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Revista Análise, ano XIII, n. 21, jan-jul 2014 ISSN 1519 -0846 1 Apresentação É com satisfação que apresento a última edição da Revista Análise. Essa publicação, a nº 21 do ano 13, contém cinco artigos que abordam temas da administração, economia e ciências contábeis da conjuntura nacional. O primeiro artigo traz um estudo sobre os indicadores econômicos dos Municípios da Região de Piracicaba. Nesse estudo, os autores realizaram um diagnóstico regional dos repasses dos principais tributos tais como ICMS, IPVA, IPI, ISSQN e FPM dos municípios de Capivari, Charqueada, Elias Fausto, Piracicaba e Rafard. O segundo texto discute o estilo de aprendizagem do estudante universitário, focado em disciplinas de negócios. Faz parte deste contexto a motivação, inteligência, interesse, crenças, entre outros. A autora investigou as diferenças dos fatores originais a partir da aplicação de um Questionário de Estratégias de Motivação e Aprendizagem ( MSLQ). O terceiro artigo trata basicamente de endomarketing e como ele tem-se tornado uma importante ferramenta para as organizações. Os autores destacam a sua importância em busca de alinhar todos os funcionários para o alcance dos objetivos organizacionais, trazendo, como principal benefício, a visão compartilhada e o fortalecimento das relações. O quarto texto teve o objetivo principal de identificar aspectos pertinentes ao processo de aprendizado dos alunos dos cursos de gestão. Ele traz à tona a discussão sobre os principais métodos de ensino nesses cursos, e as dificuldades de aprendizagem dos alunos. Por fim, o último artigo desse número da Revista Análise caracteriza o processo decisório de indivíduos inseridos nas sociedades globais, baseada em uma economia capitalista de bem estar que enfatiza o consumo. Para essa análise os autores consideraram os aspectos da Teoria dos Jogos como elementos de competição, cooperação e coopetição para ajudar a compreender o cenário da sociedade de consumo e os elementos que a caracterizam. Boa leitura! Fabrício José Piacente

XVIII Congresso Brasileiro de Engenharia Biomédica · Revista Análise, ano XIII, n. 21, jan-jul 2014 ISSN 1519-0846 1 Apresentação

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Revista Análise, ano XIII, n. 21, jan-jul 2014 ISSN 1519-0846

1

Apresentação

É com satisfação que apresento a última edição da Revista Análise. Essa

publicação, a nº 21 do ano 13, contém cinco artigos que abordam temas da administração,

economia e ciências contábeis da conjuntura nacional.

O primeiro artigo traz um estudo sobre os indicadores econômicos dos Municípios

da Região de Piracicaba. Nesse estudo, os autores realizaram um diagnóstico regional dos

repasses dos principais tributos tais como ICMS, IPVA, IPI, ISSQN e FPM dos municípios

de Capivari, Charqueada, Elias Fausto, Piracicaba e Rafard.

O segundo texto discute o estilo de aprendizagem do estudante universitário, focado

em disciplinas de negócios. Faz parte deste contexto a motivação, inteligência, interesse,

crenças, entre outros. A autora investigou as diferenças dos fatores originais a partir da

aplicação de um Questionário de Estratégias de Motivação e Aprendizagem ( MSLQ).

O terceiro artigo trata basicamente de endomarketing e como ele tem-se tornado

uma importante ferramenta para as organizações. Os autores destacam a sua importância

em busca de alinhar todos os funcionários para o alcance dos objetivos organizacionais,

trazendo, como principal benefício, a visão compartilhada e o fortalecimento das relações.

O quarto texto teve o objetivo principal de identificar aspectos pertinentes ao

processo de aprendizado dos alunos dos cursos de gestão. Ele traz à tona a discussão sobre

os principais métodos de ensino nesses cursos, e as dificuldades de aprendizagem dos

alunos.

Por fim, o último artigo desse número da Revista Análise caracteriza o processo

decisório de indivíduos inseridos nas sociedades globais, baseada em uma economia

capitalista de bem estar que enfatiza o consumo. Para essa análise os autores consideraram

os aspectos da Teoria dos Jogos como elementos de competição, cooperação e coopetição

para ajudar a compreender o cenário da sociedade de consumo e os elementos que a

caracterizam.

Boa leitura!

Fabrício José Piacente

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2

SUMÁRIO

Um Estudo sobre os Repasses Estaduais ao Município de Piracicaba e

Região

Vanessa de Cillos Silva

Fabrício José Piacente

Ana Carolina Santos Carneiro

Vanessa Vaz Setem

....3

Análise dos Fatores Originais do Instrumento MSLQ com base em Alunos

de Instituições Privadas Brasileiras

Márcia Adriana da Silveira Gomes

....18

Endomarketing: Uma revisão bibliográfica aplicada aos eventos da Anpad

Bernardo Ferreira Machado

Irene Raguenet Troccoli

....45

Metodologias de Ensino para os Cursos de Gestão

Alexandre Cacozzi

Iramy Cainã Marquezin

....52

O Processo Decisório e a Teoria dos Jogos

Valdir Antonio Vitorino Filho

João Batista de Camargo Júnior

Silvio Roberto Ignácio Pires

Mário Sacomano Neto

....76

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3

UM ESTUDO SOBRE OS REPASSES ESTADUAIS AO MUNICÍPIO DE

PIRACICABA E REGIÃO

Vanessa de Cillos Silva1

Fabrício José Piacente2

Ana Carolina Santos Carneiro3

Vanessa Vaz Setem4

Resumo

Indicadores econômicos possibilitam a realização de uma análise comparativa do desempenho

econômico em um determinado espaço de tempo, realização de um diagnóstico regional que

oferecerá subsídios na tomada de decisões relacionadas as políticas públicas e proporciona uma

melhor interpretação da situação atual da economia. Esse trabalho teve o objetivo de realizar um

diagnóstico regional e avaliar os repasses dos tributos ICMS, IPVA, IPI, ISSQN e FPM dos

municípios de Capivari, Charqueada, Elias Fausto, Piracicaba e Rafard. Para isso, foram coletados

dados nos sites da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo e Secretaria do Tesouro Nacional.

Observou-se que a fatia referente aos repasses do Fundo de Participação tem aumentado

consideravelmente durante o período analisado. Quanto ao valor do ICMS repassado aos

municípios analisados, a disparidade decorre da cota-parte que define o percentual de participação

de cada um no montante arrecadado pelo estado. Já o IPI, tem uma função extra fiscal proibitiva.

Pode ser utilizado pelo governo federal como um imposto seletivo, estimulando o consumo de

determinados produtos em detrimento a outros, para isso a autoridade monetária reduzir ou

aumenta significativamente sua alíquota.

Palavras-chave: Tributos, Repasses, Carga Tributária.

Abstract

Economic indicators allow a comparative analysis of economic performance in a given space of

time, make a diagnosis that will offer regional subsidies in making decisions regarding public

policies and provide a better interpretation of the current state of the economy. To do this, data

were collected on the websites of the Department of Finance of the State of São Paulo and the

National Treasury. The study gave a brief explanation about the evolution of taxes, especially those

of the ICMS share of property taxes, and the ISSQN IPI and the transfer of the FPM for the five

municipalities located in the administrative region of Piracicaba. It was observed during the study

that the share transfers relating to the Participation Fund has increased considerably during the

period analyzed. As for the amount of ICMS transferred to municipalities analyzed, the disparity

arises from the quota-share that defines the percentage of participation of each in the amount

collected by the state. Since the IPI has an extra function prohibitive tax. It can be used by the

federal government as an excise, encouraging the consumption of certain products over others,

that the monetary authority to reduce or significantly increases its rate.

Keywords: Taxes, Transfers, Tax Burden

1 Mestre em Economia Aplicada pela ESALQ/USP, professora na Faculdade da Tecnologia de Piracicaba

([email protected]) 2 Doutor em Economia pelo IE/UNICAMP, professor do Programa de Mestrado em Gestão em Tecnologia

em Sistemas Produtivos do Centro Paula Souza e professor do UNIANCHIETA ([email protected]) 3 Graduada em Tecnologia em Gestão Empresarial pela Faculdade de Tecnologia de Piracicaba

([email protected]) 4 Graduada em Tecnologia em Gestão Empresarial pela Faculdade de Tecnologia de Piracicaba

([email protected])

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Introdução

Indicadores econômicos são grandezas do estudo da economia, que auxiliam na análise e

apontamento de dados ou informações do comportamento de diferentes variáveis que compõem um

sistema econômico de uma região, estado ou país. Com eles pode-se fazer uma análise comparativa

do desempenho econômico em um determinado espaço de tempo, realizar um diagnóstico regional

que oferecerá subsídios na tomada de decisões relacionadas às políticas públicas e proporcionar uma

melhor interpretação da situação atual da economia.

A Região de Governo de Piracicaba, foco do presente trabalho, e que integra a Região

Administrativa de Campinas, conta com uma população de aproximadamente 365 mil habitantes,

sendo considerado um município de destaque. Em 2007 possuía o maior grau de urbanização de toda

a região, com 97% da população vivendo em ambiente urbano. Essa região possui um conjunto

cultural rico, fortemente industrializada e com uma economia crescente e bastante diversificada,

sendo Piracicaba o 46º município mais rico do Brasil e a 5ª cidade do estado em valor de exportações,

segundo IBGE (2005).

No perfil produtivo da região, destaca-se o setor agrícola, com culturas de cana-de-açúcar,

café, laranja e milho e no setor industrial destacam-se os setores metalúrgicos, mecânico, têxtil,

alimentício e combustível, totalizando mais de 5.000 mil empresas, segundo IBGE (2008).

O objetivo deste trabalho é analisar os repasses estaduais aos municípios de Capivari,

Charqueada, Elias Fausto, Piracicaba e Rafard, com destaque aos seguintes tributos: ICMS (Imposto

sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços); IPVA (Imposto sobre a Propriedade de

Veículos Automotores); IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados); ISSQN (Imposto sobre

Serviços de Qualquer Natureza) e FPM (Fundo de Participação dos Municípios), que juntos

representam quase todo o volume de repasse financeiro aos municípios da região.

1. Referencial Teórico

1.1. A Evolução da Carga Tributária no Brasil

Desde o seu descobrimento, o Brasil possui uma política de incentivos fiscais, com o objetivo

de oferecer subsídios a diferentes setores e localidades.

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Em 1534, surgiu a primeira “organização tributária”, com as capitanias hereditárias que

tinham o intuito de arrecadar impostos e tributos, no qual os donos de terra tinham como dever pagar

ao rei parte da sua produção na terra (GRZYBOVSKI & HAHN, 2006).

Em 1808, o Brasil engata em uma nova fase econômica com a chegada da família real

portuguesa e a instalação da sede da mesma. Nesse mesmo ano, o Brasil abriu as portas às nações

amigas e passa a integrar o comércio internacional. Em 1810 assina o tratado de “Aliança e Livre

Comércio de Navegação”, no qual são sugeridos incentivos fiscais com a redução nas taxas de

importação. Esse acordo beneficiava a Inglaterra, pois as mercadorias deste país sofriam tributação de

15% para entrar no Brasil, enquanto que dos produtos dos portugueses seriam cobrados 16% e dos

demais países 24% (EICH & LOZECKYI, 2007).

Até 1930 o sistema tributário brasileiro permaneceu conforme o império, sendo o imposto de

importação a principal fonte de renda dos cofres públicos, representando 2/3 da receita pública,

afirma Varsano (1996).

Segundo Giambiasi e Além (2008), a carga tributária brasileira passou por um crescimento

lento entre 1946 a 1958, no qual só atingiu cerca de 25% do PIB. Após a reforma tributária de 1960,

que apesar da falta de retidão e a alta centralização, a União era considerada avançada para a época.

A carga tributária manteve-se nesse nível desde o final dos anos de 1960 até ao longo da

década de 1980, onde nesta última década houveram diversas mudanças na legislação tributária

objetivando a sustentação na arrecadação, atingindo um crescimento expressivo de 27% em 1986,

com a aprovação do Plano Cruzado (GIAMBIAGI & ALÉM, 2008).

O Plano Cruzado foi um plano econômico lançado durante o governo de José Sarney. O plano

foi criado em 1986 pelo ministro da Fazenda (Dilson Funaro), período onde o Brasil vivia um

estado de euforia (inflações, eleições, escassez de alguns produtos). O principal objetivo do plano foi

a redução da inflação, porém foi um fracasso, pois acarretou no congelamento dos preços dos

produtos.

Em 1990, com o Plano Collor, que tinha como objetivo reduzir a inflação e reajustar a

economia para combater a crise, o Brasil atingiu um PIB excepcional de 30%.

Com o Plano Real em 1994 houve a estabilização da economia e a aprovação de novas

medidas para aumentar os impostos. Os objetivos desse plano eram a estabilização dos preços, a

abertura comercial, as privatizações, investimentos estrangeiros e a liberalização cambial.

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Ao longo do estudo da evolução da carga tributária destacaram-se na arrecadação total de

impostos, os tributos sobre bens e serviços e houve uma baixa participação na arrecadação os tributos

sobre patrimônio e a renda.

1.2. Impostos

O imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de

qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte, segundo Art.16 do Código Tributário

Nacional – CTN, de 1966.

Com base na definição acima descrita pelo art. 16 do CTN, percebe-se que a incidência do

imposto sempre será uma atividade não estatal e de direito privado, no qual deverá ser praticada pelo

contribuinte, sendo assim classificada como tributo não vinculado.

Os impostos podem ser classificados como diretos e indiretos. Os impostos diretos são aqueles

que atingem o patrimônio e a renda do contribuinte, ou seja, são pagos diretamente pelos

contribuintes (Ex: IR, IPVA, IPTU, entre outros). Os impostos indiretos são aqueles embutidos nos

produtos ou serviços adquiridos pelo contribuinte, no qual o contribuinte legal é a pessoa jurídica que

deve repassar aos cofres públicos (Ex: IPI, ICMS, ISS, entre outros).

O imposto serve para o custeio das despesas públicas gerais ou universais, ou seja, os

impostos arrecadados servem para manter os cofres públicos, auxiliando no pagamento das dívidas e

despesas públicas (SABBAG, 2005).

O presente estudo sobre “Finanças Públicas – Estudo sobre os Repasses Estaduais à Piracicaba

e Municípios da Região” será focado nos principais impostos: ICMS, IPVA, IPI, ISS e FPM.

1.2.1. ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços

O ICMS é o imposto sobre operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestação

de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação, conforme Art.155,II, da

CF/88; LC nº 87/96.

Segundo Biderman e Arvate (2004), no Brasil o imposto sobre o consumo, o ICMS é de

competência do Estado. É um tributo que apresenta distorções diversas, particularmente no que diz

respeito à formação de capital e ao comércio inter-regional e internacional. Essas distorções são ainda

agravadas pelo fato desse imposto ser de competência estadual.

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A alíquota do então ICM, hoje ICMS, em 1967 era a mesma para todas as mercadorias. No

entanto, após a Constituição de 1988 foram estabelecidas alíquotas diferentes para os produtos de

acordo com a essencialidade das mercadorias.

A resolução do Senado Federal nº 22/89 estabeleceu alíquotas internas estipuladas pelos

estados (17% ou 18%) e as alíquotas interestaduais, levando em consideração os seguintes critérios:

Alíquota de 7%: para operações interestaduais que destinarem mercadorias ou serviços a

contribuintes dos Estados das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste e para Espírito Santo;

Alíquota de 12%: para operações interestaduais que destinarem mercadorias ou serviços a

contribuintes dos Estados das regiões Sul e Sudeste;

Alíquota de 17% ou 18%: para operações de importação.

Atualmente, as alíquotas permanecem a mesma desde a resolução do Senado Federal nº 22/89.

1.2.2. IPVA – Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores

Segundo Sabbag (2005), o IPVA é imposto estadual com disciplinamento na Constituição

Federal, no comando inserido no art. 155, III. Foi criado em 1985, com a promulgação da Emenda nº

27/85 à Constituição Federal de 1967. O imposto poderá ser exigido em 1º de janeiro de cada

exercício, sendo devido no local em que o veículo foi registrado e licenciado, independentemente do

local do domicílio do proprietário ou possuidor.

O IPVA tem função fiscal, sendo criado com o intuito de melhorar a arrecadação de estados e

municípios, no qual pode assumir função extra fiscal na diferenciação de tributação em face do

combustível, tipo ou função do veículo (MACHADO, 2008).

A alíquota do IPVA é fixa e os valores são estabelecidos anualmente conforme marca,

modelo e ano de fabricação do veículo. São isentos do IPVA os veículos utilizados para fins

socioeconômicos específicos, como transporte público, terraplanagem, entre outros e veículos

antigos, no qual a isenção varia de 10 à 25 anos da data de fabricação e são definidos por cada estado.

1.2.3. IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados

O IPI é um dos principais tributos de responsabilidade da União, no qual o mesmo recai sobre

uma determinada categoria de bens, classificado como produtos da indústria. Esse imposto possui

interesse fiscal, já que representa importante acréscimo no orçamento fiscal. O IPI não possui

somente a função arrecadatória, mas também a função regulatória, uma vez que visa a essencialidade

do produto, ou seja, avalia a necessidade do bem.

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Esse tributo é classificado como extra fiscal porque pode ser utilizado como instrumento de

interferência na economia, no qual suas alíquotas podem ser aumentadas por ato do Poder Executivo,

nas condições e limites estabelecidos pela lei.

As alíquotas do IPI são estabelecidas conforme a essencialidade do produto, ou seja, possuem

alíquotas diferentes entre si. Elas são estabelecidas na TIPI (Tabela de Incidência do Imposto sobre

Produtos Industrializados), no qual variam de 0% à 365,63%. A taxa mais elevada, de 365,63%,

incide sobre os cigarros, as demais estão abaixo dos 20%.

1.2.4. ISS – Imposto sobre Serviços

O ISS, atualmente conhecido como ISSQN (Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza),

foi introduzido no Sistema Tributário Nacional através da Reforma Constitucional de 1965,

promovida pela Emenda Constitucional nº. 18/1965.

Segundo Monteiro (2008), o principal objetivo do ISSQN é a arrecadação de receitas para os

Municípios e o Distrito Federal, podendo assim custear as atividades e ter a função,

predominantemente fiscal, ou seja, arrecadatória.

Mesmo não tendo alíquota uniforme, pode-se dizer que o ISSQN é um imposto seletivo e

cumulativo. O imposto é seletivo quando as suas alíquotas são diminuídas devido à essencialidade

dos serviços prestados e, por consequência, aumentadas, devido à superfluidade dos mesmos. O

imposto é cumulativo (em cascata) quando incide sobre todas as operações subsequentes, inclusive

sobre o próprio imposto, não podendo ser compensado o imposto pago nas operações anteriores, nas

operações subsequentes (MONTEIRO, 2008).

As alíquotas do ISSQN podem ser fixadas pelos municípios, porém a União pode interferir e

fixar alíquotas mínimas e máximas para esses impostos através de lei complementar. Nos termos do

art. 88 do ADCT alíquota mínima é de 2% e a alíquota máxima é de 5% nos termos do art. 8º da Lei

Complementar nº 116/2003.

1.2.5. FPM – Fundo de Participação dos Municípios

O Fundo de Participação dos Municípios faz parte das transferências constitucionais e são

parcelas de recursos arrecadados pela União e distribuídos entres os estados, Distrito Federal e

municípios, conforme está estabelecido na Constituição Federal de 1988.

Segundo a Secretaria do Tesouro Nacional – STN (2011), os recursos dos fundos provêm da

arrecadação das receitas do IR (Imposto de Renda) e do IPI (Imposto de Produtos Industrializados).

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O Código Tributário Nacional (Lei nº 5172 de 25 de outubro de 1966), estabelece que são

destinados aos FPM 23,5% da receita líquida das restituições e dos incentivos fiscais, no qual do

valor total destinado ao FPM, 10% são distribuídos entre as capitais, 86,4% entre os demais

municípios e 3,6% distribuídos entre os municípios do interior com mais de 156.216 habitantes, de

acordo com o Decreto-Lei nº 1881 de 27 de agosto de 1981.

Segundo a Secretaria do Tesouro Nacional (2011) do FPM total, 35,22% são destinados aos

municípios da região Nordeste, 31,22% aos municípios da região Sudeste e 33,56 aos municípios da

região Norte, Centro-Oeste e Sul.

2. Metodologia

Foi realizado um levantamento de dados do setor de finanças públicas para repasse de tributos

para diagnóstico regional. Os dados foram coletados nos sites da Secretaria da Fazenda do Estado de

São Paulo e Secretaria do Tesouro Nacional.

Foram escolhidos para análise no presente trabalho, repasses dos seguintes tributos: ICMS,

IPVA, IPI, ISS e FPM. Estes foram escolhidos por representarem juntos, aproximadamente todo o

volume de repasses dos municípios da região.

Os municípios escolhidos da região de governo de Piracicaba, para o presente trabalho, foram:

Capivari, Charqueada, Elias Fausto, Piracicaba e Rafard.

3. Resultados e Discussão

3.1 Repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM)

No que se refere ao FPM, verifica-se na Tabela 1 que no período entre 2000 e 2010, a preços de

2000, houve uma elevação significativa dos recursos distribuídos aos municípios da região estudada.

Durante o mesmo período, foram repassados aos municípios em destaque um montante equivalente a

mais de R$486 milhões de reais. Nota-se que esses repasses, no seu conjunto, têm aumentado a cada

período, em 2000 foi de R$17,71 milhões já em 2011 subiu para aproximadamente R$72,2 milhões,

uma variação percentual da ordem de 307% para um período de 11 anos, o equivalente a uma taxa de

crescimento médio em torno de 30% ao ano.

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Tabela 1: Evolução histórica dos repasses do Fundo de Participação dos Municípios as

municipalidades estudadas – em reais (R$)

Anos Capivari Charqueada Elias Fausto Piracicaba Rafard

2000 3.400.759,90 1.889.311,30 1.511.449,16 9.590.725,74 1.338.838,16

2001 3.957.460,14 1.981.691,29 1.975.769,20 11.135.192,08 1.574.323,42

2002 4.865.667,37 2.163.716,07 2.701.951,83 13.731.100,18 1.921.616,25

2003 5.047.315,53 2.243.649,24 2.803.666,87 14.202.643,27 1.933.903,47

2004 5.549.467,89 3.083.037,91 3.083.037,91 15.824.523,23 2.059.674,44

2005 7.636.637,67 3.819.448,74 3.821.771,56 19.641.666,83 2.476.299,03

2006 8.417.644,12 4.208.980,56 4.210.025,03 21.722.490,34 2.640.730,11

2007 9.667.509,83 4.833.755,27 4.833.755,27 24.621.739,12 2.928.844,19

2008 11.025.401,17 6.125.223,02 6.125.223,02 30.225.236,72 3.675.134,00

2009 11.378.287,35 5.689.143,93 5.689.143,93 27.903.444,21 3.413.486,54

2010 12.194.652,62 6.097.326,49 6.097.326,49 29.845.390,53 3.658.396,04

2011 15.034.745,16 7.517.372,77 7.517.372,77 37.663.437,49 4.510.423,84 Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional, 2011

Quanto ao FPM, o município que durante o período analisado apresentou o maior recebimento

de repasse em termos absolutos foi o de Piracicaba, em torno de R$256 milhões, seguido por Capivari

com R$98 milhões; Elias Fausto com R$50,3 milhões; Charqueada com R$49,4 milhões e Rafard

com R$32,1 milhões. Em relação a evolução desse repasse para o período de 2000 a 2011, nota-se

que o município de Elias Fausto apresentou a maior variação percentual entre os anos analisados, seu

repasse foi de R$1,5 para R$7,5 milhões, um crescimento de aproximadamente 400%, o que

representa uma taxa anual média de evolução da ordem de 36,1% ao ano. Rafard foi o município,

dentre os estudados, que apresentou o menor crescimento em termos percentuais dos repasses do

FPM, 236%, o que representa um crescimento médio anual em torno de 21,5%.

A Tabela 2 apresenta dados da distribuição per capita do FPM para os municípios analisados.

Nota-se que, em média, foram repassados a partir do FPM do governo federal o equivalente a

R$158/hab em 2011. A maior relação per capita dentre os municípios estudados foi o de Rafard com

R$523/hab; seguido por Charqueada com R$49/hab; Elias Fausto com R$472/hab; Capivari com

R$306/hab; e por fim Piracicaba com R$103/hab.

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Tabela 2: Análise per capita do repasse do FPM de 2011 para os municípios da região estudada

Municípios Habitantes Repasse (R$) FPM per Capita (R$/hab)

Capivari 49.122 15.034.745,16 306

Charqueada 15.243 7.517.372,77 493

Elias Fausto 15.920 7.517.372,77 472

Piracicaba 367.290 37.663.437,49 103

Rafard 8.632 4.510.423,84 523

Total 456.207 72.243.352 158 Fonte: IBGE e Secretaria do Tesouro Nacional, 2011.

3.2 Arrecadações do Imposto sobre Serviços sobre Qualquer Natureza (ISSQN)

A Tabela 3, apresenta a evolução da arrecadação do ISSQN dos municípios analisados entre o

período de 2001 e 2010.

Tabela 3: Evolução histórica da arrecadação de ISS dos municípios estudados – em reais (R$) Anos Capivari Charqueada Elias Fausto Piracicaba Rafard

2001 970.184,49 280.244,88 108.523,45 20.382.098,76 93.147,71

2002 1.016.782,34 328.263,00 97.537,41 20.235.590,72 128.649,28

2003 1.433.810,49 668.660,00 136.176,47 23.822.739,00 149.763,96

2004 1.579.716,51 353.455,00 378.855,00 33.267.971,39 306.072,07

2005 1.986.907,49 433.320,00 464.347,26 38.522.152,52 306.108,43

2006 2.228.965,04 522.158,00 475.463,00 45.487.590,29 351.022,50

2007 2.514.593,22 793.624,00 532.421,73 52.151.197,65 625.293,84

2008 3.176.259,93 1.242.750,46 610.466,53 67.648.452,40 778.373,65

2009 2.943.726,12 923.590,71 618.506,77 64.975.625,70 652.107,49

2010 5.639.407,55 1.303.222,11 1.231.691,48 81.780.624,01 868.348,73

Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional, 2011

Observa-se na Tabela 3 que, de maneira geral, a arrecadação de ISSQN entre os municípios

analisados durante o período de 2001 e 2010 apresentou uma evolução considerável. O montante total

arrecadado por esses municípios foi de R$24,82 milhões em 2001 para R$97,37 milhões em 2010, um

crescimento de aproximadamente 292,2% no período, o que equivale a uma variação média anual da

ordem de 32,5%. Dentre os municípios analisados, Piracicaba apresenta, devido ao seu dinamismo

econômico e tamanho, a maior arrecadação acumulada durante o período, aproximadamente R$448

milhões, o equivalente a 82,2% de toda a arrecadação do conjunto dos municípios durante o período

analisado.

