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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE AGRONOMIA, MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA CURSO DE ZOOTECNIA EVELYN DRIELLE DA SILVA ÁCIDO LINOLEICO CONJUGADO EM ANIMAIS RUMINANTES - ANÁLISES MOLECULARES CUIABA 2015

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO ... produção de leite, como no início da lactação; e também por ser capaz de alterar o perfil de lipídeos nos produtos oriundos destes animais

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE AGRONOMIA, MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA CURSO DE ZOOTECNIA

EVELYN DRIELLE DA SILVA

ÁCIDO LINOLEICO CONJUGADO EM ANIMAIS RUMINANTES - ANÁLISES MOLECULARES

CUIABA 2015

EVELYN DRIELLE DA SILVA

ÁCIDO LINOLEICO CONJUGADO EM ANIMAIS RUMINANTES - ANÁLISES MOLECULARES

Trabalho de Conclusão do Curso de Graduação em Zootecnia da Universidade Federal de Mato Grosso, apresentado como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Zootecnia. Orientador: Profa. Dra. Maria Fernanda Soares

Queiroz Orientador do Estágio Supervisionado: Prof. Dr. Dimas Estrasulas de Oliveira

CUIABA

2015

À minha maravilhosa mãe, Joelma Lima, que

sempre me incentivou para a realização de meus

ideais, encorajando-me a enfrentar todos os

momentos difíceis da vida.

Com muito carinho, à minha avó materna, Maria

Lima, meus avós paternos, Divina Augusta e

Sebastião Manoel e meu irmão, Marcus Vinícius, pela

compreensão, apoio e contribuição para minha

formação acadêmica.

Dedico.

AGRADECIMENTOS

À DEUS por nunca me abandonar, me dando forças para seguir em frente diante

dos obstáculos da vida.

À Universidade Federal de Mato Grosso por me dar condições para concluir minha

graduação.

À Universidade do Estado de Santa Catarina, pela oportunidade de realização do

meu estágio final.

Ao professor Dimas Estrasulas de Oliveira por ter me aceitado em seu grupo de

estudos, por sua recepção e por me dar suporte durante todo o período de estágio

final, me inspirando a seguir a vida acadêmica.

À Mônica, Grégory e Eveline pelo acompanhamento, paciência, dedicação e

amizade durante todo o período de estágio.

À professora Maria Fernanda por ter me aceitado como orientada e ter dedicado sua

atenção para a realização desse estágio final, pela amizade e paciência.

Ao Pedro Ceron, por me apoiar em minhas decisões e me ajudar a passar por esse

período importante na minha vida.

As minhas amigas dentro e fora da faculdade, Clarissa Rocha, Jessica Rosa, Larissa

Santi, Marcela Rodrigues e Nathalia Barros, pelo companheirismo, carinho e

desespero compartilhado, superação e alegrias.

As minhas amigas da vida, Laynara Lugli, Anni Amorim, Elise de Paula, por toda a

amizade e amor envolvido durante anos e anos e por sempre acreditarem em mim.

Muito Obrigada!

“A felicidade só é real quando compartilhada”.

Henry David Thoreau

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Via metabólica da bio-hidrogenação do ácido linoleico no rúmen .............. 5 Figura 2- Esquema da produção de CLA em ruminantes ........................................... 5 Figura 3- Amostras dentro dos criotubos .................................................................. 11 Figura 4- Amostras de tecido hepático mantidas no gelo durante a homogeneização

com a probe homogeneizadora .......................................................................... 11 Figura 5– Separação do RNA após centrifugação .................................................... 12 Figura 6– kit comercial para extração do RNA .......................................................... 13 Figura 7- Amostras em eppendorf ............................................................................. 13 Figura 8- Amostras em eppendorf de 200 μL ............................................................ 14 Figura 9– Quantificação da concentração de RNA (Aparelho NanoDrop) ................ 14 Figura 10– Amostras e componentes do kit comercial em resfriamento durante a

análise ................................................................................................................ 16 Figura 11– Amostras no termociclador ...................................................................... 16 Figura 12 – Homogeneização de amostras no vortex e centrífuga minispin ............. 17 Figura 13– Placa utilizada nas análises de qRTPCR ................................................ 18 Figura 14– Curva padrão .......................................................................................... 18 Figura 15– Placa lacrada com um filme adesivo especifico e coberta por papel

alumínio .............................................................................................................. 19 Figura 16– Equipamento StepOne Real-Time........................................................... 19

