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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE BIOCIÊNCIAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA DINÂMICA DAS CONCENTRAÇÕES DE NUTRIENTES EM DOIS RESERVATÓRIOS DA REGIÃO DO SEMIÁRIDO POTIGUAR AO LONGO DE UM PERÍODO DE ESTIAGEM PROLONGADA NILTON LEITE DE SOUSA JÚNIOR NATAL - RN 2013

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · níveis de oxigênio dissolvido e outras mudanças que podem culminar na redução dos estoques pesqueiros, muitas vezes devido

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE BIOCIÊNCIAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA

DINÂMICA DAS CONCENTRAÇÕES DE NUTRIENTES EM DOIS

RESERVATÓRIOS DA REGIÃO DO SEMIÁRIDO POTIGUAR AO LONGO DE

UM PERÍODO DE ESTIAGEM PROLONGADA

NILTON LEITE DE SOUSA JÚNIOR

NATAL - RN

2013

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Sousa Júnior, Nilton Leite de. Dinâmica das concentrações de nutrientes em doisreservatórios da região do Semiárido Potiguar ao longo de umperíodo de estiagem prolongada / Nilton Leite de Sousa Júnior. -Natal, 2013. 22 f.: il.

Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Rio Grandedo Norte. Centro de Biociências. Programa de Pós-graduação emEcologia. Orientador: Prof. Dr. Jose Luiz de Attayde.

1. Eutrofização - Dissertação. 2. Seca - Dissertação. 3.Açudes - Dissertação. 4. Semiárido - Dissertação. I. Attayde,Jose Luiz de. II. Universidade Federal do Rio Gaande do Norte.III. Título.

RN/UF/BSE-CB CDU 581.13

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRNSistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro de Biociências - CB

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NILTON LEITE DE SOUSA JÚNIOR

DINÂMICA DAS CONCENTRAÇÕES DE NUTRIENTES EM DOIS

RESERVATÓRIOS DA REGIÃO DO SEMIÁRIDO POTIGUAR AO LONGO DE

UM PERÍODO DE ESTIAGEM PROLONGADA

Dissertação apresentada ao Programa

de Pós-graduação em Ecologia, da

Universidade Federal do Rio Grande do

Norte, como requisito parcial à obtenção do

título de Mestre em Ecologia.

Orientador: Prof. Dr. Jose Luiz De Attayde

Co-Orientadora: Prof. Dra. Vanessa Becker

NATAL – RN

2013

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RESUMO

Sousa Jr, N. L. Dinâmica das concentrações de nutrientes em dois reservatórios da região

do semiárido potiguar ao longo de um período de estiagem prolongada. Natal.

Universidade Federal do Rio Grande do Norte. 2013. Dissertação de Mestrado.

Os açudes do semiárido brasileiro são ecossistemas aquáticos vulneráveis à eutrofização

porque geralmente possuem uma elevada carga externa de nutrientes e uma baixa taxa de

renovação da água. O objetivo deste trabalho foi testar a hipótese de que as concentrações

de nitrogênio e fósforo, a biomassa fitoplanctônica e as concentrações de carbono

orgânico dissolvido na água dos açudes aumentam durante o período de estiagem com a

redução do volume de água acumulado nos açudes. Para testar a hipótese, amostras de

água foram coletadas mensalmente, durante o período de estiagem de maio de 2012 a

fevereiro de 2013, no açude da Estação Ecológica do Seridó e no açude Pocinhos da

Fazenda Solidão, ambos no município de Serra Negra do Norte, RN. As concentrações

de fósforo total, ortofosfato e clorofila a foram determinadas por colorimetria, enquanto

as concentrações de nitrogênio total e dissolvido e de carbono orgânico dissolvido, foram

determinadas por um TOC da marca Shimadzu. Durante o período de estudo, os

reservatórios tiveram uma diminuição do seu volume, o que provocou um aumento nas

concentrações de nutrientes conforme esperado. No entanto, a biomassa fitoplanctônica

apresentou um padrão de variação contrastante entre os dois açudes: aumentando ao longo

do período de estiagem no açude da Fazenda, mas diminuindo durante o mesmo período

no açude da ESEC. Esta redução da biomassa fitoplanctônica no açude da ESEC foi

devido ao aumento da turbidez e provável limitação por luz. Conclui-se que o aumento

