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UNIVERSIDADE POTIGUAR-UNP PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO-PPGA MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO LUCIANA MENEZES DE ALMEIDA A INFLUÊNCIA DAS MÍDIAS SOCIAIS DIGITAIS NAS ORGANIZAÇÕES: ESTUDO DE CASO EM UM GRUPO DE COMUNICAÇÃO NA PARAÍBA Natal-RN 2017

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UNIVERSIDADE POTIGUAR-UNP

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO-PPGA

MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO

LUCIANA MENEZES DE ALMEIDA

A INFLUÊNCIA DAS MÍDIAS SOCIAIS DIGITAIS NAS ORGANIZAÇÕES: ESTUDO

DE CASO EM UM GRUPO DE COMUNICAÇÃO NA PARAÍBA

Natal-RN

2017

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LUCIANA MENEZES DE ALMEIDA

A INFLUÊNCIA DAS MÍDIAS SOCIAIS DIGITAIS NAS ORGANIZAÇÕES: ESTUDO

DE CASO EM UM GRUPO DE COMUNICAÇÃO NA PARAÍBA

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa

de Pós-Graduação Stricto Sensu em administração,

da Universidade Potiguar, como requisito parcial

para a obtenção do título de Mestre em

Administração, na área de concentração em Gestão

Estratégica de Pessoas.

Orientadora: Dra. Profa Laís Karla da Silva

Barreto

Natal-RN

2017

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LUCIANA MENEZES DE ALMEIDA

A INFLUÊNCIA DAS MÍDIAS SOCIAIS DIGITAIS NAS ORGANIZAÇÕES: ESTUDO

DE CASO EM UM GRUPO DE COMUNICAÇÃO NA PARAÍBA

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de

Pós-Graduação Stricto Sensu em Administração, da

Universidade Potiguar, como requisito parcial para a

obtenção do título de Mestre em Administração, na

área de concentração em Gestão Estratégica de

Pessoas.

Aprovado em: ___/___/2017

BANCA EXAMINADORA

________________________________

Prof.ª Drª. Laís Karla da Silva Barreto

Orientadora

Universidade Potiguar – UnP

________________________________

Prof. Dr. Manoel Pereira da Rocha Neto

Examinador Interno

Universidade Potiguar - UnP

________________________________

Prof. Dra. Michelle Ferret Badiali

Examinadora Externa

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus e a Nossa Senhora por ter me permitido com saúde, força e coragem

superar todas as barreiras para chegar até aqui e realizar mais um sonho que foi planejado e que

com muita determinação hoje se concretiza. Ainda ao Pai do Céu e a Mãezinha do Céu, pela minha

família, meus pais, irmãos, cunhada e agora, sobrinho (a) que está chegando.

Gostaria de agradecer também, ao MPA-UNP por todo apoio, por fazer parte do corpo

discente desta Universidade de tamanha credibilidade no Estado do Rio Grande do Norte, aos

profissionais maravilhosos e competentes que formam o corpo docente desta IES, a Glícia, querida

secretária do MPA, sempre disposta a nos ajudar, e em especial a profa. Dra. Lydia Brito que em

muito contribuiu na banca do projeto de dissertação, e a profa. Dra. Laís Barreto que aceitou o

desafio de me orientar e finalizar o trabalho comigo, ao prof. Dr. Manoel Pereira que com muito

zelo contribuiu consideravelmente com meu trabalho na banca de qualificação e a todos os meus

colegas da turma original (2012) de que tanto sinto saudades, juntos passamos por muitas viagens,

João Pessoa- Natal e Natal-João Pessoa todas as semanas e todos os outros, tantos trabalhos feitos

juntos e tantas vezes que nos juntamos para estudar.

A minha tia querida, Geralda Ricarte pela última revisão ortográfica, que juntas passamos

dois dias sentadas lendo e relendo este trabalho; ao meu grande amigo de São Luís prof. Evandro

Cleane, primeiro revisor ortográfico que com muito carinho se prestou a me ajudar; a minha amiga

Alessandra Couto pela revisão do abstract. Ao grande amigo, também de São Luís, prof. PHD

Antônio Roberto Serra pelas dicas e dúvidas tiradas sempre que precisei. Enfim aos amigos que

deixei em São Luís que sempre torceram por mim e sentiram comigo minhas angústias.

A mainha, Maria Socorro Cavalcanti de Menezes, pelo amor, incentivo е apoio

incondicional, sempre acreditou em mim, em alguns momentos, até mais do que eu mesma, sempre

esteve ao meu lado dando força, aconselhando, incentivando nas horas difíceis, de desânimo е

cansaço. Ao meu pai, Ruy de Almeida Maribondo, que mesmo distante fisicamente, se fez

presente, sem ele não seria possível, pois foi o financiador desse projeto. Obrigada painho!

Obrigada a meus irmãos, Iago Menezes e Pedro Isac, e a minha cunhada, Camila Biberg, que

sempre estiveram comigo, seja apoiando, incentivando, cobrando, ou mesmo me dando forças para

seguir em frente.

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Enfim obrigada a todos os meus familiares, tios e tias, em especial, a tia Eva e tio Sérgio,

que me acolheram em sua casa com carinho, cuidaram, apoiaram e que de alguma forma me deram

suporte, por algumas vezes, para com o mestrado, a tia Lana, minha madrinha, segunda mãe

literalmente, sempre cobrando, torcendo, apoiando e se fazendo presente em todos os meus

projetos, aos meus primos e primas e a todos os que, direta ou indiretamente, fizeram parte da

minha formação, о meu muito obrigada.

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"Educação é aquilo que fica depois que você esquece aquilo que a escola ensinou"

Albert Einsten

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RESUMO

O objetivo desta pesquisa é analisar as influências das MSD´s no processo de comunicação

organizacional interna no ponto de vista dos gestores em um Grupo de Comunicação na Paraíba.

A pesquisa se configura como: um estudo de caso com a realização de uma pesquisa de campo de

natureza qualitativa, de caráter descritivo. O estudo foi desenvolvido em uma empresa de

comunicação com foco na direção, gerentes de nível estratégico, médio e operacional, em qual teve

como dimensão (9) participantes, e a análise foi feita, com oito (8) entrevistas, com um número

maior, foi percebida a saturação teórica. O instrumento utilizado foi um roteiro de entrevista

semiestruturado com oito questões abertas e os dados foram tratados através da técnica de análise

de conteúdo divido em três etapas: definir as unidades analíticas; fazer a organização das análises;

e definir as categorias de análise. Os resultados revelaram que as MSD´s exercem grande influência

nas organizações atualmente, na empresa pesquisada, ficou evidente que os aspectos de influência

são mais positivos do que negativos e com isso chegou-se à conclusão de que a empresa vem

passando por um processo de mudança tanto cultural como estrutural ao longo dos últimos anos,

em que a comunicação interna passou a ser vista como estratégia, dessa forma a ser valorizada

internamente e assim resultados positivos como mudança de comportamento por parte dos

colaboradores passam a aparecer, ficam mais participativos, mais colaborativos, mais interessados,

passam a interagir mais com a empresa e vice-versa, se aproximam mais uns dos outros, estão mais

atentos as informações que são transmitidas.

Palavras-chave: Comunicação Organizacional. Comunicação Interna. Mídias Sociais Digitais.

Gestão.

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ABSTRACT

The general objetive is to analyze the influences of DSMs in the process of internal

organizational communication from the point of view of managers in a Communication Group in

Paraíba. In this context, regarding the methodology, it is configured as: a case study with the

accomplishment of a field research of qualitative nature, of exploratory and descriptive nature. The

study was developed in a communication company with a focus on management, strategic, medium

and operational level managers, where it had a size (9) participants, and the analysis was made,

with eight (8) interviews, with a larger number, Theoretical saturation was perceived. The research

instrument was a semistructured interview script with eight open questions and the data were

treated through the technique of content analysis, this procedure is divided into three stages: define

the analytical units; Organize the analyzes; And define the categories of analysis. The results

revealed that DSMs exert a great influence on the organizations currently in the research company,

it was evident that the aspects of influence are more positive than negative and with this it was

concluded that the company has been undergoing a process of Both cultural and structural change

over the last few years, where internal communication has come to be seen as a strategy, in this

way to be valued internally and thus positive results such as behavior change by the employees

come to appear, become more participatory, more collaborative , more interested, they begin to

interact more with the company and vice-versa, they get closer to each other, they are more

attentive the information that is transmitted.

Keywords: Organizational Communication. Internal communication. Digital Social Media.

Management.

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LISTA DE QUADROS

QUADRO 1- Principais autores utilizados e a relação com a Fundamentação Teórica....44

QUADRO 2- Ferramentas Digitais na Web 2.0- aplicação e alcance...............................50

QUADRO 3- Tétrade (Mídias Sociais Digitais)................................................................54

QUADRO 4- Nomenclatura dos participantes da pesquisa...............................................58

QUADRO 5- Associação entre categorias, objetivos e roteiro de entrevista....................63

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1- O processo de comunicação..........................................................................26

FIGURA 2- Tipos de Redes de comunicação em pequenos grupos.................................30

FIGURA 3- Estrutura Tetrádica........................................................................................53

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LISTA DE ABREVIATURA E SIGLAS

MSD´s MÍDIAS SOCIAIS DIGITAIS

TICs TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

SUA VOZ DIZ AÍ O SEU RECADO; CADA UM TEM SUA VOZ

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................. 11

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E QUESTÃO DE PESQUISA............................................... 12

1.2 OBJETIVOS..................................................................................................................... 15

1.2.1 Geral.............................................................................................................................. 15

1.2.2 Específicos..................................................................................................................... 15

1.3 JUSTIFICATIVA.............................................................................................................. 16

1.4 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO................................................................................ 18

2 REFERENCIAL TEÓRICO............................................................................................. 20

2.1 COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL........................................................................ 20

2.1.1 Dimensões da Comunicação Organizacional.......................................................... 23

2.1.2 Elementos Ligados ao Processo de Comunicação.................................................. 25

2.1.3 A Importância dos Gestores no Processo de Comunicação................................... 27

2.1.4 Fatores que Dificultam à Comunicação.................................................................. 28

2.1.5 Redes e Canais de Comunicação.............................................................................. 29

2.1.6 Comunicação Interna- Conceitos, Funções e Importância.................................... 33

2.1.7 Características da Comunicação Organizacional Interna..................................... 35

2.1.8 Clima, Cultura, e suas Influências na Comunicação Interna ............................... 38

2.1.9 A Comunicação como Estratégia.............................................................................. 40

2.2 MÍDIAS SOCIAIS DIGITAIS.......................................................................................... 41

2.2.1 Ferramentas Digitais na Plataforma Web 2.0......................................................... 46

2.3 MODELO TEÓRICO........................................................................................................ 52

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS.................................................................... 56

3.1 TIPO DE PESQUISA........................................................................................................ 56

3.2 MÉTODO DE ABORDAGEM......................................................................................... 56

3.3 PARTICIPANTES............................................................................................................ 57

3.4 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS............................................................. 59

3.5 INSTRUMENTO DE PESQUISA.................................................................................... 60

3.6 TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS................................................................... 61

4 CARACTERIZAÇÃO DO CAMPO DE PESQUISA..................................................... 65

5 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS........................................................... 67

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................ 103

REFERÊNCIAS.................................................................................................................... 109

APÊNDICES ......................................................................................................................... 116

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1 INTRODUÇÃO

A comunicação interna busca agrupar as percepções, sentimentos, e intenções dos

colaboradores de uma organização sobre diferentes assuntos empresariais, além de fornecer

informações que proporcionam aos colaboradores consciência dos valores e metas organizacionais,

o que facilita todo o processo de trabalho (ROBBINS, 2011). Sendo assim, a comunicação

pressupõe estimulo a criatividade e também, torna-se um instrumento poderoso para mudanças

organizacionais, exercendo influência sobre seu funcionamento, por tratar-se de transmitir

mensagens para uma pessoa ou grupo, visando produzir uma ação desejada através estímulos. Para

o alcance das metas e dos objetivos da organização, bem como para uma boa relação com seu meio,

é importante que a comunicação entre os indivíduos ocorra de forma eficaz.

Na comunicação empresarial, o aspecto interno é um fator decisivo para a solidificação da

sua cultura, valores e da sua notoriedade (MARCHIORI, 2011). Portanto, pode ser considerada

como mecanismo que serve de base para o funcionamento positivo da comunicação e corresponde

a uma utilidade básica, sendo um referente para os colaboradores que compõem a empresa,

promove, pois, a dinamização das estruturas e a melhoria dos resultados. Stoner, Freeman (1985);

Robbins (2011); e Gil (2009) asseveram que a comunicação deve estar vinculada à cultura e aos

valores organizacionais e ainda enfocar a missão, a visão, a mudança e a chamada para a ação,

podendo ser direcionada para o indivíduo, uma equipe ou para a organização inteira, e um de seus

propósitos é o de aproximar e robustecer a confiança e a relação entre os participantes do processo,

portanto, um processo de comunicação eficiente possibilita a criação de uma política de gestão

participativa, que motiva e estimula os colaboradores por meios da formulação de ideias e

sugestões criativas, podendo levar a empresa a uma racionalização dos resultados e dessa forma

alavancar a melhora nos lucros e objetivos institucionais.

Milkovick e Boudreau (2000); e Paul (2006) afirmam que, delegar poderes, descentralizar

as decisões, e evitar a obsolescência dos instrumentos que promovem a motivação e a satisfação

profissional, conhecer os anseios e ideias dos colaboradores sobre a empresa, e o funcionamento

eficaz do processo comunicacional, são a chave-mestra para o sucesso da empresa, perpassando

pelo sucesso do colaborador, no qual os objetivos individuais e organizacionais se compatibilizem.

Atualmente, as empresas se utilizam de novos mecanismos tecnológicos, os quais

promovem uma releitura contemporânea do processo comunicacional, baseados na plataforma web

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2.0, em que tanto o emissor quanto o receptor são capazes de potencializar e propagar mensagens:

as ferramentas digitais e/ou MSD´s, que atuam, entre outras coisas, como importantes canais de

disseminação da cultura, valores e missão da empresa, capazes de promover a integração de seus

membros, desde a alta cúpula até os níveis hierárquicos mais baixos, e ainda atuam como

facilitadoras no processo de comunicação organizacional, promovendo ainda momentos de lazer,

busca de conhecimentos, troca de experiências, estreitamento das relações profissionais,

divulgação da marca da empresa por parte dos colaboradores, entre outros (BARICHELLO e

MACHADO, 2012; ROMANO et al, 2012; e SAAD, 2011), dessa forma, são ferramentas

importantes como diferencial competitivo no mercado, que têm requerido das empresas uma equipe

capacitada para elaborar estratégias e trabalhar a comunicação interna dentro dessa nova dinâmica.

A comunicação organizacional se tornou então essencial e estratégica atualmente,

representando um processo em constante transformação em que as empresas necessitam

estabelecer relações com o ambiente interno e externo, os interligando. A área tem procurado se

estruturar, tem vivido o desafio de lidar com as potencialidades que a plataforma web 2.0 dispõem.

O avanço tecnológico e a exploração das novas mídias têm dado uma nova roupagem a

comunicação organizacional, em vista disso, faz-se necessário adequar as mudanças na forma com

que os diversos públicos estão interagindo com as organizações.

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E QUESTÃO DE PESQUISA

A competição criou duas necessidades que Stoner e Freeman (1985) relatam ser: as novas

estratégias negociais, para enfrentar os desafios do mercado; e uma nova estrutura para a

organização conseguir captar as novas tecnologias, em consequência disto, atender as atuais

demandas e expectativas dos clientes e funcionários. Dessa forma, faz-se necessário implementar

planejamento, capacitação e adoção de práticas de recuperação e transmissão das informações, para

proporcionar a interação entre a organização e seu público de interesse, num processo de influência

recíproca. Para aproveitar as vantagens de uma tecnologia mais flexível, Milkovich e Boudreau

(2000) afirmam que, geralmente, é preciso organizar os colaboradores em equipes para cumprir

determinadas tarefas e no atual ambiente de negócios, em meio à globalização, o trabalho em

equipe promove valor ao mercado empresarial.

Em busca da otimização do trabalho dentro da organização, é imprescindível uma

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comunicação interna inteligível, conforme afirmam: Stoner e Freeman (1985); Gil (2002); Robbins

(2011); Milkovich e Boudreau (2000), ruídos e um processo comunicacional ineficiente pode

causar problemas e atravancar a comunicação interna, ocasionando gaps no dia a dia da empresa,

gerando um clima organizacional ruim e baixa motivação nos colaboradores. Milkovich e

Boudreau (2000) evidenciam que os Recursos Humanos têm um papel muito importante em todo

esse processo, pois a habilidade para obter e sustentar vantagens competitivas está nos indivíduos

que formam o corpo humano produtivo das empresas. Portanto, a comunicação interna eficaz vem

dar subsídios para as empresas cumprirem suas metas no mercado, e com isso, lograrem sucesso

em suas vendas além de proporcionar satisfação aos clientes, assegurando a manutenção no

mercado competitivo.

No ambiente competitivo, dinâmico e diversificado em que se vive, fica clara a importância

que a comunicação organizacional exerce sobre a empresa e como a mesma é fundamental para o

sucesso do indivíduo e da organização. Robbins (2011); e Rebouças (2010) afirmam que, mais que

transmitir mensagem, é fundamental, para a empresa, que os participantes do processo se

comuniquem constantemente e que este caminho tenha volta, pois a comunicação organizacional,

inserida no cenário atual, deve acontecer de forma horizontal, bidirecional e em rede, não mais só

vertical, e que, principalmente, as pessoas consigam relacionar as atitudes do líder com seu

discurso.

A agilidade, em visualizar soluções, exige das empresas foco no talento humano, para tanto,

se faz necessário a presença de profissionais capazes de suprir mudanças em curto prazo, que

detenham habilidades com a comunicação organizacional e atitudes relacionadas com as

necessidades do mercado, que sejam cooperativos e versáteis e que manuseiem, de maneira

eficiente, as ferramentas digitais, tornando o ambiente democrático e colaborativo, facilitando os

relacionamentos entre os participantes. Logo, Stoner e Freeman (1985); e Milkovich e Boudreau

(2000) afirmam, que a Administração tem um papel fundamental dentro do atual contexto mundial,

uma vez que o administrador constrói a sua carreira calcada em competências para reverter

situações de risco, e apto para conduzir o negócio com maestria no qual sua missão é reger as áreas

de uma organização de forma a atingir resultados satisfatórios e não só para a empresa, mas para

todos os seus Stakholders e para a valorização de seu maior bem: o capital intelectual. Baseado em

tudo isso, torna-se cada dia mais evidente a necessidade da comunicação interna, tendo como base

as tecnologias digitais, e que seja referência no mercado como diferencial do negócio.

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Um processo de comunicação interna eficiente estimula a criação de uma política de gestão

participativa, além de levar a empresa a uma racionalização e consequente melhoria nos lucros e

resultados institucionais, descentralizando as decisões, delegando poderes aos que têm

competência para usá-los e evitando a obsolescência dos instrumentos promotores da motivação e

da satisfação profissional, o uso da internet, das mídias e redes sociais facilitam este processo. Em

vista disto, os colaboradores podem se sociabilizar, contar assuntos pessoais, postar fotos e

informações de viagens, além de compartilhar assuntos sobre estudos, trocar conhecimentos,

quantificar o trabalho, falar da intensidade e produtividade do dia, da semana ou de um trabalhado

específico, interferindo no ambiente de trabalho, no relacionamento social e na formação da

identidade dos indivíduos e, em grandes proporções, na formação das identidades organizacionais,

das marcas e dos mercados (SCHEIBEL, 2012), portanto, a comunicação organizacional tem sido

influenciada pela integração de áreas do conhecimento, como: a tecnologia da informação e os

recursos humanos, através do uso das novas mídias dentro da organização, facilitando assim, o

alcance dos objetivos estratégicos da empresa. Dessa forma, o que se verifica é a comunicação

organizacional sendo utilizada para adquirir conhecimento, engajamento, disseminação e

mobilização do público interno, ou seja, vai muito além do sentido que era utilizada até pouco

tempo atrás.

O uso das ferramentas digitais visa contribuir para o aperfeiçoamento dos recursos dentro

da empresa, alavancar a produção e, também, promover uma comunicação mais eficiente entre

gestores e seus subordinados. Para a comunicação, a revolução informacional acarretou mudanças

na forma de atuação, de relacionamentos, de ferramentas de trabalho e de mensuração de serviços

prestados (GRISCI, 2006). Dessa forma, um estudo das ferramentas digitais, e suas influências na

comunicação organizacional interna, se mostra pertinente. E, nesse caso, a presente pesquisa foi

realizada em 1 (uma) empresa de grande porte, segundo o critério de tamanho adotado pelo

SEBRAE, que está relacionado à quantidade de colaboradores que a empresa tem em sua estrutura

organizacional; no caso da empresa estudada, são em média 500 colaboradores, o seu ramo de

atividade é o de serviços, classificada como empresa de Comunicação e Mídia; os participantes

foram: o Superintendente do Grupo, a Coordenadora de Comunicação e Projetos Institucionais e a

Coordenadora de Recursos Humanos, a Editora Regional das TVs, as Editoras do Site e do Jornal

impresso, e três Repórteres, pois conforme afirma Rebouças (2010) são os gestores de nível médio

e de topo, juntamente com os especialistas em comunicação e profissionais de Recursos Humanos,

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que planejam, desenvolvem e determinam as estratégias de comunicação específicas, de acordo

com os objetivos da organização, por questões de autorização e éticas, a presente pesquisa optou

por não revelar o nome da organização estudada e lançou mão de criar um nome fictício para

identificá-la no estudo: Grupo de Comunicação, em consequência, a mídia social digital da

empresa, objeto de estudo deste trabalho, passou a ser identificada por “SUA VOZ”, dessa forma,

foi possível entender as influências das MSD´s nos mais diversos níveis hierárquicos de gestão do

Grupo de Comunicação. O processo de finalização das entrevistas ocorreu em março de 2016 e as

análises dos dados obtidos foram realizadas também em março de 2016; já a discussão dos dados

analisados em abril de 2017. Para tanto, esse estudo encontra-se estruturado em torno da seguinte

questão de pesquisa: Como o processo de comunicação organizacional interno é afetado pelas

mídias sociais digitais em um Grupo de Comunicação?

1.2 OBJETIVOS

Geral

Analisar as influências das MSD´s no processo de comunicação organizacional interna no

ponto de vista dos gestores em um Grupo de Comunicação da Paraíba.

Específicos

Identificar como as MSD´s afetam a comunicação organizacional interna do Grupo;

Avaliar a capacidade de recuperação das MSD´s no que tange à comunicação interna do

Grupo de Comunicação;

Averiguar as contribuições das MSD´s para o aperfeiçoamento da comunicação

organizacional interna do Grupo de Comunicação;

Apontar as implicações que a velocidade das MSD´s provocam na comunicação

organizacional interna do Grupo de Comunicação;

Investigar as influências das MSD´s na elaboração de estratégias de comunicação interna

do Grupo;

Verificar a obsolescência das ferramentas da comunicação no Grupo;

Observar a relação existente entre as MSD´s e a estrutura organizacional do Grupo de

Comunicação;

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Detectar procedimentos de gestão das inovações na comunicação para o aperfeiçoamento

do processo de comunicação interna do Grupo de Comunicação.

1.3 JUSTIFICATIVA

A profunda mudança ocorrida no mundo dos negócios, nas esferas econômica, social e

política, inclusive nas relações com a chegada da Era da informação e do conhecimento, afirma,

Kunsck (2011), ter nos aproximado, demasiadamente da tecnologia, em particular, as da

informação e comunicação, as chamadas TICs, que têm nos apresentado ferramentas que são

capazes de alterar o modo de pensar, agir e de se relacionar nos ambientes e com os ambientes,

nesse caso, os empresariais. Diante deste cenário, tornou-se um precedente importante para o

andamento de tal pesquisa que a empresa estudada visualize e trabalhe a comunicação interna com

uma vertente estratégica em seus negócios, além de o Grupo de Comunicação escolhido, deter

grande credibilidade no Estado e alcançar a maior penetração e número de audiência em suas

mídias de um modo geral.

A comunicação nas organizações, assim como a sociedade, sofre os efeitos provocados pela

revolução digital (KUNSCH, 2011) consequentemente, o modo de produzir e de transmitir as

mensagens organizacionais passam também, por profundas transformações, dessa maneira, pode-

se dizer que a comunicação, nas organizações, opera sob novos paradigmas e as MSD´s ocupam

lugar de destaque nesse cenário, devido seu alto poder de interatividade, e alcance, pois são

ferramentas que permitem a criação e o compartilhamento de conteúdo entre as pessoas, viabilizam

a comunicação em larga escala e têm sido utilizadas por uma grande massa de usuários. As MSD´s

são, ainda, elementos constitutivos e estruturantes desse atual estágio da sociedade, global,

mutante, e flexível, baseada no conhecimento e na informação, com o auxílio intenso da tecnologia.

Sobretudo no que diz respeito à rapidez com que as informações são transmitidas e ao quanto de

indivíduos são capazes de ter acesso a elas (SAAD, 2011; KUNSCH, 2011 e CARDOSO, 2011).

A comunicação organizacional interna, nesse contexto, exerce papel ainda mais importante,

pois passa a ser focada de maneira estratégica, exigindo-se gestão mais profissionalizada e dirigida

com competência. Ocorre em um ambiente complexo, dinâmico e diversificado, deixando de ser

um mero instrumento utilizado para transmissão de informações para ser um processo social básico.

As ações comunicativas precisam, então, ser guiadas por uma política estratégica de comunicação

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integrada e participativa, pois as empresas devem manter-se competitivas, atualizadas e habilitadas

para lidarem com o meio ambiente complexo ao qual estão inseridas (SAAD, 2011;

BARICHELLO, 2011).

A ambição por ampliar o conhecimento sobre o assunto, levou a pesquisadora à escolha do

tema em questão para discussão neste trabalho, além de sua relevância para o dia a dia no ambiente

laboral, afetando diretamente na manutenção do bem-estar do clima organizacional e no aumento

da produtividade. A inquietação por parte da pesquisadora em procurar entender como o avanço

da tecnologia na área da comunicação organizacional tem influenciado o ambiente laboral e quais

são as implicações e/ou efeitos dessas influências na comunicação interna, ou seja, no processo

comunicacional interno, gerou a decisão pelo tema escolhido.

O presente estudo contribui com a sociedade na medida em que pretende delinear quais as

influências que as mídias sociais digitais exercem nas organizações, pois sabe-se que são capazes

de criar uma consciência coletiva, mobilizar grupos, divulgar assuntos e informações de forma

muito rápida, além de formar relacionamentos da organização com a sociedade, de saber quais são

as formas de relacionamentos dentro da organização, e de saber quais são os valores e crenças

coletivos.

A pesquisa traz como contribuição econômica o fato de que, ocorrendo o

compartilhamento, pessoas com o mesmo objetivo, trocando experiências, informações e

conhecimentos, através das mídias sociais digitais, criam bases, melhoram a produtividade e geram

informações relevantes para o ramo em que atuam, transformando, assim, o processo de

aprendizagem organizacional, levando as inovações, que podem ser traduzidas em valores de

mercado e competitividade.

Os estudos em comunicação organizacional, na atualidade, são mais abrangentes e

contemplam muitos assuntos, entre eles, a tecnologia (KUNSCH, 2011), foco desse estudo, a

comunicação digital, e suas influências na organização, e a comunicação interna, são temas em

destaque na contemporaneidade (KUNSCH, 2011); sendo assim, a contribuição acadêmica do

estudo se dá devido à proposta de unir esses dois temas, procurando compreender os impactos que

as mídias sociais digitais exercem na comunicação interna das organizações. Torquato (2011)

evidencia que o uso das novas tecnologias de comunicação é uma modalidade que está na esteira

do desenvolvimento, merecendo, por isso, maior destaque nas pesquisas. O processo de

comunicação é então transformado pela mudança do espaço de trabalho e das inter-relações

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humanas, através da comunicação, como estratégia, e da afinidade das organizações com o

ambiente digital.

1.4 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO

O primeiro capítulo deste trabalho inclui a introdução, composta pela contextualização e

questão de pesquisa, em seguida pelos objetivos norteadores do trabalho os: geral e específicos, e

na sequência a justificativa, delimitando assim, o tema a ser estudado e a estrutura da dissertação.

O segundo capítulo é contemplado pelo referencial teórico, abordando inicialmente a

comunicação organizacional, suas dimensões, os elementos ligados ao processo de comunicação,

a importância dos gestores no processo de comunicação, os fatores que dificultam a comunicação,

e as redes e canais de comunicação, para então discorrer sobre a comunicação interna e seus

conceitos, funções e importância, as características da comunicação organizacional interna, o

clima, a cultura, e suas influências na comunicação interna e a comunicação como estratégia. Em

seguida, contempla as mídias sociais digitais os conceitos e as ferramentas digitais na plataforma

web 2.0, sendo finalizado pelo modelo teórico adotado no qual respalda a presente pesquisa.

O terceiro capítulo trata dos procedimentos metodológicos utilizados no presente estudo,

no qual foi realizado um estudo de caso, que se caracteriza por ser uma pesquisa qualitativa,

descritiva e de campo em que a coleta se deu por meio da aplicação de um roteiro de entrevista

semiestruturado com oito questões abertas e os dados foram tratados utilizando a técnica de análise

de conteúdo dividido em três etapas: definir as unidades analíticas; fazer a organização das

análises; e definir as categorias de análise.

O quarto capítulo apresenta a caracterização do campo de pesquisa, no capítulo estão as

principais informações sobre o Grupo estudado, porém com o cuidado em não o identificar, devido

a não autorização por parte da empresa e por respeito aos princípios éticos.

O quinto capítulo trata da análise e discussão dos resultados propriamente dita, que

utilizando as técnicas de Bardin (2004) foi possível proceder com a definição das unidades

analíticas, organizar as análises, definir as categorias de análise para enfim proceder com as

discussões dos resultados, no qual foram utilizados os autores da área reportados no referencial

teórico desta pesquisa para respaldar as falas dos entrevistados e assim tornar possível a consecução

dos objetivos propostos.

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O sexto e último capítulo, enfatiza as considerações finais acerca da pesquisa realizada e

sua possibilidade para trabalhos futuros. E, em seguida, são apresentadas as referências utilizadas

no desenvolvimento do trabalho e, depois, os apêndices.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

Este capítulo trata do aporte teórico que fundamenta o estudo, inicialmente, apresenta-se a

gestão da comunicação organizacional. Em seguida, aborda-se a comunicação organizacional

interna, a importância do fator humano, a comunicação com as dimensões instrumental e

estratégica, e a cultura e o comportamento nas organizações. No próximo subtópico é tratado da

reflexão e compreensão sobre a comunicação no ambiente sócio tecnológico e as influências das

mídias sociais digitais na comunicação interna das organizações, por fim é apresentado o modelo

teórico adotado neste estudo.

2.1 COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL

Os estudos em comunicação partem de uma visão instrumental/administrativa, ou seja,

funcionalista e linear/mecanicista como afirma Kunsch (2011) têm o efeito meramente de

transmitir mensagens, passando pela visão interpretativa, carregada de simbolismos/metáforas,

assumindo uma perspectiva crítica, que aborda a comunicação, de maneira mais complexa, com

efeito de atividade prática e a formação de relacionamentos, com identidade multidisciplinar

(áreas). No início do terceiro milênio, assumem uma identidade interdisciplinar (teorias e

pressupostos epistemológicos), adotam o caráter de disciplina própria e, a partir daqui, trabalham

os fenômenos comunicacionais propriamente ditos no qual a realidade é socialmente construída

por meio da comunicação. A autora revela ainda, que esse contexto é muito complexo, portanto,

as ações de comunicação precisam ser estudadas, bem planejadas, com base em análises de cenários

e em pesquisas científicas.