LISTA DE ABREVIATURAS

ACCα Acetil-CoA carboxilase alfa

AGPAT Acil glicerol-3-fosfato aciltransferase

CAV Centro de Ciências Agroveterinárias

cDNA DNA complementar

CEDIMA Centro de Diagnóstico Microbiológico Animal

CLA Ácido linoleico conjugado

DGL Depressão da gordura do leite

DNA Ácido desoxirribonucleico

EE Extrato Etéreo

eGF Fator de crescimento epidermal

FASN Ácido graxo sintase

GB Gordura Bruta

GPAT Glicerol 3-fosfato aciltransferase

LPL Lipoproteína lipase

mRNA RNA mensageiro

MS Matéria Seca

PPARγ Receptores ativados por proliferadores de peroxissomo gama

qRTPCR Técnica de reação em cadeia da polimerase em tempo real

RNA Ácido ribonucleico

SCD Estearoil-CoA-dessaturase

SPOT14 Hormônio responsivo a tireoide

SREBP1 Proteína de ligação ao elemento regulatório esterol

UDESC Universidade do Estado de Santa Catarina

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 1 2. OBJETIVO ............................................................................................................... 2

2.1 Objetivos específicos .......................................................................................... 2 3. REVISÃO ................................................................................................................. 3 4. RELATÓRIO DE ESTÁGIO ..................................................................................... 9

4.1 Local do Estágio .................................................................................................. 9 4.2 Setor .................................................................................................................... 9

5. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS E DISCUSSÃO ............................................... 10 5.1 - Extrações de RNA ........................................................................................... 10 5.2 - Síntese do DNA complementar (cDNA) .......................................................... 15 5.3 - Análise quantitativa da reação em cadeia da polimerase em tempo real ....... 17

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 22 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 23

RESUMO

Em alimentos oriundos da produção de animais ruminantes é possível encontrar um grupo de compostos, derivados do ácido linoleico, chamados de ácido linoleico conjugado (CLA). Os isômeros mais estudados de CLA têm propriedades bioativas distintas e originam-se da bio-hidrogenação incompleta dos ácidos linoleico e linolênico realizada pelas bactérias ruminais ou da dessaturação do trans-11 na glândula mamária e no intestino delgado. Objetivou-se com esse trabalho de conclusão de curso buscar o entendimento da funcionalidade de fornecimento de fontes lipídicas na dieta de ruminantes, através de grupo de estudos e acompanhamento de análises utilizando técnicas moleculares do experimento da Doutoranda Monica Urio, estudante da Universidade do Estado de Santa Catarina tendo como título: Efeitos de uma mesma dose de CLA trans-10, cis-12 em ovelhas lactantes de diferentes pesos vivos e de isômeros de ácidos graxos no cultivo in vitro de explantes de glândula mamária. Este relatório de estágio supervisionado II descreve as atividades realizadas na Universidade do Estado de Santa Catarina - Centro de Ciências Agroveterinárias UDESC/CAV, no Departamento de Produção Animal e Alimentos no período de 23 de Fevereiro a 31 de Maio de 2015 totalizando 480 horas. O estágio nessa área de pesquisa foi muito importante, principalmente por possibiltar conhecimento sobre técnicas laboratoriais que permitiram melhor entendimento em relação à síntese de lipídeos na glândula mamária em animais ruminantes. Palavras chaves: gordura do leite, expressão gênica, ovelhas leiteiras

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1. INTRODUÇÃO

O ácido linoleico conjugado (CLA) é o termo utilizado para descrever isômeros

posicionais e geométricos do ácido linoleico (18:2) que possuem duplas ligações

conjugadas. Os isômeros de CLA são naturalmente produzidos por bactérias ruminais

como intermediários da bio-hidrogenação incompleta de ácidos graxos poli-

insaturados da dieta e, devido a seus efeitos biológicos dois isômeros têm sido

considerados os principais e mais estudados, sendo estes, o CLA cis-9, trans-11 e o

CLA trans-10, cis-12. O CLA cis-9, trans-11 possui características de um agente anti-

carcinogênico em alguns tipos de câncer (Pariza et al., 2001), e o CLA trans-10, cis-

12 possui capacidade de alterar o metabolismo lipídico e também de particionar os

nutrientes dentro do organismo animal (BAUMGARD et al., 2000).

