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UGE/NA - NEP 2/22
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Presidente do Conselho Deliberativo
Roberto Simões
Diretor Presidente
Luiz Barretto
Diretor Técnico
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Diretor de Administração e Finanças
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Unidade de Gestão Estratégica
Gerente
Pio Cortizo
Elaboração e Execução:
Unidade de Gestão Estratégica do Sebrae Nacional – Núcleo de Estudos e Pesquisas
Paulo Jorge de Paiva Fonseca (coordenação técnica)
Rafael de Farias Moreira
UGE/NA - NEP 3/22
Sumário
Objetivo .................................................................................................. 4
Metodologia ............................................................................................ 4
Economia Internacional ........................................................................... 5
Economia brasileira ................................................................................. 8
Oportunidades para as MPE .................................................................. 19
Conclusão .............................................................................................. 20
UGE/NA - NEP 4/22
Objetivo
O presente trabalho nasce da necessidade de se elaborar e manter atualizado
um cenário de longo prazo para as micro e pequenas empresas vis-à-vis a conjuntura
macroeconômica brasileira e internacional, com o objetivo de subsidiar a
elaboração/revisão do Plano Plurianual do sistema SEBRAE e a conseqüente
definição de ações estratégicas junto a essas empresas, identificando riscos,
oportunidades de melhorias e possibilidade de desenvolvimento de novos programas,
produtos e cursos/treinamentos.
Metodologia
Este cenário se balizou em dados/informações obtidas em fontes secundárias
(IBGE, BACEN, IPEA, MTE, FGV, CNI etc), que disponibilizam, periodicamente, dados
sobre importantes variáveis macroeconômicas.
Para efeito de projeção das variáveis macroeconômicas brasileiras, como
inflação, câmbio, meta da taxa Selic e PIB, foram consideradas as expectativas dos
analistas de mercado (mediana), disponibilizadas no site do Banco Central do Brasil.
Para as variáveis macroeconômicas de outros países/blocos econômicos, como o PIB,
por exemplo, foram utilizadas as projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Este trabalho apresenta um cenário único (mais provável), de longo prazo, para
as MPE e sua atualização é trimestral, ocorrendo nos meses de março, junho,
setembro e dezembro.
UGE/NA - NEP 5/22
Economia Internacional
Segundo o Departamento de Comércio do governo norte-americano, o PIB dos
Estados Unidos cresceu a uma taxa anual de 2,4% no primeiro trimestre de 2013,
puxado pelas despesas dos consumidores, que registraram alta de 3,4% e
representam mais de dois terços desse indicador. O desempenho poderia ter sido
melhor, não fossem a queda dos gastos do governo e o menor ritmo de encomendas
de empresas não agrícolas.
A economia norte-americana cresce a quinze trimestres consecutivos, mas a taxa
média, pouco acima de 2,0%, está aquém dos níveis históricos.
Pode-se afirmar, no entanto, que os fundamentos econômicos da economia americana
continuam relativamente sólidos, considerando que o seu sistema financeiro
conseguiu recuperar sua integridade em ritmo mais acelerado do que outras
economias avançadas, atingidas pela crise de 2008, e que seu mercado de trabalho
também vem apresentando recuperação, embora em ritmo moderado. Em abril, a taxa
de desemprego no país atingiu 7,5%, a menor dos últimos quatro anos.
Não obstante esses aspectos positivos, o governo norte-americano ainda convive com
o chamado “sequestro fiscal”, em vigor desde março deste ano e que irá perdurar até
setembro próximo, representando corte no orçamento público da ordem de US$ 85
bilhões. Ainda assim, a dívida pública do país seguirá em alta, devendo comprometer
cerca de 108% do PIB, até o final do ano, segundo previsões do FMI.
Percebe-se, dessa forma, que a economia dos Estados Unidos continuará a enfrentar
sérios problemas nos próximos anos, mais especificamente do lado fiscal, muito
embora venha mostrando sinais de recuperação em relação à crise vivenciada em
2008 e 2009.
A Zona do Euro, por sua vez, consolida processo de recessão pelo sexto trimestre
consecutivo, com a queda do PIB em 0,2%, no primeiro trimestre de 2013. A
Alemanha, maior economia do bloco, registrou alta de apenas 0,1% nesse indicador,
nos primeiros três meses do ano, após ter fechado 2012 com retração 0,7%. Já o PIB
1,9
-0,3
-3,1
2,41,8
2,2 1,9
3 2,9
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013* 2014* 2018*
Fonte: FMI (relatório abril/13)* Projeções
Evolução do PIB dos EUA (em %)
89,1%
98,2%102,5%
106,5%108,1%109,2%106,70%
2009 2010 2011 2012* 2013* 2014* 2018*
Dívida EUA (% PIB)
UGE/NA - NEP 6/22
da França, segunda maior economia da região, caiu 0,2% no primeiro trimestre de
2013, repetindo o desempenho negativo observado no último trimestre de 2012, o que
fez com que o país entrasse oficialmente em recessão.
O desemprego na Zona do Euro bateu novo recorde, atingindo 12,2% em abril deste
ano, sendo que, na Espanha, esse indicador chegou a 26,8%. O índice de jovens
desempregados atingiu 24,4%.
O mau desempenho do primeiro trimestre deste ano, aliado à queda da inflação,
contribuiu para que o Banco Central Europeu (BCE) reduzisse a taxa de juros básica,
de 0,75% para 0,50% ao ano. Além disso, o BCE também tem dilatado os prazos para
aplicação das medidas de austeridade e redução do déficit público, em países como
Espanha, Itália, Grécia e França, para incentivar o crescimento das economias desses
países.