Estamos vivenciando a Terceira Revolução, denominada por Toffler (2007) de Revolução

do conhecimento e da informação, Torquato (2011) afirma gerar efeitos interessantes e impactantes

para a comunicação organizacional, exigindo dos funcionários habilidades em lidar com mudanças

e maior qualificação para se destacar no mundo contemporâneo no qual estamos inseridos. Nesta

perspectiva, Pimenta (2010) retrata que o cenário apresentado é o de “aldeia global”, proposto por

McLuhan (1988). Há dezenas de anos, porém, este falava das mídias em massa para encurtar as

distâncias; já nos dias hodiernos, podemos perfeitamente usar seu conceito para designar às MSD´s

a tarefa de aproximar as pessoas virtualmente com o auxílio da internet. É nessa moldura que

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Torquato (2011) descreve que o sistema de comunicação organizacional do Brasil se consolida,

através do alinhamento das estruturas, linguagem, veículos, estratégias, programas internos e

externos, e a profissionalização dos quadros.

Kunsch (2006) evidencia que a comunicação organizacional é entendida também como

comunicação empresarial, pois a expressão comunicação organizacional, no Brasil, ainda é recente

e Farias (2011) constata que é remontada à década de 1990, podendo ser denominada ainda por

várias outras terminologias como: comunicação corporativa, relações institucionais, assuntos

corporativos, relações externas, entre outras. Farias (2011) revela que o termo comunicação

empresarial advém de ações puramente instrumentais e completa, ainda, que o termo comunicação

organizacional relaciona-se ao fazer-saber.

No Brasil, a comunicação organizacional é considerada dentro de uma perspectiva

integrada, abrangendo diversas subáreas, que Torquato (2002) descreve ser a comunicação social,

a assessoria de imprensa, o jornalismo empresarial, a comunicação institucional, o marketing

cultural e social, a comunicação interna, entre outras, essa última sendo o foco de estudo desse

trabalho.

O como transmitir a mensagem é muito importante, mas Stoner e Freeman (1985) ressaltam

que a forma como se comporta quando se comunica pode fazer toda a diferença, especialmente no

dia a dia, para tanto, uma comunicação eficiente deve estar vinculada à cultura e aos valores

organizacionais e deve focar a missão, visão, mudança e a chamada para a ação, podendo ser

direcionada para o indivíduo, equipes ou para a empresa inteira. Pode-se dizer, então, que a

comunicação é uma atividade administrativa que tem dois propósitos principais elencados por

Kunsch (2006): proporcionar informação e entendimento essenciais para que os colaboradores

possam se guiar em suas atividades diárias e proporcionar as atitudes vitais para promoção da

motivação, cooperação e da satisfação nos cargos.

Quando a comunicação ocorre, de forma efetiva, torna-se a base para o alcance dos

propósitos da comunicação como atividade administrativa. Bueno (2009) afirma que uma

organização que preza pela comunicação interna, ou seja, que tenha uma cultura de comunicação

é aquela que a desenvolve, através de canais personalizados entre os públicos, procura fazer-se

entender pelo receptor e busca incentivar a participação e a integração de seus membros para o

fortalecimento do fluxo de informação. Isso se confirma no conceito que Gil (2009) propõe:

comunicar implica tornar algo comum, se fazer entender, provocar reações no interlocutor, ou seja,

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compartilhar significados. É um processo contínuo, em que a mensagem é o objeto da

comunicação, capaz de exprimir sentimentos e ideias, orientando a conduta em determinada

situação; portanto, é por natureza um fenômeno dinâmico. Pimenta (2010) evidencia que conceituar

comunicação, é uma tarefa difícil, pois a evolução tecnológica traz variadas e grandes inovações

nessa área e afirma, ainda, que a comunicação é o reflexo da cultura humana, possibilitando a sua

construção e disseminação, porém, de forma objetiva, é capaz de defini-la como uma troca de

mensagens deliberadas ou não, contanto, que a mensagem seja captada e compreendida pelo

receptor.

Já o conceito de comunicação organizacional está relacionado com o estudo de como se

processa o fenômeno da comunicação dentro das organizações, Kunsch (2003) assevera que é

inerente aos agrupamentos de pessoas que integram a organização, que analisa o sistema, o

funcionamento e o processo de comunicação. Para a autora, essa concepção procura contemplar

uma visão abrangente da comunicação das e/ou nas organizações, levando em consideração todos

os fenômenos relacionados à complexidade da comunicação e ainda os relacionamentos pessoais,

além da função estratégica e instrumental. Portanto, a comunicação organizacional deve agregar

valor à organização, auxiliar no cumprimento de sua missão, de seus objetivos e na fixação e

divulgação de seus valores, tudo isso com o auxílio dos princípios éticos. Kunsch (2006) acrescenta

ainda que, para o sucesso da comunicação organizacional, deve haver integração entre a

comunicação interna, institucional e de negócios, em benefícios dos públicos de interesse e da

sociedade como um todo e não só da empresa isoladamente.

Cinco objetivos são propostos por Pimenta (2010) para a comunicação organizacional:

construção da imagem institucional da empresa; adequação dos funcionários ao aumento da

competição no mercado; atendimento das demandas dos consumidores mais conscientes de seus

direitos; defesa de interesses diante dos governos e dos políticos; e encaminhamento de questões

sindicais e relacionadas à preservação do meio ambiente, entre outros. Segundo a autora, quando

esses objetivos são atendidos, consegue-se a melhoria dos serviços e o aumento da produtividade

e do lucro. A comunicação interna se encaixa no segundo objetivo proposto por Pimenta (2010),

que afirma que para aumentar o desempenho dos funcionários, através da comunicação interna, é

necessário desenvolver valores como: responsabilidade, compromisso, cooperação, solidariedade

e dedicação, além de técnicas de comunicação que possibilitem aos funcionários operacionalizarem

melhor seus procedimentos. Farias (2011) finaliza dizendo que o principal objetivo da

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comunicação organizacional é a criação e manutenção de um sistema de comunicação excelente

para as organizações.

2.1.1 Dimensões da Comunicação Organizacional

A comunicação organizacional assume algumas dimensões que facilitam a compreensão e

seu estudo, se pode classificar a primeira como sendo o fator humano, no qual Kunsch (2006) frisa

ser necessário pensar nas múltiplas perspectivas que se incluem o ato comunicativo dentro das

organizações, ou seja, em primeiro lugar, pensar na comunicação entre as pessoas pressupõe

compreensão e colocação de ideias em comum, pois elas não vivem sem se comunicar. Portanto, a

valorização por parte das organizações à comunicação interpessoal é algo necessário. Comunicação

interpessoal essa, que Kunsch (2006) conceitua como, a interação de natureza conversacional, a

troca de informações verbais e não verbais entre duas ou mais pessoas num processo

comunicacional face a face; que Casado (2002) considera como um dos pilares importantes para a

gestão de pessoas nas organizações.

A comunicação exerce forte influência sobre as pessoas, no qual Mumby (2010) pontua,

que passa a ser um meio de poder legitimado pela expressão; sendo assim Torquato (1991)

acrescenta que, por meio da comunicação, o indivíduo pode convencer, persuadir, influenciar,

motivar, gerar relações de confiança, despertar sentimentos e induzir comportamentos. Dessa

forma, é um importante instrumento no exercício da liderança, pois, é através da habilidade em

comunicar, que um líder consegue exercer influência, poder, motivar e estabelecer relações de

confiança com seus liderados, fazendo com que a sua função aconteça com mais propriedade e

eficiência. Falando em poder e liderança, é importante frisar que os estilos de gestão, na atualidade,

estão sendo mais voltados às pessoas, mais descentralizados e participativos e, em tese, são mais

direcionados a satisfazer às necessidades humanas (KUNSCH, 2010), proporcionando, assim, a

criatividade, a satisfação e o reconhecimento dentro das organizações.

É importante ressaltar, ainda, a relação da comunicação com o contexto em que vivemos,

Kunsch (2010) evidencia que a comunicação sofre todas as influências provocadas pela revolução

digital; em consequência, passa por mudanças nas formas de relacionamentos e no modo de

produzir comunicação. Novas mídias já estão em uso, tais como: a plataforma web 2.0, os blogs,

microblogs, fotologs, wikis, chats, banco de dados, links, fóruns de notícias, redes sociais de

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conversação (Facebook, MSN, Twitter), entre outros. Com o uso massivo da internet, os públicos

ultrapassam as fronteiras geográficas da empresa, essas mudanças, afirma Knusch (2010), provocar

alterações no comportamento dos indivíduos, em tempo real, e interferir nos relacionamentos

interpessoais dentro da organização. Portanto, Knusch (2010) assevera que a valorização das

pessoas, nas organizações, deve ser um parâmetro determinante para a produção da comunicação

organizacional.

A segunda dimensão é a instrumental, isto é, o caráter administrativo e técnico que a

comunicação organizacional assume, trata a comunicação meramente como instrumento de

transmissão das informações; assim sendo, Kunsch (2006) afirma que, ainda, é a mais presente e

predominante nas organizações. Putnam (2004) se utiliza de metáforas para explicar essa dimensão

da comunicação, ele a chama de metáfora do conduíte, comunicação considerada como um canal

ou via para envio de informações. O foco dessa dimensão se dá nas mídias, tanto internas quanto

externas, desse modo, Kunsch (2006) relata que sua atuação está presente na divulgação de notícias

e numa esfera tática e técnica.

A terceira dimensão é a comunicação como estratégia, considerada por Kunsch (2006)

como importante ferramenta no alcance dos resultados, agregando valor à organização e aos

negócios, e como parte integrante na gestão da empresa, devendo auxiliar a leitura das ameaças e

oportunidades presentes no mercado, avaliando a cultura organizacional e pensando

estrategicamente nas ações comunicativas (KUNSCH, 2006). Essa percepção surge do

reconhecimento de que os trabalhadores têm contribuído para o aumento da margem de lucro da

empresa e que a sua participação nas atividades dela tem contrapartida no investimento. A Era da

estratégia, na comunicação organizacional, preza, segundo Torquato (2011), pela necessidade de a

empresa ser a primeira, ou no máximo a segunda no mercado, no qual o foco é o posicionamento.

Paul (2006) sugere uma estrutura de estratégias, que começa por definir uma estratégia

organizacional eficiente; depois determinar os objetivos de dada comunicação; em seguida, decidir

que recursos estão disponíveis para o alcance de tais objetivos e, por fim, diagnosticar a reputação

da organização. O próximo passo será analisar o público-alvo da organização; qual é a atitude do

público diante da empresa e o que o público sabe sobre o tema discutido. O passo seguinte será

então transmitir, adequadamente, as mensagens, escolhendo o canal de comunicação mais correto,

as elaborando com cuidado. O último passo, e um dos mais importantes, é avaliar os resultados da

comunicação, determinando se o objetivo desejado foi atingido. Para ser eficaz, após o seu

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desenvolvimento, entretanto, esse tipo de estratégia deve ser comunicado a todos na organização,

para tanto, Paul (2006) afirma que os gerentes devem desenvolver um método para comunicar o

plano, utilizando a estrutura da estratégia de comunicação empresarial.

2.1.2 Elementos Ligados ao Processo de Comunicação

Tendo a comunicação como um fenômeno humano, é difícil conceber um modelo que

expresse sua complexidade e os vários aspectos envolvidos (PIMENTA, 2010), desse modo, Gil

(2009); e Robbins (2011) apresentam uma perspectiva desse fenômeno como processo, sendo algo

que não se pode identificar nem o começo e nem o fim. Marchiori (2006) afirma que, para atingir

qualidade no processo de comunicação, é necessário ter como base de valores, a confiança, a

competência, o comprometimento e a credibilidade, e para isso, propõe alguns pontos que embasam

a qualidade dos processos: políticas e estratégias definidas e transparentes; canais de diálogos

abertos; busca do comprometimento; seleção das informações, utilizando as que agreguem valor

ao nível de conhecimento; personalização do discurso; utilização de múltiplos canais;

interatividade; valorização das redes formais e informais; e o feedback para um novo planejamento.

Gil (2009); Robbins (2011); e Marchiori (2001) mencionam que processos de comunicação

efetivos são o segredo para se construir relacionamentos nas organizações e para o bom

funcionamento da comunicação interna.

Para a análise do processo comunicacional, é necessário paralisar sua dinâmica,

simbolizando-a em um esquema estático recheado de elementos, ou seja, mapear seu

desenvolvimento. Os elementos básicos, ligados ao processo de comunicação, são

interdependentes e tanto para Gil (2009) quanto para Robbins (2011) os descrevem como: o

emissor, a codificação, a mensagem, o canal, o receptor, a decodificação, o ruído, o entendimento

da mensagem, ou seja, a compreensão depende do mínimo de interferência no processo de

comunicação, do mínimo de ruídos. E, por fim, o feedback, que podemos chamar também de

realimentação (GIL, 2009). A FIGURA 1 a seguir, representa o processo de comunicação.

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FIGURA 1 - O processo de comunicação.

Fonte: Gil (2009, p. 73).

O processo adotado por Gil (2009), demonstrado na FIGURA 1, deixa evidente que nunca

acaba; por isso, os autores Gil (2009); e Robbins (2011), afirmam a importância de cada fase desse

processo: a busca pela transmissão de informações, em que o emissor faz uma codificação,

transformando as ideias que quer transmitir em palavras ou gestos, e o receptor as recebe e

decodifica; a comunicação pode ocorrer em um ou em dois sentidos e o administrador é quem

decide qual vai usar, dependendo do motivo. Curvello (2012) relata ainda, que fatores sociais,

psicológicos e culturais interferem no processo comunicacional e, por isso, precisam ultrapassar

suas mídias (tradicionais, digitais ou alternativas) que Pereira et al. (2011) evidencia como a

necessidade de se planejar suas políticas, estratégias e ações, de acordo com cada situação, indo

em busca da licença social de operação e da sustentabilidade organizacional.

A inserção das tecnologias da comunicação com suas ferramentas digitais tem feito

estudiosos, acadêmicos e profissionais da área repensarem o processo de comunicação e avaliarem

suas possíveis mudanças, favorecendo esse processo, na medida em que facilita o

compartilhamento das informações. Mainieri (2011) afirma que a leitura não linear que as

informações assumem, a partir da ordenação e associações de ideias e conceitos, talvez seja mais

importante do que a simples convergência das mídias. Nos processos comunicacionais, mais

modernos, não se vê exclusivamente a questão do sentido de transmissão das mensagens, mas sim

uma relação dinâmica, com a ampliação do entendimento, interpretação e colaboração dos

interagentes, além da hibridação entre o emissor e o receptor, com um fluxo informativo contínuo

que permita incorporações (BARICHELLO; MACHADO, 2012; ROMANO et al., 2012). Ou seja,

o uso das MSD´s nos processos comunicacionais, tendem a torná-los mais dinâmicos e flexíveis,

porém mais desafiadores, exigindo mais da equipe que trabalha a comunicação interna e dos

gestores da empresa, além do envolvimento de toda a organização por se tratar de um processo que

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envolve mudança de cultura organizacional e na estrutura da organização como veremos mais

adiante.

2.1.3 A Importância dos Gestores no Processo de Comunicação

A comunicação vem ganhando dimensões sistêmicas, envolvendo a cadeia produtiva e seus

stakeholders, dessa forma, temos assistido, nas duas últimas décadas, a um novo paradigma de

gestão, em que os recursos estratégicos das organizações são a tecnologia e os recursos humanos,

portanto, se considera, cada vez mais, que o sucesso organizacional depende e muito de uma boa

comunicação. Alguns gestores comprimem as informações, bloqueando a sua circulação porque

confundem o conceito de comunicação organizada com a ideia de centralizar a informação para

garantir o poder, esquecem de que se pode descongestionar grande parte do processo de gestão pela

circulação de informação e, retendo-a, surgem as distorções e os boatos, causando os ruídos. O

bloqueio da informação Rebouças (2010) afirma não se fazer apenas pela omissão, mas também

pela emissão de mensagens carregadas de interesse unilateral do emissor.

O fluxo de comunicação se interrompe, frequentemente, nas zonas intermediárias de gestão,

porque são estas as funções mais ameaçadas pelo achatamento da pirâmide hierárquica. As funções

intermediárias de gestão resistem à comunicação, à partilha de informações, porque a consideram

uma fonte de poder. Ao fazê-lo, estas funções filtram e distorcem a comunicação entre a alta

direção e a realidade organizacional, por sua vez, o impacto resultante das comunicações, em que

o fluxo de informações é continuamente filtrado e distorcido até o nível mais baixo, intensifica os

níveis de estresse dos empregados que passam a despender muito tempo, imaginando o que está

acontecendo, direcionando as suas energias para os rumores negativos. Robbins (2011) pontua que

quanto menos informação estiver disponível aos empregados, maior será o seu estresse e os seus

medos.

Os gestores de nível médio e os gestores de topo, juntamente com os especialistas em

comunicação e os profissionais de recursos humanos, devem planejar, desenvolver, determinar as

estratégias de comunicação específicas, de acordo com os objetivos da organização, e comunicar a

todos na empresa, pois como afirma Rebouças (2010) esses são os profissionais capacitados para

construir o novo tempo. Grunig (2001) acrescenta ainda, que os gestores devem trocar ideias,

opiniões e fatos entre si, com a direção e com seus subordinados, porque eles têm, na comunicação,

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um meio de informar, persuadir, administrar e liderar, que pode ser uma grande força unificadora

da organização. Rebouças (2010) corrobora ao afirmar que esses profissionais têm o poder de gerar

visão de futuro, de reeducar, envolver e motivar. Pensar holística e sistematicamente é entender

que as coisas estão interconectadas (REBOUÇAS, 2010) e os gestores de Recursos Humanos e

especialistas em comunicação precisam perceber isso para que sua gestão seja a mais eficiente

possível.

2.1.4 Fatores que Dificultam a Comunicação

Existem alguns fatores que podem dificultar ou distorcer a comunicação, e /ou nem sempre

a compreensão do receptor coincide com o significado pretendido pelo emissor. Diante disso, os

ruídos, na comunicação, são mais frequentes do que imaginamos dentro das organizações, no qual

Gil (2009) evidencia que os ruídos são tidos como qualquer fonte de erro, distúrbio ou deformação

do zelo na transmissão de uma mensagem, seja ela, sonora, visual ou escrita. O autor retrata que os

ruídos decorrentes do emissor são: a falta de clareza nas ideias; a comunicação múltipla; os

problemas de codificação; o bloqueio emocional; os hábitos de locução; e a suposição acerca do

receptor; e que os decorrentes do receptor são: a audição seletiva; o desinteresse; a avaliação

prematura; a preocupação com a resposta; as crenças e atitudes; reação ao emissor; preconceitos e

estereótipos; experiências anteriores; atribuição de intenções e comportamento defensivo.

Robbins (2011) relata a existência de seis barreiras que dificultam a comunicação, já

Pimenta (2010) as chama de níveis organizacionais, ou seja, para a autora, quanto maior for o

número de níveis verticais, maior será a ocorrência de filtragens: filtragem, de sobrecarga de

informações, ocorrendo quando elas excedem a capacidade de processamento do indivíduo;

emoção, que se refere à maneira como o indivíduo está no momento em que recebe a mensagem,

influenciando a sua interpretação; linguagem, palavras têm significados diferentes para cada

pessoa; medo da comunicação, refere-se às pessoas que sentem tensão, ansiedade e timidez com

relação à comunicação sem motivo aparente, e a percepção seletiva, que ocorre quando o indivíduo

vê e escuta seletivamente ao receber uma mensagem, com base em suas próprias necessidades e

nas características pessoais, eles ainda projetam seus interesses ao decodificá-la. Pimenta (2010)

acrescenta mais dois fatores que dificultam a comunicação: a autoridade da administração, que

trata do fator poder, pois quem possui autoridade mostra controle sobre determinadas situações e

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tende a esquivar-se de qualquer comunicação que o coloque em situação vulnerável, isto é, que

possa lhe prejudicar; já os seus subordinados tendem a ficar quietos, evitando problemas; e a

especialização, que tende a desmembrar a organização em vários grupos de interesses e

vocabulários próprios, dificultando a transmissão da mensagem.

2.1.5 Redes e Canais de Comunicação

Este tópico contextualiza as redes e canais por onde a comunicação pode trafegar no

ambiente organizacional. Existem então as redes formais e informais, no qual os meios eletrônicos

são utilizados, pelas empresas, com o intuito de facilitar a transmissão das mensagens, informações

e as suas captações. Uma mensagem pode ser enviada através de vários canais de comunicação;

cada um deles apresenta características diferentes de eficiência, rapidez, ligação, entre outras. A

análise correta das redes de comunicação ajuda a determinar o canal indicado para comunicar em

cada situação. A conclusão a que os humanistas chegaram, com relação às redes de comunicação,

padrões ou cadeias, é que não há uma maneira universal de comunicar nas organizações, pois os

dados e informações são compartilhados entre as pessoas, dentro de uma variedade de propósitos

e situações. Curvello (2012) afirma que, nas redes formais, circulam as mensagens oficiais e

legitimadas pela estrutura da empresa, utilizando-se dos canais formais; já nas redes informais,

manifestações comunicativas naturais ao relacionamento dos grupos.

Enumera-se três tipos de redes de comunicação, que Robbins (2011) convenciona chamar

de: Roda, Cadeia e de Círculo; este último também chamado de todos os Canais. O autor pontua

que o tipo cadeia segue rigidamente o comando formal, hierárquico; O tipo roda depende do gestor

para tomar atitude como conduto central de toda a comunicação da equipe; E a de todos os canais,

ou de círculos, permite que os membros da equipe troquem informações ativamente uns com os

outros, esse último tipo, é geralmente encontrado em equipes auto gerenciadas. O que se pode

afirmar, é que nenhuma das redes sozinha, é tida como a melhor para determinada ocasião, ou seja,

cada rede apresenta características diferentes de eficiência, e rapidez, entre outras. A FIGURA 2

adiante, mostra o desenho dos tipos de redes de comunicação mencionadas aqui:

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FIGURA 2- Tipos de Redes de comunicação em pequenos grupos.

Fonte: Robbins (2011, p. 238).

O que vale ressaltar com relação a FIGURA 2 é que, se existe uma estrutura hierárquica

rígida, pautada em um modelo mecanicista, muito provavelmente o tipo de rede encontrada na

empresa será o tipo cadeia, porém, em se tratando da inserção da tecnologia na comunicação interna

e do uso das MSD´s nos processos comunicacionais, passa a ser exigido um tipo de rede de

comunicação em que as informações fluam com mais rapidez e eficiência, onde a estrutura

hierárquica seja mais horizontalizada, as decisões mais participativas, e a organização assuma o

modelo mais orgânico.

Tratando das redes informais pode-se incluir a rede de rumores, em que a comunicação

acontece dentro de um grupo ou organização, Para Robbins (2011) há três características precípuas:

a) Não é controlada pela direção da empresa;

b) É considerada pela maioria como a mais confiável e fidedigna se comparada com os

comunicados formais, vindo da alta gerência das organizações;

c) É amplamente usada para servir aos interesses pessoais dos que a compõem.

Rumores normalmente aparecem como reação a cenários importantes para as pessoas,

quando há ambiguidade e sob condições que despertam ansiedade, e não porque se alimentam de

fofocas, raramente esse é o caso. A rede de rumores é parte importante do sistema de comunicação

de qualquer grupo ou organização e merece ser bem compreendida. Para os executivos, os rumores

proporcionam um sentimento sobre a moral de sua organização, identifica os temas confusos que

os funcionários consideram importantes, e ajuda a canalizar a ansiedade dos colaboradores,

funcionando, portanto, como um mecanismo de filtragem e de feedback. Para os executivos, é

particularmente importante por traduzir comunicações formais para a linguagem própria do grupo

e ainda faz parecer possível analisar as informações na rede de rumores, além de prever seu fluxo.

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Ao identificar qual elemento de ligação vai considerar relevante uma determinada informação,

pode-se aumentar nossa probabilidade de explicar e prever o padrão da rede de rumores. Para os

rumores, o que tem que ser feito é tentar diminuir os impactos negativos por onde as informações

transitam, ou seja, onde a comunicação acontece, afetando assim determinado grupo ou equipe de

profissionais.

A comunicação, nas organizações, vem sendo enriquecida pelo uso de tecnologias como:

correio eletrônico (ou e-mail), aplicativos de mensagens, como WhatsApp, grupos fechados nas

mídias sociais digitais, como no caso da empresa pesquisada, que se utiliza de grupos na ferramenta

“SUA VOZ”, todas elas fazendo uso da internet para transmitir e receber textos e documentos

gerados em computador, smartphones, tablets, entre outros. Se tornou assim uma ferramenta

utilizada em larga escala e com impressionante crescimento nas organizações (ROBBINS, 2011).

Gil (2009) corrobora ao pontuar que o e-mail (endereço eletrônico) e não só ele, mas atualmente

Kunsck (2010) enfatiza, que as tantas formas eletrônicas disponíveis, apresentam uma série de

benefícios como ferramentas comunicacionais, suas mensagens podem ser escritas, editadas e

armazenadas rapidamente. Elas podem ser transmitidas para um ou para vários destinatários ao

mesmo tempo, elas podem ser lidas por inteiro, de acordo com a conveniência do receptor, e o

custo da transmissão, para diversos colaboradores, é apenas uma fração do necessário para

imprimir, reproduzir e/ou distribuir uma carta ou material impresso. Porém, estas ferramentas,

também, têm suas desvantagens, podem ser utilizadas como uma forma de distração do trabalho

sério por exemplo, existem ainda, a ausência do fator emocional na transmissão da mensagem e,

além disso, tendem a ser frias e impessoal. Tem-se ainda o caráter remoto da comunicação que

favorece um “espiral de conflitos”, pois chega a duplicar os antagonismos quando comparados à

comunicação face a face.

As mensagens instantâneas, que nada mais são do que e-mails eletrônicos em tempo real,

são rápidas e baratas para os executivos entrarem em contato com seus colaboradores e para os

colaboradores entrarem em contato entre si. A mensagem instantânea tem inúmeras vantagens se

comparada ao e-mail: não há espera, não há caixa postal lotada e nem incerteza quanto ao

recebimento da mensagem. Robbins (2011) afirma que para os executivos, também, é considerada

um meio eficiente para monitorar a presença física de seus funcionários diante dos seus terminais

e é ideal para mensagens curtas. E ainda a presença contínua de mensagens, na tela, distrai a atenção

e dificulta a concentração dos funcionários no trabalho. Para os executivos, existe a preocupação

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com a utilização das mensagens instantâneas pelos colaboradores para bater papo com amigos e

colegas sobre assuntos pessoais. Com efeito, Robbins (2011) pontua a preocupação com a

segurança, devido à vulnerabilidade que as mensagens instantâneas trazem.

A tecnologia é uma excelente ferramenta para a reformulação da comunicação dentro das

organizações, Robbins (2011) evidencia, que melhora, significativamente, os processos de

comunicação. A melhora na capacidade da administração, de monitorar dados de desempenho,

permite que os colaboradores galguem níveis hierárquicos e, com isso, tornem as estruturas mais

orgânicas. Mas as contribuições mais importantes da TIC, em termos de sua influência sobre a

comunicação organizacional interna, provavelmente seriam os fenômenos da digitalização e da

ligação sem fio, encaixam-se aqui as mídias sociais digitais, por exemplo. O autor afirma ainda,

que até o trabalho em grupo tem evoluído bastante com o uso da tecnologia, pois vem passando,

cada vez mais, a interagir eletronicamente, ou seja, além de ajudar na tomada de decisão, também

facilita a interação grupal, nas reuniões, com cada membro em locais diferentes um do outro, nas

videoconferências e as conferências on-line em tempo real. Desse modo, a criação de softwares

específicos de comunicação, de groupwares (softwares para grupos de trabalho), e das mídias

sociais, tem auxiliado e feito o processo de comunicação evoluir no mundo contemporâneo. Nesse

sentido, o uso da tecnologia na comunicação, exerce papel importante como ferramenta estratégica

e de diferencial competitivo.

Com relação aos canais de comunicação, estes se diferenciam de acordo com a sua

capacidade de transmitir informações, alguns são valiosos por sua capacidade de manejar diferentes

sinais ao mesmo tempo; facilitar um rápido feedback e ser extremamente pessoal (ROBBINS,

2011). A escolha de um canal de comunicação, afirmam Robbins (2011) e Bueno (2003), depende

da mensagem ser rotineira ou não rotineira. As mensagens rotineiras costumam ser mais diretas e

apresentam um mínimo de ambiguidade. Aquelas rotineiras tendem a ser mais complicadas e

podem levar a um erro de entendimento. Portanto, para que haja eficiência e eficácia na transmissão

de mensagens, as rotineiras podem ser comunicadas pelos executivos, através de canais fracos em

riqueza e as não rotineiras através de canais ricos. A conversa face a face é considerada pelos

estudiosos como a mais rica, pois oferece o máximo de informações transmitidas durante um

episódio de comunicação; oferece múltiplos sinais de informação, feedback imediato e o toque

pessoal de cada um.

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2.1.6 Comunicação Interna: Conceitos, Funções E Importância

Nesse trabalho, é dada ênfase à comunicação organizacional interna que Marchiori (2006)

pontua ser responsável pela formação da identidade organizacional e engloba principalmente a

dimensão humana e a estratégica. Diz a autora, ainda, que a comunicação saiu do estágio de

disseminadores da informação para uma posição mais ampla, hoje se encontra no estágio tático da

estratégia e que a função assumida é a de catalisadora, provedora e distribuidora de conteúdo, capaz

de criar novos ambientes internos. Torquato (1991) retrata que a comunicação interna deve ser

entendida como um feixe de propostas bem encadeadas e abrangentes para que se desenvolvam na

sua plenitude, as empresas necessitam de profissionais sistêmicos, abertos, capacitados, com visões

integradas e em permanente estado de alerta para as ameaças e oportunidades do mercado.

A visão da comunicação interna é a de uma parte da empresa planejada com objetivos

definidos, que Kunsch (2003) entende ser capaz de viabilizar a interação entre organização e

funcionários, e Curvello (2012) interpreta que a comunicação interna é o conjunto de ações que a

organização gerencia com o objetivo de ouvir, informar, mobilizar, educar, mantendo a coesão

interna em torno de valores que precisam ser reconhecidos e compartilhados por toda a

organização. O autor completa afirmando que a comunicação interna engloba a comunicação

administrativa, a comunicação social e a comunicação interpessoal e que se opera por meio dos

fluxos por onde transitam as informações. Diante dos vários conceitos propostos, Marchiori (2006)

conclui que, a comunicação interna é vista como a troca de comunicação entre indivíduos e

públicos de vários níveis, de diferentes áreas de especialização, com o objetivo de reestruturar

organizações, implementar ações e coordenar atividades diárias.

Com relação às funções da comunicação, Robbins (2011) propõe, por exemplo, que existam

quatro básicas dentro de um grupo ou de uma organização: o controle, a motivação, a expressão

emocional e a informação. A comunicação opera no domínio do comportamento dos indivíduos de

várias maneiras, geralmente, as organizações possuem hierarquias e orientações que devem ser

seguidas pelos colaboradores, mas a comunicação informal também controla o comportamento.

Facilita o estímulo por explicar aos colaboradores o que deve ser feito, julgar a qualidade do seu

desempenho e conduzir o que deve fazer para aprimorá-lo. Também fornece o meio para a

expressão dos sentimentos e de atendimento das necessidades sociais. A função final,

desempenhada pela comunicação, relaciona-se com seu papel como facilitadora na tomada de

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decisões, ela propicia as informações que os indivíduos e as equipes precisam para tomar as

decisões, transmitir os dados para identificar alternativas e avaliá-las.

Autores como Torquato (2011) e Pimenta (2010) afirmam que a função básica da

comunicação é promover o equilíbrio interno da organização e a comparam com o organismo

humano. Torquato (2011) compara o funcionamento da comunicação com a de um sistema de

circulação sanguínea, ou seja, o fluxo de comunicação, seja descendente ou ascendente, circula

pelas veias e se elas estiverem entupidas, o organismo morre. Uma comunicação eficaz, nesse

sentido, tem o poder de desentupir as veias para que o organismo funcione corretamente. Já

Pimenta (2010) faz a comparação com o sistema nervoso do corpo humano, afirmando que, sem

seu funcionamento correto, um corpo não é capaz de se locomover, por exemplo, o que para a

comunicação significa a impossibilidade das relações entre as pessoas, das relações comerciais, de

trabalho ou afetivas. E Marchiori (2006) considera que a nova função da comunicação é a de

construir conhecimento.