Quando analisada a evolução da arrecadação do ISSQN em termos comparativa para o período

em destaque, nota-se que Elias Fausto foi o município que apresentou a maior variação percentual,

em torno de 1034,9%, variando de R$108 mil em 2001 para R$1,2 milhão em 2010, o que representa

uma variação média anual da ordem de 115%. De maneira geral, o conjunto dos municípios

apresentaram um crescimento na arrecadação de ISSQN em torno de 292,3% para o período, variando

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de R$24,8 milhões em 2001 para R$97,3 milhões em 2010, o que corresponde a uma evolução média

de 32,5%.

A Tabela 4 apresenta uma análise comparativa da evolução da arrecadação per capita do

ISSQN para os municípios selecionados. Observa-se que dentre eles, Capivari foi o que apresentou a

maior relação per capita de arrecadação de ISSQN para o ano de 2001, R$80,56/hab, um valor

superior à média de todos os municípios para o período que foi de R$54,41/hab.

Tabela 4: Evolução per capita da arrecadação do ISS pra os municípios da região estudada – período

da variação de 2001 e 2010 Municípios 2001 2010

Var. per

Capita (%) Habitantes Repasse (R$)

ISS per

Capita

(R$/hab)

Habitantes Repasse (R$)

ISS per

Capita

(R$/hab)

Capivari 41.468 3.957.460,14 80,56 49.122 12.194.652,62 294,07 265,02%

Charqueada 13.037 280.244,88 18,39 15.243 1.303.222,11 99,96 443,72%

Elias Fausto 13.888 108.523,45 6,82 15.920 1.231.691,48 88,69 1201,01%

Piracicaba 329.158 20.382.098,76 55,49 367.290 81.780.624,01 248,45 347,72%

Rafard 8.360 93.147,71 10,79 8.632 868.348,73 103,87 862,56%

Total 405.911 24.821.474,94 54,41 456.207 97.378.538,95 239,90 340,93%

Fonte: IBGE (Censo demográfico e 2000 e 2010) e Secretaria do Tesouro Nacional.

Para o ano de 2010, todos os municípios analisados apresentaram evoluções consideráveis na

relação per capita de ISSQN arrecadada, quando comparado com o ano de 2001. Elias fausto

apresentou o maior crescimento, na ordem de 1200% variando de um pouco mais de R$6/hab em

2001 para em torno de R$88,7/hab em 2010.

3.3 Repasses do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS)

A Tabela 5 apresenta a evolução do repasse do ICMS acumulado na cota-parte para cada um

dos municípios em estudo. Nota-se que o repasse de ICMS para os municípios listados vem crescendo

gradativamente ao longo dos anos. Em 2000, o montante total repassado girou em torno de R$66

milhões, já em 2011 essa cifra alcançou valores próximos a R$245 milhões, um crescimento de

aproximadamente 270% em 11 anos de série histórica.

Em termos absolutos, Piracicaba lidera a lista de repasse desse tributo, em 2000 foram

recolhidos aos cofres municipais a quantia aproximada de R$53 milhões, o equivalente a 80% de toda

a quantia repassada ao grupo de municípios analisados. Em 2010, Piracicaba acumulou o montante de

R$146 milhões, uma fatia próxima a 84% de todo o volume de repasse destinado aos municípios

analisados. De maneira comparada, Charqueada apresentou, dentre os municípios menores, a maior

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variação percentual no repasse de ICMS para o período estudado, em 2000 o valor era de R$1,33

milhões, e em 2011 foi de R$5,04 milhões, um crescimento percentual da ordem de 278%, o

equivalente a uma taxa anual média de 26,1% de crescimento.

Tabela 5: Evolução histórica do repasse de ICMS dos municípios estudados – em reais (R$) Anos Capivari Charqueada Elias Fausto Piracicaba Rafard

2000 6.905.328,25 1.333.340,02 2.501.248,34 53.341.027,33 1.992.377,95

2000 7.208.923,02 1.422.671,45 2.673.841,47 60.757.588,60 2.304.436,07

2002 7.842.385,26 1.491.375,69 2.807.277,30 65.972.788,03 2.572.048,52

2003 8.248.489,17 1.647.631,97 2.914.216,66 70.838.351,56 2.783.745,64

2004 9.120.284,35 1.890.526,74 3.800.183,30 85.308.913,05 2.759.944,60

2005 10.684.809,04 2.143.191,57 4.787.856,12 97.434.117,58 2.941.092,13

2006 12.094.947,13 2.310.530,20 5.579.959,55 108.757.351,13 2.983.226,26

2007 12.745.591,14 2.397.578,88 5.928.847,98 116.453.372,78 3.217.023,99

2008 15.043.177,53 3.052.090,33 6.860.330,96 138.996.359,44 4.905.193,81

2009 14.610.338,20 3.210.774,28 7.000.823,56 146.800.826,58 5.073.771,93

2010 16.958.657,28 3.875.821,23 7.746.753,79 182.922.561,81 5.349.799,36

2011 18.612.866,72 5.043.836,92 8.600.252,08 206.859.965,29 5.743.343,80

Fonte: Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo

Quanto à variação per capita do repasse de ICMS aos municípios analisados, no geral variou

positivamente durante o período estudado, em 2000 era de R$166,5/hab e em 2011 foi de

R$536,7/hab, uma variação e aproximadamente 229 %, conforme dados apresentados na tabela 6.

Dentre os municípios analisados, Piracicaba foi o que apresentou maior variação, 247,5% crescendo

de R$162/hab para R$563,2/hab entre 2000 e 2011 respectivamente. Outro município que cresceu

acima da média do grupo foi Charqueada 223,5%, saindo de R$102,2/hab em 2000 para R$330,9/hab

em 2011.

Tabela 6: Evolução per Capta da arrecadação do ICMS pra os municípios da região estudada –

período da variação de 2000 e 2011

Municípios

2000 2011 Var. per

Capita

(%)

Habitante Repasse

(R$)

ICMS

per

Capita

(R$/hab)

Habitante Repasse

(R$)

ICMS

per

Capita

(R$/hab)

Capivari 41.468 6.905.328,25 166,52 49.122 18.612.866,72 378,91 127,54%

Charqueada 13.037 1.333.340,02 102,27 15.243 5.043.836,92 330,90 223,54%

Elias Fausto 13.888 2.501.248,34 180,10 15.920 8.600.252,08 540,22 199,95%

Piracicaba 329.158 53.341.027,33 162,05 367.290 206.859.965,29 563,21 247,54%

Rafard 8.360 1.992.377,95 238,32 8.632 5.743.343,80 665,35 179,18%

Total 405.911 66.073.321,89 162,78 456.207 244.860.264,81 536,73 229,73%

Fonte: IBGE (Censo demográfico 2000 e 2010) e Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo.

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3.4 Repasses do Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA)

Durante o período de análise, entre 2000 e 2011, os municípios selecionados arrecadaram via

repasse estadual de 50% do valor total do IPVA, o equivalente a R$426 milhões. Em termos

absolutos Piracicaba foi o município que mais acumulou desse montante mais de R$373 milhões, o

equivalente a 88% de todo o repasse. De maneira geral, ao repasse de IPVA ao grupo de municípios

estudados tem aumentado gradativamente, a uma taxa de 33,73% ao ano. Charqueado é o município

que em termos relativos tem apresentado o maior índice de crescimento para o período, em média

55% ao ano, variando e R$1,3 milhões em 2000 para R$5 milhões em 2011, o que equivale para o

período um crescimento percentual de mais de 605% para o período.

Tabela 7: Evolução histórica do repasse de ICMS dos municípios estudados – em reais (R$) Anos Capivari Charqueada Elias Fausto Piracicaba Rafard

2000 6.905.328,25 1.333.340,02 2.501.248,34 53.341.027,33 1.992.377,95

2000 7.208.923,02 1.422.671,45 2.673.841,47 60.757.588,60 2.304.436,07

2002 7.842.385,26 1.491.375,69 2.807.277,30 65.972.788,03 2.572.048,52

2003 8.248.489,17 1.647.631,97 2.914.216,66 70.838.351,56 2.783.745,64

2004 9.120.284,35 1.890.526,74 3.800.183,30 85.308.913,05 2.759.944,60

2005 10.684.809,04 2.143.191,57 4.787.856,12 97.434.117,58 2.941.092,13

2006 12.094.947,13 2.310.530,20 5.579.959,55 108.757.351,13 2.983.226,26

2007 12.745.591,14 2.397.578,88 5.928.847,98 116.453.372,78 3.217.023,99

2008 15.043.177,53 3.052.090,33 6.860.330,96 138.996.359,44 4.905.193,81

2009 14.610.338,20 3.210.774,28 7.000.823,56 146.800.826,58 5.073.771,93

2010 16.958.657,28 3.875.821,23 7.746.753,79 182.922.561,81 5.349.799,36

2011 18.612.866,72 5.043.836,92 8.600.252,08 206.859.965,29 5.743.343,80

Fonte: Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo.

Em termos per capita a evolução da arrecadação dos municípios analisados também

apresentou-se crescente para o período em questão, a Tabela 8 apresenta os dados calculados para

cada um dos municípios e a sua variação percentual para o período. Em 2000, o município de

Piracicaba apresentava a maior relação per capita de repasse de IPVA de todo o grupo,

aproximadamente R$37,3/hab, em 2011 esse valor subiu para R$155,2/hab, um crescimento

percentual em torno de 315,6% para o período. Observa-se que o município e Charqueada apresentou

a maior variação percentual per capita para a arrecadação de IPVA durante o período, variando de

R$14,96/hab para R$90,3/hab.

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Tabela 8: Evolução per Capta da arrecadação do IPVA para os municípios da região estudada –

período da variação de 2000 e 2011

Municípios

2000 2011 Var. per

Capita

(%)

Habitantes Repasse

(R$)

IPVA per

Capita

(R$/hab)

Habitantes Repasse

(R$)

IPVA per

Capita

(R$/hab)

Capivari 41.468 1.133.060,11 27,32 49.122 5.675.223,11 115,53 322,83%

Charqueada 13.037 195.006,96 14,96 15.243 1.376.469,80 90,30 503,70%

Elias Fausto 13.888 161.466,68 11,63 15.920 904.753,16 56,83 388,81%

Piracicaba 329.158 12.293.433,11 37,35 367.290 57.023.194,03 155,25 315,69%

Rafard 8.360 167.930,22 20,09 8.632 748.697,41 86,74 331,79%

Total 405.911 13.950.897,08 34,37 456.207 65728337,51 144,08 319,20%

Fonte: IBGE (Censo demográfico 2000 e 2010) e Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo.

3.5 Arrecadações de Imposto sobre Produto Industrializado (IPI)

A Tabela 9 apresenta de maneira esquematizada a evolução dos tributos referentes ao IPI

recolhidos por cada um dos municípios estudados durante os anos de 2000 a 2011. Percebe-se que, de

maneira geral houve um crescimento na geração desse imposto por parte das firmas localizadas

nesses municípios, em 2000 o montante total gerado foi de R$763 mil e em 2011 esse montante

atingiu R$2,1 milhões, uma variação percentual de aproximadamente 180,9%, o equivalente a 16,4%

ao ano em média de crescimento.

Piracicaba e Charqueada com, respectivamente, 194% e 160,4% foram os municípios que

apresentaram uma maior variação arrecadação de IPI durante o período analisado, seguidos por Elias

Fausto com 160,4%; Rafard com 118,8% e Capivari com 104,1%.

Tabela 9: Evolução histórica do repasse de ICMS dos municípios estudados – em reais (R$) Anos Capivari Charqueada Elias Fausto Piracicaba Rafard

2000 79.910,65 15.408,30 28.936,04 616.610,94 22.994,96

2001 82.021,00 16.182,41 30.412,99 690.536,01 26.186,51

2002 79.312,40 15.086,12 28.396,98 667.214,52 26.008,20

2003 73.212,75 14.619,53 25.868,47 628.668,85 24.703,69

2004 83.329,33 17.264,61 34.646,99 778.551,79 25.257,76

2005 100.861,35 20.254,43 45.089,93 920.584,01 27.855,97

2006 111.470,19 21.328,93 51.379,50 1.002.787,85 27.597,18

2007 129.881,01 24.452,02 60.390,40 1.185.644,98 32.738,67

2008 147.639,75 29.865,08 67.385,39 1.363.557,63 47.697,90

2009 107.495,24 23.614,25 51.495,93 1.079.650,64 37.319,28

2010 136.879,78 31.287,08 62.516,71 1.476.766,84 43.165,75

2011 163.102,57 44.226,43 75.366,81 1.812.899,43 50.324,11

Fonte: Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo.

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4. Considerações Finais

Observou-se que a fatia referente aos repasses do Fundo de Participação tem aumentado

consideravelmente durante o período analisado, em 2000 foi de R$ 17,71 milhões já em 2011 subiu

para aproximadamente R$ 72,2 milhões.

Quanto ao ISSQN, um imposto de total responsabilidade dos municípios, notou-se que se trata

de um tributo de difícil administração principalmente pelos municípios menores que não possuem

departamento de fiscalização. Além disso, as alíquotas estabelecidas pelos municípios para cada tipo

de serviços são definidas observando as praticadas nos municípios vizinhos, objetivando restringir a

fuga de contribuintes, isso acaba gerando situações de guerra fiscal e derrubando a arrecadação por

conta da competitividade. Mesmo sob esse risco, o trabalho constatou que a arrecadação do ISSQN

por parte dos municípios analisados tem aumentado periodicamente, fruto possivelmente de uma

maior participação das atividades econômicas relacionadas a serviços no montante das economias e

de uma fiscalização mais rígida por parte dos municípios maiores.

Quanto ao valor do ICMS repassado aos municípios analisados, a disparidade decorre da cota-

parte que define o percentual de participação de cada um no montante arrecadado pelo estado. Assim,

as disparidades regionais da base tributária dentro dos estados e ou da estrutura de alíquotas

diferenciadas dos impostos municipais faz com que municípios tenham arrecadações díspar.

Atualmente, o valor adicionado corresponde a 75% do índice de cada município e os restantes 25%

são rateados conforme as variáveis de população, área territorial, números de propriedades rurais

entre outras variáveis.

Já o IPI, tem uma função extra fiscal proibitiva. Pode ser utilizado pelo governo federal como

um imposto seletivo, estimulando o consumo de determinados produtos em detrimento a ouros, para

isso a autoridade monetária reduzir ou aumenta significativamente sua alíquota. Nota-se que a

geração desse tributo nos municípios analisados é pequena, quando analisada relativamente com

outros, e que está mais concentrado em Piracicaba devido a sua disparidade industrial.

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ANÁLISE DOS FATORES ORIGINAIS DO INSTRUMENTO MSLQ COM BASE EM

ALUNOS DE INSTITUIÇÕES PRIVADAS BRASILEIRAS

Márcia Adriana da Silveira Gomes1

Resumo

Este artigo discute o estilo de aprendizagem do estudante universitário, focado em disciplinas de negócios. Faz

parte deste contexto a motivação, inteligência, interesse, crenças, entre outros. É muito importante para a

evolução da educação superior descobrir como o estudante aprende de uma maneira mais motivadora e

desenvolve melhores habilidades de aprendizagem. O propósito deste artigo é investigar as diferenças dos

fatores originais do Questionário de Estratégias de Motivação e Aprendizagem ( MSLQ), com base numa

pesquisa efetuada em duas faculdades brasileiras particulares. A pesquisa testa se o questionário MSLQ,

quando aplicado a uma amostra aleatória de estudantes brasileiros de faculdades particulares, em cursos de

Administração e Contabilidade, nas disciplinas de Contabilidade, pode ser observada diferença entre os fatores

resultantes e os originais, utilizando uma Análise Fatorial sobre a amostra. Para tanto, o objetivo deste estudo

foi comparar os fatores de um questionário, construído com base em estudantes universitários americanos,

com os resultados da aplicação do mesmo questionário em amostra aleatória de estudantes brasileiros. Foi

aplicado o Questionário MSLQ em 321 estudantes de duas faculdades particulares do Estado de São Paulo. Os

dados foram tratados pelo software estatístico SPSS e tendo sido usada a técnica de Análise Fatorial. Depois de

feitos todas as análises, conclui-se que os novos fatores resultantes diferem do Questionário original. Deve-se

levar em consideração para o resultado desta pesquisa os fatores, principalmente, culturais que diferenciam os

estudantes americanos dos brasileiros, evidenciados pela pesquisa efetuada.

Palavras-chaves: Motivação, negócios, educação superior, MSLQ.

Abstract

The purpose of this paper is to access learning strategies of university students, focused on Business

College topics. The scope of this study comprises motivation, intelligence, interest and beliefs among others.

Determining how College students learn and how to enhance their learning skills and motivation is of central

importance to the progress of Education. In order to accomplish the goal of the present study, the Motivation

and Learning Strategies Questionnaire (MLSQ) was accessed in terms of its original factors differences, based

on the research of two private Brazilian Colleges. A randomic sample of Brazilian Private College Students

coursing Business Administration and Accounting Colleges and studying Accounting at the present school year

answered the MLSQ. A difference between the otiginal and resulting factor of MSLQ was observed through

Factorial Analysis of the sample. The questionnaire factors, based on American College students, were

compared to the results of MLSQ Questionnaire in the ramdomic sample of brazilian College students. 321

Brazilian College students answered the MLSQ in two different Private Colleges of São Paulo State. Data

were treated by SPSS Statistics Software and Factorial Analysis. Analysis revealed new factors, different from

the factors of the original Questionnaire. Results point at the fact that different cultures create different MLSQ

cultural factors, e.g. the different cultural factors that influence Brazilian and American College students

learning.

Key words: Motivation, Business, Superior Education, MLSQ.

1 Mestre, Coordenadora e professora do curso de Ciências Contábeis do Centro Universitário Padre Anchieta de

Jundiaí ([email protected]).

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Introdução

Este artigo discute o papel das estratégias motivacionais de aprendizagem dos estudantes

universitários, sendo que alguns destes estudantes aprendem melhor, com mais eficiência que outros.

Necessita-se investigar o que determina o estilo de aprendizagem do estudante universitário, focando

em disciplinas de negócios, ou seja, na área contábil dos cursos de negócios, principalmente quando

são usados em aulas conceitos concretos e abstratos, habilidades motoras e manuais, conhecimentos

que o professor tem com respeito ao material que está sendo usado e sua habilidade de comunicação

para com os estudantes.

Sabe-se que algumas variáveis fazem parte deste contexto de ensino-aprendizagem, tais como

motivação, inteligência, interesse, crenças, entre outras, e cabe aos pesquisadores considerar quais

variáveis que podem influenciar mais ou menos nos estilos de aprendizagem dos estudantes de

negócios.

Conhecer o estilo de aprendizagem dos estudantes universitários é um fator importante para

descobrir como este estudante pode aprender de maneira mais motivadora e desenvolver melhores

habilidades de aprendizagem, neste contexto pode-se, principalmente os pesquisadores e professores,

transformar a aula universitária em algo mais interessante para o estudante, em que ele sinta prazer,

motivação e vontade de estar em uma sala de aula.

O propósito deste artigo, portanto, é investigar eventuais diferenças nos fatores originais do

Questionário de Estratégia de Motivação e Aprendizagem (MSLQ), um instrumento amplamente

usado para investigar as estratégias de aprendizagem, com base em uma pesquisa aplicada que se

restringe a uma amostra aleatória de duas faculdades brasileiras particulares, em que pretende-se

descobrir quais fatores educacionais são mais preponderantes no estilo de ensino-aprendizagem desta

amostra. Será levado em consideração para o resultado dos fatores todos os estudantes respondentes

da pesquisa, nas disciplinas de Contabilidade, sendo que a Análise Fatorial será aplicada ao total de

estudantes pesquisados, independente da faculdade estudada.

O problema a ser pesquisado é: Dado que o Questionário MSLQ, testado quanto à sua

validade e confiabilidade internacionalmente, quando aplicado a uma amostra aleatória de estudantes

brasileiros de faculdades particulares, nas disciplinas de Contabilidade nos cursos de Administração e

Contabilidade, observa-se diferenças entre os fatores originais e os fatores resultantes de uma Análise

Fatorial sobre esta amostra?

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Objetivo

O objetivo deste artigo é comparar os fatores de um questionário, construído com base em

estudantes universitários americanos, com os resultados da aplicação do mesmo questionário em uma

amostra de estudantes da área de negócios de duas faculdades brasileiras particulares do estado de

São Paulo. A idéia principal deste estudo é saber se a composição dos fatores resultantes desta

pesquisa brasileira difere da composição dos fatores originais da pesquisa americana.

Justificativa

No Brasil existe uma escassez de estudos com foco nas características dos estudantes de

cursos de negócios, falta também a aplicação de testes em conjunto de sujeitos brasileiros, estudantes

de várias áreas de atuação, principalmente de Administração e Contabilidade, áreas estas carentes de

pesquisas educacionais que podem servir para o aprimoramento da relação ensino-aprendizagem.

Além disso, também são encontrados no ensino superior brasileiro poucos estudos envolvendo o

MSLQ, um importante questionário construído com base em estudantes americanos que visa medir o

nível motivacional dos alunos do ensino superior e também o uso de diferentes estratégias de

aprendizagem nas salas de aula das faculdades.

Em seu processo de desenvolvimento e validação, este questionário já foi usado em algumas

áreas de ensino americano, como para os cursos de: Química, Ciência da Computação, Ecologia,

Economia, Educação, Inglês, Geografia, História, Microbiologia, Filosofia, Educação Física,

Psicologia, Sociologia e Espanhol. Percebe-se que nos cursos de Administração e Contabilidade este

questionário ainda é pouco explorado, sendo, portanto, de alta importância para o ensino brasileiro

sua aplicação, pois só assim pode-se identificar as características dos estudantes universitários

brasileiros de escolas de negócios.

1. Revisão da bibliografia

Nesta seção, primeiro será discutido a educação superior no Brasil e o foco que é dado para as

salas de aulas universitárias. Logo em seguida será discutido o estilo de ensino-aprendizagem que é

usado pelos estudantes universitários brasileiros e o sistema de aprendizagem auto-regulado. Também

será discutido a motivação dos estudantes em sala de aula e o instrumento chamado MSLQ que

estuda as variáveis relativas ao estilo de aprendizagem dos estudantes universitários.

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Segundo Snyders (1995) não se pode tentar transformar a Universidade em puro e simples

órgão de preparação profissional, mas sim preparar o estudante para a vida, abrindo-lhes novas

perspectivas dentro da profissão escolhida, também como um pesquisador, pois é a pesquisa pessoal

e a formação na pesquisa que constituem o caminho para a originalidade.

Uma sociedade educada é aquela composta de cidadãos críticos e criativos, capazes de indicar

o rumo histórico, coletivamente pretendido, sobretudo desenvolver, maximamente, a oportunidade

histórica disponível, e para isso, deve-se refletir sobre a reforma de conceitos de ensino na

universidade. O ensino universitário não pode se transformar apenas em um produto teórico, uma

questão de lógica, discurso e texto, pois com isto, banaliza-se a força maior do conhecimento, que é

inovar sua ligação com a prática. Não se pode ver a prática apenas como aplicação da teoria ou como

exercício profissional, quando também é fonte de conhecimento, tanto quanto a teoria. Além do mais,

a universidade, por sua vez, deve cumprir uma função crítica e de participação, tomando como base o

conhecimento da realidade social e produzindo conhecimentos que possam influir sobre os modelos

sociais, econômicos, políticos e culturais. Isto implica valores alternativos e democráticos que

configuram uma instituição claramente participativa e cujos indicativos são a pluralidade de enfoques,

desejando e fazendo o pensar e o agir. Apesar de todas as tendências que imperam, a universidade

ainda é o local do novo conhecimento, ou, simplesmente, do conhecimento. Ela é o espaço do diálogo

intelectual, do debate, da reflexão, da troca de ideias e das experiências, da divulgação e da conquista

de um público interessado em aprender, tanto quanto naquele que resulte em tecnologia capazes de

melhorar as condições de vida de cada ser humano. A universidade deve se constituir de um centro

cuja função primordial é o avanço do conhecimento e não uma simples instância para a reprodução de

textos. Neste conceito, os alunos precisam ser algo além de meros espectadores, da mesma forma que

os professores não devem ser apenas conferencistas que reproduzem os textos dos livros

(Tubino,1997; Demo 2000).

Conforme Cunha (1997), a universidade deve ser formada por uma discussão muito mais

profunda: o autor diz que “para quem verdadeiramente participa dos processos de elaboração da

ciência, é absolutamente claro que a teoria e a prática são duas faces inseparáveis do mesmo ato de

conhecer, é dos desafios da prática que nasce o conhecimento teórico, pois é da observação e da

experimentação que se desenvolvem a reflexão e a análise”, e os professores universitários são

responsáveis por tornar um estudante um ser de reflexão, em que ele consiga tirar da teoria aprendida

toda a lição para fomentar a prática tão necessária.

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E para isto acontecer deve-se estudar como deve ser a aula universitária, fazer um recorte na

trajetória de todos nós para esta reflexão, favorecer a possibilidade de construir uma nova

Universidade, como diz Cunha (1997), delinear um novo patamar teórico-metodológico, e assim

contribuir para a construção de uma nova relação entre o ensinar e o aprender, na qual a cognição, o

afeto e a ética sejam companheiros de uma significativa jornada.

