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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE QVT: A EFICIÊNCIA DAS PROPOSTAS DO BANCO DO BRASIL S.A. NA PERCEPÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS DA DIRETORIA DE MERCADO DE CAPITAIS E INVESTIMENTOS. Por: Nilton de Assis Costa Orientador Prof. Vinícius Calegari Rio de Janeiro 2011

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 1.3.1 – A Globalização e as Mudanças no Mundo do Trabalho 13 1.3.2 – Importância da QVT na Satisfação do Trabalho

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

QVT: A EFICIÊNCIA DAS PROPOSTAS DO BANCO DO BRASIL S.A. NA PERCEPÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS DA DIRETORIA DE

MERCADO DE CAPITAIS E INVESTIMENTOS.

Por: Nilton de Assis Costa

Orientador

Prof. Vinícius Calegari

Rio de Janeiro

2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

QVT: A EFICIÊNCIA DAS PROPOSTAS DO BANCO DO BRASIL S.A. NA PERCEPÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS DA DIRETORIA DE

MERCADO DE CAPITAIS E INVESTIMENTOS.

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes, Instituto a Vez do Mestre, como

requisito parcial para obtenção do grau de

especialista do curso de Pós-Graduação “Latu

Sensu” em Gestão de Recursos Humanos.

Por: Nilton de Assis Costa

3

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, acima de tudo, e a

todos familiares e companheiros que de

uma forma, direta ou indireta,

contribuíram para a realização deste

trabalho, principalmente pelo que

concerne o tema.

4

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a meus filhos como

um exemplo, não só a eles, mas a todos

os jovens, dos esforços que devemos

empreender para a aderência à demanda

de capital humano, exigida para a

exploração da potencialidade econômica

deste país.

5

RESUMO

As maiores transformações e criações no mundo são decorrentes do

trabalho. Este ocupa atualmente lugar de destaque na vida das pessoas, que a

ele dedicam grande parte do tempo de suas vidas. Daí a importância de se

pensar e atuar a favor da qualidade de vida no ambiente das empresas.

O objetivo principal desta pesquisa foi avaliar a satisfação dos

funcionários em relação à qualidade de vida no trabalho, identificando-se os

indicadores de qualidade de vida no trabalho apontados na literatura, a

percepção dos funcionários com a importância dos fatores em avaliação para o

desempenho de suas atividades e os fatores de insatisfação dos funcionários

em relação à Qualidade de Vida no trabalho a fim de propor melhorias.

A presente pesquisa foi realizada no Banco do Brasil S.A, Diretoria de

Mercado de Capitais e Investimentos. O método de pesquisa utilizado foi

Survey. Os dados foram coletados através de questionário e analisados,

interpretados e expostos através de gráficos e tabelas.

Analisando os resultados concluiu-se que há um expressivo percentual

de pouca satisfação, ainda que a maioria das pessoas esteja satisfeita com os

indicadores de qualidade de vida no trabalho propostos. Estes indicadores

foram reconhecidos com considerável relevância, pelos funcionários

pesquisados, no seu cotidiano em busca de Qualidade de Vida no Trabalho.

6

METODOLOGIA

Este trabalho se concentrou na área de Gestão de Pessoas, avaliando a

Qualidade de Vida dos Funcionários do Banco do Brasil na Diretoria de

Mercado de Capitais e Investimentos. A abordagem foi quantitativa e a coleta

de dados realizada através de questionário com perguntas fechadas, aplicado

a todos os 273 funcionários da área, em questão, sendo 184 funcionários,

lotados no município do Rio de Janeiro, e 89 em São Paulo.

Através do método de pesquisa Survey, foram coletadas informações

sobre as características, percepções e opiniões dos funcionários do Banco do

Brasil a respeito da Qualidade de Vida no Trabalho. A pesquisa Survey tem

como objetivo coletar informações sobre atitudes, motivos e opiniões, podendo

ser aplicada por meio de questionários.

Os indicadores pesquisados foram identificados na literatura. Após o

estudo de diversos modelos propostos por diferentes autores, o modelo de

Walton foi escolhido e o questionário foi elaborado com base em seus

indicadores. O modelo de Walton é abrangente e de fácil compreensão.

Para viabilizar o levantamento dos dados referentes às questões

pertinentes, foi utilizado o recurso do Google Docs, proporcionando uma

pesquisa telematizada, contribuindo para a distribuição, via servidor de correio

eletrônico corporativo, coleta e tabulação dos dados.

Para a confiabilidade dos dados coletados, todo o questionário, com 31

(trinta e um) questões, só foi validado, após o preenchimento de todas as

respostas, não permitindo a coleta parcial do questionário, minimizando o risco

de duplicidade da informação e tendenciosidade no resultado. Em seguida, os

dados foram tabulados, e expostos em tabelas e gráficos com de suas

respectivas análises. Foram apresentadas também as conclusões sobre o

exposto bem como as sugestões propostas.

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO - QVT 11

1.1 – Objetivos 11

1.2 – Histórico 12

1.3 – Fundamentação Teórica 13

1.3.1 – A Globalização e as Mudanças no Mundo do Trabalho 13

1.3.2 – Importância da QVT na Satisfação do Trabalho 17

1.3.3 – Indicadores de Qualidade de Vida no Trabalho 18

CAPÍTULO II

A PESQUISA 22

2.1 – A Empresa Pesquisada 22

2.1.1 – Plano de Benefícios 23

2.1.2 – Banco Múltiplo 24

2.1.3 – Banco de Investimento 24

2.1.4 – Sistema Financeiro 24

2.1.4.1 – Mercado de Capitais 25

2.2 – A Pesquisa 25

2.2.1 – O Modelo de Walton 25

2.2.2 – O Questionário 30

8

CAPÍTULO III

RESULTADO DA PESQUISA 32

3.1 – Relevância dos Indicadores Abordados 34

3.2 – Quanto a Compensação Justa e Adequada 35

3.3 – Condições de Segurança e Saúde no Trabalho 36

3.4 – Oportunidade para o Exercício e Desenvolvimento da Capacitação 38

3.5 – Oportunidade para o Crescimento Continuo e Segurança 39

3.6 – Integração Social na Organização de Trabalho 40

3.7 – Trabalho e Vida 41

3.8 – Organização do Trabalho 42

3.9 – Relevância Social 43

CONTRIBUIÇÕES E CONCLUSÕES 44

BIBLIOGRAFIA 47

ANEXOS 49

Anexo I – Formulário da Pesquisa 49

Anexo II – Respostas da Pesquisa 53

9

INTRODUÇÃO

Embora não exista uma definição consensual sobre a expressão

"Qualidade de Vida no Trabalho (QVT)", o termo vem sendo utilizado com

diferentes conteúdos e significados. No final da década de 50, quando o capital

americano promove uma recessão para organizar o seu parque industrial,

observa-se certa preocupação com esse assunto nos países que ditavam a

política do capitalismo. O "movimento" de QVT teve sua verdadeira origem nas

consequências sociais da primeira retração econômica significativa após a

Segunda Guerra Mundial nos EUA e na crise do modelo de desenvolvimento

fordista dos anos 60 e 70, baseados nas linhas de produção.

Os problemas ligados à insatisfação no trabalho têm consequências que

geram um aumento do absenteísmo, diminuição do rendimento, alta

rotatividade nos postos de trabalho, reclamações frequentes e doenças

psicossomáticas, causadas pelo estresse ocupacional. Os efeitos causados na

saúde física e mental dos trabalhadores derivam na queda da rentabilidade

empresarial.

Os esforços empreendidos pelas organizações para se manterem ativas

no mercado vêm impondo sérios desgastes ao trabalhador moderno. Em

contrapartida, a criação de novas ferramentas de gestão, que visam

proporcionar uma melhor condição de trabalho e satisfação, são objetos de

avaliação de seus resultados.

Portanto, analisaremos a Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) como

ferramenta de gestão no qual, o Capítulo I apresentará a origem, evolução,

conceitos e definições da QVT, enfatizando a contribuição de alguns

pesquisadores, ao longo do século XX, para o estudo do assunto.

O Capítulo II contextualizará a parte metodológica e fundamentalista

para a formatação da pesquisa aplicada aos funcionários da área de mercado

de capitais do Banco do Brasil S. A., além do histórico de suas ações para a

10

melhoria da QVT e especificidades da área de atuação da empresa e da

equipe pesquisada.

O Capitulo III irá expor o resultado da pesquisa realizada onde,

inicialmente, será apresentada uma tabela com os dados coletados

compilados, de forma a facilitar a visualização dos resultados. Em seguida, os

dados serão analisados e interpretados para cada indicador questionado,

individualmente, de forma percentual através de gráficos para facilitar a

interpretação dos resultados.

Finalmente, as Contribuições e Conclusões, deste trabalho, onde será

apresentada, também, a avaliação da eficiência dos programas do Banco do

Brasil S.A. que buscam a melhoria da QVT e sua efetividade para a totalidade

dos resultados.

11

CAPÍTULO I

QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO - QVT

Um dos maiores desafios das organizações atuais é o gerenciamento do

seu capital humano, sendo que a preocupação com o bem-estar dos

funcionários tem ocupado lugar de destaque no mundo empresarial. Isso

porque se percebeu que o sucesso e a perpetuação das empresas dependem

de profissionais capacitados, motivados e comprometidos com a organização.

Hoje a qualidade de vida no trabalho, além de ser usado como um forte

componente estratégico, tem sido percebida como uma importante ferramenta

de Gestão.

1.1 - Objetivos

Gonçalves (1998) afirma que na sociedade moderna o trabalho passou a

ser compreendido como uma manifestação de liberdade, visto que é um meio

pelo qual o homem inventa e cria, modificando-se a si mesmo e também o

próprio rumo da sociedade. Conforme a sociedade vai se transformando,

também se alteram os conceitos e valores atribuídos ao trabalho, exigindo

mudanças na organização do processo produtivo.

Silva e De Marchi (1997) destacam dois desafios fundamentais que se

apresentam para o mundo empresarial na atualidade. O primeiro está

relacionado à necessidade de uma força de trabalho saudável, motivada e

preparada para a extrema competição existente. O segundo desafio é a

capacidade da empresa responder à demanda de seus funcionários em relação

a uma melhor qualidade de vida.

Para Silva e De Marchi (1997), a adoção de programas de qualidade de

vida e promoção da saúde proporcionam ao indivíduo maior resistência ao

estresse, maior estabilidade emocional, maior motivação, maior eficiência no

12

trabalho, melhor auto-imagem e melhor relacionamento. Em contrapartida, as

empresas seriam beneficiadas com uma força de trabalho mais saudável,

menor rotatividade, menor número de acidentes, menor custo de saúde

assistencial, maior produtividade, melhor imagem e um melhor ambiente de

trabalho.

As pessoas são as principais responsáveis pelas revoluções ocorridas

no trabalho. Não é de hoje que as empresas estão percebendo que são elas,

as pessoas, o maior capital que as organizações possuem. São os funcionários

que fazem tudo acontecer, e podem determinar o progresso ou a falência de

uma empresa. Assim, a preocupação com a QVT torna-se cada vez mais

evidente e necessária. Tendo em vista que a qualidade de vida no trabalho

reflete diretamente na eficiência profissional e na vida dos funcionários, torna-

se de grande relevância este estudo.

1.2 - Histórico

Para Rodrigues (2002), a qualidade de vida tem sido uma preocupação

do homem desde sua existência. Apresentada de várias formas ao longo

tempo, a qualidade de vida no trabalho caracteriza-se pelo esforço de sempre

proporcionar bem estar e prazer na execução das tarefas. Como exemplo,

podem ser citados os ensinamentos de Euclides de Alexandria, 300 a.C., que

se utilizando dos princípios de geometria, facilitou a forma de trabalho dos

agricultores à margem do Nilo e a “Lei das Alavancas”, de Arquimedes, 287

a.C., que permitiu a redução do esforço físico dos trabalhadores da época.

Conforme o referido autor, as primeiras preocupações científicas sobre

as influências das condições físicas do local de trabalho surgiram no início dos

anos vinte, mas somente nos anos sessenta estes estudos tomaram impulso.

Fernandes (1996) afirma que as primeiras pesquisas sobre Qualidade de Vida

no Trabalho surgiram em Londres, no Tavistock Institute em 1 950, quando Eric

Trist e seus colaboradores desenvolveram estudos numa abordagem sócio-

técnica em relação à organização do trabalho. Os estudos procuravam agrupar

13

a relação indivíduo-trabalho-organização com base na análise e reestruturação

da tarefa, com o objetivo de tornar a vida dos trabalhadores menos penosa, em

busca da possibilidade de satisfação e qualidade de vida no trabalho.

1.3 – Fundamentação Teórica

A presente fundamentação teórica tem como objetivo conferir a este

estudo alguns conceitos e idéias selecionados sobre o tema Qualidade de Vida

no Trabalho.

Primeiramente será apresentado o contexto em que estão inseridas as

organizações atuais: a globalização e as mudanças no mundo do trabalho, em

seguida, a importância da QVT na satisfação do trabalho e, finalizando, serão

apresentados os indicadores de qualidade de vida no trabalho propostos por

diferentes autores.

1.3.1 - A Globalização e as Mudanças no Mundo do Trabalho

DRUCKER (1999) destaca o século XX como o grande palco das

maiores e mais célebres transformações ocorridas na história da humanidade,

decorrentes, em grande parte, de avanços científicos e tecnológicos que foram

incorporados aos processos produtivos. No passado, exigia-se produtividade

crescente do trabalhador manual, tendo como referencial a reorganização das

tarefas e dos movimentos, O processo produtivo da era industrial exigia

padrões definidos de comportamento para a realização das tarefas, não

permitindo a expressão da criatividade, da aprendizagem mais profunda ou do

desenvolvimento profissional.

Ainda segundo o autor, o saber artesanal havia sido apropriado pelo

modo de produção industrial capitalista, ou seja, a industrialização retirou dos

trabalhadores o conhecimento sobre o produto como um todo, e sobre o

processo produtivo, limitando sua participação. Assim, a atividade de

administração e gerência eram atividades vinculadas à fiscalização e controle

de processo de trabalho e dos próprios trabalhadores.

14

Segundo Castells (2OOO) a partir das últimas décadas do século XX,

aconteceu uma aceleração no processo de mudanças econômicas, políticas e

sociais em todo o planeta. Como conseqüência da globalização dos mercados,

as relações comerciais transferem sua ênfase para as empresas multinacionais

e transnacionais, em lugar dos países. Surgem assim novas relações de

parceria e aliança. O autor ressalta também a presença crescente da

informatização, possibilitando a circulação da informação de forma globalizada.

Mudam assim, as relações de trabalho, passando a predominar a diversificação

e a individualização, além da presença crescente da força de trabalho das

mulheres.

A globalização apresenta uma nova sociedade. Drucker (1997) chamou-

a de sociedade do conhecimento ou sociedade pós-capitalista, onde o

conhecimento deixou de ser apenas um para ser o principal recurso.

As exigências da globalização e as mudanças nas formas de trabalho

foram sentidas fortemente também pelo setor bancário. No Brasil, a partir da

década de 80, os bancos passaram por inúmeras mudanças e foram obrigados

a se reestruturarem para acompanhar as novas exigências do mercado

financeiro e as novas tendências nas relações de trabalho.

Netz (2005) faz uma análise da reestruturação bancária nas últimas

décadas. Segundo ele, na década de 80, o setor bancário apresentava

problemas estruturais: dependia da rentabilidade dos títulos financeiros, os

devedores nem sempre tinham condições de cumprir contratos e os custos

operacionais eram extremamente altos. Em 1985, a inflação atingiu 234%. No

ano de 1986, o Plano Cruzado promoveu o congelamento de preços e salários

e eliminou a correção monetária. Neste mesmo ano o lucro dos bancos

apresentou queda acentuada, voltando a crescer no ano de 1987. Estes

problemas estruturais e a queda da lucratividade geraram demandas de vários

ajustes.

Com a estabilização da economia, foram implementadas várias medidas

que tornaram possível a redução de custos operacionais nos bancos. Mais de

15

mil agências foram fechadas e mais de 120 mil trabalhadores foram demitidos.

O período de grande quantidade de demissões também foi o período de

grandes investimentos em tecnologia.

Netz (2005) faz referência a Larangeira (1997) que afirma ter ocorrido

uma internacionalização crescente da atividade bancária a partir do aumento

das trocas internacionais e dos investimentos estrangeiros. A chegada dos

bancos estrangeiros, com formas de trabalho diferenciadas, provocou

competição entre as instituições brasileiras, que sentiram a necessidade de

aumentar sua eficiência e modificar a sua organização e gestão do trabalho.

O setor bancário brasileiro precisou efetuar uma série de ajustes para

sua completa inserção no sistema financeiro mundial. A utilização das mais

recentes inovações tecnológicas para a conexão em tempo real, nas 24 horas

do dia, foi também uma exigência deste seleto grupo do capital financeiro.

As possibilidades de racionalização do trabalho e de aumento da

produtividade são praticamente ilimitadas. A dependência dos bancos frente ao

sistema financeiro mundial acelerou as inovações. Os bancários passaram a

sentir a velocidade das transformações ocorridas em seu trabalho.

Segnini (1999) indica três fenômenos sociais que caracterizam o

processo de reestruturação do trabalho nos bancos:

1) Intenso desemprego. Em 1986, a categoria bancária no Brasil

representava um milhão de trabalhadores. Em 1996, 497 mil. A autora atribui a

elevada taxa de desemprego no setor a diferentes políticas que visam à

redução de custos, num contexto altamente competitivo. Assim, é possível

destacar a eliminação e a fusão de postos de trabalho, em decorrência das

práticas de gestão. Em conseqüência observou-se flexibilização funcional do

trabalho, traduzida pela realização de várias tarefas ao mesmo tempo; redução

de níveis hierárquicos e opção política e econômica para o uso das inovações

tecnológicas. Tudo isto determinou, ao mesmo tempo, crescimento da

produtividade e a redução de postos de trabalho, isso sem alterar a jornada de

16

trabalho dos que permaneceram empregados, pelo contrário, foi registrado um

número maior de horas extras.

2) Terceirização e precarização do trabalho. Nos processos terceirizados

(compensação de cheques, telemarketing, desenvolvimento de softwares,

serviços de courrier) foi possível registrar, comparando-os com os mesmos

processos realizados nos bancos, redução de custos e índices de

produtividade mais elevados obtidos pelo uso das mesmas tecnologias

implementadas tanto pelas empresas terceirizadas como pelos bancos.

Intensificação do trabalho, jornadas de trabalho mais longas, freqüentes horas

extras, salários relativamente inferiores caracterizam as práticas de gestão que

determinam a precarização do trabalho em relação à mesma tarefa efetuada

nos bancos. As precárias condições de trabalho somadas a permanente

incerteza em relação à permanência no trabalho contribuem na construção da

precarização social.

3) Intensificação do trabalho. Em relação aos bancários que

permaneceram empregados, foi possível observar a intensificação do trabalho

tanto pela fusão de postos de trabalho, pela diminuição dos níveis hierárquicos,

como pelas exigências decorrentes de programas de gestão como, por

exemplo, os Programas de Reengenharia, que buscam a minimização dos

custos, ou Programas de Qualidade, que procuram a maximização dos

resultados. Assim, o medo da perda do emprego, constitui-se em grande

“motivador” para o trabalho, em tempos de discursos “participacionistas”. O

bancário está trabalhando mais intensamente, comumente realizando horas

extras e recebendo salários relativamente menores em comparação com anos

anteriores. No entanto, revela compreender também que dessa forma mantém

o emprego, transformando o medo em produtividade.

Para De Masi (2000), a nossa sociedade pós-industrial é marcada pela

passagem da produção de bens para a produção de serviços. Esta sociedade,

marcada pela globalização, produz novos modos e valores de ética, estética,

subjetividade, confiança e qualidade de vida, que repercutem nas relações de

trabalho.

17

1.3.2 – Importância da QVT na Satisfação do Trabalho

Para Davis e Newstrom (2002), satisfação no trabalho é um conjunto de

sentimentos favoráveis ou desfavoráveis relacionados pelos trabalhadores ao

seu trabalho. Schermerhorn (1 999) define satisfação na função como sendo o

grau de sentimento positivo ou negativo que um indivíduo sente em relação a

vários aspectos da função, incluindo a designação de tarefas, cenário de

trabalho e relação com os colegas de trabalho.

Robbins (1998) indica que os fatores mais importantes que conduzem à

satisfação no trabalho estão relacionados a um trabalho mentalmente

desafiador, recompensas justas, condições de trabalho apoiadoras, colegas

que dêem apoio e o ajuste de personalidade-cargo. Para ele

“o trabalho de uma pessoa é mais do que apenas as atividades óbvias de mudar papéis de lugar, servir clientes ou dirigir um caminhão. As ocupações requerem interação com colegas e chefes, seguir regras e políticas organizacionais, obedecer a padrões de desempenho, conviver com condições de trabalho que estão freqüentemente aquém das ideais e coisas assim. Isto significa que a estimativa de um empregado de quão satisfeito ou insatisfeito ele está com seu trabalho é um somatório complexo de um número de elementos separados do trabalho” (ROBBINS, 1998, p98).

Schermerhorn (1999) afirma que a satisfação de um indivíduo está

diretamente ligada com suas necessidades fisiológicas ou psicológicas.

Segundo Maslow (apud Schermerhorn, 1999) a hierarquia das necessidades

humanas inclui necessidades de ordem mais baixa, onde estão as fisiológicas,

as de segurança, e as preocupações sociais, e as de ordem mais alta, onde se

encontram a auto- estima e as preocupações com auto-realização.

Para Vromm (1997), a satisfação resulta de um conjunto de

recompensas e não de uma única recompensa. Os indícios sugerem que tanto

as recompensas intrínsecas quanto as extrínsecas são importantes e que uma

não pode ser substituída pela outra. Funcionários bem remunerados que

executam tarefas repetitivas e enfadonhas ficarão insatisfeitos com a falta de

recompensas intrínsecas, da mesma forma que funcionários mal remunerados

18

que realizam um trabalho interessante e desafiador podem ficar insatisfeitos

com recompensas extrínsecas.

Herzberg (apud Schermerhorn, 1999) sugere que a satisfação e o

desempenho na função podem ser elevados, realizando-se melhoramentos

naquilo que as pessoas têm que fazer nas suas funções. Os fatores de

satisfação importantes incluem coisas como: sensações de reconhecimento,

senso de responsabilidade, oportunidade de progresso e sensações de

crescimento pessoal.

Para Werther e Davis (1983), a maior preocupação da qualidade de vida

no trabalho deve ser com a reformulação de cargos incluindo a participação

dos trabalhadores envolvidos. Eles acreditam que vários fatores como

supervisão, condições de trabalho e pagamentos, entre outros, poderiam afetar

a QVT, no entanto, a natureza do cargo é que envolve mais intimamente o

indivíduo. Os cargos são os elos entre as pessoas e a organização, e

representam mais do que uma fonte de renda para os trabalhadores, são

também um meio de satisfazer suas necessidades.

1.3.3 – Indicadores de Qualidade de Vida no Trabalho

O conceito de qualidade de vida, segundo Bitencourt (2004), modifica-se

de acordo com as circunstâncias e experiências vivenciadas pelos indivíduos.

Segundo a organização mundial da saúde, a qualidade de vida diz respeito ao

modo como o indivíduo interage com o mundo externo, a forma como influencia

e é influenciado.

Bergeron (1982) apud Fernandes (1996) afirma que a qualidade de vida

no trabalho é a aplicação concreta da filosofia humanística através de métodos

participativos, modificando um ou vários aspectos do ambiente de trabalho,

com o objetivo de criar uma nova situação mais favorável à satisfação dos

funcionários e a produtividade da empresa.

19

Para Fernandes (1996), não existe um consenso sobre o conceito de

qualidade de vida no trabalho, no entanto, dentre as mais diferentes opiniões

observa-se algo em comum: a conciliação dos interesses dos indivíduos e das

organizações, a satisfação dos trabalhadores e alta produtividade da empresa.

Conforme Limongi-França (1997), qualidade de vida no trabalho é o

conjunto das ações de uma empresa que envolvem a implantação de melhorias

e inovações gerenciais e tecnológicas no ambiente de trabalho. A construção

da qualidade de vida no trabalho acontece a partir do momento em que se olha

a empresa e as pessoas de forma abrangente, o que chamamos de enfoque

biopsicossocial. O posicionamento biopsicossocial representa o fator diferencial

para a realização de diagnóstico, campanhas, criação de serviços e

implantação de projetos voltados para a preservação e desenvolvimento das

pessoas, durante a jornada de trabalho na empresa.

O conceito de qualidade de vida no trabalho vem se modificando ao

longo do tempo, como mostra o quadro da evolução das definições da QVT

apresentado por Nadler & Lawler:

20

Segundo Levering (1896), um bom lugar para se trabalhar possibilita que

as pessoas tenham, além do trabalho, outros compromissos em suas vidas,

como família, amigos e hobbies pessoais. Para o autor, isto é uma questão

fundamental de justiça. Não é justo que um local de trabalho seja a única coisa

na vida de uma pessoa. Um contexto com essa característica não permitiria

que as pessoas se desenvolvessem e se tornassem mais humanas.

Para Limongi-França (2004), na última década do século XX, surgiram

novos paradigmas para as questões de QVT. Alguns desencadeadores de QVT

em nossa sociedade pós-industrial são as seguintes:

− vínculo e estrutura de vida pessoal: família, atividades de lazer e

esporte, hábitos de vida, expectativa de vida, cuidados com a saúde,

alimentação, combate a vida sedentária, grupos de afinidades e apoio;

− fatores sócio-econômico: globalização, tecnologia, informação,

desemprego, políticas de governo, organizações de classe,

privatização de serviços públicos, expansão do mercado seguro-

saúde, padrões de consumo mais sofisticados;

− metas empresariais: competitividade, qualidade de produto,

velocidade, custos, imagem corporativa e

− pressões organizacionais: novas estruturas de poder, informação,

agilidade, co-responsabilidade, remuneração variável, transitoriedade

no emprego, investimento em projetos sociais.

Ainda segundo a autora, para responder a estes fatores

desencadeadores várias ciências têm tratado da condição humana. A

economia, por exemplo, apresenta importantes contribuições aos estudos e

levantamentos para a composição dos Índices de Desenvolvimento Humano

(IDH), de Desenvolvimento Social (IDS) e de Condições de Vida (IDCV). Já no

foco QVT, outras ciências como a ergonomia, a psicologia, a comunicação, a

medicina, a engenharia, dentre outras, abordam aspectos como o

21

levantamento de riscos ocupacionais do trabalho, questões de saúde e

segurança do trabalho, carga mental, esforços repetitivos, significado do

trabalho, processos comportamentais, expectativas, contrato psicológico de

trabalho, motivação, liderança, fidelidade e empregabilidade.

Os autores Peters & Waterman apud Rodrigues (2002) encontraram oito

atributos que devem ser seguidos pelas empresas e que seriam a base para

um programa de Qualidade de Vida no Trabalho. São eles:

− Uma firme disposiçao para agir;

− Maior aproximação do cliente;

− Autonomia e iniciativa dos trabalhadores;

− Produtividade através dos trabalhadores;

− Orientações por valores-filosofia organizacional;

− Limitar-se ao conhecido;

− Formas de trabalho simples e em pequenos grupos e

− Política administrativa flexível.

22

CAPÍTULO II

A PESQUISA

A presente pesquisa teve como objetivo principal avaliar a satisfação dos

funcionários da Diretoria de Mercado de Capitais e Investimentos do Banco do

Brasil em relação à QVT. Foram propostos também três objetivos específicos.

O primeiro pretendia identificar os indicadores de qualidade de vida no trabalho

apontada na literatura. O segundo buscava avaliar, na percepção dos

funcionários, a importância dos fatores avaliados para o desempenho de suas

atividades, e o terceiro objetivo específico procurava identificar os fatores de

insatisfação dos funcionários em relação à QVT e propor melhorias.

Diante da importância e complexidade do tema, encontramos na

literatura diversos autores que apresentam diferentes modelos contendo

indicadores de qualidade de vida no trabalho. Walton foi um dos principais

estudiosos da QVT e dedicou a ela um modelo com oito indicadores que é

muito utilizado atualmente.

2.1 - A Empresa Pesquisada

O Banco do Brasil tem realizado diversas discussões e ações

relacionadas ao tema. Em 2002, lançou um projeto piloto denominado QVT

abrangendo várias práticas direcionadas à Qualidade de Vida no Trabalho. No

escopo do projeto, a empresa disponibiliza às dependências uma verba

mensal, de acordo com o número de usuários para ser investida em ações que

proporcionem qualidade de vida no trabalho e que envolvam todos os que

trabalham na unidade: funcionários, estagiários, menores aprendizes e

contratados. Criou o Fórum de Responsabilidade Sócioambiental, no qual os

funcionários têm a oportunidade de realizar críticas e propor sugestões nas

mais diversas áreas.

23

Os investimentos sugeridos visam a melhoria de todos os fatores que

contribuem para o bem-estar na área de Gestão de Pessoas que, aliados aos

programas de capacitação, de aperfeiçoamento e de benefícios – assistência

médica, previdenciária e plano de cargos e salários - buscam a preservação do

seu Capital Humano.

2.1.1 – Plano de Benefícios

Outros benefícios oferecidos pelo Banco do Brasil são planos de saúde,

de previdência e de cargos e salários. Tais benefícios são classificados como

salário indireto, pois desoneram o orçamento familiar, proporcionando bem-

estar ao funcionário e a seus dependentes:

Caixa de Assistência – CASSI – provê parte das despesas com saúde

do funcionário e seus dependentes que abrange consultas, exames,

internações e aquisição de medicamentos.

Caixa de Previdência – PREVI – Provê, a partir de contribuições do

funcionário e da empresa, a complementação da aposentadoria através de um

fundo composto de títulos de renda fixa e variável, além de títulos da divida

pública.

Plano de Cargos e Salários – provê, no curso da carreira do funcionário,

o aumento de sua renda através de promoções por tempo de serviço,

proporcionando o aumento do bem-estar e suporte frente ao aumento das

demandas no orçamento familiar inerentes ao passar do tempo de uma família.

No entanto, mediremos a eficiência dos programas de qualidade de vida

no trabalho utilizados pelo Banco do Brasil, assim como a contribuição dos

demais fatores do plano de benefícios, através da avaliação da satisfação e

avaliação das expectativas dos funcionários na área de mercado de capitais

em relação à empresa.

24

2.1.2 - Banco Múltiplo

Em 2001, atendendo a crescente demanda originada pelo aumento do

fluxo de capitais estrangeiros, arcabouço do plano de estabilização econômica

iniciado na década anterior, o Banco do Brasil se tornou um banco múltiplo com

a criação do seu Banco de Investimento, nome dado às instituições financeiras

que operam com mais de um tipo de carteira. A designação de banco múltiplo

cabe aos bancos com pelo menos duas das seguintes carteiras, uma delas

devendo ser necessariamente comercial ou de investimento: (i) carteira

comercial; (ii) de investimento (ou de desenvolvimento, no caso de banco

público); (iii) de crédito imobiliário; (iv) de crédito, financiamento e investimento;

(v) de arrendamento mercantil.

2.1.3 - Banco de Investimento

Os bancos de investimento são instituições financeiras privadas

especializadas em operações de participação societária de caráter temporário.

Devem ser constituídos sob a forma de sociedade anônima e adotar,

obrigatoriamente, em sua denominação social, a expressão "Banco de

Investimento". Não possuem contas correntes, mas captam recursos via

depósitos a prazo, repasses de recursos externos, internos e venda de cotas

de fundos de investimento por eles administrados, tendo como uma das

principais áreas de atuação o mercado de capitais (Resolução CMN 2.624, de

1999).

2.1.4 – Sistema Financeiro

O Sistema Financeiro Nacional é composto de Instituições responsáveis

pela captação de recursos financeiros, pela distribuição e circulação de valores

e pela regulação deste processo e é composto pelos mercados: de crédito, de

câmbio e de capitais.

25

2.1.4.1 – Mercado de Capitais

O mercado de capitais é um subsistema do sistema financeiro que tem

por finalidade a distribuição de valores mobiliários, com o propósito de

promover a liquidez dos títulos de emissão de empresas e viabilizar seu

processo de capitalização.

O mercado de capitais abrange, ainda, as negociações com direitos e

recibos de subscrição de valores mobiliários, certificados de depósitos de

ações e demais derivativos autorizados à negociação.

2.2 - A Pesquisa

Para viabilizar e agilizar a pesquisa proposta foi utilizado o recurso

oferecido pela empresa Google, maior site de pesquisa na internet, conhecido

como Google Docs. Através o referido recurso criou-se o formulário, através do

qual foram coletadas informações sobre as características, percepções e

opiniões dos funcionários dos pesquisados a respeito da Qualidade de Vida no

Trabalho. Houve, na elaboração do processo, a preocupação de se coletar

dados de forma a evitar duplicidade e tendenciosidade. Para isso, criou-se um

formulário, fechado, que só pode ser enviado a partir do preenchimento de

todas as questões. As questões, dentro do arcabouço do modelo de Walton,

ofereciam 4 (quatro) opções de respostas, eliminando a opção de tendência

central quando as opções de respostas são de números ímpares.

2.2.1 - O Modelo de Walton

Para Walton apud Rodrigues (2002), a “expressão Qualidade de Vida no

Trabalho tem sido usada com crescente freqüência para descrever certos

valores ambientais e humanos, negligenciados pelas sociedades industriais em

favor do avanço tecnológico, da produtividade e do crescimento econômico”.

26

No intuito de analisar as características de Qualidade de Vida no

Trabalho, Walton (apud RODRIGUES, 2002) propõe oito categorias conceituais

para a QVT, são elas:

1) Compensação adequada e justa. O trabalho, neste modelo, é

concebido como prioridade, pois encontra nele uma forma de sobrevivência do

trabalhador. Sobre a relação existente entre o trabalho realizado e a sua devida

remuneração, o autor explica que a compensação adequada é algo muito

relativo e difícil de ser definido de forma objetiva. Acredita que a renda

adequada e a compensação justa poderiam ser mais bem entendidas

analisando-se os seguintes indicadores:

1.1) renda adequada. O autor questiona se a remuneração recebida é

suficiente para satisfazer as necessidades pessoais e sócio-econômicas

na sociedade em que o trabalhador vive.

1.2) compensação justa. Ele questiona se o salário recebido por certo

trabalho possui uma relação adequada com o salário recebido por outro

trabalho.

2) Condições de Segurança e Saúde do Trabalho. Enfatiza as condições

físicas do ambiente de trabalho, dando ênfase à saúde e o bem-estar do

trabalhador. Para isso, propõe as seguintes sugestões:

2.1) jornada de trabalho condizente com a função desempenhada;

2.2) condições físicas de trabalho que reduzam ao mínimo o risco de

doenças e danos;

2.3) limitador de idade, quando se tratar de trabalho que coloque em

risco a saúde e o bem-estar das pessoas abaixo ou acima de certa

idade.

3) Oportunidade imediata para a utilização e desenvolvimento da

capacidade humana. Estas são oportunidades que uma organização apresenta

27

para que seus funcionários possam, no seu dia-a-dia, aplicar suas aptidões e

conhecimentos profissionais. Para o atendimento desta condição, Walton (apud

RODRIGUES, 2002) apresenta cinco requisitos básicos:

3.1) autonomia no trabalho, que ocorre quando o trabalhador possui

liberdade e independência para programar e executar suas atividades.

3.2) múltiplas habilidades, as quais ocorrem quando o funcionário tem a

possibilidade de utilizar sua capacidade e habilidades.

3.3) informação e perspectivas. Ocorre quando o funcionário recebe

informações em relação as suas ações e desempenho de seu trabalho.

3.4) tarefas completas, ocorre quando o indivíduo realiza o trabalho do

começo ao fim do processo.

3.5) planejamento ocorre quando o funcionário tem a oportunidade de

realizar o planejamento de suas atividades.

4) Oportunidade futura para crescimento contínuo e segurança. Neste

item o autor focaliza a oportunidade de carreira e sugere que se trabalhe com

quatro premissas:

4.1) aplicação respectiva, que é a possibilidade de usar o conhecimento

e as habilidades expandidas e recém—adquiridas em atividades de

trabalho futuro.

4.2) desenvolvimento, que diz respeito à capacitação permanente do

funcionário evitando que seus conhecimentos se tornem obsoletos.

4.3) oportunidades de progresso. Oportunidade de ascensão profissional

dentro da empresa.

4.4) Segurança, consiste na manutenção do emprego, garantindo a

segurança e a renda.

28

5) Integração social na organização de trabalho. Estabelece alguns

fatores fundamentais para uma boa integração no trabalho, tais como ausência

de preconceitos de cor, raça, sexo, religião, nacionalidade, estilo de vida e

aparência física.

6) O constitucionalismo na organização do trabalho. As normas que

estabelecem os direitos e deveres dos trabalhadores são elementos chaves

para uma elevada Qualidade de Vida no Trabalho. Os aspectos mais

importantes são:

6.1) direito à privacidade, como o respeito à individualidade que o

indivíduo possui dentro da organização;

6.2) direito de posicionamento, como a liberdade de expressão, a

oportunidade que o trabalhador tem de manifestar suas idéias, dar

sugestões, sem medo de ser repreendido;

6.3) direito de tratamento justo, como o direito que o trabalhador possui

de ser tratado de forma justa em todos os assuntos.

7) O trabalho e o espaço total da vida. A experiência profissional pode

ter efeito negativo ou positivo sobre a vida pessoal dos indivíduos, nesse

sentido o autor ressalta a importância da existência do equilíbrio entre o tempo

dedicado ao trabalho e a vida pessoal.

8) A relevância social da vida no trabalho. Refere-se à atuação

irresponsável de algumas empresas, fazendo com que muitos trabalhadores

subestimem o valor de seu trabalho e carreira, afetando conseqüentemente

sua auto-estima. Destacam-se os seguintes indicadores:

8.1) valorização do indivíduo. Refere-se ao sentimento de importância e

valorização que a empresa e a comunidade atribuem ao indivíduo na

organização.

29

8.2) imagem da Empresa. Refere-se à credibilidade da organização junto

à comunidade.

Os 8 (oito) critérios observados no modelo da obra de Walton podem ser

resumidos, de forma sintética em fatores e dimensões, conforme mostra o

quadro a seguir:

A pesquisa, com o objetivo de apurar a efetividade dos programas de

QVT do Banco do Brasil S. A. para os funcionários da Diretoria de Mercado de

Capitais e Investimentos, buscou levantar a satisfação das dimensões do

modelo e, para evidenciar o resultado, também levantou a importância dos

fatores do mesmo modelo.

30

2.2.2 - O Questionário

A partir dos pressupostos do modelo de Walton, organizou-se 31 (trinta e

um) questões, abrangendo as dimensões derivadas dos 8 (oito) conceitos do

modelo. Avaliou-se a satisfação dos pesquisados, mensurando suas

expectativas, além dos níveis de relevância dos conceitos aplicados, conforme

as questões do formulário, Anexo I do trabalho, e o esquema da tabela abaixo:

31

Uma vez formatado o questionário, o mesmo foi distribuído para todos

os 273 (duzentos e setenta e três) funcionários de toda diretoria, via correio

eletrônico corporativo, “colab.bb.com.br”.

Após a marcação de todas as respostas, o questionário foi submetido

para a base do Google Docs com acesso exclusivo, Anexo II do trabalho.

Consolidou-se as respostas para a tabulação dos dados e, a seguir, a

preparação de tabelas e plotagem de gráficos no aplicativo Excel do pacote do

Microsoft Office.

32

CAPÍTULO III

RESULTADO DA PESQUISA

Este capítulo apresenta o resultado da pesquisa realizada com os

funcionários do Banco do Brasil da Diretoria de Mercado de Capitais e

Investimentos. Inicialmente, será apresentada uma tabela com a consolidação

dos dados coletados, de forma a facilitar a interpretação global. Em seguida,

serão desdobrados para uma analise mais específica.

A análise abordará as questões de cada um dos oito indicadores,

separadamente. Cada indicador iniciará com a interpretação individual, sendo

interpretada através de gráficos dos resultados consolidados em percentuais.

Os gráficos serão acompanhados de suas respectivas analises.

A Tabela IV apresenta as respostas consolidadas dos questionários

aplicados aos funcionários. Foram preenchidos 143 (cento e quarenta e três)

formulários. Nas colunas referentes aos níveis de relevância dos indicadores

de QVT foram usadas escalas numéricas de 1 a 4, conforme o grau de

importância:

(1) IRRELEVANTE (2) POUCO RELEVANTE (3) RELEVANTE (4) MUITO RELEVANTE

A satisfação das dimensões, dos indicadores propostos no questionário,

também obedeceu a escala de 1 a 4 de acordo com o grau de intensidade:

(1) INSATISFEITO (2) POUCO SATISFEITO (3) SATISFEITO (4) MUITO SATISFEITO

A opção pelo número par de respostas se deve ao fato de evitar a

medida de tendência central que o número de respostas ímpares proporciona

ao pesquisado, sugerindo maior reflexão em suas respostas.

33

Tabela IV – Resultado Consolidado da Pesquisa

(*) A questão 2.3.1 foi tabulada, em separado, por não se tratar de consulta quanto à satisfação, mas de escolha de atividade em QVT, resultando, permitindo várias opções: Atividade Shiatsu Massoterapia Ginástica Laboral Outros Total

Votos 86 28 20 19 153

34

3.1 – Relevância dos Indicadores Abordados

Os gráficos I e II apresentam o grau de relevância dos indicadores de

QVT abordados. O primeiro, discrimina os 8 (oito) tópicos com as grandezas

quantitativas do resultado da pesquisa, evidencia o potencial das questões

sugerido pelo modelo de Walton, na ótica dos pesquisados, para a avaliação

das questões em Qualidade de Vida no Trabalho.

Gráfico I – Relevância dos Indicadores do Modelo de Walton

Observa-se que a baixa apuração das opções Irrelevante e Pouco

Relevante reforça a importância da abordagem, proposta pelo modelo, na ótica

do público pesquisado.

35

O segundo gráfico também reforça o potencial do modelo de Walton,

pois consolida todas as questões respondidas como Muito Relevante e mais

Relevante, resultando em 88%, frente ao consolidado das respondidas como

Pouco Relevante mais Irrelevante que resulta apenas 12%.

Gráfico II – Consolidado de Relevância dos Indicadores

Os 88% de relevância, auferidos na consolidação da pesquisa, das

questões para a avaliação da Qualidade de Vida no Trabalho conferem

credibilidade no levantamento proposto.

A seguir, faremos a analise gráfica, descritiva, de cada indicador quanto

a satisfação dos pesquisados, de acordo com a numeração das questões

formatadas no formulário de pesquisa.

3.2 – Quanto a Compensação Justa e Adequada

As 3 (três) questões, deste tópico, buscam levantar a satisfação dos

funcionários em relação a um dos principais objetos do contrato de trabalho, a

troca da força de trabalho por remuneração. Em particular, o Banco Brasil não

pratica uma política de remuneração em linha com a praticada pelas

instituições que atuam no mercado de capitais, mas, em contra partida, os

funcionários são conscientes da segurança que a estabilidade no emprego se

traduz em acumulo de renda no longo prazo. Os níveis de salários, da

concorrência são maiores, porém a alta rotatividade em épocas de crises é

uma realidade, reforçando a dicotomia entre salário versus estabilidade.

36

Gráficos III e IV - Questões 1 e 2 do Indicador I

Gráfico V - Questão 3 do Indicador I

Os gráficos III e V

apresentam índices 15% e 14%

de insatisfeito e pouca satisfeito

na avaliação do poder aquisitivo

dos salários e no comparativo em

relação à remuneração frente a

outros cargos da empresa,

respectivamente, enquanto o

gráfico IV registra 24% de insatisfação e pouco satisfeito, quando comparados

aos salários praticados pela concorrência.

.

3.3 – Condições de Segurança e Saúde no Trabalho

As 3 (três) questões, deste tópico, buscam levantar a satisfação dos

funcionários em relação ao ambiente de trabalho, com ênfase em segurança e

saúde, além das práticas para melhoria da Qualidade de Vida, promovidas pela

empresa.

Buscou-se, também, levantar as atividades preferidas dos funcionários

para a melhoria da Qualidade de Vida do Trabalho, conforme o gráfico VIII, que

no Banco do Brasil, são deliberadas de forma participativa através de uma

comissão, eleita pelas equipes, fazendo consultas periódicas para a

contratação de equipes especializadas em QVT.

37

Gráficos VI e VII - Questões 1 e 2 do Indicador II

Em uma economia em expansão, com o lançamento de várias

operações no mercado aberto: ações, debentures e fundos diversos, o

profissional da área de mercado de capitais é sobrecarregado de tarefas,

devido o cumprimento de prazos estabelecidos, por isso, o gráfico VI apresenta

32% do agregado de Insatisfação com Pouca Satisfação. Já o gráfico VII, no

que tange as condições físicas para o exercício das atividades, apresenta um

agregado de satisfação de 78%, mas sem desconsiderar os 21% de Pouca

Satisfação e Insatisfeitos que devem ser observados. Os gráficos VIII e IX,

abaixo, tratam das questões de QVT. O primeiro, avalia a satisfação pelos

programas ofertados pela empresa, e o segundo, as atividades preferidas pelos

funcionários. Hoje, as equipes são atendidas por um programa de atividades

que envolvem shiatsu e massoterapia, em linha com as preferências das

mesmas, mas 44% dos pouco satisfeito e insatisfeito sinalizam para novas

propostas de atividades em QVT para a melhoria do resultado deste indicador.

Gráficos VIII e IX - Questões 3 e 3.1 do Indicador II

38

3.4 – Oportunidade para o Exercício e Desenvolvimento da

Capacitação

Gráfico X e XI - Questões 1 e 2 do Indicador III

As 5 (cinco) questões levantadas neste indicador apresentaram um

considerável índice de satisfação e muita satisfação, acima dos 60 % nos

gráficos X, XI, XII, XIII e XIV, refletindo o exercício das pessoas em funções,

onde aplicam os fundamentos e teorias de suas formações acadêmicas. Já na

formação dessas equipes, são requeridos requisitos básicos para a ocupação

dos cargos: economia, contabilidade, finanças, etc..., refletindo os índices

positivos dos resultados.

Gráfico XII e XIII - Questão 3 e 4 do Indicador III

Mas, ainda se observa um expressivo índice de pouca satisfação e

insatisfação, acima dos 30%, reflexo, talvez, da falta de identificação com a

área especializada de sua formação acadêmica, em que estejam atuando, ou

falta de aptidão com a própria formação acadêmica escolhida.

39

Gráfico XIV - Questão 5 do Indicador III

A dinâmica dos processos

em relação do tempo com a

produtividade, também tem

relevante peso nos resultados,

principalmente nos gráficos XIX,

X e XI, pois a concorrência

acirrada, aliada a exigência de

captação de recursos no menor tempo possível, por parte dos clientes, são

pontos de conflitos para uma Qualidade de Vida no Trabalho.

3.5 – Oportunidade para o Crescimento Contínuo e Segurança

Gráficos XV e XVI - Questões 1 e 2 do Indicador IV

Na analise das 4 (quatro) questões deste indicador, verificamos, pelos

gráficos XV e XVI, que a maioria das pessoas aplicam seus conhecimentos e

habilidades, reconhecendo, também, o trabalho da empresa em busca do

aperfeiçoamento e atualização dos conhecimentos, investindo em seu capital

humano, por exigência e dinamismo da concorrência do mercado, além das

exigências legais de órgãos normativos e reguladores para o exercício da

profissão.

40

Os principais destaques nas analises dos gráficos, a seguir, onde foram

registradas distorções, significativas, do ponto de vista negativo e positivo:

1 - O gráfico XVII - abaixo - verifica-se um expressivo índice de 58%,

insatisfação e pouca satisfação, reflexo das restrições para ascensão

profissional, resultante de uma limitação de oportunidades pois, os profissionais

da área só têm como campo de atuação, a própria diretoria, restringindo o

número, das referidas oportunidades, aos movimentos internos de pessoas que

migram para outras áreas do conglomerado, ou dos profissionais que, abrindo

mão da estabilidade, buscam melhores oportunidades na iniciativa privada.

Gráfico XVII e XVIII - Questões 3 e 4 do Indicador IV

2 - Já o gráfico XVIII registra impressionantes 91%, satisfação e muita

satisfação, reflexo da combinação da estabilidade, inerente ao regime de

admissão por concurso público, capacitação exigida para a atuação na área e

fortes perspectivas expansão. Por isso, não se vislumbram processos de

reestruturação que envolva redução de quadro funcional, ou de

descontinuidade dos serviços, no curto e médio prazo.

3.6 – Integração Social na Organização de Trabalho

Este tema sempre foi tratado pela empresa de forma responsável, sendo

objeto de destaque em seu estatuto. O discurso corporativo sempre incentivou

a convivência e o exercício de todas as áreas sem qualquer tipo de

discriminação de: raça, sexo, social, religião, etc., orientado o corpo funcional a

41

repudiar práticas que não estejam em linha com o compromisso da empresa

em coibir qualquer tipo de preconceito e intolerância.

Gráfico XIX - Questão do Indicador V

Prova dessa realidade na

empresa são os 94 % de muito

satisfeito e satisfeito quanto à

ausência de preconceito, no gráfico

ao lado, mas por se tratar de um

assunto da política da empresa, com

sanções previstas em lei, os 6%

contrários deverão ser investigados.

3.7 – Trabalho e Vida

Conforme observado nos resultados apurados nas questões do

indicador III, a avaliação, desta questão que busca mensurar o equilíbrio do

tempo dedicado ao trabalho e a vida pessoal, reflete um índice alto de

insatisfação e pouca satisfação, atingindo alarmantes dos 58%. A lógica da

produtividade no mercado de capitais exige intensa dedicação para a

prospecção e originação de produtos que atendam as necessidades de capital

das empresas contratantes.

Gráfico XX - Questão do Indicador VI

Os prazos definidos, para o

lançamento de determinados

produtos têm que atender,

obrigatoriamente, todo requisitos

normativos e legais, atendendo,

também o humor do mercado

para aceitar – negociar – os

referidos produtos, impondo excessivas horas de trabalhos às equipes.

42

3.8 – Organização do Trabalho

Este indicador reflete o nível de democratização dos diversos níveis

hierárquicos da empresa. O Banco do Brasil é uma sociedade anônima de

economia mista, onde o governo federal é seu acionista majoritário, conferindo-

lhe o poder de nomeação de todo o 1º (primeiro) escalão diretivo e, este,

nomeia o 2º (segundo) e 3º (terceiro) escalões de direção da empresa,

originando seu reflexo nos gráficos, abaixo:

Gráfico XXI e XXII - Questões 1 e 2 do Indicador VII

Os 39% de insatisfação e pouca satisfação, na avaliação dos

funcionários, em relação à privacidade, à individualidade, à liberdade de

expressão, à manifestação de ideias e sugestões refletem o baixo nível de

democracia na gestão

Gráfico XXIII - Questão 3 do Indicador VII

A situação piora na

avaliação quanto ao tratamento

justo em todas as situações, pois a

pesquisa auferiu alarmantes 59%

de insatisfação e pouca satisfação,

frustrando as expectativas de

ascensão profissional.

43

3.9 – Relevância Social

Embora as mudanças de rumos da empresa, a partir das décadas de

1980, com a transferência da conta movimento, caixa de arrecadação da União

para o Tesouro Federal, e de 1990, migrando para um perfil competitivo com os

bancos da iniciativa privada e promovendo profundas mudanças nas relações

trabalhistas, a instituição ainda é o principal agente de fomento do do governo

para o agronegócios, atendendo o principal perfil da atividade econômica do

país. Agrega-se, ainda, a tradição do prestigio que a carreira na empresa

notabilizou, tanto o individuo postulante a um cargo na empresa, quanto o

reconhecimento da sociedade.

Gráfico XXIV e XXV - Questões 1 e 2 do Indicador VIII

Os gráficos XXIV e XXV são reflexos dessas observações, atingindo

66% e, impressionantes, 90% de muita satisfação e satisfação para o

reconhecimento que a sociedade atribui ao trabalho do funcionário e a

credibilidade da empresa junto à sociedade, respectivamente.

44

CONTRIBUIÇÕES E CONCLUSÕES

Os indicadores propostos no modelo de Walton foram considerados

Relevantes ou Muito Relevantes para 88% dos funcionários. Esta constatação

demonstra que os indicadores utilizados nesta pesquisa são importantes para a

população observada.

Este trabalho procurou avaliar a satisfação dos funcionários em relação

à qualidade de vida no trabalho, utilizando como base os fatores propostos por

Walton como indicadores de qualidade de vida no trabalho. Também avaliou,

na percepção dos funcionários, a importância dos fatores pesquisados para o

desempenho de suas atividades.

Depois de concluída a análise dos dados, foi possível identificar alguns

fatores de insatisfação dos funcionários, que podem ser melhorados. É

possível observar que para todos os indicadores existem pessoas insatisfeitas,

sendo que alguns indicadores apresentam percentuais mais elevados do que

outros. Mas no geral, o resultado foi satisfatório, pois em sua totalidade,

podemos observar que a maioria dos funcionários - 63% - está satisfeita com o

trabalho, segundo os indicadores apresentados. No entanto, é importante

ressaltar que o resultado apresentou 8% de pessoas insatisfeitas, dentro dos

37% não satisfeitos.

As questões responsáveis pelo maior percentual de pessoas satisfeitas

ou muito satisfeitas foram: quanto à ausência de preconceito de todo tipo na

instituição com 94% , quanto à estabilidade no emprego com 90%. A política da

empresa que repudia qualquer tipo de intolerância, a especialização das

atividades com as características do concurso público e a posição de destaque

da empresa para o fomento do agronegócio, incentivo às exportações e a

tradição dos seus 203 anos de atuação reforçam o desempenho positivo dos

indicadores.

As questões responsáveis pelo maior percentual de pessoas insatisfeitas

e pouco satisfeitas foram: quanto ao tratamento justo em todas as situações

45

EMPRESA ESTADO Nº FUNCIONÁRIOS

Alcoa Alumínios SP 5.526Ambev SP 22.880Banco do Brasil DF 90.200Banco do Nordeste CE 5.602Bradesco SP 69.169Embraer SP 15.952GVT PR 5.531IBM Brasil SP 12.933Itaú Unibanco SP 78.699Magazine Luiza SP 13.275Mac Donald's SP 36.776Prezunic RJ 7.022Sul America RJ 5.148Telefônica SP SP 5.703Vivo SP 9.808

com 59%, quanto à oportunidade de ascensão e em relação ao equilíbrio entre

o tempo dedicado ao trabalho e vida pessoal com 58% e em relação à

remuneração frente ao nível salarial do mercado com 51%. A falta de uma

gestão mais democrática, a ingerência política na empresa, a sobrecarga de

serviços inerentes dos negócios em mercado de capitais e fala de uma política

de remuneração específica para a área refletem os altos índices negativos.

O Great Place to Work®, empresa que estuda e identifica as Melhores

Empresas para Trabalhar, em sua avaliação entre as 530 maiores empresas do

Brasil com critério, mínimo de 5.000 funcionários e R2 bilhões de faturamento

ao ano, o Banco do Brasil aparece na 3ª posição na lista das 15 (quinze)

melhores classificadas, conforme matéria publicada no Jornal o Estado de S.

Paulo de 21 de novembro de 2010:

Tabela V – As 15 melhores Empresas para se Trabalhar

Fonte: Great Place to Work®

Os resultados da pesquisa do Great Place to Work® se alinham aos

resultados da pesquisa, deste trabalho, denotando que a empresa se preocupa

com a qualidade de vida de seus funcionários e os mesmos reconhecem os

esforços da empresa que visam a satisfação necessária, para o exercício de

suas funções.

46

Em sua maioria, as questões oscilaram na faixa percentual, insatisfação

e pouca satisfação, entre 30% a 40%, sinalizando a manutenção dos

investimentos em QVT, tratando pontualmente as questões que tiveram o pior

desempenho. Para maior eficiência dos programas, a empresa deve buscar a

unidade dos interesses através de ações democrática e participativa, gerando

um contrato de responsabilidades e comprometimentos para a busca da

valorização do capital humano, da ética das relações da organização com seus

colaboradores e dos retornos dos investimentos, tanto ao estado, como para a

sociedade.

Outro ponto importante é a necessidade de alteração das regras do

sistema previdenciário, no que tange o tempo de contribuição, no curto e médio

prazo, devido os constantes déficits no orçamento da União, por conta do

crescente aumento da expectativa de vida dos assegurados que vem

defasando o cálculo atuarial, hoje estabelecido.

O prolongamento do trabalhador nos postos de trabalho, através da

reforma previdenciária a ser promulgada no Congresso vai exigir, cada vez

mais, investir no Capital Humano, investindo em Qualidade de Vida no

Trabalho sob o risco, com a inércia gerada pela letargia das ações em QVT,

transferir o passivo previdenciário para saúde, devido o aumento das despesas

na saúde pública inerentes à falta de QVT nas instituições.

47

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49

AAANNNEEEXXXOOO III ––– FFFOOORRRMMMUUULLLÁÁÁRRRIIIOOO DDDOOO GGGOOOOOOGGGLLLEEE DDDOOOCCC PPPAAARRRAAA OOO LLLEEEVVVAAANNNTTTAAAMMMEEENNNTTTOOO DDDOOOSSS DDDAAADDDOOOSSS

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55