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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL CENTRO INTERDISCIPLINAR DE NOVAS TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM MÍDIAS NA EDUCAÇÃO ELAINE CARDOSO FIALHO SILVEIRA LIDERANÇA-MEDIADORA: O ELEMENTO DE ARTICULAÇÃO DA CONSTRUÇÃO COLABORATIVA NAS COMUNIDADES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM Porto Alegre 2010

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL …2010poat2.pbworks.com/f/Monografia_Elaine-Cardoso-Fialho-Silveira.pdf · desde a graduação em Pedagogia/ULBRA. A todas as pessoas que

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

CENTRO INTERDISCIPLINAR DE NOVAS TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM MÍDIAS NA EDUCAÇÃO

ELAINE CARDOSO FIALHO SILVEIRA

LIDERANÇA-MEDIADORA:

O ELEMENTO DE ARTICULAÇÃO DA CONSTRUÇÃO COLABORATIVA NAS COMUNIDADES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM

Porto Alegre 2010

ELAINE CARDOSO FIALHO SILVEIRA

LIDERANÇA-MEDIADORA: O ELEMENTO DE ARTICULAÇÃO DA CONSTRUÇÃO COLABORATIVA

NAS COMUNIDADES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM

Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado como requisito parcial para a obtenção do grau de Especialista em Mídias na Educação, pelo Centro Interdisciplinar de Novas Tecnologias na Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – CINTED/UFRGS. Orientadora: Rute Vera Maria Favero

Porto Alegre 2010

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Reitor: Prof. Carlos Alexandre Netto Vice-Reitor: Prof. Rui Vicente Oppermann Pró-Reitor de Pós-Graduação: Prof. Aldo Bolten Lucion Diretora do Centro Interdisciplinar de Novas Tecnologias na Educação: Profa. Rosa Maria Vicari Coordenador(as) do curso de Especialização em Mídias na Educação: Profas. Rosa Vicari e Liane Margarida Rockenbach Tarouco

DEDICATÓRIA Pela amizade que vocês me votam, Por meus defeitos que vocês nem notam... Por meus valores que vocês aumentam, Por minha fé que vocês alimentam... Por esta paz que nós nos transmitimos, Por este pão de amor que repartimos... Pela pureza dos seus sentimentos, Pela presença em todos os momentos... Por estarem sempre presentes, Por estes olhares que me dizem: "Vá em frente!" Por ficarem tristes, quando estou tristonha, Por rirem comigo quando estou risonha... Por me mostrarem quando estou errada, Por fazerem sentir-me tão amada... Por me apontarem DEUS a todo instante, Pelos cuidados sempre tão constantes... Por tudo isso e por muito mais Dedico este trabalho aos meus pais!!!

AGRADECIMENTO

Agradeço, em primeiro lugar, a Deus, pelas inúmeras graças que me concede a todo o momento.

Aos meus pais, que nunca pouparam esforços para me educar e oferecer as condições necessárias para que eu estudasse.

Ao meu esposo, pela compreensão e incentivo para que eu voltasse a estudar.

Aos meus familiares, que em nenhum momento deixaram de me apoiar.

A toda a Equipe do curso de Especialização em Mídias na Educação, CINTED/UFRGS com os quais tive a oportunidade e o prazer de conviver.

A todos os colegas, mas de forma muito especial à colega Marjorie Klich Nunes, companheira de estudos desde a graduação em Pedagogia/ULBRA.

A todas as pessoas que de alguma forma contribuíram para que eu conseguisse realizar esta especialização.

A descoberta consiste em ver o que

todos viram e em pensar no que ninguém pensou.

A. Szent-Gyorgyi

RESUMO

O presente estudo busca conhecer as competências e habilidades que compõem o perfil do líder-mediador – bem como a relevância da atuação como elemento de articulação da construção colaborativa do conhecimento nas Comunidades Virtuais de Aprendizagem (CVA). A pesquisa consiste em um estudo teórico-empírico, de forma a analisar o referencial bibliográfico disponível nesta área e confrontá-lo com a percepção dos membros participantes de CVA’s sobre a atuação dos líderes nessas Comunidades, contemplando, tanto a atuação da pessoa “responsável” por liderar a Comunidade, quanto aquelas pessoas que, naturalmente, desempenham esse papel na interação com os demais membros das Comunidades Virtuais de Aprendizagem.

PALAVRAS-CHAVE: Comunidades Virtuais, CVA, Aprendizagem Colaborativa, Liderança-Mediadora

SUMÁRIO

LISTA DE ILUSTRAÇÕES .........................................................................................8

1 INTRODUÇÃO .........................................................................................................9 2 COMUNIDADES VIRTUAIS...................................................................................11

2.1 Comunidades Virtuais de Aprendizagem ........................................................14 3 A APRENDIZAGEM NAS COMUNIDADES VIRTUAIS.........................................19

3.1 Interação ............................................................................................................20 3.2 Cooperação X Colaboração..............................................................................22

3.3 Aprendizagem Colaborativa .............................................................................26 4 A LIDERANÇA NAS COMUNIDADES VIRTUAIS.................................................28

4.1 Exercendo a Liderança nas Comunidades Virtuais de Aprendizagem.........30 5 A MEDIAÇÃO NAS COMUNIDADES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM ..............34

5.1 Moderação .........................................................................................................35

5.1.1 O Perfil do Moderador ......................................................................................35 5.2 Mediação ............................................................................................................38

5.2.1 O Perfil do Mediador.........................................................................................39 5.3 Moderação X Mediação.....................................................................................41 6 A LIDERANÇA-MEDIADORA NAS COMUNIDADES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM .....................................................................................................42 7 O PONTO DE VISTA DOS PARTICIPANTES DE COMUNIDADES VIRTUAIS ...45

8 CONCLUSÃO ........................................................................................................50 REFERÊNCIAS.........................................................................................................52

ANEXO......................................................................................................................57

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: A dimensão social da aprendizagem..........................................................24

Quadro 01: Comparação entre abordagens colaborativa e comparativa.................. 26

Figura 2: Percentual de participantes da Pesquisa. ..................................................45

Figura 3: Gráfico – “A liderança nesta Comunidade é:”............................................ 46

Figura 4: Gráfico – “Quem desempenha o papel de líder nesta Comunidade?”....... 46

Figura 5: Gráfico – “Para você o papel do líder na Comunidade é:”......................... 47

Figura 6: Gráfico – “Você se considera um líder nesta Comunidade?”..................... 48

Figura 7: “Você se considera um líder?” x “Nesta comunidade você é:”................... 48

9

1 INTRODUÇÃO

Assim como um bom Educador é necessário para o êxito do processo de

ensino-aprendizagem nas salas de aula presenciais, nas Comunidades Virtuais de

Aprendizagem, faz-se necessária a presença de um líder-mediador que seja um

elemento de articulação e que promova a construção colaborativa do conhecimento.

Conhecer as competências e habilidades que compõem o perfil deste líder-

mediador, bem como a relevância de sua atuação para a construção colaborativa do

conhecimento nas Comunidades Virtuais de Aprendizagem é o propósito deste

estudo.

Para alcançar esse objetivo a metodologia utilizada foi um estudo teórico-

empírico, desenvolvido de forma a analisar o referencial bibliográfico disponível

nesta área e confrontar o estudo realizado com a percepção dos membros de

Comunidades Virtuais de Aprendizagem sobre a atuação dos líderes nestas

Comunidades, através de um questionário aplicado, tanto aos líderes, quanto aos

liderados de diversas Comunidades Virtuais de Aprendizagem.

Tradicionalmente, o líder de uma Comunidade Virtual de Aprendizagem é o

seu criador ou um moderador/mediador designado para tal. Porém, se

considerarmos a liderança como uma competência ou uma habilidade, há diversas

pessoas que, mesmo não sendo líderes formais, acabam desempenhando este

papel nas Comunidades.

O presente estudo contempla, tanto a atuação da pessoa “responsável” por

liderar a Comunidade, quanto aquelas pessoas que, naturalmente, desempenham

esse papel na interação com os demais membros das Comunidades Virtuais de

Aprendizagem.

No capítulo 2, relembramos o conceito de Comunidades Virtuais e buscamos

argumentos para diferenciá-las das Comunidades Virtuais de Aprendizagem.

10

No capítulo 3, ao abordar a Aprendizagem nas Comunidades Virtuais,

propomos uma pausa para distinguir conceitos como Interação, Cooperação e

Colaboração – que não são sinônimos, mas são complementares no processo de

construção do conhecimento nas CVA’s.

No capítulo 4, falamos sobre liderança – uma habilidade essencial para

quem se propõe a conduzir qualquer equipe, inclusive as Comunidades Virtuais.

No capítulo 5, mais uma distinção de conceitos. Desta vez os termos

analisados são Moderação e Mediação. Ao longo deste capítulo também são

delineados os perfis do Moderador e do Mediador.

O capítulo 6 agrega todos os aspectos estudados ao utilizar a expressão

“liderança-mediadora” para designar aquela pessoa que atua como elemento de

articulação da construção colaborativa nas Comunidades Virtuais de Aprendizagem.

O capítulo 7 traz o ponto de vista dos participantes de Comunidades Virtuais

de Aprendizagem, coletado através do Questionário que consta nos anexos e

analisado à luz do referencial apresentado nos capítulos anteriores.

Por fim, no capítulo 8, algumas considerações finais, à guisa de Conclusão

desta busca em prol de delinear o perfil (e verificar as contribuições) do líder-

mediador para a construção colaborativa do conhecimento nas Comunidades

Virtuais de Aprendizagem.

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2 COMUNIDADES VIRTUAIS

O advento da internet e da comunicação mediada pelo computador

proporcionou a “reunião” de pessoas com interesses comuns em um mesmo

“espaço”, conhecido como Comunidade Virtual. Um dos primeiros autores a utilizar

efetivamente o termo “comunidade virtual” foi Rheingold:

As comunidades virtuais são agregados sociais que surgem da Rede [Internet], quando uma quantidade suficiente de gente leva adiante essas discussões públicas durante um tempo suficiente, com suficientes sentimentos humanos, para formar redes de relações pessoais no ciberespaço (apud RECUERO, 2006, p.122).