das concentrações de nutrientes é uma condição necessária, mas não suficiente para

causar o aumento da biomassa fitoplanctônica durante o longo período de estiagem

característico da região semi-árida brasileira. A turbidez da água é um fator importante

capaz de inibir o crescimento fitoplanctônico mesmo com um aumento nas concentrações

de nutrientes. Por fim, a concentração de nutrientes ao longo de prolongados períodos de

estiagem na região do semiárido potiguar levou a uma diminuição da qualidade da água,

porém, outros fatores precisam ser favoráveis ao aumento de biomassa, no presente

estudo, a alta turbidez inorgânica no reservatório ESEC inibiu florações de

fotossintetizantes pela limitação da disponibilidade da luz.

Palavras-chaves: Eutrofização, Seca, açudes, Semi-árido, turbidez

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INTRODUÇÃO

A eutrofização consiste no enriquecimento excessivo dos ecossistemas aquáticos

por nutrientes e o consequente aumento da produção primária e biomassa de organismos

autotróficos como algas e cianobactérias. Esse aumento das concentrações de nutrientes,

principalmente macronutrientes como Nitrogênio (N) e Fósforo (P), pode ter origem

natural ou antrópica. O enriquecimento natural ocorre principalmente devido as

características geológicas e geomorfológicas da bacia hidrográfica no qual o corpo d’água

está inserido. Já o enriquecimento de origem antrópica ocorre principalmente devido ao

uso indiscriminado de fertilizantes e da incorreta disposição dos efluentes tanto

domésticos como dos demais usos humanos. Essa poluição por nutrientes às vezes

acontece de forma pontual, mas geralmente ocorre de forma difusa, através da drenagem

urbana e rural que exporta matéria orgânica e nutrientes dos ecossistemas terrestres para

os ecossistemas aquáticos da bacia de drenagem.

Esse aporte externo de nutrientes tem forte influência nas comunidades biológicas

desses ecossistemas aquáticos. Geralmente, há um aumento da biomassa do fitoplâncton,

das macrófitas, de algas epífitas e bênticas. Porém, esse aumento da biomassa por vezes

está associado a grandes mudanças na composição dessa comunidade, podendo resultar

numa redução na riqueza de espécies desses taxa (Smith & Schindler, 2009). Outra

consequência desse aporte de nutriente é a mudança nas condições físico-químicas da

água como o aumento da turbidez, a redução da transparência da água, a depleção dos

níveis de oxigênio dissolvido e outras mudanças que podem culminar na redução dos

estoques pesqueiros, muitas vezes devido a repentinas mortandades de peixes. Essa

mudança nas características da água torna a aparência desagradável, não só do ponto de

vista estético, mas devido também ao odor e ao sabor da água desses ecossistemas. Além

disso, o tratamento do recurso hídrico visando a potabilidade e o abastecimento urbano é

encarecido, devido à necessidade do emprego de tecnologias cada vez mais complexas e

onerosas.

As condições de um corpo aquático eutrófico podem favorecer a proliferação de

organismos indesejáveis e até nocivos, dentre eles as cianobactérias. Cianobactérias são

microrganismos planctônicos fotossintetizantes. São cosmopolitas e comuns em todos os

habitat do planeta (Kaebernick & Neilan, 2001). Dentre os gêneros de cianobactérias,

algumas espécies podem produzir e excretar cianotoxinas, produtos naturais tóxicos

classificados em dermatotoxinas, hepatotoxinas e neurotoxinas, cujas funções ecológicas

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não estão completamente elucidadas (Kaebernick & Neilan, 2001; Apeldoorn et al.,

2007). No Brasil, este grupo ganhou certa notoriedade após a morte de 54 pacientes de

hemodiálise em decorrência da falência hepática causada por hepatoxinas (Azevedo et

al., 2002)

Um conceito importante no estudo de eutrofização, e que ajuda a entender as

alterações na comunidade dos ecossistemas aquáticos, é o conceito de nutriente limitante.