A comunicação interna humaniza as relações entre os indivíduos na organização

(MARCHIORI, 2006), ou seja, dá sentido às experiências vividas diariamente. A autora completa,

ainda, que a tomada de decisão, na área da comunicação interna, deve ser pautada no impacto real

que ela exerce sobre a vida da organização, porque é, sem sombra de dúvida, a vertente que constrói

a identidade organizacional, englobando, portanto, todas as demais posturas internas da empresa.

Marchiori (2006) frisa ainda que não se deve levar em conta só as mensagens, mas também, as

lideranças, a visão da alta administração e a avaliação do crescimento do negócio.

Um dos objetivos da comunicação interna é o de contribuir para que o clima organizacional

seja positivo (TORQUATO, 1986), para tanto se faz necessário a empresa adotar um modelo de

organização orgânica, uma gestão mais participativa e colaborativa, com um processo

comunicacional dinâmico, eficiente, que atenda aos anseios do público interno, desta forma,

atenderá a dimensão estratégica e humana da comunicação e em consequência o aumento da

produtividade no dia a dia do ambiente laboral. No Brasil, existem gestores e diretores de empresas

que veem a comunicação de maneira estratégica, mas Torquato (2002) afirma que somente com o

intuito de assessorar na gestão, ou seja, no alcance dos objetivos organizacionais. Bueno (2003)

relata que ainda existem empresas que não estimulam a participação e interação dos funcionários

e que há gestores e diretores que gerenciam de forma centralizada e com uma postura de controle,

impedindo o surgimento de ideias criativas, inovadoras e contrárias as suas. Silva (2010) destaca

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que os indivíduos de uma organização não trabalham sozinhos, não são autossuficientes, são

interdependentes e, portanto, necessitam da convivência para evoluir, aprender, adquirir

conhecimentos e assim garantir sua sobrevivência no mercado de trabalho; acrescenta, ainda, que

essas relações humanas são impulsionadas por meio da comunicação interna.

Silva (2010) confirma, também, o que autores citados, ao longo desse trabalho afirmam,

que a comunicação interna é uma importante ferramenta organizacional para o alcance de seus

resultados, exercendo a função de integrar os colaboradores, estimular o diálogo, a troca de

informações e conhecimentos e a participação de todos dentro da organização, e completa

afirmando que a comunicação interna se desenvolve paralelamente à comunicação administrativa.

2.1.7 Características da Comunicação Organizacional Interna

Existem algumas características que a comunicação organizacional adquire, como as que

se referem aos fluxos e às formas para, assim, determinar a maneira mais correta de transmitir

alguma mensagem a determinado indivíduo ou grupo, tal escolha depende então da cultura da

empresa, do comportamento de seus colaboradores, gestores e diretores, do clima comunicacional

que opera e da finalidade da mensagem. Bueno (1989) afirma ainda, que os fluxos e as formas

podem coexistir sem se sobreporem, ou seja, serem utilizados simultaneamente. Vale aqui lembrar

que, empresas que se responsabilizam com as consequências da sua comunicação são, certamente,

mais criativas, inovadoras, produtivas e admiradas por seus colaboradores (KUNSCH, 2010), e

geralmente, são mais transparentes e transmitem relação de confiança.

Quanto ao fluxo, a comunicação organizacional pode ser: descendente, ascendente, lateral

ou horizontal e transversal. Mcgee e Prusak (1994) dizem que a estrutura hierárquica

organizacional, no que diz respeito aos fluxos de informação descendente e ascendente, foi copiada

do modelo militar, inclusive com seus prós e contras. A descendente é caracterizada pela hierarquia

da informação fluir dos níveis de baixo para os níveis de cima. Bueno (1989) denomina esse fluxo

de burocrático, sendo usado, segundo Robbins (2011), para transmitir diretrizes técnicas,

normativas, morais, éticas, de valores, atribuir tarefas, informar procedimentos, identificar

problemas e fornecer feedback sobre desempenho. Necessariamente não precisa ser só oral nem

face a face, pode ser escrita, simbólica e/ou linguística. Pimenta (2010) acrescenta que um fator

determinante desse fluxo é a quantidade de espaço que a mensagem deve atingir. Porém, devido a

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isso, a integridade da informação pode ser abalada, pois quanto maior o espaço por onde trafega a

informação maior a chance de dispersão e que elas sofram a influência de ruídos. Esse tipo de

problema afirmam Pimenta (2010); e Robbins (2011), que pode ser causado pela linguagem

utilizada pelo emissor, ou seja, uma mensagem não personalizada, se não tiver de acordo com o

colaborador que a recebe, provavelmente, não será interpretada da forma como foi transmitida;

pelo uso incorreto dos canais e das redes utilizadas para a transmissão, cada situação requer uma

forma diferente de transmitir determinada mensagem; pela falta de comunicação mais atrativa,

gerando desinteresse e falta de atenção por parte do receptor; pela falta de motivação por parte de

quem recebe a informação; pela criação de instrumentos de comunicação em volume exagerado

por parte da organização, sobrecarregando os canais existentes; pela falta de compatibilidade da

fala com as ações empreendidas pela empresa; pela falta de conhecimento da empresa por parte de

quem recebe as mensagens e pela falta de acesso à informações que afetam toda a organização.

A comunicação ascendente parte dos níveis hierárquicos inferiores para os superiores e não

por isso é menos importante do que a descendente, pois os diretores e gestores precisam saber qual

o reflexo e resultados da comunicação descendente. Bueno (1989) denomina esse fluxo de retro

alimentador; já Robbins (2011) destaca que ele mantém os dirigentes e gestores informados sobre

os sentimentos dos funcionários para com o trabalho, seus colegas e a organização em geral e

Pimenta (2010) acrescenta, ainda, que as sugestões, ideias criativas e inovadoras também podem

partir de níveis hierárquicos mais baixos se forem estimulados. Alguns exemplos citados por

Robbins (2011) para esse tipo de fluxo são: as caixas de sugestão, as pesquisas sobre atitudes dos

funcionários, os procedimentos de queixas, entre outros. Porém problemas também podem surgir

com o fluxo ascendente, Pimenta (2010) afirma que a tendência de os subordinados só informarem

aquilo que os gestores querem ouvir ou saber é um deles.

Sua importância ainda é maior quando se trata da produção e do mercado, pois sem uma

comunicação ascendente eficiente os gestores ficam sem notícias, por exemplo, do andamento da

produção, do comportamento das vendas, da imagem da empresa, se os funcionários estão

motivados ou não, se estão envolvidos com o trabalho e com a cultura organizacional e se as

diretrizes e normas estão sendo cumpridas. O “entupimento das veias” da comunicação ascendente

tira o “oxigênio” da empresa, que Pimenta (2010); e Robbins (2011) afirmam quebrar o fluxo ideal

de comunicação e o processo torna-se unilateral, empobrecendo a visão da alta administração sobre

a organização, sem levar em consideração quem está na ponta do processo.

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O terceiro tipo de fluxo é o lateral ou horizontal, que Robbins (2011) conceitua como aquele

que se dá entre os membros de uma mesma equipe ou de equipes de mesmo nível, ou seja, entre

quaisquer pessoas que estejam em nível horizontal equivalente dentro da organização. A

comunicação horizontal, geralmente, é necessária para economizar tempo e facilitar a coordenação

dos processos, mas também pode criar problemas como o que Pimenta (2010) expõe: o fato de

algum grupo reter informações para controlar os outros, ou seja, o poder adquirido através de

alguma informação. Já Robbins (2011) elenca o aparecimento de conflitos disfuncionais quando

os canais verticais são violados e/ou quando a hierarquia é atropelada. Bueno (1989) o chama de

espontâneo ou informal, em que, geralmente, são encontrados os mecanismos de comunicação

lateral e transversal.

O quarto tipo de fluxo, proposto por Curvello (2012), é o transversal, que segundo o autor

aparece com o advento das tecnologias da comunicação, este, tem o poder de subverter as

hierarquias ao permitir a troca de mensagens entre funcionários de diferentes setores e/ou

departamentos e até de níveis hierárquicos diferentes, e que acaba sendo um fluxo bastante

utilizado quando falamos em MSD´s, como a exemplo do estudo de caso em questão, no qual todos

os membros da empresa têm um perfil na plataforma e podem se comunicar livremente

independente no nível hierárquico que ocupam na empresa. Bueno (1989) chama de democrático

aquele em que os distintos fluxos coexistem sem se sobreporem.

Com relação às formas que a comunicação organizacional assume, Gil (2009) descreve três

métodos básicos para a troca de mensagens entre os membros de uma equipe. Normalmente, é

utilizada, essencialmente, a comunicação oral, que Curvello (2012) chama de verbal, a escrita e a

não verbal. Robbins (2011) pontua que a comunicação oral é o principal meio para transmitir

mensagens, alguns exemplos são as palestras, debates, a rede informal, entre outros. As principais

vantagens da comunicação oral são a rapidez e o feedback. A principal desvantagem da

comunicação oral surge nas organizações ou quando alguma mensagem tenha que ser transmitida

para várias pessoas, quanto maior o número de receptores, maior a probabilidade de distorções,

como por exemplo: cada um decodificar a mensagem da forma como lhe é mais conveniente.

A comunicação escrita engloba memorandos, cartas, e-mails, transmissões de fax, jornais

internos, murais e qualquer outro tipo que utilize a linguagem escrita ou simbólica para comunicar

as informações. Gil (2009) afirma que a comunicação escrita é tangível e verificável e, geralmente,

tanto o emissor quanto o receptor podem manter registros das mensagens, armazenando-as por

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muito tempo. Robbins (2011) enfatiza ainda que há uma vantagem adicional na comunicação

escrita, normalmente se é mais cuidadoso na escolha das palavras quando se escreve do que quando

se fala, a comunicação escrita costuma ser mais bem elaborada, mais lógica e clara. Porém,

mensagens escritas consomem mais tempo e ainda existe a ausência da realimentação. Essa

ausência não garante, por exemplo, que um e-mail seja recebido, ou lido, ou compreendido da

forma que o emissor pretendia.

A terceira forma utilizada para que haja a troca de mensagens Robbins (2011); e Curvello

(2012) elencam que é a comunicação não verbal, que pode ser acompanhada da comunicação oral

ou sozinha. Essa forma de comunicação inclui os movimentos do corpo, expressões faciais, a

entonação ou ênfase dada às palavras e o afastamento físico entre o emissor e o receptor. É

importante que o receptor esteja atento para esses aspectos da comunicação, pois é preciso buscar

os indícios não verbais tanto quanto o entendimento do significado literal daquilo que é transmitido

por um emissor. Só é preciso estar consciente das possíveis contradições entre as formas de se

transmitir as mensagens.

Dentro da comunicação interpessoal Casado (2002) acrescenta mais duas outras formas de

comunicação, além das já mencionadas anteriormente: a simbólica, que se refere a traços da

personalidade de um indivíduo, expressos, por exemplo, pela forma de se vestir, o carro que usa e

a casa onde mora; nas empresas, expressas através de placas de avisos, por exemplo; e a

paralinguística, que são os aspectos não verbais que acompanham a comunicação verbal, como,

por exemplo, o tom de voz, o ritmo da fala, ou seja, a maneira como é expressa a fala. Kunsch

(2010) afirma que propiciar espaços informais e favoráveis, que cultivem a comunicação

interpessoal em seus ambientes internos é algo que precisa ser valorizado pelas organizações.

2.1.8 Clima, Cultura Organizacional, e suas Influências na Comunicação Interna

Para se criar um clima comunicacional positivo, deve haver relação de confiança entre os

colaboradores e gestores, a fala deve estar de acordo com as ações, o discurso desenvolvido de

maneira personalizada, canais e redes selecionados de acordo com cada realidade, deve haver a

existência do fluxo horizontal e transversal; tornando a comunicação democrática (BUENO, 1989)

em que todos os fluxos possam interagir, são ações essenciais para o desenvolvimento de um clima

comunicacional construtivo. Clima comunicacional é definido como o resultado da cultura

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organizacional, num dado tempo, expresso na comunicação de seus interesses (PASSOLD, 2002),

que deve ser constantemente monitorado, controlado e até influenciado, pois é algo dinâmico e é

uma ferramenta indispensável para a gestão organizacional nas empresas.

Em um ambiente com abertura para diálogos, as pessoas fazem mais sugestões sem se

preocuparem em ser reprimidas, críticas podem ser expressas, porque são menos prováveis de

serem mal-entendidas e, consequentemente, aumentam as probabilidades de melhorias. O nível de

precisão das informações é vital, pois não só previnem erros, como também cria confiança em

todos na empresa. Bueno (2000) destaca que a eficácia na comunicação interna está diretamente

relacionada ao comprometimento das lideranças da empresa com a efetiva abertura à negociação e

à troca de ideias. A cultura do diálogo soluciona praticamente todos os problemas organizacionais

que, na maioria das vezes, estão relacionados a questões ligadas à falta de comunicação e diálogo.

Paul (2006) considera que o maior problema, no mundo empresarial, é a ausência da prática da

comunicação e da comunhão das diferenças, portanto, indivíduos com opiniões diferentes podem

trabalhar juntos e integrados por objetivos comuns, isso depende apenas de uma empresa interativa.

Com relação à liderança nas empresas, Carrascosa (1992) enfatiza que ela se expressa tanto

nas relações de comunicação informal, quanto nas relações de comunicação formal, estabelecidas

entre os membros de determinada equipe. No segundo caso, constituem, especificamente, as

relações de autoridade, manifestadas por meio das funções que compõem o papel gerencial. A

essência da função gerencial é, de um lado, a autoridade, fator sem o qual as atividades de direção,

coordenação, controle, integração etc., não passarão de meras intenções; de outro, a aceitação e o

desempenho do papel de subordinado pelos indivíduos executores.

Portanto, como ressalta Marchiori (2006), falar em comunicação interna e cultura nas

organizações não é moda e sim fundamento, cultura, para o referido autor, é o processo de

construção de significados, por meio da interação social, que tem uma relação íntima com a

comunicação e esta, se torna papel fundamental nesse processo. Pimenta (2010) destaca que a

comunicação é o reflexo da cultura humana, ao mesmo tempo em que possibilita a sua construção

e disseminação; e Marchiori (2011) pontua que as culturas são, continuamente, construídas e

transformadas pelas pessoas nos ambientes organizacionais. Portanto a cultura acaba funcionando

como um processo de aperfeiçoamento e enriquecimento do homem e a comunicação é a

construção de significados em si, os inter-relacionamentos, sendo, então, para Marchiori (2011),

recursos indissociáveis, estratégicos e responsáveis pelo desempenho das organizações. Desse

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modo, torna-se fundamental conhecer os costumes, os hábitos, a realidade de uma organização com

suas peculiaridades, pois a cultura é única, conforme evidencia Marchiori (2011), e para o gestor

isso tem papel importante quando se trata de traçar as estratégias de comunicação (PIMENTA,

2010), peculiaridades essas que devem ser evidenciadas, e pesquisadas, pois as estratégias em

comunicação interna devem ser traçadas de forma a atender eficientemente seu público interno.

2.1.9 A Comunicação como Estratégia

De acordo com o exposto, ao longo de toda a fundamentação teórica, uma comunicação

interna bem planejada é essencial a qualquer empresa, devendo estar atenta ao estado geral da

moral e motivação de seus colaboradores. Para tanto, Paul (2006) descreve que deve ser

estabelecido um programa estruturado, baseado numa forte estratégia de comunicação, no qual

Marchiori (2006) sustenta que a ação estratégica da comunicação é capaz de modificar

comportamentos, tanto da empresa quanto de seu público de interesse e, consequentemente, forma

a sua cultura. Essa percepção surge do reconhecimento de que os colaboradores têm contribuído

para o aumento da margem de lucro da empresa e que a sua participação, nas atividades

organizacionais, tem contrapartida no investimento.

É possível mapear e criar uma estrutura de estratégia da comunicação empresarial, que Paul

(2006) sugere, começar por definir uma estratégia organizacional eficiente, depois determinar quais

os objetivos de dada comunicação, assim decidir que recursos estão disponíveis para o alcance de

tais objetivos, para, então, poder diagnosticar a reputação da organização. O próximo passo a ser

dado, segundo o autor, é analisar o público-alvo, ou seja, qual o público que a organização deseja

atingir, depois faz-se necessário perceber qual é a atitude desse público, diante da empresa e o que

o público sabe sobre o tema em questão. A próxima etapa será, então, transmitir, adequadamente,

as mensagens, escolher o canal de comunicação mais correto e elaborar a mensagem com cuidado.

O último passo, e um dos mais importantes, é avaliar os resultados da comunicação e determinar

se o objetivo desejado foi atingido. Para ser eficaz, após o seu desenvolvimento, entretanto, o autor

afirma que esse tipo de estratégia deve ser comunicado a todos na organização.

Bueno (2011) afirma que a administração estratégica requer um estudo de campo detalhado,

com conhecimentos adquiridos, com uma montagem de banco de dados inteligentes sobre

mercados e concorrentes, gestão do conhecimento, entre outros, ou seja, para o autor, a

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comunicação, para ser estratégica, precisa ser bem planejada. O planejamento moderno busca

então, eliminar a “zona de conforto”, pois a atual turbulência não representa mais um estágio

transitório, e sim uma realidade permanente (BUENO, 2011). O autor acentua ainda que o

planejamento em comunicação, deve resultar de uma política de comunicação que, em seu

instrumento de gestão, vislumbre, inclusive, ações e estratégias também em longo prazo, devendo

estar coerente com a cultura da empresa, levar em consideração a concorrência e sua área específica

de atuação, o cenário econômico, ambiental, legal e sociocultural em que a empresa está inserida

e, por fim, estar sintonizado com a própria estrutura à disposição de quem planeja.

Portanto, Bueno (2011) considera que todo planejamento em comunicação, deve estar em

sintonia absoluta às novas realidades do mercado, buscando não apenas antecipar-se a elas, mas

incorporar essa nova cultura, do aceitar a incerteza, como condição permanente e trabalhar com e

a partir dela. É nesse contexto, que o autor afirma entrar a importância e a aplicabilidade das

MSD´s, pois passaram a se tornar ferramentas indispensáveis ao dia a dia do ambiente laboral, e a

busca incessante por recursos, métodos e técnicas para o entendimento eficiente das mudanças no

mundo da tecnologia, dos negócios e do trabalho ao impacto da corrente globalizante torna-se

indispensável.

2.2 MÍDIAS SOCIAIS DIGITAIS: Conceito e ferramentas

Para explicar o que significa a importância e uso, a aplicabilidade nas empresas, e as

influências que as MSD´s exercem sobre as organizações contemporâneas, é necessário tecer

alguns comentários a respeito do contexto em que se inserem, a exemplo da ambiência da internet,

do ciberespaço e da plataforma web 2.0 sobre a qual foram desenvolvidas. Atualmente, podem ser

utilizadas, como ferramentas, e, ainda, como instrumentos disponíveis para a consecução dos

objetivos organizacionais, através da comunicação interna. Então, o principal motivo para

desenvolver este trabalho: analisar as influências das MSD´s no processo de comunicação

organizacional interna no ponto de vista dos gestores em um Grupo de Comunicação na Paraíba.

A Mídia passa a ser entendida como um ambiente em que se vive virtualmente no qual

Barrichello e Machado (2012) destacam que, o emissor e receptor se hibridizam, permitindo a

interação, e a geração de sentidos, em que as práticas sociais e os modos de se relacionar com a

sociedade são reinventados. Sodré (2002) ressalta que a comunicação centralizada e linear dá lugar

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aos avanços técnicos e passa a acumular dados, transmitindo-os e fazendo-os circular, de maneira

muito rápida, trazendo à tona novas formas de pensar e contabilizar o real, mas deixando evidente

que não se deve designar o termo pós-mídias para essa tecnologia que une o computador e as redes

virtuais, porque são, na verdade, uma extensão, um aperfeiçoamento linear das mídias tradicionais.

Portanto, comunicação digital, conforme afirma Kunsch (2007), pode ser conceituada como o uso

das tecnologias digitais de informação e comunicação, aliadas as ferramentas decorrentes delas,

para facilitar e dinamizar a construção de processos de comunicação integrados.

Essas mudanças influenciam alguns aspectos sociais e individuais como, por exemplo,

destacam Stasiak e Barichello (2007): as alterações nas maneiras de se socializar, de perceber os

fatos do mundo e as transformações nos modelos de gestão; Barrichello (2007) acrescenta que,

além do encontro de informações, a comunicação digital permite que essas mesmas informações

se tornem a própria experiência; Kunsch (2007) vai ainda mais além ao afirmar que, como parte

integrante da sociedade, uma organização pode ser considerada como uma microssociedade,

operando nas dimensões sociais, econômicas, políticas e simbólicas, percorrendo, então, a

convergência midiática, todo o fazer comunicacional delas. A comunicação digital passa então, a

fazer parte do cotidiano das pessoas e das organizações e por isso, Kunsch (2007) acrescenta, que

a gestão e produção da comunicação corporativa não podem ignorá-la. Romano et al. (2012) afirma

ser esse um desafio que boa parte das organizações enfrentam: lidar com as MSD´s, por permitirem,

entre outras coisas, a criação e o compartilhamento de conteúdo.

Não se pode deixar de considerar o contexto em que as MSD´s estão inseridas, iniciando

pelo ciberespaço, pontuado por Levi (2008) como um novo meio de comunicação interconectado

mundialmente pela rede de computadores e pelas memórias dos computadores, não se limitando

apenas à infraestrutura material da comunicação, mas que contempla tudo o que é possível agregar

da informação, até as geradas pelos indivíduos que navegam por esse universo. Mainieri (2011), o

considera como um meta meio de comunicação, por integrar todos os meios; e Castells (2003)

acrescenta ainda, que trata-se de uma grande rede que liga a maior parte das redes, entre elas a

internet e a plataforma web 2.0, que disponibiliza o uso das MSD´s, por exemplo. Castells (2003)

mostra que a revolução tecnológica da informação tem modificado a base material da sociedade de

maneira acelerada e menciona o poder da internet, como meio de comunicação, para organizar a

sociedade, descreve ainda, que a internet processa a virtualidade, transformando-a em nossa

realidade, constituindo a sociedade em rede na qual estamos vivenciando, sendo então, a espinha

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dorsal da comunicação global mediada por computadores. Barichello e Machado (2012) constatam

que estratégias em comunicação podem ser empreendidas e negociadas tanto por organizações

quanto por indivíduos, em qualquer lugar do mundo, por meio da internet.

Como consequência da evolução da internet, tem-se a web 2.0, que foi um termo criado

para atender às necessidades das novas tecnologias; Barichello e Machado (2012) afirmam que é a

segunda geração de serviços e aplicativos online, e para Romano et al. (2012), é uma plataforma

para os novos aplicativos e modelos de negócios, baseada na interatividade, cooperação, diálogo e

negociação entre os interagentes, sendo, continuamente, atualizada pelos próprios usuários.

Pessoni e Portugal (2011) afirmam que a web 2.0, visa valorizar a comunicação multidirecional e

a inteligência coletiva, nessa configuração, Barichello e Machado (2012) finalizam, retratando esse

fenômeno como fator de dinâmica, no processo comunicacional, em que o fluxo se torna interativo

e tanto o emissor quanto o receptor assumem papel de destaque nessas funções.

Diante do cenário web 2.0 da internet, Barrichello e Machado (2012) observam que as

características técnicas são acrescidas de conteúdo, gerado pelos usuários, através do diálogo, do

compartilhamento de informações e de conhecimentos. Portanto, antes das organizações

empreenderem as suas estratégias, precisam atentar para a complexidade que o processo de

comunicação toma com o advento das ferramentas digitais de comunicação, representadas, neste

trabalho, pelo Facebook, Twitter e blogs. A plataforma web 2.0 não apenas permite comentários e

colaboração com o que foi publicado, Romano et al. (2012) afirmam que também permitem que os

usuários coloquem material original, ou seja, é uma plataforma de comunicação multissensitiva,

que funciona como uma matriz de diálogos.

Nessa perspectiva, pode-se afirmar que as MSD´s são ferramentas construídas na

plataforma web 2.0 para facilitar a comunicação, através da interação, colaboração, criação, troca

de conteúdos e conhecimentos, gerados pelos indivíduos que as utilizam. Podem ser também os

textos, imagens, áudios e vídeos em blogs, wikis, redes sociais e afins, Romano et al. (2012),

relatam ser a capacidade de agregar informações sobre os usuários um dos fatores que fazem as

MSD´s tomar um lugar de destaque frente aos outros tipos de mídias. A adoção dessas mídias, por

parte do ambiente organizacional, tem aumentado consideravelmente, porém ainda é um processo

em andamento (ROMANO et al., 2012), pois são utilizadas, segundo Saad (2011), na medida em

que a proposta comunicacional e as características do público tiverem mais eficiência se realizada

na ambiência digital. Algumas vantagens do uso das MSD´s são apontadas por Saad:

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Agregação de valor à relação ambiente-usuários; construção e sustentação de

relacionamentos e de comunidades de interesse; promoção de trocas interpessoais e

intergrupais; acesso e uso de informações utilitárias e de informações para ação/decisão;

criação de meio acelerados/facilitador dos fluxos de trabalho; geração de espaço de

aquisição de conhecimentos, entre outros (SAAD, 2011, p. 329).

Como desfecho para este tópico o QUADRO 1, adiante, traz em evidência, um resumo do

que os principais autores falam sobre os tópicos abordados na pesquisa até o momento:

QUADRO 1: Principais autores utilizados e a relação com a Fundamentação Teórica.

AUTOR ASSUNTO

Stoner e Freeman (1985). A competição em escala mundial criou duas

necessidades:

“Novas estratégias negociais; nova estrutura para a

organização, tendo, para isso, que fazer uso de

planejamento, capacitação e adoção de práticas de

recuperação e transmissão das informações”.

Stoner e Freeman (1985), Robbins (2011),

Gil (2009), Paul (2006), Milkovich e

Boudreau (2000).

“Comunicação vinculada à cultura e aos valores

organizacionais e ainda enfocar a visão, a missão, a

transformação e a chamada para a ação: ser

direcionada para um indivíduo, uma equipe ou para

uma organização inteira, e um de seus propósitos é o

de estreitar e fortalecer a confiança entre líderes e

liderados”.

Robbins (2011); Rebouças (2010). “No atual ambiente competitivo, a comunicação

organizacional acontece de forma horizontal,

bidirecional e em rede não mais só vertical”.

Robbins (2011). “Comunicação vista como meio de estimular a

criatividade na organização e como um instrumento

poderoso para mudanças organizacionais”.

Kunsch (2007); Grisci (2006). “Mudança na forma de atuação; nas ferramentas de

trabalho; no modo de produzir e veicular mensagens

e na mensuração de serviços prestados da

comunicação nas organizações, assim como na

sociedade”.

Pimenta (2010); McLuhan (1996); Torquato

(2011); Kunsch (2003; 2006 e 2011); Toffler

(2007); Farias (1011); Torquato (2002);

Stoner e Freeman (1985); Bueno (2009); Gil

(2009).

Comunicação Organizacional:

“O cenário que a comunicação se apresenta

atualmente é o de “aldeia global”; atualmente, pode-

se, perfeitamente, usar esse conceito para designar às

mídias sociais digitais a tarefa de aproximar as

pessoas virtualmente com o auxílio da internet.

“O sistema de comunicação organizacional do Brasil

se consolida, através do alinhamento das estruturas,

linguagem, veículos, estratégias, programas internos

e externos, e a profissionalização dos quadros”.

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Kunsch (2006 e 2010); Casado (2002); Mumby

(2010); Torquato (1991 e 2011); Putnam (2004);

Paul (2006).

Dimensões da Comunicação Organizacional.

Pimenta (2010); Gil (2009); Robbins (2011);

Marchiori (2001 e 2006); Curvello (2012);

Pereira et al (2011); Mainieri (2001);

Barichello; Machado (2012); Romano et al.,

(2012).

Elementos ligados ao processo de Comunicação.

Rebouças (2010); Robbins (2011); Grunig

(2001).

A importância dos gestores no Processo de

Comunicação.

Gil (2009); Robbins (2011); Pimenta (2010). Fatores que dificultam a comunicação.

Curvello (2012); Robbins (2011); Gil (2009);

Bueno (2003).

Redes e Canais de Comunicação.

Marchiori (2006); Torquato (1986, 1991,

2002 e 2011); Kunsch (2003); Curvello

(2012); Robbins (2011); Pimenta (2010);

Bueno (2003); Silva (2010).

Comunicação interna: Conceitos, funções e

importância.

Kunsch (2010); Mcgee e Prusak (1994);

Bueno (1989); Robbins (2011); Pimenta

(2010); Curvello (2012); Gil (2009); Casado

(2002).

Características da Comunicação Organizacional

Interna.

Bueno (1989 e 2000); Passold (2002); Paul

(2006); Carrascosa (1992); Marchiori (2006

e 2011); Pimenta (2010).

Clima, Cultura e suas Influências na Comunicação

Interna.

Paul (2006); Marchiori (2006); Bueno

(2011).

A Comunicação como Estratégia.

Kunsch (2011); Torquato (2011). A comunicação digital e as influências na

organização e a comunicação interna:

Destaque na contemporaneidade;

Novas tecnologias de comunicação estão na esteira

do desenvolvimento, merecendo por isso, maior

destaque nas pesquisas.

Machado (2012); Sodré (2002); Kunsch

(2007); Stasiak e Barichello (2007);

Barichello (2007); Romano et al (2012);

Mainieri (2011); Catells (2003); Barichello e

Machado (2012); Pessoni e Portugal (2011);

Saad (2011).

Mídias Sociais Digitais: Conceitos e Ferramentas.

Saad (2011); Kunsch (2011) e Cardoso

(2011).

As mídias sociais digitais como elementos

constitutivos e estruturantes do atual estágio de

sociedade, global, mutante, flexível:

Sociedade baseada no conhecimento e na

informação, com o auxílio intenso da tecnologia.

Rapidez na transmissão das informações;

Facilidade no acesso a essas mídias sociais digitais.

Barichello e Machado (2012); Romano et al,

(2012); Saad (2011).

Web 2.0:

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“Vista como uma releitura contemporânea, em que

tanto o emissor quanto o receptor são capazes de

potencializar e propagar mensagens; as ferramentas

digitais ou mídias sociais digitais atuam como

importante canal de disseminação da cultura, valores

e missão da empresa, capazes de promover a

integração de seus membros, desde a alta cúpula até

os níveis hierárquicos mais baixos e ainda atuam

como facilitadoras no processo de comunicação

organizacional.

Promovem momentos de lazer, busca de

conhecimentos, troca de experiências, estreitamento

das relações profissionais, divulgação da marca da

empresa pelos colaboradores...”.

McLuhan (1988); Machado (2012); Cardoso

(2011); Sandstrom (2011).

Modelo Teórico adotado.

Fonte: Elaborado pela própria autora, com base na pesquisa (2015).

O QUADRO 1 mostra, de forma resumida, o que os principais autores relatam sobre o tema

da pesquisa em questão, apresentados até aqui, considerando que a Fundamentação Teórica

respalda todo o estudo e mais adiante, será trabalhado o QUADRO 2 que tratará das Ferramentas

Digitais na Plataforma Web 2.0 e suas aplicações e alcances. O intuito de trabalhá-los,

separadamente, se deu devido à importância da segunda parte do assunto (QUADRO 2) para o

presente trabalho por ser o foco real da pesquisa.

