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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU AVM FACULDADE INTEGRADA O PAPEL DO GESTOR NO ÂMBITO ESCOLAR Por: Vanessa de Souza Teixeira Orientador(a): Prof. Dr. Vilson Sérgio de Carvalho Rio de Janeiro 2015

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · “Sob supervisão e responsabilidade do diretor, a equipe escolar formula o plano ou projeto pedagógico-curricular, toma

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

AVM FACULDADE INTEGRADA

O PAPEL DO GESTOR NO ÂMBITO ESCOLAR

Por: Vanessa de Souza Teixeira

Orientador(a): Prof. Dr. Vilson Sérgio de Carvalho

Rio de Janeiro

2015

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

AVM FACULDADE INTEGRADA

O papel do gestor no âmbito escolar

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada – Universidade Candido Mendes como

requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em Administração Escolar

Orientador(a): Prof. Dr. Vilson Sérgio de Carvalho

Rio de Janeiro

2015

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por me deixar existir

e dar oportunidade de concluir mais

uma etapa de minha vida.

DEDICATÓRIA

Dedico esta monografia a todos os

profissionais da educação, que “matam

um leão por dia”, para uma educação

melhor.

EPIGRÁFE

“Eu sou parte de uma equipe. Então,

quando venço, não sou eu apenas quem

vence. De certa forma termino o trabalho

de um grupo enorme de pessoas!”

(Airton Senna da Silva)

RESUMO

O objetivo principal desta monografia, analisar o papel do gestor no ambiente escolar e seus conflitos. Estudando cada uma das ferramentas que compõem uma administração gerencial, a evolução histórica da gestão, onde foi observado que a muito era usada por faraós, sírios e os romanos, estes últimos para organizar seus exércitos. E mostrando os 3 tipos de gestões: a autoritária e os danos causados por sua centralização excessiva; a democrática onde a descentralização e o coletivo são desenvolvidos com presteza; a participativa que é muito confundida com a democrática, porque não existe participação sem democracia, contudo existe um ponto distinção entre eles, que é a participação de todos no processo escolar. Mas nada seria possível se fazer se não fosse à organização escolar que é a ferramenta onde se desenvolve as relações emocionais e equilíbrio da unidade escolar. Tal equilíbrio só pode ser possível com ajuda de outras ferramentas gerencias, o de clima e cultura organizacional, que são peças chaves para auxiliar os cargos mais importantes da escola, a direção, a supervisão escolar e a orientação escolar, os pilares da instituição, pois sem eles nada poderia ser possível. Estes trabalham em parceria, unidos para um só fim o comprimento de metas do Projeto Político Pedagógico, demonstrando que todos tem um papel a desempenhar e de muita importância. Enfim um complementa o outro dentro da comunidade escolar.

METODOLOGIA

A metodologia usada neste trabalho foi à bibliográfica, onde foram usados

como embasamento teórico os seguintes autores: José Carlos Libâneo, Neusa

Maria Bastos F. Santos, Heloisa Lück, Mírian P. S. Zippin Grinspun, Celso dos

Santos Vasconcellos, Wilma M. A. Penteado, Idalberto Chiavenato.

E a lei: Lei 9394/96 – Lei de diretrizes e bases da educação nacional.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 09

CAPÍTULO I - O Gestor e sua evolução histórica 11

1.1. Gestão autoritária 12

1.2. Gestão democrática 13

1.3. Gestão participativa 14

CAPÍTULO II 16

2. Organização escolar 16

2.1. Clima organizacional 17

2.2. Cultura organizacional 19

2.3. Relações humanas 20

CAPÍTULO III 22

3. Direção Escolar 22

3.1. Supervisão escolar 23

3.2. Orientação escolar 24

CONCLUSÃO 27

BIBLIOGRAFIA 28

WEBGRAFIA 30

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INTRODUÇÃO

O presente trabalho terá com objetivo analisar de que forma o gestor,

pode influenciar na solução dos conflitos escolares, contribuindo para

melhoria das relações interpessoais no âmbito escolar.