De acordo com Recuero, o conceito de comunidade virtual é “uma tentativa

de explicar os agrupamentos sociais surgidos no ciberespaço, [...] a existência de

um grupo social que interage, através da comunicação mediada pelo computador”

(idem, p.127). Tais interações, através do computador, estão possibilitando o

surgimento de grupos sociais na Internet, com características comunitárias, capazes

de gerar laços sociais.

Para Sartori e Roesler,

As comunidades virtuais são espaços formados por agrupamentos humanos no ciberespaço. Seu funcionamento está diretamente ligado, num primeiro momento, às redes de conexões proporcionadas pelas tecnologias de informação e comunicação e, num segundo momento, à possibilidade de, neste espaço, pessoas com objetivos comuns, se encontrarem, estabelecerem relações, e desenvolverem novas subjetividades (2004, p. 3).

Beltrán Llera (apud CARVALHO, 2009, p. 37) define, em linhas gerais, as

comunidades virtuais como “grupos de pessoas que se comunicam, compartilham

experiências e temas afins e se esforçam para atingir objetivos comuns”. Lemos

12

(online) salienta que “as comunidades virtuais se agregam em torno de interesses

comuns, independentes de fronteiras ou demarcações territoriais fixas”.

Para Lévy (1999, p. 27), uma comunidade virtual é “um grupo de pessoas se

correspondendo mutuamente por meio de computadores interconectados”, sendo

que esta comunidade é construída sobre “afinidades de interesses, de

conhecimentos, sobre projetos mútuos, em um processo de cooperação [...]

independentemente das proximidades geográficas e filiações institucionais” (idem, p.

127).

Castells afirma que, nas comunidades virtuais também,

constroem-se afinidades, parcerias e alianças intelectuais, sentimentos de amizade e outros, que se desenvolvem nos grupos de interação, da mesma forma como acontece entre pessoas que se encontram fisicamente para conversar. A personalidade de cada participante acaba sendo expressa através do estilo de escrita, competências, tomadas de posição, evidenciadas nas relações humanas presentes nas interações. [...] as comunidades não estão livres de manipulações e enganações, assim como em qualquer outro espaço de interação social (apud SAMPAIO-RALHA, [S.d.], p.3).

Conforme Schlemmer ([S.d.] p.3), uma comunidade virtual é “um coletivo

mais ou menos permanente dependendo dos interesses dos participantes, que se

organiza através de ferramentas oferecidas por um novo meio”. Essas comunidades

“se alimentam do fluxo, das interações, das inquietações, das relações humanas

desterritorializadas, transversais, livres”.

Fávero e Tarouco nos lembram que:

Comunidade virtual não é apenas um espaço tecnológico que permite uma comunicação mais abrangente e globalizada, mas sim um espaço onde as pessoas colaboram entre si, e que permite a autonomia dos educandos e a construção de trabalhos coletivos, possibilitando a geração de conhecimento; é um espaço social de comunicação, que possibilita a ocorrência do diálogo (2008, p. 3).

Nevado corrobora:

São as interações e as parcerias entre as pessoas que definem a comunidade. Comunidades virtuais implicam ligações entre pessoas que partilham idéias, atividades ou tarefas. Isso envolve a busca de idéias diferentes, de novas estratégias ou práticas que possam auxiliar os membros a re-pensar o seu modo de fazer as coisas (2005, p. 18).

13

Herring (apud SCARABOTO, 2006) aponta seis conjuntos de critérios que

distinguem um agrupamento online de uma comunidade virtual:

a) participação ativa e auto-sustentável, um grupo de participantes

regulares;

b) compartilhamento da história, propósitos, cultura, normas e valores;

c) solidariedade, apoio, reciprocidade;

d) críticas, censura, conflitos, formas para a resolução de conflitos;

e) autoconsciência do grupo como entidade distinta de outros grupos;

f) surgimento de papéis, hierarquia, controle, rituais.

Jonassen (apud CENPEC, 2006-b, p. 28) aponta sete qualidades que

essenciais a todos os ambientes virtuais de aprendizagem:

a) ser ativo;

b) ser construtivo;

c) ser colaborativo;

d) ser intencional;

e) ser facilitador da conversa;

f) ser contextualizado;

g) ser reflexivo.

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Rojo destaca alguns benefícios de se participar de comunidades virtuais de

discussão, como sendo,

travar contato com idéias correntes, lançamentos e eventos no campo de estudo; ter a oportunidade de obter rapidamente respostas de qualidade; conseguir materiais de valor, ou ponteiros para estes materiais; aprender sobre o meio em si; adquirir o sentimento de fazer parte de uma comunidade de interesse; ter a oportunidade de expressar idéias e sentimentos; ter a oportunidade de intensificar contatos com pessoas e compartilhando interesses similares (apud SAMPAIO-RALHA, [S.d.], p.3).

A construção de comunidades virtuais, segundo Bliska (2007, p. 34), faz

parte, de uma “nova realidade de seres humanos sem fronteiras, que compartilham

interesses comuns com o objetivo de auto-desenvolvimento”. Segundo a autora, nos

dias atuais, “as comunidades constroem suas identidades e se organizam a partir de

afinidades, interesses e valores comuns, sem depender de um lugar específico”.

De acordo com pesquisas realizadas por Haetinger (2005-b, p. 7), a

integração dos membros de uma comunidade virtual é motivada, principalmente,

pela necessidade que as pessoas têm de “estabelecer e manter vínculos sociais e

afetivos, e pelos seus interesses em ampliar conhecimentos específicos e aprimorar

competências e habilidades importantes para o trabalho”.

Pelo exposto até aqui, pode-se concluir que uma comunidade virtual vai

muito além de uma lista de e-mails ou de um agrupamento de pessoas. Ela envolve

relações emocionais e subjetivas, promove e fortalece relações sociais; baseia-se no

diálogo, na interação e no comprometimento dos participantes ao compartilhar

informações, desafios, conquistas, descobertas e resolução de problemas. É um

espaço colaborativo e cooperativo no qual se pode discutir, crescer, construir e

aprender.

2.1 Comunidades Virtuais de Aprendizagem

Como vimos, “comunidades” são grupos de pessoas que compartilham

interesses, atividades experiências e expectativas em comum, enquanto que

“comunidades virtuais” podem ser explicadas como grupos que surgem no

ciberespaço, por meio da comunicação mediada pelas redes de computadores.

Cabe ressaltar que,

15

o grupo de pessoas que “habita” uma comunidade virtual é formado por todos os indivíduos que participam das atividades propostas. Juntos, embora possam estar geograficamente muito distantes, partilham idéias ou desenvolvem tarefas que se complementam. São motivados por interesses comuns. Compartilham experiências, atitudes e informações. Agem de acordo com as normas estabelecidas pela comunidade (CENPEC, 2006-b, p. 22-3).

As Comunidades Virtuais se estruturam de acordo com seus objetivos e com

o tipo de interação que acontece entre as pessoas. Deste ponto em diante, nosso

estudo volta-se para as comunidades formadas com o objetivo de construir

conhecimento: as chamadas CVA’s - Comunidades Virtuais de Aprendizagem.

Schlemmer define CVA’s como “redes eletrônicas de comunicação interativa

autodefinida, organizada em torno de um interesse ou finalidade compartilhados”.

Destaca ainda que,

esse novo sistema de comunicação pode abarcar e integrar todas as formas de expressão, bem como a diversidade de interesses, valores e imaginações, inclusive a expressão de conflitos. Isso tudo devido à sua diversificação, multimodalidade e versatilidade. O desenvolvimento de comunidades virtuais se apóia na interconexão, se constitui por meio de contatos e interações de todos os tipos ([S.d.], p. 2).

Sartori e Roesler (2004, pág. 7) enfatizam que a comunidade virtual de

aprendizagem, como forma de promover educação, cultura e comunicação,

“oportuniza a socialidade, visto que os aprendizes se encontram apoiados por uma

lógica de compartilhamento tanto de paixões e sentimentos quanto de projetos de

vida”. Deixar de lado o individualismo representa a possibilidade de uma

aprendizagem baseada na interatividade, pois o sentimento de pertencimento no

grupo cria uma identidade comum, bem como novas possibilidades de

aprendizagens coletivas no espaço virtual, devido à participação e construção de

novos significados gerando uma rede de cooperação.

Braga (2007, p. 66) apresenta uma composição das principais noções e

usos de uma comunidade de aprendizagem:

a) formada por um grupo de pessoas em processo colaborativo de

aprendizagem;

b) imersa em contextos situacionais;

16

c) conectada ao ciberespaço pela rede mundial de computadores;

d) mediada por/pela(s) relações entre seus integrantes, linguagens,

artefatos culturais (textos/computador);

e) seus integrantes compartilham de valores, interesses, práticas, crenças,

significados, propósitos comuns, etc.;

f) seus integrantes interagem, colaboram, refletem, negociam, usam de

suas relações sociais e individuais, revelam novas necessidades de

aprendizagem, criam novos recursos de aprendizagem, aprendem com a

experiência do outro;

g) cria, promove e desenvolve um grupo vibrante, participativo, consciente,

coeso, flexível;

h) respeita diversidades, perspectivas, valores, opiniões, crenças, estilos de

aprendizagem, níveis de autonomia, estratégias de aprendizagem;

i) desenvolve o potencial de membros, educadores, professores,

aprendizes, cidadãos, profissionais;

j) uma comunidade de aprendizagem on-line pode promover a construção

de conhecimento individual e coletivo.

A autora ressalta que esta composição deve ser lida à luz das propriedades

da Teoria da Complexidade, “um sistema vivo, onde as trajetórias evoluem no

tempo, de acordo com as necessidades de aprendizagem da comunidade” (idem,

p.65).