2.2.1 Ferramentas Digitais na Plataforma Web 2.0

Aborda-se, nessa seção, as ferramentas e plataformas mais consagradas e utilizadas que, de

alguma forma, têm o maior poder de causar influências na comunicação organizacional interna e

que, de alguma forma, se assemelha a MSD utilizada pelo Grupo Comunicacional pesquisado. Seja

pela facilidade de utilização no ambiente de trabalho (podem ser acessadas, inclusive, por

dispositivos móveis conectados), seja pela velocidade que as mensagens são transmitidas e

acessadas, pela colaboração, interatividade ou como forma de se manter atualizadas sobre assuntos

da empresa, de colegas de trabalho ou sobre o mercado e o mundo. As ferramentas digitais que

tomaram maior destaque nesse trabalho são: o Facebook, Twitter, Blogs.

O Facebook constitui a rede social mais popular existente na atualidade, carregada essa

popularidade por cerca de 13 anos já, além de ter o maior número de usuários cadastrados. Essa

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ferramenta permite que os usuários compartilhem informações entre si, sendo interessante ressaltar

que, essa mídia social digital alcançou um quantitativo de indivíduos com perfis que até então

nenhuma outra mídia havia sido capaz de alcançar. Segundo pesquisa realizada, pela Trends Brasil

de 26 de fevereiro a 04 de março de 2017, o Facebook atingiu 80 pontos de sua popularidade no

País, ou seja, 80% da população brasileira entrevistada, acessava a rede no período pesquisado,

portanto navegar por essas redes tornou-se um hábito dos internautas em todo o País. O Katar

IBOPE Media (2015), em entrevistas realizadas nas regiões metropolitanas do Brasil, com pessoas

de ambos os sexos, das classes AB, C e DE, na faixa de idade entre 12 e 75 anos, destacou que em

um Universo de 49% da população brasileira, 82% utilizavam as redes sociais, como facebook,

twitter, blogs, microblogs e fóruns de discussão. O que se pode confirmar na pesquisa realizada

pela Trends Brasil de 23 de abril de 2017, no qual o Nordeste é hoje o responsável por ampliar a

popularidade do facebook no Brasil conforme dados da pesquisa em pontos: Ceará- 100;

Pernambuco- 97; Bahia- 96; Paraíba- 89; Maranhão- 84; Rio Grande do Norte- 80; Piauí- 77; e

Sergipe- 66.

Foi fundada por Mark Zuckerberg, em 4 de fevereiro de 2004 completando em fevereiro de

2017 13 anos, com a primeira intenção de criar uma rede que integrasse as comunidades estudantis

da Universidade de Harvard nos Estados Unidos. Depois, se expandiu para outras Universidades,

até atingir o grupo secundarista. A partir de 2005, o Facebook abriu seu sistema para o público em

geral, ganhando adesão, inclusive, de empresas. Segundo a própria página do site, em levantamento

no primeiro trimestre de 2015, ela possuía cerca de 1.000.000.000 bilhão de usuários pelo mundo

que acessavam a plataforma para compartilhar ideias e sonhos (FACEBOOK, 2017). Em pesquisa

realizada pela Trends Brasil em 31 de maio de 2017 a plataforma chega a alcançar 100 pontos de

sua popularidade em todos o mundo e os mesmos 100 pontos de popularidade no Brasil.

O website é gratuito para os usuários e gera receitas provenientes de publicidades, banners,

destaques patrocinados no feed de notícias e grupos patrocinados. Cada usuário precisa se

cadastrar, preenchendo um formulário na interface principal do site, passando a possuir, então, uma

página com informações do perfil e, consequentemente, poder publicar textos, imagens, vídeos,

interagir com seus amigos, trocar conhecimentos, experiências e opiniões, além de funcionar

também como sala de bate papo. Um de seus diferenciais é colocado por Gusmão (2010) quando

assevera que existe, na plataforma, a possibilidade de qualquer usuário ser desenvolvedor de

aplicativos, através da plataforma externa ao sistema. Esta plataforma amplia o envolvimento dos

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membros da rede, expandindo o que o Facebook chama de “gráfico social”, que representa todas

as conexões sociais que constroem a rede de determinado usuário do sistema (FACEBOOK, 2017).

Existe ainda o feed de notícias, que funciona como um perfil no qual os amigos podem acompanhar,

atualizações, e o dia a dia dos membros da rede, e ainda podem atualizar sua própria página quando

escrevem no campo “no que você está pensando agora? ”. Possuem a possibilidade de mensagens

privadas, jogos que podem ser jogados inclusive com seus amigos, eventos que informam os

próximos encontros sociais, entre outras coisas. Trata-se de uma rede que conecta pessoas e permite

que usuários compartilhem a si mesmos entre si (MANESS, 2007). Existem três razões destacadas

por Recuero (2009) para o sucesso do Facebook: na abrangência que a rede é capaz de atingir, no

caráter inovador que o site assume e na preocupação com a privacidade dos usuários. A história de

sua fundação rendeu, inclusive, um filme intitulado “A Rede Social”, lançado, no Brasil, em

dezembro de 2010.

O foco da abordagem dada aos blogs, nesta pesquisa, será com relação a sua funcionalidade,

ou seja, como meio de comunicação, Spyer (2007) afirma que se trata de mensagens publicadas

em sequência, em ordem cronológica, podendo limitar a participação a usuários registrados ou não

e podem ainda estar disponíveis tanto na web quanto em redes privadas. O autor relata que é uma

ferramenta simples de ser utilizada, tanto por quem operacionaliza quanto por quem somente lê as

postagens. Exige o mínimo de atenção dos usuários, o caminho é linear e o esforço para manter

uma página de blog atualizada é semelhante ao de enviar um e-mail, é flexível, e rápido.

Pode ser usado, seguramente, dentro do ambiente interno das organizações: para comunicar

eventos, divulgar formação de equipes, a gestão de projetos, o compartilhamento de

conhecimentos, possibilitando conversas sobre negócios e comunicação entre turnos, tendo ainda

a vantagem de não exigir grandes investimentos financeiros para sua criação e manutenção, ou

seja, é uma nova forma de publicar, e informar. A sua principal diferença para a mídia tradicional,

segundo Santos (2011) enfatiza, é o caráter social que assume, expresso tanto por textos publicados

quanto pelos comentários que recebem. Os blogs podem conter fotos, gráficos, textos ou vídeos

em forma de conteúdo sobre um assunto específico ou em forma de diário. Cipriani (2008) comenta

que a função de um weblog interno é semelhante ao de uma intranet, que é um canal interno de

comunicação. Porém, a diferença se dá pelo fato do blog ser fácil e dinâmico para esse tipo de

tarefa, podendo ainda ser um instrumento de colaboração entre membros de projetos ou ainda

funcionar como um ouvidor interno.

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Criado em 2006, nos Estados Unidos, o Twitter objetivava ser uma ferramenta facilitadora

na troca de mensagens de trabalho via celular e assim ficou durante um ano, até que seus

programadores perceberam o poder que teria ao expandi-la, ao sair daquele ambiente corporativo

inicial. Hoje, é considerado conforme descreve Recuero (2009) como uma rede de filiação, ou seja,

de seguidores, em que as pessoas enviam mensagens de texto com, no máximo, 140 caracteres, e

a pergunta a ser respondida é: “o que você está fazendo?”. Em 2009, essa pergunta foi modificada

para “o que está acontecendo?”. Transformando-se, conforme afirma Santos (2011), em um canal

onde pessoas dizem ao mundo o que pensam, sentem, ou fazem no exato momento em que teclam,

com a característica de encurtar as distâncias entre as pessoas que talvez nunca tivessem a

possibilidade de se aproximarem, ligando-se a uma rede.

O Twitter funciona como serviço de microblog e é o mais prevalente nos dias atuais,

devendo-se isso, em parte, à facilidade de se criar um micropost (SAFKO; BRAKE, 2010). A

primeira etapa se inicia com a criação de um perfil, passando, em seguida, a constituir uma rede de

seguidos (following) e seguidores (followers), com a possibilidade de interação entre eles. As

postagens podem ficar visíveis a todos da rede ou apenas aos amigos, dependendo da escolha do

interagente. Diferente de algumas MSD´s, o foco do Twitter é no caráter informativo, incluindo o

compartilhamento de notícias e links (RECUERO; ZAGO, 2010), não perdendo, porém, a sua

função macro de conversação e interação. O Twitter se tornou uma importante ferramenta de MSD.

Além de atuar como meio de comunicação e informação, Carvalho (2010) relata que, pode ser

utilizado para mobilizações políticas e sociais, incluindo usos jornalísticos, eleitorais e

organizacionais, em tempo real.

Nessa condição, os aspectos associados as ferramentas digitais da web 2.0, pontuados pelos

autores na seção em questão, foram delineados, para este estudo, com enfoque no facebook, twitter

e blogs, sua aplicação e alcance, estruturados conforme QUADRO 2 adiante:

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QUADRO 2: Ferramentas Digitais na Web 2.0- aplicação e alcance.

FERRAMENTA APLICAÇÃO ALCANCE

Facebook Rede que conecta pessoas e permite

que os usuários compartilhem entre si.

Abrangência que a rede é capaz de

atingir;

O caráter inovador que o site

assume;

Preocupação com a privacidade dos

usuários.

Twitter No instante da criação objetivava ser

uma ferramenta facilitadora na troca de

mensagens de trabalho via celular;

Hoje, é considerado como uma rede de

filiação, de seguidores, em que as

pessoas enviam mensagens de texto

com, no máximo, 140 caracteres e a

pergunta a ser respondida é: “o que

você está fazendo?”;

Em 2009, essa pergunta foi modificada

para “o que está acontecendo?”.

Transformando-se num canal onde

pessoas dizem ao mundo o que pensam,

sentem ou fazem no exato momento em

que teclam.

Função macro de conversação e

interação;

Encurtar as distâncias através da

ligação em rede;

Caráter mais informativo, incluindo

o compartilhamento de notícias e

links;

Números.

Blogs Como meio de comunicação:

Mensagens podem ser publicadas em

sequência, em ordem cronológica,

podendo limitar a participação a

usuários registrados ou não;

O esforço para manter uma página de

blog atualizada é semelhante ao de

enviar um e-mail, é flexível, e rápido;

Pode ser usado, dentro do ambiente

interno das organizações: para

comunicar eventos, divulgar formação

de equipes, a gestão de projetos, o

compartilhamento de conhecimentos;

Nova forma de publicar, de informar.

Podem estar disponíveis tanto na

web quanto em redes privadas;

Ferramenta simples de ser utilizada,

tanto por quem operacionaliza

quanto por quem somente faz a

leitura das postagens;

Canal direto de comunicação,

semelhante ao da intranet, porém

mais fácil e dinâmico;

Instrumento de colaboração entre

membros de projetos;

Podendo funcionar ainda, como um

ouvidor interno.

Utilizado para mobilizações

políticas e sociais, incluindo usos

jornalísticos, eleitorais e

organizacionais, em tempo real.

Facebook;

Twitter; Blogs

Segundo pesquisa realizada, pela

Trends Brasil de 26 de fevereiro a 04

de março de 2017, o Facebook

atingiu 80 pontos de sua

popularidade no País, ou seja, 80%

da população brasileira entrevistada,

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acessava a rede no período. O Katar

IBOPE Media (2015), em

entrevistas realizadas nas regiões

metropolitanas do Brasil, com

pessoas de ambos os sexos, das

classes AB, C e DE, na faixa de

idade entre 12 e 75 anos, destacou

que em um Universo de 49% da

população brasileira, 82%

utilizavam as redes sociais, como

facebook, twitter, blogs, microblogs

e fóruns de discussão. O que se pode

confirmar na pesquisa realizada pela

Trends Brasil em 23 de abril de

2017, no qual o Nordeste é hoje o

responsável por ampliar a

popularidade do facebook no Brasil

conforme dados da pesquisa em

pontos: Ceará- 100; Pernambuco-

97; Bahia- 96; Paraíba- 89;

Maranhão- 84; Rio Grande do

Norte- 80; Piauí- 77; e Sergipe- 66.

Segundo a própria página do site,

em levantamento no primeiro

trimestre de 2015, ela possuía cerca

de 1.000.000.000 bilhão de usuários

pelo mundo que acessavam a

plataforma para compartilhar ideias

e sonhos (FACEBOOK, 2017). Em

pesquisa realizada pela Trends

Brasil em 31 de maio de 2017 a

plataforma chega a alcançar 100

pontos de sua popularidade em

todos o mundo e os mesmos 100

pontos de popularidade no Brasil. Fonte: Elaborado pela própria autora, com base na pesquisa (2015).

É notório o crescimento em números de acesso e popularidade que as ferramentas digitais

assumem (QUADRO 2), e a velocidade com que se expandem. Suas principais funções,

características e objetivos, as tornam fontes ricas e imprescindíveis para utilização no dia a dia, e

principalmente no ambiente organizacional.

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2.3 MODELO TEÓRICO

Pretende-se, nesta seção, resumir as principais contribuições do modelo da tétrade humana

de Marshall e Eric McLuhan (1988), adaptada posteriormente por Cardoso (2011) para retratar a

sobrecarga da comunicação sobre os colaboradores no ambiente laboral com o advento da internet

e com o uso das TICs sobre as organizações. O modelo adotado para tal pesquisa teve então raiz

na tétrade humana, porém foi adaptado de Cardoso (2011) com o objetivo de analisar as influências

das MSD´s no processo de comunicação organizacional interna, sob o ponto de vista dos gestores

em um Grupo de Comunicação da Paraíba.

Marshall McLuhan foi um teórico canadense, pioneiro nos estudos das tecnologias e sua

influência na construção da sociedade humana em suas diferentes fases, McLuhan introduziu

expressões como “o meio é a mensagem” e “aldeia global”, usando-as como metáforas para a

sociedade contemporânea, ao ponto de se tornarem parte da nossa linguagem no dia a dia

(McMAHON; SOBELMAN 2002). Foi precursor dos estudos midiáticos, investigou os efeitos da

mídia impressa, da tecnologia eletrônica e de mídias antigas e novas e seus impactos sobre a

humanidade (SANDSTROM, 2011), porém só agora, com o advento da internet, no caso do estudo

em questão, das MSD´s, é que suas ideias tomam força e começam a se concretizar.

O ritmo das atuais transformações tecnológicas tem produzido, de forma acelerada, novos

dispositivos midiáticos, ora produtos de convergência de mídias anteriores, ora novas invenções

que promovem forte inovação e algumas rupturas na cadeia evolutiva da comunicação

(CARDOSO, 2011), o que se pode concluir, com isso, é que a ideia que McLuhan M. E. (1988)

traz, sobre essas novas mídias, é que estão fazendo o que suas antecessoras fizeram, apresentando-

as como versões aperfeiçoadas de outras mídias. Baseado então no termo “aldeia global”, que

expressa o encurtamento das distâncias através da internet, para o estudo da influência das mídias

sociais digitais na comunicação organizacional interna, o trabalho dos McLuhan´s é fundamental,

pois suas ideias a respeito das inovações tecnológicas, como extensão da humanidade, que altera a

relação dela e remodela a sociedade que utiliza estas tecnologias, dão respaldo ao presente estudo.

Embora em movimentos bem menos intensos e mais lentos Cardoso (2011) afirma que,

McLuhan (1969, 1988, 1996) pôde perceber aspectos de continuidade e ruptura ocorridos com o

surgimento de uma nova mídia e propõe um sistema de quatro características intermitentes que são

ativadas pela inovação no campo midiático. O sistema da tétrade auxilia na discussão do efeito da

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tecnologia sobre a sociedade. Machado (2012) escreve que o diagrama da tétrade é constituído por

uma superfície, com quatro instâncias interligadas, que Cardoso (2011) corrobora afirmando ser

composto por quatro laços, produto de uma fita retorcida sobre si mesma, no qual é possível

percorrê-la inteiramente, de modo contínuo e infinito. Machado (2012) explica ainda, que o que se

enfatiza no diagrama é a passagem de uma dimensão a outra, tanto do ponto de vista de uma ordem

reversa, quanto da conversão ao estado anterior, ou seja, o artefato, nesse caso, as MSD´s.

É organizado baseado na simultaneidade e inclusividade das relações na tétrade humana,

ou seja, a inovação midiática não ocorre por rupturas, mas por uma reconfiguração do campo, por

meio de processos contínuos, e interconectados (CARDOSO, 2011). Nesse modelo, os meios

podem ser dimensionados no seu aperfeiçoamento, reversão, recuperação e obsolescência,

formando o que Cardoso (2011) chama de campo de intercâmbio entre um e outro, assim como

entre todos. A tétrade é desenhada para explicar os acontecimentos culturais que os meios de

comunicação impulsionam, não se baseia numa teoria ou em um conjunto de conceitos, mas sim

na observação, experiência e ideias (MACHADO, 2012). Cardoso (2011) afirma que o inter-

relacionamento entre os elementos se dá entre os pares: recuperação está para obsolescência, assim

como o aperfeiçoamento está para reversão; e recuperação está para o aperfeiçoamento, assim

como obsolescência está para reversão, como mostra a FIGURA 3 adiante.

FIGURA 3: Estrutura Tetrádica.

A- aperfeiçoar R- reverter

R- recuperar O- obsolescer Fonte: adaptada de Cardoso (2011).

A dimensão recuperação relata McLuhan (1988), não coloca em evidência, simplesmente,

o recurso antigo, mas o atualiza; A dimensão aperfeiçoamento diz que novos dispositivos são

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responsáveis pela extensão do meio, se comparado com o antigo; A obsolescência trata dos novos

elementos que se tornam antigos e ultrapassados, ou seja, quando a característica de um meio é

ampliada, outra se torna obsoleta; E na reversão potencializa-se o novo até que ele se transforme

em outras coisas e suscite novas questões em detrimento de outras. McLuhan (1988, p.98) explica

que essas quatro dimensões devem ser pensadas simultaneamente:

Todos as quatro dimensões são inerentes em cada produto transformado a partir do início,

as quatro dimensões são complementares e requer observação cuidadosa do produto em

relação a sua essência, ao invés de considerar em abstrato (Tradução da autora).

Portanto, a combinação das quatro dimensões faz com que se possam avaliar as influências

das MSD´s na comunicação organizacional interna. McLuhan M. E. (1988) diz que transformar

essas leis em perguntas é a melhor maneira de aplicá-las a uma dada tecnologia; o autor traça

algumas perguntas no documentário McLuhan´s Wake de McMahon e Sobelman (2002):

a. O que a nova tecnologia vai aperfeiçoar?

b. O que essa tecnologia tornar obsoleto?

c. O que essa tecnologia recuperar do que perdemos?

d. Como essa ferramenta é capaz de reverter quando levada ao limite?

Se pode responder a essas perguntas colocando as mídias sociais digitais como meio,

conforme mostra o QUADRO 3, a seguir.

QUADRO 3: Tétrade (Mídias Sociais Digitais).

TÉTRADE

(Mídias Sociais Digitais)

Aperfeiçoa:

Fluxo de informações;

Interatividade;

Descentralização;

Ideia de “aldeia global”;

Velocidade.

Reverte:

O mundo territorial em virtual;

Transforma-se numa racionalidade

holística, não linear e não científica;

Isolamento;

Perda de referenciais.

Recupera:

Informações baseadas em texto;

Integração;

Aproximação;

Participação na construção de conceitos;

Intelecto humano liberto do livro;

Liberdade de comunicação;

Livre expressão.

Obsolesce:

E-mail´s;

Telefones;

Serviços postais;

Privacidade;

Controle/ Censura;

Fonte: Estruturado pela autora, com base em Cardoso (2011).

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O QUADRO 3 é baseado no modelo teórico da estrutura Tetrádica, primeiramente pensado

por McLuhan (1988), e posteriormente adaptado por Cardoso (2011), podendo, então, a partir

desses novos estudos, inserir, neste trabalho, as MSD´s como meio, aplicando ao contexto

Tetrádico para, a partir daí se tornar possível compreender as influências das MSD´s no processo

de comunicação interna. E conforme as categorias pré-definidas destacadas no QUADRO 3,

averiguar as contribuições das MSD´s para o aperfeiçoamento da comunicação organizacional

interna do Grupo de Comunicação; apontar as implicações que a velocidade das MSD´s provocam

na comunicação organizacional interna do Grupo de Comunicação; verificar a obsolescência das

ferramentas da comunicação no Grupo; identificar como as MSD´s afetam a comunicação

organizacional interna do Grupo; avaliar a capacidade de recuperação das MSD´s no que tange a

comunicação interna do Grupo de Comunicação; investigar as influências das MSD´s na

elaboração de estratégias de comunicação interna do Grupo; observar a relação existente entre as

MSD´s e a estrutura organizacional do Grupo de Comunicação; detectar procedimentos de gestão

das inovações na comunicação para o aperfeiçoamento do processo de comunicação interna do

Grupo de Comunicação.

A difusão das novas ferramentas da comunicação, como as MSD´s, por exemplo,

Sandstrom (2011) afirma estar revolucionando as relações humanas, organizacionais, e científicas,

entre outras no século XXI. Esse modelo demonstra criação como melhora, emergência como

reversão, evolução como obsolescência e pausa como recuperação para os estudos de comunicação

(SANDSTROM, 2011). Cardoso (2011) destaca que, o que resta é compreender o que está além

dos efeitos mais imediatos e do próprio debate sobre a produtividade de indivíduos e organizações,

submetidos às demandas das novas tecnologias da informação e comunicação.

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3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Neste capítulo, será abordado a metodologia aplicada na pesquisa, ou seja, a descrição do

andamento da pesquisa. Iniciando com o tipo de pesquisa a qual se destinou o estudo; o método de

abordagem utilizado; a natureza que a pesquisa assume; quem são os participantes que

contribuíram para o presente estudo; quais os procedimentos que foram adotados para o

levantamento e coleta dos dados; que tipo de instrumento foi aplicado; e, por fim, como foram

feitos o tratamento e a análise e discussão dos dados coletados.

3.1 TIPO DE PESQUISA

Quanto à natureza da pesquisa, o presente trabalho se caracteriza como qualitativo, Godoy

(1995) aponta o método associado a uma situação no interesse amplo, para o alcance de

determinada conclusão a seu respeito, com base nas etapas realizadas no processo de exploração.

Neves (1996) descreve a pesquisa qualitativa como o objetivo de traduzir, expressar e compreender

o sentido do fenômeno estudado para o mundo social. As influências das ferramentas sociais

digitais na comunicação organizacional interna delineiam e Putnam (2004) confirma, ser uma

manifestação socialmente construída, que tem interferência no mercado corporativo e no ambiente

acadêmico.

A presente pesquisa procurou expor características do fenômeno e esclarecer os fatores que

contribuíram, de alguma forma, para a sua construção, ou seja, analisar intensivamente o fenômeno

estudado; sendo assim, Godoy (1995) relata ser uma pesquisa do tipo estudo de caso e quanto aos

fins, assume o caráter descritivo devido à exposição de características desse fenômeno

(VERGARA, 2007 e GODOY, 1995). Quanto aos meios, trata-se de uma pesquisa de campo, na

qual, na primeira etapa, Lakatos e Marconi (2010) afirmam tornar-se necessário a realização da

pesquisa bibliográfica para assim, estabelecer o modelo teórico adotado e em seguida determinar

as técnicas para a coleta e análise dos dados, assim procedido na pesquisa.

3.2 MÉTODO DE ABORDAGEM

O método de abordagem adotado neste estudo foi o estudo de caso (YIN,2005) sendo este

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um dos muitos métodos de se fazer pesquisa em ciências sociais; e Patton (2002) acrescenta que

os casos podem ser desenvolvidos por indivíduos, grupos, programas, organizações, culturas,

regiões, estados, incidentes críticos, fases da vida de uma pessoa, ou seja, qualquer evento que

possa ser definido como um sistema delimitado e/ou específico. Ressalta-se, ainda, que o fenômeno

deve ser explicado, com o menor afastamento possível do ambiente natural, envolvendo poucos

participantes e com muita profundidade naquilo que examina (MERRIAM,1998), procurou-se

então proceder com a pesquisa conforme os autores citados anteriormente.

3.3 PARTICIPANTES

Esta pesquisa foi realizada em uma empresa de comunicação com foco na direção, gerentes

de nível estratégico, médio e operacional, ou seja, pessoas envolvidas, estrategicamente com a

comunicação da empresa, aqui, no caso, o Superintendente do Grupo, os gestores de nível

intermediário, a Coordenadora de Comunicação e Projetos Institucionais e a Coordenadora de

Recursos Humanos do Grupo, a Editora Regional das TVs, as Editoras do Site e do Jornal impresso

e dois Gestores repórteres que assumem funções estratégicas no grupo, são como “coringas”, além

de trabalharem com TV, trabalham com rádio, política, entretenimento, têm pós graduações estricto

sensu na área de comunicação, enfim, assumem a gestão operacional na área deles, e uma repórter.

O estudo conta com homens e mulheres, entre 30 e 60 anos de 1 (uma) empresa considerada

de grande porte, conforme a classificação do SEBRAE, que relaciona a quantidade de

colaboradores que a empresa tem em sua estrutura organizacional, para o presente estudo,

conveniou-se chamar a empresa de Grupo de Comunicação devido a não autorização do nome da

mesma e por seguir os princípios éticos também foi utilizado um nome fictício para a mídia social

digital do Grupo (SUA VOZ). O Grupo localiza-se em um Estado da região Nordeste, tem em

média quinhentos (500) colaboradores e, na cidade pesquisada, conta com, em média, duzentos

(200) colaboradores. Dessa forma, foram entrevistados seis (6) gestores; e dois (2) “gestores

técnicos” que assumem as vezes de gestores operacionais e um (1) “técnico”.

A dimensão, para esta pesquisa, foi de nove (9) participantes, porém foram submetidas a

análises oito (8) das nove (9) entrevistas colhidas, pois com um número maior, foi percebida a

saturação teórica por exaustão nas respostas (BAUER; AARTS, 2002), sendo este o momento de

parar de entrevistar as pessoas, pois não surgiram mais dados relevantes para a compreensão do

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fenômeno, tornando então, um critério que permite estabelecer a validade de um conjunto de

observações (MINAYO,2010; FRANCO, 2008). A empresa pesquisada tem uma cultura favorável

à comunicação, a mesma é vista como estratégia de negócio, e utiliza meios digitais no seu processo

de comunicação interna, escolhida com o auxílio do Programa Paraibano de Qualidade (PPQ),

parceira da Fundação Nacional de Qualidade (FNQ), pois em 2014 através de uma visita feita ao

Programa, surgiram as indicações das empresas e os primeiros contatos foram feitos, a partir de

então, a indicação de conhecidos fez com que fosse possível chegar a empresa estudada.

Considerando-se, então, que os participantes forneçam as informações de que a pesquisa necessita

para o alcance dos objetivos do estudo. As siglas adotadas, para identificar os participantes da

pesquisa, seguem adiante no QUADRO 4:

QUADRO 4- Nomenclatura dos participantes da pesquisa.

SIGLAS

ABREVIADAS

SIGNIFICADO TOTAL

ENTREVISTADO

GEST 2 (A1) Superintendente Regional (direção) 1

GEST 1 (AB1) Coordenadora de Comunicação e Projetos

Institucionais do Grupo

1

GEST 3 (AB2) Coordenadora Regional de Jornalismo do grupo 1

GEST 4 (AB3) Coordenadora de Recursos Humanos do Grupo 1

GEST 5 (AC1) Editora de Conteúdo online do Jornal e

Secretária de Redação

1

GEST 6 (AC2) Editora Executiva do Jornal Impresso 1

GEST TÉC. 1 Técnico: repórter; apresentador; colunista e

comentarista político (coringa)

1

GEST TÉC. 2 Técnico: repórter de rua e apresentadora

substituta (coringa)

1

TÉC. 3 Repórter de rua (saturação teórica por exautão) 1 Fonte: Elaborado pela própria autora com base na pesquisa (2016).

O QUADRO 4 traz os códigos relacionado a cada participante da pesquisa, que serão

utilizados no próximo capítulo para identificar os fragmentos de textos trazidos pelos entrevistados

em decorrência das perguntas feitas nas entrevistas, como forma de facilitar a leitura e o

entendimento da análise e discussão dos resultados.

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3.4 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS

Os dados relevantes foram coletados através do contato direto e interativo com a situação

em estudo, procurando, assim, entender o fenômeno do ponto de vista dos participantes, por serem

eles que conhecem e vivenciam na prática o tema estudado, para, a partir daí fazer a interpretação

e análise dos mesmos (VERGARA, 2007; NEVES, 1996). Em 20 de Junho de 2014 teve início a

etapa de entrevistas na qual foi possível fazer dois testes pilotos, com empresas diferentes, para

que, dessa forma, fosse possível verificar se o roteiro de entrevista estava alinhado com a pesquisa

e ainda, para detectar qualquer falha que o instrumento viesse a ter (VERGARA, 2007). O processo

de análise prévia “[...] é sempre aplicado para uma amostra reduzida, cujo processo de seleção é

idêntico ao previsto para a execução da pesquisa, mas os elementos entrevistados não poderão

figurar na amostra final” (LAKATOS E MARCONI, 2010). As empresas visitadas foram

selecionadas a partir do programa Paraibano de Qualidade (PPQ), conhecido no Estado por ser

parceira da Fundação Nacional de Qualidade (FNQ) e por promover, anualmente, benchmarkings

para premiar as empresas, da carteira, bem classificadas no Estado por trabalharem com

ferramentas de gerenciamento da qualidade da Qualidade Total, no qual em determinados itens de

verificação são constituídos por alguns relacionados a comunicação organizacional, e devido a isto,

e a ter participado como ouvinte de alguns dos benchmarkings, o PPQ tornou-se o Programa a

indicar as empresas para o estudo de caso da pesquisa, a partir de então, a indicação de conhecidos

fez com que fosse possível chegar a empresa estudada e foi através do contato de uma delas que se

tornou possível para a pesquisa a realização do estudo de caso na empresa em questão. As 15:30h,

de 20 de junho de 2014, a primeira entrevista foi realizada, com a Coordenadora de Comunicação

e Projetos Institucionais do Grupo no qual ocorreu o estudo de caso, que durou por volta de 20 min.

Já em março de 2016, o contato com a empresa ocorreu por meio da Coordenadora de

Comunicação e Projetos Institucionais, que encaminhou os contatos dos prováveis respondentes da

pesquisa e as informações necessárias para que a pesquisadora pudesse contatar e agendar as

entrevistas com os gestores e gestores técnicos. A entrevista foi realizada em profundidade, de

forma presencial pela entrevistadora, em dias e horários diferentes: em 28 de março de 2016, das

10h às 15h, foi aplicado o instrumento de pesquisa com alguns dos participantes: o Superintendente

do grupo, com a Editora Regional das TVs; com as Editoras do Site e do Jornal impresso e com a

Coordenadora de Recursos Humanos do Grupo. No dia seguinte, 29 de março de 2016, das 13h

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às15h, findou-se o processo de entrevistas com três colaboradores do corpo de gestores técnicos da

empresa e um que é só repórter, este foi descartado pois as respostas já se repetiam, ou seja, chegou

ao nível de saturação teórica por exaustão nas respostas conforme afirmam Bauer; Aarts (2002).

Durante as entrevistas, as perguntas eram realizadas e as respostas gravadas em smartphone para

posterior transcrição na íntegra e a organização das respostas dentro das categorias analíticas pré-

estabelecidas, possibilitando, então, as análises de acordo com os objetivos da pesquisa. Esse

processo iniciou-se em outubro de 2015 e teve fim em abril de 2016.

Através das entrevistas semiestruturadas, tornou-se possível conhecer algumas

características e ter maior interação com a realidade dos informantes, constituindo-se, nas pesquisas

qualitativas, em um dos principais instrumentos de coleta de dados (BARDIN, 2004). A carta

consentimento foi enviada, por e-mail, ao Superintendente do Grupo, antecipadamente, e também

apresentada na oportunidade da entrevista; as autorizações individuais foram enviadas, por e-mail,

para todos os respondentes, explicadas e colhidas as suas assinaturas no início de cada entrevista;

em sequência, a pesquisa foi apresentada e as entrevistas efetuadas. A empresa entrevistada é de

Grande Porte, segundo especificações do SEBRAE, quanto ao número de colaboradores e é do

ramo da comunicação.