Este falará do gestor e sua evolução histórica ao longo dos séculos,

quando nem sabiam o que era gestão, contudo a praticavam administrando

colheitas, estratégias militares e posteriormente na revolução industrial. E

ainda, pontuaremos os modelos autoritário, democrático e participativo, onde

analisaremos suas características.

Abordaremos a organização escolar e seu contexto na escola e as

ferramentas que auxiliam a desenvolver um ambiente equilibrado e

prazeroso: o clima organizacional e a cultura organizacional, a primeira

aponta o problema, o e a segunda ajuda a resolver. Em que as relações

humanas são de extrema importância, para esfera social e delimitação do

perfil comportamental da comunidade acadêmica.

No último capitulo, será observado o diretor/gestor como uma peça

chave e parte integrante na instituição escolar, em que a organização

escolar bem sucedida dependerá do tipo de gestão que exerce e ainda de

seu comportamento.

O mesmo mostrará a mudança do perfil do supervisor escolar ao longo

dos anos e sua relevância no ambiente escolar.

O orientador escolar e sua importância no contexto pedagógico da

escola, onde funciona com ponto de ligação entre corpo docente e direção,

corpo discente e docente, direção e pais e aponta as dificuldades de todos.

E sua forma de equilibrar o ambiente onde a comunidade escolar está

inserida.

O capitulo III não só mostra a importância do diretor, do supervisor e do

orientador, como também suas parcerias no processo pedagógico, onde

10

será visto o papel de cada um na escola e ainda seus aspectos no

cumprimento das rotinas escolares.

11

CAPÍTULO I

O GESTOR E SUA EVOLUÇÃO HISTÓRICA

Neste capitulo darei um resumo da evolução da gestão e suas

necessidades ao longo da história.

O termo gestão surgiu em 5000 a.c., na Suméria, registavam-se as

primeiras colheitas de cereais. Em 4000 a.c., no Egito, planificaram,

organizaram e dirigiram dezenas de milhares de trabalhadores na construção

das pirâmides. Em 2300 a.c., o código de Hammuravi regulava as relações de

troca (comércio), o comportamento e as relações interpessoais, as

remunerações, as punições, entre outros. Em 500 a.c., os chineses

introduziram o princípio da especialização, um organismo governamental com

três departamentos – contabilidade, segurança e produção.

Já no século XVIII deu-se com a revolução industrial, na qual se realça a

riqueza das nações de Adam Smith – a divisão do trabalho (fábricas), com o

cunho de administrar os negócios da época o que deu inicio a ciência da

administração, pois era necessário o conhecimento e aplicação de moldes e

técnicas administrativas.

Até o Império Romano não seria possível sem organização e gestão,

assim como os Descobrimentos, as Guerras, isto, nos prova que a gestão

sempre existiu mais não tinha nome.

No âmbito escolar o termo surgiu por volta dos anos 90, quanto ao

processo de reestruturação do ensino brasileiro, temos a LDB – Lei de

Diretrizes e Bases, nº 9394. Depois de promulgada em 1996, efetivou

importantes mudanças quanto à administração pedagógica, financeira e

administrativa da escola. Instituído legalmente pela LDB, o termo gestão

escolar refere-se a um princípio (constitucional) que regulamenta ou que

orienta as ações dentro do ambiente escolar.

12

Ao longo dos anos, o emprego da gestão na educação, foi gerando três

modalidades das quais iremos falar nos próximos tópicos.

1.1. Gestão autoritária

A gestão autoritária como o nome já diz é um dos tipos ainda usados em

algumas escolas, pois é centralizada, isto é, não dá autonomia ao corpo

docente, discente e administrativo.

