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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” EM MARKETING A IMPORTÂNCIA DAS FERRAMENTAS DO MARKETING DIGITAL COMO DIFERENCIAL COMPETITIVO NA ERA DA INFORMAÇÃO Autora: Maria José Pereira dos Santos Prof. Orientador: Dra. Fabiane Muniz Porto Velho / RO 2016

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” EM MARKETING

A IMPORTÂNCIA DAS FERRAMENTAS DO MARKETING

DIGITAL COMO DIFERENCIAL COMPETITIVO NA ERA DA

INFORMAÇÃO

Autora: Maria José Pereira dos Santos

Prof. Orientador: Dra. Fabiane Muniz

Porto Velho / RO

2016

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” EM MARKETING

A IMPORTÂNCIA DAS FERRAMENTAS DO MARKETING

DIGITAL COMO DIFERENCIAL COMPETITIVO NA ERA DA

INFORMAÇÃO

Autor: Maria José Pereira dos Santos

Monografia apresentada ao Instituto A Vez do Mestre

como requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em Marketing.

Prof. Orientador: Dra. Fabiane Muniz

Porto Velho / RO

2016

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pela vida, pela força e pela fé, a minha

família pelo apoio, amor e cuidado, em especial ao meu

pequeno príncipe Felipe e aos Mestres que me ajudaram,

orientaram e apoiaram nesse desafio.

DEDICATÓRIA

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Dedico este trabalho ao meu pequeno Príncipe Felipe,

razão do meu viver e fonte inesgotável de motivação.

EPÍGRAFE

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“Ou você fala do seu negócio ou... Alguém vai falar dele

em seu lugar”.

(Cláudio Torres)

RESUMO

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O surgimento e evolução da internet trouxeram consigo a abertura mundial do mercado digital e a acelerada disseminação da rede conjugada a migração dos consumidores para as plataformas virtuais transformaram esse mercado em um novo cenário de oportunidades e desafios para os profissionais de marketing, pois influenciam as ações de marketing tanto nas empresas atuantes na rede, quanto às tradicionais. O presente trabalho objetiva demonstrar a importância das ferramentas do marketing digital como diferencial competitivo para a sobrevivência e manutenção da competitividade da empresa no cenário atual. Para tanto, com objetivo exploratório, realizou-se por meio de pesquisa bibliográfica o levantamento dos principais autores, bem como de sites e artigos que abordam o tema, trazendo à luz o histórico e a evolução do marketing ao longo dos anos e a origem do marketing digital, bem como de sua relação com a disseminação da internet no mundo, destacando as mudanças observadas no comportamento dos consumidores trazidas pela era da informação e pela ênfase da inclusão digital e de que forma elas inevitavelmente abalam o mercado tradicional. Apontam-se as motivações da importância do marketing digital como diferencial competitivo na empresa, a necessidade da adequação das estratégias tradicionais ao meio digital, e por fim realiza-se a abordagem das principais ferramentas do marketing digital utilizadas nas ações estratégicas de marketing na internet. Diante de toda contextualização e pesquisa sobre o tema, conclui-se pelo inquestionável valor do marketing digital como fator fundamental para permanência e destaque da empresa no mercado diante dos irrevogáveis avanços tecnológicos e da massificação da rede. Palavras-chave: Mercado digital; Evolução do marketing; Comportamento do consumidor; Marketing digital; Importância do marketing digital como diferencial competitivo; Ferramentas do marketing digital; Marketing na internet.

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METODOLOGIA

Este trabalho delimita-se ao estudo da importância do Marketing Digital

e de suas ferramentas quando aplicadas como diferencial competitivo pela

empresa. Ressalta-se que apesar de o tema ser cientificamente novo e ainda

pouco explorado, se encontra em pleno processo de expansão e

aprimoramento, de modo que não se objetiva através desta pesquisa esgotar

as ferramentas do Marketing Digital, mas trazer à luz as principais e mais

empregadas para o fim em questão.

Quanto aos objetivos, este trabalho pode ser classificado como

pesquisa exploratória. Segundo Gil (2008), por pesquisa exploratória, entende-

se ser aquela que se objetiva proporcionar maior familiaridade com o

problema. Quanto aos procedimentos técnicos a forma de abordagem

caracteriza-se como pesquisa bibliográfica, uma vez que, ainda segundo o

autor, pesquisa bibliográfica é aquela desenvolvida com base em material já

elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos.

Para Fonseca (2002) a pesquisa bibliográfica é feita a partir do

levantamento de referências teóricas já analisadas e publicadas por meio

escritos e eletrônicos, como livros, artigos científicos, páginas de websites.

Desse modo para atingir o objetivo proposto, neste trabalho, foi

realizado levantamento bibliográfico sobre o tema, buscando teoricamente

através do estudo de material científico produzido por profissionais da área,

como livros de especialistas, artigos e sites, entender os conceitos e funções

das ferramentas do marketing digital e a sua importância para a empresa

quando aplicado como diferencial competitivo, destacando-se entre os

principais autores e teóricos utilizados: Kotler (2000), Vieira (2007), Torres

(2009) e Vaz (2011).

ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES

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GRÁFICOS

GRÁFICO 1 – PROPORÇÃO DE DOMICÍLIOS COM ACESSO À INTERNET............................................... 38 GRÁFICO 2 – PROPORÇÃO DE USUÁRIOS DE TELEFONE CELULAR QUE USAM A INTERNET ..................... 39 GRÁFICO 3 – PROPORÇÃO DE INDIVÍDUOS QUE COMPRARAM/REALIZARAM PESQUISA DE PREÇO DE

PRODUTOS E SERVIÇOS PELA INTERNET .............................................................................. 42 GRÁFICO 4 – EVOLUÇÃO DE E-CONSUMIDORES NO BRASIL (MILHÕES) ............................................ 43

FIGURAS

FIGURA 1 – OS 4 P’S DE MARKETING ...................................................................................... 19 FIGURA 2 – MIX DE MARKERTING ........................................................................................... 20 FIGURA 3 – VISÃO AMPLA DO MARKETING DIGITAL ..................................................................... 33

QUADROS

QUADRO 1 – CARACTERÍSTICAS DOS PERÍODOS DE NEGOCIAÇÃO, SEGUNDO BERARDI ........................ 16 QUADRO 3 - O MARKETING E A INTERNET ................................................................................. 34

SUMÁRIO

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INTRODUÇÃO 10

I - MARKETING: HISTÓRICO E CONCEITOS 13

1.1 ORIGEM E EVOLUÇÃO DO MARKETING 13 1.2 CONCEITOS DE MARKETING 16 1.3 MIX DE MARKETING (4 P’S DE MARKETING) 18 1.3.1 VARIÁVEL PRODUTO 21 1.3.2 VARIÁVEL PREÇO 21 1.3.3 VARIÁVEL PRAÇA OU PONTO DE DISTRIBUIÇÃO 22 1.3.4 VARIÁVEL PROMOÇÃO 23 1.4 MARKETING DE RELACIONAMENTO 24 1.5 A ERA DA INFORMAÇÃO 28 1.6 ORIGEM DO MARKETING DIGITAL 29 1.7 CONCEITOS DO MARKETING DIGITAL 31 1.8 TEORIAS DO MARKETING DIGITAL 32

II – A IMPORTÂNCIA DO MARKETING DIGITAL COMO DIFERENCIAL COMPETITIVO 38

2.1 A MASSIFICAÇÃO DA REDE 38 2.2 O NOVO PERFIL DO CONSUMIDOR E O USO DA REDE PARA FINS COMERCIAIS 40 2.3 A IMPORTÂNCIA DO MARKETING DIGITAL 44 2.3.1 MELHORA A IMAGEM DA EMPRESA DIANTE DOS CONSUMIDORES 47 2.3.2 MELHORA O ATENDIMENTO AO CLIENTE 48 2.3.3 AUMENTA A VISIBILIDADE DA EMPRESA E AS VENDAS 48 2.3.4 POSSIBILITA INTERATIVIDADE E CAPTAÇÃO DE CLIENTE 49 2.3.5 PERMITE A FOCALIZAÇÃO 50 2.3.6 FLEXIBILIDADE E CONVENIÊNCIA 50 2.3.7 POSSUI CUSTOS MAIS BAIXOS 51 2.3.8 POSSIBILITA MONITORAÇÃO E ACOMPANHAMENTO 51

III - AS PRINCIPAIS FERRAMENTAS DO MARKETING DIGITAL 52

3.1 CONSTRUÇÃO DA MARCA NA INTERNET 53 3.2 MARKETING DE CONTEÚDO 54 3.2.1 FERRAMENTAS DE BUSCA 56 3.3 MARKETING DE RELACIONAMENTO NA REDE 58 3.4 AS MÍDIAS SOCIAIS 60 3.4 .1 BLOGS 62 3.4 .2 YOUTUBE 64 3.4 .3 FACEBOOK 64 3.4 .4 TWITTER 65 3.4 .5 LINKEDIN 66 3.5 E-MAIL MARKETING 66 3.6 MARKETING VIRAL 69 3.7 PUBLICIDADE ONLINE 70

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3.7.1 LINKS PATROCINADOS E BANNERS 70 3.7.2 PROGRAMAS DE AFILIAÇÃO E TROCA DE BANNERS 72 3.7.3 SHOPPING VIRTUAIS 74 3.8 PESQUISA ON-LINE E MONITORAMENTO 74

CONCLUSÃO 77

BIBLIOGRAFIA 79

INTRODUÇÃO

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No mundo dos negócios as mudanças ocorridas com o surgimento,

evolução e expansão acelerada do advento da internet têm propiciado às

pessoas conectadas uma explosão de informações, que antes podiam ser

filtradas, administradas e fornecidas pelas empresas e mídias tradicionais com

a devida segmentação, para cada público-alvo específico.

Essas informações, das mais diversas áreas e temas, até então de difícil

acesso a pessoas comuns, agora estão difundidas na rede, a distância de um

clique. Basta navegar por alguns minutos na internet e efetuar algumas buscas

que os consumidores conseguem encontrar um produto ou serviço de que

necessitam e comprá-lo ou contratá-lo, seja em uma empresa local ou ainda

em uma empresa localizada no outro lado do mundo. E esse é apenas um

pequeno exemplo da amplitude da internet.

A constante disseminação das informações na internet conjugada a sua

célere e contínua evolução e à massificação da rede fez com que ela deixasse

de ser vista apenas como um novo mercado a ser explorado, mas também,

como uma nova mídia poderosa, capaz de levar, em questão de segundos,

informações sobre diversos segmentos aos consumidores de todas as classes

que se encontram espalhados na rede, passando a compor as estratégias de

marketing de muitas empresas, originando o marketing digital.

Embora pareça nítido que atualmente a internet se tornou um ambiente

inevitável para as empresas, afetando de diversas formas o mercado digital e

tradicional e influenciando no comportamento do consumidor em seu dia a dia,

ainda tem sido ignorada por muitas organizações em suas ações de marketing.

Ante o exposto, torna-se primordial e oportuno abordarmos e

aprofundarmos estudos sobre o Marketing Digital e sobre a importância de

suas ferramentas para as organizações como um diferencial competitivo em

um campo tão dinâmico e volátil como a internet.

Desse modo, este trabalho aborda como tema: A importância das

ferramentas do marketing digital como diferencial competitivo na era da

informação, e visa responder a questão central: Qual a importância do

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marketing digital e de suas ferramentas para a empresa quando aplicadas

como diferencial competitivo?

Com o intuito de responder a problemática proposta neste estudo essa

pesquisa possui como objetivo geral: identificar através de pesquisa

bibliográfica a importância do marketing digital e de suas ferramentas quando

aplicadas como diferencial competitivo pela empresa e traz como objetivos

específicos: pesquisar a origem e evolução do marketing digital, verificar a

importância do marketing digital como diferencial competitivo e identificar as

principais ferramentas do marketing digital.

Posto isto, visando focalizar o tema e possibilitar uma leitura didática,

discorre-se sobre o assunto proposto decompondo-o em 03 (três) capítulos, os

quais são introduzidos laconicamente nos próximos parágrafos.

No primeiro capítulo faz-se uma breve introdução sobre o Marketing, seu

histórico e conceitos, mix de marketing e marketing de relacionamento, sobre a

origem, conceitos e teorias do Marketing digital, com uma abordagem sucinta

sobre a origem da internet e a sua relação com o consumidor, ressaltando-se

as mudanças no comportamento do consumidor resultantes dessa relação

inicial.

O segundo capítulo aborda a importância do Marketing digital,

demonstra as mudanças no cenário mercadológico e econômico decorrentes

do uso da rede por consumidores e empresas e da inclusão digital. Aponta

para a influência do marketing digital nesse contexto, ressaltando-se as

principais vantagens que o uso do Marketing digital apresenta quando as

empresas empregam suas ferramentas em ações estratégias como diferencial

competitivo.

Enfim, no terceiro capítulo elencam-se as principais ferramentas do

Marketing Digital, apontando para suas funções e peculiaridades nas ações

estratégicas de marketing digital. Em seguida serão apresentadas as

conclusões deste estudo e a Bibliografia utilizada e consultada em sua

realização.

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CAPÍTULO I

MARKETING: HISTÓRICO E CONCEITOS

1.1 Origem e Evolução do Marketing

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As relações de troca entre as pessoas e grupos de pessoas ocorrem

desde os primórdios da história da humanidade e embora inexista consenso

entre os autores da área de marketing sobre o exato local e o período de sua

origem, entende-se que para chegar a sua conceituação atual o marketing

passou por uma evolução caracterizada por fases ou eras: a Era da Produção,

a Era da Venda e a Era do Marketing. (LAS CASAS, 2006).

Na Era da Produção, ocorrida nos meados de 1925, reinava soberano o

produto. Essa Era ficou caracterizada por uma oferta menor que a demanda

onde tudo que era produzido era vendido. O foco estava na produção,

buscava-se formas de aumentar a qualidade e a produção sem a preocupação

com as reais necessidades e vontades do consumidor. Na Era da produção o

Marketing praticamente não era visto como fundamental pelos diretores, pois a

preocupação estava voltada para a produção em larga escala, bem como para

a redução dos custos de produção. (Id., 2006).

Como resultado da busca constante de melhorias e inovações na

produção por escala, conjugada ao avanço tecnológico industrial, o cenário

observado na Era da Produção sofreu uma transformação, que caracterizaria o

surgimento de um novo cenário, oposto ao até então observado, nesse cenário

a oferta se tornou maior que a procura de modo que sobravam produtos e os

estoques passaram a se acumular dentro das indústrias. Era necessário

escoar esse estoque o que deu início à Era da Venda, que correspondeu ao

período de 1925 até o início de 1950. Referente a esse período Las Casas

(2006), afirma que “o bom vendedor era aquele que conseguisse vender o

produto mesmo que o cliente não precisasse dele” (p.6).

Foi na Era da Venda que se iniciaram os primeiros despontamentos do

Marketing, traduzido nas propagandas e promoções que eram realizadas para

incentivar e convencer os consumidores a comprar os produtos produzidos em

excesso pelas indústrias. Entretanto, a utilização do Marketing nesse período

restringia-se aos fins de forçar as vendas, o que descaracterizava o seu

verdadeiro sentido. “(...) nessa Era, as empresas tentavam fazer com que o

total de produtos fabricados correspondesse ao número potencial de

compradores” (BOONE E KURTZ apud BARTH, 2013:7).

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A Era das vendas permaneceu inalterada até o final da Segunda Guerra

Mundial, ocasião em que o aumento vertiginoso da concorrência, fez com que

alguns mercadológicos buscassem soluções para satisfazer os clientes,

passando a se preocupar mais com as necessidades do cliente antes mesmo

da produção dos produtos a serem ofertados, era o início da Era do Marketing.