3.5 INSTRUMENTO DE PESQUISA

O instrumento de pesquisa utilizado foi um roteiro de entrevista semiestruturado com oito

questões abertas, em consonância com o escopo do referencial teórico e configurado com os

objetivos gerais e específicos da pesquisa, de forma que fosse possível dar subsídios para responder

à questão problema. A organização do instrumento de pesquisa deu-se pela própria autora, estando

de acordo com as categorias analíticas propostas por Cardoso (2011) que são: aperfeiçoa, recupera,

reverte e obsolesce (Pág. 54) e em seguida dando suporte para construção das categorias de análise

(APÊNDICE A). As referidas categorias foram pensadas e desenvolvidas com base no referencial

teórico e foram selecionadas, objetivando buscar respostas específicas com relação à influência das

mídias sociais digitais na comunicação organizacional interna. Já as técnicas utilizadas para coletar

os dados, relatadas por Lakatos e Marconi (2010), foram entrevistas em profundidade e

observações do local.

As perguntas do instrumento de coleta de dados estão organizadas da seguinte forma: a

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primeira tem relação direta com o primeiro objetivo específico; a segunda com o segundo objetivo

específico; já a terceira com o objetivo específico três e a quarta com o objetivo específico quatro.

A quinta está relacionada com o objetivo específico cinco; a sexta tem ligação direta com o objetivo

específico seis; já a sétima pergunta faz referência ao objetivo sete e a oitava e última pergunta ao

objetivo oito.

3.6 TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS

Os dados foram tratados qualitativamente, através da técnica de análise de conteúdo,

investigação que tem por finalidade a descrição objetiva, sistemática e quantitativa do conteúdo,

ou seja, compreendida como um conjunto de técnicas de análise de comunicação que, através dos

procedimentos listados adiante, realiza inferências de conhecimentos relativos às condições de

produção/ recepção das mensagens (BARDIN, 2004). Esse procedimento se divide em três

etapas: A primeira é definir as unidades analíticas, a transcrição das oito entrevistas,

primeiramente, na íntegra para uma planilha em Excel; após, as mesmas foram transcritas para o

Word, uma a uma, para que assim fosse possível aloca-las no software Nvivo para posterior criação

dos nós.

A segunda etapa trata da organização da análise, onde é feita uma pré-análise com a leitura

flutuante; escolha dos documentos; a formulação das hipóteses; e a referência aos índices

(BANDIN, 2004). Neste momento os textos passaram por uma revisão, onde foi necessário excluir

vícios de linguagens e a linguagem coloquial para que a análise tivesse mais fidedignidade, os

fragmentos foram recortados e codificados conforme as categorias de análise (APÊNDICE B) e

ainda, receberam cores diferentes de acordo com os códigos.

Já a terceira etapa é definir as categorias de análise (APÊNDICE B), processo esse que

Franco (2008) afirma ser longo e difícil, podendo ser guiado por dois caminhos: categorias pré-

determinadas pelo pesquisador em função da busca de respostas específicas e as não definidas, que

emergem do conteúdo das respostas (BARDIN, 2004). No caso desta pesquisa, parte-se do

pressuposto de que as categorias pré-estabelecidas como base para o estudo, estão diretamente

relacionadas com as oito perguntas do instrumento de pesquisa (APÊNDICE A) que por

consequência estão em consenso com as categorias de análise criadas, para que fosse possível o

desenvolvimento da análise da presente pesquisa e posterior resposta do objetivo geral e

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problemática proposta pelo estudo. Aqui foram feitos recortes em trechos das entrevistas, ou seja,

fragmentos de texto, para que fosse possível dar prosseguimento ao processo de análise, essas

unidades após codificadas permitiram uma descrição exata das características pertinentes ao

conteúdo (BARDIN, 2004).

Em suma, segue os procedimentos utilizados na coleta dos dados desta pesquisa:

1.Pré análise: com os dados coletados a partir dos gestores e gestores técnicos com as

entrevistas realizadas, foi feita a produção do material a ser analisado. Dados esses, submetidos a

análise mais ampla de acordo com os objetivos da pesquisa e do quadro de referências contextuais;

2.Exploração do material: inicialmente foi feita a identificação das práticas de

comunicação interna adotadas pela empresa, classificando de acordo com as categorias pré-

estabelecidas, que estão sendo pesquisadas: aperfeiçoa, reverte, recupera e obsolesce, com base no

modelo conceitual proposto por Cardoso (2011). As entrevistas foram transcritas uma a uma, em

planilha de Excel e após leitura flutuante, conforme objetivos da pesquisa, os dados brutos foram

decompostos em unidades de registro e de contexto para então criar as unidades de análise, através

de classificação por cores para posterior análise e registro (BARDIN, 2004). Em seguida foram

codificados surgindo então categorias de análise que foram utilizadas para esta pesquisa e

transferidas para dentro do Nvivo, onde foi possível criar os nós (APÊNDICE B) e nós secundários

(APÊNDICE B) e ainda as fontes que nada mais são do que as entrevistas transcritas em Word;

3.Tratamento dos dados: Com as entrevistas transcritas para um quadro de Excel e em

seguida para Word uma a uma, foram então decompostas, e feitos os devidos recortes em unidades

de análise e codificadas. Iniciou-se assim, a fase de tratamento dos dados transcrevendo as unidades

de análise mais significativas dos entrevistados para fazer a discussão no próximo capítulo

(BARDIN, 2004).

Para as categorias serem consideradas satisfatórias, Franco (2008) afirma que devem

possuir as qualidades de exclusão mútua, ter pertinência, objetividade e fidedignidade. Neste

trabalho, foi então desenvolvido o QUADRO 5 com intuito de fazer uma associação entre as

categorias preestabelecidas, os objetivos da pesquisa e o roteiro de entrevista, utilizado no

instrumento de coleta de dados, desenvolvido para facilitar o entendimento do presente estudo e

para que fosse possível fazer uma melhor análise dos dados, conforme demonstrado adiante.

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QUADRO 5- Associação entre categorias, objetivos e roteiro de entrevista.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Identificar como as MSD´s afetam a

comunicação organizacional interna do Grupo;

Avaliar a capacidade de recuperação/resgate das

MSD´s no que tange a comunicação interna do

Grupo de Comunicação;

Averiguar as contribuições das MSD´s para o

aperfeiçoamento da comunicação organizacional

interna do Grupo de Comunicação;

Apontar as implicações que a velocidade das

MSD´s provocam na comunicação

organizacional interna do Grupo de

Comunicação;

Investigar as influências das MSD´s na

elaboração de estratégias de comunicação interna

do Grupo;

Verificar a obsolescência das ferramentas da

comunicação no Grupo;

Observar a relação existente entre as MSD´s e a

estrutura organizacional do Grupo de

Comunicação;

Detectar procedimentos de gestão das inovações

na comunicação para o aperfeiçoamento do

processo de comunicação interna do Grupo de

Comunicação.

ROTEIRO DE ENTREVISTA

1. De que maneira o modo de produzir e

veicular mensagens, na empresa, tem sido

afetado com a chegada dos meios digitais?

2. O que as Mídias Sociais Digitais são

capazes de recuperar/resgatar, no que diz

respeito à comunicação interna?

3. Quais as contribuições das MSD´s para

o aperfeiçoamento da comunicação

organizacional interna?

4. Os padrões e as características das

Mídias Sociais Digitais alteram a

velocidade com a qual a comunicação

organizacional é realizada. Quais as

implicações dessa afirmação para a

comunicação interna?

5. Qual o impacto ou interferência das

MSD´s na elaboração de estratégias de

comunicação interna?

6. Com a chegada das Mídias Sociais

Digitais, como não tornar outras formas de

comunicação interna, já amplamente

difundida pela empresa, obsoletas?

7. A constatação do potencial que assumem

as Mídias Sociais Digitais, para a

organização interna, tem levado as

empresas a repensarem suas estruturas

organizacionais?

8. Como você gerencia essas inovações, na

comunicação, de forma a aperfeiçoar o

processo de comunicação interna?

CATEGORIAS ANALÍTICAS

TÉTRADE

(Mídias Sociais Digitais)

Aperfeiçoa:

Fluxo de informações;

Interatividade;

Descentralização;

Ideia de “aldeia global”;

Velocidade.

Reverte:

O mundo territorial em virtual;

Transforma-se numa racionalidade

holística, não linear e não científica;

Isolamento;

Perda de referenciais.

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Recupera:

Informações baseadas em texto;

Integração;

Aproximação;

Participação na construção de conceitos;

Intelecto humano liberto do livro;

Liberdade de comunicação;

Livre expressão.

Obsolesce:

E-mail´s;

Telefones;

Serviços postais;

Privacidade;

Controle/Censura.

Fonte: Elaborado pela própria autora (2016).

No QUADRO 5, encontram-se o roteiro de entrevista que foi utilizado na pesquisa, alinhado

aos objetivos geral e específicos do trabalho, e as categorias analíticas presentes na estrutura

Tetrádica (Mídias Sociais Digitais), adotada como modelo teórico, baseada em Cardoso (2011) e

adaptada para o estudo em questão.

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4 CARACTERIZAÇÃO DO CAMPO DE PESQUISA

As emissoras do Grupo, prestam serviço na área de comunicação para a sociedade. Estrearam como

afiliadas da empresa Beta, simultaneamente em 1 de janeiro de 1987, hoje já transmitem seus sinais em

HDTV, sendo as emissoras responsáveis por inovações técnicas e editoriais que marcam a evolução da

televisão aberta na Paraíba. Passam atualmente por uma evolução desenfreada na web, lançado em 2011 o

portal na web da emissora na Paraíba, onde é o braço local do maior portal de notícias do Brasil. Além de

disponibilizar uma gama de conteúdo próprio em formato de texto, áudio e vídeo, ele reúne as matérias do

Grupo de Comunicação pesquisado, realizando uma integração harmônica e forte entre televisão e internet.

O Grupo: além das duas afiliadas da empresa Beta, é composta pelas emissoras, uma

localizada em João Pessoa e outra em Campina Grande, onde a de Campina é responsável pelas

cidades interioranas mais próximas, e o Grupo de Comunicação pesquisado que é composto

também pelo Portal na Web Paraíba e pelo webEsporte.com Paraíba, pela Rede PB de

Comunicação, pelo Jornal PB e pelas rádios Alfa FM e Beta João Pessoa. Juntos, esses veículos

formam o maior Grupo de comunicação do Estado e agem de forma a agregar a informação, o

entretenimento e a educação através de suas múltiplas plataformas de atuação, com fins na

prestação do melhor serviço de comunicação para a sociedade que as abriga e prestigia.

Sendo assim, a empresa escolhida é tida como de grande porte, segundo parâmetros do

SEBRAE, atende aos anseios da presente pesquisa, pois após pesquisa in loco, foi percebido que o

Grupo se preocupa com a Comunicação interna e tenta adequar-se à o que há de mais moderno em

estratégias comunicacionais para atender as expectativas do público interno e assim alcançar os

níveis mais altos de produtividade, a custos mais baixos e em menor tempo, pois trabalha com

TIC´s e com MSD´s.

Devido as redes sociais se tornarem tão populares, a empresa pesquisada, pensou em

desenvolver uma plataforma para se comunicar internamente com uma linguagem diferente, que

reunisse as informações mais importantes sobre o Grupo, como as históricas, as que guiam o Grupo,

como a missão, a visão, os valores, e essa plataforma, foi, na verdade, o diferencial do presente

estudo. A empresa, imaginou desenvolver essa ferramenta de forma que atraísse a curiosidade e a

atenção dos colaboradores, então foi colocado mais de entretenimento, de forma lúdica, com o

intuito de dar a aparência de rede social.

Como principal canal formal para disseminação das informações na empresa, o Grupo conta

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com essa MSD, denominada na pesquisa de: SUA VOZ, já propagada a cerca de 4 anos, ferramenta

desenvolvida na plataforma web 2.0, onde o colaborador pode acessar de qualquer ambiente interno

e/ou externo a empresa, com uma senha na internet. Tem características semelhantes à do facebook,

funciona como uma rede social interna na qual todos os colaboradores se cadastram, criam um

perfil, e colocam seus dados principais, como: os pessoais, cargo, ramal, as funções que

desempenha na empresa, a data de admissão..., o espaço é constantemente atualizado para alimentar

diariamente o interesse no acesso à mídia. É ainda, possível visualizar o organograma da empresa,

o desenho que a estrutura hierárquica da empresa assume, como os departamentos estão divididos,

suas gerências, os membros de cada equipe e departamento, como as atividades estão distribuídas.

Como a comunicação formal da empresa se desenvolve na plataforma, informações como

avisos, reuniões, recados, comunicados do RH, ou notícias sobre a empresa, entre outros, são

registrados na mídia. Dentro do caráter de ferramenta de nível social existe a possibilidade de bater

papo, as pessoas ficam online, trocam informações, conhecimentos, constroem conceitos, tudo na

mídia fica documentado/registrado, ou seja, as pessoas têm a possibilidade de resgatar informações,

fotos, vídeos... antigas ou não, sem correr o risco de perder qualquer conteúdo e os gestores

conseguem acompanhar os comportamentos de seus subordinados.

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5 ANÁLISE E DISCUSSÃODOS RESULTADOS

Este capítulo configura a análise e discussão dos resultados da pesquisa, sob a ótica do

gestor de nível estratégico, dos gestores de nível médio, e dos dois técnicos que nesta pesquisa foi

convencionado chamar de Gestor Operacional 1 e Gestor Operacional 2 conforme QUADRO 4,

tais técnicos assumem a função de gestores de nível operacional, da área ligada diretamente aos

gestores entrevistados anteriormente, a fim de comparar o ponto de vista de ambas as partes. A

escolha deles foi feita estrategicamente já que ambos lidam e vivem cotidianamente dentro e fora,

do ambiente de trabalho o processo comunicativo. A sequência está organizada com base nas

categorias analíticas ou categorias pré-estabelecidas, nas perguntas do instrumento de pesquisa

(APÊNDICE A), e nas categorias de análise (APÊNDICE B), com vista ao cumprimento dos

objetivos deste trabalho.

O procedimento de análise dos dados foi todo pautado no referencial teórico abordado neste

estudo, cujos dados obtidos com a pesquisa de campo possibilitou a realização do presente estudo

de caso. Para a execução do mesmo foi feito um roteiro dividido em oito perguntas e com o auxílio

do Software Nvivo versão 11 se tornou possível a construção dos nós e nós secundários, para assim

proceder com a discussão dos resultados respaldado em autores que falam sobre o tema pesquisado.

5.1 O MODO COMO AS MSD´s AFETAM A VEICULAÇÃO DAS MENSAGENS NA

EMPRESA

Para tornar possível identificar o modo como as mídias sociais digitais afetam a veiculação

das mensagens na empresa pesquisada, na visão dos gestores entrevistados, foi feita a primeira

pergunta do roteiro de entrevista (APÊNDICE A) no qual se obteve os resultados adiante, conforme

fragmentos de texto extraídos das entrevistas e analisados de acordo com as categorias de análise

(APÊNDICE B) em discussão com os autores da fundamentação teórica desta pesquisa.

Foi percebido no conteúdo da fala do GEST 2 (A1) durante o processo de entrevista, que a

veiculação das mensagens na empresa não tem sido tanto afetada assim pelas MSD´s: “Não acho

que os meios digitais mudaram significativamente a forma de comunicar”, porém que cria uma

ideia de “aldeia global” para ele, em que fica evidente em seus comentários quando relata que:

“Porque a forma digital tem a vantagem de você passar uma mensagem para a empresa toda”. Ou

seja, o mesmo acredita que as MSD´s que são utilizadas na empresa não alteraram 100% o processo

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comunicacional da empresa, porém que as mesmas são velozes e com isso o fluxo de informações

se torna mais vantajoso a ponto de conseguir comunicar para uma quantidade de pessoas muito

maior, em curto espaço de tempo, devido a velocidade e a facilidade de acesso que a própria mídia

proporciona e que a empresa disponibiliza.

Já a GEST 1 (AB1), acredita que o modo de produzir e veicular mensagens mudou

completamente com a chegada dos meios digitais, ou seja, está havendo na empresa estudada a

mudança do “mundo territorial em virtual”, em que a cultura organizacional está vivenciando esse

processo, o que se evidencia nos fragmentos textuais das entrevistas de outros gestores e mesmo

na observação in loco feita com a pesquisa. Nos comentários da GEST 1 (AB1) pode-se perceber:

“Tem sido bastante afetado, porque anteriormente fazíamos a comunicação interna somente através

dos quadros de aviso. A cerca de dois ou três anos, criamos uma rede social interna” e “Todos os

colaboradores se cadastram, criam um perfil, como se fosse um facebook e colocam os dados

principais, como: o cargo, o ramal, as funções, a data de admissão na empresa” e

Existe a comunicação possível, além das mensagens, através de um bate papo onde as

pessoas começam a ficar online e isso facilita o dia a dia de trabalho e o processo de

comunicação e também, acaba se tendo uma melhor informação sobre a pessoa, sobre os

departamentos, quem faz parte de cada departamento (fala da entrevistada GEST 1 AB1)

Então o que se pode perceber com a fala da GEST 1 (AB1), é que ela acredita muito mais

nas influências que as mídias sociais exercem no dia a dia de trabalho do que o GEST 2 (A1), ao

deixar evidente que, além da velocidade que as ferramentas digitais oferecem para o processo de

comunicação interna, elas também aprimoram e facilitam o fluxo de informações, produzem a

integração dos membros da organização, transformam o mundo territorial em virtual, além do que,

são ferramentas interativas e dão a ideia de “aldeia global”: encurtamento das distâncias, Pimenta

(2010) corrobora com McLuhan (1988) no tangente ao tema, tratando-o como: aproximação

virtual, e neste trabalho, esta aproximação virtual se dará com os colaboradores no ambiente

laboral, com o auxílio da internet, propiciando o conhecimento de todos em concomitância o

compartilhamento das informações, para que tenham uma identidade própria na empresa. Kunsch

(2010) afirma, que os pontos de aperfeiçoamento tocados pela GEST 1 (AB1) e o GEST 2 (A1),

passam por consequências nesse processo de mudança, como na forma de relacionamento

interpessoal dentro da organização, provoca mudança de comportamento nos indivíduos, em tempo

real, e no modo de produzir e veicular a informação.

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A GEST 3 (AB2) relata que: “As coisas ficaram mais transparentes, mais fáceis de serem

acessadas, no aspecto burocrático mesmo” e ainda que: “Foi uma melhoria e a gente ainda está

aprendendo o que deve ou não ser comunicado, que esse é o grande problema”, ou seja, percebe-

se na fala desta gestora que existem benefícios, mas também possíveis entraves, caso essas novas

ferramentas comunicacionais não sejam utilizadas corretamente pelos colaboradores. A gestora

complementa sua fala afirmando que abrange a importância do tratamento da comunicação como

estratégia, do envolvimento dos colaboradores no processo de mudança, em todos os níveis

organizacionais. Convém ressaltar que, esse processo de mudança mexeu com a cultura

organizacional quando a mesma relata:

Melhorou muito, quando entrei posso falar que o nível de comunicação era basicamente

zero e com a chegada do núcleo de Comunicação foi muito benéfico. Ele é perceptível aos

poucos, não foi uma coisa que mudou da água para o vinho. Existe uma questão de cultura

e acho que não tínhamos essa cultura de transparência (Fala da entrevistada GEST 3 AB2)

Autores como Kunsch (2007); e Grisci (2006) afirmam existir “Mudança na forma de

atuação nas ferramentas de trabalho, no modo de produzir e veicular mensagens” e autores como

Barichello e Machado (2012); Romano et al, (2012); e Saad (2011) revelam que “as ferramentas

digitais, atuam como importante canal de disseminação da cultura, valores e missão da empresa,

capazes de promover a integração de seus membros, desde a alta cúpula até os níveis hierárquicos

mais baixos e ainda atuam como facilitadoras no processo de comunicação organizacional.

“Promovem momentos de lazer, busca de conhecimentos, troca de experiências, estreitamento das

relações profissionais, e divulgação da marca da empresa pelos colaboradores...” dessa forma, fica

evidente que houve uma espécie de descentralização nesse processo de mudança cultural vivida

pelo Grupo pesquisado, a partir do momento que foi criado um departamento em seu organograma

para pensar e desenvolver a comunicação do Grupo, interna e externamente, e que desde então este

departamento só tem crescido em número de colaboradores, em autonomia, parcerias,

criatividade, e , em estratégias, portanto, culturalmente, o Grupo tem aceitado, e como diz a

entrevistada, tem sido benéfico para o Grupo as ações de Comunicação internas desenvolvidas pelo

departamento.

A GEST 3 (AB2) relatou no conteúdo de seu discurso também, sobre a perda de

referenciais, a partir do momento que, o processo de mudança, que envolve cultura, e clima

organizacional, processo comunicacional, relações interpessoais no ambiente laboral e

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comportamento dos indivíduos, passa a deixar alguns colaboradores inseguros, maravilhados,

ansiosos, tensos, confusos, entre outros, um misto de sentimentos que acabam por interferir

diretamente no traquejo com essas novas ferramentas comunicacionais, assim Kunsch (2007); e

Romano et al (2012) afirmam ser o desafio em lidar com as MSD´s, entre outras coisas: a criação

e o compartilhamento de conteúdo, e ainda saber filtrar, e desenvolver para assim transmitir.

A GEST 4 (AB3) deixa evidente no conteúdo da sua fala que as MSD´s trazem benefícios

para a veiculação das mensagens no dia a dia da empresa quando relata: “Eu creio que tem sido

afetada de forma positiva, a questão da agilidade na informação, a gente possui uma intranet que é

o “SUA VOZ” e “E aí tem também os contras dos aspectos de redes sociais, mas assim, quanto a

essa que é controlada, que é uma rede social interna, eu vejo só aspectos positivos”

Já a GEST 5 (AC1) é mais enfática ao dizer que:

A empresa tem que se adequar, não temos como fugir disso. Hoje a empresa mantém os

canais tradicionais de comunicação interna, como o jornalzinho, e o mural por exemplo,

em dois lugares inclusive, um na área de convivência e outro no corredor e tem uma

intranet, um site que faz as vezes de intranet, um site com informações. A informação

oficial é vinculada lá, o site chama "SUA VOZ", que é constantemente atualizado, mas

que funciona também como uma ferramenta de nível social (Fala da entrevistada GEST 5

AC1).

Isso quer dizer que, para a GEST 5 (AC1), apesar da empresa ainda utilizar os tradicionais

canais de comunicação, ela possui uma mídia social digital que é o “SUA VOZ”, criado na

plataforma web 2.0 e que a cada dia precisa estar em constante atualização. Essa mídia é hoje, para

a empresa a principal fonte, formal, de comunicação organizacional.

A GEST 6 (AC2) deixou claro no conteúdo de seu discurso que as MSD´s influenciam

muito mais positivamente do que proporcionam entraves na veiculação das mensagens no dia a dia

de trabalho na empresa, pois ao declarar que existe: “...um departamento que cuida exatamente da

comunicação interna, e que usa as mídias sociais digitais nessa comunicação de forma muito, muito

forte, 90% eu diria” está confirmando a visão e preocupação da empresa, da comunicação como

estratégia, sua atualização e preocupação com o mundo digital e ainda se pode confirmar esses

aspectos positivos no trecho que segue:

Eu acho que afetou como afetou na vida como um todo, pois hoje em dia nos comunicamos

muito virtualmente e aqui como uma empresa organizada que é, enfim, e moderna,

também entrou nesse processo. Temos o canal digital de comunicação interna que é muito

bacaninha, que serve exatamente para isso, para transmitir comunicados e avisos e as

pessoas gostam do canal e já se habituaram. Eu acho até que aqui as pessoas já têm um

certo hábito de olhar de se comunicar através dele (Fala da entrevistada GEST 6 AC2)

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Tanto a GEST 4 (AB3) como a GEST 6 (AC2) são enfáticas ao afirmarem que as MSD´s

afetam positivamente o ambiente organizacional, a GEST 4 (AB3) relata que aperfeiçoa a

transmissão das informações à medida que a torna mais veloz, já a GEST 6 (AC2) e a GEST 5

(AC1) deixam evidente em seus discursos a preocupação do Grupo, da comunicação como

estratégia, a partir do momento em que se dedica ao mundo virtual, em usar as MSD´s a seu favor,

desenvolvendo um canal interno como meio de comunicação. A GEST 5 (AC1), relata que, além

de o Grupo manter os canais tradicionais, o que há de mais forte, é a ferramenta digital, a mídia

social digital criada, desenvolvida e mantida pelo departamento de comunicação do Grupo na

plataforma web 2.0, chamada de: SUA VOZ, o que dá a ideia, segundo os entrevistados, de livre

expressão, liberdade de comunicação, saindo então, do mundo territorial para o virtual o que

corrobora também com o que as duas gestoras anteriores afirmaram sobre a forma como as MSD´s

afetam a veiculação das mensagens no ambiente laboral do Grupo. Portanto autores como Kunsch

(2007) e Romano et al. (2012) respaldam o que é registrado nas entrevistas, a primeira afirma, pois,

que a ferramenta comunicacional digital já faz parte do cotidiano das pessoas e das organizações,

sendo assim, a gestão e produção da comunicação corporativa não podem ignorá-la, o que o Grupo

de comunicação pesquisado tem feito, tem utilizado as mídias inclusive, como seu principal canal

de comunicação formal, a segunda, relata, que é um desafio para boa parte das organizações lidar

com as mídias sociais digitais, principalmente, por permitirem, entre outras coisas, a criação e o

compartilhamento de conteúdo, neste caso, por ser uma mídia controlada, as entrevistadas afirmam,

neste ponto de vista, só ter aspectos positivos também. Autores como Castells (2003); e Barrichello

e Machado (2012) evidenciam sobre a importância da internet e em consequência da plataforma

web 2.0, meios onde são disponibilizados o uso das MSD´s, Castells (2003) afirma ser a internet,

a “espinha dorsal da comunicação mediada por computadores”. Pessoni e Portugal (2011) afirmam

que a web 2.0, visa valorizar a comunicação multidirecional e a participação na construção de

conceitos e é nessa configuração que Barichello e Machado (2012) retratam esse fenômeno como

dinâmico no processo comunicacional, em que o fluxo se torna interativo e tanto o emissor quanto

o receptor se hibridizam nessas funções.

Já o GEST OPERACIONAL 1 tem um olhar mais crítico sobre o assunto, porém muito

recheado de conteúdo ao expor que: “Enquanto ferramenta de distribuição, recebimento, troca, e

colaboração é fundamental, e é difícil hoje a gente se ver fora desse processo” e que “As MSD´s

vieram como um instrumento, como uma ferramenta extremamente importante para diminuir

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distâncias, para aumentar a circulação de informações” está confirmando o quanto as MSD´s

afetam positivamente a veiculação das mensagens no dia a dia de trabalho do Grupo:

A qualidade e a importância dela enquanto instrumento de socialização da informação e

que é uma tentativa que a gente tem desde sempre, quando a gente derrubou as paredes,

para que se saiba o que o outro está fazendo, quando está fazendo, como está fazendo,

então essa história de quebrar os muros para facilitar a comunicação é justamente o que

essas mídias estão fazendo, estão quebrando os muros para facilitar as relações e a

comunicação (Fala do GEST OPERACIONAL 1)

Acredito que a grande influência da chegada das mídias digitais na produção e veiculação

é a velocidade, o fluxo de informações acontece muito mais rapidamente e não só entre

um emissor e um receptor, é também, um emissor para vários receptores, a mensagem

chega multiplicada para todo mundo (Fala do GEST OPERACIONAL 1)

E quando ele afirma que: “O fluxo de informação é muito grande e o que precisamos é

saber peneirar e filtrar aquilo que é realmente importante a partir do objetivo que temos e o que é

simplesmente reprodução, da reprodução” e que

Existem limitações na linguagem escrita. Com as MSD´s sem tem a possibilidade de

gravar áudio, só que o ambiente influencia, a hora em que você está ouvindo a informação

também, o tom de voz influência, e as vezes o processo comunicacional com as mídias

sociais digitais acaba que o ruído pode ser maior do que o contato direto, face a face (Fala

do GEST OPERACIONAL 1)

E ainda completando o conteúdo de suas falas se tem: “As plataformas facilitam muito, mas

elas escancaram problemas, como as dificuldades de se conter a quantidade de informações ou

fluxo de comunicação que se estabelece nelas” e “As estratégias internamente precisam ser

aperfeiçoadas e pensadas a partir do público que se tem”.

Dessa forma, fica evidente para o GEST OPERACIONAL 1 que as MSD´s também

podem causar entraves se não forem bem administradas, e utilizadas no dia a dia de trabalho. Porém

para o entrevistado as MSD´s afetam muito mais positivamente do que causam entraves na

veiculação das mensagens no ambiente laboral do Grupo, conforme afirmam Barichello e Machado

(2012) se faz necessário que a organização empreenda uma boa estratégia de comunicação, ou seja,

como bem coloca Bueno (2011), fazer um estudo de campo detalhado, montar um banco de dados

inteligente, fazendo uso da gestão do conhecimento, pensar, desenvolver, para que então, seja bem

planejada, assim como bem coloca Paul (2006), uma comunicação baseada na estratégia terá como

consequência um programa de comunicação interna bem estruturado.

Nos vários fragmentos de trechos do GEST OPERACIONAL 1 aqui elencados, fica

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evidente a questão do fator positivo na veiculação das mensagens geradas pelas MSD´s no

ambiente laboral do Grupo, quando evidenciamos no conteúdo de seus discursos o aperfeiçoamento

da velocidade na transmissão das informações, da interatividade evidente nessas mídias, a ideia de

aldeia global proposta por McLuhan (1988) gerando a aproximação, o que promove com isso um

fluxo de informações mais rico e eficiente e assim uma dose de descentralização na gestão e no

processo comunicacional. Autores como Romano et al. (2012) afirmam que é na plataforma web

2.0 que esses novos aplicativos e modelos de negócios se desenvolvem, baseados na interatividade,

colaboração, criação, troca de conteúdos e conhecimentos, diálogo, e negociação entre os

interagentes, estando em constante atualização pelos próprios usuários. Stasiak e Barichello (2007)

confirmam o que diz o entrevistado em seu fragmento de texto 3 com relação a “A qualidade e a

importância dela enquanto instrumento de socialização da informação”, afirmando que as MSD´s

geram mudanças que influenciam nos aspectos sociais e individuais, como nas maneiras de se

socializar, de perceber os fatos do mundo e nos modelos de gestão.

Nos 3 últimos fragmentos da entrevista com o GEST OPERACIONAL 1, o mesmo cita

os possíveis entraves percebidos na veiculação das mensagens com o uso das MSD´s, entre eles o

ruído e a filtragem, e Gil (2009) respalda sua fala em se tratando de ruídos na comunicação, como

sendo qualquer forma de distúrbio ou deformação da fidelidade na transmissão de uma mensagem.

Robbins (2011); e Pimenta (2010) respaldam a fala do entrevistado quando o mesmo trata da

filtragem da comunicação, para o entrevistado, a partir do momento que se tem um fluxo de

informações muito grande, advindo de vários canais de comunicação, se faz necessário o

procedimento da filtragem para que as informações não se repitam e empobreçam a mensagem

final. Fatores que, segundo os autores citados anteriormente, nos levam a proceder com a filtragem:

sobrecarga de informações; emoção; linguagem; medo da comunicação; ansiedade e timidez;

percepção seletiva; autoridade da administração e especialização.

A GEST OPERACIONAL 2 relatou que: “Afeta muito quando se trata de documentar

informações, pois lá no meio da conversa não era mais isso era aquilo, então sem dúvida nenhuma,

há aspectos mais positivos do que negativos”, Gil (2009), respalda sua fala quando afirma que, a

comunicação escrita é tangível e verificável e que assim os registros das mensagens podem ser

mantidos e armazenados por muito tempo. Dessa forma, fica fácil concluir que as MSD´s geram

muito mais benefícios na veiculação das mensagens no dia a dia de trabalho, na percepção da

GEST OPERACIONAL 2, do que entraves.