Para 2013, a previsão é de queda de 0,3% no PIB da Zona do Euro, voltando a
registrar taxa positiva só em 2014, segundo o FMI. Assim, fica evidente que a
recuperação da região ainda demandará alguns anos.
A economia chinesa cresceu 7,7% no primeiro trimestre de 2013, ficando abaixo das
expectativas de analistas, que esperavam alta em torno de 8,0% do PIB daquele país.
Esse resultado situou-se 0,2 pontos percentuais abaixo do registrado no último
trimestre de 2012 e confirma o processo de desaceleração por que vem passando a
economia da China, apesar de ainda estar acima do compromisso assumido pelo
governo local (aumento de 7,5% do PIB, para todo o ano de 2013).
As vendas a varejo, principal indicador do consumo, registraram aumento de 14,4%.
As autoridades chinesas estão se esforçando para que o modelo econômico do país,
muito dependente, nas últimas décadas, do comércio externo e dos investimentos
públicos, fique mais centrado no consumo interno.
1,7
%
-1,2
%
-5,5
%
1,7
%
0,4
%
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%
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%
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%
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%
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%
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%
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%
-1,9
%
0,8
%
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%
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%
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%
1,7
%
1,7
%
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%
0,1
% 1,2
%
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%
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%
-5,1
%
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%
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%
0,7
%
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%
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%
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%
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%
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%
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%
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%
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%
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%
0,8
%
3,0
%
0,4
%
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%
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%
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%
-0,6
%
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%
1,4
%
-7,0%
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-1,0%
1,0%
3,0%
5,0%
7,0%
2007
2008
2009
2010
2011
2012
201
3*
201
4*
Fonte: Eurostat * Projeções
Previsão para crescimento do PIB (em %)Itália Portugal França
Alemanha Espanha Zona do Euro
UGE/NA - NEP 7/22
Segundo projeções do FMI, o PIB de importantes países, como Estados Unidos e
China, por exemplo, deve apresentar taxas modestas de crescimento nos próximos
anos. Inclusive, dentre os BRIC, o Brasil é o que deve registrar menor taxa de
crescimento do PIB, em 2013.
Assim, esse cenário externo conturbado (lenta recuperação da economia dos EUA,
continuidade da crise europeia e desaceleração da economia chinesa) pouco
beneficiará o Brasil, principalmente, no tocante às exportações. Inclusive, para agravar
a situação, deverá a China redirecionar boa parte de suas exportações para países
emergentes, incluindo o Brasil, acirrando ainda mais a concorrência com as empresas
brasileiras, tanto no mercado interno brasileiro como no mercado internacional.
Resumo da economia internacional:
• Recuperação lenta e gradual da economia dos Estados Unidos.
• Frágil situação da Zona do Euro, fazendo com que o PIB da região feche 2013
com taxa negativa, voltando a se recuperar somente em 2014.
• Desaceleração do ritmo de crescimento da economia chinesa, com reflexos na
economia global, contribui para deprimir os preços das commodities,
principalmente, minerais e metálicas.
• Com a retração dos mercados globais, a China tende a direcionar maior
quantidade de seus produtos para países emergentes, como o Brasil, acirrando
ainda mais a concorrência como os produtos nacionais, interna e
externamente.
• Cenário internacional pouco contribuirá com a economia brasileira,
principalmente, no que tange às exportações e preço das commodities.
-10
-5
0
5
10
15
20
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013* 2014* 2018*
Fonte: Relatório FMI - abril/13* Projeções
Crescimento do PIB (em % a.a.)
China
Brasil
Rússia
Índia
EUA
Zona do Euro
UGE/NA - NEP 8/22
Economia brasileira
PIB
O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro registrou crescimento de 0,6% no primeiro
trimestre de 2013, frustrando expectativas de analistas do mercado financeiro, que
esperavam alta entre 0,8% e 1,0%. Fato positivo, no entanto, foi constatar que esse
crescimento foi puxado pela Formação Bruta de Capital Fixo, com alta de 4,6%, que
representa, grosso modo, os investimentos no país.
Já o Consumo das Famílias, que vinha sustentando o crescimento do PIB nos
trimestres anteriores, pelo lado da demanda agregada, computou alta de apenas
0,1%, reflexo do elevado nível de endividamento da população e da inadimplência,
como já comentado nas análises anteriores. As importações experimentaram
expressiva elevação, de 6,3%, enquanto as exportações registraram queda também
expressiva, de 6,4%, mostrando que a concorrência interna, com produtos importados,
e no mercado externo, está bastante acirrada.
Pela ótica da oferta, a grande responsável pelo crescimento do PIB foi a Agropecuária,
com alta de 9,7%. Os Serviços contribuíram menos, com elevação de apenas 0,5%,
impulsionados pelas atividades de Administração, saúde e educação pública (+0,8%),
Atividades imobiliárias e aluguel (+0,7%) e Comércio (+0,6%). Já a Indústria como um
todo amargou retração de 0,3%, puxada pela Extrativa Mineral (-2,1%). Destaque-se,
no entanto, que a Indústria de Transformação computou elevação de 0,3%. Apesar do
baixo percentual, o fato pode ser considerado positivo, pois mostra processo de
recuperação desse importante setor econômico.
Segundo o IBGE, a produção industrial de abril deste ano registrou alta de 1,8% sobre
março, o que confirma o processo de recuperação desse setor, uma vez que, em
fevereiro, havia experimentado queda de 2,4% e alta de 0,7%, em março.
A margem de lucro do setor industrial também vem se recuperando, como reflexo da
redução dos custos, que fecharam o primeiro trimestre deste ano com expansão de
5,8%, em relação a igual período de 2012, e aumento de 7,6% dos preços dos
produtos manufaturados, no mesmo comparativo.