No conceito de Moraes (1998), a universidade deve reivindicar obter e garantir um espaço

relevante para o estudo e o ensino daquilo que é geral, algo mais abrangente, sair um pouco daquele

pequeno espaço, do não imediato e do não local, daquilo que até parecerá abstrato e irrelevante para

quem está preso aos problemas cotidianos. Aquilo que não tem aplicação imediata e direta, mas

possibilita e prepara para a aprendizagem da adaptação permanente. Esse espaço, continua Moraes

(1998), é decisivo até mesmo para oxigenar o ensino, torná-lo mais criativo e instigador, para que se

saiba educar (e não simplesmente treinar) gente que saiba criar, responder a desafios, não apenas

aplicar e reproduzir fórmulas quando as situações se repetem. Criar quando as situações são

diferentes, não quando são similares.

Deste mesmo modo, Behrens (2001), discute que “o profissional do futuro precisa ter

competência para ser autônomo na produção de conhecimentos e acessível para coletivizá-los em

grupos”, ou seja, que ele possa aprender e saber como aprender, o estudante deve saber como

procurar nos livros textos aquilo que ele quer explorar, independente do professor, ele precisa saber

criar seus projetos, vender suas ideias, ser perspicaz, ativo e envolvente. O aluno universitário precisa

pesquisar e acessar informações ininterruptamente, pois com o avanço das ciências, o processo de

produção do conhecimento torna-se acelerado e qualquer pessoa que não tenha o hábito de estar alerta

a inovações e mudanças tende a abrir espaços para profissionais que sejam mais estudiosos, astutos e

criativos por meio se seus próprios estilos de ensino aprendizagem.

Com relação ao estilo de aprendizagem que é usado pelos estudantes universitários, está claro

que algumas pessoas não aprendem do mesmo modo uma das outras, desta forma os projetos

institucionais necessitam incorporar uma variedade de práticas de ensino dentro das universidades,

modos estes que não tornem o processo uma coisa estática, mas se atualizem sempre, para que

pessoas com qualquer estilo de aprendizagem tenham uma oportunidade razoável para adquirir novos

conhecimentos e habilidades (Munro & Munro, 2004).

Conforme Rebele (2002, pg. 3) “recentes estudos ecoam sobre como enfrentar um futuro

perigoso da educação contábil”. É preciso dar uma atenção especial ao ensino da contabilidade nas

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universidades brasileiras, pois, conforme o autor, “questiona-se não somente o tipo de futuro da

educação contábil, mas se ela até mesmo terá um futuro”. Assim precisa-se pensar em um novo estilo

de ensino, envolvendo cada vez mais a tecnologia, por exemplo, transformando o estudante

universitário dos cursos de negócios em estudantes motivados para a vida profissional, em que haja

prazer em ser um profissional contábil, sendo que o ambiente da prática contábil é formado por

elementos que compõem o ambiente desta prática: a globalização e a tecnologia. E o corpo docente e

a administração precisam entender como o ambiente da educação superior está mudando.

Na mesma linha de raciocínio de Munro & Munro (2004, pg.4), Rebele (2002, pg.2) afirmam

que “diante da atualização tecnológica, os programas de contabilidade têm que escolher: continuar

oferecendo somente o que sempre tem sido oferecido, ou desenvolver novos programas e cursos que

os estudantes de hoje querem”, ou seja, a ideia dos autores é atualizar, esta é a palavra chave deste

pensamento, deve-se pensar em atualizar o curso de contabilidade, trazendo o ensino da sala de aula

mais próxima da realidade, principalmente tecnológica de hoje. A discussão do autor continua,

dizendo que os estudantes estão cada vez mais se dedicando para as especializações e os cursos

oferecidos têm mudado para uma nova realidade, dentre elas a globalização, e por assim dizer os

programas de contabilidade devem, e podem, responder a estas mudanças desenvolvendo novos

programas e oferecendo cursos mais modernos, atualizados com a era da tecnologia. Um outro

problema enfrentado na educação contábil é que alguns educadores não praticam o que ensinam. Isto

é, são ensinadas aos estudantes as filosofias mais novas de negócios e melhores práticas, mas eles não

são aplicados para as práticas educacionais, com isso o ensino se torna superficial, em que, ao

contrário disso, é preciso ter um local de prática dentro da universidade para comprovar tudo aquilo

que os estudantes viram em sala de aula.

Continuando a discussão de Rebele (2002), é ensinado aos estudantes um processo, ou uma

sequência de passos para tomar decisões nos negócios, mas este processo não é aplicado para nossa

própria decisão. Ao invés de reunir informações, identificar cursos de alternativa de ações, avaliar as

alternativas contra alguns critérios de decisão, e então tomar uma decisão, costumeiramente vai-se

direto ao último passo e toma-se a decisão. Como um exemplo, considerar decisões para adquirir

novas tecnologias que, supostamente serão usadas para melhorar a aprendizagem do estudante. As

universidades e programas de contabilidade têm recursos financeiros limitados, e decisões para

adquirir tecnologias é, fundamentalmente, alocação de recursos ou decisões orçamentárias. Isto é,

recursos financeiros comprometidos com tecnologia não podem ser disponíveis para outros usos,

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talvez em importantes investimentos em capital humano na universidade. Quando é decidido alocar

recursos humanos limitados para a tecnologia está-se necessariamente decidindo incorrer o custo da

oportunidade de não alocar estes recursos para usos alternativos. É preciso se ater a isto, pois um

suposto declínio nas matriculas e crescente crítica de modelos educacionais e práticas estão

começando a ser discutidos nas universidades, tanto pelos professores quanto pelos estudantes.

Esperançosamente, entretanto, pode-se começar a pensar sobre como abordar a solução dos

problemas da educação contábil e iniciar a aplicação dessas ideias e métodos que são oferecidos aos

estudantes como as melhores práticas de negócio (Rebele 2002).

Sob o conceito de Yang & Lu, (2001) eles propõem que, com base na existência de modelos

de avaliação e pesquisa e com os relacionamentos casuais surgem os elementos motivacionais,

elementos ambientais, elementos de habilidades e afins. Pode-se dizer que o desempenho individual

é uma função de resultados de aprendizagem, a qual é influenciada pela motivação e habilidade para

aprender. Neste conceito de educação gerenciada pelo próprio estudante o desempenho acadêmico

pode ser visto como um resultado de uma aprendizagem imediata e pode ser previsto por várias

variáveis precedentes, tais como um desempenho acadêmico anterior, motivação e habilidade de

aprendizagem.

Alguns autores ainda discutem sobre a aprendizagem auto-regulada e, segundo Smith (2001),

para um estudante auto-regular o seu método de aprendizagem, ele deve fazer uma escolha de

estratégia de aprendizagem cognitiva, sendo que esta estratégia deve estar baseada em planos ou

técnicas usadas para o aluno acompanhar o objeto de aprendizagem, que incluem abordagens tais

como ensaios, modelagem e organização. Um estudante auto-didata conscientemente reflete o qual

deve ser o melhor modo de aprendizagem e escolhe a sua melhor estratégia para aprender e para

alcançar seu objetivo. Os estudantes que não se auto-regulam tendem a fazer com que suas estratégias

sejam sem reflexões na sua eficiência e efetividade. A escolha da estratégia é requisito para o

estudante auto-didata aprender, porque ela enfatiza o individuo a escolher e estruturar o alcance de

sua experiência. O estudante de sucesso desenvolve uma estratégia baseada na situação e ativamente a

revisa por meio de uma auto-avaliação de seu progresso em direção ao objetivo de aprendizagem.

Estratégias de aprendizagem significam, portanto, como o estudante aborda a organização, a prática e

solução de problemas relacionados ao alvo a ser aprendido.

Os autores Sankaran & Bui (2001) dizem que as estratégias de aprendizagem referem-se às

atividades que o estudante quer alcançar, por exemplo, leitura, anotações, consulta aos colegas,

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perguntas à um instrutor, estas são todas estratégias. Os educadores em geral acreditam que todos os

estudantes podem aprender. Entretanto a força e o desejo para aprender apresentam-se de várias

formas de uma pessoa para outra. Alguns aprendem para completar o seu propósito de conhecimento

e a satisfação intrínseca é alcançada. Outros são motivados por recompensas externas tais como

ganhar um “A” no histórico escolar ou obter um emprego. No mundo atual, os estudantes alcançam

uma variedade de níveis psicológicos e cognitivos em sala de aula.

Conforme Chen (2002), para ajudar os estudantes a serem eficazes em seus aprendizados,

professores deveriam ajudá-los a tornar-se atentos aos modos alternativos da abordagem de situações

de aprendizagens, mas, uma estratégia de aprendizagem para um tipo de estudante pode não ser

apropriada para outro tipo. Para uma mudança efetiva na educação contábil deve-se cuidadosamente

considerar tanto conteúdo e contexto no desenvolvimento de currículos de disciplinas contábeis nos

cursos universitários de negócios (Miller, 2001).

Conforme McKeachie (1995) um método apropriado de aprendizagem para muitos estudantes

pode ser ineficaz para outros que poderiam aprender mais facilmente com uma abordagem diferente.

Métodos de ensinar, modos de representar informações, características da personalidade dos

professores – tudo afeta a aprendizagem e afeta diferentes alunos diferentemente.

Ainda para McKeachie (1995, pg.5) um professor eficaz necessita variar técnicas e ter um

“armamento de métodos de ensino e atividades de aprendizagem” que podem ser mudados momento

a momento, semana a semana para facilitar ao máximo a aprendizagem para tantos estudantes quanto

possíveis. Segundo o autor “muitos professores se envolvem mais do que comunicam a disciplina”,

sendo que um bom professor também precisa tanto motivar os estudantes a continuar aprender quanto

ensinar a eles as habilidades e estratégias que eles precisam para continuar aprendendo.Talvez

nenhum estilo de aprendizagem faça mais diferença quanto a motivação, inteligência e conhecimento

inerentes aos estudantes. Todas essas características podem ser desenvolvidas e o instrumento MSLQ

avalia tais itens, como o grau com que os estudantes tentam relacionar idéias num assunto para o qual

eles já conhecem, e o método que eles usam para organizar os materiais do curso.

1.1. Metodologia

O questionário a ser aplicado nesta pesquisa é o MSLQ, um instrumento que foi desenvolvido

pelo Centro Nacional de Pesquisa para promover a relação ensino-aprendizagem de curso

universitário (Universidade de Michigan), e de acordo com o Manual para o uso do questionário de

estratégias de aprendizagem e motivação (Printrich; Smith; Garcia & McKeachie, 1991, p. 3), o

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MSLQ é um instrumento com visão cognitiva, projetado para investigar a motivação e o uso de

diferentes estratégias de aprendizagem em alunos de cursos de graduação. O MSLQ foi desenvolvido

informalmente desde 1982, suportado pela estrutura teórica baseada numa pesquisa conduzida pelos

autores, e iniciada formalmente em 1986, quando o National Center for Research to Improve

Postsecondary Teaching and Learning (NCRIPTAL) foi fundado na Universidade de Michigan

(Pintrich; Smith; Garcia & McKeachie, 1991).

Este questionário é um auto-relatório, um instrumento de escala-Likert que foi projetado para

avaliar a motivação e o uso das estratégias de aprendizagem dos estudantes universitários, que é

constituído originalmente de 81 questões, formado por duas partes agrupadas nas principais variáveis:

Motivação (6 variáveis) e estratégias de aprendizagem (9 variáveis), que são resumidas em 15 fatores

que se dividem em:

Motivacionais:

1- Orientação de alvos intrínsecos

2- Orientação de alvos extrínsecos

3- Valor das tarefas

4- Controle das crenças sobre aprendizagem

5- Auto-eficácia para aprendizagem e desempenho

6- Teste de ansiedade.

Cognitivos:

1- Ensaio

2- Elaboração

3- Organização

4- Pensamento crítico

5- Auto-regulação metacognitivo

6- Gerenciamento do tempo e ambiente de estudo

7- Regulação dos esforços

8- Aprendizagem com colegas

9- Busca de ajuda

Para a análise dos dados obtidos é usada a técnica de Análise Fatorial, valendo-se do software

estatístico SPSS para analisar se realmente existem diferenças na composição destes 15 fatores,

separados por grupos motivacionais e cognitivos, quando aplicados junto a estudantes brasileiros de

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ensino universitário, especificamente nos cursos voltados a negócios, como é o caso de

Administração e Contabilidade.

Chen (2002) cita que o MSLQ é um instrumento usado mundialmente na investigação das

estratégias de aprendizagem e motivação dos estudantes em muitos países, tais como Arábia,

Austrália, Canadá, China, Japão e Taiwan. Nos Estados Unidos, o MSLQ é usado extensivamente em

estudos concernentes às estratégias de aprendizagem e motivação, conforme continua Chen (2002).

As áreas de pesquisa incluem desempenho e motivação, motivação, estratégias e alcance, auto-

eficácia, aprendizagem auto regulada e aprendizagem baseada em sistemas computacionais. Este

instrumento também tem sido usado em várias disciplinas tais como Psicologia Educacional,

Biologia, Ciências Sociais, Contabilidade e Educação.

Participaram desta pesquisa 321 estudantes que responderam ao questionário MSLQ, aplicado

em duas das principais instituições de ensino superior do interior de São Paulo, Brasil, no primeiro

semestre acadêmico de 2004, nas principais disciplinas de Contabilidade nos cursos de Administração

e Contabilidade (N1 = 159 e N = 162), sendo N1 o numero de estudantes pesquisados na Instituição

de Ensino 1 e N2 da Instituição de Ensino 2.

O questionário MSLQ foi aplicado a esta amostra de estudantes e as respostas foram todas

tratadas no software estatístico SPSS, valendo-se da técnica de Análise Fatorial sobre os dados

resultantes da pesquisa, para a obtenção de novos fatores para serem comparados com os fatores

originais.

Para Maroco (2003) a análise fatorial é uma técnica multivariada de interdependência em que

todas as variáveis são simultaneamente consideradas, cada uma relacionada com as demais, a fim de

estudar as inter-relações existentes entre elas, buscando a redução ou sumarização dos dados, cujo

objetivo é sumarizar os dados por meio da combinação linear (fatores) entre as variáveis e explicar a

relação entre variáveis.

Segundo Latif (1994) a análise fatorial teve seu inicio mais recente no começo do século 20

com Karl Pearson e Charles Spearman. A análise fatorial possui basicamente quatro etapas para a sua

elaboração que são: cálculo da matriz de correlação das variáveis em estudo para verificar o grau de

associação entre as variáveis, duas a duas; extração dos fatores mais significativos que representarão

os dados, por meio do método mais adequado; aplicação da rotação, nos fatores, para facilitar seu

entendimento; geração dos escores fatoriais para utilização em outras análises.

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Conforme discute Maroco (2003), análise fatorial é uma análise exploratória de dados que tem

por objetivo descobrir e analisar a estrutura de um conjunto de variáveis inter-relacionadas, de modo

a construir uma escala de medida para fatores que, de alguma forma, controlam as variáveis originais.

Em principio, se duas variáveis estão correlacionadas, essa associação resulta da partilha de uma

característica comum não diretamente observável.

Ainda Maroco (2003) enfoca que a análise fatorial usa as correlações observadas entre as

variáveis originais para estimar os fatores comuns e as relações estruturais que ligam os fatores às

variáveis. Esta técnica foi desenvolvida com base nos trabalhos de Charles Spearman no inicio do

século sobre o desempenho de estudantes em várias disciplinas, de modo a explicitar as relações entre

as classificações e um fator geral de inteligência.

Segundo Tabachnick & Fidell (2001) a análise fatorial é uma técnica estatística aplicada para

um conjunto único de variáveis, quando o pesquisador está interessado em descobrir quais variáveis

do conjunto formam subconjuntos coerentes, que são relativamente independentes um do outro.

Variáveis que são correlacionadas umas com as outras e muito independentes de outros subconjuntos

de variáveis são combinadas dentro de fatores. Fatores são usados para refletir processos que criam as

correlações entre as variáveis.

O nível de significância usado ( ) é de 0,05, e o método de rotação dos dados utilizado neste

modelo estatístico foi o Varimax, que segundo Hair (2005, pg.103) se concentra na simplificação das

colunas da matriz fatorial, e que sua escolha está vinculado ao atendimento das necessidades

particulares de um dado problema de pesquisa.

Neste método, o objetivo é obter uma estrutura fatorial na qual uma, e apenas uma das variáveis

originais, esteja fortemente associada com um único fator, e pouco associada com o restante dos

fatores (Maroco, 2003).

2. Análise dos dados

Neste tópico serão discutidos os resultados do estudo efetuado por meio da Análise Fatorial,

um método estatístico que busca a criação de fatores que explicam melhor simultaneamente os

indicadores resultantes da pesquisa. Responderam esta pesquisa uma amostra de 321 estudantes

brasileiros de duas faculdades particulares do interior do Estado de São Paulo, por meio de um

questionário americano chamado MSLQ.

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Com relação às análises efetuadas, o primeiro teste a ser analisado é o KMO, que indica o grau

de explicação dos dados a partir dos fatores encontrados na análise fatorial, como segue abaixo.

Tabela 1: Teste KMO e Bartlett

Kaiser-Meyer-Olkin Medida de suficiência da amostra 0,787

Teste de esfericidade de Bartlett Aprox. Chi-Square 8839,563

df 3240

Sig. 0,000

A medida calculada acima é o teste de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) que indica o grau de

explicação dos dados a partir dos fatores encontrados na Análise Fatorial, em que os valores menores

que 0,60, conforme Hair (2005), indicam que a Análise Fatorial é insatisfatória para a explicação da

correlação de cada par de variáveis pelas demais variáveis consideradas no estudo. Calculando a

medida KMO, obteve-se o valor 0,787 que indica que a aplicação da Análise Fatorial é adequada,

dado que cada correlação poderá ser explicada pelas demais variáveis consideradas no estudo.

Outro teste que pode ser avaliado nessa mesma tabela é o teste de esfericidade, que indica se

existe relação suficiente entre os indicadores para aplicação da Análise Fatorial. Para que seja

possível essa aplicação recomenda-se que o valor de sig. (Teste de Significância) não ultrapasse de

0,05, que é o nível de significância adotado neste estudo, sendo que nesta pesquisa chegou-se a um

valor de 0.000, constatando-se que existe correlação entre as variáveis.

Já a matriz de correlação anti-imagem indica o poder de explicação dos fatores em cada uma

das variáveis analisadas. A diagonal da parte inferior da tabela (Anti-Image Correlation) indica o

MSA (Measure os Sampling Adequacy) para cada uma das variáveis analisadas. Conforme Hair

(2005) os valores inferiores a 0,50 são considerados muito pequenos para análise e nesses casos

indicam variáveis que podem ser retiradas. Neste estudo, a tabela MSA individual dos indicadores

apresenta valores superiores a 0,50 em todos os casos, e isto é muito favorável para a pesquisa.

Quando analisa-se o quadro da Comunalidade fornecida pela Análise Fatorial, pode-se dizer

que a soma do quadrado das cargas fatoriais para cada variável resulta no valor da comunalidade,

conforme pode ser visto no Apêndice 1, que é o índice de variabilidade total explicada pelos 23

fatores para essa variável.

Segundo Hair (2005) o pesquisador deve considerar apenas as variáveis que tenham pelo

menos metade da variância explicada e a grande maioria acima de 60%. Assim todas as variáveis da

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matriz de Comunalidades deste estudo atendem ao critério de explicação suficiente da variância e

foram consideradas na carga fatorial.

A última análise que pode ser feita antes dos outros testes é o grau de explicação atingido

pelos 23 fatores que foram calculados pela Análise Fatorial. Nota-se no Apêndice 2 que o auto-valor

do fator 1 possui um valor de 13,573, tem um poder de explicação de 16,75% das variações das

medidas originais, e pode-se notar que os 23 fatores resultantes do modelo conseguem explicar

juntos 66,60% das variações dos dados originais, que segundo Hair (2005), é um índice muito bom,

pois essa é uma medida de ajuste do modelo à análise dos dados.

Analisando agora o componente matriz na Análise Fatorial, percebe-se, no entanto, que essa

matriz (Apêndice 3) causa dúvidas quanto a composição de cada fator, devido a existência de valores

de explicação muito próximos em alguns casos. Por exemplo, na variável M1, três fatores ( 1, 7 e 19)

são importantes na explicação da sua variabilidade, dificultando a interpretação dos dados. Para

resolver este problema, faz-se uma rotação dos fatores (que nesse caso é feito pelo critério Varimax)

de tal forma que os eixos passem pelas maiores nuvens de pontos.

Após efetuada a rotação dos fatores (Rotated Component Matrix) analisada no apêndice 4, a

matriz já permite uma classificação mais precisa dos indicadores em cada um dos fatores,

classificando cada uma das variáveis do estudo mais significantemente em cada fator.

3. Comparações e Descobertas

Após feita todas as análises pertinentes à Análise Fatorial, foram descobertos 23 fatores

resultantes da pesquisa, que juntos explicam 66% das variáveis, assim sendo, pode-se chegar a

algumas conclusões sobre os números e fatores encontrados, que serão resumidos na Tabela 2, que

consta o número de Fatores e as questões que formam cada fator.

Na Tabela 3, pode-se fazer uma comparação entre as questões que compõem o fator

Motivação e Estratégias de Aprendizagem da escala original do MSLQ e das questões que compõem

os fatores motivação, Estratégias de Aprendizagem e um misto entre Motivação e Estratégia de

Aprendizagem resultante do estudo efetuado. Pode-se notar que os fatores resultantes diferem dos

fatores originais, inclusive a pesquisa revela um grupo de questões que mesclam questões

motivacionais e de estratégias de aprendizagem.

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Tabela 2: Composição dos fatores.

Fator Questões

1 05,06,12,15,20,21,29,31

2 43,55,58,66,67,69,70,71,72,78,79,81

3 10,17,18,22,23,24,26,27

4 32,41,42,46,47,53,63,64,68

5 30,36,38,39

6 33,37,57,60

7 34,75,76

8 45,48

9 73,74

10 16,50,51,54

11 14

12 03,08,56,62

13 35,44,65

14 01,02

15 07,19,28

16 59

17 09,25

18 49,77

19 52,80

20 11,13

21 40

22 61

23 04

Nesta mesma Tabela 3 pode-se notar que nas divisões Motivação e Estratégias de

Aprendizagem aparecem questões que não constam do correspondente ao estudo efetuado, sendo que

estas aparecem grifadas.

Tabela 3: Comparação dados originais e resultantes.

Escala: Dados originais: Questões Estudo efetuado: Questões

Motivação 01,02,03,04,05,06,07,08,09,10,11,

12,13,14,15,16,17,18,19,20,21,22,

23,24,25,26,27,28,29,30,31,

01,02,04,05,06,07,09,10,11,12,13,14,

15,17,18,19,20,21,22,23,24,25,26,27,

28,29,31,

Estratégias de ensino 32,33,34,35,36,37,38,39,40,41,42,

43,44,45,46,47,48,49,50,51,52,53,

54,55,56,57,58,59,60,61,62,63,64,

65,66,67,68,69,70,71,72,73,74,75

76,77,78,79,80,81,

32,33,34,35,37,40,41,42,43,44,45,46,

47,48,49,52,53,55,57,58,59,60,61,63,

64,65,66,67,68,69,70,71,72,73,74,75,

76,77,78,79,80,81,

Motivação/Estratégia

de ensino

Este item não consta na tabela

original. 03,08,16,30,36,38,39,50,51,54,56,62,

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Além disto, nesta pesquisa aparece um grupo que não consta no correspondente original do

MSLQ, destoando e formando um novo grupo, ao qual foi chamado de um misto de

Motivação/Estratégia de aprendizagem.

Formado por 81 questões, o instrumento MSLQ tem duas partes agrupadas nas principais

variáveis: Motivação (6 variáveis) e Estratégias de aprendizagem (9 variáveis). A Tabela 4 abaixo

mostra as principais variáveis do MSLQ com seus códigos usados nesta pesquisa.

Tabela 4: Motivação e Estratégias de Aprendizagem (MSLQ)

Escala de Motivação Escala de estratégias de aprendizagem Sub escala Valor dos componentes Estratatégias cognitivas e metacognitivas

Sub escala

M_INTR Orientação de alvos intrinsecos L_REH Ensaio

M_EXTR Orientação de alvos extrinsecos L_ELAB Elaboração

M_TSKV Valor das Tarefas L_ORG Organização

L_CRIT Pensamento Crítico

L_MCG Auto regulação Metaconitivo

Sub escala Expectativa dos componentes Estratégia de gerenciamento de pesquisa

M_CONT Controle da crença sobre aprendizagem L_TSDY Ambiente e tempo de estudo

M_SLFEF Auto eficácia para aprendizagem e desempenho L_EFF Regulação de esforços

L_PRLRN Aprendizagem com colegas

Sub escala componentes afetividade L_HSK Busca de ajuda

M_TANX Teste de ansiedade

Num estudo mais apurado, nota-se que a tabela MSLQ é dividida em diversos itens dentro de

cada fator, e nos dados explanados abaixo, na Tabela 5, nota-se também que os itens que compõem

os fatores na escala original MSLQ não coincidem, em sua maioria, com os itens obtidos no estudo,

sendo que as questões que não são coincidentes estão grifadas. Nota-se porém, que o fator M_SLFEF

(Auto eficácia para aprendizagem e desempenho) se relaciona com o estudo original em 100%, isto

demonstra que o fator motivacional da pesquisada na amostra de estudantes brasileiros corresponde

com o estudo original efetuado em estudantes americanos. Também nota-se que o fator M_TSKV

(Valor das tarefas) coincide em 83%, sendo também um índice alto de coincidência. Existem outros

pontos positivos nesta pesquisa, por exemplo os itens M_CONT (Controle da crença sobre

aprendizagem) e M_EXTR (Orientação de alvos extrínsecos) que coincidem em 50% com o estudo

original. Tem-se também alguns pontos negativos, percebe-se que os itens M_INTR corresponde

apenas em 25% e existem ainda itens encontrados neste estudo que não tem correspondente no estudo

original.

