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UNIVERSIDADE DE SAtildeO PAULO
ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA
LUDMILLA MANERA CONTI
Proposta de simbiose industrial na cidade de Bebedouro (SP) para um processo de
biossorccedilatildeo usando resiacuteduos de laranja
Lorena
2015
LUDMILLA MANERA CONTI
Proposta de simbiose industrial na cidade de Bebedouro (SP) para um processo de
biossorccedilatildeo usando resiacuteduos de laranja
Monografia apresentada agrave Escola de
Engenharia de Lorena ndash Universidade de Satildeo
Paulo como requisito parcial para obtenccedilatildeo
do tiacutetulo de Engenheiro Ambiental
Orientador Prof Dr Danuacutebia Caporusso
Bargos
Lorena
2015
[FOLHA DA FICHA CATALOGRAacuteFICA]
AGRADECIMENTOS
Gostaria de agradecer agrave minha matildee Deusiana minha grande motivadora e que
sempre me ensinou a importacircncia do saber por todo o carinho e compreensatildeo da minha
ausecircncia nos uacuteltimos meses
Ao meu pai Deacutecio sinocircnimo de trabalho que me mostrou a importacircncia do esforccedilo
e dedicaccedilatildeo para o alcance de qualquer objetivo
Aos meus avoacutes pessoas iacutentegras e corretas que sempre deram grande importacircncia a
minha educaccedilatildeo pelo apoio e compreensatildeo mesmo de longe
Aos meus amigos pela amizade que sempre demonstraram e ao meu companheiro de
coraccedilatildeo pelo carinho e apoio
Agrave Profa Dra Danuacutebia Caporruso Bargos pela paciecircncia e orientaccedilatildeo durante a
elaboraccedilatildeo deste trabalho
Agrave Profa Dra Dione Mari Morita pelas elucidaccedilotildees
Agrave Profa Dra Ana Lucia Gabas pelo interesse e direcionamentos
Agrave CETESB de Barretos pela rapidez e eficiecircncia na disponibilizaccedilatildeo das
informaccedilotildees
A todos que direta ou indiretamente me auxiliaram na elaboraccedilatildeo deste trabalho meu
muito obrigada
ldquoTantas vezes pensamos ter chegado
Tantas vezes eacute preciso ir aleacutemrdquo
Fernando Pessoa
RESUMO
CONTI L M Proposta de simbiose industrial na cidade de Bebedouro (SP) para um
processo de biossorccedilatildeo usando resiacuteduos de laranja 2015 79 p Monografia (TCC II) ndash
Escola de Engenharia de Lorena Universidade de Satildeo Paulo Lorena 2015
O desenvolvimento do presente trabalho teve como objetivo principal a incitaccedilatildeo de
processo de Simbiose Industrial atraveacutes da possibilidade de aplicaccedilatildeo do resiacuteduo de
laranja (polpa casca e semente) como agente de biossorccedilatildeo do metal chumbo em aacuteguas
geradas por induacutestrias localizadas na cidade de Bebedouro estado de Satildeo Paulo
Atividades industriais especiacuteficas desta cidade possuem potencial de suscitaram
perturbaccedilotildees ambientais devido a contaminaccedilatildeo pelo metal chumbo em suas aacuteguas
residuaacuterias Como accedilatildeo remediadora a biossorccedilatildeo apresentou-se como um meacutetodo
eficiente na remoccedilatildeo de chumbo do meio aquoso pois aleacutem de prover destinaccedilatildeo
especiacutefica da biomassa vegetal apresenta grande viabilidade econocircmica por possuir baixo
valor de mercado A metodologia aplicada no desenvolvimento desta pesquisa pode ser
desdobrada nos seguintes toacutepicos a) levantamento da produccedilatildeo estadual de laranja bem
como os respectivos epicentros de produccedilatildeo e consumo b) seleccedilatildeo de induacutestria que
realizaria o beneficiamento da fruta laranja c) levantamento dos tipos de induacutestrias que
potencialmente apresentariam em anaacutelises de suas aacuteguas residuaacuterias o metal chumbo d)
arrolamento de induacutestrias com tal potencial poluidor e) anaacutelise dos dados relacionados aos
efluentes destas empresas f) elaboraccedilatildeo de proposta de simbiose industrial entre as
induacutestrias geradoras de resiacuteduos de laranja e as induacutestrias potencialmente poluidoras que
poderiam beneficiar-se com a utilizaccedilatildeo destes nos processos de tratamento de seus
efluentes contaminados com o metal chumbo g) otimizando dessa forma os ganhos
ambientais de ambas as partes interessadas Apesar dos diversos desafios encontrados
durante a realizaccedilatildeo deste trabalho principalmente de acesso a informaccedilotildees especiacuteficas
sobre a geraccedilatildeo e gestatildeo de resiacuteduos industriais das unidades estudadas os resultados
obtidos sugerem a possibilidade de implementaccedilatildeo de um processo de Simbiose Industrial
entre industriais do municiacutepio de Bebedouro
Palavras-chave Biossorccedilatildeo Biomassa Simbiose Industrial
ABSTRACT
CONTI L M Proposal for industrial symbiosis in the city of Bebedouro (SP) by a
bisorption process using orange waste 2015 79 p Monograph (TCC II) ndash Escola de
Engenharia de Lorena Universidade de Satildeo Paulo Lorena 2015
The development of this study aimed to identify the possibility of implementing an
industrial symbiosis from a proposal for implementation of orange waste (pulp peel and
seed) as lead metal biosorption agent in wastewater generated by industries located in the
city of Bebedouro state of Satildeo Paulo Specific industrial activities of this city have higher
potential environmental disturbances due to contamination by lead metal in their
wastewater As correctional action biosorption was presented as an efficient method for
lead removal from water and wastewater as well as provide specific disposal of plant
biomass also has great economic viability due it has low market price The industrial
symbiosis process tool that allows integration of industries with respect to the
recirculation of waste materials would promote the integration between the units that
provides biomass to another that utilizes as a treatment method The methodology applied
in the development of this research can be described into the steps a) data the state orange
production as well as their epicenters of production and consumption b) industry selection
that would perform the processing of orange fruit c) mapping the types of industries that
potentially would present the lead metal in analysis of their wastewater d) inventory of
industries with such pollution potential e) analysis of data related to the effluents of these
industries f) preparation of proposed industrial symbiosis between industries generates of
orange waste and industries potentially polluting that could benefit from the use of these
processes in their treatment of wastewater contaminated with lead metal g) optimizing the
environmental gains of both parties Although the many challenges encountered during this
work especially about access to specific information on the generation and management of
industrial waste of the units studied the results suggest the possibility of implementing a
process of industrial symbiosis between industries in the city of Bebedouro
Keywords Biosorption Biomass Industrial Symbiosis
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 ndash Diagrama do processo de simbiose em Kalundborg 1961 a 1989 16
Figura 2 ndash Simbioses industriais observada no distrito industrial de Kalundborg nos dias
atuais 17
Figura 3 ndash Os trecircs niacuteveis de operaccedilatildeo da Ecologia Industrial 17
Figura 4 ndash Extraccedilatildeo uso e disposiccedilatildeo final de chumbo em 1990 em milhares de toneladas
20
Figura 5 ndash Disposiccedilatildeo dos municiacutepios produtores de laranja no Estado de Satildeo Paulo 30
Figura 6 ndash Setores do cinturatildeo citriacutecola 31
Figura 7 ndash Localizaccedilatildeo das filiais das induacutestrias de suco de laranja (A B e C) 33
Figura 8 ndash Induacutestria de suco geradora de resiacuteduos de laranja localizada na cidade de
Bebedouro 35
Figura 9 ndash Induacutestrias com potencial poluidor 43
Figura 10 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea de estudos 57
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 ndash Localizaccedilatildeo das unidades das induacutestrias A B e C 32
Quadro 2 ndash Relaccedilatildeo entre categorias industriais americanas e brasileiras 38
Quadro 3 ndash Categorias e subcategorias industriais de acordo com o IBGE 39
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 ndash Paracircmetros para controle bioloacutegico da exposiccedilatildeo ocupacional 21
Tabela 2 ndash Padrotildees de lanccedilamento de efluentes contendo chumbo em corpos drsquoaacutegua e em
redes coletoras de esgoto 22
Tabela 3 ndash Cidades integrantes do cinturatildeo citriacutecola consideradas no levantamento de
induacutestrias de suco 34
Tabela 4 ndash Nuacutemero de induacutestrias de acordo com as subcategorias industriais do IBGE 40
Tabela 5 ndash Induacutestrias com potencial poluidor por chumbo localizadas na cidade de
Bebedouro ndash SP 42
Tabela 6 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 1 44
Tabela 7 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 1 44
Tabela 8 ndash Anaacutelise do efluente proveniente da metalurgia de metais natildeo ferrosos antes e apoacutes
tratamento 45
Tabela 9 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 2 45
Tabela 10 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 3 45
Tabela 11 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 3 46
Tabela 12 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 5 46
Tabela 13 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 5 47
Tabela 14 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 6 47
Tabela 15 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 6 48
Tabela 16 ndash resultado do ensaio para massa bruta 48
Tabela 17 ndash resultado do ensaio para lixiviaccedilatildeo 49
Tabela 18 ndash resultado do ensaio para solubilizado 49
Tabela 19 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 7 49
Tabela 20 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 7 50
Tabela 21 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 8 50
Tabela 22 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 8 51
Tabela 23 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 9 51
Tabela 24 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 9 51
Tabela 25 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 11 52
Tabela 26 ndash Resultados das anaacutelises para cada efluente 54
Tabela 27 ndash Dados da produccedilatildeo de laranja em Bebedouro 58
Tabela 28 ndash Valores do reator de leio fixo 59
Tabela 29 ndash Especificaccedilotildees dos flotadores de ar dissolvido 60
Tabela 30 ndash Menores rotas possiacuteveis entre a induacutestria de suco e a induacutestria 1 62
Tabela 31 ndash Menores rotas possiacuteveis entre a induacutestria de suco e a induacutestria 6 Erro
Indicador natildeo definido
Tabela 32 ndash Gastos com as tecnologias referentes 63
Tabela 33 ndash Balanccedilo de massa e energia diaacuterio proposto para a induacutestria 1 63
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 13
2 OBJETIVOS 14
21 Principal 14
22 Especiacuteficos 14
3 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA 15
31 Desenvolvimento sustentaacutevel 15
311 Simbiose industrial 15
32 Chumbo 19
321 Legislaccedilatildeo especiacutefica relacionada a descarga de efluentes 22
322 Tratamento para efluentes com metais 22
323 Biossorccedilatildeo 23
324 A laranja como adsorvente 24
4 METODOLOGIA 26
41 Levantamento bibliograacutefico 26
42 Levantamento e anaacutelise da produccedilatildeo de laranja no Estado de SP 27
43 Levantamento e anaacutelise das induacutestrias com potencial poluidor 28
44 Exposiccedilatildeo do meacutetodo de tratamento aplicado na induacutestria 29
5 LEVANTAMENTO DE DADOS 30
51 Distribuiccedilatildeo da produccedilatildeo de laranja no estado de Satildeo Paulo 30
511 Distribuiccedilatildeo do consumo de laranja no estado de SP 31
512 Seleccedilatildeo da induacutestria de suco 33
5121 Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento (MCE) 35
52 Categorias industriais de acordo com o tipo de efluente gerado 36
521 Levantamento das induacutestrias com potencial poluidor 41
5211 Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento (MEC) 43
53 Biossorccedilatildeo 53
531 Reduccedilatildeo do tamanho do resiacuteduo 55
532 Desidrataccedilatildeo do resiacuteduo 55
6 ANAacuteLISES E DISCUSSOtildeES DE DADOS 57
61 Aacuterea de estudo 57
62 Processamento dos resiacuteduos de laranja 58
63 Reator e flotador 58
64 Induacutestria 1 60
641 Quantificaccedilatildeo do resiacuteduo de laranja 61
642 Transporte 62
65 Induacutestria 6 Erro Indicador natildeo definido
651 Quantificaccedilatildeo do resiacuteduo de laranja Erro Indicador natildeo definido
652 Transporte Erro Indicador natildeo definido
66 Consideraccedilotildees 62
7 CONCLUSAtildeO 65
8 SUGESTAtildeO PARA TRABALHOS FUTUROS 67
REFEREcircNCIAS 68
ANEXO A 76
ANEXO B 78
13
1 INTRODUCcedilAtildeO
Considerando o modelo atual de desenvolvimento da sociedade como sendo
representado por um sistema aberto o qual necessita de uma fonte contiacutenua e inesgotaacutevel
de mateacuteria e energia (BRAGA et al 2002) e com um aumento das emissotildees de poluentes
em todo o mundo a busca por medidas remediadoras para melhoria das condiccedilotildees
ambientais torna-se cada vez maior
Como um exemplo de medida remediadora temos a pesquisa e desenvolvimento de
teacutecnicas que possibilitem a retirada de metais pesados do meio aquoso uma delas a
biossorccedilatildeo aleacutem de promover a destinaccedilatildeo a biomassas vegetais resultantes de processos
produtivos tambeacutem apresenta alto iacutendice de funcionalidade
Umas das biomassas vegetais cuja produccedilatildeo eacute abundante no estado de Satildeo Paulo eacute a
proveniente da fruta laranja e os resiacuteduos desta sejam eles casca bagaccedilo ou sementes jaacute
foram analisados em estudos desenvolvidos por diferentes pesquisadores tais como
Massocatto et al (2009) e Almeida et al (2012) cujos resultados atestaram eficiecircncia
elevada quanto a biossorccedilatildeo especialmente do metal pesado chumbo
Diante do exposto o presente trabalho visa apresentar uma proposta de integraccedilatildeo
entre induacutestrias do municiacutepio de Bebedouro localizado no estado de Satildeo Paulo que
proveriam resiacuteduo de laranja para aquelas que poderiam utilizaacute-lo como meacutetodo de
tratamento de aacuteguas residuaacuterias aplicando dessa forma o conceito de Simbiose Industrial
que apresenta como fundamentos as oportunidades de conexatildeo oferecidas pela disposiccedilatildeo
geograacutefica das induacutestrias e aperfeiccediloamento do uso de mateacuteria e energia (CHERTOW
2000 GANER 1995)
14
2 OBJETIVOS
21 Principal
O presente trabalho propotildee identificar a possibilidade de implementaccedilatildeo de uma
simbiose industrial entre induacutestrias do municiacutepio de BebedourondashSP
22 Especiacuteficos
Para o incremento do objetivo exposto tornou-se necessaacuterio o alcance de objetivos
especiacuteficos tais como
Identificar as induacutestrias geradoras dos resiacuteduos soacutelidos de laranja e induacutestrias que
poderiam beneficiar-se com a utilizaccedilatildeo destes nos processos de tratamento de seus
efluentes contaminados com o metal chumbo
Avaliar os processos jaacute colocados em praacutetica por induacutestrias com potencial poluidor
para tratamento dos efluentes contaminados com o metal chumbo
Analisar os dados teacutecnicos para avaliaccedilatildeo do potencial das induacutestrias selecionadas
para a proposiccedilatildeo de arranjos institucionais que propiciem a integraccedilatildeo e a simbiose entre
induacutestrias do municiacutepio de Bebedouro
15
3 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA
31 Desenvolvimento sustentaacutevel
Algumas propostas da Lei nordm 1230510 (BRASIL 2010a) que institui a Poliacutetica
Nacional dos Resiacuteduos Soacutelidos (PNRS) satildeo a prevenccedilatildeo a reutilizaccedilatildeo e a reduccedilatildeo de
resiacuteduos as quais satildeo necessaacuterias para o cumprimento e efetividade da lei Paralelamente a
este ideal uma incitaccedilatildeo atual eacute a articulaccedilatildeo de um sistema de produccedilatildeo circular
denominado cradle to cradle (que significa ldquodo berccedilo ao berccedilordquo) que consiste na produccedilatildeo
zero de rejeitos no qual a mateacuteria residual de um processo exerceria uma funccedilatildeo em outro
(CCPII c2014) A partir desses preceitos busca-se o alinhamento do desenvolvimento
econocircmico e industrial agrave proteccedilatildeo do meio ambiente e o bem-estar humano ou seja o
desenvolvimento sustentaacutevel
Conforme definiccedilatildeo ldquodesenvolvimento sustentaacutevel eacute aquele que atende as
necessidades das geraccedilotildees atuais sem comprometer a capacidade das geraccedilotildees futuras de
atenderem as suas necessidades e aspiraccedilotildeesrdquo (UNITED NATIONS 1987)
De acordo com Fet e Michelsen (2002) ldquona natureza um sistema ecologicamente
sustentaacutevel eacute uma teia complexa de organismos no qual as mateacuterias e os resiacuteduos
conformam um ciclordquo Frosch e Gallopoulos (1989) agrave vista desse conceito desenvolveram
o ideal de ecossistema industrial o qual funcionaria analogamente aos sistemas
ecologicamente sustentaacuteveis os resiacuteduos gerados por uma companhia podemdevem ser
usufruiacutedos como recurso por outra correspondendo a um ciclo fechado de mateacuteria e
energia
311 Simbiose industrial
Em 1989 uma associaccedilatildeo de filiais de diferentes induacutestrias que realizavam uma
extensa partilha de recursos foi descoberta na Dinamarca O que foi denominado na eacutepoca
16
de ldquoa simbiose industrial em Kalundborgrdquo forneceu a possibilidade da realizaccedilatildeo concreta
dos ecossistemas industriais proposto por Frosch e Galloupolos em 1989 (CHERTOW
2007) Poreacutem analogamente ao ciclo residual fechado proposto pelos ecossistemas
industriais os fundamentos para a simbiose industrial satildeo a colaboraccedilatildeo e as
oportunidades de coesatildeo oferecidas pela proximidade geograacutefica (CHERTOW 2000)
aleacutem do uso aprimorado dos recursos naturais e reduccedilatildeo da produccedilatildeo de resiacuteduos finais
(GANER 1995) Assim considera-se que a simbiose industrial eacute um passo para a
realizaccedilatildeo do objetivo maior que seria o alcance de um ecossistema industrial
A ldquosimbioserdquo observada em 89 no distrito industrial de Kalundborg ocorreu de
modo gradual e sem uma concepccedilatildeo especiacutefica as induacutestrias empenharam-se no uso
econocircmico de seus subprodutos e minimizaram custos em conformidade agraves novas
regulamentaccedilotildees ambientais (EHRENFELD GERTLER 1997) A Figura 1 apresenta o
diagrama do distrito industrial de Kalundborg
Figura 1 ndash Diagrama do processo de simbiose em Kalundborg 1961 a 1989
Fonte adaptado de KALUNDBORG SYMBIOSIS (2015)
No decorrer dos anos e fazendo jus aos sistemas naturais o distrito industrial
desenvolveu-se de modo que novas relaccedilotildees conexotildees e empresas foram se estabelecendo
trazendo cada vez mais proacuteximo o ideal de ecossistema industrial tal como apresentado
na Figura 2
Existem ainda outros exemplos de processos de simbioses industriais que
aconteceram naturalmente ao redor do mundo como em Jyvaumlskylauml na Finlacircndia e Sytiria
na Aacuteustria (CHERTOW 2000)
17
Figura 2 ndash Simbioses industriais observada no distrito industrial de Kalundborg nos dias atuais
Fonte adaptado de KALUNDBORG SYMBIOSIS (2015)
Ehrenfeld e Gertler (1997) afirmaram que o ramo emergente da ecologia industrial
une os preceitos citados a outros como por exemplo o metabolismo industrial (cuja
elucidaccedilatildeo seraacute realizada mais adiante) trazendo-os como forma simplificada de
operacionalizaccedilatildeo de projetos desenvolvendo uma estrutura que identifica e implementa
estrateacutegias que visam agrave manutenccedilatildeo dos paradigmas ambientais almejando o
desenvolvimento industrial alicerccedilado ao desenvolvimento sustentaacutevel
Na Figura 3 eacute possiacutevel observar de modo linear o que Grann (1997) alegou em que
a simbiose industrial revela-se como um meacutetodo funcional da aplicaccedilatildeo do conceito
sustentaacutevel de desenvolvimento
Figura 3 ndash Os trecircs niacuteveis de operaccedilatildeo da Ecologia Industrial
Fonte adaptado de CHERTOW (2000)
18
Conforme a Figura 3 e de acordo com Chertow (2000) constata-se a existecircncia de
trecircs grandes aacutereas de operaccedilatildeo da ecologia industrial bem como alguns exemplos de
instrumentos de cada uma
1 Empresa ndash refere-se ao desenvolvimento de medidas que podem ser exercicidas
dentro da empresa tais como
Eco-design ndash estrateacutegia de design que visa a reduccedilatildeo das perdas ambientais
utilizada principalmente no desenvolvimento de novos produtos (GARNER
KEOLEIAN 1995)
Prevenccedilatildeo agrave poluiccedilatildeo ndash uniatildeo de princiacutepios que tem por finalidade a prevenccedilatildeo agrave
geraccedilatildeo de resiacuteduos antes do iacutenicio do processo industrial (CHERTOW 2000)
Economia verde ndash este novo campo da contabilidade se desvencilha-se da
contabilidade tradicional propondo-se a trazer informaccedilotildees mais exatas sobre o
ldquocustos ambientaisrdquo das empresas cuja influecircncia deve alcanccedilar o campo dos
negoacutecios relacionando-se a ldquoqualidade verderdquo do produto ou serviccedilo (RICHARDS
FROSCH 1997)
2 Inter-empresas ndash medidas que podem ser tomadas a partir da relaccedilatildeo entre
induacutestrias que encontram-se geograficamente proacuteximas tais como
Simbiose industrial ndash criaccedilatildeo de ligaccedilatildeo entre induacutestrias com objetivo de
aumentar a eficiecircncia da mateacuteria e energia que fluem atraveacutes do distrito industrial
em que se encontram (EHRENFELD GERTLER 1997)
Ciclo de vida dos produtos ndash ldquoprocesso usado para avaliar as perdas ambientais
relacionadas a um produto processo ou atividaderdquo (Society for Enviromental
Toxicology amp Chemistry ndash SETAC 1994 traduccedilatildeo nossa)
Iniciativa dos setores industriais
3 RegionalGlobal ndash medidas que podem ser adotadas entre nuacutecleos induacutestrias
Ciclos e orccedilamentos ndash eacute um sistema orientador que promove produccedilotildees com
designs mais ecoloacutegicos e economicamente sustentaacuteveis (GARNER KEOLEIAN
1995)
Fluxo de mateacuteria e energia ndash conceito desenvolvido por Robert Ayres
denominado de ldquometabolismo industrialrdquo leva em consideraccedilatildeo o fluxo de mateacuteria
e energia atraveacutes dos sistema industriais e por meio de anaacutelises in put (entrada) e
out put (saiacuteda) vecirc-se a possibilidade de identificaccedilatildeo de processos e produtos
ineficientes que podem resultar em perda material e prejuiacutezos ao meio ambiente
(GARNER KEOLEIAN 1995)
19
Portanto a simbiose industrial apresenta-se como uma ferramenta que envolve
induacutestrias tradicionalmente separadas em uma ldquoabordagem coletiva para a vantagem
competitiva envolvendo troca fiacutesica de materiais energia aacutegua eou subprodutosrdquo
(CHERTOW 2000 traduccedilatildeo nossa)
De acordo com Ehrenfeld e Gertler (1997) a partir do estreitamento da relaccedilatildeo
entre o conceito ambiental e o desenvolvimento industrial e considerando que esse jaacute vecircm
atrelado ao desenvolvimento econocircmico houve a necessidade da aplicaccedilatildeo dos conceitos
da Simbiose Industrial atraveacutes da configuraccedilatildeo de ldquoeco-parques industriaisrdquo
De acordo com Chertow (2000) ldquona praacutetica as definiccedilotildees de eco-parques
industriais ainda estatildeo em formaccedilatildeordquo poreacutem duas definiccedilotildees satildeo mais aceitas a do
Presidentrsquos Council Sustainable (PCSD)
ldquouma comunidade de empresas que cooperam entre si e com a
comunidade local para compartilhar de forma eficiente os recursos
(informaccedilotildees materiais aacutegua energia infra-estrutura e de habitats naturais)
levando a ganhos econocircmicos ganhos de qualidade ambiental e melhoria
equitativa dos recursos humanos para a comunidade empresarial e localrdquo
(PSCD 1996 traduccedilatildeo nossa)
E e a da USEPA
ldquoum eco-parque industrial eacute uma comunidade de manufatura e serviccedilos
que procuram melhor desempenho ambiental e econocircmico
atraveacutes da colaboraccedilatildeo na gestatildeo de questotildees ambientais e de recursos
incluindo energia aacutegua e materiais Ao trabalhar em conjunto a comunidade
de empresas procura um benefiacutecio colectivo que eacute maior do que a soma de a
benefiacutecios individuais de cada empresa iria perceber se ele otimizou seu
indiviacuteduo o desempenho apenasrdquo (USEPA 1995 traduccedilatildeo nossa)
Faz-se relevante neste contexto o estiacutemulo de uma nova revoluccedilatildeo industrial que
promova o desenvolvimento de accedilotildees que entrelaccedilariam o desenvolvimento econocircmico
com o bem-estar dos ecossistemas Poreacutem Casagrande Junior (2004) denota que as
inovaccedilotildees tecnoloacutegicas desenvolvidas pelo modelo econocircmico atual satildeo atreladas ao
ciacuterculo vicioso produccedilatildeo gt consumo gt crescimento econocircmico que estimulam o consumo
exacerbado gerando pressatildeo sobre os recursos naturais causando custos sociais e
ambientais
32 Chumbo
O chumbo eacute um metal pesado cujo siacutembolo eacute Pb de massa molar 2072 g mol-1 de
coloraccedilatildeo branca-azulada tornando-se acinzentado quando exposto ao ar Eacute inodoro
20
macio maleaacutevel possui baixa condutividade eleacutetrica e alta resistecircncia agrave corrosatildeo Funde-se
com facilidade agrave 3274 ordmC e sua temperatura de vaporizaccedilatildeo eacute de 1725 ordmC Pertence ao
grupo IVA da tabela perioacutedica cujo nuacutemero atocircmico eacute 82 podendo apresentar dois estados
de oxidaccedilatildeo Pb+2 mais estaacutevel e Pb+4 oxidante Historicamente tem sido amplamente
explorado pela sociedade devido a sua vasta disponibilidade no meio ambiente
principalmente na forma de compostos minerais sendo o sulfeto de chumbo (PbS)
conhecido como galena considerado a mais importante e abundante fonte de chumbo
(ALEXANDRINO 2014)
Existem relatos de utilizaccedilatildeo do chumbo por vaacuterias sociedades antigas no entanto
a primeira civilizaccedilatildeo a utilizaacute-lo amplamente foi o Impeacuterio Romano no seacuteculo V aC V
aC para ldquoconfecccedilatildeo de objetos [] fabricaccedilatildeo de tubulaccedilotildees e torneiras produtos de
beleza e ateacute na correccedilatildeo da acidez do vinho atraveacutes da adiccedilatildeo de oacutexido de chumbordquo
(Miranda e Souto 2010)
Atualmente cerca de 70 da produccedilatildeo mundial de chumbo eacute utilizada
fundamentalmente na elaboraccedilatildeo de baterias automotivas e na induacutestria de chumbo-aacutecido
embora tambeacutem apresente copiosas empregabilidades na induacutestria em geral devido a suas
caracteriacutesticas fiacutesicas e quiacutemicas (PRAC c2015) Na Figura 4 observam-se os processos de
extraccedilatildeo usos e disposiccedilatildeo final do chumbo nos anos 90
Figura 4 ndash Extraccedilatildeo uso e disposiccedilatildeo final de chumbo em 1990 em milhares de toneladas
Fonte elaborado a partir de GARNER KEOLEIAN (1995)
21
Comparativamente ao dado fornecido pelo PRAC observa-se que o ramo que
absorve a maior porcentagem do mercado extrativista continua o mesmo isto eacute a
fabricaccedilatildeo de baterias Eacute possiacutevel observar que a reciclagem do chumbo eacute quase que
integralmente proveniente dessa mesma atividade e que vaacuterios usos permanecem como
sistemas abertos de mateacuteria
Como consequecircncia dessa intensa utilizaccedilatildeo a contaminaccedilatildeo por chumbo eacute um
problema tatildeo expressivo quanto a extensatildeo de seu uso
ldquoA maior incidecircncia de intoxicaccedilatildeo por chumbo ocorre devido agrave
contaminaccedilatildeo ambiental pela ingestatildeo de alimentos e bebidas contaminadas
e por partiacuteculas suspensas no ar (KOSNETT 2003) Na atividade
ocupacional a via mais frequente de intoxicaccedilatildeo eacute a inalatoacuteria como
consequecircncia da contaminaccedilatildeo do ambiente de trabalho (PAOLIELLO
CHASIN 2001) Dentre os gecircneros alimentiacutecios que mais contribuem para a
ingestatildeo de chumbo destacam-se a aacutegua potaacutevel bebidas em geral cereais
vegetais e frutas (SALGADO 2003)rdquo (SCHIFER et al 2005)
O grande avanccedilo dos sistemas industriais e seu consequente aumento de atividades
nos uacuteltimos anos assim como a negligecircncia de certas induacutestrias tecircm sido responsaacuteveis
pela degradaccedilatildeo de efluentes especialmente pelo desaguamento de quantidades de metais
pesados nestes (PINTO et al 2003) Os metais acabam por contaminarem lenccediloacuteis freaacuteticos
e reservatoacuterios de aacutegua podendo causar danos agrave sauacutede da populaccedilatildeo tais danos ocorrem
quando haacute a extrapolaccedilatildeo dos limites maacuteximos tolerados pelo organismo humano
denominado no Brasil de Iacutendice Bioloacutegico Maacuteximo Permitido (IBPM) o qual foi
decretado pela NR 7 e aprovado pela Portaria SSST nordm 24 de 29 de dezembro de 1994 Na
Tabela 1 verificam-se os valores tolerados para a substacircncia chumbo
Tabela 1 ndash Paracircmetros para controle bioloacutegico da exposiccedilatildeo ocupacional
Agente quiacutemico Indicador Bioloacutegico
VR[1] IBPM[2]
Amostra Anaacutelise
Chumbo orgacircnico
Sangue Chumbo Ateacute 40 ug em 100 mL 60 ug em 100 mL
Urina Aacutecido Delta Aminolevuliacutenico Ateacute 45 g g-1 creat 10 mh g-1 creat
Sangue Zincoprotoporfirina Ateacute 40 ug em 100 mL 100 ug em 100 mL
Chumbo Tetraetila Urina Chumbo Ateacute 50 ug g-1 creat 100 ug g-1 creat
creat ndash abreviaccedilatildeo de creatinina [1] Valor de Referecircncia da Normalidade valor possiacutevel de ser
encontrado em populaccedilotildees natildeo-expostas ocupacionalmente [2] Iacutendice Bioloacutegico Maacuteximo Permitido eacute
o valor maacuteximo do indicador bioloacutegico para o qual se supotildee que a maioria das pessoas
ocupacionalmente expostas natildeo corre risco de danos agrave sauacutede A ultrapassagem deste valor significa
exposiccedilatildeo excessiva
Fonte adaptado de BRASIL (1994a)
22
321 Legislaccedilatildeo especiacutefica relacionada a descarga de efluentes
Conforme artigo 3ordm da Resoluccedilatildeo CONAMA nordm430
ldquoOs efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderatildeo ser lanccedilados
diretamente nos corpos receptores apoacutes o devido tratamento e desde que
obedeccedilam agraves condiccedilotildees padrotildees e exigecircncias dispostos nesta Resoluccedilatildeo e em
outras normas aplicaacuteveisrdquo (BRASIL 2011)
Assim considerou-se que para estar em acordo com a legislaccedilatildeo vigente pode
haver a necessidade da realizaccedilatildeo de tratamento preacutevio ou completo para descarga do
efluente em corpo drsquoaacutegua
Os padrotildees para lanccedilamento de efluentes em corpos receptores satildeo regulamentados
em acircmbito federal na Resoluccedilatildeo CONAMA nordm 430 de 2011 (BRASIL 2011) e em acircmbito
estadual pelo Decreto 8468 de 19761 (SAtildeO PAULO 1976) Na Tabela 2 verificam-se os
padrotildees de lanccedilamento para o metal chumbo em ambos os acircmbitos
Tabela 2 ndash Padrotildees de lanccedilamento de efluentes contendo chumbo em corpos drsquoaacutegua e em redes
coletoras de esgoto
Fonte elaborado a partir de BRASIL (2011) SAtildeO PAULO (1976)
322 Tratamento para efluentes com metais
O tratamento para remoccedilatildeo de metais pesados pode ser realizado a partir de
diferentes processos tais como a precipitaccedilatildeo quiacutemica troca-iocircnica filtraccedilatildeo por
membrana e meacutetodos eletromecacircnicos (ECKENFELDER 2000) Estes conforme
Tchobanoglous e Burton (1991) e Aksu (1998) podem ser processos dispendiosos e
ineficientes
1 A Lei Estadual 997 de 31 de maio de 1976 aprovada pelo Decreto 8468 de 8 de setembro de 1976 foi
alterada e acrescida de dispositivos pelos Decretos 15425 de 23 de julho de 1980 e pelo Decreto 47397 de
novembro de 2012
Destino Resoluccedilatildeo CONAMA nordm43011 Lei Estadual 99776
Emissatildeo em corpos drsquoaacutegua ateacute 05 mg L-1 ateacute 05 mg L-1
Emissatildeo em rede coletora de esgoto ndash ateacute 15 mg L-1
23
Poreacutem metais pesados podem ser extraiacutedos de um sistema aquoso empregando-se
adsorventes naturais como as cascas de determinadas frutas que constituem excelente
alternativa perante os processos quiacutemicos uma vez que satildeo abundantes apresentam baixo
custo comercial e natildeo apresentam uma destinaccedilatildeo especiacutefica fora o descarte convencional
(SIMOtildeES TAUK-TORNISIELO 2005)
Podendo ser fiacutesico ou quiacutemico o processo efetua-se pela interaccedilatildeo do material
adsorvente com o produto a ser adsorvido A adsorccedilatildeo fiacutesica eacute ocasionada principalmente
pelas forccedilas de van der Waals2 no qual o equiliacutebrio eacute atingido rapidamente e eacute reversiacutevel
jaacute a adsorccedilatildeo quiacutemica eacute a uniatildeo de moleacuteculas ou aacutetomos a uma superfiacutecie soacutelida que pode
ser realizada atraveacutes de ligaccedilotildees quiacutemicas ou por efeito cataliacutetico (WEBER JUNIOR 1972)
323 Biossorccedilatildeo
Segundo Volesky (1986) eacute denominada de biossorccedilatildeo a separaccedilatildeo seletiva de iacuteons
metaacutelicos de meio aquoso na qual o meio adsorvente seria uma biomassa sendo ainda um
processo natildeo agressivo no qual ocorrem somente interaccedilotildees entre os grupos funcionais da
biomassa com os iacuteons da soluccedilatildeo
ldquoA adsorccedilatildeo eacute uma forma de tratamento bastante eficaz utilizada para a
remoccedilatildeo de metais toacutexicos Devido a isto meacutetodos de adsorccedilatildeo de metais em
efluentes utilizando materiais naturais estatildeo sendo desenvolvidos podendo
ainda ser uma alternativa para o aproveitamento de resiacuteduos agroindustriaisrdquo
(MASSOCATTO et al 2009)
A utilizaccedilatildeo da biomassa como agente adsorvente alternativo em meacutetodos de
tratamento convencional apresenta como fatores significativos o reduzido valor agregado
comercial capacidade de tratar grande volume de efluente potencial de dessorccedilatildeo3 e
tempo de separaccedilatildeo seletiva de iacuteons variando de 5 a 15 minutos (PINO TOREM 2011
VOLESKY HOLAN 1995) Geralmente os adsorventes naturais evidenciam a mesma
eficaacutecia de reter iacuteons metaacutelicos que os adsorventes sinteacuteticos pois possuem agrupamentos
orgacircnicos e satildeo fibrosos o que gera uma maior aacuterea de influecircncia e ldquosiacutetiosrdquo para os iacuteons
serem adsorvidos (PAVAN 2007)
O uso da biomassa como agente de remoccedilatildeo de metais pesados jaacute eacute desde 1999
considerada pela USEPA como uma tecnologia de descontaminaccedilatildeo
2 Forccedilas de van der Waals forccedilas entre as moleacuteculas mais fracas que as forccedilas atocircmicas RUSSEL J
Quiacutemica Geral 2 ed Satildeo Paulo Makron Book 1994 vol 1 3 Recuperaccedilatildeo da espeacutecie metaacutelica
24
Diversos tipos de adsorventes tais como o palmito pupunha o sabugo de milho o
algodatildeo o caju as cascas de arroz banana noz pecatilde e laranja tecircm sido testados
laboratorialmente por pesquisadores da aacuterea cita-se Vaghetti et al (2009) que realizou
estudos sobre a eficiecircncia da casca da noz pecatilde como agente de retirada de iacuteons cromo(III)
cromo (VI) ferro zinco cobre manganecircs e chumbo de soluccedilotildees sinteacuteticas obtendo
especial ecircxito na biossorccedilatildeo de cromo (VI)
O processo de biossorccedilatildeo desenvolve-se de modo homogecircneo atraveacutes de condiccedilotildees
ambientais controladas as quais ocorrem dentro de reatores contiacutenuos (VOLESKY
NOLAN 1995 SANTOS VASCONCELOS 2002) Os reatores mais comumente usados
na remoccedilatildeo de metais pesados satildeo o de coluna de leito fixo e o anaeroacutebio de manta de
lodo (QUAMBY FOSTER 1995 SEOLATTO et al 2009)
De acordo com Lodeiro Herrero e Sastre de Vicente (2006) os reatores de coluna
de leito fixo promovem o melhor aproveitamento do biossorvente pois possibilitam ciclos
regenerativos jaacute os reatores anaeroacutebios de manta de lodo satildeo comumente utilizados em
tratamento de aacuteguas residuaacuterias por serem eficientes na remoccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica e
apresentarem consideraacutevel baixo custo inicial (QUAMBY FOSTER 1995 SEOLATTO
et al 2009)
324 A laranja como adsorvente
Segundo Batista (2014)
ldquoA casca da laranja encontra-se na literatura dos estudos de adsorccedilatildeo
mostrando um grande potencial na remoccedilatildeo de resiacuteduos em efluentes O
Brasil eacute um grande produtor de laranja no mundo atualmente em torno de
70 do suco consumido mundialmente eacute proveniente de plantaccedilotildees ou da
industrializaccedilatildeo da laranja no Brasil Apoacutes a extraccedilatildeo do suco na induacutestria da
laranja grande parte do fruto mais de 50 eacute de rejeitos soacutelidos
representados pela casca bagaccedilo e sementesrdquo (BATISTA 2014)
Aproximadamente 18 milhotildees de toneladas de laranja satildeo produzidas anualmente
no Brasil e o Estado de Satildeo Paulo eacute responsaacutevel por 74 dessa produccedilatildeo (IBGE 2012)
Em 2011 os resiacuteduos de laranja oriundos de induacutestrias de processamento como por
exemplo de produccedilatildeo de suco chegaram a gerar 95 milhotildees de toneladas de resiacuteduos
(CODESP 2011) Apesar de ser uma mateacuteria abundante e de baixo custo a principal
utilizaccedilatildeo dessa biomassa tem sido como complemento na alimentaccedilatildeo bovina Tal
25
complemento chamado de ldquopolpa ciacutetrica peletizadardquo eacute produzido a partir da secagem dos
resiacuteduos de laranja Ateacute meados de 1993 o produto era desconhecido pela pecuaacuteria
nacional pois desde a deacutecada de 70 a polpa ciacutetrica era exportada quase que integralmente
para a Europa (NEVES et al 2010)
A previsatildeo para exportaccedilatildeo do produto em 2012 era de 180 toneladas isso
considerando que haveria um aumento de 21 com relaccedilatildeo a 2011 (CODESP 2011) A
polpa ciacutetrica peletizada continua natildeo sendo empregada amplamente no Brasil gerando um
remanescente de aproximadamente 932 milhotildees de toneladas de resiacuteduos de laranja sem
destinaccedilatildeo especiacutefica Dessa forma a sua utilizaccedilatildeo como insumo de agente biossortivo
obtido aproximadamente a custo zero torna-se de grande valia na retirada de metais
pesados de meio aquoso
Como apontado por Batista (2014) os rejeitos de laranja satildeo apontados na literatura
como material de adsorccedilatildeo mostrando um grande potencial na remoccedilatildeo de metais Aacuteguas
residuaacuterias que incluem por exemplo cromo chumbo e prata apresentam resultados
promissores particularmente a biossorccedilatildeo do chumbo apresenta aproximadamente 99 de
eficaacutecia com relaccedilatildeo a concentraccedilotildees variadas de chumborejeito de laranja (MORAES et
al 2011 MASSOCATTO et al 2009 ALMEIDA et al 2012)
Apesar da eficaacutecia laboratorial da utilizaccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos de laranja (casca
bagaccedilo e semente) na descontaminaccedilatildeo de um meio aquoso observa-se a necessidade do
estabelecimento da conexatildeo entre as induacutestrias que proveriam esse resiacuteduo de laranja com
as que poderiam utilizaacute-lo como meacutetodo de tratamento assim revelou-se a oportunidade
de aplicar o conceito de Simbiose Industrial atraveacutes de uma anaacutelise inter-empresas
avaliando a potencialidade de intercacircmbio dos rejeitos industriais como fonte de mateacuteria-
prima para outros processos produtivos em induacutestrias do municiacutepio de Bebedouro estado
de Satildeo Paulo
26
4 METODOLOGIA
A metodologia desenvolvida neste trabalho pode ser agrupada e pormenorizada em
quatro etapas todas elas partindo de um levantamento e anaacutelise de referenciais teoacutericos
embasados em dados bibliograacuteficos O levantamento de dados realizado neste trabalho teve
como primeira aacuterea de abrangecircncia o estado de Satildeo Paulo Foram utilizados os bancos de
dados do IBGE CDSP CETESB USEPA entre outros e tambeacutem web sites artigos teses
e pesquisas acadecircmico cientiacuteficas
41 Levantamento bibliograacutefico
Caracterizou-se o processo de simbiose industrial como forma de reinserccedilatildeo de
resiacuteduos na cadeia produtiva e sua efetiva implantaccedilatildeo como possibilidade viaacutevel do
alcance do desenvolvimento sustentaacutevel
Realizou-se definiccedilatildeo teacutecnica do metal pesado chumbo e contextualizaccedilatildeo da
problemaacutetica do uso histoacuterico desse metal com ecircnfase para a problemaacutetica do uso na
atualidade
Desenvolveu-se a relaccedilatildeo entre o capitalismo atual que promove os ciclos abertos
de mateacuteria e energia caracteriacutestica de parte do sistema produtivo com ecircnfase para aqueles
que geram aacuteguas residuaacuterias contaminadas pelo metal pesado chumbo
Avaliaram-se os meacutetodos de remoccedilatildeo de metais-pesados de aacuteguas residuaacuterias com
especial atenccedilatildeo ao uso de biomassa vegetal como agente no processo de adsorccedilatildeo4 objeto
de estudo deste trabalho
A partir da escolha da biossorccedilatildeo como meacutetodo para o tratamento de efluentes
realizou-se um levantamento bibliograacutefico sobre usos de diversas biomassas vegetais que
apresentariam eficaacutecia comprovada e que tambeacutem poderiam ser encontradas em
abundacircncia
Constatou-se que o maior produtor de laranja do Brasil eacute o estado de Satildeo Paulo e
que a cadeia produtiva da transformaccedilatildeo do produto in natura em suco eacute tambeacutem em sua
4 Neste trabalho foi denominada de biossorccedilatildeo a adsorccedilatildeo realizada por meio da utilizaccedilatildeo de biomassa
vegetal
27
grande maioria realizada dentro do estado O processo referido gera quantidade abundante
de biomassa vegetal de laranja cuja eficaacutecia no tratamento de efluentes contaminados pelo
metal pesado chumbo pocircde ser comprovada por referencial teoacuterico
Definiu-se de consideraacutevel relevacircncia a realizaccedilatildeo de um estudo que busque
evidecircncias da aplicabilidade e viabilidade de uma proposta para o processo de simbiose
entre as induacutestrias estudadas no qual os resiacuteduos (bagaccedilosementecasca) de laranja
possam ser utilizados como meacutetodo de tratamento de aacutegua residuaacuteria contaminada no
processo de produccedilatildeo industrial
42 Levantamento e anaacutelise da produccedilatildeo de laranja no Estado de SP
Apoacutes constataccedilatildeo por meio da Revisatildeo Bibliograacutefica que o Estado de Satildeo Paulo eacute
o estado que se apresenta como maior produtor de laranja do Brasil realizou-se um
levantamento da produccedilatildeo de laranja por cidades do estado Utilizaram-se dados do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do ano de 2012 que correspondem
ao levantamento da produccedilatildeo total de diversos tipos de leguminosas frutas e sementes por
cidade
Posteriormente realizou-se a elaboraccedilatildeo de um mapa referente agrave produccedilatildeo de
laranja por cidade do estado de Satildeo Paulo com suporte do programa de geoprocessamento
ArcGis 1031
A partir da obtenccedilatildeo de dados referentes agrave produccedilatildeo de laranja por cidade com sua
respectiva espacializaccedilatildeo constatou-se acessando o cataacutelogo da Associaccedilatildeo Nacional de
Exportadores de Sucos e Ciacutetricos (CitrusBR) que o escoamento de 93 da produccedilatildeo total
do estado eacute proveniente do denominado cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo cuja definiccedilatildeo seraacute elucidada
no capiacutetulo 51 tem a seguinte destinaccedilatildeo trecircs grandes empresas fabricantes de suco de
laranja consumo in natura e pequenas induacutestrias produtoras de suco
A seguir as cidades levantadas neste trabalho e integrantes do cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo
foram aferidas sequencialmente em ordem decrescente de produccedilatildeo mediante acessos aos
cataacutelogos industriais da Federaccedilatildeo das Induacutestrias do Estado de Satildeo Paulo (FIESP 2014) e
do Centro das Induacutestrias do Estado de Satildeo Paulo (CIESP 2015) com o intuito de verificar
a existecircncia de escoamento de produccedilatildeo de laranja destinado a pequenas induacutestrias de suco
28
Foi realizado contato por meios eletrocircnicos com as induacutestrias constantes no
material pesquisado no qual foram requeridas informaccedilotildees sobre
1) Existecircncia da geraccedilatildeo de resiacuteduo de laranja
2) Destinaccedilatildeo dada ao resiacuteduo se este existir
3) Quantificaccedilatildeo diaacuteria eou mensal eou anual do resiacuteduo se este existir
4) Armazenamento do resiacuteduo se este existir
A Companhia Ambiental do estado de Satildeo Paulo (CETESB) foi contatada com o intuito
de requisitar vista do Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento (MCE) desta induacutestria
com objetivo de levantamento dos dados pertinentes ao desenvolvimento deste trabalho Os
dados solicitados agrave CETESB referentes a cada induacutestria constam no Anexo A e B
43 Levantamento e anaacutelise das induacutestrias com potencial poluidor
A partir da delimitaccedilatildeo da aacuterea de estudo verificou-se a necessidade da realizaccedilatildeo
um levantamento das induacutestrias que poderiam utilizar-se da biossorccedilatildeo como meacutetodo de
tratamento de efluentes
Para tal houve a necessidade de realizar uma relaccedilatildeo entre as categorias industriais
da Environmental Protection Agency ndash United States (USEPA) as quais levam em
consideraccedilatildeo em sua descriccedilatildeo os componentes que potencialmente seriam encontrados
em seus respectivos efluentes com as categorias industriais brasileiras disponibilizadas
pelo IBGE
Sucedendo-se a esta associaccedilatildeo e jaacute delimitada a aacuterea de pesquisa como sendo o
limite municipal da cidade de Bebedouro realizou-se a partir de pesquisa nos cataacutelogos
industriais da FIESP (2014) e da CIESP (2015) afericcedilatildeo das induacutestrias que estariam dentro
dos paracircmetros dispostos nas categorias industriais caracterizadas neste trabalho isto eacute as
que potencialmente conteriam chumbo em suas aacuteguas residuaacuterias
Um total de onze induacutestrias apresentaram os quesitos para serem categorizadas pelo
meacutetodo citado Um mapa referente agrave disposiccedilatildeo dessas induacutestrias foi efetuado no programa
ArcGis 1031 Subsequentemente a agecircncia da CETESB responsaacutevel pelo municiacutepio de
Bebedouro foi contatada a fim de se obter a vista dos processos MCE de cada uma das
induacutestrias com o intuito de verificar quais realmente continham chumbo em suas aacuteguas
29
residuaacuterias e quais as formas de tratamento efetuadas Apoacutes essa verificaccedilatildeo constatou-se
que duas induacutestrias adequavam-se ao propoacutesito deste trabalho
44 Exposiccedilatildeo do meacutetodo de tratamento aplicado na induacutestria
Pormenorizaccedilatildeo dos dados referentes aos efluentes destas empresas foram
analisados para que a partir de referencial teoacuterico em uma segunda etapa fossem
realizados os caacutelculos da demanda de resiacuteduos de laranja que tais induacutestrias utilizariam se
adotassem o meacutetodo de tratamento proposto
Atraveacutes de anaacutelise do mesmo referencial teoacuterico citado anteriormente foram
obtidas informaccedilotildees sobre o tratamento especiacutefico que o resiacuteduo deveria receber antes de
ser inserido no processo de tratamento Em sequecircncia realizou-se levantamento das
tecnologias que poderiam ser utilizadas no processamento desses resiacuteduos bem como
seleccedilatildeo das que mais se adequavam
Realizou-se levantamento de formas de inserccedilatildeo da biomassa em escala real de
tratamento
Um levantamento e anaacutelises de custos das tecnologias de processamento das
formas de inserccedilatildeo e do translado do resiacuteduo caso fosse utilizado os serviccedilos de uma
empresa transportadora foram realizados
30
5 LEVANTAMENTO DE DADOS
51 Distribuiccedilatildeo da produccedilatildeo de laranja no estado de Satildeo Paulo
Para o levantamento e espacializaccedilatildeo da produccedilatildeo de laranja no estado de Satildeo Paulo
foram coletados dados do site do IBGE referentes ao ano de 2013 Na Figura 5 satildeo
destacados os municiacutepios paulistas produtores de laranja conforme o total de produccedilatildeo da
fruta
Figura 5 ndash Disposiccedilatildeo dos municiacutepios produtores de laranja no Estado de Satildeo Paulo
Fonte IBGE (2013)
De acordo com a CitrusBR (2010) e com o Fundo de Defesa da Citricultura
(FUNDECITRUS 2015) existe uma aacuterea denominada de cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo cuja
delimitaccedilatildeo geograacutefica abrange 93 da produccedilatildeo de laranja do estado de Satildeo Paulo Essa
aacuterea eacute dividida em setores os quais satildeo denominados de norte sul centro noroeste e
sudoeste como apresentado na Figura 6
31
Figura 6 ndash Setores do cinturatildeo citriacutecola
Fonte Adaptado FUNDECITRUS (2015)
511 Distribuiccedilatildeo do consumo de laranja no estado de SP
Sabendo que aproximadamente 93 de toda a laranja produzida no estado de Satildeo
Paulo proveacutem do cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo a seguinte diferenciaccedilatildeo eacute feita pela CitrusBR
(2010) conforme sua destinaccedilatildeo a) 84 para trecircs grandes induacutestrias de suco de laranja as
quais possuem 18 faacutebricas distribuiacutedas em 16 municiacutepios do estado de SP e um localizado
no estado do Paranaacute b) 2 para pequenas induacutestrias produtoras de suco de laranja c) 7
ao consumo in natura
No Quadro 1 satildeo apresentadas informaccedilotildees de localizaccedilatildeo das unidades industriais
das trecircs grandes induacutestrias consumidoras da produccedilatildeo de laranja do estado de Satildeo Paulo
denominadas arbitrariamente de induacutestrias A B e C
32
Quadro 1 ndash Localizaccedilatildeo das unidades das induacutestrias A B e C
Induacutestria de suco de laranja Cidades
Induacutestria A
Bebedouro
Engenheiro Coelho
Matatildeo
Paranavaiacute (PR)
Santos
Induacutestria B
Araras
Catanduva
Matatildeo
Induacutestria C
Araraquara
Avareacute
Conchal
Colina
Cordeiroacutepolis
Duartina
Itaacutepolis
Porto Ferreira
Uchoa
Votuporanga
Fonte CITRUSBR (2010)
Na Figura 7 eacute possiacutevel visualizar em acircmbito estadual a disposiccedilatildeo geograacutefica das
filiais das induacutestrias A B e C
O potencial de geraccedilatildeo de resiacuteduos de laranja dessas unidades industriais eacute elevado
visto que 84 da produccedilatildeo do estado eacute absorvida por elas (CITRUSBR 2010) Poreacutem ao
acessar o conjunto de paacuteginas da internet dessas trecircs induacutestrias constatou-se que todo o
produto residual de laranja gerado jaacute tem como destinaccedilatildeo o processo de peletizaccedilatildeo
Assim uma vez que este resiacuteduo representa um valor comercial para estas induacutestrias natildeo
foram considerados tais dados no desenvolvimento deste trabalho
33
Figura 7 ndash Localizaccedilatildeo das filiais das induacutestrias de suco de laranja (A B e C)
Fonte CITRUSBR (2010)
Os 7 da produccedilatildeo de laranja que natildeo proveacutem do cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo natildeo teve seu
escoamento estudado fato que impossibilitou a utilizaccedilatildeo desses dados na realizaccedilatildeo das
anaacutelises requeridas para o desenvolvimento deste trabalho
Portanto considerou-se que 2 da produccedilatildeo de laranja proveniente do cinturatildeo
ldquocitriacutecolardquo aproximadamente 266400 toneladas5 serviria ao propoacutesito aludido
512 Seleccedilatildeo da induacutestria de suco
Reputando-se que os 2 da produccedilatildeo estadual de laranja citados localizam-se no
cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo (CITRUSBR 2010) realizou-se a identificaccedilatildeo de pequenas induacutestrias
5 Considerando a produccedilatildeo anual em torno de 18 milhotildees de toneladas e 74 deste total proveniente do
estado de Satildeo Paulo
34
produtoras de suco de laranja integrantes do cinturatildeo atraveacutes de acessos aos Cataacutelogos
Induacutestrias da CIESP (2015) e da FIESP (2014)
As cidades foram hierarquizadas de forma decrescente conforme o total de
produccedilatildeo anual de laranja Na sequecircncia ponderou-se a distinccedilatildeo de induacutestrias que
somente realizam o processo de embalagem do suco pronto das que realizam o processo
de fabricaccedilatildeo deste O levantamento cessou quando um total de duas induacutestrias foram
encontradas ambas localizadas na cidade de Bebedouro estado de Satildeo Paulo Vale
ressaltar que as cidades hierarquizadas como anteriores agrave Bebedouro natildeo apresentaram
induacutestrias de suco dentro dos limites municipais A Tabela 2 apresenta a produccedilatildeo anual
em toneladas para cada cidade do cinturatildeo citriacutecola
Tabela 3 ndash Cidades integrantes do cinturatildeo citriacutecola consideradas no levantamento de induacutestrias de suco
Cidades Produccedilatildeo (t ano-1)
Casa Branca 693 690
Mogi Guaccedilu 448 800
Itapetininga 392 716
Aacuteguas de Santa Barbara 364 100
Brotas 334 560
Bebedouro 326 570
Fonte IBGE (2012)
Das induacutestrias consultadas somente uma retornou o contato em tempo haacutebil para
desenvolvimento deste trabalho Essa induacutestria situa-se no Norte do cinturatildeo na cidade de
Bebedouro e a Figura 8 tem por finalidade mostrar sua disposiccedilatildeo geograacutefica dentro do
municiacutepio citado
As informaccedilotildees fornecidas pela empresa denotam que existe produccedilatildeo de resiacuteduo
de laranja sem destinaccedilatildeo determinada (informaccedilatildeo verbal)6 Poreacutem natildeo foram cedidas
dados referentes a quantidade desse resiacuteduo gerado por dia mecircs eou ano e nem sobre a
forma de armazenamento eou disposiccedilatildeo do mesmo
6 Dados fornecidos por funcionaacuterio em entrevista por telefone
35
Figura 8 ndash Induacutestria de suco geradora de resiacuteduos de laranja localizada na cidade de Bebedouro
Fonte CIESP (2015) FIESP (2014)
5121 Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento (MCE)
O MCE eacute um documento exigido como parte integrante das Licenccedilas Preacutevias de
Instalaccedilatildeo e Operaccedilatildeo do Empreendimento (G3 GEOTECNOLOGIAS c2014)
Em pesquisa realizada em websites de diversas prefeituras (Campinas Satildeo Paulo e
Ribeiratildeo Preto) constatou-se que cada cidade tem seu proacuteprio modelo de MCE poreacutem
todos seguem o modelo baacutesico fornecido pela CETESB que margeia os seguintes itens
Identificaccedilatildeo do empreendimentoatividade
Relaccedilatildeo de mateacuterias primas
Relaccedilatildeo de produtos
Relaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos
36
Croqui de localizaccedilatildeo
Fluxograma
Combustiacuteveis
Informaccedilotildees sobre chamineacutes
Fontes de poluiccedilatildeo do ar
Equipamentos para controle de poluiccedilatildeo do ar
Balanccedilo hiacutedrico
Efluentes liacutequidos
Resumo de lanccedilamentos
Resiacuteduos soacutelidos
Armazenamento e tratamentodisposiccedilatildeo final dos resiacuteduos soacutelidos
Fontes de poluiccedilatildeo por ruiacutedo
A agecircncia da CETESB responsaacutevel pelo muniacutecipio de Bebedouro localiza-se na
cidade de Barretos e por meio de e-mails telefonemas e pedidos formais requisitou-se
vista do MCE da induacutestria mencionada no item anterior
Apoacutes verificaccedilatildeo constatou-se que a induacutestria produtora de suco possui Certificado
de Dispensa de Licenccedila portanto natildeo possui MCE impossibilitando o recolhimento de
dados por este meio
52 Categorias industriais de acordo com o tipo de efluente gerado7
A partir das praacuteticas industriais descargas de aacuteguas pluviais tecnologias e accedilotildees
que previnam a poluiccedilatildeo tratamento de efluentes e caracteriacutesticas econocircmicas a USEPA
realiza anaacutelises que possuem como princiacutepio baacutesico o incentivo agrave reduccedilatildeo da geraccedilatildeo de
poluentes que sejam ao mesmo tempo economicamente viaacuteveis Assim com base em
normas e limites para a descarga de efluentes em aacuteguas superficiais e em estaccedilotildees de
7 Chumbo geralmente natildeo eacute o uacutenico metal encontrado em aacuteguas residuaacuterias industriais desse seguimento
37
tratamento a proacutepria USEPA realizou uma categorizaccedilatildeo das induacutestrias conforme o tipo de
efluente gerado
As categorias industriais que nesta categorizaccedilatildeo da USEPA apresentavam limites
restritivos para a emissatildeo de efluentes contaminados pelo metal pesado chumbo satildeo
apresentadas a seguir
Battery Manufacturing
Centralized Waste Treatment
Copper Forming
Electrical and Electronic Components
Electroplating
Glass Manufacturing
Inorganic Chemicals
Iron and Steel Manufacturing
Metal Finishing
Metal Molding and Casting (Foundries)
Metal Products and Machinery
Nonferrous Metals Forming and Metal Powders
Nonferrous Metals Manufacturing
Ore Mining and Dressing (Hard Rock Mining)
Organic Chemicals Plastics and Synthetic Fibers (OCPSF)
Pesticide Chemicals Manufacturing Formulating and Packaging
Porcelain Enameling
Rubber Manufacturing
Transportation Equipment Cleaning Manufacturing
No Brasil o IBGE realizou em 2008 um estudo que reuniu informaccedilotildees
econocircmicas e financeiras sobre os setores industriais brasileiros o qual apresenta dados
sobre receita custos e valor de produccedilatildeo por exemplo Neste estudo tambeacutem satildeo
enumerados todos os setores industriais
38
O quadro 2 tem por finalidade relacionar as categorias americanas catalogadas pela
USEPA que podem apresentar chumbo em seus efluentes com os respectivos setores
industriais brasileiros
Quadro 2 ndash Relaccedilatildeo entre categorias industriais americanas e brasileiras
Categoria US EPA Categoria IBGE
Ore Mining and Dressing (Hard Rock Mining) Extraccedilatildeo de minerais metaacutelicos
Inorganic Chemicals
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos
Organic Chemicals Plastics and Synthetic
Fibers (OCPSF)
Pesticide Chemicals Manufacturing
Formulating and Packaging
Copper forming
Porcelain Enameling Fabricaccedilatildeo de produtos de minerais natildeo-
metaacutelicos Glass Manufacturing
Electroplating
Metalurgia baacutesica ou
Fabricaccedilatildeo de produtos de metal
(exceto maacutequinas e equipamentos)
Iron and Steel Manufacturing
Metal Finishing
Metal Molding and Casting (Foundries)
Nonferrous Metals Forming and Metal
Powders
Nonferrous Metals Manufacturing
Electrical and Electronic Components Fabricaccedilatildeo de maacutequinas aparelhos e
materiais eleacutetricos Battery Manufacturing
Transportation Equipment Cleaning
Manufacturing Fabricaccedilatildeo equipamentos de transporte
Centralized Waste Treatment Reciclagem
Fonte elaborado a partir de dados de USEPA (2014) IBGE (2008)
No Quadro 3 eacute possiacutevel verificar as categorias industriais do IBGE que tambeacutem
constam no Quadro 2 com as suas respectivas subcategorias estas embasam de maneira
mais especiacutefica a correlaccedilatildeo estabelecida
39
Quadro 3 ndash Categorias e subcategorias industriais de acordo com o IBGE
Categoria IBGE Subcategoria IBGE
Extraccedilatildeo de minerais metaacutelicos Extraccedilatildeo de minerais metaacutelicos natildeo-ferrosos
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos inorgacircnicos
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos orgacircnicos
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas
Fabricaccedilatildeo de tintas vernizes lacas e produtos afins
Fabricaccedilatildeo de fibras fios cabos e filamentos contiacutenuos artificiais e sinteacuteticos
Fabricaccedilatildeo de artigos de borracha e material plaacutestico
Fabricaccedilatildeo de artigos de borracha
Fabricaccedilatildeo de produtos de material plaacutestico
Fabricaccedilatildeo de produtos de minerais natildeo-metaacutelicos
Fabricaccedilatildeo de vidro e de produtos do vidro
Metalurgia baacutesica
Produccedilatildeo de ferro-gusa e de ferroligas
Siderurgia
Fabricaccedilatildeo de tubos (exceto em sideruacutergicas)
Fundiccedilatildeo
Fabricaccedilatildeo de produtos de metal
(exceto maacutequinas e equipamentos)
Fabricaccedilatildeo de estruturas metaacutelicas e obras de caldeiraria pesada
Fabricaccedilatildeo de tanques caldeiras e reservatoacuterios metaacutelicos
Forjaria estamparia metalurgia do poacute e serviccedilos de tratamento de metais
Fabricaccedilatildeo de artigos de cutelaria de serralheria e ferramentas manuais
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de tanques caldeiras e reservatoacuterios metaacutelicos
Fabricaccedilatildeo de produtos de metal natildeo especificados anteriormente
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas e
equipamentos
Fabricaccedilatildeo de motores bombas compressores e equipamentos de transmissatildeo
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos de uso Geral
Fabricaccedilatildeo de tratores e de maacutequinas e equipamentos para a agricultura e pecuaacuteria
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas-ferramenta
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos de usos na extraccedilatildeo mineral e construccedilatildeo
Fabricaccedilatildeo de outras maacutequinas e equipamentos de uso especiacutefico
Fabricaccedilatildeo de armas municcedilotildees e equipamentos militares
Fabricaccedilatildeo de eletrodomeacutesticos
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas
aparelhos e materiais eleacutetricos
Fabricaccedilatildeo de geradores transformadores e motores eleacutetricos
Fabricaccedilatildeo de equipamentos para distribuiccedilatildeo e controle de energia eleacutetrica
Fabricaccedilatildeo de fios cabos e condutores eleacutetricos isolados
Fabricaccedilatildeo de pilhas baterias e acumuladores eleacutetricos
Fabricaccedilatildeo de lacircmpadas e equipamentos de iluminaccedilatildeo
Fabricaccedilatildeo de material eleacutetrico para veiacuteculos - exceto baterias
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de maacutequinas aparelhos e materiais eleacutetricos
Fabricaccedilatildeo de outros equipamentos e aparelhos eleacutetricos
Fabricaccedilatildeo de material eletrocircnico baacutesico
Fabricaccedilatildeo de material eletrocircnico e de aparelhos e equipamentos de comunicaccedilotildees
Fabricaccedilatildeo de aparelhos receptores de raacutedio e televisatildeo e de reproduccedilatildeo gravaccedilatildeo ou amplificaccedilatildeo de som e viacutedeo
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de aparelhos e equipamentos de telefonia radiotelefonia e de transmissores de televisatildeo e raacutedio (exceto telefones)
Fabricaccedilatildeo de outros equipamentos de transporte
Fabricaccedilatildeo de outros equipamentos de transporte
40
Reciclagem Reciclagem de sucatas metaacutelicas
Fonte elaborado a partir de IBGE (2008)
Em anaacutelise comparativa dos aspectos das categorias industriais americanas
catalogadas pela USEPA com as respectivas especificaccedilotildees das categorias e subcategorias
industriais catalogadas pelo IBGE eacute possiacutevel afirmar que estas possuem similaridade
Assim conclui-se que potencialmente tais categorias e subcategorias listadas no Quadro
3 satildeo passiacuteveis de possuir o metal pesado chumbo em suas aacuteguas residuaacuterias Na Tabela 4
observa-se a quantidade de induacutestrias presentes em cada uma das subcategorias de acordo
com levantamento realizado pelo IBGE no ano de 2003
Tabela 4 ndash Nuacutemero de induacutestrias de acordo com as subcategorias industriais do IBGE
(continua)
Subcategorias industriais Nordm
Extraccedilatildeo de minerais metaacutelicos natildeo-ferrosos 61
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos inorgacircnicos 374
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos orgacircnicos 426
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas 67
Fabricaccedilatildeo de fibras fios cabos e filamentos contiacutenuos artificiais e sinteacuteticos 38
Fabricaccedilatildeo de artigos de borracha 1540
Fabricaccedilatildeo de produtos de material plaacutestico 5545
Fabricaccedilatildeo de vidro e de produtos do vidro 416
Produccedilatildeo de ferro-gusa e de ferroligas 99
Siderurgia 237
Fabricaccedilatildeo de tubos (exceto em sideruacutergicas) 165
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 449
Fundiccedilatildeo 798
Fabricaccedilatildeo de estruturas metaacutelicas e obras de caldeiraria pesada 3475
Fabricaccedilatildeo de tanques caldeiras e reservatoacuterios metaacutelicos 363
Forjaria estamparia metalurgia do poacute e serviccedilos de tratamento de metais 2628
Fabricaccedilatildeo de artigos de cutelaria de serralheria e ferramentas manuais 1910
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de tanques caldeiras e reservatoacuterios metaacutelicos 83
Fabricaccedilatildeo de produtos diversos de metal 4215
Fabricaccedilatildeo de motores bombas compressores e equipamentos de transmissatildeo 1041
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos de uso geral 2271
Fabricaccedilatildeo de tratores e de maacutequinas e equipamentos para a agricultura e pecuaacuteria 754
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas-ferramenta 540
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos de usos na extraccedilatildeo mineral e construccedilatildeo 227
41
Fabricaccedilatildeo de outras maacutequinas e equipamentos de uso especiacutefico 1715
Tabela 3 ndash Nuacutemero de induacutestrias de acordo com as subcategorias industriais do IBGE
(conclusatildeo)
Subcategorias industriais Nordm
Fabricaccedilatildeo de armas municcedilotildees e equipamentos militares 8
Fabricaccedilatildeo de eletrodomeacutesticos 427
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos 1071
Fabricaccedilatildeo de geradores transformadores e motores eleacutetricos 396
Fabricaccedilatildeo de equipamentos para distribuiccedilatildeo e controle de energia eleacutetrica 454
Fabricaccedilatildeo de fios cabos e condutores eleacutetricos isolados 239
Fabricaccedilatildeo de pilhas baterias e acumuladores eleacutetricos 103
Fabricaccedilatildeo de lacircmpadas e equipamentos de iluminaccedilatildeo 482
Fabricaccedilatildeo de material eleacutetrico para veiacuteculos - exceto baterias 173
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de maacutequinas aparelhos e materiais eleacutetricos 129
Fabricaccedilatildeo de outros equipamentos e aparelhos eleacutetricos 460
Fabricaccedilatildeo de material eletrocircnico baacutesico 421
Fabricaccedilatildeo de material eletrocircnico e de aparelhos e equipamentos de comunicaccedilotildees 238
Fabricaccedilatildeo de aparelhos receptores de raacutedio e televisatildeo e de reproduccedilatildeo gravaccedilatildeo
ou amplificaccedilatildeo de som e viacutedeo 194
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de aparelhos e equipamentos de telefonia e radiotelefonia
e de transmissores de televisatildeo e raacutedio (exceto telefones) 21
Fabricaccedilatildeo de outros equipamentos de transporte 301
Reciclagem de sucatas metaacutelicas 103
Fonte elaborado a partir de IBGE (2003)
Analisando a Tabela 4 contata-se que ao todo no ano de 2003 existiam 34657
induacutestrias com potencial poluidor pelo metal chumbo no Brasil
521 Levantamento das induacutestrias com potencial poluidor
Apoacutes a seleccedilatildeo da induacutestria produtora de suco de laranja a ser estudada realizou-se
um levantamento de dados buscando averiguar todas as induacutestrias passiacuteveis de serem
enquadradas nas categorias e subcategorias industriais mencionadas na Tabela 3
42
Analisados os cataacutelogos industriais da FIESP (2015) a da CIESP (2014) verificou-se
que um total de onze induacutestrias adequavam-se agraves subcategorias citadas neste trabalho Tais
induacutestrias foram denominadas sequencialmente de 1 a 11 e estatildeo descritas na Tabela 4
Tabela 5 ndash Induacutestrias com potencial poluidor por chumbo localizadas na cidade de Bebedouro ndash SP
Categoria IBGE Identificaccedilatildeo da induacutestria
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 1
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 2
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 3
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 4
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 5
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 6
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 7
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas 8
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas 9
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas 10
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas 11
Fonte adaptado de CIESP (2014) FIESP (2015)
Na Figura 9 verifica-se a disposiccedilatildeo dessas induacutestrias dentro do limite municipal da
cidade de Bebedouro ndash SP
43
Figura 9 ndash Induacutestrias com potencial poluidor
Fonte CIESP (2014) FIESP (2015)
As induacutestrias apresentadas na tabela 8 foram enquadradas pelas categorias
industriais que apresentavam o potencial poluidor descrito neste trabalho No entanto
algumas destas apresentavam mais de um processo produtivo o que demandaria anaacutelises
caso a caso para realizaccedilatildeo de enquadramentos mais especiacuteficos
5211 Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento (MEC)
Sendo a descriccedilatildeo do MCE caracterizada no item 5121 afirma-se que para
desenvolvimento da parte subsequente da metodologia utilizada para desenvolvimento
deste trabalho foram coletadas as seguintes informaccedilotildees nos processos requeridos o
balanccedilo hiacutedrico e efluentes liacutequidos das induacutestrias citadas na Tabela 5
44
Induacutestria 1 ndash a Tabela 6 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem A
Tabela 7 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 6 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 1
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 709
Usos ndash
Sanitaacuterios 637
Industrial 072
Outros 0
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 129
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 510
Industrial 070
Outros 0
Total de efluentes 580
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 401011015
Tabela 7 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 1
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Metalurgia de metais natildeo ferrosos
Vazatildeo 07
Vazatildeo de lanccedilamento 07
Meacutetodo de tratamento
Correccedilatildeo de pH e agitaccedilatildeo mecacircnica
Floculaccedilatildeo mecacircnica
Filtraccedilatildeo
Disposiccedilatildeo final Outros
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 51
Vazatildeo de lanccedilamento 51
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 401011015
45
Anaacutelises de controle para a fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua proveniente da metalurgia de
metais natildeo-ferroso satildeo realizadas e os resultados disponiacuteveis constam na Tabela 8
Tabela 8 ndash Anaacutelise do efluente proveniente da metalurgia de metais natildeo ferrosos antes e apoacutes tratamento
Paracircmetros Aacutegua bruta (entrada) Efluente industrial (saiacuteda)
Temperatura da aacutegua (ordm C) 25
pH 6
Houve periacuteodos de chuva
durante a coleta tratamento Sim
Chumbo (mg L-1) 2570 0305
Norma 6010 C
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 401011015
Induacutestria 2 ndash natildeo possui (ou natildeo foi informado) os dados para o balanccedilo hiacutedrico A
Tabela 9 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 9 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 2
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 056
Vazatildeo de lanccedilamento 056
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 401026315
Induacutestria 3 ndash a Tabela 10 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 11 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 10 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 3
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 600
46
Usos ndash
Sanitaacuterios 490
Industrial 0
Outros domeacutestico 110
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 208
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 392
Industrial 0
Outros 0
Total de efluentes 392
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400003213
Tabela 11 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 3
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 392
Vazatildeo de lanccedilamento 392
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400003213
Induacutestria 4 ndash possui Certificado de Dispensa de Licenccedila - natildeo possui o MCE
Induacutestria 5 ndash a Tabela 12 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 13 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 12 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 5
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado Nd
Usos ndash
Sanitaacuterios 336
Industrial 0
Outros domeacutestico 0
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 067
47
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 269
Industrial 0
Outros 0
Total de efluentes 269
Nd ndash informaccedilatildeo natildeo estava disponiacutevel
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400025612
Tabela 13 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 5
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 269
Vazatildeo de lanccedilamento 269
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400025612
Induacutestria 6 ndash a Tabela 14 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 15 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 14 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 6
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 4066
Usos ndash
Sanitaacuterios 630
Industrial 0
Outros consumo 3466
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 067
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 504
Industrial 0
Outros 3562
Total de efluentes 4066
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedilas nordm
400002814 e 400004314
48
Tabela 15 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 6
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Metalurgia de alumiacutenio e ligas
Vazatildeo Nd
Vazatildeo de lanccedilamento Nd
Meacutetodo de tratamento Nd
Disposiccedilatildeo final Nd
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 504
Vazatildeo de lanccedilamento 504
Meacutetodo de tratamento Filtro anaeroacutebio
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Nd ndash informaccedilotildees natildeo estavam disponiacuteveis
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedilas nordm 400002814 e 400004314
No MCE da referida foram apresentadas anaacutelises de controle para a fonte de
poluiccedilatildeo da aacutegua proveniente da metalurgia de alumiacutenio e ligas as quais foram
disponibilizadas em forma de relatoacuterio de ensaio Os relatoacuterios de ensaios para a) massa
bruta conforme NBR 10004 de 20048 (Tabela 16) b) lixiviaccedilatildeo conforme NBR 10005 de
20049 (Tabela 17) c) solubilizaccedilatildeo conforme NBR 10006 de 200410 (Tabela 18)
Tabela 16 ndash resultado do ensaio para massa bruta
Paracircmetro Resultado VMP LQ Unidade Meacutetodo de referecircncia
Chumbo 1550 Entre 200 e 125 01 mg kg-1 3111-B
VMP ndash Valores miacutenimos eou maacuteximos permitidos pela normalegislaccedilatildeo LQ ndash Limite de
quantificaccedilatildeo Dados de amostragem a) Massa da amostra seca 18385 g
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedilas nordm 400002814 e 400004314
8 NBR 10004 de 2004 a norma tem por funccedilatildeo a classificaccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos quanto aos seus
potenciais riscos agrave sauacutede puacuteblica e ao meio ambiente Materiais radioativos natildeo satildeo abrangidos nesta norma
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR ISO 10004 resiacuteduos soacutelidos ndash
classificaccedilatildeo 2004
9 NBR 10005 de 2004 tal norma tem por finalidade estipular os requisitos para obtenccedilatildeo de extrato lixiviado
dos resiacuteduos soacutelidos classificados na norma ABNT NBR 10004 como classe I ndash perigosos e classe II ndash natildeo
perigosos ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR ISO 10004 procedimento para
obtenccedilatildeo de extrato lixiviado de resiacuteduos soacutelidos 2004
10 NBR 10006 de 2004 essa norma fomenta os requisitos exigiacuteveis para obtenccedilatildeo de extrato solubilizado dos
resiacuteduos soacutelidos especificados pela ABNT NBR 10004 como classe IIA ndash natildeo inertes e classe IIB ndash inertes
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR ISO 10004 procedimento para obtenccedilatildeo
de extrato solubilizado de resiacuteduos soacutelidos 2004
49
De acordo com a NBR 10005 de 2004 lixiviaccedilatildeo eacute
ldquoProcesso para determinaccedilatildeo da capacidade de transferecircncia de substacircncias
orgacircnicas e inorgacircnicas presentes no resiacuteduo soacutelido por meio de dissoluccedilatildeo no
meio extrator (NBR 10005 2004)rdquo
Tabela 17 ndash resultado do ensaio para lixiviaccedilatildeo
Paracircmetro Resultado VMP LQ Unidade Meacutetodo de referecircncia
Chumbo 012 100 01 mg L-1 3111-B
VMP ndash Valores miacutenimos eou maacuteximos permitidos pela normalegislaccedilatildeo LQ ndash Limite de
quantificaccedilatildeo Dados de amostragem a) Massa da amostra seca 100 g b) Concentraccedilatildeo de soacutelidos
9572 c) Inicial 773 d) Tempo de lixiviaccedilatildeo 20 horas e) Volume total de extrato obtido 2000 mL
e f) Final 518
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedilas nordm 400002814 e 400004314
Tabela 18 ndash resultado do ensaio para solubilizado
Paracircmetro Resultado VMP LQ Unidade Meacutetodo de referecircncia
Chumbo 013 001 01 mg L-1 3111-B
VMP ndash Valores miacutenimos eou maacuteximos permitidos pela normalegislaccedilatildeo LQ ndash Limite de
quantificaccedilatildeo Dados de amostragem a) Massa da amostra seca 500 g b) Tempo de solubilizaccedilatildeo 7
dias c) Volume total de extrato solubilizado 2000 mL
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedilas nordm 400002814 e 400004314
Induacutestria 7 ndash a Tabela 19 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 20 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 19 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 7
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 753
Usos ndash
Sanitaacuterios 743
Industrial 010
Outros 0
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 159
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 594
Industrial 0
50
Outros 0
Total de efluentes 594
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400029313
Tabela 20 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 7
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 594
Vazatildeo de lanccedilamento 594
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400029313
Induacutestria 8 ndash a Tabela 21 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 22 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 21 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 8
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 301
Usos ndash
Sanitaacuterios 301
Industrial 0
Outros 0
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 0
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 241
Industrial 0
Outros 060
Total de efluentes 301
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400029511
51
Tabela 22 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 8
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 241
Vazatildeo de lanccedilamento 241
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400029511
Induacutestria 9 ndash a Tabela 23 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 24 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 23 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 9
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 450
Usos ndash
Sanitaacuterios 168
Industrial 282
Outros 0
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 280
Perdas por evaporaccedilatildeo 134
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 134
Industrial 0
Outros 0
Total de efluentes 134
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400027112
Tabela 24 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 9
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
52
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 134
Vazatildeo de lanccedilamento 134
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400027112
Induacutestria 10 ndash possui Certificado de Dispensa de Licenccedila e por isso natildeo
apresentava os dados do MCE
Induacutestria 11 ndash natildeo possui (ou foi informado) os dados para o balanccedilo hiacutedrico a
Tabela 25 apresenta os dados das fontes de poluiccedilatildeo
Tabela 25 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 11
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 202
Vazatildeo de lanccedilamento 202
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400011113
Analisando os dados obtidos constata-se que somente duas induacutestrias as
denominadas 1 e 6 poderiam utilizar do meacutetodo de tratamento de efluentes proposto por
este trabalho visto que da relaccedilatildeo das onze induacutestrias duas natildeo apresentavam MCE
devido agrave dispensa de apresentaccedilatildeo e as outras sete induacutestrias natildeo apresentaram outra fonte
de poluiccedilatildeo da aacutegua a natildeo ser o esgoto sanitaacuterio
Em todas as tabelas referentes agraves fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua nota-se que os
resultados referentes a vazatildeo de lanccedilamento natildeo apresentavam variaccedilatildeo com relaccedilatildeo aos
resultados referentes a vazatildeo isso ocorreu devido agrave ausecircncia de processos que
ocasionariam o aumento ou diminuiccedilatildeo dessa
53
53 Biossorccedilatildeo
A partir de um estudo realizado por Montanher e Rollemberg (2011) constatou-se
que o processo de biossorccedilatildeo de chumbo pelo resiacuteduo de laranja eacute efetivo na situaccedilatildeo in
natura destes
O estudo foi realizado a partir da amostragem de quatro tipos de efluentes
industriais dentre os quais trecircs enquadravam-se nas categorias industriais com potencial
de conter chumbo em seus efluentes sendo elas
Induacutestria de chapas metaacutelicas ndash que se enquadra na categoria de ldquofabricaccedilatildeo de
produtos de metal ndash exceto maacutequinas e equipamentosrdquo (efluente 1)
Induacutestria de baterias automotivas ndash que se enquadra na categoria de ldquofabricaccedilatildeo
de pilhas baterias e acumuladores eleacutetricosrdquo (efluente 2)
Induacutestria de galvanoplastia ndash que se enquadra na categoria de ldquofabricaccedilatildeo de
produtos de metal ndash exceto maacutequinas e equipamentosrdquo (efluente 3)
A preparaccedilatildeo da biomassa in natura foi realizada da seguinte maneira
ldquoO bagaccedilo de laranja foi triturado em um liquidificador lavado com aacutegua
de torneira ateacute que a soluccedilatildeo resultante natildeo apresentasse nenhum tipo de
coloraccedilatildeo enxaguado com aacutegua destilada e seco em estufa a 70ordmC por 8
horasrdquo (MONTANHER ROLLEMBERG 2011)
Importante ressaltar que os efluentes foram coletados antes de qualquer tratamento
preacutevio e que a lavagem da casca de laranja foi realizada ateacute que a soluccedilatildeo montante natildeo
apresentasse nenhuma coloraccedilatildeo para natildeo haver alteraccedilatildeo da cor final dos efluentes natildeo
havendo necessidade da realizaccedilatildeo de tal procedimento
Quando as autoras referem-se a bagaccedilo este pode ser igualmente comparado aos
resiacuteduos de laranja (cascabagaccedilosementes)
O ensaio para determinaccedilatildeo do iacutendice de adsorccedilatildeo foi realizado em sistema com 3 g de
bagaccedilo de laranja in natura na dosagem de 100 mL dos efluentes numa vazatildeo de 3 mL min-1
Na Tabela 26 verificam-se a quantidade de chumbo por litro incialmente presentes
nos efluentes os respectivos resultados obtidos a partir do tratamento realizado com
resiacuteduos de laranja in natura e os pH referentes agraves amostras brutas e tratadas
54
Tabela 26 ndash Resultados das anaacutelises para cada efluente
Tipos de efluentes Pb (mg L-1) pH
Efluente 1 (induacutestria de chapas metaacutelicas)
Antes do tratamento 944 388
Bagaccedilo in natura Nd 353
Efluente 2 (induacutestria de bateria automotiva)
Antes do tratamento 510 lt1
Bagaccedilo in natura 269 lt1
Efluente 3 (induacutestria de galvanoplastia)
Antes do tratamento Nd 238
Bagaccedilo in natura Nd 340
Nd ndash Natildeo detectado
Fonte adaptado MONTANHER ROLLEMBERG (2011)
Analisando a Tabela 26 observou-se que para o efluente 2 no qual o pH eacute aacutecido (lt
1) oriundo do uso de aacutecido sulfuacuterico para fabricaccedilatildeo de baterias a eficaacutecia natildeo foi a
esperada apresentando um resultado de apenas 5275 de adsorccedilatildeo de chumbo pelo
bagaccedilo de laranja in natura
Os resultados apresentados pelo efluente 1 podem ser analisados como excelentes
visto que a presenccedila de chumbo natildeo foi detectada ao final do processo
Jaacute o efluente 3 natildeo apresentou o metal chumbo na amostra bruta o que caracteriza
que as categorias industriais citadas neste trabalho apresentam possibilidades relativas de
poluiccedilatildeo com chumbo
Assim da afirmaccedilatildeo de Kuyucak e Volesky (1989) que diz que os valores de pH
afetam o processo de biossorccedilatildeo e com os dados obtidos na Tabela 26 eacute possiacutevel notar que
haacute desempenho significativo para valores de pH em torno 35 Assim pode-se afirmar que
a faixa oacutetima de pH para realizaccedilatildeo de biossorccedilatildeo de chumbo pelo resiacuteduo da laranja varia
de aproximadamente 35 ateacute 7 visto que para valores acima desse limite ocorre a formaccedilatildeo
de hidroacutexido de chumbo (SKOOG et al 2006) Valores mais especiacuteficos da faixa oacutetima de
pH podem ser obtidos atraveacutes da realizaccedilatildeo de mais experimentos e anaacutelises
Para a elaboraccedilatildeo desta pesquisa outros projetos trabalhos anaacutelises e ensaios foram
consultados com o intuito de corroborar partes teoacutericas no entanto as conclusotildees
apresentadas por estes natildeo foram consideradas no presente item pois todas as anaacutelises com os
respectivos resultados foram obtidos a partir de um efluente artificialmente contaminado por
chumbo o que natildeo condiz com o objetivo primeiro deste trabalho isto eacute anaacutelise da
possibilidade de implantaccedilatildeo de uma simbiose industrial
55
531 Reduccedilatildeo do tamanho do resiacuteduo
A reduccedilatildeo dos resiacuteduos ateacute que estes apresentem-se em forma de um poacute eacute
importante visto que haacute um aumento da superfiacutecie de contato induzindo uma maior
eficiecircncia no processo de biossorccedilatildeo por meio da aceleraccedilatildeo da velocidade de reaccedilatildeo
(ATKINS JONES 2006)
Assim mesmo este sendo o primeiro processo realizado na preparaccedilatildeo dos resiacuteduos
na pesquisa citada no item anterior o presente toacutepico buscou tecnologias que promoveriam
a cominuiccedilatildeo de resiacuteduos jaacute secos visto que de acordo com Fellows (2006) o processo de
transformaccedilatildeo de alimentos em poacute eacute facilitado quando ocorrido nesse estado
A seguir satildeo descritos alguns equipamentos utilizados para reduzir o tamanho de
alimentos secos de acordo com Fellows (2006)
Moinho de bolas ndash cilindros de accedilo que giram lentamente utilizados para produzir
poacutes
Moinho de discos ndash empregam forccedilas de cisalhamento na moagem fina ou forccedilas
de cisalhamento mais impacto para moagem grosseira
Moinho de martelos ndash utilizado para mateacuterias cristalinos e fibrosos os quais satildeo
desintegrados pela accedilatildeo dos martelos
532 Desidrataccedilatildeo do resiacuteduo
De acordo com Fellows (2006) desidrataccedilatildeo eacute definida como a aplicaccedilatildeo de calor
sob condiccedilotildees controladas com a finalidade de remover aacutegua normalmente presente nos
alimentos Alguns equipamentos a ar quente definidos por Fellows (2006) satildeo
Secadores de caixa ndash podendo ter vaacuterios metros de altura permite que a umidade
seja uniformizada poreacutem eacute importante que o alimento seja suficientemente resistente para
resistir agrave compressatildeo
56
Secadores de cacircmara ndash utilizados para pequenas escalas de produccedilatildeo (1 a 20 t d-1)
apresentam baixo custo de implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo muitas vezes necessitam de auxiacutelio
de outros tipos de secadores
Secadores de tuacutenel ndash apresentam capacidade para secar grandes quantidades de
alimento em curtos periacuteodos de tempo necessitam de auxiacutelio dos secadores de caixa
Secadores transportadores ndash utilizados para secagem em grande escala (55 t h-1)
secagem finalizada em secadores de caixa
Secadores de leito fluidizado ndash distribuem ar em alta velocidade de forma
homogecircnia pela cacircmara fazendo com que o alimento fique suspenso no ar sendo
vigorosamente agitado
Secadores de forno ndash construccedilotildees de dois andares que requerem alto custo de
implementaccedilatildeo e matildeo de obra
Secadores pneumaacuteticos ndash apresentam baixas taxas de investimento inicial e
manutenccedilatildeo e altas taxas de secagem Sua produtividade varia de 10 kg h-1 a 25 t h-1
Frequentemente utilizados apoacutes secador por spray
Secadores rotatoacuterios ndash altas taxas de secagem indicado para alimentos que
entrelaccedilam e aglomeram nos secadores de esteira
Secadores em spray ndash apresentam como vantagens a secagem raacutepida e a produccedilatildeo
contiacutenua baixos custos de matildeo de obra e operaccedilatildeo poreacutem apresentam elevado custo
inicial
Secagem solar ndash operaccedilatildeo de processamento agriacutecola mais utilizada no mundo
geralmente os alimentos satildeo dispostos ao ar livre Meacutetodos sofisticados utilizam-se da
energia solar para realizar a secagem dos alimentos Tecnologias simples e baratas sem
necessidade de energia ou matildeo de obra
A desidrataccedilatildeo tem por objetivo o prolongamento da vida uacutetil inibindo atividade
enzimaacutetica e crescimento microbiano poreacutem a temperatura de processamento costuma natildeo
ser suficiente para inativaccedilatildeo destes assim se houver aumento do teor de umidade durante
a estocagem ocorreraacute raacutepida deterioraccedilatildeo da mateacuteria em questatildeo A estocagem do material
desidratado deve ser realizada em local limpo (reduccedilatildeo dos meios contaminantes) e arejado
(o qual impediria a proliferaccedilatildeo de animais e micro-organismos) (FELLOWS 2006)
57
6 ANAacuteLISES E DISCUSSOtildeES DE DADOS
61 Aacuterea de estudo
Para realizaccedilatildeo deste estudo foi selecionado o municiacutepio de Bebedouro que estaacute
situado no norte do estado de Satildeo Paulo Pertencendo agrave microrregiatildeo da Serra de
Jaboticabal e mesorregiatildeo de Ribeiratildeo Preto Bebedouro possui uma aacuterea de 683192 Kmsup2
e uma populaccedilatildeo de aproximadamente 78000 habitantes (Figura 10) O clima eacute tropical e
ameno com temperatura em torno de 23 graus Celsius (IBGE c2014 IZIDORO FILHO
1991)
Figura 10 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea de estudos
Fonte IBGE (2010)
A origem do nome da cidade eacute devido a um coacuterrego conhecido como Bebedor o
qual servia de parada para tropeiros boiadeiros e animais que demandavam do sertatildeo para
Jaboticabal (IBGE c2014 CIDADES 2015)
De acordo com Izidoro Filho (1991) a citricultura ainda desempenha papel
importante para o municiacutepio pois Bebedouro estaacute entre os dez maiores produtores de laranja
do estado de Satildeo Paulo apesar de jaacute ter sido o maior produtor em 1988 Por esta razatildeo ainda
58
hoje possui a alcunha de ldquoCapital Nacional da Laranjardquo (GALINARI 2015) Na Tabela 27
verificam-se dados coletados do IBGE (2012) referentes agrave cultura de laranja no municiacutepio
Tabela 27 ndash Dados da produccedilatildeo de laranja em Bebedouro
Quesito Quantidade Unidade
Aacuterea colhida 8000 Hectares
Aacuterea destinada agrave colheita 8000 Hectares
Quantidade produzida 269688 Toneladas
Rendimento meacutedio 33711 Quilograma por hectare
Valor da produccedilatildeo 47069 Mil reais
Fonte IBGE (2012)
62 Processamento dos resiacuteduos de laranja
De acordo com pesquisa realizada por Montanher e Rollemberg (2011) citada e
descrita no item 64 afirma-se que os processos necessaacuterios agrave utilizaccedilatildeo dos resiacuteduos de
laranja como meacutetodo de tratamento de efluente satildeo a trituraccedilatildeo e a desidrataccedilatildeo destes
A partir do levantamento de dados realizado nos itens 632 e 633 aconselha-se a
utilizaccedilatildeo das seguintes teacutecnicas no caso especiacutefico deste trabalho
1) Secagem solar ndash apresenta como vantagens a natildeo utilizaccedilatildeo de energia eleacutetrica e
operaccedilatildeo que natildeo necessita de matildeo de obra qualificada Secadores solares podem ser
manufaturados gerando diminuiccedilatildeo do custo inicial
2) Moinho de martelos ndash visto que os resiacuteduos de laranja satildeo materiais fibrosos
esse eacute o moinho que melhor se adequa ao propoacutesito de cominuiccedilatildeo do material Apresenta
custo inicial variando de R$ 900000 agrave R$ 4500000 de acordo com pesquisa realizada no
cataacutelogo online da MF RURAL (2015)
63 Reator e flotador
Como elucidado pela literatura o processo de biossorccedilatildeo ocorre de maneira
homogecircnea quando em condiccedilotildees ambiente controladas as quais satildeo providenciadas por
reatores contiacutenuos
59
Portanto propotildee-se a utilizaccedilatildeo de um reator de leito fixo em virtude desse permitir
a recirculaccedilatildeo da biomassa no reator facilitada pela propriedade de dessorccedilatildeo do metal que
essa apresenta (SEOLATTO et al 2009) o que reduziria a demanda do resiacuteduo de laranja
Aleacutem do mais o reator apresenta outras vantagens como a faacutecil operaccedilatildeo e o pequeno
porte
De acordo com o cataacutelogo da Sigma-Aldrich (c2015) o valor de reator de leito fixo
varia de acordo com a capacidade do frasco e do funil variaccedilatildeo que pode ser verificada na
Tabela 28
Tabela 28 ndash Valores do reator de leio fixo
Capacidade do frasco (mL) Capacidade do funil (mL) Valor (R$)
500 60 2381000
1000 120 2416000
3000 150 3590000
5000 500 3804000
Fonte elaborada a partir de dados da SIGMA-ALDRICH (c2015)
O processo de tratamento utilizando o presente reator pode ocorrer tanto em
batelada quando continuamente
Outra alternativa seria o uso combinado dos processos de biossorccedilatildeo com flotaccedilatildeo
denominado de bioflotaccedilatildeo no qual o biorreagente eacute aplicado diretamente no sistema
flotador De acordo com Calfa e Torem (2007) esse sistema tem sido amplamente
empregado e validado por diversos autores sendo que a flotaccedilatildeo por ar disperso e por ar
dissolvido satildeo as mais empregadas em sistemas combinados A influecircncia do tempo no
processo de flotaccedilatildeo das biomassas jaacute carregadas com o metal foi verificada e conclui-se
que o processo ocorre muito rapidamente atingindo quase 100 de remoccedilatildeo das
biomassas em 1 minuto (CALFA TOREM 2007) Os autores ainda afirmam que aleacutem de
pesquisas em escala de bancada jaacute existem sistemas comerciais de biossorccedilatildeo disponiacuteveis
inclusive com diversas patentes segundo estudos de Wase et al (1997) A Tabela 29
apresenta uma relaccedilatildeo de flotadores
60
Tabela 29 ndash Especificaccedilotildees dos flotadores de ar dissolvido
Modelo (mL) Capacidade (m3 h-1) Valor (R$) [1]
JDF FAD 2 1 a 2 3500000
JDF FAD 5 5 a 8 8000000
JDF FAD 15 10 a 20 12500000
[1] cotaccedilatildeo realizada com a empresa JDF
Fonte elaborada a partir de dados da JDF (2015)
O uso do flotador apresenta aleacutem de faacutecil operaccedilatildeo baixo consumo de energia
64 Induacutestria 1
A induacutestria 1 gera 07 m3 d-1 de efluente industrial com 257 mg L-1 de chumbo
assim aproximadamente 179 kg desse metal eacute transportado pelo efluente por dia Esta
possui estaccedilatildeo de tratamento de efluente com correccedilatildeo de pH e agitaccedilatildeo mecacircnica
floculaccedilatildeo mecacircnica e filtraccedilatildeo
O efluente depois de tratado apresenta a quantidade de 0305 mg L-1 de chumbo
sugerindo diminuiccedilatildeo de aproximadamente 159 kg (89) do metal no efluente gerado11 o
que o enquadra dentro dos limites da Resoluccedilatildeo CONAMA 43011 (BRASIL 2011) e Lei
Estadual 99776 (SAtildeO PAULO 1976)
De acordo com Eckenfelder (2000) as tecnologias para remoccedilatildeo de metais pesados
de efluentes industriais satildeo precipitaccedilatildeo convencional (hidroacutexido sulfeto carbonato e
coprecipitaccedilatildeo) precipitaccedilatildeo melhorada (dimetil carbonato dietil carbonato e sal
trisodium) troca-iocircnica adsorccedilatildeo filtraccedilatildeo por membrana e meacutetodos eletromecacircnicos
Portanto o meacutetodo de correccedilatildeo de pH efetuado pela referida ocasionado provavelmente
pela adiccedilatildeo de carbonatos eacute tambeacutem uma forma de remoccedilatildeo de metais pesados da aacutegua
Supondo que a induacutestria utiliza carbonato de soacutedio como processo de tratamento e
sabendo que o valor de mercado varia de R$ 700 a 120012 o quilo do produto eacute possiacutevel
calcular os potenciais gastos da induacutestria com o meacutetodo de tratamento atual Sabendo que
satildeo necessaacuterios 2 kg do produto carbonato de soacutedio para tratar 07 m3 d-1 de efluente
11 Natildeo foi especificado no MCE ou em anexos qual a destinaccedilatildeo final do efluente tratado Tambeacutem natildeo foi
especificado a quantidade de lodo gerado sua destinaccedilatildeo final ou se esse possui anaacutelises 12 Cotaccedilatildeo realizada pela SCS ndash Comercial e Serviccedilos de Quiacutemica
61
(ECKENFELDER 2000) a induacutestria gasta hoje entre R$ 7000 a 12000 por semana
aproximadamente
Poreacutem como os iacuteons metaacutelicos agora estatildeo presentes no lodo do tratamento por
causa da neutralizaccedilatildeo (BOTERO et al 2009) e sabendo que no MCE natildeo constam
quaisquer anaacutelises destinaccedilatildeo ou quantificaccedilatildeo desse pressupotildee-se que esse lodo pode
estar ocasionando contaminaccedilatildeo pelo metal chumbo visto que para destinaccedilatildeo adequada
satildeo necessaacuterias anaacutelises de enquadramento
Tal contaminaccedilatildeo pode estar ocorrendo no local de disposiccedilatildeo ou se o lodo estiver
sendo desaguado na rede coletora de esgotamento sanitaacuterio pode estar trazendo problemas
para o sistema de tratamento de esgoto referente visto que o processo de tratamento
realizado em Bebedouro eacute efetuado da seguinte forma trecircs lagoas de estabilizaccedilatildeo
constituiacutedo de uma lagoa anaeroacutebica duas lagoas facultativas um tanque de desinfecccedilatildeo
grade caixas de areia e escada de aeraccedilatildeo (SAAEB 2003) natildeo objetivando o tratamento
de efluentes industriais
641 Quantificaccedilatildeo do resiacuteduo de laranja
Mensurado o total de efluente industrial gerado no periacuteodo de um dia pela induacutestria
1 eacute possiacutevel quantificar os resiacuteduos de laranja necessaacuterios para que esta possa realizar o
processo de tratamento de efluentes utilizando-se do material orgacircnico em questatildeo Natildeo
levou-se em consideraccedilatildeo a recirculaccedilatildeo do resiacuteduo dentro do reator
A induacutestria 1 gera um total de 07 m3 d-1 com 257 mg L-1 de chumbo sabendo-se
que satildeo necessaacuterios 3 g de resiacuteduo seco de laranja por 100 mL de efluente com 94 mg L-1
de chumbo e considerando uma diminuiccedilatildeo de 70 do peso resiacuteduo depois de realizado
o processo de secagem solar considera-se que a induacutestria usaria em torno de 082 kg de
resiacuteduo de laranja uacutemido por dia para realizaccedilatildeo do tratamento do efluente contaminado
pelo metal chumbo
De acordo com a Tabela 8 o efluente gerado pela induacutestria 1 apresenta pH 6 que
conforme o item 53 apresenta-se dentro da faixa oacutetima de biossorccedilatildeo pelo resiacuteduo de
laranja
62
642 Transporte
O translado dos resiacuteduos de laranja do local de sua produccedilatildeo ateacute a induacutestria que o
utilizaria como meacutetodo de tratamento de efluente pode ser analisado a partir das
coordenadas geograacuteficas das induacutestrias e da plataforma Google Maps (c2015)
Trecircs rotas diferentes cujas quilometragens satildeo as menores possiacuteveis foram geradas
pela ferramenta virtual citada conforme a Tabela 30
Tabela 30 ndash Menores rotas possiacuteveis entre a induacutestria de suco e a induacutestria 1
Rota Distacircncia (km) Tempo (min)
1 46 8
2 48 9
3 46 9
Fonte elaborado a partir de dados GOOGLE MAPS (c2015)
O caacutelculo da massa requerida para o tratamento foi realizado no item 641
chegando-se ao valor de 082 kg d-1 de biomassa uacutemida assim considerando o transporte
de 150 kg de resiacuteduo que duraria em torno de 36 semana consecutivas de tratamento
realizado em dias uacuteteis e que a distacircncia meacutedia entre as induacutestrias eacute de 5 km o valor
sugerido para o translado do material acondicionado em duas bombonas plaacutesticas foi de R$
6500 (referenciado pelo peso do material) e mais uma taxa constante em nota fiscal
(sugerida em R$ 1000013) portanto um custo de R$ 16500
65 Consideraccedilotildees
O meacutetodo de tratamento proposto pelo presente trabalho teve os processos e
tecnologias necessaacuterias elucidados nos itens 62 e 63
A Tabela 32 apresenta item especiacutefico relacionado ao equipamento denominado
reator de leito fixo as propostas constantes tecircm por finalidade expor as tecnologias cujo
13 Informaccedilatildeo verbal fornecida por funcionaacuterio de uma empresa transportadora
63
custo fosse o maior possiacutevel com o propoacutesito de verificar o potencial teto de gastos que as
induacutestrias teriam caso adotassem a proposiccedilatildeo elucidada
No entanto as propostas constantes no item da Tabela 32 relacionadas ao flotador
de ar dissolvido foram selecionadas a partir da vazatildeo da induacutestria conforme as
especificaccedilotildees da Tabela 29 Como somente a induacutestria 1 apresentou valores de vazatildeo no
MCE esta relaccedilatildeo somente condiz a ela Com vazatildeo de 07 m3 d-1 o flotador mais
adequado compreende o modelo FAD 2 com 1 a 2 m3 h-1
Tabela 31 ndash Gastos com as tecnologias referentes
Equipamento Valor da Proposta 1 (R$) Valor da Proposta 2 (R$)
Secagem solar ndash ndash
Moinho de martelos 4500000 4500000
Reator de Leito Fixo de 5000 mL [1] 3804000 ndash
Flotador de ar dissolvido JDF FAD 2 [2] ndash 3500000
Custo inicial de implementaccedilatildeo 8304000 8000000
Transporte a cada 36 semanas [3] 16500 16500
[1] cotaccedilatildeo obtida pela Sigma-Aldrich [2] cotaccedilatildeo obtida pela empresa JDF [3] cotaccedilatildeo de transporte
considerado apenas para a induacutestria 1
Fonte proacuteprio autor
Para o reator de leito fixo o custo inicial de implementaccedilatildeo do sistema de
tratamento para ambas as induacutestrias girou em torno de R$ 8304000
Para a bioflotaccedilatildeo o custo inicial da induacutestria 1 girou em torno de R$80000
O custo de transporte para a induacutestria 1 eacute de R$ 16500 a cada 36 semanas o que
representa R$ 458 por semana e R$ 092 por dia caso a induacutestria opte por utilizar os
serviccedilos de uma empresa transportadora
Poreacutem o seguinte pode ser considerado na hipoacutetese de o translado ser possiacutevel de
ser efetuado pela mesma ocorreraacute consideraacutevel reduccedilatildeo no custo visto que este giraraacute em
torno do combustiacutevel gasto no percurso de ida e volta cuja pesquisa indicou uma
quilometragem aproximada de dez quilocircmetros
A Tabela 33 apresenta o balanccedilo de massa e energia diaacuterio referente ao tratamento
por biossorccedilatildeo para a induacutestria 1 considerando a aquisiccedilatildeo de um flotador por ar
dissolvido ou um reator de leito fixo
Tabela 32 ndash Balanccedilo de massa e energia diaacuterio proposto para a induacutestria 1
Componente Flotador por Ar Dissolvido Reator de Leito Fixo
Vazatildeo (m3) 070 070
64
Resiacuteduo de laranja (kg) 082 082
Tempo da biossorccedilatildeo (min) 5 a 15 [1] 35 [2]
Tempo equipamento (min) 21 a 42 35 [2]
Tempo total (min) 26 a 47 35 [2]
Consumo de Energia (kWh) 025 Nd
Custo de resiacuteduo (R$) 092 092
Custo de energia por dia (R$) [3] 008 Na
Custo total (R$) 200 092
Nd ndash natildeo disponiacutevel Na ndash natildeo avaliado [1] tempo determinado por Volesky e Nolan (1995) [2] tempo
estipulado conforme realizado por Montanher e Rollemberg (2011) [3] 1 kWh = 043341 R$ determinada
pela ANEEL conforme Resoluccedilatildeo Homologatoacuteria nordm 1858 publicada em 02 de marccedilo de 2015
Fonte proacuteprio autor
Nota-se a partir da Tabela 33 que o custo diaacuterio do tratamento proposto variou entre
R$ 092 e R$ 200 em torno de 85 a 91 menor que o custo do meacutetodo de tratamento
utilizado pois de acordo com as consideraccedilotildees realizadas no item 641 o custo diaacuterio
atual varia de aproximadamente R$ 1400 a R$ 240014
Como o meacutetodo de tratamento efetuado atualmente pela induacutestria 1 apresenta seacuterios
problemas com relaccedilatildeo a probabilidade de contaminaccedilatildeo o tratamento sugerido por ambas
as propostas pode ser identificado como meacutetodo de remediaccedilatildeo de tal passivo
Sendo assim qualquer accedilatildeo remediadora que seja instituiacuteda apresenta-se como
alternativa vaacutelida da problemaacutetica citada no item 651
14 Considerando uma semana uacutetil
65
7 CONCLUSAtildeO
Este trabalho procurou identificar a possibilidade da implementaccedilatildeo do processo de
simbiose industrial entre induacutestrias jaacute consolidadas em atividade no municiacutepio de
Bebedouro relacionando o uso de material residual orgacircnico produzido por determinada
induacutestria que seria utilizado como agente de biossorccedilatildeo em processos de tratamento de
aacutegua residuaacuteria industrial de uma outra ambas compartilhando pequena distacircncia
geograacutefica
Das distintas situaccedilotildees supostas a partir da identificaccedilatildeo da induacutestria geradora de
resiacuteduos de laranja e das induacutestrias potencialmente geradoras de efluente contaminado pelo
metal chumbo em Bebedouro (SP) detectou-se duas induacutestrias que se enquadravam nas
possibilidades de implementaccedilatildeo de um processo de simbiose industrial e consequente
proposiccedilatildeo do meacutetodo de tratamento (biossorccedilatildeo combinada com flotaccedilatildeo ou realizada em
reator de leito fluidizado)
Uma induacutestria (denominada 1) pocircde ter um pleno desenvolvimento quanto as
especificaccedilotildees que esclareceram as vantagens do meacutetodo de tratamento proposto
A partir dos dados levantados e analisados eacute possiacutevel citar como vantagens para ambas as
propostas de tratamento 1) a logiacutestica facilitada pela proximidade de ambas as induacutestrias
sendo essa favoraacutevel e com baixos custos 2) a significativa reduccedilatildeo do valor diaacuterio do
tratamento 3) a faacutecil operaccedilatildeo dos processos 4) destinaccedilatildeo ambiental adequada para
ambos os passivos ambientais (de laranja e de chumbo) 5) a capacidade de dessorccedilatildeo da
biomassa a qual possibilita a separaccedilatildeo do metal chumbo do resiacuteduo de laranja sendo
percebidos como um aprimoramento do uso dos recursos naturais Considera-se que a
simbiose industrial eacute um processo importante a ser considerado na busca pela minimizaccedilatildeo
dos impactos ambientais acarretados pelas correntes residuais uma vez que determina a
reinserccedilatildeo destes em outros processos produtivos Geradores que adotam a praacutetica da
simbiose industrial satildeo aqueles que visam os ganhos coletivos em detrimento do exclusivo
ganho individual
Vale ressaltar que mesmo para a identificaccedilatildeo desta uacutenica situaccedilatildeo foi necessaacuterio o
enfrentamento de diversos desafios principalmente de acesso a informaccedilotildees especiacuteficas
tanto na cadeia produtiva quanto das informaccedilotildees ambientais por parte das empresas
Considera-se necessaacuteria uma rigidez maior da CETESB com relaccedilatildeo aos dados fornecidos
pelas induacutestrias visto que o preenchimento do MCE natildeo segue normatizaccedilatildeo especiacutefica o
66
que dificulta a tabulaccedilatildeo de dados aleacutem de natildeo abranger toda as atividades produtivas
devido agrave falta de rigor nas anaacutelises dos teacutecnicos e engenheiros responsaacuteveis Assim
observou-se a necessidade de uma maior abertura no sentido da plena divulgaccedilatildeo de
informaccedilotildees ambientais por parte das empresas assim como a necessidade de organizaccedilatildeo
de um banco de dados que contenha informaccedilotildees da cadeia produtiva do consumo de
mateacuteria prima e insumos aos processos de geraccedilatildeo e especificaccedilatildeo de resiacuteduos e
contaminantes
67
8 SUGESTAtildeO PARA TRABALHOS FUTUROS
Como sugestatildeo para trabalhos futuros
Otimizaccedilatildeo das condiccedilotildees de pH para biossorccedilatildeo com casca de laranja
Elaboraccedilatildeo de questionaacuterios para as induacutestrias produtoras do suco e geradoras de
efluente contaminado pelo metal chumbo
Scale up do processo de biossorccedilatildeo com bioflotaccedilatildeo
Scale up do processo de biossorccedilatildeo com reator de leito fluidizado
68
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ANEXO A
Primeira carta encaminha para CETESB para solicitaccedilatildeo de informaccedilotildees
Obs As Tabelas informadas na carta abaixo foram omitidas para que as empresas natildeo
sejam expostas e aleacutem disso natildeo haacute autorizaccedilatildeopermissatildeo para a divulgaccedilatildeo dos nomes
Lorena 27 de agosto de 2015
Ilmo Senhor
Marcio Barbosa Tango
CETESB - Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo
Assunto Solicitaccedilatildeo de informaccedilotildees sobre os efluentes liacutequidos de induacutestrias quiacutemicas
metaluacutergicas e de produccedilatildeo de embalagens da produccedilatildeo de resiacuteduos em induacutestrias alimentiacutecias
todas do municiacutepio de Bebedouro
Viemos por meio deste solicitar a contribuiccedilatildeo da Companhia Ambiental do Estado de Satildeo
Paulo para o desenvolvimento do Trabalho de Conclusatildeo de Curso em Engenharia Ambiental
intitulado ldquoAnaacutelise da viabilidade em escala real da utilizaccedilatildeo do bagaccedilo da laranja como agente
biossorvente de chumbordquo sendo desenvolvido pela aluna Ludmila Manera Conti na Escola de
Engenharia de Lorena ndash EELUSP sob orientaccedilatildeo da Profa Dra Danuacutebia Caporusso Bargos
O referido Trabalho de Conclusatildeo de Curso tem como objetivo fazer um levantamento das
induacutestrias com potencial para utilizaccedilatildeo do bagaccedilo da laranja como agente biossortivo Assim para
o alcance dos objetivos propostos eacute necessaacuterio o conhecimento de algumas informaccedilotildees presentes
no Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento referente agraves induacutestrias identificadas na Tabela
1 em anexo Tais informaccedilotildees referentes ao ldquoBalanccedilo hiacutedricordquo a saber
Efluentes (sanitaacuterio industrial outros e total de efluentes) a) Consumovazatildeo meacutedia b)
Consumovazatildeo maacutexima c) Eacutepoca d) Consumovazatildeo miacutenima
Dos ldquoEfluentes liacutequidosrdquo a saber a) Despejos (Identificaccedilatildeo Descriccedilatildeo Contiacutenuo ndash vazatildeo e
meacutetodo Descontiacutenuo ndash periodiacutecidade volume duraccedilatildeo) b) Vazatildeo total de despejos c) Vazatildeo de
recirculaccedilatildeo d) Vazatildeo de lanccedilamento e) Disposiccedilatildeo final (Descriccedilatildeo Nome do riolinhas de
despejo)
Do ldquoResumo de lanccedilamentosrdquo a saber a) Despejo (Identificaccedilatildeo Descriccedilatildeo) b) Poluente c)
Concentraccedilatildeo bruta d) Unidade de medida e) Concentraccedilatildeo final f) Unidade de medida g)
Unidades de tratamento (Sequecircncia Descriccedilatildeo Quantidade)
Da geraccedilatildeo de resiacuteduos industriais referentes a Tabela 2 em anexo da parte ldquoResiacuteduos
soacutelidosrdquo a) Identificaccedilatildeo b) Coacutedigo resiacuteduo c) Descriccedilatildeoorigem do resiacuteduo d) Classe e) Estado
77
fiacutesico f) Quantidade anual g) Unidade h) Composiccedilatildeo aproximada i) Meacutetodo utilizado j)
Aspecto geral
Declaramos que as informaccedilotildees solicitadas seratildeo objeto uacutenica e exclusivamente de pesquisa
acadecircmica sendo devidamente creditadas e natildeo havendo qualquer finalidade comercial no uso das
mesmas
Registramos ainda a importacircncia deste apoio para a realizaccedilatildeo deste trabalho que seraacute
inclusive posteriormente divulgado em formato digital e analoacutegico por meio da sua
disponibilizaccedilatildeo no sistema de bibliotecas da USP como uma contribuiccedilatildeo da Universidade para a
aacuterea de gerenciamentogestatildeo de resiacuteduos e efluentes uma vez que como propomos o resiacuteduo de
uma induacutestria pode ser considerado mateacuteria em processo de outras induacutestrias caracterizando o
iniacutecio de um processo de simbiose industrial
Solicitamos que o envio das informaccedilotildees solicitadas seja realizado preferencialmente por meio
de correio eletrocircnico ndash danubiacbargosuspbr eou ludmillaalunoseeluspbr Em caso da
impossibilidade de envio das informaccedilotildees da forma sugerida segue endereccedilo institucional
AC Profa Danuacutebia Caporusso Bargos Departamento de Ciecircncias Baacutesicas e Ambientais
Escola de Engenharia de Lorena ndash EELUSP Estrada Municipal do Campinho snordm CEP 12602-
810 - Lorena-SP
Desde jaacute antecipamos nossos agradecimentos e nos colocamos agrave disposiccedilatildeo para os
esclarecimentos adicionais que se fizerem necessaacuterios
Atenciosamente
Profa Dra Danuacutebia Caporusso Bargos
Escola de Engenharia de Lorena (EELUSP)
Departamento de Ciecircncias Baacutesicas e Ambientais
Telefone +55 (12) ndash 3159-5094
E-mail danubiacbargosuspbr
Ludmilla Manera Conti
Graduanda em Engenharia Ambiental
Endashmail ludmillaalunoseeluspbr
78
ANEXO B
Segunda carta encaminha para CETESB para confirmaccedilatildeo de vistas de processos
Lorena 01 de outubro de 2015
Ilmo Senhor Marcio Barbosa Tango e Senhora Letiacutecia Franco Leonel
CETESB - Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo
Assunto vistas de processos de licenciamento
Venho por meio deste agradecer a atenccedilatildeo e presteza desta Companhia no atendimento agrave
minha solicitaccedilatildeo de vistas de processos para coleta de informaccedilotildees sobre os efluentes liacutequidos de
induacutestrias quiacutemicas metaluacutergicas e de produccedilatildeo de embalagens da produccedilatildeo de resiacuteduos em
induacutestrias alimentiacutecias do municiacutepio de Bebedouro Tal solicitaccedilatildeo eacute feita por motivo de
desenvolvimento do Trabalho de Conclusatildeo de Curso em Engenharia Ambiental intitulado
ldquoAnaacutelise da viabilidade em escala real da utilizaccedilatildeo do bagaccedilo da laranja como agente biossorvente
de chumbordquo desenvolvido pela aluna Ludmila Manera Conti na Escola de Engenharia de Lorena ndash
EELUSP sob minha orientaccedilatildeo
Devido a compromissos previamente assumidos na Instituiccedilatildeo pela qual sou docente natildeo
seraacute possiacutevel comparecer agrave agecircncia da Barretos nesta data para a realizaccedilatildeo da vista dos processos
cujos nuacutemeros segue em anexo Assim sou representada pela aluna Ludmila Manera Conti que estaacute
apta a fazecirc-lo
Novamente agradeccedilo a atenccedilatildeo e coloco-me agrave disposiccedilatildeo para quaisquer esclarecimentos
adicionais que se fizerem necessaacuterios
Atenciosamente
Profa Dra Danuacutebia Caporusso Bargos
Escola de Engenharia de Lorena (EELUSP)
Departamento de Ciecircncias Baacutesicas e Ambientais
Telefone +55 (12) ndash 3159-5094
E-mail danubiacbargosuspbr
LUDMILLA MANERA CONTI
Proposta de simbiose industrial na cidade de Bebedouro (SP) para um processo de
biossorccedilatildeo usando resiacuteduos de laranja
Monografia apresentada agrave Escola de
Engenharia de Lorena ndash Universidade de Satildeo
Paulo como requisito parcial para obtenccedilatildeo
do tiacutetulo de Engenheiro Ambiental
Orientador Prof Dr Danuacutebia Caporusso
Bargos
Lorena
2015
[FOLHA DA FICHA CATALOGRAacuteFICA]
AGRADECIMENTOS
Gostaria de agradecer agrave minha matildee Deusiana minha grande motivadora e que
sempre me ensinou a importacircncia do saber por todo o carinho e compreensatildeo da minha
ausecircncia nos uacuteltimos meses
Ao meu pai Deacutecio sinocircnimo de trabalho que me mostrou a importacircncia do esforccedilo
e dedicaccedilatildeo para o alcance de qualquer objetivo
Aos meus avoacutes pessoas iacutentegras e corretas que sempre deram grande importacircncia a
minha educaccedilatildeo pelo apoio e compreensatildeo mesmo de longe
Aos meus amigos pela amizade que sempre demonstraram e ao meu companheiro de
coraccedilatildeo pelo carinho e apoio
Agrave Profa Dra Danuacutebia Caporruso Bargos pela paciecircncia e orientaccedilatildeo durante a
elaboraccedilatildeo deste trabalho
Agrave Profa Dra Dione Mari Morita pelas elucidaccedilotildees
Agrave Profa Dra Ana Lucia Gabas pelo interesse e direcionamentos
Agrave CETESB de Barretos pela rapidez e eficiecircncia na disponibilizaccedilatildeo das
informaccedilotildees
A todos que direta ou indiretamente me auxiliaram na elaboraccedilatildeo deste trabalho meu
muito obrigada
ldquoTantas vezes pensamos ter chegado
Tantas vezes eacute preciso ir aleacutemrdquo
Fernando Pessoa
RESUMO
CONTI L M Proposta de simbiose industrial na cidade de Bebedouro (SP) para um
processo de biossorccedilatildeo usando resiacuteduos de laranja 2015 79 p Monografia (TCC II) ndash
Escola de Engenharia de Lorena Universidade de Satildeo Paulo Lorena 2015
O desenvolvimento do presente trabalho teve como objetivo principal a incitaccedilatildeo de
processo de Simbiose Industrial atraveacutes da possibilidade de aplicaccedilatildeo do resiacuteduo de
laranja (polpa casca e semente) como agente de biossorccedilatildeo do metal chumbo em aacuteguas
geradas por induacutestrias localizadas na cidade de Bebedouro estado de Satildeo Paulo
Atividades industriais especiacuteficas desta cidade possuem potencial de suscitaram
perturbaccedilotildees ambientais devido a contaminaccedilatildeo pelo metal chumbo em suas aacuteguas
residuaacuterias Como accedilatildeo remediadora a biossorccedilatildeo apresentou-se como um meacutetodo
eficiente na remoccedilatildeo de chumbo do meio aquoso pois aleacutem de prover destinaccedilatildeo
especiacutefica da biomassa vegetal apresenta grande viabilidade econocircmica por possuir baixo
valor de mercado A metodologia aplicada no desenvolvimento desta pesquisa pode ser
desdobrada nos seguintes toacutepicos a) levantamento da produccedilatildeo estadual de laranja bem
como os respectivos epicentros de produccedilatildeo e consumo b) seleccedilatildeo de induacutestria que
realizaria o beneficiamento da fruta laranja c) levantamento dos tipos de induacutestrias que
potencialmente apresentariam em anaacutelises de suas aacuteguas residuaacuterias o metal chumbo d)
arrolamento de induacutestrias com tal potencial poluidor e) anaacutelise dos dados relacionados aos
efluentes destas empresas f) elaboraccedilatildeo de proposta de simbiose industrial entre as
induacutestrias geradoras de resiacuteduos de laranja e as induacutestrias potencialmente poluidoras que
poderiam beneficiar-se com a utilizaccedilatildeo destes nos processos de tratamento de seus
efluentes contaminados com o metal chumbo g) otimizando dessa forma os ganhos
ambientais de ambas as partes interessadas Apesar dos diversos desafios encontrados
durante a realizaccedilatildeo deste trabalho principalmente de acesso a informaccedilotildees especiacuteficas
sobre a geraccedilatildeo e gestatildeo de resiacuteduos industriais das unidades estudadas os resultados
obtidos sugerem a possibilidade de implementaccedilatildeo de um processo de Simbiose Industrial
entre industriais do municiacutepio de Bebedouro
Palavras-chave Biossorccedilatildeo Biomassa Simbiose Industrial
ABSTRACT
CONTI L M Proposal for industrial symbiosis in the city of Bebedouro (SP) by a
bisorption process using orange waste 2015 79 p Monograph (TCC II) ndash Escola de
Engenharia de Lorena Universidade de Satildeo Paulo Lorena 2015
The development of this study aimed to identify the possibility of implementing an
industrial symbiosis from a proposal for implementation of orange waste (pulp peel and
seed) as lead metal biosorption agent in wastewater generated by industries located in the
city of Bebedouro state of Satildeo Paulo Specific industrial activities of this city have higher
potential environmental disturbances due to contamination by lead metal in their
wastewater As correctional action biosorption was presented as an efficient method for
lead removal from water and wastewater as well as provide specific disposal of plant
biomass also has great economic viability due it has low market price The industrial
symbiosis process tool that allows integration of industries with respect to the
recirculation of waste materials would promote the integration between the units that
provides biomass to another that utilizes as a treatment method The methodology applied
in the development of this research can be described into the steps a) data the state orange
production as well as their epicenters of production and consumption b) industry selection
that would perform the processing of orange fruit c) mapping the types of industries that
potentially would present the lead metal in analysis of their wastewater d) inventory of
industries with such pollution potential e) analysis of data related to the effluents of these
industries f) preparation of proposed industrial symbiosis between industries generates of
orange waste and industries potentially polluting that could benefit from the use of these
processes in their treatment of wastewater contaminated with lead metal g) optimizing the
environmental gains of both parties Although the many challenges encountered during this
work especially about access to specific information on the generation and management of
industrial waste of the units studied the results suggest the possibility of implementing a
process of industrial symbiosis between industries in the city of Bebedouro
Keywords Biosorption Biomass Industrial Symbiosis
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 ndash Diagrama do processo de simbiose em Kalundborg 1961 a 1989 16
Figura 2 ndash Simbioses industriais observada no distrito industrial de Kalundborg nos dias
atuais 17
Figura 3 ndash Os trecircs niacuteveis de operaccedilatildeo da Ecologia Industrial 17
Figura 4 ndash Extraccedilatildeo uso e disposiccedilatildeo final de chumbo em 1990 em milhares de toneladas
20
Figura 5 ndash Disposiccedilatildeo dos municiacutepios produtores de laranja no Estado de Satildeo Paulo 30
Figura 6 ndash Setores do cinturatildeo citriacutecola 31
Figura 7 ndash Localizaccedilatildeo das filiais das induacutestrias de suco de laranja (A B e C) 33
Figura 8 ndash Induacutestria de suco geradora de resiacuteduos de laranja localizada na cidade de
Bebedouro 35
Figura 9 ndash Induacutestrias com potencial poluidor 43
Figura 10 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea de estudos 57
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 ndash Localizaccedilatildeo das unidades das induacutestrias A B e C 32
Quadro 2 ndash Relaccedilatildeo entre categorias industriais americanas e brasileiras 38
Quadro 3 ndash Categorias e subcategorias industriais de acordo com o IBGE 39
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 ndash Paracircmetros para controle bioloacutegico da exposiccedilatildeo ocupacional 21
Tabela 2 ndash Padrotildees de lanccedilamento de efluentes contendo chumbo em corpos drsquoaacutegua e em
redes coletoras de esgoto 22
Tabela 3 ndash Cidades integrantes do cinturatildeo citriacutecola consideradas no levantamento de
induacutestrias de suco 34
Tabela 4 ndash Nuacutemero de induacutestrias de acordo com as subcategorias industriais do IBGE 40
Tabela 5 ndash Induacutestrias com potencial poluidor por chumbo localizadas na cidade de
Bebedouro ndash SP 42
Tabela 6 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 1 44
Tabela 7 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 1 44
Tabela 8 ndash Anaacutelise do efluente proveniente da metalurgia de metais natildeo ferrosos antes e apoacutes
tratamento 45
Tabela 9 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 2 45
Tabela 10 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 3 45
Tabela 11 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 3 46
Tabela 12 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 5 46
Tabela 13 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 5 47
Tabela 14 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 6 47
Tabela 15 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 6 48
Tabela 16 ndash resultado do ensaio para massa bruta 48
Tabela 17 ndash resultado do ensaio para lixiviaccedilatildeo 49
Tabela 18 ndash resultado do ensaio para solubilizado 49
Tabela 19 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 7 49
Tabela 20 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 7 50
Tabela 21 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 8 50
Tabela 22 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 8 51
Tabela 23 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 9 51
Tabela 24 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 9 51
Tabela 25 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 11 52
Tabela 26 ndash Resultados das anaacutelises para cada efluente 54
Tabela 27 ndash Dados da produccedilatildeo de laranja em Bebedouro 58
Tabela 28 ndash Valores do reator de leio fixo 59
Tabela 29 ndash Especificaccedilotildees dos flotadores de ar dissolvido 60
Tabela 30 ndash Menores rotas possiacuteveis entre a induacutestria de suco e a induacutestria 1 62
Tabela 31 ndash Menores rotas possiacuteveis entre a induacutestria de suco e a induacutestria 6 Erro
Indicador natildeo definido
Tabela 32 ndash Gastos com as tecnologias referentes 63
Tabela 33 ndash Balanccedilo de massa e energia diaacuterio proposto para a induacutestria 1 63
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 13
2 OBJETIVOS 14
21 Principal 14
22 Especiacuteficos 14
3 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA 15
31 Desenvolvimento sustentaacutevel 15
311 Simbiose industrial 15
32 Chumbo 19
321 Legislaccedilatildeo especiacutefica relacionada a descarga de efluentes 22
322 Tratamento para efluentes com metais 22
323 Biossorccedilatildeo 23
324 A laranja como adsorvente 24
4 METODOLOGIA 26
41 Levantamento bibliograacutefico 26
42 Levantamento e anaacutelise da produccedilatildeo de laranja no Estado de SP 27
43 Levantamento e anaacutelise das induacutestrias com potencial poluidor 28
44 Exposiccedilatildeo do meacutetodo de tratamento aplicado na induacutestria 29
5 LEVANTAMENTO DE DADOS 30
51 Distribuiccedilatildeo da produccedilatildeo de laranja no estado de Satildeo Paulo 30
511 Distribuiccedilatildeo do consumo de laranja no estado de SP 31
512 Seleccedilatildeo da induacutestria de suco 33
5121 Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento (MCE) 35
52 Categorias industriais de acordo com o tipo de efluente gerado 36
521 Levantamento das induacutestrias com potencial poluidor 41
5211 Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento (MEC) 43
53 Biossorccedilatildeo 53
531 Reduccedilatildeo do tamanho do resiacuteduo 55
532 Desidrataccedilatildeo do resiacuteduo 55
6 ANAacuteLISES E DISCUSSOtildeES DE DADOS 57
61 Aacuterea de estudo 57
62 Processamento dos resiacuteduos de laranja 58
63 Reator e flotador 58
64 Induacutestria 1 60
641 Quantificaccedilatildeo do resiacuteduo de laranja 61
642 Transporte 62
65 Induacutestria 6 Erro Indicador natildeo definido
651 Quantificaccedilatildeo do resiacuteduo de laranja Erro Indicador natildeo definido
652 Transporte Erro Indicador natildeo definido
66 Consideraccedilotildees 62
7 CONCLUSAtildeO 65
8 SUGESTAtildeO PARA TRABALHOS FUTUROS 67
REFEREcircNCIAS 68
ANEXO A 76
ANEXO B 78
13
1 INTRODUCcedilAtildeO
Considerando o modelo atual de desenvolvimento da sociedade como sendo
representado por um sistema aberto o qual necessita de uma fonte contiacutenua e inesgotaacutevel
de mateacuteria e energia (BRAGA et al 2002) e com um aumento das emissotildees de poluentes
em todo o mundo a busca por medidas remediadoras para melhoria das condiccedilotildees
ambientais torna-se cada vez maior
Como um exemplo de medida remediadora temos a pesquisa e desenvolvimento de
teacutecnicas que possibilitem a retirada de metais pesados do meio aquoso uma delas a
biossorccedilatildeo aleacutem de promover a destinaccedilatildeo a biomassas vegetais resultantes de processos
produtivos tambeacutem apresenta alto iacutendice de funcionalidade
Umas das biomassas vegetais cuja produccedilatildeo eacute abundante no estado de Satildeo Paulo eacute a
proveniente da fruta laranja e os resiacuteduos desta sejam eles casca bagaccedilo ou sementes jaacute
foram analisados em estudos desenvolvidos por diferentes pesquisadores tais como
Massocatto et al (2009) e Almeida et al (2012) cujos resultados atestaram eficiecircncia
elevada quanto a biossorccedilatildeo especialmente do metal pesado chumbo
Diante do exposto o presente trabalho visa apresentar uma proposta de integraccedilatildeo
entre induacutestrias do municiacutepio de Bebedouro localizado no estado de Satildeo Paulo que
proveriam resiacuteduo de laranja para aquelas que poderiam utilizaacute-lo como meacutetodo de
tratamento de aacuteguas residuaacuterias aplicando dessa forma o conceito de Simbiose Industrial
que apresenta como fundamentos as oportunidades de conexatildeo oferecidas pela disposiccedilatildeo
geograacutefica das induacutestrias e aperfeiccediloamento do uso de mateacuteria e energia (CHERTOW
2000 GANER 1995)
14
2 OBJETIVOS
21 Principal
O presente trabalho propotildee identificar a possibilidade de implementaccedilatildeo de uma
simbiose industrial entre induacutestrias do municiacutepio de BebedourondashSP
22 Especiacuteficos
Para o incremento do objetivo exposto tornou-se necessaacuterio o alcance de objetivos
especiacuteficos tais como
Identificar as induacutestrias geradoras dos resiacuteduos soacutelidos de laranja e induacutestrias que
poderiam beneficiar-se com a utilizaccedilatildeo destes nos processos de tratamento de seus
efluentes contaminados com o metal chumbo
Avaliar os processos jaacute colocados em praacutetica por induacutestrias com potencial poluidor
para tratamento dos efluentes contaminados com o metal chumbo
Analisar os dados teacutecnicos para avaliaccedilatildeo do potencial das induacutestrias selecionadas
para a proposiccedilatildeo de arranjos institucionais que propiciem a integraccedilatildeo e a simbiose entre
induacutestrias do municiacutepio de Bebedouro
15
3 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA
31 Desenvolvimento sustentaacutevel
Algumas propostas da Lei nordm 1230510 (BRASIL 2010a) que institui a Poliacutetica
Nacional dos Resiacuteduos Soacutelidos (PNRS) satildeo a prevenccedilatildeo a reutilizaccedilatildeo e a reduccedilatildeo de
resiacuteduos as quais satildeo necessaacuterias para o cumprimento e efetividade da lei Paralelamente a
este ideal uma incitaccedilatildeo atual eacute a articulaccedilatildeo de um sistema de produccedilatildeo circular
denominado cradle to cradle (que significa ldquodo berccedilo ao berccedilordquo) que consiste na produccedilatildeo
zero de rejeitos no qual a mateacuteria residual de um processo exerceria uma funccedilatildeo em outro
(CCPII c2014) A partir desses preceitos busca-se o alinhamento do desenvolvimento
econocircmico e industrial agrave proteccedilatildeo do meio ambiente e o bem-estar humano ou seja o
desenvolvimento sustentaacutevel
Conforme definiccedilatildeo ldquodesenvolvimento sustentaacutevel eacute aquele que atende as
necessidades das geraccedilotildees atuais sem comprometer a capacidade das geraccedilotildees futuras de
atenderem as suas necessidades e aspiraccedilotildeesrdquo (UNITED NATIONS 1987)
De acordo com Fet e Michelsen (2002) ldquona natureza um sistema ecologicamente
sustentaacutevel eacute uma teia complexa de organismos no qual as mateacuterias e os resiacuteduos
conformam um ciclordquo Frosch e Gallopoulos (1989) agrave vista desse conceito desenvolveram
o ideal de ecossistema industrial o qual funcionaria analogamente aos sistemas
ecologicamente sustentaacuteveis os resiacuteduos gerados por uma companhia podemdevem ser
usufruiacutedos como recurso por outra correspondendo a um ciclo fechado de mateacuteria e
energia
311 Simbiose industrial
Em 1989 uma associaccedilatildeo de filiais de diferentes induacutestrias que realizavam uma
extensa partilha de recursos foi descoberta na Dinamarca O que foi denominado na eacutepoca
16
de ldquoa simbiose industrial em Kalundborgrdquo forneceu a possibilidade da realizaccedilatildeo concreta
dos ecossistemas industriais proposto por Frosch e Galloupolos em 1989 (CHERTOW
2007) Poreacutem analogamente ao ciclo residual fechado proposto pelos ecossistemas
industriais os fundamentos para a simbiose industrial satildeo a colaboraccedilatildeo e as
oportunidades de coesatildeo oferecidas pela proximidade geograacutefica (CHERTOW 2000)
aleacutem do uso aprimorado dos recursos naturais e reduccedilatildeo da produccedilatildeo de resiacuteduos finais
(GANER 1995) Assim considera-se que a simbiose industrial eacute um passo para a
realizaccedilatildeo do objetivo maior que seria o alcance de um ecossistema industrial
A ldquosimbioserdquo observada em 89 no distrito industrial de Kalundborg ocorreu de
modo gradual e sem uma concepccedilatildeo especiacutefica as induacutestrias empenharam-se no uso
econocircmico de seus subprodutos e minimizaram custos em conformidade agraves novas
regulamentaccedilotildees ambientais (EHRENFELD GERTLER 1997) A Figura 1 apresenta o
diagrama do distrito industrial de Kalundborg
Figura 1 ndash Diagrama do processo de simbiose em Kalundborg 1961 a 1989
Fonte adaptado de KALUNDBORG SYMBIOSIS (2015)
No decorrer dos anos e fazendo jus aos sistemas naturais o distrito industrial
desenvolveu-se de modo que novas relaccedilotildees conexotildees e empresas foram se estabelecendo
trazendo cada vez mais proacuteximo o ideal de ecossistema industrial tal como apresentado
na Figura 2
Existem ainda outros exemplos de processos de simbioses industriais que
aconteceram naturalmente ao redor do mundo como em Jyvaumlskylauml na Finlacircndia e Sytiria
na Aacuteustria (CHERTOW 2000)
17
Figura 2 ndash Simbioses industriais observada no distrito industrial de Kalundborg nos dias atuais
Fonte adaptado de KALUNDBORG SYMBIOSIS (2015)
Ehrenfeld e Gertler (1997) afirmaram que o ramo emergente da ecologia industrial
une os preceitos citados a outros como por exemplo o metabolismo industrial (cuja
elucidaccedilatildeo seraacute realizada mais adiante) trazendo-os como forma simplificada de
operacionalizaccedilatildeo de projetos desenvolvendo uma estrutura que identifica e implementa
estrateacutegias que visam agrave manutenccedilatildeo dos paradigmas ambientais almejando o
desenvolvimento industrial alicerccedilado ao desenvolvimento sustentaacutevel
Na Figura 3 eacute possiacutevel observar de modo linear o que Grann (1997) alegou em que
a simbiose industrial revela-se como um meacutetodo funcional da aplicaccedilatildeo do conceito
sustentaacutevel de desenvolvimento
Figura 3 ndash Os trecircs niacuteveis de operaccedilatildeo da Ecologia Industrial
Fonte adaptado de CHERTOW (2000)
18
Conforme a Figura 3 e de acordo com Chertow (2000) constata-se a existecircncia de
trecircs grandes aacutereas de operaccedilatildeo da ecologia industrial bem como alguns exemplos de
instrumentos de cada uma
1 Empresa ndash refere-se ao desenvolvimento de medidas que podem ser exercicidas
dentro da empresa tais como
Eco-design ndash estrateacutegia de design que visa a reduccedilatildeo das perdas ambientais
utilizada principalmente no desenvolvimento de novos produtos (GARNER
KEOLEIAN 1995)
Prevenccedilatildeo agrave poluiccedilatildeo ndash uniatildeo de princiacutepios que tem por finalidade a prevenccedilatildeo agrave
geraccedilatildeo de resiacuteduos antes do iacutenicio do processo industrial (CHERTOW 2000)
Economia verde ndash este novo campo da contabilidade se desvencilha-se da
contabilidade tradicional propondo-se a trazer informaccedilotildees mais exatas sobre o
ldquocustos ambientaisrdquo das empresas cuja influecircncia deve alcanccedilar o campo dos
negoacutecios relacionando-se a ldquoqualidade verderdquo do produto ou serviccedilo (RICHARDS
FROSCH 1997)
2 Inter-empresas ndash medidas que podem ser tomadas a partir da relaccedilatildeo entre
induacutestrias que encontram-se geograficamente proacuteximas tais como
Simbiose industrial ndash criaccedilatildeo de ligaccedilatildeo entre induacutestrias com objetivo de
aumentar a eficiecircncia da mateacuteria e energia que fluem atraveacutes do distrito industrial
em que se encontram (EHRENFELD GERTLER 1997)
Ciclo de vida dos produtos ndash ldquoprocesso usado para avaliar as perdas ambientais
relacionadas a um produto processo ou atividaderdquo (Society for Enviromental
Toxicology amp Chemistry ndash SETAC 1994 traduccedilatildeo nossa)
Iniciativa dos setores industriais
3 RegionalGlobal ndash medidas que podem ser adotadas entre nuacutecleos induacutestrias
Ciclos e orccedilamentos ndash eacute um sistema orientador que promove produccedilotildees com
designs mais ecoloacutegicos e economicamente sustentaacuteveis (GARNER KEOLEIAN
1995)
Fluxo de mateacuteria e energia ndash conceito desenvolvido por Robert Ayres
denominado de ldquometabolismo industrialrdquo leva em consideraccedilatildeo o fluxo de mateacuteria
e energia atraveacutes dos sistema industriais e por meio de anaacutelises in put (entrada) e
out put (saiacuteda) vecirc-se a possibilidade de identificaccedilatildeo de processos e produtos
ineficientes que podem resultar em perda material e prejuiacutezos ao meio ambiente
(GARNER KEOLEIAN 1995)
19
Portanto a simbiose industrial apresenta-se como uma ferramenta que envolve
induacutestrias tradicionalmente separadas em uma ldquoabordagem coletiva para a vantagem
competitiva envolvendo troca fiacutesica de materiais energia aacutegua eou subprodutosrdquo
(CHERTOW 2000 traduccedilatildeo nossa)
De acordo com Ehrenfeld e Gertler (1997) a partir do estreitamento da relaccedilatildeo
entre o conceito ambiental e o desenvolvimento industrial e considerando que esse jaacute vecircm
atrelado ao desenvolvimento econocircmico houve a necessidade da aplicaccedilatildeo dos conceitos
da Simbiose Industrial atraveacutes da configuraccedilatildeo de ldquoeco-parques industriaisrdquo
De acordo com Chertow (2000) ldquona praacutetica as definiccedilotildees de eco-parques
industriais ainda estatildeo em formaccedilatildeordquo poreacutem duas definiccedilotildees satildeo mais aceitas a do
Presidentrsquos Council Sustainable (PCSD)
ldquouma comunidade de empresas que cooperam entre si e com a
comunidade local para compartilhar de forma eficiente os recursos
(informaccedilotildees materiais aacutegua energia infra-estrutura e de habitats naturais)
levando a ganhos econocircmicos ganhos de qualidade ambiental e melhoria
equitativa dos recursos humanos para a comunidade empresarial e localrdquo
(PSCD 1996 traduccedilatildeo nossa)
E e a da USEPA
ldquoum eco-parque industrial eacute uma comunidade de manufatura e serviccedilos
que procuram melhor desempenho ambiental e econocircmico
atraveacutes da colaboraccedilatildeo na gestatildeo de questotildees ambientais e de recursos
incluindo energia aacutegua e materiais Ao trabalhar em conjunto a comunidade
de empresas procura um benefiacutecio colectivo que eacute maior do que a soma de a
benefiacutecios individuais de cada empresa iria perceber se ele otimizou seu
indiviacuteduo o desempenho apenasrdquo (USEPA 1995 traduccedilatildeo nossa)
Faz-se relevante neste contexto o estiacutemulo de uma nova revoluccedilatildeo industrial que
promova o desenvolvimento de accedilotildees que entrelaccedilariam o desenvolvimento econocircmico
com o bem-estar dos ecossistemas Poreacutem Casagrande Junior (2004) denota que as
inovaccedilotildees tecnoloacutegicas desenvolvidas pelo modelo econocircmico atual satildeo atreladas ao
ciacuterculo vicioso produccedilatildeo gt consumo gt crescimento econocircmico que estimulam o consumo
exacerbado gerando pressatildeo sobre os recursos naturais causando custos sociais e
ambientais
32 Chumbo
O chumbo eacute um metal pesado cujo siacutembolo eacute Pb de massa molar 2072 g mol-1 de
coloraccedilatildeo branca-azulada tornando-se acinzentado quando exposto ao ar Eacute inodoro
20
macio maleaacutevel possui baixa condutividade eleacutetrica e alta resistecircncia agrave corrosatildeo Funde-se
com facilidade agrave 3274 ordmC e sua temperatura de vaporizaccedilatildeo eacute de 1725 ordmC Pertence ao
grupo IVA da tabela perioacutedica cujo nuacutemero atocircmico eacute 82 podendo apresentar dois estados
de oxidaccedilatildeo Pb+2 mais estaacutevel e Pb+4 oxidante Historicamente tem sido amplamente
explorado pela sociedade devido a sua vasta disponibilidade no meio ambiente
principalmente na forma de compostos minerais sendo o sulfeto de chumbo (PbS)
conhecido como galena considerado a mais importante e abundante fonte de chumbo
(ALEXANDRINO 2014)
Existem relatos de utilizaccedilatildeo do chumbo por vaacuterias sociedades antigas no entanto
a primeira civilizaccedilatildeo a utilizaacute-lo amplamente foi o Impeacuterio Romano no seacuteculo V aC V
aC para ldquoconfecccedilatildeo de objetos [] fabricaccedilatildeo de tubulaccedilotildees e torneiras produtos de
beleza e ateacute na correccedilatildeo da acidez do vinho atraveacutes da adiccedilatildeo de oacutexido de chumbordquo
(Miranda e Souto 2010)
Atualmente cerca de 70 da produccedilatildeo mundial de chumbo eacute utilizada
fundamentalmente na elaboraccedilatildeo de baterias automotivas e na induacutestria de chumbo-aacutecido
embora tambeacutem apresente copiosas empregabilidades na induacutestria em geral devido a suas
caracteriacutesticas fiacutesicas e quiacutemicas (PRAC c2015) Na Figura 4 observam-se os processos de
extraccedilatildeo usos e disposiccedilatildeo final do chumbo nos anos 90
Figura 4 ndash Extraccedilatildeo uso e disposiccedilatildeo final de chumbo em 1990 em milhares de toneladas
Fonte elaborado a partir de GARNER KEOLEIAN (1995)
21
Comparativamente ao dado fornecido pelo PRAC observa-se que o ramo que
absorve a maior porcentagem do mercado extrativista continua o mesmo isto eacute a
fabricaccedilatildeo de baterias Eacute possiacutevel observar que a reciclagem do chumbo eacute quase que
integralmente proveniente dessa mesma atividade e que vaacuterios usos permanecem como
sistemas abertos de mateacuteria
Como consequecircncia dessa intensa utilizaccedilatildeo a contaminaccedilatildeo por chumbo eacute um
problema tatildeo expressivo quanto a extensatildeo de seu uso
ldquoA maior incidecircncia de intoxicaccedilatildeo por chumbo ocorre devido agrave
contaminaccedilatildeo ambiental pela ingestatildeo de alimentos e bebidas contaminadas
e por partiacuteculas suspensas no ar (KOSNETT 2003) Na atividade
ocupacional a via mais frequente de intoxicaccedilatildeo eacute a inalatoacuteria como
consequecircncia da contaminaccedilatildeo do ambiente de trabalho (PAOLIELLO
CHASIN 2001) Dentre os gecircneros alimentiacutecios que mais contribuem para a
ingestatildeo de chumbo destacam-se a aacutegua potaacutevel bebidas em geral cereais
vegetais e frutas (SALGADO 2003)rdquo (SCHIFER et al 2005)
O grande avanccedilo dos sistemas industriais e seu consequente aumento de atividades
nos uacuteltimos anos assim como a negligecircncia de certas induacutestrias tecircm sido responsaacuteveis
pela degradaccedilatildeo de efluentes especialmente pelo desaguamento de quantidades de metais
pesados nestes (PINTO et al 2003) Os metais acabam por contaminarem lenccediloacuteis freaacuteticos
e reservatoacuterios de aacutegua podendo causar danos agrave sauacutede da populaccedilatildeo tais danos ocorrem
quando haacute a extrapolaccedilatildeo dos limites maacuteximos tolerados pelo organismo humano
denominado no Brasil de Iacutendice Bioloacutegico Maacuteximo Permitido (IBPM) o qual foi
decretado pela NR 7 e aprovado pela Portaria SSST nordm 24 de 29 de dezembro de 1994 Na
Tabela 1 verificam-se os valores tolerados para a substacircncia chumbo
Tabela 1 ndash Paracircmetros para controle bioloacutegico da exposiccedilatildeo ocupacional
Agente quiacutemico Indicador Bioloacutegico
VR[1] IBPM[2]
Amostra Anaacutelise
Chumbo orgacircnico
Sangue Chumbo Ateacute 40 ug em 100 mL 60 ug em 100 mL
Urina Aacutecido Delta Aminolevuliacutenico Ateacute 45 g g-1 creat 10 mh g-1 creat
Sangue Zincoprotoporfirina Ateacute 40 ug em 100 mL 100 ug em 100 mL
Chumbo Tetraetila Urina Chumbo Ateacute 50 ug g-1 creat 100 ug g-1 creat
creat ndash abreviaccedilatildeo de creatinina [1] Valor de Referecircncia da Normalidade valor possiacutevel de ser
encontrado em populaccedilotildees natildeo-expostas ocupacionalmente [2] Iacutendice Bioloacutegico Maacuteximo Permitido eacute
o valor maacuteximo do indicador bioloacutegico para o qual se supotildee que a maioria das pessoas
ocupacionalmente expostas natildeo corre risco de danos agrave sauacutede A ultrapassagem deste valor significa
exposiccedilatildeo excessiva
Fonte adaptado de BRASIL (1994a)
22
321 Legislaccedilatildeo especiacutefica relacionada a descarga de efluentes
Conforme artigo 3ordm da Resoluccedilatildeo CONAMA nordm430
ldquoOs efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderatildeo ser lanccedilados
diretamente nos corpos receptores apoacutes o devido tratamento e desde que
obedeccedilam agraves condiccedilotildees padrotildees e exigecircncias dispostos nesta Resoluccedilatildeo e em
outras normas aplicaacuteveisrdquo (BRASIL 2011)
Assim considerou-se que para estar em acordo com a legislaccedilatildeo vigente pode
haver a necessidade da realizaccedilatildeo de tratamento preacutevio ou completo para descarga do
efluente em corpo drsquoaacutegua
Os padrotildees para lanccedilamento de efluentes em corpos receptores satildeo regulamentados
em acircmbito federal na Resoluccedilatildeo CONAMA nordm 430 de 2011 (BRASIL 2011) e em acircmbito
estadual pelo Decreto 8468 de 19761 (SAtildeO PAULO 1976) Na Tabela 2 verificam-se os
padrotildees de lanccedilamento para o metal chumbo em ambos os acircmbitos
Tabela 2 ndash Padrotildees de lanccedilamento de efluentes contendo chumbo em corpos drsquoaacutegua e em redes
coletoras de esgoto
Fonte elaborado a partir de BRASIL (2011) SAtildeO PAULO (1976)
322 Tratamento para efluentes com metais
O tratamento para remoccedilatildeo de metais pesados pode ser realizado a partir de
diferentes processos tais como a precipitaccedilatildeo quiacutemica troca-iocircnica filtraccedilatildeo por
membrana e meacutetodos eletromecacircnicos (ECKENFELDER 2000) Estes conforme
Tchobanoglous e Burton (1991) e Aksu (1998) podem ser processos dispendiosos e
ineficientes
1 A Lei Estadual 997 de 31 de maio de 1976 aprovada pelo Decreto 8468 de 8 de setembro de 1976 foi
alterada e acrescida de dispositivos pelos Decretos 15425 de 23 de julho de 1980 e pelo Decreto 47397 de
novembro de 2012
Destino Resoluccedilatildeo CONAMA nordm43011 Lei Estadual 99776
Emissatildeo em corpos drsquoaacutegua ateacute 05 mg L-1 ateacute 05 mg L-1
Emissatildeo em rede coletora de esgoto ndash ateacute 15 mg L-1
23
Poreacutem metais pesados podem ser extraiacutedos de um sistema aquoso empregando-se
adsorventes naturais como as cascas de determinadas frutas que constituem excelente
alternativa perante os processos quiacutemicos uma vez que satildeo abundantes apresentam baixo
custo comercial e natildeo apresentam uma destinaccedilatildeo especiacutefica fora o descarte convencional
(SIMOtildeES TAUK-TORNISIELO 2005)
Podendo ser fiacutesico ou quiacutemico o processo efetua-se pela interaccedilatildeo do material
adsorvente com o produto a ser adsorvido A adsorccedilatildeo fiacutesica eacute ocasionada principalmente
pelas forccedilas de van der Waals2 no qual o equiliacutebrio eacute atingido rapidamente e eacute reversiacutevel
jaacute a adsorccedilatildeo quiacutemica eacute a uniatildeo de moleacuteculas ou aacutetomos a uma superfiacutecie soacutelida que pode
ser realizada atraveacutes de ligaccedilotildees quiacutemicas ou por efeito cataliacutetico (WEBER JUNIOR 1972)
323 Biossorccedilatildeo
Segundo Volesky (1986) eacute denominada de biossorccedilatildeo a separaccedilatildeo seletiva de iacuteons
metaacutelicos de meio aquoso na qual o meio adsorvente seria uma biomassa sendo ainda um
processo natildeo agressivo no qual ocorrem somente interaccedilotildees entre os grupos funcionais da
biomassa com os iacuteons da soluccedilatildeo
ldquoA adsorccedilatildeo eacute uma forma de tratamento bastante eficaz utilizada para a
remoccedilatildeo de metais toacutexicos Devido a isto meacutetodos de adsorccedilatildeo de metais em
efluentes utilizando materiais naturais estatildeo sendo desenvolvidos podendo
ainda ser uma alternativa para o aproveitamento de resiacuteduos agroindustriaisrdquo
(MASSOCATTO et al 2009)
A utilizaccedilatildeo da biomassa como agente adsorvente alternativo em meacutetodos de
tratamento convencional apresenta como fatores significativos o reduzido valor agregado
comercial capacidade de tratar grande volume de efluente potencial de dessorccedilatildeo3 e
tempo de separaccedilatildeo seletiva de iacuteons variando de 5 a 15 minutos (PINO TOREM 2011
VOLESKY HOLAN 1995) Geralmente os adsorventes naturais evidenciam a mesma
eficaacutecia de reter iacuteons metaacutelicos que os adsorventes sinteacuteticos pois possuem agrupamentos
orgacircnicos e satildeo fibrosos o que gera uma maior aacuterea de influecircncia e ldquosiacutetiosrdquo para os iacuteons
serem adsorvidos (PAVAN 2007)
O uso da biomassa como agente de remoccedilatildeo de metais pesados jaacute eacute desde 1999
considerada pela USEPA como uma tecnologia de descontaminaccedilatildeo
2 Forccedilas de van der Waals forccedilas entre as moleacuteculas mais fracas que as forccedilas atocircmicas RUSSEL J
Quiacutemica Geral 2 ed Satildeo Paulo Makron Book 1994 vol 1 3 Recuperaccedilatildeo da espeacutecie metaacutelica
24
Diversos tipos de adsorventes tais como o palmito pupunha o sabugo de milho o
algodatildeo o caju as cascas de arroz banana noz pecatilde e laranja tecircm sido testados
laboratorialmente por pesquisadores da aacuterea cita-se Vaghetti et al (2009) que realizou
estudos sobre a eficiecircncia da casca da noz pecatilde como agente de retirada de iacuteons cromo(III)
cromo (VI) ferro zinco cobre manganecircs e chumbo de soluccedilotildees sinteacuteticas obtendo
especial ecircxito na biossorccedilatildeo de cromo (VI)
O processo de biossorccedilatildeo desenvolve-se de modo homogecircneo atraveacutes de condiccedilotildees
ambientais controladas as quais ocorrem dentro de reatores contiacutenuos (VOLESKY
NOLAN 1995 SANTOS VASCONCELOS 2002) Os reatores mais comumente usados
na remoccedilatildeo de metais pesados satildeo o de coluna de leito fixo e o anaeroacutebio de manta de
lodo (QUAMBY FOSTER 1995 SEOLATTO et al 2009)
De acordo com Lodeiro Herrero e Sastre de Vicente (2006) os reatores de coluna
de leito fixo promovem o melhor aproveitamento do biossorvente pois possibilitam ciclos
regenerativos jaacute os reatores anaeroacutebios de manta de lodo satildeo comumente utilizados em
tratamento de aacuteguas residuaacuterias por serem eficientes na remoccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica e
apresentarem consideraacutevel baixo custo inicial (QUAMBY FOSTER 1995 SEOLATTO
et al 2009)
324 A laranja como adsorvente
Segundo Batista (2014)
ldquoA casca da laranja encontra-se na literatura dos estudos de adsorccedilatildeo
mostrando um grande potencial na remoccedilatildeo de resiacuteduos em efluentes O
Brasil eacute um grande produtor de laranja no mundo atualmente em torno de
70 do suco consumido mundialmente eacute proveniente de plantaccedilotildees ou da
industrializaccedilatildeo da laranja no Brasil Apoacutes a extraccedilatildeo do suco na induacutestria da
laranja grande parte do fruto mais de 50 eacute de rejeitos soacutelidos
representados pela casca bagaccedilo e sementesrdquo (BATISTA 2014)
Aproximadamente 18 milhotildees de toneladas de laranja satildeo produzidas anualmente
no Brasil e o Estado de Satildeo Paulo eacute responsaacutevel por 74 dessa produccedilatildeo (IBGE 2012)
Em 2011 os resiacuteduos de laranja oriundos de induacutestrias de processamento como por
exemplo de produccedilatildeo de suco chegaram a gerar 95 milhotildees de toneladas de resiacuteduos
(CODESP 2011) Apesar de ser uma mateacuteria abundante e de baixo custo a principal
utilizaccedilatildeo dessa biomassa tem sido como complemento na alimentaccedilatildeo bovina Tal
25
complemento chamado de ldquopolpa ciacutetrica peletizadardquo eacute produzido a partir da secagem dos
resiacuteduos de laranja Ateacute meados de 1993 o produto era desconhecido pela pecuaacuteria
nacional pois desde a deacutecada de 70 a polpa ciacutetrica era exportada quase que integralmente
para a Europa (NEVES et al 2010)
A previsatildeo para exportaccedilatildeo do produto em 2012 era de 180 toneladas isso
considerando que haveria um aumento de 21 com relaccedilatildeo a 2011 (CODESP 2011) A
polpa ciacutetrica peletizada continua natildeo sendo empregada amplamente no Brasil gerando um
remanescente de aproximadamente 932 milhotildees de toneladas de resiacuteduos de laranja sem
destinaccedilatildeo especiacutefica Dessa forma a sua utilizaccedilatildeo como insumo de agente biossortivo
obtido aproximadamente a custo zero torna-se de grande valia na retirada de metais
pesados de meio aquoso
Como apontado por Batista (2014) os rejeitos de laranja satildeo apontados na literatura
como material de adsorccedilatildeo mostrando um grande potencial na remoccedilatildeo de metais Aacuteguas
residuaacuterias que incluem por exemplo cromo chumbo e prata apresentam resultados
promissores particularmente a biossorccedilatildeo do chumbo apresenta aproximadamente 99 de
eficaacutecia com relaccedilatildeo a concentraccedilotildees variadas de chumborejeito de laranja (MORAES et
al 2011 MASSOCATTO et al 2009 ALMEIDA et al 2012)
Apesar da eficaacutecia laboratorial da utilizaccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos de laranja (casca
bagaccedilo e semente) na descontaminaccedilatildeo de um meio aquoso observa-se a necessidade do
estabelecimento da conexatildeo entre as induacutestrias que proveriam esse resiacuteduo de laranja com
as que poderiam utilizaacute-lo como meacutetodo de tratamento assim revelou-se a oportunidade
de aplicar o conceito de Simbiose Industrial atraveacutes de uma anaacutelise inter-empresas
avaliando a potencialidade de intercacircmbio dos rejeitos industriais como fonte de mateacuteria-
prima para outros processos produtivos em induacutestrias do municiacutepio de Bebedouro estado
de Satildeo Paulo
26
4 METODOLOGIA
A metodologia desenvolvida neste trabalho pode ser agrupada e pormenorizada em
quatro etapas todas elas partindo de um levantamento e anaacutelise de referenciais teoacutericos
embasados em dados bibliograacuteficos O levantamento de dados realizado neste trabalho teve
como primeira aacuterea de abrangecircncia o estado de Satildeo Paulo Foram utilizados os bancos de
dados do IBGE CDSP CETESB USEPA entre outros e tambeacutem web sites artigos teses
e pesquisas acadecircmico cientiacuteficas
41 Levantamento bibliograacutefico
Caracterizou-se o processo de simbiose industrial como forma de reinserccedilatildeo de
resiacuteduos na cadeia produtiva e sua efetiva implantaccedilatildeo como possibilidade viaacutevel do
alcance do desenvolvimento sustentaacutevel
Realizou-se definiccedilatildeo teacutecnica do metal pesado chumbo e contextualizaccedilatildeo da
problemaacutetica do uso histoacuterico desse metal com ecircnfase para a problemaacutetica do uso na
atualidade
Desenvolveu-se a relaccedilatildeo entre o capitalismo atual que promove os ciclos abertos
de mateacuteria e energia caracteriacutestica de parte do sistema produtivo com ecircnfase para aqueles
que geram aacuteguas residuaacuterias contaminadas pelo metal pesado chumbo
Avaliaram-se os meacutetodos de remoccedilatildeo de metais-pesados de aacuteguas residuaacuterias com
especial atenccedilatildeo ao uso de biomassa vegetal como agente no processo de adsorccedilatildeo4 objeto
de estudo deste trabalho
A partir da escolha da biossorccedilatildeo como meacutetodo para o tratamento de efluentes
realizou-se um levantamento bibliograacutefico sobre usos de diversas biomassas vegetais que
apresentariam eficaacutecia comprovada e que tambeacutem poderiam ser encontradas em
abundacircncia
Constatou-se que o maior produtor de laranja do Brasil eacute o estado de Satildeo Paulo e
que a cadeia produtiva da transformaccedilatildeo do produto in natura em suco eacute tambeacutem em sua
4 Neste trabalho foi denominada de biossorccedilatildeo a adsorccedilatildeo realizada por meio da utilizaccedilatildeo de biomassa
vegetal
27
grande maioria realizada dentro do estado O processo referido gera quantidade abundante
de biomassa vegetal de laranja cuja eficaacutecia no tratamento de efluentes contaminados pelo
metal pesado chumbo pocircde ser comprovada por referencial teoacuterico
Definiu-se de consideraacutevel relevacircncia a realizaccedilatildeo de um estudo que busque
evidecircncias da aplicabilidade e viabilidade de uma proposta para o processo de simbiose
entre as induacutestrias estudadas no qual os resiacuteduos (bagaccedilosementecasca) de laranja
possam ser utilizados como meacutetodo de tratamento de aacutegua residuaacuteria contaminada no
processo de produccedilatildeo industrial
42 Levantamento e anaacutelise da produccedilatildeo de laranja no Estado de SP
Apoacutes constataccedilatildeo por meio da Revisatildeo Bibliograacutefica que o Estado de Satildeo Paulo eacute
o estado que se apresenta como maior produtor de laranja do Brasil realizou-se um
levantamento da produccedilatildeo de laranja por cidades do estado Utilizaram-se dados do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do ano de 2012 que correspondem
ao levantamento da produccedilatildeo total de diversos tipos de leguminosas frutas e sementes por
cidade
Posteriormente realizou-se a elaboraccedilatildeo de um mapa referente agrave produccedilatildeo de
laranja por cidade do estado de Satildeo Paulo com suporte do programa de geoprocessamento
ArcGis 1031
A partir da obtenccedilatildeo de dados referentes agrave produccedilatildeo de laranja por cidade com sua
respectiva espacializaccedilatildeo constatou-se acessando o cataacutelogo da Associaccedilatildeo Nacional de
Exportadores de Sucos e Ciacutetricos (CitrusBR) que o escoamento de 93 da produccedilatildeo total
do estado eacute proveniente do denominado cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo cuja definiccedilatildeo seraacute elucidada
no capiacutetulo 51 tem a seguinte destinaccedilatildeo trecircs grandes empresas fabricantes de suco de
laranja consumo in natura e pequenas induacutestrias produtoras de suco
A seguir as cidades levantadas neste trabalho e integrantes do cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo
foram aferidas sequencialmente em ordem decrescente de produccedilatildeo mediante acessos aos
cataacutelogos industriais da Federaccedilatildeo das Induacutestrias do Estado de Satildeo Paulo (FIESP 2014) e
do Centro das Induacutestrias do Estado de Satildeo Paulo (CIESP 2015) com o intuito de verificar
a existecircncia de escoamento de produccedilatildeo de laranja destinado a pequenas induacutestrias de suco
28
Foi realizado contato por meios eletrocircnicos com as induacutestrias constantes no
material pesquisado no qual foram requeridas informaccedilotildees sobre
1) Existecircncia da geraccedilatildeo de resiacuteduo de laranja
2) Destinaccedilatildeo dada ao resiacuteduo se este existir
3) Quantificaccedilatildeo diaacuteria eou mensal eou anual do resiacuteduo se este existir
4) Armazenamento do resiacuteduo se este existir
A Companhia Ambiental do estado de Satildeo Paulo (CETESB) foi contatada com o intuito
de requisitar vista do Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento (MCE) desta induacutestria
com objetivo de levantamento dos dados pertinentes ao desenvolvimento deste trabalho Os
dados solicitados agrave CETESB referentes a cada induacutestria constam no Anexo A e B
43 Levantamento e anaacutelise das induacutestrias com potencial poluidor
A partir da delimitaccedilatildeo da aacuterea de estudo verificou-se a necessidade da realizaccedilatildeo
um levantamento das induacutestrias que poderiam utilizar-se da biossorccedilatildeo como meacutetodo de
tratamento de efluentes
Para tal houve a necessidade de realizar uma relaccedilatildeo entre as categorias industriais
da Environmental Protection Agency ndash United States (USEPA) as quais levam em
consideraccedilatildeo em sua descriccedilatildeo os componentes que potencialmente seriam encontrados
em seus respectivos efluentes com as categorias industriais brasileiras disponibilizadas
pelo IBGE
Sucedendo-se a esta associaccedilatildeo e jaacute delimitada a aacuterea de pesquisa como sendo o
limite municipal da cidade de Bebedouro realizou-se a partir de pesquisa nos cataacutelogos
industriais da FIESP (2014) e da CIESP (2015) afericcedilatildeo das induacutestrias que estariam dentro
dos paracircmetros dispostos nas categorias industriais caracterizadas neste trabalho isto eacute as
que potencialmente conteriam chumbo em suas aacuteguas residuaacuterias
Um total de onze induacutestrias apresentaram os quesitos para serem categorizadas pelo
meacutetodo citado Um mapa referente agrave disposiccedilatildeo dessas induacutestrias foi efetuado no programa
ArcGis 1031 Subsequentemente a agecircncia da CETESB responsaacutevel pelo municiacutepio de
Bebedouro foi contatada a fim de se obter a vista dos processos MCE de cada uma das
induacutestrias com o intuito de verificar quais realmente continham chumbo em suas aacuteguas
29
residuaacuterias e quais as formas de tratamento efetuadas Apoacutes essa verificaccedilatildeo constatou-se
que duas induacutestrias adequavam-se ao propoacutesito deste trabalho
44 Exposiccedilatildeo do meacutetodo de tratamento aplicado na induacutestria
Pormenorizaccedilatildeo dos dados referentes aos efluentes destas empresas foram
analisados para que a partir de referencial teoacuterico em uma segunda etapa fossem
realizados os caacutelculos da demanda de resiacuteduos de laranja que tais induacutestrias utilizariam se
adotassem o meacutetodo de tratamento proposto
Atraveacutes de anaacutelise do mesmo referencial teoacuterico citado anteriormente foram
obtidas informaccedilotildees sobre o tratamento especiacutefico que o resiacuteduo deveria receber antes de
ser inserido no processo de tratamento Em sequecircncia realizou-se levantamento das
tecnologias que poderiam ser utilizadas no processamento desses resiacuteduos bem como
seleccedilatildeo das que mais se adequavam
Realizou-se levantamento de formas de inserccedilatildeo da biomassa em escala real de
tratamento
Um levantamento e anaacutelises de custos das tecnologias de processamento das
formas de inserccedilatildeo e do translado do resiacuteduo caso fosse utilizado os serviccedilos de uma
empresa transportadora foram realizados
30
5 LEVANTAMENTO DE DADOS
51 Distribuiccedilatildeo da produccedilatildeo de laranja no estado de Satildeo Paulo
Para o levantamento e espacializaccedilatildeo da produccedilatildeo de laranja no estado de Satildeo Paulo
foram coletados dados do site do IBGE referentes ao ano de 2013 Na Figura 5 satildeo
destacados os municiacutepios paulistas produtores de laranja conforme o total de produccedilatildeo da
fruta
Figura 5 ndash Disposiccedilatildeo dos municiacutepios produtores de laranja no Estado de Satildeo Paulo
Fonte IBGE (2013)
De acordo com a CitrusBR (2010) e com o Fundo de Defesa da Citricultura
(FUNDECITRUS 2015) existe uma aacuterea denominada de cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo cuja
delimitaccedilatildeo geograacutefica abrange 93 da produccedilatildeo de laranja do estado de Satildeo Paulo Essa
aacuterea eacute dividida em setores os quais satildeo denominados de norte sul centro noroeste e
sudoeste como apresentado na Figura 6
31
Figura 6 ndash Setores do cinturatildeo citriacutecola
Fonte Adaptado FUNDECITRUS (2015)
511 Distribuiccedilatildeo do consumo de laranja no estado de SP
Sabendo que aproximadamente 93 de toda a laranja produzida no estado de Satildeo
Paulo proveacutem do cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo a seguinte diferenciaccedilatildeo eacute feita pela CitrusBR
(2010) conforme sua destinaccedilatildeo a) 84 para trecircs grandes induacutestrias de suco de laranja as
quais possuem 18 faacutebricas distribuiacutedas em 16 municiacutepios do estado de SP e um localizado
no estado do Paranaacute b) 2 para pequenas induacutestrias produtoras de suco de laranja c) 7
ao consumo in natura
No Quadro 1 satildeo apresentadas informaccedilotildees de localizaccedilatildeo das unidades industriais
das trecircs grandes induacutestrias consumidoras da produccedilatildeo de laranja do estado de Satildeo Paulo
denominadas arbitrariamente de induacutestrias A B e C
32
Quadro 1 ndash Localizaccedilatildeo das unidades das induacutestrias A B e C
Induacutestria de suco de laranja Cidades
Induacutestria A
Bebedouro
Engenheiro Coelho
Matatildeo
Paranavaiacute (PR)
Santos
Induacutestria B
Araras
Catanduva
Matatildeo
Induacutestria C
Araraquara
Avareacute
Conchal
Colina
Cordeiroacutepolis
Duartina
Itaacutepolis
Porto Ferreira
Uchoa
Votuporanga
Fonte CITRUSBR (2010)
Na Figura 7 eacute possiacutevel visualizar em acircmbito estadual a disposiccedilatildeo geograacutefica das
filiais das induacutestrias A B e C
O potencial de geraccedilatildeo de resiacuteduos de laranja dessas unidades industriais eacute elevado
visto que 84 da produccedilatildeo do estado eacute absorvida por elas (CITRUSBR 2010) Poreacutem ao
acessar o conjunto de paacuteginas da internet dessas trecircs induacutestrias constatou-se que todo o
produto residual de laranja gerado jaacute tem como destinaccedilatildeo o processo de peletizaccedilatildeo
Assim uma vez que este resiacuteduo representa um valor comercial para estas induacutestrias natildeo
foram considerados tais dados no desenvolvimento deste trabalho
33
Figura 7 ndash Localizaccedilatildeo das filiais das induacutestrias de suco de laranja (A B e C)
Fonte CITRUSBR (2010)
Os 7 da produccedilatildeo de laranja que natildeo proveacutem do cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo natildeo teve seu
escoamento estudado fato que impossibilitou a utilizaccedilatildeo desses dados na realizaccedilatildeo das
anaacutelises requeridas para o desenvolvimento deste trabalho
Portanto considerou-se que 2 da produccedilatildeo de laranja proveniente do cinturatildeo
ldquocitriacutecolardquo aproximadamente 266400 toneladas5 serviria ao propoacutesito aludido
512 Seleccedilatildeo da induacutestria de suco
Reputando-se que os 2 da produccedilatildeo estadual de laranja citados localizam-se no
cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo (CITRUSBR 2010) realizou-se a identificaccedilatildeo de pequenas induacutestrias
5 Considerando a produccedilatildeo anual em torno de 18 milhotildees de toneladas e 74 deste total proveniente do
estado de Satildeo Paulo
34
produtoras de suco de laranja integrantes do cinturatildeo atraveacutes de acessos aos Cataacutelogos
Induacutestrias da CIESP (2015) e da FIESP (2014)
As cidades foram hierarquizadas de forma decrescente conforme o total de
produccedilatildeo anual de laranja Na sequecircncia ponderou-se a distinccedilatildeo de induacutestrias que
somente realizam o processo de embalagem do suco pronto das que realizam o processo
de fabricaccedilatildeo deste O levantamento cessou quando um total de duas induacutestrias foram
encontradas ambas localizadas na cidade de Bebedouro estado de Satildeo Paulo Vale
ressaltar que as cidades hierarquizadas como anteriores agrave Bebedouro natildeo apresentaram
induacutestrias de suco dentro dos limites municipais A Tabela 2 apresenta a produccedilatildeo anual
em toneladas para cada cidade do cinturatildeo citriacutecola
Tabela 3 ndash Cidades integrantes do cinturatildeo citriacutecola consideradas no levantamento de induacutestrias de suco
Cidades Produccedilatildeo (t ano-1)
Casa Branca 693 690
Mogi Guaccedilu 448 800
Itapetininga 392 716
Aacuteguas de Santa Barbara 364 100
Brotas 334 560
Bebedouro 326 570
Fonte IBGE (2012)
Das induacutestrias consultadas somente uma retornou o contato em tempo haacutebil para
desenvolvimento deste trabalho Essa induacutestria situa-se no Norte do cinturatildeo na cidade de
Bebedouro e a Figura 8 tem por finalidade mostrar sua disposiccedilatildeo geograacutefica dentro do
municiacutepio citado
As informaccedilotildees fornecidas pela empresa denotam que existe produccedilatildeo de resiacuteduo
de laranja sem destinaccedilatildeo determinada (informaccedilatildeo verbal)6 Poreacutem natildeo foram cedidas
dados referentes a quantidade desse resiacuteduo gerado por dia mecircs eou ano e nem sobre a
forma de armazenamento eou disposiccedilatildeo do mesmo
6 Dados fornecidos por funcionaacuterio em entrevista por telefone
35
Figura 8 ndash Induacutestria de suco geradora de resiacuteduos de laranja localizada na cidade de Bebedouro
Fonte CIESP (2015) FIESP (2014)
5121 Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento (MCE)
O MCE eacute um documento exigido como parte integrante das Licenccedilas Preacutevias de
Instalaccedilatildeo e Operaccedilatildeo do Empreendimento (G3 GEOTECNOLOGIAS c2014)
Em pesquisa realizada em websites de diversas prefeituras (Campinas Satildeo Paulo e
Ribeiratildeo Preto) constatou-se que cada cidade tem seu proacuteprio modelo de MCE poreacutem
todos seguem o modelo baacutesico fornecido pela CETESB que margeia os seguintes itens
Identificaccedilatildeo do empreendimentoatividade
Relaccedilatildeo de mateacuterias primas
Relaccedilatildeo de produtos
Relaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos
36
Croqui de localizaccedilatildeo
Fluxograma
Combustiacuteveis
Informaccedilotildees sobre chamineacutes
Fontes de poluiccedilatildeo do ar
Equipamentos para controle de poluiccedilatildeo do ar
Balanccedilo hiacutedrico
Efluentes liacutequidos
Resumo de lanccedilamentos
Resiacuteduos soacutelidos
Armazenamento e tratamentodisposiccedilatildeo final dos resiacuteduos soacutelidos
Fontes de poluiccedilatildeo por ruiacutedo
A agecircncia da CETESB responsaacutevel pelo muniacutecipio de Bebedouro localiza-se na
cidade de Barretos e por meio de e-mails telefonemas e pedidos formais requisitou-se
vista do MCE da induacutestria mencionada no item anterior
Apoacutes verificaccedilatildeo constatou-se que a induacutestria produtora de suco possui Certificado
de Dispensa de Licenccedila portanto natildeo possui MCE impossibilitando o recolhimento de
dados por este meio
52 Categorias industriais de acordo com o tipo de efluente gerado7
A partir das praacuteticas industriais descargas de aacuteguas pluviais tecnologias e accedilotildees
que previnam a poluiccedilatildeo tratamento de efluentes e caracteriacutesticas econocircmicas a USEPA
realiza anaacutelises que possuem como princiacutepio baacutesico o incentivo agrave reduccedilatildeo da geraccedilatildeo de
poluentes que sejam ao mesmo tempo economicamente viaacuteveis Assim com base em
normas e limites para a descarga de efluentes em aacuteguas superficiais e em estaccedilotildees de
7 Chumbo geralmente natildeo eacute o uacutenico metal encontrado em aacuteguas residuaacuterias industriais desse seguimento
37
tratamento a proacutepria USEPA realizou uma categorizaccedilatildeo das induacutestrias conforme o tipo de
efluente gerado
As categorias industriais que nesta categorizaccedilatildeo da USEPA apresentavam limites
restritivos para a emissatildeo de efluentes contaminados pelo metal pesado chumbo satildeo
apresentadas a seguir
Battery Manufacturing
Centralized Waste Treatment
Copper Forming
Electrical and Electronic Components
Electroplating
Glass Manufacturing
Inorganic Chemicals
Iron and Steel Manufacturing
Metal Finishing
Metal Molding and Casting (Foundries)
Metal Products and Machinery
Nonferrous Metals Forming and Metal Powders
Nonferrous Metals Manufacturing
Ore Mining and Dressing (Hard Rock Mining)
Organic Chemicals Plastics and Synthetic Fibers (OCPSF)
Pesticide Chemicals Manufacturing Formulating and Packaging
Porcelain Enameling
Rubber Manufacturing
Transportation Equipment Cleaning Manufacturing
No Brasil o IBGE realizou em 2008 um estudo que reuniu informaccedilotildees
econocircmicas e financeiras sobre os setores industriais brasileiros o qual apresenta dados
sobre receita custos e valor de produccedilatildeo por exemplo Neste estudo tambeacutem satildeo
enumerados todos os setores industriais
38
O quadro 2 tem por finalidade relacionar as categorias americanas catalogadas pela
USEPA que podem apresentar chumbo em seus efluentes com os respectivos setores
industriais brasileiros
Quadro 2 ndash Relaccedilatildeo entre categorias industriais americanas e brasileiras
Categoria US EPA Categoria IBGE
Ore Mining and Dressing (Hard Rock Mining) Extraccedilatildeo de minerais metaacutelicos
Inorganic Chemicals
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos
Organic Chemicals Plastics and Synthetic
Fibers (OCPSF)
Pesticide Chemicals Manufacturing
Formulating and Packaging
Copper forming
Porcelain Enameling Fabricaccedilatildeo de produtos de minerais natildeo-
metaacutelicos Glass Manufacturing
Electroplating
Metalurgia baacutesica ou
Fabricaccedilatildeo de produtos de metal
(exceto maacutequinas e equipamentos)
Iron and Steel Manufacturing
Metal Finishing
Metal Molding and Casting (Foundries)
Nonferrous Metals Forming and Metal
Powders
Nonferrous Metals Manufacturing
Electrical and Electronic Components Fabricaccedilatildeo de maacutequinas aparelhos e
materiais eleacutetricos Battery Manufacturing
Transportation Equipment Cleaning
Manufacturing Fabricaccedilatildeo equipamentos de transporte
Centralized Waste Treatment Reciclagem
Fonte elaborado a partir de dados de USEPA (2014) IBGE (2008)
No Quadro 3 eacute possiacutevel verificar as categorias industriais do IBGE que tambeacutem
constam no Quadro 2 com as suas respectivas subcategorias estas embasam de maneira
mais especiacutefica a correlaccedilatildeo estabelecida
39
Quadro 3 ndash Categorias e subcategorias industriais de acordo com o IBGE
Categoria IBGE Subcategoria IBGE
Extraccedilatildeo de minerais metaacutelicos Extraccedilatildeo de minerais metaacutelicos natildeo-ferrosos
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos inorgacircnicos
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos orgacircnicos
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas
Fabricaccedilatildeo de tintas vernizes lacas e produtos afins
Fabricaccedilatildeo de fibras fios cabos e filamentos contiacutenuos artificiais e sinteacuteticos
Fabricaccedilatildeo de artigos de borracha e material plaacutestico
Fabricaccedilatildeo de artigos de borracha
Fabricaccedilatildeo de produtos de material plaacutestico
Fabricaccedilatildeo de produtos de minerais natildeo-metaacutelicos
Fabricaccedilatildeo de vidro e de produtos do vidro
Metalurgia baacutesica
Produccedilatildeo de ferro-gusa e de ferroligas
Siderurgia
Fabricaccedilatildeo de tubos (exceto em sideruacutergicas)
Fundiccedilatildeo
Fabricaccedilatildeo de produtos de metal
(exceto maacutequinas e equipamentos)
Fabricaccedilatildeo de estruturas metaacutelicas e obras de caldeiraria pesada
Fabricaccedilatildeo de tanques caldeiras e reservatoacuterios metaacutelicos
Forjaria estamparia metalurgia do poacute e serviccedilos de tratamento de metais
Fabricaccedilatildeo de artigos de cutelaria de serralheria e ferramentas manuais
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de tanques caldeiras e reservatoacuterios metaacutelicos
Fabricaccedilatildeo de produtos de metal natildeo especificados anteriormente
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas e
equipamentos
Fabricaccedilatildeo de motores bombas compressores e equipamentos de transmissatildeo
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos de uso Geral
Fabricaccedilatildeo de tratores e de maacutequinas e equipamentos para a agricultura e pecuaacuteria
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas-ferramenta
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos de usos na extraccedilatildeo mineral e construccedilatildeo
Fabricaccedilatildeo de outras maacutequinas e equipamentos de uso especiacutefico
Fabricaccedilatildeo de armas municcedilotildees e equipamentos militares
Fabricaccedilatildeo de eletrodomeacutesticos
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas
aparelhos e materiais eleacutetricos
Fabricaccedilatildeo de geradores transformadores e motores eleacutetricos
Fabricaccedilatildeo de equipamentos para distribuiccedilatildeo e controle de energia eleacutetrica
Fabricaccedilatildeo de fios cabos e condutores eleacutetricos isolados
Fabricaccedilatildeo de pilhas baterias e acumuladores eleacutetricos
Fabricaccedilatildeo de lacircmpadas e equipamentos de iluminaccedilatildeo
Fabricaccedilatildeo de material eleacutetrico para veiacuteculos - exceto baterias
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de maacutequinas aparelhos e materiais eleacutetricos
Fabricaccedilatildeo de outros equipamentos e aparelhos eleacutetricos
Fabricaccedilatildeo de material eletrocircnico baacutesico
Fabricaccedilatildeo de material eletrocircnico e de aparelhos e equipamentos de comunicaccedilotildees
Fabricaccedilatildeo de aparelhos receptores de raacutedio e televisatildeo e de reproduccedilatildeo gravaccedilatildeo ou amplificaccedilatildeo de som e viacutedeo
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de aparelhos e equipamentos de telefonia radiotelefonia e de transmissores de televisatildeo e raacutedio (exceto telefones)
Fabricaccedilatildeo de outros equipamentos de transporte
Fabricaccedilatildeo de outros equipamentos de transporte
40
Reciclagem Reciclagem de sucatas metaacutelicas
Fonte elaborado a partir de IBGE (2008)
Em anaacutelise comparativa dos aspectos das categorias industriais americanas
catalogadas pela USEPA com as respectivas especificaccedilotildees das categorias e subcategorias
industriais catalogadas pelo IBGE eacute possiacutevel afirmar que estas possuem similaridade
Assim conclui-se que potencialmente tais categorias e subcategorias listadas no Quadro
3 satildeo passiacuteveis de possuir o metal pesado chumbo em suas aacuteguas residuaacuterias Na Tabela 4
observa-se a quantidade de induacutestrias presentes em cada uma das subcategorias de acordo
com levantamento realizado pelo IBGE no ano de 2003
Tabela 4 ndash Nuacutemero de induacutestrias de acordo com as subcategorias industriais do IBGE
(continua)
Subcategorias industriais Nordm
Extraccedilatildeo de minerais metaacutelicos natildeo-ferrosos 61
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos inorgacircnicos 374
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos orgacircnicos 426
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas 67
Fabricaccedilatildeo de fibras fios cabos e filamentos contiacutenuos artificiais e sinteacuteticos 38
Fabricaccedilatildeo de artigos de borracha 1540
Fabricaccedilatildeo de produtos de material plaacutestico 5545
Fabricaccedilatildeo de vidro e de produtos do vidro 416
Produccedilatildeo de ferro-gusa e de ferroligas 99
Siderurgia 237
Fabricaccedilatildeo de tubos (exceto em sideruacutergicas) 165
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 449
Fundiccedilatildeo 798
Fabricaccedilatildeo de estruturas metaacutelicas e obras de caldeiraria pesada 3475
Fabricaccedilatildeo de tanques caldeiras e reservatoacuterios metaacutelicos 363
Forjaria estamparia metalurgia do poacute e serviccedilos de tratamento de metais 2628
Fabricaccedilatildeo de artigos de cutelaria de serralheria e ferramentas manuais 1910
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de tanques caldeiras e reservatoacuterios metaacutelicos 83
Fabricaccedilatildeo de produtos diversos de metal 4215
Fabricaccedilatildeo de motores bombas compressores e equipamentos de transmissatildeo 1041
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos de uso geral 2271
Fabricaccedilatildeo de tratores e de maacutequinas e equipamentos para a agricultura e pecuaacuteria 754
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas-ferramenta 540
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos de usos na extraccedilatildeo mineral e construccedilatildeo 227
41
Fabricaccedilatildeo de outras maacutequinas e equipamentos de uso especiacutefico 1715
Tabela 3 ndash Nuacutemero de induacutestrias de acordo com as subcategorias industriais do IBGE
(conclusatildeo)
Subcategorias industriais Nordm
Fabricaccedilatildeo de armas municcedilotildees e equipamentos militares 8
Fabricaccedilatildeo de eletrodomeacutesticos 427
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos 1071
Fabricaccedilatildeo de geradores transformadores e motores eleacutetricos 396
Fabricaccedilatildeo de equipamentos para distribuiccedilatildeo e controle de energia eleacutetrica 454
Fabricaccedilatildeo de fios cabos e condutores eleacutetricos isolados 239
Fabricaccedilatildeo de pilhas baterias e acumuladores eleacutetricos 103
Fabricaccedilatildeo de lacircmpadas e equipamentos de iluminaccedilatildeo 482
Fabricaccedilatildeo de material eleacutetrico para veiacuteculos - exceto baterias 173
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de maacutequinas aparelhos e materiais eleacutetricos 129
Fabricaccedilatildeo de outros equipamentos e aparelhos eleacutetricos 460
Fabricaccedilatildeo de material eletrocircnico baacutesico 421
Fabricaccedilatildeo de material eletrocircnico e de aparelhos e equipamentos de comunicaccedilotildees 238
Fabricaccedilatildeo de aparelhos receptores de raacutedio e televisatildeo e de reproduccedilatildeo gravaccedilatildeo
ou amplificaccedilatildeo de som e viacutedeo 194
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de aparelhos e equipamentos de telefonia e radiotelefonia
e de transmissores de televisatildeo e raacutedio (exceto telefones) 21
Fabricaccedilatildeo de outros equipamentos de transporte 301
Reciclagem de sucatas metaacutelicas 103
Fonte elaborado a partir de IBGE (2003)
Analisando a Tabela 4 contata-se que ao todo no ano de 2003 existiam 34657
induacutestrias com potencial poluidor pelo metal chumbo no Brasil
521 Levantamento das induacutestrias com potencial poluidor
Apoacutes a seleccedilatildeo da induacutestria produtora de suco de laranja a ser estudada realizou-se
um levantamento de dados buscando averiguar todas as induacutestrias passiacuteveis de serem
enquadradas nas categorias e subcategorias industriais mencionadas na Tabela 3
42
Analisados os cataacutelogos industriais da FIESP (2015) a da CIESP (2014) verificou-se
que um total de onze induacutestrias adequavam-se agraves subcategorias citadas neste trabalho Tais
induacutestrias foram denominadas sequencialmente de 1 a 11 e estatildeo descritas na Tabela 4
Tabela 5 ndash Induacutestrias com potencial poluidor por chumbo localizadas na cidade de Bebedouro ndash SP
Categoria IBGE Identificaccedilatildeo da induacutestria
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 1
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 2
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 3
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 4
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 5
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 6
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 7
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas 8
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas 9
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas 10
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas 11
Fonte adaptado de CIESP (2014) FIESP (2015)
Na Figura 9 verifica-se a disposiccedilatildeo dessas induacutestrias dentro do limite municipal da
cidade de Bebedouro ndash SP
43
Figura 9 ndash Induacutestrias com potencial poluidor
Fonte CIESP (2014) FIESP (2015)
As induacutestrias apresentadas na tabela 8 foram enquadradas pelas categorias
industriais que apresentavam o potencial poluidor descrito neste trabalho No entanto
algumas destas apresentavam mais de um processo produtivo o que demandaria anaacutelises
caso a caso para realizaccedilatildeo de enquadramentos mais especiacuteficos
5211 Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento (MEC)
Sendo a descriccedilatildeo do MCE caracterizada no item 5121 afirma-se que para
desenvolvimento da parte subsequente da metodologia utilizada para desenvolvimento
deste trabalho foram coletadas as seguintes informaccedilotildees nos processos requeridos o
balanccedilo hiacutedrico e efluentes liacutequidos das induacutestrias citadas na Tabela 5
44
Induacutestria 1 ndash a Tabela 6 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem A
Tabela 7 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 6 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 1
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 709
Usos ndash
Sanitaacuterios 637
Industrial 072
Outros 0
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 129
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 510
Industrial 070
Outros 0
Total de efluentes 580
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 401011015
Tabela 7 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 1
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Metalurgia de metais natildeo ferrosos
Vazatildeo 07
Vazatildeo de lanccedilamento 07
Meacutetodo de tratamento
Correccedilatildeo de pH e agitaccedilatildeo mecacircnica
Floculaccedilatildeo mecacircnica
Filtraccedilatildeo
Disposiccedilatildeo final Outros
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 51
Vazatildeo de lanccedilamento 51
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 401011015
45
Anaacutelises de controle para a fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua proveniente da metalurgia de
metais natildeo-ferroso satildeo realizadas e os resultados disponiacuteveis constam na Tabela 8
Tabela 8 ndash Anaacutelise do efluente proveniente da metalurgia de metais natildeo ferrosos antes e apoacutes tratamento
Paracircmetros Aacutegua bruta (entrada) Efluente industrial (saiacuteda)
Temperatura da aacutegua (ordm C) 25
pH 6
Houve periacuteodos de chuva
durante a coleta tratamento Sim
Chumbo (mg L-1) 2570 0305
Norma 6010 C
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 401011015
Induacutestria 2 ndash natildeo possui (ou natildeo foi informado) os dados para o balanccedilo hiacutedrico A
Tabela 9 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 9 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 2
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 056
Vazatildeo de lanccedilamento 056
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 401026315
Induacutestria 3 ndash a Tabela 10 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 11 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 10 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 3
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 600
46
Usos ndash
Sanitaacuterios 490
Industrial 0
Outros domeacutestico 110
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 208
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 392
Industrial 0
Outros 0
Total de efluentes 392
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400003213
Tabela 11 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 3
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 392
Vazatildeo de lanccedilamento 392
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400003213
Induacutestria 4 ndash possui Certificado de Dispensa de Licenccedila - natildeo possui o MCE
Induacutestria 5 ndash a Tabela 12 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 13 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 12 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 5
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado Nd
Usos ndash
Sanitaacuterios 336
Industrial 0
Outros domeacutestico 0
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 067
47
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 269
Industrial 0
Outros 0
Total de efluentes 269
Nd ndash informaccedilatildeo natildeo estava disponiacutevel
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400025612
Tabela 13 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 5
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 269
Vazatildeo de lanccedilamento 269
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400025612
Induacutestria 6 ndash a Tabela 14 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 15 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 14 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 6
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 4066
Usos ndash
Sanitaacuterios 630
Industrial 0
Outros consumo 3466
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 067
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 504
Industrial 0
Outros 3562
Total de efluentes 4066
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedilas nordm
400002814 e 400004314
48
Tabela 15 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 6
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Metalurgia de alumiacutenio e ligas
Vazatildeo Nd
Vazatildeo de lanccedilamento Nd
Meacutetodo de tratamento Nd
Disposiccedilatildeo final Nd
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 504
Vazatildeo de lanccedilamento 504
Meacutetodo de tratamento Filtro anaeroacutebio
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Nd ndash informaccedilotildees natildeo estavam disponiacuteveis
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedilas nordm 400002814 e 400004314
No MCE da referida foram apresentadas anaacutelises de controle para a fonte de
poluiccedilatildeo da aacutegua proveniente da metalurgia de alumiacutenio e ligas as quais foram
disponibilizadas em forma de relatoacuterio de ensaio Os relatoacuterios de ensaios para a) massa
bruta conforme NBR 10004 de 20048 (Tabela 16) b) lixiviaccedilatildeo conforme NBR 10005 de
20049 (Tabela 17) c) solubilizaccedilatildeo conforme NBR 10006 de 200410 (Tabela 18)
Tabela 16 ndash resultado do ensaio para massa bruta
Paracircmetro Resultado VMP LQ Unidade Meacutetodo de referecircncia
Chumbo 1550 Entre 200 e 125 01 mg kg-1 3111-B
VMP ndash Valores miacutenimos eou maacuteximos permitidos pela normalegislaccedilatildeo LQ ndash Limite de
quantificaccedilatildeo Dados de amostragem a) Massa da amostra seca 18385 g
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedilas nordm 400002814 e 400004314
8 NBR 10004 de 2004 a norma tem por funccedilatildeo a classificaccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos quanto aos seus
potenciais riscos agrave sauacutede puacuteblica e ao meio ambiente Materiais radioativos natildeo satildeo abrangidos nesta norma
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR ISO 10004 resiacuteduos soacutelidos ndash
classificaccedilatildeo 2004
9 NBR 10005 de 2004 tal norma tem por finalidade estipular os requisitos para obtenccedilatildeo de extrato lixiviado
dos resiacuteduos soacutelidos classificados na norma ABNT NBR 10004 como classe I ndash perigosos e classe II ndash natildeo
perigosos ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR ISO 10004 procedimento para
obtenccedilatildeo de extrato lixiviado de resiacuteduos soacutelidos 2004
10 NBR 10006 de 2004 essa norma fomenta os requisitos exigiacuteveis para obtenccedilatildeo de extrato solubilizado dos
resiacuteduos soacutelidos especificados pela ABNT NBR 10004 como classe IIA ndash natildeo inertes e classe IIB ndash inertes
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR ISO 10004 procedimento para obtenccedilatildeo
de extrato solubilizado de resiacuteduos soacutelidos 2004
49
De acordo com a NBR 10005 de 2004 lixiviaccedilatildeo eacute
ldquoProcesso para determinaccedilatildeo da capacidade de transferecircncia de substacircncias
orgacircnicas e inorgacircnicas presentes no resiacuteduo soacutelido por meio de dissoluccedilatildeo no
meio extrator (NBR 10005 2004)rdquo
Tabela 17 ndash resultado do ensaio para lixiviaccedilatildeo
Paracircmetro Resultado VMP LQ Unidade Meacutetodo de referecircncia
Chumbo 012 100 01 mg L-1 3111-B
VMP ndash Valores miacutenimos eou maacuteximos permitidos pela normalegislaccedilatildeo LQ ndash Limite de
quantificaccedilatildeo Dados de amostragem a) Massa da amostra seca 100 g b) Concentraccedilatildeo de soacutelidos
9572 c) Inicial 773 d) Tempo de lixiviaccedilatildeo 20 horas e) Volume total de extrato obtido 2000 mL
e f) Final 518
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedilas nordm 400002814 e 400004314
Tabela 18 ndash resultado do ensaio para solubilizado
Paracircmetro Resultado VMP LQ Unidade Meacutetodo de referecircncia
Chumbo 013 001 01 mg L-1 3111-B
VMP ndash Valores miacutenimos eou maacuteximos permitidos pela normalegislaccedilatildeo LQ ndash Limite de