No dicionário online de português descreve a palavra autoritária da

seguinte forma:

“Adj. Que se pode referir a autoridade. Que se baseia na autoridade; que utiliza a imposição e o poder para governar: presidente autoritário. Que incita respeito; que impõe obediência; impositivo: questionou o funcionário de modo autoritário. Que tem o autoritarismo como base; que se utiliza do autoritarismo para governar; despótico. (Etm. do latim: auctoritas + ário)” (Em:< http://www.dicio.com.br/autoritario/>. Acesso em 03 janeiro 2015)

O gestor tem como funções, fixar e alçar metas, planejando, analisando

problemas, organizando recursos financeiros, tecnológicos, manter sempre a

comunicação clara e objetiva do que deseja ser um líder, devendo ser

motivador e dirigindo pessoas, tomar decisões com cautela e avalia-las,

controlando como um todo, contudo apesar de ter tais funções, está não pode

centralizada, porque prejudica o andamento, pedagógico, onde professores

necessitam de certa autonomia para trabalhar tranquilidade.

Uma gestão centralizada ou autoritária provoca nos funcionários tensão,

insatisfação e dar a impressão de falta de confiança, e ainda não aceitam

sugestões ou ideias destes.

"A lógica autoritária, que marca a gestão de pessoas em parte significativa das empresas brasileiras, não gera participação e não estimula a meritocracia [desenvolvimento por mérito]. Os trabalhadores, em resposta a essa situação, investem muito em sociabilidade no ambiente de trabalho, com o objetivo de garantir a empregabilidade, mas têm baixo grau de confiança

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nos gestores e nas empresas onde atuam" (Em <:http://www.administradores.com.br/noticias/negocios/gestao-autoritaria-impede-retencao-de-talentos/15920/>. Acesso em: 03 janeiro 2015)

Tais situações podem acabar por transparecer para pais, que deduzirão

que a instituição não é um ambiente agradável e tranquilo para seus filhos, pois

a escola não deixa de ser uma empresa, o que diferencia é que existem mais

pessoas envolvidas nas relações que são: escola, alunos e pais.

As gestões centralizadas causam desgastes não somente para os

funcionários, afeta também ao centralizador, pois este fica sobrecarregado,

pelo fato de não delegar poderes. Pois além desses problemas ainda é

também burocrática.

1.2. Gestão democrática

A modalidade de gestão será falada separadamente da próxima, contudo

ambas estão intimamente ligadas “Como temos ressaltado, a organização

escolar democrática implica não só a participação na gestão mas a gestão da

participação” (LIBÂNEO,2004,143), pois não há como se falar de democracia

sem os princípios básicos de participação, descentralização e transparência,

para com os envolvidos no sistema educacional, Isto é, todos tem poder de

decisão, tem voz, pois democracia é isto, responsabilidades compartilhadas.

“A gestão democrática ocorre na medida em que as práticas escolares sejam orientadas por filosofia, valores, princípios e ideias consistentes, presentes na mente e no coração das pessoas determinando o seu modo de ser e de fazer.” (LUCK, 2006, 41)

Assim, a gestão democrática é uma modalidade que deve ter

comprometimento, competência, liderança, mobilização coletiva, transparência,

visão estratégica e proativa, iniciativa e criatividade, tais habilidades são

necessárias para reunir esforços coletivos, fazendo com que o PPP seja

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elaborado de modo que haja participação de todo à comunidade envolvida no

processo educacional escolar.

“...a educação, no contexto escolar, se complexifica e exige organização da ação educacional e esforços cada vez mais redobrados e renovados, com um processo de vida e de trabalho, vinculados ao mundo real, para o que é fundamental a participação da comunidade tanto interna quanto externa do estabelecimento de ensino.” (LUCK, 2006, 33)

Enfim, está é uma área de ciências humanas, que trata das relações entre

grupos de pessoas, o gestor por sua vez procura manter a harmonia para se

obter um resultado satisfatório nas tarefas demandadas aos envolvidos no

ambiente educacional.

1.3. Gestão participativa

A gestão participativa tem como base a participação de todos no processo

de educacional, professores, diretores, coordenadores, supervisores,

secretários e demais.