O CLA trans-10, cis-12 não é considerado um intermediário comum da bio-

hidrogenação e ocorre no rúmen apenas em certas condições específicas como baixo

pH e/ou presença de ácidos graxos poli-insaturados. Estas condições são frequentes

em dietas onde há maior proporção de alimento concentrado em detrimento de

alimento volumoso ou ainda em dietas cujo tamanho da partícula fibrosa seja

diminuída prejudicando a efetividade da fibra em manter a ruminação, o que ocasiona

maior proporção molar do propionato em relação ao acetato e induzem à redução na

síntese da gordura do leite.

A redução de gordura do leite acarretada pelo CLA trans-10, cis-12, tem

relação direta com a inibição de enzimas responsáveis pela lipogênese mamária. A

fim de compreender este processo e verificar os efeitos do uso de CLA trans-10, cis-

12 em animais lactantes o grupo de estudo do Prof. Dr. Dimas Estrasulas de Oliveira,

da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), estuda o metabolismo de

síntese dos componentes do leite, em especial alterações no teor de gordura, através

da suplementação de CLA trans-10, cis-12 na dieta dos animais, e posteriormente,

utilização de técnicas moleculares capazes de dar suporte quanto aos mecanismos

de respostas de genes que codificam enzimas regulatórias.

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2. OBJETIVO

Realizar o estágio supervisionado II por meio de acompanhamento das

atividades do grupo de pesquisa em nutrigenômica da UDESC, buscando adquirir

experiência prática e conhecimento teórico na área de síntese de lipídeos em animais

ruminantes.

2.1 Objetivos específicos

Realizar atividades supervisionadas na área de Zootecnia;

Acompanhar as análises moleculares na área de síntese de lipídeos referentes

à Tese da acadêmica Monica Urio;

Acompanhar a rotina laboratorial na extração de RNA das amostras de tecido

mamário, hepático e adiposo oriundas dos experimentos anteriormente

realizados pelo grupo de pesquisa;

Acompanhar a rotina laboratorial de síntese de DNA complementar e análise

quantitativa da reação em cadeia da polimerase destas amostras.

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3. REVISÃO

O fornecimento de fontes lipídicas na dieta de ruminantes é uma estratégia

nutricional capaz de promover benefícios aos animais de alta produção, pois podem

incrementar o aporte energético em momentos de elevada demanda pelo animal para

a produção de leite, como no início da lactação; e também por ser capaz de alterar o

perfil de lipídeos nos produtos oriundos destes animais após o processo de bio-

hidrogenação ruminal, além de serem considerados nutrientes essenciais à vida.

Apesar de ser um nutriente com inclusão limitada na alimentação animal, os

lipídeos têm papel importante no metabolismo energético, possuindo diferentes

funções: desde componentes de membranas celulares e precursores das moléculas

regulatórias (Berchielli et al., 2006) até a principal forma de reserva de energia no

organismo.

A suplementação da dieta com lipídeos, em algumas circunstâncias, pode

afetar o padrão de fermentação ruminal alterando o perfil de ácidos graxos do leite

(Chilliard, 1993); aumentar a densidade energética da dieta (Smith, 1990); conter

ácidos graxos essenciais e melhorar a absorção de compostos lipossolúveis

(CHURCH, 1988).

No decorrer da evolução das espécies de ruminantes, os animais foram

adaptados à ingestão de forragens, que são caracterizadas por serem naturalmente

pobres em lipídeos, com teores em torno de 3% na base seca (Kozloski, 2011). Sob o

ponto de vista analítico, o teor de lipídeo representa a fração ou componente que é

extraído do alimento pelo éter, determinação laboratorial conhecida como extrato

etéreo (EE) (SILVA & QUEIROZ, 2006).

Valores críticos estabelecidos para a inclusão de lipídeos na dieta são de, no

máximo, 6% de EE na base seca (Medeiros, 2007), pois, quantidades mais elevadas

deste componente podem interferir na degradação ruminal da porção fibrosa devido

ao efeito de recobrimento das partículas alimentares com lipídeos, ocasionando uma

redução do contato destas partículas alimentares com os micro-organismos ruminais

e subsequente efeitos negativos na fermentação ruminal; além do efeito tóxico que os

ácidos graxos poli-insaturados exercem sob os micro-organismos.

Os lipídeos fornecidos na dieta são modificados pelos micro-organismos

ruminais a partir da lipólise e bio-hidrogenação dos ácidos graxos insaturados

presentes na dieta (Jenkins, 1993), convertendo os ácidos graxos insaturados em

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saturados, tornando, portanto, o perfil lipídico dos produtos como a gordura do leite ou

da carcaça, mais rico em ácidos graxos saturados do que aqueles fornecidos na dieta.