quantificaccedilatildeo Dados de amostragem a) Massa da amostra seca 500 g b) Tempo de solubilizaccedilatildeo 7
dias c) Volume total de extrato solubilizado 2000 mL
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedilas nordm 400002814 e 400004314
Induacutestria 7 ndash a Tabela 19 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 20 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 19 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 7
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 753
Usos ndash
Sanitaacuterios 743
Industrial 010
Outros 0
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 159
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 594
Industrial 0
50
Outros 0
Total de efluentes 594
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400029313
Tabela 20 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 7
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 594
Vazatildeo de lanccedilamento 594
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400029313
Induacutestria 8 ndash a Tabela 21 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 22 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 21 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 8
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 301
Usos ndash
Sanitaacuterios 301
Industrial 0
Outros 0
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 0
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 241
Industrial 0
Outros 060
Total de efluentes 301
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400029511
51
Tabela 22 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 8
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 241
Vazatildeo de lanccedilamento 241
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400029511
Induacutestria 9 ndash a Tabela 23 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 24 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 23 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 9
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 450
Usos ndash
Sanitaacuterios 168
Industrial 282
Outros 0
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 280
Perdas por evaporaccedilatildeo 134
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 134
Industrial 0
Outros 0
Total de efluentes 134
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400027112
Tabela 24 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 9
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
52
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 134
Vazatildeo de lanccedilamento 134
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400027112
Induacutestria 10 ndash possui Certificado de Dispensa de Licenccedila e por isso natildeo
apresentava os dados do MCE
Induacutestria 11 ndash natildeo possui (ou foi informado) os dados para o balanccedilo hiacutedrico a
Tabela 25 apresenta os dados das fontes de poluiccedilatildeo
Tabela 25 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 11
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 202
Vazatildeo de lanccedilamento 202
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400011113
Analisando os dados obtidos constata-se que somente duas induacutestrias as
denominadas 1 e 6 poderiam utilizar do meacutetodo de tratamento de efluentes proposto por
este trabalho visto que da relaccedilatildeo das onze induacutestrias duas natildeo apresentavam MCE
devido agrave dispensa de apresentaccedilatildeo e as outras sete induacutestrias natildeo apresentaram outra fonte
de poluiccedilatildeo da aacutegua a natildeo ser o esgoto sanitaacuterio
Em todas as tabelas referentes agraves fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua nota-se que os
resultados referentes a vazatildeo de lanccedilamento natildeo apresentavam variaccedilatildeo com relaccedilatildeo aos
resultados referentes a vazatildeo isso ocorreu devido agrave ausecircncia de processos que
ocasionariam o aumento ou diminuiccedilatildeo dessa
53
53 Biossorccedilatildeo
A partir de um estudo realizado por Montanher e Rollemberg (2011) constatou-se
que o processo de biossorccedilatildeo de chumbo pelo resiacuteduo de laranja eacute efetivo na situaccedilatildeo in
natura destes
O estudo foi realizado a partir da amostragem de quatro tipos de efluentes
industriais dentre os quais trecircs enquadravam-se nas categorias industriais com potencial
de conter chumbo em seus efluentes sendo elas
Induacutestria de chapas metaacutelicas ndash que se enquadra na categoria de ldquofabricaccedilatildeo de
produtos de metal ndash exceto maacutequinas e equipamentosrdquo (efluente 1)
Induacutestria de baterias automotivas ndash que se enquadra na categoria de ldquofabricaccedilatildeo
de pilhas baterias e acumuladores eleacutetricosrdquo (efluente 2)
Induacutestria de galvanoplastia ndash que se enquadra na categoria de ldquofabricaccedilatildeo de
produtos de metal ndash exceto maacutequinas e equipamentosrdquo (efluente 3)
A preparaccedilatildeo da biomassa in natura foi realizada da seguinte maneira
ldquoO bagaccedilo de laranja foi triturado em um liquidificador lavado com aacutegua
de torneira ateacute que a soluccedilatildeo resultante natildeo apresentasse nenhum tipo de
coloraccedilatildeo enxaguado com aacutegua destilada e seco em estufa a 70ordmC por 8
horasrdquo (MONTANHER ROLLEMBERG 2011)
Importante ressaltar que os efluentes foram coletados antes de qualquer tratamento
preacutevio e que a lavagem da casca de laranja foi realizada ateacute que a soluccedilatildeo montante natildeo
apresentasse nenhuma coloraccedilatildeo para natildeo haver alteraccedilatildeo da cor final dos efluentes natildeo
havendo necessidade da realizaccedilatildeo de tal procedimento
Quando as autoras referem-se a bagaccedilo este pode ser igualmente comparado aos
resiacuteduos de laranja (cascabagaccedilosementes)
O ensaio para determinaccedilatildeo do iacutendice de adsorccedilatildeo foi realizado em sistema com 3 g de
bagaccedilo de laranja in natura na dosagem de 100 mL dos efluentes numa vazatildeo de 3 mL min-1
Na Tabela 26 verificam-se a quantidade de chumbo por litro incialmente presentes
nos efluentes os respectivos resultados obtidos a partir do tratamento realizado com
resiacuteduos de laranja in natura e os pH referentes agraves amostras brutas e tratadas
54
Tabela 26 ndash Resultados das anaacutelises para cada efluente
Tipos de efluentes Pb (mg L-1) pH
Efluente 1 (induacutestria de chapas metaacutelicas)
Antes do tratamento 944 388
Bagaccedilo in natura Nd 353
Efluente 2 (induacutestria de bateria automotiva)
Antes do tratamento 510 lt1
Bagaccedilo in natura 269 lt1
Efluente 3 (induacutestria de galvanoplastia)
Antes do tratamento Nd 238
Bagaccedilo in natura Nd 340
Nd ndash Natildeo detectado
Fonte adaptado MONTANHER ROLLEMBERG (2011)
Analisando a Tabela 26 observou-se que para o efluente 2 no qual o pH eacute aacutecido (lt
1) oriundo do uso de aacutecido sulfuacuterico para fabricaccedilatildeo de baterias a eficaacutecia natildeo foi a
esperada apresentando um resultado de apenas 5275 de adsorccedilatildeo de chumbo pelo
bagaccedilo de laranja in natura
Os resultados apresentados pelo efluente 1 podem ser analisados como excelentes
visto que a presenccedila de chumbo natildeo foi detectada ao final do processo
Jaacute o efluente 3 natildeo apresentou o metal chumbo na amostra bruta o que caracteriza
que as categorias industriais citadas neste trabalho apresentam possibilidades relativas de
poluiccedilatildeo com chumbo
Assim da afirmaccedilatildeo de Kuyucak e Volesky (1989) que diz que os valores de pH
afetam o processo de biossorccedilatildeo e com os dados obtidos na Tabela 26 eacute possiacutevel notar que
haacute desempenho significativo para valores de pH em torno 35 Assim pode-se afirmar que
a faixa oacutetima de pH para realizaccedilatildeo de biossorccedilatildeo de chumbo pelo resiacuteduo da laranja varia
de aproximadamente 35 ateacute 7 visto que para valores acima desse limite ocorre a formaccedilatildeo
de hidroacutexido de chumbo (SKOOG et al 2006) Valores mais especiacuteficos da faixa oacutetima de
pH podem ser obtidos atraveacutes da realizaccedilatildeo de mais experimentos e anaacutelises
Para a elaboraccedilatildeo desta pesquisa outros projetos trabalhos anaacutelises e ensaios foram
consultados com o intuito de corroborar partes teoacutericas no entanto as conclusotildees
apresentadas por estes natildeo foram consideradas no presente item pois todas as anaacutelises com os
respectivos resultados foram obtidos a partir de um efluente artificialmente contaminado por
chumbo o que natildeo condiz com o objetivo primeiro deste trabalho isto eacute anaacutelise da
possibilidade de implantaccedilatildeo de uma simbiose industrial
55
531 Reduccedilatildeo do tamanho do resiacuteduo
A reduccedilatildeo dos resiacuteduos ateacute que estes apresentem-se em forma de um poacute eacute
importante visto que haacute um aumento da superfiacutecie de contato induzindo uma maior
eficiecircncia no processo de biossorccedilatildeo por meio da aceleraccedilatildeo da velocidade de reaccedilatildeo
(ATKINS JONES 2006)
Assim mesmo este sendo o primeiro processo realizado na preparaccedilatildeo dos resiacuteduos
na pesquisa citada no item anterior o presente toacutepico buscou tecnologias que promoveriam
a cominuiccedilatildeo de resiacuteduos jaacute secos visto que de acordo com Fellows (2006) o processo de
transformaccedilatildeo de alimentos em poacute eacute facilitado quando ocorrido nesse estado
A seguir satildeo descritos alguns equipamentos utilizados para reduzir o tamanho de
alimentos secos de acordo com Fellows (2006)
Moinho de bolas ndash cilindros de accedilo que giram lentamente utilizados para produzir
poacutes
Moinho de discos ndash empregam forccedilas de cisalhamento na moagem fina ou forccedilas
de cisalhamento mais impacto para moagem grosseira
Moinho de martelos ndash utilizado para mateacuterias cristalinos e fibrosos os quais satildeo
desintegrados pela accedilatildeo dos martelos
532 Desidrataccedilatildeo do resiacuteduo
De acordo com Fellows (2006) desidrataccedilatildeo eacute definida como a aplicaccedilatildeo de calor
sob condiccedilotildees controladas com a finalidade de remover aacutegua normalmente presente nos
alimentos Alguns equipamentos a ar quente definidos por Fellows (2006) satildeo
Secadores de caixa ndash podendo ter vaacuterios metros de altura permite que a umidade
seja uniformizada poreacutem eacute importante que o alimento seja suficientemente resistente para
resistir agrave compressatildeo
56
Secadores de cacircmara ndash utilizados para pequenas escalas de produccedilatildeo (1 a 20 t d-1)
apresentam baixo custo de implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo muitas vezes necessitam de auxiacutelio
de outros tipos de secadores
Secadores de tuacutenel ndash apresentam capacidade para secar grandes quantidades de
alimento em curtos periacuteodos de tempo necessitam de auxiacutelio dos secadores de caixa
Secadores transportadores ndash utilizados para secagem em grande escala (55 t h-1)
secagem finalizada em secadores de caixa
Secadores de leito fluidizado ndash distribuem ar em alta velocidade de forma
homogecircnia pela cacircmara fazendo com que o alimento fique suspenso no ar sendo
vigorosamente agitado
Secadores de forno ndash construccedilotildees de dois andares que requerem alto custo de
implementaccedilatildeo e matildeo de obra
Secadores pneumaacuteticos ndash apresentam baixas taxas de investimento inicial e
manutenccedilatildeo e altas taxas de secagem Sua produtividade varia de 10 kg h-1 a 25 t h-1
Frequentemente utilizados apoacutes secador por spray
Secadores rotatoacuterios ndash altas taxas de secagem indicado para alimentos que
entrelaccedilam e aglomeram nos secadores de esteira
Secadores em spray ndash apresentam como vantagens a secagem raacutepida e a produccedilatildeo
contiacutenua baixos custos de matildeo de obra e operaccedilatildeo poreacutem apresentam elevado custo
inicial
Secagem solar ndash operaccedilatildeo de processamento agriacutecola mais utilizada no mundo
geralmente os alimentos satildeo dispostos ao ar livre Meacutetodos sofisticados utilizam-se da
energia solar para realizar a secagem dos alimentos Tecnologias simples e baratas sem
necessidade de energia ou matildeo de obra
A desidrataccedilatildeo tem por objetivo o prolongamento da vida uacutetil inibindo atividade
enzimaacutetica e crescimento microbiano poreacutem a temperatura de processamento costuma natildeo
ser suficiente para inativaccedilatildeo destes assim se houver aumento do teor de umidade durante
a estocagem ocorreraacute raacutepida deterioraccedilatildeo da mateacuteria em questatildeo A estocagem do material
desidratado deve ser realizada em local limpo (reduccedilatildeo dos meios contaminantes) e arejado
(o qual impediria a proliferaccedilatildeo de animais e micro-organismos) (FELLOWS 2006)
57
6 ANAacuteLISES E DISCUSSOtildeES DE DADOS
61 Aacuterea de estudo
Para realizaccedilatildeo deste estudo foi selecionado o municiacutepio de Bebedouro que estaacute
situado no norte do estado de Satildeo Paulo Pertencendo agrave microrregiatildeo da Serra de
Jaboticabal e mesorregiatildeo de Ribeiratildeo Preto Bebedouro possui uma aacuterea de 683192 Kmsup2
e uma populaccedilatildeo de aproximadamente 78000 habitantes (Figura 10) O clima eacute tropical e
ameno com temperatura em torno de 23 graus Celsius (IBGE c2014 IZIDORO FILHO
1991)
Figura 10 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea de estudos
Fonte IBGE (2010)
A origem do nome da cidade eacute devido a um coacuterrego conhecido como Bebedor o
qual servia de parada para tropeiros boiadeiros e animais que demandavam do sertatildeo para
Jaboticabal (IBGE c2014 CIDADES 2015)
De acordo com Izidoro Filho (1991) a citricultura ainda desempenha papel
importante para o municiacutepio pois Bebedouro estaacute entre os dez maiores produtores de laranja
do estado de Satildeo Paulo apesar de jaacute ter sido o maior produtor em 1988 Por esta razatildeo ainda
58
hoje possui a alcunha de ldquoCapital Nacional da Laranjardquo (GALINARI 2015) Na Tabela 27
verificam-se dados coletados do IBGE (2012) referentes agrave cultura de laranja no municiacutepio
Tabela 27 ndash Dados da produccedilatildeo de laranja em Bebedouro
Quesito Quantidade Unidade
Aacuterea colhida 8000 Hectares
Aacuterea destinada agrave colheita 8000 Hectares
Quantidade produzida 269688 Toneladas
Rendimento meacutedio 33711 Quilograma por hectare
Valor da produccedilatildeo 47069 Mil reais
Fonte IBGE (2012)
62 Processamento dos resiacuteduos de laranja
De acordo com pesquisa realizada por Montanher e Rollemberg (2011) citada e
descrita no item 64 afirma-se que os processos necessaacuterios agrave utilizaccedilatildeo dos resiacuteduos de
laranja como meacutetodo de tratamento de efluente satildeo a trituraccedilatildeo e a desidrataccedilatildeo destes
A partir do levantamento de dados realizado nos itens 632 e 633 aconselha-se a
utilizaccedilatildeo das seguintes teacutecnicas no caso especiacutefico deste trabalho
1) Secagem solar ndash apresenta como vantagens a natildeo utilizaccedilatildeo de energia eleacutetrica e
operaccedilatildeo que natildeo necessita de matildeo de obra qualificada Secadores solares podem ser
manufaturados gerando diminuiccedilatildeo do custo inicial
2) Moinho de martelos ndash visto que os resiacuteduos de laranja satildeo materiais fibrosos
esse eacute o moinho que melhor se adequa ao propoacutesito de cominuiccedilatildeo do material Apresenta
custo inicial variando de R$ 900000 agrave R$ 4500000 de acordo com pesquisa realizada no
cataacutelogo online da MF RURAL (2015)
63 Reator e flotador
Como elucidado pela literatura o processo de biossorccedilatildeo ocorre de maneira
homogecircnea quando em condiccedilotildees ambiente controladas as quais satildeo providenciadas por
reatores contiacutenuos
59
Portanto propotildee-se a utilizaccedilatildeo de um reator de leito fixo em virtude desse permitir
a recirculaccedilatildeo da biomassa no reator facilitada pela propriedade de dessorccedilatildeo do metal que
essa apresenta (SEOLATTO et al 2009) o que reduziria a demanda do resiacuteduo de laranja
Aleacutem do mais o reator apresenta outras vantagens como a faacutecil operaccedilatildeo e o pequeno
porte
De acordo com o cataacutelogo da Sigma-Aldrich (c2015) o valor de reator de leito fixo
varia de acordo com a capacidade do frasco e do funil variaccedilatildeo que pode ser verificada na
Tabela 28
Tabela 28 ndash Valores do reator de leio fixo
Capacidade do frasco (mL) Capacidade do funil (mL) Valor (R$)
500 60 2381000
1000 120 2416000
3000 150 3590000
5000 500 3804000
Fonte elaborada a partir de dados da SIGMA-ALDRICH (c2015)
O processo de tratamento utilizando o presente reator pode ocorrer tanto em
batelada quando continuamente
Outra alternativa seria o uso combinado dos processos de biossorccedilatildeo com flotaccedilatildeo
denominado de bioflotaccedilatildeo no qual o biorreagente eacute aplicado diretamente no sistema
flotador De acordo com Calfa e Torem (2007) esse sistema tem sido amplamente
empregado e validado por diversos autores sendo que a flotaccedilatildeo por ar disperso e por ar
dissolvido satildeo as mais empregadas em sistemas combinados A influecircncia do tempo no
processo de flotaccedilatildeo das biomassas jaacute carregadas com o metal foi verificada e conclui-se
que o processo ocorre muito rapidamente atingindo quase 100 de remoccedilatildeo das
biomassas em 1 minuto (CALFA TOREM 2007) Os autores ainda afirmam que aleacutem de
pesquisas em escala de bancada jaacute existem sistemas comerciais de biossorccedilatildeo disponiacuteveis
inclusive com diversas patentes segundo estudos de Wase et al (1997) A Tabela 29
apresenta uma relaccedilatildeo de flotadores
60
Tabela 29 ndash Especificaccedilotildees dos flotadores de ar dissolvido
Modelo (mL) Capacidade (m3 h-1) Valor (R$) [1]
JDF FAD 2 1 a 2 3500000
JDF FAD 5 5 a 8 8000000
JDF FAD 15 10 a 20 12500000
[1] cotaccedilatildeo realizada com a empresa JDF
Fonte elaborada a partir de dados da JDF (2015)
O uso do flotador apresenta aleacutem de faacutecil operaccedilatildeo baixo consumo de energia
64 Induacutestria 1
A induacutestria 1 gera 07 m3 d-1 de efluente industrial com 257 mg L-1 de chumbo
assim aproximadamente 179 kg desse metal eacute transportado pelo efluente por dia Esta
possui estaccedilatildeo de tratamento de efluente com correccedilatildeo de pH e agitaccedilatildeo mecacircnica
floculaccedilatildeo mecacircnica e filtraccedilatildeo
O efluente depois de tratado apresenta a quantidade de 0305 mg L-1 de chumbo
sugerindo diminuiccedilatildeo de aproximadamente 159 kg (89) do metal no efluente gerado11 o
que o enquadra dentro dos limites da Resoluccedilatildeo CONAMA 43011 (BRASIL 2011) e Lei
Estadual 99776 (SAtildeO PAULO 1976)
De acordo com Eckenfelder (2000) as tecnologias para remoccedilatildeo de metais pesados
de efluentes industriais satildeo precipitaccedilatildeo convencional (hidroacutexido sulfeto carbonato e
coprecipitaccedilatildeo) precipitaccedilatildeo melhorada (dimetil carbonato dietil carbonato e sal
trisodium) troca-iocircnica adsorccedilatildeo filtraccedilatildeo por membrana e meacutetodos eletromecacircnicos
Portanto o meacutetodo de correccedilatildeo de pH efetuado pela referida ocasionado provavelmente
pela adiccedilatildeo de carbonatos eacute tambeacutem uma forma de remoccedilatildeo de metais pesados da aacutegua
Supondo que a induacutestria utiliza carbonato de soacutedio como processo de tratamento e
sabendo que o valor de mercado varia de R$ 700 a 120012 o quilo do produto eacute possiacutevel
calcular os potenciais gastos da induacutestria com o meacutetodo de tratamento atual Sabendo que
satildeo necessaacuterios 2 kg do produto carbonato de soacutedio para tratar 07 m3 d-1 de efluente
11 Natildeo foi especificado no MCE ou em anexos qual a destinaccedilatildeo final do efluente tratado Tambeacutem natildeo foi
especificado a quantidade de lodo gerado sua destinaccedilatildeo final ou se esse possui anaacutelises 12 Cotaccedilatildeo realizada pela SCS ndash Comercial e Serviccedilos de Quiacutemica
61
(ECKENFELDER 2000) a induacutestria gasta hoje entre R$ 7000 a 12000 por semana
aproximadamente
Poreacutem como os iacuteons metaacutelicos agora estatildeo presentes no lodo do tratamento por
causa da neutralizaccedilatildeo (BOTERO et al 2009) e sabendo que no MCE natildeo constam
quaisquer anaacutelises destinaccedilatildeo ou quantificaccedilatildeo desse pressupotildee-se que esse lodo pode
estar ocasionando contaminaccedilatildeo pelo metal chumbo visto que para destinaccedilatildeo adequada
satildeo necessaacuterias anaacutelises de enquadramento
Tal contaminaccedilatildeo pode estar ocorrendo no local de disposiccedilatildeo ou se o lodo estiver
sendo desaguado na rede coletora de esgotamento sanitaacuterio pode estar trazendo problemas
para o sistema de tratamento de esgoto referente visto que o processo de tratamento
realizado em Bebedouro eacute efetuado da seguinte forma trecircs lagoas de estabilizaccedilatildeo
constituiacutedo de uma lagoa anaeroacutebica duas lagoas facultativas um tanque de desinfecccedilatildeo
grade caixas de areia e escada de aeraccedilatildeo (SAAEB 2003) natildeo objetivando o tratamento
de efluentes industriais
641 Quantificaccedilatildeo do resiacuteduo de laranja
Mensurado o total de efluente industrial gerado no periacuteodo de um dia pela induacutestria
1 eacute possiacutevel quantificar os resiacuteduos de laranja necessaacuterios para que esta possa realizar o
processo de tratamento de efluentes utilizando-se do material orgacircnico em questatildeo Natildeo
levou-se em consideraccedilatildeo a recirculaccedilatildeo do resiacuteduo dentro do reator
A induacutestria 1 gera um total de 07 m3 d-1 com 257 mg L-1 de chumbo sabendo-se
que satildeo necessaacuterios 3 g de resiacuteduo seco de laranja por 100 mL de efluente com 94 mg L-1
de chumbo e considerando uma diminuiccedilatildeo de 70 do peso resiacuteduo depois de realizado
o processo de secagem solar considera-se que a induacutestria usaria em torno de 082 kg de
resiacuteduo de laranja uacutemido por dia para realizaccedilatildeo do tratamento do efluente contaminado
pelo metal chumbo
De acordo com a Tabela 8 o efluente gerado pela induacutestria 1 apresenta pH 6 que
conforme o item 53 apresenta-se dentro da faixa oacutetima de biossorccedilatildeo pelo resiacuteduo de
laranja
62
642 Transporte
O translado dos resiacuteduos de laranja do local de sua produccedilatildeo ateacute a induacutestria que o
utilizaria como meacutetodo de tratamento de efluente pode ser analisado a partir das
coordenadas geograacuteficas das induacutestrias e da plataforma Google Maps (c2015)
Trecircs rotas diferentes cujas quilometragens satildeo as menores possiacuteveis foram geradas
pela ferramenta virtual citada conforme a Tabela 30
Tabela 30 ndash Menores rotas possiacuteveis entre a induacutestria de suco e a induacutestria 1
Rota Distacircncia (km) Tempo (min)
1 46 8
2 48 9
3 46 9
Fonte elaborado a partir de dados GOOGLE MAPS (c2015)
O caacutelculo da massa requerida para o tratamento foi realizado no item 641
chegando-se ao valor de 082 kg d-1 de biomassa uacutemida assim considerando o transporte
de 150 kg de resiacuteduo que duraria em torno de 36 semana consecutivas de tratamento
realizado em dias uacuteteis e que a distacircncia meacutedia entre as induacutestrias eacute de 5 km o valor
sugerido para o translado do material acondicionado em duas bombonas plaacutesticas foi de R$
6500 (referenciado pelo peso do material) e mais uma taxa constante em nota fiscal
(sugerida em R$ 1000013) portanto um custo de R$ 16500
65 Consideraccedilotildees
O meacutetodo de tratamento proposto pelo presente trabalho teve os processos e
tecnologias necessaacuterias elucidados nos itens 62 e 63
A Tabela 32 apresenta item especiacutefico relacionado ao equipamento denominado
reator de leito fixo as propostas constantes tecircm por finalidade expor as tecnologias cujo
13 Informaccedilatildeo verbal fornecida por funcionaacuterio de uma empresa transportadora
63
custo fosse o maior possiacutevel com o propoacutesito de verificar o potencial teto de gastos que as
induacutestrias teriam caso adotassem a proposiccedilatildeo elucidada
No entanto as propostas constantes no item da Tabela 32 relacionadas ao flotador
de ar dissolvido foram selecionadas a partir da vazatildeo da induacutestria conforme as
especificaccedilotildees da Tabela 29 Como somente a induacutestria 1 apresentou valores de vazatildeo no
MCE esta relaccedilatildeo somente condiz a ela Com vazatildeo de 07 m3 d-1 o flotador mais
adequado compreende o modelo FAD 2 com 1 a 2 m3 h-1
Tabela 31 ndash Gastos com as tecnologias referentes
Equipamento Valor da Proposta 1 (R$) Valor da Proposta 2 (R$)
Secagem solar ndash ndash
Moinho de martelos 4500000 4500000
Reator de Leito Fixo de 5000 mL [1] 3804000 ndash
Flotador de ar dissolvido JDF FAD 2 [2] ndash 3500000
Custo inicial de implementaccedilatildeo 8304000 8000000
Transporte a cada 36 semanas [3] 16500 16500
[1] cotaccedilatildeo obtida pela Sigma-Aldrich [2] cotaccedilatildeo obtida pela empresa JDF [3] cotaccedilatildeo de transporte
considerado apenas para a induacutestria 1
Fonte proacuteprio autor
Para o reator de leito fixo o custo inicial de implementaccedilatildeo do sistema de
tratamento para ambas as induacutestrias girou em torno de R$ 8304000
Para a bioflotaccedilatildeo o custo inicial da induacutestria 1 girou em torno de R$80000
O custo de transporte para a induacutestria 1 eacute de R$ 16500 a cada 36 semanas o que
representa R$ 458 por semana e R$ 092 por dia caso a induacutestria opte por utilizar os
serviccedilos de uma empresa transportadora
Poreacutem o seguinte pode ser considerado na hipoacutetese de o translado ser possiacutevel de
ser efetuado pela mesma ocorreraacute consideraacutevel reduccedilatildeo no custo visto que este giraraacute em
torno do combustiacutevel gasto no percurso de ida e volta cuja pesquisa indicou uma
quilometragem aproximada de dez quilocircmetros
A Tabela 33 apresenta o balanccedilo de massa e energia diaacuterio referente ao tratamento
por biossorccedilatildeo para a induacutestria 1 considerando a aquisiccedilatildeo de um flotador por ar
dissolvido ou um reator de leito fixo
Tabela 32 ndash Balanccedilo de massa e energia diaacuterio proposto para a induacutestria 1
Componente Flotador por Ar Dissolvido Reator de Leito Fixo
Vazatildeo (m3) 070 070
64
Resiacuteduo de laranja (kg) 082 082
Tempo da biossorccedilatildeo (min) 5 a 15 [1] 35 [2]
Tempo equipamento (min) 21 a 42 35 [2]
Tempo total (min) 26 a 47 35 [2]
Consumo de Energia (kWh) 025 Nd
Custo de resiacuteduo (R$) 092 092
Custo de energia por dia (R$) [3] 008 Na
Custo total (R$) 200 092
Nd ndash natildeo disponiacutevel Na ndash natildeo avaliado [1] tempo determinado por Volesky e Nolan (1995) [2] tempo
estipulado conforme realizado por Montanher e Rollemberg (2011) [3] 1 kWh = 043341 R$ determinada
pela ANEEL conforme Resoluccedilatildeo Homologatoacuteria nordm 1858 publicada em 02 de marccedilo de 2015
Fonte proacuteprio autor
Nota-se a partir da Tabela 33 que o custo diaacuterio do tratamento proposto variou entre
R$ 092 e R$ 200 em torno de 85 a 91 menor que o custo do meacutetodo de tratamento
utilizado pois de acordo com as consideraccedilotildees realizadas no item 641 o custo diaacuterio
atual varia de aproximadamente R$ 1400 a R$ 240014
Como o meacutetodo de tratamento efetuado atualmente pela induacutestria 1 apresenta seacuterios
problemas com relaccedilatildeo a probabilidade de contaminaccedilatildeo o tratamento sugerido por ambas
as propostas pode ser identificado como meacutetodo de remediaccedilatildeo de tal passivo
Sendo assim qualquer accedilatildeo remediadora que seja instituiacuteda apresenta-se como
alternativa vaacutelida da problemaacutetica citada no item 651
14 Considerando uma semana uacutetil
65
7 CONCLUSAtildeO
Este trabalho procurou identificar a possibilidade da implementaccedilatildeo do processo de
simbiose industrial entre induacutestrias jaacute consolidadas em atividade no municiacutepio de
Bebedouro relacionando o uso de material residual orgacircnico produzido por determinada
induacutestria que seria utilizado como agente de biossorccedilatildeo em processos de tratamento de
aacutegua residuaacuteria industrial de uma outra ambas compartilhando pequena distacircncia
geograacutefica
Das distintas situaccedilotildees supostas a partir da identificaccedilatildeo da induacutestria geradora de
resiacuteduos de laranja e das induacutestrias potencialmente geradoras de efluente contaminado pelo
metal chumbo em Bebedouro (SP) detectou-se duas induacutestrias que se enquadravam nas
possibilidades de implementaccedilatildeo de um processo de simbiose industrial e consequente
proposiccedilatildeo do meacutetodo de tratamento (biossorccedilatildeo combinada com flotaccedilatildeo ou realizada em
reator de leito fluidizado)
Uma induacutestria (denominada 1) pocircde ter um pleno desenvolvimento quanto as
especificaccedilotildees que esclareceram as vantagens do meacutetodo de tratamento proposto
A partir dos dados levantados e analisados eacute possiacutevel citar como vantagens para ambas as
propostas de tratamento 1) a logiacutestica facilitada pela proximidade de ambas as induacutestrias
sendo essa favoraacutevel e com baixos custos 2) a significativa reduccedilatildeo do valor diaacuterio do
tratamento 3) a faacutecil operaccedilatildeo dos processos 4) destinaccedilatildeo ambiental adequada para
ambos os passivos ambientais (de laranja e de chumbo) 5) a capacidade de dessorccedilatildeo da
biomassa a qual possibilita a separaccedilatildeo do metal chumbo do resiacuteduo de laranja sendo
percebidos como um aprimoramento do uso dos recursos naturais Considera-se que a
simbiose industrial eacute um processo importante a ser considerado na busca pela minimizaccedilatildeo
dos impactos ambientais acarretados pelas correntes residuais uma vez que determina a
reinserccedilatildeo destes em outros processos produtivos Geradores que adotam a praacutetica da
simbiose industrial satildeo aqueles que visam os ganhos coletivos em detrimento do exclusivo
ganho individual
Vale ressaltar que mesmo para a identificaccedilatildeo desta uacutenica situaccedilatildeo foi necessaacuterio o
enfrentamento de diversos desafios principalmente de acesso a informaccedilotildees especiacuteficas
tanto na cadeia produtiva quanto das informaccedilotildees ambientais por parte das empresas
Considera-se necessaacuteria uma rigidez maior da CETESB com relaccedilatildeo aos dados fornecidos
pelas induacutestrias visto que o preenchimento do MCE natildeo segue normatizaccedilatildeo especiacutefica o
66
que dificulta a tabulaccedilatildeo de dados aleacutem de natildeo abranger toda as atividades produtivas
devido agrave falta de rigor nas anaacutelises dos teacutecnicos e engenheiros responsaacuteveis Assim
observou-se a necessidade de uma maior abertura no sentido da plena divulgaccedilatildeo de
informaccedilotildees ambientais por parte das empresas assim como a necessidade de organizaccedilatildeo
de um banco de dados que contenha informaccedilotildees da cadeia produtiva do consumo de
mateacuteria prima e insumos aos processos de geraccedilatildeo e especificaccedilatildeo de resiacuteduos e
contaminantes
67
8 SUGESTAtildeO PARA TRABALHOS FUTUROS
Como sugestatildeo para trabalhos futuros
Otimizaccedilatildeo das condiccedilotildees de pH para biossorccedilatildeo com casca de laranja
Elaboraccedilatildeo de questionaacuterios para as induacutestrias produtoras do suco e geradoras de
efluente contaminado pelo metal chumbo
Scale up do processo de biossorccedilatildeo com bioflotaccedilatildeo
Scale up do processo de biossorccedilatildeo com reator de leito fluidizado
68
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ANEXO A
Primeira carta encaminha para CETESB para solicitaccedilatildeo de informaccedilotildees
Obs As Tabelas informadas na carta abaixo foram omitidas para que as empresas natildeo
sejam expostas e aleacutem disso natildeo haacute autorizaccedilatildeopermissatildeo para a divulgaccedilatildeo dos nomes
Lorena 27 de agosto de 2015
Ilmo Senhor
Marcio Barbosa Tango
CETESB - Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo
Assunto Solicitaccedilatildeo de informaccedilotildees sobre os efluentes liacutequidos de induacutestrias quiacutemicas
metaluacutergicas e de produccedilatildeo de embalagens da produccedilatildeo de resiacuteduos em induacutestrias alimentiacutecias
todas do municiacutepio de Bebedouro
Viemos por meio deste solicitar a contribuiccedilatildeo da Companhia Ambiental do Estado de Satildeo
Paulo para o desenvolvimento do Trabalho de Conclusatildeo de Curso em Engenharia Ambiental
intitulado ldquoAnaacutelise da viabilidade em escala real da utilizaccedilatildeo do bagaccedilo da laranja como agente
biossorvente de chumbordquo sendo desenvolvido pela aluna Ludmila Manera Conti na Escola de
Engenharia de Lorena ndash EELUSP sob orientaccedilatildeo da Profa Dra Danuacutebia Caporusso Bargos
O referido Trabalho de Conclusatildeo de Curso tem como objetivo fazer um levantamento das
induacutestrias com potencial para utilizaccedilatildeo do bagaccedilo da laranja como agente biossortivo Assim para
o alcance dos objetivos propostos eacute necessaacuterio o conhecimento de algumas informaccedilotildees presentes
no Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento referente agraves induacutestrias identificadas na Tabela
1 em anexo Tais informaccedilotildees referentes ao ldquoBalanccedilo hiacutedricordquo a saber
Efluentes (sanitaacuterio industrial outros e total de efluentes) a) Consumovazatildeo meacutedia b)
Consumovazatildeo maacutexima c) Eacutepoca d) Consumovazatildeo miacutenima
Dos ldquoEfluentes liacutequidosrdquo a saber a) Despejos (Identificaccedilatildeo Descriccedilatildeo Contiacutenuo ndash vazatildeo e
meacutetodo Descontiacutenuo ndash periodiacutecidade volume duraccedilatildeo) b) Vazatildeo total de despejos c) Vazatildeo de
recirculaccedilatildeo d) Vazatildeo de lanccedilamento e) Disposiccedilatildeo final (Descriccedilatildeo Nome do riolinhas de
despejo)
Do ldquoResumo de lanccedilamentosrdquo a saber a) Despejo (Identificaccedilatildeo Descriccedilatildeo) b) Poluente c)
Concentraccedilatildeo bruta d) Unidade de medida e) Concentraccedilatildeo final f) Unidade de medida g)
Unidades de tratamento (Sequecircncia Descriccedilatildeo Quantidade)
Da geraccedilatildeo de resiacuteduos industriais referentes a Tabela 2 em anexo da parte ldquoResiacuteduos
soacutelidosrdquo a) Identificaccedilatildeo b) Coacutedigo resiacuteduo c) Descriccedilatildeoorigem do resiacuteduo d) Classe e) Estado
77
fiacutesico f) Quantidade anual g) Unidade h) Composiccedilatildeo aproximada i) Meacutetodo utilizado j)
Aspecto geral
Declaramos que as informaccedilotildees solicitadas seratildeo objeto uacutenica e exclusivamente de pesquisa
acadecircmica sendo devidamente creditadas e natildeo havendo qualquer finalidade comercial no uso das
mesmas
Registramos ainda a importacircncia deste apoio para a realizaccedilatildeo deste trabalho que seraacute
inclusive posteriormente divulgado em formato digital e analoacutegico por meio da sua
disponibilizaccedilatildeo no sistema de bibliotecas da USP como uma contribuiccedilatildeo da Universidade para a
aacuterea de gerenciamentogestatildeo de resiacuteduos e efluentes uma vez que como propomos o resiacuteduo de
uma induacutestria pode ser considerado mateacuteria em processo de outras induacutestrias caracterizando o
iniacutecio de um processo de simbiose industrial
Solicitamos que o envio das informaccedilotildees solicitadas seja realizado preferencialmente por meio
de correio eletrocircnico ndash danubiacbargosuspbr eou ludmillaalunoseeluspbr Em caso da
impossibilidade de envio das informaccedilotildees da forma sugerida segue endereccedilo institucional
AC Profa Danuacutebia Caporusso Bargos Departamento de Ciecircncias Baacutesicas e Ambientais
Escola de Engenharia de Lorena ndash EELUSP Estrada Municipal do Campinho snordm CEP 12602-
810 - Lorena-SP
Desde jaacute antecipamos nossos agradecimentos e nos colocamos agrave disposiccedilatildeo para os
esclarecimentos adicionais que se fizerem necessaacuterios
Atenciosamente
Profa Dra Danuacutebia Caporusso Bargos
Escola de Engenharia de Lorena (EELUSP)
Departamento de Ciecircncias Baacutesicas e Ambientais
Telefone +55 (12) ndash 3159-5094
E-mail danubiacbargosuspbr
Ludmilla Manera Conti
Graduanda em Engenharia Ambiental
Endashmail ludmillaalunoseeluspbr
78
ANEXO B
Segunda carta encaminha para CETESB para confirmaccedilatildeo de vistas de processos
Lorena 01 de outubro de 2015
Ilmo Senhor Marcio Barbosa Tango e Senhora Letiacutecia Franco Leonel
CETESB - Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo
Assunto vistas de processos de licenciamento
Venho por meio deste agradecer a atenccedilatildeo e presteza desta Companhia no atendimento agrave
minha solicitaccedilatildeo de vistas de processos para coleta de informaccedilotildees sobre os efluentes liacutequidos de
induacutestrias quiacutemicas metaluacutergicas e de produccedilatildeo de embalagens da produccedilatildeo de resiacuteduos em
induacutestrias alimentiacutecias do municiacutepio de Bebedouro Tal solicitaccedilatildeo eacute feita por motivo de
desenvolvimento do Trabalho de Conclusatildeo de Curso em Engenharia Ambiental intitulado
ldquoAnaacutelise da viabilidade em escala real da utilizaccedilatildeo do bagaccedilo da laranja como agente biossorvente
de chumbordquo desenvolvido pela aluna Ludmila Manera Conti na Escola de Engenharia de Lorena ndash
EELUSP sob minha orientaccedilatildeo
Devido a compromissos previamente assumidos na Instituiccedilatildeo pela qual sou docente natildeo
seraacute possiacutevel comparecer agrave agecircncia da Barretos nesta data para a realizaccedilatildeo da vista dos processos
cujos nuacutemeros segue em anexo Assim sou representada pela aluna Ludmila Manera Conti que estaacute
apta a fazecirc-lo
Novamente agradeccedilo a atenccedilatildeo e coloco-me agrave disposiccedilatildeo para quaisquer esclarecimentos
adicionais que se fizerem necessaacuterios
Atenciosamente
Profa Dra Danuacutebia Caporusso Bargos
Escola de Engenharia de Lorena (EELUSP)
Departamento de Ciecircncias Baacutesicas e Ambientais
Telefone +55 (12) ndash 3159-5094
E-mail danubiacbargosuspbr
[FOLHA DA FICHA CATALOGRAacuteFICA]
AGRADECIMENTOS
Gostaria de agradecer agrave minha matildee Deusiana minha grande motivadora e que
sempre me ensinou a importacircncia do saber por todo o carinho e compreensatildeo da minha
ausecircncia nos uacuteltimos meses
Ao meu pai Deacutecio sinocircnimo de trabalho que me mostrou a importacircncia do esforccedilo
e dedicaccedilatildeo para o alcance de qualquer objetivo
Aos meus avoacutes pessoas iacutentegras e corretas que sempre deram grande importacircncia a
minha educaccedilatildeo pelo apoio e compreensatildeo mesmo de longe
Aos meus amigos pela amizade que sempre demonstraram e ao meu companheiro de
coraccedilatildeo pelo carinho e apoio
Agrave Profa Dra Danuacutebia Caporruso Bargos pela paciecircncia e orientaccedilatildeo durante a
elaboraccedilatildeo deste trabalho
Agrave Profa Dra Dione Mari Morita pelas elucidaccedilotildees
Agrave Profa Dra Ana Lucia Gabas pelo interesse e direcionamentos
Agrave CETESB de Barretos pela rapidez e eficiecircncia na disponibilizaccedilatildeo das
informaccedilotildees
A todos que direta ou indiretamente me auxiliaram na elaboraccedilatildeo deste trabalho meu
muito obrigada
ldquoTantas vezes pensamos ter chegado
Tantas vezes eacute preciso ir aleacutemrdquo
Fernando Pessoa
RESUMO
CONTI L M Proposta de simbiose industrial na cidade de Bebedouro (SP) para um
processo de biossorccedilatildeo usando resiacuteduos de laranja 2015 79 p Monografia (TCC II) ndash
Escola de Engenharia de Lorena Universidade de Satildeo Paulo Lorena 2015
O desenvolvimento do presente trabalho teve como objetivo principal a incitaccedilatildeo de
processo de Simbiose Industrial atraveacutes da possibilidade de aplicaccedilatildeo do resiacuteduo de
laranja (polpa casca e semente) como agente de biossorccedilatildeo do metal chumbo em aacuteguas
geradas por induacutestrias localizadas na cidade de Bebedouro estado de Satildeo Paulo
Atividades industriais especiacuteficas desta cidade possuem potencial de suscitaram
perturbaccedilotildees ambientais devido a contaminaccedilatildeo pelo metal chumbo em suas aacuteguas
residuaacuterias Como accedilatildeo remediadora a biossorccedilatildeo apresentou-se como um meacutetodo
eficiente na remoccedilatildeo de chumbo do meio aquoso pois aleacutem de prover destinaccedilatildeo
especiacutefica da biomassa vegetal apresenta grande viabilidade econocircmica por possuir baixo
valor de mercado A metodologia aplicada no desenvolvimento desta pesquisa pode ser
desdobrada nos seguintes toacutepicos a) levantamento da produccedilatildeo estadual de laranja bem
como os respectivos epicentros de produccedilatildeo e consumo b) seleccedilatildeo de induacutestria que
realizaria o beneficiamento da fruta laranja c) levantamento dos tipos de induacutestrias que
potencialmente apresentariam em anaacutelises de suas aacuteguas residuaacuterias o metal chumbo d)
arrolamento de induacutestrias com tal potencial poluidor e) anaacutelise dos dados relacionados aos
efluentes destas empresas f) elaboraccedilatildeo de proposta de simbiose industrial entre as
induacutestrias geradoras de resiacuteduos de laranja e as induacutestrias potencialmente poluidoras que
poderiam beneficiar-se com a utilizaccedilatildeo destes nos processos de tratamento de seus
efluentes contaminados com o metal chumbo g) otimizando dessa forma os ganhos
ambientais de ambas as partes interessadas Apesar dos diversos desafios encontrados
durante a realizaccedilatildeo deste trabalho principalmente de acesso a informaccedilotildees especiacuteficas
sobre a geraccedilatildeo e gestatildeo de resiacuteduos industriais das unidades estudadas os resultados
obtidos sugerem a possibilidade de implementaccedilatildeo de um processo de Simbiose Industrial
entre industriais do municiacutepio de Bebedouro
Palavras-chave Biossorccedilatildeo Biomassa Simbiose Industrial
ABSTRACT
CONTI L M Proposal for industrial symbiosis in the city of Bebedouro (SP) by a
bisorption process using orange waste 2015 79 p Monograph (TCC II) ndash Escola de
Engenharia de Lorena Universidade de Satildeo Paulo Lorena 2015
The development of this study aimed to identify the possibility of implementing an
industrial symbiosis from a proposal for implementation of orange waste (pulp peel and
seed) as lead metal biosorption agent in wastewater generated by industries located in the
city of Bebedouro state of Satildeo Paulo Specific industrial activities of this city have higher
potential environmental disturbances due to contamination by lead metal in their
wastewater As correctional action biosorption was presented as an efficient method for
lead removal from water and wastewater as well as provide specific disposal of plant
biomass also has great economic viability due it has low market price The industrial
symbiosis process tool that allows integration of industries with respect to the
recirculation of waste materials would promote the integration between the units that
provides biomass to another that utilizes as a treatment method The methodology applied
in the development of this research can be described into the steps a) data the state orange
production as well as their epicenters of production and consumption b) industry selection
that would perform the processing of orange fruit c) mapping the types of industries that
potentially would present the lead metal in analysis of their wastewater d) inventory of
industries with such pollution potential e) analysis of data related to the effluents of these
industries f) preparation of proposed industrial symbiosis between industries generates of
orange waste and industries potentially polluting that could benefit from the use of these
processes in their treatment of wastewater contaminated with lead metal g) optimizing the
environmental gains of both parties Although the many challenges encountered during this
work especially about access to specific information on the generation and management of
industrial waste of the units studied the results suggest the possibility of implementing a
process of industrial symbiosis between industries in the city of Bebedouro
Keywords Biosorption Biomass Industrial Symbiosis
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 ndash Diagrama do processo de simbiose em Kalundborg 1961 a 1989 16
Figura 2 ndash Simbioses industriais observada no distrito industrial de Kalundborg nos dias
atuais 17
Figura 3 ndash Os trecircs niacuteveis de operaccedilatildeo da Ecologia Industrial 17
Figura 4 ndash Extraccedilatildeo uso e disposiccedilatildeo final de chumbo em 1990 em milhares de toneladas
20
Figura 5 ndash Disposiccedilatildeo dos municiacutepios produtores de laranja no Estado de Satildeo Paulo 30
Figura 6 ndash Setores do cinturatildeo citriacutecola 31
Figura 7 ndash Localizaccedilatildeo das filiais das induacutestrias de suco de laranja (A B e C) 33
Figura 8 ndash Induacutestria de suco geradora de resiacuteduos de laranja localizada na cidade de
Bebedouro 35
Figura 9 ndash Induacutestrias com potencial poluidor 43
Figura 10 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea de estudos 57
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 ndash Localizaccedilatildeo das unidades das induacutestrias A B e C 32
Quadro 2 ndash Relaccedilatildeo entre categorias industriais americanas e brasileiras 38
Quadro 3 ndash Categorias e subcategorias industriais de acordo com o IBGE 39
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 ndash Paracircmetros para controle bioloacutegico da exposiccedilatildeo ocupacional 21
Tabela 2 ndash Padrotildees de lanccedilamento de efluentes contendo chumbo em corpos drsquoaacutegua e em
redes coletoras de esgoto 22
Tabela 3 ndash Cidades integrantes do cinturatildeo citriacutecola consideradas no levantamento de
induacutestrias de suco 34
Tabela 4 ndash Nuacutemero de induacutestrias de acordo com as subcategorias industriais do IBGE 40
Tabela 5 ndash Induacutestrias com potencial poluidor por chumbo localizadas na cidade de
Bebedouro ndash SP 42
Tabela 6 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 1 44
Tabela 7 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 1 44
Tabela 8 ndash Anaacutelise do efluente proveniente da metalurgia de metais natildeo ferrosos antes e apoacutes
tratamento 45
Tabela 9 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 2 45
Tabela 10 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 3 45
Tabela 11 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 3 46
Tabela 12 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 5 46
Tabela 13 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 5 47
Tabela 14 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 6 47
Tabela 15 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 6 48
Tabela 16 ndash resultado do ensaio para massa bruta 48
Tabela 17 ndash resultado do ensaio para lixiviaccedilatildeo 49
Tabela 18 ndash resultado do ensaio para solubilizado 49
Tabela 19 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 7 49
Tabela 20 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 7 50
Tabela 21 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 8 50
Tabela 22 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 8 51
Tabela 23 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 9 51
Tabela 24 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 9 51
Tabela 25 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 11 52
Tabela 26 ndash Resultados das anaacutelises para cada efluente 54
Tabela 27 ndash Dados da produccedilatildeo de laranja em Bebedouro 58
Tabela 28 ndash Valores do reator de leio fixo 59
Tabela 29 ndash Especificaccedilotildees dos flotadores de ar dissolvido 60
Tabela 30 ndash Menores rotas possiacuteveis entre a induacutestria de suco e a induacutestria 1 62
Tabela 31 ndash Menores rotas possiacuteveis entre a induacutestria de suco e a induacutestria 6 Erro
Indicador natildeo definido
Tabela 32 ndash Gastos com as tecnologias referentes 63
Tabela 33 ndash Balanccedilo de massa e energia diaacuterio proposto para a induacutestria 1 63
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 13
2 OBJETIVOS 14
21 Principal 14
22 Especiacuteficos 14
3 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA 15
31 Desenvolvimento sustentaacutevel 15
311 Simbiose industrial 15
32 Chumbo 19
321 Legislaccedilatildeo especiacutefica relacionada a descarga de efluentes 22
322 Tratamento para efluentes com metais 22
323 Biossorccedilatildeo 23
324 A laranja como adsorvente 24
4 METODOLOGIA 26
41 Levantamento bibliograacutefico 26
42 Levantamento e anaacutelise da produccedilatildeo de laranja no Estado de SP 27
43 Levantamento e anaacutelise das induacutestrias com potencial poluidor 28
44 Exposiccedilatildeo do meacutetodo de tratamento aplicado na induacutestria 29
5 LEVANTAMENTO DE DADOS 30
51 Distribuiccedilatildeo da produccedilatildeo de laranja no estado de Satildeo Paulo 30
511 Distribuiccedilatildeo do consumo de laranja no estado de SP 31
512 Seleccedilatildeo da induacutestria de suco 33
5121 Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento (MCE) 35
52 Categorias industriais de acordo com o tipo de efluente gerado 36
521 Levantamento das induacutestrias com potencial poluidor 41
5211 Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento (MEC) 43
53 Biossorccedilatildeo 53
531 Reduccedilatildeo do tamanho do resiacuteduo 55
532 Desidrataccedilatildeo do resiacuteduo 55
6 ANAacuteLISES E DISCUSSOtildeES DE DADOS 57
61 Aacuterea de estudo 57
62 Processamento dos resiacuteduos de laranja 58
63 Reator e flotador 58
64 Induacutestria 1 60
641 Quantificaccedilatildeo do resiacuteduo de laranja 61
642 Transporte 62
65 Induacutestria 6 Erro Indicador natildeo definido
651 Quantificaccedilatildeo do resiacuteduo de laranja Erro Indicador natildeo definido
652 Transporte Erro Indicador natildeo definido
66 Consideraccedilotildees 62
7 CONCLUSAtildeO 65
8 SUGESTAtildeO PARA TRABALHOS FUTUROS 67
REFEREcircNCIAS 68
ANEXO A 76
ANEXO B 78
13
1 INTRODUCcedilAtildeO
Considerando o modelo atual de desenvolvimento da sociedade como sendo
representado por um sistema aberto o qual necessita de uma fonte contiacutenua e inesgotaacutevel
de mateacuteria e energia (BRAGA et al 2002) e com um aumento das emissotildees de poluentes
em todo o mundo a busca por medidas remediadoras para melhoria das condiccedilotildees
ambientais torna-se cada vez maior
Como um exemplo de medida remediadora temos a pesquisa e desenvolvimento de
teacutecnicas que possibilitem a retirada de metais pesados do meio aquoso uma delas a
biossorccedilatildeo aleacutem de promover a destinaccedilatildeo a biomassas vegetais resultantes de processos
produtivos tambeacutem apresenta alto iacutendice de funcionalidade
Umas das biomassas vegetais cuja produccedilatildeo eacute abundante no estado de Satildeo Paulo eacute a
proveniente da fruta laranja e os resiacuteduos desta sejam eles casca bagaccedilo ou sementes jaacute
foram analisados em estudos desenvolvidos por diferentes pesquisadores tais como
Massocatto et al (2009) e Almeida et al (2012) cujos resultados atestaram eficiecircncia
elevada quanto a biossorccedilatildeo especialmente do metal pesado chumbo
Diante do exposto o presente trabalho visa apresentar uma proposta de integraccedilatildeo
entre induacutestrias do municiacutepio de Bebedouro localizado no estado de Satildeo Paulo que
proveriam resiacuteduo de laranja para aquelas que poderiam utilizaacute-lo como meacutetodo de
tratamento de aacuteguas residuaacuterias aplicando dessa forma o conceito de Simbiose Industrial
que apresenta como fundamentos as oportunidades de conexatildeo oferecidas pela disposiccedilatildeo
geograacutefica das induacutestrias e aperfeiccediloamento do uso de mateacuteria e energia (CHERTOW
2000 GANER 1995)
14
2 OBJETIVOS
21 Principal
O presente trabalho propotildee identificar a possibilidade de implementaccedilatildeo de uma
simbiose industrial entre induacutestrias do municiacutepio de BebedourondashSP
22 Especiacuteficos
Para o incremento do objetivo exposto tornou-se necessaacuterio o alcance de objetivos
especiacuteficos tais como
Identificar as induacutestrias geradoras dos resiacuteduos soacutelidos de laranja e induacutestrias que
poderiam beneficiar-se com a utilizaccedilatildeo destes nos processos de tratamento de seus
efluentes contaminados com o metal chumbo
Avaliar os processos jaacute colocados em praacutetica por induacutestrias com potencial poluidor
para tratamento dos efluentes contaminados com o metal chumbo
Analisar os dados teacutecnicos para avaliaccedilatildeo do potencial das induacutestrias selecionadas
para a proposiccedilatildeo de arranjos institucionais que propiciem a integraccedilatildeo e a simbiose entre
induacutestrias do municiacutepio de Bebedouro
15
3 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA
31 Desenvolvimento sustentaacutevel
Algumas propostas da Lei nordm 1230510 (BRASIL 2010a) que institui a Poliacutetica
Nacional dos Resiacuteduos Soacutelidos (PNRS) satildeo a prevenccedilatildeo a reutilizaccedilatildeo e a reduccedilatildeo de
resiacuteduos as quais satildeo necessaacuterias para o cumprimento e efetividade da lei Paralelamente a
este ideal uma incitaccedilatildeo atual eacute a articulaccedilatildeo de um sistema de produccedilatildeo circular
denominado cradle to cradle (que significa ldquodo berccedilo ao berccedilordquo) que consiste na produccedilatildeo
zero de rejeitos no qual a mateacuteria residual de um processo exerceria uma funccedilatildeo em outro
(CCPII c2014) A partir desses preceitos busca-se o alinhamento do desenvolvimento
econocircmico e industrial agrave proteccedilatildeo do meio ambiente e o bem-estar humano ou seja o
desenvolvimento sustentaacutevel
Conforme definiccedilatildeo ldquodesenvolvimento sustentaacutevel eacute aquele que atende as
necessidades das geraccedilotildees atuais sem comprometer a capacidade das geraccedilotildees futuras de
atenderem as suas necessidades e aspiraccedilotildeesrdquo (UNITED NATIONS 1987)
De acordo com Fet e Michelsen (2002) ldquona natureza um sistema ecologicamente
sustentaacutevel eacute uma teia complexa de organismos no qual as mateacuterias e os resiacuteduos
conformam um ciclordquo Frosch e Gallopoulos (1989) agrave vista desse conceito desenvolveram
o ideal de ecossistema industrial o qual funcionaria analogamente aos sistemas
ecologicamente sustentaacuteveis os resiacuteduos gerados por uma companhia podemdevem ser
usufruiacutedos como recurso por outra correspondendo a um ciclo fechado de mateacuteria e
energia
311 Simbiose industrial
Em 1989 uma associaccedilatildeo de filiais de diferentes induacutestrias que realizavam uma
extensa partilha de recursos foi descoberta na Dinamarca O que foi denominado na eacutepoca
16
de ldquoa simbiose industrial em Kalundborgrdquo forneceu a possibilidade da realizaccedilatildeo concreta
dos ecossistemas industriais proposto por Frosch e Galloupolos em 1989 (CHERTOW
2007) Poreacutem analogamente ao ciclo residual fechado proposto pelos ecossistemas
industriais os fundamentos para a simbiose industrial satildeo a colaboraccedilatildeo e as
oportunidades de coesatildeo oferecidas pela proximidade geograacutefica (CHERTOW 2000)
aleacutem do uso aprimorado dos recursos naturais e reduccedilatildeo da produccedilatildeo de resiacuteduos finais
(GANER 1995) Assim considera-se que a simbiose industrial eacute um passo para a
realizaccedilatildeo do objetivo maior que seria o alcance de um ecossistema industrial
A ldquosimbioserdquo observada em 89 no distrito industrial de Kalundborg ocorreu de
modo gradual e sem uma concepccedilatildeo especiacutefica as induacutestrias empenharam-se no uso
econocircmico de seus subprodutos e minimizaram custos em conformidade agraves novas
regulamentaccedilotildees ambientais (EHRENFELD GERTLER 1997) A Figura 1 apresenta o
diagrama do distrito industrial de Kalundborg
Figura 1 ndash Diagrama do processo de simbiose em Kalundborg 1961 a 1989
Fonte adaptado de KALUNDBORG SYMBIOSIS (2015)
No decorrer dos anos e fazendo jus aos sistemas naturais o distrito industrial
desenvolveu-se de modo que novas relaccedilotildees conexotildees e empresas foram se estabelecendo
trazendo cada vez mais proacuteximo o ideal de ecossistema industrial tal como apresentado
na Figura 2
Existem ainda outros exemplos de processos de simbioses industriais que
aconteceram naturalmente ao redor do mundo como em Jyvaumlskylauml na Finlacircndia e Sytiria
na Aacuteustria (CHERTOW 2000)
17
Figura 2 ndash Simbioses industriais observada no distrito industrial de Kalundborg nos dias atuais
Fonte adaptado de KALUNDBORG SYMBIOSIS (2015)
Ehrenfeld e Gertler (1997) afirmaram que o ramo emergente da ecologia industrial
une os preceitos citados a outros como por exemplo o metabolismo industrial (cuja
elucidaccedilatildeo seraacute realizada mais adiante) trazendo-os como forma simplificada de
operacionalizaccedilatildeo de projetos desenvolvendo uma estrutura que identifica e implementa
estrateacutegias que visam agrave manutenccedilatildeo dos paradigmas ambientais almejando o
desenvolvimento industrial alicerccedilado ao desenvolvimento sustentaacutevel
Na Figura 3 eacute possiacutevel observar de modo linear o que Grann (1997) alegou em que
a simbiose industrial revela-se como um meacutetodo funcional da aplicaccedilatildeo do conceito
sustentaacutevel de desenvolvimento
Figura 3 ndash Os trecircs niacuteveis de operaccedilatildeo da Ecologia Industrial
Fonte adaptado de CHERTOW (2000)
18
Conforme a Figura 3 e de acordo com Chertow (2000) constata-se a existecircncia de
trecircs grandes aacutereas de operaccedilatildeo da ecologia industrial bem como alguns exemplos de
instrumentos de cada uma
1 Empresa ndash refere-se ao desenvolvimento de medidas que podem ser exercicidas
dentro da empresa tais como
Eco-design ndash estrateacutegia de design que visa a reduccedilatildeo das perdas ambientais
utilizada principalmente no desenvolvimento de novos produtos (GARNER
KEOLEIAN 1995)
Prevenccedilatildeo agrave poluiccedilatildeo ndash uniatildeo de princiacutepios que tem por finalidade a prevenccedilatildeo agrave
geraccedilatildeo de resiacuteduos antes do iacutenicio do processo industrial (CHERTOW 2000)
Economia verde ndash este novo campo da contabilidade se desvencilha-se da
contabilidade tradicional propondo-se a trazer informaccedilotildees mais exatas sobre o
ldquocustos ambientaisrdquo das empresas cuja influecircncia deve alcanccedilar o campo dos
negoacutecios relacionando-se a ldquoqualidade verderdquo do produto ou serviccedilo (RICHARDS
FROSCH 1997)
2 Inter-empresas ndash medidas que podem ser tomadas a partir da relaccedilatildeo entre
induacutestrias que encontram-se geograficamente proacuteximas tais como
Simbiose industrial ndash criaccedilatildeo de ligaccedilatildeo entre induacutestrias com objetivo de
aumentar a eficiecircncia da mateacuteria e energia que fluem atraveacutes do distrito industrial
em que se encontram (EHRENFELD GERTLER 1997)
Ciclo de vida dos produtos ndash ldquoprocesso usado para avaliar as perdas ambientais
relacionadas a um produto processo ou atividaderdquo (Society for Enviromental
Toxicology amp Chemistry ndash SETAC 1994 traduccedilatildeo nossa)
Iniciativa dos setores industriais
3 RegionalGlobal ndash medidas que podem ser adotadas entre nuacutecleos induacutestrias
Ciclos e orccedilamentos ndash eacute um sistema orientador que promove produccedilotildees com
designs mais ecoloacutegicos e economicamente sustentaacuteveis (GARNER KEOLEIAN
1995)
Fluxo de mateacuteria e energia ndash conceito desenvolvido por Robert Ayres
denominado de ldquometabolismo industrialrdquo leva em consideraccedilatildeo o fluxo de mateacuteria
e energia atraveacutes dos sistema industriais e por meio de anaacutelises in put (entrada) e
out put (saiacuteda) vecirc-se a possibilidade de identificaccedilatildeo de processos e produtos
ineficientes que podem resultar em perda material e prejuiacutezos ao meio ambiente
(GARNER KEOLEIAN 1995)
19
Portanto a simbiose industrial apresenta-se como uma ferramenta que envolve
induacutestrias tradicionalmente separadas em uma ldquoabordagem coletiva para a vantagem
competitiva envolvendo troca fiacutesica de materiais energia aacutegua eou subprodutosrdquo
(CHERTOW 2000 traduccedilatildeo nossa)
De acordo com Ehrenfeld e Gertler (1997) a partir do estreitamento da relaccedilatildeo
entre o conceito ambiental e o desenvolvimento industrial e considerando que esse jaacute vecircm
atrelado ao desenvolvimento econocircmico houve a necessidade da aplicaccedilatildeo dos conceitos
da Simbiose Industrial atraveacutes da configuraccedilatildeo de ldquoeco-parques industriaisrdquo
De acordo com Chertow (2000) ldquona praacutetica as definiccedilotildees de eco-parques
industriais ainda estatildeo em formaccedilatildeordquo poreacutem duas definiccedilotildees satildeo mais aceitas a do
Presidentrsquos Council Sustainable (PCSD)
ldquouma comunidade de empresas que cooperam entre si e com a
comunidade local para compartilhar de forma eficiente os recursos
(informaccedilotildees materiais aacutegua energia infra-estrutura e de habitats naturais)
levando a ganhos econocircmicos ganhos de qualidade ambiental e melhoria
equitativa dos recursos humanos para a comunidade empresarial e localrdquo
(PSCD 1996 traduccedilatildeo nossa)
E e a da USEPA
ldquoum eco-parque industrial eacute uma comunidade de manufatura e serviccedilos
que procuram melhor desempenho ambiental e econocircmico
atraveacutes da colaboraccedilatildeo na gestatildeo de questotildees ambientais e de recursos
incluindo energia aacutegua e materiais Ao trabalhar em conjunto a comunidade
de empresas procura um benefiacutecio colectivo que eacute maior do que a soma de a
benefiacutecios individuais de cada empresa iria perceber se ele otimizou seu
indiviacuteduo o desempenho apenasrdquo (USEPA 1995 traduccedilatildeo nossa)
Faz-se relevante neste contexto o estiacutemulo de uma nova revoluccedilatildeo industrial que
promova o desenvolvimento de accedilotildees que entrelaccedilariam o desenvolvimento econocircmico
com o bem-estar dos ecossistemas Poreacutem Casagrande Junior (2004) denota que as
inovaccedilotildees tecnoloacutegicas desenvolvidas pelo modelo econocircmico atual satildeo atreladas ao
ciacuterculo vicioso produccedilatildeo gt consumo gt crescimento econocircmico que estimulam o consumo
exacerbado gerando pressatildeo sobre os recursos naturais causando custos sociais e
ambientais
32 Chumbo
O chumbo eacute um metal pesado cujo siacutembolo eacute Pb de massa molar 2072 g mol-1 de
coloraccedilatildeo branca-azulada tornando-se acinzentado quando exposto ao ar Eacute inodoro
20
macio maleaacutevel possui baixa condutividade eleacutetrica e alta resistecircncia agrave corrosatildeo Funde-se
com facilidade agrave 3274 ordmC e sua temperatura de vaporizaccedilatildeo eacute de 1725 ordmC Pertence ao
grupo IVA da tabela perioacutedica cujo nuacutemero atocircmico eacute 82 podendo apresentar dois estados
de oxidaccedilatildeo Pb+2 mais estaacutevel e Pb+4 oxidante Historicamente tem sido amplamente
explorado pela sociedade devido a sua vasta disponibilidade no meio ambiente
principalmente na forma de compostos minerais sendo o sulfeto de chumbo (PbS)
conhecido como galena considerado a mais importante e abundante fonte de chumbo
(ALEXANDRINO 2014)
Existem relatos de utilizaccedilatildeo do chumbo por vaacuterias sociedades antigas no entanto
a primeira civilizaccedilatildeo a utilizaacute-lo amplamente foi o Impeacuterio Romano no seacuteculo V aC V
aC para ldquoconfecccedilatildeo de objetos [] fabricaccedilatildeo de tubulaccedilotildees e torneiras produtos de
beleza e ateacute na correccedilatildeo da acidez do vinho atraveacutes da adiccedilatildeo de oacutexido de chumbordquo
(Miranda e Souto 2010)
Atualmente cerca de 70 da produccedilatildeo mundial de chumbo eacute utilizada
fundamentalmente na elaboraccedilatildeo de baterias automotivas e na induacutestria de chumbo-aacutecido
embora tambeacutem apresente copiosas empregabilidades na induacutestria em geral devido a suas
caracteriacutesticas fiacutesicas e quiacutemicas (PRAC c2015) Na Figura 4 observam-se os processos de
extraccedilatildeo usos e disposiccedilatildeo final do chumbo nos anos 90
Figura 4 ndash Extraccedilatildeo uso e disposiccedilatildeo final de chumbo em 1990 em milhares de toneladas
Fonte elaborado a partir de GARNER KEOLEIAN (1995)
21
Comparativamente ao dado fornecido pelo PRAC observa-se que o ramo que
absorve a maior porcentagem do mercado extrativista continua o mesmo isto eacute a
fabricaccedilatildeo de baterias Eacute possiacutevel observar que a reciclagem do chumbo eacute quase que
integralmente proveniente dessa mesma atividade e que vaacuterios usos permanecem como
sistemas abertos de mateacuteria
Como consequecircncia dessa intensa utilizaccedilatildeo a contaminaccedilatildeo por chumbo eacute um
problema tatildeo expressivo quanto a extensatildeo de seu uso
ldquoA maior incidecircncia de intoxicaccedilatildeo por chumbo ocorre devido agrave
contaminaccedilatildeo ambiental pela ingestatildeo de alimentos e bebidas contaminadas
e por partiacuteculas suspensas no ar (KOSNETT 2003) Na atividade
ocupacional a via mais frequente de intoxicaccedilatildeo eacute a inalatoacuteria como
consequecircncia da contaminaccedilatildeo do ambiente de trabalho (PAOLIELLO
CHASIN 2001) Dentre os gecircneros alimentiacutecios que mais contribuem para a
ingestatildeo de chumbo destacam-se a aacutegua potaacutevel bebidas em geral cereais
vegetais e frutas (SALGADO 2003)rdquo (SCHIFER et al 2005)
O grande avanccedilo dos sistemas industriais e seu consequente aumento de atividades
nos uacuteltimos anos assim como a negligecircncia de certas induacutestrias tecircm sido responsaacuteveis
pela degradaccedilatildeo de efluentes especialmente pelo desaguamento de quantidades de metais
pesados nestes (PINTO et al 2003) Os metais acabam por contaminarem lenccediloacuteis freaacuteticos
e reservatoacuterios de aacutegua podendo causar danos agrave sauacutede da populaccedilatildeo tais danos ocorrem
quando haacute a extrapolaccedilatildeo dos limites maacuteximos tolerados pelo organismo humano
denominado no Brasil de Iacutendice Bioloacutegico Maacuteximo Permitido (IBPM) o qual foi
decretado pela NR 7 e aprovado pela Portaria SSST nordm 24 de 29 de dezembro de 1994 Na
Tabela 1 verificam-se os valores tolerados para a substacircncia chumbo
Tabela 1 ndash Paracircmetros para controle bioloacutegico da exposiccedilatildeo ocupacional
Agente quiacutemico Indicador Bioloacutegico
VR[1] IBPM[2]
Amostra Anaacutelise
Chumbo orgacircnico
Sangue Chumbo Ateacute 40 ug em 100 mL 60 ug em 100 mL
Urina Aacutecido Delta Aminolevuliacutenico Ateacute 45 g g-1 creat 10 mh g-1 creat
Sangue Zincoprotoporfirina Ateacute 40 ug em 100 mL 100 ug em 100 mL
Chumbo Tetraetila Urina Chumbo Ateacute 50 ug g-1 creat 100 ug g-1 creat
creat ndash abreviaccedilatildeo de creatinina [1] Valor de Referecircncia da Normalidade valor possiacutevel de ser
encontrado em populaccedilotildees natildeo-expostas ocupacionalmente [2] Iacutendice Bioloacutegico Maacuteximo Permitido eacute
o valor maacuteximo do indicador bioloacutegico para o qual se supotildee que a maioria das pessoas
ocupacionalmente expostas natildeo corre risco de danos agrave sauacutede A ultrapassagem deste valor significa
exposiccedilatildeo excessiva
Fonte adaptado de BRASIL (1994a)
22
321 Legislaccedilatildeo especiacutefica relacionada a descarga de efluentes
Conforme artigo 3ordm da Resoluccedilatildeo CONAMA nordm430
ldquoOs efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderatildeo ser lanccedilados
diretamente nos corpos receptores apoacutes o devido tratamento e desde que
obedeccedilam agraves condiccedilotildees padrotildees e exigecircncias dispostos nesta Resoluccedilatildeo e em
outras normas aplicaacuteveisrdquo (BRASIL 2011)
Assim considerou-se que para estar em acordo com a legislaccedilatildeo vigente pode
haver a necessidade da realizaccedilatildeo de tratamento preacutevio ou completo para descarga do
efluente em corpo drsquoaacutegua
Os padrotildees para lanccedilamento de efluentes em corpos receptores satildeo regulamentados
em acircmbito federal na Resoluccedilatildeo CONAMA nordm 430 de 2011 (BRASIL 2011) e em acircmbito
estadual pelo Decreto 8468 de 19761 (SAtildeO PAULO 1976) Na Tabela 2 verificam-se os
padrotildees de lanccedilamento para o metal chumbo em ambos os acircmbitos
Tabela 2 ndash Padrotildees de lanccedilamento de efluentes contendo chumbo em corpos drsquoaacutegua e em redes
coletoras de esgoto
Fonte elaborado a partir de BRASIL (2011) SAtildeO PAULO (1976)
322 Tratamento para efluentes com metais
O tratamento para remoccedilatildeo de metais pesados pode ser realizado a partir de
diferentes processos tais como a precipitaccedilatildeo quiacutemica troca-iocircnica filtraccedilatildeo por
membrana e meacutetodos eletromecacircnicos (ECKENFELDER 2000) Estes conforme
Tchobanoglous e Burton (1991) e Aksu (1998) podem ser processos dispendiosos e
ineficientes
1 A Lei Estadual 997 de 31 de maio de 1976 aprovada pelo Decreto 8468 de 8 de setembro de 1976 foi
alterada e acrescida de dispositivos pelos Decretos 15425 de 23 de julho de 1980 e pelo Decreto 47397 de
novembro de 2012
Destino Resoluccedilatildeo CONAMA nordm43011 Lei Estadual 99776
Emissatildeo em corpos drsquoaacutegua ateacute 05 mg L-1 ateacute 05 mg L-1
Emissatildeo em rede coletora de esgoto ndash ateacute 15 mg L-1
23
Poreacutem metais pesados podem ser extraiacutedos de um sistema aquoso empregando-se
adsorventes naturais como as cascas de determinadas frutas que constituem excelente
alternativa perante os processos quiacutemicos uma vez que satildeo abundantes apresentam baixo
custo comercial e natildeo apresentam uma destinaccedilatildeo especiacutefica fora o descarte convencional
(SIMOtildeES TAUK-TORNISIELO 2005)
Podendo ser fiacutesico ou quiacutemico o processo efetua-se pela interaccedilatildeo do material
adsorvente com o produto a ser adsorvido A adsorccedilatildeo fiacutesica eacute ocasionada principalmente
pelas forccedilas de van der Waals2 no qual o equiliacutebrio eacute atingido rapidamente e eacute reversiacutevel
jaacute a adsorccedilatildeo quiacutemica eacute a uniatildeo de moleacuteculas ou aacutetomos a uma superfiacutecie soacutelida que pode
ser realizada atraveacutes de ligaccedilotildees quiacutemicas ou por efeito cataliacutetico (WEBER JUNIOR 1972)
323 Biossorccedilatildeo
Segundo Volesky (1986) eacute denominada de biossorccedilatildeo a separaccedilatildeo seletiva de iacuteons
metaacutelicos de meio aquoso na qual o meio adsorvente seria uma biomassa sendo ainda um
processo natildeo agressivo no qual ocorrem somente interaccedilotildees entre os grupos funcionais da
biomassa com os iacuteons da soluccedilatildeo
ldquoA adsorccedilatildeo eacute uma forma de tratamento bastante eficaz utilizada para a
remoccedilatildeo de metais toacutexicos Devido a isto meacutetodos de adsorccedilatildeo de metais em
efluentes utilizando materiais naturais estatildeo sendo desenvolvidos podendo
ainda ser uma alternativa para o aproveitamento de resiacuteduos agroindustriaisrdquo
(MASSOCATTO et al 2009)
A utilizaccedilatildeo da biomassa como agente adsorvente alternativo em meacutetodos de
tratamento convencional apresenta como fatores significativos o reduzido valor agregado
comercial capacidade de tratar grande volume de efluente potencial de dessorccedilatildeo3 e
tempo de separaccedilatildeo seletiva de iacuteons variando de 5 a 15 minutos (PINO TOREM 2011
VOLESKY HOLAN 1995) Geralmente os adsorventes naturais evidenciam a mesma
eficaacutecia de reter iacuteons metaacutelicos que os adsorventes sinteacuteticos pois possuem agrupamentos
orgacircnicos e satildeo fibrosos o que gera uma maior aacuterea de influecircncia e ldquosiacutetiosrdquo para os iacuteons
serem adsorvidos (PAVAN 2007)
O uso da biomassa como agente de remoccedilatildeo de metais pesados jaacute eacute desde 1999
considerada pela USEPA como uma tecnologia de descontaminaccedilatildeo
2 Forccedilas de van der Waals forccedilas entre as moleacuteculas mais fracas que as forccedilas atocircmicas RUSSEL J
Quiacutemica Geral 2 ed Satildeo Paulo Makron Book 1994 vol 1 3 Recuperaccedilatildeo da espeacutecie metaacutelica
24
Diversos tipos de adsorventes tais como o palmito pupunha o sabugo de milho o
algodatildeo o caju as cascas de arroz banana noz pecatilde e laranja tecircm sido testados
laboratorialmente por pesquisadores da aacuterea cita-se Vaghetti et al (2009) que realizou
estudos sobre a eficiecircncia da casca da noz pecatilde como agente de retirada de iacuteons cromo(III)
cromo (VI) ferro zinco cobre manganecircs e chumbo de soluccedilotildees sinteacuteticas obtendo
especial ecircxito na biossorccedilatildeo de cromo (VI)
O processo de biossorccedilatildeo desenvolve-se de modo homogecircneo atraveacutes de condiccedilotildees
ambientais controladas as quais ocorrem dentro de reatores contiacutenuos (VOLESKY
NOLAN 1995 SANTOS VASCONCELOS 2002) Os reatores mais comumente usados
na remoccedilatildeo de metais pesados satildeo o de coluna de leito fixo e o anaeroacutebio de manta de
lodo (QUAMBY FOSTER 1995 SEOLATTO et al 2009)
De acordo com Lodeiro Herrero e Sastre de Vicente (2006) os reatores de coluna
de leito fixo promovem o melhor aproveitamento do biossorvente pois possibilitam ciclos
regenerativos jaacute os reatores anaeroacutebios de manta de lodo satildeo comumente utilizados em
tratamento de aacuteguas residuaacuterias por serem eficientes na remoccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica e
apresentarem consideraacutevel baixo custo inicial (QUAMBY FOSTER 1995 SEOLATTO
et al 2009)
324 A laranja como adsorvente
Segundo Batista (2014)
ldquoA casca da laranja encontra-se na literatura dos estudos de adsorccedilatildeo
mostrando um grande potencial na remoccedilatildeo de resiacuteduos em efluentes O
Brasil eacute um grande produtor de laranja no mundo atualmente em torno de
70 do suco consumido mundialmente eacute proveniente de plantaccedilotildees ou da
industrializaccedilatildeo da laranja no Brasil Apoacutes a extraccedilatildeo do suco na induacutestria da
laranja grande parte do fruto mais de 50 eacute de rejeitos soacutelidos
representados pela casca bagaccedilo e sementesrdquo (BATISTA 2014)
Aproximadamente 18 milhotildees de toneladas de laranja satildeo produzidas anualmente
no Brasil e o Estado de Satildeo Paulo eacute responsaacutevel por 74 dessa produccedilatildeo (IBGE 2012)
Em 2011 os resiacuteduos de laranja oriundos de induacutestrias de processamento como por
exemplo de produccedilatildeo de suco chegaram a gerar 95 milhotildees de toneladas de resiacuteduos
(CODESP 2011) Apesar de ser uma mateacuteria abundante e de baixo custo a principal
utilizaccedilatildeo dessa biomassa tem sido como complemento na alimentaccedilatildeo bovina Tal
25
complemento chamado de ldquopolpa ciacutetrica peletizadardquo eacute produzido a partir da secagem dos
resiacuteduos de laranja Ateacute meados de 1993 o produto era desconhecido pela pecuaacuteria
nacional pois desde a deacutecada de 70 a polpa ciacutetrica era exportada quase que integralmente
para a Europa (NEVES et al 2010)
A previsatildeo para exportaccedilatildeo do produto em 2012 era de 180 toneladas isso
considerando que haveria um aumento de 21 com relaccedilatildeo a 2011 (CODESP 2011) A
polpa ciacutetrica peletizada continua natildeo sendo empregada amplamente no Brasil gerando um
remanescente de aproximadamente 932 milhotildees de toneladas de resiacuteduos de laranja sem
destinaccedilatildeo especiacutefica Dessa forma a sua utilizaccedilatildeo como insumo de agente biossortivo
obtido aproximadamente a custo zero torna-se de grande valia na retirada de metais
pesados de meio aquoso
Como apontado por Batista (2014) os rejeitos de laranja satildeo apontados na literatura
como material de adsorccedilatildeo mostrando um grande potencial na remoccedilatildeo de metais Aacuteguas
residuaacuterias que incluem por exemplo cromo chumbo e prata apresentam resultados
promissores particularmente a biossorccedilatildeo do chumbo apresenta aproximadamente 99 de
eficaacutecia com relaccedilatildeo a concentraccedilotildees variadas de chumborejeito de laranja (MORAES et
al 2011 MASSOCATTO et al 2009 ALMEIDA et al 2012)
Apesar da eficaacutecia laboratorial da utilizaccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos de laranja (casca
bagaccedilo e semente) na descontaminaccedilatildeo de um meio aquoso observa-se a necessidade do
estabelecimento da conexatildeo entre as induacutestrias que proveriam esse resiacuteduo de laranja com
as que poderiam utilizaacute-lo como meacutetodo de tratamento assim revelou-se a oportunidade
de aplicar o conceito de Simbiose Industrial atraveacutes de uma anaacutelise inter-empresas
avaliando a potencialidade de intercacircmbio dos rejeitos industriais como fonte de mateacuteria-
prima para outros processos produtivos em induacutestrias do municiacutepio de Bebedouro estado
de Satildeo Paulo
26
4 METODOLOGIA
A metodologia desenvolvida neste trabalho pode ser agrupada e pormenorizada em
quatro etapas todas elas partindo de um levantamento e anaacutelise de referenciais teoacutericos
embasados em dados bibliograacuteficos O levantamento de dados realizado neste trabalho teve
como primeira aacuterea de abrangecircncia o estado de Satildeo Paulo Foram utilizados os bancos de
dados do IBGE CDSP CETESB USEPA entre outros e tambeacutem web sites artigos teses
e pesquisas acadecircmico cientiacuteficas
41 Levantamento bibliograacutefico
Caracterizou-se o processo de simbiose industrial como forma de reinserccedilatildeo de
resiacuteduos na cadeia produtiva e sua efetiva implantaccedilatildeo como possibilidade viaacutevel do
alcance do desenvolvimento sustentaacutevel
Realizou-se definiccedilatildeo teacutecnica do metal pesado chumbo e contextualizaccedilatildeo da
problemaacutetica do uso histoacuterico desse metal com ecircnfase para a problemaacutetica do uso na
atualidade
Desenvolveu-se a relaccedilatildeo entre o capitalismo atual que promove os ciclos abertos
de mateacuteria e energia caracteriacutestica de parte do sistema produtivo com ecircnfase para aqueles
que geram aacuteguas residuaacuterias contaminadas pelo metal pesado chumbo
Avaliaram-se os meacutetodos de remoccedilatildeo de metais-pesados de aacuteguas residuaacuterias com
especial atenccedilatildeo ao uso de biomassa vegetal como agente no processo de adsorccedilatildeo4 objeto
de estudo deste trabalho
A partir da escolha da biossorccedilatildeo como meacutetodo para o tratamento de efluentes
realizou-se um levantamento bibliograacutefico sobre usos de diversas biomassas vegetais que
apresentariam eficaacutecia comprovada e que tambeacutem poderiam ser encontradas em
abundacircncia
Constatou-se que o maior produtor de laranja do Brasil eacute o estado de Satildeo Paulo e
que a cadeia produtiva da transformaccedilatildeo do produto in natura em suco eacute tambeacutem em sua
4 Neste trabalho foi denominada de biossorccedilatildeo a adsorccedilatildeo realizada por meio da utilizaccedilatildeo de biomassa
vegetal
27
grande maioria realizada dentro do estado O processo referido gera quantidade abundante
de biomassa vegetal de laranja cuja eficaacutecia no tratamento de efluentes contaminados pelo
metal pesado chumbo pocircde ser comprovada por referencial teoacuterico
Definiu-se de consideraacutevel relevacircncia a realizaccedilatildeo de um estudo que busque
evidecircncias da aplicabilidade e viabilidade de uma proposta para o processo de simbiose
entre as induacutestrias estudadas no qual os resiacuteduos (bagaccedilosementecasca) de laranja
possam ser utilizados como meacutetodo de tratamento de aacutegua residuaacuteria contaminada no
processo de produccedilatildeo industrial
42 Levantamento e anaacutelise da produccedilatildeo de laranja no Estado de SP
Apoacutes constataccedilatildeo por meio da Revisatildeo Bibliograacutefica que o Estado de Satildeo Paulo eacute
o estado que se apresenta como maior produtor de laranja do Brasil realizou-se um
levantamento da produccedilatildeo de laranja por cidades do estado Utilizaram-se dados do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do ano de 2012 que correspondem
ao levantamento da produccedilatildeo total de diversos tipos de leguminosas frutas e sementes por
cidade
Posteriormente realizou-se a elaboraccedilatildeo de um mapa referente agrave produccedilatildeo de
laranja por cidade do estado de Satildeo Paulo com suporte do programa de geoprocessamento
ArcGis 1031
A partir da obtenccedilatildeo de dados referentes agrave produccedilatildeo de laranja por cidade com sua
respectiva espacializaccedilatildeo constatou-se acessando o cataacutelogo da Associaccedilatildeo Nacional de
Exportadores de Sucos e Ciacutetricos (CitrusBR) que o escoamento de 93 da produccedilatildeo total
do estado eacute proveniente do denominado cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo cuja definiccedilatildeo seraacute elucidada
no capiacutetulo 51 tem a seguinte destinaccedilatildeo trecircs grandes empresas fabricantes de suco de
laranja consumo in natura e pequenas induacutestrias produtoras de suco
A seguir as cidades levantadas neste trabalho e integrantes do cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo
foram aferidas sequencialmente em ordem decrescente de produccedilatildeo mediante acessos aos
cataacutelogos industriais da Federaccedilatildeo das Induacutestrias do Estado de Satildeo Paulo (FIESP 2014) e
do Centro das Induacutestrias do Estado de Satildeo Paulo (CIESP 2015) com o intuito de verificar
a existecircncia de escoamento de produccedilatildeo de laranja destinado a pequenas induacutestrias de suco
28
Foi realizado contato por meios eletrocircnicos com as induacutestrias constantes no
material pesquisado no qual foram requeridas informaccedilotildees sobre
1) Existecircncia da geraccedilatildeo de resiacuteduo de laranja
2) Destinaccedilatildeo dada ao resiacuteduo se este existir
3) Quantificaccedilatildeo diaacuteria eou mensal eou anual do resiacuteduo se este existir
4) Armazenamento do resiacuteduo se este existir
A Companhia Ambiental do estado de Satildeo Paulo (CETESB) foi contatada com o intuito
de requisitar vista do Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento (MCE) desta induacutestria
com objetivo de levantamento dos dados pertinentes ao desenvolvimento deste trabalho Os
dados solicitados agrave CETESB referentes a cada induacutestria constam no Anexo A e B
43 Levantamento e anaacutelise das induacutestrias com potencial poluidor
A partir da delimitaccedilatildeo da aacuterea de estudo verificou-se a necessidade da realizaccedilatildeo
um levantamento das induacutestrias que poderiam utilizar-se da biossorccedilatildeo como meacutetodo de
tratamento de efluentes
Para tal houve a necessidade de realizar uma relaccedilatildeo entre as categorias industriais
da Environmental Protection Agency ndash United States (USEPA) as quais levam em
consideraccedilatildeo em sua descriccedilatildeo os componentes que potencialmente seriam encontrados
em seus respectivos efluentes com as categorias industriais brasileiras disponibilizadas
pelo IBGE
Sucedendo-se a esta associaccedilatildeo e jaacute delimitada a aacuterea de pesquisa como sendo o
limite municipal da cidade de Bebedouro realizou-se a partir de pesquisa nos cataacutelogos
industriais da FIESP (2014) e da CIESP (2015) afericcedilatildeo das induacutestrias que estariam dentro
dos paracircmetros dispostos nas categorias industriais caracterizadas neste trabalho isto eacute as
que potencialmente conteriam chumbo em suas aacuteguas residuaacuterias
Um total de onze induacutestrias apresentaram os quesitos para serem categorizadas pelo
meacutetodo citado Um mapa referente agrave disposiccedilatildeo dessas induacutestrias foi efetuado no programa
ArcGis 1031 Subsequentemente a agecircncia da CETESB responsaacutevel pelo municiacutepio de
Bebedouro foi contatada a fim de se obter a vista dos processos MCE de cada uma das
induacutestrias com o intuito de verificar quais realmente continham chumbo em suas aacuteguas
29
residuaacuterias e quais as formas de tratamento efetuadas Apoacutes essa verificaccedilatildeo constatou-se
que duas induacutestrias adequavam-se ao propoacutesito deste trabalho
44 Exposiccedilatildeo do meacutetodo de tratamento aplicado na induacutestria
Pormenorizaccedilatildeo dos dados referentes aos efluentes destas empresas foram
analisados para que a partir de referencial teoacuterico em uma segunda etapa fossem
realizados os caacutelculos da demanda de resiacuteduos de laranja que tais induacutestrias utilizariam se
adotassem o meacutetodo de tratamento proposto
Atraveacutes de anaacutelise do mesmo referencial teoacuterico citado anteriormente foram
obtidas informaccedilotildees sobre o tratamento especiacutefico que o resiacuteduo deveria receber antes de
ser inserido no processo de tratamento Em sequecircncia realizou-se levantamento das
tecnologias que poderiam ser utilizadas no processamento desses resiacuteduos bem como
seleccedilatildeo das que mais se adequavam
Realizou-se levantamento de formas de inserccedilatildeo da biomassa em escala real de
tratamento
Um levantamento e anaacutelises de custos das tecnologias de processamento das
formas de inserccedilatildeo e do translado do resiacuteduo caso fosse utilizado os serviccedilos de uma
empresa transportadora foram realizados
30
5 LEVANTAMENTO DE DADOS
51 Distribuiccedilatildeo da produccedilatildeo de laranja no estado de Satildeo Paulo
Para o levantamento e espacializaccedilatildeo da produccedilatildeo de laranja no estado de Satildeo Paulo
foram coletados dados do site do IBGE referentes ao ano de 2013 Na Figura 5 satildeo
destacados os municiacutepios paulistas produtores de laranja conforme o total de produccedilatildeo da
fruta
Figura 5 ndash Disposiccedilatildeo dos municiacutepios produtores de laranja no Estado de Satildeo Paulo
Fonte IBGE (2013)
De acordo com a CitrusBR (2010) e com o Fundo de Defesa da Citricultura
(FUNDECITRUS 2015) existe uma aacuterea denominada de cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo cuja
delimitaccedilatildeo geograacutefica abrange 93 da produccedilatildeo de laranja do estado de Satildeo Paulo Essa
aacuterea eacute dividida em setores os quais satildeo denominados de norte sul centro noroeste e
sudoeste como apresentado na Figura 6
31
Figura 6 ndash Setores do cinturatildeo citriacutecola
Fonte Adaptado FUNDECITRUS (2015)
511 Distribuiccedilatildeo do consumo de laranja no estado de SP
Sabendo que aproximadamente 93 de toda a laranja produzida no estado de Satildeo
Paulo proveacutem do cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo a seguinte diferenciaccedilatildeo eacute feita pela CitrusBR
(2010) conforme sua destinaccedilatildeo a) 84 para trecircs grandes induacutestrias de suco de laranja as
quais possuem 18 faacutebricas distribuiacutedas em 16 municiacutepios do estado de SP e um localizado
no estado do Paranaacute b) 2 para pequenas induacutestrias produtoras de suco de laranja c) 7
ao consumo in natura
No Quadro 1 satildeo apresentadas informaccedilotildees de localizaccedilatildeo das unidades industriais
das trecircs grandes induacutestrias consumidoras da produccedilatildeo de laranja do estado de Satildeo Paulo
denominadas arbitrariamente de induacutestrias A B e C
32
Quadro 1 ndash Localizaccedilatildeo das unidades das induacutestrias A B e C
Induacutestria de suco de laranja Cidades
Induacutestria A
Bebedouro
Engenheiro Coelho
Matatildeo
Paranavaiacute (PR)
Santos
Induacutestria B
Araras
Catanduva
Matatildeo
Induacutestria C
Araraquara
Avareacute
Conchal
Colina
Cordeiroacutepolis
Duartina
Itaacutepolis
Porto Ferreira
Uchoa
Votuporanga
Fonte CITRUSBR (2010)
Na Figura 7 eacute possiacutevel visualizar em acircmbito estadual a disposiccedilatildeo geograacutefica das
filiais das induacutestrias A B e C
O potencial de geraccedilatildeo de resiacuteduos de laranja dessas unidades industriais eacute elevado
visto que 84 da produccedilatildeo do estado eacute absorvida por elas (CITRUSBR 2010) Poreacutem ao
acessar o conjunto de paacuteginas da internet dessas trecircs induacutestrias constatou-se que todo o
produto residual de laranja gerado jaacute tem como destinaccedilatildeo o processo de peletizaccedilatildeo
Assim uma vez que este resiacuteduo representa um valor comercial para estas induacutestrias natildeo
foram considerados tais dados no desenvolvimento deste trabalho
33
Figura 7 ndash Localizaccedilatildeo das filiais das induacutestrias de suco de laranja (A B e C)
Fonte CITRUSBR (2010)
Os 7 da produccedilatildeo de laranja que natildeo proveacutem do cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo natildeo teve seu
escoamento estudado fato que impossibilitou a utilizaccedilatildeo desses dados na realizaccedilatildeo das
anaacutelises requeridas para o desenvolvimento deste trabalho
Portanto considerou-se que 2 da produccedilatildeo de laranja proveniente do cinturatildeo
ldquocitriacutecolardquo aproximadamente 266400 toneladas5 serviria ao propoacutesito aludido
512 Seleccedilatildeo da induacutestria de suco
Reputando-se que os 2 da produccedilatildeo estadual de laranja citados localizam-se no
cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo (CITRUSBR 2010) realizou-se a identificaccedilatildeo de pequenas induacutestrias
5 Considerando a produccedilatildeo anual em torno de 18 milhotildees de toneladas e 74 deste total proveniente do
estado de Satildeo Paulo
34
produtoras de suco de laranja integrantes do cinturatildeo atraveacutes de acessos aos Cataacutelogos
Induacutestrias da CIESP (2015) e da FIESP (2014)
As cidades foram hierarquizadas de forma decrescente conforme o total de
produccedilatildeo anual de laranja Na sequecircncia ponderou-se a distinccedilatildeo de induacutestrias que
somente realizam o processo de embalagem do suco pronto das que realizam o processo
de fabricaccedilatildeo deste O levantamento cessou quando um total de duas induacutestrias foram
encontradas ambas localizadas na cidade de Bebedouro estado de Satildeo Paulo Vale
ressaltar que as cidades hierarquizadas como anteriores agrave Bebedouro natildeo apresentaram
induacutestrias de suco dentro dos limites municipais A Tabela 2 apresenta a produccedilatildeo anual
em toneladas para cada cidade do cinturatildeo citriacutecola
Tabela 3 ndash Cidades integrantes do cinturatildeo citriacutecola consideradas no levantamento de induacutestrias de suco
Cidades Produccedilatildeo (t ano-1)
Casa Branca 693 690
Mogi Guaccedilu 448 800
Itapetininga 392 716
Aacuteguas de Santa Barbara 364 100
Brotas 334 560
Bebedouro 326 570
Fonte IBGE (2012)
Das induacutestrias consultadas somente uma retornou o contato em tempo haacutebil para
desenvolvimento deste trabalho Essa induacutestria situa-se no Norte do cinturatildeo na cidade de
Bebedouro e a Figura 8 tem por finalidade mostrar sua disposiccedilatildeo geograacutefica dentro do
municiacutepio citado
As informaccedilotildees fornecidas pela empresa denotam que existe produccedilatildeo de resiacuteduo
de laranja sem destinaccedilatildeo determinada (informaccedilatildeo verbal)6 Poreacutem natildeo foram cedidas
dados referentes a quantidade desse resiacuteduo gerado por dia mecircs eou ano e nem sobre a
forma de armazenamento eou disposiccedilatildeo do mesmo
6 Dados fornecidos por funcionaacuterio em entrevista por telefone
35
Figura 8 ndash Induacutestria de suco geradora de resiacuteduos de laranja localizada na cidade de Bebedouro
Fonte CIESP (2015) FIESP (2014)
5121 Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento (MCE)
O MCE eacute um documento exigido como parte integrante das Licenccedilas Preacutevias de
Instalaccedilatildeo e Operaccedilatildeo do Empreendimento (G3 GEOTECNOLOGIAS c2014)
Em pesquisa realizada em websites de diversas prefeituras (Campinas Satildeo Paulo e
Ribeiratildeo Preto) constatou-se que cada cidade tem seu proacuteprio modelo de MCE poreacutem
todos seguem o modelo baacutesico fornecido pela CETESB que margeia os seguintes itens
Identificaccedilatildeo do empreendimentoatividade
Relaccedilatildeo de mateacuterias primas
Relaccedilatildeo de produtos
Relaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos
36
Croqui de localizaccedilatildeo
Fluxograma
Combustiacuteveis
Informaccedilotildees sobre chamineacutes
Fontes de poluiccedilatildeo do ar
Equipamentos para controle de poluiccedilatildeo do ar
Balanccedilo hiacutedrico
Efluentes liacutequidos
Resumo de lanccedilamentos
Resiacuteduos soacutelidos
Armazenamento e tratamentodisposiccedilatildeo final dos resiacuteduos soacutelidos
Fontes de poluiccedilatildeo por ruiacutedo
A agecircncia da CETESB responsaacutevel pelo muniacutecipio de Bebedouro localiza-se na
cidade de Barretos e por meio de e-mails telefonemas e pedidos formais requisitou-se
vista do MCE da induacutestria mencionada no item anterior
Apoacutes verificaccedilatildeo constatou-se que a induacutestria produtora de suco possui Certificado
de Dispensa de Licenccedila portanto natildeo possui MCE impossibilitando o recolhimento de
dados por este meio
52 Categorias industriais de acordo com o tipo de efluente gerado7
A partir das praacuteticas industriais descargas de aacuteguas pluviais tecnologias e accedilotildees
que previnam a poluiccedilatildeo tratamento de efluentes e caracteriacutesticas econocircmicas a USEPA
realiza anaacutelises que possuem como princiacutepio baacutesico o incentivo agrave reduccedilatildeo da geraccedilatildeo de
poluentes que sejam ao mesmo tempo economicamente viaacuteveis Assim com base em
normas e limites para a descarga de efluentes em aacuteguas superficiais e em estaccedilotildees de
7 Chumbo geralmente natildeo eacute o uacutenico metal encontrado em aacuteguas residuaacuterias industriais desse seguimento
37
tratamento a proacutepria USEPA realizou uma categorizaccedilatildeo das induacutestrias conforme o tipo de
efluente gerado
As categorias industriais que nesta categorizaccedilatildeo da USEPA apresentavam limites
restritivos para a emissatildeo de efluentes contaminados pelo metal pesado chumbo satildeo
apresentadas a seguir
Battery Manufacturing
Centralized Waste Treatment
Copper Forming
Electrical and Electronic Components
Electroplating
Glass Manufacturing
Inorganic Chemicals
Iron and Steel Manufacturing
Metal Finishing
Metal Molding and Casting (Foundries)
Metal Products and Machinery
Nonferrous Metals Forming and Metal Powders
Nonferrous Metals Manufacturing
Ore Mining and Dressing (Hard Rock Mining)
Organic Chemicals Plastics and Synthetic Fibers (OCPSF)
Pesticide Chemicals Manufacturing Formulating and Packaging
Porcelain Enameling
Rubber Manufacturing
Transportation Equipment Cleaning Manufacturing
No Brasil o IBGE realizou em 2008 um estudo que reuniu informaccedilotildees
econocircmicas e financeiras sobre os setores industriais brasileiros o qual apresenta dados
sobre receita custos e valor de produccedilatildeo por exemplo Neste estudo tambeacutem satildeo
enumerados todos os setores industriais
38
O quadro 2 tem por finalidade relacionar as categorias americanas catalogadas pela
USEPA que podem apresentar chumbo em seus efluentes com os respectivos setores
industriais brasileiros
Quadro 2 ndash Relaccedilatildeo entre categorias industriais americanas e brasileiras
Categoria US EPA Categoria IBGE
Ore Mining and Dressing (Hard Rock Mining) Extraccedilatildeo de minerais metaacutelicos
Inorganic Chemicals
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos
Organic Chemicals Plastics and Synthetic
Fibers (OCPSF)
Pesticide Chemicals Manufacturing
Formulating and Packaging
Copper forming
Porcelain Enameling Fabricaccedilatildeo de produtos de minerais natildeo-
metaacutelicos Glass Manufacturing
Electroplating
Metalurgia baacutesica ou
Fabricaccedilatildeo de produtos de metal
(exceto maacutequinas e equipamentos)
Iron and Steel Manufacturing
Metal Finishing
Metal Molding and Casting (Foundries)
Nonferrous Metals Forming and Metal
Powders
Nonferrous Metals Manufacturing
Electrical and Electronic Components Fabricaccedilatildeo de maacutequinas aparelhos e
materiais eleacutetricos Battery Manufacturing
Transportation Equipment Cleaning
Manufacturing Fabricaccedilatildeo equipamentos de transporte
Centralized Waste Treatment Reciclagem
Fonte elaborado a partir de dados de USEPA (2014) IBGE (2008)
No Quadro 3 eacute possiacutevel verificar as categorias industriais do IBGE que tambeacutem
constam no Quadro 2 com as suas respectivas subcategorias estas embasam de maneira
mais especiacutefica a correlaccedilatildeo estabelecida
39
Quadro 3 ndash Categorias e subcategorias industriais de acordo com o IBGE
Categoria IBGE Subcategoria IBGE
Extraccedilatildeo de minerais metaacutelicos Extraccedilatildeo de minerais metaacutelicos natildeo-ferrosos
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos inorgacircnicos
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos orgacircnicos
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas
Fabricaccedilatildeo de tintas vernizes lacas e produtos afins
Fabricaccedilatildeo de fibras fios cabos e filamentos contiacutenuos artificiais e sinteacuteticos
Fabricaccedilatildeo de artigos de borracha e material plaacutestico
Fabricaccedilatildeo de artigos de borracha
Fabricaccedilatildeo de produtos de material plaacutestico
Fabricaccedilatildeo de produtos de minerais natildeo-metaacutelicos
Fabricaccedilatildeo de vidro e de produtos do vidro
Metalurgia baacutesica
Produccedilatildeo de ferro-gusa e de ferroligas
Siderurgia
Fabricaccedilatildeo de tubos (exceto em sideruacutergicas)
Fundiccedilatildeo
Fabricaccedilatildeo de produtos de metal
(exceto maacutequinas e equipamentos)
Fabricaccedilatildeo de estruturas metaacutelicas e obras de caldeiraria pesada
Fabricaccedilatildeo de tanques caldeiras e reservatoacuterios metaacutelicos
Forjaria estamparia metalurgia do poacute e serviccedilos de tratamento de metais
Fabricaccedilatildeo de artigos de cutelaria de serralheria e ferramentas manuais
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de tanques caldeiras e reservatoacuterios metaacutelicos
Fabricaccedilatildeo de produtos de metal natildeo especificados anteriormente
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas e
equipamentos
Fabricaccedilatildeo de motores bombas compressores e equipamentos de transmissatildeo
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos de uso Geral
Fabricaccedilatildeo de tratores e de maacutequinas e equipamentos para a agricultura e pecuaacuteria
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas-ferramenta
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos de usos na extraccedilatildeo mineral e construccedilatildeo
Fabricaccedilatildeo de outras maacutequinas e equipamentos de uso especiacutefico
Fabricaccedilatildeo de armas municcedilotildees e equipamentos militares
Fabricaccedilatildeo de eletrodomeacutesticos
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas
aparelhos e materiais eleacutetricos
Fabricaccedilatildeo de geradores transformadores e motores eleacutetricos
Fabricaccedilatildeo de equipamentos para distribuiccedilatildeo e controle de energia eleacutetrica
Fabricaccedilatildeo de fios cabos e condutores eleacutetricos isolados
Fabricaccedilatildeo de pilhas baterias e acumuladores eleacutetricos
Fabricaccedilatildeo de lacircmpadas e equipamentos de iluminaccedilatildeo
Fabricaccedilatildeo de material eleacutetrico para veiacuteculos - exceto baterias
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de maacutequinas aparelhos e materiais eleacutetricos
Fabricaccedilatildeo de outros equipamentos e aparelhos eleacutetricos
Fabricaccedilatildeo de material eletrocircnico baacutesico
Fabricaccedilatildeo de material eletrocircnico e de aparelhos e equipamentos de comunicaccedilotildees
Fabricaccedilatildeo de aparelhos receptores de raacutedio e televisatildeo e de reproduccedilatildeo gravaccedilatildeo ou amplificaccedilatildeo de som e viacutedeo
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de aparelhos e equipamentos de telefonia radiotelefonia e de transmissores de televisatildeo e raacutedio (exceto telefones)
Fabricaccedilatildeo de outros equipamentos de transporte
Fabricaccedilatildeo de outros equipamentos de transporte
40
Reciclagem Reciclagem de sucatas metaacutelicas
Fonte elaborado a partir de IBGE (2008)
Em anaacutelise comparativa dos aspectos das categorias industriais americanas
catalogadas pela USEPA com as respectivas especificaccedilotildees das categorias e subcategorias
industriais catalogadas pelo IBGE eacute possiacutevel afirmar que estas possuem similaridade
Assim conclui-se que potencialmente tais categorias e subcategorias listadas no Quadro
3 satildeo passiacuteveis de possuir o metal pesado chumbo em suas aacuteguas residuaacuterias Na Tabela 4
observa-se a quantidade de induacutestrias presentes em cada uma das subcategorias de acordo
com levantamento realizado pelo IBGE no ano de 2003
Tabela 4 ndash Nuacutemero de induacutestrias de acordo com as subcategorias industriais do IBGE
(continua)
Subcategorias industriais Nordm
Extraccedilatildeo de minerais metaacutelicos natildeo-ferrosos 61
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos inorgacircnicos 374
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos orgacircnicos 426
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas 67
Fabricaccedilatildeo de fibras fios cabos e filamentos contiacutenuos artificiais e sinteacuteticos 38
Fabricaccedilatildeo de artigos de borracha 1540
Fabricaccedilatildeo de produtos de material plaacutestico 5545
Fabricaccedilatildeo de vidro e de produtos do vidro 416
Produccedilatildeo de ferro-gusa e de ferroligas 99
Siderurgia 237
Fabricaccedilatildeo de tubos (exceto em sideruacutergicas) 165
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 449
Fundiccedilatildeo 798
Fabricaccedilatildeo de estruturas metaacutelicas e obras de caldeiraria pesada 3475
Fabricaccedilatildeo de tanques caldeiras e reservatoacuterios metaacutelicos 363
Forjaria estamparia metalurgia do poacute e serviccedilos de tratamento de metais 2628
Fabricaccedilatildeo de artigos de cutelaria de serralheria e ferramentas manuais 1910
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de tanques caldeiras e reservatoacuterios metaacutelicos 83
Fabricaccedilatildeo de produtos diversos de metal 4215
Fabricaccedilatildeo de motores bombas compressores e equipamentos de transmissatildeo 1041
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos de uso geral 2271
Fabricaccedilatildeo de tratores e de maacutequinas e equipamentos para a agricultura e pecuaacuteria 754
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas-ferramenta 540
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos de usos na extraccedilatildeo mineral e construccedilatildeo 227
41
Fabricaccedilatildeo de outras maacutequinas e equipamentos de uso especiacutefico 1715
Tabela 3 ndash Nuacutemero de induacutestrias de acordo com as subcategorias industriais do IBGE
(conclusatildeo)
Subcategorias industriais Nordm
Fabricaccedilatildeo de armas municcedilotildees e equipamentos militares 8
Fabricaccedilatildeo de eletrodomeacutesticos 427
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos 1071
Fabricaccedilatildeo de geradores transformadores e motores eleacutetricos 396
Fabricaccedilatildeo de equipamentos para distribuiccedilatildeo e controle de energia eleacutetrica 454
Fabricaccedilatildeo de fios cabos e condutores eleacutetricos isolados 239
Fabricaccedilatildeo de pilhas baterias e acumuladores eleacutetricos 103
Fabricaccedilatildeo de lacircmpadas e equipamentos de iluminaccedilatildeo 482
Fabricaccedilatildeo de material eleacutetrico para veiacuteculos - exceto baterias 173
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de maacutequinas aparelhos e materiais eleacutetricos 129
Fabricaccedilatildeo de outros equipamentos e aparelhos eleacutetricos 460
Fabricaccedilatildeo de material eletrocircnico baacutesico 421
Fabricaccedilatildeo de material eletrocircnico e de aparelhos e equipamentos de comunicaccedilotildees 238
Fabricaccedilatildeo de aparelhos receptores de raacutedio e televisatildeo e de reproduccedilatildeo gravaccedilatildeo
ou amplificaccedilatildeo de som e viacutedeo 194
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de aparelhos e equipamentos de telefonia e radiotelefonia
e de transmissores de televisatildeo e raacutedio (exceto telefones) 21
Fabricaccedilatildeo de outros equipamentos de transporte 301
Reciclagem de sucatas metaacutelicas 103
Fonte elaborado a partir de IBGE (2003)
Analisando a Tabela 4 contata-se que ao todo no ano de 2003 existiam 34657
induacutestrias com potencial poluidor pelo metal chumbo no Brasil
521 Levantamento das induacutestrias com potencial poluidor
Apoacutes a seleccedilatildeo da induacutestria produtora de suco de laranja a ser estudada realizou-se
um levantamento de dados buscando averiguar todas as induacutestrias passiacuteveis de serem
enquadradas nas categorias e subcategorias industriais mencionadas na Tabela 3
42
Analisados os cataacutelogos industriais da FIESP (2015) a da CIESP (2014) verificou-se
que um total de onze induacutestrias adequavam-se agraves subcategorias citadas neste trabalho Tais
induacutestrias foram denominadas sequencialmente de 1 a 11 e estatildeo descritas na Tabela 4
Tabela 5 ndash Induacutestrias com potencial poluidor por chumbo localizadas na cidade de Bebedouro ndash SP
Categoria IBGE Identificaccedilatildeo da induacutestria
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 1
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 2
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 3
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 4
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 5
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 6
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 7
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas 8
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas 9
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas 10
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas 11
Fonte adaptado de CIESP (2014) FIESP (2015)
Na Figura 9 verifica-se a disposiccedilatildeo dessas induacutestrias dentro do limite municipal da
cidade de Bebedouro ndash SP
43
Figura 9 ndash Induacutestrias com potencial poluidor
Fonte CIESP (2014) FIESP (2015)
As induacutestrias apresentadas na tabela 8 foram enquadradas pelas categorias
industriais que apresentavam o potencial poluidor descrito neste trabalho No entanto
algumas destas apresentavam mais de um processo produtivo o que demandaria anaacutelises
caso a caso para realizaccedilatildeo de enquadramentos mais especiacuteficos
5211 Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento (MEC)
Sendo a descriccedilatildeo do MCE caracterizada no item 5121 afirma-se que para
desenvolvimento da parte subsequente da metodologia utilizada para desenvolvimento
deste trabalho foram coletadas as seguintes informaccedilotildees nos processos requeridos o
balanccedilo hiacutedrico e efluentes liacutequidos das induacutestrias citadas na Tabela 5
44
Induacutestria 1 ndash a Tabela 6 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem A
Tabela 7 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 6 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 1
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 709
Usos ndash
Sanitaacuterios 637
Industrial 072
Outros 0
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 129
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 510
Industrial 070
Outros 0
Total de efluentes 580
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 401011015
Tabela 7 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 1
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Metalurgia de metais natildeo ferrosos
Vazatildeo 07
Vazatildeo de lanccedilamento 07
Meacutetodo de tratamento
Correccedilatildeo de pH e agitaccedilatildeo mecacircnica
Floculaccedilatildeo mecacircnica
Filtraccedilatildeo
Disposiccedilatildeo final Outros
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 51
Vazatildeo de lanccedilamento 51
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 401011015
45
Anaacutelises de controle para a fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua proveniente da metalurgia de
metais natildeo-ferroso satildeo realizadas e os resultados disponiacuteveis constam na Tabela 8
Tabela 8 ndash Anaacutelise do efluente proveniente da metalurgia de metais natildeo ferrosos antes e apoacutes tratamento
Paracircmetros Aacutegua bruta (entrada) Efluente industrial (saiacuteda)
Temperatura da aacutegua (ordm C) 25
pH 6
Houve periacuteodos de chuva
durante a coleta tratamento Sim
Chumbo (mg L-1) 2570 0305
Norma 6010 C
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 401011015
Induacutestria 2 ndash natildeo possui (ou natildeo foi informado) os dados para o balanccedilo hiacutedrico A
Tabela 9 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 9 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 2
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 056
Vazatildeo de lanccedilamento 056
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 401026315
Induacutestria 3 ndash a Tabela 10 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 11 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 10 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 3
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 600
46
Usos ndash
Sanitaacuterios 490
Industrial 0
Outros domeacutestico 110
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 208
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 392
Industrial 0
Outros 0
Total de efluentes 392
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400003213
Tabela 11 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 3
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 392
Vazatildeo de lanccedilamento 392
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400003213
Induacutestria 4 ndash possui Certificado de Dispensa de Licenccedila - natildeo possui o MCE
Induacutestria 5 ndash a Tabela 12 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 13 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 12 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 5
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado Nd
Usos ndash
Sanitaacuterios 336
Industrial 0
Outros domeacutestico 0
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 067
47
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 269
Industrial 0
Outros 0
Total de efluentes 269
Nd ndash informaccedilatildeo natildeo estava disponiacutevel
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400025612
Tabela 13 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 5
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 269
Vazatildeo de lanccedilamento 269
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400025612
Induacutestria 6 ndash a Tabela 14 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 15 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 14 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 6
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 4066
Usos ndash
Sanitaacuterios 630
Industrial 0
Outros consumo 3466
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 067
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 504
Industrial 0
Outros 3562
Total de efluentes 4066
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedilas nordm
400002814 e 400004314
48
Tabela 15 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 6
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Metalurgia de alumiacutenio e ligas
Vazatildeo Nd
Vazatildeo de lanccedilamento Nd
Meacutetodo de tratamento Nd
Disposiccedilatildeo final Nd
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 504
Vazatildeo de lanccedilamento 504
Meacutetodo de tratamento Filtro anaeroacutebio
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Nd ndash informaccedilotildees natildeo estavam disponiacuteveis
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedilas nordm 400002814 e 400004314
No MCE da referida foram apresentadas anaacutelises de controle para a fonte de
poluiccedilatildeo da aacutegua proveniente da metalurgia de alumiacutenio e ligas as quais foram
disponibilizadas em forma de relatoacuterio de ensaio Os relatoacuterios de ensaios para a) massa
bruta conforme NBR 10004 de 20048 (Tabela 16) b) lixiviaccedilatildeo conforme NBR 10005 de
20049 (Tabela 17) c) solubilizaccedilatildeo conforme NBR 10006 de 200410 (Tabela 18)
Tabela 16 ndash resultado do ensaio para massa bruta
Paracircmetro Resultado VMP LQ Unidade Meacutetodo de referecircncia
Chumbo 1550 Entre 200 e 125 01 mg kg-1 3111-B
VMP ndash Valores miacutenimos eou maacuteximos permitidos pela normalegislaccedilatildeo LQ ndash Limite de
quantificaccedilatildeo Dados de amostragem a) Massa da amostra seca 18385 g
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedilas nordm 400002814 e 400004314
8 NBR 10004 de 2004 a norma tem por funccedilatildeo a classificaccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos quanto aos seus
potenciais riscos agrave sauacutede puacuteblica e ao meio ambiente Materiais radioativos natildeo satildeo abrangidos nesta norma
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR ISO 10004 resiacuteduos soacutelidos ndash
classificaccedilatildeo 2004
9 NBR 10005 de 2004 tal norma tem por finalidade estipular os requisitos para obtenccedilatildeo de extrato lixiviado
dos resiacuteduos soacutelidos classificados na norma ABNT NBR 10004 como classe I ndash perigosos e classe II ndash natildeo
perigosos ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR ISO 10004 procedimento para
obtenccedilatildeo de extrato lixiviado de resiacuteduos soacutelidos 2004
10 NBR 10006 de 2004 essa norma fomenta os requisitos exigiacuteveis para obtenccedilatildeo de extrato solubilizado dos
resiacuteduos soacutelidos especificados pela ABNT NBR 10004 como classe IIA ndash natildeo inertes e classe IIB ndash inertes
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR ISO 10004 procedimento para obtenccedilatildeo
de extrato solubilizado de resiacuteduos soacutelidos 2004
49
De acordo com a NBR 10005 de 2004 lixiviaccedilatildeo eacute
ldquoProcesso para determinaccedilatildeo da capacidade de transferecircncia de substacircncias
orgacircnicas e inorgacircnicas presentes no resiacuteduo soacutelido por meio de dissoluccedilatildeo no
meio extrator (NBR 10005 2004)rdquo
Tabela 17 ndash resultado do ensaio para lixiviaccedilatildeo
Paracircmetro Resultado VMP LQ Unidade Meacutetodo de referecircncia
Chumbo 012 100 01 mg L-1 3111-B
VMP ndash Valores miacutenimos eou maacuteximos permitidos pela normalegislaccedilatildeo LQ ndash Limite de
quantificaccedilatildeo Dados de amostragem a) Massa da amostra seca 100 g b) Concentraccedilatildeo de soacutelidos
9572 c) Inicial 773 d) Tempo de lixiviaccedilatildeo 20 horas e) Volume total de extrato obtido 2000 mL
e f) Final 518
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedilas nordm 400002814 e 400004314
Tabela 18 ndash resultado do ensaio para solubilizado
Paracircmetro Resultado VMP LQ Unidade Meacutetodo de referecircncia
Chumbo 013 001 01 mg L-1 3111-B
VMP ndash Valores miacutenimos eou maacuteximos permitidos pela normalegislaccedilatildeo LQ ndash Limite de
quantificaccedilatildeo Dados de amostragem a) Massa da amostra seca 500 g b) Tempo de solubilizaccedilatildeo 7
dias c) Volume total de extrato solubilizado 2000 mL
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedilas nordm 400002814 e 400004314
Induacutestria 7 ndash a Tabela 19 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 20 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 19 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 7
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 753
Usos ndash
Sanitaacuterios 743
Industrial 010
Outros 0
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 159
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 594
Industrial 0
50
Outros 0
Total de efluentes 594
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400029313
Tabela 20 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 7
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 594
Vazatildeo de lanccedilamento 594
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400029313
Induacutestria 8 ndash a Tabela 21 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 22 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 21 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 8
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 301
Usos ndash
Sanitaacuterios 301
Industrial 0
Outros 0
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 0
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 241
Industrial 0
Outros 060
Total de efluentes 301
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400029511
51
Tabela 22 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 8
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 241
Vazatildeo de lanccedilamento 241
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400029511
Induacutestria 9 ndash a Tabela 23 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 24 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 23 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 9
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 450
Usos ndash
Sanitaacuterios 168
Industrial 282
Outros 0
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 280
Perdas por evaporaccedilatildeo 134
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 134
Industrial 0
Outros 0
Total de efluentes 134
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400027112
Tabela 24 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 9
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
52
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 134
Vazatildeo de lanccedilamento 134
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400027112
Induacutestria 10 ndash possui Certificado de Dispensa de Licenccedila e por isso natildeo
apresentava os dados do MCE
Induacutestria 11 ndash natildeo possui (ou foi informado) os dados para o balanccedilo hiacutedrico a
Tabela 25 apresenta os dados das fontes de poluiccedilatildeo
Tabela 25 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 11
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 202
Vazatildeo de lanccedilamento 202
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400011113
Analisando os dados obtidos constata-se que somente duas induacutestrias as
denominadas 1 e 6 poderiam utilizar do meacutetodo de tratamento de efluentes proposto por
este trabalho visto que da relaccedilatildeo das onze induacutestrias duas natildeo apresentavam MCE
devido agrave dispensa de apresentaccedilatildeo e as outras sete induacutestrias natildeo apresentaram outra fonte
de poluiccedilatildeo da aacutegua a natildeo ser o esgoto sanitaacuterio
Em todas as tabelas referentes agraves fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua nota-se que os
resultados referentes a vazatildeo de lanccedilamento natildeo apresentavam variaccedilatildeo com relaccedilatildeo aos
resultados referentes a vazatildeo isso ocorreu devido agrave ausecircncia de processos que
ocasionariam o aumento ou diminuiccedilatildeo dessa
53
53 Biossorccedilatildeo
A partir de um estudo realizado por Montanher e Rollemberg (2011) constatou-se
que o processo de biossorccedilatildeo de chumbo pelo resiacuteduo de laranja eacute efetivo na situaccedilatildeo in
natura destes
O estudo foi realizado a partir da amostragem de quatro tipos de efluentes
industriais dentre os quais trecircs enquadravam-se nas categorias industriais com potencial
de conter chumbo em seus efluentes sendo elas
Induacutestria de chapas metaacutelicas ndash que se enquadra na categoria de ldquofabricaccedilatildeo de
produtos de metal ndash exceto maacutequinas e equipamentosrdquo (efluente 1)
Induacutestria de baterias automotivas ndash que se enquadra na categoria de ldquofabricaccedilatildeo
de pilhas baterias e acumuladores eleacutetricosrdquo (efluente 2)
Induacutestria de galvanoplastia ndash que se enquadra na categoria de ldquofabricaccedilatildeo de
produtos de metal ndash exceto maacutequinas e equipamentosrdquo (efluente 3)
A preparaccedilatildeo da biomassa in natura foi realizada da seguinte maneira
ldquoO bagaccedilo de laranja foi triturado em um liquidificador lavado com aacutegua
de torneira ateacute que a soluccedilatildeo resultante natildeo apresentasse nenhum tipo de
coloraccedilatildeo enxaguado com aacutegua destilada e seco em estufa a 70ordmC por 8
horasrdquo (MONTANHER ROLLEMBERG 2011)
Importante ressaltar que os efluentes foram coletados antes de qualquer tratamento
preacutevio e que a lavagem da casca de laranja foi realizada ateacute que a soluccedilatildeo montante natildeo
apresentasse nenhuma coloraccedilatildeo para natildeo haver alteraccedilatildeo da cor final dos efluentes natildeo
havendo necessidade da realizaccedilatildeo de tal procedimento
Quando as autoras referem-se a bagaccedilo este pode ser igualmente comparado aos
resiacuteduos de laranja (cascabagaccedilosementes)
O ensaio para determinaccedilatildeo do iacutendice de adsorccedilatildeo foi realizado em sistema com 3 g de
bagaccedilo de laranja in natura na dosagem de 100 mL dos efluentes numa vazatildeo de 3 mL min-1
Na Tabela 26 verificam-se a quantidade de chumbo por litro incialmente presentes
nos efluentes os respectivos resultados obtidos a partir do tratamento realizado com
resiacuteduos de laranja in natura e os pH referentes agraves amostras brutas e tratadas
54
Tabela 26 ndash Resultados das anaacutelises para cada efluente
Tipos de efluentes Pb (mg L-1) pH
Efluente 1 (induacutestria de chapas metaacutelicas)
Antes do tratamento 944 388
Bagaccedilo in natura Nd 353
Efluente 2 (induacutestria de bateria automotiva)
Antes do tratamento 510 lt1
Bagaccedilo in natura 269 lt1
Efluente 3 (induacutestria de galvanoplastia)
Antes do tratamento Nd 238
Bagaccedilo in natura Nd 340
Nd ndash Natildeo detectado
Fonte adaptado MONTANHER ROLLEMBERG (2011)
Analisando a Tabela 26 observou-se que para o efluente 2 no qual o pH eacute aacutecido (lt
1) oriundo do uso de aacutecido sulfuacuterico para fabricaccedilatildeo de baterias a eficaacutecia natildeo foi a
esperada apresentando um resultado de apenas 5275 de adsorccedilatildeo de chumbo pelo
bagaccedilo de laranja in natura
Os resultados apresentados pelo efluente 1 podem ser analisados como excelentes
visto que a presenccedila de chumbo natildeo foi detectada ao final do processo
Jaacute o efluente 3 natildeo apresentou o metal chumbo na amostra bruta o que caracteriza
que as categorias industriais citadas neste trabalho apresentam possibilidades relativas de
poluiccedilatildeo com chumbo
Assim da afirmaccedilatildeo de Kuyucak e Volesky (1989) que diz que os valores de pH
afetam o processo de biossorccedilatildeo e com os dados obtidos na Tabela 26 eacute possiacutevel notar que
haacute desempenho significativo para valores de pH em torno 35 Assim pode-se afirmar que
a faixa oacutetima de pH para realizaccedilatildeo de biossorccedilatildeo de chumbo pelo resiacuteduo da laranja varia
de aproximadamente 35 ateacute 7 visto que para valores acima desse limite ocorre a formaccedilatildeo
de hidroacutexido de chumbo (SKOOG et al 2006) Valores mais especiacuteficos da faixa oacutetima de
pH podem ser obtidos atraveacutes da realizaccedilatildeo de mais experimentos e anaacutelises
Para a elaboraccedilatildeo desta pesquisa outros projetos trabalhos anaacutelises e ensaios foram
consultados com o intuito de corroborar partes teoacutericas no entanto as conclusotildees
apresentadas por estes natildeo foram consideradas no presente item pois todas as anaacutelises com os
respectivos resultados foram obtidos a partir de um efluente artificialmente contaminado por
chumbo o que natildeo condiz com o objetivo primeiro deste trabalho isto eacute anaacutelise da
possibilidade de implantaccedilatildeo de uma simbiose industrial
55
531 Reduccedilatildeo do tamanho do resiacuteduo
A reduccedilatildeo dos resiacuteduos ateacute que estes apresentem-se em forma de um poacute eacute
importante visto que haacute um aumento da superfiacutecie de contato induzindo uma maior
eficiecircncia no processo de biossorccedilatildeo por meio da aceleraccedilatildeo da velocidade de reaccedilatildeo
(ATKINS JONES 2006)
Assim mesmo este sendo o primeiro processo realizado na preparaccedilatildeo dos resiacuteduos
na pesquisa citada no item anterior o presente toacutepico buscou tecnologias que promoveriam
a cominuiccedilatildeo de resiacuteduos jaacute secos visto que de acordo com Fellows (2006) o processo de
transformaccedilatildeo de alimentos em poacute eacute facilitado quando ocorrido nesse estado
A seguir satildeo descritos alguns equipamentos utilizados para reduzir o tamanho de
alimentos secos de acordo com Fellows (2006)
Moinho de bolas ndash cilindros de accedilo que giram lentamente utilizados para produzir
poacutes
Moinho de discos ndash empregam forccedilas de cisalhamento na moagem fina ou forccedilas
de cisalhamento mais impacto para moagem grosseira
Moinho de martelos ndash utilizado para mateacuterias cristalinos e fibrosos os quais satildeo
desintegrados pela accedilatildeo dos martelos
532 Desidrataccedilatildeo do resiacuteduo
De acordo com Fellows (2006) desidrataccedilatildeo eacute definida como a aplicaccedilatildeo de calor
sob condiccedilotildees controladas com a finalidade de remover aacutegua normalmente presente nos
alimentos Alguns equipamentos a ar quente definidos por Fellows (2006) satildeo
Secadores de caixa ndash podendo ter vaacuterios metros de altura permite que a umidade
seja uniformizada poreacutem eacute importante que o alimento seja suficientemente resistente para
resistir agrave compressatildeo
56
Secadores de cacircmara ndash utilizados para pequenas escalas de produccedilatildeo (1 a 20 t d-1)
apresentam baixo custo de implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo muitas vezes necessitam de auxiacutelio
de outros tipos de secadores
Secadores de tuacutenel ndash apresentam capacidade para secar grandes quantidades de
alimento em curtos periacuteodos de tempo necessitam de auxiacutelio dos secadores de caixa
Secadores transportadores ndash utilizados para secagem em grande escala (55 t h-1)
secagem finalizada em secadores de caixa
Secadores de leito fluidizado ndash distribuem ar em alta velocidade de forma
homogecircnia pela cacircmara fazendo com que o alimento fique suspenso no ar sendo
vigorosamente agitado
Secadores de forno ndash construccedilotildees de dois andares que requerem alto custo de
implementaccedilatildeo e matildeo de obra
Secadores pneumaacuteticos ndash apresentam baixas taxas de investimento inicial e
manutenccedilatildeo e altas taxas de secagem Sua produtividade varia de 10 kg h-1 a 25 t h-1
Frequentemente utilizados apoacutes secador por spray
Secadores rotatoacuterios ndash altas taxas de secagem indicado para alimentos que
entrelaccedilam e aglomeram nos secadores de esteira
Secadores em spray ndash apresentam como vantagens a secagem raacutepida e a produccedilatildeo
contiacutenua baixos custos de matildeo de obra e operaccedilatildeo poreacutem apresentam elevado custo
inicial
Secagem solar ndash operaccedilatildeo de processamento agriacutecola mais utilizada no mundo
geralmente os alimentos satildeo dispostos ao ar livre Meacutetodos sofisticados utilizam-se da
energia solar para realizar a secagem dos alimentos Tecnologias simples e baratas sem
necessidade de energia ou matildeo de obra
A desidrataccedilatildeo tem por objetivo o prolongamento da vida uacutetil inibindo atividade
enzimaacutetica e crescimento microbiano poreacutem a temperatura de processamento costuma natildeo
ser suficiente para inativaccedilatildeo destes assim se houver aumento do teor de umidade durante
a estocagem ocorreraacute raacutepida deterioraccedilatildeo da mateacuteria em questatildeo A estocagem do material
desidratado deve ser realizada em local limpo (reduccedilatildeo dos meios contaminantes) e arejado
(o qual impediria a proliferaccedilatildeo de animais e micro-organismos) (FELLOWS 2006)
57
6 ANAacuteLISES E DISCUSSOtildeES DE DADOS
61 Aacuterea de estudo
Para realizaccedilatildeo deste estudo foi selecionado o municiacutepio de Bebedouro que estaacute
situado no norte do estado de Satildeo Paulo Pertencendo agrave microrregiatildeo da Serra de
Jaboticabal e mesorregiatildeo de Ribeiratildeo Preto Bebedouro possui uma aacuterea de 683192 Kmsup2
e uma populaccedilatildeo de aproximadamente 78000 habitantes (Figura 10) O clima eacute tropical e
ameno com temperatura em torno de 23 graus Celsius (IBGE c2014 IZIDORO FILHO
1991)
Figura 10 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea de estudos
Fonte IBGE (2010)
A origem do nome da cidade eacute devido a um coacuterrego conhecido como Bebedor o
qual servia de parada para tropeiros boiadeiros e animais que demandavam do sertatildeo para
Jaboticabal (IBGE c2014 CIDADES 2015)
De acordo com Izidoro Filho (1991) a citricultura ainda desempenha papel
importante para o municiacutepio pois Bebedouro estaacute entre os dez maiores produtores de laranja
do estado de Satildeo Paulo apesar de jaacute ter sido o maior produtor em 1988 Por esta razatildeo ainda
58
hoje possui a alcunha de ldquoCapital Nacional da Laranjardquo (GALINARI 2015) Na Tabela 27
verificam-se dados coletados do IBGE (2012) referentes agrave cultura de laranja no municiacutepio
Tabela 27 ndash Dados da produccedilatildeo de laranja em Bebedouro
Quesito Quantidade Unidade
Aacuterea colhida 8000 Hectares
Aacuterea destinada agrave colheita 8000 Hectares
Quantidade produzida 269688 Toneladas
Rendimento meacutedio 33711 Quilograma por hectare
Valor da produccedilatildeo 47069 Mil reais
Fonte IBGE (2012)
62 Processamento dos resiacuteduos de laranja
De acordo com pesquisa realizada por Montanher e Rollemberg (2011) citada e
descrita no item 64 afirma-se que os processos necessaacuterios agrave utilizaccedilatildeo dos resiacuteduos de
laranja como meacutetodo de tratamento de efluente satildeo a trituraccedilatildeo e a desidrataccedilatildeo destes
A partir do levantamento de dados realizado nos itens 632 e 633 aconselha-se a
utilizaccedilatildeo das seguintes teacutecnicas no caso especiacutefico deste trabalho
1) Secagem solar ndash apresenta como vantagens a natildeo utilizaccedilatildeo de energia eleacutetrica e
operaccedilatildeo que natildeo necessita de matildeo de obra qualificada Secadores solares podem ser
manufaturados gerando diminuiccedilatildeo do custo inicial
2) Moinho de martelos ndash visto que os resiacuteduos de laranja satildeo materiais fibrosos
esse eacute o moinho que melhor se adequa ao propoacutesito de cominuiccedilatildeo do material Apresenta
custo inicial variando de R$ 900000 agrave R$ 4500000 de acordo com pesquisa realizada no
cataacutelogo online da MF RURAL (2015)
63 Reator e flotador
Como elucidado pela literatura o processo de biossorccedilatildeo ocorre de maneira
homogecircnea quando em condiccedilotildees ambiente controladas as quais satildeo providenciadas por
reatores contiacutenuos
59
Portanto propotildee-se a utilizaccedilatildeo de um reator de leito fixo em virtude desse permitir
a recirculaccedilatildeo da biomassa no reator facilitada pela propriedade de dessorccedilatildeo do metal que
essa apresenta (SEOLATTO et al 2009) o que reduziria a demanda do resiacuteduo de laranja
Aleacutem do mais o reator apresenta outras vantagens como a faacutecil operaccedilatildeo e o pequeno
porte
De acordo com o cataacutelogo da Sigma-Aldrich (c2015) o valor de reator de leito fixo
varia de acordo com a capacidade do frasco e do funil variaccedilatildeo que pode ser verificada na
Tabela 28
Tabela 28 ndash Valores do reator de leio fixo
Capacidade do frasco (mL) Capacidade do funil (mL) Valor (R$)
500 60 2381000
1000 120 2416000
3000 150 3590000
5000 500 3804000
Fonte elaborada a partir de dados da SIGMA-ALDRICH (c2015)
O processo de tratamento utilizando o presente reator pode ocorrer tanto em
batelada quando continuamente
Outra alternativa seria o uso combinado dos processos de biossorccedilatildeo com flotaccedilatildeo
denominado de bioflotaccedilatildeo no qual o biorreagente eacute aplicado diretamente no sistema
flotador De acordo com Calfa e Torem (2007) esse sistema tem sido amplamente
empregado e validado por diversos autores sendo que a flotaccedilatildeo por ar disperso e por ar
dissolvido satildeo as mais empregadas em sistemas combinados A influecircncia do tempo no
processo de flotaccedilatildeo das biomassas jaacute carregadas com o metal foi verificada e conclui-se
que o processo ocorre muito rapidamente atingindo quase 100 de remoccedilatildeo das
biomassas em 1 minuto (CALFA TOREM 2007) Os autores ainda afirmam que aleacutem de
pesquisas em escala de bancada jaacute existem sistemas comerciais de biossorccedilatildeo disponiacuteveis
inclusive com diversas patentes segundo estudos de Wase et al (1997) A Tabela 29
apresenta uma relaccedilatildeo de flotadores
60
Tabela 29 ndash Especificaccedilotildees dos flotadores de ar dissolvido
Modelo (mL) Capacidade (m3 h-1) Valor (R$) [1]
JDF FAD 2 1 a 2 3500000
JDF FAD 5 5 a 8 8000000
JDF FAD 15 10 a 20 12500000
[1] cotaccedilatildeo realizada com a empresa JDF
Fonte elaborada a partir de dados da JDF (2015)
O uso do flotador apresenta aleacutem de faacutecil operaccedilatildeo baixo consumo de energia
64 Induacutestria 1
A induacutestria 1 gera 07 m3 d-1 de efluente industrial com 257 mg L-1 de chumbo
assim aproximadamente 179 kg desse metal eacute transportado pelo efluente por dia Esta
possui estaccedilatildeo de tratamento de efluente com correccedilatildeo de pH e agitaccedilatildeo mecacircnica
floculaccedilatildeo mecacircnica e filtraccedilatildeo
O efluente depois de tratado apresenta a quantidade de 0305 mg L-1 de chumbo
sugerindo diminuiccedilatildeo de aproximadamente 159 kg (89) do metal no efluente gerado11 o
que o enquadra dentro dos limites da Resoluccedilatildeo CONAMA 43011 (BRASIL 2011) e Lei
Estadual 99776 (SAtildeO PAULO 1976)
De acordo com Eckenfelder (2000) as tecnologias para remoccedilatildeo de metais pesados
de efluentes industriais satildeo precipitaccedilatildeo convencional (hidroacutexido sulfeto carbonato e
coprecipitaccedilatildeo) precipitaccedilatildeo melhorada (dimetil carbonato dietil carbonato e sal
trisodium) troca-iocircnica adsorccedilatildeo filtraccedilatildeo por membrana e meacutetodos eletromecacircnicos
Portanto o meacutetodo de correccedilatildeo de pH efetuado pela referida ocasionado provavelmente
pela adiccedilatildeo de carbonatos eacute tambeacutem uma forma de remoccedilatildeo de metais pesados da aacutegua
Supondo que a induacutestria utiliza carbonato de soacutedio como processo de tratamento e
sabendo que o valor de mercado varia de R$ 700 a 120012 o quilo do produto eacute possiacutevel
calcular os potenciais gastos da induacutestria com o meacutetodo de tratamento atual Sabendo que
satildeo necessaacuterios 2 kg do produto carbonato de soacutedio para tratar 07 m3 d-1 de efluente
11 Natildeo foi especificado no MCE ou em anexos qual a destinaccedilatildeo final do efluente tratado Tambeacutem natildeo foi
especificado a quantidade de lodo gerado sua destinaccedilatildeo final ou se esse possui anaacutelises 12 Cotaccedilatildeo realizada pela SCS ndash Comercial e Serviccedilos de Quiacutemica
61
(ECKENFELDER 2000) a induacutestria gasta hoje entre R$ 7000 a 12000 por semana
aproximadamente
Poreacutem como os iacuteons metaacutelicos agora estatildeo presentes no lodo do tratamento por
causa da neutralizaccedilatildeo (BOTERO et al 2009) e sabendo que no MCE natildeo constam
quaisquer anaacutelises destinaccedilatildeo ou quantificaccedilatildeo desse pressupotildee-se que esse lodo pode
estar ocasionando contaminaccedilatildeo pelo metal chumbo visto que para destinaccedilatildeo adequada
satildeo necessaacuterias anaacutelises de enquadramento
Tal contaminaccedilatildeo pode estar ocorrendo no local de disposiccedilatildeo ou se o lodo estiver
sendo desaguado na rede coletora de esgotamento sanitaacuterio pode estar trazendo problemas
para o sistema de tratamento de esgoto referente visto que o processo de tratamento
realizado em Bebedouro eacute efetuado da seguinte forma trecircs lagoas de estabilizaccedilatildeo
constituiacutedo de uma lagoa anaeroacutebica duas lagoas facultativas um tanque de desinfecccedilatildeo
grade caixas de areia e escada de aeraccedilatildeo (SAAEB 2003) natildeo objetivando o tratamento
de efluentes industriais
641 Quantificaccedilatildeo do resiacuteduo de laranja
Mensurado o total de efluente industrial gerado no periacuteodo de um dia pela induacutestria
1 eacute possiacutevel quantificar os resiacuteduos de laranja necessaacuterios para que esta possa realizar o
processo de tratamento de efluentes utilizando-se do material orgacircnico em questatildeo Natildeo
levou-se em consideraccedilatildeo a recirculaccedilatildeo do resiacuteduo dentro do reator
A induacutestria 1 gera um total de 07 m3 d-1 com 257 mg L-1 de chumbo sabendo-se
que satildeo necessaacuterios 3 g de resiacuteduo seco de laranja por 100 mL de efluente com 94 mg L-1
de chumbo e considerando uma diminuiccedilatildeo de 70 do peso resiacuteduo depois de realizado
o processo de secagem solar considera-se que a induacutestria usaria em torno de 082 kg de
resiacuteduo de laranja uacutemido por dia para realizaccedilatildeo do tratamento do efluente contaminado
pelo metal chumbo
De acordo com a Tabela 8 o efluente gerado pela induacutestria 1 apresenta pH 6 que
conforme o item 53 apresenta-se dentro da faixa oacutetima de biossorccedilatildeo pelo resiacuteduo de
laranja
62
642 Transporte
O translado dos resiacuteduos de laranja do local de sua produccedilatildeo ateacute a induacutestria que o
utilizaria como meacutetodo de tratamento de efluente pode ser analisado a partir das
coordenadas geograacuteficas das induacutestrias e da plataforma Google Maps (c2015)
Trecircs rotas diferentes cujas quilometragens satildeo as menores possiacuteveis foram geradas
pela ferramenta virtual citada conforme a Tabela 30
Tabela 30 ndash Menores rotas possiacuteveis entre a induacutestria de suco e a induacutestria 1
Rota Distacircncia (km) Tempo (min)
1 46 8
2 48 9
3 46 9
Fonte elaborado a partir de dados GOOGLE MAPS (c2015)
O caacutelculo da massa requerida para o tratamento foi realizado no item 641
chegando-se ao valor de 082 kg d-1 de biomassa uacutemida assim considerando o transporte
de 150 kg de resiacuteduo que duraria em torno de 36 semana consecutivas de tratamento
realizado em dias uacuteteis e que a distacircncia meacutedia entre as induacutestrias eacute de 5 km o valor
sugerido para o translado do material acondicionado em duas bombonas plaacutesticas foi de R$
6500 (referenciado pelo peso do material) e mais uma taxa constante em nota fiscal
(sugerida em R$ 1000013) portanto um custo de R$ 16500
65 Consideraccedilotildees
O meacutetodo de tratamento proposto pelo presente trabalho teve os processos e
tecnologias necessaacuterias elucidados nos itens 62 e 63
A Tabela 32 apresenta item especiacutefico relacionado ao equipamento denominado
reator de leito fixo as propostas constantes tecircm por finalidade expor as tecnologias cujo
13 Informaccedilatildeo verbal fornecida por funcionaacuterio de uma empresa transportadora
63
custo fosse o maior possiacutevel com o propoacutesito de verificar o potencial teto de gastos que as
induacutestrias teriam caso adotassem a proposiccedilatildeo elucidada
No entanto as propostas constantes no item da Tabela 32 relacionadas ao flotador
de ar dissolvido foram selecionadas a partir da vazatildeo da induacutestria conforme as
especificaccedilotildees da Tabela 29 Como somente a induacutestria 1 apresentou valores de vazatildeo no
MCE esta relaccedilatildeo somente condiz a ela Com vazatildeo de 07 m3 d-1 o flotador mais
adequado compreende o modelo FAD 2 com 1 a 2 m3 h-1
Tabela 31 ndash Gastos com as tecnologias referentes
Equipamento Valor da Proposta 1 (R$) Valor da Proposta 2 (R$)
Secagem solar ndash ndash
Moinho de martelos 4500000 4500000
Reator de Leito Fixo de 5000 mL [1] 3804000 ndash
Flotador de ar dissolvido JDF FAD 2 [2] ndash 3500000
Custo inicial de implementaccedilatildeo 8304000 8000000
Transporte a cada 36 semanas [3] 16500 16500
[1] cotaccedilatildeo obtida pela Sigma-Aldrich [2] cotaccedilatildeo obtida pela empresa JDF [3] cotaccedilatildeo de transporte
considerado apenas para a induacutestria 1
Fonte proacuteprio autor
Para o reator de leito fixo o custo inicial de implementaccedilatildeo do sistema de
tratamento para ambas as induacutestrias girou em torno de R$ 8304000
Para a bioflotaccedilatildeo o custo inicial da induacutestria 1 girou em torno de R$80000
O custo de transporte para a induacutestria 1 eacute de R$ 16500 a cada 36 semanas o que
representa R$ 458 por semana e R$ 092 por dia caso a induacutestria opte por utilizar os
serviccedilos de uma empresa transportadora
Poreacutem o seguinte pode ser considerado na hipoacutetese de o translado ser possiacutevel de
ser efetuado pela mesma ocorreraacute consideraacutevel reduccedilatildeo no custo visto que este giraraacute em
torno do combustiacutevel gasto no percurso de ida e volta cuja pesquisa indicou uma
quilometragem aproximada de dez quilocircmetros
A Tabela 33 apresenta o balanccedilo de massa e energia diaacuterio referente ao tratamento
por biossorccedilatildeo para a induacutestria 1 considerando a aquisiccedilatildeo de um flotador por ar
dissolvido ou um reator de leito fixo
Tabela 32 ndash Balanccedilo de massa e energia diaacuterio proposto para a induacutestria 1
Componente Flotador por Ar Dissolvido Reator de Leito Fixo
Vazatildeo (m3) 070 070
64
Resiacuteduo de laranja (kg) 082 082
Tempo da biossorccedilatildeo (min) 5 a 15 [1] 35 [2]
Tempo equipamento (min) 21 a 42 35 [2]
Tempo total (min) 26 a 47 35 [2]
Consumo de Energia (kWh) 025 Nd
Custo de resiacuteduo (R$) 092 092
Custo de energia por dia (R$) [3] 008 Na
Custo total (R$) 200 092
Nd ndash natildeo disponiacutevel Na ndash natildeo avaliado [1] tempo determinado por Volesky e Nolan (1995) [2] tempo
estipulado conforme realizado por Montanher e Rollemberg (2011) [3] 1 kWh = 043341 R$ determinada
pela ANEEL conforme Resoluccedilatildeo Homologatoacuteria nordm 1858 publicada em 02 de marccedilo de 2015
Fonte proacuteprio autor
Nota-se a partir da Tabela 33 que o custo diaacuterio do tratamento proposto variou entre
R$ 092 e R$ 200 em torno de 85 a 91 menor que o custo do meacutetodo de tratamento
utilizado pois de acordo com as consideraccedilotildees realizadas no item 641 o custo diaacuterio
atual varia de aproximadamente R$ 1400 a R$ 240014
Como o meacutetodo de tratamento efetuado atualmente pela induacutestria 1 apresenta seacuterios
problemas com relaccedilatildeo a probabilidade de contaminaccedilatildeo o tratamento sugerido por ambas
as propostas pode ser identificado como meacutetodo de remediaccedilatildeo de tal passivo
Sendo assim qualquer accedilatildeo remediadora que seja instituiacuteda apresenta-se como
alternativa vaacutelida da problemaacutetica citada no item 651
14 Considerando uma semana uacutetil
65
7 CONCLUSAtildeO
Este trabalho procurou identificar a possibilidade da implementaccedilatildeo do processo de
simbiose industrial entre induacutestrias jaacute consolidadas em atividade no municiacutepio de
Bebedouro relacionando o uso de material residual orgacircnico produzido por determinada
induacutestria que seria utilizado como agente de biossorccedilatildeo em processos de tratamento de
aacutegua residuaacuteria industrial de uma outra ambas compartilhando pequena distacircncia
geograacutefica
Das distintas situaccedilotildees supostas a partir da identificaccedilatildeo da induacutestria geradora de
resiacuteduos de laranja e das induacutestrias potencialmente geradoras de efluente contaminado pelo
metal chumbo em Bebedouro (SP) detectou-se duas induacutestrias que se enquadravam nas
possibilidades de implementaccedilatildeo de um processo de simbiose industrial e consequente
proposiccedilatildeo do meacutetodo de tratamento (biossorccedilatildeo combinada com flotaccedilatildeo ou realizada em
reator de leito fluidizado)
Uma induacutestria (denominada 1) pocircde ter um pleno desenvolvimento quanto as
especificaccedilotildees que esclareceram as vantagens do meacutetodo de tratamento proposto
A partir dos dados levantados e analisados eacute possiacutevel citar como vantagens para ambas as
propostas de tratamento 1) a logiacutestica facilitada pela proximidade de ambas as induacutestrias
sendo essa favoraacutevel e com baixos custos 2) a significativa reduccedilatildeo do valor diaacuterio do
tratamento 3) a faacutecil operaccedilatildeo dos processos 4) destinaccedilatildeo ambiental adequada para
ambos os passivos ambientais (de laranja e de chumbo) 5) a capacidade de dessorccedilatildeo da
biomassa a qual possibilita a separaccedilatildeo do metal chumbo do resiacuteduo de laranja sendo
percebidos como um aprimoramento do uso dos recursos naturais Considera-se que a
simbiose industrial eacute um processo importante a ser considerado na busca pela minimizaccedilatildeo
dos impactos ambientais acarretados pelas correntes residuais uma vez que determina a
reinserccedilatildeo destes em outros processos produtivos Geradores que adotam a praacutetica da
simbiose industrial satildeo aqueles que visam os ganhos coletivos em detrimento do exclusivo
ganho individual
Vale ressaltar que mesmo para a identificaccedilatildeo desta uacutenica situaccedilatildeo foi necessaacuterio o
enfrentamento de diversos desafios principalmente de acesso a informaccedilotildees especiacuteficas
tanto na cadeia produtiva quanto das informaccedilotildees ambientais por parte das empresas
Considera-se necessaacuteria uma rigidez maior da CETESB com relaccedilatildeo aos dados fornecidos
pelas induacutestrias visto que o preenchimento do MCE natildeo segue normatizaccedilatildeo especiacutefica o
66
que dificulta a tabulaccedilatildeo de dados aleacutem de natildeo abranger toda as atividades produtivas
devido agrave falta de rigor nas anaacutelises dos teacutecnicos e engenheiros responsaacuteveis Assim
observou-se a necessidade de uma maior abertura no sentido da plena divulgaccedilatildeo de
informaccedilotildees ambientais por parte das empresas assim como a necessidade de organizaccedilatildeo
de um banco de dados que contenha informaccedilotildees da cadeia produtiva do consumo de
mateacuteria prima e insumos aos processos de geraccedilatildeo e especificaccedilatildeo de resiacuteduos e
contaminantes
67
8 SUGESTAtildeO PARA TRABALHOS FUTUROS
Como sugestatildeo para trabalhos futuros
Otimizaccedilatildeo das condiccedilotildees de pH para biossorccedilatildeo com casca de laranja
Elaboraccedilatildeo de questionaacuterios para as induacutestrias produtoras do suco e geradoras de
efluente contaminado pelo metal chumbo
Scale up do processo de biossorccedilatildeo com bioflotaccedilatildeo
Scale up do processo de biossorccedilatildeo com reator de leito fluidizado
68
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ANEXO A
Primeira carta encaminha para CETESB para solicitaccedilatildeo de informaccedilotildees
Obs As Tabelas informadas na carta abaixo foram omitidas para que as empresas natildeo
sejam expostas e aleacutem disso natildeo haacute autorizaccedilatildeopermissatildeo para a divulgaccedilatildeo dos nomes
Lorena 27 de agosto de 2015
Ilmo Senhor
Marcio Barbosa Tango
CETESB - Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo
Assunto Solicitaccedilatildeo de informaccedilotildees sobre os efluentes liacutequidos de induacutestrias quiacutemicas
metaluacutergicas e de produccedilatildeo de embalagens da produccedilatildeo de resiacuteduos em induacutestrias alimentiacutecias
todas do municiacutepio de Bebedouro
Viemos por meio deste solicitar a contribuiccedilatildeo da Companhia Ambiental do Estado de Satildeo
Paulo para o desenvolvimento do Trabalho de Conclusatildeo de Curso em Engenharia Ambiental
intitulado ldquoAnaacutelise da viabilidade em escala real da utilizaccedilatildeo do bagaccedilo da laranja como agente
biossorvente de chumbordquo sendo desenvolvido pela aluna Ludmila Manera Conti na Escola de
Engenharia de Lorena ndash EELUSP sob orientaccedilatildeo da Profa Dra Danuacutebia Caporusso Bargos
O referido Trabalho de Conclusatildeo de Curso tem como objetivo fazer um levantamento das
induacutestrias com potencial para utilizaccedilatildeo do bagaccedilo da laranja como agente biossortivo Assim para
o alcance dos objetivos propostos eacute necessaacuterio o conhecimento de algumas informaccedilotildees presentes
no Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento referente agraves induacutestrias identificadas na Tabela
1 em anexo Tais informaccedilotildees referentes ao ldquoBalanccedilo hiacutedricordquo a saber
Efluentes (sanitaacuterio industrial outros e total de efluentes) a) Consumovazatildeo meacutedia b)
Consumovazatildeo maacutexima c) Eacutepoca d) Consumovazatildeo miacutenima
Dos ldquoEfluentes liacutequidosrdquo a saber a) Despejos (Identificaccedilatildeo Descriccedilatildeo Contiacutenuo ndash vazatildeo e
meacutetodo Descontiacutenuo ndash periodiacutecidade volume duraccedilatildeo) b) Vazatildeo total de despejos c) Vazatildeo de
recirculaccedilatildeo d) Vazatildeo de lanccedilamento e) Disposiccedilatildeo final (Descriccedilatildeo Nome do riolinhas de
despejo)
Do ldquoResumo de lanccedilamentosrdquo a saber a) Despejo (Identificaccedilatildeo Descriccedilatildeo) b) Poluente c)
Concentraccedilatildeo bruta d) Unidade de medida e) Concentraccedilatildeo final f) Unidade de medida g)
Unidades de tratamento (Sequecircncia Descriccedilatildeo Quantidade)
Da geraccedilatildeo de resiacuteduos industriais referentes a Tabela 2 em anexo da parte ldquoResiacuteduos
soacutelidosrdquo a) Identificaccedilatildeo b) Coacutedigo resiacuteduo c) Descriccedilatildeoorigem do resiacuteduo d) Classe e) Estado
77
fiacutesico f) Quantidade anual g) Unidade h) Composiccedilatildeo aproximada i) Meacutetodo utilizado j)
Aspecto geral
Declaramos que as informaccedilotildees solicitadas seratildeo objeto uacutenica e exclusivamente de pesquisa
acadecircmica sendo devidamente creditadas e natildeo havendo qualquer finalidade comercial no uso das
mesmas
Registramos ainda a importacircncia deste apoio para a realizaccedilatildeo deste trabalho que seraacute
inclusive posteriormente divulgado em formato digital e analoacutegico por meio da sua
disponibilizaccedilatildeo no sistema de bibliotecas da USP como uma contribuiccedilatildeo da Universidade para a
aacuterea de gerenciamentogestatildeo de resiacuteduos e efluentes uma vez que como propomos o resiacuteduo de
uma induacutestria pode ser considerado mateacuteria em processo de outras induacutestrias caracterizando o
iniacutecio de um processo de simbiose industrial
Solicitamos que o envio das informaccedilotildees solicitadas seja realizado preferencialmente por meio
de correio eletrocircnico ndash danubiacbargosuspbr eou ludmillaalunoseeluspbr Em caso da
impossibilidade de envio das informaccedilotildees da forma sugerida segue endereccedilo institucional
AC Profa Danuacutebia Caporusso Bargos Departamento de Ciecircncias Baacutesicas e Ambientais
Escola de Engenharia de Lorena ndash EELUSP Estrada Municipal do Campinho snordm CEP 12602-
810 - Lorena-SP
Desde jaacute antecipamos nossos agradecimentos e nos colocamos agrave disposiccedilatildeo para os
esclarecimentos adicionais que se fizerem necessaacuterios
Atenciosamente
Profa Dra Danuacutebia Caporusso Bargos
Escola de Engenharia de Lorena (EELUSP)
Departamento de Ciecircncias Baacutesicas e Ambientais
Telefone +55 (12) ndash 3159-5094
E-mail danubiacbargosuspbr
Ludmilla Manera Conti
Graduanda em Engenharia Ambiental
Endashmail ludmillaalunoseeluspbr
78
ANEXO B
Segunda carta encaminha para CETESB para confirmaccedilatildeo de vistas de processos
Lorena 01 de outubro de 2015
Ilmo Senhor Marcio Barbosa Tango e Senhora Letiacutecia Franco Leonel
CETESB - Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo
Assunto vistas de processos de licenciamento
Venho por meio deste agradecer a atenccedilatildeo e presteza desta Companhia no atendimento agrave
minha solicitaccedilatildeo de vistas de processos para coleta de informaccedilotildees sobre os efluentes liacutequidos de
induacutestrias quiacutemicas metaluacutergicas e de produccedilatildeo de embalagens da produccedilatildeo de resiacuteduos em
induacutestrias alimentiacutecias do municiacutepio de Bebedouro Tal solicitaccedilatildeo eacute feita por motivo de
desenvolvimento do Trabalho de Conclusatildeo de Curso em Engenharia Ambiental intitulado
ldquoAnaacutelise da viabilidade em escala real da utilizaccedilatildeo do bagaccedilo da laranja como agente biossorvente
de chumbordquo desenvolvido pela aluna Ludmila Manera Conti na Escola de Engenharia de Lorena ndash
EELUSP sob minha orientaccedilatildeo
Devido a compromissos previamente assumidos na Instituiccedilatildeo pela qual sou docente natildeo
seraacute possiacutevel comparecer agrave agecircncia da Barretos nesta data para a realizaccedilatildeo da vista dos processos
cujos nuacutemeros segue em anexo Assim sou representada pela aluna Ludmila Manera Conti que estaacute
apta a fazecirc-lo
Novamente agradeccedilo a atenccedilatildeo e coloco-me agrave disposiccedilatildeo para quaisquer esclarecimentos
adicionais que se fizerem necessaacuterios
Atenciosamente
Profa Dra Danuacutebia Caporusso Bargos
Escola de Engenharia de Lorena (EELUSP)
Departamento de Ciecircncias Baacutesicas e Ambientais
Telefone +55 (12) ndash 3159-5094
E-mail danubiacbargosuspbr
AGRADECIMENTOS
Gostaria de agradecer agrave minha matildee Deusiana minha grande motivadora e que
sempre me ensinou a importacircncia do saber por todo o carinho e compreensatildeo da minha
ausecircncia nos uacuteltimos meses
Ao meu pai Deacutecio sinocircnimo de trabalho que me mostrou a importacircncia do esforccedilo
e dedicaccedilatildeo para o alcance de qualquer objetivo
Aos meus avoacutes pessoas iacutentegras e corretas que sempre deram grande importacircncia a
minha educaccedilatildeo pelo apoio e compreensatildeo mesmo de longe
Aos meus amigos pela amizade que sempre demonstraram e ao meu companheiro de
coraccedilatildeo pelo carinho e apoio
Agrave Profa Dra Danuacutebia Caporruso Bargos pela paciecircncia e orientaccedilatildeo durante a
elaboraccedilatildeo deste trabalho
Agrave Profa Dra Dione Mari Morita pelas elucidaccedilotildees
Agrave Profa Dra Ana Lucia Gabas pelo interesse e direcionamentos
Agrave CETESB de Barretos pela rapidez e eficiecircncia na disponibilizaccedilatildeo das
informaccedilotildees
A todos que direta ou indiretamente me auxiliaram na elaboraccedilatildeo deste trabalho meu
muito obrigada
ldquoTantas vezes pensamos ter chegado
Tantas vezes eacute preciso ir aleacutemrdquo
Fernando Pessoa
RESUMO
CONTI L M Proposta de simbiose industrial na cidade de Bebedouro (SP) para um
processo de biossorccedilatildeo usando resiacuteduos de laranja 2015 79 p Monografia (TCC II) ndash
Escola de Engenharia de Lorena Universidade de Satildeo Paulo Lorena 2015
O desenvolvimento do presente trabalho teve como objetivo principal a incitaccedilatildeo de
processo de Simbiose Industrial atraveacutes da possibilidade de aplicaccedilatildeo do resiacuteduo de
laranja (polpa casca e semente) como agente de biossorccedilatildeo do metal chumbo em aacuteguas
geradas por induacutestrias localizadas na cidade de Bebedouro estado de Satildeo Paulo
Atividades industriais especiacuteficas desta cidade possuem potencial de suscitaram
perturbaccedilotildees ambientais devido a contaminaccedilatildeo pelo metal chumbo em suas aacuteguas
residuaacuterias Como accedilatildeo remediadora a biossorccedilatildeo apresentou-se como um meacutetodo
eficiente na remoccedilatildeo de chumbo do meio aquoso pois aleacutem de prover destinaccedilatildeo
especiacutefica da biomassa vegetal apresenta grande viabilidade econocircmica por possuir baixo
valor de mercado A metodologia aplicada no desenvolvimento desta pesquisa pode ser
desdobrada nos seguintes toacutepicos a) levantamento da produccedilatildeo estadual de laranja bem
como os respectivos epicentros de produccedilatildeo e consumo b) seleccedilatildeo de induacutestria que
realizaria o beneficiamento da fruta laranja c) levantamento dos tipos de induacutestrias que
potencialmente apresentariam em anaacutelises de suas aacuteguas residuaacuterias o metal chumbo d)
arrolamento de induacutestrias com tal potencial poluidor e) anaacutelise dos dados relacionados aos
efluentes destas empresas f) elaboraccedilatildeo de proposta de simbiose industrial entre as
induacutestrias geradoras de resiacuteduos de laranja e as induacutestrias potencialmente poluidoras que
poderiam beneficiar-se com a utilizaccedilatildeo destes nos processos de tratamento de seus
efluentes contaminados com o metal chumbo g) otimizando dessa forma os ganhos
ambientais de ambas as partes interessadas Apesar dos diversos desafios encontrados
durante a realizaccedilatildeo deste trabalho principalmente de acesso a informaccedilotildees especiacuteficas
sobre a geraccedilatildeo e gestatildeo de resiacuteduos industriais das unidades estudadas os resultados
obtidos sugerem a possibilidade de implementaccedilatildeo de um processo de Simbiose Industrial
entre industriais do municiacutepio de Bebedouro
Palavras-chave Biossorccedilatildeo Biomassa Simbiose Industrial
ABSTRACT
CONTI L M Proposal for industrial symbiosis in the city of Bebedouro (SP) by a
bisorption process using orange waste 2015 79 p Monograph (TCC II) ndash Escola de
Engenharia de Lorena Universidade de Satildeo Paulo Lorena 2015
The development of this study aimed to identify the possibility of implementing an
industrial symbiosis from a proposal for implementation of orange waste (pulp peel and
seed) as lead metal biosorption agent in wastewater generated by industries located in the
city of Bebedouro state of Satildeo Paulo Specific industrial activities of this city have higher
potential environmental disturbances due to contamination by lead metal in their
wastewater As correctional action biosorption was presented as an efficient method for
lead removal from water and wastewater as well as provide specific disposal of plant
biomass also has great economic viability due it has low market price The industrial
symbiosis process tool that allows integration of industries with respect to the
recirculation of waste materials would promote the integration between the units that
provides biomass to another that utilizes as a treatment method The methodology applied
in the development of this research can be described into the steps a) data the state orange
production as well as their epicenters of production and consumption b) industry selection
that would perform the processing of orange fruit c) mapping the types of industries that
potentially would present the lead metal in analysis of their wastewater d) inventory of
industries with such pollution potential e) analysis of data related to the effluents of these
industries f) preparation of proposed industrial symbiosis between industries generates of
orange waste and industries potentially polluting that could benefit from the use of these
processes in their treatment of wastewater contaminated with lead metal g) optimizing the
environmental gains of both parties Although the many challenges encountered during this
work especially about access to specific information on the generation and management of
industrial waste of the units studied the results suggest the possibility of implementing a
process of industrial symbiosis between industries in the city of Bebedouro
Keywords Biosorption Biomass Industrial Symbiosis
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 ndash Diagrama do processo de simbiose em Kalundborg 1961 a 1989 16
Figura 2 ndash Simbioses industriais observada no distrito industrial de Kalundborg nos dias
atuais 17
Figura 3 ndash Os trecircs niacuteveis de operaccedilatildeo da Ecologia Industrial 17
Figura 4 ndash Extraccedilatildeo uso e disposiccedilatildeo final de chumbo em 1990 em milhares de toneladas
20
Figura 5 ndash Disposiccedilatildeo dos municiacutepios produtores de laranja no Estado de Satildeo Paulo 30
Figura 6 ndash Setores do cinturatildeo citriacutecola 31
Figura 7 ndash Localizaccedilatildeo das filiais das induacutestrias de suco de laranja (A B e C) 33
Figura 8 ndash Induacutestria de suco geradora de resiacuteduos de laranja localizada na cidade de
Bebedouro 35
Figura 9 ndash Induacutestrias com potencial poluidor 43
Figura 10 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea de estudos 57
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 ndash Localizaccedilatildeo das unidades das induacutestrias A B e C 32
Quadro 2 ndash Relaccedilatildeo entre categorias industriais americanas e brasileiras 38
Quadro 3 ndash Categorias e subcategorias industriais de acordo com o IBGE 39
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 ndash Paracircmetros para controle bioloacutegico da exposiccedilatildeo ocupacional 21
Tabela 2 ndash Padrotildees de lanccedilamento de efluentes contendo chumbo em corpos drsquoaacutegua e em
redes coletoras de esgoto 22
Tabela 3 ndash Cidades integrantes do cinturatildeo citriacutecola consideradas no levantamento de
induacutestrias de suco 34
Tabela 4 ndash Nuacutemero de induacutestrias de acordo com as subcategorias industriais do IBGE 40
Tabela 5 ndash Induacutestrias com potencial poluidor por chumbo localizadas na cidade de
Bebedouro ndash SP 42
Tabela 6 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 1 44
Tabela 7 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 1 44
Tabela 8 ndash Anaacutelise do efluente proveniente da metalurgia de metais natildeo ferrosos antes e apoacutes
tratamento 45
Tabela 9 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 2 45
Tabela 10 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 3 45
Tabela 11 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 3 46
Tabela 12 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 5 46
Tabela 13 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 5 47
Tabela 14 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 6 47
Tabela 15 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 6 48
Tabela 16 ndash resultado do ensaio para massa bruta 48
Tabela 17 ndash resultado do ensaio para lixiviaccedilatildeo 49
Tabela 18 ndash resultado do ensaio para solubilizado 49
Tabela 19 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 7 49
Tabela 20 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 7 50
Tabela 21 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 8 50
Tabela 22 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 8 51
Tabela 23 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 9 51
Tabela 24 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 9 51
Tabela 25 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 11 52
Tabela 26 ndash Resultados das anaacutelises para cada efluente 54
Tabela 27 ndash Dados da produccedilatildeo de laranja em Bebedouro 58
Tabela 28 ndash Valores do reator de leio fixo 59
Tabela 29 ndash Especificaccedilotildees dos flotadores de ar dissolvido 60
Tabela 30 ndash Menores rotas possiacuteveis entre a induacutestria de suco e a induacutestria 1 62
Tabela 31 ndash Menores rotas possiacuteveis entre a induacutestria de suco e a induacutestria 6 Erro
Indicador natildeo definido
Tabela 32 ndash Gastos com as tecnologias referentes 63
Tabela 33 ndash Balanccedilo de massa e energia diaacuterio proposto para a induacutestria 1 63
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 13
2 OBJETIVOS 14
21 Principal 14
22 Especiacuteficos 14
3 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA 15
31 Desenvolvimento sustentaacutevel 15
311 Simbiose industrial 15
32 Chumbo 19
321 Legislaccedilatildeo especiacutefica relacionada a descarga de efluentes 22
322 Tratamento para efluentes com metais 22
323 Biossorccedilatildeo 23
324 A laranja como adsorvente 24
4 METODOLOGIA 26
41 Levantamento bibliograacutefico 26
42 Levantamento e anaacutelise da produccedilatildeo de laranja no Estado de SP 27
43 Levantamento e anaacutelise das induacutestrias com potencial poluidor 28
44 Exposiccedilatildeo do meacutetodo de tratamento aplicado na induacutestria 29
5 LEVANTAMENTO DE DADOS 30
51 Distribuiccedilatildeo da produccedilatildeo de laranja no estado de Satildeo Paulo 30
511 Distribuiccedilatildeo do consumo de laranja no estado de SP 31
512 Seleccedilatildeo da induacutestria de suco 33
5121 Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento (MCE) 35
52 Categorias industriais de acordo com o tipo de efluente gerado 36
521 Levantamento das induacutestrias com potencial poluidor 41
5211 Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento (MEC) 43
53 Biossorccedilatildeo 53
531 Reduccedilatildeo do tamanho do resiacuteduo 55
532 Desidrataccedilatildeo do resiacuteduo 55
6 ANAacuteLISES E DISCUSSOtildeES DE DADOS 57
61 Aacuterea de estudo 57
62 Processamento dos resiacuteduos de laranja 58
63 Reator e flotador 58
64 Induacutestria 1 60
641 Quantificaccedilatildeo do resiacuteduo de laranja 61
642 Transporte 62
65 Induacutestria 6 Erro Indicador natildeo definido
651 Quantificaccedilatildeo do resiacuteduo de laranja Erro Indicador natildeo definido
652 Transporte Erro Indicador natildeo definido
66 Consideraccedilotildees 62
7 CONCLUSAtildeO 65
8 SUGESTAtildeO PARA TRABALHOS FUTUROS 67
REFEREcircNCIAS 68
ANEXO A 76
ANEXO B 78
13
1 INTRODUCcedilAtildeO
Considerando o modelo atual de desenvolvimento da sociedade como sendo
representado por um sistema aberto o qual necessita de uma fonte contiacutenua e inesgotaacutevel
de mateacuteria e energia (BRAGA et al 2002) e com um aumento das emissotildees de poluentes
em todo o mundo a busca por medidas remediadoras para melhoria das condiccedilotildees
ambientais torna-se cada vez maior
Como um exemplo de medida remediadora temos a pesquisa e desenvolvimento de
teacutecnicas que possibilitem a retirada de metais pesados do meio aquoso uma delas a
biossorccedilatildeo aleacutem de promover a destinaccedilatildeo a biomassas vegetais resultantes de processos
produtivos tambeacutem apresenta alto iacutendice de funcionalidade
Umas das biomassas vegetais cuja produccedilatildeo eacute abundante no estado de Satildeo Paulo eacute a
proveniente da fruta laranja e os resiacuteduos desta sejam eles casca bagaccedilo ou sementes jaacute
foram analisados em estudos desenvolvidos por diferentes pesquisadores tais como
Massocatto et al (2009) e Almeida et al (2012) cujos resultados atestaram eficiecircncia
elevada quanto a biossorccedilatildeo especialmente do metal pesado chumbo
Diante do exposto o presente trabalho visa apresentar uma proposta de integraccedilatildeo
entre induacutestrias do municiacutepio de Bebedouro localizado no estado de Satildeo Paulo que
proveriam resiacuteduo de laranja para aquelas que poderiam utilizaacute-lo como meacutetodo de
tratamento de aacuteguas residuaacuterias aplicando dessa forma o conceito de Simbiose Industrial
que apresenta como fundamentos as oportunidades de conexatildeo oferecidas pela disposiccedilatildeo
geograacutefica das induacutestrias e aperfeiccediloamento do uso de mateacuteria e energia (CHERTOW
2000 GANER 1995)
14
2 OBJETIVOS
21 Principal
O presente trabalho propotildee identificar a possibilidade de implementaccedilatildeo de uma
simbiose industrial entre induacutestrias do municiacutepio de BebedourondashSP
22 Especiacuteficos
Para o incremento do objetivo exposto tornou-se necessaacuterio o alcance de objetivos
especiacuteficos tais como
Identificar as induacutestrias geradoras dos resiacuteduos soacutelidos de laranja e induacutestrias que
poderiam beneficiar-se com a utilizaccedilatildeo destes nos processos de tratamento de seus
efluentes contaminados com o metal chumbo
Avaliar os processos jaacute colocados em praacutetica por induacutestrias com potencial poluidor
para tratamento dos efluentes contaminados com o metal chumbo
Analisar os dados teacutecnicos para avaliaccedilatildeo do potencial das induacutestrias selecionadas
para a proposiccedilatildeo de arranjos institucionais que propiciem a integraccedilatildeo e a simbiose entre
induacutestrias do municiacutepio de Bebedouro
15
3 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA
31 Desenvolvimento sustentaacutevel
Algumas propostas da Lei nordm 1230510 (BRASIL 2010a) que institui a Poliacutetica
Nacional dos Resiacuteduos Soacutelidos (PNRS) satildeo a prevenccedilatildeo a reutilizaccedilatildeo e a reduccedilatildeo de
resiacuteduos as quais satildeo necessaacuterias para o cumprimento e efetividade da lei Paralelamente a
este ideal uma incitaccedilatildeo atual eacute a articulaccedilatildeo de um sistema de produccedilatildeo circular
denominado cradle to cradle (que significa ldquodo berccedilo ao berccedilordquo) que consiste na produccedilatildeo
zero de rejeitos no qual a mateacuteria residual de um processo exerceria uma funccedilatildeo em outro
(CCPII c2014) A partir desses preceitos busca-se o alinhamento do desenvolvimento
econocircmico e industrial agrave proteccedilatildeo do meio ambiente e o bem-estar humano ou seja o
desenvolvimento sustentaacutevel
Conforme definiccedilatildeo ldquodesenvolvimento sustentaacutevel eacute aquele que atende as
necessidades das geraccedilotildees atuais sem comprometer a capacidade das geraccedilotildees futuras de
atenderem as suas necessidades e aspiraccedilotildeesrdquo (UNITED NATIONS 1987)
De acordo com Fet e Michelsen (2002) ldquona natureza um sistema ecologicamente
sustentaacutevel eacute uma teia complexa de organismos no qual as mateacuterias e os resiacuteduos
conformam um ciclordquo Frosch e Gallopoulos (1989) agrave vista desse conceito desenvolveram
o ideal de ecossistema industrial o qual funcionaria analogamente aos sistemas
ecologicamente sustentaacuteveis os resiacuteduos gerados por uma companhia podemdevem ser
usufruiacutedos como recurso por outra correspondendo a um ciclo fechado de mateacuteria e
energia
311 Simbiose industrial
Em 1989 uma associaccedilatildeo de filiais de diferentes induacutestrias que realizavam uma
extensa partilha de recursos foi descoberta na Dinamarca O que foi denominado na eacutepoca
16
de ldquoa simbiose industrial em Kalundborgrdquo forneceu a possibilidade da realizaccedilatildeo concreta
dos ecossistemas industriais proposto por Frosch e Galloupolos em 1989 (CHERTOW
2007) Poreacutem analogamente ao ciclo residual fechado proposto pelos ecossistemas
industriais os fundamentos para a simbiose industrial satildeo a colaboraccedilatildeo e as
oportunidades de coesatildeo oferecidas pela proximidade geograacutefica (CHERTOW 2000)
aleacutem do uso aprimorado dos recursos naturais e reduccedilatildeo da produccedilatildeo de resiacuteduos finais
(GANER 1995) Assim considera-se que a simbiose industrial eacute um passo para a
realizaccedilatildeo do objetivo maior que seria o alcance de um ecossistema industrial
A ldquosimbioserdquo observada em 89 no distrito industrial de Kalundborg ocorreu de
modo gradual e sem uma concepccedilatildeo especiacutefica as induacutestrias empenharam-se no uso
econocircmico de seus subprodutos e minimizaram custos em conformidade agraves novas
regulamentaccedilotildees ambientais (EHRENFELD GERTLER 1997) A Figura 1 apresenta o
diagrama do distrito industrial de Kalundborg
Figura 1 ndash Diagrama do processo de simbiose em Kalundborg 1961 a 1989
Fonte adaptado de KALUNDBORG SYMBIOSIS (2015)
No decorrer dos anos e fazendo jus aos sistemas naturais o distrito industrial
desenvolveu-se de modo que novas relaccedilotildees conexotildees e empresas foram se estabelecendo
trazendo cada vez mais proacuteximo o ideal de ecossistema industrial tal como apresentado
na Figura 2
Existem ainda outros exemplos de processos de simbioses industriais que
aconteceram naturalmente ao redor do mundo como em Jyvaumlskylauml na Finlacircndia e Sytiria
na Aacuteustria (CHERTOW 2000)
17
Figura 2 ndash Simbioses industriais observada no distrito industrial de Kalundborg nos dias atuais
Fonte adaptado de KALUNDBORG SYMBIOSIS (2015)
Ehrenfeld e Gertler (1997) afirmaram que o ramo emergente da ecologia industrial
une os preceitos citados a outros como por exemplo o metabolismo industrial (cuja
elucidaccedilatildeo seraacute realizada mais adiante) trazendo-os como forma simplificada de
operacionalizaccedilatildeo de projetos desenvolvendo uma estrutura que identifica e implementa
estrateacutegias que visam agrave manutenccedilatildeo dos paradigmas ambientais almejando o
desenvolvimento industrial alicerccedilado ao desenvolvimento sustentaacutevel
Na Figura 3 eacute possiacutevel observar de modo linear o que Grann (1997) alegou em que
a simbiose industrial revela-se como um meacutetodo funcional da aplicaccedilatildeo do conceito
sustentaacutevel de desenvolvimento
Figura 3 ndash Os trecircs niacuteveis de operaccedilatildeo da Ecologia Industrial
Fonte adaptado de CHERTOW (2000)
18
Conforme a Figura 3 e de acordo com Chertow (2000) constata-se a existecircncia de
trecircs grandes aacutereas de operaccedilatildeo da ecologia industrial bem como alguns exemplos de
instrumentos de cada uma
1 Empresa ndash refere-se ao desenvolvimento de medidas que podem ser exercicidas
dentro da empresa tais como
Eco-design ndash estrateacutegia de design que visa a reduccedilatildeo das perdas ambientais
utilizada principalmente no desenvolvimento de novos produtos (GARNER
KEOLEIAN 1995)
Prevenccedilatildeo agrave poluiccedilatildeo ndash uniatildeo de princiacutepios que tem por finalidade a prevenccedilatildeo agrave
geraccedilatildeo de resiacuteduos antes do iacutenicio do processo industrial (CHERTOW 2000)
Economia verde ndash este novo campo da contabilidade se desvencilha-se da
contabilidade tradicional propondo-se a trazer informaccedilotildees mais exatas sobre o
ldquocustos ambientaisrdquo das empresas cuja influecircncia deve alcanccedilar o campo dos
negoacutecios relacionando-se a ldquoqualidade verderdquo do produto ou serviccedilo (RICHARDS
FROSCH 1997)
2 Inter-empresas ndash medidas que podem ser tomadas a partir da relaccedilatildeo entre
induacutestrias que encontram-se geograficamente proacuteximas tais como
Simbiose industrial ndash criaccedilatildeo de ligaccedilatildeo entre induacutestrias com objetivo de
aumentar a eficiecircncia da mateacuteria e energia que fluem atraveacutes do distrito industrial
em que se encontram (EHRENFELD GERTLER 1997)
Ciclo de vida dos produtos ndash ldquoprocesso usado para avaliar as perdas ambientais
relacionadas a um produto processo ou atividaderdquo (Society for Enviromental
Toxicology amp Chemistry ndash SETAC 1994 traduccedilatildeo nossa)
Iniciativa dos setores industriais
3 RegionalGlobal ndash medidas que podem ser adotadas entre nuacutecleos induacutestrias
Ciclos e orccedilamentos ndash eacute um sistema orientador que promove produccedilotildees com
designs mais ecoloacutegicos e economicamente sustentaacuteveis (GARNER KEOLEIAN
1995)
Fluxo de mateacuteria e energia ndash conceito desenvolvido por Robert Ayres
denominado de ldquometabolismo industrialrdquo leva em consideraccedilatildeo o fluxo de mateacuteria
e energia atraveacutes dos sistema industriais e por meio de anaacutelises in put (entrada) e
out put (saiacuteda) vecirc-se a possibilidade de identificaccedilatildeo de processos e produtos
ineficientes que podem resultar em perda material e prejuiacutezos ao meio ambiente
(GARNER KEOLEIAN 1995)
19
Portanto a simbiose industrial apresenta-se como uma ferramenta que envolve
induacutestrias tradicionalmente separadas em uma ldquoabordagem coletiva para a vantagem
competitiva envolvendo troca fiacutesica de materiais energia aacutegua eou subprodutosrdquo
(CHERTOW 2000 traduccedilatildeo nossa)
De acordo com Ehrenfeld e Gertler (1997) a partir do estreitamento da relaccedilatildeo
entre o conceito ambiental e o desenvolvimento industrial e considerando que esse jaacute vecircm
atrelado ao desenvolvimento econocircmico houve a necessidade da aplicaccedilatildeo dos conceitos
da Simbiose Industrial atraveacutes da configuraccedilatildeo de ldquoeco-parques industriaisrdquo
De acordo com Chertow (2000) ldquona praacutetica as definiccedilotildees de eco-parques
industriais ainda estatildeo em formaccedilatildeordquo poreacutem duas definiccedilotildees satildeo mais aceitas a do
Presidentrsquos Council Sustainable (PCSD)
ldquouma comunidade de empresas que cooperam entre si e com a
comunidade local para compartilhar de forma eficiente os recursos
(informaccedilotildees materiais aacutegua energia infra-estrutura e de habitats naturais)
levando a ganhos econocircmicos ganhos de qualidade ambiental e melhoria
equitativa dos recursos humanos para a comunidade empresarial e localrdquo
(PSCD 1996 traduccedilatildeo nossa)
E e a da USEPA
ldquoum eco-parque industrial eacute uma comunidade de manufatura e serviccedilos
que procuram melhor desempenho ambiental e econocircmico
atraveacutes da colaboraccedilatildeo na gestatildeo de questotildees ambientais e de recursos
incluindo energia aacutegua e materiais Ao trabalhar em conjunto a comunidade
de empresas procura um benefiacutecio colectivo que eacute maior do que a soma de a
benefiacutecios individuais de cada empresa iria perceber se ele otimizou seu
indiviacuteduo o desempenho apenasrdquo (USEPA 1995 traduccedilatildeo nossa)
Faz-se relevante neste contexto o estiacutemulo de uma nova revoluccedilatildeo industrial que
promova o desenvolvimento de accedilotildees que entrelaccedilariam o desenvolvimento econocircmico
com o bem-estar dos ecossistemas Poreacutem Casagrande Junior (2004) denota que as
inovaccedilotildees tecnoloacutegicas desenvolvidas pelo modelo econocircmico atual satildeo atreladas ao
ciacuterculo vicioso produccedilatildeo gt consumo gt crescimento econocircmico que estimulam o consumo
exacerbado gerando pressatildeo sobre os recursos naturais causando custos sociais e
ambientais
32 Chumbo
O chumbo eacute um metal pesado cujo siacutembolo eacute Pb de massa molar 2072 g mol-1 de
coloraccedilatildeo branca-azulada tornando-se acinzentado quando exposto ao ar Eacute inodoro
20
macio maleaacutevel possui baixa condutividade eleacutetrica e alta resistecircncia agrave corrosatildeo Funde-se
com facilidade agrave 3274 ordmC e sua temperatura de vaporizaccedilatildeo eacute de 1725 ordmC Pertence ao
grupo IVA da tabela perioacutedica cujo nuacutemero atocircmico eacute 82 podendo apresentar dois estados
de oxidaccedilatildeo Pb+2 mais estaacutevel e Pb+4 oxidante Historicamente tem sido amplamente
explorado pela sociedade devido a sua vasta disponibilidade no meio ambiente
principalmente na forma de compostos minerais sendo o sulfeto de chumbo (PbS)
conhecido como galena considerado a mais importante e abundante fonte de chumbo
(ALEXANDRINO 2014)
Existem relatos de utilizaccedilatildeo do chumbo por vaacuterias sociedades antigas no entanto
a primeira civilizaccedilatildeo a utilizaacute-lo amplamente foi o Impeacuterio Romano no seacuteculo V aC V
aC para ldquoconfecccedilatildeo de objetos [] fabricaccedilatildeo de tubulaccedilotildees e torneiras produtos de
beleza e ateacute na correccedilatildeo da acidez do vinho atraveacutes da adiccedilatildeo de oacutexido de chumbordquo
(Miranda e Souto 2010)
Atualmente cerca de 70 da produccedilatildeo mundial de chumbo eacute utilizada
fundamentalmente na elaboraccedilatildeo de baterias automotivas e na induacutestria de chumbo-aacutecido
embora tambeacutem apresente copiosas empregabilidades na induacutestria em geral devido a suas
caracteriacutesticas fiacutesicas e quiacutemicas (PRAC c2015) Na Figura 4 observam-se os processos de
extraccedilatildeo usos e disposiccedilatildeo final do chumbo nos anos 90
Figura 4 ndash Extraccedilatildeo uso e disposiccedilatildeo final de chumbo em 1990 em milhares de toneladas
Fonte elaborado a partir de GARNER KEOLEIAN (1995)
21
Comparativamente ao dado fornecido pelo PRAC observa-se que o ramo que
absorve a maior porcentagem do mercado extrativista continua o mesmo isto eacute a
fabricaccedilatildeo de baterias Eacute possiacutevel observar que a reciclagem do chumbo eacute quase que
integralmente proveniente dessa mesma atividade e que vaacuterios usos permanecem como
sistemas abertos de mateacuteria
Como consequecircncia dessa intensa utilizaccedilatildeo a contaminaccedilatildeo por chumbo eacute um
problema tatildeo expressivo quanto a extensatildeo de seu uso
ldquoA maior incidecircncia de intoxicaccedilatildeo por chumbo ocorre devido agrave
contaminaccedilatildeo ambiental pela ingestatildeo de alimentos e bebidas contaminadas
e por partiacuteculas suspensas no ar (KOSNETT 2003) Na atividade
ocupacional a via mais frequente de intoxicaccedilatildeo eacute a inalatoacuteria como
consequecircncia da contaminaccedilatildeo do ambiente de trabalho (PAOLIELLO
CHASIN 2001) Dentre os gecircneros alimentiacutecios que mais contribuem para a
ingestatildeo de chumbo destacam-se a aacutegua potaacutevel bebidas em geral cereais
vegetais e frutas (SALGADO 2003)rdquo (SCHIFER et al 2005)
O grande avanccedilo dos sistemas industriais e seu consequente aumento de atividades
nos uacuteltimos anos assim como a negligecircncia de certas induacutestrias tecircm sido responsaacuteveis
pela degradaccedilatildeo de efluentes especialmente pelo desaguamento de quantidades de metais
pesados nestes (PINTO et al 2003) Os metais acabam por contaminarem lenccediloacuteis freaacuteticos
e reservatoacuterios de aacutegua podendo causar danos agrave sauacutede da populaccedilatildeo tais danos ocorrem
quando haacute a extrapolaccedilatildeo dos limites maacuteximos tolerados pelo organismo humano
denominado no Brasil de Iacutendice Bioloacutegico Maacuteximo Permitido (IBPM) o qual foi
decretado pela NR 7 e aprovado pela Portaria SSST nordm 24 de 29 de dezembro de 1994 Na
Tabela 1 verificam-se os valores tolerados para a substacircncia chumbo
Tabela 1 ndash Paracircmetros para controle bioloacutegico da exposiccedilatildeo ocupacional
Agente quiacutemico Indicador Bioloacutegico
VR[1] IBPM[2]
Amostra Anaacutelise
Chumbo orgacircnico
Sangue Chumbo Ateacute 40 ug em 100 mL 60 ug em 100 mL
Urina Aacutecido Delta Aminolevuliacutenico Ateacute 45 g g-1 creat 10 mh g-1 creat
Sangue Zincoprotoporfirina Ateacute 40 ug em 100 mL 100 ug em 100 mL
Chumbo Tetraetila Urina Chumbo Ateacute 50 ug g-1 creat 100 ug g-1 creat
creat ndash abreviaccedilatildeo de creatinina [1] Valor de Referecircncia da Normalidade valor possiacutevel de ser
encontrado em populaccedilotildees natildeo-expostas ocupacionalmente [2] Iacutendice Bioloacutegico Maacuteximo Permitido eacute
o valor maacuteximo do indicador bioloacutegico para o qual se supotildee que a maioria das pessoas
ocupacionalmente expostas natildeo corre risco de danos agrave sauacutede A ultrapassagem deste valor significa
exposiccedilatildeo excessiva
Fonte adaptado de BRASIL (1994a)
22
321 Legislaccedilatildeo especiacutefica relacionada a descarga de efluentes
Conforme artigo 3ordm da Resoluccedilatildeo CONAMA nordm430
ldquoOs efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderatildeo ser lanccedilados
diretamente nos corpos receptores apoacutes o devido tratamento e desde que
obedeccedilam agraves condiccedilotildees padrotildees e exigecircncias dispostos nesta Resoluccedilatildeo e em
outras normas aplicaacuteveisrdquo (BRASIL 2011)
Assim considerou-se que para estar em acordo com a legislaccedilatildeo vigente pode
haver a necessidade da realizaccedilatildeo de tratamento preacutevio ou completo para descarga do
efluente em corpo drsquoaacutegua
Os padrotildees para lanccedilamento de efluentes em corpos receptores satildeo regulamentados
em acircmbito federal na Resoluccedilatildeo CONAMA nordm 430 de 2011 (BRASIL 2011) e em acircmbito
estadual pelo Decreto 8468 de 19761 (SAtildeO PAULO 1976) Na Tabela 2 verificam-se os
padrotildees de lanccedilamento para o metal chumbo em ambos os acircmbitos
Tabela 2 ndash Padrotildees de lanccedilamento de efluentes contendo chumbo em corpos drsquoaacutegua e em redes
coletoras de esgoto
Fonte elaborado a partir de BRASIL (2011) SAtildeO PAULO (1976)
322 Tratamento para efluentes com metais
O tratamento para remoccedilatildeo de metais pesados pode ser realizado a partir de
diferentes processos tais como a precipitaccedilatildeo quiacutemica troca-iocircnica filtraccedilatildeo por
membrana e meacutetodos eletromecacircnicos (ECKENFELDER 2000) Estes conforme
Tchobanoglous e Burton (1991) e Aksu (1998) podem ser processos dispendiosos e
ineficientes
1 A Lei Estadual 997 de 31 de maio de 1976 aprovada pelo Decreto 8468 de 8 de setembro de 1976 foi
alterada e acrescida de dispositivos pelos Decretos 15425 de 23 de julho de 1980 e pelo Decreto 47397 de
novembro de 2012
Destino Resoluccedilatildeo CONAMA nordm43011 Lei Estadual 99776
Emissatildeo em corpos drsquoaacutegua ateacute 05 mg L-1 ateacute 05 mg L-1
Emissatildeo em rede coletora de esgoto ndash ateacute 15 mg L-1
23
Poreacutem metais pesados podem ser extraiacutedos de um sistema aquoso empregando-se
adsorventes naturais como as cascas de determinadas frutas que constituem excelente
alternativa perante os processos quiacutemicos uma vez que satildeo abundantes apresentam baixo
custo comercial e natildeo apresentam uma destinaccedilatildeo especiacutefica fora o descarte convencional
(SIMOtildeES TAUK-TORNISIELO 2005)
Podendo ser fiacutesico ou quiacutemico o processo efetua-se pela interaccedilatildeo do material
adsorvente com o produto a ser adsorvido A adsorccedilatildeo fiacutesica eacute ocasionada principalmente
pelas forccedilas de van der Waals2 no qual o equiliacutebrio eacute atingido rapidamente e eacute reversiacutevel
jaacute a adsorccedilatildeo quiacutemica eacute a uniatildeo de moleacuteculas ou aacutetomos a uma superfiacutecie soacutelida que pode
ser realizada atraveacutes de ligaccedilotildees quiacutemicas ou por efeito cataliacutetico (WEBER JUNIOR 1972)
323 Biossorccedilatildeo
Segundo Volesky (1986) eacute denominada de biossorccedilatildeo a separaccedilatildeo seletiva de iacuteons
metaacutelicos de meio aquoso na qual o meio adsorvente seria uma biomassa sendo ainda um
processo natildeo agressivo no qual ocorrem somente interaccedilotildees entre os grupos funcionais da
biomassa com os iacuteons da soluccedilatildeo
ldquoA adsorccedilatildeo eacute uma forma de tratamento bastante eficaz utilizada para a
remoccedilatildeo de metais toacutexicos Devido a isto meacutetodos de adsorccedilatildeo de metais em
efluentes utilizando materiais naturais estatildeo sendo desenvolvidos podendo
ainda ser uma alternativa para o aproveitamento de resiacuteduos agroindustriaisrdquo
(MASSOCATTO et al 2009)
A utilizaccedilatildeo da biomassa como agente adsorvente alternativo em meacutetodos de
tratamento convencional apresenta como fatores significativos o reduzido valor agregado
comercial capacidade de tratar grande volume de efluente potencial de dessorccedilatildeo3 e
tempo de separaccedilatildeo seletiva de iacuteons variando de 5 a 15 minutos (PINO TOREM 2011
VOLESKY HOLAN 1995) Geralmente os adsorventes naturais evidenciam a mesma
eficaacutecia de reter iacuteons metaacutelicos que os adsorventes sinteacuteticos pois possuem agrupamentos
orgacircnicos e satildeo fibrosos o que gera uma maior aacuterea de influecircncia e ldquosiacutetiosrdquo para os iacuteons
serem adsorvidos (PAVAN 2007)
O uso da biomassa como agente de remoccedilatildeo de metais pesados jaacute eacute desde 1999
considerada pela USEPA como uma tecnologia de descontaminaccedilatildeo
2 Forccedilas de van der Waals forccedilas entre as moleacuteculas mais fracas que as forccedilas atocircmicas RUSSEL J
Quiacutemica Geral 2 ed Satildeo Paulo Makron Book 1994 vol 1 3 Recuperaccedilatildeo da espeacutecie metaacutelica
24
Diversos tipos de adsorventes tais como o palmito pupunha o sabugo de milho o
algodatildeo o caju as cascas de arroz banana noz pecatilde e laranja tecircm sido testados
laboratorialmente por pesquisadores da aacuterea cita-se Vaghetti et al (2009) que realizou
estudos sobre a eficiecircncia da casca da noz pecatilde como agente de retirada de iacuteons cromo(III)
cromo (VI) ferro zinco cobre manganecircs e chumbo de soluccedilotildees sinteacuteticas obtendo
especial ecircxito na biossorccedilatildeo de cromo (VI)
O processo de biossorccedilatildeo desenvolve-se de modo homogecircneo atraveacutes de condiccedilotildees
ambientais controladas as quais ocorrem dentro de reatores contiacutenuos (VOLESKY
NOLAN 1995 SANTOS VASCONCELOS 2002) Os reatores mais comumente usados
na remoccedilatildeo de metais pesados satildeo o de coluna de leito fixo e o anaeroacutebio de manta de
lodo (QUAMBY FOSTER 1995 SEOLATTO et al 2009)
De acordo com Lodeiro Herrero e Sastre de Vicente (2006) os reatores de coluna
de leito fixo promovem o melhor aproveitamento do biossorvente pois possibilitam ciclos
regenerativos jaacute os reatores anaeroacutebios de manta de lodo satildeo comumente utilizados em
tratamento de aacuteguas residuaacuterias por serem eficientes na remoccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica e
apresentarem consideraacutevel baixo custo inicial (QUAMBY FOSTER 1995 SEOLATTO
et al 2009)
324 A laranja como adsorvente
Segundo Batista (2014)
ldquoA casca da laranja encontra-se na literatura dos estudos de adsorccedilatildeo
mostrando um grande potencial na remoccedilatildeo de resiacuteduos em efluentes O
Brasil eacute um grande produtor de laranja no mundo atualmente em torno de
70 do suco consumido mundialmente eacute proveniente de plantaccedilotildees ou da
industrializaccedilatildeo da laranja no Brasil Apoacutes a extraccedilatildeo do suco na induacutestria da
laranja grande parte do fruto mais de 50 eacute de rejeitos soacutelidos
representados pela casca bagaccedilo e sementesrdquo (BATISTA 2014)
Aproximadamente 18 milhotildees de toneladas de laranja satildeo produzidas anualmente
no Brasil e o Estado de Satildeo Paulo eacute responsaacutevel por 74 dessa produccedilatildeo (IBGE 2012)
Em 2011 os resiacuteduos de laranja oriundos de induacutestrias de processamento como por
exemplo de produccedilatildeo de suco chegaram a gerar 95 milhotildees de toneladas de resiacuteduos
(CODESP 2011) Apesar de ser uma mateacuteria abundante e de baixo custo a principal
utilizaccedilatildeo dessa biomassa tem sido como complemento na alimentaccedilatildeo bovina Tal
25
complemento chamado de ldquopolpa ciacutetrica peletizadardquo eacute produzido a partir da secagem dos
resiacuteduos de laranja Ateacute meados de 1993 o produto era desconhecido pela pecuaacuteria
nacional pois desde a deacutecada de 70 a polpa ciacutetrica era exportada quase que integralmente
para a Europa (NEVES et al 2010)
A previsatildeo para exportaccedilatildeo do produto em 2012 era de 180 toneladas isso
considerando que haveria um aumento de 21 com relaccedilatildeo a 2011 (CODESP 2011) A
polpa ciacutetrica peletizada continua natildeo sendo empregada amplamente no Brasil gerando um
remanescente de aproximadamente 932 milhotildees de toneladas de resiacuteduos de laranja sem
destinaccedilatildeo especiacutefica Dessa forma a sua utilizaccedilatildeo como insumo de agente biossortivo
obtido aproximadamente a custo zero torna-se de grande valia na retirada de metais
pesados de meio aquoso
Como apontado por Batista (2014) os rejeitos de laranja satildeo apontados na literatura
como material de adsorccedilatildeo mostrando um grande potencial na remoccedilatildeo de metais Aacuteguas
residuaacuterias que incluem por exemplo cromo chumbo e prata apresentam resultados
promissores particularmente a biossorccedilatildeo do chumbo apresenta aproximadamente 99 de
eficaacutecia com relaccedilatildeo a concentraccedilotildees variadas de chumborejeito de laranja (MORAES et
al 2011 MASSOCATTO et al 2009 ALMEIDA et al 2012)
Apesar da eficaacutecia laboratorial da utilizaccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos de laranja (casca
bagaccedilo e semente) na descontaminaccedilatildeo de um meio aquoso observa-se a necessidade do
estabelecimento da conexatildeo entre as induacutestrias que proveriam esse resiacuteduo de laranja com
as que poderiam utilizaacute-lo como meacutetodo de tratamento assim revelou-se a oportunidade
de aplicar o conceito de Simbiose Industrial atraveacutes de uma anaacutelise inter-empresas
avaliando a potencialidade de intercacircmbio dos rejeitos industriais como fonte de mateacuteria-
prima para outros processos produtivos em induacutestrias do municiacutepio de Bebedouro estado
de Satildeo Paulo
26
4 METODOLOGIA
A metodologia desenvolvida neste trabalho pode ser agrupada e pormenorizada em
quatro etapas todas elas partindo de um levantamento e anaacutelise de referenciais teoacutericos
embasados em dados bibliograacuteficos O levantamento de dados realizado neste trabalho teve
como primeira aacuterea de abrangecircncia o estado de Satildeo Paulo Foram utilizados os bancos de
dados do IBGE CDSP CETESB USEPA entre outros e tambeacutem web sites artigos teses
e pesquisas acadecircmico cientiacuteficas
41 Levantamento bibliograacutefico
Caracterizou-se o processo de simbiose industrial como forma de reinserccedilatildeo de
resiacuteduos na cadeia produtiva e sua efetiva implantaccedilatildeo como possibilidade viaacutevel do
alcance do desenvolvimento sustentaacutevel
Realizou-se definiccedilatildeo teacutecnica do metal pesado chumbo e contextualizaccedilatildeo da
problemaacutetica do uso histoacuterico desse metal com ecircnfase para a problemaacutetica do uso na
atualidade
Desenvolveu-se a relaccedilatildeo entre o capitalismo atual que promove os ciclos abertos