Czinkota (2001) reforça o conceito que identifica essa era ao afirmar que “a era

do Marketing é caracterizada pela importância colocada na identificação e

satisfação das necessidades e dos desejos do consumidor antes de produzir

os produtos” (CZINKOTA apud BARTH, 2013:7).

Segundo Las Casas (2006), esse aumento da concorrência trouxe às

empresas a percepção de que era necessário direcionar a atenção para o

consumidor, já que as ações aplicadas na Era das Vendas já não

apresentavam bons resultados. A partir de 1950 iniciou-se a realização de

estudos e pesquisas sobre o marketing, publicações de artigos acadêmicos

que procuravam melhor entender o comportamento do consumidor e os

conceitos de marketing começaram a ser difundidos nas empresas,

substituindo a visão de 'venda a qualquer custo' por 'satisfação garantida'.

Para Kotler (2000), a partir da Era do Marketing passamos a viver uma

economia totalmente voltada para o cliente e isso decorre da capacidade de

produção das indústrias, de modo que as pessoas passaram a ser o centro

das atenções, cabendo as empresas identificarem suas necessidades e

satisfazê-las.

Apontando para o mesmo entendimento, Berardi (2004), ressalta que no

período regido pelo Marketing destacam-se novas características como a

distribuição da ênfase entre o cliente (e principalmente no consumidor final), a

análise das ações da concorrência, a agregação de serviços aos produtos e a

busca em superar as expectativas dos clientes. Ainda sobre a evolução das

negociações, o autor destaca importantes características sobre cada uma

dessas fases ou eras, as quais foram condensadas no quadro abaixo para fins

didáticos:

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Quadro 1 – Características dos períodos de negociação, segundo Berardi

Fonte: Adaptado de Berardi (2004:12)

1.2 Conceitos de Marketing

Quanto a conceituação de Marketing, segundo a American Marketing

Association (Associação Americana de Marketing), Marketing é uma função

organizacional e um conjunto de processos que envolvem a criação, a

comunicação e a entrega de valor para os clientes, bem como a administração

do relacionamento com eles, de modo que beneficie a organização e seu

público interessado. (AMA, 2005 apud VAZ, 2011).

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No mesmo sentindo, Kotler e Keller (2006), afirma que o “Marketing é

um processo social por meio do qual pessoas e grupos de pessoas obtêm

aquilo de que necessitam e o que desejam com a criação, oferta e livre

negociação de produtos e serviços de valor com outros.” (KOTLER e KELLER

apud VAZ, 2011:739).

Berardi (2004) define Marketing como “a atividade cujo principal objetivo

é satisfazer com produtos ou serviços os desejos e necessidades do

consumidor, através do processo de troca” (p.13).

Praticamente a mesma definição é dada por Las Casas (2006) que

assim conceitua marketing:

Marketing é a área do conhecimento que engloba todas as atividades concernentes às relações de troca, orientadas para a satisfação dos desejos e necessidades dos consumidores, visando alcançar determinados objetivos da organização ou indivíduo e considerando sempre o meio ambiente de atuação e o impacto que estas relações causam no bem-estar da sociedade (Las Casas, 2006:15).

Nesse sentido a orientação de marketing sustenta que a chave para

alcançar as metas organizacionais está no fato de a empresa ser mais efetiva

que a concorrência na criação, entrega e comunicação de valor para o cliente

de seus mercados-alvo selecionados (KOTLER, 2000).

É importante destacar que quando se trata da conceituação de

marketing, existe uma preocupação entre os teóricos sobre a necessidade de

diferenciá-lo das vendas. Embora pareça confuso, vendas e marketing não se

confundem em seus objetivos. Venda compõe o objetivo de marketing, mas

não representa o seu conceito, que está voltado para a satisfação das

necessidades e desejos do consumidor. “De fato, as pessoas se surpreendem

quando ouvem que a parte mais importante do marketing não é vender!

Vendas são a ponta do iceberg do marketing” afirma Kotler (2000:4) o mesmo

posicionamento é defendido por Peter Drucker (2000), um dos maiores

teóricos da administração, ao afirma que:

Pode-se considerar que sempre haverá a necessidade de vender. Mas o objetivo do marketing é tornar supérfluo o esforço de venda. O objetivo do marketing é conhecer e entender o cliente tão bem que o produto ou o serviço seja

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adequado a ele e se venda sozinho. Idealmente, o marketing deveria resultar em um cliente disposto a comprar. A única coisa necessária então seria tornar o produto ou o serviço disponível (Drucker apud Kotler, 2000:11).

O Marketing abrange diversas atividades, entre elas a venda. Para

alcançar a finalidade de identificar e satisfazer as necessidades de seus

clientes, “seu foco é fazer com que o produto esteja disponível no lugar certo e

a um preço aceitável para os compradores” (PRIDE e FERREL, 2001:4).

Desse modo, entende-se que a essência do Marketing está na troca,

mas não somente na troca, mas na satisfação que essa troca poderá e deverá

proporcionar aos envolvidos nesse processo. Tanto o consumidor quanto à

empresa teriam de ter nessa relação suas necessidades atendidas

satisfatoriamente.

1.3 Mix de Marketing (4 P’s de marketing)

Na busca de satisfazer os anseios dos clientes, os profissionais de

marketing trabalham com variáveis controláveis, mais conhecidas como os 4

P's do Marketing, através dos quais, busca-se identificar e satisfazer os

desejos dos consumidores em relação aos produtos e serviços que necessitam

e às condições nas quais esperam identificar a oferta desses. “Devemos

considerar que o cliente está disposto a consumir o produto que lhe convier,

pelo preço que achar justo, no local que desejar, desde que saiba da sua

existência.” (BERARDI, 2004:33).

Os 4 P’s de Marketing trata de um conceito do Marketing criado e

difundido pelo professor norte-americando E. Jerome McCarthy na década de

60 e abrangem as variáveis: Produto, Preço, Ponto e Promoção/Propaganda,

que define o que seja o Marketing em relação ao mercado, como pode ser

observado na figura abaixo adaptada de Berardi (2004).

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Figura 1 – Os 4 P’s de Marketing

Fonte: Adaptado de Berardi (2004:34)

Os 4 P’s de Marketing são distribuídos em torno do cliente e recebem

também a denominação de ‘variáveis controláveis’ pois, dentre as variáveis

que impactam o ambiente de marketing no Mercado, são as únicas que podem

ser controladas e alteradas pela empresa.

Os 4 P’s de marketing permitem a empresa ter uma visão sistêmica das

estratégias de marketing e embora tenho sido criado na década de 60 até hoje

é considerado uma das ferramentas mais eficientes e práticas, sendo

amplamente utilizada pelos profissionais de marketing. Kotler (2000) afirma

que “os 4 Ps representam a visão que a empresa vendedora tem das

ferramentas de marketing disponíveis para influenciar compradores.”(p.38).

Por sua vez, o Mix de Marketing seria um ponto de equilíbrio entre os 4

P's, a dosagem ideal de cada P dentro do processo de oferta do produto ou

serviço no mercado, de modo que o controle das variáveis permita satisfazer

as necessidades do cliente potencial, bem como de sua expectativa. “Uma das

principais metas de um gerente de Marketing é criar e manter a mistura correta

desses elementos para satisfazer as necessidades dos clientes de um tipo

geral de produto.” (PRIDE e FERREL, 2011:5).

Para Kotler (2000) o Mix de marketing é o conjunto de variáveis que

uma empresa irá empregar de forma a influenciar o consumidor a procurar por

seus produtos e serviços, com o objetivo de efetuar vendas ao seu público-alvo

e alcançar os resultados esperados. Cada um dos P’s do Mix de Marketing

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abrange um grupo amplo de outras variáveis que influenciam o mercado e o

processo de compra e devem ser consideradas nas adoções de estratégias

pela empresa, conforme pode ser observado na figura 2 adaptada do autor.

Figura 2 – Mix de Markerting

Fonte: Adaptado de Kotler (2000:37)

O mix de Marketing visa a manter a harmonia entre cada variável

controlável visto que a má administração de um dos P's poderia comprometer

toda a estratégia de marketing dentro do processo mercadológico de oferta do

produto para o cliente alvo. Acerca da necessidade da correta apresentação

dos P's de marketing, Berardi (2004) destaca que “de nada adianta ter um

preço atraente, com uma propaganda convincente, num ponto de venda que o

consumidor deseja se o produto não for o que ele quer”. (p.35).

Para atingir clientes potenciais a implementação das variáveis do Mix de

Marketing deve ocorrer de forma organizada, planejada, e controlada, uma vez

que o Mercado sofre constantemente com a influência de diversas forças

exteriores, como as forças econômicas, políticas, legais e reguladoras,

tecnológicas, socioculturais e concorrentes. (PRIDE e FERREL, 2001).

Essas forças exteriores estão compreendidas dentro do ambiente geral

do marketing e podem produzir importante impacto sobre o ambiente tarefa do

marketing, composto pelos principais envolvidos na produção, distribuição e

promoção da oferta (empresa, fornecedores, distribuidores, revendedores e

clientes-alvo), motivo pelo qual é fundamental o acompanhamento do ambiente

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geral, para adequação das estratégias de marketing no ambiente tarefa.

(KOTLER, 2000).

1.3.1 Variável Produto

O produto é a variável que busca concretizar a necessidade do cliente,

ela envolve desde a pesquisa dessa necessidade, a elaboração do projeto e a

criação do produto. O produto pode ser um bem físico, um serviço ou mesmo

uma idéia. “As decisões e atividades relacionadas a variável produto são

importantes porque estão diretamente envolvidas com a criação de produtos

que atendam às necessidades e desejos dos clientes.” (PRIDE e FERREL,

2001:5).

Berardi (2004) defende que o produto ofertado pela empresa deve ser

obrigatoriamente o produto que o cliente deseja, elaborado dentro dos padrões

que atendam sua expectativa e satisfaça sua necessidade. Segundo o autor o

produto pode ser básico ou ampliado. O produto básico é o produto simples,

isolado de adicionais, é em si, o produto que o consumidor compra e recebe. O

produto ampliado é o produto com benefícios adicionais, como serviços e

garantias.

Para Kotler (2000) os produtos ofertados pela empresa devem levar

ainda em consideração fatores fundamentais como: variedade, qualidade,

design diferenciado, características próprias, nome da marca, embalagem,

tamanhos, serviços, garantias e devoluções, que podem ser decisivos no ato

da compra e na fidelização do cliente.

Pride e Ferrel (2001) destacam que as empresas devem desenvolver

novos produtos e modificar os produtos existentes, como estratégia de sua

manutenção no Mercado, tendo em foco as mudanças e evoluções das

necessidades dos consumidores e considerando o ciclo de vida dos produtos.

1.3.2 Variável Preço

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O consumidor procura um preço justo. Um preço que não seja tão alto

que ele não possa pagar ou que acredite que o custo-benefício não compense,

mas que também não seja tão baixo ao ponto de permitir questionamentos

sobre a qualidade e eficácia do produto.

A determinação do preço do produto é fator decisivo para que o plano

de marketing tenha ou não sucesso. Constitui uma das tarefas essenciais do

plano de marketing e nem sempre é uma tarefa fácil ou simples, A precificação

deve objetivar no mínimo quatro aspectos: despertar o interesse do público

alvo, recuperar o investimento, maximizar o lucro e neutralizar a concorrência

(BERARDI, 2004).

Price (2001) enxerga a variável preço como um fator crítico do Mix de

Marketing porque os clientes estão preocupados com o valor obtido na troca,

por que o preço é utilizado com freqüência como fator de competição e porque

as variáveis externas, como concorrência, economia e leis governamentais

podem restringir o controle sobre o preço.

Além do apreçamento do produto existem outros fatores a serem

explorados nessa variável que podem influenciar na percepção de valor pelo

cliente, Kotler (2000) destaca dentre eles: os descontos, as concessões, o

prazo de pagamento e as forma de financiamento.

1.3.3 Variável Praça ou Ponto de Distribuição

A variável Praça ou Ponto de Distribuição se refere às formas de como o

produto irá chegar até o cliente e tem o intuito de que a forma selecionada no

plano de marketing propicie ao cliente facilidade em encontrar e adquirir o

produto. “Podemos definir o canal de distribuição como o caminho que os

produtos seguem desde a produção ao consumidor, ou seja, é a rede de

empresas que existem para distribuir o produto”. (BERARDI, 2004:61).

Quando o produtor leva o seu produto até ao seu consumidor ocorre a

distribuição direta, já quando o produtor se vale de intermediários para fazer

com que seu produto chegue ao seu público alvo a distribuição é indireta.

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Tanto a distribuição direta, quanto a indireta, abrange a logística e a

venda do produto e deve prezar pela qualidade dos canais de distribuição, pela

a embalagem dos produtos, armazenamento adequado, nível de estoque

suficiente, rapidez no transporte e eficiência do ponto de venda. (KOTLER,

2001).

A distribuição eficiente é aquela que permite que o produto esteja no

tempo certo e nos locais convenientes para o cliente, em quantidade adequada

à demanda. Realizar a logística mantendo baixos os custos de transporte,

armazenamento e estoque é um dos maiores desafios do profissional de

marketing. (PRIDE e FERREL, 2001).

1.3.4 Variável Promoção

A variável promoção se objetiva a informar as pessoas sobre a

existência de determinada organização e seus produtos e serviços bem como

a induzi-las e encorajá-las a comprar e experimentar algum produto.

Independente se o produto é novo ou se já está presente no mercado há

décadas, o principal objetivo da promoção é despertar o interesse do

consumidor para aquele produto ou marca. (PRIDE e FERREL, 2001).

A propaganda tem por missão integrar o esforço promocional visando

atingir o subconsciente do consumidor de forma a influenciá-lo na sua decisão

de compra, através da divulgação do apelo promocional. Compartilhando

dessa conceituação Berardi (2004) enfatiza a importância da persistência na

variável promoção ao afirmar que “é através da repetição de um conceito que

ele se infunde e difunde, fazendo variar a opinião do mercado, mas é preciso

existir persistência para que ela se mantenha.” (p.69).

A promoção faz o elo de linguagem entre a empresa e o consumidor, é

através dela que é possível promover o produto e a marca, utilizando-se da

propaganda, publicidade, relações públicas, marketing direto, dentre outros

canais de divulgação. (KOTLER, 2001).

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Dentre os canais e as subvariáveis da promoção, o Merchandising e a

Promoção de Vendas são as formas mais abordadas pelos profissionais de

marketing para promover os produtos e marcas da empresa. O primeiro busca

expor o produto, estabelecer e manter sua imagem viva durante todo o tempo

na mente do consumidor através de varias mídias comunicativas com o intuito

de aumentar a venda. Já a promoção de venda tem o objetivo de aumentar a

venda do produto no ponto de venda e para tanto pode abordar várias

estratégias como, Loss leader (promoção do tipo: pague 2 e leve 3), descontos

especiais, brindes, concursos ou amostras grátis. (BERARDI, 2004).

1.4 Marketing de Relacionamento

Com o passar do tempo o Marketing e a sua forma de se relacionar com

os consumidores foi se aperfeiçoando, e as organizações se atentaram para o

fato de que não bastava vender seu produto para o cliente, concretizando o

processo de troca, mas era necessário fazer com que esse cliente retornasse à

empresa para comprar novamente. Era necessária a criação de um

relacionamento duradouro entre empresa e consumidor, visto que com o

crescimento do mercado, aumento da concorrência e ameaças, tornava-se

cada vez mais difícil a conquista de novos consumidores. Bogmann (2000)

enfatiza essa situação:

A cada dia o consumidor descobre e insere novos e diferentes produtos em sua vida. Há excesso de informação, de apelos e de novas ofertas inundando o mercado. A manutenção de uma clientela fiel, tarefa essencial à sobrevivência das empresas, vem se tornando cada vez mais complexa. Além disso, atrair um novo cliente custa muito mais do que manter um cliente antigo. (Bogmann, 2000:15).