“Participação significa a atuação dos profissionais da educação e dos usuários (alunos e pais) na gestão. Há dois sentidos de participação articulados entre si. Há a participação como meio de conquista da autonomia da escola, dos professores, doa alunos, constituindo-se como prática formativa, como elemento pedagógico, metodológico e curricular. Há a participação como processo organizacional em que os profissionais e usuários da escola compartilham, institucionalmente, certos processos de tomada de decisão.” (LIBÂNEO, 2004, 139)

Segundo Libâneo (2004, p. 143), é necessário a participação do corpo

docente, discente, pais e administrativo e outros que possam ter

representatividade da comunidade em torno da instituição escolar.

É prudente um planejamento e pesquisa minuciosa, para aplicar a gestão

em tela, usando a cultura organizacional, onde devem estudar o meio social e

as partes diretamente envolvidas, pois se aplicar o método sem planejamento

poderá cair no erro e prejudicar a parte pedagógica da instituição de ensino.

15

“Sob supervisão e responsabilidade do diretor, a equipe escolar formula o plano ou projeto pedagógico-curricular, toma decisões por meio de discussão com a comunidade escolar mais ampla, aprova um documento orientador. A partir daí, entram em ação as funções do processo organizacional em que o diretor coordena, mobiliza, motiva, lidera, delega as responsabilidades decorrentes da decisões aos membros da equipe escolar conforme suas atribuições específicas, presta contas e submete à avaliação da equipe o desenvolvimento das decisões tomadas coletivamente” (LIBÂNEO, 2004, 143)

Uma gestão participativa, não implica somente em tomadas de decisões

referentes ao pedagógico-curricular, mas também se estendem ao financeiro,

administrativo e na verdade tudo que diz respeito à instituição escolar com um

todo.

Enfim, os métodos de gestão empresarial nunca foram tão bem-vindos na

gestão escolar, que vem melhorando muito as partes administrativas e

pedagógicas, Contudo, ainda existem escolas que insistem em permanecer no

passado com métodos autoritários de gestão fechada.

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CAPÍTULO II

2. A ORGANIZAÇÃO ESCOLAR

A organização escolar é lugar de formação e desenvolvimento social,

profissional, afetivo dos sujeitos que a compõe.

“...adotamos o sentido amplo de organização, ou seja, unidade social que reúne pessoas que interagem entre si e que opera por meio de estruturas e processos organizativos próprios, a fim de alcançar os objetivos da instituição.” (LIBÂNEO, 2004, 100)

Assim, uma unidade social que reúne pessoas que se relacionam entre si,

intencionalmente, operando por meio de estrutura e de objetivos educacionais,

onde desenvolvem potencialidades físicas, cognitivas e afetivas dos discentes,

por meio da aprendizagem de conteúdos, que são conhecimentos inerentes as

suas habilidades e valores, que vem a compor suas formações de cidadãos

participativos na sociedade onde estão inseridos.

“O que a escola precisa fazer, em todas as experiências que realiza, é promover o desenvolvimento de competências significativas do aluno, tendo com foco as necessidades evolutivas que o mesmo enfrenta e enfrentará, em cada estágio de sua vida,(...)vinculando ao mundo real, para o que é fundamental a participação da comunidade tanto interna quanto externa do estabelecimento de ensino.” (LUCK, 2006, 32, 33)

Para que a organização tenha sucesso, é necessário que seus objetivos

sejam deferidos pela direção que as controlam, promovendo condições

necessárias para que estes sejam cumpridas, delegando poderes e solicitando

a participação na tomada de decisões.

Como já vimos em capítulos anteriores não há que se falar de democracia

sem participação no processo educacional.

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“Cabe destacar que os sistemas de ensino como um todo, e os estabelecimentos de ensino, como unidades sociais, são organismos vivos e dinâmicos e como tal devem ser entendidos. Ao serem visos como organização vivas, caracterizadas por uma rede de relações entre todos os elementos que nelas interferem, direta ou indiretamente, a sua direção demanda um novo enforque de organização” (LUCK, 2006, 38)

A escola não pode ser tratada com uma empresa, pois a gestão escolar

tem suas especificidades na organização escolar.

Ela é como uma família trata com as relações entre alunos-professora,

pais e filhos, direção e pais. São muitas pessoas envolvidas emocionalmente,

não tem como separar o emocional do profissional, estas estão intimamente

ligadas nas relações do ambiente escolar. Por isso, a organização escolar deve

ser separada da empresarial, pois são distintas em determinados aspectos

como vimos nos parágrafos acima.