9,7%
-0,3%
0,5%
0,6%
0,1%
0,0%
4,6%
-6,4%
6,3%
-8,0% -3,0% 2,0% 7,0%
Agropecuária
Indústria
Serviços
Consumo Famílias
Cons. Ad. Pública
FBCF
Exportação
Importação
Óti
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IBÓ
tica
da
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man
da
Fonte: IBGE
Gráfico 1: Crescimento do PIB (em %), com ajuste sazonal(1º Trim. 2013/4º Trim. 2012)
UGE/NA - NEP 9/22
Com isso, abre-se importante espaço para realização de investimentos em inovação
(processos e produtos), com vistas ao aumento da competitividade, principalmente,
frente aos produtos importados.
Decompondo-se a produção industrial por ramo de atividade, focando os que
concentram pequenos negócios, percebe-se que a maioria deles vem apresentando
crescimento da produção, em relação ao período pré-crise de 2009, podendo-se
destacar o de Máquinas e equipamentos; Perfumarias, sabões, detergentes e produtos
de limpeza e o Mobiliário. A situação ainda permanece relativamente delicada para a
indústria Têxtil e Vestuário e Acessórios.
A seguir, podem ser visualizadas as projeções para a Indústria, Comércio e Serviços,
elaboradas por empresa especializada na elaboração de cenários macroeconômicos.
130,99 131,45129,14
90
100
110
120
130
140ja
n/08
abr/
08
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08
out/
08
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09
abr/
09
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09
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10
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10
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10
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10
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11
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11
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11
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11
jan/
12
abr/
12
jul/
12
out/
12
jan/
13
abr/
13
Fonte: IBGE
Desempenho da produção industrial (média de 2002 = 100)
112,3 112,19107,89
82,1888,1583,39
73,53
126,37
144,31
175,47171,28
122,42
135,32
50
100
150
200
jan
/08
abr/
08
jul/
08
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8
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/09
abr/
09
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09
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9
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/10
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10
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10
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0
jan
/11
abr/
11
jul/
11
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1
jan
/12
abr/
12
jul/
12
ou
t/1
2
jan
/13
abr/
13
Fonte: IBGE
Evolução da Produção industrial, por ramo(média 2002 = 100)
Alimentos
Têxtil
Vestuário e acessórios
Calçados e artigos de couro
Perfumaria, sabões, detergentes e produtos de limpezaMáquinas e equipamentos
Mobiliário
UGE/NA - NEP 10/22
Diante desses resultados, analistas do mercado financeiro prospectam crescimento de
2,5% para o PIB em 2013, e entre 3,0% e 3,5%, nos próximos quatro anos.
CÂMBIO
Após registrar desvalorização, de março a novembro de 2012, em relação a 2011, a
taxa de câmbio, no início deste ano, voltou a oscilar entre R$ 1,90 e R$ 2,05. Porém,
desde maio, vem se situando na faixa entre R$ 2,10 e R$ 2,15, o que tende a
pressionar os custos dos segmentos industriais que utilizam insumos importados,
como a indústria química, por exemplo. Por outro lado, o câmbio mais desvalorizado
age no sentido de aumentar a competitividade da indústria nacional (não importadora
de insumos), em função do encarecimento do produto importado.
3,1 2,8
6,0
3,1
-7,4
10,5
0,4
-2,6
3,54,8
3,8 3,0
-12,0
-8,0
-4,0
0,0
4,0
8,0
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13
(p)
20
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20
15
(p)
Mé
dia
20
16
-22e
m %
Fonte: LCA Soluções Estratégicas em economia
Crescimento (%) da Produção Industrial brasileira(série histórica e projeções)
4,86,2
9,7 9,1
5,9
10,9
6,7
8,4
5,94,7
4,0
6,2
0,0
4,0
8,0
12,0
20
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14
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20
15
(p)
Mé
dia
20
16
-22
em
%
Fonte: LCA Soluções Estratégicas em economia
Crescimento (%) do Comércio Varejista(série histórica e projeções)
3,74,2
6,1
4,9
2,1
5,5
2,7
1,7
3,4 3,4 3,7 3,5
0,0
4,0
8,0
20
05
20
06
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07
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13
(p)
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14
(p)
20
15
(p)
Mé
dia
20
16
-22
em
%
Fonte: LCA Soluções Estratégicas em economia
Crescimento (%) do PIB Serviços(série histórica e projeções)
2,2%
3,4%
0,0%
3,0%
4,3%
1,3%
2,7%
1,1%
5,7%
3,2%
4,0%
6,1%
5,2%
-0,3%
7,5%
2,7%
0,9%
2,5%3,2% 3,0%3,2%3,5%
-1,0%
1,0%
3,0%
5,0%
7,0%
19
96
19
97
19
98
19
99
20
00
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01
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20
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07
20
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20
09
20
10
20
11
20
12
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13
*
20
14
*
20
15
*
20
16
*
20
17
*
Fonte: IBGE* Projeções: BACEN - Boletim Focus (14.06.2013)
Evolução do PIB (em %)
UGE/NA - NEP 11/22
Porém, objetivando conter a “volatilidade” do câmbio, o governo zerou a alíquota de
IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) que incidia sobre operações em renda
fixa, para investidores estrangeiros.
Com o ganho de competitividade, a indústria poderá recuperar fatias de mercado
perdidas para os produtos importados. Ressalte-se, no entanto, que, apesar do
câmbio favorável, a concorrência com os importados deverá continuar acirrada,
exigindo dos empresários constantes investimentos, principalmente, em inovação, com
vistas a buscarem melhoria de processos e diferenciação/diversificação de seus
produtos, obtendo, assim, maior competitividade.