Esse novo perfil do cliente e essa necessidade de retê-lo também são

abordados por Kotler (2000), que justifica que hoje é mais difícil agradar os

clientes porque eles são mais inteligentes e conscientes em relação ao preço

do produto, são mais exigentes e perdoam menos, além de que, são

abordados por grande número de concorrentes com produtos similares.

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Tendo por base essa nova visão do mercado, surge o Marketing de

relacionamento, também conhecido como pós-marketing, que significa

construir e sustentar a infraestrutura dos relacionamentos com os clientes. É a

integração dos clientes com a empresa, desde o projeto, desenvolvimento de

processos industriais e de vendas (MCKENNA, 2005 apud Wikipédia).

O Marketing de relacionamento tem como objetivo estabelecer

relacionamentos mutuamente satisfatórios de longo prazo com partes-chaves –

clientes, fornecedores, distribuidores -, a fim de ganhar e reter sua preferência.

O marketing de relacionamento estabelece sólidas ligações econômicas,

técnicas e sociais entre as partes. Ele reduz o dinheiro e o tempo investidos

nas transações. (KOTLER, 2000).

O marketing de relacionamento pode ser entendido também como um

“processo contínuo de identificação e criação de novos valores com clientes

individuais e o compartilhamento de seus benefícios durante uma vida toda de

parceria.” (GORDON apud BOGMANN 2000:23).

Abrangendo dos atuais aos antigos clientes e estendendo o conceito de

cliente para além da pessoa do consumidor, incluindo as organizações

constantes nos processos mercadológicos da empresa, Vavra (1993)

buscando conceituar o Marketing de relacionamento o define como:

(...) o processo de garantir satisfação contínua e reforço aos indivíduos ou organizações que são clientes atuais ou que já foram clientes. Os clientes devem ser identificados, reconhecidos, comunicados, aditados em relação à satisfação e respondidos. (Vavra, 1993 apud Wikipédia, 2016).

Kotler (2000) destaca que o marketing de relacionamento permite a

fidelização do cliente através do cumprimento pela empresa de todas as

etapas necessárias para conhecer melhor seu cliente de valor e atendê-lo

também de maneira melhor, não apenas satisfazendo sua necessidade, mas

encantando o cliente, atendendo-o para além de sua expectativa, resultando

no entendimento de que o melhor método para reter cliente é entregar um alto

grau de satisfação.

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O autor também destaca que satisfazer e reter clientes já existentes

custa até cinco vezes menos do que conquistar um cliente novo e que uma

redução de 5% no índice de abandono de clientes à empresa pode representar

um aumento de 25% a 85% por certo dos lucros dependendo do setor, o que

torna ainda mais atrativo o marketing de relacionamento.

Observa-se que o objetivo do marketing de relacionamento não somente

é o de conquistar e reter clientes, como buscar aqueles que já foram clientes

da empresa, fazendo-os retornar e tornarem-se amigos da empresa,

envolvidos nessa relação. Bogmann (2000) ressalta que “quanto mais antigo é

o cliente, maior a probabilidade de ele recomendar a empresa a pessoas de

seu relacionamento.”(p.15).

Nesse sentido, Pride e Ferrel (2001) defende que o marketing de

relacionamento cria uma relação sólida entre o cliente e a empresa, de

cooperação e dependência mútua, pois “o marketing de relacionamento

depende continuamente da confiança do comprador na empresa, e à

proporção que essa confiança cresce, por sua vez aumenta a compreensão da

firma sobre as necessidades do cliente.” (pg. 7).

McKenna (apud Bogmann, 2000) aponta os principais tópicos do

marketing de relacionamento:

• Comunicação interativa;

• Experiência reiterada e relembrada;

• Uso eficaz da tecnologia associada a uma experiência valorizada;

• Serviços totalmente fundamentados na informação;

• Uma interface humana ou de máquina é muito importante;

• Ser consistente, confiável e seguro;

• Treinamento, treinamento, treinamento;

• Tanto o cliente, quanto o fornecedor recebem valor;

• Ambos aprendem, crescem com as experiências mútuas;

• Feedback (retorno) como fator essencial;

• Comunicações interativas e sempre presentes;

• Atitude do fornecedor em preservar a “memória” de

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relacionamentos individuais;

• Estabelecer que metas mútuas são de longo prazo.

O fundamental no Marketing de relacionamento, para a saúde

organizacional da empresa, é que consiga através das ferramentas do

marketing chegar ao nível de parceria com o consumidor, destarte, para tanto é

necessário o engajamento do todos na organização, pois “Os princípios do

marketing de relacionamento devem integrar o processo de planejamento, não

apenas no nível estratégico, mas também nos níveis tático e operacional.”

(BOGMANN, 2000:30).

Segundo Kotler e Armstrong (apud Bogmann, 2000), o marketing de

relacionamento dentro da empresa pode ser distinguido em diferentes níveis,

que irão depender do grau de envolvimento do cliente com a empresa,

independente da natureza dos produtos transacionados, como pode ser

observado no quadro 2.

Quadro 2- Níveis de relacionamento com o cliente Fonte: Adaptada de Kotler e Armstrong (apud Bogmann, 2000)

O resultado final do marketing de relacionamento é a construção de um

patrimônio corporativo singular, denominado rede de marketing. Uma rede de

marketing consiste na empresa e naquelas que a apóiam (clientes,

funcionários, fornecedores, distribuidores, revendedores, agências de

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propaganda e acadêmicos, entre outros), com quem ela construiu

relacionamentos profissionais mutuamente compensadores. (KOTLER, 2000).

1.5 A Era da Informação

Criada durante a Guerra Fria, na década de 60, como ferramenta

estratégica de comunicação pelos Estados Unidos da América, a internet ou

rede mundial de computadores tinha a função militar de comunicar e difundir

informações em caso de invasão inimiga. Nas décadas de 70 e 80 passou a

ser utilizada também por pesquisadores e universidades, todavia, o acesso

ainda era restrito a pessoas de confiança do governo, visto que temiam o mau

uso da rede mundial.

Na década de 90 a rede foi aberta para fins comerciais e se iniciou a

disseminação da internet, onde informações podiam ser publicadas por

especialistas, fossem eles empresas ou pesquisadores, e acessadas por seus

clientes. (TORRES, 2009).

Vieira (2007) destaca que embora a disseminação da internet tenha se

iniciado nos anos 90, para a grande maioria das pessoas e empresas a

internet surgiu a partir de 1995, quando começou a migrar do meio acadêmico

e tecnológico para a sociedade em geral.

Essa difusão da internet para a sociedade comum ocasionou uma

revolução mundial na comunicação, interação e relacionamento entre pessoas,

pessoas e empresas, empresas e empresas, intensificando os mais diversos

tipos de relações existentes, antes limitadas pelas barreiras geográficas. Nesse

sentido, das mudanças causadas com a abertura da internet e seu poder em

moldar a forma de comunicação, Vieira (2007) traz relevante conceituação do

que representa a internet dentro da sociedade moderna:

A internet é um marco no mundo atual, pois é uma proposta de mudança profunda nos alicerces da sociedade moderna. Sua existência influencia todos os níveis da comunidade mundial, de maneira direta ou indireta, pois se tornou uma revolução nas comunicações, encurtou distâncias e disseminou informação pelos quatro cantos do planeta, de uma forma

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muito mais eficiente do que qualquer outro meio de comunicação já inventado. (VIEIRA, 2007:19).

A internet apesar de sua grandeza sistêmica, capaz de abranger tantas

facetas, proporciona ao usuário, paradoxalmente, a capacidade de exercer a

sua individualidade e de manifestar suas vontades. (VAZ, 2011).

Se outrora, o consumidor para conhecer a empresa, seus produtos e

serviços, bem como para, solucionar um problema no pós-venda, necessitaria

escrever cartas, enviar fax ou fazer ligações, agora precisa apenas de alguns

cliques. Essa abertura da internet para o mercado poderia ser traduzida para o

consumidor, essencialmente como sinônimo de facilidade e agilidade e deu

início a uma corrida pelas empresas para criação de seus sites e divulgação de

suas marcas, produtos e serviços. Torres (2009) sintetiza bem essa fase inicial

da internet e como ela passou a ser encarada pelas empresas e pessoas:

Com seu nascimento a Internet trouxe para o mundo dos negócios uma grande novidade: o acesso instantâneo às informações sobre produtos e serviços. Assim cresceu a internet, um grande catálogo eletrônico, que servia como meio de comunicação entre os consumidores e as empresas, os estudantes e as universidades, os leitores e a imprensa, os que queriam informações e os produtores das valiosas informações. (TORRES, 2009:19).

E foi exatamente o que ocorreu, dentro desse contexto de evolução

acelerada da internet onde as grandes empresas corriam para registrar suas

marcas na rede, o consumidor também evoluiu, nesse novo meio de interagir e

de se relacionar com o mundo e acabou tomando o controle da produção e do

consumo das informações que antes estavam restritas aos grandes portais e

empresas, “Não foi um processo linear, não houve um princípio, uma grande

descoberta ou um empresário com um grande negócio. Os internautas

começaram a se agrupar, a ter ideias, a produzir toda espécie de conteúdo e

aplicações.” (TORRES, 2009:24).

1.6 Origem do Marketing digital

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No meio empresarial, diante de toda a dinâmica ofertada pela internet e

com a derrubada digital das fronteiras, ela foi vista desde o início como uma

grande oportunidade de negócio, um local para o desenvolvimento de

atividades empresariais lucrativas. Todavia, muitas empresas pioneiras

vislumbraram a internet somente como uma alavanca de lucros e fizeram altos

investimentos sem o mínimo cuidado com a produção de um plano de negócio

e plano de marketing. Esse momento eufórico em que os investimentos

desmedidos superavam o retorno financeiro na internet ocasionou no ano 2000

o que ficou conhecido como o “estouro da bolha”, quando as ações das

principais empresas virtuais do mundo, negociadas na Bolsa Eletrônica

Nasdaq, perderam quase todo o seu valor levando empresas à falência e

investidores ao desespero. (VIEIRA, 2007).

A internet realmente ampliou o leque de oportunidades de consumo de

forma que possibilitou ao consumidor adotar uma postura mais exigente e

seletiva em relação aos produtos e serviços disponíveis no mercado,

possibilitando ainda a consulta e comparação entre esses produtos e serviços,

exigindo das empresas uma resposta imediata e satisfatória às suas

necessidades, as quais por sua vez agora aprendiam que seus negócios

virtuais deveriam ser tratados administrativamente como empresas reais,

considerando oportunidades e riscos, buscando incessantemente se

diferenciar da concorrência através das estratégias de marketing. (Id., 2007).

Dessas experiências iniciais extrai-se o entendimento de que nem tudo

que ocorre na empresa tradicional, pode ser aplicado à empresa virtual. Esse

novo cenário comercial apresentado pela internet, cheio de peculiaridades e

diferenciações quando comparado aos cenários até então conhecidos pelos

profissionais de marketing e administradores exigiu uma nova postura e um

tratamento diferenciado em relação à sua manipulação. Diferentemente dos

demais cenários, na internet estamos vivenciando “Uma era em que os olhares

se voltam para o indivíduo, para a célula mais simples da sociedade – o

cidadão. É ele quem detém o poder na era da internet.” (VAZ, 2011:57).

Posto que no marketing tradicional as empresas buscam os clientes e

na internet é necessário despertar nos clientes o interesse para que busquem

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pelas empresas, despontou a necessidade da utilização de uma nova

estratégia para captar e reter esses clientes virtuais, essa necessidade deu

origem ao Marketing digital. Ainda sobre a inaplicabilidade do marketing

tradicional à internet, nesse novo cenário onde os clientes definem o que

querem ver, de quais informações precisam e em quais ofertas estão ou não

interessados, Kotler (2000) afirma: “(...) esse marketing iniciado e controlado

pelo cliente reverte completamente as práticas de marketing ao longo do

tempo.”(p. 683).

1.7 Conceitos do Marketing digital

O marketing digital é um tema relativamente novo, de que pode ser

considerando mais um desdobramento do marketing tradicional, pois se utiliza

da mesma base teórica e de muitas de suas ferramentas.

Nesse sentido Torres (2009), destaca que em seu sentido amplo

envolvendo as áreas de comunicação, vendas, atendimento, publicidade e

propaganda o marketing digital não trata de uma reinvenção do marketing

tradicional, pois todas essas áreas estão interessadas em transmitir uma

mensagem para o cliente e o marketing digital aborda justamente essa

transmissão no meio digital: a internet.

Quando você ouve falar de marketing digital, publicidade on-line, marketing web, publicidade na Internet ou quaisquer outras composições criativas que se possa fazer dessas palavras, estamos falando em utilizar efetivamente a Internet como uma ferramenta de marketing, envolvendo comunicação, publicidade, propaganda e todo o arsenal de estratégias e conceitos já conhecidos na teoria do marketing. (TORRES, 2009:45).

O Marketing Digital vem para se aliar às empresas, proporcionando

ferramentas que possibilitam a aproximação de seus produtos e serviços com

o consumidor, ou seja, de seu público-alvo, como por exemplo, através da

criação de websites institucionais, catálogos on-line e websites de vendas

direta, da propaganda realizada através da compra de espaços publicitários em

grandes sites de conteúdo, como revistas, blogs e jornais, dentre outras

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ferramentas digitais. O papel do marketing, agora digital, é aumentar o valor

percebido pelo consumidor. (VIEIRA, 2007).

Para Souza (2012) a interação realizada através da comunicação digital

entre uma empresa e outra, ou entre uma empresa e seus clientes ou ainda

com potenciais clientes, com intenção comercial, fazendo uso para tanto das

tecnologias da informação baseadas na internet é em si o próprio Marketing

digital.

Segundo Torres (2009) O Marketing digital é o uso das estratégias de

marketing aplicadas a Internet para atingir determinados objetivos de uma

pessoa ou organização, o autor complementa ainda afirmando que “Quando

falamos de marketing digital e internet, estamos falando sobre pessoas, suas

histórias e seus desejos. Estamos falando sobre relacionamentos e

necessidades a serem atendidas.” (p. 62).

1.8 Teorias do Marketing digital

Como dito, o marketing surgiu no pós-guerra por volta da década de 50,

a internet por sua vez durante a guerra fria na década de 60, sendo expandida

a partir da década de 90 para fins comerciais e com essa abertura da rede

conjuntamente surgiu os primeiros indícios do marketing digital, chamado de

webmarketing. Teorias tímidas que tentavam adaptar os princípios e

ferramentas do marketing tradicional ao novo canal de comunicação. Apenas a

partir dos anos 2000, após o “estouro da bolha” e o estudo mais aprofundando

do mercado digital, o termo Marketing Digital começou a ser difundido

unanimemente na área de Marketing e Teorias mais completas começaram a

ser apresentadas.

Torres (2009) defende que o marketing digital completo é composto por

sete ações estratégicas, são elas: Marketing de conteúdo; Marketing nas

mídias sociais; Marketing viral; E-mail marketing; Publicidade on-line, pesquisa

e Monitoramento. Dentro de cada ação estratégica estarão as ferramentas do

marketing digital utilizadas para atingir o objetivo proposto pela ação, sem as

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quais seria inviável sua aplicação, pois são essas ferramentas, tecnologias e

plataformas que fazem a ponte entre a empresa e os consumidores na

internet.