de mateacuteria e energia caracteriacutestica de parte do sistema produtivo com ecircnfase para aqueles
que geram aacuteguas residuaacuterias contaminadas pelo metal pesado chumbo
Avaliaram-se os meacutetodos de remoccedilatildeo de metais-pesados de aacuteguas residuaacuterias com
especial atenccedilatildeo ao uso de biomassa vegetal como agente no processo de adsorccedilatildeo4 objeto
de estudo deste trabalho
A partir da escolha da biossorccedilatildeo como meacutetodo para o tratamento de efluentes
realizou-se um levantamento bibliograacutefico sobre usos de diversas biomassas vegetais que
apresentariam eficaacutecia comprovada e que tambeacutem poderiam ser encontradas em
abundacircncia
Constatou-se que o maior produtor de laranja do Brasil eacute o estado de Satildeo Paulo e
que a cadeia produtiva da transformaccedilatildeo do produto in natura em suco eacute tambeacutem em sua
4 Neste trabalho foi denominada de biossorccedilatildeo a adsorccedilatildeo realizada por meio da utilizaccedilatildeo de biomassa
vegetal
27
grande maioria realizada dentro do estado O processo referido gera quantidade abundante
de biomassa vegetal de laranja cuja eficaacutecia no tratamento de efluentes contaminados pelo
metal pesado chumbo pocircde ser comprovada por referencial teoacuterico
Definiu-se de consideraacutevel relevacircncia a realizaccedilatildeo de um estudo que busque
evidecircncias da aplicabilidade e viabilidade de uma proposta para o processo de simbiose
entre as induacutestrias estudadas no qual os resiacuteduos (bagaccedilosementecasca) de laranja
possam ser utilizados como meacutetodo de tratamento de aacutegua residuaacuteria contaminada no
processo de produccedilatildeo industrial
42 Levantamento e anaacutelise da produccedilatildeo de laranja no Estado de SP
Apoacutes constataccedilatildeo por meio da Revisatildeo Bibliograacutefica que o Estado de Satildeo Paulo eacute
o estado que se apresenta como maior produtor de laranja do Brasil realizou-se um
levantamento da produccedilatildeo de laranja por cidades do estado Utilizaram-se dados do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do ano de 2012 que correspondem
ao levantamento da produccedilatildeo total de diversos tipos de leguminosas frutas e sementes por
cidade
Posteriormente realizou-se a elaboraccedilatildeo de um mapa referente agrave produccedilatildeo de
laranja por cidade do estado de Satildeo Paulo com suporte do programa de geoprocessamento
ArcGis 1031
A partir da obtenccedilatildeo de dados referentes agrave produccedilatildeo de laranja por cidade com sua
respectiva espacializaccedilatildeo constatou-se acessando o cataacutelogo da Associaccedilatildeo Nacional de
Exportadores de Sucos e Ciacutetricos (CitrusBR) que o escoamento de 93 da produccedilatildeo total
do estado eacute proveniente do denominado cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo cuja definiccedilatildeo seraacute elucidada
no capiacutetulo 51 tem a seguinte destinaccedilatildeo trecircs grandes empresas fabricantes de suco de
laranja consumo in natura e pequenas induacutestrias produtoras de suco
A seguir as cidades levantadas neste trabalho e integrantes do cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo
foram aferidas sequencialmente em ordem decrescente de produccedilatildeo mediante acessos aos
cataacutelogos industriais da Federaccedilatildeo das Induacutestrias do Estado de Satildeo Paulo (FIESP 2014) e
do Centro das Induacutestrias do Estado de Satildeo Paulo (CIESP 2015) com o intuito de verificar
a existecircncia de escoamento de produccedilatildeo de laranja destinado a pequenas induacutestrias de suco
28
Foi realizado contato por meios eletrocircnicos com as induacutestrias constantes no
material pesquisado no qual foram requeridas informaccedilotildees sobre
1) Existecircncia da geraccedilatildeo de resiacuteduo de laranja
2) Destinaccedilatildeo dada ao resiacuteduo se este existir
3) Quantificaccedilatildeo diaacuteria eou mensal eou anual do resiacuteduo se este existir
4) Armazenamento do resiacuteduo se este existir
A Companhia Ambiental do estado de Satildeo Paulo (CETESB) foi contatada com o intuito
de requisitar vista do Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento (MCE) desta induacutestria
com objetivo de levantamento dos dados pertinentes ao desenvolvimento deste trabalho Os
dados solicitados agrave CETESB referentes a cada induacutestria constam no Anexo A e B
43 Levantamento e anaacutelise das induacutestrias com potencial poluidor
A partir da delimitaccedilatildeo da aacuterea de estudo verificou-se a necessidade da realizaccedilatildeo
um levantamento das induacutestrias que poderiam utilizar-se da biossorccedilatildeo como meacutetodo de
tratamento de efluentes
Para tal houve a necessidade de realizar uma relaccedilatildeo entre as categorias industriais
da Environmental Protection Agency ndash United States (USEPA) as quais levam em
consideraccedilatildeo em sua descriccedilatildeo os componentes que potencialmente seriam encontrados
em seus respectivos efluentes com as categorias industriais brasileiras disponibilizadas
pelo IBGE
Sucedendo-se a esta associaccedilatildeo e jaacute delimitada a aacuterea de pesquisa como sendo o
limite municipal da cidade de Bebedouro realizou-se a partir de pesquisa nos cataacutelogos
industriais da FIESP (2014) e da CIESP (2015) afericcedilatildeo das induacutestrias que estariam dentro
dos paracircmetros dispostos nas categorias industriais caracterizadas neste trabalho isto eacute as
que potencialmente conteriam chumbo em suas aacuteguas residuaacuterias
Um total de onze induacutestrias apresentaram os quesitos para serem categorizadas pelo
meacutetodo citado Um mapa referente agrave disposiccedilatildeo dessas induacutestrias foi efetuado no programa
ArcGis 1031 Subsequentemente a agecircncia da CETESB responsaacutevel pelo municiacutepio de
Bebedouro foi contatada a fim de se obter a vista dos processos MCE de cada uma das
induacutestrias com o intuito de verificar quais realmente continham chumbo em suas aacuteguas
29
residuaacuterias e quais as formas de tratamento efetuadas Apoacutes essa verificaccedilatildeo constatou-se
que duas induacutestrias adequavam-se ao propoacutesito deste trabalho
44 Exposiccedilatildeo do meacutetodo de tratamento aplicado na induacutestria
Pormenorizaccedilatildeo dos dados referentes aos efluentes destas empresas foram
analisados para que a partir de referencial teoacuterico em uma segunda etapa fossem
realizados os caacutelculos da demanda de resiacuteduos de laranja que tais induacutestrias utilizariam se
adotassem o meacutetodo de tratamento proposto
Atraveacutes de anaacutelise do mesmo referencial teoacuterico citado anteriormente foram
obtidas informaccedilotildees sobre o tratamento especiacutefico que o resiacuteduo deveria receber antes de
ser inserido no processo de tratamento Em sequecircncia realizou-se levantamento das
tecnologias que poderiam ser utilizadas no processamento desses resiacuteduos bem como
seleccedilatildeo das que mais se adequavam
Realizou-se levantamento de formas de inserccedilatildeo da biomassa em escala real de
tratamento
Um levantamento e anaacutelises de custos das tecnologias de processamento das
formas de inserccedilatildeo e do translado do resiacuteduo caso fosse utilizado os serviccedilos de uma
empresa transportadora foram realizados
30
5 LEVANTAMENTO DE DADOS
51 Distribuiccedilatildeo da produccedilatildeo de laranja no estado de Satildeo Paulo
Para o levantamento e espacializaccedilatildeo da produccedilatildeo de laranja no estado de Satildeo Paulo
foram coletados dados do site do IBGE referentes ao ano de 2013 Na Figura 5 satildeo
destacados os municiacutepios paulistas produtores de laranja conforme o total de produccedilatildeo da
fruta
Figura 5 ndash Disposiccedilatildeo dos municiacutepios produtores de laranja no Estado de Satildeo Paulo
Fonte IBGE (2013)
De acordo com a CitrusBR (2010) e com o Fundo de Defesa da Citricultura
(FUNDECITRUS 2015) existe uma aacuterea denominada de cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo cuja
delimitaccedilatildeo geograacutefica abrange 93 da produccedilatildeo de laranja do estado de Satildeo Paulo Essa
aacuterea eacute dividida em setores os quais satildeo denominados de norte sul centro noroeste e
sudoeste como apresentado na Figura 6
31
Figura 6 ndash Setores do cinturatildeo citriacutecola
Fonte Adaptado FUNDECITRUS (2015)
511 Distribuiccedilatildeo do consumo de laranja no estado de SP
Sabendo que aproximadamente 93 de toda a laranja produzida no estado de Satildeo
Paulo proveacutem do cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo a seguinte diferenciaccedilatildeo eacute feita pela CitrusBR
(2010) conforme sua destinaccedilatildeo a) 84 para trecircs grandes induacutestrias de suco de laranja as
quais possuem 18 faacutebricas distribuiacutedas em 16 municiacutepios do estado de SP e um localizado
no estado do Paranaacute b) 2 para pequenas induacutestrias produtoras de suco de laranja c) 7
ao consumo in natura
No Quadro 1 satildeo apresentadas informaccedilotildees de localizaccedilatildeo das unidades industriais
das trecircs grandes induacutestrias consumidoras da produccedilatildeo de laranja do estado de Satildeo Paulo
denominadas arbitrariamente de induacutestrias A B e C
32
Quadro 1 ndash Localizaccedilatildeo das unidades das induacutestrias A B e C
Induacutestria de suco de laranja Cidades
Induacutestria A
Bebedouro
Engenheiro Coelho
Matatildeo
Paranavaiacute (PR)
Santos
Induacutestria B
Araras
Catanduva
Matatildeo
Induacutestria C
Araraquara
Avareacute
Conchal
Colina
Cordeiroacutepolis
Duartina
Itaacutepolis
Porto Ferreira
Uchoa
Votuporanga
Fonte CITRUSBR (2010)
Na Figura 7 eacute possiacutevel visualizar em acircmbito estadual a disposiccedilatildeo geograacutefica das
filiais das induacutestrias A B e C
O potencial de geraccedilatildeo de resiacuteduos de laranja dessas unidades industriais eacute elevado
visto que 84 da produccedilatildeo do estado eacute absorvida por elas (CITRUSBR 2010) Poreacutem ao
acessar o conjunto de paacuteginas da internet dessas trecircs induacutestrias constatou-se que todo o
produto residual de laranja gerado jaacute tem como destinaccedilatildeo o processo de peletizaccedilatildeo
Assim uma vez que este resiacuteduo representa um valor comercial para estas induacutestrias natildeo
foram considerados tais dados no desenvolvimento deste trabalho
33
Figura 7 ndash Localizaccedilatildeo das filiais das induacutestrias de suco de laranja (A B e C)
Fonte CITRUSBR (2010)
Os 7 da produccedilatildeo de laranja que natildeo proveacutem do cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo natildeo teve seu
escoamento estudado fato que impossibilitou a utilizaccedilatildeo desses dados na realizaccedilatildeo das
anaacutelises requeridas para o desenvolvimento deste trabalho
Portanto considerou-se que 2 da produccedilatildeo de laranja proveniente do cinturatildeo
ldquocitriacutecolardquo aproximadamente 266400 toneladas5 serviria ao propoacutesito aludido
512 Seleccedilatildeo da induacutestria de suco
Reputando-se que os 2 da produccedilatildeo estadual de laranja citados localizam-se no
cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo (CITRUSBR 2010) realizou-se a identificaccedilatildeo de pequenas induacutestrias
5 Considerando a produccedilatildeo anual em torno de 18 milhotildees de toneladas e 74 deste total proveniente do
estado de Satildeo Paulo
34
produtoras de suco de laranja integrantes do cinturatildeo atraveacutes de acessos aos Cataacutelogos
Induacutestrias da CIESP (2015) e da FIESP (2014)
As cidades foram hierarquizadas de forma decrescente conforme o total de
produccedilatildeo anual de laranja Na sequecircncia ponderou-se a distinccedilatildeo de induacutestrias que
somente realizam o processo de embalagem do suco pronto das que realizam o processo
de fabricaccedilatildeo deste O levantamento cessou quando um total de duas induacutestrias foram
encontradas ambas localizadas na cidade de Bebedouro estado de Satildeo Paulo Vale
ressaltar que as cidades hierarquizadas como anteriores agrave Bebedouro natildeo apresentaram
induacutestrias de suco dentro dos limites municipais A Tabela 2 apresenta a produccedilatildeo anual
em toneladas para cada cidade do cinturatildeo citriacutecola
Tabela 3 ndash Cidades integrantes do cinturatildeo citriacutecola consideradas no levantamento de induacutestrias de suco
Cidades Produccedilatildeo (t ano-1)
Casa Branca 693 690
Mogi Guaccedilu 448 800
Itapetininga 392 716
Aacuteguas de Santa Barbara 364 100
Brotas 334 560
Bebedouro 326 570
Fonte IBGE (2012)
Das induacutestrias consultadas somente uma retornou o contato em tempo haacutebil para
desenvolvimento deste trabalho Essa induacutestria situa-se no Norte do cinturatildeo na cidade de
Bebedouro e a Figura 8 tem por finalidade mostrar sua disposiccedilatildeo geograacutefica dentro do
municiacutepio citado
As informaccedilotildees fornecidas pela empresa denotam que existe produccedilatildeo de resiacuteduo
de laranja sem destinaccedilatildeo determinada (informaccedilatildeo verbal)6 Poreacutem natildeo foram cedidas
dados referentes a quantidade desse resiacuteduo gerado por dia mecircs eou ano e nem sobre a
forma de armazenamento eou disposiccedilatildeo do mesmo
6 Dados fornecidos por funcionaacuterio em entrevista por telefone
35
Figura 8 ndash Induacutestria de suco geradora de resiacuteduos de laranja localizada na cidade de Bebedouro
Fonte CIESP (2015) FIESP (2014)
5121 Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento (MCE)
O MCE eacute um documento exigido como parte integrante das Licenccedilas Preacutevias de
Instalaccedilatildeo e Operaccedilatildeo do Empreendimento (G3 GEOTECNOLOGIAS c2014)
Em pesquisa realizada em websites de diversas prefeituras (Campinas Satildeo Paulo e
Ribeiratildeo Preto) constatou-se que cada cidade tem seu proacuteprio modelo de MCE poreacutem
todos seguem o modelo baacutesico fornecido pela CETESB que margeia os seguintes itens
Identificaccedilatildeo do empreendimentoatividade
Relaccedilatildeo de mateacuterias primas
Relaccedilatildeo de produtos
Relaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos
36
Croqui de localizaccedilatildeo
Fluxograma
Combustiacuteveis
Informaccedilotildees sobre chamineacutes
Fontes de poluiccedilatildeo do ar
Equipamentos para controle de poluiccedilatildeo do ar
Balanccedilo hiacutedrico
Efluentes liacutequidos
Resumo de lanccedilamentos
Resiacuteduos soacutelidos
Armazenamento e tratamentodisposiccedilatildeo final dos resiacuteduos soacutelidos
Fontes de poluiccedilatildeo por ruiacutedo
A agecircncia da CETESB responsaacutevel pelo muniacutecipio de Bebedouro localiza-se na
cidade de Barretos e por meio de e-mails telefonemas e pedidos formais requisitou-se
vista do MCE da induacutestria mencionada no item anterior
Apoacutes verificaccedilatildeo constatou-se que a induacutestria produtora de suco possui Certificado
de Dispensa de Licenccedila portanto natildeo possui MCE impossibilitando o recolhimento de
dados por este meio
52 Categorias industriais de acordo com o tipo de efluente gerado7
A partir das praacuteticas industriais descargas de aacuteguas pluviais tecnologias e accedilotildees
que previnam a poluiccedilatildeo tratamento de efluentes e caracteriacutesticas econocircmicas a USEPA
realiza anaacutelises que possuem como princiacutepio baacutesico o incentivo agrave reduccedilatildeo da geraccedilatildeo de
poluentes que sejam ao mesmo tempo economicamente viaacuteveis Assim com base em
normas e limites para a descarga de efluentes em aacuteguas superficiais e em estaccedilotildees de
7 Chumbo geralmente natildeo eacute o uacutenico metal encontrado em aacuteguas residuaacuterias industriais desse seguimento
37
tratamento a proacutepria USEPA realizou uma categorizaccedilatildeo das induacutestrias conforme o tipo de
efluente gerado
As categorias industriais que nesta categorizaccedilatildeo da USEPA apresentavam limites
restritivos para a emissatildeo de efluentes contaminados pelo metal pesado chumbo satildeo
apresentadas a seguir
Battery Manufacturing
Centralized Waste Treatment
Copper Forming
Electrical and Electronic Components
Electroplating
Glass Manufacturing
Inorganic Chemicals
Iron and Steel Manufacturing
Metal Finishing
Metal Molding and Casting (Foundries)
Metal Products and Machinery
Nonferrous Metals Forming and Metal Powders
Nonferrous Metals Manufacturing
Ore Mining and Dressing (Hard Rock Mining)
Organic Chemicals Plastics and Synthetic Fibers (OCPSF)
Pesticide Chemicals Manufacturing Formulating and Packaging
Porcelain Enameling
Rubber Manufacturing
Transportation Equipment Cleaning Manufacturing
No Brasil o IBGE realizou em 2008 um estudo que reuniu informaccedilotildees
econocircmicas e financeiras sobre os setores industriais brasileiros o qual apresenta dados
sobre receita custos e valor de produccedilatildeo por exemplo Neste estudo tambeacutem satildeo
enumerados todos os setores industriais
38
O quadro 2 tem por finalidade relacionar as categorias americanas catalogadas pela
USEPA que podem apresentar chumbo em seus efluentes com os respectivos setores
industriais brasileiros
Quadro 2 ndash Relaccedilatildeo entre categorias industriais americanas e brasileiras
Categoria US EPA Categoria IBGE
Ore Mining and Dressing (Hard Rock Mining) Extraccedilatildeo de minerais metaacutelicos
Inorganic Chemicals
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos
Organic Chemicals Plastics and Synthetic
Fibers (OCPSF)
Pesticide Chemicals Manufacturing
Formulating and Packaging
Copper forming
Porcelain Enameling Fabricaccedilatildeo de produtos de minerais natildeo-
metaacutelicos Glass Manufacturing
Electroplating
Metalurgia baacutesica ou
Fabricaccedilatildeo de produtos de metal
(exceto maacutequinas e equipamentos)
Iron and Steel Manufacturing
Metal Finishing
Metal Molding and Casting (Foundries)
Nonferrous Metals Forming and Metal
Powders
Nonferrous Metals Manufacturing
Electrical and Electronic Components Fabricaccedilatildeo de maacutequinas aparelhos e
materiais eleacutetricos Battery Manufacturing
Transportation Equipment Cleaning
Manufacturing Fabricaccedilatildeo equipamentos de transporte
Centralized Waste Treatment Reciclagem
Fonte elaborado a partir de dados de USEPA (2014) IBGE (2008)
No Quadro 3 eacute possiacutevel verificar as categorias industriais do IBGE que tambeacutem
constam no Quadro 2 com as suas respectivas subcategorias estas embasam de maneira
mais especiacutefica a correlaccedilatildeo estabelecida
39
Quadro 3 ndash Categorias e subcategorias industriais de acordo com o IBGE
Categoria IBGE Subcategoria IBGE
Extraccedilatildeo de minerais metaacutelicos Extraccedilatildeo de minerais metaacutelicos natildeo-ferrosos
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos inorgacircnicos
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos orgacircnicos
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas
Fabricaccedilatildeo de tintas vernizes lacas e produtos afins
Fabricaccedilatildeo de fibras fios cabos e filamentos contiacutenuos artificiais e sinteacuteticos
Fabricaccedilatildeo de artigos de borracha e material plaacutestico
Fabricaccedilatildeo de artigos de borracha
Fabricaccedilatildeo de produtos de material plaacutestico
Fabricaccedilatildeo de produtos de minerais natildeo-metaacutelicos
Fabricaccedilatildeo de vidro e de produtos do vidro
Metalurgia baacutesica
Produccedilatildeo de ferro-gusa e de ferroligas
Siderurgia
Fabricaccedilatildeo de tubos (exceto em sideruacutergicas)
Fundiccedilatildeo
Fabricaccedilatildeo de produtos de metal
(exceto maacutequinas e equipamentos)
Fabricaccedilatildeo de estruturas metaacutelicas e obras de caldeiraria pesada
Fabricaccedilatildeo de tanques caldeiras e reservatoacuterios metaacutelicos
Forjaria estamparia metalurgia do poacute e serviccedilos de tratamento de metais
Fabricaccedilatildeo de artigos de cutelaria de serralheria e ferramentas manuais
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de tanques caldeiras e reservatoacuterios metaacutelicos
Fabricaccedilatildeo de produtos de metal natildeo especificados anteriormente
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas e
equipamentos
Fabricaccedilatildeo de motores bombas compressores e equipamentos de transmissatildeo
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos de uso Geral
Fabricaccedilatildeo de tratores e de maacutequinas e equipamentos para a agricultura e pecuaacuteria
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas-ferramenta
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos de usos na extraccedilatildeo mineral e construccedilatildeo
Fabricaccedilatildeo de outras maacutequinas e equipamentos de uso especiacutefico
Fabricaccedilatildeo de armas municcedilotildees e equipamentos militares
Fabricaccedilatildeo de eletrodomeacutesticos
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas
aparelhos e materiais eleacutetricos
Fabricaccedilatildeo de geradores transformadores e motores eleacutetricos
Fabricaccedilatildeo de equipamentos para distribuiccedilatildeo e controle de energia eleacutetrica
Fabricaccedilatildeo de fios cabos e condutores eleacutetricos isolados
Fabricaccedilatildeo de pilhas baterias e acumuladores eleacutetricos
Fabricaccedilatildeo de lacircmpadas e equipamentos de iluminaccedilatildeo
Fabricaccedilatildeo de material eleacutetrico para veiacuteculos - exceto baterias
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de maacutequinas aparelhos e materiais eleacutetricos
Fabricaccedilatildeo de outros equipamentos e aparelhos eleacutetricos
Fabricaccedilatildeo de material eletrocircnico baacutesico
Fabricaccedilatildeo de material eletrocircnico e de aparelhos e equipamentos de comunicaccedilotildees
Fabricaccedilatildeo de aparelhos receptores de raacutedio e televisatildeo e de reproduccedilatildeo gravaccedilatildeo ou amplificaccedilatildeo de som e viacutedeo
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de aparelhos e equipamentos de telefonia radiotelefonia e de transmissores de televisatildeo e raacutedio (exceto telefones)
Fabricaccedilatildeo de outros equipamentos de transporte
Fabricaccedilatildeo de outros equipamentos de transporte
40
Reciclagem Reciclagem de sucatas metaacutelicas
Fonte elaborado a partir de IBGE (2008)
Em anaacutelise comparativa dos aspectos das categorias industriais americanas
catalogadas pela USEPA com as respectivas especificaccedilotildees das categorias e subcategorias
industriais catalogadas pelo IBGE eacute possiacutevel afirmar que estas possuem similaridade
Assim conclui-se que potencialmente tais categorias e subcategorias listadas no Quadro
3 satildeo passiacuteveis de possuir o metal pesado chumbo em suas aacuteguas residuaacuterias Na Tabela 4
observa-se a quantidade de induacutestrias presentes em cada uma das subcategorias de acordo
com levantamento realizado pelo IBGE no ano de 2003
Tabela 4 ndash Nuacutemero de induacutestrias de acordo com as subcategorias industriais do IBGE
(continua)
Subcategorias industriais Nordm
Extraccedilatildeo de minerais metaacutelicos natildeo-ferrosos 61
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos inorgacircnicos 374
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos orgacircnicos 426
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas 67
Fabricaccedilatildeo de fibras fios cabos e filamentos contiacutenuos artificiais e sinteacuteticos 38
Fabricaccedilatildeo de artigos de borracha 1540
Fabricaccedilatildeo de produtos de material plaacutestico 5545
Fabricaccedilatildeo de vidro e de produtos do vidro 416
Produccedilatildeo de ferro-gusa e de ferroligas 99
Siderurgia 237
Fabricaccedilatildeo de tubos (exceto em sideruacutergicas) 165
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 449
Fundiccedilatildeo 798
Fabricaccedilatildeo de estruturas metaacutelicas e obras de caldeiraria pesada 3475
Fabricaccedilatildeo de tanques caldeiras e reservatoacuterios metaacutelicos 363
Forjaria estamparia metalurgia do poacute e serviccedilos de tratamento de metais 2628
Fabricaccedilatildeo de artigos de cutelaria de serralheria e ferramentas manuais 1910
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de tanques caldeiras e reservatoacuterios metaacutelicos 83
Fabricaccedilatildeo de produtos diversos de metal 4215
Fabricaccedilatildeo de motores bombas compressores e equipamentos de transmissatildeo 1041
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos de uso geral 2271
Fabricaccedilatildeo de tratores e de maacutequinas e equipamentos para a agricultura e pecuaacuteria 754
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas-ferramenta 540
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos de usos na extraccedilatildeo mineral e construccedilatildeo 227
41
Fabricaccedilatildeo de outras maacutequinas e equipamentos de uso especiacutefico 1715
Tabela 3 ndash Nuacutemero de induacutestrias de acordo com as subcategorias industriais do IBGE
(conclusatildeo)
Subcategorias industriais Nordm
Fabricaccedilatildeo de armas municcedilotildees e equipamentos militares 8
Fabricaccedilatildeo de eletrodomeacutesticos 427
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos 1071
Fabricaccedilatildeo de geradores transformadores e motores eleacutetricos 396
Fabricaccedilatildeo de equipamentos para distribuiccedilatildeo e controle de energia eleacutetrica 454
Fabricaccedilatildeo de fios cabos e condutores eleacutetricos isolados 239
Fabricaccedilatildeo de pilhas baterias e acumuladores eleacutetricos 103
Fabricaccedilatildeo de lacircmpadas e equipamentos de iluminaccedilatildeo 482
Fabricaccedilatildeo de material eleacutetrico para veiacuteculos - exceto baterias 173
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de maacutequinas aparelhos e materiais eleacutetricos 129
Fabricaccedilatildeo de outros equipamentos e aparelhos eleacutetricos 460
Fabricaccedilatildeo de material eletrocircnico baacutesico 421
Fabricaccedilatildeo de material eletrocircnico e de aparelhos e equipamentos de comunicaccedilotildees 238
Fabricaccedilatildeo de aparelhos receptores de raacutedio e televisatildeo e de reproduccedilatildeo gravaccedilatildeo
ou amplificaccedilatildeo de som e viacutedeo 194
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de aparelhos e equipamentos de telefonia e radiotelefonia
e de transmissores de televisatildeo e raacutedio (exceto telefones) 21
Fabricaccedilatildeo de outros equipamentos de transporte 301
Reciclagem de sucatas metaacutelicas 103
Fonte elaborado a partir de IBGE (2003)
Analisando a Tabela 4 contata-se que ao todo no ano de 2003 existiam 34657
induacutestrias com potencial poluidor pelo metal chumbo no Brasil
521 Levantamento das induacutestrias com potencial poluidor
Apoacutes a seleccedilatildeo da induacutestria produtora de suco de laranja a ser estudada realizou-se
um levantamento de dados buscando averiguar todas as induacutestrias passiacuteveis de serem
enquadradas nas categorias e subcategorias industriais mencionadas na Tabela 3
42
Analisados os cataacutelogos industriais da FIESP (2015) a da CIESP (2014) verificou-se
que um total de onze induacutestrias adequavam-se agraves subcategorias citadas neste trabalho Tais
induacutestrias foram denominadas sequencialmente de 1 a 11 e estatildeo descritas na Tabela 4
Tabela 5 ndash Induacutestrias com potencial poluidor por chumbo localizadas na cidade de Bebedouro ndash SP
Categoria IBGE Identificaccedilatildeo da induacutestria
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 1
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 2
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 3
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 4
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 5
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 6
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 7
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas 8
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas 9
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas 10
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas 11
Fonte adaptado de CIESP (2014) FIESP (2015)
Na Figura 9 verifica-se a disposiccedilatildeo dessas induacutestrias dentro do limite municipal da
cidade de Bebedouro ndash SP
43
Figura 9 ndash Induacutestrias com potencial poluidor
Fonte CIESP (2014) FIESP (2015)
As induacutestrias apresentadas na tabela 8 foram enquadradas pelas categorias
industriais que apresentavam o potencial poluidor descrito neste trabalho No entanto
algumas destas apresentavam mais de um processo produtivo o que demandaria anaacutelises
caso a caso para realizaccedilatildeo de enquadramentos mais especiacuteficos
5211 Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento (MEC)
Sendo a descriccedilatildeo do MCE caracterizada no item 5121 afirma-se que para
desenvolvimento da parte subsequente da metodologia utilizada para desenvolvimento
deste trabalho foram coletadas as seguintes informaccedilotildees nos processos requeridos o
balanccedilo hiacutedrico e efluentes liacutequidos das induacutestrias citadas na Tabela 5
44
Induacutestria 1 ndash a Tabela 6 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem A
Tabela 7 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 6 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 1
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 709
Usos ndash
Sanitaacuterios 637
Industrial 072
Outros 0
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 129
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 510
Industrial 070
Outros 0
Total de efluentes 580
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 401011015
Tabela 7 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 1
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Metalurgia de metais natildeo ferrosos
Vazatildeo 07
Vazatildeo de lanccedilamento 07
Meacutetodo de tratamento
Correccedilatildeo de pH e agitaccedilatildeo mecacircnica
Floculaccedilatildeo mecacircnica
Filtraccedilatildeo
Disposiccedilatildeo final Outros
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 51
Vazatildeo de lanccedilamento 51
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 401011015
45
Anaacutelises de controle para a fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua proveniente da metalurgia de
metais natildeo-ferroso satildeo realizadas e os resultados disponiacuteveis constam na Tabela 8
Tabela 8 ndash Anaacutelise do efluente proveniente da metalurgia de metais natildeo ferrosos antes e apoacutes tratamento
Paracircmetros Aacutegua bruta (entrada) Efluente industrial (saiacuteda)
Temperatura da aacutegua (ordm C) 25
pH 6
Houve periacuteodos de chuva
durante a coleta tratamento Sim
Chumbo (mg L-1) 2570 0305
Norma 6010 C
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 401011015
Induacutestria 2 ndash natildeo possui (ou natildeo foi informado) os dados para o balanccedilo hiacutedrico A
Tabela 9 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 9 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 2
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 056
Vazatildeo de lanccedilamento 056
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 401026315
Induacutestria 3 ndash a Tabela 10 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 11 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 10 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 3
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 600
46
Usos ndash
Sanitaacuterios 490
Industrial 0
Outros domeacutestico 110
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 208
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 392
Industrial 0
Outros 0
Total de efluentes 392
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400003213
Tabela 11 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 3
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 392
Vazatildeo de lanccedilamento 392
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400003213
Induacutestria 4 ndash possui Certificado de Dispensa de Licenccedila - natildeo possui o MCE
Induacutestria 5 ndash a Tabela 12 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 13 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 12 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 5
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado Nd
Usos ndash
Sanitaacuterios 336
Industrial 0
Outros domeacutestico 0
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 067
47
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 269
Industrial 0
Outros 0
Total de efluentes 269
Nd ndash informaccedilatildeo natildeo estava disponiacutevel
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400025612
Tabela 13 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 5
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 269
Vazatildeo de lanccedilamento 269
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400025612
Induacutestria 6 ndash a Tabela 14 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 15 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 14 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 6
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 4066
Usos ndash
Sanitaacuterios 630
Industrial 0
Outros consumo 3466
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 067
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 504
Industrial 0
Outros 3562
Total de efluentes 4066
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedilas nordm
400002814 e 400004314
48
Tabela 15 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 6
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Metalurgia de alumiacutenio e ligas
Vazatildeo Nd
Vazatildeo de lanccedilamento Nd
Meacutetodo de tratamento Nd
Disposiccedilatildeo final Nd
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 504
Vazatildeo de lanccedilamento 504
Meacutetodo de tratamento Filtro anaeroacutebio
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Nd ndash informaccedilotildees natildeo estavam disponiacuteveis
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedilas nordm 400002814 e 400004314
No MCE da referida foram apresentadas anaacutelises de controle para a fonte de
poluiccedilatildeo da aacutegua proveniente da metalurgia de alumiacutenio e ligas as quais foram
disponibilizadas em forma de relatoacuterio de ensaio Os relatoacuterios de ensaios para a) massa
bruta conforme NBR 10004 de 20048 (Tabela 16) b) lixiviaccedilatildeo conforme NBR 10005 de
20049 (Tabela 17) c) solubilizaccedilatildeo conforme NBR 10006 de 200410 (Tabela 18)
Tabela 16 ndash resultado do ensaio para massa bruta
Paracircmetro Resultado VMP LQ Unidade Meacutetodo de referecircncia
Chumbo 1550 Entre 200 e 125 01 mg kg-1 3111-B
VMP ndash Valores miacutenimos eou maacuteximos permitidos pela normalegislaccedilatildeo LQ ndash Limite de
quantificaccedilatildeo Dados de amostragem a) Massa da amostra seca 18385 g
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedilas nordm 400002814 e 400004314
8 NBR 10004 de 2004 a norma tem por funccedilatildeo a classificaccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos quanto aos seus
potenciais riscos agrave sauacutede puacuteblica e ao meio ambiente Materiais radioativos natildeo satildeo abrangidos nesta norma
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR ISO 10004 resiacuteduos soacutelidos ndash
classificaccedilatildeo 2004
9 NBR 10005 de 2004 tal norma tem por finalidade estipular os requisitos para obtenccedilatildeo de extrato lixiviado
dos resiacuteduos soacutelidos classificados na norma ABNT NBR 10004 como classe I ndash perigosos e classe II ndash natildeo
perigosos ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR ISO 10004 procedimento para
obtenccedilatildeo de extrato lixiviado de resiacuteduos soacutelidos 2004
10 NBR 10006 de 2004 essa norma fomenta os requisitos exigiacuteveis para obtenccedilatildeo de extrato solubilizado dos
resiacuteduos soacutelidos especificados pela ABNT NBR 10004 como classe IIA ndash natildeo inertes e classe IIB ndash inertes
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR ISO 10004 procedimento para obtenccedilatildeo
de extrato solubilizado de resiacuteduos soacutelidos 2004
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De acordo com a NBR 10005 de 2004 lixiviaccedilatildeo eacute
ldquoProcesso para determinaccedilatildeo da capacidade de transferecircncia de substacircncias
orgacircnicas e inorgacircnicas presentes no resiacuteduo soacutelido por meio de dissoluccedilatildeo no
meio extrator (NBR 10005 2004)rdquo
Tabela 17 ndash resultado do ensaio para lixiviaccedilatildeo
Paracircmetro Resultado VMP LQ Unidade Meacutetodo de referecircncia
Chumbo 012 100 01 mg L-1 3111-B
VMP ndash Valores miacutenimos eou maacuteximos permitidos pela normalegislaccedilatildeo LQ ndash Limite de
quantificaccedilatildeo Dados de amostragem a) Massa da amostra seca 100 g b) Concentraccedilatildeo de soacutelidos
9572 c) Inicial 773 d) Tempo de lixiviaccedilatildeo 20 horas e) Volume total de extrato obtido 2000 mL
e f) Final 518
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedilas nordm 400002814 e 400004314
Tabela 18 ndash resultado do ensaio para solubilizado
Paracircmetro Resultado VMP LQ Unidade Meacutetodo de referecircncia
Chumbo 013 001 01 mg L-1 3111-B
VMP ndash Valores miacutenimos eou maacuteximos permitidos pela normalegislaccedilatildeo LQ ndash Limite de
quantificaccedilatildeo Dados de amostragem a) Massa da amostra seca 500 g b) Tempo de solubilizaccedilatildeo 7
dias c) Volume total de extrato solubilizado 2000 mL
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedilas nordm 400002814 e 400004314
Induacutestria 7 ndash a Tabela 19 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 20 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 19 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 7
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 753
Usos ndash
Sanitaacuterios 743
Industrial 010
Outros 0
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 159
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 594
Industrial 0
50
Outros 0
Total de efluentes 594
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400029313
Tabela 20 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 7
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 594
Vazatildeo de lanccedilamento 594
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400029313
Induacutestria 8 ndash a Tabela 21 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 22 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 21 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 8
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 301
Usos ndash
Sanitaacuterios 301
Industrial 0
Outros 0
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 0
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 241
Industrial 0
Outros 060
Total de efluentes 301
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400029511
51
Tabela 22 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 8
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 241
Vazatildeo de lanccedilamento 241
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400029511
Induacutestria 9 ndash a Tabela 23 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 24 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 23 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 9
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 450
Usos ndash
Sanitaacuterios 168
Industrial 282
Outros 0
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 280
Perdas por evaporaccedilatildeo 134
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 134
Industrial 0
Outros 0
Total de efluentes 134
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400027112
Tabela 24 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 9
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
52
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 134
Vazatildeo de lanccedilamento 134
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400027112
Induacutestria 10 ndash possui Certificado de Dispensa de Licenccedila e por isso natildeo
apresentava os dados do MCE
Induacutestria 11 ndash natildeo possui (ou foi informado) os dados para o balanccedilo hiacutedrico a
Tabela 25 apresenta os dados das fontes de poluiccedilatildeo
Tabela 25 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 11
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 202
Vazatildeo de lanccedilamento 202
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400011113
Analisando os dados obtidos constata-se que somente duas induacutestrias as
denominadas 1 e 6 poderiam utilizar do meacutetodo de tratamento de efluentes proposto por
este trabalho visto que da relaccedilatildeo das onze induacutestrias duas natildeo apresentavam MCE
devido agrave dispensa de apresentaccedilatildeo e as outras sete induacutestrias natildeo apresentaram outra fonte
de poluiccedilatildeo da aacutegua a natildeo ser o esgoto sanitaacuterio
Em todas as tabelas referentes agraves fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua nota-se que os
resultados referentes a vazatildeo de lanccedilamento natildeo apresentavam variaccedilatildeo com relaccedilatildeo aos
resultados referentes a vazatildeo isso ocorreu devido agrave ausecircncia de processos que
ocasionariam o aumento ou diminuiccedilatildeo dessa
53
53 Biossorccedilatildeo
A partir de um estudo realizado por Montanher e Rollemberg (2011) constatou-se
que o processo de biossorccedilatildeo de chumbo pelo resiacuteduo de laranja eacute efetivo na situaccedilatildeo in
natura destes
O estudo foi realizado a partir da amostragem de quatro tipos de efluentes
industriais dentre os quais trecircs enquadravam-se nas categorias industriais com potencial
de conter chumbo em seus efluentes sendo elas
Induacutestria de chapas metaacutelicas ndash que se enquadra na categoria de ldquofabricaccedilatildeo de
produtos de metal ndash exceto maacutequinas e equipamentosrdquo (efluente 1)
Induacutestria de baterias automotivas ndash que se enquadra na categoria de ldquofabricaccedilatildeo
de pilhas baterias e acumuladores eleacutetricosrdquo (efluente 2)
Induacutestria de galvanoplastia ndash que se enquadra na categoria de ldquofabricaccedilatildeo de
produtos de metal ndash exceto maacutequinas e equipamentosrdquo (efluente 3)
A preparaccedilatildeo da biomassa in natura foi realizada da seguinte maneira
ldquoO bagaccedilo de laranja foi triturado em um liquidificador lavado com aacutegua
de torneira ateacute que a soluccedilatildeo resultante natildeo apresentasse nenhum tipo de
coloraccedilatildeo enxaguado com aacutegua destilada e seco em estufa a 70ordmC por 8
horasrdquo (MONTANHER ROLLEMBERG 2011)
Importante ressaltar que os efluentes foram coletados antes de qualquer tratamento
preacutevio e que a lavagem da casca de laranja foi realizada ateacute que a soluccedilatildeo montante natildeo
apresentasse nenhuma coloraccedilatildeo para natildeo haver alteraccedilatildeo da cor final dos efluentes natildeo
havendo necessidade da realizaccedilatildeo de tal procedimento
Quando as autoras referem-se a bagaccedilo este pode ser igualmente comparado aos
resiacuteduos de laranja (cascabagaccedilosementes)
O ensaio para determinaccedilatildeo do iacutendice de adsorccedilatildeo foi realizado em sistema com 3 g de
bagaccedilo de laranja in natura na dosagem de 100 mL dos efluentes numa vazatildeo de 3 mL min-1
Na Tabela 26 verificam-se a quantidade de chumbo por litro incialmente presentes
nos efluentes os respectivos resultados obtidos a partir do tratamento realizado com
resiacuteduos de laranja in natura e os pH referentes agraves amostras brutas e tratadas
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Tabela 26 ndash Resultados das anaacutelises para cada efluente
Tipos de efluentes Pb (mg L-1) pH
Efluente 1 (induacutestria de chapas metaacutelicas)
Antes do tratamento 944 388
Bagaccedilo in natura Nd 353
Efluente 2 (induacutestria de bateria automotiva)
Antes do tratamento 510 lt1
Bagaccedilo in natura 269 lt1
Efluente 3 (induacutestria de galvanoplastia)
Antes do tratamento Nd 238
Bagaccedilo in natura Nd 340
Nd ndash Natildeo detectado
Fonte adaptado MONTANHER ROLLEMBERG (2011)
Analisando a Tabela 26 observou-se que para o efluente 2 no qual o pH eacute aacutecido (lt
1) oriundo do uso de aacutecido sulfuacuterico para fabricaccedilatildeo de baterias a eficaacutecia natildeo foi a
esperada apresentando um resultado de apenas 5275 de adsorccedilatildeo de chumbo pelo
bagaccedilo de laranja in natura
Os resultados apresentados pelo efluente 1 podem ser analisados como excelentes
visto que a presenccedila de chumbo natildeo foi detectada ao final do processo
Jaacute o efluente 3 natildeo apresentou o metal chumbo na amostra bruta o que caracteriza
que as categorias industriais citadas neste trabalho apresentam possibilidades relativas de
poluiccedilatildeo com chumbo
Assim da afirmaccedilatildeo de Kuyucak e Volesky (1989) que diz que os valores de pH
afetam o processo de biossorccedilatildeo e com os dados obtidos na Tabela 26 eacute possiacutevel notar que
haacute desempenho significativo para valores de pH em torno 35 Assim pode-se afirmar que
a faixa oacutetima de pH para realizaccedilatildeo de biossorccedilatildeo de chumbo pelo resiacuteduo da laranja varia
de aproximadamente 35 ateacute 7 visto que para valores acima desse limite ocorre a formaccedilatildeo
de hidroacutexido de chumbo (SKOOG et al 2006) Valores mais especiacuteficos da faixa oacutetima de
pH podem ser obtidos atraveacutes da realizaccedilatildeo de mais experimentos e anaacutelises
Para a elaboraccedilatildeo desta pesquisa outros projetos trabalhos anaacutelises e ensaios foram
consultados com o intuito de corroborar partes teoacutericas no entanto as conclusotildees
apresentadas por estes natildeo foram consideradas no presente item pois todas as anaacutelises com os
respectivos resultados foram obtidos a partir de um efluente artificialmente contaminado por
chumbo o que natildeo condiz com o objetivo primeiro deste trabalho isto eacute anaacutelise da
possibilidade de implantaccedilatildeo de uma simbiose industrial
55
531 Reduccedilatildeo do tamanho do resiacuteduo
A reduccedilatildeo dos resiacuteduos ateacute que estes apresentem-se em forma de um poacute eacute
importante visto que haacute um aumento da superfiacutecie de contato induzindo uma maior
eficiecircncia no processo de biossorccedilatildeo por meio da aceleraccedilatildeo da velocidade de reaccedilatildeo
(ATKINS JONES 2006)
Assim mesmo este sendo o primeiro processo realizado na preparaccedilatildeo dos resiacuteduos
na pesquisa citada no item anterior o presente toacutepico buscou tecnologias que promoveriam
a cominuiccedilatildeo de resiacuteduos jaacute secos visto que de acordo com Fellows (2006) o processo de
transformaccedilatildeo de alimentos em poacute eacute facilitado quando ocorrido nesse estado
A seguir satildeo descritos alguns equipamentos utilizados para reduzir o tamanho de
alimentos secos de acordo com Fellows (2006)
Moinho de bolas ndash cilindros de accedilo que giram lentamente utilizados para produzir
poacutes
Moinho de discos ndash empregam forccedilas de cisalhamento na moagem fina ou forccedilas
de cisalhamento mais impacto para moagem grosseira
Moinho de martelos ndash utilizado para mateacuterias cristalinos e fibrosos os quais satildeo
desintegrados pela accedilatildeo dos martelos
532 Desidrataccedilatildeo do resiacuteduo
De acordo com Fellows (2006) desidrataccedilatildeo eacute definida como a aplicaccedilatildeo de calor
sob condiccedilotildees controladas com a finalidade de remover aacutegua normalmente presente nos
alimentos Alguns equipamentos a ar quente definidos por Fellows (2006) satildeo
Secadores de caixa ndash podendo ter vaacuterios metros de altura permite que a umidade
seja uniformizada poreacutem eacute importante que o alimento seja suficientemente resistente para
resistir agrave compressatildeo
56
Secadores de cacircmara ndash utilizados para pequenas escalas de produccedilatildeo (1 a 20 t d-1)
apresentam baixo custo de implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo muitas vezes necessitam de auxiacutelio
de outros tipos de secadores
Secadores de tuacutenel ndash apresentam capacidade para secar grandes quantidades de
alimento em curtos periacuteodos de tempo necessitam de auxiacutelio dos secadores de caixa
Secadores transportadores ndash utilizados para secagem em grande escala (55 t h-1)
secagem finalizada em secadores de caixa
Secadores de leito fluidizado ndash distribuem ar em alta velocidade de forma
homogecircnia pela cacircmara fazendo com que o alimento fique suspenso no ar sendo
vigorosamente agitado
Secadores de forno ndash construccedilotildees de dois andares que requerem alto custo de
implementaccedilatildeo e matildeo de obra
Secadores pneumaacuteticos ndash apresentam baixas taxas de investimento inicial e
manutenccedilatildeo e altas taxas de secagem Sua produtividade varia de 10 kg h-1 a 25 t h-1
Frequentemente utilizados apoacutes secador por spray
Secadores rotatoacuterios ndash altas taxas de secagem indicado para alimentos que
entrelaccedilam e aglomeram nos secadores de esteira
Secadores em spray ndash apresentam como vantagens a secagem raacutepida e a produccedilatildeo
contiacutenua baixos custos de matildeo de obra e operaccedilatildeo poreacutem apresentam elevado custo
inicial
Secagem solar ndash operaccedilatildeo de processamento agriacutecola mais utilizada no mundo
geralmente os alimentos satildeo dispostos ao ar livre Meacutetodos sofisticados utilizam-se da
energia solar para realizar a secagem dos alimentos Tecnologias simples e baratas sem
necessidade de energia ou matildeo de obra
A desidrataccedilatildeo tem por objetivo o prolongamento da vida uacutetil inibindo atividade
enzimaacutetica e crescimento microbiano poreacutem a temperatura de processamento costuma natildeo
ser suficiente para inativaccedilatildeo destes assim se houver aumento do teor de umidade durante
a estocagem ocorreraacute raacutepida deterioraccedilatildeo da mateacuteria em questatildeo A estocagem do material
desidratado deve ser realizada em local limpo (reduccedilatildeo dos meios contaminantes) e arejado
(o qual impediria a proliferaccedilatildeo de animais e micro-organismos) (FELLOWS 2006)
57
6 ANAacuteLISES E DISCUSSOtildeES DE DADOS
61 Aacuterea de estudo
Para realizaccedilatildeo deste estudo foi selecionado o municiacutepio de Bebedouro que estaacute
situado no norte do estado de Satildeo Paulo Pertencendo agrave microrregiatildeo da Serra de
Jaboticabal e mesorregiatildeo de Ribeiratildeo Preto Bebedouro possui uma aacuterea de 683192 Kmsup2
e uma populaccedilatildeo de aproximadamente 78000 habitantes (Figura 10) O clima eacute tropical e
ameno com temperatura em torno de 23 graus Celsius (IBGE c2014 IZIDORO FILHO
1991)
Figura 10 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea de estudos
Fonte IBGE (2010)
A origem do nome da cidade eacute devido a um coacuterrego conhecido como Bebedor o
qual servia de parada para tropeiros boiadeiros e animais que demandavam do sertatildeo para
Jaboticabal (IBGE c2014 CIDADES 2015)
De acordo com Izidoro Filho (1991) a citricultura ainda desempenha papel
importante para o municiacutepio pois Bebedouro estaacute entre os dez maiores produtores de laranja
do estado de Satildeo Paulo apesar de jaacute ter sido o maior produtor em 1988 Por esta razatildeo ainda
58
hoje possui a alcunha de ldquoCapital Nacional da Laranjardquo (GALINARI 2015) Na Tabela 27
verificam-se dados coletados do IBGE (2012) referentes agrave cultura de laranja no municiacutepio
Tabela 27 ndash Dados da produccedilatildeo de laranja em Bebedouro
Quesito Quantidade Unidade
Aacuterea colhida 8000 Hectares
Aacuterea destinada agrave colheita 8000 Hectares
Quantidade produzida 269688 Toneladas
Rendimento meacutedio 33711 Quilograma por hectare
Valor da produccedilatildeo 47069 Mil reais
Fonte IBGE (2012)
62 Processamento dos resiacuteduos de laranja
De acordo com pesquisa realizada por Montanher e Rollemberg (2011) citada e
descrita no item 64 afirma-se que os processos necessaacuterios agrave utilizaccedilatildeo dos resiacuteduos de
laranja como meacutetodo de tratamento de efluente satildeo a trituraccedilatildeo e a desidrataccedilatildeo destes
A partir do levantamento de dados realizado nos itens 632 e 633 aconselha-se a
utilizaccedilatildeo das seguintes teacutecnicas no caso especiacutefico deste trabalho
1) Secagem solar ndash apresenta como vantagens a natildeo utilizaccedilatildeo de energia eleacutetrica e
operaccedilatildeo que natildeo necessita de matildeo de obra qualificada Secadores solares podem ser
manufaturados gerando diminuiccedilatildeo do custo inicial
2) Moinho de martelos ndash visto que os resiacuteduos de laranja satildeo materiais fibrosos
esse eacute o moinho que melhor se adequa ao propoacutesito de cominuiccedilatildeo do material Apresenta
custo inicial variando de R$ 900000 agrave R$ 4500000 de acordo com pesquisa realizada no
cataacutelogo online da MF RURAL (2015)
63 Reator e flotador
Como elucidado pela literatura o processo de biossorccedilatildeo ocorre de maneira
homogecircnea quando em condiccedilotildees ambiente controladas as quais satildeo providenciadas por
reatores contiacutenuos
59
Portanto propotildee-se a utilizaccedilatildeo de um reator de leito fixo em virtude desse permitir
a recirculaccedilatildeo da biomassa no reator facilitada pela propriedade de dessorccedilatildeo do metal que
essa apresenta (SEOLATTO et al 2009) o que reduziria a demanda do resiacuteduo de laranja
Aleacutem do mais o reator apresenta outras vantagens como a faacutecil operaccedilatildeo e o pequeno
porte
De acordo com o cataacutelogo da Sigma-Aldrich (c2015) o valor de reator de leito fixo
varia de acordo com a capacidade do frasco e do funil variaccedilatildeo que pode ser verificada na
Tabela 28
Tabela 28 ndash Valores do reator de leio fixo
Capacidade do frasco (mL) Capacidade do funil (mL) Valor (R$)
500 60 2381000
1000 120 2416000
3000 150 3590000
5000 500 3804000
Fonte elaborada a partir de dados da SIGMA-ALDRICH (c2015)
O processo de tratamento utilizando o presente reator pode ocorrer tanto em
batelada quando continuamente
Outra alternativa seria o uso combinado dos processos de biossorccedilatildeo com flotaccedilatildeo
denominado de bioflotaccedilatildeo no qual o biorreagente eacute aplicado diretamente no sistema
flotador De acordo com Calfa e Torem (2007) esse sistema tem sido amplamente
empregado e validado por diversos autores sendo que a flotaccedilatildeo por ar disperso e por ar
dissolvido satildeo as mais empregadas em sistemas combinados A influecircncia do tempo no
processo de flotaccedilatildeo das biomassas jaacute carregadas com o metal foi verificada e conclui-se
que o processo ocorre muito rapidamente atingindo quase 100 de remoccedilatildeo das
biomassas em 1 minuto (CALFA TOREM 2007) Os autores ainda afirmam que aleacutem de
pesquisas em escala de bancada jaacute existem sistemas comerciais de biossorccedilatildeo disponiacuteveis
inclusive com diversas patentes segundo estudos de Wase et al (1997) A Tabela 29
apresenta uma relaccedilatildeo de flotadores
60
Tabela 29 ndash Especificaccedilotildees dos flotadores de ar dissolvido
Modelo (mL) Capacidade (m3 h-1) Valor (R$) [1]
JDF FAD 2 1 a 2 3500000
JDF FAD 5 5 a 8 8000000
JDF FAD 15 10 a 20 12500000
[1] cotaccedilatildeo realizada com a empresa JDF
Fonte elaborada a partir de dados da JDF (2015)
O uso do flotador apresenta aleacutem de faacutecil operaccedilatildeo baixo consumo de energia
64 Induacutestria 1
A induacutestria 1 gera 07 m3 d-1 de efluente industrial com 257 mg L-1 de chumbo
assim aproximadamente 179 kg desse metal eacute transportado pelo efluente por dia Esta
possui estaccedilatildeo de tratamento de efluente com correccedilatildeo de pH e agitaccedilatildeo mecacircnica
floculaccedilatildeo mecacircnica e filtraccedilatildeo
O efluente depois de tratado apresenta a quantidade de 0305 mg L-1 de chumbo
sugerindo diminuiccedilatildeo de aproximadamente 159 kg (89) do metal no efluente gerado11 o
que o enquadra dentro dos limites da Resoluccedilatildeo CONAMA 43011 (BRASIL 2011) e Lei
Estadual 99776 (SAtildeO PAULO 1976)
De acordo com Eckenfelder (2000) as tecnologias para remoccedilatildeo de metais pesados
de efluentes industriais satildeo precipitaccedilatildeo convencional (hidroacutexido sulfeto carbonato e
coprecipitaccedilatildeo) precipitaccedilatildeo melhorada (dimetil carbonato dietil carbonato e sal
trisodium) troca-iocircnica adsorccedilatildeo filtraccedilatildeo por membrana e meacutetodos eletromecacircnicos
Portanto o meacutetodo de correccedilatildeo de pH efetuado pela referida ocasionado provavelmente
pela adiccedilatildeo de carbonatos eacute tambeacutem uma forma de remoccedilatildeo de metais pesados da aacutegua
Supondo que a induacutestria utiliza carbonato de soacutedio como processo de tratamento e
sabendo que o valor de mercado varia de R$ 700 a 120012 o quilo do produto eacute possiacutevel
calcular os potenciais gastos da induacutestria com o meacutetodo de tratamento atual Sabendo que
satildeo necessaacuterios 2 kg do produto carbonato de soacutedio para tratar 07 m3 d-1 de efluente
11 Natildeo foi especificado no MCE ou em anexos qual a destinaccedilatildeo final do efluente tratado Tambeacutem natildeo foi
especificado a quantidade de lodo gerado sua destinaccedilatildeo final ou se esse possui anaacutelises 12 Cotaccedilatildeo realizada pela SCS ndash Comercial e Serviccedilos de Quiacutemica
61
(ECKENFELDER 2000) a induacutestria gasta hoje entre R$ 7000 a 12000 por semana
aproximadamente
Poreacutem como os iacuteons metaacutelicos agora estatildeo presentes no lodo do tratamento por
causa da neutralizaccedilatildeo (BOTERO et al 2009) e sabendo que no MCE natildeo constam
quaisquer anaacutelises destinaccedilatildeo ou quantificaccedilatildeo desse pressupotildee-se que esse lodo pode
estar ocasionando contaminaccedilatildeo pelo metal chumbo visto que para destinaccedilatildeo adequada
satildeo necessaacuterias anaacutelises de enquadramento
Tal contaminaccedilatildeo pode estar ocorrendo no local de disposiccedilatildeo ou se o lodo estiver
sendo desaguado na rede coletora de esgotamento sanitaacuterio pode estar trazendo problemas
para o sistema de tratamento de esgoto referente visto que o processo de tratamento
realizado em Bebedouro eacute efetuado da seguinte forma trecircs lagoas de estabilizaccedilatildeo
constituiacutedo de uma lagoa anaeroacutebica duas lagoas facultativas um tanque de desinfecccedilatildeo
grade caixas de areia e escada de aeraccedilatildeo (SAAEB 2003) natildeo objetivando o tratamento
de efluentes industriais
641 Quantificaccedilatildeo do resiacuteduo de laranja
Mensurado o total de efluente industrial gerado no periacuteodo de um dia pela induacutestria
1 eacute possiacutevel quantificar os resiacuteduos de laranja necessaacuterios para que esta possa realizar o
processo de tratamento de efluentes utilizando-se do material orgacircnico em questatildeo Natildeo
levou-se em consideraccedilatildeo a recirculaccedilatildeo do resiacuteduo dentro do reator
A induacutestria 1 gera um total de 07 m3 d-1 com 257 mg L-1 de chumbo sabendo-se
que satildeo necessaacuterios 3 g de resiacuteduo seco de laranja por 100 mL de efluente com 94 mg L-1
de chumbo e considerando uma diminuiccedilatildeo de 70 do peso resiacuteduo depois de realizado
o processo de secagem solar considera-se que a induacutestria usaria em torno de 082 kg de
resiacuteduo de laranja uacutemido por dia para realizaccedilatildeo do tratamento do efluente contaminado
pelo metal chumbo
De acordo com a Tabela 8 o efluente gerado pela induacutestria 1 apresenta pH 6 que
conforme o item 53 apresenta-se dentro da faixa oacutetima de biossorccedilatildeo pelo resiacuteduo de
laranja
62
642 Transporte
O translado dos resiacuteduos de laranja do local de sua produccedilatildeo ateacute a induacutestria que o
utilizaria como meacutetodo de tratamento de efluente pode ser analisado a partir das
coordenadas geograacuteficas das induacutestrias e da plataforma Google Maps (c2015)
Trecircs rotas diferentes cujas quilometragens satildeo as menores possiacuteveis foram geradas
pela ferramenta virtual citada conforme a Tabela 30
Tabela 30 ndash Menores rotas possiacuteveis entre a induacutestria de suco e a induacutestria 1
Rota Distacircncia (km) Tempo (min)
1 46 8
2 48 9
3 46 9
Fonte elaborado a partir de dados GOOGLE MAPS (c2015)
O caacutelculo da massa requerida para o tratamento foi realizado no item 641
chegando-se ao valor de 082 kg d-1 de biomassa uacutemida assim considerando o transporte
de 150 kg de resiacuteduo que duraria em torno de 36 semana consecutivas de tratamento
realizado em dias uacuteteis e que a distacircncia meacutedia entre as induacutestrias eacute de 5 km o valor
sugerido para o translado do material acondicionado em duas bombonas plaacutesticas foi de R$
6500 (referenciado pelo peso do material) e mais uma taxa constante em nota fiscal
(sugerida em R$ 1000013) portanto um custo de R$ 16500
65 Consideraccedilotildees
O meacutetodo de tratamento proposto pelo presente trabalho teve os processos e
tecnologias necessaacuterias elucidados nos itens 62 e 63
A Tabela 32 apresenta item especiacutefico relacionado ao equipamento denominado
reator de leito fixo as propostas constantes tecircm por finalidade expor as tecnologias cujo
13 Informaccedilatildeo verbal fornecida por funcionaacuterio de uma empresa transportadora
63
custo fosse o maior possiacutevel com o propoacutesito de verificar o potencial teto de gastos que as
induacutestrias teriam caso adotassem a proposiccedilatildeo elucidada
No entanto as propostas constantes no item da Tabela 32 relacionadas ao flotador
de ar dissolvido foram selecionadas a partir da vazatildeo da induacutestria conforme as
especificaccedilotildees da Tabela 29 Como somente a induacutestria 1 apresentou valores de vazatildeo no
MCE esta relaccedilatildeo somente condiz a ela Com vazatildeo de 07 m3 d-1 o flotador mais
adequado compreende o modelo FAD 2 com 1 a 2 m3 h-1
Tabela 31 ndash Gastos com as tecnologias referentes
Equipamento Valor da Proposta 1 (R$) Valor da Proposta 2 (R$)
Secagem solar ndash ndash
Moinho de martelos 4500000 4500000
Reator de Leito Fixo de 5000 mL [1] 3804000 ndash
Flotador de ar dissolvido JDF FAD 2 [2] ndash 3500000
Custo inicial de implementaccedilatildeo 8304000 8000000
Transporte a cada 36 semanas [3] 16500 16500
[1] cotaccedilatildeo obtida pela Sigma-Aldrich [2] cotaccedilatildeo obtida pela empresa JDF [3] cotaccedilatildeo de transporte
considerado apenas para a induacutestria 1
Fonte proacuteprio autor
Para o reator de leito fixo o custo inicial de implementaccedilatildeo do sistema de
tratamento para ambas as induacutestrias girou em torno de R$ 8304000
Para a bioflotaccedilatildeo o custo inicial da induacutestria 1 girou em torno de R$80000
O custo de transporte para a induacutestria 1 eacute de R$ 16500 a cada 36 semanas o que
representa R$ 458 por semana e R$ 092 por dia caso a induacutestria opte por utilizar os
serviccedilos de uma empresa transportadora
Poreacutem o seguinte pode ser considerado na hipoacutetese de o translado ser possiacutevel de
ser efetuado pela mesma ocorreraacute consideraacutevel reduccedilatildeo no custo visto que este giraraacute em
torno do combustiacutevel gasto no percurso de ida e volta cuja pesquisa indicou uma
quilometragem aproximada de dez quilocircmetros
A Tabela 33 apresenta o balanccedilo de massa e energia diaacuterio referente ao tratamento
por biossorccedilatildeo para a induacutestria 1 considerando a aquisiccedilatildeo de um flotador por ar
dissolvido ou um reator de leito fixo
Tabela 32 ndash Balanccedilo de massa e energia diaacuterio proposto para a induacutestria 1
Componente Flotador por Ar Dissolvido Reator de Leito Fixo
Vazatildeo (m3) 070 070
64
Resiacuteduo de laranja (kg) 082 082
Tempo da biossorccedilatildeo (min) 5 a 15 [1] 35 [2]
Tempo equipamento (min) 21 a 42 35 [2]
Tempo total (min) 26 a 47 35 [2]
Consumo de Energia (kWh) 025 Nd
Custo de resiacuteduo (R$) 092 092
Custo de energia por dia (R$) [3] 008 Na
Custo total (R$) 200 092
Nd ndash natildeo disponiacutevel Na ndash natildeo avaliado [1] tempo determinado por Volesky e Nolan (1995) [2] tempo
estipulado conforme realizado por Montanher e Rollemberg (2011) [3] 1 kWh = 043341 R$ determinada
pela ANEEL conforme Resoluccedilatildeo Homologatoacuteria nordm 1858 publicada em 02 de marccedilo de 2015
Fonte proacuteprio autor
Nota-se a partir da Tabela 33 que o custo diaacuterio do tratamento proposto variou entre
R$ 092 e R$ 200 em torno de 85 a 91 menor que o custo do meacutetodo de tratamento
utilizado pois de acordo com as consideraccedilotildees realizadas no item 641 o custo diaacuterio
atual varia de aproximadamente R$ 1400 a R$ 240014
Como o meacutetodo de tratamento efetuado atualmente pela induacutestria 1 apresenta seacuterios
problemas com relaccedilatildeo a probabilidade de contaminaccedilatildeo o tratamento sugerido por ambas
as propostas pode ser identificado como meacutetodo de remediaccedilatildeo de tal passivo
Sendo assim qualquer accedilatildeo remediadora que seja instituiacuteda apresenta-se como
alternativa vaacutelida da problemaacutetica citada no item 651
14 Considerando uma semana uacutetil
65
7 CONCLUSAtildeO
Este trabalho procurou identificar a possibilidade da implementaccedilatildeo do processo de
simbiose industrial entre induacutestrias jaacute consolidadas em atividade no municiacutepio de
Bebedouro relacionando o uso de material residual orgacircnico produzido por determinada
induacutestria que seria utilizado como agente de biossorccedilatildeo em processos de tratamento de
aacutegua residuaacuteria industrial de uma outra ambas compartilhando pequena distacircncia
geograacutefica
Das distintas situaccedilotildees supostas a partir da identificaccedilatildeo da induacutestria geradora de
resiacuteduos de laranja e das induacutestrias potencialmente geradoras de efluente contaminado pelo
metal chumbo em Bebedouro (SP) detectou-se duas induacutestrias que se enquadravam nas
possibilidades de implementaccedilatildeo de um processo de simbiose industrial e consequente
proposiccedilatildeo do meacutetodo de tratamento (biossorccedilatildeo combinada com flotaccedilatildeo ou realizada em
reator de leito fluidizado)
Uma induacutestria (denominada 1) pocircde ter um pleno desenvolvimento quanto as
especificaccedilotildees que esclareceram as vantagens do meacutetodo de tratamento proposto
A partir dos dados levantados e analisados eacute possiacutevel citar como vantagens para ambas as
propostas de tratamento 1) a logiacutestica facilitada pela proximidade de ambas as induacutestrias
sendo essa favoraacutevel e com baixos custos 2) a significativa reduccedilatildeo do valor diaacuterio do
tratamento 3) a faacutecil operaccedilatildeo dos processos 4) destinaccedilatildeo ambiental adequada para
ambos os passivos ambientais (de laranja e de chumbo) 5) a capacidade de dessorccedilatildeo da
biomassa a qual possibilita a separaccedilatildeo do metal chumbo do resiacuteduo de laranja sendo
percebidos como um aprimoramento do uso dos recursos naturais Considera-se que a
simbiose industrial eacute um processo importante a ser considerado na busca pela minimizaccedilatildeo
dos impactos ambientais acarretados pelas correntes residuais uma vez que determina a
reinserccedilatildeo destes em outros processos produtivos Geradores que adotam a praacutetica da
simbiose industrial satildeo aqueles que visam os ganhos coletivos em detrimento do exclusivo
ganho individual
Vale ressaltar que mesmo para a identificaccedilatildeo desta uacutenica situaccedilatildeo foi necessaacuterio o
enfrentamento de diversos desafios principalmente de acesso a informaccedilotildees especiacuteficas
tanto na cadeia produtiva quanto das informaccedilotildees ambientais por parte das empresas
Considera-se necessaacuteria uma rigidez maior da CETESB com relaccedilatildeo aos dados fornecidos
pelas induacutestrias visto que o preenchimento do MCE natildeo segue normatizaccedilatildeo especiacutefica o
66
que dificulta a tabulaccedilatildeo de dados aleacutem de natildeo abranger toda as atividades produtivas
devido agrave falta de rigor nas anaacutelises dos teacutecnicos e engenheiros responsaacuteveis Assim
observou-se a necessidade de uma maior abertura no sentido da plena divulgaccedilatildeo de
informaccedilotildees ambientais por parte das empresas assim como a necessidade de organizaccedilatildeo
de um banco de dados que contenha informaccedilotildees da cadeia produtiva do consumo de
mateacuteria prima e insumos aos processos de geraccedilatildeo e especificaccedilatildeo de resiacuteduos e
contaminantes
67
8 SUGESTAtildeO PARA TRABALHOS FUTUROS
Como sugestatildeo para trabalhos futuros
Otimizaccedilatildeo das condiccedilotildees de pH para biossorccedilatildeo com casca de laranja
Elaboraccedilatildeo de questionaacuterios para as induacutestrias produtoras do suco e geradoras de
efluente contaminado pelo metal chumbo
Scale up do processo de biossorccedilatildeo com bioflotaccedilatildeo
Scale up do processo de biossorccedilatildeo com reator de leito fluidizado
68
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New York Wiley-Interscience 1972 (Environmental science and technology a wiley-
interscience series of texts and monographs)
76
ANEXO A
Primeira carta encaminha para CETESB para solicitaccedilatildeo de informaccedilotildees
Obs As Tabelas informadas na carta abaixo foram omitidas para que as empresas natildeo
sejam expostas e aleacutem disso natildeo haacute autorizaccedilatildeopermissatildeo para a divulgaccedilatildeo dos nomes
Lorena 27 de agosto de 2015
Ilmo Senhor
Marcio Barbosa Tango
CETESB - Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo
Assunto Solicitaccedilatildeo de informaccedilotildees sobre os efluentes liacutequidos de induacutestrias quiacutemicas
metaluacutergicas e de produccedilatildeo de embalagens da produccedilatildeo de resiacuteduos em induacutestrias alimentiacutecias
todas do municiacutepio de Bebedouro
Viemos por meio deste solicitar a contribuiccedilatildeo da Companhia Ambiental do Estado de Satildeo
Paulo para o desenvolvimento do Trabalho de Conclusatildeo de Curso em Engenharia Ambiental
intitulado ldquoAnaacutelise da viabilidade em escala real da utilizaccedilatildeo do bagaccedilo da laranja como agente
biossorvente de chumbordquo sendo desenvolvido pela aluna Ludmila Manera Conti na Escola de
Engenharia de Lorena ndash EELUSP sob orientaccedilatildeo da Profa Dra Danuacutebia Caporusso Bargos
O referido Trabalho de Conclusatildeo de Curso tem como objetivo fazer um levantamento das
induacutestrias com potencial para utilizaccedilatildeo do bagaccedilo da laranja como agente biossortivo Assim para
o alcance dos objetivos propostos eacute necessaacuterio o conhecimento de algumas informaccedilotildees presentes
no Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento referente agraves induacutestrias identificadas na Tabela
1 em anexo Tais informaccedilotildees referentes ao ldquoBalanccedilo hiacutedricordquo a saber
Efluentes (sanitaacuterio industrial outros e total de efluentes) a) Consumovazatildeo meacutedia b)
Consumovazatildeo maacutexima c) Eacutepoca d) Consumovazatildeo miacutenima
Dos ldquoEfluentes liacutequidosrdquo a saber a) Despejos (Identificaccedilatildeo Descriccedilatildeo Contiacutenuo ndash vazatildeo e
meacutetodo Descontiacutenuo ndash periodiacutecidade volume duraccedilatildeo) b) Vazatildeo total de despejos c) Vazatildeo de
recirculaccedilatildeo d) Vazatildeo de lanccedilamento e) Disposiccedilatildeo final (Descriccedilatildeo Nome do riolinhas de
despejo)
Do ldquoResumo de lanccedilamentosrdquo a saber a) Despejo (Identificaccedilatildeo Descriccedilatildeo) b) Poluente c)
Concentraccedilatildeo bruta d) Unidade de medida e) Concentraccedilatildeo final f) Unidade de medida g)
Unidades de tratamento (Sequecircncia Descriccedilatildeo Quantidade)
Da geraccedilatildeo de resiacuteduos industriais referentes a Tabela 2 em anexo da parte ldquoResiacuteduos
soacutelidosrdquo a) Identificaccedilatildeo b) Coacutedigo resiacuteduo c) Descriccedilatildeoorigem do resiacuteduo d) Classe e) Estado
77
fiacutesico f) Quantidade anual g) Unidade h) Composiccedilatildeo aproximada i) Meacutetodo utilizado j)
Aspecto geral
Declaramos que as informaccedilotildees solicitadas seratildeo objeto uacutenica e exclusivamente de pesquisa
acadecircmica sendo devidamente creditadas e natildeo havendo qualquer finalidade comercial no uso das
mesmas
Registramos ainda a importacircncia deste apoio para a realizaccedilatildeo deste trabalho que seraacute
inclusive posteriormente divulgado em formato digital e analoacutegico por meio da sua
disponibilizaccedilatildeo no sistema de bibliotecas da USP como uma contribuiccedilatildeo da Universidade para a
aacuterea de gerenciamentogestatildeo de resiacuteduos e efluentes uma vez que como propomos o resiacuteduo de
uma induacutestria pode ser considerado mateacuteria em processo de outras induacutestrias caracterizando o
iniacutecio de um processo de simbiose industrial
Solicitamos que o envio das informaccedilotildees solicitadas seja realizado preferencialmente por meio
de correio eletrocircnico ndash danubiacbargosuspbr eou ludmillaalunoseeluspbr Em caso da
impossibilidade de envio das informaccedilotildees da forma sugerida segue endereccedilo institucional
AC Profa Danuacutebia Caporusso Bargos Departamento de Ciecircncias Baacutesicas e Ambientais
Escola de Engenharia de Lorena ndash EELUSP Estrada Municipal do Campinho snordm CEP 12602-
810 - Lorena-SP
Desde jaacute antecipamos nossos agradecimentos e nos colocamos agrave disposiccedilatildeo para os
esclarecimentos adicionais que se fizerem necessaacuterios
Atenciosamente
Profa Dra Danuacutebia Caporusso Bargos
Escola de Engenharia de Lorena (EELUSP)
Departamento de Ciecircncias Baacutesicas e Ambientais
Telefone +55 (12) ndash 3159-5094
E-mail danubiacbargosuspbr
Ludmilla Manera Conti
Graduanda em Engenharia Ambiental
Endashmail ludmillaalunoseeluspbr
78
ANEXO B
Segunda carta encaminha para CETESB para confirmaccedilatildeo de vistas de processos
Lorena 01 de outubro de 2015
Ilmo Senhor Marcio Barbosa Tango e Senhora Letiacutecia Franco Leonel
CETESB - Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo
Assunto vistas de processos de licenciamento
Venho por meio deste agradecer a atenccedilatildeo e presteza desta Companhia no atendimento agrave
minha solicitaccedilatildeo de vistas de processos para coleta de informaccedilotildees sobre os efluentes liacutequidos de
induacutestrias quiacutemicas metaluacutergicas e de produccedilatildeo de embalagens da produccedilatildeo de resiacuteduos em
induacutestrias alimentiacutecias do municiacutepio de Bebedouro Tal solicitaccedilatildeo eacute feita por motivo de
desenvolvimento do Trabalho de Conclusatildeo de Curso em Engenharia Ambiental intitulado
ldquoAnaacutelise da viabilidade em escala real da utilizaccedilatildeo do bagaccedilo da laranja como agente biossorvente
de chumbordquo desenvolvido pela aluna Ludmila Manera Conti na Escola de Engenharia de Lorena ndash
EELUSP sob minha orientaccedilatildeo
Devido a compromissos previamente assumidos na Instituiccedilatildeo pela qual sou docente natildeo
seraacute possiacutevel comparecer agrave agecircncia da Barretos nesta data para a realizaccedilatildeo da vista dos processos
cujos nuacutemeros segue em anexo Assim sou representada pela aluna Ludmila Manera Conti que estaacute
apta a fazecirc-lo
Novamente agradeccedilo a atenccedilatildeo e coloco-me agrave disposiccedilatildeo para quaisquer esclarecimentos
adicionais que se fizerem necessaacuterios
Atenciosamente
Profa Dra Danuacutebia Caporusso Bargos
Escola de Engenharia de Lorena (EELUSP)
Departamento de Ciecircncias Baacutesicas e Ambientais
Telefone +55 (12) ndash 3159-5094
E-mail danubiacbargosuspbr
ldquoTantas vezes pensamos ter chegado
Tantas vezes eacute preciso ir aleacutemrdquo
Fernando Pessoa
RESUMO
CONTI L M Proposta de simbiose industrial na cidade de Bebedouro (SP) para um
processo de biossorccedilatildeo usando resiacuteduos de laranja 2015 79 p Monografia (TCC II) ndash
Escola de Engenharia de Lorena Universidade de Satildeo Paulo Lorena 2015
O desenvolvimento do presente trabalho teve como objetivo principal a incitaccedilatildeo de
processo de Simbiose Industrial atraveacutes da possibilidade de aplicaccedilatildeo do resiacuteduo de
laranja (polpa casca e semente) como agente de biossorccedilatildeo do metal chumbo em aacuteguas
geradas por induacutestrias localizadas na cidade de Bebedouro estado de Satildeo Paulo
Atividades industriais especiacuteficas desta cidade possuem potencial de suscitaram
perturbaccedilotildees ambientais devido a contaminaccedilatildeo pelo metal chumbo em suas aacuteguas
residuaacuterias Como accedilatildeo remediadora a biossorccedilatildeo apresentou-se como um meacutetodo
eficiente na remoccedilatildeo de chumbo do meio aquoso pois aleacutem de prover destinaccedilatildeo
especiacutefica da biomassa vegetal apresenta grande viabilidade econocircmica por possuir baixo
valor de mercado A metodologia aplicada no desenvolvimento desta pesquisa pode ser
desdobrada nos seguintes toacutepicos a) levantamento da produccedilatildeo estadual de laranja bem
como os respectivos epicentros de produccedilatildeo e consumo b) seleccedilatildeo de induacutestria que
realizaria o beneficiamento da fruta laranja c) levantamento dos tipos de induacutestrias que
potencialmente apresentariam em anaacutelises de suas aacuteguas residuaacuterias o metal chumbo d)
arrolamento de induacutestrias com tal potencial poluidor e) anaacutelise dos dados relacionados aos
efluentes destas empresas f) elaboraccedilatildeo de proposta de simbiose industrial entre as
induacutestrias geradoras de resiacuteduos de laranja e as induacutestrias potencialmente poluidoras que
poderiam beneficiar-se com a utilizaccedilatildeo destes nos processos de tratamento de seus
efluentes contaminados com o metal chumbo g) otimizando dessa forma os ganhos
ambientais de ambas as partes interessadas Apesar dos diversos desafios encontrados
durante a realizaccedilatildeo deste trabalho principalmente de acesso a informaccedilotildees especiacuteficas
sobre a geraccedilatildeo e gestatildeo de resiacuteduos industriais das unidades estudadas os resultados
obtidos sugerem a possibilidade de implementaccedilatildeo de um processo de Simbiose Industrial
entre industriais do municiacutepio de Bebedouro
Palavras-chave Biossorccedilatildeo Biomassa Simbiose Industrial
ABSTRACT
CONTI L M Proposal for industrial symbiosis in the city of Bebedouro (SP) by a
bisorption process using orange waste 2015 79 p Monograph (TCC II) ndash Escola de
Engenharia de Lorena Universidade de Satildeo Paulo Lorena 2015
The development of this study aimed to identify the possibility of implementing an
industrial symbiosis from a proposal for implementation of orange waste (pulp peel and
seed) as lead metal biosorption agent in wastewater generated by industries located in the
city of Bebedouro state of Satildeo Paulo Specific industrial activities of this city have higher
potential environmental disturbances due to contamination by lead metal in their
wastewater As correctional action biosorption was presented as an efficient method for
lead removal from water and wastewater as well as provide specific disposal of plant
biomass also has great economic viability due it has low market price The industrial
symbiosis process tool that allows integration of industries with respect to the
recirculation of waste materials would promote the integration between the units that
provides biomass to another that utilizes as a treatment method The methodology applied
in the development of this research can be described into the steps a) data the state orange
production as well as their epicenters of production and consumption b) industry selection
that would perform the processing of orange fruit c) mapping the types of industries that
potentially would present the lead metal in analysis of their wastewater d) inventory of
industries with such pollution potential e) analysis of data related to the effluents of these
industries f) preparation of proposed industrial symbiosis between industries generates of
orange waste and industries potentially polluting that could benefit from the use of these
processes in their treatment of wastewater contaminated with lead metal g) optimizing the
environmental gains of both parties Although the many challenges encountered during this
work especially about access to specific information on the generation and management of
industrial waste of the units studied the results suggest the possibility of implementing a
process of industrial symbiosis between industries in the city of Bebedouro
Keywords Biosorption Biomass Industrial Symbiosis
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 ndash Diagrama do processo de simbiose em Kalundborg 1961 a 1989 16
Figura 2 ndash Simbioses industriais observada no distrito industrial de Kalundborg nos dias
atuais 17
Figura 3 ndash Os trecircs niacuteveis de operaccedilatildeo da Ecologia Industrial 17
Figura 4 ndash Extraccedilatildeo uso e disposiccedilatildeo final de chumbo em 1990 em milhares de toneladas
20
Figura 5 ndash Disposiccedilatildeo dos municiacutepios produtores de laranja no Estado de Satildeo Paulo 30
Figura 6 ndash Setores do cinturatildeo citriacutecola 31
Figura 7 ndash Localizaccedilatildeo das filiais das induacutestrias de suco de laranja (A B e C) 33
Figura 8 ndash Induacutestria de suco geradora de resiacuteduos de laranja localizada na cidade de
Bebedouro 35
Figura 9 ndash Induacutestrias com potencial poluidor 43
Figura 10 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea de estudos 57
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 ndash Localizaccedilatildeo das unidades das induacutestrias A B e C 32
Quadro 2 ndash Relaccedilatildeo entre categorias industriais americanas e brasileiras 38
Quadro 3 ndash Categorias e subcategorias industriais de acordo com o IBGE 39
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 ndash Paracircmetros para controle bioloacutegico da exposiccedilatildeo ocupacional 21
Tabela 2 ndash Padrotildees de lanccedilamento de efluentes contendo chumbo em corpos drsquoaacutegua e em
redes coletoras de esgoto 22
Tabela 3 ndash Cidades integrantes do cinturatildeo citriacutecola consideradas no levantamento de
induacutestrias de suco 34
Tabela 4 ndash Nuacutemero de induacutestrias de acordo com as subcategorias industriais do IBGE 40
Tabela 5 ndash Induacutestrias com potencial poluidor por chumbo localizadas na cidade de
Bebedouro ndash SP 42
Tabela 6 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 1 44
Tabela 7 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 1 44
Tabela 8 ndash Anaacutelise do efluente proveniente da metalurgia de metais natildeo ferrosos antes e apoacutes
tratamento 45
Tabela 9 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 2 45
Tabela 10 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 3 45
Tabela 11 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 3 46
Tabela 12 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 5 46
Tabela 13 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 5 47
Tabela 14 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 6 47
Tabela 15 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 6 48
Tabela 16 ndash resultado do ensaio para massa bruta 48
Tabela 17 ndash resultado do ensaio para lixiviaccedilatildeo 49
Tabela 18 ndash resultado do ensaio para solubilizado 49
Tabela 19 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 7 49
Tabela 20 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 7 50
Tabela 21 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 8 50
Tabela 22 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 8 51
Tabela 23 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 9 51
Tabela 24 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 9 51
Tabela 25 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 11 52
Tabela 26 ndash Resultados das anaacutelises para cada efluente 54
Tabela 27 ndash Dados da produccedilatildeo de laranja em Bebedouro 58
Tabela 28 ndash Valores do reator de leio fixo 59
Tabela 29 ndash Especificaccedilotildees dos flotadores de ar dissolvido 60
Tabela 30 ndash Menores rotas possiacuteveis entre a induacutestria de suco e a induacutestria 1 62
Tabela 31 ndash Menores rotas possiacuteveis entre a induacutestria de suco e a induacutestria 6 Erro
Indicador natildeo definido
Tabela 32 ndash Gastos com as tecnologias referentes 63
Tabela 33 ndash Balanccedilo de massa e energia diaacuterio proposto para a induacutestria 1 63
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 13
2 OBJETIVOS 14
21 Principal 14
22 Especiacuteficos 14
3 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA 15
31 Desenvolvimento sustentaacutevel 15
311 Simbiose industrial 15
32 Chumbo 19
321 Legislaccedilatildeo especiacutefica relacionada a descarga de efluentes 22
322 Tratamento para efluentes com metais 22
323 Biossorccedilatildeo 23
324 A laranja como adsorvente 24
4 METODOLOGIA 26
41 Levantamento bibliograacutefico 26
42 Levantamento e anaacutelise da produccedilatildeo de laranja no Estado de SP 27
43 Levantamento e anaacutelise das induacutestrias com potencial poluidor 28
44 Exposiccedilatildeo do meacutetodo de tratamento aplicado na induacutestria 29
5 LEVANTAMENTO DE DADOS 30
51 Distribuiccedilatildeo da produccedilatildeo de laranja no estado de Satildeo Paulo 30
511 Distribuiccedilatildeo do consumo de laranja no estado de SP 31
512 Seleccedilatildeo da induacutestria de suco 33
5121 Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento (MCE) 35
52 Categorias industriais de acordo com o tipo de efluente gerado 36
521 Levantamento das induacutestrias com potencial poluidor 41
5211 Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento (MEC) 43
53 Biossorccedilatildeo 53
531 Reduccedilatildeo do tamanho do resiacuteduo 55
532 Desidrataccedilatildeo do resiacuteduo 55
6 ANAacuteLISES E DISCUSSOtildeES DE DADOS 57
61 Aacuterea de estudo 57
62 Processamento dos resiacuteduos de laranja 58
63 Reator e flotador 58
64 Induacutestria 1 60
641 Quantificaccedilatildeo do resiacuteduo de laranja 61
642 Transporte 62
65 Induacutestria 6 Erro Indicador natildeo definido
651 Quantificaccedilatildeo do resiacuteduo de laranja Erro Indicador natildeo definido
652 Transporte Erro Indicador natildeo definido
66 Consideraccedilotildees 62
7 CONCLUSAtildeO 65
8 SUGESTAtildeO PARA TRABALHOS FUTUROS 67
REFEREcircNCIAS 68
ANEXO A 76
ANEXO B 78
13
1 INTRODUCcedilAtildeO
Considerando o modelo atual de desenvolvimento da sociedade como sendo
representado por um sistema aberto o qual necessita de uma fonte contiacutenua e inesgotaacutevel
de mateacuteria e energia (BRAGA et al 2002) e com um aumento das emissotildees de poluentes
em todo o mundo a busca por medidas remediadoras para melhoria das condiccedilotildees
ambientais torna-se cada vez maior
Como um exemplo de medida remediadora temos a pesquisa e desenvolvimento de
teacutecnicas que possibilitem a retirada de metais pesados do meio aquoso uma delas a
biossorccedilatildeo aleacutem de promover a destinaccedilatildeo a biomassas vegetais resultantes de processos
produtivos tambeacutem apresenta alto iacutendice de funcionalidade
Umas das biomassas vegetais cuja produccedilatildeo eacute abundante no estado de Satildeo Paulo eacute a
proveniente da fruta laranja e os resiacuteduos desta sejam eles casca bagaccedilo ou sementes jaacute
foram analisados em estudos desenvolvidos por diferentes pesquisadores tais como
Massocatto et al (2009) e Almeida et al (2012) cujos resultados atestaram eficiecircncia
elevada quanto a biossorccedilatildeo especialmente do metal pesado chumbo
Diante do exposto o presente trabalho visa apresentar uma proposta de integraccedilatildeo
entre induacutestrias do municiacutepio de Bebedouro localizado no estado de Satildeo Paulo que
proveriam resiacuteduo de laranja para aquelas que poderiam utilizaacute-lo como meacutetodo de
tratamento de aacuteguas residuaacuterias aplicando dessa forma o conceito de Simbiose Industrial
que apresenta como fundamentos as oportunidades de conexatildeo oferecidas pela disposiccedilatildeo
geograacutefica das induacutestrias e aperfeiccediloamento do uso de mateacuteria e energia (CHERTOW
2000 GANER 1995)
14
2 OBJETIVOS
21 Principal
O presente trabalho propotildee identificar a possibilidade de implementaccedilatildeo de uma
simbiose industrial entre induacutestrias do municiacutepio de BebedourondashSP
22 Especiacuteficos
Para o incremento do objetivo exposto tornou-se necessaacuterio o alcance de objetivos
especiacuteficos tais como
Identificar as induacutestrias geradoras dos resiacuteduos soacutelidos de laranja e induacutestrias que
poderiam beneficiar-se com a utilizaccedilatildeo destes nos processos de tratamento de seus
efluentes contaminados com o metal chumbo
Avaliar os processos jaacute colocados em praacutetica por induacutestrias com potencial poluidor
para tratamento dos efluentes contaminados com o metal chumbo
Analisar os dados teacutecnicos para avaliaccedilatildeo do potencial das induacutestrias selecionadas
para a proposiccedilatildeo de arranjos institucionais que propiciem a integraccedilatildeo e a simbiose entre
induacutestrias do municiacutepio de Bebedouro
15
3 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA
31 Desenvolvimento sustentaacutevel
Algumas propostas da Lei nordm 1230510 (BRASIL 2010a) que institui a Poliacutetica
Nacional dos Resiacuteduos Soacutelidos (PNRS) satildeo a prevenccedilatildeo a reutilizaccedilatildeo e a reduccedilatildeo de
resiacuteduos as quais satildeo necessaacuterias para o cumprimento e efetividade da lei Paralelamente a
este ideal uma incitaccedilatildeo atual eacute a articulaccedilatildeo de um sistema de produccedilatildeo circular
denominado cradle to cradle (que significa ldquodo berccedilo ao berccedilordquo) que consiste na produccedilatildeo
zero de rejeitos no qual a mateacuteria residual de um processo exerceria uma funccedilatildeo em outro
(CCPII c2014) A partir desses preceitos busca-se o alinhamento do desenvolvimento
econocircmico e industrial agrave proteccedilatildeo do meio ambiente e o bem-estar humano ou seja o
desenvolvimento sustentaacutevel
Conforme definiccedilatildeo ldquodesenvolvimento sustentaacutevel eacute aquele que atende as
necessidades das geraccedilotildees atuais sem comprometer a capacidade das geraccedilotildees futuras de
atenderem as suas necessidades e aspiraccedilotildeesrdquo (UNITED NATIONS 1987)
De acordo com Fet e Michelsen (2002) ldquona natureza um sistema ecologicamente
sustentaacutevel eacute uma teia complexa de organismos no qual as mateacuterias e os resiacuteduos
conformam um ciclordquo Frosch e Gallopoulos (1989) agrave vista desse conceito desenvolveram
o ideal de ecossistema industrial o qual funcionaria analogamente aos sistemas
ecologicamente sustentaacuteveis os resiacuteduos gerados por uma companhia podemdevem ser
usufruiacutedos como recurso por outra correspondendo a um ciclo fechado de mateacuteria e
energia
311 Simbiose industrial
Em 1989 uma associaccedilatildeo de filiais de diferentes induacutestrias que realizavam uma
extensa partilha de recursos foi descoberta na Dinamarca O que foi denominado na eacutepoca
16
de ldquoa simbiose industrial em Kalundborgrdquo forneceu a possibilidade da realizaccedilatildeo concreta
dos ecossistemas industriais proposto por Frosch e Galloupolos em 1989 (CHERTOW
2007) Poreacutem analogamente ao ciclo residual fechado proposto pelos ecossistemas
industriais os fundamentos para a simbiose industrial satildeo a colaboraccedilatildeo e as
oportunidades de coesatildeo oferecidas pela proximidade geograacutefica (CHERTOW 2000)
aleacutem do uso aprimorado dos recursos naturais e reduccedilatildeo da produccedilatildeo de resiacuteduos finais
(GANER 1995) Assim considera-se que a simbiose industrial eacute um passo para a
realizaccedilatildeo do objetivo maior que seria o alcance de um ecossistema industrial
A ldquosimbioserdquo observada em 89 no distrito industrial de Kalundborg ocorreu de
modo gradual e sem uma concepccedilatildeo especiacutefica as induacutestrias empenharam-se no uso
econocircmico de seus subprodutos e minimizaram custos em conformidade agraves novas
regulamentaccedilotildees ambientais (EHRENFELD GERTLER 1997) A Figura 1 apresenta o
diagrama do distrito industrial de Kalundborg
Figura 1 ndash Diagrama do processo de simbiose em Kalundborg 1961 a 1989
Fonte adaptado de KALUNDBORG SYMBIOSIS (2015)
No decorrer dos anos e fazendo jus aos sistemas naturais o distrito industrial
desenvolveu-se de modo que novas relaccedilotildees conexotildees e empresas foram se estabelecendo
trazendo cada vez mais proacuteximo o ideal de ecossistema industrial tal como apresentado
na Figura 2
Existem ainda outros exemplos de processos de simbioses industriais que
aconteceram naturalmente ao redor do mundo como em Jyvaumlskylauml na Finlacircndia e Sytiria
na Aacuteustria (CHERTOW 2000)
17
Figura 2 ndash Simbioses industriais observada no distrito industrial de Kalundborg nos dias atuais
Fonte adaptado de KALUNDBORG SYMBIOSIS (2015)
Ehrenfeld e Gertler (1997) afirmaram que o ramo emergente da ecologia industrial
une os preceitos citados a outros como por exemplo o metabolismo industrial (cuja
elucidaccedilatildeo seraacute realizada mais adiante) trazendo-os como forma simplificada de
operacionalizaccedilatildeo de projetos desenvolvendo uma estrutura que identifica e implementa
estrateacutegias que visam agrave manutenccedilatildeo dos paradigmas ambientais almejando o
desenvolvimento industrial alicerccedilado ao desenvolvimento sustentaacutevel
Na Figura 3 eacute possiacutevel observar de modo linear o que Grann (1997) alegou em que
a simbiose industrial revela-se como um meacutetodo funcional da aplicaccedilatildeo do conceito
sustentaacutevel de desenvolvimento
Figura 3 ndash Os trecircs niacuteveis de operaccedilatildeo da Ecologia Industrial
Fonte adaptado de CHERTOW (2000)
18
Conforme a Figura 3 e de acordo com Chertow (2000) constata-se a existecircncia de
trecircs grandes aacutereas de operaccedilatildeo da ecologia industrial bem como alguns exemplos de
instrumentos de cada uma
1 Empresa ndash refere-se ao desenvolvimento de medidas que podem ser exercicidas
dentro da empresa tais como
Eco-design ndash estrateacutegia de design que visa a reduccedilatildeo das perdas ambientais
utilizada principalmente no desenvolvimento de novos produtos (GARNER
KEOLEIAN 1995)
Prevenccedilatildeo agrave poluiccedilatildeo ndash uniatildeo de princiacutepios que tem por finalidade a prevenccedilatildeo agrave
geraccedilatildeo de resiacuteduos antes do iacutenicio do processo industrial (CHERTOW 2000)
Economia verde ndash este novo campo da contabilidade se desvencilha-se da
contabilidade tradicional propondo-se a trazer informaccedilotildees mais exatas sobre o
ldquocustos ambientaisrdquo das empresas cuja influecircncia deve alcanccedilar o campo dos
negoacutecios relacionando-se a ldquoqualidade verderdquo do produto ou serviccedilo (RICHARDS
FROSCH 1997)
2 Inter-empresas ndash medidas que podem ser tomadas a partir da relaccedilatildeo entre
induacutestrias que encontram-se geograficamente proacuteximas tais como
Simbiose industrial ndash criaccedilatildeo de ligaccedilatildeo entre induacutestrias com objetivo de
aumentar a eficiecircncia da mateacuteria e energia que fluem atraveacutes do distrito industrial
em que se encontram (EHRENFELD GERTLER 1997)
Ciclo de vida dos produtos ndash ldquoprocesso usado para avaliar as perdas ambientais
relacionadas a um produto processo ou atividaderdquo (Society for Enviromental
Toxicology amp Chemistry ndash SETAC 1994 traduccedilatildeo nossa)
Iniciativa dos setores industriais
3 RegionalGlobal ndash medidas que podem ser adotadas entre nuacutecleos induacutestrias
Ciclos e orccedilamentos ndash eacute um sistema orientador que promove produccedilotildees com
designs mais ecoloacutegicos e economicamente sustentaacuteveis (GARNER KEOLEIAN
1995)
Fluxo de mateacuteria e energia ndash conceito desenvolvido por Robert Ayres
denominado de ldquometabolismo industrialrdquo leva em consideraccedilatildeo o fluxo de mateacuteria
e energia atraveacutes dos sistema industriais e por meio de anaacutelises in put (entrada) e
out put (saiacuteda) vecirc-se a possibilidade de identificaccedilatildeo de processos e produtos
ineficientes que podem resultar em perda material e prejuiacutezos ao meio ambiente
(GARNER KEOLEIAN 1995)
19
Portanto a simbiose industrial apresenta-se como uma ferramenta que envolve
induacutestrias tradicionalmente separadas em uma ldquoabordagem coletiva para a vantagem
competitiva envolvendo troca fiacutesica de materiais energia aacutegua eou subprodutosrdquo
(CHERTOW 2000 traduccedilatildeo nossa)
De acordo com Ehrenfeld e Gertler (1997) a partir do estreitamento da relaccedilatildeo
entre o conceito ambiental e o desenvolvimento industrial e considerando que esse jaacute vecircm
atrelado ao desenvolvimento econocircmico houve a necessidade da aplicaccedilatildeo dos conceitos
da Simbiose Industrial atraveacutes da configuraccedilatildeo de ldquoeco-parques industriaisrdquo
De acordo com Chertow (2000) ldquona praacutetica as definiccedilotildees de eco-parques
industriais ainda estatildeo em formaccedilatildeordquo poreacutem duas definiccedilotildees satildeo mais aceitas a do
Presidentrsquos Council Sustainable (PCSD)
ldquouma comunidade de empresas que cooperam entre si e com a
comunidade local para compartilhar de forma eficiente os recursos
(informaccedilotildees materiais aacutegua energia infra-estrutura e de habitats naturais)
levando a ganhos econocircmicos ganhos de qualidade ambiental e melhoria
equitativa dos recursos humanos para a comunidade empresarial e localrdquo
(PSCD 1996 traduccedilatildeo nossa)
E e a da USEPA
ldquoum eco-parque industrial eacute uma comunidade de manufatura e serviccedilos
que procuram melhor desempenho ambiental e econocircmico
atraveacutes da colaboraccedilatildeo na gestatildeo de questotildees ambientais e de recursos
incluindo energia aacutegua e materiais Ao trabalhar em conjunto a comunidade
de empresas procura um benefiacutecio colectivo que eacute maior do que a soma de a
benefiacutecios individuais de cada empresa iria perceber se ele otimizou seu
indiviacuteduo o desempenho apenasrdquo (USEPA 1995 traduccedilatildeo nossa)
Faz-se relevante neste contexto o estiacutemulo de uma nova revoluccedilatildeo industrial que
promova o desenvolvimento de accedilotildees que entrelaccedilariam o desenvolvimento econocircmico
com o bem-estar dos ecossistemas Poreacutem Casagrande Junior (2004) denota que as
inovaccedilotildees tecnoloacutegicas desenvolvidas pelo modelo econocircmico atual satildeo atreladas ao
ciacuterculo vicioso produccedilatildeo gt consumo gt crescimento econocircmico que estimulam o consumo
exacerbado gerando pressatildeo sobre os recursos naturais causando custos sociais e
ambientais
32 Chumbo
O chumbo eacute um metal pesado cujo siacutembolo eacute Pb de massa molar 2072 g mol-1 de
coloraccedilatildeo branca-azulada tornando-se acinzentado quando exposto ao ar Eacute inodoro
20
macio maleaacutevel possui baixa condutividade eleacutetrica e alta resistecircncia agrave corrosatildeo Funde-se
com facilidade agrave 3274 ordmC e sua temperatura de vaporizaccedilatildeo eacute de 1725 ordmC Pertence ao
grupo IVA da tabela perioacutedica cujo nuacutemero atocircmico eacute 82 podendo apresentar dois estados
de oxidaccedilatildeo Pb+2 mais estaacutevel e Pb+4 oxidante Historicamente tem sido amplamente
explorado pela sociedade devido a sua vasta disponibilidade no meio ambiente
principalmente na forma de compostos minerais sendo o sulfeto de chumbo (PbS)
conhecido como galena considerado a mais importante e abundante fonte de chumbo
(ALEXANDRINO 2014)
Existem relatos de utilizaccedilatildeo do chumbo por vaacuterias sociedades antigas no entanto
a primeira civilizaccedilatildeo a utilizaacute-lo amplamente foi o Impeacuterio Romano no seacuteculo V aC V
aC para ldquoconfecccedilatildeo de objetos [] fabricaccedilatildeo de tubulaccedilotildees e torneiras produtos de
beleza e ateacute na correccedilatildeo da acidez do vinho atraveacutes da adiccedilatildeo de oacutexido de chumbordquo
(Miranda e Souto 2010)
Atualmente cerca de 70 da produccedilatildeo mundial de chumbo eacute utilizada
fundamentalmente na elaboraccedilatildeo de baterias automotivas e na induacutestria de chumbo-aacutecido
embora tambeacutem apresente copiosas empregabilidades na induacutestria em geral devido a suas
caracteriacutesticas fiacutesicas e quiacutemicas (PRAC c2015) Na Figura 4 observam-se os processos de
extraccedilatildeo usos e disposiccedilatildeo final do chumbo nos anos 90
Figura 4 ndash Extraccedilatildeo uso e disposiccedilatildeo final de chumbo em 1990 em milhares de toneladas
Fonte elaborado a partir de GARNER KEOLEIAN (1995)
21
Comparativamente ao dado fornecido pelo PRAC observa-se que o ramo que
absorve a maior porcentagem do mercado extrativista continua o mesmo isto eacute a
fabricaccedilatildeo de baterias Eacute possiacutevel observar que a reciclagem do chumbo eacute quase que
integralmente proveniente dessa mesma atividade e que vaacuterios usos permanecem como
sistemas abertos de mateacuteria
Como consequecircncia dessa intensa utilizaccedilatildeo a contaminaccedilatildeo por chumbo eacute um
problema tatildeo expressivo quanto a extensatildeo de seu uso
ldquoA maior incidecircncia de intoxicaccedilatildeo por chumbo ocorre devido agrave
contaminaccedilatildeo ambiental pela ingestatildeo de alimentos e bebidas contaminadas
e por partiacuteculas suspensas no ar (KOSNETT 2003) Na atividade
ocupacional a via mais frequente de intoxicaccedilatildeo eacute a inalatoacuteria como
consequecircncia da contaminaccedilatildeo do ambiente de trabalho (PAOLIELLO
CHASIN 2001) Dentre os gecircneros alimentiacutecios que mais contribuem para a
ingestatildeo de chumbo destacam-se a aacutegua potaacutevel bebidas em geral cereais
vegetais e frutas (SALGADO 2003)rdquo (SCHIFER et al 2005)
O grande avanccedilo dos sistemas industriais e seu consequente aumento de atividades
nos uacuteltimos anos assim como a negligecircncia de certas induacutestrias tecircm sido responsaacuteveis
pela degradaccedilatildeo de efluentes especialmente pelo desaguamento de quantidades de metais
pesados nestes (PINTO et al 2003) Os metais acabam por contaminarem lenccediloacuteis freaacuteticos
e reservatoacuterios de aacutegua podendo causar danos agrave sauacutede da populaccedilatildeo tais danos ocorrem
quando haacute a extrapolaccedilatildeo dos limites maacuteximos tolerados pelo organismo humano
denominado no Brasil de Iacutendice Bioloacutegico Maacuteximo Permitido (IBPM) o qual foi
decretado pela NR 7 e aprovado pela Portaria SSST nordm 24 de 29 de dezembro de 1994 Na
Tabela 1 verificam-se os valores tolerados para a substacircncia chumbo
Tabela 1 ndash Paracircmetros para controle bioloacutegico da exposiccedilatildeo ocupacional
Agente quiacutemico Indicador Bioloacutegico
VR[1] IBPM[2]
Amostra Anaacutelise
Chumbo orgacircnico
Sangue Chumbo Ateacute 40 ug em 100 mL 60 ug em 100 mL
Urina Aacutecido Delta Aminolevuliacutenico Ateacute 45 g g-1 creat 10 mh g-1 creat
Sangue Zincoprotoporfirina Ateacute 40 ug em 100 mL 100 ug em 100 mL
Chumbo Tetraetila Urina Chumbo Ateacute 50 ug g-1 creat 100 ug g-1 creat
creat ndash abreviaccedilatildeo de creatinina [1] Valor de Referecircncia da Normalidade valor possiacutevel de ser
encontrado em populaccedilotildees natildeo-expostas ocupacionalmente [2] Iacutendice Bioloacutegico Maacuteximo Permitido eacute
o valor maacuteximo do indicador bioloacutegico para o qual se supotildee que a maioria das pessoas
ocupacionalmente expostas natildeo corre risco de danos agrave sauacutede A ultrapassagem deste valor significa
exposiccedilatildeo excessiva
Fonte adaptado de BRASIL (1994a)
22
321 Legislaccedilatildeo especiacutefica relacionada a descarga de efluentes
Conforme artigo 3ordm da Resoluccedilatildeo CONAMA nordm430
ldquoOs efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderatildeo ser lanccedilados
diretamente nos corpos receptores apoacutes o devido tratamento e desde que
obedeccedilam agraves condiccedilotildees padrotildees e exigecircncias dispostos nesta Resoluccedilatildeo e em
outras normas aplicaacuteveisrdquo (BRASIL 2011)
Assim considerou-se que para estar em acordo com a legislaccedilatildeo vigente pode
haver a necessidade da realizaccedilatildeo de tratamento preacutevio ou completo para descarga do
efluente em corpo drsquoaacutegua
Os padrotildees para lanccedilamento de efluentes em corpos receptores satildeo regulamentados
em acircmbito federal na Resoluccedilatildeo CONAMA nordm 430 de 2011 (BRASIL 2011) e em acircmbito
estadual pelo Decreto 8468 de 19761 (SAtildeO PAULO 1976) Na Tabela 2 verificam-se os
padrotildees de lanccedilamento para o metal chumbo em ambos os acircmbitos
Tabela 2 ndash Padrotildees de lanccedilamento de efluentes contendo chumbo em corpos drsquoaacutegua e em redes
coletoras de esgoto
Fonte elaborado a partir de BRASIL (2011) SAtildeO PAULO (1976)
322 Tratamento para efluentes com metais
O tratamento para remoccedilatildeo de metais pesados pode ser realizado a partir de
diferentes processos tais como a precipitaccedilatildeo quiacutemica troca-iocircnica filtraccedilatildeo por
membrana e meacutetodos eletromecacircnicos (ECKENFELDER 2000) Estes conforme
Tchobanoglous e Burton (1991) e Aksu (1998) podem ser processos dispendiosos e
ineficientes
1 A Lei Estadual 997 de 31 de maio de 1976 aprovada pelo Decreto 8468 de 8 de setembro de 1976 foi
alterada e acrescida de dispositivos pelos Decretos 15425 de 23 de julho de 1980 e pelo Decreto 47397 de
novembro de 2012
Destino Resoluccedilatildeo CONAMA nordm43011 Lei Estadual 99776
Emissatildeo em corpos drsquoaacutegua ateacute 05 mg L-1 ateacute 05 mg L-1
Emissatildeo em rede coletora de esgoto ndash ateacute 15 mg L-1
23
Poreacutem metais pesados podem ser extraiacutedos de um sistema aquoso empregando-se
adsorventes naturais como as cascas de determinadas frutas que constituem excelente
alternativa perante os processos quiacutemicos uma vez que satildeo abundantes apresentam baixo
custo comercial e natildeo apresentam uma destinaccedilatildeo especiacutefica fora o descarte convencional
(SIMOtildeES TAUK-TORNISIELO 2005)
Podendo ser fiacutesico ou quiacutemico o processo efetua-se pela interaccedilatildeo do material
adsorvente com o produto a ser adsorvido A adsorccedilatildeo fiacutesica eacute ocasionada principalmente
pelas forccedilas de van der Waals2 no qual o equiliacutebrio eacute atingido rapidamente e eacute reversiacutevel
jaacute a adsorccedilatildeo quiacutemica eacute a uniatildeo de moleacuteculas ou aacutetomos a uma superfiacutecie soacutelida que pode
ser realizada atraveacutes de ligaccedilotildees quiacutemicas ou por efeito cataliacutetico (WEBER JUNIOR 1972)
323 Biossorccedilatildeo
Segundo Volesky (1986) eacute denominada de biossorccedilatildeo a separaccedilatildeo seletiva de iacuteons
metaacutelicos de meio aquoso na qual o meio adsorvente seria uma biomassa sendo ainda um
processo natildeo agressivo no qual ocorrem somente interaccedilotildees entre os grupos funcionais da
biomassa com os iacuteons da soluccedilatildeo
ldquoA adsorccedilatildeo eacute uma forma de tratamento bastante eficaz utilizada para a
remoccedilatildeo de metais toacutexicos Devido a isto meacutetodos de adsorccedilatildeo de metais em
efluentes utilizando materiais naturais estatildeo sendo desenvolvidos podendo
ainda ser uma alternativa para o aproveitamento de resiacuteduos agroindustriaisrdquo
(MASSOCATTO et al 2009)
A utilizaccedilatildeo da biomassa como agente adsorvente alternativo em meacutetodos de
tratamento convencional apresenta como fatores significativos o reduzido valor agregado
comercial capacidade de tratar grande volume de efluente potencial de dessorccedilatildeo3 e
tempo de separaccedilatildeo seletiva de iacuteons variando de 5 a 15 minutos (PINO TOREM 2011
VOLESKY HOLAN 1995) Geralmente os adsorventes naturais evidenciam a mesma
eficaacutecia de reter iacuteons metaacutelicos que os adsorventes sinteacuteticos pois possuem agrupamentos
orgacircnicos e satildeo fibrosos o que gera uma maior aacuterea de influecircncia e ldquosiacutetiosrdquo para os iacuteons
serem adsorvidos (PAVAN 2007)
O uso da biomassa como agente de remoccedilatildeo de metais pesados jaacute eacute desde 1999
considerada pela USEPA como uma tecnologia de descontaminaccedilatildeo
2 Forccedilas de van der Waals forccedilas entre as moleacuteculas mais fracas que as forccedilas atocircmicas RUSSEL J
Quiacutemica Geral 2 ed Satildeo Paulo Makron Book 1994 vol 1 3 Recuperaccedilatildeo da espeacutecie metaacutelica
24
Diversos tipos de adsorventes tais como o palmito pupunha o sabugo de milho o
algodatildeo o caju as cascas de arroz banana noz pecatilde e laranja tecircm sido testados
laboratorialmente por pesquisadores da aacuterea cita-se Vaghetti et al (2009) que realizou
estudos sobre a eficiecircncia da casca da noz pecatilde como agente de retirada de iacuteons cromo(III)
cromo (VI) ferro zinco cobre manganecircs e chumbo de soluccedilotildees sinteacuteticas obtendo
especial ecircxito na biossorccedilatildeo de cromo (VI)
O processo de biossorccedilatildeo desenvolve-se de modo homogecircneo atraveacutes de condiccedilotildees
ambientais controladas as quais ocorrem dentro de reatores contiacutenuos (VOLESKY
NOLAN 1995 SANTOS VASCONCELOS 2002) Os reatores mais comumente usados
na remoccedilatildeo de metais pesados satildeo o de coluna de leito fixo e o anaeroacutebio de manta de
lodo (QUAMBY FOSTER 1995 SEOLATTO et al 2009)
De acordo com Lodeiro Herrero e Sastre de Vicente (2006) os reatores de coluna
de leito fixo promovem o melhor aproveitamento do biossorvente pois possibilitam ciclos
regenerativos jaacute os reatores anaeroacutebios de manta de lodo satildeo comumente utilizados em
tratamento de aacuteguas residuaacuterias por serem eficientes na remoccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica e
apresentarem consideraacutevel baixo custo inicial (QUAMBY FOSTER 1995 SEOLATTO
et al 2009)
324 A laranja como adsorvente
Segundo Batista (2014)
ldquoA casca da laranja encontra-se na literatura dos estudos de adsorccedilatildeo
mostrando um grande potencial na remoccedilatildeo de resiacuteduos em efluentes O
Brasil eacute um grande produtor de laranja no mundo atualmente em torno de
70 do suco consumido mundialmente eacute proveniente de plantaccedilotildees ou da
industrializaccedilatildeo da laranja no Brasil Apoacutes a extraccedilatildeo do suco na induacutestria da
laranja grande parte do fruto mais de 50 eacute de rejeitos soacutelidos
representados pela casca bagaccedilo e sementesrdquo (BATISTA 2014)
Aproximadamente 18 milhotildees de toneladas de laranja satildeo produzidas anualmente
no Brasil e o Estado de Satildeo Paulo eacute responsaacutevel por 74 dessa produccedilatildeo (IBGE 2012)
Em 2011 os resiacuteduos de laranja oriundos de induacutestrias de processamento como por
exemplo de produccedilatildeo de suco chegaram a gerar 95 milhotildees de toneladas de resiacuteduos
(CODESP 2011) Apesar de ser uma mateacuteria abundante e de baixo custo a principal
utilizaccedilatildeo dessa biomassa tem sido como complemento na alimentaccedilatildeo bovina Tal
25
complemento chamado de ldquopolpa ciacutetrica peletizadardquo eacute produzido a partir da secagem dos
resiacuteduos de laranja Ateacute meados de 1993 o produto era desconhecido pela pecuaacuteria
nacional pois desde a deacutecada de 70 a polpa ciacutetrica era exportada quase que integralmente
para a Europa (NEVES et al 2010)
A previsatildeo para exportaccedilatildeo do produto em 2012 era de 180 toneladas isso
considerando que haveria um aumento de 21 com relaccedilatildeo a 2011 (CODESP 2011) A
polpa ciacutetrica peletizada continua natildeo sendo empregada amplamente no Brasil gerando um
remanescente de aproximadamente 932 milhotildees de toneladas de resiacuteduos de laranja sem
destinaccedilatildeo especiacutefica Dessa forma a sua utilizaccedilatildeo como insumo de agente biossortivo
obtido aproximadamente a custo zero torna-se de grande valia na retirada de metais
pesados de meio aquoso
Como apontado por Batista (2014) os rejeitos de laranja satildeo apontados na literatura
como material de adsorccedilatildeo mostrando um grande potencial na remoccedilatildeo de metais Aacuteguas
residuaacuterias que incluem por exemplo cromo chumbo e prata apresentam resultados
promissores particularmente a biossorccedilatildeo do chumbo apresenta aproximadamente 99 de
eficaacutecia com relaccedilatildeo a concentraccedilotildees variadas de chumborejeito de laranja (MORAES et
al 2011 MASSOCATTO et al 2009 ALMEIDA et al 2012)
Apesar da eficaacutecia laboratorial da utilizaccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos de laranja (casca
bagaccedilo e semente) na descontaminaccedilatildeo de um meio aquoso observa-se a necessidade do
estabelecimento da conexatildeo entre as induacutestrias que proveriam esse resiacuteduo de laranja com
as que poderiam utilizaacute-lo como meacutetodo de tratamento assim revelou-se a oportunidade
de aplicar o conceito de Simbiose Industrial atraveacutes de uma anaacutelise inter-empresas
avaliando a potencialidade de intercacircmbio dos rejeitos industriais como fonte de mateacuteria-
prima para outros processos produtivos em induacutestrias do municiacutepio de Bebedouro estado
de Satildeo Paulo
26
4 METODOLOGIA
A metodologia desenvolvida neste trabalho pode ser agrupada e pormenorizada em
quatro etapas todas elas partindo de um levantamento e anaacutelise de referenciais teoacutericos
embasados em dados bibliograacuteficos O levantamento de dados realizado neste trabalho teve
como primeira aacuterea de abrangecircncia o estado de Satildeo Paulo Foram utilizados os bancos de
dados do IBGE CDSP CETESB USEPA entre outros e tambeacutem web sites artigos teses
e pesquisas acadecircmico cientiacuteficas
41 Levantamento bibliograacutefico
Caracterizou-se o processo de simbiose industrial como forma de reinserccedilatildeo de
resiacuteduos na cadeia produtiva e sua efetiva implantaccedilatildeo como possibilidade viaacutevel do
alcance do desenvolvimento sustentaacutevel
Realizou-se definiccedilatildeo teacutecnica do metal pesado chumbo e contextualizaccedilatildeo da
problemaacutetica do uso histoacuterico desse metal com ecircnfase para a problemaacutetica do uso na
atualidade
Desenvolveu-se a relaccedilatildeo entre o capitalismo atual que promove os ciclos abertos
de mateacuteria e energia caracteriacutestica de parte do sistema produtivo com ecircnfase para aqueles
que geram aacuteguas residuaacuterias contaminadas pelo metal pesado chumbo
Avaliaram-se os meacutetodos de remoccedilatildeo de metais-pesados de aacuteguas residuaacuterias com
especial atenccedilatildeo ao uso de biomassa vegetal como agente no processo de adsorccedilatildeo4 objeto
de estudo deste trabalho
A partir da escolha da biossorccedilatildeo como meacutetodo para o tratamento de efluentes
realizou-se um levantamento bibliograacutefico sobre usos de diversas biomassas vegetais que
apresentariam eficaacutecia comprovada e que tambeacutem poderiam ser encontradas em
abundacircncia
Constatou-se que o maior produtor de laranja do Brasil eacute o estado de Satildeo Paulo e
que a cadeia produtiva da transformaccedilatildeo do produto in natura em suco eacute tambeacutem em sua
4 Neste trabalho foi denominada de biossorccedilatildeo a adsorccedilatildeo realizada por meio da utilizaccedilatildeo de biomassa
vegetal
27
grande maioria realizada dentro do estado O processo referido gera quantidade abundante
de biomassa vegetal de laranja cuja eficaacutecia no tratamento de efluentes contaminados pelo
metal pesado chumbo pocircde ser comprovada por referencial teoacuterico
Definiu-se de consideraacutevel relevacircncia a realizaccedilatildeo de um estudo que busque
evidecircncias da aplicabilidade e viabilidade de uma proposta para o processo de simbiose
entre as induacutestrias estudadas no qual os resiacuteduos (bagaccedilosementecasca) de laranja
possam ser utilizados como meacutetodo de tratamento de aacutegua residuaacuteria contaminada no
processo de produccedilatildeo industrial
42 Levantamento e anaacutelise da produccedilatildeo de laranja no Estado de SP
Apoacutes constataccedilatildeo por meio da Revisatildeo Bibliograacutefica que o Estado de Satildeo Paulo eacute
o estado que se apresenta como maior produtor de laranja do Brasil realizou-se um
levantamento da produccedilatildeo de laranja por cidades do estado Utilizaram-se dados do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do ano de 2012 que correspondem
ao levantamento da produccedilatildeo total de diversos tipos de leguminosas frutas e sementes por
cidade
Posteriormente realizou-se a elaboraccedilatildeo de um mapa referente agrave produccedilatildeo de
laranja por cidade do estado de Satildeo Paulo com suporte do programa de geoprocessamento
ArcGis 1031
A partir da obtenccedilatildeo de dados referentes agrave produccedilatildeo de laranja por cidade com sua
respectiva espacializaccedilatildeo constatou-se acessando o cataacutelogo da Associaccedilatildeo Nacional de
Exportadores de Sucos e Ciacutetricos (CitrusBR) que o escoamento de 93 da produccedilatildeo total
do estado eacute proveniente do denominado cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo cuja definiccedilatildeo seraacute elucidada
no capiacutetulo 51 tem a seguinte destinaccedilatildeo trecircs grandes empresas fabricantes de suco de
laranja consumo in natura e pequenas induacutestrias produtoras de suco
A seguir as cidades levantadas neste trabalho e integrantes do cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo
foram aferidas sequencialmente em ordem decrescente de produccedilatildeo mediante acessos aos
cataacutelogos industriais da Federaccedilatildeo das Induacutestrias do Estado de Satildeo Paulo (FIESP 2014) e
do Centro das Induacutestrias do Estado de Satildeo Paulo (CIESP 2015) com o intuito de verificar
a existecircncia de escoamento de produccedilatildeo de laranja destinado a pequenas induacutestrias de suco
28
Foi realizado contato por meios eletrocircnicos com as induacutestrias constantes no
material pesquisado no qual foram requeridas informaccedilotildees sobre
1) Existecircncia da geraccedilatildeo de resiacuteduo de laranja
2) Destinaccedilatildeo dada ao resiacuteduo se este existir
3) Quantificaccedilatildeo diaacuteria eou mensal eou anual do resiacuteduo se este existir
4) Armazenamento do resiacuteduo se este existir
A Companhia Ambiental do estado de Satildeo Paulo (CETESB) foi contatada com o intuito
de requisitar vista do Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento (MCE) desta induacutestria
com objetivo de levantamento dos dados pertinentes ao desenvolvimento deste trabalho Os
dados solicitados agrave CETESB referentes a cada induacutestria constam no Anexo A e B
43 Levantamento e anaacutelise das induacutestrias com potencial poluidor
A partir da delimitaccedilatildeo da aacuterea de estudo verificou-se a necessidade da realizaccedilatildeo
um levantamento das induacutestrias que poderiam utilizar-se da biossorccedilatildeo como meacutetodo de
tratamento de efluentes
Para tal houve a necessidade de realizar uma relaccedilatildeo entre as categorias industriais
da Environmental Protection Agency ndash United States (USEPA) as quais levam em
consideraccedilatildeo em sua descriccedilatildeo os componentes que potencialmente seriam encontrados
em seus respectivos efluentes com as categorias industriais brasileiras disponibilizadas
pelo IBGE
Sucedendo-se a esta associaccedilatildeo e jaacute delimitada a aacuterea de pesquisa como sendo o
limite municipal da cidade de Bebedouro realizou-se a partir de pesquisa nos cataacutelogos
industriais da FIESP (2014) e da CIESP (2015) afericcedilatildeo das induacutestrias que estariam dentro
dos paracircmetros dispostos nas categorias industriais caracterizadas neste trabalho isto eacute as
que potencialmente conteriam chumbo em suas aacuteguas residuaacuterias
Um total de onze induacutestrias apresentaram os quesitos para serem categorizadas pelo
meacutetodo citado Um mapa referente agrave disposiccedilatildeo dessas induacutestrias foi efetuado no programa
ArcGis 1031 Subsequentemente a agecircncia da CETESB responsaacutevel pelo municiacutepio de
Bebedouro foi contatada a fim de se obter a vista dos processos MCE de cada uma das
induacutestrias com o intuito de verificar quais realmente continham chumbo em suas aacuteguas
29
residuaacuterias e quais as formas de tratamento efetuadas Apoacutes essa verificaccedilatildeo constatou-se
que duas induacutestrias adequavam-se ao propoacutesito deste trabalho
44 Exposiccedilatildeo do meacutetodo de tratamento aplicado na induacutestria
Pormenorizaccedilatildeo dos dados referentes aos efluentes destas empresas foram
analisados para que a partir de referencial teoacuterico em uma segunda etapa fossem
realizados os caacutelculos da demanda de resiacuteduos de laranja que tais induacutestrias utilizariam se
adotassem o meacutetodo de tratamento proposto
Atraveacutes de anaacutelise do mesmo referencial teoacuterico citado anteriormente foram
obtidas informaccedilotildees sobre o tratamento especiacutefico que o resiacuteduo deveria receber antes de
ser inserido no processo de tratamento Em sequecircncia realizou-se levantamento das
tecnologias que poderiam ser utilizadas no processamento desses resiacuteduos bem como
seleccedilatildeo das que mais se adequavam
Realizou-se levantamento de formas de inserccedilatildeo da biomassa em escala real de
tratamento
Um levantamento e anaacutelises de custos das tecnologias de processamento das
formas de inserccedilatildeo e do translado do resiacuteduo caso fosse utilizado os serviccedilos de uma
empresa transportadora foram realizados
30
5 LEVANTAMENTO DE DADOS
51 Distribuiccedilatildeo da produccedilatildeo de laranja no estado de Satildeo Paulo
Para o levantamento e espacializaccedilatildeo da produccedilatildeo de laranja no estado de Satildeo Paulo
foram coletados dados do site do IBGE referentes ao ano de 2013 Na Figura 5 satildeo
destacados os municiacutepios paulistas produtores de laranja conforme o total de produccedilatildeo da
fruta
Figura 5 ndash Disposiccedilatildeo dos municiacutepios produtores de laranja no Estado de Satildeo Paulo
Fonte IBGE (2013)
De acordo com a CitrusBR (2010) e com o Fundo de Defesa da Citricultura
(FUNDECITRUS 2015) existe uma aacuterea denominada de cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo cuja
delimitaccedilatildeo geograacutefica abrange 93 da produccedilatildeo de laranja do estado de Satildeo Paulo Essa
aacuterea eacute dividida em setores os quais satildeo denominados de norte sul centro noroeste e
sudoeste como apresentado na Figura 6
31
Figura 6 ndash Setores do cinturatildeo citriacutecola
Fonte Adaptado FUNDECITRUS (2015)
511 Distribuiccedilatildeo do consumo de laranja no estado de SP
Sabendo que aproximadamente 93 de toda a laranja produzida no estado de Satildeo
Paulo proveacutem do cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo a seguinte diferenciaccedilatildeo eacute feita pela CitrusBR
(2010) conforme sua destinaccedilatildeo a) 84 para trecircs grandes induacutestrias de suco de laranja as
quais possuem 18 faacutebricas distribuiacutedas em 16 municiacutepios do estado de SP e um localizado
no estado do Paranaacute b) 2 para pequenas induacutestrias produtoras de suco de laranja c) 7
ao consumo in natura
No Quadro 1 satildeo apresentadas informaccedilotildees de localizaccedilatildeo das unidades industriais
das trecircs grandes induacutestrias consumidoras da produccedilatildeo de laranja do estado de Satildeo Paulo
denominadas arbitrariamente de induacutestrias A B e C
32
Quadro 1 ndash Localizaccedilatildeo das unidades das induacutestrias A B e C
Induacutestria de suco de laranja Cidades
Induacutestria A
Bebedouro
Engenheiro Coelho
Matatildeo
Paranavaiacute (PR)
Santos
Induacutestria B
Araras
Catanduva
Matatildeo
Induacutestria C
Araraquara
Avareacute
Conchal
Colina
Cordeiroacutepolis
Duartina
Itaacutepolis
Porto Ferreira
Uchoa
Votuporanga
Fonte CITRUSBR (2010)
Na Figura 7 eacute possiacutevel visualizar em acircmbito estadual a disposiccedilatildeo geograacutefica das
filiais das induacutestrias A B e C
O potencial de geraccedilatildeo de resiacuteduos de laranja dessas unidades industriais eacute elevado
visto que 84 da produccedilatildeo do estado eacute absorvida por elas (CITRUSBR 2010) Poreacutem ao
acessar o conjunto de paacuteginas da internet dessas trecircs induacutestrias constatou-se que todo o
produto residual de laranja gerado jaacute tem como destinaccedilatildeo o processo de peletizaccedilatildeo
Assim uma vez que este resiacuteduo representa um valor comercial para estas induacutestrias natildeo
foram considerados tais dados no desenvolvimento deste trabalho
33
Figura 7 ndash Localizaccedilatildeo das filiais das induacutestrias de suco de laranja (A B e C)
Fonte CITRUSBR (2010)
Os 7 da produccedilatildeo de laranja que natildeo proveacutem do cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo natildeo teve seu
escoamento estudado fato que impossibilitou a utilizaccedilatildeo desses dados na realizaccedilatildeo das
anaacutelises requeridas para o desenvolvimento deste trabalho
Portanto considerou-se que 2 da produccedilatildeo de laranja proveniente do cinturatildeo
ldquocitriacutecolardquo aproximadamente 266400 toneladas5 serviria ao propoacutesito aludido
512 Seleccedilatildeo da induacutestria de suco
Reputando-se que os 2 da produccedilatildeo estadual de laranja citados localizam-se no
cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo (CITRUSBR 2010) realizou-se a identificaccedilatildeo de pequenas induacutestrias
5 Considerando a produccedilatildeo anual em torno de 18 milhotildees de toneladas e 74 deste total proveniente do
estado de Satildeo Paulo
34
produtoras de suco de laranja integrantes do cinturatildeo atraveacutes de acessos aos Cataacutelogos
Induacutestrias da CIESP (2015) e da FIESP (2014)
As cidades foram hierarquizadas de forma decrescente conforme o total de
produccedilatildeo anual de laranja Na sequecircncia ponderou-se a distinccedilatildeo de induacutestrias que
somente realizam o processo de embalagem do suco pronto das que realizam o processo
de fabricaccedilatildeo deste O levantamento cessou quando um total de duas induacutestrias foram
encontradas ambas localizadas na cidade de Bebedouro estado de Satildeo Paulo Vale
ressaltar que as cidades hierarquizadas como anteriores agrave Bebedouro natildeo apresentaram
induacutestrias de suco dentro dos limites municipais A Tabela 2 apresenta a produccedilatildeo anual
em toneladas para cada cidade do cinturatildeo citriacutecola
Tabela 3 ndash Cidades integrantes do cinturatildeo citriacutecola consideradas no levantamento de induacutestrias de suco
Cidades Produccedilatildeo (t ano-1)
Casa Branca 693 690
Mogi Guaccedilu 448 800
Itapetininga 392 716
Aacuteguas de Santa Barbara 364 100
Brotas 334 560
Bebedouro 326 570
Fonte IBGE (2012)
Das induacutestrias consultadas somente uma retornou o contato em tempo haacutebil para
desenvolvimento deste trabalho Essa induacutestria situa-se no Norte do cinturatildeo na cidade de
Bebedouro e a Figura 8 tem por finalidade mostrar sua disposiccedilatildeo geograacutefica dentro do
municiacutepio citado
As informaccedilotildees fornecidas pela empresa denotam que existe produccedilatildeo de resiacuteduo
de laranja sem destinaccedilatildeo determinada (informaccedilatildeo verbal)6 Poreacutem natildeo foram cedidas
dados referentes a quantidade desse resiacuteduo gerado por dia mecircs eou ano e nem sobre a
forma de armazenamento eou disposiccedilatildeo do mesmo
6 Dados fornecidos por funcionaacuterio em entrevista por telefone
35
Figura 8 ndash Induacutestria de suco geradora de resiacuteduos de laranja localizada na cidade de Bebedouro
Fonte CIESP (2015) FIESP (2014)
5121 Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento (MCE)
O MCE eacute um documento exigido como parte integrante das Licenccedilas Preacutevias de
Instalaccedilatildeo e Operaccedilatildeo do Empreendimento (G3 GEOTECNOLOGIAS c2014)
Em pesquisa realizada em websites de diversas prefeituras (Campinas Satildeo Paulo e
Ribeiratildeo Preto) constatou-se que cada cidade tem seu proacuteprio modelo de MCE poreacutem
todos seguem o modelo baacutesico fornecido pela CETESB que margeia os seguintes itens
Identificaccedilatildeo do empreendimentoatividade
Relaccedilatildeo de mateacuterias primas
Relaccedilatildeo de produtos
Relaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos
36
Croqui de localizaccedilatildeo
Fluxograma
Combustiacuteveis
Informaccedilotildees sobre chamineacutes
Fontes de poluiccedilatildeo do ar
Equipamentos para controle de poluiccedilatildeo do ar
Balanccedilo hiacutedrico
Efluentes liacutequidos
Resumo de lanccedilamentos
Resiacuteduos soacutelidos
Armazenamento e tratamentodisposiccedilatildeo final dos resiacuteduos soacutelidos
Fontes de poluiccedilatildeo por ruiacutedo
A agecircncia da CETESB responsaacutevel pelo muniacutecipio de Bebedouro localiza-se na
cidade de Barretos e por meio de e-mails telefonemas e pedidos formais requisitou-se
vista do MCE da induacutestria mencionada no item anterior
Apoacutes verificaccedilatildeo constatou-se que a induacutestria produtora de suco possui Certificado
de Dispensa de Licenccedila portanto natildeo possui MCE impossibilitando o recolhimento de
dados por este meio
52 Categorias industriais de acordo com o tipo de efluente gerado7
A partir das praacuteticas industriais descargas de aacuteguas pluviais tecnologias e accedilotildees
que previnam a poluiccedilatildeo tratamento de efluentes e caracteriacutesticas econocircmicas a USEPA
realiza anaacutelises que possuem como princiacutepio baacutesico o incentivo agrave reduccedilatildeo da geraccedilatildeo de
poluentes que sejam ao mesmo tempo economicamente viaacuteveis Assim com base em
normas e limites para a descarga de efluentes em aacuteguas superficiais e em estaccedilotildees de
7 Chumbo geralmente natildeo eacute o uacutenico metal encontrado em aacuteguas residuaacuterias industriais desse seguimento
37
tratamento a proacutepria USEPA realizou uma categorizaccedilatildeo das induacutestrias conforme o tipo de
efluente gerado
As categorias industriais que nesta categorizaccedilatildeo da USEPA apresentavam limites
restritivos para a emissatildeo de efluentes contaminados pelo metal pesado chumbo satildeo
apresentadas a seguir
Battery Manufacturing
Centralized Waste Treatment
Copper Forming
Electrical and Electronic Components
Electroplating
Glass Manufacturing
Inorganic Chemicals
Iron and Steel Manufacturing
Metal Finishing
Metal Molding and Casting (Foundries)
Metal Products and Machinery
Nonferrous Metals Forming and Metal Powders
Nonferrous Metals Manufacturing
Ore Mining and Dressing (Hard Rock Mining)
Organic Chemicals Plastics and Synthetic Fibers (OCPSF)
Pesticide Chemicals Manufacturing Formulating and Packaging
Porcelain Enameling
Rubber Manufacturing
Transportation Equipment Cleaning Manufacturing
No Brasil o IBGE realizou em 2008 um estudo que reuniu informaccedilotildees
econocircmicas e financeiras sobre os setores industriais brasileiros o qual apresenta dados
sobre receita custos e valor de produccedilatildeo por exemplo Neste estudo tambeacutem satildeo
enumerados todos os setores industriais
38
O quadro 2 tem por finalidade relacionar as categorias americanas catalogadas pela
USEPA que podem apresentar chumbo em seus efluentes com os respectivos setores
industriais brasileiros
Quadro 2 ndash Relaccedilatildeo entre categorias industriais americanas e brasileiras
Categoria US EPA Categoria IBGE
Ore Mining and Dressing (Hard Rock Mining) Extraccedilatildeo de minerais metaacutelicos
Inorganic Chemicals
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos
Organic Chemicals Plastics and Synthetic
Fibers (OCPSF)
Pesticide Chemicals Manufacturing
Formulating and Packaging
Copper forming
Porcelain Enameling Fabricaccedilatildeo de produtos de minerais natildeo-
metaacutelicos Glass Manufacturing
Electroplating
Metalurgia baacutesica ou
Fabricaccedilatildeo de produtos de metal
(exceto maacutequinas e equipamentos)
Iron and Steel Manufacturing
Metal Finishing
Metal Molding and Casting (Foundries)
Nonferrous Metals Forming and Metal
Powders
Nonferrous Metals Manufacturing
Electrical and Electronic Components Fabricaccedilatildeo de maacutequinas aparelhos e
materiais eleacutetricos Battery Manufacturing
Transportation Equipment Cleaning
Manufacturing Fabricaccedilatildeo equipamentos de transporte
Centralized Waste Treatment Reciclagem
Fonte elaborado a partir de dados de USEPA (2014) IBGE (2008)
No Quadro 3 eacute possiacutevel verificar as categorias industriais do IBGE que tambeacutem
constam no Quadro 2 com as suas respectivas subcategorias estas embasam de maneira
mais especiacutefica a correlaccedilatildeo estabelecida
39
Quadro 3 ndash Categorias e subcategorias industriais de acordo com o IBGE
Categoria IBGE Subcategoria IBGE
Extraccedilatildeo de minerais metaacutelicos Extraccedilatildeo de minerais metaacutelicos natildeo-ferrosos
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos inorgacircnicos
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos orgacircnicos
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas
Fabricaccedilatildeo de tintas vernizes lacas e produtos afins
Fabricaccedilatildeo de fibras fios cabos e filamentos contiacutenuos artificiais e sinteacuteticos
Fabricaccedilatildeo de artigos de borracha e material plaacutestico
Fabricaccedilatildeo de artigos de borracha
Fabricaccedilatildeo de produtos de material plaacutestico
Fabricaccedilatildeo de produtos de minerais natildeo-metaacutelicos
Fabricaccedilatildeo de vidro e de produtos do vidro
Metalurgia baacutesica
Produccedilatildeo de ferro-gusa e de ferroligas
Siderurgia
Fabricaccedilatildeo de tubos (exceto em sideruacutergicas)
Fundiccedilatildeo
Fabricaccedilatildeo de produtos de metal
(exceto maacutequinas e equipamentos)
Fabricaccedilatildeo de estruturas metaacutelicas e obras de caldeiraria pesada
Fabricaccedilatildeo de tanques caldeiras e reservatoacuterios metaacutelicos
Forjaria estamparia metalurgia do poacute e serviccedilos de tratamento de metais
Fabricaccedilatildeo de artigos de cutelaria de serralheria e ferramentas manuais
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de tanques caldeiras e reservatoacuterios metaacutelicos
Fabricaccedilatildeo de produtos de metal natildeo especificados anteriormente
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas e
equipamentos
Fabricaccedilatildeo de motores bombas compressores e equipamentos de transmissatildeo
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos de uso Geral
Fabricaccedilatildeo de tratores e de maacutequinas e equipamentos para a agricultura e pecuaacuteria
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas-ferramenta
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos de usos na extraccedilatildeo mineral e construccedilatildeo
Fabricaccedilatildeo de outras maacutequinas e equipamentos de uso especiacutefico
Fabricaccedilatildeo de armas municcedilotildees e equipamentos militares
Fabricaccedilatildeo de eletrodomeacutesticos
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas
aparelhos e materiais eleacutetricos
Fabricaccedilatildeo de geradores transformadores e motores eleacutetricos
Fabricaccedilatildeo de equipamentos para distribuiccedilatildeo e controle de energia eleacutetrica
Fabricaccedilatildeo de fios cabos e condutores eleacutetricos isolados
Fabricaccedilatildeo de pilhas baterias e acumuladores eleacutetricos
Fabricaccedilatildeo de lacircmpadas e equipamentos de iluminaccedilatildeo
Fabricaccedilatildeo de material eleacutetrico para veiacuteculos - exceto baterias
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de maacutequinas aparelhos e materiais eleacutetricos
Fabricaccedilatildeo de outros equipamentos e aparelhos eleacutetricos
Fabricaccedilatildeo de material eletrocircnico baacutesico
Fabricaccedilatildeo de material eletrocircnico e de aparelhos e equipamentos de comunicaccedilotildees
Fabricaccedilatildeo de aparelhos receptores de raacutedio e televisatildeo e de reproduccedilatildeo gravaccedilatildeo ou amplificaccedilatildeo de som e viacutedeo
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de aparelhos e equipamentos de telefonia radiotelefonia e de transmissores de televisatildeo e raacutedio (exceto telefones)
Fabricaccedilatildeo de outros equipamentos de transporte
Fabricaccedilatildeo de outros equipamentos de transporte
40
Reciclagem Reciclagem de sucatas metaacutelicas
Fonte elaborado a partir de IBGE (2008)
Em anaacutelise comparativa dos aspectos das categorias industriais americanas
catalogadas pela USEPA com as respectivas especificaccedilotildees das categorias e subcategorias
industriais catalogadas pelo IBGE eacute possiacutevel afirmar que estas possuem similaridade
Assim conclui-se que potencialmente tais categorias e subcategorias listadas no Quadro
3 satildeo passiacuteveis de possuir o metal pesado chumbo em suas aacuteguas residuaacuterias Na Tabela 4
observa-se a quantidade de induacutestrias presentes em cada uma das subcategorias de acordo
com levantamento realizado pelo IBGE no ano de 2003
Tabela 4 ndash Nuacutemero de induacutestrias de acordo com as subcategorias industriais do IBGE
(continua)
Subcategorias industriais Nordm
Extraccedilatildeo de minerais metaacutelicos natildeo-ferrosos 61
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos inorgacircnicos 374
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos orgacircnicos 426
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas 67
Fabricaccedilatildeo de fibras fios cabos e filamentos contiacutenuos artificiais e sinteacuteticos 38
Fabricaccedilatildeo de artigos de borracha 1540
Fabricaccedilatildeo de produtos de material plaacutestico 5545
Fabricaccedilatildeo de vidro e de produtos do vidro 416
Produccedilatildeo de ferro-gusa e de ferroligas 99
Siderurgia 237
Fabricaccedilatildeo de tubos (exceto em sideruacutergicas) 165
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 449
Fundiccedilatildeo 798
Fabricaccedilatildeo de estruturas metaacutelicas e obras de caldeiraria pesada 3475
Fabricaccedilatildeo de tanques caldeiras e reservatoacuterios metaacutelicos 363
Forjaria estamparia metalurgia do poacute e serviccedilos de tratamento de metais 2628
Fabricaccedilatildeo de artigos de cutelaria de serralheria e ferramentas manuais 1910
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de tanques caldeiras e reservatoacuterios metaacutelicos 83
Fabricaccedilatildeo de produtos diversos de metal 4215
Fabricaccedilatildeo de motores bombas compressores e equipamentos de transmissatildeo 1041
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos de uso geral 2271
Fabricaccedilatildeo de tratores e de maacutequinas e equipamentos para a agricultura e pecuaacuteria 754
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas-ferramenta 540
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos de usos na extraccedilatildeo mineral e construccedilatildeo 227
41
Fabricaccedilatildeo de outras maacutequinas e equipamentos de uso especiacutefico 1715
Tabela 3 ndash Nuacutemero de induacutestrias de acordo com as subcategorias industriais do IBGE
(conclusatildeo)
Subcategorias industriais Nordm
Fabricaccedilatildeo de armas municcedilotildees e equipamentos militares 8
Fabricaccedilatildeo de eletrodomeacutesticos 427
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos 1071
Fabricaccedilatildeo de geradores transformadores e motores eleacutetricos 396
Fabricaccedilatildeo de equipamentos para distribuiccedilatildeo e controle de energia eleacutetrica 454
Fabricaccedilatildeo de fios cabos e condutores eleacutetricos isolados 239
Fabricaccedilatildeo de pilhas baterias e acumuladores eleacutetricos 103
Fabricaccedilatildeo de lacircmpadas e equipamentos de iluminaccedilatildeo 482
Fabricaccedilatildeo de material eleacutetrico para veiacuteculos - exceto baterias 173
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de maacutequinas aparelhos e materiais eleacutetricos 129
Fabricaccedilatildeo de outros equipamentos e aparelhos eleacutetricos 460
Fabricaccedilatildeo de material eletrocircnico baacutesico 421
Fabricaccedilatildeo de material eletrocircnico e de aparelhos e equipamentos de comunicaccedilotildees 238
Fabricaccedilatildeo de aparelhos receptores de raacutedio e televisatildeo e de reproduccedilatildeo gravaccedilatildeo
ou amplificaccedilatildeo de som e viacutedeo 194
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de aparelhos e equipamentos de telefonia e radiotelefonia
e de transmissores de televisatildeo e raacutedio (exceto telefones) 21
Fabricaccedilatildeo de outros equipamentos de transporte 301
Reciclagem de sucatas metaacutelicas 103
Fonte elaborado a partir de IBGE (2003)
Analisando a Tabela 4 contata-se que ao todo no ano de 2003 existiam 34657
induacutestrias com potencial poluidor pelo metal chumbo no Brasil
521 Levantamento das induacutestrias com potencial poluidor
Apoacutes a seleccedilatildeo da induacutestria produtora de suco de laranja a ser estudada realizou-se
um levantamento de dados buscando averiguar todas as induacutestrias passiacuteveis de serem
enquadradas nas categorias e subcategorias industriais mencionadas na Tabela 3
42
Analisados os cataacutelogos industriais da FIESP (2015) a da CIESP (2014) verificou-se
que um total de onze induacutestrias adequavam-se agraves subcategorias citadas neste trabalho Tais
induacutestrias foram denominadas sequencialmente de 1 a 11 e estatildeo descritas na Tabela 4
Tabela 5 ndash Induacutestrias com potencial poluidor por chumbo localizadas na cidade de Bebedouro ndash SP
Categoria IBGE Identificaccedilatildeo da induacutestria
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 1
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 2
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 3
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 4
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 5
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 6
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 7
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas 8
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas 9
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas 10
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas 11
Fonte adaptado de CIESP (2014) FIESP (2015)
Na Figura 9 verifica-se a disposiccedilatildeo dessas induacutestrias dentro do limite municipal da
cidade de Bebedouro ndash SP
43
Figura 9 ndash Induacutestrias com potencial poluidor
Fonte CIESP (2014) FIESP (2015)
As induacutestrias apresentadas na tabela 8 foram enquadradas pelas categorias
industriais que apresentavam o potencial poluidor descrito neste trabalho No entanto
algumas destas apresentavam mais de um processo produtivo o que demandaria anaacutelises
caso a caso para realizaccedilatildeo de enquadramentos mais especiacuteficos
5211 Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento (MEC)
Sendo a descriccedilatildeo do MCE caracterizada no item 5121 afirma-se que para
desenvolvimento da parte subsequente da metodologia utilizada para desenvolvimento
deste trabalho foram coletadas as seguintes informaccedilotildees nos processos requeridos o
balanccedilo hiacutedrico e efluentes liacutequidos das induacutestrias citadas na Tabela 5
44
Induacutestria 1 ndash a Tabela 6 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem A
Tabela 7 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 6 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 1
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 709
Usos ndash
Sanitaacuterios 637
Industrial 072
Outros 0
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 129
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 510
Industrial 070
Outros 0
Total de efluentes 580
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 401011015
Tabela 7 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 1
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Metalurgia de metais natildeo ferrosos
Vazatildeo 07
Vazatildeo de lanccedilamento 07
Meacutetodo de tratamento
Correccedilatildeo de pH e agitaccedilatildeo mecacircnica
Floculaccedilatildeo mecacircnica
Filtraccedilatildeo
Disposiccedilatildeo final Outros
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 51
Vazatildeo de lanccedilamento 51
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 401011015
45
Anaacutelises de controle para a fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua proveniente da metalurgia de
metais natildeo-ferroso satildeo realizadas e os resultados disponiacuteveis constam na Tabela 8
Tabela 8 ndash Anaacutelise do efluente proveniente da metalurgia de metais natildeo ferrosos antes e apoacutes tratamento
Paracircmetros Aacutegua bruta (entrada) Efluente industrial (saiacuteda)
Temperatura da aacutegua (ordm C) 25
pH 6
Houve periacuteodos de chuva
durante a coleta tratamento Sim
Chumbo (mg L-1) 2570 0305
Norma 6010 C
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 401011015
Induacutestria 2 ndash natildeo possui (ou natildeo foi informado) os dados para o balanccedilo hiacutedrico A
Tabela 9 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 9 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 2
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 056
Vazatildeo de lanccedilamento 056
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 401026315
Induacutestria 3 ndash a Tabela 10 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 11 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 10 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 3
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 600
46
Usos ndash
Sanitaacuterios 490
Industrial 0
Outros domeacutestico 110
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 208
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 392
Industrial 0
Outros 0
Total de efluentes 392
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400003213
Tabela 11 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 3
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 392
Vazatildeo de lanccedilamento 392
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400003213
Induacutestria 4 ndash possui Certificado de Dispensa de Licenccedila - natildeo possui o MCE
Induacutestria 5 ndash a Tabela 12 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 13 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 12 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 5
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado Nd
Usos ndash
Sanitaacuterios 336
Industrial 0
Outros domeacutestico 0
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 067
47
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 269
Industrial 0
Outros 0
Total de efluentes 269
Nd ndash informaccedilatildeo natildeo estava disponiacutevel
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400025612
Tabela 13 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 5
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 269
Vazatildeo de lanccedilamento 269
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400025612
Induacutestria 6 ndash a Tabela 14 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 15 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 14 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 6
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 4066
Usos ndash
Sanitaacuterios 630
Industrial 0
Outros consumo 3466
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 067
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 504
Industrial 0
Outros 3562
Total de efluentes 4066
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedilas nordm
400002814 e 400004314
48
Tabela 15 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 6
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Metalurgia de alumiacutenio e ligas
Vazatildeo Nd
Vazatildeo de lanccedilamento Nd
Meacutetodo de tratamento Nd
Disposiccedilatildeo final Nd
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 504
Vazatildeo de lanccedilamento 504
Meacutetodo de tratamento Filtro anaeroacutebio
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Nd ndash informaccedilotildees natildeo estavam disponiacuteveis
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedilas nordm 400002814 e 400004314
No MCE da referida foram apresentadas anaacutelises de controle para a fonte de
poluiccedilatildeo da aacutegua proveniente da metalurgia de alumiacutenio e ligas as quais foram
disponibilizadas em forma de relatoacuterio de ensaio Os relatoacuterios de ensaios para a) massa
bruta conforme NBR 10004 de 20048 (Tabela 16) b) lixiviaccedilatildeo conforme NBR 10005 de
20049 (Tabela 17) c) solubilizaccedilatildeo conforme NBR 10006 de 200410 (Tabela 18)
Tabela 16 ndash resultado do ensaio para massa bruta
Paracircmetro Resultado VMP LQ Unidade Meacutetodo de referecircncia
Chumbo 1550 Entre 200 e 125 01 mg kg-1 3111-B
VMP ndash Valores miacutenimos eou maacuteximos permitidos pela normalegislaccedilatildeo LQ ndash Limite de
quantificaccedilatildeo Dados de amostragem a) Massa da amostra seca 18385 g
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedilas nordm 400002814 e 400004314
8 NBR 10004 de 2004 a norma tem por funccedilatildeo a classificaccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos quanto aos seus
potenciais riscos agrave sauacutede puacuteblica e ao meio ambiente Materiais radioativos natildeo satildeo abrangidos nesta norma
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR ISO 10004 resiacuteduos soacutelidos ndash
classificaccedilatildeo 2004
9 NBR 10005 de 2004 tal norma tem por finalidade estipular os requisitos para obtenccedilatildeo de extrato lixiviado
dos resiacuteduos soacutelidos classificados na norma ABNT NBR 10004 como classe I ndash perigosos e classe II ndash natildeo
perigosos ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR ISO 10004 procedimento para
obtenccedilatildeo de extrato lixiviado de resiacuteduos soacutelidos 2004
10 NBR 10006 de 2004 essa norma fomenta os requisitos exigiacuteveis para obtenccedilatildeo de extrato solubilizado dos
resiacuteduos soacutelidos especificados pela ABNT NBR 10004 como classe IIA ndash natildeo inertes e classe IIB ndash inertes
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR ISO 10004 procedimento para obtenccedilatildeo
de extrato solubilizado de resiacuteduos soacutelidos 2004
49
De acordo com a NBR 10005 de 2004 lixiviaccedilatildeo eacute
ldquoProcesso para determinaccedilatildeo da capacidade de transferecircncia de substacircncias
orgacircnicas e inorgacircnicas presentes no resiacuteduo soacutelido por meio de dissoluccedilatildeo no
meio extrator (NBR 10005 2004)rdquo
Tabela 17 ndash resultado do ensaio para lixiviaccedilatildeo
Paracircmetro Resultado VMP LQ Unidade Meacutetodo de referecircncia
Chumbo 012 100 01 mg L-1 3111-B
VMP ndash Valores miacutenimos eou maacuteximos permitidos pela normalegislaccedilatildeo LQ ndash Limite de
quantificaccedilatildeo Dados de amostragem a) Massa da amostra seca 100 g b) Concentraccedilatildeo de soacutelidos
9572 c) Inicial 773 d) Tempo de lixiviaccedilatildeo 20 horas e) Volume total de extrato obtido 2000 mL
e f) Final 518
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedilas nordm 400002814 e 400004314
Tabela 18 ndash resultado do ensaio para solubilizado
Paracircmetro Resultado VMP LQ Unidade Meacutetodo de referecircncia
Chumbo 013 001 01 mg L-1 3111-B
VMP ndash Valores miacutenimos eou maacuteximos permitidos pela normalegislaccedilatildeo LQ ndash Limite de
quantificaccedilatildeo Dados de amostragem a) Massa da amostra seca 500 g b) Tempo de solubilizaccedilatildeo 7
dias c) Volume total de extrato solubilizado 2000 mL
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedilas nordm 400002814 e 400004314
Induacutestria 7 ndash a Tabela 19 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 20 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 19 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 7
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 753
Usos ndash
Sanitaacuterios 743
Industrial 010
Outros 0
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 159
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 594
Industrial 0
50
Outros 0
Total de efluentes 594
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400029313
Tabela 20 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 7
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 594
Vazatildeo de lanccedilamento 594
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400029313
Induacutestria 8 ndash a Tabela 21 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 22 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 21 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 8
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 301
Usos ndash
Sanitaacuterios 301
Industrial 0
Outros 0
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 0
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 241
Industrial 0
Outros 060
Total de efluentes 301
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400029511
51
Tabela 22 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 8
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 241
Vazatildeo de lanccedilamento 241
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400029511
Induacutestria 9 ndash a Tabela 23 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 24 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 23 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 9
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 450
Usos ndash
Sanitaacuterios 168
Industrial 282
Outros 0
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 280
Perdas por evaporaccedilatildeo 134
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 134
Industrial 0
Outros 0
Total de efluentes 134
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400027112
Tabela 24 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 9
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
52
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 134
Vazatildeo de lanccedilamento 134
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400027112
Induacutestria 10 ndash possui Certificado de Dispensa de Licenccedila e por isso natildeo
apresentava os dados do MCE
Induacutestria 11 ndash natildeo possui (ou foi informado) os dados para o balanccedilo hiacutedrico a
Tabela 25 apresenta os dados das fontes de poluiccedilatildeo
Tabela 25 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 11
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 202
Vazatildeo de lanccedilamento 202
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400011113
Analisando os dados obtidos constata-se que somente duas induacutestrias as
denominadas 1 e 6 poderiam utilizar do meacutetodo de tratamento de efluentes proposto por
este trabalho visto que da relaccedilatildeo das onze induacutestrias duas natildeo apresentavam MCE
devido agrave dispensa de apresentaccedilatildeo e as outras sete induacutestrias natildeo apresentaram outra fonte
de poluiccedilatildeo da aacutegua a natildeo ser o esgoto sanitaacuterio
Em todas as tabelas referentes agraves fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua nota-se que os
resultados referentes a vazatildeo de lanccedilamento natildeo apresentavam variaccedilatildeo com relaccedilatildeo aos
resultados referentes a vazatildeo isso ocorreu devido agrave ausecircncia de processos que
ocasionariam o aumento ou diminuiccedilatildeo dessa
53
53 Biossorccedilatildeo
A partir de um estudo realizado por Montanher e Rollemberg (2011) constatou-se
que o processo de biossorccedilatildeo de chumbo pelo resiacuteduo de laranja eacute efetivo na situaccedilatildeo in
natura destes
O estudo foi realizado a partir da amostragem de quatro tipos de efluentes
industriais dentre os quais trecircs enquadravam-se nas categorias industriais com potencial
de conter chumbo em seus efluentes sendo elas
Induacutestria de chapas metaacutelicas ndash que se enquadra na categoria de ldquofabricaccedilatildeo de
produtos de metal ndash exceto maacutequinas e equipamentosrdquo (efluente 1)
Induacutestria de baterias automotivas ndash que se enquadra na categoria de ldquofabricaccedilatildeo
de pilhas baterias e acumuladores eleacutetricosrdquo (efluente 2)
Induacutestria de galvanoplastia ndash que se enquadra na categoria de ldquofabricaccedilatildeo de
produtos de metal ndash exceto maacutequinas e equipamentosrdquo (efluente 3)
A preparaccedilatildeo da biomassa in natura foi realizada da seguinte maneira
ldquoO bagaccedilo de laranja foi triturado em um liquidificador lavado com aacutegua
de torneira ateacute que a soluccedilatildeo resultante natildeo apresentasse nenhum tipo de
coloraccedilatildeo enxaguado com aacutegua destilada e seco em estufa a 70ordmC por 8
horasrdquo (MONTANHER ROLLEMBERG 2011)
Importante ressaltar que os efluentes foram coletados antes de qualquer tratamento
preacutevio e que a lavagem da casca de laranja foi realizada ateacute que a soluccedilatildeo montante natildeo
apresentasse nenhuma coloraccedilatildeo para natildeo haver alteraccedilatildeo da cor final dos efluentes natildeo
havendo necessidade da realizaccedilatildeo de tal procedimento
Quando as autoras referem-se a bagaccedilo este pode ser igualmente comparado aos
resiacuteduos de laranja (cascabagaccedilosementes)
O ensaio para determinaccedilatildeo do iacutendice de adsorccedilatildeo foi realizado em sistema com 3 g de
bagaccedilo de laranja in natura na dosagem de 100 mL dos efluentes numa vazatildeo de 3 mL min-1
Na Tabela 26 verificam-se a quantidade de chumbo por litro incialmente presentes
nos efluentes os respectivos resultados obtidos a partir do tratamento realizado com
resiacuteduos de laranja in natura e os pH referentes agraves amostras brutas e tratadas
54
Tabela 26 ndash Resultados das anaacutelises para cada efluente
Tipos de efluentes Pb (mg L-1) pH
Efluente 1 (induacutestria de chapas metaacutelicas)
Antes do tratamento 944 388
Bagaccedilo in natura Nd 353
Efluente 2 (induacutestria de bateria automotiva)
Antes do tratamento 510 lt1
Bagaccedilo in natura 269 lt1
Efluente 3 (induacutestria de galvanoplastia)
Antes do tratamento Nd 238
Bagaccedilo in natura Nd 340
Nd ndash Natildeo detectado
Fonte adaptado MONTANHER ROLLEMBERG (2011)
Analisando a Tabela 26 observou-se que para o efluente 2 no qual o pH eacute aacutecido (lt
1) oriundo do uso de aacutecido sulfuacuterico para fabricaccedilatildeo de baterias a eficaacutecia natildeo foi a
esperada apresentando um resultado de apenas 5275 de adsorccedilatildeo de chumbo pelo
bagaccedilo de laranja in natura
Os resultados apresentados pelo efluente 1 podem ser analisados como excelentes
visto que a presenccedila de chumbo natildeo foi detectada ao final do processo
Jaacute o efluente 3 natildeo apresentou o metal chumbo na amostra bruta o que caracteriza
que as categorias industriais citadas neste trabalho apresentam possibilidades relativas de
poluiccedilatildeo com chumbo
Assim da afirmaccedilatildeo de Kuyucak e Volesky (1989) que diz que os valores de pH
afetam o processo de biossorccedilatildeo e com os dados obtidos na Tabela 26 eacute possiacutevel notar que
haacute desempenho significativo para valores de pH em torno 35 Assim pode-se afirmar que
a faixa oacutetima de pH para realizaccedilatildeo de biossorccedilatildeo de chumbo pelo resiacuteduo da laranja varia
de aproximadamente 35 ateacute 7 visto que para valores acima desse limite ocorre a formaccedilatildeo
de hidroacutexido de chumbo (SKOOG et al 2006) Valores mais especiacuteficos da faixa oacutetima de
pH podem ser obtidos atraveacutes da realizaccedilatildeo de mais experimentos e anaacutelises
Para a elaboraccedilatildeo desta pesquisa outros projetos trabalhos anaacutelises e ensaios foram
consultados com o intuito de corroborar partes teoacutericas no entanto as conclusotildees
apresentadas por estes natildeo foram consideradas no presente item pois todas as anaacutelises com os
respectivos resultados foram obtidos a partir de um efluente artificialmente contaminado por
chumbo o que natildeo condiz com o objetivo primeiro deste trabalho isto eacute anaacutelise da
possibilidade de implantaccedilatildeo de uma simbiose industrial
55
531 Reduccedilatildeo do tamanho do resiacuteduo
A reduccedilatildeo dos resiacuteduos ateacute que estes apresentem-se em forma de um poacute eacute
importante visto que haacute um aumento da superfiacutecie de contato induzindo uma maior
eficiecircncia no processo de biossorccedilatildeo por meio da aceleraccedilatildeo da velocidade de reaccedilatildeo
(ATKINS JONES 2006)
Assim mesmo este sendo o primeiro processo realizado na preparaccedilatildeo dos resiacuteduos
na pesquisa citada no item anterior o presente toacutepico buscou tecnologias que promoveriam
a cominuiccedilatildeo de resiacuteduos jaacute secos visto que de acordo com Fellows (2006) o processo de
transformaccedilatildeo de alimentos em poacute eacute facilitado quando ocorrido nesse estado
A seguir satildeo descritos alguns equipamentos utilizados para reduzir o tamanho de
alimentos secos de acordo com Fellows (2006)
Moinho de bolas ndash cilindros de accedilo que giram lentamente utilizados para produzir
poacutes
Moinho de discos ndash empregam forccedilas de cisalhamento na moagem fina ou forccedilas
de cisalhamento mais impacto para moagem grosseira
Moinho de martelos ndash utilizado para mateacuterias cristalinos e fibrosos os quais satildeo
desintegrados pela accedilatildeo dos martelos
532 Desidrataccedilatildeo do resiacuteduo
De acordo com Fellows (2006) desidrataccedilatildeo eacute definida como a aplicaccedilatildeo de calor
sob condiccedilotildees controladas com a finalidade de remover aacutegua normalmente presente nos
alimentos Alguns equipamentos a ar quente definidos por Fellows (2006) satildeo
Secadores de caixa ndash podendo ter vaacuterios metros de altura permite que a umidade
seja uniformizada poreacutem eacute importante que o alimento seja suficientemente resistente para
resistir agrave compressatildeo
56
Secadores de cacircmara ndash utilizados para pequenas escalas de produccedilatildeo (1 a 20 t d-1)
apresentam baixo custo de implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo muitas vezes necessitam de auxiacutelio
de outros tipos de secadores
Secadores de tuacutenel ndash apresentam capacidade para secar grandes quantidades de
alimento em curtos periacuteodos de tempo necessitam de auxiacutelio dos secadores de caixa
Secadores transportadores ndash utilizados para secagem em grande escala (55 t h-1)
secagem finalizada em secadores de caixa
Secadores de leito fluidizado ndash distribuem ar em alta velocidade de forma
homogecircnia pela cacircmara fazendo com que o alimento fique suspenso no ar sendo
vigorosamente agitado
Secadores de forno ndash construccedilotildees de dois andares que requerem alto custo de
implementaccedilatildeo e matildeo de obra
Secadores pneumaacuteticos ndash apresentam baixas taxas de investimento inicial e
manutenccedilatildeo e altas taxas de secagem Sua produtividade varia de 10 kg h-1 a 25 t h-1
Frequentemente utilizados apoacutes secador por spray
Secadores rotatoacuterios ndash altas taxas de secagem indicado para alimentos que
entrelaccedilam e aglomeram nos secadores de esteira
Secadores em spray ndash apresentam como vantagens a secagem raacutepida e a produccedilatildeo
contiacutenua baixos custos de matildeo de obra e operaccedilatildeo poreacutem apresentam elevado custo
inicial
Secagem solar ndash operaccedilatildeo de processamento agriacutecola mais utilizada no mundo
geralmente os alimentos satildeo dispostos ao ar livre Meacutetodos sofisticados utilizam-se da
energia solar para realizar a secagem dos alimentos Tecnologias simples e baratas sem
necessidade de energia ou matildeo de obra
A desidrataccedilatildeo tem por objetivo o prolongamento da vida uacutetil inibindo atividade
enzimaacutetica e crescimento microbiano poreacutem a temperatura de processamento costuma natildeo
ser suficiente para inativaccedilatildeo destes assim se houver aumento do teor de umidade durante
a estocagem ocorreraacute raacutepida deterioraccedilatildeo da mateacuteria em questatildeo A estocagem do material
desidratado deve ser realizada em local limpo (reduccedilatildeo dos meios contaminantes) e arejado
(o qual impediria a proliferaccedilatildeo de animais e micro-organismos) (FELLOWS 2006)
57
6 ANAacuteLISES E DISCUSSOtildeES DE DADOS
61 Aacuterea de estudo
Para realizaccedilatildeo deste estudo foi selecionado o municiacutepio de Bebedouro que estaacute
situado no norte do estado de Satildeo Paulo Pertencendo agrave microrregiatildeo da Serra de
Jaboticabal e mesorregiatildeo de Ribeiratildeo Preto Bebedouro possui uma aacuterea de 683192 Kmsup2
e uma populaccedilatildeo de aproximadamente 78000 habitantes (Figura 10) O clima eacute tropical e
ameno com temperatura em torno de 23 graus Celsius (IBGE c2014 IZIDORO FILHO
1991)
Figura 10 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea de estudos
Fonte IBGE (2010)
A origem do nome da cidade eacute devido a um coacuterrego conhecido como Bebedor o
qual servia de parada para tropeiros boiadeiros e animais que demandavam do sertatildeo para
Jaboticabal (IBGE c2014 CIDADES 2015)
De acordo com Izidoro Filho (1991) a citricultura ainda desempenha papel
importante para o municiacutepio pois Bebedouro estaacute entre os dez maiores produtores de laranja
do estado de Satildeo Paulo apesar de jaacute ter sido o maior produtor em 1988 Por esta razatildeo ainda
58
hoje possui a alcunha de ldquoCapital Nacional da Laranjardquo (GALINARI 2015) Na Tabela 27
verificam-se dados coletados do IBGE (2012) referentes agrave cultura de laranja no municiacutepio
Tabela 27 ndash Dados da produccedilatildeo de laranja em Bebedouro
Quesito Quantidade Unidade
Aacuterea colhida 8000 Hectares
Aacuterea destinada agrave colheita 8000 Hectares
Quantidade produzida 269688 Toneladas
Rendimento meacutedio 33711 Quilograma por hectare
Valor da produccedilatildeo 47069 Mil reais
Fonte IBGE (2012)
62 Processamento dos resiacuteduos de laranja
De acordo com pesquisa realizada por Montanher e Rollemberg (2011) citada e
descrita no item 64 afirma-se que os processos necessaacuterios agrave utilizaccedilatildeo dos resiacuteduos de
laranja como meacutetodo de tratamento de efluente satildeo a trituraccedilatildeo e a desidrataccedilatildeo destes
A partir do levantamento de dados realizado nos itens 632 e 633 aconselha-se a
utilizaccedilatildeo das seguintes teacutecnicas no caso especiacutefico deste trabalho
1) Secagem solar ndash apresenta como vantagens a natildeo utilizaccedilatildeo de energia eleacutetrica e
operaccedilatildeo que natildeo necessita de matildeo de obra qualificada Secadores solares podem ser
manufaturados gerando diminuiccedilatildeo do custo inicial
2) Moinho de martelos ndash visto que os resiacuteduos de laranja satildeo materiais fibrosos
esse eacute o moinho que melhor se adequa ao propoacutesito de cominuiccedilatildeo do material Apresenta
custo inicial variando de R$ 900000 agrave R$ 4500000 de acordo com pesquisa realizada no
cataacutelogo online da MF RURAL (2015)
63 Reator e flotador
Como elucidado pela literatura o processo de biossorccedilatildeo ocorre de maneira
homogecircnea quando em condiccedilotildees ambiente controladas as quais satildeo providenciadas por
reatores contiacutenuos
59
Portanto propotildee-se a utilizaccedilatildeo de um reator de leito fixo em virtude desse permitir
a recirculaccedilatildeo da biomassa no reator facilitada pela propriedade de dessorccedilatildeo do metal que
essa apresenta (SEOLATTO et al 2009) o que reduziria a demanda do resiacuteduo de laranja
Aleacutem do mais o reator apresenta outras vantagens como a faacutecil operaccedilatildeo e o pequeno
porte
De acordo com o cataacutelogo da Sigma-Aldrich (c2015) o valor de reator de leito fixo
varia de acordo com a capacidade do frasco e do funil variaccedilatildeo que pode ser verificada na
Tabela 28
Tabela 28 ndash Valores do reator de leio fixo
Capacidade do frasco (mL) Capacidade do funil (mL) Valor (R$)
500 60 2381000
1000 120 2416000
3000 150 3590000
5000 500 3804000
Fonte elaborada a partir de dados da SIGMA-ALDRICH (c2015)
O processo de tratamento utilizando o presente reator pode ocorrer tanto em
batelada quando continuamente
Outra alternativa seria o uso combinado dos processos de biossorccedilatildeo com flotaccedilatildeo
denominado de bioflotaccedilatildeo no qual o biorreagente eacute aplicado diretamente no sistema
flotador De acordo com Calfa e Torem (2007) esse sistema tem sido amplamente
empregado e validado por diversos autores sendo que a flotaccedilatildeo por ar disperso e por ar
dissolvido satildeo as mais empregadas em sistemas combinados A influecircncia do tempo no
processo de flotaccedilatildeo das biomassas jaacute carregadas com o metal foi verificada e conclui-se
que o processo ocorre muito rapidamente atingindo quase 100 de remoccedilatildeo das
biomassas em 1 minuto (CALFA TOREM 2007) Os autores ainda afirmam que aleacutem de
pesquisas em escala de bancada jaacute existem sistemas comerciais de biossorccedilatildeo disponiacuteveis
inclusive com diversas patentes segundo estudos de Wase et al (1997) A Tabela 29
apresenta uma relaccedilatildeo de flotadores
60
Tabela 29 ndash Especificaccedilotildees dos flotadores de ar dissolvido
Modelo (mL) Capacidade (m3 h-1) Valor (R$) [1]
JDF FAD 2 1 a 2 3500000
JDF FAD 5 5 a 8 8000000
JDF FAD 15 10 a 20 12500000
[1] cotaccedilatildeo realizada com a empresa JDF
Fonte elaborada a partir de dados da JDF (2015)
O uso do flotador apresenta aleacutem de faacutecil operaccedilatildeo baixo consumo de energia
64 Induacutestria 1
A induacutestria 1 gera 07 m3 d-1 de efluente industrial com 257 mg L-1 de chumbo
assim aproximadamente 179 kg desse metal eacute transportado pelo efluente por dia Esta
possui estaccedilatildeo de tratamento de efluente com correccedilatildeo de pH e agitaccedilatildeo mecacircnica
floculaccedilatildeo mecacircnica e filtraccedilatildeo
O efluente depois de tratado apresenta a quantidade de 0305 mg L-1 de chumbo
sugerindo diminuiccedilatildeo de aproximadamente 159 kg (89) do metal no efluente gerado11 o
que o enquadra dentro dos limites da Resoluccedilatildeo CONAMA 43011 (BRASIL 2011) e Lei
Estadual 99776 (SAtildeO PAULO 1976)
De acordo com Eckenfelder (2000) as tecnologias para remoccedilatildeo de metais pesados
de efluentes industriais satildeo precipitaccedilatildeo convencional (hidroacutexido sulfeto carbonato e
coprecipitaccedilatildeo) precipitaccedilatildeo melhorada (dimetil carbonato dietil carbonato e sal
trisodium) troca-iocircnica adsorccedilatildeo filtraccedilatildeo por membrana e meacutetodos eletromecacircnicos
Portanto o meacutetodo de correccedilatildeo de pH efetuado pela referida ocasionado provavelmente
pela adiccedilatildeo de carbonatos eacute tambeacutem uma forma de remoccedilatildeo de metais pesados da aacutegua
Supondo que a induacutestria utiliza carbonato de soacutedio como processo de tratamento e
sabendo que o valor de mercado varia de R$ 700 a 120012 o quilo do produto eacute possiacutevel
calcular os potenciais gastos da induacutestria com o meacutetodo de tratamento atual Sabendo que
satildeo necessaacuterios 2 kg do produto carbonato de soacutedio para tratar 07 m3 d-1 de efluente
11 Natildeo foi especificado no MCE ou em anexos qual a destinaccedilatildeo final do efluente tratado Tambeacutem natildeo foi
especificado a quantidade de lodo gerado sua destinaccedilatildeo final ou se esse possui anaacutelises 12 Cotaccedilatildeo realizada pela SCS ndash Comercial e Serviccedilos de Quiacutemica
61
(ECKENFELDER 2000) a induacutestria gasta hoje entre R$ 7000 a 12000 por semana
aproximadamente
Poreacutem como os iacuteons metaacutelicos agora estatildeo presentes no lodo do tratamento por
causa da neutralizaccedilatildeo (BOTERO et al 2009) e sabendo que no MCE natildeo constam
quaisquer anaacutelises destinaccedilatildeo ou quantificaccedilatildeo desse pressupotildee-se que esse lodo pode
estar ocasionando contaminaccedilatildeo pelo metal chumbo visto que para destinaccedilatildeo adequada
satildeo necessaacuterias anaacutelises de enquadramento
Tal contaminaccedilatildeo pode estar ocorrendo no local de disposiccedilatildeo ou se o lodo estiver
sendo desaguado na rede coletora de esgotamento sanitaacuterio pode estar trazendo problemas
para o sistema de tratamento de esgoto referente visto que o processo de tratamento
realizado em Bebedouro eacute efetuado da seguinte forma trecircs lagoas de estabilizaccedilatildeo
constituiacutedo de uma lagoa anaeroacutebica duas lagoas facultativas um tanque de desinfecccedilatildeo
grade caixas de areia e escada de aeraccedilatildeo (SAAEB 2003) natildeo objetivando o tratamento
de efluentes industriais
641 Quantificaccedilatildeo do resiacuteduo de laranja
Mensurado o total de efluente industrial gerado no periacuteodo de um dia pela induacutestria
1 eacute possiacutevel quantificar os resiacuteduos de laranja necessaacuterios para que esta possa realizar o
processo de tratamento de efluentes utilizando-se do material orgacircnico em questatildeo Natildeo
levou-se em consideraccedilatildeo a recirculaccedilatildeo do resiacuteduo dentro do reator
A induacutestria 1 gera um total de 07 m3 d-1 com 257 mg L-1 de chumbo sabendo-se
que satildeo necessaacuterios 3 g de resiacuteduo seco de laranja por 100 mL de efluente com 94 mg L-1
de chumbo e considerando uma diminuiccedilatildeo de 70 do peso resiacuteduo depois de realizado
o processo de secagem solar considera-se que a induacutestria usaria em torno de 082 kg de
resiacuteduo de laranja uacutemido por dia para realizaccedilatildeo do tratamento do efluente contaminado
pelo metal chumbo
De acordo com a Tabela 8 o efluente gerado pela induacutestria 1 apresenta pH 6 que
conforme o item 53 apresenta-se dentro da faixa oacutetima de biossorccedilatildeo pelo resiacuteduo de
laranja
62
642 Transporte
O translado dos resiacuteduos de laranja do local de sua produccedilatildeo ateacute a induacutestria que o
utilizaria como meacutetodo de tratamento de efluente pode ser analisado a partir das
coordenadas geograacuteficas das induacutestrias e da plataforma Google Maps (c2015)
Trecircs rotas diferentes cujas quilometragens satildeo as menores possiacuteveis foram geradas
pela ferramenta virtual citada conforme a Tabela 30
Tabela 30 ndash Menores rotas possiacuteveis entre a induacutestria de suco e a induacutestria 1
Rota Distacircncia (km) Tempo (min)
1 46 8
2 48 9
3 46 9
Fonte elaborado a partir de dados GOOGLE MAPS (c2015)
O caacutelculo da massa requerida para o tratamento foi realizado no item 641
chegando-se ao valor de 082 kg d-1 de biomassa uacutemida assim considerando o transporte
de 150 kg de resiacuteduo que duraria em torno de 36 semana consecutivas de tratamento
realizado em dias uacuteteis e que a distacircncia meacutedia entre as induacutestrias eacute de 5 km o valor
sugerido para o translado do material acondicionado em duas bombonas plaacutesticas foi de R$
6500 (referenciado pelo peso do material) e mais uma taxa constante em nota fiscal
(sugerida em R$ 1000013) portanto um custo de R$ 16500
65 Consideraccedilotildees
O meacutetodo de tratamento proposto pelo presente trabalho teve os processos e
tecnologias necessaacuterias elucidados nos itens 62 e 63
A Tabela 32 apresenta item especiacutefico relacionado ao equipamento denominado
reator de leito fixo as propostas constantes tecircm por finalidade expor as tecnologias cujo
13 Informaccedilatildeo verbal fornecida por funcionaacuterio de uma empresa transportadora
63
custo fosse o maior possiacutevel com o propoacutesito de verificar o potencial teto de gastos que as
induacutestrias teriam caso adotassem a proposiccedilatildeo elucidada
No entanto as propostas constantes no item da Tabela 32 relacionadas ao flotador
de ar dissolvido foram selecionadas a partir da vazatildeo da induacutestria conforme as
especificaccedilotildees da Tabela 29 Como somente a induacutestria 1 apresentou valores de vazatildeo no
MCE esta relaccedilatildeo somente condiz a ela Com vazatildeo de 07 m3 d-1 o flotador mais
adequado compreende o modelo FAD 2 com 1 a 2 m3 h-1
Tabela 31 ndash Gastos com as tecnologias referentes
Equipamento Valor da Proposta 1 (R$) Valor da Proposta 2 (R$)
Secagem solar ndash ndash
Moinho de martelos 4500000 4500000
Reator de Leito Fixo de 5000 mL [1] 3804000 ndash
Flotador de ar dissolvido JDF FAD 2 [2] ndash 3500000
Custo inicial de implementaccedilatildeo 8304000 8000000
Transporte a cada 36 semanas [3] 16500 16500
[1] cotaccedilatildeo obtida pela Sigma-Aldrich [2] cotaccedilatildeo obtida pela empresa JDF [3] cotaccedilatildeo de transporte
considerado apenas para a induacutestria 1
Fonte proacuteprio autor
Para o reator de leito fixo o custo inicial de implementaccedilatildeo do sistema de
tratamento para ambas as induacutestrias girou em torno de R$ 8304000
Para a bioflotaccedilatildeo o custo inicial da induacutestria 1 girou em torno de R$80000
O custo de transporte para a induacutestria 1 eacute de R$ 16500 a cada 36 semanas o que
representa R$ 458 por semana e R$ 092 por dia caso a induacutestria opte por utilizar os
serviccedilos de uma empresa transportadora
Poreacutem o seguinte pode ser considerado na hipoacutetese de o translado ser possiacutevel de
ser efetuado pela mesma ocorreraacute consideraacutevel reduccedilatildeo no custo visto que este giraraacute em
torno do combustiacutevel gasto no percurso de ida e volta cuja pesquisa indicou uma
quilometragem aproximada de dez quilocircmetros
A Tabela 33 apresenta o balanccedilo de massa e energia diaacuterio referente ao tratamento
por biossorccedilatildeo para a induacutestria 1 considerando a aquisiccedilatildeo de um flotador por ar
dissolvido ou um reator de leito fixo
Tabela 32 ndash Balanccedilo de massa e energia diaacuterio proposto para a induacutestria 1
Componente Flotador por Ar Dissolvido Reator de Leito Fixo
Vazatildeo (m3) 070 070
64
Resiacuteduo de laranja (kg) 082 082
Tempo da biossorccedilatildeo (min) 5 a 15 [1] 35 [2]
Tempo equipamento (min) 21 a 42 35 [2]
Tempo total (min) 26 a 47 35 [2]
Consumo de Energia (kWh) 025 Nd
Custo de resiacuteduo (R$) 092 092
Custo de energia por dia (R$) [3] 008 Na
Custo total (R$) 200 092
Nd ndash natildeo disponiacutevel Na ndash natildeo avaliado [1] tempo determinado por Volesky e Nolan (1995) [2] tempo
estipulado conforme realizado por Montanher e Rollemberg (2011) [3] 1 kWh = 043341 R$ determinada
pela ANEEL conforme Resoluccedilatildeo Homologatoacuteria nordm 1858 publicada em 02 de marccedilo de 2015
Fonte proacuteprio autor
Nota-se a partir da Tabela 33 que o custo diaacuterio do tratamento proposto variou entre
R$ 092 e R$ 200 em torno de 85 a 91 menor que o custo do meacutetodo de tratamento
utilizado pois de acordo com as consideraccedilotildees realizadas no item 641 o custo diaacuterio
atual varia de aproximadamente R$ 1400 a R$ 240014
Como o meacutetodo de tratamento efetuado atualmente pela induacutestria 1 apresenta seacuterios
problemas com relaccedilatildeo a probabilidade de contaminaccedilatildeo o tratamento sugerido por ambas
as propostas pode ser identificado como meacutetodo de remediaccedilatildeo de tal passivo
Sendo assim qualquer accedilatildeo remediadora que seja instituiacuteda apresenta-se como
alternativa vaacutelida da problemaacutetica citada no item 651
14 Considerando uma semana uacutetil
65
7 CONCLUSAtildeO
Este trabalho procurou identificar a possibilidade da implementaccedilatildeo do processo de
simbiose industrial entre induacutestrias jaacute consolidadas em atividade no municiacutepio de
Bebedouro relacionando o uso de material residual orgacircnico produzido por determinada
induacutestria que seria utilizado como agente de biossorccedilatildeo em processos de tratamento de
aacutegua residuaacuteria industrial de uma outra ambas compartilhando pequena distacircncia
geograacutefica
Das distintas situaccedilotildees supostas a partir da identificaccedilatildeo da induacutestria geradora de
resiacuteduos de laranja e das induacutestrias potencialmente geradoras de efluente contaminado pelo
metal chumbo em Bebedouro (SP) detectou-se duas induacutestrias que se enquadravam nas
possibilidades de implementaccedilatildeo de um processo de simbiose industrial e consequente
proposiccedilatildeo do meacutetodo de tratamento (biossorccedilatildeo combinada com flotaccedilatildeo ou realizada em
reator de leito fluidizado)
Uma induacutestria (denominada 1) pocircde ter um pleno desenvolvimento quanto as
especificaccedilotildees que esclareceram as vantagens do meacutetodo de tratamento proposto
A partir dos dados levantados e analisados eacute possiacutevel citar como vantagens para ambas as
propostas de tratamento 1) a logiacutestica facilitada pela proximidade de ambas as induacutestrias
sendo essa favoraacutevel e com baixos custos 2) a significativa reduccedilatildeo do valor diaacuterio do
tratamento 3) a faacutecil operaccedilatildeo dos processos 4) destinaccedilatildeo ambiental adequada para
ambos os passivos ambientais (de laranja e de chumbo) 5) a capacidade de dessorccedilatildeo da
biomassa a qual possibilita a separaccedilatildeo do metal chumbo do resiacuteduo de laranja sendo
percebidos como um aprimoramento do uso dos recursos naturais Considera-se que a
simbiose industrial eacute um processo importante a ser considerado na busca pela minimizaccedilatildeo
dos impactos ambientais acarretados pelas correntes residuais uma vez que determina a
reinserccedilatildeo destes em outros processos produtivos Geradores que adotam a praacutetica da
simbiose industrial satildeo aqueles que visam os ganhos coletivos em detrimento do exclusivo
ganho individual
Vale ressaltar que mesmo para a identificaccedilatildeo desta uacutenica situaccedilatildeo foi necessaacuterio o
enfrentamento de diversos desafios principalmente de acesso a informaccedilotildees especiacuteficas
tanto na cadeia produtiva quanto das informaccedilotildees ambientais por parte das empresas
Considera-se necessaacuteria uma rigidez maior da CETESB com relaccedilatildeo aos dados fornecidos
pelas induacutestrias visto que o preenchimento do MCE natildeo segue normatizaccedilatildeo especiacutefica o
66
que dificulta a tabulaccedilatildeo de dados aleacutem de natildeo abranger toda as atividades produtivas
devido agrave falta de rigor nas anaacutelises dos teacutecnicos e engenheiros responsaacuteveis Assim
observou-se a necessidade de uma maior abertura no sentido da plena divulgaccedilatildeo de
informaccedilotildees ambientais por parte das empresas assim como a necessidade de organizaccedilatildeo
de um banco de dados que contenha informaccedilotildees da cadeia produtiva do consumo de
mateacuteria prima e insumos aos processos de geraccedilatildeo e especificaccedilatildeo de resiacuteduos e
contaminantes
67
8 SUGESTAtildeO PARA TRABALHOS FUTUROS
Como sugestatildeo para trabalhos futuros
Otimizaccedilatildeo das condiccedilotildees de pH para biossorccedilatildeo com casca de laranja
Elaboraccedilatildeo de questionaacuterios para as induacutestrias produtoras do suco e geradoras de
efluente contaminado pelo metal chumbo
Scale up do processo de biossorccedilatildeo com bioflotaccedilatildeo
Scale up do processo de biossorccedilatildeo com reator de leito fluidizado
68
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VOLESKY B Z R HOLAN Z R Biosorption of heavy metals Biotechnology
Progress v 11 n 3 p 235-250 1995
WEBER JUNIOR W J Physicochemical processes for water quality control 1st ed
New York Wiley-Interscience 1972 (Environmental science and technology a wiley-
interscience series of texts and monographs)
76
ANEXO A
Primeira carta encaminha para CETESB para solicitaccedilatildeo de informaccedilotildees
Obs As Tabelas informadas na carta abaixo foram omitidas para que as empresas natildeo
sejam expostas e aleacutem disso natildeo haacute autorizaccedilatildeopermissatildeo para a divulgaccedilatildeo dos nomes
Lorena 27 de agosto de 2015
Ilmo Senhor
Marcio Barbosa Tango
CETESB - Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo
Assunto Solicitaccedilatildeo de informaccedilotildees sobre os efluentes liacutequidos de induacutestrias quiacutemicas
metaluacutergicas e de produccedilatildeo de embalagens da produccedilatildeo de resiacuteduos em induacutestrias alimentiacutecias
todas do municiacutepio de Bebedouro
Viemos por meio deste solicitar a contribuiccedilatildeo da Companhia Ambiental do Estado de Satildeo
Paulo para o desenvolvimento do Trabalho de Conclusatildeo de Curso em Engenharia Ambiental
intitulado ldquoAnaacutelise da viabilidade em escala real da utilizaccedilatildeo do bagaccedilo da laranja como agente
biossorvente de chumbordquo sendo desenvolvido pela aluna Ludmila Manera Conti na Escola de
Engenharia de Lorena ndash EELUSP sob orientaccedilatildeo da Profa Dra Danuacutebia Caporusso Bargos
O referido Trabalho de Conclusatildeo de Curso tem como objetivo fazer um levantamento das
induacutestrias com potencial para utilizaccedilatildeo do bagaccedilo da laranja como agente biossortivo Assim para
o alcance dos objetivos propostos eacute necessaacuterio o conhecimento de algumas informaccedilotildees presentes
no Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento referente agraves induacutestrias identificadas na Tabela
1 em anexo Tais informaccedilotildees referentes ao ldquoBalanccedilo hiacutedricordquo a saber
Efluentes (sanitaacuterio industrial outros e total de efluentes) a) Consumovazatildeo meacutedia b)
Consumovazatildeo maacutexima c) Eacutepoca d) Consumovazatildeo miacutenima
Dos ldquoEfluentes liacutequidosrdquo a saber a) Despejos (Identificaccedilatildeo Descriccedilatildeo Contiacutenuo ndash vazatildeo e
meacutetodo Descontiacutenuo ndash periodiacutecidade volume duraccedilatildeo) b) Vazatildeo total de despejos c) Vazatildeo de
recirculaccedilatildeo d) Vazatildeo de lanccedilamento e) Disposiccedilatildeo final (Descriccedilatildeo Nome do riolinhas de
despejo)
Do ldquoResumo de lanccedilamentosrdquo a saber a) Despejo (Identificaccedilatildeo Descriccedilatildeo) b) Poluente c)
Concentraccedilatildeo bruta d) Unidade de medida e) Concentraccedilatildeo final f) Unidade de medida g)
Unidades de tratamento (Sequecircncia Descriccedilatildeo Quantidade)
Da geraccedilatildeo de resiacuteduos industriais referentes a Tabela 2 em anexo da parte ldquoResiacuteduos
soacutelidosrdquo a) Identificaccedilatildeo b) Coacutedigo resiacuteduo c) Descriccedilatildeoorigem do resiacuteduo d) Classe e) Estado
77
fiacutesico f) Quantidade anual g) Unidade h) Composiccedilatildeo aproximada i) Meacutetodo utilizado j)
Aspecto geral
Declaramos que as informaccedilotildees solicitadas seratildeo objeto uacutenica e exclusivamente de pesquisa
acadecircmica sendo devidamente creditadas e natildeo havendo qualquer finalidade comercial no uso das
mesmas
Registramos ainda a importacircncia deste apoio para a realizaccedilatildeo deste trabalho que seraacute
inclusive posteriormente divulgado em formato digital e analoacutegico por meio da sua
disponibilizaccedilatildeo no sistema de bibliotecas da USP como uma contribuiccedilatildeo da Universidade para a
aacuterea de gerenciamentogestatildeo de resiacuteduos e efluentes uma vez que como propomos o resiacuteduo de
uma induacutestria pode ser considerado mateacuteria em processo de outras induacutestrias caracterizando o
iniacutecio de um processo de simbiose industrial
Solicitamos que o envio das informaccedilotildees solicitadas seja realizado preferencialmente por meio
de correio eletrocircnico ndash danubiacbargosuspbr eou ludmillaalunoseeluspbr Em caso da
impossibilidade de envio das informaccedilotildees da forma sugerida segue endereccedilo institucional
AC Profa Danuacutebia Caporusso Bargos Departamento de Ciecircncias Baacutesicas e Ambientais
Escola de Engenharia de Lorena ndash EELUSP Estrada Municipal do Campinho snordm CEP 12602-
810 - Lorena-SP
Desde jaacute antecipamos nossos agradecimentos e nos colocamos agrave disposiccedilatildeo para os
esclarecimentos adicionais que se fizerem necessaacuterios
Atenciosamente
Profa Dra Danuacutebia Caporusso Bargos
Escola de Engenharia de Lorena (EELUSP)
Departamento de Ciecircncias Baacutesicas e Ambientais
Telefone +55 (12) ndash 3159-5094
E-mail danubiacbargosuspbr
Ludmilla Manera Conti
Graduanda em Engenharia Ambiental
Endashmail ludmillaalunoseeluspbr
78
ANEXO B
Segunda carta encaminha para CETESB para confirmaccedilatildeo de vistas de processos
Lorena 01 de outubro de 2015
Ilmo Senhor Marcio Barbosa Tango e Senhora Letiacutecia Franco Leonel
CETESB - Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo
Assunto vistas de processos de licenciamento
Venho por meio deste agradecer a atenccedilatildeo e presteza desta Companhia no atendimento agrave
minha solicitaccedilatildeo de vistas de processos para coleta de informaccedilotildees sobre os efluentes liacutequidos de
induacutestrias quiacutemicas metaluacutergicas e de produccedilatildeo de embalagens da produccedilatildeo de resiacuteduos em
induacutestrias alimentiacutecias do municiacutepio de Bebedouro Tal solicitaccedilatildeo eacute feita por motivo de
desenvolvimento do Trabalho de Conclusatildeo de Curso em Engenharia Ambiental intitulado
ldquoAnaacutelise da viabilidade em escala real da utilizaccedilatildeo do bagaccedilo da laranja como agente biossorvente
de chumbordquo desenvolvido pela aluna Ludmila Manera Conti na Escola de Engenharia de Lorena ndash
EELUSP sob minha orientaccedilatildeo
Devido a compromissos previamente assumidos na Instituiccedilatildeo pela qual sou docente natildeo
seraacute possiacutevel comparecer agrave agecircncia da Barretos nesta data para a realizaccedilatildeo da vista dos processos
cujos nuacutemeros segue em anexo Assim sou representada pela aluna Ludmila Manera Conti que estaacute
apta a fazecirc-lo
Novamente agradeccedilo a atenccedilatildeo e coloco-me agrave disposiccedilatildeo para quaisquer esclarecimentos
adicionais que se fizerem necessaacuterios
Atenciosamente
Profa Dra Danuacutebia Caporusso Bargos
Escola de Engenharia de Lorena (EELUSP)
Departamento de Ciecircncias Baacutesicas e Ambientais
Telefone +55 (12) ndash 3159-5094
E-mail danubiacbargosuspbr
RESUMO
CONTI L M Proposta de simbiose industrial na cidade de Bebedouro (SP) para um
processo de biossorccedilatildeo usando resiacuteduos de laranja 2015 79 p Monografia (TCC II) ndash
Escola de Engenharia de Lorena Universidade de Satildeo Paulo Lorena 2015
O desenvolvimento do presente trabalho teve como objetivo principal a incitaccedilatildeo de
processo de Simbiose Industrial atraveacutes da possibilidade de aplicaccedilatildeo do resiacuteduo de
laranja (polpa casca e semente) como agente de biossorccedilatildeo do metal chumbo em aacuteguas
geradas por induacutestrias localizadas na cidade de Bebedouro estado de Satildeo Paulo
Atividades industriais especiacuteficas desta cidade possuem potencial de suscitaram
perturbaccedilotildees ambientais devido a contaminaccedilatildeo pelo metal chumbo em suas aacuteguas
residuaacuterias Como accedilatildeo remediadora a biossorccedilatildeo apresentou-se como um meacutetodo
eficiente na remoccedilatildeo de chumbo do meio aquoso pois aleacutem de prover destinaccedilatildeo
especiacutefica da biomassa vegetal apresenta grande viabilidade econocircmica por possuir baixo
valor de mercado A metodologia aplicada no desenvolvimento desta pesquisa pode ser
desdobrada nos seguintes toacutepicos a) levantamento da produccedilatildeo estadual de laranja bem
como os respectivos epicentros de produccedilatildeo e consumo b) seleccedilatildeo de induacutestria que
realizaria o beneficiamento da fruta laranja c) levantamento dos tipos de induacutestrias que
potencialmente apresentariam em anaacutelises de suas aacuteguas residuaacuterias o metal chumbo d)
arrolamento de induacutestrias com tal potencial poluidor e) anaacutelise dos dados relacionados aos
efluentes destas empresas f) elaboraccedilatildeo de proposta de simbiose industrial entre as
induacutestrias geradoras de resiacuteduos de laranja e as induacutestrias potencialmente poluidoras que
poderiam beneficiar-se com a utilizaccedilatildeo destes nos processos de tratamento de seus
efluentes contaminados com o metal chumbo g) otimizando dessa forma os ganhos
ambientais de ambas as partes interessadas Apesar dos diversos desafios encontrados
durante a realizaccedilatildeo deste trabalho principalmente de acesso a informaccedilotildees especiacuteficas
sobre a geraccedilatildeo e gestatildeo de resiacuteduos industriais das unidades estudadas os resultados
obtidos sugerem a possibilidade de implementaccedilatildeo de um processo de Simbiose Industrial
entre industriais do municiacutepio de Bebedouro
Palavras-chave Biossorccedilatildeo Biomassa Simbiose Industrial
ABSTRACT
CONTI L M Proposal for industrial symbiosis in the city of Bebedouro (SP) by a
bisorption process using orange waste 2015 79 p Monograph (TCC II) ndash Escola de
Engenharia de Lorena Universidade de Satildeo Paulo Lorena 2015
The development of this study aimed to identify the possibility of implementing an
industrial symbiosis from a proposal for implementation of orange waste (pulp peel and
seed) as lead metal biosorption agent in wastewater generated by industries located in the
city of Bebedouro state of Satildeo Paulo Specific industrial activities of this city have higher
potential environmental disturbances due to contamination by lead metal in their
wastewater As correctional action biosorption was presented as an efficient method for
lead removal from water and wastewater as well as provide specific disposal of plant