Alguns nutrientes são de grande necessidade e por vezes de difícil obtenção, o que permite

que um grande aporte desses nutrientes seja capaz de alterar rapidamente a composição

dessas comunidades. Entre os macronutrientes, o Fósforo (P) geralmente é o nutriente

limitante em diversos ecossistemas aquáticos (Thornton & Ashton, 1989; Jeppesen et al.,

2005; Sterner, 2008; Schelske, 2009;). Para ambiente costeiros e estuários, o Nitrogênio

também pode ser limitante, sendo capaz de influenciar nas florações de microrganismos

(Conley et al., 2009). Masdependendo das característica da bacia hidrográfica na qual o

ecossistema aquático está inserido, outros nutrientes podem ser limitantes à produtividade

primária.

Os reservatórios de água para abastecimento humano, são fonte de atenção

especial quanto à eutrofização. Reservatórios são ecossistemas artificiais com funções

variadas, dentre elas: geração de energia elétrica, dessedentação humana e animal,

irrigação, balneabilidade, entre outras. Esses ecossistemas são caracterizados pelo

barramento de um rio, o que permite o armazenamento da água por um tempo pré-

determinado. Na região semi-árida brasileira foram construídos milhares de reservatórios

visando à garantia hidricanos períodos de estiagem e em épocas de seca extrema (Moura

e Shukla, 1981). Esses reservatórios, regionalmente chamados de açudes, caracterizam-

se por um alto fator de envolvimento (razão entre a área da bacia de drenageme a área do

reservatório) e elevadas cargas de material particulado e dissolvido durante o curto

período chuvoso (Freitas 2008). Por consequência das elevadas cargas externas e devido

ao alto tempo de detenção da água, os nutrientes tendem a se acumular nesses

ecossistemas, tornando-os frequentemente eutrofizados (Bouvy et al., 2003; Rocha,

2006; Freitas, 2008 Mesquita, 2009; Bezerra, 2011).

As cianobactérias são uma fonte de grande preocupação na região semiárida

nordestina. Uma série de estudos tem investigado as florações de cianobactérias nos

reservatórios do semi-árido (Bouvy et al., 1999; Chellapa et al., 2009; Costa et al., 2006;

Costa et al., 2009; Dantas et al., 2011; Medeiros, 2013; Panosso et al., 2007).. Nesses

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estudos muitos gêneros que podem produzir cianotoxinas foram encontrados, o que torna

ainda mais necessário os esforços no controle da eutrofização destes reservatórios.

O objetivo desta pesquisa foi testar a hipótese de que as concentrações de

nutrientes na água dos açudes aumentam durante o período de estiagem, elevando a

biomassa fitoplanctônica e consequentemente as concentrações de carbono orgânico

dissolvido liberados pelo fitoplâncton. Espera-se com esse trabalho demonstrar que a

eutrofização dos açudes se agrava com a redução do volume de água acumulado nos

açudes durante o longo período de estiagem característico da região semi-árida brasileira.

MATERIAIS E MÉTODOS

Área de estudo

A pesquisa foi realizada no açude da Estação Ecológica do Seridó (latitude

06°34’51” S e longitude 37°15’30” W) e em outro açude vizinho (latitude 06°34’42” S e

longitude 37°19’43” W), na Fazenda Solidão, ambos pertencentes à bacia hidrográfica do

Rio Espinharas, no município de Serra Negra do Norte, localizado na região semiárida do

estado do Rio Grande do Norte (RN), numa região denominada de Seridó Oriental (Figura

1). A vegetação da região é do tipo Caatinga Hiperxerófila, vegetação de caráter mais

seco, com abundância de cactáceas e plantas de porte mais baixo e espalhado (IDEMA,

2008). Os solos predominantes na região são: Bruno Não Cálcico Vértico e Litólicos

Eutróficos. Ambos os solos possuem fertilidade naturalmente alta, textura

arenosa/argilosa, são rasos e variam entre susceptíveis a erosão e moderadamente

drenado, e muito erodidos e fortemente drenados, (IDEMA, 2008). Essas características

físicas somadas às condições climáticas locais e ao risco de salinização limitam o uso

desse solo, restringindo-se a pecuária extensiva, ao cultivo de algodão arbóreo e algumas

outras fruticulturas. As práticas agrícolas estão condicionadas ao trabalho braçal e a tração

animal, com implementos agrícolas simples. Segundo o Plano Nacional de Combate a

Desertificação – PNCD, que define desertificação como a degradação da terra nas zonas

áridas, semiáridas e subsumidas secas, resultantes de fatores diversos tais como as

variações climáticas e as atividades humanas, o município de Serra Negra do Norte está

inserido em área susceptível à desertificação em categoria Muito Grave.