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Tabela 5: MSLQ – Escala Motivacional

Escala

Motivacional

Questões originais

MSLQ

Fatores

resultantes

da pesquisa

Questões referentes aos

fatores resultantes da

pesquisa

Relação % entre

original e

estudado

M_SLFEF 5,6,12,15,20,21,29,31 Fator 1 5,6,12,15,20,21,29,31 100

M_TSKV 4,10,17,23,26,27 Fator 3 10,17,18,22,23,24,26,27 83

M_INTR 1,16,22,24 Fator 14 1,2 25

M_TANX 3,8,14,19,28 Fator 15 7,19,28 40

M_CONT 2,9,18,25 Fator 17 9,25 50

M_EXTR 7,11,13,30 Fator 20 11,13 50

Não classificado N/d Fator 11 14 0

Não classificado N/d Fator 23 04 0

Tabela 6: MSLQ – Escala Estratégias de Aprendizagem

Escala Estratégia

de Aprendizagem

Questões originais

MSLQ

Fatores

resultantes da

pesquisa

Questões referentes aos

fatores resultantes da

pesquisa

Relação % entre

original e

estudado

L_MCG 33,36,41,44,54,55,5

6,57,61,76,78,79

Fator 2 43,55,58,66,67,69,70,71,

72,78,79,81

25

L_ORG 32,42,49,63 Fator 4 32,41,42,46,47,53,63,64,

68

75

L_EFF 37,48,60,74 Fator 6 33,37,57,60 50

L_PRLRN 34,45,50 Fator 7 34,75,76 33

L_RHE 39,46,59,72 Fator 16 59 25

L_TSDY 35,43,52,65,70,73,7

7,80

Fator 19 52,80 25

L_HSK 40,58,68,75 Fator 21 40 25

L_ELAB 53,62,64,67,69,81 Não classificado 0

L_CRIT 38,47,51,66,71 Não classificado 0

Não classificado Fator 8 45,48 0

Não classificado Fator 9 73,74 0

Não classificado Fator 13 35,44,65 0

Não classificado Fator 18 49,77 0

Não classificado Fator 22 61 0

A escala Estratégias de Aprendizagem, Tabela 6, é composta dos fatores originais e suas

questões e dos fatores resultantes da pesquisa e suas questões, mais uma relação percentual em ambas

que coincidem. Nota-se também que tem-se alguns pontos positivos e negativos que são mostrados

pelos percentuais, por exemplo tem-se o item L_ORG coincidindo em 75%, sendo este um ponto

forte neste quesito, além do item L_EFF que tem um correspondente de 50% do estudo original.

Nota-se que neste quadro de estratégias de aprendizagem tem-se mais pontos fracos que fortes,

apontados pelos itens L_MCG, L_PRLRN, L_RHE, L_TSDY e L_HSK que são coincidentes em

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menos que 50%. Tem-se ainda os itens que não têm correspondência no estudo efetuado, que são os

itens L_ELAB e L_CRIT, e aparecem também neste quadro, fatores encontrados neste estudo que não

têm nenhum correspondente no original.

A escala abaixo (Tabela 7), chamada de Outros Fatores, foi resultante da pesquisa efetuada,

não tendo correspondência na escala original MSLQ, isto não é bom, pois demonstra que a amostra

de estudantes brasileiros em que foi efetuada a pesquisa não concordou com o estudo feito por

estudantes americanos. Isto implica num ponto negativo ao estudo, dando margem a diversas

conclusões, ou seja, que nosso estilo de educação superior acaba sendo muito diferenciado do

americano, pois como citado na inicio desta pesquisa, este questionário chamado MSLQ é validado

junto aos estudantes americanos, não tendo a mesma correspondência com os estudantes brasileiros.

Tabela 7: MSLQ – Outros Fatores.

Escala

Estratégia de

Aprendizagem/

Motivação

Questões originais

MSLQ

Fatores

resultantes da

pesquisa

Questões referentes aos

fatores resultantes da

pesquisa

Relação % entre

original e estudado

Não classificado Fator 5 30,36,38,39 0

Não classificado Fator 10 16,50,51,54 0

Não classificado Fator 12 03,08,56,62 0

4. Considerações finais

Com base na pesquisa efetuada, com o objetivo de comparar os fatores de um questionário

construído com base em estudantes universitários americanos, com os resultados da aplicação do

mesmo questionário em uma amostra de estudantes de duas faculdades brasileiras particulares do

estado de São Paulo, nas disciplinas de Contabilidade, percebe-se que o resultado final não coincide

completamente com os fatores originais. A idéia principal deste estudo é saber se a composição dos

fatores resultantes desta pesquisa brasileira diferem da composição dos fatores originais da pesquisa

americana.

Pelos resultados apresentados, os fatores formados pela análise fatorial se dividiram em três

partes agrupadas nas principais variáveis: Motivação (8 variáveis) e Estratégias de Aprendizagem (12

variáveis) e um misto de motivação e estratégias de aprendizagem, que chamamos de Outros Fatores

(3 variáveis), que foram resumidas em 23 fatores, respondendo por 66% das variáveis, que se

misturaram entre si, não apresentando, portanto, a mesma divisão que o questionário original, que

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apresenta a seguinte divisão: ele é formado por duas partes agrupadas nas principais variáveis:

Motivação (6 variáveis) e estratégias de aprendizagem (9 variáveis), que são resumidas em 15 fatores.

Nota-se nesta pesquisa alguns pontos positivos, conforme mostrado pelas tabelas 5 e 6, em

que observa-se que alguns itens têm um forte relacionamento com o estudo original, podendo-se citar

o item M_SLFEF do quadro de Motivação que corresponde em 100% com o estudo original,

mostrando que a amostra pesquisada de estudantes brasileiros respondem as questões deste item de

maneira coincidentes. Tem-se também neste mesmo quadro os itens M_TSKV que é correspondente

em 83% nas respostas obtidas nesta pesquisa, também sendo um ponto forte para o estudo. Na tabela

Estratégias de Aprendizagem tem-se o item L_ORG que tem suas resposta correspondentes em 75%

das respostas dos estudantes americanos, sendo este um ponto forte também neste estudo.

Como salientado na justificativa deste trabalho, este instrumento é pouco explorado nos

cursos de Administração e Contabilidade, cursos em que foi efetuada a pesquisa, havendo poucos

estudos envolvendo o questionário MSLQ no Brasil, gerando assim um destoamento entre o resultado

dos fatores resultantes da pesquisa original e a efetuada junto a uma amostra de estudantes

brasileiros, como observado e analisado nas Tabelas 2 à 7.

Uma das questões que pode ser levantada em razão da diferença entre os fatores encontrados

numa pesquisa brasileira frente à pesquisa americana, é que deve ser levado em consideração que esta

pesquisa foi efetuada em uma amostra não probabilística, em faculdades particulares de cursos

noturnos, em que existe uma diferença entre o aspecto cultural entre as universidades americanas e as

brasileiras, principalmente nos cursos particulares noturnos, em que o estudante brasileiro tem pouco

tempo para estudar, pois este trabalha o dia todo. Esta observação pode ser melhor verificada na

Dissertação de mestrado de Valéria Cavalcanti, cursado na Fecap, defendida em 04 de julho de 2005.

Novas pesquisas são necessárias envolvendo os estudantes brasileiros, no que diz respeito a

sua motivação e a sua estratégia de aprendizagem, sendo importante a confecção de questionários que

medem estas variáveis para que se conheça a realidade e o perfil dos estudantes de escolas

particulares nos cursos de negócios.

5. Referências bibliográficas

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Apêncide 1: Comunalidades

.

Nota: Análise de Método de Extração:

Análise de componente principal

Inicial Extração

M01 1,000 ,615

M02 1,000 ,552

M03 1,000 ,671

M04 1,000 ,675

M05 1,000 ,694

M06 1,000 ,678

M07 1,000 ,705

M08 1,000 ,624

M09 1,000 ,660

M10 1,000 ,773

M11 1,000 ,732

M12 1,000 ,635

M13 1,000 ,679

M14 1,000 ,699

M15 1,000 ,686

M16 1,000 ,687

M17 1,000 ,759

M18 1,000 ,621

M19 1,000 ,673

M20 1,000 ,597

M21 1,000 ,606

M22 1,000 ,640

M23 1,000 ,676

M24 1,000 ,658

M25 1,000 ,711

M26 1,000 ,732

M27 1,000 ,768

M62 1,000 ,631

M63 1,000 ,705

M64 1,000 ,685

M65 1,000 ,678

M66 1,000 ,702

M67 1,000 ,675

M68 1,000 ,597

M69 1,000 ,685

M70 1,000 ,598

M71 1,000 ,641

M72 1,000 ,619

M73 1,000 ,642

M74 1,000 ,634

M75 1,000 ,706

M76 1,000 ,644

M78 1,000 ,654

M79 1,000 ,685

M33 1,000 ,744

M37 1,000 ,656

M40 1,000 ,703

M52 1,000 ,695

M57 1,000 ,686

M60 1,000 ,653

M77 1,000 ,706

M80 1,000 ,707

M81 1,000 ,646

M28 1,000 ,665

M29 1,000 ,697

M30 1,000 ,624

M31 1,000 ,646

M32 1,000 ,589

M34 1,000 ,674

M35 1,000 ,661

M36 1,000 ,644

M38 1,000 ,649

M39 1,000 ,608

M41 1,000 ,602

M42 1,000 ,732

M43 1,000 ,663

M44 1,000 ,631

M45 1,000 ,708

M46 1,000 ,752

M47 1,000 ,663

M48 1,000 ,675

M49 1,000 ,641

M50 1,000 ,729

M51 1,000 ,604

M53 1,000 ,619

M54 1,000 ,563

M55 1,000 ,645

M56 1,000 ,646

M58 1,000 ,644

M59 1,000 ,725

M61 1,000 ,666

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Revista Análise, ano XIII, n. 21, jan-jul 2014 ISSN 1519-0846

39

Apêndice 2: Total da Variância Explicada

Auto valor

inicial Extração da

soma dos quadrados carregados

Rotação da soma dos quadrados carregados

Component

Total % da Variancia

Cumulativo%

Total % de Variancia

Cumulativo %

Total % de Variancia

cumulativo %

1 13,573 16,756 16,756 13,573 16,756 16,756 5,345 6,599 6,599

2 5,490 6,778 23,534 5,490 6,778 23,534 4,620 5,703 12,302

3 3,633 4,485 28,019 3,633 4,485 28,019 4,122 5,089 17,392

4 3,008 3,713 31,732 3,008 3,713 31,732 3,313 4,090 21,482

5 2,419 2,986 34,718 2,419 2,986 34,718 2,809 3,468 24,949

6 2,058 2,541 37,259 2,058 2,541 37,259 2,769 3,419 28,368

7 1,931 2,384 39,644 1,931 2,384 39,644 2,521 3,112 31,480

8 1,770 2,185 41,828 1,770 2,185 41,828 2,240 2,765 34,245

9 1,749 2,159 43,988 1,749 2,159 43,988 2,169 2,678 36,923

10 1,601 1,976 45,964 1,601 1,976 45,964 2,064 2,548 39,471

11 1,569 1,937 47,901 1,569 1,937 47,901 1,914 2,362 41,833

12 1,526 1,884 49,785 1,526 1,884 49,785 1,878 2,319 44,152

13 1,443 1,781 51,566 1,443 1,781 51,566 1,816 2,242 46,394

14 1,415 1,747 53,314 1,415 1,747 53,314 1,806 2,229 48,624

15 1,388 1,714 55,027 1,388 1,714 55,027 1,703 2,103 50,726

16 1,335 1,648 56,675 1,335 1,648 56,675 1,669 2,061 52,787

17 1,251 1,545 58,220 1,251 1,545 58,220 1,669 2,061 54,848

18 1,236 1,526 59,746 1,236 1,526 59,746 1,660 2,050 56,898

19 1,189 1,468 61,214 1,189 1,468 61,214 1,650 2,037 58,935

20 1,137 1,403 62,617 1,137 1,403 62,617 1,621 2,001 60,936

21 1,118 1,380 63,997 1,118 1,380 63,997 1,591 1,964 62,900

22 1,091 1,347 65,344 1,091 1,347 65,344 1,507 1,860 64,761

23 1,021 1,260 66,604 1,021 1,260 66,604 1,493 1,844 66,604

24 ,984 1,215 67,819

25 ,944 1,165 68,984

26 ,926 1,143 70,128

27 ,902 1,113 71,241

28 ,894 1,103 72,344

29 ,868 1,072 73,416

30 ,838 1,034 74,450

31 ,823 1,016 75,466

32 ,794 ,981 76,446

33 ,778 ,961 77,407

34 ,755 ,932 78,339

35 ,734 ,906 79,245

36 ,707 ,872 80,118

37 ,670 ,827 80,945

38 ,652 ,805 81,750

39 ,646 ,798 82,548

40 ,608 ,750 83,298

41 ,601 ,742 84,040

42 ,589 ,727 84,768

43 ,577 ,712 85,480

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Revista Análise, ano XIII, n. 21, jan-jul 2014 ISSN 1519-0846

40

44 ,564 ,696 86,176

45 ,531 ,656 86,831

46 ,522 ,644 87,475

47 ,516 ,637 88,113

48 ,491 ,606 88,719

49 ,469 ,579 89,298

50 ,459 ,567 89,865

51 ,451 ,557 90,422

52 ,429 ,529 90,951

53 ,423 ,522 91,473

54 ,404 ,498 91,972

55 ,395 ,488 92,459

56 ,372 ,459 92,918

57 ,368 ,455 93,373

58 ,353 ,436 93,809

59 ,344 ,424 94,233

60 ,334 ,412 94,646

61 ,321 ,396 95,042

62 ,309 ,382 95,424

63 ,304 ,375 95,800

64 ,284 ,351 96,151

65 ,273 ,338 96,488

66 ,257 ,318 96,806

67 ,250 ,309 97,115

68 ,236 ,291 97,406

69 ,225 ,277 97,683

70 ,213 ,264 97,947

71 ,201 ,249 98,195

72 ,192 ,237 98,432

73 ,181 ,224 98,656

74 ,171 ,211 98,867

75 ,163 ,201 99,068

76 ,153 ,189 99,257

77 ,131 ,162 99,418

78 ,126 ,156 99,574

79 ,122 ,150 99,724

80 ,115 ,143 99,867

81 ,108 ,133 100,000

Nota: Método de Extração - Análise de componente principal.

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41

Apêndice 3: Componente Matriz

Componente

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23

M01 ,374 ,192 0,000 0,000 0,000 0,000 -,447 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 -,203 ,117 0,000 0,000 ,173 0,000 ,276 0,000 -,142 0,000 0,000

M02 ,251 ,346 ,130 0,000 -,238 0,000 -,240 0,000 ,241 ,139 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 ,126 -,132 0,000 0,000 ,275 0,00 -,104 0,000

M03 0,000 -,279 ,363 -,118 -,183 ,127 0,000 -,215 ,135 0,000 -,100 -,143 -,124 0,000 0,000 ,111 0,000 ,233 0,000 0,000 ,152 0,000 ,415

M04 ,449 ,221 ,183 0,000 0,000 ,140 0,000 -,111 0,000 -,273 ,135 -,260 ,140 ,139 -,117 0,000 0,000 ,165 0,000 ,220 -,193 0,000 -,121

M05 ,457 ,473 0,000 -,172 -,113 0,000 ,199 0,000 0,000 0,000 0,000 -,132 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 ,272 0,000 0,000 0,000 0,000 -,233

M06 ,438 ,466 0,000 -,206 -,221 -,180 0,000 ,121 0,000 0,000 0,000 -,125 0,000 0,000 ,114 0,000 0,000 ,194 0,000 ,137 0,000 0,000 0,000

M07 ,364 0,000 ,294 ,102 ,139 ,131 ,356 0,000 0,000 0,000 ,250 0,000 -,176 -,118 0,000 ,249 -,113 0,000 ,141 -,266 0,000 0,000 -,154

M08 ,109 -,336 ,423 0,000 0,000 ,195 0,000 0,000 ,269 0,000 0,000 0,000 ,254 0,000 0,000 ,202 0,000 ,105 0,000 ,127 ,185 0,000 0,000

M09 ,278 ,252 ,179 -,289 0,000 0,000 0,000 -,250 0,000 ,213 ,191 ,105 ,177 0,000 0,000 ,266 ,185 -,196 0,000 ,213 0,000 0,000 0,000

M10 ,451 ,262 ,388 ,203 -,138 ,158 0,000 0,000 0,000 0,000 ,270 -,183 0,000 0,000 ,106 -,120 0,000 0,000 0,000 0,000 ,125 ,259 0,000

M11 ,167 -,187 ,209 0,000 0,000 ,174 ,158 ,254 ,128 -,270 0,000 ,233 ,395 0,000 -,170 0,000 -,155 0,000 ,232 0,000 0,000 ,131 ,247

M12 ,451 ,493 0,000 0,000 0,000 -,134 ,104 0,000 0,000 0,000 0,000 ,152 0,000 0,000 ,202 0,000 ,119 -,108 -,117 0,000 0,000 ,134 0,000

M13 ,289 ,153 ,295 0,000 0,000 ,177 ,242 ,161 ,338 -,160 -,118 0,000 -,145 -,175 -,212 -,114 0,000 0,000 0,000 ,105 0,000 0,000 ,260

M14 ,161 -,154 ,314 ,194 ,185 0,000 -,143 ,190 ,206 0,000 -,325 0,000 -,140 -,273 ,127 0,000 0,000 ,116 ,230 0,000 0,000 ,251 0,000

M15 ,466 ,380 0,000 -,232 0,000 -,116 ,117 ,320 ,143 0,000 0,000 0,000 -,106 0,000 ,246 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 ,124

M16 ,386 ,136 ,160 -,101 ,177 ,156 -,362 ,383 ,227 0,000 ,137 0,000 0,000 0,000 0,000 ,110 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 -,133 -,109

M17 ,557 ,269 ,167 0,000 ,151 ,366 0,000 0,000 -,258 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 -,242 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 -,134

M18 ,460 ,254 ,379 0,000 0,000 0,000 0,000 ,107 -,133 0,000 0,000 0,000 0,000 ,138 0,000 0,000 0,000 -,149 -,198 0,000 ,118 -,138 ,155

M19 0,000 -,364 ,501 ,145 0,000 0,000 0,000 ,195 0,000 ,152 0,000 ,122 -,169 ,242 ,109 ,141 -,138 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 -,103

M20 ,417 ,430 0,000 -,304 0,000 0,000 ,183 ,107 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 ,121 0,000 0,000 0,000 ,140 ,160 -,121 ,102 0,000 0,000

M21 ,517 ,256 ,267 ,183 0,000 -,105 0,000 0,000 0,000 -,102 0,000 -,106 0,000 0,000 0,000 ,165 0,000 0,000 -,106 -,127 ,137 -,145 0,000

M22 ,484 ,190 ,301 ,183 0,000 0,000 ,148 0,000 -,114 -,102 -,141 0,000 0,000 0,000 0,000 ,159 0,000 -,127 -,223 -,107 -,166 -,157 0,000

M23 ,496 ,328 ,113 0,000 ,233 -,112 0,000 -,140 -,152 0,000 0,000 -,255 ,159 -,140 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 ,226 0,000

M24 ,398 0,000 0,000 0,000 ,194 0,000 -,194 -,150 0,000 ,270 0,000 -,209 0,000 -,214 0,000 ,331 0,000 -,277 0,000 -,160 0,000 0,000 0,000

M25 ,163 ,219 ,104 -,440 0,000 0,000 -,182 0,000 -,199 0,000 0,000 -,101 ,198 ,318 0,000 ,154 ,231 -,220 0,000 ,112 ,167 ,125 0,000

M26 ,605 ,328 ,180 0,000 ,138 ,248 0,000 0,000 -,129 0,000 ,144 0,000 0,000 0,000 0,000 -,222 0,000 0,000 ,114 0,000 -,129 0,000 0,000

M27 ,588 ,158 ,222 ,109 ,220 ,248 0,000 0,000 -,244 -,133 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 -,199 -,141 -,175 0,000 0,000 0,000 -,130 0,000

M28 ,195 -,303 ,482 -,107 ,332 -,116 0,000 0,000 0,000 ,226 0,000 0,000 -,115 0,000 -,110 ,140 -,111 0,000 0,000 0,000 0,000 ,178 0,000

M29 ,489 ,485 0,000 -,297 -,111 -,132 0,000 0,000 0,000 -,156 -,142 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 -,168

M30 ,316 0,000 ,264 -,241 ,158 0,000 ,359 -,133 0,000 0,000 -,145 ,250 0,000 0,000 -,250 -,169 0,000 0,000 0,000 0,000 -,111 0,000 0,000

M31 ,435 ,350 0,000 -,276 0,000 -,149 0,000 0,000 0,000 0,000 -,391 0,000 ,125 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 -,147 ,115 0,000 0,000

M32 ,547 -,118 -,167 0,000 ,107 0,000 -,174 -,202 0,000 -,100 -,127 0,000 0,000 ,177 0,000 0,000 -,230 0,000 0,000 -,134 0,000 0,000 0,000

M34 ,366 0,000 0,000 -,272 -,128 -,243 0,000 0,000 0,000 0,000 ,315 -,110 0,000 -,109 -,188 ,107 ,184 ,251 0,000 -,300 0,000 0,000 0,000

M35 ,386 0,000 -,120 ,105 ,344 -,289 0,000 0,000 ,244 0,000 0,000 -,143 ,170 ,127 0,000 0,000 -,104 ,130 0,000 ,155 0,000 -,148 ,235

M36 ,397 -,221 0,000 -,219 ,339 -,114 0,000 -,148 0,000 0,000 ,278 ,252 ,159 0,000 0,000 -,113 -,130 0,000 0,000 0,000 -,115 0,000 0,000

M38 ,477 -,213 0,000 -,259 ,115 -,143 0,000 0,000 -,123 0,000 0,000 ,321 0,000 0,000 ,162 0,000 -,161 -,141 ,190 0,000 0,000 0,000 -,121

M39 ,247 -,442 0,000 -,105 ,307 -,173 0,000 -,207 0,000 -,148 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 -,191 0,000 0,000 0,000 ,145 ,112 ,172 0,000

M41 ,446 ,144 0,000 0,000 -,110 -,275 -,342 -,171 ,174 -,111 0,000 ,125 0,000 0,000 0,000 -,178 0,000 0,000 0,000 0,000 ,103 ,145 0,000

M42 ,547 ,127 0,000 ,292 -,140 -,141 -,337 -,108 0,000 -,135 0,000 0,000 0,000 0,000 -,250 ,147 -,120 0,000 -,129 0,000 0,000 0,000 0,000

M43 ,586 0,000 -,295 0,000 ,290 0,000 -,137 ,104 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 -,171 0,000 -,141 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000

M44 ,342 -,107 -,184 0,000 ,333 0,000 -,332 ,189 ,158 ,106 -,121 0,000 -,159 -,213 -,120 -,162 0,000 0,000 0,000 0,000 ,109 0,000 0,000

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Revista Análise, ano XIII, n. 21, jan-jul 2014 ISSN 1519-0846

42

M45 ,412 -,189 0,000 ,123 0,000 -,336 0,000 ,170 -,336 0,000 0,000 ,215 0,000 -,295 -,189 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 ,165

M46 ,520 -,201 0,000 ,289 -,135 0,000 0,000 0,000 -,244 0,000 0,000 ,219 0,000 0,000 -,195 0,000 0,000 ,174 0,000 ,253 ,157 ,174 -,105

M47 ,509 -,219 -,149 0,000 -,165 ,174 0,000 0,000 -,169 ,238 0,000 ,228 -,146 ,165 0,000 0,000 0,000 ,108 0,000 0,000 ,188 0,000 0,000

M48 ,401 -,238 0,000 ,121 0,000 -,263 0,000 ,176 -,120 0,000 0,000 0,000 -,111 ,266 -,134 ,134 -,123 ,189 0,000 0,000 -,321 0,000 ,122

M49 ,355 -,291 -,128 -,315 0,000 ,250 -,125 0,000 0,000 -,156 -,156 ,104 0,000 ,211 0,000 ,118 ,164 0,000 ,177 -,112 ,170 -,100 0,000

M50 ,491 -,357 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 ,294 -,296 0,000 ,253 0,000 0,000 0,000 0,000 ,122 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 -,130 ,190

M51 ,447 -,174 0,000 -,222 0,000 0,000 -,159 ,205 0,000 0,000 ,409 0,000 ,111 0,000 ,110 0,000 0,000 0,000 -,138 0,000 0,000 0,000 0,000

M53 ,418 -,313 -,162 0,000 0,000 ,232 -,226 -,123 0,000 -,321 0,000 ,168 0,000 -,142 ,114 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000

M54 ,435 -,284 0,000 0,000 0,000 ,101 -,169 0,000 0,000 -,309 0,000 0,000 -,138 -,156 ,278 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000

M55 ,540 -,262 0,000 0,000 0,000 -,116 ,201 -,278 0,000 -,181 0,000 0,000 0,000 0,000 ,248 0,000 0,000 0,000 ,101 0,000 -,130 0,000 0,000

M56 ,351 -,276 ,181 0,000 0,000 ,265 0,000 -,176 0,000 0,000 -,211 0,000 -,130 0,000 0,000 0,000 ,218 ,161 -,315 ,151 0,000 -,129 0,000

M58 ,445 0,000 -,404 0,000 -,268 0,000 0,000 ,141 0,000 0,000 0,000 0,000 -,232 ,107 -,167 ,134 -,166 0,000 ,137 0,000 0,000 0,000 0,000

M59 ,363 0,000 -,144 0,000 0,000 0,000 ,160 0,000 ,176 -,185 ,263 0,000 -,424 0,000 0,000 0,000 0,000 -,162 -,273 0,000 ,250 -,138 ,110

M61 ,184 -,272 ,211 0,000 0,000 ,186 0,000 ,149 0,000 ,178 ,112 -,157 ,111 -,173 -,366 -,197 0,000 ,118 -,263 -,131 ,179 0,000 -,139

M62 ,419 -,118 0,000 -,198 -,250 ,313 0,000 -,117 -,103 ,222 0,000 0,000 0,000 -,192 ,204 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 -,126 ,203

M63 ,585 -,155 0,000 ,233 -,235 ,131 -,139 -,146 0,000 -,205 0,000 0,000 ,118 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 -,124 -,215 0,000 0,000 0,000