biomass also has great economic viability due it has low market price The industrial
symbiosis process tool that allows integration of industries with respect to the
recirculation of waste materials would promote the integration between the units that
provides biomass to another that utilizes as a treatment method The methodology applied
in the development of this research can be described into the steps a) data the state orange
production as well as their epicenters of production and consumption b) industry selection
that would perform the processing of orange fruit c) mapping the types of industries that
potentially would present the lead metal in analysis of their wastewater d) inventory of
industries with such pollution potential e) analysis of data related to the effluents of these
industries f) preparation of proposed industrial symbiosis between industries generates of
orange waste and industries potentially polluting that could benefit from the use of these
processes in their treatment of wastewater contaminated with lead metal g) optimizing the
environmental gains of both parties Although the many challenges encountered during this
work especially about access to specific information on the generation and management of
industrial waste of the units studied the results suggest the possibility of implementing a
process of industrial symbiosis between industries in the city of Bebedouro
Keywords Biosorption Biomass Industrial Symbiosis
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 ndash Diagrama do processo de simbiose em Kalundborg 1961 a 1989 16
Figura 2 ndash Simbioses industriais observada no distrito industrial de Kalundborg nos dias
atuais 17
Figura 3 ndash Os trecircs niacuteveis de operaccedilatildeo da Ecologia Industrial 17
Figura 4 ndash Extraccedilatildeo uso e disposiccedilatildeo final de chumbo em 1990 em milhares de toneladas
20
Figura 5 ndash Disposiccedilatildeo dos municiacutepios produtores de laranja no Estado de Satildeo Paulo 30
Figura 6 ndash Setores do cinturatildeo citriacutecola 31
Figura 7 ndash Localizaccedilatildeo das filiais das induacutestrias de suco de laranja (A B e C) 33
Figura 8 ndash Induacutestria de suco geradora de resiacuteduos de laranja localizada na cidade de
Bebedouro 35
Figura 9 ndash Induacutestrias com potencial poluidor 43
Figura 10 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea de estudos 57
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 ndash Localizaccedilatildeo das unidades das induacutestrias A B e C 32
Quadro 2 ndash Relaccedilatildeo entre categorias industriais americanas e brasileiras 38
Quadro 3 ndash Categorias e subcategorias industriais de acordo com o IBGE 39
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 ndash Paracircmetros para controle bioloacutegico da exposiccedilatildeo ocupacional 21
Tabela 2 ndash Padrotildees de lanccedilamento de efluentes contendo chumbo em corpos drsquoaacutegua e em
redes coletoras de esgoto 22
Tabela 3 ndash Cidades integrantes do cinturatildeo citriacutecola consideradas no levantamento de
induacutestrias de suco 34
Tabela 4 ndash Nuacutemero de induacutestrias de acordo com as subcategorias industriais do IBGE 40
Tabela 5 ndash Induacutestrias com potencial poluidor por chumbo localizadas na cidade de
Bebedouro ndash SP 42
Tabela 6 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 1 44
Tabela 7 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 1 44
Tabela 8 ndash Anaacutelise do efluente proveniente da metalurgia de metais natildeo ferrosos antes e apoacutes
tratamento 45
Tabela 9 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 2 45
Tabela 10 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 3 45
Tabela 11 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 3 46
Tabela 12 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 5 46
Tabela 13 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 5 47
Tabela 14 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 6 47
Tabela 15 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 6 48
Tabela 16 ndash resultado do ensaio para massa bruta 48
Tabela 17 ndash resultado do ensaio para lixiviaccedilatildeo 49
Tabela 18 ndash resultado do ensaio para solubilizado 49
Tabela 19 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 7 49
Tabela 20 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 7 50
Tabela 21 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 8 50
Tabela 22 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 8 51
Tabela 23 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 9 51
Tabela 24 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 9 51
Tabela 25 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 11 52
Tabela 26 ndash Resultados das anaacutelises para cada efluente 54
Tabela 27 ndash Dados da produccedilatildeo de laranja em Bebedouro 58
Tabela 28 ndash Valores do reator de leio fixo 59
Tabela 29 ndash Especificaccedilotildees dos flotadores de ar dissolvido 60
Tabela 30 ndash Menores rotas possiacuteveis entre a induacutestria de suco e a induacutestria 1 62
Tabela 31 ndash Menores rotas possiacuteveis entre a induacutestria de suco e a induacutestria 6 Erro
Indicador natildeo definido
Tabela 32 ndash Gastos com as tecnologias referentes 63
Tabela 33 ndash Balanccedilo de massa e energia diaacuterio proposto para a induacutestria 1 63
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 13
2 OBJETIVOS 14
21 Principal 14
22 Especiacuteficos 14
3 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA 15
31 Desenvolvimento sustentaacutevel 15
311 Simbiose industrial 15
32 Chumbo 19
321 Legislaccedilatildeo especiacutefica relacionada a descarga de efluentes 22
322 Tratamento para efluentes com metais 22
323 Biossorccedilatildeo 23
324 A laranja como adsorvente 24
4 METODOLOGIA 26
41 Levantamento bibliograacutefico 26
42 Levantamento e anaacutelise da produccedilatildeo de laranja no Estado de SP 27
43 Levantamento e anaacutelise das induacutestrias com potencial poluidor 28
44 Exposiccedilatildeo do meacutetodo de tratamento aplicado na induacutestria 29
5 LEVANTAMENTO DE DADOS 30
51 Distribuiccedilatildeo da produccedilatildeo de laranja no estado de Satildeo Paulo 30
511 Distribuiccedilatildeo do consumo de laranja no estado de SP 31
512 Seleccedilatildeo da induacutestria de suco 33
5121 Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento (MCE) 35
52 Categorias industriais de acordo com o tipo de efluente gerado 36
521 Levantamento das induacutestrias com potencial poluidor 41
5211 Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento (MEC) 43
53 Biossorccedilatildeo 53
531 Reduccedilatildeo do tamanho do resiacuteduo 55
532 Desidrataccedilatildeo do resiacuteduo 55
6 ANAacuteLISES E DISCUSSOtildeES DE DADOS 57
61 Aacuterea de estudo 57
62 Processamento dos resiacuteduos de laranja 58
63 Reator e flotador 58
64 Induacutestria 1 60
641 Quantificaccedilatildeo do resiacuteduo de laranja 61
642 Transporte 62
65 Induacutestria 6 Erro Indicador natildeo definido
651 Quantificaccedilatildeo do resiacuteduo de laranja Erro Indicador natildeo definido
652 Transporte Erro Indicador natildeo definido
66 Consideraccedilotildees 62
7 CONCLUSAtildeO 65
8 SUGESTAtildeO PARA TRABALHOS FUTUROS 67
REFEREcircNCIAS 68
ANEXO A 76
ANEXO B 78
13
1 INTRODUCcedilAtildeO
Considerando o modelo atual de desenvolvimento da sociedade como sendo
representado por um sistema aberto o qual necessita de uma fonte contiacutenua e inesgotaacutevel
de mateacuteria e energia (BRAGA et al 2002) e com um aumento das emissotildees de poluentes
em todo o mundo a busca por medidas remediadoras para melhoria das condiccedilotildees
ambientais torna-se cada vez maior
Como um exemplo de medida remediadora temos a pesquisa e desenvolvimento de
teacutecnicas que possibilitem a retirada de metais pesados do meio aquoso uma delas a
biossorccedilatildeo aleacutem de promover a destinaccedilatildeo a biomassas vegetais resultantes de processos
produtivos tambeacutem apresenta alto iacutendice de funcionalidade
Umas das biomassas vegetais cuja produccedilatildeo eacute abundante no estado de Satildeo Paulo eacute a
proveniente da fruta laranja e os resiacuteduos desta sejam eles casca bagaccedilo ou sementes jaacute
foram analisados em estudos desenvolvidos por diferentes pesquisadores tais como
Massocatto et al (2009) e Almeida et al (2012) cujos resultados atestaram eficiecircncia
elevada quanto a biossorccedilatildeo especialmente do metal pesado chumbo
Diante do exposto o presente trabalho visa apresentar uma proposta de integraccedilatildeo
entre induacutestrias do municiacutepio de Bebedouro localizado no estado de Satildeo Paulo que
proveriam resiacuteduo de laranja para aquelas que poderiam utilizaacute-lo como meacutetodo de
tratamento de aacuteguas residuaacuterias aplicando dessa forma o conceito de Simbiose Industrial
que apresenta como fundamentos as oportunidades de conexatildeo oferecidas pela disposiccedilatildeo
geograacutefica das induacutestrias e aperfeiccediloamento do uso de mateacuteria e energia (CHERTOW
2000 GANER 1995)
14
2 OBJETIVOS
21 Principal
O presente trabalho propotildee identificar a possibilidade de implementaccedilatildeo de uma
simbiose industrial entre induacutestrias do municiacutepio de BebedourondashSP
22 Especiacuteficos
Para o incremento do objetivo exposto tornou-se necessaacuterio o alcance de objetivos
especiacuteficos tais como
Identificar as induacutestrias geradoras dos resiacuteduos soacutelidos de laranja e induacutestrias que
poderiam beneficiar-se com a utilizaccedilatildeo destes nos processos de tratamento de seus
efluentes contaminados com o metal chumbo
Avaliar os processos jaacute colocados em praacutetica por induacutestrias com potencial poluidor
para tratamento dos efluentes contaminados com o metal chumbo
Analisar os dados teacutecnicos para avaliaccedilatildeo do potencial das induacutestrias selecionadas
para a proposiccedilatildeo de arranjos institucionais que propiciem a integraccedilatildeo e a simbiose entre
induacutestrias do municiacutepio de Bebedouro
15
3 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA
31 Desenvolvimento sustentaacutevel
Algumas propostas da Lei nordm 1230510 (BRASIL 2010a) que institui a Poliacutetica
Nacional dos Resiacuteduos Soacutelidos (PNRS) satildeo a prevenccedilatildeo a reutilizaccedilatildeo e a reduccedilatildeo de
resiacuteduos as quais satildeo necessaacuterias para o cumprimento e efetividade da lei Paralelamente a
este ideal uma incitaccedilatildeo atual eacute a articulaccedilatildeo de um sistema de produccedilatildeo circular
denominado cradle to cradle (que significa ldquodo berccedilo ao berccedilordquo) que consiste na produccedilatildeo
zero de rejeitos no qual a mateacuteria residual de um processo exerceria uma funccedilatildeo em outro
(CCPII c2014) A partir desses preceitos busca-se o alinhamento do desenvolvimento
econocircmico e industrial agrave proteccedilatildeo do meio ambiente e o bem-estar humano ou seja o
desenvolvimento sustentaacutevel
Conforme definiccedilatildeo ldquodesenvolvimento sustentaacutevel eacute aquele que atende as
necessidades das geraccedilotildees atuais sem comprometer a capacidade das geraccedilotildees futuras de
atenderem as suas necessidades e aspiraccedilotildeesrdquo (UNITED NATIONS 1987)
De acordo com Fet e Michelsen (2002) ldquona natureza um sistema ecologicamente
sustentaacutevel eacute uma teia complexa de organismos no qual as mateacuterias e os resiacuteduos
conformam um ciclordquo Frosch e Gallopoulos (1989) agrave vista desse conceito desenvolveram
o ideal de ecossistema industrial o qual funcionaria analogamente aos sistemas
ecologicamente sustentaacuteveis os resiacuteduos gerados por uma companhia podemdevem ser
usufruiacutedos como recurso por outra correspondendo a um ciclo fechado de mateacuteria e
energia
311 Simbiose industrial
Em 1989 uma associaccedilatildeo de filiais de diferentes induacutestrias que realizavam uma
extensa partilha de recursos foi descoberta na Dinamarca O que foi denominado na eacutepoca
16
de ldquoa simbiose industrial em Kalundborgrdquo forneceu a possibilidade da realizaccedilatildeo concreta
dos ecossistemas industriais proposto por Frosch e Galloupolos em 1989 (CHERTOW
2007) Poreacutem analogamente ao ciclo residual fechado proposto pelos ecossistemas
industriais os fundamentos para a simbiose industrial satildeo a colaboraccedilatildeo e as
oportunidades de coesatildeo oferecidas pela proximidade geograacutefica (CHERTOW 2000)
aleacutem do uso aprimorado dos recursos naturais e reduccedilatildeo da produccedilatildeo de resiacuteduos finais
(GANER 1995) Assim considera-se que a simbiose industrial eacute um passo para a
realizaccedilatildeo do objetivo maior que seria o alcance de um ecossistema industrial
A ldquosimbioserdquo observada em 89 no distrito industrial de Kalundborg ocorreu de
modo gradual e sem uma concepccedilatildeo especiacutefica as induacutestrias empenharam-se no uso
econocircmico de seus subprodutos e minimizaram custos em conformidade agraves novas
regulamentaccedilotildees ambientais (EHRENFELD GERTLER 1997) A Figura 1 apresenta o
diagrama do distrito industrial de Kalundborg
Figura 1 ndash Diagrama do processo de simbiose em Kalundborg 1961 a 1989
Fonte adaptado de KALUNDBORG SYMBIOSIS (2015)
No decorrer dos anos e fazendo jus aos sistemas naturais o distrito industrial
desenvolveu-se de modo que novas relaccedilotildees conexotildees e empresas foram se estabelecendo
trazendo cada vez mais proacuteximo o ideal de ecossistema industrial tal como apresentado
na Figura 2
Existem ainda outros exemplos de processos de simbioses industriais que
aconteceram naturalmente ao redor do mundo como em Jyvaumlskylauml na Finlacircndia e Sytiria
na Aacuteustria (CHERTOW 2000)
17
Figura 2 ndash Simbioses industriais observada no distrito industrial de Kalundborg nos dias atuais
Fonte adaptado de KALUNDBORG SYMBIOSIS (2015)
Ehrenfeld e Gertler (1997) afirmaram que o ramo emergente da ecologia industrial
une os preceitos citados a outros como por exemplo o metabolismo industrial (cuja
elucidaccedilatildeo seraacute realizada mais adiante) trazendo-os como forma simplificada de
operacionalizaccedilatildeo de projetos desenvolvendo uma estrutura que identifica e implementa
estrateacutegias que visam agrave manutenccedilatildeo dos paradigmas ambientais almejando o
desenvolvimento industrial alicerccedilado ao desenvolvimento sustentaacutevel
Na Figura 3 eacute possiacutevel observar de modo linear o que Grann (1997) alegou em que
a simbiose industrial revela-se como um meacutetodo funcional da aplicaccedilatildeo do conceito
sustentaacutevel de desenvolvimento
Figura 3 ndash Os trecircs niacuteveis de operaccedilatildeo da Ecologia Industrial
Fonte adaptado de CHERTOW (2000)
18
Conforme a Figura 3 e de acordo com Chertow (2000) constata-se a existecircncia de
trecircs grandes aacutereas de operaccedilatildeo da ecologia industrial bem como alguns exemplos de
instrumentos de cada uma
1 Empresa ndash refere-se ao desenvolvimento de medidas que podem ser exercicidas
dentro da empresa tais como
Eco-design ndash estrateacutegia de design que visa a reduccedilatildeo das perdas ambientais
utilizada principalmente no desenvolvimento de novos produtos (GARNER
KEOLEIAN 1995)
Prevenccedilatildeo agrave poluiccedilatildeo ndash uniatildeo de princiacutepios que tem por finalidade a prevenccedilatildeo agrave
geraccedilatildeo de resiacuteduos antes do iacutenicio do processo industrial (CHERTOW 2000)
Economia verde ndash este novo campo da contabilidade se desvencilha-se da
contabilidade tradicional propondo-se a trazer informaccedilotildees mais exatas sobre o
ldquocustos ambientaisrdquo das empresas cuja influecircncia deve alcanccedilar o campo dos
negoacutecios relacionando-se a ldquoqualidade verderdquo do produto ou serviccedilo (RICHARDS
FROSCH 1997)
2 Inter-empresas ndash medidas que podem ser tomadas a partir da relaccedilatildeo entre
induacutestrias que encontram-se geograficamente proacuteximas tais como
Simbiose industrial ndash criaccedilatildeo de ligaccedilatildeo entre induacutestrias com objetivo de
aumentar a eficiecircncia da mateacuteria e energia que fluem atraveacutes do distrito industrial
em que se encontram (EHRENFELD GERTLER 1997)
Ciclo de vida dos produtos ndash ldquoprocesso usado para avaliar as perdas ambientais
relacionadas a um produto processo ou atividaderdquo (Society for Enviromental
Toxicology amp Chemistry ndash SETAC 1994 traduccedilatildeo nossa)
Iniciativa dos setores industriais
3 RegionalGlobal ndash medidas que podem ser adotadas entre nuacutecleos induacutestrias
Ciclos e orccedilamentos ndash eacute um sistema orientador que promove produccedilotildees com
designs mais ecoloacutegicos e economicamente sustentaacuteveis (GARNER KEOLEIAN
1995)
Fluxo de mateacuteria e energia ndash conceito desenvolvido por Robert Ayres
denominado de ldquometabolismo industrialrdquo leva em consideraccedilatildeo o fluxo de mateacuteria
e energia atraveacutes dos sistema industriais e por meio de anaacutelises in put (entrada) e
out put (saiacuteda) vecirc-se a possibilidade de identificaccedilatildeo de processos e produtos
ineficientes que podem resultar em perda material e prejuiacutezos ao meio ambiente
(GARNER KEOLEIAN 1995)
19
Portanto a simbiose industrial apresenta-se como uma ferramenta que envolve
induacutestrias tradicionalmente separadas em uma ldquoabordagem coletiva para a vantagem
competitiva envolvendo troca fiacutesica de materiais energia aacutegua eou subprodutosrdquo
(CHERTOW 2000 traduccedilatildeo nossa)
De acordo com Ehrenfeld e Gertler (1997) a partir do estreitamento da relaccedilatildeo
entre o conceito ambiental e o desenvolvimento industrial e considerando que esse jaacute vecircm
atrelado ao desenvolvimento econocircmico houve a necessidade da aplicaccedilatildeo dos conceitos
da Simbiose Industrial atraveacutes da configuraccedilatildeo de ldquoeco-parques industriaisrdquo
De acordo com Chertow (2000) ldquona praacutetica as definiccedilotildees de eco-parques
industriais ainda estatildeo em formaccedilatildeordquo poreacutem duas definiccedilotildees satildeo mais aceitas a do
Presidentrsquos Council Sustainable (PCSD)
ldquouma comunidade de empresas que cooperam entre si e com a
comunidade local para compartilhar de forma eficiente os recursos
(informaccedilotildees materiais aacutegua energia infra-estrutura e de habitats naturais)
levando a ganhos econocircmicos ganhos de qualidade ambiental e melhoria
equitativa dos recursos humanos para a comunidade empresarial e localrdquo
(PSCD 1996 traduccedilatildeo nossa)
E e a da USEPA
ldquoum eco-parque industrial eacute uma comunidade de manufatura e serviccedilos
que procuram melhor desempenho ambiental e econocircmico
atraveacutes da colaboraccedilatildeo na gestatildeo de questotildees ambientais e de recursos
incluindo energia aacutegua e materiais Ao trabalhar em conjunto a comunidade
de empresas procura um benefiacutecio colectivo que eacute maior do que a soma de a
benefiacutecios individuais de cada empresa iria perceber se ele otimizou seu
indiviacuteduo o desempenho apenasrdquo (USEPA 1995 traduccedilatildeo nossa)
Faz-se relevante neste contexto o estiacutemulo de uma nova revoluccedilatildeo industrial que
promova o desenvolvimento de accedilotildees que entrelaccedilariam o desenvolvimento econocircmico
com o bem-estar dos ecossistemas Poreacutem Casagrande Junior (2004) denota que as
inovaccedilotildees tecnoloacutegicas desenvolvidas pelo modelo econocircmico atual satildeo atreladas ao
ciacuterculo vicioso produccedilatildeo gt consumo gt crescimento econocircmico que estimulam o consumo
exacerbado gerando pressatildeo sobre os recursos naturais causando custos sociais e
ambientais
32 Chumbo
O chumbo eacute um metal pesado cujo siacutembolo eacute Pb de massa molar 2072 g mol-1 de
coloraccedilatildeo branca-azulada tornando-se acinzentado quando exposto ao ar Eacute inodoro
20
macio maleaacutevel possui baixa condutividade eleacutetrica e alta resistecircncia agrave corrosatildeo Funde-se
com facilidade agrave 3274 ordmC e sua temperatura de vaporizaccedilatildeo eacute de 1725 ordmC Pertence ao
grupo IVA da tabela perioacutedica cujo nuacutemero atocircmico eacute 82 podendo apresentar dois estados
de oxidaccedilatildeo Pb+2 mais estaacutevel e Pb+4 oxidante Historicamente tem sido amplamente
explorado pela sociedade devido a sua vasta disponibilidade no meio ambiente
principalmente na forma de compostos minerais sendo o sulfeto de chumbo (PbS)
conhecido como galena considerado a mais importante e abundante fonte de chumbo
(ALEXANDRINO 2014)
Existem relatos de utilizaccedilatildeo do chumbo por vaacuterias sociedades antigas no entanto
a primeira civilizaccedilatildeo a utilizaacute-lo amplamente foi o Impeacuterio Romano no seacuteculo V aC V
aC para ldquoconfecccedilatildeo de objetos [] fabricaccedilatildeo de tubulaccedilotildees e torneiras produtos de
beleza e ateacute na correccedilatildeo da acidez do vinho atraveacutes da adiccedilatildeo de oacutexido de chumbordquo
(Miranda e Souto 2010)
Atualmente cerca de 70 da produccedilatildeo mundial de chumbo eacute utilizada
fundamentalmente na elaboraccedilatildeo de baterias automotivas e na induacutestria de chumbo-aacutecido
embora tambeacutem apresente copiosas empregabilidades na induacutestria em geral devido a suas
caracteriacutesticas fiacutesicas e quiacutemicas (PRAC c2015) Na Figura 4 observam-se os processos de
extraccedilatildeo usos e disposiccedilatildeo final do chumbo nos anos 90
Figura 4 ndash Extraccedilatildeo uso e disposiccedilatildeo final de chumbo em 1990 em milhares de toneladas
Fonte elaborado a partir de GARNER KEOLEIAN (1995)
21
Comparativamente ao dado fornecido pelo PRAC observa-se que o ramo que
absorve a maior porcentagem do mercado extrativista continua o mesmo isto eacute a
fabricaccedilatildeo de baterias Eacute possiacutevel observar que a reciclagem do chumbo eacute quase que
integralmente proveniente dessa mesma atividade e que vaacuterios usos permanecem como
sistemas abertos de mateacuteria
Como consequecircncia dessa intensa utilizaccedilatildeo a contaminaccedilatildeo por chumbo eacute um
problema tatildeo expressivo quanto a extensatildeo de seu uso
ldquoA maior incidecircncia de intoxicaccedilatildeo por chumbo ocorre devido agrave
contaminaccedilatildeo ambiental pela ingestatildeo de alimentos e bebidas contaminadas
e por partiacuteculas suspensas no ar (KOSNETT 2003) Na atividade
ocupacional a via mais frequente de intoxicaccedilatildeo eacute a inalatoacuteria como
consequecircncia da contaminaccedilatildeo do ambiente de trabalho (PAOLIELLO
CHASIN 2001) Dentre os gecircneros alimentiacutecios que mais contribuem para a
ingestatildeo de chumbo destacam-se a aacutegua potaacutevel bebidas em geral cereais
vegetais e frutas (SALGADO 2003)rdquo (SCHIFER et al 2005)
O grande avanccedilo dos sistemas industriais e seu consequente aumento de atividades
nos uacuteltimos anos assim como a negligecircncia de certas induacutestrias tecircm sido responsaacuteveis
pela degradaccedilatildeo de efluentes especialmente pelo desaguamento de quantidades de metais
pesados nestes (PINTO et al 2003) Os metais acabam por contaminarem lenccediloacuteis freaacuteticos
e reservatoacuterios de aacutegua podendo causar danos agrave sauacutede da populaccedilatildeo tais danos ocorrem
quando haacute a extrapolaccedilatildeo dos limites maacuteximos tolerados pelo organismo humano
denominado no Brasil de Iacutendice Bioloacutegico Maacuteximo Permitido (IBPM) o qual foi
decretado pela NR 7 e aprovado pela Portaria SSST nordm 24 de 29 de dezembro de 1994 Na
Tabela 1 verificam-se os valores tolerados para a substacircncia chumbo
Tabela 1 ndash Paracircmetros para controle bioloacutegico da exposiccedilatildeo ocupacional
Agente quiacutemico Indicador Bioloacutegico
VR[1] IBPM[2]
Amostra Anaacutelise
Chumbo orgacircnico
Sangue Chumbo Ateacute 40 ug em 100 mL 60 ug em 100 mL
Urina Aacutecido Delta Aminolevuliacutenico Ateacute 45 g g-1 creat 10 mh g-1 creat
Sangue Zincoprotoporfirina Ateacute 40 ug em 100 mL 100 ug em 100 mL
Chumbo Tetraetila Urina Chumbo Ateacute 50 ug g-1 creat 100 ug g-1 creat
creat ndash abreviaccedilatildeo de creatinina [1] Valor de Referecircncia da Normalidade valor possiacutevel de ser
encontrado em populaccedilotildees natildeo-expostas ocupacionalmente [2] Iacutendice Bioloacutegico Maacuteximo Permitido eacute
o valor maacuteximo do indicador bioloacutegico para o qual se supotildee que a maioria das pessoas
ocupacionalmente expostas natildeo corre risco de danos agrave sauacutede A ultrapassagem deste valor significa
exposiccedilatildeo excessiva
Fonte adaptado de BRASIL (1994a)
22
321 Legislaccedilatildeo especiacutefica relacionada a descarga de efluentes
Conforme artigo 3ordm da Resoluccedilatildeo CONAMA nordm430
ldquoOs efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderatildeo ser lanccedilados
diretamente nos corpos receptores apoacutes o devido tratamento e desde que
obedeccedilam agraves condiccedilotildees padrotildees e exigecircncias dispostos nesta Resoluccedilatildeo e em
outras normas aplicaacuteveisrdquo (BRASIL 2011)
Assim considerou-se que para estar em acordo com a legislaccedilatildeo vigente pode
haver a necessidade da realizaccedilatildeo de tratamento preacutevio ou completo para descarga do
efluente em corpo drsquoaacutegua
Os padrotildees para lanccedilamento de efluentes em corpos receptores satildeo regulamentados
em acircmbito federal na Resoluccedilatildeo CONAMA nordm 430 de 2011 (BRASIL 2011) e em acircmbito
estadual pelo Decreto 8468 de 19761 (SAtildeO PAULO 1976) Na Tabela 2 verificam-se os
padrotildees de lanccedilamento para o metal chumbo em ambos os acircmbitos
Tabela 2 ndash Padrotildees de lanccedilamento de efluentes contendo chumbo em corpos drsquoaacutegua e em redes
coletoras de esgoto
Fonte elaborado a partir de BRASIL (2011) SAtildeO PAULO (1976)
322 Tratamento para efluentes com metais
O tratamento para remoccedilatildeo de metais pesados pode ser realizado a partir de
diferentes processos tais como a precipitaccedilatildeo quiacutemica troca-iocircnica filtraccedilatildeo por
membrana e meacutetodos eletromecacircnicos (ECKENFELDER 2000) Estes conforme
Tchobanoglous e Burton (1991) e Aksu (1998) podem ser processos dispendiosos e
ineficientes
1 A Lei Estadual 997 de 31 de maio de 1976 aprovada pelo Decreto 8468 de 8 de setembro de 1976 foi
alterada e acrescida de dispositivos pelos Decretos 15425 de 23 de julho de 1980 e pelo Decreto 47397 de
novembro de 2012
Destino Resoluccedilatildeo CONAMA nordm43011 Lei Estadual 99776
Emissatildeo em corpos drsquoaacutegua ateacute 05 mg L-1 ateacute 05 mg L-1
Emissatildeo em rede coletora de esgoto ndash ateacute 15 mg L-1
23
Poreacutem metais pesados podem ser extraiacutedos de um sistema aquoso empregando-se
adsorventes naturais como as cascas de determinadas frutas que constituem excelente
alternativa perante os processos quiacutemicos uma vez que satildeo abundantes apresentam baixo
custo comercial e natildeo apresentam uma destinaccedilatildeo especiacutefica fora o descarte convencional
(SIMOtildeES TAUK-TORNISIELO 2005)
Podendo ser fiacutesico ou quiacutemico o processo efetua-se pela interaccedilatildeo do material
adsorvente com o produto a ser adsorvido A adsorccedilatildeo fiacutesica eacute ocasionada principalmente
pelas forccedilas de van der Waals2 no qual o equiliacutebrio eacute atingido rapidamente e eacute reversiacutevel
jaacute a adsorccedilatildeo quiacutemica eacute a uniatildeo de moleacuteculas ou aacutetomos a uma superfiacutecie soacutelida que pode
ser realizada atraveacutes de ligaccedilotildees quiacutemicas ou por efeito cataliacutetico (WEBER JUNIOR 1972)
323 Biossorccedilatildeo
Segundo Volesky (1986) eacute denominada de biossorccedilatildeo a separaccedilatildeo seletiva de iacuteons
metaacutelicos de meio aquoso na qual o meio adsorvente seria uma biomassa sendo ainda um
processo natildeo agressivo no qual ocorrem somente interaccedilotildees entre os grupos funcionais da
biomassa com os iacuteons da soluccedilatildeo
ldquoA adsorccedilatildeo eacute uma forma de tratamento bastante eficaz utilizada para a
remoccedilatildeo de metais toacutexicos Devido a isto meacutetodos de adsorccedilatildeo de metais em
efluentes utilizando materiais naturais estatildeo sendo desenvolvidos podendo
ainda ser uma alternativa para o aproveitamento de resiacuteduos agroindustriaisrdquo
(MASSOCATTO et al 2009)
A utilizaccedilatildeo da biomassa como agente adsorvente alternativo em meacutetodos de
tratamento convencional apresenta como fatores significativos o reduzido valor agregado
comercial capacidade de tratar grande volume de efluente potencial de dessorccedilatildeo3 e
tempo de separaccedilatildeo seletiva de iacuteons variando de 5 a 15 minutos (PINO TOREM 2011
VOLESKY HOLAN 1995) Geralmente os adsorventes naturais evidenciam a mesma
eficaacutecia de reter iacuteons metaacutelicos que os adsorventes sinteacuteticos pois possuem agrupamentos
orgacircnicos e satildeo fibrosos o que gera uma maior aacuterea de influecircncia e ldquosiacutetiosrdquo para os iacuteons
serem adsorvidos (PAVAN 2007)
O uso da biomassa como agente de remoccedilatildeo de metais pesados jaacute eacute desde 1999
considerada pela USEPA como uma tecnologia de descontaminaccedilatildeo
2 Forccedilas de van der Waals forccedilas entre as moleacuteculas mais fracas que as forccedilas atocircmicas RUSSEL J
Quiacutemica Geral 2 ed Satildeo Paulo Makron Book 1994 vol 1 3 Recuperaccedilatildeo da espeacutecie metaacutelica
24
Diversos tipos de adsorventes tais como o palmito pupunha o sabugo de milho o
algodatildeo o caju as cascas de arroz banana noz pecatilde e laranja tecircm sido testados
laboratorialmente por pesquisadores da aacuterea cita-se Vaghetti et al (2009) que realizou
estudos sobre a eficiecircncia da casca da noz pecatilde como agente de retirada de iacuteons cromo(III)
cromo (VI) ferro zinco cobre manganecircs e chumbo de soluccedilotildees sinteacuteticas obtendo
especial ecircxito na biossorccedilatildeo de cromo (VI)
O processo de biossorccedilatildeo desenvolve-se de modo homogecircneo atraveacutes de condiccedilotildees
ambientais controladas as quais ocorrem dentro de reatores contiacutenuos (VOLESKY
NOLAN 1995 SANTOS VASCONCELOS 2002) Os reatores mais comumente usados
na remoccedilatildeo de metais pesados satildeo o de coluna de leito fixo e o anaeroacutebio de manta de
lodo (QUAMBY FOSTER 1995 SEOLATTO et al 2009)
De acordo com Lodeiro Herrero e Sastre de Vicente (2006) os reatores de coluna
de leito fixo promovem o melhor aproveitamento do biossorvente pois possibilitam ciclos
regenerativos jaacute os reatores anaeroacutebios de manta de lodo satildeo comumente utilizados em
tratamento de aacuteguas residuaacuterias por serem eficientes na remoccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica e
apresentarem consideraacutevel baixo custo inicial (QUAMBY FOSTER 1995 SEOLATTO
et al 2009)
324 A laranja como adsorvente
Segundo Batista (2014)
ldquoA casca da laranja encontra-se na literatura dos estudos de adsorccedilatildeo
mostrando um grande potencial na remoccedilatildeo de resiacuteduos em efluentes O
Brasil eacute um grande produtor de laranja no mundo atualmente em torno de
70 do suco consumido mundialmente eacute proveniente de plantaccedilotildees ou da
industrializaccedilatildeo da laranja no Brasil Apoacutes a extraccedilatildeo do suco na induacutestria da
laranja grande parte do fruto mais de 50 eacute de rejeitos soacutelidos
representados pela casca bagaccedilo e sementesrdquo (BATISTA 2014)
Aproximadamente 18 milhotildees de toneladas de laranja satildeo produzidas anualmente
no Brasil e o Estado de Satildeo Paulo eacute responsaacutevel por 74 dessa produccedilatildeo (IBGE 2012)
Em 2011 os resiacuteduos de laranja oriundos de induacutestrias de processamento como por
exemplo de produccedilatildeo de suco chegaram a gerar 95 milhotildees de toneladas de resiacuteduos
(CODESP 2011) Apesar de ser uma mateacuteria abundante e de baixo custo a principal
utilizaccedilatildeo dessa biomassa tem sido como complemento na alimentaccedilatildeo bovina Tal
25
complemento chamado de ldquopolpa ciacutetrica peletizadardquo eacute produzido a partir da secagem dos
resiacuteduos de laranja Ateacute meados de 1993 o produto era desconhecido pela pecuaacuteria
nacional pois desde a deacutecada de 70 a polpa ciacutetrica era exportada quase que integralmente
para a Europa (NEVES et al 2010)
A previsatildeo para exportaccedilatildeo do produto em 2012 era de 180 toneladas isso
considerando que haveria um aumento de 21 com relaccedilatildeo a 2011 (CODESP 2011) A
polpa ciacutetrica peletizada continua natildeo sendo empregada amplamente no Brasil gerando um
remanescente de aproximadamente 932 milhotildees de toneladas de resiacuteduos de laranja sem
destinaccedilatildeo especiacutefica Dessa forma a sua utilizaccedilatildeo como insumo de agente biossortivo
obtido aproximadamente a custo zero torna-se de grande valia na retirada de metais
pesados de meio aquoso
Como apontado por Batista (2014) os rejeitos de laranja satildeo apontados na literatura
como material de adsorccedilatildeo mostrando um grande potencial na remoccedilatildeo de metais Aacuteguas
residuaacuterias que incluem por exemplo cromo chumbo e prata apresentam resultados
promissores particularmente a biossorccedilatildeo do chumbo apresenta aproximadamente 99 de
eficaacutecia com relaccedilatildeo a concentraccedilotildees variadas de chumborejeito de laranja (MORAES et
al 2011 MASSOCATTO et al 2009 ALMEIDA et al 2012)
Apesar da eficaacutecia laboratorial da utilizaccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos de laranja (casca
bagaccedilo e semente) na descontaminaccedilatildeo de um meio aquoso observa-se a necessidade do
estabelecimento da conexatildeo entre as induacutestrias que proveriam esse resiacuteduo de laranja com
as que poderiam utilizaacute-lo como meacutetodo de tratamento assim revelou-se a oportunidade
de aplicar o conceito de Simbiose Industrial atraveacutes de uma anaacutelise inter-empresas
avaliando a potencialidade de intercacircmbio dos rejeitos industriais como fonte de mateacuteria-
prima para outros processos produtivos em induacutestrias do municiacutepio de Bebedouro estado
de Satildeo Paulo
26
4 METODOLOGIA
A metodologia desenvolvida neste trabalho pode ser agrupada e pormenorizada em
quatro etapas todas elas partindo de um levantamento e anaacutelise de referenciais teoacutericos
embasados em dados bibliograacuteficos O levantamento de dados realizado neste trabalho teve
como primeira aacuterea de abrangecircncia o estado de Satildeo Paulo Foram utilizados os bancos de
dados do IBGE CDSP CETESB USEPA entre outros e tambeacutem web sites artigos teses
e pesquisas acadecircmico cientiacuteficas
41 Levantamento bibliograacutefico
Caracterizou-se o processo de simbiose industrial como forma de reinserccedilatildeo de
resiacuteduos na cadeia produtiva e sua efetiva implantaccedilatildeo como possibilidade viaacutevel do
alcance do desenvolvimento sustentaacutevel
Realizou-se definiccedilatildeo teacutecnica do metal pesado chumbo e contextualizaccedilatildeo da
problemaacutetica do uso histoacuterico desse metal com ecircnfase para a problemaacutetica do uso na
atualidade
Desenvolveu-se a relaccedilatildeo entre o capitalismo atual que promove os ciclos abertos
de mateacuteria e energia caracteriacutestica de parte do sistema produtivo com ecircnfase para aqueles
que geram aacuteguas residuaacuterias contaminadas pelo metal pesado chumbo
Avaliaram-se os meacutetodos de remoccedilatildeo de metais-pesados de aacuteguas residuaacuterias com
especial atenccedilatildeo ao uso de biomassa vegetal como agente no processo de adsorccedilatildeo4 objeto
de estudo deste trabalho
A partir da escolha da biossorccedilatildeo como meacutetodo para o tratamento de efluentes
realizou-se um levantamento bibliograacutefico sobre usos de diversas biomassas vegetais que
apresentariam eficaacutecia comprovada e que tambeacutem poderiam ser encontradas em
abundacircncia
Constatou-se que o maior produtor de laranja do Brasil eacute o estado de Satildeo Paulo e
que a cadeia produtiva da transformaccedilatildeo do produto in natura em suco eacute tambeacutem em sua
4 Neste trabalho foi denominada de biossorccedilatildeo a adsorccedilatildeo realizada por meio da utilizaccedilatildeo de biomassa
vegetal
27
grande maioria realizada dentro do estado O processo referido gera quantidade abundante
de biomassa vegetal de laranja cuja eficaacutecia no tratamento de efluentes contaminados pelo
metal pesado chumbo pocircde ser comprovada por referencial teoacuterico
Definiu-se de consideraacutevel relevacircncia a realizaccedilatildeo de um estudo que busque
evidecircncias da aplicabilidade e viabilidade de uma proposta para o processo de simbiose
entre as induacutestrias estudadas no qual os resiacuteduos (bagaccedilosementecasca) de laranja
possam ser utilizados como meacutetodo de tratamento de aacutegua residuaacuteria contaminada no
processo de produccedilatildeo industrial
42 Levantamento e anaacutelise da produccedilatildeo de laranja no Estado de SP
Apoacutes constataccedilatildeo por meio da Revisatildeo Bibliograacutefica que o Estado de Satildeo Paulo eacute
o estado que se apresenta como maior produtor de laranja do Brasil realizou-se um
levantamento da produccedilatildeo de laranja por cidades do estado Utilizaram-se dados do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do ano de 2012 que correspondem
ao levantamento da produccedilatildeo total de diversos tipos de leguminosas frutas e sementes por
cidade
Posteriormente realizou-se a elaboraccedilatildeo de um mapa referente agrave produccedilatildeo de
laranja por cidade do estado de Satildeo Paulo com suporte do programa de geoprocessamento
ArcGis 1031
A partir da obtenccedilatildeo de dados referentes agrave produccedilatildeo de laranja por cidade com sua
respectiva espacializaccedilatildeo constatou-se acessando o cataacutelogo da Associaccedilatildeo Nacional de
Exportadores de Sucos e Ciacutetricos (CitrusBR) que o escoamento de 93 da produccedilatildeo total
do estado eacute proveniente do denominado cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo cuja definiccedilatildeo seraacute elucidada
no capiacutetulo 51 tem a seguinte destinaccedilatildeo trecircs grandes empresas fabricantes de suco de
laranja consumo in natura e pequenas induacutestrias produtoras de suco
A seguir as cidades levantadas neste trabalho e integrantes do cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo
foram aferidas sequencialmente em ordem decrescente de produccedilatildeo mediante acessos aos
cataacutelogos industriais da Federaccedilatildeo das Induacutestrias do Estado de Satildeo Paulo (FIESP 2014) e
do Centro das Induacutestrias do Estado de Satildeo Paulo (CIESP 2015) com o intuito de verificar
a existecircncia de escoamento de produccedilatildeo de laranja destinado a pequenas induacutestrias de suco
28
Foi realizado contato por meios eletrocircnicos com as induacutestrias constantes no
material pesquisado no qual foram requeridas informaccedilotildees sobre
1) Existecircncia da geraccedilatildeo de resiacuteduo de laranja
2) Destinaccedilatildeo dada ao resiacuteduo se este existir
3) Quantificaccedilatildeo diaacuteria eou mensal eou anual do resiacuteduo se este existir
4) Armazenamento do resiacuteduo se este existir
A Companhia Ambiental do estado de Satildeo Paulo (CETESB) foi contatada com o intuito
de requisitar vista do Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento (MCE) desta induacutestria
com objetivo de levantamento dos dados pertinentes ao desenvolvimento deste trabalho Os
dados solicitados agrave CETESB referentes a cada induacutestria constam no Anexo A e B
43 Levantamento e anaacutelise das induacutestrias com potencial poluidor
A partir da delimitaccedilatildeo da aacuterea de estudo verificou-se a necessidade da realizaccedilatildeo
um levantamento das induacutestrias que poderiam utilizar-se da biossorccedilatildeo como meacutetodo de
tratamento de efluentes
Para tal houve a necessidade de realizar uma relaccedilatildeo entre as categorias industriais
da Environmental Protection Agency ndash United States (USEPA) as quais levam em
consideraccedilatildeo em sua descriccedilatildeo os componentes que potencialmente seriam encontrados
em seus respectivos efluentes com as categorias industriais brasileiras disponibilizadas
pelo IBGE
Sucedendo-se a esta associaccedilatildeo e jaacute delimitada a aacuterea de pesquisa como sendo o
limite municipal da cidade de Bebedouro realizou-se a partir de pesquisa nos cataacutelogos
industriais da FIESP (2014) e da CIESP (2015) afericcedilatildeo das induacutestrias que estariam dentro
dos paracircmetros dispostos nas categorias industriais caracterizadas neste trabalho isto eacute as
que potencialmente conteriam chumbo em suas aacuteguas residuaacuterias
Um total de onze induacutestrias apresentaram os quesitos para serem categorizadas pelo
meacutetodo citado Um mapa referente agrave disposiccedilatildeo dessas induacutestrias foi efetuado no programa
ArcGis 1031 Subsequentemente a agecircncia da CETESB responsaacutevel pelo municiacutepio de
Bebedouro foi contatada a fim de se obter a vista dos processos MCE de cada uma das
induacutestrias com o intuito de verificar quais realmente continham chumbo em suas aacuteguas
29
residuaacuterias e quais as formas de tratamento efetuadas Apoacutes essa verificaccedilatildeo constatou-se
que duas induacutestrias adequavam-se ao propoacutesito deste trabalho
44 Exposiccedilatildeo do meacutetodo de tratamento aplicado na induacutestria
Pormenorizaccedilatildeo dos dados referentes aos efluentes destas empresas foram
analisados para que a partir de referencial teoacuterico em uma segunda etapa fossem
realizados os caacutelculos da demanda de resiacuteduos de laranja que tais induacutestrias utilizariam se
adotassem o meacutetodo de tratamento proposto
Atraveacutes de anaacutelise do mesmo referencial teoacuterico citado anteriormente foram
obtidas informaccedilotildees sobre o tratamento especiacutefico que o resiacuteduo deveria receber antes de
ser inserido no processo de tratamento Em sequecircncia realizou-se levantamento das
tecnologias que poderiam ser utilizadas no processamento desses resiacuteduos bem como
seleccedilatildeo das que mais se adequavam
Realizou-se levantamento de formas de inserccedilatildeo da biomassa em escala real de
tratamento
Um levantamento e anaacutelises de custos das tecnologias de processamento das
formas de inserccedilatildeo e do translado do resiacuteduo caso fosse utilizado os serviccedilos de uma
empresa transportadora foram realizados
30
5 LEVANTAMENTO DE DADOS
51 Distribuiccedilatildeo da produccedilatildeo de laranja no estado de Satildeo Paulo
Para o levantamento e espacializaccedilatildeo da produccedilatildeo de laranja no estado de Satildeo Paulo
foram coletados dados do site do IBGE referentes ao ano de 2013 Na Figura 5 satildeo
destacados os municiacutepios paulistas produtores de laranja conforme o total de produccedilatildeo da
fruta
Figura 5 ndash Disposiccedilatildeo dos municiacutepios produtores de laranja no Estado de Satildeo Paulo
Fonte IBGE (2013)
De acordo com a CitrusBR (2010) e com o Fundo de Defesa da Citricultura
(FUNDECITRUS 2015) existe uma aacuterea denominada de cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo cuja
delimitaccedilatildeo geograacutefica abrange 93 da produccedilatildeo de laranja do estado de Satildeo Paulo Essa
aacuterea eacute dividida em setores os quais satildeo denominados de norte sul centro noroeste e
sudoeste como apresentado na Figura 6
31
Figura 6 ndash Setores do cinturatildeo citriacutecola
Fonte Adaptado FUNDECITRUS (2015)
511 Distribuiccedilatildeo do consumo de laranja no estado de SP
Sabendo que aproximadamente 93 de toda a laranja produzida no estado de Satildeo
Paulo proveacutem do cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo a seguinte diferenciaccedilatildeo eacute feita pela CitrusBR
(2010) conforme sua destinaccedilatildeo a) 84 para trecircs grandes induacutestrias de suco de laranja as
quais possuem 18 faacutebricas distribuiacutedas em 16 municiacutepios do estado de SP e um localizado
no estado do Paranaacute b) 2 para pequenas induacutestrias produtoras de suco de laranja c) 7
ao consumo in natura
No Quadro 1 satildeo apresentadas informaccedilotildees de localizaccedilatildeo das unidades industriais
das trecircs grandes induacutestrias consumidoras da produccedilatildeo de laranja do estado de Satildeo Paulo
denominadas arbitrariamente de induacutestrias A B e C
32
Quadro 1 ndash Localizaccedilatildeo das unidades das induacutestrias A B e C
Induacutestria de suco de laranja Cidades
Induacutestria A
Bebedouro
Engenheiro Coelho
Matatildeo
Paranavaiacute (PR)
Santos
Induacutestria B
Araras
Catanduva
Matatildeo
Induacutestria C
Araraquara
Avareacute
Conchal
Colina
Cordeiroacutepolis
Duartina
Itaacutepolis
Porto Ferreira
Uchoa
Votuporanga
Fonte CITRUSBR (2010)
Na Figura 7 eacute possiacutevel visualizar em acircmbito estadual a disposiccedilatildeo geograacutefica das
filiais das induacutestrias A B e C
O potencial de geraccedilatildeo de resiacuteduos de laranja dessas unidades industriais eacute elevado
visto que 84 da produccedilatildeo do estado eacute absorvida por elas (CITRUSBR 2010) Poreacutem ao
acessar o conjunto de paacuteginas da internet dessas trecircs induacutestrias constatou-se que todo o
produto residual de laranja gerado jaacute tem como destinaccedilatildeo o processo de peletizaccedilatildeo
Assim uma vez que este resiacuteduo representa um valor comercial para estas induacutestrias natildeo
foram considerados tais dados no desenvolvimento deste trabalho
33
Figura 7 ndash Localizaccedilatildeo das filiais das induacutestrias de suco de laranja (A B e C)
Fonte CITRUSBR (2010)
Os 7 da produccedilatildeo de laranja que natildeo proveacutem do cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo natildeo teve seu
escoamento estudado fato que impossibilitou a utilizaccedilatildeo desses dados na realizaccedilatildeo das
anaacutelises requeridas para o desenvolvimento deste trabalho
Portanto considerou-se que 2 da produccedilatildeo de laranja proveniente do cinturatildeo
ldquocitriacutecolardquo aproximadamente 266400 toneladas5 serviria ao propoacutesito aludido
512 Seleccedilatildeo da induacutestria de suco
Reputando-se que os 2 da produccedilatildeo estadual de laranja citados localizam-se no
cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo (CITRUSBR 2010) realizou-se a identificaccedilatildeo de pequenas induacutestrias
5 Considerando a produccedilatildeo anual em torno de 18 milhotildees de toneladas e 74 deste total proveniente do
estado de Satildeo Paulo
34
produtoras de suco de laranja integrantes do cinturatildeo atraveacutes de acessos aos Cataacutelogos
Induacutestrias da CIESP (2015) e da FIESP (2014)
As cidades foram hierarquizadas de forma decrescente conforme o total de
produccedilatildeo anual de laranja Na sequecircncia ponderou-se a distinccedilatildeo de induacutestrias que
somente realizam o processo de embalagem do suco pronto das que realizam o processo
de fabricaccedilatildeo deste O levantamento cessou quando um total de duas induacutestrias foram
encontradas ambas localizadas na cidade de Bebedouro estado de Satildeo Paulo Vale
ressaltar que as cidades hierarquizadas como anteriores agrave Bebedouro natildeo apresentaram
induacutestrias de suco dentro dos limites municipais A Tabela 2 apresenta a produccedilatildeo anual
em toneladas para cada cidade do cinturatildeo citriacutecola
Tabela 3 ndash Cidades integrantes do cinturatildeo citriacutecola consideradas no levantamento de induacutestrias de suco
Cidades Produccedilatildeo (t ano-1)
Casa Branca 693 690
Mogi Guaccedilu 448 800
Itapetininga 392 716
Aacuteguas de Santa Barbara 364 100
Brotas 334 560
Bebedouro 326 570
Fonte IBGE (2012)
Das induacutestrias consultadas somente uma retornou o contato em tempo haacutebil para
desenvolvimento deste trabalho Essa induacutestria situa-se no Norte do cinturatildeo na cidade de
Bebedouro e a Figura 8 tem por finalidade mostrar sua disposiccedilatildeo geograacutefica dentro do
municiacutepio citado
As informaccedilotildees fornecidas pela empresa denotam que existe produccedilatildeo de resiacuteduo
de laranja sem destinaccedilatildeo determinada (informaccedilatildeo verbal)6 Poreacutem natildeo foram cedidas
dados referentes a quantidade desse resiacuteduo gerado por dia mecircs eou ano e nem sobre a
forma de armazenamento eou disposiccedilatildeo do mesmo
6 Dados fornecidos por funcionaacuterio em entrevista por telefone
35
Figura 8 ndash Induacutestria de suco geradora de resiacuteduos de laranja localizada na cidade de Bebedouro
Fonte CIESP (2015) FIESP (2014)
5121 Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento (MCE)
O MCE eacute um documento exigido como parte integrante das Licenccedilas Preacutevias de
Instalaccedilatildeo e Operaccedilatildeo do Empreendimento (G3 GEOTECNOLOGIAS c2014)
Em pesquisa realizada em websites de diversas prefeituras (Campinas Satildeo Paulo e
Ribeiratildeo Preto) constatou-se que cada cidade tem seu proacuteprio modelo de MCE poreacutem
todos seguem o modelo baacutesico fornecido pela CETESB que margeia os seguintes itens
Identificaccedilatildeo do empreendimentoatividade
Relaccedilatildeo de mateacuterias primas
Relaccedilatildeo de produtos
Relaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos
36
Croqui de localizaccedilatildeo
Fluxograma
Combustiacuteveis
Informaccedilotildees sobre chamineacutes
Fontes de poluiccedilatildeo do ar
Equipamentos para controle de poluiccedilatildeo do ar
Balanccedilo hiacutedrico
Efluentes liacutequidos
Resumo de lanccedilamentos
Resiacuteduos soacutelidos
Armazenamento e tratamentodisposiccedilatildeo final dos resiacuteduos soacutelidos
Fontes de poluiccedilatildeo por ruiacutedo
A agecircncia da CETESB responsaacutevel pelo muniacutecipio de Bebedouro localiza-se na
cidade de Barretos e por meio de e-mails telefonemas e pedidos formais requisitou-se
vista do MCE da induacutestria mencionada no item anterior
Apoacutes verificaccedilatildeo constatou-se que a induacutestria produtora de suco possui Certificado
de Dispensa de Licenccedila portanto natildeo possui MCE impossibilitando o recolhimento de
dados por este meio
52 Categorias industriais de acordo com o tipo de efluente gerado7
A partir das praacuteticas industriais descargas de aacuteguas pluviais tecnologias e accedilotildees
que previnam a poluiccedilatildeo tratamento de efluentes e caracteriacutesticas econocircmicas a USEPA
realiza anaacutelises que possuem como princiacutepio baacutesico o incentivo agrave reduccedilatildeo da geraccedilatildeo de
poluentes que sejam ao mesmo tempo economicamente viaacuteveis Assim com base em
normas e limites para a descarga de efluentes em aacuteguas superficiais e em estaccedilotildees de
7 Chumbo geralmente natildeo eacute o uacutenico metal encontrado em aacuteguas residuaacuterias industriais desse seguimento
37
tratamento a proacutepria USEPA realizou uma categorizaccedilatildeo das induacutestrias conforme o tipo de
efluente gerado
As categorias industriais que nesta categorizaccedilatildeo da USEPA apresentavam limites
restritivos para a emissatildeo de efluentes contaminados pelo metal pesado chumbo satildeo
apresentadas a seguir
Battery Manufacturing
Centralized Waste Treatment
Copper Forming
Electrical and Electronic Components
Electroplating
Glass Manufacturing
Inorganic Chemicals
Iron and Steel Manufacturing
Metal Finishing
Metal Molding and Casting (Foundries)
Metal Products and Machinery
Nonferrous Metals Forming and Metal Powders
Nonferrous Metals Manufacturing
Ore Mining and Dressing (Hard Rock Mining)
Organic Chemicals Plastics and Synthetic Fibers (OCPSF)
Pesticide Chemicals Manufacturing Formulating and Packaging
Porcelain Enameling
Rubber Manufacturing
Transportation Equipment Cleaning Manufacturing
No Brasil o IBGE realizou em 2008 um estudo que reuniu informaccedilotildees
econocircmicas e financeiras sobre os setores industriais brasileiros o qual apresenta dados
sobre receita custos e valor de produccedilatildeo por exemplo Neste estudo tambeacutem satildeo
enumerados todos os setores industriais
38
O quadro 2 tem por finalidade relacionar as categorias americanas catalogadas pela
USEPA que podem apresentar chumbo em seus efluentes com os respectivos setores
industriais brasileiros
Quadro 2 ndash Relaccedilatildeo entre categorias industriais americanas e brasileiras
Categoria US EPA Categoria IBGE
Ore Mining and Dressing (Hard Rock Mining) Extraccedilatildeo de minerais metaacutelicos
Inorganic Chemicals
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos
Organic Chemicals Plastics and Synthetic
Fibers (OCPSF)
Pesticide Chemicals Manufacturing
Formulating and Packaging
Copper forming
Porcelain Enameling Fabricaccedilatildeo de produtos de minerais natildeo-
metaacutelicos Glass Manufacturing
Electroplating
Metalurgia baacutesica ou
Fabricaccedilatildeo de produtos de metal
(exceto maacutequinas e equipamentos)
Iron and Steel Manufacturing
Metal Finishing
Metal Molding and Casting (Foundries)
Nonferrous Metals Forming and Metal
Powders
Nonferrous Metals Manufacturing
Electrical and Electronic Components Fabricaccedilatildeo de maacutequinas aparelhos e
materiais eleacutetricos Battery Manufacturing
Transportation Equipment Cleaning
Manufacturing Fabricaccedilatildeo equipamentos de transporte
Centralized Waste Treatment Reciclagem
Fonte elaborado a partir de dados de USEPA (2014) IBGE (2008)
No Quadro 3 eacute possiacutevel verificar as categorias industriais do IBGE que tambeacutem
constam no Quadro 2 com as suas respectivas subcategorias estas embasam de maneira
mais especiacutefica a correlaccedilatildeo estabelecida
39
Quadro 3 ndash Categorias e subcategorias industriais de acordo com o IBGE
Categoria IBGE Subcategoria IBGE
Extraccedilatildeo de minerais metaacutelicos Extraccedilatildeo de minerais metaacutelicos natildeo-ferrosos
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos inorgacircnicos
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos orgacircnicos
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas
Fabricaccedilatildeo de tintas vernizes lacas e produtos afins
Fabricaccedilatildeo de fibras fios cabos e filamentos contiacutenuos artificiais e sinteacuteticos
Fabricaccedilatildeo de artigos de borracha e material plaacutestico
Fabricaccedilatildeo de artigos de borracha
Fabricaccedilatildeo de produtos de material plaacutestico
Fabricaccedilatildeo de produtos de minerais natildeo-metaacutelicos
Fabricaccedilatildeo de vidro e de produtos do vidro
Metalurgia baacutesica
Produccedilatildeo de ferro-gusa e de ferroligas
Siderurgia
Fabricaccedilatildeo de tubos (exceto em sideruacutergicas)
Fundiccedilatildeo
Fabricaccedilatildeo de produtos de metal
(exceto maacutequinas e equipamentos)
Fabricaccedilatildeo de estruturas metaacutelicas e obras de caldeiraria pesada
Fabricaccedilatildeo de tanques caldeiras e reservatoacuterios metaacutelicos
Forjaria estamparia metalurgia do poacute e serviccedilos de tratamento de metais
Fabricaccedilatildeo de artigos de cutelaria de serralheria e ferramentas manuais
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de tanques caldeiras e reservatoacuterios metaacutelicos
Fabricaccedilatildeo de produtos de metal natildeo especificados anteriormente
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas e
equipamentos
Fabricaccedilatildeo de motores bombas compressores e equipamentos de transmissatildeo
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos de uso Geral
Fabricaccedilatildeo de tratores e de maacutequinas e equipamentos para a agricultura e pecuaacuteria
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas-ferramenta
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos de usos na extraccedilatildeo mineral e construccedilatildeo
Fabricaccedilatildeo de outras maacutequinas e equipamentos de uso especiacutefico
Fabricaccedilatildeo de armas municcedilotildees e equipamentos militares
Fabricaccedilatildeo de eletrodomeacutesticos
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas
aparelhos e materiais eleacutetricos
Fabricaccedilatildeo de geradores transformadores e motores eleacutetricos
Fabricaccedilatildeo de equipamentos para distribuiccedilatildeo e controle de energia eleacutetrica
Fabricaccedilatildeo de fios cabos e condutores eleacutetricos isolados
Fabricaccedilatildeo de pilhas baterias e acumuladores eleacutetricos
Fabricaccedilatildeo de lacircmpadas e equipamentos de iluminaccedilatildeo
Fabricaccedilatildeo de material eleacutetrico para veiacuteculos - exceto baterias
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de maacutequinas aparelhos e materiais eleacutetricos
Fabricaccedilatildeo de outros equipamentos e aparelhos eleacutetricos
Fabricaccedilatildeo de material eletrocircnico baacutesico
Fabricaccedilatildeo de material eletrocircnico e de aparelhos e equipamentos de comunicaccedilotildees
Fabricaccedilatildeo de aparelhos receptores de raacutedio e televisatildeo e de reproduccedilatildeo gravaccedilatildeo ou amplificaccedilatildeo de som e viacutedeo
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de aparelhos e equipamentos de telefonia radiotelefonia e de transmissores de televisatildeo e raacutedio (exceto telefones)
Fabricaccedilatildeo de outros equipamentos de transporte
Fabricaccedilatildeo de outros equipamentos de transporte
40
Reciclagem Reciclagem de sucatas metaacutelicas
Fonte elaborado a partir de IBGE (2008)
Em anaacutelise comparativa dos aspectos das categorias industriais americanas
catalogadas pela USEPA com as respectivas especificaccedilotildees das categorias e subcategorias
industriais catalogadas pelo IBGE eacute possiacutevel afirmar que estas possuem similaridade
Assim conclui-se que potencialmente tais categorias e subcategorias listadas no Quadro
3 satildeo passiacuteveis de possuir o metal pesado chumbo em suas aacuteguas residuaacuterias Na Tabela 4
observa-se a quantidade de induacutestrias presentes em cada uma das subcategorias de acordo
com levantamento realizado pelo IBGE no ano de 2003
Tabela 4 ndash Nuacutemero de induacutestrias de acordo com as subcategorias industriais do IBGE
(continua)
Subcategorias industriais Nordm
Extraccedilatildeo de minerais metaacutelicos natildeo-ferrosos 61
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos inorgacircnicos 374
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos orgacircnicos 426
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas 67
Fabricaccedilatildeo de fibras fios cabos e filamentos contiacutenuos artificiais e sinteacuteticos 38
Fabricaccedilatildeo de artigos de borracha 1540
Fabricaccedilatildeo de produtos de material plaacutestico 5545
Fabricaccedilatildeo de vidro e de produtos do vidro 416
Produccedilatildeo de ferro-gusa e de ferroligas 99
Siderurgia 237
Fabricaccedilatildeo de tubos (exceto em sideruacutergicas) 165
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 449
Fundiccedilatildeo 798
Fabricaccedilatildeo de estruturas metaacutelicas e obras de caldeiraria pesada 3475
Fabricaccedilatildeo de tanques caldeiras e reservatoacuterios metaacutelicos 363
Forjaria estamparia metalurgia do poacute e serviccedilos de tratamento de metais 2628
Fabricaccedilatildeo de artigos de cutelaria de serralheria e ferramentas manuais 1910
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de tanques caldeiras e reservatoacuterios metaacutelicos 83
Fabricaccedilatildeo de produtos diversos de metal 4215
Fabricaccedilatildeo de motores bombas compressores e equipamentos de transmissatildeo 1041
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos de uso geral 2271
Fabricaccedilatildeo de tratores e de maacutequinas e equipamentos para a agricultura e pecuaacuteria 754
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas-ferramenta 540
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos de usos na extraccedilatildeo mineral e construccedilatildeo 227
41
Fabricaccedilatildeo de outras maacutequinas e equipamentos de uso especiacutefico 1715
Tabela 3 ndash Nuacutemero de induacutestrias de acordo com as subcategorias industriais do IBGE
(conclusatildeo)
Subcategorias industriais Nordm
Fabricaccedilatildeo de armas municcedilotildees e equipamentos militares 8
Fabricaccedilatildeo de eletrodomeacutesticos 427
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos 1071
Fabricaccedilatildeo de geradores transformadores e motores eleacutetricos 396
Fabricaccedilatildeo de equipamentos para distribuiccedilatildeo e controle de energia eleacutetrica 454
Fabricaccedilatildeo de fios cabos e condutores eleacutetricos isolados 239
Fabricaccedilatildeo de pilhas baterias e acumuladores eleacutetricos 103
Fabricaccedilatildeo de lacircmpadas e equipamentos de iluminaccedilatildeo 482
Fabricaccedilatildeo de material eleacutetrico para veiacuteculos - exceto baterias 173
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de maacutequinas aparelhos e materiais eleacutetricos 129
Fabricaccedilatildeo de outros equipamentos e aparelhos eleacutetricos 460
Fabricaccedilatildeo de material eletrocircnico baacutesico 421
Fabricaccedilatildeo de material eletrocircnico e de aparelhos e equipamentos de comunicaccedilotildees 238
Fabricaccedilatildeo de aparelhos receptores de raacutedio e televisatildeo e de reproduccedilatildeo gravaccedilatildeo
ou amplificaccedilatildeo de som e viacutedeo 194
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de aparelhos e equipamentos de telefonia e radiotelefonia
e de transmissores de televisatildeo e raacutedio (exceto telefones) 21
Fabricaccedilatildeo de outros equipamentos de transporte 301
Reciclagem de sucatas metaacutelicas 103
Fonte elaborado a partir de IBGE (2003)
Analisando a Tabela 4 contata-se que ao todo no ano de 2003 existiam 34657
induacutestrias com potencial poluidor pelo metal chumbo no Brasil
521 Levantamento das induacutestrias com potencial poluidor
Apoacutes a seleccedilatildeo da induacutestria produtora de suco de laranja a ser estudada realizou-se
um levantamento de dados buscando averiguar todas as induacutestrias passiacuteveis de serem
enquadradas nas categorias e subcategorias industriais mencionadas na Tabela 3
42
Analisados os cataacutelogos industriais da FIESP (2015) a da CIESP (2014) verificou-se
que um total de onze induacutestrias adequavam-se agraves subcategorias citadas neste trabalho Tais
induacutestrias foram denominadas sequencialmente de 1 a 11 e estatildeo descritas na Tabela 4
Tabela 5 ndash Induacutestrias com potencial poluidor por chumbo localizadas na cidade de Bebedouro ndash SP
Categoria IBGE Identificaccedilatildeo da induacutestria
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 1
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 2
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 3
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 4
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 5
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 6
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 7
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas 8
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas 9
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas 10
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas 11
Fonte adaptado de CIESP (2014) FIESP (2015)
Na Figura 9 verifica-se a disposiccedilatildeo dessas induacutestrias dentro do limite municipal da
cidade de Bebedouro ndash SP
43
Figura 9 ndash Induacutestrias com potencial poluidor
Fonte CIESP (2014) FIESP (2015)
As induacutestrias apresentadas na tabela 8 foram enquadradas pelas categorias
industriais que apresentavam o potencial poluidor descrito neste trabalho No entanto
algumas destas apresentavam mais de um processo produtivo o que demandaria anaacutelises
caso a caso para realizaccedilatildeo de enquadramentos mais especiacuteficos
5211 Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento (MEC)
Sendo a descriccedilatildeo do MCE caracterizada no item 5121 afirma-se que para
desenvolvimento da parte subsequente da metodologia utilizada para desenvolvimento
deste trabalho foram coletadas as seguintes informaccedilotildees nos processos requeridos o
balanccedilo hiacutedrico e efluentes liacutequidos das induacutestrias citadas na Tabela 5
44
Induacutestria 1 ndash a Tabela 6 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem A
Tabela 7 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 6 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 1
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 709
Usos ndash
Sanitaacuterios 637
Industrial 072
Outros 0
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 129
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 510
Industrial 070
Outros 0
Total de efluentes 580
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 401011015
Tabela 7 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 1
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Metalurgia de metais natildeo ferrosos
Vazatildeo 07
Vazatildeo de lanccedilamento 07
Meacutetodo de tratamento
Correccedilatildeo de pH e agitaccedilatildeo mecacircnica
Floculaccedilatildeo mecacircnica
Filtraccedilatildeo
Disposiccedilatildeo final Outros
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 51
Vazatildeo de lanccedilamento 51
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 401011015
45
Anaacutelises de controle para a fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua proveniente da metalurgia de
metais natildeo-ferroso satildeo realizadas e os resultados disponiacuteveis constam na Tabela 8
Tabela 8 ndash Anaacutelise do efluente proveniente da metalurgia de metais natildeo ferrosos antes e apoacutes tratamento
Paracircmetros Aacutegua bruta (entrada) Efluente industrial (saiacuteda)
Temperatura da aacutegua (ordm C) 25
pH 6
Houve periacuteodos de chuva
durante a coleta tratamento Sim
Chumbo (mg L-1) 2570 0305
Norma 6010 C
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 401011015
Induacutestria 2 ndash natildeo possui (ou natildeo foi informado) os dados para o balanccedilo hiacutedrico A
Tabela 9 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 9 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 2
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 056
Vazatildeo de lanccedilamento 056
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 401026315
Induacutestria 3 ndash a Tabela 10 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 11 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 10 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 3
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 600
46
Usos ndash
Sanitaacuterios 490
Industrial 0
Outros domeacutestico 110
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 208
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 392
Industrial 0
Outros 0
Total de efluentes 392
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400003213
Tabela 11 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 3
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 392
Vazatildeo de lanccedilamento 392
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400003213
Induacutestria 4 ndash possui Certificado de Dispensa de Licenccedila - natildeo possui o MCE
Induacutestria 5 ndash a Tabela 12 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 13 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 12 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 5
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado Nd
Usos ndash
Sanitaacuterios 336
Industrial 0
Outros domeacutestico 0
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 067
47
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 269
Industrial 0
Outros 0
Total de efluentes 269
Nd ndash informaccedilatildeo natildeo estava disponiacutevel
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400025612
Tabela 13 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 5
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 269
Vazatildeo de lanccedilamento 269
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400025612
Induacutestria 6 ndash a Tabela 14 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 15 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 14 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 6
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 4066
Usos ndash
Sanitaacuterios 630
Industrial 0
Outros consumo 3466
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 067
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 504
Industrial 0
Outros 3562
Total de efluentes 4066
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedilas nordm
400002814 e 400004314
48
Tabela 15 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 6
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Metalurgia de alumiacutenio e ligas
Vazatildeo Nd
Vazatildeo de lanccedilamento Nd
Meacutetodo de tratamento Nd
Disposiccedilatildeo final Nd
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 504
Vazatildeo de lanccedilamento 504
Meacutetodo de tratamento Filtro anaeroacutebio
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Nd ndash informaccedilotildees natildeo estavam disponiacuteveis
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedilas nordm 400002814 e 400004314
No MCE da referida foram apresentadas anaacutelises de controle para a fonte de
poluiccedilatildeo da aacutegua proveniente da metalurgia de alumiacutenio e ligas as quais foram
disponibilizadas em forma de relatoacuterio de ensaio Os relatoacuterios de ensaios para a) massa
bruta conforme NBR 10004 de 20048 (Tabela 16) b) lixiviaccedilatildeo conforme NBR 10005 de
20049 (Tabela 17) c) solubilizaccedilatildeo conforme NBR 10006 de 200410 (Tabela 18)
Tabela 16 ndash resultado do ensaio para massa bruta
Paracircmetro Resultado VMP LQ Unidade Meacutetodo de referecircncia
Chumbo 1550 Entre 200 e 125 01 mg kg-1 3111-B
VMP ndash Valores miacutenimos eou maacuteximos permitidos pela normalegislaccedilatildeo LQ ndash Limite de
quantificaccedilatildeo Dados de amostragem a) Massa da amostra seca 18385 g
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedilas nordm 400002814 e 400004314
8 NBR 10004 de 2004 a norma tem por funccedilatildeo a classificaccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos quanto aos seus
potenciais riscos agrave sauacutede puacuteblica e ao meio ambiente Materiais radioativos natildeo satildeo abrangidos nesta norma
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR ISO 10004 resiacuteduos soacutelidos ndash
classificaccedilatildeo 2004
9 NBR 10005 de 2004 tal norma tem por finalidade estipular os requisitos para obtenccedilatildeo de extrato lixiviado
dos resiacuteduos soacutelidos classificados na norma ABNT NBR 10004 como classe I ndash perigosos e classe II ndash natildeo
perigosos ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR ISO 10004 procedimento para
obtenccedilatildeo de extrato lixiviado de resiacuteduos soacutelidos 2004
10 NBR 10006 de 2004 essa norma fomenta os requisitos exigiacuteveis para obtenccedilatildeo de extrato solubilizado dos
resiacuteduos soacutelidos especificados pela ABNT NBR 10004 como classe IIA ndash natildeo inertes e classe IIB ndash inertes
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR ISO 10004 procedimento para obtenccedilatildeo
de extrato solubilizado de resiacuteduos soacutelidos 2004
49
De acordo com a NBR 10005 de 2004 lixiviaccedilatildeo eacute
ldquoProcesso para determinaccedilatildeo da capacidade de transferecircncia de substacircncias
orgacircnicas e inorgacircnicas presentes no resiacuteduo soacutelido por meio de dissoluccedilatildeo no
meio extrator (NBR 10005 2004)rdquo
Tabela 17 ndash resultado do ensaio para lixiviaccedilatildeo
Paracircmetro Resultado VMP LQ Unidade Meacutetodo de referecircncia
Chumbo 012 100 01 mg L-1 3111-B
VMP ndash Valores miacutenimos eou maacuteximos permitidos pela normalegislaccedilatildeo LQ ndash Limite de
quantificaccedilatildeo Dados de amostragem a) Massa da amostra seca 100 g b) Concentraccedilatildeo de soacutelidos
9572 c) Inicial 773 d) Tempo de lixiviaccedilatildeo 20 horas e) Volume total de extrato obtido 2000 mL
e f) Final 518
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedilas nordm 400002814 e 400004314
Tabela 18 ndash resultado do ensaio para solubilizado
Paracircmetro Resultado VMP LQ Unidade Meacutetodo de referecircncia
Chumbo 013 001 01 mg L-1 3111-B
VMP ndash Valores miacutenimos eou maacuteximos permitidos pela normalegislaccedilatildeo LQ ndash Limite de
quantificaccedilatildeo Dados de amostragem a) Massa da amostra seca 500 g b) Tempo de solubilizaccedilatildeo 7
dias c) Volume total de extrato solubilizado 2000 mL
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedilas nordm 400002814 e 400004314
Induacutestria 7 ndash a Tabela 19 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 20 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 19 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 7
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 753
Usos ndash
Sanitaacuterios 743
Industrial 010
Outros 0
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 159
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 594
Industrial 0
50
Outros 0
Total de efluentes 594
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400029313
Tabela 20 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 7
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 594
Vazatildeo de lanccedilamento 594
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400029313
Induacutestria 8 ndash a Tabela 21 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 22 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 21 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 8
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 301
Usos ndash
Sanitaacuterios 301
Industrial 0
Outros 0
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 0
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 241
Industrial 0
Outros 060
Total de efluentes 301
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400029511
51
Tabela 22 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 8
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 241
Vazatildeo de lanccedilamento 241
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400029511
Induacutestria 9 ndash a Tabela 23 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 24 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 23 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 9
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 450
Usos ndash
Sanitaacuterios 168
Industrial 282
Outros 0
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 280
Perdas por evaporaccedilatildeo 134
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 134
Industrial 0
Outros 0
Total de efluentes 134
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400027112
Tabela 24 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 9
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
52
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 134
Vazatildeo de lanccedilamento 134
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400027112
Induacutestria 10 ndash possui Certificado de Dispensa de Licenccedila e por isso natildeo
apresentava os dados do MCE
Induacutestria 11 ndash natildeo possui (ou foi informado) os dados para o balanccedilo hiacutedrico a
Tabela 25 apresenta os dados das fontes de poluiccedilatildeo
Tabela 25 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 11
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 202
Vazatildeo de lanccedilamento 202
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400011113
Analisando os dados obtidos constata-se que somente duas induacutestrias as
denominadas 1 e 6 poderiam utilizar do meacutetodo de tratamento de efluentes proposto por
este trabalho visto que da relaccedilatildeo das onze induacutestrias duas natildeo apresentavam MCE
devido agrave dispensa de apresentaccedilatildeo e as outras sete induacutestrias natildeo apresentaram outra fonte
de poluiccedilatildeo da aacutegua a natildeo ser o esgoto sanitaacuterio
Em todas as tabelas referentes agraves fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua nota-se que os
resultados referentes a vazatildeo de lanccedilamento natildeo apresentavam variaccedilatildeo com relaccedilatildeo aos
resultados referentes a vazatildeo isso ocorreu devido agrave ausecircncia de processos que
ocasionariam o aumento ou diminuiccedilatildeo dessa
53
53 Biossorccedilatildeo
A partir de um estudo realizado por Montanher e Rollemberg (2011) constatou-se
que o processo de biossorccedilatildeo de chumbo pelo resiacuteduo de laranja eacute efetivo na situaccedilatildeo in
natura destes
O estudo foi realizado a partir da amostragem de quatro tipos de efluentes
industriais dentre os quais trecircs enquadravam-se nas categorias industriais com potencial
de conter chumbo em seus efluentes sendo elas
Induacutestria de chapas metaacutelicas ndash que se enquadra na categoria de ldquofabricaccedilatildeo de
produtos de metal ndash exceto maacutequinas e equipamentosrdquo (efluente 1)
Induacutestria de baterias automotivas ndash que se enquadra na categoria de ldquofabricaccedilatildeo
de pilhas baterias e acumuladores eleacutetricosrdquo (efluente 2)
Induacutestria de galvanoplastia ndash que se enquadra na categoria de ldquofabricaccedilatildeo de
produtos de metal ndash exceto maacutequinas e equipamentosrdquo (efluente 3)
A preparaccedilatildeo da biomassa in natura foi realizada da seguinte maneira
ldquoO bagaccedilo de laranja foi triturado em um liquidificador lavado com aacutegua
de torneira ateacute que a soluccedilatildeo resultante natildeo apresentasse nenhum tipo de
coloraccedilatildeo enxaguado com aacutegua destilada e seco em estufa a 70ordmC por 8
horasrdquo (MONTANHER ROLLEMBERG 2011)
Importante ressaltar que os efluentes foram coletados antes de qualquer tratamento
preacutevio e que a lavagem da casca de laranja foi realizada ateacute que a soluccedilatildeo montante natildeo
apresentasse nenhuma coloraccedilatildeo para natildeo haver alteraccedilatildeo da cor final dos efluentes natildeo
havendo necessidade da realizaccedilatildeo de tal procedimento
Quando as autoras referem-se a bagaccedilo este pode ser igualmente comparado aos
resiacuteduos de laranja (cascabagaccedilosementes)
O ensaio para determinaccedilatildeo do iacutendice de adsorccedilatildeo foi realizado em sistema com 3 g de
bagaccedilo de laranja in natura na dosagem de 100 mL dos efluentes numa vazatildeo de 3 mL min-1
Na Tabela 26 verificam-se a quantidade de chumbo por litro incialmente presentes
nos efluentes os respectivos resultados obtidos a partir do tratamento realizado com
resiacuteduos de laranja in natura e os pH referentes agraves amostras brutas e tratadas
54
Tabela 26 ndash Resultados das anaacutelises para cada efluente
Tipos de efluentes Pb (mg L-1) pH
Efluente 1 (induacutestria de chapas metaacutelicas)
Antes do tratamento 944 388
Bagaccedilo in natura Nd 353
Efluente 2 (induacutestria de bateria automotiva)
Antes do tratamento 510 lt1
Bagaccedilo in natura 269 lt1
Efluente 3 (induacutestria de galvanoplastia)
Antes do tratamento Nd 238
Bagaccedilo in natura Nd 340
Nd ndash Natildeo detectado
Fonte adaptado MONTANHER ROLLEMBERG (2011)
Analisando a Tabela 26 observou-se que para o efluente 2 no qual o pH eacute aacutecido (lt
1) oriundo do uso de aacutecido sulfuacuterico para fabricaccedilatildeo de baterias a eficaacutecia natildeo foi a
esperada apresentando um resultado de apenas 5275 de adsorccedilatildeo de chumbo pelo
bagaccedilo de laranja in natura
Os resultados apresentados pelo efluente 1 podem ser analisados como excelentes
visto que a presenccedila de chumbo natildeo foi detectada ao final do processo
Jaacute o efluente 3 natildeo apresentou o metal chumbo na amostra bruta o que caracteriza
que as categorias industriais citadas neste trabalho apresentam possibilidades relativas de
poluiccedilatildeo com chumbo
Assim da afirmaccedilatildeo de Kuyucak e Volesky (1989) que diz que os valores de pH
afetam o processo de biossorccedilatildeo e com os dados obtidos na Tabela 26 eacute possiacutevel notar que
haacute desempenho significativo para valores de pH em torno 35 Assim pode-se afirmar que
a faixa oacutetima de pH para realizaccedilatildeo de biossorccedilatildeo de chumbo pelo resiacuteduo da laranja varia
de aproximadamente 35 ateacute 7 visto que para valores acima desse limite ocorre a formaccedilatildeo
de hidroacutexido de chumbo (SKOOG et al 2006) Valores mais especiacuteficos da faixa oacutetima de
pH podem ser obtidos atraveacutes da realizaccedilatildeo de mais experimentos e anaacutelises
Para a elaboraccedilatildeo desta pesquisa outros projetos trabalhos anaacutelises e ensaios foram
consultados com o intuito de corroborar partes teoacutericas no entanto as conclusotildees
apresentadas por estes natildeo foram consideradas no presente item pois todas as anaacutelises com os
respectivos resultados foram obtidos a partir de um efluente artificialmente contaminado por
chumbo o que natildeo condiz com o objetivo primeiro deste trabalho isto eacute anaacutelise da
possibilidade de implantaccedilatildeo de uma simbiose industrial
55
531 Reduccedilatildeo do tamanho do resiacuteduo
A reduccedilatildeo dos resiacuteduos ateacute que estes apresentem-se em forma de um poacute eacute
importante visto que haacute um aumento da superfiacutecie de contato induzindo uma maior
eficiecircncia no processo de biossorccedilatildeo por meio da aceleraccedilatildeo da velocidade de reaccedilatildeo
(ATKINS JONES 2006)
Assim mesmo este sendo o primeiro processo realizado na preparaccedilatildeo dos resiacuteduos
na pesquisa citada no item anterior o presente toacutepico buscou tecnologias que promoveriam
a cominuiccedilatildeo de resiacuteduos jaacute secos visto que de acordo com Fellows (2006) o processo de
transformaccedilatildeo de alimentos em poacute eacute facilitado quando ocorrido nesse estado
A seguir satildeo descritos alguns equipamentos utilizados para reduzir o tamanho de
alimentos secos de acordo com Fellows (2006)
Moinho de bolas ndash cilindros de accedilo que giram lentamente utilizados para produzir
poacutes
Moinho de discos ndash empregam forccedilas de cisalhamento na moagem fina ou forccedilas
de cisalhamento mais impacto para moagem grosseira
Moinho de martelos ndash utilizado para mateacuterias cristalinos e fibrosos os quais satildeo
desintegrados pela accedilatildeo dos martelos
532 Desidrataccedilatildeo do resiacuteduo
De acordo com Fellows (2006) desidrataccedilatildeo eacute definida como a aplicaccedilatildeo de calor
sob condiccedilotildees controladas com a finalidade de remover aacutegua normalmente presente nos
alimentos Alguns equipamentos a ar quente definidos por Fellows (2006) satildeo
Secadores de caixa ndash podendo ter vaacuterios metros de altura permite que a umidade
seja uniformizada poreacutem eacute importante que o alimento seja suficientemente resistente para
resistir agrave compressatildeo
56
Secadores de cacircmara ndash utilizados para pequenas escalas de produccedilatildeo (1 a 20 t d-1)
apresentam baixo custo de implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo muitas vezes necessitam de auxiacutelio
de outros tipos de secadores
Secadores de tuacutenel ndash apresentam capacidade para secar grandes quantidades de
alimento em curtos periacuteodos de tempo necessitam de auxiacutelio dos secadores de caixa
Secadores transportadores ndash utilizados para secagem em grande escala (55 t h-1)
secagem finalizada em secadores de caixa
Secadores de leito fluidizado ndash distribuem ar em alta velocidade de forma
homogecircnia pela cacircmara fazendo com que o alimento fique suspenso no ar sendo
vigorosamente agitado
Secadores de forno ndash construccedilotildees de dois andares que requerem alto custo de
implementaccedilatildeo e matildeo de obra
Secadores pneumaacuteticos ndash apresentam baixas taxas de investimento inicial e
manutenccedilatildeo e altas taxas de secagem Sua produtividade varia de 10 kg h-1 a 25 t h-1
Frequentemente utilizados apoacutes secador por spray
Secadores rotatoacuterios ndash altas taxas de secagem indicado para alimentos que
entrelaccedilam e aglomeram nos secadores de esteira
Secadores em spray ndash apresentam como vantagens a secagem raacutepida e a produccedilatildeo
contiacutenua baixos custos de matildeo de obra e operaccedilatildeo poreacutem apresentam elevado custo
inicial
Secagem solar ndash operaccedilatildeo de processamento agriacutecola mais utilizada no mundo
geralmente os alimentos satildeo dispostos ao ar livre Meacutetodos sofisticados utilizam-se da
energia solar para realizar a secagem dos alimentos Tecnologias simples e baratas sem
necessidade de energia ou matildeo de obra
A desidrataccedilatildeo tem por objetivo o prolongamento da vida uacutetil inibindo atividade
enzimaacutetica e crescimento microbiano poreacutem a temperatura de processamento costuma natildeo
ser suficiente para inativaccedilatildeo destes assim se houver aumento do teor de umidade durante
a estocagem ocorreraacute raacutepida deterioraccedilatildeo da mateacuteria em questatildeo A estocagem do material
desidratado deve ser realizada em local limpo (reduccedilatildeo dos meios contaminantes) e arejado
(o qual impediria a proliferaccedilatildeo de animais e micro-organismos) (FELLOWS 2006)
57
6 ANAacuteLISES E DISCUSSOtildeES DE DADOS
61 Aacuterea de estudo
Para realizaccedilatildeo deste estudo foi selecionado o municiacutepio de Bebedouro que estaacute
situado no norte do estado de Satildeo Paulo Pertencendo agrave microrregiatildeo da Serra de
Jaboticabal e mesorregiatildeo de Ribeiratildeo Preto Bebedouro possui uma aacuterea de 683192 Kmsup2
e uma populaccedilatildeo de aproximadamente 78000 habitantes (Figura 10) O clima eacute tropical e
ameno com temperatura em torno de 23 graus Celsius (IBGE c2014 IZIDORO FILHO
1991)
Figura 10 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea de estudos
Fonte IBGE (2010)
A origem do nome da cidade eacute devido a um coacuterrego conhecido como Bebedor o
qual servia de parada para tropeiros boiadeiros e animais que demandavam do sertatildeo para
Jaboticabal (IBGE c2014 CIDADES 2015)
De acordo com Izidoro Filho (1991) a citricultura ainda desempenha papel
importante para o municiacutepio pois Bebedouro estaacute entre os dez maiores produtores de laranja
do estado de Satildeo Paulo apesar de jaacute ter sido o maior produtor em 1988 Por esta razatildeo ainda
58
hoje possui a alcunha de ldquoCapital Nacional da Laranjardquo (GALINARI 2015) Na Tabela 27
verificam-se dados coletados do IBGE (2012) referentes agrave cultura de laranja no municiacutepio
Tabela 27 ndash Dados da produccedilatildeo de laranja em Bebedouro
Quesito Quantidade Unidade
Aacuterea colhida 8000 Hectares
Aacuterea destinada agrave colheita 8000 Hectares
Quantidade produzida 269688 Toneladas
Rendimento meacutedio 33711 Quilograma por hectare
Valor da produccedilatildeo 47069 Mil reais
Fonte IBGE (2012)
62 Processamento dos resiacuteduos de laranja
De acordo com pesquisa realizada por Montanher e Rollemberg (2011) citada e
descrita no item 64 afirma-se que os processos necessaacuterios agrave utilizaccedilatildeo dos resiacuteduos de
laranja como meacutetodo de tratamento de efluente satildeo a trituraccedilatildeo e a desidrataccedilatildeo destes
A partir do levantamento de dados realizado nos itens 632 e 633 aconselha-se a
utilizaccedilatildeo das seguintes teacutecnicas no caso especiacutefico deste trabalho
1) Secagem solar ndash apresenta como vantagens a natildeo utilizaccedilatildeo de energia eleacutetrica e
operaccedilatildeo que natildeo necessita de matildeo de obra qualificada Secadores solares podem ser
manufaturados gerando diminuiccedilatildeo do custo inicial
2) Moinho de martelos ndash visto que os resiacuteduos de laranja satildeo materiais fibrosos
esse eacute o moinho que melhor se adequa ao propoacutesito de cominuiccedilatildeo do material Apresenta
custo inicial variando de R$ 900000 agrave R$ 4500000 de acordo com pesquisa realizada no
cataacutelogo online da MF RURAL (2015)
63 Reator e flotador
Como elucidado pela literatura o processo de biossorccedilatildeo ocorre de maneira
homogecircnea quando em condiccedilotildees ambiente controladas as quais satildeo providenciadas por
reatores contiacutenuos
59
Portanto propotildee-se a utilizaccedilatildeo de um reator de leito fixo em virtude desse permitir
a recirculaccedilatildeo da biomassa no reator facilitada pela propriedade de dessorccedilatildeo do metal que
essa apresenta (SEOLATTO et al 2009) o que reduziria a demanda do resiacuteduo de laranja
Aleacutem do mais o reator apresenta outras vantagens como a faacutecil operaccedilatildeo e o pequeno
porte
De acordo com o cataacutelogo da Sigma-Aldrich (c2015) o valor de reator de leito fixo
varia de acordo com a capacidade do frasco e do funil variaccedilatildeo que pode ser verificada na
Tabela 28
Tabela 28 ndash Valores do reator de leio fixo
Capacidade do frasco (mL) Capacidade do funil (mL) Valor (R$)
500 60 2381000
1000 120 2416000
3000 150 3590000
5000 500 3804000
Fonte elaborada a partir de dados da SIGMA-ALDRICH (c2015)
O processo de tratamento utilizando o presente reator pode ocorrer tanto em
batelada quando continuamente
Outra alternativa seria o uso combinado dos processos de biossorccedilatildeo com flotaccedilatildeo
denominado de bioflotaccedilatildeo no qual o biorreagente eacute aplicado diretamente no sistema
flotador De acordo com Calfa e Torem (2007) esse sistema tem sido amplamente
empregado e validado por diversos autores sendo que a flotaccedilatildeo por ar disperso e por ar
dissolvido satildeo as mais empregadas em sistemas combinados A influecircncia do tempo no
processo de flotaccedilatildeo das biomassas jaacute carregadas com o metal foi verificada e conclui-se
que o processo ocorre muito rapidamente atingindo quase 100 de remoccedilatildeo das
biomassas em 1 minuto (CALFA TOREM 2007) Os autores ainda afirmam que aleacutem de
pesquisas em escala de bancada jaacute existem sistemas comerciais de biossorccedilatildeo disponiacuteveis
inclusive com diversas patentes segundo estudos de Wase et al (1997) A Tabela 29
apresenta uma relaccedilatildeo de flotadores
60
Tabela 29 ndash Especificaccedilotildees dos flotadores de ar dissolvido
Modelo (mL) Capacidade (m3 h-1) Valor (R$) [1]
JDF FAD 2 1 a 2 3500000
JDF FAD 5 5 a 8 8000000
JDF FAD 15 10 a 20 12500000
[1] cotaccedilatildeo realizada com a empresa JDF
Fonte elaborada a partir de dados da JDF (2015)
O uso do flotador apresenta aleacutem de faacutecil operaccedilatildeo baixo consumo de energia
64 Induacutestria 1
A induacutestria 1 gera 07 m3 d-1 de efluente industrial com 257 mg L-1 de chumbo
assim aproximadamente 179 kg desse metal eacute transportado pelo efluente por dia Esta
possui estaccedilatildeo de tratamento de efluente com correccedilatildeo de pH e agitaccedilatildeo mecacircnica
floculaccedilatildeo mecacircnica e filtraccedilatildeo
O efluente depois de tratado apresenta a quantidade de 0305 mg L-1 de chumbo
sugerindo diminuiccedilatildeo de aproximadamente 159 kg (89) do metal no efluente gerado11 o
que o enquadra dentro dos limites da Resoluccedilatildeo CONAMA 43011 (BRASIL 2011) e Lei
Estadual 99776 (SAtildeO PAULO 1976)
De acordo com Eckenfelder (2000) as tecnologias para remoccedilatildeo de metais pesados
de efluentes industriais satildeo precipitaccedilatildeo convencional (hidroacutexido sulfeto carbonato e
coprecipitaccedilatildeo) precipitaccedilatildeo melhorada (dimetil carbonato dietil carbonato e sal
trisodium) troca-iocircnica adsorccedilatildeo filtraccedilatildeo por membrana e meacutetodos eletromecacircnicos
Portanto o meacutetodo de correccedilatildeo de pH efetuado pela referida ocasionado provavelmente
pela adiccedilatildeo de carbonatos eacute tambeacutem uma forma de remoccedilatildeo de metais pesados da aacutegua
Supondo que a induacutestria utiliza carbonato de soacutedio como processo de tratamento e
sabendo que o valor de mercado varia de R$ 700 a 120012 o quilo do produto eacute possiacutevel
calcular os potenciais gastos da induacutestria com o meacutetodo de tratamento atual Sabendo que
satildeo necessaacuterios 2 kg do produto carbonato de soacutedio para tratar 07 m3 d-1 de efluente
11 Natildeo foi especificado no MCE ou em anexos qual a destinaccedilatildeo final do efluente tratado Tambeacutem natildeo foi
especificado a quantidade de lodo gerado sua destinaccedilatildeo final ou se esse possui anaacutelises 12 Cotaccedilatildeo realizada pela SCS ndash Comercial e Serviccedilos de Quiacutemica
61
(ECKENFELDER 2000) a induacutestria gasta hoje entre R$ 7000 a 12000 por semana
aproximadamente
Poreacutem como os iacuteons metaacutelicos agora estatildeo presentes no lodo do tratamento por
causa da neutralizaccedilatildeo (BOTERO et al 2009) e sabendo que no MCE natildeo constam
quaisquer anaacutelises destinaccedilatildeo ou quantificaccedilatildeo desse pressupotildee-se que esse lodo pode
estar ocasionando contaminaccedilatildeo pelo metal chumbo visto que para destinaccedilatildeo adequada
satildeo necessaacuterias anaacutelises de enquadramento
Tal contaminaccedilatildeo pode estar ocorrendo no local de disposiccedilatildeo ou se o lodo estiver
sendo desaguado na rede coletora de esgotamento sanitaacuterio pode estar trazendo problemas
para o sistema de tratamento de esgoto referente visto que o processo de tratamento
realizado em Bebedouro eacute efetuado da seguinte forma trecircs lagoas de estabilizaccedilatildeo
constituiacutedo de uma lagoa anaeroacutebica duas lagoas facultativas um tanque de desinfecccedilatildeo
grade caixas de areia e escada de aeraccedilatildeo (SAAEB 2003) natildeo objetivando o tratamento
de efluentes industriais
641 Quantificaccedilatildeo do resiacuteduo de laranja
Mensurado o total de efluente industrial gerado no periacuteodo de um dia pela induacutestria
1 eacute possiacutevel quantificar os resiacuteduos de laranja necessaacuterios para que esta possa realizar o
processo de tratamento de efluentes utilizando-se do material orgacircnico em questatildeo Natildeo
levou-se em consideraccedilatildeo a recirculaccedilatildeo do resiacuteduo dentro do reator
A induacutestria 1 gera um total de 07 m3 d-1 com 257 mg L-1 de chumbo sabendo-se
que satildeo necessaacuterios 3 g de resiacuteduo seco de laranja por 100 mL de efluente com 94 mg L-1
de chumbo e considerando uma diminuiccedilatildeo de 70 do peso resiacuteduo depois de realizado
o processo de secagem solar considera-se que a induacutestria usaria em torno de 082 kg de
resiacuteduo de laranja uacutemido por dia para realizaccedilatildeo do tratamento do efluente contaminado
pelo metal chumbo
De acordo com a Tabela 8 o efluente gerado pela induacutestria 1 apresenta pH 6 que
conforme o item 53 apresenta-se dentro da faixa oacutetima de biossorccedilatildeo pelo resiacuteduo de
laranja
62
642 Transporte
O translado dos resiacuteduos de laranja do local de sua produccedilatildeo ateacute a induacutestria que o
utilizaria como meacutetodo de tratamento de efluente pode ser analisado a partir das
coordenadas geograacuteficas das induacutestrias e da plataforma Google Maps (c2015)
Trecircs rotas diferentes cujas quilometragens satildeo as menores possiacuteveis foram geradas
pela ferramenta virtual citada conforme a Tabela 30
Tabela 30 ndash Menores rotas possiacuteveis entre a induacutestria de suco e a induacutestria 1
Rota Distacircncia (km) Tempo (min)
1 46 8
2 48 9
3 46 9
Fonte elaborado a partir de dados GOOGLE MAPS (c2015)
O caacutelculo da massa requerida para o tratamento foi realizado no item 641
chegando-se ao valor de 082 kg d-1 de biomassa uacutemida assim considerando o transporte
de 150 kg de resiacuteduo que duraria em torno de 36 semana consecutivas de tratamento
realizado em dias uacuteteis e que a distacircncia meacutedia entre as induacutestrias eacute de 5 km o valor
sugerido para o translado do material acondicionado em duas bombonas plaacutesticas foi de R$
6500 (referenciado pelo peso do material) e mais uma taxa constante em nota fiscal
(sugerida em R$ 1000013) portanto um custo de R$ 16500
65 Consideraccedilotildees
O meacutetodo de tratamento proposto pelo presente trabalho teve os processos e
tecnologias necessaacuterias elucidados nos itens 62 e 63
A Tabela 32 apresenta item especiacutefico relacionado ao equipamento denominado
reator de leito fixo as propostas constantes tecircm por finalidade expor as tecnologias cujo
13 Informaccedilatildeo verbal fornecida por funcionaacuterio de uma empresa transportadora
63
custo fosse o maior possiacutevel com o propoacutesito de verificar o potencial teto de gastos que as
induacutestrias teriam caso adotassem a proposiccedilatildeo elucidada
No entanto as propostas constantes no item da Tabela 32 relacionadas ao flotador
de ar dissolvido foram selecionadas a partir da vazatildeo da induacutestria conforme as
especificaccedilotildees da Tabela 29 Como somente a induacutestria 1 apresentou valores de vazatildeo no
MCE esta relaccedilatildeo somente condiz a ela Com vazatildeo de 07 m3 d-1 o flotador mais
adequado compreende o modelo FAD 2 com 1 a 2 m3 h-1
Tabela 31 ndash Gastos com as tecnologias referentes
Equipamento Valor da Proposta 1 (R$) Valor da Proposta 2 (R$)
Secagem solar ndash ndash
Moinho de martelos 4500000 4500000
Reator de Leito Fixo de 5000 mL [1] 3804000 ndash
Flotador de ar dissolvido JDF FAD 2 [2] ndash 3500000
Custo inicial de implementaccedilatildeo 8304000 8000000
Transporte a cada 36 semanas [3] 16500 16500
[1] cotaccedilatildeo obtida pela Sigma-Aldrich [2] cotaccedilatildeo obtida pela empresa JDF [3] cotaccedilatildeo de transporte
considerado apenas para a induacutestria 1
Fonte proacuteprio autor
Para o reator de leito fixo o custo inicial de implementaccedilatildeo do sistema de
tratamento para ambas as induacutestrias girou em torno de R$ 8304000
Para a bioflotaccedilatildeo o custo inicial da induacutestria 1 girou em torno de R$80000
O custo de transporte para a induacutestria 1 eacute de R$ 16500 a cada 36 semanas o que
representa R$ 458 por semana e R$ 092 por dia caso a induacutestria opte por utilizar os
serviccedilos de uma empresa transportadora
Poreacutem o seguinte pode ser considerado na hipoacutetese de o translado ser possiacutevel de
ser efetuado pela mesma ocorreraacute consideraacutevel reduccedilatildeo no custo visto que este giraraacute em
torno do combustiacutevel gasto no percurso de ida e volta cuja pesquisa indicou uma
quilometragem aproximada de dez quilocircmetros
A Tabela 33 apresenta o balanccedilo de massa e energia diaacuterio referente ao tratamento
por biossorccedilatildeo para a induacutestria 1 considerando a aquisiccedilatildeo de um flotador por ar
dissolvido ou um reator de leito fixo
Tabela 32 ndash Balanccedilo de massa e energia diaacuterio proposto para a induacutestria 1
Componente Flotador por Ar Dissolvido Reator de Leito Fixo
Vazatildeo (m3) 070 070
64
Resiacuteduo de laranja (kg) 082 082
Tempo da biossorccedilatildeo (min) 5 a 15 [1] 35 [2]
Tempo equipamento (min) 21 a 42 35 [2]
Tempo total (min) 26 a 47 35 [2]
Consumo de Energia (kWh) 025 Nd
Custo de resiacuteduo (R$) 092 092
Custo de energia por dia (R$) [3] 008 Na
Custo total (R$) 200 092
Nd ndash natildeo disponiacutevel Na ndash natildeo avaliado [1] tempo determinado por Volesky e Nolan (1995) [2] tempo
estipulado conforme realizado por Montanher e Rollemberg (2011) [3] 1 kWh = 043341 R$ determinada
pela ANEEL conforme Resoluccedilatildeo Homologatoacuteria nordm 1858 publicada em 02 de marccedilo de 2015
Fonte proacuteprio autor
Nota-se a partir da Tabela 33 que o custo diaacuterio do tratamento proposto variou entre
R$ 092 e R$ 200 em torno de 85 a 91 menor que o custo do meacutetodo de tratamento
utilizado pois de acordo com as consideraccedilotildees realizadas no item 641 o custo diaacuterio
atual varia de aproximadamente R$ 1400 a R$ 240014
Como o meacutetodo de tratamento efetuado atualmente pela induacutestria 1 apresenta seacuterios
problemas com relaccedilatildeo a probabilidade de contaminaccedilatildeo o tratamento sugerido por ambas
as propostas pode ser identificado como meacutetodo de remediaccedilatildeo de tal passivo
Sendo assim qualquer accedilatildeo remediadora que seja instituiacuteda apresenta-se como
alternativa vaacutelida da problemaacutetica citada no item 651
14 Considerando uma semana uacutetil
65
7 CONCLUSAtildeO
Este trabalho procurou identificar a possibilidade da implementaccedilatildeo do processo de
simbiose industrial entre induacutestrias jaacute consolidadas em atividade no municiacutepio de
Bebedouro relacionando o uso de material residual orgacircnico produzido por determinada
induacutestria que seria utilizado como agente de biossorccedilatildeo em processos de tratamento de
aacutegua residuaacuteria industrial de uma outra ambas compartilhando pequena distacircncia
geograacutefica
Das distintas situaccedilotildees supostas a partir da identificaccedilatildeo da induacutestria geradora de
resiacuteduos de laranja e das induacutestrias potencialmente geradoras de efluente contaminado pelo
metal chumbo em Bebedouro (SP) detectou-se duas induacutestrias que se enquadravam nas
possibilidades de implementaccedilatildeo de um processo de simbiose industrial e consequente
proposiccedilatildeo do meacutetodo de tratamento (biossorccedilatildeo combinada com flotaccedilatildeo ou realizada em
reator de leito fluidizado)
Uma induacutestria (denominada 1) pocircde ter um pleno desenvolvimento quanto as
especificaccedilotildees que esclareceram as vantagens do meacutetodo de tratamento proposto
A partir dos dados levantados e analisados eacute possiacutevel citar como vantagens para ambas as
propostas de tratamento 1) a logiacutestica facilitada pela proximidade de ambas as induacutestrias
sendo essa favoraacutevel e com baixos custos 2) a significativa reduccedilatildeo do valor diaacuterio do
tratamento 3) a faacutecil operaccedilatildeo dos processos 4) destinaccedilatildeo ambiental adequada para
ambos os passivos ambientais (de laranja e de chumbo) 5) a capacidade de dessorccedilatildeo da
biomassa a qual possibilita a separaccedilatildeo do metal chumbo do resiacuteduo de laranja sendo
percebidos como um aprimoramento do uso dos recursos naturais Considera-se que a
simbiose industrial eacute um processo importante a ser considerado na busca pela minimizaccedilatildeo
dos impactos ambientais acarretados pelas correntes residuais uma vez que determina a
reinserccedilatildeo destes em outros processos produtivos Geradores que adotam a praacutetica da
simbiose industrial satildeo aqueles que visam os ganhos coletivos em detrimento do exclusivo
ganho individual
Vale ressaltar que mesmo para a identificaccedilatildeo desta uacutenica situaccedilatildeo foi necessaacuterio o
enfrentamento de diversos desafios principalmente de acesso a informaccedilotildees especiacuteficas
tanto na cadeia produtiva quanto das informaccedilotildees ambientais por parte das empresas
Considera-se necessaacuteria uma rigidez maior da CETESB com relaccedilatildeo aos dados fornecidos
pelas induacutestrias visto que o preenchimento do MCE natildeo segue normatizaccedilatildeo especiacutefica o
66
que dificulta a tabulaccedilatildeo de dados aleacutem de natildeo abranger toda as atividades produtivas
devido agrave falta de rigor nas anaacutelises dos teacutecnicos e engenheiros responsaacuteveis Assim
observou-se a necessidade de uma maior abertura no sentido da plena divulgaccedilatildeo de
informaccedilotildees ambientais por parte das empresas assim como a necessidade de organizaccedilatildeo
de um banco de dados que contenha informaccedilotildees da cadeia produtiva do consumo de
mateacuteria prima e insumos aos processos de geraccedilatildeo e especificaccedilatildeo de resiacuteduos e
contaminantes
67
8 SUGESTAtildeO PARA TRABALHOS FUTUROS
Como sugestatildeo para trabalhos futuros
Otimizaccedilatildeo das condiccedilotildees de pH para biossorccedilatildeo com casca de laranja
Elaboraccedilatildeo de questionaacuterios para as induacutestrias produtoras do suco e geradoras de
efluente contaminado pelo metal chumbo
Scale up do processo de biossorccedilatildeo com bioflotaccedilatildeo
Scale up do processo de biossorccedilatildeo com reator de leito fluidizado
68
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WEBER JUNIOR W J Physicochemical processes for water quality control 1st ed
New York Wiley-Interscience 1972 (Environmental science and technology a wiley-
interscience series of texts and monographs)
76
ANEXO A
Primeira carta encaminha para CETESB para solicitaccedilatildeo de informaccedilotildees
Obs As Tabelas informadas na carta abaixo foram omitidas para que as empresas natildeo
sejam expostas e aleacutem disso natildeo haacute autorizaccedilatildeopermissatildeo para a divulgaccedilatildeo dos nomes
Lorena 27 de agosto de 2015
Ilmo Senhor
Marcio Barbosa Tango
CETESB - Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo
Assunto Solicitaccedilatildeo de informaccedilotildees sobre os efluentes liacutequidos de induacutestrias quiacutemicas
metaluacutergicas e de produccedilatildeo de embalagens da produccedilatildeo de resiacuteduos em induacutestrias alimentiacutecias
todas do municiacutepio de Bebedouro
Viemos por meio deste solicitar a contribuiccedilatildeo da Companhia Ambiental do Estado de Satildeo
Paulo para o desenvolvimento do Trabalho de Conclusatildeo de Curso em Engenharia Ambiental
intitulado ldquoAnaacutelise da viabilidade em escala real da utilizaccedilatildeo do bagaccedilo da laranja como agente
biossorvente de chumbordquo sendo desenvolvido pela aluna Ludmila Manera Conti na Escola de
Engenharia de Lorena ndash EELUSP sob orientaccedilatildeo da Profa Dra Danuacutebia Caporusso Bargos
O referido Trabalho de Conclusatildeo de Curso tem como objetivo fazer um levantamento das
induacutestrias com potencial para utilizaccedilatildeo do bagaccedilo da laranja como agente biossortivo Assim para
o alcance dos objetivos propostos eacute necessaacuterio o conhecimento de algumas informaccedilotildees presentes
no Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento referente agraves induacutestrias identificadas na Tabela
1 em anexo Tais informaccedilotildees referentes ao ldquoBalanccedilo hiacutedricordquo a saber
Efluentes (sanitaacuterio industrial outros e total de efluentes) a) Consumovazatildeo meacutedia b)
Consumovazatildeo maacutexima c) Eacutepoca d) Consumovazatildeo miacutenima
Dos ldquoEfluentes liacutequidosrdquo a saber a) Despejos (Identificaccedilatildeo Descriccedilatildeo Contiacutenuo ndash vazatildeo e
meacutetodo Descontiacutenuo ndash periodiacutecidade volume duraccedilatildeo) b) Vazatildeo total de despejos c) Vazatildeo de
recirculaccedilatildeo d) Vazatildeo de lanccedilamento e) Disposiccedilatildeo final (Descriccedilatildeo Nome do riolinhas de
despejo)
Do ldquoResumo de lanccedilamentosrdquo a saber a) Despejo (Identificaccedilatildeo Descriccedilatildeo) b) Poluente c)
Concentraccedilatildeo bruta d) Unidade de medida e) Concentraccedilatildeo final f) Unidade de medida g)
Unidades de tratamento (Sequecircncia Descriccedilatildeo Quantidade)
Da geraccedilatildeo de resiacuteduos industriais referentes a Tabela 2 em anexo da parte ldquoResiacuteduos
soacutelidosrdquo a) Identificaccedilatildeo b) Coacutedigo resiacuteduo c) Descriccedilatildeoorigem do resiacuteduo d) Classe e) Estado
77
fiacutesico f) Quantidade anual g) Unidade h) Composiccedilatildeo aproximada i) Meacutetodo utilizado j)
Aspecto geral
Declaramos que as informaccedilotildees solicitadas seratildeo objeto uacutenica e exclusivamente de pesquisa
acadecircmica sendo devidamente creditadas e natildeo havendo qualquer finalidade comercial no uso das
mesmas
Registramos ainda a importacircncia deste apoio para a realizaccedilatildeo deste trabalho que seraacute
inclusive posteriormente divulgado em formato digital e analoacutegico por meio da sua
disponibilizaccedilatildeo no sistema de bibliotecas da USP como uma contribuiccedilatildeo da Universidade para a
aacuterea de gerenciamentogestatildeo de resiacuteduos e efluentes uma vez que como propomos o resiacuteduo de
uma induacutestria pode ser considerado mateacuteria em processo de outras induacutestrias caracterizando o
iniacutecio de um processo de simbiose industrial
Solicitamos que o envio das informaccedilotildees solicitadas seja realizado preferencialmente por meio
de correio eletrocircnico ndash danubiacbargosuspbr eou ludmillaalunoseeluspbr Em caso da
impossibilidade de envio das informaccedilotildees da forma sugerida segue endereccedilo institucional
AC Profa Danuacutebia Caporusso Bargos Departamento de Ciecircncias Baacutesicas e Ambientais
Escola de Engenharia de Lorena ndash EELUSP Estrada Municipal do Campinho snordm CEP 12602-
810 - Lorena-SP
Desde jaacute antecipamos nossos agradecimentos e nos colocamos agrave disposiccedilatildeo para os
esclarecimentos adicionais que se fizerem necessaacuterios
Atenciosamente
Profa Dra Danuacutebia Caporusso Bargos
Escola de Engenharia de Lorena (EELUSP)
Departamento de Ciecircncias Baacutesicas e Ambientais
Telefone +55 (12) ndash 3159-5094
E-mail danubiacbargosuspbr
Ludmilla Manera Conti
Graduanda em Engenharia Ambiental
Endashmail ludmillaalunoseeluspbr
78
ANEXO B
Segunda carta encaminha para CETESB para confirmaccedilatildeo de vistas de processos
Lorena 01 de outubro de 2015
Ilmo Senhor Marcio Barbosa Tango e Senhora Letiacutecia Franco Leonel
CETESB - Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo
Assunto vistas de processos de licenciamento
Venho por meio deste agradecer a atenccedilatildeo e presteza desta Companhia no atendimento agrave
minha solicitaccedilatildeo de vistas de processos para coleta de informaccedilotildees sobre os efluentes liacutequidos de
induacutestrias quiacutemicas metaluacutergicas e de produccedilatildeo de embalagens da produccedilatildeo de resiacuteduos em
induacutestrias alimentiacutecias do municiacutepio de Bebedouro Tal solicitaccedilatildeo eacute feita por motivo de
desenvolvimento do Trabalho de Conclusatildeo de Curso em Engenharia Ambiental intitulado
ldquoAnaacutelise da viabilidade em escala real da utilizaccedilatildeo do bagaccedilo da laranja como agente biossorvente
de chumbordquo desenvolvido pela aluna Ludmila Manera Conti na Escola de Engenharia de Lorena ndash
EELUSP sob minha orientaccedilatildeo
Devido a compromissos previamente assumidos na Instituiccedilatildeo pela qual sou docente natildeo
seraacute possiacutevel comparecer agrave agecircncia da Barretos nesta data para a realizaccedilatildeo da vista dos processos
cujos nuacutemeros segue em anexo Assim sou representada pela aluna Ludmila Manera Conti que estaacute
apta a fazecirc-lo
Novamente agradeccedilo a atenccedilatildeo e coloco-me agrave disposiccedilatildeo para quaisquer esclarecimentos
adicionais que se fizerem necessaacuterios
Atenciosamente
Profa Dra Danuacutebia Caporusso Bargos
Escola de Engenharia de Lorena (EELUSP)
Departamento de Ciecircncias Baacutesicas e Ambientais
Telefone +55 (12) ndash 3159-5094
E-mail danubiacbargosuspbr
ABSTRACT
CONTI L M Proposal for industrial symbiosis in the city of Bebedouro (SP) by a
bisorption process using orange waste 2015 79 p Monograph (TCC II) ndash Escola de
Engenharia de Lorena Universidade de Satildeo Paulo Lorena 2015
The development of this study aimed to identify the possibility of implementing an
industrial symbiosis from a proposal for implementation of orange waste (pulp peel and
seed) as lead metal biosorption agent in wastewater generated by industries located in the
city of Bebedouro state of Satildeo Paulo Specific industrial activities of this city have higher
potential environmental disturbances due to contamination by lead metal in their
wastewater As correctional action biosorption was presented as an efficient method for
lead removal from water and wastewater as well as provide specific disposal of plant
biomass also has great economic viability due it has low market price The industrial
symbiosis process tool that allows integration of industries with respect to the
recirculation of waste materials would promote the integration between the units that
provides biomass to another that utilizes as a treatment method The methodology applied
in the development of this research can be described into the steps a) data the state orange
production as well as their epicenters of production and consumption b) industry selection
that would perform the processing of orange fruit c) mapping the types of industries that
potentially would present the lead metal in analysis of their wastewater d) inventory of
industries with such pollution potential e) analysis of data related to the effluents of these
industries f) preparation of proposed industrial symbiosis between industries generates of
orange waste and industries potentially polluting that could benefit from the use of these
processes in their treatment of wastewater contaminated with lead metal g) optimizing the
environmental gains of both parties Although the many challenges encountered during this
work especially about access to specific information on the generation and management of
industrial waste of the units studied the results suggest the possibility of implementing a
process of industrial symbiosis between industries in the city of Bebedouro
Keywords Biosorption Biomass Industrial Symbiosis
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 ndash Diagrama do processo de simbiose em Kalundborg 1961 a 1989 16
Figura 2 ndash Simbioses industriais observada no distrito industrial de Kalundborg nos dias
atuais 17
Figura 3 ndash Os trecircs niacuteveis de operaccedilatildeo da Ecologia Industrial 17
Figura 4 ndash Extraccedilatildeo uso e disposiccedilatildeo final de chumbo em 1990 em milhares de toneladas
20
Figura 5 ndash Disposiccedilatildeo dos municiacutepios produtores de laranja no Estado de Satildeo Paulo 30
Figura 6 ndash Setores do cinturatildeo citriacutecola 31
Figura 7 ndash Localizaccedilatildeo das filiais das induacutestrias de suco de laranja (A B e C) 33
Figura 8 ndash Induacutestria de suco geradora de resiacuteduos de laranja localizada na cidade de
Bebedouro 35
Figura 9 ndash Induacutestrias com potencial poluidor 43
Figura 10 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea de estudos 57
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 ndash Localizaccedilatildeo das unidades das induacutestrias A B e C 32
Quadro 2 ndash Relaccedilatildeo entre categorias industriais americanas e brasileiras 38
Quadro 3 ndash Categorias e subcategorias industriais de acordo com o IBGE 39
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 ndash Paracircmetros para controle bioloacutegico da exposiccedilatildeo ocupacional 21
Tabela 2 ndash Padrotildees de lanccedilamento de efluentes contendo chumbo em corpos drsquoaacutegua e em
redes coletoras de esgoto 22
Tabela 3 ndash Cidades integrantes do cinturatildeo citriacutecola consideradas no levantamento de
induacutestrias de suco 34
Tabela 4 ndash Nuacutemero de induacutestrias de acordo com as subcategorias industriais do IBGE 40
Tabela 5 ndash Induacutestrias com potencial poluidor por chumbo localizadas na cidade de
Bebedouro ndash SP 42
Tabela 6 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 1 44
Tabela 7 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 1 44
Tabela 8 ndash Anaacutelise do efluente proveniente da metalurgia de metais natildeo ferrosos antes e apoacutes
tratamento 45
Tabela 9 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 2 45
Tabela 10 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 3 45
Tabela 11 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 3 46
Tabela 12 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 5 46
Tabela 13 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 5 47
Tabela 14 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 6 47
Tabela 15 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 6 48
Tabela 16 ndash resultado do ensaio para massa bruta 48
Tabela 17 ndash resultado do ensaio para lixiviaccedilatildeo 49
Tabela 18 ndash resultado do ensaio para solubilizado 49
Tabela 19 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 7 49
Tabela 20 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 7 50
Tabela 21 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 8 50
Tabela 22 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 8 51
Tabela 23 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 9 51
Tabela 24 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 9 51
Tabela 25 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 11 52
Tabela 26 ndash Resultados das anaacutelises para cada efluente 54
Tabela 27 ndash Dados da produccedilatildeo de laranja em Bebedouro 58
Tabela 28 ndash Valores do reator de leio fixo 59
Tabela 29 ndash Especificaccedilotildees dos flotadores de ar dissolvido 60
Tabela 30 ndash Menores rotas possiacuteveis entre a induacutestria de suco e a induacutestria 1 62
Tabela 31 ndash Menores rotas possiacuteveis entre a induacutestria de suco e a induacutestria 6 Erro
Indicador natildeo definido
Tabela 32 ndash Gastos com as tecnologias referentes 63
Tabela 33 ndash Balanccedilo de massa e energia diaacuterio proposto para a induacutestria 1 63
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 13
2 OBJETIVOS 14
21 Principal 14
22 Especiacuteficos 14
3 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA 15
31 Desenvolvimento sustentaacutevel 15
311 Simbiose industrial 15
32 Chumbo 19
321 Legislaccedilatildeo especiacutefica relacionada a descarga de efluentes 22
322 Tratamento para efluentes com metais 22
323 Biossorccedilatildeo 23
324 A laranja como adsorvente 24
4 METODOLOGIA 26
41 Levantamento bibliograacutefico 26
42 Levantamento e anaacutelise da produccedilatildeo de laranja no Estado de SP 27
43 Levantamento e anaacutelise das induacutestrias com potencial poluidor 28
44 Exposiccedilatildeo do meacutetodo de tratamento aplicado na induacutestria 29
5 LEVANTAMENTO DE DADOS 30
51 Distribuiccedilatildeo da produccedilatildeo de laranja no estado de Satildeo Paulo 30
511 Distribuiccedilatildeo do consumo de laranja no estado de SP 31
512 Seleccedilatildeo da induacutestria de suco 33
5121 Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento (MCE) 35
52 Categorias industriais de acordo com o tipo de efluente gerado 36
521 Levantamento das induacutestrias com potencial poluidor 41
5211 Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento (MEC) 43
53 Biossorccedilatildeo 53
531 Reduccedilatildeo do tamanho do resiacuteduo 55
532 Desidrataccedilatildeo do resiacuteduo 55
6 ANAacuteLISES E DISCUSSOtildeES DE DADOS 57
61 Aacuterea de estudo 57
62 Processamento dos resiacuteduos de laranja 58
63 Reator e flotador 58
64 Induacutestria 1 60
641 Quantificaccedilatildeo do resiacuteduo de laranja 61
642 Transporte 62
65 Induacutestria 6 Erro Indicador natildeo definido
651 Quantificaccedilatildeo do resiacuteduo de laranja Erro Indicador natildeo definido
652 Transporte Erro Indicador natildeo definido
66 Consideraccedilotildees 62
7 CONCLUSAtildeO 65
8 SUGESTAtildeO PARA TRABALHOS FUTUROS 67
REFEREcircNCIAS 68
ANEXO A 76
ANEXO B 78
13
1 INTRODUCcedilAtildeO
Considerando o modelo atual de desenvolvimento da sociedade como sendo
representado por um sistema aberto o qual necessita de uma fonte contiacutenua e inesgotaacutevel
de mateacuteria e energia (BRAGA et al 2002) e com um aumento das emissotildees de poluentes
em todo o mundo a busca por medidas remediadoras para melhoria das condiccedilotildees
ambientais torna-se cada vez maior
Como um exemplo de medida remediadora temos a pesquisa e desenvolvimento de
teacutecnicas que possibilitem a retirada de metais pesados do meio aquoso uma delas a
biossorccedilatildeo aleacutem de promover a destinaccedilatildeo a biomassas vegetais resultantes de processos
produtivos tambeacutem apresenta alto iacutendice de funcionalidade
Umas das biomassas vegetais cuja produccedilatildeo eacute abundante no estado de Satildeo Paulo eacute a
proveniente da fruta laranja e os resiacuteduos desta sejam eles casca bagaccedilo ou sementes jaacute
foram analisados em estudos desenvolvidos por diferentes pesquisadores tais como
Massocatto et al (2009) e Almeida et al (2012) cujos resultados atestaram eficiecircncia
elevada quanto a biossorccedilatildeo especialmente do metal pesado chumbo
Diante do exposto o presente trabalho visa apresentar uma proposta de integraccedilatildeo
entre induacutestrias do municiacutepio de Bebedouro localizado no estado de Satildeo Paulo que
proveriam resiacuteduo de laranja para aquelas que poderiam utilizaacute-lo como meacutetodo de
tratamento de aacuteguas residuaacuterias aplicando dessa forma o conceito de Simbiose Industrial
que apresenta como fundamentos as oportunidades de conexatildeo oferecidas pela disposiccedilatildeo
geograacutefica das induacutestrias e aperfeiccediloamento do uso de mateacuteria e energia (CHERTOW
2000 GANER 1995)
14
2 OBJETIVOS
21 Principal
O presente trabalho propotildee identificar a possibilidade de implementaccedilatildeo de uma
simbiose industrial entre induacutestrias do municiacutepio de BebedourondashSP
22 Especiacuteficos
Para o incremento do objetivo exposto tornou-se necessaacuterio o alcance de objetivos
especiacuteficos tais como
Identificar as induacutestrias geradoras dos resiacuteduos soacutelidos de laranja e induacutestrias que
poderiam beneficiar-se com a utilizaccedilatildeo destes nos processos de tratamento de seus
efluentes contaminados com o metal chumbo
Avaliar os processos jaacute colocados em praacutetica por induacutestrias com potencial poluidor
para tratamento dos efluentes contaminados com o metal chumbo
Analisar os dados teacutecnicos para avaliaccedilatildeo do potencial das induacutestrias selecionadas
para a proposiccedilatildeo de arranjos institucionais que propiciem a integraccedilatildeo e a simbiose entre
induacutestrias do municiacutepio de Bebedouro
15
3 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA
31 Desenvolvimento sustentaacutevel
Algumas propostas da Lei nordm 1230510 (BRASIL 2010a) que institui a Poliacutetica
Nacional dos Resiacuteduos Soacutelidos (PNRS) satildeo a prevenccedilatildeo a reutilizaccedilatildeo e a reduccedilatildeo de
resiacuteduos as quais satildeo necessaacuterias para o cumprimento e efetividade da lei Paralelamente a
este ideal uma incitaccedilatildeo atual eacute a articulaccedilatildeo de um sistema de produccedilatildeo circular
denominado cradle to cradle (que significa ldquodo berccedilo ao berccedilordquo) que consiste na produccedilatildeo
zero de rejeitos no qual a mateacuteria residual de um processo exerceria uma funccedilatildeo em outro
(CCPII c2014) A partir desses preceitos busca-se o alinhamento do desenvolvimento
econocircmico e industrial agrave proteccedilatildeo do meio ambiente e o bem-estar humano ou seja o
desenvolvimento sustentaacutevel
Conforme definiccedilatildeo ldquodesenvolvimento sustentaacutevel eacute aquele que atende as
necessidades das geraccedilotildees atuais sem comprometer a capacidade das geraccedilotildees futuras de
atenderem as suas necessidades e aspiraccedilotildeesrdquo (UNITED NATIONS 1987)
De acordo com Fet e Michelsen (2002) ldquona natureza um sistema ecologicamente
sustentaacutevel eacute uma teia complexa de organismos no qual as mateacuterias e os resiacuteduos
conformam um ciclordquo Frosch e Gallopoulos (1989) agrave vista desse conceito desenvolveram
o ideal de ecossistema industrial o qual funcionaria analogamente aos sistemas
ecologicamente sustentaacuteveis os resiacuteduos gerados por uma companhia podemdevem ser
usufruiacutedos como recurso por outra correspondendo a um ciclo fechado de mateacuteria e
energia
311 Simbiose industrial
Em 1989 uma associaccedilatildeo de filiais de diferentes induacutestrias que realizavam uma
extensa partilha de recursos foi descoberta na Dinamarca O que foi denominado na eacutepoca
16
de ldquoa simbiose industrial em Kalundborgrdquo forneceu a possibilidade da realizaccedilatildeo concreta
dos ecossistemas industriais proposto por Frosch e Galloupolos em 1989 (CHERTOW
2007) Poreacutem analogamente ao ciclo residual fechado proposto pelos ecossistemas
industriais os fundamentos para a simbiose industrial satildeo a colaboraccedilatildeo e as
oportunidades de coesatildeo oferecidas pela proximidade geograacutefica (CHERTOW 2000)
aleacutem do uso aprimorado dos recursos naturais e reduccedilatildeo da produccedilatildeo de resiacuteduos finais
(GANER 1995) Assim considera-se que a simbiose industrial eacute um passo para a
realizaccedilatildeo do objetivo maior que seria o alcance de um ecossistema industrial
A ldquosimbioserdquo observada em 89 no distrito industrial de Kalundborg ocorreu de
modo gradual e sem uma concepccedilatildeo especiacutefica as induacutestrias empenharam-se no uso
econocircmico de seus subprodutos e minimizaram custos em conformidade agraves novas
regulamentaccedilotildees ambientais (EHRENFELD GERTLER 1997) A Figura 1 apresenta o
diagrama do distrito industrial de Kalundborg
Figura 1 ndash Diagrama do processo de simbiose em Kalundborg 1961 a 1989
Fonte adaptado de KALUNDBORG SYMBIOSIS (2015)
No decorrer dos anos e fazendo jus aos sistemas naturais o distrito industrial
desenvolveu-se de modo que novas relaccedilotildees conexotildees e empresas foram se estabelecendo
trazendo cada vez mais proacuteximo o ideal de ecossistema industrial tal como apresentado
na Figura 2
Existem ainda outros exemplos de processos de simbioses industriais que
aconteceram naturalmente ao redor do mundo como em Jyvaumlskylauml na Finlacircndia e Sytiria
na Aacuteustria (CHERTOW 2000)
17
Figura 2 ndash Simbioses industriais observada no distrito industrial de Kalundborg nos dias atuais
Fonte adaptado de KALUNDBORG SYMBIOSIS (2015)
Ehrenfeld e Gertler (1997) afirmaram que o ramo emergente da ecologia industrial
une os preceitos citados a outros como por exemplo o metabolismo industrial (cuja
elucidaccedilatildeo seraacute realizada mais adiante) trazendo-os como forma simplificada de
operacionalizaccedilatildeo de projetos desenvolvendo uma estrutura que identifica e implementa
estrateacutegias que visam agrave manutenccedilatildeo dos paradigmas ambientais almejando o
desenvolvimento industrial alicerccedilado ao desenvolvimento sustentaacutevel
Na Figura 3 eacute possiacutevel observar de modo linear o que Grann (1997) alegou em que
a simbiose industrial revela-se como um meacutetodo funcional da aplicaccedilatildeo do conceito
sustentaacutevel de desenvolvimento
Figura 3 ndash Os trecircs niacuteveis de operaccedilatildeo da Ecologia Industrial
Fonte adaptado de CHERTOW (2000)
18
Conforme a Figura 3 e de acordo com Chertow (2000) constata-se a existecircncia de
trecircs grandes aacutereas de operaccedilatildeo da ecologia industrial bem como alguns exemplos de
instrumentos de cada uma
1 Empresa ndash refere-se ao desenvolvimento de medidas que podem ser exercicidas
dentro da empresa tais como
Eco-design ndash estrateacutegia de design que visa a reduccedilatildeo das perdas ambientais
utilizada principalmente no desenvolvimento de novos produtos (GARNER
KEOLEIAN 1995)
Prevenccedilatildeo agrave poluiccedilatildeo ndash uniatildeo de princiacutepios que tem por finalidade a prevenccedilatildeo agrave
geraccedilatildeo de resiacuteduos antes do iacutenicio do processo industrial (CHERTOW 2000)
Economia verde ndash este novo campo da contabilidade se desvencilha-se da
contabilidade tradicional propondo-se a trazer informaccedilotildees mais exatas sobre o
ldquocustos ambientaisrdquo das empresas cuja influecircncia deve alcanccedilar o campo dos
negoacutecios relacionando-se a ldquoqualidade verderdquo do produto ou serviccedilo (RICHARDS
FROSCH 1997)
2 Inter-empresas ndash medidas que podem ser tomadas a partir da relaccedilatildeo entre
induacutestrias que encontram-se geograficamente proacuteximas tais como
Simbiose industrial ndash criaccedilatildeo de ligaccedilatildeo entre induacutestrias com objetivo de
aumentar a eficiecircncia da mateacuteria e energia que fluem atraveacutes do distrito industrial
em que se encontram (EHRENFELD GERTLER 1997)
Ciclo de vida dos produtos ndash ldquoprocesso usado para avaliar as perdas ambientais
relacionadas a um produto processo ou atividaderdquo (Society for Enviromental
Toxicology amp Chemistry ndash SETAC 1994 traduccedilatildeo nossa)
Iniciativa dos setores industriais
3 RegionalGlobal ndash medidas que podem ser adotadas entre nuacutecleos induacutestrias
Ciclos e orccedilamentos ndash eacute um sistema orientador que promove produccedilotildees com
designs mais ecoloacutegicos e economicamente sustentaacuteveis (GARNER KEOLEIAN
1995)
Fluxo de mateacuteria e energia ndash conceito desenvolvido por Robert Ayres
denominado de ldquometabolismo industrialrdquo leva em consideraccedilatildeo o fluxo de mateacuteria
e energia atraveacutes dos sistema industriais e por meio de anaacutelises in put (entrada) e
out put (saiacuteda) vecirc-se a possibilidade de identificaccedilatildeo de processos e produtos
ineficientes que podem resultar em perda material e prejuiacutezos ao meio ambiente
(GARNER KEOLEIAN 1995)
19
Portanto a simbiose industrial apresenta-se como uma ferramenta que envolve
induacutestrias tradicionalmente separadas em uma ldquoabordagem coletiva para a vantagem
competitiva envolvendo troca fiacutesica de materiais energia aacutegua eou subprodutosrdquo
(CHERTOW 2000 traduccedilatildeo nossa)
De acordo com Ehrenfeld e Gertler (1997) a partir do estreitamento da relaccedilatildeo
entre o conceito ambiental e o desenvolvimento industrial e considerando que esse jaacute vecircm
atrelado ao desenvolvimento econocircmico houve a necessidade da aplicaccedilatildeo dos conceitos
da Simbiose Industrial atraveacutes da configuraccedilatildeo de ldquoeco-parques industriaisrdquo
De acordo com Chertow (2000) ldquona praacutetica as definiccedilotildees de eco-parques
industriais ainda estatildeo em formaccedilatildeordquo poreacutem duas definiccedilotildees satildeo mais aceitas a do
Presidentrsquos Council Sustainable (PCSD)
ldquouma comunidade de empresas que cooperam entre si e com a
comunidade local para compartilhar de forma eficiente os recursos
(informaccedilotildees materiais aacutegua energia infra-estrutura e de habitats naturais)
levando a ganhos econocircmicos ganhos de qualidade ambiental e melhoria
equitativa dos recursos humanos para a comunidade empresarial e localrdquo
(PSCD 1996 traduccedilatildeo nossa)
E e a da USEPA
ldquoum eco-parque industrial eacute uma comunidade de manufatura e serviccedilos
que procuram melhor desempenho ambiental e econocircmico
atraveacutes da colaboraccedilatildeo na gestatildeo de questotildees ambientais e de recursos
incluindo energia aacutegua e materiais Ao trabalhar em conjunto a comunidade
de empresas procura um benefiacutecio colectivo que eacute maior do que a soma de a
benefiacutecios individuais de cada empresa iria perceber se ele otimizou seu
indiviacuteduo o desempenho apenasrdquo (USEPA 1995 traduccedilatildeo nossa)
Faz-se relevante neste contexto o estiacutemulo de uma nova revoluccedilatildeo industrial que
promova o desenvolvimento de accedilotildees que entrelaccedilariam o desenvolvimento econocircmico
com o bem-estar dos ecossistemas Poreacutem Casagrande Junior (2004) denota que as
inovaccedilotildees tecnoloacutegicas desenvolvidas pelo modelo econocircmico atual satildeo atreladas ao
ciacuterculo vicioso produccedilatildeo gt consumo gt crescimento econocircmico que estimulam o consumo
exacerbado gerando pressatildeo sobre os recursos naturais causando custos sociais e
ambientais
32 Chumbo
O chumbo eacute um metal pesado cujo siacutembolo eacute Pb de massa molar 2072 g mol-1 de
coloraccedilatildeo branca-azulada tornando-se acinzentado quando exposto ao ar Eacute inodoro
20
macio maleaacutevel possui baixa condutividade eleacutetrica e alta resistecircncia agrave corrosatildeo Funde-se
com facilidade agrave 3274 ordmC e sua temperatura de vaporizaccedilatildeo eacute de 1725 ordmC Pertence ao
grupo IVA da tabela perioacutedica cujo nuacutemero atocircmico eacute 82 podendo apresentar dois estados
de oxidaccedilatildeo Pb+2 mais estaacutevel e Pb+4 oxidante Historicamente tem sido amplamente
explorado pela sociedade devido a sua vasta disponibilidade no meio ambiente
principalmente na forma de compostos minerais sendo o sulfeto de chumbo (PbS)
conhecido como galena considerado a mais importante e abundante fonte de chumbo
(ALEXANDRINO 2014)
Existem relatos de utilizaccedilatildeo do chumbo por vaacuterias sociedades antigas no entanto
a primeira civilizaccedilatildeo a utilizaacute-lo amplamente foi o Impeacuterio Romano no seacuteculo V aC V
aC para ldquoconfecccedilatildeo de objetos [] fabricaccedilatildeo de tubulaccedilotildees e torneiras produtos de
beleza e ateacute na correccedilatildeo da acidez do vinho atraveacutes da adiccedilatildeo de oacutexido de chumbordquo
(Miranda e Souto 2010)
Atualmente cerca de 70 da produccedilatildeo mundial de chumbo eacute utilizada
fundamentalmente na elaboraccedilatildeo de baterias automotivas e na induacutestria de chumbo-aacutecido
embora tambeacutem apresente copiosas empregabilidades na induacutestria em geral devido a suas
caracteriacutesticas fiacutesicas e quiacutemicas (PRAC c2015) Na Figura 4 observam-se os processos de
extraccedilatildeo usos e disposiccedilatildeo final do chumbo nos anos 90
Figura 4 ndash Extraccedilatildeo uso e disposiccedilatildeo final de chumbo em 1990 em milhares de toneladas
Fonte elaborado a partir de GARNER KEOLEIAN (1995)
21
Comparativamente ao dado fornecido pelo PRAC observa-se que o ramo que
absorve a maior porcentagem do mercado extrativista continua o mesmo isto eacute a
fabricaccedilatildeo de baterias Eacute possiacutevel observar que a reciclagem do chumbo eacute quase que
integralmente proveniente dessa mesma atividade e que vaacuterios usos permanecem como
sistemas abertos de mateacuteria
Como consequecircncia dessa intensa utilizaccedilatildeo a contaminaccedilatildeo por chumbo eacute um
problema tatildeo expressivo quanto a extensatildeo de seu uso
ldquoA maior incidecircncia de intoxicaccedilatildeo por chumbo ocorre devido agrave
contaminaccedilatildeo ambiental pela ingestatildeo de alimentos e bebidas contaminadas
e por partiacuteculas suspensas no ar (KOSNETT 2003) Na atividade
ocupacional a via mais frequente de intoxicaccedilatildeo eacute a inalatoacuteria como
consequecircncia da contaminaccedilatildeo do ambiente de trabalho (PAOLIELLO
CHASIN 2001) Dentre os gecircneros alimentiacutecios que mais contribuem para a
ingestatildeo de chumbo destacam-se a aacutegua potaacutevel bebidas em geral cereais
vegetais e frutas (SALGADO 2003)rdquo (SCHIFER et al 2005)
O grande avanccedilo dos sistemas industriais e seu consequente aumento de atividades
nos uacuteltimos anos assim como a negligecircncia de certas induacutestrias tecircm sido responsaacuteveis
pela degradaccedilatildeo de efluentes especialmente pelo desaguamento de quantidades de metais
pesados nestes (PINTO et al 2003) Os metais acabam por contaminarem lenccediloacuteis freaacuteticos
e reservatoacuterios de aacutegua podendo causar danos agrave sauacutede da populaccedilatildeo tais danos ocorrem
quando haacute a extrapolaccedilatildeo dos limites maacuteximos tolerados pelo organismo humano
denominado no Brasil de Iacutendice Bioloacutegico Maacuteximo Permitido (IBPM) o qual foi
decretado pela NR 7 e aprovado pela Portaria SSST nordm 24 de 29 de dezembro de 1994 Na
Tabela 1 verificam-se os valores tolerados para a substacircncia chumbo
Tabela 1 ndash Paracircmetros para controle bioloacutegico da exposiccedilatildeo ocupacional
Agente quiacutemico Indicador Bioloacutegico
VR[1] IBPM[2]
Amostra Anaacutelise
Chumbo orgacircnico
Sangue Chumbo Ateacute 40 ug em 100 mL 60 ug em 100 mL
Urina Aacutecido Delta Aminolevuliacutenico Ateacute 45 g g-1 creat 10 mh g-1 creat
Sangue Zincoprotoporfirina Ateacute 40 ug em 100 mL 100 ug em 100 mL
Chumbo Tetraetila Urina Chumbo Ateacute 50 ug g-1 creat 100 ug g-1 creat
creat ndash abreviaccedilatildeo de creatinina [1] Valor de Referecircncia da Normalidade valor possiacutevel de ser
encontrado em populaccedilotildees natildeo-expostas ocupacionalmente [2] Iacutendice Bioloacutegico Maacuteximo Permitido eacute
o valor maacuteximo do indicador bioloacutegico para o qual se supotildee que a maioria das pessoas
ocupacionalmente expostas natildeo corre risco de danos agrave sauacutede A ultrapassagem deste valor significa
exposiccedilatildeo excessiva
Fonte adaptado de BRASIL (1994a)
22
321 Legislaccedilatildeo especiacutefica relacionada a descarga de efluentes
Conforme artigo 3ordm da Resoluccedilatildeo CONAMA nordm430
ldquoOs efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderatildeo ser lanccedilados
diretamente nos corpos receptores apoacutes o devido tratamento e desde que
obedeccedilam agraves condiccedilotildees padrotildees e exigecircncias dispostos nesta Resoluccedilatildeo e em
outras normas aplicaacuteveisrdquo (BRASIL 2011)
Assim considerou-se que para estar em acordo com a legislaccedilatildeo vigente pode
haver a necessidade da realizaccedilatildeo de tratamento preacutevio ou completo para descarga do
efluente em corpo drsquoaacutegua
Os padrotildees para lanccedilamento de efluentes em corpos receptores satildeo regulamentados
em acircmbito federal na Resoluccedilatildeo CONAMA nordm 430 de 2011 (BRASIL 2011) e em acircmbito
estadual pelo Decreto 8468 de 19761 (SAtildeO PAULO 1976) Na Tabela 2 verificam-se os
padrotildees de lanccedilamento para o metal chumbo em ambos os acircmbitos
Tabela 2 ndash Padrotildees de lanccedilamento de efluentes contendo chumbo em corpos drsquoaacutegua e em redes
coletoras de esgoto
Fonte elaborado a partir de BRASIL (2011) SAtildeO PAULO (1976)
322 Tratamento para efluentes com metais
O tratamento para remoccedilatildeo de metais pesados pode ser realizado a partir de
diferentes processos tais como a precipitaccedilatildeo quiacutemica troca-iocircnica filtraccedilatildeo por
membrana e meacutetodos eletromecacircnicos (ECKENFELDER 2000) Estes conforme
Tchobanoglous e Burton (1991) e Aksu (1998) podem ser processos dispendiosos e
ineficientes
1 A Lei Estadual 997 de 31 de maio de 1976 aprovada pelo Decreto 8468 de 8 de setembro de 1976 foi
alterada e acrescida de dispositivos pelos Decretos 15425 de 23 de julho de 1980 e pelo Decreto 47397 de
novembro de 2012
Destino Resoluccedilatildeo CONAMA nordm43011 Lei Estadual 99776
Emissatildeo em corpos drsquoaacutegua ateacute 05 mg L-1 ateacute 05 mg L-1
Emissatildeo em rede coletora de esgoto ndash ateacute 15 mg L-1
23
Poreacutem metais pesados podem ser extraiacutedos de um sistema aquoso empregando-se
adsorventes naturais como as cascas de determinadas frutas que constituem excelente
alternativa perante os processos quiacutemicos uma vez que satildeo abundantes apresentam baixo
custo comercial e natildeo apresentam uma destinaccedilatildeo especiacutefica fora o descarte convencional
(SIMOtildeES TAUK-TORNISIELO 2005)
Podendo ser fiacutesico ou quiacutemico o processo efetua-se pela interaccedilatildeo do material
adsorvente com o produto a ser adsorvido A adsorccedilatildeo fiacutesica eacute ocasionada principalmente
pelas forccedilas de van der Waals2 no qual o equiliacutebrio eacute atingido rapidamente e eacute reversiacutevel
jaacute a adsorccedilatildeo quiacutemica eacute a uniatildeo de moleacuteculas ou aacutetomos a uma superfiacutecie soacutelida que pode
ser realizada atraveacutes de ligaccedilotildees quiacutemicas ou por efeito cataliacutetico (WEBER JUNIOR 1972)
323 Biossorccedilatildeo
Segundo Volesky (1986) eacute denominada de biossorccedilatildeo a separaccedilatildeo seletiva de iacuteons
metaacutelicos de meio aquoso na qual o meio adsorvente seria uma biomassa sendo ainda um
processo natildeo agressivo no qual ocorrem somente interaccedilotildees entre os grupos funcionais da
biomassa com os iacuteons da soluccedilatildeo
ldquoA adsorccedilatildeo eacute uma forma de tratamento bastante eficaz utilizada para a
remoccedilatildeo de metais toacutexicos Devido a isto meacutetodos de adsorccedilatildeo de metais em
efluentes utilizando materiais naturais estatildeo sendo desenvolvidos podendo
ainda ser uma alternativa para o aproveitamento de resiacuteduos agroindustriaisrdquo
(MASSOCATTO et al 2009)
A utilizaccedilatildeo da biomassa como agente adsorvente alternativo em meacutetodos de
tratamento convencional apresenta como fatores significativos o reduzido valor agregado
comercial capacidade de tratar grande volume de efluente potencial de dessorccedilatildeo3 e
tempo de separaccedilatildeo seletiva de iacuteons variando de 5 a 15 minutos (PINO TOREM 2011
VOLESKY HOLAN 1995) Geralmente os adsorventes naturais evidenciam a mesma
eficaacutecia de reter iacuteons metaacutelicos que os adsorventes sinteacuteticos pois possuem agrupamentos
orgacircnicos e satildeo fibrosos o que gera uma maior aacuterea de influecircncia e ldquosiacutetiosrdquo para os iacuteons
serem adsorvidos (PAVAN 2007)
O uso da biomassa como agente de remoccedilatildeo de metais pesados jaacute eacute desde 1999
considerada pela USEPA como uma tecnologia de descontaminaccedilatildeo
2 Forccedilas de van der Waals forccedilas entre as moleacuteculas mais fracas que as forccedilas atocircmicas RUSSEL J
Quiacutemica Geral 2 ed Satildeo Paulo Makron Book 1994 vol 1 3 Recuperaccedilatildeo da espeacutecie metaacutelica
24
Diversos tipos de adsorventes tais como o palmito pupunha o sabugo de milho o
algodatildeo o caju as cascas de arroz banana noz pecatilde e laranja tecircm sido testados
laboratorialmente por pesquisadores da aacuterea cita-se Vaghetti et al (2009) que realizou
estudos sobre a eficiecircncia da casca da noz pecatilde como agente de retirada de iacuteons cromo(III)
cromo (VI) ferro zinco cobre manganecircs e chumbo de soluccedilotildees sinteacuteticas obtendo
especial ecircxito na biossorccedilatildeo de cromo (VI)
O processo de biossorccedilatildeo desenvolve-se de modo homogecircneo atraveacutes de condiccedilotildees
ambientais controladas as quais ocorrem dentro de reatores contiacutenuos (VOLESKY
NOLAN 1995 SANTOS VASCONCELOS 2002) Os reatores mais comumente usados
na remoccedilatildeo de metais pesados satildeo o de coluna de leito fixo e o anaeroacutebio de manta de
lodo (QUAMBY FOSTER 1995 SEOLATTO et al 2009)
De acordo com Lodeiro Herrero e Sastre de Vicente (2006) os reatores de coluna
de leito fixo promovem o melhor aproveitamento do biossorvente pois possibilitam ciclos
regenerativos jaacute os reatores anaeroacutebios de manta de lodo satildeo comumente utilizados em
tratamento de aacuteguas residuaacuterias por serem eficientes na remoccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica e
apresentarem consideraacutevel baixo custo inicial (QUAMBY FOSTER 1995 SEOLATTO
et al 2009)
324 A laranja como adsorvente
Segundo Batista (2014)
ldquoA casca da laranja encontra-se na literatura dos estudos de adsorccedilatildeo
mostrando um grande potencial na remoccedilatildeo de resiacuteduos em efluentes O
Brasil eacute um grande produtor de laranja no mundo atualmente em torno de
70 do suco consumido mundialmente eacute proveniente de plantaccedilotildees ou da
industrializaccedilatildeo da laranja no Brasil Apoacutes a extraccedilatildeo do suco na induacutestria da
laranja grande parte do fruto mais de 50 eacute de rejeitos soacutelidos
representados pela casca bagaccedilo e sementesrdquo (BATISTA 2014)
Aproximadamente 18 milhotildees de toneladas de laranja satildeo produzidas anualmente
no Brasil e o Estado de Satildeo Paulo eacute responsaacutevel por 74 dessa produccedilatildeo (IBGE 2012)
Em 2011 os resiacuteduos de laranja oriundos de induacutestrias de processamento como por
exemplo de produccedilatildeo de suco chegaram a gerar 95 milhotildees de toneladas de resiacuteduos
(CODESP 2011) Apesar de ser uma mateacuteria abundante e de baixo custo a principal
utilizaccedilatildeo dessa biomassa tem sido como complemento na alimentaccedilatildeo bovina Tal
25
complemento chamado de ldquopolpa ciacutetrica peletizadardquo eacute produzido a partir da secagem dos
resiacuteduos de laranja Ateacute meados de 1993 o produto era desconhecido pela pecuaacuteria
nacional pois desde a deacutecada de 70 a polpa ciacutetrica era exportada quase que integralmente
para a Europa (NEVES et al 2010)
A previsatildeo para exportaccedilatildeo do produto em 2012 era de 180 toneladas isso
considerando que haveria um aumento de 21 com relaccedilatildeo a 2011 (CODESP 2011) A
polpa ciacutetrica peletizada continua natildeo sendo empregada amplamente no Brasil gerando um
remanescente de aproximadamente 932 milhotildees de toneladas de resiacuteduos de laranja sem
destinaccedilatildeo especiacutefica Dessa forma a sua utilizaccedilatildeo como insumo de agente biossortivo
obtido aproximadamente a custo zero torna-se de grande valia na retirada de metais
pesados de meio aquoso
Como apontado por Batista (2014) os rejeitos de laranja satildeo apontados na literatura
como material de adsorccedilatildeo mostrando um grande potencial na remoccedilatildeo de metais Aacuteguas
residuaacuterias que incluem por exemplo cromo chumbo e prata apresentam resultados
promissores particularmente a biossorccedilatildeo do chumbo apresenta aproximadamente 99 de
eficaacutecia com relaccedilatildeo a concentraccedilotildees variadas de chumborejeito de laranja (MORAES et
al 2011 MASSOCATTO et al 2009 ALMEIDA et al 2012)
Apesar da eficaacutecia laboratorial da utilizaccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos de laranja (casca
bagaccedilo e semente) na descontaminaccedilatildeo de um meio aquoso observa-se a necessidade do
estabelecimento da conexatildeo entre as induacutestrias que proveriam esse resiacuteduo de laranja com
as que poderiam utilizaacute-lo como meacutetodo de tratamento assim revelou-se a oportunidade
de aplicar o conceito de Simbiose Industrial atraveacutes de uma anaacutelise inter-empresas
avaliando a potencialidade de intercacircmbio dos rejeitos industriais como fonte de mateacuteria-
prima para outros processos produtivos em induacutestrias do municiacutepio de Bebedouro estado
de Satildeo Paulo
26
4 METODOLOGIA
A metodologia desenvolvida neste trabalho pode ser agrupada e pormenorizada em
quatro etapas todas elas partindo de um levantamento e anaacutelise de referenciais teoacutericos
embasados em dados bibliograacuteficos O levantamento de dados realizado neste trabalho teve
como primeira aacuterea de abrangecircncia o estado de Satildeo Paulo Foram utilizados os bancos de
dados do IBGE CDSP CETESB USEPA entre outros e tambeacutem web sites artigos teses
e pesquisas acadecircmico cientiacuteficas
41 Levantamento bibliograacutefico
Caracterizou-se o processo de simbiose industrial como forma de reinserccedilatildeo de
resiacuteduos na cadeia produtiva e sua efetiva implantaccedilatildeo como possibilidade viaacutevel do
alcance do desenvolvimento sustentaacutevel
Realizou-se definiccedilatildeo teacutecnica do metal pesado chumbo e contextualizaccedilatildeo da
problemaacutetica do uso histoacuterico desse metal com ecircnfase para a problemaacutetica do uso na
atualidade
Desenvolveu-se a relaccedilatildeo entre o capitalismo atual que promove os ciclos abertos
de mateacuteria e energia caracteriacutestica de parte do sistema produtivo com ecircnfase para aqueles
que geram aacuteguas residuaacuterias contaminadas pelo metal pesado chumbo
Avaliaram-se os meacutetodos de remoccedilatildeo de metais-pesados de aacuteguas residuaacuterias com
especial atenccedilatildeo ao uso de biomassa vegetal como agente no processo de adsorccedilatildeo4 objeto
de estudo deste trabalho
A partir da escolha da biossorccedilatildeo como meacutetodo para o tratamento de efluentes
realizou-se um levantamento bibliograacutefico sobre usos de diversas biomassas vegetais que
apresentariam eficaacutecia comprovada e que tambeacutem poderiam ser encontradas em
abundacircncia
Constatou-se que o maior produtor de laranja do Brasil eacute o estado de Satildeo Paulo e
que a cadeia produtiva da transformaccedilatildeo do produto in natura em suco eacute tambeacutem em sua
4 Neste trabalho foi denominada de biossorccedilatildeo a adsorccedilatildeo realizada por meio da utilizaccedilatildeo de biomassa
vegetal
27
grande maioria realizada dentro do estado O processo referido gera quantidade abundante
de biomassa vegetal de laranja cuja eficaacutecia no tratamento de efluentes contaminados pelo
metal pesado chumbo pocircde ser comprovada por referencial teoacuterico
Definiu-se de consideraacutevel relevacircncia a realizaccedilatildeo de um estudo que busque
evidecircncias da aplicabilidade e viabilidade de uma proposta para o processo de simbiose
entre as induacutestrias estudadas no qual os resiacuteduos (bagaccedilosementecasca) de laranja
possam ser utilizados como meacutetodo de tratamento de aacutegua residuaacuteria contaminada no
processo de produccedilatildeo industrial
42 Levantamento e anaacutelise da produccedilatildeo de laranja no Estado de SP
Apoacutes constataccedilatildeo por meio da Revisatildeo Bibliograacutefica que o Estado de Satildeo Paulo eacute
o estado que se apresenta como maior produtor de laranja do Brasil realizou-se um
levantamento da produccedilatildeo de laranja por cidades do estado Utilizaram-se dados do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do ano de 2012 que correspondem
ao levantamento da produccedilatildeo total de diversos tipos de leguminosas frutas e sementes por
cidade
Posteriormente realizou-se a elaboraccedilatildeo de um mapa referente agrave produccedilatildeo de
laranja por cidade do estado de Satildeo Paulo com suporte do programa de geoprocessamento
ArcGis 1031
A partir da obtenccedilatildeo de dados referentes agrave produccedilatildeo de laranja por cidade com sua
respectiva espacializaccedilatildeo constatou-se acessando o cataacutelogo da Associaccedilatildeo Nacional de
Exportadores de Sucos e Ciacutetricos (CitrusBR) que o escoamento de 93 da produccedilatildeo total
do estado eacute proveniente do denominado cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo cuja definiccedilatildeo seraacute elucidada
no capiacutetulo 51 tem a seguinte destinaccedilatildeo trecircs grandes empresas fabricantes de suco de
laranja consumo in natura e pequenas induacutestrias produtoras de suco
A seguir as cidades levantadas neste trabalho e integrantes do cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo
foram aferidas sequencialmente em ordem decrescente de produccedilatildeo mediante acessos aos
cataacutelogos industriais da Federaccedilatildeo das Induacutestrias do Estado de Satildeo Paulo (FIESP 2014) e
do Centro das Induacutestrias do Estado de Satildeo Paulo (CIESP 2015) com o intuito de verificar
a existecircncia de escoamento de produccedilatildeo de laranja destinado a pequenas induacutestrias de suco
28
Foi realizado contato por meios eletrocircnicos com as induacutestrias constantes no
material pesquisado no qual foram requeridas informaccedilotildees sobre
1) Existecircncia da geraccedilatildeo de resiacuteduo de laranja
2) Destinaccedilatildeo dada ao resiacuteduo se este existir
3) Quantificaccedilatildeo diaacuteria eou mensal eou anual do resiacuteduo se este existir
4) Armazenamento do resiacuteduo se este existir
A Companhia Ambiental do estado de Satildeo Paulo (CETESB) foi contatada com o intuito
de requisitar vista do Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento (MCE) desta induacutestria
com objetivo de levantamento dos dados pertinentes ao desenvolvimento deste trabalho Os
dados solicitados agrave CETESB referentes a cada induacutestria constam no Anexo A e B
43 Levantamento e anaacutelise das induacutestrias com potencial poluidor
A partir da delimitaccedilatildeo da aacuterea de estudo verificou-se a necessidade da realizaccedilatildeo
um levantamento das induacutestrias que poderiam utilizar-se da biossorccedilatildeo como meacutetodo de
tratamento de efluentes
Para tal houve a necessidade de realizar uma relaccedilatildeo entre as categorias industriais
da Environmental Protection Agency ndash United States (USEPA) as quais levam em
consideraccedilatildeo em sua descriccedilatildeo os componentes que potencialmente seriam encontrados
em seus respectivos efluentes com as categorias industriais brasileiras disponibilizadas
pelo IBGE
Sucedendo-se a esta associaccedilatildeo e jaacute delimitada a aacuterea de pesquisa como sendo o
limite municipal da cidade de Bebedouro realizou-se a partir de pesquisa nos cataacutelogos
industriais da FIESP (2014) e da CIESP (2015) afericcedilatildeo das induacutestrias que estariam dentro
dos paracircmetros dispostos nas categorias industriais caracterizadas neste trabalho isto eacute as
que potencialmente conteriam chumbo em suas aacuteguas residuaacuterias
Um total de onze induacutestrias apresentaram os quesitos para serem categorizadas pelo
meacutetodo citado Um mapa referente agrave disposiccedilatildeo dessas induacutestrias foi efetuado no programa
ArcGis 1031 Subsequentemente a agecircncia da CETESB responsaacutevel pelo municiacutepio de
Bebedouro foi contatada a fim de se obter a vista dos processos MCE de cada uma das
induacutestrias com o intuito de verificar quais realmente continham chumbo em suas aacuteguas
29
residuaacuterias e quais as formas de tratamento efetuadas Apoacutes essa verificaccedilatildeo constatou-se
que duas induacutestrias adequavam-se ao propoacutesito deste trabalho
44 Exposiccedilatildeo do meacutetodo de tratamento aplicado na induacutestria
Pormenorizaccedilatildeo dos dados referentes aos efluentes destas empresas foram
analisados para que a partir de referencial teoacuterico em uma segunda etapa fossem
realizados os caacutelculos da demanda de resiacuteduos de laranja que tais induacutestrias utilizariam se
adotassem o meacutetodo de tratamento proposto
Atraveacutes de anaacutelise do mesmo referencial teoacuterico citado anteriormente foram
obtidas informaccedilotildees sobre o tratamento especiacutefico que o resiacuteduo deveria receber antes de
ser inserido no processo de tratamento Em sequecircncia realizou-se levantamento das
tecnologias que poderiam ser utilizadas no processamento desses resiacuteduos bem como
seleccedilatildeo das que mais se adequavam
Realizou-se levantamento de formas de inserccedilatildeo da biomassa em escala real de
tratamento
Um levantamento e anaacutelises de custos das tecnologias de processamento das
formas de inserccedilatildeo e do translado do resiacuteduo caso fosse utilizado os serviccedilos de uma
empresa transportadora foram realizados
30
5 LEVANTAMENTO DE DADOS
51 Distribuiccedilatildeo da produccedilatildeo de laranja no estado de Satildeo Paulo
Para o levantamento e espacializaccedilatildeo da produccedilatildeo de laranja no estado de Satildeo Paulo
foram coletados dados do site do IBGE referentes ao ano de 2013 Na Figura 5 satildeo
destacados os municiacutepios paulistas produtores de laranja conforme o total de produccedilatildeo da
fruta
Figura 5 ndash Disposiccedilatildeo dos municiacutepios produtores de laranja no Estado de Satildeo Paulo
Fonte IBGE (2013)
De acordo com a CitrusBR (2010) e com o Fundo de Defesa da Citricultura
(FUNDECITRUS 2015) existe uma aacuterea denominada de cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo cuja
delimitaccedilatildeo geograacutefica abrange 93 da produccedilatildeo de laranja do estado de Satildeo Paulo Essa
aacuterea eacute dividida em setores os quais satildeo denominados de norte sul centro noroeste e
sudoeste como apresentado na Figura 6
31
Figura 6 ndash Setores do cinturatildeo citriacutecola
Fonte Adaptado FUNDECITRUS (2015)
511 Distribuiccedilatildeo do consumo de laranja no estado de SP
Sabendo que aproximadamente 93 de toda a laranja produzida no estado de Satildeo
Paulo proveacutem do cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo a seguinte diferenciaccedilatildeo eacute feita pela CitrusBR
(2010) conforme sua destinaccedilatildeo a) 84 para trecircs grandes induacutestrias de suco de laranja as
quais possuem 18 faacutebricas distribuiacutedas em 16 municiacutepios do estado de SP e um localizado
no estado do Paranaacute b) 2 para pequenas induacutestrias produtoras de suco de laranja c) 7
ao consumo in natura
No Quadro 1 satildeo apresentadas informaccedilotildees de localizaccedilatildeo das unidades industriais
das trecircs grandes induacutestrias consumidoras da produccedilatildeo de laranja do estado de Satildeo Paulo
denominadas arbitrariamente de induacutestrias A B e C
32
Quadro 1 ndash Localizaccedilatildeo das unidades das induacutestrias A B e C
Induacutestria de suco de laranja Cidades
Induacutestria A
Bebedouro
Engenheiro Coelho
Matatildeo
Paranavaiacute (PR)
Santos
Induacutestria B
Araras
Catanduva
Matatildeo
Induacutestria C
Araraquara
Avareacute
Conchal
Colina
Cordeiroacutepolis
Duartina
Itaacutepolis
Porto Ferreira
Uchoa
Votuporanga
Fonte CITRUSBR (2010)
Na Figura 7 eacute possiacutevel visualizar em acircmbito estadual a disposiccedilatildeo geograacutefica das
filiais das induacutestrias A B e C
O potencial de geraccedilatildeo de resiacuteduos de laranja dessas unidades industriais eacute elevado
visto que 84 da produccedilatildeo do estado eacute absorvida por elas (CITRUSBR 2010) Poreacutem ao
acessar o conjunto de paacuteginas da internet dessas trecircs induacutestrias constatou-se que todo o
produto residual de laranja gerado jaacute tem como destinaccedilatildeo o processo de peletizaccedilatildeo
Assim uma vez que este resiacuteduo representa um valor comercial para estas induacutestrias natildeo
foram considerados tais dados no desenvolvimento deste trabalho
33
Figura 7 ndash Localizaccedilatildeo das filiais das induacutestrias de suco de laranja (A B e C)
Fonte CITRUSBR (2010)
Os 7 da produccedilatildeo de laranja que natildeo proveacutem do cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo natildeo teve seu
escoamento estudado fato que impossibilitou a utilizaccedilatildeo desses dados na realizaccedilatildeo das
anaacutelises requeridas para o desenvolvimento deste trabalho
Portanto considerou-se que 2 da produccedilatildeo de laranja proveniente do cinturatildeo
ldquocitriacutecolardquo aproximadamente 266400 toneladas5 serviria ao propoacutesito aludido
512 Seleccedilatildeo da induacutestria de suco
Reputando-se que os 2 da produccedilatildeo estadual de laranja citados localizam-se no
cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo (CITRUSBR 2010) realizou-se a identificaccedilatildeo de pequenas induacutestrias
5 Considerando a produccedilatildeo anual em torno de 18 milhotildees de toneladas e 74 deste total proveniente do
estado de Satildeo Paulo
34
produtoras de suco de laranja integrantes do cinturatildeo atraveacutes de acessos aos Cataacutelogos
Induacutestrias da CIESP (2015) e da FIESP (2014)
As cidades foram hierarquizadas de forma decrescente conforme o total de
produccedilatildeo anual de laranja Na sequecircncia ponderou-se a distinccedilatildeo de induacutestrias que
somente realizam o processo de embalagem do suco pronto das que realizam o processo
de fabricaccedilatildeo deste O levantamento cessou quando um total de duas induacutestrias foram
encontradas ambas localizadas na cidade de Bebedouro estado de Satildeo Paulo Vale
ressaltar que as cidades hierarquizadas como anteriores agrave Bebedouro natildeo apresentaram
induacutestrias de suco dentro dos limites municipais A Tabela 2 apresenta a produccedilatildeo anual
em toneladas para cada cidade do cinturatildeo citriacutecola
Tabela 3 ndash Cidades integrantes do cinturatildeo citriacutecola consideradas no levantamento de induacutestrias de suco
Cidades Produccedilatildeo (t ano-1)
Casa Branca 693 690
Mogi Guaccedilu 448 800
Itapetininga 392 716
Aacuteguas de Santa Barbara 364 100
Brotas 334 560
Bebedouro 326 570
Fonte IBGE (2012)
Das induacutestrias consultadas somente uma retornou o contato em tempo haacutebil para
desenvolvimento deste trabalho Essa induacutestria situa-se no Norte do cinturatildeo na cidade de
Bebedouro e a Figura 8 tem por finalidade mostrar sua disposiccedilatildeo geograacutefica dentro do
municiacutepio citado
As informaccedilotildees fornecidas pela empresa denotam que existe produccedilatildeo de resiacuteduo
de laranja sem destinaccedilatildeo determinada (informaccedilatildeo verbal)6 Poreacutem natildeo foram cedidas
dados referentes a quantidade desse resiacuteduo gerado por dia mecircs eou ano e nem sobre a
forma de armazenamento eou disposiccedilatildeo do mesmo
6 Dados fornecidos por funcionaacuterio em entrevista por telefone
35
Figura 8 ndash Induacutestria de suco geradora de resiacuteduos de laranja localizada na cidade de Bebedouro
Fonte CIESP (2015) FIESP (2014)
5121 Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento (MCE)
O MCE eacute um documento exigido como parte integrante das Licenccedilas Preacutevias de
Instalaccedilatildeo e Operaccedilatildeo do Empreendimento (G3 GEOTECNOLOGIAS c2014)
Em pesquisa realizada em websites de diversas prefeituras (Campinas Satildeo Paulo e
Ribeiratildeo Preto) constatou-se que cada cidade tem seu proacuteprio modelo de MCE poreacutem
todos seguem o modelo baacutesico fornecido pela CETESB que margeia os seguintes itens
Identificaccedilatildeo do empreendimentoatividade
Relaccedilatildeo de mateacuterias primas
Relaccedilatildeo de produtos
Relaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos
36
Croqui de localizaccedilatildeo
Fluxograma
Combustiacuteveis
Informaccedilotildees sobre chamineacutes
Fontes de poluiccedilatildeo do ar
Equipamentos para controle de poluiccedilatildeo do ar
Balanccedilo hiacutedrico
Efluentes liacutequidos
Resumo de lanccedilamentos
Resiacuteduos soacutelidos
Armazenamento e tratamentodisposiccedilatildeo final dos resiacuteduos soacutelidos
Fontes de poluiccedilatildeo por ruiacutedo
A agecircncia da CETESB responsaacutevel pelo muniacutecipio de Bebedouro localiza-se na
cidade de Barretos e por meio de e-mails telefonemas e pedidos formais requisitou-se
vista do MCE da induacutestria mencionada no item anterior
Apoacutes verificaccedilatildeo constatou-se que a induacutestria produtora de suco possui Certificado
de Dispensa de Licenccedila portanto natildeo possui MCE impossibilitando o recolhimento de
dados por este meio
52 Categorias industriais de acordo com o tipo de efluente gerado7
A partir das praacuteticas industriais descargas de aacuteguas pluviais tecnologias e accedilotildees
que previnam a poluiccedilatildeo tratamento de efluentes e caracteriacutesticas econocircmicas a USEPA
realiza anaacutelises que possuem como princiacutepio baacutesico o incentivo agrave reduccedilatildeo da geraccedilatildeo de
poluentes que sejam ao mesmo tempo economicamente viaacuteveis Assim com base em
normas e limites para a descarga de efluentes em aacuteguas superficiais e em estaccedilotildees de
7 Chumbo geralmente natildeo eacute o uacutenico metal encontrado em aacuteguas residuaacuterias industriais desse seguimento
37
tratamento a proacutepria USEPA realizou uma categorizaccedilatildeo das induacutestrias conforme o tipo de
efluente gerado
As categorias industriais que nesta categorizaccedilatildeo da USEPA apresentavam limites
restritivos para a emissatildeo de efluentes contaminados pelo metal pesado chumbo satildeo
apresentadas a seguir
Battery Manufacturing
Centralized Waste Treatment
Copper Forming
Electrical and Electronic Components
Electroplating
Glass Manufacturing
Inorganic Chemicals
Iron and Steel Manufacturing
Metal Finishing
Metal Molding and Casting (Foundries)
Metal Products and Machinery
Nonferrous Metals Forming and Metal Powders
Nonferrous Metals Manufacturing
Ore Mining and Dressing (Hard Rock Mining)
Organic Chemicals Plastics and Synthetic Fibers (OCPSF)
Pesticide Chemicals Manufacturing Formulating and Packaging
Porcelain Enameling
Rubber Manufacturing
Transportation Equipment Cleaning Manufacturing
No Brasil o IBGE realizou em 2008 um estudo que reuniu informaccedilotildees
econocircmicas e financeiras sobre os setores industriais brasileiros o qual apresenta dados
sobre receita custos e valor de produccedilatildeo por exemplo Neste estudo tambeacutem satildeo
enumerados todos os setores industriais
38
O quadro 2 tem por finalidade relacionar as categorias americanas catalogadas pela
USEPA que podem apresentar chumbo em seus efluentes com os respectivos setores
industriais brasileiros
Quadro 2 ndash Relaccedilatildeo entre categorias industriais americanas e brasileiras
Categoria US EPA Categoria IBGE
Ore Mining and Dressing (Hard Rock Mining) Extraccedilatildeo de minerais metaacutelicos
Inorganic Chemicals
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos
Organic Chemicals Plastics and Synthetic
Fibers (OCPSF)
Pesticide Chemicals Manufacturing
Formulating and Packaging
Copper forming
Porcelain Enameling Fabricaccedilatildeo de produtos de minerais natildeo-
metaacutelicos Glass Manufacturing
Electroplating
Metalurgia baacutesica ou
Fabricaccedilatildeo de produtos de metal
(exceto maacutequinas e equipamentos)
Iron and Steel Manufacturing
Metal Finishing
Metal Molding and Casting (Foundries)
Nonferrous Metals Forming and Metal
Powders
Nonferrous Metals Manufacturing
Electrical and Electronic Components Fabricaccedilatildeo de maacutequinas aparelhos e
materiais eleacutetricos Battery Manufacturing
Transportation Equipment Cleaning
Manufacturing Fabricaccedilatildeo equipamentos de transporte
Centralized Waste Treatment Reciclagem
Fonte elaborado a partir de dados de USEPA (2014) IBGE (2008)
No Quadro 3 eacute possiacutevel verificar as categorias industriais do IBGE que tambeacutem
constam no Quadro 2 com as suas respectivas subcategorias estas embasam de maneira
mais especiacutefica a correlaccedilatildeo estabelecida
39
Quadro 3 ndash Categorias e subcategorias industriais de acordo com o IBGE
Categoria IBGE Subcategoria IBGE
Extraccedilatildeo de minerais metaacutelicos Extraccedilatildeo de minerais metaacutelicos natildeo-ferrosos
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos inorgacircnicos
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos orgacircnicos
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas
Fabricaccedilatildeo de tintas vernizes lacas e produtos afins
Fabricaccedilatildeo de fibras fios cabos e filamentos contiacutenuos artificiais e sinteacuteticos
Fabricaccedilatildeo de artigos de borracha e material plaacutestico
Fabricaccedilatildeo de artigos de borracha
Fabricaccedilatildeo de produtos de material plaacutestico
Fabricaccedilatildeo de produtos de minerais natildeo-metaacutelicos
Fabricaccedilatildeo de vidro e de produtos do vidro
Metalurgia baacutesica
Produccedilatildeo de ferro-gusa e de ferroligas
Siderurgia
Fabricaccedilatildeo de tubos (exceto em sideruacutergicas)
Fundiccedilatildeo
Fabricaccedilatildeo de produtos de metal
(exceto maacutequinas e equipamentos)
Fabricaccedilatildeo de estruturas metaacutelicas e obras de caldeiraria pesada
Fabricaccedilatildeo de tanques caldeiras e reservatoacuterios metaacutelicos
Forjaria estamparia metalurgia do poacute e serviccedilos de tratamento de metais
Fabricaccedilatildeo de artigos de cutelaria de serralheria e ferramentas manuais
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de tanques caldeiras e reservatoacuterios metaacutelicos
Fabricaccedilatildeo de produtos de metal natildeo especificados anteriormente
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas e
equipamentos
Fabricaccedilatildeo de motores bombas compressores e equipamentos de transmissatildeo
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos de uso Geral
Fabricaccedilatildeo de tratores e de maacutequinas e equipamentos para a agricultura e pecuaacuteria
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas-ferramenta
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos de usos na extraccedilatildeo mineral e construccedilatildeo
Fabricaccedilatildeo de outras maacutequinas e equipamentos de uso especiacutefico
Fabricaccedilatildeo de armas municcedilotildees e equipamentos militares
Fabricaccedilatildeo de eletrodomeacutesticos
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas
aparelhos e materiais eleacutetricos
Fabricaccedilatildeo de geradores transformadores e motores eleacutetricos
Fabricaccedilatildeo de equipamentos para distribuiccedilatildeo e controle de energia eleacutetrica
Fabricaccedilatildeo de fios cabos e condutores eleacutetricos isolados
Fabricaccedilatildeo de pilhas baterias e acumuladores eleacutetricos
Fabricaccedilatildeo de lacircmpadas e equipamentos de iluminaccedilatildeo
Fabricaccedilatildeo de material eleacutetrico para veiacuteculos - exceto baterias
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de maacutequinas aparelhos e materiais eleacutetricos
Fabricaccedilatildeo de outros equipamentos e aparelhos eleacutetricos
Fabricaccedilatildeo de material eletrocircnico baacutesico
Fabricaccedilatildeo de material eletrocircnico e de aparelhos e equipamentos de comunicaccedilotildees
Fabricaccedilatildeo de aparelhos receptores de raacutedio e televisatildeo e de reproduccedilatildeo gravaccedilatildeo ou amplificaccedilatildeo de som e viacutedeo
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de aparelhos e equipamentos de telefonia radiotelefonia e de transmissores de televisatildeo e raacutedio (exceto telefones)
Fabricaccedilatildeo de outros equipamentos de transporte
Fabricaccedilatildeo de outros equipamentos de transporte
40
Reciclagem Reciclagem de sucatas metaacutelicas
Fonte elaborado a partir de IBGE (2008)
Em anaacutelise comparativa dos aspectos das categorias industriais americanas
catalogadas pela USEPA com as respectivas especificaccedilotildees das categorias e subcategorias
industriais catalogadas pelo IBGE eacute possiacutevel afirmar que estas possuem similaridade
Assim conclui-se que potencialmente tais categorias e subcategorias listadas no Quadro
3 satildeo passiacuteveis de possuir o metal pesado chumbo em suas aacuteguas residuaacuterias Na Tabela 4
observa-se a quantidade de induacutestrias presentes em cada uma das subcategorias de acordo
com levantamento realizado pelo IBGE no ano de 2003
Tabela 4 ndash Nuacutemero de induacutestrias de acordo com as subcategorias industriais do IBGE
(continua)
Subcategorias industriais Nordm
Extraccedilatildeo de minerais metaacutelicos natildeo-ferrosos 61
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos inorgacircnicos 374
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos orgacircnicos 426
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas 67
Fabricaccedilatildeo de fibras fios cabos e filamentos contiacutenuos artificiais e sinteacuteticos 38
Fabricaccedilatildeo de artigos de borracha 1540
Fabricaccedilatildeo de produtos de material plaacutestico 5545
Fabricaccedilatildeo de vidro e de produtos do vidro 416
Produccedilatildeo de ferro-gusa e de ferroligas 99
Siderurgia 237
Fabricaccedilatildeo de tubos (exceto em sideruacutergicas) 165
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 449
Fundiccedilatildeo 798
Fabricaccedilatildeo de estruturas metaacutelicas e obras de caldeiraria pesada 3475
Fabricaccedilatildeo de tanques caldeiras e reservatoacuterios metaacutelicos 363
Forjaria estamparia metalurgia do poacute e serviccedilos de tratamento de metais 2628
Fabricaccedilatildeo de artigos de cutelaria de serralheria e ferramentas manuais 1910
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de tanques caldeiras e reservatoacuterios metaacutelicos 83
Fabricaccedilatildeo de produtos diversos de metal 4215
Fabricaccedilatildeo de motores bombas compressores e equipamentos de transmissatildeo 1041
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos de uso geral 2271
Fabricaccedilatildeo de tratores e de maacutequinas e equipamentos para a agricultura e pecuaacuteria 754
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas-ferramenta 540
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos de usos na extraccedilatildeo mineral e construccedilatildeo 227
41
Fabricaccedilatildeo de outras maacutequinas e equipamentos de uso especiacutefico 1715
Tabela 3 ndash Nuacutemero de induacutestrias de acordo com as subcategorias industriais do IBGE
(conclusatildeo)
Subcategorias industriais Nordm
Fabricaccedilatildeo de armas municcedilotildees e equipamentos militares 8
Fabricaccedilatildeo de eletrodomeacutesticos 427
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos 1071
Fabricaccedilatildeo de geradores transformadores e motores eleacutetricos 396
Fabricaccedilatildeo de equipamentos para distribuiccedilatildeo e controle de energia eleacutetrica 454
Fabricaccedilatildeo de fios cabos e condutores eleacutetricos isolados 239
Fabricaccedilatildeo de pilhas baterias e acumuladores eleacutetricos 103
Fabricaccedilatildeo de lacircmpadas e equipamentos de iluminaccedilatildeo 482
Fabricaccedilatildeo de material eleacutetrico para veiacuteculos - exceto baterias 173
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de maacutequinas aparelhos e materiais eleacutetricos 129
Fabricaccedilatildeo de outros equipamentos e aparelhos eleacutetricos 460
Fabricaccedilatildeo de material eletrocircnico baacutesico 421
Fabricaccedilatildeo de material eletrocircnico e de aparelhos e equipamentos de comunicaccedilotildees 238
Fabricaccedilatildeo de aparelhos receptores de raacutedio e televisatildeo e de reproduccedilatildeo gravaccedilatildeo
ou amplificaccedilatildeo de som e viacutedeo 194
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de aparelhos e equipamentos de telefonia e radiotelefonia
e de transmissores de televisatildeo e raacutedio (exceto telefones) 21
Fabricaccedilatildeo de outros equipamentos de transporte 301
Reciclagem de sucatas metaacutelicas 103
Fonte elaborado a partir de IBGE (2003)
Analisando a Tabela 4 contata-se que ao todo no ano de 2003 existiam 34657
induacutestrias com potencial poluidor pelo metal chumbo no Brasil
521 Levantamento das induacutestrias com potencial poluidor
Apoacutes a seleccedilatildeo da induacutestria produtora de suco de laranja a ser estudada realizou-se
um levantamento de dados buscando averiguar todas as induacutestrias passiacuteveis de serem
enquadradas nas categorias e subcategorias industriais mencionadas na Tabela 3
42
Analisados os cataacutelogos industriais da FIESP (2015) a da CIESP (2014) verificou-se
que um total de onze induacutestrias adequavam-se agraves subcategorias citadas neste trabalho Tais
induacutestrias foram denominadas sequencialmente de 1 a 11 e estatildeo descritas na Tabela 4
Tabela 5 ndash Induacutestrias com potencial poluidor por chumbo localizadas na cidade de Bebedouro ndash SP
Categoria IBGE Identificaccedilatildeo da induacutestria
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 1
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 2
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 3
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 4
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 5
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 6
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 7
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas 8
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas 9
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas 10
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas 11
Fonte adaptado de CIESP (2014) FIESP (2015)
Na Figura 9 verifica-se a disposiccedilatildeo dessas induacutestrias dentro do limite municipal da
cidade de Bebedouro ndash SP
43
Figura 9 ndash Induacutestrias com potencial poluidor
Fonte CIESP (2014) FIESP (2015)
As induacutestrias apresentadas na tabela 8 foram enquadradas pelas categorias
industriais que apresentavam o potencial poluidor descrito neste trabalho No entanto
algumas destas apresentavam mais de um processo produtivo o que demandaria anaacutelises
caso a caso para realizaccedilatildeo de enquadramentos mais especiacuteficos
5211 Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento (MEC)
Sendo a descriccedilatildeo do MCE caracterizada no item 5121 afirma-se que para
desenvolvimento da parte subsequente da metodologia utilizada para desenvolvimento
deste trabalho foram coletadas as seguintes informaccedilotildees nos processos requeridos o
balanccedilo hiacutedrico e efluentes liacutequidos das induacutestrias citadas na Tabela 5
44
Induacutestria 1 ndash a Tabela 6 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem A
Tabela 7 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 6 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 1
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 709
Usos ndash
Sanitaacuterios 637
Industrial 072
Outros 0
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 129
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 510
Industrial 070
Outros 0
Total de efluentes 580
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 401011015
Tabela 7 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 1
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Metalurgia de metais natildeo ferrosos
Vazatildeo 07
Vazatildeo de lanccedilamento 07
Meacutetodo de tratamento
Correccedilatildeo de pH e agitaccedilatildeo mecacircnica
Floculaccedilatildeo mecacircnica
Filtraccedilatildeo
Disposiccedilatildeo final Outros
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 51
Vazatildeo de lanccedilamento 51
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 401011015
45
Anaacutelises de controle para a fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua proveniente da metalurgia de
metais natildeo-ferroso satildeo realizadas e os resultados disponiacuteveis constam na Tabela 8
Tabela 8 ndash Anaacutelise do efluente proveniente da metalurgia de metais natildeo ferrosos antes e apoacutes tratamento
Paracircmetros Aacutegua bruta (entrada) Efluente industrial (saiacuteda)
Temperatura da aacutegua (ordm C) 25
pH 6
Houve periacuteodos de chuva
durante a coleta tratamento Sim
Chumbo (mg L-1) 2570 0305
Norma 6010 C
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 401011015
Induacutestria 2 ndash natildeo possui (ou natildeo foi informado) os dados para o balanccedilo hiacutedrico A
Tabela 9 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 9 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 2
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 056
Vazatildeo de lanccedilamento 056
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 401026315
Induacutestria 3 ndash a Tabela 10 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 11 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 10 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 3
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 600
46
Usos ndash
Sanitaacuterios 490
Industrial 0
Outros domeacutestico 110
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 208
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 392
Industrial 0
Outros 0
Total de efluentes 392
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400003213
Tabela 11 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 3
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 392
Vazatildeo de lanccedilamento 392
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400003213
Induacutestria 4 ndash possui Certificado de Dispensa de Licenccedila - natildeo possui o MCE
Induacutestria 5 ndash a Tabela 12 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 13 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 12 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 5
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado Nd
Usos ndash
Sanitaacuterios 336
Industrial 0
Outros domeacutestico 0
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 067
47
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 269
Industrial 0
Outros 0
Total de efluentes 269
Nd ndash informaccedilatildeo natildeo estava disponiacutevel
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400025612
Tabela 13 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 5
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 269
Vazatildeo de lanccedilamento 269
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400025612
Induacutestria 6 ndash a Tabela 14 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 15 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 14 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 6
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 4066
Usos ndash
Sanitaacuterios 630
Industrial 0
Outros consumo 3466
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 067
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 504
Industrial 0
Outros 3562
Total de efluentes 4066
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedilas nordm
400002814 e 400004314
48
Tabela 15 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 6
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Metalurgia de alumiacutenio e ligas
Vazatildeo Nd
Vazatildeo de lanccedilamento Nd
Meacutetodo de tratamento Nd
Disposiccedilatildeo final Nd
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 504
Vazatildeo de lanccedilamento 504
Meacutetodo de tratamento Filtro anaeroacutebio
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Nd ndash informaccedilotildees natildeo estavam disponiacuteveis
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedilas nordm 400002814 e 400004314
No MCE da referida foram apresentadas anaacutelises de controle para a fonte de
poluiccedilatildeo da aacutegua proveniente da metalurgia de alumiacutenio e ligas as quais foram
disponibilizadas em forma de relatoacuterio de ensaio Os relatoacuterios de ensaios para a) massa
bruta conforme NBR 10004 de 20048 (Tabela 16) b) lixiviaccedilatildeo conforme NBR 10005 de
20049 (Tabela 17) c) solubilizaccedilatildeo conforme NBR 10006 de 200410 (Tabela 18)
Tabela 16 ndash resultado do ensaio para massa bruta
Paracircmetro Resultado VMP LQ Unidade Meacutetodo de referecircncia
Chumbo 1550 Entre 200 e 125 01 mg kg-1 3111-B
VMP ndash Valores miacutenimos eou maacuteximos permitidos pela normalegislaccedilatildeo LQ ndash Limite de
quantificaccedilatildeo Dados de amostragem a) Massa da amostra seca 18385 g
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedilas nordm 400002814 e 400004314
8 NBR 10004 de 2004 a norma tem por funccedilatildeo a classificaccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos quanto aos seus
potenciais riscos agrave sauacutede puacuteblica e ao meio ambiente Materiais radioativos natildeo satildeo abrangidos nesta norma
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR ISO 10004 resiacuteduos soacutelidos ndash
classificaccedilatildeo 2004
9 NBR 10005 de 2004 tal norma tem por finalidade estipular os requisitos para obtenccedilatildeo de extrato lixiviado
dos resiacuteduos soacutelidos classificados na norma ABNT NBR 10004 como classe I ndash perigosos e classe II ndash natildeo
perigosos ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR ISO 10004 procedimento para
obtenccedilatildeo de extrato lixiviado de resiacuteduos soacutelidos 2004
10 NBR 10006 de 2004 essa norma fomenta os requisitos exigiacuteveis para obtenccedilatildeo de extrato solubilizado dos
resiacuteduos soacutelidos especificados pela ABNT NBR 10004 como classe IIA ndash natildeo inertes e classe IIB ndash inertes
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR ISO 10004 procedimento para obtenccedilatildeo
de extrato solubilizado de resiacuteduos soacutelidos 2004
49
De acordo com a NBR 10005 de 2004 lixiviaccedilatildeo eacute
ldquoProcesso para determinaccedilatildeo da capacidade de transferecircncia de substacircncias
orgacircnicas e inorgacircnicas presentes no resiacuteduo soacutelido por meio de dissoluccedilatildeo no
meio extrator (NBR 10005 2004)rdquo
Tabela 17 ndash resultado do ensaio para lixiviaccedilatildeo
Paracircmetro Resultado VMP LQ Unidade Meacutetodo de referecircncia
Chumbo 012 100 01 mg L-1 3111-B
VMP ndash Valores miacutenimos eou maacuteximos permitidos pela normalegislaccedilatildeo LQ ndash Limite de
quantificaccedilatildeo Dados de amostragem a) Massa da amostra seca 100 g b) Concentraccedilatildeo de soacutelidos
9572 c) Inicial 773 d) Tempo de lixiviaccedilatildeo 20 horas e) Volume total de extrato obtido 2000 mL
e f) Final 518
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedilas nordm 400002814 e 400004314
Tabela 18 ndash resultado do ensaio para solubilizado
Paracircmetro Resultado VMP LQ Unidade Meacutetodo de referecircncia
Chumbo 013 001 01 mg L-1 3111-B
VMP ndash Valores miacutenimos eou maacuteximos permitidos pela normalegislaccedilatildeo LQ ndash Limite de
quantificaccedilatildeo Dados de amostragem a) Massa da amostra seca 500 g b) Tempo de solubilizaccedilatildeo 7
dias c) Volume total de extrato solubilizado 2000 mL
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedilas nordm 400002814 e 400004314
Induacutestria 7 ndash a Tabela 19 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 20 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 19 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 7
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 753
Usos ndash
Sanitaacuterios 743
Industrial 010
Outros 0
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 159
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 594
Industrial 0
50
Outros 0
Total de efluentes 594
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400029313
Tabela 20 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 7
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 594
Vazatildeo de lanccedilamento 594
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400029313
Induacutestria 8 ndash a Tabela 21 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 22 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 21 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 8
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 301
Usos ndash
Sanitaacuterios 301
Industrial 0
Outros 0
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 0
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 241
Industrial 0
Outros 060
Total de efluentes 301
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400029511
51
Tabela 22 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 8
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 241
Vazatildeo de lanccedilamento 241
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400029511
Induacutestria 9 ndash a Tabela 23 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 24 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 23 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 9
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 450
Usos ndash
Sanitaacuterios 168
Industrial 282
Outros 0
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 280
Perdas por evaporaccedilatildeo 134
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 134
Industrial 0
Outros 0
Total de efluentes 134
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400027112
Tabela 24 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 9
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
52
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 134
Vazatildeo de lanccedilamento 134
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400027112
Induacutestria 10 ndash possui Certificado de Dispensa de Licenccedila e por isso natildeo
apresentava os dados do MCE
Induacutestria 11 ndash natildeo possui (ou foi informado) os dados para o balanccedilo hiacutedrico a
Tabela 25 apresenta os dados das fontes de poluiccedilatildeo
Tabela 25 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 11
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 202
Vazatildeo de lanccedilamento 202
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400011113
Analisando os dados obtidos constata-se que somente duas induacutestrias as
denominadas 1 e 6 poderiam utilizar do meacutetodo de tratamento de efluentes proposto por
este trabalho visto que da relaccedilatildeo das onze induacutestrias duas natildeo apresentavam MCE
devido agrave dispensa de apresentaccedilatildeo e as outras sete induacutestrias natildeo apresentaram outra fonte
de poluiccedilatildeo da aacutegua a natildeo ser o esgoto sanitaacuterio
Em todas as tabelas referentes agraves fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua nota-se que os
resultados referentes a vazatildeo de lanccedilamento natildeo apresentavam variaccedilatildeo com relaccedilatildeo aos
resultados referentes a vazatildeo isso ocorreu devido agrave ausecircncia de processos que
ocasionariam o aumento ou diminuiccedilatildeo dessa
53
53 Biossorccedilatildeo
A partir de um estudo realizado por Montanher e Rollemberg (2011) constatou-se
que o processo de biossorccedilatildeo de chumbo pelo resiacuteduo de laranja eacute efetivo na situaccedilatildeo in
natura destes
O estudo foi realizado a partir da amostragem de quatro tipos de efluentes
industriais dentre os quais trecircs enquadravam-se nas categorias industriais com potencial
de conter chumbo em seus efluentes sendo elas
Induacutestria de chapas metaacutelicas ndash que se enquadra na categoria de ldquofabricaccedilatildeo de
produtos de metal ndash exceto maacutequinas e equipamentosrdquo (efluente 1)
Induacutestria de baterias automotivas ndash que se enquadra na categoria de ldquofabricaccedilatildeo
de pilhas baterias e acumuladores eleacutetricosrdquo (efluente 2)
Induacutestria de galvanoplastia ndash que se enquadra na categoria de ldquofabricaccedilatildeo de
produtos de metal ndash exceto maacutequinas e equipamentosrdquo (efluente 3)
A preparaccedilatildeo da biomassa in natura foi realizada da seguinte maneira
ldquoO bagaccedilo de laranja foi triturado em um liquidificador lavado com aacutegua
de torneira ateacute que a soluccedilatildeo resultante natildeo apresentasse nenhum tipo de
coloraccedilatildeo enxaguado com aacutegua destilada e seco em estufa a 70ordmC por 8
horasrdquo (MONTANHER ROLLEMBERG 2011)
Importante ressaltar que os efluentes foram coletados antes de qualquer tratamento
preacutevio e que a lavagem da casca de laranja foi realizada ateacute que a soluccedilatildeo montante natildeo
apresentasse nenhuma coloraccedilatildeo para natildeo haver alteraccedilatildeo da cor final dos efluentes natildeo
havendo necessidade da realizaccedilatildeo de tal procedimento
Quando as autoras referem-se a bagaccedilo este pode ser igualmente comparado aos
resiacuteduos de laranja (cascabagaccedilosementes)
O ensaio para determinaccedilatildeo do iacutendice de adsorccedilatildeo foi realizado em sistema com 3 g de
bagaccedilo de laranja in natura na dosagem de 100 mL dos efluentes numa vazatildeo de 3 mL min-1
Na Tabela 26 verificam-se a quantidade de chumbo por litro incialmente presentes
nos efluentes os respectivos resultados obtidos a partir do tratamento realizado com
resiacuteduos de laranja in natura e os pH referentes agraves amostras brutas e tratadas
54
Tabela 26 ndash Resultados das anaacutelises para cada efluente
Tipos de efluentes Pb (mg L-1) pH
Efluente 1 (induacutestria de chapas metaacutelicas)
Antes do tratamento 944 388
Bagaccedilo in natura Nd 353
Efluente 2 (induacutestria de bateria automotiva)
Antes do tratamento 510 lt1
Bagaccedilo in natura 269 lt1
Efluente 3 (induacutestria de galvanoplastia)
Antes do tratamento Nd 238
Bagaccedilo in natura Nd 340
Nd ndash Natildeo detectado
Fonte adaptado MONTANHER ROLLEMBERG (2011)
Analisando a Tabela 26 observou-se que para o efluente 2 no qual o pH eacute aacutecido (lt
1) oriundo do uso de aacutecido sulfuacuterico para fabricaccedilatildeo de baterias a eficaacutecia natildeo foi a
esperada apresentando um resultado de apenas 5275 de adsorccedilatildeo de chumbo pelo
bagaccedilo de laranja in natura
Os resultados apresentados pelo efluente 1 podem ser analisados como excelentes
visto que a presenccedila de chumbo natildeo foi detectada ao final do processo
Jaacute o efluente 3 natildeo apresentou o metal chumbo na amostra bruta o que caracteriza
que as categorias industriais citadas neste trabalho apresentam possibilidades relativas de
poluiccedilatildeo com chumbo
Assim da afirmaccedilatildeo de Kuyucak e Volesky (1989) que diz que os valores de pH
afetam o processo de biossorccedilatildeo e com os dados obtidos na Tabela 26 eacute possiacutevel notar que
haacute desempenho significativo para valores de pH em torno 35 Assim pode-se afirmar que
a faixa oacutetima de pH para realizaccedilatildeo de biossorccedilatildeo de chumbo pelo resiacuteduo da laranja varia
de aproximadamente 35 ateacute 7 visto que para valores acima desse limite ocorre a formaccedilatildeo
de hidroacutexido de chumbo (SKOOG et al 2006) Valores mais especiacuteficos da faixa oacutetima de
pH podem ser obtidos atraveacutes da realizaccedilatildeo de mais experimentos e anaacutelises
Para a elaboraccedilatildeo desta pesquisa outros projetos trabalhos anaacutelises e ensaios foram
consultados com o intuito de corroborar partes teoacutericas no entanto as conclusotildees
apresentadas por estes natildeo foram consideradas no presente item pois todas as anaacutelises com os
respectivos resultados foram obtidos a partir de um efluente artificialmente contaminado por
chumbo o que natildeo condiz com o objetivo primeiro deste trabalho isto eacute anaacutelise da
possibilidade de implantaccedilatildeo de uma simbiose industrial
55
531 Reduccedilatildeo do tamanho do resiacuteduo
A reduccedilatildeo dos resiacuteduos ateacute que estes apresentem-se em forma de um poacute eacute
importante visto que haacute um aumento da superfiacutecie de contato induzindo uma maior
eficiecircncia no processo de biossorccedilatildeo por meio da aceleraccedilatildeo da velocidade de reaccedilatildeo
(ATKINS JONES 2006)
Assim mesmo este sendo o primeiro processo realizado na preparaccedilatildeo dos resiacuteduos
na pesquisa citada no item anterior o presente toacutepico buscou tecnologias que promoveriam
a cominuiccedilatildeo de resiacuteduos jaacute secos visto que de acordo com Fellows (2006) o processo de
transformaccedilatildeo de alimentos em poacute eacute facilitado quando ocorrido nesse estado