A visão ampla do marketing digital defendida por TORRES (2009), pode

ser observada na figura abaixo:

Figura 3 – Visão ampla do marketing digital

Fonte: Adaptado de Torres (2009:71)

Existe uma interdependência entre as ações estratégicas do marketing

digital, pois como em uma teia de aranha, em que as estratégias seriam as

teias principais, são as ações que ligam uma estratégia a outra que fortalece o

todo. Por isso a melhor forma de planejar as ações é trabalhar com cada um

das sete estratégias de forma coordenada, aumentando a amplitude de cada

ação e permitindo que uma ação ajude a potencializar a outra. (Id., 2009).

O modelo de Torres (2009) defende a manutenção do consumidor como

centro das atenções, mantendo-o como única fonte de sobrevivência da

empresa, no qual todos os esforços de publicidade, marketing e comunicação

devem ser focados, esse modelo demonstra bem como e quais as

ferramentas/ações táticas e operacionais podem e devem ser empregadas

para atingi-lo, criando um planejamento estratégico de marketing digital eficaz,

completo e abrangente, em conformidade com o quadro adaptado a seguir:

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Quadro 3 - O marketing e a internet

Fonte: Adaptado de Torres (2009:69)

Vaz (2011), considerado um dos grandes nomes do Marketing digital,

também aponta no sentido de que o consumidor deve ser o centro das

estratégias das empresas, e apresenta como base do marketing digital um

processo circular que se inicia no consumidor e termina com o consumidor

denominado de “8 Ps do Marketing Digital”, sendo eles: Pesquisa;

Planejamento; Produção; Publicação; Promoção; Propagação; Personalização

e Precisão.

Apresentaremos de forma sucinta abaixo a conceituação de cada um

dos 8 Ps propostos por VAZ (2011):

• Pesquisa: visa a comunicação eficaz, persuasão e venda, abrange a

necessidade de conhecer profundamente para quem se quer

comunicar a marca, produtos e serviços. Em resumo trata-se de

levantar informações, de recolher os indícios que o consumidor deixa

na internet ao passar por determinado site e interpretá-los à luz dos

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estudos sobre o comportamento do consumidor, com o objetivo de

descobrir quem é esse consumidor em sua totalidade, para, daí,

pensar em estratégias que sejam eficientes.

• Planejamento: Fazendo uso das informações levantadas no 1º P, a

empresa deverá promover o planejamento de Marketing Digital, que é

toda ação desenvolvida primeiramente no papel, para depois partir

para a execução física. Nesse planejamento deverá constar todas as

diretrizes de todos os outros Ps, utilizando tudo que foi pesquisado no

1º P.

• Produção: O 3º P é a execução do planejamento, das idéias que

apareceram no 2ºP. Nessa fase o projeto deve ser controlado para

que tudo saia como foi idealizado no planejamento. Na maioria das

vezes é a programação e envolve os programadores.

• Publicação: Tratará do conteúdo que o site deverá conter e de como

esse conteúdo deve ser produzido com o objetivo de agradar a dois

senhores: o Google e o seu público-alvo.

• Promoção: O 5º P mostra como divulgar a empresa se utilizando do

poder de divulgação da atividade da empresa. Esse P enfatiza a

importância da promoção de conteúdo de qualidade visando utilizar

da força da comunicação de consumidor a consumidor para que

divulgue sua marca.

• Propagação: No 6º P, a empresa deve potencializar os resultados

que obteve se relacionando com o mercado e criando oportunidades

de venda. Deve-se fazer com que a rede fale de sua empresa de

maneira positiva, estimulando o boca a boca no ambiente web para

que a marca ganhe credibilidade e alcance maiores margens.

• Personalização: A personalização gera relacionamento com o

consumidor. Uma comunicação personalizada é mais relevante, logo,

atrai mais a atenção do consumidor e gera mais resultados.

• Precisão: Para fazer suas vendas crescerem e, consequentemente,

sua empresa alcançar metas cada vez maiores, é preciso mensurar

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todos os resultados de suas ações para saber o que deu certo e o

que não deu.

A aplicação das ferramentas da internet a cada estratégia dos oito P’s

de Marketing caracteriza um processo que não se finaliza, mas que sempre se

repete de maneira circular, procurando melhorar, corrigindo os erros e

realizando as adequações necessárias. (VAZ, 2011).

Para VIEIRA (2007), o marketing digital inicia sua aplicação pela criação

de um plano de marketing, que deverá ser adequado em conformidade com as

particularidades de cada empresa e deverá conter a definição dos objetivos, as

metas que se deseje atingir e as campanhas necessárias, bem como a escolha

das mídias.

O autor defende que antes de iniciar qualquer atividade na internet é

fundamental que a empresa avalie uma série de fatores no mercado, visando a

definir a viabilidade do modelo de negócio, devendo levar em consideração

para tanto: a viabilidade tecnológica do empreendimento; a análise da

demanda pelos produtos ou serviços a serem ofertados; a viabilidade

econômica; a concorrência já estabelecida e a possibilidade de novos

entrantes; a análise das variáveis de mercado e por fim as ações de marketing

necessárias. (Id., 2007).

Antes de falar das ferramentas do marketing digital a serem utilizadas

pela empresa é necessária a execução de um plano de negócio a ser

devidamente elaborado e seguido. O plano de negócio deve ser uma guia de

operações, tarefas e objetivos da empresa e “deve ser a resposta para as mais

diversas perguntas, tanto dos gestores do negócio quanto de possíveis sócios,

investidores ou parceiros comerciais.” (Ibid., 2007:34).

É uma realidade que a maioria das empresas não possui grande fatia de

seu orçamento direcionado ao Marketing, devido a isso, Vieira (2007) afirma

que as principais estratégias de marketing digital adotada pelas empresas são

as de baixo custo, destacando entre elas:

• E-mail marketing para a base de clientes cadastrados;

• Utilização de sites de busca como direcionadores de tráfego, através

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da “compra de palavras-chave”;

• Divulgação de produtos e serviços em sites de comparação de preços

e;

• Inserção de banners em sites com conteúdo relacionado.

É importante esclarecer que não existe um modelo estratégico pronto e

que o ideal é que a empresa esteja atenta à sua realidade e às mudanças, “As

empresas virtuais, como muitos outros segmentos da economia, apresentam

suas peculiaridades e, desta forma toda a estratégia de marketing também

deve ser adequada à realidade do negócio” (VIEIRA, 2007:49), entretanto,

para TORRES (2009) “As empresas, o marketing, a comunicação e a

publicidade devem ser focadas no consumidor, pois essa é a única fonte que

permite a sobrevivência da empresa, seu crescimento e a obtenção de lucros

duradouros.” (p.68).

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CAPÍTULO II

A IMPORTÂNCIA DO MARKETING DIGITAL COMO

DIFERENCIAL COMPETITIVO

2.1 A massificação da rede

A internet nunca esteve tão acessível às pessoas como nos dias atuais.

Pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam

que mais da metade dos domicílios brasileiros passou a ter acesso à internet

em 2014, o que representava 95,4 milhões de brasileiros com acesso à

internet.

Dados do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da

Sociedade da Informação (CETIC), ferramenta virtual de visualização dos

indicadores e estatísticas das tecnologias de informação e comunicação (TIC)

no Brasil disponibiliza dados de pesquisas anuais que demonstram

efetivamente a evolução da expansão do acesso à internet nos domicílios

brasileiros, que saltou de 18% em 2008 para 50% em 2014 entre os

entrevistados, como pode ser observado no gráfico abaixo:

Gráfico 1 – Proporção de domicílios com acesso à internet

Fonte: Adaptado de cetic.br (2016)

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Os indicadores do gráfico 1 refere-se a evolução, no período de 2008 a

2014, do percentual dos domicílios brasileiros que contam com acesso à

internet via computador de mesa, portáteis (notebooks, netbooks, laptops, etc)

e tablets, não incluindo o acesso realizado unicamente via telefone celular, ou

seja, desconsiderando o acesso à internet efetuado através de celulares

observa-se um considerável crescimento de 32% no acesso à internet em

menos de uma década.

A pesquisa realizada pelo CETIC aponta que 50% dos domicílios

brasileiros possuem acesso à internet. Segundo dados do IBGE no ano de

2014 o Brasil já contava com 204 milhões de habitantes, o que significa que

são mais de 100 milhões de pessoas conectadas, excluído dessa conta o

acesso via celular.

Essa massificação do cenário virtual pode ser confirmada também no

gráfico 2, que retrata separadamente o crescimento da proporção de usuários

que utilizaram internet via celular, com base em 139,2 milhões de pessoas que

fizeram essa utilização nos três meses anteriores ao momento da pesquisa

aplicada no respectivo ano, somando em 2014, 116 milhões de pessoas

conectadas diariamente à rede através do uso de internet no celular, buscando

os mais diversos tipos de informação, entretenimento, serviços e produtos.

Gráfico 2 – Proporção de usuários de telefone celular que usam a internet

Fonte: Adaptado de cetic.br (2016)

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O exponencial e significativo crescimento observado no acesso à

internet no Brasil, trazido pelos dados das pesquisas citadas, traduz a

preocupação mundial com a inclusão digital. Em todo mundo, governos se

preocupam em criar políticas de inclusão digital e massificar o acesso à

internet, levando a rede a todas as camadas da sociedade, permitindo a

socialização e o acesso ao conhecimento. A internet se tornou a principal

difusora de informação, cultura e conhecimento no mundo, sendo vista

atualmente como uma ferramenta eficaz e barata, auxiliadora no

desenvolvimento social, tanto que a ONU (Organizações das Nações Unidas),

passou a considerar o nível de inclusão digital como indicador de

desenvolvimento econômico e social de um país. (VIEIRA, 2007).

2.2 O novo perfil do consumidor e o uso da rede para fins comerciais

Paralelamente à evolução da internet e vinculada a ela, ocorreu a

evolução do consumidor. Conforme a internet foi se aprimorando e se

modernizando, o comportamento do consumidor acompanhou esse

crescimento e seu envolvimento com as mídias digitais foi se tornando cada

vez mais familiar. A Internet deixou de ser uma rede de computadores com

milhões de sites e passou a ser uma rede de pessoas, milhões de pessoas,

que produzem e consomem conteúdo, em todas as áreas do conhecimento

humano. (TORRES, 2009).

Essa realidade é evidenciada por Hofelmann (2016):

A cada dia, mais pessoas estão conectadas à grande rede, utilizando seus principais recursos, como e-mail (correio eletrônico), pesquisas, redes sociais e jogos, e cada vez mais confiantes na segurança oferecida pelos bancos pra a utilização do Internet banking. Nesse mesmo contexto, aumentam as comparações e preços e compras pela internet. (Hofelmann, 2016:15).

De fato, com a evolução e disseminação da internet as pessoas se

habituaram a utilizar a rede para buscar, produzir e compartilhar informações,

um bom exemplo é o uso das ferramentas de busca no dia a dia de modo que

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tais ferramentas se tornaram comum em seus cotidianos, busca que vão desde

informações sobre produtos e serviços à compra de vestuários e calçados, até

busca de orientações sobre doenças, remédios, comparações sobre lojas,

trabalhos escolares, científicos e acadêmicos e uma infinidade de outras

informações.

Torres (2009) afirma que na internet é o consumidor quem decide “Ele

consome informação, entretenimento e relacionamento de onde desejar, ou

seja, da mídia, de um portal, de um blogueiro ou de um amigo do Orkut” (p.25).

A internet antes caracterizada pelo domínio e controle das grandes

corporações, vista somente como uma rede de computadores, repositório de

informações ou como uma grande biblioteca, foi transformada pela ação do

próprio consumidor em uma rede de pessoas, uma mistura de escola, parque

de diversões e festa, algo como uma grande colméia.

A acelerada migração do consumidor para a plataforma virtual e esse

crescimento acentuado na sua interação com as empresas é justificada por

Vaz (2011) nas seguintes afirmações:

O consumidor já há alguns anos tenta, muitas vezes em vão, exercer sua cidadania apresentando ao mundo suas próprias opiniões sobre produtos, serviços, candidatos e outros elementos sociais passíveis de críticas e elogios. A massificação, que ainda reina, mas já não governa como outrora, gerava tanto ruído que nos era impossível ouvir a voz de um consumidor insatisfeito bradando. O que algumas populistas mídias não permitiam, a web, com a sua natureza revolucionária e democrática o faz abrindo espaço para que qualquer indivíduo esteja sob os holofotes. (Vaz 2011:42).

Em relação ao uso da rede pelas pessoas para fins comerciais, dos 102

milhões de brasileiros conectados em 2014, segundo o CETIC, 62% já

utilizavam a rede para realizar pesquisa de preço de produtos e de serviços.

Em 2008 esse percentual era de 44%. Já em relação aos usuários que

efetuaram compra pela internet nos doze meses anteriores a pesquisa do ano

de 2014, esse número salta para 35% em relação à 16% no ano de 2008.

A pesquisa do CETIC traz à luz ainda outros relevantes dados para o

mundo do Marketing, como, quem são os consumidores que estão on-line, que

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tipo de mercado eles representam e o que eles buscam. Observa-se na

pesquisa que 98% da classe A, 82% da classe B e 48% da classe C

declararam usar a internet, compondo os mais de 100 milhões de brasileiros

que estão conectados.

Vale salientar que o crescimento observado nesse quadro ocorreu de

forma proporcional em relação a todas as regiões do Brasil, com diferenças

máxima de 24% entre as regiões do Norte e Sul em relação as compras

efetuadas em 2014 e de 17% entre Norte e Sudeste/Sul em relação às

pesquisas sobre produtos e serviços, o que demonstra um acentuado

nivelamento e uniformidade na expansão e distribuição do consumidor no

cenário virtual, como pode ser observado na gráfico 3 adaptada da pesquisa

realizado pelo CETIC.

Gráfico 3 – Proporção de Indivíduos que compraram/realizaram

pesquisa de preço de produtos e serviços pela internet Fonte: Adaptado de cetic.br (2016)

É evidente que nem todos os usuários da internet são e-consumidores

(consumidores do comércio eletrônico), Hofelmann (2016), enfatiza, porém que

esse detalhe tem sofrido drástica alteração nos últimos anos e que

possivelmente em muito pouco tempo um percentual mínimo dos usuários da

internet não terão se tornado e-consumidores, o autor retrata essa evolução

com dados do e-bit no gráfico abaixo:

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Gráfico 4 – Evolução de e-consumidores no Brasil (milhões)

Fonte: Adaptado de Hofelmman (2016:31)

Na contramão, o considerável e otimista aumento dos percentuais

referentes a presença do consumidor na internet não tem sido acompanhado

pelas empresas, que tiveram um aumento percentual de presença virtual bem

mais tímido nesse mesmo período. Quando utilizamos os dados da pesquisa

do CETIC para comparar a proporção de empresas que estão atuantes na

internet através de websites ou páginas de terceiros. Apesar de observar-se

uma recuperação em relação aos anos anteriores, nota-se que ainda é

pequeno esse crescimento em relação à migração do consumidor, com base

nas 2.695 empresas entrevistadas, em 2008 apenas 20% delas atuava na

rede, esse número declinou para 13% em 2009 retornando a 20% em 2012 e

atingindo 23% em 2014.

Essa desproporção também pode ser observada em relação à pesquisa

realizada pelo CETIC, quando consideramos que dos 62% dos consumidores

que efetuaram pesquisas sobre produtos e serviços apenas 35% efetuaram a

compra e que dentre os diversos motivos apresentados para a não conclusão

da compra online, consta a resposta de que não encontraram o produto que

procuravam.

Sobre essa dificuldade de se posicionar no cenário digital Torres (2009)

enfatiza que o Comércio eletrônico deve ser entendido como um novo

paradigma a ser quebrado para a maioria das empresas.