Palloff e Pratt (apud MUSSOI, FLORES e BEHAR, 2007, p. 6), indicam que

as especificidades das comunidades virtuais de aprendizagem seguem os seguintes

pressupostos:

17

a) destinar-se a interesses comuns a todos os sujeitos participantes da

comunidade;

b) ênfase no trabalho em equipe;

c) a comunidade deve centrar sua dinâmica nos objetivos a serem

alcançados;

d) todos os sujeitos têm o mesmo direito de participação;

e) as normas, valores e comportamentos são definidos na própria

comunidade;

f) o educador assume o papel de orientador e animador da comunidade;

g) a aprendizagem é cooperativa/colaborativa;

h) o sujeito assume o papel ativo na construção do seu conhecimento de

acordo com tema da comunidade;

i) interação permanente.

A ideia em torno de uma comunidade virtual, vista como um espaço de

aprendizagem, de acordo com Cool, é de que “possibilite a uma fácil integração e

que seja formada por instâncias ou pessoas que estão conectadas em rede e que

têm como foco um conteúdo de aprendizagem”. Porém o autor faz um alerta:

Sob um ponto de vista mais exigente, a evolução das novas tecnologias não basta para que um grupo com interesses comuns seja caracterizado como Comunidade de Aprendizagem. É necessário que estas novas tecnologias sejam utilizadas não apenas como instrumento de intercâmbio de informações, mas que sejam postas como instrumentos de aprendizagem, o que é muito mais difícil, porque o desenvolvimento que alcançaram até o momento as novas tecnologias em comunicação não foi acompanhado do desenvolvimento de novas metodologias que façam uso de suas potencialidades para ensinar e aprender ([S.d.], online).

18

Uma alternativa para minimizar o risco de uma Comunidade Virtual de

Aprendizagem perder o foco seria estabelecer objetivos, metas e um projeto

pedagógico adequado para a colaboração e a construção coletiva de determinados

conhecimentos. Porém, criar e manter uma comunidade virtual de aprendizagem não

é uma tarefa tão simples; exige tempo e dedicação para administrar um ambiente

concebido para que as pessoas participem com autonomia, motivadas por

discussão, comunicação, colaboração e interação imersas em situações de ensino e

aprendizagem.

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3 A APRENDIZAGEM NAS COMUNIDADES VIRTUAIS

De acordo com o CENPEC (2006-b, p. 22-3), as comunidades virtuais de

aprendizagem são “processos de trabalho alicerçados na associação e na troca,

focados nas relações entre as pessoas”. Tais processos de trabalho privilegiam o

compartilhamento, a interação, a produção coletiva, a transformação e atualização

de conhecimentos, a socialização de experiências e a aprendizagem fundamentada

em trabalho cooperativo em rede.

Segundo Dias (2001, online), as práticas de interação e colaboração que

ocorrem nas comunidades virtuais de aprendizagem resultam em um “processo

dinâmico de envolvimento, partilha e construção conjunta do novo conhecimento

realizado pelos membros da comunidade”.

Magdalena e Costa corroboram:

As Comunidades Virtuais de Aprendizagem promovem um novo modo do ser, de saber e de apreender, onde cada novo sistema de comunicação da informação cria novos desafios, que implicam novas competências e novas formas de construir conhecimento. É interessante ressaltar que essas novas formas de aprender, que estão surgindo, aproximam-se, cada vez mais, da maneira com que os seres humanos constroem naturalmente a sua inteligência. Por isso mesmo, talvez não sejam “novas formas” e sim um efetivo enriquecimento das formas naturais de aprender, uma vez que a inteligência se desenvolve sempre na e pela interação, fator não reconhecido ou considerado pelo ensino tradicional (2005-a, p.4) [grifo nosso].

Carvalho (2007, p. 8) alerta para o fato de que a aprendizagem em

Comunidades Virtuais “extrapola o ensino e nos remete à Educação não-formal, na

qual a aprendizagem faz parte do cotidiano e se dá por meio de ações que nem

sempre têm objetivos educacionais”. Desta forma, uma lista de discussão sobre um

vídeo, por exemplo, poderia ser entendida como uma comunidade que pode levar a

aprendizagem.

20

Para a autora, o que caracteriza uma Comunidade Virtual como sendo “de

aprendizagem” é a capacidade de levar os integrantes a construírem conhecimento:

A aprendizagem pressupõe a elaboração de conhecimento por parte do sujeito, um nível acima da troca de informações, do compartilhamento entre os integrantes da comunidade. É claro que o compartilhamento e o “estar” em comunidade oferecem uma gama de informações fundamentais para a aprendizagem de seus participantes. Mas ela só acontece quando eles constroem conhecimento. [...] O conhecimento prevê que as informações trocadas em comunidade sejam inter-relacionadas, conectadas, organizadas pelo integrante da comunidade, constituindo para ele algo significativo. Trata-se de uma construção que é individual, mas alcançada a partir do coletivo, das trocas, da vivência em comunidade (idem, p. 9).

Ao falar sobre a aprendizagem nas Comunidades Virtuais, frequentemente

termos como interação, colaboração e cooperação são usados como sinônimos,

porém, nessa área, cada um tem seu significado e relevância.

3.1 Interação

Conforme Schlemer ([S.d.], p. 3), as comunidades virtuais “se alimentam do

fluxo, das interações, das inquietações, das relações humanas desterritorializadas,

transversais, livres”.

De acordo com Maçada e Tijiboy (1998, p. 3), o processo de interação entre

indivíduos possibilita “intercambiar pontos de vistas, conhecer e refletir sobre

diferentes questionamentos, refletir sobre seu próprio pensar, ampliar com

autonomia sua tomada de consciência para buscar novos rumos”. Destacam,

também, que a interação entre pessoas, pode ser "eventual, isolada, e interrompida”

e que pode possibilitar uma relação colaborativa ou cooperativa. Sobre a interação

social em rede de computadores, as autoras diferenciam dois aspectos:

a) Quanto à temporalidade,

síncrona (em tempo real, os interlocutores encontram-se ligados

simultaneamente em rede),

assíncrona (os interlocutores se comunicam sem estabelecerem

ligação direta),

21

b) Quanto ao direcionamento e número de interlocutores,

um-para-um,

um-para-todos,

todos-para-todos.

De acordo com Garnier,

as interações sociais podem, de fato, transformar-se, de forma mais ou menos intensa, em fontes de aprendizagem e de desenvolvimento conceitual do aluno. A confrontação de alunos em torno de uma tarefa comum não garante, por si só, a existência, a percepção de contradições e sua resolução [...] A qualidade das interações entre alunos vincula-se à importância que a tarefa adquire aos seus olhos, à escolha das situações, à composição das interações (apud LIMA, 2003, p.74).

Carvalho (2009, p.83) nos lembra que “a interação revela-se, principalmente,

pela troca de mensagens entre os participantes em ambiente virtual, pela ‘presença’

manifestada, expressa por meio da linguagem, visível aos olhos de todos”.

Para Barbosa,

a interação é um processo de relação de interdependência dinâmica (não limitando-se à ação-reação) entre os agentes, que varia em grau, qualidade, e de contexto para contexto. Mais do que pessoas, o relacionamento envolve eventos, ações e comportamentos na criação, manutenção ou término de relações; e cada fator altera o outro, a si próprio e também a relação existente entre eles, fazendo da interação um processo a ser construído (2008, p. 85).

Palloff e Pratt ressaltam que,

uma comunidade de aprendizagem on-line é muito mais que apenas um instrutor interagindo mais com alunos e alunos interagindo mais entre si. É, na verdade, a criação de um espaço no qual alunos e docentes podem se conectar como iguais em um processo de aprendizagem, onde podem se conectar como seres humanos. Logo eles passam a se conhecer e a sentir que estão juntos em alguma coisa. Eles estão trabalhando com um fim comum, juntos (apud MORAN, [S.d.], online).

22

Mussoi, Flores e Behar falam em uma “nova concepção de aprendizagem”,

na qual a interação entre os participantes de uma comunidade virtual de

aprendizagem cria espaços que privilegiam a co-construção do conhecimento e,

também, a consciência da ética ao interagir no conhecimento de outra pessoa.

Fávero e Tarouco alertam para as mudanças que a era da informação trouxe

na maneira da sociedade se comunicar,

onde a comunicação ocorre de forma mais ágil, independente da localização geográfica ou de qualquer barreira espacial ou temporal. Assim, as pessoas buscam se reunir em grupos sociais, visando compartilhar interesses comuns. Nos grupos sociais que se formam através das redes de computadores, nas comunidades virtuais, estabelecem-se mais do que simples relações homem-máquina, ou relações homem-homem que buscam apenas trocas “mecânicas” de conhecimento, ou solucionar problemas e tomar decisões (2008, p. 7).

De acordo com as autoras, a interação entre os membros da Comunidade

Virtual só acontecerá se existir um “interesse em compartilhar descobertas e saberes

e se houver uma compreensão de que ocorre um fortalecimento das relações

através das interações” relações estas pelas quais perpassam muitos sentimentos e

sensações, dando origem a relações emocionais e subjetivas.

3.2 Cooperação X Colaboração

As comunidades virtuais são, segundo Tajra,

um conjunto de pessoas que estão interligadas entre si de forma democrática a partir de um propósito previamente definido e que utilizam o ciberespaço como um dos ambientes para a troca de experiências, informações e construção de novos saberes. [...] são constituídas, principalmente, pelas relações de colaboração e cooperação entre os membros dos grupos que a compõem. São as relações de colaboração e cooperação que mantêm as comunidades virtuais vivas. Enquanto existirem tais relações, as comunidades sobreviverão podendo, inclusive gerar novas comunidades. Nesse sentido, é importante lembrar que as relações de colaborações e cooperações são desenvolvidas em ambientes democráticos que respeitam a participação de todos, que compartilham valores e crenças e utilizam regras comuns acordadas entre todos os membros do grupo, não significando que não existam outras relações entre os membros do grupo ([S.d.], p. 2) [grifo nosso].

Apesar da similaridade das palavras – e de muitas vezes estes termos

serem usados como sinônimos – cooperação e colaboração representam diferentes

formas de trabalho.

23

Piaget identifica a cooperação como

uma operação comum por parte de diferentes sujeitos. Este tipo de ação conjunta requer flexibilidade, condutas altruístas, posições não-hierárquicas e respeito mútuo entre os membros de um grupo, além da realização de operações recíprocas, complementares ou correspondentes (apud HAETINGER, 2005-b, p. 5).