A lipólise corresponde ao início do processo de metabolismo dos lipídeos no rúmen,

sendo imprescindível para que ocorra a bio-hidrogenação (HARFOOT &

HAZLEWOOD, 1997).

Os ruminantes ao ingerirem os lipídeos da dieta, consomem os ácidos graxos

principalmente na forma de triglicerídeos e galactolipídeos. A hidrólise ruminal por

ações de enzimas lipolíticas microbianas liberam os ácidos graxos das ligações éster,

tornando-os livres, permitindo que a galactose e o glicerol sejam rapidamente

fermentados a ácido propiônico. Os ácidos graxos em sua forma livre ficam

suscetíveis à ação das bactérias ruminais, que agem adicionando hidrogênio nas

ligações insaturadas (duplas ligações), tornando-as ligações saturadas (simples),

processo esse chamado de bio-hidrogenação, determinando o alto grau de saturação

dos ácidos graxos encontrados em produtos de ruminantes quando comparados aos

produtos oriundos de animais não ruminantes (LOCK & BAUMAN, 2004).

Um resumo do processo de bio-hidrogenação no rúmen foi descrito por Harfoot

& Hazelwood (1997), no qual o ácido linoleico presente na dieta (C18:2 cis-9, cis-12) é

isomerizado a cis-9, trans-11 (CLA) e, posteriormente, reduzido em duas etapas a

C18:1 trans-11 e por fim reduzido a ácido esteárico (18:0), conforme a Figura 1.

A redução de C18:1 trans-11 para C18:0 parece ser o passo limitante da bio-

hidrogenação e, portanto, este ácido graxo vai se acumulando no rúmen (Van Soest,

1994), podendo ser absorvido no intestino e levado para o tecido adiposo ou glândula

mamária, onde pode ser convertido à CLA cis-19, trans-11 por ação do complexo

enzimático da enzima estearoil CoA-dessaturase. Esta é considerada a principal via

de bio-hidrogenação, mas há outras que formam diferentes isômeros de CLA e outros

ácidos graxos monoinsaturados (Figura 2).

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Figura 1 - Via metabólica da bio-hidrogenação do ácido linoleico no rúmen

Fonte: Adaptado de Harfoot & Hazelwood (1997)

Figura 2- Esquema da produção de CLA em ruminantes

Fonte: (Adaptado de Bauman & Griinari, 2001) Os passos do quadro à esquerda, ocorrem no rúmen e os da direita, na glândula mamária ou tecido adiposo.

CLA são um conjunto de isômeros posicionais e geométricos do ácido

octadecadienóico (C18:2) com duplas ligações conjugadas (duas duplas ligações

separadas por uma ligação simples), que podem ser encontradas nas posições dos

carbonos 9 e 11, 10 e 12 ou 11 e 13, e podem ser em ambas configurações, cis ou

trans (BAUMAN et al., 1999).

Alguns tipos específicos de dietas, como as que contêm gordura poli-

insaturada ou onde há maior proporção de alimento concentrado em detrimento de

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alimento volumoso ou ainda em dietas cujo tamanho da partícula fibrosa seja

diminuída prejudicando a efetividade da fibra em manter a ruminação, favorecem a

bio-hidrogenação de ácidos graxos poli-insaturados no rúmen para C18:2 trans-10,

cis-12, isômero de CLA capaz de modificar a composição do leite. Além disto,

infusões abomasais de CLA trans-10, cis-12 também tem efeito inibidor na síntese de

gordura do leite (BAUMGARD et al., 2000).

Além dos ácidos graxos fornecidos pela dieta que poderão ser bio-

hidrogenados no rúmen também existem formas sintéticas de se fornecer CLA aos

animais. CLA sintéticos são utilizados em estudos por meio da sua inclusão na dieta

como lipídio encapsulado, como sais de cálcio de ácidos graxo ou também na forma

de ésteres metílicos, via infusão intravenosa ou abomasal. O fornecimento de CLA

trans-10, cis-12 aos animais em formas de ésteres metílicos possui vantagens na

produção comercial e facilidade operacional, quando comparado à produção de CLA

na forma de ácidos graxos livres ou sais de cálcio, não causando danos ao

metabolismo animal ou digestão dos animais.

Estudos mostraram que pequenas concentrações de CLA trans-10, cis-12 na

dieta (menores do que 1%) são capazes de reduzir em 50% a secreção de gordura no

leite em poucos dias, conforme demonstrado por Baumgard et al. (2001) utilizando a

dose de 14 g/d de CLA trans-10, cis-12 infundida no abomaso de vacas.