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É comum ver empresas que poderiam estar se beneficiando consideravelmente do e-commerce não investirem na área por acharem que seus produtos ou negócios não podem ser vendidos on-line. Elas só mudam esse pensamento quando surge um forte concorrente on-line mostrando que sim, era possível. (TORRES, 2009:53).

Embora os dados da pesquisa CETIC apontem para uma lenta migração

empresarial para plataforma virtual, as empresas que já atuam no mercado

digital vem angariando ótimos resultados, o site da revista EXAME, amparado

por dados da E-bit, empresa que efetua o compilamento das informações do e-

commerce no Brasil, notificou que apenas no primeiro trimestre de 2015 o e-

commerce, como é conhecido o comércio eletrônico de produtos e serviços,

teve um crescimento 16% maior que no mesmo período de 2014, contra um

crescimento de 4,2% no varejo tradicional para o mesmo período, segundo

dados do IBGE.

O notável crescimento do e-commerce no Brasil, também é ressaltado

por Hofelmann (2016), que destaca:

Entre 2012 e 2013, mesmo com a economia menos aquecida, as vendas on-line aumentaram 28% no Brasil. O fechamento de 2014 apontou um crescimento de 24% sobre 2013. Enquanto o comércio físico amarga quedas no faturamento, o virtual cresce a uma velocidade impressionante, e até inacreditável, motivo pelo qual muitos não têm se arriscado a investir no segmento, acreditando que tudo isso é bom demais para ser verdade. (Hofelmann, 2016:17).

Ainda segundo dados da E-bit, o comércio eletrônico no Brasil cresceu

39% entre 2002 e 2014, se destacando como um dos mais vigorosos do

mundo, tendo faturado no ano de 2015, segundo dados da Associação

Brasileira de Comércio eletrônico 48,2 bilhões de reais.

2.3 A importância do marketing digital

O novo perfil de relacionamento entre empresa e o consumidor, é vista

por Souza (2012) como fruto da nova forma de fazer publicidade possibilitada

pela internet, pois na rede a publicidade deixou de ser uma via de mão única,

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onde a empresa emite uma mensagem e o consumidor apenas a recebe.

Como a internet é feita de gente, a publicidade se tornou o relacionamento

entre pessoas da empresa que vendem e pessoas que consomem.

A Publicidade on-line, como qualquer publicidade, tenta disseminar

informações com o objetivo de influenciar a transação entre comprador e

vendedor, mas a Publicidade na internet se difere das outras mídias por

permitir a interação com o consumidor. (ZEEF, 2000).

Torres (2009) retrata a importância de se considerar a internet e o

marketing digital nos planejamentos de marketing da empresa e em suas

ações integradas como uma premissa para o melhor uso dos recursos

disponíveis e como forma de acompanhar e influenciar a opinião pública sobre

a marca.

Se você não investir em marketing digital, você não só estará abrindo mão de falar sobre sua empresa para seus consumidores como estar deixando abertas as portas para que todos falem sobre sua empresa sem que você tome conhecimento ou possa participar desse processo. Portanto, não se iluda: diferentemente das outras mídias, a Internet afeta seu negócio independentemente de sua vontade. (TORRES, 2009:61).

Se imaginarmos que o processo de compra de produtos e serviços na

internet é uma sequência de etapas, a qual o consumidor tende a executar,

fica evidente a importância do marketing digital como diferencial competitivo,

pois por meio do uso adequado de suas ferramentas é possível criar uma

imagem positiva da empresa na mente do consumidor ao longo desse

percurso, permitindo assim que esse processo resulte em negociação efetiva

para a empresa. Vaz (2011) ressalta essa situação ao afirmar que a partir do

momento que o consumidor entra na internet à procura de informação na

página inicial até o momento posterior à navegação, a construção da imagem

da marca estará atrelada às sensações e ações que o usuário teve durante

todo o processo.

Corroborando com esse entendimento Torres (2009) afirma que muitas

organizações já se atentaram para a realidade digital vivida na era da

informação e já estão utilizando o marketing digital com o objetivo de estimular

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o consumidor a concretizar a negociação online, identificando seu público-alvo

através da internet e oferecendo a eles serviços e informações das quais

necessitam para se sentirem seguros e satisfeitos.

Essa postura adotada por várias empresas através da identificação das

oportunidades do marketing digital também é vislumbrada por Vieira (2007):

Nos dias de hoje, empresas de todos os segmentos e portes, estão percebendo a necessidade e as vantagens de disponibilizarem na rede um website institucional. Sua existência afigura-se vital na medida em que a Internet torna-se principal fonte de pesquisa para empresas de todo o mundo. Não estar presente na rede mundial de computadores significa não poder ser encontrado facilmente por milhões de clientes, estar à margem de grandes negócios, perder concorrências e, ainda comprometer a imagem da própria empresa, pois o mercado competitivo dos dias de hoje considera uma empresa “atrasada” ou “sem visão”, quando esta não possui um canal de comunicação ou vendas na internet. (VIEIRA, 2007:29).

No cenário digital o consumidor além de assumir o controle da

negociação, passou a contatar diretamente com a empresa, sem

intermediários, o que possibilita uma melhor comunicação e exposição de seus

interesses, de suas satisfações e insatisfações, situação que beneficia a

empresa, pois com a ausência dos intermediários ela pode conhecer melhor as

necessidades de seus clientes podendo atendê-los de pronto e reduzir os

custos com a cadeia logística.

O encurtamento do percurso existente entre empresa e consumidor é

abordado por Vaz (2011):

(...) podemos entrar em contato facilmente com nossos consumidores e falar-lhes sem o ruído gerado por intermediários. Hoje temos a comunicação em nossas mãos, podemos eliminar ruídos, mal-entendidos ou boatos simplesmente escrevendo um blog, gravando um vídeo no You-Tube ou twittando. É a era do relacionamento direto com o mercado. (VAZ, 2011:45).

Esse contexto denota a importância do marketing digital como

diferencial competitivo, pois atuar nesse novo cenário é uma tendência

inevitável, a migração do consumidor para o ambiente virtual está se

intensificando, evitar a internet não será mais uma opção para as empresas.

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Aliar-se às ferramentas do marketing digital para realizar essa expansão de

horizontes é a melhor alternativa.

Estar na rede, criar um site e lá permanecer a espera de novos clientes,

muitas empresas já fizeram e fracassaram, é necessário ir muito além de

ingressar na internet, mas sim procurar conhecê-la e utilizar o marketing digital

como uma ferramenta diferencial que abrirá novas portas e novos horizontes

dentro da rede, auxiliando o contato entre empresa e consumidor, e mais que

isso, despertando o interesse do consumidor pela empresa, pois “a qualquer

momento, em qualquer lugar, um consumidor pode entrar em contato com a

sua empresa. Basta que, para tanto, encontre-a entre bilhões e bilhões de

páginas.” (VAZ, 2011:80).

Cabe ainda enfatizar que quando o consumidor está conectado à

Internet, ele tem basicamente três desejos, que são como um farol-guia e

ajudam a entender seu comportamento. Essas três necessidades, criadas e

satisfeitas pelo próprio consumidor, são: informação, diversão e

relacionamento. O Marketing digital atua justamente sobre essas necessidades

do consumidor, de forma ampla e planejada, abordando cada ambiente em

que o consumidor está inserido com ferramentas e ações específicas, capazes

de promover o sucesso das estratégias de marketing da empresa. (TORRES,

2009).

Ampliando a demonstração da importância do Marketing Digital como

diferencial competitivo, destacamos algumas vantagens da utilização do

Marketing digital nas estratégias de marketing das empresas:

2.3.1 Melhora a imagem da empresa diante dos consumidores

O consumidor valoriza a empresa que se preocupa com o cliente, que

busca agir de forma transparente fornecendo a mais ampla informação sobre

seus produtos e serviços, que ouve as opiniões e sugestões de seus

consumidores, que interage e participa do mesmo ambiente que o seu, e a

internet transmite essa impressão.

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Estar na internet cria a impressão de uma empresa precursora, uma

empresa moderna que se preocupa com seus clientes, que se importa o

suficiente para explorar novas tecnologias, dominando-as para o benefício do

cliente, informa que a companhia é financeiramente forte, que ela está

disposta a abraçar novos projetos que se relaciona mais com serviços do que

com lucros. (STERNE, 2000).

2.3.2 Melhora o atendimento ao cliente

Um dos papéis que a internet cumpre com excelência é o de contato

com o cliente, ela possibilita inúmera formas de interação e atendimento de

qualidade com eles, ferramentas como: e-mail, chat’s, fóruns, atendimento

online e as redes sociais aproximam à distância de um clique a empresa do

cliente.

Sterne (2000) enfatiza ainda que a manutenção do bom relacionamento

com o cliente desperta nele a necessidade de falar sobre a empresa e seu

bom atendimento, produtos e serviços, amplificando as indicações boca a

boca, que é potencializada pela internet a um nível viral.

2.3.3 Aumenta a visibilidade da empresa e as vendas

Outra vantagem do marketing digital se refere à visibilidade da empresa

no meio on-line, “não só em todo território brasileiro, mas em qualquer parte do

mundo” (VIEIRA, 2007:29), o que possibilita a abertura de oportunidades de

internacionalização da marca, através das exportações tanto no acatado ou

varejo.

A internet é um amplificador geográfico, empresas que atuam apenas

em uma região podem elevar seus produtos a um nível nacional e mundial.

Empresas pequenas pela primeira vez aparecem tanto ou muito mais do que

as grandes empresas porque isso agora não tem mais relação com capital

monetário, mas sim, com capital social. (VAZ, 2011)

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O Marketing digital potencializa a visibilidade intrínseca da internet,

através da publicidade realizada por meios estratégicos, com as ferramentas

adequadas focalizadas no público-alvo o aumento das vendas passa a ser

uma conseqüência.

Vieira (2007) destaca que a venda e produtos on-line pode se mostrar

bastante vantajosa, uma vez que os próprios fabricantes podem divulgar e

vender seus produtos diretamente ao seu público-alvo, de maneira mais

eficiente e com margens maiores de lucros em relação ao comércio tradicional,

“por esse motivo, as vendas realizadas no comércio digital, podem

proporcionar uma margem de lucro bastante elevada.” (p.30).

O autor ainda destaca que a venda pela internet favorece a compra por

impulso, pois possibilita o atendimento imediato da necessidade diante do

surgimento do desejo e satisfação da curiosidade. (VIEIRA, 2007).

2.3.4 Possibilita interatividade e captação de cliente

A internet é um ambiente social, onde a interação é facilitada, nessa

plataforma a interação do consumidor e o produto mostram-se mais eficiente,

facilitando a meta da empresa de captar novos prospects para a marca e

produto. (ZEEF, 2000).

Kotler (2000) acena que na internet existe a possibilidade de interação

entre os consumidores e os profissionais do e-marketing, o que gera

aprendizado. Possibilitando a construção do relacionamento.

A internet encurta o ciclo de produto-cliente, não é mais necessário que

este vá até uma loja física, depois a outra loja física se desejar fazer uma

comparação de preço, ou que um vendedor venha lhe apresentar os produtos,

na internet ele pode comparar empresas, produtos e serviços de qualquer lugar

e qualquer hora por dia e modo rápido e fácil, em caso de dúvida ele tem uma

infinidade de informações sobre o produto disponibilizado pela própria

empresa, desde o material do produto às garantias, podendo contatar a

empresa a qualquer momento. Essa interação instantânea é uma

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particularidade da internet e permite a captação de novos clientes com

esforços concentrados no marketing digital. (KOTLER, 2000).

2.3.5 Permite a focalização

Apesar de a internet ser um ambiente grande e disperso, ela permite a

focalização. Existe a possibilidade de canalizar esforços, definindo o público

alvo que se quer atingir e através das ferramentas de marketing digital

identificar as plataformas que esses consumidores freqüentam, suas

preferências e localização geográfica, idade, entre outros dados obtidos

facilmente na rede. (ZEEF, 2000).

2.3.6 Flexibilidade e Conveniência

Na internet o anúncio da empresa é entregue em tempo real e fica

visível 24 horas por dia, 7 dias por semana, 365 dias por ano. Podendo ser

atualizado, alterado ou cancelado imediatamente, essa é uma das maiores

vantagens da internet: a flexibilidade. (ZEEF, 2000).

No mesmo sentido Kotler (2000) enfatiza os benefícios da flexibilidade,

como a possibilidade de ajuste rápidos às mudanças de mercado, pois os

anúncios divulgados na internet podem ser alterados a qualquer momento, em

quantidades, descrições, preços e acréscimos. As Ferramentas do marketing

digital, como o monitoramento, ajudam a empresa a avaliar os efeitos de suas

ofertas e acompanhar de perto as ações da concorrência.

A conveniência é outra grande vantagem da internet, o consumidor não

precisa sair de casa para comprar, não precisam percorrer quilômetros,

enfrentar engarrafamentos e nem carregar sacolas e pagar estacionamento,

nem ainda se preocupar com o horário de funcionamento da empresa.

(KOTLER, 2000).

Intrinsecamente ligado à conveniência temos a comodidade. Fazer

compras a qualquer hora do dia e em qualquer lugar é cômodo. Nesse sentido

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Kotler (2000) destaca que os consumidores para realizar a aquisição de algum

produto e serviço pela internet deixam de se expor à fatores emocionais, não

enfrentam filas para pagar a compra e ainda não precisam lidar com a

persuasão do vendedor.

2.3.7 Possui Custos mais baixos

Fazer marketing na internet, por ser um ambiente relativamente novo e

desconhecido para muitos ainda, pode parecer assustador em termos de risco

de investimento e dispêndio financeiro. Mas o marketing digital possui custos

mais baixos que o marketing tradicional.

Vaz (2001) destaca que investir em internet ainda é muito mais barato

do que em quase todos os outros veículos e traz resultados tangíveis e

mensuráveis, de modo que aumenta a lucratividade da empresa

significativamente.

Kotler (2000) também destaca que na internet os custos são mais

baixos ao enfatizar que é possível para os profissionais de marketing evitar

despesas de manutenção de uma loja física, tais como aluguel, seguro e

serviço. Podem-se produzir catálogos digitais a custos muito menores do que

os convencionais e economizar com despesas de correio, entre outros custos

que podem ser reduzidos.

2.3.8 Possibilita Monitoração e Acompanhamento

Umas das ferramentas mais importantes, ou a talvez a mais importante

do marketing digital, é o monitoramento. Através dela é possível monitorar

desde como o consumidor interage com a marca, como responde a uma ação

de publicidade através do número de cliques de um anúncio, número de

compras até o número de indicações que o anúncio gerou. (ZEEF, 2000).

O monitoramente online pode calcular o número de visitantes, o

profissional de marketing pode determinar quantas pessoas visitaram seus

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sites e quais páginas do site elas acessaram. Essas informações ajudam a

melhorar as ofertas e os anúncios. (KOTLER, 2000).

É possível ainda obter uma infinidade de informações sobre o

consumidor online através da utilização das ferramentas de monitoração,

permitindo a correção e aprimoramento das estratégias, é possível, por

exemplo, fazer um levantamento das necessidades dos clientes de maneira

precisa e inequívoca por meio dos rastros que esse consumidor deixa na rede

e assim ofertar o que eles realmente estão buscando. (VAZ, 2011).

CAPÍTULO III

AS PRINCIPAIS FERRAMENTAS DO MARKETING

DIGITAL

A internet é um ambiente amplo e disperso, com várias plataformas

entre as quais os consumidores migram constantemente durante a navegação.

