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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO
COMUNICAÇÃO SOCIAL HAB. AUDIOVISUAL
HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA
AS VANGUARDAS
DO
MODERNISMO
ALUNOS: RAFAEL LOPES DE ANDRADE
MARLA GALDINO SILVA
EDICLEI COSTA SANTOS
EDELDE SANTOS RAMOS
FÁBIO TAVARES DE SÃO JOSÉ
PROFESSORA: BEATRIZ COLUCCI
ARACAJU, 20 DE MAIO DE 2010
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO....................................................................................................1.
2. MOVIMENTOS DE VANGUARDAS..................................................................................................1.
2.1 FUTURISMO.................................................................................................2.
2.2 CUBISMO..................................................................................................... 3.
2.3 DADAÍSMO...................................................................................................4.
2.4 SURREALISMO............................................................................................5.
2.5 EXPRESSIONISMO......................................................................................6.
2.6 CONSTRUTIVISMO.....................................................................................7.
3. AS VANGUARDAS AMERICANAS................................................................................................... 8.
3.1 O TRABALHO DE EDWARD ESTON.........................................................................................................10.
3.2 O PAPEL PRECURSOR DE ALVIN LANGDON COBURN.....................................................................................................10.
4. FOTOGRAMAS ............................................................................................................................11.
5. CONCLUSÃO....................................................................................................13.
6. BIBLIOGRAFIA................................................................................................14.
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As Vanguardas do Modernismo
1. Introdução.
Essa revolução, as vanguardas européia, começou no período antes das
Guerras Mundiais, durante a Bélle Époque (quando a máquina veio para
revolucionar a vida dos homens, dando a eles o comodismo), durando até
depois destas Guerras. Durante este período existiram diversos movimentos
que buscavam expressar sua revolta contra as regras e imposições e mostrar
uma nova maneira de ver o mundo. Dentre estes movimentos, os mais
destacados foram: Futurismo, Cubismo, Dadaísmo, Surrealismo,
Expressionismo e Construtivismo.
2. Movimentos de Vanguardas.
Desde as últimas décadas do século XIX, a história da arte assistia a
profundas modificações e rupturas. Os modelos que vinham sendo valorizados
desde a época do Renascimento Italiano pelas academias começavam a ser
realmente questionados.
Os artistas, acompanhando as mudanças sociais, econômicas, políticas e
filosóficas do mundo, passavam a desejar novas expressões artísticas. O
desenvolvimento das vanguardas européias do Século XX está intimamente
relacionado com os artistas da geração anterior, que abriram caminho para as
gerações seguintes.
Nesse período, a Europa estava diante dos progressos industriais, dos
avanços tecnológicos, das descobertas científicas e médicas. Ao mesmo tempo,
a disputa pelos mercados financeiros ocasionou a I Guerra Mundial. O clima
estava propício para o surgimento das novas concepções artísticas sobre a
realidade. Surgiram inúmeras tendências na arte, principalmente manifestos
advindos do contraste social
Os movimentos culturais desse período, responsáveis por uma série de
manifestos, são: Futurismo, Expressionismo, Cubismo, Dadaísmo,
Surrealismo, construtivismo chamados de vanguardas européias.
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2.1 Futurismo:
Fundado em 1909, na Itália por Marinetti, o Futurismo pregava o “verso livre”, a
“imaginação sem fio” e a “palavra em liberdade”, como certa visão dinâmica da
realidade. O autor do movimento propunha a negação total dos valores estéticos
vigentes na época, destruindo a sintaxe da gramática (não usando adjetivos,
conjunções e pontuação).
Características do Futurismo:
· Precedência da teoria sobre a prática e pretensão de ser "moderno",
com exclusividade da expressão mais avançada da arte do seu tempo,
características que, também, marcaram outros movimentos de vanguarda.
· Movimento que mais produziu manifestos.
· Expressão do dinamismo, ponto essencial da estética futurista.
· Busca de uma linguagem intensa, dinâmica, audaciosa capaz de
expressar as novas concepções de espaço e movimento.
Principais Artistas: Umberto Boccioni, Carlo Carrá, Luigi Russolo,
Gino Severini, Giacomo Balla.
Algumas Obras do Futurismo:
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2.2 Cubismo:
Fundado em 1913, é decorrente da
pintura. O artista “fraciona a realidade e depois a remonta em planos sobrepostos e
simultâneos” (como em recortes de revistas espalhados e colados aleatoriamente). Usa
de uma escritura nominal, subjetivismo, invenção de palavras e humor (através de uma
linguagem como que caótica). Picasso na pintura e Apollinaire na literatura são os
grandes representantes do Cubismo.