A dose efetiva para se obter 25% de inibição no teor de gordura no leite é de

aproximadamente 2,5 g/d de CLA trans-10, cis-12 (± 0,01% do consumo de matéria

seca), e poucos incrementos na queda da gordura foram observados com o aumento

da dose acima de 6 g/d (VETH et al., 2004; BAUMAN et al., 2008). O CLA trans-10,

cis-12 é o único ácido graxo que atua na redução da síntese de gordura do leite

(BAUMGARD et al., 2000; BAUMGARD et al., 2001; de VETH et al., 2004).

Descrita pela primeira vez pelo cientista francês Boussingault em 1845 (VAN

SOEST, 1994), a depressão na gordura do leite (DGL) induzida pela dieta é

caracterizada pela redução de até 50% no teor deste nutriente, sem que ocorram

mudanças na produção de leite e dos outros componentes (BAUMAN & GRIINARI,

2003).

Chouinard et al. (1999) avaliaram o efeito do CLA para vacas leiteiras, e

relataram redução na produção de gordura do leite superior a 50% quando

comparada ao tratamento sem CLA, sendo esta redução mais significativa para

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ácidos graxos de cadeia curta ou média, indicando, portanto, uma interferência na

síntese de novo de ácidos graxos pelas células epiteliais da glândula mamária.

A redução da gordura no leite pelo CLA trans-10, cis-12 está relacionada com

a menor produção de ácidos graxos de cadeia curta e média (C6 e C16) e, uma vez

que esses ácidos graxos advêm da síntese na glândula mamária, esta queda se deve

possivelmente ao decréscimo da atividade de enzimas envolvidas nesse processo,

como a acetil-CoA carboxilase e a ácido graxo sintase (PIPEROVA, 2000).

Um dos primeiros estudos que demonstraram a redução na expressão gênica

das enzimas envolvidas na síntese lipídica no tecido mamário de vacas foi realizado

por Baumgard et al. (2002), que relataram a DGL induzida pelo CLA trans-10, cis-12

e, após outros estudos (Peterson et al., 2003; Harvatine & Bauman, 2006; Gervais et

al., 2009) deram suporte ao conceito do decréscimo na expressão das enzimas

lipogênicas.

De forma geral, a quantidade de mRNA para as enzimas acetil-CoA carboxilase

(ACC), ácido graxo sintase (FASN), estearoil-CoA dessaturase (SCD), lipoproteína

lipase (LPL), glicerol-fosfato acil transferase (AGPAT) e acil glicerol-fosfato

aciltransferase (GPAT) é diminuída na DGL induzida pelo CLA trans-10, cis-12

(BAUMGARD et al., 2002; PETERSON et al., 2003; BAUMAN et al., 2011).

A síntese de gordura no leite necessita da ação coordenada de alguns fatores

(substratos, enzimas, transportadores, etc.,) e para isso necessita a organização de

alguns genes que controlam o fornecimento desses agentes (Rudolph et al., 2007). A

família de fatores de transcrição SREBP1 funciona como regulador global da síntese

de lipídeos (Eberle et al., 2004; Peterson et al., 2004), ligando-se à sequência de DNA

dos genes responsivos ao elemento regulatório de esterol.

A enzima acetil-CoA carboxilase (ACC) é considerada limitante na síntese de

ácidos graxos (Kim, 1997). O aumento na atividade celular da ACC resulta em

aumento na produção de malonil-CoA, este por sua vez é essencial para a síntese de

ácido graxo. A ACC desempenha função decisiva, durante a lactação, ao facilitar a

entrega de precursores de ácidos graxos à glândula mamária para a síntese de

gordura no leite (TRAVERS & BARBER, 1997).

Possuindo atuação multifuncional, a enzima ácido graxo sintase (FASN) é

considerada uma enzima do complexo homodimérico, que catalisa a síntese de novo

dos ácidos graxos, formando palmitato através do acetil-CoA e malonil-CoA, (Roy et

al., 2006; Alim et al., 2013). Desempenhando um papel importante na biossíntese de

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lipídeos, a FASN atua como uma das enzimas responsáveis pelo teor de gordura do

leite em animais (Roy et al., 2006). A expressão do gene da FASN é principalmente

controlada ao nível da transcrição e é responsivo para ambos os sinais hormonais e

nutricionais (Sul & Wang, 1998). Há, ainda, relatos (Joseph et al., 2002) de que

proteínas de ligação ao elemento responsivo a esteróide (SREBP1) desempenham

papel crítico na regulação da transcrição de um número de genes na via lipogênica,

incluindo FASN e ACC.