De acordo com sua visão, o equilíbrio da ação cooperativa ocorre quando:

a) os integrantes do grupo possuem uma escala de valores comuns

(reconhecimento dos interesses, conceitos e decisões compartilhadas);

b) existe flexibilidade (postura dos participantes que possibilita a contínua

construção e reconstrução das decisões e dos conhecimentos

compartilhados);

c) são adotadas condutas altruístas (ações que visam o bem comum);

d) não há hierarquia entre os participantes (todos têm os mesmos direitos e

deveres).

Para Panitz, cooperação é,

uma estrutura de interação projetada para facilitar a realização de um objetivo ou produto final. [...] apresenta-se como um conjunto de técnicas e processos que grupos de indivíduos aplicam para a concretização de um objetivo final ou a realização de uma tarefa específica. É um processo mais direcionado do que o processo de colaboração e mais controlado pelo professor (apud BARBOSA, 2008, p. 73-4),

Na visão de Maçada e Tijiboy, o conceito de cooperação,

é mais complexo, pois pressupõe a interação e a colaboração, além de relações de respeito mútuo e não hierárquicas entre os envolvidos, uma postura de tolerância e convivência com as diferenças e um processo de negociação constante. Percebemos que a diferença fundamental entre ambos conceitos reside no fato de que para haver colaboração um indivíduo deve interagir com o outro, existindo ajuda - mútua ou unilateral. Para existir cooperação deve haver, interação, colaboração, mas também objetivos comuns, atividades e ações conjuntas e coordenadas (1998, p. 5).

24

Na perspectiva de Vygotsky (apud HAETINGER, p. 5), a colaboração entre

os pares é uma ação imprescindível para a aprendizagem. Ela expressa a

“heterogeneidade presente nos grupos e ajuda a desenvolver estratégias e

habilidades de solução de problemas em virtude do processo cognitivo implícito na

interação e comunicação”. A construção de conhecimentos se dá nesse

compartilhamento de ações, pois “reúne diferentes ritmos, experiências, trajetórias,

contextos, valores e níveis de conhecimento, possibilitando a ampliação das

capacidades e habilidades individuais”.

Lima (2003, p.118) diz que “o coração de um grupo de trabalho virtual é a

comunicação, e a comunicação não é apenas uma questão técnica, mas social e

organizacional.”

Mendes afirma que,

o processo colaborativo se dá no diálogo, por meio do qual as pessoas se conhecem e se dão a conhecer, estabelecendo laços de confiança e respeito, fundamentais para a consolidação da identidade do grupo. Por meio do diálogo, concepções são explicitadas, problemas são levantados e compartilhados, saberes são trocados, estratégias são sugeridas e negociadas. No diálogo [...], novos saberes vão se constituindo e novas questões vão surgindo (2007, p. 51).

Porém, ao afirmar que o processo colaborativo se dá no diálogo, Mendes

não pretende limitá-lo a isso, mas sim, enfatizar que a reflexão coletiva se concretiza

nesse âmbito. Segundo ela, “a relação dialógica traz a possibilidade de nos

conhecer e nos constituir, de analisar nossas concepções, ações e vivências, de

conferir sentido às nossas práticas” (p. 52).

Haetinger (2005-a) nos auxilia a visualizar o quanto todos estes conceitos

estão imbricados na construção da aprendizagem:

Figura 1: A dimensão social da aprendizagem

25

Afonso (apud BARBOSA, p. 95) corrobora ao dizer que as comunidades de

aprendizagem constituem “um ambiente intelectual, social, cultural e psicológico, que

facilita e sustenta a aprendizagem, enquanto promove a interação, a colaboração e

a construção de um sentimento de pertença entre os membros”.

Conforme Mussoi, Flores e Behar (2007, p. 8), “a colaboração ajuda ao

desenvolvimento do pensamento crítico, a co-criação do conhecimento e do

significado, a reflexão e a aprendizagem transformadora”.

Kenski ressalta que,

As comunidades de aprendizagem ultrapassam as temporalidades regimentais estabelecidas pela cultura educacional e vão além. Seu tempo é o tempo em que seus membros se interessam em ali permanecer em estado de troca, colaboração e aprendizagem. A interação, a troca, o desejo dos membros – ‘alunos e professores’ – de se manterem em contato, em estado permanente de ‘aprendizagem’, definem melhor esse movimento que, em si, é bem mais potente do que a obrigatoriedade educativa imposta pelos sistemas clássicos de ensino (apud BARBOSA, 2008, p. 95).

Tanto a colaboração quanto a cooperação manifestam a heterogeneidade

presente nas Comunidades Virtuais de Aprendizagem:

Pessoas sistematicamente reunidas confrontam e reorganizam seus interesses e saberes a partir das trocas interpessoais, aproveitando a fonte de conhecimento que cada uma representa. Esse procedimento de socialização de informações, atitudes, comportamentos e inteligências variadas, gera uma intensa atividade cognitiva individual, a qual culmina com a aprendizagem. [...] O espírito e os procedimentos cooperativos e colaborativos caracterizam a dimensão social da aprendizagem. [...] As relações estabelecidas entre diferentes pessoas e seus respectivos pontos de vista fazem com que cada integrante de um grupo transforme o seu pensamento e construa novos aprendizados (HAETINGER, 2005-b, p. 5-6).

Independente de usar o termo colaboração ou cooperação, (NITZKE e

FRANCO, 2002, p. 26) lembram que o importante é que os membros de uma

Comunidade Virtual não estejam apenas “preocupados na aglutinação de pedaços

de trabalho individual, mas realizem uma atividade coordenada com o objetivo de

construir algo em comum, com a participação efetiva de todos”

Barbosa facilita a diferenciação através de um quadro comparativo entre

Aprendizagem Colaborativa e Aprendizagem Cooperativa. Para ela, tanto a

colaboração quanto a cooperação designam atividades de grupo que pretendem um

objetivo comum; a diferença estaria na regularidade da troca, na organização do

trabalho em conjunto e na coordenação:

26

Quadro 01: Comparação entre abordagens colaborativa e comparativa.

Abordagem Colaborativa Abordagem Cooperativa

Característica conceitual

Filosofia de ensino: engloba questões teóricas, políticas e filosóficas.

Técnica de trabalho: estrutura de interação projetada para facilitar a realização de um objetivo ou produto final.

Concepção Promove a “aculturação” dos alunos nas comunidades de conhecimento.

Aumenta as habilidades cognitivas e sociais por meio de um conjunto de técnicas aprendidas.

Estruturação

Compartilhamento de autoridade e aceitação de responsabilidades entre os membros, nas ações do grupo.

Estrutura hierárquica em um processo mais direcionado pelo professor.

Foco Processo mais aberto, com um papel mais ativo do aluno.

Processo centrado no professor e coordenado por ele.

Forma de organização

Compromisso mútuo dos participantes num esforço coordenado, visando à conclusão de um problema.

Cada um é responsável pelo desenvolvimento de uma parte do problema

Prescrição de atividades

Atividade sincronizada, resultado de um esforço continuado de construir e manter uma concepção compartilhada de um problema.

Segue uma série de etapas com normas bem definidas.

Fonte: BARBOSA, 2008, p. 75.

Com base nesta revisão bibliográfica, pode-se dizer que a aprendizagem

cooperativa está mais voltada para os cursos online. Devido ao compromisso mútuo

dos participantes, ao compartilhamento de responsabilidades e de autoridade –

embora exista a presença de um mediador – a aprendizagem nas comunidades

virtuais tem um viés mais colaborativo do que cooperativo.

3.3 Aprendizagem Colaborativa

Em entrevista concedida à revista Pátio (2002), César Coll cita duas formas

de ver a aprendizagem nas Comunidades virtuais: “como um processo

essencialmente construtivo, no qual os aprendizes [...] são ao mesmo tempo sujeitos

e protagonistas de sua própria aprendizagem” e “como um processo intrinsecamente

social que se apóia nas relações interpessoais e que sempre ocorre em um contexto

cultural determinado”.

27

De forma muito clara e direta, Azevedo (2005, p. 21) diz que “Comunidades

virtuais de aprendizagem colaborativa funcionam na base da colaboração. A regra

básica é a reciprocidade. Todos ensinam a todos, todos aprendem com todos”.

LÉVY convida a refletir:

A comunidade é o círculo, e no centro há a memória comum, o conhecimento comum, e cada um de nós está cultivando o que é comum a nós. Você dá e você retira. E quanto mais você dá, e quanto mais as pessoas dão, melhor é a qualidade do conhecimento que você retira de volta ([S.d.], online).

Para Panitz (apud BARBOSA, p. 73), a aprendizagem colaborativa é uma

“filosofia de ensino, não apenas uma técnica de sala de aula; ela sugere uma

maneira de lidar com as pessoas por meio do respeito, como um modo de viver e

lidar com outras pessoas”.

Segundo Marchand,

A aprendizagem colaborativa nas redes torna o tratamento da informação complexo pela diversidade dos fluxos de conhecimento, e requer o ajuste contínuo do usuário com o ritmo e as características de outros participantes e a gestão do trabalho em equipe. Nesse sentido, ocasiona o enriquecimento das atividades intelectuais individuais e da construção coletiva de conhecimentos (apud HAETINGER, 2005-a, p. 56).

Conforme Haetinger,

em uma comunidade de aprendizagem on-line, as pessoas aprendem sobre si mesmas ao se confrontar com as demais, sobre temas de seu interesse, sobre o modo como elas se relacionam com o conhecimento e sobre como se adaptar ao trabalho em conjunto e às contingências da vida. Tais aprendizados nascem da provocação interpessoal, da experimentação coletiva e dos desequilíbrios cognitivos provocados pelas ações recíprocas e colaborativas, sendo extremamente úteis para o desenvolvimento pessoal e profissional dos indivíduos (2005-a, p. 56).

