo ano, a 1º de agosto, foi instituído o “Dia do

Selo”.

Em 1968, o DCT é subordinado ao Ministério das Comunicações e, em

1969, embora ligado àquele Ministério, é reorganizado como empresa

autônoma, passando a chamar-se EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E

TELÉGRAFOS.

3.3 – HISTÓRIA DO MUSEU NACIONAL DOS CORREIOS

Os Correios e Telégrafos funcionavam separadamente quando, no dia

26 de fevereiro de 1889, o Dr. Luiz Betim Paes Leme, Diretor Geral dos

Correios, assinou a Portaria nº. 119, criando um Museu alegando:

“...onde se guardem as relíquias do Correios Brasileiro e fiquem

colecionados os documentos da história dos nossos serviços e de seus

progressos...”

Nesta mesma época, começou a funcionar o Museu Telegráfico,

instalado nos Paço dos Vice-Reis, fartamente documentado em fotografias da

época, pertencentes ao arquivo iconográfico da ECT.

Por ocasião do 4º Centenário da Fundação do Rio de Janeiro, em 1965,

um antigo servidor postal, Dr. José Jantem, organizou uma exposição

comemorativa no saguão do Paço dos Vice-Reis, com cerca de 200 peças

postais e telegráficas, o que se tornou a base do acervo do atual Museu

Nacional dos Correios.

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Em 1973, por intermédio da Portaria nº. 020-7301-02, de 16/07/1973,

iniciou-se a organização concreta do Museu.

Inaugurado em 15 de janeiro de 1980, o então Museu Postal e

Telegráfico da ECT participou ativamente do Roteiro Cultural e Turístico de

Brasília durante vinte anos, até a sua desativação em 2001.

Hoje em fase de reestruturação, o projeto do novo Museu apresenta

uma nova concepção Museografia, com o emprego de tecnologia de ponta e

que está sendo considerado o carro-chefe da revitalização do Setor Comercial

Sul, no Plano Piloto de Brasília, onde está localizado. A sua sede foi totalmente

reformada e dotada de modernos sistemas de iluminação, segurança contra

roubo e incêndio, bem como controle de temperatura e umidade

independentes, entre a reserva técnica e andares expositivos.

Seu acervo, com cerca de um milhão de peças abrangendo os temas

História Postal, História Telegráfica e Filatelia, está sendo totalmente

restaurado e em breve será exposto seguindo um moderno conceito

museológicos.

O Museu Nacional dos Correios contará com cinema, teatro, cafeteria,

loja de produtos/souvenir, um terraço panorâmico para eventos culturais, além

de um laboratório de restauro de acervos textuais e tridimensionais e um

campus avançado da memória da tecnologia postal e telegráfica, ambos

localizados na Universidade Correios.

A sua reinauguração, prevista para o segundo semestre de 2009, está

sendo aguardada com muito interesse pelo público em geral, especialmente

pelos segmentos de cultura e de turismo da cidade.

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CAPÍTULO IV

MARKETING EM MUSEUS: A PROPOSTA PARA O

MUSEU NACIONAL DOS CORREIOS

4.1 – O MARKETING NOS MUSEUS

De acordo com um estudo realizado em 1989 nos Estados Unidos,

existiam 8.200 museus autônomos e independentes. Se contabilizamos os

edifícios e os lugares históricos, a cifra supera os 15.000 (American

Association of Museums). Entre os museus americanos 55% são museus e

lugares históricos; 15% museus de arte; e 14%, museus naturais de ciência e

tecnologia, incluindo os parques zoológicos e jardins botânicos.

No final da década de 70, os museus americanos e ingleses

perceberam que a palavra marketing era a saída para atingir uma grande

parcela da população não interessada em visitá-los. Museus, como o

Metropolitan de Nova Iorque, passaram a realizar verdadeiros acontecimentos

de arte. A visita a estes museus obteve um significativo aumento após a

aplicação desta estratégia.

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Em 1986, foi abordada a problemática dos museus desde uma

perspectiva que anos atrás se considerava um tabu: na realidade os museus

estão competindo pelo tempo livre e o dinheiro das pessoas, e neste sentido

competem num campo que vai desde os vídeos, cinema, parques temáticos e

os centros de entretenimento doméstico até o melhor que possa oferecer a

Brodway, Hollywood entre outros.

Os museus tradicionais apenas investiam em promoção, publicidade,

relações públicas ou marketing. Faziam poucos esforços para aumentar a

demanda dos produtos e serviços que ofereciam. Em comparação com o

marketing das grandes firmas comerciais de entretenimento, informação e

educo-criação, os museus competiam em esferas inferiores.

O panorama começou a mudar pois os responsáveis dos museus

estão comprovando que as inversões em criação de imagem e denominação

de marca, relações públicas, publicidade mediática e marketing e comunicação

podem ser produtivos para a atração de diferentes públicos e a geração de

ingressos, bem como ser rentáveis para se atingir os fins que pretendem

cumprir.

