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Variabilidade da proporção dos fármacos da Pasta Guedes-Pinto manipulada pó alunos e profissionais de Odontologia Juliana Bernardes Fanaro, Anna Carolina Volpi Mello-Moura, Fausto Medeiros Mendes, Marcia Turolla Wanderley, Antônio Carlos Guedes-Pinto 1 Faculdade de Odontologia, Universidade de São Paulo, São Paulo 1. Objetivos A Pasta Guedes-Pinto (PGP), associação dos fármacos Rifocort ® , Paramonoclorofenol Canforado e Iodofórmio, é utilizada para tratamento endodôntico de dentes decíduos. A manipulação da pasta é realizada no momento da utilização. O objetivo deste trabalho foi avaliar a variabilidade na proporção dos fármacos da PGP manipulada por alunos de graduação e profissionais de Odontologia. 2. Material e Métodos A realização deste trabalho foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade de São Paulo com protocolo de número 16/07. Participaram do estudo 52 voluntários, divididos em 4 grupos segundo critérios de exclusão e inclusão: G1 (15 alunos de graduação, com experiência de no mínimo de duas manipulações da PGP), G2 (15 especialistas em Odontopedriatria ou em finalização do curso), G3 (15 professores e clínicos de Odontopedriatria, que utilizavam a PGP) e G4 (7 professores de Odontopedriatria que preconizavam a PGP). Cada voluntário manipulou a PGP em três partes visualmente iguais de cada fármaco, como preconiza Guedes-Pinto et al. (1981). Cada componente foi pesado em uma balança analítica de precisão Voyager Pro, e caso julgasse necessário, o voluntário poderia acrescentar algum dos fármacos e o peso (gramas) era acrescido ao peso inicial deste. Depois de calculada a porcentagem dos fármacos na pasta de cada voluntário os dados obtidos foram submetidos a constatação do padrão de distribuição da amostra (Kolmogorov-Smirnov) sendo utilizado para análise estatística a ANOVA e coeficiente de correlação interclasse. 3. Resultados e Discussão A média de cada fármaco nos grupos G1, G2, G3 e G4 foi respectivamente 23,0%, 21,66%, 29,0%, 27,7% para o Rificort; 10,0%, 5,8%, 8,37%, 5,99% para o Paramonoclorofenol canforado e 67,0%, 72,51%, 63,55%, 66,13% para o Iodofórmio; mostrando que não houve diferença significante dos fármacos entre os grupos. Para os componentes, em cada grupo, houve um alto coeficiente de correlação intraclasse: G1, 09936; G2, 09986; G3, 0,9921 e G4, 0,9876. 4. Conclusões Conclui-se que a manipulação da PGP feita por alunos e profissionais de Odontologia segue proporções semelhantes, podendo ser definida pela média da concentração dos componentes: 7,54% (Paramonoclorofenol canforado), 67,3% (Iodofórmio), 25,34% (Rifocort ® ). Apesar disso, as variações na proporção dos componentes da PGP podem alterar o desempenho clínico da PGP e por isso ressalta-se e importância de se padronizar a proporção. 5. Referências bibliográficas Guedes-Pinto, A.C.; Paiva, J.G.; Bozzolz, J.R. Tratamento endodôntico de dentes decíduos com polpa mortificada. Rev Assoc Paul Cir Dent, v.35, n.3,p.240-245, Maio/Jun. 1981. Guedes-Pinto A.C. Tratamento endodôntico em dentes decíduos. In Guedes – Pinto, A.C. Odontopediatria. São Paulo: Santos, 2003.

variabilidad de proporción de fármacos

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Variabilidade da proporção dos fármacos da Pasta Guedes-Pinto manipulada pó alunos e profissionais de Odontologia

Juliana Bernardes Fanaro, Anna Carolina Volpi Mello-Moura, Fausto

Medeiros Mendes, Marcia Turolla Wanderley, Antônio Carlos Guedes-Pinto

1Faculdade de Odontologia, Universidade de São Paulo, São Paulo

1. Objetivos

A Pasta Guedes-Pinto (PGP), associação dos fármacos Rifocort®, Paramonoclorofenol Canforado e Iodofórmio, é utilizada para tratamento endodôntico de dentes decíduos. A manipulação da pasta é realizada no momento da utilização. O objetivo deste trabalho foi avaliar a variabilidade na proporção dos fármacos da PGP manipulada por alunos de graduação e profissionais de Odontologia.

2. Material e Métodos

A realização deste trabalho foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade de São Paulo com protocolo de número 16/07. Participaram do estudo 52 voluntários, divididos em 4 grupos segundo critérios de exclusão e inclusão: G1 (15 alunos de graduação, com experiência de no mínimo de duas manipulações da PGP), G2 (15 especialistas em Odontopedriatria ou em finalização do curso), G3 (15 professores e clínicos de Odontopedriatria, que utilizavam a PGP) e G4 (7 professores de Odontopedriatria que preconizavam a PGP). Cada voluntário manipulou a PGP em três partes visualmente iguais de cada fármaco, como preconiza Guedes-Pinto et al. (1981). Cada componente foi pesado em uma balança analítica de precisão Voyager Pro, e caso julgasse necessário, o voluntário poderia acrescentar algum dos fármacos e o peso (gramas) era acrescido ao peso inicial deste. Depois de calculada a porcentagem dos fármacos na pasta de cada voluntário os dados obtidos foram submetidos a constatação do padrão de distribuição da amostra (Kolmogorov-Smirnov) sendo utilizado para análise estatística a ANOVA e coeficiente de correlação interclasse.

3. Resultados e Discussão A média de cada fármaco nos grupos G1, G2, G3 e G4 foi respectivamente 23,0%, 21,66%, 29,0%, 27,7% para o Rificort; 10,0%, 5,8%, 8,37%, 5,99% para o Paramonoclorofenol canforado e 67,0%, 72,51%, 63,55%, 66,13% para o Iodofórmio; mostrando que não houve diferença significante dos fármacos entre os grupos. Para os componentes, em cada grupo, houve um alto coeficiente de correlação intraclasse: G1, 09936; G2, 09986; G3, 0,9921 e G4, 0,9876.

4. Conclusões Conclui-se que a manipulação da PGP feita por alunos e profissionais de Odontologia segue proporções semelhantes, podendo ser definida pela média da concentração dos componentes: 7,54% (Paramonoclorofenol canforado), 67,3% (Iodofórmio), 25,34% (Rifocort®). Apesar disso, as variações na proporção dos componentes da PGP podem alterar o desempenho clínico da PGP e por isso ressalta-se e importância de se padronizar a proporção.

5. Referências bibliográficas Guedes-Pinto, A.C.; Paiva, J.G.;

Bozzolz, J.R. Tratamento endodôntico de dentes decíduos com polpa mortificada. Rev Assoc Paul Cir Dent, v.35, n.3,p.240-245, Maio/Jun. 1981.

Guedes-Pinto A.C. Tratamento endodôntico em dentes decíduos. In Guedes –Pinto, A.C. Odontopediatria. São Paulo: Santos, 2003.