INFLAÇÃO
Segundo o IBGE, o IPCA acumulado nos doze últimos meses até maio de 2013 ficou
em 6,50%, atingindo o teto da meta de inflação.
Esse índice de inflação continua sendo puxado pelos grupos “Alimentação e Bebidas”
(+13,53%), em função de quebras de safras, por fatores climáticos, e “Despesas
pessoais” (+8,77%), como pode ser observado no gráfico, a seguir.
Entretanto, para este ano a perspectiva é de que a “inflação dos alimentos” se reduza
com a previsão de safra recorde. Já o comportamento dos preços dos subitens que
1,5
5
1,7
0
2,0
2
2,1
0
2,1
3
1,40
1,60
1,80
2,00
2,20 Ja
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R$
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Fonte: BACEN
Taxa de câmbio - dólar compra, fim do período
6,50
13,53
2,66 4,61
6,40
1,48
6,92 8,77
7,69
0,73
0,00
5,00
10,00
15,00
Ger
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Com
unic
ação
Fonte: IBGE
IPCA - taxa (%) acumulada em 12 meses até maio/2013, por subitem
UGE/NA - NEP 12/22
compõem o grupo “Despesas pessoais” sofre grande influência da massa salarial
(emprego e renda), que tende a arrefecer até o final do ano, dada a perspectiva de
reajustes reais de salários cada vez menores.
Com o objetivo de conter a inflação, o Comitê de Política Monetária do Banco Central
(COPOM) elevou, em maio, pela segunda vez consecutiva neste ano, a taxa básica de
juros (Selic), de 7,50% ao ano para 8,00% ao ano.
Apesar de o IPCA acumulado em 12 meses ter atingido, em maio, o teto da meta de
inflação, a expectativa dos analistas do mercado financeiro, segundo o Boletim Focus
do Banco Central, é de que o índice feche 2013 e 2014 em nível praticamente igual ao
registrado em 2012, reduzindo-se pouco mais em 2015 e 2016, mas situando-se
sempre acima da meta (4,5%), nos próximos quatro anos.
7,31
5,244,92
6,50
12,50
7,25 7,50 8,00
0,00
2,00
4,00
6,00
8,00
10,00
12,00
14,00
jan
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mai
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jun jul
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set
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de
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n/1
3fe
vm
arab
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aio
em
% a
.a.
Fonte: IBGE e Bacen
Inflação (IPCA acum. 12 meses) X Taxas de juros (Selic)
IPCA (acum. 12 meses)
Taxa Selic
4,31%
5,91%
6,50%
5,84% 5,83% 5,80%5,50%
5,20%5,30%
2009 2010 2011 2012 2013* 2014* 2015* 2016* 2017*
Fonte: IBGE* Projeções: Bacen - Boletim Focus de 14.06.13
IPCA - Variação anual (%)
UGE/NA - NEP 13/22
EMPREGO E RENDA
Os aumentos reais da renda da população e o crescimento sistemático do emprego no
país, puxado pelos pequenos negócios, vinham contribuindo para a elevação do
Consumo das Famílias, nos últimos anos, sustentando a alta do PIB. Entretanto, essa
contribuição do Consumo das Famílias no crescimento do PIB vem-se reduzindo,
como ficou comprovado com a divulgação do PIB do primeiro trimestre de 2013, em
função dos elevados níveis de endividamento e inadimplência da população.
Percebe-se também, pelo gráfico abaixo, que a quantidade de pessoas ocupadas vem
caindo, desde dezembro do ano passado, e o rendimento médio real das pessoas
ocupadas, este ano, ainda não alavancou em relação ao segundo semestre de 2012.
Com isso, a contribuição da massa salarial no crescimento da economia brasileira
tende a ser cada vez menor, o que mostra certo esgotamento do modelo de
crescimento do PIB, baseado no consumo.
Inclusive, o próprio salário mínimo vem sofrendo (e sofrerá até 2014) reajustes reais
cada vez menores: de 7,5% em 2012, de 2,7%, em 2013, e de 0,9%, em 2014, pela
política vigente, que considera a taxa de crescimento do PIB de dois anos atrás e a
inflação do ano anterior.
Fato positivo foi constatar que houve migração de 32 milhões de consumidores, das
classes D/E para a classe C, entre 2003 e 2011, o que fez com que os consumidores
desta classe passassem a representar mais da metade da população (54%). O
crescimento foi substancial, considerando que, em 2003, representavam apenas 37%
do total. A continuar esse ritmo, a perspectiva é de que, em 2014, a classe C passe a
representar 58% do total de consumidores, com a migração de mais 15 milhões de
pessoas, provenientes das classes D/E.
1500
1600
1700
1800
1900
2000
2100
2200
2300
2400
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21700
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22700
23200
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Fonte: IBGEObs.: Os dados se referem a pessoas com 10 anos ou mais ocupadas e ao rendimento médio nominal referentes às regiões metropolitanas das cidades de Recife, Salvador, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, São Paulo e Porto Alegre.
Pessoas ocupadas X Rendimento médio realPessoas Ocupadas (em mil) - eixo da esquerda
Rendimento médio real das PO - eixo da direita
UGE/NA - NEP 14/22
Apesar dessas estimativas otimistas para o crescimento da classe “C”, o menor ritmo
de elevação da massa salarial (renda + emprego) pode anular, parcialmente, o efeito
positivo que o aumento da classe “C” venha a causar na economia.