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5.2 AS MSD´s E A CAPACIDADE DE RECUPERAÇÃO DA COMUNICAÇÃO INTERNA

Para ser possível avaliar a capacidade de recuperação ou resgate das MSD´s no que tange a

comunicação interna da empresa pesquisada, na visão dos gestores entrevistados, foi feita a

segunda pergunta do roteiro de entrevista (APÊNDICE A) em que se obteve os resultados a seguir,

conforme fragmentos de texto extraídos das entrevistas e analisados conforme categorias de análise

(APÊNDICE B) em discussão com os autores da fundamentação teórica desta pesquisa:

Para o GEST 2 (A1) as MSD´s recuperaram a capacidade de os colaboradores interagirem

mais com o Grupo e vice e versa quando relata que:

A mídia social que utilizamos possibilitou a comunicação dos funcionários com a própria

empresa e com os outros funcionários do que o sistema tradicional não fazia. Então nesse

sentido acho que a mídia social digital veio para facilitar e tornar a comunicação mais

eficiente (Fala do GEST 2 A1)

Autores como Barichello e Machado (2012) comentam que a ferramenta possibilita um

ambiente virtual no qual receptor e emissor se misturam, permitindo então a interação e a geração

de sentidos.

Já no ponto de vista da GEST 1 (AB1) as MSD´S têm a capacidade de recuperar as

informações baseadas em texto e/ou a documentação, pois tudo acaba ficando documentado na

mídia social digital da empresa como fica evidente nos fragmentos adiante: “...Como ver todos os

eventos que participaram na empresa”; e

Na rede social fica um histórico, então a medida que existe esse histórico e nada é deletado

as pessoas podem ter acesso a avisos antigos, a cobertura fotográfica de alguns eventos

internos que foram proporcionados para os colaboradores, existe a parte de galeria de fotos

onde as pessoas podem se marcar e então essa foto passa a ficar na galeria de cada um

(Fala da GEST 1 AB1)

A GEST 6 (AC2) também avalia a capacidade que as MSD´s têm de recuperar as

informações baseadas em texto e além disso em sua última fala enfatiza a ideia de “aldeia global”

preconizada por McLuhan (1988) quando fala que:

Eu acho que a documentação, lembra eventos e você não tem a desculpa de dizer que não

lembra, de reuniões. Estar documentado, passa a existir assim uma memória

organizacional. De qualquer forma chega ao computador de todo mundo né, atinge a todos

(Fala da GEST 6 AC2)

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A comunicação escrita engloba todo o meio que se utilize a linguagem escrita para

comunicar as informações, Gil (2009) afirma que tanto o emissor como o receptor podem manter

registros das mensagens e armazená-las.

A GEST 3 (AB2) acredita que as MSD´s têm a capacidade de resgatar a integração das

relações internas no dia a dia de trabalho quando ela deixa evidente no primeiro fragmento a seguir

que:

Acho que ela resgata um pouco as relações internas, por exemplo tem pessoas aqui que

não sei o nome, não sei quem são, e quando se tem uma mídia como essa você pode no

mínimo ir lá e pesquisar, então com o "SUA VOZ", então, digamos preciso falar com

fulalinho, ao invés de eu perguntar o nome dele eu vou lá e olho, é mais gentil, mais

simpático (Fala da GEST 3 AB2)

E ainda sob o ponto de vista da GEST 3 (AB2) as MSD´s são capazes de recuperar a

liberdade de comunicação quando fala que as MSD´s: “Resgatam um pouco da transparência”.

Sendo assim, Gomes (2016) relata que um processo de comunicação eficiente é aquele que

gera equilíbrio para ambos os envolvidos. A transparência deve ser então ponto de partida nesse

processo e a “arma das organizações modernas, pois estabelece uma relação de confiança com seus

públicos” (BUENO,2003). Armano (2009) comenta que ao se assumir como um “negócio social”

o SUA VOZ passa a despertar todas as funções que a ferramenta detém entre elas, é claro, a de

integrar os colaboradores nesse ambiente.

A GEST 4 (AB3) avalia a capacidade de recuperação das MSD´s no que tange a

comunicação interna sob três óticas, uma, a da participação na construção de conceitos conforme

fragmento 1 a seguir: “É resgatar o interesse mesmo, por estar querendo saber mais sobre a

empresa, sobre os avisos, sobre tudo que está se passando” e conforme o fragmento de texto 2

adiante avalia a livre expressão:

Acho que inclusive a questão comportamental, que a gente pode muito ter um resgate

dessas informações, ver a parte comportamental dos nossos colaboradores, porque eles

expõem muito, é bom isso porque segue uma certa linha, você está representando a

imagem da empresa (Fala da GEST 4 AB3)

A GEST 5 (AC1) corrobora com a GEST 4 (AB3) quando deixa evidente no fragmento de

texto 1 adiante que a capacidade de recuperação das MSD´s, está relacionada com a participação

na construção de conceitos, com o fluxo de informações e interatividade:

Eu acho que a principal vantagem é o interesse, muitas vezes passamos pelo mural e não

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olhamos, muitas vezes o jornalzinho chega e não olhamos, e estamos tão conectados que

chega a mensagem no "SUA VOZ" e você já clica e já vem a informação, então o despertar

pelo interesse em estar antenado com o que está acontecendo é a principal vantagem da

mídia social digital na minha opinião (Fala da GEST 5 AC1)

E complementa com o fragmento de texto 2 adiante , citando a capacidade de recuperação

da aproximação no que tange lembranças, por exemplo, o não cair no esquecimento do corre, corre

do dia, que se pode ainda afirmar que recupera também, segundo o conteúdo de seu discurso

informações baseadas em texto, pois existem nas mídias sociais digitais a possibilidade de

lembretes seja sobre datas de aniversário, reuniões, enfim: “...Na verdade não é uma aproximação

real, é uma pseudo aproximação, é um lado positivo mas também é negativo, porque você está

próximo mas não está, você dá os parabéns mas dispensa o abraço”

Bueno (2009) afirma, que uma organização que preza por uma comunicação eficiente, é

aquela que desenvolve através de canais personalizados, que é o que a empresa pesquisada tem

feito, com o desenvolvimento do SUA VOZ, buscando incentivar a participação e a integração de

seus membros com fins no fortalecimento do fluxo de comunicação, a excelência do processo

comunicacional. Dessa forma, os discursos da GEST 4 (AB3) e GEST 5 (AC1) ficam respaldados

pelo autor acima citado, quando delineia um certo interesse dos colaboradores na participação da

construção de conceitos e troca de conhecimento, e ainda em como fica evidente uma das principais

características das MSD´s que é a interatividade, gerando assim a livre expressão que Mumby

(2010) afirma exercer forte influência sobre as pessoas, passando a ser um meio de poder

legitimado.

O GEST OPERACIONAL 1 relata em seus dois fragmentos de textos que as MSD´s têm

a capacidade de recuperar a participação na construção de conceitos; a integração; a aproximação;

e as informações baseadas em texto, além de aperfeiçoar a velocidade, o fluxo de informações e a

ideia de aldeia global, não permitindo também que, mesmo passando por um processo de

transformação do territorial para o virtual, que canais de comunicação como telefones e contato

pessoal sejam esquecidos. A seguir os fragmentos 1 e 2:

Recupera a capacidade de colaborar, facilitou a comunicação, melhora o processo de

compartilhamento de informações, diminui as distâncias, a informação circula de uma

maneira mais rápida, e para todo mundo, e ainda porque fica documentado e não podemos

dizer que não vimos (Fala do GEST OPERACIONAL 1)

...não dá para eliminar o processo de comunicação de antigamente em cima do de agora,

porque o de agora é uma facilidade do momento, as plataformas facilitam muito, mas elas

escancaram problemas, as dificuldades de você conter a quantidade de informações ou

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fluxo de comunicação que se estabelece nelas. Então para que você contenha isso você

precisa sair, para que a comunicação não fique anulada você vai recorrer as “velhas”

formas: face a face... a ligação... (Fala do GEST OPERACIONAL 1)

A GEST OPERACIONAL 2 retrata essa capacidade de recuperação das MSD´s na

comunicação interna como as informações baseadas em texto, em consequência disso acaba

auxiliando na participação da construção de conceitos e assim havendo a integração da equipe

como fica evidente no fragmento de texto 1 a seguir:

Serve muito como documento. Sem dúvida é uma ferramenta que nos auxilia a diminuir

os conflitos, porque usando a ferramenta a gente já mostra diretamente quem foi que

decidiu isso, as pessoas podem ver que houve uma discussão no sentido positivo, houve

um diálogo para se chegar aquele resultado, um opinou o outro opinou e chegaram num

senso comum e aí decidiu por aquilo e não foi gratuito, não foi uma decisão unilateral, foi

discutido (Fala da GEST OPERACIONAL 2)

Ela complementa sua fala afirmando que as MSD´s, são capazes de resgatar no que diz

respeito a comunicação interna no dia a dia na empresa: “Diminuem os ruídos, aperfeiçoam sem

dúvida o diálogo, a gente se aproxima mais das decisões, e nos deixa mais próximos uns dos

outros”.

As falas dos GEST OPERACIONAIS 1 e 2 são respaldadas primeiramente por Silva

(2010), quando afirma que a comunicação interna é uma importante ferramenta organizacional para

que os resultados sejam alcançados pois, exerce a função de integrar e estimular o diálogo dos

colaboradores do Grupo o que acaba por causar a aproximação dos interagentes; a troca de

informações e conhecimento estimulando a participação na construção de conceitos e nas decisões;

e a participação de todos dentro da organização, pois todos os colaboradores têm um perfil no SUA

VOZ e são envolvidos e estimulados a acessarem a mídia diariamente. As informações oficiais do

Grupo são divulgadas na MSD, existe então na empresa, a ideia proposta por McLuhan (1988) de

Aldeia Global, o encurtamento das distâncias, o mundo territorial transformado em virtual, porém

sem esquecer da importância da comunicação face a face, como relata Pimenta (2010), que quanto

maior for o espaço por onde trafega a informação maior a chance de dispersão, tornando assim

mais possível a influência dos ruídos, afetando então a integridade das informações.

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5.3 AS MSD´s E O APERFEIÇOAMENTO DA COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL

INTERNA

Para que se tornasse possível averiguar as contribuições das MSD´s para o aperfeiçoamento

da comunicação organizacional interna do Grupo de Comunicação pesquisado, do ponto de vista

dos gestores entrevistados, foi feita a terceira pergunta do roteiro de entrevista (APÊNDICE A)

onde se obteve os resultados adiante, conforme fragmentos de texto extraídos das entrevistas e

analisados conforme categorias de análise (APÊNDICE B) em discussão com os autores da

fundamentação teórica desta pesquisa:

Para a GEST 1 (AB1) as contribuições das MSD´s para o aperfeiçoamento da comunicação

organizacional interna é primeiramente a recuperação da aproximação conforme fica evidente nos

fragmentos 1 e 2 adiante: “Uma grande vantagem é que se deixa todos os veículos do grupo

interligados” e “Então acho que aproxima um pouco todas essas pessoas que formam o grupo”. E

segundo o fragmento 3 a seguir, fica claro o aperfeiçoamento através da interatividade:

Facilita também, para os funcionários que vivem em trânsito, eles podem acessar as

informações sobre a empresa de qualquer lugar, pelo celular, de qualquer computador em

outra cidade, enfim, porque a rede social funciona através de uma senha na internet, então

não fizemos uma intranet, a gente fez de fato uma rede social para funcionários, que

funciona através de senha, o funcionário não tem que estar aqui para ver o quadro de avisos

(Fala da GEST 1 AB1)

Lemos (1997), expõe a interatividade digital como um “diálogo entre homens e máquinas”

em tempo real, esse processo de interação ocorre agora não só com o objeto, mas, principalmente,

com a informação. Assim, neste sentido, a aproximação dos colaboradores que formam o Grupo

se torna consequência do processo interativo da MSD.

Para o GEST 2 (A1) as contribuições das MSD´s para o aperfeiçoamento da comunicação

organizacional interna estão pautadas na velocidade conforme trecho: “Porque a forma digital tem

a vantagem de você passar uma mensagem para a empresa toda” e ainda no fluxo de informações,

na descentralização e na interatividade, conforme fragmento 2 a seguir: “A mídia social permite

que você estabeleça diversos fluxos de comunicação, e esses fluxos chegam instantaneamente a

todos os funcionários, então nesse sentido a velocidade contribui para ampliar, e melhorar a

comunicação interna”.

Já para a GEST 3 (AB2) as MDS´s tornaram-se fundamentais conforme trecho: “É

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indispensável”, dessa forma se pode dizer que as MSD´s funcionam como facilitadores, atuam

como ferramenta chave nesse processo de aperfeiçoamento da comunicação organizacional interna,

conforme fica evidente no fragmento: “Na verdade não tem uma contribuição, ela é a principal

ferramenta para que isso aconteça, porque hoje não há outra maneira, tipo, colar papel em parede

pelo amor de Deus, isso não funciona quase nada mais”

E para a GEST 4 (AB3) as contribuições das MSD´s para o aperfeiçoamento da

comunicação organizacional interna se relacionam com o fluxo de informações e a velocidade das

informações, como fica evidente no fragmento de texto a seguir:

Eu creio que os recursos, as Mídias Sociais Digitais trouxeram mais recursos, então com

base nesses diversos recursos que temos, são mais meios, então a gente consegue atingir

mais rapidamente essa questão da velocidade e em consequência consegue despertar o

interesse no funcionário em saber também mais um pouco sobre da empresa. Porque diante

dos vários recursos que tem nas mídias sociais, então são: vídeos, são a questão de que

colocamos foto e tem o comentário... (Fala da GEST 4 AB3)

Portanto os três gestores têm percepções semelhantes quanto as contribuições das MSD´s

para o aperfeiçoamento da comunicação organizacional interna do Grupo pesquisado, para tanto

autores como Saad (2009) enfatiza que a presença de ferramentas digitais no ambiente laboral,

representa o funcionamento do próprio negócio e Cardoso (2009) afirma que, o fluxo de

informações se intensifica e o trabalho ocorre em ambientes colaborativos. Lemos (2003) respalda

as falas das entrevistadas quando fica evidente a descentralização, ao afirmar que, a informação

circula nos moldes “todos-todos”, onde todos podem disseminar informações, produzir e distribuir

conteúdo. E Saad (2011) complementa afirmando que as MSD´s geram meios de acelerar os fluxos

de trabalho, o que corrobora com as falas das gestoras quando afirmam que as MSD´s contribuem

para o aperfeiçoamento da comunicação interna quando as mesmas disponibilizam mais recursos,

e quando têm a capacidade de atingir a todos do grupo e muito rapidamente.

No ponto de vista da GEST 5 (AC1) as contribuições que as MSD´s trazem para o

aperfeiçoamento da comunicação organizacional interna está relacionada com a interatividade

conforme relatado no fragmento de texto 1 adiante:

A informação oficial é transmitida no "SUA VOZ", que é constantemente atualizado, mas

que funciona também como uma ferramenta de nível social, porquê, tem os aniversários,

você pode deixar recado, você pode buscar informações sobre as pessoas que trabalham

aqui, porque cada um tem um perfil e fora isso tem os comunicados oficiais da empresa

(Fala da GEST 5 AC1)

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E na perda de referenciais conforme fica evidente no fragmento de texto 2 a seguir:

Eu acho que em termos positivos, ela não deixa você desligar do outro, cada vez que

entramos na nossa ferramenta, o "SUA VOZ", temos contato com todos os funcionários

da empresa, daqui e de Campina Grande, que não teríamos no dia a dia ou até mesmo de

outros setores por conta da correria, então quando começamos a usar a mídia social, ela

favorece essa falsa aproximação. Porque na verdade não é uma aproximação real, é uma

pseudo aproximação, esse é o lado positivo (Fala da GEST 5 AC1)

Também para a GEST 6 (AC2) as contribuições que as MSD´s oferecem para o

aperfeiçoamento da comunicação organizacional interna tem relação com o fluxo de informações

e com a interatividade como mostra o conteúdo no trecho da entrevistada adiante:

Não há então a desculpa de dizer que não viu ou não ouviu, é tudo muito trabalhado no

nosso "SUA VOZ", tem uma equipe que cuida disso, acho que contribui para que as

pessoas tenham conhecimento do que está acontecendo na própria empresa e que tenham

também conhecimento do que está acontecendo com seus colegas de trabalho (Fala da

GEST 6 AC2)

As GESTs 5 e 6 têm pontos de vista semelhantes quanto as contribuições das MSD´s para

o aperfeiçoamento da comunicação interna do Grupo, fica, pois, evidente nos conteúdos de seus

discursos a relação do aperfeiçoamento com o fluxo de informação, a integração e a interatividade,

Spyer (2007) comenta que, o grande fluxo comunicacional possibilitado pelas MSD´s proporciona

a transmissão de mensagens em duas vias entre várias pessoas. Já em se tratando da interatividade,

Castells (2001) respalda as falas das gestoras ao afirmar que as “redes virtuais têm propriedades

interativas individuais tecnológicas culturalmente embutidas”. Curvello (2002) afirma que a

interatividade norteia a comunicação como processo de intercâmbio de mensagens entre

comunicador/comunicador.

Para o GEST OPERACIONAL 1 as MSD´s contribuem para o aperfeiçoamento da

comunicação organizacional interna com o que o fluxo de informações são capazes de gerar,

através da velocidade com que essas informações circulam, fazendo com que os indivíduos sejam

parte integrante na construção dos conceitos e ainda acabam por atrair a atenção dos receptores e

por vezes geram menos ruídos devido a característica da interatividade que assumem, conforme

relata o entrevistado nos fragmentos 1 e 2 adiante: “As mídias digitais vieram como uma ferramenta

extremamente importante para diminuir distâncias, para aumentar a circulação de informações”

Na hora que se produz e veicula um material jornalístico e se tem conhecimento de alguma

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informação que veio por meio de uma mídia social digital ou que veio por meio de um

aplicativo de mensagens ou pelo facebook, quando se absorve a informação a partir desses

meios, se percebe que não é só o seu olhar sobre determinada informação que vai

determinar o que é e o que não é notícia, as vezes é justamente o cruzamento da informação

por parte dos participantes daquela rede que vai permitir dizer o que será veiculado (Fala

do GEST OPERACIONAL 1)

O GEST OPERACIONAL 1 acredita ainda que as MSD´s podem reverter a perda de

referenciais e transformar-se numa racionalidade holística e não científica, como fica claro no

trecho a seguir:

Temos uma mídia social digital, que é o "SUA VOZ" e que na minha opinião é muito

pouco utilizada, porque eu confesso a você que tenho muito pouca paciência pois o

excesso provoca a repulsa, então eu tenho o facebook, eu tenho twitter, eu tenho o e-mail

da TV, eu tenho o grupo do aplicativo de mensagens (Fala do GEST OPERACIONAL 1).

O conteúdo do discurso do GEST OPERACIONAL 1 ao tratar da característica

interatividade que as MSD´s assumem, é respaldado por Curvello (2002) ao afirmar que, a

interatividade norteia a comunicação como processo de intercâmbio de mensagens entre

comunicador/comunicador, ou seja, emissor e receptor se hibridizam, nesse modelo digital o fluxo

comunicacional flui em uma intensidade muito maior fazendo com que as mensagens cheguem a

todos os colaboradores com mais eficiência e ainda com a possibilidade de deixar registros na rede.

Para a GEST OPERACIONAL 2 as MSD´s contribuem para o aperfeiçoamento da

comunicação organizacional quando acaba por recuperar a descentralização na tomada de decisões

e na participação na construção de conceitos como relatado pela entrevistada nos trechos a diante:

“Diminui o ruído, aperfeiçoa sem dúvida o diálogo, a gente se aproxima mais das decisões, nos

deixa mais próximos”; “Contribui efetivamente”; “Então veio realmente para contribuir”. Dentro

da percepção da entrevistada, Mayfield (2008) confirma que, a principal característica de uma

ferramenta de mídia social é a participação/ colaboração/ troca de conhecimentos, informação.../ e

compartilhamento de informações. Em consequência, ou, a consequência, para que haja, essa

participação, necessita haver uma dose de descentralização do processo comunicacional, onde os

colaboradores tenham a percepção de liberdade de comunicação para construir conceito e colaborar

com ideias criativas e inovadoras para o Grupo.

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5.4 AS IMPLICAÇÕES QUE A VELOCIDADE DAS MSD´s PROVOCAM NA

COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL INTERNA

Para que fosse possível apontar as implicações que a velocidade das MSD´s provocam na

comunicação organizacional interna do Grupo de Comunicação pesquisado, na ótica dos gestores

entrevistados, foi feita a quarta pergunta do roteiro de entrevista (APÊNDICE A) onde se obteve

os resultados a seguir, conforme fragmentos de texto extraídos das entrevistas e analisados de

acordo com as categorias de análise (APÊNDICE B) em discussão com os autores da

fundamentação teórica desta pesquisa:

De acordo com a GEST 1 (AB1) as implicações são as mais diversas, vão desde a criação

de um departamento especializado para pensar, criar, produzir conteúdo atrativo o tempo inteiro e

em tempo hábil, mão de obra para trabalhar com esse novo modelo comunicacional adotado pela

empresa, pois o departamento só tem crescido, o cuidado com que se deve ter com a informação a

ser transmitida é muito maior, pois assim que é disparada na rede os colaboradores

automaticamente já a recebem, portanto não pode haver erros e por fim, segundo esta gestora, o

espaço é mais dinâmico do que as formas tradicionais e então requer mais criatividade e empenho

em manter a rede social interna atrativa e acessada pelos colaboradores conforme fragmentos de

textos adiante: “A gente solta um aviso por uma newsletter ou na rede social que as pessoas

automaticamente já recebem”; e “Chega mais rápido para todo mundo”; e “Antes de tudo, isso

exigiu muito mais da equipe que produz o conteúdo para os funcionários”; e “Porque o espaço é

bem maior e mais dinâmico do que se comparado, por exemplo a um quadro de avisos, então, muda

isso, o tempo dedicado, a informação”

E para fazermos conteúdo com toda essa velocidade em jogo, ou seja, estar atualizando,

inserindo informações o tempo inteiro e em tempo hábil na rede social interna, precisamos

de mais mão de obra, de mais tempo, e até pensar em conteúdos novos, conteúdos

diferentes (Fala da GEST 1 AB1)

O tempo dedicado a informação, mais também o tempo que essas informações são

recebidas, porque a gente solta um aviso por um newsletter ou na rede social que as

pessoas automaticamente já recebem, já sabem, já vêm, então chega mais rápido para todo

mundo (Fala da GEST 1 AB1)

No ponto de vista do GEST 2 (A1) as implicações são basicamente mais positivas como a

partir do momento que consegue atingir o Grupo inteiro devido ao alcance da velocidade,

possibilita a interação dos colaboradores com a empresa e vice-versa, de acordo com fragmentos

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de texto a seguir: “Porque a forma digital tem a vantagem de você passar uma mensagem para a

empresa toda”; e

Com a criação desse Site o "SUA VOZ", é também um instrumento para os funcionários

se manifestarem, dar sua opinião, demonstrar insatisfações, não há problemas de fazerem

críticas, registrarem o que acharem de determinadas iniciativas que a empresa tomou. A

mídia social possibilitou a comunicação dos funcionários com a própria empresa e com os

outros funcionários, que o sistema tradicional não permite isso. Então nesse sentido acho

que a mídia social digital veio para facilitar e ampliar a comunicação (Fala do GEST 2

A1)

Para a GEST 3 (AB2) as implicações também estão relacionadas aos erros na transmissão

das informações, conforme já relatou a GEST 1 (AB1), para a entrevistada devido a velocidade

com que as mensagens são transmitidas, havendo erros, dificilmente o processo de comunicação

será eficiente, pois a mensagem com erro já terá sido transmitida mesmo que o erro seja percebido

e corrigido, conforme exposto no fragmento adiante:

Primeira é não errar na comunicação, eu acho que primeiro você tem que estar muito certo

do que vai comunicar porque como é tudo muito rápido não adianta colocar uma coisa,

que pode ter algum erro e depois querer tirar, porque com certeza alguém já acessou e já

transmitiu para outras pessoas. A gente também tem que ter o cuidado, porque os

funcionários são os bens mais preciosos de uma empresa. Então nós temos que ser muito

cuidadosos na correção, na forma correta de comunicar (Fala da GEST 3 AB2).

Na percepção da GEST 6 (AC2) as implicações que a velocidade das MSD´s provocam na

comunicação organizacional interna são o colaborador acaba tomando conhecimento do que

acontece na empresa de onde quer que ele esteja, não tem como o mesmo dizer que não ficou

sabendo de determinado comunicado e/ou reunião por exemplo, enfatizou ainda, existir um

departamento só para tratar da comunicação interna da empresa, conforme fica evidente nos três

fragmentos de texto adiante: “É o fato de que todo mundo recebe essas informações no seu próprio

computador, no seu próprio celular, não há então, uma desculpa de dizer eu não vi ou não ouvi”; e

“Toma conhecimento do que está acontecendo na empresa de forma mais eficiente e mais rápida”;

e “Nós temos um departamento que cuida exatamente de comunicação interna, e que usa as mídias

sociais digitais nessa comunicação de forma muito, muito forte, 90% eu diria”.

E para a GEST OPERACIONAL 2, sua percepção a respeito das implicações da

velocidade que as MSD´s provocam não difere do que foi colocado até aqui pelos gestores

anteriores, pois relata existir um departamento preparado para cuidar só da Comunicação do Grupo,

toca na característica interatividade que assumem as MSD´s e no interesse que é despertado pela

equipe que trabalha a comunicação interna da empresa, que faz com que o colaborador não se

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desligue, que se sinta participante no processo de construção e/ou colaboração, que mesmo fora de

seu horário de expediente tenha o interesse em acessar a MSD da empresa e interagir, e as vezes

tratar sobre assuntos de trabalho, como relata nos fragmentos a seguir: “Há um setor que pensa só

isso, que integra os funcionários porque a empresa é muito grande e não tem só o jornalismo, tem

o administrativo, tem o impresso, um grupo enorme”; e

A gente se envolve com a empresa, sensacional, sem dúvida a empresa ganha muito com

isso porque o horário de expediente não se restringe ao horário do ponto, porque a gente

quer colaborar, a gente se sente participante, porque a gente está ali, a gente quer responder

(Fala da GEST OPERACIONAL 2)

A gente não vive mais sem essa ferramenta, ela está constantemente em nosso dia a dia,

nos acompanha aonde quer que estejamos, pois existe um bombardeio tão grande a cada

minuto, que faz com que estejamos 24h trabalhando ou ligados a empresa, que quando a

gente tira férias, pede para sair, a sensação é realmente de sair um pouco para poder

respirar (Fala da GEST OPERACIONAL 2)

Já a GEST 4 (AB3) fez seus apontamentos dividindo em implicações positivas e negativas:

positivas porque devido a velocidade acaba por atingir uma quantidade grande de colaboradores

ao transmitir uma mensagem através da rede social, e negativa porque certas informações podem

correr o risco de “vazar” antes do momento propício a sua divulgação, como fica claro nos

fragmentos a seguir: “O positivo é por ter essa velocidade, é essa a consequência maior, então já

estamos tendo bem mais fácil do que antes que era só um quadrinho de avisos, um aviso colado

para chegar no todo né, a questão de quantidade mesmo” e

Acho que em termos de afiliada nós não temos muito, mas tem certas informações que

precisam ser retidas um pouco e com essa velocidade das informações as vezes isso pode

ser ruim. Então assim do aspecto de lançamento de produtos, de novelas, lançamento de

uma marca, que a gente precisa segurar um pouco as vezes, pode ter algum tipo de

vazamento, essa velocidade tem esse aspecto negativo (Fala da GEST 4 AB3)

Na mesma linha adotada pela gestora anterior a GEST 5 (AC1) dividiu as implicações em

positivas e negativas: afirmou que mesmo chegando rapidamente ao receptor não quer que seja

pressuposto para que a mensagem tenha sido absorvida, porém o colaborador precisa ficar atento

pois, por ser um canal formal de transmissão de mensagens, ele não poderá dizer que não viu, ou

não ficou sabendo de determinado comunicado e/ou informação. Conforme fragmentos adiante:

“Elas chegam muito mais rápido”; e “Se ela vai ser absorvida aí é outra história, muitas vezes ela

não é”; “As informações chegam mais rápido, mas isso não quer dizer que elas sejam absorvidas

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na mesma medida”; e

Como estamos sempre conectados, então a partir do momento que vem via rede social,

via intranet ou algum meio eletrônico, você é avisado muito mais rápido e em tese recebeu

a informação, que é o que a empresa pretende, que a informação chegue (Fala da GEST 5

AC1)

Para o GEST OPERACIONAL 1 as implicações que a velocidade das MSD´s provocam

na comunicação organizacional interna são: a facilidade na publicação e/ou transmissão da

mensagem, porém podendo causar distorções e/ou ruídos no processo de transmissão. Conforme

fragmentos adiante: “Facilita, faz com que a mensagem chegue e seja publicizada, só que traz esse

risco de você se comunicar de um jeito e ser interpretado de outro” e “Mal-uso dessa ferramenta

torna a vida um caos”.

A comunicação tem sofrido todos os impactos gerados pela revolução digital e Kunsch

(2010) afirma que isso pode interferir diretamente no esquema do novo modelo do processo

comunicacional que passa a ser exigido das empresas modernas, onde as estruturas hierárquicas

tendem a ficar mais horizontalizadas, as decisões mais participativas, as organizações mais

orgânicas, e portanto, o modelo comunicacional mais dinâmico, mais criativo, exigindo mão de

obra mais especializada, onde erros não são permitidos, e no caso da empresa estudada, já existe

um departamento para desenvolver e trabalhar só com a comunicação interna, em que o tempo

dedicado é mais racionalizado, requer desta forma uma constante atualização e renovação de

conteúdo, a da mão de obra é apropriada para a demanda comunicacional, além da dimensão de

acesso à rede social transpor as barreiras geográficas da empresa o que leva a uma maior interação

colaborador-empresa e vice-versa, e aumenta o interesse do colaborador em estar conectado, em

participar do processo da construção/ colaboração, pois a mídia torna-se muito mais atrativa, como

Kunsch (2010) e Saad (2011) confirmam, ao relatar que as mudanças com o uso massivo da

internet, alteram o comportamento dos indivíduos em tempo real e interferem nos relacionamentos

interpessoais dentro das organizações.