M64 ,508 -,120 0,000 ,215 -,262 ,199 0,000 -,115 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 -,129 -,163 0,000 0,000 -,311 ,173 0,000 -,169

M65 ,271 -,237 -,125 0,000 ,222 -,155 0,000 0,000 ,224 -,135 0,000 -,325 ,214 ,112 0,000 0,000 -,206 0,000 ,145 0,000 ,320 -,120 -,132

M66 ,321 -,272 -,270 -,244 0,000 0,000 ,193 -,286 0,000 ,119 0,000 -,207 0,000 -,149 ,180 0,000 -,337 ,131 0,000 ,129 0,000 0,000 0,000

M67 ,457 -,311 -,206 0,000 0,000 -,102 ,101 ,191 0,000 -,196 0,000 -,288 0,000 -,118 ,175 ,123 0,000 0,000 -,124 ,101 0,000 ,159 0,000

M68 ,455 -,174 0,000 ,418 -,174 -,139 0,000 0,000 -,137 ,165 0,000 0,000 ,153 0,000 ,186 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000

M69 ,606 -,112 -,197 ,178 -,140 0,000 0,000 ,156 0,000 ,122 -,271 ,102 0,000 0,000 0,000 0,000 ,136 -,147 0,000 0,000 0,000 ,158 0,000

M70 ,581 -,212 -,233 0,000 0,000 0,000 ,132 ,140 0,000 0,000 -,149 0,000 0,000 ,101 0,000 0,000 ,151 0,000 0,000 0,000 0,000 ,159 0,000

M71 ,527 -,178 -,223 -,147 -,142 ,192 ,160 0,000 ,112 ,289 0,000 0,000 0,000 -,106 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 -,184 0,000 0,000

M72 ,324 -,403 -,275 -,183 0,000 ,108 ,131 0,000 ,229 0,000 0,000 -,265 0,000 0,000 0,000 ,106 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 ,108 -,102

M73 ,438 0,000 0,000 ,388 0,000 0,000 ,121 0,000 ,240 0,000 0,000 ,117 0,000 ,228 0,000 0,000 0,000 ,109 0,000 0,000 -,255 -,141 -,127

M74 ,473 0,000 0,000 ,209 0,000 -,207 ,101 0,000 ,316 ,180 0,000 ,192 ,208 0,000 ,214 -,136 0,000 0,000 -,109 0,000 0,000 0,000 0,000

M75 ,410 -,209 ,130 ,348 -,105 -,188 0,000 -,213 0,000 0,000 ,135 0,000 ,147 -,146 0,000 0,000 ,127 0,000 ,332 0,000 0,000 -,214 0,000

M76 ,534 0,000 0,000 ,193 -,109 -,298 0,000 -,194 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 ,181 0,000 ,232 0,000 0,000 -,204 0,000

M78 ,496 -,196 -,182 ,192 0,000 0,000 0,000 0,000 ,141 ,189 -,113 0,000 0,000 0,000 0,000 -,220 ,358 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000

M79 ,456 -,324 -,153 0,000 0,000 0,000 ,177 0,000 ,200 -,151 0,000 -,111 -,153 ,199 -,275 0,000 ,150 -,238 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000

M81 ,468 -,132 -,257 -,226 -,184 ,237 ,111 0,000 0,000 ,227 0,000 0,000 ,170 0,000 0,000 ,178 0,000 0,000 0,000 0,000 -,238 0,000 0,000

M33 ,129 ,244 -,574 ,252 ,162 ,230 ,113 0,000 0,000 0,00 0,000 ,180 ,223 0,000 -,129 ,242 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000

M37 ,278 ,343 -,260 ,280 ,289 ,148 0,000 -,189 0,000 ,102 0,000 0,000 0,000 -,232 0,000 ,169 0,000 ,163 0,000 0,000 0,000 0,000 ,138

M40 -,113 0,000 0,000 ,396 0,000 0,000 ,291 ,269 -,274 0,000 0,000 -,104 0,000 -,134 0,000 0,000 0,000 0,000 ,220 ,348 ,183 -,193 0,000

M52 0,000 ,215 -,211 ,273 ,337 ,237 0,000 0,000 0,000 ,204 0,000 0,000 0,000 ,368 ,136 -,140 0,000 ,184 ,183 -,145 0,000 0,000 ,200

M57 0,000 ,429 -,302 ,275 0,000 ,167 0,000 ,118 ,138 0,000 ,310 ,160 0,000 0,000 0,000 0,000 -,117 -,222 0,000 0,000 0,000 ,225 0,000

M60 ,155 ,522 -,250 ,162 0,000 0,000 0,000 -,254 ,165 0,000 0,000 ,243 0,000 0,000 -,157 ,171 0,000 0,000 0,000 0,000 ,160 0,000 0,000

M77 0,000 ,161 -,245 -,134 ,495 0,000 0,000 0,000 -,120 -,299 0,000 ,138 ,199 0,000 ,104 ,213 0,000 ,207 -,105 0,000 0,000 -,189 -,122

M80 ,154 ,218 -,195 ,204 ,398 0,000 0,000 -,133 0,000 0,000 ,175 0,000 -,213 0,000 ,125 0,000 ,335 ,246 0,000 0,000 ,177 ,225 0,000

Nota: Método de extração - Análise dos componentes principais com 23 componentes extraídos.

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Revista Análise, ano XIII, n. 21, jan-jul 2014 ISSN 1519-0846

43

Apêndice 4: Componente Matriz Rotacionada

Component

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23

M01 ,228 0,000 ,139 0,000 0,000 0,000 ,197 ,115 0,000 0,000 ,138 0,000 0,000 ,611 -,124 0,000 0,000 0,000 ,106 0,000 ,101 0,000 ,154

M02 ,270 0,000 ,104 0,000 0,000 ,222 0,000 0,000 ,163 0,000 0,000 ,191 0,000 ,486 0,000 0,000 0,000 -,231 -,199 0,000 0,000 0,000 0,000

M03 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 -,147 0,000 ,101 0,000 0,000 0,000 ,744 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 -,130 0,000 ,111 ,109 0,000 0,000

M04 ,238 0,000 ,328 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 ,210 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 ,633

M05 ,720 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 ,118 ,175 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 ,250

M06 ,715 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 ,183 0,000 0,000 0,000 ,124 -,147 0,000 0,000 -,133 0,000 0,000 0,000 0,000 ,169

M07 ,152 0,000 ,274 0,000 0,000 0,000 ,151 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 ,716 ,128 0,000 0,000 0,000 ,105 0,000 0,000 0,000

M08 -,166 0,000 0,000 0,000 ,108 0,000 0,000 -,120 ,238 0,000 ,303 ,408 ,198 0,000 ,202 -,106 ,135 0,000 -,187 ,265 0,000 ,102 0,000

M09 ,202 0,000 ,122 -,195 ,175 ,192 ,177 -,137 0,000 0,000 -,145 ,174 0,000 ,162 ,166 0,000 ,536 0,000 -,159 0,000 0,000 0,000 0,000

M10 ,220 0,000 ,447 ,179 0,000 0,000 ,105 0,000 0,000 ,164 0,000 0,000 0,000 0,000 ,141 ,135 ,191 -,378 ,103 ,158 0,000 0,000 ,408

M11 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 ,818 0,000 0,000 0,000

M12 ,612 0,000 ,199 0,000 0,000 ,163 0,000 0,000 ,191 0,000 ,108 -,161 -,155 0,000 0,000 ,152 ,129 -,117 0,000 0,000 0,000 -,119 0,000

M13 ,284 ,109 ,285 -,200 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 -,148 ,252 ,160 0,000 0,000 0,000 ,311 -,139 -,117 -,125 ,410 0,000 ,128 0,000

M14 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 ,795 ,107 0,000 0,000 ,121 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,00

M15 ,706 ,167 ,117 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 ,110 ,213 ,154 0,000 0,000 0,000 0,000 ,117 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 -,135

M16 ,219 0,000 ,165 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 ,200 ,429 ,280 -,107 0,000 ,421 ,115 0,000 ,111 ,149 0,000 ,137 ,136 ,125 0,000

M17 ,257 ,140 ,699 ,186 ,136 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 ,189 0,000 0,000 0,000 0,000 ,169 0,000 -,120 ,164 0,000

M18 ,253 -,141 ,535 0,000 0,000 0,000 0,000 ,202 ,239 ,114 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 ,138 ,281 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000

M19 -,184 -,120 0,000 0,000 ,167 -,347 0,000 ,293 ,294 0,000 ,262 ,137 0,000 ,137 ,378 0,000 0,000 -,149 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000

M20 ,655 ,103 ,115 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 ,146 0,000 ,140 ,129 ,229 0,000 0,000 0,000 0,000

M21 ,394 0,000 ,318 ,213 -,181 0,000 ,206 ,261 ,148 0,000 0,000 0,000 ,116 0,000 ,226 ,124 0,000 0,000 -,112 0,000 0,000 ,112 0,000

M22 ,205 0,000 ,548 ,125 0,000 0,000 ,201 ,284 0,000 0,000 0,000 -,113 0,000 ,226 0,000 0,000 ,145 -,180 0,000 0,000 0,000 0,000

M23 ,323 0,000 ,437 0,000 ,112 ,269 ,102 ,178 0,000 0,000 ,153 0,000 ,146 -,136 0,000 -,171 ,236 0,000 0,000 -,172 ,132 0,000 ,199

M24 0,000 ,195 ,352 0,000 0,000 ,205 ,162 0,000 0,000 ,114 ,200 0,000 ,178 0,000 ,280 -,130 ,172 -,100 -,125 -,271 ,252 0,000 -,178

M25 ,240 0,000 ,106 0,000 0,000 -,121 -,139 0,000 -,107 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 -,110 0,000 ,749 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000

M26 ,301 ,118 ,649 0,000 ,163 ,119 ,131 0,000 0,000 ,141 0,000 0,000 0,000 ,222 0,000 0,000 0,000 -,119 ,138 0,000 0,000 0,000 ,176

M27 ,146 0,000 ,805 ,174 ,132 0,000 ,112 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000

M28 0,000 0,000 ,130 -,124 ,367 -,198 0,000 ,286 0,000 0,000 ,248 ,137 0,000 0,000 ,425 0,000 ,113 0,000 0,000 0,000 ,150 ,206 0,000

M29 ,735 0,000 ,237 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 ,129 0,000 0,000 0,000 0,000 -,177 0,000 0,000 0,000 0,000

M30 ,226 ,112 ,207 -,112 ,445 0,000 ,182 0,000 0,000 -,261 0,000 0,000 -,191 -,128 0,000 0,000 0,000 ,151 0,000 ,239 0,000 ,179 0,000

M31 ,616 0,000 ,166 ,205 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 -,161 0,000 0,000 0,000 0,000 -,147 0,000 ,232 ,166 0,000 0,000 ,110 0,000 -,130

M32 ,136 ,213 ,195 ,431 ,253 0,000 0,000 ,256 0,000 0,000 0,000 0,000 ,220 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 ,107 0,000 ,229 -,108 0,000

M34 ,317 ,176 -,183 0,000 0,000 0,000 ,377 ,172 -,134 ,312 -,116 0,000 0,000 0,000 ,156 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 ,251 ,264 ,134

M35 ,183 0,000 ,120 -,101 ,126 ,220 ,118 ,312 ,284 0,000 0,000 0,000 ,502 0,000 -,224 0,000 0,000 0,000 ,133 0,000 0,000 0,000 0,000

M36 0,000 ,118 ,116 0,000 ,667 0,000 0,000 0,000 0,000 ,295 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 ,163 0,000 0,000

M38 ,154 ,227 ,114 ,109 ,598 -,145 ,126 0,000 0,000 ,131 0,000 0,000 0,000 ,166 ,136 0,000 ,121 0,000 0,000 0,000 0,000 -,161 -,198

M39 -,165 0,000 0,000 0,000 ,588 -,114 0,000 0,000 0,000 0,000 ,104 0,000 ,247 -,117 0,000 ,281 0,000 0,000 0,000 0,000 ,131 0,000 ,104

M41 ,299 0,000 0,000 ,330 ,205 ,104 ,275 0,000 0,000 0,000 ,104 -,107 ,124 ,189 -,179 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 ,304 0,000 0,000

M42 ,131 0,000 ,207 ,414 0,000 ,307 ,194 ,318 ,120 0,000 0,000 -,156 ,102 ,241 0,000 0,000 0,000 -,143 -,279 0,000 ,194 0,000 ,132

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Revista Análise, ano XIII, n. 21, jan-jul 2014 ISSN 1519-0846

44

M43 ,235 ,307 ,279 0,000 ,269 ,230 0,000 ,227 0,000 0,000 0,000 -,127 ,194 ,244 0,000 0,000 0,000 0,000 ,211 0,000 ,102 ,127 -,183

M44 0,000 ,206 ,159 0,000 ,204 0,000 0,000 0,000 0,000 ,133 ,295 -,105 ,299 ,265 -,189 ,111 -,117 0,000 0,000 -,125 ,111 ,254 -,264

M45 ,117 0,000 0,000 ,135 ,262 0,000 ,381 ,419 -,124 ,143 ,139 0,00 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 -,190 0,000 -,277 ,106 -,226

M46 0,000 0,000 0,000 ,466 ,266 ,184 0,000 ,356 0,000 ,122 ,158 0,000 -,111 ,115 0,000 0,000 0,000 0,000 -,131 0,000 -,329 ,180 ,150

M47 ,141 ,383 0,000 ,427 ,300 0,000 0,000 ,109 0,000 0,000 0,000 ,186 -,143 ,118 ,102 0,000 ,136 0,000 ,118 0,000 -,183 ,177 -,142

M48 0,000 ,216 0,000 0,000 0,000 -,151 0,000 ,716 ,175 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000

M49 0,000 ,363 0,000 ,301 ,129 -,103 0,000 0,000 -,158 0,000 0,000 ,148 0,000 ,187 0,000 ,130 ,301 ,368 ,112 ,166 0,000 0,000 0,000

M50 0,000 ,268 ,119 ,168 ,119 0,000 ,189 ,404 0,000 ,516 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 ,182 0,000 ,175 ,148 0,000 0,000 0,000 0,000

M51 ,147 ,215 0,000 ,151 ,247 0,000 0,000 0,000 0,000 ,603 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 ,200 0,000

M53 0,000 ,270 0,000 ,418 ,233 0,000 0,000 0,000 0,000 ,297 ,103 0,000 0,000 ,161 -,102 ,141 -,121 ,186 -,152 0,000 0,000 -,128 ,168

M54 0,000 ,221 ,226 ,239 0,000 -,113 ,168 0,000 0,000 ,323 ,227 0,000 0,000 0,000 0,000 ,270 -,135 ,138 -,103 0,000 0,000 -,226 0,000

M55 ,134 ,322 0,000 ,253 ,286 0,000 ,297 ,102 ,144 0,000 0,000 ,176 0,000 0,000 ,130 ,155 0,000 ,168 0,000 0,000 0,000 -,309 ,147

M56 0,000 ,246 ,176 ,148 ,131 0,000 0,000 0,000 ,341 0,000 ,135 ,378 -,191 0,000 0,000 ,196 0,000 ,209 -,136 -,125 0,000 ,206 ,106

M58 ,201 ,454 0,000 ,302 0,000 ,135 0,000 ,207 -,140 0,000 -,149 -,135 0,000 ,277 0,000 ,139 0,000 -,145 0,000 0,000 -,165 0,000 0,000

M59 ,155 ,145 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 ,158 -,121 0,000 0,000 0,000 0,000 ,759 0,000 0,000 0,000 -,101 0,000 0,000 0,000

M61 0,000 ,118 ,127 0,000 0,000 -,143 0,000 0,000 0,000 ,141 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 ,745 0,000

M62 ,150 ,337 ,232 ,178 ,111 0,000 0,000 -,163 0,000 ,344 -,127 ,424 -,117 0,000 0,000 0,000 0,000 -,103 0,000 0,000 0,000 0,000 -,121

M63 0,000 ,174 ,214 ,717 0,000 0,000 ,153 ,110 ,118 ,141 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 ,110

M64 ,130 ,257 ,170 ,633 0,000 0,000 ,130 -,111 ,212 0,000 0,000 0,000 ,106 0,000 ,101 0,000 -,126 -,124 0,000 0,000 0,000 ,166 0,000

M65 0,000 ,172 0,000 ,108 ,105 0,000 ,102 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 ,755 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 -,115 0,000 0,000

M66 ,153 ,379 0,00 ,140 ,353 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 -,165 ,308 ,297 -,154 0,000 0,000 -,243 0,000 0,000 -,264 0,000 0,000 0,000

M67 0,000 ,451 ,114 ,154 0,000 0,000 0,000 ,318 0,000 ,260 ,173 0,000 ,233 -,269 -,103 ,127 0,000 0,000 -,117 0,000 0,000 -,121 ,167

M68 0,000 ,149 ,183 ,339 0,000 0,000 ,295 ,239 ,314 ,169 ,147 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 ,118 -,204 0,000 0,000 -,227 0,000 0,000

M69 ,173 ,477 ,141 ,337 0,000 0,000 ,157 ,188 ,240 0,000 ,241 -,158 0,000 0,000 -,138 0,000 ,141 0,000 0,000 0,000 -,137 0,000 0,000

M70 ,217 ,548 0,000 ,230 ,166 0,000 ,155 0,000 ,112 0,000 ,173 0,000 ,125 0,000 0,000 ,161 ,128 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000

M71 ,183 ,684 ,105 0,000 ,130 0,000 0,000 0,000 ,128 ,123 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 -,149 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000

M72 0,000 ,636 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 ,114 0,000 ,274 0,000 0,000 ,153 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 ,178

M73 ,131 0,000 ,173 0,000 0,000 0,000 ,150 ,165 ,658 0,000 0,000 0,000 0,000 ,137 ,117 0,000 -,104 0,000 ,118 0,000 0,000 0,000 ,140

M74 ,186 ,118 0,000 ,176 ,191 0,000 ,250 0,000 ,605 ,114 0,000 0,000 ,175 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000

M75 0,000 ,120 ,138 ,130 0,000 0,000 ,721 0,000 ,213 0,000 0,000 0,000 ,116 0,000 ,119 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000

M76 ,155 ,149 ,120 ,146 ,125 0,000 ,698 ,121 ,125 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 ,107 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000

M78 0,000 ,427 ,131 ,135 0,000 0,000 ,323 0,000 ,339 0,000 ,122 0,000 0,000 0,000 -,206 ,146 0,000 0,000 ,129 -,113 0,000 ,269 0,000

M79 0,000 ,545 0,000 0,000 0,000 0,00 ,181 ,183 0,000 -,129 0,000 0,000 ,153 ,108 ,151 ,405 0,000 0,000 0,000 ,132 ,110 0,000 0,000

M81 ,131 ,673 0,000 0,000 0,000 ,110 0,000 0,000 0,000 ,226 -,182 ,151 0,000 0,000 0,000 -,111 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000

M33 0,000 ,242 0,000 ,118 0,000 ,717 -,111 0,000 0,000 0,000 0,000 -,210 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 ,177 0,000 0,000 -,133 0,000 0,000

M37 ,107 0,000 ,204 0,000 0,000 ,679 ,109 0,000 0,000 0,000 ,190 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 ,177 -,178 0,000 0,000 0,000

M40 0,000 0,000 0,000 0,000 -,167 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 ,100 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 -,779 0,000 0,000

M52 0,000 0,000 ,146 0,000 0,000 ,207 -,105 0,000 ,129 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 -,114 0,000 0,000 ,744 0,000 0,000 -,106 0,000

M57 0,000 0,000 0,000 0,000 -,158 ,466 -,203 -,141 ,115 0,000 -,178 -,351 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 -,322 ,181 ,131 0,000 -,158 0,000

M60 ,271 -,129 0,000 0,000 0,000 ,627 0,000 0,000 0,000 -,162 -,195 0,000 0,000 ,138 0,000 ,204 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000

M77 0,000 -,110 0,000 -,113 0,000 ,234 -,175 0,000 0,000 0,000 0,000 -,168 ,116 -,120 0,000 0,000 0,000 ,710 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000

M80 ,104 0,000 0,000 0,000 ,138 ,334 ,136 0,000 0,000 0,000 ,215 0,000 0,000 -,128 0,000 ,177 0,000 0,000 ,494 -,316 0,000 0,000 ,270

Notas: Método de extração: Componente de análise principal.

Método de rotação: VARIMAX Com normalização de Kaiser.

Rotação convergente em 109 iterações.

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ENDOMARKETING: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA APLICADA AOS

EVENTOS DA ANPAD

Bernardo Ferreira Machado1

Irene Raguenet Troccoli2

Resumo

O Endomarketing tem-se tornado uma importante ferramenta para as organizações. Isso se dá

porque ele busca alinhar todos os funcionários para o alcance dos objetivos organizacionais,

trazendo, como principal benefício, a visão compartilhada e o fortalecimento das relações.

Este artigo, de abordagem qualitativa, é uma revisão bibliográfica dos artigos com a palavra-

chave Endomarketing que foram publicados nos eventos promovidos pela Associação

Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração (ANPAD). Tendo-se encontrado

tão somente cinco artigos com esta condição, foi realizada uma varredura dos conceitos mais

relevantes de cada um deles. A conclusão foi que a importância deste construto como uma

ferramenta de construção e de manutenção de valores intangíveis foi muito destacada em

todos, dada sua contribuição para a geração e para a manutenção da cultura organizacional,

assim como suas consequências para o desempenho da empresa.

1 B. Sc.; Universidade Estácio de Sá; Av. Presidente Vargas 642/22º andar, Rio de Janeiro (RJ);

[email protected] 2 D. Sc.; Universidade Estácio de Sá; Av. Presidente Vargas 642/22º andar, Rio de Janeiro (RJ);

[email protected]

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Revista Análise, ano XIII, n. 21, jan-jul 2014 ISSN 1519-0846

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Introdução

Endomarketing – também entendido como Marketing interno - “(...) surgiu em muitas

organizações a fim de descrever a aplicação do marketing dentro da companhia” (SIMÕES,

2001, p. 6). O conceito de imagem da empresa, aliado ao de Marketing, contribuiu para que as

empresas se conscientizassem sobre o público interno. Neste processo, essa mesma autora

argumenta que as primeiras definições de Marketing interno referem-como uma filosofia.

(...) de gerenciamento que considera os empregados como clientes internos e os empregos

como produtos oferecidos para satisfazer suas necessidades e desejos e direcionar os objetivos

da organização. Desta forma, o produto está fortemente orientado para o reconhecimento dos

empregados e para a valorização dos mesmos. (SIMÕES, 2001, p. 6)

Pelo lado da gestão, o Endomarketing tem-se tornado uma importante ferramenta para

as organizações. Isso se dá porque ele busca alinhar todos os funcionários para o alcance dos

objetivos organizacionais, trazendo, como principal benefício, a visão compartilhada e o

fortalecimento das relações. Ou seja, todos são clientes de todos, e todos os problemas são

problemas de todos. (CERQUEIRA, 2002). Com isso, o Endomarketing se configura em um

instrumento da alta gestão para garantir o bom desempenho da empresa como um todo. Nesse

sentido, configura-se como recurso que funciona como uma válvula propulsora para estimular

a motivação, atribuindo aos funcionários respeito, responsabilidade e integração (BEKIN,

20054).

Este panorama implica a necessidade de um novo enfoque da gestão de pessoas,

voltado para “a oferta de treinamento, orientação em relação à qualidade total e reforma do

sistema de recompensas que premia a participação voluntária e a inovação” (SIMÕES, 2001,

p.13). Ou seja, estes são os produtos por meio dos quais se espera o engajamento dos

trabalhadores na empresa. A mesma autora ressalta que a importância do Endomarketing para

a gestão de pessoas

(...) surge ao passo que, ao fornecer serviços ou programas para os colaboradores, a gestão de

recursos humanos precisa “vender” performace capaz de influenciar diretamente a

produtividade do negócio – e, ao mesmo tempo, manter o tipo de pessoal que a organização

deseja. Não importa se o foco do marketing é externo ou interno, sua finalidade central

permanece, isto é, a atração e retenção dos clientes por meio da satisfação de suas necessidades

e desejos. (SIMÕES, 2001, p. 5)

Tendo em vista esses aspectos, coloca-se a pertinência de se investigar qual o estado

da arte das pesquisas acadêmicas relativas a este construto, no campo da Administração de

Empresas no Brasil. A intenção, aqui, é a de identificar os aspectos que nelas foram

explorados, de modo a se ter um retrato dos temas considerados mais relevantes relativamente

a esse construto por parte dos pesquisadores científicos situados nesta área de estudos.

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No caso, entendeu-se que tal investigação seria profícua se realizada junto ao estoque

de artigos provenientes dos eventos promovidos pela Associação Nacional de Pós-Graduação

e Pesquisa em Administração (ANPAD).

A ANPAD congrega 77 programas de pós-graduação stricto sensu associados efetivos,

que representam os interesses das instituições filiadas junto à opinião pública, além de atuar

como órgão articulador dos interesses dos programas perante a comunidade científica e aos

órgãos governamentais responsáveis pela gestão da educação e pelo desenvolvimento

científico e tecnológico no país.