TAXAS DE JUROS E CRÉDITO
Com o propósito de criar condições favoráveis ao aumento do consumo interno, o
Comitê de Política Econômica do Banco Central (COPOM), em outubro de 2012,
reduziu a taxa básica de juros (Selic) da economia, de 7,50% a.a. para 7,25% a.a.,
mantendo-a inalterada até março de 2013 (menor nível da série histórica). Entretanto,
como a inflação, medida pelo IPCA, tem se mostrado crescente e resistente, o
COPOM, na sua última reunião em maio deste ano, decidiu elevar a taxa Selic, de
7,50% ao ano para 8,00% ao ano.
Em relação ao crédito, percebe-se que o volume de crédito para capital de giro
continua crescente, porém, em ritmo menor que o volume de crédito pessoal.
0
40
80
120
160
200
2003 2011 2014
9664
49
66 105118
1323 29
em
milh
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s de
pe
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as
Fonte: Centro de Políticas Sociais (FGV)
Mudança na configuração das classes sociaisA e B: acima de R$ 7.475,00C: de R$ 1.734,01 a R$ 7.475,00D e E: até R$ 1.734,00
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
40,0
45,0
50,0
55,0
100.000
150.000
200.000
250.000
300.000
350.000
400.000
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Ago
Set
Out
Nov
Dez
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Mar
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Maio
Jun
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Ago
Set
Out
Nov
Dez
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Fonte: Bacen
Volume de Crédito (CG e CP) X respectivas Taxas de juros X SelicCG (Capital Giro - volume R$ milhões) CP (Crédito Pessoal - volume R$ milhões)
Tx. Juros CG (% a.m.) Tx. Juros CP (% a.m.)
Selic (% a.a.)
UGE/NA - NEP 15/22
O menor ritmo de crescimento do capital de giro certamente está associado à maior
seletividade no processo de concessão de crédito por parte das instituições
financeiras, dado o elevado nível de inadimplência.
Ressalte-se, inclusive, que esse cenário de elevado nível de endividamento e de
inadimplência tende a comprometer a capacidade de endividamento da população,
anulando, em parte, as medidas governamentais de incentivo ao consumo, visando
crescimento maior do PIB, como, por exemplo, as reduções do IOF, nas operações de
crédito, e do IPI sobre automóveis e eletrodomésticos.
O volume de crédito direcionado para microempreendedores, pelo sistema financeiro,
também cresceu de forma significativa nos últimos anos, ficando pouco abaixo dos
R$ 3,0 bilhões, mas vem se estabilizando nesse patamar, desde novembro do ano
passado, como mostrado no gráfico a seguir:
0,0
20,0
40,0
60,0
80,0
100,0
120,0
140,0
160,0
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15
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25
30
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Fontes: Bacen (endividamento) e Serasa (Inadimplência)
Endividamento X Inadimplência
Endividamento (eixo da esquerda)
Inadimplência (eixo da direita)
2.9
77
500
1000
1500
2000
2500
3000
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Fonte: Bacen
Microcrédito - Aplicações totais em R$ milhões(Direcionamento de depósito à vista - microempreende dor)
UGE/NA - NEP 16/22
Segundo o Boletim Focus do Banco Central, analistas do mercado financeiro
prospectam aumento da taxa básica de juros (Selic), que deve se situar em 9,00%, no
período de 2013 a 2016, só voltando ao patamar de 8,50%, em 2017.
POLÍTICA FISCAL
Para tentar minimizar as dificuldades enfrentadas pelo setor industrial e proporcionar
maior competitividade às empresas do setor, o Governo lançou, em agosto de 2011, o
Plano Brasil Maior (PBM), focando mais especificamente os setores que vinham
enfrentando forte concorrência com os produtos importados.
Uma das principais medidas contempladas no PBM foi a desoneração da folha de
salários com a substituição da contribuição previdenciária patronal de 20% sobre a
folha de pagamento, por uma alíquota de 1,0% ou 2,0% sobre o faturamento das
empresas, dependendo do setor. Atualmente, 42 setores se beneficiam dessa medida:
13,75%
8,75%
10,75%11,50%
7,25%
9,00% 9,00% 9,00% 9,00%8,50%
6,00%
8,00%
10,00%
12,00%
14,00%
2008 2009 2010 2011 2012 2013* 2014* 2015* 2016* 2017*
Fonte: Bacen*Projeções analistas financeiros - Boletim Focus (14.06.13)
Taxa Selic - Projeções
> Construção Civil > Equip. médicos e odontológicos > Call Centers
> Bens de Capital (mecânico) > Bicicletas > Design houses
> Material elétrico > Pneus e câmaras de ar > Hotéis
> Couro e calçados > Papel e celulose > TI e TIC
> Têxteis > Vidros > Suporte técnico de informática
> Confecções > Fogões, refrigeradores e lavadoras > Manutenção e reparação de aviões
> Plásticos > Cerâmicas
> Móveis > Pedras e rochas ornamentais
> Fabricação de aviões > Tintas e vernizes > Aéreo
> Fabricação de navios > Construção metálica > Marítimo, fluvial e navegação de apoio
> Fabricação de ônibus > Equip. ferroviário
> Aves, suínos e derivados > Fabricação de ferramentas
> Pescado > Fabricação de forjados de aço
> Pães e massas > Parafusos, porcas e trefilados > Vajerista
> Fármacos e medicamentos > Brinquedos
> Autopeças > Instrumentos óticos
Fonte: Ministério da Fa zenda
Transportes
Comércio
42 setores beneficiados com a desoneração fiscal sobre a folha de pagamento
> Rodoviário coletivo
Indústria Serviços
UGE/NA - NEP 17/22
No início de 2013, o governo anunciou mais duas medidas de desoneração fiscal, que
entram em vigor a partir de 2014 (MP 612) e que têm por finalidade aumentar a
competitividade das empresas brasileiras. São elas: a) Elevação do limite de
faturamento das empresas que são tributadas no sistema de lucro presumido (de
R$ 48 milhões para R$ 72 milhões), e b) Desoneração da contribuição patronal sobre
a folha de pagamento para mais 14 setores.
