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(DRAFT) PROPOSTA DE CRÉDITO FISCAL EM SEDE DE IVA PARA EMPREENDEDORES ORGANIZADOS EM SISTEMAS DE PAGAMENTO ELECTRÓNICO Ex.mos. Senhores, Considerando: a) As pressões no modelo competitivo do sistema financeiro e as suas graves consequências na redução da liquidez para transacções correntes da economia portuguesa; b) A evolução tecnológica, traduzida numa crescente disponibilidade de soluções open source de sistemas de pagamento, online banking e e-commerce, em dois patamares: a. Sistemas nacionais de pagamento electrónico (“consumer-to-business”) b. Estratégias e sistemas nacionais de gestão de “supply chain” (“business-to-business”) c) As mudanças demográficas e do comportamento do consumidor, num contexto cada vez mais marcado pelo marketing social e pela oferta e procura de bens e serviços com alto nível de personalização; d) As alterações da gestão global de recursos, com perspectivas de uma maior eficiência económica absoluta e relativa dos modelos de produção localizada baseados em métodos industriais mais ecológicos; E com o os objectivos de: a) Promover a valorização de recursos internos, desenvolver e consolidar clusters nacionais de micro-produtores, no sector agrícola, agro-industrial, comércio local, serviços criativos e culturais; b) Aumentar o poder de compra e liquidez de consumidores finais através de um sistema bonificado de carregamentos e de vouchers-empregado; c) Criar novos laços de solidariedade baseados no conceito de moeda social em complementaridade com o modelo de assistência e protecção social das IPSS e do MSSS;

Draft proposta

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Page 1: Draft proposta

(DRAFT) PROPOSTA DE CRÉDITO FISCAL EM SEDE DE IVA

PARA

EMPREENDEDORES ORGANIZADOS EM SISTEMAS DE PAGAMENTO ELECTRÓNICO

Ex.mos. Senhores,

Considerando:

a) As pressões no modelo competitivo do sistema financeiro e as suas graves consequências na redução da liquidez para transacções correntes da economia portuguesa;

b) A evolução tecnológica, traduzida numa crescente disponibilidade de soluções open source de sistemas de pagamento, online banking e e-commerce, em dois patamares:

a. Sistemas nacionais de pagamento electrónico (“consumer-to-business”)b. Estratégias e sistemas nacionais de gestão de “supply chain” (“business-to-

business”)c) As mudanças demográficas e do comportamento do consumidor, num contexto cada

vez mais marcado pelo marketing social e pela oferta e procura de bens e serviços com alto nível de personalização;

d) As alterações da gestão global de recursos, com perspectivas de uma maior eficiência económica absoluta e relativa dos modelos de produção localizada baseados em métodos industriais mais ecológicos;

E com o os objectivos de:

a) Promover a valorização de recursos internos, desenvolver e consolidar clusters nacionais de micro-produtores, no sector agrícola, agro-industrial, comércio local, serviços criativos e culturais;

b) Aumentar o poder de compra e liquidez de consumidores finais através de um sistema bonificado de carregamentos e de vouchers-empregado;

c) Criar novos laços de solidariedade baseados no conceito de moeda social em complementaridade com o modelo de assistência e protecção social das IPSS e do MSSS;

d) Reintegrar agentes da economia informal, promovendo a transição do auto-emprego para o emprego sustentável;

e) Incentivar a desmaterialização do dinheiro, a inovação tecnológica descentralizada, adopção e investimento em sistemas de pagamento electrónicos, contribuindo para uma concorrência salutar e supervisionada da indústria de pagamentos e assegurando a redução progressiva dos custos para o utilizador final; e

f) aumentar marginalmente o contributo para a receita fiscal do Estado;

Venho por este meio propor incentivo fiscal transitório em sede de IVA, a vigorar no Orçamento de Estado de 2013, com a seguinte estrutura:

Page 2: Draft proposta

a) Por cada transacção efectuada o consumidor final (ou comprador de bens e serviços com IVA não dedutível) obtém um desconto imediato na factura de 2% e 10%, creditado na conta electrónica, conforme se tratem de bens dos actuais escalões ou do antigo escalão intermédio de IVA;

b) O vendedor deve solicitar ao Estado o montante acumulado sob a forma de crédito em sede de IVA;

c) Os estabelecimentos deverão ter sistemas de facturação electrónica para além do sistema de electrónico de pagamentos;

d) Os sistemas electrónicos de pagamento podem cobrar uma taxa de resgate e transferência de fundos para conta bancária em função da sua estrutura de custos e modelo comercial ou sem fins lucrativos. As instituições de pagamento e instituições de moeda electrónica devem ter modelo económico viável, sede fiscal em território nacional e encontrarem-se licenciadas pelo Banco de Portugal

A medida deve beneficiar os micro-empresários e as pequenas e médias empresas que se tornem utilizadores de sistemas de pagamento electrónico:

a) Para as sociedades comerciais e instituições de solidariedade social, com data de constituição em 2013, em 100% da facturação com transacção registada no sistema de pagamento electrónico;

b) As sociedades comerciais e instituições de solidariedade social, com data de constituição anterior a 2013, não aderentes a qualquer sistema certificado de pagamentos, a partir do limite da diferença de facturação entre o ano de 2013 e a média dos últimos três anos.

c) Não são consideradas para a alínea a) as sociedades cujo capital social é participado por sociedades comerciais activas ou sócios com negócio estabelecido com idêntica carteira de clientes

d) Os empreendedores e empresários beneficiados pela medida deverão estar integrados formalmente em redes de cooperação promovidas por associações empresariais e de desenvolvimento local e/ou programas de financiamento governamentais.

Esta medida não representa encargo adicional para o Orçamento de Estado e, contribui marginalmente para o aumento da receita fiscal.

A economia informal representa cerca de 25% do PIB português.

Promover a integração da economia informal é premiar aqueles que tem interesse em contribuir para o desenvolvimento do país e do modelo social e uma medida selectiva contra aqueles que preferem manter-se na economia paralela, muitas vezes com modelos de exploração humana inaceitáveis no século XXI.