Características do Cubismo:
· utilização das formas geométricas para representar as figuras, não se
obedecendo aos princípios clássicos de representação dos objetos tais como são
vistos;
· destruição da harmonia das cores e formas;
· decomposição das figuras ao extremo, abandonando a aparência real das
coisas;
· apresentação dos objetos com todas as suas partes num mesmo plano;
· a preocupação não é o que se representa, mas como se representa;
· o objeto pintado é fruto de uma decomposição e de uma recomposição do
objeto feita pelo artista.
Principais Artistas: Pablo Picasso, Georges Braque, Juan Gris, Robert
Delaunay, Fernand Léger, Albert Gleizes e Jean Metzinger.
Algumas Obras do Cubismo:
“Dança do mar” Gino Severini, 1914 “Formas de continuidade no espaço”
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2.3 Dadaísmo:
Tristan Tzara fundou o Dadaísmo em 1918, este expressa a negação total, a “apologia
do absurdo e do incoerente”, a destruição do ambiente e a construção de uma anti-arte.
Características do Dadaísmo:
· não significou um movimento artístico no sentido tradicional, mas uma
rebelião, um novo modo de pensar, um novo sentir, um novo saber, uma arte
nova em meio a uma liberdade nova;
· forma de expressão de modo positivo enquanto possibilitou total liberdade de
criação, que nos foi deixada como legado;
· forma de expressão de modo negativo quando invocava a destruição da arte, a
não arte, a anti-arte, negando até mesmo, a própria revolução Dadá;
· não propunha nenhum estilo;
· utilização da fotomontagem (descoberta pelos dadaístas) como meio para o
sarcasmo;
Principais Artistas: Tristan Tzara, Francis Picabia, Marcel Duchamp, Raoul
Hausmann, Hans Arp, Hans Richter, Kurt Shwitters.
Algumas Obras do Dadaísmo:
“As Senhoritas de avignon” Pablo Picasso, 1907 “Casas e Àrvores” George Braque, 1908
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2.4 Surrealismo:
Criado em 1924, Andre Breton propunha a recriação da sociedade sob novas técnicas. A
grande novidade do movimento foi a “escrita automática”, o artista de coloca no estado
mais passível e receptivo que conseguir, escreve depressa, sem assunto pré-
estabelecido. A realidade do Surrealismo é a do subconsciente, a do sonho. O pintor
Salvador Dali é um dos principais nomes desse movimento.
“Fonte” Marcel Duchamp, 1917 “Colagem sobre óleo – weltenkreise” Kurt Schwitters, 1911.
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Características do Surrealismo:
· valoriza a intervenção fantasiosa na realidade;
· ressalta o automatismo contra o domínio da consciência;
· as formas da realidade são completamente abandonadas.
· Explorar o inconsciente, o sonho, a loucura; aproximar-se de tudo que fosse
antagônico à lógica e estivesse fora do controle da consciência.
Principais Artistas: Salvador Dalí, Ives Tanguy, Max Ernst, Juan Miró, René
Magritte, Paul Delvaux, André Masson.
Algumas Obras do Surrealismo:
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2.5 Expressionismo:
Foi Criado em 1910, como o próprio nome sugere, é a expressão das emoções e do
mundo interior do homem, usando a distorção violenta, a cor forte e o traço exagerado.
O artista não escreve, ele acumula convivências, usa a percepção. Neste movimento,
Van Gogh e Anita Malfatti, se destacam na pintura.
Características do Expressionismo:
· deformação proposital da realidade;
· abandono das regras tradicionais de equilíbrio da composição temática;
"A persistência da Memória"
"A Venus Dormindo"
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· abandono da harmonia das cores e formas;
· expressão veemente do pessimismo;
· importância dos sentimentos humanos (angústia, desespero e amargura).
· a expressão de uma autenticidade fundamental do ser humano, que se exprime
em explosões de cores violentas e traços dramáticos.
Principais Artistas: Ernst Kirchner, Erich Heckel, Karl Schmidt, Wassily
Kandinsky, Edvard Munch, Oskar Kokoschka.
Algumas das Obras do Expressionismo:
2.6 Construtivismo: O Construtivismo surgiu na década de 1920 quando a arte
moderna era anarquia. A anarquia era o comunismo e o Construtivismo era de fato
vermelho. O Construtivismo era a socialização da arte, a arte com fins utilitários - artes
práticas. A ordem era a arquitetura simples e a produção de objetos, produtos utilitários.