5.5 AS MSD´s E SUAS INFLUÊNCIAS NAS ESTRATÉGIAS DE COMUNICAÇÃO DA

EMPRESA

Para que se tornasse possível investigar as influências das MSD´s na elaboração de

estratégias de comunicação interna na empresa pesquisada, no ponto de vista dos gestores

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entrevistados, foi feita a quinta pergunta do roteiro de entrevista (APÊNDICE A) onde se obteve

os resultados adiante, conforme fragmentos de texto extraídos das entrevistas e analisados de

acordo com as categorias de análise (APÊNDICE B) em discussão com os autores da

fundamentação teórica desta pesquisa:

Na concepção da GEST 1 (AB1) as MSD´s influenciam e muito na elaboração das

estratégias de comunicação interna, pois as mesmas tem o poder de transformar o mundo territorial

em virtual fazendo assim um processo de reversão, e de recuperar as informações baseadas em

texto, como fica evidente no fragmento de texto adiante. Têm ainda o poder de influenciar no

aperfeiçoamento do processo comunicacional trazendo mais interatividade, velocidade e

descentralização e com isso o fluxo de informações se desenvolve com mais perfeição, por fim, a

GEST 1 (AB1) deixa evidente em seu discurso que, as MSD´s recuperam a integração, a livre

expressão e a liberdade de comunicação:

O que pensamos na época foi criar esse espaço, até para que a linguagem fosse diferente,

também que reunisse as informações mais importantes sobre o grupo, as informações

históricas, informações que guiam o grupo, a missão do grupo, a visão, os valores, e

também fazer isso de uma forma interessante, que atraísse a curiosidade e atenção dos

colaboradores, então colocamos também, um pouco mais de entretenimento, de forma

lúdica para atrair esse público e ai passamos também, informações importantes, seja um

recado, um comunicado do RH, ou então uma notícia sobre o grupo, uma notícia

importante, de uma conquista do grupo, de uma mudança, até mudança no quadro, que

também divulgamos por lá. A forma lúdica foi justamente para ter essa cara de rede social,

porque rede social se tornou tão popular (Fala da GEST 1 AB1)

Para o GEST 2 (A1) as MSD´s influenciam na elaboração de estratégias de comunicação

interna na medida em que o fluxo de informação fica mais aperfeiçoado devido a velocidade das

informações: “porque a forma digital tem a vantagem de você passar uma mensagem para a

empresa toda” e também porque as MSD´s aperfeiçoam a descentralização da comunicação e têm

o poder de reverter o mundo territorial em virtual conforme podemos constatar no fragmento de

texto a seguir:

Influência no sentido de que, como precisamos estar em constante atualização e ligados

no que está disponível atualmente para facilitar o processo de gestão (estrutura org), é

claro que se faz necessário o uso e atenção especial com as tecnologias e novas ferramentas

de comunicação para assim fazer o processo comunicacional fluir eficientemente, além é

claro, de ser uma forma de reduzir custos se comparado com as formas tradicionais de

comunicação (Fala do GEST 2 A1)

Para a GEST 4 (AB3) a influência causada pelas MSD´s na elaboração de estratégias de

comunicação interna, tanto com o aperfeiçoamento da comunicação no que diz respeito a

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interatividade e ideia de “aldeia global” como com a recuperação da aproximação dos

colaboradores, quando fala em “despertar o interesse dos nossos colaboradores”, conforme

fragmento a seguir:

Eu acho até uma forma de mostrar como benefício. Tentamos o tempo todo buscar e fechar

convênios com restaurantes, para ter sempre algum atrativo para o funcionário então

assim, é uma coisa que não deixa a empresa muito parada no tempo, com isso ficamos

sempre em busca de algo mais novo para colocar e despertar o interesse dos nossos

colaboradores (Fala da GEST 4 AB3)

A GEST 5 (AC1) acentua as influências das MSD´s na elaboração de estratégias de

comunicação interna quando no conteúdo de seu discurso deixa evidente que deve-se usar o que

existe de mais moderno no mercado para comunicar e assim atingir os objetivos da organização,

ou seja, reverter dessa forma, o mundo territorial em virtual, se utilizando do aperfeiçoamento da

velocidade e interatividade que a tecnologia e as ferramentas digitais propõem, recuperando assim,

muitas das informações baseadas em texto, onde torna-se possível documentar, integrar, e

aproximar, não esquecendo é claro, do custo gerado pelo uso dessa nova forma de comunicar.

Conforme fragmentos 1 e 2 adiante: “quando começamos a pensar a coisa digital para além dessa

rapidez, tem a praticidade, tem o custo” e:

O "SUA VOZ", já foi premiado, inclusive, então eu acho que o que vem em um dos

primeiros pensamentos quando se planeja a comunicação interna é usar o que tem de

moderno para chegar, conseguir atingir o objetivo, é tanto que nossos murais são bem

pequeninos, que geralmente colocamos os aniversariantes do mês, porque os avisos

importantes eles vêm todos via internet e intranet (Fala da GEST 5 AC1)

O GEST OPERACIONAL 1 acredita que as MSD´s influenciam na elaboração de

estratégias de comunicação interna na medida em que são fundamentais como ferramentas de

distribuição, troca e colaboração. Para o GEST OPERACIONAL 1 é difícil se ver fora desse

processo, sem o uso das ferramentas tecnológicas, e fora do mundo virtual, longe do processo de

reversão que vivenciamos, e do aperfeiçoamento comunicacional que o processo de comunicação

da empresa pesquisada tem passado no transcorrer dos anos, conforme já relatado por todos os

gestores aqui entrevistados. Ficando evidente no trecho: “Enquanto ferramenta de distribuição,

recebimento, troca, colaboração é fundamental. É difícil hoje a gente se ver sem esse processo, fora

desse processo”; e

Primeiro acho que houve uma mudança física, quer dizer, o mural físico já não existe mais,

ou se existe não é quase utilizado. Não sei quem quer falar com você, os recados internos,

os murais, esse tipo de comunicação que era muito forte ele se perde porque você consegue

ter outros instrumentos. Estrategicamente, eu acho que acabamos utilizando essa

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ferramenta como fundamental no processo, o problema é que as vezes achamos que não

conseguimos mais viver sem isso (Fala do GEST OPERACIONAL 1)

Ou seja, no ponto de vista da GEST 1 (AB1), do GEST 2 (A1), da GEST 4 (AB3), da

GEST 5 (AC1), e do GEST OPERACIONAL 1 as estratégias e os objetivos comunicacionais do

Grupo, estão em profunda conexão e harmonia, pois são pensadas e elaboradas por um

departamento criado para este fim, onde a participação dos gestores do Grupo é evidente. A

principal ferramenta utilizada como canal para transmissão das mensagens formais da empresa é a

MSD, que estimula o fluxo das informações, a descentralização das decisões e da comunicação, a

liberdade de expressão e comunicação, e, por fim, transforma o mundo territorial em virtual.

O que foi relatado pelos gestores sobre o que acontece na empresa pesquisada, é respaldado

por Paul (2006), quando afirma que, primeiramente se faz necessário que exista uma estrutura da

comunicação empresarial, que se inicia por definir uma estratégia organizacional eficiente, para

em seguida determinar quais os objetivos da comunicação e quais os recursos a empresa tem

disponíveis para o alcance desses objetivos. E autores como Barichello e Machado (2012); Romano

et al (2012); e Saad (2011) respaldam falas da GEST 1 (AB1), do GEST 2 (A1), da GEST 4

(AB3), da GEST 5 (AC1), e do GEST OPERACIONAL 1 ao corroborarem que, as MSD´s atuam

como fundamental canal disseminador da cultura, missão, visão e valores do Grupo, com o poder

de promover a integração dos membros, desde os Diretores até os níveis hierárquicos mais baixos,

pois todos têm perfil cadastrado no SUA VOZ, e ainda são capazes de atuar como facilitadoras no

processo comunicacional.

Já para a GEST 3 (AB2) a influência principal que as MSD´s exercem na elaboração de

estratégias de comunicação interna tem relação com a recuperação das informações conforme

fragmento de texto adiante:

A principal coisa é o feedback. Mas existem sim os buchichos e as reações de cada setor

e cada gerente, e aí eu falo porque sou gerente do meu setor, a gente tem que estar muito

atenta as percepções que as pessoas têm dentro da empresa. Então eu acho que, a

percepção do feedback das pessoas, faz com que possamos medir e saber mais ou menos

onde estamos pisando, para poder tomar decisões (Fala da GEST 3 AB2)

Tanto Gil (2009) como Robbins (2011) respaldam a fala da GEST 3 (AB2), pois citam a

importância do feedback e/ou realimentação no processo de comunicação. E com a chegada dos

meios digitais, esse último elemento do ciclo, ficou ainda mais importante pois a facilidade de

saber o que os colaboradores pensam sobre determinado assunto está mais latente devido à falta de

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privacidade, a liberdade de comunicação e livre expressão dispostas pelo caráter da interatividade

que a MSD assume para a organização, assim como bem coloca Barichello e Machado (2012); e

Romano et al (2012), atualmente o processo comunicacional sofre alterações, fica mais moderno,

mais dinâmico, com a ampliação do entendimento, interpretação e colaboração dos interagentes,

além, principalmente, da hibridação entre o emissor e o receptor.

Já para a GEST 6 (AC2) as influências que as MSD´s exercem na elaboração de estratégias

de comunicação interna estão intimamente relacionadas ao aperfeiçoamento da comunicação, com

a ideia de descentralização quando diz que: “Nós temos departamento que cuida exatamente de

comunicação interna, e que usa as mídias sociais digitais nessa comunicação de forma muito, muito

forte, 90% eu diria” e com a recuperação quando deixa evidente a questão da integração no

momento das decisões empresariais, que reverte o mundo territorial em virtual e acaba por

obsolescer, por exemplo: murais, telefones, jornaizinhos, entre outros, conforme trecho adiante:

Participamos de reuniões e conversas e vejo que esse departamento está muito preocupado

com as redes sociais, com as mídias digitais, para que o nosso canal interno esteja sempre

atualizado, moderno, ágil, então percebo que ele está sempre antenado com as tecnologias,

com as mídias sociais exatamente para isso (Fala da GEST 6 AC2).

E para a GEST OPERACIONAL 2 as influências exercidas pelas MSD´s na elaboração

de estratégias de comunicação interna têm relação com a recuperação da integração, participação

na construção de conceitos, e liberdade de comunicação conforme fica evidente no fragmento a

seguir: “Diminui o ruído, aperfeiçoa sem dúvida o diálogo, a gente se aproxima mais das decisões,

nos deixa mais próximos”. Se pode dizer ainda que reverte o mundo territorial em virtual pois em

seu discurso fica evidente o uso das ferramentas tecnológicas como indispensáveis no dia a dia da

empresa, conforme segue adiante: “Então, há um investimento nisso, inicialmente se quer a gente

tinha internet wi-fi na redação por exemplo, hoje se tem a internet, e há um setor que pensa só

isso”. E

Teve uma campanha para economizar copo, pensando no Meio Ambiente, mas pensando

obviamente no orçamento da empresa, eles distribuíram canecas, ecológicas. Foi feita uma

campanha usando O “SUA VOZ”, que é sensacional, a gente vira o personagem da

matéria, então a gente se sente protagonista né, para colaborar na estratégia que a empresa

está pensando (Fala da GEST OPERACIONAL 2)

A comunicação acaba por sofrer todos os efeitos provocados pela tecnologia conforme

pontuado por Kunsch (2010), isso fica evidente na empresa pesquisa quando a gestora entrevistada

relata haver um departamento especializado para pensar, desenvolver e gerenciar a comunicação

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interna e que usam intensamente as MSD´s como ferramenta comunicacional. A autora pontua

ainda, que como consequência dos efeitos podem ser percebidas mudanças nos relacionamentos e

no modo de produzir e veicular a informação, ultrapassando então as fronteiras geográficas da

empresa, pois o SUA VOZ é construído na plataforma web 2.0 já comentado anteriormente.

Autores como Rebouças (2010) e Gruning (2001) reforçam a fala da gestora quando afirmam sobre

a importância dos gestores de nível médio e gestores de topo, juntamente com especialistas em

comunicação e os profissionais de Recursos Humanos desenvolverem juntos, as estratégias de

comunicação interna do Grupo, pois esses são os profissionais capacitados para determinada tarefa

porque detém grande força unificadora na organização.

E em se tratando das ações estratégicas, que atendam aos interagentes, Marchiori (2006)

relata que a comunicação é capaz de modificar comportamentos, tanto da empresa como dos

colaboradores, no fragmento de texto 3 da fala da GEST OPERACIONAL 2, isso fica muito

evidente, a autora afirma ainda que, essa percepção fica latente quando os colaboradores

contribuem para o aumento da margem de lucro da empresa e que sua participação nas atividades

tem contrapartida no investimento.

5.6 FERRAMENTAS DA COMUNICAÇÃO JÁ DIFUNDIDAS TORNANDO-SE

OBSOLETAS COM A CHEGADA DAS MSD´s

Para que fosse possível verificar a obsolescência das ferramentas da comunicação no Grupo

de Comunicação pesquisado, sob o ponto de vista dos gestores entrevistados, foi feita a sexta

pergunta do roteiro de entrevista (APÊNDICE A). A obtenção dos resultados foi obtida conforme

fragmentos de texto extraídos das entrevistas e analisados de acordo com as categorias de análise

(APÊNDICE B) em discussão com os autores da fundamentação teórica desta pesquisa:

Para a GEST 1 (AB1) as ferramentas da comunicação já difundidas tornam-se obsoletas

quando, por exemplo; a empresa só dispõem de dois quadros de aviso, quando a empresa cria um

espaço para estimular o uso da tecnologia bem como o acesso a própria rede social da empresa,

torna-se obsoleto ainda, quando a empresa não quer que os colaboradores esqueçam dessa rede

social enviando newsletter para que o indivíduo tenha que acessar a rede para colher a informação

necessária ao seu dia a dia na empresa, torna-se obsoleta, quando se usa muito pouco o telefone

entre ramais, assim como a entrevistada deixa bem evidente nos conteúdos de seu discurso: “Na

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rede social interna tem o organograma, tem várias informações referentes ao grupo, tem também

avisos, que antes a gente dava só através do quadro de avisos então mudou completamente” e

Sempre que tem um aviso que mandamos por newsletter, também imprimimos e

colocamos lá no quadro, temos um espaço de descanso aqui do lado, que são para os

intervalos e tal, e colocamos lá dois computadores porque mesmo os funcionários que não

usam o computador diariamente, eles podem ir lá e acessar nossa rede social, eles podem

acessar outras coisas também, porque é o tempo de intervalo deles, mas aí o que pensamos

foi eles terem essa possibilidade, de acessar a rede social através de lá. Mas caso isso não

aconteça, temos os quadros de aviso porque achamos que é mais uma forma de comunicar

o que a gente deseja (Fala da GEST 1 AB1)

A GEST 3 (AB2) corrobora com as ideias da GEST 1 (AB1), contudo é mais enfática ao

defender o uso da inovação, ou seja, para ela tudo o que vier da tecnologia e for para benefício do

mercado e da concorrência deve ser bem recebido e utilizado pelas empresas, portanto, as

ferramentas da comunicação amplamente já difundidas, como serviços postais, o uso excessivo de

telefone, grupos de e-mail para trabalho..., de alguma forma irão sim, na opinião desta entrevistada,

ficar obsoletas, como confirma no trecho adiante: “Inovação, a única palavra que se tem! Pra mim,

ficar botando aquele quadro, Não!”.

A GEST 4 (AB3) também concorda com as anteriores, que não tem como não tornar as

formas tradicionais de comunicar obsoletas:

Então, não tem como não tornar obsoleto. Tentar chamar atenção utilizando da

criatividade. Muitas vezes não coloca o aviso em si mas coloca uma pergunta, tipo: o que

você acha de? Aí faz a pergunta relacionada ao tema, acesse o "SUA VOZ". Aí sim, a

gente chama a atenção para acessar (Fala da GEST 4 AB3)

E para a GEST 5 (AC1) as ferramentas da comunicação amplamente já difundidas pela

empresa também irão, de alguma forma, ficar obsoletas com o passar dos anos, como fica evidente

no fragmento de texto adiante:

Não tem como não tornar, elas acabam ficando obsoletas, hoje em dia não usamos mais

muito papel, tem todo o discurso do ambientalmente correto também, então elas ficam

obsoletas, menos telefone, telefone é muito mais para mensagem, usa muito menos papel,

então o mural é pequeno e daqui a pouco ele vai encolher, encolher, encolher e vai acabar,

ninguém lê o mural, a verdade é essa (Fala da GEST 5AC1)

No ponto de vista do GEST 2 (A1) as ferramentas da comunicação amplamente já

difundidas pela empresa, ou seja, a forma tradicional de comunicar, não está ficando obsoleta pois

a empresa tem a preocupação de continuar a utilizá-las com o receio de que neste processo de

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transformação cultural vivida pela mesma os colaboradores não acessem as tecnologias disponíveis

e acabem por ficar sem informações importantes do grupo, assim como relata o entrevistado nos

fragmentos de texto 1 e 2 a seguir:

Na Realidade a gente usa até hoje os dois Sistemas: o tradicional que é através de e-mails,

de comunicados e de outros meios produzidos pelo próprio RH: comunicar aniversário

dos funcionários, de mensagens gerais onde são afixados nos quadros de aviso que a

empresa possui e o “SUA VOZ” (Fala do GEST 2 A1)

Com o uso delas. Apesar de existir tecnologias, também é dada atenção as formas

tradicionais, porque temos a impressão de que nem todos acessam, então se faz necessários

estímulos, portanto, ter outras formas, ou melhor, as tradicionais são e continuam

importantes do meu ponto de vista (Fala do GEST 2 A1)

Como bem colocado por Robbins (2011) e Rebouças (2010), no ambiente competitivo no

qual vivenciamos, a comunicação organizacional não mais acontece só de forma vertical, para

enriquecê-la e torná-la eficiente o processo comunicacional passa a exigir a horizontalidade, a

bidirecionalidade e a forma em rede e ainda deve ser vista como meio de estimular a criatividade

na organização, dessa forma, as MSD´s com seu caráter interativo, onde o fluxo de informações

acontece com rapidez, promovem a colaboração e descentralização das decisões e comunicação,

passam a ser a ferramenta mais utilizada e até mesmo em alguns momentos, a substituir as formas

tradicionais de comunicar, por isso que os gestores acima, enfatizaram tanto a questão da

obsolescência dos meios tradicionais, já amplamente difundidos pelo Grupo pesquisado, na opinião

dos mesmos, com o passar do tempo as formas tradicionais em detrimento das TICs irão ficar

obsoletas.

A GEST 6 (AC2) já demonstra cautela no conteúdo de seu discurso, a mesma faz uma

relação com a cultura organizacional da empresa, deixando então evidente que, defende, concorda

com a chegada da tecnologia, com o uso das MSD´s pelo Grupo, porém é defensora do não

isolamento, da perda de referenciais que o uso excessivo e desmedido dessa tecnologia pode trazer,

sendo assim, para a GEST 6 (AC2) as ferramentas tradicionais da comunicação só obsolescem à

medida que damos menos importância a elas, e que a comunicação face a face ainda continua sendo

muito importante para as empresas, conforme trechos a seguir: “Penso que temos que ter muito

cuidado em não tornar o mundo virtual demais, vejo que existe uma preocupação até porque é uma

empresa de certa forma conservadora apesar de por um lado ser moderna e investir muito nas

mídias sociais digitais”, e

Com as reuniões semanais, as reuniões presenciais, a gente trabalha muito isso, o olho no

olho, a visita a sala de um a sala de outro, a preocupação da integração é muito grande

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aqui, então trabalhamos muito isso, não vamos nos isolar e se comunicar por e-mail, nem

pelo "SUA VOZ", nem por telefone, vamos nos encontrar, isso é uma preocupação nossa

(Fala da GEST 6 AC2).

A fala da gestora é respalda por autores como Robbins (2001); e Bueno (2003), ao

afirmarem que a conversa face a face é considerada o canal mais rico por oferecer o máximo de

informações transmitidas em um episódio de tempo, por poder oferecer vários sinais de

informações, pelo fato do feedback ser imediato e por haver um toque pessoal de cada um.

Indo de encontro ao que todos os gestores relataram o GEST OPERACIONAL 1 deixou evidente

que as ferramentas comunicacionais amplamente já difundidas pela empresa, nunca deixarão de

existir, ou seja, não irão obsolescer conforme fragmentos de texto 1 e 2 a seguir:

As formas de comunicação mais antigas vão continuar existindo como válvula de escape,

como recurso para uma segunda etapa, para uma terceira etapa, para uma quarta etapa,

mas é difícil também você dizer, que você hoje vai deixar de mandar uma mensagem pelas

mídias sociais digitais para ligar, que vamos deixar de colocar um comunicado no "SUA

VOZ" para colocar no mural, não vai! Mas quando o "SUA VOZ" não funciona, temos

que colocar no mural, quando a mensagem instantânea não funciona, eu ligo! Quando eu

ligo e não atende, eu mando um e-mail! Porque esses registros eles precisem existir, até

para que em alguns momentos se prove que houve uma tentativa de comunicação, para

existir uma memória organizacional (Fala do GEST OPERACIONAL 1)

É uma potencialização de um instrumento novo em detrimento dos antigos, mas esses

antigos eles precisam continuar existindo, é tanto que o telefone está aí, é tanto que o

mural está aí, é tanto que recorremos a recepção, recorremos ao porteiro, recorremos ao

produtor para avisar, recorremos ao papelzinho colado no computador um recadinho do

tipo: ligue para mim! Recorremos a esses recursos sim, pois não deixaram de existir e não

devem deixar de existir, mas eles são subutilizados porque há algo que dá mais velocidade

e praticidade para utilizar (Fala do GEST OPERACIONAL 1)

Na percepção da GEST OPERACIONAL 2 as ferramentas comunicacionais amplamente

já difundidas pela empresa ficarão obsoletas, porém as ferramentas tradicionais, na visão da

entrevistada ainda têm sua importância para o processo de comunicação organizacional interna,

como fica evidente no fragmento de texto 1 a seguir:

É difícil porque elas vão...O mural eu ainda acho que não, mas está com os dias contados...

O jornal impresso, que a gente fez... Ah! O jornal impresso? E até hoje ele ressuscita, e

ele se transforma, e ele se adapta e ele permanece vivo, né! Capengando, mancando, mas

ele está vivo, eu acho que por exemplo o mural, que talvez fosse um canal de comunicação

que fosse morrer, ainda para mim, que apesar de viver ligada no meu celular, em mil canais

de comunicação com a empresa, eu ainda reservo muito dessa comunicação interna da

empresa, como o marketing pra um mural por exemplo (Fala da GEST OPERACIONAL

2)

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No fragmento de texto 2 adiante, a GEST OPERACIONAL 2, enfatiza a importância das

ferramentas tradicionais da comunicação como parceiras no processo de comunicação

organizacional interna na empresa pesquisada devido ao fluxo de informações que o meio

eletrônico proporciona:

Mas de forma não estatística eu ainda visualizo que essas ferramentas não vão morrer,

ainda, eu não sei a longo prazo né, é verdade que aqui é muito mais prático, mas ainda é

uma coisa bem acessível, está aos nossos olhos, e dessa forma chamam nossa atenção.

Então eu acho que eles ainda vão se ajudar. Eu acho que o mural ainda nos leva para o

meio eletrônico, ainda é um caminho, ele ainda nos chama primeiro, porque a gente tem

um bombardeio de informações eletronicamente e acaba que, a mídia eletrônica da

empresa fica naquele ai! Olho jaja porque eu tenho que olhar o que a empresa está me

dizendo ali para eu fazer agora, então aquilo ainda é entretenimento para mim né. Ainda

é uma coisa que eu não tenho tempo de olhar na hora do trabalho, aí o mural eu ainda tento

participar olhando o que o "SUA VOZ" está dizendo, está comentando, está pautando para

tentar participar um pouco (Fala da GEST OPERACIONAL 2)

Para o GEST OPERACIONAL 1 “as formas de comunicação mais antigas vão continuar

existindo como válvula de escape, como um recurso, ou seja, é uma potencialização de um

instrumento novo em detrimento dos antigos”, e para a GEST OPERACIONAL 2 “É difícil

porque elas vão...O mural eu ainda acho que não, mas está com os dias contados” e “, mas de forma

não estatística eu ainda visualizo que essas ferramentas não vão morrer, ainda, eu não sei a longo

prazo né”. Autores como Robbins (2011); Kunsch (2011); Bueno (2009 e 2011); Paul (2011); Saad

(2011); e Cardoso (2011), revelam a importância das MSD´s enquanto elementos constitutivos e

estruturantes do atual estágio da sociedade mutante e flexível, baseada no conhecimento e

informação e com facilidade no acesso às MSD´s, portanto as novas formas de comunicação são

necessárias para o ambiente competitivo ao qual vivenciamos, mas as formas tradicionais são

importantes.

5.7 AS MDS´s E AS ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS

Para que se tornasse possível observar a relação existente entre as MSD´s e a estrutura

Organizacional do Grupo de Comunicação pesquisado, no ponto de vista dos gestores

entrevistados, foi feita a sétima pergunta do roteiro de entrevista (APÊNDICE A) onde se obteve

os resultados adiante, conforme fragmentos de texto extraídos das entrevistas e analisados de

acordo com as categorias de análise (APÊNDICE B) em discussão com os autores da

fundamentação teórica desta pesquisa:

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Na percepção da GEST 1 (AB1) de acordo com o potencial que assume as MSD´s para a

organização interna, a empresa pesquisada tem repensado de alguma forma sua estrutura

organizacional quando deixa evidente no conteúdo de seu discurso que as MSD´s acabam por

aperfeiçoar a descentralização das informações e das decisões, e recupera a liberdade de

comunicação e participação na construção de conceitos, como afirmado nos trechos 1,2 e 3 adiante:

“Sim, sim, sim... De alguma forma sim. Vivemos repensando” e “Então, o “SUA VOZ”, não deixa

de ser uma forma legal de comunicação para que o repensar de estrutura seja possível, para que

satisfaçamos cada vez mais nosso público interno e façamos com que ele também nos entenda mais

né” e ainda:

Na rede social, quando colocamos um comunicado do RH ou colocamos um aviso sobre

alguma mudança, um aviso sobre um horário de trabalho, ele tem a opção de comentar,

então muitas vezes recebemos comentários de funcionários. Quando isso acontece

repassamos para o RH e o próprio RH muitas vezes já está ligado nisso e já responde

automaticamente embaixo, dessa forma existe um diálogo e esse diálogo sempre termina

ajudando a modificar a estrutura de alguma forma, porque aí quando tem várias queixas

ou várias sugestões isso é passado do RH para presidência e isso vai se transformando

(Fala da GEST 1 AB1)

Para a GEST 4 (AB3) as MSD´s também tem levado sim, a empresa pesquisada a repensar

sua estrutura organizacional, de alguma forma elas acabam por exercer influência nesse novo

modelo de estrutura organizacional porque recuperam a aproximação dos colaboradores, e

estimulam sua integração e a liberdade de comunicação, isso ficando evidente com o fragmento de

texto adiante:

Tem! E eu acho que não só as mídias sociais digitais em si, acho que o mercado e a própria

tecnologia, e as estratégias. Antes tínhamos dentro da estrutura hierárquica, eu acho que

dez para chegar lá no nível de supervisão. Então temos isso muito reduzido hoje, esse

caminho encurtou muito, então, eu, creio lógico, que tem as contribuições das mídias

sociais digitais nisso (Fala da GEST 4 AB3)

Na percepção da GEST 5 (AC1) com todo o potencial que as MSD´s assumem para a

organização, a empresa tem repensado a sua estrutura organizacional também, além de aperfeiçoar

a velocidade no processo de comunicação, recupera, principalmente, a aproximação entre as

pessoas da empresa e sua integração, como fica evidente nos trechos a seguir: “Quando entramos

na ferramenta, todo mundo tem um perfil, então se eu quiser saber sobre o gerente tal está lá o

perfil dele, se eu quiser saber sobre o dono também encontro lá na rede da empresa”; “Aproxima

de cima para baixo e de baixo para cima”; e “Eu acredito que sim, quando começamos a pensar a

coisa digital para além dessa rapidez, tem a praticidade, tem o custo, então as empresas pensam

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sim na estrutura organizacional também. Aproxima mais as pessoas”

Para a GEST 6 (AC2), as MSD´s também tem levado a empresa a repensar sua estrutura

organizacional devido ao ambiente competitivo e complexo em que vivemos atualmente, conforme

relatado no conteúdo de seu discurso a seguir: “Ah! Eu tenho certeza que sim, pois se não repensar

vai ficar para trás, tem que colocar de fato isso como algo que está acontecendo, então na verdade

tem que se preocupar em modernizar sua empresa se não vai ficar para trás”.

Diante do que fica evidente pela maioria dos entrevistados, na percepção dos os gestores

do Grupo de comunicação quão importante são as MSD´s para o processo comunicacional

atualmente, o quanto elas têm de capacidade para influenciar no dia a dia do ambiente laboral e

mais além, o quanto elas influenciam nas decisões estratégicas do Grupo e interferem nas mudanças

estruturais que a empresa vem passando ao longo dos últimos anos. Stoner e Freeman (1985) já

relatavam que a competição criaria duas necessidades básicas: novas estratégias negociais; e nova

estrutura para a organização, estrutura essa, fazendo uso de planejamento, capacitação, adoção de

melhores práticas, de recuperação, e da transmissão das informações, o que hoje é facilitado pela

plataforma web 2.0, e mais ainda, pelas MSD´s, tema fim do estudo em questão.

As ferramentas digitais passaram a exigir das empresas novas posturas e planejamentos de

comunicação, Kunsch (2007) acentua que mais estratégicos com o intuito de envolver e aproximar

os interagentes, Bueno (2009) corrobora ao dizer que se faz necessário novos posicionamentos e

conhecimentos, com flexibilidade e criatividade na gestão dos processos comunicacionais. As TICs

então, desafiam a gestão organizacional tradicional, passando a exigir mudanças na estrutura

organizacional e ampliação geográfica do mercado de negócios.

Já o GEST 2 (A1), mesmo com a constatação do potencial que as MSD´s assumem para a

organização, fala que as mesmas não têm levado a empresa a repensar a sua estrutura

organizacional, ficando evidente no conteúdo de seu discurso: “Eu acho que não. Lógico que existe

a aproximação, facilidade, todos temos perfis no site "SUA VOZ", mas chegar ao ponto de repensar

a estrutura eu acho que não”

Para o GEST OPERACIONAL 1 mesmo com o potencial que as MSD´s assumem para a

empresa, não ficou evidente no conteúdo de seu discurso alterações na estrutura organizacional

estimuladas e/ou influenciadas pelas MSD´s, mas o mesmo ressaltou a importância de cada

indivíduo dentro deste processo de comunicação: “Não sei se estrutura, mas tem que pensar a

função que cada um pode exercer para que realmente essas mídias sejam utilizadas de uma maneira

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mais eficiente possível”

A percepção da GEST OPERACIONAL 2 sobre a sétima pergunta do instrumento de

pesquisa, é que as MSD´s, ainda, não exercem influência a ponto de repensar a estrutura

organizacional, porém têm o poder de recuperar a aproximação e a integração entre as pessoas, e

aperfeiçoar a interatividade no modo como se faz comunicação na empresa assim como relatado

adiante:

Aproxima as pessoas, pois podemos conhecer um pouco mais sobre aquela pessoa, “veja

"fulana", conheça "fulana de tal"”, porque nós os repórteres meio que todo mundo já

conhece, a gente se comunica com todo mundo, porque todo mundo nos conhece de

alguma forma, mas eu não, sei de "fulana" lá no jornal, a editora, que fica sempre lá

caladinha, então aproxima. Nunca me fez ir lá conversar com ela, mas criou essa relação,

conheci um pouco do lado mais humano do chefe por exemplo, mas não vejo que isso

ainda. (Fala da GEST OPERACIONAL 2).

Desta forma, os três últimos gestores demonstraram não ter certeza da influência que as

MSD´s exercem no processo de mudança que vem sofrendo a estrutura organizacional da empresa

nos últimos anos, pois afirmam, a mídia exercer forte influência na aproximação do processo

decisório e comunicacional, na estimulação da integração dos interagentes da mídia, uma vez que

a sua velocidade é notória na transmissão das mensagens, na facilidade de acesso à mídia por ser

desenvolvida na plataforma web 2.0, na liberdade de comunicação pois todos da organização têm

um perfil no SUA VOZ, e na interatividade que é uma das características essenciais de uma MSD.

Mas no conteúdo de seus discursos, utilizam o termo “eu acho que não” e “,mas não vejo que isso

ainda” e “Não sei se estrutura”, o que dá uma relação de incerteza, porém, vale aqui ressaltar que

se trata de uma minoria e que no conteúdo intrínseco relatam alterações na estrutura e no extrínseco

relatam incertezas quanto a alteração da estrutura.