2.1. Clima organizacional

Ao falarmos do clima organizacional vem logo em nossas mentes, a

relação entre pessoas no ambiente de trabalho e é exatamente isso que tratará

este tópico.

Como o passar dos anos, as pessoas começam ficar desmotivadas,

aborrecidas, ou até mesmo entediadas com suas funções. O que fazer para

que isso não aconteça no ambiente de trabalho e ainda não o interfira?

“...o clima organizacional refere-se ao ambiente interno existente entre os membros da organização e este intimamente relacionado ao grau de motivação de seus participantes. O termo clima organizacional refere-se especificamente às propriedades motivacionais do ambiente organizacional, ou seja, aqueles aspectos da organização que levam a provocação de diferentes espécies de motivação nos seus participantes. Assim, o clima organizacional é favorável quando proporciona satisfação das necessidades pessoais dos participantes e elevação do moral. É desfavorável quando

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proporciona a frustração daquelas necessidades. Na verdade, o clima organizacional influência o estado motivacional das pessoas e é por ele influenciado.” (CHIAVENATO, 2002, p.95)

Para não termos um problema de pessoal no ambiente escolar, as

instituições veem usando uma ferramenta gerencial, que é a pesquisa do clima

organizacional usada em muitas áreas, inclusive em órgãos públicos como o

bombeiro. Quando o clima entre funcionários de uma instituição não vai bem,

isto acabe por refletir diretamente no relacionamento com os alunos e podendo

ainda se estender aos pais.

Então a ferramenta vem para sanar ou até mesmo como medida

preventiva, para não chegar aos discentes.

“A pesquisa de clima é um levantamento de opiniões que caracteriza uma representação da realidade organizacional consistente, uma vez que retrata o que as pessoas acreditam estar acontecendo em determinado momento na organização.” (BERGAMINI e CODA,1997, 99)

Ao gerir um Clima Organizacional, a instituição busca um ambiente

escolar equilibrado, onde professores e diretores trabalham juntos para

desenvolvimento de medidas sócio-educativas voltadas à melhoria

desempenhada na aprendizagem do aluno.

“Parece claro, portanto, que a presença ou ausência de certas características organizacionais das escolas – tais como o estilo de direção, o graus de responsabilidade dos seus profissionais, a lideranças organizacional compartilhada, a participação coletiva, o currículo, a estabilidade profissional, o nível de preparo dos professores etc. – são determinantes da eficácia e do nível de aproveitamento escolar do alunos.” (LIBÂNEO, 2004, 32)

A pesquisa de clima beneficia a todos os envolvidos na empreitada, pois

faz com que trabalhem em grupo, visando o crescimento do discente e todos

os membros da comunidade escolar.

2.2. Cultura organizacional

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O tópico em tela tem várias definições não muito claras sobre o assunto,

contudo, a escolhida será a mais próxima da realidade escolar.

Segundo Santos (2000, 35):

“A maioria dos conceitos encontrados na literatura acadêmica sobre cultura organizacional não fornecem uma definição operacional e explícita do termo evidenciando aspectos de ambiguidades e até mesmo de imprecisão.”

A Cultura organizacional é o conjunto de hábitos e crenças estabelecidas

por meio de normas, valores, atitudes e expectativas compartilhadas por

membros de uma empresa, isto é, a personalidade da empresa que faz com

que seja única e exclusiva, na verdade poderíamos dizer que são as rotinas e

normas da empresa.

“...os padrões de comportamento próprios da organização, tais com: ritos, rituais, normas, cerimônias ou qualquer outra prática rotinizada, que através de sua repetição comunicam informações sobre a maneira de fazer as coisas na companhia.” (SANTOS, 2000, p. 36)

Poderíamos dar como exemplo, o ensino religioso em algumas escolas,

trata-se de uma cultura organizacional, que é tudo o que concerne no ambiente

escolar de uma determinada instituição de ensino.