Os investimentos isolados e sem coordenação invariavelmente significam

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desperdício de recursos. É fundamental a compreensão do contexto digital,

para que seja possível o planejamento de ações coordenadas e eficientes, que

estejam ligadas umas as outras, se realimentando e contribuindo para o

crescimento e projeção da estratégia de marketing traçada. (TORRES, 2009).

Abordar as principais ferramentas do marketing digital não é tarefa

simples por se tratar de um cenário altamente mutável e em constante

aperfeiçoamento, todavia, buscaremos elencar as principais ferramentas e

abordar as estratégias das quais elas são integrantes.

Considerada a abrangência das ações de Marketing digital e as

similaridades da utilização das principais ferramentas dentro de cada estratégia

defendida pelos autores citados no capítulo 2, destacando ainda a

competência da empresa de analisar as estratégias e ferramentas que melhor

se apliquem ao seu negócio, faz-se a abordagem não exaustiva das principais

ferramentas utilizadas no marketing digital buscando o cumprimento de uma

sequencia didática, não importando em grau de relevância ou prioridade de

implementação, visto que, na internet, ambiente dinâmico, uma ferramenta

pode estar presente em mais de uma estratégia, bem como uma ação

estratégica integra e influencia o resultado das demais.

3.1 Construção da marca na internet

Assim como qualquer empresa tradicional precisa construir sua marca

no mercado, na internet é fundamental também a criação e difusão da marca

da empresa. “Uma marca de alto valor é aquela que remete ao público-alvo da

empresa uma alta percepção de qualidade em atendimento, de produtos e

serviços.” (VIEIRA, 2007:71).

Na internet a criação da marca se inicia pela escolha do nome da

empresa, da sua logomarca e pelo cadastramento de uma URL, que é o

endereço ou domínio do website da empresa. Todos os domínios comerciais

na internet se iniciam com “www” e apresentam terminação “.com” seguido de

mais duas letras que representam o país de origem do website. (id., 2007).

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Segundo Torres (2009) quando pensamos em um website, já pensamos

no primeiro e mais conhecido termo: página do site. Para o autor, página se

refere a uma tela, um conjunto de informações e instruções, que faz com que o

navegador apresente o conteúdo de um site como se fosse uma página de um

livro ou revista. Diariamente as pessoas através da navegação na internet, que

nada mais é que o acesso a vários sites, visitam e visualizam suas páginas.

É através da URL que os internautas conseguirão acessar o website da

empresa o que torna importante que a marca da empresa esteja estritamente

ligada à URL. VIEIRA (2007) destaca fatores fundamentais a serem

considerados na criação da marca na internet que influenciarão na difusão e

manutenção da marca do mercado:

• O nome da empresa deve ser lembrado com facilidade, assim como

o domínio (URL). De preferência o domínio deve ser o nome da

empresa;

• A logomarca da empresa deve fazer menção ao nome da empresa e

ao seu domínio;

• O nome da empresa e URL deve ser de fácil escrita e leitura;

• Deve-se evitar utilizar abreviaturas na URL do website, para não

confundir o consumidor;

• Deve-se efetuar o registro do nome da empresa na junta comercial e

no INPI (Instituto Nacional de Marcas e Patentes) e

• Deve-se realizar o registro do domínio criado no “Registro.br” órgão

ligado ao Ministério das Comunicações e que efetua o controle dos

registros e manutenção dos domínios de URL’s no Brasil.

3.2 Marketing de Conteúdo

O Marketing de conteúdo é o uso do conteúdo em volume e qualidade

suficiente para permitir que o consumidor encontre, goste e se relacione com

uma marca, empresa ou produto. Portanto, marketing de conteúdo é uma

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estratégia on-line disponível para utilização por qualquer empresa inserida na

rede. (TORRES, 2009).

O Marketing de conteúdo passou a ser uma ação praticada pela maioria

das empresas presentes na rede, que pretendem se perpetuar e se destacar

em meio à concorrência. É necessário gerar a cada dia conteúdo de

relevância, que abordem os temas centrais do interesse do consumidor

(interesses esses que devem ser descobertos através do monitoramento (outra

ferramenta do marketing digital), divulgar e promover esses conteúdos através

das ferramentas de marketing digital, aptas para esses fins. (Id., 2009).

Atualmente 90% dos internautas iniciam a navegação pelas ferramentas

de busca (ferramenta utilizada no marketing de conteúdo), e menos de 10%

deles acessam anúncios através de links patrocinados. Desse modo, 80% dos

internautas navegam com base no conteúdo dos sites e blogs e não na

publicidade. (Ibid., 2009).

Segundo SOUZA (2012), o Marketing de conteúdo, quando aplicado

adequadamente, permite a empresa:

• Atrair clientes potenciais;

• Informá-los sobre o que deseja comprar;

• Responder as suas dúvidas;

• Construir credibilidade e autoridade;

• Oferecer-lhes algo que considere importante;

• Transformá-los em clientes ativos e

• Incentivá-los a voltar e comprar novamente.

Torres (2009) destaca que o objetivo do Marketing de conteúdo é

despertar o interesse do consumidor, fazendo-o tomar conhecimento sobre a

existência da empresa e incentivá-lo a chegar até ela, o que denota a

importância de que o conteúdo seja relevante para o consumidor. O conteúdo

pode ser em texto, áudio, vídeo, dentre outras mídias, e deve permitir o

relacionamento saudável entre consumidor e empresa.

Vaz (2011) dá ênfase à qualidade da informação que é transmitida no

conteúdo produzido, identificando-o como responsável pela agregação de valor

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à empresa e produtos, segundo o autor, a informação potencializa todas as

etapas da negociação, pois aumenta o valor do produto ou serviço ofertado,

trazendo segurança ao consumidor. Quanto mais informação de qualidade

mais valor o consumidor atribui ao produto e maior a probabilidade da

concretização da compra.

Para tanto, a produção de conteúdo deve ser planejada. Torres (2009)

destaca que é preciso pensar no consumidor e no que ele realmente precisa e

também em como gerar esse conteúdo de forma economicamente viável,

apontando as seguintes etapas como essenciais na elaboração do conteúdo:

• Quem é o público-alvo;

• O que se pretende do público-alvo;

• Como se comporta o público-alvo;

• Que informação o público alvo-busca;

• Que conteúdo produzir para o público-alvo e

• Como produzir esse conteúdo.

A publicação do conteúdo na rede pode ser feita de diversas formas, as

mais utilizadas são os sites e blogs empresariais, mas deve sempre ser

avaliadas as melhores possibilidades de se atingir o público-alvo, podendo-se

otimizar a disseminação do conteúdo por meio das demais plataformas, como

as mídias sociais.

3.2.1 Ferramentas de busca

Tão importante quanto produzir conteúdo relevante e condizente com

os interesses do público-alvo, é fazer com que esse conteúdo chegue ao

consumidor, pois existem milhões de outros conteúdos similares pela rede.

Quando um consumidor precisa de uma informação ele utiliza as

ferramentas de busca da internet com a intenção, nesse momento, de

encontrar a resposta para sua dúvida e não de encontrar publicidade. Por isso,

as ferramentas de busca devem constar nas ações estratégicas baseadas em

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conteúdo. “Para pesquisar um produto muitos consumidores clicam em todos

os links da primeira página de resultado da pesquisa do Google, olham uma

por uma e fecham aquelas que não interessam.” (TORRES, 2009:65).

Souza (2012) destaca que quando os consumidores estão na rede

buscando por informações, produtos ou serviços eles efetuam três tipos de

busca:

• Busca navegacional: o usuário escreve diretamente no buscado o

nome da empresa. Geralmente os usuários não lembram a URL da

empresa e utilizam as ferramentas de busca como um atalho;

• Busca informacional: o usuário pesquisa sobre qualquer tema e

• Busca transacional: o usuário determina em sua busca a ação que

deseja realizar.

O consumidor não permanece muito tempo na ferramenta de busca.

Pesquisam no máximo uma ou duas vezes as mesmas palavras e partem para

o site que escolheram, comunidade ou outro ambiente on-line que encontraram

e a partir dessa etapa navegam e interagem. (TORRES, 2009)

O marketing de busca é uma das atividades do Marketing de conteúdo,

que pode ser otimizado por diversas técnicas e atividades chamadas de SEO

(Search Engine Optimization), essas técnicas visam a melhorar a estrutura do

conteúdo do site facilitando a varredura realizada pelos mecanismos de busca,

ou seja, tornar visível o blog ou site da empresa, com o melhor posicionamento

possível nos resultados da pesquisa. (SOUZA, 2012).

Grosso modo, o mecanismo de busca através da utilização de softwares

chamados de “robôs” ou “spiders” realizam a varredura de todo o conteúdo dos

sites da internet e de suas respectivas páginas, possibilitando assim a criação

de um imenso banco de dados, repleto de palavras-chaves. Uma vez que

essas palavras são digitadas pelo internauta em uma ferramenta de busca, lhe

serão apresentados nos resultados os links dos sites das páginas onde essas

palavras foram encontradas, ou seja, quanto mais conteúdo a empresa possuir

mais chance ela tem de ser encontrada pelas ferramentas de busca. (Id, 2009).

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Vaz (2011) utiliza o termo “encontrabilidade” para expressar a ação de

ser encontrado pelas ferramentas de busca, e afirma sobre ela que:

Em encontrabilidade, as palavras têm muita importância, por serem de fato as responsáveis por boa parte de todos os critérios adotados pelo Google. O mecanismo de busca considera todas as palavras encontradas em uma página para dar uma pontuação para o site. Essa pontuação significa melhor colocação. (VAZ, 2011:529).

Na página de busca, na tela de resultados aparecem duas áreas: os

resultados da pesquisa, que ocupa a área central e esquerda da tela (SEO) e a

área de links patrocinados (SEM), que aparecem normalmente à direita da tela.

SEM (Search Engine Marketing) são links pagos por pessoas ou empresas e

tem o objetivo de tornar o site visível, muito utilizado quando o posicionamento

natural (SEO) não está surtindo bons resultados, ou ainda como estratégia

complementar. (SOUZA. 2012).

Segundo Torres (2009) as ferramentas de busca consistem em um

elemento-chave do marketing de conteúdo e do processo de localização do

site, representando a porta de entrada da navegação na internet. Fazer com

que em uma parcela significativa dessas buscas, o conteúdo da empresa

apareça na primeira página dos resultados de busca, de preferência entre os

primeiros da lista, é o objetivo do marketing de busca.

3.3 Marketing de relacionamento na rede

Entre as mais importantes responsabilidades das empresas na rede,

além de atrair clientes para seus sites é a de mantê-los o maior tempo possível

navegando e fazer com que ele compre e retorne para comprar novamente. O

marketing de relacionamento é uma das ferramentas mais poderosas da

internet e visa a criar um relacionamento duradouro entre a empresa e o

cliente através do uso das ferramentas do marketing digital. (VIEIRA, 2007).

Torres (2009) aponta que o Marketing de relacionamento possui

também outros dois objetivos. O primeiro é a conquista e manutenção do

cliente por meio da confiança, credibilidade e sensação de segurança

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transmitida pela empresa e o segundo, como conseqüência do primeiro, é

garantir para a empresa resultados sustentáveis.

Para implementação do “marketing de relacionamento” é fundamental o

uso de ferramentas de TI avançadas, sistema de informação que possibilite a

criação de banco de dados com as informações deixadas pelo cliente na rede,

além dos dados cadastrais que ele fornece, como as páginas que ele mais

visita, os produtos nos quais mais demonstra interesse, as sugestões que

envia e a freqüência com que acessa o website, entre outras informações que

possam ser utilizadas pela empresa para estreitar seu relacionamento com o

cliente, possibilitando ofertar produtos e serviço de forma personalizada

criando uma possível sinergia e passando uma imagem de valor. (VIEIRA ,

2007).

Vaz (2011) defende que a internet trouxe novos conceitos de

relacionamento e mudou a forma de interação com o consumidor, não sendo

mais possível apenas tirar pedidos de venda, mas sendo necessário ganhar a

confiança e segurança do consumidor, atender a necessidade de

“pertencismo” do consumidor, que deseja fazer parte do “todo” e se sentir

valorizado ao se relacionar, como se observa nas palavras do autor:

O consumidor quer se relacionar com suas marcas. Quer relevância na comunicação e personalização dos pontos de contato. É um novo mundo em que a relação do consumidor com a marca será decisiva para a decisão e experiência de compra. (VAZ, 2011:219)

A ausência de contato físico com os consumidores é uma característica

das empresas virtuais que dificulta o feedback do consumidor e destaca a

importância da criação de múltiplos canais de comunicação para que o

consumidor possa questionar, sugestionar e se expressar em relação às suas

necessidades, satisfação e insatisfação. Segundo Vieira (2007) as

ferramentas mais utilizadas para solucionar o problema de feedback são os

abaixo elencados:

• CHAT – uma janela para conversar on-line (em tempo real) com os

atendentes do SAC da empresa;

• FALE CONOSCO – opção de envio de e-mail direto ao SAC da

empresa e

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• CALL CENTER – disponibilização de um telefone 0800, com

ligações pagas pela própria empresa, proporcionando ao cliente a

opção do contato direto e pessoal com os atendentes da empresa.

O marketing de relacionamento na internet nada mais é que a aplicação

das estratégias de marketing de relacionamento do mercado tradicional na

rede, adequando-se ao novo cenário, mas sem alterar o objetivo. TORRES

(2009).

Dentre as alternativas das ferramentas virtuais que podem ser

implementadas nas ações de marketing de relacionamento na rede, destacam-

se o e-mail marketing, as mídias sociais, o SAC (Serviço de atendimento ao

consumidor), o “fale conosco”, e o contato telefônico.

3.4 As mídias sociais

As mídias sociais são sites da internet que permitem que pessoas criem

e compartilhem as mais diversas informações com outras pessoas, em vários

formatos, como vídeo, imagem, texto e áudio, permitindo ainda o agrupamento

dessas pessoas, geralmente por afinidades de conteúdo ou simplesmente por

vínculos de amizades. “Elas recebem esse nome porque são sociais, ou seja,

são livres e abertas à colaboração e interação de todos, e porque são mídias,

ou seja, meios de transmissão de informações e conteúdo” (TORRES,

2009:113).

As mídias sociais possuem grande influência na formação de opinião

sobre produtos e serviços. Atualmente, as pessoas antes de efetuarem uma

compra em determinada empresa de um produto ou serviço específico buscam

primeiramente pesquisar informações sobre eles na rede e principalmente

opiniões de outros consumidores que já efetuaram essa compra. As mídias

sociais têm o poder de ajudar a construir ou destruir uma marca no mercado.

(TORRES, 2009).

Corroborando com esse entendimento Santini e Garcia (2011),

destacam pesquisa que aponta para essa realidade:

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Estudo realizado pela Nielsen, em abril de 2009, mostrou que as opiniões dos consumidores na web são hoje um fator mais importante na decisão de compra do que a publicidade tradicional – 70% disseram confiar nas opiniões dos consumidores postadas on-line. Isso demonstra a confiança e credibilidade das mídias sociais, que só perdem para a indicação de conhecidos. (SANTINI e GARCIA, 2011:128)

Torres (2009) alerta que decidir não participar das mídias sociais é

expor à marca da empresa a grande risco. É necessário atuar na rede

interagindo e se relacionando com o consumidor da marca da empresa,

esclarecendo dúvidas e resolvendo situações que geraram insatisfação, antes

que ela se dissemine na rede, entre milhões de outros consumidores. O autor

ainda destaca que:

Seu cliente estará nas mídias sociais, estará lendo e falando sobre seu mercado, seus produtos e também sobre os produtos do concorrente, queira você ou não, e participe você ou não desse processo. (TORRES, 2009:111).