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Figura 1: Reservatórios pesquisados no município de Serra Negra do Norte/RN

No ano de 2012, a precipitação pluviométrica registrou valores inferiores à média

histórica para aquele município, caracterizando um período prolongado de estiagem que

se iniciou em abril de 2012 (Figura 2). O acumulado das precipitações pluviométricas

para o período de estudo foi de 314,5 mm. Segundo a Empresa de Pesquisa Agropecuária

do Rio Grande do Norte (EMPARN), anos com precipitação anual inferior a 439,7 mm

são considerados anos muito secos.

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Figura 2: Precipitação mensal acumulada no Município de Serra Negra do Norte entre os

meses de Janeiro de 2012 e Fevereiro de 2013 e precipitações acumuladas mensais médias

entre os anos de 1963-2006

Amostragem

Entre os meses de Maio de 2012 e Fevereiro de 2013, foram coletadas

mensalmente amostras de água em oito pontos de cada reservatório, as quais foram

integradas para a medição em laboratório das concentrações de Nitrogênio Dissolvido

(ND), Nitrogênio Total (NT), Ortofosfato (PO4), Fósforo Total (P-total, ou ainda, PT),

Carbono Orgânico Dissolvido (COD) e Clorofila-a. Além dessas variáveis, foram

medidas in situ a temperatura e a turbidez da água com uma sonda multiparamétrica

HIDROLAB. A profundidade máxima (Zmax) em cada um dos reservatórios também foi

medida através de um ecobatímetro. Essa última variável foi utilizada como uma

estimativa do nível dos reservatórios, sugerindo uma estimativa indireta do volume dos

corpos d’água.

As concentrações de ortofosfato e fósforo total foram determinadas por

colorimetria pelo método do ácido ascórbico, sendo que o P total após a digestão das

amostras com persulfato de potássio para conversão de todas as formas de fósforo à

ortofosfato (APHA 1998). As concentrações de clorofila a foram determinadas por

colorimetria, após extração do pigmento em etanol 95% por 18 hs em temperatura

ambiente (Jespersen & Christoffersen 1987). As concentrações de Carbono Orgânico

Dissolvido (COD, mg/L), Nitrogênio Dissolvido (ND, mg/L) e Nitrogênio Total (NT,

mg/L) foram determinadas através do TOC da Schimadzu.

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Análises estatisticas

Matrizes de correlação entre as variáveis estudadas foram elaboradas para cada açude

individualmente utilizando o programa Statistica® (Statsoft Inc. 1996). Com base nessas

matrizes de correlação, foram realizadas Análises de Componentes Principais (ACP)

utilizando o programa PC-ORD® v.6 (McCune e Mefford, 2011). O objetivo dessas

análises estatísticas foi determinar as relações existentes entre as variáveis bem como o

padrão de variação temporal das mesmas nos açudes estudados ao longo do período de

estiagem.

RESULTADOS

A profundidade máxima de ambos os reservatórios diminuiu gradativamente durante o

período de estiagem estudado (Figura 3a). A maior profundidade máxima do Açude

Solidão (6,4 m) foi medida em maio de 2012, enquanto a menor profundidade máxima

(3,9 m) foi observada em fevereiro de 2013. A profundidade máxima no açude da ESEC

foi reduzida quase pela metade ao longo do período de estudo. A turbidez apresentou um

padrão inverso, aumentando durante o período de estiagem principalmente no açude mais

raso da ESEC (Figura 3b). As concentrações de fósforo total (Figura 3c) e fósforo reativo

solúvel (Figura 3d) apresentaram uma tendência decrescente até Novembro de 2012,

enquanto as concentrações de nitrogênio total (Figura 3e), nitrogênio dissolvido (Figura

3f) e carbono orgânico dissolvido (Figura 3g) apresentaram uma tendência crescente até

o final do período de estiagem em ambos os reservatórios. Por outro lado, as

concentrações de clorofila a apresentaram padrões divergentes de variação nos dois

açudes, tendo aumentando no açude Solidão e diminuído no açude da ESEC durante o

período de estiagem observado (Figura 3h).