Dessa forma, podemos concluir que a aprendizagem colaborativa favorece

uma combinação dos objetivos pessoais com os objetivos coletivos. A comunidade

virtual de aprendizagem possibilita a interação de todos com todos e permite que

cada participante possa expressar, defender e redefinir suas idéias – ou

simplesmente acompanhar a discussão dos demais e manifestar-se somente

quando julgar mais adequado. Uma das maiores vantagens da aprendizagem nas

comunidades virtuais refere-se à flexibilidade de tempos e espaços – através dela

todos os participantes podem aprender a qualquer hora e em qualquer lugar.

28

4 A LIDERANÇA NAS COMUNIDADES VIRTUAIS

Todo grupo social – desde a pré-história – conta com a presença de líderes

para orientar os demais participantes desse grupo. Assim como as comunidades

presenciais, as comunidades virtuais também precisam de líderes! Mas antes de nos

dedicarmos a verificar a atuação do líder nas CVA’s, propomos uma breve análise

do termo liderança.

Para esclarecer o conceito de liderança, podemos buscar a etimologia da

palavra. Conforme Cabral,

A palavra liderar vem do inglês, to lead, que significa, entre outras coisas, “conduzir, dirigir, guiar, comandar, persuadir, encaminhar, encabeçar, capitanear, atravessar”.O registro dessa palavra data de 825 d.C. Os diversos conceitos a ela ligados relacionam-se com os do latim, ducere, que significa conduzir (no português - duzir, precedido de prefixos), cujo conjunto semântico influenciou as derivações de to lead (2006, p. 28) [grifo do autor].

O termo liderança, segundo Faria, já era utilizado pelos gregos:

Desde a Antigüidade os gregos usavam o termo liderança por meio dos “verbos archein, que tem o sentido de começar, dirigir e governar e prattein, que significa atravessar, terminar e realizar”. Para o autor, o entendimento sobre “o termo liderança usado atualmente decorre dos mencionados verbos, pois o seu conteúdo foi etimologicamente dividido em duas partes: a ação inicial conduzida por uma pessoa e o desenvolvimento por outra”. Nesse sentido, “a liderança decorre de uma ação integrada de uma pessoa que inicia e conduz o empreendimento e da existência de um grupo que aceita e assume a responsabilidade da execução dentro das diretrizes estabelecidas” (apud CABRAL, 2006, p. 29) [grifo do autor].

Para Cartwright e Zander (apud CABRAL, 2006, p. 30) a liderança consiste

de “determinadas ações, [...] que fazem com que este se mova para seus objetivos,

melhore a qualidade de interação entre os membros, permita coesão do grupo ou

torne os recursos disponíveis aos participantes”.

29

Bennis (apud CABRAL, 2006, p. 33), elenca quatro competências comuns

aos líderes: visão, capacidade de comunicação, respeitabilidade e desejo de

aprendizagem. Ele ressalta, ainda, que os líderes são pessoas com capacidade para

se expressarem plenamente: “Eles também sabem o que querem, por que querem e

como comunicar isso aos demais, a fim de obter a cooperação e o apoio deles”.

Para Muniz, liderança é

a capacidade que uma pessoa possui de através de suas ações, atos e palavras exercer influência sobre o pensamento e comportamento dos outros. Sendo um fenômeno grupal, [...] a liderança é um processo de influência exercida de forma intencional por parte do líder sobre seus seguidores. Levando-se em consideração que os indivíduos são diferentes, o comportamento dos mesmos afeta as atividades de um grupo. Por sua vez, o líder representa aquela pessoa que poderá equacionar essas diferenças de modo construtivo, por meio de sua habilidade, competência e sensibilidade, facilitando mudanças no interior de suas organizações. (2004, p. 9)

Scholtes define liderança como “a presença e o espírito do indivíduo que

lidera e o relacionamento que se cria com as pessoas chefiadas”. Segundo ele,

A boa liderança dá conta das necessidades e valores das pessoas que necessitam ser gerenciadas: leva em consideração as habilidades e capacidades dos indivíduos com quem o líder compartilha essa liderança. Ela se adapta ao propósito e às necessidades futuras da organização. A liderança é uma arte, uma jornada interior, uma rede de relacionamentos, o domínio de métodos, e mais, muito mais. E por não podermos esperar que um indivíduo heróico possua todas essas características, a liderança, em última instância, precisa ser um sistema. O líder da próxima década e, provavelmente, do próximo século e milênio, deve compreender sistemas e deixar que a consciência de sistemas o informe sobre todos os planos e decisões (apud CABRAL, 2006, p. 34-5).

Cabral (2006, p. 35) nos lembra que a liderança exige uma estratégia de

aprendizado contínuo. Segundo ele, o líder precisa “saber envolver outras pessoas,

motivá-las a enfrentar o desafio das mudanças necessárias; ajustar seus valores,

mudar as perspectivas e aprender novos hábitos”.

Toda atividade humana que depende de cooperação necessita da atuação

de um líder. Porém, o poder do líder depende de seus liderados. Desta forma, todos

precisam trabalhar juntos para atingir seus objetivos. Davis e Newstrom (apud

MUNIZ, 2004, p. 6) corroboram: “O processo de encorajar e ajudar os outros a

trabalharem entusiasticamente na direção dos objetivos”.

30

Muniz (2004) reafirma que a liderança “não depende exclusivamente do

líder, é necessária a cooperação por parte dos liderados” (p. 7) e acrescenta: “uma

pessoa é reconhecida como líder do grupo por possuir habilidades, conhecimentos,

relacionamentos, que visam ao atendimento das necessidades daquelas pessoas

dentro de uma estrutura social advinda de uma relação funcional” (p. 8).

4.1 Exercendo a Liderança nas Comunidades Virtuais de Aprendizagem

Todo grupo social – desde a pré-história – conta com a presença de líderes

para orientar os demais participantes desse grupo. Assim como as comunidades

presenciais, as comunidades virtuais também precisam de líderes!

De acordo com Haetinger (2005-a, p. 50) as comunidades virtuais de

aprendizagem são “mediadas por facilitadores e orientadores da aprendizagem, os

quais têm a função de dinamizar as trocas coletivas e acompanhar a evolução dos

saberes dos participantes”. A autora ressalta que, mesmo com a presença de

mediadores formais, a orientação ou dinamização do grupo também pode ser

assumida por outros participantes. Dessa forma, nas comunidades virtuais de

aprendizagem podem co-existir lideranças formais e informais (ou situacionais).

Essa liderança situacional ocorre, por exemplo, quando um participante se

torna um líder ou mediador (promove trocas e instiga a aprendizagem dos outros

aprendizes em determinados momentos). Isso, de acordo com Haetinger, demonstra

que a mediação formal não é fator imprescindível para a aprendizagem e que

as comunidades on-line são ambientes potencializadores da aprendizagem não por causa da figura do facilitador da aprendizagem, mas porque seguem o princípio da colaboração e da reciprocidade, agrupam membros pró-ativos, autônomos e dispostos a compartilhar e construir conhecimentos a partir de uma postura colaborativa (2005, p. 51).

A responsabilidade de cada participante de uma CVA aparece naturalmente

no ciberespaço, pois, durante os processos de interação, como nos diz Sampaio-

Ralha ([S.d.], p. 2), “os participantes ativos constroem e expressam competências,

que são reconhecidas e valorizadas de imediato pela própria comunidade. Líderes

surgem naturalmente.”

31

Vieira (2005, online) corrobora: “Os líderes virtuais [...] são reconhecidos

como tais, através de suas ações, palavras e contribuições ao grupo. Costumam ser

inspiradores e carismáticos, com uma clara visão do futuro da comunidade.” Para

liderar virtualmente, o autor enfatiza a necessidade de se ter atenção às palavras –

diz ele: “você se revela através daquilo que escreve. Sendo o texto a sua principal

ferramenta de comunicação, os aspirantes a líderes virtuais devem estar atentos ao

conteúdo de suas mensagens” – e apresenta um conjunto genérico de qualidades

que permite o reconhecimento do líder pelos demais membros da comunidade

virtual. Em um sentido amplo, o líder virtual deve possuir:

a) Integridade – Qualidade fundamental de qualquer líder. É através da

integridade que as outras pessoas passam a acreditar nele;

b) Entusiasmo – As palavras do líder virtual devem revelar seu entusiasmo,

o “vírus” que contagia os demais;

c) Firmeza – O mais comum em uma comunidade virtual são as diferenças

de opiniões. O líder deve ser flexível, respeitando o amplo direito de

manifestação de todos, mas deve ser firme quando as ações de um

membro forem nocivas aos interesses e objetivos coletivos;

d) Empatia – É a habilidade de perceber e compreender as reações das

outras pessoas. É a capacidade de entender o modo emocional de ser

dos membros da comunidade e assumir um interesse ativo em suas

preocupações;

e) Habilidade social – É a capacidade de gerenciar relacionamentos e

desenvolver networks;

f) Motivação – O líder virtual deve demonstrar uma sincera paixão pela sua

atividade e uma propensão a perseguir metas com energia e afinco;

32

g) Criatividade – O líder deve ser criativo a fim de encontrar novas

soluções aos problemas do dia-a-dia e também de traçar novos rumos e

propor novas abordagens ao grupo;

h) Comunicação – a habilidade de “ouvir” e enviar claras, convincentes e

bem moduladas mensagens;

i) Humildade – A essência dos melhores líderes. Jamais falam na primeira

pessoa. Os melhores líderes deixam seu ego completamente de lado a

fim de revelar o melhor de seu time.

Lévy (online) reafirma: “o papel dos animadores e dos líderes e das pessoas

que proporcionam regras e normas é muito, muito importante”. Tendo em vista que

as comunidades virtuais envolvem pessoas das mais diferentes culturas, valores,

crenças e gostos, o novo líder deve reconhecer e respeitar as pessoas que

compõem a diversidade destas comunidades. No espaço virtual, assim como no

presencial, as pessoas querem ser valorizadas em seus pensamentos e ações,

querem ser tratadas como seres humanos e estimuladas em seu crescimento

pessoal.