Para Torres (2009) as mídias sociais tornam-se mais interessante para o

marketing digital devido a sua visibilidade, o que decorre de dois fatores. O

primeiro é pelo fato de serem sociais e colaborativas. O conteúdo colaborativo

se sobressai a conteúdos individuais e despertam interesse no consumidor por

permitir sua interação com as informações veiculadas. Atualmente grande

parte das publicações de conteúdo nos blogs, youtube e outras mídias são

respostas à solicitações e sugestões do próprio consumidor desses conteúdos,

deixadas nos comentários ou enviadas via e-mail ao responsável pelo website.

O uso das ferramentas de busca aumenta a visibilidade das mídias

sociais, pois devido a quantidade enorme de conteúdo desses sites, eles

aparecem sempre no topo dos resultados, como é o caso da Wikipédia,

enciclopédia online colaborativa com muitíssimos verbetes.

Nas mídias sociais não se pode simplesmente criar uma propaganda e

veicular nelas, pois ao contrário da publicidade online que se caracteriza em

grande parte pela divulgação de banners, nas mídias sociais o ponto forme é a

interação e o relacionamento, cumprindo assim a sua função. É preciso

interagir com as pessoas que estão nas mídias sociais através de estratégias

eficientes. “A partir do momento em que a empresa entra na mídia social, está

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aberto um canal de comunicação com o consumidor, oferecendo um diálogo

entre a sua marca e o cliente” (SANTINI e GARCIA, 2011:128).

Torres (2009) aponta cinco ações que definem a ideia principal do

marketing de relacionamento nas mídias sociais:

• Assumir um compromisso com o cliente;

• Conhecer o cliente;

• Entender as necessidades do cliente;

• Ouvir atentamente o cliente e

• Oferecer atividades e recursos exclusivos.

O poder das mídias sociais não pode ser subestimado. As campanhas

veiculadas nas redes sociais rendem ótimos retornos financeiros e de

relacionamento e envolve, desde a geração de conteúdo como o uso de outras

ferramentas de apoio como, hotsites (página criada exclusivamente para uma

campanha publicitária) e e-mail marketing. (VAZ, 2011)

Dentre as mídias sociais mais conhecidas e utilizadas pelos

consumidores, que integram as estratégias de marketing, estão o Youtube e

Flickr, Wikipedia, Twitter, instagran, blogs e sites colaborativos (mídias sociais

que armazenam multimídias) e o Facebook e MySpace (sites de

relacionamento).

3.4 .1 Blogs

Os blogs são sites onde ocorrem publicações de artigos que são

chamados de “posts”, sobre um ou vários assuntos. São mais parecidos com

um monólogo, onde uma pessoa ou empresa fala sobre algo de seu interesse,

abrindo aos leitores a possibilidade de comentar cada post, como bem

entendê-lo. Torres (2009) classifica os blogs em três categorias: pessoais,

profissionais e empresariais.

Os blogs pessoais são utilizados por pessoas para escreverem sobre si

mesmas ou sobre algo que gostem ou entendem com interesse de gerar

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discussão, fazer amizades ou simplesmente se expressar. Os blogs

profissionais são voltados para a publicação de diversos assuntos com o

objetivo de criar grande audiência visando futura exploração comercial. Por fim,

os blogs empresariais, são blogs cooperativos que são definidos por Torres

(2009) da seguinte forma:

O blog empresarial é uma ferramenta que as empresas, de todos os portes, têm para divulgar seu conteúdo. No caso do marketing de conteúdo, o blog empresarial é uma das melhores soluções para escrever, publicar e gerenciar o conteúdo definido no planejamento de conteúdo. (TORRES, 2009:98).

Souza (2012) destaca, dentre as vantagens, de manter um blog

coorporativo (empresarial) as seguintes:

• Geram tráfego de usuário para a empresa e aumentam o tempo de

permanência do usuário;

• Melhora o posicionamento através de links e nos mecanismos de

busca;

• Cria uma comunidade e amplia nossa base de seguidores;

• Gera conteúdo que serve de base para outros blogs e

• É barato.

A propagação do conteúdo veiculado nos blogs é ampliada pelo

fenômeno da blogosfera, que é o conjunto de blogs existentes na internet.

Grande parte dos leitores de blogs também possui um blog, o que permite que

comentem ou gerem conteúdo a partir de um conteúdo de outro blog, ou ainda

que apenas compartilhem esse conteúdo, formando uma teia invisível de

relacionamento interblogs. (Vaz, 2011).

Para produzir conteúdo em um blog é necessária a utilização de um

software, uma plataforma de conteúdo que permita a criação, publicação e

gerenciamento do conteúdo, que poder ser pago ou de livre utilização. Existem

diversos softwares de conteúdos disponíveis na internet, Torres (2009) destaca

o WordPress, um software livre e gratuito como uma excelente opção para a

produção de conteúdo e criação de blogs empresariais, citando que essa

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plataforma é utilizada por empresas conceituadas como a Wired, Peaple e o

New York Times.

3.4 .2 Youtube

O youtube é uma mídia social de armazenamento e compartilhamento

de vídeos, similar à televisão, que permite ao internauta a publicação de

qualquer tipo de vídeo, se tornando de livre acesso a todos os usuários da

internet. Possui uma série de recursos de interação como troca de mensagens,

criação de grupos, lista de favoritos e sistema de busca por interesse.

(TORRES, 2009)

Considerado o segundo maior buscador da internet, é também um

instrumento poderoso de comunicação, seja por intermédio dos próprios

consumidores ou das empresas. Destaca-se ainda pela facilidade de postagem

de vídeos e de compartilhamentos destes em redes sociais e blogs, ou ainda

através do envio da “url” do vídeo via e-mail. (VAZ, 2011).

O site do youtube se tornou um grande aliado do marketing digital, pois

possibilita a divulgação de vídeos a milhões de pessoas em um mesmo lugar.

A divulgação de vídeos informando sobre lançamento de produtos e serviços,

vídeos explicativos e de treinamento e vídeos sobre promoções e concursos,

são ações das estratégias de relacionamento do marketing digital que tem sido

muito explorada pelos profissionais de marketing. (Id., 2009).

3.4 .3 Facebook

O Facebook é a principal rede social do planeta. Pode ser considerado

o Google das redes sociais. Não há como tratar de marketing digital nas mídias

sociais sem pensar em facebook. (VAZ, 2011).

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Lançado em 2004 como rede social, o Facebook em 2012 atingiu a

marca de 1 bilhão de usuários ativos. Sobre o fenômeno facebook e sua

adesão mundial Santini e Garcia (2011) fazem interessante comparação:

Para se ter uma idéia, o rádio demorou 38 anos para alcançar 50 milhões de usuários, a TV 13 anos, a internet 4 anos, e o Facebook, um dos principais sites de relacionamento do momento, conquistou 100 milhões de usuários em 9 meses. (SANTINI e GARCIA, 2011:128).

O Facebook possui basicamente três maneiras de interação: página de

perfil, usada por pessoas comuns, página de fãs, usadas por empresas e

marcas, e os grupos, criados por pessoas com interesse comum. O Facebook ,

também oferece espaço para anúncios patrocinados do mesmo modo como

nos blogs e grandes portais, com uma visualização muito mais abrangente.

(VAZ, 2011).

Destaca-se que criar de um perfil para a empresa no facebook,

“fanpage”, é na realidade abrir um canal de comunicação com o consumidor e

não apenas de divulgação de campanhas promocionais. É necessário interagir

com o público. Se aproximar das pessoas. Estabelecer diálogo. Disponibilizar

conteúdo relevante e de qualidade. Estar atento aos comentários do

consumidor e às suas sugestões, responder dúvidas e assimilar críticas.

(HOFELMANN, 2016).

3.4 .4 Twitter

Criado em 2006 o twitter foi originado sob a perspectiva de permitir as

pessoas informarem aos seus amigos o que estavam fazendo no momento e

assim interagir de forma rápida com textos curtos. Tornou-se uma espécie de

mídia social, ferramenta de comunicação e microblog. (TORRES, 2009).

O twitter pode ser utilizado por pessoas físicas ou jurídicas. Nele os

usuários identificam outros com interesse comum, ou ainda por quais nutrem

admiração ou afinidade e assim decidem “seguir” essa pessoa. Seguir significa

acompanhar as postagens daquela pessoa e a conexão é criada dessa forma

com a troca rápida e constante de informações. No twitter cada “post” é

limitado a 140 caracteres. Ainda é possível ao seguidor “retuitar” esses posts

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permitindo agora que seus seguidores também o visualizem com mais

facilidade. (SANTINI E GARCIA, 2011).

A maioria dos aparelhos celulares permite às pessoas tuitar

praticamente de qualquer lugar em que estejam, o que aumenta a capacidade

de abrangência do conteúdo veiculado e a rapidez de sua disseminação.

Segundo levantamento realizado pelo Ibope/Nielson Online, o brasileiro já era

maioria no twitter no ano de 2009. (Id., 2011).

Apesar do objetivo inicial da criação do twitter, em pouco tempo ele foi

descoberto pelos blogueiros e jornalistas, como uma ferramenta disseminadora

de informação e publicidade de seus blogs e sites, e pelos profissionais de

marketing. Atualmente ele representa um aglomerado de informação com as

mais diversas motivações e uma ferramenta eficaz para direcionamento de

tráfego e divulgação de anúncios publicitários compondo as ações estratégicas

do marketing digital. (TORRES, 2009).

3.4 .5 Linkedin

O Linkedin é um site de relacionamentos profissionais, criado no ano de

2003 e de abrangência mundial, busca efetivamente criar relações

estritamente profissionais entre pessoas que estejam abertas a fazerem

negócios ou dispostas a receberem propostas profissionais. É um site de

relacionamentos de regras rígidas, que muito se diferencia das outras mídias

sociais. Nele o usuário preenche seu currículo com informações acadêmicas e

profissionais, pode participar de grupos e fóruns de notícias, empregos e

discussões. (TORRES, 2009).

Como o Linkedin permite a criação de uma rede sólida e realista de

contatos profissionais ele é usado no marketing digital como aliado para fins de

desenvolvimento do networking da empresa, possibilitando também encontrar

novos colaboradores, parceiros e clientes qualificados. (Id., 2009).

3.5 E-mail Marketing

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As ações de marketing direto na internet muito se assemelham às de

marketing direto tradicional. Neste caso a famosa “mala direta” caracterizada

pelo envio de oferta personalizada via correio é aqui substituída pelo “e-mail

marketing”, e tem se mostrado uma das mais eficientes ferramentas da

internet. A grande vantagem da “mala direta virtual” enviada para e-mail dos

prospects é que o cliente fica a um clique de distância do produto, podendo

satisfazer sua curiosidade no exato momento de seu surgimento, facilitando a

concretização da negociação. (VIEIRA, 2007). Outra vantagem do marketing

direto, destacada por Torres (2009) é o baixo custo e a desnecessidade de

identificação do remetente para que os e-mails sejam recebidos.

Entretanto, existe uma grande desvantagem no marketing direto que são

os “spans”. Spam é o envio em massa de e-mail não solicitado, segundo

pesquisas, atualmente entre 40% a 60% dos e-mails recebidos pelos

consumidores são spam. As pessoas passaram a abrir muito menos e-mails

por causa dos spans e golpes disfarçados de anúncios, o que exige uma

postura mais criativa e eficiente dos profissionais de marketing para se

destacarem dentre centenas de e-mails diários. (TORRES, 2009).

Vaz (2011) atenta para essa realidade, sugerindo que, com o intuito de

gerar relacionamento com o consumidor despertando seu interesse, as

campanhas enviadas, via email, devem ser compostas de 80% de informação

útil e 20% de propaganda, ou ainda a cada cinco e-mail enviados, apenas um

trate de propaganda. O autor ainda destaca que uma e-marketing bem

planejado e eficiente pode trazer resultados e conversões (concretização de

negócio) na margem de no mínimo 10 a 12% sobre os envios.

Vale ressaltar que o cadastramento de e-mail de usuário no banco de

dados para uso de e-mail marketing deve sempre ser consentido, devendo

ainda ocorrer a confirmação do cadastro via e-mail e ter a opção facilitada de

cancelamento do cadastro nas campanhas e ofertas veiculadas. Para criação

de um banco de dados com nomes e e-mails válidos, é necessários que a

empresa adote mecanismos que possibilite a obtenção desses dados, tanto

dos usuários que efetuam compras no seu site, dos visitantes que entraram em

contato por meio dos mecanismos de feedback ou qualquer outro usuário que

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tenha tido qualquer forma de relacionamento com a empresa. Vieira (2007)

destaca formas práticas para obtenção de e-mails desses internautas que

podem ser adotadas e adaptadas pela empresa:

• Disponibilizar uma área no website para cadastro espontâneo de

usuários (“cadastre-se”);

• Inclusão no cadastro de todos os clientes efetivos da empresa;

• Cadastramento de usuários que tenham entrado em contato com a

empresa via e-mail;

• Criação de mecanismo que permita que um internauta indique um

amigo ou conhecido para visitar o website ou receber e-mails

promocionais;

• Criar campanhas promocionais no website, para incentivar o

cadastramento espontâneo. Consiste em oferecer ao usuário algum

benefício em troca do cadastro (descontos, brindes, etc);

• Cadastramento obrigatório do nome e e-mail dos usuários que

desejem participar de grupos de discussões ou chats realizados no

ambiente web da empresa.

O e-mail marketing pode veicular informativos (newsletter), promoções e

lançamentos (Torres, 2009). Seu envio pode ser feito e gerenciado pela própria

empresa, caso ela possua um pequeno banco de dados, valendo-se do uso de

ferramenta como as planilhas do Excel, através de softwares prontos

disponíveis no mercado ou ainda software feitos sob encomenda adequados

as particularidades. Existe também a possibilidade de terceirização do envio,

serviço ofertado por agências de marketing. (VIEIRA, 2007).

Ainda no contexto do e-mail marketing, Torres (2009) destaca que com

a difusão do acesso a internet via celulares o e-mail marketing pode ser

adequado a essa mobilidade, trazendo resultados ainda melhores e seguindo

as mesma regras do envio de e-mail. Essa prática tem sido cada vez mais

empregada nas ações de marketing e denomina-se “SMS marketing” ou “e-

mail marketing móvel”.

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3.6 Marketing viral

O marketing viral é a representação virtual do famoso e popularizado

marketing boca-a-boca. O marketing boca-a-boca se caracteriza pela

recomendação, de um produto/serviço ou marca, feita por um consumidor, que

teve um contato positivo com a marca, a outro, levando o consumidor que

recebe a indicação a experimentar, pautado na confiança que tem na pessoa

que fez a recomendação. Por sua vez entende-se que se esse segundo

consumidor, caso também tenha um contato positivo com o produto ou serviço,

o recomendará a outras pessoas, e assim por diante, causando um efeito

multiplicador fantástico, espalhando a informação como se fosse um vírus. O

marketing viral é esse mesmo fenômeno, mas ocorrendo na rede. (TORRES,

2009)

Para Vieira (2007), o marketing viral é um conceito novo do marketing

digital e consiste na criação de peças publicitárias eficientes, divulgadas ao

público com o intuito inicial de entreter e com o intuito principal e publicitário

embutido nesse contexto. Visa a atingir o efeito multiplicador através do

compartilhamento da peça entre os internautas. Serve para divulgação

pessoal, de marca, de serviços, de produtos, eventos, entre outros, e exige alto

nível de criatividade. Sobre o marketing viral o autor destaca:

O objetivo é fazer com que o maior número possível de internautas tenham acesso às peças e que estes, ao conhecerem o seu conteúdo, sejam “arrebatados” e gostem tanto do que tenham visto que, apenas por diversão, queiram enviar este conteúdo para seus amigos e conhecidos que, se tiverem a mesma reação em relação ao conteúdo, também repassarão essas peças para outras pessoas, cirando uma infestação na rede que pode durar horas, dias, semanas ou meses, atingindo até milhões de pessoas no país e no mundo. (VIEIRA, 2007:75).