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a) b)

c) d)

e) f)

g) h)

Figura 3: Dinâmica da profundidade máxima, turbidez da água e concentrações de fósforo total e

ortofosfato, nitrogênio total e dissolvido, carbono orgânico dissolvido e clorofila a nos dois reservatórios

entre Maio de 2012 e Fevereiro de 2013.

0

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mai

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jun

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ago

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Açude ESEC Açude Solidão

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Açude ESEC Açude Solidão

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As correlações entre as variáveis nos dois reservatórios são apresentadas nas

Tabelas 2 e 3. No açude da ESEC, as concentrações de fósforo reativo solúvel, carbono

orgânico dissolvido, nitrogênio dissolvido e turbidez da água estiveram negativamente

correlacionadas, enquanto que as concentrações de clorofila estiveram positivamente

correlacionadas com a profundidade máxima do açude. Nenhuma correlação significativa

foi observada entre as concentrações de clorofila e carbono orgânico dissolvido neste

açude. Por outro lado, no açude da Fazenda Solidão, as concentrações de clorofila a

estiveram negativamente correlacionadas, embora de maneira marginalmente

significativa, com a profundidade máxima do açude e positivamente correlacionadas com

a turbidez e as concentrações de carbono orgânico dissolvido.

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Tabela 2 – Correlações entre as variáveis do Açude ESEC. Correlações com asterisco (*) apresentam p<0,05. Variáveis: Zmax =

profundidade máxima do reservatório; FRS = Fósforo Reativo Solúvel (ortofosfato); PT = fósforo total; Cl-a = clorofila-a; COD = carbono

orgânico dissolvido; ND = nitrogênio dissolvido; NT = nitrogênio total; Turb = turbidez; T = Temperatura.

Zmax FRS PT Cl-a COD ND NT Turb T

Zmax 1,00 -0,74* 0,05 0,87* -0,88* -0,84* -0,36 -0,84* -0,66*

FRS 1,00 0,15 -0,55 0,74* 0,62 0,50 0,87* 0,38

PT 1,00 0,16 0,10 0,26 -0,07 0,16 0,14

Cl-a 1,00 -0,91* -0,85* -0,51 -0,86* -0,43

COD 1,00 0,90* 0,56 0,98* 0,44

ND 1,00 0,38 0,87* 0,43

NT 1,00 0,59 -0,12

Turb 1,00 0,44

T 1,00

Tabela 3 – Correlações entre as variáveis do Açude Solidão. Correlações com asterisco (*) apresentam p<0,05. Variáveis: Zmax =

profundidade máxima do reservatório; FRS = Fósforo Reativo Solúvel (ortofosfato); PT = fósforo total; Cl-a = clorofila-a; COD = carbono

orgânico dissolvido; ND = nitrogênio dissolvido; NT = nitrogênio total; Turb = turbidez; T = Temperatura.

Zmax FRS PT Cl-a COD ND NT Turb T

Zmax 1,00 0,47 0,02 -0,62 -0,69* -0,61 -0,26 -0,74* 0,13

FRS 1,00 0,41 -0,31 -0,42 -0,20 -0,54 -0,15 0,67*

PT 1,00 0,12 0,17 0,31 -0,06 0,27 0,23

Cl-a 1,00 0,78* 0,60 0,50 0,71* 0,32

COD 1,00 0,94* 0,59 0,84* 0,24

ND 1,00 0,51 0,77* 0,16

NT 1,00 0,40 0,07

Turb 1,00 0,37

T 1,00

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A Análise de Componentes Principais (ACP) realizada para o Açude Solidão

(Figura 4) sobre a matriz de correlação entre as 9 variáveis, explicou 80,9 % da

variabilidade dos dados nos primeiros dois eixos (eixo 1 = 66,7 %; e eixo 2 = 14,2 %).