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4. RELATÓRIO DE ESTÁGIO

4.1 Local do Estágio

O estágio foi realizado na Universidade do Estado de Santa Catarina – Centro

de Ciências Agroveterinárias – UDESC/CAV no Departamento de Produção Animal e

Alimentos na cidade de Lages (SC), com supervisão do professor Dimas Estrasulas

de Oliveira. A UDESC tem como missão a produção, preservação e difusão do

conhecimento científico, tecnológico, artístico, desportivo e cultural, por intermédio do

fomento das atividades de ensino, pesquisa e extensão.

4.2 Setor

O acompanhamento das análises moleculares foi realizado durante os meses

de março a maio de 2015, no Laboratório de Virologia, localizado no Centro de

Diagnóstico Microbiológico Animal – CEDIMA, onde foram feitas as análises de

extração de RNA, síntese de cDNA e no Laboratório de Bioquímica onde foram

realizadas as análises de qRTPCR, ambos situados na UDESC/CAV.

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5. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS E DISCUSSÃO

Foi realizado o acompanhamento de análises moleculares do experimento da

Doutoranda Monica Urio, estudante da Universidade do Estado de Santa Catarina

tendo como título: Efeitos de uma mesma dose de CLA trans-10, cis-12 em ovelhas

lactantes de diferentes pesos vivos e de isômero de CLA no cultivo in vitro de

explantes de glândula mamária.

As análises laboratoriais acompanhadas durante o período de estágio foram

realizadas para avaliação dos efeitos de uma mesma dose de CLA trans-10, cis-12

em ovelhas lactantes de diferentes pesos vivos.

5.1 - Extrações de RNA

A extração de RNA foi realizada em amostras de tecido hepático, glândula

mamária e também de tecido adiposo. Não houve diferença entre os tipos de

amostras e o processo de extração de RNA.

Para a preparação da extração de RNA foi requerido ambiente altamente limpo

e a utilização de luvas, para se evitar qualquer contaminação das amostras por

RNAses presentes na pele. Primeiramente foi realizada a limpeza da bancada com

hipoclorito de sódio e álcool a 70% e todos os equipamentos a serem utilizados foram

colocados à vista para início da análise.

Posteriormente, criotubos contendo as amostras de tecido hepático foram

retirados do botijão de nitrogênio a -196 ºC, e as amostras foram retiradas de dentro

dos criotubos (Figura 03).

A amostra de tecido hepático foi colocado em um tubo contendo QIAzol Lysis

(Qiagen Sciences, Germantown, MD, USA), e estes foram pesados e posteriormente

homogeneizados, utilizando equipamento de homogeneização específico, chamado

de probe homogeneizadora (Figura 04). Este equipamento deve ser lavado com

NaOH por 5 min e etanol 70% antes de sua utilização. No início das análises, bem

como entre as análises das amostras, foi realizada a lavagem desta probe

homogeneizadora com etanol 100%, água livre de RNA e QIAzol Lysis reagente,

nesta ordem.

Durante todo o processo de homogeneização as amostras devem estar

alojadas em gelo (Figura 04), e o tempo dispendido para que ocorra a

11

homogeneização da amostra é dependente do tipo de tecido analisado (hepático,

adiposo, glândula mamária). Neste caso, descrição da análise do tecido hepático, o

tempo de homogeneização foi de aproximadamente 5 minutos.

Figura 3- Amostras dentro dos criotubos

Fonte: Arquivo pessoal

Figura 4- Amostras de tecido hepático mantidas no gelo durante a homogeneização com a probe homogeneizadora

Fonte: Arquivo pessoal

12

Depois de homogeneizadas, as amostras foram levadas à bancada para dar

sequência ao protocolo. Foi adicionado clorofórmio em cada tubo e estes foram

centrifugados durante 15 min a 4 ºC. Este processo fez com que houvesse a

separação do RNA contido nas amostras (Figura 05). A fase sobrenadante (que

contém RNA) foi coletada e adicionou-se álcool 70% a esta amostra que foi

posteriormente agitada no equipamento vortex para homogeneização.