Sendo assim, a ANPAD é hoje o principal órgão de interação entre programas

associados, grupos de pesquisa da área e a comunidade internacional. Para tanto, conta com

oito eventos (ANPAD, 2013):

1) Encontro da ANPAD – ENAPAD: realiza-se anualmente no mês de setembro, e é

hoje o maior evento da comunidade científica e acadêmica de Administração no país

2) Encontro de Marketing da ANPAD – EMA: é o evento da Divisão de Estudos em

Marketing da Anpad, e que visa a abrir oportunidade para que os acadêmicos da área possam

divulgar e debater artigos de forma mais específica

3) Encontro de Estudos em Estratégia – 3Es: promovido pela Anpad com o Centro de

Pesquisa e Pós-Graduação em Administração – Ceppad, da Universidade Federal do Paraná –

UFPR, e com o Programa de Pós-Graduação em Administração – PPAD da Pontifícia

Universidade Católica do Paraná – PUC-PR, objetiva auxiliar no desenvolvimento da área de

estudos em estratégia no Brasil, por meio do encontro entre pesquisadores, a fim de fomentar

debates sobre temas relevantes e estabelecer potenciais agendas de pesquisa

4) Encontro de Estudos Organizacionais – Eneo: abrange ensino, pesquisa, teoria e

construção do conhecimento, fragmentação e identidade do campo de estudos organizacionais

no país

5) Encontro de Gestão de Pessoas e Relações de Trabalho – ENGPR: tem por objetivo

fomentar o desenvolvimento da área de estudos em gestão de pessoas e em relações de

trabalho no Brasil, por meio de estudos teórico e/ou teórico-empíricos, considerando os

diferentes subsistemas e dimensões de análise

6) Encontro de Administração da Informação – ENADI: evento surgido da

necessidade de auxiliar no desenvolvimento da área de estudos em Administração de Sistemas

de Informação sob seus mais diversos aspectos, buscando fomentar o seu desenvolvimento

por meio de estudos teóricos e/ou teórico-empíricos, considerando a sua diversidade e

interdisciplinaridade com as demais áreas de gestão e tecnológicas

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7) Encontro de Ensino e Pesquisa em Administração e Contabilidade – ENEPQ:

evento surgido como espaço de discussão de temas relevantes para o momento, no âmbito da

área, a critério das instituições que o promovem; e

8) Academy of International Business – AIB: associação de acadêmicos e de

especialistas no campo de negócios internacionais cujo evento anual, em 2010, será

organizado por diversas instituições acadêmicas brasileiras, reunidas pela ANPAD

No caso do ENANPAD, trata-se de congresso com reconhecimento internacional, que

hospeda as mais variadas posições teóricas desta área de estudo. Com isso, ao longo de todas

as suas edições desde o ano de 1977, tornou-se espaço essencial e privilegiado para debates

acadêmicos e para a produção científica.

Este artigo se encontra dividido em três partes, além desta introdução: a metodologia,

os resultados da pesquisa e a conclusão.

1 Metodologia

Esta pesquisa é de abordagem qualitativa, descritiva quanto aos meios e bibliográfica

quanto aos fins (VERGARA, 2013).

A seleção dos artigos investigados se deu por meio do acesso ao site do Enanpad

(ENANPAD, 2013), e da utilização do seu instrumento de busca por palavra-chave.

Inserindo-se o termo Endomarketing no espaço adequado a essa busca, houve o retorno de

cinco artigos, sendo três de ENANPADs, um de EMA e um de ENADI: Fernandes, Ferreira e

Lebarcky (2011), Santos e Nakalski (2008), Zamberlan et al (2007), Cremonezi, Pizzinatto e

Spers (2012), e Ellwanger et al (2009).

Os artigos foram impressos e procedeu-se à leitura de seus respectivos referenciais

teóricos, atividade durante a qual foram feitas anotações remetendo às obras referenciadas e

aos aspectos teóricos mencionados. Em seguida, foi feita a exposição deste conteúdo,

conforme se vê no próximo item deste artigo, concluindo-se em seguida.

2 Resultados da Pesquisa Bibliográfica

Ao analisar os referenciais teóricos dos cinco artigos, pode-se verificar que, assim

como algumas abordagens conceituais e autores do Endomarketing estão presentes em todos,

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cada artigo possui sua peculiaridade, não só no destaque dos conceitos que mais se encaixam

ao assunto específico de cada um deles, mas também na utilização de recursos teóricos

externos ao Endomarketing.

A consolidação da cultura organizacional como um objetivo do Endomarketing é um

exemplo disso. Fernandes, Ferreira e Lebarcky (2011, p. 6) citam expressamente o

“Endomarketing como uma estratégia de gerenciamento, cujo objetivo é assegurar que todos

os funcionários compreendam e vivenciem o negócio, buscando desenvolver uma cultura

organizacional orientada para o cliente”.

Ao falar na remoção dos obstáculos para que todos possam olhar na mesma direção e

tenham uma visão compartilhada da empresa, ao expor a importância do ato de dar valor e

visibilidade à informação (em todos os níveis) para que os colaboradores tenham uma visão

compartilhada da empresa, seus objetivos, processos e resultados, Santos e Nakalski (2008)

estão se referindo exatamente à consolidação da cultura organizacional.

Além de citar expressamente que “(...) um bom programa de Endomarketing precisa

ajudar a consolidar a cultura organizacional através da estimulação e do respeito aos seus

aspectos positivos”, Zamberlan et al (2007, p. 5) citam a importância de tornar mais fácil o

entendimento da relação de troca entre funcionário e cliente para o benefício ao cliente, assim

como a importância da utilização do Endomarketing como um conjunto de ações que tem,

como objetivo, tornar comum os objetivos, as metas e os resultados entre os funcionários de

uma empresa. Zamberlan et al (2007), assim como o Cremonezi, Pizzinatto e Spers (2012),

também destacam a visão do Endomarketing como o ato de dar, ao funcionário, educação,

carinho e atenção, tornando-o bem preparado e bem informado para que possa tornar-se

também uma pessoa criativa e feliz, capaz de surpreender, encantar e entusiasmar o cliente.

Já Ellwanger et al (2009), fazem uso dos conceitos de Brum (2003) ao definir o

Endomarketing como projetos ou ações que visam a obter ou até mesmo a resgatar a

conscientização dos usuários, e a salientar a relevância de seu apoio e de sua colaboração para

que mudanças organizacionais possam ser implantadas com sucesso.

Ou seja, percebe-se que os autores utilizam os conceitos de Brum (1998, 2000, 2003,

2005, 2010) pra dar ênfase à importância do Endomarketing para a geração e para a

manutenção de uma unidade (cultura) organizacional - cuja abrangência vá além da unidade

formal estrutural - assim como à importância desta unidade para o desempenho da empresa.

Assim como Brum (1998, 2000, 2003, 2005, 2010), outro autor que consta nos cinco

artigos é Bekin (1995, 2005). Cremonezi, Pizzinatto e Spers (2012) o usam quando destacam

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a definição de Endomarketing como ações de marketing voltadas para o público interno

visando a promoção de valores destinados a servir os clientes (BEKIN, 1995).

Já Fernandes, Ferreira e Lebarcky (2011) lançam um olhar um pouco mais profundo

sobre a perspectiva de Bekin (1995), à medida que definem o Endomarketing como um

processo holístico e interativo, visando a proporcionar aumento substancial na qualidade da

vida profissional, com reflexos nos ambientes familiar e social. No caso, eles ressaltam que

Bekin (1995) considera três premissas a partir das quais deve ser criado o processo de

Endomarketing: o cliente só pode ser conquistado e retido com um serviço excelente;

funcionários devem ser tratados como clientes e valorizados como pessoas; e funcionários

devem estar envolvidos e comprometidos com os objetivos e decisões da empresa, ação que

deve preceder o marketing externo (BEKIN 1995).

Além disso, Fernandes, Ferreira e Lebarcky (2011) também lembram que, sempre

segundo Bekin (2005), algumas empresas praticam o Endomarketing de forma consciente

enquanto outras o fazem de forma intuitiva. Ao fazer isso, esse último autor também reforça a

relevância do Endomarketing desenvolvido conforme uma estratégia formal para obtenção de

melhores resultados.

Santos e Nakalski (2008) citam Bekin (2005) ao definir Endomarketing como ações

gerenciadas de marketing, eticamente dirigidas ao público interno – ou seja, os funcionários -

das organizações e empresas focadas no lucro, das organizações não lucrativas e

governamentais, e das empresas do terceiro setor, observando condutas de responsabilidade

comunitária e ambiental. Sua finalidade é promover, entre os funcionários e os departamentos,

os valores destinados a servir o cliente. Reforçando esta ideia, ele faz uso da seguinte citação:

“É um processo cujo foco é alinhar, sintonizar e sincronizar, para implementar e

operacionalizar a estrutura organizacional de marketing da empresa ou organização, que visa

e depende da ação para o mercado e a sociedade” (BEKIN, 2005, p. 47)

O fato de Bekin (2005) considerar que algumas empresas praticam o Endomarketing

de forma consciente enquanto outras o fazem de forma intuitiva também é observado por

Ellwanger et al (2009). Eles reforçam que o Endomarketing consiste em projetos ou ações que

visam a obter ou até mesmo a resgatar a conscientização dos usuários, e a salientar a

relevância de seu apoio e de sua colaboração para que mudanças organizacionais possam ser

implantadas com sucesso.

É neste contexto que vale destacar ressalvas de que “(...) o Endomarketing limita-se a

ver os funcionários como „clientes internos‟ [...] é preciso considerar que antes de um

empregado, o indivíduo é um ser humano e um cidadão” (KUNSCH, 2003, p. 154, apud

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SANTOS; NAKALSKI, 2008, p. 02). Ou seja, faz-se necessário perceber o indivíduo dentro

de um contexto mais amplo, procurando observar aspectos que vão além da relação direta

deles com a organização. Santos e Nakalski (2008) ainda fazem outra crítica ao conceito de

Endomarketing, remetendo a Fasti (1999), autor que considera artificial o conceito puro de

Endomarketing, afirmando que marketing é um conceito relacionado unicamente a mercado:

“O ambiente interno de uma empresa não pode ser caracterizado como um mercado, mas

como um organismo vivo que necessita de organização conduzida por impulsos nervosos de

significado universal” (FASTI, 1999, apud SANTOS; NAKALSKI, 2008, p. 03).

Por outro lado, em seu artigo referido especificamente à Política de Segurança da

Informação (PSI), Ellwanger et al (2009), remetendo a Paixão (2004), destacam a importância

da adoção dos pressupostos de marketing com ampla valorização do cliente interno,

favorecendo o surgimento de consistentes relações de parceria. Segundo aqueles autores, no

processo de criação e de implantação de uma PSI, o Endomarketing pode ser utilizado como

uma estratégia de gestão no intuito de que os funcionários pratiquem, mais facilmente, os

pressupostos nela definidos. Também destacam que o mais importante da aplicação de

técnicas de Endomarketing é que cada organização as utilize de acordo com sua viabilidade e

com sua necessidade, pois cada uma delas requer não somente a disponibilização de recursos

financeiros, mas necessita também de um maior ou menor grau de envolvimento por parte da

organização para que resultados positivos possam ser obtidos.

Outro ponto interessante comentado por Ellwanger et al (2009) são as vantagens das

técnicas de comunicação interativas, que permitem o esclarecimento de dúvidas e a sugestão

de melhorias para a organização, possibilitando o feedback das questões relevantes abordadas,

conforme colocam Höne e Ellof (2002). Aqueles autores citam como exemplo a utilização da

internet e da intranet como técnicas de comunicação interativa, ressaltando que elas assim

foram apontadas por Payne (2003), por Peltier (2005) e por Johnson (2006).

Já Cremonezi, Pizzinatto e Spers (2012) citam a importância do marketing de

relacionamento segundo MicKkenna (1992, p. 105). Eles consideram que esse recurso é

essencial ao desenvolvimento da liderança no mercado, à rápida aceitação de novos produtos

e serviços, e à consecução da fidelidade do consumidor. E seguem apontando o marketing de

relacionamento como uma atividade voltada para o longo prazo. Ou seja, eles iniciam suas

observações com o foco no marketing externo, mas em seguida leva este para dentro da

organização ao citar Tofoli e Santos (2006), enfatizando a importância de todos os

departamentos da empresa trabalharem com o mesmo objetivo: servir ao cliente. Para tanto,

Cremonezi, Pizzinatto e Spers (2012) recorrem a Zeithaml e Bitner (2003), lembrando a

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necessidade de incluir valores intangíveis na capacitação dos funcionários, tais como o

conhecimento e o prazer de trabalhar na empresa.

Cremonezi, Pizzinatto e Spers (2012) citam a definição de Endomarketing obtida em

Ponce (1995), como uma filosofia de gerenciamento e o conjunto de atividades que considera

os empregados como clientes internos e os empregos como produtos internos oferecidos para

satisfazer suas necessidades e desejos além de direcionar os objetivos da organização. E

completam considerando o Endomarketing como a tarefa bem-sucedida de contratar, de

treinar e de motivar funcionários hábeis que desejam atender bem aos consumidores

(KOTLER, FOX, 1998). Citando Rocha (1999), eles lembram que os programas de fidelidade

devem ser utilizados como ferramenta para passar, ao cliente, as vantagens que a organização

oferece, aumentando o envolvimento desse último com a empresa. E, mais adiante, já com

base em Rocha et al (2006), eles se lançam à comparação entre programa de fidelização e

promoção de vendas: o primeiro deve gerar um vínculo que resista ao tempo e que traga

resultados a médio e longo prazos, enquanto o segundo visa a sanar problemas num

determinado momento, geralmente possuindo objetivos a curto prazo.

Ao tratar da relação entre a gestão da diversidade e o Endomarketing, Fernandes,

Ferreira e Lebarcky (2011) se veem obrigados a abordar cada um destes itens de forma

teórica.

Em relação à diversidade em si, eles observam a demanda por profissionais diante de

um cenário complexo e altamente competitivo, com base no que diz Thomas Jr. (2000). Eles

também notam os efeitos da identidade do grupo no comportamento humano, assim como

resgatam a teoria das relações intergrupais como componente explicativo. E, apoiando-se em

Santos et al (2008), lembram que a etnologia busca identificar similaridades e diferenças

culturais entre pessoas de nacionalidades distintas, assim como indicam a relevância de

estudos centrados na demografia organizacional, que têm por objetivo determinar o impacto

da composição demográfica das organizações nos resultados empresariais.

Ainda no que tange à diversidade, Fernandes, Ferreira e Lebarcky (2011) citam a

teoria da assimilação, entendida como o processo de inclusão de minorias. Citando Cox

(1994), eles indicam que essa teoria prega que a diversidade cultural - representação, em um

sistema social, de pessoas associadas a grupos de culturas diferentes - é identificada por

características visíveis (grupo étnico, gênero, idade, conformação física) e não visíveis

(nacionalidade, religião, personalidade, formação). Também destacam que, segundo Fleury

(2000), o conceito de diversidade pode ser entendido como um mix de pessoas com

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identidades diferentes interagindo no mesmo sistema social, e que diversidade não é algo

definido apenas por raça ou gênero.

No caso, apoiando-se em Thomas Jr (1991) e em Loden e Rosener (1991), eles

ressaltam que se trata de conceito que engloba a idade, as histórias pessoal e corporativa, a

formação educacional, o estilo de vida e o tempo de serviço na organização, dentre outros, e

que sempre existe a possibilidade de a heterogeneidade causar conflitos, mau desempenho e

perdas financeiras, conforme alertam Pelled, Eisenhardt e Xin (1999).

É importante ressaltar que Fernandes, Ferreira e Lebarcky (2011) se preocupam em

distinguir a diversidade das políticas afirmativas, a partir de duas variáveis: os grupos

atingidos e os efeitos nas empresas. No caso da gestão da diversidade, utilizando o apoio de

Alves e Galeão-Silva (2004), eles ressaltam que ela passa a ser vista como vantagem

competitiva para a organização, na medida em que englobe o planejamento e a execução de

sistemas e de práticas organizacionais de gestão de pessoas que maximizem as vantagens

potenciais e minimizem as desvantagens da diferenças. Recorrendo a Torres e Pérez-Nebra

(2004), eles ressaltam que não basta conhecer as diferenças, mas sim promovê-las da melhor

maneira possível, adotando enfoque holístico para criar um ambiente organizacional que

possibilite a todos o pleno desenvolvimento de seu potencial na realização dos objetivos da

empresa, conforme pregam Thomas e Ely (1996).

A ligação deste tema com o Endomarketing é realizada por Fernandes, Ferreira e

Lebarcky (2011) quando esses lembram que, de acordo com Berry (1981), a prática de tratar

funcionários como clientes internos e empregos como produtos que devem satisfazer às

necessidades e o desejos deles não deve perder de vista os objetivos da organização.

Remetendo a Motta (2001), eles também alertam que é de grande importância a promoção de

elementos culturais, pois estes visam à orientação e ao controle dos comportamentos

individuais das pessoas, fornecendo um sentido comum voltado para a convergência de

objetivos na organização. E, finalmente, citam Adami e Silveira (2000) e Caim (2006), ao

ressaltar que, assim como o Endomarketing é de grande importância para a manutenção da

cultura organizacional, também o é para o desenvolvimento da imagem da empresa ao longo

das experiências profissionais. Esse fenômeno, por sua vez, se encontraria diretamente

relacionado à motivação e à dedicação ao trabalho, ao comprometimento e ao envolvimento,

ao empowerment, à valorização e à satisfação – aspectos com contribuição significante para o

sucesso organizacional.

Vale notar que o enfoque de Zamberlan et al (2007) se diferencia dos demais autores

selecionados para essa revisão bibliográfica, entre outros aspectos, por citar a

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responsabilidade da gestão de recursos humanos por conhecer, analisar e acompanhar a

evolução da cultura organizacional.

No caso, eles se apoiam na visão de Marras (2000), que indica a grande variedade de

visões da cultura e as constantes mudanças que lhe impõem os cenários que a cercam, e de

George (1990), para quem o foco do Endomarketing é desenvolver, nos funcionários, uma

consciência do cliente. Assim, tanto bens quanto serviços e campanhas específicas de

marketing externo precisariam ser vendidos aos empregados antes de serem colocados

externamente no mercado, no que Grönroos (1993) ressalta ser importante que todas as

empresas tenham um mercado interno de funcionários que deve receber a primeira atenção.

Outra fonte de apoio para esta visão diferenciada de Zamberlan et al (2007) é

Brambilla (2004). Para esse último, o marketing interativo é resultante das atividades de

marketings externo e interno, focalizando a autonomia, as habilidades e os conhecimentos

necessários para o gerenciamento adequado dos encontros entre funcionários e clientes. Nesse

caso, as bases dos encontros e as relações funcionário-cliente ocorreriam com maior

intensidade, principalmente nos segmentos de varejo e de serviços, pois quando o marketing

interno é bem feito, o marketing externo tende a ser mais abrangente.

3 Conclusão

Antes de se passar à conclusão propriamente dita, é importante assinalar a muito

pequena quantidade de artigos encontrados com a palavra-chave Endomarketing em todos os

eventos pesquisados da ANPAD, já que a revisão bibliográfica aqui realizada deixou patente a

importância deste construto para a Administração de Empresas. Excluindo-se a possibilidade

de tal amostra tão pequena dever-se a uma seleção muito rigorosa, por parte dos avaliadores

da ANPAD, dos trabalhos submetidos, não parece razoável que tão poucos pesquisadores se

venham interessando por trabalhar o Endomarketing. Talvez porque ele (ainda e

erroneamente) é considerado tão somente algo “menor”, uma “extensão” das atribuições

tradicionais da área de recursos humanos das empresas, desmerecendo um foco acadêmico

específico? Fica a questão para futuros debates.

De qualquer maneira, o que se pode concluir, após a análise das abordagens

conceituais comuns aos cinco artigos, é que a importância do Endomarketing como uma

ferramenta de construção e de manutenção de valores intangíveis foi muito destacada em

todos. Isto ficou claro no enfoque dado à sua relevância para a geração e para a manutenção

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da cultura organizacional, e nas consequências para o desempenho da empresa. Ficou

evidente que os autores se preocuparam em frisar, com veemência, a importância do

desenvolvimento de valores dentro da organização, de modo a otimizar-lhe os resultados, e

que, praticando o Endomarketing de forma consciente ou de forma intuitiva, as empresas

podem constituir um importante diferencial competitivo.

Para explorar este potencial, as ressalvas de que o Endomarketing não se deve limitar

a ver os funcionários como „clientes internos‟, mas sim como um ser humano e um cidadão

servem perfeitamente para que a construção e a manutenção de valores comuns sejam

executadas de forma eficaz. Desconsiderar o contexto social - o que necessariamente inclui

aspectos da vida privada - no qual os colaboradores estão inseridos pode resultar em

problemas na execução de planos de Endomarketing.

Nesse sentido, pode-se chamar atenção para a diversidade, entendida como um mix de

pessoas com identidades diferentes interagindo no mesmo sistema social. Englobando a idade,

as histórias pessoal e corporativa, a formação educacional, o estilo de vida e o tempo de

serviço na organização, dentre outros, este construto espelha as organizações, justificando por

que não é suficiente conhecer as diferenças, mas sim promovê-las da melhor maneira

possível. Para tanto, o Endomarketing se coloca como ferramenta fundamental, podendo, em

aliamento à gestão de recursos humanos, colaborar para o bom desempenho organizacional ao

trabalhar estes aspectos com eficiência.

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METODOLOGIAS DE ENSINO PARA OS CURSOS DE GESTÃO

Alexandre Cacozzi1

Iramy Cainã Marquezin2

Resumo

Este estudo tem como objetivo principal, entender alguns aspectos pertinentes o

processo de aprendizado dos alunos dos cursos de gestão (Ciências Contábeis, Economia e

Administração de Empresas) do Centro Universitário Padre Anchieta, trazendo à tona todas as

dificuldades de aprendizagem dos alunos de hoje causadas por conta da modernidade. Para

isso, foi realizada uma pesquisa entre discentes e docentes sobre as diferentes metodologias

de ensino cotidianamente adotada em sala de aula dessa instituição. A finalidade era

identificar, a partir da opinião dos alunos e professores, quais dessas metodologias colaboram

mais com o processo de aprendizado. De maneira geral concluiu-se que existe certa

contradição na utilização das diferentes metodologias em sala de aula, ou seja, apesar do

Método Expositivo ter sido, de maneira relativa, o avaliado como menos eficiente por

docentes e alunos, foi identificado como um dos mais utilizados.

Palavras Chaves: Metodologias de Ensino, Aprendizagem dos Alunos.

1 Graduado em Ciências Contábeis, mestrado em Ciências Contábeis e Atuariais, mestrado em Administração de

Empresas, MBA em Controladoria e Gestão de Riscos.

2 Graduado em Ciências Contábeis.

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Introdução

Com o avançar da tecnologia, o mundo coorporativo exige cada dia mais dos

profissionais de gestão e com isso surge a dúvida de qual a melhor formação para esses

futuros profissionais. Alguns autores consideram que nessas funções, muito se aprende na

prática, porém sem uma base sólida, a evolução da carreira no mercado torna-se difícil.

Em meio a esse contexto, este trabalho vem trazer à tona, qual o melhor método de

ensino-aprendizagem, porém não só da visão dos educadores como também do lado de quem

está aprendendo. E, com tantas mudanças ocorrendo no mundo da gestão, fica difícil saber em

qual direção seguir. Segundo Edgard Bruno Cornacchione Júnior (Chefe do Departamento de

Contabilidade e Atuária da FEA-USP) a academia não deve focar em demandas atuais e de

curto prazo, pois isso torna o profissional volátil e impede a evolução da profissão. Segundo

esse especialista, a educação engloba o treinamento, mas vai além, permite ao profissional

uma base sólida para que ele desenvolva o raciocínio crítico e tenha uma visão global das

situações.

Nesse contexto, deve-se considerar que o aluno atual apresenta especificidades e possui

em suas mãos todas as informações que necessitar, através das tecnologias digitais. Assim, o

desafio do professor é atuar didaticamente para que o aluno adquira durante o período em que

estiver na instituição de ensino as bases e os conceitos teóricos e os conhecimentos práticos da

maneira mais atualizada possível.

1 Referencial Teórico

Os professores mais antigos que estão ativos no mercado se queixam de que o perfil

atual do aluno mudou significativamente. Sustentam suas posições relevando falta de

interesse por parte dos discentes, porém, o que está acontecendo com esses alunos são

problemas gerados por fatores externos que interferem em sala de aula, principalmente falta

de um ambiente para concentrá-los.

Atualmente cabe ao professor não apenas preparar sua aula e aplicá-la tradicionalmente

aos alunos, faz-se necessário adotar artifícios metodológicos e didáticos que atraia o interesse

e a concentração desse aluno.

Segundo Cury (2003, pag. 11-16), isso é explicado em partes em função do vasto acesso

que os jovens têm a informática, cursos de línguas, mídia televisiva, entre outros meios.

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Ainda segundo esse autor, excesso de informações junto à TV que esses jovens sofreram pode

causar a SPA – Síndrome do Pensamento Acelerado, isso porque a televisão mostra mais de

sessenta personagens por hora com as mais diferentes características de personagens. Essas

imagens são registradas na memória e competem com a imagem dos pais e professores.

Os resultados inconscientes disso são graves, implicando na capacidade que os

educadores têm de influenciar o mundo psíquico dos seus alunos. Seus gestos e palavras não

têm impactos emocionais e, consequentemente, não sofrem um arquivamento privilegiado

capaz de produzir milhares de outras emoções e pensamentos que estimulem o

desenvolvimento do aluno especificamente na disciplina.

Os portadores da SPA adquirem uma dependência por novos estímulos. Eles se agitam

na cadeira, têm conversas paralelas, não se concentram, mexem com os colegas e hoje em dia,

com os celulares. Esses comportamentos são tentativas de aliviar a ansiedade gerada pela SPA

além de serem involuntários.

A SPA dos alunos faz com que as teorias educacionais e psicológicas do passado quase

não funcionem, porque, enquanto os professores falam, os alunos estão agitados, inquietos,

sem concentração e, ainda por cima, viajando em seus pensamentos. Os professores estão

presentes na sala de aula e os alunos estão em outro mundo.

O aluno de hoje não consegue se concentrar, e para isso existem alguns métodos de

trazê-los de volta a sala de aula.