As variáveis mais importantes do eixo 1 foram: carbono orgânico dissolvido (-0,99),

temperatura (0,90), clorofila-a (-0,88), nitrogênio dissolvido (-0,88), turbidez (-0,83),

profundidade máxima (0,77), fósforo total (0,75) e nitrogênio total (-0,73). Em relação ao

eixo 2, a principal variável foi o fósforo reativo solúvel (0,75). Esses resultados indicam

que a primeira componente principal (eixo 1) refletiu a tendência temporal do efeito da

estiagem. Do lado positivo deste eixo, as amostras realizadas no início da estação seca

foram correlacionadas com maiores valores de profundidade máxima nesse reservatório,

maiores temperaturas e maiores concentrações de fósforo total. Já do lado negativo, as

unidades amostrais do período final de estiagem, ordenadas com altos valores de

nitrogênio total, nitrogênio dissolvido, carbono orgânico dissolvido, clorofila-a e

turbidez. Assim, a ACP demonstra que o plano estabelecido pelas duas componentes

descreve um comportamento heterogêneo entre unidades amostrais e as variáveis com

evidência para um gradiente temporal no Açude Solidão.

Já a Análise de Componentes Principais (ACP) realizada para o Açude ESEC

(Figura 5) sobre a matriz de correlação entre as mesmas 9 variáveis, explicou 78,2 % da

variabilidade dos dados nos dois primeiros eixos (eixo 1 = 61,4 %; e eixo 2 = 16,8 %).

No eixo 1, as variáveis mais importantes foram: clorofila-a (-0,98), carbono orgânico

dissolvido (0,97), turbidez (0,95), profundidade máxima (-0,93), nitrogênio dissolvido

(0,62), fósforo total (-0,71) e nitrogênio total (0,62). Em relação ao eixo 2 a principal

variável foi o fósforo reativo solúvel (0,87). Do lado positivo do eixo 1, encontramos as

unidades amostrais dos meses finais do período de estiagem relacionadas com altos

valores de turbidez, carbono orgânico dissolvido, nitrogênio total e nitrogênio dissolvido.

Do lado negativo deste eixo, altos valores de fósforo total, clorofila-a e profundidade

máxima, ocorrido no início do período de estiagem. A ACP realizada no açude ESEC

também demonstra um gradiente temporal, embora um pouco diferente do padrão

encontrado no Açude Solidão.

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Figura 4: Análise de Componentes Principais (ACP) de variáveis limnológicas, no Açude

Solidão, Serra Negra do Norte/RN, durante o período compreendido entre Maio de 2012

e Fevereiro de 2013. S= Solidão. Meses amostrados (5 = Maio/12; 6 = Junho/12; 7 =

Julho/12; 8 = Agosto/12; 9 = Setembro/12; 10 = Outubro/12; 11 = Novembro/12; 12 =

Dezembro/12; 1 = Janeiro/13; 2 = Fevereiro/13). FRS = fósforo reativo solúvel; PT =

fósforo total; Cl a = Clorofila-a; Zmax = Profundidade máxima; NT = nitrogênio total;

ND = nitrogênio dissolvido; Turb = turbidez; COD = carbono orgânico dissolvido; T =

Temperatura.

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Figura 5: Análise de Componentes Principais (ACP) de variáveis limnológicas, no Açude

Solidão, Serra Negra do Norte/RN, durante o período compreendido entre Maio de 2012

e Fevereiro de 2013. S= Solidão. Meses amostrados (5 = Maio/12; 6 = Junho/12; 7 =

Julho/12; 8 = Agosto/12; 9 = Setembro/12; 10 = Outubro/12; 11 = Novembro/12; 12 =

Dezembro/12; 1 = Janeiro/13; 2 = Fevereiro/13). FRS = fósforo reativo solúvel; PT =

fósforo total; Cl a = Clorofila-a; Zmax = Profundidade máxima; NT = nitrogênio total;

ND = nitrogênio dissolvido; Turb = turbidez; COD = carbono orgânico dissolvido; T =

Temperatura.

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DISCUSSÃO

Nesse estudo, as concentrações de os nutrientes responderam ao prolongamento

do período seco. Tendendo a um aumento das concentrações no final do período seco,

ainda que o aporte de nutrientes via escoamento superficial tenha diminuído pela ausência

de chuvas, essa concentração é explicada pela diminuição do nível do reservatório.