Larmar aponta a necessidade de uma nova postura do líder, na qual ele seja

eficiente e verdadeiramente dedicado aos outros, demonstrando harmonia com os

princípios que norteiam as comunidades virtuais:

Os modos tradicionais, hierárquicos e autocráticos de liderança, motivados pelo desejo de poder, de riqueza, e não pelo desejo de atender às necessidades dos outros, cede lugar a um novo modelo, que proponha a dedicação ao próximo, a criação de vínculos cada vez maiores e de cooperação global. É preciso ouvir, dar mais valor às pessoas, mudar os paradigmas de relacionamento. Os novos líderes serão maestros e não generais ([S.d.], online).

Jordão (apud CARVALHO, 2009, p.195) diz que “A liderança compartilhada

é uma maneira de conseguir engajamento dos membros e motivação para que

continuem participando ativamente da comunidade”. Gozzi (apud CARVALHO, p.

149) defende que “[...] um profissional devidamente capacitado deve estar

acompanhando todo esse processo para garantir o objetivo e a vida da comunidade,

considerando o fim para qual ela foi criada”.

33

Para Kenski (apud CARVALHO, p. 149), a comunidade de aprendizagem

precisa ter uma liderança porque “o processo de aprendizagem exige um caminho,

uma meta, ele tem um objetivo definido e precisa ter alguém que faça esse processo

caminhar”.

O grande papel da liderança, de acordo com Compagnoli (online) é provocar

as pessoas, provocar sua capacidade criativa e de comprometimento. Segundo ele,

quando fazem parte de um grupo, as pessoas querem realizar coisas notáveis,

produzir algo que muitos se beneficiem, querem ser ouvidos para externar o que

pensam. Neste cenário, um líder competente e eficaz deve tornar essa energia algo

renovador e produtivo, envolver as pessoas e partilhar o poder. Nas palavras de Lao

Tse (apud COMPAGNOLI) “O melhor de todos os líderes é o que ajuda seus

seguidores para que eles não precisem mais dele”.

Jordão corrobora:

Para o bom líder, as pessoas são o que há de mais importante[...]. Por isso, ele colabora, orienta, desenvolve conhecimentos e habilidades, apóia-se na solução de problemas e reconhece o esforço e o mérito pessoal de cada um de seus liderados. [...] O líder, também, não pode se esquecer de que precisa ser uma pessoa esforçada, dedicada e com boa vontade, afinal será o exemplo para seus liderados ([S.d.]-b, online).

Jordão elenca, ainda, algumas características que devem ser desenvolvidas

por quem quer ser um bom líder [S.d.]-a: integridade, entusiasmo, firmeza,

automotivação, empatia, imparcialidade, humildade, sensibilidade, criatividade,

iniciativa, flexibilidade, dinamismo, credibilidade, bom humor, saber ouvir, influenciar

e se relacionar com as pessoas, ser observador, ter estabilidade emocional e ter

habilidade para equilibrar a razão e a emoção.

E ressalta ainda que, há “líderes que, diante de um grupo de pessoas, só

vêem o grupo. Mas os grandes líderes, [...] enxergam pessoas distintas, com suas

aspirações, querendo viver e querendo mostrar suas competências”.

34

5 A MEDIAÇÃO NAS COMUNIDADES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM

“Comunidades virtuais precisam de animadores, não de normas”, assim

responde Azevedo (online) em entrevista concedida ao portal da Universidade

Virtual Brasileira, ao ser questionado sobre quais instrumentos sugeriria para que as

comunidades apresentem maior aproveitamento de aprendizagem, visto que não há

instrumentos para normatizar a aprendizagem nessas comunidades. Segundo ele,

quando as comunidades virtuais não dispõem de animadores competentes, pouca

coisa acontece. Em contrapartida, “quando dispõem de elementos com boa

formação, experientes e capazes para a tarefa de animação comunitária, o

aproveitamento é altíssimo”. Ele não sugere instrumentos, sugere pessoas bem

preparadas e argumenta: “O segredo não está nem em normas, nem em tecnologia,

está em pessoas, educadores capacitados para atuarem como animadores da

inteligência coletiva em comunidades virtuais”.

O animador de comunidades virtuais é alguém que desperta o ânimo das pessoas, que desperta a alma de uma coletividade. Anima quer dizer alma. Portanto, o animador é alguém que tem um papel de liderança nesse sentido, um facilitador dos processos de integração entre as pessoas, um guia que apresenta mapas para percursos individuais ou coletivos dentro de uma comunidade (AZEVEDO, 2005, p. 22).

Sampaio-Ralha (online-b) vê a atuação do animador na comunidade virtual,

como um “agente da ação social, que promove a inter-relação, instiga à participação,

traz idéias e temas a serem debatidos. É dele a ‘função’ de agitar, promover a

comunicação e a interação entre as partes, no processo de comunicação.”

Talvez a expressão “animador de comunidade virtual” não seja tão familiar

quanto os termos “moderador” e “mediador”. Esses dois últimos – assim como

ocorre com as palavras interação, colaboração e cooperação – são utilizados, muitas

35

vezes, como sinônimos, porém, em relação às comunidades virtuais, moderação e

mediação diferem conceitualmente e são processos complementares.

5.1 Moderação

Conforme o Texto de Referência em Redes e Comunidades de Prática

(Comunidades Virtuais) do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, o

termo moderação designa,

o controle e a filtragem exercida sobre as contribuições dos membros de uma comunidade virtual, objetivando não a censura, mas a melhoria da qualidade das trocas suprimindo as contribuições consideradas nocivas à comunidade (BRASIL, 2006, p. 29).

Para legitimar a ação dos moderadores no bom andamento das trocas entre

os membros, uma política de moderação clara e concisa deve ser elaborada e

explicitada. Além disso, os moderadores devem possuir uma boa capacidade de

análise e qualidades relacionais a fim de serem bem aceitos e garantirem o equilíbrio

da comunidade.

De acordo com Dias (2008, p. 6), moderação é uma atividade de

organização e “reguladora dos processos de organização dos grupos e das

aprendizagens realizadas em ambientes virtuais, com particular incidência para as

formas de dinamização, gestão e acompanhamento”. Dias também destaca a

gradativa mudança do papel centralizador do moderador-organizador para a

liderança-partilhada do moderador como facilitador da aprendizagem.

5.1.1 O Perfil do Moderador

Kato e Damião (2006) destacam as principais habilidades necessárias para o bom

desempenho de um moderador:

a) habilidades de liderança;

b) habilidades de negociação;

c) habilidades de comunicação;

36

d) solução de conflitos;

e) habilidades técnicas.

Os autores supra citados ressaltam que “esse conjunto de habilidades não é

facilmente encontrado, mas sim fruto de preparação e transpiração” (idem, p. 12). De forma

genérica, as principais funções de um moderador são:

a) coordenador: organizar o espaço de interatividade;

b) anfitrião: acolher os participantes;

c) motivador: incentivar a participação;

d) juiz: solucionar os conflitos.

Eles também apontam os fatores críticos de sucesso para a atuação do

moderador:

a) didática no ensino da ferramenta e constantemente buscar o retorno (feedback)

dos participantes;

b) monitoramento constante, principalmente junto aos novos participantes;

c) sensibilidade para diversificar os temas sob diferentes perspectivas e,

sobretudo, conhecer as pessoas e provocá-las a participar;

d) dinamismo para fluência dos questionamentos e dúvidas que surgirem;

e) acolhimento a cada novo participante com boas-vindas acompanhadas

de dicas que estimulem a participação.

E ainda trazem sugestões operacionais:

37

a) identificar os principais atores e temas que podem despertar o interesse

da Comunidade;

b) organizar e coordenar o processo de apresentação dos novos membros

dos fóruns;

c) criar como um dos temas dos fóruns um especialmente destinado à

apresentação de novos participantes;

d) promover a participação dos membros dos fóruns identificando os fatores

motivacionais para cada grupo de participantes;

e) incentivar que cada participante mande uma primeira mensagem para os

fóruns;

f) propor e abrir novos temas que evitem discussões paralelas ou que

possam desviar-se do tema originalmente proposto;

g) monitorar as atividades de cada novo participante do fórum;

h) não deixar que mensagens de novos participantes fiquem sem resposta;

i) apresentar e fomentar a discussão das normas e condutas do fórum.

Considera-se “falta de moderação atuante na comunidade” quando:

a) não existe uma pessoa responsável por estimular o debate, conectar os

membros, manter o foco da comunidade, ajudar a estabelecer confiança

e resolver conflitos;

b) existe uma pessoa nomeada como moderadora e essa pessoa não tem

uma participação ativa e eficaz no desempenho da sua função na

comunidade.

38

Em relação ao segundo item, Lisboa e Coutinho (2009, p. 5) lembram que,

por vezes, os moderadores “assumem apenas um papel figurativo na comunidade,

de forma acomodada e sem relevância”, desmerecendo o papel do moderador que,

segundo Meirinhos (2006, p. 163), “é crucial na ajuda e orientação dos participantes

para alcançarem a construção da aprendizagem em cooperação”.

5.2 Mediação

De acordo com Moran, quanto mais as pessoas tiverem acesso à internet e

às Comunidades Virtuais, maior será a necessidade de mediação e,

de pessoas que inspirem confiança e que sejam competentes para ajudar os alunos a encontrar os melhores lugares, os melhores autores e saber compreendê-los e incorporá-los à nossa realidade. Quanto mais conectada a sociedade, mais importante é termos pessoas afetivas, acolhedoras, que saibam mediar as diferenças, facilitar os caminhos, aproximar as pessoas ([S.d.], online).

Para Gervai, mediar é “interferir e provocar avanços nos conhecimentos [...],

que não ocorreriam espontaneamente” (2007, p. 32). De acordo com a autora, o

trabalho de mediação deve ser “direcionado para desenvolver conhecimentos que o

individuo ainda não possui, no sentido de interferir no conhecimento já consolidado”

(idem, p. 35). Assim sendo, o mediador deve tentar desencadear aprendizagens

ainda não iniciadas, deve dirigir seu trabalho pedagógico para conhecimentos que

os participantes da comunidade ainda não têm, “funcionando como um motor de

novas conquistas" (idem, p. 35). Machado (2009, p. 69) também compreende a

mediação pedagógica como a “ação de intervenção no aprendizado do sujeito”.