Todas as organizações devem enfrentar mudanças ao seu redor e

vigiar cuidadosamente tanto as ameaças como as oportunidades. Os museus

estão se deparando com múltiplos problemas relacionados com as condições

em mudança. Um deles deriva do atual retorno financeiro, caracterizado pelo

crescimento incessante dos custos operativos e o estancamento relativo dos

ingressos. Uma segunda questão entronca com a crescente de provedores de

atividades de ócio que buscam captar o tempo livre cada vez mais reduzido

das pessoas. E um terceiro problema surge quando as missões dos museus

chocam com as forças do mercado.

Na disputa pelos diversos públicos os museus hoje confrontam-se com

outros comportamentos relacionados com o ócio doméstico (ver televisão, ler

um livro) e com outras atividades de ócio (sair, fazer compras, ir ao cinema, ou

a espetáculos esportivos, passear etc.). Os museus devem criar audiências

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atraindo novos visitantes, especialmente os grupos mneos atendidos,

preservando os públicos já existentes e incitando-os a adotarem uma atitude

mais ativa, proporcionando-lhes exposições atraentes e outras ofertas com

qualidade.

4.2 – AS ESTRATÉGIAS DE MARKETING EM MUSEUS

Levando em consideração que os museus podem ser grandes máquinas

de marketing e tendo em vista que são instituições de fomento e disseminação

cultural que podem promover uma maior aproximação do público junto a essas

instituições, deve-se pesquisar a importância das estratégias de Marketing na

divulgação dessas agências de cultura e informação, melhorando a qualidade

dos serviços prestados.

O Marketing também está também relacionado com as emoções. É

através das emoções que as pessoas agem, tomam decisões, compram,

trabalham. As emoções estão sempre presentes no cotidiano das pessoas e

por isso têm e sempre terão um papel fundamental nas estratégias de

Marketing.

Essas estratégias têm funcionado de maneira interessante: O Museu

Britânico de Madame Tussauds, que exibe estátuas de cera de personalidades

mundiais, exibiu em 2007, a estátua da socialite Paris Hilton, condenada a

cumprir uma condenação de 45 dias por não respeitar as normas de sua

liberdade condicional e dirigir sem licença. Sob o nome “Paris vai à prisão”, o

Museu apresentou a reprodução da personalidade usando uma roupa de

prisioneira, com listras pretas e brancas, além de um gorro. Segundo a Diretora

de Marketing do Museu, Stacy Shuster, os visitantes se mostraram

entusiasmados com a possibilidade de ver Paris Hilton vestida como prisioneira

e tiraram fotos com a estátua.

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No Brasil, mais precisamente no Museu de Arte de São Paulo Assis

Chateaubriand, mais conhecido como MASP, ocorreu um fenômeno de

Marketing involuntário que atraiu um público inesperado. O Museu estava

imerso em uma grande crise financeira e teve até o fornecimento de energia

cortado pela Eletropaulo por falta de pagamento em maio de 2006. E, para

piorar, parecia que o público não mais se importava em visitar o Museu, não

obstante o seu rico acervo com obras de artistas do porte de Renoir, Monet,

Van Gogh, entre outros. E depois ocorreu o inesperado: vários quadros foram

roubados.

Após fechamento temporário do Museu para readequação, o mesmo foi

reaberto no dia 11 de janeiro de 2008 e o furto e a recuperação dos quadros

de artistas famosos acabou atraindo um grande número de visitantes do

interior de São Paulo, de outros Estados como Roraima e até dos Estados

Unidos. No dia da reabertura, às 11 horas já havia uma fila com 100 pessoas.

Segundo um bilheteiro que não quis se identificar, nos dias normais essa fila

não passa de 15 pessoas. Nesse mesmo dia o MASP recebeu um total de

1.000 pessoas. No sábado seguinte o número de visitantes duplicou: 2 mil

freqüentadores, segundo estimativa divulgada pelo Museu.

4.3 – AS ESTRATÉGIAS DE MARKETING PARA O MUSEU

NACIONAL DOS CORREIOS

Tendo em vista que a questão central deste trabalho é a de definir quais

estratégias de Marketing poderão ser aplicadas no Museu Nacional dos

Correios, serão abordados fatos marcantes de nossa História ou até do dia-a-

dia para definir ações de Marketing que possam promover o referido Museu.

Em um fato recente envolvendo a ECT, mantenedora do Museu

Nacional dos Correios, quando um empregado foi filmado recebendo propina

de terceiros, o que acarretou desdobramentos que culminaram na criação de

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uma CPI, a imagem da Empresa foi seriamente afetada, gerando um marketing

extremamente negativo. O fato poderia ter sido atenuado com uma campanha

abordando os aspectos positivos da ECT, entidade composta por pessoas

idôneas, probas, honestas e comprometidas com o trabalho e que foram

estigmatizadas por causa de um fato isolado que repercutiu nacionalmente de

maneira muito negativa.

Uma das ações que poderiam ter sido realizadas no Museu Nacional

dos Correios seria uma exposição sobre o Carteiro, abordando os aspectos

heróicos deste profissional, que não mede esforços para que a

correspondência seja entregue. O museu possui fotografias em seu acervo

mostrando carteiros enfrentando inundações, rios e grandes distâncias

somente para cumprir o seu dever essencial de entregar uma carta... Isso

geraria um grande retorno de mídia.