O artista era o designer. Os irmãos Antoine Pevsner e Naum Gabo (manifesto de 1920)
foram os principais idealizadores. A torre de Vladimir Tatlin ficou só na maquete -
Monumento a III Internacional. El Lissitzky e Alexander Rodchenko também
participaram ativamente do movimento. A obra mais importante construída foi o
"Mausoléu de Lênin" em Moscou. A maioria das obras projetadas ficou somente no
papel, em virtude de sua complexidade e do atraso tecnológico da época.
"Retrato de Ernst Ludwig Kirchner" “Mulheres na rua" Ernst Kirchner, 1915
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Características do Construtivismo:
· Rejeitava a arte pela arte;
· Rejeitava o conceito de gênio: intuição, inspiração e auto-expressão;
· O processo criativo consistia-se no tectônico, ou seja, na arte de construir;
· Fusão de conteúdo das formas
Exemplo de Obra Construtivista:
3. As Vanguardas
Americanas.
O desenvolvimento moderno na arte fotográfica iniciou a partir das idéias e do
trabalho dos fotógrafos americanos, reunidos em torno de Alfred Stieglitz (1864-
1946). Ele se torna fotografo no inicio dos anos 1880, em um período de
efervescência cultural, foi quando ele viajou para Europa e quando volta logo se
decepciona com a fotografia americana. Para ele a fotografia deveria seguir os
rumos da pintura, porém segundo os seus próprios meios e não simplesmente a
copiando. A fotografia não poderia se omitir no meio de tantas mudanças na
arte.
"Monumento a Terceira Internacional" Vladimir Tlatin, 1919.
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Em 1902, Stieglitz tem o objetivo de construir o reconhecimento da arte
fotográfica americana e superar o academicismo dos amadores que dominavam
as produções do período.
Em uma de suas exposições, Stieglitz representa o reconhecimento concreto da
vanguarda americana: 50 fotografias foram vendidas e se tornaram a primeira
coleção pública de fotografia. Stieglitz propôs não só a divulgação de uma nova
estética, mas a afirmação de uma nova concepção da arte fotográfica.
Fotografia Direta:
Com o campo aberto para as experimentações na arte, as discussões e a
prática da fotografia levaram à superação do pictorialismo e à divulgação do
que ficou conhecido depois por “fotografia direta”, em que a recusa à
manipulação era o principal ponto de convergência dos artistas. Stieglitz
defendia uma fotografia como uma forma de arte particular, com visão
própria em relação direta com a realidade.
Fotografia Abstrata:
Os novos artistas americanos tentavam diminuir a distância que os separava
das vanguardas européias. E numa atitude própria da modernidade,
dedicaram-se simultaneamente a diferentes meios para expressa sua arte.
Paul Strand teve um papel decisivo na consolidação da fotografia moderna,
tendo inaugurado, com suas pesquisas, um novo momento da arte
fotográfica. Ao e escolher como temas forma geométricas que são
apresentadas sem qualquer referência ao contexto original, aproximando-se
das tendências abstracionistas.
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FOTOGRAFIA DIRETA, FOTO DE ALFRED STIEGLITZ
FOTOGRAFIA ABSTRATA, FOTO DE PAUL STRAND
Still Life Pêra, e Tigelas. Strand, Paul, 1916(Fotogravura).
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3.1 O Trabalho de Edward Weston:
Produziu uma obra de grande impacto visual até hoje reconhecida. Partindo de objetos
cotidianos fotografados bem de perto, crio imagens mais próximas da abstração. Seus
famosos closes transformaram-se em “esculturas orgânicas, cujas formas eram ao
mesmo tempo expressão e justificativa da vida que abrigavam”.
3.2 O Papel Precursor de Alvin Langdon Coburn:
Fotografo e pintor de influências cubistas Coburn, defendeu o direito dos fotógrafos
manipularem as perspectivas fotográficas, como pintores já faziam com imagens
pictóricas. Coburn foi um dos fundadores com Stieglitz, do photo secession, e em 1916,
clama por uma “fotografia abstrata”.
FOTOGRAFIA DE ALVIN LANGDON COBURN.
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4. Fotogramas.