A seguir satildeo descritos alguns equipamentos utilizados para reduzir o tamanho de
alimentos secos de acordo com Fellows (2006)
Moinho de bolas ndash cilindros de accedilo que giram lentamente utilizados para produzir
poacutes
Moinho de discos ndash empregam forccedilas de cisalhamento na moagem fina ou forccedilas
de cisalhamento mais impacto para moagem grosseira
Moinho de martelos ndash utilizado para mateacuterias cristalinos e fibrosos os quais satildeo
desintegrados pela accedilatildeo dos martelos
532 Desidrataccedilatildeo do resiacuteduo
De acordo com Fellows (2006) desidrataccedilatildeo eacute definida como a aplicaccedilatildeo de calor
sob condiccedilotildees controladas com a finalidade de remover aacutegua normalmente presente nos
alimentos Alguns equipamentos a ar quente definidos por Fellows (2006) satildeo
Secadores de caixa ndash podendo ter vaacuterios metros de altura permite que a umidade
seja uniformizada poreacutem eacute importante que o alimento seja suficientemente resistente para
resistir agrave compressatildeo
56
Secadores de cacircmara ndash utilizados para pequenas escalas de produccedilatildeo (1 a 20 t d-1)
apresentam baixo custo de implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo muitas vezes necessitam de auxiacutelio
de outros tipos de secadores
Secadores de tuacutenel ndash apresentam capacidade para secar grandes quantidades de
alimento em curtos periacuteodos de tempo necessitam de auxiacutelio dos secadores de caixa
Secadores transportadores ndash utilizados para secagem em grande escala (55 t h-1)
secagem finalizada em secadores de caixa
Secadores de leito fluidizado ndash distribuem ar em alta velocidade de forma
homogecircnia pela cacircmara fazendo com que o alimento fique suspenso no ar sendo
vigorosamente agitado
Secadores de forno ndash construccedilotildees de dois andares que requerem alto custo de
implementaccedilatildeo e matildeo de obra
Secadores pneumaacuteticos ndash apresentam baixas taxas de investimento inicial e
manutenccedilatildeo e altas taxas de secagem Sua produtividade varia de 10 kg h-1 a 25 t h-1
Frequentemente utilizados apoacutes secador por spray
Secadores rotatoacuterios ndash altas taxas de secagem indicado para alimentos que
entrelaccedilam e aglomeram nos secadores de esteira
Secadores em spray ndash apresentam como vantagens a secagem raacutepida e a produccedilatildeo
contiacutenua baixos custos de matildeo de obra e operaccedilatildeo poreacutem apresentam elevado custo
inicial
Secagem solar ndash operaccedilatildeo de processamento agriacutecola mais utilizada no mundo
geralmente os alimentos satildeo dispostos ao ar livre Meacutetodos sofisticados utilizam-se da
energia solar para realizar a secagem dos alimentos Tecnologias simples e baratas sem
necessidade de energia ou matildeo de obra
A desidrataccedilatildeo tem por objetivo o prolongamento da vida uacutetil inibindo atividade
enzimaacutetica e crescimento microbiano poreacutem a temperatura de processamento costuma natildeo
ser suficiente para inativaccedilatildeo destes assim se houver aumento do teor de umidade durante
a estocagem ocorreraacute raacutepida deterioraccedilatildeo da mateacuteria em questatildeo A estocagem do material
desidratado deve ser realizada em local limpo (reduccedilatildeo dos meios contaminantes) e arejado
(o qual impediria a proliferaccedilatildeo de animais e micro-organismos) (FELLOWS 2006)
57
6 ANAacuteLISES E DISCUSSOtildeES DE DADOS
61 Aacuterea de estudo
Para realizaccedilatildeo deste estudo foi selecionado o municiacutepio de Bebedouro que estaacute
situado no norte do estado de Satildeo Paulo Pertencendo agrave microrregiatildeo da Serra de
Jaboticabal e mesorregiatildeo de Ribeiratildeo Preto Bebedouro possui uma aacuterea de 683192 Kmsup2
e uma populaccedilatildeo de aproximadamente 78000 habitantes (Figura 10) O clima eacute tropical e
ameno com temperatura em torno de 23 graus Celsius (IBGE c2014 IZIDORO FILHO
1991)
Figura 10 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea de estudos
Fonte IBGE (2010)
A origem do nome da cidade eacute devido a um coacuterrego conhecido como Bebedor o
qual servia de parada para tropeiros boiadeiros e animais que demandavam do sertatildeo para
Jaboticabal (IBGE c2014 CIDADES 2015)
De acordo com Izidoro Filho (1991) a citricultura ainda desempenha papel
importante para o municiacutepio pois Bebedouro estaacute entre os dez maiores produtores de laranja
do estado de Satildeo Paulo apesar de jaacute ter sido o maior produtor em 1988 Por esta razatildeo ainda
58
hoje possui a alcunha de ldquoCapital Nacional da Laranjardquo (GALINARI 2015) Na Tabela 27
verificam-se dados coletados do IBGE (2012) referentes agrave cultura de laranja no municiacutepio
Tabela 27 ndash Dados da produccedilatildeo de laranja em Bebedouro
Quesito Quantidade Unidade
Aacuterea colhida 8000 Hectares
Aacuterea destinada agrave colheita 8000 Hectares
Quantidade produzida 269688 Toneladas
Rendimento meacutedio 33711 Quilograma por hectare
Valor da produccedilatildeo 47069 Mil reais
Fonte IBGE (2012)
62 Processamento dos resiacuteduos de laranja
De acordo com pesquisa realizada por Montanher e Rollemberg (2011) citada e
descrita no item 64 afirma-se que os processos necessaacuterios agrave utilizaccedilatildeo dos resiacuteduos de
laranja como meacutetodo de tratamento de efluente satildeo a trituraccedilatildeo e a desidrataccedilatildeo destes
A partir do levantamento de dados realizado nos itens 632 e 633 aconselha-se a
utilizaccedilatildeo das seguintes teacutecnicas no caso especiacutefico deste trabalho
1) Secagem solar ndash apresenta como vantagens a natildeo utilizaccedilatildeo de energia eleacutetrica e
operaccedilatildeo que natildeo necessita de matildeo de obra qualificada Secadores solares podem ser
manufaturados gerando diminuiccedilatildeo do custo inicial
2) Moinho de martelos ndash visto que os resiacuteduos de laranja satildeo materiais fibrosos
esse eacute o moinho que melhor se adequa ao propoacutesito de cominuiccedilatildeo do material Apresenta
custo inicial variando de R$ 900000 agrave R$ 4500000 de acordo com pesquisa realizada no
cataacutelogo online da MF RURAL (2015)
63 Reator e flotador
Como elucidado pela literatura o processo de biossorccedilatildeo ocorre de maneira
homogecircnea quando em condiccedilotildees ambiente controladas as quais satildeo providenciadas por
reatores contiacutenuos
59
Portanto propotildee-se a utilizaccedilatildeo de um reator de leito fixo em virtude desse permitir
a recirculaccedilatildeo da biomassa no reator facilitada pela propriedade de dessorccedilatildeo do metal que
essa apresenta (SEOLATTO et al 2009) o que reduziria a demanda do resiacuteduo de laranja
Aleacutem do mais o reator apresenta outras vantagens como a faacutecil operaccedilatildeo e o pequeno
porte
De acordo com o cataacutelogo da Sigma-Aldrich (c2015) o valor de reator de leito fixo
varia de acordo com a capacidade do frasco e do funil variaccedilatildeo que pode ser verificada na
Tabela 28
Tabela 28 ndash Valores do reator de leio fixo
Capacidade do frasco (mL) Capacidade do funil (mL) Valor (R$)
500 60 2381000
1000 120 2416000
3000 150 3590000
5000 500 3804000
Fonte elaborada a partir de dados da SIGMA-ALDRICH (c2015)
O processo de tratamento utilizando o presente reator pode ocorrer tanto em
batelada quando continuamente
Outra alternativa seria o uso combinado dos processos de biossorccedilatildeo com flotaccedilatildeo
denominado de bioflotaccedilatildeo no qual o biorreagente eacute aplicado diretamente no sistema
flotador De acordo com Calfa e Torem (2007) esse sistema tem sido amplamente
empregado e validado por diversos autores sendo que a flotaccedilatildeo por ar disperso e por ar
dissolvido satildeo as mais empregadas em sistemas combinados A influecircncia do tempo no
processo de flotaccedilatildeo das biomassas jaacute carregadas com o metal foi verificada e conclui-se
que o processo ocorre muito rapidamente atingindo quase 100 de remoccedilatildeo das
biomassas em 1 minuto (CALFA TOREM 2007) Os autores ainda afirmam que aleacutem de
pesquisas em escala de bancada jaacute existem sistemas comerciais de biossorccedilatildeo disponiacuteveis
inclusive com diversas patentes segundo estudos de Wase et al (1997) A Tabela 29
apresenta uma relaccedilatildeo de flotadores
60
Tabela 29 ndash Especificaccedilotildees dos flotadores de ar dissolvido
Modelo (mL) Capacidade (m3 h-1) Valor (R$) [1]
JDF FAD 2 1 a 2 3500000
JDF FAD 5 5 a 8 8000000
JDF FAD 15 10 a 20 12500000
[1] cotaccedilatildeo realizada com a empresa JDF
Fonte elaborada a partir de dados da JDF (2015)
O uso do flotador apresenta aleacutem de faacutecil operaccedilatildeo baixo consumo de energia
64 Induacutestria 1
A induacutestria 1 gera 07 m3 d-1 de efluente industrial com 257 mg L-1 de chumbo
assim aproximadamente 179 kg desse metal eacute transportado pelo efluente por dia Esta
possui estaccedilatildeo de tratamento de efluente com correccedilatildeo de pH e agitaccedilatildeo mecacircnica
floculaccedilatildeo mecacircnica e filtraccedilatildeo
O efluente depois de tratado apresenta a quantidade de 0305 mg L-1 de chumbo
sugerindo diminuiccedilatildeo de aproximadamente 159 kg (89) do metal no efluente gerado11 o
que o enquadra dentro dos limites da Resoluccedilatildeo CONAMA 43011 (BRASIL 2011) e Lei
Estadual 99776 (SAtildeO PAULO 1976)
De acordo com Eckenfelder (2000) as tecnologias para remoccedilatildeo de metais pesados
de efluentes industriais satildeo precipitaccedilatildeo convencional (hidroacutexido sulfeto carbonato e
coprecipitaccedilatildeo) precipitaccedilatildeo melhorada (dimetil carbonato dietil carbonato e sal
trisodium) troca-iocircnica adsorccedilatildeo filtraccedilatildeo por membrana e meacutetodos eletromecacircnicos
Portanto o meacutetodo de correccedilatildeo de pH efetuado pela referida ocasionado provavelmente
pela adiccedilatildeo de carbonatos eacute tambeacutem uma forma de remoccedilatildeo de metais pesados da aacutegua
Supondo que a induacutestria utiliza carbonato de soacutedio como processo de tratamento e
sabendo que o valor de mercado varia de R$ 700 a 120012 o quilo do produto eacute possiacutevel
calcular os potenciais gastos da induacutestria com o meacutetodo de tratamento atual Sabendo que
satildeo necessaacuterios 2 kg do produto carbonato de soacutedio para tratar 07 m3 d-1 de efluente
11 Natildeo foi especificado no MCE ou em anexos qual a destinaccedilatildeo final do efluente tratado Tambeacutem natildeo foi
especificado a quantidade de lodo gerado sua destinaccedilatildeo final ou se esse possui anaacutelises 12 Cotaccedilatildeo realizada pela SCS ndash Comercial e Serviccedilos de Quiacutemica
61
(ECKENFELDER 2000) a induacutestria gasta hoje entre R$ 7000 a 12000 por semana
aproximadamente
Poreacutem como os iacuteons metaacutelicos agora estatildeo presentes no lodo do tratamento por
causa da neutralizaccedilatildeo (BOTERO et al 2009) e sabendo que no MCE natildeo constam
quaisquer anaacutelises destinaccedilatildeo ou quantificaccedilatildeo desse pressupotildee-se que esse lodo pode
estar ocasionando contaminaccedilatildeo pelo metal chumbo visto que para destinaccedilatildeo adequada
satildeo necessaacuterias anaacutelises de enquadramento
Tal contaminaccedilatildeo pode estar ocorrendo no local de disposiccedilatildeo ou se o lodo estiver
sendo desaguado na rede coletora de esgotamento sanitaacuterio pode estar trazendo problemas
para o sistema de tratamento de esgoto referente visto que o processo de tratamento
realizado em Bebedouro eacute efetuado da seguinte forma trecircs lagoas de estabilizaccedilatildeo
constituiacutedo de uma lagoa anaeroacutebica duas lagoas facultativas um tanque de desinfecccedilatildeo
grade caixas de areia e escada de aeraccedilatildeo (SAAEB 2003) natildeo objetivando o tratamento
de efluentes industriais
641 Quantificaccedilatildeo do resiacuteduo de laranja
Mensurado o total de efluente industrial gerado no periacuteodo de um dia pela induacutestria
1 eacute possiacutevel quantificar os resiacuteduos de laranja necessaacuterios para que esta possa realizar o
processo de tratamento de efluentes utilizando-se do material orgacircnico em questatildeo Natildeo
levou-se em consideraccedilatildeo a recirculaccedilatildeo do resiacuteduo dentro do reator
A induacutestria 1 gera um total de 07 m3 d-1 com 257 mg L-1 de chumbo sabendo-se
que satildeo necessaacuterios 3 g de resiacuteduo seco de laranja por 100 mL de efluente com 94 mg L-1
de chumbo e considerando uma diminuiccedilatildeo de 70 do peso resiacuteduo depois de realizado
o processo de secagem solar considera-se que a induacutestria usaria em torno de 082 kg de
resiacuteduo de laranja uacutemido por dia para realizaccedilatildeo do tratamento do efluente contaminado
pelo metal chumbo
De acordo com a Tabela 8 o efluente gerado pela induacutestria 1 apresenta pH 6 que
conforme o item 53 apresenta-se dentro da faixa oacutetima de biossorccedilatildeo pelo resiacuteduo de
laranja
62
642 Transporte
O translado dos resiacuteduos de laranja do local de sua produccedilatildeo ateacute a induacutestria que o
utilizaria como meacutetodo de tratamento de efluente pode ser analisado a partir das
coordenadas geograacuteficas das induacutestrias e da plataforma Google Maps (c2015)
Trecircs rotas diferentes cujas quilometragens satildeo as menores possiacuteveis foram geradas
pela ferramenta virtual citada conforme a Tabela 30
Tabela 30 ndash Menores rotas possiacuteveis entre a induacutestria de suco e a induacutestria 1
Rota Distacircncia (km) Tempo (min)
1 46 8
2 48 9
3 46 9
Fonte elaborado a partir de dados GOOGLE MAPS (c2015)
O caacutelculo da massa requerida para o tratamento foi realizado no item 641
chegando-se ao valor de 082 kg d-1 de biomassa uacutemida assim considerando o transporte
de 150 kg de resiacuteduo que duraria em torno de 36 semana consecutivas de tratamento
realizado em dias uacuteteis e que a distacircncia meacutedia entre as induacutestrias eacute de 5 km o valor
sugerido para o translado do material acondicionado em duas bombonas plaacutesticas foi de R$
6500 (referenciado pelo peso do material) e mais uma taxa constante em nota fiscal
(sugerida em R$ 1000013) portanto um custo de R$ 16500
65 Consideraccedilotildees
O meacutetodo de tratamento proposto pelo presente trabalho teve os processos e
tecnologias necessaacuterias elucidados nos itens 62 e 63
A Tabela 32 apresenta item especiacutefico relacionado ao equipamento denominado
reator de leito fixo as propostas constantes tecircm por finalidade expor as tecnologias cujo
13 Informaccedilatildeo verbal fornecida por funcionaacuterio de uma empresa transportadora
63
custo fosse o maior possiacutevel com o propoacutesito de verificar o potencial teto de gastos que as
induacutestrias teriam caso adotassem a proposiccedilatildeo elucidada
No entanto as propostas constantes no item da Tabela 32 relacionadas ao flotador
de ar dissolvido foram selecionadas a partir da vazatildeo da induacutestria conforme as
especificaccedilotildees da Tabela 29 Como somente a induacutestria 1 apresentou valores de vazatildeo no
MCE esta relaccedilatildeo somente condiz a ela Com vazatildeo de 07 m3 d-1 o flotador mais
adequado compreende o modelo FAD 2 com 1 a 2 m3 h-1
Tabela 31 ndash Gastos com as tecnologias referentes
Equipamento Valor da Proposta 1 (R$) Valor da Proposta 2 (R$)
Secagem solar ndash ndash
Moinho de martelos 4500000 4500000
Reator de Leito Fixo de 5000 mL [1] 3804000 ndash
Flotador de ar dissolvido JDF FAD 2 [2] ndash 3500000
Custo inicial de implementaccedilatildeo 8304000 8000000
Transporte a cada 36 semanas [3] 16500 16500
[1] cotaccedilatildeo obtida pela Sigma-Aldrich [2] cotaccedilatildeo obtida pela empresa JDF [3] cotaccedilatildeo de transporte
considerado apenas para a induacutestria 1
Fonte proacuteprio autor
Para o reator de leito fixo o custo inicial de implementaccedilatildeo do sistema de
tratamento para ambas as induacutestrias girou em torno de R$ 8304000
Para a bioflotaccedilatildeo o custo inicial da induacutestria 1 girou em torno de R$80000
O custo de transporte para a induacutestria 1 eacute de R$ 16500 a cada 36 semanas o que
representa R$ 458 por semana e R$ 092 por dia caso a induacutestria opte por utilizar os
serviccedilos de uma empresa transportadora
Poreacutem o seguinte pode ser considerado na hipoacutetese de o translado ser possiacutevel de
ser efetuado pela mesma ocorreraacute consideraacutevel reduccedilatildeo no custo visto que este giraraacute em
torno do combustiacutevel gasto no percurso de ida e volta cuja pesquisa indicou uma
quilometragem aproximada de dez quilocircmetros
A Tabela 33 apresenta o balanccedilo de massa e energia diaacuterio referente ao tratamento
por biossorccedilatildeo para a induacutestria 1 considerando a aquisiccedilatildeo de um flotador por ar
dissolvido ou um reator de leito fixo
Tabela 32 ndash Balanccedilo de massa e energia diaacuterio proposto para a induacutestria 1
Componente Flotador por Ar Dissolvido Reator de Leito Fixo
Vazatildeo (m3) 070 070
64
Resiacuteduo de laranja (kg) 082 082
Tempo da biossorccedilatildeo (min) 5 a 15 [1] 35 [2]
Tempo equipamento (min) 21 a 42 35 [2]
Tempo total (min) 26 a 47 35 [2]
Consumo de Energia (kWh) 025 Nd
Custo de resiacuteduo (R$) 092 092
Custo de energia por dia (R$) [3] 008 Na
Custo total (R$) 200 092
Nd ndash natildeo disponiacutevel Na ndash natildeo avaliado [1] tempo determinado por Volesky e Nolan (1995) [2] tempo
estipulado conforme realizado por Montanher e Rollemberg (2011) [3] 1 kWh = 043341 R$ determinada
pela ANEEL conforme Resoluccedilatildeo Homologatoacuteria nordm 1858 publicada em 02 de marccedilo de 2015
Fonte proacuteprio autor
Nota-se a partir da Tabela 33 que o custo diaacuterio do tratamento proposto variou entre
R$ 092 e R$ 200 em torno de 85 a 91 menor que o custo do meacutetodo de tratamento
utilizado pois de acordo com as consideraccedilotildees realizadas no item 641 o custo diaacuterio
atual varia de aproximadamente R$ 1400 a R$ 240014
Como o meacutetodo de tratamento efetuado atualmente pela induacutestria 1 apresenta seacuterios
problemas com relaccedilatildeo a probabilidade de contaminaccedilatildeo o tratamento sugerido por ambas
as propostas pode ser identificado como meacutetodo de remediaccedilatildeo de tal passivo
Sendo assim qualquer accedilatildeo remediadora que seja instituiacuteda apresenta-se como
alternativa vaacutelida da problemaacutetica citada no item 651
14 Considerando uma semana uacutetil
65
7 CONCLUSAtildeO
Este trabalho procurou identificar a possibilidade da implementaccedilatildeo do processo de
simbiose industrial entre induacutestrias jaacute consolidadas em atividade no municiacutepio de
Bebedouro relacionando o uso de material residual orgacircnico produzido por determinada
induacutestria que seria utilizado como agente de biossorccedilatildeo em processos de tratamento de
aacutegua residuaacuteria industrial de uma outra ambas compartilhando pequena distacircncia
geograacutefica
Das distintas situaccedilotildees supostas a partir da identificaccedilatildeo da induacutestria geradora de
resiacuteduos de laranja e das induacutestrias potencialmente geradoras de efluente contaminado pelo
metal chumbo em Bebedouro (SP) detectou-se duas induacutestrias que se enquadravam nas
possibilidades de implementaccedilatildeo de um processo de simbiose industrial e consequente
proposiccedilatildeo do meacutetodo de tratamento (biossorccedilatildeo combinada com flotaccedilatildeo ou realizada em
reator de leito fluidizado)
Uma induacutestria (denominada 1) pocircde ter um pleno desenvolvimento quanto as
especificaccedilotildees que esclareceram as vantagens do meacutetodo de tratamento proposto
A partir dos dados levantados e analisados eacute possiacutevel citar como vantagens para ambas as
propostas de tratamento 1) a logiacutestica facilitada pela proximidade de ambas as induacutestrias
sendo essa favoraacutevel e com baixos custos 2) a significativa reduccedilatildeo do valor diaacuterio do
tratamento 3) a faacutecil operaccedilatildeo dos processos 4) destinaccedilatildeo ambiental adequada para
ambos os passivos ambientais (de laranja e de chumbo) 5) a capacidade de dessorccedilatildeo da
biomassa a qual possibilita a separaccedilatildeo do metal chumbo do resiacuteduo de laranja sendo
percebidos como um aprimoramento do uso dos recursos naturais Considera-se que a
simbiose industrial eacute um processo importante a ser considerado na busca pela minimizaccedilatildeo
dos impactos ambientais acarretados pelas correntes residuais uma vez que determina a
reinserccedilatildeo destes em outros processos produtivos Geradores que adotam a praacutetica da
simbiose industrial satildeo aqueles que visam os ganhos coletivos em detrimento do exclusivo
ganho individual
Vale ressaltar que mesmo para a identificaccedilatildeo desta uacutenica situaccedilatildeo foi necessaacuterio o
enfrentamento de diversos desafios principalmente de acesso a informaccedilotildees especiacuteficas
tanto na cadeia produtiva quanto das informaccedilotildees ambientais por parte das empresas
Considera-se necessaacuteria uma rigidez maior da CETESB com relaccedilatildeo aos dados fornecidos
pelas induacutestrias visto que o preenchimento do MCE natildeo segue normatizaccedilatildeo especiacutefica o
66
que dificulta a tabulaccedilatildeo de dados aleacutem de natildeo abranger toda as atividades produtivas
devido agrave falta de rigor nas anaacutelises dos teacutecnicos e engenheiros responsaacuteveis Assim
observou-se a necessidade de uma maior abertura no sentido da plena divulgaccedilatildeo de
informaccedilotildees ambientais por parte das empresas assim como a necessidade de organizaccedilatildeo
de um banco de dados que contenha informaccedilotildees da cadeia produtiva do consumo de
mateacuteria prima e insumos aos processos de geraccedilatildeo e especificaccedilatildeo de resiacuteduos e
contaminantes
67
8 SUGESTAtildeO PARA TRABALHOS FUTUROS
Como sugestatildeo para trabalhos futuros
Otimizaccedilatildeo das condiccedilotildees de pH para biossorccedilatildeo com casca de laranja
Elaboraccedilatildeo de questionaacuterios para as induacutestrias produtoras do suco e geradoras de
efluente contaminado pelo metal chumbo
Scale up do processo de biossorccedilatildeo com bioflotaccedilatildeo
Scale up do processo de biossorccedilatildeo com reator de leito fluidizado
68
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ANEXO A
Primeira carta encaminha para CETESB para solicitaccedilatildeo de informaccedilotildees
Obs As Tabelas informadas na carta abaixo foram omitidas para que as empresas natildeo
sejam expostas e aleacutem disso natildeo haacute autorizaccedilatildeopermissatildeo para a divulgaccedilatildeo dos nomes
Lorena 27 de agosto de 2015
Ilmo Senhor
Marcio Barbosa Tango
CETESB - Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo
Assunto Solicitaccedilatildeo de informaccedilotildees sobre os efluentes liacutequidos de induacutestrias quiacutemicas
metaluacutergicas e de produccedilatildeo de embalagens da produccedilatildeo de resiacuteduos em induacutestrias alimentiacutecias
todas do municiacutepio de Bebedouro
Viemos por meio deste solicitar a contribuiccedilatildeo da Companhia Ambiental do Estado de Satildeo
Paulo para o desenvolvimento do Trabalho de Conclusatildeo de Curso em Engenharia Ambiental
intitulado ldquoAnaacutelise da viabilidade em escala real da utilizaccedilatildeo do bagaccedilo da laranja como agente
biossorvente de chumbordquo sendo desenvolvido pela aluna Ludmila Manera Conti na Escola de
Engenharia de Lorena ndash EELUSP sob orientaccedilatildeo da Profa Dra Danuacutebia Caporusso Bargos
O referido Trabalho de Conclusatildeo de Curso tem como objetivo fazer um levantamento das
induacutestrias com potencial para utilizaccedilatildeo do bagaccedilo da laranja como agente biossortivo Assim para
o alcance dos objetivos propostos eacute necessaacuterio o conhecimento de algumas informaccedilotildees presentes
no Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento referente agraves induacutestrias identificadas na Tabela
1 em anexo Tais informaccedilotildees referentes ao ldquoBalanccedilo hiacutedricordquo a saber
Efluentes (sanitaacuterio industrial outros e total de efluentes) a) Consumovazatildeo meacutedia b)
Consumovazatildeo maacutexima c) Eacutepoca d) Consumovazatildeo miacutenima
Dos ldquoEfluentes liacutequidosrdquo a saber a) Despejos (Identificaccedilatildeo Descriccedilatildeo Contiacutenuo ndash vazatildeo e
meacutetodo Descontiacutenuo ndash periodiacutecidade volume duraccedilatildeo) b) Vazatildeo total de despejos c) Vazatildeo de
recirculaccedilatildeo d) Vazatildeo de lanccedilamento e) Disposiccedilatildeo final (Descriccedilatildeo Nome do riolinhas de
despejo)
Do ldquoResumo de lanccedilamentosrdquo a saber a) Despejo (Identificaccedilatildeo Descriccedilatildeo) b) Poluente c)
Concentraccedilatildeo bruta d) Unidade de medida e) Concentraccedilatildeo final f) Unidade de medida g)
Unidades de tratamento (Sequecircncia Descriccedilatildeo Quantidade)
Da geraccedilatildeo de resiacuteduos industriais referentes a Tabela 2 em anexo da parte ldquoResiacuteduos
soacutelidosrdquo a) Identificaccedilatildeo b) Coacutedigo resiacuteduo c) Descriccedilatildeoorigem do resiacuteduo d) Classe e) Estado
77
fiacutesico f) Quantidade anual g) Unidade h) Composiccedilatildeo aproximada i) Meacutetodo utilizado j)
Aspecto geral
Declaramos que as informaccedilotildees solicitadas seratildeo objeto uacutenica e exclusivamente de pesquisa
acadecircmica sendo devidamente creditadas e natildeo havendo qualquer finalidade comercial no uso das
mesmas
Registramos ainda a importacircncia deste apoio para a realizaccedilatildeo deste trabalho que seraacute
inclusive posteriormente divulgado em formato digital e analoacutegico por meio da sua
disponibilizaccedilatildeo no sistema de bibliotecas da USP como uma contribuiccedilatildeo da Universidade para a
aacuterea de gerenciamentogestatildeo de resiacuteduos e efluentes uma vez que como propomos o resiacuteduo de
uma induacutestria pode ser considerado mateacuteria em processo de outras induacutestrias caracterizando o
iniacutecio de um processo de simbiose industrial
Solicitamos que o envio das informaccedilotildees solicitadas seja realizado preferencialmente por meio
de correio eletrocircnico ndash danubiacbargosuspbr eou ludmillaalunoseeluspbr Em caso da
impossibilidade de envio das informaccedilotildees da forma sugerida segue endereccedilo institucional
AC Profa Danuacutebia Caporusso Bargos Departamento de Ciecircncias Baacutesicas e Ambientais
Escola de Engenharia de Lorena ndash EELUSP Estrada Municipal do Campinho snordm CEP 12602-
810 - Lorena-SP
Desde jaacute antecipamos nossos agradecimentos e nos colocamos agrave disposiccedilatildeo para os
esclarecimentos adicionais que se fizerem necessaacuterios
Atenciosamente
Profa Dra Danuacutebia Caporusso Bargos
Escola de Engenharia de Lorena (EELUSP)
Departamento de Ciecircncias Baacutesicas e Ambientais
Telefone +55 (12) ndash 3159-5094
E-mail danubiacbargosuspbr
Ludmilla Manera Conti
Graduanda em Engenharia Ambiental
Endashmail ludmillaalunoseeluspbr
78
ANEXO B
Segunda carta encaminha para CETESB para confirmaccedilatildeo de vistas de processos
Lorena 01 de outubro de 2015
Ilmo Senhor Marcio Barbosa Tango e Senhora Letiacutecia Franco Leonel
CETESB - Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo
Assunto vistas de processos de licenciamento
Venho por meio deste agradecer a atenccedilatildeo e presteza desta Companhia no atendimento agrave
minha solicitaccedilatildeo de vistas de processos para coleta de informaccedilotildees sobre os efluentes liacutequidos de
induacutestrias quiacutemicas metaluacutergicas e de produccedilatildeo de embalagens da produccedilatildeo de resiacuteduos em
induacutestrias alimentiacutecias do municiacutepio de Bebedouro Tal solicitaccedilatildeo eacute feita por motivo de
desenvolvimento do Trabalho de Conclusatildeo de Curso em Engenharia Ambiental intitulado
ldquoAnaacutelise da viabilidade em escala real da utilizaccedilatildeo do bagaccedilo da laranja como agente biossorvente
de chumbordquo desenvolvido pela aluna Ludmila Manera Conti na Escola de Engenharia de Lorena ndash
EELUSP sob minha orientaccedilatildeo
Devido a compromissos previamente assumidos na Instituiccedilatildeo pela qual sou docente natildeo
seraacute possiacutevel comparecer agrave agecircncia da Barretos nesta data para a realizaccedilatildeo da vista dos processos
cujos nuacutemeros segue em anexo Assim sou representada pela aluna Ludmila Manera Conti que estaacute
apta a fazecirc-lo
Novamente agradeccedilo a atenccedilatildeo e coloco-me agrave disposiccedilatildeo para quaisquer esclarecimentos
adicionais que se fizerem necessaacuterios
Atenciosamente
Profa Dra Danuacutebia Caporusso Bargos
Escola de Engenharia de Lorena (EELUSP)
Departamento de Ciecircncias Baacutesicas e Ambientais
Telefone +55 (12) ndash 3159-5094
E-mail danubiacbargosuspbr
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 ndash Diagrama do processo de simbiose em Kalundborg 1961 a 1989 16
Figura 2 ndash Simbioses industriais observada no distrito industrial de Kalundborg nos dias
atuais 17
Figura 3 ndash Os trecircs niacuteveis de operaccedilatildeo da Ecologia Industrial 17
Figura 4 ndash Extraccedilatildeo uso e disposiccedilatildeo final de chumbo em 1990 em milhares de toneladas
20
Figura 5 ndash Disposiccedilatildeo dos municiacutepios produtores de laranja no Estado de Satildeo Paulo 30
Figura 6 ndash Setores do cinturatildeo citriacutecola 31
Figura 7 ndash Localizaccedilatildeo das filiais das induacutestrias de suco de laranja (A B e C) 33
Figura 8 ndash Induacutestria de suco geradora de resiacuteduos de laranja localizada na cidade de
Bebedouro 35
Figura 9 ndash Induacutestrias com potencial poluidor 43
Figura 10 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea de estudos 57
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 ndash Localizaccedilatildeo das unidades das induacutestrias A B e C 32
Quadro 2 ndash Relaccedilatildeo entre categorias industriais americanas e brasileiras 38
Quadro 3 ndash Categorias e subcategorias industriais de acordo com o IBGE 39
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 ndash Paracircmetros para controle bioloacutegico da exposiccedilatildeo ocupacional 21
Tabela 2 ndash Padrotildees de lanccedilamento de efluentes contendo chumbo em corpos drsquoaacutegua e em
redes coletoras de esgoto 22
Tabela 3 ndash Cidades integrantes do cinturatildeo citriacutecola consideradas no levantamento de
induacutestrias de suco 34
Tabela 4 ndash Nuacutemero de induacutestrias de acordo com as subcategorias industriais do IBGE 40
Tabela 5 ndash Induacutestrias com potencial poluidor por chumbo localizadas na cidade de
Bebedouro ndash SP 42
Tabela 6 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 1 44
Tabela 7 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 1 44
Tabela 8 ndash Anaacutelise do efluente proveniente da metalurgia de metais natildeo ferrosos antes e apoacutes
tratamento 45
Tabela 9 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 2 45
Tabela 10 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 3 45
Tabela 11 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 3 46
Tabela 12 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 5 46
Tabela 13 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 5 47
Tabela 14 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 6 47
Tabela 15 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 6 48
Tabela 16 ndash resultado do ensaio para massa bruta 48
Tabela 17 ndash resultado do ensaio para lixiviaccedilatildeo 49
Tabela 18 ndash resultado do ensaio para solubilizado 49
Tabela 19 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 7 49
Tabela 20 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 7 50
Tabela 21 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 8 50
Tabela 22 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 8 51
Tabela 23 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 9 51
Tabela 24 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 9 51
Tabela 25 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 11 52
Tabela 26 ndash Resultados das anaacutelises para cada efluente 54
Tabela 27 ndash Dados da produccedilatildeo de laranja em Bebedouro 58
Tabela 28 ndash Valores do reator de leio fixo 59
Tabela 29 ndash Especificaccedilotildees dos flotadores de ar dissolvido 60
Tabela 30 ndash Menores rotas possiacuteveis entre a induacutestria de suco e a induacutestria 1 62
Tabela 31 ndash Menores rotas possiacuteveis entre a induacutestria de suco e a induacutestria 6 Erro
Indicador natildeo definido
Tabela 32 ndash Gastos com as tecnologias referentes 63
Tabela 33 ndash Balanccedilo de massa e energia diaacuterio proposto para a induacutestria 1 63
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 13
2 OBJETIVOS 14
21 Principal 14
22 Especiacuteficos 14
3 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA 15
31 Desenvolvimento sustentaacutevel 15
311 Simbiose industrial 15
32 Chumbo 19
321 Legislaccedilatildeo especiacutefica relacionada a descarga de efluentes 22
322 Tratamento para efluentes com metais 22
323 Biossorccedilatildeo 23
324 A laranja como adsorvente 24
4 METODOLOGIA 26
41 Levantamento bibliograacutefico 26
42 Levantamento e anaacutelise da produccedilatildeo de laranja no Estado de SP 27
43 Levantamento e anaacutelise das induacutestrias com potencial poluidor 28
44 Exposiccedilatildeo do meacutetodo de tratamento aplicado na induacutestria 29
5 LEVANTAMENTO DE DADOS 30
51 Distribuiccedilatildeo da produccedilatildeo de laranja no estado de Satildeo Paulo 30
511 Distribuiccedilatildeo do consumo de laranja no estado de SP 31
512 Seleccedilatildeo da induacutestria de suco 33
5121 Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento (MCE) 35
52 Categorias industriais de acordo com o tipo de efluente gerado 36
521 Levantamento das induacutestrias com potencial poluidor 41
5211 Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento (MEC) 43
53 Biossorccedilatildeo 53
531 Reduccedilatildeo do tamanho do resiacuteduo 55
532 Desidrataccedilatildeo do resiacuteduo 55
6 ANAacuteLISES E DISCUSSOtildeES DE DADOS 57
61 Aacuterea de estudo 57
62 Processamento dos resiacuteduos de laranja 58
63 Reator e flotador 58
64 Induacutestria 1 60
641 Quantificaccedilatildeo do resiacuteduo de laranja 61
642 Transporte 62
65 Induacutestria 6 Erro Indicador natildeo definido
651 Quantificaccedilatildeo do resiacuteduo de laranja Erro Indicador natildeo definido
652 Transporte Erro Indicador natildeo definido
66 Consideraccedilotildees 62
7 CONCLUSAtildeO 65
8 SUGESTAtildeO PARA TRABALHOS FUTUROS 67
REFEREcircNCIAS 68
ANEXO A 76
ANEXO B 78
13
1 INTRODUCcedilAtildeO
Considerando o modelo atual de desenvolvimento da sociedade como sendo
representado por um sistema aberto o qual necessita de uma fonte contiacutenua e inesgotaacutevel
de mateacuteria e energia (BRAGA et al 2002) e com um aumento das emissotildees de poluentes
em todo o mundo a busca por medidas remediadoras para melhoria das condiccedilotildees
ambientais torna-se cada vez maior
Como um exemplo de medida remediadora temos a pesquisa e desenvolvimento de
teacutecnicas que possibilitem a retirada de metais pesados do meio aquoso uma delas a
biossorccedilatildeo aleacutem de promover a destinaccedilatildeo a biomassas vegetais resultantes de processos
produtivos tambeacutem apresenta alto iacutendice de funcionalidade
Umas das biomassas vegetais cuja produccedilatildeo eacute abundante no estado de Satildeo Paulo eacute a
proveniente da fruta laranja e os resiacuteduos desta sejam eles casca bagaccedilo ou sementes jaacute
foram analisados em estudos desenvolvidos por diferentes pesquisadores tais como
Massocatto et al (2009) e Almeida et al (2012) cujos resultados atestaram eficiecircncia
elevada quanto a biossorccedilatildeo especialmente do metal pesado chumbo
Diante do exposto o presente trabalho visa apresentar uma proposta de integraccedilatildeo
entre induacutestrias do municiacutepio de Bebedouro localizado no estado de Satildeo Paulo que
proveriam resiacuteduo de laranja para aquelas que poderiam utilizaacute-lo como meacutetodo de
tratamento de aacuteguas residuaacuterias aplicando dessa forma o conceito de Simbiose Industrial
que apresenta como fundamentos as oportunidades de conexatildeo oferecidas pela disposiccedilatildeo
geograacutefica das induacutestrias e aperfeiccediloamento do uso de mateacuteria e energia (CHERTOW
2000 GANER 1995)
14
2 OBJETIVOS
21 Principal
O presente trabalho propotildee identificar a possibilidade de implementaccedilatildeo de uma
simbiose industrial entre induacutestrias do municiacutepio de BebedourondashSP
22 Especiacuteficos
Para o incremento do objetivo exposto tornou-se necessaacuterio o alcance de objetivos
especiacuteficos tais como
Identificar as induacutestrias geradoras dos resiacuteduos soacutelidos de laranja e induacutestrias que
poderiam beneficiar-se com a utilizaccedilatildeo destes nos processos de tratamento de seus
efluentes contaminados com o metal chumbo
Avaliar os processos jaacute colocados em praacutetica por induacutestrias com potencial poluidor
para tratamento dos efluentes contaminados com o metal chumbo
Analisar os dados teacutecnicos para avaliaccedilatildeo do potencial das induacutestrias selecionadas
para a proposiccedilatildeo de arranjos institucionais que propiciem a integraccedilatildeo e a simbiose entre
induacutestrias do municiacutepio de Bebedouro
15
3 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA
31 Desenvolvimento sustentaacutevel
Algumas propostas da Lei nordm 1230510 (BRASIL 2010a) que institui a Poliacutetica
Nacional dos Resiacuteduos Soacutelidos (PNRS) satildeo a prevenccedilatildeo a reutilizaccedilatildeo e a reduccedilatildeo de
resiacuteduos as quais satildeo necessaacuterias para o cumprimento e efetividade da lei Paralelamente a
este ideal uma incitaccedilatildeo atual eacute a articulaccedilatildeo de um sistema de produccedilatildeo circular
denominado cradle to cradle (que significa ldquodo berccedilo ao berccedilordquo) que consiste na produccedilatildeo
zero de rejeitos no qual a mateacuteria residual de um processo exerceria uma funccedilatildeo em outro
(CCPII c2014) A partir desses preceitos busca-se o alinhamento do desenvolvimento
econocircmico e industrial agrave proteccedilatildeo do meio ambiente e o bem-estar humano ou seja o
desenvolvimento sustentaacutevel
Conforme definiccedilatildeo ldquodesenvolvimento sustentaacutevel eacute aquele que atende as
necessidades das geraccedilotildees atuais sem comprometer a capacidade das geraccedilotildees futuras de
atenderem as suas necessidades e aspiraccedilotildeesrdquo (UNITED NATIONS 1987)
De acordo com Fet e Michelsen (2002) ldquona natureza um sistema ecologicamente
sustentaacutevel eacute uma teia complexa de organismos no qual as mateacuterias e os resiacuteduos
conformam um ciclordquo Frosch e Gallopoulos (1989) agrave vista desse conceito desenvolveram
o ideal de ecossistema industrial o qual funcionaria analogamente aos sistemas
ecologicamente sustentaacuteveis os resiacuteduos gerados por uma companhia podemdevem ser
usufruiacutedos como recurso por outra correspondendo a um ciclo fechado de mateacuteria e
energia
311 Simbiose industrial
Em 1989 uma associaccedilatildeo de filiais de diferentes induacutestrias que realizavam uma
extensa partilha de recursos foi descoberta na Dinamarca O que foi denominado na eacutepoca
16
de ldquoa simbiose industrial em Kalundborgrdquo forneceu a possibilidade da realizaccedilatildeo concreta
dos ecossistemas industriais proposto por Frosch e Galloupolos em 1989 (CHERTOW
2007) Poreacutem analogamente ao ciclo residual fechado proposto pelos ecossistemas
industriais os fundamentos para a simbiose industrial satildeo a colaboraccedilatildeo e as
oportunidades de coesatildeo oferecidas pela proximidade geograacutefica (CHERTOW 2000)
aleacutem do uso aprimorado dos recursos naturais e reduccedilatildeo da produccedilatildeo de resiacuteduos finais
(GANER 1995) Assim considera-se que a simbiose industrial eacute um passo para a
realizaccedilatildeo do objetivo maior que seria o alcance de um ecossistema industrial
A ldquosimbioserdquo observada em 89 no distrito industrial de Kalundborg ocorreu de
modo gradual e sem uma concepccedilatildeo especiacutefica as induacutestrias empenharam-se no uso
econocircmico de seus subprodutos e minimizaram custos em conformidade agraves novas
regulamentaccedilotildees ambientais (EHRENFELD GERTLER 1997) A Figura 1 apresenta o
diagrama do distrito industrial de Kalundborg
Figura 1 ndash Diagrama do processo de simbiose em Kalundborg 1961 a 1989
Fonte adaptado de KALUNDBORG SYMBIOSIS (2015)
No decorrer dos anos e fazendo jus aos sistemas naturais o distrito industrial
desenvolveu-se de modo que novas relaccedilotildees conexotildees e empresas foram se estabelecendo
trazendo cada vez mais proacuteximo o ideal de ecossistema industrial tal como apresentado
na Figura 2
Existem ainda outros exemplos de processos de simbioses industriais que
aconteceram naturalmente ao redor do mundo como em Jyvaumlskylauml na Finlacircndia e Sytiria
na Aacuteustria (CHERTOW 2000)
17
Figura 2 ndash Simbioses industriais observada no distrito industrial de Kalundborg nos dias atuais
Fonte adaptado de KALUNDBORG SYMBIOSIS (2015)
Ehrenfeld e Gertler (1997) afirmaram que o ramo emergente da ecologia industrial
une os preceitos citados a outros como por exemplo o metabolismo industrial (cuja
elucidaccedilatildeo seraacute realizada mais adiante) trazendo-os como forma simplificada de
operacionalizaccedilatildeo de projetos desenvolvendo uma estrutura que identifica e implementa
estrateacutegias que visam agrave manutenccedilatildeo dos paradigmas ambientais almejando o
desenvolvimento industrial alicerccedilado ao desenvolvimento sustentaacutevel
Na Figura 3 eacute possiacutevel observar de modo linear o que Grann (1997) alegou em que
a simbiose industrial revela-se como um meacutetodo funcional da aplicaccedilatildeo do conceito
sustentaacutevel de desenvolvimento
Figura 3 ndash Os trecircs niacuteveis de operaccedilatildeo da Ecologia Industrial
Fonte adaptado de CHERTOW (2000)
18
Conforme a Figura 3 e de acordo com Chertow (2000) constata-se a existecircncia de
trecircs grandes aacutereas de operaccedilatildeo da ecologia industrial bem como alguns exemplos de
instrumentos de cada uma
1 Empresa ndash refere-se ao desenvolvimento de medidas que podem ser exercicidas
dentro da empresa tais como
Eco-design ndash estrateacutegia de design que visa a reduccedilatildeo das perdas ambientais
utilizada principalmente no desenvolvimento de novos produtos (GARNER
KEOLEIAN 1995)
Prevenccedilatildeo agrave poluiccedilatildeo ndash uniatildeo de princiacutepios que tem por finalidade a prevenccedilatildeo agrave
geraccedilatildeo de resiacuteduos antes do iacutenicio do processo industrial (CHERTOW 2000)
Economia verde ndash este novo campo da contabilidade se desvencilha-se da
contabilidade tradicional propondo-se a trazer informaccedilotildees mais exatas sobre o
ldquocustos ambientaisrdquo das empresas cuja influecircncia deve alcanccedilar o campo dos
negoacutecios relacionando-se a ldquoqualidade verderdquo do produto ou serviccedilo (RICHARDS
FROSCH 1997)
2 Inter-empresas ndash medidas que podem ser tomadas a partir da relaccedilatildeo entre
induacutestrias que encontram-se geograficamente proacuteximas tais como
Simbiose industrial ndash criaccedilatildeo de ligaccedilatildeo entre induacutestrias com objetivo de
aumentar a eficiecircncia da mateacuteria e energia que fluem atraveacutes do distrito industrial
em que se encontram (EHRENFELD GERTLER 1997)
Ciclo de vida dos produtos ndash ldquoprocesso usado para avaliar as perdas ambientais
relacionadas a um produto processo ou atividaderdquo (Society for Enviromental
Toxicology amp Chemistry ndash SETAC 1994 traduccedilatildeo nossa)
Iniciativa dos setores industriais
3 RegionalGlobal ndash medidas que podem ser adotadas entre nuacutecleos induacutestrias
Ciclos e orccedilamentos ndash eacute um sistema orientador que promove produccedilotildees com
designs mais ecoloacutegicos e economicamente sustentaacuteveis (GARNER KEOLEIAN
1995)
Fluxo de mateacuteria e energia ndash conceito desenvolvido por Robert Ayres
denominado de ldquometabolismo industrialrdquo leva em consideraccedilatildeo o fluxo de mateacuteria
e energia atraveacutes dos sistema industriais e por meio de anaacutelises in put (entrada) e
out put (saiacuteda) vecirc-se a possibilidade de identificaccedilatildeo de processos e produtos
ineficientes que podem resultar em perda material e prejuiacutezos ao meio ambiente
(GARNER KEOLEIAN 1995)
19
Portanto a simbiose industrial apresenta-se como uma ferramenta que envolve
induacutestrias tradicionalmente separadas em uma ldquoabordagem coletiva para a vantagem
competitiva envolvendo troca fiacutesica de materiais energia aacutegua eou subprodutosrdquo
(CHERTOW 2000 traduccedilatildeo nossa)
De acordo com Ehrenfeld e Gertler (1997) a partir do estreitamento da relaccedilatildeo
entre o conceito ambiental e o desenvolvimento industrial e considerando que esse jaacute vecircm
atrelado ao desenvolvimento econocircmico houve a necessidade da aplicaccedilatildeo dos conceitos
da Simbiose Industrial atraveacutes da configuraccedilatildeo de ldquoeco-parques industriaisrdquo
De acordo com Chertow (2000) ldquona praacutetica as definiccedilotildees de eco-parques
industriais ainda estatildeo em formaccedilatildeordquo poreacutem duas definiccedilotildees satildeo mais aceitas a do
Presidentrsquos Council Sustainable (PCSD)
ldquouma comunidade de empresas que cooperam entre si e com a
comunidade local para compartilhar de forma eficiente os recursos
(informaccedilotildees materiais aacutegua energia infra-estrutura e de habitats naturais)
levando a ganhos econocircmicos ganhos de qualidade ambiental e melhoria
equitativa dos recursos humanos para a comunidade empresarial e localrdquo
(PSCD 1996 traduccedilatildeo nossa)
E e a da USEPA
ldquoum eco-parque industrial eacute uma comunidade de manufatura e serviccedilos
que procuram melhor desempenho ambiental e econocircmico
atraveacutes da colaboraccedilatildeo na gestatildeo de questotildees ambientais e de recursos
incluindo energia aacutegua e materiais Ao trabalhar em conjunto a comunidade
de empresas procura um benefiacutecio colectivo que eacute maior do que a soma de a
benefiacutecios individuais de cada empresa iria perceber se ele otimizou seu
indiviacuteduo o desempenho apenasrdquo (USEPA 1995 traduccedilatildeo nossa)
Faz-se relevante neste contexto o estiacutemulo de uma nova revoluccedilatildeo industrial que
promova o desenvolvimento de accedilotildees que entrelaccedilariam o desenvolvimento econocircmico
com o bem-estar dos ecossistemas Poreacutem Casagrande Junior (2004) denota que as
inovaccedilotildees tecnoloacutegicas desenvolvidas pelo modelo econocircmico atual satildeo atreladas ao
ciacuterculo vicioso produccedilatildeo gt consumo gt crescimento econocircmico que estimulam o consumo
exacerbado gerando pressatildeo sobre os recursos naturais causando custos sociais e
ambientais
32 Chumbo
O chumbo eacute um metal pesado cujo siacutembolo eacute Pb de massa molar 2072 g mol-1 de
coloraccedilatildeo branca-azulada tornando-se acinzentado quando exposto ao ar Eacute inodoro
20
macio maleaacutevel possui baixa condutividade eleacutetrica e alta resistecircncia agrave corrosatildeo Funde-se
com facilidade agrave 3274 ordmC e sua temperatura de vaporizaccedilatildeo eacute de 1725 ordmC Pertence ao
grupo IVA da tabela perioacutedica cujo nuacutemero atocircmico eacute 82 podendo apresentar dois estados
de oxidaccedilatildeo Pb+2 mais estaacutevel e Pb+4 oxidante Historicamente tem sido amplamente
explorado pela sociedade devido a sua vasta disponibilidade no meio ambiente
principalmente na forma de compostos minerais sendo o sulfeto de chumbo (PbS)
conhecido como galena considerado a mais importante e abundante fonte de chumbo
(ALEXANDRINO 2014)
Existem relatos de utilizaccedilatildeo do chumbo por vaacuterias sociedades antigas no entanto
a primeira civilizaccedilatildeo a utilizaacute-lo amplamente foi o Impeacuterio Romano no seacuteculo V aC V
aC para ldquoconfecccedilatildeo de objetos [] fabricaccedilatildeo de tubulaccedilotildees e torneiras produtos de
beleza e ateacute na correccedilatildeo da acidez do vinho atraveacutes da adiccedilatildeo de oacutexido de chumbordquo
(Miranda e Souto 2010)
Atualmente cerca de 70 da produccedilatildeo mundial de chumbo eacute utilizada
fundamentalmente na elaboraccedilatildeo de baterias automotivas e na induacutestria de chumbo-aacutecido
embora tambeacutem apresente copiosas empregabilidades na induacutestria em geral devido a suas
caracteriacutesticas fiacutesicas e quiacutemicas (PRAC c2015) Na Figura 4 observam-se os processos de
extraccedilatildeo usos e disposiccedilatildeo final do chumbo nos anos 90
Figura 4 ndash Extraccedilatildeo uso e disposiccedilatildeo final de chumbo em 1990 em milhares de toneladas
Fonte elaborado a partir de GARNER KEOLEIAN (1995)
21
Comparativamente ao dado fornecido pelo PRAC observa-se que o ramo que
absorve a maior porcentagem do mercado extrativista continua o mesmo isto eacute a
fabricaccedilatildeo de baterias Eacute possiacutevel observar que a reciclagem do chumbo eacute quase que
integralmente proveniente dessa mesma atividade e que vaacuterios usos permanecem como
sistemas abertos de mateacuteria
Como consequecircncia dessa intensa utilizaccedilatildeo a contaminaccedilatildeo por chumbo eacute um
problema tatildeo expressivo quanto a extensatildeo de seu uso
ldquoA maior incidecircncia de intoxicaccedilatildeo por chumbo ocorre devido agrave
contaminaccedilatildeo ambiental pela ingestatildeo de alimentos e bebidas contaminadas
e por partiacuteculas suspensas no ar (KOSNETT 2003) Na atividade
ocupacional a via mais frequente de intoxicaccedilatildeo eacute a inalatoacuteria como
consequecircncia da contaminaccedilatildeo do ambiente de trabalho (PAOLIELLO
CHASIN 2001) Dentre os gecircneros alimentiacutecios que mais contribuem para a
ingestatildeo de chumbo destacam-se a aacutegua potaacutevel bebidas em geral cereais
vegetais e frutas (SALGADO 2003)rdquo (SCHIFER et al 2005)
O grande avanccedilo dos sistemas industriais e seu consequente aumento de atividades
nos uacuteltimos anos assim como a negligecircncia de certas induacutestrias tecircm sido responsaacuteveis
pela degradaccedilatildeo de efluentes especialmente pelo desaguamento de quantidades de metais
pesados nestes (PINTO et al 2003) Os metais acabam por contaminarem lenccediloacuteis freaacuteticos
e reservatoacuterios de aacutegua podendo causar danos agrave sauacutede da populaccedilatildeo tais danos ocorrem
quando haacute a extrapolaccedilatildeo dos limites maacuteximos tolerados pelo organismo humano
denominado no Brasil de Iacutendice Bioloacutegico Maacuteximo Permitido (IBPM) o qual foi
decretado pela NR 7 e aprovado pela Portaria SSST nordm 24 de 29 de dezembro de 1994 Na
Tabela 1 verificam-se os valores tolerados para a substacircncia chumbo
Tabela 1 ndash Paracircmetros para controle bioloacutegico da exposiccedilatildeo ocupacional
Agente quiacutemico Indicador Bioloacutegico
VR[1] IBPM[2]
Amostra Anaacutelise
Chumbo orgacircnico
Sangue Chumbo Ateacute 40 ug em 100 mL 60 ug em 100 mL
Urina Aacutecido Delta Aminolevuliacutenico Ateacute 45 g g-1 creat 10 mh g-1 creat
Sangue Zincoprotoporfirina Ateacute 40 ug em 100 mL 100 ug em 100 mL
Chumbo Tetraetila Urina Chumbo Ateacute 50 ug g-1 creat 100 ug g-1 creat
creat ndash abreviaccedilatildeo de creatinina [1] Valor de Referecircncia da Normalidade valor possiacutevel de ser
encontrado em populaccedilotildees natildeo-expostas ocupacionalmente [2] Iacutendice Bioloacutegico Maacuteximo Permitido eacute
o valor maacuteximo do indicador bioloacutegico para o qual se supotildee que a maioria das pessoas
ocupacionalmente expostas natildeo corre risco de danos agrave sauacutede A ultrapassagem deste valor significa
exposiccedilatildeo excessiva
Fonte adaptado de BRASIL (1994a)
22
321 Legislaccedilatildeo especiacutefica relacionada a descarga de efluentes
Conforme artigo 3ordm da Resoluccedilatildeo CONAMA nordm430
ldquoOs efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderatildeo ser lanccedilados
diretamente nos corpos receptores apoacutes o devido tratamento e desde que
obedeccedilam agraves condiccedilotildees padrotildees e exigecircncias dispostos nesta Resoluccedilatildeo e em
outras normas aplicaacuteveisrdquo (BRASIL 2011)
Assim considerou-se que para estar em acordo com a legislaccedilatildeo vigente pode
haver a necessidade da realizaccedilatildeo de tratamento preacutevio ou completo para descarga do
efluente em corpo drsquoaacutegua
Os padrotildees para lanccedilamento de efluentes em corpos receptores satildeo regulamentados
em acircmbito federal na Resoluccedilatildeo CONAMA nordm 430 de 2011 (BRASIL 2011) e em acircmbito
estadual pelo Decreto 8468 de 19761 (SAtildeO PAULO 1976) Na Tabela 2 verificam-se os
padrotildees de lanccedilamento para o metal chumbo em ambos os acircmbitos
Tabela 2 ndash Padrotildees de lanccedilamento de efluentes contendo chumbo em corpos drsquoaacutegua e em redes
coletoras de esgoto
Fonte elaborado a partir de BRASIL (2011) SAtildeO PAULO (1976)
322 Tratamento para efluentes com metais
O tratamento para remoccedilatildeo de metais pesados pode ser realizado a partir de
diferentes processos tais como a precipitaccedilatildeo quiacutemica troca-iocircnica filtraccedilatildeo por
membrana e meacutetodos eletromecacircnicos (ECKENFELDER 2000) Estes conforme
Tchobanoglous e Burton (1991) e Aksu (1998) podem ser processos dispendiosos e
ineficientes
1 A Lei Estadual 997 de 31 de maio de 1976 aprovada pelo Decreto 8468 de 8 de setembro de 1976 foi
alterada e acrescida de dispositivos pelos Decretos 15425 de 23 de julho de 1980 e pelo Decreto 47397 de
novembro de 2012
Destino Resoluccedilatildeo CONAMA nordm43011 Lei Estadual 99776
Emissatildeo em corpos drsquoaacutegua ateacute 05 mg L-1 ateacute 05 mg L-1
Emissatildeo em rede coletora de esgoto ndash ateacute 15 mg L-1
23
Poreacutem metais pesados podem ser extraiacutedos de um sistema aquoso empregando-se
adsorventes naturais como as cascas de determinadas frutas que constituem excelente
alternativa perante os processos quiacutemicos uma vez que satildeo abundantes apresentam baixo
custo comercial e natildeo apresentam uma destinaccedilatildeo especiacutefica fora o descarte convencional
(SIMOtildeES TAUK-TORNISIELO 2005)
Podendo ser fiacutesico ou quiacutemico o processo efetua-se pela interaccedilatildeo do material
adsorvente com o produto a ser adsorvido A adsorccedilatildeo fiacutesica eacute ocasionada principalmente
pelas forccedilas de van der Waals2 no qual o equiliacutebrio eacute atingido rapidamente e eacute reversiacutevel
jaacute a adsorccedilatildeo quiacutemica eacute a uniatildeo de moleacuteculas ou aacutetomos a uma superfiacutecie soacutelida que pode
ser realizada atraveacutes de ligaccedilotildees quiacutemicas ou por efeito cataliacutetico (WEBER JUNIOR 1972)
323 Biossorccedilatildeo
Segundo Volesky (1986) eacute denominada de biossorccedilatildeo a separaccedilatildeo seletiva de iacuteons
metaacutelicos de meio aquoso na qual o meio adsorvente seria uma biomassa sendo ainda um
processo natildeo agressivo no qual ocorrem somente interaccedilotildees entre os grupos funcionais da
biomassa com os iacuteons da soluccedilatildeo
ldquoA adsorccedilatildeo eacute uma forma de tratamento bastante eficaz utilizada para a
remoccedilatildeo de metais toacutexicos Devido a isto meacutetodos de adsorccedilatildeo de metais em
efluentes utilizando materiais naturais estatildeo sendo desenvolvidos podendo
ainda ser uma alternativa para o aproveitamento de resiacuteduos agroindustriaisrdquo
(MASSOCATTO et al 2009)
A utilizaccedilatildeo da biomassa como agente adsorvente alternativo em meacutetodos de
tratamento convencional apresenta como fatores significativos o reduzido valor agregado
comercial capacidade de tratar grande volume de efluente potencial de dessorccedilatildeo3 e
tempo de separaccedilatildeo seletiva de iacuteons variando de 5 a 15 minutos (PINO TOREM 2011
VOLESKY HOLAN 1995) Geralmente os adsorventes naturais evidenciam a mesma
eficaacutecia de reter iacuteons metaacutelicos que os adsorventes sinteacuteticos pois possuem agrupamentos
orgacircnicos e satildeo fibrosos o que gera uma maior aacuterea de influecircncia e ldquosiacutetiosrdquo para os iacuteons
serem adsorvidos (PAVAN 2007)
O uso da biomassa como agente de remoccedilatildeo de metais pesados jaacute eacute desde 1999
considerada pela USEPA como uma tecnologia de descontaminaccedilatildeo
2 Forccedilas de van der Waals forccedilas entre as moleacuteculas mais fracas que as forccedilas atocircmicas RUSSEL J
Quiacutemica Geral 2 ed Satildeo Paulo Makron Book 1994 vol 1 3 Recuperaccedilatildeo da espeacutecie metaacutelica
24
Diversos tipos de adsorventes tais como o palmito pupunha o sabugo de milho o
algodatildeo o caju as cascas de arroz banana noz pecatilde e laranja tecircm sido testados
laboratorialmente por pesquisadores da aacuterea cita-se Vaghetti et al (2009) que realizou
estudos sobre a eficiecircncia da casca da noz pecatilde como agente de retirada de iacuteons cromo(III)
cromo (VI) ferro zinco cobre manganecircs e chumbo de soluccedilotildees sinteacuteticas obtendo
especial ecircxito na biossorccedilatildeo de cromo (VI)
O processo de biossorccedilatildeo desenvolve-se de modo homogecircneo atraveacutes de condiccedilotildees
ambientais controladas as quais ocorrem dentro de reatores contiacutenuos (VOLESKY
NOLAN 1995 SANTOS VASCONCELOS 2002) Os reatores mais comumente usados
na remoccedilatildeo de metais pesados satildeo o de coluna de leito fixo e o anaeroacutebio de manta de
lodo (QUAMBY FOSTER 1995 SEOLATTO et al 2009)
De acordo com Lodeiro Herrero e Sastre de Vicente (2006) os reatores de coluna
de leito fixo promovem o melhor aproveitamento do biossorvente pois possibilitam ciclos
regenerativos jaacute os reatores anaeroacutebios de manta de lodo satildeo comumente utilizados em
tratamento de aacuteguas residuaacuterias por serem eficientes na remoccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica e
apresentarem consideraacutevel baixo custo inicial (QUAMBY FOSTER 1995 SEOLATTO
et al 2009)
324 A laranja como adsorvente
Segundo Batista (2014)
ldquoA casca da laranja encontra-se na literatura dos estudos de adsorccedilatildeo
mostrando um grande potencial na remoccedilatildeo de resiacuteduos em efluentes O
Brasil eacute um grande produtor de laranja no mundo atualmente em torno de
70 do suco consumido mundialmente eacute proveniente de plantaccedilotildees ou da
industrializaccedilatildeo da laranja no Brasil Apoacutes a extraccedilatildeo do suco na induacutestria da
laranja grande parte do fruto mais de 50 eacute de rejeitos soacutelidos
representados pela casca bagaccedilo e sementesrdquo (BATISTA 2014)
Aproximadamente 18 milhotildees de toneladas de laranja satildeo produzidas anualmente
no Brasil e o Estado de Satildeo Paulo eacute responsaacutevel por 74 dessa produccedilatildeo (IBGE 2012)
Em 2011 os resiacuteduos de laranja oriundos de induacutestrias de processamento como por
exemplo de produccedilatildeo de suco chegaram a gerar 95 milhotildees de toneladas de resiacuteduos
(CODESP 2011) Apesar de ser uma mateacuteria abundante e de baixo custo a principal
utilizaccedilatildeo dessa biomassa tem sido como complemento na alimentaccedilatildeo bovina Tal
25
complemento chamado de ldquopolpa ciacutetrica peletizadardquo eacute produzido a partir da secagem dos
resiacuteduos de laranja Ateacute meados de 1993 o produto era desconhecido pela pecuaacuteria
nacional pois desde a deacutecada de 70 a polpa ciacutetrica era exportada quase que integralmente
para a Europa (NEVES et al 2010)
A previsatildeo para exportaccedilatildeo do produto em 2012 era de 180 toneladas isso
considerando que haveria um aumento de 21 com relaccedilatildeo a 2011 (CODESP 2011) A
polpa ciacutetrica peletizada continua natildeo sendo empregada amplamente no Brasil gerando um
remanescente de aproximadamente 932 milhotildees de toneladas de resiacuteduos de laranja sem
destinaccedilatildeo especiacutefica Dessa forma a sua utilizaccedilatildeo como insumo de agente biossortivo
obtido aproximadamente a custo zero torna-se de grande valia na retirada de metais
pesados de meio aquoso
Como apontado por Batista (2014) os rejeitos de laranja satildeo apontados na literatura
como material de adsorccedilatildeo mostrando um grande potencial na remoccedilatildeo de metais Aacuteguas
residuaacuterias que incluem por exemplo cromo chumbo e prata apresentam resultados
promissores particularmente a biossorccedilatildeo do chumbo apresenta aproximadamente 99 de
eficaacutecia com relaccedilatildeo a concentraccedilotildees variadas de chumborejeito de laranja (MORAES et
al 2011 MASSOCATTO et al 2009 ALMEIDA et al 2012)
Apesar da eficaacutecia laboratorial da utilizaccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos de laranja (casca
bagaccedilo e semente) na descontaminaccedilatildeo de um meio aquoso observa-se a necessidade do
estabelecimento da conexatildeo entre as induacutestrias que proveriam esse resiacuteduo de laranja com
as que poderiam utilizaacute-lo como meacutetodo de tratamento assim revelou-se a oportunidade
de aplicar o conceito de Simbiose Industrial atraveacutes de uma anaacutelise inter-empresas
avaliando a potencialidade de intercacircmbio dos rejeitos industriais como fonte de mateacuteria-
prima para outros processos produtivos em induacutestrias do municiacutepio de Bebedouro estado
de Satildeo Paulo
26
4 METODOLOGIA
A metodologia desenvolvida neste trabalho pode ser agrupada e pormenorizada em
quatro etapas todas elas partindo de um levantamento e anaacutelise de referenciais teoacutericos
embasados em dados bibliograacuteficos O levantamento de dados realizado neste trabalho teve
como primeira aacuterea de abrangecircncia o estado de Satildeo Paulo Foram utilizados os bancos de
dados do IBGE CDSP CETESB USEPA entre outros e tambeacutem web sites artigos teses
e pesquisas acadecircmico cientiacuteficas
41 Levantamento bibliograacutefico
Caracterizou-se o processo de simbiose industrial como forma de reinserccedilatildeo de
resiacuteduos na cadeia produtiva e sua efetiva implantaccedilatildeo como possibilidade viaacutevel do
alcance do desenvolvimento sustentaacutevel
Realizou-se definiccedilatildeo teacutecnica do metal pesado chumbo e contextualizaccedilatildeo da
problemaacutetica do uso histoacuterico desse metal com ecircnfase para a problemaacutetica do uso na
atualidade
Desenvolveu-se a relaccedilatildeo entre o capitalismo atual que promove os ciclos abertos
de mateacuteria e energia caracteriacutestica de parte do sistema produtivo com ecircnfase para aqueles
que geram aacuteguas residuaacuterias contaminadas pelo metal pesado chumbo
Avaliaram-se os meacutetodos de remoccedilatildeo de metais-pesados de aacuteguas residuaacuterias com
especial atenccedilatildeo ao uso de biomassa vegetal como agente no processo de adsorccedilatildeo4 objeto
de estudo deste trabalho
A partir da escolha da biossorccedilatildeo como meacutetodo para o tratamento de efluentes
realizou-se um levantamento bibliograacutefico sobre usos de diversas biomassas vegetais que
apresentariam eficaacutecia comprovada e que tambeacutem poderiam ser encontradas em
abundacircncia
Constatou-se que o maior produtor de laranja do Brasil eacute o estado de Satildeo Paulo e
que a cadeia produtiva da transformaccedilatildeo do produto in natura em suco eacute tambeacutem em sua
4 Neste trabalho foi denominada de biossorccedilatildeo a adsorccedilatildeo realizada por meio da utilizaccedilatildeo de biomassa
vegetal
27
grande maioria realizada dentro do estado O processo referido gera quantidade abundante
de biomassa vegetal de laranja cuja eficaacutecia no tratamento de efluentes contaminados pelo
metal pesado chumbo pocircde ser comprovada por referencial teoacuterico
Definiu-se de consideraacutevel relevacircncia a realizaccedilatildeo de um estudo que busque
evidecircncias da aplicabilidade e viabilidade de uma proposta para o processo de simbiose
entre as induacutestrias estudadas no qual os resiacuteduos (bagaccedilosementecasca) de laranja
possam ser utilizados como meacutetodo de tratamento de aacutegua residuaacuteria contaminada no
processo de produccedilatildeo industrial
42 Levantamento e anaacutelise da produccedilatildeo de laranja no Estado de SP
Apoacutes constataccedilatildeo por meio da Revisatildeo Bibliograacutefica que o Estado de Satildeo Paulo eacute
o estado que se apresenta como maior produtor de laranja do Brasil realizou-se um
levantamento da produccedilatildeo de laranja por cidades do estado Utilizaram-se dados do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do ano de 2012 que correspondem
ao levantamento da produccedilatildeo total de diversos tipos de leguminosas frutas e sementes por
cidade
Posteriormente realizou-se a elaboraccedilatildeo de um mapa referente agrave produccedilatildeo de
laranja por cidade do estado de Satildeo Paulo com suporte do programa de geoprocessamento
ArcGis 1031
A partir da obtenccedilatildeo de dados referentes agrave produccedilatildeo de laranja por cidade com sua
respectiva espacializaccedilatildeo constatou-se acessando o cataacutelogo da Associaccedilatildeo Nacional de
Exportadores de Sucos e Ciacutetricos (CitrusBR) que o escoamento de 93 da produccedilatildeo total
do estado eacute proveniente do denominado cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo cuja definiccedilatildeo seraacute elucidada
no capiacutetulo 51 tem a seguinte destinaccedilatildeo trecircs grandes empresas fabricantes de suco de
laranja consumo in natura e pequenas induacutestrias produtoras de suco
A seguir as cidades levantadas neste trabalho e integrantes do cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo
foram aferidas sequencialmente em ordem decrescente de produccedilatildeo mediante acessos aos
cataacutelogos industriais da Federaccedilatildeo das Induacutestrias do Estado de Satildeo Paulo (FIESP 2014) e
do Centro das Induacutestrias do Estado de Satildeo Paulo (CIESP 2015) com o intuito de verificar
a existecircncia de escoamento de produccedilatildeo de laranja destinado a pequenas induacutestrias de suco
28
Foi realizado contato por meios eletrocircnicos com as induacutestrias constantes no
material pesquisado no qual foram requeridas informaccedilotildees sobre
1) Existecircncia da geraccedilatildeo de resiacuteduo de laranja
2) Destinaccedilatildeo dada ao resiacuteduo se este existir
3) Quantificaccedilatildeo diaacuteria eou mensal eou anual do resiacuteduo se este existir
4) Armazenamento do resiacuteduo se este existir
A Companhia Ambiental do estado de Satildeo Paulo (CETESB) foi contatada com o intuito
de requisitar vista do Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento (MCE) desta induacutestria
com objetivo de levantamento dos dados pertinentes ao desenvolvimento deste trabalho Os
dados solicitados agrave CETESB referentes a cada induacutestria constam no Anexo A e B
43 Levantamento e anaacutelise das induacutestrias com potencial poluidor
A partir da delimitaccedilatildeo da aacuterea de estudo verificou-se a necessidade da realizaccedilatildeo
um levantamento das induacutestrias que poderiam utilizar-se da biossorccedilatildeo como meacutetodo de
tratamento de efluentes
Para tal houve a necessidade de realizar uma relaccedilatildeo entre as categorias industriais
da Environmental Protection Agency ndash United States (USEPA) as quais levam em
consideraccedilatildeo em sua descriccedilatildeo os componentes que potencialmente seriam encontrados
em seus respectivos efluentes com as categorias industriais brasileiras disponibilizadas
pelo IBGE
Sucedendo-se a esta associaccedilatildeo e jaacute delimitada a aacuterea de pesquisa como sendo o
limite municipal da cidade de Bebedouro realizou-se a partir de pesquisa nos cataacutelogos
industriais da FIESP (2014) e da CIESP (2015) afericcedilatildeo das induacutestrias que estariam dentro
dos paracircmetros dispostos nas categorias industriais caracterizadas neste trabalho isto eacute as
que potencialmente conteriam chumbo em suas aacuteguas residuaacuterias
Um total de onze induacutestrias apresentaram os quesitos para serem categorizadas pelo
meacutetodo citado Um mapa referente agrave disposiccedilatildeo dessas induacutestrias foi efetuado no programa
ArcGis 1031 Subsequentemente a agecircncia da CETESB responsaacutevel pelo municiacutepio de
Bebedouro foi contatada a fim de se obter a vista dos processos MCE de cada uma das
induacutestrias com o intuito de verificar quais realmente continham chumbo em suas aacuteguas
29
residuaacuterias e quais as formas de tratamento efetuadas Apoacutes essa verificaccedilatildeo constatou-se
que duas induacutestrias adequavam-se ao propoacutesito deste trabalho
44 Exposiccedilatildeo do meacutetodo de tratamento aplicado na induacutestria
Pormenorizaccedilatildeo dos dados referentes aos efluentes destas empresas foram
analisados para que a partir de referencial teoacuterico em uma segunda etapa fossem
realizados os caacutelculos da demanda de resiacuteduos de laranja que tais induacutestrias utilizariam se
adotassem o meacutetodo de tratamento proposto
Atraveacutes de anaacutelise do mesmo referencial teoacuterico citado anteriormente foram
obtidas informaccedilotildees sobre o tratamento especiacutefico que o resiacuteduo deveria receber antes de
ser inserido no processo de tratamento Em sequecircncia realizou-se levantamento das
tecnologias que poderiam ser utilizadas no processamento desses resiacuteduos bem como
seleccedilatildeo das que mais se adequavam
Realizou-se levantamento de formas de inserccedilatildeo da biomassa em escala real de
tratamento
Um levantamento e anaacutelises de custos das tecnologias de processamento das
formas de inserccedilatildeo e do translado do resiacuteduo caso fosse utilizado os serviccedilos de uma
empresa transportadora foram realizados
30
5 LEVANTAMENTO DE DADOS
51 Distribuiccedilatildeo da produccedilatildeo de laranja no estado de Satildeo Paulo
Para o levantamento e espacializaccedilatildeo da produccedilatildeo de laranja no estado de Satildeo Paulo
foram coletados dados do site do IBGE referentes ao ano de 2013 Na Figura 5 satildeo
destacados os municiacutepios paulistas produtores de laranja conforme o total de produccedilatildeo da
fruta
Figura 5 ndash Disposiccedilatildeo dos municiacutepios produtores de laranja no Estado de Satildeo Paulo
Fonte IBGE (2013)
De acordo com a CitrusBR (2010) e com o Fundo de Defesa da Citricultura
(FUNDECITRUS 2015) existe uma aacuterea denominada de cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo cuja
delimitaccedilatildeo geograacutefica abrange 93 da produccedilatildeo de laranja do estado de Satildeo Paulo Essa
aacuterea eacute dividida em setores os quais satildeo denominados de norte sul centro noroeste e
sudoeste como apresentado na Figura 6
31
Figura 6 ndash Setores do cinturatildeo citriacutecola
Fonte Adaptado FUNDECITRUS (2015)
511 Distribuiccedilatildeo do consumo de laranja no estado de SP
Sabendo que aproximadamente 93 de toda a laranja produzida no estado de Satildeo
Paulo proveacutem do cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo a seguinte diferenciaccedilatildeo eacute feita pela CitrusBR
(2010) conforme sua destinaccedilatildeo a) 84 para trecircs grandes induacutestrias de suco de laranja as
quais possuem 18 faacutebricas distribuiacutedas em 16 municiacutepios do estado de SP e um localizado
no estado do Paranaacute b) 2 para pequenas induacutestrias produtoras de suco de laranja c) 7
ao consumo in natura
No Quadro 1 satildeo apresentadas informaccedilotildees de localizaccedilatildeo das unidades industriais
das trecircs grandes induacutestrias consumidoras da produccedilatildeo de laranja do estado de Satildeo Paulo
denominadas arbitrariamente de induacutestrias A B e C
32
Quadro 1 ndash Localizaccedilatildeo das unidades das induacutestrias A B e C
Induacutestria de suco de laranja Cidades
Induacutestria A
Bebedouro
Engenheiro Coelho
Matatildeo
Paranavaiacute (PR)
Santos
Induacutestria B
Araras
Catanduva
Matatildeo
Induacutestria C
Araraquara
Avareacute
Conchal
Colina
Cordeiroacutepolis
Duartina
Itaacutepolis
Porto Ferreira
Uchoa
Votuporanga
Fonte CITRUSBR (2010)
Na Figura 7 eacute possiacutevel visualizar em acircmbito estadual a disposiccedilatildeo geograacutefica das
filiais das induacutestrias A B e C
O potencial de geraccedilatildeo de resiacuteduos de laranja dessas unidades industriais eacute elevado
visto que 84 da produccedilatildeo do estado eacute absorvida por elas (CITRUSBR 2010) Poreacutem ao
acessar o conjunto de paacuteginas da internet dessas trecircs induacutestrias constatou-se que todo o
produto residual de laranja gerado jaacute tem como destinaccedilatildeo o processo de peletizaccedilatildeo
Assim uma vez que este resiacuteduo representa um valor comercial para estas induacutestrias natildeo
foram considerados tais dados no desenvolvimento deste trabalho
33
Figura 7 ndash Localizaccedilatildeo das filiais das induacutestrias de suco de laranja (A B e C)
Fonte CITRUSBR (2010)
Os 7 da produccedilatildeo de laranja que natildeo proveacutem do cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo natildeo teve seu
escoamento estudado fato que impossibilitou a utilizaccedilatildeo desses dados na realizaccedilatildeo das
anaacutelises requeridas para o desenvolvimento deste trabalho
Portanto considerou-se que 2 da produccedilatildeo de laranja proveniente do cinturatildeo
ldquocitriacutecolardquo aproximadamente 266400 toneladas5 serviria ao propoacutesito aludido
512 Seleccedilatildeo da induacutestria de suco
Reputando-se que os 2 da produccedilatildeo estadual de laranja citados localizam-se no
cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo (CITRUSBR 2010) realizou-se a identificaccedilatildeo de pequenas induacutestrias
5 Considerando a produccedilatildeo anual em torno de 18 milhotildees de toneladas e 74 deste total proveniente do
estado de Satildeo Paulo
34
produtoras de suco de laranja integrantes do cinturatildeo atraveacutes de acessos aos Cataacutelogos
Induacutestrias da CIESP (2015) e da FIESP (2014)
As cidades foram hierarquizadas de forma decrescente conforme o total de
produccedilatildeo anual de laranja Na sequecircncia ponderou-se a distinccedilatildeo de induacutestrias que
somente realizam o processo de embalagem do suco pronto das que realizam o processo
de fabricaccedilatildeo deste O levantamento cessou quando um total de duas induacutestrias foram
encontradas ambas localizadas na cidade de Bebedouro estado de Satildeo Paulo Vale
ressaltar que as cidades hierarquizadas como anteriores agrave Bebedouro natildeo apresentaram
induacutestrias de suco dentro dos limites municipais A Tabela 2 apresenta a produccedilatildeo anual
em toneladas para cada cidade do cinturatildeo citriacutecola
Tabela 3 ndash Cidades integrantes do cinturatildeo citriacutecola consideradas no levantamento de induacutestrias de suco
Cidades Produccedilatildeo (t ano-1)
Casa Branca 693 690
Mogi Guaccedilu 448 800
Itapetininga 392 716
Aacuteguas de Santa Barbara 364 100
Brotas 334 560
Bebedouro 326 570
Fonte IBGE (2012)
Das induacutestrias consultadas somente uma retornou o contato em tempo haacutebil para
desenvolvimento deste trabalho Essa induacutestria situa-se no Norte do cinturatildeo na cidade de
Bebedouro e a Figura 8 tem por finalidade mostrar sua disposiccedilatildeo geograacutefica dentro do
municiacutepio citado
As informaccedilotildees fornecidas pela empresa denotam que existe produccedilatildeo de resiacuteduo
de laranja sem destinaccedilatildeo determinada (informaccedilatildeo verbal)6 Poreacutem natildeo foram cedidas
dados referentes a quantidade desse resiacuteduo gerado por dia mecircs eou ano e nem sobre a
forma de armazenamento eou disposiccedilatildeo do mesmo
6 Dados fornecidos por funcionaacuterio em entrevista por telefone
35
Figura 8 ndash Induacutestria de suco geradora de resiacuteduos de laranja localizada na cidade de Bebedouro
Fonte CIESP (2015) FIESP (2014)
5121 Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento (MCE)
O MCE eacute um documento exigido como parte integrante das Licenccedilas Preacutevias de
Instalaccedilatildeo e Operaccedilatildeo do Empreendimento (G3 GEOTECNOLOGIAS c2014)
Em pesquisa realizada em websites de diversas prefeituras (Campinas Satildeo Paulo e
Ribeiratildeo Preto) constatou-se que cada cidade tem seu proacuteprio modelo de MCE poreacutem
todos seguem o modelo baacutesico fornecido pela CETESB que margeia os seguintes itens
Identificaccedilatildeo do empreendimentoatividade
Relaccedilatildeo de mateacuterias primas
Relaccedilatildeo de produtos
Relaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos
36
Croqui de localizaccedilatildeo
Fluxograma
Combustiacuteveis
Informaccedilotildees sobre chamineacutes
Fontes de poluiccedilatildeo do ar
Equipamentos para controle de poluiccedilatildeo do ar
Balanccedilo hiacutedrico
Efluentes liacutequidos
Resumo de lanccedilamentos
Resiacuteduos soacutelidos
Armazenamento e tratamentodisposiccedilatildeo final dos resiacuteduos soacutelidos
Fontes de poluiccedilatildeo por ruiacutedo
A agecircncia da CETESB responsaacutevel pelo muniacutecipio de Bebedouro localiza-se na
cidade de Barretos e por meio de e-mails telefonemas e pedidos formais requisitou-se
vista do MCE da induacutestria mencionada no item anterior
Apoacutes verificaccedilatildeo constatou-se que a induacutestria produtora de suco possui Certificado
de Dispensa de Licenccedila portanto natildeo possui MCE impossibilitando o recolhimento de
dados por este meio
52 Categorias industriais de acordo com o tipo de efluente gerado7
A partir das praacuteticas industriais descargas de aacuteguas pluviais tecnologias e accedilotildees
que previnam a poluiccedilatildeo tratamento de efluentes e caracteriacutesticas econocircmicas a USEPA
realiza anaacutelises que possuem como princiacutepio baacutesico o incentivo agrave reduccedilatildeo da geraccedilatildeo de
poluentes que sejam ao mesmo tempo economicamente viaacuteveis Assim com base em
normas e limites para a descarga de efluentes em aacuteguas superficiais e em estaccedilotildees de
7 Chumbo geralmente natildeo eacute o uacutenico metal encontrado em aacuteguas residuaacuterias industriais desse seguimento
37
tratamento a proacutepria USEPA realizou uma categorizaccedilatildeo das induacutestrias conforme o tipo de
efluente gerado
As categorias industriais que nesta categorizaccedilatildeo da USEPA apresentavam limites
restritivos para a emissatildeo de efluentes contaminados pelo metal pesado chumbo satildeo
apresentadas a seguir
Battery Manufacturing
Centralized Waste Treatment
Copper Forming
Electrical and Electronic Components
Electroplating
Glass Manufacturing
Inorganic Chemicals
Iron and Steel Manufacturing
Metal Finishing
Metal Molding and Casting (Foundries)
Metal Products and Machinery
Nonferrous Metals Forming and Metal Powders
Nonferrous Metals Manufacturing
Ore Mining and Dressing (Hard Rock Mining)
Organic Chemicals Plastics and Synthetic Fibers (OCPSF)
Pesticide Chemicals Manufacturing Formulating and Packaging
Porcelain Enameling
Rubber Manufacturing
Transportation Equipment Cleaning Manufacturing
No Brasil o IBGE realizou em 2008 um estudo que reuniu informaccedilotildees
econocircmicas e financeiras sobre os setores industriais brasileiros o qual apresenta dados
sobre receita custos e valor de produccedilatildeo por exemplo Neste estudo tambeacutem satildeo
enumerados todos os setores industriais
38
O quadro 2 tem por finalidade relacionar as categorias americanas catalogadas pela
USEPA que podem apresentar chumbo em seus efluentes com os respectivos setores
industriais brasileiros
Quadro 2 ndash Relaccedilatildeo entre categorias industriais americanas e brasileiras
Categoria US EPA Categoria IBGE
Ore Mining and Dressing (Hard Rock Mining) Extraccedilatildeo de minerais metaacutelicos
Inorganic Chemicals
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos
Organic Chemicals Plastics and Synthetic
Fibers (OCPSF)
Pesticide Chemicals Manufacturing
Formulating and Packaging
Copper forming
Porcelain Enameling Fabricaccedilatildeo de produtos de minerais natildeo-
metaacutelicos Glass Manufacturing
Electroplating
Metalurgia baacutesica ou
Fabricaccedilatildeo de produtos de metal
(exceto maacutequinas e equipamentos)
Iron and Steel Manufacturing
Metal Finishing
Metal Molding and Casting (Foundries)
Nonferrous Metals Forming and Metal
Powders
Nonferrous Metals Manufacturing
Electrical and Electronic Components Fabricaccedilatildeo de maacutequinas aparelhos e
materiais eleacutetricos Battery Manufacturing
Transportation Equipment Cleaning
Manufacturing Fabricaccedilatildeo equipamentos de transporte
Centralized Waste Treatment Reciclagem
Fonte elaborado a partir de dados de USEPA (2014) IBGE (2008)
No Quadro 3 eacute possiacutevel verificar as categorias industriais do IBGE que tambeacutem
constam no Quadro 2 com as suas respectivas subcategorias estas embasam de maneira
mais especiacutefica a correlaccedilatildeo estabelecida
39
Quadro 3 ndash Categorias e subcategorias industriais de acordo com o IBGE
Categoria IBGE Subcategoria IBGE
Extraccedilatildeo de minerais metaacutelicos Extraccedilatildeo de minerais metaacutelicos natildeo-ferrosos
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos inorgacircnicos
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos orgacircnicos
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas
Fabricaccedilatildeo de tintas vernizes lacas e produtos afins
Fabricaccedilatildeo de fibras fios cabos e filamentos contiacutenuos artificiais e sinteacuteticos
Fabricaccedilatildeo de artigos de borracha e material plaacutestico
Fabricaccedilatildeo de artigos de borracha
Fabricaccedilatildeo de produtos de material plaacutestico
Fabricaccedilatildeo de produtos de minerais natildeo-metaacutelicos
Fabricaccedilatildeo de vidro e de produtos do vidro
Metalurgia baacutesica
Produccedilatildeo de ferro-gusa e de ferroligas
Siderurgia
Fabricaccedilatildeo de tubos (exceto em sideruacutergicas)
Fundiccedilatildeo
Fabricaccedilatildeo de produtos de metal
(exceto maacutequinas e equipamentos)
Fabricaccedilatildeo de estruturas metaacutelicas e obras de caldeiraria pesada
Fabricaccedilatildeo de tanques caldeiras e reservatoacuterios metaacutelicos
Forjaria estamparia metalurgia do poacute e serviccedilos de tratamento de metais
Fabricaccedilatildeo de artigos de cutelaria de serralheria e ferramentas manuais
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de tanques caldeiras e reservatoacuterios metaacutelicos
Fabricaccedilatildeo de produtos de metal natildeo especificados anteriormente
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas e
equipamentos
Fabricaccedilatildeo de motores bombas compressores e equipamentos de transmissatildeo
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos de uso Geral
Fabricaccedilatildeo de tratores e de maacutequinas e equipamentos para a agricultura e pecuaacuteria
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas-ferramenta
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos de usos na extraccedilatildeo mineral e construccedilatildeo
Fabricaccedilatildeo de outras maacutequinas e equipamentos de uso especiacutefico
Fabricaccedilatildeo de armas municcedilotildees e equipamentos militares
Fabricaccedilatildeo de eletrodomeacutesticos
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas
aparelhos e materiais eleacutetricos
Fabricaccedilatildeo de geradores transformadores e motores eleacutetricos
Fabricaccedilatildeo de equipamentos para distribuiccedilatildeo e controle de energia eleacutetrica
Fabricaccedilatildeo de fios cabos e condutores eleacutetricos isolados
Fabricaccedilatildeo de pilhas baterias e acumuladores eleacutetricos
Fabricaccedilatildeo de lacircmpadas e equipamentos de iluminaccedilatildeo
Fabricaccedilatildeo de material eleacutetrico para veiacuteculos - exceto baterias
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de maacutequinas aparelhos e materiais eleacutetricos
Fabricaccedilatildeo de outros equipamentos e aparelhos eleacutetricos
Fabricaccedilatildeo de material eletrocircnico baacutesico
Fabricaccedilatildeo de material eletrocircnico e de aparelhos e equipamentos de comunicaccedilotildees
Fabricaccedilatildeo de aparelhos receptores de raacutedio e televisatildeo e de reproduccedilatildeo gravaccedilatildeo ou amplificaccedilatildeo de som e viacutedeo
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de aparelhos e equipamentos de telefonia radiotelefonia e de transmissores de televisatildeo e raacutedio (exceto telefones)
Fabricaccedilatildeo de outros equipamentos de transporte
Fabricaccedilatildeo de outros equipamentos de transporte
40
Reciclagem Reciclagem de sucatas metaacutelicas
Fonte elaborado a partir de IBGE (2008)
Em anaacutelise comparativa dos aspectos das categorias industriais americanas
catalogadas pela USEPA com as respectivas especificaccedilotildees das categorias e subcategorias
industriais catalogadas pelo IBGE eacute possiacutevel afirmar que estas possuem similaridade
Assim conclui-se que potencialmente tais categorias e subcategorias listadas no Quadro
3 satildeo passiacuteveis de possuir o metal pesado chumbo em suas aacuteguas residuaacuterias Na Tabela 4
observa-se a quantidade de induacutestrias presentes em cada uma das subcategorias de acordo
com levantamento realizado pelo IBGE no ano de 2003
Tabela 4 ndash Nuacutemero de induacutestrias de acordo com as subcategorias industriais do IBGE
(continua)
Subcategorias industriais Nordm
Extraccedilatildeo de minerais metaacutelicos natildeo-ferrosos 61
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos inorgacircnicos 374
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos orgacircnicos 426
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas 67
Fabricaccedilatildeo de fibras fios cabos e filamentos contiacutenuos artificiais e sinteacuteticos 38
Fabricaccedilatildeo de artigos de borracha 1540
Fabricaccedilatildeo de produtos de material plaacutestico 5545
Fabricaccedilatildeo de vidro e de produtos do vidro 416
Produccedilatildeo de ferro-gusa e de ferroligas 99
Siderurgia 237
Fabricaccedilatildeo de tubos (exceto em sideruacutergicas) 165
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 449
Fundiccedilatildeo 798
Fabricaccedilatildeo de estruturas metaacutelicas e obras de caldeiraria pesada 3475
Fabricaccedilatildeo de tanques caldeiras e reservatoacuterios metaacutelicos 363
Forjaria estamparia metalurgia do poacute e serviccedilos de tratamento de metais 2628
Fabricaccedilatildeo de artigos de cutelaria de serralheria e ferramentas manuais 1910
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de tanques caldeiras e reservatoacuterios metaacutelicos 83
Fabricaccedilatildeo de produtos diversos de metal 4215
Fabricaccedilatildeo de motores bombas compressores e equipamentos de transmissatildeo 1041
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos de uso geral 2271
Fabricaccedilatildeo de tratores e de maacutequinas e equipamentos para a agricultura e pecuaacuteria 754
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas-ferramenta 540
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos de usos na extraccedilatildeo mineral e construccedilatildeo 227
41
Fabricaccedilatildeo de outras maacutequinas e equipamentos de uso especiacutefico 1715
Tabela 3 ndash Nuacutemero de induacutestrias de acordo com as subcategorias industriais do IBGE
(conclusatildeo)
Subcategorias industriais Nordm
Fabricaccedilatildeo de armas municcedilotildees e equipamentos militares 8
Fabricaccedilatildeo de eletrodomeacutesticos 427
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos 1071
Fabricaccedilatildeo de geradores transformadores e motores eleacutetricos 396
Fabricaccedilatildeo de equipamentos para distribuiccedilatildeo e controle de energia eleacutetrica 454
Fabricaccedilatildeo de fios cabos e condutores eleacutetricos isolados 239
Fabricaccedilatildeo de pilhas baterias e acumuladores eleacutetricos 103
Fabricaccedilatildeo de lacircmpadas e equipamentos de iluminaccedilatildeo 482
Fabricaccedilatildeo de material eleacutetrico para veiacuteculos - exceto baterias 173
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de maacutequinas aparelhos e materiais eleacutetricos 129
Fabricaccedilatildeo de outros equipamentos e aparelhos eleacutetricos 460
Fabricaccedilatildeo de material eletrocircnico baacutesico 421
Fabricaccedilatildeo de material eletrocircnico e de aparelhos e equipamentos de comunicaccedilotildees 238
Fabricaccedilatildeo de aparelhos receptores de raacutedio e televisatildeo e de reproduccedilatildeo gravaccedilatildeo
ou amplificaccedilatildeo de som e viacutedeo 194
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de aparelhos e equipamentos de telefonia e radiotelefonia
e de transmissores de televisatildeo e raacutedio (exceto telefones) 21
Fabricaccedilatildeo de outros equipamentos de transporte 301
Reciclagem de sucatas metaacutelicas 103
Fonte elaborado a partir de IBGE (2003)
Analisando a Tabela 4 contata-se que ao todo no ano de 2003 existiam 34657
induacutestrias com potencial poluidor pelo metal chumbo no Brasil
521 Levantamento das induacutestrias com potencial poluidor
Apoacutes a seleccedilatildeo da induacutestria produtora de suco de laranja a ser estudada realizou-se
um levantamento de dados buscando averiguar todas as induacutestrias passiacuteveis de serem
enquadradas nas categorias e subcategorias industriais mencionadas na Tabela 3
42
Analisados os cataacutelogos industriais da FIESP (2015) a da CIESP (2014) verificou-se
que um total de onze induacutestrias adequavam-se agraves subcategorias citadas neste trabalho Tais
induacutestrias foram denominadas sequencialmente de 1 a 11 e estatildeo descritas na Tabela 4
Tabela 5 ndash Induacutestrias com potencial poluidor por chumbo localizadas na cidade de Bebedouro ndash SP
Categoria IBGE Identificaccedilatildeo da induacutestria
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 1
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 2
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 3
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 4
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 5
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 6
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 7
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas 8
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas 9
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas 10
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas 11
Fonte adaptado de CIESP (2014) FIESP (2015)
Na Figura 9 verifica-se a disposiccedilatildeo dessas induacutestrias dentro do limite municipal da
cidade de Bebedouro ndash SP
43
Figura 9 ndash Induacutestrias com potencial poluidor
Fonte CIESP (2014) FIESP (2015)
As induacutestrias apresentadas na tabela 8 foram enquadradas pelas categorias
industriais que apresentavam o potencial poluidor descrito neste trabalho No entanto
algumas destas apresentavam mais de um processo produtivo o que demandaria anaacutelises
caso a caso para realizaccedilatildeo de enquadramentos mais especiacuteficos
5211 Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento (MEC)
Sendo a descriccedilatildeo do MCE caracterizada no item 5121 afirma-se que para
desenvolvimento da parte subsequente da metodologia utilizada para desenvolvimento
deste trabalho foram coletadas as seguintes informaccedilotildees nos processos requeridos o
balanccedilo hiacutedrico e efluentes liacutequidos das induacutestrias citadas na Tabela 5
44
Induacutestria 1 ndash a Tabela 6 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem A
Tabela 7 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 6 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 1
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 709
Usos ndash
Sanitaacuterios 637
Industrial 072
Outros 0
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 129
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 510
Industrial 070
Outros 0
Total de efluentes 580
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 401011015
Tabela 7 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 1
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Metalurgia de metais natildeo ferrosos
Vazatildeo 07
Vazatildeo de lanccedilamento 07
Meacutetodo de tratamento
Correccedilatildeo de pH e agitaccedilatildeo mecacircnica
Floculaccedilatildeo mecacircnica
Filtraccedilatildeo
Disposiccedilatildeo final Outros
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 51
Vazatildeo de lanccedilamento 51
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 401011015
45
Anaacutelises de controle para a fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua proveniente da metalurgia de
metais natildeo-ferroso satildeo realizadas e os resultados disponiacuteveis constam na Tabela 8
Tabela 8 ndash Anaacutelise do efluente proveniente da metalurgia de metais natildeo ferrosos antes e apoacutes tratamento
Paracircmetros Aacutegua bruta (entrada) Efluente industrial (saiacuteda)
Temperatura da aacutegua (ordm C) 25
pH 6
Houve periacuteodos de chuva
durante a coleta tratamento Sim
Chumbo (mg L-1) 2570 0305
Norma 6010 C
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 401011015
Induacutestria 2 ndash natildeo possui (ou natildeo foi informado) os dados para o balanccedilo hiacutedrico A
Tabela 9 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 9 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 2
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 056
Vazatildeo de lanccedilamento 056
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 401026315
Induacutestria 3 ndash a Tabela 10 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 11 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 10 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 3
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 600
46
Usos ndash
Sanitaacuterios 490
Industrial 0
Outros domeacutestico 110
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 208
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 392
Industrial 0
Outros 0
Total de efluentes 392
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400003213
Tabela 11 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 3
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 392
Vazatildeo de lanccedilamento 392
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400003213
Induacutestria 4 ndash possui Certificado de Dispensa de Licenccedila - natildeo possui o MCE
Induacutestria 5 ndash a Tabela 12 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 13 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 12 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 5
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado Nd
Usos ndash
Sanitaacuterios 336
Industrial 0
Outros domeacutestico 0
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 067
47
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 269
Industrial 0
Outros 0
Total de efluentes 269
Nd ndash informaccedilatildeo natildeo estava disponiacutevel
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400025612
Tabela 13 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 5
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 269
Vazatildeo de lanccedilamento 269
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400025612
Induacutestria 6 ndash a Tabela 14 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 15 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 14 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 6
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 4066
Usos ndash
Sanitaacuterios 630
Industrial 0
Outros consumo 3466
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 067
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 504
Industrial 0
Outros 3562
Total de efluentes 4066
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedilas nordm
400002814 e 400004314
48
Tabela 15 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 6
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Metalurgia de alumiacutenio e ligas
Vazatildeo Nd
Vazatildeo de lanccedilamento Nd
Meacutetodo de tratamento Nd
Disposiccedilatildeo final Nd
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 504
Vazatildeo de lanccedilamento 504
Meacutetodo de tratamento Filtro anaeroacutebio
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Nd ndash informaccedilotildees natildeo estavam disponiacuteveis
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedilas nordm 400002814 e 400004314
No MCE da referida foram apresentadas anaacutelises de controle para a fonte de
poluiccedilatildeo da aacutegua proveniente da metalurgia de alumiacutenio e ligas as quais foram
disponibilizadas em forma de relatoacuterio de ensaio Os relatoacuterios de ensaios para a) massa
bruta conforme NBR 10004 de 20048 (Tabela 16) b) lixiviaccedilatildeo conforme NBR 10005 de
20049 (Tabela 17) c) solubilizaccedilatildeo conforme NBR 10006 de 200410 (Tabela 18)
Tabela 16 ndash resultado do ensaio para massa bruta
Paracircmetro Resultado VMP LQ Unidade Meacutetodo de referecircncia
Chumbo 1550 Entre 200 e 125 01 mg kg-1 3111-B
VMP ndash Valores miacutenimos eou maacuteximos permitidos pela normalegislaccedilatildeo LQ ndash Limite de
quantificaccedilatildeo Dados de amostragem a) Massa da amostra seca 18385 g
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedilas nordm 400002814 e 400004314
8 NBR 10004 de 2004 a norma tem por funccedilatildeo a classificaccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos quanto aos seus
potenciais riscos agrave sauacutede puacuteblica e ao meio ambiente Materiais radioativos natildeo satildeo abrangidos nesta norma
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR ISO 10004 resiacuteduos soacutelidos ndash
classificaccedilatildeo 2004
9 NBR 10005 de 2004 tal norma tem por finalidade estipular os requisitos para obtenccedilatildeo de extrato lixiviado
dos resiacuteduos soacutelidos classificados na norma ABNT NBR 10004 como classe I ndash perigosos e classe II ndash natildeo
perigosos ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR ISO 10004 procedimento para
obtenccedilatildeo de extrato lixiviado de resiacuteduos soacutelidos 2004
10 NBR 10006 de 2004 essa norma fomenta os requisitos exigiacuteveis para obtenccedilatildeo de extrato solubilizado dos
resiacuteduos soacutelidos especificados pela ABNT NBR 10004 como classe IIA ndash natildeo inertes e classe IIB ndash inertes
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR ISO 10004 procedimento para obtenccedilatildeo
de extrato solubilizado de resiacuteduos soacutelidos 2004
49
De acordo com a NBR 10005 de 2004 lixiviaccedilatildeo eacute
ldquoProcesso para determinaccedilatildeo da capacidade de transferecircncia de substacircncias
orgacircnicas e inorgacircnicas presentes no resiacuteduo soacutelido por meio de dissoluccedilatildeo no
meio extrator (NBR 10005 2004)rdquo
Tabela 17 ndash resultado do ensaio para lixiviaccedilatildeo
Paracircmetro Resultado VMP LQ Unidade Meacutetodo de referecircncia
Chumbo 012 100 01 mg L-1 3111-B
VMP ndash Valores miacutenimos eou maacuteximos permitidos pela normalegislaccedilatildeo LQ ndash Limite de
quantificaccedilatildeo Dados de amostragem a) Massa da amostra seca 100 g b) Concentraccedilatildeo de soacutelidos
9572 c) Inicial 773 d) Tempo de lixiviaccedilatildeo 20 horas e) Volume total de extrato obtido 2000 mL
e f) Final 518
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedilas nordm 400002814 e 400004314
Tabela 18 ndash resultado do ensaio para solubilizado
Paracircmetro Resultado VMP LQ Unidade Meacutetodo de referecircncia
Chumbo 013 001 01 mg L-1 3111-B
VMP ndash Valores miacutenimos eou maacuteximos permitidos pela normalegislaccedilatildeo LQ ndash Limite de
quantificaccedilatildeo Dados de amostragem a) Massa da amostra seca 500 g b) Tempo de solubilizaccedilatildeo 7
dias c) Volume total de extrato solubilizado 2000 mL
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedilas nordm 400002814 e 400004314
Induacutestria 7 ndash a Tabela 19 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 20 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 19 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 7
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 753
Usos ndash
Sanitaacuterios 743
Industrial 010
Outros 0
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 159
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 594
Industrial 0
50
Outros 0
Total de efluentes 594
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400029313
Tabela 20 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 7
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 594
Vazatildeo de lanccedilamento 594
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400029313
Induacutestria 8 ndash a Tabela 21 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 22 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 21 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 8
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 301
Usos ndash
Sanitaacuterios 301
Industrial 0
Outros 0
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 0
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 241
Industrial 0
Outros 060
Total de efluentes 301
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400029511
51
Tabela 22 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 8
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 241
Vazatildeo de lanccedilamento 241
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400029511
Induacutestria 9 ndash a Tabela 23 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 24 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 23 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 9
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 450
Usos ndash
Sanitaacuterios 168
Industrial 282
Outros 0
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 280
Perdas por evaporaccedilatildeo 134
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 134
Industrial 0
Outros 0
Total de efluentes 134
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400027112
Tabela 24 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 9
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
52
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 134
Vazatildeo de lanccedilamento 134
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400027112
Induacutestria 10 ndash possui Certificado de Dispensa de Licenccedila e por isso natildeo
apresentava os dados do MCE
Induacutestria 11 ndash natildeo possui (ou foi informado) os dados para o balanccedilo hiacutedrico a
Tabela 25 apresenta os dados das fontes de poluiccedilatildeo
Tabela 25 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 11
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 202
Vazatildeo de lanccedilamento 202
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400011113
Analisando os dados obtidos constata-se que somente duas induacutestrias as
denominadas 1 e 6 poderiam utilizar do meacutetodo de tratamento de efluentes proposto por
este trabalho visto que da relaccedilatildeo das onze induacutestrias duas natildeo apresentavam MCE
devido agrave dispensa de apresentaccedilatildeo e as outras sete induacutestrias natildeo apresentaram outra fonte
de poluiccedilatildeo da aacutegua a natildeo ser o esgoto sanitaacuterio
Em todas as tabelas referentes agraves fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua nota-se que os
resultados referentes a vazatildeo de lanccedilamento natildeo apresentavam variaccedilatildeo com relaccedilatildeo aos
resultados referentes a vazatildeo isso ocorreu devido agrave ausecircncia de processos que
ocasionariam o aumento ou diminuiccedilatildeo dessa
53
53 Biossorccedilatildeo
A partir de um estudo realizado por Montanher e Rollemberg (2011) constatou-se
que o processo de biossorccedilatildeo de chumbo pelo resiacuteduo de laranja eacute efetivo na situaccedilatildeo in
natura destes
O estudo foi realizado a partir da amostragem de quatro tipos de efluentes
industriais dentre os quais trecircs enquadravam-se nas categorias industriais com potencial
de conter chumbo em seus efluentes sendo elas
Induacutestria de chapas metaacutelicas ndash que se enquadra na categoria de ldquofabricaccedilatildeo de
produtos de metal ndash exceto maacutequinas e equipamentosrdquo (efluente 1)
Induacutestria de baterias automotivas ndash que se enquadra na categoria de ldquofabricaccedilatildeo
de pilhas baterias e acumuladores eleacutetricosrdquo (efluente 2)
Induacutestria de galvanoplastia ndash que se enquadra na categoria de ldquofabricaccedilatildeo de
produtos de metal ndash exceto maacutequinas e equipamentosrdquo (efluente 3)
A preparaccedilatildeo da biomassa in natura foi realizada da seguinte maneira
ldquoO bagaccedilo de laranja foi triturado em um liquidificador lavado com aacutegua
de torneira ateacute que a soluccedilatildeo resultante natildeo apresentasse nenhum tipo de
coloraccedilatildeo enxaguado com aacutegua destilada e seco em estufa a 70ordmC por 8
horasrdquo (MONTANHER ROLLEMBERG 2011)
Importante ressaltar que os efluentes foram coletados antes de qualquer tratamento
preacutevio e que a lavagem da casca de laranja foi realizada ateacute que a soluccedilatildeo montante natildeo
apresentasse nenhuma coloraccedilatildeo para natildeo haver alteraccedilatildeo da cor final dos efluentes natildeo
havendo necessidade da realizaccedilatildeo de tal procedimento
Quando as autoras referem-se a bagaccedilo este pode ser igualmente comparado aos
resiacuteduos de laranja (cascabagaccedilosementes)
O ensaio para determinaccedilatildeo do iacutendice de adsorccedilatildeo foi realizado em sistema com 3 g de
bagaccedilo de laranja in natura na dosagem de 100 mL dos efluentes numa vazatildeo de 3 mL min-1
Na Tabela 26 verificam-se a quantidade de chumbo por litro incialmente presentes
nos efluentes os respectivos resultados obtidos a partir do tratamento realizado com
resiacuteduos de laranja in natura e os pH referentes agraves amostras brutas e tratadas
54
Tabela 26 ndash Resultados das anaacutelises para cada efluente
Tipos de efluentes Pb (mg L-1) pH
Efluente 1 (induacutestria de chapas metaacutelicas)
Antes do tratamento 944 388
Bagaccedilo in natura Nd 353
Efluente 2 (induacutestria de bateria automotiva)
Antes do tratamento 510 lt1
Bagaccedilo in natura 269 lt1
Efluente 3 (induacutestria de galvanoplastia)
Antes do tratamento Nd 238
Bagaccedilo in natura Nd 340
Nd ndash Natildeo detectado
Fonte adaptado MONTANHER ROLLEMBERG (2011)
Analisando a Tabela 26 observou-se que para o efluente 2 no qual o pH eacute aacutecido (lt
1) oriundo do uso de aacutecido sulfuacuterico para fabricaccedilatildeo de baterias a eficaacutecia natildeo foi a
esperada apresentando um resultado de apenas 5275 de adsorccedilatildeo de chumbo pelo
bagaccedilo de laranja in natura
Os resultados apresentados pelo efluente 1 podem ser analisados como excelentes
visto que a presenccedila de chumbo natildeo foi detectada ao final do processo
Jaacute o efluente 3 natildeo apresentou o metal chumbo na amostra bruta o que caracteriza
que as categorias industriais citadas neste trabalho apresentam possibilidades relativas de
poluiccedilatildeo com chumbo
Assim da afirmaccedilatildeo de Kuyucak e Volesky (1989) que diz que os valores de pH
afetam o processo de biossorccedilatildeo e com os dados obtidos na Tabela 26 eacute possiacutevel notar que
haacute desempenho significativo para valores de pH em torno 35 Assim pode-se afirmar que
a faixa oacutetima de pH para realizaccedilatildeo de biossorccedilatildeo de chumbo pelo resiacuteduo da laranja varia
de aproximadamente 35 ateacute 7 visto que para valores acima desse limite ocorre a formaccedilatildeo
de hidroacutexido de chumbo (SKOOG et al 2006) Valores mais especiacuteficos da faixa oacutetima de
pH podem ser obtidos atraveacutes da realizaccedilatildeo de mais experimentos e anaacutelises
Para a elaboraccedilatildeo desta pesquisa outros projetos trabalhos anaacutelises e ensaios foram
consultados com o intuito de corroborar partes teoacutericas no entanto as conclusotildees
apresentadas por estes natildeo foram consideradas no presente item pois todas as anaacutelises com os
respectivos resultados foram obtidos a partir de um efluente artificialmente contaminado por
chumbo o que natildeo condiz com o objetivo primeiro deste trabalho isto eacute anaacutelise da
possibilidade de implantaccedilatildeo de uma simbiose industrial
55
531 Reduccedilatildeo do tamanho do resiacuteduo
A reduccedilatildeo dos resiacuteduos ateacute que estes apresentem-se em forma de um poacute eacute
importante visto que haacute um aumento da superfiacutecie de contato induzindo uma maior
eficiecircncia no processo de biossorccedilatildeo por meio da aceleraccedilatildeo da velocidade de reaccedilatildeo
(ATKINS JONES 2006)
Assim mesmo este sendo o primeiro processo realizado na preparaccedilatildeo dos resiacuteduos
na pesquisa citada no item anterior o presente toacutepico buscou tecnologias que promoveriam
a cominuiccedilatildeo de resiacuteduos jaacute secos visto que de acordo com Fellows (2006) o processo de
transformaccedilatildeo de alimentos em poacute eacute facilitado quando ocorrido nesse estado
A seguir satildeo descritos alguns equipamentos utilizados para reduzir o tamanho de
alimentos secos de acordo com Fellows (2006)
Moinho de bolas ndash cilindros de accedilo que giram lentamente utilizados para produzir
poacutes
Moinho de discos ndash empregam forccedilas de cisalhamento na moagem fina ou forccedilas
de cisalhamento mais impacto para moagem grosseira
Moinho de martelos ndash utilizado para mateacuterias cristalinos e fibrosos os quais satildeo
desintegrados pela accedilatildeo dos martelos
532 Desidrataccedilatildeo do resiacuteduo
De acordo com Fellows (2006) desidrataccedilatildeo eacute definida como a aplicaccedilatildeo de calor
sob condiccedilotildees controladas com a finalidade de remover aacutegua normalmente presente nos
alimentos Alguns equipamentos a ar quente definidos por Fellows (2006) satildeo
Secadores de caixa ndash podendo ter vaacuterios metros de altura permite que a umidade
seja uniformizada poreacutem eacute importante que o alimento seja suficientemente resistente para
resistir agrave compressatildeo
56
Secadores de cacircmara ndash utilizados para pequenas escalas de produccedilatildeo (1 a 20 t d-1)
apresentam baixo custo de implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo muitas vezes necessitam de auxiacutelio
de outros tipos de secadores
Secadores de tuacutenel ndash apresentam capacidade para secar grandes quantidades de
alimento em curtos periacuteodos de tempo necessitam de auxiacutelio dos secadores de caixa
Secadores transportadores ndash utilizados para secagem em grande escala (55 t h-1)
secagem finalizada em secadores de caixa
Secadores de leito fluidizado ndash distribuem ar em alta velocidade de forma
homogecircnia pela cacircmara fazendo com que o alimento fique suspenso no ar sendo
vigorosamente agitado
Secadores de forno ndash construccedilotildees de dois andares que requerem alto custo de
implementaccedilatildeo e matildeo de obra
Secadores pneumaacuteticos ndash apresentam baixas taxas de investimento inicial e
manutenccedilatildeo e altas taxas de secagem Sua produtividade varia de 10 kg h-1 a 25 t h-1
Frequentemente utilizados apoacutes secador por spray
Secadores rotatoacuterios ndash altas taxas de secagem indicado para alimentos que
entrelaccedilam e aglomeram nos secadores de esteira
Secadores em spray ndash apresentam como vantagens a secagem raacutepida e a produccedilatildeo
contiacutenua baixos custos de matildeo de obra e operaccedilatildeo poreacutem apresentam elevado custo
inicial
Secagem solar ndash operaccedilatildeo de processamento agriacutecola mais utilizada no mundo
geralmente os alimentos satildeo dispostos ao ar livre Meacutetodos sofisticados utilizam-se da
energia solar para realizar a secagem dos alimentos Tecnologias simples e baratas sem
necessidade de energia ou matildeo de obra
A desidrataccedilatildeo tem por objetivo o prolongamento da vida uacutetil inibindo atividade
enzimaacutetica e crescimento microbiano poreacutem a temperatura de processamento costuma natildeo
ser suficiente para inativaccedilatildeo destes assim se houver aumento do teor de umidade durante
a estocagem ocorreraacute raacutepida deterioraccedilatildeo da mateacuteria em questatildeo A estocagem do material
desidratado deve ser realizada em local limpo (reduccedilatildeo dos meios contaminantes) e arejado
(o qual impediria a proliferaccedilatildeo de animais e micro-organismos) (FELLOWS 2006)
57
6 ANAacuteLISES E DISCUSSOtildeES DE DADOS
61 Aacuterea de estudo
Para realizaccedilatildeo deste estudo foi selecionado o municiacutepio de Bebedouro que estaacute
situado no norte do estado de Satildeo Paulo Pertencendo agrave microrregiatildeo da Serra de
Jaboticabal e mesorregiatildeo de Ribeiratildeo Preto Bebedouro possui uma aacuterea de 683192 Kmsup2
e uma populaccedilatildeo de aproximadamente 78000 habitantes (Figura 10) O clima eacute tropical e
ameno com temperatura em torno de 23 graus Celsius (IBGE c2014 IZIDORO FILHO
1991)
Figura 10 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea de estudos
Fonte IBGE (2010)
A origem do nome da cidade eacute devido a um coacuterrego conhecido como Bebedor o
qual servia de parada para tropeiros boiadeiros e animais que demandavam do sertatildeo para
Jaboticabal (IBGE c2014 CIDADES 2015)
De acordo com Izidoro Filho (1991) a citricultura ainda desempenha papel
importante para o municiacutepio pois Bebedouro estaacute entre os dez maiores produtores de laranja
do estado de Satildeo Paulo apesar de jaacute ter sido o maior produtor em 1988 Por esta razatildeo ainda
58
hoje possui a alcunha de ldquoCapital Nacional da Laranjardquo (GALINARI 2015) Na Tabela 27
verificam-se dados coletados do IBGE (2012) referentes agrave cultura de laranja no municiacutepio
Tabela 27 ndash Dados da produccedilatildeo de laranja em Bebedouro
Quesito Quantidade Unidade
Aacuterea colhida 8000 Hectares
Aacuterea destinada agrave colheita 8000 Hectares
Quantidade produzida 269688 Toneladas
Rendimento meacutedio 33711 Quilograma por hectare
Valor da produccedilatildeo 47069 Mil reais
Fonte IBGE (2012)
62 Processamento dos resiacuteduos de laranja
De acordo com pesquisa realizada por Montanher e Rollemberg (2011) citada e
descrita no item 64 afirma-se que os processos necessaacuterios agrave utilizaccedilatildeo dos resiacuteduos de
laranja como meacutetodo de tratamento de efluente satildeo a trituraccedilatildeo e a desidrataccedilatildeo destes
A partir do levantamento de dados realizado nos itens 632 e 633 aconselha-se a
utilizaccedilatildeo das seguintes teacutecnicas no caso especiacutefico deste trabalho
1) Secagem solar ndash apresenta como vantagens a natildeo utilizaccedilatildeo de energia eleacutetrica e
operaccedilatildeo que natildeo necessita de matildeo de obra qualificada Secadores solares podem ser
manufaturados gerando diminuiccedilatildeo do custo inicial
2) Moinho de martelos ndash visto que os resiacuteduos de laranja satildeo materiais fibrosos
esse eacute o moinho que melhor se adequa ao propoacutesito de cominuiccedilatildeo do material Apresenta
custo inicial variando de R$ 900000 agrave R$ 4500000 de acordo com pesquisa realizada no
cataacutelogo online da MF RURAL (2015)
63 Reator e flotador
Como elucidado pela literatura o processo de biossorccedilatildeo ocorre de maneira
homogecircnea quando em condiccedilotildees ambiente controladas as quais satildeo providenciadas por
reatores contiacutenuos
59
Portanto propotildee-se a utilizaccedilatildeo de um reator de leito fixo em virtude desse permitir
a recirculaccedilatildeo da biomassa no reator facilitada pela propriedade de dessorccedilatildeo do metal que
essa apresenta (SEOLATTO et al 2009) o que reduziria a demanda do resiacuteduo de laranja
Aleacutem do mais o reator apresenta outras vantagens como a faacutecil operaccedilatildeo e o pequeno
porte
De acordo com o cataacutelogo da Sigma-Aldrich (c2015) o valor de reator de leito fixo
varia de acordo com a capacidade do frasco e do funil variaccedilatildeo que pode ser verificada na
Tabela 28
Tabela 28 ndash Valores do reator de leio fixo
Capacidade do frasco (mL) Capacidade do funil (mL) Valor (R$)
500 60 2381000
1000 120 2416000
3000 150 3590000
5000 500 3804000
Fonte elaborada a partir de dados da SIGMA-ALDRICH (c2015)
O processo de tratamento utilizando o presente reator pode ocorrer tanto em
batelada quando continuamente
Outra alternativa seria o uso combinado dos processos de biossorccedilatildeo com flotaccedilatildeo
denominado de bioflotaccedilatildeo no qual o biorreagente eacute aplicado diretamente no sistema
flotador De acordo com Calfa e Torem (2007) esse sistema tem sido amplamente
empregado e validado por diversos autores sendo que a flotaccedilatildeo por ar disperso e por ar
dissolvido satildeo as mais empregadas em sistemas combinados A influecircncia do tempo no
processo de flotaccedilatildeo das biomassas jaacute carregadas com o metal foi verificada e conclui-se
que o processo ocorre muito rapidamente atingindo quase 100 de remoccedilatildeo das
biomassas em 1 minuto (CALFA TOREM 2007) Os autores ainda afirmam que aleacutem de
pesquisas em escala de bancada jaacute existem sistemas comerciais de biossorccedilatildeo disponiacuteveis
inclusive com diversas patentes segundo estudos de Wase et al (1997) A Tabela 29
apresenta uma relaccedilatildeo de flotadores
60
Tabela 29 ndash Especificaccedilotildees dos flotadores de ar dissolvido
Modelo (mL) Capacidade (m3 h-1) Valor (R$) [1]
JDF FAD 2 1 a 2 3500000
JDF FAD 5 5 a 8 8000000
JDF FAD 15 10 a 20 12500000
[1] cotaccedilatildeo realizada com a empresa JDF
Fonte elaborada a partir de dados da JDF (2015)
O uso do flotador apresenta aleacutem de faacutecil operaccedilatildeo baixo consumo de energia
64 Induacutestria 1
A induacutestria 1 gera 07 m3 d-1 de efluente industrial com 257 mg L-1 de chumbo
assim aproximadamente 179 kg desse metal eacute transportado pelo efluente por dia Esta
possui estaccedilatildeo de tratamento de efluente com correccedilatildeo de pH e agitaccedilatildeo mecacircnica
floculaccedilatildeo mecacircnica e filtraccedilatildeo
O efluente depois de tratado apresenta a quantidade de 0305 mg L-1 de chumbo
sugerindo diminuiccedilatildeo de aproximadamente 159 kg (89) do metal no efluente gerado11 o
que o enquadra dentro dos limites da Resoluccedilatildeo CONAMA 43011 (BRASIL 2011) e Lei
Estadual 99776 (SAtildeO PAULO 1976)
De acordo com Eckenfelder (2000) as tecnologias para remoccedilatildeo de metais pesados
de efluentes industriais satildeo precipitaccedilatildeo convencional (hidroacutexido sulfeto carbonato e
coprecipitaccedilatildeo) precipitaccedilatildeo melhorada (dimetil carbonato dietil carbonato e sal
trisodium) troca-iocircnica adsorccedilatildeo filtraccedilatildeo por membrana e meacutetodos eletromecacircnicos
Portanto o meacutetodo de correccedilatildeo de pH efetuado pela referida ocasionado provavelmente
pela adiccedilatildeo de carbonatos eacute tambeacutem uma forma de remoccedilatildeo de metais pesados da aacutegua
Supondo que a induacutestria utiliza carbonato de soacutedio como processo de tratamento e
sabendo que o valor de mercado varia de R$ 700 a 120012 o quilo do produto eacute possiacutevel
calcular os potenciais gastos da induacutestria com o meacutetodo de tratamento atual Sabendo que
satildeo necessaacuterios 2 kg do produto carbonato de soacutedio para tratar 07 m3 d-1 de efluente
11 Natildeo foi especificado no MCE ou em anexos qual a destinaccedilatildeo final do efluente tratado Tambeacutem natildeo foi
especificado a quantidade de lodo gerado sua destinaccedilatildeo final ou se esse possui anaacutelises 12 Cotaccedilatildeo realizada pela SCS ndash Comercial e Serviccedilos de Quiacutemica
61
(ECKENFELDER 2000) a induacutestria gasta hoje entre R$ 7000 a 12000 por semana
aproximadamente
Poreacutem como os iacuteons metaacutelicos agora estatildeo presentes no lodo do tratamento por
causa da neutralizaccedilatildeo (BOTERO et al 2009) e sabendo que no MCE natildeo constam
quaisquer anaacutelises destinaccedilatildeo ou quantificaccedilatildeo desse pressupotildee-se que esse lodo pode
estar ocasionando contaminaccedilatildeo pelo metal chumbo visto que para destinaccedilatildeo adequada
satildeo necessaacuterias anaacutelises de enquadramento
Tal contaminaccedilatildeo pode estar ocorrendo no local de disposiccedilatildeo ou se o lodo estiver
sendo desaguado na rede coletora de esgotamento sanitaacuterio pode estar trazendo problemas
para o sistema de tratamento de esgoto referente visto que o processo de tratamento
realizado em Bebedouro eacute efetuado da seguinte forma trecircs lagoas de estabilizaccedilatildeo
constituiacutedo de uma lagoa anaeroacutebica duas lagoas facultativas um tanque de desinfecccedilatildeo
grade caixas de areia e escada de aeraccedilatildeo (SAAEB 2003) natildeo objetivando o tratamento
de efluentes industriais
641 Quantificaccedilatildeo do resiacuteduo de laranja
Mensurado o total de efluente industrial gerado no periacuteodo de um dia pela induacutestria
1 eacute possiacutevel quantificar os resiacuteduos de laranja necessaacuterios para que esta possa realizar o
processo de tratamento de efluentes utilizando-se do material orgacircnico em questatildeo Natildeo
levou-se em consideraccedilatildeo a recirculaccedilatildeo do resiacuteduo dentro do reator
A induacutestria 1 gera um total de 07 m3 d-1 com 257 mg L-1 de chumbo sabendo-se
que satildeo necessaacuterios 3 g de resiacuteduo seco de laranja por 100 mL de efluente com 94 mg L-1
de chumbo e considerando uma diminuiccedilatildeo de 70 do peso resiacuteduo depois de realizado
o processo de secagem solar considera-se que a induacutestria usaria em torno de 082 kg de
resiacuteduo de laranja uacutemido por dia para realizaccedilatildeo do tratamento do efluente contaminado
pelo metal chumbo
De acordo com a Tabela 8 o efluente gerado pela induacutestria 1 apresenta pH 6 que
conforme o item 53 apresenta-se dentro da faixa oacutetima de biossorccedilatildeo pelo resiacuteduo de
laranja
62
642 Transporte
O translado dos resiacuteduos de laranja do local de sua produccedilatildeo ateacute a induacutestria que o
utilizaria como meacutetodo de tratamento de efluente pode ser analisado a partir das
coordenadas geograacuteficas das induacutestrias e da plataforma Google Maps (c2015)
Trecircs rotas diferentes cujas quilometragens satildeo as menores possiacuteveis foram geradas
pela ferramenta virtual citada conforme a Tabela 30
Tabela 30 ndash Menores rotas possiacuteveis entre a induacutestria de suco e a induacutestria 1
Rota Distacircncia (km) Tempo (min)
1 46 8
2 48 9
3 46 9
Fonte elaborado a partir de dados GOOGLE MAPS (c2015)
O caacutelculo da massa requerida para o tratamento foi realizado no item 641
chegando-se ao valor de 082 kg d-1 de biomassa uacutemida assim considerando o transporte
de 150 kg de resiacuteduo que duraria em torno de 36 semana consecutivas de tratamento
realizado em dias uacuteteis e que a distacircncia meacutedia entre as induacutestrias eacute de 5 km o valor
sugerido para o translado do material acondicionado em duas bombonas plaacutesticas foi de R$
6500 (referenciado pelo peso do material) e mais uma taxa constante em nota fiscal
(sugerida em R$ 1000013) portanto um custo de R$ 16500
65 Consideraccedilotildees
O meacutetodo de tratamento proposto pelo presente trabalho teve os processos e
tecnologias necessaacuterias elucidados nos itens 62 e 63
A Tabela 32 apresenta item especiacutefico relacionado ao equipamento denominado
reator de leito fixo as propostas constantes tecircm por finalidade expor as tecnologias cujo
13 Informaccedilatildeo verbal fornecida por funcionaacuterio de uma empresa transportadora
63
custo fosse o maior possiacutevel com o propoacutesito de verificar o potencial teto de gastos que as
induacutestrias teriam caso adotassem a proposiccedilatildeo elucidada
No entanto as propostas constantes no item da Tabela 32 relacionadas ao flotador
de ar dissolvido foram selecionadas a partir da vazatildeo da induacutestria conforme as
especificaccedilotildees da Tabela 29 Como somente a induacutestria 1 apresentou valores de vazatildeo no
MCE esta relaccedilatildeo somente condiz a ela Com vazatildeo de 07 m3 d-1 o flotador mais
adequado compreende o modelo FAD 2 com 1 a 2 m3 h-1
Tabela 31 ndash Gastos com as tecnologias referentes
Equipamento Valor da Proposta 1 (R$) Valor da Proposta 2 (R$)
Secagem solar ndash ndash
Moinho de martelos 4500000 4500000
Reator de Leito Fixo de 5000 mL [1] 3804000 ndash
Flotador de ar dissolvido JDF FAD 2 [2] ndash 3500000
Custo inicial de implementaccedilatildeo 8304000 8000000
Transporte a cada 36 semanas [3] 16500 16500
[1] cotaccedilatildeo obtida pela Sigma-Aldrich [2] cotaccedilatildeo obtida pela empresa JDF [3] cotaccedilatildeo de transporte
considerado apenas para a induacutestria 1
Fonte proacuteprio autor
Para o reator de leito fixo o custo inicial de implementaccedilatildeo do sistema de
tratamento para ambas as induacutestrias girou em torno de R$ 8304000
Para a bioflotaccedilatildeo o custo inicial da induacutestria 1 girou em torno de R$80000
O custo de transporte para a induacutestria 1 eacute de R$ 16500 a cada 36 semanas o que
representa R$ 458 por semana e R$ 092 por dia caso a induacutestria opte por utilizar os
serviccedilos de uma empresa transportadora
Poreacutem o seguinte pode ser considerado na hipoacutetese de o translado ser possiacutevel de
ser efetuado pela mesma ocorreraacute consideraacutevel reduccedilatildeo no custo visto que este giraraacute em
torno do combustiacutevel gasto no percurso de ida e volta cuja pesquisa indicou uma
quilometragem aproximada de dez quilocircmetros
A Tabela 33 apresenta o balanccedilo de massa e energia diaacuterio referente ao tratamento
por biossorccedilatildeo para a induacutestria 1 considerando a aquisiccedilatildeo de um flotador por ar
dissolvido ou um reator de leito fixo
Tabela 32 ndash Balanccedilo de massa e energia diaacuterio proposto para a induacutestria 1
Componente Flotador por Ar Dissolvido Reator de Leito Fixo
Vazatildeo (m3) 070 070
64
Resiacuteduo de laranja (kg) 082 082
Tempo da biossorccedilatildeo (min) 5 a 15 [1] 35 [2]
Tempo equipamento (min) 21 a 42 35 [2]
Tempo total (min) 26 a 47 35 [2]
Consumo de Energia (kWh) 025 Nd
Custo de resiacuteduo (R$) 092 092
Custo de energia por dia (R$) [3] 008 Na
Custo total (R$) 200 092
Nd ndash natildeo disponiacutevel Na ndash natildeo avaliado [1] tempo determinado por Volesky e Nolan (1995) [2] tempo
estipulado conforme realizado por Montanher e Rollemberg (2011) [3] 1 kWh = 043341 R$ determinada
pela ANEEL conforme Resoluccedilatildeo Homologatoacuteria nordm 1858 publicada em 02 de marccedilo de 2015
Fonte proacuteprio autor
Nota-se a partir da Tabela 33 que o custo diaacuterio do tratamento proposto variou entre
R$ 092 e R$ 200 em torno de 85 a 91 menor que o custo do meacutetodo de tratamento
utilizado pois de acordo com as consideraccedilotildees realizadas no item 641 o custo diaacuterio
atual varia de aproximadamente R$ 1400 a R$ 240014
Como o meacutetodo de tratamento efetuado atualmente pela induacutestria 1 apresenta seacuterios
problemas com relaccedilatildeo a probabilidade de contaminaccedilatildeo o tratamento sugerido por ambas
as propostas pode ser identificado como meacutetodo de remediaccedilatildeo de tal passivo
Sendo assim qualquer accedilatildeo remediadora que seja instituiacuteda apresenta-se como
alternativa vaacutelida da problemaacutetica citada no item 651
14 Considerando uma semana uacutetil
65
7 CONCLUSAtildeO
Este trabalho procurou identificar a possibilidade da implementaccedilatildeo do processo de
simbiose industrial entre induacutestrias jaacute consolidadas em atividade no municiacutepio de
Bebedouro relacionando o uso de material residual orgacircnico produzido por determinada
induacutestria que seria utilizado como agente de biossorccedilatildeo em processos de tratamento de
aacutegua residuaacuteria industrial de uma outra ambas compartilhando pequena distacircncia
geograacutefica
Das distintas situaccedilotildees supostas a partir da identificaccedilatildeo da induacutestria geradora de
resiacuteduos de laranja e das induacutestrias potencialmente geradoras de efluente contaminado pelo
metal chumbo em Bebedouro (SP) detectou-se duas induacutestrias que se enquadravam nas
possibilidades de implementaccedilatildeo de um processo de simbiose industrial e consequente
proposiccedilatildeo do meacutetodo de tratamento (biossorccedilatildeo combinada com flotaccedilatildeo ou realizada em
reator de leito fluidizado)
Uma induacutestria (denominada 1) pocircde ter um pleno desenvolvimento quanto as
especificaccedilotildees que esclareceram as vantagens do meacutetodo de tratamento proposto
A partir dos dados levantados e analisados eacute possiacutevel citar como vantagens para ambas as
propostas de tratamento 1) a logiacutestica facilitada pela proximidade de ambas as induacutestrias
sendo essa favoraacutevel e com baixos custos 2) a significativa reduccedilatildeo do valor diaacuterio do
tratamento 3) a faacutecil operaccedilatildeo dos processos 4) destinaccedilatildeo ambiental adequada para
ambos os passivos ambientais (de laranja e de chumbo) 5) a capacidade de dessorccedilatildeo da
biomassa a qual possibilita a separaccedilatildeo do metal chumbo do resiacuteduo de laranja sendo
percebidos como um aprimoramento do uso dos recursos naturais Considera-se que a
simbiose industrial eacute um processo importante a ser considerado na busca pela minimizaccedilatildeo
dos impactos ambientais acarretados pelas correntes residuais uma vez que determina a
reinserccedilatildeo destes em outros processos produtivos Geradores que adotam a praacutetica da
simbiose industrial satildeo aqueles que visam os ganhos coletivos em detrimento do exclusivo
ganho individual
Vale ressaltar que mesmo para a identificaccedilatildeo desta uacutenica situaccedilatildeo foi necessaacuterio o
enfrentamento de diversos desafios principalmente de acesso a informaccedilotildees especiacuteficas
tanto na cadeia produtiva quanto das informaccedilotildees ambientais por parte das empresas
Considera-se necessaacuteria uma rigidez maior da CETESB com relaccedilatildeo aos dados fornecidos
pelas induacutestrias visto que o preenchimento do MCE natildeo segue normatizaccedilatildeo especiacutefica o
66
que dificulta a tabulaccedilatildeo de dados aleacutem de natildeo abranger toda as atividades produtivas
devido agrave falta de rigor nas anaacutelises dos teacutecnicos e engenheiros responsaacuteveis Assim
observou-se a necessidade de uma maior abertura no sentido da plena divulgaccedilatildeo de
informaccedilotildees ambientais por parte das empresas assim como a necessidade de organizaccedilatildeo
de um banco de dados que contenha informaccedilotildees da cadeia produtiva do consumo de
mateacuteria prima e insumos aos processos de geraccedilatildeo e especificaccedilatildeo de resiacuteduos e
contaminantes
67
8 SUGESTAtildeO PARA TRABALHOS FUTUROS
Como sugestatildeo para trabalhos futuros
Otimizaccedilatildeo das condiccedilotildees de pH para biossorccedilatildeo com casca de laranja
Elaboraccedilatildeo de questionaacuterios para as induacutestrias produtoras do suco e geradoras de
efluente contaminado pelo metal chumbo
Scale up do processo de biossorccedilatildeo com bioflotaccedilatildeo
Scale up do processo de biossorccedilatildeo com reator de leito fluidizado
68
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76
ANEXO A
Primeira carta encaminha para CETESB para solicitaccedilatildeo de informaccedilotildees
Obs As Tabelas informadas na carta abaixo foram omitidas para que as empresas natildeo
sejam expostas e aleacutem disso natildeo haacute autorizaccedilatildeopermissatildeo para a divulgaccedilatildeo dos nomes
Lorena 27 de agosto de 2015
Ilmo Senhor
Marcio Barbosa Tango
CETESB - Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo
Assunto Solicitaccedilatildeo de informaccedilotildees sobre os efluentes liacutequidos de induacutestrias quiacutemicas
metaluacutergicas e de produccedilatildeo de embalagens da produccedilatildeo de resiacuteduos em induacutestrias alimentiacutecias
todas do municiacutepio de Bebedouro
Viemos por meio deste solicitar a contribuiccedilatildeo da Companhia Ambiental do Estado de Satildeo
Paulo para o desenvolvimento do Trabalho de Conclusatildeo de Curso em Engenharia Ambiental
intitulado ldquoAnaacutelise da viabilidade em escala real da utilizaccedilatildeo do bagaccedilo da laranja como agente
biossorvente de chumbordquo sendo desenvolvido pela aluna Ludmila Manera Conti na Escola de
Engenharia de Lorena ndash EELUSP sob orientaccedilatildeo da Profa Dra Danuacutebia Caporusso Bargos
O referido Trabalho de Conclusatildeo de Curso tem como objetivo fazer um levantamento das
induacutestrias com potencial para utilizaccedilatildeo do bagaccedilo da laranja como agente biossortivo Assim para
o alcance dos objetivos propostos eacute necessaacuterio o conhecimento de algumas informaccedilotildees presentes
no Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento referente agraves induacutestrias identificadas na Tabela
1 em anexo Tais informaccedilotildees referentes ao ldquoBalanccedilo hiacutedricordquo a saber
Efluentes (sanitaacuterio industrial outros e total de efluentes) a) Consumovazatildeo meacutedia b)
Consumovazatildeo maacutexima c) Eacutepoca d) Consumovazatildeo miacutenima
Dos ldquoEfluentes liacutequidosrdquo a saber a) Despejos (Identificaccedilatildeo Descriccedilatildeo Contiacutenuo ndash vazatildeo e
meacutetodo Descontiacutenuo ndash periodiacutecidade volume duraccedilatildeo) b) Vazatildeo total de despejos c) Vazatildeo de
recirculaccedilatildeo d) Vazatildeo de lanccedilamento e) Disposiccedilatildeo final (Descriccedilatildeo Nome do riolinhas de
despejo)
Do ldquoResumo de lanccedilamentosrdquo a saber a) Despejo (Identificaccedilatildeo Descriccedilatildeo) b) Poluente c)
Concentraccedilatildeo bruta d) Unidade de medida e) Concentraccedilatildeo final f) Unidade de medida g)
Unidades de tratamento (Sequecircncia Descriccedilatildeo Quantidade)
Da geraccedilatildeo de resiacuteduos industriais referentes a Tabela 2 em anexo da parte ldquoResiacuteduos
soacutelidosrdquo a) Identificaccedilatildeo b) Coacutedigo resiacuteduo c) Descriccedilatildeoorigem do resiacuteduo d) Classe e) Estado
77
fiacutesico f) Quantidade anual g) Unidade h) Composiccedilatildeo aproximada i) Meacutetodo utilizado j)
Aspecto geral
Declaramos que as informaccedilotildees solicitadas seratildeo objeto uacutenica e exclusivamente de pesquisa
acadecircmica sendo devidamente creditadas e natildeo havendo qualquer finalidade comercial no uso das
mesmas
Registramos ainda a importacircncia deste apoio para a realizaccedilatildeo deste trabalho que seraacute
inclusive posteriormente divulgado em formato digital e analoacutegico por meio da sua
disponibilizaccedilatildeo no sistema de bibliotecas da USP como uma contribuiccedilatildeo da Universidade para a
aacuterea de gerenciamentogestatildeo de resiacuteduos e efluentes uma vez que como propomos o resiacuteduo de
uma induacutestria pode ser considerado mateacuteria em processo de outras induacutestrias caracterizando o
iniacutecio de um processo de simbiose industrial
Solicitamos que o envio das informaccedilotildees solicitadas seja realizado preferencialmente por meio
de correio eletrocircnico ndash danubiacbargosuspbr eou ludmillaalunoseeluspbr Em caso da
impossibilidade de envio das informaccedilotildees da forma sugerida segue endereccedilo institucional
AC Profa Danuacutebia Caporusso Bargos Departamento de Ciecircncias Baacutesicas e Ambientais
Escola de Engenharia de Lorena ndash EELUSP Estrada Municipal do Campinho snordm CEP 12602-
810 - Lorena-SP
Desde jaacute antecipamos nossos agradecimentos e nos colocamos agrave disposiccedilatildeo para os
esclarecimentos adicionais que se fizerem necessaacuterios
Atenciosamente
Profa Dra Danuacutebia Caporusso Bargos
Escola de Engenharia de Lorena (EELUSP)
Departamento de Ciecircncias Baacutesicas e Ambientais
Telefone +55 (12) ndash 3159-5094
E-mail danubiacbargosuspbr
Ludmilla Manera Conti
Graduanda em Engenharia Ambiental
Endashmail ludmillaalunoseeluspbr
78
ANEXO B
Segunda carta encaminha para CETESB para confirmaccedilatildeo de vistas de processos
Lorena 01 de outubro de 2015
Ilmo Senhor Marcio Barbosa Tango e Senhora Letiacutecia Franco Leonel
CETESB - Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo
Assunto vistas de processos de licenciamento
Venho por meio deste agradecer a atenccedilatildeo e presteza desta Companhia no atendimento agrave
minha solicitaccedilatildeo de vistas de processos para coleta de informaccedilotildees sobre os efluentes liacutequidos de
induacutestrias quiacutemicas metaluacutergicas e de produccedilatildeo de embalagens da produccedilatildeo de resiacuteduos em
induacutestrias alimentiacutecias do municiacutepio de Bebedouro Tal solicitaccedilatildeo eacute feita por motivo de
desenvolvimento do Trabalho de Conclusatildeo de Curso em Engenharia Ambiental intitulado
ldquoAnaacutelise da viabilidade em escala real da utilizaccedilatildeo do bagaccedilo da laranja como agente biossorvente
de chumbordquo desenvolvido pela aluna Ludmila Manera Conti na Escola de Engenharia de Lorena ndash
EELUSP sob minha orientaccedilatildeo
Devido a compromissos previamente assumidos na Instituiccedilatildeo pela qual sou docente natildeo
seraacute possiacutevel comparecer agrave agecircncia da Barretos nesta data para a realizaccedilatildeo da vista dos processos
cujos nuacutemeros segue em anexo Assim sou representada pela aluna Ludmila Manera Conti que estaacute
apta a fazecirc-lo
Novamente agradeccedilo a atenccedilatildeo e coloco-me agrave disposiccedilatildeo para quaisquer esclarecimentos
adicionais que se fizerem necessaacuterios
Atenciosamente
Profa Dra Danuacutebia Caporusso Bargos
Escola de Engenharia de Lorena (EELUSP)
Departamento de Ciecircncias Baacutesicas e Ambientais
Telefone +55 (12) ndash 3159-5094
E-mail danubiacbargosuspbr
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 ndash Localizaccedilatildeo das unidades das induacutestrias A B e C 32
Quadro 2 ndash Relaccedilatildeo entre categorias industriais americanas e brasileiras 38
Quadro 3 ndash Categorias e subcategorias industriais de acordo com o IBGE 39
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 ndash Paracircmetros para controle bioloacutegico da exposiccedilatildeo ocupacional 21
Tabela 2 ndash Padrotildees de lanccedilamento de efluentes contendo chumbo em corpos drsquoaacutegua e em
redes coletoras de esgoto 22
Tabela 3 ndash Cidades integrantes do cinturatildeo citriacutecola consideradas no levantamento de
induacutestrias de suco 34
Tabela 4 ndash Nuacutemero de induacutestrias de acordo com as subcategorias industriais do IBGE 40
Tabela 5 ndash Induacutestrias com potencial poluidor por chumbo localizadas na cidade de
Bebedouro ndash SP 42
Tabela 6 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 1 44
Tabela 7 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 1 44
Tabela 8 ndash Anaacutelise do efluente proveniente da metalurgia de metais natildeo ferrosos antes e apoacutes
tratamento 45
Tabela 9 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 2 45
Tabela 10 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 3 45
Tabela 11 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 3 46
Tabela 12 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 5 46
Tabela 13 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 5 47
Tabela 14 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 6 47
Tabela 15 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 6 48
Tabela 16 ndash resultado do ensaio para massa bruta 48
Tabela 17 ndash resultado do ensaio para lixiviaccedilatildeo 49
Tabela 18 ndash resultado do ensaio para solubilizado 49
Tabela 19 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 7 49
Tabela 20 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 7 50
Tabela 21 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 8 50
Tabela 22 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 8 51
Tabela 23 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 9 51
Tabela 24 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 9 51
Tabela 25 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 11 52
Tabela 26 ndash Resultados das anaacutelises para cada efluente 54
Tabela 27 ndash Dados da produccedilatildeo de laranja em Bebedouro 58
Tabela 28 ndash Valores do reator de leio fixo 59
Tabela 29 ndash Especificaccedilotildees dos flotadores de ar dissolvido 60
Tabela 30 ndash Menores rotas possiacuteveis entre a induacutestria de suco e a induacutestria 1 62
Tabela 31 ndash Menores rotas possiacuteveis entre a induacutestria de suco e a induacutestria 6 Erro
Indicador natildeo definido
Tabela 32 ndash Gastos com as tecnologias referentes 63
Tabela 33 ndash Balanccedilo de massa e energia diaacuterio proposto para a induacutestria 1 63
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 13
2 OBJETIVOS 14
21 Principal 14
22 Especiacuteficos 14
3 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA 15
31 Desenvolvimento sustentaacutevel 15
311 Simbiose industrial 15
32 Chumbo 19
321 Legislaccedilatildeo especiacutefica relacionada a descarga de efluentes 22
322 Tratamento para efluentes com metais 22
323 Biossorccedilatildeo 23
324 A laranja como adsorvente 24
4 METODOLOGIA 26
41 Levantamento bibliograacutefico 26
42 Levantamento e anaacutelise da produccedilatildeo de laranja no Estado de SP 27
43 Levantamento e anaacutelise das induacutestrias com potencial poluidor 28
44 Exposiccedilatildeo do meacutetodo de tratamento aplicado na induacutestria 29
5 LEVANTAMENTO DE DADOS 30
51 Distribuiccedilatildeo da produccedilatildeo de laranja no estado de Satildeo Paulo 30
511 Distribuiccedilatildeo do consumo de laranja no estado de SP 31
512 Seleccedilatildeo da induacutestria de suco 33
5121 Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento (MCE) 35
52 Categorias industriais de acordo com o tipo de efluente gerado 36
521 Levantamento das induacutestrias com potencial poluidor 41
5211 Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento (MEC) 43
53 Biossorccedilatildeo 53
531 Reduccedilatildeo do tamanho do resiacuteduo 55
532 Desidrataccedilatildeo do resiacuteduo 55
6 ANAacuteLISES E DISCUSSOtildeES DE DADOS 57
61 Aacuterea de estudo 57
62 Processamento dos resiacuteduos de laranja 58
63 Reator e flotador 58
64 Induacutestria 1 60
641 Quantificaccedilatildeo do resiacuteduo de laranja 61
642 Transporte 62
65 Induacutestria 6 Erro Indicador natildeo definido
651 Quantificaccedilatildeo do resiacuteduo de laranja Erro Indicador natildeo definido
652 Transporte Erro Indicador natildeo definido
66 Consideraccedilotildees 62
7 CONCLUSAtildeO 65
8 SUGESTAtildeO PARA TRABALHOS FUTUROS 67
REFEREcircNCIAS 68
ANEXO A 76
ANEXO B 78
13
1 INTRODUCcedilAtildeO
Considerando o modelo atual de desenvolvimento da sociedade como sendo
representado por um sistema aberto o qual necessita de uma fonte contiacutenua e inesgotaacutevel
de mateacuteria e energia (BRAGA et al 2002) e com um aumento das emissotildees de poluentes
em todo o mundo a busca por medidas remediadoras para melhoria das condiccedilotildees
ambientais torna-se cada vez maior
Como um exemplo de medida remediadora temos a pesquisa e desenvolvimento de
teacutecnicas que possibilitem a retirada de metais pesados do meio aquoso uma delas a
biossorccedilatildeo aleacutem de promover a destinaccedilatildeo a biomassas vegetais resultantes de processos
produtivos tambeacutem apresenta alto iacutendice de funcionalidade
Umas das biomassas vegetais cuja produccedilatildeo eacute abundante no estado de Satildeo Paulo eacute a
proveniente da fruta laranja e os resiacuteduos desta sejam eles casca bagaccedilo ou sementes jaacute
foram analisados em estudos desenvolvidos por diferentes pesquisadores tais como
Massocatto et al (2009) e Almeida et al (2012) cujos resultados atestaram eficiecircncia
elevada quanto a biossorccedilatildeo especialmente do metal pesado chumbo
Diante do exposto o presente trabalho visa apresentar uma proposta de integraccedilatildeo
entre induacutestrias do municiacutepio de Bebedouro localizado no estado de Satildeo Paulo que
proveriam resiacuteduo de laranja para aquelas que poderiam utilizaacute-lo como meacutetodo de
tratamento de aacuteguas residuaacuterias aplicando dessa forma o conceito de Simbiose Industrial
que apresenta como fundamentos as oportunidades de conexatildeo oferecidas pela disposiccedilatildeo
geograacutefica das induacutestrias e aperfeiccediloamento do uso de mateacuteria e energia (CHERTOW
2000 GANER 1995)
14
2 OBJETIVOS
21 Principal
O presente trabalho propotildee identificar a possibilidade de implementaccedilatildeo de uma
simbiose industrial entre induacutestrias do municiacutepio de BebedourondashSP
22 Especiacuteficos
Para o incremento do objetivo exposto tornou-se necessaacuterio o alcance de objetivos
especiacuteficos tais como
Identificar as induacutestrias geradoras dos resiacuteduos soacutelidos de laranja e induacutestrias que
poderiam beneficiar-se com a utilizaccedilatildeo destes nos processos de tratamento de seus
efluentes contaminados com o metal chumbo
Avaliar os processos jaacute colocados em praacutetica por induacutestrias com potencial poluidor
para tratamento dos efluentes contaminados com o metal chumbo
Analisar os dados teacutecnicos para avaliaccedilatildeo do potencial das induacutestrias selecionadas
para a proposiccedilatildeo de arranjos institucionais que propiciem a integraccedilatildeo e a simbiose entre
induacutestrias do municiacutepio de Bebedouro
15
3 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA
31 Desenvolvimento sustentaacutevel
Algumas propostas da Lei nordm 1230510 (BRASIL 2010a) que institui a Poliacutetica
Nacional dos Resiacuteduos Soacutelidos (PNRS) satildeo a prevenccedilatildeo a reutilizaccedilatildeo e a reduccedilatildeo de
resiacuteduos as quais satildeo necessaacuterias para o cumprimento e efetividade da lei Paralelamente a
este ideal uma incitaccedilatildeo atual eacute a articulaccedilatildeo de um sistema de produccedilatildeo circular
denominado cradle to cradle (que significa ldquodo berccedilo ao berccedilordquo) que consiste na produccedilatildeo
zero de rejeitos no qual a mateacuteria residual de um processo exerceria uma funccedilatildeo em outro
(CCPII c2014) A partir desses preceitos busca-se o alinhamento do desenvolvimento
econocircmico e industrial agrave proteccedilatildeo do meio ambiente e o bem-estar humano ou seja o
desenvolvimento sustentaacutevel
Conforme definiccedilatildeo ldquodesenvolvimento sustentaacutevel eacute aquele que atende as
necessidades das geraccedilotildees atuais sem comprometer a capacidade das geraccedilotildees futuras de
atenderem as suas necessidades e aspiraccedilotildeesrdquo (UNITED NATIONS 1987)
De acordo com Fet e Michelsen (2002) ldquona natureza um sistema ecologicamente
sustentaacutevel eacute uma teia complexa de organismos no qual as mateacuterias e os resiacuteduos
conformam um ciclordquo Frosch e Gallopoulos (1989) agrave vista desse conceito desenvolveram
o ideal de ecossistema industrial o qual funcionaria analogamente aos sistemas
ecologicamente sustentaacuteveis os resiacuteduos gerados por uma companhia podemdevem ser
usufruiacutedos como recurso por outra correspondendo a um ciclo fechado de mateacuteria e
energia
311 Simbiose industrial
Em 1989 uma associaccedilatildeo de filiais de diferentes induacutestrias que realizavam uma
extensa partilha de recursos foi descoberta na Dinamarca O que foi denominado na eacutepoca
16
de ldquoa simbiose industrial em Kalundborgrdquo forneceu a possibilidade da realizaccedilatildeo concreta
dos ecossistemas industriais proposto por Frosch e Galloupolos em 1989 (CHERTOW
2007) Poreacutem analogamente ao ciclo residual fechado proposto pelos ecossistemas
industriais os fundamentos para a simbiose industrial satildeo a colaboraccedilatildeo e as
oportunidades de coesatildeo oferecidas pela proximidade geograacutefica (CHERTOW 2000)
aleacutem do uso aprimorado dos recursos naturais e reduccedilatildeo da produccedilatildeo de resiacuteduos finais
(GANER 1995) Assim considera-se que a simbiose industrial eacute um passo para a
realizaccedilatildeo do objetivo maior que seria o alcance de um ecossistema industrial
A ldquosimbioserdquo observada em 89 no distrito industrial de Kalundborg ocorreu de
modo gradual e sem uma concepccedilatildeo especiacutefica as induacutestrias empenharam-se no uso
econocircmico de seus subprodutos e minimizaram custos em conformidade agraves novas
regulamentaccedilotildees ambientais (EHRENFELD GERTLER 1997) A Figura 1 apresenta o
diagrama do distrito industrial de Kalundborg
Figura 1 ndash Diagrama do processo de simbiose em Kalundborg 1961 a 1989
Fonte adaptado de KALUNDBORG SYMBIOSIS (2015)
No decorrer dos anos e fazendo jus aos sistemas naturais o distrito industrial
desenvolveu-se de modo que novas relaccedilotildees conexotildees e empresas foram se estabelecendo
trazendo cada vez mais proacuteximo o ideal de ecossistema industrial tal como apresentado
na Figura 2
Existem ainda outros exemplos de processos de simbioses industriais que
aconteceram naturalmente ao redor do mundo como em Jyvaumlskylauml na Finlacircndia e Sytiria
na Aacuteustria (CHERTOW 2000)
17
Figura 2 ndash Simbioses industriais observada no distrito industrial de Kalundborg nos dias atuais
Fonte adaptado de KALUNDBORG SYMBIOSIS (2015)
Ehrenfeld e Gertler (1997) afirmaram que o ramo emergente da ecologia industrial
une os preceitos citados a outros como por exemplo o metabolismo industrial (cuja
elucidaccedilatildeo seraacute realizada mais adiante) trazendo-os como forma simplificada de
operacionalizaccedilatildeo de projetos desenvolvendo uma estrutura que identifica e implementa
estrateacutegias que visam agrave manutenccedilatildeo dos paradigmas ambientais almejando o
desenvolvimento industrial alicerccedilado ao desenvolvimento sustentaacutevel
Na Figura 3 eacute possiacutevel observar de modo linear o que Grann (1997) alegou em que
a simbiose industrial revela-se como um meacutetodo funcional da aplicaccedilatildeo do conceito
sustentaacutevel de desenvolvimento
Figura 3 ndash Os trecircs niacuteveis de operaccedilatildeo da Ecologia Industrial
Fonte adaptado de CHERTOW (2000)
18
Conforme a Figura 3 e de acordo com Chertow (2000) constata-se a existecircncia de
trecircs grandes aacutereas de operaccedilatildeo da ecologia industrial bem como alguns exemplos de
instrumentos de cada uma
1 Empresa ndash refere-se ao desenvolvimento de medidas que podem ser exercicidas
dentro da empresa tais como
Eco-design ndash estrateacutegia de design que visa a reduccedilatildeo das perdas ambientais
utilizada principalmente no desenvolvimento de novos produtos (GARNER
KEOLEIAN 1995)
Prevenccedilatildeo agrave poluiccedilatildeo ndash uniatildeo de princiacutepios que tem por finalidade a prevenccedilatildeo agrave
geraccedilatildeo de resiacuteduos antes do iacutenicio do processo industrial (CHERTOW 2000)
Economia verde ndash este novo campo da contabilidade se desvencilha-se da
contabilidade tradicional propondo-se a trazer informaccedilotildees mais exatas sobre o
ldquocustos ambientaisrdquo das empresas cuja influecircncia deve alcanccedilar o campo dos
negoacutecios relacionando-se a ldquoqualidade verderdquo do produto ou serviccedilo (RICHARDS
FROSCH 1997)
2 Inter-empresas ndash medidas que podem ser tomadas a partir da relaccedilatildeo entre
induacutestrias que encontram-se geograficamente proacuteximas tais como
Simbiose industrial ndash criaccedilatildeo de ligaccedilatildeo entre induacutestrias com objetivo de
aumentar a eficiecircncia da mateacuteria e energia que fluem atraveacutes do distrito industrial
em que se encontram (EHRENFELD GERTLER 1997)
Ciclo de vida dos produtos ndash ldquoprocesso usado para avaliar as perdas ambientais
relacionadas a um produto processo ou atividaderdquo (Society for Enviromental
Toxicology amp Chemistry ndash SETAC 1994 traduccedilatildeo nossa)
Iniciativa dos setores industriais
3 RegionalGlobal ndash medidas que podem ser adotadas entre nuacutecleos induacutestrias
Ciclos e orccedilamentos ndash eacute um sistema orientador que promove produccedilotildees com
designs mais ecoloacutegicos e economicamente sustentaacuteveis (GARNER KEOLEIAN
1995)
Fluxo de mateacuteria e energia ndash conceito desenvolvido por Robert Ayres
denominado de ldquometabolismo industrialrdquo leva em consideraccedilatildeo o fluxo de mateacuteria
e energia atraveacutes dos sistema industriais e por meio de anaacutelises in put (entrada) e
out put (saiacuteda) vecirc-se a possibilidade de identificaccedilatildeo de processos e produtos
ineficientes que podem resultar em perda material e prejuiacutezos ao meio ambiente
(GARNER KEOLEIAN 1995)
19
Portanto a simbiose industrial apresenta-se como uma ferramenta que envolve
induacutestrias tradicionalmente separadas em uma ldquoabordagem coletiva para a vantagem
competitiva envolvendo troca fiacutesica de materiais energia aacutegua eou subprodutosrdquo
(CHERTOW 2000 traduccedilatildeo nossa)
De acordo com Ehrenfeld e Gertler (1997) a partir do estreitamento da relaccedilatildeo
entre o conceito ambiental e o desenvolvimento industrial e considerando que esse jaacute vecircm
atrelado ao desenvolvimento econocircmico houve a necessidade da aplicaccedilatildeo dos conceitos
da Simbiose Industrial atraveacutes da configuraccedilatildeo de ldquoeco-parques industriaisrdquo
De acordo com Chertow (2000) ldquona praacutetica as definiccedilotildees de eco-parques
industriais ainda estatildeo em formaccedilatildeordquo poreacutem duas definiccedilotildees satildeo mais aceitas a do
Presidentrsquos Council Sustainable (PCSD)
ldquouma comunidade de empresas que cooperam entre si e com a
comunidade local para compartilhar de forma eficiente os recursos
(informaccedilotildees materiais aacutegua energia infra-estrutura e de habitats naturais)
levando a ganhos econocircmicos ganhos de qualidade ambiental e melhoria
equitativa dos recursos humanos para a comunidade empresarial e localrdquo
(PSCD 1996 traduccedilatildeo nossa)
E e a da USEPA
ldquoum eco-parque industrial eacute uma comunidade de manufatura e serviccedilos
que procuram melhor desempenho ambiental e econocircmico
atraveacutes da colaboraccedilatildeo na gestatildeo de questotildees ambientais e de recursos
incluindo energia aacutegua e materiais Ao trabalhar em conjunto a comunidade
de empresas procura um benefiacutecio colectivo que eacute maior do que a soma de a
benefiacutecios individuais de cada empresa iria perceber se ele otimizou seu
indiviacuteduo o desempenho apenasrdquo (USEPA 1995 traduccedilatildeo nossa)
Faz-se relevante neste contexto o estiacutemulo de uma nova revoluccedilatildeo industrial que
promova o desenvolvimento de accedilotildees que entrelaccedilariam o desenvolvimento econocircmico
com o bem-estar dos ecossistemas Poreacutem Casagrande Junior (2004) denota que as
inovaccedilotildees tecnoloacutegicas desenvolvidas pelo modelo econocircmico atual satildeo atreladas ao
ciacuterculo vicioso produccedilatildeo gt consumo gt crescimento econocircmico que estimulam o consumo
exacerbado gerando pressatildeo sobre os recursos naturais causando custos sociais e
ambientais
32 Chumbo
O chumbo eacute um metal pesado cujo siacutembolo eacute Pb de massa molar 2072 g mol-1 de
coloraccedilatildeo branca-azulada tornando-se acinzentado quando exposto ao ar Eacute inodoro
20
macio maleaacutevel possui baixa condutividade eleacutetrica e alta resistecircncia agrave corrosatildeo Funde-se
com facilidade agrave 3274 ordmC e sua temperatura de vaporizaccedilatildeo eacute de 1725 ordmC Pertence ao
grupo IVA da tabela perioacutedica cujo nuacutemero atocircmico eacute 82 podendo apresentar dois estados
de oxidaccedilatildeo Pb+2 mais estaacutevel e Pb+4 oxidante Historicamente tem sido amplamente
explorado pela sociedade devido a sua vasta disponibilidade no meio ambiente
principalmente na forma de compostos minerais sendo o sulfeto de chumbo (PbS)
conhecido como galena considerado a mais importante e abundante fonte de chumbo
(ALEXANDRINO 2014)
Existem relatos de utilizaccedilatildeo do chumbo por vaacuterias sociedades antigas no entanto
a primeira civilizaccedilatildeo a utilizaacute-lo amplamente foi o Impeacuterio Romano no seacuteculo V aC V
aC para ldquoconfecccedilatildeo de objetos [] fabricaccedilatildeo de tubulaccedilotildees e torneiras produtos de
beleza e ateacute na correccedilatildeo da acidez do vinho atraveacutes da adiccedilatildeo de oacutexido de chumbordquo
(Miranda e Souto 2010)
Atualmente cerca de 70 da produccedilatildeo mundial de chumbo eacute utilizada
fundamentalmente na elaboraccedilatildeo de baterias automotivas e na induacutestria de chumbo-aacutecido
embora tambeacutem apresente copiosas empregabilidades na induacutestria em geral devido a suas
caracteriacutesticas fiacutesicas e quiacutemicas (PRAC c2015) Na Figura 4 observam-se os processos de
extraccedilatildeo usos e disposiccedilatildeo final do chumbo nos anos 90
Figura 4 ndash Extraccedilatildeo uso e disposiccedilatildeo final de chumbo em 1990 em milhares de toneladas
Fonte elaborado a partir de GARNER KEOLEIAN (1995)
21
Comparativamente ao dado fornecido pelo PRAC observa-se que o ramo que
absorve a maior porcentagem do mercado extrativista continua o mesmo isto eacute a
fabricaccedilatildeo de baterias Eacute possiacutevel observar que a reciclagem do chumbo eacute quase que
integralmente proveniente dessa mesma atividade e que vaacuterios usos permanecem como
sistemas abertos de mateacuteria
Como consequecircncia dessa intensa utilizaccedilatildeo a contaminaccedilatildeo por chumbo eacute um
problema tatildeo expressivo quanto a extensatildeo de seu uso
ldquoA maior incidecircncia de intoxicaccedilatildeo por chumbo ocorre devido agrave
contaminaccedilatildeo ambiental pela ingestatildeo de alimentos e bebidas contaminadas
e por partiacuteculas suspensas no ar (KOSNETT 2003) Na atividade
ocupacional a via mais frequente de intoxicaccedilatildeo eacute a inalatoacuteria como
consequecircncia da contaminaccedilatildeo do ambiente de trabalho (PAOLIELLO
CHASIN 2001) Dentre os gecircneros alimentiacutecios que mais contribuem para a
ingestatildeo de chumbo destacam-se a aacutegua potaacutevel bebidas em geral cereais
vegetais e frutas (SALGADO 2003)rdquo (SCHIFER et al 2005)
O grande avanccedilo dos sistemas industriais e seu consequente aumento de atividades
nos uacuteltimos anos assim como a negligecircncia de certas induacutestrias tecircm sido responsaacuteveis
pela degradaccedilatildeo de efluentes especialmente pelo desaguamento de quantidades de metais
pesados nestes (PINTO et al 2003) Os metais acabam por contaminarem lenccediloacuteis freaacuteticos
e reservatoacuterios de aacutegua podendo causar danos agrave sauacutede da populaccedilatildeo tais danos ocorrem
quando haacute a extrapolaccedilatildeo dos limites maacuteximos tolerados pelo organismo humano
denominado no Brasil de Iacutendice Bioloacutegico Maacuteximo Permitido (IBPM) o qual foi
decretado pela NR 7 e aprovado pela Portaria SSST nordm 24 de 29 de dezembro de 1994 Na
Tabela 1 verificam-se os valores tolerados para a substacircncia chumbo
Tabela 1 ndash Paracircmetros para controle bioloacutegico da exposiccedilatildeo ocupacional
Agente quiacutemico Indicador Bioloacutegico
VR[1] IBPM[2]
Amostra Anaacutelise
Chumbo orgacircnico
Sangue Chumbo Ateacute 40 ug em 100 mL 60 ug em 100 mL
Urina Aacutecido Delta Aminolevuliacutenico Ateacute 45 g g-1 creat 10 mh g-1 creat
Sangue Zincoprotoporfirina Ateacute 40 ug em 100 mL 100 ug em 100 mL
Chumbo Tetraetila Urina Chumbo Ateacute 50 ug g-1 creat 100 ug g-1 creat
creat ndash abreviaccedilatildeo de creatinina [1] Valor de Referecircncia da Normalidade valor possiacutevel de ser
encontrado em populaccedilotildees natildeo-expostas ocupacionalmente [2] Iacutendice Bioloacutegico Maacuteximo Permitido eacute
o valor maacuteximo do indicador bioloacutegico para o qual se supotildee que a maioria das pessoas
ocupacionalmente expostas natildeo corre risco de danos agrave sauacutede A ultrapassagem deste valor significa
exposiccedilatildeo excessiva
Fonte adaptado de BRASIL (1994a)
22
321 Legislaccedilatildeo especiacutefica relacionada a descarga de efluentes
Conforme artigo 3ordm da Resoluccedilatildeo CONAMA nordm430
ldquoOs efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderatildeo ser lanccedilados
diretamente nos corpos receptores apoacutes o devido tratamento e desde que
obedeccedilam agraves condiccedilotildees padrotildees e exigecircncias dispostos nesta Resoluccedilatildeo e em
outras normas aplicaacuteveisrdquo (BRASIL 2011)
Assim considerou-se que para estar em acordo com a legislaccedilatildeo vigente pode
haver a necessidade da realizaccedilatildeo de tratamento preacutevio ou completo para descarga do
efluente em corpo drsquoaacutegua
Os padrotildees para lanccedilamento de efluentes em corpos receptores satildeo regulamentados
em acircmbito federal na Resoluccedilatildeo CONAMA nordm 430 de 2011 (BRASIL 2011) e em acircmbito
estadual pelo Decreto 8468 de 19761 (SAtildeO PAULO 1976) Na Tabela 2 verificam-se os
padrotildees de lanccedilamento para o metal chumbo em ambos os acircmbitos
Tabela 2 ndash Padrotildees de lanccedilamento de efluentes contendo chumbo em corpos drsquoaacutegua e em redes
coletoras de esgoto
Fonte elaborado a partir de BRASIL (2011) SAtildeO PAULO (1976)
322 Tratamento para efluentes com metais
O tratamento para remoccedilatildeo de metais pesados pode ser realizado a partir de
diferentes processos tais como a precipitaccedilatildeo quiacutemica troca-iocircnica filtraccedilatildeo por
membrana e meacutetodos eletromecacircnicos (ECKENFELDER 2000) Estes conforme
Tchobanoglous e Burton (1991) e Aksu (1998) podem ser processos dispendiosos e
ineficientes
1 A Lei Estadual 997 de 31 de maio de 1976 aprovada pelo Decreto 8468 de 8 de setembro de 1976 foi
alterada e acrescida de dispositivos pelos Decretos 15425 de 23 de julho de 1980 e pelo Decreto 47397 de
novembro de 2012
Destino Resoluccedilatildeo CONAMA nordm43011 Lei Estadual 99776
Emissatildeo em corpos drsquoaacutegua ateacute 05 mg L-1 ateacute 05 mg L-1
Emissatildeo em rede coletora de esgoto ndash ateacute 15 mg L-1
23
Poreacutem metais pesados podem ser extraiacutedos de um sistema aquoso empregando-se
adsorventes naturais como as cascas de determinadas frutas que constituem excelente
alternativa perante os processos quiacutemicos uma vez que satildeo abundantes apresentam baixo
custo comercial e natildeo apresentam uma destinaccedilatildeo especiacutefica fora o descarte convencional
(SIMOtildeES TAUK-TORNISIELO 2005)
Podendo ser fiacutesico ou quiacutemico o processo efetua-se pela interaccedilatildeo do material
adsorvente com o produto a ser adsorvido A adsorccedilatildeo fiacutesica eacute ocasionada principalmente
pelas forccedilas de van der Waals2 no qual o equiliacutebrio eacute atingido rapidamente e eacute reversiacutevel
jaacute a adsorccedilatildeo quiacutemica eacute a uniatildeo de moleacuteculas ou aacutetomos a uma superfiacutecie soacutelida que pode
ser realizada atraveacutes de ligaccedilotildees quiacutemicas ou por efeito cataliacutetico (WEBER JUNIOR 1972)
323 Biossorccedilatildeo
Segundo Volesky (1986) eacute denominada de biossorccedilatildeo a separaccedilatildeo seletiva de iacuteons
metaacutelicos de meio aquoso na qual o meio adsorvente seria uma biomassa sendo ainda um
processo natildeo agressivo no qual ocorrem somente interaccedilotildees entre os grupos funcionais da
biomassa com os iacuteons da soluccedilatildeo
ldquoA adsorccedilatildeo eacute uma forma de tratamento bastante eficaz utilizada para a
remoccedilatildeo de metais toacutexicos Devido a isto meacutetodos de adsorccedilatildeo de metais em
efluentes utilizando materiais naturais estatildeo sendo desenvolvidos podendo
ainda ser uma alternativa para o aproveitamento de resiacuteduos agroindustriaisrdquo
(MASSOCATTO et al 2009)
A utilizaccedilatildeo da biomassa como agente adsorvente alternativo em meacutetodos de
tratamento convencional apresenta como fatores significativos o reduzido valor agregado
comercial capacidade de tratar grande volume de efluente potencial de dessorccedilatildeo3 e
tempo de separaccedilatildeo seletiva de iacuteons variando de 5 a 15 minutos (PINO TOREM 2011
VOLESKY HOLAN 1995) Geralmente os adsorventes naturais evidenciam a mesma
eficaacutecia de reter iacuteons metaacutelicos que os adsorventes sinteacuteticos pois possuem agrupamentos
orgacircnicos e satildeo fibrosos o que gera uma maior aacuterea de influecircncia e ldquosiacutetiosrdquo para os iacuteons
serem adsorvidos (PAVAN 2007)
O uso da biomassa como agente de remoccedilatildeo de metais pesados jaacute eacute desde 1999
considerada pela USEPA como uma tecnologia de descontaminaccedilatildeo
2 Forccedilas de van der Waals forccedilas entre as moleacuteculas mais fracas que as forccedilas atocircmicas RUSSEL J
Quiacutemica Geral 2 ed Satildeo Paulo Makron Book 1994 vol 1 3 Recuperaccedilatildeo da espeacutecie metaacutelica
24
Diversos tipos de adsorventes tais como o palmito pupunha o sabugo de milho o
algodatildeo o caju as cascas de arroz banana noz pecatilde e laranja tecircm sido testados
laboratorialmente por pesquisadores da aacuterea cita-se Vaghetti et al (2009) que realizou
estudos sobre a eficiecircncia da casca da noz pecatilde como agente de retirada de iacuteons cromo(III)
cromo (VI) ferro zinco cobre manganecircs e chumbo de soluccedilotildees sinteacuteticas obtendo
especial ecircxito na biossorccedilatildeo de cromo (VI)
O processo de biossorccedilatildeo desenvolve-se de modo homogecircneo atraveacutes de condiccedilotildees
ambientais controladas as quais ocorrem dentro de reatores contiacutenuos (VOLESKY
NOLAN 1995 SANTOS VASCONCELOS 2002) Os reatores mais comumente usados
na remoccedilatildeo de metais pesados satildeo o de coluna de leito fixo e o anaeroacutebio de manta de
lodo (QUAMBY FOSTER 1995 SEOLATTO et al 2009)
De acordo com Lodeiro Herrero e Sastre de Vicente (2006) os reatores de coluna
de leito fixo promovem o melhor aproveitamento do biossorvente pois possibilitam ciclos
regenerativos jaacute os reatores anaeroacutebios de manta de lodo satildeo comumente utilizados em
tratamento de aacuteguas residuaacuterias por serem eficientes na remoccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica e
apresentarem consideraacutevel baixo custo inicial (QUAMBY FOSTER 1995 SEOLATTO
et al 2009)
324 A laranja como adsorvente
Segundo Batista (2014)
ldquoA casca da laranja encontra-se na literatura dos estudos de adsorccedilatildeo
mostrando um grande potencial na remoccedilatildeo de resiacuteduos em efluentes O
Brasil eacute um grande produtor de laranja no mundo atualmente em torno de
70 do suco consumido mundialmente eacute proveniente de plantaccedilotildees ou da
industrializaccedilatildeo da laranja no Brasil Apoacutes a extraccedilatildeo do suco na induacutestria da
laranja grande parte do fruto mais de 50 eacute de rejeitos soacutelidos
representados pela casca bagaccedilo e sementesrdquo (BATISTA 2014)
Aproximadamente 18 milhotildees de toneladas de laranja satildeo produzidas anualmente
no Brasil e o Estado de Satildeo Paulo eacute responsaacutevel por 74 dessa produccedilatildeo (IBGE 2012)
Em 2011 os resiacuteduos de laranja oriundos de induacutestrias de processamento como por
exemplo de produccedilatildeo de suco chegaram a gerar 95 milhotildees de toneladas de resiacuteduos
(CODESP 2011) Apesar de ser uma mateacuteria abundante e de baixo custo a principal
utilizaccedilatildeo dessa biomassa tem sido como complemento na alimentaccedilatildeo bovina Tal
25
complemento chamado de ldquopolpa ciacutetrica peletizadardquo eacute produzido a partir da secagem dos
resiacuteduos de laranja Ateacute meados de 1993 o produto era desconhecido pela pecuaacuteria
nacional pois desde a deacutecada de 70 a polpa ciacutetrica era exportada quase que integralmente
para a Europa (NEVES et al 2010)
A previsatildeo para exportaccedilatildeo do produto em 2012 era de 180 toneladas isso
considerando que haveria um aumento de 21 com relaccedilatildeo a 2011 (CODESP 2011) A
polpa ciacutetrica peletizada continua natildeo sendo empregada amplamente no Brasil gerando um
remanescente de aproximadamente 932 milhotildees de toneladas de resiacuteduos de laranja sem
destinaccedilatildeo especiacutefica Dessa forma a sua utilizaccedilatildeo como insumo de agente biossortivo
obtido aproximadamente a custo zero torna-se de grande valia na retirada de metais
pesados de meio aquoso
Como apontado por Batista (2014) os rejeitos de laranja satildeo apontados na literatura
como material de adsorccedilatildeo mostrando um grande potencial na remoccedilatildeo de metais Aacuteguas
residuaacuterias que incluem por exemplo cromo chumbo e prata apresentam resultados
promissores particularmente a biossorccedilatildeo do chumbo apresenta aproximadamente 99 de
eficaacutecia com relaccedilatildeo a concentraccedilotildees variadas de chumborejeito de laranja (MORAES et
al 2011 MASSOCATTO et al 2009 ALMEIDA et al 2012)
Apesar da eficaacutecia laboratorial da utilizaccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos de laranja (casca
bagaccedilo e semente) na descontaminaccedilatildeo de um meio aquoso observa-se a necessidade do
estabelecimento da conexatildeo entre as induacutestrias que proveriam esse resiacuteduo de laranja com
as que poderiam utilizaacute-lo como meacutetodo de tratamento assim revelou-se a oportunidade
de aplicar o conceito de Simbiose Industrial atraveacutes de uma anaacutelise inter-empresas
avaliando a potencialidade de intercacircmbio dos rejeitos industriais como fonte de mateacuteria-
prima para outros processos produtivos em induacutestrias do municiacutepio de Bebedouro estado
de Satildeo Paulo
26
4 METODOLOGIA
A metodologia desenvolvida neste trabalho pode ser agrupada e pormenorizada em
quatro etapas todas elas partindo de um levantamento e anaacutelise de referenciais teoacutericos
embasados em dados bibliograacuteficos O levantamento de dados realizado neste trabalho teve
como primeira aacuterea de abrangecircncia o estado de Satildeo Paulo Foram utilizados os bancos de
dados do IBGE CDSP CETESB USEPA entre outros e tambeacutem web sites artigos teses
e pesquisas acadecircmico cientiacuteficas
41 Levantamento bibliograacutefico
Caracterizou-se o processo de simbiose industrial como forma de reinserccedilatildeo de
resiacuteduos na cadeia produtiva e sua efetiva implantaccedilatildeo como possibilidade viaacutevel do
alcance do desenvolvimento sustentaacutevel
Realizou-se definiccedilatildeo teacutecnica do metal pesado chumbo e contextualizaccedilatildeo da
problemaacutetica do uso histoacuterico desse metal com ecircnfase para a problemaacutetica do uso na
atualidade
Desenvolveu-se a relaccedilatildeo entre o capitalismo atual que promove os ciclos abertos
de mateacuteria e energia caracteriacutestica de parte do sistema produtivo com ecircnfase para aqueles
que geram aacuteguas residuaacuterias contaminadas pelo metal pesado chumbo
Avaliaram-se os meacutetodos de remoccedilatildeo de metais-pesados de aacuteguas residuaacuterias com
especial atenccedilatildeo ao uso de biomassa vegetal como agente no processo de adsorccedilatildeo4 objeto
de estudo deste trabalho
A partir da escolha da biossorccedilatildeo como meacutetodo para o tratamento de efluentes
realizou-se um levantamento bibliograacutefico sobre usos de diversas biomassas vegetais que
apresentariam eficaacutecia comprovada e que tambeacutem poderiam ser encontradas em
abundacircncia
Constatou-se que o maior produtor de laranja do Brasil eacute o estado de Satildeo Paulo e
que a cadeia produtiva da transformaccedilatildeo do produto in natura em suco eacute tambeacutem em sua
4 Neste trabalho foi denominada de biossorccedilatildeo a adsorccedilatildeo realizada por meio da utilizaccedilatildeo de biomassa
vegetal
27
grande maioria realizada dentro do estado O processo referido gera quantidade abundante
de biomassa vegetal de laranja cuja eficaacutecia no tratamento de efluentes contaminados pelo
metal pesado chumbo pocircde ser comprovada por referencial teoacuterico
Definiu-se de consideraacutevel relevacircncia a realizaccedilatildeo de um estudo que busque
evidecircncias da aplicabilidade e viabilidade de uma proposta para o processo de simbiose
entre as induacutestrias estudadas no qual os resiacuteduos (bagaccedilosementecasca) de laranja
possam ser utilizados como meacutetodo de tratamento de aacutegua residuaacuteria contaminada no
processo de produccedilatildeo industrial
42 Levantamento e anaacutelise da produccedilatildeo de laranja no Estado de SP
Apoacutes constataccedilatildeo por meio da Revisatildeo Bibliograacutefica que o Estado de Satildeo Paulo eacute
o estado que se apresenta como maior produtor de laranja do Brasil realizou-se um
levantamento da produccedilatildeo de laranja por cidades do estado Utilizaram-se dados do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do ano de 2012 que correspondem
ao levantamento da produccedilatildeo total de diversos tipos de leguminosas frutas e sementes por
cidade
Posteriormente realizou-se a elaboraccedilatildeo de um mapa referente agrave produccedilatildeo de
laranja por cidade do estado de Satildeo Paulo com suporte do programa de geoprocessamento
ArcGis 1031
A partir da obtenccedilatildeo de dados referentes agrave produccedilatildeo de laranja por cidade com sua
respectiva espacializaccedilatildeo constatou-se acessando o cataacutelogo da Associaccedilatildeo Nacional de
Exportadores de Sucos e Ciacutetricos (CitrusBR) que o escoamento de 93 da produccedilatildeo total
do estado eacute proveniente do denominado cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo cuja definiccedilatildeo seraacute elucidada
no capiacutetulo 51 tem a seguinte destinaccedilatildeo trecircs grandes empresas fabricantes de suco de
laranja consumo in natura e pequenas induacutestrias produtoras de suco
A seguir as cidades levantadas neste trabalho e integrantes do cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo
foram aferidas sequencialmente em ordem decrescente de produccedilatildeo mediante acessos aos
cataacutelogos industriais da Federaccedilatildeo das Induacutestrias do Estado de Satildeo Paulo (FIESP 2014) e
do Centro das Induacutestrias do Estado de Satildeo Paulo (CIESP 2015) com o intuito de verificar
a existecircncia de escoamento de produccedilatildeo de laranja destinado a pequenas induacutestrias de suco
28
Foi realizado contato por meios eletrocircnicos com as induacutestrias constantes no
material pesquisado no qual foram requeridas informaccedilotildees sobre
1) Existecircncia da geraccedilatildeo de resiacuteduo de laranja
2) Destinaccedilatildeo dada ao resiacuteduo se este existir
3) Quantificaccedilatildeo diaacuteria eou mensal eou anual do resiacuteduo se este existir
4) Armazenamento do resiacuteduo se este existir
A Companhia Ambiental do estado de Satildeo Paulo (CETESB) foi contatada com o intuito
de requisitar vista do Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento (MCE) desta induacutestria
com objetivo de levantamento dos dados pertinentes ao desenvolvimento deste trabalho Os
dados solicitados agrave CETESB referentes a cada induacutestria constam no Anexo A e B
43 Levantamento e anaacutelise das induacutestrias com potencial poluidor
A partir da delimitaccedilatildeo da aacuterea de estudo verificou-se a necessidade da realizaccedilatildeo
um levantamento das induacutestrias que poderiam utilizar-se da biossorccedilatildeo como meacutetodo de
tratamento de efluentes
Para tal houve a necessidade de realizar uma relaccedilatildeo entre as categorias industriais
da Environmental Protection Agency ndash United States (USEPA) as quais levam em
consideraccedilatildeo em sua descriccedilatildeo os componentes que potencialmente seriam encontrados
em seus respectivos efluentes com as categorias industriais brasileiras disponibilizadas
pelo IBGE
Sucedendo-se a esta associaccedilatildeo e jaacute delimitada a aacuterea de pesquisa como sendo o
limite municipal da cidade de Bebedouro realizou-se a partir de pesquisa nos cataacutelogos
industriais da FIESP (2014) e da CIESP (2015) afericcedilatildeo das induacutestrias que estariam dentro
dos paracircmetros dispostos nas categorias industriais caracterizadas neste trabalho isto eacute as
que potencialmente conteriam chumbo em suas aacuteguas residuaacuterias
Um total de onze induacutestrias apresentaram os quesitos para serem categorizadas pelo
meacutetodo citado Um mapa referente agrave disposiccedilatildeo dessas induacutestrias foi efetuado no programa
ArcGis 1031 Subsequentemente a agecircncia da CETESB responsaacutevel pelo municiacutepio de
Bebedouro foi contatada a fim de se obter a vista dos processos MCE de cada uma das
induacutestrias com o intuito de verificar quais realmente continham chumbo em suas aacuteguas
29
residuaacuterias e quais as formas de tratamento efetuadas Apoacutes essa verificaccedilatildeo constatou-se
que duas induacutestrias adequavam-se ao propoacutesito deste trabalho
44 Exposiccedilatildeo do meacutetodo de tratamento aplicado na induacutestria
Pormenorizaccedilatildeo dos dados referentes aos efluentes destas empresas foram
analisados para que a partir de referencial teoacuterico em uma segunda etapa fossem
realizados os caacutelculos da demanda de resiacuteduos de laranja que tais induacutestrias utilizariam se
adotassem o meacutetodo de tratamento proposto
Atraveacutes de anaacutelise do mesmo referencial teoacuterico citado anteriormente foram
obtidas informaccedilotildees sobre o tratamento especiacutefico que o resiacuteduo deveria receber antes de
ser inserido no processo de tratamento Em sequecircncia realizou-se levantamento das
tecnologias que poderiam ser utilizadas no processamento desses resiacuteduos bem como
seleccedilatildeo das que mais se adequavam
Realizou-se levantamento de formas de inserccedilatildeo da biomassa em escala real de
tratamento
Um levantamento e anaacutelises de custos das tecnologias de processamento das
formas de inserccedilatildeo e do translado do resiacuteduo caso fosse utilizado os serviccedilos de uma
empresa transportadora foram realizados
30
5 LEVANTAMENTO DE DADOS
51 Distribuiccedilatildeo da produccedilatildeo de laranja no estado de Satildeo Paulo
Para o levantamento e espacializaccedilatildeo da produccedilatildeo de laranja no estado de Satildeo Paulo
foram coletados dados do site do IBGE referentes ao ano de 2013 Na Figura 5 satildeo
destacados os municiacutepios paulistas produtores de laranja conforme o total de produccedilatildeo da
fruta
Figura 5 ndash Disposiccedilatildeo dos municiacutepios produtores de laranja no Estado de Satildeo Paulo
Fonte IBGE (2013)
De acordo com a CitrusBR (2010) e com o Fundo de Defesa da Citricultura
(FUNDECITRUS 2015) existe uma aacuterea denominada de cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo cuja
delimitaccedilatildeo geograacutefica abrange 93 da produccedilatildeo de laranja do estado de Satildeo Paulo Essa
aacuterea eacute dividida em setores os quais satildeo denominados de norte sul centro noroeste e
sudoeste como apresentado na Figura 6
31
Figura 6 ndash Setores do cinturatildeo citriacutecola
Fonte Adaptado FUNDECITRUS (2015)
511 Distribuiccedilatildeo do consumo de laranja no estado de SP
Sabendo que aproximadamente 93 de toda a laranja produzida no estado de Satildeo
Paulo proveacutem do cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo a seguinte diferenciaccedilatildeo eacute feita pela CitrusBR
(2010) conforme sua destinaccedilatildeo a) 84 para trecircs grandes induacutestrias de suco de laranja as
quais possuem 18 faacutebricas distribuiacutedas em 16 municiacutepios do estado de SP e um localizado
no estado do Paranaacute b) 2 para pequenas induacutestrias produtoras de suco de laranja c) 7
ao consumo in natura
No Quadro 1 satildeo apresentadas informaccedilotildees de localizaccedilatildeo das unidades industriais
das trecircs grandes induacutestrias consumidoras da produccedilatildeo de laranja do estado de Satildeo Paulo
denominadas arbitrariamente de induacutestrias A B e C
32
Quadro 1 ndash Localizaccedilatildeo das unidades das induacutestrias A B e C
Induacutestria de suco de laranja Cidades
Induacutestria A
Bebedouro
Engenheiro Coelho
Matatildeo
Paranavaiacute (PR)
Santos
Induacutestria B
Araras
Catanduva
Matatildeo
Induacutestria C
Araraquara
Avareacute
Conchal
Colina
Cordeiroacutepolis
Duartina
Itaacutepolis
Porto Ferreira
Uchoa
Votuporanga
Fonte CITRUSBR (2010)
Na Figura 7 eacute possiacutevel visualizar em acircmbito estadual a disposiccedilatildeo geograacutefica das
filiais das induacutestrias A B e C
O potencial de geraccedilatildeo de resiacuteduos de laranja dessas unidades industriais eacute elevado
visto que 84 da produccedilatildeo do estado eacute absorvida por elas (CITRUSBR 2010) Poreacutem ao
acessar o conjunto de paacuteginas da internet dessas trecircs induacutestrias constatou-se que todo o
produto residual de laranja gerado jaacute tem como destinaccedilatildeo o processo de peletizaccedilatildeo
Assim uma vez que este resiacuteduo representa um valor comercial para estas induacutestrias natildeo
foram considerados tais dados no desenvolvimento deste trabalho
33
Figura 7 ndash Localizaccedilatildeo das filiais das induacutestrias de suco de laranja (A B e C)
Fonte CITRUSBR (2010)
Os 7 da produccedilatildeo de laranja que natildeo proveacutem do cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo natildeo teve seu
escoamento estudado fato que impossibilitou a utilizaccedilatildeo desses dados na realizaccedilatildeo das
anaacutelises requeridas para o desenvolvimento deste trabalho
Portanto considerou-se que 2 da produccedilatildeo de laranja proveniente do cinturatildeo
ldquocitriacutecolardquo aproximadamente 266400 toneladas5 serviria ao propoacutesito aludido
512 Seleccedilatildeo da induacutestria de suco
Reputando-se que os 2 da produccedilatildeo estadual de laranja citados localizam-se no
cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo (CITRUSBR 2010) realizou-se a identificaccedilatildeo de pequenas induacutestrias
5 Considerando a produccedilatildeo anual em torno de 18 milhotildees de toneladas e 74 deste total proveniente do
estado de Satildeo Paulo
34
produtoras de suco de laranja integrantes do cinturatildeo atraveacutes de acessos aos Cataacutelogos
Induacutestrias da CIESP (2015) e da FIESP (2014)
As cidades foram hierarquizadas de forma decrescente conforme o total de
produccedilatildeo anual de laranja Na sequecircncia ponderou-se a distinccedilatildeo de induacutestrias que
somente realizam o processo de embalagem do suco pronto das que realizam o processo
de fabricaccedilatildeo deste O levantamento cessou quando um total de duas induacutestrias foram
encontradas ambas localizadas na cidade de Bebedouro estado de Satildeo Paulo Vale
ressaltar que as cidades hierarquizadas como anteriores agrave Bebedouro natildeo apresentaram
induacutestrias de suco dentro dos limites municipais A Tabela 2 apresenta a produccedilatildeo anual
em toneladas para cada cidade do cinturatildeo citriacutecola
Tabela 3 ndash Cidades integrantes do cinturatildeo citriacutecola consideradas no levantamento de induacutestrias de suco
Cidades Produccedilatildeo (t ano-1)
Casa Branca 693 690
Mogi Guaccedilu 448 800
Itapetininga 392 716
Aacuteguas de Santa Barbara 364 100
Brotas 334 560
Bebedouro 326 570
Fonte IBGE (2012)
Das induacutestrias consultadas somente uma retornou o contato em tempo haacutebil para
desenvolvimento deste trabalho Essa induacutestria situa-se no Norte do cinturatildeo na cidade de
Bebedouro e a Figura 8 tem por finalidade mostrar sua disposiccedilatildeo geograacutefica dentro do
municiacutepio citado
As informaccedilotildees fornecidas pela empresa denotam que existe produccedilatildeo de resiacuteduo
de laranja sem destinaccedilatildeo determinada (informaccedilatildeo verbal)6 Poreacutem natildeo foram cedidas
dados referentes a quantidade desse resiacuteduo gerado por dia mecircs eou ano e nem sobre a
forma de armazenamento eou disposiccedilatildeo do mesmo
6 Dados fornecidos por funcionaacuterio em entrevista por telefone
35
Figura 8 ndash Induacutestria de suco geradora de resiacuteduos de laranja localizada na cidade de Bebedouro
Fonte CIESP (2015) FIESP (2014)
5121 Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento (MCE)
O MCE eacute um documento exigido como parte integrante das Licenccedilas Preacutevias de
Instalaccedilatildeo e Operaccedilatildeo do Empreendimento (G3 GEOTECNOLOGIAS c2014)
Em pesquisa realizada em websites de diversas prefeituras (Campinas Satildeo Paulo e
Ribeiratildeo Preto) constatou-se que cada cidade tem seu proacuteprio modelo de MCE poreacutem
todos seguem o modelo baacutesico fornecido pela CETESB que margeia os seguintes itens
Identificaccedilatildeo do empreendimentoatividade
Relaccedilatildeo de mateacuterias primas
Relaccedilatildeo de produtos
Relaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos
36
Croqui de localizaccedilatildeo
Fluxograma
Combustiacuteveis
Informaccedilotildees sobre chamineacutes
Fontes de poluiccedilatildeo do ar
Equipamentos para controle de poluiccedilatildeo do ar
Balanccedilo hiacutedrico
Efluentes liacutequidos
Resumo de lanccedilamentos
Resiacuteduos soacutelidos
Armazenamento e tratamentodisposiccedilatildeo final dos resiacuteduos soacutelidos
Fontes de poluiccedilatildeo por ruiacutedo
A agecircncia da CETESB responsaacutevel pelo muniacutecipio de Bebedouro localiza-se na
cidade de Barretos e por meio de e-mails telefonemas e pedidos formais requisitou-se
vista do MCE da induacutestria mencionada no item anterior
Apoacutes verificaccedilatildeo constatou-se que a induacutestria produtora de suco possui Certificado
de Dispensa de Licenccedila portanto natildeo possui MCE impossibilitando o recolhimento de
dados por este meio
52 Categorias industriais de acordo com o tipo de efluente gerado7
A partir das praacuteticas industriais descargas de aacuteguas pluviais tecnologias e accedilotildees
que previnam a poluiccedilatildeo tratamento de efluentes e caracteriacutesticas econocircmicas a USEPA
realiza anaacutelises que possuem como princiacutepio baacutesico o incentivo agrave reduccedilatildeo da geraccedilatildeo de
poluentes que sejam ao mesmo tempo economicamente viaacuteveis Assim com base em
normas e limites para a descarga de efluentes em aacuteguas superficiais e em estaccedilotildees de
7 Chumbo geralmente natildeo eacute o uacutenico metal encontrado em aacuteguas residuaacuterias industriais desse seguimento
37
tratamento a proacutepria USEPA realizou uma categorizaccedilatildeo das induacutestrias conforme o tipo de
efluente gerado
As categorias industriais que nesta categorizaccedilatildeo da USEPA apresentavam limites
restritivos para a emissatildeo de efluentes contaminados pelo metal pesado chumbo satildeo
apresentadas a seguir
Battery Manufacturing
Centralized Waste Treatment
Copper Forming
Electrical and Electronic Components
Electroplating
Glass Manufacturing
Inorganic Chemicals
Iron and Steel Manufacturing
Metal Finishing
Metal Molding and Casting (Foundries)
Metal Products and Machinery
Nonferrous Metals Forming and Metal Powders
Nonferrous Metals Manufacturing
Ore Mining and Dressing (Hard Rock Mining)
Organic Chemicals Plastics and Synthetic Fibers (OCPSF)
Pesticide Chemicals Manufacturing Formulating and Packaging
Porcelain Enameling
Rubber Manufacturing
Transportation Equipment Cleaning Manufacturing
No Brasil o IBGE realizou em 2008 um estudo que reuniu informaccedilotildees
econocircmicas e financeiras sobre os setores industriais brasileiros o qual apresenta dados
sobre receita custos e valor de produccedilatildeo por exemplo Neste estudo tambeacutem satildeo
enumerados todos os setores industriais
38
O quadro 2 tem por finalidade relacionar as categorias americanas catalogadas pela
USEPA que podem apresentar chumbo em seus efluentes com os respectivos setores
industriais brasileiros
Quadro 2 ndash Relaccedilatildeo entre categorias industriais americanas e brasileiras
Categoria US EPA Categoria IBGE
Ore Mining and Dressing (Hard Rock Mining) Extraccedilatildeo de minerais metaacutelicos
Inorganic Chemicals
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos
Organic Chemicals Plastics and Synthetic
Fibers (OCPSF)
Pesticide Chemicals Manufacturing
Formulating and Packaging
Copper forming
Porcelain Enameling Fabricaccedilatildeo de produtos de minerais natildeo-
metaacutelicos Glass Manufacturing
Electroplating
Metalurgia baacutesica ou
Fabricaccedilatildeo de produtos de metal
(exceto maacutequinas e equipamentos)
Iron and Steel Manufacturing
Metal Finishing
Metal Molding and Casting (Foundries)
Nonferrous Metals Forming and Metal
Powders
Nonferrous Metals Manufacturing
Electrical and Electronic Components Fabricaccedilatildeo de maacutequinas aparelhos e
materiais eleacutetricos Battery Manufacturing
Transportation Equipment Cleaning
Manufacturing Fabricaccedilatildeo equipamentos de transporte
Centralized Waste Treatment Reciclagem
Fonte elaborado a partir de dados de USEPA (2014) IBGE (2008)
No Quadro 3 eacute possiacutevel verificar as categorias industriais do IBGE que tambeacutem
constam no Quadro 2 com as suas respectivas subcategorias estas embasam de maneira
mais especiacutefica a correlaccedilatildeo estabelecida
39
Quadro 3 ndash Categorias e subcategorias industriais de acordo com o IBGE
Categoria IBGE Subcategoria IBGE
Extraccedilatildeo de minerais metaacutelicos Extraccedilatildeo de minerais metaacutelicos natildeo-ferrosos
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos inorgacircnicos
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos orgacircnicos
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas
Fabricaccedilatildeo de tintas vernizes lacas e produtos afins
Fabricaccedilatildeo de fibras fios cabos e filamentos contiacutenuos artificiais e sinteacuteticos
Fabricaccedilatildeo de artigos de borracha e material plaacutestico
Fabricaccedilatildeo de artigos de borracha
Fabricaccedilatildeo de produtos de material plaacutestico
Fabricaccedilatildeo de produtos de minerais natildeo-metaacutelicos
Fabricaccedilatildeo de vidro e de produtos do vidro
Metalurgia baacutesica
Produccedilatildeo de ferro-gusa e de ferroligas
Siderurgia
Fabricaccedilatildeo de tubos (exceto em sideruacutergicas)
Fundiccedilatildeo
Fabricaccedilatildeo de produtos de metal
(exceto maacutequinas e equipamentos)
Fabricaccedilatildeo de estruturas metaacutelicas e obras de caldeiraria pesada
Fabricaccedilatildeo de tanques caldeiras e reservatoacuterios metaacutelicos
Forjaria estamparia metalurgia do poacute e serviccedilos de tratamento de metais
Fabricaccedilatildeo de artigos de cutelaria de serralheria e ferramentas manuais
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de tanques caldeiras e reservatoacuterios metaacutelicos
Fabricaccedilatildeo de produtos de metal natildeo especificados anteriormente
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas e
equipamentos
Fabricaccedilatildeo de motores bombas compressores e equipamentos de transmissatildeo
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos de uso Geral
Fabricaccedilatildeo de tratores e de maacutequinas e equipamentos para a agricultura e pecuaacuteria
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas-ferramenta
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos de usos na extraccedilatildeo mineral e construccedilatildeo
Fabricaccedilatildeo de outras maacutequinas e equipamentos de uso especiacutefico
Fabricaccedilatildeo de armas municcedilotildees e equipamentos militares
Fabricaccedilatildeo de eletrodomeacutesticos
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas
aparelhos e materiais eleacutetricos
Fabricaccedilatildeo de geradores transformadores e motores eleacutetricos
Fabricaccedilatildeo de equipamentos para distribuiccedilatildeo e controle de energia eleacutetrica
Fabricaccedilatildeo de fios cabos e condutores eleacutetricos isolados
Fabricaccedilatildeo de pilhas baterias e acumuladores eleacutetricos
Fabricaccedilatildeo de lacircmpadas e equipamentos de iluminaccedilatildeo
Fabricaccedilatildeo de material eleacutetrico para veiacuteculos - exceto baterias
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de maacutequinas aparelhos e materiais eleacutetricos
Fabricaccedilatildeo de outros equipamentos e aparelhos eleacutetricos
Fabricaccedilatildeo de material eletrocircnico baacutesico
Fabricaccedilatildeo de material eletrocircnico e de aparelhos e equipamentos de comunicaccedilotildees
Fabricaccedilatildeo de aparelhos receptores de raacutedio e televisatildeo e de reproduccedilatildeo gravaccedilatildeo ou amplificaccedilatildeo de som e viacutedeo
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de aparelhos e equipamentos de telefonia radiotelefonia e de transmissores de televisatildeo e raacutedio (exceto telefones)
Fabricaccedilatildeo de outros equipamentos de transporte
Fabricaccedilatildeo de outros equipamentos de transporte
40
Reciclagem Reciclagem de sucatas metaacutelicas
Fonte elaborado a partir de IBGE (2008)
Em anaacutelise comparativa dos aspectos das categorias industriais americanas
catalogadas pela USEPA com as respectivas especificaccedilotildees das categorias e subcategorias
industriais catalogadas pelo IBGE eacute possiacutevel afirmar que estas possuem similaridade
Assim conclui-se que potencialmente tais categorias e subcategorias listadas no Quadro