Cabe lembrar que um grande vulto de nossa História, o ex-presidente

Juscelino Kubitschek, começou sua carreira profissional como telegrafista e

isso também poderia ser explorado com uma grande exposição, inclusive com

campanhas publicitárias sobre o assunto... Há ainda um grande número de

vultos históricos com íntima relação com os Correios como o Marechal

Rondon, cujo lema era “integrar para não entregar”, D. Pedro I e D. Pedro II, o

Barão de Capanema (introdutor do telégrafo elétrico no Brasil).

Para 2009, ano em que estará sendo celebrado o Ano da França no

Brasil, o Museu Nacional dos Correios realizará uma grande exposição em

conjunto com aquele país, promovendo ações que levarão a imagem dos

Correios e do referido Museu à mídia.

Há ainda muitas outras facetas dos Correios que poderiam ser

exploradas de uma maneira mais profunda e detalhada: os Correios são a

instituição mais antiga do Brasil e uma das mais confiáveis, são também a

instituição que primeiramente se preocupou com a conservação do meio

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ambiente quando emitiu um selo sobre o tema em 1956 – Campanha de

Educação Florestal – iniciando um trabalho de conscientização para

importância de suas relações com a natureza, onde precisa intervir para

produzir os bens de que necessita para sobreviver.

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CONCLUSÃO

Marketing é uma palavra originária do latim “mercare”, que definia o ato

de comercializar produtos na antiga Roma.

O tema desta monografia são as estratégias de Marketing em Museus,

que tem funcionado de maneira interessante nos diferentes museus do mundo

e como essas mesmas estratégias poderão ser aplicadas no âmbito do Museu

Nacional dos Correios.

Levando em consideração que os museus podem ser grandes

máquinas de marketing e tendo em vista que são instituições de fomento e

disseminação cultural que podem promover uma maior aproximação do público

junto a essas instituições, deve-se pesquisar a importância das estratégias de

Marketing na divulgação dessas agências de cultura e informação, melhorando

a qualidade dos serviços prestados.

Tendo em vista que a questão central deste trabalho foi definir quais

estratégias de Marketing poderão ser aplicadas no Museu Nacional dos

Correios, a premissa básica é a de que poderão ser abordados fatos

marcantes de nossa História ou até do dia-a-dia para realizar ações de

Marketing que possam promover o referido Museu.

Foram, portanto, objetivos desta pesquisa identificar e definir quais

estratégias de Marketing serão mais eficientes para divulgação dos serviços

oferecidos pelo Museu Nacional dos Correios e dos futuros Museus Regionais

que serão abertos pela ECT em diversas Unidades da Federação.

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ANEXOS

Índice de anexos

Anexo 1 Conteúdo de revistas especializadas;

Anexo 2 Entrevistas; Anexo 3 Reportagens; Anexo 4 Internet; Anexo 5 Questionários.

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ANEXO 1

CONTEÚDO DE REVISTAS ESPECIALIZADAS

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ANEXO 2

ENTREVISTAS

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Museus são máquinas de marketing, diz alto funcionário do Louvre

LUIZ RENATO MARTINS Especial para a Folha de S.Paulo GABRIELA LONGMAN da Folha de S.Paulo - 01/06/2006 - 09h00 http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u60980.shtml A crise das instituições museológicas, o vídeo como expoente da expressão artística contemporânea, o conservadorismo da política francesa, a sociedade do controle, as dificuldades de articular uma resistência cultural ao capitalismo. Em São Paulo desde o dia 16 de abril, o conservador-chefe do departamento de Artes Gráficas do Museu do Louvre, Régis Michel recebeu a Folha para uma entrevista em que discutiu esses e outros temas. Avesso a maiores aproximações pessoais --recusou-se a declarar a idade e a tirar fotos para esta entrevista--, Michel aproveitou seu tempo para apontar uma crise de criatividade na França e questionar o modelo das grandes instituições oficiais e burocratizadas. "É um modelo autoritário de administração cultural que faz com que procuremos todos os dias a grandeza e a centralização, quando deveria ser o contrário, deveríamos forçar a descentralização para produzir espaços de liberdade de trabalho. O verdadeiro trabalho se refugia cada vez mais nas pequenas instituições", disse. A crítica engloba o domínio do Estado --que na França financia 90% do setor-- e também o privado. "Eles [os museus] podem ser privados, como nos Estados Unidos; ou públicos, como na França. A questão é que na maior parte eles são grandes máquinas preocupadas essencialmente com o marketing, com arranjar dinheiro a todo custo. A serviço de que está esse dinheiro?" Durante a estadia no país, Michel deu conferências na USP, na Pinacoteca e na Sala Cinemateca. Amanhã, embarca para uma série de palestras em universidades e museus de Fortaleza, Recife e, possivelmente, Belém do Pará. À Folha, ele falou sobre cultura e política. Ele considera que há uma crise do pensamento e da criatividade na França, além de uma crise mais ampla das instituições culturais. Leia abaixo os principais trechos da entrevista. FOLHA - Acompanhamos recentemente os jovens que protestavam contra o CPE (Contrato do Primeiro Emprego) na França, bem como a explosão de violência nas periferias de Paris. Como essas manifestações se enquadram no contexto atual? RÉGIS MICHEL - Os dois movimentos são sintoma de uma profunda crise social que a França atravessa. Mas a crise vai além, como se vê na cultura:

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a França vive um vácuo de criação sem precedentes. Não há grandes escritores, grandes pensadores, grandes cineastas, diretores de teatro... Não há senão mal-estar na cultura. FOLHA - Essa decadência não seria um fenômeno mundial? MICHEL - Há países em que é diferente. Há por exemplo, uma vivacidade muito grande das artes visuais inglesas nos últimos 15 anos; Portugal tem uma excelente geração de escritores inovadores. Na Alemanha, como na Polônia, há um teatro vivo. São trabalhos de criação. A França recebe tudo isso, mostra tudo, mas não cria nada. É paradoxal que um país que tanto investe em cultura traga toda a criação do exterior. FOLHA - Qual seria a razão desta crise do pensamento e da cultura ocorrer na França? MICHEL -Eu acho que a razão é o reino do Estado. Mas isso não quer dizer que o Estado não deva estar presente. O problema é que acabamos tendo uma cultura burocrática, que, em vez de inspirar, faz o contrário: suscita a tecnocracia e repudia a criação. É muito difícil se expressar de forma crítica num sistema em que tudo --teatro, museus-- é financiado pelo Estado. É um mundo de compadrio e cooptação, e essa é a forma mais perigosa da cultura oficial. Vivemos num sistema que, em grande medida, é um consenso totalitário: um stalinismo sem Stálin. FOLHA - O Sr. fala da crise das instituições culturais, especialmente dos museus. Isso é um problema geral ou particular da França? MICHEL - Neste caso trata-se de um modelo internacional e que não depende do estatuto dos museus. Eles podem ser privados, como nos EUA, ou públicos, como na França. A questão é que a maior parte dos museus são grandes máquinas, preocupadas essencialmente com o marketing, com arranjar dinheiro a todo custo. A serviço de que está esse dinheiro? A resposta mais freqüente é: grandes exposições que são extremamente acadêmicas e oficialescas. É um modelo autoritário que faz com que procuremos a grandeza e a centralização, quando deveria ser o contrário, deveríamos forçar a descentralização para produzir espaços de liberdade. O verdadeiro trabalho se refugia cada vez mais nas pequenas instituições: centros multiculturais com vocação transversal, nos quais as diferentes artes trabalham em comum. No museu como espetáculo, o que se perde é o olhar. As pessoas não olham mais, vão ao museu sem ver. FOLHA - O que significa o movimento contra o CPE (Contrato do Primeiro Emprego) para a atualidade política francesa? MICHEL - A atualidade política francesa... será que existe uma atualidade política francesa [risos]? As pessoas deram sua opinião. O CPE é o nome que se dá para uma crise maior, serve como prognóstico de expectativas

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políticas. Eu leio por todo lado, na mídia, a idéia de que a França é um país que é incapaz de evoluir. É um absurdo. É precisamente um país que resiste enquanto pode ao liberalismo selvagem, puro e duro. O que temos é uma profunda recusa do modelo neoliberal. FOLHA - Existe uma comparação freqüente entre estes jovens e aqueles do movimento de 1968. Em que medida eles são diferentes? MICHEL - Eu acho que 68 foi um movimento de profunda liberação, principalmente social, mas também cultural, sexual. Havia uma atmosfera revolucionária que foi bloqueada pelo sindicato, pela esquerda democrática, pela direita, todos amedrontados pela mudança. Mas a maneira era diferente. Hoje o que temos é um mundo de recusa. FOLHA - E de reformas? MICHEL - Não. Eu me recuso a falar em reforma. Reforma quer dizer, sobretudo na linguagem dos políticos, se livrar de benefícios sociais, abolir as conquistas de direitos. É a regressão completa. FOLHA - Mas, se não escutamos mais a palavra "revolução" e se a palavra "reforma" carrega todos esses significados, qual seria a palavra de ordem desses jovens? MICHEL - Nem uma nem outra. Eu creio que a verdadeira palavra é "resistência". A única coisa que nós podemos fazer hoje é resistir, o que não é necessariamente uma coisa negativa. Resistir é também resistir às evoluções políticas regressivas, perigosas, repressivas. FOLHA - E quanto aos movimentos de periferia? MICHEL - Eles têm um conteúdo social diferente, particular. São pessoas marginalizadas. Não têm perspectiva, não têm emprego, estão numa espécie de gueto, sofrendo todo o tipo de discriminação... o que a gente pode esperar? Como não há esperança possível, as formas de resistência são violentas. FOLHA - Essa "resistência" não vai fundar uma nova geração de pensadores e artistas? MICHEL - Me parece que não estamos num movimento de subversão cultural como ocorreu em 68. Aquele movimento foi preparado também pela revolução estruturalista e se desenvolveu com gente que já estava lá antes --Foucault, Derrida, Deleuze, Godard e outros. Na verdade, 68 foi a cristalização, a explosão de coisas profundamente preparadas nos anos anteriores. Com os CPEs absolutamente não é o caso. FOLHA - Para as eleições de 2007 há perspectivas de mudança?