2.3. Relações humanas

As relações humanas tratam, especificamente, da esfera social, e nada

mais social do que uma instituição de ensino, onde várias pessoas de culturas

diferentes compartilham do mesmo espaço físico.

“As formas de funcionamento, as características de relacionamento entre pessoas, as decisões tomadas em reuniões, a cultura, os modos de pensar e agir que se

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desenvolvem no cotidiano da escola entre professores, alunos e funcionários expressam práticas grupais que afetam o trabalho da sala de aula.” (LIBÂNEO, 2004, p. 31)

Este espaço físico tem sua cultura organizacional, que tem com líder, o

gestor que deve motivar, liderar, agregar e sanar eventuais conflitos que

possam surgir na equipe, ainda saber ouvir, pois é uma virtude muito

importante para liderança de pessoas.

O poder não pode ser centralizado, quando surge um problema os

comandados não sabem resolver, porque seu líder não delega poder, então a

pendência deixa de ser resolvida por falta de liderança.

Um exemplo de falta de iniciativa causado por centralização de poder foi

na 2ª guerra mundial, quando o exercito Alemão entrou na capital Russa, Stalin

não estava presente, então seus comandados ficaram perdidos sem saber o

que fazer, pois seu superior havia sumida já havia 2 dias, o problema só foi

resolvido quando o comunista voltou.

Este relato é a prova de quando não se estabelece uma administração

democrática os problemas demoram a serem resolvido, por falta de confiança

do líder de delegar tarefas. Quando se delega poderes aos comandados, o

gestor deixa de ficar sobrecarregado, podendo resolver outros problemas que

requerem sua atenção.

Obvio que para delegar poderes precisa-se de pessoas de competência,

mas isso pode ser resolvido com cursos de capacitação que toda escola ou

empresa deve oferecer aos seus funcionários.

“Em toda instituição felizmente, sempre há pessoas interessadas e motivadas e a elas cabe, de alguma forma, contribuir com as estratégias de mudança.” (LIBÂNEO, 2004, p. 282)

Um líder deve ser despachado, seguro e convincente. Essa última

característica que envolve os liderados a “vestirem a camisa da escola”, ou

seja, a se envolverem na filosofia e pratica-la. Acreditando nesses fatores o

liderado desenvolve melhor suas tarefas.

21

Para isso, o líder deve ter capacidade inata de ser líder, pois os lideres, já

nascem lideres é apenas uma questão tempo para desenvolverem suas

habilidades de liderança. Além dessas habilidades o líder deve ser

comunicativo e atencioso com todos, com isso aumenta ainda mais sua

popularidade diante de seus colegas de trabalho.

Por fim, todos esses características são peças importantíssimas para se

ter um ambiente de trabalho agradável e benéfico.

Enfim, as relações humanas é isso uma gestão democrática, que faz

muita diferença no ambiente de trabalho e influência diretamente os discentes.

22

CAPÍTULO III

3. DIREÇÃO ESCOLAR

A direção e a escola são uma coisa só, porque só existe escola se houver

direção e só existe direção de houver escola.

Ela tem dois parceiros fundamentais, que são o supervisor escolar e

orientador educacional, pois a gestão não é exercida sozinha, isto é, a gestão

democrática-participativa, necessita de pessoas que participem do processo

educacional da escola.

“A direção da escola, ale, de ser uma das funções do processo organizacional, é um imperativo social e pedagógico. O significado do termo direção, tratando-se da escola, difere de outros processos de direção, especialmente os empresariais.” (LIBÂNEO, 2004, p. 140)

A escola com instituição tem com finalidade atingir metas e objetivos do

plano escolar, e cabe ao diretor orientar seus colaboradores, porque a escola

não se gere sozinha necessita de seu diretor/gestor para administrá-la, que

deverá ter aptidões que possibilitem várias características pessoais e

funcionais, necessárias para o cargo, para trazer a comunidades escolar

qualidade no funcionamento do estabelecimento que gerencia.

“Os dirigentes da escola precisam, então, ajudar os professores, a partir da reflexão sobre a prática, a examinar suas opiniões atuais e os valores que as sustentam, a colaborar na modificação dessas opiniões e valores tendo com referência as necessidades dos alunos e da sociedade e os processos de ensino e aprendizagem.” (LIBÂNEO, 2004, p. 41)

O gestor deve pesquisar, observar e refletir sobre o dia-a-dia escolar para

promover a integração com comunidade construindo relações de cumplicidade

que favoreçam a formação de grupos de apoio e aprendizagem recíproca.

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“A direção é um princípio e atributo da gestão, mediante a qual é canalizado o trabalho conjunto das pessoas, orientando-as e integrando-as no rumo dos objetivos. Basicamente, a direção põe em ação o processo de tomada de decisão na organização, e coordena os trabalhos, de modo que sejam executados da melhor maneira possível.” (LIBÂNEO, 2004, p. 101)

Por fim, o diretor é alma da escola, ele exerce a função de gestor,

administrador, educador, orientador e ainda e ainda relações públicas da

escola.

3.1. Supervisão escolar

O cargo de supervisor escolar surge no Brasil, juntamente com a História

educacional. O supervisor era visto com um controlador, um vigia, que ficava

as espreitas esperando a hora certa de ver alguém no “pulo do gato”, pois

vivíamos em uma sociedade controlada, então nada com uma educação

controlada.

Nos anos 80 começa a discussão sobre a democratização escolar e

consequentemente sua autonomia, a partir daí começa um novo retrato e

definição do supervisor escolar.

“Ser supervisor não é fiscal de professor, não é dedo duro[...]não é pombo correio[...]não coringa/tarefeiro/quebra galho/salva vidas[...] não é tapa buraco, não burocrata[...]não é de gabinete, não é dicário[...]não é generalista que entende quase nada de quase tudo.” (VASCONCELLOS, 2006, p. 86)

O Supervisor Educacional da atualidade, trabalha em conjunto com o

professor para o desenvolvimento e execução das tarefas ligadas ao ensino do

corpo discente. Ele apoia direcionamento de cada professor em suas

disciplinas, pois cada um tem sua especificidade.

Quando nos referimos à coordenação do trabalho pedagógico não estamos absolutamente reduzindo tal atividade aos coordenadores pedagógicos ou supervisores, muito pelo

24

contrário, a coordenação do trabalho pedagógico, no seu autêntico sentido, tem a ver com todos os sujeitos e com todas as instâncias formativas no interior da escola. (VASCONCELLOS, 2002, p. 143).

Assim, obtém melhor desempenho pedagógico. Mas para isso ele precisa

conhecer profundamente o espaço, o cotidiano da escola e os que nela estão

inseridos, como alunos, professores e administração.

Porque a função dele é interdisciplinar, possibilitando, portanto o

cumprimento e produção do trabalho do professor em sala de aula.

Por fim, o supervisor é um dos profissionais mais importantes de uma

instituição de ensino, pois é o parceiro político-pedagógico dos professores e

consequentemente de toda escola.

3.2. Orientação escolar

No ano de 1908, na cidade de Boston (EUA), em meio a tantos avanços

tecnológicos, Frank Parsons criou um sistema de orientação para adolescentes

que ainda não optaram por uma carreira – foi o início da Orientação

Profissional.

Alguns anos depois, no mesmo país, a Orientação Profissional foi

introduzida nas escolas com essa mesma intenção de orientar os alunos

quanto à profissionalização e à sua inclusão no mercado de trabalho – o que

hoje conhecemos como Orientação Vocacional. Esse contato direto do

profissional com os alunos, dentro da escola, faz com que ele perceba as

dificuldades, as dúvidas e os conflitos que os estudantes enfrentam no dia a

dia, além da escolha da profissão.

No Brasil, as décadas de 1920 e 1930 são muito férteis em discussões

sobre Educação e, consequentemente, Pedagogos. Socialistas, anarquistas,

liberais, conservadores, homens “influentes” de todos os partidos políticos

debatem o mesmo assunto.

25

No entanto, devemos lembrar que em 1929, mais da metade da

população brasileira (65%) de 15 anos ou mais havia sido excluída da escola,

caracterizou uma vergonha nacional. Se hoje temos um problema sério na

educação imaginemos naquela época. Mas se formos pensar, o quadro de

exclusão não mudou muita coisa, agora temos os analfabetos funcionais, que

são precariamente alfabetizados, passam de ano sem saberem formar

sentenças e chegam no ensino médio com a mínima ou quase nada de

compreensão textual.

“Em 1968, através da Lei n. 5.564/68, que regulamenta o exercício da profissão de orientador, ampliou-se o destaque da orientação, uma vez que surgiu a profissionalização na área, caracterizada por uma linha psicoloógica e preventiva da mesma. Tinha por objetivo contribuir para o “desenvolvimento integral da personalidade do aluno”, reforçando a questão da ideologia das aptidões naturais.” (GRINSPUN, 2011, p. 30)

Uma longa jornada foi percorrida pelo orientador, a partir do ano 1990, o

este passou a ser peça fundamental na educação.

Ele é a linha de ligação, corpo docente, discente e administrativo, pois

estuda o ambiente escolar e amplia as tarefas a serem propostas no Projeto

Político Pedagógico de uma instituição de ensino.

“De fato, ao profissional da orientação interessa que o individuo faça escolas, mas interessa, também, que essas escolhas se revistam de certas características (não em termos de conteúdo, mas em termos de metodologia e em termos da própria escolha como resultado de um processo de decisão). (PENTEADO, 1976, p. 18)

Trabalhando de forma ativa e dialogando com membros da escola e da

família. Levando em conta o contexto social, político e econômico onde a

escola está inserida.

“O orientador clarifica as contradições e confrontos, procurando verificar a situação existente e, nesse meio, busca ajudar o aluno a compreender as redes de ralações que na sociedade se estabelecem. O orientador dinamiza, mobiliza as questões coletivas, mas levando em conta considerações que esse coletivo não é abstrato, e sim formado de indivíduos que devem pensar, criar e agir.” (GRINSPUN, 2011, p. 60)

26

Nesta habilidade, o orientador forma um ambiente democrático e

integrado, pois todos são responsáveis pelo desenvolvimento escolar.

27

CONCLUSÃO

O trabalho pretende demonstrar com uma instituição de ensino deve

funcionar.

Observando que uma gestão escolar é distinta da empresarial, apesar

das duas trabalhar também em gestão de pessoas.

O diretor como gestor deve colocar em posição de líder-ouvinte,

administrador-gestor ter um olhar atento às especificidades de seus

comandados, pois uma escola é um espaço com várias camadas sociais e de

diferentes culturas.

A gestão tende a dar certo quando os funcionários se sentem a vontade,

para expor suas opiniões, em que uma modalidade gerencial é baseada na

confiança de uma gestão democrática ou participativa, pois as duas tendem a

serem bem sucedidas, por conta de sua liberdade expressão e colaboração.

Porque, vimos no capitulo I – 2.1 Gestão autoritária, não ajuda em nada

na organização escolar, causa insatisfação e atraso em resolver problemas

simples, por causa do poder é centralizado.

Vimos que a eficácia não está somente em uma administração

participativa, mas também na organização escolar, em que o Clima

organizacional é uma ferramenta de extrema relevância no ambiente escolar,

pois nos permite a cautelar ou prevenir problemas de relação social no

trabalho.

A Cultura Organizacional, a uma confusão muito grande para defini-la,

contudo a um consenso entre os autores, que ela está relacionada a rotinas e

normas da empresa, que confere via de regras.

Enfim, concluímos que a direção, a supervisão e a orientação são ligadas

para um só fim, é a educação, estas são cargos de parcerias, pois uma

necessita da outra, para cumprir metas de proposta do Projeto Político

Pedagógico. E que todas as funções e ferramentas só são possíveis com uma

28

boa organização escolar, sem esta não seria possível desenvolver um trabalho

escolar de competência.

29

BIBLIOGRAFIA

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