5.8 GESTÃO DA INOVAÇÃO NA COMUNICAÇÃO E O APERFEIÇOAMENTO DO

PROCESSO DE COMUNICAÇÃO INTERNA

Para a detecção dos procedimentos de gestão das inovações na comunicação no que tange

o aperfeiçoamento do processo de comunicação interna da empresa pesquisada, no ponto de vista

dos gestores entrevistados, foi feita a oitava e última pergunta do roteiro de entrevista (APÊNDICE

A) onde se obteve os resultados a seguir, conforme fragmentos de texto extraídos das entrevistas e

analisados de acordo com as categorias de análise (APÊNDICE B) em discussão com os autores

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da fundamentação teórica desta pesquisa:

Na visão da GEST 1 (AB1) a forma mais pontual de gerenciar as inovações na comunicação

para o aperfeiçoamento do processo de comunicação da empresa foi com a criação da própria rede

social, o “SUA VOZ” e as formas de como utilizá-la da maneira mais eficiente. O que trouxe a

possibilidade de um fluxo de informações mais rico e com mais rapidez; maior interatividade no

ambiente comunicacional; transformando assim o mundo territorial em virtual; como relatado nos

fragmentos dos textos 1 e 2 a seguir:

Exatamente com a criação da rede social. Essa comunicação que se tornou cada vez mais

online. Adaptamos também a rede social a medida em que percebemos que alguma coisa

não está funcionando tão bem e aí criamos novos mecanismos, por exemplo, no começo

tínhamos só a rede social, depois percebemos que a rede social sozinha não era suficiente,

e aí começamos a enviar newsletter da rede social. A rede social se chama “SUA VOZ”,

tipo cada um tem sua voz, diz aí o seu recado, e aí temos um link para a rede social, então

mandamos a newsletter, eles recebem no e-mail uma mensagem, ela tem o topo SUA

VOZ, e ela tem as notícias pequenininhas, só que ela tem só título e imagem, aí tem que

clicar e entrar na matéria que está falando sobre aquilo. Sentimos então, que isso ajudou a

chamar as pessoas para a rede social, vivemos nessa luta de não fazer com que eles

esqueçam da rede social, que é para eles, que tem informações importantes (Fala da GEST

1 AB1); e

A newsletter foi uma adaptação feita, a gente percebeu que as pessoas já têm tanta rede

social no dia a dia delas que temos que ter uma forma de continuar atraindo essas pessoas,

além da criação do newsletter para fazer esse canal, as vezes também fazemos promoções,

uma promoção que tem a ver com o grupo, uma promoção de verão, pedimos por exemplo

sugestões de nomes para alguma coisa, enfim... criamos um meio de dar prêmios, para que

as pessoas entrem lá e participem (Fala da GEST 1 AB1)

A GEST 1 (AB1) enquanto especialista em comunicação e responsável pelo departamento

de comunicação do Grupo é defensora veemente das TICs, que Toffler (2007) já pontuava estarmos

vivendo a Terceira Revolução que é a do Conhecimento e da Informação, onde Torquato (2011)

vai mais além ao afirmar que essa Revolução gera efeitos impactantes para a comunicação

organizacional, exigindo dos colaboradores habilidades especiais e maior qualificação para se

destacar no ambiente competitivo ao qual se insere, ficando evidente a preocupação da entrevistada

em inserir a empresa na onda das ferramentas digitais, utilizar enfim as MSD´s como ferramenta

comunicacional de maneira estratégica, fortalecendo os laços internos, a cultura organizacional da

empresa e sua estrutura organizacional para torná-la cada vez mais competitiva no mercado.

Torquato (2011) consolida essa estratégia ao afirmar que no Brasil esse alinhamento se dá a partir

das estruturas, linguagem, veículos, estratégias, programas internos e externos, e a

profissionalização dos quadros.

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Para o GEST 2 (A1) a forma de gerenciar as inovações de forma a aperfeiçoar o processo

de comunicação interna é, primeiramente ter um departamento exclusivo para desenvolver, pensar

e alimentar o processo comunicacional da empresa, o que remete a visão da comunicação como

estratégia. Enfatiza ainda a importância da parceria do departamento de Recursos Humanos neste

processo de produzir uma comunicação eficaz, como fica evidente no trecho do discurso a seguir:

O site é sempre alimentado pelo pessoal responsável por comunicação na empresa, e o RH

também tem papel importante no site, então está sempre com novidades, campanhas

internas, e aí penso que é muito útil o uso das mídias, e como somos uma empresa de

comunicação, não podemos deixar de utilizá-la de forma a produzir benefícios

internamente (Fala do GEST 2 A1)

A GEST 4 (AB3) acredita que o trabalho em equipe é a chave do sucesso no bom

gerenciamento das inovações na comunicação quando se trata de aperfeiçoar o processo de

comunicação interna, o que acaba gerando um trabalho planejado e estratégico, conforme

fragmento de texto a seguir:

Trabalhamos muito juntos essa questão da comunicação interna, RH com o núcleo de

Comunicação da empresa, então tudo que eu preciso estou junto com o núcleo de

comunicação, e é isso, temos um setor específico para comunicação, trabalhamos muito

em cima disso (Fala da GEST 4 AB3)

E ainda, a entrevistada acredita que o repensar diariamente, no uso da criatividade é de

extrema importância, que não basta só utilizar a tecnologia, mas sim estar em constante atualização

para atender com satisfação o público interno:

Então são nesses momentos que percebemos que estamos utilizando bem as nossas mídias

sociais digitais, então fazemos newsletter quando inicia a campanha, fazemos newsletter

o tempo todo chamando atenção da votação, da premiação, porque aí a afiliada ganhadora,

ganha um jantar da (matriz), nós já estamos ganhando a cinco anos dessa forma (Fala da

GEST 4 AB3)

Para a GEST 5 (AC1) o olhar atento do gestor é fundamental no processo de gerenciamento

das inovações na comunicação, ou seja, a entrevistada tem a consciência de seu papel enquanto

gestora e da fundamental importância que exerce enquanto líder de uma equipe, além de saber o

funcionamento dos processos no “SUA VOZ” o que acaba por contribuir para o aperfeiçoamento

do processo de comunicação da empresa. Nos fragmentos de textos 1 e 2 adiante fica evidente seu

ponto de vista a respeito do assunto abordado nesse tópico:

Sempre que eu vejo alguma informação no “SUA VOZ" eu aviso aos meninos, sempre

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que eu tenho uma informação eu passo para o pessoal da comunicação interna, para que

eles também divulguem, difundam, nós como gestores começamos a observar as pessoas

e aí tem essa troca (Fala da GEST 5 AC1); e

Pensamos a empresa para fora e tem toda uma estrutura de mídias sociais aqui dentro,

então dentro de casa você tem que começar a fazer o exercício. O "SUA VOZ" é muito

bacana, quando chega um funcionário novo o pessoal da comunicação fala do "SUA

VOZ", apresenta, incentiva a buscar uma senha, tem um brinde que é uma canequinha

com o nome "SUA VOZ" para tomar água, tomar café, então tem uma integração fora

rede social, tem essa integração com o RH, que tem que ter, e o RH também é bastante

envolvido para que a comunicação interna aconteça (Fala da GEST 5 AC1)

Para os gestores GEST 2 (A1), a GEST 4 (AB3) e a GEST 5 (AC1) a comunicação do

Grupo deve ser pensada estrategicamente, desenvolvida por um departamento capacitado para tal

e que o trabalho em equipe e de cada gestor em seu departamento tem papel fundamental para o

bom desenvolvimento do produto final, que é o bom funcionamento do processo comunicacional.

Essa acreditação se deve, primeiramente, ao posicionamento da empresa no mercado o qual

Torquato (2011) relata sobre isto. Gruning (2001) afirma que para se ter um processo

comunicacional eficiente se faz necessário o engajamento dos profissionais capacitados como os

gestores, especialistas e profissionais de Recursos Humanos para trocar ideias, conhecimentos,

informações, porque têm na comunicação como administrar, liderar, e motivar, que pode ser uma

forma de unificar a organização, Rebouças (2010) relata ainda, que estes gestores precisam

perceber que agir sistematicamente fará com que a gestão seja mais eficiente.

Já para a GEST 3 (AB2) a maneira de gerenciar inovações na comunicação de forma a

aperfeiçoar o processo de comunicação interna é simplesmente fazendo o feedback, a comunicação

“mais básica de todas” como diz a entrevistada se referindo a comunicação face a face:

eu costumo olhar no olho sempre, eu sempre acho que aquela primeira comunicação, a

mais básica de todas é extremamente necessária e faz toda a diferença, mas para as

relações do dia a dia, no meu caso, de jornalismo, que a gente tem conversas, feedbacks,

e tudo mais, eu acho que faz...ele mostra a necessidade que temos de aprimorar as relações

pessoais, porque, quantas vezes fazemos tudo sem essa via de mão dupla porque isso é

muito unilateral, então acabamos vendo como isso não repercute tão bem e quando você

faz o feedback ao vivo você sabe como isso tem uma repercussão muito maior (Fala da

GEST 3 AB2)

A GEST 3 (AB2) faz uso do feedback, a comunicação “mais básica de todas” como ela

mesmo se refere no fragmento de texto acima, como maneira de gerenciar as inovações na

comunicação, dessa forma a gestora se utiliza da comunicação face a face para desenvolver o

feedback, Bueno (2003); e Robbins (2011) a denominam como a mais rica porque oferece o maior

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número de informações transmitidas durante um episódio de comunicação e oferece múltiplos

sinais de informação e o feedback é imediato e ainda tem a possibilidade do toque pessoal de cada

um.

Para a GEST 6 (AC2) o uso das tecnologias são os principais procedimentos adotados para

o bom gerenciamento das inovações na comunicação gerando aperfeiçoamento no processo de

comunicação interna da empresa, através por exemplo, da recuperação da integração. É posto em

evidência o conteúdo de seu discurso, a preocupação com o uso errôneo das novas ferramentas da

comunicação o que pode gerar um processo de reversão, causando por exemplo, o isolamento ou

mesmo a perda de referenciais: “Creio que usamos todas as tecnologias ao nosso alcance em busca

dessa integração, e nós temos, o que nos preocupa muito é: não vamos nos afastar, vamos usar a

tecnologia ao nosso favor, não ao contrário”

A tecnologia é uma excelente ferramenta para a reformulação das estratégias em

comunicação organizacional porque melhora significativamente seus processos, e Robbins (2011)

afirma, que seja na capacidade de administrar, ou de monitorar dados de desempenho, o que em

consequência irá permitir que colaboradores galguem níveis hierárquicos, e assim as estruturas se

tornem mais orgânicas, porém se utilizadas erroneamente, Cardoso (2011) relata, que podem

reverter processos de isolamento e/ou perdas de referencias por exemplo, ou mesmo de acordo com

Gil (2009) serem utilizadas como forma de distração no trabalho, ausência do fator emocional na

transmissão da mensagem e a questão da tendência a ser frio e impessoal, e por fim, acaba por

favorecer um “espiral de conflitos”, pois chega a duplicar os antagonismos quando comparados à

comunicação face a face.

Para o GEST OPERACIONAL 1 um dos principais procedimentos adotados no dia a dia

para gerenciar as inovações na comunicação é a importância dos grupos focais, ou seja, de acordo

com o perfil de cada grupo é adotada uma forma de comunicar, como fica evidente no fragmento

de texto adiante:

Estrategicamente: analiso por pessoa, por grupos focais, tem grupos que a minha

comunicação são com as mídias sociais digitais, há grupos que eu uso o facebook, há

pessoas que eu uso um aplicativo de troca de mensagens, há pessoas que eu uso o e-mail,

quer dizer, a gente está falando especificamente das mídias sociais digitais, porém muitas

vezes,... por mais rápidas, e importantes, elas não atendem, porque a pessoa não vive o

tempo inteiro presa a elas, então ela é essencial mas não é só ela quem vai facilitar o

processo (Fala do GEST OPERACIONAL 1)

A capacidade que as ferramentas digitais têm de agregar informações sobre os usuários é

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muito grande e por isso elas também acabam por tomar um lugar de destaque, Romano et al (2012)

relatam que assim acabam por facilitar a comunicação através da interatividade, pelo poder de

integrar, pela facilidade de interagir e acessar, pelo interagente ser colaborador, criador, ser uma

ferramenta de troca de conteúdo e conhecimentos gerados pelos interagentes em textos, imagens,

áudios e vídeos, em blogs, wikis, redes sociais e afins. Dessa forma, o entrevistado relata em seu

discurso, que para gerenciar essas inovações na comunicação ele divide seus contatos em grupos

focais como forma de conseguir lidar com tanta tecnologia e inovação.

Para a GEST OPERACIONAL 2 a forma mais importante de gerenciar essas inovações é

conseguir a integração dos colaboradores e de alguma forma a adesão na utilização das ferramentas

comunicacionais difundidas pela empresa e não só isso, como também, que os mesmos acreditem

na ideia e a difundam internamente, como fica evidente no trecho a seguir:

Tivemos uma campanha para economizar copo, pensando no meio ambiente, mas

pensando obviamente no orçamento da empresa e eles distribuíram canecas bem bacanas,

ecológicas e tal, essa campanha foi feita usando a mídia, o "SUA VOZ", que é sensacional.

Aí tem toda uma lógica lá, viramos o personagem da matéria falamos da nossa experiência,

então nos sentimos o protagonista né, para colaborar na estratégia que a empresa está

pensando (Fala da GEST OPERACIONAL 2)

Marchiori (2006) relata sobre a importância das ações estratégias em comunicação e o quão

são capazes de envolver e modificar o comportamento dos colaboradores da organização, dessa

forma o reflexo final virá de mudança cultural que envolve toda a empresa. A gestora entrevista

relata todo o processo de integração que é recuperado a partir das ações que são desenvolvidas pelo

departamento de comunicação, onde os “protagonistas” da campanha são os próprios colaborados,

ou seja, há um envolvimento, uma participação grupal no processo, a partir de uma estratégia

pensada por uma equipe, divulgada e alimentada pela MSD do Grupo de Comunicação pesquisado.

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Tendo em vista os objetivos propostos, as categorias pré-estabelecias e em seguida as

categorias de análise estudadas na pesquisa, pôde-se analisar as influências das MSD´s no processo

de comunicação organizacional interna no ponto de vista dos gestores em um Grupo de

Comunicação na Paraíba. Para que a análise se tornasse possível os objetivos específicos do

estudo lograram êxito conforme exposto adiante, iniciando por suas exposições para então alcançar

a resposta da seguinte questão problema: Como o processo de comunicação organizacional interno

é afetado pelas mídias sociais digitais em um Grupo de Comunicação? Ressaltando que, este

capítulo da dissertação não tem a intenção de conclusão sobre o tema levantado por tratar-se de um

estudo de caso, ou seja, há muito o que fazer ainda. Aqui, serão retratadas algumas conclusões com

base nos objetivos propostos pela pesquisa, alguns achados que levaram para novas possibilidades

e outras questões que continuarão em aberto à espera de novas pesquisas.

A partir daí, no que se refere ao primeiro objetivo específico: averiguar as contribuições

das MSD´s para o aperfeiçoamento da comunicação organizacional interna do Grupo de

Comunicação- foi aferido que após a transcrição, decodificação, e análise de conteúdo, o objetivo

foi atendido, pois foi averiguado que as contribuições vão desde a recuperação da aproximação de

todas as pessoas que formam o Grupo devido deixar os veículos do Grupo interligados, aperfeiçoa

a interatividade, a descentralização, a velocidade e o fluxo de informação, passam neste sentido, a

serem ferramentas indispensáveis ao ambiente laboral nos dias atuais, atuando como facilitadores

ao aperfeiçoamento da comunicação organizacional. Conforme averiguado na pesquisa, as MSD´S,

contribuem com a participação na construção de conceitos por parte dos colaboradores e ainda

atraem o interesse dos receptores e por vezes geram menos ruídos.

Segundo objetivo específico: apontar as implicações que a velocidade das MSD´s provocam

na comunicação organizacional interna do Grupo de Comunicação- este objetivo foi atingido pois

as implicações foram apontadas a partir da análise do conteúdo com as oito entrevistas transcritas

e decodificadas. Foi então, notado que existe um departamento especializado para pensar, criar,

e produzir conteúdo atrativo o tempo inteiro e em tempo hábil, a mão de obra é especializada, pois

o departamento só tem crescido, dessa forma, não pode haver erros na transmissão das mensagens,

portanto, dentro desse novo modelo de processo de comunicação interna que é requerido com o

dinamismo que a competitividade e a entrada dos meios digitais exigem, um tempo maior se faz

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necessário para elaboração do conteúdo e assim mais cuidado com a produção das mensagens antes

de sua transmissão. Foi notado ainda, que nesse espaço dinâmico e interativo, exige-se da equipe

criatividade, atualização e renovação de conteúdo, para tornar a mídia o tempo inteiro atrativa,

propiciando a interação colaboradora da empresa e vice-versa, gerando o interesse do colaborador

em acessar, participar e não se “desligar” do processo de construção/colaboração mesmo fora do

horário de expediente, o que significa transpor as barreiras geográficas da empresa.

Terceiro objetivo específico: verificar a obsolescência das ferramentas da comunicação no

Grupo- este objetivo obteve êxito após a análise de conteúdo das oito entrevistas, sendo possível

verificar que de fato a tendência é que algumas das ferramentas tradicionais do processo

comunicacional caiam em desuso, ou mesmo passem a ser menos solicitadas com a chegada dos

meios digitais na empresa pesquisada, isso pôde ser percebido devido a só haver dois quadros de

aviso na empresa e em tamanho bem menor do que era antes, de a empresa dispor de um espaço

que estimula o uso das tecnologias e o acesso ao Sua Voz, as estratégias que o departamento de

comunicação em comunhão com o departamento de Recursos Humanos utilizam para que essa

Rede Social não caia no esquecimento, que esteja diariamente sendo acessada e utilizada pelos

colaboradores, para que se mantenham informados sobre a empresa e sobre seu dia a dia de

trabalho, em vista disso, os telefones internos são menos utilizados, os grupos de e-mail para

trabalho passam a desaparecer, o uso excessivo de papel passa já não existe mais. Porém, alguns

gestores, mesmo afirmando que algumas ferramentas irão obsolescer com o tempo, destacaram que

percebem as ferramentas tradicionais, como recurso, como válvula de escape, como parceiras do

meio eletrônico, e ainda por receio que no processo de mudança cultural algum colaborador não

acesse a tecnologia e acabe por ficar sem a informação, por estas razões elas ainda têm sua

importância no meio corporativo.

Quarto objetivo específico: identificar como as MSD´s afetam a comunicação

organizacional interna do Grupo- se chegou à conclusão que este objetivo foi alcançado, pois a

comunicação formal do Grupo é transmitida prioritariamente pela MSD (SUA VOZ) há cerca de

quatro anos. A empresa está passando por esse processo de mudança cultural e adaptação para o

uso das TIC´s, o “Mundo Territorial” está cada vez mais virtual, onde a comunicação tradicional

tem cada vez mais ganhado menos espaço na empresa, a capacidade que as MSD´s assumem na

facilidade de acesso, velocidade na transmissão das mensagens com um menor custo, fluxo de

informações mais eficiente, mais transparência nas relações, o fator controle, como é o caso da

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empresa estudada, faz com que possíveis entraves sejam percebidos, rastreados, e resolvidos, ou

seja obsolesce a questão da privacidade. E por fim, mas não menos importante, a atenção do Grupo

à comunicação como estratégia, dessa forma, verificou-se que as MSD´s afetam mais

positivamente do que geram possíveis entraves ao processo comunicacional do Grupo sob o ponto

de vista dos gestores entrevistados.

Quinto objetivo específico: avaliar a capacidade de recuperação das MSD´s no que tange a

comunicação interna do Grupo de Comunicação- concluiu-se que este objetivo foi realizado porque

após avaliação dos conteúdos das oito entrevistas realizadas, pôde-se perceber que as MSD´s

recuperam a capacidade de interação colaboradores- empresa e empresa- colaboradores. Na

ferramenta, o emissor e receptor se hibridizam, permitindo a interação e a geração de sentidos,

recuperam também as informações baseadas em texto, ou seja, tudo fica documentado, todos os

eventos podem ser acessados, os que já aconteceram, e os que ainda estão por acontecer, tudo fica

em um histórico: como reuniões por exemplo. Ou seja, a memória eletrônica fica na mídia também,

não tem como o colaborador dizer que não viu ou não ficou sabendo de tal informação. Resgata

ainda, a integração das relações internas no ambiente laboral, todos têm, pois, um perfil na rede e

mesmo que não se conheçam pessoalmente, passam a se conhecer virtualmente. São capazes

também de recuperar a liberdade de comunicação, devido a transparência das relações o que acaba

por desenvolver uma relação de confiança com seus públicos e a livre expressão, a partir do

momento que os colaboradores se interessam e se envolvem, mexe com o comportamento na rede.

A partir daí resgata a participação na construção de conceitos, estimula a colaboração, a troca de

conhecimento e informações, e dessa forma o processo comunicacional tende a enriquecer.

Sexto objetivo específico: investigar as influências das MSD´s na elaboração de estratégias

de comunicação interna do Grupo- foi atendido pois com a investigação feita após análise de

conteúdo das oito entrevistas realizadas com os gestores participantes da pesquisa, percebeu-se

que, as MSD´s influenciam e muito na elaboração de estratégias de comunicação interna. Para a

maioria dos gestores o Sua Voz acaba influenciando a partir do momento que exerce o poder de

transformar o “mundo territorial em virtual”, causando então um processo de reversão, e de

recuperação das informações baseadas em texto: podendo documentar arquivos, mídias, marcar

reuniões, e os membros não têm como dizer que não estavam sabendo, devido ao caráter da

interatividade e da falta de privacidade que assumem também. O que acaba então, por aperfeiçoar

o processo comunicacional da empresa, sendo o início de uma estratégia organizacional eficiente,

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trazendo mais velocidade para a transmissão das mensagens, liberdade de comunicação e

expressão, e descentralização para a tomada de decisão, levando assim, a um modelo de

participação e colaboração na construção de conceitos, características básicas das ferramentas

digitais: a troca de conhecimentos e informações, enriquecendo, inclusive, o fluxo de informações.

Sétimo objetivo específico: observar a relação existente entre as MSD´s e a estrutura

organizacional do Grupo de Comunicação- foi aferido que após análise de conteúdo dos fragmentos

de texto das oito entrevistas realizadas com os gestores participantes da pesquisa, o objetivo foi

atingido, porque com o potencial que assume as MSD´s para a organização, percebeu-se que está

havendo alterações não só na cultura organizacional, o impacto provocado pela revolução digital

já afirmado por Kunsch (2010), é sentido na empresa pesquisada em toda esfera estrutural,

portanto, o processo de mudança também é sentido na estrutura organizacional quando os gestores

afirmam o repensar da estrutura a partir de ações como: descentralização das informações e

decisões; liberdade de comunicação e participação/colaboração na construção de conceitos;

estimulação da integração, aproximação e liberdade de comunicação; velocidade no processo

comunicacional; modernização da empresa diante do cenário competitivo. As ferramentas digitais

desafiam a gestão organizacional tradicional o que requer muita flexibilidade, criatividade, novos

posicionamentos e conhecimentos dos processos comunicacionais. Três dos gestores parecem não

ter certeza da influência que as MSD´s tem exercido no processo de mudança que a empresa vem

sofrendo nos últimos anos, mas afirmam a mídia exercer forte influência no dia a dia de trabalho,

em determinadas ações de gestão, de comportamento, de convivência e de comunicação, portanto,

no conteúdo intrínseco de seus discursos relatam alterações na estrutura e no extrínseco relatam

incertezas quanto a alteração da estrutura.

Oitavo objetivo específico: detectar procedimentos de gestão das inovações na

comunicação para o aperfeiçoamento do processo de comunicação interna do Grupo de

Comunicação- enfim o último objetivo da pesquisa foi também logrado com êxito pois, com as

análises feitas das entrevistas dos gestores participantes da pesquisa observa-se que a empresa

utiliza como principal fonte de inovação a própria MSD, chamada de SUA VOZ, o que quer dizer:

Diz aí o seu recado, cada um tem sua voz, e as formas de como torná-la mais eficiente, como o

envio de Newsletter da rede social, que através de um link encaminha o membro à rede, também

com o envio de e-mails onde no topo o assunto é SUA VOZ e a notícia vem bem pequenina para

que o membro acesse a mídia. Promoções são feitas para movimentar os interagentes a

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participarem, se integrarem, se aproximarem e ainda acessarem a mídia, movimentarem a mesma,

interagirem com a empresa, se envolverem em causas, muitas vezes socioambientais também,

colaboradores na maioria das vezes são premiados nessas promoções que acabam estimulando a

interação da rede social interna. Portanto , ter um departamento exclusivo para pensar, desenvolver

e alimentar a comunicação interna do Grupo é fator preponderante para trabalhar a comunicação

como estratégia, ainda, a parceria que é desenvolvida com o departamento de Recursos Humanos,

a conexão que existe entre os dois departamentos evidencia o tempo inteiro durante a pesquisa e as

entrevistas, além de ser percebido o envolvimento dos demais gestores no processo de gestão da

comunicação organizacional, Gruning (2001) afirma que um processo comunicacional eficiente só

é efetivado a partir do envolvimento dos gestores, especialistas e profissionais de Recursos

Humanos. Há de ressaltar ainda, a importância desse gestor no dia a dia de trabalho, o quanto a

consciência do seu papel para a organização é de fundamental importância enquanto líder de uma

equipe, a sua gestão, depende, pois, do bom desenvolvimento do produto final. O feedback foi

citado como inovação na forma de gerenciar as inovações em comunicação, porém como

denominam Bueno (2003); e Robbins (2011) é a mais rica porque oferece o maior número de

informações transmitidas durante um episódio de comunicação, é imediato e existe a possibilidade

do toque especial de cada um, diante disto nunca cairá em desuso, foi considerada por alguns

gestores da pesquisa como a mais básica de todas e a comunicação face a face é utilizada para

realizar o feedback com suas equipes. Ainda foi lembrado que se utilizadas erroneamente, as

ferramentas digitais podem causar isolamento e/ou perdas de referenciais por exemplo, ou então,

como forma de distração no trabalho, ausência do fator emocional na transmissão das mensagens,

e a tendência a impessoalidade, mas neste estudo de caso, percebeu-se que, como o SUA VOZ é

uma rede de certa forma controlada, os entraves aparecem muito pouco no conteúdo dos discursos.

Face ao exposto, a partir do cumprimento dos objetivos específicos e referencial de análise

proposto, se pode afirmar que o objetivo geral deste estudo que era: analisar as influências das

MSD´s no processo de comunicação organizacional interna no ponto de vista dos gestores em um

Grupo de Comunicação da Paraíba, fôra alcançado. E que, portanto, a questão problema: Como o

processo de comunicação organizacional interno é afetado pelas mídias sociais digitais em um

Grupo de Comunicação? Foi respondida. A empresa pesquisada tem, pois, tentado se adequar e se

manter competitiva no mercado ao longo dos últimos quatro anos, trabalhar com as MSD´s

internamente é um desafio, e para tornar suas influências mais positivas no ambiente laboral, o

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Grupo Comunicacional, estrategicamente, lançou a ideia de trabalhar com um canal formal de

transmissão de informações que faz as vezes de uma MSD, porém esta é, digamos que “controlada”

mas tem todas as ferramentas de um facebook por exemplo, dessa maneira, a empresa tem

conseguido atingir seus objetivos e feito seu processo de comunicação, que atualmente, é mais

dinâmico, funcionar de maneira eficiente.

Com efeito, convém pesquisas futuras para levantamentos de dados a fim de estudar as

influências das MSD´s em empresas do mesmo segmento em Estados diferentes do Nordeste, com

o firme propósito de se fazer comparação entre as afiliadas.

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APÊNDICE A – Roteiro de Entrevista

1 De que maneira o modo de produzir e veicular mensagens na empresa tem sido afetado com

a chegada dos meios digitais?

2 O que as Mídias Sociais Digitais são capazes de recuperar, no que diz respeito à

comunicação interna?

3 Quais as contribuições das MSD´s para o aperfeiçoamento da comunicação organizacional

interna?

4 Os padrões e as características das Mídias Sociais Digitais alteram a velocidade com a qual

a comunicação organizacional é realizada. Quais as implicações dessa afirmação para a

comunicação interna?

5 Qual a influência ou interferência das MSD´s na elaboração de estratégias de comunicação

interna?

6 Com a chegada das Mídias Sociais Digitais, como não tornar outras formas de comunicação

interna, já amplamente difundida pela empresa, obsoletas?

7 A constatação do potencial que assume as Mídias Sociais Digitais para a organização

interna, tem levado as empresas a repensarem suas estruturas organizacionais?

8 Como você gerencia essas inovações na comunicação de forma a aperfeiçoar o processo de

comunicação interna?

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APÊNDICE B- Categorias de Análise

De que maneira o modo de produzir e veicular mensagens, na empresa, tem sido afetado com a chegada

dos meios digitais?

1 Nó principal Nós secundário (1) Nós secundário (2) Nós secundário (3)

O modo como as

mídias Sócias afetam

a veiculação das

mensagens na empresa

Afetam positivamente na

veiculação de mensagens

da empresa

Não interferem na

veiculação de

mensagens da

empresa (neutro)

Afetam negativamente

na veiculação de

mensagens da

empresa

O que as Mídias Sociais Digitais são capazes de recuperar, no que diz respeito à comunicação interna?

2 Nó Principal Nó secundário (1) Nó secundário (2)

As Mídias Sociais Digitais e a

capacidade de recuperação/

resgate da comunicação

interna

Não recuperam/ Resgatam Recuperam/ Resgatam Pouco

Nó secundário (3) Nó secundário (4)

Recuperam/ Resgatam Muito Recuperam/ Resgatam Totalmente

Quais as contribuições das MSD´s para o aperfeiçoamento da comunicação organizacional interna?

3 Nó Principal Nó secundário (1) Nó secundário (2)

As Mídias Sociais

Digitais e o

aperfeiçoamento da

comunicação interna

Não aperfeiçoa em nada Aperfeiçoa pouco

Nó secundário (3) Nó secundário (4)

Aperfeiçoa muito Aperfeiçoa totalmente

Os padrões e as características das Mídias Sociais Digitais alteram a velocidade com a qual a

comunicação organizacional é realizada. Quais as implicações dessa afirmação para a comunicação

interna?

4 Nó Principal Nó secundário (1) Nó secundário (2)

As mídias sócias e as

implicações da velocidade na

comunicação interna

Amplia; melhora a

comunicação interna

Não errar na transmissão das

mensagens

Nó secundário (3) Nó secundário (4)

Precisa de mais gente,

mais tempo para se dedicar a

informação, pensar conteúdos

novos, conteúdos diferentes

Recebe a informação de

forma mais rápida, mas isso não é

prerrogativa de que a mesma

tenha sido absorvida

Nó secundário (5) Nó secundário (6)

Compreendem o

quanto a comunicação interna

é importante

Essas mídias fazem com

que o indivíduo se torne,

naturalmente um ser ativo na

construção do processo de

comunicação.

Nó secundário (7) Nó secundário (8)

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O funcionário deve estar

acompanhando as

atualizações das informações

transmitidas pela empresa

Acaba Interferindo de forma

negativa na vida pessoal do

funcionário

Qual a influência ou interferência das MSD´s na elaboração de estratégias de comunicação interna?

5 Nó principal Nó secundário (1) Nó secundário (2) Nó secundário (3)

As mídias sociais

digitais e suas

influências nas

estratégias da

empresa

Nenhuma influência Pouca influência Muita influência

Com a chegada das Mídias Sociais Digitais, como não tornar outras formas de comunicação interna, já

amplamente difundida pela empresa, obsoletas?

6 Nó principal Nó secundário (1) Nó secundário (2) Nó secundário (3)

Ferramentas da

comunicação amplamente

já difundidas tornando-se

obsoletas com a chegada

das mídias sociais

Nenhuma

Obsolescência Pouca Obsolescência Muita Obsolescência

A constatação do potencial que assume as Mídias Sociais Digitais para a organização interna, tem levado

as empresas a repensarem suas estruturas organizacionais?

7 Nó principal Nó secundário (1) Nó secundário (3) Nó secundário (4)

As Mídias sociais

digitais levam as

empresas a

repensarem suas

estruturas

organizacionais

Ainda Não Não muito

Muito

Como você gerencia essas inovações na comunicação de forma a aperfeiçoar o processo de comunicação

interna?

8 Nó Principal Nó secundário (1) Nó secundário (2)

Gestão da Inovação na

Comunicação para aperfeiçoar o

processo de comunicação

interna

Não melhorou em nada a

aperfeiçoamento

Melhorou pouco o

aperfeiçoamento

Nó secundário (3) Nó secundário (4)

Melhorou muito o

aperfeiçoamento

Melhorou totalmente o

aperfeiçoamento