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MICHEL - Nenhuma. Naturalmente a esquerda é melhor do que a direita, e a possibilidade de uma mulher [Segolène Royal] na Presidência na França tem seu caráter simbólico. Mas não há nenhuma perspectiva de mudança nessa classe política, que é cega e surda: como em toda parte, na Europa, a democracia acha-se esclerosada, confiscada. Estamos entrando no que Deleuze chama de "sociedade de controle". Nada mais angustiante do que o devir paranóico das velhas democracias que não têm mais valores. LUIZ RENATO MARTINS é professor na área de história e teoria crítica de arte da ECA-USP

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ANEXO 3

REPORTAGENS

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03/06/2007 - 10h44 Cultura rende muito dinheiro, afirma ex-ministro de Blair

RAUL JUSTE LORES da Folha de S.Paulo

No Reino Unido, a cultura movimenta 7% do PIB. Em Londres, a chamada indústria criativa (de moda a galerias de arte, de entretenimento a arquitetura e design) já é a segunda mais importante, após o mercado financeiro. O British Council trouxe na semana passada a São Paulo um dos maiores responsáveis em transformar política cultural em prioridade de governo e grandes investidores.

Ministro da Cultura de 1997 a 2001, no primeiro mandato de Tony Blair, Chris Smith fez um mapeamento inédito do mundo cultural no país, que mostrou sua força a fim de arrancar mais verbas do ministro da Economia, Gordon Brown, futuro premiê britânico. Smith conseguiu que lucros da loteria do governo financiassem as artes e instituiu entrada franca nos museus. "Mais turistas e mais atividade cultural, com mais patrocinadores, revertem em mais impostos ao governo." Leia trechos da entrevista que ele deu à Folha.

FINANCIAMENTO Acesso a empréstimos é fundamental. Os artistas não falam a língua dos bancos. Eles sabem de design, não de crédito. Vivem em um mundo mais caótico, não aprenderam a redigir um "business plan" [plano de negócios para abrir uma empresa]. São necessários mecanismos para criar pontes entre os dois lados.

RESPONSABILIDADE Há empresas que preferem apostar apenas em nomes famosos, mas acho que, na hora de divulgar sua responsabilidade social, ela tem de mostrar onde o dinheiro foi investido. Se é uma empresa responsável, tem de se preocupar pelo tecido social do país, em ajudar quem tem dificuldades. Colocar dinheiro só no sucesso garantido não pega bem.

BOM INVESTIMENTO

Ao investir em um artista ou em uma produção, descubra o valor cultural da iniciativa, se é interessante, excitante. Ou se é educativa, se colabora com a revitalização urbana, o que faz pelo resto da sociedade. Em qualquer dos dois casos, original ou socialmente generoso, já será um bom investimento.

LEI ROUANET

Isenções fiscais podem ser uma boa idéia, mas deixam inteiramente ao mercado a decisão de quem ganha patrocínio. Até certo ponto, isso pode ser bom, mas também significa que trabalhos novos, audaciosos ou menos conhecidos terão dificuldade para conseguir apoio.

O que buscamos é um sistema de financiamento misto. Apoio estatal direto, filtrado por um corpo profissional; apoio municipal e estadual; patrocínio privado direto ou a partir de incentivos. Renda comercial, a partir de ingressos, cafés e lojas. Ter um balanço dessas fontes dá fôlego e estabilidade ao financiamento.

BAIRROS CRIATIVOS

Governo deve ajudar a facilitar locais de trabalho a preços acessíveis. As indústrias criativas criam "clusters" [conjuntos de empresas de atividades similares], as agências publicitárias são vizinhas a ateliês de artistas, de moda, a estúdios fotográficos. Em

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várias cidades britânicas, artistas foram estimulados a se instalar em bairros centrais decadentes, em lugares espaçosos a preços baratos.

O desafio é que, em dez anos, a área se regenera demais, os preços sobem e expulsam os artistas novamente. Como esse problema foi resolvido em algumas cidades? Algumas prefeituras compram velhos armazéns abandonados, antigos mercados, restauram e alugam para iniciantes. Quando a empresa cresce, eles têm de mudar, e o espaço fica vago para novos empreendedores. Ter espaço disponível para novos talentos é fundamental.

BALÉ E GOLFE

Antigamente, um empresário patrocinava uma companhia de balé porque sua mulher gostava, ou uma ópera, porque seu diretor era colega no golfe. Hoje, isso se tornou raro. As empresas querem marketing, associar seu nome com propostas vanguardistas, glamurosas ou de alta qualidade.

CULTURA É ÍMÃ

A vida cultural beneficia as cidades, elas têm os equipamentos e o clima que atraem as pessoas mais criativas. Quanto mais vibrante a vida cultural, mais ela atrai pessoas que querem morar e trabalhar lá, o que provoca um efeito positivo no mundo dos negócios. Os executivos querem vir a Londres a toda hora. E abrir escritórios lá. As famílias deles também querem morar em Londres.