Resultados parecidos foram encontrados por Bezerra (2011) nos reservatórios Cruzeta e

Marechal Dutra (Gargalheiras), localizados na mesma bacia hidrográfica dos

reservatórios deste estudo. Os valores máximos registrados para as concentrações de

Fósforo Total e Ortofosfato neste estudo também são próximos dos encontrados no estudo

de Bezerra (2011). Se for tomado por comparação os valores registrados por Mesquita

(2009), que analisou 6 reservatórios da mesma bacia hidrográfica (Boqueirão, Cruzeta,

Itans, Gargalheiras, Passagem das Traíras e Sabugi) as concentrações deste estudo estão

próximas dos valores médios ali registrados.

A concentração de nitrogênio total aumentou durante as primeiras chuvas, porém

o seu pico foi atingido na estação seca, conforme encontrado também por Costa et

al.(2009) em reservatórios da mesma bacia hidrográfica, inclusive com valores próximos

dos ali registrados. Bezerra (2011) analisando o reservatório Cruzeta encontrou valores

um pouco inferiores dos encontrados nos reservatórios deste estudo.

Neste estudo, a concentração de clorofila se comportou de forma diferente nos

dois reservatórios. No reservatório Solidão houve um aumento na Clorofila-a na durante

o período de estiagem, resultado corroborado por Bouvy et al. (2003). Além disso, as

concentrações de clorofila-a neste reservatório apresentaram valores superiores aos

encontrados em reservatórios da mesma região pesquisados por Mesquita (2009), Bezerra

(2011) e Oliveira (2012). Bouvy (2003) sugere que a diversidade e biomassa podem

responder às mudanças da condição da água ao longo das estações devido a alternância

entre longos períodos de seca e curtos períodos de forte chuva, característico de

ecossistemas semiáridos. Mas essa mudança também pode ser fruto de períodos

prolongados de seca (Rocha, 2006; Freitas, 2008). Medeiros (2013) verificou no açude

Cruzeta que a disponibilidade de luz e o volume do reservatório dos os principais fatores

na condição sazonal do fitoplâncton. Chellapa et al (2009) também afirmam que estas

variações climáticas determinam a estrutura da comunidade fitoplanctônica e

consequentemente a concentração de clorofila-a, podendo até limitar a presença e a

abundância de cianobactérias.. Bouvy et al (1999) também afirmam do risco de florações

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de cianobactérias ao longo de prolongados períodos de secas, devido a concentração

elevada de nutrientes.

Já no reservatório ESEC houve uma diminuição progressiva da clorofila-a, mesmo

havendo o aumento da concentração de nutrientes. Essa diminuição pode ser explicada

pela significativa correlação negativa entre clorofila-a e turbidez nesse reservatório. Isso

indica que a turbidez possa limitar a atividade fotossintética pela limitação de luz no corpo

d’água. Essa limitação é amplamente estudada em estuário e corpos d’água com intensa

movimentação (Cloern, 1987; Lind et al, 1992; Irigoien e Castel, 1997). Nos reservatórios

do semiárido, essa turbidez pode ser provocada pela mistura nos reservatórios provocadas

pelos ventos (Rocha, 2006, Chellapa et al., 2009), efeito intensificado pelas baixas

profundidades desses reservatórios.

Vale ressaltar que a correlação positiva entre clorofila-a e turbidez no reservatório

Solidão, indica que fatores diferentes estão gerando turbidez nestes dois reservatórios. É

provável que a turbidez do açude Solidão seja provocada pelo aumento da biomassa

fitoplanctônica, justificando essa correlação. A correlação negativa entre carbono

orgânico dissolvido e clorofila pode indicar que a perda da biomassa de fitoplanctôn possa

está disponibilizando na coluna d’água este nutriente. Já no Açude Solidão a correlação

positiva indica que esses organismos estão fixando o carbono e produzindo outros

compostos orgânicos. Assim, a concentração de nutrientes ao longo de prolongados

períodos de estiagem na região do semiárido potiguar pode levar a uma diminuição da

qualidade da água e possíveis florações de organismos indesejáveis, porém, outros fatores

precisam ser favoráveis a esse aumento de biomassa, no presente estudo, a alta turbidez

inorgânica no reservatório ESEC inibiu florações de fotossintetizantes pela limitação da

disponibilidade da luz.

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