3 satildeo passiacuteveis de possuir o metal pesado chumbo em suas aacuteguas residuaacuterias Na Tabela 4
observa-se a quantidade de induacutestrias presentes em cada uma das subcategorias de acordo
com levantamento realizado pelo IBGE no ano de 2003
Tabela 4 ndash Nuacutemero de induacutestrias de acordo com as subcategorias industriais do IBGE
(continua)
Subcategorias industriais Nordm
Extraccedilatildeo de minerais metaacutelicos natildeo-ferrosos 61
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos inorgacircnicos 374
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos orgacircnicos 426
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas 67
Fabricaccedilatildeo de fibras fios cabos e filamentos contiacutenuos artificiais e sinteacuteticos 38
Fabricaccedilatildeo de artigos de borracha 1540
Fabricaccedilatildeo de produtos de material plaacutestico 5545
Fabricaccedilatildeo de vidro e de produtos do vidro 416
Produccedilatildeo de ferro-gusa e de ferroligas 99
Siderurgia 237
Fabricaccedilatildeo de tubos (exceto em sideruacutergicas) 165
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 449
Fundiccedilatildeo 798
Fabricaccedilatildeo de estruturas metaacutelicas e obras de caldeiraria pesada 3475
Fabricaccedilatildeo de tanques caldeiras e reservatoacuterios metaacutelicos 363
Forjaria estamparia metalurgia do poacute e serviccedilos de tratamento de metais 2628
Fabricaccedilatildeo de artigos de cutelaria de serralheria e ferramentas manuais 1910
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de tanques caldeiras e reservatoacuterios metaacutelicos 83
Fabricaccedilatildeo de produtos diversos de metal 4215
Fabricaccedilatildeo de motores bombas compressores e equipamentos de transmissatildeo 1041
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos de uso geral 2271
Fabricaccedilatildeo de tratores e de maacutequinas e equipamentos para a agricultura e pecuaacuteria 754
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas-ferramenta 540
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos de usos na extraccedilatildeo mineral e construccedilatildeo 227
41
Fabricaccedilatildeo de outras maacutequinas e equipamentos de uso especiacutefico 1715
Tabela 3 ndash Nuacutemero de induacutestrias de acordo com as subcategorias industriais do IBGE
(conclusatildeo)
Subcategorias industriais Nordm
Fabricaccedilatildeo de armas municcedilotildees e equipamentos militares 8
Fabricaccedilatildeo de eletrodomeacutesticos 427
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos 1071
Fabricaccedilatildeo de geradores transformadores e motores eleacutetricos 396
Fabricaccedilatildeo de equipamentos para distribuiccedilatildeo e controle de energia eleacutetrica 454
Fabricaccedilatildeo de fios cabos e condutores eleacutetricos isolados 239
Fabricaccedilatildeo de pilhas baterias e acumuladores eleacutetricos 103
Fabricaccedilatildeo de lacircmpadas e equipamentos de iluminaccedilatildeo 482
Fabricaccedilatildeo de material eleacutetrico para veiacuteculos - exceto baterias 173
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de maacutequinas aparelhos e materiais eleacutetricos 129
Fabricaccedilatildeo de outros equipamentos e aparelhos eleacutetricos 460
Fabricaccedilatildeo de material eletrocircnico baacutesico 421
Fabricaccedilatildeo de material eletrocircnico e de aparelhos e equipamentos de comunicaccedilotildees 238
Fabricaccedilatildeo de aparelhos receptores de raacutedio e televisatildeo e de reproduccedilatildeo gravaccedilatildeo
ou amplificaccedilatildeo de som e viacutedeo 194
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de aparelhos e equipamentos de telefonia e radiotelefonia
e de transmissores de televisatildeo e raacutedio (exceto telefones) 21
Fabricaccedilatildeo de outros equipamentos de transporte 301
Reciclagem de sucatas metaacutelicas 103
Fonte elaborado a partir de IBGE (2003)
Analisando a Tabela 4 contata-se que ao todo no ano de 2003 existiam 34657
induacutestrias com potencial poluidor pelo metal chumbo no Brasil
521 Levantamento das induacutestrias com potencial poluidor
Apoacutes a seleccedilatildeo da induacutestria produtora de suco de laranja a ser estudada realizou-se
um levantamento de dados buscando averiguar todas as induacutestrias passiacuteveis de serem
enquadradas nas categorias e subcategorias industriais mencionadas na Tabela 3
42
Analisados os cataacutelogos industriais da FIESP (2015) a da CIESP (2014) verificou-se
que um total de onze induacutestrias adequavam-se agraves subcategorias citadas neste trabalho Tais
induacutestrias foram denominadas sequencialmente de 1 a 11 e estatildeo descritas na Tabela 4
Tabela 5 ndash Induacutestrias com potencial poluidor por chumbo localizadas na cidade de Bebedouro ndash SP
Categoria IBGE Identificaccedilatildeo da induacutestria
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 1
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 2
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 3
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 4
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 5
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 6
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 7
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas 8
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas 9
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas 10
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas 11
Fonte adaptado de CIESP (2014) FIESP (2015)
Na Figura 9 verifica-se a disposiccedilatildeo dessas induacutestrias dentro do limite municipal da
cidade de Bebedouro ndash SP
43
Figura 9 ndash Induacutestrias com potencial poluidor
Fonte CIESP (2014) FIESP (2015)
As induacutestrias apresentadas na tabela 8 foram enquadradas pelas categorias
industriais que apresentavam o potencial poluidor descrito neste trabalho No entanto
algumas destas apresentavam mais de um processo produtivo o que demandaria anaacutelises
caso a caso para realizaccedilatildeo de enquadramentos mais especiacuteficos
5211 Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento (MEC)
Sendo a descriccedilatildeo do MCE caracterizada no item 5121 afirma-se que para
desenvolvimento da parte subsequente da metodologia utilizada para desenvolvimento
deste trabalho foram coletadas as seguintes informaccedilotildees nos processos requeridos o
balanccedilo hiacutedrico e efluentes liacutequidos das induacutestrias citadas na Tabela 5
44
Induacutestria 1 ndash a Tabela 6 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem A
Tabela 7 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 6 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 1
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 709
Usos ndash
Sanitaacuterios 637
Industrial 072
Outros 0
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 129
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 510
Industrial 070
Outros 0
Total de efluentes 580
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 401011015
Tabela 7 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 1
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Metalurgia de metais natildeo ferrosos
Vazatildeo 07
Vazatildeo de lanccedilamento 07
Meacutetodo de tratamento
Correccedilatildeo de pH e agitaccedilatildeo mecacircnica
Floculaccedilatildeo mecacircnica
Filtraccedilatildeo
Disposiccedilatildeo final Outros
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 51
Vazatildeo de lanccedilamento 51
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 401011015
45
Anaacutelises de controle para a fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua proveniente da metalurgia de
metais natildeo-ferroso satildeo realizadas e os resultados disponiacuteveis constam na Tabela 8
Tabela 8 ndash Anaacutelise do efluente proveniente da metalurgia de metais natildeo ferrosos antes e apoacutes tratamento
Paracircmetros Aacutegua bruta (entrada) Efluente industrial (saiacuteda)
Temperatura da aacutegua (ordm C) 25
pH 6
Houve periacuteodos de chuva
durante a coleta tratamento Sim
Chumbo (mg L-1) 2570 0305
Norma 6010 C
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 401011015
Induacutestria 2 ndash natildeo possui (ou natildeo foi informado) os dados para o balanccedilo hiacutedrico A
Tabela 9 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 9 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 2
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 056
Vazatildeo de lanccedilamento 056
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 401026315
Induacutestria 3 ndash a Tabela 10 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 11 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 10 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 3
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 600
46
Usos ndash
Sanitaacuterios 490
Industrial 0
Outros domeacutestico 110
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 208
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 392
Industrial 0
Outros 0
Total de efluentes 392
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400003213
Tabela 11 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 3
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 392
Vazatildeo de lanccedilamento 392
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400003213
Induacutestria 4 ndash possui Certificado de Dispensa de Licenccedila - natildeo possui o MCE
Induacutestria 5 ndash a Tabela 12 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 13 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 12 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 5
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado Nd
Usos ndash
Sanitaacuterios 336
Industrial 0
Outros domeacutestico 0
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 067
47
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 269
Industrial 0
Outros 0
Total de efluentes 269
Nd ndash informaccedilatildeo natildeo estava disponiacutevel
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400025612
Tabela 13 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 5
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 269
Vazatildeo de lanccedilamento 269
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400025612
Induacutestria 6 ndash a Tabela 14 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 15 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 14 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 6
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 4066
Usos ndash
Sanitaacuterios 630
Industrial 0
Outros consumo 3466
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 067
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 504
Industrial 0
Outros 3562
Total de efluentes 4066
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedilas nordm
400002814 e 400004314
48
Tabela 15 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 6
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Metalurgia de alumiacutenio e ligas
Vazatildeo Nd
Vazatildeo de lanccedilamento Nd
Meacutetodo de tratamento Nd
Disposiccedilatildeo final Nd
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 504
Vazatildeo de lanccedilamento 504
Meacutetodo de tratamento Filtro anaeroacutebio
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Nd ndash informaccedilotildees natildeo estavam disponiacuteveis
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedilas nordm 400002814 e 400004314
No MCE da referida foram apresentadas anaacutelises de controle para a fonte de
poluiccedilatildeo da aacutegua proveniente da metalurgia de alumiacutenio e ligas as quais foram
disponibilizadas em forma de relatoacuterio de ensaio Os relatoacuterios de ensaios para a) massa
bruta conforme NBR 10004 de 20048 (Tabela 16) b) lixiviaccedilatildeo conforme NBR 10005 de
20049 (Tabela 17) c) solubilizaccedilatildeo conforme NBR 10006 de 200410 (Tabela 18)
Tabela 16 ndash resultado do ensaio para massa bruta
Paracircmetro Resultado VMP LQ Unidade Meacutetodo de referecircncia
Chumbo 1550 Entre 200 e 125 01 mg kg-1 3111-B
VMP ndash Valores miacutenimos eou maacuteximos permitidos pela normalegislaccedilatildeo LQ ndash Limite de
quantificaccedilatildeo Dados de amostragem a) Massa da amostra seca 18385 g
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedilas nordm 400002814 e 400004314
8 NBR 10004 de 2004 a norma tem por funccedilatildeo a classificaccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos quanto aos seus
potenciais riscos agrave sauacutede puacuteblica e ao meio ambiente Materiais radioativos natildeo satildeo abrangidos nesta norma
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR ISO 10004 resiacuteduos soacutelidos ndash
classificaccedilatildeo 2004
9 NBR 10005 de 2004 tal norma tem por finalidade estipular os requisitos para obtenccedilatildeo de extrato lixiviado
dos resiacuteduos soacutelidos classificados na norma ABNT NBR 10004 como classe I ndash perigosos e classe II ndash natildeo
perigosos ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR ISO 10004 procedimento para
obtenccedilatildeo de extrato lixiviado de resiacuteduos soacutelidos 2004
10 NBR 10006 de 2004 essa norma fomenta os requisitos exigiacuteveis para obtenccedilatildeo de extrato solubilizado dos
resiacuteduos soacutelidos especificados pela ABNT NBR 10004 como classe IIA ndash natildeo inertes e classe IIB ndash inertes
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR ISO 10004 procedimento para obtenccedilatildeo
de extrato solubilizado de resiacuteduos soacutelidos 2004
49
De acordo com a NBR 10005 de 2004 lixiviaccedilatildeo eacute
ldquoProcesso para determinaccedilatildeo da capacidade de transferecircncia de substacircncias
orgacircnicas e inorgacircnicas presentes no resiacuteduo soacutelido por meio de dissoluccedilatildeo no
meio extrator (NBR 10005 2004)rdquo
Tabela 17 ndash resultado do ensaio para lixiviaccedilatildeo
Paracircmetro Resultado VMP LQ Unidade Meacutetodo de referecircncia
Chumbo 012 100 01 mg L-1 3111-B
VMP ndash Valores miacutenimos eou maacuteximos permitidos pela normalegislaccedilatildeo LQ ndash Limite de
quantificaccedilatildeo Dados de amostragem a) Massa da amostra seca 100 g b) Concentraccedilatildeo de soacutelidos
9572 c) Inicial 773 d) Tempo de lixiviaccedilatildeo 20 horas e) Volume total de extrato obtido 2000 mL
e f) Final 518
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedilas nordm 400002814 e 400004314
Tabela 18 ndash resultado do ensaio para solubilizado
Paracircmetro Resultado VMP LQ Unidade Meacutetodo de referecircncia
Chumbo 013 001 01 mg L-1 3111-B
VMP ndash Valores miacutenimos eou maacuteximos permitidos pela normalegislaccedilatildeo LQ ndash Limite de
quantificaccedilatildeo Dados de amostragem a) Massa da amostra seca 500 g b) Tempo de solubilizaccedilatildeo 7
dias c) Volume total de extrato solubilizado 2000 mL
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedilas nordm 400002814 e 400004314
Induacutestria 7 ndash a Tabela 19 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 20 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 19 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 7
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 753
Usos ndash
Sanitaacuterios 743
Industrial 010
Outros 0
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 159
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 594
Industrial 0
50
Outros 0
Total de efluentes 594
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400029313
Tabela 20 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 7
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 594
Vazatildeo de lanccedilamento 594
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400029313
Induacutestria 8 ndash a Tabela 21 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 22 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 21 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 8
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 301
Usos ndash
Sanitaacuterios 301
Industrial 0
Outros 0
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 0
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 241
Industrial 0
Outros 060
Total de efluentes 301
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400029511
51
Tabela 22 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 8
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 241
Vazatildeo de lanccedilamento 241
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400029511
Induacutestria 9 ndash a Tabela 23 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 24 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 23 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 9
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 450
Usos ndash
Sanitaacuterios 168
Industrial 282
Outros 0
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 280
Perdas por evaporaccedilatildeo 134
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 134
Industrial 0
Outros 0
Total de efluentes 134
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400027112
Tabela 24 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 9
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
52
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 134
Vazatildeo de lanccedilamento 134
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400027112
Induacutestria 10 ndash possui Certificado de Dispensa de Licenccedila e por isso natildeo
apresentava os dados do MCE
Induacutestria 11 ndash natildeo possui (ou foi informado) os dados para o balanccedilo hiacutedrico a
Tabela 25 apresenta os dados das fontes de poluiccedilatildeo
Tabela 25 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 11
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 202
Vazatildeo de lanccedilamento 202
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400011113
Analisando os dados obtidos constata-se que somente duas induacutestrias as
denominadas 1 e 6 poderiam utilizar do meacutetodo de tratamento de efluentes proposto por
este trabalho visto que da relaccedilatildeo das onze induacutestrias duas natildeo apresentavam MCE
devido agrave dispensa de apresentaccedilatildeo e as outras sete induacutestrias natildeo apresentaram outra fonte
de poluiccedilatildeo da aacutegua a natildeo ser o esgoto sanitaacuterio
Em todas as tabelas referentes agraves fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua nota-se que os
resultados referentes a vazatildeo de lanccedilamento natildeo apresentavam variaccedilatildeo com relaccedilatildeo aos
resultados referentes a vazatildeo isso ocorreu devido agrave ausecircncia de processos que
ocasionariam o aumento ou diminuiccedilatildeo dessa
53
53 Biossorccedilatildeo
A partir de um estudo realizado por Montanher e Rollemberg (2011) constatou-se
que o processo de biossorccedilatildeo de chumbo pelo resiacuteduo de laranja eacute efetivo na situaccedilatildeo in
natura destes
O estudo foi realizado a partir da amostragem de quatro tipos de efluentes
industriais dentre os quais trecircs enquadravam-se nas categorias industriais com potencial
de conter chumbo em seus efluentes sendo elas
Induacutestria de chapas metaacutelicas ndash que se enquadra na categoria de ldquofabricaccedilatildeo de
produtos de metal ndash exceto maacutequinas e equipamentosrdquo (efluente 1)
Induacutestria de baterias automotivas ndash que se enquadra na categoria de ldquofabricaccedilatildeo
de pilhas baterias e acumuladores eleacutetricosrdquo (efluente 2)
Induacutestria de galvanoplastia ndash que se enquadra na categoria de ldquofabricaccedilatildeo de
produtos de metal ndash exceto maacutequinas e equipamentosrdquo (efluente 3)
A preparaccedilatildeo da biomassa in natura foi realizada da seguinte maneira
ldquoO bagaccedilo de laranja foi triturado em um liquidificador lavado com aacutegua
de torneira ateacute que a soluccedilatildeo resultante natildeo apresentasse nenhum tipo de
coloraccedilatildeo enxaguado com aacutegua destilada e seco em estufa a 70ordmC por 8
horasrdquo (MONTANHER ROLLEMBERG 2011)
Importante ressaltar que os efluentes foram coletados antes de qualquer tratamento
preacutevio e que a lavagem da casca de laranja foi realizada ateacute que a soluccedilatildeo montante natildeo
apresentasse nenhuma coloraccedilatildeo para natildeo haver alteraccedilatildeo da cor final dos efluentes natildeo
havendo necessidade da realizaccedilatildeo de tal procedimento
Quando as autoras referem-se a bagaccedilo este pode ser igualmente comparado aos
resiacuteduos de laranja (cascabagaccedilosementes)
O ensaio para determinaccedilatildeo do iacutendice de adsorccedilatildeo foi realizado em sistema com 3 g de
bagaccedilo de laranja in natura na dosagem de 100 mL dos efluentes numa vazatildeo de 3 mL min-1
Na Tabela 26 verificam-se a quantidade de chumbo por litro incialmente presentes
nos efluentes os respectivos resultados obtidos a partir do tratamento realizado com
resiacuteduos de laranja in natura e os pH referentes agraves amostras brutas e tratadas
54
Tabela 26 ndash Resultados das anaacutelises para cada efluente
Tipos de efluentes Pb (mg L-1) pH
Efluente 1 (induacutestria de chapas metaacutelicas)
Antes do tratamento 944 388
Bagaccedilo in natura Nd 353
Efluente 2 (induacutestria de bateria automotiva)
Antes do tratamento 510 lt1
Bagaccedilo in natura 269 lt1
Efluente 3 (induacutestria de galvanoplastia)
Antes do tratamento Nd 238
Bagaccedilo in natura Nd 340
Nd ndash Natildeo detectado
Fonte adaptado MONTANHER ROLLEMBERG (2011)
Analisando a Tabela 26 observou-se que para o efluente 2 no qual o pH eacute aacutecido (lt
1) oriundo do uso de aacutecido sulfuacuterico para fabricaccedilatildeo de baterias a eficaacutecia natildeo foi a
esperada apresentando um resultado de apenas 5275 de adsorccedilatildeo de chumbo pelo
bagaccedilo de laranja in natura
Os resultados apresentados pelo efluente 1 podem ser analisados como excelentes
visto que a presenccedila de chumbo natildeo foi detectada ao final do processo
Jaacute o efluente 3 natildeo apresentou o metal chumbo na amostra bruta o que caracteriza
que as categorias industriais citadas neste trabalho apresentam possibilidades relativas de
poluiccedilatildeo com chumbo
Assim da afirmaccedilatildeo de Kuyucak e Volesky (1989) que diz que os valores de pH
afetam o processo de biossorccedilatildeo e com os dados obtidos na Tabela 26 eacute possiacutevel notar que
haacute desempenho significativo para valores de pH em torno 35 Assim pode-se afirmar que
a faixa oacutetima de pH para realizaccedilatildeo de biossorccedilatildeo de chumbo pelo resiacuteduo da laranja varia
de aproximadamente 35 ateacute 7 visto que para valores acima desse limite ocorre a formaccedilatildeo
de hidroacutexido de chumbo (SKOOG et al 2006) Valores mais especiacuteficos da faixa oacutetima de
pH podem ser obtidos atraveacutes da realizaccedilatildeo de mais experimentos e anaacutelises
Para a elaboraccedilatildeo desta pesquisa outros projetos trabalhos anaacutelises e ensaios foram
consultados com o intuito de corroborar partes teoacutericas no entanto as conclusotildees
apresentadas por estes natildeo foram consideradas no presente item pois todas as anaacutelises com os
respectivos resultados foram obtidos a partir de um efluente artificialmente contaminado por
chumbo o que natildeo condiz com o objetivo primeiro deste trabalho isto eacute anaacutelise da
possibilidade de implantaccedilatildeo de uma simbiose industrial
55
531 Reduccedilatildeo do tamanho do resiacuteduo
A reduccedilatildeo dos resiacuteduos ateacute que estes apresentem-se em forma de um poacute eacute
importante visto que haacute um aumento da superfiacutecie de contato induzindo uma maior
eficiecircncia no processo de biossorccedilatildeo por meio da aceleraccedilatildeo da velocidade de reaccedilatildeo
(ATKINS JONES 2006)
Assim mesmo este sendo o primeiro processo realizado na preparaccedilatildeo dos resiacuteduos
na pesquisa citada no item anterior o presente toacutepico buscou tecnologias que promoveriam
a cominuiccedilatildeo de resiacuteduos jaacute secos visto que de acordo com Fellows (2006) o processo de
transformaccedilatildeo de alimentos em poacute eacute facilitado quando ocorrido nesse estado
A seguir satildeo descritos alguns equipamentos utilizados para reduzir o tamanho de
alimentos secos de acordo com Fellows (2006)
Moinho de bolas ndash cilindros de accedilo que giram lentamente utilizados para produzir
poacutes
Moinho de discos ndash empregam forccedilas de cisalhamento na moagem fina ou forccedilas
de cisalhamento mais impacto para moagem grosseira
Moinho de martelos ndash utilizado para mateacuterias cristalinos e fibrosos os quais satildeo
desintegrados pela accedilatildeo dos martelos
532 Desidrataccedilatildeo do resiacuteduo
De acordo com Fellows (2006) desidrataccedilatildeo eacute definida como a aplicaccedilatildeo de calor
sob condiccedilotildees controladas com a finalidade de remover aacutegua normalmente presente nos
alimentos Alguns equipamentos a ar quente definidos por Fellows (2006) satildeo
Secadores de caixa ndash podendo ter vaacuterios metros de altura permite que a umidade
seja uniformizada poreacutem eacute importante que o alimento seja suficientemente resistente para
resistir agrave compressatildeo
56
Secadores de cacircmara ndash utilizados para pequenas escalas de produccedilatildeo (1 a 20 t d-1)
apresentam baixo custo de implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo muitas vezes necessitam de auxiacutelio
de outros tipos de secadores
Secadores de tuacutenel ndash apresentam capacidade para secar grandes quantidades de
alimento em curtos periacuteodos de tempo necessitam de auxiacutelio dos secadores de caixa
Secadores transportadores ndash utilizados para secagem em grande escala (55 t h-1)
secagem finalizada em secadores de caixa
Secadores de leito fluidizado ndash distribuem ar em alta velocidade de forma
homogecircnia pela cacircmara fazendo com que o alimento fique suspenso no ar sendo
vigorosamente agitado
Secadores de forno ndash construccedilotildees de dois andares que requerem alto custo de
implementaccedilatildeo e matildeo de obra
Secadores pneumaacuteticos ndash apresentam baixas taxas de investimento inicial e
manutenccedilatildeo e altas taxas de secagem Sua produtividade varia de 10 kg h-1 a 25 t h-1
Frequentemente utilizados apoacutes secador por spray
Secadores rotatoacuterios ndash altas taxas de secagem indicado para alimentos que
entrelaccedilam e aglomeram nos secadores de esteira
Secadores em spray ndash apresentam como vantagens a secagem raacutepida e a produccedilatildeo
contiacutenua baixos custos de matildeo de obra e operaccedilatildeo poreacutem apresentam elevado custo
inicial
Secagem solar ndash operaccedilatildeo de processamento agriacutecola mais utilizada no mundo
geralmente os alimentos satildeo dispostos ao ar livre Meacutetodos sofisticados utilizam-se da
energia solar para realizar a secagem dos alimentos Tecnologias simples e baratas sem
necessidade de energia ou matildeo de obra
A desidrataccedilatildeo tem por objetivo o prolongamento da vida uacutetil inibindo atividade
enzimaacutetica e crescimento microbiano poreacutem a temperatura de processamento costuma natildeo
ser suficiente para inativaccedilatildeo destes assim se houver aumento do teor de umidade durante
a estocagem ocorreraacute raacutepida deterioraccedilatildeo da mateacuteria em questatildeo A estocagem do material
desidratado deve ser realizada em local limpo (reduccedilatildeo dos meios contaminantes) e arejado
(o qual impediria a proliferaccedilatildeo de animais e micro-organismos) (FELLOWS 2006)
57
6 ANAacuteLISES E DISCUSSOtildeES DE DADOS
61 Aacuterea de estudo
Para realizaccedilatildeo deste estudo foi selecionado o municiacutepio de Bebedouro que estaacute
situado no norte do estado de Satildeo Paulo Pertencendo agrave microrregiatildeo da Serra de
Jaboticabal e mesorregiatildeo de Ribeiratildeo Preto Bebedouro possui uma aacuterea de 683192 Kmsup2
e uma populaccedilatildeo de aproximadamente 78000 habitantes (Figura 10) O clima eacute tropical e
ameno com temperatura em torno de 23 graus Celsius (IBGE c2014 IZIDORO FILHO
1991)
Figura 10 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea de estudos
Fonte IBGE (2010)
A origem do nome da cidade eacute devido a um coacuterrego conhecido como Bebedor o
qual servia de parada para tropeiros boiadeiros e animais que demandavam do sertatildeo para
Jaboticabal (IBGE c2014 CIDADES 2015)
De acordo com Izidoro Filho (1991) a citricultura ainda desempenha papel
importante para o municiacutepio pois Bebedouro estaacute entre os dez maiores produtores de laranja
do estado de Satildeo Paulo apesar de jaacute ter sido o maior produtor em 1988 Por esta razatildeo ainda
58
hoje possui a alcunha de ldquoCapital Nacional da Laranjardquo (GALINARI 2015) Na Tabela 27
verificam-se dados coletados do IBGE (2012) referentes agrave cultura de laranja no municiacutepio
Tabela 27 ndash Dados da produccedilatildeo de laranja em Bebedouro
Quesito Quantidade Unidade
Aacuterea colhida 8000 Hectares
Aacuterea destinada agrave colheita 8000 Hectares
Quantidade produzida 269688 Toneladas
Rendimento meacutedio 33711 Quilograma por hectare
Valor da produccedilatildeo 47069 Mil reais
Fonte IBGE (2012)
62 Processamento dos resiacuteduos de laranja
De acordo com pesquisa realizada por Montanher e Rollemberg (2011) citada e
descrita no item 64 afirma-se que os processos necessaacuterios agrave utilizaccedilatildeo dos resiacuteduos de
laranja como meacutetodo de tratamento de efluente satildeo a trituraccedilatildeo e a desidrataccedilatildeo destes
A partir do levantamento de dados realizado nos itens 632 e 633 aconselha-se a
utilizaccedilatildeo das seguintes teacutecnicas no caso especiacutefico deste trabalho
1) Secagem solar ndash apresenta como vantagens a natildeo utilizaccedilatildeo de energia eleacutetrica e
operaccedilatildeo que natildeo necessita de matildeo de obra qualificada Secadores solares podem ser
manufaturados gerando diminuiccedilatildeo do custo inicial
2) Moinho de martelos ndash visto que os resiacuteduos de laranja satildeo materiais fibrosos
esse eacute o moinho que melhor se adequa ao propoacutesito de cominuiccedilatildeo do material Apresenta
custo inicial variando de R$ 900000 agrave R$ 4500000 de acordo com pesquisa realizada no
cataacutelogo online da MF RURAL (2015)
63 Reator e flotador
Como elucidado pela literatura o processo de biossorccedilatildeo ocorre de maneira
homogecircnea quando em condiccedilotildees ambiente controladas as quais satildeo providenciadas por
reatores contiacutenuos
59
Portanto propotildee-se a utilizaccedilatildeo de um reator de leito fixo em virtude desse permitir
a recirculaccedilatildeo da biomassa no reator facilitada pela propriedade de dessorccedilatildeo do metal que
essa apresenta (SEOLATTO et al 2009) o que reduziria a demanda do resiacuteduo de laranja
Aleacutem do mais o reator apresenta outras vantagens como a faacutecil operaccedilatildeo e o pequeno
porte
De acordo com o cataacutelogo da Sigma-Aldrich (c2015) o valor de reator de leito fixo
varia de acordo com a capacidade do frasco e do funil variaccedilatildeo que pode ser verificada na
Tabela 28
Tabela 28 ndash Valores do reator de leio fixo
Capacidade do frasco (mL) Capacidade do funil (mL) Valor (R$)
500 60 2381000
1000 120 2416000
3000 150 3590000
5000 500 3804000
Fonte elaborada a partir de dados da SIGMA-ALDRICH (c2015)
O processo de tratamento utilizando o presente reator pode ocorrer tanto em
batelada quando continuamente
Outra alternativa seria o uso combinado dos processos de biossorccedilatildeo com flotaccedilatildeo
denominado de bioflotaccedilatildeo no qual o biorreagente eacute aplicado diretamente no sistema
flotador De acordo com Calfa e Torem (2007) esse sistema tem sido amplamente
empregado e validado por diversos autores sendo que a flotaccedilatildeo por ar disperso e por ar
dissolvido satildeo as mais empregadas em sistemas combinados A influecircncia do tempo no
processo de flotaccedilatildeo das biomassas jaacute carregadas com o metal foi verificada e conclui-se
que o processo ocorre muito rapidamente atingindo quase 100 de remoccedilatildeo das
biomassas em 1 minuto (CALFA TOREM 2007) Os autores ainda afirmam que aleacutem de
pesquisas em escala de bancada jaacute existem sistemas comerciais de biossorccedilatildeo disponiacuteveis
inclusive com diversas patentes segundo estudos de Wase et al (1997) A Tabela 29
apresenta uma relaccedilatildeo de flotadores
60
Tabela 29 ndash Especificaccedilotildees dos flotadores de ar dissolvido
Modelo (mL) Capacidade (m3 h-1) Valor (R$) [1]
JDF FAD 2 1 a 2 3500000
JDF FAD 5 5 a 8 8000000
JDF FAD 15 10 a 20 12500000
[1] cotaccedilatildeo realizada com a empresa JDF
Fonte elaborada a partir de dados da JDF (2015)
O uso do flotador apresenta aleacutem de faacutecil operaccedilatildeo baixo consumo de energia
64 Induacutestria 1
A induacutestria 1 gera 07 m3 d-1 de efluente industrial com 257 mg L-1 de chumbo
assim aproximadamente 179 kg desse metal eacute transportado pelo efluente por dia Esta
possui estaccedilatildeo de tratamento de efluente com correccedilatildeo de pH e agitaccedilatildeo mecacircnica
floculaccedilatildeo mecacircnica e filtraccedilatildeo
O efluente depois de tratado apresenta a quantidade de 0305 mg L-1 de chumbo
sugerindo diminuiccedilatildeo de aproximadamente 159 kg (89) do metal no efluente gerado11 o
que o enquadra dentro dos limites da Resoluccedilatildeo CONAMA 43011 (BRASIL 2011) e Lei
Estadual 99776 (SAtildeO PAULO 1976)
De acordo com Eckenfelder (2000) as tecnologias para remoccedilatildeo de metais pesados
de efluentes industriais satildeo precipitaccedilatildeo convencional (hidroacutexido sulfeto carbonato e
coprecipitaccedilatildeo) precipitaccedilatildeo melhorada (dimetil carbonato dietil carbonato e sal
trisodium) troca-iocircnica adsorccedilatildeo filtraccedilatildeo por membrana e meacutetodos eletromecacircnicos
Portanto o meacutetodo de correccedilatildeo de pH efetuado pela referida ocasionado provavelmente
pela adiccedilatildeo de carbonatos eacute tambeacutem uma forma de remoccedilatildeo de metais pesados da aacutegua
Supondo que a induacutestria utiliza carbonato de soacutedio como processo de tratamento e
sabendo que o valor de mercado varia de R$ 700 a 120012 o quilo do produto eacute possiacutevel
calcular os potenciais gastos da induacutestria com o meacutetodo de tratamento atual Sabendo que
satildeo necessaacuterios 2 kg do produto carbonato de soacutedio para tratar 07 m3 d-1 de efluente
11 Natildeo foi especificado no MCE ou em anexos qual a destinaccedilatildeo final do efluente tratado Tambeacutem natildeo foi
especificado a quantidade de lodo gerado sua destinaccedilatildeo final ou se esse possui anaacutelises 12 Cotaccedilatildeo realizada pela SCS ndash Comercial e Serviccedilos de Quiacutemica
61
(ECKENFELDER 2000) a induacutestria gasta hoje entre R$ 7000 a 12000 por semana
aproximadamente
Poreacutem como os iacuteons metaacutelicos agora estatildeo presentes no lodo do tratamento por
causa da neutralizaccedilatildeo (BOTERO et al 2009) e sabendo que no MCE natildeo constam
quaisquer anaacutelises destinaccedilatildeo ou quantificaccedilatildeo desse pressupotildee-se que esse lodo pode
estar ocasionando contaminaccedilatildeo pelo metal chumbo visto que para destinaccedilatildeo adequada
satildeo necessaacuterias anaacutelises de enquadramento
Tal contaminaccedilatildeo pode estar ocorrendo no local de disposiccedilatildeo ou se o lodo estiver
sendo desaguado na rede coletora de esgotamento sanitaacuterio pode estar trazendo problemas
para o sistema de tratamento de esgoto referente visto que o processo de tratamento
realizado em Bebedouro eacute efetuado da seguinte forma trecircs lagoas de estabilizaccedilatildeo
constituiacutedo de uma lagoa anaeroacutebica duas lagoas facultativas um tanque de desinfecccedilatildeo
grade caixas de areia e escada de aeraccedilatildeo (SAAEB 2003) natildeo objetivando o tratamento
de efluentes industriais
641 Quantificaccedilatildeo do resiacuteduo de laranja
Mensurado o total de efluente industrial gerado no periacuteodo de um dia pela induacutestria
1 eacute possiacutevel quantificar os resiacuteduos de laranja necessaacuterios para que esta possa realizar o
processo de tratamento de efluentes utilizando-se do material orgacircnico em questatildeo Natildeo
levou-se em consideraccedilatildeo a recirculaccedilatildeo do resiacuteduo dentro do reator
A induacutestria 1 gera um total de 07 m3 d-1 com 257 mg L-1 de chumbo sabendo-se
que satildeo necessaacuterios 3 g de resiacuteduo seco de laranja por 100 mL de efluente com 94 mg L-1
de chumbo e considerando uma diminuiccedilatildeo de 70 do peso resiacuteduo depois de realizado
o processo de secagem solar considera-se que a induacutestria usaria em torno de 082 kg de
resiacuteduo de laranja uacutemido por dia para realizaccedilatildeo do tratamento do efluente contaminado
pelo metal chumbo
De acordo com a Tabela 8 o efluente gerado pela induacutestria 1 apresenta pH 6 que
conforme o item 53 apresenta-se dentro da faixa oacutetima de biossorccedilatildeo pelo resiacuteduo de
laranja
62
642 Transporte
O translado dos resiacuteduos de laranja do local de sua produccedilatildeo ateacute a induacutestria que o
utilizaria como meacutetodo de tratamento de efluente pode ser analisado a partir das
coordenadas geograacuteficas das induacutestrias e da plataforma Google Maps (c2015)
Trecircs rotas diferentes cujas quilometragens satildeo as menores possiacuteveis foram geradas
pela ferramenta virtual citada conforme a Tabela 30
Tabela 30 ndash Menores rotas possiacuteveis entre a induacutestria de suco e a induacutestria 1
Rota Distacircncia (km) Tempo (min)
1 46 8
2 48 9
3 46 9
Fonte elaborado a partir de dados GOOGLE MAPS (c2015)
O caacutelculo da massa requerida para o tratamento foi realizado no item 641
chegando-se ao valor de 082 kg d-1 de biomassa uacutemida assim considerando o transporte
de 150 kg de resiacuteduo que duraria em torno de 36 semana consecutivas de tratamento
realizado em dias uacuteteis e que a distacircncia meacutedia entre as induacutestrias eacute de 5 km o valor
sugerido para o translado do material acondicionado em duas bombonas plaacutesticas foi de R$
6500 (referenciado pelo peso do material) e mais uma taxa constante em nota fiscal
(sugerida em R$ 1000013) portanto um custo de R$ 16500
65 Consideraccedilotildees
O meacutetodo de tratamento proposto pelo presente trabalho teve os processos e
tecnologias necessaacuterias elucidados nos itens 62 e 63
A Tabela 32 apresenta item especiacutefico relacionado ao equipamento denominado
reator de leito fixo as propostas constantes tecircm por finalidade expor as tecnologias cujo
13 Informaccedilatildeo verbal fornecida por funcionaacuterio de uma empresa transportadora
63
custo fosse o maior possiacutevel com o propoacutesito de verificar o potencial teto de gastos que as
induacutestrias teriam caso adotassem a proposiccedilatildeo elucidada
No entanto as propostas constantes no item da Tabela 32 relacionadas ao flotador
de ar dissolvido foram selecionadas a partir da vazatildeo da induacutestria conforme as
especificaccedilotildees da Tabela 29 Como somente a induacutestria 1 apresentou valores de vazatildeo no
MCE esta relaccedilatildeo somente condiz a ela Com vazatildeo de 07 m3 d-1 o flotador mais
adequado compreende o modelo FAD 2 com 1 a 2 m3 h-1
Tabela 31 ndash Gastos com as tecnologias referentes
Equipamento Valor da Proposta 1 (R$) Valor da Proposta 2 (R$)
Secagem solar ndash ndash
Moinho de martelos 4500000 4500000
Reator de Leito Fixo de 5000 mL [1] 3804000 ndash
Flotador de ar dissolvido JDF FAD 2 [2] ndash 3500000
Custo inicial de implementaccedilatildeo 8304000 8000000
Transporte a cada 36 semanas [3] 16500 16500
[1] cotaccedilatildeo obtida pela Sigma-Aldrich [2] cotaccedilatildeo obtida pela empresa JDF [3] cotaccedilatildeo de transporte
considerado apenas para a induacutestria 1
Fonte proacuteprio autor
Para o reator de leito fixo o custo inicial de implementaccedilatildeo do sistema de
tratamento para ambas as induacutestrias girou em torno de R$ 8304000
Para a bioflotaccedilatildeo o custo inicial da induacutestria 1 girou em torno de R$80000
O custo de transporte para a induacutestria 1 eacute de R$ 16500 a cada 36 semanas o que
representa R$ 458 por semana e R$ 092 por dia caso a induacutestria opte por utilizar os
serviccedilos de uma empresa transportadora
Poreacutem o seguinte pode ser considerado na hipoacutetese de o translado ser possiacutevel de
ser efetuado pela mesma ocorreraacute consideraacutevel reduccedilatildeo no custo visto que este giraraacute em
torno do combustiacutevel gasto no percurso de ida e volta cuja pesquisa indicou uma
quilometragem aproximada de dez quilocircmetros
A Tabela 33 apresenta o balanccedilo de massa e energia diaacuterio referente ao tratamento
por biossorccedilatildeo para a induacutestria 1 considerando a aquisiccedilatildeo de um flotador por ar
dissolvido ou um reator de leito fixo
Tabela 32 ndash Balanccedilo de massa e energia diaacuterio proposto para a induacutestria 1
Componente Flotador por Ar Dissolvido Reator de Leito Fixo
Vazatildeo (m3) 070 070
64
Resiacuteduo de laranja (kg) 082 082
Tempo da biossorccedilatildeo (min) 5 a 15 [1] 35 [2]
Tempo equipamento (min) 21 a 42 35 [2]
Tempo total (min) 26 a 47 35 [2]
Consumo de Energia (kWh) 025 Nd
Custo de resiacuteduo (R$) 092 092
Custo de energia por dia (R$) [3] 008 Na
Custo total (R$) 200 092
Nd ndash natildeo disponiacutevel Na ndash natildeo avaliado [1] tempo determinado por Volesky e Nolan (1995) [2] tempo
estipulado conforme realizado por Montanher e Rollemberg (2011) [3] 1 kWh = 043341 R$ determinada
pela ANEEL conforme Resoluccedilatildeo Homologatoacuteria nordm 1858 publicada em 02 de marccedilo de 2015
Fonte proacuteprio autor
Nota-se a partir da Tabela 33 que o custo diaacuterio do tratamento proposto variou entre
R$ 092 e R$ 200 em torno de 85 a 91 menor que o custo do meacutetodo de tratamento
utilizado pois de acordo com as consideraccedilotildees realizadas no item 641 o custo diaacuterio
atual varia de aproximadamente R$ 1400 a R$ 240014
Como o meacutetodo de tratamento efetuado atualmente pela induacutestria 1 apresenta seacuterios
problemas com relaccedilatildeo a probabilidade de contaminaccedilatildeo o tratamento sugerido por ambas
as propostas pode ser identificado como meacutetodo de remediaccedilatildeo de tal passivo
Sendo assim qualquer accedilatildeo remediadora que seja instituiacuteda apresenta-se como
alternativa vaacutelida da problemaacutetica citada no item 651
14 Considerando uma semana uacutetil
65
7 CONCLUSAtildeO
Este trabalho procurou identificar a possibilidade da implementaccedilatildeo do processo de
simbiose industrial entre induacutestrias jaacute consolidadas em atividade no municiacutepio de
Bebedouro relacionando o uso de material residual orgacircnico produzido por determinada
induacutestria que seria utilizado como agente de biossorccedilatildeo em processos de tratamento de
aacutegua residuaacuteria industrial de uma outra ambas compartilhando pequena distacircncia
geograacutefica
Das distintas situaccedilotildees supostas a partir da identificaccedilatildeo da induacutestria geradora de
resiacuteduos de laranja e das induacutestrias potencialmente geradoras de efluente contaminado pelo
metal chumbo em Bebedouro (SP) detectou-se duas induacutestrias que se enquadravam nas
possibilidades de implementaccedilatildeo de um processo de simbiose industrial e consequente
proposiccedilatildeo do meacutetodo de tratamento (biossorccedilatildeo combinada com flotaccedilatildeo ou realizada em
reator de leito fluidizado)
Uma induacutestria (denominada 1) pocircde ter um pleno desenvolvimento quanto as
especificaccedilotildees que esclareceram as vantagens do meacutetodo de tratamento proposto
A partir dos dados levantados e analisados eacute possiacutevel citar como vantagens para ambas as
propostas de tratamento 1) a logiacutestica facilitada pela proximidade de ambas as induacutestrias
sendo essa favoraacutevel e com baixos custos 2) a significativa reduccedilatildeo do valor diaacuterio do
tratamento 3) a faacutecil operaccedilatildeo dos processos 4) destinaccedilatildeo ambiental adequada para
ambos os passivos ambientais (de laranja e de chumbo) 5) a capacidade de dessorccedilatildeo da
biomassa a qual possibilita a separaccedilatildeo do metal chumbo do resiacuteduo de laranja sendo
percebidos como um aprimoramento do uso dos recursos naturais Considera-se que a
simbiose industrial eacute um processo importante a ser considerado na busca pela minimizaccedilatildeo
dos impactos ambientais acarretados pelas correntes residuais uma vez que determina a
reinserccedilatildeo destes em outros processos produtivos Geradores que adotam a praacutetica da
simbiose industrial satildeo aqueles que visam os ganhos coletivos em detrimento do exclusivo
ganho individual
Vale ressaltar que mesmo para a identificaccedilatildeo desta uacutenica situaccedilatildeo foi necessaacuterio o
enfrentamento de diversos desafios principalmente de acesso a informaccedilotildees especiacuteficas
tanto na cadeia produtiva quanto das informaccedilotildees ambientais por parte das empresas
Considera-se necessaacuteria uma rigidez maior da CETESB com relaccedilatildeo aos dados fornecidos
pelas induacutestrias visto que o preenchimento do MCE natildeo segue normatizaccedilatildeo especiacutefica o
66
que dificulta a tabulaccedilatildeo de dados aleacutem de natildeo abranger toda as atividades produtivas
devido agrave falta de rigor nas anaacutelises dos teacutecnicos e engenheiros responsaacuteveis Assim
observou-se a necessidade de uma maior abertura no sentido da plena divulgaccedilatildeo de
informaccedilotildees ambientais por parte das empresas assim como a necessidade de organizaccedilatildeo
de um banco de dados que contenha informaccedilotildees da cadeia produtiva do consumo de
mateacuteria prima e insumos aos processos de geraccedilatildeo e especificaccedilatildeo de resiacuteduos e
contaminantes
67
8 SUGESTAtildeO PARA TRABALHOS FUTUROS
Como sugestatildeo para trabalhos futuros
Otimizaccedilatildeo das condiccedilotildees de pH para biossorccedilatildeo com casca de laranja
Elaboraccedilatildeo de questionaacuterios para as induacutestrias produtoras do suco e geradoras de
efluente contaminado pelo metal chumbo
Scale up do processo de biossorccedilatildeo com bioflotaccedilatildeo
Scale up do processo de biossorccedilatildeo com reator de leito fluidizado
68
REFEREcircNCIAS
AKSU Z Biosorption of heavy metals by microalgae in batch and continuous systems In
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ANEXO A
Primeira carta encaminha para CETESB para solicitaccedilatildeo de informaccedilotildees
Obs As Tabelas informadas na carta abaixo foram omitidas para que as empresas natildeo
sejam expostas e aleacutem disso natildeo haacute autorizaccedilatildeopermissatildeo para a divulgaccedilatildeo dos nomes
Lorena 27 de agosto de 2015
Ilmo Senhor
Marcio Barbosa Tango
CETESB - Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo
Assunto Solicitaccedilatildeo de informaccedilotildees sobre os efluentes liacutequidos de induacutestrias quiacutemicas
metaluacutergicas e de produccedilatildeo de embalagens da produccedilatildeo de resiacuteduos em induacutestrias alimentiacutecias
todas do municiacutepio de Bebedouro
Viemos por meio deste solicitar a contribuiccedilatildeo da Companhia Ambiental do Estado de Satildeo
Paulo para o desenvolvimento do Trabalho de Conclusatildeo de Curso em Engenharia Ambiental
intitulado ldquoAnaacutelise da viabilidade em escala real da utilizaccedilatildeo do bagaccedilo da laranja como agente
biossorvente de chumbordquo sendo desenvolvido pela aluna Ludmila Manera Conti na Escola de
Engenharia de Lorena ndash EELUSP sob orientaccedilatildeo da Profa Dra Danuacutebia Caporusso Bargos
O referido Trabalho de Conclusatildeo de Curso tem como objetivo fazer um levantamento das
induacutestrias com potencial para utilizaccedilatildeo do bagaccedilo da laranja como agente biossortivo Assim para
o alcance dos objetivos propostos eacute necessaacuterio o conhecimento de algumas informaccedilotildees presentes
no Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento referente agraves induacutestrias identificadas na Tabela
1 em anexo Tais informaccedilotildees referentes ao ldquoBalanccedilo hiacutedricordquo a saber
Efluentes (sanitaacuterio industrial outros e total de efluentes) a) Consumovazatildeo meacutedia b)
Consumovazatildeo maacutexima c) Eacutepoca d) Consumovazatildeo miacutenima
Dos ldquoEfluentes liacutequidosrdquo a saber a) Despejos (Identificaccedilatildeo Descriccedilatildeo Contiacutenuo ndash vazatildeo e
meacutetodo Descontiacutenuo ndash periodiacutecidade volume duraccedilatildeo) b) Vazatildeo total de despejos c) Vazatildeo de
recirculaccedilatildeo d) Vazatildeo de lanccedilamento e) Disposiccedilatildeo final (Descriccedilatildeo Nome do riolinhas de
despejo)
Do ldquoResumo de lanccedilamentosrdquo a saber a) Despejo (Identificaccedilatildeo Descriccedilatildeo) b) Poluente c)
Concentraccedilatildeo bruta d) Unidade de medida e) Concentraccedilatildeo final f) Unidade de medida g)
Unidades de tratamento (Sequecircncia Descriccedilatildeo Quantidade)
Da geraccedilatildeo de resiacuteduos industriais referentes a Tabela 2 em anexo da parte ldquoResiacuteduos
soacutelidosrdquo a) Identificaccedilatildeo b) Coacutedigo resiacuteduo c) Descriccedilatildeoorigem do resiacuteduo d) Classe e) Estado
77
fiacutesico f) Quantidade anual g) Unidade h) Composiccedilatildeo aproximada i) Meacutetodo utilizado j)
Aspecto geral
Declaramos que as informaccedilotildees solicitadas seratildeo objeto uacutenica e exclusivamente de pesquisa
acadecircmica sendo devidamente creditadas e natildeo havendo qualquer finalidade comercial no uso das
mesmas
Registramos ainda a importacircncia deste apoio para a realizaccedilatildeo deste trabalho que seraacute
inclusive posteriormente divulgado em formato digital e analoacutegico por meio da sua
disponibilizaccedilatildeo no sistema de bibliotecas da USP como uma contribuiccedilatildeo da Universidade para a
aacuterea de gerenciamentogestatildeo de resiacuteduos e efluentes uma vez que como propomos o resiacuteduo de
uma induacutestria pode ser considerado mateacuteria em processo de outras induacutestrias caracterizando o
iniacutecio de um processo de simbiose industrial
Solicitamos que o envio das informaccedilotildees solicitadas seja realizado preferencialmente por meio
de correio eletrocircnico ndash danubiacbargosuspbr eou ludmillaalunoseeluspbr Em caso da
impossibilidade de envio das informaccedilotildees da forma sugerida segue endereccedilo institucional
AC Profa Danuacutebia Caporusso Bargos Departamento de Ciecircncias Baacutesicas e Ambientais
Escola de Engenharia de Lorena ndash EELUSP Estrada Municipal do Campinho snordm CEP 12602-
810 - Lorena-SP
Desde jaacute antecipamos nossos agradecimentos e nos colocamos agrave disposiccedilatildeo para os
esclarecimentos adicionais que se fizerem necessaacuterios
Atenciosamente
Profa Dra Danuacutebia Caporusso Bargos
Escola de Engenharia de Lorena (EELUSP)
Departamento de Ciecircncias Baacutesicas e Ambientais
Telefone +55 (12) ndash 3159-5094
E-mail danubiacbargosuspbr
Ludmilla Manera Conti
Graduanda em Engenharia Ambiental
Endashmail ludmillaalunoseeluspbr
78
ANEXO B
Segunda carta encaminha para CETESB para confirmaccedilatildeo de vistas de processos
Lorena 01 de outubro de 2015
Ilmo Senhor Marcio Barbosa Tango e Senhora Letiacutecia Franco Leonel
CETESB - Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo
Assunto vistas de processos de licenciamento
Venho por meio deste agradecer a atenccedilatildeo e presteza desta Companhia no atendimento agrave
minha solicitaccedilatildeo de vistas de processos para coleta de informaccedilotildees sobre os efluentes liacutequidos de
induacutestrias quiacutemicas metaluacutergicas e de produccedilatildeo de embalagens da produccedilatildeo de resiacuteduos em
induacutestrias alimentiacutecias do municiacutepio de Bebedouro Tal solicitaccedilatildeo eacute feita por motivo de
desenvolvimento do Trabalho de Conclusatildeo de Curso em Engenharia Ambiental intitulado
ldquoAnaacutelise da viabilidade em escala real da utilizaccedilatildeo do bagaccedilo da laranja como agente biossorvente
de chumbordquo desenvolvido pela aluna Ludmila Manera Conti na Escola de Engenharia de Lorena ndash
EELUSP sob minha orientaccedilatildeo
Devido a compromissos previamente assumidos na Instituiccedilatildeo pela qual sou docente natildeo
seraacute possiacutevel comparecer agrave agecircncia da Barretos nesta data para a realizaccedilatildeo da vista dos processos
cujos nuacutemeros segue em anexo Assim sou representada pela aluna Ludmila Manera Conti que estaacute
apta a fazecirc-lo
Novamente agradeccedilo a atenccedilatildeo e coloco-me agrave disposiccedilatildeo para quaisquer esclarecimentos
adicionais que se fizerem necessaacuterios
Atenciosamente
Profa Dra Danuacutebia Caporusso Bargos
Escola de Engenharia de Lorena (EELUSP)
Departamento de Ciecircncias Baacutesicas e Ambientais
Telefone +55 (12) ndash 3159-5094
E-mail danubiacbargosuspbr
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 ndash Paracircmetros para controle bioloacutegico da exposiccedilatildeo ocupacional 21
Tabela 2 ndash Padrotildees de lanccedilamento de efluentes contendo chumbo em corpos drsquoaacutegua e em
redes coletoras de esgoto 22
Tabela 3 ndash Cidades integrantes do cinturatildeo citriacutecola consideradas no levantamento de
induacutestrias de suco 34
Tabela 4 ndash Nuacutemero de induacutestrias de acordo com as subcategorias industriais do IBGE 40
Tabela 5 ndash Induacutestrias com potencial poluidor por chumbo localizadas na cidade de
Bebedouro ndash SP 42
Tabela 6 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 1 44
Tabela 7 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 1 44
Tabela 8 ndash Anaacutelise do efluente proveniente da metalurgia de metais natildeo ferrosos antes e apoacutes
tratamento 45
Tabela 9 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 2 45
Tabela 10 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 3 45
Tabela 11 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 3 46
Tabela 12 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 5 46
Tabela 13 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 5 47
Tabela 14 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 6 47
Tabela 15 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 6 48
Tabela 16 ndash resultado do ensaio para massa bruta 48
Tabela 17 ndash resultado do ensaio para lixiviaccedilatildeo 49
Tabela 18 ndash resultado do ensaio para solubilizado 49
Tabela 19 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 7 49
Tabela 20 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 7 50
Tabela 21 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 8 50
Tabela 22 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 8 51
Tabela 23 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 9 51
Tabela 24 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 9 51
Tabela 25 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 11 52
Tabela 26 ndash Resultados das anaacutelises para cada efluente 54
Tabela 27 ndash Dados da produccedilatildeo de laranja em Bebedouro 58
Tabela 28 ndash Valores do reator de leio fixo 59
Tabela 29 ndash Especificaccedilotildees dos flotadores de ar dissolvido 60
Tabela 30 ndash Menores rotas possiacuteveis entre a induacutestria de suco e a induacutestria 1 62
Tabela 31 ndash Menores rotas possiacuteveis entre a induacutestria de suco e a induacutestria 6 Erro
Indicador natildeo definido
Tabela 32 ndash Gastos com as tecnologias referentes 63
Tabela 33 ndash Balanccedilo de massa e energia diaacuterio proposto para a induacutestria 1 63
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 13
2 OBJETIVOS 14
21 Principal 14
22 Especiacuteficos 14
3 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA 15
31 Desenvolvimento sustentaacutevel 15
311 Simbiose industrial 15
32 Chumbo 19
321 Legislaccedilatildeo especiacutefica relacionada a descarga de efluentes 22
322 Tratamento para efluentes com metais 22
323 Biossorccedilatildeo 23
324 A laranja como adsorvente 24
4 METODOLOGIA 26
41 Levantamento bibliograacutefico 26
42 Levantamento e anaacutelise da produccedilatildeo de laranja no Estado de SP 27
43 Levantamento e anaacutelise das induacutestrias com potencial poluidor 28
44 Exposiccedilatildeo do meacutetodo de tratamento aplicado na induacutestria 29
5 LEVANTAMENTO DE DADOS 30
51 Distribuiccedilatildeo da produccedilatildeo de laranja no estado de Satildeo Paulo 30
511 Distribuiccedilatildeo do consumo de laranja no estado de SP 31
512 Seleccedilatildeo da induacutestria de suco 33
5121 Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento (MCE) 35
52 Categorias industriais de acordo com o tipo de efluente gerado 36
521 Levantamento das induacutestrias com potencial poluidor 41
5211 Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento (MEC) 43
53 Biossorccedilatildeo 53
531 Reduccedilatildeo do tamanho do resiacuteduo 55
532 Desidrataccedilatildeo do resiacuteduo 55
6 ANAacuteLISES E DISCUSSOtildeES DE DADOS 57
61 Aacuterea de estudo 57
62 Processamento dos resiacuteduos de laranja 58
63 Reator e flotador 58
64 Induacutestria 1 60
641 Quantificaccedilatildeo do resiacuteduo de laranja 61
642 Transporte 62
65 Induacutestria 6 Erro Indicador natildeo definido
651 Quantificaccedilatildeo do resiacuteduo de laranja Erro Indicador natildeo definido
652 Transporte Erro Indicador natildeo definido
66 Consideraccedilotildees 62
7 CONCLUSAtildeO 65
8 SUGESTAtildeO PARA TRABALHOS FUTUROS 67
REFEREcircNCIAS 68
ANEXO A 76
ANEXO B 78
13
1 INTRODUCcedilAtildeO
Considerando o modelo atual de desenvolvimento da sociedade como sendo
representado por um sistema aberto o qual necessita de uma fonte contiacutenua e inesgotaacutevel
de mateacuteria e energia (BRAGA et al 2002) e com um aumento das emissotildees de poluentes
em todo o mundo a busca por medidas remediadoras para melhoria das condiccedilotildees
ambientais torna-se cada vez maior
Como um exemplo de medida remediadora temos a pesquisa e desenvolvimento de
teacutecnicas que possibilitem a retirada de metais pesados do meio aquoso uma delas a
biossorccedilatildeo aleacutem de promover a destinaccedilatildeo a biomassas vegetais resultantes de processos
produtivos tambeacutem apresenta alto iacutendice de funcionalidade
Umas das biomassas vegetais cuja produccedilatildeo eacute abundante no estado de Satildeo Paulo eacute a
proveniente da fruta laranja e os resiacuteduos desta sejam eles casca bagaccedilo ou sementes jaacute
foram analisados em estudos desenvolvidos por diferentes pesquisadores tais como
Massocatto et al (2009) e Almeida et al (2012) cujos resultados atestaram eficiecircncia
elevada quanto a biossorccedilatildeo especialmente do metal pesado chumbo
Diante do exposto o presente trabalho visa apresentar uma proposta de integraccedilatildeo
entre induacutestrias do municiacutepio de Bebedouro localizado no estado de Satildeo Paulo que
proveriam resiacuteduo de laranja para aquelas que poderiam utilizaacute-lo como meacutetodo de
tratamento de aacuteguas residuaacuterias aplicando dessa forma o conceito de Simbiose Industrial
que apresenta como fundamentos as oportunidades de conexatildeo oferecidas pela disposiccedilatildeo
geograacutefica das induacutestrias e aperfeiccediloamento do uso de mateacuteria e energia (CHERTOW
2000 GANER 1995)
14
2 OBJETIVOS
21 Principal
O presente trabalho propotildee identificar a possibilidade de implementaccedilatildeo de uma
simbiose industrial entre induacutestrias do municiacutepio de BebedourondashSP
22 Especiacuteficos
Para o incremento do objetivo exposto tornou-se necessaacuterio o alcance de objetivos
especiacuteficos tais como
Identificar as induacutestrias geradoras dos resiacuteduos soacutelidos de laranja e induacutestrias que
poderiam beneficiar-se com a utilizaccedilatildeo destes nos processos de tratamento de seus
efluentes contaminados com o metal chumbo
Avaliar os processos jaacute colocados em praacutetica por induacutestrias com potencial poluidor
para tratamento dos efluentes contaminados com o metal chumbo
Analisar os dados teacutecnicos para avaliaccedilatildeo do potencial das induacutestrias selecionadas
para a proposiccedilatildeo de arranjos institucionais que propiciem a integraccedilatildeo e a simbiose entre
induacutestrias do municiacutepio de Bebedouro
15
3 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA
31 Desenvolvimento sustentaacutevel
Algumas propostas da Lei nordm 1230510 (BRASIL 2010a) que institui a Poliacutetica
Nacional dos Resiacuteduos Soacutelidos (PNRS) satildeo a prevenccedilatildeo a reutilizaccedilatildeo e a reduccedilatildeo de
resiacuteduos as quais satildeo necessaacuterias para o cumprimento e efetividade da lei Paralelamente a
este ideal uma incitaccedilatildeo atual eacute a articulaccedilatildeo de um sistema de produccedilatildeo circular
denominado cradle to cradle (que significa ldquodo berccedilo ao berccedilordquo) que consiste na produccedilatildeo
zero de rejeitos no qual a mateacuteria residual de um processo exerceria uma funccedilatildeo em outro
(CCPII c2014) A partir desses preceitos busca-se o alinhamento do desenvolvimento
econocircmico e industrial agrave proteccedilatildeo do meio ambiente e o bem-estar humano ou seja o
desenvolvimento sustentaacutevel
Conforme definiccedilatildeo ldquodesenvolvimento sustentaacutevel eacute aquele que atende as
necessidades das geraccedilotildees atuais sem comprometer a capacidade das geraccedilotildees futuras de
atenderem as suas necessidades e aspiraccedilotildeesrdquo (UNITED NATIONS 1987)
De acordo com Fet e Michelsen (2002) ldquona natureza um sistema ecologicamente
sustentaacutevel eacute uma teia complexa de organismos no qual as mateacuterias e os resiacuteduos
conformam um ciclordquo Frosch e Gallopoulos (1989) agrave vista desse conceito desenvolveram
o ideal de ecossistema industrial o qual funcionaria analogamente aos sistemas
ecologicamente sustentaacuteveis os resiacuteduos gerados por uma companhia podemdevem ser
usufruiacutedos como recurso por outra correspondendo a um ciclo fechado de mateacuteria e
energia
311 Simbiose industrial
Em 1989 uma associaccedilatildeo de filiais de diferentes induacutestrias que realizavam uma
extensa partilha de recursos foi descoberta na Dinamarca O que foi denominado na eacutepoca
16
de ldquoa simbiose industrial em Kalundborgrdquo forneceu a possibilidade da realizaccedilatildeo concreta
dos ecossistemas industriais proposto por Frosch e Galloupolos em 1989 (CHERTOW
2007) Poreacutem analogamente ao ciclo residual fechado proposto pelos ecossistemas
industriais os fundamentos para a simbiose industrial satildeo a colaboraccedilatildeo e as
oportunidades de coesatildeo oferecidas pela proximidade geograacutefica (CHERTOW 2000)
aleacutem do uso aprimorado dos recursos naturais e reduccedilatildeo da produccedilatildeo de resiacuteduos finais
(GANER 1995) Assim considera-se que a simbiose industrial eacute um passo para a
realizaccedilatildeo do objetivo maior que seria o alcance de um ecossistema industrial
A ldquosimbioserdquo observada em 89 no distrito industrial de Kalundborg ocorreu de
modo gradual e sem uma concepccedilatildeo especiacutefica as induacutestrias empenharam-se no uso
econocircmico de seus subprodutos e minimizaram custos em conformidade agraves novas
regulamentaccedilotildees ambientais (EHRENFELD GERTLER 1997) A Figura 1 apresenta o
diagrama do distrito industrial de Kalundborg
Figura 1 ndash Diagrama do processo de simbiose em Kalundborg 1961 a 1989
Fonte adaptado de KALUNDBORG SYMBIOSIS (2015)
No decorrer dos anos e fazendo jus aos sistemas naturais o distrito industrial
desenvolveu-se de modo que novas relaccedilotildees conexotildees e empresas foram se estabelecendo
trazendo cada vez mais proacuteximo o ideal de ecossistema industrial tal como apresentado
na Figura 2
Existem ainda outros exemplos de processos de simbioses industriais que
aconteceram naturalmente ao redor do mundo como em Jyvaumlskylauml na Finlacircndia e Sytiria
na Aacuteustria (CHERTOW 2000)
17
Figura 2 ndash Simbioses industriais observada no distrito industrial de Kalundborg nos dias atuais
Fonte adaptado de KALUNDBORG SYMBIOSIS (2015)
Ehrenfeld e Gertler (1997) afirmaram que o ramo emergente da ecologia industrial
une os preceitos citados a outros como por exemplo o metabolismo industrial (cuja
elucidaccedilatildeo seraacute realizada mais adiante) trazendo-os como forma simplificada de
operacionalizaccedilatildeo de projetos desenvolvendo uma estrutura que identifica e implementa
estrateacutegias que visam agrave manutenccedilatildeo dos paradigmas ambientais almejando o
desenvolvimento industrial alicerccedilado ao desenvolvimento sustentaacutevel
Na Figura 3 eacute possiacutevel observar de modo linear o que Grann (1997) alegou em que
a simbiose industrial revela-se como um meacutetodo funcional da aplicaccedilatildeo do conceito
sustentaacutevel de desenvolvimento
Figura 3 ndash Os trecircs niacuteveis de operaccedilatildeo da Ecologia Industrial
Fonte adaptado de CHERTOW (2000)
18
Conforme a Figura 3 e de acordo com Chertow (2000) constata-se a existecircncia de
trecircs grandes aacutereas de operaccedilatildeo da ecologia industrial bem como alguns exemplos de
instrumentos de cada uma
1 Empresa ndash refere-se ao desenvolvimento de medidas que podem ser exercicidas
dentro da empresa tais como
Eco-design ndash estrateacutegia de design que visa a reduccedilatildeo das perdas ambientais
utilizada principalmente no desenvolvimento de novos produtos (GARNER
KEOLEIAN 1995)
Prevenccedilatildeo agrave poluiccedilatildeo ndash uniatildeo de princiacutepios que tem por finalidade a prevenccedilatildeo agrave
geraccedilatildeo de resiacuteduos antes do iacutenicio do processo industrial (CHERTOW 2000)
Economia verde ndash este novo campo da contabilidade se desvencilha-se da
contabilidade tradicional propondo-se a trazer informaccedilotildees mais exatas sobre o
ldquocustos ambientaisrdquo das empresas cuja influecircncia deve alcanccedilar o campo dos
negoacutecios relacionando-se a ldquoqualidade verderdquo do produto ou serviccedilo (RICHARDS
FROSCH 1997)
2 Inter-empresas ndash medidas que podem ser tomadas a partir da relaccedilatildeo entre
induacutestrias que encontram-se geograficamente proacuteximas tais como
Simbiose industrial ndash criaccedilatildeo de ligaccedilatildeo entre induacutestrias com objetivo de
aumentar a eficiecircncia da mateacuteria e energia que fluem atraveacutes do distrito industrial
em que se encontram (EHRENFELD GERTLER 1997)
Ciclo de vida dos produtos ndash ldquoprocesso usado para avaliar as perdas ambientais
relacionadas a um produto processo ou atividaderdquo (Society for Enviromental
Toxicology amp Chemistry ndash SETAC 1994 traduccedilatildeo nossa)
Iniciativa dos setores industriais
3 RegionalGlobal ndash medidas que podem ser adotadas entre nuacutecleos induacutestrias
Ciclos e orccedilamentos ndash eacute um sistema orientador que promove produccedilotildees com
designs mais ecoloacutegicos e economicamente sustentaacuteveis (GARNER KEOLEIAN
1995)
Fluxo de mateacuteria e energia ndash conceito desenvolvido por Robert Ayres
denominado de ldquometabolismo industrialrdquo leva em consideraccedilatildeo o fluxo de mateacuteria
e energia atraveacutes dos sistema industriais e por meio de anaacutelises in put (entrada) e
out put (saiacuteda) vecirc-se a possibilidade de identificaccedilatildeo de processos e produtos
ineficientes que podem resultar em perda material e prejuiacutezos ao meio ambiente
(GARNER KEOLEIAN 1995)
19
Portanto a simbiose industrial apresenta-se como uma ferramenta que envolve
induacutestrias tradicionalmente separadas em uma ldquoabordagem coletiva para a vantagem
competitiva envolvendo troca fiacutesica de materiais energia aacutegua eou subprodutosrdquo
(CHERTOW 2000 traduccedilatildeo nossa)
De acordo com Ehrenfeld e Gertler (1997) a partir do estreitamento da relaccedilatildeo
entre o conceito ambiental e o desenvolvimento industrial e considerando que esse jaacute vecircm
atrelado ao desenvolvimento econocircmico houve a necessidade da aplicaccedilatildeo dos conceitos
da Simbiose Industrial atraveacutes da configuraccedilatildeo de ldquoeco-parques industriaisrdquo
De acordo com Chertow (2000) ldquona praacutetica as definiccedilotildees de eco-parques
industriais ainda estatildeo em formaccedilatildeordquo poreacutem duas definiccedilotildees satildeo mais aceitas a do
Presidentrsquos Council Sustainable (PCSD)
ldquouma comunidade de empresas que cooperam entre si e com a
comunidade local para compartilhar de forma eficiente os recursos
(informaccedilotildees materiais aacutegua energia infra-estrutura e de habitats naturais)
levando a ganhos econocircmicos ganhos de qualidade ambiental e melhoria
equitativa dos recursos humanos para a comunidade empresarial e localrdquo
(PSCD 1996 traduccedilatildeo nossa)
E e a da USEPA
ldquoum eco-parque industrial eacute uma comunidade de manufatura e serviccedilos
que procuram melhor desempenho ambiental e econocircmico
atraveacutes da colaboraccedilatildeo na gestatildeo de questotildees ambientais e de recursos
incluindo energia aacutegua e materiais Ao trabalhar em conjunto a comunidade
de empresas procura um benefiacutecio colectivo que eacute maior do que a soma de a
benefiacutecios individuais de cada empresa iria perceber se ele otimizou seu
indiviacuteduo o desempenho apenasrdquo (USEPA 1995 traduccedilatildeo nossa)
Faz-se relevante neste contexto o estiacutemulo de uma nova revoluccedilatildeo industrial que
promova o desenvolvimento de accedilotildees que entrelaccedilariam o desenvolvimento econocircmico
com o bem-estar dos ecossistemas Poreacutem Casagrande Junior (2004) denota que as
inovaccedilotildees tecnoloacutegicas desenvolvidas pelo modelo econocircmico atual satildeo atreladas ao
ciacuterculo vicioso produccedilatildeo gt consumo gt crescimento econocircmico que estimulam o consumo
exacerbado gerando pressatildeo sobre os recursos naturais causando custos sociais e
ambientais
32 Chumbo
O chumbo eacute um metal pesado cujo siacutembolo eacute Pb de massa molar 2072 g mol-1 de
coloraccedilatildeo branca-azulada tornando-se acinzentado quando exposto ao ar Eacute inodoro
20
macio maleaacutevel possui baixa condutividade eleacutetrica e alta resistecircncia agrave corrosatildeo Funde-se
com facilidade agrave 3274 ordmC e sua temperatura de vaporizaccedilatildeo eacute de 1725 ordmC Pertence ao
grupo IVA da tabela perioacutedica cujo nuacutemero atocircmico eacute 82 podendo apresentar dois estados
de oxidaccedilatildeo Pb+2 mais estaacutevel e Pb+4 oxidante Historicamente tem sido amplamente
explorado pela sociedade devido a sua vasta disponibilidade no meio ambiente
principalmente na forma de compostos minerais sendo o sulfeto de chumbo (PbS)
conhecido como galena considerado a mais importante e abundante fonte de chumbo
(ALEXANDRINO 2014)
Existem relatos de utilizaccedilatildeo do chumbo por vaacuterias sociedades antigas no entanto
a primeira civilizaccedilatildeo a utilizaacute-lo amplamente foi o Impeacuterio Romano no seacuteculo V aC V
aC para ldquoconfecccedilatildeo de objetos [] fabricaccedilatildeo de tubulaccedilotildees e torneiras produtos de
beleza e ateacute na correccedilatildeo da acidez do vinho atraveacutes da adiccedilatildeo de oacutexido de chumbordquo
(Miranda e Souto 2010)
Atualmente cerca de 70 da produccedilatildeo mundial de chumbo eacute utilizada
fundamentalmente na elaboraccedilatildeo de baterias automotivas e na induacutestria de chumbo-aacutecido
embora tambeacutem apresente copiosas empregabilidades na induacutestria em geral devido a suas
caracteriacutesticas fiacutesicas e quiacutemicas (PRAC c2015) Na Figura 4 observam-se os processos de
extraccedilatildeo usos e disposiccedilatildeo final do chumbo nos anos 90
Figura 4 ndash Extraccedilatildeo uso e disposiccedilatildeo final de chumbo em 1990 em milhares de toneladas
Fonte elaborado a partir de GARNER KEOLEIAN (1995)
21
Comparativamente ao dado fornecido pelo PRAC observa-se que o ramo que
absorve a maior porcentagem do mercado extrativista continua o mesmo isto eacute a
fabricaccedilatildeo de baterias Eacute possiacutevel observar que a reciclagem do chumbo eacute quase que
integralmente proveniente dessa mesma atividade e que vaacuterios usos permanecem como
sistemas abertos de mateacuteria
Como consequecircncia dessa intensa utilizaccedilatildeo a contaminaccedilatildeo por chumbo eacute um
problema tatildeo expressivo quanto a extensatildeo de seu uso
ldquoA maior incidecircncia de intoxicaccedilatildeo por chumbo ocorre devido agrave
contaminaccedilatildeo ambiental pela ingestatildeo de alimentos e bebidas contaminadas
e por partiacuteculas suspensas no ar (KOSNETT 2003) Na atividade
ocupacional a via mais frequente de intoxicaccedilatildeo eacute a inalatoacuteria como
consequecircncia da contaminaccedilatildeo do ambiente de trabalho (PAOLIELLO
CHASIN 2001) Dentre os gecircneros alimentiacutecios que mais contribuem para a
ingestatildeo de chumbo destacam-se a aacutegua potaacutevel bebidas em geral cereais
vegetais e frutas (SALGADO 2003)rdquo (SCHIFER et al 2005)
O grande avanccedilo dos sistemas industriais e seu consequente aumento de atividades
nos uacuteltimos anos assim como a negligecircncia de certas induacutestrias tecircm sido responsaacuteveis
pela degradaccedilatildeo de efluentes especialmente pelo desaguamento de quantidades de metais
pesados nestes (PINTO et al 2003) Os metais acabam por contaminarem lenccediloacuteis freaacuteticos
e reservatoacuterios de aacutegua podendo causar danos agrave sauacutede da populaccedilatildeo tais danos ocorrem
quando haacute a extrapolaccedilatildeo dos limites maacuteximos tolerados pelo organismo humano
denominado no Brasil de Iacutendice Bioloacutegico Maacuteximo Permitido (IBPM) o qual foi
decretado pela NR 7 e aprovado pela Portaria SSST nordm 24 de 29 de dezembro de 1994 Na
Tabela 1 verificam-se os valores tolerados para a substacircncia chumbo
Tabela 1 ndash Paracircmetros para controle bioloacutegico da exposiccedilatildeo ocupacional
Agente quiacutemico Indicador Bioloacutegico
VR[1] IBPM[2]
Amostra Anaacutelise
Chumbo orgacircnico
Sangue Chumbo Ateacute 40 ug em 100 mL 60 ug em 100 mL
Urina Aacutecido Delta Aminolevuliacutenico Ateacute 45 g g-1 creat 10 mh g-1 creat
Sangue Zincoprotoporfirina Ateacute 40 ug em 100 mL 100 ug em 100 mL
Chumbo Tetraetila Urina Chumbo Ateacute 50 ug g-1 creat 100 ug g-1 creat
creat ndash abreviaccedilatildeo de creatinina [1] Valor de Referecircncia da Normalidade valor possiacutevel de ser
encontrado em populaccedilotildees natildeo-expostas ocupacionalmente [2] Iacutendice Bioloacutegico Maacuteximo Permitido eacute
o valor maacuteximo do indicador bioloacutegico para o qual se supotildee que a maioria das pessoas
ocupacionalmente expostas natildeo corre risco de danos agrave sauacutede A ultrapassagem deste valor significa
exposiccedilatildeo excessiva
Fonte adaptado de BRASIL (1994a)
22
321 Legislaccedilatildeo especiacutefica relacionada a descarga de efluentes
Conforme artigo 3ordm da Resoluccedilatildeo CONAMA nordm430
ldquoOs efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderatildeo ser lanccedilados
diretamente nos corpos receptores apoacutes o devido tratamento e desde que
obedeccedilam agraves condiccedilotildees padrotildees e exigecircncias dispostos nesta Resoluccedilatildeo e em
outras normas aplicaacuteveisrdquo (BRASIL 2011)
Assim considerou-se que para estar em acordo com a legislaccedilatildeo vigente pode
haver a necessidade da realizaccedilatildeo de tratamento preacutevio ou completo para descarga do
efluente em corpo drsquoaacutegua
Os padrotildees para lanccedilamento de efluentes em corpos receptores satildeo regulamentados
em acircmbito federal na Resoluccedilatildeo CONAMA nordm 430 de 2011 (BRASIL 2011) e em acircmbito
estadual pelo Decreto 8468 de 19761 (SAtildeO PAULO 1976) Na Tabela 2 verificam-se os
padrotildees de lanccedilamento para o metal chumbo em ambos os acircmbitos
Tabela 2 ndash Padrotildees de lanccedilamento de efluentes contendo chumbo em corpos drsquoaacutegua e em redes
coletoras de esgoto
Fonte elaborado a partir de BRASIL (2011) SAtildeO PAULO (1976)
322 Tratamento para efluentes com metais
O tratamento para remoccedilatildeo de metais pesados pode ser realizado a partir de
diferentes processos tais como a precipitaccedilatildeo quiacutemica troca-iocircnica filtraccedilatildeo por
membrana e meacutetodos eletromecacircnicos (ECKENFELDER 2000) Estes conforme
Tchobanoglous e Burton (1991) e Aksu (1998) podem ser processos dispendiosos e
ineficientes
1 A Lei Estadual 997 de 31 de maio de 1976 aprovada pelo Decreto 8468 de 8 de setembro de 1976 foi
alterada e acrescida de dispositivos pelos Decretos 15425 de 23 de julho de 1980 e pelo Decreto 47397 de
novembro de 2012
Destino Resoluccedilatildeo CONAMA nordm43011 Lei Estadual 99776
Emissatildeo em corpos drsquoaacutegua ateacute 05 mg L-1 ateacute 05 mg L-1
Emissatildeo em rede coletora de esgoto ndash ateacute 15 mg L-1
23
Poreacutem metais pesados podem ser extraiacutedos de um sistema aquoso empregando-se
adsorventes naturais como as cascas de determinadas frutas que constituem excelente
alternativa perante os processos quiacutemicos uma vez que satildeo abundantes apresentam baixo
custo comercial e natildeo apresentam uma destinaccedilatildeo especiacutefica fora o descarte convencional
(SIMOtildeES TAUK-TORNISIELO 2005)
Podendo ser fiacutesico ou quiacutemico o processo efetua-se pela interaccedilatildeo do material
adsorvente com o produto a ser adsorvido A adsorccedilatildeo fiacutesica eacute ocasionada principalmente
pelas forccedilas de van der Waals2 no qual o equiliacutebrio eacute atingido rapidamente e eacute reversiacutevel
jaacute a adsorccedilatildeo quiacutemica eacute a uniatildeo de moleacuteculas ou aacutetomos a uma superfiacutecie soacutelida que pode
ser realizada atraveacutes de ligaccedilotildees quiacutemicas ou por efeito cataliacutetico (WEBER JUNIOR 1972)
323 Biossorccedilatildeo
Segundo Volesky (1986) eacute denominada de biossorccedilatildeo a separaccedilatildeo seletiva de iacuteons
metaacutelicos de meio aquoso na qual o meio adsorvente seria uma biomassa sendo ainda um
processo natildeo agressivo no qual ocorrem somente interaccedilotildees entre os grupos funcionais da
biomassa com os iacuteons da soluccedilatildeo
ldquoA adsorccedilatildeo eacute uma forma de tratamento bastante eficaz utilizada para a
remoccedilatildeo de metais toacutexicos Devido a isto meacutetodos de adsorccedilatildeo de metais em
efluentes utilizando materiais naturais estatildeo sendo desenvolvidos podendo
ainda ser uma alternativa para o aproveitamento de resiacuteduos agroindustriaisrdquo
(MASSOCATTO et al 2009)
A utilizaccedilatildeo da biomassa como agente adsorvente alternativo em meacutetodos de
tratamento convencional apresenta como fatores significativos o reduzido valor agregado
comercial capacidade de tratar grande volume de efluente potencial de dessorccedilatildeo3 e
tempo de separaccedilatildeo seletiva de iacuteons variando de 5 a 15 minutos (PINO TOREM 2011
VOLESKY HOLAN 1995) Geralmente os adsorventes naturais evidenciam a mesma
eficaacutecia de reter iacuteons metaacutelicos que os adsorventes sinteacuteticos pois possuem agrupamentos
orgacircnicos e satildeo fibrosos o que gera uma maior aacuterea de influecircncia e ldquosiacutetiosrdquo para os iacuteons
serem adsorvidos (PAVAN 2007)
O uso da biomassa como agente de remoccedilatildeo de metais pesados jaacute eacute desde 1999
considerada pela USEPA como uma tecnologia de descontaminaccedilatildeo
2 Forccedilas de van der Waals forccedilas entre as moleacuteculas mais fracas que as forccedilas atocircmicas RUSSEL J
Quiacutemica Geral 2 ed Satildeo Paulo Makron Book 1994 vol 1 3 Recuperaccedilatildeo da espeacutecie metaacutelica
24
Diversos tipos de adsorventes tais como o palmito pupunha o sabugo de milho o
algodatildeo o caju as cascas de arroz banana noz pecatilde e laranja tecircm sido testados
laboratorialmente por pesquisadores da aacuterea cita-se Vaghetti et al (2009) que realizou
estudos sobre a eficiecircncia da casca da noz pecatilde como agente de retirada de iacuteons cromo(III)
cromo (VI) ferro zinco cobre manganecircs e chumbo de soluccedilotildees sinteacuteticas obtendo
especial ecircxito na biossorccedilatildeo de cromo (VI)
O processo de biossorccedilatildeo desenvolve-se de modo homogecircneo atraveacutes de condiccedilotildees
ambientais controladas as quais ocorrem dentro de reatores contiacutenuos (VOLESKY
NOLAN 1995 SANTOS VASCONCELOS 2002) Os reatores mais comumente usados
na remoccedilatildeo de metais pesados satildeo o de coluna de leito fixo e o anaeroacutebio de manta de
lodo (QUAMBY FOSTER 1995 SEOLATTO et al 2009)
De acordo com Lodeiro Herrero e Sastre de Vicente (2006) os reatores de coluna
de leito fixo promovem o melhor aproveitamento do biossorvente pois possibilitam ciclos
regenerativos jaacute os reatores anaeroacutebios de manta de lodo satildeo comumente utilizados em
tratamento de aacuteguas residuaacuterias por serem eficientes na remoccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica e
apresentarem consideraacutevel baixo custo inicial (QUAMBY FOSTER 1995 SEOLATTO
et al 2009)
324 A laranja como adsorvente
Segundo Batista (2014)
ldquoA casca da laranja encontra-se na literatura dos estudos de adsorccedilatildeo
mostrando um grande potencial na remoccedilatildeo de resiacuteduos em efluentes O
Brasil eacute um grande produtor de laranja no mundo atualmente em torno de
70 do suco consumido mundialmente eacute proveniente de plantaccedilotildees ou da
industrializaccedilatildeo da laranja no Brasil Apoacutes a extraccedilatildeo do suco na induacutestria da
laranja grande parte do fruto mais de 50 eacute de rejeitos soacutelidos
representados pela casca bagaccedilo e sementesrdquo (BATISTA 2014)
Aproximadamente 18 milhotildees de toneladas de laranja satildeo produzidas anualmente
no Brasil e o Estado de Satildeo Paulo eacute responsaacutevel por 74 dessa produccedilatildeo (IBGE 2012)
Em 2011 os resiacuteduos de laranja oriundos de induacutestrias de processamento como por
exemplo de produccedilatildeo de suco chegaram a gerar 95 milhotildees de toneladas de resiacuteduos
(CODESP 2011) Apesar de ser uma mateacuteria abundante e de baixo custo a principal
utilizaccedilatildeo dessa biomassa tem sido como complemento na alimentaccedilatildeo bovina Tal
25
complemento chamado de ldquopolpa ciacutetrica peletizadardquo eacute produzido a partir da secagem dos
resiacuteduos de laranja Ateacute meados de 1993 o produto era desconhecido pela pecuaacuteria
nacional pois desde a deacutecada de 70 a polpa ciacutetrica era exportada quase que integralmente
para a Europa (NEVES et al 2010)
A previsatildeo para exportaccedilatildeo do produto em 2012 era de 180 toneladas isso
considerando que haveria um aumento de 21 com relaccedilatildeo a 2011 (CODESP 2011) A
polpa ciacutetrica peletizada continua natildeo sendo empregada amplamente no Brasil gerando um
remanescente de aproximadamente 932 milhotildees de toneladas de resiacuteduos de laranja sem
destinaccedilatildeo especiacutefica Dessa forma a sua utilizaccedilatildeo como insumo de agente biossortivo
obtido aproximadamente a custo zero torna-se de grande valia na retirada de metais
pesados de meio aquoso
Como apontado por Batista (2014) os rejeitos de laranja satildeo apontados na literatura
como material de adsorccedilatildeo mostrando um grande potencial na remoccedilatildeo de metais Aacuteguas
residuaacuterias que incluem por exemplo cromo chumbo e prata apresentam resultados
promissores particularmente a biossorccedilatildeo do chumbo apresenta aproximadamente 99 de
eficaacutecia com relaccedilatildeo a concentraccedilotildees variadas de chumborejeito de laranja (MORAES et
al 2011 MASSOCATTO et al 2009 ALMEIDA et al 2012)
Apesar da eficaacutecia laboratorial da utilizaccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos de laranja (casca
bagaccedilo e semente) na descontaminaccedilatildeo de um meio aquoso observa-se a necessidade do
estabelecimento da conexatildeo entre as induacutestrias que proveriam esse resiacuteduo de laranja com
as que poderiam utilizaacute-lo como meacutetodo de tratamento assim revelou-se a oportunidade
de aplicar o conceito de Simbiose Industrial atraveacutes de uma anaacutelise inter-empresas
avaliando a potencialidade de intercacircmbio dos rejeitos industriais como fonte de mateacuteria-
prima para outros processos produtivos em induacutestrias do municiacutepio de Bebedouro estado
de Satildeo Paulo
26
4 METODOLOGIA
A metodologia desenvolvida neste trabalho pode ser agrupada e pormenorizada em
quatro etapas todas elas partindo de um levantamento e anaacutelise de referenciais teoacutericos
embasados em dados bibliograacuteficos O levantamento de dados realizado neste trabalho teve
como primeira aacuterea de abrangecircncia o estado de Satildeo Paulo Foram utilizados os bancos de
dados do IBGE CDSP CETESB USEPA entre outros e tambeacutem web sites artigos teses
e pesquisas acadecircmico cientiacuteficas
41 Levantamento bibliograacutefico
Caracterizou-se o processo de simbiose industrial como forma de reinserccedilatildeo de
resiacuteduos na cadeia produtiva e sua efetiva implantaccedilatildeo como possibilidade viaacutevel do
alcance do desenvolvimento sustentaacutevel
Realizou-se definiccedilatildeo teacutecnica do metal pesado chumbo e contextualizaccedilatildeo da
problemaacutetica do uso histoacuterico desse metal com ecircnfase para a problemaacutetica do uso na
atualidade
Desenvolveu-se a relaccedilatildeo entre o capitalismo atual que promove os ciclos abertos
de mateacuteria e energia caracteriacutestica de parte do sistema produtivo com ecircnfase para aqueles
que geram aacuteguas residuaacuterias contaminadas pelo metal pesado chumbo
Avaliaram-se os meacutetodos de remoccedilatildeo de metais-pesados de aacuteguas residuaacuterias com
especial atenccedilatildeo ao uso de biomassa vegetal como agente no processo de adsorccedilatildeo4 objeto
de estudo deste trabalho
A partir da escolha da biossorccedilatildeo como meacutetodo para o tratamento de efluentes
realizou-se um levantamento bibliograacutefico sobre usos de diversas biomassas vegetais que
apresentariam eficaacutecia comprovada e que tambeacutem poderiam ser encontradas em
abundacircncia
Constatou-se que o maior produtor de laranja do Brasil eacute o estado de Satildeo Paulo e
que a cadeia produtiva da transformaccedilatildeo do produto in natura em suco eacute tambeacutem em sua
4 Neste trabalho foi denominada de biossorccedilatildeo a adsorccedilatildeo realizada por meio da utilizaccedilatildeo de biomassa
vegetal
27
grande maioria realizada dentro do estado O processo referido gera quantidade abundante
de biomassa vegetal de laranja cuja eficaacutecia no tratamento de efluentes contaminados pelo
metal pesado chumbo pocircde ser comprovada por referencial teoacuterico
Definiu-se de consideraacutevel relevacircncia a realizaccedilatildeo de um estudo que busque
evidecircncias da aplicabilidade e viabilidade de uma proposta para o processo de simbiose
entre as induacutestrias estudadas no qual os resiacuteduos (bagaccedilosementecasca) de laranja
possam ser utilizados como meacutetodo de tratamento de aacutegua residuaacuteria contaminada no
processo de produccedilatildeo industrial
42 Levantamento e anaacutelise da produccedilatildeo de laranja no Estado de SP
Apoacutes constataccedilatildeo por meio da Revisatildeo Bibliograacutefica que o Estado de Satildeo Paulo eacute
o estado que se apresenta como maior produtor de laranja do Brasil realizou-se um
levantamento da produccedilatildeo de laranja por cidades do estado Utilizaram-se dados do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do ano de 2012 que correspondem
ao levantamento da produccedilatildeo total de diversos tipos de leguminosas frutas e sementes por
cidade
Posteriormente realizou-se a elaboraccedilatildeo de um mapa referente agrave produccedilatildeo de
laranja por cidade do estado de Satildeo Paulo com suporte do programa de geoprocessamento
ArcGis 1031
A partir da obtenccedilatildeo de dados referentes agrave produccedilatildeo de laranja por cidade com sua
respectiva espacializaccedilatildeo constatou-se acessando o cataacutelogo da Associaccedilatildeo Nacional de
Exportadores de Sucos e Ciacutetricos (CitrusBR) que o escoamento de 93 da produccedilatildeo total
do estado eacute proveniente do denominado cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo cuja definiccedilatildeo seraacute elucidada
no capiacutetulo 51 tem a seguinte destinaccedilatildeo trecircs grandes empresas fabricantes de suco de
laranja consumo in natura e pequenas induacutestrias produtoras de suco
A seguir as cidades levantadas neste trabalho e integrantes do cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo
foram aferidas sequencialmente em ordem decrescente de produccedilatildeo mediante acessos aos
cataacutelogos industriais da Federaccedilatildeo das Induacutestrias do Estado de Satildeo Paulo (FIESP 2014) e
do Centro das Induacutestrias do Estado de Satildeo Paulo (CIESP 2015) com o intuito de verificar
a existecircncia de escoamento de produccedilatildeo de laranja destinado a pequenas induacutestrias de suco
28
Foi realizado contato por meios eletrocircnicos com as induacutestrias constantes no
material pesquisado no qual foram requeridas informaccedilotildees sobre
1) Existecircncia da geraccedilatildeo de resiacuteduo de laranja
2) Destinaccedilatildeo dada ao resiacuteduo se este existir
3) Quantificaccedilatildeo diaacuteria eou mensal eou anual do resiacuteduo se este existir
4) Armazenamento do resiacuteduo se este existir
A Companhia Ambiental do estado de Satildeo Paulo (CETESB) foi contatada com o intuito
de requisitar vista do Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento (MCE) desta induacutestria
com objetivo de levantamento dos dados pertinentes ao desenvolvimento deste trabalho Os
dados solicitados agrave CETESB referentes a cada induacutestria constam no Anexo A e B
43 Levantamento e anaacutelise das induacutestrias com potencial poluidor
A partir da delimitaccedilatildeo da aacuterea de estudo verificou-se a necessidade da realizaccedilatildeo
um levantamento das induacutestrias que poderiam utilizar-se da biossorccedilatildeo como meacutetodo de
tratamento de efluentes
Para tal houve a necessidade de realizar uma relaccedilatildeo entre as categorias industriais
da Environmental Protection Agency ndash United States (USEPA) as quais levam em
consideraccedilatildeo em sua descriccedilatildeo os componentes que potencialmente seriam encontrados
em seus respectivos efluentes com as categorias industriais brasileiras disponibilizadas
pelo IBGE
Sucedendo-se a esta associaccedilatildeo e jaacute delimitada a aacuterea de pesquisa como sendo o
limite municipal da cidade de Bebedouro realizou-se a partir de pesquisa nos cataacutelogos
industriais da FIESP (2014) e da CIESP (2015) afericcedilatildeo das induacutestrias que estariam dentro
dos paracircmetros dispostos nas categorias industriais caracterizadas neste trabalho isto eacute as
que potencialmente conteriam chumbo em suas aacuteguas residuaacuterias
Um total de onze induacutestrias apresentaram os quesitos para serem categorizadas pelo
meacutetodo citado Um mapa referente agrave disposiccedilatildeo dessas induacutestrias foi efetuado no programa
ArcGis 1031 Subsequentemente a agecircncia da CETESB responsaacutevel pelo municiacutepio de
Bebedouro foi contatada a fim de se obter a vista dos processos MCE de cada uma das
induacutestrias com o intuito de verificar quais realmente continham chumbo em suas aacuteguas
29
residuaacuterias e quais as formas de tratamento efetuadas Apoacutes essa verificaccedilatildeo constatou-se
que duas induacutestrias adequavam-se ao propoacutesito deste trabalho
44 Exposiccedilatildeo do meacutetodo de tratamento aplicado na induacutestria
Pormenorizaccedilatildeo dos dados referentes aos efluentes destas empresas foram
analisados para que a partir de referencial teoacuterico em uma segunda etapa fossem
realizados os caacutelculos da demanda de resiacuteduos de laranja que tais induacutestrias utilizariam se
adotassem o meacutetodo de tratamento proposto
Atraveacutes de anaacutelise do mesmo referencial teoacuterico citado anteriormente foram
obtidas informaccedilotildees sobre o tratamento especiacutefico que o resiacuteduo deveria receber antes de
ser inserido no processo de tratamento Em sequecircncia realizou-se levantamento das
tecnologias que poderiam ser utilizadas no processamento desses resiacuteduos bem como
seleccedilatildeo das que mais se adequavam
Realizou-se levantamento de formas de inserccedilatildeo da biomassa em escala real de
tratamento
Um levantamento e anaacutelises de custos das tecnologias de processamento das
formas de inserccedilatildeo e do translado do resiacuteduo caso fosse utilizado os serviccedilos de uma
empresa transportadora foram realizados
30
5 LEVANTAMENTO DE DADOS
51 Distribuiccedilatildeo da produccedilatildeo de laranja no estado de Satildeo Paulo
Para o levantamento e espacializaccedilatildeo da produccedilatildeo de laranja no estado de Satildeo Paulo
foram coletados dados do site do IBGE referentes ao ano de 2013 Na Figura 5 satildeo
destacados os municiacutepios paulistas produtores de laranja conforme o total de produccedilatildeo da
fruta
Figura 5 ndash Disposiccedilatildeo dos municiacutepios produtores de laranja no Estado de Satildeo Paulo
Fonte IBGE (2013)
De acordo com a CitrusBR (2010) e com o Fundo de Defesa da Citricultura
(FUNDECITRUS 2015) existe uma aacuterea denominada de cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo cuja
delimitaccedilatildeo geograacutefica abrange 93 da produccedilatildeo de laranja do estado de Satildeo Paulo Essa
aacuterea eacute dividida em setores os quais satildeo denominados de norte sul centro noroeste e
sudoeste como apresentado na Figura 6
31
Figura 6 ndash Setores do cinturatildeo citriacutecola
Fonte Adaptado FUNDECITRUS (2015)
511 Distribuiccedilatildeo do consumo de laranja no estado de SP
Sabendo que aproximadamente 93 de toda a laranja produzida no estado de Satildeo
Paulo proveacutem do cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo a seguinte diferenciaccedilatildeo eacute feita pela CitrusBR
(2010) conforme sua destinaccedilatildeo a) 84 para trecircs grandes induacutestrias de suco de laranja as
quais possuem 18 faacutebricas distribuiacutedas em 16 municiacutepios do estado de SP e um localizado
no estado do Paranaacute b) 2 para pequenas induacutestrias produtoras de suco de laranja c) 7
ao consumo in natura
No Quadro 1 satildeo apresentadas informaccedilotildees de localizaccedilatildeo das unidades industriais
das trecircs grandes induacutestrias consumidoras da produccedilatildeo de laranja do estado de Satildeo Paulo
denominadas arbitrariamente de induacutestrias A B e C
32
Quadro 1 ndash Localizaccedilatildeo das unidades das induacutestrias A B e C
Induacutestria de suco de laranja Cidades
Induacutestria A
Bebedouro
Engenheiro Coelho
Matatildeo
Paranavaiacute (PR)
Santos
Induacutestria B
Araras
Catanduva
Matatildeo
Induacutestria C
Araraquara
Avareacute
Conchal
Colina
Cordeiroacutepolis
Duartina
Itaacutepolis
Porto Ferreira
Uchoa
Votuporanga
Fonte CITRUSBR (2010)
Na Figura 7 eacute possiacutevel visualizar em acircmbito estadual a disposiccedilatildeo geograacutefica das
filiais das induacutestrias A B e C
O potencial de geraccedilatildeo de resiacuteduos de laranja dessas unidades industriais eacute elevado
visto que 84 da produccedilatildeo do estado eacute absorvida por elas (CITRUSBR 2010) Poreacutem ao
acessar o conjunto de paacuteginas da internet dessas trecircs induacutestrias constatou-se que todo o
produto residual de laranja gerado jaacute tem como destinaccedilatildeo o processo de peletizaccedilatildeo
Assim uma vez que este resiacuteduo representa um valor comercial para estas induacutestrias natildeo
foram considerados tais dados no desenvolvimento deste trabalho
33
Figura 7 ndash Localizaccedilatildeo das filiais das induacutestrias de suco de laranja (A B e C)
Fonte CITRUSBR (2010)
Os 7 da produccedilatildeo de laranja que natildeo proveacutem do cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo natildeo teve seu
escoamento estudado fato que impossibilitou a utilizaccedilatildeo desses dados na realizaccedilatildeo das
anaacutelises requeridas para o desenvolvimento deste trabalho
Portanto considerou-se que 2 da produccedilatildeo de laranja proveniente do cinturatildeo
ldquocitriacutecolardquo aproximadamente 266400 toneladas5 serviria ao propoacutesito aludido
512 Seleccedilatildeo da induacutestria de suco
Reputando-se que os 2 da produccedilatildeo estadual de laranja citados localizam-se no
cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo (CITRUSBR 2010) realizou-se a identificaccedilatildeo de pequenas induacutestrias
5 Considerando a produccedilatildeo anual em torno de 18 milhotildees de toneladas e 74 deste total proveniente do
estado de Satildeo Paulo
34
produtoras de suco de laranja integrantes do cinturatildeo atraveacutes de acessos aos Cataacutelogos
Induacutestrias da CIESP (2015) e da FIESP (2014)
As cidades foram hierarquizadas de forma decrescente conforme o total de
produccedilatildeo anual de laranja Na sequecircncia ponderou-se a distinccedilatildeo de induacutestrias que
somente realizam o processo de embalagem do suco pronto das que realizam o processo
de fabricaccedilatildeo deste O levantamento cessou quando um total de duas induacutestrias foram
encontradas ambas localizadas na cidade de Bebedouro estado de Satildeo Paulo Vale
ressaltar que as cidades hierarquizadas como anteriores agrave Bebedouro natildeo apresentaram
induacutestrias de suco dentro dos limites municipais A Tabela 2 apresenta a produccedilatildeo anual
em toneladas para cada cidade do cinturatildeo citriacutecola
Tabela 3 ndash Cidades integrantes do cinturatildeo citriacutecola consideradas no levantamento de induacutestrias de suco
Cidades Produccedilatildeo (t ano-1)
Casa Branca 693 690
Mogi Guaccedilu 448 800
Itapetininga 392 716
Aacuteguas de Santa Barbara 364 100
Brotas 334 560
Bebedouro 326 570
Fonte IBGE (2012)
Das induacutestrias consultadas somente uma retornou o contato em tempo haacutebil para
desenvolvimento deste trabalho Essa induacutestria situa-se no Norte do cinturatildeo na cidade de
Bebedouro e a Figura 8 tem por finalidade mostrar sua disposiccedilatildeo geograacutefica dentro do
municiacutepio citado
As informaccedilotildees fornecidas pela empresa denotam que existe produccedilatildeo de resiacuteduo
de laranja sem destinaccedilatildeo determinada (informaccedilatildeo verbal)6 Poreacutem natildeo foram cedidas
dados referentes a quantidade desse resiacuteduo gerado por dia mecircs eou ano e nem sobre a
forma de armazenamento eou disposiccedilatildeo do mesmo
6 Dados fornecidos por funcionaacuterio em entrevista por telefone
35
Figura 8 ndash Induacutestria de suco geradora de resiacuteduos de laranja localizada na cidade de Bebedouro
Fonte CIESP (2015) FIESP (2014)
5121 Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento (MCE)
O MCE eacute um documento exigido como parte integrante das Licenccedilas Preacutevias de
Instalaccedilatildeo e Operaccedilatildeo do Empreendimento (G3 GEOTECNOLOGIAS c2014)
Em pesquisa realizada em websites de diversas prefeituras (Campinas Satildeo Paulo e
Ribeiratildeo Preto) constatou-se que cada cidade tem seu proacuteprio modelo de MCE poreacutem
todos seguem o modelo baacutesico fornecido pela CETESB que margeia os seguintes itens
Identificaccedilatildeo do empreendimentoatividade
Relaccedilatildeo de mateacuterias primas
Relaccedilatildeo de produtos
Relaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos
36
Croqui de localizaccedilatildeo
Fluxograma
Combustiacuteveis
Informaccedilotildees sobre chamineacutes
Fontes de poluiccedilatildeo do ar
Equipamentos para controle de poluiccedilatildeo do ar
Balanccedilo hiacutedrico
Efluentes liacutequidos
Resumo de lanccedilamentos
Resiacuteduos soacutelidos
Armazenamento e tratamentodisposiccedilatildeo final dos resiacuteduos soacutelidos
Fontes de poluiccedilatildeo por ruiacutedo
A agecircncia da CETESB responsaacutevel pelo muniacutecipio de Bebedouro localiza-se na
cidade de Barretos e por meio de e-mails telefonemas e pedidos formais requisitou-se
vista do MCE da induacutestria mencionada no item anterior
Apoacutes verificaccedilatildeo constatou-se que a induacutestria produtora de suco possui Certificado
de Dispensa de Licenccedila portanto natildeo possui MCE impossibilitando o recolhimento de
dados por este meio
52 Categorias industriais de acordo com o tipo de efluente gerado7
A partir das praacuteticas industriais descargas de aacuteguas pluviais tecnologias e accedilotildees
que previnam a poluiccedilatildeo tratamento de efluentes e caracteriacutesticas econocircmicas a USEPA
realiza anaacutelises que possuem como princiacutepio baacutesico o incentivo agrave reduccedilatildeo da geraccedilatildeo de
poluentes que sejam ao mesmo tempo economicamente viaacuteveis Assim com base em
normas e limites para a descarga de efluentes em aacuteguas superficiais e em estaccedilotildees de
7 Chumbo geralmente natildeo eacute o uacutenico metal encontrado em aacuteguas residuaacuterias industriais desse seguimento
37
tratamento a proacutepria USEPA realizou uma categorizaccedilatildeo das induacutestrias conforme o tipo de
efluente gerado
As categorias industriais que nesta categorizaccedilatildeo da USEPA apresentavam limites
restritivos para a emissatildeo de efluentes contaminados pelo metal pesado chumbo satildeo
apresentadas a seguir
Battery Manufacturing
Centralized Waste Treatment
Copper Forming
Electrical and Electronic Components
Electroplating
Glass Manufacturing
Inorganic Chemicals
Iron and Steel Manufacturing
Metal Finishing
Metal Molding and Casting (Foundries)
Metal Products and Machinery
Nonferrous Metals Forming and Metal Powders
Nonferrous Metals Manufacturing
Ore Mining and Dressing (Hard Rock Mining)
Organic Chemicals Plastics and Synthetic Fibers (OCPSF)
Pesticide Chemicals Manufacturing Formulating and Packaging
Porcelain Enameling
Rubber Manufacturing
Transportation Equipment Cleaning Manufacturing
No Brasil o IBGE realizou em 2008 um estudo que reuniu informaccedilotildees
econocircmicas e financeiras sobre os setores industriais brasileiros o qual apresenta dados
sobre receita custos e valor de produccedilatildeo por exemplo Neste estudo tambeacutem satildeo
enumerados todos os setores industriais
38
O quadro 2 tem por finalidade relacionar as categorias americanas catalogadas pela
USEPA que podem apresentar chumbo em seus efluentes com os respectivos setores
industriais brasileiros
Quadro 2 ndash Relaccedilatildeo entre categorias industriais americanas e brasileiras
Categoria US EPA Categoria IBGE
Ore Mining and Dressing (Hard Rock Mining) Extraccedilatildeo de minerais metaacutelicos
Inorganic Chemicals
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos
Organic Chemicals Plastics and Synthetic
Fibers (OCPSF)
Pesticide Chemicals Manufacturing
Formulating and Packaging
Copper forming
Porcelain Enameling Fabricaccedilatildeo de produtos de minerais natildeo-
metaacutelicos Glass Manufacturing
Electroplating
Metalurgia baacutesica ou
Fabricaccedilatildeo de produtos de metal
(exceto maacutequinas e equipamentos)
Iron and Steel Manufacturing
Metal Finishing
Metal Molding and Casting (Foundries)
Nonferrous Metals Forming and Metal
Powders
Nonferrous Metals Manufacturing
Electrical and Electronic Components Fabricaccedilatildeo de maacutequinas aparelhos e
materiais eleacutetricos Battery Manufacturing
Transportation Equipment Cleaning
Manufacturing Fabricaccedilatildeo equipamentos de transporte
Centralized Waste Treatment Reciclagem
Fonte elaborado a partir de dados de USEPA (2014) IBGE (2008)
No Quadro 3 eacute possiacutevel verificar as categorias industriais do IBGE que tambeacutem
constam no Quadro 2 com as suas respectivas subcategorias estas embasam de maneira
mais especiacutefica a correlaccedilatildeo estabelecida
39
Quadro 3 ndash Categorias e subcategorias industriais de acordo com o IBGE
Categoria IBGE Subcategoria IBGE
Extraccedilatildeo de minerais metaacutelicos Extraccedilatildeo de minerais metaacutelicos natildeo-ferrosos
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos inorgacircnicos
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos orgacircnicos
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas
Fabricaccedilatildeo de tintas vernizes lacas e produtos afins
Fabricaccedilatildeo de fibras fios cabos e filamentos contiacutenuos artificiais e sinteacuteticos
Fabricaccedilatildeo de artigos de borracha e material plaacutestico
Fabricaccedilatildeo de artigos de borracha
Fabricaccedilatildeo de produtos de material plaacutestico
Fabricaccedilatildeo de produtos de minerais natildeo-metaacutelicos
Fabricaccedilatildeo de vidro e de produtos do vidro
Metalurgia baacutesica
Produccedilatildeo de ferro-gusa e de ferroligas
Siderurgia
Fabricaccedilatildeo de tubos (exceto em sideruacutergicas)
Fundiccedilatildeo
Fabricaccedilatildeo de produtos de metal
(exceto maacutequinas e equipamentos)
Fabricaccedilatildeo de estruturas metaacutelicas e obras de caldeiraria pesada
Fabricaccedilatildeo de tanques caldeiras e reservatoacuterios metaacutelicos
Forjaria estamparia metalurgia do poacute e serviccedilos de tratamento de metais
Fabricaccedilatildeo de artigos de cutelaria de serralheria e ferramentas manuais
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de tanques caldeiras e reservatoacuterios metaacutelicos
Fabricaccedilatildeo de produtos de metal natildeo especificados anteriormente
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas e
equipamentos
Fabricaccedilatildeo de motores bombas compressores e equipamentos de transmissatildeo
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos de uso Geral
Fabricaccedilatildeo de tratores e de maacutequinas e equipamentos para a agricultura e pecuaacuteria
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas-ferramenta
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos de usos na extraccedilatildeo mineral e construccedilatildeo
Fabricaccedilatildeo de outras maacutequinas e equipamentos de uso especiacutefico
Fabricaccedilatildeo de armas municcedilotildees e equipamentos militares
Fabricaccedilatildeo de eletrodomeacutesticos
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas
aparelhos e materiais eleacutetricos
Fabricaccedilatildeo de geradores transformadores e motores eleacutetricos
Fabricaccedilatildeo de equipamentos para distribuiccedilatildeo e controle de energia eleacutetrica
Fabricaccedilatildeo de fios cabos e condutores eleacutetricos isolados
Fabricaccedilatildeo de pilhas baterias e acumuladores eleacutetricos
Fabricaccedilatildeo de lacircmpadas e equipamentos de iluminaccedilatildeo
Fabricaccedilatildeo de material eleacutetrico para veiacuteculos - exceto baterias
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de maacutequinas aparelhos e materiais eleacutetricos
Fabricaccedilatildeo de outros equipamentos e aparelhos eleacutetricos
Fabricaccedilatildeo de material eletrocircnico baacutesico
Fabricaccedilatildeo de material eletrocircnico e de aparelhos e equipamentos de comunicaccedilotildees
Fabricaccedilatildeo de aparelhos receptores de raacutedio e televisatildeo e de reproduccedilatildeo gravaccedilatildeo ou amplificaccedilatildeo de som e viacutedeo
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de aparelhos e equipamentos de telefonia radiotelefonia e de transmissores de televisatildeo e raacutedio (exceto telefones)
Fabricaccedilatildeo de outros equipamentos de transporte
Fabricaccedilatildeo de outros equipamentos de transporte
40
Reciclagem Reciclagem de sucatas metaacutelicas
Fonte elaborado a partir de IBGE (2008)
Em anaacutelise comparativa dos aspectos das categorias industriais americanas
catalogadas pela USEPA com as respectivas especificaccedilotildees das categorias e subcategorias
industriais catalogadas pelo IBGE eacute possiacutevel afirmar que estas possuem similaridade
Assim conclui-se que potencialmente tais categorias e subcategorias listadas no Quadro
3 satildeo passiacuteveis de possuir o metal pesado chumbo em suas aacuteguas residuaacuterias Na Tabela 4
observa-se a quantidade de induacutestrias presentes em cada uma das subcategorias de acordo
com levantamento realizado pelo IBGE no ano de 2003
Tabela 4 ndash Nuacutemero de induacutestrias de acordo com as subcategorias industriais do IBGE
(continua)
Subcategorias industriais Nordm
Extraccedilatildeo de minerais metaacutelicos natildeo-ferrosos 61
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos inorgacircnicos 374
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos orgacircnicos 426
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas 67
Fabricaccedilatildeo de fibras fios cabos e filamentos contiacutenuos artificiais e sinteacuteticos 38
Fabricaccedilatildeo de artigos de borracha 1540
Fabricaccedilatildeo de produtos de material plaacutestico 5545
Fabricaccedilatildeo de vidro e de produtos do vidro 416
Produccedilatildeo de ferro-gusa e de ferroligas 99
Siderurgia 237
Fabricaccedilatildeo de tubos (exceto em sideruacutergicas) 165
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 449
Fundiccedilatildeo 798
Fabricaccedilatildeo de estruturas metaacutelicas e obras de caldeiraria pesada 3475
Fabricaccedilatildeo de tanques caldeiras e reservatoacuterios metaacutelicos 363
Forjaria estamparia metalurgia do poacute e serviccedilos de tratamento de metais 2628
Fabricaccedilatildeo de artigos de cutelaria de serralheria e ferramentas manuais 1910
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de tanques caldeiras e reservatoacuterios metaacutelicos 83
Fabricaccedilatildeo de produtos diversos de metal 4215
Fabricaccedilatildeo de motores bombas compressores e equipamentos de transmissatildeo 1041
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos de uso geral 2271
Fabricaccedilatildeo de tratores e de maacutequinas e equipamentos para a agricultura e pecuaacuteria 754
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas-ferramenta 540
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos de usos na extraccedilatildeo mineral e construccedilatildeo 227
41
Fabricaccedilatildeo de outras maacutequinas e equipamentos de uso especiacutefico 1715
Tabela 3 ndash Nuacutemero de induacutestrias de acordo com as subcategorias industriais do IBGE
(conclusatildeo)
Subcategorias industriais Nordm
Fabricaccedilatildeo de armas municcedilotildees e equipamentos militares 8
Fabricaccedilatildeo de eletrodomeacutesticos 427
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos 1071
Fabricaccedilatildeo de geradores transformadores e motores eleacutetricos 396
Fabricaccedilatildeo de equipamentos para distribuiccedilatildeo e controle de energia eleacutetrica 454
Fabricaccedilatildeo de fios cabos e condutores eleacutetricos isolados 239
Fabricaccedilatildeo de pilhas baterias e acumuladores eleacutetricos 103
Fabricaccedilatildeo de lacircmpadas e equipamentos de iluminaccedilatildeo 482
Fabricaccedilatildeo de material eleacutetrico para veiacuteculos - exceto baterias 173
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de maacutequinas aparelhos e materiais eleacutetricos 129
Fabricaccedilatildeo de outros equipamentos e aparelhos eleacutetricos 460
Fabricaccedilatildeo de material eletrocircnico baacutesico 421
Fabricaccedilatildeo de material eletrocircnico e de aparelhos e equipamentos de comunicaccedilotildees 238
Fabricaccedilatildeo de aparelhos receptores de raacutedio e televisatildeo e de reproduccedilatildeo gravaccedilatildeo
ou amplificaccedilatildeo de som e viacutedeo 194
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de aparelhos e equipamentos de telefonia e radiotelefonia
e de transmissores de televisatildeo e raacutedio (exceto telefones) 21
Fabricaccedilatildeo de outros equipamentos de transporte 301
Reciclagem de sucatas metaacutelicas 103
Fonte elaborado a partir de IBGE (2003)
Analisando a Tabela 4 contata-se que ao todo no ano de 2003 existiam 34657
induacutestrias com potencial poluidor pelo metal chumbo no Brasil
521 Levantamento das induacutestrias com potencial poluidor
Apoacutes a seleccedilatildeo da induacutestria produtora de suco de laranja a ser estudada realizou-se
um levantamento de dados buscando averiguar todas as induacutestrias passiacuteveis de serem
enquadradas nas categorias e subcategorias industriais mencionadas na Tabela 3
42
Analisados os cataacutelogos industriais da FIESP (2015) a da CIESP (2014) verificou-se
que um total de onze induacutestrias adequavam-se agraves subcategorias citadas neste trabalho Tais
induacutestrias foram denominadas sequencialmente de 1 a 11 e estatildeo descritas na Tabela 4
Tabela 5 ndash Induacutestrias com potencial poluidor por chumbo localizadas na cidade de Bebedouro ndash SP
Categoria IBGE Identificaccedilatildeo da induacutestria
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 1
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 2
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 3
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 4
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 5
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 6
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 7
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas 8
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas 9
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas 10
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas 11
Fonte adaptado de CIESP (2014) FIESP (2015)
Na Figura 9 verifica-se a disposiccedilatildeo dessas induacutestrias dentro do limite municipal da
cidade de Bebedouro ndash SP
43
Figura 9 ndash Induacutestrias com potencial poluidor
Fonte CIESP (2014) FIESP (2015)
As induacutestrias apresentadas na tabela 8 foram enquadradas pelas categorias
industriais que apresentavam o potencial poluidor descrito neste trabalho No entanto
algumas destas apresentavam mais de um processo produtivo o que demandaria anaacutelises
caso a caso para realizaccedilatildeo de enquadramentos mais especiacuteficos
5211 Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento (MEC)
Sendo a descriccedilatildeo do MCE caracterizada no item 5121 afirma-se que para
desenvolvimento da parte subsequente da metodologia utilizada para desenvolvimento
deste trabalho foram coletadas as seguintes informaccedilotildees nos processos requeridos o
balanccedilo hiacutedrico e efluentes liacutequidos das induacutestrias citadas na Tabela 5
44
Induacutestria 1 ndash a Tabela 6 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem A
Tabela 7 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 6 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 1
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 709
Usos ndash
Sanitaacuterios 637
Industrial 072
Outros 0
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 129
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 510
Industrial 070
Outros 0
Total de efluentes 580
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 401011015
Tabela 7 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 1
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Metalurgia de metais natildeo ferrosos
Vazatildeo 07
Vazatildeo de lanccedilamento 07
Meacutetodo de tratamento
Correccedilatildeo de pH e agitaccedilatildeo mecacircnica
Floculaccedilatildeo mecacircnica
Filtraccedilatildeo
Disposiccedilatildeo final Outros
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 51
Vazatildeo de lanccedilamento 51
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 401011015
45
Anaacutelises de controle para a fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua proveniente da metalurgia de
metais natildeo-ferroso satildeo realizadas e os resultados disponiacuteveis constam na Tabela 8
Tabela 8 ndash Anaacutelise do efluente proveniente da metalurgia de metais natildeo ferrosos antes e apoacutes tratamento
Paracircmetros Aacutegua bruta (entrada) Efluente industrial (saiacuteda)
Temperatura da aacutegua (ordm C) 25
pH 6
Houve periacuteodos de chuva
durante a coleta tratamento Sim
Chumbo (mg L-1) 2570 0305
Norma 6010 C
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 401011015
Induacutestria 2 ndash natildeo possui (ou natildeo foi informado) os dados para o balanccedilo hiacutedrico A
Tabela 9 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 9 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 2
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 056
Vazatildeo de lanccedilamento 056
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 401026315
Induacutestria 3 ndash a Tabela 10 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 11 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 10 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 3
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 600
46
Usos ndash
Sanitaacuterios 490
Industrial 0
Outros domeacutestico 110
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 208
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 392
Industrial 0
Outros 0
Total de efluentes 392
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400003213
Tabela 11 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 3
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 392
Vazatildeo de lanccedilamento 392
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400003213
Induacutestria 4 ndash possui Certificado de Dispensa de Licenccedila - natildeo possui o MCE
Induacutestria 5 ndash a Tabela 12 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 13 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 12 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 5
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado Nd
Usos ndash
Sanitaacuterios 336
Industrial 0
Outros domeacutestico 0
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 067
47
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 269
Industrial 0
Outros 0
Total de efluentes 269
Nd ndash informaccedilatildeo natildeo estava disponiacutevel
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400025612
Tabela 13 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 5
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 269
Vazatildeo de lanccedilamento 269
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400025612
Induacutestria 6 ndash a Tabela 14 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 15 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 14 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 6
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 4066
Usos ndash
Sanitaacuterios 630
Industrial 0
Outros consumo 3466
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 067
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 504
Industrial 0
Outros 3562
Total de efluentes 4066
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedilas nordm
400002814 e 400004314
48
Tabela 15 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 6
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Metalurgia de alumiacutenio e ligas
Vazatildeo Nd
Vazatildeo de lanccedilamento Nd
Meacutetodo de tratamento Nd
Disposiccedilatildeo final Nd
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 504
Vazatildeo de lanccedilamento 504
Meacutetodo de tratamento Filtro anaeroacutebio
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Nd ndash informaccedilotildees natildeo estavam disponiacuteveis
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedilas nordm 400002814 e 400004314
No MCE da referida foram apresentadas anaacutelises de controle para a fonte de
poluiccedilatildeo da aacutegua proveniente da metalurgia de alumiacutenio e ligas as quais foram
disponibilizadas em forma de relatoacuterio de ensaio Os relatoacuterios de ensaios para a) massa
bruta conforme NBR 10004 de 20048 (Tabela 16) b) lixiviaccedilatildeo conforme NBR 10005 de
20049 (Tabela 17) c) solubilizaccedilatildeo conforme NBR 10006 de 200410 (Tabela 18)
Tabela 16 ndash resultado do ensaio para massa bruta
Paracircmetro Resultado VMP LQ Unidade Meacutetodo de referecircncia
Chumbo 1550 Entre 200 e 125 01 mg kg-1 3111-B
VMP ndash Valores miacutenimos eou maacuteximos permitidos pela normalegislaccedilatildeo LQ ndash Limite de
quantificaccedilatildeo Dados de amostragem a) Massa da amostra seca 18385 g
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedilas nordm 400002814 e 400004314
8 NBR 10004 de 2004 a norma tem por funccedilatildeo a classificaccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos quanto aos seus
potenciais riscos agrave sauacutede puacuteblica e ao meio ambiente Materiais radioativos natildeo satildeo abrangidos nesta norma
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR ISO 10004 resiacuteduos soacutelidos ndash
classificaccedilatildeo 2004
9 NBR 10005 de 2004 tal norma tem por finalidade estipular os requisitos para obtenccedilatildeo de extrato lixiviado
dos resiacuteduos soacutelidos classificados na norma ABNT NBR 10004 como classe I ndash perigosos e classe II ndash natildeo
perigosos ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR ISO 10004 procedimento para
obtenccedilatildeo de extrato lixiviado de resiacuteduos soacutelidos 2004
10 NBR 10006 de 2004 essa norma fomenta os requisitos exigiacuteveis para obtenccedilatildeo de extrato solubilizado dos
resiacuteduos soacutelidos especificados pela ABNT NBR 10004 como classe IIA ndash natildeo inertes e classe IIB ndash inertes
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR ISO 10004 procedimento para obtenccedilatildeo
de extrato solubilizado de resiacuteduos soacutelidos 2004
49
De acordo com a NBR 10005 de 2004 lixiviaccedilatildeo eacute
ldquoProcesso para determinaccedilatildeo da capacidade de transferecircncia de substacircncias
orgacircnicas e inorgacircnicas presentes no resiacuteduo soacutelido por meio de dissoluccedilatildeo no
meio extrator (NBR 10005 2004)rdquo
Tabela 17 ndash resultado do ensaio para lixiviaccedilatildeo
Paracircmetro Resultado VMP LQ Unidade Meacutetodo de referecircncia
Chumbo 012 100 01 mg L-1 3111-B
VMP ndash Valores miacutenimos eou maacuteximos permitidos pela normalegislaccedilatildeo LQ ndash Limite de
quantificaccedilatildeo Dados de amostragem a) Massa da amostra seca 100 g b) Concentraccedilatildeo de soacutelidos
9572 c) Inicial 773 d) Tempo de lixiviaccedilatildeo 20 horas e) Volume total de extrato obtido 2000 mL
e f) Final 518
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedilas nordm 400002814 e 400004314
Tabela 18 ndash resultado do ensaio para solubilizado
Paracircmetro Resultado VMP LQ Unidade Meacutetodo de referecircncia
Chumbo 013 001 01 mg L-1 3111-B
VMP ndash Valores miacutenimos eou maacuteximos permitidos pela normalegislaccedilatildeo LQ ndash Limite de
quantificaccedilatildeo Dados de amostragem a) Massa da amostra seca 500 g b) Tempo de solubilizaccedilatildeo 7
dias c) Volume total de extrato solubilizado 2000 mL
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedilas nordm 400002814 e 400004314
Induacutestria 7 ndash a Tabela 19 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 20 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 19 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 7
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 753
Usos ndash
Sanitaacuterios 743
Industrial 010
Outros 0
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 159
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 594
Industrial 0
50
Outros 0
Total de efluentes 594
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400029313
Tabela 20 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 7
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 594
Vazatildeo de lanccedilamento 594
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400029313
Induacutestria 8 ndash a Tabela 21 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 22 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 21 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 8
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 301
Usos ndash
Sanitaacuterios 301
Industrial 0
Outros 0
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 0
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 241
Industrial 0
Outros 060
Total de efluentes 301
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400029511
51
Tabela 22 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 8
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 241
Vazatildeo de lanccedilamento 241
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400029511
Induacutestria 9 ndash a Tabela 23 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 24 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 23 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 9
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 450
Usos ndash
Sanitaacuterios 168
Industrial 282
Outros 0
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 280
Perdas por evaporaccedilatildeo 134
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 134
Industrial 0
Outros 0
Total de efluentes 134
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400027112
Tabela 24 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 9
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
52
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 134
Vazatildeo de lanccedilamento 134
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400027112
Induacutestria 10 ndash possui Certificado de Dispensa de Licenccedila e por isso natildeo
apresentava os dados do MCE
Induacutestria 11 ndash natildeo possui (ou foi informado) os dados para o balanccedilo hiacutedrico a
Tabela 25 apresenta os dados das fontes de poluiccedilatildeo
Tabela 25 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 11
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 202
Vazatildeo de lanccedilamento 202
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400011113
Analisando os dados obtidos constata-se que somente duas induacutestrias as
denominadas 1 e 6 poderiam utilizar do meacutetodo de tratamento de efluentes proposto por
este trabalho visto que da relaccedilatildeo das onze induacutestrias duas natildeo apresentavam MCE
devido agrave dispensa de apresentaccedilatildeo e as outras sete induacutestrias natildeo apresentaram outra fonte
de poluiccedilatildeo da aacutegua a natildeo ser o esgoto sanitaacuterio
Em todas as tabelas referentes agraves fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua nota-se que os
resultados referentes a vazatildeo de lanccedilamento natildeo apresentavam variaccedilatildeo com relaccedilatildeo aos
resultados referentes a vazatildeo isso ocorreu devido agrave ausecircncia de processos que
ocasionariam o aumento ou diminuiccedilatildeo dessa
53
53 Biossorccedilatildeo
A partir de um estudo realizado por Montanher e Rollemberg (2011) constatou-se
que o processo de biossorccedilatildeo de chumbo pelo resiacuteduo de laranja eacute efetivo na situaccedilatildeo in
natura destes
O estudo foi realizado a partir da amostragem de quatro tipos de efluentes
industriais dentre os quais trecircs enquadravam-se nas categorias industriais com potencial
de conter chumbo em seus efluentes sendo elas
Induacutestria de chapas metaacutelicas ndash que se enquadra na categoria de ldquofabricaccedilatildeo de
produtos de metal ndash exceto maacutequinas e equipamentosrdquo (efluente 1)
Induacutestria de baterias automotivas ndash que se enquadra na categoria de ldquofabricaccedilatildeo
de pilhas baterias e acumuladores eleacutetricosrdquo (efluente 2)
Induacutestria de galvanoplastia ndash que se enquadra na categoria de ldquofabricaccedilatildeo de
produtos de metal ndash exceto maacutequinas e equipamentosrdquo (efluente 3)
A preparaccedilatildeo da biomassa in natura foi realizada da seguinte maneira
ldquoO bagaccedilo de laranja foi triturado em um liquidificador lavado com aacutegua
de torneira ateacute que a soluccedilatildeo resultante natildeo apresentasse nenhum tipo de
coloraccedilatildeo enxaguado com aacutegua destilada e seco em estufa a 70ordmC por 8
horasrdquo (MONTANHER ROLLEMBERG 2011)
Importante ressaltar que os efluentes foram coletados antes de qualquer tratamento
preacutevio e que a lavagem da casca de laranja foi realizada ateacute que a soluccedilatildeo montante natildeo
apresentasse nenhuma coloraccedilatildeo para natildeo haver alteraccedilatildeo da cor final dos efluentes natildeo
havendo necessidade da realizaccedilatildeo de tal procedimento
Quando as autoras referem-se a bagaccedilo este pode ser igualmente comparado aos
resiacuteduos de laranja (cascabagaccedilosementes)
O ensaio para determinaccedilatildeo do iacutendice de adsorccedilatildeo foi realizado em sistema com 3 g de
bagaccedilo de laranja in natura na dosagem de 100 mL dos efluentes numa vazatildeo de 3 mL min-1
Na Tabela 26 verificam-se a quantidade de chumbo por litro incialmente presentes
nos efluentes os respectivos resultados obtidos a partir do tratamento realizado com
resiacuteduos de laranja in natura e os pH referentes agraves amostras brutas e tratadas
54
Tabela 26 ndash Resultados das anaacutelises para cada efluente
Tipos de efluentes Pb (mg L-1) pH
Efluente 1 (induacutestria de chapas metaacutelicas)
Antes do tratamento 944 388
Bagaccedilo in natura Nd 353
Efluente 2 (induacutestria de bateria automotiva)
Antes do tratamento 510 lt1
Bagaccedilo in natura 269 lt1
Efluente 3 (induacutestria de galvanoplastia)
Antes do tratamento Nd 238
Bagaccedilo in natura Nd 340
Nd ndash Natildeo detectado
Fonte adaptado MONTANHER ROLLEMBERG (2011)
Analisando a Tabela 26 observou-se que para o efluente 2 no qual o pH eacute aacutecido (lt
1) oriundo do uso de aacutecido sulfuacuterico para fabricaccedilatildeo de baterias a eficaacutecia natildeo foi a
esperada apresentando um resultado de apenas 5275 de adsorccedilatildeo de chumbo pelo
bagaccedilo de laranja in natura
Os resultados apresentados pelo efluente 1 podem ser analisados como excelentes
visto que a presenccedila de chumbo natildeo foi detectada ao final do processo
Jaacute o efluente 3 natildeo apresentou o metal chumbo na amostra bruta o que caracteriza
que as categorias industriais citadas neste trabalho apresentam possibilidades relativas de
poluiccedilatildeo com chumbo
Assim da afirmaccedilatildeo de Kuyucak e Volesky (1989) que diz que os valores de pH
afetam o processo de biossorccedilatildeo e com os dados obtidos na Tabela 26 eacute possiacutevel notar que
haacute desempenho significativo para valores de pH em torno 35 Assim pode-se afirmar que
a faixa oacutetima de pH para realizaccedilatildeo de biossorccedilatildeo de chumbo pelo resiacuteduo da laranja varia
de aproximadamente 35 ateacute 7 visto que para valores acima desse limite ocorre a formaccedilatildeo
de hidroacutexido de chumbo (SKOOG et al 2006) Valores mais especiacuteficos da faixa oacutetima de
pH podem ser obtidos atraveacutes da realizaccedilatildeo de mais experimentos e anaacutelises
Para a elaboraccedilatildeo desta pesquisa outros projetos trabalhos anaacutelises e ensaios foram
consultados com o intuito de corroborar partes teoacutericas no entanto as conclusotildees
apresentadas por estes natildeo foram consideradas no presente item pois todas as anaacutelises com os
respectivos resultados foram obtidos a partir de um efluente artificialmente contaminado por
chumbo o que natildeo condiz com o objetivo primeiro deste trabalho isto eacute anaacutelise da
possibilidade de implantaccedilatildeo de uma simbiose industrial
55
531 Reduccedilatildeo do tamanho do resiacuteduo
A reduccedilatildeo dos resiacuteduos ateacute que estes apresentem-se em forma de um poacute eacute
importante visto que haacute um aumento da superfiacutecie de contato induzindo uma maior
eficiecircncia no processo de biossorccedilatildeo por meio da aceleraccedilatildeo da velocidade de reaccedilatildeo
(ATKINS JONES 2006)
Assim mesmo este sendo o primeiro processo realizado na preparaccedilatildeo dos resiacuteduos
na pesquisa citada no item anterior o presente toacutepico buscou tecnologias que promoveriam
a cominuiccedilatildeo de resiacuteduos jaacute secos visto que de acordo com Fellows (2006) o processo de
transformaccedilatildeo de alimentos em poacute eacute facilitado quando ocorrido nesse estado
A seguir satildeo descritos alguns equipamentos utilizados para reduzir o tamanho de
alimentos secos de acordo com Fellows (2006)
Moinho de bolas ndash cilindros de accedilo que giram lentamente utilizados para produzir
poacutes
Moinho de discos ndash empregam forccedilas de cisalhamento na moagem fina ou forccedilas
de cisalhamento mais impacto para moagem grosseira
Moinho de martelos ndash utilizado para mateacuterias cristalinos e fibrosos os quais satildeo
desintegrados pela accedilatildeo dos martelos
532 Desidrataccedilatildeo do resiacuteduo
De acordo com Fellows (2006) desidrataccedilatildeo eacute definida como a aplicaccedilatildeo de calor
sob condiccedilotildees controladas com a finalidade de remover aacutegua normalmente presente nos
alimentos Alguns equipamentos a ar quente definidos por Fellows (2006) satildeo
Secadores de caixa ndash podendo ter vaacuterios metros de altura permite que a umidade
seja uniformizada poreacutem eacute importante que o alimento seja suficientemente resistente para
resistir agrave compressatildeo
56
Secadores de cacircmara ndash utilizados para pequenas escalas de produccedilatildeo (1 a 20 t d-1)
apresentam baixo custo de implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo muitas vezes necessitam de auxiacutelio
de outros tipos de secadores
Secadores de tuacutenel ndash apresentam capacidade para secar grandes quantidades de
alimento em curtos periacuteodos de tempo necessitam de auxiacutelio dos secadores de caixa
Secadores transportadores ndash utilizados para secagem em grande escala (55 t h-1)
secagem finalizada em secadores de caixa
Secadores de leito fluidizado ndash distribuem ar em alta velocidade de forma
homogecircnia pela cacircmara fazendo com que o alimento fique suspenso no ar sendo
vigorosamente agitado
Secadores de forno ndash construccedilotildees de dois andares que requerem alto custo de
implementaccedilatildeo e matildeo de obra
Secadores pneumaacuteticos ndash apresentam baixas taxas de investimento inicial e
manutenccedilatildeo e altas taxas de secagem Sua produtividade varia de 10 kg h-1 a 25 t h-1
Frequentemente utilizados apoacutes secador por spray
Secadores rotatoacuterios ndash altas taxas de secagem indicado para alimentos que
entrelaccedilam e aglomeram nos secadores de esteira
Secadores em spray ndash apresentam como vantagens a secagem raacutepida e a produccedilatildeo
contiacutenua baixos custos de matildeo de obra e operaccedilatildeo poreacutem apresentam elevado custo
inicial
Secagem solar ndash operaccedilatildeo de processamento agriacutecola mais utilizada no mundo
geralmente os alimentos satildeo dispostos ao ar livre Meacutetodos sofisticados utilizam-se da
energia solar para realizar a secagem dos alimentos Tecnologias simples e baratas sem
necessidade de energia ou matildeo de obra
A desidrataccedilatildeo tem por objetivo o prolongamento da vida uacutetil inibindo atividade
enzimaacutetica e crescimento microbiano poreacutem a temperatura de processamento costuma natildeo
ser suficiente para inativaccedilatildeo destes assim se houver aumento do teor de umidade durante
a estocagem ocorreraacute raacutepida deterioraccedilatildeo da mateacuteria em questatildeo A estocagem do material
desidratado deve ser realizada em local limpo (reduccedilatildeo dos meios contaminantes) e arejado
(o qual impediria a proliferaccedilatildeo de animais e micro-organismos) (FELLOWS 2006)
57
6 ANAacuteLISES E DISCUSSOtildeES DE DADOS
61 Aacuterea de estudo
Para realizaccedilatildeo deste estudo foi selecionado o municiacutepio de Bebedouro que estaacute
situado no norte do estado de Satildeo Paulo Pertencendo agrave microrregiatildeo da Serra de
Jaboticabal e mesorregiatildeo de Ribeiratildeo Preto Bebedouro possui uma aacuterea de 683192 Kmsup2
e uma populaccedilatildeo de aproximadamente 78000 habitantes (Figura 10) O clima eacute tropical e
ameno com temperatura em torno de 23 graus Celsius (IBGE c2014 IZIDORO FILHO
1991)
Figura 10 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea de estudos
Fonte IBGE (2010)
A origem do nome da cidade eacute devido a um coacuterrego conhecido como Bebedor o
qual servia de parada para tropeiros boiadeiros e animais que demandavam do sertatildeo para
Jaboticabal (IBGE c2014 CIDADES 2015)
De acordo com Izidoro Filho (1991) a citricultura ainda desempenha papel
importante para o municiacutepio pois Bebedouro estaacute entre os dez maiores produtores de laranja
do estado de Satildeo Paulo apesar de jaacute ter sido o maior produtor em 1988 Por esta razatildeo ainda
58
hoje possui a alcunha de ldquoCapital Nacional da Laranjardquo (GALINARI 2015) Na Tabela 27
verificam-se dados coletados do IBGE (2012) referentes agrave cultura de laranja no municiacutepio
Tabela 27 ndash Dados da produccedilatildeo de laranja em Bebedouro
Quesito Quantidade Unidade
Aacuterea colhida 8000 Hectares
Aacuterea destinada agrave colheita 8000 Hectares
Quantidade produzida 269688 Toneladas
Rendimento meacutedio 33711 Quilograma por hectare
Valor da produccedilatildeo 47069 Mil reais
Fonte IBGE (2012)
62 Processamento dos resiacuteduos de laranja
De acordo com pesquisa realizada por Montanher e Rollemberg (2011) citada e
descrita no item 64 afirma-se que os processos necessaacuterios agrave utilizaccedilatildeo dos resiacuteduos de
laranja como meacutetodo de tratamento de efluente satildeo a trituraccedilatildeo e a desidrataccedilatildeo destes
A partir do levantamento de dados realizado nos itens 632 e 633 aconselha-se a
utilizaccedilatildeo das seguintes teacutecnicas no caso especiacutefico deste trabalho
1) Secagem solar ndash apresenta como vantagens a natildeo utilizaccedilatildeo de energia eleacutetrica e
operaccedilatildeo que natildeo necessita de matildeo de obra qualificada Secadores solares podem ser
manufaturados gerando diminuiccedilatildeo do custo inicial
2) Moinho de martelos ndash visto que os resiacuteduos de laranja satildeo materiais fibrosos
esse eacute o moinho que melhor se adequa ao propoacutesito de cominuiccedilatildeo do material Apresenta
custo inicial variando de R$ 900000 agrave R$ 4500000 de acordo com pesquisa realizada no
cataacutelogo online da MF RURAL (2015)
63 Reator e flotador
Como elucidado pela literatura o processo de biossorccedilatildeo ocorre de maneira
homogecircnea quando em condiccedilotildees ambiente controladas as quais satildeo providenciadas por
reatores contiacutenuos
59
Portanto propotildee-se a utilizaccedilatildeo de um reator de leito fixo em virtude desse permitir
a recirculaccedilatildeo da biomassa no reator facilitada pela propriedade de dessorccedilatildeo do metal que
essa apresenta (SEOLATTO et al 2009) o que reduziria a demanda do resiacuteduo de laranja
Aleacutem do mais o reator apresenta outras vantagens como a faacutecil operaccedilatildeo e o pequeno
porte
De acordo com o cataacutelogo da Sigma-Aldrich (c2015) o valor de reator de leito fixo
varia de acordo com a capacidade do frasco e do funil variaccedilatildeo que pode ser verificada na
Tabela 28
Tabela 28 ndash Valores do reator de leio fixo
Capacidade do frasco (mL) Capacidade do funil (mL) Valor (R$)
500 60 2381000
1000 120 2416000
3000 150 3590000
5000 500 3804000
Fonte elaborada a partir de dados da SIGMA-ALDRICH (c2015)
O processo de tratamento utilizando o presente reator pode ocorrer tanto em
batelada quando continuamente
Outra alternativa seria o uso combinado dos processos de biossorccedilatildeo com flotaccedilatildeo
denominado de bioflotaccedilatildeo no qual o biorreagente eacute aplicado diretamente no sistema
flotador De acordo com Calfa e Torem (2007) esse sistema tem sido amplamente
empregado e validado por diversos autores sendo que a flotaccedilatildeo por ar disperso e por ar
dissolvido satildeo as mais empregadas em sistemas combinados A influecircncia do tempo no
processo de flotaccedilatildeo das biomassas jaacute carregadas com o metal foi verificada e conclui-se
que o processo ocorre muito rapidamente atingindo quase 100 de remoccedilatildeo das
biomassas em 1 minuto (CALFA TOREM 2007) Os autores ainda afirmam que aleacutem de
pesquisas em escala de bancada jaacute existem sistemas comerciais de biossorccedilatildeo disponiacuteveis
inclusive com diversas patentes segundo estudos de Wase et al (1997) A Tabela 29
apresenta uma relaccedilatildeo de flotadores
60
Tabela 29 ndash Especificaccedilotildees dos flotadores de ar dissolvido
Modelo (mL) Capacidade (m3 h-1) Valor (R$) [1]
JDF FAD 2 1 a 2 3500000
JDF FAD 5 5 a 8 8000000
JDF FAD 15 10 a 20 12500000
[1] cotaccedilatildeo realizada com a empresa JDF
Fonte elaborada a partir de dados da JDF (2015)
O uso do flotador apresenta aleacutem de faacutecil operaccedilatildeo baixo consumo de energia
64 Induacutestria 1
A induacutestria 1 gera 07 m3 d-1 de efluente industrial com 257 mg L-1 de chumbo
assim aproximadamente 179 kg desse metal eacute transportado pelo efluente por dia Esta
possui estaccedilatildeo de tratamento de efluente com correccedilatildeo de pH e agitaccedilatildeo mecacircnica
floculaccedilatildeo mecacircnica e filtraccedilatildeo
O efluente depois de tratado apresenta a quantidade de 0305 mg L-1 de chumbo
sugerindo diminuiccedilatildeo de aproximadamente 159 kg (89) do metal no efluente gerado11 o
que o enquadra dentro dos limites da Resoluccedilatildeo CONAMA 43011 (BRASIL 2011) e Lei
Estadual 99776 (SAtildeO PAULO 1976)
De acordo com Eckenfelder (2000) as tecnologias para remoccedilatildeo de metais pesados
de efluentes industriais satildeo precipitaccedilatildeo convencional (hidroacutexido sulfeto carbonato e
coprecipitaccedilatildeo) precipitaccedilatildeo melhorada (dimetil carbonato dietil carbonato e sal
trisodium) troca-iocircnica adsorccedilatildeo filtraccedilatildeo por membrana e meacutetodos eletromecacircnicos
Portanto o meacutetodo de correccedilatildeo de pH efetuado pela referida ocasionado provavelmente
pela adiccedilatildeo de carbonatos eacute tambeacutem uma forma de remoccedilatildeo de metais pesados da aacutegua
Supondo que a induacutestria utiliza carbonato de soacutedio como processo de tratamento e
sabendo que o valor de mercado varia de R$ 700 a 120012 o quilo do produto eacute possiacutevel
calcular os potenciais gastos da induacutestria com o meacutetodo de tratamento atual Sabendo que
satildeo necessaacuterios 2 kg do produto carbonato de soacutedio para tratar 07 m3 d-1 de efluente
11 Natildeo foi especificado no MCE ou em anexos qual a destinaccedilatildeo final do efluente tratado Tambeacutem natildeo foi
especificado a quantidade de lodo gerado sua destinaccedilatildeo final ou se esse possui anaacutelises 12 Cotaccedilatildeo realizada pela SCS ndash Comercial e Serviccedilos de Quiacutemica
61
(ECKENFELDER 2000) a induacutestria gasta hoje entre R$ 7000 a 12000 por semana
aproximadamente
Poreacutem como os iacuteons metaacutelicos agora estatildeo presentes no lodo do tratamento por
causa da neutralizaccedilatildeo (BOTERO et al 2009) e sabendo que no MCE natildeo constam
quaisquer anaacutelises destinaccedilatildeo ou quantificaccedilatildeo desse pressupotildee-se que esse lodo pode
estar ocasionando contaminaccedilatildeo pelo metal chumbo visto que para destinaccedilatildeo adequada
satildeo necessaacuterias anaacutelises de enquadramento
Tal contaminaccedilatildeo pode estar ocorrendo no local de disposiccedilatildeo ou se o lodo estiver
sendo desaguado na rede coletora de esgotamento sanitaacuterio pode estar trazendo problemas
para o sistema de tratamento de esgoto referente visto que o processo de tratamento
realizado em Bebedouro eacute efetuado da seguinte forma trecircs lagoas de estabilizaccedilatildeo
constituiacutedo de uma lagoa anaeroacutebica duas lagoas facultativas um tanque de desinfecccedilatildeo
grade caixas de areia e escada de aeraccedilatildeo (SAAEB 2003) natildeo objetivando o tratamento
de efluentes industriais
641 Quantificaccedilatildeo do resiacuteduo de laranja
Mensurado o total de efluente industrial gerado no periacuteodo de um dia pela induacutestria
1 eacute possiacutevel quantificar os resiacuteduos de laranja necessaacuterios para que esta possa realizar o
processo de tratamento de efluentes utilizando-se do material orgacircnico em questatildeo Natildeo
levou-se em consideraccedilatildeo a recirculaccedilatildeo do resiacuteduo dentro do reator
A induacutestria 1 gera um total de 07 m3 d-1 com 257 mg L-1 de chumbo sabendo-se
que satildeo necessaacuterios 3 g de resiacuteduo seco de laranja por 100 mL de efluente com 94 mg L-1
de chumbo e considerando uma diminuiccedilatildeo de 70 do peso resiacuteduo depois de realizado
o processo de secagem solar considera-se que a induacutestria usaria em torno de 082 kg de
resiacuteduo de laranja uacutemido por dia para realizaccedilatildeo do tratamento do efluente contaminado
pelo metal chumbo
De acordo com a Tabela 8 o efluente gerado pela induacutestria 1 apresenta pH 6 que
conforme o item 53 apresenta-se dentro da faixa oacutetima de biossorccedilatildeo pelo resiacuteduo de
laranja
62
642 Transporte
O translado dos resiacuteduos de laranja do local de sua produccedilatildeo ateacute a induacutestria que o
utilizaria como meacutetodo de tratamento de efluente pode ser analisado a partir das
coordenadas geograacuteficas das induacutestrias e da plataforma Google Maps (c2015)
Trecircs rotas diferentes cujas quilometragens satildeo as menores possiacuteveis foram geradas
pela ferramenta virtual citada conforme a Tabela 30
Tabela 30 ndash Menores rotas possiacuteveis entre a induacutestria de suco e a induacutestria 1
Rota Distacircncia (km) Tempo (min)
1 46 8
2 48 9
3 46 9
Fonte elaborado a partir de dados GOOGLE MAPS (c2015)
O caacutelculo da massa requerida para o tratamento foi realizado no item 641
chegando-se ao valor de 082 kg d-1 de biomassa uacutemida assim considerando o transporte
de 150 kg de resiacuteduo que duraria em torno de 36 semana consecutivas de tratamento
realizado em dias uacuteteis e que a distacircncia meacutedia entre as induacutestrias eacute de 5 km o valor
sugerido para o translado do material acondicionado em duas bombonas plaacutesticas foi de R$
6500 (referenciado pelo peso do material) e mais uma taxa constante em nota fiscal
(sugerida em R$ 1000013) portanto um custo de R$ 16500
65 Consideraccedilotildees
O meacutetodo de tratamento proposto pelo presente trabalho teve os processos e
tecnologias necessaacuterias elucidados nos itens 62 e 63
A Tabela 32 apresenta item especiacutefico relacionado ao equipamento denominado
reator de leito fixo as propostas constantes tecircm por finalidade expor as tecnologias cujo
13 Informaccedilatildeo verbal fornecida por funcionaacuterio de uma empresa transportadora
63
custo fosse o maior possiacutevel com o propoacutesito de verificar o potencial teto de gastos que as
induacutestrias teriam caso adotassem a proposiccedilatildeo elucidada
No entanto as propostas constantes no item da Tabela 32 relacionadas ao flotador
de ar dissolvido foram selecionadas a partir da vazatildeo da induacutestria conforme as
especificaccedilotildees da Tabela 29 Como somente a induacutestria 1 apresentou valores de vazatildeo no
MCE esta relaccedilatildeo somente condiz a ela Com vazatildeo de 07 m3 d-1 o flotador mais
adequado compreende o modelo FAD 2 com 1 a 2 m3 h-1
Tabela 31 ndash Gastos com as tecnologias referentes
Equipamento Valor da Proposta 1 (R$) Valor da Proposta 2 (R$)
Secagem solar ndash ndash
Moinho de martelos 4500000 4500000
Reator de Leito Fixo de 5000 mL [1] 3804000 ndash
Flotador de ar dissolvido JDF FAD 2 [2] ndash 3500000
Custo inicial de implementaccedilatildeo 8304000 8000000
Transporte a cada 36 semanas [3] 16500 16500
[1] cotaccedilatildeo obtida pela Sigma-Aldrich [2] cotaccedilatildeo obtida pela empresa JDF [3] cotaccedilatildeo de transporte
considerado apenas para a induacutestria 1
Fonte proacuteprio autor
Para o reator de leito fixo o custo inicial de implementaccedilatildeo do sistema de
tratamento para ambas as induacutestrias girou em torno de R$ 8304000
Para a bioflotaccedilatildeo o custo inicial da induacutestria 1 girou em torno de R$80000
O custo de transporte para a induacutestria 1 eacute de R$ 16500 a cada 36 semanas o que
representa R$ 458 por semana e R$ 092 por dia caso a induacutestria opte por utilizar os
serviccedilos de uma empresa transportadora
Poreacutem o seguinte pode ser considerado na hipoacutetese de o translado ser possiacutevel de
ser efetuado pela mesma ocorreraacute consideraacutevel reduccedilatildeo no custo visto que este giraraacute em
torno do combustiacutevel gasto no percurso de ida e volta cuja pesquisa indicou uma
quilometragem aproximada de dez quilocircmetros
A Tabela 33 apresenta o balanccedilo de massa e energia diaacuterio referente ao tratamento
por biossorccedilatildeo para a induacutestria 1 considerando a aquisiccedilatildeo de um flotador por ar
dissolvido ou um reator de leito fixo
Tabela 32 ndash Balanccedilo de massa e energia diaacuterio proposto para a induacutestria 1
Componente Flotador por Ar Dissolvido Reator de Leito Fixo
Vazatildeo (m3) 070 070
64
Resiacuteduo de laranja (kg) 082 082
Tempo da biossorccedilatildeo (min) 5 a 15 [1] 35 [2]
Tempo equipamento (min) 21 a 42 35 [2]
Tempo total (min) 26 a 47 35 [2]
Consumo de Energia (kWh) 025 Nd
Custo de resiacuteduo (R$) 092 092
Custo de energia por dia (R$) [3] 008 Na
Custo total (R$) 200 092
Nd ndash natildeo disponiacutevel Na ndash natildeo avaliado [1] tempo determinado por Volesky e Nolan (1995) [2] tempo
estipulado conforme realizado por Montanher e Rollemberg (2011) [3] 1 kWh = 043341 R$ determinada
pela ANEEL conforme Resoluccedilatildeo Homologatoacuteria nordm 1858 publicada em 02 de marccedilo de 2015
Fonte proacuteprio autor
Nota-se a partir da Tabela 33 que o custo diaacuterio do tratamento proposto variou entre
R$ 092 e R$ 200 em torno de 85 a 91 menor que o custo do meacutetodo de tratamento
utilizado pois de acordo com as consideraccedilotildees realizadas no item 641 o custo diaacuterio
atual varia de aproximadamente R$ 1400 a R$ 240014
Como o meacutetodo de tratamento efetuado atualmente pela induacutestria 1 apresenta seacuterios
problemas com relaccedilatildeo a probabilidade de contaminaccedilatildeo o tratamento sugerido por ambas
as propostas pode ser identificado como meacutetodo de remediaccedilatildeo de tal passivo
Sendo assim qualquer accedilatildeo remediadora que seja instituiacuteda apresenta-se como
alternativa vaacutelida da problemaacutetica citada no item 651
14 Considerando uma semana uacutetil
65
7 CONCLUSAtildeO
Este trabalho procurou identificar a possibilidade da implementaccedilatildeo do processo de
simbiose industrial entre induacutestrias jaacute consolidadas em atividade no municiacutepio de
Bebedouro relacionando o uso de material residual orgacircnico produzido por determinada
induacutestria que seria utilizado como agente de biossorccedilatildeo em processos de tratamento de
aacutegua residuaacuteria industrial de uma outra ambas compartilhando pequena distacircncia
geograacutefica
Das distintas situaccedilotildees supostas a partir da identificaccedilatildeo da induacutestria geradora de
resiacuteduos de laranja e das induacutestrias potencialmente geradoras de efluente contaminado pelo
metal chumbo em Bebedouro (SP) detectou-se duas induacutestrias que se enquadravam nas
possibilidades de implementaccedilatildeo de um processo de simbiose industrial e consequente
proposiccedilatildeo do meacutetodo de tratamento (biossorccedilatildeo combinada com flotaccedilatildeo ou realizada em
reator de leito fluidizado)
Uma induacutestria (denominada 1) pocircde ter um pleno desenvolvimento quanto as
especificaccedilotildees que esclareceram as vantagens do meacutetodo de tratamento proposto
A partir dos dados levantados e analisados eacute possiacutevel citar como vantagens para ambas as
propostas de tratamento 1) a logiacutestica facilitada pela proximidade de ambas as induacutestrias
sendo essa favoraacutevel e com baixos custos 2) a significativa reduccedilatildeo do valor diaacuterio do
tratamento 3) a faacutecil operaccedilatildeo dos processos 4) destinaccedilatildeo ambiental adequada para
ambos os passivos ambientais (de laranja e de chumbo) 5) a capacidade de dessorccedilatildeo da
biomassa a qual possibilita a separaccedilatildeo do metal chumbo do resiacuteduo de laranja sendo
percebidos como um aprimoramento do uso dos recursos naturais Considera-se que a
simbiose industrial eacute um processo importante a ser considerado na busca pela minimizaccedilatildeo
dos impactos ambientais acarretados pelas correntes residuais uma vez que determina a
reinserccedilatildeo destes em outros processos produtivos Geradores que adotam a praacutetica da
simbiose industrial satildeo aqueles que visam os ganhos coletivos em detrimento do exclusivo
ganho individual
Vale ressaltar que mesmo para a identificaccedilatildeo desta uacutenica situaccedilatildeo foi necessaacuterio o
enfrentamento de diversos desafios principalmente de acesso a informaccedilotildees especiacuteficas
tanto na cadeia produtiva quanto das informaccedilotildees ambientais por parte das empresas
Considera-se necessaacuteria uma rigidez maior da CETESB com relaccedilatildeo aos dados fornecidos
pelas induacutestrias visto que o preenchimento do MCE natildeo segue normatizaccedilatildeo especiacutefica o
66
que dificulta a tabulaccedilatildeo de dados aleacutem de natildeo abranger toda as atividades produtivas
devido agrave falta de rigor nas anaacutelises dos teacutecnicos e engenheiros responsaacuteveis Assim
observou-se a necessidade de uma maior abertura no sentido da plena divulgaccedilatildeo de
informaccedilotildees ambientais por parte das empresas assim como a necessidade de organizaccedilatildeo
de um banco de dados que contenha informaccedilotildees da cadeia produtiva do consumo de
mateacuteria prima e insumos aos processos de geraccedilatildeo e especificaccedilatildeo de resiacuteduos e
contaminantes
67
8 SUGESTAtildeO PARA TRABALHOS FUTUROS
Como sugestatildeo para trabalhos futuros
Otimizaccedilatildeo das condiccedilotildees de pH para biossorccedilatildeo com casca de laranja
Elaboraccedilatildeo de questionaacuterios para as induacutestrias produtoras do suco e geradoras de
efluente contaminado pelo metal chumbo
Scale up do processo de biossorccedilatildeo com bioflotaccedilatildeo
Scale up do processo de biossorccedilatildeo com reator de leito fluidizado
68
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76
ANEXO A
Primeira carta encaminha para CETESB para solicitaccedilatildeo de informaccedilotildees
Obs As Tabelas informadas na carta abaixo foram omitidas para que as empresas natildeo
sejam expostas e aleacutem disso natildeo haacute autorizaccedilatildeopermissatildeo para a divulgaccedilatildeo dos nomes
Lorena 27 de agosto de 2015
Ilmo Senhor
Marcio Barbosa Tango
CETESB - Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo
Assunto Solicitaccedilatildeo de informaccedilotildees sobre os efluentes liacutequidos de induacutestrias quiacutemicas
metaluacutergicas e de produccedilatildeo de embalagens da produccedilatildeo de resiacuteduos em induacutestrias alimentiacutecias
todas do municiacutepio de Bebedouro
Viemos por meio deste solicitar a contribuiccedilatildeo da Companhia Ambiental do Estado de Satildeo
Paulo para o desenvolvimento do Trabalho de Conclusatildeo de Curso em Engenharia Ambiental
intitulado ldquoAnaacutelise da viabilidade em escala real da utilizaccedilatildeo do bagaccedilo da laranja como agente
biossorvente de chumbordquo sendo desenvolvido pela aluna Ludmila Manera Conti na Escola de
Engenharia de Lorena ndash EELUSP sob orientaccedilatildeo da Profa Dra Danuacutebia Caporusso Bargos
O referido Trabalho de Conclusatildeo de Curso tem como objetivo fazer um levantamento das
induacutestrias com potencial para utilizaccedilatildeo do bagaccedilo da laranja como agente biossortivo Assim para
o alcance dos objetivos propostos eacute necessaacuterio o conhecimento de algumas informaccedilotildees presentes
no Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento referente agraves induacutestrias identificadas na Tabela
1 em anexo Tais informaccedilotildees referentes ao ldquoBalanccedilo hiacutedricordquo a saber
Efluentes (sanitaacuterio industrial outros e total de efluentes) a) Consumovazatildeo meacutedia b)
Consumovazatildeo maacutexima c) Eacutepoca d) Consumovazatildeo miacutenima
Dos ldquoEfluentes liacutequidosrdquo a saber a) Despejos (Identificaccedilatildeo Descriccedilatildeo Contiacutenuo ndash vazatildeo e
meacutetodo Descontiacutenuo ndash periodiacutecidade volume duraccedilatildeo) b) Vazatildeo total de despejos c) Vazatildeo de
recirculaccedilatildeo d) Vazatildeo de lanccedilamento e) Disposiccedilatildeo final (Descriccedilatildeo Nome do riolinhas de
despejo)
Do ldquoResumo de lanccedilamentosrdquo a saber a) Despejo (Identificaccedilatildeo Descriccedilatildeo) b) Poluente c)
Concentraccedilatildeo bruta d) Unidade de medida e) Concentraccedilatildeo final f) Unidade de medida g)
Unidades de tratamento (Sequecircncia Descriccedilatildeo Quantidade)
Da geraccedilatildeo de resiacuteduos industriais referentes a Tabela 2 em anexo da parte ldquoResiacuteduos
soacutelidosrdquo a) Identificaccedilatildeo b) Coacutedigo resiacuteduo c) Descriccedilatildeoorigem do resiacuteduo d) Classe e) Estado
77
fiacutesico f) Quantidade anual g) Unidade h) Composiccedilatildeo aproximada i) Meacutetodo utilizado j)
Aspecto geral
Declaramos que as informaccedilotildees solicitadas seratildeo objeto uacutenica e exclusivamente de pesquisa
acadecircmica sendo devidamente creditadas e natildeo havendo qualquer finalidade comercial no uso das
mesmas
Registramos ainda a importacircncia deste apoio para a realizaccedilatildeo deste trabalho que seraacute
inclusive posteriormente divulgado em formato digital e analoacutegico por meio da sua
disponibilizaccedilatildeo no sistema de bibliotecas da USP como uma contribuiccedilatildeo da Universidade para a
aacuterea de gerenciamentogestatildeo de resiacuteduos e efluentes uma vez que como propomos o resiacuteduo de
uma induacutestria pode ser considerado mateacuteria em processo de outras induacutestrias caracterizando o
iniacutecio de um processo de simbiose industrial
Solicitamos que o envio das informaccedilotildees solicitadas seja realizado preferencialmente por meio
de correio eletrocircnico ndash danubiacbargosuspbr eou ludmillaalunoseeluspbr Em caso da
impossibilidade de envio das informaccedilotildees da forma sugerida segue endereccedilo institucional
AC Profa Danuacutebia Caporusso Bargos Departamento de Ciecircncias Baacutesicas e Ambientais
Escola de Engenharia de Lorena ndash EELUSP Estrada Municipal do Campinho snordm CEP 12602-
810 - Lorena-SP
Desde jaacute antecipamos nossos agradecimentos e nos colocamos agrave disposiccedilatildeo para os
esclarecimentos adicionais que se fizerem necessaacuterios
Atenciosamente
Profa Dra Danuacutebia Caporusso Bargos
Escola de Engenharia de Lorena (EELUSP)
Departamento de Ciecircncias Baacutesicas e Ambientais
Telefone +55 (12) ndash 3159-5094
E-mail danubiacbargosuspbr
Ludmilla Manera Conti
Graduanda em Engenharia Ambiental
Endashmail ludmillaalunoseeluspbr
78
ANEXO B
Segunda carta encaminha para CETESB para confirmaccedilatildeo de vistas de processos
Lorena 01 de outubro de 2015
Ilmo Senhor Marcio Barbosa Tango e Senhora Letiacutecia Franco Leonel
CETESB - Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo
Assunto vistas de processos de licenciamento
Venho por meio deste agradecer a atenccedilatildeo e presteza desta Companhia no atendimento agrave
minha solicitaccedilatildeo de vistas de processos para coleta de informaccedilotildees sobre os efluentes liacutequidos de
induacutestrias quiacutemicas metaluacutergicas e de produccedilatildeo de embalagens da produccedilatildeo de resiacuteduos em
induacutestrias alimentiacutecias do municiacutepio de Bebedouro Tal solicitaccedilatildeo eacute feita por motivo de
desenvolvimento do Trabalho de Conclusatildeo de Curso em Engenharia Ambiental intitulado
ldquoAnaacutelise da viabilidade em escala real da utilizaccedilatildeo do bagaccedilo da laranja como agente biossorvente
de chumbordquo desenvolvido pela aluna Ludmila Manera Conti na Escola de Engenharia de Lorena ndash
EELUSP sob minha orientaccedilatildeo
Devido a compromissos previamente assumidos na Instituiccedilatildeo pela qual sou docente natildeo
seraacute possiacutevel comparecer agrave agecircncia da Barretos nesta data para a realizaccedilatildeo da vista dos processos
cujos nuacutemeros segue em anexo Assim sou representada pela aluna Ludmila Manera Conti que estaacute
apta a fazecirc-lo
Novamente agradeccedilo a atenccedilatildeo e coloco-me agrave disposiccedilatildeo para quaisquer esclarecimentos
adicionais que se fizerem necessaacuterios
Atenciosamente
Profa Dra Danuacutebia Caporusso Bargos
Escola de Engenharia de Lorena (EELUSP)
Departamento de Ciecircncias Baacutesicas e Ambientais
Telefone +55 (12) ndash 3159-5094
E-mail danubiacbargosuspbr
Tabela 22 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 8 51
Tabela 23 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 9 51
Tabela 24 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 9 51
Tabela 25 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas
pela induacutestria 11 52
Tabela 26 ndash Resultados das anaacutelises para cada efluente 54
Tabela 27 ndash Dados da produccedilatildeo de laranja em Bebedouro 58
Tabela 28 ndash Valores do reator de leio fixo 59
Tabela 29 ndash Especificaccedilotildees dos flotadores de ar dissolvido 60
Tabela 30 ndash Menores rotas possiacuteveis entre a induacutestria de suco e a induacutestria 1 62
Tabela 31 ndash Menores rotas possiacuteveis entre a induacutestria de suco e a induacutestria 6 Erro
Indicador natildeo definido
Tabela 32 ndash Gastos com as tecnologias referentes 63
Tabela 33 ndash Balanccedilo de massa e energia diaacuterio proposto para a induacutestria 1 63
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 13
2 OBJETIVOS 14
21 Principal 14
22 Especiacuteficos 14
3 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA 15
31 Desenvolvimento sustentaacutevel 15
311 Simbiose industrial 15
32 Chumbo 19
321 Legislaccedilatildeo especiacutefica relacionada a descarga de efluentes 22
322 Tratamento para efluentes com metais 22
323 Biossorccedilatildeo 23
324 A laranja como adsorvente 24
4 METODOLOGIA 26
41 Levantamento bibliograacutefico 26
42 Levantamento e anaacutelise da produccedilatildeo de laranja no Estado de SP 27
43 Levantamento e anaacutelise das induacutestrias com potencial poluidor 28
44 Exposiccedilatildeo do meacutetodo de tratamento aplicado na induacutestria 29
5 LEVANTAMENTO DE DADOS 30
51 Distribuiccedilatildeo da produccedilatildeo de laranja no estado de Satildeo Paulo 30
511 Distribuiccedilatildeo do consumo de laranja no estado de SP 31
512 Seleccedilatildeo da induacutestria de suco 33
5121 Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento (MCE) 35
52 Categorias industriais de acordo com o tipo de efluente gerado 36
521 Levantamento das induacutestrias com potencial poluidor 41
5211 Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento (MEC) 43
53 Biossorccedilatildeo 53
531 Reduccedilatildeo do tamanho do resiacuteduo 55
532 Desidrataccedilatildeo do resiacuteduo 55
6 ANAacuteLISES E DISCUSSOtildeES DE DADOS 57
61 Aacuterea de estudo 57
62 Processamento dos resiacuteduos de laranja 58
63 Reator e flotador 58
64 Induacutestria 1 60
641 Quantificaccedilatildeo do resiacuteduo de laranja 61
642 Transporte 62
65 Induacutestria 6 Erro Indicador natildeo definido
651 Quantificaccedilatildeo do resiacuteduo de laranja Erro Indicador natildeo definido
652 Transporte Erro Indicador natildeo definido
66 Consideraccedilotildees 62
7 CONCLUSAtildeO 65
8 SUGESTAtildeO PARA TRABALHOS FUTUROS 67
REFEREcircNCIAS 68
ANEXO A 76
ANEXO B 78
13
1 INTRODUCcedilAtildeO
Considerando o modelo atual de desenvolvimento da sociedade como sendo
representado por um sistema aberto o qual necessita de uma fonte contiacutenua e inesgotaacutevel
de mateacuteria e energia (BRAGA et al 2002) e com um aumento das emissotildees de poluentes
em todo o mundo a busca por medidas remediadoras para melhoria das condiccedilotildees
ambientais torna-se cada vez maior
Como um exemplo de medida remediadora temos a pesquisa e desenvolvimento de
teacutecnicas que possibilitem a retirada de metais pesados do meio aquoso uma delas a
biossorccedilatildeo aleacutem de promover a destinaccedilatildeo a biomassas vegetais resultantes de processos
produtivos tambeacutem apresenta alto iacutendice de funcionalidade
Umas das biomassas vegetais cuja produccedilatildeo eacute abundante no estado de Satildeo Paulo eacute a
proveniente da fruta laranja e os resiacuteduos desta sejam eles casca bagaccedilo ou sementes jaacute
foram analisados em estudos desenvolvidos por diferentes pesquisadores tais como
Massocatto et al (2009) e Almeida et al (2012) cujos resultados atestaram eficiecircncia
elevada quanto a biossorccedilatildeo especialmente do metal pesado chumbo
Diante do exposto o presente trabalho visa apresentar uma proposta de integraccedilatildeo
entre induacutestrias do municiacutepio de Bebedouro localizado no estado de Satildeo Paulo que
proveriam resiacuteduo de laranja para aquelas que poderiam utilizaacute-lo como meacutetodo de
tratamento de aacuteguas residuaacuterias aplicando dessa forma o conceito de Simbiose Industrial
que apresenta como fundamentos as oportunidades de conexatildeo oferecidas pela disposiccedilatildeo
geograacutefica das induacutestrias e aperfeiccediloamento do uso de mateacuteria e energia (CHERTOW
2000 GANER 1995)
14
2 OBJETIVOS
21 Principal
O presente trabalho propotildee identificar a possibilidade de implementaccedilatildeo de uma
simbiose industrial entre induacutestrias do municiacutepio de BebedourondashSP
22 Especiacuteficos
Para o incremento do objetivo exposto tornou-se necessaacuterio o alcance de objetivos
especiacuteficos tais como
Identificar as induacutestrias geradoras dos resiacuteduos soacutelidos de laranja e induacutestrias que
poderiam beneficiar-se com a utilizaccedilatildeo destes nos processos de tratamento de seus
efluentes contaminados com o metal chumbo
Avaliar os processos jaacute colocados em praacutetica por induacutestrias com potencial poluidor
para tratamento dos efluentes contaminados com o metal chumbo
Analisar os dados teacutecnicos para avaliaccedilatildeo do potencial das induacutestrias selecionadas
para a proposiccedilatildeo de arranjos institucionais que propiciem a integraccedilatildeo e a simbiose entre
induacutestrias do municiacutepio de Bebedouro
15
3 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA
31 Desenvolvimento sustentaacutevel
Algumas propostas da Lei nordm 1230510 (BRASIL 2010a) que institui a Poliacutetica
Nacional dos Resiacuteduos Soacutelidos (PNRS) satildeo a prevenccedilatildeo a reutilizaccedilatildeo e a reduccedilatildeo de
resiacuteduos as quais satildeo necessaacuterias para o cumprimento e efetividade da lei Paralelamente a
este ideal uma incitaccedilatildeo atual eacute a articulaccedilatildeo de um sistema de produccedilatildeo circular
denominado cradle to cradle (que significa ldquodo berccedilo ao berccedilordquo) que consiste na produccedilatildeo
zero de rejeitos no qual a mateacuteria residual de um processo exerceria uma funccedilatildeo em outro
(CCPII c2014) A partir desses preceitos busca-se o alinhamento do desenvolvimento
econocircmico e industrial agrave proteccedilatildeo do meio ambiente e o bem-estar humano ou seja o
desenvolvimento sustentaacutevel
Conforme definiccedilatildeo ldquodesenvolvimento sustentaacutevel eacute aquele que atende as
necessidades das geraccedilotildees atuais sem comprometer a capacidade das geraccedilotildees futuras de
atenderem as suas necessidades e aspiraccedilotildeesrdquo (UNITED NATIONS 1987)
De acordo com Fet e Michelsen (2002) ldquona natureza um sistema ecologicamente
sustentaacutevel eacute uma teia complexa de organismos no qual as mateacuterias e os resiacuteduos
conformam um ciclordquo Frosch e Gallopoulos (1989) agrave vista desse conceito desenvolveram
o ideal de ecossistema industrial o qual funcionaria analogamente aos sistemas
ecologicamente sustentaacuteveis os resiacuteduos gerados por uma companhia podemdevem ser
usufruiacutedos como recurso por outra correspondendo a um ciclo fechado de mateacuteria e
energia
311 Simbiose industrial
Em 1989 uma associaccedilatildeo de filiais de diferentes induacutestrias que realizavam uma
extensa partilha de recursos foi descoberta na Dinamarca O que foi denominado na eacutepoca
16
de ldquoa simbiose industrial em Kalundborgrdquo forneceu a possibilidade da realizaccedilatildeo concreta
dos ecossistemas industriais proposto por Frosch e Galloupolos em 1989 (CHERTOW
2007) Poreacutem analogamente ao ciclo residual fechado proposto pelos ecossistemas
industriais os fundamentos para a simbiose industrial satildeo a colaboraccedilatildeo e as
oportunidades de coesatildeo oferecidas pela proximidade geograacutefica (CHERTOW 2000)
aleacutem do uso aprimorado dos recursos naturais e reduccedilatildeo da produccedilatildeo de resiacuteduos finais
(GANER 1995) Assim considera-se que a simbiose industrial eacute um passo para a
realizaccedilatildeo do objetivo maior que seria o alcance de um ecossistema industrial
A ldquosimbioserdquo observada em 89 no distrito industrial de Kalundborg ocorreu de
modo gradual e sem uma concepccedilatildeo especiacutefica as induacutestrias empenharam-se no uso
econocircmico de seus subprodutos e minimizaram custos em conformidade agraves novas
regulamentaccedilotildees ambientais (EHRENFELD GERTLER 1997) A Figura 1 apresenta o
diagrama do distrito industrial de Kalundborg
Figura 1 ndash Diagrama do processo de simbiose em Kalundborg 1961 a 1989
Fonte adaptado de KALUNDBORG SYMBIOSIS (2015)
No decorrer dos anos e fazendo jus aos sistemas naturais o distrito industrial
desenvolveu-se de modo que novas relaccedilotildees conexotildees e empresas foram se estabelecendo
trazendo cada vez mais proacuteximo o ideal de ecossistema industrial tal como apresentado
na Figura 2
Existem ainda outros exemplos de processos de simbioses industriais que
aconteceram naturalmente ao redor do mundo como em Jyvaumlskylauml na Finlacircndia e Sytiria
na Aacuteustria (CHERTOW 2000)
17
Figura 2 ndash Simbioses industriais observada no distrito industrial de Kalundborg nos dias atuais
Fonte adaptado de KALUNDBORG SYMBIOSIS (2015)
Ehrenfeld e Gertler (1997) afirmaram que o ramo emergente da ecologia industrial
une os preceitos citados a outros como por exemplo o metabolismo industrial (cuja
elucidaccedilatildeo seraacute realizada mais adiante) trazendo-os como forma simplificada de
operacionalizaccedilatildeo de projetos desenvolvendo uma estrutura que identifica e implementa
estrateacutegias que visam agrave manutenccedilatildeo dos paradigmas ambientais almejando o
desenvolvimento industrial alicerccedilado ao desenvolvimento sustentaacutevel
Na Figura 3 eacute possiacutevel observar de modo linear o que Grann (1997) alegou em que
a simbiose industrial revela-se como um meacutetodo funcional da aplicaccedilatildeo do conceito
sustentaacutevel de desenvolvimento
Figura 3 ndash Os trecircs niacuteveis de operaccedilatildeo da Ecologia Industrial
Fonte adaptado de CHERTOW (2000)
18
Conforme a Figura 3 e de acordo com Chertow (2000) constata-se a existecircncia de
trecircs grandes aacutereas de operaccedilatildeo da ecologia industrial bem como alguns exemplos de
instrumentos de cada uma
1 Empresa ndash refere-se ao desenvolvimento de medidas que podem ser exercicidas
dentro da empresa tais como
Eco-design ndash estrateacutegia de design que visa a reduccedilatildeo das perdas ambientais
utilizada principalmente no desenvolvimento de novos produtos (GARNER
KEOLEIAN 1995)
Prevenccedilatildeo agrave poluiccedilatildeo ndash uniatildeo de princiacutepios que tem por finalidade a prevenccedilatildeo agrave
geraccedilatildeo de resiacuteduos antes do iacutenicio do processo industrial (CHERTOW 2000)
Economia verde ndash este novo campo da contabilidade se desvencilha-se da
contabilidade tradicional propondo-se a trazer informaccedilotildees mais exatas sobre o
ldquocustos ambientaisrdquo das empresas cuja influecircncia deve alcanccedilar o campo dos
negoacutecios relacionando-se a ldquoqualidade verderdquo do produto ou serviccedilo (RICHARDS
FROSCH 1997)
2 Inter-empresas ndash medidas que podem ser tomadas a partir da relaccedilatildeo entre
induacutestrias que encontram-se geograficamente proacuteximas tais como
Simbiose industrial ndash criaccedilatildeo de ligaccedilatildeo entre induacutestrias com objetivo de
aumentar a eficiecircncia da mateacuteria e energia que fluem atraveacutes do distrito industrial
em que se encontram (EHRENFELD GERTLER 1997)
Ciclo de vida dos produtos ndash ldquoprocesso usado para avaliar as perdas ambientais
relacionadas a um produto processo ou atividaderdquo (Society for Enviromental
Toxicology amp Chemistry ndash SETAC 1994 traduccedilatildeo nossa)
Iniciativa dos setores industriais
3 RegionalGlobal ndash medidas que podem ser adotadas entre nuacutecleos induacutestrias
Ciclos e orccedilamentos ndash eacute um sistema orientador que promove produccedilotildees com
designs mais ecoloacutegicos e economicamente sustentaacuteveis (GARNER KEOLEIAN
1995)
Fluxo de mateacuteria e energia ndash conceito desenvolvido por Robert Ayres
denominado de ldquometabolismo industrialrdquo leva em consideraccedilatildeo o fluxo de mateacuteria
e energia atraveacutes dos sistema industriais e por meio de anaacutelises in put (entrada) e
out put (saiacuteda) vecirc-se a possibilidade de identificaccedilatildeo de processos e produtos
ineficientes que podem resultar em perda material e prejuiacutezos ao meio ambiente
(GARNER KEOLEIAN 1995)
19
Portanto a simbiose industrial apresenta-se como uma ferramenta que envolve
induacutestrias tradicionalmente separadas em uma ldquoabordagem coletiva para a vantagem
competitiva envolvendo troca fiacutesica de materiais energia aacutegua eou subprodutosrdquo
(CHERTOW 2000 traduccedilatildeo nossa)
De acordo com Ehrenfeld e Gertler (1997) a partir do estreitamento da relaccedilatildeo
entre o conceito ambiental e o desenvolvimento industrial e considerando que esse jaacute vecircm
atrelado ao desenvolvimento econocircmico houve a necessidade da aplicaccedilatildeo dos conceitos
da Simbiose Industrial atraveacutes da configuraccedilatildeo de ldquoeco-parques industriaisrdquo
De acordo com Chertow (2000) ldquona praacutetica as definiccedilotildees de eco-parques
industriais ainda estatildeo em formaccedilatildeordquo poreacutem duas definiccedilotildees satildeo mais aceitas a do
Presidentrsquos Council Sustainable (PCSD)
ldquouma comunidade de empresas que cooperam entre si e com a
comunidade local para compartilhar de forma eficiente os recursos
(informaccedilotildees materiais aacutegua energia infra-estrutura e de habitats naturais)
levando a ganhos econocircmicos ganhos de qualidade ambiental e melhoria
equitativa dos recursos humanos para a comunidade empresarial e localrdquo
(PSCD 1996 traduccedilatildeo nossa)
E e a da USEPA
ldquoum eco-parque industrial eacute uma comunidade de manufatura e serviccedilos
que procuram melhor desempenho ambiental e econocircmico
atraveacutes da colaboraccedilatildeo na gestatildeo de questotildees ambientais e de recursos
incluindo energia aacutegua e materiais Ao trabalhar em conjunto a comunidade
de empresas procura um benefiacutecio colectivo que eacute maior do que a soma de a
benefiacutecios individuais de cada empresa iria perceber se ele otimizou seu
indiviacuteduo o desempenho apenasrdquo (USEPA 1995 traduccedilatildeo nossa)
Faz-se relevante neste contexto o estiacutemulo de uma nova revoluccedilatildeo industrial que
promova o desenvolvimento de accedilotildees que entrelaccedilariam o desenvolvimento econocircmico
com o bem-estar dos ecossistemas Poreacutem Casagrande Junior (2004) denota que as
inovaccedilotildees tecnoloacutegicas desenvolvidas pelo modelo econocircmico atual satildeo atreladas ao
ciacuterculo vicioso produccedilatildeo gt consumo gt crescimento econocircmico que estimulam o consumo
exacerbado gerando pressatildeo sobre os recursos naturais causando custos sociais e
ambientais
32 Chumbo
O chumbo eacute um metal pesado cujo siacutembolo eacute Pb de massa molar 2072 g mol-1 de
coloraccedilatildeo branca-azulada tornando-se acinzentado quando exposto ao ar Eacute inodoro
20
macio maleaacutevel possui baixa condutividade eleacutetrica e alta resistecircncia agrave corrosatildeo Funde-se
com facilidade agrave 3274 ordmC e sua temperatura de vaporizaccedilatildeo eacute de 1725 ordmC Pertence ao
grupo IVA da tabela perioacutedica cujo nuacutemero atocircmico eacute 82 podendo apresentar dois estados
de oxidaccedilatildeo Pb+2 mais estaacutevel e Pb+4 oxidante Historicamente tem sido amplamente
explorado pela sociedade devido a sua vasta disponibilidade no meio ambiente
principalmente na forma de compostos minerais sendo o sulfeto de chumbo (PbS)
conhecido como galena considerado a mais importante e abundante fonte de chumbo
(ALEXANDRINO 2014)
Existem relatos de utilizaccedilatildeo do chumbo por vaacuterias sociedades antigas no entanto
a primeira civilizaccedilatildeo a utilizaacute-lo amplamente foi o Impeacuterio Romano no seacuteculo V aC V
aC para ldquoconfecccedilatildeo de objetos [] fabricaccedilatildeo de tubulaccedilotildees e torneiras produtos de
beleza e ateacute na correccedilatildeo da acidez do vinho atraveacutes da adiccedilatildeo de oacutexido de chumbordquo
(Miranda e Souto 2010)
Atualmente cerca de 70 da produccedilatildeo mundial de chumbo eacute utilizada
fundamentalmente na elaboraccedilatildeo de baterias automotivas e na induacutestria de chumbo-aacutecido
embora tambeacutem apresente copiosas empregabilidades na induacutestria em geral devido a suas
caracteriacutesticas fiacutesicas e quiacutemicas (PRAC c2015) Na Figura 4 observam-se os processos de
extraccedilatildeo usos e disposiccedilatildeo final do chumbo nos anos 90
Figura 4 ndash Extraccedilatildeo uso e disposiccedilatildeo final de chumbo em 1990 em milhares de toneladas
Fonte elaborado a partir de GARNER KEOLEIAN (1995)
21
Comparativamente ao dado fornecido pelo PRAC observa-se que o ramo que
absorve a maior porcentagem do mercado extrativista continua o mesmo isto eacute a
fabricaccedilatildeo de baterias Eacute possiacutevel observar que a reciclagem do chumbo eacute quase que
integralmente proveniente dessa mesma atividade e que vaacuterios usos permanecem como
sistemas abertos de mateacuteria
Como consequecircncia dessa intensa utilizaccedilatildeo a contaminaccedilatildeo por chumbo eacute um
problema tatildeo expressivo quanto a extensatildeo de seu uso
ldquoA maior incidecircncia de intoxicaccedilatildeo por chumbo ocorre devido agrave
contaminaccedilatildeo ambiental pela ingestatildeo de alimentos e bebidas contaminadas
e por partiacuteculas suspensas no ar (KOSNETT 2003) Na atividade
ocupacional a via mais frequente de intoxicaccedilatildeo eacute a inalatoacuteria como
consequecircncia da contaminaccedilatildeo do ambiente de trabalho (PAOLIELLO
CHASIN 2001) Dentre os gecircneros alimentiacutecios que mais contribuem para a
ingestatildeo de chumbo destacam-se a aacutegua potaacutevel bebidas em geral cereais
vegetais e frutas (SALGADO 2003)rdquo (SCHIFER et al 2005)
O grande avanccedilo dos sistemas industriais e seu consequente aumento de atividades
nos uacuteltimos anos assim como a negligecircncia de certas induacutestrias tecircm sido responsaacuteveis
pela degradaccedilatildeo de efluentes especialmente pelo desaguamento de quantidades de metais
pesados nestes (PINTO et al 2003) Os metais acabam por contaminarem lenccediloacuteis freaacuteticos
e reservatoacuterios de aacutegua podendo causar danos agrave sauacutede da populaccedilatildeo tais danos ocorrem
quando haacute a extrapolaccedilatildeo dos limites maacuteximos tolerados pelo organismo humano
denominado no Brasil de Iacutendice Bioloacutegico Maacuteximo Permitido (IBPM) o qual foi
decretado pela NR 7 e aprovado pela Portaria SSST nordm 24 de 29 de dezembro de 1994 Na
Tabela 1 verificam-se os valores tolerados para a substacircncia chumbo
Tabela 1 ndash Paracircmetros para controle bioloacutegico da exposiccedilatildeo ocupacional
Agente quiacutemico Indicador Bioloacutegico
VR[1] IBPM[2]
Amostra Anaacutelise
Chumbo orgacircnico
Sangue Chumbo Ateacute 40 ug em 100 mL 60 ug em 100 mL
Urina Aacutecido Delta Aminolevuliacutenico Ateacute 45 g g-1 creat 10 mh g-1 creat
Sangue Zincoprotoporfirina Ateacute 40 ug em 100 mL 100 ug em 100 mL
Chumbo Tetraetila Urina Chumbo Ateacute 50 ug g-1 creat 100 ug g-1 creat
creat ndash abreviaccedilatildeo de creatinina [1] Valor de Referecircncia da Normalidade valor possiacutevel de ser
encontrado em populaccedilotildees natildeo-expostas ocupacionalmente [2] Iacutendice Bioloacutegico Maacuteximo Permitido eacute
o valor maacuteximo do indicador bioloacutegico para o qual se supotildee que a maioria das pessoas
ocupacionalmente expostas natildeo corre risco de danos agrave sauacutede A ultrapassagem deste valor significa
exposiccedilatildeo excessiva
Fonte adaptado de BRASIL (1994a)
22
321 Legislaccedilatildeo especiacutefica relacionada a descarga de efluentes
Conforme artigo 3ordm da Resoluccedilatildeo CONAMA nordm430
ldquoOs efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderatildeo ser lanccedilados
diretamente nos corpos receptores apoacutes o devido tratamento e desde que
obedeccedilam agraves condiccedilotildees padrotildees e exigecircncias dispostos nesta Resoluccedilatildeo e em
outras normas aplicaacuteveisrdquo (BRASIL 2011)
Assim considerou-se que para estar em acordo com a legislaccedilatildeo vigente pode
haver a necessidade da realizaccedilatildeo de tratamento preacutevio ou completo para descarga do
efluente em corpo drsquoaacutegua
Os padrotildees para lanccedilamento de efluentes em corpos receptores satildeo regulamentados
em acircmbito federal na Resoluccedilatildeo CONAMA nordm 430 de 2011 (BRASIL 2011) e em acircmbito
estadual pelo Decreto 8468 de 19761 (SAtildeO PAULO 1976) Na Tabela 2 verificam-se os
padrotildees de lanccedilamento para o metal chumbo em ambos os acircmbitos
Tabela 2 ndash Padrotildees de lanccedilamento de efluentes contendo chumbo em corpos drsquoaacutegua e em redes
coletoras de esgoto
Fonte elaborado a partir de BRASIL (2011) SAtildeO PAULO (1976)
322 Tratamento para efluentes com metais
O tratamento para remoccedilatildeo de metais pesados pode ser realizado a partir de
diferentes processos tais como a precipitaccedilatildeo quiacutemica troca-iocircnica filtraccedilatildeo por
membrana e meacutetodos eletromecacircnicos (ECKENFELDER 2000) Estes conforme
Tchobanoglous e Burton (1991) e Aksu (1998) podem ser processos dispendiosos e
ineficientes
1 A Lei Estadual 997 de 31 de maio de 1976 aprovada pelo Decreto 8468 de 8 de setembro de 1976 foi
alterada e acrescida de dispositivos pelos Decretos 15425 de 23 de julho de 1980 e pelo Decreto 47397 de
novembro de 2012
Destino Resoluccedilatildeo CONAMA nordm43011 Lei Estadual 99776
Emissatildeo em corpos drsquoaacutegua ateacute 05 mg L-1 ateacute 05 mg L-1
Emissatildeo em rede coletora de esgoto ndash ateacute 15 mg L-1
23
Poreacutem metais pesados podem ser extraiacutedos de um sistema aquoso empregando-se
adsorventes naturais como as cascas de determinadas frutas que constituem excelente
alternativa perante os processos quiacutemicos uma vez que satildeo abundantes apresentam baixo
custo comercial e natildeo apresentam uma destinaccedilatildeo especiacutefica fora o descarte convencional
(SIMOtildeES TAUK-TORNISIELO 2005)
Podendo ser fiacutesico ou quiacutemico o processo efetua-se pela interaccedilatildeo do material
adsorvente com o produto a ser adsorvido A adsorccedilatildeo fiacutesica eacute ocasionada principalmente
pelas forccedilas de van der Waals2 no qual o equiliacutebrio eacute atingido rapidamente e eacute reversiacutevel
jaacute a adsorccedilatildeo quiacutemica eacute a uniatildeo de moleacuteculas ou aacutetomos a uma superfiacutecie soacutelida que pode
ser realizada atraveacutes de ligaccedilotildees quiacutemicas ou por efeito cataliacutetico (WEBER JUNIOR 1972)
323 Biossorccedilatildeo
Segundo Volesky (1986) eacute denominada de biossorccedilatildeo a separaccedilatildeo seletiva de iacuteons
metaacutelicos de meio aquoso na qual o meio adsorvente seria uma biomassa sendo ainda um
processo natildeo agressivo no qual ocorrem somente interaccedilotildees entre os grupos funcionais da
biomassa com os iacuteons da soluccedilatildeo
ldquoA adsorccedilatildeo eacute uma forma de tratamento bastante eficaz utilizada para a
remoccedilatildeo de metais toacutexicos Devido a isto meacutetodos de adsorccedilatildeo de metais em
efluentes utilizando materiais naturais estatildeo sendo desenvolvidos podendo
ainda ser uma alternativa para o aproveitamento de resiacuteduos agroindustriaisrdquo
(MASSOCATTO et al 2009)
A utilizaccedilatildeo da biomassa como agente adsorvente alternativo em meacutetodos de
tratamento convencional apresenta como fatores significativos o reduzido valor agregado
comercial capacidade de tratar grande volume de efluente potencial de dessorccedilatildeo3 e
tempo de separaccedilatildeo seletiva de iacuteons variando de 5 a 15 minutos (PINO TOREM 2011
VOLESKY HOLAN 1995) Geralmente os adsorventes naturais evidenciam a mesma
eficaacutecia de reter iacuteons metaacutelicos que os adsorventes sinteacuteticos pois possuem agrupamentos
orgacircnicos e satildeo fibrosos o que gera uma maior aacuterea de influecircncia e ldquosiacutetiosrdquo para os iacuteons
serem adsorvidos (PAVAN 2007)
O uso da biomassa como agente de remoccedilatildeo de metais pesados jaacute eacute desde 1999
considerada pela USEPA como uma tecnologia de descontaminaccedilatildeo
2 Forccedilas de van der Waals forccedilas entre as moleacuteculas mais fracas que as forccedilas atocircmicas RUSSEL J
Quiacutemica Geral 2 ed Satildeo Paulo Makron Book 1994 vol 1 3 Recuperaccedilatildeo da espeacutecie metaacutelica
24
Diversos tipos de adsorventes tais como o palmito pupunha o sabugo de milho o
algodatildeo o caju as cascas de arroz banana noz pecatilde e laranja tecircm sido testados
laboratorialmente por pesquisadores da aacuterea cita-se Vaghetti et al (2009) que realizou
estudos sobre a eficiecircncia da casca da noz pecatilde como agente de retirada de iacuteons cromo(III)
cromo (VI) ferro zinco cobre manganecircs e chumbo de soluccedilotildees sinteacuteticas obtendo
especial ecircxito na biossorccedilatildeo de cromo (VI)
O processo de biossorccedilatildeo desenvolve-se de modo homogecircneo atraveacutes de condiccedilotildees
ambientais controladas as quais ocorrem dentro de reatores contiacutenuos (VOLESKY
NOLAN 1995 SANTOS VASCONCELOS 2002) Os reatores mais comumente usados
na remoccedilatildeo de metais pesados satildeo o de coluna de leito fixo e o anaeroacutebio de manta de
lodo (QUAMBY FOSTER 1995 SEOLATTO et al 2009)
De acordo com Lodeiro Herrero e Sastre de Vicente (2006) os reatores de coluna
de leito fixo promovem o melhor aproveitamento do biossorvente pois possibilitam ciclos
regenerativos jaacute os reatores anaeroacutebios de manta de lodo satildeo comumente utilizados em
tratamento de aacuteguas residuaacuterias por serem eficientes na remoccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica e
apresentarem consideraacutevel baixo custo inicial (QUAMBY FOSTER 1995 SEOLATTO
et al 2009)
324 A laranja como adsorvente
Segundo Batista (2014)
ldquoA casca da laranja encontra-se na literatura dos estudos de adsorccedilatildeo
mostrando um grande potencial na remoccedilatildeo de resiacuteduos em efluentes O
Brasil eacute um grande produtor de laranja no mundo atualmente em torno de
70 do suco consumido mundialmente eacute proveniente de plantaccedilotildees ou da
industrializaccedilatildeo da laranja no Brasil Apoacutes a extraccedilatildeo do suco na induacutestria da
laranja grande parte do fruto mais de 50 eacute de rejeitos soacutelidos
representados pela casca bagaccedilo e sementesrdquo (BATISTA 2014)
Aproximadamente 18 milhotildees de toneladas de laranja satildeo produzidas anualmente
no Brasil e o Estado de Satildeo Paulo eacute responsaacutevel por 74 dessa produccedilatildeo (IBGE 2012)
Em 2011 os resiacuteduos de laranja oriundos de induacutestrias de processamento como por
exemplo de produccedilatildeo de suco chegaram a gerar 95 milhotildees de toneladas de resiacuteduos
(CODESP 2011) Apesar de ser uma mateacuteria abundante e de baixo custo a principal
utilizaccedilatildeo dessa biomassa tem sido como complemento na alimentaccedilatildeo bovina Tal
25
complemento chamado de ldquopolpa ciacutetrica peletizadardquo eacute produzido a partir da secagem dos
resiacuteduos de laranja Ateacute meados de 1993 o produto era desconhecido pela pecuaacuteria
nacional pois desde a deacutecada de 70 a polpa ciacutetrica era exportada quase que integralmente
para a Europa (NEVES et al 2010)
A previsatildeo para exportaccedilatildeo do produto em 2012 era de 180 toneladas isso
considerando que haveria um aumento de 21 com relaccedilatildeo a 2011 (CODESP 2011) A
polpa ciacutetrica peletizada continua natildeo sendo empregada amplamente no Brasil gerando um
remanescente de aproximadamente 932 milhotildees de toneladas de resiacuteduos de laranja sem
destinaccedilatildeo especiacutefica Dessa forma a sua utilizaccedilatildeo como insumo de agente biossortivo
obtido aproximadamente a custo zero torna-se de grande valia na retirada de metais
pesados de meio aquoso
Como apontado por Batista (2014) os rejeitos de laranja satildeo apontados na literatura
como material de adsorccedilatildeo mostrando um grande potencial na remoccedilatildeo de metais Aacuteguas
residuaacuterias que incluem por exemplo cromo chumbo e prata apresentam resultados
promissores particularmente a biossorccedilatildeo do chumbo apresenta aproximadamente 99 de
eficaacutecia com relaccedilatildeo a concentraccedilotildees variadas de chumborejeito de laranja (MORAES et
al 2011 MASSOCATTO et al 2009 ALMEIDA et al 2012)
Apesar da eficaacutecia laboratorial da utilizaccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos de laranja (casca
bagaccedilo e semente) na descontaminaccedilatildeo de um meio aquoso observa-se a necessidade do
estabelecimento da conexatildeo entre as induacutestrias que proveriam esse resiacuteduo de laranja com
as que poderiam utilizaacute-lo como meacutetodo de tratamento assim revelou-se a oportunidade
de aplicar o conceito de Simbiose Industrial atraveacutes de uma anaacutelise inter-empresas
avaliando a potencialidade de intercacircmbio dos rejeitos industriais como fonte de mateacuteria-
prima para outros processos produtivos em induacutestrias do municiacutepio de Bebedouro estado
de Satildeo Paulo
26
4 METODOLOGIA
A metodologia desenvolvida neste trabalho pode ser agrupada e pormenorizada em
quatro etapas todas elas partindo de um levantamento e anaacutelise de referenciais teoacutericos
embasados em dados bibliograacuteficos O levantamento de dados realizado neste trabalho teve
como primeira aacuterea de abrangecircncia o estado de Satildeo Paulo Foram utilizados os bancos de
dados do IBGE CDSP CETESB USEPA entre outros e tambeacutem web sites artigos teses
e pesquisas acadecircmico cientiacuteficas
41 Levantamento bibliograacutefico
Caracterizou-se o processo de simbiose industrial como forma de reinserccedilatildeo de
resiacuteduos na cadeia produtiva e sua efetiva implantaccedilatildeo como possibilidade viaacutevel do
alcance do desenvolvimento sustentaacutevel
Realizou-se definiccedilatildeo teacutecnica do metal pesado chumbo e contextualizaccedilatildeo da
problemaacutetica do uso histoacuterico desse metal com ecircnfase para a problemaacutetica do uso na
atualidade
Desenvolveu-se a relaccedilatildeo entre o capitalismo atual que promove os ciclos abertos
de mateacuteria e energia caracteriacutestica de parte do sistema produtivo com ecircnfase para aqueles
que geram aacuteguas residuaacuterias contaminadas pelo metal pesado chumbo
Avaliaram-se os meacutetodos de remoccedilatildeo de metais-pesados de aacuteguas residuaacuterias com
especial atenccedilatildeo ao uso de biomassa vegetal como agente no processo de adsorccedilatildeo4 objeto
de estudo deste trabalho
A partir da escolha da biossorccedilatildeo como meacutetodo para o tratamento de efluentes
realizou-se um levantamento bibliograacutefico sobre usos de diversas biomassas vegetais que
apresentariam eficaacutecia comprovada e que tambeacutem poderiam ser encontradas em
abundacircncia
Constatou-se que o maior produtor de laranja do Brasil eacute o estado de Satildeo Paulo e
que a cadeia produtiva da transformaccedilatildeo do produto in natura em suco eacute tambeacutem em sua
4 Neste trabalho foi denominada de biossorccedilatildeo a adsorccedilatildeo realizada por meio da utilizaccedilatildeo de biomassa
vegetal
27
grande maioria realizada dentro do estado O processo referido gera quantidade abundante
de biomassa vegetal de laranja cuja eficaacutecia no tratamento de efluentes contaminados pelo
metal pesado chumbo pocircde ser comprovada por referencial teoacuterico
Definiu-se de consideraacutevel relevacircncia a realizaccedilatildeo de um estudo que busque
evidecircncias da aplicabilidade e viabilidade de uma proposta para o processo de simbiose
entre as induacutestrias estudadas no qual os resiacuteduos (bagaccedilosementecasca) de laranja
possam ser utilizados como meacutetodo de tratamento de aacutegua residuaacuteria contaminada no
processo de produccedilatildeo industrial