Além disso, o governo manteve, até o final de 2013, o IPI reduzido para veículos de
até 2.000 cilindradas e comerciais leves, beneficiando toda a cadeia do setor
automotivo, que representa cerca de 20% do PIB industrial, incluindo as autopeças.
Com as medidas que vem sendo implementadas, prevê-se desoneração fiscal da
ordem de R$ 70,1 bilhões em 2013 e de R$ 88 bilhões em 2014.
Embora as desonerações fiscais ora em curso tenham por objetivo garantir maior
competitividade às empresas brasileiras, devem comprometer a “meta cheia” de
superávit primário, de 3,1% do PIB, equivalente a R$ 155,9 bilhões (LDO - Lei de
Diretrizes Orçamentárias para 2013).
Em abril deste ano, o setor público consolidado registrou superávit primário de R$ 10,3
bilhões, acumulando superávit no ano de R$ 41,1 bilhões, equivalente a 1,63 ponto
percentual do PIB.
Entretanto, para cumprir a “meta cheia” de superávit primário definida para 2013, é
bem provável que o governo venha a abater dessa meta os investimentos do
Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), no valor de R$ 45,2 bilhões, e ainda
R$ 20 bilhões das desonerações fiscais.
0 5 10 15 20 25
Reintegra
IOF pessoa física
Cesta básica
IPI
Simples
Cide
ICMS, PIS-Cofins e outros
Desoneração de folha
1,14
3
5,5
5,6
6,3
11,4
12,8
16
3
3
8
7,1
6,5
11,4
25
24
Fonte: Ministério da Fazenda
Desonerações fiscais - em R$ bilhões
Renúncia em 2014 Renúncia em 2013
UGE/NA - NEP 18/22
Resumo do cenário nacional:
• Taxa básica de juros (Selic) continuará sendo elevada, devendo fechar 2013,
2014, 2015 e 2016, em 9,00%. Somente em 2017, deve retornar ao patamar de
8,50% ao ano.
• Crédito permanece em ascensão, mas em ritmo moderado, em função do
elevado nível de endividamento e inadimplência da população e das empresas,
o que tem provocado maior seletividade, por parte dos bancos, na concessão
do crédito.
• Inflação (IPCA), embora tenha atingido o teto da meta (6,50%), em maio, deve
fechar 2013 e 2014, praticamente, no mesmo nível de 2012 (em torno de
5,80% a.a.).
• Meta cheia de superávit primário não deve ser atingida em 2013, em função
das desonerações fiscais e aumento dos gastos públicos.
• Taxa de câmbio (RS/US$) tende a continuar desvalorizada, situando-se pouco
acima de R$ 2,10 em 2013, o que tende a pressionar a inflação.
• Investimentos devem continuar puxando o crescimento do PIB, neste e nos
próximos anos, com menor participação do Consumo das famílias, tendo em
vista o elevado nível de endividamento e inadimplência da população.
• Pela ótica da oferta (produção), o setor de Serviços, que inclui o Comércio,
continuará a dar sustentação ao PIB do país nos próximos anos, com ligeira
recuperação da Indústria.
• Desoneração (INSS) sobre folha de pagamento para 42 setores, a ser
ampliada em mais 14 setores, a partir de 2014, somada à redução das tarifas
de energia elétrica tendem a minimizar os custos de produção das empresas
brasileiras, aumentando suas competitividades frente a produtos importados.
• Analistas do mercado financeiro prospectam elevação de 2,5% para o PIB em
2013, devendo registrar taxas pouco maiores nos próximos anos.
UGE/NA - NEP 19/22
Oportunidades para as MPE
Neste ano e nos próximos, a ocorrência de importantes eventos proporcionará
grandes oportunidades para os pequenos negócios.
Pode-se destacar a Copa das Confederações, em junho de 2013, a Copa do Mundo
de Futebol, em junho de 2014, e os Jogos Olímpicos, que serão realizados na cidade
do Rio de Janeiro, em 2016. Só o impacto da Copa do Mundo na economia brasileira,
por exemplo, está estimado em R$ 142 bilhões (Ernst & Young, 2010).
Estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) em parceria com o Sebrae aponta que a
Copa do Mundo tende a beneficiar, mais diretamente, nove setores, por conta dos
investimentos antes, durante e depois do evento. São eles:
• Construção civil;
• Tecnologia da informação;
• Turismo;
• Produção associada ao turismo;
• Comércio varejista;
• Serviços;
• Vestuário;
• Madeira e móveis; e
• Agronegócio.
Além dos investimentos previstos para os eventos esportivos, o Governo Federal
aponta para a continuidade do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que
se soma aos investimentos que serão realizados pelos setores público e privado, em
decorrência da descoberta do petróleo da camada Pré-Sal. Só a Petrobras pretende
investir R$ 87 bilhões até 2016 no Pré-Sal. Junto com os investimentos, surgem
inúmeras oportunidades para pequenos negócios na cadeia produtiva do petróleo e
em atividades diversas em regiões de grandes obras.
Projeta-se também, para os próximos anos, forte transformação da composição etária
da população brasileira, o que sinaliza novas oportunidades de negócios a serem
oferecidos para o público de faixa etária igual e superior a 60 anos, cuja
representatividade na população será cada vez maior, atingindo 30% em 2050 (o triplo
da representatividade atual).