TALENTOS Precisamos pensar em como o sistema educacional pode descobrir talentos e preparar carreiras criativas. Como se escreve, desenha, canta ou dança nas escolas. As crianças precisam ser encorajadas a desenvolver seus talentos. As faculdades e institutos de design, moda e artes precisam recrutar esses talentos nas escolas.

SEM ESTABILIDADE

Notei que os dirigentes culturais no Brasil trocam a toda hora, de acordo com o clima político. Nessa área, você precisa de estabilidade, fazer coisas a médio prazo. Também faltam camadas de profissionais da cultura que dirijam departamentos sem critérios políticos.

MUSEUS DE GRAÇA

Lutei para que os museus britânicos não cobrassem entrada, e esse é um dos grandes feitos da minha gestão. Hoje, quando se pergunta a qualquer turista por que está visitando o Reino Unido, as respostas sempre giram em torno das indústrias criativas. O governo britânico ganha mais dinheiro com os impostos sobre as entradas de teatro do que investe no setor.

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Marketing involuntário atrai público para o Masp

http://www.estadao.com.br/noticias/cidades,marketing-involuntario-atrai-publico-para-o-

masp,108997,0.htm

Mais de 3 mil pessoas visitaram o acervo do museu desde a reabertura, na sexta-feira

Gilberto Amendola - Jornal da Tarde - segunda-feira, 14 de janeiro de 2008, 08:59

Visitantes na fila para compra de ingresso

SÃO PAULO - Como as avós já diziam, tem males que vêm para o bem. O Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp) andava bem caidinho. Imerso em uma tremenda crise financeira, o museu passou até pelo vexame de ter seu fornecimento de energia cortado pela Eletropaulo, em maio de 2006. Além disso, o público parecia não se importar mais com ele. Há tempos, a freqüência do lugar estava aquém do seu rico acervo de Renoir, Monet, Van Gogh e afins. Daí, no último dia 20 de dezembro/07, aconteceu o que aconteceu: o roubo dos quadros.

A esta altura, todo mundo já sabe que O Retrato de Suzanne Bloch, de Pablo Picasso, e o Lavrador de Café, do Cândido Portinari, estavam passando uma temporada em Ferraz de Vasconcelos, cidade da região metropolitana de São Paulo. Resultado: o roubo - e o resgate dos quadros, no dia 8 de janeiro - serviu como um marketing involuntário e rendeu ao museu a atenção do público, de empresários e de políticos.

Tudo indica que o Masp voltará à moda outra vez. Recuperá-lo, no ano em que completa 60 anos, seria um presente para a Cidade. Na reabertura do museu, no último dia 11, às 11 horas, uma fila de 100 pessoas formou-se na bilheteria. "Normalmente, nesse horário, a gente não tem nem 15 visitantes", disse um bilheteiro, que pediu para não ser identificado. "Mas pode reparar, a maioria não é de São Paulo", completou.

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O bilheteiro tinha razão. Estavam lá turistas do interior de São Paulo, de Estados como Roraima e até dos Estados Unidos. "Sempre tive vontade de trazer minha família aqui. Não queria passar por São Paulo sem visitar o Masp", disse o roraimense Jaime César do Damasceno, ao lado da mulher e os dois filhos. "Sempre que estou aqui venho ao museu. Acho o lugar o mais bonito e importante de São Paulo", comentou o professor de história, morador de Sorocaba (Interior), Donizete Justino de Oliveira.

No dia da reabertura, o Masp recebeu um total mil pessoas. Já no sábado, o número de visitas duplicou: 2 mil freqüentadores, segundo estimativa divulgada pela direção do museu.

Preço e acervo atraem

Os atrativos do Masp começam pelo preço. O ingresso sai por R$ 15. Às terças-feiras, a entrada é franca. Mas não é só isso. O prédio do museu é um dos cartões-postais mais interessantes da Cidade. Ele é resultado de um projeto singular e inovador de Lina Bo Bardi - e um marco da arquitetura moderna mundial. Apesar de alguns vendedores inconvenientes, seu "vão livre" continua um charme. O Masp também tem lojinha (boa para comprar agendas, reproduções e mimos em geral) e um restaurante - que, durante a semana, acaba recebendo mais freqüentadores que o próprio museu.

Em sua reabertura, muita gente se surpreendeu com a qualidade do acervo do Masp. Quem foi pra ver as vedetes do momento, O Lavrador de Café (Portinari) e O Retrato de Suzanne Bloch (Picasso), deparou-se com outras obras-primas. São 200 obras em exposição, de um acervo de mais de 8 mil.

Nem precisa ser um entendedor de arte para admirar Menina Com As Espigas - Menina Com As Flores, um marco do impressionismo de Renoir. Ou se emocionar (sofrer mesmo) com a carga dramática de Retirantes, do Portinari.