As experiências com fotogramas, feitas desde o século XIX, ficaram mais
conhecidas quando recuperadas por artistas ligados aos movimentos de
vanguarda, em suas pesquisas no campo das artes visuais. Os fotogramas foram
realizados como possibilidade de romper com a representação do real de
experimentação e exploração de novas formas estéticas. O fotograma pode
também ser associado com outras formas de técnicas de impressão descobertas,
como por exemplo, a técnica, utilizada como forma de duplicar os desenhos, que
consiste em colocar uma placa de vidro, como o desenho a ser reproduzido,
sobre o papel fotossensível, que era então exposto a luz.
Man Ray:
Foi um artista múltiplo, como grande parte dos artistas das vanguardas, é
nome mais comumente associado à prática dos fotogramas. Sua obra
fotográfica, e dentro dela seus fotogramas, alteram as formas da natureza,
transformando objetos reais em signos, descontextualizando-os e criando
uma nova realidade. Man Ray foi com certeza, um dos fotógrafos que mais
produziu fotogramas, assim criou um das obras mais originais da sua época,
cujas influências persistem em toda arte contemporânea.
FOTOGRAMAS DE MAN RAY.
“Compass” Man Ray, 1920. Fotograma s/título- Man Ray, 1922.
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Mohaly-Nagy:
Se destacar pela importância que conferia aos fotogramas em suas pesquisas
estéticas. O artista começou a realizar suas experiências com fotogramas
logo depois de Man Ray e, ao contrário desse, preferiu denominá-los de
forma impessoal, daí provavelmente a origem do termo fotograma. Os
fotogramas de Mohaly-Nagy revelam temas principais em seus trabalhos,
que são a própria luz e a transparência. Para este artista o fotograma era a
própria essência da fotografia.
FOTOGRAMAS DE MOHALY-NAGY.
Fotografia s/título- Mohaly-Nagy, 1926.
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5. Conclusão:
Fotografia s/título-Mohaly-Nagy, 1925.
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Falar das vanguardas e do Modernismo é sempre uma tarefa que solicita cuidado.
Desde a tentativa de determinar sua controversa periodização (suas origens são
fixadas em épocas tão distantes quanto os fins do século XVIII e o início do século
XX), à possibilidade de associá-lo ao processo político, econômico e tecnológico
conseqüente à revolução industrial e conhecido como modernização, constatando-se
o terreno escorregadio em que se dilui e confunde o emprego dessa terminologia. As
criações do período modernista tiveram como objetivo exatamente expressar a
evasão que se propunha o sujeito criador e sua rejeição à estrutura física e social
determinada pela civilização que, no ocidente, assimilou a cultura desse mundo
industrializado.
Um período onde se englobou num único movimento tendências as mais diversas.
Para que se possa encontrar um ponto em que estejam em acordo os estudiosos,
tomemos o Cubismo como a manifestação artística que claramente assinalou uma
ruptura com os cânones artísticos que o antecederam. O Cubismo, assim como, o
Futurismo, o Expressionismo, o Dadaísmo, o Surrealismo, desdobraram-se em
novas manifestações, adaptados às práticas locais, num movimento amplo que
acabou por desempenhar o papel de imagem da cultura no século XX. Tal cultura
estabeleceu uma espécie de tensão com as formas de arte até ali aceitas como
representantes da tradição.
O Interessante é o leque de correntes que se foi formando dentro do Modernismo,
algumas até antagônicas, outras num processo de aglutinação de valores
contraditórios como conservadorismo e mudança, elitismo e transformismo.
Desse modo, ao invés de bloco uniforme, detectam-se várias correntes, até em
oposição dentro da ‘frente ampla’ do Modernismo: dinamistas, primitivistas,
nacionalistas, espiritualistas, desvairistas e independentes.”
A enorme riqueza de tendências e movimentos em que se desdobra o Modernismo
faz dele talvez o mais rico e controvertido movimento literário do mundo ocidental.
6. Bibliografia:
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COLUCCI, MARIA BEATRIZ. Impressões Fotogramáticas: A experiência dos
Fotogramas nas Vanguardas Artística, Campinas, Unicamp, 1999.
ENCICLOPÉDIA DIGITAL MASTER. Vanguardas Européias. Disponível
em:< http://www.pitoresco.com/art_data/vanguardas_euro/index.htm>.
LEITE, REGINALDO. Vanguardas Artísticas Históricas. Disponível em:<
http://www.artenarede.com.br/asp/verpincelada.asp?codigo=105>.
MUNDO EDUCAÇÃO. Vanguardas Européias. Disponível em:<
http://www.mundoeducacao.com.br/literatura/vanguardas-europeias.htm>.