26% 26% 24% 21% 20% 19% 17% 14% 13% 12% 11% 10% 10% 9% 9%
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50
Fonte: IBGE - dados obtidos em mar-11
Envelhecimento da população brasileira
60 ou mais anos
50 a 59 anos
40 a 49 anos
30 a 39 anos
20 a 29 anos
10 a 19 anos
0 a 9 anos
UGE/NA - NEP 20/22
O quadro, a seguir, consolida os principais eventos, programas e projetos, para os
próximos anos no país, sendo que alguns desses já estão em andamento. Especifica
ainda os setores envolvidos e os respectivos volumes de recursos correspondentes
aos investimentos e às desonerações fiscais, o que pode ser entendido como uma
janela de oportunidade para as empresas que atuam ou que venham a atuar nesses
setores.
Quadro de oportunidades para os próximos anos
Eventos Ano SetoresInvestimentos/desonerações
(estimativas)
Copa das Confederações 2013
Copa do Mundo 2014
Olimpíadas (RJ) 2016 Idem acima R$ 30 bilhões
Internet longo prazoTecnologias de Informação e Comunicação (TIC), e-commerce e web 2.0 ND
Petrobras (Pré-sal) até 2016 cadeia produtiva do petróleo R$ 87,4 bilhõesLogística R$ 158 bilhõesEnergética R$ 466,3 bilhõesSocial e Urbano R$ 365,1bilhõesTotal R$ 989,4 bilhões
Desonerações fiscais (INSS sobre a folha de pagamento)
2013 e 2014
Construção civil, Bens de capital, Material elétrico, Têxteis e confecções, Couros e calçados, Plásticos, Móveis, Fabricação de aviões, Fabricação de navios, Fabricação de ônibus, Aves, suínos e derivados, Pescados, Pães e massas, Fármacos e medicamentos, Autopeças, Equip. médicos e odontológicos, Bicicletas, Pneus e câmaras de ar, Papel e celulose, Vidros, Fogões, refrigeradores e lavadoras, Cerâmicas, Pedras e rochas ornamentais, Tintas e vernizes, Construção metálica, Equipam. ferroviário, Fabricação de ferramentas, Fabricação de forjados de aço, Parafusos, porcas e trefilados, Brinquedos, Instrumentos óticos, Call Centers, Design houses, Hotéis, TI e TIC, Suporte técnico de informática, Manutenção e reparação de aviões, Aéreo, Marítmo, fluvial e navegação de apoio, Rodoviário coletivo, Comércio varejista.
R$ 16 bilhões (2013) e R$ 24 bilhões (2014)
Programa de Investimento em Logística: Rodovias e Ferrovias
2013 a 2017 Construção civil pesada R$ 79,5 bilhões
Construção civil, turismo, TIC, Comércio varejista, Serviços, Vestuário, Madeira e móveis e Agronegócios R$ 142 bilhões
PAC 2 de 2011 a 2014
UGE/NA - NEP 21/22
Conclusão
O crescimento da economia brasileira continuará mais atrelado ao dinamismo do
mercado interno do que do mercado internacional, tendo em vista o lento processo de
recuperação da economia americana, a desaceleração da economia chinesa e a
continuidade da crise na Zona do Euro.
Embora as commodities agropecuárias, minerais e metálicas devam continuar a ser
representativas na pauta de exportação brasileira, seus preços tendem a continuar
arrefecendo, em função do desaquecimento da economia global.
Diante desse quadro, as perspectivas para as empresas exportadoras brasileiras não
são tão otimistas quanto se desejaria, em que pese o novo patamar do câmbio (real
mais desvalorizado em relação ao dólar). Já as empresas que atuam
predominantemente no mercado interno tendem a se beneficiar mais da atual taxa de
câmbio e das desonerações fiscais, que objetivam aumentar a competitividade dessas
empresas frente aos produtos importados.
Os aumentos reais da renda do trabalhador, incluindo o salário mínimo, aliados ao
crescimento do mercado de trabalho, tendem a contribuir cada vez menos com o
crescimento do PIB, pela ótica da demanda agregada, que deve passar a contar com
participação maior dos Investimentos.
Como oportunidades para os empreendedores (e futuros empreendedores) de
pequenos negócios, pode-se destacar os eventos nacionais, como a Copa das
Confederações (junho de 2013), a Copa do Mundo (junho de 2014), além dos
programas e projetos que envolvem grandes volumes de investimentos e
desonerações fiscais em diversos setores da economia.
Assim, o cenário atual mostra-se favorável à realização de investimentos em inovação
e sustentabilidade, como forma de buscar melhorias em processos e
diferenciação/diversificação de produtos/serviços, contribuindo para o aumento da
competitividade frente aos concorrentes externos, mais precisamente.
Ameaças/Oportunidades para as MPE Oportunidades para atuação do Sebrae Programas associados
> Maior participação dos Investimentos no PIB.
> Aumento da participação das MPE nas cadeias produ tivas setoriais, principalmente, na área de infraestrutur a logística (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos etc) e na Construção civil.
> Reforço/ampliação dos projetos de atendimento, ou seja, com abordagem territorial e setorial: Setorial; Set or-segmento; Encadeamento produtivo (cadeia produtiva do Petróleo e Gás, por exemplo) e desenvolvimento terr itorial.
SEBRAETEC; ALI; SEBRAE MAIS e
NEGÓCIO A NEGÓCIO; TERRITÓRIO
DA CIDADANIA, NA MEDIDA.
> Ingresso de 15 milhões de novos consumidores na classe C, provenientes das classes D/E, em 2014. > Indústria: Maior concorrência interna, tanto com produtos importados quanto nacionais. > Consumo das famílias em ritmo menor, em função do elevado nível de endividamento/inadimplência da população. > Elevação das taxas de juros. > Reajustes reais (acima da inflação) de salários continuam, mas em ritmo menor. > Taxa de câmbio mais desvalorizada (entre R$ 2,00 e R$ 2,10 por dólar.