A viagem pelo museu ainda traz maravilhas como Pobre Pescador, de Paul Gauguin (suas cores são incríveis), O Escolar, um dos grandes quadros de Van Gogh, e o delicado A Canoa Sobre O Epte, de Monet. O Masp ainda tem exemplares de mestres como Matisse, Chagall, Cézanne, Lasar Segall, Di Cavalcanti e Volpi.

A expectativa é que o museu receba 20 exposições nacionais e internacionais no ano de 2008, com destaque para a vinda de desenhos dos espanhóis Pablo Picasso e Salvador Dali. Na última terça-feira, estrearam as mostras do artista japonês Tatsumi Orimoto e da espanhola Rose Olivares. No mês de janeiro, ainda há um atrativo a mais: os interessados podem programar visitas guiadas pelo museu - o que pode tornar o passeio ainda mais "cultural".

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Museu apresenta estátua de cera de Paris Hilton usando roupa de presidiária (2007) celebridades.uol.com.br/ultnot/efe/2007/06/04/ult4250u107.jhtm - 26k - AFP

Paris Hilton do museu Madame Tussaud's

CLIQUE PARA AMPLIAR

Nova York, 4 junho (EFE).- A socialite Paris Hilton já está usando o uniforme de presidiária, pelo menos em Nova York, onde o famoso museu britânico de Madame Tussauds já expõe a estátua de cera dela com o uniforme de prisioneira. Quando grande parte da imprensa dos EUA afirma que Hilton já passou sua primeira noite atrás das grades, os nova-iorquinos puderam imaginar hoje como a jovem fica na prisão, na verdade a sua estátua de cera que existe no museu desde 2005. Sob o nome de 'Paris vai à prisão', o museu apresenta a reprodução desta socialite usando uma roupa de prisioneira, com listras pretas e brancas e um gorro. Desta forma a rica herdeira da cadeia de hotéis Hilton é mostrada na entrada do museu, que fica na praça de Times Square. "Todos acompanham o que Paris faz. É uma das famosas mais importantes do país e sabemos que nossos visitantes gostam que saiamos da norma e façamos coisas divertidas", declarou à EFE Stacy Shuster, diretora de marketing do museu. Ele acrescentou que todos os visitantes de hoje se mostraram "entusiasmados com a possibilidade de ver Paris vestida como

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prisioneira e tiraram fotos com a estátua. Portanto, o papel do museu, que é também divertir, foi cumprido". "Sabemos que é um tema sério e não rimos dela, mas queríamos passar bem com sua figura de cera. Daqui lhe desejamos o melhor e esperamos que veja a parte positiva de tudo o que está acontecendo", disse Shuster. Paris Hilton entrou na prisão para mulheres do condado de Los Angeles para cumprir uma condenação de 45 dias por não respeitar as normas de sua liberdade condicional e dirigir sem licença. A jovem havia sido detida em setembro por condução perigosa, o que levou a à suspensão de sua carteira de motorista e à obrigatoriedade do pagamento de uma multa de US$ 1.500, enquanto ficou em liberdade condicional por 36 meses. No entanto, Paris não cumpriu estas condições e dirigiu sem licença em janeiro e em fevereiro, o que levou um juiz a condená-la no dia 5 de maio a 45 dias de prisão, que poderiam ser reduzidos a 23 caso mostrasse bom comportamento.

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Projeto europeu 'ressuscita' moradores de sítios arqueológicos

As visitas com áudio-guias a monumentos históricos e sítios arqueológicos estão prestes a ser substituídas por um minicomputador que geram imagens capazes de devolver vida a esses locais.

O projeto Lifeplus, financiado pela União Européia, promete oferecer aos visitantes de lugares como a cidade de Pompéia, na Itália, a oportunidade de ter uma idéia de como viviam os seus moradores.

A tecnologia, conhecida como "realidade ampliada", permite que personagens e outros elementos gerados por computador sejam inseridos nas áreas de visitação e passeiem livremente aos olhos dos turistas.

Engenheiros e pesquisadores da Sociedade de Tecnologia e Informação da União Européia apresentaram um protótipo do sistema a ser utilizado.

Equipamento

Ele vai exigir que o visitante use um aparelho na cabeça, acoplado a uma mini câmera, e uma pequena mochila com um computador sobre as costas.

A câmera capta as imagens do local e as transmite para o computador, onde um software combina o que o visitante está vendo na realidade com elementos virtuais animados.

Em Pompéia, por exemplo, o turista poderá não somente apreciar os afrescos, tavernas e casas que foram descobertas em escavações, como também verá os habitantes virtuais em seus afazeres de rotina.

A realidade ampliada já foi usada para criar efeitos especiais em games e em filmes como Tróia e O Senhor dos Anéis.

"Essa tecnologia agora pode ser aplicada em muitas outras utilidades", diz a cientista Nadia Magnenat-Thalman, do grupo de pesquisa suíço MiraLab, ligado ao projeto.

"Pela primeira vez, somos capazes de executar essa combinação de processos de softwares para criar pessoas com roupas, cabelo e pele aceitáveis, e que andam e falam em tempo real."

Cinema e games

Diferente da realidade virtual, que produz uma imagem inteiramente gerada por computador, o projeto Lifeplus se baseia na combinação de elementos reais e virtuais.