Figura 5– Separação do RNA após centrifugação

Fonte: Arquivo pessoal

Para a extração de RNA foi utilizado o kit comercial RNeasy Lipid Tissue

(Qiagen Sciences, Germantown, MD, USA). Neste mesmo KIT também havia o

“buffer” RW1 que foi adicionado às colunas, para lavagem e remoção de

biomoléculas, certo tipo de proteínas que pudessem estar ligadas a membrana do

RNA, e o “buffer” RPE que foi utilizado para remover os vestígios de sais que ainda

estivessem agregados à membrana (Figura 06).

Os “buffers” foram acrescentados às amostras e estas foram centrifugadas.

Após a centrifugação DNAse I mix foi adicionado às amostras, tendo como função a

remoção de DNA que poderia estar ligado ao RNA das amostras. A amostra restante

13

foi então coletada em tubos eppendorf (1,5 mL) para armazenagem e posterior

análise no procedimento de síntese de DNA complementar (Figura 07).

Figura 6– kit comercial para extração do RNA

Fonte: Arquivo pessoal

Figura 7- Amostras em eppendorf

Fonte: Arquivo pessoal

Neste momento também houve separação de uma alíquota da amostra, em

outro tubo eppendorf (200 μL), conforme a Figura 08, para verificação da pureza do

14

RNA através da utilização do espectrofotômetro NanoDrop - ND-2000 (NanoDrop

Technologies, Wilmington, DE, USA), conforme Figura 09.

Figura 8- Amostras em eppendorf de 200 μL

Fonte: Arquivo pessoal

Figura 9– Quantificação da concentração de RNA (Aparelho NanoDrop)

Fonte: Arquivo pessoal

A principal dificuldade que poderia ocorrer durante o processo de extração de

RNA seria a presença de ribonucleases (RNAses) estáveis e ativas nas amostras,

que permitiriam que o RNA (altamente instável) fosse rapidamente degradado.

15

Todavia, durante as análises realizadas no período estagiado não foi verificado este

acontecimento.

A análise do RNA pode fornecer informações importantes sobre expressão

gênica, por isso há a necessidade em se fazer uma purificação eficaz do RNA, para

manter sua integridade e qualidade.

5.2 - Síntese do DNA complementar (cDNA)

A sínteses de DNA complementar (cDNA) foi realizada em amostras de tecido

hepático, glândula mamária e também de tecido adiposo. Não houve diferença entre

os tipos de amostras e o processo de síntese de cDNA.

Para a síntese do cDNA foi requerido ambiente altamente limpo e a utilização

de luvas, para se evitar qualquer contaminação das amostras por DNA presente na

pele. Primeiramente foi realizada a limpeza da bancada com hipoclorito de sódio e

álcool a 70% e todos os equipamentos a serem utilizados foram colocados à vista

para início da análise.

Para a síntese de cDNA foi utilizado o Kit GeneAmp composto por “random

primers”, e todo o procedimento foi realizado com as amostras e componentes do kit

resfriados em gelo (Figura 10).

Utilizou-se o RNA obtido anteriormente por extração, o qual estava

armazenado no freezer a -80 ºC. Primeiramente as amostras foram colocadas no

equipamento termociclador Biocycler a 65 ºC durante cinco minutos, para que

houvesse uma mistura da água livre de RNAse com o RNA. Posteriormente foram

adicionados os componentes do kit comercial: 10x buffer, 25x DNTP, Random

primers, RT enzyme, RNase inibidor, Nuclease free H2O, de acordo com o peso e

quantidade de cada amostra. Após esta etapa, as amostras foram colocadas

novamente no termociclador a -25 ºC por 10 minutos; -37 ºC por 2 horas e, então,

resfriadas até -4 ºC (Figura 11). Ao final do procedimento as amostras foram

armazenadas a -20 ºC para posterior análise da reação em cadeia da polimerase em

tempo real (qRTPCR).

É importante considerar que para que este procedimento tenha sucesso, o

RNA das amostras deve estar intacto e sua quantificação, precisa, para evitar

variações na utilização deste molde em técnicas futuras, como por exemplo, em

arranjos de DNA ou PCR quantitativo.

16

Figura 10– Amostras e componentes do kit comercial em resfriamento durante a análise

Fonte: Arquivo pessoal

Figura 11– Amostras no termociclador

Fonte: Arquivo pessoal

17

5.3 - Análise quantitativa da reação em cadeia da polimerase em tempo

real

Primeiramente foi realizada a limpeza da bancada com hipoclorito de sódio e

álcool 70% e todos os equipamentos a serem utilizados foram colocados na bancada

para início dos procedimentos de análise quantitativa da reação em cadeia da

polimerase em tempo real (qRTPCR).