42 Levantamento e anaacutelise da produccedilatildeo de laranja no Estado de SP
Apoacutes constataccedilatildeo por meio da Revisatildeo Bibliograacutefica que o Estado de Satildeo Paulo eacute
o estado que se apresenta como maior produtor de laranja do Brasil realizou-se um
levantamento da produccedilatildeo de laranja por cidades do estado Utilizaram-se dados do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do ano de 2012 que correspondem
ao levantamento da produccedilatildeo total de diversos tipos de leguminosas frutas e sementes por
cidade
Posteriormente realizou-se a elaboraccedilatildeo de um mapa referente agrave produccedilatildeo de
laranja por cidade do estado de Satildeo Paulo com suporte do programa de geoprocessamento
ArcGis 1031
A partir da obtenccedilatildeo de dados referentes agrave produccedilatildeo de laranja por cidade com sua
respectiva espacializaccedilatildeo constatou-se acessando o cataacutelogo da Associaccedilatildeo Nacional de
Exportadores de Sucos e Ciacutetricos (CitrusBR) que o escoamento de 93 da produccedilatildeo total
do estado eacute proveniente do denominado cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo cuja definiccedilatildeo seraacute elucidada
no capiacutetulo 51 tem a seguinte destinaccedilatildeo trecircs grandes empresas fabricantes de suco de
laranja consumo in natura e pequenas induacutestrias produtoras de suco
A seguir as cidades levantadas neste trabalho e integrantes do cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo
foram aferidas sequencialmente em ordem decrescente de produccedilatildeo mediante acessos aos
cataacutelogos industriais da Federaccedilatildeo das Induacutestrias do Estado de Satildeo Paulo (FIESP 2014) e
do Centro das Induacutestrias do Estado de Satildeo Paulo (CIESP 2015) com o intuito de verificar
a existecircncia de escoamento de produccedilatildeo de laranja destinado a pequenas induacutestrias de suco
28
Foi realizado contato por meios eletrocircnicos com as induacutestrias constantes no
material pesquisado no qual foram requeridas informaccedilotildees sobre
1) Existecircncia da geraccedilatildeo de resiacuteduo de laranja
2) Destinaccedilatildeo dada ao resiacuteduo se este existir
3) Quantificaccedilatildeo diaacuteria eou mensal eou anual do resiacuteduo se este existir
4) Armazenamento do resiacuteduo se este existir
A Companhia Ambiental do estado de Satildeo Paulo (CETESB) foi contatada com o intuito
de requisitar vista do Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento (MCE) desta induacutestria
com objetivo de levantamento dos dados pertinentes ao desenvolvimento deste trabalho Os
dados solicitados agrave CETESB referentes a cada induacutestria constam no Anexo A e B
43 Levantamento e anaacutelise das induacutestrias com potencial poluidor
A partir da delimitaccedilatildeo da aacuterea de estudo verificou-se a necessidade da realizaccedilatildeo
um levantamento das induacutestrias que poderiam utilizar-se da biossorccedilatildeo como meacutetodo de
tratamento de efluentes
Para tal houve a necessidade de realizar uma relaccedilatildeo entre as categorias industriais
da Environmental Protection Agency ndash United States (USEPA) as quais levam em
consideraccedilatildeo em sua descriccedilatildeo os componentes que potencialmente seriam encontrados
em seus respectivos efluentes com as categorias industriais brasileiras disponibilizadas
pelo IBGE
Sucedendo-se a esta associaccedilatildeo e jaacute delimitada a aacuterea de pesquisa como sendo o
limite municipal da cidade de Bebedouro realizou-se a partir de pesquisa nos cataacutelogos
industriais da FIESP (2014) e da CIESP (2015) afericcedilatildeo das induacutestrias que estariam dentro
dos paracircmetros dispostos nas categorias industriais caracterizadas neste trabalho isto eacute as
que potencialmente conteriam chumbo em suas aacuteguas residuaacuterias
Um total de onze induacutestrias apresentaram os quesitos para serem categorizadas pelo
meacutetodo citado Um mapa referente agrave disposiccedilatildeo dessas induacutestrias foi efetuado no programa
ArcGis 1031 Subsequentemente a agecircncia da CETESB responsaacutevel pelo municiacutepio de
Bebedouro foi contatada a fim de se obter a vista dos processos MCE de cada uma das
induacutestrias com o intuito de verificar quais realmente continham chumbo em suas aacuteguas
29
residuaacuterias e quais as formas de tratamento efetuadas Apoacutes essa verificaccedilatildeo constatou-se
que duas induacutestrias adequavam-se ao propoacutesito deste trabalho
44 Exposiccedilatildeo do meacutetodo de tratamento aplicado na induacutestria
Pormenorizaccedilatildeo dos dados referentes aos efluentes destas empresas foram
analisados para que a partir de referencial teoacuterico em uma segunda etapa fossem
realizados os caacutelculos da demanda de resiacuteduos de laranja que tais induacutestrias utilizariam se
adotassem o meacutetodo de tratamento proposto
Atraveacutes de anaacutelise do mesmo referencial teoacuterico citado anteriormente foram
obtidas informaccedilotildees sobre o tratamento especiacutefico que o resiacuteduo deveria receber antes de
ser inserido no processo de tratamento Em sequecircncia realizou-se levantamento das
tecnologias que poderiam ser utilizadas no processamento desses resiacuteduos bem como
seleccedilatildeo das que mais se adequavam
Realizou-se levantamento de formas de inserccedilatildeo da biomassa em escala real de
tratamento
Um levantamento e anaacutelises de custos das tecnologias de processamento das
formas de inserccedilatildeo e do translado do resiacuteduo caso fosse utilizado os serviccedilos de uma
empresa transportadora foram realizados
30
5 LEVANTAMENTO DE DADOS
51 Distribuiccedilatildeo da produccedilatildeo de laranja no estado de Satildeo Paulo
Para o levantamento e espacializaccedilatildeo da produccedilatildeo de laranja no estado de Satildeo Paulo
foram coletados dados do site do IBGE referentes ao ano de 2013 Na Figura 5 satildeo
destacados os municiacutepios paulistas produtores de laranja conforme o total de produccedilatildeo da
fruta
Figura 5 ndash Disposiccedilatildeo dos municiacutepios produtores de laranja no Estado de Satildeo Paulo
Fonte IBGE (2013)
De acordo com a CitrusBR (2010) e com o Fundo de Defesa da Citricultura
(FUNDECITRUS 2015) existe uma aacuterea denominada de cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo cuja
delimitaccedilatildeo geograacutefica abrange 93 da produccedilatildeo de laranja do estado de Satildeo Paulo Essa
aacuterea eacute dividida em setores os quais satildeo denominados de norte sul centro noroeste e
sudoeste como apresentado na Figura 6
31
Figura 6 ndash Setores do cinturatildeo citriacutecola
Fonte Adaptado FUNDECITRUS (2015)
511 Distribuiccedilatildeo do consumo de laranja no estado de SP
Sabendo que aproximadamente 93 de toda a laranja produzida no estado de Satildeo
Paulo proveacutem do cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo a seguinte diferenciaccedilatildeo eacute feita pela CitrusBR
(2010) conforme sua destinaccedilatildeo a) 84 para trecircs grandes induacutestrias de suco de laranja as
quais possuem 18 faacutebricas distribuiacutedas em 16 municiacutepios do estado de SP e um localizado
no estado do Paranaacute b) 2 para pequenas induacutestrias produtoras de suco de laranja c) 7
ao consumo in natura
No Quadro 1 satildeo apresentadas informaccedilotildees de localizaccedilatildeo das unidades industriais
das trecircs grandes induacutestrias consumidoras da produccedilatildeo de laranja do estado de Satildeo Paulo
denominadas arbitrariamente de induacutestrias A B e C
32
Quadro 1 ndash Localizaccedilatildeo das unidades das induacutestrias A B e C
Induacutestria de suco de laranja Cidades
Induacutestria A
Bebedouro
Engenheiro Coelho
Matatildeo
Paranavaiacute (PR)
Santos
Induacutestria B
Araras
Catanduva
Matatildeo
Induacutestria C
Araraquara
Avareacute
Conchal
Colina
Cordeiroacutepolis
Duartina
Itaacutepolis
Porto Ferreira
Uchoa
Votuporanga
Fonte CITRUSBR (2010)
Na Figura 7 eacute possiacutevel visualizar em acircmbito estadual a disposiccedilatildeo geograacutefica das
filiais das induacutestrias A B e C
O potencial de geraccedilatildeo de resiacuteduos de laranja dessas unidades industriais eacute elevado
visto que 84 da produccedilatildeo do estado eacute absorvida por elas (CITRUSBR 2010) Poreacutem ao
acessar o conjunto de paacuteginas da internet dessas trecircs induacutestrias constatou-se que todo o
produto residual de laranja gerado jaacute tem como destinaccedilatildeo o processo de peletizaccedilatildeo
Assim uma vez que este resiacuteduo representa um valor comercial para estas induacutestrias natildeo
foram considerados tais dados no desenvolvimento deste trabalho
33
Figura 7 ndash Localizaccedilatildeo das filiais das induacutestrias de suco de laranja (A B e C)
Fonte CITRUSBR (2010)
Os 7 da produccedilatildeo de laranja que natildeo proveacutem do cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo natildeo teve seu
escoamento estudado fato que impossibilitou a utilizaccedilatildeo desses dados na realizaccedilatildeo das
anaacutelises requeridas para o desenvolvimento deste trabalho
Portanto considerou-se que 2 da produccedilatildeo de laranja proveniente do cinturatildeo
ldquocitriacutecolardquo aproximadamente 266400 toneladas5 serviria ao propoacutesito aludido
512 Seleccedilatildeo da induacutestria de suco
Reputando-se que os 2 da produccedilatildeo estadual de laranja citados localizam-se no
cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo (CITRUSBR 2010) realizou-se a identificaccedilatildeo de pequenas induacutestrias
5 Considerando a produccedilatildeo anual em torno de 18 milhotildees de toneladas e 74 deste total proveniente do
estado de Satildeo Paulo
34
produtoras de suco de laranja integrantes do cinturatildeo atraveacutes de acessos aos Cataacutelogos
Induacutestrias da CIESP (2015) e da FIESP (2014)
As cidades foram hierarquizadas de forma decrescente conforme o total de
produccedilatildeo anual de laranja Na sequecircncia ponderou-se a distinccedilatildeo de induacutestrias que
somente realizam o processo de embalagem do suco pronto das que realizam o processo
de fabricaccedilatildeo deste O levantamento cessou quando um total de duas induacutestrias foram
encontradas ambas localizadas na cidade de Bebedouro estado de Satildeo Paulo Vale
ressaltar que as cidades hierarquizadas como anteriores agrave Bebedouro natildeo apresentaram
induacutestrias de suco dentro dos limites municipais A Tabela 2 apresenta a produccedilatildeo anual
em toneladas para cada cidade do cinturatildeo citriacutecola
Tabela 3 ndash Cidades integrantes do cinturatildeo citriacutecola consideradas no levantamento de induacutestrias de suco
Cidades Produccedilatildeo (t ano-1)
Casa Branca 693 690
Mogi Guaccedilu 448 800
Itapetininga 392 716
Aacuteguas de Santa Barbara 364 100
Brotas 334 560
Bebedouro 326 570
Fonte IBGE (2012)
Das induacutestrias consultadas somente uma retornou o contato em tempo haacutebil para
desenvolvimento deste trabalho Essa induacutestria situa-se no Norte do cinturatildeo na cidade de
Bebedouro e a Figura 8 tem por finalidade mostrar sua disposiccedilatildeo geograacutefica dentro do
municiacutepio citado
As informaccedilotildees fornecidas pela empresa denotam que existe produccedilatildeo de resiacuteduo
de laranja sem destinaccedilatildeo determinada (informaccedilatildeo verbal)6 Poreacutem natildeo foram cedidas
dados referentes a quantidade desse resiacuteduo gerado por dia mecircs eou ano e nem sobre a
forma de armazenamento eou disposiccedilatildeo do mesmo
6 Dados fornecidos por funcionaacuterio em entrevista por telefone
35
Figura 8 ndash Induacutestria de suco geradora de resiacuteduos de laranja localizada na cidade de Bebedouro
Fonte CIESP (2015) FIESP (2014)
5121 Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento (MCE)
O MCE eacute um documento exigido como parte integrante das Licenccedilas Preacutevias de
Instalaccedilatildeo e Operaccedilatildeo do Empreendimento (G3 GEOTECNOLOGIAS c2014)
Em pesquisa realizada em websites de diversas prefeituras (Campinas Satildeo Paulo e
Ribeiratildeo Preto) constatou-se que cada cidade tem seu proacuteprio modelo de MCE poreacutem
todos seguem o modelo baacutesico fornecido pela CETESB que margeia os seguintes itens
Identificaccedilatildeo do empreendimentoatividade
Relaccedilatildeo de mateacuterias primas
Relaccedilatildeo de produtos
Relaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos
36
Croqui de localizaccedilatildeo
Fluxograma
Combustiacuteveis
Informaccedilotildees sobre chamineacutes
Fontes de poluiccedilatildeo do ar
Equipamentos para controle de poluiccedilatildeo do ar
Balanccedilo hiacutedrico
Efluentes liacutequidos
Resumo de lanccedilamentos
Resiacuteduos soacutelidos
Armazenamento e tratamentodisposiccedilatildeo final dos resiacuteduos soacutelidos
Fontes de poluiccedilatildeo por ruiacutedo
A agecircncia da CETESB responsaacutevel pelo muniacutecipio de Bebedouro localiza-se na
cidade de Barretos e por meio de e-mails telefonemas e pedidos formais requisitou-se
vista do MCE da induacutestria mencionada no item anterior
Apoacutes verificaccedilatildeo constatou-se que a induacutestria produtora de suco possui Certificado
de Dispensa de Licenccedila portanto natildeo possui MCE impossibilitando o recolhimento de
dados por este meio
52 Categorias industriais de acordo com o tipo de efluente gerado7
A partir das praacuteticas industriais descargas de aacuteguas pluviais tecnologias e accedilotildees
que previnam a poluiccedilatildeo tratamento de efluentes e caracteriacutesticas econocircmicas a USEPA
realiza anaacutelises que possuem como princiacutepio baacutesico o incentivo agrave reduccedilatildeo da geraccedilatildeo de
poluentes que sejam ao mesmo tempo economicamente viaacuteveis Assim com base em
normas e limites para a descarga de efluentes em aacuteguas superficiais e em estaccedilotildees de
7 Chumbo geralmente natildeo eacute o uacutenico metal encontrado em aacuteguas residuaacuterias industriais desse seguimento
37
tratamento a proacutepria USEPA realizou uma categorizaccedilatildeo das induacutestrias conforme o tipo de
efluente gerado
As categorias industriais que nesta categorizaccedilatildeo da USEPA apresentavam limites
restritivos para a emissatildeo de efluentes contaminados pelo metal pesado chumbo satildeo
apresentadas a seguir
Battery Manufacturing
Centralized Waste Treatment
Copper Forming
Electrical and Electronic Components
Electroplating
Glass Manufacturing
Inorganic Chemicals
Iron and Steel Manufacturing
Metal Finishing
Metal Molding and Casting (Foundries)
Metal Products and Machinery
Nonferrous Metals Forming and Metal Powders
Nonferrous Metals Manufacturing
Ore Mining and Dressing (Hard Rock Mining)
Organic Chemicals Plastics and Synthetic Fibers (OCPSF)
Pesticide Chemicals Manufacturing Formulating and Packaging
Porcelain Enameling
Rubber Manufacturing
Transportation Equipment Cleaning Manufacturing
No Brasil o IBGE realizou em 2008 um estudo que reuniu informaccedilotildees
econocircmicas e financeiras sobre os setores industriais brasileiros o qual apresenta dados
sobre receita custos e valor de produccedilatildeo por exemplo Neste estudo tambeacutem satildeo
enumerados todos os setores industriais
38
O quadro 2 tem por finalidade relacionar as categorias americanas catalogadas pela
USEPA que podem apresentar chumbo em seus efluentes com os respectivos setores
industriais brasileiros
Quadro 2 ndash Relaccedilatildeo entre categorias industriais americanas e brasileiras
Categoria US EPA Categoria IBGE
Ore Mining and Dressing (Hard Rock Mining) Extraccedilatildeo de minerais metaacutelicos
Inorganic Chemicals
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos
Organic Chemicals Plastics and Synthetic
Fibers (OCPSF)
Pesticide Chemicals Manufacturing
Formulating and Packaging
Copper forming
Porcelain Enameling Fabricaccedilatildeo de produtos de minerais natildeo-
metaacutelicos Glass Manufacturing
Electroplating
Metalurgia baacutesica ou
Fabricaccedilatildeo de produtos de metal
(exceto maacutequinas e equipamentos)
Iron and Steel Manufacturing
Metal Finishing
Metal Molding and Casting (Foundries)
Nonferrous Metals Forming and Metal
Powders
Nonferrous Metals Manufacturing
Electrical and Electronic Components Fabricaccedilatildeo de maacutequinas aparelhos e
materiais eleacutetricos Battery Manufacturing
Transportation Equipment Cleaning
Manufacturing Fabricaccedilatildeo equipamentos de transporte
Centralized Waste Treatment Reciclagem
Fonte elaborado a partir de dados de USEPA (2014) IBGE (2008)
No Quadro 3 eacute possiacutevel verificar as categorias industriais do IBGE que tambeacutem
constam no Quadro 2 com as suas respectivas subcategorias estas embasam de maneira
mais especiacutefica a correlaccedilatildeo estabelecida
39
Quadro 3 ndash Categorias e subcategorias industriais de acordo com o IBGE
Categoria IBGE Subcategoria IBGE
Extraccedilatildeo de minerais metaacutelicos Extraccedilatildeo de minerais metaacutelicos natildeo-ferrosos
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos inorgacircnicos
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos orgacircnicos
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas
Fabricaccedilatildeo de tintas vernizes lacas e produtos afins
Fabricaccedilatildeo de fibras fios cabos e filamentos contiacutenuos artificiais e sinteacuteticos
Fabricaccedilatildeo de artigos de borracha e material plaacutestico
Fabricaccedilatildeo de artigos de borracha
Fabricaccedilatildeo de produtos de material plaacutestico
Fabricaccedilatildeo de produtos de minerais natildeo-metaacutelicos
Fabricaccedilatildeo de vidro e de produtos do vidro
Metalurgia baacutesica
Produccedilatildeo de ferro-gusa e de ferroligas
Siderurgia
Fabricaccedilatildeo de tubos (exceto em sideruacutergicas)
Fundiccedilatildeo
Fabricaccedilatildeo de produtos de metal
(exceto maacutequinas e equipamentos)
Fabricaccedilatildeo de estruturas metaacutelicas e obras de caldeiraria pesada
Fabricaccedilatildeo de tanques caldeiras e reservatoacuterios metaacutelicos
Forjaria estamparia metalurgia do poacute e serviccedilos de tratamento de metais
Fabricaccedilatildeo de artigos de cutelaria de serralheria e ferramentas manuais
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de tanques caldeiras e reservatoacuterios metaacutelicos
Fabricaccedilatildeo de produtos de metal natildeo especificados anteriormente
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas e
equipamentos
Fabricaccedilatildeo de motores bombas compressores e equipamentos de transmissatildeo
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos de uso Geral
Fabricaccedilatildeo de tratores e de maacutequinas e equipamentos para a agricultura e pecuaacuteria
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas-ferramenta
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos de usos na extraccedilatildeo mineral e construccedilatildeo
Fabricaccedilatildeo de outras maacutequinas e equipamentos de uso especiacutefico
Fabricaccedilatildeo de armas municcedilotildees e equipamentos militares
Fabricaccedilatildeo de eletrodomeacutesticos
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas
aparelhos e materiais eleacutetricos
Fabricaccedilatildeo de geradores transformadores e motores eleacutetricos
Fabricaccedilatildeo de equipamentos para distribuiccedilatildeo e controle de energia eleacutetrica
Fabricaccedilatildeo de fios cabos e condutores eleacutetricos isolados
Fabricaccedilatildeo de pilhas baterias e acumuladores eleacutetricos
Fabricaccedilatildeo de lacircmpadas e equipamentos de iluminaccedilatildeo
Fabricaccedilatildeo de material eleacutetrico para veiacuteculos - exceto baterias
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de maacutequinas aparelhos e materiais eleacutetricos
Fabricaccedilatildeo de outros equipamentos e aparelhos eleacutetricos
Fabricaccedilatildeo de material eletrocircnico baacutesico
Fabricaccedilatildeo de material eletrocircnico e de aparelhos e equipamentos de comunicaccedilotildees
Fabricaccedilatildeo de aparelhos receptores de raacutedio e televisatildeo e de reproduccedilatildeo gravaccedilatildeo ou amplificaccedilatildeo de som e viacutedeo
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de aparelhos e equipamentos de telefonia radiotelefonia e de transmissores de televisatildeo e raacutedio (exceto telefones)
Fabricaccedilatildeo de outros equipamentos de transporte
Fabricaccedilatildeo de outros equipamentos de transporte
40
Reciclagem Reciclagem de sucatas metaacutelicas
Fonte elaborado a partir de IBGE (2008)
Em anaacutelise comparativa dos aspectos das categorias industriais americanas
catalogadas pela USEPA com as respectivas especificaccedilotildees das categorias e subcategorias
industriais catalogadas pelo IBGE eacute possiacutevel afirmar que estas possuem similaridade
Assim conclui-se que potencialmente tais categorias e subcategorias listadas no Quadro
3 satildeo passiacuteveis de possuir o metal pesado chumbo em suas aacuteguas residuaacuterias Na Tabela 4
observa-se a quantidade de induacutestrias presentes em cada uma das subcategorias de acordo
com levantamento realizado pelo IBGE no ano de 2003
Tabela 4 ndash Nuacutemero de induacutestrias de acordo com as subcategorias industriais do IBGE
(continua)
Subcategorias industriais Nordm
Extraccedilatildeo de minerais metaacutelicos natildeo-ferrosos 61
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos inorgacircnicos 374
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos orgacircnicos 426
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas 67
Fabricaccedilatildeo de fibras fios cabos e filamentos contiacutenuos artificiais e sinteacuteticos 38
Fabricaccedilatildeo de artigos de borracha 1540
Fabricaccedilatildeo de produtos de material plaacutestico 5545
Fabricaccedilatildeo de vidro e de produtos do vidro 416
Produccedilatildeo de ferro-gusa e de ferroligas 99
Siderurgia 237
Fabricaccedilatildeo de tubos (exceto em sideruacutergicas) 165
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 449
Fundiccedilatildeo 798
Fabricaccedilatildeo de estruturas metaacutelicas e obras de caldeiraria pesada 3475
Fabricaccedilatildeo de tanques caldeiras e reservatoacuterios metaacutelicos 363
Forjaria estamparia metalurgia do poacute e serviccedilos de tratamento de metais 2628
Fabricaccedilatildeo de artigos de cutelaria de serralheria e ferramentas manuais 1910
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de tanques caldeiras e reservatoacuterios metaacutelicos 83
Fabricaccedilatildeo de produtos diversos de metal 4215
Fabricaccedilatildeo de motores bombas compressores e equipamentos de transmissatildeo 1041
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos de uso geral 2271
Fabricaccedilatildeo de tratores e de maacutequinas e equipamentos para a agricultura e pecuaacuteria 754
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas-ferramenta 540
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos de usos na extraccedilatildeo mineral e construccedilatildeo 227
41
Fabricaccedilatildeo de outras maacutequinas e equipamentos de uso especiacutefico 1715
Tabela 3 ndash Nuacutemero de induacutestrias de acordo com as subcategorias industriais do IBGE
(conclusatildeo)
Subcategorias industriais Nordm
Fabricaccedilatildeo de armas municcedilotildees e equipamentos militares 8
Fabricaccedilatildeo de eletrodomeacutesticos 427
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos 1071
Fabricaccedilatildeo de geradores transformadores e motores eleacutetricos 396
Fabricaccedilatildeo de equipamentos para distribuiccedilatildeo e controle de energia eleacutetrica 454
Fabricaccedilatildeo de fios cabos e condutores eleacutetricos isolados 239
Fabricaccedilatildeo de pilhas baterias e acumuladores eleacutetricos 103
Fabricaccedilatildeo de lacircmpadas e equipamentos de iluminaccedilatildeo 482
Fabricaccedilatildeo de material eleacutetrico para veiacuteculos - exceto baterias 173
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de maacutequinas aparelhos e materiais eleacutetricos 129
Fabricaccedilatildeo de outros equipamentos e aparelhos eleacutetricos 460
Fabricaccedilatildeo de material eletrocircnico baacutesico 421
Fabricaccedilatildeo de material eletrocircnico e de aparelhos e equipamentos de comunicaccedilotildees 238
Fabricaccedilatildeo de aparelhos receptores de raacutedio e televisatildeo e de reproduccedilatildeo gravaccedilatildeo
ou amplificaccedilatildeo de som e viacutedeo 194
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de aparelhos e equipamentos de telefonia e radiotelefonia
e de transmissores de televisatildeo e raacutedio (exceto telefones) 21
Fabricaccedilatildeo de outros equipamentos de transporte 301
Reciclagem de sucatas metaacutelicas 103
Fonte elaborado a partir de IBGE (2003)
Analisando a Tabela 4 contata-se que ao todo no ano de 2003 existiam 34657
induacutestrias com potencial poluidor pelo metal chumbo no Brasil
521 Levantamento das induacutestrias com potencial poluidor
Apoacutes a seleccedilatildeo da induacutestria produtora de suco de laranja a ser estudada realizou-se
um levantamento de dados buscando averiguar todas as induacutestrias passiacuteveis de serem
enquadradas nas categorias e subcategorias industriais mencionadas na Tabela 3
42
Analisados os cataacutelogos industriais da FIESP (2015) a da CIESP (2014) verificou-se
que um total de onze induacutestrias adequavam-se agraves subcategorias citadas neste trabalho Tais
induacutestrias foram denominadas sequencialmente de 1 a 11 e estatildeo descritas na Tabela 4
Tabela 5 ndash Induacutestrias com potencial poluidor por chumbo localizadas na cidade de Bebedouro ndash SP
Categoria IBGE Identificaccedilatildeo da induacutestria
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 1
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 2
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 3
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 4
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 5
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 6
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 7
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas 8
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas 9
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas 10
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas 11
Fonte adaptado de CIESP (2014) FIESP (2015)
Na Figura 9 verifica-se a disposiccedilatildeo dessas induacutestrias dentro do limite municipal da
cidade de Bebedouro ndash SP
43
Figura 9 ndash Induacutestrias com potencial poluidor
Fonte CIESP (2014) FIESP (2015)
As induacutestrias apresentadas na tabela 8 foram enquadradas pelas categorias
industriais que apresentavam o potencial poluidor descrito neste trabalho No entanto
algumas destas apresentavam mais de um processo produtivo o que demandaria anaacutelises
caso a caso para realizaccedilatildeo de enquadramentos mais especiacuteficos
5211 Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento (MEC)
Sendo a descriccedilatildeo do MCE caracterizada no item 5121 afirma-se que para
desenvolvimento da parte subsequente da metodologia utilizada para desenvolvimento
deste trabalho foram coletadas as seguintes informaccedilotildees nos processos requeridos o
balanccedilo hiacutedrico e efluentes liacutequidos das induacutestrias citadas na Tabela 5
44
Induacutestria 1 ndash a Tabela 6 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem A
Tabela 7 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 6 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 1
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 709
Usos ndash
Sanitaacuterios 637
Industrial 072
Outros 0
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 129
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 510
Industrial 070
Outros 0
Total de efluentes 580
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 401011015
Tabela 7 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 1
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Metalurgia de metais natildeo ferrosos
Vazatildeo 07
Vazatildeo de lanccedilamento 07
Meacutetodo de tratamento
Correccedilatildeo de pH e agitaccedilatildeo mecacircnica
Floculaccedilatildeo mecacircnica
Filtraccedilatildeo
Disposiccedilatildeo final Outros
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 51
Vazatildeo de lanccedilamento 51
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 401011015
45
Anaacutelises de controle para a fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua proveniente da metalurgia de
metais natildeo-ferroso satildeo realizadas e os resultados disponiacuteveis constam na Tabela 8
Tabela 8 ndash Anaacutelise do efluente proveniente da metalurgia de metais natildeo ferrosos antes e apoacutes tratamento
Paracircmetros Aacutegua bruta (entrada) Efluente industrial (saiacuteda)
Temperatura da aacutegua (ordm C) 25
pH 6
Houve periacuteodos de chuva
durante a coleta tratamento Sim
Chumbo (mg L-1) 2570 0305
Norma 6010 C
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 401011015
Induacutestria 2 ndash natildeo possui (ou natildeo foi informado) os dados para o balanccedilo hiacutedrico A
Tabela 9 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 9 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 2
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 056
Vazatildeo de lanccedilamento 056
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 401026315
Induacutestria 3 ndash a Tabela 10 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 11 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 10 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 3
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 600
46
Usos ndash
Sanitaacuterios 490
Industrial 0
Outros domeacutestico 110
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 208
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 392
Industrial 0
Outros 0
Total de efluentes 392
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400003213
Tabela 11 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 3
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 392
Vazatildeo de lanccedilamento 392
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400003213
Induacutestria 4 ndash possui Certificado de Dispensa de Licenccedila - natildeo possui o MCE
Induacutestria 5 ndash a Tabela 12 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 13 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 12 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 5
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado Nd
Usos ndash
Sanitaacuterios 336
Industrial 0
Outros domeacutestico 0
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 067
47
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 269
Industrial 0
Outros 0
Total de efluentes 269
Nd ndash informaccedilatildeo natildeo estava disponiacutevel
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400025612
Tabela 13 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 5
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 269
Vazatildeo de lanccedilamento 269
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400025612
Induacutestria 6 ndash a Tabela 14 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 15 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 14 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 6
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 4066
Usos ndash
Sanitaacuterios 630
Industrial 0
Outros consumo 3466
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 067
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 504
Industrial 0
Outros 3562
Total de efluentes 4066
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedilas nordm
400002814 e 400004314
48
Tabela 15 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 6
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Metalurgia de alumiacutenio e ligas
Vazatildeo Nd
Vazatildeo de lanccedilamento Nd
Meacutetodo de tratamento Nd
Disposiccedilatildeo final Nd
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 504
Vazatildeo de lanccedilamento 504
Meacutetodo de tratamento Filtro anaeroacutebio
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Nd ndash informaccedilotildees natildeo estavam disponiacuteveis
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedilas nordm 400002814 e 400004314
No MCE da referida foram apresentadas anaacutelises de controle para a fonte de
poluiccedilatildeo da aacutegua proveniente da metalurgia de alumiacutenio e ligas as quais foram
disponibilizadas em forma de relatoacuterio de ensaio Os relatoacuterios de ensaios para a) massa
bruta conforme NBR 10004 de 20048 (Tabela 16) b) lixiviaccedilatildeo conforme NBR 10005 de
20049 (Tabela 17) c) solubilizaccedilatildeo conforme NBR 10006 de 200410 (Tabela 18)
Tabela 16 ndash resultado do ensaio para massa bruta
Paracircmetro Resultado VMP LQ Unidade Meacutetodo de referecircncia
Chumbo 1550 Entre 200 e 125 01 mg kg-1 3111-B
VMP ndash Valores miacutenimos eou maacuteximos permitidos pela normalegislaccedilatildeo LQ ndash Limite de
quantificaccedilatildeo Dados de amostragem a) Massa da amostra seca 18385 g
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedilas nordm 400002814 e 400004314
8 NBR 10004 de 2004 a norma tem por funccedilatildeo a classificaccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos quanto aos seus
potenciais riscos agrave sauacutede puacuteblica e ao meio ambiente Materiais radioativos natildeo satildeo abrangidos nesta norma
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR ISO 10004 resiacuteduos soacutelidos ndash
classificaccedilatildeo 2004
9 NBR 10005 de 2004 tal norma tem por finalidade estipular os requisitos para obtenccedilatildeo de extrato lixiviado
dos resiacuteduos soacutelidos classificados na norma ABNT NBR 10004 como classe I ndash perigosos e classe II ndash natildeo
perigosos ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR ISO 10004 procedimento para
obtenccedilatildeo de extrato lixiviado de resiacuteduos soacutelidos 2004
10 NBR 10006 de 2004 essa norma fomenta os requisitos exigiacuteveis para obtenccedilatildeo de extrato solubilizado dos
resiacuteduos soacutelidos especificados pela ABNT NBR 10004 como classe IIA ndash natildeo inertes e classe IIB ndash inertes
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR ISO 10004 procedimento para obtenccedilatildeo
de extrato solubilizado de resiacuteduos soacutelidos 2004
49
De acordo com a NBR 10005 de 2004 lixiviaccedilatildeo eacute
ldquoProcesso para determinaccedilatildeo da capacidade de transferecircncia de substacircncias
orgacircnicas e inorgacircnicas presentes no resiacuteduo soacutelido por meio de dissoluccedilatildeo no
meio extrator (NBR 10005 2004)rdquo
Tabela 17 ndash resultado do ensaio para lixiviaccedilatildeo
Paracircmetro Resultado VMP LQ Unidade Meacutetodo de referecircncia
Chumbo 012 100 01 mg L-1 3111-B
VMP ndash Valores miacutenimos eou maacuteximos permitidos pela normalegislaccedilatildeo LQ ndash Limite de
quantificaccedilatildeo Dados de amostragem a) Massa da amostra seca 100 g b) Concentraccedilatildeo de soacutelidos
9572 c) Inicial 773 d) Tempo de lixiviaccedilatildeo 20 horas e) Volume total de extrato obtido 2000 mL
e f) Final 518
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedilas nordm 400002814 e 400004314
Tabela 18 ndash resultado do ensaio para solubilizado
Paracircmetro Resultado VMP LQ Unidade Meacutetodo de referecircncia
Chumbo 013 001 01 mg L-1 3111-B
VMP ndash Valores miacutenimos eou maacuteximos permitidos pela normalegislaccedilatildeo LQ ndash Limite de
quantificaccedilatildeo Dados de amostragem a) Massa da amostra seca 500 g b) Tempo de solubilizaccedilatildeo 7
dias c) Volume total de extrato solubilizado 2000 mL
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedilas nordm 400002814 e 400004314
Induacutestria 7 ndash a Tabela 19 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 20 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 19 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 7
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 753
Usos ndash
Sanitaacuterios 743
Industrial 010
Outros 0
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 159
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 594
Industrial 0
50
Outros 0
Total de efluentes 594
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400029313
Tabela 20 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 7
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 594
Vazatildeo de lanccedilamento 594
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400029313
Induacutestria 8 ndash a Tabela 21 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 22 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 21 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 8
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 301
Usos ndash
Sanitaacuterios 301
Industrial 0
Outros 0
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 0
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 241
Industrial 0
Outros 060
Total de efluentes 301
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400029511
51
Tabela 22 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 8
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 241
Vazatildeo de lanccedilamento 241
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400029511
Induacutestria 9 ndash a Tabela 23 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 24 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 23 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 9
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 450
Usos ndash
Sanitaacuterios 168
Industrial 282
Outros 0
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 280
Perdas por evaporaccedilatildeo 134
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 134
Industrial 0
Outros 0
Total de efluentes 134
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400027112
Tabela 24 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 9
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
52
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 134
Vazatildeo de lanccedilamento 134
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400027112
Induacutestria 10 ndash possui Certificado de Dispensa de Licenccedila e por isso natildeo
apresentava os dados do MCE
Induacutestria 11 ndash natildeo possui (ou foi informado) os dados para o balanccedilo hiacutedrico a
Tabela 25 apresenta os dados das fontes de poluiccedilatildeo
Tabela 25 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 11
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 202
Vazatildeo de lanccedilamento 202
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400011113
Analisando os dados obtidos constata-se que somente duas induacutestrias as
denominadas 1 e 6 poderiam utilizar do meacutetodo de tratamento de efluentes proposto por
este trabalho visto que da relaccedilatildeo das onze induacutestrias duas natildeo apresentavam MCE
devido agrave dispensa de apresentaccedilatildeo e as outras sete induacutestrias natildeo apresentaram outra fonte
de poluiccedilatildeo da aacutegua a natildeo ser o esgoto sanitaacuterio
Em todas as tabelas referentes agraves fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua nota-se que os
resultados referentes a vazatildeo de lanccedilamento natildeo apresentavam variaccedilatildeo com relaccedilatildeo aos
resultados referentes a vazatildeo isso ocorreu devido agrave ausecircncia de processos que
ocasionariam o aumento ou diminuiccedilatildeo dessa
53
53 Biossorccedilatildeo
A partir de um estudo realizado por Montanher e Rollemberg (2011) constatou-se
que o processo de biossorccedilatildeo de chumbo pelo resiacuteduo de laranja eacute efetivo na situaccedilatildeo in
natura destes
O estudo foi realizado a partir da amostragem de quatro tipos de efluentes
industriais dentre os quais trecircs enquadravam-se nas categorias industriais com potencial
de conter chumbo em seus efluentes sendo elas
Induacutestria de chapas metaacutelicas ndash que se enquadra na categoria de ldquofabricaccedilatildeo de
produtos de metal ndash exceto maacutequinas e equipamentosrdquo (efluente 1)
Induacutestria de baterias automotivas ndash que se enquadra na categoria de ldquofabricaccedilatildeo
de pilhas baterias e acumuladores eleacutetricosrdquo (efluente 2)
Induacutestria de galvanoplastia ndash que se enquadra na categoria de ldquofabricaccedilatildeo de
produtos de metal ndash exceto maacutequinas e equipamentosrdquo (efluente 3)
A preparaccedilatildeo da biomassa in natura foi realizada da seguinte maneira
ldquoO bagaccedilo de laranja foi triturado em um liquidificador lavado com aacutegua
de torneira ateacute que a soluccedilatildeo resultante natildeo apresentasse nenhum tipo de
coloraccedilatildeo enxaguado com aacutegua destilada e seco em estufa a 70ordmC por 8
horasrdquo (MONTANHER ROLLEMBERG 2011)
Importante ressaltar que os efluentes foram coletados antes de qualquer tratamento
preacutevio e que a lavagem da casca de laranja foi realizada ateacute que a soluccedilatildeo montante natildeo
apresentasse nenhuma coloraccedilatildeo para natildeo haver alteraccedilatildeo da cor final dos efluentes natildeo
havendo necessidade da realizaccedilatildeo de tal procedimento
Quando as autoras referem-se a bagaccedilo este pode ser igualmente comparado aos
resiacuteduos de laranja (cascabagaccedilosementes)
O ensaio para determinaccedilatildeo do iacutendice de adsorccedilatildeo foi realizado em sistema com 3 g de
bagaccedilo de laranja in natura na dosagem de 100 mL dos efluentes numa vazatildeo de 3 mL min-1
Na Tabela 26 verificam-se a quantidade de chumbo por litro incialmente presentes
nos efluentes os respectivos resultados obtidos a partir do tratamento realizado com
resiacuteduos de laranja in natura e os pH referentes agraves amostras brutas e tratadas
54
Tabela 26 ndash Resultados das anaacutelises para cada efluente
Tipos de efluentes Pb (mg L-1) pH
Efluente 1 (induacutestria de chapas metaacutelicas)
Antes do tratamento 944 388
Bagaccedilo in natura Nd 353
Efluente 2 (induacutestria de bateria automotiva)
Antes do tratamento 510 lt1
Bagaccedilo in natura 269 lt1
Efluente 3 (induacutestria de galvanoplastia)
Antes do tratamento Nd 238
Bagaccedilo in natura Nd 340
Nd ndash Natildeo detectado
Fonte adaptado MONTANHER ROLLEMBERG (2011)
Analisando a Tabela 26 observou-se que para o efluente 2 no qual o pH eacute aacutecido (lt
1) oriundo do uso de aacutecido sulfuacuterico para fabricaccedilatildeo de baterias a eficaacutecia natildeo foi a
esperada apresentando um resultado de apenas 5275 de adsorccedilatildeo de chumbo pelo
bagaccedilo de laranja in natura
Os resultados apresentados pelo efluente 1 podem ser analisados como excelentes
visto que a presenccedila de chumbo natildeo foi detectada ao final do processo
Jaacute o efluente 3 natildeo apresentou o metal chumbo na amostra bruta o que caracteriza
que as categorias industriais citadas neste trabalho apresentam possibilidades relativas de
poluiccedilatildeo com chumbo
Assim da afirmaccedilatildeo de Kuyucak e Volesky (1989) que diz que os valores de pH
afetam o processo de biossorccedilatildeo e com os dados obtidos na Tabela 26 eacute possiacutevel notar que
haacute desempenho significativo para valores de pH em torno 35 Assim pode-se afirmar que
a faixa oacutetima de pH para realizaccedilatildeo de biossorccedilatildeo de chumbo pelo resiacuteduo da laranja varia
de aproximadamente 35 ateacute 7 visto que para valores acima desse limite ocorre a formaccedilatildeo
de hidroacutexido de chumbo (SKOOG et al 2006) Valores mais especiacuteficos da faixa oacutetima de
pH podem ser obtidos atraveacutes da realizaccedilatildeo de mais experimentos e anaacutelises
Para a elaboraccedilatildeo desta pesquisa outros projetos trabalhos anaacutelises e ensaios foram
consultados com o intuito de corroborar partes teoacutericas no entanto as conclusotildees
apresentadas por estes natildeo foram consideradas no presente item pois todas as anaacutelises com os
respectivos resultados foram obtidos a partir de um efluente artificialmente contaminado por
chumbo o que natildeo condiz com o objetivo primeiro deste trabalho isto eacute anaacutelise da
possibilidade de implantaccedilatildeo de uma simbiose industrial
55
531 Reduccedilatildeo do tamanho do resiacuteduo
A reduccedilatildeo dos resiacuteduos ateacute que estes apresentem-se em forma de um poacute eacute
importante visto que haacute um aumento da superfiacutecie de contato induzindo uma maior
eficiecircncia no processo de biossorccedilatildeo por meio da aceleraccedilatildeo da velocidade de reaccedilatildeo
(ATKINS JONES 2006)
Assim mesmo este sendo o primeiro processo realizado na preparaccedilatildeo dos resiacuteduos
na pesquisa citada no item anterior o presente toacutepico buscou tecnologias que promoveriam
a cominuiccedilatildeo de resiacuteduos jaacute secos visto que de acordo com Fellows (2006) o processo de
transformaccedilatildeo de alimentos em poacute eacute facilitado quando ocorrido nesse estado
A seguir satildeo descritos alguns equipamentos utilizados para reduzir o tamanho de
alimentos secos de acordo com Fellows (2006)
Moinho de bolas ndash cilindros de accedilo que giram lentamente utilizados para produzir
poacutes
Moinho de discos ndash empregam forccedilas de cisalhamento na moagem fina ou forccedilas
de cisalhamento mais impacto para moagem grosseira
Moinho de martelos ndash utilizado para mateacuterias cristalinos e fibrosos os quais satildeo
desintegrados pela accedilatildeo dos martelos
532 Desidrataccedilatildeo do resiacuteduo
De acordo com Fellows (2006) desidrataccedilatildeo eacute definida como a aplicaccedilatildeo de calor
sob condiccedilotildees controladas com a finalidade de remover aacutegua normalmente presente nos
alimentos Alguns equipamentos a ar quente definidos por Fellows (2006) satildeo
Secadores de caixa ndash podendo ter vaacuterios metros de altura permite que a umidade
seja uniformizada poreacutem eacute importante que o alimento seja suficientemente resistente para
resistir agrave compressatildeo
56
Secadores de cacircmara ndash utilizados para pequenas escalas de produccedilatildeo (1 a 20 t d-1)
apresentam baixo custo de implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo muitas vezes necessitam de auxiacutelio
de outros tipos de secadores
Secadores de tuacutenel ndash apresentam capacidade para secar grandes quantidades de
alimento em curtos periacuteodos de tempo necessitam de auxiacutelio dos secadores de caixa
Secadores transportadores ndash utilizados para secagem em grande escala (55 t h-1)
secagem finalizada em secadores de caixa
Secadores de leito fluidizado ndash distribuem ar em alta velocidade de forma
homogecircnia pela cacircmara fazendo com que o alimento fique suspenso no ar sendo
vigorosamente agitado
Secadores de forno ndash construccedilotildees de dois andares que requerem alto custo de
implementaccedilatildeo e matildeo de obra
Secadores pneumaacuteticos ndash apresentam baixas taxas de investimento inicial e
manutenccedilatildeo e altas taxas de secagem Sua produtividade varia de 10 kg h-1 a 25 t h-1
Frequentemente utilizados apoacutes secador por spray
Secadores rotatoacuterios ndash altas taxas de secagem indicado para alimentos que
entrelaccedilam e aglomeram nos secadores de esteira
Secadores em spray ndash apresentam como vantagens a secagem raacutepida e a produccedilatildeo
contiacutenua baixos custos de matildeo de obra e operaccedilatildeo poreacutem apresentam elevado custo
inicial
Secagem solar ndash operaccedilatildeo de processamento agriacutecola mais utilizada no mundo
geralmente os alimentos satildeo dispostos ao ar livre Meacutetodos sofisticados utilizam-se da
energia solar para realizar a secagem dos alimentos Tecnologias simples e baratas sem
necessidade de energia ou matildeo de obra
A desidrataccedilatildeo tem por objetivo o prolongamento da vida uacutetil inibindo atividade
enzimaacutetica e crescimento microbiano poreacutem a temperatura de processamento costuma natildeo
ser suficiente para inativaccedilatildeo destes assim se houver aumento do teor de umidade durante
a estocagem ocorreraacute raacutepida deterioraccedilatildeo da mateacuteria em questatildeo A estocagem do material
desidratado deve ser realizada em local limpo (reduccedilatildeo dos meios contaminantes) e arejado
(o qual impediria a proliferaccedilatildeo de animais e micro-organismos) (FELLOWS 2006)
57
6 ANAacuteLISES E DISCUSSOtildeES DE DADOS
61 Aacuterea de estudo
Para realizaccedilatildeo deste estudo foi selecionado o municiacutepio de Bebedouro que estaacute
situado no norte do estado de Satildeo Paulo Pertencendo agrave microrregiatildeo da Serra de
Jaboticabal e mesorregiatildeo de Ribeiratildeo Preto Bebedouro possui uma aacuterea de 683192 Kmsup2
e uma populaccedilatildeo de aproximadamente 78000 habitantes (Figura 10) O clima eacute tropical e
ameno com temperatura em torno de 23 graus Celsius (IBGE c2014 IZIDORO FILHO
1991)
Figura 10 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea de estudos
Fonte IBGE (2010)
A origem do nome da cidade eacute devido a um coacuterrego conhecido como Bebedor o
qual servia de parada para tropeiros boiadeiros e animais que demandavam do sertatildeo para
Jaboticabal (IBGE c2014 CIDADES 2015)
De acordo com Izidoro Filho (1991) a citricultura ainda desempenha papel
importante para o municiacutepio pois Bebedouro estaacute entre os dez maiores produtores de laranja
do estado de Satildeo Paulo apesar de jaacute ter sido o maior produtor em 1988 Por esta razatildeo ainda
58
hoje possui a alcunha de ldquoCapital Nacional da Laranjardquo (GALINARI 2015) Na Tabela 27
verificam-se dados coletados do IBGE (2012) referentes agrave cultura de laranja no municiacutepio
Tabela 27 ndash Dados da produccedilatildeo de laranja em Bebedouro
Quesito Quantidade Unidade
Aacuterea colhida 8000 Hectares
Aacuterea destinada agrave colheita 8000 Hectares
Quantidade produzida 269688 Toneladas
Rendimento meacutedio 33711 Quilograma por hectare
Valor da produccedilatildeo 47069 Mil reais
Fonte IBGE (2012)
62 Processamento dos resiacuteduos de laranja
De acordo com pesquisa realizada por Montanher e Rollemberg (2011) citada e
descrita no item 64 afirma-se que os processos necessaacuterios agrave utilizaccedilatildeo dos resiacuteduos de
laranja como meacutetodo de tratamento de efluente satildeo a trituraccedilatildeo e a desidrataccedilatildeo destes
A partir do levantamento de dados realizado nos itens 632 e 633 aconselha-se a
utilizaccedilatildeo das seguintes teacutecnicas no caso especiacutefico deste trabalho
1) Secagem solar ndash apresenta como vantagens a natildeo utilizaccedilatildeo de energia eleacutetrica e
operaccedilatildeo que natildeo necessita de matildeo de obra qualificada Secadores solares podem ser
manufaturados gerando diminuiccedilatildeo do custo inicial
2) Moinho de martelos ndash visto que os resiacuteduos de laranja satildeo materiais fibrosos
esse eacute o moinho que melhor se adequa ao propoacutesito de cominuiccedilatildeo do material Apresenta
custo inicial variando de R$ 900000 agrave R$ 4500000 de acordo com pesquisa realizada no
cataacutelogo online da MF RURAL (2015)
63 Reator e flotador
Como elucidado pela literatura o processo de biossorccedilatildeo ocorre de maneira
homogecircnea quando em condiccedilotildees ambiente controladas as quais satildeo providenciadas por
reatores contiacutenuos
59
Portanto propotildee-se a utilizaccedilatildeo de um reator de leito fixo em virtude desse permitir
a recirculaccedilatildeo da biomassa no reator facilitada pela propriedade de dessorccedilatildeo do metal que
essa apresenta (SEOLATTO et al 2009) o que reduziria a demanda do resiacuteduo de laranja
Aleacutem do mais o reator apresenta outras vantagens como a faacutecil operaccedilatildeo e o pequeno
porte
De acordo com o cataacutelogo da Sigma-Aldrich (c2015) o valor de reator de leito fixo
varia de acordo com a capacidade do frasco e do funil variaccedilatildeo que pode ser verificada na
Tabela 28
Tabela 28 ndash Valores do reator de leio fixo
Capacidade do frasco (mL) Capacidade do funil (mL) Valor (R$)
500 60 2381000
1000 120 2416000
3000 150 3590000
5000 500 3804000
Fonte elaborada a partir de dados da SIGMA-ALDRICH (c2015)
O processo de tratamento utilizando o presente reator pode ocorrer tanto em
batelada quando continuamente
Outra alternativa seria o uso combinado dos processos de biossorccedilatildeo com flotaccedilatildeo
denominado de bioflotaccedilatildeo no qual o biorreagente eacute aplicado diretamente no sistema
flotador De acordo com Calfa e Torem (2007) esse sistema tem sido amplamente
empregado e validado por diversos autores sendo que a flotaccedilatildeo por ar disperso e por ar
dissolvido satildeo as mais empregadas em sistemas combinados A influecircncia do tempo no
processo de flotaccedilatildeo das biomassas jaacute carregadas com o metal foi verificada e conclui-se
que o processo ocorre muito rapidamente atingindo quase 100 de remoccedilatildeo das
biomassas em 1 minuto (CALFA TOREM 2007) Os autores ainda afirmam que aleacutem de
pesquisas em escala de bancada jaacute existem sistemas comerciais de biossorccedilatildeo disponiacuteveis
inclusive com diversas patentes segundo estudos de Wase et al (1997) A Tabela 29
apresenta uma relaccedilatildeo de flotadores
60
Tabela 29 ndash Especificaccedilotildees dos flotadores de ar dissolvido
Modelo (mL) Capacidade (m3 h-1) Valor (R$) [1]
JDF FAD 2 1 a 2 3500000
JDF FAD 5 5 a 8 8000000
JDF FAD 15 10 a 20 12500000
[1] cotaccedilatildeo realizada com a empresa JDF
Fonte elaborada a partir de dados da JDF (2015)
O uso do flotador apresenta aleacutem de faacutecil operaccedilatildeo baixo consumo de energia
64 Induacutestria 1
A induacutestria 1 gera 07 m3 d-1 de efluente industrial com 257 mg L-1 de chumbo
assim aproximadamente 179 kg desse metal eacute transportado pelo efluente por dia Esta
possui estaccedilatildeo de tratamento de efluente com correccedilatildeo de pH e agitaccedilatildeo mecacircnica
floculaccedilatildeo mecacircnica e filtraccedilatildeo
O efluente depois de tratado apresenta a quantidade de 0305 mg L-1 de chumbo
sugerindo diminuiccedilatildeo de aproximadamente 159 kg (89) do metal no efluente gerado11 o
que o enquadra dentro dos limites da Resoluccedilatildeo CONAMA 43011 (BRASIL 2011) e Lei
Estadual 99776 (SAtildeO PAULO 1976)
De acordo com Eckenfelder (2000) as tecnologias para remoccedilatildeo de metais pesados
de efluentes industriais satildeo precipitaccedilatildeo convencional (hidroacutexido sulfeto carbonato e
coprecipitaccedilatildeo) precipitaccedilatildeo melhorada (dimetil carbonato dietil carbonato e sal
trisodium) troca-iocircnica adsorccedilatildeo filtraccedilatildeo por membrana e meacutetodos eletromecacircnicos
Portanto o meacutetodo de correccedilatildeo de pH efetuado pela referida ocasionado provavelmente
pela adiccedilatildeo de carbonatos eacute tambeacutem uma forma de remoccedilatildeo de metais pesados da aacutegua
Supondo que a induacutestria utiliza carbonato de soacutedio como processo de tratamento e
sabendo que o valor de mercado varia de R$ 700 a 120012 o quilo do produto eacute possiacutevel
calcular os potenciais gastos da induacutestria com o meacutetodo de tratamento atual Sabendo que
satildeo necessaacuterios 2 kg do produto carbonato de soacutedio para tratar 07 m3 d-1 de efluente
11 Natildeo foi especificado no MCE ou em anexos qual a destinaccedilatildeo final do efluente tratado Tambeacutem natildeo foi
especificado a quantidade de lodo gerado sua destinaccedilatildeo final ou se esse possui anaacutelises 12 Cotaccedilatildeo realizada pela SCS ndash Comercial e Serviccedilos de Quiacutemica
61
(ECKENFELDER 2000) a induacutestria gasta hoje entre R$ 7000 a 12000 por semana
aproximadamente
Poreacutem como os iacuteons metaacutelicos agora estatildeo presentes no lodo do tratamento por
causa da neutralizaccedilatildeo (BOTERO et al 2009) e sabendo que no MCE natildeo constam
quaisquer anaacutelises destinaccedilatildeo ou quantificaccedilatildeo desse pressupotildee-se que esse lodo pode
estar ocasionando contaminaccedilatildeo pelo metal chumbo visto que para destinaccedilatildeo adequada
satildeo necessaacuterias anaacutelises de enquadramento
Tal contaminaccedilatildeo pode estar ocorrendo no local de disposiccedilatildeo ou se o lodo estiver
sendo desaguado na rede coletora de esgotamento sanitaacuterio pode estar trazendo problemas
para o sistema de tratamento de esgoto referente visto que o processo de tratamento
realizado em Bebedouro eacute efetuado da seguinte forma trecircs lagoas de estabilizaccedilatildeo
constituiacutedo de uma lagoa anaeroacutebica duas lagoas facultativas um tanque de desinfecccedilatildeo
grade caixas de areia e escada de aeraccedilatildeo (SAAEB 2003) natildeo objetivando o tratamento
de efluentes industriais
641 Quantificaccedilatildeo do resiacuteduo de laranja
Mensurado o total de efluente industrial gerado no periacuteodo de um dia pela induacutestria
1 eacute possiacutevel quantificar os resiacuteduos de laranja necessaacuterios para que esta possa realizar o
processo de tratamento de efluentes utilizando-se do material orgacircnico em questatildeo Natildeo
levou-se em consideraccedilatildeo a recirculaccedilatildeo do resiacuteduo dentro do reator
A induacutestria 1 gera um total de 07 m3 d-1 com 257 mg L-1 de chumbo sabendo-se
que satildeo necessaacuterios 3 g de resiacuteduo seco de laranja por 100 mL de efluente com 94 mg L-1
de chumbo e considerando uma diminuiccedilatildeo de 70 do peso resiacuteduo depois de realizado
o processo de secagem solar considera-se que a induacutestria usaria em torno de 082 kg de
resiacuteduo de laranja uacutemido por dia para realizaccedilatildeo do tratamento do efluente contaminado
pelo metal chumbo
De acordo com a Tabela 8 o efluente gerado pela induacutestria 1 apresenta pH 6 que
conforme o item 53 apresenta-se dentro da faixa oacutetima de biossorccedilatildeo pelo resiacuteduo de
laranja
62
642 Transporte
O translado dos resiacuteduos de laranja do local de sua produccedilatildeo ateacute a induacutestria que o
utilizaria como meacutetodo de tratamento de efluente pode ser analisado a partir das
coordenadas geograacuteficas das induacutestrias e da plataforma Google Maps (c2015)
Trecircs rotas diferentes cujas quilometragens satildeo as menores possiacuteveis foram geradas
pela ferramenta virtual citada conforme a Tabela 30
Tabela 30 ndash Menores rotas possiacuteveis entre a induacutestria de suco e a induacutestria 1
Rota Distacircncia (km) Tempo (min)
1 46 8
2 48 9
3 46 9
Fonte elaborado a partir de dados GOOGLE MAPS (c2015)
O caacutelculo da massa requerida para o tratamento foi realizado no item 641
chegando-se ao valor de 082 kg d-1 de biomassa uacutemida assim considerando o transporte
de 150 kg de resiacuteduo que duraria em torno de 36 semana consecutivas de tratamento
realizado em dias uacuteteis e que a distacircncia meacutedia entre as induacutestrias eacute de 5 km o valor
sugerido para o translado do material acondicionado em duas bombonas plaacutesticas foi de R$
6500 (referenciado pelo peso do material) e mais uma taxa constante em nota fiscal
(sugerida em R$ 1000013) portanto um custo de R$ 16500
65 Consideraccedilotildees
O meacutetodo de tratamento proposto pelo presente trabalho teve os processos e
tecnologias necessaacuterias elucidados nos itens 62 e 63
A Tabela 32 apresenta item especiacutefico relacionado ao equipamento denominado
reator de leito fixo as propostas constantes tecircm por finalidade expor as tecnologias cujo
13 Informaccedilatildeo verbal fornecida por funcionaacuterio de uma empresa transportadora
63
custo fosse o maior possiacutevel com o propoacutesito de verificar o potencial teto de gastos que as
induacutestrias teriam caso adotassem a proposiccedilatildeo elucidada
No entanto as propostas constantes no item da Tabela 32 relacionadas ao flotador
de ar dissolvido foram selecionadas a partir da vazatildeo da induacutestria conforme as
especificaccedilotildees da Tabela 29 Como somente a induacutestria 1 apresentou valores de vazatildeo no
MCE esta relaccedilatildeo somente condiz a ela Com vazatildeo de 07 m3 d-1 o flotador mais
adequado compreende o modelo FAD 2 com 1 a 2 m3 h-1
Tabela 31 ndash Gastos com as tecnologias referentes
Equipamento Valor da Proposta 1 (R$) Valor da Proposta 2 (R$)
Secagem solar ndash ndash
Moinho de martelos 4500000 4500000
Reator de Leito Fixo de 5000 mL [1] 3804000 ndash
Flotador de ar dissolvido JDF FAD 2 [2] ndash 3500000
Custo inicial de implementaccedilatildeo 8304000 8000000
Transporte a cada 36 semanas [3] 16500 16500
[1] cotaccedilatildeo obtida pela Sigma-Aldrich [2] cotaccedilatildeo obtida pela empresa JDF [3] cotaccedilatildeo de transporte
considerado apenas para a induacutestria 1
Fonte proacuteprio autor
Para o reator de leito fixo o custo inicial de implementaccedilatildeo do sistema de
tratamento para ambas as induacutestrias girou em torno de R$ 8304000
Para a bioflotaccedilatildeo o custo inicial da induacutestria 1 girou em torno de R$80000
O custo de transporte para a induacutestria 1 eacute de R$ 16500 a cada 36 semanas o que
representa R$ 458 por semana e R$ 092 por dia caso a induacutestria opte por utilizar os
serviccedilos de uma empresa transportadora
Poreacutem o seguinte pode ser considerado na hipoacutetese de o translado ser possiacutevel de
ser efetuado pela mesma ocorreraacute consideraacutevel reduccedilatildeo no custo visto que este giraraacute em
torno do combustiacutevel gasto no percurso de ida e volta cuja pesquisa indicou uma
quilometragem aproximada de dez quilocircmetros
A Tabela 33 apresenta o balanccedilo de massa e energia diaacuterio referente ao tratamento
por biossorccedilatildeo para a induacutestria 1 considerando a aquisiccedilatildeo de um flotador por ar
dissolvido ou um reator de leito fixo
Tabela 32 ndash Balanccedilo de massa e energia diaacuterio proposto para a induacutestria 1
Componente Flotador por Ar Dissolvido Reator de Leito Fixo
Vazatildeo (m3) 070 070
64
Resiacuteduo de laranja (kg) 082 082
Tempo da biossorccedilatildeo (min) 5 a 15 [1] 35 [2]
Tempo equipamento (min) 21 a 42 35 [2]
Tempo total (min) 26 a 47 35 [2]
Consumo de Energia (kWh) 025 Nd
Custo de resiacuteduo (R$) 092 092
Custo de energia por dia (R$) [3] 008 Na
Custo total (R$) 200 092
Nd ndash natildeo disponiacutevel Na ndash natildeo avaliado [1] tempo determinado por Volesky e Nolan (1995) [2] tempo
estipulado conforme realizado por Montanher e Rollemberg (2011) [3] 1 kWh = 043341 R$ determinada
pela ANEEL conforme Resoluccedilatildeo Homologatoacuteria nordm 1858 publicada em 02 de marccedilo de 2015
Fonte proacuteprio autor
Nota-se a partir da Tabela 33 que o custo diaacuterio do tratamento proposto variou entre
R$ 092 e R$ 200 em torno de 85 a 91 menor que o custo do meacutetodo de tratamento
utilizado pois de acordo com as consideraccedilotildees realizadas no item 641 o custo diaacuterio
atual varia de aproximadamente R$ 1400 a R$ 240014
Como o meacutetodo de tratamento efetuado atualmente pela induacutestria 1 apresenta seacuterios
problemas com relaccedilatildeo a probabilidade de contaminaccedilatildeo o tratamento sugerido por ambas
as propostas pode ser identificado como meacutetodo de remediaccedilatildeo de tal passivo
Sendo assim qualquer accedilatildeo remediadora que seja instituiacuteda apresenta-se como
alternativa vaacutelida da problemaacutetica citada no item 651
14 Considerando uma semana uacutetil
65
7 CONCLUSAtildeO
Este trabalho procurou identificar a possibilidade da implementaccedilatildeo do processo de
simbiose industrial entre induacutestrias jaacute consolidadas em atividade no municiacutepio de
Bebedouro relacionando o uso de material residual orgacircnico produzido por determinada
induacutestria que seria utilizado como agente de biossorccedilatildeo em processos de tratamento de
aacutegua residuaacuteria industrial de uma outra ambas compartilhando pequena distacircncia
geograacutefica
Das distintas situaccedilotildees supostas a partir da identificaccedilatildeo da induacutestria geradora de
resiacuteduos de laranja e das induacutestrias potencialmente geradoras de efluente contaminado pelo
metal chumbo em Bebedouro (SP) detectou-se duas induacutestrias que se enquadravam nas
possibilidades de implementaccedilatildeo de um processo de simbiose industrial e consequente
proposiccedilatildeo do meacutetodo de tratamento (biossorccedilatildeo combinada com flotaccedilatildeo ou realizada em
reator de leito fluidizado)
Uma induacutestria (denominada 1) pocircde ter um pleno desenvolvimento quanto as
especificaccedilotildees que esclareceram as vantagens do meacutetodo de tratamento proposto
A partir dos dados levantados e analisados eacute possiacutevel citar como vantagens para ambas as
propostas de tratamento 1) a logiacutestica facilitada pela proximidade de ambas as induacutestrias
sendo essa favoraacutevel e com baixos custos 2) a significativa reduccedilatildeo do valor diaacuterio do
tratamento 3) a faacutecil operaccedilatildeo dos processos 4) destinaccedilatildeo ambiental adequada para
ambos os passivos ambientais (de laranja e de chumbo) 5) a capacidade de dessorccedilatildeo da
biomassa a qual possibilita a separaccedilatildeo do metal chumbo do resiacuteduo de laranja sendo
percebidos como um aprimoramento do uso dos recursos naturais Considera-se que a
simbiose industrial eacute um processo importante a ser considerado na busca pela minimizaccedilatildeo
dos impactos ambientais acarretados pelas correntes residuais uma vez que determina a
reinserccedilatildeo destes em outros processos produtivos Geradores que adotam a praacutetica da
simbiose industrial satildeo aqueles que visam os ganhos coletivos em detrimento do exclusivo
ganho individual
Vale ressaltar que mesmo para a identificaccedilatildeo desta uacutenica situaccedilatildeo foi necessaacuterio o
enfrentamento de diversos desafios principalmente de acesso a informaccedilotildees especiacuteficas
tanto na cadeia produtiva quanto das informaccedilotildees ambientais por parte das empresas
Considera-se necessaacuteria uma rigidez maior da CETESB com relaccedilatildeo aos dados fornecidos
pelas induacutestrias visto que o preenchimento do MCE natildeo segue normatizaccedilatildeo especiacutefica o
66
que dificulta a tabulaccedilatildeo de dados aleacutem de natildeo abranger toda as atividades produtivas
devido agrave falta de rigor nas anaacutelises dos teacutecnicos e engenheiros responsaacuteveis Assim
observou-se a necessidade de uma maior abertura no sentido da plena divulgaccedilatildeo de
informaccedilotildees ambientais por parte das empresas assim como a necessidade de organizaccedilatildeo
de um banco de dados que contenha informaccedilotildees da cadeia produtiva do consumo de
mateacuteria prima e insumos aos processos de geraccedilatildeo e especificaccedilatildeo de resiacuteduos e
contaminantes
67
8 SUGESTAtildeO PARA TRABALHOS FUTUROS
Como sugestatildeo para trabalhos futuros
Otimizaccedilatildeo das condiccedilotildees de pH para biossorccedilatildeo com casca de laranja
Elaboraccedilatildeo de questionaacuterios para as induacutestrias produtoras do suco e geradoras de
efluente contaminado pelo metal chumbo
Scale up do processo de biossorccedilatildeo com bioflotaccedilatildeo
Scale up do processo de biossorccedilatildeo com reator de leito fluidizado
68
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76
ANEXO A
Primeira carta encaminha para CETESB para solicitaccedilatildeo de informaccedilotildees
Obs As Tabelas informadas na carta abaixo foram omitidas para que as empresas natildeo
sejam expostas e aleacutem disso natildeo haacute autorizaccedilatildeopermissatildeo para a divulgaccedilatildeo dos nomes
Lorena 27 de agosto de 2015
Ilmo Senhor
Marcio Barbosa Tango
CETESB - Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo
Assunto Solicitaccedilatildeo de informaccedilotildees sobre os efluentes liacutequidos de induacutestrias quiacutemicas
metaluacutergicas e de produccedilatildeo de embalagens da produccedilatildeo de resiacuteduos em induacutestrias alimentiacutecias
todas do municiacutepio de Bebedouro
Viemos por meio deste solicitar a contribuiccedilatildeo da Companhia Ambiental do Estado de Satildeo
Paulo para o desenvolvimento do Trabalho de Conclusatildeo de Curso em Engenharia Ambiental
intitulado ldquoAnaacutelise da viabilidade em escala real da utilizaccedilatildeo do bagaccedilo da laranja como agente
biossorvente de chumbordquo sendo desenvolvido pela aluna Ludmila Manera Conti na Escola de
Engenharia de Lorena ndash EELUSP sob orientaccedilatildeo da Profa Dra Danuacutebia Caporusso Bargos
O referido Trabalho de Conclusatildeo de Curso tem como objetivo fazer um levantamento das
induacutestrias com potencial para utilizaccedilatildeo do bagaccedilo da laranja como agente biossortivo Assim para
o alcance dos objetivos propostos eacute necessaacuterio o conhecimento de algumas informaccedilotildees presentes
no Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento referente agraves induacutestrias identificadas na Tabela
1 em anexo Tais informaccedilotildees referentes ao ldquoBalanccedilo hiacutedricordquo a saber
Efluentes (sanitaacuterio industrial outros e total de efluentes) a) Consumovazatildeo meacutedia b)
Consumovazatildeo maacutexima c) Eacutepoca d) Consumovazatildeo miacutenima
Dos ldquoEfluentes liacutequidosrdquo a saber a) Despejos (Identificaccedilatildeo Descriccedilatildeo Contiacutenuo ndash vazatildeo e
meacutetodo Descontiacutenuo ndash periodiacutecidade volume duraccedilatildeo) b) Vazatildeo total de despejos c) Vazatildeo de
recirculaccedilatildeo d) Vazatildeo de lanccedilamento e) Disposiccedilatildeo final (Descriccedilatildeo Nome do riolinhas de
despejo)
Do ldquoResumo de lanccedilamentosrdquo a saber a) Despejo (Identificaccedilatildeo Descriccedilatildeo) b) Poluente c)
Concentraccedilatildeo bruta d) Unidade de medida e) Concentraccedilatildeo final f) Unidade de medida g)
Unidades de tratamento (Sequecircncia Descriccedilatildeo Quantidade)
Da geraccedilatildeo de resiacuteduos industriais referentes a Tabela 2 em anexo da parte ldquoResiacuteduos
soacutelidosrdquo a) Identificaccedilatildeo b) Coacutedigo resiacuteduo c) Descriccedilatildeoorigem do resiacuteduo d) Classe e) Estado
77
fiacutesico f) Quantidade anual g) Unidade h) Composiccedilatildeo aproximada i) Meacutetodo utilizado j)
Aspecto geral
Declaramos que as informaccedilotildees solicitadas seratildeo objeto uacutenica e exclusivamente de pesquisa
acadecircmica sendo devidamente creditadas e natildeo havendo qualquer finalidade comercial no uso das
mesmas
Registramos ainda a importacircncia deste apoio para a realizaccedilatildeo deste trabalho que seraacute
inclusive posteriormente divulgado em formato digital e analoacutegico por meio da sua
disponibilizaccedilatildeo no sistema de bibliotecas da USP como uma contribuiccedilatildeo da Universidade para a
aacuterea de gerenciamentogestatildeo de resiacuteduos e efluentes uma vez que como propomos o resiacuteduo de
uma induacutestria pode ser considerado mateacuteria em processo de outras induacutestrias caracterizando o
iniacutecio de um processo de simbiose industrial
Solicitamos que o envio das informaccedilotildees solicitadas seja realizado preferencialmente por meio
de correio eletrocircnico ndash danubiacbargosuspbr eou ludmillaalunoseeluspbr Em caso da
impossibilidade de envio das informaccedilotildees da forma sugerida segue endereccedilo institucional
AC Profa Danuacutebia Caporusso Bargos Departamento de Ciecircncias Baacutesicas e Ambientais
Escola de Engenharia de Lorena ndash EELUSP Estrada Municipal do Campinho snordm CEP 12602-
810 - Lorena-SP
Desde jaacute antecipamos nossos agradecimentos e nos colocamos agrave disposiccedilatildeo para os
esclarecimentos adicionais que se fizerem necessaacuterios
Atenciosamente
Profa Dra Danuacutebia Caporusso Bargos
Escola de Engenharia de Lorena (EELUSP)
Departamento de Ciecircncias Baacutesicas e Ambientais
Telefone +55 (12) ndash 3159-5094
E-mail danubiacbargosuspbr
Ludmilla Manera Conti
Graduanda em Engenharia Ambiental
Endashmail ludmillaalunoseeluspbr
78
ANEXO B
Segunda carta encaminha para CETESB para confirmaccedilatildeo de vistas de processos
Lorena 01 de outubro de 2015
Ilmo Senhor Marcio Barbosa Tango e Senhora Letiacutecia Franco Leonel
CETESB - Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo
Assunto vistas de processos de licenciamento
Venho por meio deste agradecer a atenccedilatildeo e presteza desta Companhia no atendimento agrave
minha solicitaccedilatildeo de vistas de processos para coleta de informaccedilotildees sobre os efluentes liacutequidos de
induacutestrias quiacutemicas metaluacutergicas e de produccedilatildeo de embalagens da produccedilatildeo de resiacuteduos em
induacutestrias alimentiacutecias do municiacutepio de Bebedouro Tal solicitaccedilatildeo eacute feita por motivo de
desenvolvimento do Trabalho de Conclusatildeo de Curso em Engenharia Ambiental intitulado
ldquoAnaacutelise da viabilidade em escala real da utilizaccedilatildeo do bagaccedilo da laranja como agente biossorvente
de chumbordquo desenvolvido pela aluna Ludmila Manera Conti na Escola de Engenharia de Lorena ndash
EELUSP sob minha orientaccedilatildeo
Devido a compromissos previamente assumidos na Instituiccedilatildeo pela qual sou docente natildeo
seraacute possiacutevel comparecer agrave agecircncia da Barretos nesta data para a realizaccedilatildeo da vista dos processos
cujos nuacutemeros segue em anexo Assim sou representada pela aluna Ludmila Manera Conti que estaacute
apta a fazecirc-lo
Novamente agradeccedilo a atenccedilatildeo e coloco-me agrave disposiccedilatildeo para quaisquer esclarecimentos
adicionais que se fizerem necessaacuterios
Atenciosamente
Profa Dra Danuacutebia Caporusso Bargos
Escola de Engenharia de Lorena (EELUSP)
Departamento de Ciecircncias Baacutesicas e Ambientais
Telefone +55 (12) ndash 3159-5094
E-mail danubiacbargosuspbr
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 13
2 OBJETIVOS 14
21 Principal 14
22 Especiacuteficos 14
3 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA 15
31 Desenvolvimento sustentaacutevel 15
311 Simbiose industrial 15
32 Chumbo 19
321 Legislaccedilatildeo especiacutefica relacionada a descarga de efluentes 22
322 Tratamento para efluentes com metais 22
323 Biossorccedilatildeo 23
324 A laranja como adsorvente 24
4 METODOLOGIA 26
41 Levantamento bibliograacutefico 26
42 Levantamento e anaacutelise da produccedilatildeo de laranja no Estado de SP 27
43 Levantamento e anaacutelise das induacutestrias com potencial poluidor 28
44 Exposiccedilatildeo do meacutetodo de tratamento aplicado na induacutestria 29
5 LEVANTAMENTO DE DADOS 30
51 Distribuiccedilatildeo da produccedilatildeo de laranja no estado de Satildeo Paulo 30
511 Distribuiccedilatildeo do consumo de laranja no estado de SP 31
512 Seleccedilatildeo da induacutestria de suco 33
5121 Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento (MCE) 35
52 Categorias industriais de acordo com o tipo de efluente gerado 36
521 Levantamento das induacutestrias com potencial poluidor 41
5211 Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento (MEC) 43
53 Biossorccedilatildeo 53
531 Reduccedilatildeo do tamanho do resiacuteduo 55
532 Desidrataccedilatildeo do resiacuteduo 55
6 ANAacuteLISES E DISCUSSOtildeES DE DADOS 57
61 Aacuterea de estudo 57
62 Processamento dos resiacuteduos de laranja 58
63 Reator e flotador 58
64 Induacutestria 1 60
641 Quantificaccedilatildeo do resiacuteduo de laranja 61
642 Transporte 62
65 Induacutestria 6 Erro Indicador natildeo definido
651 Quantificaccedilatildeo do resiacuteduo de laranja Erro Indicador natildeo definido
652 Transporte Erro Indicador natildeo definido
66 Consideraccedilotildees 62
7 CONCLUSAtildeO 65
8 SUGESTAtildeO PARA TRABALHOS FUTUROS 67
REFEREcircNCIAS 68
ANEXO A 76
ANEXO B 78
13
1 INTRODUCcedilAtildeO
Considerando o modelo atual de desenvolvimento da sociedade como sendo
representado por um sistema aberto o qual necessita de uma fonte contiacutenua e inesgotaacutevel
de mateacuteria e energia (BRAGA et al 2002) e com um aumento das emissotildees de poluentes
em todo o mundo a busca por medidas remediadoras para melhoria das condiccedilotildees
ambientais torna-se cada vez maior
Como um exemplo de medida remediadora temos a pesquisa e desenvolvimento de
teacutecnicas que possibilitem a retirada de metais pesados do meio aquoso uma delas a
biossorccedilatildeo aleacutem de promover a destinaccedilatildeo a biomassas vegetais resultantes de processos
produtivos tambeacutem apresenta alto iacutendice de funcionalidade
Umas das biomassas vegetais cuja produccedilatildeo eacute abundante no estado de Satildeo Paulo eacute a
proveniente da fruta laranja e os resiacuteduos desta sejam eles casca bagaccedilo ou sementes jaacute
foram analisados em estudos desenvolvidos por diferentes pesquisadores tais como
Massocatto et al (2009) e Almeida et al (2012) cujos resultados atestaram eficiecircncia
elevada quanto a biossorccedilatildeo especialmente do metal pesado chumbo
Diante do exposto o presente trabalho visa apresentar uma proposta de integraccedilatildeo
entre induacutestrias do municiacutepio de Bebedouro localizado no estado de Satildeo Paulo que
proveriam resiacuteduo de laranja para aquelas que poderiam utilizaacute-lo como meacutetodo de
tratamento de aacuteguas residuaacuterias aplicando dessa forma o conceito de Simbiose Industrial
que apresenta como fundamentos as oportunidades de conexatildeo oferecidas pela disposiccedilatildeo
geograacutefica das induacutestrias e aperfeiccediloamento do uso de mateacuteria e energia (CHERTOW
2000 GANER 1995)
14
2 OBJETIVOS
21 Principal
O presente trabalho propotildee identificar a possibilidade de implementaccedilatildeo de uma
simbiose industrial entre induacutestrias do municiacutepio de BebedourondashSP
22 Especiacuteficos
Para o incremento do objetivo exposto tornou-se necessaacuterio o alcance de objetivos
especiacuteficos tais como
Identificar as induacutestrias geradoras dos resiacuteduos soacutelidos de laranja e induacutestrias que
poderiam beneficiar-se com a utilizaccedilatildeo destes nos processos de tratamento de seus
efluentes contaminados com o metal chumbo
Avaliar os processos jaacute colocados em praacutetica por induacutestrias com potencial poluidor
para tratamento dos efluentes contaminados com o metal chumbo
Analisar os dados teacutecnicos para avaliaccedilatildeo do potencial das induacutestrias selecionadas
para a proposiccedilatildeo de arranjos institucionais que propiciem a integraccedilatildeo e a simbiose entre
induacutestrias do municiacutepio de Bebedouro
15
3 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA
31 Desenvolvimento sustentaacutevel
Algumas propostas da Lei nordm 1230510 (BRASIL 2010a) que institui a Poliacutetica
Nacional dos Resiacuteduos Soacutelidos (PNRS) satildeo a prevenccedilatildeo a reutilizaccedilatildeo e a reduccedilatildeo de
resiacuteduos as quais satildeo necessaacuterias para o cumprimento e efetividade da lei Paralelamente a
este ideal uma incitaccedilatildeo atual eacute a articulaccedilatildeo de um sistema de produccedilatildeo circular
denominado cradle to cradle (que significa ldquodo berccedilo ao berccedilordquo) que consiste na produccedilatildeo
zero de rejeitos no qual a mateacuteria residual de um processo exerceria uma funccedilatildeo em outro
(CCPII c2014) A partir desses preceitos busca-se o alinhamento do desenvolvimento
econocircmico e industrial agrave proteccedilatildeo do meio ambiente e o bem-estar humano ou seja o
desenvolvimento sustentaacutevel
Conforme definiccedilatildeo ldquodesenvolvimento sustentaacutevel eacute aquele que atende as
necessidades das geraccedilotildees atuais sem comprometer a capacidade das geraccedilotildees futuras de
atenderem as suas necessidades e aspiraccedilotildeesrdquo (UNITED NATIONS 1987)
De acordo com Fet e Michelsen (2002) ldquona natureza um sistema ecologicamente
sustentaacutevel eacute uma teia complexa de organismos no qual as mateacuterias e os resiacuteduos
conformam um ciclordquo Frosch e Gallopoulos (1989) agrave vista desse conceito desenvolveram
o ideal de ecossistema industrial o qual funcionaria analogamente aos sistemas
ecologicamente sustentaacuteveis os resiacuteduos gerados por uma companhia podemdevem ser
usufruiacutedos como recurso por outra correspondendo a um ciclo fechado de mateacuteria e
energia
311 Simbiose industrial
Em 1989 uma associaccedilatildeo de filiais de diferentes induacutestrias que realizavam uma
extensa partilha de recursos foi descoberta na Dinamarca O que foi denominado na eacutepoca
16
de ldquoa simbiose industrial em Kalundborgrdquo forneceu a possibilidade da realizaccedilatildeo concreta
dos ecossistemas industriais proposto por Frosch e Galloupolos em 1989 (CHERTOW
2007) Poreacutem analogamente ao ciclo residual fechado proposto pelos ecossistemas
industriais os fundamentos para a simbiose industrial satildeo a colaboraccedilatildeo e as
oportunidades de coesatildeo oferecidas pela proximidade geograacutefica (CHERTOW 2000)
aleacutem do uso aprimorado dos recursos naturais e reduccedilatildeo da produccedilatildeo de resiacuteduos finais
(GANER 1995) Assim considera-se que a simbiose industrial eacute um passo para a
realizaccedilatildeo do objetivo maior que seria o alcance de um ecossistema industrial
A ldquosimbioserdquo observada em 89 no distrito industrial de Kalundborg ocorreu de
modo gradual e sem uma concepccedilatildeo especiacutefica as induacutestrias empenharam-se no uso
econocircmico de seus subprodutos e minimizaram custos em conformidade agraves novas
regulamentaccedilotildees ambientais (EHRENFELD GERTLER 1997) A Figura 1 apresenta o
diagrama do distrito industrial de Kalundborg
Figura 1 ndash Diagrama do processo de simbiose em Kalundborg 1961 a 1989
Fonte adaptado de KALUNDBORG SYMBIOSIS (2015)
No decorrer dos anos e fazendo jus aos sistemas naturais o distrito industrial
desenvolveu-se de modo que novas relaccedilotildees conexotildees e empresas foram se estabelecendo
trazendo cada vez mais proacuteximo o ideal de ecossistema industrial tal como apresentado
na Figura 2
Existem ainda outros exemplos de processos de simbioses industriais que
aconteceram naturalmente ao redor do mundo como em Jyvaumlskylauml na Finlacircndia e Sytiria
na Aacuteustria (CHERTOW 2000)
17
Figura 2 ndash Simbioses industriais observada no distrito industrial de Kalundborg nos dias atuais
Fonte adaptado de KALUNDBORG SYMBIOSIS (2015)
Ehrenfeld e Gertler (1997) afirmaram que o ramo emergente da ecologia industrial
une os preceitos citados a outros como por exemplo o metabolismo industrial (cuja
elucidaccedilatildeo seraacute realizada mais adiante) trazendo-os como forma simplificada de
operacionalizaccedilatildeo de projetos desenvolvendo uma estrutura que identifica e implementa
estrateacutegias que visam agrave manutenccedilatildeo dos paradigmas ambientais almejando o
desenvolvimento industrial alicerccedilado ao desenvolvimento sustentaacutevel
Na Figura 3 eacute possiacutevel observar de modo linear o que Grann (1997) alegou em que
a simbiose industrial revela-se como um meacutetodo funcional da aplicaccedilatildeo do conceito
sustentaacutevel de desenvolvimento
Figura 3 ndash Os trecircs niacuteveis de operaccedilatildeo da Ecologia Industrial
Fonte adaptado de CHERTOW (2000)
18
Conforme a Figura 3 e de acordo com Chertow (2000) constata-se a existecircncia de
trecircs grandes aacutereas de operaccedilatildeo da ecologia industrial bem como alguns exemplos de
instrumentos de cada uma
1 Empresa ndash refere-se ao desenvolvimento de medidas que podem ser exercicidas
dentro da empresa tais como
Eco-design ndash estrateacutegia de design que visa a reduccedilatildeo das perdas ambientais
utilizada principalmente no desenvolvimento de novos produtos (GARNER
KEOLEIAN 1995)
Prevenccedilatildeo agrave poluiccedilatildeo ndash uniatildeo de princiacutepios que tem por finalidade a prevenccedilatildeo agrave
geraccedilatildeo de resiacuteduos antes do iacutenicio do processo industrial (CHERTOW 2000)
Economia verde ndash este novo campo da contabilidade se desvencilha-se da
contabilidade tradicional propondo-se a trazer informaccedilotildees mais exatas sobre o
ldquocustos ambientaisrdquo das empresas cuja influecircncia deve alcanccedilar o campo dos
negoacutecios relacionando-se a ldquoqualidade verderdquo do produto ou serviccedilo (RICHARDS
FROSCH 1997)
2 Inter-empresas ndash medidas que podem ser tomadas a partir da relaccedilatildeo entre
induacutestrias que encontram-se geograficamente proacuteximas tais como
Simbiose industrial ndash criaccedilatildeo de ligaccedilatildeo entre induacutestrias com objetivo de
aumentar a eficiecircncia da mateacuteria e energia que fluem atraveacutes do distrito industrial
em que se encontram (EHRENFELD GERTLER 1997)
Ciclo de vida dos produtos ndash ldquoprocesso usado para avaliar as perdas ambientais
relacionadas a um produto processo ou atividaderdquo (Society for Enviromental
Toxicology amp Chemistry ndash SETAC 1994 traduccedilatildeo nossa)
Iniciativa dos setores industriais
3 RegionalGlobal ndash medidas que podem ser adotadas entre nuacutecleos induacutestrias
Ciclos e orccedilamentos ndash eacute um sistema orientador que promove produccedilotildees com
designs mais ecoloacutegicos e economicamente sustentaacuteveis (GARNER KEOLEIAN
1995)
Fluxo de mateacuteria e energia ndash conceito desenvolvido por Robert Ayres
denominado de ldquometabolismo industrialrdquo leva em consideraccedilatildeo o fluxo de mateacuteria
e energia atraveacutes dos sistema industriais e por meio de anaacutelises in put (entrada) e
out put (saiacuteda) vecirc-se a possibilidade de identificaccedilatildeo de processos e produtos
ineficientes que podem resultar em perda material e prejuiacutezos ao meio ambiente
(GARNER KEOLEIAN 1995)
19
Portanto a simbiose industrial apresenta-se como uma ferramenta que envolve
induacutestrias tradicionalmente separadas em uma ldquoabordagem coletiva para a vantagem
competitiva envolvendo troca fiacutesica de materiais energia aacutegua eou subprodutosrdquo
(CHERTOW 2000 traduccedilatildeo nossa)
De acordo com Ehrenfeld e Gertler (1997) a partir do estreitamento da relaccedilatildeo
entre o conceito ambiental e o desenvolvimento industrial e considerando que esse jaacute vecircm
atrelado ao desenvolvimento econocircmico houve a necessidade da aplicaccedilatildeo dos conceitos
da Simbiose Industrial atraveacutes da configuraccedilatildeo de ldquoeco-parques industriaisrdquo
De acordo com Chertow (2000) ldquona praacutetica as definiccedilotildees de eco-parques
industriais ainda estatildeo em formaccedilatildeordquo poreacutem duas definiccedilotildees satildeo mais aceitas a do
Presidentrsquos Council Sustainable (PCSD)
ldquouma comunidade de empresas que cooperam entre si e com a
comunidade local para compartilhar de forma eficiente os recursos
(informaccedilotildees materiais aacutegua energia infra-estrutura e de habitats naturais)
levando a ganhos econocircmicos ganhos de qualidade ambiental e melhoria
equitativa dos recursos humanos para a comunidade empresarial e localrdquo
(PSCD 1996 traduccedilatildeo nossa)
E e a da USEPA
ldquoum eco-parque industrial eacute uma comunidade de manufatura e serviccedilos
que procuram melhor desempenho ambiental e econocircmico
atraveacutes da colaboraccedilatildeo na gestatildeo de questotildees ambientais e de recursos
incluindo energia aacutegua e materiais Ao trabalhar em conjunto a comunidade
de empresas procura um benefiacutecio colectivo que eacute maior do que a soma de a
benefiacutecios individuais de cada empresa iria perceber se ele otimizou seu
indiviacuteduo o desempenho apenasrdquo (USEPA 1995 traduccedilatildeo nossa)
Faz-se relevante neste contexto o estiacutemulo de uma nova revoluccedilatildeo industrial que
promova o desenvolvimento de accedilotildees que entrelaccedilariam o desenvolvimento econocircmico
com o bem-estar dos ecossistemas Poreacutem Casagrande Junior (2004) denota que as
inovaccedilotildees tecnoloacutegicas desenvolvidas pelo modelo econocircmico atual satildeo atreladas ao
ciacuterculo vicioso produccedilatildeo gt consumo gt crescimento econocircmico que estimulam o consumo
exacerbado gerando pressatildeo sobre os recursos naturais causando custos sociais e
ambientais
32 Chumbo
O chumbo eacute um metal pesado cujo siacutembolo eacute Pb de massa molar 2072 g mol-1 de
coloraccedilatildeo branca-azulada tornando-se acinzentado quando exposto ao ar Eacute inodoro
20
macio maleaacutevel possui baixa condutividade eleacutetrica e alta resistecircncia agrave corrosatildeo Funde-se
com facilidade agrave 3274 ordmC e sua temperatura de vaporizaccedilatildeo eacute de 1725 ordmC Pertence ao
grupo IVA da tabela perioacutedica cujo nuacutemero atocircmico eacute 82 podendo apresentar dois estados
de oxidaccedilatildeo Pb+2 mais estaacutevel e Pb+4 oxidante Historicamente tem sido amplamente
explorado pela sociedade devido a sua vasta disponibilidade no meio ambiente
principalmente na forma de compostos minerais sendo o sulfeto de chumbo (PbS)
conhecido como galena considerado a mais importante e abundante fonte de chumbo
(ALEXANDRINO 2014)
Existem relatos de utilizaccedilatildeo do chumbo por vaacuterias sociedades antigas no entanto
a primeira civilizaccedilatildeo a utilizaacute-lo amplamente foi o Impeacuterio Romano no seacuteculo V aC V
aC para ldquoconfecccedilatildeo de objetos [] fabricaccedilatildeo de tubulaccedilotildees e torneiras produtos de
beleza e ateacute na correccedilatildeo da acidez do vinho atraveacutes da adiccedilatildeo de oacutexido de chumbordquo
(Miranda e Souto 2010)
Atualmente cerca de 70 da produccedilatildeo mundial de chumbo eacute utilizada
fundamentalmente na elaboraccedilatildeo de baterias automotivas e na induacutestria de chumbo-aacutecido
embora tambeacutem apresente copiosas empregabilidades na induacutestria em geral devido a suas
caracteriacutesticas fiacutesicas e quiacutemicas (PRAC c2015) Na Figura 4 observam-se os processos de
extraccedilatildeo usos e disposiccedilatildeo final do chumbo nos anos 90
Figura 4 ndash Extraccedilatildeo uso e disposiccedilatildeo final de chumbo em 1990 em milhares de toneladas
Fonte elaborado a partir de GARNER KEOLEIAN (1995)
21
Comparativamente ao dado fornecido pelo PRAC observa-se que o ramo que
absorve a maior porcentagem do mercado extrativista continua o mesmo isto eacute a
fabricaccedilatildeo de baterias Eacute possiacutevel observar que a reciclagem do chumbo eacute quase que
integralmente proveniente dessa mesma atividade e que vaacuterios usos permanecem como
sistemas abertos de mateacuteria
Como consequecircncia dessa intensa utilizaccedilatildeo a contaminaccedilatildeo por chumbo eacute um
problema tatildeo expressivo quanto a extensatildeo de seu uso
ldquoA maior incidecircncia de intoxicaccedilatildeo por chumbo ocorre devido agrave
contaminaccedilatildeo ambiental pela ingestatildeo de alimentos e bebidas contaminadas
e por partiacuteculas suspensas no ar (KOSNETT 2003) Na atividade
ocupacional a via mais frequente de intoxicaccedilatildeo eacute a inalatoacuteria como
consequecircncia da contaminaccedilatildeo do ambiente de trabalho (PAOLIELLO
CHASIN 2001) Dentre os gecircneros alimentiacutecios que mais contribuem para a
ingestatildeo de chumbo destacam-se a aacutegua potaacutevel bebidas em geral cereais
vegetais e frutas (SALGADO 2003)rdquo (SCHIFER et al 2005)
O grande avanccedilo dos sistemas industriais e seu consequente aumento de atividades
nos uacuteltimos anos assim como a negligecircncia de certas induacutestrias tecircm sido responsaacuteveis
pela degradaccedilatildeo de efluentes especialmente pelo desaguamento de quantidades de metais
pesados nestes (PINTO et al 2003) Os metais acabam por contaminarem lenccediloacuteis freaacuteticos
e reservatoacuterios de aacutegua podendo causar danos agrave sauacutede da populaccedilatildeo tais danos ocorrem
quando haacute a extrapolaccedilatildeo dos limites maacuteximos tolerados pelo organismo humano
denominado no Brasil de Iacutendice Bioloacutegico Maacuteximo Permitido (IBPM) o qual foi
decretado pela NR 7 e aprovado pela Portaria SSST nordm 24 de 29 de dezembro de 1994 Na
Tabela 1 verificam-se os valores tolerados para a substacircncia chumbo
Tabela 1 ndash Paracircmetros para controle bioloacutegico da exposiccedilatildeo ocupacional
Agente quiacutemico Indicador Bioloacutegico
VR[1] IBPM[2]
Amostra Anaacutelise
Chumbo orgacircnico
Sangue Chumbo Ateacute 40 ug em 100 mL 60 ug em 100 mL
Urina Aacutecido Delta Aminolevuliacutenico Ateacute 45 g g-1 creat 10 mh g-1 creat
Sangue Zincoprotoporfirina Ateacute 40 ug em 100 mL 100 ug em 100 mL
Chumbo Tetraetila Urina Chumbo Ateacute 50 ug g-1 creat 100 ug g-1 creat
creat ndash abreviaccedilatildeo de creatinina [1] Valor de Referecircncia da Normalidade valor possiacutevel de ser
encontrado em populaccedilotildees natildeo-expostas ocupacionalmente [2] Iacutendice Bioloacutegico Maacuteximo Permitido eacute
o valor maacuteximo do indicador bioloacutegico para o qual se supotildee que a maioria das pessoas
ocupacionalmente expostas natildeo corre risco de danos agrave sauacutede A ultrapassagem deste valor significa
exposiccedilatildeo excessiva
Fonte adaptado de BRASIL (1994a)
22
321 Legislaccedilatildeo especiacutefica relacionada a descarga de efluentes
Conforme artigo 3ordm da Resoluccedilatildeo CONAMA nordm430
ldquoOs efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderatildeo ser lanccedilados
diretamente nos corpos receptores apoacutes o devido tratamento e desde que
obedeccedilam agraves condiccedilotildees padrotildees e exigecircncias dispostos nesta Resoluccedilatildeo e em
outras normas aplicaacuteveisrdquo (BRASIL 2011)
Assim considerou-se que para estar em acordo com a legislaccedilatildeo vigente pode
haver a necessidade da realizaccedilatildeo de tratamento preacutevio ou completo para descarga do
efluente em corpo drsquoaacutegua
Os padrotildees para lanccedilamento de efluentes em corpos receptores satildeo regulamentados
em acircmbito federal na Resoluccedilatildeo CONAMA nordm 430 de 2011 (BRASIL 2011) e em acircmbito
estadual pelo Decreto 8468 de 19761 (SAtildeO PAULO 1976) Na Tabela 2 verificam-se os
padrotildees de lanccedilamento para o metal chumbo em ambos os acircmbitos
Tabela 2 ndash Padrotildees de lanccedilamento de efluentes contendo chumbo em corpos drsquoaacutegua e em redes
coletoras de esgoto
Fonte elaborado a partir de BRASIL (2011) SAtildeO PAULO (1976)
322 Tratamento para efluentes com metais
O tratamento para remoccedilatildeo de metais pesados pode ser realizado a partir de
diferentes processos tais como a precipitaccedilatildeo quiacutemica troca-iocircnica filtraccedilatildeo por
membrana e meacutetodos eletromecacircnicos (ECKENFELDER 2000) Estes conforme
Tchobanoglous e Burton (1991) e Aksu (1998) podem ser processos dispendiosos e
ineficientes
1 A Lei Estadual 997 de 31 de maio de 1976 aprovada pelo Decreto 8468 de 8 de setembro de 1976 foi
alterada e acrescida de dispositivos pelos Decretos 15425 de 23 de julho de 1980 e pelo Decreto 47397 de
novembro de 2012
Destino Resoluccedilatildeo CONAMA nordm43011 Lei Estadual 99776
Emissatildeo em corpos drsquoaacutegua ateacute 05 mg L-1 ateacute 05 mg L-1
Emissatildeo em rede coletora de esgoto ndash ateacute 15 mg L-1
23
Poreacutem metais pesados podem ser extraiacutedos de um sistema aquoso empregando-se
adsorventes naturais como as cascas de determinadas frutas que constituem excelente
alternativa perante os processos quiacutemicos uma vez que satildeo abundantes apresentam baixo
custo comercial e natildeo apresentam uma destinaccedilatildeo especiacutefica fora o descarte convencional
(SIMOtildeES TAUK-TORNISIELO 2005)
Podendo ser fiacutesico ou quiacutemico o processo efetua-se pela interaccedilatildeo do material
adsorvente com o produto a ser adsorvido A adsorccedilatildeo fiacutesica eacute ocasionada principalmente
pelas forccedilas de van der Waals2 no qual o equiliacutebrio eacute atingido rapidamente e eacute reversiacutevel
jaacute a adsorccedilatildeo quiacutemica eacute a uniatildeo de moleacuteculas ou aacutetomos a uma superfiacutecie soacutelida que pode
ser realizada atraveacutes de ligaccedilotildees quiacutemicas ou por efeito cataliacutetico (WEBER JUNIOR 1972)
323 Biossorccedilatildeo
Segundo Volesky (1986) eacute denominada de biossorccedilatildeo a separaccedilatildeo seletiva de iacuteons
metaacutelicos de meio aquoso na qual o meio adsorvente seria uma biomassa sendo ainda um
processo natildeo agressivo no qual ocorrem somente interaccedilotildees entre os grupos funcionais da
biomassa com os iacuteons da soluccedilatildeo
ldquoA adsorccedilatildeo eacute uma forma de tratamento bastante eficaz utilizada para a
remoccedilatildeo de metais toacutexicos Devido a isto meacutetodos de adsorccedilatildeo de metais em
efluentes utilizando materiais naturais estatildeo sendo desenvolvidos podendo
ainda ser uma alternativa para o aproveitamento de resiacuteduos agroindustriaisrdquo
(MASSOCATTO et al 2009)
A utilizaccedilatildeo da biomassa como agente adsorvente alternativo em meacutetodos de
tratamento convencional apresenta como fatores significativos o reduzido valor agregado
comercial capacidade de tratar grande volume de efluente potencial de dessorccedilatildeo3 e
tempo de separaccedilatildeo seletiva de iacuteons variando de 5 a 15 minutos (PINO TOREM 2011
VOLESKY HOLAN 1995) Geralmente os adsorventes naturais evidenciam a mesma
eficaacutecia de reter iacuteons metaacutelicos que os adsorventes sinteacuteticos pois possuem agrupamentos
orgacircnicos e satildeo fibrosos o que gera uma maior aacuterea de influecircncia e ldquosiacutetiosrdquo para os iacuteons
serem adsorvidos (PAVAN 2007)
O uso da biomassa como agente de remoccedilatildeo de metais pesados jaacute eacute desde 1999
considerada pela USEPA como uma tecnologia de descontaminaccedilatildeo
2 Forccedilas de van der Waals forccedilas entre as moleacuteculas mais fracas que as forccedilas atocircmicas RUSSEL J
Quiacutemica Geral 2 ed Satildeo Paulo Makron Book 1994 vol 1 3 Recuperaccedilatildeo da espeacutecie metaacutelica
24
Diversos tipos de adsorventes tais como o palmito pupunha o sabugo de milho o
algodatildeo o caju as cascas de arroz banana noz pecatilde e laranja tecircm sido testados
laboratorialmente por pesquisadores da aacuterea cita-se Vaghetti et al (2009) que realizou
estudos sobre a eficiecircncia da casca da noz pecatilde como agente de retirada de iacuteons cromo(III)
cromo (VI) ferro zinco cobre manganecircs e chumbo de soluccedilotildees sinteacuteticas obtendo
especial ecircxito na biossorccedilatildeo de cromo (VI)
O processo de biossorccedilatildeo desenvolve-se de modo homogecircneo atraveacutes de condiccedilotildees
ambientais controladas as quais ocorrem dentro de reatores contiacutenuos (VOLESKY
NOLAN 1995 SANTOS VASCONCELOS 2002) Os reatores mais comumente usados
na remoccedilatildeo de metais pesados satildeo o de coluna de leito fixo e o anaeroacutebio de manta de
lodo (QUAMBY FOSTER 1995 SEOLATTO et al 2009)
De acordo com Lodeiro Herrero e Sastre de Vicente (2006) os reatores de coluna
de leito fixo promovem o melhor aproveitamento do biossorvente pois possibilitam ciclos
regenerativos jaacute os reatores anaeroacutebios de manta de lodo satildeo comumente utilizados em
tratamento de aacuteguas residuaacuterias por serem eficientes na remoccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica e
apresentarem consideraacutevel baixo custo inicial (QUAMBY FOSTER 1995 SEOLATTO
et al 2009)
324 A laranja como adsorvente
Segundo Batista (2014)
ldquoA casca da laranja encontra-se na literatura dos estudos de adsorccedilatildeo
mostrando um grande potencial na remoccedilatildeo de resiacuteduos em efluentes O
Brasil eacute um grande produtor de laranja no mundo atualmente em torno de
70 do suco consumido mundialmente eacute proveniente de plantaccedilotildees ou da
industrializaccedilatildeo da laranja no Brasil Apoacutes a extraccedilatildeo do suco na induacutestria da
laranja grande parte do fruto mais de 50 eacute de rejeitos soacutelidos
representados pela casca bagaccedilo e sementesrdquo (BATISTA 2014)
Aproximadamente 18 milhotildees de toneladas de laranja satildeo produzidas anualmente
no Brasil e o Estado de Satildeo Paulo eacute responsaacutevel por 74 dessa produccedilatildeo (IBGE 2012)
Em 2011 os resiacuteduos de laranja oriundos de induacutestrias de processamento como por
exemplo de produccedilatildeo de suco chegaram a gerar 95 milhotildees de toneladas de resiacuteduos
(CODESP 2011) Apesar de ser uma mateacuteria abundante e de baixo custo a principal
utilizaccedilatildeo dessa biomassa tem sido como complemento na alimentaccedilatildeo bovina Tal
25
complemento chamado de ldquopolpa ciacutetrica peletizadardquo eacute produzido a partir da secagem dos
resiacuteduos de laranja Ateacute meados de 1993 o produto era desconhecido pela pecuaacuteria
nacional pois desde a deacutecada de 70 a polpa ciacutetrica era exportada quase que integralmente
para a Europa (NEVES et al 2010)
A previsatildeo para exportaccedilatildeo do produto em 2012 era de 180 toneladas isso
considerando que haveria um aumento de 21 com relaccedilatildeo a 2011 (CODESP 2011) A
polpa ciacutetrica peletizada continua natildeo sendo empregada amplamente no Brasil gerando um
remanescente de aproximadamente 932 milhotildees de toneladas de resiacuteduos de laranja sem
destinaccedilatildeo especiacutefica Dessa forma a sua utilizaccedilatildeo como insumo de agente biossortivo
obtido aproximadamente a custo zero torna-se de grande valia na retirada de metais
pesados de meio aquoso
Como apontado por Batista (2014) os rejeitos de laranja satildeo apontados na literatura
como material de adsorccedilatildeo mostrando um grande potencial na remoccedilatildeo de metais Aacuteguas
residuaacuterias que incluem por exemplo cromo chumbo e prata apresentam resultados
promissores particularmente a biossorccedilatildeo do chumbo apresenta aproximadamente 99 de
eficaacutecia com relaccedilatildeo a concentraccedilotildees variadas de chumborejeito de laranja (MORAES et
al 2011 MASSOCATTO et al 2009 ALMEIDA et al 2012)
Apesar da eficaacutecia laboratorial da utilizaccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos de laranja (casca
bagaccedilo e semente) na descontaminaccedilatildeo de um meio aquoso observa-se a necessidade do
estabelecimento da conexatildeo entre as induacutestrias que proveriam esse resiacuteduo de laranja com
as que poderiam utilizaacute-lo como meacutetodo de tratamento assim revelou-se a oportunidade
de aplicar o conceito de Simbiose Industrial atraveacutes de uma anaacutelise inter-empresas
avaliando a potencialidade de intercacircmbio dos rejeitos industriais como fonte de mateacuteria-
prima para outros processos produtivos em induacutestrias do municiacutepio de Bebedouro estado
de Satildeo Paulo
26
4 METODOLOGIA
A metodologia desenvolvida neste trabalho pode ser agrupada e pormenorizada em
quatro etapas todas elas partindo de um levantamento e anaacutelise de referenciais teoacutericos
embasados em dados bibliograacuteficos O levantamento de dados realizado neste trabalho teve
como primeira aacuterea de abrangecircncia o estado de Satildeo Paulo Foram utilizados os bancos de
dados do IBGE CDSP CETESB USEPA entre outros e tambeacutem web sites artigos teses
e pesquisas acadecircmico cientiacuteficas
41 Levantamento bibliograacutefico
Caracterizou-se o processo de simbiose industrial como forma de reinserccedilatildeo de
resiacuteduos na cadeia produtiva e sua efetiva implantaccedilatildeo como possibilidade viaacutevel do
alcance do desenvolvimento sustentaacutevel
Realizou-se definiccedilatildeo teacutecnica do metal pesado chumbo e contextualizaccedilatildeo da
problemaacutetica do uso histoacuterico desse metal com ecircnfase para a problemaacutetica do uso na
atualidade
Desenvolveu-se a relaccedilatildeo entre o capitalismo atual que promove os ciclos abertos
de mateacuteria e energia caracteriacutestica de parte do sistema produtivo com ecircnfase para aqueles
que geram aacuteguas residuaacuterias contaminadas pelo metal pesado chumbo
Avaliaram-se os meacutetodos de remoccedilatildeo de metais-pesados de aacuteguas residuaacuterias com
especial atenccedilatildeo ao uso de biomassa vegetal como agente no processo de adsorccedilatildeo4 objeto
de estudo deste trabalho
A partir da escolha da biossorccedilatildeo como meacutetodo para o tratamento de efluentes
realizou-se um levantamento bibliograacutefico sobre usos de diversas biomassas vegetais que
apresentariam eficaacutecia comprovada e que tambeacutem poderiam ser encontradas em
abundacircncia
Constatou-se que o maior produtor de laranja do Brasil eacute o estado de Satildeo Paulo e
que a cadeia produtiva da transformaccedilatildeo do produto in natura em suco eacute tambeacutem em sua
4 Neste trabalho foi denominada de biossorccedilatildeo a adsorccedilatildeo realizada por meio da utilizaccedilatildeo de biomassa
vegetal
27
grande maioria realizada dentro do estado O processo referido gera quantidade abundante
de biomassa vegetal de laranja cuja eficaacutecia no tratamento de efluentes contaminados pelo
metal pesado chumbo pocircde ser comprovada por referencial teoacuterico
Definiu-se de consideraacutevel relevacircncia a realizaccedilatildeo de um estudo que busque
evidecircncias da aplicabilidade e viabilidade de uma proposta para o processo de simbiose
entre as induacutestrias estudadas no qual os resiacuteduos (bagaccedilosementecasca) de laranja
possam ser utilizados como meacutetodo de tratamento de aacutegua residuaacuteria contaminada no
processo de produccedilatildeo industrial
42 Levantamento e anaacutelise da produccedilatildeo de laranja no Estado de SP
Apoacutes constataccedilatildeo por meio da Revisatildeo Bibliograacutefica que o Estado de Satildeo Paulo eacute
o estado que se apresenta como maior produtor de laranja do Brasil realizou-se um
levantamento da produccedilatildeo de laranja por cidades do estado Utilizaram-se dados do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do ano de 2012 que correspondem
ao levantamento da produccedilatildeo total de diversos tipos de leguminosas frutas e sementes por
cidade
Posteriormente realizou-se a elaboraccedilatildeo de um mapa referente agrave produccedilatildeo de
laranja por cidade do estado de Satildeo Paulo com suporte do programa de geoprocessamento
ArcGis 1031
A partir da obtenccedilatildeo de dados referentes agrave produccedilatildeo de laranja por cidade com sua
respectiva espacializaccedilatildeo constatou-se acessando o cataacutelogo da Associaccedilatildeo Nacional de
Exportadores de Sucos e Ciacutetricos (CitrusBR) que o escoamento de 93 da produccedilatildeo total
do estado eacute proveniente do denominado cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo cuja definiccedilatildeo seraacute elucidada
no capiacutetulo 51 tem a seguinte destinaccedilatildeo trecircs grandes empresas fabricantes de suco de
laranja consumo in natura e pequenas induacutestrias produtoras de suco
A seguir as cidades levantadas neste trabalho e integrantes do cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo
foram aferidas sequencialmente em ordem decrescente de produccedilatildeo mediante acessos aos
cataacutelogos industriais da Federaccedilatildeo das Induacutestrias do Estado de Satildeo Paulo (FIESP 2014) e
do Centro das Induacutestrias do Estado de Satildeo Paulo (CIESP 2015) com o intuito de verificar
a existecircncia de escoamento de produccedilatildeo de laranja destinado a pequenas induacutestrias de suco
28
Foi realizado contato por meios eletrocircnicos com as induacutestrias constantes no
material pesquisado no qual foram requeridas informaccedilotildees sobre
1) Existecircncia da geraccedilatildeo de resiacuteduo de laranja
2) Destinaccedilatildeo dada ao resiacuteduo se este existir
3) Quantificaccedilatildeo diaacuteria eou mensal eou anual do resiacuteduo se este existir
4) Armazenamento do resiacuteduo se este existir
A Companhia Ambiental do estado de Satildeo Paulo (CETESB) foi contatada com o intuito
de requisitar vista do Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento (MCE) desta induacutestria
com objetivo de levantamento dos dados pertinentes ao desenvolvimento deste trabalho Os
dados solicitados agrave CETESB referentes a cada induacutestria constam no Anexo A e B
43 Levantamento e anaacutelise das induacutestrias com potencial poluidor
A partir da delimitaccedilatildeo da aacuterea de estudo verificou-se a necessidade da realizaccedilatildeo
um levantamento das induacutestrias que poderiam utilizar-se da biossorccedilatildeo como meacutetodo de
tratamento de efluentes
Para tal houve a necessidade de realizar uma relaccedilatildeo entre as categorias industriais
da Environmental Protection Agency ndash United States (USEPA) as quais levam em
consideraccedilatildeo em sua descriccedilatildeo os componentes que potencialmente seriam encontrados
em seus respectivos efluentes com as categorias industriais brasileiras disponibilizadas
pelo IBGE
Sucedendo-se a esta associaccedilatildeo e jaacute delimitada a aacuterea de pesquisa como sendo o
limite municipal da cidade de Bebedouro realizou-se a partir de pesquisa nos cataacutelogos
industriais da FIESP (2014) e da CIESP (2015) afericcedilatildeo das induacutestrias que estariam dentro
dos paracircmetros dispostos nas categorias industriais caracterizadas neste trabalho isto eacute as
que potencialmente conteriam chumbo em suas aacuteguas residuaacuterias
Um total de onze induacutestrias apresentaram os quesitos para serem categorizadas pelo
meacutetodo citado Um mapa referente agrave disposiccedilatildeo dessas induacutestrias foi efetuado no programa
ArcGis 1031 Subsequentemente a agecircncia da CETESB responsaacutevel pelo municiacutepio de
Bebedouro foi contatada a fim de se obter a vista dos processos MCE de cada uma das
induacutestrias com o intuito de verificar quais realmente continham chumbo em suas aacuteguas
29
residuaacuterias e quais as formas de tratamento efetuadas Apoacutes essa verificaccedilatildeo constatou-se
que duas induacutestrias adequavam-se ao propoacutesito deste trabalho
44 Exposiccedilatildeo do meacutetodo de tratamento aplicado na induacutestria
Pormenorizaccedilatildeo dos dados referentes aos efluentes destas empresas foram
analisados para que a partir de referencial teoacuterico em uma segunda etapa fossem
realizados os caacutelculos da demanda de resiacuteduos de laranja que tais induacutestrias utilizariam se
adotassem o meacutetodo de tratamento proposto
Atraveacutes de anaacutelise do mesmo referencial teoacuterico citado anteriormente foram
obtidas informaccedilotildees sobre o tratamento especiacutefico que o resiacuteduo deveria receber antes de
ser inserido no processo de tratamento Em sequecircncia realizou-se levantamento das
tecnologias que poderiam ser utilizadas no processamento desses resiacuteduos bem como
seleccedilatildeo das que mais se adequavam
Realizou-se levantamento de formas de inserccedilatildeo da biomassa em escala real de
tratamento
Um levantamento e anaacutelises de custos das tecnologias de processamento das
formas de inserccedilatildeo e do translado do resiacuteduo caso fosse utilizado os serviccedilos de uma
empresa transportadora foram realizados
30
5 LEVANTAMENTO DE DADOS
51 Distribuiccedilatildeo da produccedilatildeo de laranja no estado de Satildeo Paulo
Para o levantamento e espacializaccedilatildeo da produccedilatildeo de laranja no estado de Satildeo Paulo
foram coletados dados do site do IBGE referentes ao ano de 2013 Na Figura 5 satildeo
destacados os municiacutepios paulistas produtores de laranja conforme o total de produccedilatildeo da
fruta
Figura 5 ndash Disposiccedilatildeo dos municiacutepios produtores de laranja no Estado de Satildeo Paulo
Fonte IBGE (2013)
De acordo com a CitrusBR (2010) e com o Fundo de Defesa da Citricultura
(FUNDECITRUS 2015) existe uma aacuterea denominada de cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo cuja
delimitaccedilatildeo geograacutefica abrange 93 da produccedilatildeo de laranja do estado de Satildeo Paulo Essa
aacuterea eacute dividida em setores os quais satildeo denominados de norte sul centro noroeste e
sudoeste como apresentado na Figura 6
31
Figura 6 ndash Setores do cinturatildeo citriacutecola
Fonte Adaptado FUNDECITRUS (2015)
511 Distribuiccedilatildeo do consumo de laranja no estado de SP
Sabendo que aproximadamente 93 de toda a laranja produzida no estado de Satildeo
Paulo proveacutem do cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo a seguinte diferenciaccedilatildeo eacute feita pela CitrusBR
(2010) conforme sua destinaccedilatildeo a) 84 para trecircs grandes induacutestrias de suco de laranja as
quais possuem 18 faacutebricas distribuiacutedas em 16 municiacutepios do estado de SP e um localizado
no estado do Paranaacute b) 2 para pequenas induacutestrias produtoras de suco de laranja c) 7
ao consumo in natura
No Quadro 1 satildeo apresentadas informaccedilotildees de localizaccedilatildeo das unidades industriais
das trecircs grandes induacutestrias consumidoras da produccedilatildeo de laranja do estado de Satildeo Paulo
denominadas arbitrariamente de induacutestrias A B e C
32
Quadro 1 ndash Localizaccedilatildeo das unidades das induacutestrias A B e C
Induacutestria de suco de laranja Cidades
Induacutestria A
Bebedouro
Engenheiro Coelho
Matatildeo
Paranavaiacute (PR)
Santos
Induacutestria B
Araras
Catanduva
Matatildeo
Induacutestria C
Araraquara
Avareacute
Conchal
Colina
Cordeiroacutepolis
Duartina
Itaacutepolis
Porto Ferreira
Uchoa
Votuporanga
Fonte CITRUSBR (2010)
Na Figura 7 eacute possiacutevel visualizar em acircmbito estadual a disposiccedilatildeo geograacutefica das
filiais das induacutestrias A B e C
O potencial de geraccedilatildeo de resiacuteduos de laranja dessas unidades industriais eacute elevado
visto que 84 da produccedilatildeo do estado eacute absorvida por elas (CITRUSBR 2010) Poreacutem ao
acessar o conjunto de paacuteginas da internet dessas trecircs induacutestrias constatou-se que todo o
produto residual de laranja gerado jaacute tem como destinaccedilatildeo o processo de peletizaccedilatildeo
Assim uma vez que este resiacuteduo representa um valor comercial para estas induacutestrias natildeo
foram considerados tais dados no desenvolvimento deste trabalho
33
Figura 7 ndash Localizaccedilatildeo das filiais das induacutestrias de suco de laranja (A B e C)
Fonte CITRUSBR (2010)
Os 7 da produccedilatildeo de laranja que natildeo proveacutem do cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo natildeo teve seu
escoamento estudado fato que impossibilitou a utilizaccedilatildeo desses dados na realizaccedilatildeo das
anaacutelises requeridas para o desenvolvimento deste trabalho
Portanto considerou-se que 2 da produccedilatildeo de laranja proveniente do cinturatildeo
ldquocitriacutecolardquo aproximadamente 266400 toneladas5 serviria ao propoacutesito aludido
512 Seleccedilatildeo da induacutestria de suco
Reputando-se que os 2 da produccedilatildeo estadual de laranja citados localizam-se no
cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo (CITRUSBR 2010) realizou-se a identificaccedilatildeo de pequenas induacutestrias
5 Considerando a produccedilatildeo anual em torno de 18 milhotildees de toneladas e 74 deste total proveniente do
estado de Satildeo Paulo
34
produtoras de suco de laranja integrantes do cinturatildeo atraveacutes de acessos aos Cataacutelogos
Induacutestrias da CIESP (2015) e da FIESP (2014)
As cidades foram hierarquizadas de forma decrescente conforme o total de
produccedilatildeo anual de laranja Na sequecircncia ponderou-se a distinccedilatildeo de induacutestrias que
somente realizam o processo de embalagem do suco pronto das que realizam o processo
de fabricaccedilatildeo deste O levantamento cessou quando um total de duas induacutestrias foram
encontradas ambas localizadas na cidade de Bebedouro estado de Satildeo Paulo Vale
ressaltar que as cidades hierarquizadas como anteriores agrave Bebedouro natildeo apresentaram
induacutestrias de suco dentro dos limites municipais A Tabela 2 apresenta a produccedilatildeo anual
em toneladas para cada cidade do cinturatildeo citriacutecola
Tabela 3 ndash Cidades integrantes do cinturatildeo citriacutecola consideradas no levantamento de induacutestrias de suco
Cidades Produccedilatildeo (t ano-1)
Casa Branca 693 690
Mogi Guaccedilu 448 800
Itapetininga 392 716
Aacuteguas de Santa Barbara 364 100
Brotas 334 560
Bebedouro 326 570
Fonte IBGE (2012)
Das induacutestrias consultadas somente uma retornou o contato em tempo haacutebil para
desenvolvimento deste trabalho Essa induacutestria situa-se no Norte do cinturatildeo na cidade de
Bebedouro e a Figura 8 tem por finalidade mostrar sua disposiccedilatildeo geograacutefica dentro do
municiacutepio citado
As informaccedilotildees fornecidas pela empresa denotam que existe produccedilatildeo de resiacuteduo
de laranja sem destinaccedilatildeo determinada (informaccedilatildeo verbal)6 Poreacutem natildeo foram cedidas
dados referentes a quantidade desse resiacuteduo gerado por dia mecircs eou ano e nem sobre a
forma de armazenamento eou disposiccedilatildeo do mesmo
6 Dados fornecidos por funcionaacuterio em entrevista por telefone
35
Figura 8 ndash Induacutestria de suco geradora de resiacuteduos de laranja localizada na cidade de Bebedouro
Fonte CIESP (2015) FIESP (2014)
5121 Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento (MCE)
O MCE eacute um documento exigido como parte integrante das Licenccedilas Preacutevias de
Instalaccedilatildeo e Operaccedilatildeo do Empreendimento (G3 GEOTECNOLOGIAS c2014)
Em pesquisa realizada em websites de diversas prefeituras (Campinas Satildeo Paulo e
Ribeiratildeo Preto) constatou-se que cada cidade tem seu proacuteprio modelo de MCE poreacutem
todos seguem o modelo baacutesico fornecido pela CETESB que margeia os seguintes itens
Identificaccedilatildeo do empreendimentoatividade
Relaccedilatildeo de mateacuterias primas
Relaccedilatildeo de produtos
Relaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos
36
Croqui de localizaccedilatildeo
Fluxograma
Combustiacuteveis
Informaccedilotildees sobre chamineacutes
Fontes de poluiccedilatildeo do ar
Equipamentos para controle de poluiccedilatildeo do ar
Balanccedilo hiacutedrico
Efluentes liacutequidos
Resumo de lanccedilamentos
Resiacuteduos soacutelidos
Armazenamento e tratamentodisposiccedilatildeo final dos resiacuteduos soacutelidos
Fontes de poluiccedilatildeo por ruiacutedo
A agecircncia da CETESB responsaacutevel pelo muniacutecipio de Bebedouro localiza-se na
cidade de Barretos e por meio de e-mails telefonemas e pedidos formais requisitou-se
vista do MCE da induacutestria mencionada no item anterior
Apoacutes verificaccedilatildeo constatou-se que a induacutestria produtora de suco possui Certificado
de Dispensa de Licenccedila portanto natildeo possui MCE impossibilitando o recolhimento de
dados por este meio
52 Categorias industriais de acordo com o tipo de efluente gerado7
A partir das praacuteticas industriais descargas de aacuteguas pluviais tecnologias e accedilotildees
que previnam a poluiccedilatildeo tratamento de efluentes e caracteriacutesticas econocircmicas a USEPA
realiza anaacutelises que possuem como princiacutepio baacutesico o incentivo agrave reduccedilatildeo da geraccedilatildeo de
poluentes que sejam ao mesmo tempo economicamente viaacuteveis Assim com base em
normas e limites para a descarga de efluentes em aacuteguas superficiais e em estaccedilotildees de
7 Chumbo geralmente natildeo eacute o uacutenico metal encontrado em aacuteguas residuaacuterias industriais desse seguimento
37
tratamento a proacutepria USEPA realizou uma categorizaccedilatildeo das induacutestrias conforme o tipo de
efluente gerado
As categorias industriais que nesta categorizaccedilatildeo da USEPA apresentavam limites
restritivos para a emissatildeo de efluentes contaminados pelo metal pesado chumbo satildeo
apresentadas a seguir
Battery Manufacturing
Centralized Waste Treatment
Copper Forming
Electrical and Electronic Components
Electroplating
Glass Manufacturing
Inorganic Chemicals
Iron and Steel Manufacturing
Metal Finishing
Metal Molding and Casting (Foundries)
Metal Products and Machinery
Nonferrous Metals Forming and Metal Powders
Nonferrous Metals Manufacturing
Ore Mining and Dressing (Hard Rock Mining)
Organic Chemicals Plastics and Synthetic Fibers (OCPSF)
Pesticide Chemicals Manufacturing Formulating and Packaging
Porcelain Enameling
Rubber Manufacturing
Transportation Equipment Cleaning Manufacturing
No Brasil o IBGE realizou em 2008 um estudo que reuniu informaccedilotildees
econocircmicas e financeiras sobre os setores industriais brasileiros o qual apresenta dados
sobre receita custos e valor de produccedilatildeo por exemplo Neste estudo tambeacutem satildeo
enumerados todos os setores industriais
38
O quadro 2 tem por finalidade relacionar as categorias americanas catalogadas pela
USEPA que podem apresentar chumbo em seus efluentes com os respectivos setores
industriais brasileiros
Quadro 2 ndash Relaccedilatildeo entre categorias industriais americanas e brasileiras
Categoria US EPA Categoria IBGE
Ore Mining and Dressing (Hard Rock Mining) Extraccedilatildeo de minerais metaacutelicos
Inorganic Chemicals
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos
Organic Chemicals Plastics and Synthetic
Fibers (OCPSF)
Pesticide Chemicals Manufacturing
Formulating and Packaging
Copper forming
Porcelain Enameling Fabricaccedilatildeo de produtos de minerais natildeo-
metaacutelicos Glass Manufacturing
Electroplating
Metalurgia baacutesica ou
Fabricaccedilatildeo de produtos de metal
(exceto maacutequinas e equipamentos)
Iron and Steel Manufacturing
Metal Finishing
Metal Molding and Casting (Foundries)
Nonferrous Metals Forming and Metal
Powders
Nonferrous Metals Manufacturing
Electrical and Electronic Components Fabricaccedilatildeo de maacutequinas aparelhos e
materiais eleacutetricos Battery Manufacturing
Transportation Equipment Cleaning
Manufacturing Fabricaccedilatildeo equipamentos de transporte
Centralized Waste Treatment Reciclagem
Fonte elaborado a partir de dados de USEPA (2014) IBGE (2008)
No Quadro 3 eacute possiacutevel verificar as categorias industriais do IBGE que tambeacutem
constam no Quadro 2 com as suas respectivas subcategorias estas embasam de maneira
mais especiacutefica a correlaccedilatildeo estabelecida
39
Quadro 3 ndash Categorias e subcategorias industriais de acordo com o IBGE
Categoria IBGE Subcategoria IBGE
Extraccedilatildeo de minerais metaacutelicos Extraccedilatildeo de minerais metaacutelicos natildeo-ferrosos
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos inorgacircnicos
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos orgacircnicos
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas
Fabricaccedilatildeo de tintas vernizes lacas e produtos afins
Fabricaccedilatildeo de fibras fios cabos e filamentos contiacutenuos artificiais e sinteacuteticos
Fabricaccedilatildeo de artigos de borracha e material plaacutestico
Fabricaccedilatildeo de artigos de borracha
Fabricaccedilatildeo de produtos de material plaacutestico
Fabricaccedilatildeo de produtos de minerais natildeo-metaacutelicos
Fabricaccedilatildeo de vidro e de produtos do vidro
Metalurgia baacutesica
Produccedilatildeo de ferro-gusa e de ferroligas
Siderurgia
Fabricaccedilatildeo de tubos (exceto em sideruacutergicas)
Fundiccedilatildeo
Fabricaccedilatildeo de produtos de metal
(exceto maacutequinas e equipamentos)
Fabricaccedilatildeo de estruturas metaacutelicas e obras de caldeiraria pesada
Fabricaccedilatildeo de tanques caldeiras e reservatoacuterios metaacutelicos
Forjaria estamparia metalurgia do poacute e serviccedilos de tratamento de metais
Fabricaccedilatildeo de artigos de cutelaria de serralheria e ferramentas manuais
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de tanques caldeiras e reservatoacuterios metaacutelicos
Fabricaccedilatildeo de produtos de metal natildeo especificados anteriormente
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas e
equipamentos
Fabricaccedilatildeo de motores bombas compressores e equipamentos de transmissatildeo
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos de uso Geral
Fabricaccedilatildeo de tratores e de maacutequinas e equipamentos para a agricultura e pecuaacuteria
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas-ferramenta
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos de usos na extraccedilatildeo mineral e construccedilatildeo
Fabricaccedilatildeo de outras maacutequinas e equipamentos de uso especiacutefico
Fabricaccedilatildeo de armas municcedilotildees e equipamentos militares
Fabricaccedilatildeo de eletrodomeacutesticos
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas
aparelhos e materiais eleacutetricos
Fabricaccedilatildeo de geradores transformadores e motores eleacutetricos
Fabricaccedilatildeo de equipamentos para distribuiccedilatildeo e controle de energia eleacutetrica
Fabricaccedilatildeo de fios cabos e condutores eleacutetricos isolados
Fabricaccedilatildeo de pilhas baterias e acumuladores eleacutetricos
Fabricaccedilatildeo de lacircmpadas e equipamentos de iluminaccedilatildeo
Fabricaccedilatildeo de material eleacutetrico para veiacuteculos - exceto baterias
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de maacutequinas aparelhos e materiais eleacutetricos
Fabricaccedilatildeo de outros equipamentos e aparelhos eleacutetricos
Fabricaccedilatildeo de material eletrocircnico baacutesico
Fabricaccedilatildeo de material eletrocircnico e de aparelhos e equipamentos de comunicaccedilotildees
Fabricaccedilatildeo de aparelhos receptores de raacutedio e televisatildeo e de reproduccedilatildeo gravaccedilatildeo ou amplificaccedilatildeo de som e viacutedeo
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de aparelhos e equipamentos de telefonia radiotelefonia e de transmissores de televisatildeo e raacutedio (exceto telefones)
Fabricaccedilatildeo de outros equipamentos de transporte
Fabricaccedilatildeo de outros equipamentos de transporte
40
Reciclagem Reciclagem de sucatas metaacutelicas
Fonte elaborado a partir de IBGE (2008)
Em anaacutelise comparativa dos aspectos das categorias industriais americanas
catalogadas pela USEPA com as respectivas especificaccedilotildees das categorias e subcategorias
industriais catalogadas pelo IBGE eacute possiacutevel afirmar que estas possuem similaridade
Assim conclui-se que potencialmente tais categorias e subcategorias listadas no Quadro
3 satildeo passiacuteveis de possuir o metal pesado chumbo em suas aacuteguas residuaacuterias Na Tabela 4
observa-se a quantidade de induacutestrias presentes em cada uma das subcategorias de acordo
com levantamento realizado pelo IBGE no ano de 2003
Tabela 4 ndash Nuacutemero de induacutestrias de acordo com as subcategorias industriais do IBGE
(continua)
Subcategorias industriais Nordm
Extraccedilatildeo de minerais metaacutelicos natildeo-ferrosos 61
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos inorgacircnicos 374
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos orgacircnicos 426
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas 67
Fabricaccedilatildeo de fibras fios cabos e filamentos contiacutenuos artificiais e sinteacuteticos 38
Fabricaccedilatildeo de artigos de borracha 1540
Fabricaccedilatildeo de produtos de material plaacutestico 5545
Fabricaccedilatildeo de vidro e de produtos do vidro 416
Produccedilatildeo de ferro-gusa e de ferroligas 99
Siderurgia 237
Fabricaccedilatildeo de tubos (exceto em sideruacutergicas) 165
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 449
Fundiccedilatildeo 798
Fabricaccedilatildeo de estruturas metaacutelicas e obras de caldeiraria pesada 3475
Fabricaccedilatildeo de tanques caldeiras e reservatoacuterios metaacutelicos 363
Forjaria estamparia metalurgia do poacute e serviccedilos de tratamento de metais 2628
Fabricaccedilatildeo de artigos de cutelaria de serralheria e ferramentas manuais 1910
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de tanques caldeiras e reservatoacuterios metaacutelicos 83
Fabricaccedilatildeo de produtos diversos de metal 4215
Fabricaccedilatildeo de motores bombas compressores e equipamentos de transmissatildeo 1041
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos de uso geral 2271
Fabricaccedilatildeo de tratores e de maacutequinas e equipamentos para a agricultura e pecuaacuteria 754
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas-ferramenta 540
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos de usos na extraccedilatildeo mineral e construccedilatildeo 227
41
Fabricaccedilatildeo de outras maacutequinas e equipamentos de uso especiacutefico 1715
Tabela 3 ndash Nuacutemero de induacutestrias de acordo com as subcategorias industriais do IBGE
(conclusatildeo)
Subcategorias industriais Nordm
Fabricaccedilatildeo de armas municcedilotildees e equipamentos militares 8
Fabricaccedilatildeo de eletrodomeacutesticos 427
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos 1071
Fabricaccedilatildeo de geradores transformadores e motores eleacutetricos 396
Fabricaccedilatildeo de equipamentos para distribuiccedilatildeo e controle de energia eleacutetrica 454
Fabricaccedilatildeo de fios cabos e condutores eleacutetricos isolados 239
Fabricaccedilatildeo de pilhas baterias e acumuladores eleacutetricos 103
Fabricaccedilatildeo de lacircmpadas e equipamentos de iluminaccedilatildeo 482
Fabricaccedilatildeo de material eleacutetrico para veiacuteculos - exceto baterias 173
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de maacutequinas aparelhos e materiais eleacutetricos 129
Fabricaccedilatildeo de outros equipamentos e aparelhos eleacutetricos 460
Fabricaccedilatildeo de material eletrocircnico baacutesico 421
Fabricaccedilatildeo de material eletrocircnico e de aparelhos e equipamentos de comunicaccedilotildees 238
Fabricaccedilatildeo de aparelhos receptores de raacutedio e televisatildeo e de reproduccedilatildeo gravaccedilatildeo
ou amplificaccedilatildeo de som e viacutedeo 194
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de aparelhos e equipamentos de telefonia e radiotelefonia
e de transmissores de televisatildeo e raacutedio (exceto telefones) 21
Fabricaccedilatildeo de outros equipamentos de transporte 301
Reciclagem de sucatas metaacutelicas 103
Fonte elaborado a partir de IBGE (2003)
Analisando a Tabela 4 contata-se que ao todo no ano de 2003 existiam 34657
induacutestrias com potencial poluidor pelo metal chumbo no Brasil
521 Levantamento das induacutestrias com potencial poluidor
Apoacutes a seleccedilatildeo da induacutestria produtora de suco de laranja a ser estudada realizou-se
um levantamento de dados buscando averiguar todas as induacutestrias passiacuteveis de serem
enquadradas nas categorias e subcategorias industriais mencionadas na Tabela 3
42
Analisados os cataacutelogos industriais da FIESP (2015) a da CIESP (2014) verificou-se
que um total de onze induacutestrias adequavam-se agraves subcategorias citadas neste trabalho Tais
induacutestrias foram denominadas sequencialmente de 1 a 11 e estatildeo descritas na Tabela 4
Tabela 5 ndash Induacutestrias com potencial poluidor por chumbo localizadas na cidade de Bebedouro ndash SP
Categoria IBGE Identificaccedilatildeo da induacutestria
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 1
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 2
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 3
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 4
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 5
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 6
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 7
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas 8
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas 9
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas 10
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas 11
Fonte adaptado de CIESP (2014) FIESP (2015)
Na Figura 9 verifica-se a disposiccedilatildeo dessas induacutestrias dentro do limite municipal da
cidade de Bebedouro ndash SP
43
Figura 9 ndash Induacutestrias com potencial poluidor
Fonte CIESP (2014) FIESP (2015)
As induacutestrias apresentadas na tabela 8 foram enquadradas pelas categorias
industriais que apresentavam o potencial poluidor descrito neste trabalho No entanto
algumas destas apresentavam mais de um processo produtivo o que demandaria anaacutelises
caso a caso para realizaccedilatildeo de enquadramentos mais especiacuteficos
5211 Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento (MEC)
Sendo a descriccedilatildeo do MCE caracterizada no item 5121 afirma-se que para
desenvolvimento da parte subsequente da metodologia utilizada para desenvolvimento
deste trabalho foram coletadas as seguintes informaccedilotildees nos processos requeridos o
balanccedilo hiacutedrico e efluentes liacutequidos das induacutestrias citadas na Tabela 5
44
Induacutestria 1 ndash a Tabela 6 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem A
Tabela 7 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 6 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 1
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 709
Usos ndash
Sanitaacuterios 637
Industrial 072
Outros 0
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 129
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 510
Industrial 070
Outros 0
Total de efluentes 580
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 401011015
Tabela 7 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 1
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Metalurgia de metais natildeo ferrosos
Vazatildeo 07
Vazatildeo de lanccedilamento 07
Meacutetodo de tratamento
Correccedilatildeo de pH e agitaccedilatildeo mecacircnica
Floculaccedilatildeo mecacircnica
Filtraccedilatildeo
Disposiccedilatildeo final Outros
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 51
Vazatildeo de lanccedilamento 51
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 401011015
45
Anaacutelises de controle para a fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua proveniente da metalurgia de
metais natildeo-ferroso satildeo realizadas e os resultados disponiacuteveis constam na Tabela 8
Tabela 8 ndash Anaacutelise do efluente proveniente da metalurgia de metais natildeo ferrosos antes e apoacutes tratamento
Paracircmetros Aacutegua bruta (entrada) Efluente industrial (saiacuteda)
Temperatura da aacutegua (ordm C) 25
pH 6
Houve periacuteodos de chuva
durante a coleta tratamento Sim
Chumbo (mg L-1) 2570 0305
Norma 6010 C
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 401011015
Induacutestria 2 ndash natildeo possui (ou natildeo foi informado) os dados para o balanccedilo hiacutedrico A
Tabela 9 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 9 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 2
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 056
Vazatildeo de lanccedilamento 056
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 401026315
Induacutestria 3 ndash a Tabela 10 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 11 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 10 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 3
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 600
46
Usos ndash
Sanitaacuterios 490
Industrial 0
Outros domeacutestico 110
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 208
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 392
Industrial 0
Outros 0
Total de efluentes 392
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400003213
Tabela 11 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 3
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 392
Vazatildeo de lanccedilamento 392
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400003213
Induacutestria 4 ndash possui Certificado de Dispensa de Licenccedila - natildeo possui o MCE
Induacutestria 5 ndash a Tabela 12 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 13 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 12 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 5
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado Nd
Usos ndash
Sanitaacuterios 336
Industrial 0
Outros domeacutestico 0
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 067
47
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 269
Industrial 0
Outros 0
Total de efluentes 269
Nd ndash informaccedilatildeo natildeo estava disponiacutevel
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400025612
Tabela 13 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 5
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 269
Vazatildeo de lanccedilamento 269
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400025612
Induacutestria 6 ndash a Tabela 14 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 15 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 14 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 6
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 4066
Usos ndash
Sanitaacuterios 630
Industrial 0
Outros consumo 3466
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 067
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 504
Industrial 0
Outros 3562
Total de efluentes 4066
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedilas nordm
400002814 e 400004314
48
Tabela 15 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 6
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Metalurgia de alumiacutenio e ligas
Vazatildeo Nd
Vazatildeo de lanccedilamento Nd
Meacutetodo de tratamento Nd
Disposiccedilatildeo final Nd
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 504
Vazatildeo de lanccedilamento 504
Meacutetodo de tratamento Filtro anaeroacutebio
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Nd ndash informaccedilotildees natildeo estavam disponiacuteveis
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedilas nordm 400002814 e 400004314
No MCE da referida foram apresentadas anaacutelises de controle para a fonte de
poluiccedilatildeo da aacutegua proveniente da metalurgia de alumiacutenio e ligas as quais foram
disponibilizadas em forma de relatoacuterio de ensaio Os relatoacuterios de ensaios para a) massa
bruta conforme NBR 10004 de 20048 (Tabela 16) b) lixiviaccedilatildeo conforme NBR 10005 de
20049 (Tabela 17) c) solubilizaccedilatildeo conforme NBR 10006 de 200410 (Tabela 18)
Tabela 16 ndash resultado do ensaio para massa bruta
Paracircmetro Resultado VMP LQ Unidade Meacutetodo de referecircncia
Chumbo 1550 Entre 200 e 125 01 mg kg-1 3111-B
VMP ndash Valores miacutenimos eou maacuteximos permitidos pela normalegislaccedilatildeo LQ ndash Limite de
quantificaccedilatildeo Dados de amostragem a) Massa da amostra seca 18385 g
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedilas nordm 400002814 e 400004314
8 NBR 10004 de 2004 a norma tem por funccedilatildeo a classificaccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos quanto aos seus
potenciais riscos agrave sauacutede puacuteblica e ao meio ambiente Materiais radioativos natildeo satildeo abrangidos nesta norma
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR ISO 10004 resiacuteduos soacutelidos ndash
classificaccedilatildeo 2004
9 NBR 10005 de 2004 tal norma tem por finalidade estipular os requisitos para obtenccedilatildeo de extrato lixiviado
dos resiacuteduos soacutelidos classificados na norma ABNT NBR 10004 como classe I ndash perigosos e classe II ndash natildeo
perigosos ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR ISO 10004 procedimento para
obtenccedilatildeo de extrato lixiviado de resiacuteduos soacutelidos 2004
10 NBR 10006 de 2004 essa norma fomenta os requisitos exigiacuteveis para obtenccedilatildeo de extrato solubilizado dos
resiacuteduos soacutelidos especificados pela ABNT NBR 10004 como classe IIA ndash natildeo inertes e classe IIB ndash inertes
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR ISO 10004 procedimento para obtenccedilatildeo
de extrato solubilizado de resiacuteduos soacutelidos 2004
49
De acordo com a NBR 10005 de 2004 lixiviaccedilatildeo eacute
ldquoProcesso para determinaccedilatildeo da capacidade de transferecircncia de substacircncias
orgacircnicas e inorgacircnicas presentes no resiacuteduo soacutelido por meio de dissoluccedilatildeo no
meio extrator (NBR 10005 2004)rdquo
Tabela 17 ndash resultado do ensaio para lixiviaccedilatildeo
Paracircmetro Resultado VMP LQ Unidade Meacutetodo de referecircncia
Chumbo 012 100 01 mg L-1 3111-B
VMP ndash Valores miacutenimos eou maacuteximos permitidos pela normalegislaccedilatildeo LQ ndash Limite de
quantificaccedilatildeo Dados de amostragem a) Massa da amostra seca 100 g b) Concentraccedilatildeo de soacutelidos
9572 c) Inicial 773 d) Tempo de lixiviaccedilatildeo 20 horas e) Volume total de extrato obtido 2000 mL
e f) Final 518
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedilas nordm 400002814 e 400004314
Tabela 18 ndash resultado do ensaio para solubilizado
Paracircmetro Resultado VMP LQ Unidade Meacutetodo de referecircncia
Chumbo 013 001 01 mg L-1 3111-B
VMP ndash Valores miacutenimos eou maacuteximos permitidos pela normalegislaccedilatildeo LQ ndash Limite de
quantificaccedilatildeo Dados de amostragem a) Massa da amostra seca 500 g b) Tempo de solubilizaccedilatildeo 7
dias c) Volume total de extrato solubilizado 2000 mL
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedilas nordm 400002814 e 400004314
Induacutestria 7 ndash a Tabela 19 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 20 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 19 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 7
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 753
Usos ndash
Sanitaacuterios 743
Industrial 010
Outros 0
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 159
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 594
Industrial 0
50
Outros 0
Total de efluentes 594
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400029313
Tabela 20 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 7
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 594
Vazatildeo de lanccedilamento 594
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400029313
Induacutestria 8 ndash a Tabela 21 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 22 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 21 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 8
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 301
Usos ndash
Sanitaacuterios 301
Industrial 0
Outros 0
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 0
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 241
Industrial 0
Outros 060
Total de efluentes 301
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400029511
51
Tabela 22 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 8
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 241
Vazatildeo de lanccedilamento 241
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400029511
Induacutestria 9 ndash a Tabela 23 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 24 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 23 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 9
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 450
Usos ndash
Sanitaacuterios 168
Industrial 282
Outros 0
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 280
Perdas por evaporaccedilatildeo 134
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 134
Industrial 0
Outros 0
Total de efluentes 134
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400027112
Tabela 24 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 9
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
52
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 134
Vazatildeo de lanccedilamento 134
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400027112
Induacutestria 10 ndash possui Certificado de Dispensa de Licenccedila e por isso natildeo
apresentava os dados do MCE
Induacutestria 11 ndash natildeo possui (ou foi informado) os dados para o balanccedilo hiacutedrico a
Tabela 25 apresenta os dados das fontes de poluiccedilatildeo
Tabela 25 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 11
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 202
Vazatildeo de lanccedilamento 202
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400011113
Analisando os dados obtidos constata-se que somente duas induacutestrias as
denominadas 1 e 6 poderiam utilizar do meacutetodo de tratamento de efluentes proposto por
este trabalho visto que da relaccedilatildeo das onze induacutestrias duas natildeo apresentavam MCE
devido agrave dispensa de apresentaccedilatildeo e as outras sete induacutestrias natildeo apresentaram outra fonte
de poluiccedilatildeo da aacutegua a natildeo ser o esgoto sanitaacuterio
Em todas as tabelas referentes agraves fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua nota-se que os
resultados referentes a vazatildeo de lanccedilamento natildeo apresentavam variaccedilatildeo com relaccedilatildeo aos
resultados referentes a vazatildeo isso ocorreu devido agrave ausecircncia de processos que
ocasionariam o aumento ou diminuiccedilatildeo dessa
53
53 Biossorccedilatildeo
A partir de um estudo realizado por Montanher e Rollemberg (2011) constatou-se
que o processo de biossorccedilatildeo de chumbo pelo resiacuteduo de laranja eacute efetivo na situaccedilatildeo in
natura destes
O estudo foi realizado a partir da amostragem de quatro tipos de efluentes
industriais dentre os quais trecircs enquadravam-se nas categorias industriais com potencial
de conter chumbo em seus efluentes sendo elas
Induacutestria de chapas metaacutelicas ndash que se enquadra na categoria de ldquofabricaccedilatildeo de
produtos de metal ndash exceto maacutequinas e equipamentosrdquo (efluente 1)
Induacutestria de baterias automotivas ndash que se enquadra na categoria de ldquofabricaccedilatildeo
de pilhas baterias e acumuladores eleacutetricosrdquo (efluente 2)
Induacutestria de galvanoplastia ndash que se enquadra na categoria de ldquofabricaccedilatildeo de
produtos de metal ndash exceto maacutequinas e equipamentosrdquo (efluente 3)
A preparaccedilatildeo da biomassa in natura foi realizada da seguinte maneira
ldquoO bagaccedilo de laranja foi triturado em um liquidificador lavado com aacutegua
de torneira ateacute que a soluccedilatildeo resultante natildeo apresentasse nenhum tipo de
coloraccedilatildeo enxaguado com aacutegua destilada e seco em estufa a 70ordmC por 8
horasrdquo (MONTANHER ROLLEMBERG 2011)
Importante ressaltar que os efluentes foram coletados antes de qualquer tratamento
preacutevio e que a lavagem da casca de laranja foi realizada ateacute que a soluccedilatildeo montante natildeo
apresentasse nenhuma coloraccedilatildeo para natildeo haver alteraccedilatildeo da cor final dos efluentes natildeo
havendo necessidade da realizaccedilatildeo de tal procedimento
Quando as autoras referem-se a bagaccedilo este pode ser igualmente comparado aos
resiacuteduos de laranja (cascabagaccedilosementes)
O ensaio para determinaccedilatildeo do iacutendice de adsorccedilatildeo foi realizado em sistema com 3 g de
bagaccedilo de laranja in natura na dosagem de 100 mL dos efluentes numa vazatildeo de 3 mL min-1
Na Tabela 26 verificam-se a quantidade de chumbo por litro incialmente presentes
nos efluentes os respectivos resultados obtidos a partir do tratamento realizado com
resiacuteduos de laranja in natura e os pH referentes agraves amostras brutas e tratadas
54
Tabela 26 ndash Resultados das anaacutelises para cada efluente
Tipos de efluentes Pb (mg L-1) pH
Efluente 1 (induacutestria de chapas metaacutelicas)
Antes do tratamento 944 388
Bagaccedilo in natura Nd 353
Efluente 2 (induacutestria de bateria automotiva)
Antes do tratamento 510 lt1
Bagaccedilo in natura 269 lt1
Efluente 3 (induacutestria de galvanoplastia)
Antes do tratamento Nd 238
Bagaccedilo in natura Nd 340
Nd ndash Natildeo detectado
Fonte adaptado MONTANHER ROLLEMBERG (2011)
Analisando a Tabela 26 observou-se que para o efluente 2 no qual o pH eacute aacutecido (lt
1) oriundo do uso de aacutecido sulfuacuterico para fabricaccedilatildeo de baterias a eficaacutecia natildeo foi a
esperada apresentando um resultado de apenas 5275 de adsorccedilatildeo de chumbo pelo
bagaccedilo de laranja in natura
Os resultados apresentados pelo efluente 1 podem ser analisados como excelentes
visto que a presenccedila de chumbo natildeo foi detectada ao final do processo
Jaacute o efluente 3 natildeo apresentou o metal chumbo na amostra bruta o que caracteriza
que as categorias industriais citadas neste trabalho apresentam possibilidades relativas de
poluiccedilatildeo com chumbo
Assim da afirmaccedilatildeo de Kuyucak e Volesky (1989) que diz que os valores de pH
afetam o processo de biossorccedilatildeo e com os dados obtidos na Tabela 26 eacute possiacutevel notar que
haacute desempenho significativo para valores de pH em torno 35 Assim pode-se afirmar que
a faixa oacutetima de pH para realizaccedilatildeo de biossorccedilatildeo de chumbo pelo resiacuteduo da laranja varia
de aproximadamente 35 ateacute 7 visto que para valores acima desse limite ocorre a formaccedilatildeo
de hidroacutexido de chumbo (SKOOG et al 2006) Valores mais especiacuteficos da faixa oacutetima de
pH podem ser obtidos atraveacutes da realizaccedilatildeo de mais experimentos e anaacutelises
Para a elaboraccedilatildeo desta pesquisa outros projetos trabalhos anaacutelises e ensaios foram
consultados com o intuito de corroborar partes teoacutericas no entanto as conclusotildees
apresentadas por estes natildeo foram consideradas no presente item pois todas as anaacutelises com os
respectivos resultados foram obtidos a partir de um efluente artificialmente contaminado por
chumbo o que natildeo condiz com o objetivo primeiro deste trabalho isto eacute anaacutelise da
possibilidade de implantaccedilatildeo de uma simbiose industrial
55
531 Reduccedilatildeo do tamanho do resiacuteduo
A reduccedilatildeo dos resiacuteduos ateacute que estes apresentem-se em forma de um poacute eacute
importante visto que haacute um aumento da superfiacutecie de contato induzindo uma maior
eficiecircncia no processo de biossorccedilatildeo por meio da aceleraccedilatildeo da velocidade de reaccedilatildeo
(ATKINS JONES 2006)
Assim mesmo este sendo o primeiro processo realizado na preparaccedilatildeo dos resiacuteduos
na pesquisa citada no item anterior o presente toacutepico buscou tecnologias que promoveriam
a cominuiccedilatildeo de resiacuteduos jaacute secos visto que de acordo com Fellows (2006) o processo de
transformaccedilatildeo de alimentos em poacute eacute facilitado quando ocorrido nesse estado
A seguir satildeo descritos alguns equipamentos utilizados para reduzir o tamanho de
alimentos secos de acordo com Fellows (2006)
Moinho de bolas ndash cilindros de accedilo que giram lentamente utilizados para produzir
poacutes
Moinho de discos ndash empregam forccedilas de cisalhamento na moagem fina ou forccedilas
de cisalhamento mais impacto para moagem grosseira
Moinho de martelos ndash utilizado para mateacuterias cristalinos e fibrosos os quais satildeo
desintegrados pela accedilatildeo dos martelos
532 Desidrataccedilatildeo do resiacuteduo
De acordo com Fellows (2006) desidrataccedilatildeo eacute definida como a aplicaccedilatildeo de calor
sob condiccedilotildees controladas com a finalidade de remover aacutegua normalmente presente nos
alimentos Alguns equipamentos a ar quente definidos por Fellows (2006) satildeo
Secadores de caixa ndash podendo ter vaacuterios metros de altura permite que a umidade
seja uniformizada poreacutem eacute importante que o alimento seja suficientemente resistente para
resistir agrave compressatildeo
56
Secadores de cacircmara ndash utilizados para pequenas escalas de produccedilatildeo (1 a 20 t d-1)
apresentam baixo custo de implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo muitas vezes necessitam de auxiacutelio
de outros tipos de secadores
Secadores de tuacutenel ndash apresentam capacidade para secar grandes quantidades de
alimento em curtos periacuteodos de tempo necessitam de auxiacutelio dos secadores de caixa
Secadores transportadores ndash utilizados para secagem em grande escala (55 t h-1)
secagem finalizada em secadores de caixa
Secadores de leito fluidizado ndash distribuem ar em alta velocidade de forma
homogecircnia pela cacircmara fazendo com que o alimento fique suspenso no ar sendo
vigorosamente agitado
Secadores de forno ndash construccedilotildees de dois andares que requerem alto custo de
implementaccedilatildeo e matildeo de obra
Secadores pneumaacuteticos ndash apresentam baixas taxas de investimento inicial e
manutenccedilatildeo e altas taxas de secagem Sua produtividade varia de 10 kg h-1 a 25 t h-1
Frequentemente utilizados apoacutes secador por spray
Secadores rotatoacuterios ndash altas taxas de secagem indicado para alimentos que
entrelaccedilam e aglomeram nos secadores de esteira
Secadores em spray ndash apresentam como vantagens a secagem raacutepida e a produccedilatildeo
contiacutenua baixos custos de matildeo de obra e operaccedilatildeo poreacutem apresentam elevado custo
inicial
Secagem solar ndash operaccedilatildeo de processamento agriacutecola mais utilizada no mundo
geralmente os alimentos satildeo dispostos ao ar livre Meacutetodos sofisticados utilizam-se da
energia solar para realizar a secagem dos alimentos Tecnologias simples e baratas sem
necessidade de energia ou matildeo de obra
A desidrataccedilatildeo tem por objetivo o prolongamento da vida uacutetil inibindo atividade
enzimaacutetica e crescimento microbiano poreacutem a temperatura de processamento costuma natildeo
ser suficiente para inativaccedilatildeo destes assim se houver aumento do teor de umidade durante
a estocagem ocorreraacute raacutepida deterioraccedilatildeo da mateacuteria em questatildeo A estocagem do material
desidratado deve ser realizada em local limpo (reduccedilatildeo dos meios contaminantes) e arejado
(o qual impediria a proliferaccedilatildeo de animais e micro-organismos) (FELLOWS 2006)
57
6 ANAacuteLISES E DISCUSSOtildeES DE DADOS
61 Aacuterea de estudo
Para realizaccedilatildeo deste estudo foi selecionado o municiacutepio de Bebedouro que estaacute
situado no norte do estado de Satildeo Paulo Pertencendo agrave microrregiatildeo da Serra de
Jaboticabal e mesorregiatildeo de Ribeiratildeo Preto Bebedouro possui uma aacuterea de 683192 Kmsup2
e uma populaccedilatildeo de aproximadamente 78000 habitantes (Figura 10) O clima eacute tropical e
ameno com temperatura em torno de 23 graus Celsius (IBGE c2014 IZIDORO FILHO
1991)
Figura 10 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea de estudos
Fonte IBGE (2010)
A origem do nome da cidade eacute devido a um coacuterrego conhecido como Bebedor o
qual servia de parada para tropeiros boiadeiros e animais que demandavam do sertatildeo para
Jaboticabal (IBGE c2014 CIDADES 2015)
De acordo com Izidoro Filho (1991) a citricultura ainda desempenha papel
importante para o municiacutepio pois Bebedouro estaacute entre os dez maiores produtores de laranja
do estado de Satildeo Paulo apesar de jaacute ter sido o maior produtor em 1988 Por esta razatildeo ainda
58
hoje possui a alcunha de ldquoCapital Nacional da Laranjardquo (GALINARI 2015) Na Tabela 27
verificam-se dados coletados do IBGE (2012) referentes agrave cultura de laranja no municiacutepio
Tabela 27 ndash Dados da produccedilatildeo de laranja em Bebedouro
Quesito Quantidade Unidade
Aacuterea colhida 8000 Hectares
Aacuterea destinada agrave colheita 8000 Hectares
Quantidade produzida 269688 Toneladas
Rendimento meacutedio 33711 Quilograma por hectare
Valor da produccedilatildeo 47069 Mil reais
Fonte IBGE (2012)
62 Processamento dos resiacuteduos de laranja
De acordo com pesquisa realizada por Montanher e Rollemberg (2011) citada e
descrita no item 64 afirma-se que os processos necessaacuterios agrave utilizaccedilatildeo dos resiacuteduos de
laranja como meacutetodo de tratamento de efluente satildeo a trituraccedilatildeo e a desidrataccedilatildeo destes
A partir do levantamento de dados realizado nos itens 632 e 633 aconselha-se a
utilizaccedilatildeo das seguintes teacutecnicas no caso especiacutefico deste trabalho
1) Secagem solar ndash apresenta como vantagens a natildeo utilizaccedilatildeo de energia eleacutetrica e
operaccedilatildeo que natildeo necessita de matildeo de obra qualificada Secadores solares podem ser
manufaturados gerando diminuiccedilatildeo do custo inicial
2) Moinho de martelos ndash visto que os resiacuteduos de laranja satildeo materiais fibrosos
esse eacute o moinho que melhor se adequa ao propoacutesito de cominuiccedilatildeo do material Apresenta
custo inicial variando de R$ 900000 agrave R$ 4500000 de acordo com pesquisa realizada no
cataacutelogo online da MF RURAL (2015)
63 Reator e flotador
Como elucidado pela literatura o processo de biossorccedilatildeo ocorre de maneira
homogecircnea quando em condiccedilotildees ambiente controladas as quais satildeo providenciadas por
reatores contiacutenuos
59
Portanto propotildee-se a utilizaccedilatildeo de um reator de leito fixo em virtude desse permitir
a recirculaccedilatildeo da biomassa no reator facilitada pela propriedade de dessorccedilatildeo do metal que
essa apresenta (SEOLATTO et al 2009) o que reduziria a demanda do resiacuteduo de laranja
Aleacutem do mais o reator apresenta outras vantagens como a faacutecil operaccedilatildeo e o pequeno
porte
De acordo com o cataacutelogo da Sigma-Aldrich (c2015) o valor de reator de leito fixo
varia de acordo com a capacidade do frasco e do funil variaccedilatildeo que pode ser verificada na
Tabela 28
Tabela 28 ndash Valores do reator de leio fixo
Capacidade do frasco (mL) Capacidade do funil (mL) Valor (R$)
500 60 2381000
1000 120 2416000
3000 150 3590000
5000 500 3804000
Fonte elaborada a partir de dados da SIGMA-ALDRICH (c2015)
O processo de tratamento utilizando o presente reator pode ocorrer tanto em
batelada quando continuamente
Outra alternativa seria o uso combinado dos processos de biossorccedilatildeo com flotaccedilatildeo
denominado de bioflotaccedilatildeo no qual o biorreagente eacute aplicado diretamente no sistema
flotador De acordo com Calfa e Torem (2007) esse sistema tem sido amplamente
empregado e validado por diversos autores sendo que a flotaccedilatildeo por ar disperso e por ar
dissolvido satildeo as mais empregadas em sistemas combinados A influecircncia do tempo no
processo de flotaccedilatildeo das biomassas jaacute carregadas com o metal foi verificada e conclui-se
que o processo ocorre muito rapidamente atingindo quase 100 de remoccedilatildeo das
biomassas em 1 minuto (CALFA TOREM 2007) Os autores ainda afirmam que aleacutem de
pesquisas em escala de bancada jaacute existem sistemas comerciais de biossorccedilatildeo disponiacuteveis
inclusive com diversas patentes segundo estudos de Wase et al (1997) A Tabela 29
apresenta uma relaccedilatildeo de flotadores
60
Tabela 29 ndash Especificaccedilotildees dos flotadores de ar dissolvido
Modelo (mL) Capacidade (m3 h-1) Valor (R$) [1]
JDF FAD 2 1 a 2 3500000
JDF FAD 5 5 a 8 8000000
JDF FAD 15 10 a 20 12500000
[1] cotaccedilatildeo realizada com a empresa JDF
Fonte elaborada a partir de dados da JDF (2015)
O uso do flotador apresenta aleacutem de faacutecil operaccedilatildeo baixo consumo de energia
64 Induacutestria 1
A induacutestria 1 gera 07 m3 d-1 de efluente industrial com 257 mg L-1 de chumbo
assim aproximadamente 179 kg desse metal eacute transportado pelo efluente por dia Esta
possui estaccedilatildeo de tratamento de efluente com correccedilatildeo de pH e agitaccedilatildeo mecacircnica
floculaccedilatildeo mecacircnica e filtraccedilatildeo
O efluente depois de tratado apresenta a quantidade de 0305 mg L-1 de chumbo
sugerindo diminuiccedilatildeo de aproximadamente 159 kg (89) do metal no efluente gerado11 o
que o enquadra dentro dos limites da Resoluccedilatildeo CONAMA 43011 (BRASIL 2011) e Lei
Estadual 99776 (SAtildeO PAULO 1976)
De acordo com Eckenfelder (2000) as tecnologias para remoccedilatildeo de metais pesados
de efluentes industriais satildeo precipitaccedilatildeo convencional (hidroacutexido sulfeto carbonato e
coprecipitaccedilatildeo) precipitaccedilatildeo melhorada (dimetil carbonato dietil carbonato e sal
trisodium) troca-iocircnica adsorccedilatildeo filtraccedilatildeo por membrana e meacutetodos eletromecacircnicos
Portanto o meacutetodo de correccedilatildeo de pH efetuado pela referida ocasionado provavelmente
pela adiccedilatildeo de carbonatos eacute tambeacutem uma forma de remoccedilatildeo de metais pesados da aacutegua
Supondo que a induacutestria utiliza carbonato de soacutedio como processo de tratamento e
sabendo que o valor de mercado varia de R$ 700 a 120012 o quilo do produto eacute possiacutevel
calcular os potenciais gastos da induacutestria com o meacutetodo de tratamento atual Sabendo que
satildeo necessaacuterios 2 kg do produto carbonato de soacutedio para tratar 07 m3 d-1 de efluente
11 Natildeo foi especificado no MCE ou em anexos qual a destinaccedilatildeo final do efluente tratado Tambeacutem natildeo foi
especificado a quantidade de lodo gerado sua destinaccedilatildeo final ou se esse possui anaacutelises 12 Cotaccedilatildeo realizada pela SCS ndash Comercial e Serviccedilos de Quiacutemica
61
(ECKENFELDER 2000) a induacutestria gasta hoje entre R$ 7000 a 12000 por semana
aproximadamente
Poreacutem como os iacuteons metaacutelicos agora estatildeo presentes no lodo do tratamento por
causa da neutralizaccedilatildeo (BOTERO et al 2009) e sabendo que no MCE natildeo constam
quaisquer anaacutelises destinaccedilatildeo ou quantificaccedilatildeo desse pressupotildee-se que esse lodo pode
estar ocasionando contaminaccedilatildeo pelo metal chumbo visto que para destinaccedilatildeo adequada
satildeo necessaacuterias anaacutelises de enquadramento
Tal contaminaccedilatildeo pode estar ocorrendo no local de disposiccedilatildeo ou se o lodo estiver
sendo desaguado na rede coletora de esgotamento sanitaacuterio pode estar trazendo problemas
para o sistema de tratamento de esgoto referente visto que o processo de tratamento
realizado em Bebedouro eacute efetuado da seguinte forma trecircs lagoas de estabilizaccedilatildeo
constituiacutedo de uma lagoa anaeroacutebica duas lagoas facultativas um tanque de desinfecccedilatildeo
grade caixas de areia e escada de aeraccedilatildeo (SAAEB 2003) natildeo objetivando o tratamento
de efluentes industriais
641 Quantificaccedilatildeo do resiacuteduo de laranja
Mensurado o total de efluente industrial gerado no periacuteodo de um dia pela induacutestria
1 eacute possiacutevel quantificar os resiacuteduos de laranja necessaacuterios para que esta possa realizar o
processo de tratamento de efluentes utilizando-se do material orgacircnico em questatildeo Natildeo
levou-se em consideraccedilatildeo a recirculaccedilatildeo do resiacuteduo dentro do reator
A induacutestria 1 gera um total de 07 m3 d-1 com 257 mg L-1 de chumbo sabendo-se
que satildeo necessaacuterios 3 g de resiacuteduo seco de laranja por 100 mL de efluente com 94 mg L-1
de chumbo e considerando uma diminuiccedilatildeo de 70 do peso resiacuteduo depois de realizado
o processo de secagem solar considera-se que a induacutestria usaria em torno de 082 kg de
resiacuteduo de laranja uacutemido por dia para realizaccedilatildeo do tratamento do efluente contaminado
pelo metal chumbo
De acordo com a Tabela 8 o efluente gerado pela induacutestria 1 apresenta pH 6 que
conforme o item 53 apresenta-se dentro da faixa oacutetima de biossorccedilatildeo pelo resiacuteduo de
laranja
62
642 Transporte
O translado dos resiacuteduos de laranja do local de sua produccedilatildeo ateacute a induacutestria que o
utilizaria como meacutetodo de tratamento de efluente pode ser analisado a partir das
coordenadas geograacuteficas das induacutestrias e da plataforma Google Maps (c2015)
Trecircs rotas diferentes cujas quilometragens satildeo as menores possiacuteveis foram geradas
pela ferramenta virtual citada conforme a Tabela 30
Tabela 30 ndash Menores rotas possiacuteveis entre a induacutestria de suco e a induacutestria 1
Rota Distacircncia (km) Tempo (min)
1 46 8
2 48 9
3 46 9
Fonte elaborado a partir de dados GOOGLE MAPS (c2015)
O caacutelculo da massa requerida para o tratamento foi realizado no item 641
chegando-se ao valor de 082 kg d-1 de biomassa uacutemida assim considerando o transporte
de 150 kg de resiacuteduo que duraria em torno de 36 semana consecutivas de tratamento
realizado em dias uacuteteis e que a distacircncia meacutedia entre as induacutestrias eacute de 5 km o valor
sugerido para o translado do material acondicionado em duas bombonas plaacutesticas foi de R$
6500 (referenciado pelo peso do material) e mais uma taxa constante em nota fiscal
(sugerida em R$ 1000013) portanto um custo de R$ 16500
65 Consideraccedilotildees
O meacutetodo de tratamento proposto pelo presente trabalho teve os processos e
tecnologias necessaacuterias elucidados nos itens 62 e 63
A Tabela 32 apresenta item especiacutefico relacionado ao equipamento denominado
reator de leito fixo as propostas constantes tecircm por finalidade expor as tecnologias cujo
13 Informaccedilatildeo verbal fornecida por funcionaacuterio de uma empresa transportadora
63
custo fosse o maior possiacutevel com o propoacutesito de verificar o potencial teto de gastos que as
induacutestrias teriam caso adotassem a proposiccedilatildeo elucidada
No entanto as propostas constantes no item da Tabela 32 relacionadas ao flotador
de ar dissolvido foram selecionadas a partir da vazatildeo da induacutestria conforme as
especificaccedilotildees da Tabela 29 Como somente a induacutestria 1 apresentou valores de vazatildeo no
MCE esta relaccedilatildeo somente condiz a ela Com vazatildeo de 07 m3 d-1 o flotador mais
adequado compreende o modelo FAD 2 com 1 a 2 m3 h-1
Tabela 31 ndash Gastos com as tecnologias referentes
Equipamento Valor da Proposta 1 (R$) Valor da Proposta 2 (R$)
Secagem solar ndash ndash
Moinho de martelos 4500000 4500000
Reator de Leito Fixo de 5000 mL [1] 3804000 ndash
Flotador de ar dissolvido JDF FAD 2 [2] ndash 3500000
Custo inicial de implementaccedilatildeo 8304000 8000000
Transporte a cada 36 semanas [3] 16500 16500
[1] cotaccedilatildeo obtida pela Sigma-Aldrich [2] cotaccedilatildeo obtida pela empresa JDF [3] cotaccedilatildeo de transporte
considerado apenas para a induacutestria 1
Fonte proacuteprio autor
Para o reator de leito fixo o custo inicial de implementaccedilatildeo do sistema de
tratamento para ambas as induacutestrias girou em torno de R$ 8304000
Para a bioflotaccedilatildeo o custo inicial da induacutestria 1 girou em torno de R$80000
O custo de transporte para a induacutestria 1 eacute de R$ 16500 a cada 36 semanas o que
representa R$ 458 por semana e R$ 092 por dia caso a induacutestria opte por utilizar os
serviccedilos de uma empresa transportadora
Poreacutem o seguinte pode ser considerado na hipoacutetese de o translado ser possiacutevel de
ser efetuado pela mesma ocorreraacute consideraacutevel reduccedilatildeo no custo visto que este giraraacute em
torno do combustiacutevel gasto no percurso de ida e volta cuja pesquisa indicou uma
quilometragem aproximada de dez quilocircmetros
A Tabela 33 apresenta o balanccedilo de massa e energia diaacuterio referente ao tratamento
por biossorccedilatildeo para a induacutestria 1 considerando a aquisiccedilatildeo de um flotador por ar
dissolvido ou um reator de leito fixo
Tabela 32 ndash Balanccedilo de massa e energia diaacuterio proposto para a induacutestria 1
Componente Flotador por Ar Dissolvido Reator de Leito Fixo
Vazatildeo (m3) 070 070
64
Resiacuteduo de laranja (kg) 082 082
Tempo da biossorccedilatildeo (min) 5 a 15 [1] 35 [2]
Tempo equipamento (min) 21 a 42 35 [2]
Tempo total (min) 26 a 47 35 [2]
Consumo de Energia (kWh) 025 Nd
Custo de resiacuteduo (R$) 092 092
Custo de energia por dia (R$) [3] 008 Na
Custo total (R$) 200 092
Nd ndash natildeo disponiacutevel Na ndash natildeo avaliado [1] tempo determinado por Volesky e Nolan (1995) [2] tempo
estipulado conforme realizado por Montanher e Rollemberg (2011) [3] 1 kWh = 043341 R$ determinada
pela ANEEL conforme Resoluccedilatildeo Homologatoacuteria nordm 1858 publicada em 02 de marccedilo de 2015
Fonte proacuteprio autor
Nota-se a partir da Tabela 33 que o custo diaacuterio do tratamento proposto variou entre
R$ 092 e R$ 200 em torno de 85 a 91 menor que o custo do meacutetodo de tratamento
utilizado pois de acordo com as consideraccedilotildees realizadas no item 641 o custo diaacuterio
atual varia de aproximadamente R$ 1400 a R$ 240014
Como o meacutetodo de tratamento efetuado atualmente pela induacutestria 1 apresenta seacuterios
problemas com relaccedilatildeo a probabilidade de contaminaccedilatildeo o tratamento sugerido por ambas
as propostas pode ser identificado como meacutetodo de remediaccedilatildeo de tal passivo
Sendo assim qualquer accedilatildeo remediadora que seja instituiacuteda apresenta-se como
alternativa vaacutelida da problemaacutetica citada no item 651
14 Considerando uma semana uacutetil
65
7 CONCLUSAtildeO
Este trabalho procurou identificar a possibilidade da implementaccedilatildeo do processo de
simbiose industrial entre induacutestrias jaacute consolidadas em atividade no municiacutepio de
Bebedouro relacionando o uso de material residual orgacircnico produzido por determinada
induacutestria que seria utilizado como agente de biossorccedilatildeo em processos de tratamento de
aacutegua residuaacuteria industrial de uma outra ambas compartilhando pequena distacircncia
geograacutefica
Das distintas situaccedilotildees supostas a partir da identificaccedilatildeo da induacutestria geradora de
resiacuteduos de laranja e das induacutestrias potencialmente geradoras de efluente contaminado pelo
metal chumbo em Bebedouro (SP) detectou-se duas induacutestrias que se enquadravam nas
possibilidades de implementaccedilatildeo de um processo de simbiose industrial e consequente
proposiccedilatildeo do meacutetodo de tratamento (biossorccedilatildeo combinada com flotaccedilatildeo ou realizada em
reator de leito fluidizado)
Uma induacutestria (denominada 1) pocircde ter um pleno desenvolvimento quanto as
especificaccedilotildees que esclareceram as vantagens do meacutetodo de tratamento proposto
A partir dos dados levantados e analisados eacute possiacutevel citar como vantagens para ambas as
propostas de tratamento 1) a logiacutestica facilitada pela proximidade de ambas as induacutestrias
sendo essa favoraacutevel e com baixos custos 2) a significativa reduccedilatildeo do valor diaacuterio do
tratamento 3) a faacutecil operaccedilatildeo dos processos 4) destinaccedilatildeo ambiental adequada para
ambos os passivos ambientais (de laranja e de chumbo) 5) a capacidade de dessorccedilatildeo da
biomassa a qual possibilita a separaccedilatildeo do metal chumbo do resiacuteduo de laranja sendo
percebidos como um aprimoramento do uso dos recursos naturais Considera-se que a
simbiose industrial eacute um processo importante a ser considerado na busca pela minimizaccedilatildeo
dos impactos ambientais acarretados pelas correntes residuais uma vez que determina a
reinserccedilatildeo destes em outros processos produtivos Geradores que adotam a praacutetica da
simbiose industrial satildeo aqueles que visam os ganhos coletivos em detrimento do exclusivo
ganho individual
Vale ressaltar que mesmo para a identificaccedilatildeo desta uacutenica situaccedilatildeo foi necessaacuterio o
enfrentamento de diversos desafios principalmente de acesso a informaccedilotildees especiacuteficas
tanto na cadeia produtiva quanto das informaccedilotildees ambientais por parte das empresas
Considera-se necessaacuteria uma rigidez maior da CETESB com relaccedilatildeo aos dados fornecidos
pelas induacutestrias visto que o preenchimento do MCE natildeo segue normatizaccedilatildeo especiacutefica o
66
que dificulta a tabulaccedilatildeo de dados aleacutem de natildeo abranger toda as atividades produtivas
devido agrave falta de rigor nas anaacutelises dos teacutecnicos e engenheiros responsaacuteveis Assim
observou-se a necessidade de uma maior abertura no sentido da plena divulgaccedilatildeo de
informaccedilotildees ambientais por parte das empresas assim como a necessidade de organizaccedilatildeo
de um banco de dados que contenha informaccedilotildees da cadeia produtiva do consumo de
mateacuteria prima e insumos aos processos de geraccedilatildeo e especificaccedilatildeo de resiacuteduos e
contaminantes
67
8 SUGESTAtildeO PARA TRABALHOS FUTUROS
Como sugestatildeo para trabalhos futuros
Otimizaccedilatildeo das condiccedilotildees de pH para biossorccedilatildeo com casca de laranja
Elaboraccedilatildeo de questionaacuterios para as induacutestrias produtoras do suco e geradoras de
efluente contaminado pelo metal chumbo
Scale up do processo de biossorccedilatildeo com bioflotaccedilatildeo
Scale up do processo de biossorccedilatildeo com reator de leito fluidizado
68
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ANEXO A
Primeira carta encaminha para CETESB para solicitaccedilatildeo de informaccedilotildees
Obs As Tabelas informadas na carta abaixo foram omitidas para que as empresas natildeo
sejam expostas e aleacutem disso natildeo haacute autorizaccedilatildeopermissatildeo para a divulgaccedilatildeo dos nomes
Lorena 27 de agosto de 2015
Ilmo Senhor
Marcio Barbosa Tango
CETESB - Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo
Assunto Solicitaccedilatildeo de informaccedilotildees sobre os efluentes liacutequidos de induacutestrias quiacutemicas
metaluacutergicas e de produccedilatildeo de embalagens da produccedilatildeo de resiacuteduos em induacutestrias alimentiacutecias
todas do municiacutepio de Bebedouro
Viemos por meio deste solicitar a contribuiccedilatildeo da Companhia Ambiental do Estado de Satildeo
Paulo para o desenvolvimento do Trabalho de Conclusatildeo de Curso em Engenharia Ambiental
intitulado ldquoAnaacutelise da viabilidade em escala real da utilizaccedilatildeo do bagaccedilo da laranja como agente
biossorvente de chumbordquo sendo desenvolvido pela aluna Ludmila Manera Conti na Escola de
Engenharia de Lorena ndash EELUSP sob orientaccedilatildeo da Profa Dra Danuacutebia Caporusso Bargos
O referido Trabalho de Conclusatildeo de Curso tem como objetivo fazer um levantamento das
induacutestrias com potencial para utilizaccedilatildeo do bagaccedilo da laranja como agente biossortivo Assim para
o alcance dos objetivos propostos eacute necessaacuterio o conhecimento de algumas informaccedilotildees presentes
no Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento referente agraves induacutestrias identificadas na Tabela
1 em anexo Tais informaccedilotildees referentes ao ldquoBalanccedilo hiacutedricordquo a saber
Efluentes (sanitaacuterio industrial outros e total de efluentes) a) Consumovazatildeo meacutedia b)
Consumovazatildeo maacutexima c) Eacutepoca d) Consumovazatildeo miacutenima
Dos ldquoEfluentes liacutequidosrdquo a saber a) Despejos (Identificaccedilatildeo Descriccedilatildeo Contiacutenuo ndash vazatildeo e
meacutetodo Descontiacutenuo ndash periodiacutecidade volume duraccedilatildeo) b) Vazatildeo total de despejos c) Vazatildeo de
recirculaccedilatildeo d) Vazatildeo de lanccedilamento e) Disposiccedilatildeo final (Descriccedilatildeo Nome do riolinhas de
despejo)
Do ldquoResumo de lanccedilamentosrdquo a saber a) Despejo (Identificaccedilatildeo Descriccedilatildeo) b) Poluente c)
Concentraccedilatildeo bruta d) Unidade de medida e) Concentraccedilatildeo final f) Unidade de medida g)
Unidades de tratamento (Sequecircncia Descriccedilatildeo Quantidade)
Da geraccedilatildeo de resiacuteduos industriais referentes a Tabela 2 em anexo da parte ldquoResiacuteduos
soacutelidosrdquo a) Identificaccedilatildeo b) Coacutedigo resiacuteduo c) Descriccedilatildeoorigem do resiacuteduo d) Classe e) Estado
77
fiacutesico f) Quantidade anual g) Unidade h) Composiccedilatildeo aproximada i) Meacutetodo utilizado j)
Aspecto geral
Declaramos que as informaccedilotildees solicitadas seratildeo objeto uacutenica e exclusivamente de pesquisa
acadecircmica sendo devidamente creditadas e natildeo havendo qualquer finalidade comercial no uso das
mesmas
Registramos ainda a importacircncia deste apoio para a realizaccedilatildeo deste trabalho que seraacute
inclusive posteriormente divulgado em formato digital e analoacutegico por meio da sua
disponibilizaccedilatildeo no sistema de bibliotecas da USP como uma contribuiccedilatildeo da Universidade para a
aacuterea de gerenciamentogestatildeo de resiacuteduos e efluentes uma vez que como propomos o resiacuteduo de
uma induacutestria pode ser considerado mateacuteria em processo de outras induacutestrias caracterizando o
iniacutecio de um processo de simbiose industrial
Solicitamos que o envio das informaccedilotildees solicitadas seja realizado preferencialmente por meio
de correio eletrocircnico ndash danubiacbargosuspbr eou ludmillaalunoseeluspbr Em caso da
impossibilidade de envio das informaccedilotildees da forma sugerida segue endereccedilo institucional
AC Profa Danuacutebia Caporusso Bargos Departamento de Ciecircncias Baacutesicas e Ambientais
Escola de Engenharia de Lorena ndash EELUSP Estrada Municipal do Campinho snordm CEP 12602-
810 - Lorena-SP
Desde jaacute antecipamos nossos agradecimentos e nos colocamos agrave disposiccedilatildeo para os
esclarecimentos adicionais que se fizerem necessaacuterios
Atenciosamente
Profa Dra Danuacutebia Caporusso Bargos
Escola de Engenharia de Lorena (EELUSP)
Departamento de Ciecircncias Baacutesicas e Ambientais
Telefone +55 (12) ndash 3159-5094
E-mail danubiacbargosuspbr
Ludmilla Manera Conti
Graduanda em Engenharia Ambiental
Endashmail ludmillaalunoseeluspbr
78
ANEXO B
Segunda carta encaminha para CETESB para confirmaccedilatildeo de vistas de processos
Lorena 01 de outubro de 2015
Ilmo Senhor Marcio Barbosa Tango e Senhora Letiacutecia Franco Leonel
CETESB - Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo
Assunto vistas de processos de licenciamento
Venho por meio deste agradecer a atenccedilatildeo e presteza desta Companhia no atendimento agrave
minha solicitaccedilatildeo de vistas de processos para coleta de informaccedilotildees sobre os efluentes liacutequidos de
induacutestrias quiacutemicas metaluacutergicas e de produccedilatildeo de embalagens da produccedilatildeo de resiacuteduos em
induacutestrias alimentiacutecias do municiacutepio de Bebedouro Tal solicitaccedilatildeo eacute feita por motivo de
desenvolvimento do Trabalho de Conclusatildeo de Curso em Engenharia Ambiental intitulado
ldquoAnaacutelise da viabilidade em escala real da utilizaccedilatildeo do bagaccedilo da laranja como agente biossorvente
de chumbordquo desenvolvido pela aluna Ludmila Manera Conti na Escola de Engenharia de Lorena ndash
EELUSP sob minha orientaccedilatildeo
Devido a compromissos previamente assumidos na Instituiccedilatildeo pela qual sou docente natildeo
seraacute possiacutevel comparecer agrave agecircncia da Barretos nesta data para a realizaccedilatildeo da vista dos processos
cujos nuacutemeros segue em anexo Assim sou representada pela aluna Ludmila Manera Conti que estaacute
apta a fazecirc-lo
Novamente agradeccedilo a atenccedilatildeo e coloco-me agrave disposiccedilatildeo para quaisquer esclarecimentos
adicionais que se fizerem necessaacuterios
Atenciosamente
Profa Dra Danuacutebia Caporusso Bargos
Escola de Engenharia de Lorena (EELUSP)
Departamento de Ciecircncias Baacutesicas e Ambientais
Telefone +55 (12) ndash 3159-5094
E-mail danubiacbargosuspbr
64 Induacutestria 1 60
641 Quantificaccedilatildeo do resiacuteduo de laranja 61
642 Transporte 62
65 Induacutestria 6 Erro Indicador natildeo definido
651 Quantificaccedilatildeo do resiacuteduo de laranja Erro Indicador natildeo definido
652 Transporte Erro Indicador natildeo definido
66 Consideraccedilotildees 62
7 CONCLUSAtildeO 65
8 SUGESTAtildeO PARA TRABALHOS FUTUROS 67
REFEREcircNCIAS 68
ANEXO A 76
ANEXO B 78
13
1 INTRODUCcedilAtildeO
Considerando o modelo atual de desenvolvimento da sociedade como sendo
representado por um sistema aberto o qual necessita de uma fonte contiacutenua e inesgotaacutevel
de mateacuteria e energia (BRAGA et al 2002) e com um aumento das emissotildees de poluentes
em todo o mundo a busca por medidas remediadoras para melhoria das condiccedilotildees
ambientais torna-se cada vez maior
Como um exemplo de medida remediadora temos a pesquisa e desenvolvimento de
teacutecnicas que possibilitem a retirada de metais pesados do meio aquoso uma delas a
biossorccedilatildeo aleacutem de promover a destinaccedilatildeo a biomassas vegetais resultantes de processos
produtivos tambeacutem apresenta alto iacutendice de funcionalidade
Umas das biomassas vegetais cuja produccedilatildeo eacute abundante no estado de Satildeo Paulo eacute a
proveniente da fruta laranja e os resiacuteduos desta sejam eles casca bagaccedilo ou sementes jaacute
foram analisados em estudos desenvolvidos por diferentes pesquisadores tais como
Massocatto et al (2009) e Almeida et al (2012) cujos resultados atestaram eficiecircncia
elevada quanto a biossorccedilatildeo especialmente do metal pesado chumbo
Diante do exposto o presente trabalho visa apresentar uma proposta de integraccedilatildeo
entre induacutestrias do municiacutepio de Bebedouro localizado no estado de Satildeo Paulo que
proveriam resiacuteduo de laranja para aquelas que poderiam utilizaacute-lo como meacutetodo de
tratamento de aacuteguas residuaacuterias aplicando dessa forma o conceito de Simbiose Industrial
que apresenta como fundamentos as oportunidades de conexatildeo oferecidas pela disposiccedilatildeo
geograacutefica das induacutestrias e aperfeiccediloamento do uso de mateacuteria e energia (CHERTOW
2000 GANER 1995)
14
2 OBJETIVOS
21 Principal
O presente trabalho propotildee identificar a possibilidade de implementaccedilatildeo de uma
simbiose industrial entre induacutestrias do municiacutepio de BebedourondashSP
22 Especiacuteficos
Para o incremento do objetivo exposto tornou-se necessaacuterio o alcance de objetivos
especiacuteficos tais como
Identificar as induacutestrias geradoras dos resiacuteduos soacutelidos de laranja e induacutestrias que
poderiam beneficiar-se com a utilizaccedilatildeo destes nos processos de tratamento de seus
efluentes contaminados com o metal chumbo
Avaliar os processos jaacute colocados em praacutetica por induacutestrias com potencial poluidor
para tratamento dos efluentes contaminados com o metal chumbo
Analisar os dados teacutecnicos para avaliaccedilatildeo do potencial das induacutestrias selecionadas
para a proposiccedilatildeo de arranjos institucionais que propiciem a integraccedilatildeo e a simbiose entre
induacutestrias do municiacutepio de Bebedouro
15
3 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA
31 Desenvolvimento sustentaacutevel
Algumas propostas da Lei nordm 1230510 (BRASIL 2010a) que institui a Poliacutetica
Nacional dos Resiacuteduos Soacutelidos (PNRS) satildeo a prevenccedilatildeo a reutilizaccedilatildeo e a reduccedilatildeo de
resiacuteduos as quais satildeo necessaacuterias para o cumprimento e efetividade da lei Paralelamente a
este ideal uma incitaccedilatildeo atual eacute a articulaccedilatildeo de um sistema de produccedilatildeo circular
denominado cradle to cradle (que significa ldquodo berccedilo ao berccedilordquo) que consiste na produccedilatildeo
zero de rejeitos no qual a mateacuteria residual de um processo exerceria uma funccedilatildeo em outro
(CCPII c2014) A partir desses preceitos busca-se o alinhamento do desenvolvimento
econocircmico e industrial agrave proteccedilatildeo do meio ambiente e o bem-estar humano ou seja o
desenvolvimento sustentaacutevel
Conforme definiccedilatildeo ldquodesenvolvimento sustentaacutevel eacute aquele que atende as
necessidades das geraccedilotildees atuais sem comprometer a capacidade das geraccedilotildees futuras de
atenderem as suas necessidades e aspiraccedilotildeesrdquo (UNITED NATIONS 1987)
De acordo com Fet e Michelsen (2002) ldquona natureza um sistema ecologicamente
sustentaacutevel eacute uma teia complexa de organismos no qual as mateacuterias e os resiacuteduos
conformam um ciclordquo Frosch e Gallopoulos (1989) agrave vista desse conceito desenvolveram
o ideal de ecossistema industrial o qual funcionaria analogamente aos sistemas
ecologicamente sustentaacuteveis os resiacuteduos gerados por uma companhia podemdevem ser
usufruiacutedos como recurso por outra correspondendo a um ciclo fechado de mateacuteria e
energia
311 Simbiose industrial
Em 1989 uma associaccedilatildeo de filiais de diferentes induacutestrias que realizavam uma
extensa partilha de recursos foi descoberta na Dinamarca O que foi denominado na eacutepoca
16
de ldquoa simbiose industrial em Kalundborgrdquo forneceu a possibilidade da realizaccedilatildeo concreta
dos ecossistemas industriais proposto por Frosch e Galloupolos em 1989 (CHERTOW
2007) Poreacutem analogamente ao ciclo residual fechado proposto pelos ecossistemas
industriais os fundamentos para a simbiose industrial satildeo a colaboraccedilatildeo e as
oportunidades de coesatildeo oferecidas pela proximidade geograacutefica (CHERTOW 2000)
aleacutem do uso aprimorado dos recursos naturais e reduccedilatildeo da produccedilatildeo de resiacuteduos finais
(GANER 1995) Assim considera-se que a simbiose industrial eacute um passo para a
realizaccedilatildeo do objetivo maior que seria o alcance de um ecossistema industrial
A ldquosimbioserdquo observada em 89 no distrito industrial de Kalundborg ocorreu de
modo gradual e sem uma concepccedilatildeo especiacutefica as induacutestrias empenharam-se no uso
econocircmico de seus subprodutos e minimizaram custos em conformidade agraves novas
regulamentaccedilotildees ambientais (EHRENFELD GERTLER 1997) A Figura 1 apresenta o
diagrama do distrito industrial de Kalundborg
Figura 1 ndash Diagrama do processo de simbiose em Kalundborg 1961 a 1989
Fonte adaptado de KALUNDBORG SYMBIOSIS (2015)
No decorrer dos anos e fazendo jus aos sistemas naturais o distrito industrial
desenvolveu-se de modo que novas relaccedilotildees conexotildees e empresas foram se estabelecendo
trazendo cada vez mais proacuteximo o ideal de ecossistema industrial tal como apresentado
na Figura 2
Existem ainda outros exemplos de processos de simbioses industriais que
aconteceram naturalmente ao redor do mundo como em Jyvaumlskylauml na Finlacircndia e Sytiria
na Aacuteustria (CHERTOW 2000)
17
Figura 2 ndash Simbioses industriais observada no distrito industrial de Kalundborg nos dias atuais
Fonte adaptado de KALUNDBORG SYMBIOSIS (2015)
Ehrenfeld e Gertler (1997) afirmaram que o ramo emergente da ecologia industrial
une os preceitos citados a outros como por exemplo o metabolismo industrial (cuja
elucidaccedilatildeo seraacute realizada mais adiante) trazendo-os como forma simplificada de
operacionalizaccedilatildeo de projetos desenvolvendo uma estrutura que identifica e implementa
estrateacutegias que visam agrave manutenccedilatildeo dos paradigmas ambientais almejando o
desenvolvimento industrial alicerccedilado ao desenvolvimento sustentaacutevel
Na Figura 3 eacute possiacutevel observar de modo linear o que Grann (1997) alegou em que
a simbiose industrial revela-se como um meacutetodo funcional da aplicaccedilatildeo do conceito
sustentaacutevel de desenvolvimento
Figura 3 ndash Os trecircs niacuteveis de operaccedilatildeo da Ecologia Industrial
Fonte adaptado de CHERTOW (2000)
18
Conforme a Figura 3 e de acordo com Chertow (2000) constata-se a existecircncia de
trecircs grandes aacutereas de operaccedilatildeo da ecologia industrial bem como alguns exemplos de
instrumentos de cada uma
1 Empresa ndash refere-se ao desenvolvimento de medidas que podem ser exercicidas
dentro da empresa tais como
Eco-design ndash estrateacutegia de design que visa a reduccedilatildeo das perdas ambientais
utilizada principalmente no desenvolvimento de novos produtos (GARNER
KEOLEIAN 1995)
Prevenccedilatildeo agrave poluiccedilatildeo ndash uniatildeo de princiacutepios que tem por finalidade a prevenccedilatildeo agrave
geraccedilatildeo de resiacuteduos antes do iacutenicio do processo industrial (CHERTOW 2000)
Economia verde ndash este novo campo da contabilidade se desvencilha-se da
contabilidade tradicional propondo-se a trazer informaccedilotildees mais exatas sobre o
ldquocustos ambientaisrdquo das empresas cuja influecircncia deve alcanccedilar o campo dos
negoacutecios relacionando-se a ldquoqualidade verderdquo do produto ou serviccedilo (RICHARDS
FROSCH 1997)
2 Inter-empresas ndash medidas que podem ser tomadas a partir da relaccedilatildeo entre
induacutestrias que encontram-se geograficamente proacuteximas tais como
Simbiose industrial ndash criaccedilatildeo de ligaccedilatildeo entre induacutestrias com objetivo de
aumentar a eficiecircncia da mateacuteria e energia que fluem atraveacutes do distrito industrial
em que se encontram (EHRENFELD GERTLER 1997)
Ciclo de vida dos produtos ndash ldquoprocesso usado para avaliar as perdas ambientais
relacionadas a um produto processo ou atividaderdquo (Society for Enviromental
Toxicology amp Chemistry ndash SETAC 1994 traduccedilatildeo nossa)
Iniciativa dos setores industriais
3 RegionalGlobal ndash medidas que podem ser adotadas entre nuacutecleos induacutestrias
Ciclos e orccedilamentos ndash eacute um sistema orientador que promove produccedilotildees com
designs mais ecoloacutegicos e economicamente sustentaacuteveis (GARNER KEOLEIAN
1995)
Fluxo de mateacuteria e energia ndash conceito desenvolvido por Robert Ayres
denominado de ldquometabolismo industrialrdquo leva em consideraccedilatildeo o fluxo de mateacuteria
e energia atraveacutes dos sistema industriais e por meio de anaacutelises in put (entrada) e
out put (saiacuteda) vecirc-se a possibilidade de identificaccedilatildeo de processos e produtos
ineficientes que podem resultar em perda material e prejuiacutezos ao meio ambiente
(GARNER KEOLEIAN 1995)
19
Portanto a simbiose industrial apresenta-se como uma ferramenta que envolve
induacutestrias tradicionalmente separadas em uma ldquoabordagem coletiva para a vantagem
competitiva envolvendo troca fiacutesica de materiais energia aacutegua eou subprodutosrdquo
(CHERTOW 2000 traduccedilatildeo nossa)
De acordo com Ehrenfeld e Gertler (1997) a partir do estreitamento da relaccedilatildeo
entre o conceito ambiental e o desenvolvimento industrial e considerando que esse jaacute vecircm
atrelado ao desenvolvimento econocircmico houve a necessidade da aplicaccedilatildeo dos conceitos
da Simbiose Industrial atraveacutes da configuraccedilatildeo de ldquoeco-parques industriaisrdquo
De acordo com Chertow (2000) ldquona praacutetica as definiccedilotildees de eco-parques
industriais ainda estatildeo em formaccedilatildeordquo poreacutem duas definiccedilotildees satildeo mais aceitas a do
Presidentrsquos Council Sustainable (PCSD)
ldquouma comunidade de empresas que cooperam entre si e com a
comunidade local para compartilhar de forma eficiente os recursos
(informaccedilotildees materiais aacutegua energia infra-estrutura e de habitats naturais)
levando a ganhos econocircmicos ganhos de qualidade ambiental e melhoria
equitativa dos recursos humanos para a comunidade empresarial e localrdquo
(PSCD 1996 traduccedilatildeo nossa)
E e a da USEPA
ldquoum eco-parque industrial eacute uma comunidade de manufatura e serviccedilos
que procuram melhor desempenho ambiental e econocircmico
atraveacutes da colaboraccedilatildeo na gestatildeo de questotildees ambientais e de recursos
incluindo energia aacutegua e materiais Ao trabalhar em conjunto a comunidade
de empresas procura um benefiacutecio colectivo que eacute maior do que a soma de a
benefiacutecios individuais de cada empresa iria perceber se ele otimizou seu
indiviacuteduo o desempenho apenasrdquo (USEPA 1995 traduccedilatildeo nossa)
Faz-se relevante neste contexto o estiacutemulo de uma nova revoluccedilatildeo industrial que
promova o desenvolvimento de accedilotildees que entrelaccedilariam o desenvolvimento econocircmico
com o bem-estar dos ecossistemas Poreacutem Casagrande Junior (2004) denota que as
inovaccedilotildees tecnoloacutegicas desenvolvidas pelo modelo econocircmico atual satildeo atreladas ao
ciacuterculo vicioso produccedilatildeo gt consumo gt crescimento econocircmico que estimulam o consumo
exacerbado gerando pressatildeo sobre os recursos naturais causando custos sociais e
ambientais
32 Chumbo
O chumbo eacute um metal pesado cujo siacutembolo eacute Pb de massa molar 2072 g mol-1 de
coloraccedilatildeo branca-azulada tornando-se acinzentado quando exposto ao ar Eacute inodoro
20
macio maleaacutevel possui baixa condutividade eleacutetrica e alta resistecircncia agrave corrosatildeo Funde-se
com facilidade agrave 3274 ordmC e sua temperatura de vaporizaccedilatildeo eacute de 1725 ordmC Pertence ao
grupo IVA da tabela perioacutedica cujo nuacutemero atocircmico eacute 82 podendo apresentar dois estados
de oxidaccedilatildeo Pb+2 mais estaacutevel e Pb+4 oxidante Historicamente tem sido amplamente
explorado pela sociedade devido a sua vasta disponibilidade no meio ambiente
principalmente na forma de compostos minerais sendo o sulfeto de chumbo (PbS)
conhecido como galena considerado a mais importante e abundante fonte de chumbo
(ALEXANDRINO 2014)
Existem relatos de utilizaccedilatildeo do chumbo por vaacuterias sociedades antigas no entanto
a primeira civilizaccedilatildeo a utilizaacute-lo amplamente foi o Impeacuterio Romano no seacuteculo V aC V
aC para ldquoconfecccedilatildeo de objetos [] fabricaccedilatildeo de tubulaccedilotildees e torneiras produtos de
beleza e ateacute na correccedilatildeo da acidez do vinho atraveacutes da adiccedilatildeo de oacutexido de chumbordquo
(Miranda e Souto 2010)
Atualmente cerca de 70 da produccedilatildeo mundial de chumbo eacute utilizada
fundamentalmente na elaboraccedilatildeo de baterias automotivas e na induacutestria de chumbo-aacutecido
embora tambeacutem apresente copiosas empregabilidades na induacutestria em geral devido a suas