> Aumento da concorrência interna. > Aumento dos Investimentos em Inovação e/ou diferenciação de serviços e produtos e em Sustentabilidade, para recuperar competitividade. > Redução da receita das empresas. > Custos (operacionais e financeiros): Se, por um l ado, taxas de juros mais elevadas e aumento real dos sal ários agem no sentido de elevar os custos das empresas, p or outro, as desonerações fiscais e redução no preço d a energia tendem a reduzí-los. > Taxa de câmbio desvalorizada: ���� Encarece os preços dos insumos/bens importados, o que tende a beneficiar a indústria nacional, que pr oduz bens similares, mas penaliza as empresas que comercializam esses bens importados ou os utilizam em seus processos produtivos. � � � � Posssibilita ganho de competitividade ao exportador .
> Ampliação de ações voltadas a investimentos em in ovação e/ou diferenciação de produtos. > Desenvolvimento de soluções orientadas para as necessidades atuais e futuras das MPE. > Maior conscientização dos empreendedores para ado ção de ações voltadas à sustentabilidade. > Capacitação do empreendedor para um melhor gerenciamento financeiro do seu negócio (fluxo de c aixa). > Apoio à capacitação de empresas no processo de internacionalização.
SEBRAETEC; ALI; SEBRAE MAIS;
NEGÓCIO A NEGÓCIO; TERRITÓRIO
DA CIDADANIA; NA MEDIDA; SEI.
> Gastos públicos devem permanecer em níveis elevados
> Continuidade de aumento das compras governamentai s com maior participação das MPE.
> Maior participação das MPE nas Compras Governamentais. > Aprofundamento do processo de implementação da Le i Geral das MPE nos municípios.
SEBRAETEC; ALI; SEBRAE MAIS;
NEGÓCIO A NEGÓCIO; TERRITÓRIO
DA CIDADANIA.
> Eventos esportivos: Copa do Mundo (2014) e Olimpíadas no Rio de Janeiro (2016).
> Serviços: Turismo (hospedagem, bares e restaurant es, operadoras e agências de turismo, organizadores de eventos e outros); Economia criativa (souvenir, cul tura, entretenimento, gastronomia como identidade culinár ia local); Serviços em geral Tecnologia da informação; Cursos de línguas estrangeiras. > Indústria: Construção civil, Madeira e Móveis, Mo da (Têxtil e confecções, couro e calçados, gemas e jói as). > Comércio: Comércio Varejista; Artesanato. > Agronegócios: Apicultura, Cafeicultura, Cachaça, Floricultura, Fruticultura, Mandiocultura, Suinocul tura, Vitivinicultura.
> Ampliação de projetos com abordagem setorial e territorial: Setorial, Setor-segmento e Territorial , nas cidades onde ocorrerão esses eventos e nas cidades circunvizinhas. > Participação em feiras de negócio e rodadas de ne gócio
SEBRAE 2014; SEBRAE MAIS;
NEGÓCIO A NEGÓCIO.
> Aumento expressivo do número de Microempreendedores Individuais (MEI), devendo superar o número de Micro Empresas (ME), já em 2015. > Quantidade de Micro e pequenas empresas tende a crescer de forma vegetativa, acompanhando o crescimento da população.
> Inclusão no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ). > Emissão de Notas Fiscais. > Auxílio maternidade, Auxílio doença e Aposentador ia pelo INSS. > Facilidade na abertura de conta bancária e obtenç ão de empréstimo bancário. > Isenção de tributos federais e pagamento de valor fixo mensal: R$ 34,90 (comércio ou indústria), R$ 38,90 (prestação de serviços) ou R$ 39,90 (comércio e ser viços), atualizados anualmente com base no salário mínimo. > Aumento da concorrência. > Aumento da inadimplência.
> Aumento do atendimento/capacitação desse público. > Desenvolvimento de soluções específicas para os M EI, incluindo cursos/treinamentos para melhor gerenciam ento financeiro do seu negócio, sem desprezar o atendime ntos às micro e pequenas empresas, que continuarão a cre scer e a demandar os produtos e serviços do Sebrae.
NEGÓCIO A NEGÓCIO; TERRITÓRIO
DA CIDADANIA; SEI e NA MEDIDA.
> Aumento da expectativa de vida da população. > Envelhecimento da população brasileira
> Turismo; Clínicas médicas, de fisioterapia, de es tética, de repouso, serviços de enfermagem/cuidadores(as) etc.
> Reforço/ampliação dos projetos com abordagem seto rial: Setorial; Setor-segmento e Encadeamento produtivo. > Elaboração de estratégias específicas para os set ores e segmentos que se beneficiarão com essa tendência.
SEBRAETEC; ALI; SEBRAE MAIS.
Inte
rnac
ional
> Cenário internacional: ���� Economia dos EUA em lenta recuperação; ���� Desaceleração da economia chinesa; ���� Manutenção da crise na Zona do Euro, no médio prazo. ���� Mercados emergentes continuarão a puxar o crescimento da economia mundial.
> Redução das exportações, em volume e valor (menor demanda mundial e queda de preço das commodities) . > Busca de mercados alternativos (emergentes), como , por exemplo, Ásia, Norte da Áfria, Oriente Médio e Amér ica Latina. > Aumento da concorrência externa.
> Melhor capacitação das empresas voltadas à export ação (redução de custos, investimentos e redirecionament o de mercado). > Maior divulgação e utilização dos produtos da Uni dade de Acesso e Inovação e Tecnologia (UAIT)
SEBRAE MAIS (Planejando para
internacionalizar)
Cenário prospectivo: Principais Tendências
Painel: Impacto do Cenário prospectivo na forma de atuação do SEBRAE
Nac
ional