Cury (2003, pag. 120-153) defende dez metodologias de atingirmos o foco do problema

– a falta de atenção dos alunos nos dias de hoje – gerado pela SPA (citada anteriormente),

sendo elas:

1. Música ambiente em sala de aula: a presença de música (de preferência suave)

atingirá um ponto da emoção dos alunos, mudando o conhecimento de seco e lógico para algo

com maior paladar;

2. Sentar em Circulo ou em U: distribuir a sala dessa forma desenvolve a segurança,

promove à educação participativa, melhora a concentração, diminui conflitos em sala de aula

e também as conversas paralelas. Além disso, dispor os alunos de maneira enfileirada produz

distrações e obstrui a inteligência;

3. Exposição Interrogada: essa maneira de ensino gera a dúvida. Assim, surgirão

pensadores, e não, repetidores de informações. Aulas desse tipo tem em seu contexto, sempre,

o uso das palavras “Por quê?”, “Como?”, “Onde?”, “Qual o fundamento disto?”;

4. Exposição Dialogada: devem ser feitas perguntas à sala, instigando a participação de

todos. Toda a resposta deve ser reconhecida em virtude da participação daquele aluno e

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visando que outros também comecem a se envolver. Melhorando fatores como a timidez,

concentração, insegurança e estimulando a educação participativa e o debate de ideias;

5. Ser contador de histórias: tem como foco, o desenvolvimento da criatividade, o

estímulo à sabedoria (pois as histórias fazem os alunos terem vontade de vivê-las), a

capacidade de solução em situações tensas e enriquecer a socialização. Contar histórias coloca

professores e alunos na mesma direção, além de ser mais dinâmico;

6. Humanizar o conhecimento: é trazer a tona as histórias dos fundadores das técnicas

que devemos aprender, ou seja, é passar a importância do fato ao aluno, e não só o tornar um

mero decorador de fórmulas;

7. Humanizar o professor: é fundamental humanizar o conhecimento, e primordial

humanizar os mestres. Os computadores podem informar os alunos, mas somente os

professores são capazes de formá-los. As escolas hoje têm gerado jovens lógicos, que lidam

muito bem com números e máquinas, mas que encontram dificuldades em conflitos,

contradições e desafios;

8. Educar a autoestima: tem como objeto educar a emoção e autoestima, lutar contra a

discriminação, promover a solidariedade, resolver conflitos em sala de aula, filtrar estímulos

interessantes trabalhar perdas e frustrações. Ser educador é ser promotor de autoestima. Para

haver futuro, eles precisam crer na vida;

9. Gerenciar os pensamentos e as emoções: nada mais é que resgatar a liderança do eu.

A tarefa mais importante da educação é transformar o ser humano em líder de si mesmo, líder

de seus pensamentos e emoções;

10. Participar de projetos sociais: esse ponto traz a ligação dos alunos para a

sociedade. Revela a eles a atual situação da vida das pessoas, cultivando responsabilidade

social, solidariedade e trabalho em equipe.

Porém, mesmo sabendo dos problemas de concentração dos alunos, as instituições de

ensino, quase nunca se preocupam em aplicar métodos para reter a atenção do aluno. Como

exemplo, nota-se cotidianamente que as classes estão cada vez mais cheias (há muitos casos

de classes com mais de cem alunos), dessa maneira a dispersão da sala não poderá ser feita de

outro modo que não enfileirado. Esses métodos de reter a atenção do aluno, não são

exclusivos aos cursos de gestão, ou seja, podem ser aplicados a qualquer tipo de curso.

Somente após compreender o problema de falta de concentração dos alunos de hoje, é

que se podem avaliar os métodos de ensino, primeiro devemos tê-los concentrado, após isso

escolher a melhor metodologia.

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Para Marion (1996, pag. 31-33), a melhor maneira de ensinar aos alunos de

contabilidade é os tornando ativos em sala de aula, ou seja, os estudantes deverão tornar-se

“pensadores-críticos” e assim, o processo de aprendizagem, se tornará mais dinâmico. Eles

deverão desenvolver a capacidade de auto iniciativa de descobrimento que permita um

processo de aprendizagem contínuo e de crescimento em sua vida profissional.

Diante dessas exposições, e superado os problemas enfrentados a nova juventude, pode-

se dizer que o aluno é peça principal no processo de ensino-aprendizagem, pois é a partir dele

que deve ser conduzido o ensino, indicando suas necessidades e possibilidades. Conhecendo

bem os seus alunos, o professor poderá identificar quais metodologias serão melhores para se

aplicar.

Silva (2006) apud Marion (2001, pag. 127-132) define método como “processo ou

técnica de ensino que facilita a chegada ao conhecimento ou a demonstração de uma

verdade”.

Na sequência são descritos alguns métodos que podem ser utilizados nos cursos de

gestão:

a) Método Expositivo: Silva (2006) apud Marion (2001) define como sendo o método

conhecido como tradicional, no qual o conteúdo quase sempre se baseia em um resumo de um

assunto presente em um livro-texto, que é explicado aos alunos através de explanações nas

quais a participação dos estudantes é nula ou quase nula;

b) Seminário: Segundo Silva (2006) apud Nérici (1981, pag. 263) “o seminário é um

procedimento didático que consiste em levar o educando a pesquisar a respeito de um tema a

fim de apresentá-lo e discuti-lo cientificamente”.

c) Dissertação ou Resumo: consiste na elaboração de um texto (dissertação) após a

visita a uma empresa, ou em complemento a slides, ou também para leitura de livros.

d) Exposições e visitas: executa-se uma visita monitorada em um ambiente

coorporativo, onde todos podem ouvir as explicações dos profissionais e professores ao

mesmo tempo, além de mostrar como são os ambientes coorporativos.

e) Ciclo de debates: o professor convida um profissional da área, para uma pequenas

palestras e na sequência abre para questionamentos na sala. É bom principalmente para a

motivação profissional.

f) Discussão com a classe: sugere aos educandos a reflexão acerca de conhecimentos

obtidos após uma leitura ou exposição, dando oportunidade aos alunos para formular

questionamentos.

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g) Resolução de exercícios: esse método consiste em complementar às aulas

expositivas, servindo para fixar, compreender melhor e reforçar o conteúdo apresentado.

h) Estudo de caso: segundo Silva (2006) apud Rojas (1995) apud Marion (2001, pag.

131) “o estudo de caso consiste em apresentar sucintamente a descrição de uma determinada

situação real ou fictícia para sua discussão no grupo”. Pode ser de dois tipos: “o caso análise

que objetiva o desenvolvimento da capacidade analítica do aluno, e o caso problema, que visa

chegar a uma solução, a melhor possível, com os dados fornecidos pelo caso”.

i) Aula prática: consiste em mostrar aos alunos o lado prático da disciplina. Uma das

formas sugeridas é parte do curso ser desenvolvida no laboratório, utilizando o processo

eletrônico.

j) Estudo dirigido: consiste na orientação aos alunos no estudo de determinado

conteúdo. Porém, com o foco na percepção dos alunos que farão parte desse estudo, para que

se faça uma programação voltada àquele grupo. O uso desse método é recomendado para que

cada aluno possa caminhar por si mesmo, conforme seu ritmo.

k) Jogo de empresas: permite aos alunos, em grupo, tomar decisões como se fizessem

parte de um grupo empresarial (fictício) negociando com outros grupos (empresas). Esse

método objetiva a habilidades de tomar decisões, através da utilização de um jogo onde esses

participantes (alunos) representam a diretoria de empresa que competem no mesmo mercado.

l) Simulações: são realizadas através de softwares educacionais que permitem

diversas opções aos alunos, revisando constantemente suas decisões.

2. Procedimento Metodológico

O objetivo central desse artigo é de fazer uma avaliação do método de ensino adotado

pelos docentes dos cursos de Administração, Economia e Ciências Contábeis de uma

instituição de ensino de nível superior. Para isso, o método de pesquisa adotado foi a

aplicação de um questionário semi estruturado com perguntas objetivas para 182 alunos do 6º

semestre, sendo 74 de Ciências Contábeis, 12 de Economia e 96 de Administração de

Empresas. A pesquisa foi desenvolvida entre os dias 04 e 08 de novembro de 2013, nas salas

durante o período de aula.

A instituição de ensino escolhida foi o Centro Universitário Padre Anchieta, fundado

em 1942 pelo Professor Pedro Clarismundo Fornari, a principio como escola, se tornou em

1966 a primeira faculdade da cidade de Jundiaí, oferecendo na época os cursos de Ciências

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Econômicas, Contábeis e Administração de Empresas. Atualmente conta com

aproximadamente 30 cursos de graduação, 50 de pós-graduação, ampla biblioteca e

laboratórios de informática, além dos 04 campis, Centro – Jundiaí, Campus – Jundiaí, Várzea

Paulista e Cajamar).

Antes da aplicação do questionário, um responsável realizou duas explanações aos

alunos e docentes presentes: a primeira referente à importância e os objetivos do estudo; e a

segunda uma breve explicação conceitual sobre as diferentes metodologias de ensino

utilizadas em cursos superiores de gestão e que foram objeto de análise desse estudo.

Após as explicações, foi distribuído aos alunos e docentes presentes um questionário

que constava basicamente de perguntar objetivas direcionadas para que eles avaliassem,

primeiramente, a sua preferencia para cada um dos métodos de ensino anteriormente

explicados. Na sequência (segunda parte da pesquisa), foi solicitado aos alunos e docente que

indicasse dos métodos de ensino presentes em um quadro, os três que, até aquele momento,

foram os mais utilizados em sala de aula. E os três, que em sua opinião, seriam os que mais

agregariam conteúdo, caso fossem aplicadas, ou seja, dentre uma lista, quais as três

metodologias que eles prefeririam que fossem desenvolvidas em sala de aula. Os

questionários foram respondidos anonimamente, apenas com a identificação do curso em

estava matriculado (Administração de Empresas, Ciências Econômicas ou Ciências

Contábeis).

Foi solicitado que os alunos e docentes atribuíssem notas: i) Ótima (10,0) para a

metodologia de ensino que na opinião deles agrega melhores condições de conhecimento; ii)

Boa (7,0) para aquela que agrega acima da média, mas não é a melhor; iii) Média (5,0) para a

que é meio termo; iv) Ruim (2,0) para que agrega pouco e; v) Péssimo (0,0) para as que na

sua opinião não agregam nada.

3. Resultados e Discussão

Os gráficos a seguir apresentam de maneira esquematizada os resultados da pesquisa a

partir da tabulação e da análise dos dados apresentados nos questionários respondidos.

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GRÁFICO 1: Avaliação das metodologias de ensino – dados consolidados para os três cursos

O GRÁFICO 1 apresenta os resultados obtidos da avaliando dos três cursos de maneira

consolidada, ou seja, sem separá-los em um primeiro momento. Nota-se que a metodologia

que os alunos avaliaram como melhor para a agregação do seu conhecimento foi a Resolução

de Exercício, atingindo nota média próxima a 8,00; em sequência a Aula Prática com nota

média 7,50; e Jogo de Empresas com média 7,40. As metodologias com piores avaliações

foram: Método Expositivo, com média inferior a 4,50; Dissertação e Resumo com média de

4,80; e Seminário com nota média 5,50.

GRÁFICO 2: Avaliação das metodologias de ensino – curso de Ciências Contábeis

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O GRÁFICO 2 indica, especificamente para alunos dos curso de Ciências Contábeis, a

avaliação das metodologias empregadas. Nota-se que para os alunos do curso de Ciências

Contábeis, a maior nota média ficou com a metodologia de Resolução de Exercício superior a

8,50; seguida da Aula Prática, nota média 7,50; e das Exposições e Visitas com nota média

7,20. As menores notas atribuídas pelos alunos desse curso foram para o Método Dissertação,

com média inferior a 3,80; seguido do Expositivo, média 3,90 e Seminário com nota média

4,50.

GRÁFICO 3: Avaliação das metodologias de ensino – curso de Ciências Econômicas

Para os alunos do curso de Ciências Econômicas, a média mais alta ficou com a

metodologia de Resolução de Exercício, com nota superior a 8,30; seguida das Exposições e

Visitas com média aproximadamente 8,00 e; Jogo de Empresas com nota média igual a 8,0.

As metodologias com menor desempenho avaliativo foram: Método Expositivo, nota inferior

a 5,00; Estudo Dirigido, média superior a 5,50; e Seminário, média próxima a 6,00

(GRAFICO 3).

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GRÁFICO 4 – Avaliação das metodologias de ensino – Administração de Empresas

O GRAFICO 4 apresenta de maneira esquematizada as respostas dadas pelos alunos do

curso de Administração de Empresas quando avaliaram suas preferencias quanto as diferentes

metodologias de ensino. A maior nota média ficou com Jogo de Empresas, superior a 7,50;

seguido da Aula Prática, média próxima a 7,50; e de Resolução de Exercício também próxima

a 7,50. As menores notas médias foram: Método Expositivo com 4,70; Estudo de Caso, com

média de 5,30 e; Dissertação, com nota média igual a 5,40.

Nota-se, analisando essa primeira parte da pesquisa realizada que nos três cursos

analisados, a metodologia de ensino Expositivo, sempre esteve entre as menores notas,

quando avaliada pelos alunos. Isso explica, pelo menos em parte, o perfil de alunos com

tendências a SPA, ou seja, com problemas de concentração. Para esses alunos, o método de

aula expositiva, nos quais são tradados apenas como ouvintes, com baixa participação efetiva,

é um dos menos recomendados.

Para esse tipo de aluno, faz-se necessárias metodologias em que ele esteja ativamente

participa do processo de aprendizagem, o que pode ser explicado pelas notas médias elevadas

dadas as metodologia de Resolução de Exercício e Visitas e Exposições técnicas.

Quantos aos resultados da segunda parte do questionário aplicado, estão apresentados

nos gráficos a seguir. Especificamente essa parte da pesquisa objetivos identificar, por parte

dos alunos, quais a metodologias de ensino mais empregadas durante as aulas.

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GRÁFICO 5: Metodologias de ensino mais aplicadas – dados consolidados

Podemos observar no GRÁFICO 5, que de maneira consolidada, as metodologias de

ensino mais utilizadas pelos professores segundo os alunos são respectivamente, Expositivo

(28%), Resolução de Exercício (24%) e Estudo de Caso (17%), totalizando 69% das aulas.

GRÁFICO 6: Metodologias de ensino mais aplicadas – curso Ciências Contábeis

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Quando estratificado por curso, em Ciências Contábeis, conforme apresentado no

GRÁFICO 6, os alunos avaliaram como sendo Método Resolução de Exercício (29%) o mais

aplicado, seguido do Método Expositivo (28%) e Estudo de Caso (12%), totalizando 69% das

aulas, segundo os alunos.

Os alunos do curso de Ciências Econômicas avaliaram como os métodos de ensino mais

utilizados durante o curso: Expositivo (31%); Resolução de Exercícios (30%); e Seminário

(27%); totalizando 88% das aulas segundo os alunos.

Em Administração, foi avaliado como a metodologia mais aplicada: Expositivo (28%),

seguido do Estudo de Caso (24%) e Seminário (17%), totalizando 69% das aulas segundo os

alunos.

Nessa segunda parte da pesquisa, nota-se, segundo os alunos, que nos três cursos

analisados, apenas três metodologias de ensino (Expositivo, Resolução de Exercício e Estudo

de Caso) foram utilizadas pelos docentes em aproximadamente em 75% das aulas.

O GRAFICO 9 apresenta os dados consolidados quanto ao ranqueamento de preferencia

(em relação a sua eficiência) na opinião dos alunos das metodologias de ensino expostas antes

da aplicação do questionário.

GRÁFICO 7: Metodologias de ensino mais aplicadas – curso Ciências Economicas

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GRÁFICO 8: Metodologias de ensino mais aplicadas – Administração de Empresas

GRÁFICO 9: Metodologias mais eficazes para a aprendizagem – opinião dos alunos

Nota-se que, segundo o GRÁFICO 9, a metodologia mais eficiente na opinião dos

alunos (dos três cursos) foi a Resolução de Exercícios, seguida da Aula Prática. Quanto a

terceira posição, houve divergências em os alunos dos diferentes curso, os de Ciências

Contábeis optaram na sua maioria pela metodologia do Estudo de Caso, enquanto que os de

Administração de Empresas e de Ciências Econômicas escolheram Exposições e Visitas.

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A terceira e última parte da pesquisa, foi avaliado a opinião dos docentes3 que atuam no

sexto semestre dos cursos, ou seja, aos professores dos alunos que responderam as questões. E

com isso pudemos analisar o cenário encontrado no Centro Universitário.

O GRAFICO 10 apresenta esquematicamente, a opinião dos docentes que responderam

o questionário. De maneira geral, avaliaram como a melhor metodologia de ensino a

Resolução de Exercício com nota média superior a 7,50; seguida pela Discussão com a

Classe; e do Estudo de Caso com notas médias próximas a 7,00.

O GRAFICO 11 apresenta as respostas dos docentes quando perguntado sobre a

metodologia de ensino que mais emprega cotidianamente nas suas aulas. Nota-se que os

professores apontaram o Método Expositivo como preferencial em 19% das aulas ministradas,

que está em acordo com a opinião dada pelos alunos nos três cursos avaliados. Observa-se

também que a nota dada a essa metodologia não é a mais alta entre os professores, nota média

inferior a 6,00, e entre os alunos essa metodologia não atingiu a nota média de 5,00 em

nenhum dos cursos (Ciências Contábeis – 3,88; Economia 4,92; e Administração 4,67) e

mesmo não sendo o melhor método na visão de nenhum dos lados é o mais utilizado pelos

docentes.

GRÁFICO 10: Avaliação das metodologias de ensino – opinião dos docentes

3 A resposta dos questionários foi feita de maneira voluntária, tanto aos professores quanto aos alunos, só

responderam os que estavam presentes e os que queriam responder. No caso dos professores, houve um número

maior de pessoas que não quiseram responder a avaliação.

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GRÁFICO 11: Metodologias de ensino mais aplicadas – visão professores

Em seguida os professores avaliaram o Método Seminário como o segundo mais

aplicado por eles, porém entre eles mesmos esse método está entre os três avaliados com

notas mais baixas para a aprendizagem do aluno, talvez porque saibam que a dedicação dos

alunos para prepararem-se para um seminário não é a mais adequada.

Entre os alunos, nos cursos de Economia e Administração esse método também está

entre os três mais utilizados, com notas próximas a 6,00 (Economia 5,90 e Administração

6,20). Trata-se de um dos métodos com menor nota média na opinião dos alunos quando

avaliado sua capacidade de agregar conhecimento durante as aulas. No caso específico do

curso de Ciências Contábeis, esse método nem aparece entre os três mais utilizados.

Os docentes avaliaram a Aula Prática como a terceira metodologia mais aplicada por

eles durante suas aulas. Porém, deram média inferior a 7,00 para a capacidade de

aprendizagem do aluno nessa metodologia. Entre os alunos de Economia essa metodologia

não aparece entre as mais aplicadas (na verdade obteve uma média baixa quanto à aplicação),

mas na avalição de qualidade do aprendizado está entre as três que preferem. Em Ciências

Contábeis essa metodologia também não está entre as mais utilizadas, mas está também entre

as três que mais agregam conteúdo segundo os alunos. No curso de Administração, essa

metodologia aparece em primeiro lugar entre as mais utilizadas e está entre as três que mais

agregam valor na opinião dos alunos que responderam o questionário.

Segundo os professores que responderam o questionário, as metodologias de Discussão

com a Classe, Resolução de Exercício e Estudo de Caso, apresentam preferencias didáticas

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muito próximas, ou seja, receberam notas médias muito parecidas. Entre os três cursos

analisados, Resolução de Exercício e Estudo de Caso aparecem entre as mais aplicadas pelos

docentes, já à metodologia de Discussão com a Classe está entre as mais votadas pelos

docentes apenas no curso de Administração.

A metodologia de Resolução de Exercício é um ponto em que professores e alunos

estão em acordo quanto à aprendizagem retida por ela, bem como a aplicação, está entre as

mais aplicadas de acordo com os dois extratos distintos consultados. Assim sendo, trata-se da

metodologia preferida dos alunos de Contábeis e Economia e a segunda mais preferida dos

alunos de Administração, com diferença de apenas 2,50% para a primeira colocada nesse

curso que é Aula Prática.

4. Considerações Finais

Ao verificar os resultados obtidos após a resposta dos questionários por alunos e

professores, notamos que ambos têm uma noção do que é melhor para o processo de

aprendizagem do aluno. Porém, existe uma contradição na aplicação das diferentes

metodologias, ou seja, se docentes e discentes tem uma opinião formada de que atualmente o

Método Expositivo não rende bons resultados, por que ainda é tão utilizado?

Os alunos mostram nos resultados que preferem aulas que os leve mais próximo

possível do cotidiano daquela profissão, lembrando que os alunos dos cursos que foram

avaliados são de cursos noturnos onde em sua maioria já trabalham durante o dia. Ou seja,

podemos supor que o aluno já vem cansado para a faculdade, e não consegue se concentrar

com o docente falando o tempo todo de maneira puramente expositiva.

Os docentes precisam encontrar uma maneira de substituir a metodologia expositiva,

utilizando outros meios para passar o conteúdo desejado, já que é fato que utilização

exagerada desse método não traz, de maneira relativa, os melhores benefícios ao processo de

aprendizado aos alunos.

Referências Bibliográficas

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PBL nas disciplinas de contabilidade em uma Instituição de Ensino Superior Particular.

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O PROCESSO DECISÓRIO E A TEORIA DOS JOGOS

Valdir Antonio Vitorino Filho1

João Batista de Camargo Júnior2

Silvio Roberto Ignácio Pires3

Mário Sacomano Neto4

Resumo

Esta pesquisa tem como objetivo caracterizar a tomada de decisão de indivíduos inseridos nas

sociedades globais, onde à economia capitalista absorvida pelos interesses da produção, segue uma

economia de bem estar que enfatiza o consumo. A inserção da Teoria dos Jogos com elementos de

competição, cooperação e coopetição ajuda a compreender o cenário da sociedade de consumo com os

elementos que a caracterizam, e quais são os fatores predominantes nas decisões dos indivíduos. O

desenvolvimento da pesquisa é apresentado, considerando-se suas fases: exploratória e descritiva.

Palavras-Chave: Processo; Decisão; Teoria dos Jogos; Sociedade de consumo.

Abstract

This research has as objective to characterize the taking of decision of inserted individuals in

the global societies, where to the capitalist economy absorbed by the interests of the production, it

follows a welfare economy that it emphasizes the consumption. The insertion of the Theory of the

Games with elements of competition, cooperation and co-opetição helps to understand the scene of the

society of consumption with the elements that characterize it, and which are the predominant factors in

the decisions of the individuals. The development of the research is presented, considering its phases:

exploration and descriptive.

Keys-Word: Process; Decision; Game Theory; Society of Consumption.

1 Doutorando em Administração pela Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP) e Professor do curso de

Administração da Faculdade Cenecista de Capivari (FACECAP). 2 Doutorando em Administração pela Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP) e Professor do curso de

Mestrado em Administração da Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP). 3 Doutorado em Engenharia de Produção pela Universidade de São Paulo (USP) e Professor do curso de

Mestrado e Doutorado em Administração da Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP). 4 Doutorado em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e Professor do

curso de Mestrado e Doutorado em Administração da Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP).

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Introdução

Grande parte das estratégias envolve a vida real, onde devido aos complexos

mecanismos que regem as ações dos seres humanos, possuem um grande número de

possibilidades. Dificilmente existe uma estratégia dominante sobre outras. Com base nisso, a

Teoria dos Jogos pode ser entendida como uma abordagem que não resolve questões

estratégicas, mas ajuda a coordenar o processo de pensamento estratégico.

A literatura sobre Teoria dos Jogos evoluiu significativamente nos últimos anos e pode

ser entendida como o estudo de interações estratégicas entre empresas, para entender o

processo de decisão de agentes que interagem entre si, a partir da compreensão lógica da

situação em que estão envolvidos.

Na sociedade moderna a exigência da implantação de novas técnicas de produção de

bens duráveis, não destinados apenas a incentivar a rotatividade do consumo, as técnicas de

reaproveitamento e reciclagem, as técnicas do controle de dejetos e da preservação do

ambiente, confrontam a idéia de sociedade de consumo.

Com base nisso essa pesquisa pretende contribuir com o entendimento das chamadas

sociedades de consumo, dessa forma a pesquisa procura contribuir para o entendimento do

binômio: competição e cooperação que envolvem a toma da decisão dos indivíduos na

sociedade, a pesquisa explora também a possibilidade da coopetição, onde os jogadores às

vezes se comportam como competidores individuais (egoístas) ou como colaboradores

(altruístas).

Para Nash (1950) essa distinção é importante, um jogo cooperativo é aquele formado

em acordos entre jogadores, estritamente exigíveis por ambos. Devido ao equilíbrio de Nash

representar uma situação na qual a estratégia utilizada por ambos os jogadores é a melhor

resposta à estratégia do outro jogador, de forma que ninguém terá incentivos para mudar suas

estratégias.

O objetivo dessa pesquisa é caracterizar a tomada de decisão de indivíduos inseridos

nas sociedades globais. A análise desse estudo deve levar em conta: o comportamento dos

indivíduos (sociedade de consumo), o agente (empresas) que decidem as estratégias que serão

adotadas a partir de uma escolha racional ou não. Possivelmente estabelecendo a hipótese ou

cenário ideal para ambas as partes.

1. Metodologia da Pesquisa

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O presente estudo é uma pesquisa exploratória a qual de acordo com Churchill (1999)

tem como enfoque a descoberta de idéias ou maior conhecimento sobre um tema ou problema

específico de estudo. Ainda segundo Churchill (1999), a pesquisa exploratória é apropriada

para qualquer problema do qual existe pouco conhecimento.

No caso deste estudo, a dimensão das sociedades de consumo uma questão nova ainda

pouco estudada que esta investigação busca explorar. Segundo Malhotra (2001) a pesquisa

exploratória fornece flexibilidade em relação ao uso de outros métodos e agrega valor no

desenvolvimento de hipóteses.

Para Collins & Hussey (2005) a pesquisa descritiva é caracterizada pelo

comportamento dos fenômenos, para obter informações sobre características de um

determinado problema. Já a pesquisa exploratória deve avaliar que teorias e conceitos

existentes podem ser aplicados ao problema ou se novas teorias e conceitos devem ser

desenvolvidos.

O trabalho está estruturado em 4 (quatro) seções principais: a primeira contendo a

contextualização da pesquisa, problemática de pesquisa, objetivo da pesquisa, e metodologia.

Na segunda seção uma revisão de literatura sobre o processo decisório. Já na terceira seção

uma abordagem teórica sobre teoria dos jogos. No quarto capítulo apresentam-se as

considerações finais do trabalho. E por fim, apresentam-se as referências bibliográficas

utilizadas.