caracteriacutesticas fiacutesicas e quiacutemicas (PRAC c2015) Na Figura 4 observam-se os processos de
extraccedilatildeo usos e disposiccedilatildeo final do chumbo nos anos 90
Figura 4 ndash Extraccedilatildeo uso e disposiccedilatildeo final de chumbo em 1990 em milhares de toneladas
Fonte elaborado a partir de GARNER KEOLEIAN (1995)
21
Comparativamente ao dado fornecido pelo PRAC observa-se que o ramo que
absorve a maior porcentagem do mercado extrativista continua o mesmo isto eacute a
fabricaccedilatildeo de baterias Eacute possiacutevel observar que a reciclagem do chumbo eacute quase que
integralmente proveniente dessa mesma atividade e que vaacuterios usos permanecem como
sistemas abertos de mateacuteria
Como consequecircncia dessa intensa utilizaccedilatildeo a contaminaccedilatildeo por chumbo eacute um
problema tatildeo expressivo quanto a extensatildeo de seu uso
ldquoA maior incidecircncia de intoxicaccedilatildeo por chumbo ocorre devido agrave
contaminaccedilatildeo ambiental pela ingestatildeo de alimentos e bebidas contaminadas
e por partiacuteculas suspensas no ar (KOSNETT 2003) Na atividade
ocupacional a via mais frequente de intoxicaccedilatildeo eacute a inalatoacuteria como
consequecircncia da contaminaccedilatildeo do ambiente de trabalho (PAOLIELLO
CHASIN 2001) Dentre os gecircneros alimentiacutecios que mais contribuem para a
ingestatildeo de chumbo destacam-se a aacutegua potaacutevel bebidas em geral cereais
vegetais e frutas (SALGADO 2003)rdquo (SCHIFER et al 2005)
O grande avanccedilo dos sistemas industriais e seu consequente aumento de atividades
nos uacuteltimos anos assim como a negligecircncia de certas induacutestrias tecircm sido responsaacuteveis
pela degradaccedilatildeo de efluentes especialmente pelo desaguamento de quantidades de metais
pesados nestes (PINTO et al 2003) Os metais acabam por contaminarem lenccediloacuteis freaacuteticos
e reservatoacuterios de aacutegua podendo causar danos agrave sauacutede da populaccedilatildeo tais danos ocorrem
quando haacute a extrapolaccedilatildeo dos limites maacuteximos tolerados pelo organismo humano
denominado no Brasil de Iacutendice Bioloacutegico Maacuteximo Permitido (IBPM) o qual foi
decretado pela NR 7 e aprovado pela Portaria SSST nordm 24 de 29 de dezembro de 1994 Na
Tabela 1 verificam-se os valores tolerados para a substacircncia chumbo
Tabela 1 ndash Paracircmetros para controle bioloacutegico da exposiccedilatildeo ocupacional
Agente quiacutemico Indicador Bioloacutegico
VR[1] IBPM[2]
Amostra Anaacutelise
Chumbo orgacircnico
Sangue Chumbo Ateacute 40 ug em 100 mL 60 ug em 100 mL
Urina Aacutecido Delta Aminolevuliacutenico Ateacute 45 g g-1 creat 10 mh g-1 creat
Sangue Zincoprotoporfirina Ateacute 40 ug em 100 mL 100 ug em 100 mL
Chumbo Tetraetila Urina Chumbo Ateacute 50 ug g-1 creat 100 ug g-1 creat
creat ndash abreviaccedilatildeo de creatinina [1] Valor de Referecircncia da Normalidade valor possiacutevel de ser
encontrado em populaccedilotildees natildeo-expostas ocupacionalmente [2] Iacutendice Bioloacutegico Maacuteximo Permitido eacute
o valor maacuteximo do indicador bioloacutegico para o qual se supotildee que a maioria das pessoas
ocupacionalmente expostas natildeo corre risco de danos agrave sauacutede A ultrapassagem deste valor significa
exposiccedilatildeo excessiva
Fonte adaptado de BRASIL (1994a)
22
321 Legislaccedilatildeo especiacutefica relacionada a descarga de efluentes
Conforme artigo 3ordm da Resoluccedilatildeo CONAMA nordm430
ldquoOs efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderatildeo ser lanccedilados
diretamente nos corpos receptores apoacutes o devido tratamento e desde que
obedeccedilam agraves condiccedilotildees padrotildees e exigecircncias dispostos nesta Resoluccedilatildeo e em
outras normas aplicaacuteveisrdquo (BRASIL 2011)
Assim considerou-se que para estar em acordo com a legislaccedilatildeo vigente pode
haver a necessidade da realizaccedilatildeo de tratamento preacutevio ou completo para descarga do
efluente em corpo drsquoaacutegua
Os padrotildees para lanccedilamento de efluentes em corpos receptores satildeo regulamentados
em acircmbito federal na Resoluccedilatildeo CONAMA nordm 430 de 2011 (BRASIL 2011) e em acircmbito
estadual pelo Decreto 8468 de 19761 (SAtildeO PAULO 1976) Na Tabela 2 verificam-se os
padrotildees de lanccedilamento para o metal chumbo em ambos os acircmbitos
Tabela 2 ndash Padrotildees de lanccedilamento de efluentes contendo chumbo em corpos drsquoaacutegua e em redes
coletoras de esgoto
Fonte elaborado a partir de BRASIL (2011) SAtildeO PAULO (1976)
322 Tratamento para efluentes com metais
O tratamento para remoccedilatildeo de metais pesados pode ser realizado a partir de
diferentes processos tais como a precipitaccedilatildeo quiacutemica troca-iocircnica filtraccedilatildeo por
membrana e meacutetodos eletromecacircnicos (ECKENFELDER 2000) Estes conforme
Tchobanoglous e Burton (1991) e Aksu (1998) podem ser processos dispendiosos e
ineficientes
1 A Lei Estadual 997 de 31 de maio de 1976 aprovada pelo Decreto 8468 de 8 de setembro de 1976 foi
alterada e acrescida de dispositivos pelos Decretos 15425 de 23 de julho de 1980 e pelo Decreto 47397 de
novembro de 2012
Destino Resoluccedilatildeo CONAMA nordm43011 Lei Estadual 99776
Emissatildeo em corpos drsquoaacutegua ateacute 05 mg L-1 ateacute 05 mg L-1
Emissatildeo em rede coletora de esgoto ndash ateacute 15 mg L-1
23
Poreacutem metais pesados podem ser extraiacutedos de um sistema aquoso empregando-se
adsorventes naturais como as cascas de determinadas frutas que constituem excelente
alternativa perante os processos quiacutemicos uma vez que satildeo abundantes apresentam baixo
custo comercial e natildeo apresentam uma destinaccedilatildeo especiacutefica fora o descarte convencional
(SIMOtildeES TAUK-TORNISIELO 2005)
Podendo ser fiacutesico ou quiacutemico o processo efetua-se pela interaccedilatildeo do material
adsorvente com o produto a ser adsorvido A adsorccedilatildeo fiacutesica eacute ocasionada principalmente
pelas forccedilas de van der Waals2 no qual o equiliacutebrio eacute atingido rapidamente e eacute reversiacutevel
jaacute a adsorccedilatildeo quiacutemica eacute a uniatildeo de moleacuteculas ou aacutetomos a uma superfiacutecie soacutelida que pode
ser realizada atraveacutes de ligaccedilotildees quiacutemicas ou por efeito cataliacutetico (WEBER JUNIOR 1972)
323 Biossorccedilatildeo
Segundo Volesky (1986) eacute denominada de biossorccedilatildeo a separaccedilatildeo seletiva de iacuteons
metaacutelicos de meio aquoso na qual o meio adsorvente seria uma biomassa sendo ainda um
processo natildeo agressivo no qual ocorrem somente interaccedilotildees entre os grupos funcionais da
biomassa com os iacuteons da soluccedilatildeo
ldquoA adsorccedilatildeo eacute uma forma de tratamento bastante eficaz utilizada para a
remoccedilatildeo de metais toacutexicos Devido a isto meacutetodos de adsorccedilatildeo de metais em
efluentes utilizando materiais naturais estatildeo sendo desenvolvidos podendo
ainda ser uma alternativa para o aproveitamento de resiacuteduos agroindustriaisrdquo
(MASSOCATTO et al 2009)
A utilizaccedilatildeo da biomassa como agente adsorvente alternativo em meacutetodos de
tratamento convencional apresenta como fatores significativos o reduzido valor agregado
comercial capacidade de tratar grande volume de efluente potencial de dessorccedilatildeo3 e
tempo de separaccedilatildeo seletiva de iacuteons variando de 5 a 15 minutos (PINO TOREM 2011
VOLESKY HOLAN 1995) Geralmente os adsorventes naturais evidenciam a mesma
eficaacutecia de reter iacuteons metaacutelicos que os adsorventes sinteacuteticos pois possuem agrupamentos
orgacircnicos e satildeo fibrosos o que gera uma maior aacuterea de influecircncia e ldquosiacutetiosrdquo para os iacuteons
serem adsorvidos (PAVAN 2007)
O uso da biomassa como agente de remoccedilatildeo de metais pesados jaacute eacute desde 1999
considerada pela USEPA como uma tecnologia de descontaminaccedilatildeo
2 Forccedilas de van der Waals forccedilas entre as moleacuteculas mais fracas que as forccedilas atocircmicas RUSSEL J
Quiacutemica Geral 2 ed Satildeo Paulo Makron Book 1994 vol 1 3 Recuperaccedilatildeo da espeacutecie metaacutelica
24
Diversos tipos de adsorventes tais como o palmito pupunha o sabugo de milho o
algodatildeo o caju as cascas de arroz banana noz pecatilde e laranja tecircm sido testados
laboratorialmente por pesquisadores da aacuterea cita-se Vaghetti et al (2009) que realizou
estudos sobre a eficiecircncia da casca da noz pecatilde como agente de retirada de iacuteons cromo(III)
cromo (VI) ferro zinco cobre manganecircs e chumbo de soluccedilotildees sinteacuteticas obtendo
especial ecircxito na biossorccedilatildeo de cromo (VI)
O processo de biossorccedilatildeo desenvolve-se de modo homogecircneo atraveacutes de condiccedilotildees
ambientais controladas as quais ocorrem dentro de reatores contiacutenuos (VOLESKY
NOLAN 1995 SANTOS VASCONCELOS 2002) Os reatores mais comumente usados
na remoccedilatildeo de metais pesados satildeo o de coluna de leito fixo e o anaeroacutebio de manta de
lodo (QUAMBY FOSTER 1995 SEOLATTO et al 2009)
De acordo com Lodeiro Herrero e Sastre de Vicente (2006) os reatores de coluna
de leito fixo promovem o melhor aproveitamento do biossorvente pois possibilitam ciclos
regenerativos jaacute os reatores anaeroacutebios de manta de lodo satildeo comumente utilizados em
tratamento de aacuteguas residuaacuterias por serem eficientes na remoccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica e
apresentarem consideraacutevel baixo custo inicial (QUAMBY FOSTER 1995 SEOLATTO
et al 2009)
324 A laranja como adsorvente
Segundo Batista (2014)
ldquoA casca da laranja encontra-se na literatura dos estudos de adsorccedilatildeo
mostrando um grande potencial na remoccedilatildeo de resiacuteduos em efluentes O
Brasil eacute um grande produtor de laranja no mundo atualmente em torno de
70 do suco consumido mundialmente eacute proveniente de plantaccedilotildees ou da
industrializaccedilatildeo da laranja no Brasil Apoacutes a extraccedilatildeo do suco na induacutestria da
laranja grande parte do fruto mais de 50 eacute de rejeitos soacutelidos
representados pela casca bagaccedilo e sementesrdquo (BATISTA 2014)
Aproximadamente 18 milhotildees de toneladas de laranja satildeo produzidas anualmente
no Brasil e o Estado de Satildeo Paulo eacute responsaacutevel por 74 dessa produccedilatildeo (IBGE 2012)
Em 2011 os resiacuteduos de laranja oriundos de induacutestrias de processamento como por
exemplo de produccedilatildeo de suco chegaram a gerar 95 milhotildees de toneladas de resiacuteduos
(CODESP 2011) Apesar de ser uma mateacuteria abundante e de baixo custo a principal
utilizaccedilatildeo dessa biomassa tem sido como complemento na alimentaccedilatildeo bovina Tal
25
complemento chamado de ldquopolpa ciacutetrica peletizadardquo eacute produzido a partir da secagem dos
resiacuteduos de laranja Ateacute meados de 1993 o produto era desconhecido pela pecuaacuteria
nacional pois desde a deacutecada de 70 a polpa ciacutetrica era exportada quase que integralmente
para a Europa (NEVES et al 2010)
A previsatildeo para exportaccedilatildeo do produto em 2012 era de 180 toneladas isso
considerando que haveria um aumento de 21 com relaccedilatildeo a 2011 (CODESP 2011) A
polpa ciacutetrica peletizada continua natildeo sendo empregada amplamente no Brasil gerando um
remanescente de aproximadamente 932 milhotildees de toneladas de resiacuteduos de laranja sem
destinaccedilatildeo especiacutefica Dessa forma a sua utilizaccedilatildeo como insumo de agente biossortivo
obtido aproximadamente a custo zero torna-se de grande valia na retirada de metais
pesados de meio aquoso
Como apontado por Batista (2014) os rejeitos de laranja satildeo apontados na literatura
como material de adsorccedilatildeo mostrando um grande potencial na remoccedilatildeo de metais Aacuteguas
residuaacuterias que incluem por exemplo cromo chumbo e prata apresentam resultados
promissores particularmente a biossorccedilatildeo do chumbo apresenta aproximadamente 99 de
eficaacutecia com relaccedilatildeo a concentraccedilotildees variadas de chumborejeito de laranja (MORAES et
al 2011 MASSOCATTO et al 2009 ALMEIDA et al 2012)
Apesar da eficaacutecia laboratorial da utilizaccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos de laranja (casca
bagaccedilo e semente) na descontaminaccedilatildeo de um meio aquoso observa-se a necessidade do
estabelecimento da conexatildeo entre as induacutestrias que proveriam esse resiacuteduo de laranja com
as que poderiam utilizaacute-lo como meacutetodo de tratamento assim revelou-se a oportunidade
de aplicar o conceito de Simbiose Industrial atraveacutes de uma anaacutelise inter-empresas
avaliando a potencialidade de intercacircmbio dos rejeitos industriais como fonte de mateacuteria-
prima para outros processos produtivos em induacutestrias do municiacutepio de Bebedouro estado
de Satildeo Paulo
26
4 METODOLOGIA
A metodologia desenvolvida neste trabalho pode ser agrupada e pormenorizada em
quatro etapas todas elas partindo de um levantamento e anaacutelise de referenciais teoacutericos
embasados em dados bibliograacuteficos O levantamento de dados realizado neste trabalho teve
como primeira aacuterea de abrangecircncia o estado de Satildeo Paulo Foram utilizados os bancos de
dados do IBGE CDSP CETESB USEPA entre outros e tambeacutem web sites artigos teses
e pesquisas acadecircmico cientiacuteficas
41 Levantamento bibliograacutefico
Caracterizou-se o processo de simbiose industrial como forma de reinserccedilatildeo de
resiacuteduos na cadeia produtiva e sua efetiva implantaccedilatildeo como possibilidade viaacutevel do
alcance do desenvolvimento sustentaacutevel
Realizou-se definiccedilatildeo teacutecnica do metal pesado chumbo e contextualizaccedilatildeo da
problemaacutetica do uso histoacuterico desse metal com ecircnfase para a problemaacutetica do uso na
atualidade
Desenvolveu-se a relaccedilatildeo entre o capitalismo atual que promove os ciclos abertos
de mateacuteria e energia caracteriacutestica de parte do sistema produtivo com ecircnfase para aqueles
que geram aacuteguas residuaacuterias contaminadas pelo metal pesado chumbo
Avaliaram-se os meacutetodos de remoccedilatildeo de metais-pesados de aacuteguas residuaacuterias com
especial atenccedilatildeo ao uso de biomassa vegetal como agente no processo de adsorccedilatildeo4 objeto
de estudo deste trabalho
A partir da escolha da biossorccedilatildeo como meacutetodo para o tratamento de efluentes
realizou-se um levantamento bibliograacutefico sobre usos de diversas biomassas vegetais que
apresentariam eficaacutecia comprovada e que tambeacutem poderiam ser encontradas em
abundacircncia
Constatou-se que o maior produtor de laranja do Brasil eacute o estado de Satildeo Paulo e
que a cadeia produtiva da transformaccedilatildeo do produto in natura em suco eacute tambeacutem em sua
4 Neste trabalho foi denominada de biossorccedilatildeo a adsorccedilatildeo realizada por meio da utilizaccedilatildeo de biomassa
vegetal
27
grande maioria realizada dentro do estado O processo referido gera quantidade abundante
de biomassa vegetal de laranja cuja eficaacutecia no tratamento de efluentes contaminados pelo
metal pesado chumbo pocircde ser comprovada por referencial teoacuterico
Definiu-se de consideraacutevel relevacircncia a realizaccedilatildeo de um estudo que busque
evidecircncias da aplicabilidade e viabilidade de uma proposta para o processo de simbiose
entre as induacutestrias estudadas no qual os resiacuteduos (bagaccedilosementecasca) de laranja
possam ser utilizados como meacutetodo de tratamento de aacutegua residuaacuteria contaminada no
processo de produccedilatildeo industrial
42 Levantamento e anaacutelise da produccedilatildeo de laranja no Estado de SP
Apoacutes constataccedilatildeo por meio da Revisatildeo Bibliograacutefica que o Estado de Satildeo Paulo eacute
o estado que se apresenta como maior produtor de laranja do Brasil realizou-se um
levantamento da produccedilatildeo de laranja por cidades do estado Utilizaram-se dados do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do ano de 2012 que correspondem
ao levantamento da produccedilatildeo total de diversos tipos de leguminosas frutas e sementes por
cidade
Posteriormente realizou-se a elaboraccedilatildeo de um mapa referente agrave produccedilatildeo de
laranja por cidade do estado de Satildeo Paulo com suporte do programa de geoprocessamento
ArcGis 1031
A partir da obtenccedilatildeo de dados referentes agrave produccedilatildeo de laranja por cidade com sua
respectiva espacializaccedilatildeo constatou-se acessando o cataacutelogo da Associaccedilatildeo Nacional de
Exportadores de Sucos e Ciacutetricos (CitrusBR) que o escoamento de 93 da produccedilatildeo total
do estado eacute proveniente do denominado cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo cuja definiccedilatildeo seraacute elucidada
no capiacutetulo 51 tem a seguinte destinaccedilatildeo trecircs grandes empresas fabricantes de suco de
laranja consumo in natura e pequenas induacutestrias produtoras de suco
A seguir as cidades levantadas neste trabalho e integrantes do cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo
foram aferidas sequencialmente em ordem decrescente de produccedilatildeo mediante acessos aos
cataacutelogos industriais da Federaccedilatildeo das Induacutestrias do Estado de Satildeo Paulo (FIESP 2014) e
do Centro das Induacutestrias do Estado de Satildeo Paulo (CIESP 2015) com o intuito de verificar
a existecircncia de escoamento de produccedilatildeo de laranja destinado a pequenas induacutestrias de suco
28
Foi realizado contato por meios eletrocircnicos com as induacutestrias constantes no
material pesquisado no qual foram requeridas informaccedilotildees sobre
1) Existecircncia da geraccedilatildeo de resiacuteduo de laranja
2) Destinaccedilatildeo dada ao resiacuteduo se este existir
3) Quantificaccedilatildeo diaacuteria eou mensal eou anual do resiacuteduo se este existir
4) Armazenamento do resiacuteduo se este existir
A Companhia Ambiental do estado de Satildeo Paulo (CETESB) foi contatada com o intuito
de requisitar vista do Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento (MCE) desta induacutestria
com objetivo de levantamento dos dados pertinentes ao desenvolvimento deste trabalho Os
dados solicitados agrave CETESB referentes a cada induacutestria constam no Anexo A e B
43 Levantamento e anaacutelise das induacutestrias com potencial poluidor
A partir da delimitaccedilatildeo da aacuterea de estudo verificou-se a necessidade da realizaccedilatildeo
um levantamento das induacutestrias que poderiam utilizar-se da biossorccedilatildeo como meacutetodo de
tratamento de efluentes
Para tal houve a necessidade de realizar uma relaccedilatildeo entre as categorias industriais
da Environmental Protection Agency ndash United States (USEPA) as quais levam em
consideraccedilatildeo em sua descriccedilatildeo os componentes que potencialmente seriam encontrados
em seus respectivos efluentes com as categorias industriais brasileiras disponibilizadas
pelo IBGE
Sucedendo-se a esta associaccedilatildeo e jaacute delimitada a aacuterea de pesquisa como sendo o
limite municipal da cidade de Bebedouro realizou-se a partir de pesquisa nos cataacutelogos
industriais da FIESP (2014) e da CIESP (2015) afericcedilatildeo das induacutestrias que estariam dentro
dos paracircmetros dispostos nas categorias industriais caracterizadas neste trabalho isto eacute as
que potencialmente conteriam chumbo em suas aacuteguas residuaacuterias
Um total de onze induacutestrias apresentaram os quesitos para serem categorizadas pelo
meacutetodo citado Um mapa referente agrave disposiccedilatildeo dessas induacutestrias foi efetuado no programa
ArcGis 1031 Subsequentemente a agecircncia da CETESB responsaacutevel pelo municiacutepio de
Bebedouro foi contatada a fim de se obter a vista dos processos MCE de cada uma das
induacutestrias com o intuito de verificar quais realmente continham chumbo em suas aacuteguas
29
residuaacuterias e quais as formas de tratamento efetuadas Apoacutes essa verificaccedilatildeo constatou-se
que duas induacutestrias adequavam-se ao propoacutesito deste trabalho
44 Exposiccedilatildeo do meacutetodo de tratamento aplicado na induacutestria
Pormenorizaccedilatildeo dos dados referentes aos efluentes destas empresas foram
analisados para que a partir de referencial teoacuterico em uma segunda etapa fossem
realizados os caacutelculos da demanda de resiacuteduos de laranja que tais induacutestrias utilizariam se
adotassem o meacutetodo de tratamento proposto
Atraveacutes de anaacutelise do mesmo referencial teoacuterico citado anteriormente foram
obtidas informaccedilotildees sobre o tratamento especiacutefico que o resiacuteduo deveria receber antes de
ser inserido no processo de tratamento Em sequecircncia realizou-se levantamento das
tecnologias que poderiam ser utilizadas no processamento desses resiacuteduos bem como
seleccedilatildeo das que mais se adequavam
Realizou-se levantamento de formas de inserccedilatildeo da biomassa em escala real de
tratamento
Um levantamento e anaacutelises de custos das tecnologias de processamento das
formas de inserccedilatildeo e do translado do resiacuteduo caso fosse utilizado os serviccedilos de uma
empresa transportadora foram realizados
30
5 LEVANTAMENTO DE DADOS
51 Distribuiccedilatildeo da produccedilatildeo de laranja no estado de Satildeo Paulo
Para o levantamento e espacializaccedilatildeo da produccedilatildeo de laranja no estado de Satildeo Paulo
foram coletados dados do site do IBGE referentes ao ano de 2013 Na Figura 5 satildeo
destacados os municiacutepios paulistas produtores de laranja conforme o total de produccedilatildeo da
fruta
Figura 5 ndash Disposiccedilatildeo dos municiacutepios produtores de laranja no Estado de Satildeo Paulo
Fonte IBGE (2013)
De acordo com a CitrusBR (2010) e com o Fundo de Defesa da Citricultura
(FUNDECITRUS 2015) existe uma aacuterea denominada de cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo cuja
delimitaccedilatildeo geograacutefica abrange 93 da produccedilatildeo de laranja do estado de Satildeo Paulo Essa
aacuterea eacute dividida em setores os quais satildeo denominados de norte sul centro noroeste e
sudoeste como apresentado na Figura 6
31
Figura 6 ndash Setores do cinturatildeo citriacutecola
Fonte Adaptado FUNDECITRUS (2015)
511 Distribuiccedilatildeo do consumo de laranja no estado de SP
Sabendo que aproximadamente 93 de toda a laranja produzida no estado de Satildeo
Paulo proveacutem do cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo a seguinte diferenciaccedilatildeo eacute feita pela CitrusBR
(2010) conforme sua destinaccedilatildeo a) 84 para trecircs grandes induacutestrias de suco de laranja as
quais possuem 18 faacutebricas distribuiacutedas em 16 municiacutepios do estado de SP e um localizado
no estado do Paranaacute b) 2 para pequenas induacutestrias produtoras de suco de laranja c) 7
ao consumo in natura
No Quadro 1 satildeo apresentadas informaccedilotildees de localizaccedilatildeo das unidades industriais
das trecircs grandes induacutestrias consumidoras da produccedilatildeo de laranja do estado de Satildeo Paulo
denominadas arbitrariamente de induacutestrias A B e C
32
Quadro 1 ndash Localizaccedilatildeo das unidades das induacutestrias A B e C
Induacutestria de suco de laranja Cidades
Induacutestria A
Bebedouro
Engenheiro Coelho
Matatildeo
Paranavaiacute (PR)
Santos
Induacutestria B
Araras
Catanduva
Matatildeo
Induacutestria C
Araraquara
Avareacute
Conchal
Colina
Cordeiroacutepolis
Duartina
Itaacutepolis
Porto Ferreira
Uchoa
Votuporanga
Fonte CITRUSBR (2010)
Na Figura 7 eacute possiacutevel visualizar em acircmbito estadual a disposiccedilatildeo geograacutefica das
filiais das induacutestrias A B e C
O potencial de geraccedilatildeo de resiacuteduos de laranja dessas unidades industriais eacute elevado
visto que 84 da produccedilatildeo do estado eacute absorvida por elas (CITRUSBR 2010) Poreacutem ao
acessar o conjunto de paacuteginas da internet dessas trecircs induacutestrias constatou-se que todo o
produto residual de laranja gerado jaacute tem como destinaccedilatildeo o processo de peletizaccedilatildeo
Assim uma vez que este resiacuteduo representa um valor comercial para estas induacutestrias natildeo
foram considerados tais dados no desenvolvimento deste trabalho
33
Figura 7 ndash Localizaccedilatildeo das filiais das induacutestrias de suco de laranja (A B e C)
Fonte CITRUSBR (2010)
Os 7 da produccedilatildeo de laranja que natildeo proveacutem do cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo natildeo teve seu
escoamento estudado fato que impossibilitou a utilizaccedilatildeo desses dados na realizaccedilatildeo das
anaacutelises requeridas para o desenvolvimento deste trabalho
Portanto considerou-se que 2 da produccedilatildeo de laranja proveniente do cinturatildeo
ldquocitriacutecolardquo aproximadamente 266400 toneladas5 serviria ao propoacutesito aludido
512 Seleccedilatildeo da induacutestria de suco
Reputando-se que os 2 da produccedilatildeo estadual de laranja citados localizam-se no
cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo (CITRUSBR 2010) realizou-se a identificaccedilatildeo de pequenas induacutestrias
5 Considerando a produccedilatildeo anual em torno de 18 milhotildees de toneladas e 74 deste total proveniente do
estado de Satildeo Paulo
34
produtoras de suco de laranja integrantes do cinturatildeo atraveacutes de acessos aos Cataacutelogos
Induacutestrias da CIESP (2015) e da FIESP (2014)
As cidades foram hierarquizadas de forma decrescente conforme o total de
produccedilatildeo anual de laranja Na sequecircncia ponderou-se a distinccedilatildeo de induacutestrias que
somente realizam o processo de embalagem do suco pronto das que realizam o processo
de fabricaccedilatildeo deste O levantamento cessou quando um total de duas induacutestrias foram
encontradas ambas localizadas na cidade de Bebedouro estado de Satildeo Paulo Vale
ressaltar que as cidades hierarquizadas como anteriores agrave Bebedouro natildeo apresentaram
induacutestrias de suco dentro dos limites municipais A Tabela 2 apresenta a produccedilatildeo anual
em toneladas para cada cidade do cinturatildeo citriacutecola
Tabela 3 ndash Cidades integrantes do cinturatildeo citriacutecola consideradas no levantamento de induacutestrias de suco
Cidades Produccedilatildeo (t ano-1)
Casa Branca 693 690
Mogi Guaccedilu 448 800
Itapetininga 392 716
Aacuteguas de Santa Barbara 364 100
Brotas 334 560
Bebedouro 326 570
Fonte IBGE (2012)
Das induacutestrias consultadas somente uma retornou o contato em tempo haacutebil para
desenvolvimento deste trabalho Essa induacutestria situa-se no Norte do cinturatildeo na cidade de
Bebedouro e a Figura 8 tem por finalidade mostrar sua disposiccedilatildeo geograacutefica dentro do
municiacutepio citado
As informaccedilotildees fornecidas pela empresa denotam que existe produccedilatildeo de resiacuteduo
de laranja sem destinaccedilatildeo determinada (informaccedilatildeo verbal)6 Poreacutem natildeo foram cedidas
dados referentes a quantidade desse resiacuteduo gerado por dia mecircs eou ano e nem sobre a
forma de armazenamento eou disposiccedilatildeo do mesmo
6 Dados fornecidos por funcionaacuterio em entrevista por telefone
35
Figura 8 ndash Induacutestria de suco geradora de resiacuteduos de laranja localizada na cidade de Bebedouro
Fonte CIESP (2015) FIESP (2014)
5121 Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento (MCE)
O MCE eacute um documento exigido como parte integrante das Licenccedilas Preacutevias de
Instalaccedilatildeo e Operaccedilatildeo do Empreendimento (G3 GEOTECNOLOGIAS c2014)
Em pesquisa realizada em websites de diversas prefeituras (Campinas Satildeo Paulo e
Ribeiratildeo Preto) constatou-se que cada cidade tem seu proacuteprio modelo de MCE poreacutem
todos seguem o modelo baacutesico fornecido pela CETESB que margeia os seguintes itens
Identificaccedilatildeo do empreendimentoatividade
Relaccedilatildeo de mateacuterias primas
Relaccedilatildeo de produtos
Relaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos
36
Croqui de localizaccedilatildeo
Fluxograma
Combustiacuteveis
Informaccedilotildees sobre chamineacutes
Fontes de poluiccedilatildeo do ar
Equipamentos para controle de poluiccedilatildeo do ar
Balanccedilo hiacutedrico
Efluentes liacutequidos
Resumo de lanccedilamentos
Resiacuteduos soacutelidos
Armazenamento e tratamentodisposiccedilatildeo final dos resiacuteduos soacutelidos
Fontes de poluiccedilatildeo por ruiacutedo
A agecircncia da CETESB responsaacutevel pelo muniacutecipio de Bebedouro localiza-se na
cidade de Barretos e por meio de e-mails telefonemas e pedidos formais requisitou-se
vista do MCE da induacutestria mencionada no item anterior
Apoacutes verificaccedilatildeo constatou-se que a induacutestria produtora de suco possui Certificado
de Dispensa de Licenccedila portanto natildeo possui MCE impossibilitando o recolhimento de
dados por este meio
52 Categorias industriais de acordo com o tipo de efluente gerado7
A partir das praacuteticas industriais descargas de aacuteguas pluviais tecnologias e accedilotildees
que previnam a poluiccedilatildeo tratamento de efluentes e caracteriacutesticas econocircmicas a USEPA
realiza anaacutelises que possuem como princiacutepio baacutesico o incentivo agrave reduccedilatildeo da geraccedilatildeo de
poluentes que sejam ao mesmo tempo economicamente viaacuteveis Assim com base em
normas e limites para a descarga de efluentes em aacuteguas superficiais e em estaccedilotildees de
7 Chumbo geralmente natildeo eacute o uacutenico metal encontrado em aacuteguas residuaacuterias industriais desse seguimento
37
tratamento a proacutepria USEPA realizou uma categorizaccedilatildeo das induacutestrias conforme o tipo de
efluente gerado
As categorias industriais que nesta categorizaccedilatildeo da USEPA apresentavam limites
restritivos para a emissatildeo de efluentes contaminados pelo metal pesado chumbo satildeo
apresentadas a seguir
Battery Manufacturing
Centralized Waste Treatment
Copper Forming
Electrical and Electronic Components
Electroplating
Glass Manufacturing
Inorganic Chemicals
Iron and Steel Manufacturing
Metal Finishing
Metal Molding and Casting (Foundries)
Metal Products and Machinery
Nonferrous Metals Forming and Metal Powders
Nonferrous Metals Manufacturing
Ore Mining and Dressing (Hard Rock Mining)
Organic Chemicals Plastics and Synthetic Fibers (OCPSF)
Pesticide Chemicals Manufacturing Formulating and Packaging
Porcelain Enameling
Rubber Manufacturing
Transportation Equipment Cleaning Manufacturing
No Brasil o IBGE realizou em 2008 um estudo que reuniu informaccedilotildees
econocircmicas e financeiras sobre os setores industriais brasileiros o qual apresenta dados
sobre receita custos e valor de produccedilatildeo por exemplo Neste estudo tambeacutem satildeo
enumerados todos os setores industriais
38
O quadro 2 tem por finalidade relacionar as categorias americanas catalogadas pela
USEPA que podem apresentar chumbo em seus efluentes com os respectivos setores
industriais brasileiros
Quadro 2 ndash Relaccedilatildeo entre categorias industriais americanas e brasileiras
Categoria US EPA Categoria IBGE
Ore Mining and Dressing (Hard Rock Mining) Extraccedilatildeo de minerais metaacutelicos
Inorganic Chemicals
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos
Organic Chemicals Plastics and Synthetic
Fibers (OCPSF)
Pesticide Chemicals Manufacturing
Formulating and Packaging
Copper forming
Porcelain Enameling Fabricaccedilatildeo de produtos de minerais natildeo-
metaacutelicos Glass Manufacturing
Electroplating
Metalurgia baacutesica ou
Fabricaccedilatildeo de produtos de metal
(exceto maacutequinas e equipamentos)
Iron and Steel Manufacturing
Metal Finishing
Metal Molding and Casting (Foundries)
Nonferrous Metals Forming and Metal
Powders
Nonferrous Metals Manufacturing
Electrical and Electronic Components Fabricaccedilatildeo de maacutequinas aparelhos e
materiais eleacutetricos Battery Manufacturing
Transportation Equipment Cleaning
Manufacturing Fabricaccedilatildeo equipamentos de transporte
Centralized Waste Treatment Reciclagem
Fonte elaborado a partir de dados de USEPA (2014) IBGE (2008)
No Quadro 3 eacute possiacutevel verificar as categorias industriais do IBGE que tambeacutem
constam no Quadro 2 com as suas respectivas subcategorias estas embasam de maneira
mais especiacutefica a correlaccedilatildeo estabelecida
39
Quadro 3 ndash Categorias e subcategorias industriais de acordo com o IBGE
Categoria IBGE Subcategoria IBGE
Extraccedilatildeo de minerais metaacutelicos Extraccedilatildeo de minerais metaacutelicos natildeo-ferrosos
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos inorgacircnicos
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos orgacircnicos
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas
Fabricaccedilatildeo de tintas vernizes lacas e produtos afins
Fabricaccedilatildeo de fibras fios cabos e filamentos contiacutenuos artificiais e sinteacuteticos
Fabricaccedilatildeo de artigos de borracha e material plaacutestico
Fabricaccedilatildeo de artigos de borracha
Fabricaccedilatildeo de produtos de material plaacutestico
Fabricaccedilatildeo de produtos de minerais natildeo-metaacutelicos
Fabricaccedilatildeo de vidro e de produtos do vidro
Metalurgia baacutesica
Produccedilatildeo de ferro-gusa e de ferroligas
Siderurgia
Fabricaccedilatildeo de tubos (exceto em sideruacutergicas)
Fundiccedilatildeo
Fabricaccedilatildeo de produtos de metal
(exceto maacutequinas e equipamentos)
Fabricaccedilatildeo de estruturas metaacutelicas e obras de caldeiraria pesada
Fabricaccedilatildeo de tanques caldeiras e reservatoacuterios metaacutelicos
Forjaria estamparia metalurgia do poacute e serviccedilos de tratamento de metais
Fabricaccedilatildeo de artigos de cutelaria de serralheria e ferramentas manuais
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de tanques caldeiras e reservatoacuterios metaacutelicos
Fabricaccedilatildeo de produtos de metal natildeo especificados anteriormente
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas e
equipamentos
Fabricaccedilatildeo de motores bombas compressores e equipamentos de transmissatildeo
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos de uso Geral
Fabricaccedilatildeo de tratores e de maacutequinas e equipamentos para a agricultura e pecuaacuteria
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas-ferramenta
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos de usos na extraccedilatildeo mineral e construccedilatildeo
Fabricaccedilatildeo de outras maacutequinas e equipamentos de uso especiacutefico
Fabricaccedilatildeo de armas municcedilotildees e equipamentos militares
Fabricaccedilatildeo de eletrodomeacutesticos
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas
aparelhos e materiais eleacutetricos
Fabricaccedilatildeo de geradores transformadores e motores eleacutetricos
Fabricaccedilatildeo de equipamentos para distribuiccedilatildeo e controle de energia eleacutetrica
Fabricaccedilatildeo de fios cabos e condutores eleacutetricos isolados
Fabricaccedilatildeo de pilhas baterias e acumuladores eleacutetricos
Fabricaccedilatildeo de lacircmpadas e equipamentos de iluminaccedilatildeo
Fabricaccedilatildeo de material eleacutetrico para veiacuteculos - exceto baterias
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de maacutequinas aparelhos e materiais eleacutetricos
Fabricaccedilatildeo de outros equipamentos e aparelhos eleacutetricos
Fabricaccedilatildeo de material eletrocircnico baacutesico
Fabricaccedilatildeo de material eletrocircnico e de aparelhos e equipamentos de comunicaccedilotildees
Fabricaccedilatildeo de aparelhos receptores de raacutedio e televisatildeo e de reproduccedilatildeo gravaccedilatildeo ou amplificaccedilatildeo de som e viacutedeo
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de aparelhos e equipamentos de telefonia radiotelefonia e de transmissores de televisatildeo e raacutedio (exceto telefones)
Fabricaccedilatildeo de outros equipamentos de transporte
Fabricaccedilatildeo de outros equipamentos de transporte
40
Reciclagem Reciclagem de sucatas metaacutelicas
Fonte elaborado a partir de IBGE (2008)
Em anaacutelise comparativa dos aspectos das categorias industriais americanas
catalogadas pela USEPA com as respectivas especificaccedilotildees das categorias e subcategorias
industriais catalogadas pelo IBGE eacute possiacutevel afirmar que estas possuem similaridade
Assim conclui-se que potencialmente tais categorias e subcategorias listadas no Quadro
3 satildeo passiacuteveis de possuir o metal pesado chumbo em suas aacuteguas residuaacuterias Na Tabela 4
observa-se a quantidade de induacutestrias presentes em cada uma das subcategorias de acordo
com levantamento realizado pelo IBGE no ano de 2003
Tabela 4 ndash Nuacutemero de induacutestrias de acordo com as subcategorias industriais do IBGE
(continua)
Subcategorias industriais Nordm
Extraccedilatildeo de minerais metaacutelicos natildeo-ferrosos 61
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos inorgacircnicos 374
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos orgacircnicos 426
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas 67
Fabricaccedilatildeo de fibras fios cabos e filamentos contiacutenuos artificiais e sinteacuteticos 38
Fabricaccedilatildeo de artigos de borracha 1540
Fabricaccedilatildeo de produtos de material plaacutestico 5545
Fabricaccedilatildeo de vidro e de produtos do vidro 416
Produccedilatildeo de ferro-gusa e de ferroligas 99
Siderurgia 237
Fabricaccedilatildeo de tubos (exceto em sideruacutergicas) 165
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 449
Fundiccedilatildeo 798
Fabricaccedilatildeo de estruturas metaacutelicas e obras de caldeiraria pesada 3475
Fabricaccedilatildeo de tanques caldeiras e reservatoacuterios metaacutelicos 363
Forjaria estamparia metalurgia do poacute e serviccedilos de tratamento de metais 2628
Fabricaccedilatildeo de artigos de cutelaria de serralheria e ferramentas manuais 1910
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de tanques caldeiras e reservatoacuterios metaacutelicos 83
Fabricaccedilatildeo de produtos diversos de metal 4215
Fabricaccedilatildeo de motores bombas compressores e equipamentos de transmissatildeo 1041
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos de uso geral 2271
Fabricaccedilatildeo de tratores e de maacutequinas e equipamentos para a agricultura e pecuaacuteria 754
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas-ferramenta 540
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos de usos na extraccedilatildeo mineral e construccedilatildeo 227
41
Fabricaccedilatildeo de outras maacutequinas e equipamentos de uso especiacutefico 1715
Tabela 3 ndash Nuacutemero de induacutestrias de acordo com as subcategorias industriais do IBGE
(conclusatildeo)
Subcategorias industriais Nordm
Fabricaccedilatildeo de armas municcedilotildees e equipamentos militares 8
Fabricaccedilatildeo de eletrodomeacutesticos 427
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos 1071
Fabricaccedilatildeo de geradores transformadores e motores eleacutetricos 396
Fabricaccedilatildeo de equipamentos para distribuiccedilatildeo e controle de energia eleacutetrica 454
Fabricaccedilatildeo de fios cabos e condutores eleacutetricos isolados 239
Fabricaccedilatildeo de pilhas baterias e acumuladores eleacutetricos 103
Fabricaccedilatildeo de lacircmpadas e equipamentos de iluminaccedilatildeo 482
Fabricaccedilatildeo de material eleacutetrico para veiacuteculos - exceto baterias 173
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de maacutequinas aparelhos e materiais eleacutetricos 129
Fabricaccedilatildeo de outros equipamentos e aparelhos eleacutetricos 460
Fabricaccedilatildeo de material eletrocircnico baacutesico 421
Fabricaccedilatildeo de material eletrocircnico e de aparelhos e equipamentos de comunicaccedilotildees 238
Fabricaccedilatildeo de aparelhos receptores de raacutedio e televisatildeo e de reproduccedilatildeo gravaccedilatildeo
ou amplificaccedilatildeo de som e viacutedeo 194
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de aparelhos e equipamentos de telefonia e radiotelefonia
e de transmissores de televisatildeo e raacutedio (exceto telefones) 21
Fabricaccedilatildeo de outros equipamentos de transporte 301
Reciclagem de sucatas metaacutelicas 103
Fonte elaborado a partir de IBGE (2003)
Analisando a Tabela 4 contata-se que ao todo no ano de 2003 existiam 34657
induacutestrias com potencial poluidor pelo metal chumbo no Brasil
521 Levantamento das induacutestrias com potencial poluidor
Apoacutes a seleccedilatildeo da induacutestria produtora de suco de laranja a ser estudada realizou-se
um levantamento de dados buscando averiguar todas as induacutestrias passiacuteveis de serem
enquadradas nas categorias e subcategorias industriais mencionadas na Tabela 3
42
Analisados os cataacutelogos industriais da FIESP (2015) a da CIESP (2014) verificou-se
que um total de onze induacutestrias adequavam-se agraves subcategorias citadas neste trabalho Tais
induacutestrias foram denominadas sequencialmente de 1 a 11 e estatildeo descritas na Tabela 4
Tabela 5 ndash Induacutestrias com potencial poluidor por chumbo localizadas na cidade de Bebedouro ndash SP
Categoria IBGE Identificaccedilatildeo da induacutestria
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 1
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 2
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 3
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 4
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 5
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 6
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 7
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas 8
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas 9
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas 10
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas 11
Fonte adaptado de CIESP (2014) FIESP (2015)
Na Figura 9 verifica-se a disposiccedilatildeo dessas induacutestrias dentro do limite municipal da
cidade de Bebedouro ndash SP
43
Figura 9 ndash Induacutestrias com potencial poluidor
Fonte CIESP (2014) FIESP (2015)
As induacutestrias apresentadas na tabela 8 foram enquadradas pelas categorias
industriais que apresentavam o potencial poluidor descrito neste trabalho No entanto
algumas destas apresentavam mais de um processo produtivo o que demandaria anaacutelises
caso a caso para realizaccedilatildeo de enquadramentos mais especiacuteficos
5211 Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento (MEC)
Sendo a descriccedilatildeo do MCE caracterizada no item 5121 afirma-se que para
desenvolvimento da parte subsequente da metodologia utilizada para desenvolvimento
deste trabalho foram coletadas as seguintes informaccedilotildees nos processos requeridos o
balanccedilo hiacutedrico e efluentes liacutequidos das induacutestrias citadas na Tabela 5
44
Induacutestria 1 ndash a Tabela 6 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem A
Tabela 7 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 6 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 1
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 709
Usos ndash
Sanitaacuterios 637
Industrial 072
Outros 0
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 129
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 510
Industrial 070
Outros 0
Total de efluentes 580
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 401011015
Tabela 7 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 1
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Metalurgia de metais natildeo ferrosos
Vazatildeo 07
Vazatildeo de lanccedilamento 07
Meacutetodo de tratamento
Correccedilatildeo de pH e agitaccedilatildeo mecacircnica
Floculaccedilatildeo mecacircnica
Filtraccedilatildeo
Disposiccedilatildeo final Outros
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 51
Vazatildeo de lanccedilamento 51
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 401011015
45
Anaacutelises de controle para a fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua proveniente da metalurgia de
metais natildeo-ferroso satildeo realizadas e os resultados disponiacuteveis constam na Tabela 8
Tabela 8 ndash Anaacutelise do efluente proveniente da metalurgia de metais natildeo ferrosos antes e apoacutes tratamento
Paracircmetros Aacutegua bruta (entrada) Efluente industrial (saiacuteda)
Temperatura da aacutegua (ordm C) 25
pH 6
Houve periacuteodos de chuva
durante a coleta tratamento Sim
Chumbo (mg L-1) 2570 0305
Norma 6010 C
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 401011015
Induacutestria 2 ndash natildeo possui (ou natildeo foi informado) os dados para o balanccedilo hiacutedrico A
Tabela 9 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 9 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 2
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 056
Vazatildeo de lanccedilamento 056
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 401026315
Induacutestria 3 ndash a Tabela 10 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 11 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 10 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 3
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 600
46
Usos ndash
Sanitaacuterios 490
Industrial 0
Outros domeacutestico 110
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 208
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 392
Industrial 0
Outros 0
Total de efluentes 392
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400003213
Tabela 11 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 3
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 392
Vazatildeo de lanccedilamento 392
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400003213
Induacutestria 4 ndash possui Certificado de Dispensa de Licenccedila - natildeo possui o MCE
Induacutestria 5 ndash a Tabela 12 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 13 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 12 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 5
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado Nd
Usos ndash
Sanitaacuterios 336
Industrial 0
Outros domeacutestico 0
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 067
47
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 269
Industrial 0
Outros 0
Total de efluentes 269
Nd ndash informaccedilatildeo natildeo estava disponiacutevel
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400025612
Tabela 13 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 5
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 269
Vazatildeo de lanccedilamento 269
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400025612
Induacutestria 6 ndash a Tabela 14 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 15 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 14 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 6
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 4066
Usos ndash
Sanitaacuterios 630
Industrial 0
Outros consumo 3466
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 067
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 504
Industrial 0
Outros 3562
Total de efluentes 4066
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedilas nordm
400002814 e 400004314
48
Tabela 15 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 6
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Metalurgia de alumiacutenio e ligas
Vazatildeo Nd
Vazatildeo de lanccedilamento Nd
Meacutetodo de tratamento Nd
Disposiccedilatildeo final Nd
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 504
Vazatildeo de lanccedilamento 504
Meacutetodo de tratamento Filtro anaeroacutebio
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Nd ndash informaccedilotildees natildeo estavam disponiacuteveis
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedilas nordm 400002814 e 400004314
No MCE da referida foram apresentadas anaacutelises de controle para a fonte de
poluiccedilatildeo da aacutegua proveniente da metalurgia de alumiacutenio e ligas as quais foram
disponibilizadas em forma de relatoacuterio de ensaio Os relatoacuterios de ensaios para a) massa
bruta conforme NBR 10004 de 20048 (Tabela 16) b) lixiviaccedilatildeo conforme NBR 10005 de
20049 (Tabela 17) c) solubilizaccedilatildeo conforme NBR 10006 de 200410 (Tabela 18)
Tabela 16 ndash resultado do ensaio para massa bruta
Paracircmetro Resultado VMP LQ Unidade Meacutetodo de referecircncia
Chumbo 1550 Entre 200 e 125 01 mg kg-1 3111-B
VMP ndash Valores miacutenimos eou maacuteximos permitidos pela normalegislaccedilatildeo LQ ndash Limite de
quantificaccedilatildeo Dados de amostragem a) Massa da amostra seca 18385 g
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedilas nordm 400002814 e 400004314
8 NBR 10004 de 2004 a norma tem por funccedilatildeo a classificaccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos quanto aos seus
potenciais riscos agrave sauacutede puacuteblica e ao meio ambiente Materiais radioativos natildeo satildeo abrangidos nesta norma
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR ISO 10004 resiacuteduos soacutelidos ndash
classificaccedilatildeo 2004
9 NBR 10005 de 2004 tal norma tem por finalidade estipular os requisitos para obtenccedilatildeo de extrato lixiviado
dos resiacuteduos soacutelidos classificados na norma ABNT NBR 10004 como classe I ndash perigosos e classe II ndash natildeo
perigosos ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR ISO 10004 procedimento para
obtenccedilatildeo de extrato lixiviado de resiacuteduos soacutelidos 2004
10 NBR 10006 de 2004 essa norma fomenta os requisitos exigiacuteveis para obtenccedilatildeo de extrato solubilizado dos
resiacuteduos soacutelidos especificados pela ABNT NBR 10004 como classe IIA ndash natildeo inertes e classe IIB ndash inertes
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR ISO 10004 procedimento para obtenccedilatildeo
de extrato solubilizado de resiacuteduos soacutelidos 2004
49
De acordo com a NBR 10005 de 2004 lixiviaccedilatildeo eacute
ldquoProcesso para determinaccedilatildeo da capacidade de transferecircncia de substacircncias
orgacircnicas e inorgacircnicas presentes no resiacuteduo soacutelido por meio de dissoluccedilatildeo no
meio extrator (NBR 10005 2004)rdquo
Tabela 17 ndash resultado do ensaio para lixiviaccedilatildeo
Paracircmetro Resultado VMP LQ Unidade Meacutetodo de referecircncia
Chumbo 012 100 01 mg L-1 3111-B
VMP ndash Valores miacutenimos eou maacuteximos permitidos pela normalegislaccedilatildeo LQ ndash Limite de
quantificaccedilatildeo Dados de amostragem a) Massa da amostra seca 100 g b) Concentraccedilatildeo de soacutelidos
9572 c) Inicial 773 d) Tempo de lixiviaccedilatildeo 20 horas e) Volume total de extrato obtido 2000 mL
e f) Final 518
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedilas nordm 400002814 e 400004314
Tabela 18 ndash resultado do ensaio para solubilizado
Paracircmetro Resultado VMP LQ Unidade Meacutetodo de referecircncia
Chumbo 013 001 01 mg L-1 3111-B
VMP ndash Valores miacutenimos eou maacuteximos permitidos pela normalegislaccedilatildeo LQ ndash Limite de
quantificaccedilatildeo Dados de amostragem a) Massa da amostra seca 500 g b) Tempo de solubilizaccedilatildeo 7
dias c) Volume total de extrato solubilizado 2000 mL
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedilas nordm 400002814 e 400004314
Induacutestria 7 ndash a Tabela 19 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 20 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 19 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 7
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 753
Usos ndash
Sanitaacuterios 743
Industrial 010
Outros 0
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 159
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 594
Industrial 0
50
Outros 0
Total de efluentes 594
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400029313
Tabela 20 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 7
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 594
Vazatildeo de lanccedilamento 594
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400029313
Induacutestria 8 ndash a Tabela 21 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 22 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 21 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 8
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 301
Usos ndash
Sanitaacuterios 301
Industrial 0
Outros 0
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 0
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 241
Industrial 0
Outros 060
Total de efluentes 301
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400029511
51
Tabela 22 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 8
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 241
Vazatildeo de lanccedilamento 241
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400029511
Induacutestria 9 ndash a Tabela 23 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 24 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 23 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 9
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 450
Usos ndash
Sanitaacuterios 168
Industrial 282
Outros 0
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 280
Perdas por evaporaccedilatildeo 134
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 134
Industrial 0
Outros 0
Total de efluentes 134
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400027112
Tabela 24 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 9
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
52
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 134
Vazatildeo de lanccedilamento 134
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400027112
Induacutestria 10 ndash possui Certificado de Dispensa de Licenccedila e por isso natildeo
apresentava os dados do MCE
Induacutestria 11 ndash natildeo possui (ou foi informado) os dados para o balanccedilo hiacutedrico a
Tabela 25 apresenta os dados das fontes de poluiccedilatildeo
Tabela 25 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 11
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 202
Vazatildeo de lanccedilamento 202
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400011113
Analisando os dados obtidos constata-se que somente duas induacutestrias as
denominadas 1 e 6 poderiam utilizar do meacutetodo de tratamento de efluentes proposto por
este trabalho visto que da relaccedilatildeo das onze induacutestrias duas natildeo apresentavam MCE
devido agrave dispensa de apresentaccedilatildeo e as outras sete induacutestrias natildeo apresentaram outra fonte
de poluiccedilatildeo da aacutegua a natildeo ser o esgoto sanitaacuterio
Em todas as tabelas referentes agraves fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua nota-se que os
resultados referentes a vazatildeo de lanccedilamento natildeo apresentavam variaccedilatildeo com relaccedilatildeo aos
resultados referentes a vazatildeo isso ocorreu devido agrave ausecircncia de processos que
ocasionariam o aumento ou diminuiccedilatildeo dessa
53
53 Biossorccedilatildeo
A partir de um estudo realizado por Montanher e Rollemberg (2011) constatou-se
que o processo de biossorccedilatildeo de chumbo pelo resiacuteduo de laranja eacute efetivo na situaccedilatildeo in
natura destes
O estudo foi realizado a partir da amostragem de quatro tipos de efluentes
industriais dentre os quais trecircs enquadravam-se nas categorias industriais com potencial
de conter chumbo em seus efluentes sendo elas
Induacutestria de chapas metaacutelicas ndash que se enquadra na categoria de ldquofabricaccedilatildeo de
produtos de metal ndash exceto maacutequinas e equipamentosrdquo (efluente 1)
Induacutestria de baterias automotivas ndash que se enquadra na categoria de ldquofabricaccedilatildeo
de pilhas baterias e acumuladores eleacutetricosrdquo (efluente 2)
Induacutestria de galvanoplastia ndash que se enquadra na categoria de ldquofabricaccedilatildeo de
produtos de metal ndash exceto maacutequinas e equipamentosrdquo (efluente 3)
A preparaccedilatildeo da biomassa in natura foi realizada da seguinte maneira
ldquoO bagaccedilo de laranja foi triturado em um liquidificador lavado com aacutegua
de torneira ateacute que a soluccedilatildeo resultante natildeo apresentasse nenhum tipo de
coloraccedilatildeo enxaguado com aacutegua destilada e seco em estufa a 70ordmC por 8
horasrdquo (MONTANHER ROLLEMBERG 2011)
Importante ressaltar que os efluentes foram coletados antes de qualquer tratamento
preacutevio e que a lavagem da casca de laranja foi realizada ateacute que a soluccedilatildeo montante natildeo
apresentasse nenhuma coloraccedilatildeo para natildeo haver alteraccedilatildeo da cor final dos efluentes natildeo
havendo necessidade da realizaccedilatildeo de tal procedimento
Quando as autoras referem-se a bagaccedilo este pode ser igualmente comparado aos
resiacuteduos de laranja (cascabagaccedilosementes)
O ensaio para determinaccedilatildeo do iacutendice de adsorccedilatildeo foi realizado em sistema com 3 g de
bagaccedilo de laranja in natura na dosagem de 100 mL dos efluentes numa vazatildeo de 3 mL min-1
Na Tabela 26 verificam-se a quantidade de chumbo por litro incialmente presentes
nos efluentes os respectivos resultados obtidos a partir do tratamento realizado com
resiacuteduos de laranja in natura e os pH referentes agraves amostras brutas e tratadas
54
Tabela 26 ndash Resultados das anaacutelises para cada efluente
Tipos de efluentes Pb (mg L-1) pH
Efluente 1 (induacutestria de chapas metaacutelicas)
Antes do tratamento 944 388
Bagaccedilo in natura Nd 353
Efluente 2 (induacutestria de bateria automotiva)
Antes do tratamento 510 lt1
Bagaccedilo in natura 269 lt1
Efluente 3 (induacutestria de galvanoplastia)
Antes do tratamento Nd 238
Bagaccedilo in natura Nd 340
Nd ndash Natildeo detectado
Fonte adaptado MONTANHER ROLLEMBERG (2011)
Analisando a Tabela 26 observou-se que para o efluente 2 no qual o pH eacute aacutecido (lt
1) oriundo do uso de aacutecido sulfuacuterico para fabricaccedilatildeo de baterias a eficaacutecia natildeo foi a
esperada apresentando um resultado de apenas 5275 de adsorccedilatildeo de chumbo pelo
bagaccedilo de laranja in natura
Os resultados apresentados pelo efluente 1 podem ser analisados como excelentes
visto que a presenccedila de chumbo natildeo foi detectada ao final do processo
Jaacute o efluente 3 natildeo apresentou o metal chumbo na amostra bruta o que caracteriza
que as categorias industriais citadas neste trabalho apresentam possibilidades relativas de
poluiccedilatildeo com chumbo
Assim da afirmaccedilatildeo de Kuyucak e Volesky (1989) que diz que os valores de pH
afetam o processo de biossorccedilatildeo e com os dados obtidos na Tabela 26 eacute possiacutevel notar que
haacute desempenho significativo para valores de pH em torno 35 Assim pode-se afirmar que
a faixa oacutetima de pH para realizaccedilatildeo de biossorccedilatildeo de chumbo pelo resiacuteduo da laranja varia
de aproximadamente 35 ateacute 7 visto que para valores acima desse limite ocorre a formaccedilatildeo
de hidroacutexido de chumbo (SKOOG et al 2006) Valores mais especiacuteficos da faixa oacutetima de
pH podem ser obtidos atraveacutes da realizaccedilatildeo de mais experimentos e anaacutelises
Para a elaboraccedilatildeo desta pesquisa outros projetos trabalhos anaacutelises e ensaios foram
consultados com o intuito de corroborar partes teoacutericas no entanto as conclusotildees
apresentadas por estes natildeo foram consideradas no presente item pois todas as anaacutelises com os
respectivos resultados foram obtidos a partir de um efluente artificialmente contaminado por
chumbo o que natildeo condiz com o objetivo primeiro deste trabalho isto eacute anaacutelise da
possibilidade de implantaccedilatildeo de uma simbiose industrial
55
531 Reduccedilatildeo do tamanho do resiacuteduo
A reduccedilatildeo dos resiacuteduos ateacute que estes apresentem-se em forma de um poacute eacute
importante visto que haacute um aumento da superfiacutecie de contato induzindo uma maior
eficiecircncia no processo de biossorccedilatildeo por meio da aceleraccedilatildeo da velocidade de reaccedilatildeo
(ATKINS JONES 2006)
Assim mesmo este sendo o primeiro processo realizado na preparaccedilatildeo dos resiacuteduos
na pesquisa citada no item anterior o presente toacutepico buscou tecnologias que promoveriam
a cominuiccedilatildeo de resiacuteduos jaacute secos visto que de acordo com Fellows (2006) o processo de
transformaccedilatildeo de alimentos em poacute eacute facilitado quando ocorrido nesse estado
A seguir satildeo descritos alguns equipamentos utilizados para reduzir o tamanho de
alimentos secos de acordo com Fellows (2006)
Moinho de bolas ndash cilindros de accedilo que giram lentamente utilizados para produzir
poacutes
Moinho de discos ndash empregam forccedilas de cisalhamento na moagem fina ou forccedilas
de cisalhamento mais impacto para moagem grosseira
Moinho de martelos ndash utilizado para mateacuterias cristalinos e fibrosos os quais satildeo
desintegrados pela accedilatildeo dos martelos
532 Desidrataccedilatildeo do resiacuteduo
De acordo com Fellows (2006) desidrataccedilatildeo eacute definida como a aplicaccedilatildeo de calor
sob condiccedilotildees controladas com a finalidade de remover aacutegua normalmente presente nos
alimentos Alguns equipamentos a ar quente definidos por Fellows (2006) satildeo
Secadores de caixa ndash podendo ter vaacuterios metros de altura permite que a umidade
seja uniformizada poreacutem eacute importante que o alimento seja suficientemente resistente para
resistir agrave compressatildeo
56
Secadores de cacircmara ndash utilizados para pequenas escalas de produccedilatildeo (1 a 20 t d-1)
apresentam baixo custo de implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo muitas vezes necessitam de auxiacutelio
de outros tipos de secadores
Secadores de tuacutenel ndash apresentam capacidade para secar grandes quantidades de
alimento em curtos periacuteodos de tempo necessitam de auxiacutelio dos secadores de caixa
Secadores transportadores ndash utilizados para secagem em grande escala (55 t h-1)
secagem finalizada em secadores de caixa
Secadores de leito fluidizado ndash distribuem ar em alta velocidade de forma
homogecircnia pela cacircmara fazendo com que o alimento fique suspenso no ar sendo
vigorosamente agitado
Secadores de forno ndash construccedilotildees de dois andares que requerem alto custo de
implementaccedilatildeo e matildeo de obra
Secadores pneumaacuteticos ndash apresentam baixas taxas de investimento inicial e
manutenccedilatildeo e altas taxas de secagem Sua produtividade varia de 10 kg h-1 a 25 t h-1
Frequentemente utilizados apoacutes secador por spray
Secadores rotatoacuterios ndash altas taxas de secagem indicado para alimentos que
entrelaccedilam e aglomeram nos secadores de esteira
Secadores em spray ndash apresentam como vantagens a secagem raacutepida e a produccedilatildeo
contiacutenua baixos custos de matildeo de obra e operaccedilatildeo poreacutem apresentam elevado custo
inicial
Secagem solar ndash operaccedilatildeo de processamento agriacutecola mais utilizada no mundo
geralmente os alimentos satildeo dispostos ao ar livre Meacutetodos sofisticados utilizam-se da
energia solar para realizar a secagem dos alimentos Tecnologias simples e baratas sem
necessidade de energia ou matildeo de obra
A desidrataccedilatildeo tem por objetivo o prolongamento da vida uacutetil inibindo atividade
enzimaacutetica e crescimento microbiano poreacutem a temperatura de processamento costuma natildeo
ser suficiente para inativaccedilatildeo destes assim se houver aumento do teor de umidade durante
a estocagem ocorreraacute raacutepida deterioraccedilatildeo da mateacuteria em questatildeo A estocagem do material
desidratado deve ser realizada em local limpo (reduccedilatildeo dos meios contaminantes) e arejado
(o qual impediria a proliferaccedilatildeo de animais e micro-organismos) (FELLOWS 2006)
57
6 ANAacuteLISES E DISCUSSOtildeES DE DADOS
61 Aacuterea de estudo
Para realizaccedilatildeo deste estudo foi selecionado o municiacutepio de Bebedouro que estaacute
situado no norte do estado de Satildeo Paulo Pertencendo agrave microrregiatildeo da Serra de
Jaboticabal e mesorregiatildeo de Ribeiratildeo Preto Bebedouro possui uma aacuterea de 683192 Kmsup2
e uma populaccedilatildeo de aproximadamente 78000 habitantes (Figura 10) O clima eacute tropical e
ameno com temperatura em torno de 23 graus Celsius (IBGE c2014 IZIDORO FILHO
1991)
Figura 10 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea de estudos
Fonte IBGE (2010)
A origem do nome da cidade eacute devido a um coacuterrego conhecido como Bebedor o
qual servia de parada para tropeiros boiadeiros e animais que demandavam do sertatildeo para
Jaboticabal (IBGE c2014 CIDADES 2015)
De acordo com Izidoro Filho (1991) a citricultura ainda desempenha papel
importante para o municiacutepio pois Bebedouro estaacute entre os dez maiores produtores de laranja
do estado de Satildeo Paulo apesar de jaacute ter sido o maior produtor em 1988 Por esta razatildeo ainda
58
hoje possui a alcunha de ldquoCapital Nacional da Laranjardquo (GALINARI 2015) Na Tabela 27
verificam-se dados coletados do IBGE (2012) referentes agrave cultura de laranja no municiacutepio
Tabela 27 ndash Dados da produccedilatildeo de laranja em Bebedouro
Quesito Quantidade Unidade
Aacuterea colhida 8000 Hectares
Aacuterea destinada agrave colheita 8000 Hectares
Quantidade produzida 269688 Toneladas
Rendimento meacutedio 33711 Quilograma por hectare
Valor da produccedilatildeo 47069 Mil reais
Fonte IBGE (2012)
62 Processamento dos resiacuteduos de laranja
De acordo com pesquisa realizada por Montanher e Rollemberg (2011) citada e
descrita no item 64 afirma-se que os processos necessaacuterios agrave utilizaccedilatildeo dos resiacuteduos de
laranja como meacutetodo de tratamento de efluente satildeo a trituraccedilatildeo e a desidrataccedilatildeo destes
A partir do levantamento de dados realizado nos itens 632 e 633 aconselha-se a
utilizaccedilatildeo das seguintes teacutecnicas no caso especiacutefico deste trabalho
1) Secagem solar ndash apresenta como vantagens a natildeo utilizaccedilatildeo de energia eleacutetrica e
operaccedilatildeo que natildeo necessita de matildeo de obra qualificada Secadores solares podem ser
manufaturados gerando diminuiccedilatildeo do custo inicial
2) Moinho de martelos ndash visto que os resiacuteduos de laranja satildeo materiais fibrosos
esse eacute o moinho que melhor se adequa ao propoacutesito de cominuiccedilatildeo do material Apresenta
custo inicial variando de R$ 900000 agrave R$ 4500000 de acordo com pesquisa realizada no
cataacutelogo online da MF RURAL (2015)
63 Reator e flotador
Como elucidado pela literatura o processo de biossorccedilatildeo ocorre de maneira
homogecircnea quando em condiccedilotildees ambiente controladas as quais satildeo providenciadas por
reatores contiacutenuos
59
Portanto propotildee-se a utilizaccedilatildeo de um reator de leito fixo em virtude desse permitir
a recirculaccedilatildeo da biomassa no reator facilitada pela propriedade de dessorccedilatildeo do metal que
essa apresenta (SEOLATTO et al 2009) o que reduziria a demanda do resiacuteduo de laranja
Aleacutem do mais o reator apresenta outras vantagens como a faacutecil operaccedilatildeo e o pequeno
porte
De acordo com o cataacutelogo da Sigma-Aldrich (c2015) o valor de reator de leito fixo
varia de acordo com a capacidade do frasco e do funil variaccedilatildeo que pode ser verificada na
Tabela 28
Tabela 28 ndash Valores do reator de leio fixo
Capacidade do frasco (mL) Capacidade do funil (mL) Valor (R$)
500 60 2381000
1000 120 2416000
3000 150 3590000
5000 500 3804000
Fonte elaborada a partir de dados da SIGMA-ALDRICH (c2015)
O processo de tratamento utilizando o presente reator pode ocorrer tanto em
batelada quando continuamente
Outra alternativa seria o uso combinado dos processos de biossorccedilatildeo com flotaccedilatildeo
denominado de bioflotaccedilatildeo no qual o biorreagente eacute aplicado diretamente no sistema
flotador De acordo com Calfa e Torem (2007) esse sistema tem sido amplamente
empregado e validado por diversos autores sendo que a flotaccedilatildeo por ar disperso e por ar
dissolvido satildeo as mais empregadas em sistemas combinados A influecircncia do tempo no
processo de flotaccedilatildeo das biomassas jaacute carregadas com o metal foi verificada e conclui-se
que o processo ocorre muito rapidamente atingindo quase 100 de remoccedilatildeo das
biomassas em 1 minuto (CALFA TOREM 2007) Os autores ainda afirmam que aleacutem de
pesquisas em escala de bancada jaacute existem sistemas comerciais de biossorccedilatildeo disponiacuteveis
inclusive com diversas patentes segundo estudos de Wase et al (1997) A Tabela 29
apresenta uma relaccedilatildeo de flotadores
60
Tabela 29 ndash Especificaccedilotildees dos flotadores de ar dissolvido
Modelo (mL) Capacidade (m3 h-1) Valor (R$) [1]
JDF FAD 2 1 a 2 3500000
JDF FAD 5 5 a 8 8000000
JDF FAD 15 10 a 20 12500000
[1] cotaccedilatildeo realizada com a empresa JDF
Fonte elaborada a partir de dados da JDF (2015)
O uso do flotador apresenta aleacutem de faacutecil operaccedilatildeo baixo consumo de energia
64 Induacutestria 1
A induacutestria 1 gera 07 m3 d-1 de efluente industrial com 257 mg L-1 de chumbo
assim aproximadamente 179 kg desse metal eacute transportado pelo efluente por dia Esta
possui estaccedilatildeo de tratamento de efluente com correccedilatildeo de pH e agitaccedilatildeo mecacircnica
floculaccedilatildeo mecacircnica e filtraccedilatildeo
O efluente depois de tratado apresenta a quantidade de 0305 mg L-1 de chumbo
sugerindo diminuiccedilatildeo de aproximadamente 159 kg (89) do metal no efluente gerado11 o
que o enquadra dentro dos limites da Resoluccedilatildeo CONAMA 43011 (BRASIL 2011) e Lei
Estadual 99776 (SAtildeO PAULO 1976)
De acordo com Eckenfelder (2000) as tecnologias para remoccedilatildeo de metais pesados
de efluentes industriais satildeo precipitaccedilatildeo convencional (hidroacutexido sulfeto carbonato e
coprecipitaccedilatildeo) precipitaccedilatildeo melhorada (dimetil carbonato dietil carbonato e sal
trisodium) troca-iocircnica adsorccedilatildeo filtraccedilatildeo por membrana e meacutetodos eletromecacircnicos
Portanto o meacutetodo de correccedilatildeo de pH efetuado pela referida ocasionado provavelmente
pela adiccedilatildeo de carbonatos eacute tambeacutem uma forma de remoccedilatildeo de metais pesados da aacutegua
Supondo que a induacutestria utiliza carbonato de soacutedio como processo de tratamento e
sabendo que o valor de mercado varia de R$ 700 a 120012 o quilo do produto eacute possiacutevel
calcular os potenciais gastos da induacutestria com o meacutetodo de tratamento atual Sabendo que
satildeo necessaacuterios 2 kg do produto carbonato de soacutedio para tratar 07 m3 d-1 de efluente
11 Natildeo foi especificado no MCE ou em anexos qual a destinaccedilatildeo final do efluente tratado Tambeacutem natildeo foi
especificado a quantidade de lodo gerado sua destinaccedilatildeo final ou se esse possui anaacutelises 12 Cotaccedilatildeo realizada pela SCS ndash Comercial e Serviccedilos de Quiacutemica
61
(ECKENFELDER 2000) a induacutestria gasta hoje entre R$ 7000 a 12000 por semana
aproximadamente
Poreacutem como os iacuteons metaacutelicos agora estatildeo presentes no lodo do tratamento por
causa da neutralizaccedilatildeo (BOTERO et al 2009) e sabendo que no MCE natildeo constam
quaisquer anaacutelises destinaccedilatildeo ou quantificaccedilatildeo desse pressupotildee-se que esse lodo pode
estar ocasionando contaminaccedilatildeo pelo metal chumbo visto que para destinaccedilatildeo adequada
satildeo necessaacuterias anaacutelises de enquadramento
Tal contaminaccedilatildeo pode estar ocorrendo no local de disposiccedilatildeo ou se o lodo estiver
sendo desaguado na rede coletora de esgotamento sanitaacuterio pode estar trazendo problemas
para o sistema de tratamento de esgoto referente visto que o processo de tratamento
realizado em Bebedouro eacute efetuado da seguinte forma trecircs lagoas de estabilizaccedilatildeo
constituiacutedo de uma lagoa anaeroacutebica duas lagoas facultativas um tanque de desinfecccedilatildeo
grade caixas de areia e escada de aeraccedilatildeo (SAAEB 2003) natildeo objetivando o tratamento
de efluentes industriais
641 Quantificaccedilatildeo do resiacuteduo de laranja
Mensurado o total de efluente industrial gerado no periacuteodo de um dia pela induacutestria
1 eacute possiacutevel quantificar os resiacuteduos de laranja necessaacuterios para que esta possa realizar o
processo de tratamento de efluentes utilizando-se do material orgacircnico em questatildeo Natildeo
levou-se em consideraccedilatildeo a recirculaccedilatildeo do resiacuteduo dentro do reator
A induacutestria 1 gera um total de 07 m3 d-1 com 257 mg L-1 de chumbo sabendo-se
que satildeo necessaacuterios 3 g de resiacuteduo seco de laranja por 100 mL de efluente com 94 mg L-1
de chumbo e considerando uma diminuiccedilatildeo de 70 do peso resiacuteduo depois de realizado
o processo de secagem solar considera-se que a induacutestria usaria em torno de 082 kg de
resiacuteduo de laranja uacutemido por dia para realizaccedilatildeo do tratamento do efluente contaminado
pelo metal chumbo
De acordo com a Tabela 8 o efluente gerado pela induacutestria 1 apresenta pH 6 que
conforme o item 53 apresenta-se dentro da faixa oacutetima de biossorccedilatildeo pelo resiacuteduo de
laranja
62
642 Transporte
O translado dos resiacuteduos de laranja do local de sua produccedilatildeo ateacute a induacutestria que o
utilizaria como meacutetodo de tratamento de efluente pode ser analisado a partir das
coordenadas geograacuteficas das induacutestrias e da plataforma Google Maps (c2015)
Trecircs rotas diferentes cujas quilometragens satildeo as menores possiacuteveis foram geradas
pela ferramenta virtual citada conforme a Tabela 30
Tabela 30 ndash Menores rotas possiacuteveis entre a induacutestria de suco e a induacutestria 1
Rota Distacircncia (km) Tempo (min)
1 46 8
2 48 9
3 46 9
Fonte elaborado a partir de dados GOOGLE MAPS (c2015)
O caacutelculo da massa requerida para o tratamento foi realizado no item 641
chegando-se ao valor de 082 kg d-1 de biomassa uacutemida assim considerando o transporte
de 150 kg de resiacuteduo que duraria em torno de 36 semana consecutivas de tratamento
realizado em dias uacuteteis e que a distacircncia meacutedia entre as induacutestrias eacute de 5 km o valor
sugerido para o translado do material acondicionado em duas bombonas plaacutesticas foi de R$
6500 (referenciado pelo peso do material) e mais uma taxa constante em nota fiscal
(sugerida em R$ 1000013) portanto um custo de R$ 16500
65 Consideraccedilotildees
O meacutetodo de tratamento proposto pelo presente trabalho teve os processos e
tecnologias necessaacuterias elucidados nos itens 62 e 63
A Tabela 32 apresenta item especiacutefico relacionado ao equipamento denominado
reator de leito fixo as propostas constantes tecircm por finalidade expor as tecnologias cujo
13 Informaccedilatildeo verbal fornecida por funcionaacuterio de uma empresa transportadora
63
custo fosse o maior possiacutevel com o propoacutesito de verificar o potencial teto de gastos que as
induacutestrias teriam caso adotassem a proposiccedilatildeo elucidada
No entanto as propostas constantes no item da Tabela 32 relacionadas ao flotador
de ar dissolvido foram selecionadas a partir da vazatildeo da induacutestria conforme as
especificaccedilotildees da Tabela 29 Como somente a induacutestria 1 apresentou valores de vazatildeo no
MCE esta relaccedilatildeo somente condiz a ela Com vazatildeo de 07 m3 d-1 o flotador mais
adequado compreende o modelo FAD 2 com 1 a 2 m3 h-1
Tabela 31 ndash Gastos com as tecnologias referentes
Equipamento Valor da Proposta 1 (R$) Valor da Proposta 2 (R$)
Secagem solar ndash ndash
Moinho de martelos 4500000 4500000
Reator de Leito Fixo de 5000 mL [1] 3804000 ndash
Flotador de ar dissolvido JDF FAD 2 [2] ndash 3500000
Custo inicial de implementaccedilatildeo 8304000 8000000
Transporte a cada 36 semanas [3] 16500 16500
[1] cotaccedilatildeo obtida pela Sigma-Aldrich [2] cotaccedilatildeo obtida pela empresa JDF [3] cotaccedilatildeo de transporte
considerado apenas para a induacutestria 1
Fonte proacuteprio autor
Para o reator de leito fixo o custo inicial de implementaccedilatildeo do sistema de
tratamento para ambas as induacutestrias girou em torno de R$ 8304000
Para a bioflotaccedilatildeo o custo inicial da induacutestria 1 girou em torno de R$80000
O custo de transporte para a induacutestria 1 eacute de R$ 16500 a cada 36 semanas o que
representa R$ 458 por semana e R$ 092 por dia caso a induacutestria opte por utilizar os
serviccedilos de uma empresa transportadora
Poreacutem o seguinte pode ser considerado na hipoacutetese de o translado ser possiacutevel de
ser efetuado pela mesma ocorreraacute consideraacutevel reduccedilatildeo no custo visto que este giraraacute em
torno do combustiacutevel gasto no percurso de ida e volta cuja pesquisa indicou uma
quilometragem aproximada de dez quilocircmetros
A Tabela 33 apresenta o balanccedilo de massa e energia diaacuterio referente ao tratamento
por biossorccedilatildeo para a induacutestria 1 considerando a aquisiccedilatildeo de um flotador por ar
dissolvido ou um reator de leito fixo
Tabela 32 ndash Balanccedilo de massa e energia diaacuterio proposto para a induacutestria 1
Componente Flotador por Ar Dissolvido Reator de Leito Fixo
Vazatildeo (m3) 070 070
64
Resiacuteduo de laranja (kg) 082 082
Tempo da biossorccedilatildeo (min) 5 a 15 [1] 35 [2]
Tempo equipamento (min) 21 a 42 35 [2]
Tempo total (min) 26 a 47 35 [2]
Consumo de Energia (kWh) 025 Nd
Custo de resiacuteduo (R$) 092 092
Custo de energia por dia (R$) [3] 008 Na
Custo total (R$) 200 092
Nd ndash natildeo disponiacutevel Na ndash natildeo avaliado [1] tempo determinado por Volesky e Nolan (1995) [2] tempo
estipulado conforme realizado por Montanher e Rollemberg (2011) [3] 1 kWh = 043341 R$ determinada
pela ANEEL conforme Resoluccedilatildeo Homologatoacuteria nordm 1858 publicada em 02 de marccedilo de 2015
Fonte proacuteprio autor
Nota-se a partir da Tabela 33 que o custo diaacuterio do tratamento proposto variou entre
R$ 092 e R$ 200 em torno de 85 a 91 menor que o custo do meacutetodo de tratamento
utilizado pois de acordo com as consideraccedilotildees realizadas no item 641 o custo diaacuterio
atual varia de aproximadamente R$ 1400 a R$ 240014
Como o meacutetodo de tratamento efetuado atualmente pela induacutestria 1 apresenta seacuterios
problemas com relaccedilatildeo a probabilidade de contaminaccedilatildeo o tratamento sugerido por ambas
as propostas pode ser identificado como meacutetodo de remediaccedilatildeo de tal passivo
Sendo assim qualquer accedilatildeo remediadora que seja instituiacuteda apresenta-se como
alternativa vaacutelida da problemaacutetica citada no item 651
14 Considerando uma semana uacutetil
65
7 CONCLUSAtildeO
Este trabalho procurou identificar a possibilidade da implementaccedilatildeo do processo de
simbiose industrial entre induacutestrias jaacute consolidadas em atividade no municiacutepio de
Bebedouro relacionando o uso de material residual orgacircnico produzido por determinada
induacutestria que seria utilizado como agente de biossorccedilatildeo em processos de tratamento de
aacutegua residuaacuteria industrial de uma outra ambas compartilhando pequena distacircncia
geograacutefica
Das distintas situaccedilotildees supostas a partir da identificaccedilatildeo da induacutestria geradora de
resiacuteduos de laranja e das induacutestrias potencialmente geradoras de efluente contaminado pelo
metal chumbo em Bebedouro (SP) detectou-se duas induacutestrias que se enquadravam nas
possibilidades de implementaccedilatildeo de um processo de simbiose industrial e consequente
proposiccedilatildeo do meacutetodo de tratamento (biossorccedilatildeo combinada com flotaccedilatildeo ou realizada em
reator de leito fluidizado)
Uma induacutestria (denominada 1) pocircde ter um pleno desenvolvimento quanto as
especificaccedilotildees que esclareceram as vantagens do meacutetodo de tratamento proposto
A partir dos dados levantados e analisados eacute possiacutevel citar como vantagens para ambas as
propostas de tratamento 1) a logiacutestica facilitada pela proximidade de ambas as induacutestrias
sendo essa favoraacutevel e com baixos custos 2) a significativa reduccedilatildeo do valor diaacuterio do
tratamento 3) a faacutecil operaccedilatildeo dos processos 4) destinaccedilatildeo ambiental adequada para
ambos os passivos ambientais (de laranja e de chumbo) 5) a capacidade de dessorccedilatildeo da
biomassa a qual possibilita a separaccedilatildeo do metal chumbo do resiacuteduo de laranja sendo
percebidos como um aprimoramento do uso dos recursos naturais Considera-se que a
simbiose industrial eacute um processo importante a ser considerado na busca pela minimizaccedilatildeo
dos impactos ambientais acarretados pelas correntes residuais uma vez que determina a
reinserccedilatildeo destes em outros processos produtivos Geradores que adotam a praacutetica da
simbiose industrial satildeo aqueles que visam os ganhos coletivos em detrimento do exclusivo
ganho individual
Vale ressaltar que mesmo para a identificaccedilatildeo desta uacutenica situaccedilatildeo foi necessaacuterio o
enfrentamento de diversos desafios principalmente de acesso a informaccedilotildees especiacuteficas
tanto na cadeia produtiva quanto das informaccedilotildees ambientais por parte das empresas
Considera-se necessaacuteria uma rigidez maior da CETESB com relaccedilatildeo aos dados fornecidos
pelas induacutestrias visto que o preenchimento do MCE natildeo segue normatizaccedilatildeo especiacutefica o
66
que dificulta a tabulaccedilatildeo de dados aleacutem de natildeo abranger toda as atividades produtivas
devido agrave falta de rigor nas anaacutelises dos teacutecnicos e engenheiros responsaacuteveis Assim
observou-se a necessidade de uma maior abertura no sentido da plena divulgaccedilatildeo de
informaccedilotildees ambientais por parte das empresas assim como a necessidade de organizaccedilatildeo
de um banco de dados que contenha informaccedilotildees da cadeia produtiva do consumo de
mateacuteria prima e insumos aos processos de geraccedilatildeo e especificaccedilatildeo de resiacuteduos e
contaminantes
67
8 SUGESTAtildeO PARA TRABALHOS FUTUROS
Como sugestatildeo para trabalhos futuros
Otimizaccedilatildeo das condiccedilotildees de pH para biossorccedilatildeo com casca de laranja
Elaboraccedilatildeo de questionaacuterios para as induacutestrias produtoras do suco e geradoras de
efluente contaminado pelo metal chumbo
Scale up do processo de biossorccedilatildeo com bioflotaccedilatildeo
Scale up do processo de biossorccedilatildeo com reator de leito fluidizado
68
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76
ANEXO A
Primeira carta encaminha para CETESB para solicitaccedilatildeo de informaccedilotildees
Obs As Tabelas informadas na carta abaixo foram omitidas para que as empresas natildeo
sejam expostas e aleacutem disso natildeo haacute autorizaccedilatildeopermissatildeo para a divulgaccedilatildeo dos nomes
Lorena 27 de agosto de 2015
Ilmo Senhor
Marcio Barbosa Tango
CETESB - Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo
Assunto Solicitaccedilatildeo de informaccedilotildees sobre os efluentes liacutequidos de induacutestrias quiacutemicas
metaluacutergicas e de produccedilatildeo de embalagens da produccedilatildeo de resiacuteduos em induacutestrias alimentiacutecias
todas do municiacutepio de Bebedouro
Viemos por meio deste solicitar a contribuiccedilatildeo da Companhia Ambiental do Estado de Satildeo
Paulo para o desenvolvimento do Trabalho de Conclusatildeo de Curso em Engenharia Ambiental
intitulado ldquoAnaacutelise da viabilidade em escala real da utilizaccedilatildeo do bagaccedilo da laranja como agente
biossorvente de chumbordquo sendo desenvolvido pela aluna Ludmila Manera Conti na Escola de
Engenharia de Lorena ndash EELUSP sob orientaccedilatildeo da Profa Dra Danuacutebia Caporusso Bargos
O referido Trabalho de Conclusatildeo de Curso tem como objetivo fazer um levantamento das
induacutestrias com potencial para utilizaccedilatildeo do bagaccedilo da laranja como agente biossortivo Assim para
o alcance dos objetivos propostos eacute necessaacuterio o conhecimento de algumas informaccedilotildees presentes
no Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento referente agraves induacutestrias identificadas na Tabela
1 em anexo Tais informaccedilotildees referentes ao ldquoBalanccedilo hiacutedricordquo a saber
Efluentes (sanitaacuterio industrial outros e total de efluentes) a) Consumovazatildeo meacutedia b)
Consumovazatildeo maacutexima c) Eacutepoca d) Consumovazatildeo miacutenima
Dos ldquoEfluentes liacutequidosrdquo a saber a) Despejos (Identificaccedilatildeo Descriccedilatildeo Contiacutenuo ndash vazatildeo e
meacutetodo Descontiacutenuo ndash periodiacutecidade volume duraccedilatildeo) b) Vazatildeo total de despejos c) Vazatildeo de
recirculaccedilatildeo d) Vazatildeo de lanccedilamento e) Disposiccedilatildeo final (Descriccedilatildeo Nome do riolinhas de
despejo)
Do ldquoResumo de lanccedilamentosrdquo a saber a) Despejo (Identificaccedilatildeo Descriccedilatildeo) b) Poluente c)
Concentraccedilatildeo bruta d) Unidade de medida e) Concentraccedilatildeo final f) Unidade de medida g)
Unidades de tratamento (Sequecircncia Descriccedilatildeo Quantidade)
Da geraccedilatildeo de resiacuteduos industriais referentes a Tabela 2 em anexo da parte ldquoResiacuteduos
soacutelidosrdquo a) Identificaccedilatildeo b) Coacutedigo resiacuteduo c) Descriccedilatildeoorigem do resiacuteduo d) Classe e) Estado
77
fiacutesico f) Quantidade anual g) Unidade h) Composiccedilatildeo aproximada i) Meacutetodo utilizado j)
Aspecto geral
Declaramos que as informaccedilotildees solicitadas seratildeo objeto uacutenica e exclusivamente de pesquisa
acadecircmica sendo devidamente creditadas e natildeo havendo qualquer finalidade comercial no uso das
mesmas
Registramos ainda a importacircncia deste apoio para a realizaccedilatildeo deste trabalho que seraacute
inclusive posteriormente divulgado em formato digital e analoacutegico por meio da sua
disponibilizaccedilatildeo no sistema de bibliotecas da USP como uma contribuiccedilatildeo da Universidade para a
aacuterea de gerenciamentogestatildeo de resiacuteduos e efluentes uma vez que como propomos o resiacuteduo de
uma induacutestria pode ser considerado mateacuteria em processo de outras induacutestrias caracterizando o
iniacutecio de um processo de simbiose industrial
Solicitamos que o envio das informaccedilotildees solicitadas seja realizado preferencialmente por meio
de correio eletrocircnico ndash danubiacbargosuspbr eou ludmillaalunoseeluspbr Em caso da
impossibilidade de envio das informaccedilotildees da forma sugerida segue endereccedilo institucional
AC Profa Danuacutebia Caporusso Bargos Departamento de Ciecircncias Baacutesicas e Ambientais
Escola de Engenharia de Lorena ndash EELUSP Estrada Municipal do Campinho snordm CEP 12602-
810 - Lorena-SP
Desde jaacute antecipamos nossos agradecimentos e nos colocamos agrave disposiccedilatildeo para os
esclarecimentos adicionais que se fizerem necessaacuterios
Atenciosamente
Profa Dra Danuacutebia Caporusso Bargos
Escola de Engenharia de Lorena (EELUSP)
Departamento de Ciecircncias Baacutesicas e Ambientais
Telefone +55 (12) ndash 3159-5094
E-mail danubiacbargosuspbr
Ludmilla Manera Conti
Graduanda em Engenharia Ambiental
Endashmail ludmillaalunoseeluspbr
78
ANEXO B
Segunda carta encaminha para CETESB para confirmaccedilatildeo de vistas de processos
Lorena 01 de outubro de 2015
Ilmo Senhor Marcio Barbosa Tango e Senhora Letiacutecia Franco Leonel
CETESB - Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo
Assunto vistas de processos de licenciamento
Venho por meio deste agradecer a atenccedilatildeo e presteza desta Companhia no atendimento agrave
minha solicitaccedilatildeo de vistas de processos para coleta de informaccedilotildees sobre os efluentes liacutequidos de
induacutestrias quiacutemicas metaluacutergicas e de produccedilatildeo de embalagens da produccedilatildeo de resiacuteduos em
induacutestrias alimentiacutecias do municiacutepio de Bebedouro Tal solicitaccedilatildeo eacute feita por motivo de
desenvolvimento do Trabalho de Conclusatildeo de Curso em Engenharia Ambiental intitulado
ldquoAnaacutelise da viabilidade em escala real da utilizaccedilatildeo do bagaccedilo da laranja como agente biossorvente
de chumbordquo desenvolvido pela aluna Ludmila Manera Conti na Escola de Engenharia de Lorena ndash
EELUSP sob minha orientaccedilatildeo
Devido a compromissos previamente assumidos na Instituiccedilatildeo pela qual sou docente natildeo
seraacute possiacutevel comparecer agrave agecircncia da Barretos nesta data para a realizaccedilatildeo da vista dos processos
cujos nuacutemeros segue em anexo Assim sou representada pela aluna Ludmila Manera Conti que estaacute
apta a fazecirc-lo
Novamente agradeccedilo a atenccedilatildeo e coloco-me agrave disposiccedilatildeo para quaisquer esclarecimentos
adicionais que se fizerem necessaacuterios
Atenciosamente
Profa Dra Danuacutebia Caporusso Bargos
Escola de Engenharia de Lorena (EELUSP)
Departamento de Ciecircncias Baacutesicas e Ambientais
Telefone +55 (12) ndash 3159-5094
E-mail danubiacbargosuspbr
13
1 INTRODUCcedilAtildeO
Considerando o modelo atual de desenvolvimento da sociedade como sendo
representado por um sistema aberto o qual necessita de uma fonte contiacutenua e inesgotaacutevel
de mateacuteria e energia (BRAGA et al 2002) e com um aumento das emissotildees de poluentes
em todo o mundo a busca por medidas remediadoras para melhoria das condiccedilotildees
ambientais torna-se cada vez maior
Como um exemplo de medida remediadora temos a pesquisa e desenvolvimento de
teacutecnicas que possibilitem a retirada de metais pesados do meio aquoso uma delas a
biossorccedilatildeo aleacutem de promover a destinaccedilatildeo a biomassas vegetais resultantes de processos
produtivos tambeacutem apresenta alto iacutendice de funcionalidade
Umas das biomassas vegetais cuja produccedilatildeo eacute abundante no estado de Satildeo Paulo eacute a
proveniente da fruta laranja e os resiacuteduos desta sejam eles casca bagaccedilo ou sementes jaacute
foram analisados em estudos desenvolvidos por diferentes pesquisadores tais como
Massocatto et al (2009) e Almeida et al (2012) cujos resultados atestaram eficiecircncia
elevada quanto a biossorccedilatildeo especialmente do metal pesado chumbo
Diante do exposto o presente trabalho visa apresentar uma proposta de integraccedilatildeo
entre induacutestrias do municiacutepio de Bebedouro localizado no estado de Satildeo Paulo que
proveriam resiacuteduo de laranja para aquelas que poderiam utilizaacute-lo como meacutetodo de
tratamento de aacuteguas residuaacuterias aplicando dessa forma o conceito de Simbiose Industrial
que apresenta como fundamentos as oportunidades de conexatildeo oferecidas pela disposiccedilatildeo
geograacutefica das induacutestrias e aperfeiccediloamento do uso de mateacuteria e energia (CHERTOW
2000 GANER 1995)
14
2 OBJETIVOS
21 Principal
O presente trabalho propotildee identificar a possibilidade de implementaccedilatildeo de uma
simbiose industrial entre induacutestrias do municiacutepio de BebedourondashSP
22 Especiacuteficos
Para o incremento do objetivo exposto tornou-se necessaacuterio o alcance de objetivos
especiacuteficos tais como
Identificar as induacutestrias geradoras dos resiacuteduos soacutelidos de laranja e induacutestrias que
poderiam beneficiar-se com a utilizaccedilatildeo destes nos processos de tratamento de seus
efluentes contaminados com o metal chumbo
Avaliar os processos jaacute colocados em praacutetica por induacutestrias com potencial poluidor
para tratamento dos efluentes contaminados com o metal chumbo
Analisar os dados teacutecnicos para avaliaccedilatildeo do potencial das induacutestrias selecionadas
para a proposiccedilatildeo de arranjos institucionais que propiciem a integraccedilatildeo e a simbiose entre
induacutestrias do municiacutepio de Bebedouro
15
3 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA
31 Desenvolvimento sustentaacutevel
Algumas propostas da Lei nordm 1230510 (BRASIL 2010a) que institui a Poliacutetica
Nacional dos Resiacuteduos Soacutelidos (PNRS) satildeo a prevenccedilatildeo a reutilizaccedilatildeo e a reduccedilatildeo de
resiacuteduos as quais satildeo necessaacuterias para o cumprimento e efetividade da lei Paralelamente a
este ideal uma incitaccedilatildeo atual eacute a articulaccedilatildeo de um sistema de produccedilatildeo circular
denominado cradle to cradle (que significa ldquodo berccedilo ao berccedilordquo) que consiste na produccedilatildeo
zero de rejeitos no qual a mateacuteria residual de um processo exerceria uma funccedilatildeo em outro
(CCPII c2014) A partir desses preceitos busca-se o alinhamento do desenvolvimento
econocircmico e industrial agrave proteccedilatildeo do meio ambiente e o bem-estar humano ou seja o
desenvolvimento sustentaacutevel
Conforme definiccedilatildeo ldquodesenvolvimento sustentaacutevel eacute aquele que atende as
necessidades das geraccedilotildees atuais sem comprometer a capacidade das geraccedilotildees futuras de
atenderem as suas necessidades e aspiraccedilotildeesrdquo (UNITED NATIONS 1987)
De acordo com Fet e Michelsen (2002) ldquona natureza um sistema ecologicamente
sustentaacutevel eacute uma teia complexa de organismos no qual as mateacuterias e os resiacuteduos
conformam um ciclordquo Frosch e Gallopoulos (1989) agrave vista desse conceito desenvolveram
o ideal de ecossistema industrial o qual funcionaria analogamente aos sistemas
ecologicamente sustentaacuteveis os resiacuteduos gerados por uma companhia podemdevem ser
usufruiacutedos como recurso por outra correspondendo a um ciclo fechado de mateacuteria e
energia
311 Simbiose industrial
Em 1989 uma associaccedilatildeo de filiais de diferentes induacutestrias que realizavam uma
extensa partilha de recursos foi descoberta na Dinamarca O que foi denominado na eacutepoca
16
de ldquoa simbiose industrial em Kalundborgrdquo forneceu a possibilidade da realizaccedilatildeo concreta
dos ecossistemas industriais proposto por Frosch e Galloupolos em 1989 (CHERTOW
2007) Poreacutem analogamente ao ciclo residual fechado proposto pelos ecossistemas
industriais os fundamentos para a simbiose industrial satildeo a colaboraccedilatildeo e as
oportunidades de coesatildeo oferecidas pela proximidade geograacutefica (CHERTOW 2000)
aleacutem do uso aprimorado dos recursos naturais e reduccedilatildeo da produccedilatildeo de resiacuteduos finais
(GANER 1995) Assim considera-se que a simbiose industrial eacute um passo para a
realizaccedilatildeo do objetivo maior que seria o alcance de um ecossistema industrial
A ldquosimbioserdquo observada em 89 no distrito industrial de Kalundborg ocorreu de
modo gradual e sem uma concepccedilatildeo especiacutefica as induacutestrias empenharam-se no uso
econocircmico de seus subprodutos e minimizaram custos em conformidade agraves novas
regulamentaccedilotildees ambientais (EHRENFELD GERTLER 1997) A Figura 1 apresenta o
diagrama do distrito industrial de Kalundborg
Figura 1 ndash Diagrama do processo de simbiose em Kalundborg 1961 a 1989
Fonte adaptado de KALUNDBORG SYMBIOSIS (2015)
No decorrer dos anos e fazendo jus aos sistemas naturais o distrito industrial
desenvolveu-se de modo que novas relaccedilotildees conexotildees e empresas foram se estabelecendo
trazendo cada vez mais proacuteximo o ideal de ecossistema industrial tal como apresentado
na Figura 2
Existem ainda outros exemplos de processos de simbioses industriais que
aconteceram naturalmente ao redor do mundo como em Jyvaumlskylauml na Finlacircndia e Sytiria
na Aacuteustria (CHERTOW 2000)
17
Figura 2 ndash Simbioses industriais observada no distrito industrial de Kalundborg nos dias atuais
Fonte adaptado de KALUNDBORG SYMBIOSIS (2015)
Ehrenfeld e Gertler (1997) afirmaram que o ramo emergente da ecologia industrial
une os preceitos citados a outros como por exemplo o metabolismo industrial (cuja
elucidaccedilatildeo seraacute realizada mais adiante) trazendo-os como forma simplificada de
operacionalizaccedilatildeo de projetos desenvolvendo uma estrutura que identifica e implementa
estrateacutegias que visam agrave manutenccedilatildeo dos paradigmas ambientais almejando o
desenvolvimento industrial alicerccedilado ao desenvolvimento sustentaacutevel
Na Figura 3 eacute possiacutevel observar de modo linear o que Grann (1997) alegou em que
a simbiose industrial revela-se como um meacutetodo funcional da aplicaccedilatildeo do conceito
sustentaacutevel de desenvolvimento
Figura 3 ndash Os trecircs niacuteveis de operaccedilatildeo da Ecologia Industrial
Fonte adaptado de CHERTOW (2000)
18
Conforme a Figura 3 e de acordo com Chertow (2000) constata-se a existecircncia de
trecircs grandes aacutereas de operaccedilatildeo da ecologia industrial bem como alguns exemplos de
instrumentos de cada uma
1 Empresa ndash refere-se ao desenvolvimento de medidas que podem ser exercicidas
dentro da empresa tais como
Eco-design ndash estrateacutegia de design que visa a reduccedilatildeo das perdas ambientais
utilizada principalmente no desenvolvimento de novos produtos (GARNER
KEOLEIAN 1995)
Prevenccedilatildeo agrave poluiccedilatildeo ndash uniatildeo de princiacutepios que tem por finalidade a prevenccedilatildeo agrave
geraccedilatildeo de resiacuteduos antes do iacutenicio do processo industrial (CHERTOW 2000)
Economia verde ndash este novo campo da contabilidade se desvencilha-se da
contabilidade tradicional propondo-se a trazer informaccedilotildees mais exatas sobre o
ldquocustos ambientaisrdquo das empresas cuja influecircncia deve alcanccedilar o campo dos
negoacutecios relacionando-se a ldquoqualidade verderdquo do produto ou serviccedilo (RICHARDS
FROSCH 1997)
2 Inter-empresas ndash medidas que podem ser tomadas a partir da relaccedilatildeo entre
induacutestrias que encontram-se geograficamente proacuteximas tais como
Simbiose industrial ndash criaccedilatildeo de ligaccedilatildeo entre induacutestrias com objetivo de
aumentar a eficiecircncia da mateacuteria e energia que fluem atraveacutes do distrito industrial
em que se encontram (EHRENFELD GERTLER 1997)
Ciclo de vida dos produtos ndash ldquoprocesso usado para avaliar as perdas ambientais
relacionadas a um produto processo ou atividaderdquo (Society for Enviromental
Toxicology amp Chemistry ndash SETAC 1994 traduccedilatildeo nossa)
Iniciativa dos setores industriais
3 RegionalGlobal ndash medidas que podem ser adotadas entre nuacutecleos induacutestrias
Ciclos e orccedilamentos ndash eacute um sistema orientador que promove produccedilotildees com
designs mais ecoloacutegicos e economicamente sustentaacuteveis (GARNER KEOLEIAN
1995)
Fluxo de mateacuteria e energia ndash conceito desenvolvido por Robert Ayres
denominado de ldquometabolismo industrialrdquo leva em consideraccedilatildeo o fluxo de mateacuteria
e energia atraveacutes dos sistema industriais e por meio de anaacutelises in put (entrada) e
out put (saiacuteda) vecirc-se a possibilidade de identificaccedilatildeo de processos e produtos
ineficientes que podem resultar em perda material e prejuiacutezos ao meio ambiente
(GARNER KEOLEIAN 1995)
19
Portanto a simbiose industrial apresenta-se como uma ferramenta que envolve
induacutestrias tradicionalmente separadas em uma ldquoabordagem coletiva para a vantagem
competitiva envolvendo troca fiacutesica de materiais energia aacutegua eou subprodutosrdquo
(CHERTOW 2000 traduccedilatildeo nossa)
De acordo com Ehrenfeld e Gertler (1997) a partir do estreitamento da relaccedilatildeo
entre o conceito ambiental e o desenvolvimento industrial e considerando que esse jaacute vecircm
atrelado ao desenvolvimento econocircmico houve a necessidade da aplicaccedilatildeo dos conceitos
da Simbiose Industrial atraveacutes da configuraccedilatildeo de ldquoeco-parques industriaisrdquo
De acordo com Chertow (2000) ldquona praacutetica as definiccedilotildees de eco-parques
industriais ainda estatildeo em formaccedilatildeordquo poreacutem duas definiccedilotildees satildeo mais aceitas a do
Presidentrsquos Council Sustainable (PCSD)
ldquouma comunidade de empresas que cooperam entre si e com a
comunidade local para compartilhar de forma eficiente os recursos
(informaccedilotildees materiais aacutegua energia infra-estrutura e de habitats naturais)
levando a ganhos econocircmicos ganhos de qualidade ambiental e melhoria
equitativa dos recursos humanos para a comunidade empresarial e localrdquo
(PSCD 1996 traduccedilatildeo nossa)
E e a da USEPA
ldquoum eco-parque industrial eacute uma comunidade de manufatura e serviccedilos
que procuram melhor desempenho ambiental e econocircmico
atraveacutes da colaboraccedilatildeo na gestatildeo de questotildees ambientais e de recursos
incluindo energia aacutegua e materiais Ao trabalhar em conjunto a comunidade
de empresas procura um benefiacutecio colectivo que eacute maior do que a soma de a
benefiacutecios individuais de cada empresa iria perceber se ele otimizou seu
indiviacuteduo o desempenho apenasrdquo (USEPA 1995 traduccedilatildeo nossa)
Faz-se relevante neste contexto o estiacutemulo de uma nova revoluccedilatildeo industrial que
promova o desenvolvimento de accedilotildees que entrelaccedilariam o desenvolvimento econocircmico
com o bem-estar dos ecossistemas Poreacutem Casagrande Junior (2004) denota que as
inovaccedilotildees tecnoloacutegicas desenvolvidas pelo modelo econocircmico atual satildeo atreladas ao
ciacuterculo vicioso produccedilatildeo gt consumo gt crescimento econocircmico que estimulam o consumo
exacerbado gerando pressatildeo sobre os recursos naturais causando custos sociais e
ambientais
32 Chumbo
O chumbo eacute um metal pesado cujo siacutembolo eacute Pb de massa molar 2072 g mol-1 de
coloraccedilatildeo branca-azulada tornando-se acinzentado quando exposto ao ar Eacute inodoro
20
macio maleaacutevel possui baixa condutividade eleacutetrica e alta resistecircncia agrave corrosatildeo Funde-se
com facilidade agrave 3274 ordmC e sua temperatura de vaporizaccedilatildeo eacute de 1725 ordmC Pertence ao
grupo IVA da tabela perioacutedica cujo nuacutemero atocircmico eacute 82 podendo apresentar dois estados
de oxidaccedilatildeo Pb+2 mais estaacutevel e Pb+4 oxidante Historicamente tem sido amplamente
explorado pela sociedade devido a sua vasta disponibilidade no meio ambiente
principalmente na forma de compostos minerais sendo o sulfeto de chumbo (PbS)
conhecido como galena considerado a mais importante e abundante fonte de chumbo
(ALEXANDRINO 2014)
Existem relatos de utilizaccedilatildeo do chumbo por vaacuterias sociedades antigas no entanto
a primeira civilizaccedilatildeo a utilizaacute-lo amplamente foi o Impeacuterio Romano no seacuteculo V aC V
aC para ldquoconfecccedilatildeo de objetos [] fabricaccedilatildeo de tubulaccedilotildees e torneiras produtos de
beleza e ateacute na correccedilatildeo da acidez do vinho atraveacutes da adiccedilatildeo de oacutexido de chumbordquo
(Miranda e Souto 2010)
Atualmente cerca de 70 da produccedilatildeo mundial de chumbo eacute utilizada
fundamentalmente na elaboraccedilatildeo de baterias automotivas e na induacutestria de chumbo-aacutecido
embora tambeacutem apresente copiosas empregabilidades na induacutestria em geral devido a suas
caracteriacutesticas fiacutesicas e quiacutemicas (PRAC c2015) Na Figura 4 observam-se os processos de
extraccedilatildeo usos e disposiccedilatildeo final do chumbo nos anos 90
Figura 4 ndash Extraccedilatildeo uso e disposiccedilatildeo final de chumbo em 1990 em milhares de toneladas
Fonte elaborado a partir de GARNER KEOLEIAN (1995)
21
Comparativamente ao dado fornecido pelo PRAC observa-se que o ramo que
absorve a maior porcentagem do mercado extrativista continua o mesmo isto eacute a
fabricaccedilatildeo de baterias Eacute possiacutevel observar que a reciclagem do chumbo eacute quase que
integralmente proveniente dessa mesma atividade e que vaacuterios usos permanecem como
sistemas abertos de mateacuteria
Como consequecircncia dessa intensa utilizaccedilatildeo a contaminaccedilatildeo por chumbo eacute um
problema tatildeo expressivo quanto a extensatildeo de seu uso
ldquoA maior incidecircncia de intoxicaccedilatildeo por chumbo ocorre devido agrave
contaminaccedilatildeo ambiental pela ingestatildeo de alimentos e bebidas contaminadas
e por partiacuteculas suspensas no ar (KOSNETT 2003) Na atividade
ocupacional a via mais frequente de intoxicaccedilatildeo eacute a inalatoacuteria como
consequecircncia da contaminaccedilatildeo do ambiente de trabalho (PAOLIELLO
CHASIN 2001) Dentre os gecircneros alimentiacutecios que mais contribuem para a
ingestatildeo de chumbo destacam-se a aacutegua potaacutevel bebidas em geral cereais
vegetais e frutas (SALGADO 2003)rdquo (SCHIFER et al 2005)
O grande avanccedilo dos sistemas industriais e seu consequente aumento de atividades
nos uacuteltimos anos assim como a negligecircncia de certas induacutestrias tecircm sido responsaacuteveis
pela degradaccedilatildeo de efluentes especialmente pelo desaguamento de quantidades de metais
pesados nestes (PINTO et al 2003) Os metais acabam por contaminarem lenccediloacuteis freaacuteticos
e reservatoacuterios de aacutegua podendo causar danos agrave sauacutede da populaccedilatildeo tais danos ocorrem
quando haacute a extrapolaccedilatildeo dos limites maacuteximos tolerados pelo organismo humano
denominado no Brasil de Iacutendice Bioloacutegico Maacuteximo Permitido (IBPM) o qual foi
decretado pela NR 7 e aprovado pela Portaria SSST nordm 24 de 29 de dezembro de 1994 Na
Tabela 1 verificam-se os valores tolerados para a substacircncia chumbo
Tabela 1 ndash Paracircmetros para controle bioloacutegico da exposiccedilatildeo ocupacional
Agente quiacutemico Indicador Bioloacutegico
VR[1] IBPM[2]
Amostra Anaacutelise
Chumbo orgacircnico
Sangue Chumbo Ateacute 40 ug em 100 mL 60 ug em 100 mL
Urina Aacutecido Delta Aminolevuliacutenico Ateacute 45 g g-1 creat 10 mh g-1 creat
Sangue Zincoprotoporfirina Ateacute 40 ug em 100 mL 100 ug em 100 mL
Chumbo Tetraetila Urina Chumbo Ateacute 50 ug g-1 creat 100 ug g-1 creat
creat ndash abreviaccedilatildeo de creatinina [1] Valor de Referecircncia da Normalidade valor possiacutevel de ser
encontrado em populaccedilotildees natildeo-expostas ocupacionalmente [2] Iacutendice Bioloacutegico Maacuteximo Permitido eacute
o valor maacuteximo do indicador bioloacutegico para o qual se supotildee que a maioria das pessoas
ocupacionalmente expostas natildeo corre risco de danos agrave sauacutede A ultrapassagem deste valor significa
exposiccedilatildeo excessiva
Fonte adaptado de BRASIL (1994a)
22
321 Legislaccedilatildeo especiacutefica relacionada a descarga de efluentes
Conforme artigo 3ordm da Resoluccedilatildeo CONAMA nordm430
ldquoOs efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderatildeo ser lanccedilados
diretamente nos corpos receptores apoacutes o devido tratamento e desde que
obedeccedilam agraves condiccedilotildees padrotildees e exigecircncias dispostos nesta Resoluccedilatildeo e em
outras normas aplicaacuteveisrdquo (BRASIL 2011)
Assim considerou-se que para estar em acordo com a legislaccedilatildeo vigente pode
haver a necessidade da realizaccedilatildeo de tratamento preacutevio ou completo para descarga do
efluente em corpo drsquoaacutegua
Os padrotildees para lanccedilamento de efluentes em corpos receptores satildeo regulamentados
em acircmbito federal na Resoluccedilatildeo CONAMA nordm 430 de 2011 (BRASIL 2011) e em acircmbito
estadual pelo Decreto 8468 de 19761 (SAtildeO PAULO 1976) Na Tabela 2 verificam-se os
padrotildees de lanccedilamento para o metal chumbo em ambos os acircmbitos
Tabela 2 ndash Padrotildees de lanccedilamento de efluentes contendo chumbo em corpos drsquoaacutegua e em redes
coletoras de esgoto
Fonte elaborado a partir de BRASIL (2011) SAtildeO PAULO (1976)
322 Tratamento para efluentes com metais
O tratamento para remoccedilatildeo de metais pesados pode ser realizado a partir de
diferentes processos tais como a precipitaccedilatildeo quiacutemica troca-iocircnica filtraccedilatildeo por
membrana e meacutetodos eletromecacircnicos (ECKENFELDER 2000) Estes conforme
Tchobanoglous e Burton (1991) e Aksu (1998) podem ser processos dispendiosos e
ineficientes
1 A Lei Estadual 997 de 31 de maio de 1976 aprovada pelo Decreto 8468 de 8 de setembro de 1976 foi
alterada e acrescida de dispositivos pelos Decretos 15425 de 23 de julho de 1980 e pelo Decreto 47397 de
novembro de 2012
Destino Resoluccedilatildeo CONAMA nordm43011 Lei Estadual 99776
Emissatildeo em corpos drsquoaacutegua ateacute 05 mg L-1 ateacute 05 mg L-1
Emissatildeo em rede coletora de esgoto ndash ateacute 15 mg L-1
23
Poreacutem metais pesados podem ser extraiacutedos de um sistema aquoso empregando-se
adsorventes naturais como as cascas de determinadas frutas que constituem excelente
alternativa perante os processos quiacutemicos uma vez que satildeo abundantes apresentam baixo
custo comercial e natildeo apresentam uma destinaccedilatildeo especiacutefica fora o descarte convencional
(SIMOtildeES TAUK-TORNISIELO 2005)
Podendo ser fiacutesico ou quiacutemico o processo efetua-se pela interaccedilatildeo do material
adsorvente com o produto a ser adsorvido A adsorccedilatildeo fiacutesica eacute ocasionada principalmente
pelas forccedilas de van der Waals2 no qual o equiliacutebrio eacute atingido rapidamente e eacute reversiacutevel
jaacute a adsorccedilatildeo quiacutemica eacute a uniatildeo de moleacuteculas ou aacutetomos a uma superfiacutecie soacutelida que pode
ser realizada atraveacutes de ligaccedilotildees quiacutemicas ou por efeito cataliacutetico (WEBER JUNIOR 1972)
323 Biossorccedilatildeo
Segundo Volesky (1986) eacute denominada de biossorccedilatildeo a separaccedilatildeo seletiva de iacuteons
metaacutelicos de meio aquoso na qual o meio adsorvente seria uma biomassa sendo ainda um
processo natildeo agressivo no qual ocorrem somente interaccedilotildees entre os grupos funcionais da
biomassa com os iacuteons da soluccedilatildeo
ldquoA adsorccedilatildeo eacute uma forma de tratamento bastante eficaz utilizada para a
remoccedilatildeo de metais toacutexicos Devido a isto meacutetodos de adsorccedilatildeo de metais em
efluentes utilizando materiais naturais estatildeo sendo desenvolvidos podendo
ainda ser uma alternativa para o aproveitamento de resiacuteduos agroindustriaisrdquo
(MASSOCATTO et al 2009)
A utilizaccedilatildeo da biomassa como agente adsorvente alternativo em meacutetodos de
tratamento convencional apresenta como fatores significativos o reduzido valor agregado
comercial capacidade de tratar grande volume de efluente potencial de dessorccedilatildeo3 e
tempo de separaccedilatildeo seletiva de iacuteons variando de 5 a 15 minutos (PINO TOREM 2011
VOLESKY HOLAN 1995) Geralmente os adsorventes naturais evidenciam a mesma
eficaacutecia de reter iacuteons metaacutelicos que os adsorventes sinteacuteticos pois possuem agrupamentos
orgacircnicos e satildeo fibrosos o que gera uma maior aacuterea de influecircncia e ldquosiacutetiosrdquo para os iacuteons
serem adsorvidos (PAVAN 2007)
O uso da biomassa como agente de remoccedilatildeo de metais pesados jaacute eacute desde 1999
considerada pela USEPA como uma tecnologia de descontaminaccedilatildeo
2 Forccedilas de van der Waals forccedilas entre as moleacuteculas mais fracas que as forccedilas atocircmicas RUSSEL J
Quiacutemica Geral 2 ed Satildeo Paulo Makron Book 1994 vol 1 3 Recuperaccedilatildeo da espeacutecie metaacutelica
24
Diversos tipos de adsorventes tais como o palmito pupunha o sabugo de milho o
algodatildeo o caju as cascas de arroz banana noz pecatilde e laranja tecircm sido testados
laboratorialmente por pesquisadores da aacuterea cita-se Vaghetti et al (2009) que realizou
estudos sobre a eficiecircncia da casca da noz pecatilde como agente de retirada de iacuteons cromo(III)
cromo (VI) ferro zinco cobre manganecircs e chumbo de soluccedilotildees sinteacuteticas obtendo
especial ecircxito na biossorccedilatildeo de cromo (VI)
O processo de biossorccedilatildeo desenvolve-se de modo homogecircneo atraveacutes de condiccedilotildees
ambientais controladas as quais ocorrem dentro de reatores contiacutenuos (VOLESKY
NOLAN 1995 SANTOS VASCONCELOS 2002) Os reatores mais comumente usados
na remoccedilatildeo de metais pesados satildeo o de coluna de leito fixo e o anaeroacutebio de manta de
lodo (QUAMBY FOSTER 1995 SEOLATTO et al 2009)
De acordo com Lodeiro Herrero e Sastre de Vicente (2006) os reatores de coluna
de leito fixo promovem o melhor aproveitamento do biossorvente pois possibilitam ciclos
regenerativos jaacute os reatores anaeroacutebios de manta de lodo satildeo comumente utilizados em
tratamento de aacuteguas residuaacuterias por serem eficientes na remoccedilatildeo de mateacuteria orgacircnica e
apresentarem consideraacutevel baixo custo inicial (QUAMBY FOSTER 1995 SEOLATTO
et al 2009)
324 A laranja como adsorvente
Segundo Batista (2014)
ldquoA casca da laranja encontra-se na literatura dos estudos de adsorccedilatildeo
mostrando um grande potencial na remoccedilatildeo de resiacuteduos em efluentes O
Brasil eacute um grande produtor de laranja no mundo atualmente em torno de
70 do suco consumido mundialmente eacute proveniente de plantaccedilotildees ou da
industrializaccedilatildeo da laranja no Brasil Apoacutes a extraccedilatildeo do suco na induacutestria da
laranja grande parte do fruto mais de 50 eacute de rejeitos soacutelidos
representados pela casca bagaccedilo e sementesrdquo (BATISTA 2014)
Aproximadamente 18 milhotildees de toneladas de laranja satildeo produzidas anualmente
no Brasil e o Estado de Satildeo Paulo eacute responsaacutevel por 74 dessa produccedilatildeo (IBGE 2012)
Em 2011 os resiacuteduos de laranja oriundos de induacutestrias de processamento como por
exemplo de produccedilatildeo de suco chegaram a gerar 95 milhotildees de toneladas de resiacuteduos
(CODESP 2011) Apesar de ser uma mateacuteria abundante e de baixo custo a principal
utilizaccedilatildeo dessa biomassa tem sido como complemento na alimentaccedilatildeo bovina Tal
25
complemento chamado de ldquopolpa ciacutetrica peletizadardquo eacute produzido a partir da secagem dos
resiacuteduos de laranja Ateacute meados de 1993 o produto era desconhecido pela pecuaacuteria
nacional pois desde a deacutecada de 70 a polpa ciacutetrica era exportada quase que integralmente
para a Europa (NEVES et al 2010)
A previsatildeo para exportaccedilatildeo do produto em 2012 era de 180 toneladas isso
considerando que haveria um aumento de 21 com relaccedilatildeo a 2011 (CODESP 2011) A
polpa ciacutetrica peletizada continua natildeo sendo empregada amplamente no Brasil gerando um
remanescente de aproximadamente 932 milhotildees de toneladas de resiacuteduos de laranja sem
destinaccedilatildeo especiacutefica Dessa forma a sua utilizaccedilatildeo como insumo de agente biossortivo
obtido aproximadamente a custo zero torna-se de grande valia na retirada de metais
pesados de meio aquoso
Como apontado por Batista (2014) os rejeitos de laranja satildeo apontados na literatura
como material de adsorccedilatildeo mostrando um grande potencial na remoccedilatildeo de metais Aacuteguas
residuaacuterias que incluem por exemplo cromo chumbo e prata apresentam resultados
promissores particularmente a biossorccedilatildeo do chumbo apresenta aproximadamente 99 de
eficaacutecia com relaccedilatildeo a concentraccedilotildees variadas de chumborejeito de laranja (MORAES et
al 2011 MASSOCATTO et al 2009 ALMEIDA et al 2012)
Apesar da eficaacutecia laboratorial da utilizaccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos de laranja (casca
bagaccedilo e semente) na descontaminaccedilatildeo de um meio aquoso observa-se a necessidade do
estabelecimento da conexatildeo entre as induacutestrias que proveriam esse resiacuteduo de laranja com
as que poderiam utilizaacute-lo como meacutetodo de tratamento assim revelou-se a oportunidade
de aplicar o conceito de Simbiose Industrial atraveacutes de uma anaacutelise inter-empresas
avaliando a potencialidade de intercacircmbio dos rejeitos industriais como fonte de mateacuteria-
prima para outros processos produtivos em induacutestrias do municiacutepio de Bebedouro estado
de Satildeo Paulo
26
4 METODOLOGIA
A metodologia desenvolvida neste trabalho pode ser agrupada e pormenorizada em
quatro etapas todas elas partindo de um levantamento e anaacutelise de referenciais teoacutericos
embasados em dados bibliograacuteficos O levantamento de dados realizado neste trabalho teve
como primeira aacuterea de abrangecircncia o estado de Satildeo Paulo Foram utilizados os bancos de
dados do IBGE CDSP CETESB USEPA entre outros e tambeacutem web sites artigos teses
e pesquisas acadecircmico cientiacuteficas
41 Levantamento bibliograacutefico
Caracterizou-se o processo de simbiose industrial como forma de reinserccedilatildeo de
resiacuteduos na cadeia produtiva e sua efetiva implantaccedilatildeo como possibilidade viaacutevel do
alcance do desenvolvimento sustentaacutevel
Realizou-se definiccedilatildeo teacutecnica do metal pesado chumbo e contextualizaccedilatildeo da
problemaacutetica do uso histoacuterico desse metal com ecircnfase para a problemaacutetica do uso na
atualidade
Desenvolveu-se a relaccedilatildeo entre o capitalismo atual que promove os ciclos abertos
de mateacuteria e energia caracteriacutestica de parte do sistema produtivo com ecircnfase para aqueles
que geram aacuteguas residuaacuterias contaminadas pelo metal pesado chumbo
Avaliaram-se os meacutetodos de remoccedilatildeo de metais-pesados de aacuteguas residuaacuterias com
especial atenccedilatildeo ao uso de biomassa vegetal como agente no processo de adsorccedilatildeo4 objeto
de estudo deste trabalho
A partir da escolha da biossorccedilatildeo como meacutetodo para o tratamento de efluentes
realizou-se um levantamento bibliograacutefico sobre usos de diversas biomassas vegetais que
apresentariam eficaacutecia comprovada e que tambeacutem poderiam ser encontradas em
abundacircncia
Constatou-se que o maior produtor de laranja do Brasil eacute o estado de Satildeo Paulo e
que a cadeia produtiva da transformaccedilatildeo do produto in natura em suco eacute tambeacutem em sua
4 Neste trabalho foi denominada de biossorccedilatildeo a adsorccedilatildeo realizada por meio da utilizaccedilatildeo de biomassa
vegetal
27
grande maioria realizada dentro do estado O processo referido gera quantidade abundante
de biomassa vegetal de laranja cuja eficaacutecia no tratamento de efluentes contaminados pelo
metal pesado chumbo pocircde ser comprovada por referencial teoacuterico
Definiu-se de consideraacutevel relevacircncia a realizaccedilatildeo de um estudo que busque
evidecircncias da aplicabilidade e viabilidade de uma proposta para o processo de simbiose
entre as induacutestrias estudadas no qual os resiacuteduos (bagaccedilosementecasca) de laranja
possam ser utilizados como meacutetodo de tratamento de aacutegua residuaacuteria contaminada no
processo de produccedilatildeo industrial
42 Levantamento e anaacutelise da produccedilatildeo de laranja no Estado de SP
Apoacutes constataccedilatildeo por meio da Revisatildeo Bibliograacutefica que o Estado de Satildeo Paulo eacute
o estado que se apresenta como maior produtor de laranja do Brasil realizou-se um
levantamento da produccedilatildeo de laranja por cidades do estado Utilizaram-se dados do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do ano de 2012 que correspondem
ao levantamento da produccedilatildeo total de diversos tipos de leguminosas frutas e sementes por
cidade
Posteriormente realizou-se a elaboraccedilatildeo de um mapa referente agrave produccedilatildeo de
laranja por cidade do estado de Satildeo Paulo com suporte do programa de geoprocessamento
ArcGis 1031
A partir da obtenccedilatildeo de dados referentes agrave produccedilatildeo de laranja por cidade com sua
respectiva espacializaccedilatildeo constatou-se acessando o cataacutelogo da Associaccedilatildeo Nacional de
Exportadores de Sucos e Ciacutetricos (CitrusBR) que o escoamento de 93 da produccedilatildeo total
do estado eacute proveniente do denominado cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo cuja definiccedilatildeo seraacute elucidada
no capiacutetulo 51 tem a seguinte destinaccedilatildeo trecircs grandes empresas fabricantes de suco de
laranja consumo in natura e pequenas induacutestrias produtoras de suco
A seguir as cidades levantadas neste trabalho e integrantes do cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo
foram aferidas sequencialmente em ordem decrescente de produccedilatildeo mediante acessos aos
cataacutelogos industriais da Federaccedilatildeo das Induacutestrias do Estado de Satildeo Paulo (FIESP 2014) e
do Centro das Induacutestrias do Estado de Satildeo Paulo (CIESP 2015) com o intuito de verificar
a existecircncia de escoamento de produccedilatildeo de laranja destinado a pequenas induacutestrias de suco
28
Foi realizado contato por meios eletrocircnicos com as induacutestrias constantes no
material pesquisado no qual foram requeridas informaccedilotildees sobre
1) Existecircncia da geraccedilatildeo de resiacuteduo de laranja
2) Destinaccedilatildeo dada ao resiacuteduo se este existir
3) Quantificaccedilatildeo diaacuteria eou mensal eou anual do resiacuteduo se este existir
4) Armazenamento do resiacuteduo se este existir
A Companhia Ambiental do estado de Satildeo Paulo (CETESB) foi contatada com o intuito
de requisitar vista do Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento (MCE) desta induacutestria
com objetivo de levantamento dos dados pertinentes ao desenvolvimento deste trabalho Os
dados solicitados agrave CETESB referentes a cada induacutestria constam no Anexo A e B
43 Levantamento e anaacutelise das induacutestrias com potencial poluidor
A partir da delimitaccedilatildeo da aacuterea de estudo verificou-se a necessidade da realizaccedilatildeo
um levantamento das induacutestrias que poderiam utilizar-se da biossorccedilatildeo como meacutetodo de
tratamento de efluentes
Para tal houve a necessidade de realizar uma relaccedilatildeo entre as categorias industriais
da Environmental Protection Agency ndash United States (USEPA) as quais levam em
consideraccedilatildeo em sua descriccedilatildeo os componentes que potencialmente seriam encontrados
em seus respectivos efluentes com as categorias industriais brasileiras disponibilizadas
pelo IBGE
Sucedendo-se a esta associaccedilatildeo e jaacute delimitada a aacuterea de pesquisa como sendo o
limite municipal da cidade de Bebedouro realizou-se a partir de pesquisa nos cataacutelogos
industriais da FIESP (2014) e da CIESP (2015) afericcedilatildeo das induacutestrias que estariam dentro
dos paracircmetros dispostos nas categorias industriais caracterizadas neste trabalho isto eacute as
que potencialmente conteriam chumbo em suas aacuteguas residuaacuterias
Um total de onze induacutestrias apresentaram os quesitos para serem categorizadas pelo
meacutetodo citado Um mapa referente agrave disposiccedilatildeo dessas induacutestrias foi efetuado no programa
ArcGis 1031 Subsequentemente a agecircncia da CETESB responsaacutevel pelo municiacutepio de
Bebedouro foi contatada a fim de se obter a vista dos processos MCE de cada uma das
induacutestrias com o intuito de verificar quais realmente continham chumbo em suas aacuteguas
29
residuaacuterias e quais as formas de tratamento efetuadas Apoacutes essa verificaccedilatildeo constatou-se
que duas induacutestrias adequavam-se ao propoacutesito deste trabalho
44 Exposiccedilatildeo do meacutetodo de tratamento aplicado na induacutestria
Pormenorizaccedilatildeo dos dados referentes aos efluentes destas empresas foram
analisados para que a partir de referencial teoacuterico em uma segunda etapa fossem
realizados os caacutelculos da demanda de resiacuteduos de laranja que tais induacutestrias utilizariam se
adotassem o meacutetodo de tratamento proposto
Atraveacutes de anaacutelise do mesmo referencial teoacuterico citado anteriormente foram
obtidas informaccedilotildees sobre o tratamento especiacutefico que o resiacuteduo deveria receber antes de
ser inserido no processo de tratamento Em sequecircncia realizou-se levantamento das
tecnologias que poderiam ser utilizadas no processamento desses resiacuteduos bem como
seleccedilatildeo das que mais se adequavam
Realizou-se levantamento de formas de inserccedilatildeo da biomassa em escala real de
tratamento
Um levantamento e anaacutelises de custos das tecnologias de processamento das
formas de inserccedilatildeo e do translado do resiacuteduo caso fosse utilizado os serviccedilos de uma
empresa transportadora foram realizados
30
5 LEVANTAMENTO DE DADOS
51 Distribuiccedilatildeo da produccedilatildeo de laranja no estado de Satildeo Paulo
Para o levantamento e espacializaccedilatildeo da produccedilatildeo de laranja no estado de Satildeo Paulo
foram coletados dados do site do IBGE referentes ao ano de 2013 Na Figura 5 satildeo
destacados os municiacutepios paulistas produtores de laranja conforme o total de produccedilatildeo da
fruta
Figura 5 ndash Disposiccedilatildeo dos municiacutepios produtores de laranja no Estado de Satildeo Paulo
Fonte IBGE (2013)
De acordo com a CitrusBR (2010) e com o Fundo de Defesa da Citricultura
(FUNDECITRUS 2015) existe uma aacuterea denominada de cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo cuja
delimitaccedilatildeo geograacutefica abrange 93 da produccedilatildeo de laranja do estado de Satildeo Paulo Essa
aacuterea eacute dividida em setores os quais satildeo denominados de norte sul centro noroeste e
sudoeste como apresentado na Figura 6
31
Figura 6 ndash Setores do cinturatildeo citriacutecola
Fonte Adaptado FUNDECITRUS (2015)
511 Distribuiccedilatildeo do consumo de laranja no estado de SP
Sabendo que aproximadamente 93 de toda a laranja produzida no estado de Satildeo
Paulo proveacutem do cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo a seguinte diferenciaccedilatildeo eacute feita pela CitrusBR
(2010) conforme sua destinaccedilatildeo a) 84 para trecircs grandes induacutestrias de suco de laranja as
quais possuem 18 faacutebricas distribuiacutedas em 16 municiacutepios do estado de SP e um localizado
no estado do Paranaacute b) 2 para pequenas induacutestrias produtoras de suco de laranja c) 7
ao consumo in natura
No Quadro 1 satildeo apresentadas informaccedilotildees de localizaccedilatildeo das unidades industriais
das trecircs grandes induacutestrias consumidoras da produccedilatildeo de laranja do estado de Satildeo Paulo
denominadas arbitrariamente de induacutestrias A B e C
32
Quadro 1 ndash Localizaccedilatildeo das unidades das induacutestrias A B e C
Induacutestria de suco de laranja Cidades
Induacutestria A
Bebedouro
Engenheiro Coelho
Matatildeo
Paranavaiacute (PR)
Santos
Induacutestria B
Araras
Catanduva
Matatildeo
Induacutestria C
Araraquara
Avareacute
Conchal
Colina
Cordeiroacutepolis
Duartina
Itaacutepolis
Porto Ferreira
Uchoa
Votuporanga
Fonte CITRUSBR (2010)
Na Figura 7 eacute possiacutevel visualizar em acircmbito estadual a disposiccedilatildeo geograacutefica das
filiais das induacutestrias A B e C
O potencial de geraccedilatildeo de resiacuteduos de laranja dessas unidades industriais eacute elevado
visto que 84 da produccedilatildeo do estado eacute absorvida por elas (CITRUSBR 2010) Poreacutem ao
acessar o conjunto de paacuteginas da internet dessas trecircs induacutestrias constatou-se que todo o
produto residual de laranja gerado jaacute tem como destinaccedilatildeo o processo de peletizaccedilatildeo
Assim uma vez que este resiacuteduo representa um valor comercial para estas induacutestrias natildeo
foram considerados tais dados no desenvolvimento deste trabalho
33
Figura 7 ndash Localizaccedilatildeo das filiais das induacutestrias de suco de laranja (A B e C)
Fonte CITRUSBR (2010)
Os 7 da produccedilatildeo de laranja que natildeo proveacutem do cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo natildeo teve seu
escoamento estudado fato que impossibilitou a utilizaccedilatildeo desses dados na realizaccedilatildeo das
anaacutelises requeridas para o desenvolvimento deste trabalho
Portanto considerou-se que 2 da produccedilatildeo de laranja proveniente do cinturatildeo
ldquocitriacutecolardquo aproximadamente 266400 toneladas5 serviria ao propoacutesito aludido
512 Seleccedilatildeo da induacutestria de suco
Reputando-se que os 2 da produccedilatildeo estadual de laranja citados localizam-se no
cinturatildeo ldquocitriacutecolardquo (CITRUSBR 2010) realizou-se a identificaccedilatildeo de pequenas induacutestrias
5 Considerando a produccedilatildeo anual em torno de 18 milhotildees de toneladas e 74 deste total proveniente do
estado de Satildeo Paulo
34
produtoras de suco de laranja integrantes do cinturatildeo atraveacutes de acessos aos Cataacutelogos
Induacutestrias da CIESP (2015) e da FIESP (2014)
As cidades foram hierarquizadas de forma decrescente conforme o total de
produccedilatildeo anual de laranja Na sequecircncia ponderou-se a distinccedilatildeo de induacutestrias que
somente realizam o processo de embalagem do suco pronto das que realizam o processo
de fabricaccedilatildeo deste O levantamento cessou quando um total de duas induacutestrias foram
encontradas ambas localizadas na cidade de Bebedouro estado de Satildeo Paulo Vale
ressaltar que as cidades hierarquizadas como anteriores agrave Bebedouro natildeo apresentaram
induacutestrias de suco dentro dos limites municipais A Tabela 2 apresenta a produccedilatildeo anual
em toneladas para cada cidade do cinturatildeo citriacutecola
Tabela 3 ndash Cidades integrantes do cinturatildeo citriacutecola consideradas no levantamento de induacutestrias de suco
Cidades Produccedilatildeo (t ano-1)
Casa Branca 693 690
Mogi Guaccedilu 448 800
Itapetininga 392 716
Aacuteguas de Santa Barbara 364 100
Brotas 334 560
Bebedouro 326 570
Fonte IBGE (2012)
Das induacutestrias consultadas somente uma retornou o contato em tempo haacutebil para
desenvolvimento deste trabalho Essa induacutestria situa-se no Norte do cinturatildeo na cidade de
Bebedouro e a Figura 8 tem por finalidade mostrar sua disposiccedilatildeo geograacutefica dentro do
municiacutepio citado
As informaccedilotildees fornecidas pela empresa denotam que existe produccedilatildeo de resiacuteduo
de laranja sem destinaccedilatildeo determinada (informaccedilatildeo verbal)6 Poreacutem natildeo foram cedidas
dados referentes a quantidade desse resiacuteduo gerado por dia mecircs eou ano e nem sobre a
forma de armazenamento eou disposiccedilatildeo do mesmo
6 Dados fornecidos por funcionaacuterio em entrevista por telefone
35
Figura 8 ndash Induacutestria de suco geradora de resiacuteduos de laranja localizada na cidade de Bebedouro
Fonte CIESP (2015) FIESP (2014)
5121 Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento (MCE)
O MCE eacute um documento exigido como parte integrante das Licenccedilas Preacutevias de
Instalaccedilatildeo e Operaccedilatildeo do Empreendimento (G3 GEOTECNOLOGIAS c2014)
Em pesquisa realizada em websites de diversas prefeituras (Campinas Satildeo Paulo e
Ribeiratildeo Preto) constatou-se que cada cidade tem seu proacuteprio modelo de MCE poreacutem
todos seguem o modelo baacutesico fornecido pela CETESB que margeia os seguintes itens
Identificaccedilatildeo do empreendimentoatividade
Relaccedilatildeo de mateacuterias primas
Relaccedilatildeo de produtos
Relaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos
36
Croqui de localizaccedilatildeo
Fluxograma
Combustiacuteveis
Informaccedilotildees sobre chamineacutes
Fontes de poluiccedilatildeo do ar
Equipamentos para controle de poluiccedilatildeo do ar
Balanccedilo hiacutedrico
Efluentes liacutequidos
Resumo de lanccedilamentos
Resiacuteduos soacutelidos
Armazenamento e tratamentodisposiccedilatildeo final dos resiacuteduos soacutelidos
Fontes de poluiccedilatildeo por ruiacutedo
A agecircncia da CETESB responsaacutevel pelo muniacutecipio de Bebedouro localiza-se na
cidade de Barretos e por meio de e-mails telefonemas e pedidos formais requisitou-se
vista do MCE da induacutestria mencionada no item anterior
Apoacutes verificaccedilatildeo constatou-se que a induacutestria produtora de suco possui Certificado
de Dispensa de Licenccedila portanto natildeo possui MCE impossibilitando o recolhimento de
dados por este meio
52 Categorias industriais de acordo com o tipo de efluente gerado7
A partir das praacuteticas industriais descargas de aacuteguas pluviais tecnologias e accedilotildees
que previnam a poluiccedilatildeo tratamento de efluentes e caracteriacutesticas econocircmicas a USEPA
realiza anaacutelises que possuem como princiacutepio baacutesico o incentivo agrave reduccedilatildeo da geraccedilatildeo de
poluentes que sejam ao mesmo tempo economicamente viaacuteveis Assim com base em
normas e limites para a descarga de efluentes em aacuteguas superficiais e em estaccedilotildees de
7 Chumbo geralmente natildeo eacute o uacutenico metal encontrado em aacuteguas residuaacuterias industriais desse seguimento
37
tratamento a proacutepria USEPA realizou uma categorizaccedilatildeo das induacutestrias conforme o tipo de
efluente gerado
As categorias industriais que nesta categorizaccedilatildeo da USEPA apresentavam limites
restritivos para a emissatildeo de efluentes contaminados pelo metal pesado chumbo satildeo
apresentadas a seguir
Battery Manufacturing
Centralized Waste Treatment
Copper Forming
Electrical and Electronic Components
Electroplating
Glass Manufacturing
Inorganic Chemicals
Iron and Steel Manufacturing
Metal Finishing
Metal Molding and Casting (Foundries)
Metal Products and Machinery
Nonferrous Metals Forming and Metal Powders
Nonferrous Metals Manufacturing
Ore Mining and Dressing (Hard Rock Mining)
Organic Chemicals Plastics and Synthetic Fibers (OCPSF)
Pesticide Chemicals Manufacturing Formulating and Packaging
Porcelain Enameling
Rubber Manufacturing
Transportation Equipment Cleaning Manufacturing
No Brasil o IBGE realizou em 2008 um estudo que reuniu informaccedilotildees
econocircmicas e financeiras sobre os setores industriais brasileiros o qual apresenta dados
sobre receita custos e valor de produccedilatildeo por exemplo Neste estudo tambeacutem satildeo
enumerados todos os setores industriais
38
O quadro 2 tem por finalidade relacionar as categorias americanas catalogadas pela
USEPA que podem apresentar chumbo em seus efluentes com os respectivos setores
industriais brasileiros
Quadro 2 ndash Relaccedilatildeo entre categorias industriais americanas e brasileiras
Categoria US EPA Categoria IBGE
Ore Mining and Dressing (Hard Rock Mining) Extraccedilatildeo de minerais metaacutelicos
Inorganic Chemicals
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos
Organic Chemicals Plastics and Synthetic
Fibers (OCPSF)
Pesticide Chemicals Manufacturing
Formulating and Packaging
Copper forming
Porcelain Enameling Fabricaccedilatildeo de produtos de minerais natildeo-
metaacutelicos Glass Manufacturing
Electroplating
Metalurgia baacutesica ou
Fabricaccedilatildeo de produtos de metal
(exceto maacutequinas e equipamentos)
Iron and Steel Manufacturing
Metal Finishing
Metal Molding and Casting (Foundries)
Nonferrous Metals Forming and Metal
Powders
Nonferrous Metals Manufacturing
Electrical and Electronic Components Fabricaccedilatildeo de maacutequinas aparelhos e
materiais eleacutetricos Battery Manufacturing
Transportation Equipment Cleaning
Manufacturing Fabricaccedilatildeo equipamentos de transporte
Centralized Waste Treatment Reciclagem
Fonte elaborado a partir de dados de USEPA (2014) IBGE (2008)
No Quadro 3 eacute possiacutevel verificar as categorias industriais do IBGE que tambeacutem
constam no Quadro 2 com as suas respectivas subcategorias estas embasam de maneira
mais especiacutefica a correlaccedilatildeo estabelecida
39
Quadro 3 ndash Categorias e subcategorias industriais de acordo com o IBGE
Categoria IBGE Subcategoria IBGE
Extraccedilatildeo de minerais metaacutelicos Extraccedilatildeo de minerais metaacutelicos natildeo-ferrosos
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos inorgacircnicos
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos orgacircnicos
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas
Fabricaccedilatildeo de tintas vernizes lacas e produtos afins
Fabricaccedilatildeo de fibras fios cabos e filamentos contiacutenuos artificiais e sinteacuteticos
Fabricaccedilatildeo de artigos de borracha e material plaacutestico
Fabricaccedilatildeo de artigos de borracha
Fabricaccedilatildeo de produtos de material plaacutestico
Fabricaccedilatildeo de produtos de minerais natildeo-metaacutelicos
Fabricaccedilatildeo de vidro e de produtos do vidro
Metalurgia baacutesica
Produccedilatildeo de ferro-gusa e de ferroligas
Siderurgia
Fabricaccedilatildeo de tubos (exceto em sideruacutergicas)
Fundiccedilatildeo
Fabricaccedilatildeo de produtos de metal
(exceto maacutequinas e equipamentos)
Fabricaccedilatildeo de estruturas metaacutelicas e obras de caldeiraria pesada
Fabricaccedilatildeo de tanques caldeiras e reservatoacuterios metaacutelicos
Forjaria estamparia metalurgia do poacute e serviccedilos de tratamento de metais
Fabricaccedilatildeo de artigos de cutelaria de serralheria e ferramentas manuais
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de tanques caldeiras e reservatoacuterios metaacutelicos
Fabricaccedilatildeo de produtos de metal natildeo especificados anteriormente
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas e
equipamentos
Fabricaccedilatildeo de motores bombas compressores e equipamentos de transmissatildeo
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos de uso Geral
Fabricaccedilatildeo de tratores e de maacutequinas e equipamentos para a agricultura e pecuaacuteria
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas-ferramenta
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos de usos na extraccedilatildeo mineral e construccedilatildeo
Fabricaccedilatildeo de outras maacutequinas e equipamentos de uso especiacutefico
Fabricaccedilatildeo de armas municcedilotildees e equipamentos militares
Fabricaccedilatildeo de eletrodomeacutesticos
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas
aparelhos e materiais eleacutetricos
Fabricaccedilatildeo de geradores transformadores e motores eleacutetricos
Fabricaccedilatildeo de equipamentos para distribuiccedilatildeo e controle de energia eleacutetrica
Fabricaccedilatildeo de fios cabos e condutores eleacutetricos isolados
Fabricaccedilatildeo de pilhas baterias e acumuladores eleacutetricos
Fabricaccedilatildeo de lacircmpadas e equipamentos de iluminaccedilatildeo
Fabricaccedilatildeo de material eleacutetrico para veiacuteculos - exceto baterias
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de maacutequinas aparelhos e materiais eleacutetricos
Fabricaccedilatildeo de outros equipamentos e aparelhos eleacutetricos
Fabricaccedilatildeo de material eletrocircnico baacutesico
Fabricaccedilatildeo de material eletrocircnico e de aparelhos e equipamentos de comunicaccedilotildees
Fabricaccedilatildeo de aparelhos receptores de raacutedio e televisatildeo e de reproduccedilatildeo gravaccedilatildeo ou amplificaccedilatildeo de som e viacutedeo
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de aparelhos e equipamentos de telefonia radiotelefonia e de transmissores de televisatildeo e raacutedio (exceto telefones)
Fabricaccedilatildeo de outros equipamentos de transporte
Fabricaccedilatildeo de outros equipamentos de transporte
40
Reciclagem Reciclagem de sucatas metaacutelicas
Fonte elaborado a partir de IBGE (2008)
Em anaacutelise comparativa dos aspectos das categorias industriais americanas
catalogadas pela USEPA com as respectivas especificaccedilotildees das categorias e subcategorias
industriais catalogadas pelo IBGE eacute possiacutevel afirmar que estas possuem similaridade
Assim conclui-se que potencialmente tais categorias e subcategorias listadas no Quadro
3 satildeo passiacuteveis de possuir o metal pesado chumbo em suas aacuteguas residuaacuterias Na Tabela 4
observa-se a quantidade de induacutestrias presentes em cada uma das subcategorias de acordo
com levantamento realizado pelo IBGE no ano de 2003
Tabela 4 ndash Nuacutemero de induacutestrias de acordo com as subcategorias industriais do IBGE
(continua)
Subcategorias industriais Nordm
Extraccedilatildeo de minerais metaacutelicos natildeo-ferrosos 61
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos inorgacircnicos 374
Fabricaccedilatildeo de produtos quiacutemicos orgacircnicos 426
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas 67
Fabricaccedilatildeo de fibras fios cabos e filamentos contiacutenuos artificiais e sinteacuteticos 38
Fabricaccedilatildeo de artigos de borracha 1540
Fabricaccedilatildeo de produtos de material plaacutestico 5545
Fabricaccedilatildeo de vidro e de produtos do vidro 416
Produccedilatildeo de ferro-gusa e de ferroligas 99
Siderurgia 237
Fabricaccedilatildeo de tubos (exceto em sideruacutergicas) 165
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 449
Fundiccedilatildeo 798
Fabricaccedilatildeo de estruturas metaacutelicas e obras de caldeiraria pesada 3475
Fabricaccedilatildeo de tanques caldeiras e reservatoacuterios metaacutelicos 363
Forjaria estamparia metalurgia do poacute e serviccedilos de tratamento de metais 2628
Fabricaccedilatildeo de artigos de cutelaria de serralheria e ferramentas manuais 1910
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de tanques caldeiras e reservatoacuterios metaacutelicos 83
Fabricaccedilatildeo de produtos diversos de metal 4215
Fabricaccedilatildeo de motores bombas compressores e equipamentos de transmissatildeo 1041
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos de uso geral 2271
Fabricaccedilatildeo de tratores e de maacutequinas e equipamentos para a agricultura e pecuaacuteria 754
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas-ferramenta 540
Fabricaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos de usos na extraccedilatildeo mineral e construccedilatildeo 227
41
Fabricaccedilatildeo de outras maacutequinas e equipamentos de uso especiacutefico 1715
Tabela 3 ndash Nuacutemero de induacutestrias de acordo com as subcategorias industriais do IBGE
(conclusatildeo)
Subcategorias industriais Nordm
Fabricaccedilatildeo de armas municcedilotildees e equipamentos militares 8
Fabricaccedilatildeo de eletrodomeacutesticos 427
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de maacutequinas e equipamentos 1071
Fabricaccedilatildeo de geradores transformadores e motores eleacutetricos 396
Fabricaccedilatildeo de equipamentos para distribuiccedilatildeo e controle de energia eleacutetrica 454
Fabricaccedilatildeo de fios cabos e condutores eleacutetricos isolados 239
Fabricaccedilatildeo de pilhas baterias e acumuladores eleacutetricos 103
Fabricaccedilatildeo de lacircmpadas e equipamentos de iluminaccedilatildeo 482
Fabricaccedilatildeo de material eleacutetrico para veiacuteculos - exceto baterias 173
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de maacutequinas aparelhos e materiais eleacutetricos 129
Fabricaccedilatildeo de outros equipamentos e aparelhos eleacutetricos 460
Fabricaccedilatildeo de material eletrocircnico baacutesico 421
Fabricaccedilatildeo de material eletrocircnico e de aparelhos e equipamentos de comunicaccedilotildees 238
Fabricaccedilatildeo de aparelhos receptores de raacutedio e televisatildeo e de reproduccedilatildeo gravaccedilatildeo
ou amplificaccedilatildeo de som e viacutedeo 194
Manutenccedilatildeo e reparaccedilatildeo de aparelhos e equipamentos de telefonia e radiotelefonia
e de transmissores de televisatildeo e raacutedio (exceto telefones) 21
Fabricaccedilatildeo de outros equipamentos de transporte 301
Reciclagem de sucatas metaacutelicas 103
Fonte elaborado a partir de IBGE (2003)
Analisando a Tabela 4 contata-se que ao todo no ano de 2003 existiam 34657
induacutestrias com potencial poluidor pelo metal chumbo no Brasil
521 Levantamento das induacutestrias com potencial poluidor
Apoacutes a seleccedilatildeo da induacutestria produtora de suco de laranja a ser estudada realizou-se
um levantamento de dados buscando averiguar todas as induacutestrias passiacuteveis de serem
enquadradas nas categorias e subcategorias industriais mencionadas na Tabela 3
42
Analisados os cataacutelogos industriais da FIESP (2015) a da CIESP (2014) verificou-se
que um total de onze induacutestrias adequavam-se agraves subcategorias citadas neste trabalho Tais
induacutestrias foram denominadas sequencialmente de 1 a 11 e estatildeo descritas na Tabela 4
Tabela 5 ndash Induacutestrias com potencial poluidor por chumbo localizadas na cidade de Bebedouro ndash SP
Categoria IBGE Identificaccedilatildeo da induacutestria
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 1
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 2
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 3
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 4
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 5
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 6
Metalurgia dos metais natildeo-ferrosos 7
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas 8
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas 9
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas 10
Fabricaccedilatildeo de defensivos agriacutecolas 11
Fonte adaptado de CIESP (2014) FIESP (2015)
Na Figura 9 verifica-se a disposiccedilatildeo dessas induacutestrias dentro do limite municipal da
cidade de Bebedouro ndash SP
43
Figura 9 ndash Induacutestrias com potencial poluidor
Fonte CIESP (2014) FIESP (2015)
As induacutestrias apresentadas na tabela 8 foram enquadradas pelas categorias
industriais que apresentavam o potencial poluidor descrito neste trabalho No entanto
algumas destas apresentavam mais de um processo produtivo o que demandaria anaacutelises
caso a caso para realizaccedilatildeo de enquadramentos mais especiacuteficos
5211 Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento (MEC)
Sendo a descriccedilatildeo do MCE caracterizada no item 5121 afirma-se que para
desenvolvimento da parte subsequente da metodologia utilizada para desenvolvimento
deste trabalho foram coletadas as seguintes informaccedilotildees nos processos requeridos o
balanccedilo hiacutedrico e efluentes liacutequidos das induacutestrias citadas na Tabela 5
44
Induacutestria 1 ndash a Tabela 6 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem A
Tabela 7 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 6 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 1
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 709
Usos ndash
Sanitaacuterios 637
Industrial 072
Outros 0
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 129
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 510
Industrial 070
Outros 0
Total de efluentes 580
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 401011015
Tabela 7 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 1
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Metalurgia de metais natildeo ferrosos
Vazatildeo 07
Vazatildeo de lanccedilamento 07
Meacutetodo de tratamento
Correccedilatildeo de pH e agitaccedilatildeo mecacircnica
Floculaccedilatildeo mecacircnica
Filtraccedilatildeo
Disposiccedilatildeo final Outros
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 51
Vazatildeo de lanccedilamento 51
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 401011015
45
Anaacutelises de controle para a fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua proveniente da metalurgia de
metais natildeo-ferroso satildeo realizadas e os resultados disponiacuteveis constam na Tabela 8
Tabela 8 ndash Anaacutelise do efluente proveniente da metalurgia de metais natildeo ferrosos antes e apoacutes tratamento
Paracircmetros Aacutegua bruta (entrada) Efluente industrial (saiacuteda)
Temperatura da aacutegua (ordm C) 25
pH 6
Houve periacuteodos de chuva
durante a coleta tratamento Sim
Chumbo (mg L-1) 2570 0305
Norma 6010 C
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 401011015
Induacutestria 2 ndash natildeo possui (ou natildeo foi informado) os dados para o balanccedilo hiacutedrico A
Tabela 9 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 9 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 2
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 056
Vazatildeo de lanccedilamento 056
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 401026315
Induacutestria 3 ndash a Tabela 10 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 11 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 10 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 3
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 600
46
Usos ndash
Sanitaacuterios 490
Industrial 0
Outros domeacutestico 110
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 208
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 392
Industrial 0
Outros 0
Total de efluentes 392
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400003213
Tabela 11 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 3
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 392
Vazatildeo de lanccedilamento 392
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400003213
Induacutestria 4 ndash possui Certificado de Dispensa de Licenccedila - natildeo possui o MCE
Induacutestria 5 ndash a Tabela 12 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 13 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 12 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 5
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado Nd
Usos ndash
Sanitaacuterios 336
Industrial 0
Outros domeacutestico 0
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 067
47
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 269
Industrial 0
Outros 0
Total de efluentes 269
Nd ndash informaccedilatildeo natildeo estava disponiacutevel
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400025612
Tabela 13 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 5
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 269
Vazatildeo de lanccedilamento 269
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400025612
Induacutestria 6 ndash a Tabela 14 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 15 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 14 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 6
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 4066
Usos ndash
Sanitaacuterios 630
Industrial 0
Outros consumo 3466
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 067
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 504
Industrial 0
Outros 3562
Total de efluentes 4066
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedilas nordm
400002814 e 400004314
48
Tabela 15 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 6
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Metalurgia de alumiacutenio e ligas
Vazatildeo Nd
Vazatildeo de lanccedilamento Nd
Meacutetodo de tratamento Nd
Disposiccedilatildeo final Nd
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 504
Vazatildeo de lanccedilamento 504
Meacutetodo de tratamento Filtro anaeroacutebio
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Nd ndash informaccedilotildees natildeo estavam disponiacuteveis
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedilas nordm 400002814 e 400004314
No MCE da referida foram apresentadas anaacutelises de controle para a fonte de
poluiccedilatildeo da aacutegua proveniente da metalurgia de alumiacutenio e ligas as quais foram
disponibilizadas em forma de relatoacuterio de ensaio Os relatoacuterios de ensaios para a) massa
bruta conforme NBR 10004 de 20048 (Tabela 16) b) lixiviaccedilatildeo conforme NBR 10005 de
20049 (Tabela 17) c) solubilizaccedilatildeo conforme NBR 10006 de 200410 (Tabela 18)
Tabela 16 ndash resultado do ensaio para massa bruta
Paracircmetro Resultado VMP LQ Unidade Meacutetodo de referecircncia
Chumbo 1550 Entre 200 e 125 01 mg kg-1 3111-B
VMP ndash Valores miacutenimos eou maacuteximos permitidos pela normalegislaccedilatildeo LQ ndash Limite de
quantificaccedilatildeo Dados de amostragem a) Massa da amostra seca 18385 g
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedilas nordm 400002814 e 400004314
8 NBR 10004 de 2004 a norma tem por funccedilatildeo a classificaccedilatildeo dos resiacuteduos soacutelidos quanto aos seus
potenciais riscos agrave sauacutede puacuteblica e ao meio ambiente Materiais radioativos natildeo satildeo abrangidos nesta norma
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR ISO 10004 resiacuteduos soacutelidos ndash
classificaccedilatildeo 2004
9 NBR 10005 de 2004 tal norma tem por finalidade estipular os requisitos para obtenccedilatildeo de extrato lixiviado
dos resiacuteduos soacutelidos classificados na norma ABNT NBR 10004 como classe I ndash perigosos e classe II ndash natildeo
perigosos ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR ISO 10004 procedimento para
obtenccedilatildeo de extrato lixiviado de resiacuteduos soacutelidos 2004
10 NBR 10006 de 2004 essa norma fomenta os requisitos exigiacuteveis para obtenccedilatildeo de extrato solubilizado dos
resiacuteduos soacutelidos especificados pela ABNT NBR 10004 como classe IIA ndash natildeo inertes e classe IIB ndash inertes
ASSOCIACcedilAtildeO BRASILEIRA DE NORMAS TEacuteCNICAS NBR ISO 10004 procedimento para obtenccedilatildeo
de extrato solubilizado de resiacuteduos soacutelidos 2004
49
De acordo com a NBR 10005 de 2004 lixiviaccedilatildeo eacute
ldquoProcesso para determinaccedilatildeo da capacidade de transferecircncia de substacircncias
orgacircnicas e inorgacircnicas presentes no resiacuteduo soacutelido por meio de dissoluccedilatildeo no
meio extrator (NBR 10005 2004)rdquo
Tabela 17 ndash resultado do ensaio para lixiviaccedilatildeo
Paracircmetro Resultado VMP LQ Unidade Meacutetodo de referecircncia
Chumbo 012 100 01 mg L-1 3111-B
VMP ndash Valores miacutenimos eou maacuteximos permitidos pela normalegislaccedilatildeo LQ ndash Limite de
quantificaccedilatildeo Dados de amostragem a) Massa da amostra seca 100 g b) Concentraccedilatildeo de soacutelidos
9572 c) Inicial 773 d) Tempo de lixiviaccedilatildeo 20 horas e) Volume total de extrato obtido 2000 mL
e f) Final 518
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedilas nordm 400002814 e 400004314
Tabela 18 ndash resultado do ensaio para solubilizado
Paracircmetro Resultado VMP LQ Unidade Meacutetodo de referecircncia
Chumbo 013 001 01 mg L-1 3111-B
VMP ndash Valores miacutenimos eou maacuteximos permitidos pela normalegislaccedilatildeo LQ ndash Limite de
quantificaccedilatildeo Dados de amostragem a) Massa da amostra seca 500 g b) Tempo de solubilizaccedilatildeo 7
dias c) Volume total de extrato solubilizado 2000 mL
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedilas nordm 400002814 e 400004314
Induacutestria 7 ndash a Tabela 19 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 20 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 19 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 7
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 753
Usos ndash
Sanitaacuterios 743
Industrial 010
Outros 0
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 159
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 594
Industrial 0
50
Outros 0
Total de efluentes 594
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400029313
Tabela 20 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 7
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 594
Vazatildeo de lanccedilamento 594
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400029313
Induacutestria 8 ndash a Tabela 21 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 22 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 21 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 8
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 301
Usos ndash
Sanitaacuterios 301
Industrial 0
Outros 0
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 0
Perdas por evaporaccedilatildeo 0
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 241
Industrial 0
Outros 060
Total de efluentes 301
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400029511
51
Tabela 22 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 8
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 241
Vazatildeo de lanccedilamento 241
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400029511
Induacutestria 9 ndash a Tabela 23 apresenta o balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem
A Tabela 24 apresenta os efluentes gerados e as formas de tratamento eou disposiccedilatildeo
Tabela 23 ndash Balanccedilo hiacutedrico conforme o setor de origem de aacutegua da induacutestria 9
Setor de origem Balanccedilo hiacutedrico (m3 d-1)
Total captado 450
Usos ndash
Sanitaacuterios 168
Industrial 282
Outros 0
Incorporaccedilatildeo de aacutegua no produto 280
Perdas por evaporaccedilatildeo 134
Efluentes ndash
Sanitaacuterio 134
Industrial 0
Outros 0
Total de efluentes 134
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400027112
Tabela 24 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 9
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
52
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 134
Vazatildeo de lanccedilamento 134
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400027112
Induacutestria 10 ndash possui Certificado de Dispensa de Licenccedila e por isso natildeo
apresentava os dados do MCE
Induacutestria 11 ndash natildeo possui (ou foi informado) os dados para o balanccedilo hiacutedrico a
Tabela 25 apresenta os dados das fontes de poluiccedilatildeo
Tabela 25 ndash Fonte de poluiccedilatildeo da aacutegua com as respectivas vazotildees e as medidas adotadas pela induacutestria 11
Fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua Vazatildeo (m3 d-1) Medidas adotadas
Esgoto sanitaacuterio
Vazatildeo 202
Vazatildeo de lanccedilamento 202
Meacutetodo de tratamento Natildeo tem
Disposiccedilatildeo final Rede puacuteblica coletora de esgoto sanitaacuterio
Fonte Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento licenccedila nordm 400011113
Analisando os dados obtidos constata-se que somente duas induacutestrias as
denominadas 1 e 6 poderiam utilizar do meacutetodo de tratamento de efluentes proposto por
este trabalho visto que da relaccedilatildeo das onze induacutestrias duas natildeo apresentavam MCE
devido agrave dispensa de apresentaccedilatildeo e as outras sete induacutestrias natildeo apresentaram outra fonte
de poluiccedilatildeo da aacutegua a natildeo ser o esgoto sanitaacuterio
Em todas as tabelas referentes agraves fontes de poluiccedilatildeo da aacutegua nota-se que os
resultados referentes a vazatildeo de lanccedilamento natildeo apresentavam variaccedilatildeo com relaccedilatildeo aos
resultados referentes a vazatildeo isso ocorreu devido agrave ausecircncia de processos que
ocasionariam o aumento ou diminuiccedilatildeo dessa
53
53 Biossorccedilatildeo
A partir de um estudo realizado por Montanher e Rollemberg (2011) constatou-se
que o processo de biossorccedilatildeo de chumbo pelo resiacuteduo de laranja eacute efetivo na situaccedilatildeo in
natura destes
O estudo foi realizado a partir da amostragem de quatro tipos de efluentes
industriais dentre os quais trecircs enquadravam-se nas categorias industriais com potencial
de conter chumbo em seus efluentes sendo elas
Induacutestria de chapas metaacutelicas ndash que se enquadra na categoria de ldquofabricaccedilatildeo de
produtos de metal ndash exceto maacutequinas e equipamentosrdquo (efluente 1)
Induacutestria de baterias automotivas ndash que se enquadra na categoria de ldquofabricaccedilatildeo
de pilhas baterias e acumuladores eleacutetricosrdquo (efluente 2)
Induacutestria de galvanoplastia ndash que se enquadra na categoria de ldquofabricaccedilatildeo de
produtos de metal ndash exceto maacutequinas e equipamentosrdquo (efluente 3)
A preparaccedilatildeo da biomassa in natura foi realizada da seguinte maneira
ldquoO bagaccedilo de laranja foi triturado em um liquidificador lavado com aacutegua
de torneira ateacute que a soluccedilatildeo resultante natildeo apresentasse nenhum tipo de
coloraccedilatildeo enxaguado com aacutegua destilada e seco em estufa a 70ordmC por 8
horasrdquo (MONTANHER ROLLEMBERG 2011)
Importante ressaltar que os efluentes foram coletados antes de qualquer tratamento
preacutevio e que a lavagem da casca de laranja foi realizada ateacute que a soluccedilatildeo montante natildeo
apresentasse nenhuma coloraccedilatildeo para natildeo haver alteraccedilatildeo da cor final dos efluentes natildeo
havendo necessidade da realizaccedilatildeo de tal procedimento
Quando as autoras referem-se a bagaccedilo este pode ser igualmente comparado aos
resiacuteduos de laranja (cascabagaccedilosementes)
O ensaio para determinaccedilatildeo do iacutendice de adsorccedilatildeo foi realizado em sistema com 3 g de
bagaccedilo de laranja in natura na dosagem de 100 mL dos efluentes numa vazatildeo de 3 mL min-1
Na Tabela 26 verificam-se a quantidade de chumbo por litro incialmente presentes
nos efluentes os respectivos resultados obtidos a partir do tratamento realizado com
resiacuteduos de laranja in natura e os pH referentes agraves amostras brutas e tratadas
54
Tabela 26 ndash Resultados das anaacutelises para cada efluente
Tipos de efluentes Pb (mg L-1) pH
Efluente 1 (induacutestria de chapas metaacutelicas)
Antes do tratamento 944 388
Bagaccedilo in natura Nd 353
Efluente 2 (induacutestria de bateria automotiva)
Antes do tratamento 510 lt1
Bagaccedilo in natura 269 lt1
Efluente 3 (induacutestria de galvanoplastia)
Antes do tratamento Nd 238
Bagaccedilo in natura Nd 340
Nd ndash Natildeo detectado
Fonte adaptado MONTANHER ROLLEMBERG (2011)
Analisando a Tabela 26 observou-se que para o efluente 2 no qual o pH eacute aacutecido (lt
1) oriundo do uso de aacutecido sulfuacuterico para fabricaccedilatildeo de baterias a eficaacutecia natildeo foi a
esperada apresentando um resultado de apenas 5275 de adsorccedilatildeo de chumbo pelo
bagaccedilo de laranja in natura
Os resultados apresentados pelo efluente 1 podem ser analisados como excelentes
visto que a presenccedila de chumbo natildeo foi detectada ao final do processo
Jaacute o efluente 3 natildeo apresentou o metal chumbo na amostra bruta o que caracteriza
que as categorias industriais citadas neste trabalho apresentam possibilidades relativas de
poluiccedilatildeo com chumbo
Assim da afirmaccedilatildeo de Kuyucak e Volesky (1989) que diz que os valores de pH
afetam o processo de biossorccedilatildeo e com os dados obtidos na Tabela 26 eacute possiacutevel notar que
haacute desempenho significativo para valores de pH em torno 35 Assim pode-se afirmar que
a faixa oacutetima de pH para realizaccedilatildeo de biossorccedilatildeo de chumbo pelo resiacuteduo da laranja varia
de aproximadamente 35 ateacute 7 visto que para valores acima desse limite ocorre a formaccedilatildeo
de hidroacutexido de chumbo (SKOOG et al 2006) Valores mais especiacuteficos da faixa oacutetima de
pH podem ser obtidos atraveacutes da realizaccedilatildeo de mais experimentos e anaacutelises
Para a elaboraccedilatildeo desta pesquisa outros projetos trabalhos anaacutelises e ensaios foram
consultados com o intuito de corroborar partes teoacutericas no entanto as conclusotildees
apresentadas por estes natildeo foram consideradas no presente item pois todas as anaacutelises com os
respectivos resultados foram obtidos a partir de um efluente artificialmente contaminado por
chumbo o que natildeo condiz com o objetivo primeiro deste trabalho isto eacute anaacutelise da
possibilidade de implantaccedilatildeo de uma simbiose industrial
55
531 Reduccedilatildeo do tamanho do resiacuteduo
A reduccedilatildeo dos resiacuteduos ateacute que estes apresentem-se em forma de um poacute eacute
importante visto que haacute um aumento da superfiacutecie de contato induzindo uma maior
eficiecircncia no processo de biossorccedilatildeo por meio da aceleraccedilatildeo da velocidade de reaccedilatildeo
(ATKINS JONES 2006)
Assim mesmo este sendo o primeiro processo realizado na preparaccedilatildeo dos resiacuteduos
na pesquisa citada no item anterior o presente toacutepico buscou tecnologias que promoveriam
a cominuiccedilatildeo de resiacuteduos jaacute secos visto que de acordo com Fellows (2006) o processo de
transformaccedilatildeo de alimentos em poacute eacute facilitado quando ocorrido nesse estado
A seguir satildeo descritos alguns equipamentos utilizados para reduzir o tamanho de
alimentos secos de acordo com Fellows (2006)
Moinho de bolas ndash cilindros de accedilo que giram lentamente utilizados para produzir
poacutes
Moinho de discos ndash empregam forccedilas de cisalhamento na moagem fina ou forccedilas
de cisalhamento mais impacto para moagem grosseira
Moinho de martelos ndash utilizado para mateacuterias cristalinos e fibrosos os quais satildeo
desintegrados pela accedilatildeo dos martelos
532 Desidrataccedilatildeo do resiacuteduo
De acordo com Fellows (2006) desidrataccedilatildeo eacute definida como a aplicaccedilatildeo de calor
sob condiccedilotildees controladas com a finalidade de remover aacutegua normalmente presente nos
alimentos Alguns equipamentos a ar quente definidos por Fellows (2006) satildeo
Secadores de caixa ndash podendo ter vaacuterios metros de altura permite que a umidade
seja uniformizada poreacutem eacute importante que o alimento seja suficientemente resistente para
resistir agrave compressatildeo
56
Secadores de cacircmara ndash utilizados para pequenas escalas de produccedilatildeo (1 a 20 t d-1)
apresentam baixo custo de implantaccedilatildeo e manutenccedilatildeo muitas vezes necessitam de auxiacutelio
de outros tipos de secadores
Secadores de tuacutenel ndash apresentam capacidade para secar grandes quantidades de
alimento em curtos periacuteodos de tempo necessitam de auxiacutelio dos secadores de caixa
Secadores transportadores ndash utilizados para secagem em grande escala (55 t h-1)
secagem finalizada em secadores de caixa
Secadores de leito fluidizado ndash distribuem ar em alta velocidade de forma
homogecircnia pela cacircmara fazendo com que o alimento fique suspenso no ar sendo
vigorosamente agitado
Secadores de forno ndash construccedilotildees de dois andares que requerem alto custo de
implementaccedilatildeo e matildeo de obra
Secadores pneumaacuteticos ndash apresentam baixas taxas de investimento inicial e
manutenccedilatildeo e altas taxas de secagem Sua produtividade varia de 10 kg h-1 a 25 t h-1
Frequentemente utilizados apoacutes secador por spray
Secadores rotatoacuterios ndash altas taxas de secagem indicado para alimentos que
entrelaccedilam e aglomeram nos secadores de esteira
Secadores em spray ndash apresentam como vantagens a secagem raacutepida e a produccedilatildeo
contiacutenua baixos custos de matildeo de obra e operaccedilatildeo poreacutem apresentam elevado custo
inicial
Secagem solar ndash operaccedilatildeo de processamento agriacutecola mais utilizada no mundo
geralmente os alimentos satildeo dispostos ao ar livre Meacutetodos sofisticados utilizam-se da
energia solar para realizar a secagem dos alimentos Tecnologias simples e baratas sem
necessidade de energia ou matildeo de obra
A desidrataccedilatildeo tem por objetivo o prolongamento da vida uacutetil inibindo atividade
enzimaacutetica e crescimento microbiano poreacutem a temperatura de processamento costuma natildeo
ser suficiente para inativaccedilatildeo destes assim se houver aumento do teor de umidade durante
a estocagem ocorreraacute raacutepida deterioraccedilatildeo da mateacuteria em questatildeo A estocagem do material
desidratado deve ser realizada em local limpo (reduccedilatildeo dos meios contaminantes) e arejado
(o qual impediria a proliferaccedilatildeo de animais e micro-organismos) (FELLOWS 2006)
57
6 ANAacuteLISES E DISCUSSOtildeES DE DADOS
61 Aacuterea de estudo
Para realizaccedilatildeo deste estudo foi selecionado o municiacutepio de Bebedouro que estaacute
situado no norte do estado de Satildeo Paulo Pertencendo agrave microrregiatildeo da Serra de
Jaboticabal e mesorregiatildeo de Ribeiratildeo Preto Bebedouro possui uma aacuterea de 683192 Kmsup2
e uma populaccedilatildeo de aproximadamente 78000 habitantes (Figura 10) O clima eacute tropical e
ameno com temperatura em torno de 23 graus Celsius (IBGE c2014 IZIDORO FILHO
1991)
Figura 10 ndash Localizaccedilatildeo da aacuterea de estudos
Fonte IBGE (2010)
A origem do nome da cidade eacute devido a um coacuterrego conhecido como Bebedor o
qual servia de parada para tropeiros boiadeiros e animais que demandavam do sertatildeo para
Jaboticabal (IBGE c2014 CIDADES 2015)
De acordo com Izidoro Filho (1991) a citricultura ainda desempenha papel
importante para o municiacutepio pois Bebedouro estaacute entre os dez maiores produtores de laranja
do estado de Satildeo Paulo apesar de jaacute ter sido o maior produtor em 1988 Por esta razatildeo ainda
58
hoje possui a alcunha de ldquoCapital Nacional da Laranjardquo (GALINARI 2015) Na Tabela 27
verificam-se dados coletados do IBGE (2012) referentes agrave cultura de laranja no municiacutepio
Tabela 27 ndash Dados da produccedilatildeo de laranja em Bebedouro
Quesito Quantidade Unidade
Aacuterea colhida 8000 Hectares
Aacuterea destinada agrave colheita 8000 Hectares
Quantidade produzida 269688 Toneladas
Rendimento meacutedio 33711 Quilograma por hectare
Valor da produccedilatildeo 47069 Mil reais
Fonte IBGE (2012)
62 Processamento dos resiacuteduos de laranja
De acordo com pesquisa realizada por Montanher e Rollemberg (2011) citada e
descrita no item 64 afirma-se que os processos necessaacuterios agrave utilizaccedilatildeo dos resiacuteduos de
laranja como meacutetodo de tratamento de efluente satildeo a trituraccedilatildeo e a desidrataccedilatildeo destes
A partir do levantamento de dados realizado nos itens 632 e 633 aconselha-se a
utilizaccedilatildeo das seguintes teacutecnicas no caso especiacutefico deste trabalho
1) Secagem solar ndash apresenta como vantagens a natildeo utilizaccedilatildeo de energia eleacutetrica e
operaccedilatildeo que natildeo necessita de matildeo de obra qualificada Secadores solares podem ser
manufaturados gerando diminuiccedilatildeo do custo inicial
2) Moinho de martelos ndash visto que os resiacuteduos de laranja satildeo materiais fibrosos
esse eacute o moinho que melhor se adequa ao propoacutesito de cominuiccedilatildeo do material Apresenta
custo inicial variando de R$ 900000 agrave R$ 4500000 de acordo com pesquisa realizada no
cataacutelogo online da MF RURAL (2015)
63 Reator e flotador
Como elucidado pela literatura o processo de biossorccedilatildeo ocorre de maneira
homogecircnea quando em condiccedilotildees ambiente controladas as quais satildeo providenciadas por
reatores contiacutenuos
59
Portanto propotildee-se a utilizaccedilatildeo de um reator de leito fixo em virtude desse permitir
a recirculaccedilatildeo da biomassa no reator facilitada pela propriedade de dessorccedilatildeo do metal que
essa apresenta (SEOLATTO et al 2009) o que reduziria a demanda do resiacuteduo de laranja
Aleacutem do mais o reator apresenta outras vantagens como a faacutecil operaccedilatildeo e o pequeno
porte
De acordo com o cataacutelogo da Sigma-Aldrich (c2015) o valor de reator de leito fixo
varia de acordo com a capacidade do frasco e do funil variaccedilatildeo que pode ser verificada na
Tabela 28
Tabela 28 ndash Valores do reator de leio fixo
Capacidade do frasco (mL) Capacidade do funil (mL) Valor (R$)
500 60 2381000
1000 120 2416000
3000 150 3590000
5000 500 3804000
Fonte elaborada a partir de dados da SIGMA-ALDRICH (c2015)
O processo de tratamento utilizando o presente reator pode ocorrer tanto em
batelada quando continuamente
Outra alternativa seria o uso combinado dos processos de biossorccedilatildeo com flotaccedilatildeo
denominado de bioflotaccedilatildeo no qual o biorreagente eacute aplicado diretamente no sistema
flotador De acordo com Calfa e Torem (2007) esse sistema tem sido amplamente
empregado e validado por diversos autores sendo que a flotaccedilatildeo por ar disperso e por ar
dissolvido satildeo as mais empregadas em sistemas combinados A influecircncia do tempo no
processo de flotaccedilatildeo das biomassas jaacute carregadas com o metal foi verificada e conclui-se
que o processo ocorre muito rapidamente atingindo quase 100 de remoccedilatildeo das
biomassas em 1 minuto (CALFA TOREM 2007) Os autores ainda afirmam que aleacutem de
pesquisas em escala de bancada jaacute existem sistemas comerciais de biossorccedilatildeo disponiacuteveis
inclusive com diversas patentes segundo estudos de Wase et al (1997) A Tabela 29
apresenta uma relaccedilatildeo de flotadores
60
Tabela 29 ndash Especificaccedilotildees dos flotadores de ar dissolvido
Modelo (mL) Capacidade (m3 h-1) Valor (R$) [1]
JDF FAD 2 1 a 2 3500000
JDF FAD 5 5 a 8 8000000
JDF FAD 15 10 a 20 12500000
[1] cotaccedilatildeo realizada com a empresa JDF
Fonte elaborada a partir de dados da JDF (2015)
O uso do flotador apresenta aleacutem de faacutecil operaccedilatildeo baixo consumo de energia
64 Induacutestria 1
A induacutestria 1 gera 07 m3 d-1 de efluente industrial com 257 mg L-1 de chumbo
assim aproximadamente 179 kg desse metal eacute transportado pelo efluente por dia Esta
possui estaccedilatildeo de tratamento de efluente com correccedilatildeo de pH e agitaccedilatildeo mecacircnica
floculaccedilatildeo mecacircnica e filtraccedilatildeo
O efluente depois de tratado apresenta a quantidade de 0305 mg L-1 de chumbo
sugerindo diminuiccedilatildeo de aproximadamente 159 kg (89) do metal no efluente gerado11 o
que o enquadra dentro dos limites da Resoluccedilatildeo CONAMA 43011 (BRASIL 2011) e Lei
Estadual 99776 (SAtildeO PAULO 1976)
De acordo com Eckenfelder (2000) as tecnologias para remoccedilatildeo de metais pesados
de efluentes industriais satildeo precipitaccedilatildeo convencional (hidroacutexido sulfeto carbonato e
coprecipitaccedilatildeo) precipitaccedilatildeo melhorada (dimetil carbonato dietil carbonato e sal
trisodium) troca-iocircnica adsorccedilatildeo filtraccedilatildeo por membrana e meacutetodos eletromecacircnicos
Portanto o meacutetodo de correccedilatildeo de pH efetuado pela referida ocasionado provavelmente
pela adiccedilatildeo de carbonatos eacute tambeacutem uma forma de remoccedilatildeo de metais pesados da aacutegua
Supondo que a induacutestria utiliza carbonato de soacutedio como processo de tratamento e
sabendo que o valor de mercado varia de R$ 700 a 120012 o quilo do produto eacute possiacutevel
calcular os potenciais gastos da induacutestria com o meacutetodo de tratamento atual Sabendo que
satildeo necessaacuterios 2 kg do produto carbonato de soacutedio para tratar 07 m3 d-1 de efluente
11 Natildeo foi especificado no MCE ou em anexos qual a destinaccedilatildeo final do efluente tratado Tambeacutem natildeo foi
especificado a quantidade de lodo gerado sua destinaccedilatildeo final ou se esse possui anaacutelises 12 Cotaccedilatildeo realizada pela SCS ndash Comercial e Serviccedilos de Quiacutemica
61
(ECKENFELDER 2000) a induacutestria gasta hoje entre R$ 7000 a 12000 por semana
aproximadamente
Poreacutem como os iacuteons metaacutelicos agora estatildeo presentes no lodo do tratamento por
causa da neutralizaccedilatildeo (BOTERO et al 2009) e sabendo que no MCE natildeo constam
quaisquer anaacutelises destinaccedilatildeo ou quantificaccedilatildeo desse pressupotildee-se que esse lodo pode
estar ocasionando contaminaccedilatildeo pelo metal chumbo visto que para destinaccedilatildeo adequada
satildeo necessaacuterias anaacutelises de enquadramento
Tal contaminaccedilatildeo pode estar ocorrendo no local de disposiccedilatildeo ou se o lodo estiver
sendo desaguado na rede coletora de esgotamento sanitaacuterio pode estar trazendo problemas
para o sistema de tratamento de esgoto referente visto que o processo de tratamento
realizado em Bebedouro eacute efetuado da seguinte forma trecircs lagoas de estabilizaccedilatildeo
constituiacutedo de uma lagoa anaeroacutebica duas lagoas facultativas um tanque de desinfecccedilatildeo
grade caixas de areia e escada de aeraccedilatildeo (SAAEB 2003) natildeo objetivando o tratamento
de efluentes industriais
641 Quantificaccedilatildeo do resiacuteduo de laranja
Mensurado o total de efluente industrial gerado no periacuteodo de um dia pela induacutestria
1 eacute possiacutevel quantificar os resiacuteduos de laranja necessaacuterios para que esta possa realizar o
processo de tratamento de efluentes utilizando-se do material orgacircnico em questatildeo Natildeo
levou-se em consideraccedilatildeo a recirculaccedilatildeo do resiacuteduo dentro do reator
A induacutestria 1 gera um total de 07 m3 d-1 com 257 mg L-1 de chumbo sabendo-se
que satildeo necessaacuterios 3 g de resiacuteduo seco de laranja por 100 mL de efluente com 94 mg L-1
de chumbo e considerando uma diminuiccedilatildeo de 70 do peso resiacuteduo depois de realizado
o processo de secagem solar considera-se que a induacutestria usaria em torno de 082 kg de
resiacuteduo de laranja uacutemido por dia para realizaccedilatildeo do tratamento do efluente contaminado
pelo metal chumbo
De acordo com a Tabela 8 o efluente gerado pela induacutestria 1 apresenta pH 6 que
conforme o item 53 apresenta-se dentro da faixa oacutetima de biossorccedilatildeo pelo resiacuteduo de
laranja
62
642 Transporte
O translado dos resiacuteduos de laranja do local de sua produccedilatildeo ateacute a induacutestria que o
utilizaria como meacutetodo de tratamento de efluente pode ser analisado a partir das
coordenadas geograacuteficas das induacutestrias e da plataforma Google Maps (c2015)
Trecircs rotas diferentes cujas quilometragens satildeo as menores possiacuteveis foram geradas
pela ferramenta virtual citada conforme a Tabela 30
Tabela 30 ndash Menores rotas possiacuteveis entre a induacutestria de suco e a induacutestria 1
Rota Distacircncia (km) Tempo (min)
1 46 8
2 48 9
3 46 9
Fonte elaborado a partir de dados GOOGLE MAPS (c2015)
O caacutelculo da massa requerida para o tratamento foi realizado no item 641
chegando-se ao valor de 082 kg d-1 de biomassa uacutemida assim considerando o transporte
de 150 kg de resiacuteduo que duraria em torno de 36 semana consecutivas de tratamento
realizado em dias uacuteteis e que a distacircncia meacutedia entre as induacutestrias eacute de 5 km o valor
sugerido para o translado do material acondicionado em duas bombonas plaacutesticas foi de R$
6500 (referenciado pelo peso do material) e mais uma taxa constante em nota fiscal
(sugerida em R$ 1000013) portanto um custo de R$ 16500
65 Consideraccedilotildees
O meacutetodo de tratamento proposto pelo presente trabalho teve os processos e
tecnologias necessaacuterias elucidados nos itens 62 e 63
A Tabela 32 apresenta item especiacutefico relacionado ao equipamento denominado
reator de leito fixo as propostas constantes tecircm por finalidade expor as tecnologias cujo
13 Informaccedilatildeo verbal fornecida por funcionaacuterio de uma empresa transportadora
63
custo fosse o maior possiacutevel com o propoacutesito de verificar o potencial teto de gastos que as
induacutestrias teriam caso adotassem a proposiccedilatildeo elucidada
No entanto as propostas constantes no item da Tabela 32 relacionadas ao flotador
de ar dissolvido foram selecionadas a partir da vazatildeo da induacutestria conforme as
especificaccedilotildees da Tabela 29 Como somente a induacutestria 1 apresentou valores de vazatildeo no
MCE esta relaccedilatildeo somente condiz a ela Com vazatildeo de 07 m3 d-1 o flotador mais
adequado compreende o modelo FAD 2 com 1 a 2 m3 h-1
Tabela 31 ndash Gastos com as tecnologias referentes
Equipamento Valor da Proposta 1 (R$) Valor da Proposta 2 (R$)
Secagem solar ndash ndash
Moinho de martelos 4500000 4500000
Reator de Leito Fixo de 5000 mL [1] 3804000 ndash
Flotador de ar dissolvido JDF FAD 2 [2] ndash 3500000
Custo inicial de implementaccedilatildeo 8304000 8000000
Transporte a cada 36 semanas [3] 16500 16500
[1] cotaccedilatildeo obtida pela Sigma-Aldrich [2] cotaccedilatildeo obtida pela empresa JDF [3] cotaccedilatildeo de transporte
considerado apenas para a induacutestria 1
Fonte proacuteprio autor
Para o reator de leito fixo o custo inicial de implementaccedilatildeo do sistema de
tratamento para ambas as induacutestrias girou em torno de R$ 8304000
Para a bioflotaccedilatildeo o custo inicial da induacutestria 1 girou em torno de R$80000
O custo de transporte para a induacutestria 1 eacute de R$ 16500 a cada 36 semanas o que
representa R$ 458 por semana e R$ 092 por dia caso a induacutestria opte por utilizar os
serviccedilos de uma empresa transportadora
Poreacutem o seguinte pode ser considerado na hipoacutetese de o translado ser possiacutevel de
ser efetuado pela mesma ocorreraacute consideraacutevel reduccedilatildeo no custo visto que este giraraacute em
torno do combustiacutevel gasto no percurso de ida e volta cuja pesquisa indicou uma
quilometragem aproximada de dez quilocircmetros
A Tabela 33 apresenta o balanccedilo de massa e energia diaacuterio referente ao tratamento
por biossorccedilatildeo para a induacutestria 1 considerando a aquisiccedilatildeo de um flotador por ar
dissolvido ou um reator de leito fixo
Tabela 32 ndash Balanccedilo de massa e energia diaacuterio proposto para a induacutestria 1
Componente Flotador por Ar Dissolvido Reator de Leito Fixo
Vazatildeo (m3) 070 070
64
Resiacuteduo de laranja (kg) 082 082
Tempo da biossorccedilatildeo (min) 5 a 15 [1] 35 [2]
Tempo equipamento (min) 21 a 42 35 [2]
Tempo total (min) 26 a 47 35 [2]
Consumo de Energia (kWh) 025 Nd
Custo de resiacuteduo (R$) 092 092
Custo de energia por dia (R$) [3] 008 Na
Custo total (R$) 200 092
Nd ndash natildeo disponiacutevel Na ndash natildeo avaliado [1] tempo determinado por Volesky e Nolan (1995) [2] tempo
estipulado conforme realizado por Montanher e Rollemberg (2011) [3] 1 kWh = 043341 R$ determinada
pela ANEEL conforme Resoluccedilatildeo Homologatoacuteria nordm 1858 publicada em 02 de marccedilo de 2015
Fonte proacuteprio autor
Nota-se a partir da Tabela 33 que o custo diaacuterio do tratamento proposto variou entre
R$ 092 e R$ 200 em torno de 85 a 91 menor que o custo do meacutetodo de tratamento
utilizado pois de acordo com as consideraccedilotildees realizadas no item 641 o custo diaacuterio
atual varia de aproximadamente R$ 1400 a R$ 240014
Como o meacutetodo de tratamento efetuado atualmente pela induacutestria 1 apresenta seacuterios
problemas com relaccedilatildeo a probabilidade de contaminaccedilatildeo o tratamento sugerido por ambas
as propostas pode ser identificado como meacutetodo de remediaccedilatildeo de tal passivo
Sendo assim qualquer accedilatildeo remediadora que seja instituiacuteda apresenta-se como
alternativa vaacutelida da problemaacutetica citada no item 651
14 Considerando uma semana uacutetil
65
7 CONCLUSAtildeO
Este trabalho procurou identificar a possibilidade da implementaccedilatildeo do processo de
simbiose industrial entre induacutestrias jaacute consolidadas em atividade no municiacutepio de
Bebedouro relacionando o uso de material residual orgacircnico produzido por determinada
induacutestria que seria utilizado como agente de biossorccedilatildeo em processos de tratamento de
aacutegua residuaacuteria industrial de uma outra ambas compartilhando pequena distacircncia
geograacutefica
Das distintas situaccedilotildees supostas a partir da identificaccedilatildeo da induacutestria geradora de
resiacuteduos de laranja e das induacutestrias potencialmente geradoras de efluente contaminado pelo
metal chumbo em Bebedouro (SP) detectou-se duas induacutestrias que se enquadravam nas
possibilidades de implementaccedilatildeo de um processo de simbiose industrial e consequente
proposiccedilatildeo do meacutetodo de tratamento (biossorccedilatildeo combinada com flotaccedilatildeo ou realizada em
reator de leito fluidizado)
Uma induacutestria (denominada 1) pocircde ter um pleno desenvolvimento quanto as
especificaccedilotildees que esclareceram as vantagens do meacutetodo de tratamento proposto
A partir dos dados levantados e analisados eacute possiacutevel citar como vantagens para ambas as
propostas de tratamento 1) a logiacutestica facilitada pela proximidade de ambas as induacutestrias
sendo essa favoraacutevel e com baixos custos 2) a significativa reduccedilatildeo do valor diaacuterio do
tratamento 3) a faacutecil operaccedilatildeo dos processos 4) destinaccedilatildeo ambiental adequada para
ambos os passivos ambientais (de laranja e de chumbo) 5) a capacidade de dessorccedilatildeo da
biomassa a qual possibilita a separaccedilatildeo do metal chumbo do resiacuteduo de laranja sendo
percebidos como um aprimoramento do uso dos recursos naturais Considera-se que a
simbiose industrial eacute um processo importante a ser considerado na busca pela minimizaccedilatildeo
dos impactos ambientais acarretados pelas correntes residuais uma vez que determina a
reinserccedilatildeo destes em outros processos produtivos Geradores que adotam a praacutetica da
simbiose industrial satildeo aqueles que visam os ganhos coletivos em detrimento do exclusivo
ganho individual
Vale ressaltar que mesmo para a identificaccedilatildeo desta uacutenica situaccedilatildeo foi necessaacuterio o
enfrentamento de diversos desafios principalmente de acesso a informaccedilotildees especiacuteficas
tanto na cadeia produtiva quanto das informaccedilotildees ambientais por parte das empresas
Considera-se necessaacuteria uma rigidez maior da CETESB com relaccedilatildeo aos dados fornecidos
pelas induacutestrias visto que o preenchimento do MCE natildeo segue normatizaccedilatildeo especiacutefica o
66
que dificulta a tabulaccedilatildeo de dados aleacutem de natildeo abranger toda as atividades produtivas
devido agrave falta de rigor nas anaacutelises dos teacutecnicos e engenheiros responsaacuteveis Assim
observou-se a necessidade de uma maior abertura no sentido da plena divulgaccedilatildeo de
informaccedilotildees ambientais por parte das empresas assim como a necessidade de organizaccedilatildeo
de um banco de dados que contenha informaccedilotildees da cadeia produtiva do consumo de
mateacuteria prima e insumos aos processos de geraccedilatildeo e especificaccedilatildeo de resiacuteduos e
contaminantes
67
8 SUGESTAtildeO PARA TRABALHOS FUTUROS
Como sugestatildeo para trabalhos futuros
Otimizaccedilatildeo das condiccedilotildees de pH para biossorccedilatildeo com casca de laranja
Elaboraccedilatildeo de questionaacuterios para as induacutestrias produtoras do suco e geradoras de
efluente contaminado pelo metal chumbo
Scale up do processo de biossorccedilatildeo com bioflotaccedilatildeo
Scale up do processo de biossorccedilatildeo com reator de leito fluidizado
68
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VOLESKY B Z R HOLAN Z R Biosorption of heavy metals Biotechnology
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WEBER JUNIOR W J Physicochemical processes for water quality control 1st ed
New York Wiley-Interscience 1972 (Environmental science and technology a wiley-
interscience series of texts and monographs)
76
ANEXO A
Primeira carta encaminha para CETESB para solicitaccedilatildeo de informaccedilotildees
Obs As Tabelas informadas na carta abaixo foram omitidas para que as empresas natildeo
sejam expostas e aleacutem disso natildeo haacute autorizaccedilatildeopermissatildeo para a divulgaccedilatildeo dos nomes
Lorena 27 de agosto de 2015
Ilmo Senhor
Marcio Barbosa Tango
CETESB - Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo
Assunto Solicitaccedilatildeo de informaccedilotildees sobre os efluentes liacutequidos de induacutestrias quiacutemicas
metaluacutergicas e de produccedilatildeo de embalagens da produccedilatildeo de resiacuteduos em induacutestrias alimentiacutecias
todas do municiacutepio de Bebedouro
Viemos por meio deste solicitar a contribuiccedilatildeo da Companhia Ambiental do Estado de Satildeo
Paulo para o desenvolvimento do Trabalho de Conclusatildeo de Curso em Engenharia Ambiental
intitulado ldquoAnaacutelise da viabilidade em escala real da utilizaccedilatildeo do bagaccedilo da laranja como agente
biossorvente de chumbordquo sendo desenvolvido pela aluna Ludmila Manera Conti na Escola de
Engenharia de Lorena ndash EELUSP sob orientaccedilatildeo da Profa Dra Danuacutebia Caporusso Bargos
O referido Trabalho de Conclusatildeo de Curso tem como objetivo fazer um levantamento das
induacutestrias com potencial para utilizaccedilatildeo do bagaccedilo da laranja como agente biossortivo Assim para
o alcance dos objetivos propostos eacute necessaacuterio o conhecimento de algumas informaccedilotildees presentes
no Memorial de Caracterizaccedilatildeo de Empreendimento referente agraves induacutestrias identificadas na Tabela
1 em anexo Tais informaccedilotildees referentes ao ldquoBalanccedilo hiacutedricordquo a saber
Efluentes (sanitaacuterio industrial outros e total de efluentes) a) Consumovazatildeo meacutedia b)
Consumovazatildeo maacutexima c) Eacutepoca d) Consumovazatildeo miacutenima
Dos ldquoEfluentes liacutequidosrdquo a saber a) Despejos (Identificaccedilatildeo Descriccedilatildeo Contiacutenuo ndash vazatildeo e
meacutetodo Descontiacutenuo ndash periodiacutecidade volume duraccedilatildeo) b) Vazatildeo total de despejos c) Vazatildeo de
recirculaccedilatildeo d) Vazatildeo de lanccedilamento e) Disposiccedilatildeo final (Descriccedilatildeo Nome do riolinhas de
despejo)
Do ldquoResumo de lanccedilamentosrdquo a saber a) Despejo (Identificaccedilatildeo Descriccedilatildeo) b) Poluente c)
Concentraccedilatildeo bruta d) Unidade de medida e) Concentraccedilatildeo final f) Unidade de medida g)
Unidades de tratamento (Sequecircncia Descriccedilatildeo Quantidade)
Da geraccedilatildeo de resiacuteduos industriais referentes a Tabela 2 em anexo da parte ldquoResiacuteduos
soacutelidosrdquo a) Identificaccedilatildeo b) Coacutedigo resiacuteduo c) Descriccedilatildeoorigem do resiacuteduo d) Classe e) Estado
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fiacutesico f) Quantidade anual g) Unidade h) Composiccedilatildeo aproximada i) Meacutetodo utilizado j)
Aspecto geral
Declaramos que as informaccedilotildees solicitadas seratildeo objeto uacutenica e exclusivamente de pesquisa
acadecircmica sendo devidamente creditadas e natildeo havendo qualquer finalidade comercial no uso das
mesmas
Registramos ainda a importacircncia deste apoio para a realizaccedilatildeo deste trabalho que seraacute
inclusive posteriormente divulgado em formato digital e analoacutegico por meio da sua
disponibilizaccedilatildeo no sistema de bibliotecas da USP como uma contribuiccedilatildeo da Universidade para a
aacuterea de gerenciamentogestatildeo de resiacuteduos e efluentes uma vez que como propomos o resiacuteduo de
uma induacutestria pode ser considerado mateacuteria em processo de outras induacutestrias caracterizando o
iniacutecio de um processo de simbiose industrial
Solicitamos que o envio das informaccedilotildees solicitadas seja realizado preferencialmente por meio
de correio eletrocircnico ndash danubiacbargosuspbr eou ludmillaalunoseeluspbr Em caso da
impossibilidade de envio das informaccedilotildees da forma sugerida segue endereccedilo institucional
AC Profa Danuacutebia Caporusso Bargos Departamento de Ciecircncias Baacutesicas e Ambientais
Escola de Engenharia de Lorena ndash EELUSP Estrada Municipal do Campinho snordm CEP 12602-
810 - Lorena-SP
Desde jaacute antecipamos nossos agradecimentos e nos colocamos agrave disposiccedilatildeo para os
esclarecimentos adicionais que se fizerem necessaacuterios
Atenciosamente
Profa Dra Danuacutebia Caporusso Bargos
Escola de Engenharia de Lorena (EELUSP)
Departamento de Ciecircncias Baacutesicas e Ambientais
Telefone +55 (12) ndash 3159-5094
E-mail danubiacbargosuspbr
Ludmilla Manera Conti
Graduanda em Engenharia Ambiental
Endashmail ludmillaalunoseeluspbr
78
ANEXO B
Segunda carta encaminha para CETESB para confirmaccedilatildeo de vistas de processos
Lorena 01 de outubro de 2015
Ilmo Senhor Marcio Barbosa Tango e Senhora Letiacutecia Franco Leonel
CETESB - Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo
Assunto vistas de processos de licenciamento
Venho por meio deste agradecer a atenccedilatildeo e presteza desta Companhia no atendimento agrave
minha solicitaccedilatildeo de vistas de processos para coleta de informaccedilotildees sobre os efluentes liacutequidos de
induacutestrias quiacutemicas metaluacutergicas e de produccedilatildeo de embalagens da produccedilatildeo de resiacuteduos em
induacutestrias alimentiacutecias do municiacutepio de Bebedouro Tal solicitaccedilatildeo eacute feita por motivo de
desenvolvimento do Trabalho de Conclusatildeo de Curso em Engenharia Ambiental intitulado
ldquoAnaacutelise da viabilidade em escala real da utilizaccedilatildeo do bagaccedilo da laranja como agente biossorvente
de chumbordquo desenvolvido pela aluna Ludmila Manera Conti na Escola de Engenharia de Lorena ndash
EELUSP sob minha orientaccedilatildeo
Devido a compromissos previamente assumidos na Instituiccedilatildeo pela qual sou docente natildeo
seraacute possiacutevel comparecer agrave agecircncia da Barretos nesta data para a realizaccedilatildeo da vista dos processos
cujos nuacutemeros segue em anexo Assim sou representada pela aluna Ludmila Manera Conti que estaacute
apta a fazecirc-lo
Novamente agradeccedilo a atenccedilatildeo e coloco-me agrave disposiccedilatildeo para quaisquer esclarecimentos
adicionais que se fizerem necessaacuterios
Atenciosamente
Profa Dra Danuacutebia Caporusso Bargos
Escola de Engenharia de Lorena (EELUSP)
Departamento de Ciecircncias Baacutesicas e Ambientais
Telefone +55 (12) ndash 3159-5094
E-mail danubiacbargosuspbr