Torres (2009) aponta que o marketing viral pode ser feito de muitas

formas e que a criatividade deve ser a verdadeira regra. A peça publicitária

pode ser um vídeo, uma música, um jogo, um widget (pequenos aplicativos de

uma interface gráfica), uma imagem, uma animação ou qualquer outra forma

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·desenvolvida para comunicar a mensagem. A rede de distribuição da peça é o

meio escolhido para que essa peça chegue até seu publico alvo, geralmente

são utilizadas as mídias sociais, como youtube, twitter e facebook.

3.7 Publicidade Online

Além das divulgações no lançamento da marca é preciso esforço para

mantê-la na mente do consumidor, nesse aspecto a publicidade é peça

fundamental para a manutenção da marca da empresa viva na rede e pode ser

realizada de diversas formas, através do uso de várias ferramentas. Entretanto,

devido aos vários ambientes virtuais e a dispersão característica da internet,

Vieira (2007), aponta para a necessidade de restrição eficiente dos ambientes

onde circularão a publicidade:

O ideal é que as peças de publicidade virtual sejam publicadas somente nos principais websites relacionados aos clientes potenciais, de maneira costante com, no Maximo, pequenas intererrupções na campanha. Os Websites utilizados como veículos para as peças publicitárias devem ser os com maior número de usuários qualificados e que, também, tenham um nome idôneo no mercado. (VIEIRA, 2007:73)

A publicidade pode ser realizada em qualquer website da internet,

independente do modelo adotado. A maioria das publicidades é veiculada em

websites de conteúdo, como blogs e canais jornalísticos e de revistas, ou

websites de assuntos específicos e segmentados e até mesmo em website de

e-commerce. A publicidade online ganha proporções virais quando realizadas

em mídias sociais e ótimos resultados através do uso do email marketing.

3.7.1 Links patrocinados e Banners

Links patrocinados consistem na divulgação de anúncios, mediante

pagamento, em ferramentas de busca ou sites. Esses anúncios ganham

destaque na página do site ou na resposta das buscas realizadas por

consumidores. Existem diversas formas de pagamento para esse tipo de

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serviço, todavia o mais comum é a cobrança por quantidade de visualizações

ou por quantidade de cliques.(HOFELMANN, 2016)

Para ter um link patrocinado em uma ferramenta de busca é necessário

efetuar a comprar de uma determinada (geralmente várias) palavra-chave

referente ao assunto do anúncio. Assim o anúncio é veiculo com destaque

sempre que um usuário digita e busca a palavra escolhida pela empresa. Vaz

(2011) destaca que o Google, no Brasil, tem quase a totalidade do mercado de

buscas, através do Google AdWords, seu sistema de links patrocinados.

O sistema de links patrocinados do Google permite o acompanhamento

e monitoramento da quantidade de cliques e dos resultados obtidos com

conversões e visualizações possibilitando a readequação do anúncio. É

possível ainda restringir a divulgação do anúncio territorialmente e à horários

específicos, reduzindo assim os custos gerados por cliques desqualificados,

que são aqueles com baixas chances de gerar conversão. (Id., 2011).

Os banners são a forma mais simples e direta de publicidade na

internet. E podem ter vários formatos. Semelhante a um anúncio de jornal ou

revista, o banner é apresentado ao consumidor quando ele está acessando a

página onde o banner é veiculado. Em geral, o banner possui um link que

direciona a navegação à página do anunciante, mediante um clique.

(TORRES, 2009)

Vieira (2007) diferencia os principais formatos de banner, da seguinte

forma:

• Full banner: peça retangular, que pode ter uma pequena variação

de tamanho, cuja área é determinada em pixels (unidade

relacionada à resolução da imagem). Pode conter imagem estática

ou em movimento. Fica posicionado no sentido horizontal,

normalmente na parte inferior ou superior da página do website.

Pode ficar fixo ou rotacionar com banners de outros anunciantes. É

o tipo de banner mais usado no mundo.

• Super banner: É o formato que vem sendo cada vez mais

utilizado, consiste em banner “gigante” que utiliza toda expansão

da página do website. Surte um efeito mais contundente no

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internauta e, assim como o full banner, pode ser expansível

(aumentar de tamanho quando se passa o cursor do mouse).

Consegue abocanhar mais cliques que o full banner.

• Half banner: peça retangular com cerca de metade do tamanho do

full banner, ficando posicionado, normalmente, na área da lateral

direita dos websites. Apresenta as demais características do full

banner.

• Popup: peça publicitária que pode ser de qualquer tamanho ou

formato. Aparece em uma página da web sempre que a

acessamos, normalmente na página principal dos websites. Essa

peça costuma desaparecer em alguns segundos, ficando visível

somente o tempo necessário para o internauta ler ou interagir com

o anúncio.

• Sky ou Tower: peça em formato retangular e fica posicionada

verticalmente, normalmente, na lateral direta de websites. Sua área

é bem maior que a de um full banner e causa um impacto maior

nos internautas. Compartilha das demais características do full

banner.

• E-mail marketing: é o formato publicitário no qual o anunciante

cria uma peça no formato de um e-mail, com imagens e links, que

remetem a um hotsite ou ao website do anunciante. É enviada para

o cliente cadastrado e com qualificação adequada para o produto

oferecido.

Existem vários sites, portais e blogs profissionais que cobram valores baixos

para divulgação de banners, enquanto outros cobram valores mais altos, dependendo

da visibilidade e conceituação do website, entretanto, dependendo do objetivo

proposto o investimento em divugação da peça publicitária em sites maiores pode

representar ótimos retornos. (HOFELMANN, 2016)

3.7.2 Programas de afiliação e troca de banners

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Muito utilizado no mundo do marketing digital o programa de filiação se

torna muito interessante porque não envolve custo publicitário, utiliza-se de

ferramentas como os “links” e “banners” divulgados em vários websites de

parceiros, que passam a ser denominados de “afiliados”. Quando um cliente do

website clica no link ou no banner da empresa é direcionado para o site da

empresa e caso sua visita resulte em compra, o afiliado recebe um percentual

financeiro sobre a venda. Neste tipo de estratégia é importante ressaltar que a

empresa deverá dispor de um eficiente software capaz de processar todas as

informações relacionadas. (VIEIRA, 2007)

A troca de banner é uma estratégia igualmente interessante e ainda

menos dispendiosa, uma vez que não envolve custos financeiros. Trata-se de

um método muito utilizado no marketing digital e consiste em firmar parceria

com portais, sites, blogs e até mesmo lojas virtuais – não concorrentes – onde

os parceiros utilizarão espaços de divulgação no website um do outro,

ampliando a propagação do anúncio. (HOFELMANN, 2016).

Outras formas de publicidade que podem ser destacadas são a

Campanha Cooperada, as Ações promocionais e a disponibilização de

conteúdo e serviços no site e blog da empresa.

A campanha cooperada ocorre quando a empresa busca efetuar a

divulgação do produto ou serviço em conjunto com o fabricante, ou seja, a

campanha deverá ser parcial ou totalmente financiada pelo fabricante do

produto, uma vez que ocorrerá a promoção da marca, e o direcionamento para

o ponto de venda. (VIEIRA, 2007)

Já as ações promocionais é muito utilizada como reforço publicitário de

uma campanha maior, é na verdade programas efetuados através das

ferramentas de marketing digital, e podem ser representadas por programas de

fidelização, participação em eventos, distribuição de brindes. Visam fidelizar o

cliente, conquistar o carisma do consumidor e fazer com que ele volte à

empresa e compre novamente. (Id., 2007)

Por fim, a disponibilização de conteúdo relevante e de serviços gratuitos

no site e blog da empresa, como esclarecimento de dúvidas ou produção e

indicação de conteúdo relativo aos produtos, no remete novamente às

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estratégias de marketing de conteúdo e as técnicas de otimização das

ferramentas de busca (SEO).

3.7.3 Shopping Virtuais

Da mesma forma que no mercado tradicional, na internet também existe

os Shoppings, que são aglomerados de lojas virtuais. Existem basicamente

dois tipos de shopping virtuais. O primeiro funciona como uma ferramenta de

busca de produtos e comparação de preços entre lojas, mas com um link que

direciona a navegação para o site do anunciante. O segundo funciona de

forma similar a um shopping tradicional, pois é possível concretizar a

negociação sem sair da plataforma, são conhecidos como “marketplaces”.

(HOFELMANN, 2016).

Anunciar em shopping virtual gera conteúdo, melhora o posicionamento

nas ferramentas de busca (SEO), aumenta a visibilidade e privilegia as lojas

que trabalham com os melhores preços e mantêm boa reputação.

3.8 Pesquisa on-line e Monitoramento

Dentre as estratégias de marketing talvez a mais importante seja a pesquisa,

pois ela visa dar amparo às peças publicitárias. Antes de traçar as ações estratégicas

de marketing é preciso definir o nicho que se pretende atingir, bem como conhecer a

necessidades e desejos das pessoas abrangidas por essa segmentação. É

necessário também estudar a concorrência e analisar a seus pontos fortes e

fraquezas e isso também se faz com pesquisa. Enfim, novas ideias e tendências

também nascem com a pesquisa, para daí então serem apresentadas ao consumidor

certo, que esperam por esses resultados e firmar com eles um relacionamento

duradouro. (TORRES, 2009).

Torres (2009) destaca que as pesquisas tradicionais realizadas fora da rede,

que visam conhecer a opinião do consumidor, esbarram em duas barreiras: o custo e

a precisão. O custo se justifica pela necessidade de mobilização de grande número de

pessoas para realização de pesquisas como entrevistas, enquanto que as pesquisas

realizadas por meio de testes e call center exigem boa infraestrutura. Já a precisão

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está associada a dificuldade de elaborar uma boa pesquisa, para descobrir o que na

verdade a empresa ainda não sabe o que é. Por sua vez a internet traz uma

característica que se sobressai no contexto das pesquisas de marketing, ela é por

natureza um manancial de informações sobre o consumidor e sua opinião sobre os

mais diversos assuntos, disponíveis a custo muito baixo.

Uma boa pesquisa realizada através da rede que vise descobrir as

necessidades e preferências do consumidor devem abranger as principais áreas da

internet que afetam o consumidor, destacando como essenciais: as ferramentas de

busca; sites de e-commerce; blogosfera; mídias e redes sociais e sites dos

concorrentes. (Id., 2009)

Existem diversas ferramentas digitais disponíveis que permitem a varredura da

rede e otimizam as pesquisas online de marketing. Vaz (2011) destaca o “Google

Insights for Search“ como uma das mais importantes para se conhecer e acompanhar

o comportamento do consumidor e o que ele tem buscado na rede, bem como para

adequar as melhores palavras ao negócio da empresa, e melhorar o posicionamento

nos resultados.

O Google Insights permite descobrir quantas vezes uma mesma palavra chave

foi pesquisada em determinando período, o interesse por essa palavra ao longo dos

meses e as pesquisas relacionadas a essa palavra-chave que também foram

realizadas. Permite ainda saber a localização geográfica de onde partiram essas

pesquisas e em que categorias em foram realizadas. O tratamento dessas

informações permite descobrir e ser descoberto pelo público-alvo, otimizando a

segmentação e orientação das ações de marketing na rede. (VAZ, 2011).

Tão importante quanto a realização da pesquisa para publicação de

conteúdo relevante e em quantidade considerável e da publicidade na rede, é

a realização do monitoramente dos resultados das ações utilizadas em cada

estratégia de marketing. Para essa tarefa existem ferramentas que possibilitam

o acompanhamento diário e a análise desses resultados. Torres (2009)

destaca entre elas, o “Clipping eletrônico”. O Clipping também trabalha com

palavras-chave definidas pela empresa. Os sistemas de clipping como o

Google News, efetuam a varredura da de jornais e revistas em tempo real e

envia diariamente um resumo dos assuntos publicados na internet sobre o

tema.

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O monitoramento das mídias sociais, de marca e produtos nas redes

sociais devem ser efetuado principalmente através da participação, interação e

acompanhamento do comportamento do consumidor, mas também existem

ferramentas e serviços pagos que efetuam o serviço de clipping nas mídias

sociais, classificando cada resultado como positiva, negativa e neutra em

relação a empresa. O acompanhamento do comportamento do consumidor e

da aceitação da marca é fundamental para o aperfeiçoamento das estratégias

de relacionamento implementadas na rede. (TORRES, 2009).

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CONCLUSÃO

Desde o início, para os mais visionários, a internet se mostrou uma

grande oportunidade de negócio, um campo novo a ser explorado, em que os

consumidores estão cada vez mais presentes, conectados as tecnologias e

facilidades oferecidas por ela, passando mais tempo online e aprendendo

continuamente a utilizar a rede para realizar pesquisas sobre empresas,

produtos e serviços, como também para realização de compras,

entretenimento, estudos, relacionamentos, buscando, gerando e

compartilhando as mais diversas informações através dela.

Com a instantaneidade da informação, os consumidores deixaram de

ser passivos no momento da compra e passaram a buscar um relacionamento

mais aprofundado com a empresa, com a rapidez no fluxo de dados, eles

passaram a realizar buscas incessantes a respeito de empresas e produtos na

rede antes de realmente efetuar alguma aquisição seja por meio da internet ou

não

A informação, embora sempre tenha sido valorizada pelas organizações

ao longo das décadas, na era digital ela se tornou primordial para garantir a

sobrevivência das empresas. Atualmente a empresa que conseguir melhor

captar e tratar essas informações detêm a vantagem de sair à frente da

concorrência no sentido de alcançar primeiro o seu público-alvo satisfazendo

suas necessidades e desejos.

Na era da informação, as informações que as empresas buscam

encontram-se junto aos consumidores, e eles por sua vez estão na rede, em

sites de relacionamento, de reclamações, de buscas, dentre inúmeros outros

ambientes virtuais. A partir desse contexto, diversos autores consentem que

atualmente pode-se afirmar que se a empresa que não estiver disponível na

internet, para muitas pessoas é como se ela não existisse.

Quando uma empresa decide não considerar a internet em suas

estratégias de marketing, a rede continua afetando a empresa de muitas

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formas e uma das principais é a busca e compartilhamento de informações

sobre seus produtos e serviços feitos pelos seus consumidores em vários

ambientes digitais.

A mobilização em prol da inclusão digital, conjugada ao crescente

barateamento dos computadores e a disponibilização de internet gratuita,

acena para, em um futuro próximo, um cenário virtual com milhões de novos

internautas e consequentemente mais consumidores na rede, aumentando o

potencial dos negócios on-line. (Vieira, 2007).

Em um ambiente fervilhante de informações e de acesso facilitado pela

inclusão digital, em que o consumidor tende a adotar uma postura mais

exigente e seletiva diante das ofertas de consumo, em que cabe às empresas

identificarem e satisfazerem suas necessidades por meio da disponibilização

de produtos e serviços com mais qualidade, informação e valores agregados, o

marketing digital tem se mostrado importante ferramenta para permanência e

destaque em um mercado globalmente conectado que atinge todas as

empresas, inseridas ou não na rede.

Desse modo, é irrefutável a necessidade de que a empresa esteja

inserida na rede também, buscando divulgar seus produtos e serviços,

conquistar e fidelizar clientes, captar e trabalhar as informações que esses

consumidores deixam no ambiente virtual, utilizando o marketing digital como

uma ferramenta de diferenciação que a distingua da concorrência e a

possibilite liderar o segmento em que atua.

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