2. Referencial Teórico

2.1 O processo decisório

Para Motta e Vasconcelos (2002) as teorias da organização até o momento,

desenvolvidas negam um questionamento mais profundo da questão e importância do

processo decisório. Inovadores caminhos apresentam um resgate da dimensão simbólica das

relações humanas.

Ainda Motta & Vasconcelos (2002) o Processo Decisório está vinculado à função de

planejamento, inserido no corpo maior da administração. Essa é a essência da gestão, ou como

uma etapa desta função e ainda pode ser visto como um caminho que induz as pessoas a

produzir decisões, tanto em empresas privadas como em órgãos públicos ou em relação à vida

pessoal.

Segundo Fiani (2006) a teoria dos jogos procura explicar como os jogadores tomam

decisões em situações de conflito estratégico. Visa entender como os jogadores fazem suas

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escolhas em situações de interação. Tendo de considerar as suas preferências, pois essas

preferências irão designar as escolhas dos jogadores, sejam eles racionais ou não.

Já Marinho (2005) afirma que decisões baseadas em informações são apenas tão boas

quanto à informação nas quais estão baseadas. Observa-se que a eficiência e eficácia estão na

qualidade das decisões, as quais são influenciadas pela qualidade das informações

disponíveis, para agir como um processo integrado e sistemático.

Segundo Caravantes et al. (2005) existem dois tipos de decisão: decisões programas e

decisões não programadas.

- Decisões programadas: são entendidas como ações para resolução de problemas

rotineiros, que são guiadas por determinadas regras e procedimentos habituais.

- Decisões não programadas: são entendidas como ações para resolução de problemas

específicos, que são criadas através de um processo não estruturado, para resolver problemas

não rotineiros, ou seja, que não surgem com frequência suficiente para ser resolvido por uma

política institucional.

Basicamente as decisões são pautas em situações de certezas (programadas) e de

incerteza (não programadas). As decisões programas onde resolvem problemas já enfrentados

anteriormente, e que se comportam da mesma maneira, não é necessário fazer diagnósticos,

criar alternativas e escolher um curso de ação, basta seguir um plano já pré-definido. Já nas

decisões não programadas, são decisões únicas, onde são tratadas caso a caso, são decisões

novas perante situações ainda não conhecidas antes. Decisões como essas precisam ser

analisadas sucessivamente, desde o entendimento do problema até a efetiva decisão

(MAXIMIANO, 2009).

A seguir, o processo decisório será abordado por duas seções etapas do processo

decisório e sociedades de consumo.

2.1.1 Etapas do Processo Decisório

Segundo diversos autores Chiavenato (2010), Maximiano (2009) e Robbins et al.

(2010), o processo decisório pode ser entendido em 5 (cinco) principais etapas, que são:

reconhecimento, elaboração, planejamento, decisão/implementação e controle.

Reconhecimento: esta etapa é considerada uma das mais difíceis, pois se não for bem

elaborado, o trabalho de toda empresa, bem como as demais etapas do processo podem ser

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comprometidas. Basicamente as empresas buscam o reconhecimento de um problema ou uma

oportunidade.

Elaboração: Nesta etapa busca-se elaborar alternativas de ação, para decisões a serem

tomadas, onde as empresas criam um gráfico, denominado “árvore de decisão”, onde avaliam-

se as alternativas possíveis a serem seguidas.

Planejamento: Nesta etapa ocorrem as avaliações das vantagens e desvantagens das

alternativas e caminhos traçados na etapa anterior.

Decisão/Implementação: Já nesta etapa ocorre propriamente, a decisão pela melhor

alternativa, para o momento e recursos que a empresas possui.

Controle: Nesta última etapa, criam-se mecanismos para promover o controle dos

resultados alcançados, e ainda, criar um mecanismo de acompanhamento período, para

correções necessárias durante o processo.

A decisão é apenas mais uma etapa, e não um fim em si próprio, as decisões

podem ocorrer em diversos níveis hierárquicos nas organizações, sendo que uma decisão

tomada influencia em outras decisões envolvendo uma mesma empresa, e até mesmo outras

empresas (MAXIMIANO, 2009; CHIAVENATO, 2010).

Durante a evolução das teorias administrativas, foram desenvolvidas diversas

técnicas, modelos e processos para auxiliar os gestores no processo de tomada de decisão nas

organizações. Essas alternativas fornecem soluções possíveis para os problemas, ajudando os

gestores a diminuir as margens de erros nas decisões. Mas ressalta-se que ainda, não chegou-

se em um modelo único, que aplicável se aplicável em diversas organizações terá os mesmos

resultados ou que funcione sem ajustes de organização para organização (MAXIMIANO,

2009; e ROBBIS et al., 2010).

Para Chiavenato (2010) os principais elementos que compõem o processo

decisório são: (a) o estado da natureza, (b) o tomador de decisão; (c) os objetivos, (d)

preferências, (e) situação, e (f) estratégia. O sucesso no processo decisório irá depender das

escolhas corretas entre os elementos apresentados.

2.2. Sociedade de Consumo

Acreditam Marx & Engels (1998) que a tecnologia que engrenou a sociedade de

consumo está ameaçada de colapso, não sendo capaz de proporcionar um outro tipo de

sociedade que ofereça novas formas de sub existência humana, como baixos custos

ecológicos, critérios de promoção e valorização humana independente das taxas de consumo.

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De acordo com Weber (2004) os indivíduos estão condicionados e imersos na

sociedade de consumo que é difícil imaginar uma alternativa que proponha um equilíbrio para

o consumo desacelerado versus recursos disponíveis. Cita o problema de crise de alimentos e

da crise de energia em escala mundial.

Para Ávila (2005) a sociedade de consumo tende a formar um sistema integrado, onde

tudo é orientado para garantir o crescimento do ritmo de consumo. Na sociedade de consumo

o indivíduo tende a tomar decisões de acordo com seu nível de consumo. Elevar seus padrões

de consumo, ter mais como meio de ter ainda mais, como condições de prestígio e de sucesso

profissional.

Já Carmo (2005) essas tem o poder de conduzir tudo que cerca uma sociedade para um

objeto de consumo como: ideias, valores, pessoas e ideologias. A pesquisa procura averiguar

que a crise na sociedade do consumo reside na dificuldade de desmobilização dos imensos

recursos econômicos e humanos comprometidos ao processo do consumo crescente.

Acrescenta Durkheim (2007) que o que está em jogo não é a transformação social,

mas uma transformação cultural. O que está em jogo não é a mutação de regimes ou modelos,

mas uma mutação de valores; forma-se uma revolução ética na sociedade.

A seguir apresentam-se alguns conceitos e principais estratégias em teoria dos

jogos, para um melhor entendimento do processo decisório, e um melhor entendimento entre a

contribuição da lógica estratégica em jogos e o processo de decisão.

3. Teoria dos Jogos

No século XX, os matemáticos John Von Neumann (1903 – 1957) & Oskar

Morgenstern (1902 -1977) lançaram as bases de uma Teoria dos Jogos, propriamente dita, no

livro Theory of Games and Economic Behavior (Teoria dos Jogos e Comportamento

Econômico, 1944) que interpretava as escolhas racionais e os acontecimentos sociais por meio

dos modelos de jogos de estratégia de ação que lhes fossem mais vantajosas de acordo com

um cálculo acerca de sua probabilidade e satisfação máxima de sua utilidade.

De acordo com Neumann & Morgenstern (1944) a definição de Teoria dos Jogos: a

ciência da estratégia. Procura determinar matemática e logicamente as atitudes que os

jogadores (no caso específico do presente estudo as organizações), devem tomar para

assegurar os melhores resultados para si próprios num conjunto alargado de “jogos”. O amplo

leque de “jogos” vai do xadrez „a educação dos filhos, do tênis às aquisições.

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Para Neumann & Morgenstern (1944) a Teoria dos Jogos é uma teoria matemática

sobre conflito e colaboração, de situações nas quais se pode favorecer ou contrariar um ao

outro, ou ambos ao mesmo tempo. Para alguns jogos, a teoria pode indicar uma “solução”

para o jogo, isto é, a melhor maneira a proceder para todas as pessoas envolvidas. No entanto,

na maioria dos jogos que descrevem problemas reais, ela só nos fornece uma visão geral da

situação descartando algumas “jogadas” que não levarão a bons resultados.

Fiani (2006), conceitua a Teoria dos Jogos como sendo uma análise matemática de

situações que envolvam um conflito de interesses com o intuito de indicar as melhores opções

que, sob determinadas condições, conduzirão ao objetivo desejado. Um dos princípios gerais

por que se deve guiar uma organização numa situação de conflito é o de prever o futuro e

racionar sobre o passado. Cada organização deve procurar perceber o modo como os outros

vão reagir à suas ações, como ela própria vai por sua vez reagir, e assim por diante. A

organização antecipa as conseqüências das suas decisões iniciais, e utiliza essa informação

para definir a sua melhor opção em cada momento.

Para Aragones (2006) este raciocínio circular conduz a um conjunto de escolhas, uma

para cada pessoa, de tal modo que a estratégia de cada um seja para si a melhor quando todos

os outros estiverem a atuar de acordo com as suas melhores estratégias. Por outras palavras,

cada um escolhe a sua melhor reação àquilo que as outras fazem. Visa, principalmente,

analisar as estratégias propostas para investigar e explicar o comportamento humano sobre

pressão nas tomadas decisões.

Para Nobrega (2003) o ponto de partida da Teoria dos Jogos – em sua missão de

equacionar, por meio da matemática, os conflitos de interesse que acontecem a todo instante

na sociedade e no mundo dos negócios – é constatar que, de modo geral, a tendência entre as

organizações é maximizar o ganho individual. Nem as sociedades mais civilizadas

conseguiram resolver esse dilema entre o pessoal e o coletivo. É obvio que se todos se

comportassem de forma altruísta não haveria dilema algum. Mas a vida real não é assim. E ao

estudar por que não é assim, a Teoria dos Jogos despede-se de qualquer julgamento moral.

Como assegura Fiani (2006) o reflexo da feroz competição que assiste-se em qualquer

área do conhecimento, um contraponto à liberação de idéias das concorrentes humanistas que

pregam o compartilhamento do conhecimento. Pode-se considerar que os conflitos de

interesse e nas tomadas de decisão dentro de uma empresa são uma série de ensaios dentro de

um contexto de relacionamento que atua sobre expectativas e comportamento. Sendo mais

abrangente, trata-se de cooperação. É uma análise lógica de situações que envolvem interesses

a fim de indicar as melhores opções de atuação para que seja atingido o objetivo desejado.

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Uma relação do tema com as organizações em geral são os aspectos analisados pelas

estratégias adotadas e suas conseqüências, as alianças possíveis entre os indivíduos, o

compromisso dos contratos, inclusive aqueles não formalizados – tácitos.

Complementa Akerlof (2002) que a Teoria dos Jogos constata que conflitos de

interesse acontecem por que a regra geral é maximizar, prioritariamente, o ganho individual.

Esse é seu ponto de partida, mas não se trata apenas de falta de solidariedade ou civismo.

3.1 Competição

Oliveira (1989) ressalta que em um ambiente de constantes mutações é que fica

evidente a necessidade do planejamento para competir. Exige imensa capacidade de contrapor

riscos, liderar com imprevistos e escolher informações essenciais na ambiência externa.

Nessa linha de raciocínio Hermida, Serra e Hastika (1992) vêem a empresa inserida

em um ambiente macroeconômico, onde é possível relacionar a estratégia com seu meio

ambiente.

Para Porter (1986), a estratégia de competição visa estabelecer uma posição lucrativa e

sustentável contra as forças que determinam a competição industrial. O desafio enfrentado

pela gerência consiste em escolher ou criar um contexto ambiental em que as competências e

recursos da empresa possam produzir vantagens competitivas.

Segundo Mintzberg & Quinn (1998) estratégia é o padrão ou plano que integra as

principais metas, políticas e seqüências de ações de uma organização em um todo coerente.

Uma estratégia bem formulada ajuda a ordenar e alocar os recursos de uma organização para

uma postura singular e viável, com base em suas competências e deficiências internas

relativas, mudanças no ambiente, antecipadas e providências contingentes realizadas por

oponentes inteligentes.

Na visão de Hamel & Prahalad (1995) quando se escolhe uma estratégia de

competição, é preciso ter uma “visão de futuro” e se antecipar as ações (jogadas) dos

concorrentes (jogadores), permitindo as empresas que alcançarem esse posto, a definição de

regras para as outras empresas para participar da competição. O objetivo é o de garantir que

os riscos futuros sejam menores do que as recompensas (ganhos) futuros.

Segundo Day & Reibstein (1997) a competição ajuda a analisar a criação de um

modelo mental comum da situação estratégica subjacente. É útil por descrever com precisão

situações estratégicas, oferecendo uma estrutura coerente para a estruturação dos problemas

decisórios competitivos. Prahalad (1995) conceitua uma abordagem clássica da estratégia.

Apoiando-se essencialmente na trajetória concorrencial das empresas que, partindo de uma

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posição concorrencial mais desfavorável, conseguem mudar o jogo da concorrência a seu

favor.

Já Tavares (2000) pressupõe que a complexidade de assimilar informações, como

principal foco da competição, fazendo assim o recurso organizacional (as pessoas), uma vez

que passam a ser “usuários de informação”. Ressalta ainda que a evolução de uma empresa

depende dos processos de tecnologia, capacidade e competências.

Drucker (1989) complementa que o modelo competitivo segue em prol dos padrões de

liderança, havendo uma interface com as áreas funcionais das empresas. Propondo

questionamentos do tipo: “será que faríamos melhor”, focado na eficiência, mas sim como

“será isso o que deveríamos fazer”, focado na eficácia.

Na visão da Teoria dos jogos, a adoção da estratégia de competição, pode gerar dois

principais resultados: tragédia dos comuns e jogos de soma zero, que serão detalhados a

seguir.

3.1.1 Tragédia dos Comuns

O conceito de Tragédia dos Comuns é um fenômeno percebido e estudado muito antes

do aparecimento das organizações modernas. Na Europa da Idade Média, havia muita terra

sem um dono específico, onde os pastores podiam criar seu rebanho livremente. Seria

vantajoso para cada pastor sempre aumentar uma cabeça de gado no seu rebanho. Acontece

que, se todos agissem assim, em pouco tempo o pasto comum estaria super povoado e todos

sairiam prejudicados.

Segundo Neumann & Morgenstern (1944) a única forma de derrotar uma decisão que

adote a estratégia do “deserte sempre” é o ostracismo: não se relacionar com quem adota este

tipo de estratégia. Mas como condenar a pessoa mais rica ou influente da empresa ao

ostracismo? Isto é impossível, justamente por isto essas pessoas adotam a postura do “deserte

sempre”. É uma decisão racional, não é justa, mas é racional.

De acordo com Nobrega (2003) uma exploração de recursos coletivos quase sempre

conduz uma Tragédia dos Comuns, onde só pode ser evitado introduzindo-se regras para que

os participantes sejam recompensados por agir de forma altruísta, quer dizer, o altruísmo deve

se “comprado” dos indivíduos e das organizações.

Salientam Neumann & Morgenstern (1944) o termo técnico para a tragédia dos

comuns é utilidade. Organizações sempre escolhem obter certos resultados em detrimento de

outros. Essas preferências são também chamadas de utilidade. A utilidade que uma

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organização atribui a certo resultado é o que determina a sua estratégia no “jogo” dos

negócios, ou seja, no contexto de Teoria dos Jogos é agir de modo a maximizar a utilidade.

O conceito de Tragédia dos Comuns fica claro a nível governamental com o caso do

“apagão” no Brasil durante o governo Fernando Henrique, com o racionamento de energia.

Ameaçando com sobretaxas individuais e cortes de fornecimento, o governo transferiu para

cada cidadão, individualmente, a responsabilidade por algo que, até então, era percebido

como uma obrigação diluída entre todos.

3.1.2 Jogos de Soma Zero

Para Day & Reibstein (1997) uma estratégia de soma zero é quando a vitória de uma

pessoa ou organização implica, necessariamente, na derrota de outra, como no jogo de xadrez

ou no jogo da velha. Num resultado de soma zero, não existe a possibilidade de colaboração

entre as partes.

A partir deste modelo, podem-se analisar alguns aspectos, como:

Que condições favorecem a ocorrência do altruísmo recíproco?

Como ocorrem os processos de sinalização nas trocas altruístas?

Por que não agir como um aproveitador, obtendo os benefícios e deixando de pagar os

custos das relações recíprocas?

O ostracismo é a principal forma de punição aos infratores das relações altruisticamente

recíprocas?

Ainda Day (1997) uma estratégia competitiva de soma zero assume alguns perfis,

como por exemplo: as atitudes de indivíduos para criar uma postura de competição, de tal

forma a vincular em seu comportamento as táticas de dissimulação, a profilaxia e as

mudanças.

Nobrega (2003) como dissimulação destaca um jogo particular entre um goleiro e um

batedor de pênalti. O batedor tem todo o interesse em que o goleiro pense que ele vai chutar

num canto. Então, ele chuta no outro. O mesmo vale para o goleiro, que tenta fazer com que o

batedor pense que ele se atirará para um lado, enquanto pula par o outro. O blefe faz parte do

talento que eles têm que ter.

Para Day (1997) como profilaxia é o ato de pensar em adotar medidas e soluções

preventivas, levando em consideração: o que seu “adversário” pode fazer? Como? Quando? E

assim tentar impedir que o faça. Mas isso não garante sucesso, somente lógica. Infelizmente

sucesso e lógica não andam de mãos dadas, levar em conta o ser humano como ele realmente

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é, implica levar em conta sua emoção, tem que fazer parte da estratégia em tomadas de

decisão.

Já Fiani (2006) acredita que a mudança está ligada com a evolução das coisas, com

uma tremenda importância na estratégia. Entender o processo da evolução e ser capaz de

predizer as mudanças são coisas importantes, porque o custo de reagir estrategicamente

aumenta quando a necessidade de mudança se torna mais óbvia e a vantagem de melhor

estratégia é maior para a empresa que assimilá-la melhor.

Em uma visão contrária Neumann & Morgenstern (1944) a soma zero acontece

quando a vitória ou sucesso de uma organização implica, necessariamente, na derrota ou

insucesso de outra empresa. Não há possibilidades de cooperação entre os participantes.

Buscando inspiração no jogo de pôquer para desenvolver seus estudos. Interesse primordial

no “blefe”, nas pequenas táticas de traça, na desconfiança e na traição. Utilizando-se a

“dissimulação” como um recurso racional. É sobre tudo um estudo de estratégias: o que cada

organização tem de fazer para obter o resultado que lhe convém.

3.2 Cooperação

Para Carneiro (1981) a sobrevivência da raça humana sempre esteve atrelada a

cooperação, desde o início das civilizações. A palavra cooperação provém do latim

cooperatione, derivado do verbo cooperati, de cum + operari = operar, trabalhar em conjunto

(PINHO, 1997).

Na mesma idéia que Nash (1950) descreve na versão econômica de Teoria dos Jogos

disseminando a cooperação em diversos setores da economia, sendo reconhecido em todos os

países como a maneira mais adequada, participativa, justa, democrática para atender as

necessidades da população. A importância de se aprofundar os estudos neste setor tem como

base conhecer, analisar e estudar estratégias que passam a ser usadas para um crescimento

considerável, propiciando assim uma opção de êxito e minimização das disparidades na

obtenção de resultados.

A forma com que a cooperação deve ser encarada pelas organizações é, de maneira, a

criar uma visão integradora que se encontra acima de conceitos políticos-ideológicos de

qualquer natureza (SCHELING, 1958).

Segundo diversos autores (Pinho, 1997; César, 1977; Oliveira, 1984; Silva, 1987;

Bernardo, 1996) a cooperação é explicada com base nos chamados “princípios dos Pioneiros

de Rochdale”, que são eles:

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Adesão voluntária e livre: possibilita a inserção ou saída do “cooperado”, sem coerção

por motivo políticos, religiosos, éticos ou sociais;

Gestão democrática: metas e objetivos do trabalho em conjunto, nada é imposto;

Educação e informação: os “jogadores” são condicionados a cooperar, e são

informados sobre as vantagens da cooperação organizada, estimulando e perpetuando

o conceito da cooperação;

Inter-cooperação: o fortalecimento da cooperação é o intercâmbio de informações,

projetos, produtos e serviços, viabilizando o setor como atividade socioeconômica.

Para Day & Reibstein (1997) as organizações devem escolher estratégias de equilíbrio,

visando buscar três características: estabilidade, caráter ideal e racionalidade. Em suma, cada

indivíduo acredita estar fazendo o melhor possíveis dadas as ações dos outros.

Trivers (1971) formula a teoria do altruísmo recíproco, onde há uma forma

simplificada de encarar o mundo vivo que é a de “uma mão lava a outra”. Pode-se qualificar o

altruísmo como aquilo que fazemos com vistas na retribuição futura, sempre com a sensação

de que sobre a pele de “cordeiro” do altruísmo vê-se o “lobo” egoísta. As organizações

amparadas pela Teoria dos Jogos identificam um fundo de interesses em qualquer gesto

desprendido.

Fiani (2006) exemplifica cooperação com o exemplo das pequenas lojas que se unem

(poder de negociação com fornecedores, menores custos e outros benefícios) para poder

competir em nível igual no varejo e não serem “engolidos” pelas grandes redes.

3.3 Coopetição

Fahey (1999) explica que a ausência de definição específica para o termo “coopetição”

na literatura gerencial expõe diversos significados, prejudicando a sua utilização prática.

Carvalho (1999) indica que para adoção desse tipo de estratégia (coopetição) é

necessário que se tenha bem definido os pontos fortes e pontos fracos da empresa;

imaginando o futuro, através de uma análise detalhada do presente.

É fato que a maioria do material escrito sobre estratégia empresarial direciona-se para

a necessidade da criação de um ambiente de competição, onde a competição é cenário

predominante na formulação estratégica (ANSOFF, 1997; PORTER, 1986; JOHSON e

SCHOLES, 1989).

Para Von Neumann e Morgenstern (1944) em situações de curto prazo, com a disputa

entre poucos “jogadores”, a tendência é a adoção de estratégias que envolvam competição,

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pois não há uma “visão de futuro” nas empresas, onde o imediatismo e a obtenção de

resultados imediatos prevalecem.

Já Nash (1950) discorda da idéia, propondo um modelo de cooperação, através do que

ficou conhecido como “Equilíbrio de Nash”, ampliando a visão de Von Neumann, para “n”

jogos (relações), acontecendo ao mesmo instante, causando a complexidade no jogo, o que

propões a utilização de ideais como o da cooperação, tornando, digamos, “viável” a

participação da empresa em ambientes competitivos.

Aumann (1964) salienta que uma estratégia cooperativa pode não trazer os mesmos

ganhos que um Jogo de Soma Zero (competição), mas garante que não haverá um cenário

como Tragédia dos Comuns, pois não existe a possibilidade de se anularem uns aos outros.

Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2000) propõem a essas visões contrárias, um ponto de

convergência, para que as empresas possam atuar em um ambiente competitivo, como

estratégias de cooperação; cooperando primeiro para depois estarem aptos a competir.

Weber (1978) enxerga esse constante conflito entre competição e cooperação, onde os

“jogadores” devem adotar estratégias a partir da sua racionalidade, de forma que as empresas

estão sendo moldadas pela marcha implacável da racionalidade técnica e gerencial, a qual se

expressa em burocratização sempre crescente.

4. Considerações Finais

Alguns fatores como a globalização, as concorrências em nível mundial, os avanços

tecnológicos, o desenvolvimento das telecomunicações, a diminuição do tempo de produção

dos produtos, promovem um ambiente organizacional cada vez mais complexo e dependente

de decisões rápidas e assertivas. O que leva as organizações a necessidade de cada vez mais

terem uma visão holística e sistêmica de todo o processo de tomadas de decisão.

O processo decisório não constitui uma tarefa das mais fáceis para os gestores, mas

que podem se tornar o grande diferencial em relação a concorrência, onde a lógica

preconizada pela teoria dos jogos pode auxiliar as organizações a diminuir o complexo mundo

das variáveis em tomadas de decisão no complexo ambiente organizacional.

A Teoria dos Jogos pode auxiliar as organizações na aplicação lógica de premissas

dadas para se chegar às suas conclusões. Considerando premissas justificadas a partir de

argumentos racionais, usando evidências empíricas com imparcialidade ao julgar afirmações

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sobre fatos e acontecimentos concretos, realizados por seres humanos imprevisíveis e

insólitos.

Muitas das situações pelas quais, cada indivíduo vivencia em uma sociedade de

consumo, têm explicações em raízes da Teoria dos Jogos. Certamente reflexo da feroz

competição em qualquer área do conhecimento, um determinado contra ponto a idéias

deliberadas de correntes humanistas que, por sua vez, pregam o compartilhamento do

conhecimento.

A grande parte das estratégias envolve a vida real, onde devido aos complexos

mecanismos que regem as ações dos seres humanos possuem um grande número de

possibilidades. Dificilmente existe uma estratégia dominante sobre outras. Com base nisso, a

Teoria dos Jogos pode ser entendida como uma grande abordagem que não resolve questões

estratégicas, mas ajuda a coordenar o processo de pensamento estratégico.

Em um mundo em contínua mudança e constante inovação, ao mesmo tempo em que

aparecem novas oportunidades, surgem também ameaças. A vantagem de se ter uma visão

guiada pela Teoria dos Jogos é que para o comportamento humano no processo decisório

considera a mente dos concorrentes e todos os agentes que influenciam a organização,

auxiliando a definir os resultados esperados, através do seu jogo competitivo.

O trabalho limita-se em realizar uma revisão de literatura sem uma investigação

empírica sobre os assuntos tratados (teoria dos jogos e processo decisório), pois caracteriza-se

como uma pesquisa exploratória, onde buscou destacar os principais elementos que auxiliam

em um melhor entendimento entre a contribuição da lógica em teoria dos jogos e o processo

decisório. Sugere-se uma aplicação prática e investigação empírica sobre o processo decisório

na visão das estratégias em jogos, para formação de um comparativo entre diferentes formas e

caminhos delimitados em processos decisórios, bem como contribuir para o avanço do corpo

teórico dessas áreas.

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