Ao falar da Mediação, Dias (2008) usa a expressão “Mediação Colaborativa”

que vai além do processo de construção da interação social entre os membros da

comunidade, chegando até a liderança partilhada dos processos de interação na

elaboração das aprendizagens em rede.

Nesta perspectiva, o autor postula que, a mediação colaborativa sustentada na liderança partilhada, constitui um meio facilitador para o acesso e a produção dos objetos e contextos de aprendizagem, e os sistemas de representação do conhecimento coletivo da comunidade (DIAS, 2008, p. 7).

39

Gozzi e Mizukami utilizam a expressão “mediador pedagógico” – alguém que

“procura romper e superar o paradigma da contradição facilitador-aluno; o aprendiz e

o facilitador são coautores e co-produtores do seu próprio conhecimento” (2008, p.

497). A mediação, neste contexto, se torna um “instrumento capaz de orientar os

participantes de uma comunidade de aprendizagem com vista a torná-la um

ambiente virtual propício para sua finalidade” (idem, p. 505).

O desafio da mediação é, segundo CENPEC (2006-b, p. 28), “superar a não-

presencialidade.” A estratégia sugerida consiste em adotar ações sistematizadas e

contínuas nas áreas de gestão da aprendizagem e do ambiente; acompanhar a

participação dos usuários e garantir a comunicação constante do mediador e dos

membros entre si.

5.2.1 O Perfil do Mediador

De acordo com o CENPEC, o mediador deve apresentar as seguintes

qualidades:

a) comunicabilidade;

b) domínio do assunto;

c) didática;

d) planejamento;

e) disponibilidade;

f) capacidade de organização;

g) acolhimento;

h) coordenação;

40

i) mobilização da comunidade de aprendizagem em torno da própria

aprendizagem;

j) disposição e habilidade para construir laços de confiança;

k) habilidades para usar o computador e navegar com desenvoltura na

Web, assim como para utilizar e-mail e ferramentas de busca, de

interação e de publicação.

O mediador é o responsável pela animação da “vida social” da comunidade

virtual. Seu papel consiste em:

a) motivar a aprendizagem;

b) promover a participação ativa;

c) avaliar essa participação e o aprendizado decorrente do processo de

interação;

d) identificar os problemas que surgem em uma comunidade virtual;

e) buscar as soluções metodológicas e/ou tecnológicas que sejam mais

adequadas às situações que uma comunidade pode apresentar;

f) fomentar a inter-relação e estimular a participação dos membros de uma

comunidade.

Entre suas tarefas estão:

a) incentivar a comunicação e a interação entre os participantes;

b) propor idéias e lançar temas para debate;

c) qualificar o debate e fortalecer o espírito crítico;

41

d) perceber as necessidades do grupo;

e) fazer com que todos se sintam envolvidos e pertencentes ao espaço.

Assim como o trabalho pedagógico do educador em uma sala de aula

presencial, nas Comunidades Virtuais também não há respostas prontas e modelos

acabados. Existem, sim, princípios básicos, pressupostos e procedimentos que

podem auxiliar o mediador a conhecer sua comunidade e a propor atividades que

estimulem situações de aprendizagem.

5.3 Moderação X Mediação

Como bem nos lembra Dias, “A mediação não exclui as atividades de

moderação, mas apresenta, para além destas, o foco no conceito de liderança

partilhada, bem como na produção de conteúdos e conhecimento pela comunidade”

Dessa forma, a moderação está associada à liderança centralizada (funções

de regulação, concepção e organização dos conteúdos, motivação e dinamização da

comunidade), enquanto que a mediação corresponde à liderança partilhada entre os

membros da comunidade (interação social, negociação, integração, participação,

conhecimento coletivo). Ambas, portanto, são necessárias e se complementam.

42

6 A LIDERANÇA-MEDIADORA NAS COMUNIDADES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM

Conforme consta no volume V da Coleção Educarede – Internet na Escola

(CENPEC, 2006-b), Comunidades Virtuais de Aprendizagem

são espaços que promovem a interligação de saberes, viabilizam a busca e o tratamento de informação, fomentam a troca de experiências, a cooperação, o registro de discussões e as interações entre pessoas que estão distantes. Para garantir que esses aspectos estejam presentes em uma comunidade virtual de aprendizagem, é necessário disponibilizar ferramentas tecnológicas adequadas (p. 28) [grifo nosso].

O destaque dado à expressão “tratamento da informação” é pertinente, pois

somente ter uma informação não produz conhecimento. Valente [S.d.] (p. 1) nos

ajuda a diferenciar conhecimento de informação. Segundo ele, informações são “os

fatos, os dados que encontramos nas publicações, na Internet ou mesmo aquilo que

as pessoas trocam entre si”, enquanto que conhecimento “é o que cada indivíduo

constrói como produto do processamento, da interpretação, da compreensão da

informação”. Dessa forma, mesmo que tenhamos abundância de informação, como

acontece nos dias de hoje, não significa que as pessoas tenham mais

conhecimento.

Lévy faz um alerta importante:

Na era do conhecimento, deixar de reconhecer o outro em sua inteligência é recusar-lhe sua verdadeira identidade social, é alimentar seu ressentimento e sua hostilidade, sua humilhação, a frustração de onde surge a violência. Em contrapartida, quando valorizamos o outro de acordo com o leque variado de seus saberes, permitimos que se identifique de um modo novo e positivo, contribuímos para mobilizá-lo, para desenvolver nele sentimentos de reconhecimento que facilitarão, consequentemente, a implicação subjetiva de outras pessoas em projetos coletivos (1998, p. 30).

43

Kenski (apud CENPEC, 2006-b, p. 28) também nos lembra da necessidade

de reconhecimento. Segundo a autora, a comunidade virtual desperta “o desejo e a

necessidade de colaboração entre seus membros, à medida que eles se sintam

acolhidos e reconhecidos pelas suas contribuições e participações”. Tal acolhimento

e o reconhecimento não seriam possíveis sem a presença de um líder-mediador.

Assim como nas redes sociais, segundo Machado e Tijiboy (2005, p. 4) há

“agentes estratégicos [...] dinamizadores do fluxo de informações e interconexões,

que estimulam o debate, propõem, desafiam os demais membros do grupo

chamando-os à participação”, nas comunidades virtuais de aprendizagem, também

há um pessoa com esta função: o líder-mediador.

Passerino, Gluz e Vicari (2007, p. 2) nos lembram que “mediação e

autonomia estão intimamente interligadas e ambas são importantes na

aprendizagem do aluno”, pois a aprendizagem é promovida a partir de um processo

de mediação “intencionalmente organizado e planejado pelo professor que cria as

situações e espaços de problema assim como promove as trocas e as reflexões

culminando numa aprendizagem autônoma”.

Comunidades Virtuais de Aprendizagem necessitam de uma mediação “ativa

e atenta, marcada pela flexibilidade e pela acolhida produtiva da diversidade”

(MAGDALENA e COSTA, 2005-b). Conforme as autoras, é papel do mediador:

acolher, interpretar e potencializar os interesses que emergem nas trocas; desafiar a comunidade a socializar e discutir experiências; problematizar as trocas; propor o uso de novos recursos para desenvolver projetos conjuntos que possibilitem experiências cooperativas e colaborativas e, desta forma, auxiliar o grupo a manter um fluxo e um foco que favoreçam a reflexão sobre novas práticas pedagógicas. Além disso, também é função da mediação favorecer a liderança situacional circulante, buscando garantir o equilíbrio de participação, a igualdade de direito e a autonomia a todos os participantes. Desta forma, os diferentes estilos, personalidades e especializações são valorizados no ato coletivo, favorecendo o respeito mútuo e as relações de reciprocidade, que se geram no âmbito da comunidade (p. 11) [grifo nosso].

Ao reforçar a expressão “liderança situacional circulante”, queremos

enfatizar que, eventualmente, a mediação pode ser exercida por algum participante

da comunidade que tenha as competências e habilidades de um líder-mediador – ou

seja, mesmo que não seja formalmente o mediador da comunidade, pode ser

reconhecido como tal pelos demais membros da CVA.

Como bem nos lembra Vieira,

44

a figura de um facilitador, líder ou mediador em um grupo virtual é essencial para o desenvolvimento do grupo. Para exercer essa função, o membro de um grupo necessita possuir um perfil adequado, que o habilite a identificar as situações em que é necessária uma intervenção e a forma pela qual essa intervenção deve ser conduzida (2007, p. 53).

Conforme Machado, Ferreira e Aquino “a aprendizagem só acontece de fato

quando a comunicação dialógica, crítica e criativa e a troca de saberes se dão de

forma autêntica” (2010, p. 3). Para as autoras, a mediação pedagógica deve ser

fundamentada em “uma práxis mais aberta e dialógica na medida em que se espera

uma relação multilateral dos diversos atores sociais envolvidos no processo de

aprendizagem” (idem, p. 10) e acrescentam ainda que,

Uma ação pedagógica que se quer dialógica passa pelo desenvolvimento das competências comunicativas dos estudantes que, de forma colaborativa, interagem com o outro, respeitando sua alteridade e valorizando suas contribuições. Esse olhar sistêmico sobre o contexto educativo permite a criação de um ambiente extremamente propício à aprendizagem, já que se aprofundam os laços de confiança e, dessa forma, ampliam-se as possibilidades de compartilhamento de experiências e de conhecimento (p. 10).

E cabe ao líder-mediador estimular o debate e a interação, acolher a

diversidade, garantir a igualdade de direito a todos os participantes, fazer com que

todos se sintam envolvidos e pertencentes à comunidade, instigar o espírito crítico,

desafiar os membros de forma a participação ativa, enfim ser o elemento de

articulação da construção colaborativa nas Comunidades Virtuais de Aprendizagem

45

7 O PONTO DE VISTA DOS PARTICIPANTES DE COMUNIDADES VIRTUAIS

A fim de confrontar o estudo bibliográfico realizado com a percepção dos

membros de Comunidades Virtuais de Aprendizagem sobre a atuação dos líderes

nestas Comunidades, durante quinze dias foi disponibilizado na web um formulário

de pesquisa (questionário) dirigido aos participantes (tanto aos líderes, quanto aos

liderados) de Comunidades Virtuais de Aprendizagem. Tal instrumento (vide Anexo)

foi divulgado através de meios eletrônicos, em diversas redes sociais e em espaços

destinados à colaboração e cooperação online.