O software capaz de realizar a proeza foi desenvolvido por uma empresa britânica, a 2d3.

Segundo Andrew Stoddart, cientista-chefe da companhia, o projeto da União Européia foi resultado de um novo desejo de dar vida ao passado.

"A popularidade de documentários e dramatizações para a TV que usam imagens geradas por computador para recriar cenas da História demonstra o forte apelo generalizado de se ressuscitar antigas civilizações", disse Stoddart.

http://www.starnews2001.com.br/virtuais.html

Pompéia será povoada por habitantes virtuais

Visitantes carregarão mini câmera e computador

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ANEXO 4

INTERNET

http://pphp.uol.com.br/tropico/html/textos/1404,1.shl

http://www.starnews2001.com.br/virtuais.html

celebridades.uol.com.br/ultnot/efe/2007/06/04/ult4250u107.jhtm - 26k –

http://www.estadao.com.br/noticias/cidades,marketing-involuntario-atrai-

publico-para-o-masp,108997,0.htm

http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u60980.shtml

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ANEXO 5

QUESTIONÁRIOS

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ANEXO 6

GRÁFICOS

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BIBLIOGRAFIA

AMARAL, Sueli Angélica do. Marketing em unidades de informação: estudos

brasileiros. Brasília: SENAI/IBICT, 1992.

BOONE, Louise. Marketing contemporâneo. 8ª ed., Rio de Janeiro: LTC,

1998.

COELHO, Teixeira. Dicionário crítico de política cultural. São Paulo:

Iluminuras, 1997.

GRACIOSO, Francisco. A Excelência em Marketing nos Anos 90A Excelência em Marketing nos Anos 90A Excelência em Marketing nos Anos 90A Excelência em Marketing nos Anos 90. São Paulo,

Atlas, 1992, 175p.

KOTLER, Philip et al. Princípios de MarketingPrincípios de MarketingPrincípios de MarketingPrincípios de Marketing. Rio de Janeiro: Prentice-Hall do

Brasil, 1993

MEDEIROS, Roberto. “Marketing na cultura x cultura no marketing”. In:

Revista Marketing. São Paulo, 1986, (148): 43-44.

MUYLAERT, Roberto. Marketing Cultural e Comunicação Dirigida. Rio de

Janeiro, Globo, 1994, 291p.

PIMENTEL, Cléa D. P. "Técnicas de marketing aplicadas à biblioteca".

Trabalho apresentado no Encontro Pernambucano de Biblioteconomia e

Ciência da Informação, 1. Recife, 1982. In: SILVEIRA, A; AMARAL, S. A comp.

Marketing em unidades de informação: estudos brasileiros. Brasília:

IBCT/SENAI, 1993. pp. 177-190, 356.

PINHO, J. B. Comunicação em Marketing. Campinas, Papirus, 1991, 194p.

__________. O Poder das Marcas. São Paulo, Summus, 1996, 143p.

RABAÇA, Carlos. Dicionário de comunicação. São Paulo: Ática, 1987.

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RICHERS, Raimar. O que é Marketing? (Coleção “Primeiros Passos”). São

Paulo, Brasiliense, 1986, 107p.

SANTOS, Fausto Henrique dos. Metodologia Aplicada em Museus. São

Paulo: Mackenzie, 2000

SANTOS, Maria Célia T. Moura. Museu, Escola e Comunidade – Uma

Integração Necessária. Salvador: Bureau Gráfica e Editora, 1986

VAZ, Gil Nuno. . . . Marketing Marketing Marketing Marketing IIIInstitucionalnstitucionalnstitucionalnstitucional. São Paulo: Pioneira, 1993.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

A ORIGEM DOS MUSEUS – CONCEITO E DEFINIÇÃO 10

1.1 – As Musas 10

1.2 – Definições de Museu 11

1.3 – Museografia 12

CAPÍTULO I I

POR QUE MARKETING EM MUSEUS? 13

2.1 – As Funções do Museu 13

2.2 – Popularização dos Museus 15

2.3 – Os Museus e a Globalização 16

CAPÍTULO I I I

HISTÓRIA DOS CORREIOS E A ORIGEM DO MUSEU NACIONAL DOS

CORREIOS 19

3.1 – História e Evolução dos Correios 19

3.2 – História dos Correios no Brasil 22

3.3 – História do Museu Nacional dos Correios 27

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CAPÍTULO I V

MARKETING EM MUSEUS: A PROPOSTA PARA O MUSEU NACIONAL DOS

CORREIOS 29

4.1 – O Marketing nos Museus 29

4.2 – As Estratégias de Marketing nos Museus 31

4.3 – As Estratégias de Marketing para o Museu Nacional dos Correios 37

CONCLUSÃO 34

ANEXOS 35

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 53

ÍNDICE 55

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Universidade Cândido Mendes

Título da Monografia: O Marketing no Museu Nacional dos Correios

Autor: Marco Antonio de Sousa

Data da entrega: 03/5/2009

Avaliado por: Professor Cleber Moreira Gonzaga Conceito: