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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
GERAÇÃO Y NAS ORGANIZAÇÕES
MARISTELA TOMAZETTO DE CARVALHO
PROFESSOR – ORIENTADOR
MARCELO SALDANHA
Rio de Janeiro
2011
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
GERAÇÃO Y NAS ORGANIZAÇÕES
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como condição prévia para
conclusão do Curso de Pós Graduação “Lato
Sensu” em Pedagogia Empresarial.
Por: Maristela Tomazetto de Carvalho
3
AGRADECIMENTOS
À Deus, e a todos que me
acompanharam de forma
presente e intuitiva nesta jornada.
Aos meus queridos filhos Diego e
Rodrigo e meu marido Carlos,
que de todas as maneiras
contribuíram para o sucesso de
meu aprendizado. Aos meus
professores que aplaudiram meu
esforço. À todas as crianças
“índigos” que despertaram minha
essência e minha reverencia.
4
DEDICATÓRIA
... primeiro, a todos que buscam a
construção de uma consciência
mais ampla, mais digna e mais
verdadeira, sobre os jovens da
Geração Y. Aos que sob a forma de
quatro mãos me ajudaram,
positivamente, a transcrever este
trabalho dia após dia. E
especialmente a minha família que
carinhosamente me chama de Pink,
e que com sublimes valores
realizaram trocas fraternas e
amorosas, sobre este trabalho.
5
RESUMO
Este trabalho de pesquisa tem como objetivo conhecer,
identificar e definir, além de compreender e analisar, mas,
sobretudo refletir à respeito desta nova geração de jovens,
chamada Y, que está, ou se encaminha para o mercado de
trabalho, dentro das organizações. Abre-se, pois com isto um
leque, onde buscaremos valorizar e analisar suas características,
seus anseios e desejos, suas expectativas, além de seus
questionamentos, atitudes e escolhas. Possibilitar ainda que se
faça uma diferenciação ou até mesmo paralelos com outras
gerações anteriores, e assim fazer uma projeção para as futuras.
Com esta reflexão tentaremos imaginar e até formular hipóteses, de
que esta geração talvez, não traga apenas características
comportamentais e afetivas, mas também espirituais. Assim sendo,
vamos relacionar com o fenômeno das “crianças índigos”, que
dizem ter a mesma idade desde jovens e poder imaginar outra
definição sobre eles, dos quais poderemos ser seus aprendizes ou
mesmo seus parceiros. Analisaremos suas práticas, forma de
pensar e agir, suas percepções, modelos de vida e de
relacionamentos, moldando os novos tempos e trazendo uma
exuberante e criativa cultura organizacional, dentro de um ambiente
corporativo, absolutamente de mudanças instantâneas. Daremos,
pois, não soluções, mas caminhos para que as gerações se afinem,
minimizando conflitos e resistências, sobretudo somando valores,
num contexto de conectividade, velocidade e cooperação,
qualidades indispensáveis ao termo, Inovação.
6
METODOLOGIA
Os métodos utilizados para levantar dados relacionados ao
problema exposto vêm da prática da leitura de livros, revistas,
artigos, além da observação do objeto de pesquisa. No estudo de
campo foi apreciado questionários e entrevistas, além da
observação na prática de várias dinâmicas realizadas dentro das
organizações para a contratação de jovens com a finalidade de
ocupação de cargos. Porém, o despertar desta pesquisa foi um
artigo publicado, em 2008, pela Revista Exame, com o título de ,
“Impacientes, Infiéis e Insubordinados”. Para realização da
pesquisa, relacionamos alguns autores como Demerval Saviani,
Pierre Lévy, Mc Gregor, Peter Senge, Sidnei Oliveira, Nicole Lipkin,
April Perrymore, Daniel Coyle, Sylvie Simon, P.M.H. Atwater,
Tereza Guerra, Lewin, Chiavenato, Edgar Morin, entre outros.
Ao tentar analisar, interpretar, compreender, organizar,
estruturar, definir, descrever, diferenciar, distinguir, selecionar, e
sobretudo comparar; este objeto e proposta de minha pesquisa ,
tive enorme surpresa. O envolvimento foi tamanho, que ao invés da
literatura me dar condições de um estranhamento, ela provocou
uma nova reflexão, uma nova sobrevida sobre este mesmo assunto
um continuar buscando, um querer chegar a um fim de assunto.
Hoje estou absolutamente entregue a meus sonhos de
pesquisa, um mundo absolutamente diferente e diferenciado de
tudo que conheci. Quero crer que sou parte de minha leitura, já
entrei dentro dos livros. As teclas do meu computador já trabalham
sozinhas e o meu “EU” já pode divagar a busca de novos saberes.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO I - A História das gerações
CAPÍTULO II - A Geração Y
2.1 - Seus Pais 2.2 - Suas Características 2.3 - Suas Habilidades e Dificuldades 2.4 - Seus Questionamentos 2.5 - Desejos e Sonhos 2.6 - Minimizando conflitos e resistências CAPÍTULO III – A Geração Y no Trabalho
CAPÍTULO IV – Geração Y: Sua enorme contribuição
CAPÍTULO V – As crianças chamadas “índigos”
CAPÍTULO VI – Relação dos “Y” com a espiritualidade
CAPÍTULO VIII – O Futuro: A Geração Z e Geração Alfa (2010)
CAPÍTULO IX - Análise Comportamental das Gerações: sua
importância e suas relações
CONCLUSÃO
BIBLIOGRAFIA
8
INTRODUÇÃO
Com todos os rótulos e nomes sugestivos que possivelmente
as gerações tenham sido designadas, esta, chamada de Y, não foi
diferente. Poderíamos dizer que pelo enfoque do alfabeto latino, ela
representa, assim como a letra X e a letra Z, variáveis incógnitas.
Durante algum tempo, os jovens nascidos nas décadas de
1980 a 1990 foram rotulados como aqueles que cresceram sem um
ideal para lutar, sem inimigo para fazer uma revolução.
Hoje o que vemos é que a forma de revolucionar é outra, mas,
que há sim, revolução. Basta olharmos ao redor..e nos surpreender
Os representantes de outras gerações, de certa forma se
identificaram com algumas características da Geração Y,
exatamente pelo eco que a revolução desses jovens tem causado.
Eles sendo imediatistas e usando a tecnologia como aliada, vem,
buscando trabalhos que façam sentido e que dêem sentido a vida.
Querem qualidade de vida e valorizam ambientes de trabalho
saudáveis e agradáveis, onde são respeitados como indivíduos.
Sonham com políticos coerentes e com menos burocracias e
hierarquias. A todo o momento buscam produtos customizados e
empresas com canais efetivos de comunicação. Almejam uma
sociedade mais igualitária e que aceite, sem julgamentos as
diferenças de todos, para todos e por todos.
Enfim, construíram em pouco tempo, a possibilidade de
sonharmos e buscarmos estes ideais como parte de uma realidade
que já foi transformada por eles e que continuará se transformando.
9
CAPÍTULO l
A História das Gerações
Tudo tem um começo
Num breve histórico, diz Sidnei Oliveira, as mudanças que
percebemos quando avaliamos toda a história humana estão se
acentuando em uma velocidade de práticas e de tempo,
extraordinária. De geração em geração, os avós que passaram
para os pais, os pais para os filhos, os filhos a seus filhos (portanto,
netos), e assim por diante, mostra o entrelaçamento de
características comportamentais, entre outras. Algumas destas
características desapareceram, muitas perduraram e a maioria se
transformou e se renovou. Observa-se então a riqueza de poderes
e saberes, de conquistas pessoais e grupais, de mudança de
paradigmas, mas, sobretudo de uma cultura de desafios e
desbravamentos por modelos novos que façam a diferença e que
tenham significados. Podemos, portanto dividir a história em
algumas eras bem características, para entendermos o que foram
estes avanços e o que está por vir.
Na Era da Agricultura (até 1776), sem detalhar os
movimentos culturais que resultaram na permanência desta por
séculos, ressalta-se que o principal nesse período estava
associado à posse da terra. A grande mudança foi provocada por
situações e revoluções políticas que estavam acontecendo em
alguns países, culminando com uma nova visão para sociedade.
10
Com isto, a Era do Artesanato se estabelece (até 1860).
Como também já estava presente durante revoluções anteriores, as
características de libertação ficaram mais acentuadas, surgindo os
movimentos, propriamente dito, da “libertação de escravos”. A
própria sociedade começou a perceber que era impossível associar
o valor de uma pessoa unicamente à posse de um território. A
condição de maior valor migrou para a força de trabalho.
Os movimentos causados pela transição entre essas duas
eras, somados aos primeiros avanços tecnológicos criados durante
a Revolução Industrial, permitiram o surgimento da Era Industrial
(até 1970). Muitas transformações, novas tecnologias e invenções,
novos modelos de organizações e trabalho foram observadas, e
uma grande depressão econômica com duas guerras mundiais que
promoveram rapidamente a transição de valor do “trabalho” para a
posse do capital. Foi também a primeira vez que o padrão de valor
para o comércio mundial teve uma alteração extrema, quando as
operações entre os países deixaram de se basear em um bem
tangível como o ouro e passaram a se apoiar no dólar americano,
uma moeda com valor intangível e sujeita a variações cambiais em
cada país. Certamente esses foram os fundamentos para a
globalização e o embrião para os negócios virtuais.
No final do século 20, a velocidade e a sofisticação das
transações comerciais internacionais, associadas ao acelerado
crescimento da população - que já havia dobrado em menos de
quarenta anos, saltando de 2 bilhões para 4 bilhões em 1980 - ,
promoveram avanços tecnológicos tão expressivos que a
informação transformou-se, no principal valor que alguém poderia
11
possuir. Inicia-se, assim, a Era do Conhecimento (até 2000), em
que a informação passou a ser o único valor de fato – inclusive
absorvendo valores das eras anteriores.
O destaque, porém fica para a nova e revolucionária
conquista que estava surgindo, a Era das Conexões (a partir de
2000), alavancada por toda tecnologia proporcionada pelo
crescimento dos meios de comunicação, sobretudo pela telefonia e
Internet. Porém, o principal valor não está mais na posse destas
informações, pois isto estaria acessível a todos em uma rede, como
a Internet, mas sim aos relacionamentos e aos contatos. Ou seja,
conhecer a pessoa certa, na hora certa, com aquilo que você
precisa... não tem preço. Para ilustrar, podemos dizer que, há mais
informação publicada na Internet em uma semana do que todo
conteúdo gerado até o século 19. Durante o último ano foram
enviados mais de 2 trilhões de mensagens, o que significa mais de
uma mensagem por dia para cada habitante do planeta. Logo, a
principal mudança nos direciona para decisões e escolhas
baseadas nas experiências de relacionamento. Nesta visão estão
calcadas estas gerações mais recentes, como a Geração Y, nas
relações e nos comportamentos que trazem o diferencial. Dizia
então, Steve Jobs, em uma palestra para jovens desta nova
geração, que buscavam uma oportunidade, “Seja faminto, seja
tolo”. E completava, “... canalize suas energias para algo
sustentável e de valor... faça a diferença... tenha fome de
conhecimento... e uma tolice significa, o desprendimento de
verdades absolutas, convenções e premissas que podem, muitas
vezes estar ultrapassadas”. Toda mudança traz certo desconforto.
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As Gerações
Mesmo que os jovens da Geração Y, tenham vindo para
modificar profundamente o que está estabelecido e introduzir novos
conceitos no agir e no pensar, devemos considerar suas
particularidades baseadas nas gerações que antecederam no
tempo e na influencia dos acontecimentos registrados pela história.
A “Belle Époque” (entre 1920 a 1940), período caracterizado
ora pela apreciação das artes, literatura, cinema; e ora registrando
e vivenciando o cenário de um mundo mergulhado em uma grande
instabilidade econômica. As crianças desta geração eram
conhecidas como “geração tradicional”. Cresceram vendo suas
famílias imigrando em busca de trabalho ou fugindo da intolerância
política da Iª Guerra Mundial. Foi um período dramático para educar
os filhos. Poucas alternativas de formação a não ser a carreira
militar ou a de operário nas industrias, que surgiam de forma
acelerada, uma vez que, era necessário abastecer uma nova
guerra que se aproximava. Na carreira militar, os jovens viam a
possibilidade de independência da autoridade paterna, conhecer o
mundo e ser reconhecido com “herói de guerra”, no futuro.
Mais tarde viria a 2ª Guerra Mundial e com ela a
intensificação da destruição das famílias por perdas de guerra e por
falta de perspectivas de futuro. Com isto, foram desenvolvidos
fortes valores de compaixão e solidariedade entre os jovens, que
influenciariam suas escolhas numa vida adulta: reconstruir a
sociedade. A estrutura social deveria vir com uma organização do
trabalho e da família, capaz de trazer tranqüilidade com disciplina,
onde o “dever sempre viria antes do prazer”.
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A Segunda Guerra Mundial teve fim e com ela a euforia do
pós-guerra. O período de 1945 a 1960 foi marcado pelo cenário
positivo e pela chegada de grande número de nascimentos. Foi
este evento que batizou esta geração, de “Baby Boomers”. Era
considerado privilégio nascer nesta época, tanto que a educação
de tornou extremamente rígida e disciplinadora. A educação dos
jovens foi moldada por um conceito radical, onde todo jovem que
saísse dos padrões seria considerado nocivo para a sociedade. A
geração dos baby boomers aprendeu muito cedo a respeitar
valores familiares, disciplina nos estudos e no trabalho. Não
ousavam contestar, pois receberiam duras punições dos pais e dos
seus chefes. Para atender a ordem estabelecida, deviam observar
a forma de se vestir, usar cabelos curtos e bem alinhados; as
meninas fita nos cabelos e vestidos de comprimento abaixo dos
joelhos. Estas obediências lhes qualificavam como pessoas aceitas
nos círculos sociais, nas melhores universidades e nos bons
empregos. Na verdade, isto não combinava com todo entusiasmo
do pós-guerra. Logo, não durou muito esta submissão e os
primeiros movimentos dos jovens foi uma revolução, uma
transgressão de valores e uma insatisfação generalizada,
representada, sobretudo na música. Os jovens se tornam rebeldes
e contestadores. A maior manifestação deste período foi o
nascimento do rock and roll, além de Elvis Presley, Bob Dylan,
Rolling Stones, etc. Foi de “Anos Dourados” para “Anos Rebeldes”,
que trouxeram mudanças radicais, com hábitos como o de fumar,
de fazer sexo fora do casamento, de usar cabelos compridos e
roupas justas. Seu maior representante foi James Dean, cujo apelo
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social foi: “Não confie em ninguém com mais de 30 anos!”. Estes
jovens desenvolveram uma forte expectativa por gratificação e
crescimento pessoal que pudessem ser alcançados com o fruto de
suas conquistas e de seu trabalho. A preocupação com o bem-
estar e com a saúde surgiu na maturidade dessa geração – e é
cultivada até hoje na expectativa de ser eternamente jovem.
Havia chegado o tempo das revoluções. Entre os anos 1960 e
1980, a geração dos baby boomers assumia de vez a vida adulta, e
com ela seus filhos, a Geração X rebelando-se contra praticamente
tudo e que estava estabelecido até aquele momento.
Os acontecimentos com a família Kennedy, com Martin Luther
King e com Malcolm X, entre outros – cujo nome foi usado para
batizar essa nova geração - Geração X, associados à controvertida
Guerra do Vietnã e aos escândalos de Watergate (que resultou na
renuncia do presidente Richard Nixon), ajudaram a sedimentar o
sentimento de ceticismo e vulnerabilidade das autoridades.
Muitos países, inclusive o Brasil, tiveram revoluções políticas
extremamente agressivas, com perseguições a líderes, políticos,
jornalistas, professores, religiosos e qualquer pessoa que decidisse
criticar as decisões impostas pelos governos. Movimentos hippies,
e rebeliões de estudantes passaram a fazer parte do cenário em
quase todo o mundo. A música ficou mais barulhenta, as roupas
mais coloridas, os cabelos mais longos, as experiências mais
intensas. Tudo acontecia em excesso. A nova ordem era rebelar-se
contra qualquer coisa que tivesse o caráter de convencional ou
padronizado, inclusive a estrutura familiar.
15
O surgimento da TV afetou de forma significativa, mesmo que
involuntariamente, os relacionamentos familiares, pois o aparelho
se tornou um “auxiliar” na educação de seus filhos. Foi na Geração
X que as crianças identificaram um centro de interesse diferente de
brinquedos e passa-tempos usados e oferecidos por seus pais.
Assistir à TV tornou-se um evento familiar, moldando rotinas e
comportamentos. Os horários das refeições, as conversas entre
casais, pais e filhos, os deveres escolares e até o horário de ir para
a cama passaram a ser determinados pela programação da TV.
O conforto e a comodidade que a estruturada grade de
programas oferecia foram rapidamente aceitos pelos agora jovens
da Geração Baby Boomers, pois conferiam estabilidade familiar e
representavam uma importante “moeda de troca” na educação dos
filhos da Geração X. Em muitas ocasiões, por exemplo, o acesso a
TV era como um premio de bom comportamento e boas notas,
funcionando como instrumento de educação ou de punição. Outro
efeito colateral, e que traz conseqüências até os dias de hoje, foi a
paixão que essa geração desenvolveu por “programas superficiais
e de baixa relevância crítica”. No Brasil os mais vistos foram “Os
Flintstones”, “Speed Racer”, “National Kid”, “Ultraman”, “A
Feiticeira”, “Jeanne é um gênio”, entre outros. Apesar destes
movimentos que propunham liberdade, também haviam jovens que
não se identificaram com tudo isto, adotavam uma postura mais
omissa, evitando se envolverem em manifestações agressivas e
revolucionárias.
A partir dessa geração, a musica aumentou significativamente
seu papel na comunicação e na identificação dos jovens, que
16
começaram a se agrupar de acordo com o estilo musical preferido.
Produtos como o Walkman e o iPod, que surgiram anos depois,
somente puderam se viabilizar comercialmente em razão dessa
transformação no comportamento dos jovens da Geração X.
Muitos pais tiveram êxito em transferir a seus filhos todos os
valores e conceitos que aprenderam na juventude. Isso permitiu o
desenvolvimento de jovens que buscaram a estabilidade financeira,
alcançando maturidade e independência rapidamente e, assim,
constituindo uma família exemplar, como a de seus pais.
Definitivamente, o novo código de relacionamento estava
alterado por completo a formação dos jovens da Geração X, pois
mesmo desejando e lutando por seus interesses acabavam
influenciados pelos novos movimentos sociais e pela velocidade da
evolução tecnológica. Além disto, assistiram conflitos de seus pais
e a insatisfação conjugal; logo perceberam que o casamento não
significava uma relação perpétua. Por outro lado, viam o ceticismo
com que seus pais tratavam e agiam com relação as autoridades e
aos governos; desta forma foi simples também para os jovens
dessa geração considerar vulnerável todo tipo de liderança e
autoridade, inclusive de seus pais.
Como conseqüência de todos esses aspectos, o jovem da
Geração X desenvolveu uma atitude mais egocêntrica e cética,
buscando no universo da fantasia apresentada pela TV, em
seriados, desenhos e novelas, as famílias com problemas
semelhantes, mas com “final feliz”.
17
Capítulo II
Geração Y
...“Quem são estas crianças, que acham que o mundo lhes deve
tantos favores...”. São os nascidos entre 1980 e 1999.
O batismo desta geração se deve a um fato curioso. Quando
a antiga União Soviética exercia forte influencia sobre países de
regime comunista, chegava a definir a primeira letra dos nomes que
deveriam ser dados aos bebês nascidos em determinados
períodos. Nos anos 1980 e 1999 a letra principal era a “Y”. Isso
realmente não teve muita influencia no mundo ocidental e
capitalista, mas posteriormente muitos estudiosos adotaram essa
letra para designar os jovens nascidos nesse período. Surgia assim
o termo Geração Y.
Fazer questionamentos constantemente, demonstrar
ansiedade e impaciência em quase todas as situações, desenvolver
idéias e pensamentos com superficialidade, buscar viver com
intensidade cada experiência, ser transitório e ambíguo em suas
decisões e escolhas – essas são algumas das principais
características atribuídas à Geração Y. A novidade, por exemplo, é
que esse "ser ambíguo", não é, necessariamente, negativo. "Esses
jovens estão aptos a desenvolver a autorrealização, algo que, até
hoje, foi apenas um conceito", afirma Sant’Anna... “... questionando
o que é a realização pessoal e profissional e buscando agir de
acordo com seus próprios interesses, os jovens da Geração Y
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estão levando a sociedade a um novo estágio, que será muito
diferente do que conhecemos”.
Esta geração foi criada com muita auto-estima,
superproteção e com educação de qualidade; logo não se sujeita a
atividades que não façam sentido. Sabem trabalhar em rede,
equipes e lidam com autoridades e superiores como se eles fossem
colegas de turma. Como não reconhecem hierarquias nas relações
de trabalho (a não ser que o outro demonstre tem competência,
habilidade e aptidão para o cargo) eles querem de seus chefes a
oportunidade do aprendizado, responsabilidade e chances de
melhorar o que já sabem fazer. Eles cobram dentro das empresas
posicionamento de tudo e de todos, além de comprometimento,
compromisso, comando, coragem, ousadia e aceitam todo e
qualquer desafio, desde que lhes traga prazer, satisfação pessoal,
profissional e financeira. Mesmo sendo altamente individualistas,
egoístas e focados nas próprias recompensas, têm uma profunda
consciência social, preocupação com o meio ambiente e com os
direitos humanos. Na sua maioria, a Geração Y, tem valores morais
muito fortes e estão dispostos a mudar o mundo.
“Tudo é possível para eles” (Sant’Anna, Anderson), "Eles
querem dar sentido à vida, e rápido, enquanto fazem outras dez
coisas ao mesmo tempo." . Concebidos na era digital, democrática
e da ruptura da família tradicional, estes jovens foram acostumados
a pedir e ter o que querem, não fazem cerimônia. O Berço digital ao
qual foram embalados nos diz que uma conversa com eles pode ser
ao vivo, pelo celular, e-mail, MSN, twitter, orkut, facebook ou
qualquer outra ferramenta de comunicação que venha a surgir no
19
mundo. Essa é a primeira geração que não precisou aprender a
dominar as máquinas, pois nasceu com TV, computador e
comunicação rápida dentro da própria casa. “Parece que já vieram
equipados com a tecnologia wireless, com conceito de mobilidade e
capacidade de convergência", diz a psicóloga Tânia Casado. E
mais, "Eles estão customizando a própria existência, impondo seus
valores e criando uma sociedade mais voltada para o ser humano,
que é o que realmente importa no mundo”. O resultado que esta
geração está trazendo é de uma mentalidade com uma fonte
inesgotável de energia, entusiasmo e inovação.
2.1 - Seus pais
“Mostrei o contrato de trabalho para meu pai e ele disse para mudar uma
cláusula lá, senão não vale a pena trabalhar nesta empresa”
Nenhuma outra geração, (Lipkin, Nicole – 2010), na história
foi tão desejada e apreciada quanto a Geração Y. Essa geração
cresceu em uma cultura totalmente focada nos filhos, mais do que
em qualquer época. Os pais tiveram (e têm) presença marcante nas
decisões pessoais e profissionais de seus filhos. Em muitos
aspectos, os jovens da Geração Y estão lidando bem com sua
infância prolongada. Estão mais próximos de seus pais, tem
respeito inabalável por suas opiniões e apreciam sua amizade.
Seus pais geralmente são as primeiras pessoas que eles contatam
quando enfrentam alguma dificuldade. Estes pais estimularam este
tipo de relacionamento, porque têm dificuldade de largar e deixar os
filhos se virarem sozinhos no mundo, afinal de contas, eles
20
dedicaram muito tempo, energia e dinheiro na criação de seus
filhinhos perfeitos. Agindo assim, e sempre pelo bem deles, com o
intuito de protegê-los, acabam bloqueando seu crescimento e sua
capacidade de aprender com seus próprios erros. O resultado disto
é a incapacidade de lidar com fracassos e obstáculos, tornando-se
menos independentes e menos responsáveis, mesmo que sua
postura aparentemente seja completamente contrária e oposta.
Apesar disto, e por possuírem pais motivadores e otimistas, estes
jovens da Geração Y conseguiram de certa maneira construir seus
próprios caminhos e desenvolveram uma dose saudável de
independência que, em última instância, aumentaria seu potencial
de liderança dentro das organizações. Para os jovens da Geração
Y lidar com a chefia é uma tarefa mais complicada, pois eles
querem que seus chefes sejam ou se pareçam com seus pais,
entendendo seus desejos e orientando nas suas dificuldades. Ou
seja, estes jovens transferem de forma natural, com informalidade e
sinceridade, a liberdade que têm no relacionamento com seus pais
para seus superiores e outros companheiros de trabalho. Portanto,
eles não querem um chefe, e sim um mentor, E, quando eles se
identificam com estes seus chefes são extremamente leais.
Muitos jovens da Geração Y, apesar da idade e certa
independência, ainda ficam, mesmo depois de adultos, morando
com seus pais. Primeiro por preferência, apreciam suas opiniões;
depois por necessidades financeiras, pois, eles não desejam baixar
seu padrão de vida ao qual estavam acostumados.
Os jovens desta geração tiveram a grande oportunidade, (que
nenhuma outra geração teve) de ir a faculdade e depois voltar a
21
morar na casa dos pais, ou seja, eles podem ser crianças por mais
tempo e têm mais tempo para decidir o que querem “realmente”
fazer da vida. Muito diferente de seus pais, os da Geração X, que
se casavam muitos novos e deixavam a casa dos pais tão logo
tivessem condições de criar a própria família. Se perguntarmos a
um jovem da Geração Y, quando foi que ele sentiu que tinha
“crescido”, passando a se cuidar sozinho, financeiramente,
emocionalmente, profissionalmente e socialmente. A resposta
costuma ser sempre a mesma: “Ainda estou no processo”.
Entretanto, os jovens da Geração Y ao serem poupados e
protegidos por seus pais, não aprenderam a responder por seus
atos. Perderam a oportunidade de aprender a enfrentar situações
difíceis e transpor obstáculos, o que afeta a capacidade de persistir
e assumir responsabilidades no ambiente de trabalho.
2.2 - Suas Características
...“Nos últimos 60 anos, três gerações marcaram época e mudaram
os valores e o jeito de a sociedade pensar. Agora é a vez da abusada
Geração Y...”.
Se pudéssemos resumir todas as expectativas dos jovens em
uma palavra, ela seria “reconhecimento”. Essa geração aprendeu
desde cedo a receber feedback de tudo o que fazia, sendo
incentivada a superar suas próprias realizações e a se diferenciar
das demais crianças. Como resultado, temos hoje um jovem
impaciente, que deseja saber constantemente a avaliação que as
22
pessoas fazem de suas ações. Logo se seus gestores não fizerem
este retorno no ambiente de trabalho, o relacionamento pode não
se sustentar e o jovem interrompe, as vezes uma carreira brilhante.
A informalidade é outra característica que sempre
acompanha estes jovens. Nas Gerações Baby Boomers e X, esse
comportamento era adotado como forma de contestação e até
rebeldia à ordem estabelecida, muitas vezes associado à idéia de
liberdade individual. Foi no modo de se vestir que a informalidade
se tornou mais visível para essas gerações. Ficou famosa a frase:
“Liberdade é ter uma calça velha, azul e desbotada”. No ambiente
de trabalho, a roupa deveria ser sóbria e social; em alguns casos, a
gravata era um acessório imposto pela empresa. Era comum que a
forma de se vestir de um jovem fosse associada a suas
capacidades e habilidades, ou seja, quanto mais próximo deste
padrão, mais competente e responsável ele seria.
Hoje, este legado, que ficou para Geração Y, foi substituído
por flexibilidade e conveniência. Uma pesquisa realizada em 2009,
pela Cia dos Talentos, com 29 mil jovens, na América Latina, dizia
que eles escolhem trabalhar em empresas que promovam o bem-
estar e o respeito, no qual o trabalho é quase um lazer. Querem
constante movimento criativo, bom relacionamento e situações
cada vez mais flexíveis e informais, quer sejam na forma de se
vestir, nos horários e na abordagem com seus colegas e superiores
A individualidade, esse é um dos comportamentos mais
claros na Geração Y e o que mais sofreu influencia das gerações
anteriores e que hoje muitas vezes se confunde com egoísmo e
23
arrogância. Nas gerações Baby Boomers e X, as crianças
desenvolviam habilidades sociais por meios de jogos e brincadeiras
coletivas. Compartilhavam desde roupas, brinquedos, dormitórios,
até banheiro com a família (era um único para todos), além de TV e
telefone. Hoje, a dinâmica de vida da Geração Y proporcionou um
cenário favorável à individualidade. A decisão de focar cada vez
mais a realização profissional, sob o pretexto de proporcionar
condições melhores que as vividas na própria infância, levou os
pais a optar por uma quantidade pequena de filhos e a buscar
constantemente condições financeiras. Foi assim que grande parte
dos jovens da Geração Y teve à disposição quartos individuais com
muitas facilidades tecnológicas, entre elas, computador e Internet.
Um paradoxo criado por toda essa ampla tecnologia foi que,
ao privilegiarem a ação individual e não a coletiva, os jovens Y
desenvolveram uma necessidade de compartilhar parte de sua vida
por meio das redes sociais.
Quanto aos relacionamentos, a Geração Y é a mais
conectada da história da humanidade, pois sabe usufruir de toda
tecnologia para obter relacionamentos mais numerosos e intensos.
Não se trata de estabelecer comparação entre relacionamentos
profundos ou superficiais, mas sim de amplitude. O mundo para
estes jovens é muito menor. As barreiras da língua, cultura,
horários, hábitos, etc; não existem, ou são facilmente contornados.
Conhecer pessoas de outras nacionalidades se tornou um
passatempo, onde 59,1% dos jovens passam mais de trinta horas
semanais on-line fazendo contatos, obtendo informações e se
abastecendo de noticias. Outro fato interessante são os blogs
24
(páginas na Internet), onde os jovens registram suas atividades
pessoais e que hoje as empresas também utilizam para avaliar o
desempenho profissional, de seus funcionários, junto às atividades
a que se propõem ou que lhes são propostas. Muitas destas
empresas, exemplo “Google”, recebe através de blogs, o
desempenho das tarefas executadas por seus contratados, e fica
estabelecido uma postagem de relatório semanal, nesta página.
2.3 - Suas Habilidades e Dificuldades
“Meus pais me ensinaram as primeiras palavras, mas a tecnologia
me ensinou a falar”.
Sabemos que a invasão dos jovens Y no ambiente de
trabalho tem sido desconcertante. Ao mesmo tempo em que são
geniais e absurdamente criativos desde o “bom dia” até os grandes
projetos em equipes, são também e, completamente, por outro lado
despreparados para uma crítica, até mesmo construtiva.
Ser promovido no primeiro ano de trabalho é um de seus
objetivos, e fica claro desde o primeiro dia que entram na empresa.
A pressa mostra que eles estão ávidos para testar seus limites e
continuar crescendo na vida profissional e pessoal. Essa vontade
de se desenvolver foi apontada como fundamental para 94% dos
jovens entrevistados pelos pesquisadores da FIA. Os dados
refletem a intenção de estar aprendendo o tempo todo. Só que
dessa vez, o professor precisa ser alguém ético e competente.
"Esse ambiente onde qualquer um pode ser desmascarado com
uma simples busca no Google ensinou aos mais novos que a
25
clareza e a honestidade nas relações é essencial", Este sentimento
é compartilhado por 97% dos nascidos na mesma época, afirma a
mesma pesquisa. Logo, chegou a hora dos “chefes transparentes”.
A geração passada enxergava os superiores como seres para
respeitar e obedecer, acima de qualquer suspeita. Não é mais
assim. As relações, mesmo trabalhistas, devem ser de confiança.
A Geração Y, além de aprender com os superiores, sabe que
também podem ensiná-los, em uma relação horizontal. Os jovens
modernos funcionam por meio de redes interpessoais, nas quais
todas as peças têm a mesma importância. Esta geração mudou a
forma como nós interagimos, e mostra que a prioridade da maioria
deles é ter "estilo de vida", ou seja, integrar o emprego às
necessidades familiares e pessoais - e não o contrário.
A Geração Y é jovem, o que significa também estar em fase
de transição e, conseqüentemente, ser contraditória em suas
escolhas e atitudes. As referencias e modelos apresentados por
seus pais oscilam de forma radical. Enquanto uns são
superprotetores, fazem escolhas e assumem responsabilidades no
lugar de seus filhos, outros são omissos e ausentes por conta de
suas atividades; e ainda há um terceiro grupo que são aqueles que
não querem assumir o papel e a autoridade de pais, buscando
resolver expectativas pessoais de ser “eternos jovens”.
Sendo assim, entre tantas e tamanhas circunstâncias torna-se
extremamente complexa a tarefa de fixar um modelo ao qual os
jovens possam aspirar para a vida adulta. Como resultado, eles
adiam as escolhas que poderiam levá-los a maturidade. Os jovens
26
da Geração Y necessitam de referenciais baseados em valores e
não em julgamentos e regras. Eles estão carentes de orientação,
de valores, de afeto real, que só podem ser alcançados por meio do
diálogo verdadeiro, da negociação de expectativas de ambas as
partes. Nosso maior desafio com os lideres destes jovens, diz o
gerente de uma empresa, é decifrar esse aparente enigma,
reduzindo nossas expectativas quanto às regras de controle como
horários, forma de vestir, forma de fazer as coisas e dando a devida
importância aos significados de cada escolha que eles fazem, aos
valores de vida que realmente estão nesses significados e aos
resultados e conseqüências que suas escolhas proporcionarão
no futuro.
2.4 - Seus Questionamentos “Porque esta geração pergunta tanto?”
O comentário de pais, mas sobretudo de gestores, nas
organizações, é porque esta geração faz tantos questionamentos,
chega e ser irritante. Muitos conflitos com seus subordinados
nascem e acontecem exatamente por questionamentos constantes
sobre as decisões tomadas por seus superiores, pois parece que
estão colocando em duvida a capacidade destes, em liderá-los.
Na verdade isto ocorre porque provavelmente o gestor foi
educado por uma geração anterior (a de seu pai), que antigamente
usava uma frase característica de sua época. “Manda quem pode,
obedece quem tem juízo” ou “Você não é pago para pensar e sim
27
para trabalhar”. E assim se confundiam as questões do que é ser
um líder imposto e do que é ser um líder escolhido ou eleito.
Para esta geração um líder deve ter qualidades como:
flexibilidade e transparência, proporcionando assim, liberdade sem
perder a autoridade. Os questionamentos desta geração não
podem intimidar seus gestores, uma vez que, os Y não estão
contestando ou mesmo desafiando o conhecimento de seus
superiores, eles apenas estão inquietos diante das descobertas.
Devemos lembrar, que esta Geração Y viveu uma postura interativa
na infância, desenvolveu constantes conflitos, desde os mais
complexos, (os familiares) até os mais simples, do videogame. Por
outro lado, eles não foram afetados diretamente pelos rígidos
padrões disciplinares de seus pais, não desenvolveram premissas e
preconceitos a respeito das hierarquias estabelecidas. Portanto,
eles estão querendo além de conhecer o mundo, entre eles o de
negócios, estão tentando também se conhecerem.
2.5 - Desejos e Sonhos "A grande diferença em relação às juventudes de outras décadas é
que, hoje, eles não abrem mão das rédeas da própria vida",
A Geração Y chega ao mercado de trabalho com intensidade
total. Está repleta de sonhos, desejos e expectativas múltiplas,
desde a necessidade de amabilidade de seus gestores até o
alcance de altos salários, promoções e funções desafiadoras.
28
Entretanto sociólogos, psicólogos educadores fazem
constantemente afirmações discriminatórias sobre determinados
comportamentos observados na Geração Y. Justificam seus
julgamentos, utilizam exemplos extremos e negativos para, de
alguma forma, profetizar a decadência da juventude, o fim dos
valores e dos princípios, a morte da virtude nas novas gerações.
Usam a “ciência do retrovisor”, olhando para os próprios modelos
de juventude para determinar valores para as novas gerações. Este
equívoco já foi cometido por nossos pais e nós estamos repetindo o
erro. Cabe, pois uma profunda analise compensatória desta
questão, pois, a revolução e evolução dos episódios se fazem com
mudanças de reflexão, introspecção, mas, sobretudo de ação,
desafio e coragem. E isto parece que a Geração Y traz de sobra
em sua bagagem, mudando patrões e paradigmas.
Eles querem uma vida tranqüila, com conforto, lazer,
ascensão rápida na carreira, prazer nas atividades dentro das
organizações, sem cobranças, sem limites para a criação, sem
estar tudo pronto. E seus argumentos são fortes, afinal o mundo
parece que conspira, a favor deles, pois às vezes os caminhos para
se chegar a um objetivo é tarefa quase que impossível, mas para
eles, “Y” funciona como um passe de mágica. Ou seja, os desafios
dentro ou fora das empresas já fazem parte de seu cotidiano.
Nada é mais nocivo para o crescimento e o futuro de um
jovem do que impedi-lo de adquirir toda a intimidade possível com
as novas tecnologias. Não podemos ter dúvidas quanto a um fator:
cortar acesso não impedirá os jovens de buscar outro caminho para
29
determinado fim. Lembra-se do cadeado nos telefones; nós
também achamos um caminho.
Tanto os pais como gestores devem rever com urgência seus
próprios limites, esforçando-se para descobrir o que tanto atrai a
geração Y em sites de relacionamento, em comunicadores
instantâneos, em celulares, etc.. E começar sem controles,
bloqueios, limites ou censuras; sem antes conhecer estes jovens,
entendendo seus desejos e sonhos. Possivelmente os sonhos mais
complexos tenham soluções simples a curto, médio ou longo prazo.
2.6 - Minimizando conflitos e resistências
“Quanto mais transgressora for a idéia, mais inovadora ela será”
Quando refletimos sobre estas gerações devemos considerar
a antiga formação clássica constituída de apenas três gerações,
compostas das figuras dos avós, dos pais e dos filhos. Esta
configuração era facilmente justificada, pois quando seus netos
atingiam 20 anos e seus avós ultrapassavam os 60 anos, uma
idade avançada, chegava-se possivelmente a um final de vida.
Hoje é comum identificar famílias compostas e bisavôs, avós, pais,
e filhos e netos; todos vivendo simultaneamente. Como a
expectativa de vida aumentou pelos avanços científicos, políticas
públicas e fluxo de informações, os mais velhos, passaram a fazer
escolhas mais saudáveis, e isto passou a ser absolutamente uma
realidade dentro e fora das organizações. A idade mais madura já
não deseja mais dentro das atividades profissionais, um trabalho de
30
dedicação integral. Preferem assim como os jovens (ou melhor,
aprenderam com eles) um tempo de lazer razoável e proveitoso.
Logo uma dimensão de complexidade se instala, quer seja
nos relacionamentos, expectativas e motivações, dentro das
empresas. Apesar de ainda produtivos, os aposentados, hoje estão
presentes em todos os grupos e equipes que se formam dentro das
organizações, alterando com sua bagagem e experiência um
simples bate-papo. Isto pode se configurar num simpático
aprendizado para todos, mas também pode causar um desconforto,
um desgaste ou até mesmo um conflito. Certamente há um certo
impacto quase que constante quando as cinco gerações estão
presentes, pois cada uma delas tem particularidades e vivencias
absolutamente diferenciadas e, sobretudo um entendimento de
valores, que é único. Há sempre uma perda de energia e de tempo
para se desenvolver a sedimentar conceitos entre elas. Por vezes
observamos casos de omissão, apatia, desavenças, desencontro
por conta destes relacionamentos. É pois, nestas relações, entre as
gerações que está a chave para o resgate do equilíbrio necessário
para estes novos tempos, que vivemos. Aceitar que todos tem sua
importância, e podem contribuir para o sucesso da empresa.
Quando o trabalho flui e é produtivo, dentro das organizações,
imaginamos sempre, que é porque todos concordaram com as
premissas e os objetivos a serem alcançados, mas nem sempre
acontece de forma tranqüila e hierarquicamente de cima para baixo.
Os conflitos se estabelecem com freqüência. Os gestores e
formadores de lideres, em grande parte sentem dificuldades com
esta geração, temem um desalinho com a cultura, missão e visão
31
da empresa e tendem a adotar atitudes pouco simpáticas. Há que
se fazer um esforço, com os “Y”, porque eles chegaram pra ficar e
substituir os mais velhos. Logo, uma adaptação a esses novos
cenários que se apresentam é absolutamente necessário, quer
sejam acolhendo a respeitando a opinião dos jovens, quer seja
deixando para eles, a responsabilidade, que um dia nossos chefes
Boomers, também deixaram para seus funcionários “X”. Quando
estes jovens não encontram respaldo dentro do ambiente de
trabalho criam uma desmotivação imensa, abandonam suas tarefas
e vão se refugiar em mundos virtuais, criando códigos próprios e
agindo segundo seus próprios modelos, deixando de enfrentar a
realidade e ou criando sua própria realidade.
Cabe aqui um enorme alerta. A Geração Y é a primeira
geração a tomar remédios psiquiátricos, segundo Nicole Lipkin,
como se fosse a coisa mais natural do mundo. Quem não toma
remédios controlados conhece alguém que toma. Claro que sempre
existiram jovens difíceis, rebeldes e revoltados com o mundo dos
adultos, porém se em gerações anteriores isto era exceção, hoje
quase que se tornaram regra. Hoje, na França, afirma Sylvie Simon,
existem 370 institutos de reeducação para acolherem jovens
rejeitados na escola, com dificuldade de convivência e tendo como
único meio de comunicação a agressividade. Sendo assim, com a
rotulação de agressivas e hiperativas que recebem, é comum a
administração de medicamentos com Ritalina e o Prozac, entre
outros. Nos Estados Unidos, a Drag Enforcement Administration ,
constatou, em 2010, que as receitas prescritas com esses tipos de
medicamentos aumentou em 700%, ao longo dos últimos dez
32
anos,entre jovens e crianças. Seis milhões de crianças americanas
estariam sendo tratadas com Ritalina, uma anfetamina cujos efeitos
são comparáveis aos da cocaína, conclui Sylvie. No Canadá,
apesar dos riscos, quase um milhão de jovens e crianças são
igualmente tratadas com Ritalina, ou com drogas similares, com o
objetivo de controlar esses comportamentos aos quais nenhuma
causa médica jamais foi associada. Na Grã-Bretanha, em 1990
eram 3 mil crianças tratadas com esses tóxicos; hoje elas são 345
mil. Esta droga vendida com prescrição médica é tão perigosa que
o exército americano se recusa a alistar os jovens que tenham sido
tratados com ela antes dos 12 anos. Seu único efeito “benéfico” é o
de permitir uma gestão e um controle da hiperatividade, a curto
prazo, para pais, professores e gestores. O fabricante da Ritalina, a
sociedade Novartis Pharma, reconhece que seus pesquisadores
ignoram totalmente como esse remédio funciona, mas seus peritos
recentemente descobriram que ele provocou tumores no fígado de
ratos em laboratório. E aí declaram alguns pais: “Damos Ritalina
aos jovens e crianças, em parte, porque não podemos tolerar que
elas se situem abaixo da média ou que não estejam acima da
média”. A preocupação é que esta dependência se perpetue não só
na adolescência mais também na vida adulta e no trabalho.
Contudo de nada adianta tal controle e manipulação destes
jovens com o uso destes medicamentos, esta nova Geração Y,
conseguiu e consegue numa façanha tal, se livrar da rotulação e do
preconceito. Eles desfiam tudo e todos com suas genialidades,
sobretudo com a Internet de papel de fundo. Ela exige mudanças
corporativas, voluntariado e ambientes confortáveis e sustentáveis.
33
Capítulo III
A Geração Y no Trabalho
... Como lidar com a força de trabalho que influenciará definitivamente a cultura organizacional da sua empresa... “não sou daqueles que tem uma carreira,,, mas dos que têm uma vida” (Morin,1997)
Muitas pesquisas, estudos e, sobretudo reflexões sobre a
Geração Y, estão sendo realizadas. Para uns, ela está no meio
empresarial para alavancar novos saberes com suas indagações e
despertares; porém para outros tantos, o então convívio com
colegas mais jovens desta geração é absolutamente conflitante. A
reflexão é que não se pode retroceder no mundo dos negócios,
nem parecer indiferente a tantas mudanças, sobretudo mudanças
em atitudes comportamentais e sociais. O fato é que, eles “Y”,
vieram para somar em equipes com idéias mais soltas e
expansivas, com atos de coragem e iniciativa acelerada, com idéias
de mundo sustentável e com valores morais menos rígidos. O
futuro para eles é o aqui e o agora. São por natureza, impacientes.
Além de todo dinamismo que os jovens Y revelam ao
iniciarem suas tarefas nos ambientes organizacionais, eles ainda
despertam confiabilidade, dedicação, integridade, adaptabilidade,
lealdade, busca da realização, motivação, responsabilidade e
inovação, sobretudo quando encontram ambiente propício. Estas
características são parte da ética profissional desejada por todo e
qualquer chefe ou gestor, porém a forma pela qual eles, se
comportam às vezes, sugere equívocos. Para melhor explicar, os
jovens da Geração Y apenas querem viver sua vida e seu trabalho
de forma diferente. Ter todas estas magníficas qualidades
34
associadas à ética profissional é um avanço absolutamente bem
vindo e valorizado dentro das chamadas “empresas mais
humanizadas”, mas o trabalho é apenas parte de sua vida e não
sua própria vida. Logo, esta ética deve ser julgada de acordo com a
geração em questão e sua cultura, não em comparação com outras
gerações. Enquanto os Boomers, que trabalham dentro desta
mesma empresa, com limites estabelecidos pelas corporações e
mudam de acordo com as necessidades empresariais; os
indivíduos da Geração Y falam o que pensam, não se restringem
aos limites estabelecidos pelas empresas e esperam que seus
empregadores mudem de acordo com suas necessidades. São
filosofias diferentes, claramente influenciadas pela educação dos
pais, professores e sociedade de cada geração. Nós é que fazemos
a sociedade que queremos. Ou seja, como diz Vygotsky, nas suas
teorias sociointeracionistas, “o meio nos modifica, mas nós
influenciamos profundamente e significativamente o meio em que
vivemos”. “O homem só se faz homem nas relações sociais”.
Em 2010, a força de trabalho da Geração Y, pelas
pesquisas, já teria ultrapassado a Geração X. Logo, o cenário
corporativo está exigindo um repensar, um refletir sobre os valores
adotados e a forma de se relacionar. As regras tácitas que
governaram as corporações nos últimos cem anos
aproximadamente, já estão possivelmente ultrapassadas e devem
ser questionadas, pois os argumentos e a força da Geração Y,
deixará o mercado em alerta constantemente. A mudança que está
ocorrendo é só um começo. Daí pra frente devemos nos preparar,
pois as chamadas “Geração Z” e “Geração Alfa”, que se formam
35
nas escolas fundamentais hoje, e se encaminharão para o mundo
do trabalho rapidamente, e possivelmente terão a certeza e a
ousadia de pensar que o mundo é deles e foi feito só para eles.
Naturalmente percebemos que a Geração Y foi mimada. A
conseqüência não intencional desse tipo de educação é ter perdido
as lições decorrentes da dor, dos erros e dos fracassos. O maior
erro foi ter dado o melhor peixe do mercado, sem ter ensinado a
pescar. Dentro das organizações, o comportamento gerado deste
não aprendizado criou dificuldades nos relacionamentos com os
colegas de trabalho; mas também criou facilidades, como
flexibilidade e renovação. Estes jovens nos ensinaram a integrar a
vida profissional da pessoal, não com horas, mas com prazer. As
horas de trabalho prazerosas, não tem tempo para acabar, nem
custo a se pagar. Tudo passa a ser parte de um desafio gratificante
Estes jovens são empreendedores natos. Apreciam o dinheiro
e tudo o que ele proporciona. Gastam com facilidade seus
recursos, e não tem medo de trabalhar pesado ou até altas horas
da noite. Num trabalho de equipe, dentro de uma empresa, os
jovens adotam a filosofia da lateralidade, ou seja o cargo não
importa. O que importa é a qualidade da idéia seja ela vinda do
porteiro ou do vice-presidente. Isso porque a Geração Y tem muito
pouco medo de se expressar e geralmente diz o que está
pensando. Com isto o resultado é maravilhoso, pois as idéias
originais impulsionam em avanços a empresa e abrem caminhos
para estes jovens, ávidos de transformações profissionais e
pessoais. A Geração Y está mudando as regras de respeito e
integridade por parte de seus líderes. Eles só respeitam quem os
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respeita, independente da posição. O respeito fortalece os
relacionamentos, sendo um elemento fundamental para a retenção
e envolvimento dos funcionários Y.
Toda geração cresceu dentro de uma época específica e
única. Mudanças e avanços ambientais, políticos, tecnológicos,
científicos e médicos, influenciaram nossa visão do mundo. Em
especial a Geração Y, que para eles foi tudo, muito rápido, intenso
e extraordinariamente novo, sobretudo na parte da tecnologia. Os
recursos tecnológicos influenciaram valores, crenças e princípios
da Geração Y,(tudo está ao seu alcance) exercendo assim um
grande impacto na sua formação cognitiva, emocional, afetiva e
psicológica, ocasionando diferenças com significações nos
relacionamentos, envolvimento e desempenho profissional –
elementos fundamentais da política empresarial. A Internet
multiplicou o acesso as informações e o e-mail aumentou a
velocidade da comunicação. Este acesso imediato as informações
e os métodos ilimitados da comunicação criaram uma série de
expectativas e comportamentos muito diferentes das expectativas e
comportamentos de indivíduos de outras gerações, que foram
criados sem estes recursos. Eles são belos insubordinados.
VAGAS DE EMPREGO: Precisamos imediatamente de jovens
visionários para todas as áreas de todos os locais do mundo.
Trabalho recompensador; pensamento flexível; sem necessidade
de experiência prévia. Suba no térreo desse campo crescente de
alto potencial. Candidata-se pessoalmente num problema perto de
você. (William Upski Wimsatt)
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CAPÍTULO IV
Geração Y: Sua enorme contribuição
“Tudo está ligado a tudo”
...você empresário, não será o único a dizer... “O que há de
errado com os jovens dessa geração? Eles são muito diferentes...”
Os indivíduos da Geração Y, assim como em qualquer nova
geração, trazem muitos desafios e dores de cabeça ao ambiente de
trabalho. Eles, os Y, como nenhuma outra geração anterior
invadiram e invadem o mundo empresarial em numero recorde,
preocupando as demais. Porém, eles aí estão, e tentando ocupar
os melhores e maiores cargos em suas empresas. Sua presença
crescerá, e isto não é uma ameaça e sim uma constatação e uma
realidade. Podemos nos sentir chocados, frustrados e confusos ao
perceber que eles estão em toda parte, sobretudo à medida que
vão deixando as universidades. E nos perguntaremos
espantados,... Onde foi que eles aprenderam a ser tão exigentes?
Vamos olhar no espelho. Temos duas opções: reagir e essa
geração com toda a frustração resultante da falta de comunicação
em todos os aspectos, estilos de trabalho pouco convencionais,
conhecimentos ampliados e conectados com todo o mundo,
preferências sociais e ambientais divergentes, etc; ou ser um
gigante com ombros firmes e a fim de ajudar este adorável
funcionário “Y”. Precisamos imensamente deles, assim como eles
também precisam imensamente de nós. Só estaremos com eles se
soubermos fazer trocas. Trocar experiências, saberes, idéias,
valores, visões, caminhos, objetivos, sonhos; pois eles são o nosso
futuro. Afinal, temos que passar o comando. E eles também
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passarão estas conseqüências a outra geração ainda mais
acelerada e indefinida, diante de todo este cenário.
A Geração Y certamente terá entre outras gerações que já
passaram e outras tantas que viram, a enorme importância para o
cenário empresarial. Esta geração que está reorganizando,
reconstruindo, reestruturando, recombinando e, sobretudo
reinventando o ambiente organizacional, faz e fará das atividades
profissionais, um belo e criativo meio de sentir prazer.
Mesmo com toda imaturidade, herdada pela educação; com
toda infidelidade, por não se sentir ligado a uma só organização;
com toda impaciência de querer tudo rapidamente (promoção,
salário alto, informalidade); com toda insubordinação, não
aceitando facilmente hierarquias; assim mesmo valeu o esforço e
até a rebeldia deles em ensinar a todos nós que tudo pode ser visto
sob outro enfoque. Sua valiosa contribuição não tem preço, pois é
da reflexão e da tomada de consciência que se mudam as formas
arcaicas de convivência e relacionamento mutuo. Abrem-se
caminhos novos e fecham-se estradas com dizeres “Sabe com
quem está falando?” “Manda quem pode e obedece quem tem juízo
Eles se tornaram por suas características de ver igualdade,
em atos, gestos e oportunidades defensores inflamados das causas
sociais, do meio ambiente e sobretudo da pratica do voluntariado.
Os jovens desta geração querem e ou escolhem trabalhar em
empresas que tenham os mesmos valores que os seus, incluindo
ativismo em missões sociais individuais e globais.
Em 2007, uma pesquisa realizada pela Opinion Research
Corporation (ORC) com mil adultos de idade entre 18 e 26 anos;
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mais de 60% dos indivíduos entrevistados preferem trabalhar em
empresas que ofereçam oportunidades de trabalho voluntário.
Podemos então, enumerar algumas vantagens de se ter “Y”,
no ambiente empresarial e em atividades profissionais
- São confiantes e acreditam em sua capacidade
- São abertos. Respondem sempre com sinceridade absoluta
- Se arriscam. Podendo gerar sucesso inesperado
- Trabalham com expectativas claras e definidas
- Preferem e sabem trabalhar em equipes
- Se revelam com novas tecnologias criando sempre possibilidades
- Sabem e gostam de utilizar várias redes sociais ao mesmo tempo
- Têm ampla rede de contatos pela Internet
- Harmonizam a integração entre a vida profissional e pessoal
- Exigem condições de trabalho que beneficiam todos os membros
da empresa (flexibilidade nos horários, menos formalidade, união
da equipe, maior acesso a mídia digital, mais conforto e lazer,)
- Têm sempre iniciativa e gestos de cooperação
- Sabem fazer o “social”, mas gostam de ajudar os outros
- Valorizam os relacionamentos no trabalho e tem autoconsciência
- Têm uma capacidade de expressão bastante desenvolvida
- Têm facilidade de pedir ajuda e orientação
- Não discriminam que é diferente deles
- Buscam a igualdade profissional entre funcionários de diferentes
níveis e abraçam toda e qualquer causa social e ou ambiental
- Têm enorme consciência social, influenciando as empresas a
serem mais conscientes de suas responsabilidades, para oferecer a
todos, sobretudo as gerações futuras; um mundo sustentável.
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CAPITULO V
As crianças chamadas “índigos”
“Não são as crianças que tem problemas, mas o mundo no
qual elas vivem”.
O numero de chegada destas crianças data do pós-guerra,
mas segundo Sylvie Simon, a grande avalanche se deu partir de
1980 em diante. Pesquisadores americanos estimam que depois de
1995, oitenta e cinco por cento dos nascimentos seriam de crianças
índigos, São crianças que entendem a vida de uma forma toda
especial, e se comportam com total desenvoltura e desembaraço.
Por definição, uma criança índigo demonstra uma série de
atributos psicológicos novos e pouco habituais. Nestas crianças
não observamos padrões que a sociedade tanto evidencia e julga
correto, também não se identificam com ideologias já existentes e
instaladas nos grupos sociais. O tempo para eles não é medido
como temos a referencia de um relógio, mas o tempo de fazer
alguma coisa independente do que conhecemos como tempo. Elas
também são muito impulsivas e irrequietas. A criatividade lhes
permite exteriorizar seus sentimentos e suas emoções; sendo este
o melhor antídoto aos seus excessos de energia. Essas crianças
parecem não parar no lugar, vão e vem, tocam em tudo. Reagem
com violência quando estão em ambiente exaltado, pois captam o
estresse e as angustias dos adultos. É nessas manifestações que
se baseiam aqueles que não as compreendem para qualificá-las
como hiperativas e até excessivamente agitadas. Não deixa de ser
verdade, mas os motivos deste comportamento têm causa e efeito.
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Todas estas crianças têm em comum uma profunda necessidade
de viver em paz e tranqüilidade nos ambientes que freqüentam,
quer seja escola, família ou no lazer, entre outros.
Os estudiosos e psicólogos Lee Carroll e Jan Tober em seu
livro Crianças Índigo descrevem as características destas crianças
como sendo únicas e absolutamente sensíveis que transcende
“talvez” nossa percepção e imaginação. Eles afirmam que através
de testes e observações constataram que os índigos são crianças
dadas à tecnologia apurada, são altamente intuitivos e criativos,
confiantes, fortes, desapegados, de inteligência rápida e perspicaz..
São inclinados além de outras habilidades, as artes e a musica, aos
jogos com tecnologia avançada, a ciências do homem e do espaço;
chegando até, em alguns casos, a paranormalidade demonstrando
dons especiais. Estas crianças questionam as autoridades e os
adultos mostrando sabedoria sobre assuntos diversos, numa
intensidade surpreendente e desconcertante.
Para eles índigos tudo o que fazem e como agem é natural,
faz parte de sua vida diária. Não se percebem como diferentes.
Claro que sempre existiram crianças e jovens que
surpreenderam e surpreendem o mundo, com precocidade
excepcional, mas os índigos parecem ter nascido com um
conhecimento em certos campos, como música, literatura e
ciências, e, em regra geral, em todas as disciplinas do pensamento.
Elas são crianças de clique rápido, afirma P. Atwater, sufocadas
por uma panela de pressão energética dos aparelhos de TV,
microondas, celulares, computadores, mensagens por imagens,
iPods e Wi-Fi – conexões da Internet sem fio, possibilitando que
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grupos não plugados da civilização via “combinação de redes de
comunicação” ativem-se em ônibus, carros ou praticamente em
qualquer lugar, para conectar o inimaginável com o
incompreensível. O fato é que lidar com eles, não é tarefa fácil,
nem confortável, pois eles vão além do previsto e do proposto. Eles
são “indivíduos imprevisíveis e fora da normalidade”. O próprio Wi-
Fi que muda tudo e que está atrelado à geografia digital é o
primeiro passo em direção a um futuro do qual ninguém pode se
esconder, onde privacidade torna-se privilégio do passado e que
eles, os índigos, dominam com rara habilidade.
Eles tendem, segundo Sylvie, a privilegiar seu cérebro direito,
que representa a criatividade, a intuição, a imaginação, as
atividades artísticas, enquanto a escola e a educação familiar
clássica favorecem o desenvolvimento do cérebro esquerdo,
razoável e racional. Logo, os conflitos e as inadequações sociais e
educacionais se aceleram e os problemas aparecem. São crianças
de fácil condução, se o meio utilizado for o diálogo e não a
imposição. Elas são afetuosas, mas tecnicamente rebeldes.
Podemos dizer ainda, que eles exalam uma confiança petulante, e
que tem todos os indícios de raiva contida – especialmente contra
qualquer coisa inautêntica ou falsa.
Existem duas disfunções claramente associadas aos Índigos:
ADD (Attention Déficit Disorder) Desordem de Déficit de Atenção e
ADHD (Attention Déficit Hyperactive Disorder) Desordem Hiperativa
de Déficit de Atenção. Os Índigos são freqüentes e erroneamente
diagnosticados como ADHD ou ADD porque se recusam a
obedecer, são hiperativos e impulsivos. A administração do
43
medicamento Ritalina , que é conhecida mundialmente, está sendo
utilizada em alguns casos, com o objetivo de tranqüilizar estas
crianças e jovens nos ambientes sociais e obter maior controle;
mas que freqüentemente limitam suas atividades e interferem em
sua espontaneidade, entre outros efeitos.
Nancy Ann Tappe. foi a primeira autora a fazer referencia aos
índigos, no livro "Entendendo Sua Vida Através da Cor"
(Understanding Your Life Through Color). Neste livro estão as
primeiras informações sobre eles. "Se você está constantemente
obtendo resistência de um Índigo, cheque você primeiro. Eles
podem estar segurando um espelho para você ou estar pedindo, de
uma forma inconformista, ajuda para descobrir novos limites, afinar
suas habilidades ou talentos, ou ir para o próximo nível de
crescimento. Logo, trate os Índigos com respeito. Honre sua
existência na família, ajude-os a criar suas próprias soluções
disciplinadas. dê a eles escolha em tudo e nunca os diminua, nunca
Suas características mais aparentes são:
- Tem alta sensibilidade
- Tem excessivo montante de energia
- Distraem-se facilmente ou tem baixo poder de concentração
- Requerem emocionalmente estabilidade e segurança de adultos
- Resistem a autoridade se não for democraticamente orientada
- Possuem maneiras preferenciais no aprendizado, particularmente
na leitura, matemática e ciências.
- Podem se tornar frustrados facilmente, porque tem grandes idéias
- Aprendem através do nível de explicação, resistindo à
memorização mecânica ou serem simplesmente ouvintes.
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- São compassivas; tem medos tais como a morte e a perda dos
amados.
- Se elas experimentarem muito cedo decepção ou falha, podem
desistir e desenvolver um bloqueio permanente.
Mas...
- Elas se sentem pouco a vontade com sistemas ritualmente
orientados, tais com uniformes e horários, e que não necessitam de
pensamento criativo.
- Apesar de serem muito falantes e irrequietas; por vezes parecem
anti-sociais, e mostram-se introvertidas, quando não estão com
outras crianças do mesmo tipo e nível de consciência.
- Sentem-se aborrecidas quando não compreendidas
- Elas podem se destacar em lingüística (audição muito
desenvolvida); lógico-matemática (raciocínio conceitual), espacial
(imagens e figuras); musical (hipersensibilidade); cinestésica
(habilidades motoras); interpessoal (entender e gostar de pessoas,
intuitiva); intrapessoal (consciência profunda do mundo interior,
reflexiva).
- Encontram sempre formas melhores de fazer as coisas, tanto em
casa como na escola;
- Não reagem pela disciplina da culpa ou do medo
O passo mais importante para entender e se comunicar com
essas crianças é mudar o nossa forma de pensar a respeito delas,
derrubando os nossos paradigmas e preconceitos, para honrar
estes indivíduos tão especiais, e entendê-los como presentes e não
como problemas. Eles nos amam profundamente desde sempre.
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CAPÍTULO VI
Relação dos “Y” com a espiritualidade
“É preciso coragem para crescer e tornar-se o que você
realmente é” (E.E.Cummings)
“ Nossa capacidade de duvidar, de criticar e de desobedecer é
sem duvida, o único meio de evitar o fim da civilização e de
assumir o futuro da humanidade.” ((Erich Fromm)
Existem, realmente, crianças Índigo e ou jovens com
características especiais? O Dr. Lima afirma que elas existem,
embora, na sua opinião e de muitos outros estudiosos, deve-se tirar
a carga esotérica, ocultista e religiosa que lhes tentam impor. Ele
admite chamá-las assim mesmo, ainda que o nome conote a
hipotética existência de uma aura azul-índigo. Para ele, elas
reúnem as seguintes características gerais: sensitivas, intuitivas,
tendencialmente hiperativas, com particularidades raras de
percepção e compreensão das grandes “leis universais” que
comandam a vida, altamente criativas, com capacidades invulgares
de memória (que pode incluir a capacidade de acesso a vidas
passadas e de acontecimentos fora do seu alcance imediato),
dotadas de uma espécie de “inteligência espiritual”.
“Embora não adote a versão espiritual, não posso, de maneira
alguma, dizer que não existem fenômenos espirituais, pois todos
sabemos que existem. No entanto, vejo as crianças Índigo de uma
outra perspectiva e, para mim, elas são crianças e jovens da Nova
Era, produtos próprios de um novo tempo que criamos, de uma
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verdadeira tecnosfera que envolve o planeta”, acrescentou, o
neuropsicólogo e cientista, o Dr.Nelson Lima.
Com habilidades incomuns, certamente estas crianças e
possivelmente a Geração Y nos ajudarão a destituir dois
paradigmas, que deverão ser trabalhados na sociedade.
Primeiro, irão integrar “o pensar e o agir”. Todos sabem o que
é certo ou errado, no entanto, nós freqüentemente agimos
diferentemente do que pensamos. Dessa maneira, eles vão nos
induzir a diminuir este distanciamento gerando assim uma
sociedade de relações mais autenticas, transparentes e
verdadeiras. Irão privilegiar a negociação, o diálogo e a partilha.
Segundo, elas também nos ajudarão progressivamente, a
mudar o foco do EU para o PRÓXIMO, inicialmente a partir do
restabelecimento da autenticidade e confiança, que são pré-
requisitos para que possamos respeitar e considerar mais o
PRÓXIMO do que a nós mesmos. Como conseqüência, teremos a
diminuição do egoísmo, da inveja, das exclusões, resultando em
maior solidariedade e humanidade, através do questionamento e
transformação de todas as entidades rígidas que criamos.
Começando pela Família, que hoje se baseia na imposição de
regras, sem tempo de dedicação, sem respeito, sem explicações,
sem opções, sem informação, sem escolhas, e sem conhecer seus
próprios membros. Elas não aceitam serem enganadas, pois têm
uma "intuição" para perceber as verdadeiras intenções e não têm
medo. Portanto, intimidá-las não traz resultado, porque sempre
encontrarão uma maneira de obter a verdade.
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CAPITULO VIII
O Futuro: “A Geração Z” e a “Geração Alfa”
“O segredo não é correr atrás das borboletas... É cuidar do
jardim para que elas venham até você”. (Mario Quintana)
“Eles jamais consultaram uma enciclopédia para fazer uma
pesquisa de escola, exceto, talvez, a Wikipédia”.
A grande nuance dessa geração, que vem de 1999 pra cá. é
zapear. Daí o Z, de Geração Z. Em comum, essa juventude muda
de um canal para outro na televisão. Vai da Internet para o telefone,
do telefone para o vídeo e retorna novamente à Internet. Também
troca de uma visão de mundo para outra, com total tranquilidade.
São os jovens dá World Wide Web (rede de alcance mundial)
e não conhecem a vida antes da Internet, redes sociais,
smartphones, notebooks, iPhones, iPads, e-books, etc
Há certa resistência entre alguns estudiosos em usar termos
muito fechados para definir povos, regiões ou gerações.
Argumentam que definições simplificam os problemas e que toda
simplificação tende a superficializar o debate. Outra corrente
defende que, ainda que possam simplificar o debate, as definições
têm o mérito de orientar as discussões. Fiquemos com a segunda
opção. Até pouco tempo atrás, livros e filmes ainda falavam da
Geração X. Recentemente, o mercado publicitário saudou a
maioridade da Geração Y, formada pelos jovens nascidos na
década de 80, que assistiram à revolução tecnológica e passaram a
respirar tecnologia. Agora, começa-se a falar na Geração Z, que
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engloba os nascidos em final da década de 90. São garotas e
garotos que em sua maioria, nunca conceberam o planeta sem
computador, chats, telefone celular, etc. Sua maneira de pensar foi
influenciada desde o berço pelo mundo complexo e veloz que a
tecnologia engendrou, além do desapegado as fronteiras
geográficas. Enquanto outras gerações buscaram adquirir
informação, o desafio que se apresenta à Geração Z é de outra
natureza. Ela precisa aprender a selecionar e separar o joio do
trigo. E esse desafio não se resolve com um micro veloz. Estamos
falando de maturidade, da capacidade de elaborar pensamentos
argumentativos, de coordenar informações, de expor pontos de
vista coerentes, e isto estes jovens ainda necessitam descobrir.
A Geração Z é aquela que produz suas próprias marcas. Não
se impressionam facilmente com as antigas táticas de publicidade
porque eles próprios entenderam que há uma nova forma de
marketing, e mais eficiente: os virais e o “self-defining
endorsement”, ou seja, o mágico botãozinho do “like”, presente das
mídias sociais. Um único “like” vindo de alguém que sobressaia em
seu grupo de amigos é capaz de converter vários usuários em
clientes de determinadas marcas e estilos. É a chamada
evangelização, onde todos passam a influenciar o grupo e o grupo
influencia a todos. Esta garotada é calculista, prática, imediatista e
tem um tempo de concentração bastante reduzido. Por conta da
simulação de jogos sociais virtuais, que utilizam, a Geração Z
praticamente nasceu com tino comercial. Seu mantra poderia ser:
“Arrisque menos, mas assuma os riscos certos”.
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Esta geração é a mais perturbadora da história, por causa de
sua natureza heterogênea, assim como a forma como usam a
Internet e o modo como sua fidelidade à marca tem mais a ver com
a forma como descobrem coisas novas, em vez de realizarem e se
ocuparem sempre das mesmas coisas.
A Geração Z está em franca ascensão e tem tudo para se
tornar a mais ágil, volúvel e difícil de ser seduzida, uma promessa
de revolução para o futuro. Vivemos na era do digital. Da conexão
constante: em casa pelo modem, nas ruas por meio dos celulares e
em cafés com redes sem fio (wireless). Nos últimos anos, esse
domínio da Internet chegou a um dos locais mais protegidos pela
sociedade: a escola. Hoje, com esta nova geração os jovens, e os
ainda bem jovens, já entram na escola sabendo a diferença entre
conexão discada e banda larga, questionando a falta de um mouse
óptico e pedindo que a aula de Internet seja livre, para acessarem
os sites que têm vontade. Trocam informações pelo MSN, na
realização de trabalhos, pesquisas e deveres escolares. A web é
mais que seu lar e é um mundo gigantesco e absolutamente
encantador. Logo a concorrência com as premissas da educação
pouco atrativas deixa um espaço e um esvaziamento no
conhecimento transmitido pelo professor e pela escola, num todo.
Olhando para o futuro, acreditamos que a segunda metade da
Geração Y, os jovens de 9 a 17 anos, impactará muito mais o
ambiente de trabalho e de forma diferente de seus companheiros
da mesma geração, com mais idade. Que diferença será essa
ainda não sabemos. Seus anos de formação escolar e acadêmica
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incluem um crescimento tecnológico sem comparações, pais mais
maduros e conscientes, mas menos estáveis financeiramente.
Viverão grandes mudanças econômicas, políticas, sociais e,
sobretudo ambientais e muita incerteza. Embora a incerteza e as
mudanças sejam uma constante em toda geração; uma coisa é
certa os jovens da Geração Z darão muita dor de cabeça a seus
gestores Y mais velhos. Vão exigir que a força de trabalho “mude”
para atender suas necessidades pessoais, e trabalharão em
equipes mistas e plurais, com um comportamento organizacional
com modelos de gestão absolutamente interligadas,
interdependentes e conectadas. As equipes deverão ser
agregadoras, onde todos os papeis serão de todos e terão menos
função: será gestão pela criação do movimento do conhecimento.
Quanto a Geração Alfa, que são os nascidos a partir de 2010;
deverão constituir a maior geração de sempre, pois registra-se
neste momento em todo o mundo uma taxa de natalidade superior
ao pós-II Guerra Mundial, os boomers. Segundo o investigador
social Mark McCrindle, o nome foi escolhido porque, tal como na
Ciência, quando o alfabeto latino se esgota, passa-se para o
alfabeto grego. E Alfa é a primeira letra. “Esta geração deverá ser a
que mais educação formal receberá em toda a História” Segundo
estudiosos, esta geração será caracterizada pela instrução e
educação. Já se especula que será a geração mais bem formada:
entrará mais cedo na escola e terá mais anos de estudo. Serão
mais tecnológicos e materialistas. Ainda sem características
precisas definidas, a não ser que nascerão em um mundo
totalmente conectado e interligado em rede, com tudo e com todos.
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CAPÍTULO IX
Análise Comportamental das Gerações com os índigos
“Somos o que fazemos, mas somos principalmente o que
fazemos para mudar o que somos”. (Galeano)
“É precisamente a alteração da natureza pelos homens, e não a
natureza enquanto tal, que constitui a base mais essencial e
imediata do pensamento humano” (Engels)
“Tudo o que nos incomoda nos outros pode nos ensinar
alguma lição sobre nós mesmos”. (Carl Jung)
As gerações anteriores, e sobretudo as anteriores a este
último milênio eram chamadas de geração racional e lógica, porque
utilizava predominantemente o hemisfério esquerdo do cérebro,
cujas características são: a predominância do mundo físico, dos
cinco sentidos, dominante, objetivo, material, verbal, racional,
analítico, critico, linear, sintético, dedutivo, detalhista, mecânico,
direto, reflexivo, convergente, matemático, exato, trabalhador,
repetitivo, ...entre outras. As características atribuídas ao hemisfério
cerebral direito são as do mundo não-físico: sentidos psíquicos,
subjetivo, espiritual, silencioso, musical, emocional, global,
integrador, artístico, espacial, analógico, intuitivo, amplo, criativo,
indireto, sonhador, divergente, simultâneo, geométrico, aberto,
místico, desafiador, meditativo, inovador... entre outras.
Pelo fato de as crianças índigo, (e possivelmente terem
estreita e importante semelhança com a Geração Y) possuírem
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uma estrutura cerebral capaz de utilizar simultaneamente as
potencialidades dos hemisférios direito e esquerdo, elas
conseguem ir muito mais além do plano racional e intelectual.
Desenvolvem capacidades espaciais, intuitivas criativas e
espirituais. Por isso o ambiente é extremamente importante.
Tendem a adaptar-se mesmo participando de inúmeras realidades
convencionais de outras gerações, pois seu enorme desejo é abrir
nossos olhos e mudar nosso olhar. Elas querem nos ajudar a
enfrentar grandes desafios num futuro bem próximo, sobretudo nas
nossas atitudes de humanidade e notadamente diminuir a distancia
existente entre o que acreditamos e o que realizamos.
Nancy Ann Tappe, em entrevista a Jan Tober, esclarece:
“As crianças índigo são crianças computadorizadas (e
podemos incluir certamente a Geração Y) que vêm a este mundo
com certa visualização mental do que é bom. São crianças
orientadas para o desenvolvimento tecnológico, o que significa que
passaremos a estar mais tecnicizados do que estamos agora (...)
São crianças nascidas para a tecnologia o que denota que
facilmente podemos prever o que sucederá nos próximos dez anos
– tecnologia com a qual nem sequer alguma vez sonhamos. Creio
que essas crianças e jovens desta geração estão abrindo um novo
portal, e nós chegaremos a um ponto tal que nada terá de ser
trabalhado, exceto nossas cabeças”.
O ceder e o compreender terão que vir de ambas as partes.
As gerações anteriores terão que amparar as futuras e transcender
de um elo apenas emocional rústico para um virtual elaborado,
construindo assim um enorme e frutífero campo do conhecimento.
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CONCLUSÃO
“A única coisa que nunca muda são as mudanças”.
“Não são aqueles que fazem o mal que tornam o mundo
insuportável, mas aqueles que observam e deixam acontecer”
(Einstein)
“A Geração Y e as próximas gerações estão sendo preparadas
para assumir empregos que ainda não existem, usando
tecnologias que ainda não foram inventadas, para resolver
problemas que ainda não sabemos que são problemas.”
A resistência é o outro lado da esperança... há algo mais que a
singularidade ou que a diferença de indivíduo para indivíduo, é
o fato que cada indivíduo é um sujeito ( Morin)
Este trabalho serviu de reflexão sobre nossas relações e
nossas práticas, mas, sobretudo de nossas consciências com os
jovens desta geração. Isto implica em percebermos de que forma
podemos contribuir para a construção de ambientes mais amigáveis
e colaborativos. Isto é, abrigar as cinco gerações que hoje
convivem na mesma sociedade, num contexto de conectividade,
velocidade e de grandes habilidades absolutamente
surpreendentes. Teremos domínio dos instrumentos, mas não
dominaremos. Teremos textos, mas não teremos papéis, teremos
salas mas não teremos alunos, teremos empresas, mas não
teremos empregos. Teremos só e absolutamente tarefas.
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O conhecimento está em todo lugar, quase uma abstração.
Poderíamos usar tantos outros referenciais e referências, tantos
outros textos e contextos, mas todos estariam numa visão holística,
onde a parte está no todo, assim como o todo está na parte.
Poderíamos dizer, para que servem as respostas? Senão
para fechar um ciclo, uma porta, um pensamento. Logo temos que
nos preocupar com as perguntas que nos fazem pensar e refletir. O
pensamento alimenta nossas emoções, desejos, alegrias e até
nossas tristezas. Os jovens da Geração Y nos trouxeram os
melhores e maiores desafios, sobretudo aqueles que nos
impulsionam para encontrar mais perguntas. Por isso, as respostas
ao meu trabalho de pesquisa, passam por interpretar o que pude
absorver desta experiência única. Quero me unir a todos aqueles
que brindam as novas gerações, quero estar com seus infinitos
sentimentos de amor e de compaixão, quero poder ser um deles,
Índigos ou Jovens Y; quero ainda poder aprender a conhecer,
aprender a fazer, aprender a viver juntos e aprender a ser. Não
somos só biológicos, somos sociais, espirituais e até cósmicos,
pois percebemos o todo que nos envolve e nos acaricia como filhos
de um único ventre, de um único principio, de uma única verdade:
somos humanos, onde o mundo em que vivemos, como diz Lev
Vygotsky, não se faz numa relação direta, tanto para jovens como
para os mais velhos, mas sim, de uma mediação infinita de
símbolos e significados. Que possamos estar com eles, os Y,
dentro e fora das organizações e andar num passeio duplo de
bicicleta que só poderá nos trazer a brisa do conhecimento e a
paisagem da sabedoria.
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BIBLIOGRAFIA
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ProLibera. 2008
IMPACIENTES, INFIÉIS E INSUBORDINADOS, Revista Exame.
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SIMON, Sylvie. Crianças Índigo. São Paulo. Madras. 2010
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