As amostras obtidas no procedimento de síntese de cDNA foram retiradas do

freezer em que estavam armazenadas a -20 ºC e homogeneizadas no equipamento

vortex (Figura 12). Após este procedimento foram colocadas na centrifuga minispin

durante 15 segundos para que houvesse completa homogeneização (Figura 12).

As amostras foram então transferidas para placas (MicroAmp® Fast Optical 48-

Well Reaction Plate - Applied Biosystems, Waltham, MA, USA), conforme Figura 13.

Também é feita uma curva padrão, que também será colocada na placa. A curva

padrão foi feita com a adição de água a um “pool” de todas as amostras (Figura 14).

Foram utilizados nesta análise iQ™ SYBR Green Supermix (Bio-Rad,

Hercules, CA, USA), e primers específicos para cada gene de interesse, para

visualização das curvas de amplificação e quantificação da expressão gênica.

Em cada amostra foi adicionado 10 µL de um mix de reagentes (este mix era

composto por 7,5µL de Syber, 0,6µL de Primer e 1,9µL de H2O). Após este

procedimento, a placa foi lacrada com um filme adesivo especifico e coberta por papel

alumínio para que não houvesse incidência de luz (Figura 15). As amostras foram

analisadas em triplicata.

Figura 12 – Homogeneização de amostras no vortex e centrífuga minispin

Fonte: Arquivo pessoal

18

Figura 13– Placa utilizada nas análises de qRTPCR

Fonte: Arquivo pessoal

Figura 14– Curva padrão

Fonte: Arquivo pessoal

Este procedimento foi realizado no Laboratório de Imunologia do CEDIMA.

No Laboratório de Bioquímica da UDESC/CAV ficava o equipamento StepOne

Real-Time (Applied BioSystems, Foster City, CA, USA), que realizava a leitura da

placa e a quantificação da expressão gênica das amostras (Figura 16). As

informações foram salvas em pendrive para posteriores tabulação e interpretação dos

dados.

Os genes de interesse nas amostras coletadas no experimento in vivo da

doutoranda foram: ACCα (acetil Coa carboxilase alfa), FASN (ácido graxo sintase),

SCD1 (estearoil CoA dessaturase), SREBP1 (proteínas de ligação ao elemento

19

regulatório de esterol), Spot14 (hormônio responsivo tireodiano) na glândula mamária,

e leptina no tecido adiposo.

Figura 15– Placa lacrada com um filme adesivo especifico e coberta por papel alumínio

Fonte: Arquivo pessoal

Figura 16– Equipamento StepOne Real-Time

Fonte: Arquivo pessoal

20

O método de PCR quantitativa em tempo real tem se mostrado uma ferramenta

de extrema importância na quantificação de RNAs mensageiros em baixos níveis,

tornando a quantificação mais rápida e acurada quando comparado a outros métodos.

21

6. CONCLUSÕES

O estágio nessa área de pesquisa foi de grande importância, pois, foi gerado

conhecimento sobre análises moleculares que deram condições de um melhor

entendimento em relação à síntese de lipídeos em ruminantes. As análises

moleculares são importantes no estudo e determinação da síntese de lipídeos na

glândula mamária de animais ruminantes suplementados com CLA na dieta e,

certamente, ajudarão a entender e manipular a síntese da gordura no leite de vacas,

cabras e ovelhas.

22

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estágio supervisionado II foi extraordinário, pois através dele obtive

engrandecimento profissional e pessoal, aprendendo técnicas e análises laboratoriais

que não tive oportunidade de contato durante a graduação, aumentando ainda mais o

interesse que eu já tinha em fazer mestrado, seguindo a vida acadêmica, despertando

em mim interesse em continuar nessa área de pesquisa.

Com as análises realizadas foi possível deslumbrar futuras intervenções na

área de produção animal, na síntese de componentes do leite, como, por exemplo, a

utilização do CLA em animais de alta produção, no início da lactação quando há uma

elevada mobilização de reservas dos animais lactantes para atendimento da síntese

de gordura láctea. Com a utilização do CLA, estes animais poderiam diminuir a

composição da gordura láctea e, consequentemente, teriam menor mobilização de

reservas corporais, permitindo que voltassem à reprodução antecipadamente quando

comparados aos animais de alta produção que não receberiam o CLA na dieta.

A adição do CLA também pode ser importante para agregar valor ao leite

comercializado, haja vista que o leite enriquecido com CLA pode ser considerado um

alimento nutracêutico, além de possivelmente também ter sua composição em

proteína aumentada.

23

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