O questionário foi respondido, tanto por criadores da CVA’s, quanto por

Mediadores/Moderadores e Participantes em geral, na seguinte proporção:

15%

23%62%

Criador/Dono da Comunidade

Moderador/Mediador

Membro/Participante

Figura 2: Percentual de participantes da Pesquisa.

Para responder à pesquisa, mesmo que o entrevistado participasse de mais

de uma CVA, teria que reportar-se somente a uma delas (citando nome da

46

Comunidade, breve descrição, tempo de existência e números de membros da

comunidade). Tais dados não constarão nos resultados apresentados, mas serviram

como referência para uma maior confiabilidade/validação dos dados obtidos.

Sobre a forma como é exercida a Liderança e quem desempenha o papel do

líder nas comunidades, os resultados foram bastante equilibrados:

A liderança nesta Comunidade é:

23%

39%

38% Centralizada em uma única pessoa

Compartilhada entre moderadores

Compartilhada com os participantes

Figura 3: Gráfico – “A liderança nesta Comunidade é:”.

Quem desempenha o papel de líder nesta Comunidade?

31%

31%

38% Criador/Dono da Comunidade

Moderador(es)/Mediador(es)

Vários Participantes (Compartilhada)

Figura 4: Gráfico – “Quem desempenha o papel de líder nesta Comunidade?”.

Como podemos verificar através dos percentuais apresentados na Figura 3,

a liderança centralizada em uma única está perdendo espaço para a liderança

47

compartilhada – quer seja entre moderadores/mediadores (39%) ou entre os

membros participantes da comunidade (38%). Se somarmos estes percentuais,

perceberemos que a liderança é compartilhada em 77% das comunidades

participantes da pesquisa.

Corroborando sobre o compartilhamento da liderança, a figura 4 mostra que

em apenas 31% das CVA’s o papel do líder é desempenhado pelo dono/criador da

comunidade. Em 69% das comunidades pesquisadas, a liderança é compartilhada:

em 31% o papel do líder é desempenhado por moderadores/mediadores e em 38%

a liderança é desempenhada por vários participantes. Isso evidencia a colaboração

nas CVA’s.

Ao serem questionados sobre o papel do líder na CVA, os entrevistados

demonstraram compartilhar a percepção da importância da mediação do líder:

Para você, o papel do líder na Comunidade é:

0%

0%

8%

92%

Apenas gerenciar o material disponível naComunidade.

Somente responder às questões a eledirigidas.

Lançar questões, mas não intervir nasdiscussões.

Interagir com os participantes daComunidade, promovendo a aprendizagem.

Figura 5: Gráfico – “Para você o papel do líder na Comunidade é:”.

Analisando o resultado apresentado no gráfico da figura 5, fica evidente que

as pessoas que participam de Comunidades Virtuais de Aprendizagem não aceitam

mais a atuação de um líder que limite-se a apenas gerenciar o material disponível na

Comunidade ou que somente responda às questões a ele dirigidas. Alguns

entrevistados ainda admitem a possibilidade de um líder lançar questões, mas não

intervir nas discussões, mas a grande maioria dos entrevistados reconhece a

importância de um líder interagir com os participantes, promovendo a aprendizagem.

Tal constatação reafirma a atuação do líder-mediador como elemento de

articulação da construção colaborativa do conhecimento.

48

A última questão “Você se considera um líder nesta comunidade? Por quê?”

pede uma análise mais aprofundada, visto que, se considerada isolada das demais

pode gerar uma impressão distorcida do contexto:

Você se considera um líder nesta Comunidade?

38%

62%

Sim

Não

Figura 6: Gráfico – “Você se considera um líder nesta Comunidade?”.

Observe que 38% dos entrevistados consideram-se líderes nas

comunidades da qual fazem parte. Esse número poderia ser indicativo de uma maior

abertura para a liderança compartilhada, porém, uma análise mais atenta – cruzando

os dados obtidos nas questões anteriores – nos mostra que estes 38% que se dizem

líderes são a soma dos 15% de Donos/Criadores das Comunidades e dos 23% de

Moderadores/Mediadores:

Você se considera um líder nesta Comunidade?

62% 38%23%

15%Não

Sim

Criador/Dono da Comunidade

Moderador/Mediador

Figura 7: “Você se considera um líder?” x “Nesta comunidade você é:”.

49

De um modo geral poderíamos dizer que os membros das Comunidades

Virtuais que participaram desta pesquisa ainda estão um tanto quanto presos ao

modelo tradicional de educação no qual o “grande grupo” espera pelas

decisões/encaminhamentos/solicitações de uma única pessoa. Os criadores/donos

de comunidades/moderadores/mediadores afirmam-se como líderes.

No entanto, os demais participantes apesar de perceberem a liderança como

algo compartilhado entre membros das Comunidades, não se consideram líderes

nas Comunidades das quais fazem parte. Tal constatação vem reafirmar a

necessidade da atuação de um líder-mediador para conduzir os processos de

construção colaborativa do conhecimento nas Comunidades Virtuais de

Aprendizagem.

50

8 CONCLUSÃO

Durante a busca por conhecer as competências e habilidades que compõem

o perfil do líder-mediador, bem como a relevância de sua atuação para a construção

colaborativa do conhecimento nas Comunidades Virtuais de Aprendizagem

pesquisa, buscamos argumentos para diferenciar diversos conceitos que estão

imbricados:

a) Comunidades Virtuais - Comunidades Virtuais de Aprendizagem;

b) Interação - Colaboração - Cooperação - Aprendizagem Colaborativa;

c) Liderança - Moderação - Mediação.

De forma muito sucinta, podemos dizer que

a) “comunidades” são grupos de pessoas que compartilham interesses,

atividades experiências e expectativas em comum, enquanto que

“comunidades virtuais” podem ser explicadas como grupos que surgem

no ciberespaço, por meio da comunicação mediada pelas redes de

computadores. Para caracterizar uma comunidade virtual como “de

aprendizagem”, é necessário que as pessoas que dela fazem parte

estejam comprometidas com a finalidade de construir conhecimentos de

forma colaborativa;

b) Interação refere-se às “trocas” realizadas entre os participantes;

cooperação diz respeito a trabalhar em conjunto e de forma coordenada

em prol de um mesmo objetivo ou produto final; colaboração consiste no

51

compartilhamento e na diversidade; e a aprendizagem colaborativa se dá

na construção proporcionada pela interação entre os participantes.

c) A liderança é uma habilidade para influenciar as pessoas e incentivá-las

a trabalhar entusiasticamente na direção dos objetivos; a moderação é o

controle e a regulação da comunidade; a mediação é a intervenção em

prol do aprendizado.

A liderança-mediadora – foco central deste trabalho – reúne todos estes

elementos, pois não podemos pensar em uma Comunidade Virtual de Aprendizagem

na qual somente ocorra o processo de moderação. A mediação é essencial para que

a CVA atinja o seu propósito: construir conhecimentos e promover a aprendizagem.

Os questionários aplicados durante a pesquisa evidenciaram a percepção

dos participantes de diversas comunidades, mas, ao analisar as respostas obtidas,

vislumbramos a oportunidade de verificar diretamente nas Comunidades como se dá

a liderança (se centralizada em uma única pessoa, se compartilhada somente entre

moderadores ou com os demais participantes), quem desempenha o papel do líder

(se o dono/criador da comunidade, se um único mediador/moderador, se vários

mediadores/moderadores, se compartilhada entre vários participantes), enfim, como

se dá, efetivamente, liderança-mediadora nas Comunidades Virtuais.

Durante a elaboração desta Monografia, uma semente foi plantada: a

possibilidade de ampliar este estudo – possivelmente em um Mestrado – e dar

continuidade a esta pesquisa realizando um estudo netnográfico. Que o material

construído durante esta Especialização em Mídias na Educação sirva como ponto de

partida para aprofundar este estudo que evidenciou a atuação do líder-mediador

como elemento de articulação da construção colaborativa nas Comunidades Virtuais

de Aprendizagem.

52

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57

ANEXO

58

UFRGS - Mídias na Educação - Questionário

Comunidades Virtuais de Aprendizagem As respostas obtidas através deste formulário de pesquisa contribuirão para a elaboração de uma Monografia a ser apresentada pela acadêmica Elaine Cardoso Fialho Silveira ao CINTED/UFRGS, como Trabalho de Conclusão do curso de Especialização em Mídias na Educação, sob o título "Liderança-Mediadora: o elemento de articulação da construção colaborativa nas Comunidades Virtuais de Aprendizagem". Muito obrigada por sua participação! *Obrigatório Título da Comunidade: *

Breve descrição da Comunidade: *

Tempo de existência da Comunidade: (Se souber)

Número de membros da Comunidade: *

Nesta comunidade você é: *

Criador/Dono da Comunidade Moderador/Mediador Membro/Participante

Outro: A liderança nesta Comunidade é: *

Centralizada em uma única pessoa Compartilhada entre moderadores. Compartilhada com os participantes.

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Quem desempenha o papel de líder nesta Comunidade? * Dono/Criador da Comunidade Mediador(es)/Moderador(es) Vários participantes (Liderança Compartilhada)

Outro: Caso a liderança seja compartilhada com os participantes, citar (se possível) os nomes dos participantes que atuam como líderes nesta Comunidade.

Para você, o papel do líder em uma Comunidade Virtual é: *

Apenas gerenciar o material disponível na Comunidade. Somente responder às questões a ele dirigidas. Lançar questões, mas não intervir nas discussões. Interagir com os participantes da Comunidade, promovendo a aprendizagem.

Outro: Você se considera um líder nesta Comunidade? Por quê? * Justificar a resposta.

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